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Dia 21 de junho de 2008
Afranio Kritski – UFRJ/Rede-TB
Ações de controle de TB e HIV em hospitais e prisões: diagnóstico, laboratório de
micobactéria, biossegurança, e sistema
de informação
III Encontro Nacional de Tuberculose
Tópicos
• TB em hospitais
• TB em prisões
• Atividades de controle de TB em hospitais
• Atividades de controle de TB em prisões
• Perspectivas e prioridades
• Comentários finais
• Ampliar a estratégia de tratamento supervisionado (TS-
DOTS)
• Controlar a co-infecção TB/HIV e a TB-MDR
• Contribuir para o fortalecer sistema de saúde
• Envolver todos os provedores de saúde (públicos e
privados)
• Estimular a mobilização dos doentes e comunidades
• Fomentar e promover pesquisas
A Estratégia OMS
PERGUNTA:
QUAL O LOCAL DE MAIOR OCORRÊNCIA DE:
TB-MDR
TB-XDR
ÓBITO POR TB
RESPOSTA
• LOCAIS ONDE NÃO EXISTAM AÇÕES DE CONTROLE DE TUBERCULOSE
• HOSPITAIS
• PRISÕES
TB- MDR em nível mundial – 2001ANÁLISE DA OMS
• Período: 1996-1999 em 58 regiões
TB-MDR primária1. a maioria dos países – 1%2. “hot spots”: Estonia (14%), China (10%);
Latvia (9,0%), Russia (9,0%), Irã (6%)
As maiores taxas de TB-MDR ocorreram em hospitais e prisões.
Espinal MA et al. NEJM 2001; 344 (17): 1294
Cut-off: 3%
Emergência da TB de resistência extensiva – TB XDR
Dos casos TB MDR: (% de XDR)USA 4% Latvia 19%Coréia do Sul 15%
TB XDR – elevada mortalidade Africa Sul associado ao HIV – surto em hospitais
Metanálise de TB entre Prof saúde em países em desenvolvimento
42 artigos indexados PubMed • Incidência TB ativa: 69-5780 /100,000• PPD +: 54% (33% - 79%)• Viragem PPD: 7,2% (3,9% - 14,3%)
Risco anual infecção• Africa: 2,5% a 3,5%• Favelas no RJ: 2,5%
Joshi et al. PLoS Medicine. 2006; 3 (12) e494
2006
Metanálise de TB entre Prof saúde em países em desenvolvimento
42 artigos indexados PubMed
Fatores de risco para TB• Local onde se interna paciente com TB• Laboratório de TB• Área de Medicina Interna/Enfermaria• Unidade de Emergência• Radiologia• Enfermeiro
Joshi et al. PLoS Medicine. 2006; 3 (12) e494
2006
MDR TB outbreakHospital Muñiz, Buenos Aires, 1991-
2000
TB – MDR em hospitais – Países em desenvolvimento
Taxa de TB-MDR (1998-2005)
Adquirida: 5,1% a 22% - Primária: 2,4% a 12,4%. • Guatemala. Harrow EM, et al. Chest 1998; 113: 1452-1458.• Brasil. Fandinho,FCO; et al. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1999; 94 (4): 543-547; • Tailandia. Punnotok J, et al. Int J Tuberc Lung Dis. 2000 Jun;4(6):537-43• Etiopia. Lindtorn B and Madebo T. Trop Doct. 2001 Jul;31(3):132-5• Tailandia. Reechaipichitkul W. Southeast Asian J Trop Med Public Health 2002; 33 (3):
570-574.• Argentina. Palmero D, et al. Emerg Infect Dis. 2003 Aug;9(8):965-9.• Taiwan. Liu CE et al. J Microbiol Immunol Infect. 2004 Oct;37(5):295-300 • Africa do Sul. Lin J, et al. Int J Tuberc Lung Dis 2004; 8 (5): 568-573• Turquia. Senol G et al. J Infect 2005; 50: 306-311. • Moçambique. Nunes EA, et al. In J Tuberc Lung Dis 2005; 9 (5): 494-500.
TB - Droga Resistência no Brasil
• 1996-1997- Inquérito Nacional •Amostragem representativa para o país
casos ambulatoriais - nunca tratados e retratados
• 1996-1997- Inquérito Nacional •Amostragem representativa para o país
casos ambulatoriais - nunca tratados e retratados
II Inquérito Nacional de Resistência em Tuberculose
(20/06/2008)
Em 6 Estados do BrasilPacientes sem tratamento anterior (n=2894)
MDR: 1,3% (IC 95%: 0,90-1,80)
Pacientes com tratamento anterior (n=478) MDR: 7,9% (IC 95%: 5,04-10,7)
Hospitais? Prisões?
Resistência aos fármacos antituberculose no total de isolados examinados em seis hospitais RJ 2004-2006
Geral =595 TA n =156 VT n =433
Resistência SIM n (%) SIM n (%) SIM n (%)
Classificação
Sensível 493 (83%) 112 (72%) 376 (86,8%)
DR 102 (17%) 44 (28%) 57 (13,1%)
R + H 44 (7,4%) 27 (17,3%) 17 (3,9%)
Tese Doutorado- Brito R. UFRJ, 2008
Primary multidrug-resistance in TB patients attended in 6 hospitals in Rio de Janeiro. Period 2004-2006
Associação entre TB/HIV e Óbito nos 57 municípios
estudados, 2001 - 2005
Resultados
TB/HIVÓbito
RR
IC 95%
Valor de p Sim
n= 6.660Não
n= 61.657
Positivo 4.619 16.195 5,17 4,92 – 5,43 < 0,01
Negativo 2.041 45.462
Dados preliminares do PNCT/MS, 2008)
Maioria de óbito ocorreram em Hospitais/Prisões
HISTÓRICO
• Década de 70-80:
1. Tratamento com esquema de curta duração de elevada eficácia (cura > 95%)
2. Programa de controle de TB: atendimento ambulatorial sob a gerência das esferas federal e estadual.
3. Sistema Único de Saúde (SUS): descentralização; prioridade em ações na Atenção Básica
4. PCT municipais: responsabilidade sobre controle ambulatorial da TB.
HISTÓRICO
• RESULTADO Impacto negativo nas ações de controle da TB:
1. Planejamento inadequado
2. Financiamento das ações sem direcionamento para integração dos diferentes níveis de complexidade
3. PCT municipais : sem gerência sobre ações de controle da TB em hospitais e em prisões
EVIDÊNCIAS• Número elevado de notificações em TB em hospitais: 20 a 52%
RJ (2000-2004): 28 a 33%; São Paulo: 42% HIV+ em TB: 15% a 45% Mortalidade: 30% versus 4-5% nas UBS/PSF
• Número elevado de TB em prisões– incidência 8 a 38 vezes maior que população geral – Prevalência de TB: 4,6% a 8,6%– HIV+ em TB: 6,6%- 20%
• Intersetorialidade deficiente / ausente
• Mortalidade alta em hospitais e em prisões pela TB
• Gerenciamento das atividades de TB em hospitais e em prisões dissociado dos PCT estaduais, municipais e federais
Viragem de PPD - Estudos brasileiros Categoria %
Muzy Souza, G, 2002 Prof saúde -UFRJ 8,7%Grupo risco 14,2%
Silva, V, 2002 Alunos Medicina-UFRJ 3,9%Internato 7,2%
Costa PA ,2001 Alunos Medicina-UFF Internato 7,8%
Ferreira M, 1996 Internas em prisão- SP 29%
Vale J, 1986 População favela- RJ 2,5%
Ruffino-Netto, 1981 População Geral 0,8%
Ações de controle da TBDetecção de casos – Prisões
• Busca passiva de TB: 9/9 UF
• Busca ativa NÃO realizada na rotina
• Investigação diagnóstica extra-muros (SUS) com deslocamento do detento e/ou de escarro (8/9 UF) (cotas para realização de BAAR, transporte, etc) • Teste de sensibilidade as drogas RARAMENTE DISPONÍVEL
• Informações fornecidas: 19/06/08Sanches A, III Encontro Nacional TB
Principais dificuldades operacionais nas Prisões
• Carência de profissionais de saúde nas UP• Agendamento em serviços extra-muros• Má aceitação de detentos na rede pública• Falta de transporte e de escolta• Descontinuidade após a transferência • Descontinuidade do tratamento após o
livramento • Acesso a baciloscopia de controle
(disponibilização, transporte, resultado)
Política Nacional para controle de Tuberculose em prisões
Normas do PNCT
Resolução nº 11, 2006 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
Diretriz Básica para Detecção de casos de Tuberculose entre ingressos no Sistema Penitenciário nas Unidades da Federação
Incorporação da informação sobre a população prisional ao Sistema Nacional de Informação de TB (SINAN) - 2007
• População indígena
Incidência 4 vezes maior
• Presidiários
Incidência 40 vezes maior
• Moradores de rua
Incidência 60 vezes maior
Populações mais vulneráveis(em relação à população geral)
Prioridade atual do Ministério da Saúde
Ações Programadas • Implantação do PCT com exame sistemático de ingressos
• Adequação de área física do Presídio Central
• Aquisição de equipamentos (Rx, processadora, microscópio)
• Implantação de Laboratório de baciloscopia
• Capacitação de profissionais de saúde
• Capacitação de agentes penitenciários
• Estratégia de envolvimento de toda a comunidade carcerária nas ações de controle
• Incluir TB como tema transversal nas escolas das UPs e na Escola Gestão Penitenciária, oficinas com professores e agentes religiosos, treinamento de detentos
Inquérito sobre TB em 63 hospitais
DIAGNÓSTICO DE CASOS
SISTEMA DE REFERÊNCIA/ CONTRA REFERÊNCIA
SISTEMA DE INFORMAÇÃO
MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA
Informações fornecidas: 20/06/08Andrade MK, III Encontro Nacional TB
Inquérito da Tuberculose em Hospitais do BrasilHospitais participantes por Estado - 2007
13
10
9
7
6
4
4
4
3
2
RJ
BA
RS
PA
MA
CE
SP
PE
AM
MG
Est
ados
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Número de hospitais
Inquérito da Tuberculose em Hospitais do BrasilUnidades hospitalares que realizam busca ativa de casos de
tuberculose, por Estado - 2007
3
6
4
0 0
1
4
2
1
77
6
4 4 4
2 2
1 1
0
BA RJ RS SP PE CE MA AM MG PA
Estados
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Núm
ero
de h
ospi
tais
Busca ativa Não Sim
Não realizam: 25/63 (40%)
Inquérito da Tuberculose em Hospitais do BrasilUnidades hospitalares que realizam cultura para BK,
por Estado - 2007
3
5
2
3
0
5
0
2 2 2
6
8
7
6
4
2 2 2 2
1
0
RJ BA RS CE PA MG SP PE AM MA
Estados
0
2
4
6
8
10
Núm
ero
de h
ospi
tais
Cultura para BK Não Sim
Não realizam: 27/63 (43%)
RESULTADOS
N %
Não 35 55,6Sim 23 36,5Não informado 5 7,9
Total 63 100,0
Fluxo: lab para a vigilância do município
RESULTADOS: MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA
N %
Não 9 14,3Sim 41 65,1Não informado 13 20,6
Total 63 100,0
Biossegurança - medidas administrativas
N %
Não 23 36,5Sim 29 46,0Não informado 11 17,5
Total 63 100,0
Engenharia
Não foi avaliado a qualidade e efetividade das medidas administrativase de engenharia
• Resultados– Detecção de casos não dispõe de cultura (43%)– Sistema de informação deficiente– Sistema de referência e contra-referência
deficiente– Biossegurança inadequada
• Conclusões– Inexistência de ações efetivas de controle de TB
em hospitais, que representam 30% dos casos das grandes metrópoles
• População indígena
Incidência 4 vezes maior
• Presidiários
Incidência 40 vezes maior
• Moradores de rua
Incidência 60 vezes maior
Populações mais vulneráveis(em relação à população geral)
Prioridade atual do Ministério da Saúde
• População indígena
Incidência 4 vezes maior
• Presidiários
Incidência 40 vezes maior
• Moradores de rua
Incidência 60 vezes maior
• População atendida em hospitais
Mortalidade 10 vezes maior
Populações mais vulneráveis(em relação à população geral)
Revisão da Prioridade do Ministério da Saúde
Política Nacional para controle de Tuberculose em Hospitais
Normas do PNCTResolução nº ??? , 2008 do Conselho ??????? Diretriz Básica para Detecção de casos de Tuberculose entre
ingressos no Sistema Hospitalar nas Unidades da Federação
Estabelecendo • Compromisso político dos gestores das esferas federal,
estadual e municipal• Ações de vigilância epidemiológica, diagnóstico, tratamento,
prevenção • Criação de Comissão Municipal/Estadual/Federal de TB em
Hospitais públicos e privados para coordenar as ações de Controle de TB.
• Elaboração de Manual de Recomendações técnicas de ações de Controle de TB em hospitais e Serviços de Urgência/Emergência
• Incorporação de sistema de informação que agilize o fluxo de informações entre Hospitais, Laboratórios e Unidades Básicas de Saúde
OBRIGADO PELA ATENÇÃO
Referência 2007 - Tuberculosis book is now online.
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