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Deveres Éticos do Ministério Público

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Deveres ticos do Ministrio Pblico

Deveres ticos do Ministrio PblicoHugo Nigro Mazzilli

Devemos ter em mente que o zelo do membro do Ministrio Pblico pela JUSTIA, ele trabalha para a sociedade, cabendo-lhe pleno entrosamento com a comunidade onde exerce o seu mister, medida essencial ao conhecimento dos reais problemas ali existentes e consequente eficincia no servio pblico de sua responsabilidade. A independncia condio primeira ao comprometimento com a lei e com sua conscincia na defesa dos direitos humanos, exercitando plenamente as atribuies (poderes) que lhe foram conferidos.

Origens histricasControvrsia;

Ordenana francesa de 25 de maro de 1302 (Felipe IV, o Belo);

MP brasileiro: Ordenaes Afonsinas de 1447.Definio ConstitucionalArt. 127 - O Ministrio Pblico instituio permanente, essencial funo jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis.

Princpios Institucionais 1 - So princpios institucionais do Ministrio Pblico:

Unidade;Indivisibilidade;Independncia funcional.(...) o Ministrio Pblico estadual, quando atua no desempenho de suas prerrogativas institucionais e no mbito de processos cuja natureza justifique a sua formal participao (quer como rgo agente, quer como rgo interveniente), dispe, ele prprio, de legitimidade para ajuizar reclamao, em sede originria, perante o STF. No tem sentido, por implicar ofensa manifesta autonomia institucional do Ministrio Pblico dos Estados-membros, exigir-se que a sua atuao processual se faa por intermdio do Senhor Procurador-Geral da Repblica, que no dispe de poder de ingerncia na esfera orgnica do Parquet estadual, pois lhe incumbe, unicamente, por expressa definio constitucional (CF, art. 128, 1), a chefia do MPU. importante assinalar, porque juridicamente relevante, que o postulado da unidade institucional (que tambm se estende ao Ministrio Pblico dos Estados-membros) reveste-se de natureza constitucional (CF, , 1), a significar que o Ministrio Pblico estadual no representado muito menos chefiado pelo Senhor Procurador-Geral da Repblica, eis que plena a autonomia do Parquet local em face do eminente chefe do MPU. Mostra-se fundamental insistir na assero de que o Ministrio Pblico dos Estados-membros no est vinculado nem subordinado, no plano processual, administrativo e/ou institucional, a chefia do MPU, o que lhe confere ampla possibilidade de postular, autonomamente, em sede de reclamao, perante o STF. (Rcl 7.245, Rel. Min. Celso de Mello, deciso monocrtica, julgamento em 2-8-2010, DJE de 5-8-2010.) No mesmo sentido: Rcl 7.101, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 24-2-2011, Plenrio, DJE de 9-8-2011; Rcl 7.358, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-2-2011, Plenrio, DJE de 3-6-2011.

"O ato processual de oferecimento da denncia, praticado, em foro incompetente, por um representante, prescinde, para ser vlido e eficaz, de ratificao por outro do mesmo grau funcional e do mesmo Ministrio Pblico, apenas lotado em foro diverso e competente, porque o foi em nome da instituio, que una e indivisvel." (HC 85.137, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em13-9-2005,Primeira Turma, DJ de 28-10-2005.)

Autonomias 2 - Ao Ministrio Pblico assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no Art. 169, propor ao Poder Legislativo a criao e extino de seus cargos e servios auxiliares, provendo-os por concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, a poltica remuneratria e os planos de carreira; a lei dispor sobre sua organizao e funcionamento.

3 - O Ministrio Pblico elaborar sua proposta oramentria dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias. (autonomia financeira)

Garantias 5 - Leis complementares da Unio e dos Estados, cuja iniciativa facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecero a organizao, as atribuies e o estatuto de cada Ministrio Pblico, observadas, relativamente a seus membros: "Atribuies do Ministrio Pblico: matria no sujeita reserva absoluta de lei complementar: improcedncia da alegao de inconstitucionalidade formal do art. 66, caput e 1, do CC (Lei 10.406, de 10-1-2002). O art. 128, 5, da Constituio, no substantiva reserva absoluta a lei complementar para conferir atribuies ao Ministrio Pblico ou a cada um dos seus ramos, na Unio ou nos Estados-membros. A tese restritiva elidida pelo art. 129 da Constituio, que, depois de enumerar uma srie de funes institucionais do Ministrio Pblico, admite que a elas se acresam a de exercer outras funes que lhe forem conferidas, desde que compatveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representao judicial e a consultoria jurdica de entidades pblicas. Trata-se, como acentua a doutrina, de uma norma de encerramento, que, falta de reclamo explcito de legislao complementar, admite que leis ordinrias qual acontece, de h muito, com as de cunho processual possam aditar novas funes s diretamente outorgadas ao Ministrio Pblico pela Constituio, desde que compatveis com as finalidades da instituio e s vedaes de que nelas se incluam a representao judicial e a consultoria jurdica das entidades pblicas." (ADI 2.794, Rel. Min. Seplveda Pertence, julgamento em 14-12-2006, Plenrio, DJ de 30-3-2007.)

vitaliciedade, aps dois anos de exerccio, no podendo perder o cargo seno por sentena judicial transitada em julgado;

inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pblico, mediante deciso do rgo colegiado competente do Ministrio Pblico, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redao da EC 45/04)

irredutibilidade de subsdio, fixado na forma do art. 39, 4, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, 2, I; (Redao da EC 19/98)

Vedaesreceber, a qualquer ttulo e sob qualquer pretexto, honorrios, percentagens ou custas processuais;

exercer a advocacia;"Nas aes penais originrias, a defesa preliminar (Lei 8.038/1990, art. 4) atividade privativa dos advogados. Os membros do Ministrio Pblico esto impedidos de exercer advocacia, mesmo em causa prpria. So atividades incompatveis (Lei 8.906/1994, art. 28)." (HC 76.671, Rel. Min. Nri da Silveira, julgamento em 9-6-1998,Segunda Turma, DJ de 10-8-2000.)

participar de sociedade comercial, na forma da lei;

exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra funo pblica, salvo uma de magistrio;"Ministrio Pblico estadual. Exerccio de outra funo. (...) O afastamento de membro do Parquet para exercer outra funo pblica viabiliza-se apenas nas hipteses de ocupao de cargos na administrao superior do prprio Ministrio Pblico. (ADI 3.574, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 16-5-2007, Plenrio, DJ de 1-6-2007.) No mesmo sentido:MS 26.595, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 7-4-2010, Plenrio, DJE de 11-6-2010; ADI 3.298, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10-5-2007, Plenrio, DJ de 29-6-2007.

exercer atividade poltico-partidria; (Redao da EC 45/04)

receber, a qualquer ttulo ou pretexto, auxlios ou contribuies de pessoas fsicas, entidades pblicas ou privadas, ressalvadas as excees previstas em lei. (EC n 45/04)

6 - Aplica-se aos membros do Ministrio Pblico o disposto no art. 95, pargrafo nico, V. (EC n 45/04) - exercer a advocacia no juzo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos trs anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonerao.

LC 75Deveres

Art. 236. O membro do Ministrio Pblico da Unio, em respeito dignidade de suas funes e da Justia, deve observar as normas que regem o seu exerccio e especialmente: I - cumprir os prazos processuais; II - guardar segredo sobre assunto de carter sigiloso que conhea em razo do cargo ou funo; III - velar por suas prerrogativas institucionais e processuais; IV - prestar informaes aos rgos da administrao superior do Ministrio Pblico, quando requisitadas; V - atender ao expediente forense e participar dos atos judiciais, quando for obrigatria a sua presena; ou assistir a outros, quando conveniente ao interesse do servio; VI - declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;VII - adotar as providncias cabveis em face das irregularidades de que tiver conhecimento ou que ocorrerem nos servios a seu cargo;VIII - tratar com urbanidade as pessoas com as quais se relacione em razo do servio;IX - desempenhar com zelo e probidade as suas funes;X - guardar decoro pessoal.

Vedaes

Art. 237. vedado ao membro do Ministrio Pblico da Unio:I - receber, a qualquer ttulo e sob qualquer pretexto; honorrios, percentagens ou custas processuais;II - exercer a advocacia;

III - exercer o comrcio ou participar de sociedade comercial, exceto como cotista ou acionista;IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra funo pblica, salvo uma de magistrio; V - exercer atividade poltico-partidria, ressalvada a filiao e o direito de afastar-se para exercer cargo eletivo ou a ele concorrer.

Sanes

Art. 239. Os membros do Ministrio Pblico so passveis das seguintes sanes disciplinares: I - advertncia; II - censura; III - suspenso; IV - demisso; e V - cassao de aposentadoria ou de disponibilidade.

ComposioArt. 128. O Ministrio Pblico abrange:O Ministrio Pblico nacional uno [art. 128, I e II, da CF], compondo-se do MPU e dos Ministrios Pblicos dos Estados. (MS 26.690, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 3-9-2008, Plenrio, DJE de 19-12-2008.)

I - o Ministrio Pblico da Unio, que compreende: a)o Ministrio Pblico Federal;b)o Ministrio Pblico do Trabalho; c)o Ministrio Pblico Militar;d)o Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios;II - os Ministrios Pblicos dos Estados.

"Compete ao Supremo a soluo de conflito de atribuies a envolver o MPF e o MP estadual. (...) Define-se o conflito considerado o crime de que cuida o processo. A circunstncia de, no roubo, tratar-se de mercadoria alvo de contrabando no desloca a atribuio, para denunciar, do MP estadual para o Federal." (Pet 3.528, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 28-9-2005, Plenrio, DJ de 3-3-2006.) "Ministrio Pblico junto ao TCU Instituio que no integra o Ministrio Pblico da Unio taxatividade do rol inscrito no art. 128, I, da Constituio (...). O Ministrio Pblico que atua perante o TCU qualifica-se como rgo de extrao constitucional, eis que a sua existncia jurdica resulta de expressa previso normativa constante da Carta Poltica (art. 73, 2, I, e art. 130), sendo indiferente, para efeito de sua configurao jurdico-institucional, a circunstncia de no constar do rol taxativo inscrito no art. 128, I, da Constituio, que define a estrutura orgnica do MPU." (ADI 789, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-5-1994, Plenrio, DJ de 19-12-1994.)

1 - O Ministrio Pblico da Unio tem por chefe o Procurador-Geral da Repblica, nomeado pelo Presidente da Repblica dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, aps a aprovao de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a reconduo.

3 - Os Ministrios Pblicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territrios formaro lista trplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que ser nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma reconduo.

CPC

Art. 85 - O rgo do Ministrio Pblico ser civilmente responsvel quando, no exerccio de suas funes, proceder com dolo ou fraude.

Art. 138 - Aplicam-se tambm os motivos de impedimento e de suspeio:I - ao rgo do Ministrio Pblico, quando no for parte, e, sendo parte, nos casos previstos nos ns. I a IV do Art. 135;

Funes InstitucionaisI - promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei; Invivel, em nosso sistema normativo, o arquivamento, ex officio, por iniciativa do Poder Judicirio, de peas informativas e/ou de inquritos policiais, pois, tratando-se de delitos perseguveis mediante ao penal pblica, a proposta de arquivamento s pode emanar, legtima e exclusivamente, do prprio . (HC 106.124-MC, Rel. Min. Celso de Mello, deciso monocrtica, julgamento em 1-8-2011, DJE de 5-8-2011.)A jurisprudncia do STF assevera que o pronunciamento de arquivamento, em regra, deve ser acolhido sem que se questione ou se entre no mrito da avaliao deduzida pelo titular da ao penal. Inq 2.341-QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 28-6-2007, Plenrio, DJ de 17-8-2007.) No mesmo sentido: Pet 3.927, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 12-6-2008, Plenrio, DJE de 17-10-2008.II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Pblicos e dos servios de relevncia pblica aos direitos assegurados nesta Constituio, promovendo as medidas necessrias a sua garantia;III - promover o inqurito civil e a ao civil pblica, para a proteo do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;O tem legitimidade ativa para a defesa, em juzo, dos direitos e interesses individuais homogneos, quando impregnados de relevante natureza social, como sucede com o direito de petio e o direito de obteno de certido em reparties pblicas. (RE 472.489-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 29-4-2008, SegundaTurma, DJE de 29-8-2008.) No mesmo sentido: AI 516.419-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 16-11-2010, Segunda Turma, DJE de 30-11-2010.IV - promover a ao de inconstitucionalidade ou representao para fins de interveno da Unio e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituio;V - defender judicialmente os direitos e interesses das populaes indgenas;VI - expedir notificaes nos procedimentos administrativos de sua competncia, requisitando informaes e documentos para instru-los, na forma da lei complementar respectiva;

A Constituio Federal de 1988, ao regrar as competncias do , o fez sob a tcnica do reforo normativo. Isso porque o controle externo da atividade policial engloba a atuao supridora e complementar do rgo ministerial no campo da investigao criminal. Controle naquilo que a Polcia tem de mais especfico: a investigao, que deve ser de qualidade. Nem insuficiente, nem inexistente, seja por comodidade, seja por cumplicidade. Cuida-se de controle tcnico ou operacional, e no administrativo-disciplinar. (HC 97.969, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 1-2-2011, Segunda Turma, DJE de 23-5-2011.)VIII - requisitar diligncias investigatrias e a instaurao de inqurito policial, indicados os fundamentos jurdicos de suas manifestaes processuais; IX - exercer outras funes que lhe forem conferidas, desde que compatveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representao judicial e a consultoria jurdica de entidades pblicas.

CNMPArt. 130-A- O Conselho Nacional do Ministrio Pblico compe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da Repblica, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma reconduo, sendo: (Acrescentado pela EC-000.045-2004)I- o Procurador-Geral da Repblica, que o preside;II- quatro membros do Ministrio Pblico da Unio, assegurada a representao de cada uma de suas carreiras;III- trs membros do Ministrio Pblico dos Estados;IV- dois juzes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justia;V- dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;VI- dois cidados de notvel saber jurdico e reputao ilibada, indicados um pela Cmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

Art.130-A, CF. 2 Compete ao Conselho Nacional do Ministrio Pblico o controle da atuao administrativa e financeira do Ministrio Pblico e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministrio Pblico, podendo expedir atos regulamentares, no mbito de sua competncia, ou recomendar providncias;III - receber e conhecer das reclamaes contra membros ou rgos do Ministrio Pblico da Unio ou dos Estados, inclusive contra seus servios auxiliares, sem prejuzo da competncia disciplinar e correicional da instituio, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoo, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsdios ou proventos proporcionais ao tempo de servio e aplicar outras sanes administrativas, assegurada ampla defesa;IV - rever, de ofcio ou mediante provocao, os processos disciplinares de membros do Ministrio Pblico da Unio ou dos Estados julgados h menos de um ano;Natureza jurdicargo autnomo, de composio mista e exgena, encarregado do controle externo das atividades do MP, cabendo a ele adotar medidas hbeis a coibir irregularidades administrativas, financeiras e funcionais no mbito do MP, sem comprometer a autonomia funcional do Parquet (antes, zelando por ela).

*ADI 4263 Res.n 36Poder investigatrio do MP

(...) perfeitamente possvel que o rgo do promova a colheita de determinados elementos de prova que demonstrem a existncia da autoria e da materialidade de determinado delito. Tal concluso no significa retirar da Polcia Judiciria as atribuies previstas constitucionalmente, mas apenas harmonizar as normas constitucionais (arts. 129 e 144) de modo a compatibiliz-las para permitir no apenas a correta e regular apurao dos fatos supostamente delituosos, mas tambm a formao da opinio delicti. O art. 129, inciso I, da CF, atribui ao Parquet a privatividade na promoo da ao penal pblica. Do seu turno, o CPP estabelece que o inqurito policial dispensvel, j que o pode embasar seu pedido em peas de informao que concretizem justa causa para a denncia. Ora, princpio basilar da hermenutica constitucional o dos poderes implcitos segundo o qual, quando a CF concede os fins, d os meios.

Se a atividade fim promoo da ao penal pblica foi outorgada ao parquet em foro de privatividade, no se concebe como no lhe oportunizar a colheita de prova para tanto, j que o CPP autoriza que peas de informao embasem a denncia. Cabe ressaltar, que, no presente caso, os delitos descritos na denncia teriam sido praticados por policiais, o que, tambm, justifica a colheita dos depoimentos das vtimas pelo . (HC 91.661, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 10-3-2009,Segunda Turma, DJE de 3-4-2009.) No mesmo sentido:HC 93.930, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 7-12-2010, Segunda Turma, DJE de 3-2-2011; HC 96.638, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2-12-2010, Primeira Turma, DJE de 1-2-2011; HC 89.837, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 20-10-2009,Segunda Turma, DJE de 20-11-2009.

*Resoluo n 13 CNMPFunes do MP no processo penal

H de se distinguir no processo penal duas formas de atuao do . A primeira como dominus litis e outra como custos legis. O promotor de justia agiu como titular da ao penal ao oferecer denncia e contrarrazes apelao aviada. J no Tribunal de Justia do Estado de Minas Gerais e no STJ atuaram o procurador de Justia e o subprocurador-geral da Repblica como fiscais da lei. (HC 81.436, voto do Rel. Min. Nri da Silveira, julgamento em 11-12-2001, Segunda Turma, DJ de 22-2-2002.) No mesmo sentido: RHC 107.584, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 14-6-2011, Primeira Turma, DJE de 28-9-2011.

- Funo de acusador X garantidor de direitosHoje: custos constitutionis

A primeira reside no inciso II do art. 129 (...). dizer: o Ministrio Pblico est autorizado pela Constituio a promover todas as medidas necessrias efetivao de todos os direitos assegurados pela Constituio. (HC 97.969, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 1-2-2011, Segunda Turma, DJE de 23-5-2011).

Promotor Natural

"O postulado do Promotor Natural, que se revela imanente ao sistema constitucional brasileiro, repele, a partir da vedao de designaes casusticas efetuadas pela Chefia da Instituio, a figura do acusador de exceo. Esse princpio consagra uma garantia de ordem jurdica, destinada tanto a proteger o membro do Ministrio Pblico, na medida em que lhe assegura o exerccio pleno e independente do seu ofcio, quanto a tutelar a prpria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja interveno se justifique a partir de critrios abstratos e predeterminados, estabelecidos em lei. A matriz constitucional desse princpio assenta-se nas clusulas da independncia funcional e da inamovibilidade dos membros da Instituio. O postulado do Promotor Natural limita, por isso mesmo, o poder do Procurador-Geral que, embora expresso visvel da unidade institucional, no deve exercer a Chefia do Ministrio Pblico de modo hegemnico e incontrastvel. Posio dos Ministros Celso de Mello (Relator), Seplveda Pertence, Marco Aurlio e Carlos Velloso. Divergncia, apenas, quanto a aplicabilidade imediata do princpio do Promotor Natural: necessidade da interpositio legislatoris para efeito de atuao do princpio (Min. Celso de Mello); incidncia do postulado, independentemente de intermediao legislativa (Min. Seplveda Pertence, Marco Aurlio e Carlos Velloso)." (HC 67.759, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 6-8-1992, Plenrio, DJ de 1-7-1993.) No mesmo sentido:HC 103.038, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 11-10-2011, Segunda Turma, DJE de 27-10-2011; HC 102.147, Rel. Min. Celso de Mello, deciso monocrtica, julgamento em 16-12-2010, DJE de 3-2-2011.