desnutrição infantil no nordeste tem queda acelerada
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Desnutrição infantil no Nordeste tem queda acelerada Por Júlio Bernardes - [email protected] Publicado em 17/março/2010 | Editoria : Saúde | Imprimir | Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP revela que o índice de desnutrição infantil no Nordeste brasileiro caiu de 33,9% em 1986 para 5,9% em 2006. Os principais fatores associados à
redução apontados pelo estudo são o aumento do poder aquisitivo familiar e a ampliação da escolaridade média das mães. Segundo a nutricionista Ana Lucia Lovadino de Lima, uma das autoras
do trabalho, a queda se acentuou depois de 1996 e poderá atingir índices ainda menores nos próximos anos se forem mantidas as políticas de transferência de renda e o acesso a serviços básicos
como saúde, educação e saneamento básico for ampliado.
Em 20 anos, índice de desnutrição infantil no Nordeste caiu de 33,9% para 5,9% O estudo se baseou nas Pesquisas Nacionais de Demografia e Saúde (PNDS) realizadas no Brasil nos anos de 1986, 1996 e 2006. “A partir das informações sobre crianças menores de cinco anos e de
suas mães, a variação nos índices foi avaliada com base em cinco determinantes essenciais na questão da desnutrição infantil”, conta Ana Lucia. Os fatores analisados como determinantes foram a assistência à saúde, a presença de esgoto e água canalizada no domicílio, a escolaridade da mãe, o
poder aquisitivo familiar e os antecedentes reprodutivos da criança. Entre 1986 e 1996, o nível de desnutrição caiu de 33,9% para 22,2%, devido principalmente a
melhoria da escolaridade materna e do acesso ao saneamento básico (rede de água e esgoto). “A assistência à saúde e os antecedentes reprodutivos tiveram menor influência”, diz a nutricionista, “e o
poder aquisitivo familiar foi o fator menos importante nessa redução devido a realidade econômica observada no período.”
AceleraçãoA queda da desnutrição se acelerou entre 1996 e 2006, e o índice chegou a 5,9%, sendo que as
melhorias observadas no poder aquisitivo familiar e na escolaridade materna foram os fatores que mais contribuíram. “Nesse período foram implantadas políticas de estabilidade econômica, de
transferência de renda e de acesso à educação que contribuíram de forma muito importante para a redução da prevalência da desnutrição infantil na região Nordeste”, afirma Ana Lúcia.
De acordo com a nutricionista, se a queda da desnutrição infantil no Nordeste brasileiro mantiver o mesmo ritmo acelerado, dentro de aproximadamente dez anos o índice chegará ao nível considerado
aceitável para uma população saudável, que é de 2,3%. “Para que essa tendência se mantenha, é necessária a continuidade das políticas públicas de aumento da renda da população mais pobre, além
de maiores investimentos em saúde, educação e em saneamento”, conclui. O estudo, realizado em parceria com Ana Carolina Feldenheimer da Silva, Silvia Cristina Konno,
Wolney Lisboa Conde e Maria Helena D’Aquino Benicio, foi publicado na edição de fevereiro da Revista de Saúde Pública, editada pela FSP. A pesquisa teve a coordenação do professor Carlos Augusto
Monteiro, do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) e do Departamento de Nutrição da FSP.
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Palavras chavedesnutrição infantil, FSP, Nordeste, nutrição, Saúde