diagnóstico da rede de proteção às mulheres de porto alegre

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COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA URBANA – CEDECONDH AVENIDA LOUREIRO DA SILVA, 255 – CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE – F.: 3220-4343 DIAGNÓSTICO DA REDE DE PROTEÇÃO ÀS MULHERES DE PORTO ALEGRE PORTO ALEGRE, MAIO DE 2015

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Comissão de Direitos Humanos apresentou relatório sobre falhas na rede de proteção às mulheres vítimas de violência em Porto Alegre A Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), da Câmara Municipal de Porto Alegre, apresentou na tarde desta terça-feira (12/5), o relatório “Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre”. No último mês a Cedecondh realizou visitas aos equipamentos de proteção a vítimas de violência constatando diversas irregularidades. O relatório de 3 páginas produzido pela Comissão apontou falhas na rede de proteção às mulheres vítimas de violência, trazendo recomendações ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, ao Poder Judiciário e à Caixa Econômica Federal.

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Page 1: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA URBANA – CEDECONDH AVENIDA LOUREIRO DA SILVA, 255 – CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE – F.: 3220-4343

DIAGNÓSTICO DA REDE DE PROTEÇÃO ÀS

MULHERES DE PORTO ALEGRE

PORTO ALEGRE, MAIO DE 2015

Page 2: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

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CEDECONDH

Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos

e Segurança Urbana

Fernanda Melchionna (PSOL)

Presidente da CEDECONDH

Alberto Kopittke (PT)

Vice-Presidente da CEDECONDH

João Bosco Vaz (PDT)

Mônica Leal (PP)

Paulinho Motorista (PSB)

Prof. Alex Fraga (PSOL)

Page 3: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

3

SUMÁRIO

1. Apresentação ...........................................................................................4

2. O que motivou este relatório ....................................................................6

3. Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher .................................7

4. Departamento Médico-Legal ..................................................................10

5. Centro Estadual de Referência Vânia Araújo Machado .........................12

6. Centro de Referência da Mulher Márcia Calixto ....................................15

7. Casa de Apoio Viva Maria ......................................................................17

8. Recomendações ....................................................................................20

9. Anexos ...................................................................................................24

Page 4: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

4

1. Apresentação

No ano de 2001, o Estado brasileiro foi condenado internacionalmente

pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA a pagar uma

indenização à farmacêutica cearense Maria da Penha em razão da violência

doméstica sofrida por ela e a omissão do Estado em proteger suas mulheres.

Foi recomendado ainda ao Brasil que simplificasse os procedimentos penais

para que fosse reduzido o tempo processual. A recomendação da OEA e a

pressão do movimento organizado de mulheres no Brasil deu origem a Lei

11.340/06, a Lei Maria da Penha. Dentre os avanços, podemos destacar a

definição da violência doméstica e familiar sofrida pelas mulheres, a tipificação

das formas de violência doméstica e a criação dos Juizados Especiais de

Violência Doméstica e Familiar, que abrangem as questões de família

decorrentes da violência contra a mulher.

No dia 3 de março de 2015 a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto

de Lei 8.305/14, que torna o feminicídio um crime hediondo. O feminicídio é o

assassinato de mulheres pela condição de serem mulheres, e se refere a um

crime de ódio justificado por uma história de dominação da mulher pelo homem

e estimulado pela impunidade e indiferença da sociedade e do Estado. De

acordo com a Organização Mundial da Saúde, esse crime envolve o

assassinato intencional de mulheres apenas por serem mulheres. A sanção da

Lei aconteceu apenas alguns dias depois e, junto à Lei Maria da Penha

aumenta as punições relacionadas às violações de direitos humanos das

mulheres no Brasil. Ainda assim, mesmo que no âmbito jurídico os avanços

sejam importantes, a consolidação das políticas públicas avança a passos

lentos.

A prevenção à violência contra a mulher não é prioridade dos governos,

seja em âmbito federal, estadual ou municipal. No Brasil, a cada 1 hora e meia,

uma mulher é assassinada. Destas, 31% têm entre 20 e 29 anos e 61% são

Page 5: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

5

negras. Segundo o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério

da Saúde, em 30 anos foram cometidas 92.100 mortes violentas de mulheres;

destas, 43,7 mil apenas entre os anos de 2000 e 2010. Neste mesmo período,

houve um salto no número de assassinatos de mulheres de 1.353 em 1980

para 4.465 no ano de 2010. Levando em conta o aumento da população

brasileira (e feminina, por consequência) passou-se de uma taxa de 2,3

assassinatos de mulheres para cada 100 mil habitantes em 1980 para 4,6 por

100 mil no ano de 2010, o que representa o dobro de incidência de

assassinatos de mulheres na população brasileira, segundo o Mapa da

Violência 2012.

Nos crimes monitorados pela Lei Maria da Penha, o estado do Rio

Grande do Sul registrou 92 feminicídios no ano de 2013. Destes, oito

aconteceram na cidade de Porto Alegre. No mesmo ano, foram registrados

26.181 crimes de lesão corporal (4.044 em Porto Alegre) e 43.693 ameaças

(4.785 em Porto Alegre). Segundo levantamento realizado pelo Observatório da

Violência contra a Mulher, foram apontados 380 casos de estupros no ano de

2013 em Porto Alegre, sendo que 156 estariam relacionados à Lei Maria da

Penha, pois se enquadram no contexto da violência doméstica e familiar. Com

relação ao estupro, dez (10) bairros de Porto Alegre são responsáveis por

38,7% dos delitos, enquanto possuem 30,2% da população da capital. Além

disso, sabe-se que a taxa de registros é muito menor do que a de ocorrências;

o que só comprova a necessidade de campanhas de empoderamento e

prevenção de todos os tipos de violência.

No enfrentamento e prevenção da violência contra a mulher diversos

programas e políticas locais têm sido implementadas no Brasil. Ainda assim, os

cortes de verbas e o contingenciamento das despesas são os grandes vilões

da efetivação destas políticas.

Page 6: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

6

Ao programa “Política para Mulheres: Promoção da Autonomia e

Enfrentamento à Violência”, da Secretaria de Políticas para as Mulheres do

Governo Federal foi pago somente a metade do montante previsto para 2014.

Dos R$ 196,8 milhões orçados, só R$ 97,2 milhões foram desembolsados,

incluindo os compromissos assumidos em anos anteriores e pagos naquele

ano.

No mesmo ano de 2014, no Rio Grande do Sul, dos R$ 10,1 milhões

reservados à Secretaria de Políticas para as Mulheres estadual apenas R$ 3,9

milhões foram de fato empenhados, segundo o Portal Transparência RS. Ainda

assim, estes R$ 10 milhões representam menos de 0,02% do orçamento total

do estado. Comparado a outros anos, os recursos para o enfrentamento à

violência contra as mulheres têm sido crescentes, porém ainda é difícil dizer se

são suficientes.

Em Porto Alegre, o orçamento municipal de 2014 previa um investimento

de R$ 401.767,21 para as políticas das mulheres (apenas 0,009% do

orçamento total). No entanto, mais de 50% foi contingenciado e apenas R$

191.633,48 foi executado. Em 2015, a previsão já é menor: de apenas R$ 350

mil. Embora importantes, os problemas na execução das políticas vão muito

além da questão orçamentária.

2. O que motivou este relatório

No dia 09 de março de 2015, uma jovem saía da faculdade e, ao

atravessar o Parque da Redenção, em Porto Alegre, por volta das 12 horas, foi

atacada por dois homens, que a estupraram. A jovem procurou o sistema de

proteção, apresentou denúncia na Delegacia da Mulher, e foi “orientada” a não

denunciar, já que não havia muito a ser feito pela Polícia. Ao ser encaminhada

Page 7: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

7

para realização do exame de corpo-delito, desistiu ao ser informada que havia

apenas médicos homens para realizar o procedimento.

A denúncia da jovem veio a público alguns dias depois através da

página “Se essa rua fosse nossa”, na rede social Facebook. O desabafo foi

muito compartilhado e virou notícia dos jornais e emissoras de televisão. A

partir daí, e especialmente da denúncia de negligência no atendimento à

vítima, a investigação começou a funcionar e, em poucos dias, um dos

suspeitos foi identificado e preso.

A CEDECONDH, cumprindo seu dever de fiscalizar as entidades

públicas, recebeu a rede de atendimento em sua reunião ordinária do dia 31 de

março, quando tanto os equipamentos da rede de atendimento à mulher

puderam se manifestar, como os movimentos organizados de mulheres

puderam trazer suas demandas e apontar as falhas e deficiências da rede.

Nesta reunião, ficou definido que a comissão iria visitar os equipamentos de

atendimento às mulheres vítimas de violência para verificar a situação e

apontar recomendações aos órgãos públicos competentes na melhoria e

qualificação dos serviços. No período de pouco mais de um mês, enquanto

realizávamos as visitas, dois novos casos de negligência do poder público

resultaram em assassinatos de mulheres no Rio Grande do Sul.

3. Visita à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher

O trabalho de vistoria da CEDECONDH começou com a visita à

Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Porto Alegre.

Localizada na rua Freitas de Castro, s/nº, no interior do Palácio da Polícia, a

DEAM foi a principal motivadora da denúncia de negligência no atendimento às

vítimas de estupro e violência sexual. A CEDECONDH pôde, na ocasião da

visita, observar não só a estrutura física e de pessoal da Delegacia, mas

Page 8: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

8

também os atendimentos e procedimentos tomados no atendimento às vítimas

que procuram o serviço.

Já no início da visita, a delegada titular Rosane de Oliveira Oliveira

afirmou que o caso de negligência está sendo apurado através de uma

sindicância interna, e que a demanda do plantão da Delegacia é muito grande.

A delegada também explicou que a Delegacia funciona com dois policiais

responsáveis por atender o plantão em um turno de 24 horas. Depois, estes

policias folgam outras 72 horas. “Contando os intervalos de almoço e jantar,

oito horas por dia fica apenas um policial no plantão de atendimento, sendo

que temos quatro equipes de trabalho, com oito policiais efetivos na prática e

dois estagiários”, explicou Rosane. A demanda é grande: a DEAM recebe de

40 a 50 novas ocorrências todos os dias, totalizando aproximadamente 1.500

atendimentos ao mês.

O informativo estatístico referente ao mês de março de 2015 demonstra

os dados descritos pela delegada. Apenas durante o mês de março, foram

registradas 979 novas ocorrências na DEAM e requeridas 493 Medidas

Protetivas de Urgência relativas a Lei Maria da Penha. Durante todo o ano de

2014 foram 11.475 registros de boletins de ocorrência e requerimento de 5.084

MPUs. Tais números crescem mais quando vemos que existem pelo menos 22

mil procedimentos policiais em andamento e apenas quatro policiais para

realizar os inquéritos, além de cumprir os mandados de busca e apreensão.

Não é à toa que o trabalho se acumula e parece humanamente impossível dar

seguimento a qualquer novo processo.

Quanto à estrutura física, a CEDECONDH pôde observar o que já havia

sido relatado na reunião em que o assunto foi debatido. A estrutura é

relativamente boa, mas carece de modificações pontuais para adequar e

qualificar o atendimento às vítimas que procuram a Delegacia. Já na entrada

do plantão temos uma grande sala de espera onde é realizada a primeira

triagem através de uma ficha entregue às mulheres. A ficha foi diminuída

Page 9: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

9

devido à economia de papel. A sala de espera em geral tem filas, pois apenas

dois policiais registram as ocorrências por dia, e não há quase nenhuma

privacidade para chegar ao balcão e solicitar as primeiras orientações. Cabe

ressaltar que estas orientações deveriam acontecer em um espaço acolhedor,

para não vitimar novamente as mulheres que chegam ao plantão.

Dentre as duas salas de atendimento do plantão, onde trabalham os

policiais que atendem e registram as ocorrências, apenas uma delas tinha

paredes divisórias até o teto, permitindo uma maior privacidade no

atendimento. A sala mais próxima à sala de espera, como observado na

denúncia, possuía divisórias até a metade da parede e atendia com a porta

aberta no momento em que visitávamos a DEAM. Há ainda três salas internas

que eram utilizadas pelo atendimento psicossocial (psicólogas e assistentes

sociais), mas este tipo de serviço não é mais prestado pela delegacia. Duas

das salas estavam vazias (conforme anexo III, pág. 23) e a terceira foi

transformada em uma pequena sala de espera com brinquedoteca, para as

mulheres que chegam com crianças pequenas.

A falta de efetivo é um dos grandes problemas no atendimento às

vítimas. O momento da chegada à delegacia, do acolhimento e atendimento às

vítimas precisa ser humanizado. No ano passado, um convênio de seis meses

com a UNESCO trouxe uma psicóloga e uma assistente social para auxiliar no

atendimento primário das vítimas, que atendiam todos os dias da semana, em

horário de expediente. Entretanto, com o final da parceria, qualquer vítima que

vá fazer o registro de sua ocorrência conta apenas com os dois policiais de

plantão no momento. Segundo a delegada Tatiane Bastos, há interesse da

delegacia em promover e aumentar o efetivo para o plantão: “Estamos

montando um documento para formar futuramente uma equipe de quatro

plantonistas por turno”, defendeu.

Dentre as dificuldades relatadas pelas delegadas Rosane e Tatiane, está

a falta de triagem para o acolhimento das vítimas de violência durante os finais

Page 10: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

10

de semana no Abrigo Viva Maria. Na falta de um local para o acolhimento das

vítimas, as delegadas já recorreram ao sistema de abrigos e albergues

municipais, que estão muito longe de serem ideais para o atendimento de

vítimas de violência. Outra dificuldade é a falta de apoio para a locomoção das

mulheres de volta a suas casas, pois a 1ª DEAM é a única delegacia

especializada de atendimento à mulher de Porto Alegre e as vítimas precisam

vir de muito longe para registrar as ocorrências. Uma parceria foi proposta à

FASC, que até o momento de nossa visita ainda não tinha respostas.

4. Visita ao Departamento Médico-Legal

Ainda no dia 07 de abril, mesmo dia em que visitamos a DEAM,

pudemos conhecer o Departamento Médico-Legal, órgão do Instituto Geral de

Perícias (IGP) responsável pela realização dos exames periciais e

encaminhamento para atendimento médico. O DML localiza-se na Avenida

Ipiranga, número 1807, no mesmo complexo do Palácio da Polícia.

A CEDECONDH foi recebida pelo diretor-geral do Departamento,

Luciano Haas, e pelo diretor-geral do IGP, Cleber Müller. Visitamos os espaços

de atendimento às vítimas de violência sexual, mas não foi permitido pelo

diretor-geral a produção de imagens dos espaços do prédio, alegando questão

de segurança.

A primeira constatação da visita foi o atendimento da sugestão feita pela

CEDECONDH de inversão do fluxo de atendimento das vítimas de estupro, que

por estarem em uma situação de fragilidade deveriam ser atendidas

primeiramente pelo serviço psicossocial. Antes, o procedimento tomado era a

realização do exame pericial e após, se houvesse necessidade, o atendimento

com a equipe de psicólogos e assistentes sociais. A simples inversão do fluxo

Page 11: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

11

de atendimento, acreditamos, qualifica o serviço, e traz mais respeito e

dignidade às vítimas de crimes sexuais.

O Departamento Médico-Legal possui um serviço denominado Sala

Lilás, que pretende ser “um local de acolhimento diferenciado para a mulher

vítima de violência”. O objetivo é “possibilitar um ambiente acolhedor, privativo

e diferenciado, enquanto aguarda o atendimento pelos respectivos técnicos”,

ou seja, um ambiente em que a mulher vítima de violência possa aguardar o

exame pericial. Apesar de este espaço existir de fato, a Sala Lilás apresenta-se

mais como uma sala de espera separada, sem muitas orientações para as

vítimas. Segundo o relato da vítima que nos moveu a escrever este relatório,

apenas depois de um certo tempo em que ela estava sozinha em meio a outras

pessoas que aguardavam a realização de seus próprios exames periciais, um

funcionário indicou a ela o espaço da Sala Lilás, para que ficasse menos

desconfortável.

E foi também neste momento em que ela descobriu que o médico que

lhe faria o exame pericial era um homem e, por isso, desistiu da realização do

mesmo e foi embora. Ora, sabemos que os servidores que trabalham no DML

são bastante qualificados e profissionais, mas após sofrer uma violência brutal

qualificada como estupro, é também bastante compreensível que a vítima não

sinta-se à vontade na presença de qualquer pessoa do sexo masculino, que

acaba por incorporar o estigma do agressor. Desta forma, defendemos que

estes exames, específicos para os casos de estupro, possam ser realizados

por médicas-peritas mulheres, se a vítima assim o desejar. Hoje, dos vinte

peritos que trabalham no DML em Porto Alegre, apenas duas são mulheres.

O DML está com um déficit de 50% na sua equipe de trabalho. Seriam

necessários, pelo menos, 40 peritos para o atendimento mais qualificado do

serviço, cuja demanda aumenta cada vez mais. Segundo o diretor Luciano

Haas, há um edital para realização de concurso público pronto, apenas

Page 12: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

12

aguardando a liberação do governo estadual, que suspendeu a realização de

novos concursos no início de 2015. O último concurso público com

chamamento para médicos-peritos do DML foi realizado em 2002. A sugestão

feita pela presidente da CEDECONDH, vereadora Fernanda Melchionna, para

a promoção de mais peritas mulheres foi a reserva de vagas no próximo

concurso, levando em conta assim o bom atendimento às vítimas de violência

sexual. O diretor Luciano se comprometeu a analisar a sugestão e, até o

presente momento, não recebemos retorno.

Na equipe de atendimento psicossocial também há déficit. No total são

cinco atendentes: dois psicólogos e três assistentes sociais. Segundo o diretor

Luciano Haas, “foi feito um pedido para a Superintendência de Serviços

Penitenciários (Susepe) disponibilizar mais três psicólogos”, mas até a

presente data a demanda ainda não foi atendida. Por conta da falta de pessoal,

o serviço de atendimento psicossocial do DML não atende 24 horas por dia

como os outros serviços oferecidos pelo Departamento. Ou seja, se uma vítima

de estupro precisar ser atendida após um determinado horário da noite, só

poderá realizar o exame pericial, sem ter a possibilidade do “ambiente

acolhedor, privativo e diferenciado” exposto nos materiais de divulgação do

serviço.

5. Visita ao Centro Estadual de Referência Vânia Araújo

Machado

O Centro Estadual de Referência da Mulher Vânia Araújo Machado (ou

CRMVAM) é uma rede estadual de acolhimento às mulheres inaugurado em

2002. Entre suas funções, realiza assistência sistemática às mulheres, com o

apoio de Juizados e Delegacias, e monitoramento de conselhos e de

coordenadorias de políticas para as mulheres. Desde 17 de dezembro de 2013

Page 13: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

13

atende na Travessa Tuyuty, nº10, na esquina com a Rua André da Rocha. Até

o início do ano, o Centro de Referência estava vinculado à Secretaria de

Políticas para as Mulheres (SPM) do Rio Grande do Sul, mas com a extinção

da Secretaria a partir de janeiro de 2015, os serviços passaram a estar

vinculados a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) do RS.

A primeira constatação relativa ao CRMVAM é a dificuldade de

comunicação. Os telefones de comunicação com o Centro estão

desatualizados nas páginas que encontramos na internet, e até o momento da

visita da CEDECONDH, ocorrida no dia 14 de abril, não havia informação sobre

o CRMVAM no site da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. A Comissão

foi recebida pela coordenadora do CRM, Maria Salete Arpini e pela equipe

técnica que encontrava-se no local no momento. Pudemos verificar que o

serviço está funcionando com estrutura mínima, pois com a extinção da SPM,

as profissionais que atuavam no Centro de Referência precisaram voltar para

seus cargos de origem dentro do serviço público estadual. Nos parece uma

política de desmonte e sucateamento de um serviço público fundamental.

Originalmente, o Centro de Referência era composto pela coordenação,

duas assistentes administrativas, duas advogadas, três psicólogas e uma

assistente social, além da equipe de apoio (motorista e estagiária). Da equipe

técnica restaram apenas as três psicólogas, sendo que duas delas têm

contratos temporários que irão terminar em junho de 2015, evidenciando uma

política de sucateamento e desmonte do serviço. Não há mais advogadas, nem

assistente social, nem mesmo assistentes administrativas para auxiliar o

trabalho da equipe. O resultado prático deste desmonte é a queda do número

de atendimentos, que somaram apenas 101 casos de janeiro até abril de 2015,

sendo que a média de anos anteriores somava cerca de 780 casos por

trimestre.

Page 14: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

14

A estrutura física do Centro de Referência não apresenta os problemas

que normalmente observamos em outros equipamentos. O espaço é

adequado, recém reformado para receber o serviço e possui capacidade para

atender bem a todas as usuárias. No entanto, para ser bem utilizado o espaço

precisa contar com uma equipe completa, que possa realizar tanto os

atendimentos presenciais como o atendimento telefônico realizado pelo projeto

Telefone Lilás.

O Telefone Lilás integra a Rede Lilás – Rede de Enfrentamento e

Atendimento Especializado às Mulheres em Situação de Violência e,

segundo a SJDH, “tem como objetivo realizar o acolhimento, através de linhas

telefônicas, às mulheres gaúchas, bem como dos equipamentos

governamentais e não governamentais, no que diz respeito às orientações

jurídicas, psicológicas e sociais no enfrentamento à violência. Busca acolher,

escutar, avaliar cada situação e referenciar a rede de atendimento do município

no qual a mulher reside, de maneira a promover seu empoderamento para que

acesse os equipamentos de atendimento e de enfrentamento à violência,

garantindo seus direitos fundamentais”.

Desde 2011, o serviço vem se organizando para qualificar os dados de

maneira que forneça estatísticas diárias e mensais quanto ao acolhimento das

mulheres e dos equipamentos. No primeiro ano do atendimento foram

realizados 838 atendimentos pelo Telefone Lilás; no ano seguinte o número de

atendimentos caiu para 760 e disparou para 3.021 no ano de 2013. Este

aumento se deve principalmente às ações de divulgação e busca ativa da

equipe do CRMVAM, através das ações programadas com os ônibus da

equipe, que vão até os bairros e cidades da Região Metropolitana com o intuito

de oferecer os serviços do Centro de Referência mais próximos da

comunidade. Segundo informações da coordenação do CRM, estes ônibus

Page 15: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

15

hoje estão na Secretaria de Direitos Humanos, e não foram utilizados ainda

este ano em nenhuma ação.

Para além das dificuldades enfrentadas pelo que resta da equipe do

CRMVAM, há ainda as dificuldades de relação dentro da rede de proteção às

mulheres vítimas de violência. Os dados oferecidos pela Secretaria Estadual de

Segurança Pública dão conta apenas dos feminicídios (morte de mulheres pela

questão de gênero) consumados, mas não são repassados os dados das

tentativas de homicídio. Este dado seria importante para que o Centro de

Referência pudesse cumprir melhor o seu papel na prevenção e orientação das

vítimas de violência, justamente para evitar que os casos de feminicídios

consumados cresçam.

6. Visita ao Centro de Referência da Mulher Márcia Calixto

O Centro de Referência da Mulher Márcia Calixto funciona junto à

Secretaria Adjunta da Mulher de Porto Alegre, na Rua dos Andradas, 1643,

terceiro andar. O CRAM se configura como um dos principais espaços

estratégicos da Política Municipal de Enfrentamento à Violência contra as

Mulheres, visando a ruptura da situação de violência e a construção da

cidadania das mulheres, por meio de atendimento intersetorial e interdisciplinar

(psicológico, social e jurídico).

A estrutura física e de pessoal é pequena, mas atende às

recomendações dos Conselhos Regionais de Psicologia e Serviço Social. Em

quatro salas equipadas para o acolhimento, atendem duas psicólogas, uma

assistente social e dois advogados que prestam assistência especializada e

continuada às mulheres em situação de violência. No primeiro quadrimestre de

2015 já foram realizados 72 atendimentos novos e pelo menos 227 casos

seguem sendo monitorados pelo CRAM.

Page 16: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

16

Apesar de o ano estar apenas no início, os dados apontam um aumento

na procura pelo serviço segundo a secretária-adjunta da Mulher, Waleska

Vasconcellos. Pudemos perceber que a diminuição dos atendimentos no

Centro Estadual de Referência da Mulher está relacionada ao aumento da

demanda pelo atendimento, que em grande parte foi absorvido pelo CRAM.

Além destes casos, há vítimas da região metropolitana de Porto Alegre que

também procuram o serviço, na falta de serviços especializados em suas

cidades ou de informações sobre os mesmos. Nestes casos, a equipe do

Centro de Referência aciona a rede de proteção para o melhor

encaminhamento das mulheres aos locais adequados.

A secretária explicou que a maior demanda do Centro é decorrente das

Delegacias de Polícia Civil da cidade. “A polícia ainda é a principal porta de

entrada para a divulgação do CRAM”. A saúde, no entanto, continua sendo o

que menos encaminha as demandas. Este é um desafio da rede de proteção

às mulheres vítimas de violência, que precisa estar bem articulada para

interferir e coibir a prática da violência contra as mulheres.

Por fim, é importante frisar o papel que cumpre o Centro de Referência e

a Secretaria Adjunta dentro das políticas para as mulheres de Porto Alegre. No

mês de junho está programado um curso de formação para a Guarda Municipal

sobre as políticas de proteção às mulheres vítimas de violência, oferecido pela

Secretaria Adjunta da Mulher, que foi um dos encaminhamentos feitos pela

CEDECONDH na reunião de 31 de março. Esta qualificação é importante, pois

amplia a rede de proteção e cria uma política mais integrada de proteção dos

direitos humanos das mulheres.

Page 17: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

17

7. Visita à Casa de Apoio Viva Maria

O último equipamento visitado foi a Casa de Apoio Viva Maria, que é um

abrigo protegido para mulheres em situação de violência doméstica e sexual,

em risco de vida ou de novo episódio de violência grave. A Casa de Apoio é

ligada à Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, e por sua natureza de

proteção e cuidado, seu endereço é sigiloso e, para acessá-la, a mulher deve

primeiro ser atendida nos serviços de saúde, na Delegacia Especializada de

Atendimento à Mulher, nos conselhos tutelares, nos Centros de Referência ou

em qualquer outro serviço que tenha conhecimento deste tipo de

encaminhamento. Também por conta da especificidade do serviço, apenas as

vereadoras mulheres da Comissão foram convidadas a participarem da visita.

Fomos recebidas pela assistente social Soraya, que nos mostrou as

acomodações da Casa, e a coordenadora Luciane Ferreira Machado, junto

com a secretária adjunta da mulher, Waleska Vasconcellos. A equipe técnica é

formada por uma psicóloga, uma enfermeira, uma assistente social, uma

nutricionista e uma terapeuta ocupacional, além de quatro monitoras, auxiliares

de enfermagem e atendentes que auxiliam na equipe de limpeza. As

cozinheiras são contratadas por uma empresa terceirizada, e a segurança é

feita por agentes da Guarda Municipal. As profissionais da equipe técnica

atendem durante o dia na Casa e na parte da noite ficam as monitoras e

auxiliares de enfermagem na ala dos dormitórios, para atender às usuárias do

serviço.

A Casa é dividida em dois blocos. No primeiro encontram-se os espaços

de convivência como as salas de oficinas, a sala de recreação para as

crianças, a sala de TV, o refeitório junto à cozinha e a área administrativa.

Todos os espaços são muito bem organizados e limpos, apesar de em alguns

locais faltarem móveis para proporcionar um maior conforto às usuárias. As

oficinas possuem materiais de leitura e para realização de artesanato, e a sala

Page 18: Diagnóstico da Rede de Proteção às Mulheres de Porto Alegre

18

de recreação (chamada “Grupinho”) tem horários de funcionamento com

monitoras e estagiários de psicologia e pedagogia. Outros dois espaços, a

rouparia e a despensa, estão cheios de doações que servem tanto para o

consumo interno do abrigo como para que as mulheres que são desligadas

possam reconstruir suas vidas.

No segundo bloco, ligado ao primeiro por um corredor, ficam os

dormitórios. São onze no total, equipados com dois ou três beliches (4 ou 6

lugares), um pequeno guarda-roupas e um banheiro. Em todas as instalações

que estivemos, os materiais estavam em boas condições, apesar de os

armários estarem já bastante gastos e um deles estar sem uma das portas.

Neste bloco também existe um pequeno posto de enfermagem e da monitoria,

além de uma rouparia onde estão as roupas de cama, cobertores e toalhas. No

final do corredor uma pequena cozinha está desativada pois não era utilizada

pelas usuárias. No corredor entre os dois blocos também está a lavanderia,

que tem seis tanques e duas máquinas de lavar. São as próprias usuárias as

responsáveis por lavar suas próprias roupas (e de seus filhos, quando for o

caso) e, com a proximidade do inverno, uma máquina de lavar e secar

industrial será uma das próximas aquisições da Casa Abrigo.

Apesar de existirem espaços para 48 usuárias, os dormitórios são

divididos por famílias, ou seja, a mulher e seus filhos, ou as usuárias que

acessam sozinhas o serviço. No ano de 2014 foram 72 atendimentos na Casa

de Apoio, sendo 62 abrigagens e 10 orientações (quando as mulheres não

tiveram a necessidade de acessarem o abrigo). No dia em que visitamos o

abrigo, três famílias estavam utilizando o serviço. Quando acontece casos de

superlotação, as usuárias são encaminhadas para outras casas abrigo de Porto

Alegre ou da Região Metropolitana. Em casos extremos são acionadas também

as casas de apoio do interior do estado ou até mesmo de outros estados. A

rede de atendimento às mulheres vítimas de violência, portanto, precisa estar

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sempre conectada e com condições de atender todos os casos, desde o mais

simples até o mais grave.

Segundo a coordenadora da Casa de Apoio Viva Maria, desde a

aprovação da Lei Maria da Penha, em 2006, não houve um aumento

significativo na demanda do abrigo, mas os casos que apareceram desde

então são mais complexos e muitas vezes mais graves. A qualificação do

serviço depende muito da rede de proteção às mulheres, pois ainda existe

muita falta de informação, até mesmo entre os próprios serviços da rede. Um

exemplo é o encaminhamento da Delegacia Especializada de Atendimento à

Mulher, responsável por mais de 50% da demanda do abrigo Viva Maria que,

por conta do alto volume de denúncias recebidas, por vezes tenta encaminhar

os casos diretamente ao abrigo, mesmo que a vítima tenha outros espaços

seguros para se proteger.

Algumas demandas foram apresentadas pela Casa de Apoio Viva Maria:

o único carro que ficava disponível para o serviço hoje está na Secretaria

Municipal de Saúde, dificultando o agendamento para as demandas. A falta de

integração com as políticas de habitação do DEMHAB também é um problema,

à medida em que, ao saírem da Casa de Apoio, as usuárias deveriam ter

prioridade nos cadastros do aluguel social para a reconstrução de seus lares

em ambientes sem violência. Por fim, foi lembrada a importância da liberação

dos recursos do Governo Federal para a construção da Casa da Mulher

Brasileira em Porto Alegre, um espaço de atendimento humanizado que integra

serviços especializados para os mais diversos tipos de violência contra as

mulheres: acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; Juizado;

Ministério Público, Defensoria Pública; promoção de autonomia econômica;

cuidado das crianças – brinquedoteca; alojamento de passagem e central de

transportes.

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8. Recomendações

AO GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

1. Reaparelhamento e qualificação do Centro Estadual de

Referência Vânia Araújo Machado, com recomposição dos cargos de

assistente social, advogadas, técnicos administrativos e garantia da

manutenção das três psicólogas com vistas a ampliação do serviço.

2. Reforma imediata da Delegacia Especializada de Atendimento à

Mulher de Porto Alegre, priorizando a estrutura das salas de

atendimento para garantir o sigilo e a segurança dos relatos de

ocorrência policial.

3. Elaboração de um Plano de Descentralização de Delegacias

Especializadas de Atendimento à Mulher em Porto Alegre, com

funcionamento 24 horas como forma de garantir a ampliação do

atendimento e o acesso às mulheres da periferia.

4. Abertura de cargos, providos por concurso público, para

assistentes sociais e psicólogos para a DEAM, assim como a supressão

da defasagem de policiais civis no quadro da Delegacia, como forma de

melhorar o acolhimento e garantir a investigação dos casos de estupro e

denúncias anônimas.

5. Realização de cursos de capacitação em direitos humanos (com

ênfase na questão do gênero feminino), que podem ser executadas em

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forma de workshops com o apoio de ONGs e movimentos sociais, para

qualificação dos servidores da segurança pública.

6. Aplicação de reserva de 30% de vagas para mulheres no próximo

concurso público para Médico-Legista do Departamento Médico-Legal.

As cotas se justificam pela necessidade de dar opção às mulheres que

sofrem abuso sexual de serem atendidas por ambos gêneros, pois

quando há violência sexual, a vítima tende a projetar nos homens a

figura do agressor.

7. Ampliação do serviço de atendimento psicossocial do

Departamento Médico-Legal para 24 horas.

8. Ampliação da busca ativa de mulheres em situação de violência,

ou seja, de políticas de prevenção à violência nas comunidades, escolas

e equipamentos de saúde.

9. Ampliação da Patrulha Maria da Penha para que haja, no mínimo,

duas (2) patrulhas por batalhão da Brigada Militar.

10. Disponibilização de relatório semestral das ocorrências de

violência contra a mulher de maneira georreferenciada por bairro,

preservando o endereço residencial das vítimas.

11. Realização de campanha informativa de divulgação da Lei

Maria da Penha e serviços da rede de proteção às mulheres vítimas de

violência.

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À PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

1. Construção de um novo abrigo para atender as mulheres em

situação de violência doméstica e familiar e seus filhos.

2. Execução de 100% do Orçamento Municipal previsto para o ano

de 2015 nas políticas de enfrentamento à violência contra a mulher e na

Secretaria Adjunta da Mulher de Porto Alegre.

3. Ampliação substancial do Orçamento Municipal para as políticas

para as mulheres a partir de 2016.

4. Execução da Lei 11.552 de 20 de janeiro de 2014 que inclui a Lei

Federal nº11.340 de 07 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) no

currículo escolar do ensino fundamental e médio das escolas da rede municipal

de Porto Alegre.

5. Aplicação do parágrafo 3º do Artigo 6 º da Lei 636 de 13 de

janeiro de 2010 que prevê prioridade para mulheres chefes de família

em caso de empate para os critérios do Programa Minha Casa, Minha

Vida em Porto Alegre.

6. Construção de relatórios da Vigilância Sanitária sobre as

notificações de violência contra a mulher nos órgãos de saúde, com

georreferenciamento e divulgação via site, preservado o endereço das

vítimas.

7. Realização de campanha informativa de divulgação da Lei Maria

da Penha e serviços da rede de proteção às mulheres vítimas de

violência.

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AO PODER JUDICIÁRIO

1. Ampliação das Varas de Atendimento à Violência Doméstica e

Familiar, diminuindo o tempo de tramitação dos processos.

À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

1. Que permita a transferência de mulheres beneficiadas pelo Minha

Casa, Minha Vida e, que estão em situação de risco de vida por conta da

violência doméstica e familiar, para outros imóveis inseridos nesta

política habitacional.

ENCAMINHAMENTOS DA COMISSÃO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR, DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA URBANA

1. Entrega do Diagnóstico para o Departamento de Políticas para as

Mulheres do Estado do Rio Grande do Sul, Secretaria Adjunta da Mulher

do Município, Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Contas do

Estado do Rio Grande do Sul.

2. Nova reunião em dois meses para averiguar se houve avanço ou

retrocesso no conjunto de políticas públicas de proteção às mulheres

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9. Anexos (Crédito: Cassiana Martins/Câmara Municipal de Porto Alegre)

I – Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher

II – Cartório da DEAM (ao fundo, processos em andamento)

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III – Sala de atendimento vazia na DEAM

IV – Inquéritos em andamento na DEAM

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V – CEDECONDH e equipe do Centro Estadual de Referência Vânia Araújo

Machado

VI – Administrativo do CRVAM

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VII – Brinquedoteca do CRVAM

VIII – Sala de atendimento do Telefone Lilás (CRVAM)

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IX – Centro de Referência da Mulher Márcia Calixto

X – Sala de atendimento do CRAM

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XI – Detalhe: lenços de papel nas salas de atendimento do CRAM

XII – Materiais oferecidos na recepção do CRAM: planejamento familiar e

preservativo feminino

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XIII – Sala de oficina da Casa de Apoio Viva Maria

XIV – Dormitório da Casa de Apoio

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XV – Banheiro de um dos dormitórios da Casa de Apoio

XVI – Cozinha da Casa de Apoio Viva Maria

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XVII – Rouparia da Casa de Apoio (doações)

XVIII – Pátio com brinquedos da Casa de Apoio Viva Maria