determinaÇÃo da demanda hÍdrica da cultura do girassol ... · determinaÇÃo da demanda hÍdrica...

Click here to load reader

Upload: nguyentruc

Post on 14-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • DETERMINAO DA DEMANDA HDRICA DA CULTURA DO GIRASSOL IRRIGADA COM GUA RESIDURIA EM CONDIES DE CASA DE

    VEGETAO EM SO CRISTVO-SE.

    RoseanneSantosdeCarvalho1,JosSebastiodosSantosFilho2;FrancyelleSouzadeMenezes3,AnaileOliveiraCostaDamasio4,LarissaOliveiraGamadeSantana5,GregorioGuiradoFaccioli6.

    RESUMO

    A utilizao de guas residurias tratadas para fins agrcolas pode se tornar uma

    alternativa para a manuteno da qualidade dos corpos hdricos, da biota natural dos sistemas

    bem como alvio de demanda e preservao da oferta de gua para uso mais restritivos. O

    experimento foi realizado em casa de vegetao do Departamento de Engenharia Agronmica

    (DEA), localizada na Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo no perodo de julho a

    setembro de 2012. As guas residurias tratadas foram coletadas na Estao de Tratamento de

    Esgotos (ETE) Rosa Elze, localizada no Municpio de So Cristvo/SE. As irrigaes foram

    realizadas utilizando-se os seguintes tratamentos: T1 (100% de gua potvel da Companhia

    de Saneamento de Sergipe DESO); T2 (100 % de gua residuria tratada); T3 (50% de gua

    DESO + 50% de gua residuria tratada); T4 (25% de gua DESO + 75% de gua residuria

    tratada) e T5 (75% de gua DESO + 25% de gua residuria tratada). A lmina de irrigao

    foi obtida utilizando-se o mtodo do FAO 56. Foi utilizado o delineamento inteiramente

    casualizado (DIC), com 5 tratamentos e 4 repeties por parcela til.

    PALAVRAS-CHAVE: guas residurias, Irrigao, Cultura do girassol.

    INTRODUO

    A agricultura irrigada uma das atividades econmicas mais importantes no Brasil. A

    irrigao e a drenagem dos campos so atividades que permitem compensar os efeitos

    1Doutoranda em desenvolvimento e meio ambiente, Prodema UFS. [email protected]. Fone(79)98896695.

    2Mestre em desenvolvimento e meio ambiente, Prodema UFS 3 Aluna de Graduao do curso de Engenharia Agrcola, DEAGRI-UFS,

    4 Aluna de Graduao do curso de Agronomia, DEA-UFS, 5 Aluna de Graduao do curso de Agronomia, DEA-UFS,

    6Professor Doutor Adjunto do Departamento de Engenharia Agrcola, DEAGRI-UFS

    XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigao e Drenagem08 a 13 de novembro de 2015, UFS - So Cristvo/SE

    540

  • negativos da m distribuio, espacial e temporal, das guas de precipitao. Essa atividade

    tem como principal objetivo intensificar a produo agrcola, regularizando, ao longo do ano,

    as disponibilidades e os estoques de alimentos, uma vez que essa prtica permite uma

    produo na contra estao. Dentro dela, os consumos especficos variam bastante,

    dependendo do mtodo de irrigao empregado (HESPANHOL, 2008).

    De acordo com o mesmo autor, a gua uma vez poluda, pode ser tratada e reutilizada

    e outras atividades. As alternativas de reuso se baseiam de acordo com as caractersticas e

    condies locais, tais como decises polticas, esquemas institucionais e disponibilidade. No

    Brasil, as formas de reuso mais significativas so voltadas na rea urbana, industrial e recarga

    artificial de aquferos e agrcola. Existem referncias de legislao e normas sobre a

    utilizao de efluentes para reuso na agricultura. Na ltima edio da OMS (WHO, 2006)

    foram adotados procedimentos que ultrapassam o estabelecimento de diretrizes para o

    tratamento de guas residurias, objetivando o reuso em atividades agrcolas e aquicultura.

    Foram estabelecidos padres menos rgidos para o tratamento somado a recomendaes no

    manuseio da gua de reuso (CARVALHO, 2012).

    Nesse contexto, o girassol (Helianthus annuus L.) apresenta caractersticas

    importantes, como maior resistncia seca, ao frio e ao calor, em relao maioria das

    espcies normalmente cultivadas no Brasil (Leite, 2005) e se adapta a diferentes condies de

    solos e climas, podendo ser cultivado durante todo o ano, desde que haja disponibilidade

    hdrica. A adaptao dessa cultura a diferentes ambientes favorecida pelo sistema radicular

    do tipo pivotante que, sem impedimento fsico ou qumico, explora camadas mais profundas

    do solo em busca de gua e nutrientes.

    Sob esse aspecto, o trabalho teve como objetivo geral utilizar o reuso de efluentes

    provenientes de um sistema de tratamento de esgotos por lagoas de estabilizao na irrigao

    de cultura do Girassol (Helianthus annuus L.).

    MATERIAIS E MTODOS

    O experimento foi conduzido em casa de vegetao no Departamento de Engenharia

    Agronmica (DEA), localizada na Universidade Federal de Sergipe, em So

    Cristvo/Sergipe.

    O experimento foi compreendido entre os meses de julho a setembro de 2012 e foram

    cultivadas plantas de girassol (Helianthus annuus L.) em vasos plsticos. As irrigaes eram

    XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigao e Drenagem08 a 13 de novembro de 2015, UFS - So Cristvo/SE

    541

  • feitas diariamente e contendo sementes fornecidas pela EMBRAPA Tabuleiros Costeiros. Os

    tratamentos utilizados foram diferenciados em propores de efluente tratado e gua da

    Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO). O ciclo de cultivo teve a durao de 70 dias

    aps semeadura.

    As fontes utilizadas no experimento foram duas: gua potvel da DESO, coletadas em

    reservatrio de 500 litros, situado anexo casa de vegetao e guas residurias tratadas,

    proveniente da ETE Rosa Elze, transportadas semanalmente at o local do experimento em

    reservatrios plsticos de 20 litros com tampa.

    O delineamento experimental realizado foi inteiramente casualizados (DIC),

    constitudo por cinco tratamentos com quatro repeties. Os tratamentos foram T1 (100% de

    gua potvel da Companhia de Saneamento de Sergipe DESO); T2 (100 % de gua

    residuria tratada); T3 (50% de gua DESO + 50% de gua residuria tratada); T4 (25% de

    gua DESO + 75% de gua residuria tratada) e T5 (75% de gua DESO + 25% de gua

    residuria tratada).

    O efluente e a gua foram distribudos sobre os tratamentos por meio de sistema de

    irrigao, realizada diariamente e reposto individualmente em cada vaso (irrigao de

    superfcie com regador) 100% da demanda evapotranspiromtrica da cultura inicialmente. A

    demanda evapotranspiromtrica de referncia foi estimada diariamente, utilizando o mtodo

    padro FAO 56 Penman-Monteith e do coeficiente de cultura (Kc), este sendo multiplicado

    pelo ET0, resultando na evapotranspirao da cultura (ETpc). As variveis meteorolgicas

    (temperatura, umidade relativa do ar, radiao solar e velocidade do vento) foram obtidas

    diariamente por uma estao meteorolgica automtica instalada dentro da casa de vegetao

    e o coeficiente de cultivo da cultura do girassol foi definido pelo documento FAO 56 (1998).

    O solo utilizado no experimento foi coletado na localidade de Umbaba, situada no

    Estado de Sergipe, em propriedade da EMBRAPA, no dia 19/04/2012. O procedimento de

    coleta consistiu basicamente na no descaracterizao do material, sendo removido em

    camadas com espessuras de 20 cm (0-20cm; 20-40cm e 40-60cm) e sendo dispostas com as

    mesmas sequncias nos vasos plsticos.

    A semeadura foi realizada no dia 03/07/2012. Foram dispostas cinco sementes

    cedidas, recomendadas pela EMBRAPA TABULEIROS COSTEIROS e portadoras de

    informaes pessoais da referida instituio que eram do tipo hbridas. A sementes foram

    XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigao e Drenagem08 a 13 de novembro de 2015, UFS - So Cristvo/SE

    542

  • disposta

    mdia d

    A

    Com de

    01/08/2

    cada va

    aos 70 d

    RESUL

    realizad

    desenvo

    conside

    disponib

    A

    apresen

    atingind

    cultura

    de vegeta

    as em fileira

    de 2,0 cm em

    Acerca de t

    ez dias, foi

    2 012, foi re

    aso. Aos 56

    dias, com a

    LTADOS E

    Segundo U

    dos objetiv

    olvimento

    eradas de

    bilidade hd

    Ao longo

    ntaram valo

    do cerca d

    em questo

    Tabela 1: Mdao.

    Figu

    a em casa v

    m relao a

    trs dias ap

    feito o prim

    ealizado o d

    6 dias da se

    florao su

    E DISCUSS

    Ungaro et a

    vando a qu

    e rendime

    maior imp

    drica e a tem

    de todo

    or mximo

    de 25C. po

    o conforme

    dias mensais d

    ura 2: Mdias

    vaso, em sul

    superfcie.

    s o plantio

    meiro desba

    desbaste fin

    emeadura, d

    uperior a 50%

    SES

    al. 2009 cit

    uantificao

    ento das

    portncia d

    mperatura.

    o experim

    de 30,53

    ortanto valo

    apresentada

    de temperatur

    mensais de te

    lcos rasos, e

    o, observou

    aste, remov

    nal do expe

    deu-se incio

    %.

    tado por C

    o dos efeit

    cultivares.

    do ambient

    mento pode

    C e mnim

    ores aceitv

    a na (Figura

    ras, umidade r

    emperaturas n

    espaadas c

    -se a germi

    vendo trs p

    rimento, re

    o emisso

    CARVALHO

    tos do am

    Os autor

    te que so

    e ser obse

    mo de 20,9

    veis para u

    a 1 e 2).

    relativa do ar e

    no interior da c

    cerca de 1,5

    nao das p

    plntulas de

    stando uma

    o do boto f

    O 2012, div

    mbiente sob

    res destaca

    o a luz (r

    ervado que

    99C, e tem

    um bom de

    e radiao den

    casa de vegeta

    cm e profu

    primeiras se

    e cada vaso

    a nica pln

    floral das p

    versos estu

    bre o cresc

    am trs v

    radiao s

    e as temp

    mperaturas

    desenvolvim

    ntro da casa

    ao.

    undidade

    ementes.

    . No dia

    ntula em

    lantas e,

    udos so

    cimento,

    variveis

    olar), a

    peraturas

    mdias

    mento da

    XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigao e Drenagem08 a 13 de novembro de 2015, UFS - So Cristvo/SE

    543

  • 25C, e

    entre 2

    CARVA

    A

    e 151,7

    somente

    de 81,3

    seja, ap

    solar qu

    (Figura

    recuper

    rendime

    automt

    O girassol a

    embora exis

    27C a 28

    ALHO 2012

    A radiao

    73 W/m2 pa

    e no incio d

    30, 78,95 e

    presentando

    uanto a umi

    3 e 4).

    Fi

    De acordo

    ra-se parcia

    ento com o

    tica foram

    apresenta b

    stam estudo

    C so de

    2 ).

    solar apres

    ara os mese

    do ms de a

    76,05% pa

    um decrsc

    idade podem

    Figura 3: Ra

    igura 4: Umid

    com a FAO

    almente a p

    o uso de g

    utilizadas n

    om desenvo

    os que apon

    enominadas

    sentada dura

    es de julho,

    agosto por a

    ara os mese

    cimo mdio

    m enquadra

    adiao Solar

    ade relativa do

    O 33 (2004)

    partir de es

    gua reduzida

    na equao

    olvimento e

    ntam que em

    s de tima

    ante o expe

    , agosto e s

    alguns dias.

    es de julho,

    o ao longo d

    ar-se em val

    diria no inte

    do ar diria no

    , a cultura d

    stresse, exib

    a. As vari

    de Penman

    em tempera

    m condie

    as (UNGAR

    rimento obt

    setembro, r

    J a umida

    , agosto e s

    do experim

    lores aceitv

    erior da casa d

    interior da ca

    do girassol

    bindo meno

    veis coleta

    n-Monteith

    aturas que v

    s controlada

    RO et al.,

    teve mdias

    espectivam

    de relativa d

    setembro, re

    ento, contu

    veis para a

    de vegetao.

    asa de vegeta

    tolerante

    os redues

    das da Esta

    com a fina

    variam entre

    das, as temp

    , 2009 cita

    s de 153,06

    mente, com u

    do ar aprese

    respectivam

    udo tanto a r

    cultura do g

    o.

    ao dficit h

    s proporcio

    ao meteo

    alidade de

    e 20C a

    peraturas

    ado por

    , 159,58

    um pico

    entou-se

    ente, ou

    radiao

    girassol.

    hdrico e

    onais no

    rolgica

    obter os

    XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigao e Drenagem08 a 13 de novembro de 2015, UFS - So Cristvo/SE

    544

  • valores

    solar e

    pode-se

    solar in

    5).

    Figur

    A

    219,30

    relao

    CONCL

    termos

    estas en

    obter-se

    REFER CARVAmicrobobrigat

    HESPAAvana

    LEITE,Castro,

    WHO, p-c

    do ET0 e d

    da evapotr

    e concluir q

    ncidente na

    ra 5: Evapotran

    A soma tot

    mm por v

    demanda

    LUSO

    O clima da

    de radiao

    ncontradas n

    e bons resul

    RNCIAS

    ALHO, R. biolgica deria referen

    ANHOL, I. ados, v.22, n

    , R.M.V.B.C. (Eds.), G

    WastewateqoExcreta

    do ETpc. P

    ranspirao

    que a evapo

    cultura, ou

    nspirao de r

    tal da evapo

    vaso, j a e

    hdrica, foi

    a regio es

    o solar, um

    na regio s

    ltados em to

    BIBLIOGR

    S. Influe silagem d

    nte ao mestra

    Um novon.63, p.131-

    , Manejo dGirassol no

    er Use in Aand Greyw

    Pode-se obse

    da cultura

    otranspira

    seja, um

    referncia (Et0

    otranspira

    evapotransp

    i no montan

    studada se

    midade relat

    emirida do

    oda regio.

    RFICAS

    ncia da ide girassol.ado de Dese

    o paradigm-158, 2008.

    de doenas o Brasil, Lo

    Agriculturewater, vol.2

    ervar o com

    a, ambos ap

    o de refer

    fator prepo

    0) e Evapotra

    o de refer

    pirao da c

    nte de 7,65 l

    adequou ao

    tiva do ar, t

    o Estado, p

    irrigao c. Qualificaenvolvimen

    ma para a

    do girassoondrina: Em

    e, in: Guid2, World He

    mportamento

    presentam-s

    ncia est i

    onderante pa

    nspirao da c

    ncia ao lon

    cultura foi

    litros por va

    o requerido

    temperatura

    portanto em

    com guaso defendinto e Meio A

    a gesto d

    l, In: Leitembrapa Soja,

    elines for tealth Organi

    o da figura

    e sob form

    intimamente

    ara a obten

    cultura (Etpc)

    ngo do ciclo

    de 165,80

    aso.

    o pela cultu

    as mxima,

    termos clim

    s residurida em DezAmbiente P

    de recursos

    e, R.M.V.B p. 501546,

    the Safe Uization, Gen

    relativa r

    ma similar, p

    e ligada r

    o do ET0

    ) dirios do gir

    o de 70 dia

    mm por v

    ura do gira

    mnima e

    mticos,

    rias na quzembro 201PRODEMA/

    s hdricos.

    ., Brighent, 2005.

    Use of Wastnebra, Sua

    radiao

    portanto

    radiao

    0.(Figura

    rassol.

    as foi de

    vaso, em

    assol em

    mdias,

    possvel

    ualidade 2, etapa /UFS.

    .Estudos

    i, A.M.,

    tewater, a, 2006.

    XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigao e Drenagem08 a 13 de novembro de 2015, UFS - So Cristvo/SE

    545