estimativa da demanda hÍdrica potencial na irrigaÇÃo …
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BRUNO DE OLIVEIRA SOUZA
ESTIMATIVA DA DEMANDA HÍDRICA
POTENCIAL NA IRRIGAÇÃO POR PIVÔ
CENTRAL NA BACIA DO RIO URUCUIA
UTILIZANDO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO NDVI
LAVRAS – MG
2016
BRUNO DE OLIVEIRA SOUZA
ESTIMATIVA DA DEMANDA HÍDRICA POTENCIAL NA IRRIGAÇÃO
POR PIVÔ CENTRAL NA BACIA DO RIO URUCUIA UTILIZANDO
ÍNDICE DE VEGETAÇÃO NDVI
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola, área
de concentração em Engenharia Agrícola,
para a obtenção do título de Mestre.
Profa. Dra. Elizabeth Ferreira
Orientadora
LAVRAS – MG
2016
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema de Geração de Ficha Catalográfica da Biblioteca
Universitária da UFLA, com dados informados pelo(a) próprio(a) autor(a).
Souza, Bruno de Oliveira.
Estimativa da demanda hídrica potencial na irrigação por pivô
central na bacia do Rio Urucuia utilizando índice de vegetação NDVI
/ Bruno de Oliveira Souza. – Lavras : UFLA, 2016.
88 p. : il.
Dissertação(mestrado acadêmico)–Universidade Federal de
Lavras, 2016.
Orientadora: Elizabeth Ferreira.
Bibliografia.
1. Sensoriamento remoto. 2. Evapotranspiração. 3. Agricultura
irrigada. 4. Produtos MODIS. 5. Demanda hídrica. I. Universidade
Federal de Lavras. II. Título.
BRUNO DE OLIVEIRA SOUZA
ESTIMATIVA DA DEMANDA HÍDRICA POTENCIAL NA IRRIGAÇÃO
POR PIVÔ CENTRAL NA BACIA DO RIO URUCUIA UTILIZANDO
ÍNDICE DE VEGETAÇÃO NDVI
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola, área
de concentração em Engenharia Agrícola,
para a obtenção do título de Mestre.
APROVADA em 14 de março de 2016
Prof. Dr. Antonio Augusto Aguilar Dantas UFLA
Prof. Dr. Arionaldo de Sá Júnior IFSULDEMINAS
Profa. Dra. Elizabeth Ferreira
Orientadora
LAVRAS – MG
2016
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por todo amparo e pela presença
constante em minha vida.
Aos meus pais, Silvano e Rosangela, pelo exemplo de caráter, luta, fé e
perseverança.
À minha avó Rosa e à minha irmã Kamila por todo o apoio.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA) e aos professores e
funcionários do Departamento de Engenharia (DEG), pelo acolhimento e por
todo conhecimento transmitido.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) pela concessão da Bolsa de Mestrado.
À professora Dra. Elizabeth Ferreira, pela orientação, dedicação,
paciência e conhecimentos a mim repassados, estes de fundamental importância
para a realização de todo o trabalho.
Ao professor, Dr. Antonio Augusto Aguilar Dantas, pelos ensinamentos
e pela disponibilidade em participar como membro da banca examinadora no
exame de qualificação bem como na defesa da dissertação.
Aos meus colegas de laboratório, em especial, ao meu amigo Otávio,
sempre disposto a me ajudar.
Aos meus irmãos de fé, Daniel e Isael, presentes nos momentos mais
difíceis, sinais de Deus em minha caminhada.
RESUMO
Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de estimar a evapotranspiração,
assim como a demanda hídrica dos cultivos irrigados por pivôs centrais na bacia
do Rio Urucuia, no ano de 2013, utilizando séries temporais de produtos MODIS
e dados de campo coletados na estação meteorológica de Arinos-MG. Ao todo
foram mapeados 344 pivôs centrais na bacia, totalizando uma área de 30.032 ha.
Unaí foi o município que apresentou maior concentração de pivôs centrais
(31,4%), o município, também, registrou a maior demanda hídrica de toda a
bacia. Os perfis temporais de NDVI permitiram a análise do ciclo das culturas
agrícolas, ao longo dos meses do ano. Com o auxílio de séries temporais de
EVI2 foi possível identificar qual cultura agrícola encontrava-se implantada sob
determinado pivô central. Estimada a partir de uma eficiência de aplicação de
100%, a demanda hídrica das áreas irrigadas por pivôs centrais representou
18,9% da Q7,10. Considerada uma eficiência de aplicação de 90%, tal valor
correspondeu a 20,9% da Q7,10. Por último, considerando a menor das eficiências
de aplicação permitida (60%), a demanda hídrica alcançou 31,4% da Q7,10,
número preocupante, uma vez que ultrapassa os 30% permitidos. Considerando
os resultados obtidos, conclui-se que a utilização de água, para irrigação na bacia
estudada, está acima do recomendado, indicando a necessidade da reavaliação
do uso da água voltada à agricultura irrigada da região.
Palavras-chave: Sensoriamento Remoto. Evapotranspiração. Agricultura
irrigada. Produtos MODIS. Demanda hídrica.
ABSTRACT
This study was developed with the objective of estimating the
evapotranspiration, as well as the hydric demand of irrigated crops by center
pivots in the Urucuia River’s basin, in the year of 2013, using temporal series of
MODIS products and field data collected in the weather station of Arinos-MG.
Altogether, 344 center pivots were mapped in the basin, with a total area of
30,3032 ha. Unaí was the county that had the highest concentration of center
pivots (31.4%), the county also recorded the highest hydric demand of the entire
basin. The temporal profiles of NDVI allowed the analysis of the cycle of
agricultural crops throughout the months of the year, with the aid of temporal
series of EVI2 was possible to identify which agricultural crop was implanted
under determinate center pivot. Estimated from an application efficiency of
100%, the hydric demand of the irrigated areas by center pivots represented
18.9% of Q7,10. Considered an application efficiency of 90%, this valor
corresponded to 20.9% of Q7,10. Lastly, considering the lowest application
efficiency allowed (60%), the hydric demand reached 31.4% of Q7,10, a
disturbing number, once it surpasses the 30% allowed. Considering the results
gotten, it is concluded that the use of water for irrigation in the studied basin is
above the recommended, indicating the need of the reassessment of the use of
water intended to irrigated agriculture in the region.
Keywords: Remote Sensing. Evapotranspiration. Irrigated agriculture. MODIS
products. Hydro demand.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Progressão sazonal de NDVI e Kc, em locais de calibração do
modelo: campos irrigados, Nebraka, EUA. ...................................... 33
Figura 2 - Localização da área de estudo. ......................................................... 39
Figura 3 - Localização dos pivôs centrais na Bacia do Rio Urucuia. ................ 47
Figura 4 - Maiores áreas irrigadas por pivô central de cada município da
Bacia do Rio Urucuia. ...................................................................... 55
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Percentual de equipamentos do tipo pivô central, de acordo
com a área irrigada. ........................................................................ 50
Gráfico 2 - Valores mensais de precipitação (mm.mês-1
). ................................ 51
Gráfico 3 - Valores diários de evapotranspiração de referência estimados
pelo método Penman-Monteith (FAO 56), para a bacia do Rio
Urucuia, durante o ano de 2013. ..................................................... 52
Gráfico 4 - Valores mensais de evapotranspiração de referência,
estimados pelo método Penman-Monteith (FAO 56), para a
bacia do Rio Urucuia, durante o ano de 2013. ............................... 53
Gráfico 5 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores
máximos de NDVI e KcNDVI de uma área de 129 hectares,
irrigada por pivô central, localizada no município de
Formoso. ......................................................................................... 56
Gráfico 6 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores
máximos de NDVI e KcNDVI de uma área de 141 hectares,
irrigada por pivô central, localizada no município de Buritis. ....... 57
Gráfico 7 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores
máximos de NDVI e KcNDVI de uma área de 166 hectares,
irrigada por pivô central, localizada no município de Unaí. .......... 58
Gráfico 8 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores
máximos de NDVI e KcNDVI de uma área de 85 hectares,
irrigada por pivô central, localizada no município de Chapada
Gaúcha. ........................................................................................... 59
Gráfico 9 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores
máximos de NDVI e KcNDVI de uma área de 115 hectares,
irrigada por pivô central, localizada no município de Uruana
de Minas. ........................................................................................ 60
Gráfico 10 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores
máximos de NDVI e KcNDVI de uma área de 137 hectares,
irrigada por pivô central, localizada no município de
Bonfinópolis de Minas. .................................................................. 61
Gráfico 11 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores
máximos de NDVI e KcNDVI de uma área de 110 hectares,
irrigada por pivô central, localizada no município de
Riachinho. ...................................................................................... 63
Gráfico 12 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores
máximos de NDVI e KcNDVI de uma área de 168 hectares,
irrigada por pivô central, localizada no município de Urucuia. ..... 64
Gráfico 13 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores
máximos de NDVI e KcNDVI de uma área de 201 hectares,
irrigada por pivô central, localizada no município de São
Romão. ........................................................................................... 65
Gráfico 14 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de
129 hectares, irrigada por pivô central, localizada no
município de Formoso. ................................................................... 66
Gráfico 15 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de
141 hectares, irrigada por pivô central, localizada no
município de Buritis. ...................................................................... 67
Gráfico 16 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de
166 hectares, irrigada por pivô central, localizada no
município de Unaí. ......................................................................... 68
Gráfico 17 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de 85
hectares, irrigada por pivô central, localizada no município de
Chapada Gaúcha. ............................................................................ 69
Gráfico 18 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de
115 hectares, irrigada por pivô central, localizada no
município de Uruana de Minas. ..................................................... 70
Gráfico 19 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de
137 hectares, irrigada por pivô central, localizada no
município de Bonfinópolis de Minas. ............................................ 71
Gráfico 20 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de
110 hectares, irrigada por pivô central, localizada no
município de Riachinho. ................................................................ 72
Gráfico 21 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de
168 hectares, irrigada por pivô central, localizada no
município de Urucuia. .................................................................... 73
Gráfico 22 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de
201 hectares, irrigada por pivô central, localizada no
município de São Romão. .............................................................. 74
Gráfico 23 - Demanda hídrica das áreas irrigadas por pivôs centrais, nos
municípios pertencentes à bacia do Rio Urucuia, no ano de
2013, com eficiências de aplicação de 100% (m3.mês
-1)................ 77
Gráfico 24 - Demanda hídrica das áreas irrigadas por pivôs centrais, nos
municípios pertencentes à bacia do Rio Urucuia, no ano de
2013, com eficiências de aplicação de 90% (m3.mês
-1).................. 78
Gráfico 25 - Demanda hídrica das áreas irrigadas por pivôs centrais, nos
municípios pertencentes à bacia do Rio Urucuia, no ano de
2013, com eficiências de aplicação de 60% (m3.mês
-1).................. 79
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Especificações de 7 bandas espectrais do sensor MODIS. ............... 24
Tabela 2 - Número de pivôs centrais mapeados e área total irrigada por
municípios. ....................................................................................... 48
Tabela 3 - ETo máxima e mínima ocorrida nos meses de 2013. ........................ 52
Tabela 4 - Demanda hídrica anual das áreas irrigadas por pivôs centrais,
nos municípios pertencentes à bacia do Rio Urucuia (m3.mês
-1),
para eficiências de aplicação de 100%, 90% e 60%. ........................ 75
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 15
2 OBJETIVO ......................................................................................... 19
2.1 Objetivo Geral .................................................................................... 19
2.2 Objetivos Específicos ......................................................................... 19
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................... 21
3.1 Fundamentos do Sensoriamento Remoto ........................................ 21
3.1.1 Comportamento espectral da vegetação .......................................... 22
3.1.1.1 Produtos MOD13 ............................................................................... 24
3.1.2 Índices de vegetação ........................................................................... 25
3.2 Evapotranspiração ............................................................................. 28
3.2.1 Métodos de estimativa da evapotranspiração de referência
(ETo) .................................................................................................. 29
3.3 Coeficiente de cultura (Kc) ................................................................ 32
3.4 Relação entre Kc e os índices de vegetação ...................................... 33
3.5 Sensoriamento remoto na agricultura irrigada ............................... 34
3.6 Demanda de água pela agricultura irrigada .................................... 35
4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................. 39
4.1 Caracterização da área de estudo ..................................................... 39
4.2 Identificação e mapeamento dos pivôs centrais na bacia do Rio
Urucuia ............................................................................................... 40
4.3 Obtenção das imagens e organização da série temporal ................ 40
4.4 Extração dos valores máximos de NDVI e Kc para as áreas
irrigadas pelos pivôs centrais ............................................................ 41
4.5 Cálculo da evapotranspiração de referencia (ETo) ......................... 42
4.6 Cálculo da evapotranspiração de cultura (ETc) ............................... 43
4.7 Lâmina líquida, Lâmina bruta e Demanda hídrica da bacia do
Rio Urucuia......................................................................................... 43
4.8 Vazão da bacia .................................................................................... 44
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................... 47
5.1 Identificação dos pivôs centrais ........................................................ 47
5.2 Precipitação ........................................................................................ 50
5.3 Evapotranspiração de referência (ETo) ........................................... 51
5.4 Valores máximos de NDVI e Kc ........................................................ 54
5.4.1 Formoso .............................................................................................. 56
5.4.2 Buritis ................................................................................................ 57
5.4.3 Unaí .................................................................................................. 58
5.4.4 Chapada Gaúcha ................................................................................ 59
5.4.5 Uruana de Minas ................................................................................ 60
5.4.6 Bonfinópolis de Minas ....................................................................... 61
5.4.7 Riachinho ............................................................................................ 63
5.4.8 São Romão .......................................................................................... 65
5.5 Evapotranspiração de cultura ........................................................... 66
5.5.1 Formoso .............................................................................................. 66
5.5.2 Buritis ................................................................................................ 67
5.5.3 Unaí .................................................................................................. 68
5.5.4 Chapada Gaúcha ................................................................................ 69
5.5.5 Uruana de Minas ................................................................................ 70
5.5.6 Bonfinópolis de Minas ....................................................................... 71
5.5.7 Riachinho ............................................................................................ 72
5.5.8 Urucuia................................................................................................ 73
5.5.9 São Romão .......................................................................................... 74
6 CONCLUSÃO .................................................................................... 81
REFERÊNCIAS ................................................................................. 83
15
1 INTRODUÇÃO
Ao longo da história, a utilização dos sistemas de irrigação tem exercido
um importante papel, no desenvolvimento da agricultura, auxiliando o homem a
produzir alimentos de qualidade em grandes quantidades.
Calcula-se que cerca de 70% de toda água utilizada no mundo seja
destinada à agricultura irrigada. Tal valor pode chegar a 95% em países
considerados em desenvolvimento (FOOD AND AGRICULTURE
ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS - FAO, 2007). De acordo com
o último relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe
2014, da Agência Nacional de Águas (ANA), a irrigação é a atividade
responsável por 72% do consumo de água no Brasil (BRASIL, 2014).
Segundo o Levantamento da Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no
Brasil (BRASIL, 2013), os sistemas do tipo pivôs centrais ocupam uma área de
1,18 milhão de hectares, em todo o território nacional, contabilizando,
aproximadamente, 18 mil equipamentos.
A região Sudeste possui 1,58 milhão de hectares irrigados, o que
representa 35,6% da área total irrigada do país. Este fato a coloca na posição de
região com a maior área irrigada do Brasil (PAULINO et al., 2011).
No estado de Minas Gerais, predominam os métodos de irrigação por
aspersão os quais representam 64,04% de toda área irrigada do estado
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE,
2009). Ferreira et al. (2011) identificaram no estado 3.781 equipamentos de
irrigação do tipo pivô central, cobrindo uma área de, aproximadamente, 254.875
ha. Em levantamento mais recente, realizado por meio de uma parceria entre
ANA e Embrapa, a área irrigada por pivôs centrais, no estado de Minas Gerais,
foi de 366.428 hectares e corresponde a 31% da área ocupada por estes
equipamentos no país (BRASIL, 2013).
16
Tais números refletem a seriedade com que o assunto deve ser tratado,
uma vez que a utilização destes equipamentos, de forma inadequada, pode
acarretar a sobrecarga de mananciais, gerando conflitos entre os diversos setores
da sociedade que fazem uso da água.
Com o crescente uso do sensoriamento remoto, proporcionado pelo
desenvolvimento de sensores capazes de monitorar a superfície terrestre, em
intervalos de tempo cada vez menores e com riqueza de detalhes e informações
cada vez maiores, torna-se possível que imagens de satélites sejam utilizadas
tanto no mapeamento como no monitoramento de áreas irrigadas.
Estimar a demanda hídrica dos cultivos irrigados, em uma bacia
hidrográfica, utilizando produtos de sensoriamento remoto e dados de campo,
para a quantificação da evapotranspiração, tem se mostrado um método
promissor para monitorar o volume de água necessário à irrigação. Tais
estimativas subsidiam o combate aos usos inadequados, aos desperdícios e
permitem verificar se o uso do recurso encontra-se dentro do volume
estabelecido por lei. Assim, alguns conflitos entre os diversos setores da
economia e da sociedade podem ser minimizados pela garantia da
disponibilidade dos recursos hídricos aos múltiplos usos da água existentes na
bacia hidrográfica.
Inserida na bacia do São Francisco, a bacia hidrográfica do Rio Urucuia,
localizada na mesorregião Noroeste do estado de Minas Gerais, apresenta uma
área de drenagem de 25.135 km2. Nesta bacia, encontra-se instalado um grande
número de sistemas de irrigação do tipo pivô central, consequência do avanço da
agricultura irrigada na região. Tal realidade implica a necessidade de estudos
que auxiliem o monitoramento da demanda hídrica requerida pelos cultivos
estabelecidos, nestas áreas, aplicando técnicas e recursos mais recentes de
sensoriamento remoto.
17
Diante destes fatos, no presente trabalho, é apresentada uma estimativa
da demanda hídrica das áreas irrigadas por pivô central, na bacia hidrográfica do
Rio Urucuia, utilizando produtos de sensoriamento remoto, assim como dados
de campo de uma estação meteorológica. No final, o volume de água utilizado
pelos sistemas de irrigação por pivô central será comparado com o volume
estabelecido pela lei de outorga nesta bacia.
18
19
2 OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral
Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de estimar a
evapotranspiração de referência, assim como a demanda hídrica, das áreas
irrigadas por pivôs centrais, na bacia do Rio Urucuia, no ano de 2013, por meio
de produtos de sensoriamento remoto e dados de campo coletados em uma
estação meteorológica.
2.2 Objetivos Específicos
a) Identificar e mapear as áreas irrigadas por pivôs centrais na bacia do
Rio Urucuia;
b) Criar uma série temporal de imagens índices de vegetação NDVI
(Normalized Difference Vegetation Index), para a área da bacia
hidrográfica Urucuia, para o ano de 2013;
c) Obter os valores máximos de NDVI, em todos os meses do ano de
2013, nas áreas irrigadas por pivôs centrais;
d) Estimar os coeficientes de cultura (Kc) dos cultivos irrigados pelos
pivôs centrais, para todos os meses do ano, a partir dos valores
máximos de NDVI;
e) Estimar a evapotranspiração de referência (ETo) da bacia, a partir de
dados meteorológicos disponibilizados pelo INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia), para todos os meses do ano de 2013;
f) Estimar a evapotranspiração de cultura (ETc) nas áreas irrigadas por
pivôs centrais, para todos os meses do ano de 2013;
g) Obter a demanda hídrica requerida pelos cultivos, em diferentes
níveis de eficiência de aplicação, ao longo do ano de 2013;
20
h) Verificar se o volume de água gasto pelos pivôs centrais, no
processo de irrigação, é compatível com o volume permitido pela lei
de outorga da bacia.
21
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Fundamentos do Sensoriamento Remoto
Novo (2010) define sensoriamento remoto como a utilização conjunta de
sensores, equipamentos de processamento e transmissão de dados instalados a
bordo de aeronaves, espaçonaves ou outras plataformas, tendo por objetivo o
estudo de eventos, fenômenos e processos que ocorrem na superfície do planeta
Terra, por meio do registro e da análise das interações entre a radiação
eletromagnética e as substâncias que o compõem, em suas diversas
manifestações.
Moreira (2007) define sistemas sensores como dispositivos capazes de
detectar e registrar a radiação eletromagnética, em determinada faixa do espectro
eletromagnético, gerando informações que possam ser transformadas em
produtos passíveis de interpretação, seja na forma de imagem, gráficos ou
qualquer outro tipo de produto. Para o autor, quatro domínios de resolução
caracterizam os sistemas sensores, sendo eles: espectral, espacial ou geométrica,
temporal e radiométrica.
A resolução espectral refere-se a melhor ou a pior caracterização dos
alvos em função da largura espectral e/ou número de bandas em que o sistema
sensor opera. Já a resolução espacial pode ser entendida como a mínima
distância entre dois objetos (alvos) na qual um sensor pode registrá-lo como
sendo objetos distintos (ROSA, 2009).
A definição de resolução temporal indica o período de tempo que o
satélite leva para voltar a recobrir determinada área de interesse (MOREIRA,
2007).
Por último, resolução radiométrica descreve a habilidade de um sensor
em distinguir variações no nível de energia refletida, emitida ou retroespalhada
que deixa a superfície do alvo (NOVO, 2010).
22
Elementos como forma, tamanho, sombra, tonalidade, cor, padrão e
escala, presentes em fotografias e imagens de sensores remotos, possibilitam a
correta identificação de objetos e fenômenos existentes em determinada parcela
da superfície terrestre. Quão maior for a capacidade de associação destes
elementos por parte do intérprete maior será o número de informações extraídas
(MOREIRA, 2007).
Por apresentarem diferentes propriedades físico-químicas e biológicas,
os variados alvos, encontrados na superfície terrestre tais como, água, solo e
vegetação, interagem de maneira diferenciada espectralmente com a energia
eletromagnética incidente. Tais interações possibilitam o reconhecimento e a
distinção destes alvos, em produtos de sensoriamento remoto, pois são
reconhecidos devido à variação da porcentagem de energia refletida em cada
comprimento de onda (MORAES, 2002).
3.1.1 Comportamento espectral da vegetação
Uma série de fatores determina o comportamento da reflectância
espectral da vegetação, dentre os mais importantes destacam-se: espécie de
planta, tipo de solo, índice de área foliar, estado fenológico, biomassa, folha
(forma, posição, pigmentação, concentração de água, estrutura interna, dentre
outros), além das condições atmosféricas e o tipo de sistema sensor (ROSA,
2009).
O comportamento espectral da vegetação fotossinteticamente ativa pode
ser dividido em três regiões: a) até 0,7 µm, onde a reflectância é baixa, sendo
inferior a 20%, dominando a absorção da radiação incidente pelos pigmentos da
planta em 0,48 µm (carotenoides) e em 0,62 µm (clorofila). Um pequeno
aumento de reflectância é verificado em 0,56 µm, não superando níveis acima de
20%, tal reflectância é responsável pela cor verde da vegetação; b) de 0,7 a 1,3
µm, encontra-se a região dominada pela alta reflectância da vegetação (30% < ρ
23
< 40%), em razão da interferência da estrutura celular (estrutura do mesófilo);
entre 1,3 µm e 2,5 µm, o conteúdo de água das folhas domina a reflectância da
vegetação. São verificados, nesta região, os dois picos máximos de absorção
pela água: 1,4 µm e 1,95 µm. Tal região corresponde às bandas de absorção
atmosférica, fato explica o desenvolvimento de sensores com faixas espectrais
situadas em regiões menos sujeitas à atenuação atmosférica. Vale ressaltar que o
comportamento espectral da vegetação varia ao longo do seu ciclo vegetativo
(NOVO, 2010).
3.1.3 Sensor MODIS
Principal instrumento a bordo dos satélites Terra e Aqua, o sensor
MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) foi projetado com o
objetivo de fornecer uma série de observações globais da superfície terrestre,
assim como dos oceanos e da atmosfera nas regiões do visível e do
infravermelho do espectro eletromagnético, cobrindo a terra em intervalos de
dois dias.
Com sinais gravados em 12 bits, possui alta sensibilidade radiométrica,
dispondo de 36 bandas espectrais contidas no intervalo de 0,4 a 14,4 µm do
espectro eletromagnético (RUDORFF; SHIMABUKURO; CEBALLOS, 2007).
Sua resolução espacial varia de 250 a 1.000 m, de modo que duas
bandas são obtidas na resolução de 250 m, outras cinco bandas na resolução de
500 m e as 29 bandas restantes possuem resolução de 1.000 m.
Em uma órbita circular, heliossincrônica, com altura de 705 km, imagea
uma faixa de 2.330 km (ROSA, 2009).
A Tabela 1 apresenta as especificações das bandas 1-7 do sensor
MODIS, bandas estas direcionadas a aplicações terrestres.
24
Tabela 1 - Especificações de 7 bandas espectrais do sensor MODIS.
Uso Preliminar Bandas Largura da banda (nm)
Terra/ Nuvens / Limites de aerosóis
Terra/ Nuvens/ Propriedade de
aerossóis
1
2
3
4
5
6
7
620 – 670
841 – 876
459 – 479
545 – 565
1230 – 1250
1628 – 1652
2105 - 2155
Fonte: Adaptada do website <http://modis.gsfc.nasa.gov/about/specifications.php>
3.1.1.1 Produtos MOD13
Os produtos MODIS, relacionados ao estudo da vegetação, são
basicamente três:
MOD15 – Leaf Area Index / fPAR e MOD17 - Net Primary Production
/Net Photosynthesis e MOD13 – Vegetation Indices (VI). Por sua vez, o produto
MOD13 VI subdivide-se em MOD13A1, MOD13A2, MOD13A3, MOD13C1,
MOD13C2 e o MOD13Q1.
Desenvolvido com o objetivo de avaliar e monitorar os recursos
vegetais, o produto MOD13 contém os índices de vegetação NDVI (Normalized
Difference Vegetation Index) e EVI (Enhanced Vegetation Index). Ambos
produzidos, globalmente, com resolução de 1 km, 500 m e 250 m,
disponibilizados em mosaicos de 16 dias (reamostrados, corrigidos
atmosfericamente e com presença mínima de nuvens) ou em composições de
imagens. Permite a realização de estudos a respeito das condições da cobertura
vegetal, ao longo do tempo, nas escalas global e regional (RUDORFF;
SHIMABUKURO; CEBALLOS, 2007).
O produto MOD13Q1 apresenta uma síntese do máximo valor do índice
de vegetação (NDVI e EVI), com intervalo de 16 dias e resolução espacial de
25
250 m. Já o produto MOD09GQ, superficie de refletância global diária, é
disponibilizado, em duas bandas (1 e 2) de 250 m, que correspondem,
respectivamente, ao vermelho e infravermelho próximo.
3.1.2 Índices de vegetação
Os índices de vegetação têm sido propostos com o objetivo de explorar
as propriedades espectrais da vegetação nas regiões do visível e do
infravermelho próximo. Tais índices estão relacionados a parâmetros biofísicos
da cobertura vegetal, como biomassa e índice de área foliar (PONZONI;
SHIMABUKURO, 2009).
O primeiro índice a ser utilizado foi o da razão simples (JORDAN,
1969), obtido por meio da divisão dos valores de FRB (fator de reflectância
bidirecional) referentes à região do infravermelho próximo por valores de FRB
correspondentes à região do vermelho, conforme a Equação (1).
𝑆𝑅 =𝜌𝑖𝑣𝑝
𝜌𝑣 (1)
Em que:
SR = razão simples
ρivp = FRB no infravermelho próximo
ρv = FRB no vermelho
Proposto por Rouse et al. (1973), o Normalized Difference Vegetation
Index (NDVI) normalizou a razão simples compreendendo-a em um intervalo de
-1 a +1, expressa pela Equação (2):
𝑁𝐷𝑉𝐼 =𝜌𝑖𝑣𝑝−𝜌𝑣
𝜌𝑖𝑣𝑝+𝜌𝑣 (2)
Em que:
NDVI = Normalized Difference Vegetation Index
26
ρivp = FRB no infravermelho próximo
ρv = FRB no vermelho
Já o Enhanced Vegetation Index (EVI), proposto por Huete et al. (1997),
foi desenvolvido com o objetivo de aprimorar o sinal da vegetação
incrementando a sensibilidade, em regiões com maiores densidades de biomassa,
reduzindo as influências do sinal de fundo do dossel e da atmosfera (JUSTICE et
al., 1998).
Amplamente utilizado na construção de perfis temporais, o NDVI
permite a detecção de mudanças, na fenologia e sazonalidade da vegetação, além
de possibilitar a análise do período de crescimento, pico de verde, mudanças
fisiológicas das folhas e períodos de senescência (PONZONI;
SHIMABUKURO, 2009).
Risso et al. (2012) avaliaram o desempenho dos índices de vegetação
NDVI e EVI (índice de vegetação realçado) do sensor MODIS, na discriminação
de áreas de soja das áreas de cana-de-açúcar, pastagem, cerrado e floresta, no
Estado do Mato Grosso. Os autores concluíram que o NDVI apresenta melhor
desempenho, na discriminação das áreas de soja na entressafra, enquanto o EVI
apresenta melhor desempenho no período de pleno desenvolvimento da cultura.
Deste modo, os autores afirmam que o melhor resultado, para classificação da
soja, no Estado do Mato Grosso, por meio de séries temporais do sensor
MODIS, é obtido com uso combinado do NDVI na entressafra e do EVI no
pleno desenvolvimento da soja.
Rosa et al. (2010) avaliaram um modelo agrometeorológicos espectral,
para estimar a produtividade de cafezais. Utilizaram-se imagens do sensor
MODIS e dados agrometeorológicos do modelo regional de previsão do tempo
(ETA), para fornecer as variáveis de entrada para o modelo agrometeorológicos
Spectral da mesorregião geográfica sul/sudoeste do estado de Minas Gerais nos
27
anos-agrícolas de 2003/2004 a 2007/2008. Por meio do NDVI, obtido de
imagens MODIS, estimaram o índice de área foliar (IAF), variável espectral de
entrada do modelo agrometeorológicos Spectral, utilizada no cálculo da
produtividade máxima. Também utilizaram como variáveis de entrada do
modelo: dados meteorológicos gerados pelo modelo ETA e a capacidade de
água disponível no solo. Ao comparar a produtividade média estimada pelo
modelo com a fornecida oficialmente pelo IBGE, as diferenças relativas, obtidas
em escala regional, foram de: 0,4, 3,0, 5,3, 1,5 e 8,5% para os anos agrícolas
2003/2004, 2004/2005, 2005/2006, 2006/2007 e 2007/2008, respectivamente.
Assim, concluíram que o modelo agrometeorológicos espectral, que tem como
base o modelo de Doorenbos e Kassam (1979) - FAO 33, foi tão eficaz, para
estimar a produtividade dos cafezais, quanto o modelo oficial do IBGE.
Possibilitando também, a espacialização da quebra de produtividade e a previsão
de 80% da produtividade final, na primeira quinzena de fevereiro, antes do início
da colheita.
Jungues e Fontana (2009) elaboraram perfis temporais de
NDVI/MODIS, mediante a construção de máscaras de cultivo, verificando as
variações interanuais dos perfis associadas à variação do rendimento de grãos de
trigo no Rio Grande do Sul. Os resultados mostraram que é possível gerar perfis
temporais de NDVI que permitam monitorar o desenvolvimento das lavouras de
cereais de inverno e que podem ser empregados no estudo das variações
interanuais de rendimento de grãos de trigo. Verificaram, também, que os
maiores rendimentos de grãos estão relacionados à manutenção de altos valores
de NDVI (acima de 0,7) por um período maior de tempo.
Liesenberg, Ponzoni e Galvão (2007) utilizaram composições de 16 dias
de índices de vegetação do sensor MODIS, com resolução espacial de 1km, a
bordo dos satélites TERRA e AQUA, na caracterização da dinâmica sazonal, em
2004, de cinco fitofisionomias de Cerrado e analisaram sua separabilidade
28
espectral. Ao comparar os índices NDVI e EVI, calculados a partir dos dados
dos sensores de ambas as plataformas e de uma base comum de pixels,
obtiveram os seguintes resultados: (a) dentre as fitofisionomias estudadas, a
Floresta Estacional decídua apresentou uma dinâmica sazonal muito marcante,
em função da perda de folhas da estação chuvosa para a seca (substancial
redução nos índices) e do rápido verdejamento com o início da precipitação no
final de outubro (rápido incremento de NDVI e EVI); (b) o NDVI mostrou
maior variabilidade entre as classes de vegetação do que o EVI apenas na
estação seca; (c) a discriminação entre as fitofisionomias melhorou da estação
chuvosa para a seca; (d) o NDVI foi mais eficiente do que o EVI, para
discriminar as classes de vegetação, na estação seca, ocorrendo o contrário na
estação chuvosa; e (e) na maioria das datas selecionadas para o estudo, não
houve diferenças estatisticamente significativas entre os índices de vegetação
gerados de ambas as plataformas, apesar das variações na qualidade dos pixels
selecionados para as composições de 16 dias e na geometria de iluminação e de
visada.
3.2 Evapotranspiração
Thornthwaite e Wilm (1944) definem evapotranspiração como a
transferência de água do solo vegetado para a atmosfera pela ação conjunta da
evaporação e da transpiração. Este processo inclui a evaporação da água do solo,
a evaporação da água depositada pela irrigação, chuva ou orvalho, na superfície
das folhas e a transpiração vegetal. Pode ser expressa em valores totais, médios
ou diários, em volume por unidade de área ou em lâmina de água, no período
considerado.
A evapotranspiração é função da quantidade de energia solar que incide
em uma determinada área. Fatores como tipo de planta, solo e clima
29
influenciam, diretamente, na quantidade de água evapotranspirada
(BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2008).
3.2.1 Métodos de estimativa da evapotranspiração de referência (ETo)
A determinação da evapotranspiração pode ser realizada por meio de
métodos diretos e indiretos. Dentre os métodos diretos podemos citar o do
lisímetro, das parcelas experimentais e do controle de umidade do solo. Tais
métodos apresentam bons resultados, entretanto em decorrência da
complexidade e dos custos dos equipamentos, quase sempre se restringem à
pesquisa. Por sua vez, os métodos indiretos utilizam de modelos físico-
matemáticos, baseados em elementos climáticos disponibilizados por meio de
estações meteorológicas (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2008).
Gardiman Junior, Magalhães e Cecilio (2012) compararam o
desempenho das equações empíricas de Thornthwaite, Camargo, Camargo
Simplificado e Garcia Lopez e física de Priestley Taylor, para estimativa da
evapotranspiração de referência, comparando-as ao método universal de
Penman-Montheit - FAO 56, para as condições climáticas da localidade de
Linhares, no litoral norte do Estado do Espírito Santo. Assim, concluíram que
em relação aos índices, parâmetros estudados e escalas de tempo, o método que
apresentou melhor desempenho foi o de Garcia Lopez.
Utilizando um conjunto de dados mensais de 21 anos (1990 a 2010),
com os elementos climáticos temperatura, umidade relativa, velocidade do vento
e insolação, Melo e Fernandes (2012) avaliaram o desempenho dos métodos de
Blaney-Criddle, Jensen-Haise, Linacre, Radiação Solar, Hargreaves-Samani,
Makkink, Thornthwaite, Camargo, Priestley-Taylor e Penman Original, na
estimativa da evapotranspiração potencial, em comparação com o método
padrão Penman-Monteith – FAO 56, no município de Uberaba-MG. Quando os
métodos empíricos, para a estimativa da ETo, foram comparados com o método
30
padrão, os métodos de Makkink e de Camargo apresentaram os melhores
desempenhos. Já o método de Hargreaves-Samani apresentou a melhor relação
linear com o método padrão, com coeficiente de correlação (r) de 0,88.
Araújo et al. (2011) compararam o desempenho dos métodos de
estimativa de evapotranspiração de Camargo, Radiação - FAO 24, Blaney-
Criddle - FAO 24, Hargreaves & Samani e Irrigâmetro, em relação ao método
padrão, proposto pela FAO, Penman-Monteith - FAO 56, em intervalos de um,
três, cinco e sete dias, nas condições climáticas do sul do Espírito Santo.
Concluíram que, independentemente do intervalo analisado, o método do
Irrigâmetro foi o que apresentou as melhores estimativas de evapotranspiração
em relação ao método padrão Penman-Monteith - FAO 56. Os métodos de
Camargo e Blaney-Criddle - FAO 24 subestimaram os valores de
evapotranspiração, já os métodos da Radiação-FAO 24 e Hargreaves & Samani
superestimam os valores de evapotranspiração, independentemente do intervalo
analisado.
A partir de dados obtidos na estação meteorológica automática do
DTCS/UNEB, Juazeiro, BA, Oliveira et al. (2010) avaliaram o desempenho do
método do tanque classe A e dos métodos de Hargreaves-Samani e de Makkink,
para a região norte da Bahia, comparando-os aos valores diários estimados pelo
método de Penman-Monteith - FAO 56. Ao fim do estudo, os métodos de
Hargreaves-Samani e de Makkink apresentaram bons desempenhos, ambos com
coeficiente “c” = 0,76. Já o método do tanque classe A apresentou desempenho
apenas regular, com coeficiente “c” = 0,62.
Tomando como referência o método de Penman-Monteith - FAO 56,
Pereira et al. (2009) avaliaram o desempenho de métodos de estimativa da
evapotranspiração de referência (ETo), durante os períodos chuvoso (outubro a
março) e seco (abril a setembro), nas escalas diária e mensal, nos anos de 2007 e
2008, para a bacia hidrográfica do Ribeirão Lavrinha, região da Serra da
31
Mantiqueira, no estado de Minas Gerais. Concluíram que os métodos que
envolvem radiação solar foram mais precisos na estimativa da ETo em relação
aos métodos que envolvem apenas a temperatura do ar. As melhores estimativas
foram obtidas pelos métodos de Jensen-Haise, FAO Radiação, Penman e
Blaney-Criddle FAO, para ambos os períodos, com coeficientes de desempenho
entre "muito bom" e "ótimo". Por último, os autores concluíram que, para a
região da Serra da Mantiqueira, os métodos Jensen-Haise, FAO Radiação e
Blaney-Criddle FAO são mais indicados, para estimativas em escala diária, pois
apresentam maior precisão e formulações mais simples, enquanto o método de
Jensen-Haise apresentou o menor erro padrão de estimativa (EPE) nas
estimativas em escala mensal.
Syperreck et al. (2008) compararam a eficiência dos métodos de
estimativa da evapotranspiração de referência de Thornthwaite, Camargo e
Hargreaves-Samani, em relação ao método de FAO Penman- Monteith, na
região de Palotina, estado do Paraná. Os dados meteorológicos utilizados foram
coletados, na estação meteorológica da rede do Iapar, compreendendo o período
de 1994 a 2003. As médias diárias da evapotranspiração de referência variaram
entre 2,58 e 3,62 mm.dia-1
. Em escala diária, os métodos avaliados apresentaram
bom ajuste, quando comparados ao método de FAO Penman-Monteith,
apresentando coeficientes de correlação (r) que variaram de 0,85 a 0,86. O
coeficiente de exatidão ou de concordância (d) apresentou valores que variaram
entre 0,82 e 0,85. Em relação ao método de FAO Penman-Monteith, os métodos
de Hargreaves-Samani, Thornthwaite e Camargo apresentaram bom
desempenho, quando avaliados pelo índice “c”, tendo o método de Hargreaves-
Samani apresentado o melhor índice de desempenho (0,73).
Vescove e Turco (2005) compararam com o método padrão de Penman-
Monteith três métodos de estimativa da evapotranspiração de referência (ETo)
sendo eles: Radiação Solar (RS), Makkink (MAK) e Tanque Classe A (TCA),
32
em dois períodos distintos das fases de desenvolvimento da cultura de citros, por
meio de dados médios quinzenais, para os períodos inverno-primavera e verão-
outono de uma fazenda de citros, em Araraquara - SP, onde foi instalada uma
estação meteorológica automatizada e um tanque Classe A. Ao fim do estudo, os
resultados obtidos pelos autores mostraram que o método do TCA superestimou
a ETo em 26% no período verão-outono e em 24% no período inverno-
primavera. Já o método de Makkink subestimou a ETo, nos dois períodos
analisados, enquanto o método da RS superestimou a ETo.
3.3 Coeficiente de cultura (Kc)
O coeficiente de cultura (Kc) é expresso pela razão entre a
evapotranspiração máxima de uma determinada cultura (ETc) e a
evapotranspiração de referência (ETo); varia conforme o tipo de cultura, o
estágio de desenvolvimento e a duração do ciclo vegetativo. Obtido por meio da
Equação 3:
𝐾𝑐 =𝐸𝑇𝑐
𝐸𝑇𝑜 (3)
Em que:
Kc = coeficiente de cultura
ETc = evapotranspiração de cultura
ETo = evapotranspiração de referência
A ETc pode ser medida diretamente pela transferência de massa, pelo
método do balanço de energia ou, ainda, derivada de estudos do balanço hídrico
do solo determinados a partir de campos cultivados ou pelo uso de lisímetros
(ALLEN et al., 1998).
A ETo pode ser calculada, por meio de dados climáticos, assim como
pela combinação direta da resistência da cultura, albedo e fatores de resistência
33
do ar utilizando a equação de Penman (1948). Tal método é recomendado como
padrão pela Food and Agriculture Organizational of the United Nations (FAO),
para estimar a ETo, conhecido como método FAO 56 (ALLEN et al., 1998),
capaz de predizer com grande confiabilidade a ETo numa vasta variedade de
climas e locais.
3.4 Relação entre Kc e os índices de vegetação
Utilizando séries temporais de produtos de índice de vegetação NDVI do
sensor MODIS com resolução de 250 m, Kamble, Kilic e Hubbard (2013)
desenvolveram um modelo de regressão linear simples, para estabelecer uma
correlação entre os valores de NDVI e Kc, no qual obtiveram uma forte
correlação entre os valores de Kc estimados (KcNDVI) e os valores de Kc
observados (FAO – 56), para as culturas do milho e da soja, em diferentes
sistemas de produção agrícola, nas altas planícies dos Estados Unidos, com r2 de
0,91 e 0,90. A figura 1 mostra a progressão sazonal dos valores de NDVI e Kc,
em locais de calibração do modelo, em que predominam campos irrigados, no
estado de Nebraka, EUA.
Figura 1 - Progressão sazonal de NDVI e Kc, em locais de calibração do
modelo: campos irrigados, Nebraka, EUA.
34
Bezerra et al. (2010) afirmam que a reflectância espectral das culturas
agrícolas é capaz de fornecer uma estimativa indireta dos valores de Kc. Fato
que, também, pode ser visto por meio da semelhança entre as curvas de Kc e as
dos índices de vegetação.
Também, com o objetivo de estabelecer uma relação entre valores de
NDVI e Kc apresentados pelas culturas de milho, soja, sorgo e alfafa, na região
centro-sul do estado de Nebraska, Singh e Irmak (2009) desenvolveram um
modelo de regressão linear e obtiveram como resultado uma alta correlação
entre os valores de NDVI e Kc, com destaque às culturas irrigadas.
Dessa forma, verifica-se que o modelo de regressão linear mostra-se um
método prático e eficaz no estabelecimento e análise da relação entre valores de
NDVI e Kc.
3.5 Sensoriamento remoto na agricultura irrigada
A partir de imagens dos satélites Landsat 5 e Landsat 7, datadas do ano
de 2001, Schmidt et al. (2004) mapearam as áreas de concentração dos sistemas
de irrigação por pivô central, nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio
de Janeiro e São Paulo. O estado de Minas Gerais apresentou o maior número de
equipamentos, contabilizando um total de 2.485 pivôs centrais. Por sua vez, no
estado de São Paulo, foram identificados 1.305 equipamentos, cobrindo uma
área de 254.360 ha. Em trabalho mais recente, Landau et al. (2014)
identificaram, no estado de São Paulo, 3.528 equipamentos, contabilizando uma
área de 168.674,19 ha. Rio de Janeiro mostrou-se o estado com o menor número
de equipamentos num total de 15, também, colocando-se como estado com a
menor área ocupada pelos pivôs centrais, totalizando 6.620 ha. Ao fim, os
autores concluíram que a metodologia utilizada mostrou-se válida, para a
determinação do número e distribuição de equipamentos de irrigação do tipo
35
pivô central, podendo servir de complemento a informações disponibilizadas por
outras fontes.
Utilizando imagens dos satélites Landsat 5 e Landsat 7, além de
ferramentas de geoprocessamento, Sano et al. (2005) estimaram a demanda
hídrica dos sistemas de irrigação por pivôs centrais, no Distrito Federal, assim
como determinaram a variação da área irrigada por estes sistemas entre os anos
de 1992 e 2002, a fim de verificar sua importância em relação ao consumo
humano. Os autores verificaram que de 1992 para 2002 o número de pivôs
centrais, no Distrito Federal, passou de 55 para 104, a área irrigada de 3.894 ha
para 6.823 ha e o consumo de 23,36 para 40,94 milhões de m3 ano
-1. Concluíram
que o uso de água para irrigação por pivô central, no Distrito Federal, mostra-se
menos representativo do que o consumo de água, para o abastecimento humano,
contudo a demanda para a irrigação tem crescido de forma acelerada, indicando
uma possível alteração desse quadro.
Utilizando imagens do satélite CBERS2B/CCD, Ferreira et al. (2011)
realizaram um mapeamento cadastral das áreas irrigadas por pivôs centrais, no
Estado de Minas Gerais, de modo a suprir a pouca informação relativa à
agricultura irrigada na região. Ao fim do trabalho, os autores identificaram 3.781
sistemas de irrigação do tipo pivô central. A maior área irrigada foi de 192,6
hectares, enquanto a menor foi de 4,6 hectares. Os municípios de Unaí e
Paracatu apresentaram os maiores números de equipamentos instalados, num
total de 495 e 455 sistemas, respectivamente.
3.6 Demanda de água pela agricultura irrigada
Estima-se que 17% de toda a terra agricultável, no mundo,
correspondam a áreas irrigadas, sendo responsáveis pela produção de mais de
40% de todo alimento consumido no mundo (PAULINO et al., 2011). De acordo
com a United States Geological Survey - USGS (2010), 60% de toda a água
36
doce mundial são destinadas à irrigação de culturas agrícolas. No Brasil,
segundo o Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe
2014, a irrigação é responsável pela maior parcela de vazão consumida (72%),
assim como pela (PEREIRA JÚNIOR; NICÁCIO, 2014) maior parcela de vazão
retirada, algo em torno de 54% do total. O valor estimado pela Agência Nacional
de Águas, em relação à área irrigada, em 2012, foi de 5,8 milhões de hectares,
ou 19,6% do potencial nacional de 29,6 milhões de hectares.
Apesar de ser o principal uso consuntivo no país e, por isso, demandar
maior atenção dos órgãos gestores, visando ao uso racional de água, a
agricultura irrigada propicia o aumento da produtividade de alimentos e,
consequentemente, preços menores em relação àqueles produzidos em áreas de
sequeiro. Em especial nas regiões onde o déficit hídrico é significativo, a
irrigação constitui-se em fator essencial para a produção agrícola (BRASIL,
2014).
A Q7,10 (vazão específica mínima de sete dias de duração e período de
retorno de 10 anos) corresponde a um valor que, em média, a cada 10 anos, será
igualado ou inferiorizado pelo escoamento médio de estiagem do rio em
quaisquer 7 dias consecutivos.
De acordo com a portaria 010/98 do Instituto Mineiro de Gestão da
Água-IGAM, é fixado, para o estado de Minas Gerais, o percentual de 30% da
Q7,10 como limite máximo de derivações consuntivas a serem outorgadas, em
cada seção da bacia hidrográfica considerada, garantindo, assim, vazões
residuais mínimas, a jusante, equivalentes a 70% da Q7,10 (HIDROTEC UFV,
2009).
Ferreira, Silva e Dantas (2014) utilizaram dados de sensoriamento
remoto, para estimar a demanda hídrica requerida pela irrigação na bacia do Rio
Urucuia, MG, no ano de 2010, comparando os resultados obtidos com a
disponibilidade hídrica da bacia. A estimativa da demanda hídrica foi realizada a
37
partir da evapotranspiração de referência bem como da evapotranspiração das
culturas agrícolas presentes na área. Ao final do estudo, os autores concluíram
que, para o ano de 2010, as demandas hídricas requeridas pelos pivôs centrais de
irrigação excediam o limite de 30% da Q7,10 (vazão mínima de sete dias de
duração e dez anos de recorrência), estabelecida como vazão de referência a ser
utilizada, para o cálculo da disponibilidade hídrica superficial na bacia
hidrográfica do Rio Urucuia, de acordo com a Resolução Conjunta SEMAD-
IGAM nº 1548, de 29 de março 2012 (MINAS GERAIS, 2012). Considerado as
eficiências de aplicação de 100%, 90% e 60%, para os equipamentos, a demanda
de água requerida por eles foi, respectivamente, 43%, 48% e 72% da
disponibilidade hídrica da bacia, extrapolando, desta forma, o valor permitido
pela lei vigente.
38
39
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Caracterização da área de estudo
A área estudada foi a bacia do Rio Urucuia, localizada na mesorregião
noroeste do estado de Minas Gerais, pertencente à Bacia do Rio São Francisco.
Apresenta uma área de 25.135 km² e está situada entre as coordenadas
geográficas de 14°30’ a 17°00’ de Latitude Sul e 45°00’ a 47°00’ de Longitude
Oeste de Greenwich. Doze munícipios encontram-se inseridos na bacia,
conforme mostrado na Figura 2.
Figura 2 - Localização da área de estudo.
Fonte: Adaptado de Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM (2014).
40
De acordo com os índices de umidade de Thornthwaite, o clima na
região é considerado subúmido e subúmido seco (C2 e C1, respectivamente),
registrando uma temperatura média anual de 23°C. As médias anuais de
precipitação ficam em torno de 990 a 1.414 mm. Predominam na bacia os
latossolos com chapadas e planícies. A região se destaca pela intensa atividade
do agronegócio, sendo comum a utilização de práticas de irrigação (FERREIRA;
SILVA; DANTAS, 2014).
4.2 Identificação e mapeamento dos pivôs centrais na bacia do Rio Urucuia
A identificação e o mapeamento dos pivôs centrais, existentes na bacia
do Rio Urucuia, foram realizados, com o auxílio de imagens de satélite,
disponibilizadas pelo Google Earth. Foi adotado, como critério, apenas o uso de
imagens do ano de 2013.
Para a geração dos polígonos, representativos das áreas irrigadas por
pivôs centrais, foram marcadas as coordenadas geográficas do centro de cada um
dos pivôs, assim como seus respectivos raios. Estas informações foram
organizadas, na forma de planilha eletrônica, possibilitando a importação para o
sistema de informação geográfica Quantum GIS® (Open Source Geospatial
Foundation - OSGeo).
No sistema de informação geográfica QGIS, foram importadas as
coordenadas geográficas e o raio referente a cada um dos pivôs centrais
encontrados no perímetro da bacia. Isto permitiu a realização da operação
“buffer” que produziu um arquivo no formato vetorial com os círculos
correspondentes às áreas irrigadas por cada um dos pivôs centrais existentes na
bacia do Rio Urucuia.
4.3 Obtenção das imagens e organização da série temporal
Os produtos utilizados no estudo foram obtidos, por meio do Banco de
Produtos MODIS, na Base Estadual Brasileira, disponível em:
41
http://www.modis.cnptia.embrapa.br/geonetwork/srv/pt/main.home. Foram
obtidos os produtos de índice de vegetação MOD13Q1-NDVI, desenvolvidos
com o objetivo de fornecer comparações espaciais e temporais consistentes das
condições da vegetação terrestre. Tais produtos possuem frequência temporal de
16 dias e resolução espacial de 250 metros.
Para uma melhor manipulação das informações, os produtos obtidos
foram organizados na forma de séries temporais, sendo o procedimento
realizado com o auxílio do aplicativo ILWIS (Integrated Land and Water
Information System – 52° North). A primeira imagem da série referiu-se à data
de 01/01/2013, enquanto a última data foi 19/12/2013. Ao todo, vinte e três
imagens foram utilizadas, espaçadas entre si por um intervalo de 16 dias,
contemplando, desta forma, todos os meses do ano de 2013.
4.4 Extração dos valores máximos de NDVI e Kc para as áreas irrigadas
pelos pivôs centrais
A organização dos produtos MOD13Q1-NDVI, em série temporal, no
aplicativo ILWIS, juntamente com a importação do arquivo de polígonos em
formato vetorial, contendo os círculos correspondentes às áreas irrigadas pelos
pivôs centrais da bacia do Rio Urucuia, permitiu a extração dos máximos valores
de NDVI, observados em cada um dos pivôs centrais, ao longo de todo o ano de
2013.
Desta forma, foram obtidos os valores máximos de NDVI, para cada
área irrigada por pivô central, nas vinte e três imagens utilizadas.
Posteriormente, estes valores foram organizados, de forma mensal, de modo a
facilitar a análise dos resultados obtidos e a integração com novas informações.
Após a obtenção dos valores máximos mensais de NDVI, para cada um
dos pivôs centrais mapeados na bacia do Rio Urucuia, foram calculados os
coeficientes de cultura (Kc), para cada uma das áreas irrigadas pelos pivôs
42
centrais, para cada mês do ano de 2013. Tal procedimento foi realizado,
utilizando o modelo de regressão linear simples (EQUAÇÃO 4), proposto por
Kamble, Kilic e Hubbard (2013). Desta forma, foram estabelecidos valores
mensais de Kc, a partir dos valores máximos mensais de NDVI.
𝐾𝑐 = 1,457 𝑁𝐷𝑉𝐼 − 0,1725 (4)
4.5 Cálculo da evapotranspiração de referencia (ETo)
Para o cálculo da evapotranspiração de referência da bacia do Rio
Urucuia, foi utilizada a metodologia, proposta por Penman-Montheih – FAO56
(ALLEN et al., 1998), expressa pela Equação (5):
ETo =0,408∆ (Rn−G)+ γ
900
T+273 u2(es−ea)
∆+ 𝛾 (1+0,34 𝑢2) (5)
Em que ETo é a evapotranspiração de referência estimada pelo método
de Penman-Monteith (mm.dia-1
); Rn, a radiação líquida (MJ.m2 .dia
-1); G, o fluxo
de calor no solo (MJ.m2 .dia
-1); T, a temperatura média do ar (ºC); u2 a
velocidade do vento a 2 m de altura (m.s-1
); es a pressão de vapor de saturação
(kPa); ea a pressão real de vapor (kPa); ∆ a tangente da curva de saturação (kPa.
°C-1
); e γ a constante psicométrica (kPa. °C-1
).
Foram utilizados dados meteorológicos da estação de Arinos-MG,
administrada pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia). Para o ano de
2013, foram coletados dados horários de temperatura do bulbo seco, umidade
relativa, pressão atmosférica e velocidade do vento, bem como os dados diários
de precipitação, temperatura máxima e temperatura mínima. Como não havia
registros de dados de insolação solar diária para essa estação, a estimativa de Rn
foi feita seguindo uma metodologia proposta por Allen et al. (1998). Assim que
obtidos todos os dados necessários, para o cálculo da evapotranspiração de
43
referência, eles foram organizados na forma de planilha eletrônica. Ao final do
procedimento, foram obtidos os valores de evapotranspiração de referência, da
bacia do Rio Urucuia, para os 365 dias do ano de 2013. Posteriormente, estes
valores foram somados, sendo agrupados em intervalos mensais.
4.6 Cálculo da evapotranspiração de cultura (ETc)
A partir dos valores de Kc, obtidos em cada área irrigada por pivô
central, para todos os meses do ano de 2013, juntamente com os valores de
evapotranspiração de referência, foram obtidos os valores da evapotranspiração
de cultura em mm.mês-1
, por meio da Equação 6 (ALLEN et al., 1998):
𝐸𝑇𝑐 = 𝐸𝑇𝑜. 𝐾𝑐 (6)
Em que:
ETc = Evapotranspiração da cultura (mm.mês-1
),
ETo = Evapotranspiração de referência (mm.mês-1
),
Kc = Coeficiente de cultura.
4.7 Lâmina líquida, Lâmina bruta e Demanda hídrica da bacia do Rio
Urucuia
A lâmina líquida de irrigação, entendida como a quantidade de água que
deve ser reposta no solo, corresponde aos valores de evapotranspiração da
cultura. Com estes valores, calculou-se a lâmina bruta acumulada de irrigação
(volume de água destinado à irrigação), obtida pela divisão da lâmina líquida
pela eficiência de aplicação da irrigação, segundo Equação 7 (BERNARDO;
SOARES; MANTOVANI, 2008).
𝐿𝐵 =𝐸𝑇𝑐
𝐸𝑎 (7)
Em que:
LB = Lâmina bruta acumulada de irrigação (mm.mês-1
),
44
ETc = Evapotranspiração da cultura (mm.mês-1
),
Ea = Eficiência de aplicação da irrigação (decimal).
Foram consideradas eficiências de aplicação dos equipamentos de 100%
(sistema ideal), 90% e 60%. Percentuais de eficiência abaixo de 60% não foram
considerados, uma vez que são considerados inaceitáveis na irrigação.
Pela medida do raio de cada um dos pivôs centrais de irrigação, foi
possível extrair a informação da área ocupada.
Obtidos os valores de lâmina bruta e de área irrigada, para cada um dos
pivôs centrais, foi possível estimar a demanda hídrica, entendida como a
quantidade de água utilizada na irrigação, explicitada pela Equação 8
(BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2008).
𝐷𝐻 = 𝐿𝐵. Área (8)
Em que:
DH = Demanda hídrica (litros.mês-1
),
LB = Lâmina bruta acumulada de irrigação (mm.mês-1
),
Área = Área irrigada (m2).
4.8 Vazão da bacia
Os dados de vazão da bacia foram obtidos, por meio do Atlas Digital das
Águas de Minas, elaborado pelo Departamento de Engenharia Agrícola da
Universidade Federal de Viçosa, MG, em parceria com a Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) e a Secretaria de
Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento (SEAPA).
Tomando por referência o exutório da bacia, foi utilizado o valor da
Q7,10, que é a vazão mínima de 7 dias consecutivos com período de recorrência
de 10 anos. Este valor é adotado como referência para concessão das outorgas e,
45
também, para definição da situação hídrica no Estado de Minas Gerais,
fornecendo a estimativa estatística da disponibilidade hídrica dos escoamentos
naturais de água. No Estado de Minas Gerais são destinados à irrigação 30% do
valor da Q7,10.
46
47
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Identificação dos pivôs centrais
Por meio de imagens disponibilizadas pelo Google Earth, datadas do ano
de 2013, foram mapeados 344 pivôs centrais de irrigação, na bacia do Rio
Urucuia, conforme mostra a Figura 3, totalizando uma área de 30.032 ha. Esse
número representa, aproximadamente, 1,2% da área total da bacia.
Figura 3 - Localização dos pivôs centrais na Bacia do Rio Urucuia.
48
Utilizando imagens Landsat 5, datadas do ano de 2010, Silva e Ferreira
(2011) encontraram, na mesma área de estudo, por meio de interpretação visual,
334 pivôs centrais de irrigação. Isto significa que houve um aumento de 3% no
número de equipamentos instalados neste período.
Na Tabela 2 é mostrada a distribuição dos pivôs centrais por município
bem como sua área irrigada total, em hectares.
Tabela 2 - Número de pivôs centrais mapeados e área total irrigada por
municípios.
Município Pivôs centrais Área total irrigada (ha)
Unaí
Buritis
108
66
10.395
5.447
São Romão
Bonfinópolis de Minas
50
45
5.722
3.716
Formoso
Urucuia
36
27
1.957
1.988
Riachinho
Uruana de Minas
6
4
394
285
Chapada Gaúcha
Arinos
2
0
128
0
Santa Fé de Minas
Pintópolis
0
0
0
0
Os municípios de Unaí, Buritis, São Romão e Bonfinópolis de Minas,
juntos, possuem 78,2% do total de pivôs centrais instalados na bacia. Os
municípios de Arinos, Santa Fé de Minas e Pintópolis não apresentaram nenhum
equipamento instalado.
49
A área média observada dos equipamentos instalados na bacia foi de 87
ha e o maior deles encontra-se no município de São Romão e possui área de 201
ha. O menor equipamento está localizado no município de Urucuia e possui uma
área de 18,5 ha.
A área total irrigada por pivôs centrais, nos doze municípios, que
compõem a bacia é de 30.032 ha (TABELA 2). Já a população é de 189.124
habitantes. De acordo com Christofidis (2006), o indicador mundial de
superfície anual irrigada, per capita, apresentava-se no patamar de 463 m2hab
-1,
tendo ocorrido, no final do século XX, uma redução para o valor de 453 m2 hab
-
1. Dessa forma, ter-se-á, para os municípios que compõem a bacia, um valor de
1587,9 m2 hab
-1, número expressivo e bem superior ao indicador mundial.
O Gráfico 1 mostra o percentual de equipamentos do tipo pivô central,
de acordo com a área irrigada na bacia do Rio Urucuia. Observa-se que 54,4%
dos equipamentos cobrem áreas que variam de 50 a 100 hectares, num total de
187 pivôs. O menor percentual verificado é o de equipamentos com área de
cobertura superior a 150 hectares, num total de 4 equipamentos, o que
corresponde a 1,2%. Já os equipamentos que cobrem áreas com até 50 hectares e
entre 100 e 150 hectares correspondem, respectivamente, a 13,6% e 30,8%.
50
Gráfico 1 - Percentual de equipamentos do tipo pivô central, de acordo com a
área irrigada.
Nos anos de 2008 e 2009, Ferreira et al. (2011) contabilizaram, no
município de Unaí, um total de 495 pivôs centrais. No presente trabalho foram
mapeados 108 equipamentos, distribuídos no perímetro da bacia Urucuia, os
demais equipamentos encontram-se localizados no perímetro da bacia do Rio
Paracatu.
A região mostra um grande potencial agrícola, confirmado pelo grande
número de equipamentos de irrigação do tipo pivô central instalados, bem como
o aumento no seu número ao longo dos últimos anos.
5.2 Precipitação
Na estação meteorológica de Arinos-MG, foram coletados, em
intervalos diários, dados de precipitação, posteriormente, foram agrupados em
intervalos mensais, conforme mostra o Gráfico 2:
51
Gráfico 2 - Valores mensais de precipitação (mm.mês-1
).
Os dados mostram que os meses mais chuvosos do ano de 2013 foram
janeiro, março e dezembro com precipitações mensais de 293, 210 e 403 mm,
respectivamente. Já os meses de maio, junho, julho, agosto e setembro fecharam
o ano com precipitações mensais inferiores a 30 mm.
De acordo com o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia
Hidrográfica do Rio Urucuia, 90% da chuva anual estende-se de outubro a
março, enquanto o período seco vai de abril a setembro. A precipitação anual foi
de 1.251 mm, ficando acima da média anual histórica, cujo valor é 1.175 mm
(IGAM, 2014).
5.3 Evapotranspiração de referência (ETo)
Para o cálculo da evapotranspiração de referência (ETo), foram
utilizados os seguintes dados: temperatura média, temperatura máxima,
temperatura mínima, umidade média, pressão média, velocidade média do vento
e insolação solar diária; esta última estimada a partir da metodologia proposta
por Allen et al. (1998). A ETo foi obtida, em intervalos diários, conforme mostra
o Gráfico 3.
52
Gráfico 3 - Valores diários de evapotranspiração de referência estimados pelo
método Penman-Monteith (FAO 56), para a bacia do Rio Urucuia,
durante o ano de 2013.
Na Tabela 3, são apresentados os valores máximos e mínimos de ETo
ocorridos dentro de cada um dos meses do ano de 2013.
Tabela 3 - ETo máxima e mínima ocorrida nos meses de 2013.
Mês ETo máxima Data (ETo máxima) ETo mínima Data (ETo mínima)
janeiro 6,61 mm 03/01/2013 3,24 mm 24/01/2013
fevereiro 5,69 mm 16/02/2013 3,48 mm 06/02/2013
março 5,35 mm 05/03/2013 3,07 mm 20/03/2013
abril 4,37 mm 04/04/2013 3,17 mm 23/04/2013
maio 3,73 mm 07/05/2013 2,34 mm 30/05/2013
junho 3,24 mm 30/06/2013 2,25 mm 01/06/2013
julho 4,32 mm 04/07/2013 2,54 mm 07/07/2013
agosto 5,94 mm 29/08/2013 3,07 mm 03/08/2013
setembro 5,86 mm 20/09/2013 3,25 mm 05/09/2013
outubro 6,19 mm 24/10/2013 3,06 mm 08/10/2013
novembro 6,28 mm 19/11/2013 3,39 mm 06/11/2013
dezembro 5,54 mm 04/12/2013 3,25 mm 27/12/2013
53
As maiores amplitudes de valores de ETo foram verificadas, nos meses
de janeiro, outubro e novembro, com estes meses variando de 3,24 a 6,61
mm.dia-1
(janeiro), 3,06 a 6,19 mm.dia-1
(outubro) e 3,39 a 6,28 mm.dia-1
(novembro). Por sua vez, os meses de junho, abril e maio apresentaram,
respectivamente, os comportamentos mais homogêneos de ETo, com amplitudes
inferiores a 1,4 mm.dia-1
.
Posteriormente, os valores de ETo foram agrupados de forma mensal,
conforme mostra o Gráfico 4.
Gráfico 4 - Valores mensais de evapotranspiração de referência, estimados pelo
método Penman-Monteith (FAO 56), para a bacia do Rio Urucuia,
durante o ano de 2013.
Com relação aos valores de ETo calculados e analisando o Gráfico 4,
verifica-se que de janeiro a junho os valores apresentam-se decrescentes,
tornando-se crescentes de julho a dezembro. Janeiro, novembro e outubro
registraram, respectivamente, os maiores valores, enquanto junho, julho e maio,
apresentaram, respectivamente, os menores valores de evapotranspiração
calculados. Tais resultados estão de acordo com os publicados no Plano Diretor
54
de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Urucuia (IGAM, 2014), no
qual a evapotranspiração variou de 99 mm.mês-1
em junho a 143 mm.mês-1
em
outubro, sendo os meses de menor evapotranspiração de maio a julho. Medindo
o grau de correlação entre os valores de ETo obtidos e os apresentados no plano
diretor da bacia, obteve-se de Pearson igual a 0,82. Tal resultado indica uma
forte correlação entre os resultados encontrados em ambos os trabalhos.
A evapotranspiração anual calculada na bacia foi de 1.530 mm, ficando
pouco acima da média anual histórica que é de 1.481 mm. Comportamento
similar foi verificado por Lemos Filho et al. (2007), ao analisar a demanda
hídrica do estado de Minas Gerais, por meio de valores de ETo estimados pelo
método de Penman-Monteith-FAO. Em seus resultados, o autor conclui que os
menores valores estimados de ETo ocorreram, no período de abril a agosto,
tendo os valores mínimos sido encontrados no mês de junho. Já os maiores
valores estimados de ETo, para as estações de Minas Gerais, foram registrados
no mês de janeiro. O autor, ainda, afirma que as regiões Noroeste e do Triângulo
apresentaram as menores variações espaciais da ETo, enquanto as menores
variações temporais da ETo foram registradas no noroeste, no oeste, no sul e no
sudeste (Zona da mata) de Minas.
5.4 Valores máximos de NDVI e Kc
Extraídos os valores máximos de NDVI, de cada uma das áreas irrigadas
pelos pivôs centrais, para todos os meses do ano de 2013 e utilizando o modelo
de regressão linear, proposto por Kamble (EQUAÇÃO 4), foram obtidos os
valores de Kc baseados nos valores de NDVI. Como o índice de vegetação
NDVI foi utilizado, para estimar os valores de Kc, o coeficiente da cultura será
aqui denominado KcNDVI.
Os gráficos seguintes apresentam séries temporais dos valores máximos
de NDVI, juntamente com os valores de Kc baseados nos valores de NDVI
55
(KcNDVI). Para ilustrar o que foi realizado, nas 344 áreas irrigadas por pivô
central, foram escolhidos os pivôs centrais que apresentavam a maior área
irrigada de cada município da bacia estudada (FIGURA 4).
Figura 4 - Maiores áreas irrigadas por pivô central de cada município da Bacia
do Rio Urucuia.
Legenda: (1) Formoso, 129 ha; (2) Buritis, 141 ha; (3) Unaí, 166 ha; (4) Chapada
Gaúcha, 85 ha; (5) Uruana de Minas, 115 ha; (6) Bonfinópolis de Minas , 137 ha; (7)
Riachinho, 110 ha; (8) Urucuia, 168 ha; (9) São Romão, 201 ha.
Fonte: Laboratório de Sensoriamento Remoto Aplicado à Agricultura e Floresta
(FREITAS et al., 2011).
A partir da análise dos perfis temporais de NDVI e KcNDVI, juntamente
com o auxílio de séries temporais de EVI2 disponibilizadas pelo Laboratório de
Sensoriamento Remoto Aplicado à Agricultura e Floresta, foi identificada a
cultura agrícola presente na maior área irrigada de cada município.
56
5.4.1 Formoso
Gráfico 5 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores máximos de
NDVI e KcNDVI de uma área de 129 hectares, irrigada por pivô
central, localizada no município de Formoso.
A cultura agrícola presente na área trata-se de cana-soca. De janeiro a
abril, conforme mostra o Gráfico 5, nota-se um gradativo aumento nos valores
de KcNDVI (com exceção do mês de março, em que há uma ligeira queda), os
quais, também, são os maiores valores, ao longo de todos os meses do ano e
abril registra o maior deles 0,83. Tal comportamento indica o estágio de
desenvolvimento, incremento de biomassa e a maturação da cultura. Altos
índices de precipitação são verificados, neste mesmo período, merecendo
destaque os meses de janeiro e março, nos quais choveu, respectivamente, 292,7
e 209,9 mm. O período que vai de maio a setembro foi o mais seco do ano, neste
mesmo período verifica-se uma gradativa queda nos valores de Kc, o menor
deles registrado no mês de setembro (0,53). A partir de outubro, os valores de Kc
voltam a crescer, indicando um novo ciclo de desenvolvimento da planta.
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NDVI Kcndvi Precipitação
57
5.4.2 Buritis
Gráfico 6 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores máximos de
NDVI e KcNDVI de uma área de 141 hectares, irrigada por pivô
central, localizada no município de Buritis.
A cultura agrícola, plantada na área, trata-se de milho. De janeiro a
junho, conforme mostra o Gráfico 6, são encontrados os maiores valores de
KcNDVI, o que indica o desenvolvimento e a maturação da cultura e este período
coincide com a safra de verão. O mês de abril apresenta o maior valor de KcNDVI
em todo ano 0,97. Neste mesmo período, a precipitação atingiu valores
significativos, com destaque aos meses de janeiro e março, nos quais choveu,
respectivamente, 292,7 e 209,9 mm. A partir do mês de julho, os valores de
KcNDVI começam a diminuir, tal fato ocorre até o mês de outubro. Esta gradativa
diminuição indica a realização da colheita da cultura, o mês de setembro registra
o menor valor de KcNDVI de todo o ano 0,57, valor este influenciado pela
presença de palhada resultante da colheita, assim como uma maior exposição do
solo. Neste período, a precipitação diminui, significativamente, destaque para o
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NDVI Kcndvi Precipitação
58
mês de agosto no qual não choveu. Em novembro, os valores de KcNDVI voltam a
subir, indicando um novo ciclo de desenvolvimento da cultura.
Ao determinar o coeficiente de cultura do milho no Campo
Experimental da Embrapa Semiárido, Petrolina-PE, Souza et al. (2010)
verificaram, na fase de crescimento máximo, o mesmo valor de Kc encontrado,
em Buritis, no mês de abril, 0,97. Bastos et al. (2008), ao determinar o Kc do
milho, utilizando lisímetros na região dos Tabuleiros Litorâneos do Piauí,
encontraram valores de Kc oscilando entre 0,5 e 0,7 na fase de brotação e
estabelecimento da cultura.
5.4.3 Unaí
Gráfico 7 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores máximos de
NDVI e KcNDVI de uma área de 166 hectares, irrigada por pivô
central, localizada no município de Unaí.
A cultura agrícola implantada na área trata-se de cana-soca. De janeiro a
junho, conforme mostra o Gráfico 7, são encontrados os maiores valores de
KcNDVI, o que indica o período de desenvolvimento e maturação da cultura,
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NDVI Kcndvi Precipitação
59
destaque para o mês de fevereiro que regista o maior valor de todo o ano 1,1.
Neste mesmo período, os índices de precipitação são significativos e o mês no
qual mais choveu foi janeiro, com 292,7 mm, seguido de março com 209,9 mm
de precipitação. De julho a setembro, os valores de KcNDVI sofrem uma queda
significativa e o mês de agosto, no qual não houve chuva, registrou o menor
KcNDVI de todo o ano, 0,69. A partir de outubro, os valores de KcNDVI voltam a
crescer, indicando um novo ciclo de desenvolvimento da cultura.
Os valores de Kc obtidos mostram-se muito próximos aos encontrados
por Silva et al. (2012) que, ao determinar a exigência de água e os coeficientes
de culturas de uma área comercial de cana-de-açúcar, no município de Juazeiro
– BA, obtiveram Kcs que variaram de 0,64 a 0,71, na fase de brotação e
estabelecimento e de 0,95 a 1,15 na fase de crescimento máximo.
5.4.4 Chapada Gaúcha
Gráfico 8 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores máximos de
NDVI e KcNDVI de uma área de 85 hectares, irrigada por pivô
central, localizada no município de Chapada Gaúcha.
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60
A cultura agrícola implantada na área trata-se de cana-soca. Os valores
mais altos de KcNDVI são encontrados no período que vai de janeiro a abril,
conforme mostra o Gráfico 8, indicando o desenvolvimento vegetativo da
cultura e incremento de biomassa e o maior deles, 0,95, é registrado no mês de
fevereiro. Neste mesmo período (janeiro a abril), a precipitação atinge valores
significativos, com destaque para o mês de janeiro, no qual choveu 292,7 mm. A
partir do mês de maio, os valores de KcNDVI começam diminuir, indicando o
período de colheita da cultura. Tal fato ocorre até o mês de setembro, que
registra o menor valor de KcNDVI, em todo ano (0,6), consequência da presença de
solo exposto e palhada, resultantes da colheita realizada. Este mesmo período
(abril a setembro), de acordo com os valores de precipitação, é considerado o
semestre mais seco do ano, com destaque para o mês de agosto, no qual não
choveu. Em outubro, os valores de KcNDVI voltam a crescer, indicando um novo
ciclo de desenvolvimento da planta.
5.4.5 Uruana de Minas
Gráfico 9 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores máximos de
NDVI e KcNDVI de uma área de 115 hectares, irrigada por pivô
central, localizada no município de Uruana de Minas.
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NDVI Kcndvi Precipitação
61
A cultura agrícola implantada na área trata-se de soja. De janeiro a
junho, conforme mostra o Gráfico 9, são registrados os maiores valores de
KcNDVI, indicando o desenvolvimento e aumento de biomassa da cultura. O mês
de janeiro registra o maior KcNDVI de todo ano, 1,15. Mês este em que a
precipitação foi significativa, 292,7 mm. De julho a setembro, os valores de
KcNDVI entram em declínio, indicando a colheita da cultura. O mês de setembro
registra o menor KcNDVI de todo o ano, 0,59, neste mesmo mês, a precipitação
não alcançou valores significativos, sendo a terceira mais baixa de todos os
meses do ano (20,3 mm). A partir de outubro, os valores de KcNDVI voltam a
crescer, indicando um novo ciclo de desenvolvimento da cultura.
5.4.6 Bonfinópolis de Minas
Gráfico 10 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores máximos de
NDVI e KcNDVI de uma área de 137 hectares, irrigada por pivô
central, localizada no município de Bonfinópolis de Minas.
A cultura implantada na área trata-se de soja. De janeiro a junho,
conforme mostra o Gráfico 10, são registrados os maiores valores de KcNDVI, os
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embro
mm
NDVI Kcndvi Precipitação
62
quais apresentam grande constância, variando de 1,0 nos meses de fevereiro e
abril a 0,97 nos meses de maio e junho. Nos três primeiros meses deste período,
a precipitação atinge valores significativos, com destaque aos meses de janeiro e
março, nos quais choveu, respectivamente, 292,7 e 209,9 mm. A partir de julho,
os valores de KcNDVI começam a diminuir, indicando o início da colheita da
cultura, o menor deles é registrado no mês agosto (0,74), para o qual a
precipitação foi nula. Em novembro, os valores de KcNDVI voltam a crescer,
indicando um novo ciclo de desenvolvimento da cultura.
Os valores de Kc encontrados corroboram os obtidos por Doorenbos e
Pruitt (1977), no estádio de produção da cultura, os quais variaram de 1,0 a 1,15.
Bastos et al. (2007), ao determinar os coeficientes de cultivo da soja, em uma
área experimental da Embrapa Meio Norte, localizada em Alvorada do
Gurguéia, Piauí, obtiveram valores de Kc que variam de 1,04 a 1,29 entre os
estágios de crescimento máximo e maturação, respectivamente. No estádio de
maturidade da cultura, o valor de Kc obtido pelos autores acima citados foi de
0,8.
63
5.4.7 Riachinho
Gráfico 11 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores máximos
de NDVI e KcNDVI de uma área de 110 hectares, irrigada por pivô
central, localizada no município de Riachinho.
A cultura agrícola implantada na área trata-se de soja. De janeiro a
junho, conforme mostra o Gráfico 11, são registrados os maiores valores de
KcNDVI, indicando o desenvolvimento e aumento de biomassa da cultura. O mês
de março registra o maior KcNDVI de todo ano, 1,150. Mês este em que a
precipitação foi significativa, 209,9 mm. De julho a setembro, os valores de
KcNDVI entram em declínio, indicando a colheita da cultura. O mês de setembro
registra o menor KcNDVI de todo o ano, 0,567; neste mesmo mês a precipitação
não alcançou valores significativos, sendo a terceira mais baixa de todos os
meses do ano (20,3 mm). A partir de outubro, os valores de KcNDVI voltam a
crescer, indicando um novo ciclo de desenvolvimento da cultura.
0
50
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300
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0,2
0,4
0,6
0,8
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fever
eiro
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mai
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julh
o
agost
o
sete
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outu
bro
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embro
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NDVI Kcndvi Precipitação
64
Gráfico 12 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores máximos de
NDVI e KcNDVI de uma área de 168 hectares, irrigada por pivô
central, localizada no município de Urucuia.
A cultura agrícola implantada na área trata-se de milho. De janeiro a
julho, conforme mostra o Gráfico 12, são registrados os maiores valores de
KcNDVI, indicando o desenvolvimento e aumento de biomassa da cultura. O mês
de abril registra o maior KcNDVI de todo ano, 1,046. Cabe dizer que, no mês
anterior (março), a precipitação foi significativa, atingindo 209,9 mm. De agosto
a outubro, os valores de KcNDVI entram em declínio, indicando a colheita da
cultura. O mês de setembro registra o menor KcNDVI de todo o ano, 0,753; neste
mesmo mês, a precipitação não alcançou valores significativos, sendo a terceira
mais baixa de todos os meses do ano (20,3 mm). A partir de outubro, os valores
de KcNDVI voltam a crescer, indicando um novo ciclo de desenvolvimento da
cultura.
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0,8
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1,2ja
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eiro
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jun
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o
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bro
nov
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NDVI Kcndvi Precipitação
65
5.4.8 São Romão
Gráfico 13 - Séries temporais de precipitação (mm.mês-1
) e valores máximos de
NDVI e KcNDVI de uma área de 201 hectares, irrigada por pivô
central, localizada no município de São Romão.
A cultura presente na área trata-se de cana-soca. De janeiro a março,
conforme mostra o Gráfico 13, verifica-se um gradativo aumento nos valores de
KcNDVI. Tal comportamento indica o período de desenvolvimento e maturação da
cultura, o mês de fevereiro é o que registra o maior valor de KcNDVI (1,051).
Neste mesmo período, que vai de janeiro a março, a precipitação é significativa,
merecendo destaque o mês de janeiro no qual choveu 292,7 mm. De abril a
agosto, os valores de KcNDVI diminuem, gradativamente, indicando o início da
colheita da cultura e o menor deles (0,609) é registrado em agosto, mês no qual
não houve chuva. Juntamente com o mês de setembro, este é o período mais
seco do ano. A partir de setembro, os valores de KcNDVI voltam a crescer,
indicando um novo ciclo de desenvolvimento da planta.
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50
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250
300
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0,4
0,6
0,8
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1,2
jan
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fever
eiro
mar
ço
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NDVI Kcndvi Precipitação
66
5.5 Evapotranspiração de cultura
A partir dos valores de KcNDVI, foram estimadas as ETc das áreas
irrigadas de cada município da bacia, conforme apresentado na Equação 6. Os
gráficos a seguir ilustram séries temporais de evapotranspiração de cultura,
precipitação e necessidade hídrica (ETc – precipitação), obtidas em cada uma das
áreas, para cada município.
5.5.1 Formoso
Gráfico 14 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de 129
hectares, irrigada por pivô central, localizada no município de
Formoso.
Altos índices de precipitação foram verificados de janeiro a abril,
conforme mostra o Gráfico 14, merecendo destaque aos meses de janeiro e
março, nos quais choveu, respectivamente, 292,7 e 209,9 mm. O período que vai
de maio a setembro foi o mais seco do ano e, no mês de julho, a precipitação foi
de apenas 2,4 mm, enquanto no mês de agosto não houve chuva. A partir de
67
outubro, a precipitação retoma valores crescentes, destaque para dezembro, mês
mais chuvoso do ano, no qual foi registrado um total de 402,7 mm de
precipitação.
Quanto à ETc, esta assume seu valor mais elevado no mês de janeiro
com 124,3 mm. A partir de fevereiro, os valores diminuem, gradativamente,
alcançando a mínima anual de 55,1 mm em junho. No mês seguinte, os valores
voltam a crescer, alcançando um novo pico em dezembro, mês no qual a ETc foi
de 117 mm.
5.5.2 Buritis
Gráfico 15 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de 141
hectares, irrigada por pivô central, localizada no município de
Buritis.
A ETc assume seu valor mais elevado no mês de janeiro com 124,4 mm,
conforme mostra o Gráfico 15. A partir de fevereiro, os valores diminuem,
gradativamente, alcançando a mínima anual de 62,2 mm em junho. No mês
68
seguinte, os valores voltam a crescer, alcançando um novo pico em novembro,
mês no qual a ETc foi de 113,2 mm.
5.5.3 Unaí
Gráfico 16 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de 166
hectares, irrigada por pivô central, localizada no município de
Unaí.
A ETc assume seu valor mais elevado no mês de janeiro com 171,6 mm,
conforme mostra o Gráfico 16. A partir de fevereiro, os valores diminuem,
gradativamente, alcançando a mínima anual de 84,7 mm em junho. No mês
seguinte, a ETc atinge 94,4 mm. Em agosto, o valor registrado diminui,
novamente, ficando em 86,2 mm. A partir de setembro, os valores voltam a
crescer, alcançando um novo pico em novembro, mês no qual a ETc foi de 158,9
mm.
69
5.5.4 Chapada Gaúcha
Gráfico 17 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de 85
hectares, irrigada por pivô central, localizada no município de
Chapada Gaúcha.
A ETc assume seu valor mais elevado no mês de janeiro com 146 mm,
conforme mostra o Gráfico 17. A partir de fevereiro, os valores diminuem,
gradativamente, alcançando a mínima anual de 68,8 mm em junho. No mês
seguinte, os valores voltam a crescer, alcançando um novo pico em dezembro,
mês no qual a ETc foi de 125,8 mm.
70
5.5.5 Uruana de Minas
Gráfico 18 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de 115
hectares, irrigada por pivô central, localizada no município de
Uruana de Minas.
A ETc assume seu valor mais elevado no mês de janeiro com 182,3 mm,
conforme mostra o Gráfico 18. A partir de fevereiro, os valores diminuem,
gradativamente, alcançando a mínima anual de 82,3 mm em setembro. Em
outubro, os valores voltam a crescer, alcançando um novo pico em novembro,
mês no qual a ETc foi de 154,6 mm.
71
5.5.6 Bonfinópolis de Minas
Gráfico 19 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de 137
hectares, irrigada por pivô central, localizada no município de
Bonfinópolis de Minas.
A ETc assume seu valor mais elevado no mês de janeiro com 157,4 mm,
conforme mostra o Gráfico 19. A partir de fevereiro, os valores diminuem,
gradativamente, alcançando a mínima anual de 79,3 mm em junho. No mês
seguinte, os valores voltam a crescer, alcançando um novo pico em dezembro,
mês no qual a ETc foi de 140,4 mm.
72
5.5.7 Riachinho
Gráfico 20 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de 110
hectares, irrigada por pivô central, localizada no município de
Riachinho.
A ETc assume seu valor mais elevado no mês de janeiro com 172 mm,
conforme mostra o Gráfico 20. A partir de fevereiro, os valores diminuem,
gradativamente, alcançando a mínima anual de 79,3 mm em setembro. Em
outubro, os valores voltam a crescer, alcançando um novo pico em novembro,
mês no qual a ETc foi de 153,7 mm.
73
5.5.8 Urucuia
Gráfico 21 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de 168
hectares, irrigada por pivô central, localizada no município de
Urucuia.
A ETc assume seu valor mais elevado no mês de janeiro com 154,4 mm,
conforme mostra o Gráfico 21. A partir de fevereiro, os valores diminuem,
gradativamente, alcançando a mínima anual de 81,6 mm em junho. No mês
seguinte, os valores voltam a crescer, alcançando um novo pico em dezembro,
mês no qual a ETc foi de 148,2 mm.
74
5.5.9 São Romão
Gráfico 22 - Séries temporais de valores de precipitação (mm.mês-1
), ETc
(mm.mês-1
) e demanda hídrica (mm.mês-1
) de uma área de 201
hectares, irrigada por pivô central, localizada no município de São
Romão.
A ETc assume seu valor mais elevado no mês de janeiro com 152 mm,
conforme mostra o Gráfico 22. A partir de fevereiro, os valores diminuem,
gradativamente, alcançando a mínima anual de 66 mm em junho. No mês
seguinte, os valores voltam a crescer, alcançando um novo pico em novembro,
mês no qual a ETc foi de 147,5 mm.
Para a obtenção da demanda hídrica das áreas irrigadas pelos pivôs
centrais, mapeados na bacia do Rio Urucuia, primeiramente, foram calculadas as
lâminas brutas de irrigação. Neste cálculo, foram descontados dos valores de
evapotranspiração de cultura (ETc), a precipitação mensal, registrada ao longo
do ano, na bacia. Uma vez que, quando os valores de precipitação são maiores
ou iguais aos de evapotranspiração de cultura (ETc), não se faz necessário
irrigar.
75
As lâminas brutas foram obtidas, para diferentes níveis de eficiência de
aplicação, sendo estas eficiências de 100%, 90% e 60% e oram multiplicadas
pela área de cada um dos pivôs centrais. Os valores resultantes desta operação
corresponderam à demanda hídrica de cada uma das áreas irrigadas. Tais valores
foram agrupados, para cada um dos municípios, onde foram mapeadas áreas
irrigadas por pivôs centrais, como mostra a Tabela 4:
Tabela 4 - Demanda hídrica anual das áreas irrigadas por pivôs centrais, nos
municípios pertencentes à bacia do Rio Urucuia (m3.mês
-1), para
eficiências de aplicação de 100%, 90% e 60%.
Município Demanda hídrica
anual (eficiência
100%)
Demanda hídrica
anual (eficiência
90%)
Demanda hídrica
anual (eficiência
60%)
Unaí
São Romão
55.754.795
33.313.511
61.949.771
37.015.013
92.924.657
55.522.519
Buritis
Bonfinópolis de Minas
24.820.241
18.129.128
27.578.046
20.143.476
41.367.069
30.215.214
Urucuia
Formoso
11.171.451
7.140.397
12.412.723
7.933.774
18.619.084
11.900.661
Riachinho
Uruana de Minas
2.514.097
1.304.342
2.793.441
1.449.269
4.190.161
2.173.904
Chapada Gaúcha 668.919 743.244 1.114.866
TOTAL 154.816.881 172.018.757 258.028.135
Os municípios de Unaí, São Romão e Buritis apresentaram as maiores
demandas hídricas da bacia, uma vez que estes municípios apresentaram as
maiores áreas irrigadas, conforme mostrado na Tabela 4. Esta mesma relação,
também, foi verificada nos municípios de Chapada Gaúcha, Uruana de Minas e
Riachinho, que apresentaram as menores demandas hídricas da bacia.
76
Quando analisadas em intervalos mensais, verificou-se que as maiores
demandas hídricas concentraram-se nos meses de maio, julho e agosto (com
exceção do município de São Romão, em que setembro destaca-se como o mês
de maior demanda hídrica), não por coincidência, o trimestre citado foi o que
registrou as menores precipitações do ano, havendo, assim, uma maior demanda
de irrigação por parte dos pivôs.
Nos meses de janeiro, março e dezembro, os quais registraram as
maiores precipitações do ano, a precipitação foi capaz de suprir a demanda
hídrica das áreas onde os pivôs encontram-se instalados, não havendo, assim, a
necessidade de irrigação por parte deles. Fevereiro, junho, outubro e novembro,
também, registraram demandas hídricas mais baixas, consequência de um
volume maior de precipitação nestes meses.
Tais resultados corroboram os obtidos por Pereira Júnior e Nicácio
(2014) que, ao realizarem um balanço entre a oferta e a demanda hídrica, para a
irrigação por pivôs centrais, no estado de Goiás e no Distrito Federal,
considerando os equipamentos existentes no ano de 2013, observaram que o
período de maior demanda hídrica foi entre os meses de abril e setembro,
enquanto os meses de janeiro, fevereiro, novembro e dezembro apresentaram as
menores demandas.
Os gráficos 23, 24 e 25 mostram as demandas hídricas das áreas
irrigadas por pivôs centrais com eficiências de aplicação de 100%, 90% e 60%
nos municípios pertencentes à bacia do Rio Urucuia (m3.mês
-1):
77
Gráfico 23 - Demanda hídrica das áreas irrigadas por pivôs centrais, nos
municípios pertencentes à bacia do Rio Urucuia, no ano de 2013,
com eficiências de aplicação de 100% (m3.mês
-1).
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
14.000.000
m3
Unaí São Romão
Buritis Bonfinópolis de Minas
Urucuia Formoso
Riachinho Uruana de Minas
Chapada Gaúcha
78
Gráfico 24 - Demanda hídrica das áreas irrigadas por pivôs centrais, nos
municípios pertencentes à bacia do Rio Urucuia, no ano de 2013,
com eficiências de aplicação de 90% (m3.mês
-1).
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
14.000.000
m3
Unaí São Romão
Buritis Bonfinópolis de Minas
Urucuia Formoso
Riachinho Uruana de Minas
Chapada Gaúcha
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Gráfico 25 - Demanda hídrica das áreas irrigadas por pivôs centrais, nos
municípios pertencentes à bacia do Rio Urucuia, no ano de 2013,
com eficiências de aplicação de 60% (m3.mês
-1).
Considerada a eficiência de aplicação de 100%, a demanda hídrica total
necessária à irrigação das áreas onde os pivôs centrais encontram-se instalados
foi de 154.816.881 m3.ano
-1. Tal valor representa 18,9 % da vazão disponível da
bacia. Levando em conta as eficiências de aplicação de 90% e 60%, a demanda
hídrica dessas áreas foi de 172.018.757 m3. ano
-1 e 258.028.135 m
3.ano
-1, fato
que representa, respectivamente, 20,9% e 31,4% da vazão disponível da bacia.
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
14.000.000
m3
Unaí São Romão
Buritis Bonfinópolis de Minas
Urucuia Formoso
Riachinho Uruana de Minas
Chapada Gaúcha
80
81
6 CONCLUSÃO
Com 31,4% dos equipamentos instalados, Unaí foi o município que
apresentou maior concentração de pivôs centrais de irrigação, não por
coincidência, o município foi o que registrou a maior demanda hídrica de toda a
bacia.
Com o auxilio dos perfis temporais de índices de vegetação, foi possível
identificar as principais culturas agrícolas irrigadas por pivôs centrais, na bacia
do Rio Urucuia, no ano de 2013.
A obtenção dos valores máximos de NDVI, para cada uma das áreas
irrigadas pelos pivôs centrais, permitiu estimar os coeficientes de cultura
(KcNDVI) destas áreas, mostrando-se uma alternativa eficiente para a obtenção do
coeficiente de cultura (Kc).
Com os valores de KcNDVI e o cálculo da evapotranspiração de referência
(ETo), foi possível obter as lâminas líquida e bruta das áreas irrigadas por pivôs
centrais, da bacia do Rio Urucuia, bem como a sua demanda hídrica.
Avaliada a partir de uma eficiência de aplicação de 100%, a demanda
hídrica das áreas irrigadas por pivôs centrais, na bacia do Rio Urucuia,
representou 18,9% da Q7,10. Quando considerada uma eficiência de aplicação de
90%, tal valor passa a corresponder a 20,9% da vazão disponível. Em última
analise, levando em conta a menor das eficiências de aplicação permitidas
(60%), a demanda hídrica necessária à irrigação das áreas cobertas por pivôs
centrais, presentes na bacia, alcança 31,4% da vazão disponível, tal número
mostra-se preocupante, uma vez que ultrapassa os 30% permitidos pela Q7,10.
82
83
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