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D O S S I Ê T É C N I C O CULTIVO DE GIRASSOL Ivo Pessoa Neves Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/BA dezembro 2007

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D O S S IT C N IC O CULTIVO DE GIRASSOL Ivo Pessoa Neves Rede de Tecnologia da Bahia RETEC/BA dezembro 2007 CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br DOSSI TCNI CO Sumrio 1INTRODUO2 2CLIMA5 3SOLO6 3.1Preprao do solo6 3.2Correo da acidez6 3.3Adubao do solo6 4SELEO DAS VARIEDADES7 5POCA DE SEMEADURA9 6ESPAAMENTO9 7TRATOS CULTURAIS10 7.1Controle de ervas daninhas10 8PRAGAS12 9DOENAS13 10COLHEITA 15 10.1Secagem e armazenamento15 11Produo de sementes16 12Comercializao17 12.1Mercado internacional17 12.2Combustvel de leo de girassol18 Concluses e recomendaes19 Referncias19 CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 2DOSSI TCNI CO Ttulo Cultivo do girassol Assunto Cultivo de girassol Resumo Escolha e tcnica de implantao de reas cultivveis, preparo do solo, seleo das variedades, tcnicas de plantio, tratos culturais, princpios bsicos sobre pragas e doenas, colheita e comercializao. Palavras chave Agricultura; cultivo; girassol Contedo 1 INTRODUO O cultivo do girassol foi domesticado pelo homem h cerca de 5.000 anos. Trata-se de planta originria das Amricas, sendo levada para a Europa e sia no sculo XVI onde foi utilizada como planta ornamental e hortalia. Hoje cultivada em todos os continentes, sendo a cultura que ocupa o 4 lugar no mundo como fonte de leo vegetal comestvel.No Brasil, foi introduzido no sul do Pas pelos imigrante europeus, devido ao hbito de consumirem suas amndoas torradas. Em 1990 houve um aumento significativo na demanda pelo leo de girassol, devido ao maior teor de gorduras polinsaturadas e tambm maior teor de cido linolico, essencial ao organismo humano, considervel mais saudvel. Com o crescimento da demanda, nos ltimos anos, provocou tendncia de aumento da oferta e conseqente reduo do diferencial de preo em relao ao leo de soja, o que favoreceu o aumento no consumo.. A utilizao de silagem de girassol vem crescendo, propriciando a gerao de maior quantidade de massa vegetal mida por unidade de rea, melhor qualidade de produto e menor custo de produo nos cultivos de outono, quando comparada com o de milho. Sua silagem se torna ainda mais vantajosa quando o mercado de gros de milho for comprador A populao adequada de plantas de girassol, nos cultivos, de 30.000 a 60.000 por hectare, dependendo do cultivar e condies de solo, o que sugere espaamento nas entre-linhas entre 50 e 90 cm, de acordo com a colhedora a utilizar, procurando-se ter trs plantas por metro linear. CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 3Para os cultivares mais comuns, tem-se observado que a recomendao de 40.000 a 45.000 plantas por hectare. Fatores como altitude e fotoperodo no influenciam no seu rendimento, caracteriza-se por um cultivo de sistema de rotao e sucesso de cultura em regies produtoras de gros. Denominado cientficamente de Helianthus annus significando sua imponncia e porte majestoso "flor do sol", com utilizao desde as sementes, as flores e at os ramos. O girassol (Helianthus annuus L.) apresenta sementes ricas em leos contendo cerca de 30 % alcanando s vezes de 30 % 50 % de produo. Figura 01 O girassol Helianthus annuus L. Fonte: Plantiodireto, 2000 A semente contm lecitina, colesterina, cidos orgnicos, fitina, dentre outras substncias. J o leo contm linolena e a olena, pequenas quantidades de palmitina, estearina, araquina e ligocerina. O cultivo do girassol contribui para a estruturao do solo, pois se adapta a diferentes ambientes, resiste a estiagem, responde bem baixas ealtas temperaturas, apresenta pouca sensibilidade ao fotoperodo, aliado a outro fator preponderante como a reciclagem de nutrientes e quantidades nutricionais de leo, farelo e cilagem. O girassol coloca-se como uma das alternativas viveispara a diversificao de culturas nas regies semi-ridas, nos aspectos econmicos pela possibilidade de produo de biodiesel e consequentemente como elemento de incremento no processo de incluso social ( TAB. 1) Tabela 1 -COMPARATIVO DE REA, PRODUTIVIDADE E PRODUO SAFRAS 2004/05 e 2005/06 CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 4 Fonte:CONAB Levantamento de Safra, 2006. O pas ,de maior rea de produo de girassol, a Rssia, enquanto que o Brasil apresenta uma rea mnima desse cultivo com destaque para os estados de Mato-Grosso, Mato-Grosso do Sul e Gois com um rendimento mdio de 1.420kg./h ( GRAF 1) rea, produtividade e produo no Brasil Grfico 01. rea, produtividade e produo no Brasil Fonte: CONAB Levantamento de Safra, 2006. Segundo a FAO ( Food and Agriculture Organization of the United Nations), nomundo, O cultivo de girassol ocupa uma rea plantada de 20.708.648/ha, com rendimento de 1.260 kg/ha. Dados estatticos revelam que a produo mundial bastante diverficada em todos os continentes, com grande capacidade de expanso diante das possibilidades tecnolgicas de aproveitamentos ( TAB.2)

Tabela 2-Pases produtores relativo a rea plantada, produo e rendimento. CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 5 Fonte: FAO, 2002. 2 CLIMA A cultura do girassol pouco exigente em calor, desenvolvendo-se em ampla faixa de temperatura. Como outras culturas, sensvel geada, que danifica sua folhagem e provoca chochamento de gros quando ocorre na poca do florescimento. H, entretanto, materiais resistentes geada, que no sofrem a queima de folhas nem o chochamento de gros. O girassol se desenvolve numa temperatura mdia de 28 C. A faixa de temperatura de 8 C 34 C tolerada pelo planta sem prejuzo para a produo, enquanto que temperaturas mais elevadas prejudicam a formao dos gros e consequentemente a composio de cidos graxos. Para satisfazer anecessidade hdrica do girassol, preciso de uma mdia entre 500mm a 700mm de chuva, durante o ciclo, para resultar em bons rendimentos. Este consumo de gua varia de acordo com as condies climticas, manejo do solo, manejo da cultura e durao do ciclo. De acordo com GONALVES e TOMICH, a capacidade da planta de girassol de extrair a gua disponvel na camada de 0 a 2 metros de profundidade foi estimada em, aproximadamente, 92%, contra 64% do sorgo, sendo capaz de tolerar perodos secos e produzir grande quantidade de matria seca. 3 SOLO CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 6O girassol tem como preferncia solos profundos e frteis, planos, drenados e bem corrigidos de forma que possibilite um melhor desenvolvimento do sistema radcular, para a explorao do grande volume de solo e consequentemente uma maior resistncia a seca e tombamento, ocasionando assim uma maior absoro de gua e nutrientes e propiciando um maior rendimento. O cultivo necessita de correo da acidez na camada de 0 a 20 cm com calcrio dolomtico e neutralizao do alumnio em camadas mais profundas, com o uso de gesso agrcola. s vezes, torna-se necessrio fazer a correo de fsforo e potssio para que se possa proceder a adubao para a manuteno desse dois nutrientes. 3.1 Preparo do solo De acordo com o artigo Tecnologias de Produo Girassol, Embrapa Soja, o preparo da rea, dependendo do tipo de semeadura que ir ser empregada, pode ser o convencional ou o direto. Um bom preparo aquele que, de acordo com as caractersticas de cada solo, permite uma germinao uniforme e rpida e um enraizamento profundo, possibilitando melhor aproveitamento da gua e dos nutrientes e conferindo, assim, maior sustentao e tolerncia aos perodos de seca, informa a Embrapa. As finalidades para o preparo da rea de plantio do girassol so: remover a vegetao existente, quando houver, ou incorporar os restos de cultura anterior; eliminar plantas indesejveis. Na execuo dessas etapas, deve-se mobilizar o mnimo possvel do solo, aplicar prticas conservacionistas de solo e da gua, para que a matria orgnica seja preservada. No caso de desmatamento, o mesmo, dever ser feito de formamanual ou mecanica, com o aproveitamento total da vegetao existente. A arao e a gradagem so procedimentos importantes para os processos de germinao, emergncia das plntulas, crescimento, desenvolvimento e elevada produtividade da cultura. 3.2 Correo da acidez O girassol apresenta sintoma de toxidez em pH menor que, 5,2,caracterizando assim a sua sensibilidade e acidez do solo, afetando o crescimento, ficando susceptveis a no resistncia a seca comprometendo o efeito da adubao e propiciando o aparecimento de doenas. O girassol bastante sensvel ao alumnio txico, o que prejudica sensivelmente a produo da cultura. O elemento txico do alumnio impe que o cultivo do girassol seja realizado em solos com pH corrigido de forma a eliminar os elementos txicos, principalmente do alumnio e mangans de forma a propiciar a elevao do pH do solo e aumentar a disponibilidade do fsforo, clcio, magnsio e molibdnio para as plantas. A calagem necessria paras atender as necessidades da cultura, pode ser realizada com utilizao de gesso agrcola na dosagem mnima de 500 kg./h e em conformidade com as necessidades expressas em exames de anlise do solo que devem ser realizados. CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 73.3 Adubao do solo Em grandes produes h necessidade da adubao qumica, devendo ser utilizada de acordo com as exigncias contidas nos resultados da anlise do solo. Quando no ocorrer a anlise do solo, podeser usado no plantio 200 kg por hectare da frmula 5-25-25 ou a quantidade de qualquer outra frmula que fornea doses correspondentes de N, P2O5 e K2O. e no caso de cobertura pode-se aplicar 20 kg/ha de N. Na adubao qumica, geralmente, usa-se no plantio 10 kg de N por hectare e o total das doses de fsforo e de potssio. O restante do nitrognio aplicado em cobertura trinta dias aps a emergncia das plantas. Quando se realiza a calagem, necessrio misturar ao adubo, aplicado em cobertura 8Kg de cido brico por hectare e antecipar a adubao em cobertura de 30 dias para 20 dias aps a emergncia das plantas. Pode ocorrer deficincia do boro provocando o aparecimento de manchas amareladas nas folhas, sendo necessria aaplicao do elemento na proporo de 1,5 a 2,0 kg/h. Figura 1: O girassol com deficincia de boro Fonte: Recomendaes Tcnicas para o cultivo do girassol, EBDA, 2007. 4 SELEO DAS VARIEDADES Dados publicados pela Embrapa, indicam que a cultivar Embrapa 122V2000,com ciclo de 100 dias, uma das primeiras variedades desenvolvidas no Brasil com ciclo precoce e alto teor de leo. No sul do Brasil, a produtividade mdia de 1.741kg/ha, e o teor de leo, de 43,55%. No Centro-Oeste, a produtividade mdia de 1.503 kg/ha, e o teor de leo, de 39,91%.O ciclo da cultura varia de 90 a 130 dias para as cultivares precoces e tardias. As cultivares Embrapa 122V2000 e Catissol 01 (FIG. 2 e 3 ) so recomendadas para cultivo no Sem- rido e Cultivar Multissol, na regio Nordeste da Bahia. Seu ciclo precoce se enquadra bem no ciclo de chuvas dessa regio. Para cultivo na rea dos cerrados do Oeste baiano e na regio Nordeste do Estado so recomendadas as seguintes cultivares: M 734, Agrobel 960, Hlio 358, IAC Uruguai, Hlio 360, CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 8EXP 1447, EXP 1441, EXP 1442, V 20038, V 20044 e Multissol. Esses materiais possuem teor de leo que varia de 40 a 52%. Figura 02. Cultivares Embrapa 122V2000 Fonte: Recomendaes Tcnicas para o cultivo do girassol, EBDA, 2007. Figura 3:Cultivar Multissol Fonte: Recomendaes Tcnicas para o cultivo do girassol, EBDA, 2007. Deve-se considerar como altura mdia das plantas, no perodo das guas, cerca de 182 cm e no plantio na estiagem de 150 cm. O dimetro dos captulos no plantio das guas 18,0 cm e no plantio da seca 14,8 cm. O ciclo em torno de 90 a115 dias e a produtividade mdia 800 a 2400 kg/ha, variando de acordo com a poca do plantio. 5 POCA DE SEMEADURA A poca ideal para a semeadura aquela que possibilita atender s exigncias da planta em sua diferente fase de desenvolvimento, principlamente aps o florescimento, para no permitir o aparecimento de doenas. CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 9Antes da semeadura, a escolha de gros com potencial gentico elevado uma das condies bsica para se obter bons resultados. A uniformidade de melhor caracterstica aquela obrtida atravs de semeadura pneumtica de preciso. As semeaduras com sistemas denominados dedo a dedo ou de disco, podem ser utilizadas e podem proporciona a obtend de bons resultados. O plantio manual deve ser realizado numa profundidade de 2 5 cm colocando duas sementes por cova. No geral, nos solos arenosos, deve-se plantar numa profundidade de 4 a 5 cm e nos argilosos numa profundidade mais rasa. Na fase do plantio, deve-se contar como solo com boa umidade para propiciar o processo germinativo. 6 ESPAAMENTO Em cultivos comerciais, o espaamento deve variar entre 70 e 90 cm, dependendo do conjunto de equipamentos disponveis, tanto para a semeadura como para a colheita. Sugere-se o espaamento de 80 a 90 cm quando forem empregadas, na operao de colheita, plataformas de milho adaptadas para a colheita de girassol e 70 cm quando forem empregadas plataformas de soja adaptadas, de acordo com orientao da Embrapa Soja. Quando a colheita for manual pode-se usar espaamento entre fileiras que variam de 0,80 a 1,00 m com utilizao em torno de 6 a 10 sementes/m, realizar desbaste entre 15 e 20 dias. O controle de pragas relativo a insentos, pssaros e outros animais silvestres aliados ao poder germinativo so caractersticas fundamentais de qualidade das sementes a serem utilizadas. Outra alternativa no cultivo do girassol o uso da irrigao que contribui no desenvolvimento do cultivo em grandes reas ( FIG. 4) . Figura 4. Sistema de irrigao Fonte: Recomendaes Tcnicas para o cultivo do girassol, EBDA, 2007. 7 TRATOS CULTURAIS O controle de ervas na cultura do girassol pode ser mecnico ou qumico. Geralmente o controle mecnico suficiente para manter a lavoura livre de ervas. Os cultivos realizados com cultivador,e complementados com enxada, quando necessrio, devem ser realizados com as ervas ainda pequenas. CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 10No controle qumico podem ser usados herbicidas base de Trifluralina e Alachlor. 7.1 Controle de ervas daninhas O controle das ervas daninhastem por objetivo manter a rea limpa, evitando o processo competitivo com as invasoras, principalmente nos 30 dias aps a emergncia, fase de crescimento lento ( FIG. 5). Figura 5: Indicaao de presena de erva daninhas Fonte: DSMM/CATI NPS Ribeiro Preto, 2005. Deve-se ,portanto, adotar um mtodo de controle de plantas infestantes de forma integrada e que vise: evitar perdas; beneficiar a colheita; evitar o aumento da infestao; evitar a contaminao do meio ambiente. A manuteno da populao de plantas daninhas com nveis de baixa infestao coloca-se como elemento importante em sistemas de produo sustentado. A utilizao de herbicidas deve ser o ltimo procedimento a ser utilizado de forma a no propiciar a contaminao ambiental, devido as caractersticas volteis dos produtos que podem contaminar o ar e das condies lixiviveis que possam atingir o lenol fretico. Os herbicidas comumente utilizados para essa cultura esto nas TAB. 3 e 4. Tabela 3: Herbicidas registrados para a cultura do girassol. Nome comumpoca de aplicaopoca de aplicao TrifluralinPr-plantio incorporadoGramneas e vrias folhas largas anuais. Incorporar 5 a 7 cm de profundidade imediatamente ou no mximo at 8 horas aps a CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 11aplicao. AlachlorPr-emergnciaGramneas e algumas folhas largas anuais. Pouco eficaz em alta infestao de capim marmelada. Aplicar em solo mido bem preparado. SethoxydimPs-emergnciaGramneas anuais e perenes. Aplicar com as gramneas no estdio de dois a quatro perfilhos, conforme as espcies. Fonte: EMBRAPA SOJ A, 2005. Tabela 4: Nome e dosagem dos principais herbicidas indicados para a cultura do girassol. NOME COMUMDOSE I.A. (kg/ha ou l/ha) OBSERVAES Paraquat0,3 a 0,6Para infestantes no incio do desenvolvimento.Gramneas com menos de dois a trs perfilos.Deficiente no controle do capim-colcho. Paraquat +Diuron 10,6 a 0,9Para infestao mista de gramneas e folhas largas em estdio de desenvolvimento superior ao item 1. Glufosinate 10,4 a 0,6Para infestao mista de gramneas e folhas largas em estdio de desenvolvimento superior ao item 2, podendo, em algumas espcies, ir at o incio do florescimento. Glyphosate 1,20,4 a 0,6Para infestao mista de gramneas e folhas largas em estdio de desenvolvimento superior ao item 2, podendo, em algumas espcies, ir at o incio do florescimento. Sulfosate 1,20,48 a 0,96Para infestao mista de gramneas e folhas largas em estdio de desenvolvimento superior ao item 2, podendo, em algumas espcies, ir at o incio do florescimento. Glyphosate +2,4 D 30,48 +0,64 a 0,84 +1,12 Para infestao mista de gramneas e folhas largas resistentes ao glyophosate, em estdio de desenvolvimento superior ao item 2, podendo, em algumas espcies, ir at o incio do florescimento. 7.2,4 D ster 30,6 a 0,8Para infestao pouco desenvolvida de folhas largas. Fonte: EMBRAPA SOJ A, 2005. CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 128 PRAGAS Como principais pragas que afetam a cultura do girassol, encontram-se: Vaquinha (Diabrotica speciosa): Atacam as razes, alimentam-se de folhas e vagens, transmitem viroses. O ataque ocorre em vrias fases de desenvolvimento, sendo mais agressivo na primeira semana ps-emergncia ( FIG. 6). Figura 6: Diabrotica speciosa Fonte: Recomendaes Tcnicas para o cultivo do girassol, EBDA, 2007. Percevejos (Nezara viridula, Piezodorus guildinii eEuschistus heros) : Causam srios danos a cultura, ataca na fase de florao inicial at a fase de final de florescimento. Afetam principalmente a rea de insero do captulo onde sugam a seiva, podendo ocasionar a murcha e perda do captulo em formao ( FIG.7). Figura 7: Nezara viridula, Piezodorus guildiniiFonte: Recomendaes Tcnicas para o cultivo do girassol, EBDA, 2007. Lagarta-preta (Chlosyne lacinia saundersii): Causa grande desfolha da planta seu ataque ocorre na fase vegetativa de desenvolvimento, causando pouco prejuzo a produo. Ocorre inicialmente em reboleiras nas bordas e com alta densidade populacional ( FIG. 8) . CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 13 Figura 8. Chlosyne lacinia saundersii Fonte: Mongabay, 2006. Ocorrem,tambm, ataques de outros insetos, como por exemplo: Besouro-do-captulo (Cyclocephala melanocephala)(FIG.9); Formiga-sava (Atta spp.) Figura 9. Cyclocephala melanocephala Fonte: Comunicado Tcnico n 50, ISSN 1517-1469,Braslia,2001 9 DOENAS Como uma das principais doenas no cultivo de girassol, a mancha de alternaria causada pelo fungo Alternaria Lelianthi e a podrido branca causada pelo fungo Sclerotinia Sclerotiorum so as de maior importncia no Brasil ( FIG. 10) CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 14 Figura 10: Manchas alternadas Fonte: Recomendaes Tcnicas para o cultivo do girassol, EBDA, 2007. A mancha de alternaria caracteriza-se por pequenas pontuaes necrticas de colorao castanha a negra, de forma arredondada ou angular, com cerca de 3 a 5mm de extenso, e talo de cor amarela em torno da leso. A podrido de Sclerotnia aparece nos plantios tardios executados normalmente no ms de abril, em regies midas e frias, caracteriza-se por uma camada de miclio branco sobre o caule das plantas, esclerdios no seu interior e podrido nos captulos ( FIG. 11). Figura 11: A podrido de Sclerotnia Fonte: Recomendaes Tcnicas para o cultivo do girassol, EBDA, 2007. A podrido branca tem como condio ideal para se manifestar, temperaturas amenas e alta umidade. Alm do controle do perodo das temperaturas, aplica-se tambm outros procedimentos, como por exemplo: evitar uso de semente de rotgem deconhecida; CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 15rotao.de.culturas; evitar o cultivo em sucesso a feijo, soja, ervilha, tomate, batata e outras; manter a densidade de semeadura indicado para no formar microclima favorvel a disseminao da doena. A ferrugem outra doena fngica cujo agente causal o fungo Puccinia helianthi.Os materiais atualmente utilizados tm apresentado tolerncia ferrugem, deixando essa doena de ser um risco para a produo. Como ainda no h regualmentao no Ministrio da Agricultura de produtos qumicos para o combate dessas doenaas, ento deve-se empregar o controle de rotao de culturas e a utilizao de sementes sadias. 10 COLHEITA O momento adequado para a realizao da colheita quando os captulos apresentam uma colorao castanho-amarelado e os gros com umidade mxima de 13%. Os gros devem serarmazenados sem impurezas, ntegros e com umidade em torno de 9%. Se realizar a colheita antecipada com o teor alto de umidade, poder causar prejuzo qualidade do produto pela dificuldade de limpeza e perda dos gros que pode atingir uma mdia de 25%. Havendo necessidade de realizar a secagem, deve-se adotar aes para evitar incndios ocasionais, que podero propiciar a secagem rpida dos aqunios e resduos combustveis da prpria oleoginosa. Nos casos de colheita atrasada podero ocorrer ataques de pragas e outros fatores como acamamento e quebra de plantas, desprendimento de gros, doenas e aumento de gros descascados no processo trilha e limpeza. A colheita pode ser totalmente mecanizada ou semi-mecanizada. Ela realizada 100 a 130 dias aps a emergncia das plantas, quando o capitulo est com colorao castanha. A colheita semi-mecanizada semelhante de feijo. Os captulos so colhidos e amontoados junto batedeira estacionria para a operao de trilha. Na colheita, pode-se utilizar equipamentos semelhantes a colheitadeiras de milho e de soja. 10.1 Secagem e armazenamento Aps colhido, deve ser realizada uma limpeza manual ou mecnica para eliminao das impurezas provenientes da colheita.A execuo desse pr-beneficiamento favorecer o manuseio do produto, facilitando o processo de secagem natural ou artificial, reduzir a umidade dos gros e/ou das sementes, garantindo assim um armazenamento seguro. Em grandes produes o armazenamento realizado em silos cilndricos metlicos com controle de aerao e temperatura.Nas pequenas produes utiliza-se sacos de polipropileno ou de papel que devem ser empilhados em local seco e ventilado. Recomenda-se que em qualquer das formas utilizadas de armazenamento seja feita aretirada dos resduos, como medida preventiva de controle de pragas que atacam a rea do armazenamento. 11 PRODUO DE SEMENTES CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 16Trata-se de atividade diferenciada em relao a produo de gros para o consumo, para tanto, a rea a ser utilizada para o plantio no deve ser a mesma anteriormente utilizada, isso implica em outros fatores que devem ser levados em considerao na escolha da rea, sendo uma rea com melhor caracterstica fsica de fertilidade, boa topografia e de fcil acesso (TAB. 5) Na produo de sementes de hbridos deve-se realizar o cruzamento especfico para cada categoria de hbrido, o que exige um controle rgido do plantio e comercializao com credenciamento para realizar tal procedimento. As fases de colheita e beneficiamento so preponderantes no processo onde se deve obedecer rigorosamente ao perodo da germinao mxima at o vigor pleno de maturao fisiolgica.Deve-se portanto, colher as sementes quando a umidade permitir, ou seja, na fase inicial, havendo ou no necessidade de secagem natural ou artificial. Tabela 5:Padres para produo e comercializao de sementes Fonte: Recomendaes Tcnicas para o cultivo do girassol, EBDA, 2007. 12 COMERCIALIZAO CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 17A comercializao do girassol destinada para a alimentao humana, como por exemplo, paraa industrializao do leo, alimentao de pssaros, dependendo do tipo de material usado no plantio. A cotao quando destinada para alimentao dos pssaros oscila em torno de 500 dlares por tonelada, enquanto que para as indstrias de leo, alcana em torno de 200 dlares por tonelada. o processamento dos gros para obteno de leo e farelo desengordurado executado nas seguintes etapas: limpeza dos gros; desinfeco dos gros; decorticao; laminao; cozimento; extrao do leo. Outros processamentos so realizados,como por exemplo: leo para o consumo humano, mel, silagem, forragem para alimentao animal, gros para pssaros, torta para compor rao em geral e adubo verde.O cultivo do girassol uma boa alternativa para o produtor, devido a essa diversidade e consequentemente ofertas para comercializao. Outra possibilidade para a utilizao comercial a utilizao das folhas e do caule do girassol devido ao valor farmacolgico. Os Estados Unidos e Taiwan so os maiores consumidores de leo de girassol, atingindo cerca de 40 kg/habitante/ano. 12.1Mercado internacional No boletim da Companhia Nacional de Abastecimento -CONAB consta que as cotaes do gro de girassol, no mercado internacional, na Argentina e em Rotterdan, pesquisados no ms de abril/06, obtiveram uma leve recuperao em relao ao ms de maro/06, de 1,79% e 5,28%, respectivamente ( GRAF.2). Nos Estados Unidos, os valores na cotao do gro vem caindo nos ltimos doze meses, na ordem de 17,77%, sem sinal, at agora de recuperao. Em abril/06, verificou-se uma baixa de 6,77%,comparado com o ms de maro/06. E em relao aos preos internacionais, os dado da CONAB, revelam que tanto da semente como do leo vm sofrendo baixas devido a maior oferta nos principais paises produtores e exportadores de leo de girassol. Constatou-se, atualmente, aumento na cotao em abril/06, em relao ao ms de maro/06. Na Argentina, a tonelada do leo de girassol aumentou 10,72% comparado com o ms de maro, hoje cotado em US$ 593,00/t.Nos Estados Unidos, houve um acrscimo de 3,50%, e em Rotterdan 8,75%, com valores de US$ 827,00 e US$ 659,00 a tonelada,respectivamente. A produo mundial de leo de girassol vem aumentando desde a safra 2000/01, e sendo esperada para a safra 2005/2006, uma produo mundial de leo de girassol em torno de 29,905/1.000 ton/metric, previso realizada em maio/06 pelo USDA, com destaque para os paises, Rssia, Ucrnia e Argentina como os principais paises produtores e exportadores de leo de girassol no cenrio mundial, (indicado no grfico 02). CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 18 Produo mundial do leo do girassol Grfico 2.Produo mundial do leo do girassol Fonte: USDA,2006. 12.2 Combustvel de leo de girassol O leo de girassol tambm pode ser usado como combustvel. Experincia feita em So Paulo mostra que biodiesel vivel sem necessidade de adaptao de motores. Tratores e caminhes da Ataliba Leonel, uma fazenda de produo de sementes da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de So Paulo, esto usando 100% do chamado biodiesel de girassol em seus motores. Os resultados so, at agora, muito bons. As mquinas apresentam um rendimento 10% maior por litro consumido em relao ao diesel convencional e no h sinais de desgaste alm do normal nos equipamentos, segundo os responsveis. Considerando-se o aproveitamento da torta resultante da prensagem, o custo do biodiesel de girassol chega a ser at 20% menor que o do derivado de petrleo. saluta considerar o ganho ambiental, pois o leo de girassol no tem componentes de chumbo e enxofre que poluem a natureza, como o diesel proveniente do petrleo. A experincia descrita acima est sendo acompanhada por pesquisadores da Universidade de So Paulo (USP), campus de Ribeiro Preto. O objetivo criar um modelo que possa atender s unidades rurais produtivas, como fazendas, granjas, cooperativas e associaes de produtores. O mesmo leo que serve para movimentar os motores, inclusive os de irrigao e das colhedoras, pode ser usado na gerao de energia eltrica e na cozinha. o leo virgem, obtido a partir da prensagem das sementes do girassol. Concluem que o mesmo leo da prensagem de gros de girassol, sem nenhum processamento, que utilizado na cozinha serve tambm para movimentar motores, inclusive os de irrigao, os eltricos e dos tratores. CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 19Na prtica isso funciona assim: o leo extrado numa pequena prensa com capacidade para 40 quilos de gros por hora. Cada quilo de sementes rende de 350 a 450 gramas de leo. A prensagem feita a frio, sem uso de solventes, e o produto colocado em gales. o leo puro, sem nenhum aditivo. A retirada da glicerina, um dos componentes do leo de girassol, com a adio de etanol e de um catalisador melhora ainda mais o rendimento no motor. A torta que sobra da moagem um componente de alto teor nutritivo para raes animais. So 24% de pura protena. E os restos da cultura podem ser utilizados para silagem. O modelo desenvolvido na fazenda vai servir para propriedades que tenham de trs a quatro tratores, um ou dois caminhes, uma colhedora e algumas mquinas. Cooperativas de produtores ou em assentamentos tambm poderiam utilizar o leo de girassol como combustvel. Esta uma das melhores alternativas para se consolidar a cultura do girassol, gerando mais emprego e renda. Concluses e recomendaes A introduo de uma nova cultura em um sistema produtivo depende da disponibilidade de tecnologia que assegure sua produo, sua capacidade de inserir-se na cadeia agro-alimentar e sua rentabilidade econmica. Os resultados provenientes dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos no pas demonstram a existncia de um importante acervo de tecnologias que garante o desenvolvimento da produo do girassol, para diferentes regies brasileiras, em condies muito favorveis em termos de seu rendimento fsico por hectare. Por sua vez, a insero do girassol no processo produtivo tambm est assegurada considerando que sua cadeia produtiva utiliza-se da mesma estrutura disponvel para a soja, atualmente a mais importante oleaginosa produzida no pas. Ressalta-se o fato de que o girassol, em funo da poca de seu plantio, ocupar a parte ociosa dos fatores de produo existentes para soja e milho, tanto na propriedade quanto nas plantas industriais. No tocante sua rentabilidade, a cultura do girassol tem apresentado resultados muito auspiciosos, como ser demonstrado. Para tal, ser realizada uma breve anlise do custo de produo (custo total e custo varivel mdio) e da margem bruta, visando demonstrar se o sistema gera lucro ou perda. Esse dossi contribui para ampliar os conhecimentos e fomento para o cultivo do girassol, cultura alternativa para os pequenos produtores, na possibilidade da diversificao de suas atividades agrcola e alcance para o programa do biodiesel. importante, se possvel, contar com o apoio de um profissional especialista na rea, para elaborao de um projeto adequado s condies desejadas. Referncias ALMEIDA, A.M.R.; MACHADO,C.C & PANIZZI, M.C.C. - Doenas do girassol: descrio de sintomas e metodologia para levantamento. Londrina, EMBRAPA-CNP de Soja, 1981. BELTRO, N.E. M.; SILVA, L.C.; MELO, F. B. Cultivo da mamona (Ridnus communis L.) consorciada com feijo caupi [(VIgna unguiculata (L.) Walp] pata o Semi-rido nordestino, em especial do Piau. Campina Grande: Embrapa CNPA, 2002. CASTRO, C., CASTIGLIONI, V. B. R., LEITE, R. M. U. B. et al. A cultura do girassol. Londrina, EMBRAPA-CNPSO, 1996. EMPRESA BAIANA DE DESENVOLVIMENTO AGRCOLA S/A. Recomendaes Tcnicas CopyrightServio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br 20para o cultivo do girassol, EBDA, 2007. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA. Unidade Soja.Tecnologia de Produo de Girassol.Disponvel em: . Acesso em: 30 nov. 2007. ______.Departamento de Informao e Documentao (Braslia). Programa Nacional de Pesquisa de Energia. Braslia, 1982. ______.Centro Nacional de Pesquisa da Soja (Londrina, PR).Informes da avaliao de gentipos de girassol, 1997/98 e 1998. Londrina, 1998. L.C.A; FARIAS, J -R.B. A cultura do girassol. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1996. MORAES, S.A.; UNGARO, M.R.G. & MENDES, B.M.J . "Alternaria helianti"agente causal de doena em girassol. Campinas, 1983. SANGOI, L.; KRUSE, N. O . Comportamento de cultivares de girassol em diferentes pocas de semeadura no planalto catarinense. 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