design magazine 11 - maio/junho 2013

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Edição nº11 da Design Magazine (Maio/Junho 2013)

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EDITORIAL

Um estudo efectuado pelas Nações Unidas refere que em 2025 o Homem vai necessitar mais de metade da quan-tidade de água que é hoje utilizada. Está aqui um grave problema não só para a espécie humana mas sobretudo para o meio-ambiente. Se olharmos para o que vai aconte-cendo às águas existentes em poços, nascentes ou cursos naturais, verificamos que quer as qualidades e as quantida-des se afastam cada vez mais dos desejados equilíbrios do meio-ambiente e suas espécies. As reservas de água são cada vez mais olhadas como um bem quase de luxo, daí o interesse de uns poucos em querer privatizar um bem tão essencial à vida como este. Outrora uma corrida ao ouro, neste momento uma voraz perseguição pelos direitos da água. Filmes visionários como Dune, de David Lynch, dão--nos uma visão satírica e dramática de uma realidade que está cada vez mais próxima. Fora barragens e outros gran-des investimentos para captação, utilização e tratamento de águas, os povos pouco têm feito no sentido de intervirem num bem a que a todos diz respeito. Intervir no sentido de revelar as suas preocupações perante a escassez mas sem esquecer o dever de agirem como grandes consumidores que são. Já para não mencionar o direito que todos devem ter no acesso à água, que em muitos locais do planeta é ve-dado ou impossibilitado por manifesta negligência política. Os complexos e necessários esquemas de água e esgotos espalhados por quase todo o planeta parecem cada vez mais obsoletos, isto numa perspectiva não só do raciona-mento de consumos como também de tratamentos e distri-buição. Por outro lado há o enorme desperdício que deriva de um esquema criado para o consumo diário, o qual já não responde de forma alguma às preocupações de preser-vação e gestão consciente da água. Em termos de neces-sidades, estão ultrapassados quase todos os esquemas de canalizações e de distribuições, num sem fim de redes que pretende apenas dar resposta a hábitos de consumo erra-dos e prejudiciais ao meio ambiente. A tecnologia deve dar uma resposta ao problema que se apresenta no horizonte de todos, não esquecendo também que todos somos res-ponsáveis pela regulação, preservação e utilização de um recurso tão fundamental à Vida.

Fotografia da capa da autoria de Rui Gonçalves Moreno

[email protected]

Tiago Krusse

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A minha casa. O meu refúgio. A minha visão do mundo.

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Opinião de Rodrigo Costa

Ensaio por Francisco Vilaça

Antoine Pasdeloup

Teresa Gonçalves Lobo

Empatias em Saint Etienne

Milão ainda cresceu

Food Design por José Avillez

Encontre-se na Lost Lisbon

Um jardim na Islândia

Escola Primária em Londres

Um loft em Mannheim

Leituras

Escutas

SUMÁRIO

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ESTA REVISTA ESTÁ REDIGIDA NA ORTOGRAFIA PORTUGUESA

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http://www.elementosasolta.pt

http://www.elementosasolta.pt

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DIRECTOR EDITORTIAGO KRUSSE PRODUÇÃO GRÁFICA E DIGITALJOEL COSTA / CÁTIA CUNHA REDACÇÃ[email protected] COLABORADORESANA LOPES (LISBOA)CARLOS PEDRO SANT’ANA (ILHABELA) FRANCISCO VILAÇA (ESTOCOLMO)HELENA ABRIL LANZUELA (VALÊNCIA)JOSÉ LUÍS DE SALDANHA (LISBOA)RODRIGO COSTA (PORTO) FOTOGRAFIAFG+SG – FOTOGRAFIA DE ARQUITECTURAJOÃO MORGADO – FOTOGRAFIA DE ARQUITECTURARUI GONÇALVES MORENO

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EDITORA ELEMENTOS À SOLTA - DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS MULTIMÉDIA LDARUA ADRIANO CORREIA OLIVEIRA, 153, 1B - 3880-316 OVAR - PORTUGALNIPC: 508 654 858www.elementosasolta.pt PUBLICAÇÃO CRIADA EM 2011PUBLICAÇÃO BIMESTRALREGISTO DA ENTIDADE REGULADORA DA COMUNICAÇÃO 126124

designMAGAZINE

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http://revistadesignmagazine.com/subscreva/

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ERRATA

Na edição Março/Abril 2013 publicámos a reportagem “imm Recupera Dinâmica”, sobre a feira de Colónia que teve lugar entre os dias 14 e 20 de Janeiro do presente ano. Num lapso da nossa parte trocámos as legendas de dois produtos, da ClassiCon e da Walter Knoll, nomeadamente “Euvira”, design de Jader Almeida, e “Seating Stones”, design da UNStu-dio/Ben van Berkel. Uma vez encontrado o erro informámos desde logo os responsáveis da marca, assumindo o facto, e garantimos a publicação de uma errata nesta edição. Pedimos as nossas sinceras desculpas aos responsáveis pelas empresas envolvidas, aos designers dos produtos e aos leitores da revista DESIGN MAGAZINE.

”Euvira”, design de Jader Almeida para a ClassiCon

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“Seating Stones”, design de UNStudio/Ben van Berkel para a Walter Knoll

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OPINIÃORodrigo Costa

Fly With Me … Fly away, fly away, fly away; fly away with me to far away from where we are...

Há o chamamento da Terra; a ligação ao solo a que per-tencemos; as memórias das paisagens onde crescemos… A Terra. Apenas a Terra. E o Sol e a Lua e o sítio de onde aprendemos a vê-los nus. O resto é coisa que pouco im-porta; que pouco interessa, porque, pura e simplesmen-te, não tem interesse; é perda de energia e de tempo. É perda de vida; é perda de sonhos. Ser Português é ver morto o destino, antes que ele aconteça –devo dizer, por precaução e esclarecimento, que, com os poderes ou as pessoas que os corporizam, a ordem das coisas é inversa: o destino acontece, antes que eles sejam portugueses.Miguel Relvas conseguiu, finalmente, perceber onde es-tava. Cansado da insensatez, dos estudos prolongados e de outros esforços incompreendidos, abandonou o lugar de primeiro-Ministro; acabando por deixar órfão o seu secretário ou adjunto e, pelos vistos – pelo teor da decla-ração ao País –, um mal-agradecido, que não interiorizou que é “segundo”, porque o primeiro trabalhou e quis.Aliás, Portugal é um feudo de ingratos; de gente incapaz de compreender o esforço de governos e de oposições; e que não é capaz de compreender e de aceitar o silên-cio ou as escassas palavras do Presidente da República –sobre cuja existência muitos, mal-intencionados, têm dúvidas–, na sequência, lembre-se, dos cortes, recomen-dados e impostos, nas despesas do Estado.–“Agora, amanha-te!”, terá pensado – e dito? – o demis-sionário primeiro-Ministro, logo após a atitude irreflectida do Tribunal Constitucional, que decidiu –com a negligên-cia que lhe impediu a visão da realidade momentânea e específica– levar a sério o amontoado de alíneas, cláusu-las e parágrafos que poderiam, perfeitamente, ser tidos como texto decorativo de papel higiénico, tantas as vezes em que os governos, à Constituição, têm limpado o cu… E lembro-me, a propósito, de uma empresa onde tra-balhei e em que um dos sócios, costumava dizer que a pontualidade era para os pobres – estou convencido, a esta distância, de que, se, em vez de relógio, usasse um código civil ou a Constituição, diria das leis o que dizia das horas. Apenas um pressentimento, pressionado pela realidade que não dá descanso ao meu imaginário.Estou em Inglaterra – como, por certo, já deram conta

–, estimulado pelo humor que é próprio e pela troca de algumas histórias encantadoras; saindo, eu, sempre, be-neficiado, porque só tenho histórias imparáveis –o que não deixa de ser uma vantagem; na medida em que é mais fácil traduzir o riso e a gargalhada do que muitas das palavras e frases ditas numa pronúncia que não te-nho a certeza de estar correcta. Dou, enfim, o benefício da dúvida!Dado que o meu Inglês é mais para consumo da casa – aquela história de gostar de falar sozinho –, as pessoas perguntam-me, com as lágrimas nos olhos e dificuldade de recomposição, de onde sou. Digo, assumida e deste-midamente –porque nada pior me pode acontecer–, que sou Português. Mas, talvez devido à elaboração do modo como pronuncio, ficam inigmatizados e, passados alguns segundos, voltam a perguntar-me de onde sou; mais do género “onde fica isso?”.Começo por falar do Algarve e do Cliff Ricahard… Princi-pia a fazer-se luz. E, sem deixar cair a bola, evoco o Mou-rinho, o Ronaldo e o André Vilas-Boas; recorro, ainda, ao Durão Barroso, que, segundo me pareceu, pensavam ser produto, asiático, de uma qualquer fábrica de robots. E perguntam-me, a seguir, se não sou familiar de Jorge Nuno Pinto da Costa.Com grande surpresa, respondo que “Costa” é um nome, familiar, muito comum, em Portugal. Tal como, por exem-plo, “Silva” e alguns outros. Retêm o “Silva” e perguntam--me se haverá, então, em Portugal, claro!, algum Jorge Nuno Pinto da Silva. Exactamente, assim, não, nego; mas deixo, ilustrativo, o nome do Supremo Magistrado da Nação, a Dr.ª Maria Cavaco Silva.Cessou o riso e avançamos para a sobremesa, porque o Donal cozinha que se farta, e a Eileen não tem concor-rentes à altura…Nota: foi, recentemente, legalizada, na Holanda, uma as-sociação pedófila. Eu propunha – esgotadas e ineficazes todas as outras formas de crescimento – que os políticos e muitos dos poderosos portugueses fossem recomen-dados e inscritos. Não como pedófilos… mas como me-ninos…

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Ilustração de Rodrigo Costa

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ENSAIOFrancisco Vilaça

Salmo industrial

Desliza sobre si mesmo num zumbido contínuo, em bati-mentos curtos, e com a precisão rítmica da mais afinada das máquinas, o coração. Trilha caminhos. Rompe flores-tas. Atravessa cidades. Transporta destinos inversamente proporcionais ao seu, múltiplos e desconhecidos. Tem em si, impregnada a pachorrenta monotonia da rotina à qual está alojado, e da qual não se consegue livrar, foi-lhe destinada, e o destino é decidido pelos poderosos e não pelos corajosos e audazes. Suspeito a existência de pessoas comboio. Seres verga-dos pelo peso com que se carregam, um peso tal que os impossibilita, de mudar de linha ou direcção. Não por-que não queiram, ou porque não consigam. Estou em crer que simplesmente terão sido soldadas com mestria, pelos engenheiros do nosso tempo. Enclausuradas num trilho rítmico, que as baila hipnoticamente.Alimentemos contudo a esperança, que até no mais pe-sado dos comboios, pode com o engenho certo, por mui-to apertada que seja a clausura ou pesada a carga que carrega, fazer um avião. Acreditemos numa sociedade que reconhece o individuo e cada experiência individual, não como um comboio que viaja só e isolado, mas um comboio colectivo, a quem se reconhece o seu eu, único e insubstituível. Que a literatura chegue mais alto e ilumine ricos, pobres, diferentes e indiferentes. E a todos nós, que cuidemos do nosso legado comum. Ámen

post-scriptumMuitos parabéns à Design Magazine pelos dois anos de vida, que continue a rolar saudável e tranquilamente nesta fantástica linha que o seu editor (Tiago Krusse), tão bem desenhou e constrói. Da minha parte, um sin-cero obrigado por este ano de colaboração com os meus textos e fotografias

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“A infelicidade não depende apenas da dor, mas a alegria, essa, só devia depender da ausência de dor física.” Gonçalo M. Tavares in A máquina de Joseph Walser

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EM FOCOAntoine Pasdeloup

Fotografia: Cortesia da Daniel Vieira DesignA trabalhar desde 2012 para Advansolar, em Nice, Fran-ça, Antoine Pasdeloup mantém a sua actividade de de-signer em regime freelance. Estudou na Escola de Design Nantes Atlantique na qual, em 2011, obteve um mes-trado em design de produto e gestão de projecto. Com um bacharelato em ciências, obtido em 2005, o percurso desde designer francês está também marcado por currí-culo profissional em áreas tão distintas como design grá-fico, interiorismo ou arte. Toda esta complementaridade nos estudos e início de carreira profissional, moldaram de certa forma a sua paixão pela disciplina e, mais do que isso, incutiu-lhe o gosto pela mobilidade. Tem vindo a desenvolver a sua abordagem própria em cada trabalho que faz, mantendo uma constante pesquisa sobre aspec-tos técnicos ligados às suas actividades bem como a ex-ploração de métodos criativos. Toma cada trabalho como um novo ponto de partida e isso permite-lhe elaborar novos processos esquemáticos. Retira destas experiên-cias de trabalho novos conhecimentos que lhe permitem distinguir entre aquilo que são reflexões gerais sobre de-terminados problemas e o trabalho do designer.Começou por criar a sua empresa especializada em pro-blemas de mobilidade urbana e encetou algumas cola-borações com companhias industriais e responsáveis de edilidades em assuntos ligados ao plano das cidades, mobiliário urbano e meios de transporte. A par da sua preocupação em gerir a sua actividade profissional, An-toine Pasdeloup confessa que gosta de testar materiais e formas no sentido de criar peças feitas à mão, pequenas séries de produtos como mobiliário ou pequenos objec-tos. Gosta de salientar que nos seus diferentes métodos de trabalho a poesia precede às funções e utilidades exi-gidas em cada distinto projecto.

www.antoinepasdeloup.fr

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EM FOCOTeresa Gonçalves Lobo

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Projecto 3D por Miguel Antero Gonçalves

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A artista plástica Teresa Gonçalves Lobo e os mestres artesãos do Museu de Artes Decorativas Portuguesas – Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva criaram duas peças de mobiliário, a “i chair” e a “i chair-long”. A criação e produção destas duas cadeiras surgem no seguimento de um convite feito à artista por parte da fundação, que pelo projecto artístico intitulado Um Outro Olhar, na sua 4.ª edição e subordinada ao tema Desenho, apresentam a exposição desta autora, intitulada “i em pessoa”, com trabalhos de desenho, gravura e mobiliário.A letra i como ponto de partida desta exposição de dese-nhos e gravuras deram sequência a uma nova estratégia que a fundação vinha a maturar há algum tempo e que pretende divulgar os saberes dos seus mestres. Uma di-vulgação, promoção e preservação dos conhecimentos aplicados nas oficinas da instituição, onde são executa-dos trabalhos de manufactura de elevado perfeccionis-mo. Conhecendo a paixão por cadeiras pelo fundador da instituição, é com entusiasmo que Teresa Gonçalves Lobo acede à generosidade do convite que lhe é feito para propor o que intendesse aos mestres das oficinas e fazer usufruto das artes da carpintaria, marcenaria e outras mais todo o engenho produtivo ali encontrado. A proposta das cadeiras “i chair e i chair-long” surge assim com grande naturalidade e espontaneidade por parte da artista plástica, homenageando a paixão do fundador e todo um espólio criado em torno desse tipo de mobiliário. Produzem-se então dois exemplares de grandes dimen-sões e que podem ser vistos na exposição, que estará patente na fundação até ao dia 24 de Junho de 2013. Duas elegantes cadeiras concebidas em vinhático e pau--santo, originadas de um tópico comum, a letra i, mas com abordagens formais distintas. Têm dois perfis distin-tos, que nos levam para a letra inspiradora. Do conceito, passando pelo planeamento e chegando à execução, a artista e os mestres coordenaram todos os conhecimen-tos com o desígnio de encontrar os desejados equilíbrios ergonómicos, o conforto proporcionado e a preservação da expressão artística. A ideia, o desenho, a escultura, o acabamento e todo um conjunto de detalhes revelam a qualidade do trabalho de equipa e sobretudo a capacida-de de transpor o conceito para a matéria com um eleva-do rigor. A conjugação das artes em duas peças fortes e que se encontram para venda, a “i chair” mediante enco-menda e “i chair-long” numa edição limitada a 25 peças, tornam-se assim na primeira série de produtos saídos de uma estratégia da fundação que pretende dar seguimen-to à “materialização da ideia em objectos”. TK

www.teresagoncalveslobo.com

Desenho da “i chair” por Teresa Gonçalves Lobo

Desenho da “i chair-long” por Teresa Gonçalves Lobo

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i chair”, design de Teresa Gonçalves Lobo e produção da FRESS

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“i chair long”, design de Teresa Gonçalves Lobo e produção da FRESS

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EMPATIAS EM SAINT ETIENNEReportagem: Tiago Krusse

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Fotografia de Christian Richters

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Fomos convidados para a 8.ª Bienal Internacional de De-sign de Saint-Etienne, em França, evento que decorreu entre os dias 14 e 31 de Março deste ano. Com um ex-tenso programa onde se incluíram 61 exposições temá-ticas com curadoria atribuída a diferentes agentes dos campos do design, arquitectura, artes plásticas, ensino superior e indústrias criativas, o evento contou com os altos patrocínios de instituições públicas nacionais e re-gionais. Um total de 18 dias de acontecimentos unidos pelo mote “Empatia ou vivenciando o outro” em que os responsáveis pelas principais organismos metropolitanos da região de Saint-Etienne em coordenação próxima com os dirigentes da Escola Superior de Arte e Design criaram 3 circuitos pela cidade com cerca de 80 locais com expo-sições associadas, 32 programas principais e a atribuição de 5 prémios durante a bienal. Captando essencialmente a atenção de profissionais, es-tudantes e público em geral francês, Saint Etienne por força de ser membro da rede Cidades Criativas da UNES-CO, conseguir trazer até à bienal um conjunto de pro-fissionais e de agentes de mercado vindos de fora, bem como imprensa especializada de todo o mundo. Nesta rede de cidades criativas incluem-se para além de Saint Etienne, que se tornou membro em 2010, Berlim (Alema-nha), Graz (Áustria), Shenzen, Shanghai e Pequim (Chi-na), Seul (Coreia do Sul), Nagoya e Koke (Japão), Buenos Aires (Argentina) e Montréal (Canadá). Este facto trouxe até ao evento uma série de responsáveis internacionais de cada uma desta cidades do design, que cooperam em rede com o intuito de estimularem um gradual desen-volvimento económico, social e cultural através de uma efectiva troca de experiências. Aproveitámos a ocasião para falarmos com alguns dos intervenientes que fizeram parte do programa de colóquios breves que tiveram lu-gar no Museu Metropolitano de Arte Moderna. Ficámos com uma impressão de divergências entre as estratégias adoptadas em cada cidade, sobretudo na capacidade de implementar de facto pelo design uma série de dinâmicas que consigam estimular a economia e por conseguinte o desenvolvimento social e a evolução cultural. Para Tanja Mühlhans, alemã e a trabalhar há mais de 12 anos com a edilidade de Berlim, o facto do design ser uma vertente capaz de estimular a economia pelo desenvolvimento de novos conceitos é por si positivo. Todavia, no seu en-tender, foram muito pouco abordados os aspectos liga-dos ao dinheiro, não só ao financiamento mas também aos custos e aos legítimos objectivos de retorno. E Tanja Mülhlans deixou-nos a sua experiência de 12 anos com

Berlim, na qual muita da sua função passou por legali-zar e investir numa série de projectos marginais que iam sendo desenvolvidos naquela cidade, quer numa vertan-te da conceptualidade artística como nas vertentes mais ligadas aos fins industriais. Diz-nos que na essência é sempre um processo de investimento pois as verbas são atribuídas a projectos com o propósito de os legalizar dotando-os também de assessorias ao nível das estraté-gicas empresariais e financeiras com o propósito deles se tornarem independentes estimulando assim a produção, a economia e gerando receitas. Expressam que todo esse investimento que Berlim tem feito tem tido um enorme retorno, pois que todas essas indústrias criativas geram verbas anuais na casa dos milhões. Ela expressa-nos que uma das razões pelas quais Berlim é um local tão ex-citante e criativo é porque são dadas condições a que projectos com futuro sejam consolidados e através deles a economia floresça. “Há uma espécie de vergonha em falar de dinheiro, como se isso fosse algo de negativo”, diz Tanja sobre a sua impressão dos intervenientes nos colóquios, acabando por esclarecer que a economia não pode apenas funcionar com um conjunto de intenções meramente formais, planeamentos rígidos e suportadas em utopias estéreis. Finaliza que o dinheiro permite via-bilizar muita coisa para lá do lucro, permite investir, pes-quisar e arriscar de novo em áreas diferentes.Num jantar para a imprensa tivemos a oportunidade de conversar com Elsa Francès, directora da Bienal de Saint Etienne e gestora de eventos, sobre a importância es-tratégica da iniciativa. De uma forma descomprometida e muito frontal, Elsa Francès quis acentuar o papel da bienal como agente efectivo de mudança de uma cidade e de uma região em que muitas das suas principais in-dústrias deixaram de exercer a sua actividade e por con-sequência isso trouxe problemas sociais e económicos para todos. Falou na capacidade criativa dos estudantes, designers e manufacturas da área metropolitana que ao longo da última década têm revelado a sua capacidade empreendedora e a habilidade de transformar a econo-mia local e os hábitos de consumo. Tem sido um proces-so lento mas as ligações entre o ensino, a comunidade e o algum tecido industrial têm originado o surgimento de um conjunto de actividades e iniciativas que para além de sensibilizarem as pessoas para o design permite gerar um pouco de actividade económica.No decorrer das visitas às diferentes e principais exposi-ções que tiveram lugar nos terrenos da Escola Superior de Arte e Design, entre visões de futuro, preocupações

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Fotografia: cortesia da Bienal de Saint Etienne, exposição “Vidro é Amanhã” comissariada por Lise Coirier e cenografia de Arik Levy

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com sustentabilidade, abordagens sexistas ao papel do design, inovações tecnológicas e sátiras a todos os ti-pos de hábitos de consumo, fomos ao encontro de Fran-çois Caspar que é o presidente e membro cofundador da Aliança Francesa dos Designers. Reportou-nos que não tem sido fácil chamar os designers franceses até a asso-ciação e que muito se deve a incapacidade da classe se juntar, aos temperamentos apenas movidos pela neces-sidade de protagonismo ou até mesmo pelo puro desin-teresse. Curioso que neste dia, de frio intenso e ligeiros nevões – que não são usuais para esta altura do ano na região – uma alta figura do estado francês desloca--se à bienal para entregar um dos 5 prémios atribuídos no evento. Para Fançois Caspar fica a nítida impressão de que o design atribui uma certa aura de vanguarda e prestígio mesmo quando a profissão continua sem ser re-conhecida no país. O historial do design francês é imenso mas tal como noutros países da Europa a classe não se consegue organizar e muito menos ver reconhecidos os seus legítimos direitos de actividade profissional. Colo-cam-se assim uma série de problemas locais e não só, pois que sem a profissão reconhecida pelos estados a precaridade, a insegurança e a exploração do trabalho generalizam-se e apresentam-se como graves entraves ao tão falado desenvolvimento da economia pelas indús-trias criativas.No último dia em terras francesas conhecemos Yann Ma-thias, um francês a viver em Londres há uma série de anos e que fundou com Kevin Farnham e Santiago Ma-theus o Method Design Lab, que opera como empresa de consultadoria e em estreira ligação com a Escola Central Saint Martins e o seu Laboratório de Design. Com uma experiência de mais de dez anos a trabalhar com a re-putada escola inglesa e na sua empresa, Yann Mathias revelou-nos um pouco do trabalho que andam neste mo-mento a promover. São ideias simples mas que mexem muito com as convicções das pessoas e os lugares con-fortáveis a que se habituaram a acreditar que durariam para sempre. Uma das ideias que nos deixa é a do design intervir na economia como um concorrente da banca tra-dicional ou até mesmo da banca de investimento. Dá--nos um simples exemplo: porque não existirem pessoas de um certo bairro que ao invés de colocarem as suas economias no banco, com juros cada vez mais baixos, a apostarem e a investirem no negócio do talho local? Isto é, essas pessoas aperceberem-se que esse negócio específico tem capacidade para atrair mais clientela e por conseguinte facturar mais. Elas realizam que o dono do

talho não se apercebe da potencialidade de crescimento e decidem abordá-lo no sentido de investirem no negó-cio com o propósito de retirar dividendos depois. É um exemplo a par de outras tantas ideias que podem ser colocadas em prática mas parece-nos que tudo também depende da mentalidade e dos comportamentos das pes-soas. E será que há essa evolução de comportamentos e que as pessoas no geral realizam que existem outras formas de gerar mais-valias, maior coesão social e for-talecimento da economia? Para Yann Mathias é um tra-balho longo e árduo de abrir mentalidades e por incrível que pareça é entre aqueles que se dizem mais abertos às inovações que se encontram os maiores obstáculos.E deixámos Saint Etienne com a sensação de uma experi-ência válida, num evento que está em crescimento e que apesar de se mostrar de certa forma envergonhado em aflorar as questões económicas e financeiras, tem vindo a alterar comportamentos e a estimular novas atitudes que promovem uma espécie de reciclagem dos agentes económicos da região. Não queremos de deixar de sa-lientar o prazer de termos assistido à exposição “Charlot-te Perriand e o Japão”, no Museu Metropolitano de Arte Moderna, e a visita guiada à Igreja de São Pedro, em Firminy, um projecto de Corbusier e cuja construção foi levada a cabo pela edilidade local e concluída em 2006. Guardamos boas memórias da Bienal de Saint Etienne.

www.biennale-design.com

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Fotografia: cortesia do Museu Metropolitano de Arte Moderna, exposição “Charlotte Perriand e o Japão”

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MILÃO AINDA CRESCEUReportagem: Tiago Krusse

A 52.ª edição do Salão Internacional do Móvel de Milão, em Itália, realizada entre os dias 9 e 14 de Abril deste ano apresentou um balanço final positivo e de cresci-mento quando comparado com os resultados obtidos no ano passado. No que à bienal Euroluce e SaloneUfficio diz respeito e comparando este ano com os números de 2011, houve um aumento de visitantes sendo atingido um registo acima dos 324 mil. Outro crescimento e na ordem dos 5% diz respeito às proveniências oriundas de 160 países diferentes. Os dados fornecidos pela organi-zação referem que existiu um maior fluxo de visitantes vindos de fora, com mais notada presença para aqueles originários da Rússia e dos países que lhe estão mais pró-ximos. No perfil de visitantes profissionais destacaram-se as presenças de duas delegações, uma de construtores chineses e outra de arquitectos norte-americanos. Apesar do pequeno crescimento da feira, os organizadores não deixaram de revelar preocupação sobre alguns sinais de alarme sentidos no mercado italiano, sobretudo com al-gumas empresas a denotarem uma maior propensão para atender à procura dos mercados externos esquecendo a procura interna. Ainda sobre esta dualidade de critérios das empresas italianas, ficou-nos a nítida impressão que foram as empresas estrangeiras a apresentarem maior número de novidades. Ao nível do investimento e criativi-dade apresentadas nos expositores, tirando as habituais exuberâncias das empresas mais emblemáticas, foi nos pequenos espaços que assistimos à maior criatividade de comunicação e ao maior impacto na apresentação dos produtos. Realce para um bom número de expositores portugueses que para além de confirmarem a sua capaci-dade para exportar e singrar nos mercados estrangeiros, tiram grande proveito da presença em Milão para reforçar contactos com mercados tão importantes como da Rús-sia, do Médio Oriente e da Ásia. Dedicámos 3 dias em exclusivo à feira, o que é manifes-tamente pouco tempo dada à dimensão do evento. Ape-sar do forte contributo informativo e visionário propor-cionado pela instalação projectada por Jean Nouvel no pavilhão dedicado ao escritório, denotámos uma menor presença de expositores se bem que as áreas expositivas de todos os pavilhões estivessem totalmente preenchi-das. O Euroluce foi para nós o ponto mais positivo desta edição, com bastantes novidades nos vários segmentos do design de iluminação. Foi aí que encontrámos mais aspectos ligados às inovações tecnológicas, maior nú-mero de propostas para mercado residencial e mercado profissional, as questões da sustentabilidade e da eficácia energética e ainda as preocupações com um equilíbrio

entre a qualidade da oferta e as exigências da procura. No SaloneSatellite foi notória uma mais bem ordenada área para os jovens expositores e onde também se des-tacou uma pequena mas forte presença de designers portugueses. Em termos de criatividade e talvez por ser um reflexo da crise económica e financeira, as propostas da grande maioria dos jovens designers pareceram-nos sem o brilhantismo de outros anos. Uma nota final para fazermos referência aos inúmeros eventos paralelos e exteriores à feira, que estão segura-mente a canibalizar o propósito do salão do móvel como também a evidenciar uma capacidade para retirar uma boa margem de visitantes durante os dias de feira. São elementos de preocupação para os organizadores do Sa-lão do Móvel de Milão e também para a direcção da câ-mara da cidade, que deveria revelar uma maior preocu-pação com o anormal fluxo de pessoas durante o período da feira engendrando uma maior capacidade de resposta por parte dos transportes públicos urbanos.

“Talma”, design de Benjamin Hubert para a Moroso

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“Heta”, design de Philippe Bestenhaider para a Frag

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“Element”, design de Tokujin Yoshioka para a Desalto

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“TT”, design de Ron Gilad para Adele – C

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“Alcove Plume”, design de Ronan e Erwan Bouroullec para a Vitra

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“Yuuto”, design de EOOS para a Walter Knoll

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“Song”, design de Lievore Altherr Molina para a Arper

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“Parrish Collection”, design de Konstantin Grcic para a Emeco

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“DS – 144”, design de Werner Aisslinger para a De Sede

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“Blocco”, design de Naoto Fukasawa para a Plank. Fotografia de Matteo Imbriani

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“Vine” da Ginger & Jagger

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“Deep Sea”, design de Nendo para a Glas Italia. Fotografia de Hiroshi Iwasaka

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“Encore 4”, de Hanna Korvella

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| 43 |“Terreria”, design de Studio Archea para a Moroso

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“The Wing”, design de Daniel Libeskind para a Fiam

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“All Saints”, design de Ludovica + Roberto Palomba para a parceria Kartell by Laufen

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“Orotund”, design de Marc Newson para a Flos

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“Wireflow”, design de Arik Levy para a Vibia

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| 48 |“Flip”, design de Simon Pengelly para a Foscarini

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| 49 |“Peacock” design de Noé Duchaufour Lawrance para a Kundalini

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“Nenúfar”, design de Joan Gaspar para a Marset

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“A110”, design de Alvar Aalto numa edição especial por Mike Meiré. Fotografia de Achim Hatzius

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FOOD DESIGNJosé Avillez

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Fotografia: AgênciaZero.net

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RAIA JACKSON POLLOCK

Ingredientes para 4 pessoas

Para a Raia2,5 kg de raia10 g de azeite

Para a Batata Confit500 g de batatas (2 und grandes)

200 ml de azeite aromatizado

Para o Azeite Aromatizado500 ml de azeite

3 g de raspa de limão3 g de raspa de Laranja

0,5 g de tomilho1,5 g de alecrim

20 g de alho Esmagado0,4 g de pimenta preta em grão

Para as Cebolinhas100 g de cebolinhas (10unds)

5 g de azeite8 g de alho

1,5 g de tomilho 5 g de sal grosso

Para o Puré de alho 100 g de alho

1 l de leite100 g de natas14,5 g sal fino

Para a Tinta de Choco100 g de tinta de choco

100 g de água

Para a Azeitona Verde Texturizada300 g de azeitona verde descaroçada

0,5 g de xantana/100 g sumo

Para a Azeitona Galega Texturizada300 g de azeitona galega descaroçada

0,5 g de xantana/100 g sumo

Para o Sumo de Cenoura Texturizado100 g de cenouras

5 g de vinagre de xerez1 g de sal fino

0,5 g de xantana

FINALIZAÇÃO

Para a RaiaFiletes de raiaBatatas confit

Cebolinhasq.b. de tomilho-limão

q.b. de azeiteq.b. de manteiga sem sal

q.b. de sumo de azeitona verdeq.b. de sumo de azeitona galega

q.b. de sumo de cenouraq.b. de tinta de choco q. b. de creme de alho

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Modo de preparação

RaiaLimpar bem a raia com o sal grosso. Secar com papel. Cortar a raia em filetes e colocar em salmoura (20 g sal/ l água) durante 30 min. Secar com o papel de cozinha absorvente.Embalar a vácuo com um fio de azeite.

Batata ConfitCom o molde cortar as batatas com 1 cm de espessura.Num saco colocar as batatas com o azeite aromatizado e com a água (1:5) e embalar a vácuo.Confitar a batata com o azeite aromatizado no forno, a vapor, durante 20 min a 90 ºC. Para cortar a cozedura arrefecer logo de seguida em água com gelo . Reservar no frigorífico.

Azeite AromatizadoNum tacho colocar o azeite juntamente com os aromá-ticos e deixar em infusão durante 1 h em lume muito brando (sem ferver, a 78 ºC / 80 ºC). Deixar repousar por uma noite. Passar o azeite por um passador de rede fina (etamine)e retirar os aromáticos. Guardar numa garrafa de azeite.

CebolinhasNum pequeno tabuleiro colocar as cebolinhas com cas-ca. Adicionar o azeite, o sal grosso, o dente de alho e o tomilho.Assar no forno durante 10 min a 140 ºC. Depois de assa-das, retirar as cascas e a primeira camada de cebola (se esta estiver danificada) e cortar em metades.Reservar numa caixa com azeite em quantidade suficien-te para as cebolinhas não secarem.

Puré de alhoDescascar o alho e retirar o gérmen. Num tacho colocar o alho, cobrir com leite e deixar a ferver durante 3 min. Repetir este processo mais duas vezes. Na Bimby, ou num bom copo misturador, colocar o alho, o sal fino e as natas. Triturar durante 5 mi na velocidade máxima. Passar este preparado por um passador de rede fina.

Para conservar, embalar o puré a vácuo e pasteurizar no forno, a vapor, durante 25 min a 75 ºC. Arrefecer em água e gelo para cortar a cozedura e reservar no frigorí-fico.

Tinta de ChocoCom a varinha mágica misturar a tinta de choco e a água.

Azeitona Verde Texturizada Triturar a azeitona na Bimby, ou num bom copo mistura-dor, na velocidade máxima. Passar o preparado por um passador de rede muito fina (Super Bag). Seguidamente adicionar a xantana e texturizar com a varinha mágicaColocar no biberão e reservar no frigorífico.

Azeitona Galega TexturizadaTriturar a azeitona na Bimby, ou num bom copo mistura-dor, na velocidade máxima. Passar o preparado por um passador de rede muito fina (Super Bag). Seguidamente adicionar a xantana e texturizar com a varinha mágicaColocar no biberão e reservar no frigorífico.

Sumo de Cenoura TexturizadoFazer o sumo de cenoura, adicionar a xantana e texturi-zar com a varinha mágica. Temperar com o vinagre de xerez e sal.Colocar no biberão e reservar no frigorífico.

RaiaCorar os filetes da raia em frigideira com azeite bem quente. Terminar com a manteiga e o tomilho-limão.Noutra frigideira corar as batatas em azeite e aquecer as cebolinhas na salamandra.Aquecer o creme de alho e a tinta de choco.

www.joseavillez.pt

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ENCONTRE-SE NA LOST LISBONTexto: Ana LopesFotografia: Diogo Figueira

É sabido que numa altura de crise todos os mercados sofrem, e que apesar de necessário, é muito difícil lançar projectos novos. Dois jovens lisboetas quiseram contra-riar este cenário, e criaram este ano um projecto empre-endedor na área do turismo, que é, no mínimo, diferente. Chama-se Lost Lisbon, inaugurou a 20 de Abril, de 2013, no Cais do Sodré, sendo a mais recente rede de casas na cidade que tenciona revolucionar o conceito de habitação e comunidade.A ideia partiu de João Pedro Barros, 26 anos e licencia-do em arquitectura pela Universidade Técnica de Lisboa, partindo da sua própria experiência de, durante a facul-dade, ver a sua casa como um local de convívio entre os colegas. Em conjunto com João Botelho, licenciado em design de interiores pela ESAD, empenharam-se em desenvolver o que chamam de um “novo conceito de ha-bitar”.

Em linhas gerais, a Lost Lisbon é um projecto de restau-ro e reaproveitamento de vários espaços na cidade, que tem como objectivo albergar residentes que ficam nela durante um longo período de tempo ou turistas que em contraste ficam menos tempo. O propósito é que esta mistura resulte num espaço aberto a todos, perdendo a sensação de hotel ou de casa privada, criando assim uma comunidade unida e diferenciada, integrada na cidade e no seu estilo de vida.A Lost Lisbon visa ainda ter como residentes convidados específicos de festivais ou eventos, como por exemplo são a Trienal de Arquitectura ou a experimentadesign, onde seja possível promover encontros, apresentações de produtos, jantares e actividades regulares entre in-quilinos e não-inquilinos, promovendo-se como um lugar de interacção cultural e artística, mas também ou até filmagens.

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O restauro da casa demorou cerca de 2 meses e meio e apesar de ainda manter a sua aparência original, teve longas obras de renovação. O edifício tem mais de 200 anos, pelo que “houve a preocupação de expor a verda-de dos materiais”, afirma João Barros. Tentou-se respei-tar ao máximo a organização e hierarquia dos espaços, retrocedendo a uma decoração e restauração clássica e original da casa, recuperando os métodos construtivos e estéticas do casario histórico lisboeta, aliando técni-cas construtivas e expressões artísticas da actualidade. Nesse sentido, os pavimentos em tábua corrida foram descobertos, afagados e encerados, as portas e aduelas foram decapadas, lixadas e envernizadas e manteve-se a traça original das janelas, recuperando a caixilharia de madeira. A recuperação de algumas paredes revelou os frescos originais que foram mantidos bem como todos os elementos de ornamentação de estuque, tais como frisos

e rosetas. Na decoração dos interiores manteve-se o estilo clássico, mas com imposições modernas. Os móveis foram na sua maioria doados por conhecidos, de aspecto clássico e an-tigo a par das portas, ombreias, janelas e pavimentos, combinando no entanto objectos modernos e banais. As paredes não recuperadas foram pintadas e para maioria dos quartos foram convidados artistas amigos para deco-rarem uma das paredes.As obras de recuperação contaram ainda com o traba-lho de Sara Diniz da Fonseca, impulsionadora do projecto desde o início, Sorin Stanciu e Guilherme Clara.

http://www.lostlisbon.pt/

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UM JARDIM NA ISLÂNDIATexto: Tiago KrusseFotografia: Cortesia da Fundação Benetton

O júri da 24.ª edição do prémio Carlo Scarpa para Jar-dins decidiu distinguir este ano o jardim botânico Skru-dur, localizado a noroeste da Islândia. Todos os anos, desde 1990, os responsáveis pela Fundação Benetton, estúdio de pesquisa, sedeado em Treviso, Itália, leva adiante este prémio com o propósito de sensibilizar as pessoas para o conhecimento da prática em arquitectura paisagista. Este prémio tem como missão tornar-se um instrumento de informação para um vasto público, para lá da comunidade dos peritos na especialidade, familia-rizando as pessoas para os dotes intelectuais e manuais necessários para trabalhar uma paisagem em constante mutação. Ele também tem como um dos seus principais intuitos a salvaguarda e a promoção das heranças natu-rais e históricas da paisagem. Skrudur é um jardim botânico que esta localizado próxi-mo das margens do fiorde Dýrafjoraur, a noroeste da Is-lândia, e a alguns quilómetros de proximidade ao Círculo Polar Ártico. Foi recuperado para de novo se dedicar ao cultivo tendo a sua abertura ao público acontecido em 1996 O jardim está situado num declive junto à encos-ta de umas montanhas erodidas e num terreno defronte para uma terra infértil que se estende até às margens do fiorde. Ao lado dele existe uma escola, uma igreja e a quinta de Núpur onde, no início do século xx, uma comu-nidade criou um projecto de evolução e melhoramento social num terreno e num lugar cujas condições climaté-

ricas tornavam épico esse desafio. O projecto foi levado a cabo para trabalhar a terra e assim alimentar todo um processo destinado a cultivar conhecimento, bem-estar e emancipação social.O jardim botânico foi inaugurado em 1909 pela mão do reverendo Sigtryggur Guolaugsson que, com o seu irmão Kristinn, ergueu uns anos antes uma escola que pudesse colocar em prática um programa educacional concebido para melhorar as condições rurais no locar e deixar-se inspirar pelas ideias do pastor dinamarquês Nikolai Fre-derik Severin Grundtvig (1783-1872). E foi sem dúvida os ensinamentos apaixonados de Grundtvig que despoleta-ram toda uma consciencialização para a paisagem como uma expressão de progresso social. Esses ensinamentos tiveram grande repercussão na Dinamarca bem como na Islândia, território dinamarquês nessa altura.O planeamento e construção deste jardim tiveram em conta especificidades relacionadas com as condições ad-versas. Foi traçado um perímetro no local designado, re-tiram-se pedras do chão e ergueram-se cercas ou muros de protecção, foram recolhidas matérias preciosas (ter-ra, água e plantas) e transportadas para esse pequeno mundo, pois ficando do lado de fora seriam rapidamen-te esmagadas pelas forças da natureza. Foi uma atitu-de corajosa, numa experiência que necessitou de muita perseverança para ultrapassar as condições hostis e le-var adiante o projecto educacional cuja missão é cultivar

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plantas assim como jovens cidadãos rurais.A figura, simples e abstrata do terreno, apresenta-nos um claro exemplo de civilização que não se pode desas-sociar da presença desse mundo, a Islândia, no qual a natureza exerce uma força absoluta. É no meio físico que ela se manifesta num conjunto de distintas e extraordi-nárias forças, que através da passagem do tempo são sujeitas a constantes mudanças.Numa terra a norte em que o dramatismo da paisagem e a força tremenda dos eventos naturais definem muito da relação do Homem com o lugar, um pequeno terreno sobreviveu a mais de um século de história. São aqueles que revelam um gesto de profundo afecto por um projec-to, que viajando para uma terra distante, reconhecem e continuam a preservar esse lugar, numa familiar imagem de um jardim que traz à memória a sua própria história e a sua essência original.Skrudur apresenta de forma rudimentar um conjunto de elementos que pertencem ao jardim tradicional. Toda-via, o princípio que lhe dá forma revela-se muito mais poderoso do que os meios pelos quais ele comunica a sua natureza. Ele é como uma protecção e uma prova. A sua implementação procura um ponto de contacto entre dois mundos: um de intimidade e confiança em cultivar o terreno e outro de visão consciente sobre a vastidão de lugares que acompanham a própria experiência humana.

A imagem clara do jardim de Skrudur aparece e desa-parece num ambiente no qual são desenvolvidas formas de habitação que oscilam entre as que tem fundações no terreno e aquelas tradicionais cuja construção é feita de uma espécie de relva e pedra. É uma arquitectura que se vê envolvida pelos condicionalismos resultantes da escassez dos materiais, como a madeira, e pela forma como tem de se adaptar a práticas que consigam esta-belecer uma eficácia no diálogo que estabelecem com o estado constante de fluxos da terra. Os elementos terra, fogo e água, que estão em erupções contínuas, causam alterações na crosta terrestre e que redesenham novas fronteiras e até mesmo os seus horizontes.A geologia é a chave principal para compreender esta ter-ra e a sua paisagem. Como ciência que “partindo do estu-do do presente, procura interpretar o passado da Terra: a composição e as modificações por que passou a crosta terrestre”. Ela transmite-nos a relação entre a natureza e cultura compreendendo assim a presença humana. A presença humana que oscila entre assentamento junto à faixa costeira, com ajuntamentos espalhados entre o mar e as terras de pastorícia. E toda essa atmosfera marcada pelos ambientes mais hostis ao Homem onde vulcões, glaciares, desertos e forças subterrâneas exercem seus enormes poderes naturais.São muitas as razões que tornam a recuperação do pro-

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jecto Skrudur, num trabalho coordenado por Brynjólfur Jónsson, um motivo de reconhecimento por parte do júri internacional do prémio Carlo Scarpa. Este jardim botâ-nico implantado na terra das “pedras que falam”, é como um santuário que reflecte um habitat em que homem e natureza estabelecem relações de força, que também podem ser transportadas para outros tipos de situações existentes no nosso quotidiano. A apropriação da terra, a consciência colectiva do lugar e um conjunto infindável de processos que nos permitem perceber não só a evo-lução civilizacional como os factores que ajudam a criar uma relação mais próxima entre o Homem e o lugar onde ele decide viver.

www.fbsr.it

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ESCOLA PRIMÁRIA EM LONDRESArquitectura: Patel TaylorTexto: Tiago KrusseFotografia: Timothy Soar

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O atelier de arquitectura Patel Taylor finalizou no final do ano passado o trabalho de extensão da escola pri-mária Lowther, localizada na região da grande Londres, em Borough of Richmond upon Thames, no Reino Unido. A construção na zona este de um novo edifício de dois andares, estruturado em aço, veio duplicar o tamanho da escola e aumentar para duas as entradas de acesso ao recinto. Juntou-se também a esta intervenção um au-mento da área exterior do recreio que agora se encontra também disponível para utilização da comunidade fora do horário de ensino da escola. Os pisos e as áreas exterio-res integram uma mistura superfícies duras, arquitectura paisagística nos jardins com loteamentos e áreas dotada com equipamentos de recreio.Através da nova construção a Patel Taylor conseguiu que-brar a atmosfera institucional da escola. O novo edifício não apresenta corredores, que são áreas problemáticas em termos de controlo de comportamentos dos alunos, e todo o programa de circulação resulta numa dupla fun-ção. Um hall com um pé-direito revestido em carvalho abre-se para o espaço de uma galeria com enfiamentos

para pequenas áreas de trabalho em grupo no primeiro andar. No piso térreo o hall estende-se para os recintos da escola permitindo que a zona de refeições se cruze a todos eles.As quatro sala de aulas e uma divisão para auxiliares em cantiléver, juntas num edifício que se eleva até à altura da copa das árvores e que maximiza o espaço de recreio, ganhando uma visão de quase 360 graus sobre os ter-renos da escola. O lado do infantário está voltado para os terrenos de recreio dano aos mais novos uma maior sensação de segurança enquanto as salas de aulas dos alunos mais velhos estão defronte para a rua, como que permitindo-lhes olhar para o munda lá fora e os seus futuros.Uma nova ponte, ao nível do primeiro andar, liga-se ao edifício escolar de raiz e um novo elevador torna a escola acessível a circulação de cadeiras de rodas. A nova cozi-nha integra uma ampla zona de estudo, bem integrada nesse todo. A produção de refeições e os alimentos são importantes elementos do quotidiano escolar, sendo que a cozinha será utilizada em estreito relacionamento com

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os lotes de cultivo orgânico existentes nos terrenos da escola.O atelier Patel Taylor está associado à escola primária Lowther desde 2006, quando na altura foi requisitado para comissionar o reordenamento de um lote de terreno onde já existiam uma série de edifícios. No seu conjun-to, os responsáveis pela escola sempre partilharam uma visão e uma aspiração em criar um ambiente de ensino de qualidade pois a sua convicção diz-lhes que é isso que torna a aprendizagem das crianças mais estimulante bem como lhes confere um sentido de orgulho pela sua escola.O sucesso do projecto foi construído por intermédio de boas colaborações de trabalho entre as equipas de de-sign, a escola, autoridades locais e o dono de obra. Este relacionamento possibilitou à Patel Taylor respeitar o pla-no director, garantindo os desígnios traçados nos seus diferentes aspectos arquitectónicos, urbanísticos e pai-sagísticos. Manteve-se a coesão do lugar e preservou-se uma identidade que sempre fez parte da visão da escola enquanto equipamento de ensino e de congregação so-cial.

www.pateltaylor.co.uk

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UM LOFT EM MANNHEIMArquitectura: Peter Stasek com Loftwerk KarlsruheTexto: Tiago KrusseFotografia: Claus Morgenstern

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A ajando é uma empresa que disponibiliza distintos ser-viços na área das novas tecnologias de informação. Tem a sua sede localizada no Hafenpark em Mannheim, na Alemanha, num edifício industrial da área metropolitana de Rhein-Neckar. Nessa nova área da cidade, para além da ajando, encontram-se empresas ligadas às indústrias criativas como estúdios de cinema, estúdios de fotogra-fia, ateliers de arquitectura, agências de publicidade e agências de eventos que, em conjunto, conferem ao local uma atmosfera com um espírito especial.O arquitecto Peter Stasek e a equipa do seu atelier, onde se inclui a equipa de design, trabalharam em parceria com a Loftwerk Karlsruhe, esta última com tarefas ao nível da implementação do trabalho no edifício industrial. O loft intervencionado tem uma área de 750 m2 sendo composto pelas seguintes áreas: hall, área de estar, es-critório sem divisões no andar principal, escritório sem divisões na galeria, sala de conferências, 3 salas para direcção e gestão, sanitários e uma pequena cozinha.O projecto levado a cabo por Peter Stasek, concluído no início deste ano, foi traçado no sentido de corresponder à funcionalidade de uma empresa onde o trabalho é de-senrolado em torno da informação e em que toda essa actividade requer um conjunto de especificidades muito claras. Concebido para albergar 75 áreas de trabalho in-dividuais e uma boa circulação de empregados e clientes que visitam a empresa, mais o facto da ajando lidar com infraestruturas e equipamento de topo no que às novas tecnologias da informação diz respeito isso levou o arqui-tecto a construir uma atmosfera de grande funcionalida-de com um forte apelo estético. O novo espaço traduz a identidade corporativa da empresa e tal como a informa-ção, cada plano do loft possui uma dinâmica una numa harmonia de padrões que servem como fonte motivacio-nal e de inspiração a quem utiliza o espaço. O programa baseia as suas regras na capacidade de proporcionar uma plataforma onde todos possam convergir para a partilha de ideias, em pontos de encontro propícios ao diálogo de trabalho ou apenas para uma confortável convivência social numa merecida pausa.O design de iluminação foi também ele designado para traduzir uma eficácia na funcionalidade e colocar mais ênfase na identidade corporativa do espaço. O mote foi dado pela frase a “luz como uma onda, a luz como uma partícula”, num fluxo único e contínuo que deixa a im-pressão de uma inesgotável energia.

www.stasek.de

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LEITURAS

A Uzina Books, com a chefia editorial de José Manuel das Neves, lança a edição bilingue – português/inglês – de Mosteiro de São Martinho de Tibães – João Carlos dos Santos. Um livro dedicado ao trabalho de reabilitação e reforma de um emblemático edifício da zona de Braga com um longo historial, marcado não só pela sua anti-guidade da construção, ocupação e também das curio-sas peripécias de factos que vêm enriquecendo o seu percurso. A transcrição da conversa entre Ana Tostões e João Carlos dos Santos é fundamental para a compreen-são e aprendizagem aprofundada dos factos associados ao mosteiro, do passado ao presente. É importante para contextualização do edifício e para uma percepção dos desígnios levados a cabo na obra de João Carlos dos San-tos. São interessantes depoimentos dos quais retirámos as questões ligadas ao lugar, ao que existiu e se deixou de ver e ao que resistiu para se conservar e assim voltar a perceber-se um pouco mais do que já fora. O tempo que foi passando pelo edifício é documentado por foto-grafias que nos permitem retirar impressões das distintas existências.

Mosteiro de São Martinho de Tibães – João Carlos dos SantosUzina Books

O álbum Kartell – The Culture of Plastics é uma viagem ao mundo da produção e do design industrial da emble-mática empresa italiana. A edição coordenada por Elisa Storace e Hans Werner Holzwart traça um percurso da Kartell, enquadrando o contexto social em que surgiu como empresa e os passos industriais que foi abrindo ao longo das épocas, desde a sua fundação em 1949 até aos dias de hoje. Na visita que efectuámos no início do ano ao museu da Kartell, em Milão, percebemos de uma forma sucinta a evolução da empresa, o seu trabalho como marca, a pes-quisa e o desenvolvimento de técnicas industriais e a sua estreita relação com um leque de excepcionais designers que lhe permitiram evoluir nos conceitos e na aplicação de novas tecnologias. Esta edição da Taschen tem a ca-pacidade de aprofundar a evolução da empresa de uma forma cronológica e contextualizada. Para além da his-tória dos seus ícones produtos, o álbum é também um retrato conseguido da história contemporânea do design industrial italiano.

Kartell – The Culture of PlasticsTaschen

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Este livro é uma imensa homenagem à capacidade cria-tiva do dinamarquês Olafur Eliasson e de todos aqueles que a ele se juntam no seu estúdio para nos deixarem ideias e conceitos com os quais usufruímos enquanto Humanidade. É uma peça estruturada e abrangente, tal como nos é informado desde logo no prefácio redigido por Olafur Eliasson e Anna Engberg-Pedersen. Mais de 500 páginas e 26 capítulos que nos permitem fazer uma compreensão de uma série de trabalhos por este conhe-cido estúdio, desde o final da década de 80 até 2010. Duas décadas recheadas por obras que nos dizem mui-to sobretudo como a arquitectura e design têm vindo a servir o Homem nestes últimos anos, correspondendo essencialmente à evolução do espírito, das ambições e dando respostas às diferentes interacções que ele quer produzir no Espaço. A coordenação desta edição é da autoria de Philip Urs-prung, professor de história de Arte e Arquitectura, e permite-nos aceder às complementaridades que tornam o estúdio de Eliasson tão dotado naquela que é conside-rada a mais completa das formas de Arte.

Studio Olafur EliassonTaschen

Em boa hora surge esta colecção – é + com esta primeira edição dedicada ao designer José Espinho (1916-1973). O lançamento de José Espinho – A Diversidade No Fazer nasce de uma boa parceria entre a nova galeria lisboeta, Bessa Pereira, e a Uzina Books, que coincidiu com uma exposição dedicada ao designer. A editora e a galeria pre-tendem assim dar seguimento a um conjunto de edições com o intuito de divulgar o trabalho de designers portu-gueses.A escolha de José Espinho é desde logo um sinal, dado pela galeria e pela editora, que indicia uma vontade de trazer ao conhecimento do público alguns bons interve-nientes na história do design português que, por taca-nhez, soberba, falta de rigor e ética na pesquisa histórica, foram colocados de parte da atenção do grande público. O texto de Graça Pedroso, que também comissariou a exposição de José Espinho na Galeria Bessa Pereira, tra-ça o percurso de José Espinho, informando-nos da im-portância do seu trabalho e da sua capacidade de fazer acontecer.

José Espinho – A Diversidade No FazerUzina Books

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ESCUTAS

Kalabrese é Sacha Winkler, um baterista que gostava de tocar sobre temas de Hendrix, Coltrane e Zappa. Fez de-pois parte de um grupo de hip hop antes de se tornar num dj e produtor de música. Como dj e produtor Sacha Winkler ganhou notoriedade ao apresentar remisturas marcantes de artistas como Richard Dorfmeister ou Idjut Boys, só para dar alguns exemplos.Este Independente Dancer é o primeiro álbum como Kala-brese e sob a etiqueta Rumpelmusig, nova sub-chancela da Compost Records. Estamos perante uma atmosfera de clube mas sem a euforia condicionada pelas batidas por minuto e mais focada no balanço. Os tempos e ritmos es-tão aqui bem cozinhados, com repescagens a paisagens africanas, brasileiras e árabes. São as vozes, os metais e as batidas que fazem o osso do registo. Bem conseguida esta selecção de temas que nos permite absorver as dife-rentes cadências misturadas numa produção em jeito de homenagem à dança. Contagiante.

Independent DancerKalabrese

Rumpelmusig

Há sem dúvida uma postura e uma abordagem rock n’ rol pura neste segundo álbum dos Glockenwise. Realizamos desde logo uma atitude toca a abrir e que se prolonga pelo alinhamento do álbum. Julgamos ser saudável esta espécie de encarar o facto de ter uma banda e de criar uma sonoridade que fosse ao encontro de uma irreverên-cia eléctrica, juvenil. A produção de Leeches parece-nos ter a intenção de dar consistência às expressões sonoras da banda e de se manter fiel a uma dinâmica de um imaginário rock. Poderá ser uma ideia nossa mas ficamos com a impressão que há uma vontade de colagem a um registo de estilo britânico, mais centrado em captar a parede de som do todo e sem recorrer a arranjos de pro-dução para dar energia a certos pormenores. É nosso jul-gamento que os temas e a duração do álbum cumprem a sua missão de uma forma genuína.

Leeches

GlockenwiseLovers & Lollypops e Vice

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Para quem só agora conheceu o trabalho musical de Lu-ísa Sobral, a primeira impressão que desde logo nos fica é o padrão elevado de todo o composto. É a simplicidade leve das letras, a harmonia da composição e dos arranjos e a voz de Luísa Sobral. É uma voz que nos remete para um imaginário de dias do rádio, naquela companhia so-nora que nos aconchega nas horas de um tempo só para nós. É uma tonalidade muito particular, numa brincadeira intimista de cantar as palavras, quer no inglês, no caste-lhano como no português. Encontramos uma verdadeira frescura vocal onde o genuíno se enamora com naturali-dade com a extrema eficácia dos temas. É uma voz que nos cativa e que nos aproxima das canções, criando as desejadas cumplicidades. No capítulo da composição parece-nos que o domínio dos estilos permite interligá-los de uma forma conseguida, delimitando muito bem as fronteiras de cada um e no todo cada tema resulta sem colagens forçadas. Os deta-lhes dos arranjos não se sobrepõem às estruturas, eles jogam nesse todo e surgem-nos nos tempos e nas dosa-gens apropriadas. Por aqui é-nos dado a perceber que há esse gosto pela música e as paixões pelos estilos. Se o jazz e a pop coabitam de uma forma cheia de dinâmicas felizes, em pano de fundo descortinamos um cunho blues que é forte e reforça a impressão das letras. Sobressai para além do registo em bom estúdio e das qualidades seguras da produção, a excelência da performance musi-cal que nos permite retirar o gozo dos pressupostos tra-çados. E o engraçado é que nada se sobrepõe, até mes-mo atendendo às participações de Jamie Cullum, António Zambujo e Mário Laginha, tudo se une no enquadramen-to deste There’s A Flower In My Bedroom. Somos levados do princípio ao fim por paisagens sonoras com as cores muito bem tratadas e enquadramentos bem transpostos. Há um imaginário musical que muito nos agradou. Diría-mos que é preciso alguma genialidade dos artistas neste álbum para que o amor com que ele foi produzido nos chegasse assim aos ouvidos.

There’s A Flower In My BedroomLuísa Sobral

Universal Music Portugal

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