desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Bioquímica-Farmacêutica Área de Tecnologia de Alimentos Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades funcionais acrescidos de folhas de Brassica oleracea (couve) e frutos de Vitis vinífera(uva) Juliana Cajado Souza Carvalho Dissertação para obtenção do grau de MESTRE Orientadora: Profa. Dra. Suzana Caetano da Silva Lannes São Paulo 2016

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Page 1: Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Bioquiacutemica-Farmacecircutica Aacuterea de Tecnologia de Alimentos

Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

funcionais acrescidos de folhas de Brassica oleracea

(couve) e frutos de Vitis viniacutefera(uva)

Juliana Cajado Souza Carvalho

Dissertaccedilatildeo para obtenccedilatildeo do grau de MESTRE

Orientadora Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes

Satildeo Paulo 2016

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Bioquiacutemica-Farmacecircutica Aacuterea de Tecnologia de Alimentos

Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

funcionais acrescidos de folhas de Brassica oleracea

(couve) e frutos de Vitis viniacutefera(uva)

Versatildeo corrigida da Dissertaccedilatildeo conforme resoluccedilatildeo CoPGr 6018

O original encontra-se disponiacutevel no Serviccedilo de Poacutes Graduaccedilatildeo da FCFUSP

Juliana Cajado Souza Carvalho

Dissertaccedilatildeo para obtenccedilatildeo do grau de MESTRE

Orientadora Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes

Satildeo Paulo 2016

Juliana Cajado Souza Carvalho

Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades funcionais acrescidos de folhas de Brassica oleracea (couve) e

frutos de Vitis viniacutefera(uva)

Comissatildeo Julgadora da

Dissertaccedilatildeo para obtenccedilatildeo do grau de Mestre

Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes

orientadorpresidente

____________________________ 1o examinador

____________________________ 2o examinador

____________________________ 3o examinador

Satildeo Paulo _________ de _____

ldquoO que noacutes alcanccedilamos internamente mudaraacute a realidade exteriorrdquo

Plutarco

AGRADECIMENTOS

A realizaccedilatildeo deste trabalho eacute mais uma importante etapa da minha vida Gostaria de

agradecer a todos que contribuiacuteram de alguma forma para a concretizaccedilatildeo deste

trabalho em especial

Agrave Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes por sua orientaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo em

todas as etapas deste projeto

As minhas colegas de laboratoacuterio Raquel Beatriz Ingryd Natasha e Poliana pela

parceria durante esses dois anos de trabalho

Aos teacutecnicos de laboratoacuterio do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemica-

Farmacecircutica por toda a ajuda diaacuteria

Agrave Profa Dra Paulete Romoff e ao Prof DrJosef Wilhelm Baader pela colaboraccedilatildeo

na realizaccedilatildeo de experimentos e por toda a ajuda e apoio

Ao teacutecnico Nei Carlos do laboratoacuterio de Quiacutemica da Universidade Presbiteriana

Mackenzie e ao doutorando Sandro Oliveira pela colaboraccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos

experimentos de antioxidantes

Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado e o suporte financeiro que

possibilitou a realizaccedilatildeo deste trabalho

A minha famiacutelia por todo apoio recebido

A meus amigos e a todos que estiveram comigo neste periacuteodo

CARVALHO J C S DESENVOLVIMENTO DE CHOCOLATES AO LEITE COM

PROPRIEDADES FUNCIONAIS ACRESCIDOS DE FOLHAS DE Brassica

oleracea (couve) E FRUTOS DE Vitis viniacutefera (uva) 2016 137f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado) ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo

Satildeo Paulo 2016

RESUMO

Dietas ricas em vegetais satildeo fontes de antioxidantes importantes agentes

que auxiliam na prevenccedilatildeo do envelhecimento precoce O cacau mateacuteria

prima base para a produccedilatildeo de chocolates eacute considerado rica fonte de

antioxidante Entretanto o chocolate do tipo ao leite que possui menor

quantidade de cacau e portanto menor accedilatildeo antioxidante eacute o mais

consumido no Brasil O presente trabalho tem o objetivo de desenvolver

formulaccedilotildees de chocolates ao leite com propriedades funcionais Para tal

foram produzidas trecircs diferentes variaccedilotildees de chocolate ao leite (controle) ao

leite adicionados de folhas de couve e ao leite adicionados de frutos de

videira Os chocolates fabricados foram avaliados por suas caracteriacutesticas

fiacutesicas fiacutesico quiacutemicas sensoriais e quanto ao potencial antirradicalar Como

resultado observou-se que o teor de umidade do chocolate ao leite e a

atividade de aacutegua natildeo se modificaram com a adiccedilatildeo dos produtos liofilizados

Encontrou-se no chocolate com couve aumento de 9 no teor de fibras e 6

no conteuacutedo mineral Foi encontrada diferenccedila nas propriedades fiacutesicas do

chocolate com uva como viscosidade Casson (076plusmn004 Pas) dureza

(4377plusmn205 N) tensatildeo inicial Casson (129plusmn335 Pa) e tamanho de partiacutecula

(378plusmn113 microm) A avaliaccedilatildeo sensorial registrou alta aceitabilidade dos

produtos e a percepccedilatildeo de diferentes texturas nos chocolates O perfil do

potencial atioxidante sugere que natildeo houve aumento da capacidade

antirradicalar com a adiccedilatildeo de couve e uva poreacutem a anaacutelise do perfil

cromatograacutefico de fenoacutelicos levanta a hipoacutetese de que alguns compostos

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo de couve e de uva Conclui-

se que foi possiacutevel agregar propriedades funcionais no chocolate ao leite

Palavras-chave chocolate couve uva antioxidants

CARVALHO J C S Development of milk chocolates with

functional properties with leaves from Brassica Oleracea (kale) and

fruits of Vitis Vinifera (grape) 2016 145f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 2016

ABSTRACT

Nowadays it is known that a diet rich in vegetables is a source of antioxidants

which help in the prevention of premature ageing Studies on cocoa indicate

that this raw material essential in the production of chocolate is a rich source

of antioxidants However milk chocolate which contains less cocoa and less

antioxidant activity is the most consumed type in Brazil The aim of this study

was to develop milk chocolate formulations with antioxidant properties As

such three kinds of chocolate were produced with added kale leaves with

added grapes and the control normal milk chocolate The chocolates

produced were evaluated on their physical characteristics physical-chemistry

and antioxidant potential It was found that the moisture content and the water

activity did not change with the addition of lyophilized materials The addition

of kale increased 9 of fibers content and 6 of mineral content It was found

that the greatest change in physical properties was with added grape such as

viscosity (076plusmn004 Pas) texture (4377plusmn205 N) yield value (129plusmn335 Pa)

and particle size (378plusmn113 microm) The sensorial analysis resulted in high

acceptability of the products and in the differences of perception in texture

between the three kinds of chocolates The antioxidant profile suggest that

there was no occurrence of increases in antioxidant capacity with the addition

of kale and grape but the chromatography profile of phenolic compounds

raises the hypothesis that some phenolic compounds were transferred to the

chocolates after the addition It was found that it is possible to aggregate

functional properties of milk chocolate

Key-words chocolate kale grape antioxidants

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele 22

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de

Kammeyer Luiten (2015) 26

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de

chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010) 29

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 32

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 34

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol 36

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve 46

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial 54

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e

atividade de aacutegua (retirado de NESPOLO 2015) 58

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH 59

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

60

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH 60

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve

liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto

(1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010) 61

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in

natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo

meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010) 62

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante 63

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

64

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da

peneira para couve liofilizada em poacute 66

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para

extrato de couve liofilizado 67

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar

um sal com Cu2+ se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho

tijolo) Retirado de Tavares et al (2010) 69

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em

diferentes concentraccedilotildees 72

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em

diferentes concentraccedilotildees 73

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate 76

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees

dos chocolates 77

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve

e chocolate com uva 80

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com

couve e chocolate com uva 81

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose 87

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores 90

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite

chocolate ao leite com uva e chocolate ao leite com couve 91

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate

ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 93

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o

chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 94

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo

chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 95

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo

para o chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

96

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate

ao leite com couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH 97

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da

variaccedilatildeo de absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox 98

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite 99

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite com couve 99

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de

chocolate com uva 100

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS 100

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox 101

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite 102

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve 102

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 103

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho 40

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate sendo a foacutermula 1 a

controle a foacutermula 2 o chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 43

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria 44

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE 50

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura

extraiacutedos por diferentes meacutetodos 64

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para

meacutetodo graacutefico e algeacutebrico 67

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva

liofilizada e in natura 69

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes

extratores 70

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical

DPPH para o liquor de cacau 74

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e

integral utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate 75

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate 78

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite

com couve e chocolate ao leite com uva 83

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de

chocolates finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010) 83

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate

eo leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 87

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates 88

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e

chocolate ao leite com uva 89

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com

uva 103

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao

leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 111

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates

com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 114

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde

apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013 115

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABICAB Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados

ABTS 22-azino-bis(3-etilbenzothiazolina-6-aacutecido sulfocircnico)

AM Abertura da malha

CLAE Cromatografia Liacutequida de Alta Eficiecircncia

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DPPH 22-difenil-1-picrilhidrazil

IC50 Concentraccedilatildeo em que se reduz a metade do efeito maacuteximo

ERO Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

FDA Food Dietary Intake

IEA Instituto de Economia Agriacutecula

g Grama

GAE Gallic Acid Equivalent

LDL Lipoproteiacutena de baixa densidade

mg Miligrama

mL Mililitros

N Newton

Pas Pascal por segundo

Pa Pascal

PGPR Polyglycerol Polyricinoleate

POS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Esteaacuterico

POP Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Palmitiacuteco

RDA Refference Dietary Allowance

RDC Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada

SOS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Esteaacuterio-Oleico-Esteaacuterico

TAG Triacilgliceroacuteis

USDA United States Department of Agriculture

UV Ultravioleta

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 22

21 Envelhecimento cutacircneo 22

22 Cacau e Chocolate 27

23 Brassica oleracea (couve) 31

24 Vitis vinifera (Uva) 36

3 OBJETIVOS 39

31 Geral 39

32 Especiacuteficos 39

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 40

41 Materiais 40

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva 41

43 Produccedilatildeo do chocolate 42

44 Granulometria 44

45 Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute 45

46 Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar 45

461 Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos 45

462 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do

potencial antirradicalar de couve uva e liquor de cacau 47

463 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates 47

464 Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis 48

465 Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS 49

466 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE 49

47 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates 50

48 Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas 51

481 Determinaccedilatildeo de umidade 51

482 Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral 51

483 Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos 51

484 Determinaccedilatildeo de proteiacutenas 52

485 Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

52

486 Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis 52

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura 52

410 Determinaccedilatildeo da reologia 53

411 Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua 53

412 Avaliaccedilatildeo da Colorimetria 53

413 Avaliaccedilatildeo sensorial 53

414 Forma de anaacutelise de resultados 56

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 57

51 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve 57

511 Liofilizaccedilatildeo 57

512 Perfil antioxidante 59

513 Anaacutelise granulomeacutetrica 66

52 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva 68

521 Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares

redutores natildeo redutores e totais 68

522 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva 70

53 Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau 73

531 Perfil antirradicalar do liquor de cacau 73

532 Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau 74

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute 75

55 Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates 75

551 Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da

manteiga de cacau 75

552 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula 78

553 Anaacutelise Reoloacutegica 79

554 Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates 82

555 Atividade de aacutegua 88

556 Colorimetria 89

557 Estabilidade dos chocolates 90

558 Avaliaccedilatildeo sensorial 92

559 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates 96

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD 109

6 CONCLUSAtildeO 117

7 SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

REFEREcircNCIAS 119

ANEXO A- PARECER COSUBSTANCIADO DO CEP 132

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 135

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL 138

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES 139

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO 140

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES 142

20

1INTRODUCcedilAtildeO

Na safra 20142015 a colheita bruta de cacau 4230 mil toneladas do fruto

(INTERNATIONAL COCOA CONFECTIONARY ORGANIZATION-ICCO 2016)

Segundo dados da Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados (ABICAB) (2015) 731 mil toneladas de chocolate

foram produzidos no ano de 2014

Segundo o documento ldquoBrasil Food Trends 2020rdquo a tendecircncia para o mercado

de alimentos no Brasil eacute o desenvolvimento de formulaccedilotildees com o conceito de

ldquosaudabilidaderdquo ou seja produtos com menor valor caloacuterico reduzido valor de

accediluacutecar com menor teor de gorduras trans e que possuam atribuiccedilotildees funcionais

Sabe-se que os consumidores vecircm buscando produtos que contribuam para uma

dieta mais saudaacutevel com maior conteuacutedo mineral e de nutrientes e valor reduzido de

gorduras e colesterol (MADI COSTA REGO 2010)

Lannes et al (2002) por exemplo formularam chocolate utilizando o cupuaccedilu

Seus estudos permitiram concluir que a substituiccedilatildeo do cacau pelo cupuaccedilu foi

eficaz gerando um produto com alta qualidade e custo reduzido se comparado ao

similar Komes et al (2013) adicionaram frutas secas agraves formulaccedilotildees de chocolate a

fim de obter um chocolate com maior capacidade antirradicalar Segundo a anaacutelise

sensorial realizada pelos autores os chocolates contendo Cranberries foram bem

aceitos e foi possiacutevel observar maior potencial antirradicalar nos chocolates com

adiccedilatildeo de frutas Amaral (2013) realizou a produccedilatildeo de recheios de bombons com

adiccedilatildeo de murici uma fruta de alto valor nutricional e obteve produtos com maior

elevados teores de proteiacutenas e minerais

A busca pela inovaccedilatildeo no mercado de chocolates tambeacutem levou

pesquisadores a realizar patentes de seus produtos Crowley amp Naimeddine (2011)

desenvolveram um chocolate com adiccedilatildeo de um blend da manteiga de cacau com

adiccedilatildeo de frutas liofilizadas em poacute Vajda et al (1989) elaboraram um spread de

chocolate com a adiccedilatildeo de poacutes de frutas concentradas

21

Sabe-se que haacute uma grande quantidade de pesquisas a respeito dos

benefiacutecios dos antioxidantes para evitar ou reduzir os efeitos de doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como cacircncer Alzheimer catarata diabetes envelhecimento

entre outras (Cai et al 2004 apud MORAIS et al2009) Os polifenoacuteis por exemplo

satildeo antioxidantes que possuem estruturas quiacutemicas promissoras para prevenccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo (MEENA MEENA TREacuteTON 2014)

Os antioxidantes podem ser encontrados em diversos tipos de vegetais- como

frutas e hortaliccedilas sendo a couve e a uva dois exemplos de alimentos com essa

propriedade

A couve eacute um vegetal importante nas dietas tradicionais na regiatildeo

Mediterracircnea e eacute conhecida por sua capacidade de prevenccedilatildeo de doenccedilas e

propriedades antimicrobianas Estudos identificaram nove diferentes aacutecidos fenoacutelicos

em sua composiccedilatildeo sendo estes com alta capacidade antioxidante (AYAZ et al

2008)

O consumo de uvas vem sendo estudado como efetiva prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas e o envelhecimento devido agrave alta porccedilatildeo de compostos fenoacutelicos em

sua composiccedilatildeo A uva eacute composta principalmente por flavonoides como o

resveratrol que jaacute foi comprovadamente associado agrave alta capacidade antirradicalar

frente aos radicais livres (XIA et al 2010)

Diante do acima citado o presente trabalho tem como objetivo o

desenvolvimento de formulaccedilatildeo de chocolates acrescidos de folhas de couve

(Brassica oleracea) e de frutos de uva (Vitis viniacutefera) obtendo-se assim produtos

com enriquecimento das propriedades funcionais Por suas propriedades acredita-

se que o seu consumo traraacute benefiacutecios agrave sauacutede

22

2REFERENCIAL TEOacuteRICO

21Envelhecimento cutacircneo

A pele eacute o oacutergatildeo que reveste todo o organismo correspondendo a 5 do

peso corporal Apresenta multifunccedilotildees tais como sensorial proteccedilatildeo contra agentes

externos termorregulaccedilatildeo excreccedilatildeo e produccedilatildeo de metaboacutelitos aleacutem de

representar a aparecircncia e perfil caracteriacutestico dos indiviacuteduos (CORREcircA 2012)

A pele eacute dividida em trecircs principais camadas- a epiderme a derme e a

hipoderme conforme demonstra a Figura 1 (KHAVKIN e DAVID 2011)

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele

A epiderme eacute formada por aproximadamente 95 de queratinoacutecitos os quais

estatildeo sempre se renovando constituindo desde a membrana basal ateacute a superfiacutecie

23

da pele e assim gerando diversas camadas distintas camada basal espinhosa

granulosa e coacuternea (KHAVKIN e DAVID 2011)

Com o passar do tempo a derme sofre um processo natural de

envelhecimento que varia de acordo com os fatores geneacuteticos de cada pessoa Os

sinais cliacutenicos de surgimento deste processo se datildeo com o aparecimento de linhas

de expressatildeo rugas e manchas (LONGO CASARI BERETTI 2013) Estima-se que

a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ultravioleta seja responsaacutevel por 80 da aceleraccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo precoce poreacutem o cansaccedilo fiacutesico e psicoloacutegico a exposiccedilatildeo

agrave poluiccedilatildeo o consumo de aacutelcool e a dieta natildeo balanceada satildeo fatores importantes

que contribuem neste processo (POLJSAKDAHMANE 2012)

A pele por possuir funccedilatildeo protetora eacute o oacutergatildeo que estaacute mais exposto a

agentes quiacutemicos fiacutesicos e microbioloacutegicos e portanto possui maior tendecircncia de

acumular radicais livres (Hashizume 2004 apud Kammeyer Luiten 2015)

Radical livre eacute toda espeacutecie seja ela orgacircnica ou inorgacircnica que possui

eleacutetrons desemparelhados em sua camada de valecircncia Esta configuraccedilatildeo torna os

compostos muito instaacuteveis com baixa meia-vida e deste modo com reatividade

muito alta (Lushchak 2014) A formaccedilatildeo dos radicais livres pode ocorrer no

citoplasma em membranas e principalmente na mitocondria (Labat-Robert Robert

2014)

Os radicais livres mais comuns encontrados na pele satildeo as Espeacutecies

Reativas de Oxigecircnio (ERO) que podem ser radicalares- como radicais hidroxila

(HO) radicais superoacutexido (O2-) radicais peroxila e alcoxila (RO2 RO)- ou natildeo

radicalares como oxigecircnio singlete (O2) e peroacutexido de hidrogecircnio(H2O2) e as

Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio (ERN) como NO e espeacutecies reativas de enxofre

(GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Na membrana mitocondrial ocorrem naturalmente as reaccedilotildees de reduccedilatildeo

completa do O2 como demonstra a Figura 2 As reaccedilotildees envolvem a transferecircncia

de quatro eleacutetrons para a formulaccedilatildeo de H2O no entanto sabe-se que as reaccedilotildees

intermediaacuterias podem vir a formar EROs pela reduccedilatildeo incompleta do oxigecircnio

durante o transporte de eleacutetrons (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

24

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014)

O acircnion radical superoacutexido (O2-) formado a partir da primeira reaccedilatildeo de

reduccedilatildeo do oxigecircnio eacute dentre todas as outras ERO a menos reativa e portanto sua

capacidade de causar danos a ceacutelulas ainda natildeo eacute comprovada Contudo em meio

aacutecido este radical sofre a reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo (Equaccedilatildeo 1) formando o peroacutexido

de hidrogecircnio (H 2O2) espeacutecie de meia vida longa que pode reagir com alguns

metais produzindo novas espeacutecies oxidativas (Lushchak 2014)

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014)

Mesmo assim o acircnion radical superoacutexido (O2) possui um papel importante na

funccedilatildeo vital de algumas ceacutelulas pois eacute por meio dele que se formam os radicais

OH aleacutem de ser essencial para o seu organismo de defesa (BARREIROS DAVID

DAVID 2006)

O radical hidroxila (OH) eacute entre os jaacute citados o que possui menor tempo de

meia vida isto significa que ele possui uma instabilidade eletrocircnica muito maior que

os outros Deste modo eacute capaz de capturar mais eleacutetrons de outras moleacuteculas e

portanto causar danos maiores e mais rapidamente que os outros Aleacutem disso

possui a capacidade de reagir com aminoaacutecidos aacutecido desoxirribonucleacuteico aacutecidos

25

ribonucleacuteicos e aacutecidos orgacircnicos bem como inativar diversas proteiacutenas por meio da

oxidaccedilatildeo do grupo sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) (Prior 2015)

O ataque a aminoaacutecidos atinge principalmente a cisteiacutena histidina triptofano

metionina fenilalanina podendo gerar clivagem de ligaccedilotildees fazendo com que

ocorra a perda da atividade enzimaacutetica dificuldade no transporte ativo atraveacutes

de membranas celulares citoacutelise e ateacute a morte celular Todos os aminoaacutecidos

podem perder o hidrogecircnio de sua cadeia ligado ao carboxilato e ao grupo amino

Essa abstraccedilatildeo faz com que ocorra um ataque do radical hidroxiacutelico agrave cadeia

carboxilato do aminoaacutecido causando a perda de gaacutes carbocircnico e formando um

carbono radicalar (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

O radical hidroxila pode ainda reagir com lipiacutedeos ao atacar essas cadeias o

grupo metilecircnicoalilico fica suscetiacutevel a outros ataques tornando-se um radical livre

Esse carbono radicalar formado pode facilmente gerar o radical lipiacutedeo-peroxila

atacando a proteiacutena das membranas e gerando danos as ceacutelulas (BARREIROS

DAVID DAVID 2006)

Este tipo de radical pode ser formado por intermeacutedio de dois tipos de reaccedilatildeo

A primeira (Figura 4A) eacute determinada por exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante que

em frequente contato com as ceacutelulas da pele pode levar a formaccedilatildeo de

cacircncer em seres humanos A segunda (Figura 4B) ocorre devido agrave presenccedila de

metais de transiccedilatildeo no organismos (como Fe2+e Cu+) que reagem com o peroacutexido

de hidrogecircnio pela reaccedilatildeo de Fenton (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

26

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de Kammeyer Luiten

(2015)

O radical hidroperoxiacutela (HO2) eacute a forma protonada do radical superoacutexido e

segundo Kammeyer e Luiten (2015) eacute mais reativo e tem maior poder de destruiccedilatildeo

das ceacutelulas

A pele possui seu proacuteprio sistema antioxidante que busca reduzir os danos

causados por esses radicais livres A superoacutexido desmutase por exemplo eacute capaz

de converter o radical superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio evitando a accedilatildeo deste

como radical livre A catalase e a glutationa peroxidase satildeo tambeacutem antioxidantes

em destaque pois satildeo capazes de realizar a decomposiccedilatildeo do H2O2 e assim

formar aacutegua e oxigecircnio Apesar disso as fontes exoacutegenas de radicais livres vecircm

acelerando o processo de envelhecimento e assim torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de fontes exoacutegenas de antioxidantes para combater esses radicais (GUARATINI

MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Oliveira et al (2009) por exemplo estabeleceram uma relaccedilatildeo entre o

consumo excessivo de produtos como gorduras trans fumo aacutelcool accediluacutecar entre

outros com problemas envolvendo estresse oxidativo Observam tambeacutem que

quanto maior o consumo de frutas e verduras menor a probabilidade de

desenvolvimento de doenccedilas

27

Estudos recentes relacionam os haacutebitos alimentares inadequados ao aumento

de ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas (FARIA SANTOS VIANNA 2006) Por sua vez

Guaratini Medeiros e Colepicolo (2007) relatam que o envelhecimento cutacircneo pode

ser catalisado pela presenccedila de espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio nos

tecidos cutacircneos levando a mutaccedilotildees das estruturas normais da pele Devido a isto

sugere-se a aplicaccedilatildeo tanto oral como toacutepica de antioxidantes como estrateacutegia para

a proteccedilatildeo e cuidado da pele

Qualquer alteraccedilatildeo nas funccedilotildees normais das ceacutelulas da pele resulta em uma

seacuterie de mudanccedilas que iratildeo impactar no envelhecimento cutacircneo Satildeo elas a perda

de funccedilatildeo tensora e retraacutetil o aumento da fragilidade a diminuiccedilatildeo nos sistemas de

resposta de cicatrizaccedilatildeo perda de firmeza modificaccedilatildeo na pigmentaccedilatildeo reduccedilatildeo do

colaacutegeno e fibras reduccedilatildeo na quantidade de ceacutelulas de Langerhans (Kammeyer

Luiten 2015)

Antioxidantes importantes adquiridos na dieta agem como inibidores da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica na pele Algumas substacircncias tecircm se mostrado importantes

para essa suplementaccedilatildeo como α- tocoferol aacutecido ascoacuterbico Vitamina E

Carotenoacuteides (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

22Cacau e Chocolate

Teobroma cacao eacute uma espeacutecie vegetal originaacuteria da Ameacuterica do Sul que

cresce principalmente entre os troacutepicos de Cacircncer e Capricoacuternio As principais

espeacutecies satildeo Criolllo Forastero Trinitaacuterio e Nacional sendo a mais comum no Brasil

a Forastero Seu fruto o cacau eacute largamente utilizado pelo mundo principalmente

na produccedilatildeo de chocolates (AFOAKWA 2010)

O cacau eacute amplamente estudado sendo que registros demonstram o uso

deste fruto desde 1400 dc Os astecas e maias o utilizavam para a produccedilatildeo de

chocolatl uma bebida muito conhecida na eacutepoca que tinha em sua foacutermula aacutegua

cacau e temperos Em 1520 esta bebida foi exportada para a Espanha onde

passou a ser adoccedilada com mel (AFOAKWA 2010)

28

Em 1536 foi realizado o primeiro registro do uso de cacau e chocolate para

fins terapecircuticos pelo professor da Faculdade de Santa Cruz M de La Cruz Seu

estudo contemplava a confirmaccedilatildeo destes produtos para tratamento de constipaccedilatildeo

problemas dentaacuterios entre outras doenccedilas (LIPPI 2009)

Atualmente diversos estudos sobre o cacau relacionam sua alta capacidade

antirradicalar com sua grande concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos Oliveira (2011)

por exemplo identificou a capacidade antirradicalar (meacutetodo DPPH) a composiccedilatildeo

de fenoacutelicos (meacutetodo de Folin-Ciocalteu) e flavonoides (meacutetodo colorimeacutetrico) de

cacau cultivado na Bahia sendo amostras natildeo fermentadas fermentadas nibs e

liquor de cacau Neste estudo encontrou-se uma alta taxa de compostos fenoacutelicos

(30143 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (21403 plusmn065 mgg-1) em maior concentraccedilatildeo

nos nibs de cultivo orgacircnico quantidade se mostrou alta para fenoacutelicos (28463 plusmn

322 mgg-1 23332 plusmn 033 mgg-1 19595 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (19785plusmn 033

mgg-1 17363plusmn 043 mgg-1 12879 plusmn 095 mgg-1) em cacau fermentado e natildeo

fermentado de cultivo orgacircnico e liquor respectivamente A capacidade

antirradicalar determinada pelo meacutetodo DPPH demonstrou um alto potencial

dessas amostras de neutralizar radicais livres Calculadas em IC50 ou seja a

capacidade de diminuir em 50 a concentraccedilatildeo inicial do DPPH as amostras de

nibs se confirmaram como as com maior capacidade antirradicalar (422plusmn064

microgmL-1mv-1) ficando agrave frente das natildeo fermentadas (643plusmn133microgmL-1mv-1 ) das

fermentadas (706plusmn085 microgmL-1mv-1) e do liquor de cacau (767 plusmn105 microgmL-1mv-

1) O estudo tambeacutem revelou valores para cultivo convencional para todas as

amostras e provou que o tipo de cultivo pode gerar diferenccedilas de formaccedilatildeo de

fenoacutelicos e flavonoides no cacau

Um trabalho realizado por Delonga e Mazor (2009) investigou os

componentes quiacutemicos por CLAE do liquor de cacaus originaacuterios de seis diferentes

paiacuteses Equador Gana Madagascar Meacutexico Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Venezuela

Atraveacutes deste estudo foi identificada a presenccedila de flavan-3-ol (-)-epicatequiacutena (+)-

catequina e derivados do aacutecido cafeiacuteco em todas as amostras No entanto natildeo foi

identificada a (-)- galocatequina nas amostras de Gana e da Venezuela bem como a

(-)-epigalocatequina natildeo foi identificada em amostras do Meacutexico e da Venezuela

Em termos quantitativos foram encontradas maiores quantidades de compostos

fenoacutelicos nas amostras de liquor de Madagascar sendo a sequecircncia decrescente a

29

seguinte MadagascargtMeacutexicogt Equadorgt Venezuela gt Satildeo Tomeacutegt Gana Esses

resultados comprovam natildeo soacute a presenccedila de fenoacutelicos no cacau como tambeacutem a

influecircncia das variedades de cacau condiccedilotildees de cultivo e fermentaccedilatildeo na formaccedilatildeo

de maiores ou menores quantidades de compostos fenoacutelicos

Um dos mais vendidos produtos originaacuterios do cacau eacute o chocolate Segundo

a RDC no 264 de 22 de setembro de 2005 emitido pela Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria o chocolate eacute definido como

ldquoo produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L) massa (ou pasta ou liquor) de cacau cacau em poacute e ou manteiga de cacau com outros ingredientes contendo no miacutenimo 25 (g100 g) de soacutelidos totais de cacau O produto pode apresentar recheio cobertura formato e consistecircncia variadosldquo

Dependendo de sua quantidade de cacau leite e manteiga de cacau o

chocolate pode ser distribuiacutedo em trecircs categorias primaacuterias amargo ao leite e

branco que por diferenccedilas em sua composiccedilatildeo apresentam diferentes valores

caloacutericos e quantidade de flavonoides como demonstra a Figura 5 (AFOAKWA

2010)

(

Uma formulaccedilatildeo de chocolate eacute basicamente formada por manteiga de cacau

liquor de cacau accediluacutecar emulsificante (geralmente lecitina de soja ou PGPR-

A 132 kcal30g

951 mg de flavonoides40g

B 160 kcal30g

394 mg de flavonoides40g

C 163 kcal40g

Natildeo possui massa de cacau

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010)

30

poliglicerol poliricenolato ou uma combinaccedilatildeo de ambos) e leite em poacute (GARTI

WIDLAK 2012)

O leite em poacute eacute utilizado no chocolate para agregar sabor e valor nutricional

ao produto O chocolate ao leite eacute um dos mais consumidos no Brasil (ABICAB

2014) O leite eacute geralmente composto por caseiacutena e proteiacutenas do soro que atuam

como surfactantes no chocolate modificando sua viscosidade e textura O leite

ainda eacute conhecido por sua propriedade em reduzir o efeito de fat bloom devido as

caracteriacutesticas de sua gordura (AFOWAKA PATERSON FOWLER 2007)

O emulsificante mais comum utilizado na induacutestria de chocolates eacute a lecitina

de soja Por possuir uma parte hidrofiacutelica e outra hidrofoacutebica essa substacircncia tem

afinidade tanto com a gordura quanto com a aacutegua unindo portanto as duas fases e

assim garantindo estabilidade dos produtos Aleacutem disso a lecitina pode

proporcionar plasticidade suavidade e antiaderecircncia ao produto aleacutem de contribuir

para o aroma (AFOWAKA 2010) Eacute conhecido tambeacutem que a lecitina possui a

propriedade de reduzir o fat bloom processo no qual haacute a migraccedilatildeo da gordura para

a superfiacutecie (BECKETT 2009)

A manteiga de cacau eacute a principal gordura utilizada como fase contiacutenua nos

chocolates servindo como seu principal dispersante (LANNES GIOIELLI1998) A

manteiga de cacau eacute formada por diferentes aacutecidos graxos sendo sua composiccedilatildeo

distinta para cada regiatildeo geograacutefica (LIPP et al 2000) Os mais importantes

compostos encontrados na manteiga de cacau satildeo os triacilgliceroacuteis Cis-mono-

insaturados (TAG) jaacute que estes satildeo os principais responsaacuteveis pela percepccedilatildeo do

sabor (PESCHAR et al 2004)

Os TAGs correspondem de 40 a 50 da composiccedilatildeo da manteiga de cacau

sendo que entre estes trecircs compostos satildeo mais abundantes 2-oleil-1-palmitoil-3-

estearilglicerol (POS) com 35 13-diesteroil-2-oleilglicerol (SOS) com 23 e 13-

dipalmitoil-2-oleoilglicerol (POP) com 15 (SCHENK PESCHAR 2004)

O sabor a textura e o derretimento na boca satildeo influenciados pela estrutura

cristalina que eacute formada durante a temperagem do chocolate (PESCHAR et al

2004) Os TAGs sob diferentes pontos de fusatildeo podem possuir polimorfos distintos

como demonstrado no Quadro 1 (RAY et al 2011) A diferenccedila entre algumas

destas estruturas eacute perceptiacutevel tanto visualmente no chocolate quanto no paladar

31

A forma V eacute a mais desejada por suas caracteriacutesticas de ser estaacutevel em

temperatura ambiente se tornar liacutequida na temperatura da boca e possuir

propriedades mecacircnicas excelentes A forma V pode ser facilmente convertida para

a forma VI com o passar do tempo de armazenamento esta por sua vez eacute menos

estaacutevel A forma VI eacute a responsaacutevel pelo fat bloom em chocolates e deve ser evitada

(BRICKNELLHARTAL 1998 apud JAMESSMITH 2009) Jaacute a forma I eacute muito

instaacutevel e se transforma facilmente na forma II que por sua vez tem a tendecircncia de

se passar para a forma III e IV (AFOAKWA2010)

O fat bloom eacute o defeito mais comum que pode ocorrer no chocolate Este

fenocircmeno ocorre quando haacute a migraccedilatildeo da gordura para a superfiacutecie do chocolate

deixando-o com uma peliacutecula branca e alterando sabor brilho e textura Indesejaacutevel

nos chocolates existem diversas maneiras para evitar o fat bloom sendo que a mais

conhecida eacute a utilizaccedilatildeo de leite em poacute que reduz a formaccedilatildeo da forma V

(LONCHAMPT HARTEL 2004)

Quadro 1 Polimorfos da manteiga de cacau suas nomenclaturas segundo diferentes autores e seus respectivos pontos de fusatildeo (Retirado de Garti Widlak 2012)

Willie e Lutton (1996) Larsson (1966) Van malssen et al (1999) Ponto de fusatildeo (0C)

I βacute3 γ 173

II α-2 α 233

III β acute2-2 β acute 255

IV β acute1-2

275

V β acute2-3 β -V 338

VI β acute1-3 β -IV 364

23Brassica oleracea (couve)

A couve ou couve manteiga eacute um alimento largamente consumido no Brasil

Somente no estado de Satildeo Paulo no ano de 2015 a plantaccedilatildeo foi de 1200

hectares (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

32

Esta hortaliccedila eacute cultivada em qualquer eacutepoca do ano e eacute conhecida

principalmente por suas propriedades funcionais e altos valores de vitaminas

minerais e fibras (STEINDAl et al 2015)

Ayaz et al (2007) realizaram um estudo de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos

compostos fenoacutelicos na couve Foram encontrados nove diferentes tipos de aacutecidos

fenoacutelicos gaacutelico protocatecuico p-hidroxibenzoacuteico vaniacutelico saliciacutelico p-cumaacuterico

cafeacuteico feruacutelico e sinaacutepico

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos satildeo compostos fenoacutelicos formados por uma

cadeia de nove carbonos como demonstra a Figura 6 Essa classe estaacute presente

em muitos vegetais e frutos e satildeo conhecidos por sua bioatividade e poder

antirradicalar (Razzaghi-Asl et al 2013)

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido feruacutelico eacute o composto mais abundante na couve (169 ngg livres e

170 ngg PS - Peso seco - como eacutesteres) Possui em sua estrutura quiacutemica um anel

aromaacutetico com um grupo hidroxiacutelico um grupo metoxiacutelico e uma cadeia lateral com

trecircs aacutetomos de carbono como uma funccedilatildeo de aacutecido carboxiacutelico (GRAFF 1992) e

por isso eacute caracterizado como um possiacutevel sequestrador de radicais livres

Foi encontrado que este aacutecido possui 8142 plusmn 051 (3 mgL) de capacidade

antirradicalar contra o radical DPPH Aleacutem disso possui comprovadamente atividade

33

contra os radicais- peroacutexido de hidrogecircnio superoacutexido hidroxila e dioacutexido de

nitrogecircnio (SEVGI TEPE SARIKURKCU 2015)

O aacutecido cafeico eacute tambeacutem um dos mais abundantes fenoacutelicos presentes na

couve (2040 ngg FW em glicosiacutedeos e 2640 ngg FW em eacutesteres) Sua estrutura

quiacutemica eacute formada por um anel benzecircnico ligado a um grupo metoxihidroxila e um

grupo hidroxila (RAMALHO JORGE 2006)

Sevgi et al (2015) determinaram a capacidade antirradicalar deste composto

por meio de meacutetodos in vivo sob diferentes concentraccedilotildees Como resultado o aacutecido

cafeico se mostrou capaz de sequumlestrar 8335 plusmn 057 de radicais livre DPPH na

concentraccedilatildeo de 03 mgmL Esse estudo tambeacutem revelou a efetividade deste

componente na eliminaccedilatildeo de radicais como acircnion superoacutexido um alto poder

redutor e alto poder de quelar metais

O aacutecido p-cumaacuterico (593 ngg e 591 ngg em eacutesteres) eacute um derivado do

aacutecido cinacircmico muito utilizado nas induacutestrias quiacutemicas de alimentos farmacecircutica e

cosmeacutetica Eacute conhecido principalmente por suas caracteriacutesticas redutoras de LDL

(lipoproteiacutena de baixa densidade) e antimicrobianas (KILICcedil YESILOGHU 2013)

Foi encontrado que o aacutecido p-cumaacuterico tem a capacidade de inibir 712 da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica de uma emulsatildeo de aacutecido linoleico (45 microgmL) aleacutem de

efetividade contra eliminaccedilatildeo de radicais DPPH acircnion superoacutexido peroacutexido de

hidrogecircnio e a capacidade de reduzir iacuteons feacuterricos e ferrosos (Fe3+ e Fe2+) (KILICcedil

YESILOGHU 2013)

O aacutecido sinaacutepico (187 ngg FW e 155 ngg FW em eacutesteres) eacute um derivado de

aacutecido cinacircmico Estudos revelaram que esta substacircncia eacute capaz de inibir 332 o

radical DPPH sob a concentraccedilatildeo de 20 microM (KIKUZAKI et al 2002)

Facilmente encontrados na natureza os aacutecidos hidroxi-benzoicos satildeo

compostos fenoacutelicos que possuem 7 aacutetomos de carbono como demonstra a Figura

7 (SOARES 2002) Geralmente apresentam-se como eacutesteres de aacutecidos orgacircnicos

ou glicosiacutedeos Na aacuterea alimentiacutecia esses compostos podem influenciar na

estabilidade cor sabor valor nutricional e bioatividade (CHENHO 1997)

34

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido gaacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) eacute um polifenol

encontrado em muitas espeacutecies vegetais Muito utilizado na induacutestria alimentiacutecia e

cosmeacutetica esse composto eacute conhecido por evitar a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e

deterioraccedilatildeo dos produtos (YEN DUH TSAI 2002)

A capacidade antirradicalar deste aacutecido eacute comprovada por Zhang et al

(2015) Seus experimentos revelaram que o aacutecido gaacutelico possui um IC50 de 363 plusmn

20 micromolL para neutralizar o radial livre DPPH 662 plusmn 16 de oxidaccedilatildeo antilipiacutedica

O aacutecido protocatequiacutenico (178 ngg e 22 ngg FW em eacutesteres) foi avaliado por

Sevgi et al (2015) segundo sua capacidade antirradicalar pelo meacutetodo do DPPH e

por sua capacidade de quelar metais Os resultados revelaram uma capacidade de

6537 plusmn 005 (03 mgmL) de sequumlestrar o radical DPPH e 2617 plusmn 086 de efeito

como quelante

O aacutecido saliciacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) demonstrou baixos

resultados em capacidade antirradicalar (011) pelo meacutetodo de DPPH e nenhum

resultado para peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e eliminaccedilatildeo do peroacutexido de hidrogecircnio (SROKA

CISOWKI 2003)

A couve possui tambeacutem valores nutricionais interessantes para o consumo

como demonstra o Quadro 2

35

Quadro 2 Valores nutricionais da couve em 100 g e porcentagem de dose

diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por

100g Porcentagem da

RDA

Aacutegua g 8404 -

Energia kcal 49 -

Proteiacutena g 428 856

Total lipiacutedeos g 093 -

Carboidratos g 875 292

Fibras g 36 144

Accediluacutecares g 226 -

Minerais

Caacutelcio mg 150 15

Ferro mg 145 816

Magneacutesio mg 47 0368

Foacutesforo mg 92 92

Potaacutessio mg 491 1403

Soacutedio mg 38 158

Zinco mg 038 54

Vitaminas

Vitamina C mg 120 200

Tiamina mg 011 733

Riboflavina mg 013 76

Niacina mg 1 5

Vitamina B6 mg 0271 1355

Aacutecido Foacutelico microg 141 3225

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 500 8333

Vitamina E mg 154 154

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 7048 880

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0091 0455

Aacutecidos graxos insaturados g 0052 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0338 -

Colesterol mg 0 -

36

24 Vitis vinifera (Uva)

A uva eacute largamente produzida no estado de Satildeo Paulo como por exemplo

em Campinas onde foram plantados em 2015 mais de 22 milhotildees de peacutes

(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

A uva pode ser dividida basicamente em trecircs espeacutecies- a Vitis vinifera Vitis

labrusca e Vitis rotundifolia sendo diferenciadas principalmente pelo local de cultivo

Cada uma destas espeacutecies possui composiccedilotildees diferentes e portanto distintas

quantidades de flavonoides (XIA 2010)

Liang et al (2011) realizaram um estudo dos perfis de polifenoacuteis em frutos

maduros de Vitis vinifera Neste estudo se identificou 36 compostos fenoacutelicos sendo

16 antocianinas dois aacutecidos hidroxibenzoacuteicos seis aacutecidos hidroxicinacircmicos seis

flavonoacuteis e seis flavonoides As antocianinas satildeo compostos presentes em vegetais

responsaacuteveis pela coloraccedilatildeo Quanto mais escura eacute a uva maior eacute a quantidade de

antiocianinas desta As principais antocianinas presentes na uva satildeo cianidina

delfinidina petunidina peonidina e malvidina sendo que esta uacuteltima e seus

derivados representam 68 das antocianinas totais Os principais flavonoides

identificados nos estudos de Liang (2011) foram prociadinina B1 B2 catequina e

derivados sendo a prociadinina a mais abundante apresentando 64 da

quantidade total de flavonoides Quanto aos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos e cinacircmicos

tem-se como mais abundantes o aacutecido gaacutelico e o aacutecido vaniliacutenico sendo este uacuteltimo

o mais abundante representando 70 dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos

O principal componente estudado na uva no entanto eacute o resveratrol Esse

composto eacute um polifenol encontrado na semente de uva sua estrutura eacute

demonstrada na Figura 8

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol

37

Gulccedilin (2010) realizou um estudo das propriedades antioxidantes do

resveratrol Esse estudo revelou que esse componente tem a capacidade de inibir

891 da peroxidaccedilatildeo lipiacutedica do aacutecido linoleico a 30 microgmL Aleacutem disso se mostrou

eficaz quanto agrave capacidade antirradicalar frente ao DPPH radical superoacutexido e

peroacutexido de hidrogecircnio Tambeacutem se mostrou eficiente no poder redutor e atividades

quelantes do Fe2+

A capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH foi determinada por

Vlachogianni et al (2015) Segundo este estudo o resveratrol possui IC50 de 85 plusmn

27 microM de capacidade de sequestrar radicais DPPH o que comprova o alto poder

antirradicalar deste componente

Estudos a respeito dos efeitos beneacuteficos agrave sauacutede tecircm sido relatados incluindo

efeitos anti-cacircncer antiviral neuroprotetor anti-envelhecimento anti-inflamatoacuterio

Sugere-se que estes efeitos beneacuteficos para os ensaios in vitro demonstram o

potencial deste composto

Aleacutem de componentes antioxidantes a uva possui valores nutricionais

interessantes como demonstrado na Quadro 3

38

Quadro 3 Valores nutricionais da uva em 100 ge porcentagem de dose diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA

NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por 100g Porcentagem da RDA

Aacutegua g 813 -

Energia Kcal 67 -

Proteiacutena g 063 126

Total lipiacutedeos g 035 -

Carboidratos g 1715 572

Fibras g 09 26

Accediluacutecares g 1625 -

Minerais

Caacutelcio mg 14 14

Ferro mg 029 161

Magneacutesio mg 5 125

Foacutesforo mg 10 1

Potaacutessio mg 191 546

Soacutedio mg 2 833

Zinco mg 004 027

Vitaminas

Vitamina C mg 4 667

Tiamina mg 0092 613

Riboflavina mg 0057 335

Niacina mg 03 15

Vitamina B6 mg 011 55

Aacutecido Foacutelico microg 4 1

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 100 2

Vitamina E mg 019 063

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 146 1825

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0114 017

Aacutecidos graxos insaturados g 0014 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0102 -

Colesterol mg 0 -

39

3OBJETIVOS

31Geral

Desenvolver chocolates com adiccedilatildeo de propriedades funcionais com a adiccedilatildeo

de folhas de Brassica oleraceae e frutos de Vitis vinifera

32Especiacuteficos

1 Formular chocolates ao leite sem e com adiccedilatildeo de couve ou uva

2 Determinar as propriedades fiacutesico-quiacutemicas dos chocolates formulados

3 Avaliar a estrutura dos produtos formulados por meio de anaacutelises reoloacutegica e

de textura

4 Avaliar a capacidade antirradicalar das formulaccedilotildees

5 Realizar testes sensoriais que comprovem a aceitaccedilatildeo dos produtos pelos

consumidores bem como intenccedilatildeo de compra

40

4MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho

Mateacuteria Prima Fornecedor Paiacutes

Liquor de cacau Cargill Brasil

Manteiga de cacau Cargill Brasil

Leite em poacute integral Italac Brasil

Leite em poacute desnatado Molico Brasil

Vanilina Mix Brasil

Reagentes Fornecedor Paiacutes

Metanol Synth Brasil

Acetona Vetec Brasil

Reagente DPPH Merck Brasil

Reagente Folin-ciocauteau Merck Brasil

Reagente ABTS Merck Brasil

Aacutecido cloriacutedrico Synth Brasil

Aacutecido sulfuacuterico Synth Brasil

Kit de enzimas para anaacutelise de fibras Megazyme EUA

Eacuteter de petroacuteleo Synth Brasil

Acetona grau HPLC Tedia Brasil

Aacutecido foacutermico grau HPLC Sigma Brasil

Os equipamentos utilizados durante o trabalho foram

Liofilizador (Edwards do Brasil Brasil)

Equipamento universal tipo moinho de bolas WA-FA20

(Mazzetti Itaacutelia)

Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Agitador de peneiras (Produtest Brasil)

Espectrofotocircmetro (Spectrum Meter Brasil)

Espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent

Technology EUA)

CLAE-DAD (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA)

Reocircmetro (Rheotest 31)

41

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva

As amostras de couve manteiga (Brassica oleraceae) e uva ndash variedade

Summer Royal (Vitis vinifera) (aproximadamente 2 kg de cada) foram adquiridas em

um mercado em Satildeo Paulo no bairro Butantatilde Para iniacutecio do tratamento das frutas e

folhas utilizou-se Hidrosterilreg bactericida utilizado para higienizaccedilatildeo de verduras e

vegetais cuja accedilatildeo eacute comprovada pela ANVISA Tanto as folhas quanto as frutas

foram deixadas imersas nesta soluccedilatildeo (20 gotas a cada 1 L instruccedilatildeo da

embalagem do produto) por 15 minutos

Depois de higienizadas a couve e a uva passaram por uma remoccedilatildeo do

excesso de aacutegua utilizando-se uma centriacutefuga secadora de hortaliccedilas (Utility Brasil)

Das couves secas retirou-se o talo restando somente as folhas que

posteriormente foram picadas com faca e armazenadas em frascos de vidro com

tampa Cada amostra passou em diferentes dias pelo processo de liofilizaccedilatildeo Foi

efetuada pesagem antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo em todas as amostras

Das uvas retirou-se o caule restando somente as frutas Estas foram

processadas em liquidificador e armazenadas em placas de Petri (80x15mm) As

uvas passaram pelo processo de liofilizaccedilatildeo pesando-se todas as amostras antes e

apoacutes a liofilizaccedilatildeo

O congelamento foi realizado logo em seguida em ultrafreezer (Tectalmaq

Brasil) a -88degC A liofilizaccedilatildeo foi realizada em um equipamento Modelo OS 3728

(Edwards do Brasil Brasil) em temperatura de 50ordmC e pressatildeo de 10-3 mbar

Apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo a couve foi triturada em um termomixer

Vorwerk (Brasil) O poacute resultante foi armazenado em recipiente de vidro com tampa

e guardado sob-refrigeraccedilatildeo

A uva apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo foi moiacuteda com o auxiacutelio de um

almofariz de porcelana e armazenada entatildeo em recipiente de vidro com tampa Os

recipientes foram armazenados sob refrigeraccedilatildeo

42

43Produccedilatildeo do chocolate

Os chocolates foram formulados em equipamento tipo universal com moinho

de bolas WA-FA20 (Mazzetti Itaacutelia) O tempo de processo foi de 2 horas seguindo o

cronograma abaixo para adiccedilatildeo de mateacuterias primas

Fluxograma 1 Processo utilizado para fabricaccedilatildeo do chocolate

Os chocolates com adiccedilatildeo de uva foram realizados conforme o Fluxograma 1

poreacutem ao final do processo utilizou-se um misturador planetaacuterio encamisado com

controle de temperatura e de velocidade (MODELO BP500 ERLI Brasil) para

adicionar-se a uva O tempo deste processo foi de 30 minutos para cada chocolate e

a temperatura utilizada foi de 45 plusmn 2ordmC a 40 rpm

As formulaccedilotildees satildeo demonstradas na Tabela 2

Iniacutecio do processo Adiccedilatildeo de 75 da manteiga de

cacau

Adiccedilatildeo de liquor de cacau e todos os poacutes ( leite e

couve)

Apoacutes 1hora de processo Adiccedilatildeo de 50 da lecitina

de soja e 25 da manteiga de cacau

Apoacutes 1h30min de processo Adiccedilatildeo de 50

da lecitina de soja e Vanilina

Apoacutes 2h de processo Retirada da massa de

chocolate- fim do processo

43

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de

chocolate sendo a foacutermula 1 a controle a foacutermula 2 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva

Ingredientes Foacutermula

1 Foacutermula

2 Foacutermula

3

Accediluacutecar 37 365 3535

Manteiga de cacau 25 245 245

Liquor de cacau 16 16 16

Leite em poacute integral 11 11 11 Leite em poacute desnatado 102 102 102

Lecitina de soja 05 05 05

Vanilina 03 03 03

Couve liofilizada - 1 -

Uva liofilizada - -- 215

A porcentagem de cada mateacuteria prima foi determinada a partir da quantidade

de gordura a fim de obter valor aproximado a 35 de gordura no produto final

A temperagem foi realizada de forma manual As amostras foram aquecidas

ateacute a temperatura de 45 oC e resfriadas sob agitaccedilatildeo com espaacutetula em mesa de

pedra ateacute temperatura de 29oC sendo rapidamente enformadas e levadas agrave

refrigeraccedilatildeo a 9 degC por 30 min desenformadas acondicionadas em bandejas de

isopor e recobertas em filme PVC

A curva de resfriamento da manteiga de cacau e a temperagem foram

avaliadas em Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Os chocolates apoacutes a produccedilatildeo foram armazenados em cacircmara climaacutetica

(NOVA EacuteTICA Brasil) com circulaccedilatildeo de ar a 20ordmC e 60 de umidade por 3 meses

44

44Granulometria

Para o ensaio de distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da couve liofilizada foi utilizado

um agitador de peneiras Produtest (Brasil) As peneiras utilizadas satildeo demonstradas

na Tabela 3

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria

Designaccedilatildeo ABNT Abertura da malha (mm)

20 085

25 071

30 059

40 042

50 0297

60 025

As peneiras foram colocadas em ordem decrescente de abertura de malha

de cima para baixo

Foi pesada 5 g de amostra e colocada na primeira peneira do jogo O

equipamento foi ligado por 5 minutos com amplitude de 16 mm de vibraccedilatildeo e 3600

vibraccedilotildees por minuto

A porcentagem de material retido foi determinada a partir da Equaccedilatildeo 3

Equaccedilatildeo 3 Determinaccedilatildeo do material retido na paneira

x 100

Sendo

Mi= Material retido na peneira i em

mi= massa do material retido na peneira i

m0= massa da amostra

45

45Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute

As anaacutelises de gordura e proteiacutena para os leites em poacute foram realizadas em

triplicata pelo analisador de leite eletrocircnico- Ekomilk modelo Kam9 8-2ordf (CapLab

Brasil) Os leites em poacute Integral e desnatado foram dissolvidos em aacutegua filtrada

conforme recomendado na embalagem (20 g200 mL)

46Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar

461Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos

Foram realizadas duas metodologias diferentes de extraccedilatildeo a fim de verificar

a que possui maior efetividade na extraccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos para a couve

A primeira extraccedilatildeo foi baseada no meacutetodo descrito por Laurrauri et al (1997)

com modificaccedilotildees Em um beacutequer de 100 mL adicionou-se 1 g de amostra e 40 mL

de metanol 50 Apoacutes homogeneizaccedilatildeo foi deixada em repouso agrave temperatura

ambiente por 60 minutos e entatildeo foi centrifugada a 15000 rpm durante 15 minutos

O sobrenadante foi transferido para o balatildeo volumeacutetrico de 100 mL Foi adicionado

ao resiacuteduo restante 40 mL de acetona 70 homogeneizado e deixado em repouso

em temperatura ambiente por 60 minutos Novamente se centrifugou a 15000 rpm

durante 15 minutos O sobrenadante foi transferido para o mesmo balatildeo volumeacutetrico

contendo o primeiro sobrenadante e o menisco foi completado para 100 mL com

aacutegua destilada e logo apoacutes armazenado em frasco acircmbar

A segunda extraccedilatildeo foi baseada no trabalho descrito por Genovese e Lannes

(2010) onde 05 g da amostra foi adicionada a 20 mL de metanolaacutegua na proporccedilatildeo

7030 utilizando um ultraturrax Marconi (BRASIL) por 1 minuto em velocidade 4 e

46

banho de gelo Filtrou-se o extrato utilizando-se papel de filtro e o extrato resultante

foi armazenado em vidro acircmbar

A Figura 9 demonstra as duas formas de extraccedilatildeo utilizadas

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve

Tendo em vista a obtenccedilatildeo de melhores resultados de aproveitamento na

extraccedilatildeo descrita por Genovese e Lannes (2010) as amostras de uva (liofilizada e in

natura) dos chocolates (ao leite com couve com uva) e do liquor de cacau foram

extraiacutedas somente por esse meacutetodo

Para determinaccedilatildeo do melhor solvente para extraccedilatildeo foram utilizadas para a

uva liofilizada os seguinte solventes extratores acetona acetona acidificada

(sendo acetona 70 com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol e metanol

acidificado (sendo metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv

47

462Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do potencial

antirradicalar de couve uva e liquor de cacau

O meacutetodo da capacidade sequestradora frente ao DPPH foi realizado com

base no trabalho descrito por Sanchez-Moreno (2002) com modificaccedilotildees

A partir de uma soluccedilatildeo estoque de 60 microM de DPPH em aacutelcool metiacutelico a

curva padratildeo foi construiacuteda com diluiccedilotildees de 10 20 30 40 50 e 60 microM em ambiente

protegido pela luz Os resultados obtidos foram tratados no Microsoft Excel

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar frente ao DPPH utilizou-se

sete diferentes diluiccedilotildees das amostras (5 10 20 30 40 50 e 60 ) Em uma

cubeta com caminho oacutetico de 10 mm adicionou-se 0075 mL da amostra e 2925 mL

de DPPH agitando a soluccedilatildeo resultante Para a soluccedilatildeo controle foi utilizada a

mistura de 01 mL de soluccedilatildeo controle (metanol 70) e 39 mL de DPPH Como

branco foi utilizado o aacutelcool metiacutelico

As mediccedilotildees foram realizadas a 515 nm em um espectrofotocircmetro Spectrum

Meter (Brasil) em triplicata e protegidos da luz Os resultados de absorbacircncia foram

anotados a cada 5 minutos por meia hora Os dados resultantes foram tratados por

Microsoft Excel

Os resultados dessa anaacutelise foram expressos em IC50

463Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar dos chocolates frente ao radical

DPPH foi realizada no Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da

Universidade de Satildeo Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

Para tal foi adicionado 150 microL de soluccedilatildeo estoque DPPH (165 x10-4 micromolL)

e etanol (277-279 mL) em uma cubeta de quarto com caminho oacuteptico igual a

10mm sendo a concentraccedilatildeo final da soluccedilatildeo igual a 80 micromolL A soluccedilatildeo estoque

48

de Trolox foi adicionada a esta cubeta de modo ao volume final de 30 mL bem

como os extratos de chocolate A reaccedilatildeo foi monitorada a 515 nm em

espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30

minutos (OLIVEIRA et al 2014) e medida em triplicata

Os resultados dessas anaacutelises foram expressos de duas formas IC50 e

Trolox Egrave possiacutevel determinar a Trolox plotando-se a variaccedilatildeo de absorbacircncia da

amostra versus as concentraccedilotildees utilizadas (curva padratildeo) O coeficiente angular

resultante eacute comparado com o coeficiente angular do padratildeo trolox

464Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis

A determinaccedilatildeo de polifenoacuteis foi realizada baseada no meacutetodo de Folin

Ciocauteau descrito por Singleton Orthofer e Lamuela-Raventos (1999) com

volume modificado

A curva padratildeo foi construiacuteda a partir de soluccedilotildees diluiacutedas de aacutecido gaacutelico nas

concentraccedilotildees de 50 100 150 250 microgL a partir de uma soluccedilatildeo estoque de 05

mgL

Para determinaccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos 20 microL da amostra foi adicionado

a um balatildeo volumeacutetrico com 5 mL Logo apoacutes acrescentou-se 200 microL do reagente

Folin-Ciocauteau e se homogenizou a mistura Apoacutes o tempo de 1 a 8 minutos

adicionou-se 750 microL de cabonato de soacutedio 20 e o volume foi ajustado Sob abrigo

da luz a soluccedilatildeo resultante foi deixada em repouso por 2h

A leitura apoacutes o periacuteodo de repouso foi realizada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel (Spectrum meter Brasil) em 760 nm e repetida em triplicata

49

465Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar pelo radical ABTS foi realizada no

Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da Universidade de Satildeo

Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

A soluccedilatildeo estoque ABTS foi preparada em base aquosa (192 mg50 mL) e

armazenada em geladeira a 4oC Para oxidaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo e preparaccedilatildeo do

radical ABTSbull+ utilizou-se uma aliacutequota de 5 mL com 88 microL de uma soluccedilatildeo de

persulfato de potaacutessio com concentraccedilatildeo igual a 14 times 10minus5 mol Lminus1 que reagiram

por 16 horas protegido da luz A concentraccedilatildeo resultante da oxidaccedilatildeo foi medida em

Espectrofotocircmetro UV-Visiacutevel a 734 nm

A reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e as amostras foi realizada em cubeta de quartzo com

caminho oacutetico de 10 mm em triplicata Para tal foi adicionado 25 microL de soluccedilatildeo

ABTSbull+ estoque e diferentes quantidades de etanol e soluccedilatildeo estoque de modo a

obter-se a concentraccedilatildeo de 23456 do antirradical de modo ao volume final ser 3

mL As concentraccedilotildees foram testadas e padronizadas a fim de se obter uma curva

padratildeo A anaacutelise foi realizada a 25oC e monitorada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30 minutos a 734 nm

(OLIVEIRA 2014) Todas as amostras foram analisadas em triplicata

466Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE

O perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE foi realizada no

laboratoacuterio de Quiacutemica Orgacircnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie com o

auxiacutelio do Teacutecnico Nei Carlos

A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de Silva e Queiroz (2015)

para compostos fenoacutelicos Utilizou-se como fase moacutevel aacutegua acidificada com 2 de

aacutecido aceacutetico (eluente A) e aacutecido aceacutetico 05Acetonitrila na proporccedilatildeo 5050 (vv)

O gradiente utilizado encontra-se na Tabela 4

50

O extrato utilizado foi evaporado em rotaevaporador (BUCHI EUA) com

agitaccedilatildeo e temperatura controlada (40ordmC) redissolvido em metanol na proporccedilatildeo 1

mg1 mL e entatildeo repassado em uma preacute-coluna C18

As anaacutelises foram realizadas em duplicata em CLAE-DAD (detecccedilatildeo de

diodo) (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA) O fluxo utilizado foi 1mLmin

e o volume de injeccedilatildeo de 40 microL Os comprimentos de onda avaliados foram 260

280 320 e 360 nm

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE

Tempo (min) Eluente A Eluente B

0-20 90 10

20-40 86 24

40-60 70 30

60-65 45 55

65-70 30 70

70-75 25 75

75-80 0 100

47Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo do chocolate foi realizada

em Microcircmetro digital Digimatic Mitutoyo (Mitutoyo EUA) Modelo Seacuterie 293

Determinaccedilatildeo feita com cinco repeticcedilotildees

51

48Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas

481Determinaccedilatildeo de umidade

A umidade foi realizada segundo meacutetodo descrito pelas normas analiacuteticas

AOAC (2000) para teste de umidade de perda de massa em estufa regulada a 105oC

em triplicata

482Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral

O conteuacutedo mineral foi determinado pelo teste de cinzas de perda de massa

em mufla a 550o em triplicata (AOAC2000)

483Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos

Para a hidroacutelise aacutecida do chocolate foi utilizado o meacutetodo descrito por Lannes

(1997) Foram pesados 10 g de amostra previamente moiacuteda e adicionado a um

beacutequer com a mistura de 200 mL de aacutegua destilada com 75 mL de aacutecido cloriacutedrico

37 A mistura foi aquecida com bico de Bunsen por 20 minutos em ebuliccedilatildeo Apoacutes

esse procedimento a mistura foi filtrada com papel de filtro de 24 cm e submetida a

lavagem quantitativa ateacute retirada de todo o aacutecido Ao final levou-se o cartucho

resultante a estufa a 75oC por uma noite

Para a extraccedilatildeo da gordura foi utilizado o meacutetodo com extrator Soxhlet e eacuteter

de petroacuteleo como solvente As anaacutelises foram realizadas em triplicata (AOAC 2000)

52

484Determinaccedilatildeo de proteiacutenas

A determinaccedilatildeo de proteiacutenas foi realizada em triplicata por meacutetodo de micro-

Kjeldahl (AOAC2000)

485Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

Para a determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores foi

utilizada a metodologia de Fehling sendo utilizadas 10g de amostra e as titulaccedilotildees

foram realizadas em triplicata (Instituto Adolfo Lutz 2005)

486Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis

A determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis foi realizada conforme

descrito por AOAC (2000) ensaio enzimo-gravimeacutetrico de fibras com modificaccedilotildees

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura

Os chocolates armazenados a 20˚C e 60 de umidade em cacircmara climaacutetica

com temperatura e umidade controlada foram avaliados segundo sua textura em um

periacuteodo de 1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

Os ensaios de fratura foram realizados em equipamento analisador de textura

TA-XT2 (Stable Micro Systems Reino Unido) com probe HDP3PB a 25 ˚C

Paracircmetros velocidades preacute-teste teste e poacutes-teste 20 mms distacircncia 10 mm

ceacutelula de carga 25 kg Trigger Force 005 N forccedila em compressatildeo - returnto start

53

Os dados foram coletados atraveacutes do programa Texture Expert Exceed ndash

versatildeo 264 (Stable Micro Systems Reino Unido)

Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata com barrinhas de chocolate

temperado de tamanho 90 cm x 25 cm x 13 cm (LANNES 2008)

410Determinaccedilatildeo da reologia

A determinaccedilatildeo de reologia foi realizada em triplicata em reocircmetro rotacional

Rheotest 31 (Alemanha) com banho termostatizado a 40ordmC e probe H1 Foi utilizada

uma rampa com taxa de cisalhamento de 200 s-1 com tempo de 120 s

411Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua

A atividade de aacutegua foi determinada em triplicata em equipamento de

atividade de aacutegua Novasina modelo LabMaster (Novasina Suiacuteccedila) em triplicata

412Avaliaccedilatildeo da Colorimetria

A colorimetria foi determinada em ColorQuestreg XE Hunter Lab com acircngulo

observador de 10ordmC e iluminador D65 em triplicata (ESTELLER ZANCANARO

JUacuteNIOR LANNES 2006)

413Avaliaccedilatildeo sensorial

A avaliaccedilatildeo sensorial foi realizada atraveacutes do teste afetivo de aceitaccedilatildeo global

com escala hedocircnica estruturada de 9 pontos e escala de intenccedilatildeo de compra de 5

54

pontos Os atributos avaliados para as barras foram textura sabor e impressatildeo

global e teste de intenccedilatildeo de compra sendo feito pelos mesmos provadores O

projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da

FCFUSP (no Parecer 1393285) conforme ANEXO A A ficha de avaliaccedilatildeo se

encontra no ANEXO C

As amostras foram preparadas segundo as boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de

produtos alimentiacutecios nos laboratoacuterios de Tecnologia de Alimentos III e Planta Piloto

do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica-FCFUSP

As avaliaccedilotildees foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise Sensorial do

Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica de Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo Foram avaliadas 3 amostras de

chocolate ao leite uma controle uma com couve em poacute e uma com uva em poacute

Os produtos foram preparados no maacuteximo 24 horas antes dos testes e

mantidos em temperatura de 20 degC 60 de umidade ateacute o momento de servir Os

chocolates (aproximadamente 5 g) foram servidos em pratos plaacutesticos contendo as

trecircs amostras do produto (Figura 10) Entre uma amostra e outra os avaliadores

foram instruiacutedos a ingerir aacutegua e biscoito de sabor neutro (aacutegua e sal) para diminuir

a interferecircncia de sabor entre as amostras

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial

55

Recrutamento dos Consumidores

Foram selecionados provadores natildeo treinados que se declarassem

consumidores de chocolates sendo que antes da degustaccedilatildeo os mesmos foram

instruiacutedos a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II)

declarando-se natildeo aleacutergico aos componentes das formulaccedilotildees permitindo o uso da

informaccedilatildeo prestada para seu devido fim e tambeacutem possuidores do direito de

desistir de participar a qualquer momento do teste

Criteacuterios de inclusatildeo

Os consumidores que foram convidados para os testes apresentavam os

seguintes preacute-requisitos

bull Ser maior de idade (acima de 18 anos)

bull De ambos sexos

bull Natildeo apresentar alergia aos componentes das formulaccedilotildees

bull Foram adotados cuidados especiais para evitar que indiviacuteduos

subordinados ou diretamente ligados ao pesquisador natildeo se sentissem obrigados a

participar do estudo

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos da seleccedilatildeo indiviacuteduos que

bull Estivessem em dieta especial

bull Estivessem em tratamento meacutedico

bull Desistissem da participaccedilatildeo apoacutes o iniacutecio da anaacutelise

Casuiacutestica

Para os testes foram recrutadas 90 pessoas alunos e funcionaacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo

56

414 Forma de anaacutelise de resultados

Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e posteriormente de

Tukey em 5 de significacircncia com o software Statistica version 11 (StaSoft EUA) e

com o programa Microsoft Excel (Microsoft EUA)

57

5RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve

511Liofilizaccedilatildeo

A couve foi analisada pela diferenccedila de massas antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo a

fim de verificar a quantidade de aacutegua extraiacuteda e determinar a equivalecircncia entre os

pesos da couve antes e depois deste processo Os resultados revelaram a de

produto liofilizado (989plusmn0369 ) e a porcentagem de aacutegua retirada do produto

liofilizado (9011plusmn0369 )

Estes resultados demonstraram que a quantidade de aacutegua retirada da couve

pelo processo de liofilizaccedilatildeo foi de 90107 plusmn0369 e a o peso da couve liofilizada

correspondeu a 98932plusmn 0369 do peso inicial Estes dados estatildeo de acordo com

o trabalho realizado por Furlani et al (1978) que determinou a quantidade de aacutegua

em diversas frutas e hortaliccedilas Segundo estes autores a couve manteiga

apresentou aproximadamente 89 de aacutegua em sua composiccedilatildeo

Esses resultados foram necessaacuterios para a conversatildeo da quantidade de

couve liofilizada que foi adicionada posteriormente ao chocolate

A desidrataccedilatildeo eacute uma teacutecnica comum utilizada em alimentos pois esta pode

aumentar a vida uacutetil do produto principalmente no caso de frutas e vegetais A

reduccedilatildeo do teor de aacutegua nesses alimentos leva a uma menor atividade

microbioloacutegica o que desacelera o processo de deterioraccedilatildeo desses produtos

(FELLOWS 2000)

A atividade de aacutegua (aw) eacute um paracircmetro que mede a razatildeo entre a pressatildeo

de vapor da aacutegua (Pw) no alimento e a pressatildeo de vapor da aacutegua pura na

temperatura do alimento (P0w) (TOLEDO 2007) dada pela expressatildeo

Aw=

58

A baixa atividade de aacutegua estaacute relacionada com a diminuiccedilatildeo da velocidade

relativa de reaccedilotildees de deterioraccedilatildeo por bacteacuterias auto oxidaccedilatildeo reaccedilotildees

enzimaacuteticas entre outros conforme demonstra a Figura 11 (NESPOLO et al 2015)

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e atividade de aacutegua

(retirado de NESPOLO 2015)

O valor encontrado para atividade de aacutegua da couve em poacute foi 0531plusmn0014

no momento de sua utilizaccedilatildeo para produccedilatildeo do chocolate Este valor segundo a

Figura 11 estaacute relacionado com baixas velocidades de reaccedilotildees enzimaacuteticas e

nenhuma atividade para reaccedilotildees com bacteacuterias leveduras e mofos tornando assim

o produto liofilizado estaacutevel mesmo apoacutes um ano de sua produccedilatildeo Este resultado

tem grande importacircncia pois demonstra que a adiccedilatildeo de couve liofilizada no

chocolate provavelmente natildeo iraacute afetar sua vida de prateleira

59

512Perfil antioxidante

5121Ensaio da atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio com o DPPH eacute baseado na perda da intensidade da cor da soluccedilatildeo

puacuterpura do radical estaacutevel DPPHbull apoacutes a reaccedilatildeo com um composto antirradicalar

(AOH) O DPPH eacute um radical livre pois apresenta um eleacutetron natildeo emparelhado com

absorccedilatildeo na regiatildeo de 520 nm (MOLYNEUX 2003) A estrutura quiacutemica do DPPH eacute

demonstrada na Figura 12

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH

Ao se misturar com uma substacircncia capaz de doar um hidrogecircnio o DPPH

reage (Figura 13) e vai para sua forma reduzida fazendo com que perca a sua cor

puacuterpura caracteriacutestica e se torne uma soluccedilatildeo de cor castanha (MOLYNEUX 2003)

60

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

Para a couve liofilizada e couve in natura foram realizados dois meacutetodos de extraccedilatildeo

diferentes a fim de verificar suas efetividades e padronizar para futuros ensaios

A curva padratildeo do DPPH estaacute demonstrada na Figura 14

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH

Para realizar o estudo do DPPH cada extrato foi diluiacutedo em diferentes

concentraccedilotildees 510 2030 40 50 e 60 Utiliza-se diferentes concentraccedilotildees

y = 001x + 02627 Rsup2 = 09899

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 10 20 30 40 50 60 70

Ab

sorb

acircnci

a (5

15n

m)

Concentraccedilatildeo (microM)

61

para se ter um intervalo de absorbacircncia de modo que seja possiacutevel verificar a

cineacutetica da reaccedilatildeo

O resultado da cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e couve liofilizada

extraiacuteda pelos dois meacutetodos estaacute representado na Figura 15

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto (1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010)

As curvas cineacuteticas obtidas pela reaccedilatildeo entre radical livre DPPH e a couve

liofilizada demonstram um comportamento semelhante em ambos os extratos A

partir dos primeiros cinco minutos eacute possiacutevel observar uma queda mais acentuada

na absorbacircncia sendo que os minutos sequentes apresentam uma reduccedilatildeo branda

No extrato obtido a partir da metodologia de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto(1997) pode-se observar que natildeo haacute diferenciaccedilatildeo entre as diluiccedilotildees de 5 e

10 enquanto que o extrato obtido a partir da metodologia utilizada por Genovese

e Lannes (2010) natildeo houve grande diferenccedila entre os extratos de 50 e 60jaacute que

ficaram entre a absorbacircncia entre 03 e 04

62

Eacute possiacutevel observar a queda mais acentuada no extrato B em todas as

concentraccedilotildees chegando a valores de ateacute 03 de absorbacircncia Enquanto que o

extrato A reduziu somente ateacute aproximadamente 07 de absorbacircncia

A couve in natura foi analisada sob as mesmas condiccedilotildees e concentraccedilotildees O

perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e os extratos eacute demonstrado na Figura 16

Conforme se observa na Figura 16 assim como para a couve liofilizada o

perfil cineacutetico da couve in natura para ambos os extratos demonstrou uma reduccedilatildeo

mais acentuada na absorbacircncia nos primeiros cinco minutos sendo quase constante

nos minutos subsequentes Eacute possiacutevel observar que no perfil A (extraccedilatildeo segundo

Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto1997) natildeo se tem diferenccedila entre concentraccedilotildees

de 5 e 10 de amostra Por sua vez no perfil B (extraccedilatildeo segundo Genovese e

Lannes 2010) as concentraccedilotildees de 40 e de 50 natildeo apresentaram diferenccedila Em

todos os quatro extratos eacute possiacutevel observar que quanto maior a concentraccedilatildeo

maior eacute o decaimento da absorbacircncia

A partir destes resultados eacute possiacutevel calcular o IC50 ou seja a concentraccedilatildeo

necessaacuteria para reduzir a absorbacircncia do DPPH pela metade Sendo assim quanto

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010)

63

menor for a concentraccedilatildeo de IC50 maior potencial antirradicalar este extrato tem Os

resultados da atividade antirradicalar contra o radical DPPH se encontram na Tabela

5 juntamente com os resultados de quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis por meacutetodo Folin-

ciocauteau

5122Ensaio da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis

O ensaio de Folin-Ciocauteau eacute baseado na mudanccedila de coloraccedilatildeo da

soluccedilatildeo apoacutes reaccedilatildeo com antioxidante O reagente de Folin-Ciocauteau eacute formado

por uma mistura de aacutecidos de molibdecircnio (Na2MoO42H2O) que resulta na cor

amarela por estar num estado de oxidaccedilatildeo VI e aacutecidos de tungstecircnio (SINGLETON

ORTHOFER LAMUELA-RAVENTOS 1999)

Em contato com os antioxidantes (agentes redutores) tem-se a formaccedilatildeo de

um complexo Molibdecircnio-Tungstecircnio (PMoW11O4)4 (Figura 17) que possuem

coloraccedilatildeo azul Atraveacutes da diferenccedila de coloraccedilatildeo eacute possiacutevel determinar a

quantidade de polifenoacuteis em uma amostra (SINGLETONORTHOFER LAMUELA-

RAVENTOS 1999)

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante

Para a construccedilatildeo da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico foi realizada a reaccedilatildeo do

reagente Folin-Ciocauteau com diferentes concentraccedilotildees de aacutecido gaacutelico

(050100150250 e 500 mgL) A Figura 18 representa a definiccedilatildeo desta curva

64

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

Os diferentes extratos foram colocados em reaccedilatildeo com o reagente Folin-

Ciocauteau sendo cada amostra realizada em triplicata

A partir da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico obteve-se a equaccedilatildeo da reta que foi

utilizada para o caacutelculo das concentraccedilotildees de cada extrato A Tabela 5 representa

tais resultados

n=3

Tanto para a couve in natura quanto para a couve liofilizada foi encontrada

maior concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos com aplicaccedilatildeo do meacutetodo usado por

Genovese e Lannes (2010) Aleacutem disso as concentraccedilotildees em IC50 para a atividade

y = 00012x + 02366 Rsup2 = 09977

0

02

04

06

08

1

0 100 200 300 400 500 600

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo de Aacutecido Gaacutelico (mgL)

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura extraiacutedos por

diferentes meacutetodos

Amostra Meacutetodo IC50

(mgL) Quantidade de polifenoacuteis totais (gmg

GAE)

Liofilizada Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 11878 11033

Liofilizada Genovese e Lannes

(2010) 41 22616

in natura Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 41067 3283

in natura Genovese e Lannes

(2010) 3129 6283

65

antirradicalar frente ao radical DPPH confirmam essa hipoacutetese uma vez que foram

encontrados menores valores de concentraccedilatildeo para estes extratos

Os resultados obtidos indicam conforme esperado maior concentraccedilatildeo de

compostos bioativos para a couve liofilizada se comparada aos extratos da couve in

natura

Muito utilizada na induacutestria alimentiacutecia a liofilizaccedilatildeo eacute um processo que visa a

desidrataccedilatildeo de alimentos como cafeacute vegetais frutas entre outros Realizado sob

baixas temperaturas e ausecircncia de ar atmosfeacuterico o liofilizador mantecircm a

temperatura e a pressatildeo da aacutegua no ponto triplo (0ordmC e 47 mm de Hg) o que faz

com que a aacutegua jaacute em estado de congelamento passe por sublimaccedilatildeo- diretamente

do estado soacutelido para o gasoso (GAVA 1998)

Pelo fato da desidrataccedilatildeo total do alimento ocorrer sob baixas temperaturas

obtecircm-se um produto com baixa atividade microbioloacutegica e consequentemente alta

estabilidade frente a deterioraccedilatildeo Aleacutem disso essa teacutecnica permite a conservaccedilatildeo

dos componentes presentes no alimento e concentraccedilatildeo destes produtos Mesmo

assim sabe-se que por se tratar de um processamento ocorrem perdas de alguns

compostos volaacuteteis (RATTI 2001) Foi observada maior capacidade antirradicalar

na couve liofilizada pelo fato desta estar mais concentrada que a couve in natura

Analisando os valores obtidos no entanto pode ser observado que natildeo haacute

uma proporcionalidade entre a quantidade de polifenoacuteis da couve in natura em

relaccedilatildeo agrave couve liofilizada o que sugere que houve perda durante o processamento

Kaulmann et al (2014) realizaram um estudo de compostos antioxidantes em

diversas variaccedilotildees de Brassica oleracea in natura Apoacutes o teste de Folin-Ciocauteau

foi encontrada uma concentraccedilatildeo de 602plusmn449 mg GAE (aacutecido gaacutelico equivalente)

100g de couve

Este resultado se assemelha aos valores encontrados no presente trabalho

para a couve in natura extraiacuteda pelo meacutetodo usado por Genovese e Lannes (2010)

(6283 mg GAE100g couve) A semelhanccedila nos resultados reforccedila a tese de que haacute

maior efetividade nesse meacutetodo frente ao meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto (1997)

66

513Anaacutelise granulomeacutetrica

A distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica das mateacuterias primas em poacute a serem utilizadas

no chocolate satildeo de extrema importacircncia pois afetam diretamente o tamanho de

partiacutecula dos produtos finais

A partir da anaacutelise granulomeacutetrica plotou-se um graacutefico da porcentagem de

material retido versus abertura da peneira A Figura 19 demonstra esses resultados

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da peneira para

couve liofilizada em poacute

A partir do graacutefico eacute possiacutevel calcular a Abertura Meacutedia (AM) ou o Coeficiente

de Variaccedilatildeo (CV) com a seguinte equaccedilatildeo (Lannes 2000)

CV=

100

Eacute possiacutevel tambeacutem realizar o caacutelculo de AM e CV pelo meacutetodo algeacutebrico Os

resultados referentes a esses paracircmetros tanto pelo meacutetodo graacutefico quanto pelo

meacutetodo algeacutebrico estatildeo representados na Tabela 6

y = -12891x + 10972 Rsup2 = 09233

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 02 04 06 08 1

Mas

sa d

e m

ater

ial r

eti

do

(

)

Tamanho da peneira (mm)

67

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para meacutetodo graacutefico e

algeacutebrico

A Figura 20 demonstra a porcentagem de massa retida em cada peneira

utilizada A partir dela eacute possiacutevel concluir que a maior quantidade de partiacuteculas se

encontra na faixa de 059 a 025 mm

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para extrato de couve

liofilizado

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

085 075 059 042 0297 025

Mas

sa re

tid

a (

)

Tamanho em mm

CV AM

Meacutetodo graacutefico 48 0550

Meacutetodo algeacutebrico 3685 0502

68

52Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva

521Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais

As massas de uva antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo foram registradas e a partir

destes resultados foi possiacutevel determinar a meacutedia de material liofilizado (2114 plusmn

135) e a meacutedia de aacutegua retirada (7886 plusmn 135) nesse processo de liofilizaccedilatildeo

A determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua da uva liofilizada foi realizada em

triplicata imediatamente apoacutes a liofilizaccedilatildeo sendo o resultado obtido igual a

aw=0303plusmn0085 Este valor de atividade de aacutegua eacute considerado bom para evitar a

deterioraccedilatildeo do produto poreacutem pode aumentar de acordo com o tempo Sabe-se que

produtos com aw abaixo de 07 tecircm menor exposiccedilatildeo a riscos microbioloacutegicos sendo

que a faixa de valores de aw de 03 para abaixo indica que o produto estaacute preservado

tambeacutem de qualquer outra reaccedilatildeo de deterioraccedilatildeo (TOLEDO 2007)

A tendecircncia para frutas liofilizadas no entanto eacute de haver aumento no valor

de atividade de aacutegua com o passar do tempo Isso ocorre devido agrave alta quantidade

de accediluacutecar presente nas frutas como sacarose glicose e frutose que em estado

amorfo tendem a se ligar por ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a aacutegua Esse fato faz com

que essas frutas liofilizadas com elevados teores de accediluacutecar serem altamente

higroscoacutepicas sendo assim haacute maior instabilidade do produto liofilizado uma vez

que este tende a sofrer hidrataccedilatildeo e aumentar a sua atividade de aacutegua e umidade

Sua manipulaccedilatildeo portanto deve ser realizada com muito cuidado de modo a natildeo

interferir na atividade de aacutegua e natildeo gerar o efeito caking - tendecircncia deste tipo de

produto de aglomerar (SERNA-COCK VARGAS-MUNOZ APONTE 2015

OLIVEIRA 2013)

A quantidade de accediluacutecares nas uvas in natura e liofilizada foram determinadas

pelo meacutetodo de Fehling Este meacutetodo tambeacutem conhecido como Lane-Eynon se

baseia na reaccedilatildeo entre os sais cuacutepricos e aldoses ou cetoses que sob alta

temperatura e meio alcalino formam como produto o precipitado cuproso conforme

demonstrado na Figura 21 que possui coloraccedilatildeo avermelhada

69

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar um sal com Cu2+

se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho tijolo) Retirado de Tavares et al

(2010)

A Tabela 7 demonstra a porcentagem de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

encontrados

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva liofilizada e in natura

Redutores () Natildeo

redutores() Totais()

Uva in natura 1600 plusmn 0037 2 1800plusmn002

Uva liofilizada 6300plusmn0007 1 6400plusmn0018 n=3 Os valores de accediluacutecares natildeo redutores foram calculados por diferenccedila entre accediluacutecares totais e

redutores

Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber um aumento na quantidade de

accediluacutecares totais ao liofilizar a uva bem como uma reduccedilatildeo dos accediluacutecares natildeo

redutores e um aumento na porcentagem de accediluacutecares redutores Essas diferenccedilas

podem ser explicadas pela retirada da aacutegua nas amostras o que leva estas a

ficarem mais concentradas e assim aumentar a quantidade de accediluacutecares de 18

para 64 Esse resultado confirma a teoria de que a uva liofilizada possui alta

concentraccedilatildeo de accediluacutecares e portanto realmente se torna altamente higroscoacutepica o

que faz com que se diferencie da couve em poacute

O equipamento utilizado para a fabricaccedilatildeo dos chocolates possui um moinho

de bolas que reduz o tamanho de partiacutecula do accediluacutecar e outros gracircnulos presentes

na formulaccedilatildeo Esse tipo de moinho possui pequenas bolas que giram com baixa

70

velocidade e realizam forccedilas de cisalhamento na amostra (FELLOWS 2000) No

caso da couve liofilizada em poacute por exemplo foi adicionada no equipamento de

produccedilatildeo de chocolate com moinho de bolas para se ter um menor tamanho de

partiacutecula deste no chocolate e entatildeo natildeo ser sentido sensorialmente A uva

liofilizada que eacute como jaacute dito caracterizada como um material higroscoacutepico natildeo

poderia ser adicionada em um moinho de bolas jaacute que muita energia seria aplicada

sob este material o que poderia resultar em um efeito caking tambeacutem o

processamento do chocolate natildeo ocorreria de forma correta Por esta razatildeo a uva

liofilizada triturada foi adicionada apoacutes a fabricaccedilatildeo do chocolate em misturador

planetaacuterio

522Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva

Para a determinaccedilatildeo do melhor solvente para a extraccedilatildeo dos compostos

fenoacutelicos da uva foram utilizados acetona acetona acidificada (sendo acetona 70

com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol 70 e metanol acidificado (sendo

metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv) Os resultados encontrados

estatildeo dispostos na Tabela 8

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes extratores

Amostra Absorbacircncia Quantidade de polifenoacuteis (mgg)

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona acidificada 0368plusmn00138 ab 1095

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona 0340plusmn00350 ab 8645

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol 70 0396plusmn00212 b 1324

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol acidificado

0318plusmn00794 a 7221

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Rockenbach (2008) quantificou os polifenoacuteis antocianinas e atividade

antioxidante de bagaccedilos de uva Vitis vinifera utilizando como solvente etanol e

71

acetona Os melhores resultados encontrados neste trabalho foram para acetona

50 e 70 para antocianinas e polifenoacuteis totais

Rockenbach (2011) realizou um estudo da quantidade de polifenoacuteis em

alguns tipos de uvas Vitis vinifera L e Vitis Labrusca L Neste estudo utilizou-se

como solvente para extraccedilatildeo o metanol acidificado (sendo metanol aacutegua aacutecido

aceacutetico 70305 vvv) O maior valor encontrado foi para a variedade Cabernet

sauvignon pertencente agrave classe Vitis vinifera L (7475 mgg GAE) Este valor eacute

proacuteximo ao encontrado no presente trabalho (7221 mgg GAE para o mesmo tipo de

extrato)

Vizzoto e Pereira (2011) realizaram um estudo de quantificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos por diferentes meios de extraccedilatildeo da amora-preta Neste estudo utilizou-se

extratos com acetona acetona acidificada metanol e metanol acidificado poreacutem

natildeo houve diferenccedila significativa (p gt 005) entre as amostras

Existem grandes classes de compostos fenoacutelicos como as antocianinas

flavonoacuteis sendo que em cada classe possui grandes quantidades de substacircncias

diferentes com estruturas diferentes Isso faz com que seja difiacutecil se ter uma

metodologia capaz de extrair todos os componentes fenoacutelicos de uma amostra Eacute

portanto que se estuda o melhor meacutetodo para a extraccedilatildeo por meio de comparaccedilotildees

entre solventes e tipos de metodologias

O metanol eacute um solvente de polaridade alta enquanto que a acetona possui

polaridade meacutedia A acidificaccedilatildeo destes solventes tende a melhorar a eficiecircncia da

extraccedilatildeo

Mesmo assim o meacutetodo de extraccedilatildeo mais eficiente para quantificaccedilatildeo de

polifenoacuteis continuou sendo o mesmo utilizado por Genovese e Lannes (2010) e no

presente trabalho para os extratos de couve A partir do extrato metanoacutelico 70

obteve-se uma quantidade de 132 mgg GAE estatisticamente maior que a dos

outros extratos

A quantidade de polifenoacuteis da uva in natura foi realizada a partir do extrato

metanoico 70 e foi encontrado o valor de 5838 plusmn 822 mg GAEg Assim como a

couve eacute possiacutevel perceber que a liofilizaccedilatildeo tende a concentrar os compostos

72

fenoacutelicos e assim resultar em maiores valores de concentraccedilatildeo No entanto o valor

encontrado na uva liofilizada natildeo eacute proporcional ao rendimento o que

provavelmente significa que alguns compostos foram perdidos durante o processo

A determinaccedilatildeo frente ao radical DPPH foi realizada com as concentraccedilotildees

de 51020304050 e 60 de extrato Utilizou-se para o processo de extraccedilatildeo

extrato metanoacutelico 70 conforme o meacutetodo utilizado por Genovese e Lannes

(2010) A Figura 22 representa o perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e a uva

liofilizada

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em diferentes

concentraccedilotildees

Atraveacutes da cineacutetica da reaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que quanto maior a

concentraccedilatildeo de extrato utilizada tem-se uma reduccedilatildeo maior da absorbacircncia em

relaccedilatildeo agrave absorbacircncia inicial

Atraveacutes da curva cineacutetica eacute possiacutevel calcular o valor de IC50 para a amostra

sendo que o valor encontrado para a uva liofilizada foi de 6645 mgL Esse valor

representa alta capacidade antirradicalar concordando com a alta quantidade de

polifenoacuteis encontrada

0

01

02

03

04

05

06

07

08

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Tempo (min)

5

10

20

30

40

50

60

73

53Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau

531Perfil antirradicalar do liquor de cacau

Visto que houve maior eficiecircncia no meacutetodo de Genovese e Lannes (2009) foi

padronizado a utilizaccedilatildeo desta extraccedilatildeo A anaacutelise de polifenoacuteis do liquor de cacau

portanto foi realizada nestas condiccedilotildees e seus resultados demonstrados na Tabela

9

A curva cineacutetica da reaccedilatildeo do DPPH com o extrato nas diferentes

concentraccedilotildees eacute demonstrada na Figura 23

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em diferentes

concentraccedilotildees

A partir da curva cineacutetica eacute possiacutevel observar uma reduccedilatildeo da absorbacircncia ao

longo dos 30 minutos em todos os extratos Aleacutem disso tem-se que a quanto maior

a concentraccedilatildeo do extrato maior a reduccedilatildeo de absorbacircncia

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo ()

5

10

20

30

40

74

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical DPPH para o

liquor de cacau

Amostra Meacutedia de absorbacircncia Concentraccedilatildeo (mgg de aacutecido gaacutelico) IC50 (mgL)

Liquor de cacau 0445plusmn000971 25994 2906

n=3

Othman et al (2007) estudaram o perfil antirradicalar amecircndoas de cacau de

diferentes locais em meio a extrato etanoacutelico e aquoso Neste estudo foi observado

um valor de IC50 igual a 13 mgg para extrato etanoacutelico do cacau da Malaacutesia e de

Gana e um valor de IC50 de 24 mgg para o cacau da Malaacutesia e 17 mgg para o

cacau de Gana

Belšcak et al (2009) avaliaram o perfil antirradicalar de produtos comerciais da

Croaacutecia derivados do cacau (liquor de cacau cacau em poacute chocolates ao leite

amargo e chocolate em poacute) Em relaccedilatildeo ao liquor de cacau foram encontrados em

termos de fenoacutelicos totais de 25 a 35 mg GAEg Esses valores se encontram muito

inferiores ao encontrado no presente trabalho poreacutem sabe-se que a quantidade de

polifenoacuteis pode variar muito dependendo das condiccedilotildees geograacuteficas de plantaccedilatildeo a

variedade do cacau utilizado para a fabricaccedilatildeo do liquor bem como o tipo de

tratamento (fermentaccedilatildeosecagem armazenamento) para a produccedilatildeo do liquor

Oliveira et al (2011) analisaram a quantidade de compostos fenoacutelicos de

diferentes tipos de cacau e encontraram um valor de 19595plusmn055 mg GAEg para

liquor orgacircnicos semelhante a encontrada no presente trabalho

532Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau

A anaacutelise de lipiacutedeos no liquor de cacau foi realizada como informaccedilatildeo para o

caacutelculo da formulaccedilatildeo do chocolate Atraveacutes deste foi determinada que a

quantidade de lipiacutedeos no liquor utilizado eacute de 52 plusmn0012 sendo compatiacutevel com o

laudo enviado pela empresa fornecedora que eacute de 5310

75

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute

A anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute foram realizadas para fins de

caacutelculo do conteuacutedo de gordura final da formulaccedilatildeo do chocolate ao leite A Tabela

10 demonstra os resultados obtidos para o leite em poacute desnatado e para o leite em

poacute integral

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e integral

utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate

Leite em poacute desnatado Leite em poacute integral Gordura (g100g) 0 212plusmn0001 Proteiacutena (g100g) 267plusmn011 201plusmn0023

n=3

55Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates

551Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da manteiga de

cacau

A temperagem foi avaliada por curva de temperagem para verificaccedilatildeo da

produccedilatildeo de cristais adequados para a manteiga de cacau A curva de temperagem

se encontra na Figura 24

76

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate

A curva de temperagem eacute de grande importacircncia para a verificaccedilatildeo da

qualidade da massa do chocolate e eficiecircncia da temperadeira eou do processo de

temperagem Chocolates bem temperados devem conter de 3 a 8 de cristais de

manteiga de cacau o desenvolvimento desses cristais ao longo do tempo de

resfriamento pode ser medido atraveacutes deste tipo de curva (MINIFIE 1989)

A curva de temperagem indica a quantidade de calor liberada ao se solidificar

o chocolate Durante o processamento geram-se dois pontos de inflexatildeo como

destacado na Figura 24 sendo que cada um deles indica uma parte da formaccedilatildeo de

cristais O primeiro ponto refere-se a relaccedilatildeo temperaturatempo em que se inicia a

nucleaccedilatildeo dos cristais e a segunda o ponto no qual a nucleaccedilatildeo realmente ocorre

A inclinaccedilatildeo gerada a partir desses dois pontos eacute portanto avaliada e deve

permanecer o mais reta possiacutevel de modo a natildeo haver uma inclinaccedilatildeo negativa (o

que significaria um chocolate sobre-temperedo) ou uma inclinaccedilatildeo positiva (o que

significaria um chocolate sub-temperado) Um chocolate over-tempered eacute aquele

que possui cristais a mais formados durante a temperagem o que portanto gera

menor quantidade de cristais durante o teste e consequentemente haacute menor

quantidade de energia sendo liberada Jaacute no caso do chocolate under-tempered

Pontos de inflexatildeo

77

tem-se uma quantidade muito inferior de cristais quando temperada gerando

portanto uma grande liberaccedilatildeo de calor durante o resfriamento e como

consequecircncia uma inflexatildeo maior na curva (AFOWAKA2010 MINIFIE1989

COHEN LUCCA JACKIX 2004)

A curva gerada no presente trabalho apresenta uma linearidade adequada

podendo-se afirmar que a massa de chocolate possui boa propriedade de

temperagem sendo que foi obtido um slope de 018 ordmCmin em tempo de 24

minutos e temperatura igual a 235ordmC O ldquotemper indexrdquo (TI) paracircmetro utilizado pelo

fabricante do equipamento (Buhler) para avaliar a boa porformance da temperagem

resultou no valor de 43 considerado adequado

A manteiga de cacau tambeacutem foi avaliada em duplicata por sua curva de

resfriamento o resultado encontra-se na Figura 25

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees dos chocolates

A curva de resfriamento da manteiga de cacau demonstra suas

caracteriacutesticas de derretimento e a taxa de cristalizaccedilatildeo desta gordura

apresentando a adequaccedilatildeo desta gordura para utilizaccedilatildeo em chocolates

Lannes (1997) estudou a curva de resfriamento de Jensen de diferentes tipos

de gorduras utilizadas em chocolate tipo cobertura Em seu trabalho a autora

78

demonstrou uma tiacutepica curva de resfriamento da manteiga de cacau e esta se

assemelha a encontrada no presente trabalho (taxa de resfriamento de 20 ordmCmin

cristalizaccedilatildeo agrave 205 ordmC por um tempo de 78 minutos)

O fabricante do equipamento (Buhler) tambeacutem utiliza de um iacutendice para

avaliaccedilatildeo da curva de resfriamento conhecido como Cocoa Butter Index (CBI)

Segundo o fabricante o CBI encontrado para a manteiga analisada (33plusmn001) eacute

considerado adequado para produccedilatildeo de chocolates

552Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula eacute importante para o controle de

qualidade dos chocolates pois pode influenciar tanto a reologia do produto como

tambeacutem a sensaccedilatildeo na boca Chocolates com tamanho de partiacutecula maior que 30

microm satildeo percebidos na boca pois possuem textura arenosa aleacutem de viscosidade

natildeo adequada Jaacute tamanhos de partiacutecula proacuteximos a 20 microm possuem uma textura

mais macia e massa mais cremosa (AFOWAKA 2010)

Os resultados da determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula para cada

chocolate estatildeo na Tabela 11

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate

Tamanho de partiacutecula (microm)

Chocolate ao leite 258 plusmn 047a

Chocolate com couve 277 plusmn 095b

Chocolate com uva 378 plusmn 113c

n10 (n2 processamento n5 anaacutelise)

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

79

Conforme a anaacutelise estatiacutestica realizada tem-se que a adiccedilatildeo tanto de uva

liofilizada quanto de couve liofilizada altera significativamente (plt005) o tamanho de

partiacutecula do chocolate

Como dito anteriormente o tamanho de partiacutecula desejaacutevel para chocolates

estaacute entre 20 a 30 microm como eacute o caso tanto do chocolate ao leite (258 microm) quanto

para o chocolate com adiccedilatildeo de couve (277 microm) o que sugere que ambos os

chocolates natildeo teratildeo uma percepccedilatildeo sensorial diferente quanto ao tamanho das

partiacuteculas A diferenccedila entre esses dois tamanhos pode ser explicada pela adiccedilatildeo da

couve que conforme avaliado anteriormente era um poacute com tamanho de partiacutecula

meacutedio de aproximadamente 5x104 microm Durante o processo de fabricaccedilatildeo de

chocolate tem-se a etapa de refino que no caso do equipamento utilizado ocorre

pelo moinho de bolas o que provavelmente ajudou a reduzir o tamanho de partiacutecula

consideravelmente mas ainda assim natildeo o suficiente para natildeo haver diferenccedila entre

as amostras

Ao contraacuterio da couve a uva soacute foi adicionada apoacutes o teacutermino da fabricaccedilatildeo

da massa de chocolate em agitador planetaacuterio e portanto natildeo passou pelo

processo de refino conforme foi explicado no item ldquo521 Liofilizaccedilatildeo da uvardquo Essa

diferenccedila no processo certamente refletiu no tamanho de partiacutecula do chocolate com

adiccedilatildeo de uva que sugere que estas partiacuteculas seratildeo sentidas sensorialmente

553Anaacutelise Reoloacutegica

O chocolate eacute uma suspensatildeo onde partiacuteculas de accediluacutecar cacau e leite

encontram-se dispersas na manteiga de cacau sendo assim ele se comporta como

um fluiacutedo natildeo-newtoniano o que significa que a sua tensatildeo de cisalhamento natildeo eacute

diretamente proporcional agrave taxa de cisalhamento Os chocolates tecircm como

caracteriacutestica apresentar o ldquoyeld stressrdquo (forccedila miacutenima necessaacuteria para se iniciar o

fluxo) e uma viscosidade plaacutestica (energia necessaacuteria para que continue a fluir)

(LANNES 1997 AFOWAKA2010) O modelo de Casson eacute atualmente

considerado o que melhor se adapta ao comportamento dos chocolates e eacute adotado

80

pela OICC (Internacional Office of Cocoa) A equaccedilatildeo que expressa esse modelo se

encontra na Equaccedilatildeo 1

Equaccedilatildeo 1 Representaccedilatildeo da equaccedilatildeo de Casson assumindo que τ a tensatildeo de cisalhamento

τCA a tensatildeo inicial de Casson ou tensatildeo residual de Casson ηCA viscosidade de Casson ou

viscosidade plaacutestica e γ a taxa de cisalhamento

Os paracircmetros reoloacutegicos como a viscosidade e a tensatildeo inicial de Casson

satildeo de extrema importacircncia durante a produccedilatildeo de chocolate jaacute que podem atestar

a qualidade dos produtos Esses foram avaliados no presente trabalho para todos

os chocolates e os resultados se encontram nas Figuras 26 e 27

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com

uva

A partir dos resultados apresentados na Figura 26 pode-se perceber que a

viscosidade do chocolate se modifica com a adiccedilatildeo de couve e uva Segundo

Beckett (2009) a distribuiccedilatildeo do tamanho de partiacutecula influencia diretamente a

viscosidade do produto sendo que quanto maior for o tamanho de partiacutecula menor

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

Vis

cosi

dad

e (P

as)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

81

seraacute sua viscosidade Isso ocorre pois ao se reduzir o tamanho tem-se mais

ligaccedilotildees entre essas partiacuteculas e consequentemente maior fricccedilatildeo entre elas

aumentando assim a viscosidade Os resultados apresentados atestam esse

fenocircmeno jaacute que o tamanho de partiacutecula do chocolate ao leite eacute o menor (26 microm) e

apresenta maior viscosidade enquanto que o chocolate com adiccedilatildeo de uva tem

maior tamanho de partiacutecula (378 microm) e apresenta a menor viscosidade

Beckett (2009) afirma que os valores normais para chocolate no caso da

viscosidade vatildeo de 1 a 20 Pas As viscosidades encontradas para o chocolate ao

leite (16 plusmn 0018 Pas) chocolate com adiccedilatildeo de couve (113plusmn004 Pas) e chocolate

com adiccedilatildeo de uva estatildeo dentro dessa faixa(076plusmn004 Pas)

Em todas as formulaccedilotildees do presente trabalho foram encontradas altas

quantidades de gordura (3626 g100 g no chocolate ao leite 3506 g100 g no

chocolate com couve e 3550 g100 g no chocolate com uva) o que justifica entatildeo

a baixa viscosidade de Casson Isso ocorre porque quanto maior a quantidade de

gordura mais espaccedilos vazios satildeo preenchidos na estrutura do chocolate o que leva

a uma maior facilidade no fluxo e portanto menor viscosidade (AFOWAKA2010)

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate

com uva

0

2

4

6

8

10

12

Ten

satildeo

inic

ial (

Pa)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

82

A tensatildeo inicial foi avaliada para todos os chocolates sendo que o chocolate

com uva apresentou menor valor (76 Pa) em comparaccedilatildeo ao chocolate ao leite e o

chocolate com adiccedilatildeo de couve que apresentaram pouca diferenccedila entre si

Diversos autores jaacute relataram a relaccedilatildeo entre a distribuiccedilatildeo de tamanho de

partiacutecula com a tensatildeo inicial de Casson Sabe-se que a tensatildeo inicial estaacute

relacionada com a superfiacutecie de contato das partiacuteculas Quando se tem um menor

tamanho de partiacuteculas estas conseguem interagir mais entre si levando a uma aacuterea

superficial maior e sendo assim mais facilmente o liacutequido flui (AFOWAKA2010

BECKETT2009 KONAR2014) O presente trabalho tambeacutem confirma essa

relaccedilatildeo jaacute que o chocolate com maior tamanho de partiacutecula obteve menor tensatildeo

inicial

Konar et al (2014) avaliaram chocolates ao leite com a adiccedilatildeo de Inulina e

encontraram tensatildeo inicial entre 335 a 1816 Pa e viscosidade entre 172 e 396

Pas sendo que essas diferenccedilas de valores foram justificadas pela distribuiccedilatildeo do

tamanho de partiacutecula Karnjanolarn e Mccarthy 2006) avaliaram chocolates ao leite

com diferentes quantidades de lecitina de soja e PGPR e encontraram para 05 de

lecitina 149 Pas de viscosidade e 473 Pa para tensatildeo inicial Sendo assim eacute

possiacutevel afirmar que os valores encontrados para viscosidade e tensatildeo inicial dos

chocolates avaliados no presente trabalho se encontram proacuteximos aos encontrados

na literatura Aleacutem disso pode-se atestar que a adiccedilatildeo de frutas e folhas liofilizadas

tende a alterar as propriedades reoloacutegicas do chocolate

554Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates

A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica foi realizada para o chocolate ao leite chocolate ao

leite com couve e chocolate ao leite com uva e seus resultados estatildeo dispostos na

Tabela 12

83

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite com

couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Conteuacutedo energeacutetico (kcal) 56468 55468 55570

Umidade (g100 g) 173plusmn048a 207plusmn029a 227plusmn025a

Conteuacutedo mineral (g100 g) 253plusmn014a 268plusmn0054b 257plusmn0027a Proteiacutenas (g100 g) 851plusmn036 a 852plusmn037 a 813plusmn046 a

Lipiacutedios (g100g) 3626plusmn039a 3506plusmn038b 3550plusmn087ab

Carboidratos (g100g) 5270 5374 5380 Fibras dieteacuteticas totais

(g100g) 789 859 805

Fibras soluacuteveis (g100g) 318 418 316

Fibras insoluacuteveis (g100g) 471 44 488 n=3

As letras indicadas referem-se a diferenccedila estatiacutestica entre as amostras da mesma linha pelo teste de Tukey em 5 de diferenccedila significativa

Os resultados da composiccedilatildeo nutricionais se assemelham aos publicados por

Afowaka (2010) e aos chocolates ao leite de marcas nacionais (Kopenhagen Cacau

show e Brasil Cacau) conforme demonstrado na Tabela 14

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de chocolates

finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010)

Valor energeacutetico

(Kcal) Carboidratos (g100g) Proteiacutenas (g100g) Lipiacutedeos (g100g)

Marca A 524 56 68 324

Marca B 576 52 72 384

Marca C 550 55 65 325

AFOWAKA(2010) 518 57 7 33

Eacute possiacutevel afirmar que os chocolates produzidos no presente trabalho

possuem maior teor de proteiacutenas (851plusmn036 g100 g ) em comparaccedilatildeo com os

apresentados na Tabela 13 assim como a quantidade de lipiacutedeos (3506plusmn038 g100

g) que com exceccedilatildeo da Marca ldquoBrdquo tambeacutem apresentam maior valor em comparaccedilatildeo

84

a tabela Jaacute em termos de valor energeacutetico (56468 g100 g) e carboidratos (527

g100 g) os valores encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos da

Tabela 13

A partir dos resultados demonstrados pode-se dizer que natildeo houve diferenccedila

significativa (plt005) entre as amostras dos trecircs chocolates segundo sua quantidade

proteiacutenas Esse fato portanto identifica que a adiccedilatildeo de couve ou uva nessas

condiccedilotildees natildeo altera a quantidade final da proteiacutena do produto

Aleacutem disso eacute possiacutevel notar que a adiccedilatildeo de produtos liofilizados foi eficaz

em termos de natildeo aumentar o teor de umidade das amostras de chocolate A

umidade eacute um importante paracircmetro para o chocolate pois altos valores de umidade

em chocolate podem estar altamente relacionados com defeitos durante o tempo de

prateleira O sugar Bloom por exemplo defeito causado pela agregaccedilatildeo das

partiacuteculas de accediluacutecar forma grumos que satildeo desagradaacuteveis sensorialmente aleacutem de

formar peliacuteculas brancas na superfiacutecie do chocolate modificando seu brilho e

aparecircncia (AFOWAKA 2010)

Chocolates com elevado teor de umidade podem tambeacutem modificar as suas

propriedades de fluxo sendo que valores acima de 3 podem levar a um aumento

na tensatildeo inicial e na viscosidade do produto (AFOWAKA PATERSON FOWLER

2008) Os trecircs chocolates fabricados apresentaram valores de umidade abaixo de

3 e portanto natildeo houve um aumento nesses paracircmetros corroborando portanto

com os resultados encontrados no item acima onde se tem baixos valores de

tensatildeo inicial e viscosidade

A quantificaccedilatildeo de lipiacutedeos apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras de chocolate ao leite e chocolate acrescido de couve enquanto a

amostra de chocolate acrescida de uva foi igual as outras duas amostras

O conteuacutedo mineral tambeacutem apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras sendo que o maior teor foi encontrado no chocolate com adiccedilatildeo de

couve Os chocolates com uva e controle natildeo apresentaram diferenccedila significativa

(plt005) entre si no conteuacutedo mineral Este resultado era esperado devido ao

acreacutescimo de material soacutelidomineral ao produto

85

Ayaz et al (2006) identificaram altas quantidades de macro e micronutrientes

nas folhas de couve Estes encontraram 726 μg gminus1 (base seca) de ferro 535

μg gminus1 (base seca) de manganecircs 394 μg gminus1 (base seca) de zinco 197 μg gminus1

(base seca) de caacutelcio 135 μg gminus1 (base seca) de potaacutessio entre outros

componentes identificados Os chocolates com adiccedilatildeo de couve portanto

provavelmente possuem um maior valor de conteuacutedo mineral devido a este fato

Os nutrientes minerais satildeo essenciais para os seres humanos pois ajudam

em funccedilotildees vitais das ceacutelulas como na ativaccedilatildeo de enzimas e de secreccedilotildees

hormonais Aleacutem disso satildeo essenciais para a absorccedilatildeo de vitaminas O manganecircs

por exemplo eacute de extrema importacircncia para a cicatrizaccedilatildeo humana o zinco eacute um

componente importante para a atividade metaboacutelica de enzimas O ferro por sua

vez contribui para a produccedilatildeo de hemoglobina e mioglobina A deficiecircncia de ferro eacute

um dos distuacuterbios que mais acomete a populaccedilatildeo mundial sendo que pode causar

fraqueza corporal fadiga e seacuterios problemas de sauacutede (GUPTA e GUPTA 2014)

Aleacutem dos nutrientes minerais as fibras dieteacuteticas satildeo de extrema importacircncia

nutricional jaacute que satildeo elas que auxiliam no bom funcionamento do sistema

gastrointestinal pois contribuem para o aumento do bolo fecal e na reduccedilatildeo do

tempo de digestatildeo e assim ajudam a prevenir a constipaccedilatildeo Aleacutem disso jaacute foi

associado que as fibras dieteacuteticas contribuem para a reduccedilatildeo de doenccedilas cardiacuteacas

e cacircncer de colo (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

A partir dos resultados eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva

aumentou a quantidade de fibras totais do chocolate poreacutem natildeo foi possiacutevel avaliar

se essa diferenccedila eacute estatisticamente significativa

Os resultados indicam que houve um aumento no teor de fibras soluacuteveis do

chocolate quando adicionado a couve A couve eacute considerada uma alta fonte de

fibras sendo que segundo a USDA e RDA tem-se aproximadamente 14 da fibra

diaacuterias recomendadas em 100 g desse vegetal

No caso da uva houve um aumento (mesmo que em pequena proporccedilatildeo) de

fibras insoluacuteveis resultando em uma quantidade maior de fibras totais A uva eacute

estudada por sua caracteriacutestica de possuir alta quantidade de polifenoacuteis combinados

a uma grande porcentagem de fibras dieteacuteticas em sua composiccedilatildeo A revisatildeo

86

publicada por Zhu Du e Zheng (2015) aborda o trabalho de diversos autores que

avaliaram as fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis Todas as variedades de uva

avaliadas obtiveram altas quantidades de fibras insoluacuteveis e baixas quantidades de

fibras soluacuteveis A quantidade de fibras totais das diferentes espeacutecies variou de 745

a 280 g100g sendo que as fibras insoluacuteveis representaram mais de 80 da

quantidade total

A quantidade de carboidratos presentes na amostra conforme a RDC no 360

de 23 de dezembro de 2003 ldquoeacute calculado como a diferenccedila entre 100 e a soma do

conteuacutedo de proteiacutenas gorduras fibra alimentar umidade e cinzasrdquo

Sendo assim como haacute diferenccedila entre os valores encontrados para conteuacutedo

mineral e lipiacutedeos existe tambeacutem uma diferenccedila entre a quantidade de carboidratos

encontrados nas trecircs amostras

Um dos principais responsaacuteveis pela alta quantidade de carboidratos nos

chocolates eacute o accediluacutecar utilizado na formulaccedilatildeo Os chocolates com couve e uva

tambeacutem foram formulados com diferentes quantidades de accediluacutecar para o ajuste da

formulaccedilatildeo sendo que para o chocolate com couve foi utilizado 365 para o

chocolate com uva foi utilizado 3535 e para o chocolate ao leite foi utilizado 37

Mesmo que a maior adiccedilatildeo de accediluacutecar na formulaccedilatildeo foi para o chocolate ao leite

obteve-se valores maiores de carboidratos para o chocolate com couve Jaacute no

chocolate com uva reduziu-se em 165 a menos de accediluacutecar em poacute e mesmo assim

e obteve-se um valor semelhante ao de chocolate ao leite

A quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores para os trecircs

chocolates foi realizada em triplicata e seus resultados estatildeo dispostos na Tabela

14

87

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate eo leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao

leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Accediluacutecares Totais (g100g) 2100plusmn0016a 1700plusmn00083b 2100plusmn0015a

Accediluacutecares redutores (g100g) 74plusmn00032a 782plusmn00029a 724plusmn00039a Accediluacutecares Natildeo-redutores

(g100g) 13 921 1345 n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Conforme foi observado na Tabela 13 os chocolates com adiccedilatildeo de couve

tiveram menor valor de accediluacutecares em relaccedilatildeo ao chocolate controle ou o chocolate

com uva sendo que isso se deve principalmente a uma menor quantidade de

accediluacutecares natildeo-redutores neste chocolate

Os accediluacutecares redutores satildeo aqueles que possuem em sua estrutura

agrupamentos aldose ou cetose que ao entrar em contato com agentes oxidantes

sofrem oxidaccedilatildeo Os accediluacutecares redutores mais comuns satildeo a frutose (presente

principalmente em frutas) a glicose a maltose e a lactose A sacarose por sua vez

eacute um accediluacutecar natildeo-redutor poreacutem pode se tornar um accediluacutecar redutor atraveacutes da accedilatildeo

de enzimas ou por hidroacutelise aacutecida As estruturas da frutose glicose e sacarose se

encontram na Figura 28 (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

Sacarose

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose

88

Sendo assim os resultados indicam que a reduccedilatildeo da quantidade de accediluacutecar

na formulaccedilatildeo no caso da adiccedilatildeo de couve impacta diretamente na quantidade de

accediluacutecares natildeo redutores Ayaz et al (2006) quantificaram os accediluacutecares presentes na

couve e identificaram frutose glucose e sucrose como mais abundantes sendo

encontrado um valor de 2011 mg de frutose 100 g de couve seca 1056 mg de

glucose 100 g de couve seca e 894 mg de sucrose 100 g de couve seca

Comparando-se o chocolate com adiccedilatildeo de uva com o chocolate controle

natildeo foi possiacutevel observar modificaccedilatildeo em suas quantidades de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais corroborando com o resultado de que natildeo houve modificaccedilatildeo

na quantidade de carboidratos dessas duas amostras Apesar de como dito

anteriormente as quantidades de accediluacutecar nas duas formulaccedilotildees ser diferente

555Atividade de aacutegua

Os resultados obtidos da anaacutelise de atividade de aacutegua satildeo apresentados na

Tabela 15

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Atividade de aacutegua 0523plusmn00131a 0506plusmn00101a 0519plusmn00321a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A atividade de aacutegua em chocolates eacute relativamente baixa sendo normalmente

avaliada com valores de 03 a 06 Reolon et al (2012) estudaram a presenccedila de

endobacteacuterias em chocolate e para tal avaliaram a atividade de aacutegua em

chocolates comerciais O estudo revelou um valor de 042 em chocolates ao leite

A atividade de aacutegua encontrada estaacute na faixa indicada para que tenha

conservaccedilatildeo dentro de seu prazo de validade de ateacute 1 ano

89

556Colorimetria

Os resultados referentes agrave anaacutelise colorimeacutetrica dos chocolates se encontram

na Tabela 16

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com

uva

L a b

Chocolate ao leite 3066plusmn 052a 602plusmn039a 1364plusmn058a

Chocolate com couve 3020plusmn058a 613plusmn019a 1509plusmn035b

Chocolate com uva 3080plusmn085a 653plusmn049a 1365plusmn078a

Segundo a CIELAB para anaacutelise de cores tem-se que L refere-se a luminosidade a espaccedilo da coloraccedilatildeo verde para vermelho b espaccedilo da coloraccedilatildeo de amarelo para azul

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir dos resultados apresentados eacute possiacutevel concluir que natildeo houve

diferenccedila nos paracircmetros L e a apoacutes adiccedilatildeo de couve e uva nos chocolates No

entanto existe uma diferenccedila entre o chocolate com couve para o paracircmetro b

O estudo de cor eacute um paracircmetro importante para os alimentos jaacute que eacute o

primeiro a ser percebido pelo consumidor por isso sua determinaccedilatildeo eacute de extrema

relevacircncia para o controle de qualidade A alteraccedilatildeo na cor de um produto

alimentiacutecio pode significar defeitos principalmente no chocolate como eacute o caso do

branqueamento de sua superfiacutecie devido ao efeito de bloom (WU e SUN 2013)

A determinaccedilatildeo de cor eacute realizada atraveacutes de valores numeacutericos resultantes

de trecircs espaccedilos dimensionais sendo os mais comuns os valores de L a e b que

satildeo os paracircmetros mais proacuteximos do que o olho humano eacute capaz de distinguir (WU

e SUN 2013) O sistema CIElab padroniza estes espaccedilos de cor que vatildeo de 0 a

100 O paracircmetro L significa a luminosidade o paracircmetro a indica da coloraccedilatildeo

verde para vermelho e b de amarelo para azul conforme demonstrado na Figura

29

90

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores

Sendo assim eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva natildeo modificou

significativamente (plt005) a luminosidade nem a coloraccedilatildeo no paracircmetro a

indicando que provavelmente esses paracircmetros natildeo seratildeo percebidos

sensorialmente

No caso do paracircmetro b no entanto o chocolate com couve apresentou

modificaccedilatildeo de praticamente 2 pontos na escala em comparaccedilatildeo com os outros dois

chocolates tendendo para o azul poreacutem por ser uma pequena diferenccedila

provavelmente tambeacutem natildeo seraacute percebida sensorialmente

557Estabilidade dos chocolates

O chocolates foram avaliados segundo sua textura por um periacuteodo de tempo

de 3 meses sendo medidos nos tempos de 1 dia 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

apoacutes a temperagem Durante os 3 meses os chocolates permaneceram com suas

91

caracteriacutesticas visuais estaacuteveis como brilho e cor A avaliaccedilatildeo de textura dos trecircs

chocolates eacute apresentada na Figura 30

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite chocolate ao leite

com uva e chocolate ao leite com couve

Nas 24 horas apoacutes a produccedilatildeo dos chocolates tem-se um valor de forccedila de

compressatildeo maior para o chocolate com uva (4376plusmn290N) se comparado com o

chocolate ao leite (3228plusmn184N) e o chocolate com couve (3592plusmn438N N) Esse

fato provavelmente se daacute ao maior tamanho de partiacutecula desta amostra (378microm)

como mostrado anteriormente sendo portanto mais forccedila necessaacuteria para quebrar

o chocolate A dureza e o tamanho de partiacutecula tendem a ser proporcional o que

explica este resultado (AFOWAKA2010) Essa tendecircncia de maior forccedila para o

chocolate com uva se repetiu durante todo o periacuteodo observado

Com o passar do tempo o chocolate ao leite aumentou a sua dureza jaacute que a

forccedila necessaacuteria para a quebra foi aumentando Os resultados para 1 dia 1 semana

15 dias natildeo foram estatisticamente diferentes (pgt005) Jaacute no segundo mecircs houve

um aumento significativo (3844plusmn242 N) que permaneceu igual estatisticamente no

terceiro mecircs (3945plusmn189 N) Sendo assim o aumento da forccedila de compressatildeo do

chocolate ao leite subiu 1817 do seu valor inicial ao longo dos trecircs meses Essa

0

10

20

30

40

50

60

1 dia 1 semana

15 dias 2 meses 3 meses

Forccedil

a (N

) Chocolate ao leite

Chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite com couve

92

diferenccedila no entanto eacute pequena e provavelmente natildeo pode ser sentida

sensorialmente

No caso do chocolate com couve a forccedila permaneceu estaacutevel durante o

periacuteodo de 3 meses natildeo havendo diferenccedila significativa(plt005) entre os

resultados encontrados

O chocolate com uva por sua vez natildeo apresentou diferenccedila significativa

(plt005) no periacuteodo de 1 dia 1 semana e 15 dias Houve um aumento significativo

no segundo mecircs (4800plusmn299 N) que se manteve significativamente (plt005)

estaacutevel no terceiro mecircs

Os resultados revelam que no chocolate ao leite e com uva ocorre mudanccedila

na dureza dos chocolates com o passar do tempo de prateleira Essas mudanccedilas

no entanto provavelmente natildeo deveratildeo ser percebidas sensorialmente uma vez

que se resumem a praticamente uma diferenccedila de 20N entre as forccedilas encontradas

o que provavelmente eacute difiacutecil de ser reconhecido

558Avaliaccedilatildeo sensorial

Durante a anaacutelise sensorial foram avaliados os paracircmetros lsquosaborrsquo ldquoTexturardquo

lsquoAspecto geralrsquo e lsquoIntenccedilatildeo de comprarsquo para todos os chocolates

A frequecircncia de notas para sabor se encontra na Figura 31

93

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A partir da anaacutelise dos resultados quanto ao sabor eacute possiacutevel afirmar que a

maioria dos provadores ficou entre ldquogostei ligeiramenterdquo (nota 6) agrave ldquogostei

muitiacutessimordquo (nota 9) representando 916 dos provadores no caso do chocolate

com couve 926 no caso do chocolate ao leite e 937 no caso do chocolate com

adiccedilatildeo de uva sendo que para este uacuteltimo 253 dos provadores atribuiacuteram nota 9

A nota mais atribuiacuteda foi a nota ldquo8rdquo (gostei muito) sendo que 337 atribuiu esta

nota para o chocolate ao leite 337 para o chocolate com couve e 295 para o

chocolate com uva Natildeo houve diferenccedila significativa (plt005) entre a meacutedia das

notas indicando que os trecircs chocolates foram bem aceitos

A avaliaccedilatildeo de ldquotexturardquo estaacute apresentada na Figura 32

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fr

eq

ue

nci

a

Notas

Chocolate com couve

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate ao Leite

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate com Uva

94

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A textura do chocolate com couve obteve maior porcentagem de notas acima

de 6 representando 642 do total ficando na frente do chocolate ao leite (611) e

do chocolate com uva (474) havendo uma distribuiccedilatildeo maior das notas poreacutem as

meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila significativa (plt005) entre entre si O maior

coeficiente de variaccedilatildeo entre os provadores ocorreu nas notas de textura do

chocolate com uva sendo que muitos apontaram terem gostado da ldquotextura

crocanterdquo desta amostra e outros indicaram que ldquoa amostra havia pedaccedilos maiores

ruins de mastigarrdquo Essa diferenccedila de sensaccedilotildees pode ser explicada pelo tamanho

da partiacutecula da uva liofilizada adicionada ao chocolate que como apontado

anteriormente foi relativamente maior e foi facilmente percebido pelos provadores

Os provadores em sua maioria (92) responderam que havia diferenccedila

entre as amostras Entre diversas respostas as mais frequentes foram a diferenccedila

de sabor entre os trecircs chocolates e a diferenccedila de textura da amostra de chocolate

com uva em relaccedilatildeo aos demais

Os resultados quanto ao aspecto geral das amostras estatildeo indicados na

Figura 33

95

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo chocolate ao leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Em termos de aspecto geral os provadores aceitaram bem as amostras

sendo que 905 deu uma nota entre 6 e 9 para o chocolate com couve e916 do

chocolate ao leite e 884 para o chocolate com uva A nota mais colocada

novamente foi nota a ldquo8rdquo (Gostei muito) sendo que 337 atribuiacuteram essa nota para

o chocolate ao leite 316 para o chocolate ao leite com couve e 284 para o

chocolate ao leite com uva Mesmo assim as notas meacutedias natildeo apresentaram

diferenccedila significativa (plt005) ou seja todas as amostras obtiveram a mesma

aceitaccedilatildeo frente aos provadores

As notas de ldquointenccedilatildeo de comprardquo se encontram na Figura 34

96

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo para o chocolate

ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

A partir da anaacutelise das notas dadas para a ldquointenccedilatildeo de comprardquo eacute possiacutevel

afirmar que a maioria dos provadores ldquoCertamente comprariardquo ou ldquoProvavelmente

comprariardquo representando um total de 611 para o chocolate com couve 666

para o chocolate ao leite e 642 do chocolate com uva Apesar da diferenccedila entre

porcentagens a avaliaccedilatildeo estatiacutestica da meacutedia das notas indicou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre as meacutedias apresentadas

Os resultados indicam uma alta aceitaccedilatildeo dos chocolates bem como intenccedilatildeo

de compra As diferenccedilas sensoriais percebidas durante o teste natildeo mudaram

estatisticamente a aprovaccedilatildeo dos provadores

559Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates

Primeiramente foi verificado o espectro de absorccedilatildeo dos trecircs extratos obtidos

a partir dos chocolates a fim de verificar se estes por possuiacuterem coloraccedilatildeo

caracteriacutestica absorviam mesma regiatildeo do espectro que o radical DPPH (515nm) o

97

que poderia interferir nos resultados obtidos Os espectros dos trecircs tipos de

chocolate estatildeo dispostos na Figura 35

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate ao leite com

couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH

A partir dos espectros de absorccedilatildeo eacute possiacutevel afirmar que os extratos de

chocolate natildeo absorvem energia no comprimento de onda de 515nm que eacute o

utilizado para a anaacutelise de DPPH Eacute possiacutevel observar no espectro do DPPH que

este absorve mais energia a 515nm e por isso justifica a escolha do comprimento

de onda para esta anaacutelise

Segundo Oliveira (2011) o trolox eacute uma substacircncia anaacuteloga a vitamina E

sendo sua principal caracteriacutestica ser um antirradicalar Ensaios jaacute realizados

revelam a eficiecircncia do trolox frente ao radical DPPH por isso eacute considerado que a

porcentagem de trolox representa proporcionalmente a atividade antirradicalar A

capacidade antirradicalar do padratildeo trolox foi testada em triplicata e a curva cineacutetica

estaacute representada na Figura 36

98

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da variaccedilatildeo de

absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox

A curva cineacutetica do padratildeo Trolox indica que o aumento da concentraccedilatildeo

reflete em maior reduccedilatildeo da absorbacircncia principalmente nos primeiros 5 minutos O

restante da reaccedilatildeo permanece com a absorbacircncia constante o que revela que a

reaccedilatildeo entre o radical DPPH e o padratildeo trolox ocorre principalmente nos primeiros 5

minutos

As amostras de extratos de chocolate ao leite chocolate ao leite com adiccedilatildeo

couve e chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva foram testadas frente ao radical

DPPH suas respectivas curvas cineacutetica e curvas padratildeo estatildeo representadas nas

Figuras 37 38 e39

O perfil cineacutetico das trecircs amostras apresenta um padratildeo de comportamento

os extratos de menor concentraccedilatildeo tecircm menor queda em relaccedilatildeo agrave absorbacircncia do

DPPH sem adiccedilatildeo de antioxidantes Jaacute os extratos com maior concentraccedilatildeo

apresentam maior diferenccedila entre a absorbacircncia final e o DPPH sem adiccedilatildeo sendo

que quanto maior a concentraccedilatildeo maior eacute esta diferenccedila

A diminuiccedilatildeo da absorbacircncia em todos os extratos de todas as amostras tem

seu decaimento ocorrendo durante todo o tempo de anaacutelise (30 minutos) diferente

do observado no padratildeo trolox indicando que a reaccedilatildeo entre o radical DPPH e todos

os extratos de chocolate ocorrem por mais tempo

99

A partir dessa variaccedilatildeo de absorbacircncia eacute possiacutevel traccedilar a curva padratildeo para

cada uma destas amostras sendo que quanto maior a inclinaccedilatildeo da reta maior eacute a

capacidade antirradicalar da amostra

As curvas padratildeo das trecircs amostras de chocolate revelam uma grande

semelhanccedila entre os perfis desses chocolates O coeficiente angular (α) de cada

uma das retas eacute comparado com o coeficiente angular meacutedio do Trolox (α=0021)

obtido atraveacutes da anaacutelise em triplicata deste padratildeo Os resultados estatildeo

representados na Tabela 17 juntamente com os resultados de outras avaliaccedilotildees do

perfil antirradicalar das amostras

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite com

couve

100

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de chocolate com uva

Foi realizada tambeacutem a quantificaccedilatildeo da atividade antirradicalar frente ao

radical DPPH por IC50 sendo que o resultado se encontra na Tabela 17

A anaacutelise frente ao ABTS foi realizada em triplicata para todas as amostras de

chocolate Primeiramente obteve-se o espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTS (22acute-

azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-aacutecido sulfocircnico) conforme Figura 40

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS

07

075

08

085

09

095

1

550 600 650 700 750 800 850

Ab

sorb

acircnci

a

Comprimento de onda (nm)

101

O espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTSbull+ revela que a maior absorccedilatildeo deste

composto ocorre na regiatildeo entre 700 e 750nm portanto justifica-se a utilizaccedilatildeo de

734nm para o comprimento de onda

O padratildeo Trolox tambeacutem eacute indicado como padratildeo da capacidade

antirradicalar frente ao radical ABTSbull+ e portanto a reaccedilatildeo entre eles foi realizada

O perfil cineacutetico e a curva padratildeo desta reaccedilatildeo eacute apresentada na Figura 41

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox

O perfil cineacutetico desta reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e trolox mostra que conforme o

aumento da concentraccedilatildeo tem-se uma reduccedilatildeo no valor de absorbacircncia Aleacutem disso

eacute possiacutevel notar que durante os 30 minutos de anaacutelise cada amostra se mostrou com

um valor de absorbacircncia estaacutevel revelando que a reaccedilatildeo ocorre no iniacutecio do

processo e natildeo se modifica ao passar do tempo

As amostras de chocolates foram testadas frente ao radical ABTSbull+ sendo

utilizadas as concentraccedilotildees de extrato de 2 3 4 5 6 As Figuras de 42 a 44

apresentam os resultados obtidos tanto para o perfil cineacutetico quanto para a curva

padratildeo de cada chocolate Estas sugerem um perfil de cineacutetica muito parecido para

todos os extratos de chocolate Tem-se uma reduccedilatildeo de absorbacircncia durante todo o

tempo de anaacutelise (30 minutos) sendo mais acentuada nos primeiros cinco minutos

o que sugere que a reaccedilatildeo ocorra durante todo este periacuteodo Mesmo assim o

102

padratildeo observado na amostra padratildeo se repete quanto maior a concentraccedilatildeo

menor eacute a absorbacircncia encontrada

O ABTSbull+ possui uma coloraccedilatildeo verde-escura e ao reagir com o antirradical

modifica sua coloraccedilatildeo para verde-claro e conforme a reaccedilatildeo for ocorrendo tem-se

a diminuiccedilatildeo do valor de absorbacircncia devido a esta diferenccedila de coloraccedilatildeo

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de couve

103

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de uva

A curva padratildeo do aacutecido gaacutelico demonstrou uma equaccedilatildeo da reta igual a y =

00012x + 02366

A quantificaccedilatildeo dos polifenoacuteis bem como a porcentagem de trolox frente ao

radical DPPH e a porcentagem de trolox frente ao radical ABTSbull+ estatildeo

apresentadas na Tabela 17

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com uva

Amostra gmg GAE IC50(DPPH)

(mgL) Trolox (DPPH) Trolox (ABTS)

Chocolate ao leite 7422plusmn410a 682plusmn014a 27875plusmn398a 44397plusmn412a

Chocolate com couve 7429plusmn393a 63plusmn056a 25093plusmn729ab 44228plusmn1820a

Chocolate com uva 147285plusmn1417b 692plusmn048a 24047plusmn1151b 37380plusmn136a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir da avaliaccedilatildeo da capacidade antirradicalar dos chocolates frente ao

radical ABTS pode-se dizer que natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila significativa

(plt005) entre as amostras sendo assim todos os chocolates apresentaram a

104

mesma capacidade frente a este radical ou seja natildeo houve aumento com a adiccedilatildeo

de couve e uva nos chocolates

Os valores encontrados para esse tipo de produto satildeo altos visto que podem

ser comparados com alimentos conhecidos por sua alta capacidade antirradicalar

como- mirtilos (4766 mg Equivalente de Vitamina C (VCE) 100 g) ameixas pretas

(372 mg VCE100g) (FLOEGEL2011) e goiaba (496 mg Trolox100 g) (REDDY

2010)

Jaacute frente ao radical DPPH em porcentagem de Trolox a atividade

antirradicalar das amostras de chocolate revelaram resultados nos quais o chocolate

ao leite eacute estatisticamente diferente (plt005) do chocolate ao leite com uva mas o

chocolate ao leite com couve natildeo apresenta diferenccedila significativa (plt005) com

nenhuma das duas amostras Esse fato indica que a capacidade antirradicalar frente

ao radical DPPH natildeo aumentou com a adiccedilatildeo de couve e apresentou menor

capacidade com a adiccedilatildeo de uva

Os resultados frente ao radical DPPH avaliados por IC50 demonstraram natildeo

haver diferenccedila significativa entre as amostras (plt005) Na literatura natildeo existe um

consenso em como expressar os resultados de testes antirradicalares Oliveira et al

(2014) sugerem a utilizaccedilatildeo de porcentagem de Trolox por facilitar a interpretaccedilatildeo

dos resultados jaacute que eacute diretamente proporcional agrave atividade antirradicalar

Os valores encontrados para a capacidade antirradicalar frente ao radical

DPPH tambeacutem satildeo comparaacuteveis a frutas e vegetais conhecidos por serem

potenciais antirradicalares como manga (211mg Trolox100 g) (REDDY et al 2010)

ameixa preta (287 mg VCE100 g) e vinho (1964 mg Trolox100 g) (FLOEGEL et al

2011)

O radical DPPH tende a interagir com compostos antirradicalares mais

reativos enquanto que o radical ABTS reage com os compostos de reatividade

intermediaacuteria (Oliveira 2014) Esse fato pode explicar a diferenccedila de valores

encontrada para os chocolates por estes dois meacutetodos e pode-se inferir que existe

maior quantidade de compostos de reatividade intermediaacuteria em todos os

chocolates

105

Diversos autores jaacute discutiram a correlaccedilatildeo destas duas metodologias

Floegel et al (2011) realizaram um estudo com 50 diferentes tipos de alimentos

(frutas vegetais e bebidas) e analisaram a correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos

para a capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH e frente ao radical ABTS

Foi encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0953) comparando-se os resultados das

frutas e das bebidas Por outro lado encontrou-se menor correlaccedilatildeo para os

resultados de vegetais (R=0896) Dudonne et al (2011) publicaram um estudo

comparativo entre 30 diferentes extratos de plantas assim como o artigo anterior foi

encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0903) entre os resultados de ABTS e DPPH

A anaacutelise estatiacutestica da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis demonstrou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre os resultados de chocolate com couve e

chocolate ao leite poreacutem houve uma diferenccedila entre estes em comparaccedilatildeo ao

chocolate ao leite com uva Houve um aumento da quantidade de polifenoacuteis em

5044 do chocolate com uva em relaccedilatildeo ao chocolate controle

A quantidade de polifenoacuteis encontrada no controle e chocolate com couve

pode ser comparaacutevel agrave quantidade de polifenoacuteis presentes por exemplo em laranjas

(70 mg GAEg) (REDDY 2010)

Conforme citado anteriormente a couve e a uva foram adicionadas de

diferentes formas no chocolate A couve foi adicionada durante o processo de refino

dos chocolates na maacutequina de moinho de bolas enquanto que a uva foi adicionada

apoacutes o processo de fabricaccedilatildeo em um misturador planetaacuterio o que pode ter afetado

diretamente na quantidade de polifenoacuteis adicionada

Siebert Troukhanova e Lynn (1996) estudaram a interaccedilatildeo entre proteiacutenas e

polifenoacuteis Sabe-se que os polifenoacuteis tecircm em sua estrutura duas extremidades que

podem se ligar as proteiacutenas- o anel benzecircnico que possivelmente podem interagir

com a parte apolar das cadeias de proteiacutenas e os grupos hidroxiacutelicos que formam

facilmente ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a amina ou com a carbonila da proteiacutena

Supotildee-se que essas ligaccedilotildees formam uma rede de proteiacutenas-polifenoacuteis a qual pode

interferir em suas biodisponibilidade Arts et al (2002) avaliaram a modificaccedilatildeo do

resultado de capacidade antirradicalar total de chaacute preto com e sem caseiacutena Foi

identificado que a adiccedilatildeo de proteiacutenas no chaacute afeta a capacidade antirradicalar do

mesmo natildeo atingindo a capacidade maacutexima de atividade antirradicalar

106

Niseteo et al (2012) realizaram um estudo da capacidade antirradicalar de

diferentes tipos de bebidas a base de cafeacute com e sem a adiccedilatildeo de leite e

quantificaram os compostos polifenoacutelicos por meacutetodo de Folin-ciocauteau Naquele

trabalho tambeacutem foi encontrada diferenccedila na capacidade antirradicalar dos cafeacutes

com adiccedilatildeo de leite de valor reduzido em comparaccedilatildeo aos sem leite e a interaccedilatildeo

polifenoacuteis-proteiacutenas tambeacutem foi discutida No entanto a quantidade de polifenoacuteis dos

cappuccinos com adiccedilatildeo de leite foi maior do que o controle O autor atribuiu essa

diferenccedila nos resultados de quantidade de polifenoacuteis e da capacidade antirradicalar

devido agrave baixa precisatildeo analiacutetica e a baixa seletividade do reagente de Folin-

ciocauteau que pode interagir com outros compostos redutores como accediluacutecares e

aminoaacutecidos e gerar assim resultados diferentes Os resultados encontrados para o

chocolate com uva apresentam a mesma tendecircncia- menor capacidade

antirradicalar e maior quantidade de polifenoacuteis

Jakobek (2015) publicou uma revisatildeo sobre a interaccedilatildeo dos polifenoacuteis com

outros componentes alimentares como proteiacutenas lipiacutedeos e carboidratos Segundo o

autor a partir de sua revisatildeo bibliograacutefica eacute possiacutevel concluir que essas interaccedilotildees

podem significar alteraccedilotildees na biodisponibilidade e bioacessibilidade desses

compostos pelo organismo A interaccedilatildeo entre lipiacutedeos e polifenoacuteis por exemplo

pode causar uma mudanccedila na absorccedilatildeo de lipiacutedeos no corpo e reduzir a

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Aleacutem disso as proteiacutenas e polifenoacuteis interagem entre si e

podem alterar tanto a atividade das proteiacutenas quanto a biodisponibilidade dos

polifenoacuteis

Os estudos citados acima demonstram uma forte interaccedilatildeo entre os

componentes dos alimentos (proteiacutenas lipiacutedeos carboidratos) com os compostos

fenoacutelicos Sugere-se que esta interaccedilatildeo pode vir a afetar a disponibilidade dos

compostos fenoacutelicos e portanto alterar a sua capacidade antirradicalar Jakobek

(2015) cita tambeacutem que quanto maior a quantidade de grupos hidroxila e quanto

maior o peso molecular maior eacute a tendecircncia das moleacuteculas de polifenoacuteis a se ligar a

proteiacutenas Os compostos encontrados na couve e na uva apresentam esses dois

fatores o que sugere que estas interaccedilotildees possam ter ocorrido e

consequentemente interferindo na capacidade antirradicalar dos chocolates

formulados

107

No entanto natildeo foram utilizadas as metodologias de ORAC e FRAP que

tambeacutem satildeo conhecidas para capacidade antirradicalar Sabe-se que a anaacutelise da

atividade antirradicalar por ORAC apresenta grande vantagem em relaccedilatildeo ao radical

ABTS e ao radical DPPH pois eacute baseada nos radicais peroxila que satildeo mais

correlacionados com a oxidaccedilatildeo in vivo das ERO (SCHAICH ZIE 2015) O FRAP

baseia-se na reduccedilatildeo do complexo feacuterrico pela accedilatildeo de doaccedilatildeo de eleacutetrons por

antioxidantes e possui boa correlaccedilatildeo com o ABTS (Duddone et al 2009)

A adiccedilatildeo de frutas secas em chocolates jaacute foi estudada por diversos grupos

de pesquisa com o objetivo de enriquecer essas formulaccedilotildees

Belščak-Cvitanovi et al (2012) elaboraram diversas formulaccedilotildees de chocolate

com adiccedilatildeo de folhas de Rubus ideaus L ( raspberry) com o objetivo de adicionar

compostos fenoacutelicos Para tal estudo realizaram formulaccedilotildees de chocolate ao leite

e chocolate amargo sendo um teor de cacau de 30 e 72 respectivamente As

folhas sofreram um processo de extraccedilatildeo em aacutegua quente sendo adicionadas em

duas formas diferentes ao chocolate um extrato liofilizado e um extrato obtido por

evaporaccedilatildeo Natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila na quantidade de compostos

polifenoacutelicos totais com adiccedilatildeo de extrato liofilizado assim como sua capacidade

antirradicalar frente ao radical FRAP Aleacutem disso foi identificado que o chocolate

amargo possui capacidade antirradicalar e quantidade de polifenoacuteis muito superiores

se comparado aos chocolates ao leite avaliados pois segundo o autor produtos

com grande quantidade de accediluacutecar e leite em poacute formam uma rede de interaccedilatildeo forte

entre proteiacutenas e catequinas e isto podem afetar diretamente na anaacutelise de

antirradicalares

Komes et al (2013) estudaram a adiccedilatildeo de 5 diferentes tipo de frutas

secas(ameixa mamatildeo damasco uvas passa e cranberry) em formulaccedilotildees de

chocolate Este estudo revelou tambeacutem uma maior capacidade antirradicalar e

quantidade de polifenoacuteis para chocolates amargos em comparaccedilatildeo com chocolates

ao leite Apesar da adiccedilatildeo de cranberry e uva passa terem sido efetivas em termos

de aumentar a capacidade antirradicalar e o teor de polifenoacuteis os autores

demonstram que o maior responsaacutevel pelos altos valores eacute o cacau que possui

grande quantidade de compostos fenoacutelicos em sua composiccedilatildeo

108

A grande influecircncia do liquor de cacau na quantidade de polifenoacuteis e na

capacidade antirradicalar estaacute de acordo com o encontrado para todos os chocolates

formulados no presente trabalho Conforme demonstrado anteriormente o liquor de

cacau utilizado quando comparado com frutas conhecidas por essa propriedade

possui uma alta capacidade antirradicalar (IC50=29 mgg) e alta quantidade de

polifenoacuteis (25994 mg GAE g) que reflete nos altos valores encontrados

Sim et al (2016) estudaram a adiccedilatildeo de poacute de casca de mangostatildeo (Garcinia

mangostana Linn) para a melhoria de propriedades nutricionais do chocolate As

formulaccedilotildees foram realizadas com 0 1 e 3 de poacute sendo que o chocolate amargo

obteve uma melhora de 3 na quantidade de polifenoacuteis totais aleacutem de uma melhora

no perfil de compostos bioativos sendo uma possiacutevel alternativa como aditivo para

enriquecimento de formulaccedilatildeo de chocolates

Todorovik et al (2015) avaliaram o perfil de polifenoacuteis de chocolates

produzidos na Seacutervia sendo que foram avaliados chocolates ao leite amargos e

amargos com adiccedilatildeo de raspberry Neste estudo natildeo foi encontrada diferenccedila entre

a quantidade de polifenoacuteis dos chocolates amargos com e sem a adiccedilatildeo de

raspberry Mesmo assim os resultados mostraram um aumento da capacidade

antirradicalar frente ao radical DPPH e ABTS nos chocolates com adiccedilatildeo de

raspberry

Os trabalhos citados acima demonstram que eacute possiacutevel adicionar frutas ou

folhas secas em chocolate e obter uma maior capacidade antirradicalar

Os chocolates desenvolvidos no presente trabalho apresentaram altas

capacidades antirradicalares o que sugere seus efeitos beneacuteficos para o corpo pele

e sauacutede Para o aumento significativo da capacidade antirradicalar no entanto mais

testes deveriam ser realizados de modo a definir se haacute uma interaccedilatildeo entre estes

compostos e as proteiacutenas do leite presentes no chocolate

109

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD

A anaacutelise em CLAE-DAD foi realizada para o perfil cromatograacutefico dos

compostos fenoacutelicos e verificaccedilatildeo se os componentes presentes na couve e na uva

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo desses produtos As comparaccedilotildees

entre cromatogramas de mesmo comprimento de onda para o chocolate ao leite

chocolate com couve e couve liofilizada se encontram nas Figuras 45 a 48

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

110

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

A anaacutelise dos cromatogramas do chocolate ao leite com couve chocolate ao

leite e da couve permite concluir que alguns dos picos da couve foram transferidos

para o chocolate ao leite com couve assim como alguns picos do chocolate ao leite

foram transferidos para o chocolate com couve A comparaccedilatildeo entre os picos e as

aacutereas encontradas estaacute disposta na Tabela 18

111

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260 nm 280 nm 320 nm 360 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL

2684 29610 3006 5879 2454 7848 2694 - 2449 - 603 101 2448 - 559 109

3652 - 2994 7936 2690 16752 1975 - 2538 1443 256 - 2539 986 261 -

3828 - 6680 24257 3097 - 81 - 2704 - 635 890 2705 - 777 562

4795 1003 10733 - 3849 - 8308 32875 2866 - 262 617 3639 - 182 268

5687 - 241 495 5707 1122- 224 406 365 - 250 855 3811 385 111 -

5964 - 1127 3481 5954 - 731 2575 4041 - 127 418 4032 - 124 232

6778 - 968 2839 6755 - 804 2833 9285 - 355 850 23576 18018 918 -

7229 - 287 699 7229 - 298 709 19400 - 733 1898 64626 6560 492 -

8165 - 585 3532 7926 - 303 2202 20645 - 182 378

9088 - 167720 481259 9088 - 219180 498880 25230 - 1682 3395

10379 - 626 1746 10370 - 1278 3175 29694 69863 1397 -

11 - 477 2917 11071 - 849 2221 56254 23250 572 -

12069 912 325 728 12069 1047 377 1051 57971 30799 312 -

12792 - 483 2280 15535 - 291 869 62540 479 618 -

13571 - 254 1435 16109 - 2446 9090 64626 9645 355 -

15529 - 495 1535 18094 808 25245 -

16137 - 4122 18531 19402 - 1267 28136

18094 - 19811 24559 22084 - 2792 10571

22083 58677 1751 -

22851 - 567 1191

23577 22250 1070 -

29206 - 413 81520

30100 - 412 1374

30797 - 26159 11417

64624 2830 546 -

82747 1375 1353 1305

112

Os cromatogramas obtidos para o chocolate ao leite chocolate ao leite com

uva e uva liofilizada estatildeo dispostos nas Figuras 49 a 52

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

113

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Assim como na primeira avaliaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que muitos dos picos

presentes no chocolate ao leite estatildeo presentes no chocolate ao leite com uva

Tambeacutem se observa que alguns picos da uva liofilizada foram transferidos para o

chocolate ao leite com uva conforme demonstra a Tabela 19

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de CLAE-DAD para identificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos eacute largamente utilizada na literatura atual Esta identificaccedilatildeo de compostos

pode ser realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo de tempos de retenccedilatildeo presentes na

literatura assim como comparaccedilatildeo com padrotildees No caso dos chocolates no

entanto

114

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260nm 280nm 320 nm 350 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT Uva CU CL RT Uva CU CL RT UVA CU CL RT UVA CU CL 2553 - 497 27915 2543 - 12925 52565 2779 - 19355 89 2450 10265 785 1085

2758 - 10827 13866 2757 - 14411 250205 2943 195 1428 2548 879 3375 254 2934 58 6176 26 2935 1615 7287 - 3052 223 21765 2775 182 752 562

3042 989 6047 - 3044 945 8338 - 56915 - 297 1325 2831 - 6825 384 3710 68 429 - 5194 355 625 - 9233 - 12195 8495 4098 - 806 232

3920 1533 4631 - 5918 661 3631 25745 10372 - 156 171 5049 - 272 98 56805 216 9485 495 6733 3903 2833 14080 - 8005 407 54596 - 216 165

5933 14 47705 3481 8984 4475 598044 - 16098 - 11865 36505 57455 - 361 3005 6761 308 36245 2839 10337 - 1692 3175 21380 - 9285 25005

7134 175 3066 - 21246 - 1568 24645 27800 - 388 9455 8995 178 603862 - 27776 24704 3809 - 73585 24825 492 -

10339 453 1138 1746 59786 1325 207 - 79272 851 107 - 12752 - 31385 22795 73587 7115 3055 -

14113 - 993 7615 79261 482 401 - 15491 - 2688 1535

16083 - 217065 18531 21381 - 953 48615

67858 - 567 208

115

existe uma grande complexidade de compostos presentes em sua estrutura o que

dificulta a utilizaccedilatildeo de adiccedilatildeo de padrotildees

Sendo assim o meacutetodo mais adequado seria a utilizaccedilatildeo de um CLAE-MS

capaz de identificar as massas dos picos e assim permitir a sua correta

caracterizaccedilatildeo No presente trabalho no entanto natildeo foi possiacutevel realizar esta

anaacutelise levando entatildeo agrave conclusatildeo atraveacutes de hipoacuteteses sobre os tempos de

retenccedilatildeo conhecidos em literatura

Primeiramente eacute preciso lembrar que dependendo do tipo de estrutura

quiacutemica haacute uma diferenccedila na absorccedilatildeo em cada comprimento de onda Zhang

(2013) identificou os espectros de absorccedilatildeo de 14 compostos fenoacutelicos mais

conhecidos na literatura sendo eles (1) aacutecido gaacutelico (2) aacutecido protequinico (3)

aacutecido vaniliacutenico (4) aacutecido cafeacuteico (5) aacutecido siringico (6) aacutecido cumaacuterico (7) aacutecido

saliciacutelico (8)catequina (9) epicatequina (10) rutina (11) morina (12) cumarina (13)

quercetina (14) resveratrol

Esses compostos fenoacutelicos estatildeo presentes tanto na uva quanto na couve

conforme abordado na revisatildeo de literatura A Tabela 20 representa os

comprimentos de onda de maior absorccedilatildeo para cada um dos fenoacutelicos acima

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013

Classes de substacircncias Compostos fenoacutelicos Comprimento de onda (nm)

Aacutecidos hidroxicinacircmicos Aacutecido gaacutelico 271

Aacutecido protequiacutenico 260

Aacutecido vaniliacutenico 260 Aacutecido hidroxicinacircmico Aacutecido cafeacuteico 324

Catequinas

Aacutecido cumaacuterico 280

Catequina 280

Epicatequina 280

Flavonoacuteis Rutina 255

Quercetina 374 Estibeno

Resverastrol 306

116

Todos os compostos citados absorvem nos comprimentos de onda avaliados

para os chocolates 260 280 320 e 360 nm portanto existe uma possibilidade de

que estes compostos estejam entre aqueles que se repetiram nos chocolates com

adiccedilatildeo sendo assim eacute provaacutevel que os picos encontrados estabeleccedilam uma relaccedilatildeo

com a adiccedilatildeo de compostos da couve e da uva nos chocolates

Comparando-se o chocolate ao leite com o chocolate com couve eacute possiacutevel

perceber que existe maior quantidade de picos em 280 e 320 nm no chocolate com

couve do que na amostra controle Provavelmente este fato indica que teriam sido

adicionados ao chocolate compostos da classe das catequiacutenas e compostos da

classe dos flavonoacuteis

Jaacute a comparaccedilatildeo entre o chocolate controle e o chocolate com uva haacute uma

adiccedilatildeo de picos principalmente nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm o que

provavelmente sugere que compostos das classes da catequiacutenas e aacutecidos

hidroxicinacircmicos foram adicionados

As catequinas satildeo principal constituinte de chaacutes e satildeo associadas a altas

capacidades antioxidantes Estudos revelam que a ingestatildeo de catequiacutenas pode

reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas aleacutem de possuir potencial para inibir ceacutelulas

canceriacutegenas e reduzir o processo de envelhecimento (BRAICU et al 2013)

Os flavonoacuteis satildeo antioxidantes naturais encontrados principalmente no chaacute e

em frutos como o cacau Estudos a respeito dessa classe de compostos

demonstram seu potencial em reduzir a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica representando um

protetor cardiovascular importante (HEIM TAGLIFERRO BOBILYA 2002)

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos tambeacutem satildeo altamente estudados por sua

propriedade antioxidante Estatildeo presentes em frutas e vegetais e satildeo conhecidos

principalmente por sua bioatividade (RAZZZAGHI-ASI et al 2013)

117

6CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de uva e couve em chocolate ao leite modificou suas propriedades

como segue

As propriedades fiacutesicas como tamanho de partiacutecula textura

viscosidade e tensatildeo inicial de Casson sendo que a diferenccedila de

textura e tamanho de partiacutecula foi percebida sensorialmente pelos

provadores natildeo treinados

As propriedades fiacutesico-quiacutemicas como a quantidade de fibras

conteuacutedo mineral e quantidade de accediluacutecares conduzindo a melhora nas

propriedades nutricionais dos chocolates

Nas propriedades sensoriais 92 dos painelistas afirmaram que havia

diferenccedila entre as amostras A anaacutelise sensorial tambeacutem comprovou

uma boa aceitaccedilatildeo de todos os chocolates sendo que mais de 60

dos provadores afirmou que provavelmente ou certamente compraria o

chocolate

A quantidade de polifenoacuteis aumentou no chocolate ao leite com uva

mas natildeo no chocolate ao leite com couve para a metodologia de Folin-

Ciocauteau

A grande quantidade de polifenoacuteis presentes no liquor de cacau utilizado

impactou diretamente nos altos valores encontrados para todos os chocolates

formulados A adiccedilatildeo de uva e couve liofilizadas apesar de tambeacutem apresentarem

altas quantidades de polifenoacuteis natildeo modificou a capacidade antirradicalar frente ao

radical ABTS e ao radical DPPH No processo de liofilizaccedilatildeo houve perdas de

polifenoacuteis na couve e na uva

Os resultados do perfil cromatograacutefico dos compostos fenoacutelicos por CLAE-

DAD revelaram que muitos dos compostos presentes na couve e na uva foram

transferidos para os chocolates formulados

A utilizaccedilatildeo de frutas e hortaliccedilas como alternativa para o enriquecimento de

propriedades dos alimentos foi comprovada neste trabalho demonstrando melhorar

as qualidades nutricionais e funcionais de alimentos como chocolate ao leite

118

7SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS

A adiccedilatildeo de frutas e vegetais em produtos alimentiacutecios eacute uma aacuterea

promissora para enriquecimento de formulaccedilotildees Os resultados obtidos no presente

trabalho indicaram modificaccedilotildees em alguns aspectos do chocolate o que eacute uma

premissa interessante para futuros trabalhos

Avalia-se que a adiccedilatildeo de frutas e vegetais tem no entanto aleacutem do valor

nutricional um efeito beneacutefico para ajudar a balancear as espeacutecies reativas no corpo

e desacelerar o envelhecimento precoce Essas propriedades funcionais no entanto

soacute poderiam ser confirmadas com testes in vivo apropriados para a verificaccedilatildeo deste

benefiacutecio

Aleacutem disso estudos de cristalizaccedilatildeo dos chocolates formulados poderiam ser

conduzidos pelas teacutecnicas- DSC Difraccedilatildeo de RAIO-X que poderiam ser utilizadas

para informaccedilotildees da estabilidade desses chocolates

119

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132

ANEXO A- Parecer cosubstanciado do CEP

133

134

135

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

136

137

138

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL

139

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES PARA BANCA JULGADORA

140

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO

141

142

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES

143

144

145

Page 2: Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Bioquiacutemica-Farmacecircutica Aacuterea de Tecnologia de Alimentos

Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

funcionais acrescidos de folhas de Brassica oleracea

(couve) e frutos de Vitis viniacutefera(uva)

Versatildeo corrigida da Dissertaccedilatildeo conforme resoluccedilatildeo CoPGr 6018

O original encontra-se disponiacutevel no Serviccedilo de Poacutes Graduaccedilatildeo da FCFUSP

Juliana Cajado Souza Carvalho

Dissertaccedilatildeo para obtenccedilatildeo do grau de MESTRE

Orientadora Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes

Satildeo Paulo 2016

Juliana Cajado Souza Carvalho

Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades funcionais acrescidos de folhas de Brassica oleracea (couve) e

frutos de Vitis viniacutefera(uva)

Comissatildeo Julgadora da

Dissertaccedilatildeo para obtenccedilatildeo do grau de Mestre

Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes

orientadorpresidente

____________________________ 1o examinador

____________________________ 2o examinador

____________________________ 3o examinador

Satildeo Paulo _________ de _____

ldquoO que noacutes alcanccedilamos internamente mudaraacute a realidade exteriorrdquo

Plutarco

AGRADECIMENTOS

A realizaccedilatildeo deste trabalho eacute mais uma importante etapa da minha vida Gostaria de

agradecer a todos que contribuiacuteram de alguma forma para a concretizaccedilatildeo deste

trabalho em especial

Agrave Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes por sua orientaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo em

todas as etapas deste projeto

As minhas colegas de laboratoacuterio Raquel Beatriz Ingryd Natasha e Poliana pela

parceria durante esses dois anos de trabalho

Aos teacutecnicos de laboratoacuterio do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemica-

Farmacecircutica por toda a ajuda diaacuteria

Agrave Profa Dra Paulete Romoff e ao Prof DrJosef Wilhelm Baader pela colaboraccedilatildeo

na realizaccedilatildeo de experimentos e por toda a ajuda e apoio

Ao teacutecnico Nei Carlos do laboratoacuterio de Quiacutemica da Universidade Presbiteriana

Mackenzie e ao doutorando Sandro Oliveira pela colaboraccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos

experimentos de antioxidantes

Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado e o suporte financeiro que

possibilitou a realizaccedilatildeo deste trabalho

A minha famiacutelia por todo apoio recebido

A meus amigos e a todos que estiveram comigo neste periacuteodo

CARVALHO J C S DESENVOLVIMENTO DE CHOCOLATES AO LEITE COM

PROPRIEDADES FUNCIONAIS ACRESCIDOS DE FOLHAS DE Brassica

oleracea (couve) E FRUTOS DE Vitis viniacutefera (uva) 2016 137f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado) ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo

Satildeo Paulo 2016

RESUMO

Dietas ricas em vegetais satildeo fontes de antioxidantes importantes agentes

que auxiliam na prevenccedilatildeo do envelhecimento precoce O cacau mateacuteria

prima base para a produccedilatildeo de chocolates eacute considerado rica fonte de

antioxidante Entretanto o chocolate do tipo ao leite que possui menor

quantidade de cacau e portanto menor accedilatildeo antioxidante eacute o mais

consumido no Brasil O presente trabalho tem o objetivo de desenvolver

formulaccedilotildees de chocolates ao leite com propriedades funcionais Para tal

foram produzidas trecircs diferentes variaccedilotildees de chocolate ao leite (controle) ao

leite adicionados de folhas de couve e ao leite adicionados de frutos de

videira Os chocolates fabricados foram avaliados por suas caracteriacutesticas

fiacutesicas fiacutesico quiacutemicas sensoriais e quanto ao potencial antirradicalar Como

resultado observou-se que o teor de umidade do chocolate ao leite e a

atividade de aacutegua natildeo se modificaram com a adiccedilatildeo dos produtos liofilizados

Encontrou-se no chocolate com couve aumento de 9 no teor de fibras e 6

no conteuacutedo mineral Foi encontrada diferenccedila nas propriedades fiacutesicas do

chocolate com uva como viscosidade Casson (076plusmn004 Pas) dureza

(4377plusmn205 N) tensatildeo inicial Casson (129plusmn335 Pa) e tamanho de partiacutecula

(378plusmn113 microm) A avaliaccedilatildeo sensorial registrou alta aceitabilidade dos

produtos e a percepccedilatildeo de diferentes texturas nos chocolates O perfil do

potencial atioxidante sugere que natildeo houve aumento da capacidade

antirradicalar com a adiccedilatildeo de couve e uva poreacutem a anaacutelise do perfil

cromatograacutefico de fenoacutelicos levanta a hipoacutetese de que alguns compostos

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo de couve e de uva Conclui-

se que foi possiacutevel agregar propriedades funcionais no chocolate ao leite

Palavras-chave chocolate couve uva antioxidants

CARVALHO J C S Development of milk chocolates with

functional properties with leaves from Brassica Oleracea (kale) and

fruits of Vitis Vinifera (grape) 2016 145f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 2016

ABSTRACT

Nowadays it is known that a diet rich in vegetables is a source of antioxidants

which help in the prevention of premature ageing Studies on cocoa indicate

that this raw material essential in the production of chocolate is a rich source

of antioxidants However milk chocolate which contains less cocoa and less

antioxidant activity is the most consumed type in Brazil The aim of this study

was to develop milk chocolate formulations with antioxidant properties As

such three kinds of chocolate were produced with added kale leaves with

added grapes and the control normal milk chocolate The chocolates

produced were evaluated on their physical characteristics physical-chemistry

and antioxidant potential It was found that the moisture content and the water

activity did not change with the addition of lyophilized materials The addition

of kale increased 9 of fibers content and 6 of mineral content It was found

that the greatest change in physical properties was with added grape such as

viscosity (076plusmn004 Pas) texture (4377plusmn205 N) yield value (129plusmn335 Pa)

and particle size (378plusmn113 microm) The sensorial analysis resulted in high

acceptability of the products and in the differences of perception in texture

between the three kinds of chocolates The antioxidant profile suggest that

there was no occurrence of increases in antioxidant capacity with the addition

of kale and grape but the chromatography profile of phenolic compounds

raises the hypothesis that some phenolic compounds were transferred to the

chocolates after the addition It was found that it is possible to aggregate

functional properties of milk chocolate

Key-words chocolate kale grape antioxidants

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele 22

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de

Kammeyer Luiten (2015) 26

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de

chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010) 29

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 32

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 34

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol 36

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve 46

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial 54

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e

atividade de aacutegua (retirado de NESPOLO 2015) 58

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH 59

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

60

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH 60

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve

liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto

(1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010) 61

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in

natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo

meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010) 62

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante 63

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

64

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da

peneira para couve liofilizada em poacute 66

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para

extrato de couve liofilizado 67

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar

um sal com Cu2+ se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho

tijolo) Retirado de Tavares et al (2010) 69

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em

diferentes concentraccedilotildees 72

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em

diferentes concentraccedilotildees 73

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate 76

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees

dos chocolates 77

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve

e chocolate com uva 80

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com

couve e chocolate com uva 81

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose 87

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores 90

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite

chocolate ao leite com uva e chocolate ao leite com couve 91

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate

ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 93

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o

chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 94

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo

chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 95

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo

para o chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

96

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate

ao leite com couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH 97

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da

variaccedilatildeo de absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox 98

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite 99

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite com couve 99

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de

chocolate com uva 100

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS 100

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox 101

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite 102

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve 102

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 103

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho 40

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate sendo a foacutermula 1 a

controle a foacutermula 2 o chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 43

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria 44

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE 50

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura

extraiacutedos por diferentes meacutetodos 64

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para

meacutetodo graacutefico e algeacutebrico 67

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva

liofilizada e in natura 69

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes

extratores 70

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical

DPPH para o liquor de cacau 74

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e

integral utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate 75

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate 78

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite

com couve e chocolate ao leite com uva 83

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de

chocolates finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010) 83

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate

eo leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 87

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates 88

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e

chocolate ao leite com uva 89

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com

uva 103

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao

leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 111

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates

com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 114

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde

apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013 115

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABICAB Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados

ABTS 22-azino-bis(3-etilbenzothiazolina-6-aacutecido sulfocircnico)

AM Abertura da malha

CLAE Cromatografia Liacutequida de Alta Eficiecircncia

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DPPH 22-difenil-1-picrilhidrazil

IC50 Concentraccedilatildeo em que se reduz a metade do efeito maacuteximo

ERO Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

FDA Food Dietary Intake

IEA Instituto de Economia Agriacutecula

g Grama

GAE Gallic Acid Equivalent

LDL Lipoproteiacutena de baixa densidade

mg Miligrama

mL Mililitros

N Newton

Pas Pascal por segundo

Pa Pascal

PGPR Polyglycerol Polyricinoleate

POS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Esteaacuterico

POP Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Palmitiacuteco

RDA Refference Dietary Allowance

RDC Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada

SOS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Esteaacuterio-Oleico-Esteaacuterico

TAG Triacilgliceroacuteis

USDA United States Department of Agriculture

UV Ultravioleta

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 22

21 Envelhecimento cutacircneo 22

22 Cacau e Chocolate 27

23 Brassica oleracea (couve) 31

24 Vitis vinifera (Uva) 36

3 OBJETIVOS 39

31 Geral 39

32 Especiacuteficos 39

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 40

41 Materiais 40

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva 41

43 Produccedilatildeo do chocolate 42

44 Granulometria 44

45 Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute 45

46 Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar 45

461 Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos 45

462 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do

potencial antirradicalar de couve uva e liquor de cacau 47

463 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates 47

464 Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis 48

465 Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS 49

466 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE 49

47 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates 50

48 Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas 51

481 Determinaccedilatildeo de umidade 51

482 Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral 51

483 Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos 51

484 Determinaccedilatildeo de proteiacutenas 52

485 Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

52

486 Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis 52

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura 52

410 Determinaccedilatildeo da reologia 53

411 Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua 53

412 Avaliaccedilatildeo da Colorimetria 53

413 Avaliaccedilatildeo sensorial 53

414 Forma de anaacutelise de resultados 56

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 57

51 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve 57

511 Liofilizaccedilatildeo 57

512 Perfil antioxidante 59

513 Anaacutelise granulomeacutetrica 66

52 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva 68

521 Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares

redutores natildeo redutores e totais 68

522 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva 70

53 Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau 73

531 Perfil antirradicalar do liquor de cacau 73

532 Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau 74

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute 75

55 Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates 75

551 Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da

manteiga de cacau 75

552 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula 78

553 Anaacutelise Reoloacutegica 79

554 Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates 82

555 Atividade de aacutegua 88

556 Colorimetria 89

557 Estabilidade dos chocolates 90

558 Avaliaccedilatildeo sensorial 92

559 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates 96

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD 109

6 CONCLUSAtildeO 117

7 SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

REFEREcircNCIAS 119

ANEXO A- PARECER COSUBSTANCIADO DO CEP 132

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 135

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL 138

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES 139

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO 140

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES 142

20

1INTRODUCcedilAtildeO

Na safra 20142015 a colheita bruta de cacau 4230 mil toneladas do fruto

(INTERNATIONAL COCOA CONFECTIONARY ORGANIZATION-ICCO 2016)

Segundo dados da Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados (ABICAB) (2015) 731 mil toneladas de chocolate

foram produzidos no ano de 2014

Segundo o documento ldquoBrasil Food Trends 2020rdquo a tendecircncia para o mercado

de alimentos no Brasil eacute o desenvolvimento de formulaccedilotildees com o conceito de

ldquosaudabilidaderdquo ou seja produtos com menor valor caloacuterico reduzido valor de

accediluacutecar com menor teor de gorduras trans e que possuam atribuiccedilotildees funcionais

Sabe-se que os consumidores vecircm buscando produtos que contribuam para uma

dieta mais saudaacutevel com maior conteuacutedo mineral e de nutrientes e valor reduzido de

gorduras e colesterol (MADI COSTA REGO 2010)

Lannes et al (2002) por exemplo formularam chocolate utilizando o cupuaccedilu

Seus estudos permitiram concluir que a substituiccedilatildeo do cacau pelo cupuaccedilu foi

eficaz gerando um produto com alta qualidade e custo reduzido se comparado ao

similar Komes et al (2013) adicionaram frutas secas agraves formulaccedilotildees de chocolate a

fim de obter um chocolate com maior capacidade antirradicalar Segundo a anaacutelise

sensorial realizada pelos autores os chocolates contendo Cranberries foram bem

aceitos e foi possiacutevel observar maior potencial antirradicalar nos chocolates com

adiccedilatildeo de frutas Amaral (2013) realizou a produccedilatildeo de recheios de bombons com

adiccedilatildeo de murici uma fruta de alto valor nutricional e obteve produtos com maior

elevados teores de proteiacutenas e minerais

A busca pela inovaccedilatildeo no mercado de chocolates tambeacutem levou

pesquisadores a realizar patentes de seus produtos Crowley amp Naimeddine (2011)

desenvolveram um chocolate com adiccedilatildeo de um blend da manteiga de cacau com

adiccedilatildeo de frutas liofilizadas em poacute Vajda et al (1989) elaboraram um spread de

chocolate com a adiccedilatildeo de poacutes de frutas concentradas

21

Sabe-se que haacute uma grande quantidade de pesquisas a respeito dos

benefiacutecios dos antioxidantes para evitar ou reduzir os efeitos de doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como cacircncer Alzheimer catarata diabetes envelhecimento

entre outras (Cai et al 2004 apud MORAIS et al2009) Os polifenoacuteis por exemplo

satildeo antioxidantes que possuem estruturas quiacutemicas promissoras para prevenccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo (MEENA MEENA TREacuteTON 2014)

Os antioxidantes podem ser encontrados em diversos tipos de vegetais- como

frutas e hortaliccedilas sendo a couve e a uva dois exemplos de alimentos com essa

propriedade

A couve eacute um vegetal importante nas dietas tradicionais na regiatildeo

Mediterracircnea e eacute conhecida por sua capacidade de prevenccedilatildeo de doenccedilas e

propriedades antimicrobianas Estudos identificaram nove diferentes aacutecidos fenoacutelicos

em sua composiccedilatildeo sendo estes com alta capacidade antioxidante (AYAZ et al

2008)

O consumo de uvas vem sendo estudado como efetiva prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas e o envelhecimento devido agrave alta porccedilatildeo de compostos fenoacutelicos em

sua composiccedilatildeo A uva eacute composta principalmente por flavonoides como o

resveratrol que jaacute foi comprovadamente associado agrave alta capacidade antirradicalar

frente aos radicais livres (XIA et al 2010)

Diante do acima citado o presente trabalho tem como objetivo o

desenvolvimento de formulaccedilatildeo de chocolates acrescidos de folhas de couve

(Brassica oleracea) e de frutos de uva (Vitis viniacutefera) obtendo-se assim produtos

com enriquecimento das propriedades funcionais Por suas propriedades acredita-

se que o seu consumo traraacute benefiacutecios agrave sauacutede

22

2REFERENCIAL TEOacuteRICO

21Envelhecimento cutacircneo

A pele eacute o oacutergatildeo que reveste todo o organismo correspondendo a 5 do

peso corporal Apresenta multifunccedilotildees tais como sensorial proteccedilatildeo contra agentes

externos termorregulaccedilatildeo excreccedilatildeo e produccedilatildeo de metaboacutelitos aleacutem de

representar a aparecircncia e perfil caracteriacutestico dos indiviacuteduos (CORREcircA 2012)

A pele eacute dividida em trecircs principais camadas- a epiderme a derme e a

hipoderme conforme demonstra a Figura 1 (KHAVKIN e DAVID 2011)

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele

A epiderme eacute formada por aproximadamente 95 de queratinoacutecitos os quais

estatildeo sempre se renovando constituindo desde a membrana basal ateacute a superfiacutecie

23

da pele e assim gerando diversas camadas distintas camada basal espinhosa

granulosa e coacuternea (KHAVKIN e DAVID 2011)

Com o passar do tempo a derme sofre um processo natural de

envelhecimento que varia de acordo com os fatores geneacuteticos de cada pessoa Os

sinais cliacutenicos de surgimento deste processo se datildeo com o aparecimento de linhas

de expressatildeo rugas e manchas (LONGO CASARI BERETTI 2013) Estima-se que

a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ultravioleta seja responsaacutevel por 80 da aceleraccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo precoce poreacutem o cansaccedilo fiacutesico e psicoloacutegico a exposiccedilatildeo

agrave poluiccedilatildeo o consumo de aacutelcool e a dieta natildeo balanceada satildeo fatores importantes

que contribuem neste processo (POLJSAKDAHMANE 2012)

A pele por possuir funccedilatildeo protetora eacute o oacutergatildeo que estaacute mais exposto a

agentes quiacutemicos fiacutesicos e microbioloacutegicos e portanto possui maior tendecircncia de

acumular radicais livres (Hashizume 2004 apud Kammeyer Luiten 2015)

Radical livre eacute toda espeacutecie seja ela orgacircnica ou inorgacircnica que possui

eleacutetrons desemparelhados em sua camada de valecircncia Esta configuraccedilatildeo torna os

compostos muito instaacuteveis com baixa meia-vida e deste modo com reatividade

muito alta (Lushchak 2014) A formaccedilatildeo dos radicais livres pode ocorrer no

citoplasma em membranas e principalmente na mitocondria (Labat-Robert Robert

2014)

Os radicais livres mais comuns encontrados na pele satildeo as Espeacutecies

Reativas de Oxigecircnio (ERO) que podem ser radicalares- como radicais hidroxila

(HO) radicais superoacutexido (O2-) radicais peroxila e alcoxila (RO2 RO)- ou natildeo

radicalares como oxigecircnio singlete (O2) e peroacutexido de hidrogecircnio(H2O2) e as

Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio (ERN) como NO e espeacutecies reativas de enxofre

(GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Na membrana mitocondrial ocorrem naturalmente as reaccedilotildees de reduccedilatildeo

completa do O2 como demonstra a Figura 2 As reaccedilotildees envolvem a transferecircncia

de quatro eleacutetrons para a formulaccedilatildeo de H2O no entanto sabe-se que as reaccedilotildees

intermediaacuterias podem vir a formar EROs pela reduccedilatildeo incompleta do oxigecircnio

durante o transporte de eleacutetrons (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

24

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014)

O acircnion radical superoacutexido (O2-) formado a partir da primeira reaccedilatildeo de

reduccedilatildeo do oxigecircnio eacute dentre todas as outras ERO a menos reativa e portanto sua

capacidade de causar danos a ceacutelulas ainda natildeo eacute comprovada Contudo em meio

aacutecido este radical sofre a reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo (Equaccedilatildeo 1) formando o peroacutexido

de hidrogecircnio (H 2O2) espeacutecie de meia vida longa que pode reagir com alguns

metais produzindo novas espeacutecies oxidativas (Lushchak 2014)

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014)

Mesmo assim o acircnion radical superoacutexido (O2) possui um papel importante na

funccedilatildeo vital de algumas ceacutelulas pois eacute por meio dele que se formam os radicais

OH aleacutem de ser essencial para o seu organismo de defesa (BARREIROS DAVID

DAVID 2006)

O radical hidroxila (OH) eacute entre os jaacute citados o que possui menor tempo de

meia vida isto significa que ele possui uma instabilidade eletrocircnica muito maior que

os outros Deste modo eacute capaz de capturar mais eleacutetrons de outras moleacuteculas e

portanto causar danos maiores e mais rapidamente que os outros Aleacutem disso

possui a capacidade de reagir com aminoaacutecidos aacutecido desoxirribonucleacuteico aacutecidos

25

ribonucleacuteicos e aacutecidos orgacircnicos bem como inativar diversas proteiacutenas por meio da

oxidaccedilatildeo do grupo sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) (Prior 2015)

O ataque a aminoaacutecidos atinge principalmente a cisteiacutena histidina triptofano

metionina fenilalanina podendo gerar clivagem de ligaccedilotildees fazendo com que

ocorra a perda da atividade enzimaacutetica dificuldade no transporte ativo atraveacutes

de membranas celulares citoacutelise e ateacute a morte celular Todos os aminoaacutecidos

podem perder o hidrogecircnio de sua cadeia ligado ao carboxilato e ao grupo amino

Essa abstraccedilatildeo faz com que ocorra um ataque do radical hidroxiacutelico agrave cadeia

carboxilato do aminoaacutecido causando a perda de gaacutes carbocircnico e formando um

carbono radicalar (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

O radical hidroxila pode ainda reagir com lipiacutedeos ao atacar essas cadeias o

grupo metilecircnicoalilico fica suscetiacutevel a outros ataques tornando-se um radical livre

Esse carbono radicalar formado pode facilmente gerar o radical lipiacutedeo-peroxila

atacando a proteiacutena das membranas e gerando danos as ceacutelulas (BARREIROS

DAVID DAVID 2006)

Este tipo de radical pode ser formado por intermeacutedio de dois tipos de reaccedilatildeo

A primeira (Figura 4A) eacute determinada por exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante que

em frequente contato com as ceacutelulas da pele pode levar a formaccedilatildeo de

cacircncer em seres humanos A segunda (Figura 4B) ocorre devido agrave presenccedila de

metais de transiccedilatildeo no organismos (como Fe2+e Cu+) que reagem com o peroacutexido

de hidrogecircnio pela reaccedilatildeo de Fenton (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

26

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de Kammeyer Luiten

(2015)

O radical hidroperoxiacutela (HO2) eacute a forma protonada do radical superoacutexido e

segundo Kammeyer e Luiten (2015) eacute mais reativo e tem maior poder de destruiccedilatildeo

das ceacutelulas

A pele possui seu proacuteprio sistema antioxidante que busca reduzir os danos

causados por esses radicais livres A superoacutexido desmutase por exemplo eacute capaz

de converter o radical superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio evitando a accedilatildeo deste

como radical livre A catalase e a glutationa peroxidase satildeo tambeacutem antioxidantes

em destaque pois satildeo capazes de realizar a decomposiccedilatildeo do H2O2 e assim

formar aacutegua e oxigecircnio Apesar disso as fontes exoacutegenas de radicais livres vecircm

acelerando o processo de envelhecimento e assim torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de fontes exoacutegenas de antioxidantes para combater esses radicais (GUARATINI

MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Oliveira et al (2009) por exemplo estabeleceram uma relaccedilatildeo entre o

consumo excessivo de produtos como gorduras trans fumo aacutelcool accediluacutecar entre

outros com problemas envolvendo estresse oxidativo Observam tambeacutem que

quanto maior o consumo de frutas e verduras menor a probabilidade de

desenvolvimento de doenccedilas

27

Estudos recentes relacionam os haacutebitos alimentares inadequados ao aumento

de ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas (FARIA SANTOS VIANNA 2006) Por sua vez

Guaratini Medeiros e Colepicolo (2007) relatam que o envelhecimento cutacircneo pode

ser catalisado pela presenccedila de espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio nos

tecidos cutacircneos levando a mutaccedilotildees das estruturas normais da pele Devido a isto

sugere-se a aplicaccedilatildeo tanto oral como toacutepica de antioxidantes como estrateacutegia para

a proteccedilatildeo e cuidado da pele

Qualquer alteraccedilatildeo nas funccedilotildees normais das ceacutelulas da pele resulta em uma

seacuterie de mudanccedilas que iratildeo impactar no envelhecimento cutacircneo Satildeo elas a perda

de funccedilatildeo tensora e retraacutetil o aumento da fragilidade a diminuiccedilatildeo nos sistemas de

resposta de cicatrizaccedilatildeo perda de firmeza modificaccedilatildeo na pigmentaccedilatildeo reduccedilatildeo do

colaacutegeno e fibras reduccedilatildeo na quantidade de ceacutelulas de Langerhans (Kammeyer

Luiten 2015)

Antioxidantes importantes adquiridos na dieta agem como inibidores da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica na pele Algumas substacircncias tecircm se mostrado importantes

para essa suplementaccedilatildeo como α- tocoferol aacutecido ascoacuterbico Vitamina E

Carotenoacuteides (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

22Cacau e Chocolate

Teobroma cacao eacute uma espeacutecie vegetal originaacuteria da Ameacuterica do Sul que

cresce principalmente entre os troacutepicos de Cacircncer e Capricoacuternio As principais

espeacutecies satildeo Criolllo Forastero Trinitaacuterio e Nacional sendo a mais comum no Brasil

a Forastero Seu fruto o cacau eacute largamente utilizado pelo mundo principalmente

na produccedilatildeo de chocolates (AFOAKWA 2010)

O cacau eacute amplamente estudado sendo que registros demonstram o uso

deste fruto desde 1400 dc Os astecas e maias o utilizavam para a produccedilatildeo de

chocolatl uma bebida muito conhecida na eacutepoca que tinha em sua foacutermula aacutegua

cacau e temperos Em 1520 esta bebida foi exportada para a Espanha onde

passou a ser adoccedilada com mel (AFOAKWA 2010)

28

Em 1536 foi realizado o primeiro registro do uso de cacau e chocolate para

fins terapecircuticos pelo professor da Faculdade de Santa Cruz M de La Cruz Seu

estudo contemplava a confirmaccedilatildeo destes produtos para tratamento de constipaccedilatildeo

problemas dentaacuterios entre outras doenccedilas (LIPPI 2009)

Atualmente diversos estudos sobre o cacau relacionam sua alta capacidade

antirradicalar com sua grande concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos Oliveira (2011)

por exemplo identificou a capacidade antirradicalar (meacutetodo DPPH) a composiccedilatildeo

de fenoacutelicos (meacutetodo de Folin-Ciocalteu) e flavonoides (meacutetodo colorimeacutetrico) de

cacau cultivado na Bahia sendo amostras natildeo fermentadas fermentadas nibs e

liquor de cacau Neste estudo encontrou-se uma alta taxa de compostos fenoacutelicos

(30143 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (21403 plusmn065 mgg-1) em maior concentraccedilatildeo

nos nibs de cultivo orgacircnico quantidade se mostrou alta para fenoacutelicos (28463 plusmn

322 mgg-1 23332 plusmn 033 mgg-1 19595 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (19785plusmn 033

mgg-1 17363plusmn 043 mgg-1 12879 plusmn 095 mgg-1) em cacau fermentado e natildeo

fermentado de cultivo orgacircnico e liquor respectivamente A capacidade

antirradicalar determinada pelo meacutetodo DPPH demonstrou um alto potencial

dessas amostras de neutralizar radicais livres Calculadas em IC50 ou seja a

capacidade de diminuir em 50 a concentraccedilatildeo inicial do DPPH as amostras de

nibs se confirmaram como as com maior capacidade antirradicalar (422plusmn064

microgmL-1mv-1) ficando agrave frente das natildeo fermentadas (643plusmn133microgmL-1mv-1 ) das

fermentadas (706plusmn085 microgmL-1mv-1) e do liquor de cacau (767 plusmn105 microgmL-1mv-

1) O estudo tambeacutem revelou valores para cultivo convencional para todas as

amostras e provou que o tipo de cultivo pode gerar diferenccedilas de formaccedilatildeo de

fenoacutelicos e flavonoides no cacau

Um trabalho realizado por Delonga e Mazor (2009) investigou os

componentes quiacutemicos por CLAE do liquor de cacaus originaacuterios de seis diferentes

paiacuteses Equador Gana Madagascar Meacutexico Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Venezuela

Atraveacutes deste estudo foi identificada a presenccedila de flavan-3-ol (-)-epicatequiacutena (+)-

catequina e derivados do aacutecido cafeiacuteco em todas as amostras No entanto natildeo foi

identificada a (-)- galocatequina nas amostras de Gana e da Venezuela bem como a

(-)-epigalocatequina natildeo foi identificada em amostras do Meacutexico e da Venezuela

Em termos quantitativos foram encontradas maiores quantidades de compostos

fenoacutelicos nas amostras de liquor de Madagascar sendo a sequecircncia decrescente a

29

seguinte MadagascargtMeacutexicogt Equadorgt Venezuela gt Satildeo Tomeacutegt Gana Esses

resultados comprovam natildeo soacute a presenccedila de fenoacutelicos no cacau como tambeacutem a

influecircncia das variedades de cacau condiccedilotildees de cultivo e fermentaccedilatildeo na formaccedilatildeo

de maiores ou menores quantidades de compostos fenoacutelicos

Um dos mais vendidos produtos originaacuterios do cacau eacute o chocolate Segundo

a RDC no 264 de 22 de setembro de 2005 emitido pela Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria o chocolate eacute definido como

ldquoo produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L) massa (ou pasta ou liquor) de cacau cacau em poacute e ou manteiga de cacau com outros ingredientes contendo no miacutenimo 25 (g100 g) de soacutelidos totais de cacau O produto pode apresentar recheio cobertura formato e consistecircncia variadosldquo

Dependendo de sua quantidade de cacau leite e manteiga de cacau o

chocolate pode ser distribuiacutedo em trecircs categorias primaacuterias amargo ao leite e

branco que por diferenccedilas em sua composiccedilatildeo apresentam diferentes valores

caloacutericos e quantidade de flavonoides como demonstra a Figura 5 (AFOAKWA

2010)

(

Uma formulaccedilatildeo de chocolate eacute basicamente formada por manteiga de cacau

liquor de cacau accediluacutecar emulsificante (geralmente lecitina de soja ou PGPR-

A 132 kcal30g

951 mg de flavonoides40g

B 160 kcal30g

394 mg de flavonoides40g

C 163 kcal40g

Natildeo possui massa de cacau

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010)

30

poliglicerol poliricenolato ou uma combinaccedilatildeo de ambos) e leite em poacute (GARTI

WIDLAK 2012)

O leite em poacute eacute utilizado no chocolate para agregar sabor e valor nutricional

ao produto O chocolate ao leite eacute um dos mais consumidos no Brasil (ABICAB

2014) O leite eacute geralmente composto por caseiacutena e proteiacutenas do soro que atuam

como surfactantes no chocolate modificando sua viscosidade e textura O leite

ainda eacute conhecido por sua propriedade em reduzir o efeito de fat bloom devido as

caracteriacutesticas de sua gordura (AFOWAKA PATERSON FOWLER 2007)

O emulsificante mais comum utilizado na induacutestria de chocolates eacute a lecitina

de soja Por possuir uma parte hidrofiacutelica e outra hidrofoacutebica essa substacircncia tem

afinidade tanto com a gordura quanto com a aacutegua unindo portanto as duas fases e

assim garantindo estabilidade dos produtos Aleacutem disso a lecitina pode

proporcionar plasticidade suavidade e antiaderecircncia ao produto aleacutem de contribuir

para o aroma (AFOWAKA 2010) Eacute conhecido tambeacutem que a lecitina possui a

propriedade de reduzir o fat bloom processo no qual haacute a migraccedilatildeo da gordura para

a superfiacutecie (BECKETT 2009)

A manteiga de cacau eacute a principal gordura utilizada como fase contiacutenua nos

chocolates servindo como seu principal dispersante (LANNES GIOIELLI1998) A

manteiga de cacau eacute formada por diferentes aacutecidos graxos sendo sua composiccedilatildeo

distinta para cada regiatildeo geograacutefica (LIPP et al 2000) Os mais importantes

compostos encontrados na manteiga de cacau satildeo os triacilgliceroacuteis Cis-mono-

insaturados (TAG) jaacute que estes satildeo os principais responsaacuteveis pela percepccedilatildeo do

sabor (PESCHAR et al 2004)

Os TAGs correspondem de 40 a 50 da composiccedilatildeo da manteiga de cacau

sendo que entre estes trecircs compostos satildeo mais abundantes 2-oleil-1-palmitoil-3-

estearilglicerol (POS) com 35 13-diesteroil-2-oleilglicerol (SOS) com 23 e 13-

dipalmitoil-2-oleoilglicerol (POP) com 15 (SCHENK PESCHAR 2004)

O sabor a textura e o derretimento na boca satildeo influenciados pela estrutura

cristalina que eacute formada durante a temperagem do chocolate (PESCHAR et al

2004) Os TAGs sob diferentes pontos de fusatildeo podem possuir polimorfos distintos

como demonstrado no Quadro 1 (RAY et al 2011) A diferenccedila entre algumas

destas estruturas eacute perceptiacutevel tanto visualmente no chocolate quanto no paladar

31

A forma V eacute a mais desejada por suas caracteriacutesticas de ser estaacutevel em

temperatura ambiente se tornar liacutequida na temperatura da boca e possuir

propriedades mecacircnicas excelentes A forma V pode ser facilmente convertida para

a forma VI com o passar do tempo de armazenamento esta por sua vez eacute menos

estaacutevel A forma VI eacute a responsaacutevel pelo fat bloom em chocolates e deve ser evitada

(BRICKNELLHARTAL 1998 apud JAMESSMITH 2009) Jaacute a forma I eacute muito

instaacutevel e se transforma facilmente na forma II que por sua vez tem a tendecircncia de

se passar para a forma III e IV (AFOAKWA2010)

O fat bloom eacute o defeito mais comum que pode ocorrer no chocolate Este

fenocircmeno ocorre quando haacute a migraccedilatildeo da gordura para a superfiacutecie do chocolate

deixando-o com uma peliacutecula branca e alterando sabor brilho e textura Indesejaacutevel

nos chocolates existem diversas maneiras para evitar o fat bloom sendo que a mais

conhecida eacute a utilizaccedilatildeo de leite em poacute que reduz a formaccedilatildeo da forma V

(LONCHAMPT HARTEL 2004)

Quadro 1 Polimorfos da manteiga de cacau suas nomenclaturas segundo diferentes autores e seus respectivos pontos de fusatildeo (Retirado de Garti Widlak 2012)

Willie e Lutton (1996) Larsson (1966) Van malssen et al (1999) Ponto de fusatildeo (0C)

I βacute3 γ 173

II α-2 α 233

III β acute2-2 β acute 255

IV β acute1-2

275

V β acute2-3 β -V 338

VI β acute1-3 β -IV 364

23Brassica oleracea (couve)

A couve ou couve manteiga eacute um alimento largamente consumido no Brasil

Somente no estado de Satildeo Paulo no ano de 2015 a plantaccedilatildeo foi de 1200

hectares (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

32

Esta hortaliccedila eacute cultivada em qualquer eacutepoca do ano e eacute conhecida

principalmente por suas propriedades funcionais e altos valores de vitaminas

minerais e fibras (STEINDAl et al 2015)

Ayaz et al (2007) realizaram um estudo de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos

compostos fenoacutelicos na couve Foram encontrados nove diferentes tipos de aacutecidos

fenoacutelicos gaacutelico protocatecuico p-hidroxibenzoacuteico vaniacutelico saliciacutelico p-cumaacuterico

cafeacuteico feruacutelico e sinaacutepico

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos satildeo compostos fenoacutelicos formados por uma

cadeia de nove carbonos como demonstra a Figura 6 Essa classe estaacute presente

em muitos vegetais e frutos e satildeo conhecidos por sua bioatividade e poder

antirradicalar (Razzaghi-Asl et al 2013)

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido feruacutelico eacute o composto mais abundante na couve (169 ngg livres e

170 ngg PS - Peso seco - como eacutesteres) Possui em sua estrutura quiacutemica um anel

aromaacutetico com um grupo hidroxiacutelico um grupo metoxiacutelico e uma cadeia lateral com

trecircs aacutetomos de carbono como uma funccedilatildeo de aacutecido carboxiacutelico (GRAFF 1992) e

por isso eacute caracterizado como um possiacutevel sequestrador de radicais livres

Foi encontrado que este aacutecido possui 8142 plusmn 051 (3 mgL) de capacidade

antirradicalar contra o radical DPPH Aleacutem disso possui comprovadamente atividade

33

contra os radicais- peroacutexido de hidrogecircnio superoacutexido hidroxila e dioacutexido de

nitrogecircnio (SEVGI TEPE SARIKURKCU 2015)

O aacutecido cafeico eacute tambeacutem um dos mais abundantes fenoacutelicos presentes na

couve (2040 ngg FW em glicosiacutedeos e 2640 ngg FW em eacutesteres) Sua estrutura

quiacutemica eacute formada por um anel benzecircnico ligado a um grupo metoxihidroxila e um

grupo hidroxila (RAMALHO JORGE 2006)

Sevgi et al (2015) determinaram a capacidade antirradicalar deste composto

por meio de meacutetodos in vivo sob diferentes concentraccedilotildees Como resultado o aacutecido

cafeico se mostrou capaz de sequumlestrar 8335 plusmn 057 de radicais livre DPPH na

concentraccedilatildeo de 03 mgmL Esse estudo tambeacutem revelou a efetividade deste

componente na eliminaccedilatildeo de radicais como acircnion superoacutexido um alto poder

redutor e alto poder de quelar metais

O aacutecido p-cumaacuterico (593 ngg e 591 ngg em eacutesteres) eacute um derivado do

aacutecido cinacircmico muito utilizado nas induacutestrias quiacutemicas de alimentos farmacecircutica e

cosmeacutetica Eacute conhecido principalmente por suas caracteriacutesticas redutoras de LDL

(lipoproteiacutena de baixa densidade) e antimicrobianas (KILICcedil YESILOGHU 2013)

Foi encontrado que o aacutecido p-cumaacuterico tem a capacidade de inibir 712 da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica de uma emulsatildeo de aacutecido linoleico (45 microgmL) aleacutem de

efetividade contra eliminaccedilatildeo de radicais DPPH acircnion superoacutexido peroacutexido de

hidrogecircnio e a capacidade de reduzir iacuteons feacuterricos e ferrosos (Fe3+ e Fe2+) (KILICcedil

YESILOGHU 2013)

O aacutecido sinaacutepico (187 ngg FW e 155 ngg FW em eacutesteres) eacute um derivado de

aacutecido cinacircmico Estudos revelaram que esta substacircncia eacute capaz de inibir 332 o

radical DPPH sob a concentraccedilatildeo de 20 microM (KIKUZAKI et al 2002)

Facilmente encontrados na natureza os aacutecidos hidroxi-benzoicos satildeo

compostos fenoacutelicos que possuem 7 aacutetomos de carbono como demonstra a Figura

7 (SOARES 2002) Geralmente apresentam-se como eacutesteres de aacutecidos orgacircnicos

ou glicosiacutedeos Na aacuterea alimentiacutecia esses compostos podem influenciar na

estabilidade cor sabor valor nutricional e bioatividade (CHENHO 1997)

34

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido gaacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) eacute um polifenol

encontrado em muitas espeacutecies vegetais Muito utilizado na induacutestria alimentiacutecia e

cosmeacutetica esse composto eacute conhecido por evitar a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e

deterioraccedilatildeo dos produtos (YEN DUH TSAI 2002)

A capacidade antirradicalar deste aacutecido eacute comprovada por Zhang et al

(2015) Seus experimentos revelaram que o aacutecido gaacutelico possui um IC50 de 363 plusmn

20 micromolL para neutralizar o radial livre DPPH 662 plusmn 16 de oxidaccedilatildeo antilipiacutedica

O aacutecido protocatequiacutenico (178 ngg e 22 ngg FW em eacutesteres) foi avaliado por

Sevgi et al (2015) segundo sua capacidade antirradicalar pelo meacutetodo do DPPH e

por sua capacidade de quelar metais Os resultados revelaram uma capacidade de

6537 plusmn 005 (03 mgmL) de sequumlestrar o radical DPPH e 2617 plusmn 086 de efeito

como quelante

O aacutecido saliciacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) demonstrou baixos

resultados em capacidade antirradicalar (011) pelo meacutetodo de DPPH e nenhum

resultado para peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e eliminaccedilatildeo do peroacutexido de hidrogecircnio (SROKA

CISOWKI 2003)

A couve possui tambeacutem valores nutricionais interessantes para o consumo

como demonstra o Quadro 2

35

Quadro 2 Valores nutricionais da couve em 100 g e porcentagem de dose

diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por

100g Porcentagem da

RDA

Aacutegua g 8404 -

Energia kcal 49 -

Proteiacutena g 428 856

Total lipiacutedeos g 093 -

Carboidratos g 875 292

Fibras g 36 144

Accediluacutecares g 226 -

Minerais

Caacutelcio mg 150 15

Ferro mg 145 816

Magneacutesio mg 47 0368

Foacutesforo mg 92 92

Potaacutessio mg 491 1403

Soacutedio mg 38 158

Zinco mg 038 54

Vitaminas

Vitamina C mg 120 200

Tiamina mg 011 733

Riboflavina mg 013 76

Niacina mg 1 5

Vitamina B6 mg 0271 1355

Aacutecido Foacutelico microg 141 3225

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 500 8333

Vitamina E mg 154 154

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 7048 880

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0091 0455

Aacutecidos graxos insaturados g 0052 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0338 -

Colesterol mg 0 -

36

24 Vitis vinifera (Uva)

A uva eacute largamente produzida no estado de Satildeo Paulo como por exemplo

em Campinas onde foram plantados em 2015 mais de 22 milhotildees de peacutes

(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

A uva pode ser dividida basicamente em trecircs espeacutecies- a Vitis vinifera Vitis

labrusca e Vitis rotundifolia sendo diferenciadas principalmente pelo local de cultivo

Cada uma destas espeacutecies possui composiccedilotildees diferentes e portanto distintas

quantidades de flavonoides (XIA 2010)

Liang et al (2011) realizaram um estudo dos perfis de polifenoacuteis em frutos

maduros de Vitis vinifera Neste estudo se identificou 36 compostos fenoacutelicos sendo

16 antocianinas dois aacutecidos hidroxibenzoacuteicos seis aacutecidos hidroxicinacircmicos seis

flavonoacuteis e seis flavonoides As antocianinas satildeo compostos presentes em vegetais

responsaacuteveis pela coloraccedilatildeo Quanto mais escura eacute a uva maior eacute a quantidade de

antiocianinas desta As principais antocianinas presentes na uva satildeo cianidina

delfinidina petunidina peonidina e malvidina sendo que esta uacuteltima e seus

derivados representam 68 das antocianinas totais Os principais flavonoides

identificados nos estudos de Liang (2011) foram prociadinina B1 B2 catequina e

derivados sendo a prociadinina a mais abundante apresentando 64 da

quantidade total de flavonoides Quanto aos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos e cinacircmicos

tem-se como mais abundantes o aacutecido gaacutelico e o aacutecido vaniliacutenico sendo este uacuteltimo

o mais abundante representando 70 dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos

O principal componente estudado na uva no entanto eacute o resveratrol Esse

composto eacute um polifenol encontrado na semente de uva sua estrutura eacute

demonstrada na Figura 8

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol

37

Gulccedilin (2010) realizou um estudo das propriedades antioxidantes do

resveratrol Esse estudo revelou que esse componente tem a capacidade de inibir

891 da peroxidaccedilatildeo lipiacutedica do aacutecido linoleico a 30 microgmL Aleacutem disso se mostrou

eficaz quanto agrave capacidade antirradicalar frente ao DPPH radical superoacutexido e

peroacutexido de hidrogecircnio Tambeacutem se mostrou eficiente no poder redutor e atividades

quelantes do Fe2+

A capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH foi determinada por

Vlachogianni et al (2015) Segundo este estudo o resveratrol possui IC50 de 85 plusmn

27 microM de capacidade de sequestrar radicais DPPH o que comprova o alto poder

antirradicalar deste componente

Estudos a respeito dos efeitos beneacuteficos agrave sauacutede tecircm sido relatados incluindo

efeitos anti-cacircncer antiviral neuroprotetor anti-envelhecimento anti-inflamatoacuterio

Sugere-se que estes efeitos beneacuteficos para os ensaios in vitro demonstram o

potencial deste composto

Aleacutem de componentes antioxidantes a uva possui valores nutricionais

interessantes como demonstrado na Quadro 3

38

Quadro 3 Valores nutricionais da uva em 100 ge porcentagem de dose diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA

NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por 100g Porcentagem da RDA

Aacutegua g 813 -

Energia Kcal 67 -

Proteiacutena g 063 126

Total lipiacutedeos g 035 -

Carboidratos g 1715 572

Fibras g 09 26

Accediluacutecares g 1625 -

Minerais

Caacutelcio mg 14 14

Ferro mg 029 161

Magneacutesio mg 5 125

Foacutesforo mg 10 1

Potaacutessio mg 191 546

Soacutedio mg 2 833

Zinco mg 004 027

Vitaminas

Vitamina C mg 4 667

Tiamina mg 0092 613

Riboflavina mg 0057 335

Niacina mg 03 15

Vitamina B6 mg 011 55

Aacutecido Foacutelico microg 4 1

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 100 2

Vitamina E mg 019 063

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 146 1825

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0114 017

Aacutecidos graxos insaturados g 0014 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0102 -

Colesterol mg 0 -

39

3OBJETIVOS

31Geral

Desenvolver chocolates com adiccedilatildeo de propriedades funcionais com a adiccedilatildeo

de folhas de Brassica oleraceae e frutos de Vitis vinifera

32Especiacuteficos

1 Formular chocolates ao leite sem e com adiccedilatildeo de couve ou uva

2 Determinar as propriedades fiacutesico-quiacutemicas dos chocolates formulados

3 Avaliar a estrutura dos produtos formulados por meio de anaacutelises reoloacutegica e

de textura

4 Avaliar a capacidade antirradicalar das formulaccedilotildees

5 Realizar testes sensoriais que comprovem a aceitaccedilatildeo dos produtos pelos

consumidores bem como intenccedilatildeo de compra

40

4MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho

Mateacuteria Prima Fornecedor Paiacutes

Liquor de cacau Cargill Brasil

Manteiga de cacau Cargill Brasil

Leite em poacute integral Italac Brasil

Leite em poacute desnatado Molico Brasil

Vanilina Mix Brasil

Reagentes Fornecedor Paiacutes

Metanol Synth Brasil

Acetona Vetec Brasil

Reagente DPPH Merck Brasil

Reagente Folin-ciocauteau Merck Brasil

Reagente ABTS Merck Brasil

Aacutecido cloriacutedrico Synth Brasil

Aacutecido sulfuacuterico Synth Brasil

Kit de enzimas para anaacutelise de fibras Megazyme EUA

Eacuteter de petroacuteleo Synth Brasil

Acetona grau HPLC Tedia Brasil

Aacutecido foacutermico grau HPLC Sigma Brasil

Os equipamentos utilizados durante o trabalho foram

Liofilizador (Edwards do Brasil Brasil)

Equipamento universal tipo moinho de bolas WA-FA20

(Mazzetti Itaacutelia)

Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Agitador de peneiras (Produtest Brasil)

Espectrofotocircmetro (Spectrum Meter Brasil)

Espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent

Technology EUA)

CLAE-DAD (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA)

Reocircmetro (Rheotest 31)

41

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva

As amostras de couve manteiga (Brassica oleraceae) e uva ndash variedade

Summer Royal (Vitis vinifera) (aproximadamente 2 kg de cada) foram adquiridas em

um mercado em Satildeo Paulo no bairro Butantatilde Para iniacutecio do tratamento das frutas e

folhas utilizou-se Hidrosterilreg bactericida utilizado para higienizaccedilatildeo de verduras e

vegetais cuja accedilatildeo eacute comprovada pela ANVISA Tanto as folhas quanto as frutas

foram deixadas imersas nesta soluccedilatildeo (20 gotas a cada 1 L instruccedilatildeo da

embalagem do produto) por 15 minutos

Depois de higienizadas a couve e a uva passaram por uma remoccedilatildeo do

excesso de aacutegua utilizando-se uma centriacutefuga secadora de hortaliccedilas (Utility Brasil)

Das couves secas retirou-se o talo restando somente as folhas que

posteriormente foram picadas com faca e armazenadas em frascos de vidro com

tampa Cada amostra passou em diferentes dias pelo processo de liofilizaccedilatildeo Foi

efetuada pesagem antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo em todas as amostras

Das uvas retirou-se o caule restando somente as frutas Estas foram

processadas em liquidificador e armazenadas em placas de Petri (80x15mm) As

uvas passaram pelo processo de liofilizaccedilatildeo pesando-se todas as amostras antes e

apoacutes a liofilizaccedilatildeo

O congelamento foi realizado logo em seguida em ultrafreezer (Tectalmaq

Brasil) a -88degC A liofilizaccedilatildeo foi realizada em um equipamento Modelo OS 3728

(Edwards do Brasil Brasil) em temperatura de 50ordmC e pressatildeo de 10-3 mbar

Apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo a couve foi triturada em um termomixer

Vorwerk (Brasil) O poacute resultante foi armazenado em recipiente de vidro com tampa

e guardado sob-refrigeraccedilatildeo

A uva apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo foi moiacuteda com o auxiacutelio de um

almofariz de porcelana e armazenada entatildeo em recipiente de vidro com tampa Os

recipientes foram armazenados sob refrigeraccedilatildeo

42

43Produccedilatildeo do chocolate

Os chocolates foram formulados em equipamento tipo universal com moinho

de bolas WA-FA20 (Mazzetti Itaacutelia) O tempo de processo foi de 2 horas seguindo o

cronograma abaixo para adiccedilatildeo de mateacuterias primas

Fluxograma 1 Processo utilizado para fabricaccedilatildeo do chocolate

Os chocolates com adiccedilatildeo de uva foram realizados conforme o Fluxograma 1

poreacutem ao final do processo utilizou-se um misturador planetaacuterio encamisado com

controle de temperatura e de velocidade (MODELO BP500 ERLI Brasil) para

adicionar-se a uva O tempo deste processo foi de 30 minutos para cada chocolate e

a temperatura utilizada foi de 45 plusmn 2ordmC a 40 rpm

As formulaccedilotildees satildeo demonstradas na Tabela 2

Iniacutecio do processo Adiccedilatildeo de 75 da manteiga de

cacau

Adiccedilatildeo de liquor de cacau e todos os poacutes ( leite e

couve)

Apoacutes 1hora de processo Adiccedilatildeo de 50 da lecitina

de soja e 25 da manteiga de cacau

Apoacutes 1h30min de processo Adiccedilatildeo de 50

da lecitina de soja e Vanilina

Apoacutes 2h de processo Retirada da massa de

chocolate- fim do processo

43

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de

chocolate sendo a foacutermula 1 a controle a foacutermula 2 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva

Ingredientes Foacutermula

1 Foacutermula

2 Foacutermula

3

Accediluacutecar 37 365 3535

Manteiga de cacau 25 245 245

Liquor de cacau 16 16 16

Leite em poacute integral 11 11 11 Leite em poacute desnatado 102 102 102

Lecitina de soja 05 05 05

Vanilina 03 03 03

Couve liofilizada - 1 -

Uva liofilizada - -- 215

A porcentagem de cada mateacuteria prima foi determinada a partir da quantidade

de gordura a fim de obter valor aproximado a 35 de gordura no produto final

A temperagem foi realizada de forma manual As amostras foram aquecidas

ateacute a temperatura de 45 oC e resfriadas sob agitaccedilatildeo com espaacutetula em mesa de

pedra ateacute temperatura de 29oC sendo rapidamente enformadas e levadas agrave

refrigeraccedilatildeo a 9 degC por 30 min desenformadas acondicionadas em bandejas de

isopor e recobertas em filme PVC

A curva de resfriamento da manteiga de cacau e a temperagem foram

avaliadas em Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Os chocolates apoacutes a produccedilatildeo foram armazenados em cacircmara climaacutetica

(NOVA EacuteTICA Brasil) com circulaccedilatildeo de ar a 20ordmC e 60 de umidade por 3 meses

44

44Granulometria

Para o ensaio de distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da couve liofilizada foi utilizado

um agitador de peneiras Produtest (Brasil) As peneiras utilizadas satildeo demonstradas

na Tabela 3

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria

Designaccedilatildeo ABNT Abertura da malha (mm)

20 085

25 071

30 059

40 042

50 0297

60 025

As peneiras foram colocadas em ordem decrescente de abertura de malha

de cima para baixo

Foi pesada 5 g de amostra e colocada na primeira peneira do jogo O

equipamento foi ligado por 5 minutos com amplitude de 16 mm de vibraccedilatildeo e 3600

vibraccedilotildees por minuto

A porcentagem de material retido foi determinada a partir da Equaccedilatildeo 3

Equaccedilatildeo 3 Determinaccedilatildeo do material retido na paneira

x 100

Sendo

Mi= Material retido na peneira i em

mi= massa do material retido na peneira i

m0= massa da amostra

45

45Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute

As anaacutelises de gordura e proteiacutena para os leites em poacute foram realizadas em

triplicata pelo analisador de leite eletrocircnico- Ekomilk modelo Kam9 8-2ordf (CapLab

Brasil) Os leites em poacute Integral e desnatado foram dissolvidos em aacutegua filtrada

conforme recomendado na embalagem (20 g200 mL)

46Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar

461Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos

Foram realizadas duas metodologias diferentes de extraccedilatildeo a fim de verificar

a que possui maior efetividade na extraccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos para a couve

A primeira extraccedilatildeo foi baseada no meacutetodo descrito por Laurrauri et al (1997)

com modificaccedilotildees Em um beacutequer de 100 mL adicionou-se 1 g de amostra e 40 mL

de metanol 50 Apoacutes homogeneizaccedilatildeo foi deixada em repouso agrave temperatura

ambiente por 60 minutos e entatildeo foi centrifugada a 15000 rpm durante 15 minutos

O sobrenadante foi transferido para o balatildeo volumeacutetrico de 100 mL Foi adicionado

ao resiacuteduo restante 40 mL de acetona 70 homogeneizado e deixado em repouso

em temperatura ambiente por 60 minutos Novamente se centrifugou a 15000 rpm

durante 15 minutos O sobrenadante foi transferido para o mesmo balatildeo volumeacutetrico

contendo o primeiro sobrenadante e o menisco foi completado para 100 mL com

aacutegua destilada e logo apoacutes armazenado em frasco acircmbar

A segunda extraccedilatildeo foi baseada no trabalho descrito por Genovese e Lannes

(2010) onde 05 g da amostra foi adicionada a 20 mL de metanolaacutegua na proporccedilatildeo

7030 utilizando um ultraturrax Marconi (BRASIL) por 1 minuto em velocidade 4 e

46

banho de gelo Filtrou-se o extrato utilizando-se papel de filtro e o extrato resultante

foi armazenado em vidro acircmbar

A Figura 9 demonstra as duas formas de extraccedilatildeo utilizadas

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve

Tendo em vista a obtenccedilatildeo de melhores resultados de aproveitamento na

extraccedilatildeo descrita por Genovese e Lannes (2010) as amostras de uva (liofilizada e in

natura) dos chocolates (ao leite com couve com uva) e do liquor de cacau foram

extraiacutedas somente por esse meacutetodo

Para determinaccedilatildeo do melhor solvente para extraccedilatildeo foram utilizadas para a

uva liofilizada os seguinte solventes extratores acetona acetona acidificada

(sendo acetona 70 com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol e metanol

acidificado (sendo metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv

47

462Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do potencial

antirradicalar de couve uva e liquor de cacau

O meacutetodo da capacidade sequestradora frente ao DPPH foi realizado com

base no trabalho descrito por Sanchez-Moreno (2002) com modificaccedilotildees

A partir de uma soluccedilatildeo estoque de 60 microM de DPPH em aacutelcool metiacutelico a

curva padratildeo foi construiacuteda com diluiccedilotildees de 10 20 30 40 50 e 60 microM em ambiente

protegido pela luz Os resultados obtidos foram tratados no Microsoft Excel

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar frente ao DPPH utilizou-se

sete diferentes diluiccedilotildees das amostras (5 10 20 30 40 50 e 60 ) Em uma

cubeta com caminho oacutetico de 10 mm adicionou-se 0075 mL da amostra e 2925 mL

de DPPH agitando a soluccedilatildeo resultante Para a soluccedilatildeo controle foi utilizada a

mistura de 01 mL de soluccedilatildeo controle (metanol 70) e 39 mL de DPPH Como

branco foi utilizado o aacutelcool metiacutelico

As mediccedilotildees foram realizadas a 515 nm em um espectrofotocircmetro Spectrum

Meter (Brasil) em triplicata e protegidos da luz Os resultados de absorbacircncia foram

anotados a cada 5 minutos por meia hora Os dados resultantes foram tratados por

Microsoft Excel

Os resultados dessa anaacutelise foram expressos em IC50

463Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar dos chocolates frente ao radical

DPPH foi realizada no Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da

Universidade de Satildeo Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

Para tal foi adicionado 150 microL de soluccedilatildeo estoque DPPH (165 x10-4 micromolL)

e etanol (277-279 mL) em uma cubeta de quarto com caminho oacuteptico igual a

10mm sendo a concentraccedilatildeo final da soluccedilatildeo igual a 80 micromolL A soluccedilatildeo estoque

48

de Trolox foi adicionada a esta cubeta de modo ao volume final de 30 mL bem

como os extratos de chocolate A reaccedilatildeo foi monitorada a 515 nm em

espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30

minutos (OLIVEIRA et al 2014) e medida em triplicata

Os resultados dessas anaacutelises foram expressos de duas formas IC50 e

Trolox Egrave possiacutevel determinar a Trolox plotando-se a variaccedilatildeo de absorbacircncia da

amostra versus as concentraccedilotildees utilizadas (curva padratildeo) O coeficiente angular

resultante eacute comparado com o coeficiente angular do padratildeo trolox

464Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis

A determinaccedilatildeo de polifenoacuteis foi realizada baseada no meacutetodo de Folin

Ciocauteau descrito por Singleton Orthofer e Lamuela-Raventos (1999) com

volume modificado

A curva padratildeo foi construiacuteda a partir de soluccedilotildees diluiacutedas de aacutecido gaacutelico nas

concentraccedilotildees de 50 100 150 250 microgL a partir de uma soluccedilatildeo estoque de 05

mgL

Para determinaccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos 20 microL da amostra foi adicionado

a um balatildeo volumeacutetrico com 5 mL Logo apoacutes acrescentou-se 200 microL do reagente

Folin-Ciocauteau e se homogenizou a mistura Apoacutes o tempo de 1 a 8 minutos

adicionou-se 750 microL de cabonato de soacutedio 20 e o volume foi ajustado Sob abrigo

da luz a soluccedilatildeo resultante foi deixada em repouso por 2h

A leitura apoacutes o periacuteodo de repouso foi realizada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel (Spectrum meter Brasil) em 760 nm e repetida em triplicata

49

465Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar pelo radical ABTS foi realizada no

Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da Universidade de Satildeo

Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

A soluccedilatildeo estoque ABTS foi preparada em base aquosa (192 mg50 mL) e

armazenada em geladeira a 4oC Para oxidaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo e preparaccedilatildeo do

radical ABTSbull+ utilizou-se uma aliacutequota de 5 mL com 88 microL de uma soluccedilatildeo de

persulfato de potaacutessio com concentraccedilatildeo igual a 14 times 10minus5 mol Lminus1 que reagiram

por 16 horas protegido da luz A concentraccedilatildeo resultante da oxidaccedilatildeo foi medida em

Espectrofotocircmetro UV-Visiacutevel a 734 nm

A reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e as amostras foi realizada em cubeta de quartzo com

caminho oacutetico de 10 mm em triplicata Para tal foi adicionado 25 microL de soluccedilatildeo

ABTSbull+ estoque e diferentes quantidades de etanol e soluccedilatildeo estoque de modo a

obter-se a concentraccedilatildeo de 23456 do antirradical de modo ao volume final ser 3

mL As concentraccedilotildees foram testadas e padronizadas a fim de se obter uma curva

padratildeo A anaacutelise foi realizada a 25oC e monitorada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30 minutos a 734 nm

(OLIVEIRA 2014) Todas as amostras foram analisadas em triplicata

466Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE

O perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE foi realizada no

laboratoacuterio de Quiacutemica Orgacircnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie com o

auxiacutelio do Teacutecnico Nei Carlos

A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de Silva e Queiroz (2015)

para compostos fenoacutelicos Utilizou-se como fase moacutevel aacutegua acidificada com 2 de

aacutecido aceacutetico (eluente A) e aacutecido aceacutetico 05Acetonitrila na proporccedilatildeo 5050 (vv)

O gradiente utilizado encontra-se na Tabela 4

50

O extrato utilizado foi evaporado em rotaevaporador (BUCHI EUA) com

agitaccedilatildeo e temperatura controlada (40ordmC) redissolvido em metanol na proporccedilatildeo 1

mg1 mL e entatildeo repassado em uma preacute-coluna C18

As anaacutelises foram realizadas em duplicata em CLAE-DAD (detecccedilatildeo de

diodo) (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA) O fluxo utilizado foi 1mLmin

e o volume de injeccedilatildeo de 40 microL Os comprimentos de onda avaliados foram 260

280 320 e 360 nm

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE

Tempo (min) Eluente A Eluente B

0-20 90 10

20-40 86 24

40-60 70 30

60-65 45 55

65-70 30 70

70-75 25 75

75-80 0 100

47Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo do chocolate foi realizada

em Microcircmetro digital Digimatic Mitutoyo (Mitutoyo EUA) Modelo Seacuterie 293

Determinaccedilatildeo feita com cinco repeticcedilotildees

51

48Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas

481Determinaccedilatildeo de umidade

A umidade foi realizada segundo meacutetodo descrito pelas normas analiacuteticas

AOAC (2000) para teste de umidade de perda de massa em estufa regulada a 105oC

em triplicata

482Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral

O conteuacutedo mineral foi determinado pelo teste de cinzas de perda de massa

em mufla a 550o em triplicata (AOAC2000)

483Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos

Para a hidroacutelise aacutecida do chocolate foi utilizado o meacutetodo descrito por Lannes

(1997) Foram pesados 10 g de amostra previamente moiacuteda e adicionado a um

beacutequer com a mistura de 200 mL de aacutegua destilada com 75 mL de aacutecido cloriacutedrico

37 A mistura foi aquecida com bico de Bunsen por 20 minutos em ebuliccedilatildeo Apoacutes

esse procedimento a mistura foi filtrada com papel de filtro de 24 cm e submetida a

lavagem quantitativa ateacute retirada de todo o aacutecido Ao final levou-se o cartucho

resultante a estufa a 75oC por uma noite

Para a extraccedilatildeo da gordura foi utilizado o meacutetodo com extrator Soxhlet e eacuteter

de petroacuteleo como solvente As anaacutelises foram realizadas em triplicata (AOAC 2000)

52

484Determinaccedilatildeo de proteiacutenas

A determinaccedilatildeo de proteiacutenas foi realizada em triplicata por meacutetodo de micro-

Kjeldahl (AOAC2000)

485Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

Para a determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores foi

utilizada a metodologia de Fehling sendo utilizadas 10g de amostra e as titulaccedilotildees

foram realizadas em triplicata (Instituto Adolfo Lutz 2005)

486Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis

A determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis foi realizada conforme

descrito por AOAC (2000) ensaio enzimo-gravimeacutetrico de fibras com modificaccedilotildees

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura

Os chocolates armazenados a 20˚C e 60 de umidade em cacircmara climaacutetica

com temperatura e umidade controlada foram avaliados segundo sua textura em um

periacuteodo de 1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

Os ensaios de fratura foram realizados em equipamento analisador de textura

TA-XT2 (Stable Micro Systems Reino Unido) com probe HDP3PB a 25 ˚C

Paracircmetros velocidades preacute-teste teste e poacutes-teste 20 mms distacircncia 10 mm

ceacutelula de carga 25 kg Trigger Force 005 N forccedila em compressatildeo - returnto start

53

Os dados foram coletados atraveacutes do programa Texture Expert Exceed ndash

versatildeo 264 (Stable Micro Systems Reino Unido)

Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata com barrinhas de chocolate

temperado de tamanho 90 cm x 25 cm x 13 cm (LANNES 2008)

410Determinaccedilatildeo da reologia

A determinaccedilatildeo de reologia foi realizada em triplicata em reocircmetro rotacional

Rheotest 31 (Alemanha) com banho termostatizado a 40ordmC e probe H1 Foi utilizada

uma rampa com taxa de cisalhamento de 200 s-1 com tempo de 120 s

411Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua

A atividade de aacutegua foi determinada em triplicata em equipamento de

atividade de aacutegua Novasina modelo LabMaster (Novasina Suiacuteccedila) em triplicata

412Avaliaccedilatildeo da Colorimetria

A colorimetria foi determinada em ColorQuestreg XE Hunter Lab com acircngulo

observador de 10ordmC e iluminador D65 em triplicata (ESTELLER ZANCANARO

JUacuteNIOR LANNES 2006)

413Avaliaccedilatildeo sensorial

A avaliaccedilatildeo sensorial foi realizada atraveacutes do teste afetivo de aceitaccedilatildeo global

com escala hedocircnica estruturada de 9 pontos e escala de intenccedilatildeo de compra de 5

54

pontos Os atributos avaliados para as barras foram textura sabor e impressatildeo

global e teste de intenccedilatildeo de compra sendo feito pelos mesmos provadores O

projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da

FCFUSP (no Parecer 1393285) conforme ANEXO A A ficha de avaliaccedilatildeo se

encontra no ANEXO C

As amostras foram preparadas segundo as boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de

produtos alimentiacutecios nos laboratoacuterios de Tecnologia de Alimentos III e Planta Piloto

do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica-FCFUSP

As avaliaccedilotildees foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise Sensorial do

Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica de Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo Foram avaliadas 3 amostras de

chocolate ao leite uma controle uma com couve em poacute e uma com uva em poacute

Os produtos foram preparados no maacuteximo 24 horas antes dos testes e

mantidos em temperatura de 20 degC 60 de umidade ateacute o momento de servir Os

chocolates (aproximadamente 5 g) foram servidos em pratos plaacutesticos contendo as

trecircs amostras do produto (Figura 10) Entre uma amostra e outra os avaliadores

foram instruiacutedos a ingerir aacutegua e biscoito de sabor neutro (aacutegua e sal) para diminuir

a interferecircncia de sabor entre as amostras

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial

55

Recrutamento dos Consumidores

Foram selecionados provadores natildeo treinados que se declarassem

consumidores de chocolates sendo que antes da degustaccedilatildeo os mesmos foram

instruiacutedos a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II)

declarando-se natildeo aleacutergico aos componentes das formulaccedilotildees permitindo o uso da

informaccedilatildeo prestada para seu devido fim e tambeacutem possuidores do direito de

desistir de participar a qualquer momento do teste

Criteacuterios de inclusatildeo

Os consumidores que foram convidados para os testes apresentavam os

seguintes preacute-requisitos

bull Ser maior de idade (acima de 18 anos)

bull De ambos sexos

bull Natildeo apresentar alergia aos componentes das formulaccedilotildees

bull Foram adotados cuidados especiais para evitar que indiviacuteduos

subordinados ou diretamente ligados ao pesquisador natildeo se sentissem obrigados a

participar do estudo

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos da seleccedilatildeo indiviacuteduos que

bull Estivessem em dieta especial

bull Estivessem em tratamento meacutedico

bull Desistissem da participaccedilatildeo apoacutes o iniacutecio da anaacutelise

Casuiacutestica

Para os testes foram recrutadas 90 pessoas alunos e funcionaacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo

56

414 Forma de anaacutelise de resultados

Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e posteriormente de

Tukey em 5 de significacircncia com o software Statistica version 11 (StaSoft EUA) e

com o programa Microsoft Excel (Microsoft EUA)

57

5RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve

511Liofilizaccedilatildeo

A couve foi analisada pela diferenccedila de massas antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo a

fim de verificar a quantidade de aacutegua extraiacuteda e determinar a equivalecircncia entre os

pesos da couve antes e depois deste processo Os resultados revelaram a de

produto liofilizado (989plusmn0369 ) e a porcentagem de aacutegua retirada do produto

liofilizado (9011plusmn0369 )

Estes resultados demonstraram que a quantidade de aacutegua retirada da couve

pelo processo de liofilizaccedilatildeo foi de 90107 plusmn0369 e a o peso da couve liofilizada

correspondeu a 98932plusmn 0369 do peso inicial Estes dados estatildeo de acordo com

o trabalho realizado por Furlani et al (1978) que determinou a quantidade de aacutegua

em diversas frutas e hortaliccedilas Segundo estes autores a couve manteiga

apresentou aproximadamente 89 de aacutegua em sua composiccedilatildeo

Esses resultados foram necessaacuterios para a conversatildeo da quantidade de

couve liofilizada que foi adicionada posteriormente ao chocolate

A desidrataccedilatildeo eacute uma teacutecnica comum utilizada em alimentos pois esta pode

aumentar a vida uacutetil do produto principalmente no caso de frutas e vegetais A

reduccedilatildeo do teor de aacutegua nesses alimentos leva a uma menor atividade

microbioloacutegica o que desacelera o processo de deterioraccedilatildeo desses produtos

(FELLOWS 2000)

A atividade de aacutegua (aw) eacute um paracircmetro que mede a razatildeo entre a pressatildeo

de vapor da aacutegua (Pw) no alimento e a pressatildeo de vapor da aacutegua pura na

temperatura do alimento (P0w) (TOLEDO 2007) dada pela expressatildeo

Aw=

58

A baixa atividade de aacutegua estaacute relacionada com a diminuiccedilatildeo da velocidade

relativa de reaccedilotildees de deterioraccedilatildeo por bacteacuterias auto oxidaccedilatildeo reaccedilotildees

enzimaacuteticas entre outros conforme demonstra a Figura 11 (NESPOLO et al 2015)

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e atividade de aacutegua

(retirado de NESPOLO 2015)

O valor encontrado para atividade de aacutegua da couve em poacute foi 0531plusmn0014

no momento de sua utilizaccedilatildeo para produccedilatildeo do chocolate Este valor segundo a

Figura 11 estaacute relacionado com baixas velocidades de reaccedilotildees enzimaacuteticas e

nenhuma atividade para reaccedilotildees com bacteacuterias leveduras e mofos tornando assim

o produto liofilizado estaacutevel mesmo apoacutes um ano de sua produccedilatildeo Este resultado

tem grande importacircncia pois demonstra que a adiccedilatildeo de couve liofilizada no

chocolate provavelmente natildeo iraacute afetar sua vida de prateleira

59

512Perfil antioxidante

5121Ensaio da atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio com o DPPH eacute baseado na perda da intensidade da cor da soluccedilatildeo

puacuterpura do radical estaacutevel DPPHbull apoacutes a reaccedilatildeo com um composto antirradicalar

(AOH) O DPPH eacute um radical livre pois apresenta um eleacutetron natildeo emparelhado com

absorccedilatildeo na regiatildeo de 520 nm (MOLYNEUX 2003) A estrutura quiacutemica do DPPH eacute

demonstrada na Figura 12

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH

Ao se misturar com uma substacircncia capaz de doar um hidrogecircnio o DPPH

reage (Figura 13) e vai para sua forma reduzida fazendo com que perca a sua cor

puacuterpura caracteriacutestica e se torne uma soluccedilatildeo de cor castanha (MOLYNEUX 2003)

60

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

Para a couve liofilizada e couve in natura foram realizados dois meacutetodos de extraccedilatildeo

diferentes a fim de verificar suas efetividades e padronizar para futuros ensaios

A curva padratildeo do DPPH estaacute demonstrada na Figura 14

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH

Para realizar o estudo do DPPH cada extrato foi diluiacutedo em diferentes

concentraccedilotildees 510 2030 40 50 e 60 Utiliza-se diferentes concentraccedilotildees

y = 001x + 02627 Rsup2 = 09899

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 10 20 30 40 50 60 70

Ab

sorb

acircnci

a (5

15n

m)

Concentraccedilatildeo (microM)

61

para se ter um intervalo de absorbacircncia de modo que seja possiacutevel verificar a

cineacutetica da reaccedilatildeo

O resultado da cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e couve liofilizada

extraiacuteda pelos dois meacutetodos estaacute representado na Figura 15

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto (1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010)

As curvas cineacuteticas obtidas pela reaccedilatildeo entre radical livre DPPH e a couve

liofilizada demonstram um comportamento semelhante em ambos os extratos A

partir dos primeiros cinco minutos eacute possiacutevel observar uma queda mais acentuada

na absorbacircncia sendo que os minutos sequentes apresentam uma reduccedilatildeo branda

No extrato obtido a partir da metodologia de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto(1997) pode-se observar que natildeo haacute diferenciaccedilatildeo entre as diluiccedilotildees de 5 e

10 enquanto que o extrato obtido a partir da metodologia utilizada por Genovese

e Lannes (2010) natildeo houve grande diferenccedila entre os extratos de 50 e 60jaacute que

ficaram entre a absorbacircncia entre 03 e 04

62

Eacute possiacutevel observar a queda mais acentuada no extrato B em todas as

concentraccedilotildees chegando a valores de ateacute 03 de absorbacircncia Enquanto que o

extrato A reduziu somente ateacute aproximadamente 07 de absorbacircncia

A couve in natura foi analisada sob as mesmas condiccedilotildees e concentraccedilotildees O

perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e os extratos eacute demonstrado na Figura 16

Conforme se observa na Figura 16 assim como para a couve liofilizada o

perfil cineacutetico da couve in natura para ambos os extratos demonstrou uma reduccedilatildeo

mais acentuada na absorbacircncia nos primeiros cinco minutos sendo quase constante

nos minutos subsequentes Eacute possiacutevel observar que no perfil A (extraccedilatildeo segundo

Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto1997) natildeo se tem diferenccedila entre concentraccedilotildees

de 5 e 10 de amostra Por sua vez no perfil B (extraccedilatildeo segundo Genovese e

Lannes 2010) as concentraccedilotildees de 40 e de 50 natildeo apresentaram diferenccedila Em

todos os quatro extratos eacute possiacutevel observar que quanto maior a concentraccedilatildeo

maior eacute o decaimento da absorbacircncia

A partir destes resultados eacute possiacutevel calcular o IC50 ou seja a concentraccedilatildeo

necessaacuteria para reduzir a absorbacircncia do DPPH pela metade Sendo assim quanto

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010)

63

menor for a concentraccedilatildeo de IC50 maior potencial antirradicalar este extrato tem Os

resultados da atividade antirradicalar contra o radical DPPH se encontram na Tabela

5 juntamente com os resultados de quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis por meacutetodo Folin-

ciocauteau

5122Ensaio da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis

O ensaio de Folin-Ciocauteau eacute baseado na mudanccedila de coloraccedilatildeo da

soluccedilatildeo apoacutes reaccedilatildeo com antioxidante O reagente de Folin-Ciocauteau eacute formado

por uma mistura de aacutecidos de molibdecircnio (Na2MoO42H2O) que resulta na cor

amarela por estar num estado de oxidaccedilatildeo VI e aacutecidos de tungstecircnio (SINGLETON

ORTHOFER LAMUELA-RAVENTOS 1999)

Em contato com os antioxidantes (agentes redutores) tem-se a formaccedilatildeo de

um complexo Molibdecircnio-Tungstecircnio (PMoW11O4)4 (Figura 17) que possuem

coloraccedilatildeo azul Atraveacutes da diferenccedila de coloraccedilatildeo eacute possiacutevel determinar a

quantidade de polifenoacuteis em uma amostra (SINGLETONORTHOFER LAMUELA-

RAVENTOS 1999)

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante

Para a construccedilatildeo da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico foi realizada a reaccedilatildeo do

reagente Folin-Ciocauteau com diferentes concentraccedilotildees de aacutecido gaacutelico

(050100150250 e 500 mgL) A Figura 18 representa a definiccedilatildeo desta curva

64

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

Os diferentes extratos foram colocados em reaccedilatildeo com o reagente Folin-

Ciocauteau sendo cada amostra realizada em triplicata

A partir da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico obteve-se a equaccedilatildeo da reta que foi

utilizada para o caacutelculo das concentraccedilotildees de cada extrato A Tabela 5 representa

tais resultados

n=3

Tanto para a couve in natura quanto para a couve liofilizada foi encontrada

maior concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos com aplicaccedilatildeo do meacutetodo usado por

Genovese e Lannes (2010) Aleacutem disso as concentraccedilotildees em IC50 para a atividade

y = 00012x + 02366 Rsup2 = 09977

0

02

04

06

08

1

0 100 200 300 400 500 600

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo de Aacutecido Gaacutelico (mgL)

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura extraiacutedos por

diferentes meacutetodos

Amostra Meacutetodo IC50

(mgL) Quantidade de polifenoacuteis totais (gmg

GAE)

Liofilizada Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 11878 11033

Liofilizada Genovese e Lannes

(2010) 41 22616

in natura Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 41067 3283

in natura Genovese e Lannes

(2010) 3129 6283

65

antirradicalar frente ao radical DPPH confirmam essa hipoacutetese uma vez que foram

encontrados menores valores de concentraccedilatildeo para estes extratos

Os resultados obtidos indicam conforme esperado maior concentraccedilatildeo de

compostos bioativos para a couve liofilizada se comparada aos extratos da couve in

natura

Muito utilizada na induacutestria alimentiacutecia a liofilizaccedilatildeo eacute um processo que visa a

desidrataccedilatildeo de alimentos como cafeacute vegetais frutas entre outros Realizado sob

baixas temperaturas e ausecircncia de ar atmosfeacuterico o liofilizador mantecircm a

temperatura e a pressatildeo da aacutegua no ponto triplo (0ordmC e 47 mm de Hg) o que faz

com que a aacutegua jaacute em estado de congelamento passe por sublimaccedilatildeo- diretamente

do estado soacutelido para o gasoso (GAVA 1998)

Pelo fato da desidrataccedilatildeo total do alimento ocorrer sob baixas temperaturas

obtecircm-se um produto com baixa atividade microbioloacutegica e consequentemente alta

estabilidade frente a deterioraccedilatildeo Aleacutem disso essa teacutecnica permite a conservaccedilatildeo

dos componentes presentes no alimento e concentraccedilatildeo destes produtos Mesmo

assim sabe-se que por se tratar de um processamento ocorrem perdas de alguns

compostos volaacuteteis (RATTI 2001) Foi observada maior capacidade antirradicalar

na couve liofilizada pelo fato desta estar mais concentrada que a couve in natura

Analisando os valores obtidos no entanto pode ser observado que natildeo haacute

uma proporcionalidade entre a quantidade de polifenoacuteis da couve in natura em

relaccedilatildeo agrave couve liofilizada o que sugere que houve perda durante o processamento

Kaulmann et al (2014) realizaram um estudo de compostos antioxidantes em

diversas variaccedilotildees de Brassica oleracea in natura Apoacutes o teste de Folin-Ciocauteau

foi encontrada uma concentraccedilatildeo de 602plusmn449 mg GAE (aacutecido gaacutelico equivalente)

100g de couve

Este resultado se assemelha aos valores encontrados no presente trabalho

para a couve in natura extraiacuteda pelo meacutetodo usado por Genovese e Lannes (2010)

(6283 mg GAE100g couve) A semelhanccedila nos resultados reforccedila a tese de que haacute

maior efetividade nesse meacutetodo frente ao meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto (1997)

66

513Anaacutelise granulomeacutetrica

A distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica das mateacuterias primas em poacute a serem utilizadas

no chocolate satildeo de extrema importacircncia pois afetam diretamente o tamanho de

partiacutecula dos produtos finais

A partir da anaacutelise granulomeacutetrica plotou-se um graacutefico da porcentagem de

material retido versus abertura da peneira A Figura 19 demonstra esses resultados

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da peneira para

couve liofilizada em poacute

A partir do graacutefico eacute possiacutevel calcular a Abertura Meacutedia (AM) ou o Coeficiente

de Variaccedilatildeo (CV) com a seguinte equaccedilatildeo (Lannes 2000)

CV=

100

Eacute possiacutevel tambeacutem realizar o caacutelculo de AM e CV pelo meacutetodo algeacutebrico Os

resultados referentes a esses paracircmetros tanto pelo meacutetodo graacutefico quanto pelo

meacutetodo algeacutebrico estatildeo representados na Tabela 6

y = -12891x + 10972 Rsup2 = 09233

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 02 04 06 08 1

Mas

sa d

e m

ater

ial r

eti

do

(

)

Tamanho da peneira (mm)

67

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para meacutetodo graacutefico e

algeacutebrico

A Figura 20 demonstra a porcentagem de massa retida em cada peneira

utilizada A partir dela eacute possiacutevel concluir que a maior quantidade de partiacuteculas se

encontra na faixa de 059 a 025 mm

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para extrato de couve

liofilizado

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

085 075 059 042 0297 025

Mas

sa re

tid

a (

)

Tamanho em mm

CV AM

Meacutetodo graacutefico 48 0550

Meacutetodo algeacutebrico 3685 0502

68

52Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva

521Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais

As massas de uva antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo foram registradas e a partir

destes resultados foi possiacutevel determinar a meacutedia de material liofilizado (2114 plusmn

135) e a meacutedia de aacutegua retirada (7886 plusmn 135) nesse processo de liofilizaccedilatildeo

A determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua da uva liofilizada foi realizada em

triplicata imediatamente apoacutes a liofilizaccedilatildeo sendo o resultado obtido igual a

aw=0303plusmn0085 Este valor de atividade de aacutegua eacute considerado bom para evitar a

deterioraccedilatildeo do produto poreacutem pode aumentar de acordo com o tempo Sabe-se que

produtos com aw abaixo de 07 tecircm menor exposiccedilatildeo a riscos microbioloacutegicos sendo

que a faixa de valores de aw de 03 para abaixo indica que o produto estaacute preservado

tambeacutem de qualquer outra reaccedilatildeo de deterioraccedilatildeo (TOLEDO 2007)

A tendecircncia para frutas liofilizadas no entanto eacute de haver aumento no valor

de atividade de aacutegua com o passar do tempo Isso ocorre devido agrave alta quantidade

de accediluacutecar presente nas frutas como sacarose glicose e frutose que em estado

amorfo tendem a se ligar por ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a aacutegua Esse fato faz com

que essas frutas liofilizadas com elevados teores de accediluacutecar serem altamente

higroscoacutepicas sendo assim haacute maior instabilidade do produto liofilizado uma vez

que este tende a sofrer hidrataccedilatildeo e aumentar a sua atividade de aacutegua e umidade

Sua manipulaccedilatildeo portanto deve ser realizada com muito cuidado de modo a natildeo

interferir na atividade de aacutegua e natildeo gerar o efeito caking - tendecircncia deste tipo de

produto de aglomerar (SERNA-COCK VARGAS-MUNOZ APONTE 2015

OLIVEIRA 2013)

A quantidade de accediluacutecares nas uvas in natura e liofilizada foram determinadas

pelo meacutetodo de Fehling Este meacutetodo tambeacutem conhecido como Lane-Eynon se

baseia na reaccedilatildeo entre os sais cuacutepricos e aldoses ou cetoses que sob alta

temperatura e meio alcalino formam como produto o precipitado cuproso conforme

demonstrado na Figura 21 que possui coloraccedilatildeo avermelhada

69

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar um sal com Cu2+

se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho tijolo) Retirado de Tavares et al

(2010)

A Tabela 7 demonstra a porcentagem de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

encontrados

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva liofilizada e in natura

Redutores () Natildeo

redutores() Totais()

Uva in natura 1600 plusmn 0037 2 1800plusmn002

Uva liofilizada 6300plusmn0007 1 6400plusmn0018 n=3 Os valores de accediluacutecares natildeo redutores foram calculados por diferenccedila entre accediluacutecares totais e

redutores

Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber um aumento na quantidade de

accediluacutecares totais ao liofilizar a uva bem como uma reduccedilatildeo dos accediluacutecares natildeo

redutores e um aumento na porcentagem de accediluacutecares redutores Essas diferenccedilas

podem ser explicadas pela retirada da aacutegua nas amostras o que leva estas a

ficarem mais concentradas e assim aumentar a quantidade de accediluacutecares de 18

para 64 Esse resultado confirma a teoria de que a uva liofilizada possui alta

concentraccedilatildeo de accediluacutecares e portanto realmente se torna altamente higroscoacutepica o

que faz com que se diferencie da couve em poacute

O equipamento utilizado para a fabricaccedilatildeo dos chocolates possui um moinho

de bolas que reduz o tamanho de partiacutecula do accediluacutecar e outros gracircnulos presentes

na formulaccedilatildeo Esse tipo de moinho possui pequenas bolas que giram com baixa

70

velocidade e realizam forccedilas de cisalhamento na amostra (FELLOWS 2000) No

caso da couve liofilizada em poacute por exemplo foi adicionada no equipamento de

produccedilatildeo de chocolate com moinho de bolas para se ter um menor tamanho de

partiacutecula deste no chocolate e entatildeo natildeo ser sentido sensorialmente A uva

liofilizada que eacute como jaacute dito caracterizada como um material higroscoacutepico natildeo

poderia ser adicionada em um moinho de bolas jaacute que muita energia seria aplicada

sob este material o que poderia resultar em um efeito caking tambeacutem o

processamento do chocolate natildeo ocorreria de forma correta Por esta razatildeo a uva

liofilizada triturada foi adicionada apoacutes a fabricaccedilatildeo do chocolate em misturador

planetaacuterio

522Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva

Para a determinaccedilatildeo do melhor solvente para a extraccedilatildeo dos compostos

fenoacutelicos da uva foram utilizados acetona acetona acidificada (sendo acetona 70

com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol 70 e metanol acidificado (sendo

metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv) Os resultados encontrados

estatildeo dispostos na Tabela 8

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes extratores

Amostra Absorbacircncia Quantidade de polifenoacuteis (mgg)

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona acidificada 0368plusmn00138 ab 1095

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona 0340plusmn00350 ab 8645

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol 70 0396plusmn00212 b 1324

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol acidificado

0318plusmn00794 a 7221

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Rockenbach (2008) quantificou os polifenoacuteis antocianinas e atividade

antioxidante de bagaccedilos de uva Vitis vinifera utilizando como solvente etanol e

71

acetona Os melhores resultados encontrados neste trabalho foram para acetona

50 e 70 para antocianinas e polifenoacuteis totais

Rockenbach (2011) realizou um estudo da quantidade de polifenoacuteis em

alguns tipos de uvas Vitis vinifera L e Vitis Labrusca L Neste estudo utilizou-se

como solvente para extraccedilatildeo o metanol acidificado (sendo metanol aacutegua aacutecido

aceacutetico 70305 vvv) O maior valor encontrado foi para a variedade Cabernet

sauvignon pertencente agrave classe Vitis vinifera L (7475 mgg GAE) Este valor eacute

proacuteximo ao encontrado no presente trabalho (7221 mgg GAE para o mesmo tipo de

extrato)

Vizzoto e Pereira (2011) realizaram um estudo de quantificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos por diferentes meios de extraccedilatildeo da amora-preta Neste estudo utilizou-se

extratos com acetona acetona acidificada metanol e metanol acidificado poreacutem

natildeo houve diferenccedila significativa (p gt 005) entre as amostras

Existem grandes classes de compostos fenoacutelicos como as antocianinas

flavonoacuteis sendo que em cada classe possui grandes quantidades de substacircncias

diferentes com estruturas diferentes Isso faz com que seja difiacutecil se ter uma

metodologia capaz de extrair todos os componentes fenoacutelicos de uma amostra Eacute

portanto que se estuda o melhor meacutetodo para a extraccedilatildeo por meio de comparaccedilotildees

entre solventes e tipos de metodologias

O metanol eacute um solvente de polaridade alta enquanto que a acetona possui

polaridade meacutedia A acidificaccedilatildeo destes solventes tende a melhorar a eficiecircncia da

extraccedilatildeo

Mesmo assim o meacutetodo de extraccedilatildeo mais eficiente para quantificaccedilatildeo de

polifenoacuteis continuou sendo o mesmo utilizado por Genovese e Lannes (2010) e no

presente trabalho para os extratos de couve A partir do extrato metanoacutelico 70

obteve-se uma quantidade de 132 mgg GAE estatisticamente maior que a dos

outros extratos

A quantidade de polifenoacuteis da uva in natura foi realizada a partir do extrato

metanoico 70 e foi encontrado o valor de 5838 plusmn 822 mg GAEg Assim como a

couve eacute possiacutevel perceber que a liofilizaccedilatildeo tende a concentrar os compostos

72

fenoacutelicos e assim resultar em maiores valores de concentraccedilatildeo No entanto o valor

encontrado na uva liofilizada natildeo eacute proporcional ao rendimento o que

provavelmente significa que alguns compostos foram perdidos durante o processo

A determinaccedilatildeo frente ao radical DPPH foi realizada com as concentraccedilotildees

de 51020304050 e 60 de extrato Utilizou-se para o processo de extraccedilatildeo

extrato metanoacutelico 70 conforme o meacutetodo utilizado por Genovese e Lannes

(2010) A Figura 22 representa o perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e a uva

liofilizada

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em diferentes

concentraccedilotildees

Atraveacutes da cineacutetica da reaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que quanto maior a

concentraccedilatildeo de extrato utilizada tem-se uma reduccedilatildeo maior da absorbacircncia em

relaccedilatildeo agrave absorbacircncia inicial

Atraveacutes da curva cineacutetica eacute possiacutevel calcular o valor de IC50 para a amostra

sendo que o valor encontrado para a uva liofilizada foi de 6645 mgL Esse valor

representa alta capacidade antirradicalar concordando com a alta quantidade de

polifenoacuteis encontrada

0

01

02

03

04

05

06

07

08

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Tempo (min)

5

10

20

30

40

50

60

73

53Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau

531Perfil antirradicalar do liquor de cacau

Visto que houve maior eficiecircncia no meacutetodo de Genovese e Lannes (2009) foi

padronizado a utilizaccedilatildeo desta extraccedilatildeo A anaacutelise de polifenoacuteis do liquor de cacau

portanto foi realizada nestas condiccedilotildees e seus resultados demonstrados na Tabela

9

A curva cineacutetica da reaccedilatildeo do DPPH com o extrato nas diferentes

concentraccedilotildees eacute demonstrada na Figura 23

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em diferentes

concentraccedilotildees

A partir da curva cineacutetica eacute possiacutevel observar uma reduccedilatildeo da absorbacircncia ao

longo dos 30 minutos em todos os extratos Aleacutem disso tem-se que a quanto maior

a concentraccedilatildeo do extrato maior a reduccedilatildeo de absorbacircncia

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo ()

5

10

20

30

40

74

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical DPPH para o

liquor de cacau

Amostra Meacutedia de absorbacircncia Concentraccedilatildeo (mgg de aacutecido gaacutelico) IC50 (mgL)

Liquor de cacau 0445plusmn000971 25994 2906

n=3

Othman et al (2007) estudaram o perfil antirradicalar amecircndoas de cacau de

diferentes locais em meio a extrato etanoacutelico e aquoso Neste estudo foi observado

um valor de IC50 igual a 13 mgg para extrato etanoacutelico do cacau da Malaacutesia e de

Gana e um valor de IC50 de 24 mgg para o cacau da Malaacutesia e 17 mgg para o

cacau de Gana

Belšcak et al (2009) avaliaram o perfil antirradicalar de produtos comerciais da

Croaacutecia derivados do cacau (liquor de cacau cacau em poacute chocolates ao leite

amargo e chocolate em poacute) Em relaccedilatildeo ao liquor de cacau foram encontrados em

termos de fenoacutelicos totais de 25 a 35 mg GAEg Esses valores se encontram muito

inferiores ao encontrado no presente trabalho poreacutem sabe-se que a quantidade de

polifenoacuteis pode variar muito dependendo das condiccedilotildees geograacuteficas de plantaccedilatildeo a

variedade do cacau utilizado para a fabricaccedilatildeo do liquor bem como o tipo de

tratamento (fermentaccedilatildeosecagem armazenamento) para a produccedilatildeo do liquor

Oliveira et al (2011) analisaram a quantidade de compostos fenoacutelicos de

diferentes tipos de cacau e encontraram um valor de 19595plusmn055 mg GAEg para

liquor orgacircnicos semelhante a encontrada no presente trabalho

532Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau

A anaacutelise de lipiacutedeos no liquor de cacau foi realizada como informaccedilatildeo para o

caacutelculo da formulaccedilatildeo do chocolate Atraveacutes deste foi determinada que a

quantidade de lipiacutedeos no liquor utilizado eacute de 52 plusmn0012 sendo compatiacutevel com o

laudo enviado pela empresa fornecedora que eacute de 5310

75

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute

A anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute foram realizadas para fins de

caacutelculo do conteuacutedo de gordura final da formulaccedilatildeo do chocolate ao leite A Tabela

10 demonstra os resultados obtidos para o leite em poacute desnatado e para o leite em

poacute integral

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e integral

utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate

Leite em poacute desnatado Leite em poacute integral Gordura (g100g) 0 212plusmn0001 Proteiacutena (g100g) 267plusmn011 201plusmn0023

n=3

55Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates

551Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da manteiga de

cacau

A temperagem foi avaliada por curva de temperagem para verificaccedilatildeo da

produccedilatildeo de cristais adequados para a manteiga de cacau A curva de temperagem

se encontra na Figura 24

76

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate

A curva de temperagem eacute de grande importacircncia para a verificaccedilatildeo da

qualidade da massa do chocolate e eficiecircncia da temperadeira eou do processo de

temperagem Chocolates bem temperados devem conter de 3 a 8 de cristais de

manteiga de cacau o desenvolvimento desses cristais ao longo do tempo de

resfriamento pode ser medido atraveacutes deste tipo de curva (MINIFIE 1989)

A curva de temperagem indica a quantidade de calor liberada ao se solidificar

o chocolate Durante o processamento geram-se dois pontos de inflexatildeo como

destacado na Figura 24 sendo que cada um deles indica uma parte da formaccedilatildeo de

cristais O primeiro ponto refere-se a relaccedilatildeo temperaturatempo em que se inicia a

nucleaccedilatildeo dos cristais e a segunda o ponto no qual a nucleaccedilatildeo realmente ocorre

A inclinaccedilatildeo gerada a partir desses dois pontos eacute portanto avaliada e deve

permanecer o mais reta possiacutevel de modo a natildeo haver uma inclinaccedilatildeo negativa (o

que significaria um chocolate sobre-temperedo) ou uma inclinaccedilatildeo positiva (o que

significaria um chocolate sub-temperado) Um chocolate over-tempered eacute aquele

que possui cristais a mais formados durante a temperagem o que portanto gera

menor quantidade de cristais durante o teste e consequentemente haacute menor

quantidade de energia sendo liberada Jaacute no caso do chocolate under-tempered

Pontos de inflexatildeo

77

tem-se uma quantidade muito inferior de cristais quando temperada gerando

portanto uma grande liberaccedilatildeo de calor durante o resfriamento e como

consequecircncia uma inflexatildeo maior na curva (AFOWAKA2010 MINIFIE1989

COHEN LUCCA JACKIX 2004)

A curva gerada no presente trabalho apresenta uma linearidade adequada

podendo-se afirmar que a massa de chocolate possui boa propriedade de

temperagem sendo que foi obtido um slope de 018 ordmCmin em tempo de 24

minutos e temperatura igual a 235ordmC O ldquotemper indexrdquo (TI) paracircmetro utilizado pelo

fabricante do equipamento (Buhler) para avaliar a boa porformance da temperagem

resultou no valor de 43 considerado adequado

A manteiga de cacau tambeacutem foi avaliada em duplicata por sua curva de

resfriamento o resultado encontra-se na Figura 25

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees dos chocolates

A curva de resfriamento da manteiga de cacau demonstra suas

caracteriacutesticas de derretimento e a taxa de cristalizaccedilatildeo desta gordura

apresentando a adequaccedilatildeo desta gordura para utilizaccedilatildeo em chocolates

Lannes (1997) estudou a curva de resfriamento de Jensen de diferentes tipos

de gorduras utilizadas em chocolate tipo cobertura Em seu trabalho a autora

78

demonstrou uma tiacutepica curva de resfriamento da manteiga de cacau e esta se

assemelha a encontrada no presente trabalho (taxa de resfriamento de 20 ordmCmin

cristalizaccedilatildeo agrave 205 ordmC por um tempo de 78 minutos)

O fabricante do equipamento (Buhler) tambeacutem utiliza de um iacutendice para

avaliaccedilatildeo da curva de resfriamento conhecido como Cocoa Butter Index (CBI)

Segundo o fabricante o CBI encontrado para a manteiga analisada (33plusmn001) eacute

considerado adequado para produccedilatildeo de chocolates

552Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula eacute importante para o controle de

qualidade dos chocolates pois pode influenciar tanto a reologia do produto como

tambeacutem a sensaccedilatildeo na boca Chocolates com tamanho de partiacutecula maior que 30

microm satildeo percebidos na boca pois possuem textura arenosa aleacutem de viscosidade

natildeo adequada Jaacute tamanhos de partiacutecula proacuteximos a 20 microm possuem uma textura

mais macia e massa mais cremosa (AFOWAKA 2010)

Os resultados da determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula para cada

chocolate estatildeo na Tabela 11

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate

Tamanho de partiacutecula (microm)

Chocolate ao leite 258 plusmn 047a

Chocolate com couve 277 plusmn 095b

Chocolate com uva 378 plusmn 113c

n10 (n2 processamento n5 anaacutelise)

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

79

Conforme a anaacutelise estatiacutestica realizada tem-se que a adiccedilatildeo tanto de uva

liofilizada quanto de couve liofilizada altera significativamente (plt005) o tamanho de

partiacutecula do chocolate

Como dito anteriormente o tamanho de partiacutecula desejaacutevel para chocolates

estaacute entre 20 a 30 microm como eacute o caso tanto do chocolate ao leite (258 microm) quanto

para o chocolate com adiccedilatildeo de couve (277 microm) o que sugere que ambos os

chocolates natildeo teratildeo uma percepccedilatildeo sensorial diferente quanto ao tamanho das

partiacuteculas A diferenccedila entre esses dois tamanhos pode ser explicada pela adiccedilatildeo da

couve que conforme avaliado anteriormente era um poacute com tamanho de partiacutecula

meacutedio de aproximadamente 5x104 microm Durante o processo de fabricaccedilatildeo de

chocolate tem-se a etapa de refino que no caso do equipamento utilizado ocorre

pelo moinho de bolas o que provavelmente ajudou a reduzir o tamanho de partiacutecula

consideravelmente mas ainda assim natildeo o suficiente para natildeo haver diferenccedila entre

as amostras

Ao contraacuterio da couve a uva soacute foi adicionada apoacutes o teacutermino da fabricaccedilatildeo

da massa de chocolate em agitador planetaacuterio e portanto natildeo passou pelo

processo de refino conforme foi explicado no item ldquo521 Liofilizaccedilatildeo da uvardquo Essa

diferenccedila no processo certamente refletiu no tamanho de partiacutecula do chocolate com

adiccedilatildeo de uva que sugere que estas partiacuteculas seratildeo sentidas sensorialmente

553Anaacutelise Reoloacutegica

O chocolate eacute uma suspensatildeo onde partiacuteculas de accediluacutecar cacau e leite

encontram-se dispersas na manteiga de cacau sendo assim ele se comporta como

um fluiacutedo natildeo-newtoniano o que significa que a sua tensatildeo de cisalhamento natildeo eacute

diretamente proporcional agrave taxa de cisalhamento Os chocolates tecircm como

caracteriacutestica apresentar o ldquoyeld stressrdquo (forccedila miacutenima necessaacuteria para se iniciar o

fluxo) e uma viscosidade plaacutestica (energia necessaacuteria para que continue a fluir)

(LANNES 1997 AFOWAKA2010) O modelo de Casson eacute atualmente

considerado o que melhor se adapta ao comportamento dos chocolates e eacute adotado

80

pela OICC (Internacional Office of Cocoa) A equaccedilatildeo que expressa esse modelo se

encontra na Equaccedilatildeo 1

Equaccedilatildeo 1 Representaccedilatildeo da equaccedilatildeo de Casson assumindo que τ a tensatildeo de cisalhamento

τCA a tensatildeo inicial de Casson ou tensatildeo residual de Casson ηCA viscosidade de Casson ou

viscosidade plaacutestica e γ a taxa de cisalhamento

Os paracircmetros reoloacutegicos como a viscosidade e a tensatildeo inicial de Casson

satildeo de extrema importacircncia durante a produccedilatildeo de chocolate jaacute que podem atestar

a qualidade dos produtos Esses foram avaliados no presente trabalho para todos

os chocolates e os resultados se encontram nas Figuras 26 e 27

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com

uva

A partir dos resultados apresentados na Figura 26 pode-se perceber que a

viscosidade do chocolate se modifica com a adiccedilatildeo de couve e uva Segundo

Beckett (2009) a distribuiccedilatildeo do tamanho de partiacutecula influencia diretamente a

viscosidade do produto sendo que quanto maior for o tamanho de partiacutecula menor

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

Vis

cosi

dad

e (P

as)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

81

seraacute sua viscosidade Isso ocorre pois ao se reduzir o tamanho tem-se mais

ligaccedilotildees entre essas partiacuteculas e consequentemente maior fricccedilatildeo entre elas

aumentando assim a viscosidade Os resultados apresentados atestam esse

fenocircmeno jaacute que o tamanho de partiacutecula do chocolate ao leite eacute o menor (26 microm) e

apresenta maior viscosidade enquanto que o chocolate com adiccedilatildeo de uva tem

maior tamanho de partiacutecula (378 microm) e apresenta a menor viscosidade

Beckett (2009) afirma que os valores normais para chocolate no caso da

viscosidade vatildeo de 1 a 20 Pas As viscosidades encontradas para o chocolate ao

leite (16 plusmn 0018 Pas) chocolate com adiccedilatildeo de couve (113plusmn004 Pas) e chocolate

com adiccedilatildeo de uva estatildeo dentro dessa faixa(076plusmn004 Pas)

Em todas as formulaccedilotildees do presente trabalho foram encontradas altas

quantidades de gordura (3626 g100 g no chocolate ao leite 3506 g100 g no

chocolate com couve e 3550 g100 g no chocolate com uva) o que justifica entatildeo

a baixa viscosidade de Casson Isso ocorre porque quanto maior a quantidade de

gordura mais espaccedilos vazios satildeo preenchidos na estrutura do chocolate o que leva

a uma maior facilidade no fluxo e portanto menor viscosidade (AFOWAKA2010)

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate

com uva

0

2

4

6

8

10

12

Ten

satildeo

inic

ial (

Pa)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

82

A tensatildeo inicial foi avaliada para todos os chocolates sendo que o chocolate

com uva apresentou menor valor (76 Pa) em comparaccedilatildeo ao chocolate ao leite e o

chocolate com adiccedilatildeo de couve que apresentaram pouca diferenccedila entre si

Diversos autores jaacute relataram a relaccedilatildeo entre a distribuiccedilatildeo de tamanho de

partiacutecula com a tensatildeo inicial de Casson Sabe-se que a tensatildeo inicial estaacute

relacionada com a superfiacutecie de contato das partiacuteculas Quando se tem um menor

tamanho de partiacuteculas estas conseguem interagir mais entre si levando a uma aacuterea

superficial maior e sendo assim mais facilmente o liacutequido flui (AFOWAKA2010

BECKETT2009 KONAR2014) O presente trabalho tambeacutem confirma essa

relaccedilatildeo jaacute que o chocolate com maior tamanho de partiacutecula obteve menor tensatildeo

inicial

Konar et al (2014) avaliaram chocolates ao leite com a adiccedilatildeo de Inulina e

encontraram tensatildeo inicial entre 335 a 1816 Pa e viscosidade entre 172 e 396

Pas sendo que essas diferenccedilas de valores foram justificadas pela distribuiccedilatildeo do

tamanho de partiacutecula Karnjanolarn e Mccarthy 2006) avaliaram chocolates ao leite

com diferentes quantidades de lecitina de soja e PGPR e encontraram para 05 de

lecitina 149 Pas de viscosidade e 473 Pa para tensatildeo inicial Sendo assim eacute

possiacutevel afirmar que os valores encontrados para viscosidade e tensatildeo inicial dos

chocolates avaliados no presente trabalho se encontram proacuteximos aos encontrados

na literatura Aleacutem disso pode-se atestar que a adiccedilatildeo de frutas e folhas liofilizadas

tende a alterar as propriedades reoloacutegicas do chocolate

554Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates

A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica foi realizada para o chocolate ao leite chocolate ao

leite com couve e chocolate ao leite com uva e seus resultados estatildeo dispostos na

Tabela 12

83

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite com

couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Conteuacutedo energeacutetico (kcal) 56468 55468 55570

Umidade (g100 g) 173plusmn048a 207plusmn029a 227plusmn025a

Conteuacutedo mineral (g100 g) 253plusmn014a 268plusmn0054b 257plusmn0027a Proteiacutenas (g100 g) 851plusmn036 a 852plusmn037 a 813plusmn046 a

Lipiacutedios (g100g) 3626plusmn039a 3506plusmn038b 3550plusmn087ab

Carboidratos (g100g) 5270 5374 5380 Fibras dieteacuteticas totais

(g100g) 789 859 805

Fibras soluacuteveis (g100g) 318 418 316

Fibras insoluacuteveis (g100g) 471 44 488 n=3

As letras indicadas referem-se a diferenccedila estatiacutestica entre as amostras da mesma linha pelo teste de Tukey em 5 de diferenccedila significativa

Os resultados da composiccedilatildeo nutricionais se assemelham aos publicados por

Afowaka (2010) e aos chocolates ao leite de marcas nacionais (Kopenhagen Cacau

show e Brasil Cacau) conforme demonstrado na Tabela 14

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de chocolates

finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010)

Valor energeacutetico

(Kcal) Carboidratos (g100g) Proteiacutenas (g100g) Lipiacutedeos (g100g)

Marca A 524 56 68 324

Marca B 576 52 72 384

Marca C 550 55 65 325

AFOWAKA(2010) 518 57 7 33

Eacute possiacutevel afirmar que os chocolates produzidos no presente trabalho

possuem maior teor de proteiacutenas (851plusmn036 g100 g ) em comparaccedilatildeo com os

apresentados na Tabela 13 assim como a quantidade de lipiacutedeos (3506plusmn038 g100

g) que com exceccedilatildeo da Marca ldquoBrdquo tambeacutem apresentam maior valor em comparaccedilatildeo

84

a tabela Jaacute em termos de valor energeacutetico (56468 g100 g) e carboidratos (527

g100 g) os valores encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos da

Tabela 13

A partir dos resultados demonstrados pode-se dizer que natildeo houve diferenccedila

significativa (plt005) entre as amostras dos trecircs chocolates segundo sua quantidade

proteiacutenas Esse fato portanto identifica que a adiccedilatildeo de couve ou uva nessas

condiccedilotildees natildeo altera a quantidade final da proteiacutena do produto

Aleacutem disso eacute possiacutevel notar que a adiccedilatildeo de produtos liofilizados foi eficaz

em termos de natildeo aumentar o teor de umidade das amostras de chocolate A

umidade eacute um importante paracircmetro para o chocolate pois altos valores de umidade

em chocolate podem estar altamente relacionados com defeitos durante o tempo de

prateleira O sugar Bloom por exemplo defeito causado pela agregaccedilatildeo das

partiacuteculas de accediluacutecar forma grumos que satildeo desagradaacuteveis sensorialmente aleacutem de

formar peliacuteculas brancas na superfiacutecie do chocolate modificando seu brilho e

aparecircncia (AFOWAKA 2010)

Chocolates com elevado teor de umidade podem tambeacutem modificar as suas

propriedades de fluxo sendo que valores acima de 3 podem levar a um aumento

na tensatildeo inicial e na viscosidade do produto (AFOWAKA PATERSON FOWLER

2008) Os trecircs chocolates fabricados apresentaram valores de umidade abaixo de

3 e portanto natildeo houve um aumento nesses paracircmetros corroborando portanto

com os resultados encontrados no item acima onde se tem baixos valores de

tensatildeo inicial e viscosidade

A quantificaccedilatildeo de lipiacutedeos apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras de chocolate ao leite e chocolate acrescido de couve enquanto a

amostra de chocolate acrescida de uva foi igual as outras duas amostras

O conteuacutedo mineral tambeacutem apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras sendo que o maior teor foi encontrado no chocolate com adiccedilatildeo de

couve Os chocolates com uva e controle natildeo apresentaram diferenccedila significativa

(plt005) entre si no conteuacutedo mineral Este resultado era esperado devido ao

acreacutescimo de material soacutelidomineral ao produto

85

Ayaz et al (2006) identificaram altas quantidades de macro e micronutrientes

nas folhas de couve Estes encontraram 726 μg gminus1 (base seca) de ferro 535

μg gminus1 (base seca) de manganecircs 394 μg gminus1 (base seca) de zinco 197 μg gminus1

(base seca) de caacutelcio 135 μg gminus1 (base seca) de potaacutessio entre outros

componentes identificados Os chocolates com adiccedilatildeo de couve portanto

provavelmente possuem um maior valor de conteuacutedo mineral devido a este fato

Os nutrientes minerais satildeo essenciais para os seres humanos pois ajudam

em funccedilotildees vitais das ceacutelulas como na ativaccedilatildeo de enzimas e de secreccedilotildees

hormonais Aleacutem disso satildeo essenciais para a absorccedilatildeo de vitaminas O manganecircs

por exemplo eacute de extrema importacircncia para a cicatrizaccedilatildeo humana o zinco eacute um

componente importante para a atividade metaboacutelica de enzimas O ferro por sua

vez contribui para a produccedilatildeo de hemoglobina e mioglobina A deficiecircncia de ferro eacute

um dos distuacuterbios que mais acomete a populaccedilatildeo mundial sendo que pode causar

fraqueza corporal fadiga e seacuterios problemas de sauacutede (GUPTA e GUPTA 2014)

Aleacutem dos nutrientes minerais as fibras dieteacuteticas satildeo de extrema importacircncia

nutricional jaacute que satildeo elas que auxiliam no bom funcionamento do sistema

gastrointestinal pois contribuem para o aumento do bolo fecal e na reduccedilatildeo do

tempo de digestatildeo e assim ajudam a prevenir a constipaccedilatildeo Aleacutem disso jaacute foi

associado que as fibras dieteacuteticas contribuem para a reduccedilatildeo de doenccedilas cardiacuteacas

e cacircncer de colo (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

A partir dos resultados eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva

aumentou a quantidade de fibras totais do chocolate poreacutem natildeo foi possiacutevel avaliar

se essa diferenccedila eacute estatisticamente significativa

Os resultados indicam que houve um aumento no teor de fibras soluacuteveis do

chocolate quando adicionado a couve A couve eacute considerada uma alta fonte de

fibras sendo que segundo a USDA e RDA tem-se aproximadamente 14 da fibra

diaacuterias recomendadas em 100 g desse vegetal

No caso da uva houve um aumento (mesmo que em pequena proporccedilatildeo) de

fibras insoluacuteveis resultando em uma quantidade maior de fibras totais A uva eacute

estudada por sua caracteriacutestica de possuir alta quantidade de polifenoacuteis combinados

a uma grande porcentagem de fibras dieteacuteticas em sua composiccedilatildeo A revisatildeo

86

publicada por Zhu Du e Zheng (2015) aborda o trabalho de diversos autores que

avaliaram as fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis Todas as variedades de uva

avaliadas obtiveram altas quantidades de fibras insoluacuteveis e baixas quantidades de

fibras soluacuteveis A quantidade de fibras totais das diferentes espeacutecies variou de 745

a 280 g100g sendo que as fibras insoluacuteveis representaram mais de 80 da

quantidade total

A quantidade de carboidratos presentes na amostra conforme a RDC no 360

de 23 de dezembro de 2003 ldquoeacute calculado como a diferenccedila entre 100 e a soma do

conteuacutedo de proteiacutenas gorduras fibra alimentar umidade e cinzasrdquo

Sendo assim como haacute diferenccedila entre os valores encontrados para conteuacutedo

mineral e lipiacutedeos existe tambeacutem uma diferenccedila entre a quantidade de carboidratos

encontrados nas trecircs amostras

Um dos principais responsaacuteveis pela alta quantidade de carboidratos nos

chocolates eacute o accediluacutecar utilizado na formulaccedilatildeo Os chocolates com couve e uva

tambeacutem foram formulados com diferentes quantidades de accediluacutecar para o ajuste da

formulaccedilatildeo sendo que para o chocolate com couve foi utilizado 365 para o

chocolate com uva foi utilizado 3535 e para o chocolate ao leite foi utilizado 37

Mesmo que a maior adiccedilatildeo de accediluacutecar na formulaccedilatildeo foi para o chocolate ao leite

obteve-se valores maiores de carboidratos para o chocolate com couve Jaacute no

chocolate com uva reduziu-se em 165 a menos de accediluacutecar em poacute e mesmo assim

e obteve-se um valor semelhante ao de chocolate ao leite

A quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores para os trecircs

chocolates foi realizada em triplicata e seus resultados estatildeo dispostos na Tabela

14

87

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate eo leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao

leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Accediluacutecares Totais (g100g) 2100plusmn0016a 1700plusmn00083b 2100plusmn0015a

Accediluacutecares redutores (g100g) 74plusmn00032a 782plusmn00029a 724plusmn00039a Accediluacutecares Natildeo-redutores

(g100g) 13 921 1345 n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Conforme foi observado na Tabela 13 os chocolates com adiccedilatildeo de couve

tiveram menor valor de accediluacutecares em relaccedilatildeo ao chocolate controle ou o chocolate

com uva sendo que isso se deve principalmente a uma menor quantidade de

accediluacutecares natildeo-redutores neste chocolate

Os accediluacutecares redutores satildeo aqueles que possuem em sua estrutura

agrupamentos aldose ou cetose que ao entrar em contato com agentes oxidantes

sofrem oxidaccedilatildeo Os accediluacutecares redutores mais comuns satildeo a frutose (presente

principalmente em frutas) a glicose a maltose e a lactose A sacarose por sua vez

eacute um accediluacutecar natildeo-redutor poreacutem pode se tornar um accediluacutecar redutor atraveacutes da accedilatildeo

de enzimas ou por hidroacutelise aacutecida As estruturas da frutose glicose e sacarose se

encontram na Figura 28 (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

Sacarose

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose

88

Sendo assim os resultados indicam que a reduccedilatildeo da quantidade de accediluacutecar

na formulaccedilatildeo no caso da adiccedilatildeo de couve impacta diretamente na quantidade de

accediluacutecares natildeo redutores Ayaz et al (2006) quantificaram os accediluacutecares presentes na

couve e identificaram frutose glucose e sucrose como mais abundantes sendo

encontrado um valor de 2011 mg de frutose 100 g de couve seca 1056 mg de

glucose 100 g de couve seca e 894 mg de sucrose 100 g de couve seca

Comparando-se o chocolate com adiccedilatildeo de uva com o chocolate controle

natildeo foi possiacutevel observar modificaccedilatildeo em suas quantidades de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais corroborando com o resultado de que natildeo houve modificaccedilatildeo

na quantidade de carboidratos dessas duas amostras Apesar de como dito

anteriormente as quantidades de accediluacutecar nas duas formulaccedilotildees ser diferente

555Atividade de aacutegua

Os resultados obtidos da anaacutelise de atividade de aacutegua satildeo apresentados na

Tabela 15

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Atividade de aacutegua 0523plusmn00131a 0506plusmn00101a 0519plusmn00321a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A atividade de aacutegua em chocolates eacute relativamente baixa sendo normalmente

avaliada com valores de 03 a 06 Reolon et al (2012) estudaram a presenccedila de

endobacteacuterias em chocolate e para tal avaliaram a atividade de aacutegua em

chocolates comerciais O estudo revelou um valor de 042 em chocolates ao leite

A atividade de aacutegua encontrada estaacute na faixa indicada para que tenha

conservaccedilatildeo dentro de seu prazo de validade de ateacute 1 ano

89

556Colorimetria

Os resultados referentes agrave anaacutelise colorimeacutetrica dos chocolates se encontram

na Tabela 16

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com

uva

L a b

Chocolate ao leite 3066plusmn 052a 602plusmn039a 1364plusmn058a

Chocolate com couve 3020plusmn058a 613plusmn019a 1509plusmn035b

Chocolate com uva 3080plusmn085a 653plusmn049a 1365plusmn078a

Segundo a CIELAB para anaacutelise de cores tem-se que L refere-se a luminosidade a espaccedilo da coloraccedilatildeo verde para vermelho b espaccedilo da coloraccedilatildeo de amarelo para azul

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir dos resultados apresentados eacute possiacutevel concluir que natildeo houve

diferenccedila nos paracircmetros L e a apoacutes adiccedilatildeo de couve e uva nos chocolates No

entanto existe uma diferenccedila entre o chocolate com couve para o paracircmetro b

O estudo de cor eacute um paracircmetro importante para os alimentos jaacute que eacute o

primeiro a ser percebido pelo consumidor por isso sua determinaccedilatildeo eacute de extrema

relevacircncia para o controle de qualidade A alteraccedilatildeo na cor de um produto

alimentiacutecio pode significar defeitos principalmente no chocolate como eacute o caso do

branqueamento de sua superfiacutecie devido ao efeito de bloom (WU e SUN 2013)

A determinaccedilatildeo de cor eacute realizada atraveacutes de valores numeacutericos resultantes

de trecircs espaccedilos dimensionais sendo os mais comuns os valores de L a e b que

satildeo os paracircmetros mais proacuteximos do que o olho humano eacute capaz de distinguir (WU

e SUN 2013) O sistema CIElab padroniza estes espaccedilos de cor que vatildeo de 0 a

100 O paracircmetro L significa a luminosidade o paracircmetro a indica da coloraccedilatildeo

verde para vermelho e b de amarelo para azul conforme demonstrado na Figura

29

90

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores

Sendo assim eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva natildeo modificou

significativamente (plt005) a luminosidade nem a coloraccedilatildeo no paracircmetro a

indicando que provavelmente esses paracircmetros natildeo seratildeo percebidos

sensorialmente

No caso do paracircmetro b no entanto o chocolate com couve apresentou

modificaccedilatildeo de praticamente 2 pontos na escala em comparaccedilatildeo com os outros dois

chocolates tendendo para o azul poreacutem por ser uma pequena diferenccedila

provavelmente tambeacutem natildeo seraacute percebida sensorialmente

557Estabilidade dos chocolates

O chocolates foram avaliados segundo sua textura por um periacuteodo de tempo

de 3 meses sendo medidos nos tempos de 1 dia 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

apoacutes a temperagem Durante os 3 meses os chocolates permaneceram com suas

91

caracteriacutesticas visuais estaacuteveis como brilho e cor A avaliaccedilatildeo de textura dos trecircs

chocolates eacute apresentada na Figura 30

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite chocolate ao leite

com uva e chocolate ao leite com couve

Nas 24 horas apoacutes a produccedilatildeo dos chocolates tem-se um valor de forccedila de

compressatildeo maior para o chocolate com uva (4376plusmn290N) se comparado com o

chocolate ao leite (3228plusmn184N) e o chocolate com couve (3592plusmn438N N) Esse

fato provavelmente se daacute ao maior tamanho de partiacutecula desta amostra (378microm)

como mostrado anteriormente sendo portanto mais forccedila necessaacuteria para quebrar

o chocolate A dureza e o tamanho de partiacutecula tendem a ser proporcional o que

explica este resultado (AFOWAKA2010) Essa tendecircncia de maior forccedila para o

chocolate com uva se repetiu durante todo o periacuteodo observado

Com o passar do tempo o chocolate ao leite aumentou a sua dureza jaacute que a

forccedila necessaacuteria para a quebra foi aumentando Os resultados para 1 dia 1 semana

15 dias natildeo foram estatisticamente diferentes (pgt005) Jaacute no segundo mecircs houve

um aumento significativo (3844plusmn242 N) que permaneceu igual estatisticamente no

terceiro mecircs (3945plusmn189 N) Sendo assim o aumento da forccedila de compressatildeo do

chocolate ao leite subiu 1817 do seu valor inicial ao longo dos trecircs meses Essa

0

10

20

30

40

50

60

1 dia 1 semana

15 dias 2 meses 3 meses

Forccedil

a (N

) Chocolate ao leite

Chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite com couve

92

diferenccedila no entanto eacute pequena e provavelmente natildeo pode ser sentida

sensorialmente

No caso do chocolate com couve a forccedila permaneceu estaacutevel durante o

periacuteodo de 3 meses natildeo havendo diferenccedila significativa(plt005) entre os

resultados encontrados

O chocolate com uva por sua vez natildeo apresentou diferenccedila significativa

(plt005) no periacuteodo de 1 dia 1 semana e 15 dias Houve um aumento significativo

no segundo mecircs (4800plusmn299 N) que se manteve significativamente (plt005)

estaacutevel no terceiro mecircs

Os resultados revelam que no chocolate ao leite e com uva ocorre mudanccedila

na dureza dos chocolates com o passar do tempo de prateleira Essas mudanccedilas

no entanto provavelmente natildeo deveratildeo ser percebidas sensorialmente uma vez

que se resumem a praticamente uma diferenccedila de 20N entre as forccedilas encontradas

o que provavelmente eacute difiacutecil de ser reconhecido

558Avaliaccedilatildeo sensorial

Durante a anaacutelise sensorial foram avaliados os paracircmetros lsquosaborrsquo ldquoTexturardquo

lsquoAspecto geralrsquo e lsquoIntenccedilatildeo de comprarsquo para todos os chocolates

A frequecircncia de notas para sabor se encontra na Figura 31

93

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A partir da anaacutelise dos resultados quanto ao sabor eacute possiacutevel afirmar que a

maioria dos provadores ficou entre ldquogostei ligeiramenterdquo (nota 6) agrave ldquogostei

muitiacutessimordquo (nota 9) representando 916 dos provadores no caso do chocolate

com couve 926 no caso do chocolate ao leite e 937 no caso do chocolate com

adiccedilatildeo de uva sendo que para este uacuteltimo 253 dos provadores atribuiacuteram nota 9

A nota mais atribuiacuteda foi a nota ldquo8rdquo (gostei muito) sendo que 337 atribuiu esta

nota para o chocolate ao leite 337 para o chocolate com couve e 295 para o

chocolate com uva Natildeo houve diferenccedila significativa (plt005) entre a meacutedia das

notas indicando que os trecircs chocolates foram bem aceitos

A avaliaccedilatildeo de ldquotexturardquo estaacute apresentada na Figura 32

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fr

eq

ue

nci

a

Notas

Chocolate com couve

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate ao Leite

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate com Uva

94

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A textura do chocolate com couve obteve maior porcentagem de notas acima

de 6 representando 642 do total ficando na frente do chocolate ao leite (611) e

do chocolate com uva (474) havendo uma distribuiccedilatildeo maior das notas poreacutem as

meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila significativa (plt005) entre entre si O maior

coeficiente de variaccedilatildeo entre os provadores ocorreu nas notas de textura do

chocolate com uva sendo que muitos apontaram terem gostado da ldquotextura

crocanterdquo desta amostra e outros indicaram que ldquoa amostra havia pedaccedilos maiores

ruins de mastigarrdquo Essa diferenccedila de sensaccedilotildees pode ser explicada pelo tamanho

da partiacutecula da uva liofilizada adicionada ao chocolate que como apontado

anteriormente foi relativamente maior e foi facilmente percebido pelos provadores

Os provadores em sua maioria (92) responderam que havia diferenccedila

entre as amostras Entre diversas respostas as mais frequentes foram a diferenccedila

de sabor entre os trecircs chocolates e a diferenccedila de textura da amostra de chocolate

com uva em relaccedilatildeo aos demais

Os resultados quanto ao aspecto geral das amostras estatildeo indicados na

Figura 33

95

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo chocolate ao leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Em termos de aspecto geral os provadores aceitaram bem as amostras

sendo que 905 deu uma nota entre 6 e 9 para o chocolate com couve e916 do

chocolate ao leite e 884 para o chocolate com uva A nota mais colocada

novamente foi nota a ldquo8rdquo (Gostei muito) sendo que 337 atribuiacuteram essa nota para

o chocolate ao leite 316 para o chocolate ao leite com couve e 284 para o

chocolate ao leite com uva Mesmo assim as notas meacutedias natildeo apresentaram

diferenccedila significativa (plt005) ou seja todas as amostras obtiveram a mesma

aceitaccedilatildeo frente aos provadores

As notas de ldquointenccedilatildeo de comprardquo se encontram na Figura 34

96

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo para o chocolate

ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

A partir da anaacutelise das notas dadas para a ldquointenccedilatildeo de comprardquo eacute possiacutevel

afirmar que a maioria dos provadores ldquoCertamente comprariardquo ou ldquoProvavelmente

comprariardquo representando um total de 611 para o chocolate com couve 666

para o chocolate ao leite e 642 do chocolate com uva Apesar da diferenccedila entre

porcentagens a avaliaccedilatildeo estatiacutestica da meacutedia das notas indicou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre as meacutedias apresentadas

Os resultados indicam uma alta aceitaccedilatildeo dos chocolates bem como intenccedilatildeo

de compra As diferenccedilas sensoriais percebidas durante o teste natildeo mudaram

estatisticamente a aprovaccedilatildeo dos provadores

559Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates

Primeiramente foi verificado o espectro de absorccedilatildeo dos trecircs extratos obtidos

a partir dos chocolates a fim de verificar se estes por possuiacuterem coloraccedilatildeo

caracteriacutestica absorviam mesma regiatildeo do espectro que o radical DPPH (515nm) o

97

que poderia interferir nos resultados obtidos Os espectros dos trecircs tipos de

chocolate estatildeo dispostos na Figura 35

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate ao leite com

couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH

A partir dos espectros de absorccedilatildeo eacute possiacutevel afirmar que os extratos de

chocolate natildeo absorvem energia no comprimento de onda de 515nm que eacute o

utilizado para a anaacutelise de DPPH Eacute possiacutevel observar no espectro do DPPH que

este absorve mais energia a 515nm e por isso justifica a escolha do comprimento

de onda para esta anaacutelise

Segundo Oliveira (2011) o trolox eacute uma substacircncia anaacuteloga a vitamina E

sendo sua principal caracteriacutestica ser um antirradicalar Ensaios jaacute realizados

revelam a eficiecircncia do trolox frente ao radical DPPH por isso eacute considerado que a

porcentagem de trolox representa proporcionalmente a atividade antirradicalar A

capacidade antirradicalar do padratildeo trolox foi testada em triplicata e a curva cineacutetica

estaacute representada na Figura 36

98

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da variaccedilatildeo de

absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox

A curva cineacutetica do padratildeo Trolox indica que o aumento da concentraccedilatildeo

reflete em maior reduccedilatildeo da absorbacircncia principalmente nos primeiros 5 minutos O

restante da reaccedilatildeo permanece com a absorbacircncia constante o que revela que a

reaccedilatildeo entre o radical DPPH e o padratildeo trolox ocorre principalmente nos primeiros 5

minutos

As amostras de extratos de chocolate ao leite chocolate ao leite com adiccedilatildeo

couve e chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva foram testadas frente ao radical

DPPH suas respectivas curvas cineacutetica e curvas padratildeo estatildeo representadas nas

Figuras 37 38 e39

O perfil cineacutetico das trecircs amostras apresenta um padratildeo de comportamento

os extratos de menor concentraccedilatildeo tecircm menor queda em relaccedilatildeo agrave absorbacircncia do

DPPH sem adiccedilatildeo de antioxidantes Jaacute os extratos com maior concentraccedilatildeo

apresentam maior diferenccedila entre a absorbacircncia final e o DPPH sem adiccedilatildeo sendo

que quanto maior a concentraccedilatildeo maior eacute esta diferenccedila

A diminuiccedilatildeo da absorbacircncia em todos os extratos de todas as amostras tem

seu decaimento ocorrendo durante todo o tempo de anaacutelise (30 minutos) diferente

do observado no padratildeo trolox indicando que a reaccedilatildeo entre o radical DPPH e todos

os extratos de chocolate ocorrem por mais tempo

99

A partir dessa variaccedilatildeo de absorbacircncia eacute possiacutevel traccedilar a curva padratildeo para

cada uma destas amostras sendo que quanto maior a inclinaccedilatildeo da reta maior eacute a

capacidade antirradicalar da amostra

As curvas padratildeo das trecircs amostras de chocolate revelam uma grande

semelhanccedila entre os perfis desses chocolates O coeficiente angular (α) de cada

uma das retas eacute comparado com o coeficiente angular meacutedio do Trolox (α=0021)

obtido atraveacutes da anaacutelise em triplicata deste padratildeo Os resultados estatildeo

representados na Tabela 17 juntamente com os resultados de outras avaliaccedilotildees do

perfil antirradicalar das amostras

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite com

couve

100

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de chocolate com uva

Foi realizada tambeacutem a quantificaccedilatildeo da atividade antirradicalar frente ao

radical DPPH por IC50 sendo que o resultado se encontra na Tabela 17

A anaacutelise frente ao ABTS foi realizada em triplicata para todas as amostras de

chocolate Primeiramente obteve-se o espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTS (22acute-

azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-aacutecido sulfocircnico) conforme Figura 40

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS

07

075

08

085

09

095

1

550 600 650 700 750 800 850

Ab

sorb

acircnci

a

Comprimento de onda (nm)

101

O espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTSbull+ revela que a maior absorccedilatildeo deste

composto ocorre na regiatildeo entre 700 e 750nm portanto justifica-se a utilizaccedilatildeo de

734nm para o comprimento de onda

O padratildeo Trolox tambeacutem eacute indicado como padratildeo da capacidade

antirradicalar frente ao radical ABTSbull+ e portanto a reaccedilatildeo entre eles foi realizada

O perfil cineacutetico e a curva padratildeo desta reaccedilatildeo eacute apresentada na Figura 41

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox

O perfil cineacutetico desta reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e trolox mostra que conforme o

aumento da concentraccedilatildeo tem-se uma reduccedilatildeo no valor de absorbacircncia Aleacutem disso

eacute possiacutevel notar que durante os 30 minutos de anaacutelise cada amostra se mostrou com

um valor de absorbacircncia estaacutevel revelando que a reaccedilatildeo ocorre no iniacutecio do

processo e natildeo se modifica ao passar do tempo

As amostras de chocolates foram testadas frente ao radical ABTSbull+ sendo

utilizadas as concentraccedilotildees de extrato de 2 3 4 5 6 As Figuras de 42 a 44

apresentam os resultados obtidos tanto para o perfil cineacutetico quanto para a curva

padratildeo de cada chocolate Estas sugerem um perfil de cineacutetica muito parecido para

todos os extratos de chocolate Tem-se uma reduccedilatildeo de absorbacircncia durante todo o

tempo de anaacutelise (30 minutos) sendo mais acentuada nos primeiros cinco minutos

o que sugere que a reaccedilatildeo ocorra durante todo este periacuteodo Mesmo assim o

102

padratildeo observado na amostra padratildeo se repete quanto maior a concentraccedilatildeo

menor eacute a absorbacircncia encontrada

O ABTSbull+ possui uma coloraccedilatildeo verde-escura e ao reagir com o antirradical

modifica sua coloraccedilatildeo para verde-claro e conforme a reaccedilatildeo for ocorrendo tem-se

a diminuiccedilatildeo do valor de absorbacircncia devido a esta diferenccedila de coloraccedilatildeo

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de couve

103

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de uva

A curva padratildeo do aacutecido gaacutelico demonstrou uma equaccedilatildeo da reta igual a y =

00012x + 02366

A quantificaccedilatildeo dos polifenoacuteis bem como a porcentagem de trolox frente ao

radical DPPH e a porcentagem de trolox frente ao radical ABTSbull+ estatildeo

apresentadas na Tabela 17

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com uva

Amostra gmg GAE IC50(DPPH)

(mgL) Trolox (DPPH) Trolox (ABTS)

Chocolate ao leite 7422plusmn410a 682plusmn014a 27875plusmn398a 44397plusmn412a

Chocolate com couve 7429plusmn393a 63plusmn056a 25093plusmn729ab 44228plusmn1820a

Chocolate com uva 147285plusmn1417b 692plusmn048a 24047plusmn1151b 37380plusmn136a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir da avaliaccedilatildeo da capacidade antirradicalar dos chocolates frente ao

radical ABTS pode-se dizer que natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila significativa

(plt005) entre as amostras sendo assim todos os chocolates apresentaram a

104

mesma capacidade frente a este radical ou seja natildeo houve aumento com a adiccedilatildeo

de couve e uva nos chocolates

Os valores encontrados para esse tipo de produto satildeo altos visto que podem

ser comparados com alimentos conhecidos por sua alta capacidade antirradicalar

como- mirtilos (4766 mg Equivalente de Vitamina C (VCE) 100 g) ameixas pretas

(372 mg VCE100g) (FLOEGEL2011) e goiaba (496 mg Trolox100 g) (REDDY

2010)

Jaacute frente ao radical DPPH em porcentagem de Trolox a atividade

antirradicalar das amostras de chocolate revelaram resultados nos quais o chocolate

ao leite eacute estatisticamente diferente (plt005) do chocolate ao leite com uva mas o

chocolate ao leite com couve natildeo apresenta diferenccedila significativa (plt005) com

nenhuma das duas amostras Esse fato indica que a capacidade antirradicalar frente

ao radical DPPH natildeo aumentou com a adiccedilatildeo de couve e apresentou menor

capacidade com a adiccedilatildeo de uva

Os resultados frente ao radical DPPH avaliados por IC50 demonstraram natildeo

haver diferenccedila significativa entre as amostras (plt005) Na literatura natildeo existe um

consenso em como expressar os resultados de testes antirradicalares Oliveira et al

(2014) sugerem a utilizaccedilatildeo de porcentagem de Trolox por facilitar a interpretaccedilatildeo

dos resultados jaacute que eacute diretamente proporcional agrave atividade antirradicalar

Os valores encontrados para a capacidade antirradicalar frente ao radical

DPPH tambeacutem satildeo comparaacuteveis a frutas e vegetais conhecidos por serem

potenciais antirradicalares como manga (211mg Trolox100 g) (REDDY et al 2010)

ameixa preta (287 mg VCE100 g) e vinho (1964 mg Trolox100 g) (FLOEGEL et al

2011)

O radical DPPH tende a interagir com compostos antirradicalares mais

reativos enquanto que o radical ABTS reage com os compostos de reatividade

intermediaacuteria (Oliveira 2014) Esse fato pode explicar a diferenccedila de valores

encontrada para os chocolates por estes dois meacutetodos e pode-se inferir que existe

maior quantidade de compostos de reatividade intermediaacuteria em todos os

chocolates

105

Diversos autores jaacute discutiram a correlaccedilatildeo destas duas metodologias

Floegel et al (2011) realizaram um estudo com 50 diferentes tipos de alimentos

(frutas vegetais e bebidas) e analisaram a correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos

para a capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH e frente ao radical ABTS

Foi encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0953) comparando-se os resultados das

frutas e das bebidas Por outro lado encontrou-se menor correlaccedilatildeo para os

resultados de vegetais (R=0896) Dudonne et al (2011) publicaram um estudo

comparativo entre 30 diferentes extratos de plantas assim como o artigo anterior foi

encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0903) entre os resultados de ABTS e DPPH

A anaacutelise estatiacutestica da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis demonstrou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre os resultados de chocolate com couve e

chocolate ao leite poreacutem houve uma diferenccedila entre estes em comparaccedilatildeo ao

chocolate ao leite com uva Houve um aumento da quantidade de polifenoacuteis em

5044 do chocolate com uva em relaccedilatildeo ao chocolate controle

A quantidade de polifenoacuteis encontrada no controle e chocolate com couve

pode ser comparaacutevel agrave quantidade de polifenoacuteis presentes por exemplo em laranjas

(70 mg GAEg) (REDDY 2010)

Conforme citado anteriormente a couve e a uva foram adicionadas de

diferentes formas no chocolate A couve foi adicionada durante o processo de refino

dos chocolates na maacutequina de moinho de bolas enquanto que a uva foi adicionada

apoacutes o processo de fabricaccedilatildeo em um misturador planetaacuterio o que pode ter afetado

diretamente na quantidade de polifenoacuteis adicionada

Siebert Troukhanova e Lynn (1996) estudaram a interaccedilatildeo entre proteiacutenas e

polifenoacuteis Sabe-se que os polifenoacuteis tecircm em sua estrutura duas extremidades que

podem se ligar as proteiacutenas- o anel benzecircnico que possivelmente podem interagir

com a parte apolar das cadeias de proteiacutenas e os grupos hidroxiacutelicos que formam

facilmente ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a amina ou com a carbonila da proteiacutena

Supotildee-se que essas ligaccedilotildees formam uma rede de proteiacutenas-polifenoacuteis a qual pode

interferir em suas biodisponibilidade Arts et al (2002) avaliaram a modificaccedilatildeo do

resultado de capacidade antirradicalar total de chaacute preto com e sem caseiacutena Foi

identificado que a adiccedilatildeo de proteiacutenas no chaacute afeta a capacidade antirradicalar do

mesmo natildeo atingindo a capacidade maacutexima de atividade antirradicalar

106

Niseteo et al (2012) realizaram um estudo da capacidade antirradicalar de

diferentes tipos de bebidas a base de cafeacute com e sem a adiccedilatildeo de leite e

quantificaram os compostos polifenoacutelicos por meacutetodo de Folin-ciocauteau Naquele

trabalho tambeacutem foi encontrada diferenccedila na capacidade antirradicalar dos cafeacutes

com adiccedilatildeo de leite de valor reduzido em comparaccedilatildeo aos sem leite e a interaccedilatildeo

polifenoacuteis-proteiacutenas tambeacutem foi discutida No entanto a quantidade de polifenoacuteis dos

cappuccinos com adiccedilatildeo de leite foi maior do que o controle O autor atribuiu essa

diferenccedila nos resultados de quantidade de polifenoacuteis e da capacidade antirradicalar

devido agrave baixa precisatildeo analiacutetica e a baixa seletividade do reagente de Folin-

ciocauteau que pode interagir com outros compostos redutores como accediluacutecares e

aminoaacutecidos e gerar assim resultados diferentes Os resultados encontrados para o

chocolate com uva apresentam a mesma tendecircncia- menor capacidade

antirradicalar e maior quantidade de polifenoacuteis

Jakobek (2015) publicou uma revisatildeo sobre a interaccedilatildeo dos polifenoacuteis com

outros componentes alimentares como proteiacutenas lipiacutedeos e carboidratos Segundo o

autor a partir de sua revisatildeo bibliograacutefica eacute possiacutevel concluir que essas interaccedilotildees

podem significar alteraccedilotildees na biodisponibilidade e bioacessibilidade desses

compostos pelo organismo A interaccedilatildeo entre lipiacutedeos e polifenoacuteis por exemplo

pode causar uma mudanccedila na absorccedilatildeo de lipiacutedeos no corpo e reduzir a

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Aleacutem disso as proteiacutenas e polifenoacuteis interagem entre si e

podem alterar tanto a atividade das proteiacutenas quanto a biodisponibilidade dos

polifenoacuteis

Os estudos citados acima demonstram uma forte interaccedilatildeo entre os

componentes dos alimentos (proteiacutenas lipiacutedeos carboidratos) com os compostos

fenoacutelicos Sugere-se que esta interaccedilatildeo pode vir a afetar a disponibilidade dos

compostos fenoacutelicos e portanto alterar a sua capacidade antirradicalar Jakobek

(2015) cita tambeacutem que quanto maior a quantidade de grupos hidroxila e quanto

maior o peso molecular maior eacute a tendecircncia das moleacuteculas de polifenoacuteis a se ligar a

proteiacutenas Os compostos encontrados na couve e na uva apresentam esses dois

fatores o que sugere que estas interaccedilotildees possam ter ocorrido e

consequentemente interferindo na capacidade antirradicalar dos chocolates

formulados

107

No entanto natildeo foram utilizadas as metodologias de ORAC e FRAP que

tambeacutem satildeo conhecidas para capacidade antirradicalar Sabe-se que a anaacutelise da

atividade antirradicalar por ORAC apresenta grande vantagem em relaccedilatildeo ao radical

ABTS e ao radical DPPH pois eacute baseada nos radicais peroxila que satildeo mais

correlacionados com a oxidaccedilatildeo in vivo das ERO (SCHAICH ZIE 2015) O FRAP

baseia-se na reduccedilatildeo do complexo feacuterrico pela accedilatildeo de doaccedilatildeo de eleacutetrons por

antioxidantes e possui boa correlaccedilatildeo com o ABTS (Duddone et al 2009)

A adiccedilatildeo de frutas secas em chocolates jaacute foi estudada por diversos grupos

de pesquisa com o objetivo de enriquecer essas formulaccedilotildees

Belščak-Cvitanovi et al (2012) elaboraram diversas formulaccedilotildees de chocolate

com adiccedilatildeo de folhas de Rubus ideaus L ( raspberry) com o objetivo de adicionar

compostos fenoacutelicos Para tal estudo realizaram formulaccedilotildees de chocolate ao leite

e chocolate amargo sendo um teor de cacau de 30 e 72 respectivamente As

folhas sofreram um processo de extraccedilatildeo em aacutegua quente sendo adicionadas em

duas formas diferentes ao chocolate um extrato liofilizado e um extrato obtido por

evaporaccedilatildeo Natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila na quantidade de compostos

polifenoacutelicos totais com adiccedilatildeo de extrato liofilizado assim como sua capacidade

antirradicalar frente ao radical FRAP Aleacutem disso foi identificado que o chocolate

amargo possui capacidade antirradicalar e quantidade de polifenoacuteis muito superiores

se comparado aos chocolates ao leite avaliados pois segundo o autor produtos

com grande quantidade de accediluacutecar e leite em poacute formam uma rede de interaccedilatildeo forte

entre proteiacutenas e catequinas e isto podem afetar diretamente na anaacutelise de

antirradicalares

Komes et al (2013) estudaram a adiccedilatildeo de 5 diferentes tipo de frutas

secas(ameixa mamatildeo damasco uvas passa e cranberry) em formulaccedilotildees de

chocolate Este estudo revelou tambeacutem uma maior capacidade antirradicalar e

quantidade de polifenoacuteis para chocolates amargos em comparaccedilatildeo com chocolates

ao leite Apesar da adiccedilatildeo de cranberry e uva passa terem sido efetivas em termos

de aumentar a capacidade antirradicalar e o teor de polifenoacuteis os autores

demonstram que o maior responsaacutevel pelos altos valores eacute o cacau que possui

grande quantidade de compostos fenoacutelicos em sua composiccedilatildeo

108

A grande influecircncia do liquor de cacau na quantidade de polifenoacuteis e na

capacidade antirradicalar estaacute de acordo com o encontrado para todos os chocolates

formulados no presente trabalho Conforme demonstrado anteriormente o liquor de

cacau utilizado quando comparado com frutas conhecidas por essa propriedade

possui uma alta capacidade antirradicalar (IC50=29 mgg) e alta quantidade de

polifenoacuteis (25994 mg GAE g) que reflete nos altos valores encontrados

Sim et al (2016) estudaram a adiccedilatildeo de poacute de casca de mangostatildeo (Garcinia

mangostana Linn) para a melhoria de propriedades nutricionais do chocolate As

formulaccedilotildees foram realizadas com 0 1 e 3 de poacute sendo que o chocolate amargo

obteve uma melhora de 3 na quantidade de polifenoacuteis totais aleacutem de uma melhora

no perfil de compostos bioativos sendo uma possiacutevel alternativa como aditivo para

enriquecimento de formulaccedilatildeo de chocolates

Todorovik et al (2015) avaliaram o perfil de polifenoacuteis de chocolates

produzidos na Seacutervia sendo que foram avaliados chocolates ao leite amargos e

amargos com adiccedilatildeo de raspberry Neste estudo natildeo foi encontrada diferenccedila entre

a quantidade de polifenoacuteis dos chocolates amargos com e sem a adiccedilatildeo de

raspberry Mesmo assim os resultados mostraram um aumento da capacidade

antirradicalar frente ao radical DPPH e ABTS nos chocolates com adiccedilatildeo de

raspberry

Os trabalhos citados acima demonstram que eacute possiacutevel adicionar frutas ou

folhas secas em chocolate e obter uma maior capacidade antirradicalar

Os chocolates desenvolvidos no presente trabalho apresentaram altas

capacidades antirradicalares o que sugere seus efeitos beneacuteficos para o corpo pele

e sauacutede Para o aumento significativo da capacidade antirradicalar no entanto mais

testes deveriam ser realizados de modo a definir se haacute uma interaccedilatildeo entre estes

compostos e as proteiacutenas do leite presentes no chocolate

109

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD

A anaacutelise em CLAE-DAD foi realizada para o perfil cromatograacutefico dos

compostos fenoacutelicos e verificaccedilatildeo se os componentes presentes na couve e na uva

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo desses produtos As comparaccedilotildees

entre cromatogramas de mesmo comprimento de onda para o chocolate ao leite

chocolate com couve e couve liofilizada se encontram nas Figuras 45 a 48

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

110

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

A anaacutelise dos cromatogramas do chocolate ao leite com couve chocolate ao

leite e da couve permite concluir que alguns dos picos da couve foram transferidos

para o chocolate ao leite com couve assim como alguns picos do chocolate ao leite

foram transferidos para o chocolate com couve A comparaccedilatildeo entre os picos e as

aacutereas encontradas estaacute disposta na Tabela 18

111

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260 nm 280 nm 320 nm 360 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL

2684 29610 3006 5879 2454 7848 2694 - 2449 - 603 101 2448 - 559 109

3652 - 2994 7936 2690 16752 1975 - 2538 1443 256 - 2539 986 261 -

3828 - 6680 24257 3097 - 81 - 2704 - 635 890 2705 - 777 562

4795 1003 10733 - 3849 - 8308 32875 2866 - 262 617 3639 - 182 268

5687 - 241 495 5707 1122- 224 406 365 - 250 855 3811 385 111 -

5964 - 1127 3481 5954 - 731 2575 4041 - 127 418 4032 - 124 232

6778 - 968 2839 6755 - 804 2833 9285 - 355 850 23576 18018 918 -

7229 - 287 699 7229 - 298 709 19400 - 733 1898 64626 6560 492 -

8165 - 585 3532 7926 - 303 2202 20645 - 182 378

9088 - 167720 481259 9088 - 219180 498880 25230 - 1682 3395

10379 - 626 1746 10370 - 1278 3175 29694 69863 1397 -

11 - 477 2917 11071 - 849 2221 56254 23250 572 -

12069 912 325 728 12069 1047 377 1051 57971 30799 312 -

12792 - 483 2280 15535 - 291 869 62540 479 618 -

13571 - 254 1435 16109 - 2446 9090 64626 9645 355 -

15529 - 495 1535 18094 808 25245 -

16137 - 4122 18531 19402 - 1267 28136

18094 - 19811 24559 22084 - 2792 10571

22083 58677 1751 -

22851 - 567 1191

23577 22250 1070 -

29206 - 413 81520

30100 - 412 1374

30797 - 26159 11417

64624 2830 546 -

82747 1375 1353 1305

112

Os cromatogramas obtidos para o chocolate ao leite chocolate ao leite com

uva e uva liofilizada estatildeo dispostos nas Figuras 49 a 52

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

113

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Assim como na primeira avaliaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que muitos dos picos

presentes no chocolate ao leite estatildeo presentes no chocolate ao leite com uva

Tambeacutem se observa que alguns picos da uva liofilizada foram transferidos para o

chocolate ao leite com uva conforme demonstra a Tabela 19

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de CLAE-DAD para identificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos eacute largamente utilizada na literatura atual Esta identificaccedilatildeo de compostos

pode ser realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo de tempos de retenccedilatildeo presentes na

literatura assim como comparaccedilatildeo com padrotildees No caso dos chocolates no

entanto

114

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260nm 280nm 320 nm 350 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT Uva CU CL RT Uva CU CL RT UVA CU CL RT UVA CU CL 2553 - 497 27915 2543 - 12925 52565 2779 - 19355 89 2450 10265 785 1085

2758 - 10827 13866 2757 - 14411 250205 2943 195 1428 2548 879 3375 254 2934 58 6176 26 2935 1615 7287 - 3052 223 21765 2775 182 752 562

3042 989 6047 - 3044 945 8338 - 56915 - 297 1325 2831 - 6825 384 3710 68 429 - 5194 355 625 - 9233 - 12195 8495 4098 - 806 232

3920 1533 4631 - 5918 661 3631 25745 10372 - 156 171 5049 - 272 98 56805 216 9485 495 6733 3903 2833 14080 - 8005 407 54596 - 216 165

5933 14 47705 3481 8984 4475 598044 - 16098 - 11865 36505 57455 - 361 3005 6761 308 36245 2839 10337 - 1692 3175 21380 - 9285 25005

7134 175 3066 - 21246 - 1568 24645 27800 - 388 9455 8995 178 603862 - 27776 24704 3809 - 73585 24825 492 -

10339 453 1138 1746 59786 1325 207 - 79272 851 107 - 12752 - 31385 22795 73587 7115 3055 -

14113 - 993 7615 79261 482 401 - 15491 - 2688 1535

16083 - 217065 18531 21381 - 953 48615

67858 - 567 208

115

existe uma grande complexidade de compostos presentes em sua estrutura o que

dificulta a utilizaccedilatildeo de adiccedilatildeo de padrotildees

Sendo assim o meacutetodo mais adequado seria a utilizaccedilatildeo de um CLAE-MS

capaz de identificar as massas dos picos e assim permitir a sua correta

caracterizaccedilatildeo No presente trabalho no entanto natildeo foi possiacutevel realizar esta

anaacutelise levando entatildeo agrave conclusatildeo atraveacutes de hipoacuteteses sobre os tempos de

retenccedilatildeo conhecidos em literatura

Primeiramente eacute preciso lembrar que dependendo do tipo de estrutura

quiacutemica haacute uma diferenccedila na absorccedilatildeo em cada comprimento de onda Zhang

(2013) identificou os espectros de absorccedilatildeo de 14 compostos fenoacutelicos mais

conhecidos na literatura sendo eles (1) aacutecido gaacutelico (2) aacutecido protequinico (3)

aacutecido vaniliacutenico (4) aacutecido cafeacuteico (5) aacutecido siringico (6) aacutecido cumaacuterico (7) aacutecido

saliciacutelico (8)catequina (9) epicatequina (10) rutina (11) morina (12) cumarina (13)

quercetina (14) resveratrol

Esses compostos fenoacutelicos estatildeo presentes tanto na uva quanto na couve

conforme abordado na revisatildeo de literatura A Tabela 20 representa os

comprimentos de onda de maior absorccedilatildeo para cada um dos fenoacutelicos acima

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013

Classes de substacircncias Compostos fenoacutelicos Comprimento de onda (nm)

Aacutecidos hidroxicinacircmicos Aacutecido gaacutelico 271

Aacutecido protequiacutenico 260

Aacutecido vaniliacutenico 260 Aacutecido hidroxicinacircmico Aacutecido cafeacuteico 324

Catequinas

Aacutecido cumaacuterico 280

Catequina 280

Epicatequina 280

Flavonoacuteis Rutina 255

Quercetina 374 Estibeno

Resverastrol 306

116

Todos os compostos citados absorvem nos comprimentos de onda avaliados

para os chocolates 260 280 320 e 360 nm portanto existe uma possibilidade de

que estes compostos estejam entre aqueles que se repetiram nos chocolates com

adiccedilatildeo sendo assim eacute provaacutevel que os picos encontrados estabeleccedilam uma relaccedilatildeo

com a adiccedilatildeo de compostos da couve e da uva nos chocolates

Comparando-se o chocolate ao leite com o chocolate com couve eacute possiacutevel

perceber que existe maior quantidade de picos em 280 e 320 nm no chocolate com

couve do que na amostra controle Provavelmente este fato indica que teriam sido

adicionados ao chocolate compostos da classe das catequiacutenas e compostos da

classe dos flavonoacuteis

Jaacute a comparaccedilatildeo entre o chocolate controle e o chocolate com uva haacute uma

adiccedilatildeo de picos principalmente nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm o que

provavelmente sugere que compostos das classes da catequiacutenas e aacutecidos

hidroxicinacircmicos foram adicionados

As catequinas satildeo principal constituinte de chaacutes e satildeo associadas a altas

capacidades antioxidantes Estudos revelam que a ingestatildeo de catequiacutenas pode

reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas aleacutem de possuir potencial para inibir ceacutelulas

canceriacutegenas e reduzir o processo de envelhecimento (BRAICU et al 2013)

Os flavonoacuteis satildeo antioxidantes naturais encontrados principalmente no chaacute e

em frutos como o cacau Estudos a respeito dessa classe de compostos

demonstram seu potencial em reduzir a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica representando um

protetor cardiovascular importante (HEIM TAGLIFERRO BOBILYA 2002)

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos tambeacutem satildeo altamente estudados por sua

propriedade antioxidante Estatildeo presentes em frutas e vegetais e satildeo conhecidos

principalmente por sua bioatividade (RAZZZAGHI-ASI et al 2013)

117

6CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de uva e couve em chocolate ao leite modificou suas propriedades

como segue

As propriedades fiacutesicas como tamanho de partiacutecula textura

viscosidade e tensatildeo inicial de Casson sendo que a diferenccedila de

textura e tamanho de partiacutecula foi percebida sensorialmente pelos

provadores natildeo treinados

As propriedades fiacutesico-quiacutemicas como a quantidade de fibras

conteuacutedo mineral e quantidade de accediluacutecares conduzindo a melhora nas

propriedades nutricionais dos chocolates

Nas propriedades sensoriais 92 dos painelistas afirmaram que havia

diferenccedila entre as amostras A anaacutelise sensorial tambeacutem comprovou

uma boa aceitaccedilatildeo de todos os chocolates sendo que mais de 60

dos provadores afirmou que provavelmente ou certamente compraria o

chocolate

A quantidade de polifenoacuteis aumentou no chocolate ao leite com uva

mas natildeo no chocolate ao leite com couve para a metodologia de Folin-

Ciocauteau

A grande quantidade de polifenoacuteis presentes no liquor de cacau utilizado

impactou diretamente nos altos valores encontrados para todos os chocolates

formulados A adiccedilatildeo de uva e couve liofilizadas apesar de tambeacutem apresentarem

altas quantidades de polifenoacuteis natildeo modificou a capacidade antirradicalar frente ao

radical ABTS e ao radical DPPH No processo de liofilizaccedilatildeo houve perdas de

polifenoacuteis na couve e na uva

Os resultados do perfil cromatograacutefico dos compostos fenoacutelicos por CLAE-

DAD revelaram que muitos dos compostos presentes na couve e na uva foram

transferidos para os chocolates formulados

A utilizaccedilatildeo de frutas e hortaliccedilas como alternativa para o enriquecimento de

propriedades dos alimentos foi comprovada neste trabalho demonstrando melhorar

as qualidades nutricionais e funcionais de alimentos como chocolate ao leite

118

7SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS

A adiccedilatildeo de frutas e vegetais em produtos alimentiacutecios eacute uma aacuterea

promissora para enriquecimento de formulaccedilotildees Os resultados obtidos no presente

trabalho indicaram modificaccedilotildees em alguns aspectos do chocolate o que eacute uma

premissa interessante para futuros trabalhos

Avalia-se que a adiccedilatildeo de frutas e vegetais tem no entanto aleacutem do valor

nutricional um efeito beneacutefico para ajudar a balancear as espeacutecies reativas no corpo

e desacelerar o envelhecimento precoce Essas propriedades funcionais no entanto

soacute poderiam ser confirmadas com testes in vivo apropriados para a verificaccedilatildeo deste

benefiacutecio

Aleacutem disso estudos de cristalizaccedilatildeo dos chocolates formulados poderiam ser

conduzidos pelas teacutecnicas- DSC Difraccedilatildeo de RAIO-X que poderiam ser utilizadas

para informaccedilotildees da estabilidade desses chocolates

119

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132

ANEXO A- Parecer cosubstanciado do CEP

133

134

135

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

136

137

138

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL

139

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES PARA BANCA JULGADORA

140

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO

141

142

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES

143

144

145

Page 3: Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

Juliana Cajado Souza Carvalho

Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades funcionais acrescidos de folhas de Brassica oleracea (couve) e

frutos de Vitis viniacutefera(uva)

Comissatildeo Julgadora da

Dissertaccedilatildeo para obtenccedilatildeo do grau de Mestre

Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes

orientadorpresidente

____________________________ 1o examinador

____________________________ 2o examinador

____________________________ 3o examinador

Satildeo Paulo _________ de _____

ldquoO que noacutes alcanccedilamos internamente mudaraacute a realidade exteriorrdquo

Plutarco

AGRADECIMENTOS

A realizaccedilatildeo deste trabalho eacute mais uma importante etapa da minha vida Gostaria de

agradecer a todos que contribuiacuteram de alguma forma para a concretizaccedilatildeo deste

trabalho em especial

Agrave Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes por sua orientaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo em

todas as etapas deste projeto

As minhas colegas de laboratoacuterio Raquel Beatriz Ingryd Natasha e Poliana pela

parceria durante esses dois anos de trabalho

Aos teacutecnicos de laboratoacuterio do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemica-

Farmacecircutica por toda a ajuda diaacuteria

Agrave Profa Dra Paulete Romoff e ao Prof DrJosef Wilhelm Baader pela colaboraccedilatildeo

na realizaccedilatildeo de experimentos e por toda a ajuda e apoio

Ao teacutecnico Nei Carlos do laboratoacuterio de Quiacutemica da Universidade Presbiteriana

Mackenzie e ao doutorando Sandro Oliveira pela colaboraccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos

experimentos de antioxidantes

Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado e o suporte financeiro que

possibilitou a realizaccedilatildeo deste trabalho

A minha famiacutelia por todo apoio recebido

A meus amigos e a todos que estiveram comigo neste periacuteodo

CARVALHO J C S DESENVOLVIMENTO DE CHOCOLATES AO LEITE COM

PROPRIEDADES FUNCIONAIS ACRESCIDOS DE FOLHAS DE Brassica

oleracea (couve) E FRUTOS DE Vitis viniacutefera (uva) 2016 137f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado) ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo

Satildeo Paulo 2016

RESUMO

Dietas ricas em vegetais satildeo fontes de antioxidantes importantes agentes

que auxiliam na prevenccedilatildeo do envelhecimento precoce O cacau mateacuteria

prima base para a produccedilatildeo de chocolates eacute considerado rica fonte de

antioxidante Entretanto o chocolate do tipo ao leite que possui menor

quantidade de cacau e portanto menor accedilatildeo antioxidante eacute o mais

consumido no Brasil O presente trabalho tem o objetivo de desenvolver

formulaccedilotildees de chocolates ao leite com propriedades funcionais Para tal

foram produzidas trecircs diferentes variaccedilotildees de chocolate ao leite (controle) ao

leite adicionados de folhas de couve e ao leite adicionados de frutos de

videira Os chocolates fabricados foram avaliados por suas caracteriacutesticas

fiacutesicas fiacutesico quiacutemicas sensoriais e quanto ao potencial antirradicalar Como

resultado observou-se que o teor de umidade do chocolate ao leite e a

atividade de aacutegua natildeo se modificaram com a adiccedilatildeo dos produtos liofilizados

Encontrou-se no chocolate com couve aumento de 9 no teor de fibras e 6

no conteuacutedo mineral Foi encontrada diferenccedila nas propriedades fiacutesicas do

chocolate com uva como viscosidade Casson (076plusmn004 Pas) dureza

(4377plusmn205 N) tensatildeo inicial Casson (129plusmn335 Pa) e tamanho de partiacutecula

(378plusmn113 microm) A avaliaccedilatildeo sensorial registrou alta aceitabilidade dos

produtos e a percepccedilatildeo de diferentes texturas nos chocolates O perfil do

potencial atioxidante sugere que natildeo houve aumento da capacidade

antirradicalar com a adiccedilatildeo de couve e uva poreacutem a anaacutelise do perfil

cromatograacutefico de fenoacutelicos levanta a hipoacutetese de que alguns compostos

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo de couve e de uva Conclui-

se que foi possiacutevel agregar propriedades funcionais no chocolate ao leite

Palavras-chave chocolate couve uva antioxidants

CARVALHO J C S Development of milk chocolates with

functional properties with leaves from Brassica Oleracea (kale) and

fruits of Vitis Vinifera (grape) 2016 145f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 2016

ABSTRACT

Nowadays it is known that a diet rich in vegetables is a source of antioxidants

which help in the prevention of premature ageing Studies on cocoa indicate

that this raw material essential in the production of chocolate is a rich source

of antioxidants However milk chocolate which contains less cocoa and less

antioxidant activity is the most consumed type in Brazil The aim of this study

was to develop milk chocolate formulations with antioxidant properties As

such three kinds of chocolate were produced with added kale leaves with

added grapes and the control normal milk chocolate The chocolates

produced were evaluated on their physical characteristics physical-chemistry

and antioxidant potential It was found that the moisture content and the water

activity did not change with the addition of lyophilized materials The addition

of kale increased 9 of fibers content and 6 of mineral content It was found

that the greatest change in physical properties was with added grape such as

viscosity (076plusmn004 Pas) texture (4377plusmn205 N) yield value (129plusmn335 Pa)

and particle size (378plusmn113 microm) The sensorial analysis resulted in high

acceptability of the products and in the differences of perception in texture

between the three kinds of chocolates The antioxidant profile suggest that

there was no occurrence of increases in antioxidant capacity with the addition

of kale and grape but the chromatography profile of phenolic compounds

raises the hypothesis that some phenolic compounds were transferred to the

chocolates after the addition It was found that it is possible to aggregate

functional properties of milk chocolate

Key-words chocolate kale grape antioxidants

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele 22

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de

Kammeyer Luiten (2015) 26

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de

chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010) 29

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 32

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 34

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol 36

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve 46

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial 54

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e

atividade de aacutegua (retirado de NESPOLO 2015) 58

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH 59

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

60

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH 60

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve

liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto

(1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010) 61

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in

natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo

meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010) 62

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante 63

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

64

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da

peneira para couve liofilizada em poacute 66

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para

extrato de couve liofilizado 67

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar

um sal com Cu2+ se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho

tijolo) Retirado de Tavares et al (2010) 69

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em

diferentes concentraccedilotildees 72

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em

diferentes concentraccedilotildees 73

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate 76

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees

dos chocolates 77

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve

e chocolate com uva 80

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com

couve e chocolate com uva 81

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose 87

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores 90

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite

chocolate ao leite com uva e chocolate ao leite com couve 91

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate

ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 93

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o

chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 94

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo

chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 95

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo

para o chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

96

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate

ao leite com couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH 97

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da

variaccedilatildeo de absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox 98

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite 99

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite com couve 99

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de

chocolate com uva 100

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS 100

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox 101

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite 102

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve 102

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 103

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho 40

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate sendo a foacutermula 1 a

controle a foacutermula 2 o chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 43

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria 44

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE 50

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura

extraiacutedos por diferentes meacutetodos 64

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para

meacutetodo graacutefico e algeacutebrico 67

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva

liofilizada e in natura 69

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes

extratores 70

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical

DPPH para o liquor de cacau 74

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e

integral utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate 75

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate 78

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite

com couve e chocolate ao leite com uva 83

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de

chocolates finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010) 83

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate

eo leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 87

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates 88

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e

chocolate ao leite com uva 89

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com

uva 103

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao

leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 111

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates

com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 114

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde

apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013 115

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABICAB Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados

ABTS 22-azino-bis(3-etilbenzothiazolina-6-aacutecido sulfocircnico)

AM Abertura da malha

CLAE Cromatografia Liacutequida de Alta Eficiecircncia

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DPPH 22-difenil-1-picrilhidrazil

IC50 Concentraccedilatildeo em que se reduz a metade do efeito maacuteximo

ERO Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

FDA Food Dietary Intake

IEA Instituto de Economia Agriacutecula

g Grama

GAE Gallic Acid Equivalent

LDL Lipoproteiacutena de baixa densidade

mg Miligrama

mL Mililitros

N Newton

Pas Pascal por segundo

Pa Pascal

PGPR Polyglycerol Polyricinoleate

POS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Esteaacuterico

POP Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Palmitiacuteco

RDA Refference Dietary Allowance

RDC Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada

SOS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Esteaacuterio-Oleico-Esteaacuterico

TAG Triacilgliceroacuteis

USDA United States Department of Agriculture

UV Ultravioleta

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 22

21 Envelhecimento cutacircneo 22

22 Cacau e Chocolate 27

23 Brassica oleracea (couve) 31

24 Vitis vinifera (Uva) 36

3 OBJETIVOS 39

31 Geral 39

32 Especiacuteficos 39

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 40

41 Materiais 40

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva 41

43 Produccedilatildeo do chocolate 42

44 Granulometria 44

45 Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute 45

46 Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar 45

461 Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos 45

462 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do

potencial antirradicalar de couve uva e liquor de cacau 47

463 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates 47

464 Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis 48

465 Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS 49

466 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE 49

47 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates 50

48 Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas 51

481 Determinaccedilatildeo de umidade 51

482 Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral 51

483 Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos 51

484 Determinaccedilatildeo de proteiacutenas 52

485 Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

52

486 Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis 52

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura 52

410 Determinaccedilatildeo da reologia 53

411 Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua 53

412 Avaliaccedilatildeo da Colorimetria 53

413 Avaliaccedilatildeo sensorial 53

414 Forma de anaacutelise de resultados 56

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 57

51 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve 57

511 Liofilizaccedilatildeo 57

512 Perfil antioxidante 59

513 Anaacutelise granulomeacutetrica 66

52 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva 68

521 Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares

redutores natildeo redutores e totais 68

522 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva 70

53 Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau 73

531 Perfil antirradicalar do liquor de cacau 73

532 Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau 74

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute 75

55 Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates 75

551 Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da

manteiga de cacau 75

552 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula 78

553 Anaacutelise Reoloacutegica 79

554 Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates 82

555 Atividade de aacutegua 88

556 Colorimetria 89

557 Estabilidade dos chocolates 90

558 Avaliaccedilatildeo sensorial 92

559 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates 96

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD 109

6 CONCLUSAtildeO 117

7 SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

REFEREcircNCIAS 119

ANEXO A- PARECER COSUBSTANCIADO DO CEP 132

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 135

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL 138

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES 139

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO 140

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES 142

20

1INTRODUCcedilAtildeO

Na safra 20142015 a colheita bruta de cacau 4230 mil toneladas do fruto

(INTERNATIONAL COCOA CONFECTIONARY ORGANIZATION-ICCO 2016)

Segundo dados da Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados (ABICAB) (2015) 731 mil toneladas de chocolate

foram produzidos no ano de 2014

Segundo o documento ldquoBrasil Food Trends 2020rdquo a tendecircncia para o mercado

de alimentos no Brasil eacute o desenvolvimento de formulaccedilotildees com o conceito de

ldquosaudabilidaderdquo ou seja produtos com menor valor caloacuterico reduzido valor de

accediluacutecar com menor teor de gorduras trans e que possuam atribuiccedilotildees funcionais

Sabe-se que os consumidores vecircm buscando produtos que contribuam para uma

dieta mais saudaacutevel com maior conteuacutedo mineral e de nutrientes e valor reduzido de

gorduras e colesterol (MADI COSTA REGO 2010)

Lannes et al (2002) por exemplo formularam chocolate utilizando o cupuaccedilu

Seus estudos permitiram concluir que a substituiccedilatildeo do cacau pelo cupuaccedilu foi

eficaz gerando um produto com alta qualidade e custo reduzido se comparado ao

similar Komes et al (2013) adicionaram frutas secas agraves formulaccedilotildees de chocolate a

fim de obter um chocolate com maior capacidade antirradicalar Segundo a anaacutelise

sensorial realizada pelos autores os chocolates contendo Cranberries foram bem

aceitos e foi possiacutevel observar maior potencial antirradicalar nos chocolates com

adiccedilatildeo de frutas Amaral (2013) realizou a produccedilatildeo de recheios de bombons com

adiccedilatildeo de murici uma fruta de alto valor nutricional e obteve produtos com maior

elevados teores de proteiacutenas e minerais

A busca pela inovaccedilatildeo no mercado de chocolates tambeacutem levou

pesquisadores a realizar patentes de seus produtos Crowley amp Naimeddine (2011)

desenvolveram um chocolate com adiccedilatildeo de um blend da manteiga de cacau com

adiccedilatildeo de frutas liofilizadas em poacute Vajda et al (1989) elaboraram um spread de

chocolate com a adiccedilatildeo de poacutes de frutas concentradas

21

Sabe-se que haacute uma grande quantidade de pesquisas a respeito dos

benefiacutecios dos antioxidantes para evitar ou reduzir os efeitos de doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como cacircncer Alzheimer catarata diabetes envelhecimento

entre outras (Cai et al 2004 apud MORAIS et al2009) Os polifenoacuteis por exemplo

satildeo antioxidantes que possuem estruturas quiacutemicas promissoras para prevenccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo (MEENA MEENA TREacuteTON 2014)

Os antioxidantes podem ser encontrados em diversos tipos de vegetais- como

frutas e hortaliccedilas sendo a couve e a uva dois exemplos de alimentos com essa

propriedade

A couve eacute um vegetal importante nas dietas tradicionais na regiatildeo

Mediterracircnea e eacute conhecida por sua capacidade de prevenccedilatildeo de doenccedilas e

propriedades antimicrobianas Estudos identificaram nove diferentes aacutecidos fenoacutelicos

em sua composiccedilatildeo sendo estes com alta capacidade antioxidante (AYAZ et al

2008)

O consumo de uvas vem sendo estudado como efetiva prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas e o envelhecimento devido agrave alta porccedilatildeo de compostos fenoacutelicos em

sua composiccedilatildeo A uva eacute composta principalmente por flavonoides como o

resveratrol que jaacute foi comprovadamente associado agrave alta capacidade antirradicalar

frente aos radicais livres (XIA et al 2010)

Diante do acima citado o presente trabalho tem como objetivo o

desenvolvimento de formulaccedilatildeo de chocolates acrescidos de folhas de couve

(Brassica oleracea) e de frutos de uva (Vitis viniacutefera) obtendo-se assim produtos

com enriquecimento das propriedades funcionais Por suas propriedades acredita-

se que o seu consumo traraacute benefiacutecios agrave sauacutede

22

2REFERENCIAL TEOacuteRICO

21Envelhecimento cutacircneo

A pele eacute o oacutergatildeo que reveste todo o organismo correspondendo a 5 do

peso corporal Apresenta multifunccedilotildees tais como sensorial proteccedilatildeo contra agentes

externos termorregulaccedilatildeo excreccedilatildeo e produccedilatildeo de metaboacutelitos aleacutem de

representar a aparecircncia e perfil caracteriacutestico dos indiviacuteduos (CORREcircA 2012)

A pele eacute dividida em trecircs principais camadas- a epiderme a derme e a

hipoderme conforme demonstra a Figura 1 (KHAVKIN e DAVID 2011)

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele

A epiderme eacute formada por aproximadamente 95 de queratinoacutecitos os quais

estatildeo sempre se renovando constituindo desde a membrana basal ateacute a superfiacutecie

23

da pele e assim gerando diversas camadas distintas camada basal espinhosa

granulosa e coacuternea (KHAVKIN e DAVID 2011)

Com o passar do tempo a derme sofre um processo natural de

envelhecimento que varia de acordo com os fatores geneacuteticos de cada pessoa Os

sinais cliacutenicos de surgimento deste processo se datildeo com o aparecimento de linhas

de expressatildeo rugas e manchas (LONGO CASARI BERETTI 2013) Estima-se que

a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ultravioleta seja responsaacutevel por 80 da aceleraccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo precoce poreacutem o cansaccedilo fiacutesico e psicoloacutegico a exposiccedilatildeo

agrave poluiccedilatildeo o consumo de aacutelcool e a dieta natildeo balanceada satildeo fatores importantes

que contribuem neste processo (POLJSAKDAHMANE 2012)

A pele por possuir funccedilatildeo protetora eacute o oacutergatildeo que estaacute mais exposto a

agentes quiacutemicos fiacutesicos e microbioloacutegicos e portanto possui maior tendecircncia de

acumular radicais livres (Hashizume 2004 apud Kammeyer Luiten 2015)

Radical livre eacute toda espeacutecie seja ela orgacircnica ou inorgacircnica que possui

eleacutetrons desemparelhados em sua camada de valecircncia Esta configuraccedilatildeo torna os

compostos muito instaacuteveis com baixa meia-vida e deste modo com reatividade

muito alta (Lushchak 2014) A formaccedilatildeo dos radicais livres pode ocorrer no

citoplasma em membranas e principalmente na mitocondria (Labat-Robert Robert

2014)

Os radicais livres mais comuns encontrados na pele satildeo as Espeacutecies

Reativas de Oxigecircnio (ERO) que podem ser radicalares- como radicais hidroxila

(HO) radicais superoacutexido (O2-) radicais peroxila e alcoxila (RO2 RO)- ou natildeo

radicalares como oxigecircnio singlete (O2) e peroacutexido de hidrogecircnio(H2O2) e as

Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio (ERN) como NO e espeacutecies reativas de enxofre

(GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Na membrana mitocondrial ocorrem naturalmente as reaccedilotildees de reduccedilatildeo

completa do O2 como demonstra a Figura 2 As reaccedilotildees envolvem a transferecircncia

de quatro eleacutetrons para a formulaccedilatildeo de H2O no entanto sabe-se que as reaccedilotildees

intermediaacuterias podem vir a formar EROs pela reduccedilatildeo incompleta do oxigecircnio

durante o transporte de eleacutetrons (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

24

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014)

O acircnion radical superoacutexido (O2-) formado a partir da primeira reaccedilatildeo de

reduccedilatildeo do oxigecircnio eacute dentre todas as outras ERO a menos reativa e portanto sua

capacidade de causar danos a ceacutelulas ainda natildeo eacute comprovada Contudo em meio

aacutecido este radical sofre a reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo (Equaccedilatildeo 1) formando o peroacutexido

de hidrogecircnio (H 2O2) espeacutecie de meia vida longa que pode reagir com alguns

metais produzindo novas espeacutecies oxidativas (Lushchak 2014)

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014)

Mesmo assim o acircnion radical superoacutexido (O2) possui um papel importante na

funccedilatildeo vital de algumas ceacutelulas pois eacute por meio dele que se formam os radicais

OH aleacutem de ser essencial para o seu organismo de defesa (BARREIROS DAVID

DAVID 2006)

O radical hidroxila (OH) eacute entre os jaacute citados o que possui menor tempo de

meia vida isto significa que ele possui uma instabilidade eletrocircnica muito maior que

os outros Deste modo eacute capaz de capturar mais eleacutetrons de outras moleacuteculas e

portanto causar danos maiores e mais rapidamente que os outros Aleacutem disso

possui a capacidade de reagir com aminoaacutecidos aacutecido desoxirribonucleacuteico aacutecidos

25

ribonucleacuteicos e aacutecidos orgacircnicos bem como inativar diversas proteiacutenas por meio da

oxidaccedilatildeo do grupo sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) (Prior 2015)

O ataque a aminoaacutecidos atinge principalmente a cisteiacutena histidina triptofano

metionina fenilalanina podendo gerar clivagem de ligaccedilotildees fazendo com que

ocorra a perda da atividade enzimaacutetica dificuldade no transporte ativo atraveacutes

de membranas celulares citoacutelise e ateacute a morte celular Todos os aminoaacutecidos

podem perder o hidrogecircnio de sua cadeia ligado ao carboxilato e ao grupo amino

Essa abstraccedilatildeo faz com que ocorra um ataque do radical hidroxiacutelico agrave cadeia

carboxilato do aminoaacutecido causando a perda de gaacutes carbocircnico e formando um

carbono radicalar (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

O radical hidroxila pode ainda reagir com lipiacutedeos ao atacar essas cadeias o

grupo metilecircnicoalilico fica suscetiacutevel a outros ataques tornando-se um radical livre

Esse carbono radicalar formado pode facilmente gerar o radical lipiacutedeo-peroxila

atacando a proteiacutena das membranas e gerando danos as ceacutelulas (BARREIROS

DAVID DAVID 2006)

Este tipo de radical pode ser formado por intermeacutedio de dois tipos de reaccedilatildeo

A primeira (Figura 4A) eacute determinada por exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante que

em frequente contato com as ceacutelulas da pele pode levar a formaccedilatildeo de

cacircncer em seres humanos A segunda (Figura 4B) ocorre devido agrave presenccedila de

metais de transiccedilatildeo no organismos (como Fe2+e Cu+) que reagem com o peroacutexido

de hidrogecircnio pela reaccedilatildeo de Fenton (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

26

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de Kammeyer Luiten

(2015)

O radical hidroperoxiacutela (HO2) eacute a forma protonada do radical superoacutexido e

segundo Kammeyer e Luiten (2015) eacute mais reativo e tem maior poder de destruiccedilatildeo

das ceacutelulas

A pele possui seu proacuteprio sistema antioxidante que busca reduzir os danos

causados por esses radicais livres A superoacutexido desmutase por exemplo eacute capaz

de converter o radical superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio evitando a accedilatildeo deste

como radical livre A catalase e a glutationa peroxidase satildeo tambeacutem antioxidantes

em destaque pois satildeo capazes de realizar a decomposiccedilatildeo do H2O2 e assim

formar aacutegua e oxigecircnio Apesar disso as fontes exoacutegenas de radicais livres vecircm

acelerando o processo de envelhecimento e assim torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de fontes exoacutegenas de antioxidantes para combater esses radicais (GUARATINI

MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Oliveira et al (2009) por exemplo estabeleceram uma relaccedilatildeo entre o

consumo excessivo de produtos como gorduras trans fumo aacutelcool accediluacutecar entre

outros com problemas envolvendo estresse oxidativo Observam tambeacutem que

quanto maior o consumo de frutas e verduras menor a probabilidade de

desenvolvimento de doenccedilas

27

Estudos recentes relacionam os haacutebitos alimentares inadequados ao aumento

de ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas (FARIA SANTOS VIANNA 2006) Por sua vez

Guaratini Medeiros e Colepicolo (2007) relatam que o envelhecimento cutacircneo pode

ser catalisado pela presenccedila de espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio nos

tecidos cutacircneos levando a mutaccedilotildees das estruturas normais da pele Devido a isto

sugere-se a aplicaccedilatildeo tanto oral como toacutepica de antioxidantes como estrateacutegia para

a proteccedilatildeo e cuidado da pele

Qualquer alteraccedilatildeo nas funccedilotildees normais das ceacutelulas da pele resulta em uma

seacuterie de mudanccedilas que iratildeo impactar no envelhecimento cutacircneo Satildeo elas a perda

de funccedilatildeo tensora e retraacutetil o aumento da fragilidade a diminuiccedilatildeo nos sistemas de

resposta de cicatrizaccedilatildeo perda de firmeza modificaccedilatildeo na pigmentaccedilatildeo reduccedilatildeo do

colaacutegeno e fibras reduccedilatildeo na quantidade de ceacutelulas de Langerhans (Kammeyer

Luiten 2015)

Antioxidantes importantes adquiridos na dieta agem como inibidores da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica na pele Algumas substacircncias tecircm se mostrado importantes

para essa suplementaccedilatildeo como α- tocoferol aacutecido ascoacuterbico Vitamina E

Carotenoacuteides (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

22Cacau e Chocolate

Teobroma cacao eacute uma espeacutecie vegetal originaacuteria da Ameacuterica do Sul que

cresce principalmente entre os troacutepicos de Cacircncer e Capricoacuternio As principais

espeacutecies satildeo Criolllo Forastero Trinitaacuterio e Nacional sendo a mais comum no Brasil

a Forastero Seu fruto o cacau eacute largamente utilizado pelo mundo principalmente

na produccedilatildeo de chocolates (AFOAKWA 2010)

O cacau eacute amplamente estudado sendo que registros demonstram o uso

deste fruto desde 1400 dc Os astecas e maias o utilizavam para a produccedilatildeo de

chocolatl uma bebida muito conhecida na eacutepoca que tinha em sua foacutermula aacutegua

cacau e temperos Em 1520 esta bebida foi exportada para a Espanha onde

passou a ser adoccedilada com mel (AFOAKWA 2010)

28

Em 1536 foi realizado o primeiro registro do uso de cacau e chocolate para

fins terapecircuticos pelo professor da Faculdade de Santa Cruz M de La Cruz Seu

estudo contemplava a confirmaccedilatildeo destes produtos para tratamento de constipaccedilatildeo

problemas dentaacuterios entre outras doenccedilas (LIPPI 2009)

Atualmente diversos estudos sobre o cacau relacionam sua alta capacidade

antirradicalar com sua grande concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos Oliveira (2011)

por exemplo identificou a capacidade antirradicalar (meacutetodo DPPH) a composiccedilatildeo

de fenoacutelicos (meacutetodo de Folin-Ciocalteu) e flavonoides (meacutetodo colorimeacutetrico) de

cacau cultivado na Bahia sendo amostras natildeo fermentadas fermentadas nibs e

liquor de cacau Neste estudo encontrou-se uma alta taxa de compostos fenoacutelicos

(30143 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (21403 plusmn065 mgg-1) em maior concentraccedilatildeo

nos nibs de cultivo orgacircnico quantidade se mostrou alta para fenoacutelicos (28463 plusmn

322 mgg-1 23332 plusmn 033 mgg-1 19595 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (19785plusmn 033

mgg-1 17363plusmn 043 mgg-1 12879 plusmn 095 mgg-1) em cacau fermentado e natildeo

fermentado de cultivo orgacircnico e liquor respectivamente A capacidade

antirradicalar determinada pelo meacutetodo DPPH demonstrou um alto potencial

dessas amostras de neutralizar radicais livres Calculadas em IC50 ou seja a

capacidade de diminuir em 50 a concentraccedilatildeo inicial do DPPH as amostras de

nibs se confirmaram como as com maior capacidade antirradicalar (422plusmn064

microgmL-1mv-1) ficando agrave frente das natildeo fermentadas (643plusmn133microgmL-1mv-1 ) das

fermentadas (706plusmn085 microgmL-1mv-1) e do liquor de cacau (767 plusmn105 microgmL-1mv-

1) O estudo tambeacutem revelou valores para cultivo convencional para todas as

amostras e provou que o tipo de cultivo pode gerar diferenccedilas de formaccedilatildeo de

fenoacutelicos e flavonoides no cacau

Um trabalho realizado por Delonga e Mazor (2009) investigou os

componentes quiacutemicos por CLAE do liquor de cacaus originaacuterios de seis diferentes

paiacuteses Equador Gana Madagascar Meacutexico Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Venezuela

Atraveacutes deste estudo foi identificada a presenccedila de flavan-3-ol (-)-epicatequiacutena (+)-

catequina e derivados do aacutecido cafeiacuteco em todas as amostras No entanto natildeo foi

identificada a (-)- galocatequina nas amostras de Gana e da Venezuela bem como a

(-)-epigalocatequina natildeo foi identificada em amostras do Meacutexico e da Venezuela

Em termos quantitativos foram encontradas maiores quantidades de compostos

fenoacutelicos nas amostras de liquor de Madagascar sendo a sequecircncia decrescente a

29

seguinte MadagascargtMeacutexicogt Equadorgt Venezuela gt Satildeo Tomeacutegt Gana Esses

resultados comprovam natildeo soacute a presenccedila de fenoacutelicos no cacau como tambeacutem a

influecircncia das variedades de cacau condiccedilotildees de cultivo e fermentaccedilatildeo na formaccedilatildeo

de maiores ou menores quantidades de compostos fenoacutelicos

Um dos mais vendidos produtos originaacuterios do cacau eacute o chocolate Segundo

a RDC no 264 de 22 de setembro de 2005 emitido pela Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria o chocolate eacute definido como

ldquoo produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L) massa (ou pasta ou liquor) de cacau cacau em poacute e ou manteiga de cacau com outros ingredientes contendo no miacutenimo 25 (g100 g) de soacutelidos totais de cacau O produto pode apresentar recheio cobertura formato e consistecircncia variadosldquo

Dependendo de sua quantidade de cacau leite e manteiga de cacau o

chocolate pode ser distribuiacutedo em trecircs categorias primaacuterias amargo ao leite e

branco que por diferenccedilas em sua composiccedilatildeo apresentam diferentes valores

caloacutericos e quantidade de flavonoides como demonstra a Figura 5 (AFOAKWA

2010)

(

Uma formulaccedilatildeo de chocolate eacute basicamente formada por manteiga de cacau

liquor de cacau accediluacutecar emulsificante (geralmente lecitina de soja ou PGPR-

A 132 kcal30g

951 mg de flavonoides40g

B 160 kcal30g

394 mg de flavonoides40g

C 163 kcal40g

Natildeo possui massa de cacau

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010)

30

poliglicerol poliricenolato ou uma combinaccedilatildeo de ambos) e leite em poacute (GARTI

WIDLAK 2012)

O leite em poacute eacute utilizado no chocolate para agregar sabor e valor nutricional

ao produto O chocolate ao leite eacute um dos mais consumidos no Brasil (ABICAB

2014) O leite eacute geralmente composto por caseiacutena e proteiacutenas do soro que atuam

como surfactantes no chocolate modificando sua viscosidade e textura O leite

ainda eacute conhecido por sua propriedade em reduzir o efeito de fat bloom devido as

caracteriacutesticas de sua gordura (AFOWAKA PATERSON FOWLER 2007)

O emulsificante mais comum utilizado na induacutestria de chocolates eacute a lecitina

de soja Por possuir uma parte hidrofiacutelica e outra hidrofoacutebica essa substacircncia tem

afinidade tanto com a gordura quanto com a aacutegua unindo portanto as duas fases e

assim garantindo estabilidade dos produtos Aleacutem disso a lecitina pode

proporcionar plasticidade suavidade e antiaderecircncia ao produto aleacutem de contribuir

para o aroma (AFOWAKA 2010) Eacute conhecido tambeacutem que a lecitina possui a

propriedade de reduzir o fat bloom processo no qual haacute a migraccedilatildeo da gordura para

a superfiacutecie (BECKETT 2009)

A manteiga de cacau eacute a principal gordura utilizada como fase contiacutenua nos

chocolates servindo como seu principal dispersante (LANNES GIOIELLI1998) A

manteiga de cacau eacute formada por diferentes aacutecidos graxos sendo sua composiccedilatildeo

distinta para cada regiatildeo geograacutefica (LIPP et al 2000) Os mais importantes

compostos encontrados na manteiga de cacau satildeo os triacilgliceroacuteis Cis-mono-

insaturados (TAG) jaacute que estes satildeo os principais responsaacuteveis pela percepccedilatildeo do

sabor (PESCHAR et al 2004)

Os TAGs correspondem de 40 a 50 da composiccedilatildeo da manteiga de cacau

sendo que entre estes trecircs compostos satildeo mais abundantes 2-oleil-1-palmitoil-3-

estearilglicerol (POS) com 35 13-diesteroil-2-oleilglicerol (SOS) com 23 e 13-

dipalmitoil-2-oleoilglicerol (POP) com 15 (SCHENK PESCHAR 2004)

O sabor a textura e o derretimento na boca satildeo influenciados pela estrutura

cristalina que eacute formada durante a temperagem do chocolate (PESCHAR et al

2004) Os TAGs sob diferentes pontos de fusatildeo podem possuir polimorfos distintos

como demonstrado no Quadro 1 (RAY et al 2011) A diferenccedila entre algumas

destas estruturas eacute perceptiacutevel tanto visualmente no chocolate quanto no paladar

31

A forma V eacute a mais desejada por suas caracteriacutesticas de ser estaacutevel em

temperatura ambiente se tornar liacutequida na temperatura da boca e possuir

propriedades mecacircnicas excelentes A forma V pode ser facilmente convertida para

a forma VI com o passar do tempo de armazenamento esta por sua vez eacute menos

estaacutevel A forma VI eacute a responsaacutevel pelo fat bloom em chocolates e deve ser evitada

(BRICKNELLHARTAL 1998 apud JAMESSMITH 2009) Jaacute a forma I eacute muito

instaacutevel e se transforma facilmente na forma II que por sua vez tem a tendecircncia de

se passar para a forma III e IV (AFOAKWA2010)

O fat bloom eacute o defeito mais comum que pode ocorrer no chocolate Este

fenocircmeno ocorre quando haacute a migraccedilatildeo da gordura para a superfiacutecie do chocolate

deixando-o com uma peliacutecula branca e alterando sabor brilho e textura Indesejaacutevel

nos chocolates existem diversas maneiras para evitar o fat bloom sendo que a mais

conhecida eacute a utilizaccedilatildeo de leite em poacute que reduz a formaccedilatildeo da forma V

(LONCHAMPT HARTEL 2004)

Quadro 1 Polimorfos da manteiga de cacau suas nomenclaturas segundo diferentes autores e seus respectivos pontos de fusatildeo (Retirado de Garti Widlak 2012)

Willie e Lutton (1996) Larsson (1966) Van malssen et al (1999) Ponto de fusatildeo (0C)

I βacute3 γ 173

II α-2 α 233

III β acute2-2 β acute 255

IV β acute1-2

275

V β acute2-3 β -V 338

VI β acute1-3 β -IV 364

23Brassica oleracea (couve)

A couve ou couve manteiga eacute um alimento largamente consumido no Brasil

Somente no estado de Satildeo Paulo no ano de 2015 a plantaccedilatildeo foi de 1200

hectares (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

32

Esta hortaliccedila eacute cultivada em qualquer eacutepoca do ano e eacute conhecida

principalmente por suas propriedades funcionais e altos valores de vitaminas

minerais e fibras (STEINDAl et al 2015)

Ayaz et al (2007) realizaram um estudo de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos

compostos fenoacutelicos na couve Foram encontrados nove diferentes tipos de aacutecidos

fenoacutelicos gaacutelico protocatecuico p-hidroxibenzoacuteico vaniacutelico saliciacutelico p-cumaacuterico

cafeacuteico feruacutelico e sinaacutepico

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos satildeo compostos fenoacutelicos formados por uma

cadeia de nove carbonos como demonstra a Figura 6 Essa classe estaacute presente

em muitos vegetais e frutos e satildeo conhecidos por sua bioatividade e poder

antirradicalar (Razzaghi-Asl et al 2013)

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido feruacutelico eacute o composto mais abundante na couve (169 ngg livres e

170 ngg PS - Peso seco - como eacutesteres) Possui em sua estrutura quiacutemica um anel

aromaacutetico com um grupo hidroxiacutelico um grupo metoxiacutelico e uma cadeia lateral com

trecircs aacutetomos de carbono como uma funccedilatildeo de aacutecido carboxiacutelico (GRAFF 1992) e

por isso eacute caracterizado como um possiacutevel sequestrador de radicais livres

Foi encontrado que este aacutecido possui 8142 plusmn 051 (3 mgL) de capacidade

antirradicalar contra o radical DPPH Aleacutem disso possui comprovadamente atividade

33

contra os radicais- peroacutexido de hidrogecircnio superoacutexido hidroxila e dioacutexido de

nitrogecircnio (SEVGI TEPE SARIKURKCU 2015)

O aacutecido cafeico eacute tambeacutem um dos mais abundantes fenoacutelicos presentes na

couve (2040 ngg FW em glicosiacutedeos e 2640 ngg FW em eacutesteres) Sua estrutura

quiacutemica eacute formada por um anel benzecircnico ligado a um grupo metoxihidroxila e um

grupo hidroxila (RAMALHO JORGE 2006)

Sevgi et al (2015) determinaram a capacidade antirradicalar deste composto

por meio de meacutetodos in vivo sob diferentes concentraccedilotildees Como resultado o aacutecido

cafeico se mostrou capaz de sequumlestrar 8335 plusmn 057 de radicais livre DPPH na

concentraccedilatildeo de 03 mgmL Esse estudo tambeacutem revelou a efetividade deste

componente na eliminaccedilatildeo de radicais como acircnion superoacutexido um alto poder

redutor e alto poder de quelar metais

O aacutecido p-cumaacuterico (593 ngg e 591 ngg em eacutesteres) eacute um derivado do

aacutecido cinacircmico muito utilizado nas induacutestrias quiacutemicas de alimentos farmacecircutica e

cosmeacutetica Eacute conhecido principalmente por suas caracteriacutesticas redutoras de LDL

(lipoproteiacutena de baixa densidade) e antimicrobianas (KILICcedil YESILOGHU 2013)

Foi encontrado que o aacutecido p-cumaacuterico tem a capacidade de inibir 712 da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica de uma emulsatildeo de aacutecido linoleico (45 microgmL) aleacutem de

efetividade contra eliminaccedilatildeo de radicais DPPH acircnion superoacutexido peroacutexido de

hidrogecircnio e a capacidade de reduzir iacuteons feacuterricos e ferrosos (Fe3+ e Fe2+) (KILICcedil

YESILOGHU 2013)

O aacutecido sinaacutepico (187 ngg FW e 155 ngg FW em eacutesteres) eacute um derivado de

aacutecido cinacircmico Estudos revelaram que esta substacircncia eacute capaz de inibir 332 o

radical DPPH sob a concentraccedilatildeo de 20 microM (KIKUZAKI et al 2002)

Facilmente encontrados na natureza os aacutecidos hidroxi-benzoicos satildeo

compostos fenoacutelicos que possuem 7 aacutetomos de carbono como demonstra a Figura

7 (SOARES 2002) Geralmente apresentam-se como eacutesteres de aacutecidos orgacircnicos

ou glicosiacutedeos Na aacuterea alimentiacutecia esses compostos podem influenciar na

estabilidade cor sabor valor nutricional e bioatividade (CHENHO 1997)

34

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido gaacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) eacute um polifenol

encontrado em muitas espeacutecies vegetais Muito utilizado na induacutestria alimentiacutecia e

cosmeacutetica esse composto eacute conhecido por evitar a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e

deterioraccedilatildeo dos produtos (YEN DUH TSAI 2002)

A capacidade antirradicalar deste aacutecido eacute comprovada por Zhang et al

(2015) Seus experimentos revelaram que o aacutecido gaacutelico possui um IC50 de 363 plusmn

20 micromolL para neutralizar o radial livre DPPH 662 plusmn 16 de oxidaccedilatildeo antilipiacutedica

O aacutecido protocatequiacutenico (178 ngg e 22 ngg FW em eacutesteres) foi avaliado por

Sevgi et al (2015) segundo sua capacidade antirradicalar pelo meacutetodo do DPPH e

por sua capacidade de quelar metais Os resultados revelaram uma capacidade de

6537 plusmn 005 (03 mgmL) de sequumlestrar o radical DPPH e 2617 plusmn 086 de efeito

como quelante

O aacutecido saliciacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) demonstrou baixos

resultados em capacidade antirradicalar (011) pelo meacutetodo de DPPH e nenhum

resultado para peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e eliminaccedilatildeo do peroacutexido de hidrogecircnio (SROKA

CISOWKI 2003)

A couve possui tambeacutem valores nutricionais interessantes para o consumo

como demonstra o Quadro 2

35

Quadro 2 Valores nutricionais da couve em 100 g e porcentagem de dose

diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por

100g Porcentagem da

RDA

Aacutegua g 8404 -

Energia kcal 49 -

Proteiacutena g 428 856

Total lipiacutedeos g 093 -

Carboidratos g 875 292

Fibras g 36 144

Accediluacutecares g 226 -

Minerais

Caacutelcio mg 150 15

Ferro mg 145 816

Magneacutesio mg 47 0368

Foacutesforo mg 92 92

Potaacutessio mg 491 1403

Soacutedio mg 38 158

Zinco mg 038 54

Vitaminas

Vitamina C mg 120 200

Tiamina mg 011 733

Riboflavina mg 013 76

Niacina mg 1 5

Vitamina B6 mg 0271 1355

Aacutecido Foacutelico microg 141 3225

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 500 8333

Vitamina E mg 154 154

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 7048 880

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0091 0455

Aacutecidos graxos insaturados g 0052 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0338 -

Colesterol mg 0 -

36

24 Vitis vinifera (Uva)

A uva eacute largamente produzida no estado de Satildeo Paulo como por exemplo

em Campinas onde foram plantados em 2015 mais de 22 milhotildees de peacutes

(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

A uva pode ser dividida basicamente em trecircs espeacutecies- a Vitis vinifera Vitis

labrusca e Vitis rotundifolia sendo diferenciadas principalmente pelo local de cultivo

Cada uma destas espeacutecies possui composiccedilotildees diferentes e portanto distintas

quantidades de flavonoides (XIA 2010)

Liang et al (2011) realizaram um estudo dos perfis de polifenoacuteis em frutos

maduros de Vitis vinifera Neste estudo se identificou 36 compostos fenoacutelicos sendo

16 antocianinas dois aacutecidos hidroxibenzoacuteicos seis aacutecidos hidroxicinacircmicos seis

flavonoacuteis e seis flavonoides As antocianinas satildeo compostos presentes em vegetais

responsaacuteveis pela coloraccedilatildeo Quanto mais escura eacute a uva maior eacute a quantidade de

antiocianinas desta As principais antocianinas presentes na uva satildeo cianidina

delfinidina petunidina peonidina e malvidina sendo que esta uacuteltima e seus

derivados representam 68 das antocianinas totais Os principais flavonoides

identificados nos estudos de Liang (2011) foram prociadinina B1 B2 catequina e

derivados sendo a prociadinina a mais abundante apresentando 64 da

quantidade total de flavonoides Quanto aos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos e cinacircmicos

tem-se como mais abundantes o aacutecido gaacutelico e o aacutecido vaniliacutenico sendo este uacuteltimo

o mais abundante representando 70 dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos

O principal componente estudado na uva no entanto eacute o resveratrol Esse

composto eacute um polifenol encontrado na semente de uva sua estrutura eacute

demonstrada na Figura 8

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol

37

Gulccedilin (2010) realizou um estudo das propriedades antioxidantes do

resveratrol Esse estudo revelou que esse componente tem a capacidade de inibir

891 da peroxidaccedilatildeo lipiacutedica do aacutecido linoleico a 30 microgmL Aleacutem disso se mostrou

eficaz quanto agrave capacidade antirradicalar frente ao DPPH radical superoacutexido e

peroacutexido de hidrogecircnio Tambeacutem se mostrou eficiente no poder redutor e atividades

quelantes do Fe2+

A capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH foi determinada por

Vlachogianni et al (2015) Segundo este estudo o resveratrol possui IC50 de 85 plusmn

27 microM de capacidade de sequestrar radicais DPPH o que comprova o alto poder

antirradicalar deste componente

Estudos a respeito dos efeitos beneacuteficos agrave sauacutede tecircm sido relatados incluindo

efeitos anti-cacircncer antiviral neuroprotetor anti-envelhecimento anti-inflamatoacuterio

Sugere-se que estes efeitos beneacuteficos para os ensaios in vitro demonstram o

potencial deste composto

Aleacutem de componentes antioxidantes a uva possui valores nutricionais

interessantes como demonstrado na Quadro 3

38

Quadro 3 Valores nutricionais da uva em 100 ge porcentagem de dose diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA

NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por 100g Porcentagem da RDA

Aacutegua g 813 -

Energia Kcal 67 -

Proteiacutena g 063 126

Total lipiacutedeos g 035 -

Carboidratos g 1715 572

Fibras g 09 26

Accediluacutecares g 1625 -

Minerais

Caacutelcio mg 14 14

Ferro mg 029 161

Magneacutesio mg 5 125

Foacutesforo mg 10 1

Potaacutessio mg 191 546

Soacutedio mg 2 833

Zinco mg 004 027

Vitaminas

Vitamina C mg 4 667

Tiamina mg 0092 613

Riboflavina mg 0057 335

Niacina mg 03 15

Vitamina B6 mg 011 55

Aacutecido Foacutelico microg 4 1

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 100 2

Vitamina E mg 019 063

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 146 1825

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0114 017

Aacutecidos graxos insaturados g 0014 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0102 -

Colesterol mg 0 -

39

3OBJETIVOS

31Geral

Desenvolver chocolates com adiccedilatildeo de propriedades funcionais com a adiccedilatildeo

de folhas de Brassica oleraceae e frutos de Vitis vinifera

32Especiacuteficos

1 Formular chocolates ao leite sem e com adiccedilatildeo de couve ou uva

2 Determinar as propriedades fiacutesico-quiacutemicas dos chocolates formulados

3 Avaliar a estrutura dos produtos formulados por meio de anaacutelises reoloacutegica e

de textura

4 Avaliar a capacidade antirradicalar das formulaccedilotildees

5 Realizar testes sensoriais que comprovem a aceitaccedilatildeo dos produtos pelos

consumidores bem como intenccedilatildeo de compra

40

4MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho

Mateacuteria Prima Fornecedor Paiacutes

Liquor de cacau Cargill Brasil

Manteiga de cacau Cargill Brasil

Leite em poacute integral Italac Brasil

Leite em poacute desnatado Molico Brasil

Vanilina Mix Brasil

Reagentes Fornecedor Paiacutes

Metanol Synth Brasil

Acetona Vetec Brasil

Reagente DPPH Merck Brasil

Reagente Folin-ciocauteau Merck Brasil

Reagente ABTS Merck Brasil

Aacutecido cloriacutedrico Synth Brasil

Aacutecido sulfuacuterico Synth Brasil

Kit de enzimas para anaacutelise de fibras Megazyme EUA

Eacuteter de petroacuteleo Synth Brasil

Acetona grau HPLC Tedia Brasil

Aacutecido foacutermico grau HPLC Sigma Brasil

Os equipamentos utilizados durante o trabalho foram

Liofilizador (Edwards do Brasil Brasil)

Equipamento universal tipo moinho de bolas WA-FA20

(Mazzetti Itaacutelia)

Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Agitador de peneiras (Produtest Brasil)

Espectrofotocircmetro (Spectrum Meter Brasil)

Espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent

Technology EUA)

CLAE-DAD (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA)

Reocircmetro (Rheotest 31)

41

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva

As amostras de couve manteiga (Brassica oleraceae) e uva ndash variedade

Summer Royal (Vitis vinifera) (aproximadamente 2 kg de cada) foram adquiridas em

um mercado em Satildeo Paulo no bairro Butantatilde Para iniacutecio do tratamento das frutas e

folhas utilizou-se Hidrosterilreg bactericida utilizado para higienizaccedilatildeo de verduras e

vegetais cuja accedilatildeo eacute comprovada pela ANVISA Tanto as folhas quanto as frutas

foram deixadas imersas nesta soluccedilatildeo (20 gotas a cada 1 L instruccedilatildeo da

embalagem do produto) por 15 minutos

Depois de higienizadas a couve e a uva passaram por uma remoccedilatildeo do

excesso de aacutegua utilizando-se uma centriacutefuga secadora de hortaliccedilas (Utility Brasil)

Das couves secas retirou-se o talo restando somente as folhas que

posteriormente foram picadas com faca e armazenadas em frascos de vidro com

tampa Cada amostra passou em diferentes dias pelo processo de liofilizaccedilatildeo Foi

efetuada pesagem antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo em todas as amostras

Das uvas retirou-se o caule restando somente as frutas Estas foram

processadas em liquidificador e armazenadas em placas de Petri (80x15mm) As

uvas passaram pelo processo de liofilizaccedilatildeo pesando-se todas as amostras antes e

apoacutes a liofilizaccedilatildeo

O congelamento foi realizado logo em seguida em ultrafreezer (Tectalmaq

Brasil) a -88degC A liofilizaccedilatildeo foi realizada em um equipamento Modelo OS 3728

(Edwards do Brasil Brasil) em temperatura de 50ordmC e pressatildeo de 10-3 mbar

Apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo a couve foi triturada em um termomixer

Vorwerk (Brasil) O poacute resultante foi armazenado em recipiente de vidro com tampa

e guardado sob-refrigeraccedilatildeo

A uva apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo foi moiacuteda com o auxiacutelio de um

almofariz de porcelana e armazenada entatildeo em recipiente de vidro com tampa Os

recipientes foram armazenados sob refrigeraccedilatildeo

42

43Produccedilatildeo do chocolate

Os chocolates foram formulados em equipamento tipo universal com moinho

de bolas WA-FA20 (Mazzetti Itaacutelia) O tempo de processo foi de 2 horas seguindo o

cronograma abaixo para adiccedilatildeo de mateacuterias primas

Fluxograma 1 Processo utilizado para fabricaccedilatildeo do chocolate

Os chocolates com adiccedilatildeo de uva foram realizados conforme o Fluxograma 1

poreacutem ao final do processo utilizou-se um misturador planetaacuterio encamisado com

controle de temperatura e de velocidade (MODELO BP500 ERLI Brasil) para

adicionar-se a uva O tempo deste processo foi de 30 minutos para cada chocolate e

a temperatura utilizada foi de 45 plusmn 2ordmC a 40 rpm

As formulaccedilotildees satildeo demonstradas na Tabela 2

Iniacutecio do processo Adiccedilatildeo de 75 da manteiga de

cacau

Adiccedilatildeo de liquor de cacau e todos os poacutes ( leite e

couve)

Apoacutes 1hora de processo Adiccedilatildeo de 50 da lecitina

de soja e 25 da manteiga de cacau

Apoacutes 1h30min de processo Adiccedilatildeo de 50

da lecitina de soja e Vanilina

Apoacutes 2h de processo Retirada da massa de

chocolate- fim do processo

43

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de

chocolate sendo a foacutermula 1 a controle a foacutermula 2 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva

Ingredientes Foacutermula

1 Foacutermula

2 Foacutermula

3

Accediluacutecar 37 365 3535

Manteiga de cacau 25 245 245

Liquor de cacau 16 16 16

Leite em poacute integral 11 11 11 Leite em poacute desnatado 102 102 102

Lecitina de soja 05 05 05

Vanilina 03 03 03

Couve liofilizada - 1 -

Uva liofilizada - -- 215

A porcentagem de cada mateacuteria prima foi determinada a partir da quantidade

de gordura a fim de obter valor aproximado a 35 de gordura no produto final

A temperagem foi realizada de forma manual As amostras foram aquecidas

ateacute a temperatura de 45 oC e resfriadas sob agitaccedilatildeo com espaacutetula em mesa de

pedra ateacute temperatura de 29oC sendo rapidamente enformadas e levadas agrave

refrigeraccedilatildeo a 9 degC por 30 min desenformadas acondicionadas em bandejas de

isopor e recobertas em filme PVC

A curva de resfriamento da manteiga de cacau e a temperagem foram

avaliadas em Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Os chocolates apoacutes a produccedilatildeo foram armazenados em cacircmara climaacutetica

(NOVA EacuteTICA Brasil) com circulaccedilatildeo de ar a 20ordmC e 60 de umidade por 3 meses

44

44Granulometria

Para o ensaio de distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da couve liofilizada foi utilizado

um agitador de peneiras Produtest (Brasil) As peneiras utilizadas satildeo demonstradas

na Tabela 3

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria

Designaccedilatildeo ABNT Abertura da malha (mm)

20 085

25 071

30 059

40 042

50 0297

60 025

As peneiras foram colocadas em ordem decrescente de abertura de malha

de cima para baixo

Foi pesada 5 g de amostra e colocada na primeira peneira do jogo O

equipamento foi ligado por 5 minutos com amplitude de 16 mm de vibraccedilatildeo e 3600

vibraccedilotildees por minuto

A porcentagem de material retido foi determinada a partir da Equaccedilatildeo 3

Equaccedilatildeo 3 Determinaccedilatildeo do material retido na paneira

x 100

Sendo

Mi= Material retido na peneira i em

mi= massa do material retido na peneira i

m0= massa da amostra

45

45Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute

As anaacutelises de gordura e proteiacutena para os leites em poacute foram realizadas em

triplicata pelo analisador de leite eletrocircnico- Ekomilk modelo Kam9 8-2ordf (CapLab

Brasil) Os leites em poacute Integral e desnatado foram dissolvidos em aacutegua filtrada

conforme recomendado na embalagem (20 g200 mL)

46Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar

461Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos

Foram realizadas duas metodologias diferentes de extraccedilatildeo a fim de verificar

a que possui maior efetividade na extraccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos para a couve

A primeira extraccedilatildeo foi baseada no meacutetodo descrito por Laurrauri et al (1997)

com modificaccedilotildees Em um beacutequer de 100 mL adicionou-se 1 g de amostra e 40 mL

de metanol 50 Apoacutes homogeneizaccedilatildeo foi deixada em repouso agrave temperatura

ambiente por 60 minutos e entatildeo foi centrifugada a 15000 rpm durante 15 minutos

O sobrenadante foi transferido para o balatildeo volumeacutetrico de 100 mL Foi adicionado

ao resiacuteduo restante 40 mL de acetona 70 homogeneizado e deixado em repouso

em temperatura ambiente por 60 minutos Novamente se centrifugou a 15000 rpm

durante 15 minutos O sobrenadante foi transferido para o mesmo balatildeo volumeacutetrico

contendo o primeiro sobrenadante e o menisco foi completado para 100 mL com

aacutegua destilada e logo apoacutes armazenado em frasco acircmbar

A segunda extraccedilatildeo foi baseada no trabalho descrito por Genovese e Lannes

(2010) onde 05 g da amostra foi adicionada a 20 mL de metanolaacutegua na proporccedilatildeo

7030 utilizando um ultraturrax Marconi (BRASIL) por 1 minuto em velocidade 4 e

46

banho de gelo Filtrou-se o extrato utilizando-se papel de filtro e o extrato resultante

foi armazenado em vidro acircmbar

A Figura 9 demonstra as duas formas de extraccedilatildeo utilizadas

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve

Tendo em vista a obtenccedilatildeo de melhores resultados de aproveitamento na

extraccedilatildeo descrita por Genovese e Lannes (2010) as amostras de uva (liofilizada e in

natura) dos chocolates (ao leite com couve com uva) e do liquor de cacau foram

extraiacutedas somente por esse meacutetodo

Para determinaccedilatildeo do melhor solvente para extraccedilatildeo foram utilizadas para a

uva liofilizada os seguinte solventes extratores acetona acetona acidificada

(sendo acetona 70 com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol e metanol

acidificado (sendo metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv

47

462Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do potencial

antirradicalar de couve uva e liquor de cacau

O meacutetodo da capacidade sequestradora frente ao DPPH foi realizado com

base no trabalho descrito por Sanchez-Moreno (2002) com modificaccedilotildees

A partir de uma soluccedilatildeo estoque de 60 microM de DPPH em aacutelcool metiacutelico a

curva padratildeo foi construiacuteda com diluiccedilotildees de 10 20 30 40 50 e 60 microM em ambiente

protegido pela luz Os resultados obtidos foram tratados no Microsoft Excel

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar frente ao DPPH utilizou-se

sete diferentes diluiccedilotildees das amostras (5 10 20 30 40 50 e 60 ) Em uma

cubeta com caminho oacutetico de 10 mm adicionou-se 0075 mL da amostra e 2925 mL

de DPPH agitando a soluccedilatildeo resultante Para a soluccedilatildeo controle foi utilizada a

mistura de 01 mL de soluccedilatildeo controle (metanol 70) e 39 mL de DPPH Como

branco foi utilizado o aacutelcool metiacutelico

As mediccedilotildees foram realizadas a 515 nm em um espectrofotocircmetro Spectrum

Meter (Brasil) em triplicata e protegidos da luz Os resultados de absorbacircncia foram

anotados a cada 5 minutos por meia hora Os dados resultantes foram tratados por

Microsoft Excel

Os resultados dessa anaacutelise foram expressos em IC50

463Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar dos chocolates frente ao radical

DPPH foi realizada no Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da

Universidade de Satildeo Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

Para tal foi adicionado 150 microL de soluccedilatildeo estoque DPPH (165 x10-4 micromolL)

e etanol (277-279 mL) em uma cubeta de quarto com caminho oacuteptico igual a

10mm sendo a concentraccedilatildeo final da soluccedilatildeo igual a 80 micromolL A soluccedilatildeo estoque

48

de Trolox foi adicionada a esta cubeta de modo ao volume final de 30 mL bem

como os extratos de chocolate A reaccedilatildeo foi monitorada a 515 nm em

espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30

minutos (OLIVEIRA et al 2014) e medida em triplicata

Os resultados dessas anaacutelises foram expressos de duas formas IC50 e

Trolox Egrave possiacutevel determinar a Trolox plotando-se a variaccedilatildeo de absorbacircncia da

amostra versus as concentraccedilotildees utilizadas (curva padratildeo) O coeficiente angular

resultante eacute comparado com o coeficiente angular do padratildeo trolox

464Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis

A determinaccedilatildeo de polifenoacuteis foi realizada baseada no meacutetodo de Folin

Ciocauteau descrito por Singleton Orthofer e Lamuela-Raventos (1999) com

volume modificado

A curva padratildeo foi construiacuteda a partir de soluccedilotildees diluiacutedas de aacutecido gaacutelico nas

concentraccedilotildees de 50 100 150 250 microgL a partir de uma soluccedilatildeo estoque de 05

mgL

Para determinaccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos 20 microL da amostra foi adicionado

a um balatildeo volumeacutetrico com 5 mL Logo apoacutes acrescentou-se 200 microL do reagente

Folin-Ciocauteau e se homogenizou a mistura Apoacutes o tempo de 1 a 8 minutos

adicionou-se 750 microL de cabonato de soacutedio 20 e o volume foi ajustado Sob abrigo

da luz a soluccedilatildeo resultante foi deixada em repouso por 2h

A leitura apoacutes o periacuteodo de repouso foi realizada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel (Spectrum meter Brasil) em 760 nm e repetida em triplicata

49

465Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar pelo radical ABTS foi realizada no

Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da Universidade de Satildeo

Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

A soluccedilatildeo estoque ABTS foi preparada em base aquosa (192 mg50 mL) e

armazenada em geladeira a 4oC Para oxidaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo e preparaccedilatildeo do

radical ABTSbull+ utilizou-se uma aliacutequota de 5 mL com 88 microL de uma soluccedilatildeo de

persulfato de potaacutessio com concentraccedilatildeo igual a 14 times 10minus5 mol Lminus1 que reagiram

por 16 horas protegido da luz A concentraccedilatildeo resultante da oxidaccedilatildeo foi medida em

Espectrofotocircmetro UV-Visiacutevel a 734 nm

A reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e as amostras foi realizada em cubeta de quartzo com

caminho oacutetico de 10 mm em triplicata Para tal foi adicionado 25 microL de soluccedilatildeo

ABTSbull+ estoque e diferentes quantidades de etanol e soluccedilatildeo estoque de modo a

obter-se a concentraccedilatildeo de 23456 do antirradical de modo ao volume final ser 3

mL As concentraccedilotildees foram testadas e padronizadas a fim de se obter uma curva

padratildeo A anaacutelise foi realizada a 25oC e monitorada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30 minutos a 734 nm

(OLIVEIRA 2014) Todas as amostras foram analisadas em triplicata

466Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE

O perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE foi realizada no

laboratoacuterio de Quiacutemica Orgacircnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie com o

auxiacutelio do Teacutecnico Nei Carlos

A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de Silva e Queiroz (2015)

para compostos fenoacutelicos Utilizou-se como fase moacutevel aacutegua acidificada com 2 de

aacutecido aceacutetico (eluente A) e aacutecido aceacutetico 05Acetonitrila na proporccedilatildeo 5050 (vv)

O gradiente utilizado encontra-se na Tabela 4

50

O extrato utilizado foi evaporado em rotaevaporador (BUCHI EUA) com

agitaccedilatildeo e temperatura controlada (40ordmC) redissolvido em metanol na proporccedilatildeo 1

mg1 mL e entatildeo repassado em uma preacute-coluna C18

As anaacutelises foram realizadas em duplicata em CLAE-DAD (detecccedilatildeo de

diodo) (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA) O fluxo utilizado foi 1mLmin

e o volume de injeccedilatildeo de 40 microL Os comprimentos de onda avaliados foram 260

280 320 e 360 nm

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE

Tempo (min) Eluente A Eluente B

0-20 90 10

20-40 86 24

40-60 70 30

60-65 45 55

65-70 30 70

70-75 25 75

75-80 0 100

47Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo do chocolate foi realizada

em Microcircmetro digital Digimatic Mitutoyo (Mitutoyo EUA) Modelo Seacuterie 293

Determinaccedilatildeo feita com cinco repeticcedilotildees

51

48Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas

481Determinaccedilatildeo de umidade

A umidade foi realizada segundo meacutetodo descrito pelas normas analiacuteticas

AOAC (2000) para teste de umidade de perda de massa em estufa regulada a 105oC

em triplicata

482Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral

O conteuacutedo mineral foi determinado pelo teste de cinzas de perda de massa

em mufla a 550o em triplicata (AOAC2000)

483Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos

Para a hidroacutelise aacutecida do chocolate foi utilizado o meacutetodo descrito por Lannes

(1997) Foram pesados 10 g de amostra previamente moiacuteda e adicionado a um

beacutequer com a mistura de 200 mL de aacutegua destilada com 75 mL de aacutecido cloriacutedrico

37 A mistura foi aquecida com bico de Bunsen por 20 minutos em ebuliccedilatildeo Apoacutes

esse procedimento a mistura foi filtrada com papel de filtro de 24 cm e submetida a

lavagem quantitativa ateacute retirada de todo o aacutecido Ao final levou-se o cartucho

resultante a estufa a 75oC por uma noite

Para a extraccedilatildeo da gordura foi utilizado o meacutetodo com extrator Soxhlet e eacuteter

de petroacuteleo como solvente As anaacutelises foram realizadas em triplicata (AOAC 2000)

52

484Determinaccedilatildeo de proteiacutenas

A determinaccedilatildeo de proteiacutenas foi realizada em triplicata por meacutetodo de micro-

Kjeldahl (AOAC2000)

485Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

Para a determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores foi

utilizada a metodologia de Fehling sendo utilizadas 10g de amostra e as titulaccedilotildees

foram realizadas em triplicata (Instituto Adolfo Lutz 2005)

486Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis

A determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis foi realizada conforme

descrito por AOAC (2000) ensaio enzimo-gravimeacutetrico de fibras com modificaccedilotildees

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura

Os chocolates armazenados a 20˚C e 60 de umidade em cacircmara climaacutetica

com temperatura e umidade controlada foram avaliados segundo sua textura em um

periacuteodo de 1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

Os ensaios de fratura foram realizados em equipamento analisador de textura

TA-XT2 (Stable Micro Systems Reino Unido) com probe HDP3PB a 25 ˚C

Paracircmetros velocidades preacute-teste teste e poacutes-teste 20 mms distacircncia 10 mm

ceacutelula de carga 25 kg Trigger Force 005 N forccedila em compressatildeo - returnto start

53

Os dados foram coletados atraveacutes do programa Texture Expert Exceed ndash

versatildeo 264 (Stable Micro Systems Reino Unido)

Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata com barrinhas de chocolate

temperado de tamanho 90 cm x 25 cm x 13 cm (LANNES 2008)

410Determinaccedilatildeo da reologia

A determinaccedilatildeo de reologia foi realizada em triplicata em reocircmetro rotacional

Rheotest 31 (Alemanha) com banho termostatizado a 40ordmC e probe H1 Foi utilizada

uma rampa com taxa de cisalhamento de 200 s-1 com tempo de 120 s

411Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua

A atividade de aacutegua foi determinada em triplicata em equipamento de

atividade de aacutegua Novasina modelo LabMaster (Novasina Suiacuteccedila) em triplicata

412Avaliaccedilatildeo da Colorimetria

A colorimetria foi determinada em ColorQuestreg XE Hunter Lab com acircngulo

observador de 10ordmC e iluminador D65 em triplicata (ESTELLER ZANCANARO

JUacuteNIOR LANNES 2006)

413Avaliaccedilatildeo sensorial

A avaliaccedilatildeo sensorial foi realizada atraveacutes do teste afetivo de aceitaccedilatildeo global

com escala hedocircnica estruturada de 9 pontos e escala de intenccedilatildeo de compra de 5

54

pontos Os atributos avaliados para as barras foram textura sabor e impressatildeo

global e teste de intenccedilatildeo de compra sendo feito pelos mesmos provadores O

projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da

FCFUSP (no Parecer 1393285) conforme ANEXO A A ficha de avaliaccedilatildeo se

encontra no ANEXO C

As amostras foram preparadas segundo as boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de

produtos alimentiacutecios nos laboratoacuterios de Tecnologia de Alimentos III e Planta Piloto

do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica-FCFUSP

As avaliaccedilotildees foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise Sensorial do

Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica de Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo Foram avaliadas 3 amostras de

chocolate ao leite uma controle uma com couve em poacute e uma com uva em poacute

Os produtos foram preparados no maacuteximo 24 horas antes dos testes e

mantidos em temperatura de 20 degC 60 de umidade ateacute o momento de servir Os

chocolates (aproximadamente 5 g) foram servidos em pratos plaacutesticos contendo as

trecircs amostras do produto (Figura 10) Entre uma amostra e outra os avaliadores

foram instruiacutedos a ingerir aacutegua e biscoito de sabor neutro (aacutegua e sal) para diminuir

a interferecircncia de sabor entre as amostras

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial

55

Recrutamento dos Consumidores

Foram selecionados provadores natildeo treinados que se declarassem

consumidores de chocolates sendo que antes da degustaccedilatildeo os mesmos foram

instruiacutedos a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II)

declarando-se natildeo aleacutergico aos componentes das formulaccedilotildees permitindo o uso da

informaccedilatildeo prestada para seu devido fim e tambeacutem possuidores do direito de

desistir de participar a qualquer momento do teste

Criteacuterios de inclusatildeo

Os consumidores que foram convidados para os testes apresentavam os

seguintes preacute-requisitos

bull Ser maior de idade (acima de 18 anos)

bull De ambos sexos

bull Natildeo apresentar alergia aos componentes das formulaccedilotildees

bull Foram adotados cuidados especiais para evitar que indiviacuteduos

subordinados ou diretamente ligados ao pesquisador natildeo se sentissem obrigados a

participar do estudo

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos da seleccedilatildeo indiviacuteduos que

bull Estivessem em dieta especial

bull Estivessem em tratamento meacutedico

bull Desistissem da participaccedilatildeo apoacutes o iniacutecio da anaacutelise

Casuiacutestica

Para os testes foram recrutadas 90 pessoas alunos e funcionaacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo

56

414 Forma de anaacutelise de resultados

Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e posteriormente de

Tukey em 5 de significacircncia com o software Statistica version 11 (StaSoft EUA) e

com o programa Microsoft Excel (Microsoft EUA)

57

5RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve

511Liofilizaccedilatildeo

A couve foi analisada pela diferenccedila de massas antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo a

fim de verificar a quantidade de aacutegua extraiacuteda e determinar a equivalecircncia entre os

pesos da couve antes e depois deste processo Os resultados revelaram a de

produto liofilizado (989plusmn0369 ) e a porcentagem de aacutegua retirada do produto

liofilizado (9011plusmn0369 )

Estes resultados demonstraram que a quantidade de aacutegua retirada da couve

pelo processo de liofilizaccedilatildeo foi de 90107 plusmn0369 e a o peso da couve liofilizada

correspondeu a 98932plusmn 0369 do peso inicial Estes dados estatildeo de acordo com

o trabalho realizado por Furlani et al (1978) que determinou a quantidade de aacutegua

em diversas frutas e hortaliccedilas Segundo estes autores a couve manteiga

apresentou aproximadamente 89 de aacutegua em sua composiccedilatildeo

Esses resultados foram necessaacuterios para a conversatildeo da quantidade de

couve liofilizada que foi adicionada posteriormente ao chocolate

A desidrataccedilatildeo eacute uma teacutecnica comum utilizada em alimentos pois esta pode

aumentar a vida uacutetil do produto principalmente no caso de frutas e vegetais A

reduccedilatildeo do teor de aacutegua nesses alimentos leva a uma menor atividade

microbioloacutegica o que desacelera o processo de deterioraccedilatildeo desses produtos

(FELLOWS 2000)

A atividade de aacutegua (aw) eacute um paracircmetro que mede a razatildeo entre a pressatildeo

de vapor da aacutegua (Pw) no alimento e a pressatildeo de vapor da aacutegua pura na

temperatura do alimento (P0w) (TOLEDO 2007) dada pela expressatildeo

Aw=

58

A baixa atividade de aacutegua estaacute relacionada com a diminuiccedilatildeo da velocidade

relativa de reaccedilotildees de deterioraccedilatildeo por bacteacuterias auto oxidaccedilatildeo reaccedilotildees

enzimaacuteticas entre outros conforme demonstra a Figura 11 (NESPOLO et al 2015)

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e atividade de aacutegua

(retirado de NESPOLO 2015)

O valor encontrado para atividade de aacutegua da couve em poacute foi 0531plusmn0014

no momento de sua utilizaccedilatildeo para produccedilatildeo do chocolate Este valor segundo a

Figura 11 estaacute relacionado com baixas velocidades de reaccedilotildees enzimaacuteticas e

nenhuma atividade para reaccedilotildees com bacteacuterias leveduras e mofos tornando assim

o produto liofilizado estaacutevel mesmo apoacutes um ano de sua produccedilatildeo Este resultado

tem grande importacircncia pois demonstra que a adiccedilatildeo de couve liofilizada no

chocolate provavelmente natildeo iraacute afetar sua vida de prateleira

59

512Perfil antioxidante

5121Ensaio da atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio com o DPPH eacute baseado na perda da intensidade da cor da soluccedilatildeo

puacuterpura do radical estaacutevel DPPHbull apoacutes a reaccedilatildeo com um composto antirradicalar

(AOH) O DPPH eacute um radical livre pois apresenta um eleacutetron natildeo emparelhado com

absorccedilatildeo na regiatildeo de 520 nm (MOLYNEUX 2003) A estrutura quiacutemica do DPPH eacute

demonstrada na Figura 12

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH

Ao se misturar com uma substacircncia capaz de doar um hidrogecircnio o DPPH

reage (Figura 13) e vai para sua forma reduzida fazendo com que perca a sua cor

puacuterpura caracteriacutestica e se torne uma soluccedilatildeo de cor castanha (MOLYNEUX 2003)

60

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

Para a couve liofilizada e couve in natura foram realizados dois meacutetodos de extraccedilatildeo

diferentes a fim de verificar suas efetividades e padronizar para futuros ensaios

A curva padratildeo do DPPH estaacute demonstrada na Figura 14

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH

Para realizar o estudo do DPPH cada extrato foi diluiacutedo em diferentes

concentraccedilotildees 510 2030 40 50 e 60 Utiliza-se diferentes concentraccedilotildees

y = 001x + 02627 Rsup2 = 09899

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 10 20 30 40 50 60 70

Ab

sorb

acircnci

a (5

15n

m)

Concentraccedilatildeo (microM)

61

para se ter um intervalo de absorbacircncia de modo que seja possiacutevel verificar a

cineacutetica da reaccedilatildeo

O resultado da cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e couve liofilizada

extraiacuteda pelos dois meacutetodos estaacute representado na Figura 15

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto (1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010)

As curvas cineacuteticas obtidas pela reaccedilatildeo entre radical livre DPPH e a couve

liofilizada demonstram um comportamento semelhante em ambos os extratos A

partir dos primeiros cinco minutos eacute possiacutevel observar uma queda mais acentuada

na absorbacircncia sendo que os minutos sequentes apresentam uma reduccedilatildeo branda

No extrato obtido a partir da metodologia de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto(1997) pode-se observar que natildeo haacute diferenciaccedilatildeo entre as diluiccedilotildees de 5 e

10 enquanto que o extrato obtido a partir da metodologia utilizada por Genovese

e Lannes (2010) natildeo houve grande diferenccedila entre os extratos de 50 e 60jaacute que

ficaram entre a absorbacircncia entre 03 e 04

62

Eacute possiacutevel observar a queda mais acentuada no extrato B em todas as

concentraccedilotildees chegando a valores de ateacute 03 de absorbacircncia Enquanto que o

extrato A reduziu somente ateacute aproximadamente 07 de absorbacircncia

A couve in natura foi analisada sob as mesmas condiccedilotildees e concentraccedilotildees O

perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e os extratos eacute demonstrado na Figura 16

Conforme se observa na Figura 16 assim como para a couve liofilizada o

perfil cineacutetico da couve in natura para ambos os extratos demonstrou uma reduccedilatildeo

mais acentuada na absorbacircncia nos primeiros cinco minutos sendo quase constante

nos minutos subsequentes Eacute possiacutevel observar que no perfil A (extraccedilatildeo segundo

Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto1997) natildeo se tem diferenccedila entre concentraccedilotildees

de 5 e 10 de amostra Por sua vez no perfil B (extraccedilatildeo segundo Genovese e

Lannes 2010) as concentraccedilotildees de 40 e de 50 natildeo apresentaram diferenccedila Em

todos os quatro extratos eacute possiacutevel observar que quanto maior a concentraccedilatildeo

maior eacute o decaimento da absorbacircncia

A partir destes resultados eacute possiacutevel calcular o IC50 ou seja a concentraccedilatildeo

necessaacuteria para reduzir a absorbacircncia do DPPH pela metade Sendo assim quanto

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010)

63

menor for a concentraccedilatildeo de IC50 maior potencial antirradicalar este extrato tem Os

resultados da atividade antirradicalar contra o radical DPPH se encontram na Tabela

5 juntamente com os resultados de quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis por meacutetodo Folin-

ciocauteau

5122Ensaio da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis

O ensaio de Folin-Ciocauteau eacute baseado na mudanccedila de coloraccedilatildeo da

soluccedilatildeo apoacutes reaccedilatildeo com antioxidante O reagente de Folin-Ciocauteau eacute formado

por uma mistura de aacutecidos de molibdecircnio (Na2MoO42H2O) que resulta na cor

amarela por estar num estado de oxidaccedilatildeo VI e aacutecidos de tungstecircnio (SINGLETON

ORTHOFER LAMUELA-RAVENTOS 1999)

Em contato com os antioxidantes (agentes redutores) tem-se a formaccedilatildeo de

um complexo Molibdecircnio-Tungstecircnio (PMoW11O4)4 (Figura 17) que possuem

coloraccedilatildeo azul Atraveacutes da diferenccedila de coloraccedilatildeo eacute possiacutevel determinar a

quantidade de polifenoacuteis em uma amostra (SINGLETONORTHOFER LAMUELA-

RAVENTOS 1999)

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante

Para a construccedilatildeo da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico foi realizada a reaccedilatildeo do

reagente Folin-Ciocauteau com diferentes concentraccedilotildees de aacutecido gaacutelico

(050100150250 e 500 mgL) A Figura 18 representa a definiccedilatildeo desta curva

64

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

Os diferentes extratos foram colocados em reaccedilatildeo com o reagente Folin-

Ciocauteau sendo cada amostra realizada em triplicata

A partir da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico obteve-se a equaccedilatildeo da reta que foi

utilizada para o caacutelculo das concentraccedilotildees de cada extrato A Tabela 5 representa

tais resultados

n=3

Tanto para a couve in natura quanto para a couve liofilizada foi encontrada

maior concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos com aplicaccedilatildeo do meacutetodo usado por

Genovese e Lannes (2010) Aleacutem disso as concentraccedilotildees em IC50 para a atividade

y = 00012x + 02366 Rsup2 = 09977

0

02

04

06

08

1

0 100 200 300 400 500 600

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo de Aacutecido Gaacutelico (mgL)

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura extraiacutedos por

diferentes meacutetodos

Amostra Meacutetodo IC50

(mgL) Quantidade de polifenoacuteis totais (gmg

GAE)

Liofilizada Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 11878 11033

Liofilizada Genovese e Lannes

(2010) 41 22616

in natura Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 41067 3283

in natura Genovese e Lannes

(2010) 3129 6283

65

antirradicalar frente ao radical DPPH confirmam essa hipoacutetese uma vez que foram

encontrados menores valores de concentraccedilatildeo para estes extratos

Os resultados obtidos indicam conforme esperado maior concentraccedilatildeo de

compostos bioativos para a couve liofilizada se comparada aos extratos da couve in

natura

Muito utilizada na induacutestria alimentiacutecia a liofilizaccedilatildeo eacute um processo que visa a

desidrataccedilatildeo de alimentos como cafeacute vegetais frutas entre outros Realizado sob

baixas temperaturas e ausecircncia de ar atmosfeacuterico o liofilizador mantecircm a

temperatura e a pressatildeo da aacutegua no ponto triplo (0ordmC e 47 mm de Hg) o que faz

com que a aacutegua jaacute em estado de congelamento passe por sublimaccedilatildeo- diretamente

do estado soacutelido para o gasoso (GAVA 1998)

Pelo fato da desidrataccedilatildeo total do alimento ocorrer sob baixas temperaturas

obtecircm-se um produto com baixa atividade microbioloacutegica e consequentemente alta

estabilidade frente a deterioraccedilatildeo Aleacutem disso essa teacutecnica permite a conservaccedilatildeo

dos componentes presentes no alimento e concentraccedilatildeo destes produtos Mesmo

assim sabe-se que por se tratar de um processamento ocorrem perdas de alguns

compostos volaacuteteis (RATTI 2001) Foi observada maior capacidade antirradicalar

na couve liofilizada pelo fato desta estar mais concentrada que a couve in natura

Analisando os valores obtidos no entanto pode ser observado que natildeo haacute

uma proporcionalidade entre a quantidade de polifenoacuteis da couve in natura em

relaccedilatildeo agrave couve liofilizada o que sugere que houve perda durante o processamento

Kaulmann et al (2014) realizaram um estudo de compostos antioxidantes em

diversas variaccedilotildees de Brassica oleracea in natura Apoacutes o teste de Folin-Ciocauteau

foi encontrada uma concentraccedilatildeo de 602plusmn449 mg GAE (aacutecido gaacutelico equivalente)

100g de couve

Este resultado se assemelha aos valores encontrados no presente trabalho

para a couve in natura extraiacuteda pelo meacutetodo usado por Genovese e Lannes (2010)

(6283 mg GAE100g couve) A semelhanccedila nos resultados reforccedila a tese de que haacute

maior efetividade nesse meacutetodo frente ao meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto (1997)

66

513Anaacutelise granulomeacutetrica

A distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica das mateacuterias primas em poacute a serem utilizadas

no chocolate satildeo de extrema importacircncia pois afetam diretamente o tamanho de

partiacutecula dos produtos finais

A partir da anaacutelise granulomeacutetrica plotou-se um graacutefico da porcentagem de

material retido versus abertura da peneira A Figura 19 demonstra esses resultados

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da peneira para

couve liofilizada em poacute

A partir do graacutefico eacute possiacutevel calcular a Abertura Meacutedia (AM) ou o Coeficiente

de Variaccedilatildeo (CV) com a seguinte equaccedilatildeo (Lannes 2000)

CV=

100

Eacute possiacutevel tambeacutem realizar o caacutelculo de AM e CV pelo meacutetodo algeacutebrico Os

resultados referentes a esses paracircmetros tanto pelo meacutetodo graacutefico quanto pelo

meacutetodo algeacutebrico estatildeo representados na Tabela 6

y = -12891x + 10972 Rsup2 = 09233

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 02 04 06 08 1

Mas

sa d

e m

ater

ial r

eti

do

(

)

Tamanho da peneira (mm)

67

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para meacutetodo graacutefico e

algeacutebrico

A Figura 20 demonstra a porcentagem de massa retida em cada peneira

utilizada A partir dela eacute possiacutevel concluir que a maior quantidade de partiacuteculas se

encontra na faixa de 059 a 025 mm

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para extrato de couve

liofilizado

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

085 075 059 042 0297 025

Mas

sa re

tid

a (

)

Tamanho em mm

CV AM

Meacutetodo graacutefico 48 0550

Meacutetodo algeacutebrico 3685 0502

68

52Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva

521Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais

As massas de uva antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo foram registradas e a partir

destes resultados foi possiacutevel determinar a meacutedia de material liofilizado (2114 plusmn

135) e a meacutedia de aacutegua retirada (7886 plusmn 135) nesse processo de liofilizaccedilatildeo

A determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua da uva liofilizada foi realizada em

triplicata imediatamente apoacutes a liofilizaccedilatildeo sendo o resultado obtido igual a

aw=0303plusmn0085 Este valor de atividade de aacutegua eacute considerado bom para evitar a

deterioraccedilatildeo do produto poreacutem pode aumentar de acordo com o tempo Sabe-se que

produtos com aw abaixo de 07 tecircm menor exposiccedilatildeo a riscos microbioloacutegicos sendo

que a faixa de valores de aw de 03 para abaixo indica que o produto estaacute preservado

tambeacutem de qualquer outra reaccedilatildeo de deterioraccedilatildeo (TOLEDO 2007)

A tendecircncia para frutas liofilizadas no entanto eacute de haver aumento no valor

de atividade de aacutegua com o passar do tempo Isso ocorre devido agrave alta quantidade

de accediluacutecar presente nas frutas como sacarose glicose e frutose que em estado

amorfo tendem a se ligar por ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a aacutegua Esse fato faz com

que essas frutas liofilizadas com elevados teores de accediluacutecar serem altamente

higroscoacutepicas sendo assim haacute maior instabilidade do produto liofilizado uma vez

que este tende a sofrer hidrataccedilatildeo e aumentar a sua atividade de aacutegua e umidade

Sua manipulaccedilatildeo portanto deve ser realizada com muito cuidado de modo a natildeo

interferir na atividade de aacutegua e natildeo gerar o efeito caking - tendecircncia deste tipo de

produto de aglomerar (SERNA-COCK VARGAS-MUNOZ APONTE 2015

OLIVEIRA 2013)

A quantidade de accediluacutecares nas uvas in natura e liofilizada foram determinadas

pelo meacutetodo de Fehling Este meacutetodo tambeacutem conhecido como Lane-Eynon se

baseia na reaccedilatildeo entre os sais cuacutepricos e aldoses ou cetoses que sob alta

temperatura e meio alcalino formam como produto o precipitado cuproso conforme

demonstrado na Figura 21 que possui coloraccedilatildeo avermelhada

69

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar um sal com Cu2+

se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho tijolo) Retirado de Tavares et al

(2010)

A Tabela 7 demonstra a porcentagem de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

encontrados

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva liofilizada e in natura

Redutores () Natildeo

redutores() Totais()

Uva in natura 1600 plusmn 0037 2 1800plusmn002

Uva liofilizada 6300plusmn0007 1 6400plusmn0018 n=3 Os valores de accediluacutecares natildeo redutores foram calculados por diferenccedila entre accediluacutecares totais e

redutores

Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber um aumento na quantidade de

accediluacutecares totais ao liofilizar a uva bem como uma reduccedilatildeo dos accediluacutecares natildeo

redutores e um aumento na porcentagem de accediluacutecares redutores Essas diferenccedilas

podem ser explicadas pela retirada da aacutegua nas amostras o que leva estas a

ficarem mais concentradas e assim aumentar a quantidade de accediluacutecares de 18

para 64 Esse resultado confirma a teoria de que a uva liofilizada possui alta

concentraccedilatildeo de accediluacutecares e portanto realmente se torna altamente higroscoacutepica o

que faz com que se diferencie da couve em poacute

O equipamento utilizado para a fabricaccedilatildeo dos chocolates possui um moinho

de bolas que reduz o tamanho de partiacutecula do accediluacutecar e outros gracircnulos presentes

na formulaccedilatildeo Esse tipo de moinho possui pequenas bolas que giram com baixa

70

velocidade e realizam forccedilas de cisalhamento na amostra (FELLOWS 2000) No

caso da couve liofilizada em poacute por exemplo foi adicionada no equipamento de

produccedilatildeo de chocolate com moinho de bolas para se ter um menor tamanho de

partiacutecula deste no chocolate e entatildeo natildeo ser sentido sensorialmente A uva

liofilizada que eacute como jaacute dito caracterizada como um material higroscoacutepico natildeo

poderia ser adicionada em um moinho de bolas jaacute que muita energia seria aplicada

sob este material o que poderia resultar em um efeito caking tambeacutem o

processamento do chocolate natildeo ocorreria de forma correta Por esta razatildeo a uva

liofilizada triturada foi adicionada apoacutes a fabricaccedilatildeo do chocolate em misturador

planetaacuterio

522Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva

Para a determinaccedilatildeo do melhor solvente para a extraccedilatildeo dos compostos

fenoacutelicos da uva foram utilizados acetona acetona acidificada (sendo acetona 70

com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol 70 e metanol acidificado (sendo

metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv) Os resultados encontrados

estatildeo dispostos na Tabela 8

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes extratores

Amostra Absorbacircncia Quantidade de polifenoacuteis (mgg)

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona acidificada 0368plusmn00138 ab 1095

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona 0340plusmn00350 ab 8645

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol 70 0396plusmn00212 b 1324

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol acidificado

0318plusmn00794 a 7221

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Rockenbach (2008) quantificou os polifenoacuteis antocianinas e atividade

antioxidante de bagaccedilos de uva Vitis vinifera utilizando como solvente etanol e

71

acetona Os melhores resultados encontrados neste trabalho foram para acetona

50 e 70 para antocianinas e polifenoacuteis totais

Rockenbach (2011) realizou um estudo da quantidade de polifenoacuteis em

alguns tipos de uvas Vitis vinifera L e Vitis Labrusca L Neste estudo utilizou-se

como solvente para extraccedilatildeo o metanol acidificado (sendo metanol aacutegua aacutecido

aceacutetico 70305 vvv) O maior valor encontrado foi para a variedade Cabernet

sauvignon pertencente agrave classe Vitis vinifera L (7475 mgg GAE) Este valor eacute

proacuteximo ao encontrado no presente trabalho (7221 mgg GAE para o mesmo tipo de

extrato)

Vizzoto e Pereira (2011) realizaram um estudo de quantificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos por diferentes meios de extraccedilatildeo da amora-preta Neste estudo utilizou-se

extratos com acetona acetona acidificada metanol e metanol acidificado poreacutem

natildeo houve diferenccedila significativa (p gt 005) entre as amostras

Existem grandes classes de compostos fenoacutelicos como as antocianinas

flavonoacuteis sendo que em cada classe possui grandes quantidades de substacircncias

diferentes com estruturas diferentes Isso faz com que seja difiacutecil se ter uma

metodologia capaz de extrair todos os componentes fenoacutelicos de uma amostra Eacute

portanto que se estuda o melhor meacutetodo para a extraccedilatildeo por meio de comparaccedilotildees

entre solventes e tipos de metodologias

O metanol eacute um solvente de polaridade alta enquanto que a acetona possui

polaridade meacutedia A acidificaccedilatildeo destes solventes tende a melhorar a eficiecircncia da

extraccedilatildeo

Mesmo assim o meacutetodo de extraccedilatildeo mais eficiente para quantificaccedilatildeo de

polifenoacuteis continuou sendo o mesmo utilizado por Genovese e Lannes (2010) e no

presente trabalho para os extratos de couve A partir do extrato metanoacutelico 70

obteve-se uma quantidade de 132 mgg GAE estatisticamente maior que a dos

outros extratos

A quantidade de polifenoacuteis da uva in natura foi realizada a partir do extrato

metanoico 70 e foi encontrado o valor de 5838 plusmn 822 mg GAEg Assim como a

couve eacute possiacutevel perceber que a liofilizaccedilatildeo tende a concentrar os compostos

72

fenoacutelicos e assim resultar em maiores valores de concentraccedilatildeo No entanto o valor

encontrado na uva liofilizada natildeo eacute proporcional ao rendimento o que

provavelmente significa que alguns compostos foram perdidos durante o processo

A determinaccedilatildeo frente ao radical DPPH foi realizada com as concentraccedilotildees

de 51020304050 e 60 de extrato Utilizou-se para o processo de extraccedilatildeo

extrato metanoacutelico 70 conforme o meacutetodo utilizado por Genovese e Lannes

(2010) A Figura 22 representa o perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e a uva

liofilizada

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em diferentes

concentraccedilotildees

Atraveacutes da cineacutetica da reaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que quanto maior a

concentraccedilatildeo de extrato utilizada tem-se uma reduccedilatildeo maior da absorbacircncia em

relaccedilatildeo agrave absorbacircncia inicial

Atraveacutes da curva cineacutetica eacute possiacutevel calcular o valor de IC50 para a amostra

sendo que o valor encontrado para a uva liofilizada foi de 6645 mgL Esse valor

representa alta capacidade antirradicalar concordando com a alta quantidade de

polifenoacuteis encontrada

0

01

02

03

04

05

06

07

08

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Tempo (min)

5

10

20

30

40

50

60

73

53Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau

531Perfil antirradicalar do liquor de cacau

Visto que houve maior eficiecircncia no meacutetodo de Genovese e Lannes (2009) foi

padronizado a utilizaccedilatildeo desta extraccedilatildeo A anaacutelise de polifenoacuteis do liquor de cacau

portanto foi realizada nestas condiccedilotildees e seus resultados demonstrados na Tabela

9

A curva cineacutetica da reaccedilatildeo do DPPH com o extrato nas diferentes

concentraccedilotildees eacute demonstrada na Figura 23

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em diferentes

concentraccedilotildees

A partir da curva cineacutetica eacute possiacutevel observar uma reduccedilatildeo da absorbacircncia ao

longo dos 30 minutos em todos os extratos Aleacutem disso tem-se que a quanto maior

a concentraccedilatildeo do extrato maior a reduccedilatildeo de absorbacircncia

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo ()

5

10

20

30

40

74

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical DPPH para o

liquor de cacau

Amostra Meacutedia de absorbacircncia Concentraccedilatildeo (mgg de aacutecido gaacutelico) IC50 (mgL)

Liquor de cacau 0445plusmn000971 25994 2906

n=3

Othman et al (2007) estudaram o perfil antirradicalar amecircndoas de cacau de

diferentes locais em meio a extrato etanoacutelico e aquoso Neste estudo foi observado

um valor de IC50 igual a 13 mgg para extrato etanoacutelico do cacau da Malaacutesia e de

Gana e um valor de IC50 de 24 mgg para o cacau da Malaacutesia e 17 mgg para o

cacau de Gana

Belšcak et al (2009) avaliaram o perfil antirradicalar de produtos comerciais da

Croaacutecia derivados do cacau (liquor de cacau cacau em poacute chocolates ao leite

amargo e chocolate em poacute) Em relaccedilatildeo ao liquor de cacau foram encontrados em

termos de fenoacutelicos totais de 25 a 35 mg GAEg Esses valores se encontram muito

inferiores ao encontrado no presente trabalho poreacutem sabe-se que a quantidade de

polifenoacuteis pode variar muito dependendo das condiccedilotildees geograacuteficas de plantaccedilatildeo a

variedade do cacau utilizado para a fabricaccedilatildeo do liquor bem como o tipo de

tratamento (fermentaccedilatildeosecagem armazenamento) para a produccedilatildeo do liquor

Oliveira et al (2011) analisaram a quantidade de compostos fenoacutelicos de

diferentes tipos de cacau e encontraram um valor de 19595plusmn055 mg GAEg para

liquor orgacircnicos semelhante a encontrada no presente trabalho

532Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau

A anaacutelise de lipiacutedeos no liquor de cacau foi realizada como informaccedilatildeo para o

caacutelculo da formulaccedilatildeo do chocolate Atraveacutes deste foi determinada que a

quantidade de lipiacutedeos no liquor utilizado eacute de 52 plusmn0012 sendo compatiacutevel com o

laudo enviado pela empresa fornecedora que eacute de 5310

75

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute

A anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute foram realizadas para fins de

caacutelculo do conteuacutedo de gordura final da formulaccedilatildeo do chocolate ao leite A Tabela

10 demonstra os resultados obtidos para o leite em poacute desnatado e para o leite em

poacute integral

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e integral

utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate

Leite em poacute desnatado Leite em poacute integral Gordura (g100g) 0 212plusmn0001 Proteiacutena (g100g) 267plusmn011 201plusmn0023

n=3

55Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates

551Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da manteiga de

cacau

A temperagem foi avaliada por curva de temperagem para verificaccedilatildeo da

produccedilatildeo de cristais adequados para a manteiga de cacau A curva de temperagem

se encontra na Figura 24

76

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate

A curva de temperagem eacute de grande importacircncia para a verificaccedilatildeo da

qualidade da massa do chocolate e eficiecircncia da temperadeira eou do processo de

temperagem Chocolates bem temperados devem conter de 3 a 8 de cristais de

manteiga de cacau o desenvolvimento desses cristais ao longo do tempo de

resfriamento pode ser medido atraveacutes deste tipo de curva (MINIFIE 1989)

A curva de temperagem indica a quantidade de calor liberada ao se solidificar

o chocolate Durante o processamento geram-se dois pontos de inflexatildeo como

destacado na Figura 24 sendo que cada um deles indica uma parte da formaccedilatildeo de

cristais O primeiro ponto refere-se a relaccedilatildeo temperaturatempo em que se inicia a

nucleaccedilatildeo dos cristais e a segunda o ponto no qual a nucleaccedilatildeo realmente ocorre

A inclinaccedilatildeo gerada a partir desses dois pontos eacute portanto avaliada e deve

permanecer o mais reta possiacutevel de modo a natildeo haver uma inclinaccedilatildeo negativa (o

que significaria um chocolate sobre-temperedo) ou uma inclinaccedilatildeo positiva (o que

significaria um chocolate sub-temperado) Um chocolate over-tempered eacute aquele

que possui cristais a mais formados durante a temperagem o que portanto gera

menor quantidade de cristais durante o teste e consequentemente haacute menor

quantidade de energia sendo liberada Jaacute no caso do chocolate under-tempered

Pontos de inflexatildeo

77

tem-se uma quantidade muito inferior de cristais quando temperada gerando

portanto uma grande liberaccedilatildeo de calor durante o resfriamento e como

consequecircncia uma inflexatildeo maior na curva (AFOWAKA2010 MINIFIE1989

COHEN LUCCA JACKIX 2004)

A curva gerada no presente trabalho apresenta uma linearidade adequada

podendo-se afirmar que a massa de chocolate possui boa propriedade de

temperagem sendo que foi obtido um slope de 018 ordmCmin em tempo de 24

minutos e temperatura igual a 235ordmC O ldquotemper indexrdquo (TI) paracircmetro utilizado pelo

fabricante do equipamento (Buhler) para avaliar a boa porformance da temperagem

resultou no valor de 43 considerado adequado

A manteiga de cacau tambeacutem foi avaliada em duplicata por sua curva de

resfriamento o resultado encontra-se na Figura 25

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees dos chocolates

A curva de resfriamento da manteiga de cacau demonstra suas

caracteriacutesticas de derretimento e a taxa de cristalizaccedilatildeo desta gordura

apresentando a adequaccedilatildeo desta gordura para utilizaccedilatildeo em chocolates

Lannes (1997) estudou a curva de resfriamento de Jensen de diferentes tipos

de gorduras utilizadas em chocolate tipo cobertura Em seu trabalho a autora

78

demonstrou uma tiacutepica curva de resfriamento da manteiga de cacau e esta se

assemelha a encontrada no presente trabalho (taxa de resfriamento de 20 ordmCmin

cristalizaccedilatildeo agrave 205 ordmC por um tempo de 78 minutos)

O fabricante do equipamento (Buhler) tambeacutem utiliza de um iacutendice para

avaliaccedilatildeo da curva de resfriamento conhecido como Cocoa Butter Index (CBI)

Segundo o fabricante o CBI encontrado para a manteiga analisada (33plusmn001) eacute

considerado adequado para produccedilatildeo de chocolates

552Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula eacute importante para o controle de

qualidade dos chocolates pois pode influenciar tanto a reologia do produto como

tambeacutem a sensaccedilatildeo na boca Chocolates com tamanho de partiacutecula maior que 30

microm satildeo percebidos na boca pois possuem textura arenosa aleacutem de viscosidade

natildeo adequada Jaacute tamanhos de partiacutecula proacuteximos a 20 microm possuem uma textura

mais macia e massa mais cremosa (AFOWAKA 2010)

Os resultados da determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula para cada

chocolate estatildeo na Tabela 11

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate

Tamanho de partiacutecula (microm)

Chocolate ao leite 258 plusmn 047a

Chocolate com couve 277 plusmn 095b

Chocolate com uva 378 plusmn 113c

n10 (n2 processamento n5 anaacutelise)

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

79

Conforme a anaacutelise estatiacutestica realizada tem-se que a adiccedilatildeo tanto de uva

liofilizada quanto de couve liofilizada altera significativamente (plt005) o tamanho de

partiacutecula do chocolate

Como dito anteriormente o tamanho de partiacutecula desejaacutevel para chocolates

estaacute entre 20 a 30 microm como eacute o caso tanto do chocolate ao leite (258 microm) quanto

para o chocolate com adiccedilatildeo de couve (277 microm) o que sugere que ambos os

chocolates natildeo teratildeo uma percepccedilatildeo sensorial diferente quanto ao tamanho das

partiacuteculas A diferenccedila entre esses dois tamanhos pode ser explicada pela adiccedilatildeo da

couve que conforme avaliado anteriormente era um poacute com tamanho de partiacutecula

meacutedio de aproximadamente 5x104 microm Durante o processo de fabricaccedilatildeo de

chocolate tem-se a etapa de refino que no caso do equipamento utilizado ocorre

pelo moinho de bolas o que provavelmente ajudou a reduzir o tamanho de partiacutecula

consideravelmente mas ainda assim natildeo o suficiente para natildeo haver diferenccedila entre

as amostras

Ao contraacuterio da couve a uva soacute foi adicionada apoacutes o teacutermino da fabricaccedilatildeo

da massa de chocolate em agitador planetaacuterio e portanto natildeo passou pelo

processo de refino conforme foi explicado no item ldquo521 Liofilizaccedilatildeo da uvardquo Essa

diferenccedila no processo certamente refletiu no tamanho de partiacutecula do chocolate com

adiccedilatildeo de uva que sugere que estas partiacuteculas seratildeo sentidas sensorialmente

553Anaacutelise Reoloacutegica

O chocolate eacute uma suspensatildeo onde partiacuteculas de accediluacutecar cacau e leite

encontram-se dispersas na manteiga de cacau sendo assim ele se comporta como

um fluiacutedo natildeo-newtoniano o que significa que a sua tensatildeo de cisalhamento natildeo eacute

diretamente proporcional agrave taxa de cisalhamento Os chocolates tecircm como

caracteriacutestica apresentar o ldquoyeld stressrdquo (forccedila miacutenima necessaacuteria para se iniciar o

fluxo) e uma viscosidade plaacutestica (energia necessaacuteria para que continue a fluir)

(LANNES 1997 AFOWAKA2010) O modelo de Casson eacute atualmente

considerado o que melhor se adapta ao comportamento dos chocolates e eacute adotado

80

pela OICC (Internacional Office of Cocoa) A equaccedilatildeo que expressa esse modelo se

encontra na Equaccedilatildeo 1

Equaccedilatildeo 1 Representaccedilatildeo da equaccedilatildeo de Casson assumindo que τ a tensatildeo de cisalhamento

τCA a tensatildeo inicial de Casson ou tensatildeo residual de Casson ηCA viscosidade de Casson ou

viscosidade plaacutestica e γ a taxa de cisalhamento

Os paracircmetros reoloacutegicos como a viscosidade e a tensatildeo inicial de Casson

satildeo de extrema importacircncia durante a produccedilatildeo de chocolate jaacute que podem atestar

a qualidade dos produtos Esses foram avaliados no presente trabalho para todos

os chocolates e os resultados se encontram nas Figuras 26 e 27

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com

uva

A partir dos resultados apresentados na Figura 26 pode-se perceber que a

viscosidade do chocolate se modifica com a adiccedilatildeo de couve e uva Segundo

Beckett (2009) a distribuiccedilatildeo do tamanho de partiacutecula influencia diretamente a

viscosidade do produto sendo que quanto maior for o tamanho de partiacutecula menor

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

Vis

cosi

dad

e (P

as)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

81

seraacute sua viscosidade Isso ocorre pois ao se reduzir o tamanho tem-se mais

ligaccedilotildees entre essas partiacuteculas e consequentemente maior fricccedilatildeo entre elas

aumentando assim a viscosidade Os resultados apresentados atestam esse

fenocircmeno jaacute que o tamanho de partiacutecula do chocolate ao leite eacute o menor (26 microm) e

apresenta maior viscosidade enquanto que o chocolate com adiccedilatildeo de uva tem

maior tamanho de partiacutecula (378 microm) e apresenta a menor viscosidade

Beckett (2009) afirma que os valores normais para chocolate no caso da

viscosidade vatildeo de 1 a 20 Pas As viscosidades encontradas para o chocolate ao

leite (16 plusmn 0018 Pas) chocolate com adiccedilatildeo de couve (113plusmn004 Pas) e chocolate

com adiccedilatildeo de uva estatildeo dentro dessa faixa(076plusmn004 Pas)

Em todas as formulaccedilotildees do presente trabalho foram encontradas altas

quantidades de gordura (3626 g100 g no chocolate ao leite 3506 g100 g no

chocolate com couve e 3550 g100 g no chocolate com uva) o que justifica entatildeo

a baixa viscosidade de Casson Isso ocorre porque quanto maior a quantidade de

gordura mais espaccedilos vazios satildeo preenchidos na estrutura do chocolate o que leva

a uma maior facilidade no fluxo e portanto menor viscosidade (AFOWAKA2010)

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate

com uva

0

2

4

6

8

10

12

Ten

satildeo

inic

ial (

Pa)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

82

A tensatildeo inicial foi avaliada para todos os chocolates sendo que o chocolate

com uva apresentou menor valor (76 Pa) em comparaccedilatildeo ao chocolate ao leite e o

chocolate com adiccedilatildeo de couve que apresentaram pouca diferenccedila entre si

Diversos autores jaacute relataram a relaccedilatildeo entre a distribuiccedilatildeo de tamanho de

partiacutecula com a tensatildeo inicial de Casson Sabe-se que a tensatildeo inicial estaacute

relacionada com a superfiacutecie de contato das partiacuteculas Quando se tem um menor

tamanho de partiacuteculas estas conseguem interagir mais entre si levando a uma aacuterea

superficial maior e sendo assim mais facilmente o liacutequido flui (AFOWAKA2010

BECKETT2009 KONAR2014) O presente trabalho tambeacutem confirma essa

relaccedilatildeo jaacute que o chocolate com maior tamanho de partiacutecula obteve menor tensatildeo

inicial

Konar et al (2014) avaliaram chocolates ao leite com a adiccedilatildeo de Inulina e

encontraram tensatildeo inicial entre 335 a 1816 Pa e viscosidade entre 172 e 396

Pas sendo que essas diferenccedilas de valores foram justificadas pela distribuiccedilatildeo do

tamanho de partiacutecula Karnjanolarn e Mccarthy 2006) avaliaram chocolates ao leite

com diferentes quantidades de lecitina de soja e PGPR e encontraram para 05 de

lecitina 149 Pas de viscosidade e 473 Pa para tensatildeo inicial Sendo assim eacute

possiacutevel afirmar que os valores encontrados para viscosidade e tensatildeo inicial dos

chocolates avaliados no presente trabalho se encontram proacuteximos aos encontrados

na literatura Aleacutem disso pode-se atestar que a adiccedilatildeo de frutas e folhas liofilizadas

tende a alterar as propriedades reoloacutegicas do chocolate

554Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates

A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica foi realizada para o chocolate ao leite chocolate ao

leite com couve e chocolate ao leite com uva e seus resultados estatildeo dispostos na

Tabela 12

83

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite com

couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Conteuacutedo energeacutetico (kcal) 56468 55468 55570

Umidade (g100 g) 173plusmn048a 207plusmn029a 227plusmn025a

Conteuacutedo mineral (g100 g) 253plusmn014a 268plusmn0054b 257plusmn0027a Proteiacutenas (g100 g) 851plusmn036 a 852plusmn037 a 813plusmn046 a

Lipiacutedios (g100g) 3626plusmn039a 3506plusmn038b 3550plusmn087ab

Carboidratos (g100g) 5270 5374 5380 Fibras dieteacuteticas totais

(g100g) 789 859 805

Fibras soluacuteveis (g100g) 318 418 316

Fibras insoluacuteveis (g100g) 471 44 488 n=3

As letras indicadas referem-se a diferenccedila estatiacutestica entre as amostras da mesma linha pelo teste de Tukey em 5 de diferenccedila significativa

Os resultados da composiccedilatildeo nutricionais se assemelham aos publicados por

Afowaka (2010) e aos chocolates ao leite de marcas nacionais (Kopenhagen Cacau

show e Brasil Cacau) conforme demonstrado na Tabela 14

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de chocolates

finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010)

Valor energeacutetico

(Kcal) Carboidratos (g100g) Proteiacutenas (g100g) Lipiacutedeos (g100g)

Marca A 524 56 68 324

Marca B 576 52 72 384

Marca C 550 55 65 325

AFOWAKA(2010) 518 57 7 33

Eacute possiacutevel afirmar que os chocolates produzidos no presente trabalho

possuem maior teor de proteiacutenas (851plusmn036 g100 g ) em comparaccedilatildeo com os

apresentados na Tabela 13 assim como a quantidade de lipiacutedeos (3506plusmn038 g100

g) que com exceccedilatildeo da Marca ldquoBrdquo tambeacutem apresentam maior valor em comparaccedilatildeo

84

a tabela Jaacute em termos de valor energeacutetico (56468 g100 g) e carboidratos (527

g100 g) os valores encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos da

Tabela 13

A partir dos resultados demonstrados pode-se dizer que natildeo houve diferenccedila

significativa (plt005) entre as amostras dos trecircs chocolates segundo sua quantidade

proteiacutenas Esse fato portanto identifica que a adiccedilatildeo de couve ou uva nessas

condiccedilotildees natildeo altera a quantidade final da proteiacutena do produto

Aleacutem disso eacute possiacutevel notar que a adiccedilatildeo de produtos liofilizados foi eficaz

em termos de natildeo aumentar o teor de umidade das amostras de chocolate A

umidade eacute um importante paracircmetro para o chocolate pois altos valores de umidade

em chocolate podem estar altamente relacionados com defeitos durante o tempo de

prateleira O sugar Bloom por exemplo defeito causado pela agregaccedilatildeo das

partiacuteculas de accediluacutecar forma grumos que satildeo desagradaacuteveis sensorialmente aleacutem de

formar peliacuteculas brancas na superfiacutecie do chocolate modificando seu brilho e

aparecircncia (AFOWAKA 2010)

Chocolates com elevado teor de umidade podem tambeacutem modificar as suas

propriedades de fluxo sendo que valores acima de 3 podem levar a um aumento

na tensatildeo inicial e na viscosidade do produto (AFOWAKA PATERSON FOWLER

2008) Os trecircs chocolates fabricados apresentaram valores de umidade abaixo de

3 e portanto natildeo houve um aumento nesses paracircmetros corroborando portanto

com os resultados encontrados no item acima onde se tem baixos valores de

tensatildeo inicial e viscosidade

A quantificaccedilatildeo de lipiacutedeos apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras de chocolate ao leite e chocolate acrescido de couve enquanto a

amostra de chocolate acrescida de uva foi igual as outras duas amostras

O conteuacutedo mineral tambeacutem apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras sendo que o maior teor foi encontrado no chocolate com adiccedilatildeo de

couve Os chocolates com uva e controle natildeo apresentaram diferenccedila significativa

(plt005) entre si no conteuacutedo mineral Este resultado era esperado devido ao

acreacutescimo de material soacutelidomineral ao produto

85

Ayaz et al (2006) identificaram altas quantidades de macro e micronutrientes

nas folhas de couve Estes encontraram 726 μg gminus1 (base seca) de ferro 535

μg gminus1 (base seca) de manganecircs 394 μg gminus1 (base seca) de zinco 197 μg gminus1

(base seca) de caacutelcio 135 μg gminus1 (base seca) de potaacutessio entre outros

componentes identificados Os chocolates com adiccedilatildeo de couve portanto

provavelmente possuem um maior valor de conteuacutedo mineral devido a este fato

Os nutrientes minerais satildeo essenciais para os seres humanos pois ajudam

em funccedilotildees vitais das ceacutelulas como na ativaccedilatildeo de enzimas e de secreccedilotildees

hormonais Aleacutem disso satildeo essenciais para a absorccedilatildeo de vitaminas O manganecircs

por exemplo eacute de extrema importacircncia para a cicatrizaccedilatildeo humana o zinco eacute um

componente importante para a atividade metaboacutelica de enzimas O ferro por sua

vez contribui para a produccedilatildeo de hemoglobina e mioglobina A deficiecircncia de ferro eacute

um dos distuacuterbios que mais acomete a populaccedilatildeo mundial sendo que pode causar

fraqueza corporal fadiga e seacuterios problemas de sauacutede (GUPTA e GUPTA 2014)

Aleacutem dos nutrientes minerais as fibras dieteacuteticas satildeo de extrema importacircncia

nutricional jaacute que satildeo elas que auxiliam no bom funcionamento do sistema

gastrointestinal pois contribuem para o aumento do bolo fecal e na reduccedilatildeo do

tempo de digestatildeo e assim ajudam a prevenir a constipaccedilatildeo Aleacutem disso jaacute foi

associado que as fibras dieteacuteticas contribuem para a reduccedilatildeo de doenccedilas cardiacuteacas

e cacircncer de colo (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

A partir dos resultados eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva

aumentou a quantidade de fibras totais do chocolate poreacutem natildeo foi possiacutevel avaliar

se essa diferenccedila eacute estatisticamente significativa

Os resultados indicam que houve um aumento no teor de fibras soluacuteveis do

chocolate quando adicionado a couve A couve eacute considerada uma alta fonte de

fibras sendo que segundo a USDA e RDA tem-se aproximadamente 14 da fibra

diaacuterias recomendadas em 100 g desse vegetal

No caso da uva houve um aumento (mesmo que em pequena proporccedilatildeo) de

fibras insoluacuteveis resultando em uma quantidade maior de fibras totais A uva eacute

estudada por sua caracteriacutestica de possuir alta quantidade de polifenoacuteis combinados

a uma grande porcentagem de fibras dieteacuteticas em sua composiccedilatildeo A revisatildeo

86

publicada por Zhu Du e Zheng (2015) aborda o trabalho de diversos autores que

avaliaram as fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis Todas as variedades de uva

avaliadas obtiveram altas quantidades de fibras insoluacuteveis e baixas quantidades de

fibras soluacuteveis A quantidade de fibras totais das diferentes espeacutecies variou de 745

a 280 g100g sendo que as fibras insoluacuteveis representaram mais de 80 da

quantidade total

A quantidade de carboidratos presentes na amostra conforme a RDC no 360

de 23 de dezembro de 2003 ldquoeacute calculado como a diferenccedila entre 100 e a soma do

conteuacutedo de proteiacutenas gorduras fibra alimentar umidade e cinzasrdquo

Sendo assim como haacute diferenccedila entre os valores encontrados para conteuacutedo

mineral e lipiacutedeos existe tambeacutem uma diferenccedila entre a quantidade de carboidratos

encontrados nas trecircs amostras

Um dos principais responsaacuteveis pela alta quantidade de carboidratos nos

chocolates eacute o accediluacutecar utilizado na formulaccedilatildeo Os chocolates com couve e uva

tambeacutem foram formulados com diferentes quantidades de accediluacutecar para o ajuste da

formulaccedilatildeo sendo que para o chocolate com couve foi utilizado 365 para o

chocolate com uva foi utilizado 3535 e para o chocolate ao leite foi utilizado 37

Mesmo que a maior adiccedilatildeo de accediluacutecar na formulaccedilatildeo foi para o chocolate ao leite

obteve-se valores maiores de carboidratos para o chocolate com couve Jaacute no

chocolate com uva reduziu-se em 165 a menos de accediluacutecar em poacute e mesmo assim

e obteve-se um valor semelhante ao de chocolate ao leite

A quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores para os trecircs

chocolates foi realizada em triplicata e seus resultados estatildeo dispostos na Tabela

14

87

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate eo leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao

leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Accediluacutecares Totais (g100g) 2100plusmn0016a 1700plusmn00083b 2100plusmn0015a

Accediluacutecares redutores (g100g) 74plusmn00032a 782plusmn00029a 724plusmn00039a Accediluacutecares Natildeo-redutores

(g100g) 13 921 1345 n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Conforme foi observado na Tabela 13 os chocolates com adiccedilatildeo de couve

tiveram menor valor de accediluacutecares em relaccedilatildeo ao chocolate controle ou o chocolate

com uva sendo que isso se deve principalmente a uma menor quantidade de

accediluacutecares natildeo-redutores neste chocolate

Os accediluacutecares redutores satildeo aqueles que possuem em sua estrutura

agrupamentos aldose ou cetose que ao entrar em contato com agentes oxidantes

sofrem oxidaccedilatildeo Os accediluacutecares redutores mais comuns satildeo a frutose (presente

principalmente em frutas) a glicose a maltose e a lactose A sacarose por sua vez

eacute um accediluacutecar natildeo-redutor poreacutem pode se tornar um accediluacutecar redutor atraveacutes da accedilatildeo

de enzimas ou por hidroacutelise aacutecida As estruturas da frutose glicose e sacarose se

encontram na Figura 28 (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

Sacarose

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose

88

Sendo assim os resultados indicam que a reduccedilatildeo da quantidade de accediluacutecar

na formulaccedilatildeo no caso da adiccedilatildeo de couve impacta diretamente na quantidade de

accediluacutecares natildeo redutores Ayaz et al (2006) quantificaram os accediluacutecares presentes na

couve e identificaram frutose glucose e sucrose como mais abundantes sendo

encontrado um valor de 2011 mg de frutose 100 g de couve seca 1056 mg de

glucose 100 g de couve seca e 894 mg de sucrose 100 g de couve seca

Comparando-se o chocolate com adiccedilatildeo de uva com o chocolate controle

natildeo foi possiacutevel observar modificaccedilatildeo em suas quantidades de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais corroborando com o resultado de que natildeo houve modificaccedilatildeo

na quantidade de carboidratos dessas duas amostras Apesar de como dito

anteriormente as quantidades de accediluacutecar nas duas formulaccedilotildees ser diferente

555Atividade de aacutegua

Os resultados obtidos da anaacutelise de atividade de aacutegua satildeo apresentados na

Tabela 15

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Atividade de aacutegua 0523plusmn00131a 0506plusmn00101a 0519plusmn00321a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A atividade de aacutegua em chocolates eacute relativamente baixa sendo normalmente

avaliada com valores de 03 a 06 Reolon et al (2012) estudaram a presenccedila de

endobacteacuterias em chocolate e para tal avaliaram a atividade de aacutegua em

chocolates comerciais O estudo revelou um valor de 042 em chocolates ao leite

A atividade de aacutegua encontrada estaacute na faixa indicada para que tenha

conservaccedilatildeo dentro de seu prazo de validade de ateacute 1 ano

89

556Colorimetria

Os resultados referentes agrave anaacutelise colorimeacutetrica dos chocolates se encontram

na Tabela 16

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com

uva

L a b

Chocolate ao leite 3066plusmn 052a 602plusmn039a 1364plusmn058a

Chocolate com couve 3020plusmn058a 613plusmn019a 1509plusmn035b

Chocolate com uva 3080plusmn085a 653plusmn049a 1365plusmn078a

Segundo a CIELAB para anaacutelise de cores tem-se que L refere-se a luminosidade a espaccedilo da coloraccedilatildeo verde para vermelho b espaccedilo da coloraccedilatildeo de amarelo para azul

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir dos resultados apresentados eacute possiacutevel concluir que natildeo houve

diferenccedila nos paracircmetros L e a apoacutes adiccedilatildeo de couve e uva nos chocolates No

entanto existe uma diferenccedila entre o chocolate com couve para o paracircmetro b

O estudo de cor eacute um paracircmetro importante para os alimentos jaacute que eacute o

primeiro a ser percebido pelo consumidor por isso sua determinaccedilatildeo eacute de extrema

relevacircncia para o controle de qualidade A alteraccedilatildeo na cor de um produto

alimentiacutecio pode significar defeitos principalmente no chocolate como eacute o caso do

branqueamento de sua superfiacutecie devido ao efeito de bloom (WU e SUN 2013)

A determinaccedilatildeo de cor eacute realizada atraveacutes de valores numeacutericos resultantes

de trecircs espaccedilos dimensionais sendo os mais comuns os valores de L a e b que

satildeo os paracircmetros mais proacuteximos do que o olho humano eacute capaz de distinguir (WU

e SUN 2013) O sistema CIElab padroniza estes espaccedilos de cor que vatildeo de 0 a

100 O paracircmetro L significa a luminosidade o paracircmetro a indica da coloraccedilatildeo

verde para vermelho e b de amarelo para azul conforme demonstrado na Figura

29

90

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores

Sendo assim eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva natildeo modificou

significativamente (plt005) a luminosidade nem a coloraccedilatildeo no paracircmetro a

indicando que provavelmente esses paracircmetros natildeo seratildeo percebidos

sensorialmente

No caso do paracircmetro b no entanto o chocolate com couve apresentou

modificaccedilatildeo de praticamente 2 pontos na escala em comparaccedilatildeo com os outros dois

chocolates tendendo para o azul poreacutem por ser uma pequena diferenccedila

provavelmente tambeacutem natildeo seraacute percebida sensorialmente

557Estabilidade dos chocolates

O chocolates foram avaliados segundo sua textura por um periacuteodo de tempo

de 3 meses sendo medidos nos tempos de 1 dia 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

apoacutes a temperagem Durante os 3 meses os chocolates permaneceram com suas

91

caracteriacutesticas visuais estaacuteveis como brilho e cor A avaliaccedilatildeo de textura dos trecircs

chocolates eacute apresentada na Figura 30

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite chocolate ao leite

com uva e chocolate ao leite com couve

Nas 24 horas apoacutes a produccedilatildeo dos chocolates tem-se um valor de forccedila de

compressatildeo maior para o chocolate com uva (4376plusmn290N) se comparado com o

chocolate ao leite (3228plusmn184N) e o chocolate com couve (3592plusmn438N N) Esse

fato provavelmente se daacute ao maior tamanho de partiacutecula desta amostra (378microm)

como mostrado anteriormente sendo portanto mais forccedila necessaacuteria para quebrar

o chocolate A dureza e o tamanho de partiacutecula tendem a ser proporcional o que

explica este resultado (AFOWAKA2010) Essa tendecircncia de maior forccedila para o

chocolate com uva se repetiu durante todo o periacuteodo observado

Com o passar do tempo o chocolate ao leite aumentou a sua dureza jaacute que a

forccedila necessaacuteria para a quebra foi aumentando Os resultados para 1 dia 1 semana

15 dias natildeo foram estatisticamente diferentes (pgt005) Jaacute no segundo mecircs houve

um aumento significativo (3844plusmn242 N) que permaneceu igual estatisticamente no

terceiro mecircs (3945plusmn189 N) Sendo assim o aumento da forccedila de compressatildeo do

chocolate ao leite subiu 1817 do seu valor inicial ao longo dos trecircs meses Essa

0

10

20

30

40

50

60

1 dia 1 semana

15 dias 2 meses 3 meses

Forccedil

a (N

) Chocolate ao leite

Chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite com couve

92

diferenccedila no entanto eacute pequena e provavelmente natildeo pode ser sentida

sensorialmente

No caso do chocolate com couve a forccedila permaneceu estaacutevel durante o

periacuteodo de 3 meses natildeo havendo diferenccedila significativa(plt005) entre os

resultados encontrados

O chocolate com uva por sua vez natildeo apresentou diferenccedila significativa

(plt005) no periacuteodo de 1 dia 1 semana e 15 dias Houve um aumento significativo

no segundo mecircs (4800plusmn299 N) que se manteve significativamente (plt005)

estaacutevel no terceiro mecircs

Os resultados revelam que no chocolate ao leite e com uva ocorre mudanccedila

na dureza dos chocolates com o passar do tempo de prateleira Essas mudanccedilas

no entanto provavelmente natildeo deveratildeo ser percebidas sensorialmente uma vez

que se resumem a praticamente uma diferenccedila de 20N entre as forccedilas encontradas

o que provavelmente eacute difiacutecil de ser reconhecido

558Avaliaccedilatildeo sensorial

Durante a anaacutelise sensorial foram avaliados os paracircmetros lsquosaborrsquo ldquoTexturardquo

lsquoAspecto geralrsquo e lsquoIntenccedilatildeo de comprarsquo para todos os chocolates

A frequecircncia de notas para sabor se encontra na Figura 31

93

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A partir da anaacutelise dos resultados quanto ao sabor eacute possiacutevel afirmar que a

maioria dos provadores ficou entre ldquogostei ligeiramenterdquo (nota 6) agrave ldquogostei

muitiacutessimordquo (nota 9) representando 916 dos provadores no caso do chocolate

com couve 926 no caso do chocolate ao leite e 937 no caso do chocolate com

adiccedilatildeo de uva sendo que para este uacuteltimo 253 dos provadores atribuiacuteram nota 9

A nota mais atribuiacuteda foi a nota ldquo8rdquo (gostei muito) sendo que 337 atribuiu esta

nota para o chocolate ao leite 337 para o chocolate com couve e 295 para o

chocolate com uva Natildeo houve diferenccedila significativa (plt005) entre a meacutedia das

notas indicando que os trecircs chocolates foram bem aceitos

A avaliaccedilatildeo de ldquotexturardquo estaacute apresentada na Figura 32

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fr

eq

ue

nci

a

Notas

Chocolate com couve

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate ao Leite

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate com Uva

94

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A textura do chocolate com couve obteve maior porcentagem de notas acima

de 6 representando 642 do total ficando na frente do chocolate ao leite (611) e

do chocolate com uva (474) havendo uma distribuiccedilatildeo maior das notas poreacutem as

meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila significativa (plt005) entre entre si O maior

coeficiente de variaccedilatildeo entre os provadores ocorreu nas notas de textura do

chocolate com uva sendo que muitos apontaram terem gostado da ldquotextura

crocanterdquo desta amostra e outros indicaram que ldquoa amostra havia pedaccedilos maiores

ruins de mastigarrdquo Essa diferenccedila de sensaccedilotildees pode ser explicada pelo tamanho

da partiacutecula da uva liofilizada adicionada ao chocolate que como apontado

anteriormente foi relativamente maior e foi facilmente percebido pelos provadores

Os provadores em sua maioria (92) responderam que havia diferenccedila

entre as amostras Entre diversas respostas as mais frequentes foram a diferenccedila

de sabor entre os trecircs chocolates e a diferenccedila de textura da amostra de chocolate

com uva em relaccedilatildeo aos demais

Os resultados quanto ao aspecto geral das amostras estatildeo indicados na

Figura 33

95

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo chocolate ao leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Em termos de aspecto geral os provadores aceitaram bem as amostras

sendo que 905 deu uma nota entre 6 e 9 para o chocolate com couve e916 do

chocolate ao leite e 884 para o chocolate com uva A nota mais colocada

novamente foi nota a ldquo8rdquo (Gostei muito) sendo que 337 atribuiacuteram essa nota para

o chocolate ao leite 316 para o chocolate ao leite com couve e 284 para o

chocolate ao leite com uva Mesmo assim as notas meacutedias natildeo apresentaram

diferenccedila significativa (plt005) ou seja todas as amostras obtiveram a mesma

aceitaccedilatildeo frente aos provadores

As notas de ldquointenccedilatildeo de comprardquo se encontram na Figura 34

96

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo para o chocolate

ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

A partir da anaacutelise das notas dadas para a ldquointenccedilatildeo de comprardquo eacute possiacutevel

afirmar que a maioria dos provadores ldquoCertamente comprariardquo ou ldquoProvavelmente

comprariardquo representando um total de 611 para o chocolate com couve 666

para o chocolate ao leite e 642 do chocolate com uva Apesar da diferenccedila entre

porcentagens a avaliaccedilatildeo estatiacutestica da meacutedia das notas indicou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre as meacutedias apresentadas

Os resultados indicam uma alta aceitaccedilatildeo dos chocolates bem como intenccedilatildeo

de compra As diferenccedilas sensoriais percebidas durante o teste natildeo mudaram

estatisticamente a aprovaccedilatildeo dos provadores

559Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates

Primeiramente foi verificado o espectro de absorccedilatildeo dos trecircs extratos obtidos

a partir dos chocolates a fim de verificar se estes por possuiacuterem coloraccedilatildeo

caracteriacutestica absorviam mesma regiatildeo do espectro que o radical DPPH (515nm) o

97

que poderia interferir nos resultados obtidos Os espectros dos trecircs tipos de

chocolate estatildeo dispostos na Figura 35

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate ao leite com

couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH

A partir dos espectros de absorccedilatildeo eacute possiacutevel afirmar que os extratos de

chocolate natildeo absorvem energia no comprimento de onda de 515nm que eacute o

utilizado para a anaacutelise de DPPH Eacute possiacutevel observar no espectro do DPPH que

este absorve mais energia a 515nm e por isso justifica a escolha do comprimento

de onda para esta anaacutelise

Segundo Oliveira (2011) o trolox eacute uma substacircncia anaacuteloga a vitamina E

sendo sua principal caracteriacutestica ser um antirradicalar Ensaios jaacute realizados

revelam a eficiecircncia do trolox frente ao radical DPPH por isso eacute considerado que a

porcentagem de trolox representa proporcionalmente a atividade antirradicalar A

capacidade antirradicalar do padratildeo trolox foi testada em triplicata e a curva cineacutetica

estaacute representada na Figura 36

98

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da variaccedilatildeo de

absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox

A curva cineacutetica do padratildeo Trolox indica que o aumento da concentraccedilatildeo

reflete em maior reduccedilatildeo da absorbacircncia principalmente nos primeiros 5 minutos O

restante da reaccedilatildeo permanece com a absorbacircncia constante o que revela que a

reaccedilatildeo entre o radical DPPH e o padratildeo trolox ocorre principalmente nos primeiros 5

minutos

As amostras de extratos de chocolate ao leite chocolate ao leite com adiccedilatildeo

couve e chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva foram testadas frente ao radical

DPPH suas respectivas curvas cineacutetica e curvas padratildeo estatildeo representadas nas

Figuras 37 38 e39

O perfil cineacutetico das trecircs amostras apresenta um padratildeo de comportamento

os extratos de menor concentraccedilatildeo tecircm menor queda em relaccedilatildeo agrave absorbacircncia do

DPPH sem adiccedilatildeo de antioxidantes Jaacute os extratos com maior concentraccedilatildeo

apresentam maior diferenccedila entre a absorbacircncia final e o DPPH sem adiccedilatildeo sendo

que quanto maior a concentraccedilatildeo maior eacute esta diferenccedila

A diminuiccedilatildeo da absorbacircncia em todos os extratos de todas as amostras tem

seu decaimento ocorrendo durante todo o tempo de anaacutelise (30 minutos) diferente

do observado no padratildeo trolox indicando que a reaccedilatildeo entre o radical DPPH e todos

os extratos de chocolate ocorrem por mais tempo

99

A partir dessa variaccedilatildeo de absorbacircncia eacute possiacutevel traccedilar a curva padratildeo para

cada uma destas amostras sendo que quanto maior a inclinaccedilatildeo da reta maior eacute a

capacidade antirradicalar da amostra

As curvas padratildeo das trecircs amostras de chocolate revelam uma grande

semelhanccedila entre os perfis desses chocolates O coeficiente angular (α) de cada

uma das retas eacute comparado com o coeficiente angular meacutedio do Trolox (α=0021)

obtido atraveacutes da anaacutelise em triplicata deste padratildeo Os resultados estatildeo

representados na Tabela 17 juntamente com os resultados de outras avaliaccedilotildees do

perfil antirradicalar das amostras

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite com

couve

100

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de chocolate com uva

Foi realizada tambeacutem a quantificaccedilatildeo da atividade antirradicalar frente ao

radical DPPH por IC50 sendo que o resultado se encontra na Tabela 17

A anaacutelise frente ao ABTS foi realizada em triplicata para todas as amostras de

chocolate Primeiramente obteve-se o espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTS (22acute-

azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-aacutecido sulfocircnico) conforme Figura 40

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS

07

075

08

085

09

095

1

550 600 650 700 750 800 850

Ab

sorb

acircnci

a

Comprimento de onda (nm)

101

O espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTSbull+ revela que a maior absorccedilatildeo deste

composto ocorre na regiatildeo entre 700 e 750nm portanto justifica-se a utilizaccedilatildeo de

734nm para o comprimento de onda

O padratildeo Trolox tambeacutem eacute indicado como padratildeo da capacidade

antirradicalar frente ao radical ABTSbull+ e portanto a reaccedilatildeo entre eles foi realizada

O perfil cineacutetico e a curva padratildeo desta reaccedilatildeo eacute apresentada na Figura 41

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox

O perfil cineacutetico desta reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e trolox mostra que conforme o

aumento da concentraccedilatildeo tem-se uma reduccedilatildeo no valor de absorbacircncia Aleacutem disso

eacute possiacutevel notar que durante os 30 minutos de anaacutelise cada amostra se mostrou com

um valor de absorbacircncia estaacutevel revelando que a reaccedilatildeo ocorre no iniacutecio do

processo e natildeo se modifica ao passar do tempo

As amostras de chocolates foram testadas frente ao radical ABTSbull+ sendo

utilizadas as concentraccedilotildees de extrato de 2 3 4 5 6 As Figuras de 42 a 44

apresentam os resultados obtidos tanto para o perfil cineacutetico quanto para a curva

padratildeo de cada chocolate Estas sugerem um perfil de cineacutetica muito parecido para

todos os extratos de chocolate Tem-se uma reduccedilatildeo de absorbacircncia durante todo o

tempo de anaacutelise (30 minutos) sendo mais acentuada nos primeiros cinco minutos

o que sugere que a reaccedilatildeo ocorra durante todo este periacuteodo Mesmo assim o

102

padratildeo observado na amostra padratildeo se repete quanto maior a concentraccedilatildeo

menor eacute a absorbacircncia encontrada

O ABTSbull+ possui uma coloraccedilatildeo verde-escura e ao reagir com o antirradical

modifica sua coloraccedilatildeo para verde-claro e conforme a reaccedilatildeo for ocorrendo tem-se

a diminuiccedilatildeo do valor de absorbacircncia devido a esta diferenccedila de coloraccedilatildeo

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de couve

103

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de uva

A curva padratildeo do aacutecido gaacutelico demonstrou uma equaccedilatildeo da reta igual a y =

00012x + 02366

A quantificaccedilatildeo dos polifenoacuteis bem como a porcentagem de trolox frente ao

radical DPPH e a porcentagem de trolox frente ao radical ABTSbull+ estatildeo

apresentadas na Tabela 17

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com uva

Amostra gmg GAE IC50(DPPH)

(mgL) Trolox (DPPH) Trolox (ABTS)

Chocolate ao leite 7422plusmn410a 682plusmn014a 27875plusmn398a 44397plusmn412a

Chocolate com couve 7429plusmn393a 63plusmn056a 25093plusmn729ab 44228plusmn1820a

Chocolate com uva 147285plusmn1417b 692plusmn048a 24047plusmn1151b 37380plusmn136a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir da avaliaccedilatildeo da capacidade antirradicalar dos chocolates frente ao

radical ABTS pode-se dizer que natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila significativa

(plt005) entre as amostras sendo assim todos os chocolates apresentaram a

104

mesma capacidade frente a este radical ou seja natildeo houve aumento com a adiccedilatildeo

de couve e uva nos chocolates

Os valores encontrados para esse tipo de produto satildeo altos visto que podem

ser comparados com alimentos conhecidos por sua alta capacidade antirradicalar

como- mirtilos (4766 mg Equivalente de Vitamina C (VCE) 100 g) ameixas pretas

(372 mg VCE100g) (FLOEGEL2011) e goiaba (496 mg Trolox100 g) (REDDY

2010)

Jaacute frente ao radical DPPH em porcentagem de Trolox a atividade

antirradicalar das amostras de chocolate revelaram resultados nos quais o chocolate

ao leite eacute estatisticamente diferente (plt005) do chocolate ao leite com uva mas o

chocolate ao leite com couve natildeo apresenta diferenccedila significativa (plt005) com

nenhuma das duas amostras Esse fato indica que a capacidade antirradicalar frente

ao radical DPPH natildeo aumentou com a adiccedilatildeo de couve e apresentou menor

capacidade com a adiccedilatildeo de uva

Os resultados frente ao radical DPPH avaliados por IC50 demonstraram natildeo

haver diferenccedila significativa entre as amostras (plt005) Na literatura natildeo existe um

consenso em como expressar os resultados de testes antirradicalares Oliveira et al

(2014) sugerem a utilizaccedilatildeo de porcentagem de Trolox por facilitar a interpretaccedilatildeo

dos resultados jaacute que eacute diretamente proporcional agrave atividade antirradicalar

Os valores encontrados para a capacidade antirradicalar frente ao radical

DPPH tambeacutem satildeo comparaacuteveis a frutas e vegetais conhecidos por serem

potenciais antirradicalares como manga (211mg Trolox100 g) (REDDY et al 2010)

ameixa preta (287 mg VCE100 g) e vinho (1964 mg Trolox100 g) (FLOEGEL et al

2011)

O radical DPPH tende a interagir com compostos antirradicalares mais

reativos enquanto que o radical ABTS reage com os compostos de reatividade

intermediaacuteria (Oliveira 2014) Esse fato pode explicar a diferenccedila de valores

encontrada para os chocolates por estes dois meacutetodos e pode-se inferir que existe

maior quantidade de compostos de reatividade intermediaacuteria em todos os

chocolates

105

Diversos autores jaacute discutiram a correlaccedilatildeo destas duas metodologias

Floegel et al (2011) realizaram um estudo com 50 diferentes tipos de alimentos

(frutas vegetais e bebidas) e analisaram a correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos

para a capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH e frente ao radical ABTS

Foi encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0953) comparando-se os resultados das

frutas e das bebidas Por outro lado encontrou-se menor correlaccedilatildeo para os

resultados de vegetais (R=0896) Dudonne et al (2011) publicaram um estudo

comparativo entre 30 diferentes extratos de plantas assim como o artigo anterior foi

encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0903) entre os resultados de ABTS e DPPH

A anaacutelise estatiacutestica da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis demonstrou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre os resultados de chocolate com couve e

chocolate ao leite poreacutem houve uma diferenccedila entre estes em comparaccedilatildeo ao

chocolate ao leite com uva Houve um aumento da quantidade de polifenoacuteis em

5044 do chocolate com uva em relaccedilatildeo ao chocolate controle

A quantidade de polifenoacuteis encontrada no controle e chocolate com couve

pode ser comparaacutevel agrave quantidade de polifenoacuteis presentes por exemplo em laranjas

(70 mg GAEg) (REDDY 2010)

Conforme citado anteriormente a couve e a uva foram adicionadas de

diferentes formas no chocolate A couve foi adicionada durante o processo de refino

dos chocolates na maacutequina de moinho de bolas enquanto que a uva foi adicionada

apoacutes o processo de fabricaccedilatildeo em um misturador planetaacuterio o que pode ter afetado

diretamente na quantidade de polifenoacuteis adicionada

Siebert Troukhanova e Lynn (1996) estudaram a interaccedilatildeo entre proteiacutenas e

polifenoacuteis Sabe-se que os polifenoacuteis tecircm em sua estrutura duas extremidades que

podem se ligar as proteiacutenas- o anel benzecircnico que possivelmente podem interagir

com a parte apolar das cadeias de proteiacutenas e os grupos hidroxiacutelicos que formam

facilmente ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a amina ou com a carbonila da proteiacutena

Supotildee-se que essas ligaccedilotildees formam uma rede de proteiacutenas-polifenoacuteis a qual pode

interferir em suas biodisponibilidade Arts et al (2002) avaliaram a modificaccedilatildeo do

resultado de capacidade antirradicalar total de chaacute preto com e sem caseiacutena Foi

identificado que a adiccedilatildeo de proteiacutenas no chaacute afeta a capacidade antirradicalar do

mesmo natildeo atingindo a capacidade maacutexima de atividade antirradicalar

106

Niseteo et al (2012) realizaram um estudo da capacidade antirradicalar de

diferentes tipos de bebidas a base de cafeacute com e sem a adiccedilatildeo de leite e

quantificaram os compostos polifenoacutelicos por meacutetodo de Folin-ciocauteau Naquele

trabalho tambeacutem foi encontrada diferenccedila na capacidade antirradicalar dos cafeacutes

com adiccedilatildeo de leite de valor reduzido em comparaccedilatildeo aos sem leite e a interaccedilatildeo

polifenoacuteis-proteiacutenas tambeacutem foi discutida No entanto a quantidade de polifenoacuteis dos

cappuccinos com adiccedilatildeo de leite foi maior do que o controle O autor atribuiu essa

diferenccedila nos resultados de quantidade de polifenoacuteis e da capacidade antirradicalar

devido agrave baixa precisatildeo analiacutetica e a baixa seletividade do reagente de Folin-

ciocauteau que pode interagir com outros compostos redutores como accediluacutecares e

aminoaacutecidos e gerar assim resultados diferentes Os resultados encontrados para o

chocolate com uva apresentam a mesma tendecircncia- menor capacidade

antirradicalar e maior quantidade de polifenoacuteis

Jakobek (2015) publicou uma revisatildeo sobre a interaccedilatildeo dos polifenoacuteis com

outros componentes alimentares como proteiacutenas lipiacutedeos e carboidratos Segundo o

autor a partir de sua revisatildeo bibliograacutefica eacute possiacutevel concluir que essas interaccedilotildees

podem significar alteraccedilotildees na biodisponibilidade e bioacessibilidade desses

compostos pelo organismo A interaccedilatildeo entre lipiacutedeos e polifenoacuteis por exemplo

pode causar uma mudanccedila na absorccedilatildeo de lipiacutedeos no corpo e reduzir a

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Aleacutem disso as proteiacutenas e polifenoacuteis interagem entre si e

podem alterar tanto a atividade das proteiacutenas quanto a biodisponibilidade dos

polifenoacuteis

Os estudos citados acima demonstram uma forte interaccedilatildeo entre os

componentes dos alimentos (proteiacutenas lipiacutedeos carboidratos) com os compostos

fenoacutelicos Sugere-se que esta interaccedilatildeo pode vir a afetar a disponibilidade dos

compostos fenoacutelicos e portanto alterar a sua capacidade antirradicalar Jakobek

(2015) cita tambeacutem que quanto maior a quantidade de grupos hidroxila e quanto

maior o peso molecular maior eacute a tendecircncia das moleacuteculas de polifenoacuteis a se ligar a

proteiacutenas Os compostos encontrados na couve e na uva apresentam esses dois

fatores o que sugere que estas interaccedilotildees possam ter ocorrido e

consequentemente interferindo na capacidade antirradicalar dos chocolates

formulados

107

No entanto natildeo foram utilizadas as metodologias de ORAC e FRAP que

tambeacutem satildeo conhecidas para capacidade antirradicalar Sabe-se que a anaacutelise da

atividade antirradicalar por ORAC apresenta grande vantagem em relaccedilatildeo ao radical

ABTS e ao radical DPPH pois eacute baseada nos radicais peroxila que satildeo mais

correlacionados com a oxidaccedilatildeo in vivo das ERO (SCHAICH ZIE 2015) O FRAP

baseia-se na reduccedilatildeo do complexo feacuterrico pela accedilatildeo de doaccedilatildeo de eleacutetrons por

antioxidantes e possui boa correlaccedilatildeo com o ABTS (Duddone et al 2009)

A adiccedilatildeo de frutas secas em chocolates jaacute foi estudada por diversos grupos

de pesquisa com o objetivo de enriquecer essas formulaccedilotildees

Belščak-Cvitanovi et al (2012) elaboraram diversas formulaccedilotildees de chocolate

com adiccedilatildeo de folhas de Rubus ideaus L ( raspberry) com o objetivo de adicionar

compostos fenoacutelicos Para tal estudo realizaram formulaccedilotildees de chocolate ao leite

e chocolate amargo sendo um teor de cacau de 30 e 72 respectivamente As

folhas sofreram um processo de extraccedilatildeo em aacutegua quente sendo adicionadas em

duas formas diferentes ao chocolate um extrato liofilizado e um extrato obtido por

evaporaccedilatildeo Natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila na quantidade de compostos

polifenoacutelicos totais com adiccedilatildeo de extrato liofilizado assim como sua capacidade

antirradicalar frente ao radical FRAP Aleacutem disso foi identificado que o chocolate

amargo possui capacidade antirradicalar e quantidade de polifenoacuteis muito superiores

se comparado aos chocolates ao leite avaliados pois segundo o autor produtos

com grande quantidade de accediluacutecar e leite em poacute formam uma rede de interaccedilatildeo forte

entre proteiacutenas e catequinas e isto podem afetar diretamente na anaacutelise de

antirradicalares

Komes et al (2013) estudaram a adiccedilatildeo de 5 diferentes tipo de frutas

secas(ameixa mamatildeo damasco uvas passa e cranberry) em formulaccedilotildees de

chocolate Este estudo revelou tambeacutem uma maior capacidade antirradicalar e

quantidade de polifenoacuteis para chocolates amargos em comparaccedilatildeo com chocolates

ao leite Apesar da adiccedilatildeo de cranberry e uva passa terem sido efetivas em termos

de aumentar a capacidade antirradicalar e o teor de polifenoacuteis os autores

demonstram que o maior responsaacutevel pelos altos valores eacute o cacau que possui

grande quantidade de compostos fenoacutelicos em sua composiccedilatildeo

108

A grande influecircncia do liquor de cacau na quantidade de polifenoacuteis e na

capacidade antirradicalar estaacute de acordo com o encontrado para todos os chocolates

formulados no presente trabalho Conforme demonstrado anteriormente o liquor de

cacau utilizado quando comparado com frutas conhecidas por essa propriedade

possui uma alta capacidade antirradicalar (IC50=29 mgg) e alta quantidade de

polifenoacuteis (25994 mg GAE g) que reflete nos altos valores encontrados

Sim et al (2016) estudaram a adiccedilatildeo de poacute de casca de mangostatildeo (Garcinia

mangostana Linn) para a melhoria de propriedades nutricionais do chocolate As

formulaccedilotildees foram realizadas com 0 1 e 3 de poacute sendo que o chocolate amargo

obteve uma melhora de 3 na quantidade de polifenoacuteis totais aleacutem de uma melhora

no perfil de compostos bioativos sendo uma possiacutevel alternativa como aditivo para

enriquecimento de formulaccedilatildeo de chocolates

Todorovik et al (2015) avaliaram o perfil de polifenoacuteis de chocolates

produzidos na Seacutervia sendo que foram avaliados chocolates ao leite amargos e

amargos com adiccedilatildeo de raspberry Neste estudo natildeo foi encontrada diferenccedila entre

a quantidade de polifenoacuteis dos chocolates amargos com e sem a adiccedilatildeo de

raspberry Mesmo assim os resultados mostraram um aumento da capacidade

antirradicalar frente ao radical DPPH e ABTS nos chocolates com adiccedilatildeo de

raspberry

Os trabalhos citados acima demonstram que eacute possiacutevel adicionar frutas ou

folhas secas em chocolate e obter uma maior capacidade antirradicalar

Os chocolates desenvolvidos no presente trabalho apresentaram altas

capacidades antirradicalares o que sugere seus efeitos beneacuteficos para o corpo pele

e sauacutede Para o aumento significativo da capacidade antirradicalar no entanto mais

testes deveriam ser realizados de modo a definir se haacute uma interaccedilatildeo entre estes

compostos e as proteiacutenas do leite presentes no chocolate

109

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD

A anaacutelise em CLAE-DAD foi realizada para o perfil cromatograacutefico dos

compostos fenoacutelicos e verificaccedilatildeo se os componentes presentes na couve e na uva

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo desses produtos As comparaccedilotildees

entre cromatogramas de mesmo comprimento de onda para o chocolate ao leite

chocolate com couve e couve liofilizada se encontram nas Figuras 45 a 48

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

110

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

A anaacutelise dos cromatogramas do chocolate ao leite com couve chocolate ao

leite e da couve permite concluir que alguns dos picos da couve foram transferidos

para o chocolate ao leite com couve assim como alguns picos do chocolate ao leite

foram transferidos para o chocolate com couve A comparaccedilatildeo entre os picos e as

aacutereas encontradas estaacute disposta na Tabela 18

111

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260 nm 280 nm 320 nm 360 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL

2684 29610 3006 5879 2454 7848 2694 - 2449 - 603 101 2448 - 559 109

3652 - 2994 7936 2690 16752 1975 - 2538 1443 256 - 2539 986 261 -

3828 - 6680 24257 3097 - 81 - 2704 - 635 890 2705 - 777 562

4795 1003 10733 - 3849 - 8308 32875 2866 - 262 617 3639 - 182 268

5687 - 241 495 5707 1122- 224 406 365 - 250 855 3811 385 111 -

5964 - 1127 3481 5954 - 731 2575 4041 - 127 418 4032 - 124 232

6778 - 968 2839 6755 - 804 2833 9285 - 355 850 23576 18018 918 -

7229 - 287 699 7229 - 298 709 19400 - 733 1898 64626 6560 492 -

8165 - 585 3532 7926 - 303 2202 20645 - 182 378

9088 - 167720 481259 9088 - 219180 498880 25230 - 1682 3395

10379 - 626 1746 10370 - 1278 3175 29694 69863 1397 -

11 - 477 2917 11071 - 849 2221 56254 23250 572 -

12069 912 325 728 12069 1047 377 1051 57971 30799 312 -

12792 - 483 2280 15535 - 291 869 62540 479 618 -

13571 - 254 1435 16109 - 2446 9090 64626 9645 355 -

15529 - 495 1535 18094 808 25245 -

16137 - 4122 18531 19402 - 1267 28136

18094 - 19811 24559 22084 - 2792 10571

22083 58677 1751 -

22851 - 567 1191

23577 22250 1070 -

29206 - 413 81520

30100 - 412 1374

30797 - 26159 11417

64624 2830 546 -

82747 1375 1353 1305

112

Os cromatogramas obtidos para o chocolate ao leite chocolate ao leite com

uva e uva liofilizada estatildeo dispostos nas Figuras 49 a 52

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

113

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Assim como na primeira avaliaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que muitos dos picos

presentes no chocolate ao leite estatildeo presentes no chocolate ao leite com uva

Tambeacutem se observa que alguns picos da uva liofilizada foram transferidos para o

chocolate ao leite com uva conforme demonstra a Tabela 19

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de CLAE-DAD para identificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos eacute largamente utilizada na literatura atual Esta identificaccedilatildeo de compostos

pode ser realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo de tempos de retenccedilatildeo presentes na

literatura assim como comparaccedilatildeo com padrotildees No caso dos chocolates no

entanto

114

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260nm 280nm 320 nm 350 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT Uva CU CL RT Uva CU CL RT UVA CU CL RT UVA CU CL 2553 - 497 27915 2543 - 12925 52565 2779 - 19355 89 2450 10265 785 1085

2758 - 10827 13866 2757 - 14411 250205 2943 195 1428 2548 879 3375 254 2934 58 6176 26 2935 1615 7287 - 3052 223 21765 2775 182 752 562

3042 989 6047 - 3044 945 8338 - 56915 - 297 1325 2831 - 6825 384 3710 68 429 - 5194 355 625 - 9233 - 12195 8495 4098 - 806 232

3920 1533 4631 - 5918 661 3631 25745 10372 - 156 171 5049 - 272 98 56805 216 9485 495 6733 3903 2833 14080 - 8005 407 54596 - 216 165

5933 14 47705 3481 8984 4475 598044 - 16098 - 11865 36505 57455 - 361 3005 6761 308 36245 2839 10337 - 1692 3175 21380 - 9285 25005

7134 175 3066 - 21246 - 1568 24645 27800 - 388 9455 8995 178 603862 - 27776 24704 3809 - 73585 24825 492 -

10339 453 1138 1746 59786 1325 207 - 79272 851 107 - 12752 - 31385 22795 73587 7115 3055 -

14113 - 993 7615 79261 482 401 - 15491 - 2688 1535

16083 - 217065 18531 21381 - 953 48615

67858 - 567 208

115

existe uma grande complexidade de compostos presentes em sua estrutura o que

dificulta a utilizaccedilatildeo de adiccedilatildeo de padrotildees

Sendo assim o meacutetodo mais adequado seria a utilizaccedilatildeo de um CLAE-MS

capaz de identificar as massas dos picos e assim permitir a sua correta

caracterizaccedilatildeo No presente trabalho no entanto natildeo foi possiacutevel realizar esta

anaacutelise levando entatildeo agrave conclusatildeo atraveacutes de hipoacuteteses sobre os tempos de

retenccedilatildeo conhecidos em literatura

Primeiramente eacute preciso lembrar que dependendo do tipo de estrutura

quiacutemica haacute uma diferenccedila na absorccedilatildeo em cada comprimento de onda Zhang

(2013) identificou os espectros de absorccedilatildeo de 14 compostos fenoacutelicos mais

conhecidos na literatura sendo eles (1) aacutecido gaacutelico (2) aacutecido protequinico (3)

aacutecido vaniliacutenico (4) aacutecido cafeacuteico (5) aacutecido siringico (6) aacutecido cumaacuterico (7) aacutecido

saliciacutelico (8)catequina (9) epicatequina (10) rutina (11) morina (12) cumarina (13)

quercetina (14) resveratrol

Esses compostos fenoacutelicos estatildeo presentes tanto na uva quanto na couve

conforme abordado na revisatildeo de literatura A Tabela 20 representa os

comprimentos de onda de maior absorccedilatildeo para cada um dos fenoacutelicos acima

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013

Classes de substacircncias Compostos fenoacutelicos Comprimento de onda (nm)

Aacutecidos hidroxicinacircmicos Aacutecido gaacutelico 271

Aacutecido protequiacutenico 260

Aacutecido vaniliacutenico 260 Aacutecido hidroxicinacircmico Aacutecido cafeacuteico 324

Catequinas

Aacutecido cumaacuterico 280

Catequina 280

Epicatequina 280

Flavonoacuteis Rutina 255

Quercetina 374 Estibeno

Resverastrol 306

116

Todos os compostos citados absorvem nos comprimentos de onda avaliados

para os chocolates 260 280 320 e 360 nm portanto existe uma possibilidade de

que estes compostos estejam entre aqueles que se repetiram nos chocolates com

adiccedilatildeo sendo assim eacute provaacutevel que os picos encontrados estabeleccedilam uma relaccedilatildeo

com a adiccedilatildeo de compostos da couve e da uva nos chocolates

Comparando-se o chocolate ao leite com o chocolate com couve eacute possiacutevel

perceber que existe maior quantidade de picos em 280 e 320 nm no chocolate com

couve do que na amostra controle Provavelmente este fato indica que teriam sido

adicionados ao chocolate compostos da classe das catequiacutenas e compostos da

classe dos flavonoacuteis

Jaacute a comparaccedilatildeo entre o chocolate controle e o chocolate com uva haacute uma

adiccedilatildeo de picos principalmente nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm o que

provavelmente sugere que compostos das classes da catequiacutenas e aacutecidos

hidroxicinacircmicos foram adicionados

As catequinas satildeo principal constituinte de chaacutes e satildeo associadas a altas

capacidades antioxidantes Estudos revelam que a ingestatildeo de catequiacutenas pode

reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas aleacutem de possuir potencial para inibir ceacutelulas

canceriacutegenas e reduzir o processo de envelhecimento (BRAICU et al 2013)

Os flavonoacuteis satildeo antioxidantes naturais encontrados principalmente no chaacute e

em frutos como o cacau Estudos a respeito dessa classe de compostos

demonstram seu potencial em reduzir a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica representando um

protetor cardiovascular importante (HEIM TAGLIFERRO BOBILYA 2002)

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos tambeacutem satildeo altamente estudados por sua

propriedade antioxidante Estatildeo presentes em frutas e vegetais e satildeo conhecidos

principalmente por sua bioatividade (RAZZZAGHI-ASI et al 2013)

117

6CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de uva e couve em chocolate ao leite modificou suas propriedades

como segue

As propriedades fiacutesicas como tamanho de partiacutecula textura

viscosidade e tensatildeo inicial de Casson sendo que a diferenccedila de

textura e tamanho de partiacutecula foi percebida sensorialmente pelos

provadores natildeo treinados

As propriedades fiacutesico-quiacutemicas como a quantidade de fibras

conteuacutedo mineral e quantidade de accediluacutecares conduzindo a melhora nas

propriedades nutricionais dos chocolates

Nas propriedades sensoriais 92 dos painelistas afirmaram que havia

diferenccedila entre as amostras A anaacutelise sensorial tambeacutem comprovou

uma boa aceitaccedilatildeo de todos os chocolates sendo que mais de 60

dos provadores afirmou que provavelmente ou certamente compraria o

chocolate

A quantidade de polifenoacuteis aumentou no chocolate ao leite com uva

mas natildeo no chocolate ao leite com couve para a metodologia de Folin-

Ciocauteau

A grande quantidade de polifenoacuteis presentes no liquor de cacau utilizado

impactou diretamente nos altos valores encontrados para todos os chocolates

formulados A adiccedilatildeo de uva e couve liofilizadas apesar de tambeacutem apresentarem

altas quantidades de polifenoacuteis natildeo modificou a capacidade antirradicalar frente ao

radical ABTS e ao radical DPPH No processo de liofilizaccedilatildeo houve perdas de

polifenoacuteis na couve e na uva

Os resultados do perfil cromatograacutefico dos compostos fenoacutelicos por CLAE-

DAD revelaram que muitos dos compostos presentes na couve e na uva foram

transferidos para os chocolates formulados

A utilizaccedilatildeo de frutas e hortaliccedilas como alternativa para o enriquecimento de

propriedades dos alimentos foi comprovada neste trabalho demonstrando melhorar

as qualidades nutricionais e funcionais de alimentos como chocolate ao leite

118

7SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS

A adiccedilatildeo de frutas e vegetais em produtos alimentiacutecios eacute uma aacuterea

promissora para enriquecimento de formulaccedilotildees Os resultados obtidos no presente

trabalho indicaram modificaccedilotildees em alguns aspectos do chocolate o que eacute uma

premissa interessante para futuros trabalhos

Avalia-se que a adiccedilatildeo de frutas e vegetais tem no entanto aleacutem do valor

nutricional um efeito beneacutefico para ajudar a balancear as espeacutecies reativas no corpo

e desacelerar o envelhecimento precoce Essas propriedades funcionais no entanto

soacute poderiam ser confirmadas com testes in vivo apropriados para a verificaccedilatildeo deste

benefiacutecio

Aleacutem disso estudos de cristalizaccedilatildeo dos chocolates formulados poderiam ser

conduzidos pelas teacutecnicas- DSC Difraccedilatildeo de RAIO-X que poderiam ser utilizadas

para informaccedilotildees da estabilidade desses chocolates

119

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XIA EQ DENG GF GUO YJ BIN H Biological activities of polyphenols from grapes International Journal of Molecular Sciences v11 n2 p622-646 2010

YEN GC DUH PD TSAI H-L Antioxidant and pro-oxidant properties of ascorbic acid and gallicacid Food Chemistry v79 n3 p307ndash313 2002

ZHANG Y SHEN Y ZHU Y XU Z Assessment of the correlations between reducing power scavenging DPPH activity and anti-lipid-oxidation capability of phenolic antioxidants LWT - Food Science and Technology

v63 n1 p569-574 2015

ZHU F DU B ZHENG L LI J Advance on the bioactivity and potential applications of dietary fibre from grape pomace Food Chemistry

v186 n1 p207-212 2015

132

ANEXO A- Parecer cosubstanciado do CEP

133

134

135

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

136

137

138

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL

139

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES PARA BANCA JULGADORA

140

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO

141

142

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES

143

144

145

Page 4: Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

ldquoO que noacutes alcanccedilamos internamente mudaraacute a realidade exteriorrdquo

Plutarco

AGRADECIMENTOS

A realizaccedilatildeo deste trabalho eacute mais uma importante etapa da minha vida Gostaria de

agradecer a todos que contribuiacuteram de alguma forma para a concretizaccedilatildeo deste

trabalho em especial

Agrave Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes por sua orientaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo em

todas as etapas deste projeto

As minhas colegas de laboratoacuterio Raquel Beatriz Ingryd Natasha e Poliana pela

parceria durante esses dois anos de trabalho

Aos teacutecnicos de laboratoacuterio do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemica-

Farmacecircutica por toda a ajuda diaacuteria

Agrave Profa Dra Paulete Romoff e ao Prof DrJosef Wilhelm Baader pela colaboraccedilatildeo

na realizaccedilatildeo de experimentos e por toda a ajuda e apoio

Ao teacutecnico Nei Carlos do laboratoacuterio de Quiacutemica da Universidade Presbiteriana

Mackenzie e ao doutorando Sandro Oliveira pela colaboraccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos

experimentos de antioxidantes

Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado e o suporte financeiro que

possibilitou a realizaccedilatildeo deste trabalho

A minha famiacutelia por todo apoio recebido

A meus amigos e a todos que estiveram comigo neste periacuteodo

CARVALHO J C S DESENVOLVIMENTO DE CHOCOLATES AO LEITE COM

PROPRIEDADES FUNCIONAIS ACRESCIDOS DE FOLHAS DE Brassica

oleracea (couve) E FRUTOS DE Vitis viniacutefera (uva) 2016 137f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado) ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo

Satildeo Paulo 2016

RESUMO

Dietas ricas em vegetais satildeo fontes de antioxidantes importantes agentes

que auxiliam na prevenccedilatildeo do envelhecimento precoce O cacau mateacuteria

prima base para a produccedilatildeo de chocolates eacute considerado rica fonte de

antioxidante Entretanto o chocolate do tipo ao leite que possui menor

quantidade de cacau e portanto menor accedilatildeo antioxidante eacute o mais

consumido no Brasil O presente trabalho tem o objetivo de desenvolver

formulaccedilotildees de chocolates ao leite com propriedades funcionais Para tal

foram produzidas trecircs diferentes variaccedilotildees de chocolate ao leite (controle) ao

leite adicionados de folhas de couve e ao leite adicionados de frutos de

videira Os chocolates fabricados foram avaliados por suas caracteriacutesticas

fiacutesicas fiacutesico quiacutemicas sensoriais e quanto ao potencial antirradicalar Como

resultado observou-se que o teor de umidade do chocolate ao leite e a

atividade de aacutegua natildeo se modificaram com a adiccedilatildeo dos produtos liofilizados

Encontrou-se no chocolate com couve aumento de 9 no teor de fibras e 6

no conteuacutedo mineral Foi encontrada diferenccedila nas propriedades fiacutesicas do

chocolate com uva como viscosidade Casson (076plusmn004 Pas) dureza

(4377plusmn205 N) tensatildeo inicial Casson (129plusmn335 Pa) e tamanho de partiacutecula

(378plusmn113 microm) A avaliaccedilatildeo sensorial registrou alta aceitabilidade dos

produtos e a percepccedilatildeo de diferentes texturas nos chocolates O perfil do

potencial atioxidante sugere que natildeo houve aumento da capacidade

antirradicalar com a adiccedilatildeo de couve e uva poreacutem a anaacutelise do perfil

cromatograacutefico de fenoacutelicos levanta a hipoacutetese de que alguns compostos

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo de couve e de uva Conclui-

se que foi possiacutevel agregar propriedades funcionais no chocolate ao leite

Palavras-chave chocolate couve uva antioxidants

CARVALHO J C S Development of milk chocolates with

functional properties with leaves from Brassica Oleracea (kale) and

fruits of Vitis Vinifera (grape) 2016 145f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 2016

ABSTRACT

Nowadays it is known that a diet rich in vegetables is a source of antioxidants

which help in the prevention of premature ageing Studies on cocoa indicate

that this raw material essential in the production of chocolate is a rich source

of antioxidants However milk chocolate which contains less cocoa and less

antioxidant activity is the most consumed type in Brazil The aim of this study

was to develop milk chocolate formulations with antioxidant properties As

such three kinds of chocolate were produced with added kale leaves with

added grapes and the control normal milk chocolate The chocolates

produced were evaluated on their physical characteristics physical-chemistry

and antioxidant potential It was found that the moisture content and the water

activity did not change with the addition of lyophilized materials The addition

of kale increased 9 of fibers content and 6 of mineral content It was found

that the greatest change in physical properties was with added grape such as

viscosity (076plusmn004 Pas) texture (4377plusmn205 N) yield value (129plusmn335 Pa)

and particle size (378plusmn113 microm) The sensorial analysis resulted in high

acceptability of the products and in the differences of perception in texture

between the three kinds of chocolates The antioxidant profile suggest that

there was no occurrence of increases in antioxidant capacity with the addition

of kale and grape but the chromatography profile of phenolic compounds

raises the hypothesis that some phenolic compounds were transferred to the

chocolates after the addition It was found that it is possible to aggregate

functional properties of milk chocolate

Key-words chocolate kale grape antioxidants

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele 22

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de

Kammeyer Luiten (2015) 26

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de

chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010) 29

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 32

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 34

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol 36

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve 46

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial 54

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e

atividade de aacutegua (retirado de NESPOLO 2015) 58

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH 59

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

60

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH 60

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve

liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto

(1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010) 61

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in

natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo

meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010) 62

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante 63

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

64

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da

peneira para couve liofilizada em poacute 66

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para

extrato de couve liofilizado 67

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar

um sal com Cu2+ se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho

tijolo) Retirado de Tavares et al (2010) 69

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em

diferentes concentraccedilotildees 72

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em

diferentes concentraccedilotildees 73

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate 76

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees

dos chocolates 77

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve

e chocolate com uva 80

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com

couve e chocolate com uva 81

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose 87

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores 90

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite

chocolate ao leite com uva e chocolate ao leite com couve 91

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate

ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 93

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o

chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 94

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo

chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 95

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo

para o chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

96

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate

ao leite com couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH 97

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da

variaccedilatildeo de absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox 98

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite 99

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite com couve 99

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de

chocolate com uva 100

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS 100

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox 101

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite 102

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve 102

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 103

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho 40

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate sendo a foacutermula 1 a

controle a foacutermula 2 o chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 43

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria 44

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE 50

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura

extraiacutedos por diferentes meacutetodos 64

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para

meacutetodo graacutefico e algeacutebrico 67

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva

liofilizada e in natura 69

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes

extratores 70

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical

DPPH para o liquor de cacau 74

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e

integral utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate 75

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate 78

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite

com couve e chocolate ao leite com uva 83

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de

chocolates finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010) 83

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate

eo leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 87

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates 88

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e

chocolate ao leite com uva 89

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com

uva 103

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao

leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 111

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates

com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 114

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde

apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013 115

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABICAB Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados

ABTS 22-azino-bis(3-etilbenzothiazolina-6-aacutecido sulfocircnico)

AM Abertura da malha

CLAE Cromatografia Liacutequida de Alta Eficiecircncia

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DPPH 22-difenil-1-picrilhidrazil

IC50 Concentraccedilatildeo em que se reduz a metade do efeito maacuteximo

ERO Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

FDA Food Dietary Intake

IEA Instituto de Economia Agriacutecula

g Grama

GAE Gallic Acid Equivalent

LDL Lipoproteiacutena de baixa densidade

mg Miligrama

mL Mililitros

N Newton

Pas Pascal por segundo

Pa Pascal

PGPR Polyglycerol Polyricinoleate

POS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Esteaacuterico

POP Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Palmitiacuteco

RDA Refference Dietary Allowance

RDC Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada

SOS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Esteaacuterio-Oleico-Esteaacuterico

TAG Triacilgliceroacuteis

USDA United States Department of Agriculture

UV Ultravioleta

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 22

21 Envelhecimento cutacircneo 22

22 Cacau e Chocolate 27

23 Brassica oleracea (couve) 31

24 Vitis vinifera (Uva) 36

3 OBJETIVOS 39

31 Geral 39

32 Especiacuteficos 39

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 40

41 Materiais 40

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva 41

43 Produccedilatildeo do chocolate 42

44 Granulometria 44

45 Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute 45

46 Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar 45

461 Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos 45

462 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do

potencial antirradicalar de couve uva e liquor de cacau 47

463 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates 47

464 Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis 48

465 Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS 49

466 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE 49

47 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates 50

48 Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas 51

481 Determinaccedilatildeo de umidade 51

482 Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral 51

483 Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos 51

484 Determinaccedilatildeo de proteiacutenas 52

485 Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

52

486 Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis 52

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura 52

410 Determinaccedilatildeo da reologia 53

411 Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua 53

412 Avaliaccedilatildeo da Colorimetria 53

413 Avaliaccedilatildeo sensorial 53

414 Forma de anaacutelise de resultados 56

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 57

51 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve 57

511 Liofilizaccedilatildeo 57

512 Perfil antioxidante 59

513 Anaacutelise granulomeacutetrica 66

52 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva 68

521 Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares

redutores natildeo redutores e totais 68

522 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva 70

53 Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau 73

531 Perfil antirradicalar do liquor de cacau 73

532 Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau 74

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute 75

55 Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates 75

551 Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da

manteiga de cacau 75

552 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula 78

553 Anaacutelise Reoloacutegica 79

554 Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates 82

555 Atividade de aacutegua 88

556 Colorimetria 89

557 Estabilidade dos chocolates 90

558 Avaliaccedilatildeo sensorial 92

559 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates 96

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD 109

6 CONCLUSAtildeO 117

7 SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

REFEREcircNCIAS 119

ANEXO A- PARECER COSUBSTANCIADO DO CEP 132

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 135

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL 138

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES 139

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO 140

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES 142

20

1INTRODUCcedilAtildeO

Na safra 20142015 a colheita bruta de cacau 4230 mil toneladas do fruto

(INTERNATIONAL COCOA CONFECTIONARY ORGANIZATION-ICCO 2016)

Segundo dados da Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados (ABICAB) (2015) 731 mil toneladas de chocolate

foram produzidos no ano de 2014

Segundo o documento ldquoBrasil Food Trends 2020rdquo a tendecircncia para o mercado

de alimentos no Brasil eacute o desenvolvimento de formulaccedilotildees com o conceito de

ldquosaudabilidaderdquo ou seja produtos com menor valor caloacuterico reduzido valor de

accediluacutecar com menor teor de gorduras trans e que possuam atribuiccedilotildees funcionais

Sabe-se que os consumidores vecircm buscando produtos que contribuam para uma

dieta mais saudaacutevel com maior conteuacutedo mineral e de nutrientes e valor reduzido de

gorduras e colesterol (MADI COSTA REGO 2010)

Lannes et al (2002) por exemplo formularam chocolate utilizando o cupuaccedilu

Seus estudos permitiram concluir que a substituiccedilatildeo do cacau pelo cupuaccedilu foi

eficaz gerando um produto com alta qualidade e custo reduzido se comparado ao

similar Komes et al (2013) adicionaram frutas secas agraves formulaccedilotildees de chocolate a

fim de obter um chocolate com maior capacidade antirradicalar Segundo a anaacutelise

sensorial realizada pelos autores os chocolates contendo Cranberries foram bem

aceitos e foi possiacutevel observar maior potencial antirradicalar nos chocolates com

adiccedilatildeo de frutas Amaral (2013) realizou a produccedilatildeo de recheios de bombons com

adiccedilatildeo de murici uma fruta de alto valor nutricional e obteve produtos com maior

elevados teores de proteiacutenas e minerais

A busca pela inovaccedilatildeo no mercado de chocolates tambeacutem levou

pesquisadores a realizar patentes de seus produtos Crowley amp Naimeddine (2011)

desenvolveram um chocolate com adiccedilatildeo de um blend da manteiga de cacau com

adiccedilatildeo de frutas liofilizadas em poacute Vajda et al (1989) elaboraram um spread de

chocolate com a adiccedilatildeo de poacutes de frutas concentradas

21

Sabe-se que haacute uma grande quantidade de pesquisas a respeito dos

benefiacutecios dos antioxidantes para evitar ou reduzir os efeitos de doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como cacircncer Alzheimer catarata diabetes envelhecimento

entre outras (Cai et al 2004 apud MORAIS et al2009) Os polifenoacuteis por exemplo

satildeo antioxidantes que possuem estruturas quiacutemicas promissoras para prevenccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo (MEENA MEENA TREacuteTON 2014)

Os antioxidantes podem ser encontrados em diversos tipos de vegetais- como

frutas e hortaliccedilas sendo a couve e a uva dois exemplos de alimentos com essa

propriedade

A couve eacute um vegetal importante nas dietas tradicionais na regiatildeo

Mediterracircnea e eacute conhecida por sua capacidade de prevenccedilatildeo de doenccedilas e

propriedades antimicrobianas Estudos identificaram nove diferentes aacutecidos fenoacutelicos

em sua composiccedilatildeo sendo estes com alta capacidade antioxidante (AYAZ et al

2008)

O consumo de uvas vem sendo estudado como efetiva prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas e o envelhecimento devido agrave alta porccedilatildeo de compostos fenoacutelicos em

sua composiccedilatildeo A uva eacute composta principalmente por flavonoides como o

resveratrol que jaacute foi comprovadamente associado agrave alta capacidade antirradicalar

frente aos radicais livres (XIA et al 2010)

Diante do acima citado o presente trabalho tem como objetivo o

desenvolvimento de formulaccedilatildeo de chocolates acrescidos de folhas de couve

(Brassica oleracea) e de frutos de uva (Vitis viniacutefera) obtendo-se assim produtos

com enriquecimento das propriedades funcionais Por suas propriedades acredita-

se que o seu consumo traraacute benefiacutecios agrave sauacutede

22

2REFERENCIAL TEOacuteRICO

21Envelhecimento cutacircneo

A pele eacute o oacutergatildeo que reveste todo o organismo correspondendo a 5 do

peso corporal Apresenta multifunccedilotildees tais como sensorial proteccedilatildeo contra agentes

externos termorregulaccedilatildeo excreccedilatildeo e produccedilatildeo de metaboacutelitos aleacutem de

representar a aparecircncia e perfil caracteriacutestico dos indiviacuteduos (CORREcircA 2012)

A pele eacute dividida em trecircs principais camadas- a epiderme a derme e a

hipoderme conforme demonstra a Figura 1 (KHAVKIN e DAVID 2011)

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele

A epiderme eacute formada por aproximadamente 95 de queratinoacutecitos os quais

estatildeo sempre se renovando constituindo desde a membrana basal ateacute a superfiacutecie

23

da pele e assim gerando diversas camadas distintas camada basal espinhosa

granulosa e coacuternea (KHAVKIN e DAVID 2011)

Com o passar do tempo a derme sofre um processo natural de

envelhecimento que varia de acordo com os fatores geneacuteticos de cada pessoa Os

sinais cliacutenicos de surgimento deste processo se datildeo com o aparecimento de linhas

de expressatildeo rugas e manchas (LONGO CASARI BERETTI 2013) Estima-se que

a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ultravioleta seja responsaacutevel por 80 da aceleraccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo precoce poreacutem o cansaccedilo fiacutesico e psicoloacutegico a exposiccedilatildeo

agrave poluiccedilatildeo o consumo de aacutelcool e a dieta natildeo balanceada satildeo fatores importantes

que contribuem neste processo (POLJSAKDAHMANE 2012)

A pele por possuir funccedilatildeo protetora eacute o oacutergatildeo que estaacute mais exposto a

agentes quiacutemicos fiacutesicos e microbioloacutegicos e portanto possui maior tendecircncia de

acumular radicais livres (Hashizume 2004 apud Kammeyer Luiten 2015)

Radical livre eacute toda espeacutecie seja ela orgacircnica ou inorgacircnica que possui

eleacutetrons desemparelhados em sua camada de valecircncia Esta configuraccedilatildeo torna os

compostos muito instaacuteveis com baixa meia-vida e deste modo com reatividade

muito alta (Lushchak 2014) A formaccedilatildeo dos radicais livres pode ocorrer no

citoplasma em membranas e principalmente na mitocondria (Labat-Robert Robert

2014)

Os radicais livres mais comuns encontrados na pele satildeo as Espeacutecies

Reativas de Oxigecircnio (ERO) que podem ser radicalares- como radicais hidroxila

(HO) radicais superoacutexido (O2-) radicais peroxila e alcoxila (RO2 RO)- ou natildeo

radicalares como oxigecircnio singlete (O2) e peroacutexido de hidrogecircnio(H2O2) e as

Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio (ERN) como NO e espeacutecies reativas de enxofre

(GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Na membrana mitocondrial ocorrem naturalmente as reaccedilotildees de reduccedilatildeo

completa do O2 como demonstra a Figura 2 As reaccedilotildees envolvem a transferecircncia

de quatro eleacutetrons para a formulaccedilatildeo de H2O no entanto sabe-se que as reaccedilotildees

intermediaacuterias podem vir a formar EROs pela reduccedilatildeo incompleta do oxigecircnio

durante o transporte de eleacutetrons (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

24

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014)

O acircnion radical superoacutexido (O2-) formado a partir da primeira reaccedilatildeo de

reduccedilatildeo do oxigecircnio eacute dentre todas as outras ERO a menos reativa e portanto sua

capacidade de causar danos a ceacutelulas ainda natildeo eacute comprovada Contudo em meio

aacutecido este radical sofre a reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo (Equaccedilatildeo 1) formando o peroacutexido

de hidrogecircnio (H 2O2) espeacutecie de meia vida longa que pode reagir com alguns

metais produzindo novas espeacutecies oxidativas (Lushchak 2014)

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014)

Mesmo assim o acircnion radical superoacutexido (O2) possui um papel importante na

funccedilatildeo vital de algumas ceacutelulas pois eacute por meio dele que se formam os radicais

OH aleacutem de ser essencial para o seu organismo de defesa (BARREIROS DAVID

DAVID 2006)

O radical hidroxila (OH) eacute entre os jaacute citados o que possui menor tempo de

meia vida isto significa que ele possui uma instabilidade eletrocircnica muito maior que

os outros Deste modo eacute capaz de capturar mais eleacutetrons de outras moleacuteculas e

portanto causar danos maiores e mais rapidamente que os outros Aleacutem disso

possui a capacidade de reagir com aminoaacutecidos aacutecido desoxirribonucleacuteico aacutecidos

25

ribonucleacuteicos e aacutecidos orgacircnicos bem como inativar diversas proteiacutenas por meio da

oxidaccedilatildeo do grupo sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) (Prior 2015)

O ataque a aminoaacutecidos atinge principalmente a cisteiacutena histidina triptofano

metionina fenilalanina podendo gerar clivagem de ligaccedilotildees fazendo com que

ocorra a perda da atividade enzimaacutetica dificuldade no transporte ativo atraveacutes

de membranas celulares citoacutelise e ateacute a morte celular Todos os aminoaacutecidos

podem perder o hidrogecircnio de sua cadeia ligado ao carboxilato e ao grupo amino

Essa abstraccedilatildeo faz com que ocorra um ataque do radical hidroxiacutelico agrave cadeia

carboxilato do aminoaacutecido causando a perda de gaacutes carbocircnico e formando um

carbono radicalar (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

O radical hidroxila pode ainda reagir com lipiacutedeos ao atacar essas cadeias o

grupo metilecircnicoalilico fica suscetiacutevel a outros ataques tornando-se um radical livre

Esse carbono radicalar formado pode facilmente gerar o radical lipiacutedeo-peroxila

atacando a proteiacutena das membranas e gerando danos as ceacutelulas (BARREIROS

DAVID DAVID 2006)

Este tipo de radical pode ser formado por intermeacutedio de dois tipos de reaccedilatildeo

A primeira (Figura 4A) eacute determinada por exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante que

em frequente contato com as ceacutelulas da pele pode levar a formaccedilatildeo de

cacircncer em seres humanos A segunda (Figura 4B) ocorre devido agrave presenccedila de

metais de transiccedilatildeo no organismos (como Fe2+e Cu+) que reagem com o peroacutexido

de hidrogecircnio pela reaccedilatildeo de Fenton (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

26

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de Kammeyer Luiten

(2015)

O radical hidroperoxiacutela (HO2) eacute a forma protonada do radical superoacutexido e

segundo Kammeyer e Luiten (2015) eacute mais reativo e tem maior poder de destruiccedilatildeo

das ceacutelulas

A pele possui seu proacuteprio sistema antioxidante que busca reduzir os danos

causados por esses radicais livres A superoacutexido desmutase por exemplo eacute capaz

de converter o radical superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio evitando a accedilatildeo deste

como radical livre A catalase e a glutationa peroxidase satildeo tambeacutem antioxidantes

em destaque pois satildeo capazes de realizar a decomposiccedilatildeo do H2O2 e assim

formar aacutegua e oxigecircnio Apesar disso as fontes exoacutegenas de radicais livres vecircm

acelerando o processo de envelhecimento e assim torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de fontes exoacutegenas de antioxidantes para combater esses radicais (GUARATINI

MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Oliveira et al (2009) por exemplo estabeleceram uma relaccedilatildeo entre o

consumo excessivo de produtos como gorduras trans fumo aacutelcool accediluacutecar entre

outros com problemas envolvendo estresse oxidativo Observam tambeacutem que

quanto maior o consumo de frutas e verduras menor a probabilidade de

desenvolvimento de doenccedilas

27

Estudos recentes relacionam os haacutebitos alimentares inadequados ao aumento

de ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas (FARIA SANTOS VIANNA 2006) Por sua vez

Guaratini Medeiros e Colepicolo (2007) relatam que o envelhecimento cutacircneo pode

ser catalisado pela presenccedila de espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio nos

tecidos cutacircneos levando a mutaccedilotildees das estruturas normais da pele Devido a isto

sugere-se a aplicaccedilatildeo tanto oral como toacutepica de antioxidantes como estrateacutegia para

a proteccedilatildeo e cuidado da pele

Qualquer alteraccedilatildeo nas funccedilotildees normais das ceacutelulas da pele resulta em uma

seacuterie de mudanccedilas que iratildeo impactar no envelhecimento cutacircneo Satildeo elas a perda

de funccedilatildeo tensora e retraacutetil o aumento da fragilidade a diminuiccedilatildeo nos sistemas de

resposta de cicatrizaccedilatildeo perda de firmeza modificaccedilatildeo na pigmentaccedilatildeo reduccedilatildeo do

colaacutegeno e fibras reduccedilatildeo na quantidade de ceacutelulas de Langerhans (Kammeyer

Luiten 2015)

Antioxidantes importantes adquiridos na dieta agem como inibidores da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica na pele Algumas substacircncias tecircm se mostrado importantes

para essa suplementaccedilatildeo como α- tocoferol aacutecido ascoacuterbico Vitamina E

Carotenoacuteides (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

22Cacau e Chocolate

Teobroma cacao eacute uma espeacutecie vegetal originaacuteria da Ameacuterica do Sul que

cresce principalmente entre os troacutepicos de Cacircncer e Capricoacuternio As principais

espeacutecies satildeo Criolllo Forastero Trinitaacuterio e Nacional sendo a mais comum no Brasil

a Forastero Seu fruto o cacau eacute largamente utilizado pelo mundo principalmente

na produccedilatildeo de chocolates (AFOAKWA 2010)

O cacau eacute amplamente estudado sendo que registros demonstram o uso

deste fruto desde 1400 dc Os astecas e maias o utilizavam para a produccedilatildeo de

chocolatl uma bebida muito conhecida na eacutepoca que tinha em sua foacutermula aacutegua

cacau e temperos Em 1520 esta bebida foi exportada para a Espanha onde

passou a ser adoccedilada com mel (AFOAKWA 2010)

28

Em 1536 foi realizado o primeiro registro do uso de cacau e chocolate para

fins terapecircuticos pelo professor da Faculdade de Santa Cruz M de La Cruz Seu

estudo contemplava a confirmaccedilatildeo destes produtos para tratamento de constipaccedilatildeo

problemas dentaacuterios entre outras doenccedilas (LIPPI 2009)

Atualmente diversos estudos sobre o cacau relacionam sua alta capacidade

antirradicalar com sua grande concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos Oliveira (2011)

por exemplo identificou a capacidade antirradicalar (meacutetodo DPPH) a composiccedilatildeo

de fenoacutelicos (meacutetodo de Folin-Ciocalteu) e flavonoides (meacutetodo colorimeacutetrico) de

cacau cultivado na Bahia sendo amostras natildeo fermentadas fermentadas nibs e

liquor de cacau Neste estudo encontrou-se uma alta taxa de compostos fenoacutelicos

(30143 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (21403 plusmn065 mgg-1) em maior concentraccedilatildeo

nos nibs de cultivo orgacircnico quantidade se mostrou alta para fenoacutelicos (28463 plusmn

322 mgg-1 23332 plusmn 033 mgg-1 19595 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (19785plusmn 033

mgg-1 17363plusmn 043 mgg-1 12879 plusmn 095 mgg-1) em cacau fermentado e natildeo

fermentado de cultivo orgacircnico e liquor respectivamente A capacidade

antirradicalar determinada pelo meacutetodo DPPH demonstrou um alto potencial

dessas amostras de neutralizar radicais livres Calculadas em IC50 ou seja a

capacidade de diminuir em 50 a concentraccedilatildeo inicial do DPPH as amostras de

nibs se confirmaram como as com maior capacidade antirradicalar (422plusmn064

microgmL-1mv-1) ficando agrave frente das natildeo fermentadas (643plusmn133microgmL-1mv-1 ) das

fermentadas (706plusmn085 microgmL-1mv-1) e do liquor de cacau (767 plusmn105 microgmL-1mv-

1) O estudo tambeacutem revelou valores para cultivo convencional para todas as

amostras e provou que o tipo de cultivo pode gerar diferenccedilas de formaccedilatildeo de

fenoacutelicos e flavonoides no cacau

Um trabalho realizado por Delonga e Mazor (2009) investigou os

componentes quiacutemicos por CLAE do liquor de cacaus originaacuterios de seis diferentes

paiacuteses Equador Gana Madagascar Meacutexico Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Venezuela

Atraveacutes deste estudo foi identificada a presenccedila de flavan-3-ol (-)-epicatequiacutena (+)-

catequina e derivados do aacutecido cafeiacuteco em todas as amostras No entanto natildeo foi

identificada a (-)- galocatequina nas amostras de Gana e da Venezuela bem como a

(-)-epigalocatequina natildeo foi identificada em amostras do Meacutexico e da Venezuela

Em termos quantitativos foram encontradas maiores quantidades de compostos

fenoacutelicos nas amostras de liquor de Madagascar sendo a sequecircncia decrescente a

29

seguinte MadagascargtMeacutexicogt Equadorgt Venezuela gt Satildeo Tomeacutegt Gana Esses

resultados comprovam natildeo soacute a presenccedila de fenoacutelicos no cacau como tambeacutem a

influecircncia das variedades de cacau condiccedilotildees de cultivo e fermentaccedilatildeo na formaccedilatildeo

de maiores ou menores quantidades de compostos fenoacutelicos

Um dos mais vendidos produtos originaacuterios do cacau eacute o chocolate Segundo

a RDC no 264 de 22 de setembro de 2005 emitido pela Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria o chocolate eacute definido como

ldquoo produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L) massa (ou pasta ou liquor) de cacau cacau em poacute e ou manteiga de cacau com outros ingredientes contendo no miacutenimo 25 (g100 g) de soacutelidos totais de cacau O produto pode apresentar recheio cobertura formato e consistecircncia variadosldquo

Dependendo de sua quantidade de cacau leite e manteiga de cacau o

chocolate pode ser distribuiacutedo em trecircs categorias primaacuterias amargo ao leite e

branco que por diferenccedilas em sua composiccedilatildeo apresentam diferentes valores

caloacutericos e quantidade de flavonoides como demonstra a Figura 5 (AFOAKWA

2010)

(

Uma formulaccedilatildeo de chocolate eacute basicamente formada por manteiga de cacau

liquor de cacau accediluacutecar emulsificante (geralmente lecitina de soja ou PGPR-

A 132 kcal30g

951 mg de flavonoides40g

B 160 kcal30g

394 mg de flavonoides40g

C 163 kcal40g

Natildeo possui massa de cacau

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010)

30

poliglicerol poliricenolato ou uma combinaccedilatildeo de ambos) e leite em poacute (GARTI

WIDLAK 2012)

O leite em poacute eacute utilizado no chocolate para agregar sabor e valor nutricional

ao produto O chocolate ao leite eacute um dos mais consumidos no Brasil (ABICAB

2014) O leite eacute geralmente composto por caseiacutena e proteiacutenas do soro que atuam

como surfactantes no chocolate modificando sua viscosidade e textura O leite

ainda eacute conhecido por sua propriedade em reduzir o efeito de fat bloom devido as

caracteriacutesticas de sua gordura (AFOWAKA PATERSON FOWLER 2007)

O emulsificante mais comum utilizado na induacutestria de chocolates eacute a lecitina

de soja Por possuir uma parte hidrofiacutelica e outra hidrofoacutebica essa substacircncia tem

afinidade tanto com a gordura quanto com a aacutegua unindo portanto as duas fases e

assim garantindo estabilidade dos produtos Aleacutem disso a lecitina pode

proporcionar plasticidade suavidade e antiaderecircncia ao produto aleacutem de contribuir

para o aroma (AFOWAKA 2010) Eacute conhecido tambeacutem que a lecitina possui a

propriedade de reduzir o fat bloom processo no qual haacute a migraccedilatildeo da gordura para

a superfiacutecie (BECKETT 2009)

A manteiga de cacau eacute a principal gordura utilizada como fase contiacutenua nos

chocolates servindo como seu principal dispersante (LANNES GIOIELLI1998) A

manteiga de cacau eacute formada por diferentes aacutecidos graxos sendo sua composiccedilatildeo

distinta para cada regiatildeo geograacutefica (LIPP et al 2000) Os mais importantes

compostos encontrados na manteiga de cacau satildeo os triacilgliceroacuteis Cis-mono-

insaturados (TAG) jaacute que estes satildeo os principais responsaacuteveis pela percepccedilatildeo do

sabor (PESCHAR et al 2004)

Os TAGs correspondem de 40 a 50 da composiccedilatildeo da manteiga de cacau

sendo que entre estes trecircs compostos satildeo mais abundantes 2-oleil-1-palmitoil-3-

estearilglicerol (POS) com 35 13-diesteroil-2-oleilglicerol (SOS) com 23 e 13-

dipalmitoil-2-oleoilglicerol (POP) com 15 (SCHENK PESCHAR 2004)

O sabor a textura e o derretimento na boca satildeo influenciados pela estrutura

cristalina que eacute formada durante a temperagem do chocolate (PESCHAR et al

2004) Os TAGs sob diferentes pontos de fusatildeo podem possuir polimorfos distintos

como demonstrado no Quadro 1 (RAY et al 2011) A diferenccedila entre algumas

destas estruturas eacute perceptiacutevel tanto visualmente no chocolate quanto no paladar

31

A forma V eacute a mais desejada por suas caracteriacutesticas de ser estaacutevel em

temperatura ambiente se tornar liacutequida na temperatura da boca e possuir

propriedades mecacircnicas excelentes A forma V pode ser facilmente convertida para

a forma VI com o passar do tempo de armazenamento esta por sua vez eacute menos

estaacutevel A forma VI eacute a responsaacutevel pelo fat bloom em chocolates e deve ser evitada

(BRICKNELLHARTAL 1998 apud JAMESSMITH 2009) Jaacute a forma I eacute muito

instaacutevel e se transforma facilmente na forma II que por sua vez tem a tendecircncia de

se passar para a forma III e IV (AFOAKWA2010)

O fat bloom eacute o defeito mais comum que pode ocorrer no chocolate Este

fenocircmeno ocorre quando haacute a migraccedilatildeo da gordura para a superfiacutecie do chocolate

deixando-o com uma peliacutecula branca e alterando sabor brilho e textura Indesejaacutevel

nos chocolates existem diversas maneiras para evitar o fat bloom sendo que a mais

conhecida eacute a utilizaccedilatildeo de leite em poacute que reduz a formaccedilatildeo da forma V

(LONCHAMPT HARTEL 2004)

Quadro 1 Polimorfos da manteiga de cacau suas nomenclaturas segundo diferentes autores e seus respectivos pontos de fusatildeo (Retirado de Garti Widlak 2012)

Willie e Lutton (1996) Larsson (1966) Van malssen et al (1999) Ponto de fusatildeo (0C)

I βacute3 γ 173

II α-2 α 233

III β acute2-2 β acute 255

IV β acute1-2

275

V β acute2-3 β -V 338

VI β acute1-3 β -IV 364

23Brassica oleracea (couve)

A couve ou couve manteiga eacute um alimento largamente consumido no Brasil

Somente no estado de Satildeo Paulo no ano de 2015 a plantaccedilatildeo foi de 1200

hectares (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

32

Esta hortaliccedila eacute cultivada em qualquer eacutepoca do ano e eacute conhecida

principalmente por suas propriedades funcionais e altos valores de vitaminas

minerais e fibras (STEINDAl et al 2015)

Ayaz et al (2007) realizaram um estudo de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos

compostos fenoacutelicos na couve Foram encontrados nove diferentes tipos de aacutecidos

fenoacutelicos gaacutelico protocatecuico p-hidroxibenzoacuteico vaniacutelico saliciacutelico p-cumaacuterico

cafeacuteico feruacutelico e sinaacutepico

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos satildeo compostos fenoacutelicos formados por uma

cadeia de nove carbonos como demonstra a Figura 6 Essa classe estaacute presente

em muitos vegetais e frutos e satildeo conhecidos por sua bioatividade e poder

antirradicalar (Razzaghi-Asl et al 2013)

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido feruacutelico eacute o composto mais abundante na couve (169 ngg livres e

170 ngg PS - Peso seco - como eacutesteres) Possui em sua estrutura quiacutemica um anel

aromaacutetico com um grupo hidroxiacutelico um grupo metoxiacutelico e uma cadeia lateral com

trecircs aacutetomos de carbono como uma funccedilatildeo de aacutecido carboxiacutelico (GRAFF 1992) e

por isso eacute caracterizado como um possiacutevel sequestrador de radicais livres

Foi encontrado que este aacutecido possui 8142 plusmn 051 (3 mgL) de capacidade

antirradicalar contra o radical DPPH Aleacutem disso possui comprovadamente atividade

33

contra os radicais- peroacutexido de hidrogecircnio superoacutexido hidroxila e dioacutexido de

nitrogecircnio (SEVGI TEPE SARIKURKCU 2015)

O aacutecido cafeico eacute tambeacutem um dos mais abundantes fenoacutelicos presentes na

couve (2040 ngg FW em glicosiacutedeos e 2640 ngg FW em eacutesteres) Sua estrutura

quiacutemica eacute formada por um anel benzecircnico ligado a um grupo metoxihidroxila e um

grupo hidroxila (RAMALHO JORGE 2006)

Sevgi et al (2015) determinaram a capacidade antirradicalar deste composto

por meio de meacutetodos in vivo sob diferentes concentraccedilotildees Como resultado o aacutecido

cafeico se mostrou capaz de sequumlestrar 8335 plusmn 057 de radicais livre DPPH na

concentraccedilatildeo de 03 mgmL Esse estudo tambeacutem revelou a efetividade deste

componente na eliminaccedilatildeo de radicais como acircnion superoacutexido um alto poder

redutor e alto poder de quelar metais

O aacutecido p-cumaacuterico (593 ngg e 591 ngg em eacutesteres) eacute um derivado do

aacutecido cinacircmico muito utilizado nas induacutestrias quiacutemicas de alimentos farmacecircutica e

cosmeacutetica Eacute conhecido principalmente por suas caracteriacutesticas redutoras de LDL

(lipoproteiacutena de baixa densidade) e antimicrobianas (KILICcedil YESILOGHU 2013)

Foi encontrado que o aacutecido p-cumaacuterico tem a capacidade de inibir 712 da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica de uma emulsatildeo de aacutecido linoleico (45 microgmL) aleacutem de

efetividade contra eliminaccedilatildeo de radicais DPPH acircnion superoacutexido peroacutexido de

hidrogecircnio e a capacidade de reduzir iacuteons feacuterricos e ferrosos (Fe3+ e Fe2+) (KILICcedil

YESILOGHU 2013)

O aacutecido sinaacutepico (187 ngg FW e 155 ngg FW em eacutesteres) eacute um derivado de

aacutecido cinacircmico Estudos revelaram que esta substacircncia eacute capaz de inibir 332 o

radical DPPH sob a concentraccedilatildeo de 20 microM (KIKUZAKI et al 2002)

Facilmente encontrados na natureza os aacutecidos hidroxi-benzoicos satildeo

compostos fenoacutelicos que possuem 7 aacutetomos de carbono como demonstra a Figura

7 (SOARES 2002) Geralmente apresentam-se como eacutesteres de aacutecidos orgacircnicos

ou glicosiacutedeos Na aacuterea alimentiacutecia esses compostos podem influenciar na

estabilidade cor sabor valor nutricional e bioatividade (CHENHO 1997)

34

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido gaacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) eacute um polifenol

encontrado em muitas espeacutecies vegetais Muito utilizado na induacutestria alimentiacutecia e

cosmeacutetica esse composto eacute conhecido por evitar a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e

deterioraccedilatildeo dos produtos (YEN DUH TSAI 2002)

A capacidade antirradicalar deste aacutecido eacute comprovada por Zhang et al

(2015) Seus experimentos revelaram que o aacutecido gaacutelico possui um IC50 de 363 plusmn

20 micromolL para neutralizar o radial livre DPPH 662 plusmn 16 de oxidaccedilatildeo antilipiacutedica

O aacutecido protocatequiacutenico (178 ngg e 22 ngg FW em eacutesteres) foi avaliado por

Sevgi et al (2015) segundo sua capacidade antirradicalar pelo meacutetodo do DPPH e

por sua capacidade de quelar metais Os resultados revelaram uma capacidade de

6537 plusmn 005 (03 mgmL) de sequumlestrar o radical DPPH e 2617 plusmn 086 de efeito

como quelante

O aacutecido saliciacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) demonstrou baixos

resultados em capacidade antirradicalar (011) pelo meacutetodo de DPPH e nenhum

resultado para peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e eliminaccedilatildeo do peroacutexido de hidrogecircnio (SROKA

CISOWKI 2003)

A couve possui tambeacutem valores nutricionais interessantes para o consumo

como demonstra o Quadro 2

35

Quadro 2 Valores nutricionais da couve em 100 g e porcentagem de dose

diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por

100g Porcentagem da

RDA

Aacutegua g 8404 -

Energia kcal 49 -

Proteiacutena g 428 856

Total lipiacutedeos g 093 -

Carboidratos g 875 292

Fibras g 36 144

Accediluacutecares g 226 -

Minerais

Caacutelcio mg 150 15

Ferro mg 145 816

Magneacutesio mg 47 0368

Foacutesforo mg 92 92

Potaacutessio mg 491 1403

Soacutedio mg 38 158

Zinco mg 038 54

Vitaminas

Vitamina C mg 120 200

Tiamina mg 011 733

Riboflavina mg 013 76

Niacina mg 1 5

Vitamina B6 mg 0271 1355

Aacutecido Foacutelico microg 141 3225

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 500 8333

Vitamina E mg 154 154

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 7048 880

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0091 0455

Aacutecidos graxos insaturados g 0052 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0338 -

Colesterol mg 0 -

36

24 Vitis vinifera (Uva)

A uva eacute largamente produzida no estado de Satildeo Paulo como por exemplo

em Campinas onde foram plantados em 2015 mais de 22 milhotildees de peacutes

(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

A uva pode ser dividida basicamente em trecircs espeacutecies- a Vitis vinifera Vitis

labrusca e Vitis rotundifolia sendo diferenciadas principalmente pelo local de cultivo

Cada uma destas espeacutecies possui composiccedilotildees diferentes e portanto distintas

quantidades de flavonoides (XIA 2010)

Liang et al (2011) realizaram um estudo dos perfis de polifenoacuteis em frutos

maduros de Vitis vinifera Neste estudo se identificou 36 compostos fenoacutelicos sendo

16 antocianinas dois aacutecidos hidroxibenzoacuteicos seis aacutecidos hidroxicinacircmicos seis

flavonoacuteis e seis flavonoides As antocianinas satildeo compostos presentes em vegetais

responsaacuteveis pela coloraccedilatildeo Quanto mais escura eacute a uva maior eacute a quantidade de

antiocianinas desta As principais antocianinas presentes na uva satildeo cianidina

delfinidina petunidina peonidina e malvidina sendo que esta uacuteltima e seus

derivados representam 68 das antocianinas totais Os principais flavonoides

identificados nos estudos de Liang (2011) foram prociadinina B1 B2 catequina e

derivados sendo a prociadinina a mais abundante apresentando 64 da

quantidade total de flavonoides Quanto aos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos e cinacircmicos

tem-se como mais abundantes o aacutecido gaacutelico e o aacutecido vaniliacutenico sendo este uacuteltimo

o mais abundante representando 70 dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos

O principal componente estudado na uva no entanto eacute o resveratrol Esse

composto eacute um polifenol encontrado na semente de uva sua estrutura eacute

demonstrada na Figura 8

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol

37

Gulccedilin (2010) realizou um estudo das propriedades antioxidantes do

resveratrol Esse estudo revelou que esse componente tem a capacidade de inibir

891 da peroxidaccedilatildeo lipiacutedica do aacutecido linoleico a 30 microgmL Aleacutem disso se mostrou

eficaz quanto agrave capacidade antirradicalar frente ao DPPH radical superoacutexido e

peroacutexido de hidrogecircnio Tambeacutem se mostrou eficiente no poder redutor e atividades

quelantes do Fe2+

A capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH foi determinada por

Vlachogianni et al (2015) Segundo este estudo o resveratrol possui IC50 de 85 plusmn

27 microM de capacidade de sequestrar radicais DPPH o que comprova o alto poder

antirradicalar deste componente

Estudos a respeito dos efeitos beneacuteficos agrave sauacutede tecircm sido relatados incluindo

efeitos anti-cacircncer antiviral neuroprotetor anti-envelhecimento anti-inflamatoacuterio

Sugere-se que estes efeitos beneacuteficos para os ensaios in vitro demonstram o

potencial deste composto

Aleacutem de componentes antioxidantes a uva possui valores nutricionais

interessantes como demonstrado na Quadro 3

38

Quadro 3 Valores nutricionais da uva em 100 ge porcentagem de dose diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA

NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por 100g Porcentagem da RDA

Aacutegua g 813 -

Energia Kcal 67 -

Proteiacutena g 063 126

Total lipiacutedeos g 035 -

Carboidratos g 1715 572

Fibras g 09 26

Accediluacutecares g 1625 -

Minerais

Caacutelcio mg 14 14

Ferro mg 029 161

Magneacutesio mg 5 125

Foacutesforo mg 10 1

Potaacutessio mg 191 546

Soacutedio mg 2 833

Zinco mg 004 027

Vitaminas

Vitamina C mg 4 667

Tiamina mg 0092 613

Riboflavina mg 0057 335

Niacina mg 03 15

Vitamina B6 mg 011 55

Aacutecido Foacutelico microg 4 1

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 100 2

Vitamina E mg 019 063

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 146 1825

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0114 017

Aacutecidos graxos insaturados g 0014 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0102 -

Colesterol mg 0 -

39

3OBJETIVOS

31Geral

Desenvolver chocolates com adiccedilatildeo de propriedades funcionais com a adiccedilatildeo

de folhas de Brassica oleraceae e frutos de Vitis vinifera

32Especiacuteficos

1 Formular chocolates ao leite sem e com adiccedilatildeo de couve ou uva

2 Determinar as propriedades fiacutesico-quiacutemicas dos chocolates formulados

3 Avaliar a estrutura dos produtos formulados por meio de anaacutelises reoloacutegica e

de textura

4 Avaliar a capacidade antirradicalar das formulaccedilotildees

5 Realizar testes sensoriais que comprovem a aceitaccedilatildeo dos produtos pelos

consumidores bem como intenccedilatildeo de compra

40

4MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho

Mateacuteria Prima Fornecedor Paiacutes

Liquor de cacau Cargill Brasil

Manteiga de cacau Cargill Brasil

Leite em poacute integral Italac Brasil

Leite em poacute desnatado Molico Brasil

Vanilina Mix Brasil

Reagentes Fornecedor Paiacutes

Metanol Synth Brasil

Acetona Vetec Brasil

Reagente DPPH Merck Brasil

Reagente Folin-ciocauteau Merck Brasil

Reagente ABTS Merck Brasil

Aacutecido cloriacutedrico Synth Brasil

Aacutecido sulfuacuterico Synth Brasil

Kit de enzimas para anaacutelise de fibras Megazyme EUA

Eacuteter de petroacuteleo Synth Brasil

Acetona grau HPLC Tedia Brasil

Aacutecido foacutermico grau HPLC Sigma Brasil

Os equipamentos utilizados durante o trabalho foram

Liofilizador (Edwards do Brasil Brasil)

Equipamento universal tipo moinho de bolas WA-FA20

(Mazzetti Itaacutelia)

Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Agitador de peneiras (Produtest Brasil)

Espectrofotocircmetro (Spectrum Meter Brasil)

Espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent

Technology EUA)

CLAE-DAD (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA)

Reocircmetro (Rheotest 31)

41

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva

As amostras de couve manteiga (Brassica oleraceae) e uva ndash variedade

Summer Royal (Vitis vinifera) (aproximadamente 2 kg de cada) foram adquiridas em

um mercado em Satildeo Paulo no bairro Butantatilde Para iniacutecio do tratamento das frutas e

folhas utilizou-se Hidrosterilreg bactericida utilizado para higienizaccedilatildeo de verduras e

vegetais cuja accedilatildeo eacute comprovada pela ANVISA Tanto as folhas quanto as frutas

foram deixadas imersas nesta soluccedilatildeo (20 gotas a cada 1 L instruccedilatildeo da

embalagem do produto) por 15 minutos

Depois de higienizadas a couve e a uva passaram por uma remoccedilatildeo do

excesso de aacutegua utilizando-se uma centriacutefuga secadora de hortaliccedilas (Utility Brasil)

Das couves secas retirou-se o talo restando somente as folhas que

posteriormente foram picadas com faca e armazenadas em frascos de vidro com

tampa Cada amostra passou em diferentes dias pelo processo de liofilizaccedilatildeo Foi

efetuada pesagem antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo em todas as amostras

Das uvas retirou-se o caule restando somente as frutas Estas foram

processadas em liquidificador e armazenadas em placas de Petri (80x15mm) As

uvas passaram pelo processo de liofilizaccedilatildeo pesando-se todas as amostras antes e

apoacutes a liofilizaccedilatildeo

O congelamento foi realizado logo em seguida em ultrafreezer (Tectalmaq

Brasil) a -88degC A liofilizaccedilatildeo foi realizada em um equipamento Modelo OS 3728

(Edwards do Brasil Brasil) em temperatura de 50ordmC e pressatildeo de 10-3 mbar

Apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo a couve foi triturada em um termomixer

Vorwerk (Brasil) O poacute resultante foi armazenado em recipiente de vidro com tampa

e guardado sob-refrigeraccedilatildeo

A uva apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo foi moiacuteda com o auxiacutelio de um

almofariz de porcelana e armazenada entatildeo em recipiente de vidro com tampa Os

recipientes foram armazenados sob refrigeraccedilatildeo

42

43Produccedilatildeo do chocolate

Os chocolates foram formulados em equipamento tipo universal com moinho

de bolas WA-FA20 (Mazzetti Itaacutelia) O tempo de processo foi de 2 horas seguindo o

cronograma abaixo para adiccedilatildeo de mateacuterias primas

Fluxograma 1 Processo utilizado para fabricaccedilatildeo do chocolate

Os chocolates com adiccedilatildeo de uva foram realizados conforme o Fluxograma 1

poreacutem ao final do processo utilizou-se um misturador planetaacuterio encamisado com

controle de temperatura e de velocidade (MODELO BP500 ERLI Brasil) para

adicionar-se a uva O tempo deste processo foi de 30 minutos para cada chocolate e

a temperatura utilizada foi de 45 plusmn 2ordmC a 40 rpm

As formulaccedilotildees satildeo demonstradas na Tabela 2

Iniacutecio do processo Adiccedilatildeo de 75 da manteiga de

cacau

Adiccedilatildeo de liquor de cacau e todos os poacutes ( leite e

couve)

Apoacutes 1hora de processo Adiccedilatildeo de 50 da lecitina

de soja e 25 da manteiga de cacau

Apoacutes 1h30min de processo Adiccedilatildeo de 50

da lecitina de soja e Vanilina

Apoacutes 2h de processo Retirada da massa de

chocolate- fim do processo

43

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de

chocolate sendo a foacutermula 1 a controle a foacutermula 2 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva

Ingredientes Foacutermula

1 Foacutermula

2 Foacutermula

3

Accediluacutecar 37 365 3535

Manteiga de cacau 25 245 245

Liquor de cacau 16 16 16

Leite em poacute integral 11 11 11 Leite em poacute desnatado 102 102 102

Lecitina de soja 05 05 05

Vanilina 03 03 03

Couve liofilizada - 1 -

Uva liofilizada - -- 215

A porcentagem de cada mateacuteria prima foi determinada a partir da quantidade

de gordura a fim de obter valor aproximado a 35 de gordura no produto final

A temperagem foi realizada de forma manual As amostras foram aquecidas

ateacute a temperatura de 45 oC e resfriadas sob agitaccedilatildeo com espaacutetula em mesa de

pedra ateacute temperatura de 29oC sendo rapidamente enformadas e levadas agrave

refrigeraccedilatildeo a 9 degC por 30 min desenformadas acondicionadas em bandejas de

isopor e recobertas em filme PVC

A curva de resfriamento da manteiga de cacau e a temperagem foram

avaliadas em Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Os chocolates apoacutes a produccedilatildeo foram armazenados em cacircmara climaacutetica

(NOVA EacuteTICA Brasil) com circulaccedilatildeo de ar a 20ordmC e 60 de umidade por 3 meses

44

44Granulometria

Para o ensaio de distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da couve liofilizada foi utilizado

um agitador de peneiras Produtest (Brasil) As peneiras utilizadas satildeo demonstradas

na Tabela 3

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria

Designaccedilatildeo ABNT Abertura da malha (mm)

20 085

25 071

30 059

40 042

50 0297

60 025

As peneiras foram colocadas em ordem decrescente de abertura de malha

de cima para baixo

Foi pesada 5 g de amostra e colocada na primeira peneira do jogo O

equipamento foi ligado por 5 minutos com amplitude de 16 mm de vibraccedilatildeo e 3600

vibraccedilotildees por minuto

A porcentagem de material retido foi determinada a partir da Equaccedilatildeo 3

Equaccedilatildeo 3 Determinaccedilatildeo do material retido na paneira

x 100

Sendo

Mi= Material retido na peneira i em

mi= massa do material retido na peneira i

m0= massa da amostra

45

45Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute

As anaacutelises de gordura e proteiacutena para os leites em poacute foram realizadas em

triplicata pelo analisador de leite eletrocircnico- Ekomilk modelo Kam9 8-2ordf (CapLab

Brasil) Os leites em poacute Integral e desnatado foram dissolvidos em aacutegua filtrada

conforme recomendado na embalagem (20 g200 mL)

46Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar

461Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos

Foram realizadas duas metodologias diferentes de extraccedilatildeo a fim de verificar

a que possui maior efetividade na extraccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos para a couve

A primeira extraccedilatildeo foi baseada no meacutetodo descrito por Laurrauri et al (1997)

com modificaccedilotildees Em um beacutequer de 100 mL adicionou-se 1 g de amostra e 40 mL

de metanol 50 Apoacutes homogeneizaccedilatildeo foi deixada em repouso agrave temperatura

ambiente por 60 minutos e entatildeo foi centrifugada a 15000 rpm durante 15 minutos

O sobrenadante foi transferido para o balatildeo volumeacutetrico de 100 mL Foi adicionado

ao resiacuteduo restante 40 mL de acetona 70 homogeneizado e deixado em repouso

em temperatura ambiente por 60 minutos Novamente se centrifugou a 15000 rpm

durante 15 minutos O sobrenadante foi transferido para o mesmo balatildeo volumeacutetrico

contendo o primeiro sobrenadante e o menisco foi completado para 100 mL com

aacutegua destilada e logo apoacutes armazenado em frasco acircmbar

A segunda extraccedilatildeo foi baseada no trabalho descrito por Genovese e Lannes

(2010) onde 05 g da amostra foi adicionada a 20 mL de metanolaacutegua na proporccedilatildeo

7030 utilizando um ultraturrax Marconi (BRASIL) por 1 minuto em velocidade 4 e

46

banho de gelo Filtrou-se o extrato utilizando-se papel de filtro e o extrato resultante

foi armazenado em vidro acircmbar

A Figura 9 demonstra as duas formas de extraccedilatildeo utilizadas

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve

Tendo em vista a obtenccedilatildeo de melhores resultados de aproveitamento na

extraccedilatildeo descrita por Genovese e Lannes (2010) as amostras de uva (liofilizada e in

natura) dos chocolates (ao leite com couve com uva) e do liquor de cacau foram

extraiacutedas somente por esse meacutetodo

Para determinaccedilatildeo do melhor solvente para extraccedilatildeo foram utilizadas para a

uva liofilizada os seguinte solventes extratores acetona acetona acidificada

(sendo acetona 70 com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol e metanol

acidificado (sendo metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv

47

462Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do potencial

antirradicalar de couve uva e liquor de cacau

O meacutetodo da capacidade sequestradora frente ao DPPH foi realizado com

base no trabalho descrito por Sanchez-Moreno (2002) com modificaccedilotildees

A partir de uma soluccedilatildeo estoque de 60 microM de DPPH em aacutelcool metiacutelico a

curva padratildeo foi construiacuteda com diluiccedilotildees de 10 20 30 40 50 e 60 microM em ambiente

protegido pela luz Os resultados obtidos foram tratados no Microsoft Excel

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar frente ao DPPH utilizou-se

sete diferentes diluiccedilotildees das amostras (5 10 20 30 40 50 e 60 ) Em uma

cubeta com caminho oacutetico de 10 mm adicionou-se 0075 mL da amostra e 2925 mL

de DPPH agitando a soluccedilatildeo resultante Para a soluccedilatildeo controle foi utilizada a

mistura de 01 mL de soluccedilatildeo controle (metanol 70) e 39 mL de DPPH Como

branco foi utilizado o aacutelcool metiacutelico

As mediccedilotildees foram realizadas a 515 nm em um espectrofotocircmetro Spectrum

Meter (Brasil) em triplicata e protegidos da luz Os resultados de absorbacircncia foram

anotados a cada 5 minutos por meia hora Os dados resultantes foram tratados por

Microsoft Excel

Os resultados dessa anaacutelise foram expressos em IC50

463Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar dos chocolates frente ao radical

DPPH foi realizada no Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da

Universidade de Satildeo Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

Para tal foi adicionado 150 microL de soluccedilatildeo estoque DPPH (165 x10-4 micromolL)

e etanol (277-279 mL) em uma cubeta de quarto com caminho oacuteptico igual a

10mm sendo a concentraccedilatildeo final da soluccedilatildeo igual a 80 micromolL A soluccedilatildeo estoque

48

de Trolox foi adicionada a esta cubeta de modo ao volume final de 30 mL bem

como os extratos de chocolate A reaccedilatildeo foi monitorada a 515 nm em

espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30

minutos (OLIVEIRA et al 2014) e medida em triplicata

Os resultados dessas anaacutelises foram expressos de duas formas IC50 e

Trolox Egrave possiacutevel determinar a Trolox plotando-se a variaccedilatildeo de absorbacircncia da

amostra versus as concentraccedilotildees utilizadas (curva padratildeo) O coeficiente angular

resultante eacute comparado com o coeficiente angular do padratildeo trolox

464Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis

A determinaccedilatildeo de polifenoacuteis foi realizada baseada no meacutetodo de Folin

Ciocauteau descrito por Singleton Orthofer e Lamuela-Raventos (1999) com

volume modificado

A curva padratildeo foi construiacuteda a partir de soluccedilotildees diluiacutedas de aacutecido gaacutelico nas

concentraccedilotildees de 50 100 150 250 microgL a partir de uma soluccedilatildeo estoque de 05

mgL

Para determinaccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos 20 microL da amostra foi adicionado

a um balatildeo volumeacutetrico com 5 mL Logo apoacutes acrescentou-se 200 microL do reagente

Folin-Ciocauteau e se homogenizou a mistura Apoacutes o tempo de 1 a 8 minutos

adicionou-se 750 microL de cabonato de soacutedio 20 e o volume foi ajustado Sob abrigo

da luz a soluccedilatildeo resultante foi deixada em repouso por 2h

A leitura apoacutes o periacuteodo de repouso foi realizada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel (Spectrum meter Brasil) em 760 nm e repetida em triplicata

49

465Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar pelo radical ABTS foi realizada no

Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da Universidade de Satildeo

Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

A soluccedilatildeo estoque ABTS foi preparada em base aquosa (192 mg50 mL) e

armazenada em geladeira a 4oC Para oxidaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo e preparaccedilatildeo do

radical ABTSbull+ utilizou-se uma aliacutequota de 5 mL com 88 microL de uma soluccedilatildeo de

persulfato de potaacutessio com concentraccedilatildeo igual a 14 times 10minus5 mol Lminus1 que reagiram

por 16 horas protegido da luz A concentraccedilatildeo resultante da oxidaccedilatildeo foi medida em

Espectrofotocircmetro UV-Visiacutevel a 734 nm

A reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e as amostras foi realizada em cubeta de quartzo com

caminho oacutetico de 10 mm em triplicata Para tal foi adicionado 25 microL de soluccedilatildeo

ABTSbull+ estoque e diferentes quantidades de etanol e soluccedilatildeo estoque de modo a

obter-se a concentraccedilatildeo de 23456 do antirradical de modo ao volume final ser 3

mL As concentraccedilotildees foram testadas e padronizadas a fim de se obter uma curva

padratildeo A anaacutelise foi realizada a 25oC e monitorada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30 minutos a 734 nm

(OLIVEIRA 2014) Todas as amostras foram analisadas em triplicata

466Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE

O perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE foi realizada no

laboratoacuterio de Quiacutemica Orgacircnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie com o

auxiacutelio do Teacutecnico Nei Carlos

A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de Silva e Queiroz (2015)

para compostos fenoacutelicos Utilizou-se como fase moacutevel aacutegua acidificada com 2 de

aacutecido aceacutetico (eluente A) e aacutecido aceacutetico 05Acetonitrila na proporccedilatildeo 5050 (vv)

O gradiente utilizado encontra-se na Tabela 4

50

O extrato utilizado foi evaporado em rotaevaporador (BUCHI EUA) com

agitaccedilatildeo e temperatura controlada (40ordmC) redissolvido em metanol na proporccedilatildeo 1

mg1 mL e entatildeo repassado em uma preacute-coluna C18

As anaacutelises foram realizadas em duplicata em CLAE-DAD (detecccedilatildeo de

diodo) (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA) O fluxo utilizado foi 1mLmin

e o volume de injeccedilatildeo de 40 microL Os comprimentos de onda avaliados foram 260

280 320 e 360 nm

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE

Tempo (min) Eluente A Eluente B

0-20 90 10

20-40 86 24

40-60 70 30

60-65 45 55

65-70 30 70

70-75 25 75

75-80 0 100

47Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo do chocolate foi realizada

em Microcircmetro digital Digimatic Mitutoyo (Mitutoyo EUA) Modelo Seacuterie 293

Determinaccedilatildeo feita com cinco repeticcedilotildees

51

48Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas

481Determinaccedilatildeo de umidade

A umidade foi realizada segundo meacutetodo descrito pelas normas analiacuteticas

AOAC (2000) para teste de umidade de perda de massa em estufa regulada a 105oC

em triplicata

482Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral

O conteuacutedo mineral foi determinado pelo teste de cinzas de perda de massa

em mufla a 550o em triplicata (AOAC2000)

483Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos

Para a hidroacutelise aacutecida do chocolate foi utilizado o meacutetodo descrito por Lannes

(1997) Foram pesados 10 g de amostra previamente moiacuteda e adicionado a um

beacutequer com a mistura de 200 mL de aacutegua destilada com 75 mL de aacutecido cloriacutedrico

37 A mistura foi aquecida com bico de Bunsen por 20 minutos em ebuliccedilatildeo Apoacutes

esse procedimento a mistura foi filtrada com papel de filtro de 24 cm e submetida a

lavagem quantitativa ateacute retirada de todo o aacutecido Ao final levou-se o cartucho

resultante a estufa a 75oC por uma noite

Para a extraccedilatildeo da gordura foi utilizado o meacutetodo com extrator Soxhlet e eacuteter

de petroacuteleo como solvente As anaacutelises foram realizadas em triplicata (AOAC 2000)

52

484Determinaccedilatildeo de proteiacutenas

A determinaccedilatildeo de proteiacutenas foi realizada em triplicata por meacutetodo de micro-

Kjeldahl (AOAC2000)

485Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

Para a determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores foi

utilizada a metodologia de Fehling sendo utilizadas 10g de amostra e as titulaccedilotildees

foram realizadas em triplicata (Instituto Adolfo Lutz 2005)

486Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis

A determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis foi realizada conforme

descrito por AOAC (2000) ensaio enzimo-gravimeacutetrico de fibras com modificaccedilotildees

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura

Os chocolates armazenados a 20˚C e 60 de umidade em cacircmara climaacutetica

com temperatura e umidade controlada foram avaliados segundo sua textura em um

periacuteodo de 1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

Os ensaios de fratura foram realizados em equipamento analisador de textura

TA-XT2 (Stable Micro Systems Reino Unido) com probe HDP3PB a 25 ˚C

Paracircmetros velocidades preacute-teste teste e poacutes-teste 20 mms distacircncia 10 mm

ceacutelula de carga 25 kg Trigger Force 005 N forccedila em compressatildeo - returnto start

53

Os dados foram coletados atraveacutes do programa Texture Expert Exceed ndash

versatildeo 264 (Stable Micro Systems Reino Unido)

Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata com barrinhas de chocolate

temperado de tamanho 90 cm x 25 cm x 13 cm (LANNES 2008)

410Determinaccedilatildeo da reologia

A determinaccedilatildeo de reologia foi realizada em triplicata em reocircmetro rotacional

Rheotest 31 (Alemanha) com banho termostatizado a 40ordmC e probe H1 Foi utilizada

uma rampa com taxa de cisalhamento de 200 s-1 com tempo de 120 s

411Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua

A atividade de aacutegua foi determinada em triplicata em equipamento de

atividade de aacutegua Novasina modelo LabMaster (Novasina Suiacuteccedila) em triplicata

412Avaliaccedilatildeo da Colorimetria

A colorimetria foi determinada em ColorQuestreg XE Hunter Lab com acircngulo

observador de 10ordmC e iluminador D65 em triplicata (ESTELLER ZANCANARO

JUacuteNIOR LANNES 2006)

413Avaliaccedilatildeo sensorial

A avaliaccedilatildeo sensorial foi realizada atraveacutes do teste afetivo de aceitaccedilatildeo global

com escala hedocircnica estruturada de 9 pontos e escala de intenccedilatildeo de compra de 5

54

pontos Os atributos avaliados para as barras foram textura sabor e impressatildeo

global e teste de intenccedilatildeo de compra sendo feito pelos mesmos provadores O

projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da

FCFUSP (no Parecer 1393285) conforme ANEXO A A ficha de avaliaccedilatildeo se

encontra no ANEXO C

As amostras foram preparadas segundo as boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de

produtos alimentiacutecios nos laboratoacuterios de Tecnologia de Alimentos III e Planta Piloto

do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica-FCFUSP

As avaliaccedilotildees foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise Sensorial do

Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica de Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo Foram avaliadas 3 amostras de

chocolate ao leite uma controle uma com couve em poacute e uma com uva em poacute

Os produtos foram preparados no maacuteximo 24 horas antes dos testes e

mantidos em temperatura de 20 degC 60 de umidade ateacute o momento de servir Os

chocolates (aproximadamente 5 g) foram servidos em pratos plaacutesticos contendo as

trecircs amostras do produto (Figura 10) Entre uma amostra e outra os avaliadores

foram instruiacutedos a ingerir aacutegua e biscoito de sabor neutro (aacutegua e sal) para diminuir

a interferecircncia de sabor entre as amostras

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial

55

Recrutamento dos Consumidores

Foram selecionados provadores natildeo treinados que se declarassem

consumidores de chocolates sendo que antes da degustaccedilatildeo os mesmos foram

instruiacutedos a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II)

declarando-se natildeo aleacutergico aos componentes das formulaccedilotildees permitindo o uso da

informaccedilatildeo prestada para seu devido fim e tambeacutem possuidores do direito de

desistir de participar a qualquer momento do teste

Criteacuterios de inclusatildeo

Os consumidores que foram convidados para os testes apresentavam os

seguintes preacute-requisitos

bull Ser maior de idade (acima de 18 anos)

bull De ambos sexos

bull Natildeo apresentar alergia aos componentes das formulaccedilotildees

bull Foram adotados cuidados especiais para evitar que indiviacuteduos

subordinados ou diretamente ligados ao pesquisador natildeo se sentissem obrigados a

participar do estudo

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos da seleccedilatildeo indiviacuteduos que

bull Estivessem em dieta especial

bull Estivessem em tratamento meacutedico

bull Desistissem da participaccedilatildeo apoacutes o iniacutecio da anaacutelise

Casuiacutestica

Para os testes foram recrutadas 90 pessoas alunos e funcionaacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo

56

414 Forma de anaacutelise de resultados

Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e posteriormente de

Tukey em 5 de significacircncia com o software Statistica version 11 (StaSoft EUA) e

com o programa Microsoft Excel (Microsoft EUA)

57

5RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve

511Liofilizaccedilatildeo

A couve foi analisada pela diferenccedila de massas antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo a

fim de verificar a quantidade de aacutegua extraiacuteda e determinar a equivalecircncia entre os

pesos da couve antes e depois deste processo Os resultados revelaram a de

produto liofilizado (989plusmn0369 ) e a porcentagem de aacutegua retirada do produto

liofilizado (9011plusmn0369 )

Estes resultados demonstraram que a quantidade de aacutegua retirada da couve

pelo processo de liofilizaccedilatildeo foi de 90107 plusmn0369 e a o peso da couve liofilizada

correspondeu a 98932plusmn 0369 do peso inicial Estes dados estatildeo de acordo com

o trabalho realizado por Furlani et al (1978) que determinou a quantidade de aacutegua

em diversas frutas e hortaliccedilas Segundo estes autores a couve manteiga

apresentou aproximadamente 89 de aacutegua em sua composiccedilatildeo

Esses resultados foram necessaacuterios para a conversatildeo da quantidade de

couve liofilizada que foi adicionada posteriormente ao chocolate

A desidrataccedilatildeo eacute uma teacutecnica comum utilizada em alimentos pois esta pode

aumentar a vida uacutetil do produto principalmente no caso de frutas e vegetais A

reduccedilatildeo do teor de aacutegua nesses alimentos leva a uma menor atividade

microbioloacutegica o que desacelera o processo de deterioraccedilatildeo desses produtos

(FELLOWS 2000)

A atividade de aacutegua (aw) eacute um paracircmetro que mede a razatildeo entre a pressatildeo

de vapor da aacutegua (Pw) no alimento e a pressatildeo de vapor da aacutegua pura na

temperatura do alimento (P0w) (TOLEDO 2007) dada pela expressatildeo

Aw=

58

A baixa atividade de aacutegua estaacute relacionada com a diminuiccedilatildeo da velocidade

relativa de reaccedilotildees de deterioraccedilatildeo por bacteacuterias auto oxidaccedilatildeo reaccedilotildees

enzimaacuteticas entre outros conforme demonstra a Figura 11 (NESPOLO et al 2015)

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e atividade de aacutegua

(retirado de NESPOLO 2015)

O valor encontrado para atividade de aacutegua da couve em poacute foi 0531plusmn0014

no momento de sua utilizaccedilatildeo para produccedilatildeo do chocolate Este valor segundo a

Figura 11 estaacute relacionado com baixas velocidades de reaccedilotildees enzimaacuteticas e

nenhuma atividade para reaccedilotildees com bacteacuterias leveduras e mofos tornando assim

o produto liofilizado estaacutevel mesmo apoacutes um ano de sua produccedilatildeo Este resultado

tem grande importacircncia pois demonstra que a adiccedilatildeo de couve liofilizada no

chocolate provavelmente natildeo iraacute afetar sua vida de prateleira

59

512Perfil antioxidante

5121Ensaio da atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio com o DPPH eacute baseado na perda da intensidade da cor da soluccedilatildeo

puacuterpura do radical estaacutevel DPPHbull apoacutes a reaccedilatildeo com um composto antirradicalar

(AOH) O DPPH eacute um radical livre pois apresenta um eleacutetron natildeo emparelhado com

absorccedilatildeo na regiatildeo de 520 nm (MOLYNEUX 2003) A estrutura quiacutemica do DPPH eacute

demonstrada na Figura 12

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH

Ao se misturar com uma substacircncia capaz de doar um hidrogecircnio o DPPH

reage (Figura 13) e vai para sua forma reduzida fazendo com que perca a sua cor

puacuterpura caracteriacutestica e se torne uma soluccedilatildeo de cor castanha (MOLYNEUX 2003)

60

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

Para a couve liofilizada e couve in natura foram realizados dois meacutetodos de extraccedilatildeo

diferentes a fim de verificar suas efetividades e padronizar para futuros ensaios

A curva padratildeo do DPPH estaacute demonstrada na Figura 14

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH

Para realizar o estudo do DPPH cada extrato foi diluiacutedo em diferentes

concentraccedilotildees 510 2030 40 50 e 60 Utiliza-se diferentes concentraccedilotildees

y = 001x + 02627 Rsup2 = 09899

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 10 20 30 40 50 60 70

Ab

sorb

acircnci

a (5

15n

m)

Concentraccedilatildeo (microM)

61

para se ter um intervalo de absorbacircncia de modo que seja possiacutevel verificar a

cineacutetica da reaccedilatildeo

O resultado da cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e couve liofilizada

extraiacuteda pelos dois meacutetodos estaacute representado na Figura 15

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto (1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010)

As curvas cineacuteticas obtidas pela reaccedilatildeo entre radical livre DPPH e a couve

liofilizada demonstram um comportamento semelhante em ambos os extratos A

partir dos primeiros cinco minutos eacute possiacutevel observar uma queda mais acentuada

na absorbacircncia sendo que os minutos sequentes apresentam uma reduccedilatildeo branda

No extrato obtido a partir da metodologia de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto(1997) pode-se observar que natildeo haacute diferenciaccedilatildeo entre as diluiccedilotildees de 5 e

10 enquanto que o extrato obtido a partir da metodologia utilizada por Genovese

e Lannes (2010) natildeo houve grande diferenccedila entre os extratos de 50 e 60jaacute que

ficaram entre a absorbacircncia entre 03 e 04

62

Eacute possiacutevel observar a queda mais acentuada no extrato B em todas as

concentraccedilotildees chegando a valores de ateacute 03 de absorbacircncia Enquanto que o

extrato A reduziu somente ateacute aproximadamente 07 de absorbacircncia

A couve in natura foi analisada sob as mesmas condiccedilotildees e concentraccedilotildees O

perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e os extratos eacute demonstrado na Figura 16

Conforme se observa na Figura 16 assim como para a couve liofilizada o

perfil cineacutetico da couve in natura para ambos os extratos demonstrou uma reduccedilatildeo

mais acentuada na absorbacircncia nos primeiros cinco minutos sendo quase constante

nos minutos subsequentes Eacute possiacutevel observar que no perfil A (extraccedilatildeo segundo

Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto1997) natildeo se tem diferenccedila entre concentraccedilotildees

de 5 e 10 de amostra Por sua vez no perfil B (extraccedilatildeo segundo Genovese e

Lannes 2010) as concentraccedilotildees de 40 e de 50 natildeo apresentaram diferenccedila Em

todos os quatro extratos eacute possiacutevel observar que quanto maior a concentraccedilatildeo

maior eacute o decaimento da absorbacircncia

A partir destes resultados eacute possiacutevel calcular o IC50 ou seja a concentraccedilatildeo

necessaacuteria para reduzir a absorbacircncia do DPPH pela metade Sendo assim quanto

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010)

63

menor for a concentraccedilatildeo de IC50 maior potencial antirradicalar este extrato tem Os

resultados da atividade antirradicalar contra o radical DPPH se encontram na Tabela

5 juntamente com os resultados de quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis por meacutetodo Folin-

ciocauteau

5122Ensaio da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis

O ensaio de Folin-Ciocauteau eacute baseado na mudanccedila de coloraccedilatildeo da

soluccedilatildeo apoacutes reaccedilatildeo com antioxidante O reagente de Folin-Ciocauteau eacute formado

por uma mistura de aacutecidos de molibdecircnio (Na2MoO42H2O) que resulta na cor

amarela por estar num estado de oxidaccedilatildeo VI e aacutecidos de tungstecircnio (SINGLETON

ORTHOFER LAMUELA-RAVENTOS 1999)

Em contato com os antioxidantes (agentes redutores) tem-se a formaccedilatildeo de

um complexo Molibdecircnio-Tungstecircnio (PMoW11O4)4 (Figura 17) que possuem

coloraccedilatildeo azul Atraveacutes da diferenccedila de coloraccedilatildeo eacute possiacutevel determinar a

quantidade de polifenoacuteis em uma amostra (SINGLETONORTHOFER LAMUELA-

RAVENTOS 1999)

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante

Para a construccedilatildeo da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico foi realizada a reaccedilatildeo do

reagente Folin-Ciocauteau com diferentes concentraccedilotildees de aacutecido gaacutelico

(050100150250 e 500 mgL) A Figura 18 representa a definiccedilatildeo desta curva

64

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

Os diferentes extratos foram colocados em reaccedilatildeo com o reagente Folin-

Ciocauteau sendo cada amostra realizada em triplicata

A partir da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico obteve-se a equaccedilatildeo da reta que foi

utilizada para o caacutelculo das concentraccedilotildees de cada extrato A Tabela 5 representa

tais resultados

n=3

Tanto para a couve in natura quanto para a couve liofilizada foi encontrada

maior concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos com aplicaccedilatildeo do meacutetodo usado por

Genovese e Lannes (2010) Aleacutem disso as concentraccedilotildees em IC50 para a atividade

y = 00012x + 02366 Rsup2 = 09977

0

02

04

06

08

1

0 100 200 300 400 500 600

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo de Aacutecido Gaacutelico (mgL)

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura extraiacutedos por

diferentes meacutetodos

Amostra Meacutetodo IC50

(mgL) Quantidade de polifenoacuteis totais (gmg

GAE)

Liofilizada Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 11878 11033

Liofilizada Genovese e Lannes

(2010) 41 22616

in natura Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 41067 3283

in natura Genovese e Lannes

(2010) 3129 6283

65

antirradicalar frente ao radical DPPH confirmam essa hipoacutetese uma vez que foram

encontrados menores valores de concentraccedilatildeo para estes extratos

Os resultados obtidos indicam conforme esperado maior concentraccedilatildeo de

compostos bioativos para a couve liofilizada se comparada aos extratos da couve in

natura

Muito utilizada na induacutestria alimentiacutecia a liofilizaccedilatildeo eacute um processo que visa a

desidrataccedilatildeo de alimentos como cafeacute vegetais frutas entre outros Realizado sob

baixas temperaturas e ausecircncia de ar atmosfeacuterico o liofilizador mantecircm a

temperatura e a pressatildeo da aacutegua no ponto triplo (0ordmC e 47 mm de Hg) o que faz

com que a aacutegua jaacute em estado de congelamento passe por sublimaccedilatildeo- diretamente

do estado soacutelido para o gasoso (GAVA 1998)

Pelo fato da desidrataccedilatildeo total do alimento ocorrer sob baixas temperaturas

obtecircm-se um produto com baixa atividade microbioloacutegica e consequentemente alta

estabilidade frente a deterioraccedilatildeo Aleacutem disso essa teacutecnica permite a conservaccedilatildeo

dos componentes presentes no alimento e concentraccedilatildeo destes produtos Mesmo

assim sabe-se que por se tratar de um processamento ocorrem perdas de alguns

compostos volaacuteteis (RATTI 2001) Foi observada maior capacidade antirradicalar

na couve liofilizada pelo fato desta estar mais concentrada que a couve in natura

Analisando os valores obtidos no entanto pode ser observado que natildeo haacute

uma proporcionalidade entre a quantidade de polifenoacuteis da couve in natura em

relaccedilatildeo agrave couve liofilizada o que sugere que houve perda durante o processamento

Kaulmann et al (2014) realizaram um estudo de compostos antioxidantes em

diversas variaccedilotildees de Brassica oleracea in natura Apoacutes o teste de Folin-Ciocauteau

foi encontrada uma concentraccedilatildeo de 602plusmn449 mg GAE (aacutecido gaacutelico equivalente)

100g de couve

Este resultado se assemelha aos valores encontrados no presente trabalho

para a couve in natura extraiacuteda pelo meacutetodo usado por Genovese e Lannes (2010)

(6283 mg GAE100g couve) A semelhanccedila nos resultados reforccedila a tese de que haacute

maior efetividade nesse meacutetodo frente ao meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto (1997)

66

513Anaacutelise granulomeacutetrica

A distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica das mateacuterias primas em poacute a serem utilizadas

no chocolate satildeo de extrema importacircncia pois afetam diretamente o tamanho de

partiacutecula dos produtos finais

A partir da anaacutelise granulomeacutetrica plotou-se um graacutefico da porcentagem de

material retido versus abertura da peneira A Figura 19 demonstra esses resultados

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da peneira para

couve liofilizada em poacute

A partir do graacutefico eacute possiacutevel calcular a Abertura Meacutedia (AM) ou o Coeficiente

de Variaccedilatildeo (CV) com a seguinte equaccedilatildeo (Lannes 2000)

CV=

100

Eacute possiacutevel tambeacutem realizar o caacutelculo de AM e CV pelo meacutetodo algeacutebrico Os

resultados referentes a esses paracircmetros tanto pelo meacutetodo graacutefico quanto pelo

meacutetodo algeacutebrico estatildeo representados na Tabela 6

y = -12891x + 10972 Rsup2 = 09233

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 02 04 06 08 1

Mas

sa d

e m

ater

ial r

eti

do

(

)

Tamanho da peneira (mm)

67

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para meacutetodo graacutefico e

algeacutebrico

A Figura 20 demonstra a porcentagem de massa retida em cada peneira

utilizada A partir dela eacute possiacutevel concluir que a maior quantidade de partiacuteculas se

encontra na faixa de 059 a 025 mm

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para extrato de couve

liofilizado

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

085 075 059 042 0297 025

Mas

sa re

tid

a (

)

Tamanho em mm

CV AM

Meacutetodo graacutefico 48 0550

Meacutetodo algeacutebrico 3685 0502

68

52Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva

521Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais

As massas de uva antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo foram registradas e a partir

destes resultados foi possiacutevel determinar a meacutedia de material liofilizado (2114 plusmn

135) e a meacutedia de aacutegua retirada (7886 plusmn 135) nesse processo de liofilizaccedilatildeo

A determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua da uva liofilizada foi realizada em

triplicata imediatamente apoacutes a liofilizaccedilatildeo sendo o resultado obtido igual a

aw=0303plusmn0085 Este valor de atividade de aacutegua eacute considerado bom para evitar a

deterioraccedilatildeo do produto poreacutem pode aumentar de acordo com o tempo Sabe-se que

produtos com aw abaixo de 07 tecircm menor exposiccedilatildeo a riscos microbioloacutegicos sendo

que a faixa de valores de aw de 03 para abaixo indica que o produto estaacute preservado

tambeacutem de qualquer outra reaccedilatildeo de deterioraccedilatildeo (TOLEDO 2007)

A tendecircncia para frutas liofilizadas no entanto eacute de haver aumento no valor

de atividade de aacutegua com o passar do tempo Isso ocorre devido agrave alta quantidade

de accediluacutecar presente nas frutas como sacarose glicose e frutose que em estado

amorfo tendem a se ligar por ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a aacutegua Esse fato faz com

que essas frutas liofilizadas com elevados teores de accediluacutecar serem altamente

higroscoacutepicas sendo assim haacute maior instabilidade do produto liofilizado uma vez

que este tende a sofrer hidrataccedilatildeo e aumentar a sua atividade de aacutegua e umidade

Sua manipulaccedilatildeo portanto deve ser realizada com muito cuidado de modo a natildeo

interferir na atividade de aacutegua e natildeo gerar o efeito caking - tendecircncia deste tipo de

produto de aglomerar (SERNA-COCK VARGAS-MUNOZ APONTE 2015

OLIVEIRA 2013)

A quantidade de accediluacutecares nas uvas in natura e liofilizada foram determinadas

pelo meacutetodo de Fehling Este meacutetodo tambeacutem conhecido como Lane-Eynon se

baseia na reaccedilatildeo entre os sais cuacutepricos e aldoses ou cetoses que sob alta

temperatura e meio alcalino formam como produto o precipitado cuproso conforme

demonstrado na Figura 21 que possui coloraccedilatildeo avermelhada

69

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar um sal com Cu2+

se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho tijolo) Retirado de Tavares et al

(2010)

A Tabela 7 demonstra a porcentagem de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

encontrados

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva liofilizada e in natura

Redutores () Natildeo

redutores() Totais()

Uva in natura 1600 plusmn 0037 2 1800plusmn002

Uva liofilizada 6300plusmn0007 1 6400plusmn0018 n=3 Os valores de accediluacutecares natildeo redutores foram calculados por diferenccedila entre accediluacutecares totais e

redutores

Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber um aumento na quantidade de

accediluacutecares totais ao liofilizar a uva bem como uma reduccedilatildeo dos accediluacutecares natildeo

redutores e um aumento na porcentagem de accediluacutecares redutores Essas diferenccedilas

podem ser explicadas pela retirada da aacutegua nas amostras o que leva estas a

ficarem mais concentradas e assim aumentar a quantidade de accediluacutecares de 18

para 64 Esse resultado confirma a teoria de que a uva liofilizada possui alta

concentraccedilatildeo de accediluacutecares e portanto realmente se torna altamente higroscoacutepica o

que faz com que se diferencie da couve em poacute

O equipamento utilizado para a fabricaccedilatildeo dos chocolates possui um moinho

de bolas que reduz o tamanho de partiacutecula do accediluacutecar e outros gracircnulos presentes

na formulaccedilatildeo Esse tipo de moinho possui pequenas bolas que giram com baixa

70

velocidade e realizam forccedilas de cisalhamento na amostra (FELLOWS 2000) No

caso da couve liofilizada em poacute por exemplo foi adicionada no equipamento de

produccedilatildeo de chocolate com moinho de bolas para se ter um menor tamanho de

partiacutecula deste no chocolate e entatildeo natildeo ser sentido sensorialmente A uva

liofilizada que eacute como jaacute dito caracterizada como um material higroscoacutepico natildeo

poderia ser adicionada em um moinho de bolas jaacute que muita energia seria aplicada

sob este material o que poderia resultar em um efeito caking tambeacutem o

processamento do chocolate natildeo ocorreria de forma correta Por esta razatildeo a uva

liofilizada triturada foi adicionada apoacutes a fabricaccedilatildeo do chocolate em misturador

planetaacuterio

522Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva

Para a determinaccedilatildeo do melhor solvente para a extraccedilatildeo dos compostos

fenoacutelicos da uva foram utilizados acetona acetona acidificada (sendo acetona 70

com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol 70 e metanol acidificado (sendo

metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv) Os resultados encontrados

estatildeo dispostos na Tabela 8

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes extratores

Amostra Absorbacircncia Quantidade de polifenoacuteis (mgg)

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona acidificada 0368plusmn00138 ab 1095

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona 0340plusmn00350 ab 8645

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol 70 0396plusmn00212 b 1324

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol acidificado

0318plusmn00794 a 7221

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Rockenbach (2008) quantificou os polifenoacuteis antocianinas e atividade

antioxidante de bagaccedilos de uva Vitis vinifera utilizando como solvente etanol e

71

acetona Os melhores resultados encontrados neste trabalho foram para acetona

50 e 70 para antocianinas e polifenoacuteis totais

Rockenbach (2011) realizou um estudo da quantidade de polifenoacuteis em

alguns tipos de uvas Vitis vinifera L e Vitis Labrusca L Neste estudo utilizou-se

como solvente para extraccedilatildeo o metanol acidificado (sendo metanol aacutegua aacutecido

aceacutetico 70305 vvv) O maior valor encontrado foi para a variedade Cabernet

sauvignon pertencente agrave classe Vitis vinifera L (7475 mgg GAE) Este valor eacute

proacuteximo ao encontrado no presente trabalho (7221 mgg GAE para o mesmo tipo de

extrato)

Vizzoto e Pereira (2011) realizaram um estudo de quantificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos por diferentes meios de extraccedilatildeo da amora-preta Neste estudo utilizou-se

extratos com acetona acetona acidificada metanol e metanol acidificado poreacutem

natildeo houve diferenccedila significativa (p gt 005) entre as amostras

Existem grandes classes de compostos fenoacutelicos como as antocianinas

flavonoacuteis sendo que em cada classe possui grandes quantidades de substacircncias

diferentes com estruturas diferentes Isso faz com que seja difiacutecil se ter uma

metodologia capaz de extrair todos os componentes fenoacutelicos de uma amostra Eacute

portanto que se estuda o melhor meacutetodo para a extraccedilatildeo por meio de comparaccedilotildees

entre solventes e tipos de metodologias

O metanol eacute um solvente de polaridade alta enquanto que a acetona possui

polaridade meacutedia A acidificaccedilatildeo destes solventes tende a melhorar a eficiecircncia da

extraccedilatildeo

Mesmo assim o meacutetodo de extraccedilatildeo mais eficiente para quantificaccedilatildeo de

polifenoacuteis continuou sendo o mesmo utilizado por Genovese e Lannes (2010) e no

presente trabalho para os extratos de couve A partir do extrato metanoacutelico 70

obteve-se uma quantidade de 132 mgg GAE estatisticamente maior que a dos

outros extratos

A quantidade de polifenoacuteis da uva in natura foi realizada a partir do extrato

metanoico 70 e foi encontrado o valor de 5838 plusmn 822 mg GAEg Assim como a

couve eacute possiacutevel perceber que a liofilizaccedilatildeo tende a concentrar os compostos

72

fenoacutelicos e assim resultar em maiores valores de concentraccedilatildeo No entanto o valor

encontrado na uva liofilizada natildeo eacute proporcional ao rendimento o que

provavelmente significa que alguns compostos foram perdidos durante o processo

A determinaccedilatildeo frente ao radical DPPH foi realizada com as concentraccedilotildees

de 51020304050 e 60 de extrato Utilizou-se para o processo de extraccedilatildeo

extrato metanoacutelico 70 conforme o meacutetodo utilizado por Genovese e Lannes

(2010) A Figura 22 representa o perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e a uva

liofilizada

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em diferentes

concentraccedilotildees

Atraveacutes da cineacutetica da reaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que quanto maior a

concentraccedilatildeo de extrato utilizada tem-se uma reduccedilatildeo maior da absorbacircncia em

relaccedilatildeo agrave absorbacircncia inicial

Atraveacutes da curva cineacutetica eacute possiacutevel calcular o valor de IC50 para a amostra

sendo que o valor encontrado para a uva liofilizada foi de 6645 mgL Esse valor

representa alta capacidade antirradicalar concordando com a alta quantidade de

polifenoacuteis encontrada

0

01

02

03

04

05

06

07

08

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Tempo (min)

5

10

20

30

40

50

60

73

53Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau

531Perfil antirradicalar do liquor de cacau

Visto que houve maior eficiecircncia no meacutetodo de Genovese e Lannes (2009) foi

padronizado a utilizaccedilatildeo desta extraccedilatildeo A anaacutelise de polifenoacuteis do liquor de cacau

portanto foi realizada nestas condiccedilotildees e seus resultados demonstrados na Tabela

9

A curva cineacutetica da reaccedilatildeo do DPPH com o extrato nas diferentes

concentraccedilotildees eacute demonstrada na Figura 23

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em diferentes

concentraccedilotildees

A partir da curva cineacutetica eacute possiacutevel observar uma reduccedilatildeo da absorbacircncia ao

longo dos 30 minutos em todos os extratos Aleacutem disso tem-se que a quanto maior

a concentraccedilatildeo do extrato maior a reduccedilatildeo de absorbacircncia

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo ()

5

10

20

30

40

74

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical DPPH para o

liquor de cacau

Amostra Meacutedia de absorbacircncia Concentraccedilatildeo (mgg de aacutecido gaacutelico) IC50 (mgL)

Liquor de cacau 0445plusmn000971 25994 2906

n=3

Othman et al (2007) estudaram o perfil antirradicalar amecircndoas de cacau de

diferentes locais em meio a extrato etanoacutelico e aquoso Neste estudo foi observado

um valor de IC50 igual a 13 mgg para extrato etanoacutelico do cacau da Malaacutesia e de

Gana e um valor de IC50 de 24 mgg para o cacau da Malaacutesia e 17 mgg para o

cacau de Gana

Belšcak et al (2009) avaliaram o perfil antirradicalar de produtos comerciais da

Croaacutecia derivados do cacau (liquor de cacau cacau em poacute chocolates ao leite

amargo e chocolate em poacute) Em relaccedilatildeo ao liquor de cacau foram encontrados em

termos de fenoacutelicos totais de 25 a 35 mg GAEg Esses valores se encontram muito

inferiores ao encontrado no presente trabalho poreacutem sabe-se que a quantidade de

polifenoacuteis pode variar muito dependendo das condiccedilotildees geograacuteficas de plantaccedilatildeo a

variedade do cacau utilizado para a fabricaccedilatildeo do liquor bem como o tipo de

tratamento (fermentaccedilatildeosecagem armazenamento) para a produccedilatildeo do liquor

Oliveira et al (2011) analisaram a quantidade de compostos fenoacutelicos de

diferentes tipos de cacau e encontraram um valor de 19595plusmn055 mg GAEg para

liquor orgacircnicos semelhante a encontrada no presente trabalho

532Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau

A anaacutelise de lipiacutedeos no liquor de cacau foi realizada como informaccedilatildeo para o

caacutelculo da formulaccedilatildeo do chocolate Atraveacutes deste foi determinada que a

quantidade de lipiacutedeos no liquor utilizado eacute de 52 plusmn0012 sendo compatiacutevel com o

laudo enviado pela empresa fornecedora que eacute de 5310

75

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute

A anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute foram realizadas para fins de

caacutelculo do conteuacutedo de gordura final da formulaccedilatildeo do chocolate ao leite A Tabela

10 demonstra os resultados obtidos para o leite em poacute desnatado e para o leite em

poacute integral

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e integral

utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate

Leite em poacute desnatado Leite em poacute integral Gordura (g100g) 0 212plusmn0001 Proteiacutena (g100g) 267plusmn011 201plusmn0023

n=3

55Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates

551Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da manteiga de

cacau

A temperagem foi avaliada por curva de temperagem para verificaccedilatildeo da

produccedilatildeo de cristais adequados para a manteiga de cacau A curva de temperagem

se encontra na Figura 24

76

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate

A curva de temperagem eacute de grande importacircncia para a verificaccedilatildeo da

qualidade da massa do chocolate e eficiecircncia da temperadeira eou do processo de

temperagem Chocolates bem temperados devem conter de 3 a 8 de cristais de

manteiga de cacau o desenvolvimento desses cristais ao longo do tempo de

resfriamento pode ser medido atraveacutes deste tipo de curva (MINIFIE 1989)

A curva de temperagem indica a quantidade de calor liberada ao se solidificar

o chocolate Durante o processamento geram-se dois pontos de inflexatildeo como

destacado na Figura 24 sendo que cada um deles indica uma parte da formaccedilatildeo de

cristais O primeiro ponto refere-se a relaccedilatildeo temperaturatempo em que se inicia a

nucleaccedilatildeo dos cristais e a segunda o ponto no qual a nucleaccedilatildeo realmente ocorre

A inclinaccedilatildeo gerada a partir desses dois pontos eacute portanto avaliada e deve

permanecer o mais reta possiacutevel de modo a natildeo haver uma inclinaccedilatildeo negativa (o

que significaria um chocolate sobre-temperedo) ou uma inclinaccedilatildeo positiva (o que

significaria um chocolate sub-temperado) Um chocolate over-tempered eacute aquele

que possui cristais a mais formados durante a temperagem o que portanto gera

menor quantidade de cristais durante o teste e consequentemente haacute menor

quantidade de energia sendo liberada Jaacute no caso do chocolate under-tempered

Pontos de inflexatildeo

77

tem-se uma quantidade muito inferior de cristais quando temperada gerando

portanto uma grande liberaccedilatildeo de calor durante o resfriamento e como

consequecircncia uma inflexatildeo maior na curva (AFOWAKA2010 MINIFIE1989

COHEN LUCCA JACKIX 2004)

A curva gerada no presente trabalho apresenta uma linearidade adequada

podendo-se afirmar que a massa de chocolate possui boa propriedade de

temperagem sendo que foi obtido um slope de 018 ordmCmin em tempo de 24

minutos e temperatura igual a 235ordmC O ldquotemper indexrdquo (TI) paracircmetro utilizado pelo

fabricante do equipamento (Buhler) para avaliar a boa porformance da temperagem

resultou no valor de 43 considerado adequado

A manteiga de cacau tambeacutem foi avaliada em duplicata por sua curva de

resfriamento o resultado encontra-se na Figura 25

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees dos chocolates

A curva de resfriamento da manteiga de cacau demonstra suas

caracteriacutesticas de derretimento e a taxa de cristalizaccedilatildeo desta gordura

apresentando a adequaccedilatildeo desta gordura para utilizaccedilatildeo em chocolates

Lannes (1997) estudou a curva de resfriamento de Jensen de diferentes tipos

de gorduras utilizadas em chocolate tipo cobertura Em seu trabalho a autora

78

demonstrou uma tiacutepica curva de resfriamento da manteiga de cacau e esta se

assemelha a encontrada no presente trabalho (taxa de resfriamento de 20 ordmCmin

cristalizaccedilatildeo agrave 205 ordmC por um tempo de 78 minutos)

O fabricante do equipamento (Buhler) tambeacutem utiliza de um iacutendice para

avaliaccedilatildeo da curva de resfriamento conhecido como Cocoa Butter Index (CBI)

Segundo o fabricante o CBI encontrado para a manteiga analisada (33plusmn001) eacute

considerado adequado para produccedilatildeo de chocolates

552Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula eacute importante para o controle de

qualidade dos chocolates pois pode influenciar tanto a reologia do produto como

tambeacutem a sensaccedilatildeo na boca Chocolates com tamanho de partiacutecula maior que 30

microm satildeo percebidos na boca pois possuem textura arenosa aleacutem de viscosidade

natildeo adequada Jaacute tamanhos de partiacutecula proacuteximos a 20 microm possuem uma textura

mais macia e massa mais cremosa (AFOWAKA 2010)

Os resultados da determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula para cada

chocolate estatildeo na Tabela 11

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate

Tamanho de partiacutecula (microm)

Chocolate ao leite 258 plusmn 047a

Chocolate com couve 277 plusmn 095b

Chocolate com uva 378 plusmn 113c

n10 (n2 processamento n5 anaacutelise)

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

79

Conforme a anaacutelise estatiacutestica realizada tem-se que a adiccedilatildeo tanto de uva

liofilizada quanto de couve liofilizada altera significativamente (plt005) o tamanho de

partiacutecula do chocolate

Como dito anteriormente o tamanho de partiacutecula desejaacutevel para chocolates

estaacute entre 20 a 30 microm como eacute o caso tanto do chocolate ao leite (258 microm) quanto

para o chocolate com adiccedilatildeo de couve (277 microm) o que sugere que ambos os

chocolates natildeo teratildeo uma percepccedilatildeo sensorial diferente quanto ao tamanho das

partiacuteculas A diferenccedila entre esses dois tamanhos pode ser explicada pela adiccedilatildeo da

couve que conforme avaliado anteriormente era um poacute com tamanho de partiacutecula

meacutedio de aproximadamente 5x104 microm Durante o processo de fabricaccedilatildeo de

chocolate tem-se a etapa de refino que no caso do equipamento utilizado ocorre

pelo moinho de bolas o que provavelmente ajudou a reduzir o tamanho de partiacutecula

consideravelmente mas ainda assim natildeo o suficiente para natildeo haver diferenccedila entre

as amostras

Ao contraacuterio da couve a uva soacute foi adicionada apoacutes o teacutermino da fabricaccedilatildeo

da massa de chocolate em agitador planetaacuterio e portanto natildeo passou pelo

processo de refino conforme foi explicado no item ldquo521 Liofilizaccedilatildeo da uvardquo Essa

diferenccedila no processo certamente refletiu no tamanho de partiacutecula do chocolate com

adiccedilatildeo de uva que sugere que estas partiacuteculas seratildeo sentidas sensorialmente

553Anaacutelise Reoloacutegica

O chocolate eacute uma suspensatildeo onde partiacuteculas de accediluacutecar cacau e leite

encontram-se dispersas na manteiga de cacau sendo assim ele se comporta como

um fluiacutedo natildeo-newtoniano o que significa que a sua tensatildeo de cisalhamento natildeo eacute

diretamente proporcional agrave taxa de cisalhamento Os chocolates tecircm como

caracteriacutestica apresentar o ldquoyeld stressrdquo (forccedila miacutenima necessaacuteria para se iniciar o

fluxo) e uma viscosidade plaacutestica (energia necessaacuteria para que continue a fluir)

(LANNES 1997 AFOWAKA2010) O modelo de Casson eacute atualmente

considerado o que melhor se adapta ao comportamento dos chocolates e eacute adotado

80

pela OICC (Internacional Office of Cocoa) A equaccedilatildeo que expressa esse modelo se

encontra na Equaccedilatildeo 1

Equaccedilatildeo 1 Representaccedilatildeo da equaccedilatildeo de Casson assumindo que τ a tensatildeo de cisalhamento

τCA a tensatildeo inicial de Casson ou tensatildeo residual de Casson ηCA viscosidade de Casson ou

viscosidade plaacutestica e γ a taxa de cisalhamento

Os paracircmetros reoloacutegicos como a viscosidade e a tensatildeo inicial de Casson

satildeo de extrema importacircncia durante a produccedilatildeo de chocolate jaacute que podem atestar

a qualidade dos produtos Esses foram avaliados no presente trabalho para todos

os chocolates e os resultados se encontram nas Figuras 26 e 27

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com

uva

A partir dos resultados apresentados na Figura 26 pode-se perceber que a

viscosidade do chocolate se modifica com a adiccedilatildeo de couve e uva Segundo

Beckett (2009) a distribuiccedilatildeo do tamanho de partiacutecula influencia diretamente a

viscosidade do produto sendo que quanto maior for o tamanho de partiacutecula menor

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

Vis

cosi

dad

e (P

as)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

81

seraacute sua viscosidade Isso ocorre pois ao se reduzir o tamanho tem-se mais

ligaccedilotildees entre essas partiacuteculas e consequentemente maior fricccedilatildeo entre elas

aumentando assim a viscosidade Os resultados apresentados atestam esse

fenocircmeno jaacute que o tamanho de partiacutecula do chocolate ao leite eacute o menor (26 microm) e

apresenta maior viscosidade enquanto que o chocolate com adiccedilatildeo de uva tem

maior tamanho de partiacutecula (378 microm) e apresenta a menor viscosidade

Beckett (2009) afirma que os valores normais para chocolate no caso da

viscosidade vatildeo de 1 a 20 Pas As viscosidades encontradas para o chocolate ao

leite (16 plusmn 0018 Pas) chocolate com adiccedilatildeo de couve (113plusmn004 Pas) e chocolate

com adiccedilatildeo de uva estatildeo dentro dessa faixa(076plusmn004 Pas)

Em todas as formulaccedilotildees do presente trabalho foram encontradas altas

quantidades de gordura (3626 g100 g no chocolate ao leite 3506 g100 g no

chocolate com couve e 3550 g100 g no chocolate com uva) o que justifica entatildeo

a baixa viscosidade de Casson Isso ocorre porque quanto maior a quantidade de

gordura mais espaccedilos vazios satildeo preenchidos na estrutura do chocolate o que leva

a uma maior facilidade no fluxo e portanto menor viscosidade (AFOWAKA2010)

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate

com uva

0

2

4

6

8

10

12

Ten

satildeo

inic

ial (

Pa)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

82

A tensatildeo inicial foi avaliada para todos os chocolates sendo que o chocolate

com uva apresentou menor valor (76 Pa) em comparaccedilatildeo ao chocolate ao leite e o

chocolate com adiccedilatildeo de couve que apresentaram pouca diferenccedila entre si

Diversos autores jaacute relataram a relaccedilatildeo entre a distribuiccedilatildeo de tamanho de

partiacutecula com a tensatildeo inicial de Casson Sabe-se que a tensatildeo inicial estaacute

relacionada com a superfiacutecie de contato das partiacuteculas Quando se tem um menor

tamanho de partiacuteculas estas conseguem interagir mais entre si levando a uma aacuterea

superficial maior e sendo assim mais facilmente o liacutequido flui (AFOWAKA2010

BECKETT2009 KONAR2014) O presente trabalho tambeacutem confirma essa

relaccedilatildeo jaacute que o chocolate com maior tamanho de partiacutecula obteve menor tensatildeo

inicial

Konar et al (2014) avaliaram chocolates ao leite com a adiccedilatildeo de Inulina e

encontraram tensatildeo inicial entre 335 a 1816 Pa e viscosidade entre 172 e 396

Pas sendo que essas diferenccedilas de valores foram justificadas pela distribuiccedilatildeo do

tamanho de partiacutecula Karnjanolarn e Mccarthy 2006) avaliaram chocolates ao leite

com diferentes quantidades de lecitina de soja e PGPR e encontraram para 05 de

lecitina 149 Pas de viscosidade e 473 Pa para tensatildeo inicial Sendo assim eacute

possiacutevel afirmar que os valores encontrados para viscosidade e tensatildeo inicial dos

chocolates avaliados no presente trabalho se encontram proacuteximos aos encontrados

na literatura Aleacutem disso pode-se atestar que a adiccedilatildeo de frutas e folhas liofilizadas

tende a alterar as propriedades reoloacutegicas do chocolate

554Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates

A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica foi realizada para o chocolate ao leite chocolate ao

leite com couve e chocolate ao leite com uva e seus resultados estatildeo dispostos na

Tabela 12

83

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite com

couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Conteuacutedo energeacutetico (kcal) 56468 55468 55570

Umidade (g100 g) 173plusmn048a 207plusmn029a 227plusmn025a

Conteuacutedo mineral (g100 g) 253plusmn014a 268plusmn0054b 257plusmn0027a Proteiacutenas (g100 g) 851plusmn036 a 852plusmn037 a 813plusmn046 a

Lipiacutedios (g100g) 3626plusmn039a 3506plusmn038b 3550plusmn087ab

Carboidratos (g100g) 5270 5374 5380 Fibras dieteacuteticas totais

(g100g) 789 859 805

Fibras soluacuteveis (g100g) 318 418 316

Fibras insoluacuteveis (g100g) 471 44 488 n=3

As letras indicadas referem-se a diferenccedila estatiacutestica entre as amostras da mesma linha pelo teste de Tukey em 5 de diferenccedila significativa

Os resultados da composiccedilatildeo nutricionais se assemelham aos publicados por

Afowaka (2010) e aos chocolates ao leite de marcas nacionais (Kopenhagen Cacau

show e Brasil Cacau) conforme demonstrado na Tabela 14

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de chocolates

finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010)

Valor energeacutetico

(Kcal) Carboidratos (g100g) Proteiacutenas (g100g) Lipiacutedeos (g100g)

Marca A 524 56 68 324

Marca B 576 52 72 384

Marca C 550 55 65 325

AFOWAKA(2010) 518 57 7 33

Eacute possiacutevel afirmar que os chocolates produzidos no presente trabalho

possuem maior teor de proteiacutenas (851plusmn036 g100 g ) em comparaccedilatildeo com os

apresentados na Tabela 13 assim como a quantidade de lipiacutedeos (3506plusmn038 g100

g) que com exceccedilatildeo da Marca ldquoBrdquo tambeacutem apresentam maior valor em comparaccedilatildeo

84

a tabela Jaacute em termos de valor energeacutetico (56468 g100 g) e carboidratos (527

g100 g) os valores encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos da

Tabela 13

A partir dos resultados demonstrados pode-se dizer que natildeo houve diferenccedila

significativa (plt005) entre as amostras dos trecircs chocolates segundo sua quantidade

proteiacutenas Esse fato portanto identifica que a adiccedilatildeo de couve ou uva nessas

condiccedilotildees natildeo altera a quantidade final da proteiacutena do produto

Aleacutem disso eacute possiacutevel notar que a adiccedilatildeo de produtos liofilizados foi eficaz

em termos de natildeo aumentar o teor de umidade das amostras de chocolate A

umidade eacute um importante paracircmetro para o chocolate pois altos valores de umidade

em chocolate podem estar altamente relacionados com defeitos durante o tempo de

prateleira O sugar Bloom por exemplo defeito causado pela agregaccedilatildeo das

partiacuteculas de accediluacutecar forma grumos que satildeo desagradaacuteveis sensorialmente aleacutem de

formar peliacuteculas brancas na superfiacutecie do chocolate modificando seu brilho e

aparecircncia (AFOWAKA 2010)

Chocolates com elevado teor de umidade podem tambeacutem modificar as suas

propriedades de fluxo sendo que valores acima de 3 podem levar a um aumento

na tensatildeo inicial e na viscosidade do produto (AFOWAKA PATERSON FOWLER

2008) Os trecircs chocolates fabricados apresentaram valores de umidade abaixo de

3 e portanto natildeo houve um aumento nesses paracircmetros corroborando portanto

com os resultados encontrados no item acima onde se tem baixos valores de

tensatildeo inicial e viscosidade

A quantificaccedilatildeo de lipiacutedeos apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras de chocolate ao leite e chocolate acrescido de couve enquanto a

amostra de chocolate acrescida de uva foi igual as outras duas amostras

O conteuacutedo mineral tambeacutem apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras sendo que o maior teor foi encontrado no chocolate com adiccedilatildeo de

couve Os chocolates com uva e controle natildeo apresentaram diferenccedila significativa

(plt005) entre si no conteuacutedo mineral Este resultado era esperado devido ao

acreacutescimo de material soacutelidomineral ao produto

85

Ayaz et al (2006) identificaram altas quantidades de macro e micronutrientes

nas folhas de couve Estes encontraram 726 μg gminus1 (base seca) de ferro 535

μg gminus1 (base seca) de manganecircs 394 μg gminus1 (base seca) de zinco 197 μg gminus1

(base seca) de caacutelcio 135 μg gminus1 (base seca) de potaacutessio entre outros

componentes identificados Os chocolates com adiccedilatildeo de couve portanto

provavelmente possuem um maior valor de conteuacutedo mineral devido a este fato

Os nutrientes minerais satildeo essenciais para os seres humanos pois ajudam

em funccedilotildees vitais das ceacutelulas como na ativaccedilatildeo de enzimas e de secreccedilotildees

hormonais Aleacutem disso satildeo essenciais para a absorccedilatildeo de vitaminas O manganecircs

por exemplo eacute de extrema importacircncia para a cicatrizaccedilatildeo humana o zinco eacute um

componente importante para a atividade metaboacutelica de enzimas O ferro por sua

vez contribui para a produccedilatildeo de hemoglobina e mioglobina A deficiecircncia de ferro eacute

um dos distuacuterbios que mais acomete a populaccedilatildeo mundial sendo que pode causar

fraqueza corporal fadiga e seacuterios problemas de sauacutede (GUPTA e GUPTA 2014)

Aleacutem dos nutrientes minerais as fibras dieteacuteticas satildeo de extrema importacircncia

nutricional jaacute que satildeo elas que auxiliam no bom funcionamento do sistema

gastrointestinal pois contribuem para o aumento do bolo fecal e na reduccedilatildeo do

tempo de digestatildeo e assim ajudam a prevenir a constipaccedilatildeo Aleacutem disso jaacute foi

associado que as fibras dieteacuteticas contribuem para a reduccedilatildeo de doenccedilas cardiacuteacas

e cacircncer de colo (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

A partir dos resultados eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva

aumentou a quantidade de fibras totais do chocolate poreacutem natildeo foi possiacutevel avaliar

se essa diferenccedila eacute estatisticamente significativa

Os resultados indicam que houve um aumento no teor de fibras soluacuteveis do

chocolate quando adicionado a couve A couve eacute considerada uma alta fonte de

fibras sendo que segundo a USDA e RDA tem-se aproximadamente 14 da fibra

diaacuterias recomendadas em 100 g desse vegetal

No caso da uva houve um aumento (mesmo que em pequena proporccedilatildeo) de

fibras insoluacuteveis resultando em uma quantidade maior de fibras totais A uva eacute

estudada por sua caracteriacutestica de possuir alta quantidade de polifenoacuteis combinados

a uma grande porcentagem de fibras dieteacuteticas em sua composiccedilatildeo A revisatildeo

86

publicada por Zhu Du e Zheng (2015) aborda o trabalho de diversos autores que

avaliaram as fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis Todas as variedades de uva

avaliadas obtiveram altas quantidades de fibras insoluacuteveis e baixas quantidades de

fibras soluacuteveis A quantidade de fibras totais das diferentes espeacutecies variou de 745

a 280 g100g sendo que as fibras insoluacuteveis representaram mais de 80 da

quantidade total

A quantidade de carboidratos presentes na amostra conforme a RDC no 360

de 23 de dezembro de 2003 ldquoeacute calculado como a diferenccedila entre 100 e a soma do

conteuacutedo de proteiacutenas gorduras fibra alimentar umidade e cinzasrdquo

Sendo assim como haacute diferenccedila entre os valores encontrados para conteuacutedo

mineral e lipiacutedeos existe tambeacutem uma diferenccedila entre a quantidade de carboidratos

encontrados nas trecircs amostras

Um dos principais responsaacuteveis pela alta quantidade de carboidratos nos

chocolates eacute o accediluacutecar utilizado na formulaccedilatildeo Os chocolates com couve e uva

tambeacutem foram formulados com diferentes quantidades de accediluacutecar para o ajuste da

formulaccedilatildeo sendo que para o chocolate com couve foi utilizado 365 para o

chocolate com uva foi utilizado 3535 e para o chocolate ao leite foi utilizado 37

Mesmo que a maior adiccedilatildeo de accediluacutecar na formulaccedilatildeo foi para o chocolate ao leite

obteve-se valores maiores de carboidratos para o chocolate com couve Jaacute no

chocolate com uva reduziu-se em 165 a menos de accediluacutecar em poacute e mesmo assim

e obteve-se um valor semelhante ao de chocolate ao leite

A quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores para os trecircs

chocolates foi realizada em triplicata e seus resultados estatildeo dispostos na Tabela

14

87

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate eo leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao

leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Accediluacutecares Totais (g100g) 2100plusmn0016a 1700plusmn00083b 2100plusmn0015a

Accediluacutecares redutores (g100g) 74plusmn00032a 782plusmn00029a 724plusmn00039a Accediluacutecares Natildeo-redutores

(g100g) 13 921 1345 n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Conforme foi observado na Tabela 13 os chocolates com adiccedilatildeo de couve

tiveram menor valor de accediluacutecares em relaccedilatildeo ao chocolate controle ou o chocolate

com uva sendo que isso se deve principalmente a uma menor quantidade de

accediluacutecares natildeo-redutores neste chocolate

Os accediluacutecares redutores satildeo aqueles que possuem em sua estrutura

agrupamentos aldose ou cetose que ao entrar em contato com agentes oxidantes

sofrem oxidaccedilatildeo Os accediluacutecares redutores mais comuns satildeo a frutose (presente

principalmente em frutas) a glicose a maltose e a lactose A sacarose por sua vez

eacute um accediluacutecar natildeo-redutor poreacutem pode se tornar um accediluacutecar redutor atraveacutes da accedilatildeo

de enzimas ou por hidroacutelise aacutecida As estruturas da frutose glicose e sacarose se

encontram na Figura 28 (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

Sacarose

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose

88

Sendo assim os resultados indicam que a reduccedilatildeo da quantidade de accediluacutecar

na formulaccedilatildeo no caso da adiccedilatildeo de couve impacta diretamente na quantidade de

accediluacutecares natildeo redutores Ayaz et al (2006) quantificaram os accediluacutecares presentes na

couve e identificaram frutose glucose e sucrose como mais abundantes sendo

encontrado um valor de 2011 mg de frutose 100 g de couve seca 1056 mg de

glucose 100 g de couve seca e 894 mg de sucrose 100 g de couve seca

Comparando-se o chocolate com adiccedilatildeo de uva com o chocolate controle

natildeo foi possiacutevel observar modificaccedilatildeo em suas quantidades de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais corroborando com o resultado de que natildeo houve modificaccedilatildeo

na quantidade de carboidratos dessas duas amostras Apesar de como dito

anteriormente as quantidades de accediluacutecar nas duas formulaccedilotildees ser diferente

555Atividade de aacutegua

Os resultados obtidos da anaacutelise de atividade de aacutegua satildeo apresentados na

Tabela 15

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Atividade de aacutegua 0523plusmn00131a 0506plusmn00101a 0519plusmn00321a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A atividade de aacutegua em chocolates eacute relativamente baixa sendo normalmente

avaliada com valores de 03 a 06 Reolon et al (2012) estudaram a presenccedila de

endobacteacuterias em chocolate e para tal avaliaram a atividade de aacutegua em

chocolates comerciais O estudo revelou um valor de 042 em chocolates ao leite

A atividade de aacutegua encontrada estaacute na faixa indicada para que tenha

conservaccedilatildeo dentro de seu prazo de validade de ateacute 1 ano

89

556Colorimetria

Os resultados referentes agrave anaacutelise colorimeacutetrica dos chocolates se encontram

na Tabela 16

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com

uva

L a b

Chocolate ao leite 3066plusmn 052a 602plusmn039a 1364plusmn058a

Chocolate com couve 3020plusmn058a 613plusmn019a 1509plusmn035b

Chocolate com uva 3080plusmn085a 653plusmn049a 1365plusmn078a

Segundo a CIELAB para anaacutelise de cores tem-se que L refere-se a luminosidade a espaccedilo da coloraccedilatildeo verde para vermelho b espaccedilo da coloraccedilatildeo de amarelo para azul

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir dos resultados apresentados eacute possiacutevel concluir que natildeo houve

diferenccedila nos paracircmetros L e a apoacutes adiccedilatildeo de couve e uva nos chocolates No

entanto existe uma diferenccedila entre o chocolate com couve para o paracircmetro b

O estudo de cor eacute um paracircmetro importante para os alimentos jaacute que eacute o

primeiro a ser percebido pelo consumidor por isso sua determinaccedilatildeo eacute de extrema

relevacircncia para o controle de qualidade A alteraccedilatildeo na cor de um produto

alimentiacutecio pode significar defeitos principalmente no chocolate como eacute o caso do

branqueamento de sua superfiacutecie devido ao efeito de bloom (WU e SUN 2013)

A determinaccedilatildeo de cor eacute realizada atraveacutes de valores numeacutericos resultantes

de trecircs espaccedilos dimensionais sendo os mais comuns os valores de L a e b que

satildeo os paracircmetros mais proacuteximos do que o olho humano eacute capaz de distinguir (WU

e SUN 2013) O sistema CIElab padroniza estes espaccedilos de cor que vatildeo de 0 a

100 O paracircmetro L significa a luminosidade o paracircmetro a indica da coloraccedilatildeo

verde para vermelho e b de amarelo para azul conforme demonstrado na Figura

29

90

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores

Sendo assim eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva natildeo modificou

significativamente (plt005) a luminosidade nem a coloraccedilatildeo no paracircmetro a

indicando que provavelmente esses paracircmetros natildeo seratildeo percebidos

sensorialmente

No caso do paracircmetro b no entanto o chocolate com couve apresentou

modificaccedilatildeo de praticamente 2 pontos na escala em comparaccedilatildeo com os outros dois

chocolates tendendo para o azul poreacutem por ser uma pequena diferenccedila

provavelmente tambeacutem natildeo seraacute percebida sensorialmente

557Estabilidade dos chocolates

O chocolates foram avaliados segundo sua textura por um periacuteodo de tempo

de 3 meses sendo medidos nos tempos de 1 dia 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

apoacutes a temperagem Durante os 3 meses os chocolates permaneceram com suas

91

caracteriacutesticas visuais estaacuteveis como brilho e cor A avaliaccedilatildeo de textura dos trecircs

chocolates eacute apresentada na Figura 30

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite chocolate ao leite

com uva e chocolate ao leite com couve

Nas 24 horas apoacutes a produccedilatildeo dos chocolates tem-se um valor de forccedila de

compressatildeo maior para o chocolate com uva (4376plusmn290N) se comparado com o

chocolate ao leite (3228plusmn184N) e o chocolate com couve (3592plusmn438N N) Esse

fato provavelmente se daacute ao maior tamanho de partiacutecula desta amostra (378microm)

como mostrado anteriormente sendo portanto mais forccedila necessaacuteria para quebrar

o chocolate A dureza e o tamanho de partiacutecula tendem a ser proporcional o que

explica este resultado (AFOWAKA2010) Essa tendecircncia de maior forccedila para o

chocolate com uva se repetiu durante todo o periacuteodo observado

Com o passar do tempo o chocolate ao leite aumentou a sua dureza jaacute que a

forccedila necessaacuteria para a quebra foi aumentando Os resultados para 1 dia 1 semana

15 dias natildeo foram estatisticamente diferentes (pgt005) Jaacute no segundo mecircs houve

um aumento significativo (3844plusmn242 N) que permaneceu igual estatisticamente no

terceiro mecircs (3945plusmn189 N) Sendo assim o aumento da forccedila de compressatildeo do

chocolate ao leite subiu 1817 do seu valor inicial ao longo dos trecircs meses Essa

0

10

20

30

40

50

60

1 dia 1 semana

15 dias 2 meses 3 meses

Forccedil

a (N

) Chocolate ao leite

Chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite com couve

92

diferenccedila no entanto eacute pequena e provavelmente natildeo pode ser sentida

sensorialmente

No caso do chocolate com couve a forccedila permaneceu estaacutevel durante o

periacuteodo de 3 meses natildeo havendo diferenccedila significativa(plt005) entre os

resultados encontrados

O chocolate com uva por sua vez natildeo apresentou diferenccedila significativa

(plt005) no periacuteodo de 1 dia 1 semana e 15 dias Houve um aumento significativo

no segundo mecircs (4800plusmn299 N) que se manteve significativamente (plt005)

estaacutevel no terceiro mecircs

Os resultados revelam que no chocolate ao leite e com uva ocorre mudanccedila

na dureza dos chocolates com o passar do tempo de prateleira Essas mudanccedilas

no entanto provavelmente natildeo deveratildeo ser percebidas sensorialmente uma vez

que se resumem a praticamente uma diferenccedila de 20N entre as forccedilas encontradas

o que provavelmente eacute difiacutecil de ser reconhecido

558Avaliaccedilatildeo sensorial

Durante a anaacutelise sensorial foram avaliados os paracircmetros lsquosaborrsquo ldquoTexturardquo

lsquoAspecto geralrsquo e lsquoIntenccedilatildeo de comprarsquo para todos os chocolates

A frequecircncia de notas para sabor se encontra na Figura 31

93

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A partir da anaacutelise dos resultados quanto ao sabor eacute possiacutevel afirmar que a

maioria dos provadores ficou entre ldquogostei ligeiramenterdquo (nota 6) agrave ldquogostei

muitiacutessimordquo (nota 9) representando 916 dos provadores no caso do chocolate

com couve 926 no caso do chocolate ao leite e 937 no caso do chocolate com

adiccedilatildeo de uva sendo que para este uacuteltimo 253 dos provadores atribuiacuteram nota 9

A nota mais atribuiacuteda foi a nota ldquo8rdquo (gostei muito) sendo que 337 atribuiu esta

nota para o chocolate ao leite 337 para o chocolate com couve e 295 para o

chocolate com uva Natildeo houve diferenccedila significativa (plt005) entre a meacutedia das

notas indicando que os trecircs chocolates foram bem aceitos

A avaliaccedilatildeo de ldquotexturardquo estaacute apresentada na Figura 32

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fr

eq

ue

nci

a

Notas

Chocolate com couve

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate ao Leite

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate com Uva

94

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A textura do chocolate com couve obteve maior porcentagem de notas acima

de 6 representando 642 do total ficando na frente do chocolate ao leite (611) e

do chocolate com uva (474) havendo uma distribuiccedilatildeo maior das notas poreacutem as

meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila significativa (plt005) entre entre si O maior

coeficiente de variaccedilatildeo entre os provadores ocorreu nas notas de textura do

chocolate com uva sendo que muitos apontaram terem gostado da ldquotextura

crocanterdquo desta amostra e outros indicaram que ldquoa amostra havia pedaccedilos maiores

ruins de mastigarrdquo Essa diferenccedila de sensaccedilotildees pode ser explicada pelo tamanho

da partiacutecula da uva liofilizada adicionada ao chocolate que como apontado

anteriormente foi relativamente maior e foi facilmente percebido pelos provadores

Os provadores em sua maioria (92) responderam que havia diferenccedila

entre as amostras Entre diversas respostas as mais frequentes foram a diferenccedila

de sabor entre os trecircs chocolates e a diferenccedila de textura da amostra de chocolate

com uva em relaccedilatildeo aos demais

Os resultados quanto ao aspecto geral das amostras estatildeo indicados na

Figura 33

95

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo chocolate ao leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Em termos de aspecto geral os provadores aceitaram bem as amostras

sendo que 905 deu uma nota entre 6 e 9 para o chocolate com couve e916 do

chocolate ao leite e 884 para o chocolate com uva A nota mais colocada

novamente foi nota a ldquo8rdquo (Gostei muito) sendo que 337 atribuiacuteram essa nota para

o chocolate ao leite 316 para o chocolate ao leite com couve e 284 para o

chocolate ao leite com uva Mesmo assim as notas meacutedias natildeo apresentaram

diferenccedila significativa (plt005) ou seja todas as amostras obtiveram a mesma

aceitaccedilatildeo frente aos provadores

As notas de ldquointenccedilatildeo de comprardquo se encontram na Figura 34

96

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo para o chocolate

ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

A partir da anaacutelise das notas dadas para a ldquointenccedilatildeo de comprardquo eacute possiacutevel

afirmar que a maioria dos provadores ldquoCertamente comprariardquo ou ldquoProvavelmente

comprariardquo representando um total de 611 para o chocolate com couve 666

para o chocolate ao leite e 642 do chocolate com uva Apesar da diferenccedila entre

porcentagens a avaliaccedilatildeo estatiacutestica da meacutedia das notas indicou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre as meacutedias apresentadas

Os resultados indicam uma alta aceitaccedilatildeo dos chocolates bem como intenccedilatildeo

de compra As diferenccedilas sensoriais percebidas durante o teste natildeo mudaram

estatisticamente a aprovaccedilatildeo dos provadores

559Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates

Primeiramente foi verificado o espectro de absorccedilatildeo dos trecircs extratos obtidos

a partir dos chocolates a fim de verificar se estes por possuiacuterem coloraccedilatildeo

caracteriacutestica absorviam mesma regiatildeo do espectro que o radical DPPH (515nm) o

97

que poderia interferir nos resultados obtidos Os espectros dos trecircs tipos de

chocolate estatildeo dispostos na Figura 35

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate ao leite com

couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH

A partir dos espectros de absorccedilatildeo eacute possiacutevel afirmar que os extratos de

chocolate natildeo absorvem energia no comprimento de onda de 515nm que eacute o

utilizado para a anaacutelise de DPPH Eacute possiacutevel observar no espectro do DPPH que

este absorve mais energia a 515nm e por isso justifica a escolha do comprimento

de onda para esta anaacutelise

Segundo Oliveira (2011) o trolox eacute uma substacircncia anaacuteloga a vitamina E

sendo sua principal caracteriacutestica ser um antirradicalar Ensaios jaacute realizados

revelam a eficiecircncia do trolox frente ao radical DPPH por isso eacute considerado que a

porcentagem de trolox representa proporcionalmente a atividade antirradicalar A

capacidade antirradicalar do padratildeo trolox foi testada em triplicata e a curva cineacutetica

estaacute representada na Figura 36

98

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da variaccedilatildeo de

absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox

A curva cineacutetica do padratildeo Trolox indica que o aumento da concentraccedilatildeo

reflete em maior reduccedilatildeo da absorbacircncia principalmente nos primeiros 5 minutos O

restante da reaccedilatildeo permanece com a absorbacircncia constante o que revela que a

reaccedilatildeo entre o radical DPPH e o padratildeo trolox ocorre principalmente nos primeiros 5

minutos

As amostras de extratos de chocolate ao leite chocolate ao leite com adiccedilatildeo

couve e chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva foram testadas frente ao radical

DPPH suas respectivas curvas cineacutetica e curvas padratildeo estatildeo representadas nas

Figuras 37 38 e39

O perfil cineacutetico das trecircs amostras apresenta um padratildeo de comportamento

os extratos de menor concentraccedilatildeo tecircm menor queda em relaccedilatildeo agrave absorbacircncia do

DPPH sem adiccedilatildeo de antioxidantes Jaacute os extratos com maior concentraccedilatildeo

apresentam maior diferenccedila entre a absorbacircncia final e o DPPH sem adiccedilatildeo sendo

que quanto maior a concentraccedilatildeo maior eacute esta diferenccedila

A diminuiccedilatildeo da absorbacircncia em todos os extratos de todas as amostras tem

seu decaimento ocorrendo durante todo o tempo de anaacutelise (30 minutos) diferente

do observado no padratildeo trolox indicando que a reaccedilatildeo entre o radical DPPH e todos

os extratos de chocolate ocorrem por mais tempo

99

A partir dessa variaccedilatildeo de absorbacircncia eacute possiacutevel traccedilar a curva padratildeo para

cada uma destas amostras sendo que quanto maior a inclinaccedilatildeo da reta maior eacute a

capacidade antirradicalar da amostra

As curvas padratildeo das trecircs amostras de chocolate revelam uma grande

semelhanccedila entre os perfis desses chocolates O coeficiente angular (α) de cada

uma das retas eacute comparado com o coeficiente angular meacutedio do Trolox (α=0021)

obtido atraveacutes da anaacutelise em triplicata deste padratildeo Os resultados estatildeo

representados na Tabela 17 juntamente com os resultados de outras avaliaccedilotildees do

perfil antirradicalar das amostras

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite com

couve

100

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de chocolate com uva

Foi realizada tambeacutem a quantificaccedilatildeo da atividade antirradicalar frente ao

radical DPPH por IC50 sendo que o resultado se encontra na Tabela 17

A anaacutelise frente ao ABTS foi realizada em triplicata para todas as amostras de

chocolate Primeiramente obteve-se o espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTS (22acute-

azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-aacutecido sulfocircnico) conforme Figura 40

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS

07

075

08

085

09

095

1

550 600 650 700 750 800 850

Ab

sorb

acircnci

a

Comprimento de onda (nm)

101

O espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTSbull+ revela que a maior absorccedilatildeo deste

composto ocorre na regiatildeo entre 700 e 750nm portanto justifica-se a utilizaccedilatildeo de

734nm para o comprimento de onda

O padratildeo Trolox tambeacutem eacute indicado como padratildeo da capacidade

antirradicalar frente ao radical ABTSbull+ e portanto a reaccedilatildeo entre eles foi realizada

O perfil cineacutetico e a curva padratildeo desta reaccedilatildeo eacute apresentada na Figura 41

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox

O perfil cineacutetico desta reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e trolox mostra que conforme o

aumento da concentraccedilatildeo tem-se uma reduccedilatildeo no valor de absorbacircncia Aleacutem disso

eacute possiacutevel notar que durante os 30 minutos de anaacutelise cada amostra se mostrou com

um valor de absorbacircncia estaacutevel revelando que a reaccedilatildeo ocorre no iniacutecio do

processo e natildeo se modifica ao passar do tempo

As amostras de chocolates foram testadas frente ao radical ABTSbull+ sendo

utilizadas as concentraccedilotildees de extrato de 2 3 4 5 6 As Figuras de 42 a 44

apresentam os resultados obtidos tanto para o perfil cineacutetico quanto para a curva

padratildeo de cada chocolate Estas sugerem um perfil de cineacutetica muito parecido para

todos os extratos de chocolate Tem-se uma reduccedilatildeo de absorbacircncia durante todo o

tempo de anaacutelise (30 minutos) sendo mais acentuada nos primeiros cinco minutos

o que sugere que a reaccedilatildeo ocorra durante todo este periacuteodo Mesmo assim o

102

padratildeo observado na amostra padratildeo se repete quanto maior a concentraccedilatildeo

menor eacute a absorbacircncia encontrada

O ABTSbull+ possui uma coloraccedilatildeo verde-escura e ao reagir com o antirradical

modifica sua coloraccedilatildeo para verde-claro e conforme a reaccedilatildeo for ocorrendo tem-se

a diminuiccedilatildeo do valor de absorbacircncia devido a esta diferenccedila de coloraccedilatildeo

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de couve

103

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de uva

A curva padratildeo do aacutecido gaacutelico demonstrou uma equaccedilatildeo da reta igual a y =

00012x + 02366

A quantificaccedilatildeo dos polifenoacuteis bem como a porcentagem de trolox frente ao

radical DPPH e a porcentagem de trolox frente ao radical ABTSbull+ estatildeo

apresentadas na Tabela 17

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com uva

Amostra gmg GAE IC50(DPPH)

(mgL) Trolox (DPPH) Trolox (ABTS)

Chocolate ao leite 7422plusmn410a 682plusmn014a 27875plusmn398a 44397plusmn412a

Chocolate com couve 7429plusmn393a 63plusmn056a 25093plusmn729ab 44228plusmn1820a

Chocolate com uva 147285plusmn1417b 692plusmn048a 24047plusmn1151b 37380plusmn136a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir da avaliaccedilatildeo da capacidade antirradicalar dos chocolates frente ao

radical ABTS pode-se dizer que natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila significativa

(plt005) entre as amostras sendo assim todos os chocolates apresentaram a

104

mesma capacidade frente a este radical ou seja natildeo houve aumento com a adiccedilatildeo

de couve e uva nos chocolates

Os valores encontrados para esse tipo de produto satildeo altos visto que podem

ser comparados com alimentos conhecidos por sua alta capacidade antirradicalar

como- mirtilos (4766 mg Equivalente de Vitamina C (VCE) 100 g) ameixas pretas

(372 mg VCE100g) (FLOEGEL2011) e goiaba (496 mg Trolox100 g) (REDDY

2010)

Jaacute frente ao radical DPPH em porcentagem de Trolox a atividade

antirradicalar das amostras de chocolate revelaram resultados nos quais o chocolate

ao leite eacute estatisticamente diferente (plt005) do chocolate ao leite com uva mas o

chocolate ao leite com couve natildeo apresenta diferenccedila significativa (plt005) com

nenhuma das duas amostras Esse fato indica que a capacidade antirradicalar frente

ao radical DPPH natildeo aumentou com a adiccedilatildeo de couve e apresentou menor

capacidade com a adiccedilatildeo de uva

Os resultados frente ao radical DPPH avaliados por IC50 demonstraram natildeo

haver diferenccedila significativa entre as amostras (plt005) Na literatura natildeo existe um

consenso em como expressar os resultados de testes antirradicalares Oliveira et al

(2014) sugerem a utilizaccedilatildeo de porcentagem de Trolox por facilitar a interpretaccedilatildeo

dos resultados jaacute que eacute diretamente proporcional agrave atividade antirradicalar

Os valores encontrados para a capacidade antirradicalar frente ao radical

DPPH tambeacutem satildeo comparaacuteveis a frutas e vegetais conhecidos por serem

potenciais antirradicalares como manga (211mg Trolox100 g) (REDDY et al 2010)

ameixa preta (287 mg VCE100 g) e vinho (1964 mg Trolox100 g) (FLOEGEL et al

2011)

O radical DPPH tende a interagir com compostos antirradicalares mais

reativos enquanto que o radical ABTS reage com os compostos de reatividade

intermediaacuteria (Oliveira 2014) Esse fato pode explicar a diferenccedila de valores

encontrada para os chocolates por estes dois meacutetodos e pode-se inferir que existe

maior quantidade de compostos de reatividade intermediaacuteria em todos os

chocolates

105

Diversos autores jaacute discutiram a correlaccedilatildeo destas duas metodologias

Floegel et al (2011) realizaram um estudo com 50 diferentes tipos de alimentos

(frutas vegetais e bebidas) e analisaram a correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos

para a capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH e frente ao radical ABTS

Foi encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0953) comparando-se os resultados das

frutas e das bebidas Por outro lado encontrou-se menor correlaccedilatildeo para os

resultados de vegetais (R=0896) Dudonne et al (2011) publicaram um estudo

comparativo entre 30 diferentes extratos de plantas assim como o artigo anterior foi

encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0903) entre os resultados de ABTS e DPPH

A anaacutelise estatiacutestica da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis demonstrou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre os resultados de chocolate com couve e

chocolate ao leite poreacutem houve uma diferenccedila entre estes em comparaccedilatildeo ao

chocolate ao leite com uva Houve um aumento da quantidade de polifenoacuteis em

5044 do chocolate com uva em relaccedilatildeo ao chocolate controle

A quantidade de polifenoacuteis encontrada no controle e chocolate com couve

pode ser comparaacutevel agrave quantidade de polifenoacuteis presentes por exemplo em laranjas

(70 mg GAEg) (REDDY 2010)

Conforme citado anteriormente a couve e a uva foram adicionadas de

diferentes formas no chocolate A couve foi adicionada durante o processo de refino

dos chocolates na maacutequina de moinho de bolas enquanto que a uva foi adicionada

apoacutes o processo de fabricaccedilatildeo em um misturador planetaacuterio o que pode ter afetado

diretamente na quantidade de polifenoacuteis adicionada

Siebert Troukhanova e Lynn (1996) estudaram a interaccedilatildeo entre proteiacutenas e

polifenoacuteis Sabe-se que os polifenoacuteis tecircm em sua estrutura duas extremidades que

podem se ligar as proteiacutenas- o anel benzecircnico que possivelmente podem interagir

com a parte apolar das cadeias de proteiacutenas e os grupos hidroxiacutelicos que formam

facilmente ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a amina ou com a carbonila da proteiacutena

Supotildee-se que essas ligaccedilotildees formam uma rede de proteiacutenas-polifenoacuteis a qual pode

interferir em suas biodisponibilidade Arts et al (2002) avaliaram a modificaccedilatildeo do

resultado de capacidade antirradicalar total de chaacute preto com e sem caseiacutena Foi

identificado que a adiccedilatildeo de proteiacutenas no chaacute afeta a capacidade antirradicalar do

mesmo natildeo atingindo a capacidade maacutexima de atividade antirradicalar

106

Niseteo et al (2012) realizaram um estudo da capacidade antirradicalar de

diferentes tipos de bebidas a base de cafeacute com e sem a adiccedilatildeo de leite e

quantificaram os compostos polifenoacutelicos por meacutetodo de Folin-ciocauteau Naquele

trabalho tambeacutem foi encontrada diferenccedila na capacidade antirradicalar dos cafeacutes

com adiccedilatildeo de leite de valor reduzido em comparaccedilatildeo aos sem leite e a interaccedilatildeo

polifenoacuteis-proteiacutenas tambeacutem foi discutida No entanto a quantidade de polifenoacuteis dos

cappuccinos com adiccedilatildeo de leite foi maior do que o controle O autor atribuiu essa

diferenccedila nos resultados de quantidade de polifenoacuteis e da capacidade antirradicalar

devido agrave baixa precisatildeo analiacutetica e a baixa seletividade do reagente de Folin-

ciocauteau que pode interagir com outros compostos redutores como accediluacutecares e

aminoaacutecidos e gerar assim resultados diferentes Os resultados encontrados para o

chocolate com uva apresentam a mesma tendecircncia- menor capacidade

antirradicalar e maior quantidade de polifenoacuteis

Jakobek (2015) publicou uma revisatildeo sobre a interaccedilatildeo dos polifenoacuteis com

outros componentes alimentares como proteiacutenas lipiacutedeos e carboidratos Segundo o

autor a partir de sua revisatildeo bibliograacutefica eacute possiacutevel concluir que essas interaccedilotildees

podem significar alteraccedilotildees na biodisponibilidade e bioacessibilidade desses

compostos pelo organismo A interaccedilatildeo entre lipiacutedeos e polifenoacuteis por exemplo

pode causar uma mudanccedila na absorccedilatildeo de lipiacutedeos no corpo e reduzir a

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Aleacutem disso as proteiacutenas e polifenoacuteis interagem entre si e

podem alterar tanto a atividade das proteiacutenas quanto a biodisponibilidade dos

polifenoacuteis

Os estudos citados acima demonstram uma forte interaccedilatildeo entre os

componentes dos alimentos (proteiacutenas lipiacutedeos carboidratos) com os compostos

fenoacutelicos Sugere-se que esta interaccedilatildeo pode vir a afetar a disponibilidade dos

compostos fenoacutelicos e portanto alterar a sua capacidade antirradicalar Jakobek

(2015) cita tambeacutem que quanto maior a quantidade de grupos hidroxila e quanto

maior o peso molecular maior eacute a tendecircncia das moleacuteculas de polifenoacuteis a se ligar a

proteiacutenas Os compostos encontrados na couve e na uva apresentam esses dois

fatores o que sugere que estas interaccedilotildees possam ter ocorrido e

consequentemente interferindo na capacidade antirradicalar dos chocolates

formulados

107

No entanto natildeo foram utilizadas as metodologias de ORAC e FRAP que

tambeacutem satildeo conhecidas para capacidade antirradicalar Sabe-se que a anaacutelise da

atividade antirradicalar por ORAC apresenta grande vantagem em relaccedilatildeo ao radical

ABTS e ao radical DPPH pois eacute baseada nos radicais peroxila que satildeo mais

correlacionados com a oxidaccedilatildeo in vivo das ERO (SCHAICH ZIE 2015) O FRAP

baseia-se na reduccedilatildeo do complexo feacuterrico pela accedilatildeo de doaccedilatildeo de eleacutetrons por

antioxidantes e possui boa correlaccedilatildeo com o ABTS (Duddone et al 2009)

A adiccedilatildeo de frutas secas em chocolates jaacute foi estudada por diversos grupos

de pesquisa com o objetivo de enriquecer essas formulaccedilotildees

Belščak-Cvitanovi et al (2012) elaboraram diversas formulaccedilotildees de chocolate

com adiccedilatildeo de folhas de Rubus ideaus L ( raspberry) com o objetivo de adicionar

compostos fenoacutelicos Para tal estudo realizaram formulaccedilotildees de chocolate ao leite

e chocolate amargo sendo um teor de cacau de 30 e 72 respectivamente As

folhas sofreram um processo de extraccedilatildeo em aacutegua quente sendo adicionadas em

duas formas diferentes ao chocolate um extrato liofilizado e um extrato obtido por

evaporaccedilatildeo Natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila na quantidade de compostos

polifenoacutelicos totais com adiccedilatildeo de extrato liofilizado assim como sua capacidade

antirradicalar frente ao radical FRAP Aleacutem disso foi identificado que o chocolate

amargo possui capacidade antirradicalar e quantidade de polifenoacuteis muito superiores

se comparado aos chocolates ao leite avaliados pois segundo o autor produtos

com grande quantidade de accediluacutecar e leite em poacute formam uma rede de interaccedilatildeo forte

entre proteiacutenas e catequinas e isto podem afetar diretamente na anaacutelise de

antirradicalares

Komes et al (2013) estudaram a adiccedilatildeo de 5 diferentes tipo de frutas

secas(ameixa mamatildeo damasco uvas passa e cranberry) em formulaccedilotildees de

chocolate Este estudo revelou tambeacutem uma maior capacidade antirradicalar e

quantidade de polifenoacuteis para chocolates amargos em comparaccedilatildeo com chocolates

ao leite Apesar da adiccedilatildeo de cranberry e uva passa terem sido efetivas em termos

de aumentar a capacidade antirradicalar e o teor de polifenoacuteis os autores

demonstram que o maior responsaacutevel pelos altos valores eacute o cacau que possui

grande quantidade de compostos fenoacutelicos em sua composiccedilatildeo

108

A grande influecircncia do liquor de cacau na quantidade de polifenoacuteis e na

capacidade antirradicalar estaacute de acordo com o encontrado para todos os chocolates

formulados no presente trabalho Conforme demonstrado anteriormente o liquor de

cacau utilizado quando comparado com frutas conhecidas por essa propriedade

possui uma alta capacidade antirradicalar (IC50=29 mgg) e alta quantidade de

polifenoacuteis (25994 mg GAE g) que reflete nos altos valores encontrados

Sim et al (2016) estudaram a adiccedilatildeo de poacute de casca de mangostatildeo (Garcinia

mangostana Linn) para a melhoria de propriedades nutricionais do chocolate As

formulaccedilotildees foram realizadas com 0 1 e 3 de poacute sendo que o chocolate amargo

obteve uma melhora de 3 na quantidade de polifenoacuteis totais aleacutem de uma melhora

no perfil de compostos bioativos sendo uma possiacutevel alternativa como aditivo para

enriquecimento de formulaccedilatildeo de chocolates

Todorovik et al (2015) avaliaram o perfil de polifenoacuteis de chocolates

produzidos na Seacutervia sendo que foram avaliados chocolates ao leite amargos e

amargos com adiccedilatildeo de raspberry Neste estudo natildeo foi encontrada diferenccedila entre

a quantidade de polifenoacuteis dos chocolates amargos com e sem a adiccedilatildeo de

raspberry Mesmo assim os resultados mostraram um aumento da capacidade

antirradicalar frente ao radical DPPH e ABTS nos chocolates com adiccedilatildeo de

raspberry

Os trabalhos citados acima demonstram que eacute possiacutevel adicionar frutas ou

folhas secas em chocolate e obter uma maior capacidade antirradicalar

Os chocolates desenvolvidos no presente trabalho apresentaram altas

capacidades antirradicalares o que sugere seus efeitos beneacuteficos para o corpo pele

e sauacutede Para o aumento significativo da capacidade antirradicalar no entanto mais

testes deveriam ser realizados de modo a definir se haacute uma interaccedilatildeo entre estes

compostos e as proteiacutenas do leite presentes no chocolate

109

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD

A anaacutelise em CLAE-DAD foi realizada para o perfil cromatograacutefico dos

compostos fenoacutelicos e verificaccedilatildeo se os componentes presentes na couve e na uva

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo desses produtos As comparaccedilotildees

entre cromatogramas de mesmo comprimento de onda para o chocolate ao leite

chocolate com couve e couve liofilizada se encontram nas Figuras 45 a 48

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

110

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

A anaacutelise dos cromatogramas do chocolate ao leite com couve chocolate ao

leite e da couve permite concluir que alguns dos picos da couve foram transferidos

para o chocolate ao leite com couve assim como alguns picos do chocolate ao leite

foram transferidos para o chocolate com couve A comparaccedilatildeo entre os picos e as

aacutereas encontradas estaacute disposta na Tabela 18

111

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260 nm 280 nm 320 nm 360 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL

2684 29610 3006 5879 2454 7848 2694 - 2449 - 603 101 2448 - 559 109

3652 - 2994 7936 2690 16752 1975 - 2538 1443 256 - 2539 986 261 -

3828 - 6680 24257 3097 - 81 - 2704 - 635 890 2705 - 777 562

4795 1003 10733 - 3849 - 8308 32875 2866 - 262 617 3639 - 182 268

5687 - 241 495 5707 1122- 224 406 365 - 250 855 3811 385 111 -

5964 - 1127 3481 5954 - 731 2575 4041 - 127 418 4032 - 124 232

6778 - 968 2839 6755 - 804 2833 9285 - 355 850 23576 18018 918 -

7229 - 287 699 7229 - 298 709 19400 - 733 1898 64626 6560 492 -

8165 - 585 3532 7926 - 303 2202 20645 - 182 378

9088 - 167720 481259 9088 - 219180 498880 25230 - 1682 3395

10379 - 626 1746 10370 - 1278 3175 29694 69863 1397 -

11 - 477 2917 11071 - 849 2221 56254 23250 572 -

12069 912 325 728 12069 1047 377 1051 57971 30799 312 -

12792 - 483 2280 15535 - 291 869 62540 479 618 -

13571 - 254 1435 16109 - 2446 9090 64626 9645 355 -

15529 - 495 1535 18094 808 25245 -

16137 - 4122 18531 19402 - 1267 28136

18094 - 19811 24559 22084 - 2792 10571

22083 58677 1751 -

22851 - 567 1191

23577 22250 1070 -

29206 - 413 81520

30100 - 412 1374

30797 - 26159 11417

64624 2830 546 -

82747 1375 1353 1305

112

Os cromatogramas obtidos para o chocolate ao leite chocolate ao leite com

uva e uva liofilizada estatildeo dispostos nas Figuras 49 a 52

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

113

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Assim como na primeira avaliaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que muitos dos picos

presentes no chocolate ao leite estatildeo presentes no chocolate ao leite com uva

Tambeacutem se observa que alguns picos da uva liofilizada foram transferidos para o

chocolate ao leite com uva conforme demonstra a Tabela 19

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de CLAE-DAD para identificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos eacute largamente utilizada na literatura atual Esta identificaccedilatildeo de compostos

pode ser realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo de tempos de retenccedilatildeo presentes na

literatura assim como comparaccedilatildeo com padrotildees No caso dos chocolates no

entanto

114

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260nm 280nm 320 nm 350 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT Uva CU CL RT Uva CU CL RT UVA CU CL RT UVA CU CL 2553 - 497 27915 2543 - 12925 52565 2779 - 19355 89 2450 10265 785 1085

2758 - 10827 13866 2757 - 14411 250205 2943 195 1428 2548 879 3375 254 2934 58 6176 26 2935 1615 7287 - 3052 223 21765 2775 182 752 562

3042 989 6047 - 3044 945 8338 - 56915 - 297 1325 2831 - 6825 384 3710 68 429 - 5194 355 625 - 9233 - 12195 8495 4098 - 806 232

3920 1533 4631 - 5918 661 3631 25745 10372 - 156 171 5049 - 272 98 56805 216 9485 495 6733 3903 2833 14080 - 8005 407 54596 - 216 165

5933 14 47705 3481 8984 4475 598044 - 16098 - 11865 36505 57455 - 361 3005 6761 308 36245 2839 10337 - 1692 3175 21380 - 9285 25005

7134 175 3066 - 21246 - 1568 24645 27800 - 388 9455 8995 178 603862 - 27776 24704 3809 - 73585 24825 492 -

10339 453 1138 1746 59786 1325 207 - 79272 851 107 - 12752 - 31385 22795 73587 7115 3055 -

14113 - 993 7615 79261 482 401 - 15491 - 2688 1535

16083 - 217065 18531 21381 - 953 48615

67858 - 567 208

115

existe uma grande complexidade de compostos presentes em sua estrutura o que

dificulta a utilizaccedilatildeo de adiccedilatildeo de padrotildees

Sendo assim o meacutetodo mais adequado seria a utilizaccedilatildeo de um CLAE-MS

capaz de identificar as massas dos picos e assim permitir a sua correta

caracterizaccedilatildeo No presente trabalho no entanto natildeo foi possiacutevel realizar esta

anaacutelise levando entatildeo agrave conclusatildeo atraveacutes de hipoacuteteses sobre os tempos de

retenccedilatildeo conhecidos em literatura

Primeiramente eacute preciso lembrar que dependendo do tipo de estrutura

quiacutemica haacute uma diferenccedila na absorccedilatildeo em cada comprimento de onda Zhang

(2013) identificou os espectros de absorccedilatildeo de 14 compostos fenoacutelicos mais

conhecidos na literatura sendo eles (1) aacutecido gaacutelico (2) aacutecido protequinico (3)

aacutecido vaniliacutenico (4) aacutecido cafeacuteico (5) aacutecido siringico (6) aacutecido cumaacuterico (7) aacutecido

saliciacutelico (8)catequina (9) epicatequina (10) rutina (11) morina (12) cumarina (13)

quercetina (14) resveratrol

Esses compostos fenoacutelicos estatildeo presentes tanto na uva quanto na couve

conforme abordado na revisatildeo de literatura A Tabela 20 representa os

comprimentos de onda de maior absorccedilatildeo para cada um dos fenoacutelicos acima

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013

Classes de substacircncias Compostos fenoacutelicos Comprimento de onda (nm)

Aacutecidos hidroxicinacircmicos Aacutecido gaacutelico 271

Aacutecido protequiacutenico 260

Aacutecido vaniliacutenico 260 Aacutecido hidroxicinacircmico Aacutecido cafeacuteico 324

Catequinas

Aacutecido cumaacuterico 280

Catequina 280

Epicatequina 280

Flavonoacuteis Rutina 255

Quercetina 374 Estibeno

Resverastrol 306

116

Todos os compostos citados absorvem nos comprimentos de onda avaliados

para os chocolates 260 280 320 e 360 nm portanto existe uma possibilidade de

que estes compostos estejam entre aqueles que se repetiram nos chocolates com

adiccedilatildeo sendo assim eacute provaacutevel que os picos encontrados estabeleccedilam uma relaccedilatildeo

com a adiccedilatildeo de compostos da couve e da uva nos chocolates

Comparando-se o chocolate ao leite com o chocolate com couve eacute possiacutevel

perceber que existe maior quantidade de picos em 280 e 320 nm no chocolate com

couve do que na amostra controle Provavelmente este fato indica que teriam sido

adicionados ao chocolate compostos da classe das catequiacutenas e compostos da

classe dos flavonoacuteis

Jaacute a comparaccedilatildeo entre o chocolate controle e o chocolate com uva haacute uma

adiccedilatildeo de picos principalmente nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm o que

provavelmente sugere que compostos das classes da catequiacutenas e aacutecidos

hidroxicinacircmicos foram adicionados

As catequinas satildeo principal constituinte de chaacutes e satildeo associadas a altas

capacidades antioxidantes Estudos revelam que a ingestatildeo de catequiacutenas pode

reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas aleacutem de possuir potencial para inibir ceacutelulas

canceriacutegenas e reduzir o processo de envelhecimento (BRAICU et al 2013)

Os flavonoacuteis satildeo antioxidantes naturais encontrados principalmente no chaacute e

em frutos como o cacau Estudos a respeito dessa classe de compostos

demonstram seu potencial em reduzir a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica representando um

protetor cardiovascular importante (HEIM TAGLIFERRO BOBILYA 2002)

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos tambeacutem satildeo altamente estudados por sua

propriedade antioxidante Estatildeo presentes em frutas e vegetais e satildeo conhecidos

principalmente por sua bioatividade (RAZZZAGHI-ASI et al 2013)

117

6CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de uva e couve em chocolate ao leite modificou suas propriedades

como segue

As propriedades fiacutesicas como tamanho de partiacutecula textura

viscosidade e tensatildeo inicial de Casson sendo que a diferenccedila de

textura e tamanho de partiacutecula foi percebida sensorialmente pelos

provadores natildeo treinados

As propriedades fiacutesico-quiacutemicas como a quantidade de fibras

conteuacutedo mineral e quantidade de accediluacutecares conduzindo a melhora nas

propriedades nutricionais dos chocolates

Nas propriedades sensoriais 92 dos painelistas afirmaram que havia

diferenccedila entre as amostras A anaacutelise sensorial tambeacutem comprovou

uma boa aceitaccedilatildeo de todos os chocolates sendo que mais de 60

dos provadores afirmou que provavelmente ou certamente compraria o

chocolate

A quantidade de polifenoacuteis aumentou no chocolate ao leite com uva

mas natildeo no chocolate ao leite com couve para a metodologia de Folin-

Ciocauteau

A grande quantidade de polifenoacuteis presentes no liquor de cacau utilizado

impactou diretamente nos altos valores encontrados para todos os chocolates

formulados A adiccedilatildeo de uva e couve liofilizadas apesar de tambeacutem apresentarem

altas quantidades de polifenoacuteis natildeo modificou a capacidade antirradicalar frente ao

radical ABTS e ao radical DPPH No processo de liofilizaccedilatildeo houve perdas de

polifenoacuteis na couve e na uva

Os resultados do perfil cromatograacutefico dos compostos fenoacutelicos por CLAE-

DAD revelaram que muitos dos compostos presentes na couve e na uva foram

transferidos para os chocolates formulados

A utilizaccedilatildeo de frutas e hortaliccedilas como alternativa para o enriquecimento de

propriedades dos alimentos foi comprovada neste trabalho demonstrando melhorar

as qualidades nutricionais e funcionais de alimentos como chocolate ao leite

118

7SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS

A adiccedilatildeo de frutas e vegetais em produtos alimentiacutecios eacute uma aacuterea

promissora para enriquecimento de formulaccedilotildees Os resultados obtidos no presente

trabalho indicaram modificaccedilotildees em alguns aspectos do chocolate o que eacute uma

premissa interessante para futuros trabalhos

Avalia-se que a adiccedilatildeo de frutas e vegetais tem no entanto aleacutem do valor

nutricional um efeito beneacutefico para ajudar a balancear as espeacutecies reativas no corpo

e desacelerar o envelhecimento precoce Essas propriedades funcionais no entanto

soacute poderiam ser confirmadas com testes in vivo apropriados para a verificaccedilatildeo deste

benefiacutecio

Aleacutem disso estudos de cristalizaccedilatildeo dos chocolates formulados poderiam ser

conduzidos pelas teacutecnicas- DSC Difraccedilatildeo de RAIO-X que poderiam ser utilizadas

para informaccedilotildees da estabilidade desses chocolates

119

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132

ANEXO A- Parecer cosubstanciado do CEP

133

134

135

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

136

137

138

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL

139

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES PARA BANCA JULGADORA

140

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO

141

142

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES

143

144

145

Page 5: Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

AGRADECIMENTOS

A realizaccedilatildeo deste trabalho eacute mais uma importante etapa da minha vida Gostaria de

agradecer a todos que contribuiacuteram de alguma forma para a concretizaccedilatildeo deste

trabalho em especial

Agrave Profa Dra Suzana Caetano da Silva Lannes por sua orientaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo em

todas as etapas deste projeto

As minhas colegas de laboratoacuterio Raquel Beatriz Ingryd Natasha e Poliana pela

parceria durante esses dois anos de trabalho

Aos teacutecnicos de laboratoacuterio do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemica-

Farmacecircutica por toda a ajuda diaacuteria

Agrave Profa Dra Paulete Romoff e ao Prof DrJosef Wilhelm Baader pela colaboraccedilatildeo

na realizaccedilatildeo de experimentos e por toda a ajuda e apoio

Ao teacutecnico Nei Carlos do laboratoacuterio de Quiacutemica da Universidade Presbiteriana

Mackenzie e ao doutorando Sandro Oliveira pela colaboraccedilatildeo na realizaccedilatildeo dos

experimentos de antioxidantes

Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado e o suporte financeiro que

possibilitou a realizaccedilatildeo deste trabalho

A minha famiacutelia por todo apoio recebido

A meus amigos e a todos que estiveram comigo neste periacuteodo

CARVALHO J C S DESENVOLVIMENTO DE CHOCOLATES AO LEITE COM

PROPRIEDADES FUNCIONAIS ACRESCIDOS DE FOLHAS DE Brassica

oleracea (couve) E FRUTOS DE Vitis viniacutefera (uva) 2016 137f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado) ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo

Satildeo Paulo 2016

RESUMO

Dietas ricas em vegetais satildeo fontes de antioxidantes importantes agentes

que auxiliam na prevenccedilatildeo do envelhecimento precoce O cacau mateacuteria

prima base para a produccedilatildeo de chocolates eacute considerado rica fonte de

antioxidante Entretanto o chocolate do tipo ao leite que possui menor

quantidade de cacau e portanto menor accedilatildeo antioxidante eacute o mais

consumido no Brasil O presente trabalho tem o objetivo de desenvolver

formulaccedilotildees de chocolates ao leite com propriedades funcionais Para tal

foram produzidas trecircs diferentes variaccedilotildees de chocolate ao leite (controle) ao

leite adicionados de folhas de couve e ao leite adicionados de frutos de

videira Os chocolates fabricados foram avaliados por suas caracteriacutesticas

fiacutesicas fiacutesico quiacutemicas sensoriais e quanto ao potencial antirradicalar Como

resultado observou-se que o teor de umidade do chocolate ao leite e a

atividade de aacutegua natildeo se modificaram com a adiccedilatildeo dos produtos liofilizados

Encontrou-se no chocolate com couve aumento de 9 no teor de fibras e 6

no conteuacutedo mineral Foi encontrada diferenccedila nas propriedades fiacutesicas do

chocolate com uva como viscosidade Casson (076plusmn004 Pas) dureza

(4377plusmn205 N) tensatildeo inicial Casson (129plusmn335 Pa) e tamanho de partiacutecula

(378plusmn113 microm) A avaliaccedilatildeo sensorial registrou alta aceitabilidade dos

produtos e a percepccedilatildeo de diferentes texturas nos chocolates O perfil do

potencial atioxidante sugere que natildeo houve aumento da capacidade

antirradicalar com a adiccedilatildeo de couve e uva poreacutem a anaacutelise do perfil

cromatograacutefico de fenoacutelicos levanta a hipoacutetese de que alguns compostos

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo de couve e de uva Conclui-

se que foi possiacutevel agregar propriedades funcionais no chocolate ao leite

Palavras-chave chocolate couve uva antioxidants

CARVALHO J C S Development of milk chocolates with

functional properties with leaves from Brassica Oleracea (kale) and

fruits of Vitis Vinifera (grape) 2016 145f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 2016

ABSTRACT

Nowadays it is known that a diet rich in vegetables is a source of antioxidants

which help in the prevention of premature ageing Studies on cocoa indicate

that this raw material essential in the production of chocolate is a rich source

of antioxidants However milk chocolate which contains less cocoa and less

antioxidant activity is the most consumed type in Brazil The aim of this study

was to develop milk chocolate formulations with antioxidant properties As

such three kinds of chocolate were produced with added kale leaves with

added grapes and the control normal milk chocolate The chocolates

produced were evaluated on their physical characteristics physical-chemistry

and antioxidant potential It was found that the moisture content and the water

activity did not change with the addition of lyophilized materials The addition

of kale increased 9 of fibers content and 6 of mineral content It was found

that the greatest change in physical properties was with added grape such as

viscosity (076plusmn004 Pas) texture (4377plusmn205 N) yield value (129plusmn335 Pa)

and particle size (378plusmn113 microm) The sensorial analysis resulted in high

acceptability of the products and in the differences of perception in texture

between the three kinds of chocolates The antioxidant profile suggest that

there was no occurrence of increases in antioxidant capacity with the addition

of kale and grape but the chromatography profile of phenolic compounds

raises the hypothesis that some phenolic compounds were transferred to the

chocolates after the addition It was found that it is possible to aggregate

functional properties of milk chocolate

Key-words chocolate kale grape antioxidants

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele 22

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de

Kammeyer Luiten (2015) 26

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de

chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010) 29

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 32

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 34

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol 36

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve 46

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial 54

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e

atividade de aacutegua (retirado de NESPOLO 2015) 58

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH 59

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

60

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH 60

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve

liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto

(1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010) 61

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in

natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo

meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010) 62

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante 63

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

64

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da

peneira para couve liofilizada em poacute 66

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para

extrato de couve liofilizado 67

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar

um sal com Cu2+ se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho

tijolo) Retirado de Tavares et al (2010) 69

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em

diferentes concentraccedilotildees 72

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em

diferentes concentraccedilotildees 73

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate 76

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees

dos chocolates 77

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve

e chocolate com uva 80

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com

couve e chocolate com uva 81

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose 87

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores 90

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite

chocolate ao leite com uva e chocolate ao leite com couve 91

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate

ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 93

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o

chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 94

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo

chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 95

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo

para o chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

96

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate

ao leite com couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH 97

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da

variaccedilatildeo de absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox 98

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite 99

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite com couve 99

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de

chocolate com uva 100

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS 100

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox 101

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite 102

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve 102

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 103

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho 40

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate sendo a foacutermula 1 a

controle a foacutermula 2 o chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 43

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria 44

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE 50

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura

extraiacutedos por diferentes meacutetodos 64

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para

meacutetodo graacutefico e algeacutebrico 67

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva

liofilizada e in natura 69

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes

extratores 70

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical

DPPH para o liquor de cacau 74

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e

integral utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate 75

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate 78

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite

com couve e chocolate ao leite com uva 83

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de

chocolates finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010) 83

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate

eo leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 87

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates 88

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e

chocolate ao leite com uva 89

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com

uva 103

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao

leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 111

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates

com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 114

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde

apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013 115

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABICAB Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados

ABTS 22-azino-bis(3-etilbenzothiazolina-6-aacutecido sulfocircnico)

AM Abertura da malha

CLAE Cromatografia Liacutequida de Alta Eficiecircncia

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DPPH 22-difenil-1-picrilhidrazil

IC50 Concentraccedilatildeo em que se reduz a metade do efeito maacuteximo

ERO Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

FDA Food Dietary Intake

IEA Instituto de Economia Agriacutecula

g Grama

GAE Gallic Acid Equivalent

LDL Lipoproteiacutena de baixa densidade

mg Miligrama

mL Mililitros

N Newton

Pas Pascal por segundo

Pa Pascal

PGPR Polyglycerol Polyricinoleate

POS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Esteaacuterico

POP Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Palmitiacuteco

RDA Refference Dietary Allowance

RDC Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada

SOS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Esteaacuterio-Oleico-Esteaacuterico

TAG Triacilgliceroacuteis

USDA United States Department of Agriculture

UV Ultravioleta

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 22

21 Envelhecimento cutacircneo 22

22 Cacau e Chocolate 27

23 Brassica oleracea (couve) 31

24 Vitis vinifera (Uva) 36

3 OBJETIVOS 39

31 Geral 39

32 Especiacuteficos 39

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 40

41 Materiais 40

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva 41

43 Produccedilatildeo do chocolate 42

44 Granulometria 44

45 Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute 45

46 Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar 45

461 Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos 45

462 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do

potencial antirradicalar de couve uva e liquor de cacau 47

463 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates 47

464 Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis 48

465 Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS 49

466 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE 49

47 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates 50

48 Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas 51

481 Determinaccedilatildeo de umidade 51

482 Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral 51

483 Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos 51

484 Determinaccedilatildeo de proteiacutenas 52

485 Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

52

486 Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis 52

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura 52

410 Determinaccedilatildeo da reologia 53

411 Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua 53

412 Avaliaccedilatildeo da Colorimetria 53

413 Avaliaccedilatildeo sensorial 53

414 Forma de anaacutelise de resultados 56

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 57

51 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve 57

511 Liofilizaccedilatildeo 57

512 Perfil antioxidante 59

513 Anaacutelise granulomeacutetrica 66

52 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva 68

521 Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares

redutores natildeo redutores e totais 68

522 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva 70

53 Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau 73

531 Perfil antirradicalar do liquor de cacau 73

532 Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau 74

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute 75

55 Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates 75

551 Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da

manteiga de cacau 75

552 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula 78

553 Anaacutelise Reoloacutegica 79

554 Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates 82

555 Atividade de aacutegua 88

556 Colorimetria 89

557 Estabilidade dos chocolates 90

558 Avaliaccedilatildeo sensorial 92

559 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates 96

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD 109

6 CONCLUSAtildeO 117

7 SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

REFEREcircNCIAS 119

ANEXO A- PARECER COSUBSTANCIADO DO CEP 132

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 135

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL 138

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES 139

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO 140

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES 142

20

1INTRODUCcedilAtildeO

Na safra 20142015 a colheita bruta de cacau 4230 mil toneladas do fruto

(INTERNATIONAL COCOA CONFECTIONARY ORGANIZATION-ICCO 2016)

Segundo dados da Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados (ABICAB) (2015) 731 mil toneladas de chocolate

foram produzidos no ano de 2014

Segundo o documento ldquoBrasil Food Trends 2020rdquo a tendecircncia para o mercado

de alimentos no Brasil eacute o desenvolvimento de formulaccedilotildees com o conceito de

ldquosaudabilidaderdquo ou seja produtos com menor valor caloacuterico reduzido valor de

accediluacutecar com menor teor de gorduras trans e que possuam atribuiccedilotildees funcionais

Sabe-se que os consumidores vecircm buscando produtos que contribuam para uma

dieta mais saudaacutevel com maior conteuacutedo mineral e de nutrientes e valor reduzido de

gorduras e colesterol (MADI COSTA REGO 2010)

Lannes et al (2002) por exemplo formularam chocolate utilizando o cupuaccedilu

Seus estudos permitiram concluir que a substituiccedilatildeo do cacau pelo cupuaccedilu foi

eficaz gerando um produto com alta qualidade e custo reduzido se comparado ao

similar Komes et al (2013) adicionaram frutas secas agraves formulaccedilotildees de chocolate a

fim de obter um chocolate com maior capacidade antirradicalar Segundo a anaacutelise

sensorial realizada pelos autores os chocolates contendo Cranberries foram bem

aceitos e foi possiacutevel observar maior potencial antirradicalar nos chocolates com

adiccedilatildeo de frutas Amaral (2013) realizou a produccedilatildeo de recheios de bombons com

adiccedilatildeo de murici uma fruta de alto valor nutricional e obteve produtos com maior

elevados teores de proteiacutenas e minerais

A busca pela inovaccedilatildeo no mercado de chocolates tambeacutem levou

pesquisadores a realizar patentes de seus produtos Crowley amp Naimeddine (2011)

desenvolveram um chocolate com adiccedilatildeo de um blend da manteiga de cacau com

adiccedilatildeo de frutas liofilizadas em poacute Vajda et al (1989) elaboraram um spread de

chocolate com a adiccedilatildeo de poacutes de frutas concentradas

21

Sabe-se que haacute uma grande quantidade de pesquisas a respeito dos

benefiacutecios dos antioxidantes para evitar ou reduzir os efeitos de doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como cacircncer Alzheimer catarata diabetes envelhecimento

entre outras (Cai et al 2004 apud MORAIS et al2009) Os polifenoacuteis por exemplo

satildeo antioxidantes que possuem estruturas quiacutemicas promissoras para prevenccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo (MEENA MEENA TREacuteTON 2014)

Os antioxidantes podem ser encontrados em diversos tipos de vegetais- como

frutas e hortaliccedilas sendo a couve e a uva dois exemplos de alimentos com essa

propriedade

A couve eacute um vegetal importante nas dietas tradicionais na regiatildeo

Mediterracircnea e eacute conhecida por sua capacidade de prevenccedilatildeo de doenccedilas e

propriedades antimicrobianas Estudos identificaram nove diferentes aacutecidos fenoacutelicos

em sua composiccedilatildeo sendo estes com alta capacidade antioxidante (AYAZ et al

2008)

O consumo de uvas vem sendo estudado como efetiva prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas e o envelhecimento devido agrave alta porccedilatildeo de compostos fenoacutelicos em

sua composiccedilatildeo A uva eacute composta principalmente por flavonoides como o

resveratrol que jaacute foi comprovadamente associado agrave alta capacidade antirradicalar

frente aos radicais livres (XIA et al 2010)

Diante do acima citado o presente trabalho tem como objetivo o

desenvolvimento de formulaccedilatildeo de chocolates acrescidos de folhas de couve

(Brassica oleracea) e de frutos de uva (Vitis viniacutefera) obtendo-se assim produtos

com enriquecimento das propriedades funcionais Por suas propriedades acredita-

se que o seu consumo traraacute benefiacutecios agrave sauacutede

22

2REFERENCIAL TEOacuteRICO

21Envelhecimento cutacircneo

A pele eacute o oacutergatildeo que reveste todo o organismo correspondendo a 5 do

peso corporal Apresenta multifunccedilotildees tais como sensorial proteccedilatildeo contra agentes

externos termorregulaccedilatildeo excreccedilatildeo e produccedilatildeo de metaboacutelitos aleacutem de

representar a aparecircncia e perfil caracteriacutestico dos indiviacuteduos (CORREcircA 2012)

A pele eacute dividida em trecircs principais camadas- a epiderme a derme e a

hipoderme conforme demonstra a Figura 1 (KHAVKIN e DAVID 2011)

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele

A epiderme eacute formada por aproximadamente 95 de queratinoacutecitos os quais

estatildeo sempre se renovando constituindo desde a membrana basal ateacute a superfiacutecie

23

da pele e assim gerando diversas camadas distintas camada basal espinhosa

granulosa e coacuternea (KHAVKIN e DAVID 2011)

Com o passar do tempo a derme sofre um processo natural de

envelhecimento que varia de acordo com os fatores geneacuteticos de cada pessoa Os

sinais cliacutenicos de surgimento deste processo se datildeo com o aparecimento de linhas

de expressatildeo rugas e manchas (LONGO CASARI BERETTI 2013) Estima-se que

a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ultravioleta seja responsaacutevel por 80 da aceleraccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo precoce poreacutem o cansaccedilo fiacutesico e psicoloacutegico a exposiccedilatildeo

agrave poluiccedilatildeo o consumo de aacutelcool e a dieta natildeo balanceada satildeo fatores importantes

que contribuem neste processo (POLJSAKDAHMANE 2012)

A pele por possuir funccedilatildeo protetora eacute o oacutergatildeo que estaacute mais exposto a

agentes quiacutemicos fiacutesicos e microbioloacutegicos e portanto possui maior tendecircncia de

acumular radicais livres (Hashizume 2004 apud Kammeyer Luiten 2015)

Radical livre eacute toda espeacutecie seja ela orgacircnica ou inorgacircnica que possui

eleacutetrons desemparelhados em sua camada de valecircncia Esta configuraccedilatildeo torna os

compostos muito instaacuteveis com baixa meia-vida e deste modo com reatividade

muito alta (Lushchak 2014) A formaccedilatildeo dos radicais livres pode ocorrer no

citoplasma em membranas e principalmente na mitocondria (Labat-Robert Robert

2014)

Os radicais livres mais comuns encontrados na pele satildeo as Espeacutecies

Reativas de Oxigecircnio (ERO) que podem ser radicalares- como radicais hidroxila

(HO) radicais superoacutexido (O2-) radicais peroxila e alcoxila (RO2 RO)- ou natildeo

radicalares como oxigecircnio singlete (O2) e peroacutexido de hidrogecircnio(H2O2) e as

Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio (ERN) como NO e espeacutecies reativas de enxofre

(GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Na membrana mitocondrial ocorrem naturalmente as reaccedilotildees de reduccedilatildeo

completa do O2 como demonstra a Figura 2 As reaccedilotildees envolvem a transferecircncia

de quatro eleacutetrons para a formulaccedilatildeo de H2O no entanto sabe-se que as reaccedilotildees

intermediaacuterias podem vir a formar EROs pela reduccedilatildeo incompleta do oxigecircnio

durante o transporte de eleacutetrons (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

24

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014)

O acircnion radical superoacutexido (O2-) formado a partir da primeira reaccedilatildeo de

reduccedilatildeo do oxigecircnio eacute dentre todas as outras ERO a menos reativa e portanto sua

capacidade de causar danos a ceacutelulas ainda natildeo eacute comprovada Contudo em meio

aacutecido este radical sofre a reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo (Equaccedilatildeo 1) formando o peroacutexido

de hidrogecircnio (H 2O2) espeacutecie de meia vida longa que pode reagir com alguns

metais produzindo novas espeacutecies oxidativas (Lushchak 2014)

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014)

Mesmo assim o acircnion radical superoacutexido (O2) possui um papel importante na

funccedilatildeo vital de algumas ceacutelulas pois eacute por meio dele que se formam os radicais

OH aleacutem de ser essencial para o seu organismo de defesa (BARREIROS DAVID

DAVID 2006)

O radical hidroxila (OH) eacute entre os jaacute citados o que possui menor tempo de

meia vida isto significa que ele possui uma instabilidade eletrocircnica muito maior que

os outros Deste modo eacute capaz de capturar mais eleacutetrons de outras moleacuteculas e

portanto causar danos maiores e mais rapidamente que os outros Aleacutem disso

possui a capacidade de reagir com aminoaacutecidos aacutecido desoxirribonucleacuteico aacutecidos

25

ribonucleacuteicos e aacutecidos orgacircnicos bem como inativar diversas proteiacutenas por meio da

oxidaccedilatildeo do grupo sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) (Prior 2015)

O ataque a aminoaacutecidos atinge principalmente a cisteiacutena histidina triptofano

metionina fenilalanina podendo gerar clivagem de ligaccedilotildees fazendo com que

ocorra a perda da atividade enzimaacutetica dificuldade no transporte ativo atraveacutes

de membranas celulares citoacutelise e ateacute a morte celular Todos os aminoaacutecidos

podem perder o hidrogecircnio de sua cadeia ligado ao carboxilato e ao grupo amino

Essa abstraccedilatildeo faz com que ocorra um ataque do radical hidroxiacutelico agrave cadeia

carboxilato do aminoaacutecido causando a perda de gaacutes carbocircnico e formando um

carbono radicalar (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

O radical hidroxila pode ainda reagir com lipiacutedeos ao atacar essas cadeias o

grupo metilecircnicoalilico fica suscetiacutevel a outros ataques tornando-se um radical livre

Esse carbono radicalar formado pode facilmente gerar o radical lipiacutedeo-peroxila

atacando a proteiacutena das membranas e gerando danos as ceacutelulas (BARREIROS

DAVID DAVID 2006)

Este tipo de radical pode ser formado por intermeacutedio de dois tipos de reaccedilatildeo

A primeira (Figura 4A) eacute determinada por exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante que

em frequente contato com as ceacutelulas da pele pode levar a formaccedilatildeo de

cacircncer em seres humanos A segunda (Figura 4B) ocorre devido agrave presenccedila de

metais de transiccedilatildeo no organismos (como Fe2+e Cu+) que reagem com o peroacutexido

de hidrogecircnio pela reaccedilatildeo de Fenton (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

26

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de Kammeyer Luiten

(2015)

O radical hidroperoxiacutela (HO2) eacute a forma protonada do radical superoacutexido e

segundo Kammeyer e Luiten (2015) eacute mais reativo e tem maior poder de destruiccedilatildeo

das ceacutelulas

A pele possui seu proacuteprio sistema antioxidante que busca reduzir os danos

causados por esses radicais livres A superoacutexido desmutase por exemplo eacute capaz

de converter o radical superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio evitando a accedilatildeo deste

como radical livre A catalase e a glutationa peroxidase satildeo tambeacutem antioxidantes

em destaque pois satildeo capazes de realizar a decomposiccedilatildeo do H2O2 e assim

formar aacutegua e oxigecircnio Apesar disso as fontes exoacutegenas de radicais livres vecircm

acelerando o processo de envelhecimento e assim torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de fontes exoacutegenas de antioxidantes para combater esses radicais (GUARATINI

MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Oliveira et al (2009) por exemplo estabeleceram uma relaccedilatildeo entre o

consumo excessivo de produtos como gorduras trans fumo aacutelcool accediluacutecar entre

outros com problemas envolvendo estresse oxidativo Observam tambeacutem que

quanto maior o consumo de frutas e verduras menor a probabilidade de

desenvolvimento de doenccedilas

27

Estudos recentes relacionam os haacutebitos alimentares inadequados ao aumento

de ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas (FARIA SANTOS VIANNA 2006) Por sua vez

Guaratini Medeiros e Colepicolo (2007) relatam que o envelhecimento cutacircneo pode

ser catalisado pela presenccedila de espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio nos

tecidos cutacircneos levando a mutaccedilotildees das estruturas normais da pele Devido a isto

sugere-se a aplicaccedilatildeo tanto oral como toacutepica de antioxidantes como estrateacutegia para

a proteccedilatildeo e cuidado da pele

Qualquer alteraccedilatildeo nas funccedilotildees normais das ceacutelulas da pele resulta em uma

seacuterie de mudanccedilas que iratildeo impactar no envelhecimento cutacircneo Satildeo elas a perda

de funccedilatildeo tensora e retraacutetil o aumento da fragilidade a diminuiccedilatildeo nos sistemas de

resposta de cicatrizaccedilatildeo perda de firmeza modificaccedilatildeo na pigmentaccedilatildeo reduccedilatildeo do

colaacutegeno e fibras reduccedilatildeo na quantidade de ceacutelulas de Langerhans (Kammeyer

Luiten 2015)

Antioxidantes importantes adquiridos na dieta agem como inibidores da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica na pele Algumas substacircncias tecircm se mostrado importantes

para essa suplementaccedilatildeo como α- tocoferol aacutecido ascoacuterbico Vitamina E

Carotenoacuteides (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

22Cacau e Chocolate

Teobroma cacao eacute uma espeacutecie vegetal originaacuteria da Ameacuterica do Sul que

cresce principalmente entre os troacutepicos de Cacircncer e Capricoacuternio As principais

espeacutecies satildeo Criolllo Forastero Trinitaacuterio e Nacional sendo a mais comum no Brasil

a Forastero Seu fruto o cacau eacute largamente utilizado pelo mundo principalmente

na produccedilatildeo de chocolates (AFOAKWA 2010)

O cacau eacute amplamente estudado sendo que registros demonstram o uso

deste fruto desde 1400 dc Os astecas e maias o utilizavam para a produccedilatildeo de

chocolatl uma bebida muito conhecida na eacutepoca que tinha em sua foacutermula aacutegua

cacau e temperos Em 1520 esta bebida foi exportada para a Espanha onde

passou a ser adoccedilada com mel (AFOAKWA 2010)

28

Em 1536 foi realizado o primeiro registro do uso de cacau e chocolate para

fins terapecircuticos pelo professor da Faculdade de Santa Cruz M de La Cruz Seu

estudo contemplava a confirmaccedilatildeo destes produtos para tratamento de constipaccedilatildeo

problemas dentaacuterios entre outras doenccedilas (LIPPI 2009)

Atualmente diversos estudos sobre o cacau relacionam sua alta capacidade

antirradicalar com sua grande concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos Oliveira (2011)

por exemplo identificou a capacidade antirradicalar (meacutetodo DPPH) a composiccedilatildeo

de fenoacutelicos (meacutetodo de Folin-Ciocalteu) e flavonoides (meacutetodo colorimeacutetrico) de

cacau cultivado na Bahia sendo amostras natildeo fermentadas fermentadas nibs e

liquor de cacau Neste estudo encontrou-se uma alta taxa de compostos fenoacutelicos

(30143 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (21403 plusmn065 mgg-1) em maior concentraccedilatildeo

nos nibs de cultivo orgacircnico quantidade se mostrou alta para fenoacutelicos (28463 plusmn

322 mgg-1 23332 plusmn 033 mgg-1 19595 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (19785plusmn 033

mgg-1 17363plusmn 043 mgg-1 12879 plusmn 095 mgg-1) em cacau fermentado e natildeo

fermentado de cultivo orgacircnico e liquor respectivamente A capacidade

antirradicalar determinada pelo meacutetodo DPPH demonstrou um alto potencial

dessas amostras de neutralizar radicais livres Calculadas em IC50 ou seja a

capacidade de diminuir em 50 a concentraccedilatildeo inicial do DPPH as amostras de

nibs se confirmaram como as com maior capacidade antirradicalar (422plusmn064

microgmL-1mv-1) ficando agrave frente das natildeo fermentadas (643plusmn133microgmL-1mv-1 ) das

fermentadas (706plusmn085 microgmL-1mv-1) e do liquor de cacau (767 plusmn105 microgmL-1mv-

1) O estudo tambeacutem revelou valores para cultivo convencional para todas as

amostras e provou que o tipo de cultivo pode gerar diferenccedilas de formaccedilatildeo de

fenoacutelicos e flavonoides no cacau

Um trabalho realizado por Delonga e Mazor (2009) investigou os

componentes quiacutemicos por CLAE do liquor de cacaus originaacuterios de seis diferentes

paiacuteses Equador Gana Madagascar Meacutexico Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Venezuela

Atraveacutes deste estudo foi identificada a presenccedila de flavan-3-ol (-)-epicatequiacutena (+)-

catequina e derivados do aacutecido cafeiacuteco em todas as amostras No entanto natildeo foi

identificada a (-)- galocatequina nas amostras de Gana e da Venezuela bem como a

(-)-epigalocatequina natildeo foi identificada em amostras do Meacutexico e da Venezuela

Em termos quantitativos foram encontradas maiores quantidades de compostos

fenoacutelicos nas amostras de liquor de Madagascar sendo a sequecircncia decrescente a

29

seguinte MadagascargtMeacutexicogt Equadorgt Venezuela gt Satildeo Tomeacutegt Gana Esses

resultados comprovam natildeo soacute a presenccedila de fenoacutelicos no cacau como tambeacutem a

influecircncia das variedades de cacau condiccedilotildees de cultivo e fermentaccedilatildeo na formaccedilatildeo

de maiores ou menores quantidades de compostos fenoacutelicos

Um dos mais vendidos produtos originaacuterios do cacau eacute o chocolate Segundo

a RDC no 264 de 22 de setembro de 2005 emitido pela Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria o chocolate eacute definido como

ldquoo produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L) massa (ou pasta ou liquor) de cacau cacau em poacute e ou manteiga de cacau com outros ingredientes contendo no miacutenimo 25 (g100 g) de soacutelidos totais de cacau O produto pode apresentar recheio cobertura formato e consistecircncia variadosldquo

Dependendo de sua quantidade de cacau leite e manteiga de cacau o

chocolate pode ser distribuiacutedo em trecircs categorias primaacuterias amargo ao leite e

branco que por diferenccedilas em sua composiccedilatildeo apresentam diferentes valores

caloacutericos e quantidade de flavonoides como demonstra a Figura 5 (AFOAKWA

2010)

(

Uma formulaccedilatildeo de chocolate eacute basicamente formada por manteiga de cacau

liquor de cacau accediluacutecar emulsificante (geralmente lecitina de soja ou PGPR-

A 132 kcal30g

951 mg de flavonoides40g

B 160 kcal30g

394 mg de flavonoides40g

C 163 kcal40g

Natildeo possui massa de cacau

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010)

30

poliglicerol poliricenolato ou uma combinaccedilatildeo de ambos) e leite em poacute (GARTI

WIDLAK 2012)

O leite em poacute eacute utilizado no chocolate para agregar sabor e valor nutricional

ao produto O chocolate ao leite eacute um dos mais consumidos no Brasil (ABICAB

2014) O leite eacute geralmente composto por caseiacutena e proteiacutenas do soro que atuam

como surfactantes no chocolate modificando sua viscosidade e textura O leite

ainda eacute conhecido por sua propriedade em reduzir o efeito de fat bloom devido as

caracteriacutesticas de sua gordura (AFOWAKA PATERSON FOWLER 2007)

O emulsificante mais comum utilizado na induacutestria de chocolates eacute a lecitina

de soja Por possuir uma parte hidrofiacutelica e outra hidrofoacutebica essa substacircncia tem

afinidade tanto com a gordura quanto com a aacutegua unindo portanto as duas fases e

assim garantindo estabilidade dos produtos Aleacutem disso a lecitina pode

proporcionar plasticidade suavidade e antiaderecircncia ao produto aleacutem de contribuir

para o aroma (AFOWAKA 2010) Eacute conhecido tambeacutem que a lecitina possui a

propriedade de reduzir o fat bloom processo no qual haacute a migraccedilatildeo da gordura para

a superfiacutecie (BECKETT 2009)

A manteiga de cacau eacute a principal gordura utilizada como fase contiacutenua nos

chocolates servindo como seu principal dispersante (LANNES GIOIELLI1998) A

manteiga de cacau eacute formada por diferentes aacutecidos graxos sendo sua composiccedilatildeo

distinta para cada regiatildeo geograacutefica (LIPP et al 2000) Os mais importantes

compostos encontrados na manteiga de cacau satildeo os triacilgliceroacuteis Cis-mono-

insaturados (TAG) jaacute que estes satildeo os principais responsaacuteveis pela percepccedilatildeo do

sabor (PESCHAR et al 2004)

Os TAGs correspondem de 40 a 50 da composiccedilatildeo da manteiga de cacau

sendo que entre estes trecircs compostos satildeo mais abundantes 2-oleil-1-palmitoil-3-

estearilglicerol (POS) com 35 13-diesteroil-2-oleilglicerol (SOS) com 23 e 13-

dipalmitoil-2-oleoilglicerol (POP) com 15 (SCHENK PESCHAR 2004)

O sabor a textura e o derretimento na boca satildeo influenciados pela estrutura

cristalina que eacute formada durante a temperagem do chocolate (PESCHAR et al

2004) Os TAGs sob diferentes pontos de fusatildeo podem possuir polimorfos distintos

como demonstrado no Quadro 1 (RAY et al 2011) A diferenccedila entre algumas

destas estruturas eacute perceptiacutevel tanto visualmente no chocolate quanto no paladar

31

A forma V eacute a mais desejada por suas caracteriacutesticas de ser estaacutevel em

temperatura ambiente se tornar liacutequida na temperatura da boca e possuir

propriedades mecacircnicas excelentes A forma V pode ser facilmente convertida para

a forma VI com o passar do tempo de armazenamento esta por sua vez eacute menos

estaacutevel A forma VI eacute a responsaacutevel pelo fat bloom em chocolates e deve ser evitada

(BRICKNELLHARTAL 1998 apud JAMESSMITH 2009) Jaacute a forma I eacute muito

instaacutevel e se transforma facilmente na forma II que por sua vez tem a tendecircncia de

se passar para a forma III e IV (AFOAKWA2010)

O fat bloom eacute o defeito mais comum que pode ocorrer no chocolate Este

fenocircmeno ocorre quando haacute a migraccedilatildeo da gordura para a superfiacutecie do chocolate

deixando-o com uma peliacutecula branca e alterando sabor brilho e textura Indesejaacutevel

nos chocolates existem diversas maneiras para evitar o fat bloom sendo que a mais

conhecida eacute a utilizaccedilatildeo de leite em poacute que reduz a formaccedilatildeo da forma V

(LONCHAMPT HARTEL 2004)

Quadro 1 Polimorfos da manteiga de cacau suas nomenclaturas segundo diferentes autores e seus respectivos pontos de fusatildeo (Retirado de Garti Widlak 2012)

Willie e Lutton (1996) Larsson (1966) Van malssen et al (1999) Ponto de fusatildeo (0C)

I βacute3 γ 173

II α-2 α 233

III β acute2-2 β acute 255

IV β acute1-2

275

V β acute2-3 β -V 338

VI β acute1-3 β -IV 364

23Brassica oleracea (couve)

A couve ou couve manteiga eacute um alimento largamente consumido no Brasil

Somente no estado de Satildeo Paulo no ano de 2015 a plantaccedilatildeo foi de 1200

hectares (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

32

Esta hortaliccedila eacute cultivada em qualquer eacutepoca do ano e eacute conhecida

principalmente por suas propriedades funcionais e altos valores de vitaminas

minerais e fibras (STEINDAl et al 2015)

Ayaz et al (2007) realizaram um estudo de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos

compostos fenoacutelicos na couve Foram encontrados nove diferentes tipos de aacutecidos

fenoacutelicos gaacutelico protocatecuico p-hidroxibenzoacuteico vaniacutelico saliciacutelico p-cumaacuterico

cafeacuteico feruacutelico e sinaacutepico

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos satildeo compostos fenoacutelicos formados por uma

cadeia de nove carbonos como demonstra a Figura 6 Essa classe estaacute presente

em muitos vegetais e frutos e satildeo conhecidos por sua bioatividade e poder

antirradicalar (Razzaghi-Asl et al 2013)

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido feruacutelico eacute o composto mais abundante na couve (169 ngg livres e

170 ngg PS - Peso seco - como eacutesteres) Possui em sua estrutura quiacutemica um anel

aromaacutetico com um grupo hidroxiacutelico um grupo metoxiacutelico e uma cadeia lateral com

trecircs aacutetomos de carbono como uma funccedilatildeo de aacutecido carboxiacutelico (GRAFF 1992) e

por isso eacute caracterizado como um possiacutevel sequestrador de radicais livres

Foi encontrado que este aacutecido possui 8142 plusmn 051 (3 mgL) de capacidade

antirradicalar contra o radical DPPH Aleacutem disso possui comprovadamente atividade

33

contra os radicais- peroacutexido de hidrogecircnio superoacutexido hidroxila e dioacutexido de

nitrogecircnio (SEVGI TEPE SARIKURKCU 2015)

O aacutecido cafeico eacute tambeacutem um dos mais abundantes fenoacutelicos presentes na

couve (2040 ngg FW em glicosiacutedeos e 2640 ngg FW em eacutesteres) Sua estrutura

quiacutemica eacute formada por um anel benzecircnico ligado a um grupo metoxihidroxila e um

grupo hidroxila (RAMALHO JORGE 2006)

Sevgi et al (2015) determinaram a capacidade antirradicalar deste composto

por meio de meacutetodos in vivo sob diferentes concentraccedilotildees Como resultado o aacutecido

cafeico se mostrou capaz de sequumlestrar 8335 plusmn 057 de radicais livre DPPH na

concentraccedilatildeo de 03 mgmL Esse estudo tambeacutem revelou a efetividade deste

componente na eliminaccedilatildeo de radicais como acircnion superoacutexido um alto poder

redutor e alto poder de quelar metais

O aacutecido p-cumaacuterico (593 ngg e 591 ngg em eacutesteres) eacute um derivado do

aacutecido cinacircmico muito utilizado nas induacutestrias quiacutemicas de alimentos farmacecircutica e

cosmeacutetica Eacute conhecido principalmente por suas caracteriacutesticas redutoras de LDL

(lipoproteiacutena de baixa densidade) e antimicrobianas (KILICcedil YESILOGHU 2013)

Foi encontrado que o aacutecido p-cumaacuterico tem a capacidade de inibir 712 da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica de uma emulsatildeo de aacutecido linoleico (45 microgmL) aleacutem de

efetividade contra eliminaccedilatildeo de radicais DPPH acircnion superoacutexido peroacutexido de

hidrogecircnio e a capacidade de reduzir iacuteons feacuterricos e ferrosos (Fe3+ e Fe2+) (KILICcedil

YESILOGHU 2013)

O aacutecido sinaacutepico (187 ngg FW e 155 ngg FW em eacutesteres) eacute um derivado de

aacutecido cinacircmico Estudos revelaram que esta substacircncia eacute capaz de inibir 332 o

radical DPPH sob a concentraccedilatildeo de 20 microM (KIKUZAKI et al 2002)

Facilmente encontrados na natureza os aacutecidos hidroxi-benzoicos satildeo

compostos fenoacutelicos que possuem 7 aacutetomos de carbono como demonstra a Figura

7 (SOARES 2002) Geralmente apresentam-se como eacutesteres de aacutecidos orgacircnicos

ou glicosiacutedeos Na aacuterea alimentiacutecia esses compostos podem influenciar na

estabilidade cor sabor valor nutricional e bioatividade (CHENHO 1997)

34

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido gaacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) eacute um polifenol

encontrado em muitas espeacutecies vegetais Muito utilizado na induacutestria alimentiacutecia e

cosmeacutetica esse composto eacute conhecido por evitar a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e

deterioraccedilatildeo dos produtos (YEN DUH TSAI 2002)

A capacidade antirradicalar deste aacutecido eacute comprovada por Zhang et al

(2015) Seus experimentos revelaram que o aacutecido gaacutelico possui um IC50 de 363 plusmn

20 micromolL para neutralizar o radial livre DPPH 662 plusmn 16 de oxidaccedilatildeo antilipiacutedica

O aacutecido protocatequiacutenico (178 ngg e 22 ngg FW em eacutesteres) foi avaliado por

Sevgi et al (2015) segundo sua capacidade antirradicalar pelo meacutetodo do DPPH e

por sua capacidade de quelar metais Os resultados revelaram uma capacidade de

6537 plusmn 005 (03 mgmL) de sequumlestrar o radical DPPH e 2617 plusmn 086 de efeito

como quelante

O aacutecido saliciacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) demonstrou baixos

resultados em capacidade antirradicalar (011) pelo meacutetodo de DPPH e nenhum

resultado para peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e eliminaccedilatildeo do peroacutexido de hidrogecircnio (SROKA

CISOWKI 2003)

A couve possui tambeacutem valores nutricionais interessantes para o consumo

como demonstra o Quadro 2

35

Quadro 2 Valores nutricionais da couve em 100 g e porcentagem de dose

diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por

100g Porcentagem da

RDA

Aacutegua g 8404 -

Energia kcal 49 -

Proteiacutena g 428 856

Total lipiacutedeos g 093 -

Carboidratos g 875 292

Fibras g 36 144

Accediluacutecares g 226 -

Minerais

Caacutelcio mg 150 15

Ferro mg 145 816

Magneacutesio mg 47 0368

Foacutesforo mg 92 92

Potaacutessio mg 491 1403

Soacutedio mg 38 158

Zinco mg 038 54

Vitaminas

Vitamina C mg 120 200

Tiamina mg 011 733

Riboflavina mg 013 76

Niacina mg 1 5

Vitamina B6 mg 0271 1355

Aacutecido Foacutelico microg 141 3225

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 500 8333

Vitamina E mg 154 154

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 7048 880

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0091 0455

Aacutecidos graxos insaturados g 0052 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0338 -

Colesterol mg 0 -

36

24 Vitis vinifera (Uva)

A uva eacute largamente produzida no estado de Satildeo Paulo como por exemplo

em Campinas onde foram plantados em 2015 mais de 22 milhotildees de peacutes

(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

A uva pode ser dividida basicamente em trecircs espeacutecies- a Vitis vinifera Vitis

labrusca e Vitis rotundifolia sendo diferenciadas principalmente pelo local de cultivo

Cada uma destas espeacutecies possui composiccedilotildees diferentes e portanto distintas

quantidades de flavonoides (XIA 2010)

Liang et al (2011) realizaram um estudo dos perfis de polifenoacuteis em frutos

maduros de Vitis vinifera Neste estudo se identificou 36 compostos fenoacutelicos sendo

16 antocianinas dois aacutecidos hidroxibenzoacuteicos seis aacutecidos hidroxicinacircmicos seis

flavonoacuteis e seis flavonoides As antocianinas satildeo compostos presentes em vegetais

responsaacuteveis pela coloraccedilatildeo Quanto mais escura eacute a uva maior eacute a quantidade de

antiocianinas desta As principais antocianinas presentes na uva satildeo cianidina

delfinidina petunidina peonidina e malvidina sendo que esta uacuteltima e seus

derivados representam 68 das antocianinas totais Os principais flavonoides

identificados nos estudos de Liang (2011) foram prociadinina B1 B2 catequina e

derivados sendo a prociadinina a mais abundante apresentando 64 da

quantidade total de flavonoides Quanto aos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos e cinacircmicos

tem-se como mais abundantes o aacutecido gaacutelico e o aacutecido vaniliacutenico sendo este uacuteltimo

o mais abundante representando 70 dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos

O principal componente estudado na uva no entanto eacute o resveratrol Esse

composto eacute um polifenol encontrado na semente de uva sua estrutura eacute

demonstrada na Figura 8

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol

37

Gulccedilin (2010) realizou um estudo das propriedades antioxidantes do

resveratrol Esse estudo revelou que esse componente tem a capacidade de inibir

891 da peroxidaccedilatildeo lipiacutedica do aacutecido linoleico a 30 microgmL Aleacutem disso se mostrou

eficaz quanto agrave capacidade antirradicalar frente ao DPPH radical superoacutexido e

peroacutexido de hidrogecircnio Tambeacutem se mostrou eficiente no poder redutor e atividades

quelantes do Fe2+

A capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH foi determinada por

Vlachogianni et al (2015) Segundo este estudo o resveratrol possui IC50 de 85 plusmn

27 microM de capacidade de sequestrar radicais DPPH o que comprova o alto poder

antirradicalar deste componente

Estudos a respeito dos efeitos beneacuteficos agrave sauacutede tecircm sido relatados incluindo

efeitos anti-cacircncer antiviral neuroprotetor anti-envelhecimento anti-inflamatoacuterio

Sugere-se que estes efeitos beneacuteficos para os ensaios in vitro demonstram o

potencial deste composto

Aleacutem de componentes antioxidantes a uva possui valores nutricionais

interessantes como demonstrado na Quadro 3

38

Quadro 3 Valores nutricionais da uva em 100 ge porcentagem de dose diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA

NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por 100g Porcentagem da RDA

Aacutegua g 813 -

Energia Kcal 67 -

Proteiacutena g 063 126

Total lipiacutedeos g 035 -

Carboidratos g 1715 572

Fibras g 09 26

Accediluacutecares g 1625 -

Minerais

Caacutelcio mg 14 14

Ferro mg 029 161

Magneacutesio mg 5 125

Foacutesforo mg 10 1

Potaacutessio mg 191 546

Soacutedio mg 2 833

Zinco mg 004 027

Vitaminas

Vitamina C mg 4 667

Tiamina mg 0092 613

Riboflavina mg 0057 335

Niacina mg 03 15

Vitamina B6 mg 011 55

Aacutecido Foacutelico microg 4 1

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 100 2

Vitamina E mg 019 063

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 146 1825

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0114 017

Aacutecidos graxos insaturados g 0014 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0102 -

Colesterol mg 0 -

39

3OBJETIVOS

31Geral

Desenvolver chocolates com adiccedilatildeo de propriedades funcionais com a adiccedilatildeo

de folhas de Brassica oleraceae e frutos de Vitis vinifera

32Especiacuteficos

1 Formular chocolates ao leite sem e com adiccedilatildeo de couve ou uva

2 Determinar as propriedades fiacutesico-quiacutemicas dos chocolates formulados

3 Avaliar a estrutura dos produtos formulados por meio de anaacutelises reoloacutegica e

de textura

4 Avaliar a capacidade antirradicalar das formulaccedilotildees

5 Realizar testes sensoriais que comprovem a aceitaccedilatildeo dos produtos pelos

consumidores bem como intenccedilatildeo de compra

40

4MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho

Mateacuteria Prima Fornecedor Paiacutes

Liquor de cacau Cargill Brasil

Manteiga de cacau Cargill Brasil

Leite em poacute integral Italac Brasil

Leite em poacute desnatado Molico Brasil

Vanilina Mix Brasil

Reagentes Fornecedor Paiacutes

Metanol Synth Brasil

Acetona Vetec Brasil

Reagente DPPH Merck Brasil

Reagente Folin-ciocauteau Merck Brasil

Reagente ABTS Merck Brasil

Aacutecido cloriacutedrico Synth Brasil

Aacutecido sulfuacuterico Synth Brasil

Kit de enzimas para anaacutelise de fibras Megazyme EUA

Eacuteter de petroacuteleo Synth Brasil

Acetona grau HPLC Tedia Brasil

Aacutecido foacutermico grau HPLC Sigma Brasil

Os equipamentos utilizados durante o trabalho foram

Liofilizador (Edwards do Brasil Brasil)

Equipamento universal tipo moinho de bolas WA-FA20

(Mazzetti Itaacutelia)

Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Agitador de peneiras (Produtest Brasil)

Espectrofotocircmetro (Spectrum Meter Brasil)

Espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent

Technology EUA)

CLAE-DAD (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA)

Reocircmetro (Rheotest 31)

41

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva

As amostras de couve manteiga (Brassica oleraceae) e uva ndash variedade

Summer Royal (Vitis vinifera) (aproximadamente 2 kg de cada) foram adquiridas em

um mercado em Satildeo Paulo no bairro Butantatilde Para iniacutecio do tratamento das frutas e

folhas utilizou-se Hidrosterilreg bactericida utilizado para higienizaccedilatildeo de verduras e

vegetais cuja accedilatildeo eacute comprovada pela ANVISA Tanto as folhas quanto as frutas

foram deixadas imersas nesta soluccedilatildeo (20 gotas a cada 1 L instruccedilatildeo da

embalagem do produto) por 15 minutos

Depois de higienizadas a couve e a uva passaram por uma remoccedilatildeo do

excesso de aacutegua utilizando-se uma centriacutefuga secadora de hortaliccedilas (Utility Brasil)

Das couves secas retirou-se o talo restando somente as folhas que

posteriormente foram picadas com faca e armazenadas em frascos de vidro com

tampa Cada amostra passou em diferentes dias pelo processo de liofilizaccedilatildeo Foi

efetuada pesagem antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo em todas as amostras

Das uvas retirou-se o caule restando somente as frutas Estas foram

processadas em liquidificador e armazenadas em placas de Petri (80x15mm) As

uvas passaram pelo processo de liofilizaccedilatildeo pesando-se todas as amostras antes e

apoacutes a liofilizaccedilatildeo

O congelamento foi realizado logo em seguida em ultrafreezer (Tectalmaq

Brasil) a -88degC A liofilizaccedilatildeo foi realizada em um equipamento Modelo OS 3728

(Edwards do Brasil Brasil) em temperatura de 50ordmC e pressatildeo de 10-3 mbar

Apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo a couve foi triturada em um termomixer

Vorwerk (Brasil) O poacute resultante foi armazenado em recipiente de vidro com tampa

e guardado sob-refrigeraccedilatildeo

A uva apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo foi moiacuteda com o auxiacutelio de um

almofariz de porcelana e armazenada entatildeo em recipiente de vidro com tampa Os

recipientes foram armazenados sob refrigeraccedilatildeo

42

43Produccedilatildeo do chocolate

Os chocolates foram formulados em equipamento tipo universal com moinho

de bolas WA-FA20 (Mazzetti Itaacutelia) O tempo de processo foi de 2 horas seguindo o

cronograma abaixo para adiccedilatildeo de mateacuterias primas

Fluxograma 1 Processo utilizado para fabricaccedilatildeo do chocolate

Os chocolates com adiccedilatildeo de uva foram realizados conforme o Fluxograma 1

poreacutem ao final do processo utilizou-se um misturador planetaacuterio encamisado com

controle de temperatura e de velocidade (MODELO BP500 ERLI Brasil) para

adicionar-se a uva O tempo deste processo foi de 30 minutos para cada chocolate e

a temperatura utilizada foi de 45 plusmn 2ordmC a 40 rpm

As formulaccedilotildees satildeo demonstradas na Tabela 2

Iniacutecio do processo Adiccedilatildeo de 75 da manteiga de

cacau

Adiccedilatildeo de liquor de cacau e todos os poacutes ( leite e

couve)

Apoacutes 1hora de processo Adiccedilatildeo de 50 da lecitina

de soja e 25 da manteiga de cacau

Apoacutes 1h30min de processo Adiccedilatildeo de 50

da lecitina de soja e Vanilina

Apoacutes 2h de processo Retirada da massa de

chocolate- fim do processo

43

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de

chocolate sendo a foacutermula 1 a controle a foacutermula 2 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva

Ingredientes Foacutermula

1 Foacutermula

2 Foacutermula

3

Accediluacutecar 37 365 3535

Manteiga de cacau 25 245 245

Liquor de cacau 16 16 16

Leite em poacute integral 11 11 11 Leite em poacute desnatado 102 102 102

Lecitina de soja 05 05 05

Vanilina 03 03 03

Couve liofilizada - 1 -

Uva liofilizada - -- 215

A porcentagem de cada mateacuteria prima foi determinada a partir da quantidade

de gordura a fim de obter valor aproximado a 35 de gordura no produto final

A temperagem foi realizada de forma manual As amostras foram aquecidas

ateacute a temperatura de 45 oC e resfriadas sob agitaccedilatildeo com espaacutetula em mesa de

pedra ateacute temperatura de 29oC sendo rapidamente enformadas e levadas agrave

refrigeraccedilatildeo a 9 degC por 30 min desenformadas acondicionadas em bandejas de

isopor e recobertas em filme PVC

A curva de resfriamento da manteiga de cacau e a temperagem foram

avaliadas em Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Os chocolates apoacutes a produccedilatildeo foram armazenados em cacircmara climaacutetica

(NOVA EacuteTICA Brasil) com circulaccedilatildeo de ar a 20ordmC e 60 de umidade por 3 meses

44

44Granulometria

Para o ensaio de distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da couve liofilizada foi utilizado

um agitador de peneiras Produtest (Brasil) As peneiras utilizadas satildeo demonstradas

na Tabela 3

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria

Designaccedilatildeo ABNT Abertura da malha (mm)

20 085

25 071

30 059

40 042

50 0297

60 025

As peneiras foram colocadas em ordem decrescente de abertura de malha

de cima para baixo

Foi pesada 5 g de amostra e colocada na primeira peneira do jogo O

equipamento foi ligado por 5 minutos com amplitude de 16 mm de vibraccedilatildeo e 3600

vibraccedilotildees por minuto

A porcentagem de material retido foi determinada a partir da Equaccedilatildeo 3

Equaccedilatildeo 3 Determinaccedilatildeo do material retido na paneira

x 100

Sendo

Mi= Material retido na peneira i em

mi= massa do material retido na peneira i

m0= massa da amostra

45

45Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute

As anaacutelises de gordura e proteiacutena para os leites em poacute foram realizadas em

triplicata pelo analisador de leite eletrocircnico- Ekomilk modelo Kam9 8-2ordf (CapLab

Brasil) Os leites em poacute Integral e desnatado foram dissolvidos em aacutegua filtrada

conforme recomendado na embalagem (20 g200 mL)

46Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar

461Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos

Foram realizadas duas metodologias diferentes de extraccedilatildeo a fim de verificar

a que possui maior efetividade na extraccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos para a couve

A primeira extraccedilatildeo foi baseada no meacutetodo descrito por Laurrauri et al (1997)

com modificaccedilotildees Em um beacutequer de 100 mL adicionou-se 1 g de amostra e 40 mL

de metanol 50 Apoacutes homogeneizaccedilatildeo foi deixada em repouso agrave temperatura

ambiente por 60 minutos e entatildeo foi centrifugada a 15000 rpm durante 15 minutos

O sobrenadante foi transferido para o balatildeo volumeacutetrico de 100 mL Foi adicionado

ao resiacuteduo restante 40 mL de acetona 70 homogeneizado e deixado em repouso

em temperatura ambiente por 60 minutos Novamente se centrifugou a 15000 rpm

durante 15 minutos O sobrenadante foi transferido para o mesmo balatildeo volumeacutetrico

contendo o primeiro sobrenadante e o menisco foi completado para 100 mL com

aacutegua destilada e logo apoacutes armazenado em frasco acircmbar

A segunda extraccedilatildeo foi baseada no trabalho descrito por Genovese e Lannes

(2010) onde 05 g da amostra foi adicionada a 20 mL de metanolaacutegua na proporccedilatildeo

7030 utilizando um ultraturrax Marconi (BRASIL) por 1 minuto em velocidade 4 e

46

banho de gelo Filtrou-se o extrato utilizando-se papel de filtro e o extrato resultante

foi armazenado em vidro acircmbar

A Figura 9 demonstra as duas formas de extraccedilatildeo utilizadas

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve

Tendo em vista a obtenccedilatildeo de melhores resultados de aproveitamento na

extraccedilatildeo descrita por Genovese e Lannes (2010) as amostras de uva (liofilizada e in

natura) dos chocolates (ao leite com couve com uva) e do liquor de cacau foram

extraiacutedas somente por esse meacutetodo

Para determinaccedilatildeo do melhor solvente para extraccedilatildeo foram utilizadas para a

uva liofilizada os seguinte solventes extratores acetona acetona acidificada

(sendo acetona 70 com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol e metanol

acidificado (sendo metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv

47

462Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do potencial

antirradicalar de couve uva e liquor de cacau

O meacutetodo da capacidade sequestradora frente ao DPPH foi realizado com

base no trabalho descrito por Sanchez-Moreno (2002) com modificaccedilotildees

A partir de uma soluccedilatildeo estoque de 60 microM de DPPH em aacutelcool metiacutelico a

curva padratildeo foi construiacuteda com diluiccedilotildees de 10 20 30 40 50 e 60 microM em ambiente

protegido pela luz Os resultados obtidos foram tratados no Microsoft Excel

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar frente ao DPPH utilizou-se

sete diferentes diluiccedilotildees das amostras (5 10 20 30 40 50 e 60 ) Em uma

cubeta com caminho oacutetico de 10 mm adicionou-se 0075 mL da amostra e 2925 mL

de DPPH agitando a soluccedilatildeo resultante Para a soluccedilatildeo controle foi utilizada a

mistura de 01 mL de soluccedilatildeo controle (metanol 70) e 39 mL de DPPH Como

branco foi utilizado o aacutelcool metiacutelico

As mediccedilotildees foram realizadas a 515 nm em um espectrofotocircmetro Spectrum

Meter (Brasil) em triplicata e protegidos da luz Os resultados de absorbacircncia foram

anotados a cada 5 minutos por meia hora Os dados resultantes foram tratados por

Microsoft Excel

Os resultados dessa anaacutelise foram expressos em IC50

463Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar dos chocolates frente ao radical

DPPH foi realizada no Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da

Universidade de Satildeo Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

Para tal foi adicionado 150 microL de soluccedilatildeo estoque DPPH (165 x10-4 micromolL)

e etanol (277-279 mL) em uma cubeta de quarto com caminho oacuteptico igual a

10mm sendo a concentraccedilatildeo final da soluccedilatildeo igual a 80 micromolL A soluccedilatildeo estoque

48

de Trolox foi adicionada a esta cubeta de modo ao volume final de 30 mL bem

como os extratos de chocolate A reaccedilatildeo foi monitorada a 515 nm em

espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30

minutos (OLIVEIRA et al 2014) e medida em triplicata

Os resultados dessas anaacutelises foram expressos de duas formas IC50 e

Trolox Egrave possiacutevel determinar a Trolox plotando-se a variaccedilatildeo de absorbacircncia da

amostra versus as concentraccedilotildees utilizadas (curva padratildeo) O coeficiente angular

resultante eacute comparado com o coeficiente angular do padratildeo trolox

464Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis

A determinaccedilatildeo de polifenoacuteis foi realizada baseada no meacutetodo de Folin

Ciocauteau descrito por Singleton Orthofer e Lamuela-Raventos (1999) com

volume modificado

A curva padratildeo foi construiacuteda a partir de soluccedilotildees diluiacutedas de aacutecido gaacutelico nas

concentraccedilotildees de 50 100 150 250 microgL a partir de uma soluccedilatildeo estoque de 05

mgL

Para determinaccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos 20 microL da amostra foi adicionado

a um balatildeo volumeacutetrico com 5 mL Logo apoacutes acrescentou-se 200 microL do reagente

Folin-Ciocauteau e se homogenizou a mistura Apoacutes o tempo de 1 a 8 minutos

adicionou-se 750 microL de cabonato de soacutedio 20 e o volume foi ajustado Sob abrigo

da luz a soluccedilatildeo resultante foi deixada em repouso por 2h

A leitura apoacutes o periacuteodo de repouso foi realizada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel (Spectrum meter Brasil) em 760 nm e repetida em triplicata

49

465Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar pelo radical ABTS foi realizada no

Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da Universidade de Satildeo

Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

A soluccedilatildeo estoque ABTS foi preparada em base aquosa (192 mg50 mL) e

armazenada em geladeira a 4oC Para oxidaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo e preparaccedilatildeo do

radical ABTSbull+ utilizou-se uma aliacutequota de 5 mL com 88 microL de uma soluccedilatildeo de

persulfato de potaacutessio com concentraccedilatildeo igual a 14 times 10minus5 mol Lminus1 que reagiram

por 16 horas protegido da luz A concentraccedilatildeo resultante da oxidaccedilatildeo foi medida em

Espectrofotocircmetro UV-Visiacutevel a 734 nm

A reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e as amostras foi realizada em cubeta de quartzo com

caminho oacutetico de 10 mm em triplicata Para tal foi adicionado 25 microL de soluccedilatildeo

ABTSbull+ estoque e diferentes quantidades de etanol e soluccedilatildeo estoque de modo a

obter-se a concentraccedilatildeo de 23456 do antirradical de modo ao volume final ser 3

mL As concentraccedilotildees foram testadas e padronizadas a fim de se obter uma curva

padratildeo A anaacutelise foi realizada a 25oC e monitorada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30 minutos a 734 nm

(OLIVEIRA 2014) Todas as amostras foram analisadas em triplicata

466Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE

O perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE foi realizada no

laboratoacuterio de Quiacutemica Orgacircnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie com o

auxiacutelio do Teacutecnico Nei Carlos

A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de Silva e Queiroz (2015)

para compostos fenoacutelicos Utilizou-se como fase moacutevel aacutegua acidificada com 2 de

aacutecido aceacutetico (eluente A) e aacutecido aceacutetico 05Acetonitrila na proporccedilatildeo 5050 (vv)

O gradiente utilizado encontra-se na Tabela 4

50

O extrato utilizado foi evaporado em rotaevaporador (BUCHI EUA) com

agitaccedilatildeo e temperatura controlada (40ordmC) redissolvido em metanol na proporccedilatildeo 1

mg1 mL e entatildeo repassado em uma preacute-coluna C18

As anaacutelises foram realizadas em duplicata em CLAE-DAD (detecccedilatildeo de

diodo) (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA) O fluxo utilizado foi 1mLmin

e o volume de injeccedilatildeo de 40 microL Os comprimentos de onda avaliados foram 260

280 320 e 360 nm

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE

Tempo (min) Eluente A Eluente B

0-20 90 10

20-40 86 24

40-60 70 30

60-65 45 55

65-70 30 70

70-75 25 75

75-80 0 100

47Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo do chocolate foi realizada

em Microcircmetro digital Digimatic Mitutoyo (Mitutoyo EUA) Modelo Seacuterie 293

Determinaccedilatildeo feita com cinco repeticcedilotildees

51

48Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas

481Determinaccedilatildeo de umidade

A umidade foi realizada segundo meacutetodo descrito pelas normas analiacuteticas

AOAC (2000) para teste de umidade de perda de massa em estufa regulada a 105oC

em triplicata

482Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral

O conteuacutedo mineral foi determinado pelo teste de cinzas de perda de massa

em mufla a 550o em triplicata (AOAC2000)

483Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos

Para a hidroacutelise aacutecida do chocolate foi utilizado o meacutetodo descrito por Lannes

(1997) Foram pesados 10 g de amostra previamente moiacuteda e adicionado a um

beacutequer com a mistura de 200 mL de aacutegua destilada com 75 mL de aacutecido cloriacutedrico

37 A mistura foi aquecida com bico de Bunsen por 20 minutos em ebuliccedilatildeo Apoacutes

esse procedimento a mistura foi filtrada com papel de filtro de 24 cm e submetida a

lavagem quantitativa ateacute retirada de todo o aacutecido Ao final levou-se o cartucho

resultante a estufa a 75oC por uma noite

Para a extraccedilatildeo da gordura foi utilizado o meacutetodo com extrator Soxhlet e eacuteter

de petroacuteleo como solvente As anaacutelises foram realizadas em triplicata (AOAC 2000)

52

484Determinaccedilatildeo de proteiacutenas

A determinaccedilatildeo de proteiacutenas foi realizada em triplicata por meacutetodo de micro-

Kjeldahl (AOAC2000)

485Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

Para a determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores foi

utilizada a metodologia de Fehling sendo utilizadas 10g de amostra e as titulaccedilotildees

foram realizadas em triplicata (Instituto Adolfo Lutz 2005)

486Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis

A determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis foi realizada conforme

descrito por AOAC (2000) ensaio enzimo-gravimeacutetrico de fibras com modificaccedilotildees

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura

Os chocolates armazenados a 20˚C e 60 de umidade em cacircmara climaacutetica

com temperatura e umidade controlada foram avaliados segundo sua textura em um

periacuteodo de 1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

Os ensaios de fratura foram realizados em equipamento analisador de textura

TA-XT2 (Stable Micro Systems Reino Unido) com probe HDP3PB a 25 ˚C

Paracircmetros velocidades preacute-teste teste e poacutes-teste 20 mms distacircncia 10 mm

ceacutelula de carga 25 kg Trigger Force 005 N forccedila em compressatildeo - returnto start

53

Os dados foram coletados atraveacutes do programa Texture Expert Exceed ndash

versatildeo 264 (Stable Micro Systems Reino Unido)

Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata com barrinhas de chocolate

temperado de tamanho 90 cm x 25 cm x 13 cm (LANNES 2008)

410Determinaccedilatildeo da reologia

A determinaccedilatildeo de reologia foi realizada em triplicata em reocircmetro rotacional

Rheotest 31 (Alemanha) com banho termostatizado a 40ordmC e probe H1 Foi utilizada

uma rampa com taxa de cisalhamento de 200 s-1 com tempo de 120 s

411Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua

A atividade de aacutegua foi determinada em triplicata em equipamento de

atividade de aacutegua Novasina modelo LabMaster (Novasina Suiacuteccedila) em triplicata

412Avaliaccedilatildeo da Colorimetria

A colorimetria foi determinada em ColorQuestreg XE Hunter Lab com acircngulo

observador de 10ordmC e iluminador D65 em triplicata (ESTELLER ZANCANARO

JUacuteNIOR LANNES 2006)

413Avaliaccedilatildeo sensorial

A avaliaccedilatildeo sensorial foi realizada atraveacutes do teste afetivo de aceitaccedilatildeo global

com escala hedocircnica estruturada de 9 pontos e escala de intenccedilatildeo de compra de 5

54

pontos Os atributos avaliados para as barras foram textura sabor e impressatildeo

global e teste de intenccedilatildeo de compra sendo feito pelos mesmos provadores O

projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da

FCFUSP (no Parecer 1393285) conforme ANEXO A A ficha de avaliaccedilatildeo se

encontra no ANEXO C

As amostras foram preparadas segundo as boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de

produtos alimentiacutecios nos laboratoacuterios de Tecnologia de Alimentos III e Planta Piloto

do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica-FCFUSP

As avaliaccedilotildees foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise Sensorial do

Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica de Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo Foram avaliadas 3 amostras de

chocolate ao leite uma controle uma com couve em poacute e uma com uva em poacute

Os produtos foram preparados no maacuteximo 24 horas antes dos testes e

mantidos em temperatura de 20 degC 60 de umidade ateacute o momento de servir Os

chocolates (aproximadamente 5 g) foram servidos em pratos plaacutesticos contendo as

trecircs amostras do produto (Figura 10) Entre uma amostra e outra os avaliadores

foram instruiacutedos a ingerir aacutegua e biscoito de sabor neutro (aacutegua e sal) para diminuir

a interferecircncia de sabor entre as amostras

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial

55

Recrutamento dos Consumidores

Foram selecionados provadores natildeo treinados que se declarassem

consumidores de chocolates sendo que antes da degustaccedilatildeo os mesmos foram

instruiacutedos a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II)

declarando-se natildeo aleacutergico aos componentes das formulaccedilotildees permitindo o uso da

informaccedilatildeo prestada para seu devido fim e tambeacutem possuidores do direito de

desistir de participar a qualquer momento do teste

Criteacuterios de inclusatildeo

Os consumidores que foram convidados para os testes apresentavam os

seguintes preacute-requisitos

bull Ser maior de idade (acima de 18 anos)

bull De ambos sexos

bull Natildeo apresentar alergia aos componentes das formulaccedilotildees

bull Foram adotados cuidados especiais para evitar que indiviacuteduos

subordinados ou diretamente ligados ao pesquisador natildeo se sentissem obrigados a

participar do estudo

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos da seleccedilatildeo indiviacuteduos que

bull Estivessem em dieta especial

bull Estivessem em tratamento meacutedico

bull Desistissem da participaccedilatildeo apoacutes o iniacutecio da anaacutelise

Casuiacutestica

Para os testes foram recrutadas 90 pessoas alunos e funcionaacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo

56

414 Forma de anaacutelise de resultados

Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e posteriormente de

Tukey em 5 de significacircncia com o software Statistica version 11 (StaSoft EUA) e

com o programa Microsoft Excel (Microsoft EUA)

57

5RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve

511Liofilizaccedilatildeo

A couve foi analisada pela diferenccedila de massas antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo a

fim de verificar a quantidade de aacutegua extraiacuteda e determinar a equivalecircncia entre os

pesos da couve antes e depois deste processo Os resultados revelaram a de

produto liofilizado (989plusmn0369 ) e a porcentagem de aacutegua retirada do produto

liofilizado (9011plusmn0369 )

Estes resultados demonstraram que a quantidade de aacutegua retirada da couve

pelo processo de liofilizaccedilatildeo foi de 90107 plusmn0369 e a o peso da couve liofilizada

correspondeu a 98932plusmn 0369 do peso inicial Estes dados estatildeo de acordo com

o trabalho realizado por Furlani et al (1978) que determinou a quantidade de aacutegua

em diversas frutas e hortaliccedilas Segundo estes autores a couve manteiga

apresentou aproximadamente 89 de aacutegua em sua composiccedilatildeo

Esses resultados foram necessaacuterios para a conversatildeo da quantidade de

couve liofilizada que foi adicionada posteriormente ao chocolate

A desidrataccedilatildeo eacute uma teacutecnica comum utilizada em alimentos pois esta pode

aumentar a vida uacutetil do produto principalmente no caso de frutas e vegetais A

reduccedilatildeo do teor de aacutegua nesses alimentos leva a uma menor atividade

microbioloacutegica o que desacelera o processo de deterioraccedilatildeo desses produtos

(FELLOWS 2000)

A atividade de aacutegua (aw) eacute um paracircmetro que mede a razatildeo entre a pressatildeo

de vapor da aacutegua (Pw) no alimento e a pressatildeo de vapor da aacutegua pura na

temperatura do alimento (P0w) (TOLEDO 2007) dada pela expressatildeo

Aw=

58

A baixa atividade de aacutegua estaacute relacionada com a diminuiccedilatildeo da velocidade

relativa de reaccedilotildees de deterioraccedilatildeo por bacteacuterias auto oxidaccedilatildeo reaccedilotildees

enzimaacuteticas entre outros conforme demonstra a Figura 11 (NESPOLO et al 2015)

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e atividade de aacutegua

(retirado de NESPOLO 2015)

O valor encontrado para atividade de aacutegua da couve em poacute foi 0531plusmn0014

no momento de sua utilizaccedilatildeo para produccedilatildeo do chocolate Este valor segundo a

Figura 11 estaacute relacionado com baixas velocidades de reaccedilotildees enzimaacuteticas e

nenhuma atividade para reaccedilotildees com bacteacuterias leveduras e mofos tornando assim

o produto liofilizado estaacutevel mesmo apoacutes um ano de sua produccedilatildeo Este resultado

tem grande importacircncia pois demonstra que a adiccedilatildeo de couve liofilizada no

chocolate provavelmente natildeo iraacute afetar sua vida de prateleira

59

512Perfil antioxidante

5121Ensaio da atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio com o DPPH eacute baseado na perda da intensidade da cor da soluccedilatildeo

puacuterpura do radical estaacutevel DPPHbull apoacutes a reaccedilatildeo com um composto antirradicalar

(AOH) O DPPH eacute um radical livre pois apresenta um eleacutetron natildeo emparelhado com

absorccedilatildeo na regiatildeo de 520 nm (MOLYNEUX 2003) A estrutura quiacutemica do DPPH eacute

demonstrada na Figura 12

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH

Ao se misturar com uma substacircncia capaz de doar um hidrogecircnio o DPPH

reage (Figura 13) e vai para sua forma reduzida fazendo com que perca a sua cor

puacuterpura caracteriacutestica e se torne uma soluccedilatildeo de cor castanha (MOLYNEUX 2003)

60

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

Para a couve liofilizada e couve in natura foram realizados dois meacutetodos de extraccedilatildeo

diferentes a fim de verificar suas efetividades e padronizar para futuros ensaios

A curva padratildeo do DPPH estaacute demonstrada na Figura 14

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH

Para realizar o estudo do DPPH cada extrato foi diluiacutedo em diferentes

concentraccedilotildees 510 2030 40 50 e 60 Utiliza-se diferentes concentraccedilotildees

y = 001x + 02627 Rsup2 = 09899

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 10 20 30 40 50 60 70

Ab

sorb

acircnci

a (5

15n

m)

Concentraccedilatildeo (microM)

61

para se ter um intervalo de absorbacircncia de modo que seja possiacutevel verificar a

cineacutetica da reaccedilatildeo

O resultado da cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e couve liofilizada

extraiacuteda pelos dois meacutetodos estaacute representado na Figura 15

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto (1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010)

As curvas cineacuteticas obtidas pela reaccedilatildeo entre radical livre DPPH e a couve

liofilizada demonstram um comportamento semelhante em ambos os extratos A

partir dos primeiros cinco minutos eacute possiacutevel observar uma queda mais acentuada

na absorbacircncia sendo que os minutos sequentes apresentam uma reduccedilatildeo branda

No extrato obtido a partir da metodologia de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto(1997) pode-se observar que natildeo haacute diferenciaccedilatildeo entre as diluiccedilotildees de 5 e

10 enquanto que o extrato obtido a partir da metodologia utilizada por Genovese

e Lannes (2010) natildeo houve grande diferenccedila entre os extratos de 50 e 60jaacute que

ficaram entre a absorbacircncia entre 03 e 04

62

Eacute possiacutevel observar a queda mais acentuada no extrato B em todas as

concentraccedilotildees chegando a valores de ateacute 03 de absorbacircncia Enquanto que o

extrato A reduziu somente ateacute aproximadamente 07 de absorbacircncia

A couve in natura foi analisada sob as mesmas condiccedilotildees e concentraccedilotildees O

perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e os extratos eacute demonstrado na Figura 16

Conforme se observa na Figura 16 assim como para a couve liofilizada o

perfil cineacutetico da couve in natura para ambos os extratos demonstrou uma reduccedilatildeo

mais acentuada na absorbacircncia nos primeiros cinco minutos sendo quase constante

nos minutos subsequentes Eacute possiacutevel observar que no perfil A (extraccedilatildeo segundo

Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto1997) natildeo se tem diferenccedila entre concentraccedilotildees

de 5 e 10 de amostra Por sua vez no perfil B (extraccedilatildeo segundo Genovese e

Lannes 2010) as concentraccedilotildees de 40 e de 50 natildeo apresentaram diferenccedila Em

todos os quatro extratos eacute possiacutevel observar que quanto maior a concentraccedilatildeo

maior eacute o decaimento da absorbacircncia

A partir destes resultados eacute possiacutevel calcular o IC50 ou seja a concentraccedilatildeo

necessaacuteria para reduzir a absorbacircncia do DPPH pela metade Sendo assim quanto

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010)

63

menor for a concentraccedilatildeo de IC50 maior potencial antirradicalar este extrato tem Os

resultados da atividade antirradicalar contra o radical DPPH se encontram na Tabela

5 juntamente com os resultados de quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis por meacutetodo Folin-

ciocauteau

5122Ensaio da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis

O ensaio de Folin-Ciocauteau eacute baseado na mudanccedila de coloraccedilatildeo da

soluccedilatildeo apoacutes reaccedilatildeo com antioxidante O reagente de Folin-Ciocauteau eacute formado

por uma mistura de aacutecidos de molibdecircnio (Na2MoO42H2O) que resulta na cor

amarela por estar num estado de oxidaccedilatildeo VI e aacutecidos de tungstecircnio (SINGLETON

ORTHOFER LAMUELA-RAVENTOS 1999)

Em contato com os antioxidantes (agentes redutores) tem-se a formaccedilatildeo de

um complexo Molibdecircnio-Tungstecircnio (PMoW11O4)4 (Figura 17) que possuem

coloraccedilatildeo azul Atraveacutes da diferenccedila de coloraccedilatildeo eacute possiacutevel determinar a

quantidade de polifenoacuteis em uma amostra (SINGLETONORTHOFER LAMUELA-

RAVENTOS 1999)

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante

Para a construccedilatildeo da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico foi realizada a reaccedilatildeo do

reagente Folin-Ciocauteau com diferentes concentraccedilotildees de aacutecido gaacutelico

(050100150250 e 500 mgL) A Figura 18 representa a definiccedilatildeo desta curva

64

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

Os diferentes extratos foram colocados em reaccedilatildeo com o reagente Folin-

Ciocauteau sendo cada amostra realizada em triplicata

A partir da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico obteve-se a equaccedilatildeo da reta que foi

utilizada para o caacutelculo das concentraccedilotildees de cada extrato A Tabela 5 representa

tais resultados

n=3

Tanto para a couve in natura quanto para a couve liofilizada foi encontrada

maior concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos com aplicaccedilatildeo do meacutetodo usado por

Genovese e Lannes (2010) Aleacutem disso as concentraccedilotildees em IC50 para a atividade

y = 00012x + 02366 Rsup2 = 09977

0

02

04

06

08

1

0 100 200 300 400 500 600

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo de Aacutecido Gaacutelico (mgL)

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura extraiacutedos por

diferentes meacutetodos

Amostra Meacutetodo IC50

(mgL) Quantidade de polifenoacuteis totais (gmg

GAE)

Liofilizada Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 11878 11033

Liofilizada Genovese e Lannes

(2010) 41 22616

in natura Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 41067 3283

in natura Genovese e Lannes

(2010) 3129 6283

65

antirradicalar frente ao radical DPPH confirmam essa hipoacutetese uma vez que foram

encontrados menores valores de concentraccedilatildeo para estes extratos

Os resultados obtidos indicam conforme esperado maior concentraccedilatildeo de

compostos bioativos para a couve liofilizada se comparada aos extratos da couve in

natura

Muito utilizada na induacutestria alimentiacutecia a liofilizaccedilatildeo eacute um processo que visa a

desidrataccedilatildeo de alimentos como cafeacute vegetais frutas entre outros Realizado sob

baixas temperaturas e ausecircncia de ar atmosfeacuterico o liofilizador mantecircm a

temperatura e a pressatildeo da aacutegua no ponto triplo (0ordmC e 47 mm de Hg) o que faz

com que a aacutegua jaacute em estado de congelamento passe por sublimaccedilatildeo- diretamente

do estado soacutelido para o gasoso (GAVA 1998)

Pelo fato da desidrataccedilatildeo total do alimento ocorrer sob baixas temperaturas

obtecircm-se um produto com baixa atividade microbioloacutegica e consequentemente alta

estabilidade frente a deterioraccedilatildeo Aleacutem disso essa teacutecnica permite a conservaccedilatildeo

dos componentes presentes no alimento e concentraccedilatildeo destes produtos Mesmo

assim sabe-se que por se tratar de um processamento ocorrem perdas de alguns

compostos volaacuteteis (RATTI 2001) Foi observada maior capacidade antirradicalar

na couve liofilizada pelo fato desta estar mais concentrada que a couve in natura

Analisando os valores obtidos no entanto pode ser observado que natildeo haacute

uma proporcionalidade entre a quantidade de polifenoacuteis da couve in natura em

relaccedilatildeo agrave couve liofilizada o que sugere que houve perda durante o processamento

Kaulmann et al (2014) realizaram um estudo de compostos antioxidantes em

diversas variaccedilotildees de Brassica oleracea in natura Apoacutes o teste de Folin-Ciocauteau

foi encontrada uma concentraccedilatildeo de 602plusmn449 mg GAE (aacutecido gaacutelico equivalente)

100g de couve

Este resultado se assemelha aos valores encontrados no presente trabalho

para a couve in natura extraiacuteda pelo meacutetodo usado por Genovese e Lannes (2010)

(6283 mg GAE100g couve) A semelhanccedila nos resultados reforccedila a tese de que haacute

maior efetividade nesse meacutetodo frente ao meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto (1997)

66

513Anaacutelise granulomeacutetrica

A distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica das mateacuterias primas em poacute a serem utilizadas

no chocolate satildeo de extrema importacircncia pois afetam diretamente o tamanho de

partiacutecula dos produtos finais

A partir da anaacutelise granulomeacutetrica plotou-se um graacutefico da porcentagem de

material retido versus abertura da peneira A Figura 19 demonstra esses resultados

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da peneira para

couve liofilizada em poacute

A partir do graacutefico eacute possiacutevel calcular a Abertura Meacutedia (AM) ou o Coeficiente

de Variaccedilatildeo (CV) com a seguinte equaccedilatildeo (Lannes 2000)

CV=

100

Eacute possiacutevel tambeacutem realizar o caacutelculo de AM e CV pelo meacutetodo algeacutebrico Os

resultados referentes a esses paracircmetros tanto pelo meacutetodo graacutefico quanto pelo

meacutetodo algeacutebrico estatildeo representados na Tabela 6

y = -12891x + 10972 Rsup2 = 09233

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 02 04 06 08 1

Mas

sa d

e m

ater

ial r

eti

do

(

)

Tamanho da peneira (mm)

67

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para meacutetodo graacutefico e

algeacutebrico

A Figura 20 demonstra a porcentagem de massa retida em cada peneira

utilizada A partir dela eacute possiacutevel concluir que a maior quantidade de partiacuteculas se

encontra na faixa de 059 a 025 mm

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para extrato de couve

liofilizado

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

085 075 059 042 0297 025

Mas

sa re

tid

a (

)

Tamanho em mm

CV AM

Meacutetodo graacutefico 48 0550

Meacutetodo algeacutebrico 3685 0502

68

52Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva

521Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais

As massas de uva antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo foram registradas e a partir

destes resultados foi possiacutevel determinar a meacutedia de material liofilizado (2114 plusmn

135) e a meacutedia de aacutegua retirada (7886 plusmn 135) nesse processo de liofilizaccedilatildeo

A determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua da uva liofilizada foi realizada em

triplicata imediatamente apoacutes a liofilizaccedilatildeo sendo o resultado obtido igual a

aw=0303plusmn0085 Este valor de atividade de aacutegua eacute considerado bom para evitar a

deterioraccedilatildeo do produto poreacutem pode aumentar de acordo com o tempo Sabe-se que

produtos com aw abaixo de 07 tecircm menor exposiccedilatildeo a riscos microbioloacutegicos sendo

que a faixa de valores de aw de 03 para abaixo indica que o produto estaacute preservado

tambeacutem de qualquer outra reaccedilatildeo de deterioraccedilatildeo (TOLEDO 2007)

A tendecircncia para frutas liofilizadas no entanto eacute de haver aumento no valor

de atividade de aacutegua com o passar do tempo Isso ocorre devido agrave alta quantidade

de accediluacutecar presente nas frutas como sacarose glicose e frutose que em estado

amorfo tendem a se ligar por ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a aacutegua Esse fato faz com

que essas frutas liofilizadas com elevados teores de accediluacutecar serem altamente

higroscoacutepicas sendo assim haacute maior instabilidade do produto liofilizado uma vez

que este tende a sofrer hidrataccedilatildeo e aumentar a sua atividade de aacutegua e umidade

Sua manipulaccedilatildeo portanto deve ser realizada com muito cuidado de modo a natildeo

interferir na atividade de aacutegua e natildeo gerar o efeito caking - tendecircncia deste tipo de

produto de aglomerar (SERNA-COCK VARGAS-MUNOZ APONTE 2015

OLIVEIRA 2013)

A quantidade de accediluacutecares nas uvas in natura e liofilizada foram determinadas

pelo meacutetodo de Fehling Este meacutetodo tambeacutem conhecido como Lane-Eynon se

baseia na reaccedilatildeo entre os sais cuacutepricos e aldoses ou cetoses que sob alta

temperatura e meio alcalino formam como produto o precipitado cuproso conforme

demonstrado na Figura 21 que possui coloraccedilatildeo avermelhada

69

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar um sal com Cu2+

se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho tijolo) Retirado de Tavares et al

(2010)

A Tabela 7 demonstra a porcentagem de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

encontrados

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva liofilizada e in natura

Redutores () Natildeo

redutores() Totais()

Uva in natura 1600 plusmn 0037 2 1800plusmn002

Uva liofilizada 6300plusmn0007 1 6400plusmn0018 n=3 Os valores de accediluacutecares natildeo redutores foram calculados por diferenccedila entre accediluacutecares totais e

redutores

Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber um aumento na quantidade de

accediluacutecares totais ao liofilizar a uva bem como uma reduccedilatildeo dos accediluacutecares natildeo

redutores e um aumento na porcentagem de accediluacutecares redutores Essas diferenccedilas

podem ser explicadas pela retirada da aacutegua nas amostras o que leva estas a

ficarem mais concentradas e assim aumentar a quantidade de accediluacutecares de 18

para 64 Esse resultado confirma a teoria de que a uva liofilizada possui alta

concentraccedilatildeo de accediluacutecares e portanto realmente se torna altamente higroscoacutepica o

que faz com que se diferencie da couve em poacute

O equipamento utilizado para a fabricaccedilatildeo dos chocolates possui um moinho

de bolas que reduz o tamanho de partiacutecula do accediluacutecar e outros gracircnulos presentes

na formulaccedilatildeo Esse tipo de moinho possui pequenas bolas que giram com baixa

70

velocidade e realizam forccedilas de cisalhamento na amostra (FELLOWS 2000) No

caso da couve liofilizada em poacute por exemplo foi adicionada no equipamento de

produccedilatildeo de chocolate com moinho de bolas para se ter um menor tamanho de

partiacutecula deste no chocolate e entatildeo natildeo ser sentido sensorialmente A uva

liofilizada que eacute como jaacute dito caracterizada como um material higroscoacutepico natildeo

poderia ser adicionada em um moinho de bolas jaacute que muita energia seria aplicada

sob este material o que poderia resultar em um efeito caking tambeacutem o

processamento do chocolate natildeo ocorreria de forma correta Por esta razatildeo a uva

liofilizada triturada foi adicionada apoacutes a fabricaccedilatildeo do chocolate em misturador

planetaacuterio

522Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva

Para a determinaccedilatildeo do melhor solvente para a extraccedilatildeo dos compostos

fenoacutelicos da uva foram utilizados acetona acetona acidificada (sendo acetona 70

com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol 70 e metanol acidificado (sendo

metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv) Os resultados encontrados

estatildeo dispostos na Tabela 8

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes extratores

Amostra Absorbacircncia Quantidade de polifenoacuteis (mgg)

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona acidificada 0368plusmn00138 ab 1095

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona 0340plusmn00350 ab 8645

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol 70 0396plusmn00212 b 1324

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol acidificado

0318plusmn00794 a 7221

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Rockenbach (2008) quantificou os polifenoacuteis antocianinas e atividade

antioxidante de bagaccedilos de uva Vitis vinifera utilizando como solvente etanol e

71

acetona Os melhores resultados encontrados neste trabalho foram para acetona

50 e 70 para antocianinas e polifenoacuteis totais

Rockenbach (2011) realizou um estudo da quantidade de polifenoacuteis em

alguns tipos de uvas Vitis vinifera L e Vitis Labrusca L Neste estudo utilizou-se

como solvente para extraccedilatildeo o metanol acidificado (sendo metanol aacutegua aacutecido

aceacutetico 70305 vvv) O maior valor encontrado foi para a variedade Cabernet

sauvignon pertencente agrave classe Vitis vinifera L (7475 mgg GAE) Este valor eacute

proacuteximo ao encontrado no presente trabalho (7221 mgg GAE para o mesmo tipo de

extrato)

Vizzoto e Pereira (2011) realizaram um estudo de quantificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos por diferentes meios de extraccedilatildeo da amora-preta Neste estudo utilizou-se

extratos com acetona acetona acidificada metanol e metanol acidificado poreacutem

natildeo houve diferenccedila significativa (p gt 005) entre as amostras

Existem grandes classes de compostos fenoacutelicos como as antocianinas

flavonoacuteis sendo que em cada classe possui grandes quantidades de substacircncias

diferentes com estruturas diferentes Isso faz com que seja difiacutecil se ter uma

metodologia capaz de extrair todos os componentes fenoacutelicos de uma amostra Eacute

portanto que se estuda o melhor meacutetodo para a extraccedilatildeo por meio de comparaccedilotildees

entre solventes e tipos de metodologias

O metanol eacute um solvente de polaridade alta enquanto que a acetona possui

polaridade meacutedia A acidificaccedilatildeo destes solventes tende a melhorar a eficiecircncia da

extraccedilatildeo

Mesmo assim o meacutetodo de extraccedilatildeo mais eficiente para quantificaccedilatildeo de

polifenoacuteis continuou sendo o mesmo utilizado por Genovese e Lannes (2010) e no

presente trabalho para os extratos de couve A partir do extrato metanoacutelico 70

obteve-se uma quantidade de 132 mgg GAE estatisticamente maior que a dos

outros extratos

A quantidade de polifenoacuteis da uva in natura foi realizada a partir do extrato

metanoico 70 e foi encontrado o valor de 5838 plusmn 822 mg GAEg Assim como a

couve eacute possiacutevel perceber que a liofilizaccedilatildeo tende a concentrar os compostos

72

fenoacutelicos e assim resultar em maiores valores de concentraccedilatildeo No entanto o valor

encontrado na uva liofilizada natildeo eacute proporcional ao rendimento o que

provavelmente significa que alguns compostos foram perdidos durante o processo

A determinaccedilatildeo frente ao radical DPPH foi realizada com as concentraccedilotildees

de 51020304050 e 60 de extrato Utilizou-se para o processo de extraccedilatildeo

extrato metanoacutelico 70 conforme o meacutetodo utilizado por Genovese e Lannes

(2010) A Figura 22 representa o perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e a uva

liofilizada

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em diferentes

concentraccedilotildees

Atraveacutes da cineacutetica da reaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que quanto maior a

concentraccedilatildeo de extrato utilizada tem-se uma reduccedilatildeo maior da absorbacircncia em

relaccedilatildeo agrave absorbacircncia inicial

Atraveacutes da curva cineacutetica eacute possiacutevel calcular o valor de IC50 para a amostra

sendo que o valor encontrado para a uva liofilizada foi de 6645 mgL Esse valor

representa alta capacidade antirradicalar concordando com a alta quantidade de

polifenoacuteis encontrada

0

01

02

03

04

05

06

07

08

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Tempo (min)

5

10

20

30

40

50

60

73

53Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau

531Perfil antirradicalar do liquor de cacau

Visto que houve maior eficiecircncia no meacutetodo de Genovese e Lannes (2009) foi

padronizado a utilizaccedilatildeo desta extraccedilatildeo A anaacutelise de polifenoacuteis do liquor de cacau

portanto foi realizada nestas condiccedilotildees e seus resultados demonstrados na Tabela

9

A curva cineacutetica da reaccedilatildeo do DPPH com o extrato nas diferentes

concentraccedilotildees eacute demonstrada na Figura 23

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em diferentes

concentraccedilotildees

A partir da curva cineacutetica eacute possiacutevel observar uma reduccedilatildeo da absorbacircncia ao

longo dos 30 minutos em todos os extratos Aleacutem disso tem-se que a quanto maior

a concentraccedilatildeo do extrato maior a reduccedilatildeo de absorbacircncia

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo ()

5

10

20

30

40

74

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical DPPH para o

liquor de cacau

Amostra Meacutedia de absorbacircncia Concentraccedilatildeo (mgg de aacutecido gaacutelico) IC50 (mgL)

Liquor de cacau 0445plusmn000971 25994 2906

n=3

Othman et al (2007) estudaram o perfil antirradicalar amecircndoas de cacau de

diferentes locais em meio a extrato etanoacutelico e aquoso Neste estudo foi observado

um valor de IC50 igual a 13 mgg para extrato etanoacutelico do cacau da Malaacutesia e de

Gana e um valor de IC50 de 24 mgg para o cacau da Malaacutesia e 17 mgg para o

cacau de Gana

Belšcak et al (2009) avaliaram o perfil antirradicalar de produtos comerciais da

Croaacutecia derivados do cacau (liquor de cacau cacau em poacute chocolates ao leite

amargo e chocolate em poacute) Em relaccedilatildeo ao liquor de cacau foram encontrados em

termos de fenoacutelicos totais de 25 a 35 mg GAEg Esses valores se encontram muito

inferiores ao encontrado no presente trabalho poreacutem sabe-se que a quantidade de

polifenoacuteis pode variar muito dependendo das condiccedilotildees geograacuteficas de plantaccedilatildeo a

variedade do cacau utilizado para a fabricaccedilatildeo do liquor bem como o tipo de

tratamento (fermentaccedilatildeosecagem armazenamento) para a produccedilatildeo do liquor

Oliveira et al (2011) analisaram a quantidade de compostos fenoacutelicos de

diferentes tipos de cacau e encontraram um valor de 19595plusmn055 mg GAEg para

liquor orgacircnicos semelhante a encontrada no presente trabalho

532Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau

A anaacutelise de lipiacutedeos no liquor de cacau foi realizada como informaccedilatildeo para o

caacutelculo da formulaccedilatildeo do chocolate Atraveacutes deste foi determinada que a

quantidade de lipiacutedeos no liquor utilizado eacute de 52 plusmn0012 sendo compatiacutevel com o

laudo enviado pela empresa fornecedora que eacute de 5310

75

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute

A anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute foram realizadas para fins de

caacutelculo do conteuacutedo de gordura final da formulaccedilatildeo do chocolate ao leite A Tabela

10 demonstra os resultados obtidos para o leite em poacute desnatado e para o leite em

poacute integral

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e integral

utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate

Leite em poacute desnatado Leite em poacute integral Gordura (g100g) 0 212plusmn0001 Proteiacutena (g100g) 267plusmn011 201plusmn0023

n=3

55Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates

551Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da manteiga de

cacau

A temperagem foi avaliada por curva de temperagem para verificaccedilatildeo da

produccedilatildeo de cristais adequados para a manteiga de cacau A curva de temperagem

se encontra na Figura 24

76

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate

A curva de temperagem eacute de grande importacircncia para a verificaccedilatildeo da

qualidade da massa do chocolate e eficiecircncia da temperadeira eou do processo de

temperagem Chocolates bem temperados devem conter de 3 a 8 de cristais de

manteiga de cacau o desenvolvimento desses cristais ao longo do tempo de

resfriamento pode ser medido atraveacutes deste tipo de curva (MINIFIE 1989)

A curva de temperagem indica a quantidade de calor liberada ao se solidificar

o chocolate Durante o processamento geram-se dois pontos de inflexatildeo como

destacado na Figura 24 sendo que cada um deles indica uma parte da formaccedilatildeo de

cristais O primeiro ponto refere-se a relaccedilatildeo temperaturatempo em que se inicia a

nucleaccedilatildeo dos cristais e a segunda o ponto no qual a nucleaccedilatildeo realmente ocorre

A inclinaccedilatildeo gerada a partir desses dois pontos eacute portanto avaliada e deve

permanecer o mais reta possiacutevel de modo a natildeo haver uma inclinaccedilatildeo negativa (o

que significaria um chocolate sobre-temperedo) ou uma inclinaccedilatildeo positiva (o que

significaria um chocolate sub-temperado) Um chocolate over-tempered eacute aquele

que possui cristais a mais formados durante a temperagem o que portanto gera

menor quantidade de cristais durante o teste e consequentemente haacute menor

quantidade de energia sendo liberada Jaacute no caso do chocolate under-tempered

Pontos de inflexatildeo

77

tem-se uma quantidade muito inferior de cristais quando temperada gerando

portanto uma grande liberaccedilatildeo de calor durante o resfriamento e como

consequecircncia uma inflexatildeo maior na curva (AFOWAKA2010 MINIFIE1989

COHEN LUCCA JACKIX 2004)

A curva gerada no presente trabalho apresenta uma linearidade adequada

podendo-se afirmar que a massa de chocolate possui boa propriedade de

temperagem sendo que foi obtido um slope de 018 ordmCmin em tempo de 24

minutos e temperatura igual a 235ordmC O ldquotemper indexrdquo (TI) paracircmetro utilizado pelo

fabricante do equipamento (Buhler) para avaliar a boa porformance da temperagem

resultou no valor de 43 considerado adequado

A manteiga de cacau tambeacutem foi avaliada em duplicata por sua curva de

resfriamento o resultado encontra-se na Figura 25

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees dos chocolates

A curva de resfriamento da manteiga de cacau demonstra suas

caracteriacutesticas de derretimento e a taxa de cristalizaccedilatildeo desta gordura

apresentando a adequaccedilatildeo desta gordura para utilizaccedilatildeo em chocolates

Lannes (1997) estudou a curva de resfriamento de Jensen de diferentes tipos

de gorduras utilizadas em chocolate tipo cobertura Em seu trabalho a autora

78

demonstrou uma tiacutepica curva de resfriamento da manteiga de cacau e esta se

assemelha a encontrada no presente trabalho (taxa de resfriamento de 20 ordmCmin

cristalizaccedilatildeo agrave 205 ordmC por um tempo de 78 minutos)

O fabricante do equipamento (Buhler) tambeacutem utiliza de um iacutendice para

avaliaccedilatildeo da curva de resfriamento conhecido como Cocoa Butter Index (CBI)

Segundo o fabricante o CBI encontrado para a manteiga analisada (33plusmn001) eacute

considerado adequado para produccedilatildeo de chocolates

552Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula eacute importante para o controle de

qualidade dos chocolates pois pode influenciar tanto a reologia do produto como

tambeacutem a sensaccedilatildeo na boca Chocolates com tamanho de partiacutecula maior que 30

microm satildeo percebidos na boca pois possuem textura arenosa aleacutem de viscosidade

natildeo adequada Jaacute tamanhos de partiacutecula proacuteximos a 20 microm possuem uma textura

mais macia e massa mais cremosa (AFOWAKA 2010)

Os resultados da determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula para cada

chocolate estatildeo na Tabela 11

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate

Tamanho de partiacutecula (microm)

Chocolate ao leite 258 plusmn 047a

Chocolate com couve 277 plusmn 095b

Chocolate com uva 378 plusmn 113c

n10 (n2 processamento n5 anaacutelise)

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

79

Conforme a anaacutelise estatiacutestica realizada tem-se que a adiccedilatildeo tanto de uva

liofilizada quanto de couve liofilizada altera significativamente (plt005) o tamanho de

partiacutecula do chocolate

Como dito anteriormente o tamanho de partiacutecula desejaacutevel para chocolates

estaacute entre 20 a 30 microm como eacute o caso tanto do chocolate ao leite (258 microm) quanto

para o chocolate com adiccedilatildeo de couve (277 microm) o que sugere que ambos os

chocolates natildeo teratildeo uma percepccedilatildeo sensorial diferente quanto ao tamanho das

partiacuteculas A diferenccedila entre esses dois tamanhos pode ser explicada pela adiccedilatildeo da

couve que conforme avaliado anteriormente era um poacute com tamanho de partiacutecula

meacutedio de aproximadamente 5x104 microm Durante o processo de fabricaccedilatildeo de

chocolate tem-se a etapa de refino que no caso do equipamento utilizado ocorre

pelo moinho de bolas o que provavelmente ajudou a reduzir o tamanho de partiacutecula

consideravelmente mas ainda assim natildeo o suficiente para natildeo haver diferenccedila entre

as amostras

Ao contraacuterio da couve a uva soacute foi adicionada apoacutes o teacutermino da fabricaccedilatildeo

da massa de chocolate em agitador planetaacuterio e portanto natildeo passou pelo

processo de refino conforme foi explicado no item ldquo521 Liofilizaccedilatildeo da uvardquo Essa

diferenccedila no processo certamente refletiu no tamanho de partiacutecula do chocolate com

adiccedilatildeo de uva que sugere que estas partiacuteculas seratildeo sentidas sensorialmente

553Anaacutelise Reoloacutegica

O chocolate eacute uma suspensatildeo onde partiacuteculas de accediluacutecar cacau e leite

encontram-se dispersas na manteiga de cacau sendo assim ele se comporta como

um fluiacutedo natildeo-newtoniano o que significa que a sua tensatildeo de cisalhamento natildeo eacute

diretamente proporcional agrave taxa de cisalhamento Os chocolates tecircm como

caracteriacutestica apresentar o ldquoyeld stressrdquo (forccedila miacutenima necessaacuteria para se iniciar o

fluxo) e uma viscosidade plaacutestica (energia necessaacuteria para que continue a fluir)

(LANNES 1997 AFOWAKA2010) O modelo de Casson eacute atualmente

considerado o que melhor se adapta ao comportamento dos chocolates e eacute adotado

80

pela OICC (Internacional Office of Cocoa) A equaccedilatildeo que expressa esse modelo se

encontra na Equaccedilatildeo 1

Equaccedilatildeo 1 Representaccedilatildeo da equaccedilatildeo de Casson assumindo que τ a tensatildeo de cisalhamento

τCA a tensatildeo inicial de Casson ou tensatildeo residual de Casson ηCA viscosidade de Casson ou

viscosidade plaacutestica e γ a taxa de cisalhamento

Os paracircmetros reoloacutegicos como a viscosidade e a tensatildeo inicial de Casson

satildeo de extrema importacircncia durante a produccedilatildeo de chocolate jaacute que podem atestar

a qualidade dos produtos Esses foram avaliados no presente trabalho para todos

os chocolates e os resultados se encontram nas Figuras 26 e 27

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com

uva

A partir dos resultados apresentados na Figura 26 pode-se perceber que a

viscosidade do chocolate se modifica com a adiccedilatildeo de couve e uva Segundo

Beckett (2009) a distribuiccedilatildeo do tamanho de partiacutecula influencia diretamente a

viscosidade do produto sendo que quanto maior for o tamanho de partiacutecula menor

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

Vis

cosi

dad

e (P

as)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

81

seraacute sua viscosidade Isso ocorre pois ao se reduzir o tamanho tem-se mais

ligaccedilotildees entre essas partiacuteculas e consequentemente maior fricccedilatildeo entre elas

aumentando assim a viscosidade Os resultados apresentados atestam esse

fenocircmeno jaacute que o tamanho de partiacutecula do chocolate ao leite eacute o menor (26 microm) e

apresenta maior viscosidade enquanto que o chocolate com adiccedilatildeo de uva tem

maior tamanho de partiacutecula (378 microm) e apresenta a menor viscosidade

Beckett (2009) afirma que os valores normais para chocolate no caso da

viscosidade vatildeo de 1 a 20 Pas As viscosidades encontradas para o chocolate ao

leite (16 plusmn 0018 Pas) chocolate com adiccedilatildeo de couve (113plusmn004 Pas) e chocolate

com adiccedilatildeo de uva estatildeo dentro dessa faixa(076plusmn004 Pas)

Em todas as formulaccedilotildees do presente trabalho foram encontradas altas

quantidades de gordura (3626 g100 g no chocolate ao leite 3506 g100 g no

chocolate com couve e 3550 g100 g no chocolate com uva) o que justifica entatildeo

a baixa viscosidade de Casson Isso ocorre porque quanto maior a quantidade de

gordura mais espaccedilos vazios satildeo preenchidos na estrutura do chocolate o que leva

a uma maior facilidade no fluxo e portanto menor viscosidade (AFOWAKA2010)

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate

com uva

0

2

4

6

8

10

12

Ten

satildeo

inic

ial (

Pa)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

82

A tensatildeo inicial foi avaliada para todos os chocolates sendo que o chocolate

com uva apresentou menor valor (76 Pa) em comparaccedilatildeo ao chocolate ao leite e o

chocolate com adiccedilatildeo de couve que apresentaram pouca diferenccedila entre si

Diversos autores jaacute relataram a relaccedilatildeo entre a distribuiccedilatildeo de tamanho de

partiacutecula com a tensatildeo inicial de Casson Sabe-se que a tensatildeo inicial estaacute

relacionada com a superfiacutecie de contato das partiacuteculas Quando se tem um menor

tamanho de partiacuteculas estas conseguem interagir mais entre si levando a uma aacuterea

superficial maior e sendo assim mais facilmente o liacutequido flui (AFOWAKA2010

BECKETT2009 KONAR2014) O presente trabalho tambeacutem confirma essa

relaccedilatildeo jaacute que o chocolate com maior tamanho de partiacutecula obteve menor tensatildeo

inicial

Konar et al (2014) avaliaram chocolates ao leite com a adiccedilatildeo de Inulina e

encontraram tensatildeo inicial entre 335 a 1816 Pa e viscosidade entre 172 e 396

Pas sendo que essas diferenccedilas de valores foram justificadas pela distribuiccedilatildeo do

tamanho de partiacutecula Karnjanolarn e Mccarthy 2006) avaliaram chocolates ao leite

com diferentes quantidades de lecitina de soja e PGPR e encontraram para 05 de

lecitina 149 Pas de viscosidade e 473 Pa para tensatildeo inicial Sendo assim eacute

possiacutevel afirmar que os valores encontrados para viscosidade e tensatildeo inicial dos

chocolates avaliados no presente trabalho se encontram proacuteximos aos encontrados

na literatura Aleacutem disso pode-se atestar que a adiccedilatildeo de frutas e folhas liofilizadas

tende a alterar as propriedades reoloacutegicas do chocolate

554Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates

A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica foi realizada para o chocolate ao leite chocolate ao

leite com couve e chocolate ao leite com uva e seus resultados estatildeo dispostos na

Tabela 12

83

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite com

couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Conteuacutedo energeacutetico (kcal) 56468 55468 55570

Umidade (g100 g) 173plusmn048a 207plusmn029a 227plusmn025a

Conteuacutedo mineral (g100 g) 253plusmn014a 268plusmn0054b 257plusmn0027a Proteiacutenas (g100 g) 851plusmn036 a 852plusmn037 a 813plusmn046 a

Lipiacutedios (g100g) 3626plusmn039a 3506plusmn038b 3550plusmn087ab

Carboidratos (g100g) 5270 5374 5380 Fibras dieteacuteticas totais

(g100g) 789 859 805

Fibras soluacuteveis (g100g) 318 418 316

Fibras insoluacuteveis (g100g) 471 44 488 n=3

As letras indicadas referem-se a diferenccedila estatiacutestica entre as amostras da mesma linha pelo teste de Tukey em 5 de diferenccedila significativa

Os resultados da composiccedilatildeo nutricionais se assemelham aos publicados por

Afowaka (2010) e aos chocolates ao leite de marcas nacionais (Kopenhagen Cacau

show e Brasil Cacau) conforme demonstrado na Tabela 14

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de chocolates

finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010)

Valor energeacutetico

(Kcal) Carboidratos (g100g) Proteiacutenas (g100g) Lipiacutedeos (g100g)

Marca A 524 56 68 324

Marca B 576 52 72 384

Marca C 550 55 65 325

AFOWAKA(2010) 518 57 7 33

Eacute possiacutevel afirmar que os chocolates produzidos no presente trabalho

possuem maior teor de proteiacutenas (851plusmn036 g100 g ) em comparaccedilatildeo com os

apresentados na Tabela 13 assim como a quantidade de lipiacutedeos (3506plusmn038 g100

g) que com exceccedilatildeo da Marca ldquoBrdquo tambeacutem apresentam maior valor em comparaccedilatildeo

84

a tabela Jaacute em termos de valor energeacutetico (56468 g100 g) e carboidratos (527

g100 g) os valores encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos da

Tabela 13

A partir dos resultados demonstrados pode-se dizer que natildeo houve diferenccedila

significativa (plt005) entre as amostras dos trecircs chocolates segundo sua quantidade

proteiacutenas Esse fato portanto identifica que a adiccedilatildeo de couve ou uva nessas

condiccedilotildees natildeo altera a quantidade final da proteiacutena do produto

Aleacutem disso eacute possiacutevel notar que a adiccedilatildeo de produtos liofilizados foi eficaz

em termos de natildeo aumentar o teor de umidade das amostras de chocolate A

umidade eacute um importante paracircmetro para o chocolate pois altos valores de umidade

em chocolate podem estar altamente relacionados com defeitos durante o tempo de

prateleira O sugar Bloom por exemplo defeito causado pela agregaccedilatildeo das

partiacuteculas de accediluacutecar forma grumos que satildeo desagradaacuteveis sensorialmente aleacutem de

formar peliacuteculas brancas na superfiacutecie do chocolate modificando seu brilho e

aparecircncia (AFOWAKA 2010)

Chocolates com elevado teor de umidade podem tambeacutem modificar as suas

propriedades de fluxo sendo que valores acima de 3 podem levar a um aumento

na tensatildeo inicial e na viscosidade do produto (AFOWAKA PATERSON FOWLER

2008) Os trecircs chocolates fabricados apresentaram valores de umidade abaixo de

3 e portanto natildeo houve um aumento nesses paracircmetros corroborando portanto

com os resultados encontrados no item acima onde se tem baixos valores de

tensatildeo inicial e viscosidade

A quantificaccedilatildeo de lipiacutedeos apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras de chocolate ao leite e chocolate acrescido de couve enquanto a

amostra de chocolate acrescida de uva foi igual as outras duas amostras

O conteuacutedo mineral tambeacutem apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras sendo que o maior teor foi encontrado no chocolate com adiccedilatildeo de

couve Os chocolates com uva e controle natildeo apresentaram diferenccedila significativa

(plt005) entre si no conteuacutedo mineral Este resultado era esperado devido ao

acreacutescimo de material soacutelidomineral ao produto

85

Ayaz et al (2006) identificaram altas quantidades de macro e micronutrientes

nas folhas de couve Estes encontraram 726 μg gminus1 (base seca) de ferro 535

μg gminus1 (base seca) de manganecircs 394 μg gminus1 (base seca) de zinco 197 μg gminus1

(base seca) de caacutelcio 135 μg gminus1 (base seca) de potaacutessio entre outros

componentes identificados Os chocolates com adiccedilatildeo de couve portanto

provavelmente possuem um maior valor de conteuacutedo mineral devido a este fato

Os nutrientes minerais satildeo essenciais para os seres humanos pois ajudam

em funccedilotildees vitais das ceacutelulas como na ativaccedilatildeo de enzimas e de secreccedilotildees

hormonais Aleacutem disso satildeo essenciais para a absorccedilatildeo de vitaminas O manganecircs

por exemplo eacute de extrema importacircncia para a cicatrizaccedilatildeo humana o zinco eacute um

componente importante para a atividade metaboacutelica de enzimas O ferro por sua

vez contribui para a produccedilatildeo de hemoglobina e mioglobina A deficiecircncia de ferro eacute

um dos distuacuterbios que mais acomete a populaccedilatildeo mundial sendo que pode causar

fraqueza corporal fadiga e seacuterios problemas de sauacutede (GUPTA e GUPTA 2014)

Aleacutem dos nutrientes minerais as fibras dieteacuteticas satildeo de extrema importacircncia

nutricional jaacute que satildeo elas que auxiliam no bom funcionamento do sistema

gastrointestinal pois contribuem para o aumento do bolo fecal e na reduccedilatildeo do

tempo de digestatildeo e assim ajudam a prevenir a constipaccedilatildeo Aleacutem disso jaacute foi

associado que as fibras dieteacuteticas contribuem para a reduccedilatildeo de doenccedilas cardiacuteacas

e cacircncer de colo (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

A partir dos resultados eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva

aumentou a quantidade de fibras totais do chocolate poreacutem natildeo foi possiacutevel avaliar

se essa diferenccedila eacute estatisticamente significativa

Os resultados indicam que houve um aumento no teor de fibras soluacuteveis do

chocolate quando adicionado a couve A couve eacute considerada uma alta fonte de

fibras sendo que segundo a USDA e RDA tem-se aproximadamente 14 da fibra

diaacuterias recomendadas em 100 g desse vegetal

No caso da uva houve um aumento (mesmo que em pequena proporccedilatildeo) de

fibras insoluacuteveis resultando em uma quantidade maior de fibras totais A uva eacute

estudada por sua caracteriacutestica de possuir alta quantidade de polifenoacuteis combinados

a uma grande porcentagem de fibras dieteacuteticas em sua composiccedilatildeo A revisatildeo

86

publicada por Zhu Du e Zheng (2015) aborda o trabalho de diversos autores que

avaliaram as fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis Todas as variedades de uva

avaliadas obtiveram altas quantidades de fibras insoluacuteveis e baixas quantidades de

fibras soluacuteveis A quantidade de fibras totais das diferentes espeacutecies variou de 745

a 280 g100g sendo que as fibras insoluacuteveis representaram mais de 80 da

quantidade total

A quantidade de carboidratos presentes na amostra conforme a RDC no 360

de 23 de dezembro de 2003 ldquoeacute calculado como a diferenccedila entre 100 e a soma do

conteuacutedo de proteiacutenas gorduras fibra alimentar umidade e cinzasrdquo

Sendo assim como haacute diferenccedila entre os valores encontrados para conteuacutedo

mineral e lipiacutedeos existe tambeacutem uma diferenccedila entre a quantidade de carboidratos

encontrados nas trecircs amostras

Um dos principais responsaacuteveis pela alta quantidade de carboidratos nos

chocolates eacute o accediluacutecar utilizado na formulaccedilatildeo Os chocolates com couve e uva

tambeacutem foram formulados com diferentes quantidades de accediluacutecar para o ajuste da

formulaccedilatildeo sendo que para o chocolate com couve foi utilizado 365 para o

chocolate com uva foi utilizado 3535 e para o chocolate ao leite foi utilizado 37

Mesmo que a maior adiccedilatildeo de accediluacutecar na formulaccedilatildeo foi para o chocolate ao leite

obteve-se valores maiores de carboidratos para o chocolate com couve Jaacute no

chocolate com uva reduziu-se em 165 a menos de accediluacutecar em poacute e mesmo assim

e obteve-se um valor semelhante ao de chocolate ao leite

A quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores para os trecircs

chocolates foi realizada em triplicata e seus resultados estatildeo dispostos na Tabela

14

87

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate eo leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao

leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Accediluacutecares Totais (g100g) 2100plusmn0016a 1700plusmn00083b 2100plusmn0015a

Accediluacutecares redutores (g100g) 74plusmn00032a 782plusmn00029a 724plusmn00039a Accediluacutecares Natildeo-redutores

(g100g) 13 921 1345 n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Conforme foi observado na Tabela 13 os chocolates com adiccedilatildeo de couve

tiveram menor valor de accediluacutecares em relaccedilatildeo ao chocolate controle ou o chocolate

com uva sendo que isso se deve principalmente a uma menor quantidade de

accediluacutecares natildeo-redutores neste chocolate

Os accediluacutecares redutores satildeo aqueles que possuem em sua estrutura

agrupamentos aldose ou cetose que ao entrar em contato com agentes oxidantes

sofrem oxidaccedilatildeo Os accediluacutecares redutores mais comuns satildeo a frutose (presente

principalmente em frutas) a glicose a maltose e a lactose A sacarose por sua vez

eacute um accediluacutecar natildeo-redutor poreacutem pode se tornar um accediluacutecar redutor atraveacutes da accedilatildeo

de enzimas ou por hidroacutelise aacutecida As estruturas da frutose glicose e sacarose se

encontram na Figura 28 (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

Sacarose

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose

88

Sendo assim os resultados indicam que a reduccedilatildeo da quantidade de accediluacutecar

na formulaccedilatildeo no caso da adiccedilatildeo de couve impacta diretamente na quantidade de

accediluacutecares natildeo redutores Ayaz et al (2006) quantificaram os accediluacutecares presentes na

couve e identificaram frutose glucose e sucrose como mais abundantes sendo

encontrado um valor de 2011 mg de frutose 100 g de couve seca 1056 mg de

glucose 100 g de couve seca e 894 mg de sucrose 100 g de couve seca

Comparando-se o chocolate com adiccedilatildeo de uva com o chocolate controle

natildeo foi possiacutevel observar modificaccedilatildeo em suas quantidades de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais corroborando com o resultado de que natildeo houve modificaccedilatildeo

na quantidade de carboidratos dessas duas amostras Apesar de como dito

anteriormente as quantidades de accediluacutecar nas duas formulaccedilotildees ser diferente

555Atividade de aacutegua

Os resultados obtidos da anaacutelise de atividade de aacutegua satildeo apresentados na

Tabela 15

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Atividade de aacutegua 0523plusmn00131a 0506plusmn00101a 0519plusmn00321a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A atividade de aacutegua em chocolates eacute relativamente baixa sendo normalmente

avaliada com valores de 03 a 06 Reolon et al (2012) estudaram a presenccedila de

endobacteacuterias em chocolate e para tal avaliaram a atividade de aacutegua em

chocolates comerciais O estudo revelou um valor de 042 em chocolates ao leite

A atividade de aacutegua encontrada estaacute na faixa indicada para que tenha

conservaccedilatildeo dentro de seu prazo de validade de ateacute 1 ano

89

556Colorimetria

Os resultados referentes agrave anaacutelise colorimeacutetrica dos chocolates se encontram

na Tabela 16

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com

uva

L a b

Chocolate ao leite 3066plusmn 052a 602plusmn039a 1364plusmn058a

Chocolate com couve 3020plusmn058a 613plusmn019a 1509plusmn035b

Chocolate com uva 3080plusmn085a 653plusmn049a 1365plusmn078a

Segundo a CIELAB para anaacutelise de cores tem-se que L refere-se a luminosidade a espaccedilo da coloraccedilatildeo verde para vermelho b espaccedilo da coloraccedilatildeo de amarelo para azul

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir dos resultados apresentados eacute possiacutevel concluir que natildeo houve

diferenccedila nos paracircmetros L e a apoacutes adiccedilatildeo de couve e uva nos chocolates No

entanto existe uma diferenccedila entre o chocolate com couve para o paracircmetro b

O estudo de cor eacute um paracircmetro importante para os alimentos jaacute que eacute o

primeiro a ser percebido pelo consumidor por isso sua determinaccedilatildeo eacute de extrema

relevacircncia para o controle de qualidade A alteraccedilatildeo na cor de um produto

alimentiacutecio pode significar defeitos principalmente no chocolate como eacute o caso do

branqueamento de sua superfiacutecie devido ao efeito de bloom (WU e SUN 2013)

A determinaccedilatildeo de cor eacute realizada atraveacutes de valores numeacutericos resultantes

de trecircs espaccedilos dimensionais sendo os mais comuns os valores de L a e b que

satildeo os paracircmetros mais proacuteximos do que o olho humano eacute capaz de distinguir (WU

e SUN 2013) O sistema CIElab padroniza estes espaccedilos de cor que vatildeo de 0 a

100 O paracircmetro L significa a luminosidade o paracircmetro a indica da coloraccedilatildeo

verde para vermelho e b de amarelo para azul conforme demonstrado na Figura

29

90

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores

Sendo assim eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva natildeo modificou

significativamente (plt005) a luminosidade nem a coloraccedilatildeo no paracircmetro a

indicando que provavelmente esses paracircmetros natildeo seratildeo percebidos

sensorialmente

No caso do paracircmetro b no entanto o chocolate com couve apresentou

modificaccedilatildeo de praticamente 2 pontos na escala em comparaccedilatildeo com os outros dois

chocolates tendendo para o azul poreacutem por ser uma pequena diferenccedila

provavelmente tambeacutem natildeo seraacute percebida sensorialmente

557Estabilidade dos chocolates

O chocolates foram avaliados segundo sua textura por um periacuteodo de tempo

de 3 meses sendo medidos nos tempos de 1 dia 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

apoacutes a temperagem Durante os 3 meses os chocolates permaneceram com suas

91

caracteriacutesticas visuais estaacuteveis como brilho e cor A avaliaccedilatildeo de textura dos trecircs

chocolates eacute apresentada na Figura 30

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite chocolate ao leite

com uva e chocolate ao leite com couve

Nas 24 horas apoacutes a produccedilatildeo dos chocolates tem-se um valor de forccedila de

compressatildeo maior para o chocolate com uva (4376plusmn290N) se comparado com o

chocolate ao leite (3228plusmn184N) e o chocolate com couve (3592plusmn438N N) Esse

fato provavelmente se daacute ao maior tamanho de partiacutecula desta amostra (378microm)

como mostrado anteriormente sendo portanto mais forccedila necessaacuteria para quebrar

o chocolate A dureza e o tamanho de partiacutecula tendem a ser proporcional o que

explica este resultado (AFOWAKA2010) Essa tendecircncia de maior forccedila para o

chocolate com uva se repetiu durante todo o periacuteodo observado

Com o passar do tempo o chocolate ao leite aumentou a sua dureza jaacute que a

forccedila necessaacuteria para a quebra foi aumentando Os resultados para 1 dia 1 semana

15 dias natildeo foram estatisticamente diferentes (pgt005) Jaacute no segundo mecircs houve

um aumento significativo (3844plusmn242 N) que permaneceu igual estatisticamente no

terceiro mecircs (3945plusmn189 N) Sendo assim o aumento da forccedila de compressatildeo do

chocolate ao leite subiu 1817 do seu valor inicial ao longo dos trecircs meses Essa

0

10

20

30

40

50

60

1 dia 1 semana

15 dias 2 meses 3 meses

Forccedil

a (N

) Chocolate ao leite

Chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite com couve

92

diferenccedila no entanto eacute pequena e provavelmente natildeo pode ser sentida

sensorialmente

No caso do chocolate com couve a forccedila permaneceu estaacutevel durante o

periacuteodo de 3 meses natildeo havendo diferenccedila significativa(plt005) entre os

resultados encontrados

O chocolate com uva por sua vez natildeo apresentou diferenccedila significativa

(plt005) no periacuteodo de 1 dia 1 semana e 15 dias Houve um aumento significativo

no segundo mecircs (4800plusmn299 N) que se manteve significativamente (plt005)

estaacutevel no terceiro mecircs

Os resultados revelam que no chocolate ao leite e com uva ocorre mudanccedila

na dureza dos chocolates com o passar do tempo de prateleira Essas mudanccedilas

no entanto provavelmente natildeo deveratildeo ser percebidas sensorialmente uma vez

que se resumem a praticamente uma diferenccedila de 20N entre as forccedilas encontradas

o que provavelmente eacute difiacutecil de ser reconhecido

558Avaliaccedilatildeo sensorial

Durante a anaacutelise sensorial foram avaliados os paracircmetros lsquosaborrsquo ldquoTexturardquo

lsquoAspecto geralrsquo e lsquoIntenccedilatildeo de comprarsquo para todos os chocolates

A frequecircncia de notas para sabor se encontra na Figura 31

93

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A partir da anaacutelise dos resultados quanto ao sabor eacute possiacutevel afirmar que a

maioria dos provadores ficou entre ldquogostei ligeiramenterdquo (nota 6) agrave ldquogostei

muitiacutessimordquo (nota 9) representando 916 dos provadores no caso do chocolate

com couve 926 no caso do chocolate ao leite e 937 no caso do chocolate com

adiccedilatildeo de uva sendo que para este uacuteltimo 253 dos provadores atribuiacuteram nota 9

A nota mais atribuiacuteda foi a nota ldquo8rdquo (gostei muito) sendo que 337 atribuiu esta

nota para o chocolate ao leite 337 para o chocolate com couve e 295 para o

chocolate com uva Natildeo houve diferenccedila significativa (plt005) entre a meacutedia das

notas indicando que os trecircs chocolates foram bem aceitos

A avaliaccedilatildeo de ldquotexturardquo estaacute apresentada na Figura 32

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fr

eq

ue

nci

a

Notas

Chocolate com couve

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate ao Leite

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate com Uva

94

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A textura do chocolate com couve obteve maior porcentagem de notas acima

de 6 representando 642 do total ficando na frente do chocolate ao leite (611) e

do chocolate com uva (474) havendo uma distribuiccedilatildeo maior das notas poreacutem as

meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila significativa (plt005) entre entre si O maior

coeficiente de variaccedilatildeo entre os provadores ocorreu nas notas de textura do

chocolate com uva sendo que muitos apontaram terem gostado da ldquotextura

crocanterdquo desta amostra e outros indicaram que ldquoa amostra havia pedaccedilos maiores

ruins de mastigarrdquo Essa diferenccedila de sensaccedilotildees pode ser explicada pelo tamanho

da partiacutecula da uva liofilizada adicionada ao chocolate que como apontado

anteriormente foi relativamente maior e foi facilmente percebido pelos provadores

Os provadores em sua maioria (92) responderam que havia diferenccedila

entre as amostras Entre diversas respostas as mais frequentes foram a diferenccedila

de sabor entre os trecircs chocolates e a diferenccedila de textura da amostra de chocolate

com uva em relaccedilatildeo aos demais

Os resultados quanto ao aspecto geral das amostras estatildeo indicados na

Figura 33

95

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo chocolate ao leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Em termos de aspecto geral os provadores aceitaram bem as amostras

sendo que 905 deu uma nota entre 6 e 9 para o chocolate com couve e916 do

chocolate ao leite e 884 para o chocolate com uva A nota mais colocada

novamente foi nota a ldquo8rdquo (Gostei muito) sendo que 337 atribuiacuteram essa nota para

o chocolate ao leite 316 para o chocolate ao leite com couve e 284 para o

chocolate ao leite com uva Mesmo assim as notas meacutedias natildeo apresentaram

diferenccedila significativa (plt005) ou seja todas as amostras obtiveram a mesma

aceitaccedilatildeo frente aos provadores

As notas de ldquointenccedilatildeo de comprardquo se encontram na Figura 34

96

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo para o chocolate

ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

A partir da anaacutelise das notas dadas para a ldquointenccedilatildeo de comprardquo eacute possiacutevel

afirmar que a maioria dos provadores ldquoCertamente comprariardquo ou ldquoProvavelmente

comprariardquo representando um total de 611 para o chocolate com couve 666

para o chocolate ao leite e 642 do chocolate com uva Apesar da diferenccedila entre

porcentagens a avaliaccedilatildeo estatiacutestica da meacutedia das notas indicou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre as meacutedias apresentadas

Os resultados indicam uma alta aceitaccedilatildeo dos chocolates bem como intenccedilatildeo

de compra As diferenccedilas sensoriais percebidas durante o teste natildeo mudaram

estatisticamente a aprovaccedilatildeo dos provadores

559Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates

Primeiramente foi verificado o espectro de absorccedilatildeo dos trecircs extratos obtidos

a partir dos chocolates a fim de verificar se estes por possuiacuterem coloraccedilatildeo

caracteriacutestica absorviam mesma regiatildeo do espectro que o radical DPPH (515nm) o

97

que poderia interferir nos resultados obtidos Os espectros dos trecircs tipos de

chocolate estatildeo dispostos na Figura 35

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate ao leite com

couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH

A partir dos espectros de absorccedilatildeo eacute possiacutevel afirmar que os extratos de

chocolate natildeo absorvem energia no comprimento de onda de 515nm que eacute o

utilizado para a anaacutelise de DPPH Eacute possiacutevel observar no espectro do DPPH que

este absorve mais energia a 515nm e por isso justifica a escolha do comprimento

de onda para esta anaacutelise

Segundo Oliveira (2011) o trolox eacute uma substacircncia anaacuteloga a vitamina E

sendo sua principal caracteriacutestica ser um antirradicalar Ensaios jaacute realizados

revelam a eficiecircncia do trolox frente ao radical DPPH por isso eacute considerado que a

porcentagem de trolox representa proporcionalmente a atividade antirradicalar A

capacidade antirradicalar do padratildeo trolox foi testada em triplicata e a curva cineacutetica

estaacute representada na Figura 36

98

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da variaccedilatildeo de

absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox

A curva cineacutetica do padratildeo Trolox indica que o aumento da concentraccedilatildeo

reflete em maior reduccedilatildeo da absorbacircncia principalmente nos primeiros 5 minutos O

restante da reaccedilatildeo permanece com a absorbacircncia constante o que revela que a

reaccedilatildeo entre o radical DPPH e o padratildeo trolox ocorre principalmente nos primeiros 5

minutos

As amostras de extratos de chocolate ao leite chocolate ao leite com adiccedilatildeo

couve e chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva foram testadas frente ao radical

DPPH suas respectivas curvas cineacutetica e curvas padratildeo estatildeo representadas nas

Figuras 37 38 e39

O perfil cineacutetico das trecircs amostras apresenta um padratildeo de comportamento

os extratos de menor concentraccedilatildeo tecircm menor queda em relaccedilatildeo agrave absorbacircncia do

DPPH sem adiccedilatildeo de antioxidantes Jaacute os extratos com maior concentraccedilatildeo

apresentam maior diferenccedila entre a absorbacircncia final e o DPPH sem adiccedilatildeo sendo

que quanto maior a concentraccedilatildeo maior eacute esta diferenccedila

A diminuiccedilatildeo da absorbacircncia em todos os extratos de todas as amostras tem

seu decaimento ocorrendo durante todo o tempo de anaacutelise (30 minutos) diferente

do observado no padratildeo trolox indicando que a reaccedilatildeo entre o radical DPPH e todos

os extratos de chocolate ocorrem por mais tempo

99

A partir dessa variaccedilatildeo de absorbacircncia eacute possiacutevel traccedilar a curva padratildeo para

cada uma destas amostras sendo que quanto maior a inclinaccedilatildeo da reta maior eacute a

capacidade antirradicalar da amostra

As curvas padratildeo das trecircs amostras de chocolate revelam uma grande

semelhanccedila entre os perfis desses chocolates O coeficiente angular (α) de cada

uma das retas eacute comparado com o coeficiente angular meacutedio do Trolox (α=0021)

obtido atraveacutes da anaacutelise em triplicata deste padratildeo Os resultados estatildeo

representados na Tabela 17 juntamente com os resultados de outras avaliaccedilotildees do

perfil antirradicalar das amostras

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite com

couve

100

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de chocolate com uva

Foi realizada tambeacutem a quantificaccedilatildeo da atividade antirradicalar frente ao

radical DPPH por IC50 sendo que o resultado se encontra na Tabela 17

A anaacutelise frente ao ABTS foi realizada em triplicata para todas as amostras de

chocolate Primeiramente obteve-se o espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTS (22acute-

azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-aacutecido sulfocircnico) conforme Figura 40

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS

07

075

08

085

09

095

1

550 600 650 700 750 800 850

Ab

sorb

acircnci

a

Comprimento de onda (nm)

101

O espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTSbull+ revela que a maior absorccedilatildeo deste

composto ocorre na regiatildeo entre 700 e 750nm portanto justifica-se a utilizaccedilatildeo de

734nm para o comprimento de onda

O padratildeo Trolox tambeacutem eacute indicado como padratildeo da capacidade

antirradicalar frente ao radical ABTSbull+ e portanto a reaccedilatildeo entre eles foi realizada

O perfil cineacutetico e a curva padratildeo desta reaccedilatildeo eacute apresentada na Figura 41

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox

O perfil cineacutetico desta reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e trolox mostra que conforme o

aumento da concentraccedilatildeo tem-se uma reduccedilatildeo no valor de absorbacircncia Aleacutem disso

eacute possiacutevel notar que durante os 30 minutos de anaacutelise cada amostra se mostrou com

um valor de absorbacircncia estaacutevel revelando que a reaccedilatildeo ocorre no iniacutecio do

processo e natildeo se modifica ao passar do tempo

As amostras de chocolates foram testadas frente ao radical ABTSbull+ sendo

utilizadas as concentraccedilotildees de extrato de 2 3 4 5 6 As Figuras de 42 a 44

apresentam os resultados obtidos tanto para o perfil cineacutetico quanto para a curva

padratildeo de cada chocolate Estas sugerem um perfil de cineacutetica muito parecido para

todos os extratos de chocolate Tem-se uma reduccedilatildeo de absorbacircncia durante todo o

tempo de anaacutelise (30 minutos) sendo mais acentuada nos primeiros cinco minutos

o que sugere que a reaccedilatildeo ocorra durante todo este periacuteodo Mesmo assim o

102

padratildeo observado na amostra padratildeo se repete quanto maior a concentraccedilatildeo

menor eacute a absorbacircncia encontrada

O ABTSbull+ possui uma coloraccedilatildeo verde-escura e ao reagir com o antirradical

modifica sua coloraccedilatildeo para verde-claro e conforme a reaccedilatildeo for ocorrendo tem-se

a diminuiccedilatildeo do valor de absorbacircncia devido a esta diferenccedila de coloraccedilatildeo

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de couve

103

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de uva

A curva padratildeo do aacutecido gaacutelico demonstrou uma equaccedilatildeo da reta igual a y =

00012x + 02366

A quantificaccedilatildeo dos polifenoacuteis bem como a porcentagem de trolox frente ao

radical DPPH e a porcentagem de trolox frente ao radical ABTSbull+ estatildeo

apresentadas na Tabela 17

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com uva

Amostra gmg GAE IC50(DPPH)

(mgL) Trolox (DPPH) Trolox (ABTS)

Chocolate ao leite 7422plusmn410a 682plusmn014a 27875plusmn398a 44397plusmn412a

Chocolate com couve 7429plusmn393a 63plusmn056a 25093plusmn729ab 44228plusmn1820a

Chocolate com uva 147285plusmn1417b 692plusmn048a 24047plusmn1151b 37380plusmn136a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir da avaliaccedilatildeo da capacidade antirradicalar dos chocolates frente ao

radical ABTS pode-se dizer que natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila significativa

(plt005) entre as amostras sendo assim todos os chocolates apresentaram a

104

mesma capacidade frente a este radical ou seja natildeo houve aumento com a adiccedilatildeo

de couve e uva nos chocolates

Os valores encontrados para esse tipo de produto satildeo altos visto que podem

ser comparados com alimentos conhecidos por sua alta capacidade antirradicalar

como- mirtilos (4766 mg Equivalente de Vitamina C (VCE) 100 g) ameixas pretas

(372 mg VCE100g) (FLOEGEL2011) e goiaba (496 mg Trolox100 g) (REDDY

2010)

Jaacute frente ao radical DPPH em porcentagem de Trolox a atividade

antirradicalar das amostras de chocolate revelaram resultados nos quais o chocolate

ao leite eacute estatisticamente diferente (plt005) do chocolate ao leite com uva mas o

chocolate ao leite com couve natildeo apresenta diferenccedila significativa (plt005) com

nenhuma das duas amostras Esse fato indica que a capacidade antirradicalar frente

ao radical DPPH natildeo aumentou com a adiccedilatildeo de couve e apresentou menor

capacidade com a adiccedilatildeo de uva

Os resultados frente ao radical DPPH avaliados por IC50 demonstraram natildeo

haver diferenccedila significativa entre as amostras (plt005) Na literatura natildeo existe um

consenso em como expressar os resultados de testes antirradicalares Oliveira et al

(2014) sugerem a utilizaccedilatildeo de porcentagem de Trolox por facilitar a interpretaccedilatildeo

dos resultados jaacute que eacute diretamente proporcional agrave atividade antirradicalar

Os valores encontrados para a capacidade antirradicalar frente ao radical

DPPH tambeacutem satildeo comparaacuteveis a frutas e vegetais conhecidos por serem

potenciais antirradicalares como manga (211mg Trolox100 g) (REDDY et al 2010)

ameixa preta (287 mg VCE100 g) e vinho (1964 mg Trolox100 g) (FLOEGEL et al

2011)

O radical DPPH tende a interagir com compostos antirradicalares mais

reativos enquanto que o radical ABTS reage com os compostos de reatividade

intermediaacuteria (Oliveira 2014) Esse fato pode explicar a diferenccedila de valores

encontrada para os chocolates por estes dois meacutetodos e pode-se inferir que existe

maior quantidade de compostos de reatividade intermediaacuteria em todos os

chocolates

105

Diversos autores jaacute discutiram a correlaccedilatildeo destas duas metodologias

Floegel et al (2011) realizaram um estudo com 50 diferentes tipos de alimentos

(frutas vegetais e bebidas) e analisaram a correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos

para a capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH e frente ao radical ABTS

Foi encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0953) comparando-se os resultados das

frutas e das bebidas Por outro lado encontrou-se menor correlaccedilatildeo para os

resultados de vegetais (R=0896) Dudonne et al (2011) publicaram um estudo

comparativo entre 30 diferentes extratos de plantas assim como o artigo anterior foi

encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0903) entre os resultados de ABTS e DPPH

A anaacutelise estatiacutestica da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis demonstrou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre os resultados de chocolate com couve e

chocolate ao leite poreacutem houve uma diferenccedila entre estes em comparaccedilatildeo ao

chocolate ao leite com uva Houve um aumento da quantidade de polifenoacuteis em

5044 do chocolate com uva em relaccedilatildeo ao chocolate controle

A quantidade de polifenoacuteis encontrada no controle e chocolate com couve

pode ser comparaacutevel agrave quantidade de polifenoacuteis presentes por exemplo em laranjas

(70 mg GAEg) (REDDY 2010)

Conforme citado anteriormente a couve e a uva foram adicionadas de

diferentes formas no chocolate A couve foi adicionada durante o processo de refino

dos chocolates na maacutequina de moinho de bolas enquanto que a uva foi adicionada

apoacutes o processo de fabricaccedilatildeo em um misturador planetaacuterio o que pode ter afetado

diretamente na quantidade de polifenoacuteis adicionada

Siebert Troukhanova e Lynn (1996) estudaram a interaccedilatildeo entre proteiacutenas e

polifenoacuteis Sabe-se que os polifenoacuteis tecircm em sua estrutura duas extremidades que

podem se ligar as proteiacutenas- o anel benzecircnico que possivelmente podem interagir

com a parte apolar das cadeias de proteiacutenas e os grupos hidroxiacutelicos que formam

facilmente ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a amina ou com a carbonila da proteiacutena

Supotildee-se que essas ligaccedilotildees formam uma rede de proteiacutenas-polifenoacuteis a qual pode

interferir em suas biodisponibilidade Arts et al (2002) avaliaram a modificaccedilatildeo do

resultado de capacidade antirradicalar total de chaacute preto com e sem caseiacutena Foi

identificado que a adiccedilatildeo de proteiacutenas no chaacute afeta a capacidade antirradicalar do

mesmo natildeo atingindo a capacidade maacutexima de atividade antirradicalar

106

Niseteo et al (2012) realizaram um estudo da capacidade antirradicalar de

diferentes tipos de bebidas a base de cafeacute com e sem a adiccedilatildeo de leite e

quantificaram os compostos polifenoacutelicos por meacutetodo de Folin-ciocauteau Naquele

trabalho tambeacutem foi encontrada diferenccedila na capacidade antirradicalar dos cafeacutes

com adiccedilatildeo de leite de valor reduzido em comparaccedilatildeo aos sem leite e a interaccedilatildeo

polifenoacuteis-proteiacutenas tambeacutem foi discutida No entanto a quantidade de polifenoacuteis dos

cappuccinos com adiccedilatildeo de leite foi maior do que o controle O autor atribuiu essa

diferenccedila nos resultados de quantidade de polifenoacuteis e da capacidade antirradicalar

devido agrave baixa precisatildeo analiacutetica e a baixa seletividade do reagente de Folin-

ciocauteau que pode interagir com outros compostos redutores como accediluacutecares e

aminoaacutecidos e gerar assim resultados diferentes Os resultados encontrados para o

chocolate com uva apresentam a mesma tendecircncia- menor capacidade

antirradicalar e maior quantidade de polifenoacuteis

Jakobek (2015) publicou uma revisatildeo sobre a interaccedilatildeo dos polifenoacuteis com

outros componentes alimentares como proteiacutenas lipiacutedeos e carboidratos Segundo o

autor a partir de sua revisatildeo bibliograacutefica eacute possiacutevel concluir que essas interaccedilotildees

podem significar alteraccedilotildees na biodisponibilidade e bioacessibilidade desses

compostos pelo organismo A interaccedilatildeo entre lipiacutedeos e polifenoacuteis por exemplo

pode causar uma mudanccedila na absorccedilatildeo de lipiacutedeos no corpo e reduzir a

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Aleacutem disso as proteiacutenas e polifenoacuteis interagem entre si e

podem alterar tanto a atividade das proteiacutenas quanto a biodisponibilidade dos

polifenoacuteis

Os estudos citados acima demonstram uma forte interaccedilatildeo entre os

componentes dos alimentos (proteiacutenas lipiacutedeos carboidratos) com os compostos

fenoacutelicos Sugere-se que esta interaccedilatildeo pode vir a afetar a disponibilidade dos

compostos fenoacutelicos e portanto alterar a sua capacidade antirradicalar Jakobek

(2015) cita tambeacutem que quanto maior a quantidade de grupos hidroxila e quanto

maior o peso molecular maior eacute a tendecircncia das moleacuteculas de polifenoacuteis a se ligar a

proteiacutenas Os compostos encontrados na couve e na uva apresentam esses dois

fatores o que sugere que estas interaccedilotildees possam ter ocorrido e

consequentemente interferindo na capacidade antirradicalar dos chocolates

formulados

107

No entanto natildeo foram utilizadas as metodologias de ORAC e FRAP que

tambeacutem satildeo conhecidas para capacidade antirradicalar Sabe-se que a anaacutelise da

atividade antirradicalar por ORAC apresenta grande vantagem em relaccedilatildeo ao radical

ABTS e ao radical DPPH pois eacute baseada nos radicais peroxila que satildeo mais

correlacionados com a oxidaccedilatildeo in vivo das ERO (SCHAICH ZIE 2015) O FRAP

baseia-se na reduccedilatildeo do complexo feacuterrico pela accedilatildeo de doaccedilatildeo de eleacutetrons por

antioxidantes e possui boa correlaccedilatildeo com o ABTS (Duddone et al 2009)

A adiccedilatildeo de frutas secas em chocolates jaacute foi estudada por diversos grupos

de pesquisa com o objetivo de enriquecer essas formulaccedilotildees

Belščak-Cvitanovi et al (2012) elaboraram diversas formulaccedilotildees de chocolate

com adiccedilatildeo de folhas de Rubus ideaus L ( raspberry) com o objetivo de adicionar

compostos fenoacutelicos Para tal estudo realizaram formulaccedilotildees de chocolate ao leite

e chocolate amargo sendo um teor de cacau de 30 e 72 respectivamente As

folhas sofreram um processo de extraccedilatildeo em aacutegua quente sendo adicionadas em

duas formas diferentes ao chocolate um extrato liofilizado e um extrato obtido por

evaporaccedilatildeo Natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila na quantidade de compostos

polifenoacutelicos totais com adiccedilatildeo de extrato liofilizado assim como sua capacidade

antirradicalar frente ao radical FRAP Aleacutem disso foi identificado que o chocolate

amargo possui capacidade antirradicalar e quantidade de polifenoacuteis muito superiores

se comparado aos chocolates ao leite avaliados pois segundo o autor produtos

com grande quantidade de accediluacutecar e leite em poacute formam uma rede de interaccedilatildeo forte

entre proteiacutenas e catequinas e isto podem afetar diretamente na anaacutelise de

antirradicalares

Komes et al (2013) estudaram a adiccedilatildeo de 5 diferentes tipo de frutas

secas(ameixa mamatildeo damasco uvas passa e cranberry) em formulaccedilotildees de

chocolate Este estudo revelou tambeacutem uma maior capacidade antirradicalar e

quantidade de polifenoacuteis para chocolates amargos em comparaccedilatildeo com chocolates

ao leite Apesar da adiccedilatildeo de cranberry e uva passa terem sido efetivas em termos

de aumentar a capacidade antirradicalar e o teor de polifenoacuteis os autores

demonstram que o maior responsaacutevel pelos altos valores eacute o cacau que possui

grande quantidade de compostos fenoacutelicos em sua composiccedilatildeo

108

A grande influecircncia do liquor de cacau na quantidade de polifenoacuteis e na

capacidade antirradicalar estaacute de acordo com o encontrado para todos os chocolates

formulados no presente trabalho Conforme demonstrado anteriormente o liquor de

cacau utilizado quando comparado com frutas conhecidas por essa propriedade

possui uma alta capacidade antirradicalar (IC50=29 mgg) e alta quantidade de

polifenoacuteis (25994 mg GAE g) que reflete nos altos valores encontrados

Sim et al (2016) estudaram a adiccedilatildeo de poacute de casca de mangostatildeo (Garcinia

mangostana Linn) para a melhoria de propriedades nutricionais do chocolate As

formulaccedilotildees foram realizadas com 0 1 e 3 de poacute sendo que o chocolate amargo

obteve uma melhora de 3 na quantidade de polifenoacuteis totais aleacutem de uma melhora

no perfil de compostos bioativos sendo uma possiacutevel alternativa como aditivo para

enriquecimento de formulaccedilatildeo de chocolates

Todorovik et al (2015) avaliaram o perfil de polifenoacuteis de chocolates

produzidos na Seacutervia sendo que foram avaliados chocolates ao leite amargos e

amargos com adiccedilatildeo de raspberry Neste estudo natildeo foi encontrada diferenccedila entre

a quantidade de polifenoacuteis dos chocolates amargos com e sem a adiccedilatildeo de

raspberry Mesmo assim os resultados mostraram um aumento da capacidade

antirradicalar frente ao radical DPPH e ABTS nos chocolates com adiccedilatildeo de

raspberry

Os trabalhos citados acima demonstram que eacute possiacutevel adicionar frutas ou

folhas secas em chocolate e obter uma maior capacidade antirradicalar

Os chocolates desenvolvidos no presente trabalho apresentaram altas

capacidades antirradicalares o que sugere seus efeitos beneacuteficos para o corpo pele

e sauacutede Para o aumento significativo da capacidade antirradicalar no entanto mais

testes deveriam ser realizados de modo a definir se haacute uma interaccedilatildeo entre estes

compostos e as proteiacutenas do leite presentes no chocolate

109

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD

A anaacutelise em CLAE-DAD foi realizada para o perfil cromatograacutefico dos

compostos fenoacutelicos e verificaccedilatildeo se os componentes presentes na couve e na uva

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo desses produtos As comparaccedilotildees

entre cromatogramas de mesmo comprimento de onda para o chocolate ao leite

chocolate com couve e couve liofilizada se encontram nas Figuras 45 a 48

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

110

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

A anaacutelise dos cromatogramas do chocolate ao leite com couve chocolate ao

leite e da couve permite concluir que alguns dos picos da couve foram transferidos

para o chocolate ao leite com couve assim como alguns picos do chocolate ao leite

foram transferidos para o chocolate com couve A comparaccedilatildeo entre os picos e as

aacutereas encontradas estaacute disposta na Tabela 18

111

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260 nm 280 nm 320 nm 360 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL

2684 29610 3006 5879 2454 7848 2694 - 2449 - 603 101 2448 - 559 109

3652 - 2994 7936 2690 16752 1975 - 2538 1443 256 - 2539 986 261 -

3828 - 6680 24257 3097 - 81 - 2704 - 635 890 2705 - 777 562

4795 1003 10733 - 3849 - 8308 32875 2866 - 262 617 3639 - 182 268

5687 - 241 495 5707 1122- 224 406 365 - 250 855 3811 385 111 -

5964 - 1127 3481 5954 - 731 2575 4041 - 127 418 4032 - 124 232

6778 - 968 2839 6755 - 804 2833 9285 - 355 850 23576 18018 918 -

7229 - 287 699 7229 - 298 709 19400 - 733 1898 64626 6560 492 -

8165 - 585 3532 7926 - 303 2202 20645 - 182 378

9088 - 167720 481259 9088 - 219180 498880 25230 - 1682 3395

10379 - 626 1746 10370 - 1278 3175 29694 69863 1397 -

11 - 477 2917 11071 - 849 2221 56254 23250 572 -

12069 912 325 728 12069 1047 377 1051 57971 30799 312 -

12792 - 483 2280 15535 - 291 869 62540 479 618 -

13571 - 254 1435 16109 - 2446 9090 64626 9645 355 -

15529 - 495 1535 18094 808 25245 -

16137 - 4122 18531 19402 - 1267 28136

18094 - 19811 24559 22084 - 2792 10571

22083 58677 1751 -

22851 - 567 1191

23577 22250 1070 -

29206 - 413 81520

30100 - 412 1374

30797 - 26159 11417

64624 2830 546 -

82747 1375 1353 1305

112

Os cromatogramas obtidos para o chocolate ao leite chocolate ao leite com

uva e uva liofilizada estatildeo dispostos nas Figuras 49 a 52

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

113

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Assim como na primeira avaliaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que muitos dos picos

presentes no chocolate ao leite estatildeo presentes no chocolate ao leite com uva

Tambeacutem se observa que alguns picos da uva liofilizada foram transferidos para o

chocolate ao leite com uva conforme demonstra a Tabela 19

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de CLAE-DAD para identificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos eacute largamente utilizada na literatura atual Esta identificaccedilatildeo de compostos

pode ser realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo de tempos de retenccedilatildeo presentes na

literatura assim como comparaccedilatildeo com padrotildees No caso dos chocolates no

entanto

114

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260nm 280nm 320 nm 350 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT Uva CU CL RT Uva CU CL RT UVA CU CL RT UVA CU CL 2553 - 497 27915 2543 - 12925 52565 2779 - 19355 89 2450 10265 785 1085

2758 - 10827 13866 2757 - 14411 250205 2943 195 1428 2548 879 3375 254 2934 58 6176 26 2935 1615 7287 - 3052 223 21765 2775 182 752 562

3042 989 6047 - 3044 945 8338 - 56915 - 297 1325 2831 - 6825 384 3710 68 429 - 5194 355 625 - 9233 - 12195 8495 4098 - 806 232

3920 1533 4631 - 5918 661 3631 25745 10372 - 156 171 5049 - 272 98 56805 216 9485 495 6733 3903 2833 14080 - 8005 407 54596 - 216 165

5933 14 47705 3481 8984 4475 598044 - 16098 - 11865 36505 57455 - 361 3005 6761 308 36245 2839 10337 - 1692 3175 21380 - 9285 25005

7134 175 3066 - 21246 - 1568 24645 27800 - 388 9455 8995 178 603862 - 27776 24704 3809 - 73585 24825 492 -

10339 453 1138 1746 59786 1325 207 - 79272 851 107 - 12752 - 31385 22795 73587 7115 3055 -

14113 - 993 7615 79261 482 401 - 15491 - 2688 1535

16083 - 217065 18531 21381 - 953 48615

67858 - 567 208

115

existe uma grande complexidade de compostos presentes em sua estrutura o que

dificulta a utilizaccedilatildeo de adiccedilatildeo de padrotildees

Sendo assim o meacutetodo mais adequado seria a utilizaccedilatildeo de um CLAE-MS

capaz de identificar as massas dos picos e assim permitir a sua correta

caracterizaccedilatildeo No presente trabalho no entanto natildeo foi possiacutevel realizar esta

anaacutelise levando entatildeo agrave conclusatildeo atraveacutes de hipoacuteteses sobre os tempos de

retenccedilatildeo conhecidos em literatura

Primeiramente eacute preciso lembrar que dependendo do tipo de estrutura

quiacutemica haacute uma diferenccedila na absorccedilatildeo em cada comprimento de onda Zhang

(2013) identificou os espectros de absorccedilatildeo de 14 compostos fenoacutelicos mais

conhecidos na literatura sendo eles (1) aacutecido gaacutelico (2) aacutecido protequinico (3)

aacutecido vaniliacutenico (4) aacutecido cafeacuteico (5) aacutecido siringico (6) aacutecido cumaacuterico (7) aacutecido

saliciacutelico (8)catequina (9) epicatequina (10) rutina (11) morina (12) cumarina (13)

quercetina (14) resveratrol

Esses compostos fenoacutelicos estatildeo presentes tanto na uva quanto na couve

conforme abordado na revisatildeo de literatura A Tabela 20 representa os

comprimentos de onda de maior absorccedilatildeo para cada um dos fenoacutelicos acima

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013

Classes de substacircncias Compostos fenoacutelicos Comprimento de onda (nm)

Aacutecidos hidroxicinacircmicos Aacutecido gaacutelico 271

Aacutecido protequiacutenico 260

Aacutecido vaniliacutenico 260 Aacutecido hidroxicinacircmico Aacutecido cafeacuteico 324

Catequinas

Aacutecido cumaacuterico 280

Catequina 280

Epicatequina 280

Flavonoacuteis Rutina 255

Quercetina 374 Estibeno

Resverastrol 306

116

Todos os compostos citados absorvem nos comprimentos de onda avaliados

para os chocolates 260 280 320 e 360 nm portanto existe uma possibilidade de

que estes compostos estejam entre aqueles que se repetiram nos chocolates com

adiccedilatildeo sendo assim eacute provaacutevel que os picos encontrados estabeleccedilam uma relaccedilatildeo

com a adiccedilatildeo de compostos da couve e da uva nos chocolates

Comparando-se o chocolate ao leite com o chocolate com couve eacute possiacutevel

perceber que existe maior quantidade de picos em 280 e 320 nm no chocolate com

couve do que na amostra controle Provavelmente este fato indica que teriam sido

adicionados ao chocolate compostos da classe das catequiacutenas e compostos da

classe dos flavonoacuteis

Jaacute a comparaccedilatildeo entre o chocolate controle e o chocolate com uva haacute uma

adiccedilatildeo de picos principalmente nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm o que

provavelmente sugere que compostos das classes da catequiacutenas e aacutecidos

hidroxicinacircmicos foram adicionados

As catequinas satildeo principal constituinte de chaacutes e satildeo associadas a altas

capacidades antioxidantes Estudos revelam que a ingestatildeo de catequiacutenas pode

reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas aleacutem de possuir potencial para inibir ceacutelulas

canceriacutegenas e reduzir o processo de envelhecimento (BRAICU et al 2013)

Os flavonoacuteis satildeo antioxidantes naturais encontrados principalmente no chaacute e

em frutos como o cacau Estudos a respeito dessa classe de compostos

demonstram seu potencial em reduzir a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica representando um

protetor cardiovascular importante (HEIM TAGLIFERRO BOBILYA 2002)

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos tambeacutem satildeo altamente estudados por sua

propriedade antioxidante Estatildeo presentes em frutas e vegetais e satildeo conhecidos

principalmente por sua bioatividade (RAZZZAGHI-ASI et al 2013)

117

6CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de uva e couve em chocolate ao leite modificou suas propriedades

como segue

As propriedades fiacutesicas como tamanho de partiacutecula textura

viscosidade e tensatildeo inicial de Casson sendo que a diferenccedila de

textura e tamanho de partiacutecula foi percebida sensorialmente pelos

provadores natildeo treinados

As propriedades fiacutesico-quiacutemicas como a quantidade de fibras

conteuacutedo mineral e quantidade de accediluacutecares conduzindo a melhora nas

propriedades nutricionais dos chocolates

Nas propriedades sensoriais 92 dos painelistas afirmaram que havia

diferenccedila entre as amostras A anaacutelise sensorial tambeacutem comprovou

uma boa aceitaccedilatildeo de todos os chocolates sendo que mais de 60

dos provadores afirmou que provavelmente ou certamente compraria o

chocolate

A quantidade de polifenoacuteis aumentou no chocolate ao leite com uva

mas natildeo no chocolate ao leite com couve para a metodologia de Folin-

Ciocauteau

A grande quantidade de polifenoacuteis presentes no liquor de cacau utilizado

impactou diretamente nos altos valores encontrados para todos os chocolates

formulados A adiccedilatildeo de uva e couve liofilizadas apesar de tambeacutem apresentarem

altas quantidades de polifenoacuteis natildeo modificou a capacidade antirradicalar frente ao

radical ABTS e ao radical DPPH No processo de liofilizaccedilatildeo houve perdas de

polifenoacuteis na couve e na uva

Os resultados do perfil cromatograacutefico dos compostos fenoacutelicos por CLAE-

DAD revelaram que muitos dos compostos presentes na couve e na uva foram

transferidos para os chocolates formulados

A utilizaccedilatildeo de frutas e hortaliccedilas como alternativa para o enriquecimento de

propriedades dos alimentos foi comprovada neste trabalho demonstrando melhorar

as qualidades nutricionais e funcionais de alimentos como chocolate ao leite

118

7SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS

A adiccedilatildeo de frutas e vegetais em produtos alimentiacutecios eacute uma aacuterea

promissora para enriquecimento de formulaccedilotildees Os resultados obtidos no presente

trabalho indicaram modificaccedilotildees em alguns aspectos do chocolate o que eacute uma

premissa interessante para futuros trabalhos

Avalia-se que a adiccedilatildeo de frutas e vegetais tem no entanto aleacutem do valor

nutricional um efeito beneacutefico para ajudar a balancear as espeacutecies reativas no corpo

e desacelerar o envelhecimento precoce Essas propriedades funcionais no entanto

soacute poderiam ser confirmadas com testes in vivo apropriados para a verificaccedilatildeo deste

benefiacutecio

Aleacutem disso estudos de cristalizaccedilatildeo dos chocolates formulados poderiam ser

conduzidos pelas teacutecnicas- DSC Difraccedilatildeo de RAIO-X que poderiam ser utilizadas

para informaccedilotildees da estabilidade desses chocolates

119

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ANEXO A- Parecer cosubstanciado do CEP

133

134

135

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

136

137

138

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL

139

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES PARA BANCA JULGADORA

140

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO

141

142

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES

143

144

145

Page 6: Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

CARVALHO J C S DESENVOLVIMENTO DE CHOCOLATES AO LEITE COM

PROPRIEDADES FUNCIONAIS ACRESCIDOS DE FOLHAS DE Brassica

oleracea (couve) E FRUTOS DE Vitis viniacutefera (uva) 2016 137f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado) ndash Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo

Satildeo Paulo 2016

RESUMO

Dietas ricas em vegetais satildeo fontes de antioxidantes importantes agentes

que auxiliam na prevenccedilatildeo do envelhecimento precoce O cacau mateacuteria

prima base para a produccedilatildeo de chocolates eacute considerado rica fonte de

antioxidante Entretanto o chocolate do tipo ao leite que possui menor

quantidade de cacau e portanto menor accedilatildeo antioxidante eacute o mais

consumido no Brasil O presente trabalho tem o objetivo de desenvolver

formulaccedilotildees de chocolates ao leite com propriedades funcionais Para tal

foram produzidas trecircs diferentes variaccedilotildees de chocolate ao leite (controle) ao

leite adicionados de folhas de couve e ao leite adicionados de frutos de

videira Os chocolates fabricados foram avaliados por suas caracteriacutesticas

fiacutesicas fiacutesico quiacutemicas sensoriais e quanto ao potencial antirradicalar Como

resultado observou-se que o teor de umidade do chocolate ao leite e a

atividade de aacutegua natildeo se modificaram com a adiccedilatildeo dos produtos liofilizados

Encontrou-se no chocolate com couve aumento de 9 no teor de fibras e 6

no conteuacutedo mineral Foi encontrada diferenccedila nas propriedades fiacutesicas do

chocolate com uva como viscosidade Casson (076plusmn004 Pas) dureza

(4377plusmn205 N) tensatildeo inicial Casson (129plusmn335 Pa) e tamanho de partiacutecula

(378plusmn113 microm) A avaliaccedilatildeo sensorial registrou alta aceitabilidade dos

produtos e a percepccedilatildeo de diferentes texturas nos chocolates O perfil do

potencial atioxidante sugere que natildeo houve aumento da capacidade

antirradicalar com a adiccedilatildeo de couve e uva poreacutem a anaacutelise do perfil

cromatograacutefico de fenoacutelicos levanta a hipoacutetese de que alguns compostos

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo de couve e de uva Conclui-

se que foi possiacutevel agregar propriedades funcionais no chocolate ao leite

Palavras-chave chocolate couve uva antioxidants

CARVALHO J C S Development of milk chocolates with

functional properties with leaves from Brassica Oleracea (kale) and

fruits of Vitis Vinifera (grape) 2016 145f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 2016

ABSTRACT

Nowadays it is known that a diet rich in vegetables is a source of antioxidants

which help in the prevention of premature ageing Studies on cocoa indicate

that this raw material essential in the production of chocolate is a rich source

of antioxidants However milk chocolate which contains less cocoa and less

antioxidant activity is the most consumed type in Brazil The aim of this study

was to develop milk chocolate formulations with antioxidant properties As

such three kinds of chocolate were produced with added kale leaves with

added grapes and the control normal milk chocolate The chocolates

produced were evaluated on their physical characteristics physical-chemistry

and antioxidant potential It was found that the moisture content and the water

activity did not change with the addition of lyophilized materials The addition

of kale increased 9 of fibers content and 6 of mineral content It was found

that the greatest change in physical properties was with added grape such as

viscosity (076plusmn004 Pas) texture (4377plusmn205 N) yield value (129plusmn335 Pa)

and particle size (378plusmn113 microm) The sensorial analysis resulted in high

acceptability of the products and in the differences of perception in texture

between the three kinds of chocolates The antioxidant profile suggest that

there was no occurrence of increases in antioxidant capacity with the addition

of kale and grape but the chromatography profile of phenolic compounds

raises the hypothesis that some phenolic compounds were transferred to the

chocolates after the addition It was found that it is possible to aggregate

functional properties of milk chocolate

Key-words chocolate kale grape antioxidants

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele 22

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de

Kammeyer Luiten (2015) 26

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de

chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010) 29

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 32

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 34

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol 36

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve 46

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial 54

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e

atividade de aacutegua (retirado de NESPOLO 2015) 58

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH 59

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

60

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH 60

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve

liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto

(1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010) 61

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in

natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo

meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010) 62

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante 63

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

64

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da

peneira para couve liofilizada em poacute 66

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para

extrato de couve liofilizado 67

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar

um sal com Cu2+ se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho

tijolo) Retirado de Tavares et al (2010) 69

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em

diferentes concentraccedilotildees 72

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em

diferentes concentraccedilotildees 73

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate 76

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees

dos chocolates 77

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve

e chocolate com uva 80

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com

couve e chocolate com uva 81

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose 87

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores 90

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite

chocolate ao leite com uva e chocolate ao leite com couve 91

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate

ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 93

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o

chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 94

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo

chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 95

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo

para o chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

96

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate

ao leite com couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH 97

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da

variaccedilatildeo de absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox 98

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite 99

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite com couve 99

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de

chocolate com uva 100

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS 100

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox 101

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite 102

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve 102

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 103

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho 40

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate sendo a foacutermula 1 a

controle a foacutermula 2 o chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 43

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria 44

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE 50

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura

extraiacutedos por diferentes meacutetodos 64

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para

meacutetodo graacutefico e algeacutebrico 67

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva

liofilizada e in natura 69

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes

extratores 70

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical

DPPH para o liquor de cacau 74

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e

integral utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate 75

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate 78

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite

com couve e chocolate ao leite com uva 83

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de

chocolates finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010) 83

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate

eo leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 87

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates 88

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e

chocolate ao leite com uva 89

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com

uva 103

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao

leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 111

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates

com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 114

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde

apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013 115

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABICAB Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados

ABTS 22-azino-bis(3-etilbenzothiazolina-6-aacutecido sulfocircnico)

AM Abertura da malha

CLAE Cromatografia Liacutequida de Alta Eficiecircncia

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DPPH 22-difenil-1-picrilhidrazil

IC50 Concentraccedilatildeo em que se reduz a metade do efeito maacuteximo

ERO Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

FDA Food Dietary Intake

IEA Instituto de Economia Agriacutecula

g Grama

GAE Gallic Acid Equivalent

LDL Lipoproteiacutena de baixa densidade

mg Miligrama

mL Mililitros

N Newton

Pas Pascal por segundo

Pa Pascal

PGPR Polyglycerol Polyricinoleate

POS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Esteaacuterico

POP Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Palmitiacuteco

RDA Refference Dietary Allowance

RDC Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada

SOS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Esteaacuterio-Oleico-Esteaacuterico

TAG Triacilgliceroacuteis

USDA United States Department of Agriculture

UV Ultravioleta

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 22

21 Envelhecimento cutacircneo 22

22 Cacau e Chocolate 27

23 Brassica oleracea (couve) 31

24 Vitis vinifera (Uva) 36

3 OBJETIVOS 39

31 Geral 39

32 Especiacuteficos 39

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 40

41 Materiais 40

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva 41

43 Produccedilatildeo do chocolate 42

44 Granulometria 44

45 Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute 45

46 Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar 45

461 Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos 45

462 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do

potencial antirradicalar de couve uva e liquor de cacau 47

463 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates 47

464 Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis 48

465 Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS 49

466 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE 49

47 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates 50

48 Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas 51

481 Determinaccedilatildeo de umidade 51

482 Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral 51

483 Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos 51

484 Determinaccedilatildeo de proteiacutenas 52

485 Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

52

486 Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis 52

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura 52

410 Determinaccedilatildeo da reologia 53

411 Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua 53

412 Avaliaccedilatildeo da Colorimetria 53

413 Avaliaccedilatildeo sensorial 53

414 Forma de anaacutelise de resultados 56

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 57

51 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve 57

511 Liofilizaccedilatildeo 57

512 Perfil antioxidante 59

513 Anaacutelise granulomeacutetrica 66

52 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva 68

521 Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares

redutores natildeo redutores e totais 68

522 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva 70

53 Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau 73

531 Perfil antirradicalar do liquor de cacau 73

532 Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau 74

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute 75

55 Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates 75

551 Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da

manteiga de cacau 75

552 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula 78

553 Anaacutelise Reoloacutegica 79

554 Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates 82

555 Atividade de aacutegua 88

556 Colorimetria 89

557 Estabilidade dos chocolates 90

558 Avaliaccedilatildeo sensorial 92

559 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates 96

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD 109

6 CONCLUSAtildeO 117

7 SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

REFEREcircNCIAS 119

ANEXO A- PARECER COSUBSTANCIADO DO CEP 132

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 135

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL 138

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES 139

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO 140

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES 142

20

1INTRODUCcedilAtildeO

Na safra 20142015 a colheita bruta de cacau 4230 mil toneladas do fruto

(INTERNATIONAL COCOA CONFECTIONARY ORGANIZATION-ICCO 2016)

Segundo dados da Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados (ABICAB) (2015) 731 mil toneladas de chocolate

foram produzidos no ano de 2014

Segundo o documento ldquoBrasil Food Trends 2020rdquo a tendecircncia para o mercado

de alimentos no Brasil eacute o desenvolvimento de formulaccedilotildees com o conceito de

ldquosaudabilidaderdquo ou seja produtos com menor valor caloacuterico reduzido valor de

accediluacutecar com menor teor de gorduras trans e que possuam atribuiccedilotildees funcionais

Sabe-se que os consumidores vecircm buscando produtos que contribuam para uma

dieta mais saudaacutevel com maior conteuacutedo mineral e de nutrientes e valor reduzido de

gorduras e colesterol (MADI COSTA REGO 2010)

Lannes et al (2002) por exemplo formularam chocolate utilizando o cupuaccedilu

Seus estudos permitiram concluir que a substituiccedilatildeo do cacau pelo cupuaccedilu foi

eficaz gerando um produto com alta qualidade e custo reduzido se comparado ao

similar Komes et al (2013) adicionaram frutas secas agraves formulaccedilotildees de chocolate a

fim de obter um chocolate com maior capacidade antirradicalar Segundo a anaacutelise

sensorial realizada pelos autores os chocolates contendo Cranberries foram bem

aceitos e foi possiacutevel observar maior potencial antirradicalar nos chocolates com

adiccedilatildeo de frutas Amaral (2013) realizou a produccedilatildeo de recheios de bombons com

adiccedilatildeo de murici uma fruta de alto valor nutricional e obteve produtos com maior

elevados teores de proteiacutenas e minerais

A busca pela inovaccedilatildeo no mercado de chocolates tambeacutem levou

pesquisadores a realizar patentes de seus produtos Crowley amp Naimeddine (2011)

desenvolveram um chocolate com adiccedilatildeo de um blend da manteiga de cacau com

adiccedilatildeo de frutas liofilizadas em poacute Vajda et al (1989) elaboraram um spread de

chocolate com a adiccedilatildeo de poacutes de frutas concentradas

21

Sabe-se que haacute uma grande quantidade de pesquisas a respeito dos

benefiacutecios dos antioxidantes para evitar ou reduzir os efeitos de doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como cacircncer Alzheimer catarata diabetes envelhecimento

entre outras (Cai et al 2004 apud MORAIS et al2009) Os polifenoacuteis por exemplo

satildeo antioxidantes que possuem estruturas quiacutemicas promissoras para prevenccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo (MEENA MEENA TREacuteTON 2014)

Os antioxidantes podem ser encontrados em diversos tipos de vegetais- como

frutas e hortaliccedilas sendo a couve e a uva dois exemplos de alimentos com essa

propriedade

A couve eacute um vegetal importante nas dietas tradicionais na regiatildeo

Mediterracircnea e eacute conhecida por sua capacidade de prevenccedilatildeo de doenccedilas e

propriedades antimicrobianas Estudos identificaram nove diferentes aacutecidos fenoacutelicos

em sua composiccedilatildeo sendo estes com alta capacidade antioxidante (AYAZ et al

2008)

O consumo de uvas vem sendo estudado como efetiva prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas e o envelhecimento devido agrave alta porccedilatildeo de compostos fenoacutelicos em

sua composiccedilatildeo A uva eacute composta principalmente por flavonoides como o

resveratrol que jaacute foi comprovadamente associado agrave alta capacidade antirradicalar

frente aos radicais livres (XIA et al 2010)

Diante do acima citado o presente trabalho tem como objetivo o

desenvolvimento de formulaccedilatildeo de chocolates acrescidos de folhas de couve

(Brassica oleracea) e de frutos de uva (Vitis viniacutefera) obtendo-se assim produtos

com enriquecimento das propriedades funcionais Por suas propriedades acredita-

se que o seu consumo traraacute benefiacutecios agrave sauacutede

22

2REFERENCIAL TEOacuteRICO

21Envelhecimento cutacircneo

A pele eacute o oacutergatildeo que reveste todo o organismo correspondendo a 5 do

peso corporal Apresenta multifunccedilotildees tais como sensorial proteccedilatildeo contra agentes

externos termorregulaccedilatildeo excreccedilatildeo e produccedilatildeo de metaboacutelitos aleacutem de

representar a aparecircncia e perfil caracteriacutestico dos indiviacuteduos (CORREcircA 2012)

A pele eacute dividida em trecircs principais camadas- a epiderme a derme e a

hipoderme conforme demonstra a Figura 1 (KHAVKIN e DAVID 2011)

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele

A epiderme eacute formada por aproximadamente 95 de queratinoacutecitos os quais

estatildeo sempre se renovando constituindo desde a membrana basal ateacute a superfiacutecie

23

da pele e assim gerando diversas camadas distintas camada basal espinhosa

granulosa e coacuternea (KHAVKIN e DAVID 2011)

Com o passar do tempo a derme sofre um processo natural de

envelhecimento que varia de acordo com os fatores geneacuteticos de cada pessoa Os

sinais cliacutenicos de surgimento deste processo se datildeo com o aparecimento de linhas

de expressatildeo rugas e manchas (LONGO CASARI BERETTI 2013) Estima-se que

a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ultravioleta seja responsaacutevel por 80 da aceleraccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo precoce poreacutem o cansaccedilo fiacutesico e psicoloacutegico a exposiccedilatildeo

agrave poluiccedilatildeo o consumo de aacutelcool e a dieta natildeo balanceada satildeo fatores importantes

que contribuem neste processo (POLJSAKDAHMANE 2012)

A pele por possuir funccedilatildeo protetora eacute o oacutergatildeo que estaacute mais exposto a

agentes quiacutemicos fiacutesicos e microbioloacutegicos e portanto possui maior tendecircncia de

acumular radicais livres (Hashizume 2004 apud Kammeyer Luiten 2015)

Radical livre eacute toda espeacutecie seja ela orgacircnica ou inorgacircnica que possui

eleacutetrons desemparelhados em sua camada de valecircncia Esta configuraccedilatildeo torna os

compostos muito instaacuteveis com baixa meia-vida e deste modo com reatividade

muito alta (Lushchak 2014) A formaccedilatildeo dos radicais livres pode ocorrer no

citoplasma em membranas e principalmente na mitocondria (Labat-Robert Robert

2014)

Os radicais livres mais comuns encontrados na pele satildeo as Espeacutecies

Reativas de Oxigecircnio (ERO) que podem ser radicalares- como radicais hidroxila

(HO) radicais superoacutexido (O2-) radicais peroxila e alcoxila (RO2 RO)- ou natildeo

radicalares como oxigecircnio singlete (O2) e peroacutexido de hidrogecircnio(H2O2) e as

Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio (ERN) como NO e espeacutecies reativas de enxofre

(GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Na membrana mitocondrial ocorrem naturalmente as reaccedilotildees de reduccedilatildeo

completa do O2 como demonstra a Figura 2 As reaccedilotildees envolvem a transferecircncia

de quatro eleacutetrons para a formulaccedilatildeo de H2O no entanto sabe-se que as reaccedilotildees

intermediaacuterias podem vir a formar EROs pela reduccedilatildeo incompleta do oxigecircnio

durante o transporte de eleacutetrons (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

24

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014)

O acircnion radical superoacutexido (O2-) formado a partir da primeira reaccedilatildeo de

reduccedilatildeo do oxigecircnio eacute dentre todas as outras ERO a menos reativa e portanto sua

capacidade de causar danos a ceacutelulas ainda natildeo eacute comprovada Contudo em meio

aacutecido este radical sofre a reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo (Equaccedilatildeo 1) formando o peroacutexido

de hidrogecircnio (H 2O2) espeacutecie de meia vida longa que pode reagir com alguns

metais produzindo novas espeacutecies oxidativas (Lushchak 2014)

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014)

Mesmo assim o acircnion radical superoacutexido (O2) possui um papel importante na

funccedilatildeo vital de algumas ceacutelulas pois eacute por meio dele que se formam os radicais

OH aleacutem de ser essencial para o seu organismo de defesa (BARREIROS DAVID

DAVID 2006)

O radical hidroxila (OH) eacute entre os jaacute citados o que possui menor tempo de

meia vida isto significa que ele possui uma instabilidade eletrocircnica muito maior que

os outros Deste modo eacute capaz de capturar mais eleacutetrons de outras moleacuteculas e

portanto causar danos maiores e mais rapidamente que os outros Aleacutem disso

possui a capacidade de reagir com aminoaacutecidos aacutecido desoxirribonucleacuteico aacutecidos

25

ribonucleacuteicos e aacutecidos orgacircnicos bem como inativar diversas proteiacutenas por meio da

oxidaccedilatildeo do grupo sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) (Prior 2015)

O ataque a aminoaacutecidos atinge principalmente a cisteiacutena histidina triptofano

metionina fenilalanina podendo gerar clivagem de ligaccedilotildees fazendo com que

ocorra a perda da atividade enzimaacutetica dificuldade no transporte ativo atraveacutes

de membranas celulares citoacutelise e ateacute a morte celular Todos os aminoaacutecidos

podem perder o hidrogecircnio de sua cadeia ligado ao carboxilato e ao grupo amino

Essa abstraccedilatildeo faz com que ocorra um ataque do radical hidroxiacutelico agrave cadeia

carboxilato do aminoaacutecido causando a perda de gaacutes carbocircnico e formando um

carbono radicalar (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

O radical hidroxila pode ainda reagir com lipiacutedeos ao atacar essas cadeias o

grupo metilecircnicoalilico fica suscetiacutevel a outros ataques tornando-se um radical livre

Esse carbono radicalar formado pode facilmente gerar o radical lipiacutedeo-peroxila

atacando a proteiacutena das membranas e gerando danos as ceacutelulas (BARREIROS

DAVID DAVID 2006)

Este tipo de radical pode ser formado por intermeacutedio de dois tipos de reaccedilatildeo

A primeira (Figura 4A) eacute determinada por exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante que

em frequente contato com as ceacutelulas da pele pode levar a formaccedilatildeo de

cacircncer em seres humanos A segunda (Figura 4B) ocorre devido agrave presenccedila de

metais de transiccedilatildeo no organismos (como Fe2+e Cu+) que reagem com o peroacutexido

de hidrogecircnio pela reaccedilatildeo de Fenton (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

26

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de Kammeyer Luiten

(2015)

O radical hidroperoxiacutela (HO2) eacute a forma protonada do radical superoacutexido e

segundo Kammeyer e Luiten (2015) eacute mais reativo e tem maior poder de destruiccedilatildeo

das ceacutelulas

A pele possui seu proacuteprio sistema antioxidante que busca reduzir os danos

causados por esses radicais livres A superoacutexido desmutase por exemplo eacute capaz

de converter o radical superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio evitando a accedilatildeo deste

como radical livre A catalase e a glutationa peroxidase satildeo tambeacutem antioxidantes

em destaque pois satildeo capazes de realizar a decomposiccedilatildeo do H2O2 e assim

formar aacutegua e oxigecircnio Apesar disso as fontes exoacutegenas de radicais livres vecircm

acelerando o processo de envelhecimento e assim torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de fontes exoacutegenas de antioxidantes para combater esses radicais (GUARATINI

MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Oliveira et al (2009) por exemplo estabeleceram uma relaccedilatildeo entre o

consumo excessivo de produtos como gorduras trans fumo aacutelcool accediluacutecar entre

outros com problemas envolvendo estresse oxidativo Observam tambeacutem que

quanto maior o consumo de frutas e verduras menor a probabilidade de

desenvolvimento de doenccedilas

27

Estudos recentes relacionam os haacutebitos alimentares inadequados ao aumento

de ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas (FARIA SANTOS VIANNA 2006) Por sua vez

Guaratini Medeiros e Colepicolo (2007) relatam que o envelhecimento cutacircneo pode

ser catalisado pela presenccedila de espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio nos

tecidos cutacircneos levando a mutaccedilotildees das estruturas normais da pele Devido a isto

sugere-se a aplicaccedilatildeo tanto oral como toacutepica de antioxidantes como estrateacutegia para

a proteccedilatildeo e cuidado da pele

Qualquer alteraccedilatildeo nas funccedilotildees normais das ceacutelulas da pele resulta em uma

seacuterie de mudanccedilas que iratildeo impactar no envelhecimento cutacircneo Satildeo elas a perda

de funccedilatildeo tensora e retraacutetil o aumento da fragilidade a diminuiccedilatildeo nos sistemas de

resposta de cicatrizaccedilatildeo perda de firmeza modificaccedilatildeo na pigmentaccedilatildeo reduccedilatildeo do

colaacutegeno e fibras reduccedilatildeo na quantidade de ceacutelulas de Langerhans (Kammeyer

Luiten 2015)

Antioxidantes importantes adquiridos na dieta agem como inibidores da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica na pele Algumas substacircncias tecircm se mostrado importantes

para essa suplementaccedilatildeo como α- tocoferol aacutecido ascoacuterbico Vitamina E

Carotenoacuteides (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

22Cacau e Chocolate

Teobroma cacao eacute uma espeacutecie vegetal originaacuteria da Ameacuterica do Sul que

cresce principalmente entre os troacutepicos de Cacircncer e Capricoacuternio As principais

espeacutecies satildeo Criolllo Forastero Trinitaacuterio e Nacional sendo a mais comum no Brasil

a Forastero Seu fruto o cacau eacute largamente utilizado pelo mundo principalmente

na produccedilatildeo de chocolates (AFOAKWA 2010)

O cacau eacute amplamente estudado sendo que registros demonstram o uso

deste fruto desde 1400 dc Os astecas e maias o utilizavam para a produccedilatildeo de

chocolatl uma bebida muito conhecida na eacutepoca que tinha em sua foacutermula aacutegua

cacau e temperos Em 1520 esta bebida foi exportada para a Espanha onde

passou a ser adoccedilada com mel (AFOAKWA 2010)

28

Em 1536 foi realizado o primeiro registro do uso de cacau e chocolate para

fins terapecircuticos pelo professor da Faculdade de Santa Cruz M de La Cruz Seu

estudo contemplava a confirmaccedilatildeo destes produtos para tratamento de constipaccedilatildeo

problemas dentaacuterios entre outras doenccedilas (LIPPI 2009)

Atualmente diversos estudos sobre o cacau relacionam sua alta capacidade

antirradicalar com sua grande concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos Oliveira (2011)

por exemplo identificou a capacidade antirradicalar (meacutetodo DPPH) a composiccedilatildeo

de fenoacutelicos (meacutetodo de Folin-Ciocalteu) e flavonoides (meacutetodo colorimeacutetrico) de

cacau cultivado na Bahia sendo amostras natildeo fermentadas fermentadas nibs e

liquor de cacau Neste estudo encontrou-se uma alta taxa de compostos fenoacutelicos

(30143 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (21403 plusmn065 mgg-1) em maior concentraccedilatildeo

nos nibs de cultivo orgacircnico quantidade se mostrou alta para fenoacutelicos (28463 plusmn

322 mgg-1 23332 plusmn 033 mgg-1 19595 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (19785plusmn 033

mgg-1 17363plusmn 043 mgg-1 12879 plusmn 095 mgg-1) em cacau fermentado e natildeo

fermentado de cultivo orgacircnico e liquor respectivamente A capacidade

antirradicalar determinada pelo meacutetodo DPPH demonstrou um alto potencial

dessas amostras de neutralizar radicais livres Calculadas em IC50 ou seja a

capacidade de diminuir em 50 a concentraccedilatildeo inicial do DPPH as amostras de

nibs se confirmaram como as com maior capacidade antirradicalar (422plusmn064

microgmL-1mv-1) ficando agrave frente das natildeo fermentadas (643plusmn133microgmL-1mv-1 ) das

fermentadas (706plusmn085 microgmL-1mv-1) e do liquor de cacau (767 plusmn105 microgmL-1mv-

1) O estudo tambeacutem revelou valores para cultivo convencional para todas as

amostras e provou que o tipo de cultivo pode gerar diferenccedilas de formaccedilatildeo de

fenoacutelicos e flavonoides no cacau

Um trabalho realizado por Delonga e Mazor (2009) investigou os

componentes quiacutemicos por CLAE do liquor de cacaus originaacuterios de seis diferentes

paiacuteses Equador Gana Madagascar Meacutexico Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Venezuela

Atraveacutes deste estudo foi identificada a presenccedila de flavan-3-ol (-)-epicatequiacutena (+)-

catequina e derivados do aacutecido cafeiacuteco em todas as amostras No entanto natildeo foi

identificada a (-)- galocatequina nas amostras de Gana e da Venezuela bem como a

(-)-epigalocatequina natildeo foi identificada em amostras do Meacutexico e da Venezuela

Em termos quantitativos foram encontradas maiores quantidades de compostos

fenoacutelicos nas amostras de liquor de Madagascar sendo a sequecircncia decrescente a

29

seguinte MadagascargtMeacutexicogt Equadorgt Venezuela gt Satildeo Tomeacutegt Gana Esses

resultados comprovam natildeo soacute a presenccedila de fenoacutelicos no cacau como tambeacutem a

influecircncia das variedades de cacau condiccedilotildees de cultivo e fermentaccedilatildeo na formaccedilatildeo

de maiores ou menores quantidades de compostos fenoacutelicos

Um dos mais vendidos produtos originaacuterios do cacau eacute o chocolate Segundo

a RDC no 264 de 22 de setembro de 2005 emitido pela Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria o chocolate eacute definido como

ldquoo produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L) massa (ou pasta ou liquor) de cacau cacau em poacute e ou manteiga de cacau com outros ingredientes contendo no miacutenimo 25 (g100 g) de soacutelidos totais de cacau O produto pode apresentar recheio cobertura formato e consistecircncia variadosldquo

Dependendo de sua quantidade de cacau leite e manteiga de cacau o

chocolate pode ser distribuiacutedo em trecircs categorias primaacuterias amargo ao leite e

branco que por diferenccedilas em sua composiccedilatildeo apresentam diferentes valores

caloacutericos e quantidade de flavonoides como demonstra a Figura 5 (AFOAKWA

2010)

(

Uma formulaccedilatildeo de chocolate eacute basicamente formada por manteiga de cacau

liquor de cacau accediluacutecar emulsificante (geralmente lecitina de soja ou PGPR-

A 132 kcal30g

951 mg de flavonoides40g

B 160 kcal30g

394 mg de flavonoides40g

C 163 kcal40g

Natildeo possui massa de cacau

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010)

30

poliglicerol poliricenolato ou uma combinaccedilatildeo de ambos) e leite em poacute (GARTI

WIDLAK 2012)

O leite em poacute eacute utilizado no chocolate para agregar sabor e valor nutricional

ao produto O chocolate ao leite eacute um dos mais consumidos no Brasil (ABICAB

2014) O leite eacute geralmente composto por caseiacutena e proteiacutenas do soro que atuam

como surfactantes no chocolate modificando sua viscosidade e textura O leite

ainda eacute conhecido por sua propriedade em reduzir o efeito de fat bloom devido as

caracteriacutesticas de sua gordura (AFOWAKA PATERSON FOWLER 2007)

O emulsificante mais comum utilizado na induacutestria de chocolates eacute a lecitina

de soja Por possuir uma parte hidrofiacutelica e outra hidrofoacutebica essa substacircncia tem

afinidade tanto com a gordura quanto com a aacutegua unindo portanto as duas fases e

assim garantindo estabilidade dos produtos Aleacutem disso a lecitina pode

proporcionar plasticidade suavidade e antiaderecircncia ao produto aleacutem de contribuir

para o aroma (AFOWAKA 2010) Eacute conhecido tambeacutem que a lecitina possui a

propriedade de reduzir o fat bloom processo no qual haacute a migraccedilatildeo da gordura para

a superfiacutecie (BECKETT 2009)

A manteiga de cacau eacute a principal gordura utilizada como fase contiacutenua nos

chocolates servindo como seu principal dispersante (LANNES GIOIELLI1998) A

manteiga de cacau eacute formada por diferentes aacutecidos graxos sendo sua composiccedilatildeo

distinta para cada regiatildeo geograacutefica (LIPP et al 2000) Os mais importantes

compostos encontrados na manteiga de cacau satildeo os triacilgliceroacuteis Cis-mono-

insaturados (TAG) jaacute que estes satildeo os principais responsaacuteveis pela percepccedilatildeo do

sabor (PESCHAR et al 2004)

Os TAGs correspondem de 40 a 50 da composiccedilatildeo da manteiga de cacau

sendo que entre estes trecircs compostos satildeo mais abundantes 2-oleil-1-palmitoil-3-

estearilglicerol (POS) com 35 13-diesteroil-2-oleilglicerol (SOS) com 23 e 13-

dipalmitoil-2-oleoilglicerol (POP) com 15 (SCHENK PESCHAR 2004)

O sabor a textura e o derretimento na boca satildeo influenciados pela estrutura

cristalina que eacute formada durante a temperagem do chocolate (PESCHAR et al

2004) Os TAGs sob diferentes pontos de fusatildeo podem possuir polimorfos distintos

como demonstrado no Quadro 1 (RAY et al 2011) A diferenccedila entre algumas

destas estruturas eacute perceptiacutevel tanto visualmente no chocolate quanto no paladar

31

A forma V eacute a mais desejada por suas caracteriacutesticas de ser estaacutevel em

temperatura ambiente se tornar liacutequida na temperatura da boca e possuir

propriedades mecacircnicas excelentes A forma V pode ser facilmente convertida para

a forma VI com o passar do tempo de armazenamento esta por sua vez eacute menos

estaacutevel A forma VI eacute a responsaacutevel pelo fat bloom em chocolates e deve ser evitada

(BRICKNELLHARTAL 1998 apud JAMESSMITH 2009) Jaacute a forma I eacute muito

instaacutevel e se transforma facilmente na forma II que por sua vez tem a tendecircncia de

se passar para a forma III e IV (AFOAKWA2010)

O fat bloom eacute o defeito mais comum que pode ocorrer no chocolate Este

fenocircmeno ocorre quando haacute a migraccedilatildeo da gordura para a superfiacutecie do chocolate

deixando-o com uma peliacutecula branca e alterando sabor brilho e textura Indesejaacutevel

nos chocolates existem diversas maneiras para evitar o fat bloom sendo que a mais

conhecida eacute a utilizaccedilatildeo de leite em poacute que reduz a formaccedilatildeo da forma V

(LONCHAMPT HARTEL 2004)

Quadro 1 Polimorfos da manteiga de cacau suas nomenclaturas segundo diferentes autores e seus respectivos pontos de fusatildeo (Retirado de Garti Widlak 2012)

Willie e Lutton (1996) Larsson (1966) Van malssen et al (1999) Ponto de fusatildeo (0C)

I βacute3 γ 173

II α-2 α 233

III β acute2-2 β acute 255

IV β acute1-2

275

V β acute2-3 β -V 338

VI β acute1-3 β -IV 364

23Brassica oleracea (couve)

A couve ou couve manteiga eacute um alimento largamente consumido no Brasil

Somente no estado de Satildeo Paulo no ano de 2015 a plantaccedilatildeo foi de 1200

hectares (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

32

Esta hortaliccedila eacute cultivada em qualquer eacutepoca do ano e eacute conhecida

principalmente por suas propriedades funcionais e altos valores de vitaminas

minerais e fibras (STEINDAl et al 2015)

Ayaz et al (2007) realizaram um estudo de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos

compostos fenoacutelicos na couve Foram encontrados nove diferentes tipos de aacutecidos

fenoacutelicos gaacutelico protocatecuico p-hidroxibenzoacuteico vaniacutelico saliciacutelico p-cumaacuterico

cafeacuteico feruacutelico e sinaacutepico

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos satildeo compostos fenoacutelicos formados por uma

cadeia de nove carbonos como demonstra a Figura 6 Essa classe estaacute presente

em muitos vegetais e frutos e satildeo conhecidos por sua bioatividade e poder

antirradicalar (Razzaghi-Asl et al 2013)

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido feruacutelico eacute o composto mais abundante na couve (169 ngg livres e

170 ngg PS - Peso seco - como eacutesteres) Possui em sua estrutura quiacutemica um anel

aromaacutetico com um grupo hidroxiacutelico um grupo metoxiacutelico e uma cadeia lateral com

trecircs aacutetomos de carbono como uma funccedilatildeo de aacutecido carboxiacutelico (GRAFF 1992) e

por isso eacute caracterizado como um possiacutevel sequestrador de radicais livres

Foi encontrado que este aacutecido possui 8142 plusmn 051 (3 mgL) de capacidade

antirradicalar contra o radical DPPH Aleacutem disso possui comprovadamente atividade

33

contra os radicais- peroacutexido de hidrogecircnio superoacutexido hidroxila e dioacutexido de

nitrogecircnio (SEVGI TEPE SARIKURKCU 2015)

O aacutecido cafeico eacute tambeacutem um dos mais abundantes fenoacutelicos presentes na

couve (2040 ngg FW em glicosiacutedeos e 2640 ngg FW em eacutesteres) Sua estrutura

quiacutemica eacute formada por um anel benzecircnico ligado a um grupo metoxihidroxila e um

grupo hidroxila (RAMALHO JORGE 2006)

Sevgi et al (2015) determinaram a capacidade antirradicalar deste composto

por meio de meacutetodos in vivo sob diferentes concentraccedilotildees Como resultado o aacutecido

cafeico se mostrou capaz de sequumlestrar 8335 plusmn 057 de radicais livre DPPH na

concentraccedilatildeo de 03 mgmL Esse estudo tambeacutem revelou a efetividade deste

componente na eliminaccedilatildeo de radicais como acircnion superoacutexido um alto poder

redutor e alto poder de quelar metais

O aacutecido p-cumaacuterico (593 ngg e 591 ngg em eacutesteres) eacute um derivado do

aacutecido cinacircmico muito utilizado nas induacutestrias quiacutemicas de alimentos farmacecircutica e

cosmeacutetica Eacute conhecido principalmente por suas caracteriacutesticas redutoras de LDL

(lipoproteiacutena de baixa densidade) e antimicrobianas (KILICcedil YESILOGHU 2013)

Foi encontrado que o aacutecido p-cumaacuterico tem a capacidade de inibir 712 da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica de uma emulsatildeo de aacutecido linoleico (45 microgmL) aleacutem de

efetividade contra eliminaccedilatildeo de radicais DPPH acircnion superoacutexido peroacutexido de

hidrogecircnio e a capacidade de reduzir iacuteons feacuterricos e ferrosos (Fe3+ e Fe2+) (KILICcedil

YESILOGHU 2013)

O aacutecido sinaacutepico (187 ngg FW e 155 ngg FW em eacutesteres) eacute um derivado de

aacutecido cinacircmico Estudos revelaram que esta substacircncia eacute capaz de inibir 332 o

radical DPPH sob a concentraccedilatildeo de 20 microM (KIKUZAKI et al 2002)

Facilmente encontrados na natureza os aacutecidos hidroxi-benzoicos satildeo

compostos fenoacutelicos que possuem 7 aacutetomos de carbono como demonstra a Figura

7 (SOARES 2002) Geralmente apresentam-se como eacutesteres de aacutecidos orgacircnicos

ou glicosiacutedeos Na aacuterea alimentiacutecia esses compostos podem influenciar na

estabilidade cor sabor valor nutricional e bioatividade (CHENHO 1997)

34

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido gaacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) eacute um polifenol

encontrado em muitas espeacutecies vegetais Muito utilizado na induacutestria alimentiacutecia e

cosmeacutetica esse composto eacute conhecido por evitar a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e

deterioraccedilatildeo dos produtos (YEN DUH TSAI 2002)

A capacidade antirradicalar deste aacutecido eacute comprovada por Zhang et al

(2015) Seus experimentos revelaram que o aacutecido gaacutelico possui um IC50 de 363 plusmn

20 micromolL para neutralizar o radial livre DPPH 662 plusmn 16 de oxidaccedilatildeo antilipiacutedica

O aacutecido protocatequiacutenico (178 ngg e 22 ngg FW em eacutesteres) foi avaliado por

Sevgi et al (2015) segundo sua capacidade antirradicalar pelo meacutetodo do DPPH e

por sua capacidade de quelar metais Os resultados revelaram uma capacidade de

6537 plusmn 005 (03 mgmL) de sequumlestrar o radical DPPH e 2617 plusmn 086 de efeito

como quelante

O aacutecido saliciacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) demonstrou baixos

resultados em capacidade antirradicalar (011) pelo meacutetodo de DPPH e nenhum

resultado para peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e eliminaccedilatildeo do peroacutexido de hidrogecircnio (SROKA

CISOWKI 2003)

A couve possui tambeacutem valores nutricionais interessantes para o consumo

como demonstra o Quadro 2

35

Quadro 2 Valores nutricionais da couve em 100 g e porcentagem de dose

diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por

100g Porcentagem da

RDA

Aacutegua g 8404 -

Energia kcal 49 -

Proteiacutena g 428 856

Total lipiacutedeos g 093 -

Carboidratos g 875 292

Fibras g 36 144

Accediluacutecares g 226 -

Minerais

Caacutelcio mg 150 15

Ferro mg 145 816

Magneacutesio mg 47 0368

Foacutesforo mg 92 92

Potaacutessio mg 491 1403

Soacutedio mg 38 158

Zinco mg 038 54

Vitaminas

Vitamina C mg 120 200

Tiamina mg 011 733

Riboflavina mg 013 76

Niacina mg 1 5

Vitamina B6 mg 0271 1355

Aacutecido Foacutelico microg 141 3225

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 500 8333

Vitamina E mg 154 154

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 7048 880

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0091 0455

Aacutecidos graxos insaturados g 0052 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0338 -

Colesterol mg 0 -

36

24 Vitis vinifera (Uva)

A uva eacute largamente produzida no estado de Satildeo Paulo como por exemplo

em Campinas onde foram plantados em 2015 mais de 22 milhotildees de peacutes

(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

A uva pode ser dividida basicamente em trecircs espeacutecies- a Vitis vinifera Vitis

labrusca e Vitis rotundifolia sendo diferenciadas principalmente pelo local de cultivo

Cada uma destas espeacutecies possui composiccedilotildees diferentes e portanto distintas

quantidades de flavonoides (XIA 2010)

Liang et al (2011) realizaram um estudo dos perfis de polifenoacuteis em frutos

maduros de Vitis vinifera Neste estudo se identificou 36 compostos fenoacutelicos sendo

16 antocianinas dois aacutecidos hidroxibenzoacuteicos seis aacutecidos hidroxicinacircmicos seis

flavonoacuteis e seis flavonoides As antocianinas satildeo compostos presentes em vegetais

responsaacuteveis pela coloraccedilatildeo Quanto mais escura eacute a uva maior eacute a quantidade de

antiocianinas desta As principais antocianinas presentes na uva satildeo cianidina

delfinidina petunidina peonidina e malvidina sendo que esta uacuteltima e seus

derivados representam 68 das antocianinas totais Os principais flavonoides

identificados nos estudos de Liang (2011) foram prociadinina B1 B2 catequina e

derivados sendo a prociadinina a mais abundante apresentando 64 da

quantidade total de flavonoides Quanto aos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos e cinacircmicos

tem-se como mais abundantes o aacutecido gaacutelico e o aacutecido vaniliacutenico sendo este uacuteltimo

o mais abundante representando 70 dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos

O principal componente estudado na uva no entanto eacute o resveratrol Esse

composto eacute um polifenol encontrado na semente de uva sua estrutura eacute

demonstrada na Figura 8

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol

37

Gulccedilin (2010) realizou um estudo das propriedades antioxidantes do

resveratrol Esse estudo revelou que esse componente tem a capacidade de inibir

891 da peroxidaccedilatildeo lipiacutedica do aacutecido linoleico a 30 microgmL Aleacutem disso se mostrou

eficaz quanto agrave capacidade antirradicalar frente ao DPPH radical superoacutexido e

peroacutexido de hidrogecircnio Tambeacutem se mostrou eficiente no poder redutor e atividades

quelantes do Fe2+

A capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH foi determinada por

Vlachogianni et al (2015) Segundo este estudo o resveratrol possui IC50 de 85 plusmn

27 microM de capacidade de sequestrar radicais DPPH o que comprova o alto poder

antirradicalar deste componente

Estudos a respeito dos efeitos beneacuteficos agrave sauacutede tecircm sido relatados incluindo

efeitos anti-cacircncer antiviral neuroprotetor anti-envelhecimento anti-inflamatoacuterio

Sugere-se que estes efeitos beneacuteficos para os ensaios in vitro demonstram o

potencial deste composto

Aleacutem de componentes antioxidantes a uva possui valores nutricionais

interessantes como demonstrado na Quadro 3

38

Quadro 3 Valores nutricionais da uva em 100 ge porcentagem de dose diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA

NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por 100g Porcentagem da RDA

Aacutegua g 813 -

Energia Kcal 67 -

Proteiacutena g 063 126

Total lipiacutedeos g 035 -

Carboidratos g 1715 572

Fibras g 09 26

Accediluacutecares g 1625 -

Minerais

Caacutelcio mg 14 14

Ferro mg 029 161

Magneacutesio mg 5 125

Foacutesforo mg 10 1

Potaacutessio mg 191 546

Soacutedio mg 2 833

Zinco mg 004 027

Vitaminas

Vitamina C mg 4 667

Tiamina mg 0092 613

Riboflavina mg 0057 335

Niacina mg 03 15

Vitamina B6 mg 011 55

Aacutecido Foacutelico microg 4 1

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 100 2

Vitamina E mg 019 063

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 146 1825

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0114 017

Aacutecidos graxos insaturados g 0014 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0102 -

Colesterol mg 0 -

39

3OBJETIVOS

31Geral

Desenvolver chocolates com adiccedilatildeo de propriedades funcionais com a adiccedilatildeo

de folhas de Brassica oleraceae e frutos de Vitis vinifera

32Especiacuteficos

1 Formular chocolates ao leite sem e com adiccedilatildeo de couve ou uva

2 Determinar as propriedades fiacutesico-quiacutemicas dos chocolates formulados

3 Avaliar a estrutura dos produtos formulados por meio de anaacutelises reoloacutegica e

de textura

4 Avaliar a capacidade antirradicalar das formulaccedilotildees

5 Realizar testes sensoriais que comprovem a aceitaccedilatildeo dos produtos pelos

consumidores bem como intenccedilatildeo de compra

40

4MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho

Mateacuteria Prima Fornecedor Paiacutes

Liquor de cacau Cargill Brasil

Manteiga de cacau Cargill Brasil

Leite em poacute integral Italac Brasil

Leite em poacute desnatado Molico Brasil

Vanilina Mix Brasil

Reagentes Fornecedor Paiacutes

Metanol Synth Brasil

Acetona Vetec Brasil

Reagente DPPH Merck Brasil

Reagente Folin-ciocauteau Merck Brasil

Reagente ABTS Merck Brasil

Aacutecido cloriacutedrico Synth Brasil

Aacutecido sulfuacuterico Synth Brasil

Kit de enzimas para anaacutelise de fibras Megazyme EUA

Eacuteter de petroacuteleo Synth Brasil

Acetona grau HPLC Tedia Brasil

Aacutecido foacutermico grau HPLC Sigma Brasil

Os equipamentos utilizados durante o trabalho foram

Liofilizador (Edwards do Brasil Brasil)

Equipamento universal tipo moinho de bolas WA-FA20

(Mazzetti Itaacutelia)

Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Agitador de peneiras (Produtest Brasil)

Espectrofotocircmetro (Spectrum Meter Brasil)

Espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent

Technology EUA)

CLAE-DAD (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA)

Reocircmetro (Rheotest 31)

41

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva

As amostras de couve manteiga (Brassica oleraceae) e uva ndash variedade

Summer Royal (Vitis vinifera) (aproximadamente 2 kg de cada) foram adquiridas em

um mercado em Satildeo Paulo no bairro Butantatilde Para iniacutecio do tratamento das frutas e

folhas utilizou-se Hidrosterilreg bactericida utilizado para higienizaccedilatildeo de verduras e

vegetais cuja accedilatildeo eacute comprovada pela ANVISA Tanto as folhas quanto as frutas

foram deixadas imersas nesta soluccedilatildeo (20 gotas a cada 1 L instruccedilatildeo da

embalagem do produto) por 15 minutos

Depois de higienizadas a couve e a uva passaram por uma remoccedilatildeo do

excesso de aacutegua utilizando-se uma centriacutefuga secadora de hortaliccedilas (Utility Brasil)

Das couves secas retirou-se o talo restando somente as folhas que

posteriormente foram picadas com faca e armazenadas em frascos de vidro com

tampa Cada amostra passou em diferentes dias pelo processo de liofilizaccedilatildeo Foi

efetuada pesagem antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo em todas as amostras

Das uvas retirou-se o caule restando somente as frutas Estas foram

processadas em liquidificador e armazenadas em placas de Petri (80x15mm) As

uvas passaram pelo processo de liofilizaccedilatildeo pesando-se todas as amostras antes e

apoacutes a liofilizaccedilatildeo

O congelamento foi realizado logo em seguida em ultrafreezer (Tectalmaq

Brasil) a -88degC A liofilizaccedilatildeo foi realizada em um equipamento Modelo OS 3728

(Edwards do Brasil Brasil) em temperatura de 50ordmC e pressatildeo de 10-3 mbar

Apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo a couve foi triturada em um termomixer

Vorwerk (Brasil) O poacute resultante foi armazenado em recipiente de vidro com tampa

e guardado sob-refrigeraccedilatildeo

A uva apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo foi moiacuteda com o auxiacutelio de um

almofariz de porcelana e armazenada entatildeo em recipiente de vidro com tampa Os

recipientes foram armazenados sob refrigeraccedilatildeo

42

43Produccedilatildeo do chocolate

Os chocolates foram formulados em equipamento tipo universal com moinho

de bolas WA-FA20 (Mazzetti Itaacutelia) O tempo de processo foi de 2 horas seguindo o

cronograma abaixo para adiccedilatildeo de mateacuterias primas

Fluxograma 1 Processo utilizado para fabricaccedilatildeo do chocolate

Os chocolates com adiccedilatildeo de uva foram realizados conforme o Fluxograma 1

poreacutem ao final do processo utilizou-se um misturador planetaacuterio encamisado com

controle de temperatura e de velocidade (MODELO BP500 ERLI Brasil) para

adicionar-se a uva O tempo deste processo foi de 30 minutos para cada chocolate e

a temperatura utilizada foi de 45 plusmn 2ordmC a 40 rpm

As formulaccedilotildees satildeo demonstradas na Tabela 2

Iniacutecio do processo Adiccedilatildeo de 75 da manteiga de

cacau

Adiccedilatildeo de liquor de cacau e todos os poacutes ( leite e

couve)

Apoacutes 1hora de processo Adiccedilatildeo de 50 da lecitina

de soja e 25 da manteiga de cacau

Apoacutes 1h30min de processo Adiccedilatildeo de 50

da lecitina de soja e Vanilina

Apoacutes 2h de processo Retirada da massa de

chocolate- fim do processo

43

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de

chocolate sendo a foacutermula 1 a controle a foacutermula 2 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva

Ingredientes Foacutermula

1 Foacutermula

2 Foacutermula

3

Accediluacutecar 37 365 3535

Manteiga de cacau 25 245 245

Liquor de cacau 16 16 16

Leite em poacute integral 11 11 11 Leite em poacute desnatado 102 102 102

Lecitina de soja 05 05 05

Vanilina 03 03 03

Couve liofilizada - 1 -

Uva liofilizada - -- 215

A porcentagem de cada mateacuteria prima foi determinada a partir da quantidade

de gordura a fim de obter valor aproximado a 35 de gordura no produto final

A temperagem foi realizada de forma manual As amostras foram aquecidas

ateacute a temperatura de 45 oC e resfriadas sob agitaccedilatildeo com espaacutetula em mesa de

pedra ateacute temperatura de 29oC sendo rapidamente enformadas e levadas agrave

refrigeraccedilatildeo a 9 degC por 30 min desenformadas acondicionadas em bandejas de

isopor e recobertas em filme PVC

A curva de resfriamento da manteiga de cacau e a temperagem foram

avaliadas em Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Os chocolates apoacutes a produccedilatildeo foram armazenados em cacircmara climaacutetica

(NOVA EacuteTICA Brasil) com circulaccedilatildeo de ar a 20ordmC e 60 de umidade por 3 meses

44

44Granulometria

Para o ensaio de distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da couve liofilizada foi utilizado

um agitador de peneiras Produtest (Brasil) As peneiras utilizadas satildeo demonstradas

na Tabela 3

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria

Designaccedilatildeo ABNT Abertura da malha (mm)

20 085

25 071

30 059

40 042

50 0297

60 025

As peneiras foram colocadas em ordem decrescente de abertura de malha

de cima para baixo

Foi pesada 5 g de amostra e colocada na primeira peneira do jogo O

equipamento foi ligado por 5 minutos com amplitude de 16 mm de vibraccedilatildeo e 3600

vibraccedilotildees por minuto

A porcentagem de material retido foi determinada a partir da Equaccedilatildeo 3

Equaccedilatildeo 3 Determinaccedilatildeo do material retido na paneira

x 100

Sendo

Mi= Material retido na peneira i em

mi= massa do material retido na peneira i

m0= massa da amostra

45

45Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute

As anaacutelises de gordura e proteiacutena para os leites em poacute foram realizadas em

triplicata pelo analisador de leite eletrocircnico- Ekomilk modelo Kam9 8-2ordf (CapLab

Brasil) Os leites em poacute Integral e desnatado foram dissolvidos em aacutegua filtrada

conforme recomendado na embalagem (20 g200 mL)

46Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar

461Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos

Foram realizadas duas metodologias diferentes de extraccedilatildeo a fim de verificar

a que possui maior efetividade na extraccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos para a couve

A primeira extraccedilatildeo foi baseada no meacutetodo descrito por Laurrauri et al (1997)

com modificaccedilotildees Em um beacutequer de 100 mL adicionou-se 1 g de amostra e 40 mL

de metanol 50 Apoacutes homogeneizaccedilatildeo foi deixada em repouso agrave temperatura

ambiente por 60 minutos e entatildeo foi centrifugada a 15000 rpm durante 15 minutos

O sobrenadante foi transferido para o balatildeo volumeacutetrico de 100 mL Foi adicionado

ao resiacuteduo restante 40 mL de acetona 70 homogeneizado e deixado em repouso

em temperatura ambiente por 60 minutos Novamente se centrifugou a 15000 rpm

durante 15 minutos O sobrenadante foi transferido para o mesmo balatildeo volumeacutetrico

contendo o primeiro sobrenadante e o menisco foi completado para 100 mL com

aacutegua destilada e logo apoacutes armazenado em frasco acircmbar

A segunda extraccedilatildeo foi baseada no trabalho descrito por Genovese e Lannes

(2010) onde 05 g da amostra foi adicionada a 20 mL de metanolaacutegua na proporccedilatildeo

7030 utilizando um ultraturrax Marconi (BRASIL) por 1 minuto em velocidade 4 e

46

banho de gelo Filtrou-se o extrato utilizando-se papel de filtro e o extrato resultante

foi armazenado em vidro acircmbar

A Figura 9 demonstra as duas formas de extraccedilatildeo utilizadas

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve

Tendo em vista a obtenccedilatildeo de melhores resultados de aproveitamento na

extraccedilatildeo descrita por Genovese e Lannes (2010) as amostras de uva (liofilizada e in

natura) dos chocolates (ao leite com couve com uva) e do liquor de cacau foram

extraiacutedas somente por esse meacutetodo

Para determinaccedilatildeo do melhor solvente para extraccedilatildeo foram utilizadas para a

uva liofilizada os seguinte solventes extratores acetona acetona acidificada

(sendo acetona 70 com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol e metanol

acidificado (sendo metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv

47

462Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do potencial

antirradicalar de couve uva e liquor de cacau

O meacutetodo da capacidade sequestradora frente ao DPPH foi realizado com

base no trabalho descrito por Sanchez-Moreno (2002) com modificaccedilotildees

A partir de uma soluccedilatildeo estoque de 60 microM de DPPH em aacutelcool metiacutelico a

curva padratildeo foi construiacuteda com diluiccedilotildees de 10 20 30 40 50 e 60 microM em ambiente

protegido pela luz Os resultados obtidos foram tratados no Microsoft Excel

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar frente ao DPPH utilizou-se

sete diferentes diluiccedilotildees das amostras (5 10 20 30 40 50 e 60 ) Em uma

cubeta com caminho oacutetico de 10 mm adicionou-se 0075 mL da amostra e 2925 mL

de DPPH agitando a soluccedilatildeo resultante Para a soluccedilatildeo controle foi utilizada a

mistura de 01 mL de soluccedilatildeo controle (metanol 70) e 39 mL de DPPH Como

branco foi utilizado o aacutelcool metiacutelico

As mediccedilotildees foram realizadas a 515 nm em um espectrofotocircmetro Spectrum

Meter (Brasil) em triplicata e protegidos da luz Os resultados de absorbacircncia foram

anotados a cada 5 minutos por meia hora Os dados resultantes foram tratados por

Microsoft Excel

Os resultados dessa anaacutelise foram expressos em IC50

463Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar dos chocolates frente ao radical

DPPH foi realizada no Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da

Universidade de Satildeo Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

Para tal foi adicionado 150 microL de soluccedilatildeo estoque DPPH (165 x10-4 micromolL)

e etanol (277-279 mL) em uma cubeta de quarto com caminho oacuteptico igual a

10mm sendo a concentraccedilatildeo final da soluccedilatildeo igual a 80 micromolL A soluccedilatildeo estoque

48

de Trolox foi adicionada a esta cubeta de modo ao volume final de 30 mL bem

como os extratos de chocolate A reaccedilatildeo foi monitorada a 515 nm em

espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30

minutos (OLIVEIRA et al 2014) e medida em triplicata

Os resultados dessas anaacutelises foram expressos de duas formas IC50 e

Trolox Egrave possiacutevel determinar a Trolox plotando-se a variaccedilatildeo de absorbacircncia da

amostra versus as concentraccedilotildees utilizadas (curva padratildeo) O coeficiente angular

resultante eacute comparado com o coeficiente angular do padratildeo trolox

464Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis

A determinaccedilatildeo de polifenoacuteis foi realizada baseada no meacutetodo de Folin

Ciocauteau descrito por Singleton Orthofer e Lamuela-Raventos (1999) com

volume modificado

A curva padratildeo foi construiacuteda a partir de soluccedilotildees diluiacutedas de aacutecido gaacutelico nas

concentraccedilotildees de 50 100 150 250 microgL a partir de uma soluccedilatildeo estoque de 05

mgL

Para determinaccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos 20 microL da amostra foi adicionado

a um balatildeo volumeacutetrico com 5 mL Logo apoacutes acrescentou-se 200 microL do reagente

Folin-Ciocauteau e se homogenizou a mistura Apoacutes o tempo de 1 a 8 minutos

adicionou-se 750 microL de cabonato de soacutedio 20 e o volume foi ajustado Sob abrigo

da luz a soluccedilatildeo resultante foi deixada em repouso por 2h

A leitura apoacutes o periacuteodo de repouso foi realizada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel (Spectrum meter Brasil) em 760 nm e repetida em triplicata

49

465Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar pelo radical ABTS foi realizada no

Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da Universidade de Satildeo

Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

A soluccedilatildeo estoque ABTS foi preparada em base aquosa (192 mg50 mL) e

armazenada em geladeira a 4oC Para oxidaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo e preparaccedilatildeo do

radical ABTSbull+ utilizou-se uma aliacutequota de 5 mL com 88 microL de uma soluccedilatildeo de

persulfato de potaacutessio com concentraccedilatildeo igual a 14 times 10minus5 mol Lminus1 que reagiram

por 16 horas protegido da luz A concentraccedilatildeo resultante da oxidaccedilatildeo foi medida em

Espectrofotocircmetro UV-Visiacutevel a 734 nm

A reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e as amostras foi realizada em cubeta de quartzo com

caminho oacutetico de 10 mm em triplicata Para tal foi adicionado 25 microL de soluccedilatildeo

ABTSbull+ estoque e diferentes quantidades de etanol e soluccedilatildeo estoque de modo a

obter-se a concentraccedilatildeo de 23456 do antirradical de modo ao volume final ser 3

mL As concentraccedilotildees foram testadas e padronizadas a fim de se obter uma curva

padratildeo A anaacutelise foi realizada a 25oC e monitorada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30 minutos a 734 nm

(OLIVEIRA 2014) Todas as amostras foram analisadas em triplicata

466Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE

O perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE foi realizada no

laboratoacuterio de Quiacutemica Orgacircnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie com o

auxiacutelio do Teacutecnico Nei Carlos

A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de Silva e Queiroz (2015)

para compostos fenoacutelicos Utilizou-se como fase moacutevel aacutegua acidificada com 2 de

aacutecido aceacutetico (eluente A) e aacutecido aceacutetico 05Acetonitrila na proporccedilatildeo 5050 (vv)

O gradiente utilizado encontra-se na Tabela 4

50

O extrato utilizado foi evaporado em rotaevaporador (BUCHI EUA) com

agitaccedilatildeo e temperatura controlada (40ordmC) redissolvido em metanol na proporccedilatildeo 1

mg1 mL e entatildeo repassado em uma preacute-coluna C18

As anaacutelises foram realizadas em duplicata em CLAE-DAD (detecccedilatildeo de

diodo) (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA) O fluxo utilizado foi 1mLmin

e o volume de injeccedilatildeo de 40 microL Os comprimentos de onda avaliados foram 260

280 320 e 360 nm

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE

Tempo (min) Eluente A Eluente B

0-20 90 10

20-40 86 24

40-60 70 30

60-65 45 55

65-70 30 70

70-75 25 75

75-80 0 100

47Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo do chocolate foi realizada

em Microcircmetro digital Digimatic Mitutoyo (Mitutoyo EUA) Modelo Seacuterie 293

Determinaccedilatildeo feita com cinco repeticcedilotildees

51

48Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas

481Determinaccedilatildeo de umidade

A umidade foi realizada segundo meacutetodo descrito pelas normas analiacuteticas

AOAC (2000) para teste de umidade de perda de massa em estufa regulada a 105oC

em triplicata

482Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral

O conteuacutedo mineral foi determinado pelo teste de cinzas de perda de massa

em mufla a 550o em triplicata (AOAC2000)

483Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos

Para a hidroacutelise aacutecida do chocolate foi utilizado o meacutetodo descrito por Lannes

(1997) Foram pesados 10 g de amostra previamente moiacuteda e adicionado a um

beacutequer com a mistura de 200 mL de aacutegua destilada com 75 mL de aacutecido cloriacutedrico

37 A mistura foi aquecida com bico de Bunsen por 20 minutos em ebuliccedilatildeo Apoacutes

esse procedimento a mistura foi filtrada com papel de filtro de 24 cm e submetida a

lavagem quantitativa ateacute retirada de todo o aacutecido Ao final levou-se o cartucho

resultante a estufa a 75oC por uma noite

Para a extraccedilatildeo da gordura foi utilizado o meacutetodo com extrator Soxhlet e eacuteter

de petroacuteleo como solvente As anaacutelises foram realizadas em triplicata (AOAC 2000)

52

484Determinaccedilatildeo de proteiacutenas

A determinaccedilatildeo de proteiacutenas foi realizada em triplicata por meacutetodo de micro-

Kjeldahl (AOAC2000)

485Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

Para a determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores foi

utilizada a metodologia de Fehling sendo utilizadas 10g de amostra e as titulaccedilotildees

foram realizadas em triplicata (Instituto Adolfo Lutz 2005)

486Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis

A determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis foi realizada conforme

descrito por AOAC (2000) ensaio enzimo-gravimeacutetrico de fibras com modificaccedilotildees

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura

Os chocolates armazenados a 20˚C e 60 de umidade em cacircmara climaacutetica

com temperatura e umidade controlada foram avaliados segundo sua textura em um

periacuteodo de 1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

Os ensaios de fratura foram realizados em equipamento analisador de textura

TA-XT2 (Stable Micro Systems Reino Unido) com probe HDP3PB a 25 ˚C

Paracircmetros velocidades preacute-teste teste e poacutes-teste 20 mms distacircncia 10 mm

ceacutelula de carga 25 kg Trigger Force 005 N forccedila em compressatildeo - returnto start

53

Os dados foram coletados atraveacutes do programa Texture Expert Exceed ndash

versatildeo 264 (Stable Micro Systems Reino Unido)

Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata com barrinhas de chocolate

temperado de tamanho 90 cm x 25 cm x 13 cm (LANNES 2008)

410Determinaccedilatildeo da reologia

A determinaccedilatildeo de reologia foi realizada em triplicata em reocircmetro rotacional

Rheotest 31 (Alemanha) com banho termostatizado a 40ordmC e probe H1 Foi utilizada

uma rampa com taxa de cisalhamento de 200 s-1 com tempo de 120 s

411Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua

A atividade de aacutegua foi determinada em triplicata em equipamento de

atividade de aacutegua Novasina modelo LabMaster (Novasina Suiacuteccedila) em triplicata

412Avaliaccedilatildeo da Colorimetria

A colorimetria foi determinada em ColorQuestreg XE Hunter Lab com acircngulo

observador de 10ordmC e iluminador D65 em triplicata (ESTELLER ZANCANARO

JUacuteNIOR LANNES 2006)

413Avaliaccedilatildeo sensorial

A avaliaccedilatildeo sensorial foi realizada atraveacutes do teste afetivo de aceitaccedilatildeo global

com escala hedocircnica estruturada de 9 pontos e escala de intenccedilatildeo de compra de 5

54

pontos Os atributos avaliados para as barras foram textura sabor e impressatildeo

global e teste de intenccedilatildeo de compra sendo feito pelos mesmos provadores O

projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da

FCFUSP (no Parecer 1393285) conforme ANEXO A A ficha de avaliaccedilatildeo se

encontra no ANEXO C

As amostras foram preparadas segundo as boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de

produtos alimentiacutecios nos laboratoacuterios de Tecnologia de Alimentos III e Planta Piloto

do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica-FCFUSP

As avaliaccedilotildees foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise Sensorial do

Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica de Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo Foram avaliadas 3 amostras de

chocolate ao leite uma controle uma com couve em poacute e uma com uva em poacute

Os produtos foram preparados no maacuteximo 24 horas antes dos testes e

mantidos em temperatura de 20 degC 60 de umidade ateacute o momento de servir Os

chocolates (aproximadamente 5 g) foram servidos em pratos plaacutesticos contendo as

trecircs amostras do produto (Figura 10) Entre uma amostra e outra os avaliadores

foram instruiacutedos a ingerir aacutegua e biscoito de sabor neutro (aacutegua e sal) para diminuir

a interferecircncia de sabor entre as amostras

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial

55

Recrutamento dos Consumidores

Foram selecionados provadores natildeo treinados que se declarassem

consumidores de chocolates sendo que antes da degustaccedilatildeo os mesmos foram

instruiacutedos a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II)

declarando-se natildeo aleacutergico aos componentes das formulaccedilotildees permitindo o uso da

informaccedilatildeo prestada para seu devido fim e tambeacutem possuidores do direito de

desistir de participar a qualquer momento do teste

Criteacuterios de inclusatildeo

Os consumidores que foram convidados para os testes apresentavam os

seguintes preacute-requisitos

bull Ser maior de idade (acima de 18 anos)

bull De ambos sexos

bull Natildeo apresentar alergia aos componentes das formulaccedilotildees

bull Foram adotados cuidados especiais para evitar que indiviacuteduos

subordinados ou diretamente ligados ao pesquisador natildeo se sentissem obrigados a

participar do estudo

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos da seleccedilatildeo indiviacuteduos que

bull Estivessem em dieta especial

bull Estivessem em tratamento meacutedico

bull Desistissem da participaccedilatildeo apoacutes o iniacutecio da anaacutelise

Casuiacutestica

Para os testes foram recrutadas 90 pessoas alunos e funcionaacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo

56

414 Forma de anaacutelise de resultados

Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e posteriormente de

Tukey em 5 de significacircncia com o software Statistica version 11 (StaSoft EUA) e

com o programa Microsoft Excel (Microsoft EUA)

57

5RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve

511Liofilizaccedilatildeo

A couve foi analisada pela diferenccedila de massas antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo a

fim de verificar a quantidade de aacutegua extraiacuteda e determinar a equivalecircncia entre os

pesos da couve antes e depois deste processo Os resultados revelaram a de

produto liofilizado (989plusmn0369 ) e a porcentagem de aacutegua retirada do produto

liofilizado (9011plusmn0369 )

Estes resultados demonstraram que a quantidade de aacutegua retirada da couve

pelo processo de liofilizaccedilatildeo foi de 90107 plusmn0369 e a o peso da couve liofilizada

correspondeu a 98932plusmn 0369 do peso inicial Estes dados estatildeo de acordo com

o trabalho realizado por Furlani et al (1978) que determinou a quantidade de aacutegua

em diversas frutas e hortaliccedilas Segundo estes autores a couve manteiga

apresentou aproximadamente 89 de aacutegua em sua composiccedilatildeo

Esses resultados foram necessaacuterios para a conversatildeo da quantidade de

couve liofilizada que foi adicionada posteriormente ao chocolate

A desidrataccedilatildeo eacute uma teacutecnica comum utilizada em alimentos pois esta pode

aumentar a vida uacutetil do produto principalmente no caso de frutas e vegetais A

reduccedilatildeo do teor de aacutegua nesses alimentos leva a uma menor atividade

microbioloacutegica o que desacelera o processo de deterioraccedilatildeo desses produtos

(FELLOWS 2000)

A atividade de aacutegua (aw) eacute um paracircmetro que mede a razatildeo entre a pressatildeo

de vapor da aacutegua (Pw) no alimento e a pressatildeo de vapor da aacutegua pura na

temperatura do alimento (P0w) (TOLEDO 2007) dada pela expressatildeo

Aw=

58

A baixa atividade de aacutegua estaacute relacionada com a diminuiccedilatildeo da velocidade

relativa de reaccedilotildees de deterioraccedilatildeo por bacteacuterias auto oxidaccedilatildeo reaccedilotildees

enzimaacuteticas entre outros conforme demonstra a Figura 11 (NESPOLO et al 2015)

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e atividade de aacutegua

(retirado de NESPOLO 2015)

O valor encontrado para atividade de aacutegua da couve em poacute foi 0531plusmn0014

no momento de sua utilizaccedilatildeo para produccedilatildeo do chocolate Este valor segundo a

Figura 11 estaacute relacionado com baixas velocidades de reaccedilotildees enzimaacuteticas e

nenhuma atividade para reaccedilotildees com bacteacuterias leveduras e mofos tornando assim

o produto liofilizado estaacutevel mesmo apoacutes um ano de sua produccedilatildeo Este resultado

tem grande importacircncia pois demonstra que a adiccedilatildeo de couve liofilizada no

chocolate provavelmente natildeo iraacute afetar sua vida de prateleira

59

512Perfil antioxidante

5121Ensaio da atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio com o DPPH eacute baseado na perda da intensidade da cor da soluccedilatildeo

puacuterpura do radical estaacutevel DPPHbull apoacutes a reaccedilatildeo com um composto antirradicalar

(AOH) O DPPH eacute um radical livre pois apresenta um eleacutetron natildeo emparelhado com

absorccedilatildeo na regiatildeo de 520 nm (MOLYNEUX 2003) A estrutura quiacutemica do DPPH eacute

demonstrada na Figura 12

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH

Ao se misturar com uma substacircncia capaz de doar um hidrogecircnio o DPPH

reage (Figura 13) e vai para sua forma reduzida fazendo com que perca a sua cor

puacuterpura caracteriacutestica e se torne uma soluccedilatildeo de cor castanha (MOLYNEUX 2003)

60

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

Para a couve liofilizada e couve in natura foram realizados dois meacutetodos de extraccedilatildeo

diferentes a fim de verificar suas efetividades e padronizar para futuros ensaios

A curva padratildeo do DPPH estaacute demonstrada na Figura 14

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH

Para realizar o estudo do DPPH cada extrato foi diluiacutedo em diferentes

concentraccedilotildees 510 2030 40 50 e 60 Utiliza-se diferentes concentraccedilotildees

y = 001x + 02627 Rsup2 = 09899

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 10 20 30 40 50 60 70

Ab

sorb

acircnci

a (5

15n

m)

Concentraccedilatildeo (microM)

61

para se ter um intervalo de absorbacircncia de modo que seja possiacutevel verificar a

cineacutetica da reaccedilatildeo

O resultado da cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e couve liofilizada

extraiacuteda pelos dois meacutetodos estaacute representado na Figura 15

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto (1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010)

As curvas cineacuteticas obtidas pela reaccedilatildeo entre radical livre DPPH e a couve

liofilizada demonstram um comportamento semelhante em ambos os extratos A

partir dos primeiros cinco minutos eacute possiacutevel observar uma queda mais acentuada

na absorbacircncia sendo que os minutos sequentes apresentam uma reduccedilatildeo branda

No extrato obtido a partir da metodologia de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto(1997) pode-se observar que natildeo haacute diferenciaccedilatildeo entre as diluiccedilotildees de 5 e

10 enquanto que o extrato obtido a partir da metodologia utilizada por Genovese

e Lannes (2010) natildeo houve grande diferenccedila entre os extratos de 50 e 60jaacute que

ficaram entre a absorbacircncia entre 03 e 04

62

Eacute possiacutevel observar a queda mais acentuada no extrato B em todas as

concentraccedilotildees chegando a valores de ateacute 03 de absorbacircncia Enquanto que o

extrato A reduziu somente ateacute aproximadamente 07 de absorbacircncia

A couve in natura foi analisada sob as mesmas condiccedilotildees e concentraccedilotildees O

perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e os extratos eacute demonstrado na Figura 16

Conforme se observa na Figura 16 assim como para a couve liofilizada o

perfil cineacutetico da couve in natura para ambos os extratos demonstrou uma reduccedilatildeo

mais acentuada na absorbacircncia nos primeiros cinco minutos sendo quase constante

nos minutos subsequentes Eacute possiacutevel observar que no perfil A (extraccedilatildeo segundo

Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto1997) natildeo se tem diferenccedila entre concentraccedilotildees

de 5 e 10 de amostra Por sua vez no perfil B (extraccedilatildeo segundo Genovese e

Lannes 2010) as concentraccedilotildees de 40 e de 50 natildeo apresentaram diferenccedila Em

todos os quatro extratos eacute possiacutevel observar que quanto maior a concentraccedilatildeo

maior eacute o decaimento da absorbacircncia

A partir destes resultados eacute possiacutevel calcular o IC50 ou seja a concentraccedilatildeo

necessaacuteria para reduzir a absorbacircncia do DPPH pela metade Sendo assim quanto

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010)

63

menor for a concentraccedilatildeo de IC50 maior potencial antirradicalar este extrato tem Os

resultados da atividade antirradicalar contra o radical DPPH se encontram na Tabela

5 juntamente com os resultados de quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis por meacutetodo Folin-

ciocauteau

5122Ensaio da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis

O ensaio de Folin-Ciocauteau eacute baseado na mudanccedila de coloraccedilatildeo da

soluccedilatildeo apoacutes reaccedilatildeo com antioxidante O reagente de Folin-Ciocauteau eacute formado

por uma mistura de aacutecidos de molibdecircnio (Na2MoO42H2O) que resulta na cor

amarela por estar num estado de oxidaccedilatildeo VI e aacutecidos de tungstecircnio (SINGLETON

ORTHOFER LAMUELA-RAVENTOS 1999)

Em contato com os antioxidantes (agentes redutores) tem-se a formaccedilatildeo de

um complexo Molibdecircnio-Tungstecircnio (PMoW11O4)4 (Figura 17) que possuem

coloraccedilatildeo azul Atraveacutes da diferenccedila de coloraccedilatildeo eacute possiacutevel determinar a

quantidade de polifenoacuteis em uma amostra (SINGLETONORTHOFER LAMUELA-

RAVENTOS 1999)

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante

Para a construccedilatildeo da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico foi realizada a reaccedilatildeo do

reagente Folin-Ciocauteau com diferentes concentraccedilotildees de aacutecido gaacutelico

(050100150250 e 500 mgL) A Figura 18 representa a definiccedilatildeo desta curva

64

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

Os diferentes extratos foram colocados em reaccedilatildeo com o reagente Folin-

Ciocauteau sendo cada amostra realizada em triplicata

A partir da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico obteve-se a equaccedilatildeo da reta que foi

utilizada para o caacutelculo das concentraccedilotildees de cada extrato A Tabela 5 representa

tais resultados

n=3

Tanto para a couve in natura quanto para a couve liofilizada foi encontrada

maior concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos com aplicaccedilatildeo do meacutetodo usado por

Genovese e Lannes (2010) Aleacutem disso as concentraccedilotildees em IC50 para a atividade

y = 00012x + 02366 Rsup2 = 09977

0

02

04

06

08

1

0 100 200 300 400 500 600

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo de Aacutecido Gaacutelico (mgL)

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura extraiacutedos por

diferentes meacutetodos

Amostra Meacutetodo IC50

(mgL) Quantidade de polifenoacuteis totais (gmg

GAE)

Liofilizada Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 11878 11033

Liofilizada Genovese e Lannes

(2010) 41 22616

in natura Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 41067 3283

in natura Genovese e Lannes

(2010) 3129 6283

65

antirradicalar frente ao radical DPPH confirmam essa hipoacutetese uma vez que foram

encontrados menores valores de concentraccedilatildeo para estes extratos

Os resultados obtidos indicam conforme esperado maior concentraccedilatildeo de

compostos bioativos para a couve liofilizada se comparada aos extratos da couve in

natura

Muito utilizada na induacutestria alimentiacutecia a liofilizaccedilatildeo eacute um processo que visa a

desidrataccedilatildeo de alimentos como cafeacute vegetais frutas entre outros Realizado sob

baixas temperaturas e ausecircncia de ar atmosfeacuterico o liofilizador mantecircm a

temperatura e a pressatildeo da aacutegua no ponto triplo (0ordmC e 47 mm de Hg) o que faz

com que a aacutegua jaacute em estado de congelamento passe por sublimaccedilatildeo- diretamente

do estado soacutelido para o gasoso (GAVA 1998)

Pelo fato da desidrataccedilatildeo total do alimento ocorrer sob baixas temperaturas

obtecircm-se um produto com baixa atividade microbioloacutegica e consequentemente alta

estabilidade frente a deterioraccedilatildeo Aleacutem disso essa teacutecnica permite a conservaccedilatildeo

dos componentes presentes no alimento e concentraccedilatildeo destes produtos Mesmo

assim sabe-se que por se tratar de um processamento ocorrem perdas de alguns

compostos volaacuteteis (RATTI 2001) Foi observada maior capacidade antirradicalar

na couve liofilizada pelo fato desta estar mais concentrada que a couve in natura

Analisando os valores obtidos no entanto pode ser observado que natildeo haacute

uma proporcionalidade entre a quantidade de polifenoacuteis da couve in natura em

relaccedilatildeo agrave couve liofilizada o que sugere que houve perda durante o processamento

Kaulmann et al (2014) realizaram um estudo de compostos antioxidantes em

diversas variaccedilotildees de Brassica oleracea in natura Apoacutes o teste de Folin-Ciocauteau

foi encontrada uma concentraccedilatildeo de 602plusmn449 mg GAE (aacutecido gaacutelico equivalente)

100g de couve

Este resultado se assemelha aos valores encontrados no presente trabalho

para a couve in natura extraiacuteda pelo meacutetodo usado por Genovese e Lannes (2010)

(6283 mg GAE100g couve) A semelhanccedila nos resultados reforccedila a tese de que haacute

maior efetividade nesse meacutetodo frente ao meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto (1997)

66

513Anaacutelise granulomeacutetrica

A distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica das mateacuterias primas em poacute a serem utilizadas

no chocolate satildeo de extrema importacircncia pois afetam diretamente o tamanho de

partiacutecula dos produtos finais

A partir da anaacutelise granulomeacutetrica plotou-se um graacutefico da porcentagem de

material retido versus abertura da peneira A Figura 19 demonstra esses resultados

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da peneira para

couve liofilizada em poacute

A partir do graacutefico eacute possiacutevel calcular a Abertura Meacutedia (AM) ou o Coeficiente

de Variaccedilatildeo (CV) com a seguinte equaccedilatildeo (Lannes 2000)

CV=

100

Eacute possiacutevel tambeacutem realizar o caacutelculo de AM e CV pelo meacutetodo algeacutebrico Os

resultados referentes a esses paracircmetros tanto pelo meacutetodo graacutefico quanto pelo

meacutetodo algeacutebrico estatildeo representados na Tabela 6

y = -12891x + 10972 Rsup2 = 09233

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 02 04 06 08 1

Mas

sa d

e m

ater

ial r

eti

do

(

)

Tamanho da peneira (mm)

67

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para meacutetodo graacutefico e

algeacutebrico

A Figura 20 demonstra a porcentagem de massa retida em cada peneira

utilizada A partir dela eacute possiacutevel concluir que a maior quantidade de partiacuteculas se

encontra na faixa de 059 a 025 mm

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para extrato de couve

liofilizado

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

085 075 059 042 0297 025

Mas

sa re

tid

a (

)

Tamanho em mm

CV AM

Meacutetodo graacutefico 48 0550

Meacutetodo algeacutebrico 3685 0502

68

52Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva

521Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais

As massas de uva antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo foram registradas e a partir

destes resultados foi possiacutevel determinar a meacutedia de material liofilizado (2114 plusmn

135) e a meacutedia de aacutegua retirada (7886 plusmn 135) nesse processo de liofilizaccedilatildeo

A determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua da uva liofilizada foi realizada em

triplicata imediatamente apoacutes a liofilizaccedilatildeo sendo o resultado obtido igual a

aw=0303plusmn0085 Este valor de atividade de aacutegua eacute considerado bom para evitar a

deterioraccedilatildeo do produto poreacutem pode aumentar de acordo com o tempo Sabe-se que

produtos com aw abaixo de 07 tecircm menor exposiccedilatildeo a riscos microbioloacutegicos sendo

que a faixa de valores de aw de 03 para abaixo indica que o produto estaacute preservado

tambeacutem de qualquer outra reaccedilatildeo de deterioraccedilatildeo (TOLEDO 2007)

A tendecircncia para frutas liofilizadas no entanto eacute de haver aumento no valor

de atividade de aacutegua com o passar do tempo Isso ocorre devido agrave alta quantidade

de accediluacutecar presente nas frutas como sacarose glicose e frutose que em estado

amorfo tendem a se ligar por ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a aacutegua Esse fato faz com

que essas frutas liofilizadas com elevados teores de accediluacutecar serem altamente

higroscoacutepicas sendo assim haacute maior instabilidade do produto liofilizado uma vez

que este tende a sofrer hidrataccedilatildeo e aumentar a sua atividade de aacutegua e umidade

Sua manipulaccedilatildeo portanto deve ser realizada com muito cuidado de modo a natildeo

interferir na atividade de aacutegua e natildeo gerar o efeito caking - tendecircncia deste tipo de

produto de aglomerar (SERNA-COCK VARGAS-MUNOZ APONTE 2015

OLIVEIRA 2013)

A quantidade de accediluacutecares nas uvas in natura e liofilizada foram determinadas

pelo meacutetodo de Fehling Este meacutetodo tambeacutem conhecido como Lane-Eynon se

baseia na reaccedilatildeo entre os sais cuacutepricos e aldoses ou cetoses que sob alta

temperatura e meio alcalino formam como produto o precipitado cuproso conforme

demonstrado na Figura 21 que possui coloraccedilatildeo avermelhada

69

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar um sal com Cu2+

se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho tijolo) Retirado de Tavares et al

(2010)

A Tabela 7 demonstra a porcentagem de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

encontrados

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva liofilizada e in natura

Redutores () Natildeo

redutores() Totais()

Uva in natura 1600 plusmn 0037 2 1800plusmn002

Uva liofilizada 6300plusmn0007 1 6400plusmn0018 n=3 Os valores de accediluacutecares natildeo redutores foram calculados por diferenccedila entre accediluacutecares totais e

redutores

Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber um aumento na quantidade de

accediluacutecares totais ao liofilizar a uva bem como uma reduccedilatildeo dos accediluacutecares natildeo

redutores e um aumento na porcentagem de accediluacutecares redutores Essas diferenccedilas

podem ser explicadas pela retirada da aacutegua nas amostras o que leva estas a

ficarem mais concentradas e assim aumentar a quantidade de accediluacutecares de 18

para 64 Esse resultado confirma a teoria de que a uva liofilizada possui alta

concentraccedilatildeo de accediluacutecares e portanto realmente se torna altamente higroscoacutepica o

que faz com que se diferencie da couve em poacute

O equipamento utilizado para a fabricaccedilatildeo dos chocolates possui um moinho

de bolas que reduz o tamanho de partiacutecula do accediluacutecar e outros gracircnulos presentes

na formulaccedilatildeo Esse tipo de moinho possui pequenas bolas que giram com baixa

70

velocidade e realizam forccedilas de cisalhamento na amostra (FELLOWS 2000) No

caso da couve liofilizada em poacute por exemplo foi adicionada no equipamento de

produccedilatildeo de chocolate com moinho de bolas para se ter um menor tamanho de

partiacutecula deste no chocolate e entatildeo natildeo ser sentido sensorialmente A uva

liofilizada que eacute como jaacute dito caracterizada como um material higroscoacutepico natildeo

poderia ser adicionada em um moinho de bolas jaacute que muita energia seria aplicada

sob este material o que poderia resultar em um efeito caking tambeacutem o

processamento do chocolate natildeo ocorreria de forma correta Por esta razatildeo a uva

liofilizada triturada foi adicionada apoacutes a fabricaccedilatildeo do chocolate em misturador

planetaacuterio

522Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva

Para a determinaccedilatildeo do melhor solvente para a extraccedilatildeo dos compostos

fenoacutelicos da uva foram utilizados acetona acetona acidificada (sendo acetona 70

com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol 70 e metanol acidificado (sendo

metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv) Os resultados encontrados

estatildeo dispostos na Tabela 8

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes extratores

Amostra Absorbacircncia Quantidade de polifenoacuteis (mgg)

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona acidificada 0368plusmn00138 ab 1095

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona 0340plusmn00350 ab 8645

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol 70 0396plusmn00212 b 1324

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol acidificado

0318plusmn00794 a 7221

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Rockenbach (2008) quantificou os polifenoacuteis antocianinas e atividade

antioxidante de bagaccedilos de uva Vitis vinifera utilizando como solvente etanol e

71

acetona Os melhores resultados encontrados neste trabalho foram para acetona

50 e 70 para antocianinas e polifenoacuteis totais

Rockenbach (2011) realizou um estudo da quantidade de polifenoacuteis em

alguns tipos de uvas Vitis vinifera L e Vitis Labrusca L Neste estudo utilizou-se

como solvente para extraccedilatildeo o metanol acidificado (sendo metanol aacutegua aacutecido

aceacutetico 70305 vvv) O maior valor encontrado foi para a variedade Cabernet

sauvignon pertencente agrave classe Vitis vinifera L (7475 mgg GAE) Este valor eacute

proacuteximo ao encontrado no presente trabalho (7221 mgg GAE para o mesmo tipo de

extrato)

Vizzoto e Pereira (2011) realizaram um estudo de quantificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos por diferentes meios de extraccedilatildeo da amora-preta Neste estudo utilizou-se

extratos com acetona acetona acidificada metanol e metanol acidificado poreacutem

natildeo houve diferenccedila significativa (p gt 005) entre as amostras

Existem grandes classes de compostos fenoacutelicos como as antocianinas

flavonoacuteis sendo que em cada classe possui grandes quantidades de substacircncias

diferentes com estruturas diferentes Isso faz com que seja difiacutecil se ter uma

metodologia capaz de extrair todos os componentes fenoacutelicos de uma amostra Eacute

portanto que se estuda o melhor meacutetodo para a extraccedilatildeo por meio de comparaccedilotildees

entre solventes e tipos de metodologias

O metanol eacute um solvente de polaridade alta enquanto que a acetona possui

polaridade meacutedia A acidificaccedilatildeo destes solventes tende a melhorar a eficiecircncia da

extraccedilatildeo

Mesmo assim o meacutetodo de extraccedilatildeo mais eficiente para quantificaccedilatildeo de

polifenoacuteis continuou sendo o mesmo utilizado por Genovese e Lannes (2010) e no

presente trabalho para os extratos de couve A partir do extrato metanoacutelico 70

obteve-se uma quantidade de 132 mgg GAE estatisticamente maior que a dos

outros extratos

A quantidade de polifenoacuteis da uva in natura foi realizada a partir do extrato

metanoico 70 e foi encontrado o valor de 5838 plusmn 822 mg GAEg Assim como a

couve eacute possiacutevel perceber que a liofilizaccedilatildeo tende a concentrar os compostos

72

fenoacutelicos e assim resultar em maiores valores de concentraccedilatildeo No entanto o valor

encontrado na uva liofilizada natildeo eacute proporcional ao rendimento o que

provavelmente significa que alguns compostos foram perdidos durante o processo

A determinaccedilatildeo frente ao radical DPPH foi realizada com as concentraccedilotildees

de 51020304050 e 60 de extrato Utilizou-se para o processo de extraccedilatildeo

extrato metanoacutelico 70 conforme o meacutetodo utilizado por Genovese e Lannes

(2010) A Figura 22 representa o perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e a uva

liofilizada

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em diferentes

concentraccedilotildees

Atraveacutes da cineacutetica da reaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que quanto maior a

concentraccedilatildeo de extrato utilizada tem-se uma reduccedilatildeo maior da absorbacircncia em

relaccedilatildeo agrave absorbacircncia inicial

Atraveacutes da curva cineacutetica eacute possiacutevel calcular o valor de IC50 para a amostra

sendo que o valor encontrado para a uva liofilizada foi de 6645 mgL Esse valor

representa alta capacidade antirradicalar concordando com a alta quantidade de

polifenoacuteis encontrada

0

01

02

03

04

05

06

07

08

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Tempo (min)

5

10

20

30

40

50

60

73

53Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau

531Perfil antirradicalar do liquor de cacau

Visto que houve maior eficiecircncia no meacutetodo de Genovese e Lannes (2009) foi

padronizado a utilizaccedilatildeo desta extraccedilatildeo A anaacutelise de polifenoacuteis do liquor de cacau

portanto foi realizada nestas condiccedilotildees e seus resultados demonstrados na Tabela

9

A curva cineacutetica da reaccedilatildeo do DPPH com o extrato nas diferentes

concentraccedilotildees eacute demonstrada na Figura 23

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em diferentes

concentraccedilotildees

A partir da curva cineacutetica eacute possiacutevel observar uma reduccedilatildeo da absorbacircncia ao

longo dos 30 minutos em todos os extratos Aleacutem disso tem-se que a quanto maior

a concentraccedilatildeo do extrato maior a reduccedilatildeo de absorbacircncia

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo ()

5

10

20

30

40

74

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical DPPH para o

liquor de cacau

Amostra Meacutedia de absorbacircncia Concentraccedilatildeo (mgg de aacutecido gaacutelico) IC50 (mgL)

Liquor de cacau 0445plusmn000971 25994 2906

n=3

Othman et al (2007) estudaram o perfil antirradicalar amecircndoas de cacau de

diferentes locais em meio a extrato etanoacutelico e aquoso Neste estudo foi observado

um valor de IC50 igual a 13 mgg para extrato etanoacutelico do cacau da Malaacutesia e de

Gana e um valor de IC50 de 24 mgg para o cacau da Malaacutesia e 17 mgg para o

cacau de Gana

Belšcak et al (2009) avaliaram o perfil antirradicalar de produtos comerciais da

Croaacutecia derivados do cacau (liquor de cacau cacau em poacute chocolates ao leite

amargo e chocolate em poacute) Em relaccedilatildeo ao liquor de cacau foram encontrados em

termos de fenoacutelicos totais de 25 a 35 mg GAEg Esses valores se encontram muito

inferiores ao encontrado no presente trabalho poreacutem sabe-se que a quantidade de

polifenoacuteis pode variar muito dependendo das condiccedilotildees geograacuteficas de plantaccedilatildeo a

variedade do cacau utilizado para a fabricaccedilatildeo do liquor bem como o tipo de

tratamento (fermentaccedilatildeosecagem armazenamento) para a produccedilatildeo do liquor

Oliveira et al (2011) analisaram a quantidade de compostos fenoacutelicos de

diferentes tipos de cacau e encontraram um valor de 19595plusmn055 mg GAEg para

liquor orgacircnicos semelhante a encontrada no presente trabalho

532Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau

A anaacutelise de lipiacutedeos no liquor de cacau foi realizada como informaccedilatildeo para o

caacutelculo da formulaccedilatildeo do chocolate Atraveacutes deste foi determinada que a

quantidade de lipiacutedeos no liquor utilizado eacute de 52 plusmn0012 sendo compatiacutevel com o

laudo enviado pela empresa fornecedora que eacute de 5310

75

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute

A anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute foram realizadas para fins de

caacutelculo do conteuacutedo de gordura final da formulaccedilatildeo do chocolate ao leite A Tabela

10 demonstra os resultados obtidos para o leite em poacute desnatado e para o leite em

poacute integral

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e integral

utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate

Leite em poacute desnatado Leite em poacute integral Gordura (g100g) 0 212plusmn0001 Proteiacutena (g100g) 267plusmn011 201plusmn0023

n=3

55Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates

551Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da manteiga de

cacau

A temperagem foi avaliada por curva de temperagem para verificaccedilatildeo da

produccedilatildeo de cristais adequados para a manteiga de cacau A curva de temperagem

se encontra na Figura 24

76

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate

A curva de temperagem eacute de grande importacircncia para a verificaccedilatildeo da

qualidade da massa do chocolate e eficiecircncia da temperadeira eou do processo de

temperagem Chocolates bem temperados devem conter de 3 a 8 de cristais de

manteiga de cacau o desenvolvimento desses cristais ao longo do tempo de

resfriamento pode ser medido atraveacutes deste tipo de curva (MINIFIE 1989)

A curva de temperagem indica a quantidade de calor liberada ao se solidificar

o chocolate Durante o processamento geram-se dois pontos de inflexatildeo como

destacado na Figura 24 sendo que cada um deles indica uma parte da formaccedilatildeo de

cristais O primeiro ponto refere-se a relaccedilatildeo temperaturatempo em que se inicia a

nucleaccedilatildeo dos cristais e a segunda o ponto no qual a nucleaccedilatildeo realmente ocorre

A inclinaccedilatildeo gerada a partir desses dois pontos eacute portanto avaliada e deve

permanecer o mais reta possiacutevel de modo a natildeo haver uma inclinaccedilatildeo negativa (o

que significaria um chocolate sobre-temperedo) ou uma inclinaccedilatildeo positiva (o que

significaria um chocolate sub-temperado) Um chocolate over-tempered eacute aquele

que possui cristais a mais formados durante a temperagem o que portanto gera

menor quantidade de cristais durante o teste e consequentemente haacute menor

quantidade de energia sendo liberada Jaacute no caso do chocolate under-tempered

Pontos de inflexatildeo

77

tem-se uma quantidade muito inferior de cristais quando temperada gerando

portanto uma grande liberaccedilatildeo de calor durante o resfriamento e como

consequecircncia uma inflexatildeo maior na curva (AFOWAKA2010 MINIFIE1989

COHEN LUCCA JACKIX 2004)

A curva gerada no presente trabalho apresenta uma linearidade adequada

podendo-se afirmar que a massa de chocolate possui boa propriedade de

temperagem sendo que foi obtido um slope de 018 ordmCmin em tempo de 24

minutos e temperatura igual a 235ordmC O ldquotemper indexrdquo (TI) paracircmetro utilizado pelo

fabricante do equipamento (Buhler) para avaliar a boa porformance da temperagem

resultou no valor de 43 considerado adequado

A manteiga de cacau tambeacutem foi avaliada em duplicata por sua curva de

resfriamento o resultado encontra-se na Figura 25

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees dos chocolates

A curva de resfriamento da manteiga de cacau demonstra suas

caracteriacutesticas de derretimento e a taxa de cristalizaccedilatildeo desta gordura

apresentando a adequaccedilatildeo desta gordura para utilizaccedilatildeo em chocolates

Lannes (1997) estudou a curva de resfriamento de Jensen de diferentes tipos

de gorduras utilizadas em chocolate tipo cobertura Em seu trabalho a autora

78

demonstrou uma tiacutepica curva de resfriamento da manteiga de cacau e esta se

assemelha a encontrada no presente trabalho (taxa de resfriamento de 20 ordmCmin

cristalizaccedilatildeo agrave 205 ordmC por um tempo de 78 minutos)

O fabricante do equipamento (Buhler) tambeacutem utiliza de um iacutendice para

avaliaccedilatildeo da curva de resfriamento conhecido como Cocoa Butter Index (CBI)

Segundo o fabricante o CBI encontrado para a manteiga analisada (33plusmn001) eacute

considerado adequado para produccedilatildeo de chocolates

552Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula eacute importante para o controle de

qualidade dos chocolates pois pode influenciar tanto a reologia do produto como

tambeacutem a sensaccedilatildeo na boca Chocolates com tamanho de partiacutecula maior que 30

microm satildeo percebidos na boca pois possuem textura arenosa aleacutem de viscosidade

natildeo adequada Jaacute tamanhos de partiacutecula proacuteximos a 20 microm possuem uma textura

mais macia e massa mais cremosa (AFOWAKA 2010)

Os resultados da determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula para cada

chocolate estatildeo na Tabela 11

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate

Tamanho de partiacutecula (microm)

Chocolate ao leite 258 plusmn 047a

Chocolate com couve 277 plusmn 095b

Chocolate com uva 378 plusmn 113c

n10 (n2 processamento n5 anaacutelise)

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

79

Conforme a anaacutelise estatiacutestica realizada tem-se que a adiccedilatildeo tanto de uva

liofilizada quanto de couve liofilizada altera significativamente (plt005) o tamanho de

partiacutecula do chocolate

Como dito anteriormente o tamanho de partiacutecula desejaacutevel para chocolates

estaacute entre 20 a 30 microm como eacute o caso tanto do chocolate ao leite (258 microm) quanto

para o chocolate com adiccedilatildeo de couve (277 microm) o que sugere que ambos os

chocolates natildeo teratildeo uma percepccedilatildeo sensorial diferente quanto ao tamanho das

partiacuteculas A diferenccedila entre esses dois tamanhos pode ser explicada pela adiccedilatildeo da

couve que conforme avaliado anteriormente era um poacute com tamanho de partiacutecula

meacutedio de aproximadamente 5x104 microm Durante o processo de fabricaccedilatildeo de

chocolate tem-se a etapa de refino que no caso do equipamento utilizado ocorre

pelo moinho de bolas o que provavelmente ajudou a reduzir o tamanho de partiacutecula

consideravelmente mas ainda assim natildeo o suficiente para natildeo haver diferenccedila entre

as amostras

Ao contraacuterio da couve a uva soacute foi adicionada apoacutes o teacutermino da fabricaccedilatildeo

da massa de chocolate em agitador planetaacuterio e portanto natildeo passou pelo

processo de refino conforme foi explicado no item ldquo521 Liofilizaccedilatildeo da uvardquo Essa

diferenccedila no processo certamente refletiu no tamanho de partiacutecula do chocolate com

adiccedilatildeo de uva que sugere que estas partiacuteculas seratildeo sentidas sensorialmente

553Anaacutelise Reoloacutegica

O chocolate eacute uma suspensatildeo onde partiacuteculas de accediluacutecar cacau e leite

encontram-se dispersas na manteiga de cacau sendo assim ele se comporta como

um fluiacutedo natildeo-newtoniano o que significa que a sua tensatildeo de cisalhamento natildeo eacute

diretamente proporcional agrave taxa de cisalhamento Os chocolates tecircm como

caracteriacutestica apresentar o ldquoyeld stressrdquo (forccedila miacutenima necessaacuteria para se iniciar o

fluxo) e uma viscosidade plaacutestica (energia necessaacuteria para que continue a fluir)

(LANNES 1997 AFOWAKA2010) O modelo de Casson eacute atualmente

considerado o que melhor se adapta ao comportamento dos chocolates e eacute adotado

80

pela OICC (Internacional Office of Cocoa) A equaccedilatildeo que expressa esse modelo se

encontra na Equaccedilatildeo 1

Equaccedilatildeo 1 Representaccedilatildeo da equaccedilatildeo de Casson assumindo que τ a tensatildeo de cisalhamento

τCA a tensatildeo inicial de Casson ou tensatildeo residual de Casson ηCA viscosidade de Casson ou

viscosidade plaacutestica e γ a taxa de cisalhamento

Os paracircmetros reoloacutegicos como a viscosidade e a tensatildeo inicial de Casson

satildeo de extrema importacircncia durante a produccedilatildeo de chocolate jaacute que podem atestar

a qualidade dos produtos Esses foram avaliados no presente trabalho para todos

os chocolates e os resultados se encontram nas Figuras 26 e 27

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com

uva

A partir dos resultados apresentados na Figura 26 pode-se perceber que a

viscosidade do chocolate se modifica com a adiccedilatildeo de couve e uva Segundo

Beckett (2009) a distribuiccedilatildeo do tamanho de partiacutecula influencia diretamente a

viscosidade do produto sendo que quanto maior for o tamanho de partiacutecula menor

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

Vis

cosi

dad

e (P

as)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

81

seraacute sua viscosidade Isso ocorre pois ao se reduzir o tamanho tem-se mais

ligaccedilotildees entre essas partiacuteculas e consequentemente maior fricccedilatildeo entre elas

aumentando assim a viscosidade Os resultados apresentados atestam esse

fenocircmeno jaacute que o tamanho de partiacutecula do chocolate ao leite eacute o menor (26 microm) e

apresenta maior viscosidade enquanto que o chocolate com adiccedilatildeo de uva tem

maior tamanho de partiacutecula (378 microm) e apresenta a menor viscosidade

Beckett (2009) afirma que os valores normais para chocolate no caso da

viscosidade vatildeo de 1 a 20 Pas As viscosidades encontradas para o chocolate ao

leite (16 plusmn 0018 Pas) chocolate com adiccedilatildeo de couve (113plusmn004 Pas) e chocolate

com adiccedilatildeo de uva estatildeo dentro dessa faixa(076plusmn004 Pas)

Em todas as formulaccedilotildees do presente trabalho foram encontradas altas

quantidades de gordura (3626 g100 g no chocolate ao leite 3506 g100 g no

chocolate com couve e 3550 g100 g no chocolate com uva) o que justifica entatildeo

a baixa viscosidade de Casson Isso ocorre porque quanto maior a quantidade de

gordura mais espaccedilos vazios satildeo preenchidos na estrutura do chocolate o que leva

a uma maior facilidade no fluxo e portanto menor viscosidade (AFOWAKA2010)

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate

com uva

0

2

4

6

8

10

12

Ten

satildeo

inic

ial (

Pa)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

82

A tensatildeo inicial foi avaliada para todos os chocolates sendo que o chocolate

com uva apresentou menor valor (76 Pa) em comparaccedilatildeo ao chocolate ao leite e o

chocolate com adiccedilatildeo de couve que apresentaram pouca diferenccedila entre si

Diversos autores jaacute relataram a relaccedilatildeo entre a distribuiccedilatildeo de tamanho de

partiacutecula com a tensatildeo inicial de Casson Sabe-se que a tensatildeo inicial estaacute

relacionada com a superfiacutecie de contato das partiacuteculas Quando se tem um menor

tamanho de partiacuteculas estas conseguem interagir mais entre si levando a uma aacuterea

superficial maior e sendo assim mais facilmente o liacutequido flui (AFOWAKA2010

BECKETT2009 KONAR2014) O presente trabalho tambeacutem confirma essa

relaccedilatildeo jaacute que o chocolate com maior tamanho de partiacutecula obteve menor tensatildeo

inicial

Konar et al (2014) avaliaram chocolates ao leite com a adiccedilatildeo de Inulina e

encontraram tensatildeo inicial entre 335 a 1816 Pa e viscosidade entre 172 e 396

Pas sendo que essas diferenccedilas de valores foram justificadas pela distribuiccedilatildeo do

tamanho de partiacutecula Karnjanolarn e Mccarthy 2006) avaliaram chocolates ao leite

com diferentes quantidades de lecitina de soja e PGPR e encontraram para 05 de

lecitina 149 Pas de viscosidade e 473 Pa para tensatildeo inicial Sendo assim eacute

possiacutevel afirmar que os valores encontrados para viscosidade e tensatildeo inicial dos

chocolates avaliados no presente trabalho se encontram proacuteximos aos encontrados

na literatura Aleacutem disso pode-se atestar que a adiccedilatildeo de frutas e folhas liofilizadas

tende a alterar as propriedades reoloacutegicas do chocolate

554Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates

A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica foi realizada para o chocolate ao leite chocolate ao

leite com couve e chocolate ao leite com uva e seus resultados estatildeo dispostos na

Tabela 12

83

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite com

couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Conteuacutedo energeacutetico (kcal) 56468 55468 55570

Umidade (g100 g) 173plusmn048a 207plusmn029a 227plusmn025a

Conteuacutedo mineral (g100 g) 253plusmn014a 268plusmn0054b 257plusmn0027a Proteiacutenas (g100 g) 851plusmn036 a 852plusmn037 a 813plusmn046 a

Lipiacutedios (g100g) 3626plusmn039a 3506plusmn038b 3550plusmn087ab

Carboidratos (g100g) 5270 5374 5380 Fibras dieteacuteticas totais

(g100g) 789 859 805

Fibras soluacuteveis (g100g) 318 418 316

Fibras insoluacuteveis (g100g) 471 44 488 n=3

As letras indicadas referem-se a diferenccedila estatiacutestica entre as amostras da mesma linha pelo teste de Tukey em 5 de diferenccedila significativa

Os resultados da composiccedilatildeo nutricionais se assemelham aos publicados por

Afowaka (2010) e aos chocolates ao leite de marcas nacionais (Kopenhagen Cacau

show e Brasil Cacau) conforme demonstrado na Tabela 14

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de chocolates

finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010)

Valor energeacutetico

(Kcal) Carboidratos (g100g) Proteiacutenas (g100g) Lipiacutedeos (g100g)

Marca A 524 56 68 324

Marca B 576 52 72 384

Marca C 550 55 65 325

AFOWAKA(2010) 518 57 7 33

Eacute possiacutevel afirmar que os chocolates produzidos no presente trabalho

possuem maior teor de proteiacutenas (851plusmn036 g100 g ) em comparaccedilatildeo com os

apresentados na Tabela 13 assim como a quantidade de lipiacutedeos (3506plusmn038 g100

g) que com exceccedilatildeo da Marca ldquoBrdquo tambeacutem apresentam maior valor em comparaccedilatildeo

84

a tabela Jaacute em termos de valor energeacutetico (56468 g100 g) e carboidratos (527

g100 g) os valores encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos da

Tabela 13

A partir dos resultados demonstrados pode-se dizer que natildeo houve diferenccedila

significativa (plt005) entre as amostras dos trecircs chocolates segundo sua quantidade

proteiacutenas Esse fato portanto identifica que a adiccedilatildeo de couve ou uva nessas

condiccedilotildees natildeo altera a quantidade final da proteiacutena do produto

Aleacutem disso eacute possiacutevel notar que a adiccedilatildeo de produtos liofilizados foi eficaz

em termos de natildeo aumentar o teor de umidade das amostras de chocolate A

umidade eacute um importante paracircmetro para o chocolate pois altos valores de umidade

em chocolate podem estar altamente relacionados com defeitos durante o tempo de

prateleira O sugar Bloom por exemplo defeito causado pela agregaccedilatildeo das

partiacuteculas de accediluacutecar forma grumos que satildeo desagradaacuteveis sensorialmente aleacutem de

formar peliacuteculas brancas na superfiacutecie do chocolate modificando seu brilho e

aparecircncia (AFOWAKA 2010)

Chocolates com elevado teor de umidade podem tambeacutem modificar as suas

propriedades de fluxo sendo que valores acima de 3 podem levar a um aumento

na tensatildeo inicial e na viscosidade do produto (AFOWAKA PATERSON FOWLER

2008) Os trecircs chocolates fabricados apresentaram valores de umidade abaixo de

3 e portanto natildeo houve um aumento nesses paracircmetros corroborando portanto

com os resultados encontrados no item acima onde se tem baixos valores de

tensatildeo inicial e viscosidade

A quantificaccedilatildeo de lipiacutedeos apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras de chocolate ao leite e chocolate acrescido de couve enquanto a

amostra de chocolate acrescida de uva foi igual as outras duas amostras

O conteuacutedo mineral tambeacutem apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras sendo que o maior teor foi encontrado no chocolate com adiccedilatildeo de

couve Os chocolates com uva e controle natildeo apresentaram diferenccedila significativa

(plt005) entre si no conteuacutedo mineral Este resultado era esperado devido ao

acreacutescimo de material soacutelidomineral ao produto

85

Ayaz et al (2006) identificaram altas quantidades de macro e micronutrientes

nas folhas de couve Estes encontraram 726 μg gminus1 (base seca) de ferro 535

μg gminus1 (base seca) de manganecircs 394 μg gminus1 (base seca) de zinco 197 μg gminus1

(base seca) de caacutelcio 135 μg gminus1 (base seca) de potaacutessio entre outros

componentes identificados Os chocolates com adiccedilatildeo de couve portanto

provavelmente possuem um maior valor de conteuacutedo mineral devido a este fato

Os nutrientes minerais satildeo essenciais para os seres humanos pois ajudam

em funccedilotildees vitais das ceacutelulas como na ativaccedilatildeo de enzimas e de secreccedilotildees

hormonais Aleacutem disso satildeo essenciais para a absorccedilatildeo de vitaminas O manganecircs

por exemplo eacute de extrema importacircncia para a cicatrizaccedilatildeo humana o zinco eacute um

componente importante para a atividade metaboacutelica de enzimas O ferro por sua

vez contribui para a produccedilatildeo de hemoglobina e mioglobina A deficiecircncia de ferro eacute

um dos distuacuterbios que mais acomete a populaccedilatildeo mundial sendo que pode causar

fraqueza corporal fadiga e seacuterios problemas de sauacutede (GUPTA e GUPTA 2014)

Aleacutem dos nutrientes minerais as fibras dieteacuteticas satildeo de extrema importacircncia

nutricional jaacute que satildeo elas que auxiliam no bom funcionamento do sistema

gastrointestinal pois contribuem para o aumento do bolo fecal e na reduccedilatildeo do

tempo de digestatildeo e assim ajudam a prevenir a constipaccedilatildeo Aleacutem disso jaacute foi

associado que as fibras dieteacuteticas contribuem para a reduccedilatildeo de doenccedilas cardiacuteacas

e cacircncer de colo (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

A partir dos resultados eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva

aumentou a quantidade de fibras totais do chocolate poreacutem natildeo foi possiacutevel avaliar

se essa diferenccedila eacute estatisticamente significativa

Os resultados indicam que houve um aumento no teor de fibras soluacuteveis do

chocolate quando adicionado a couve A couve eacute considerada uma alta fonte de

fibras sendo que segundo a USDA e RDA tem-se aproximadamente 14 da fibra

diaacuterias recomendadas em 100 g desse vegetal

No caso da uva houve um aumento (mesmo que em pequena proporccedilatildeo) de

fibras insoluacuteveis resultando em uma quantidade maior de fibras totais A uva eacute

estudada por sua caracteriacutestica de possuir alta quantidade de polifenoacuteis combinados

a uma grande porcentagem de fibras dieteacuteticas em sua composiccedilatildeo A revisatildeo

86

publicada por Zhu Du e Zheng (2015) aborda o trabalho de diversos autores que

avaliaram as fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis Todas as variedades de uva

avaliadas obtiveram altas quantidades de fibras insoluacuteveis e baixas quantidades de

fibras soluacuteveis A quantidade de fibras totais das diferentes espeacutecies variou de 745

a 280 g100g sendo que as fibras insoluacuteveis representaram mais de 80 da

quantidade total

A quantidade de carboidratos presentes na amostra conforme a RDC no 360

de 23 de dezembro de 2003 ldquoeacute calculado como a diferenccedila entre 100 e a soma do

conteuacutedo de proteiacutenas gorduras fibra alimentar umidade e cinzasrdquo

Sendo assim como haacute diferenccedila entre os valores encontrados para conteuacutedo

mineral e lipiacutedeos existe tambeacutem uma diferenccedila entre a quantidade de carboidratos

encontrados nas trecircs amostras

Um dos principais responsaacuteveis pela alta quantidade de carboidratos nos

chocolates eacute o accediluacutecar utilizado na formulaccedilatildeo Os chocolates com couve e uva

tambeacutem foram formulados com diferentes quantidades de accediluacutecar para o ajuste da

formulaccedilatildeo sendo que para o chocolate com couve foi utilizado 365 para o

chocolate com uva foi utilizado 3535 e para o chocolate ao leite foi utilizado 37

Mesmo que a maior adiccedilatildeo de accediluacutecar na formulaccedilatildeo foi para o chocolate ao leite

obteve-se valores maiores de carboidratos para o chocolate com couve Jaacute no

chocolate com uva reduziu-se em 165 a menos de accediluacutecar em poacute e mesmo assim

e obteve-se um valor semelhante ao de chocolate ao leite

A quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores para os trecircs

chocolates foi realizada em triplicata e seus resultados estatildeo dispostos na Tabela

14

87

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate eo leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao

leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Accediluacutecares Totais (g100g) 2100plusmn0016a 1700plusmn00083b 2100plusmn0015a

Accediluacutecares redutores (g100g) 74plusmn00032a 782plusmn00029a 724plusmn00039a Accediluacutecares Natildeo-redutores

(g100g) 13 921 1345 n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Conforme foi observado na Tabela 13 os chocolates com adiccedilatildeo de couve

tiveram menor valor de accediluacutecares em relaccedilatildeo ao chocolate controle ou o chocolate

com uva sendo que isso se deve principalmente a uma menor quantidade de

accediluacutecares natildeo-redutores neste chocolate

Os accediluacutecares redutores satildeo aqueles que possuem em sua estrutura

agrupamentos aldose ou cetose que ao entrar em contato com agentes oxidantes

sofrem oxidaccedilatildeo Os accediluacutecares redutores mais comuns satildeo a frutose (presente

principalmente em frutas) a glicose a maltose e a lactose A sacarose por sua vez

eacute um accediluacutecar natildeo-redutor poreacutem pode se tornar um accediluacutecar redutor atraveacutes da accedilatildeo

de enzimas ou por hidroacutelise aacutecida As estruturas da frutose glicose e sacarose se

encontram na Figura 28 (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

Sacarose

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose

88

Sendo assim os resultados indicam que a reduccedilatildeo da quantidade de accediluacutecar

na formulaccedilatildeo no caso da adiccedilatildeo de couve impacta diretamente na quantidade de

accediluacutecares natildeo redutores Ayaz et al (2006) quantificaram os accediluacutecares presentes na

couve e identificaram frutose glucose e sucrose como mais abundantes sendo

encontrado um valor de 2011 mg de frutose 100 g de couve seca 1056 mg de

glucose 100 g de couve seca e 894 mg de sucrose 100 g de couve seca

Comparando-se o chocolate com adiccedilatildeo de uva com o chocolate controle

natildeo foi possiacutevel observar modificaccedilatildeo em suas quantidades de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais corroborando com o resultado de que natildeo houve modificaccedilatildeo

na quantidade de carboidratos dessas duas amostras Apesar de como dito

anteriormente as quantidades de accediluacutecar nas duas formulaccedilotildees ser diferente

555Atividade de aacutegua

Os resultados obtidos da anaacutelise de atividade de aacutegua satildeo apresentados na

Tabela 15

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Atividade de aacutegua 0523plusmn00131a 0506plusmn00101a 0519plusmn00321a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A atividade de aacutegua em chocolates eacute relativamente baixa sendo normalmente

avaliada com valores de 03 a 06 Reolon et al (2012) estudaram a presenccedila de

endobacteacuterias em chocolate e para tal avaliaram a atividade de aacutegua em

chocolates comerciais O estudo revelou um valor de 042 em chocolates ao leite

A atividade de aacutegua encontrada estaacute na faixa indicada para que tenha

conservaccedilatildeo dentro de seu prazo de validade de ateacute 1 ano

89

556Colorimetria

Os resultados referentes agrave anaacutelise colorimeacutetrica dos chocolates se encontram

na Tabela 16

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com

uva

L a b

Chocolate ao leite 3066plusmn 052a 602plusmn039a 1364plusmn058a

Chocolate com couve 3020plusmn058a 613plusmn019a 1509plusmn035b

Chocolate com uva 3080plusmn085a 653plusmn049a 1365plusmn078a

Segundo a CIELAB para anaacutelise de cores tem-se que L refere-se a luminosidade a espaccedilo da coloraccedilatildeo verde para vermelho b espaccedilo da coloraccedilatildeo de amarelo para azul

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir dos resultados apresentados eacute possiacutevel concluir que natildeo houve

diferenccedila nos paracircmetros L e a apoacutes adiccedilatildeo de couve e uva nos chocolates No

entanto existe uma diferenccedila entre o chocolate com couve para o paracircmetro b

O estudo de cor eacute um paracircmetro importante para os alimentos jaacute que eacute o

primeiro a ser percebido pelo consumidor por isso sua determinaccedilatildeo eacute de extrema

relevacircncia para o controle de qualidade A alteraccedilatildeo na cor de um produto

alimentiacutecio pode significar defeitos principalmente no chocolate como eacute o caso do

branqueamento de sua superfiacutecie devido ao efeito de bloom (WU e SUN 2013)

A determinaccedilatildeo de cor eacute realizada atraveacutes de valores numeacutericos resultantes

de trecircs espaccedilos dimensionais sendo os mais comuns os valores de L a e b que

satildeo os paracircmetros mais proacuteximos do que o olho humano eacute capaz de distinguir (WU

e SUN 2013) O sistema CIElab padroniza estes espaccedilos de cor que vatildeo de 0 a

100 O paracircmetro L significa a luminosidade o paracircmetro a indica da coloraccedilatildeo

verde para vermelho e b de amarelo para azul conforme demonstrado na Figura

29

90

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores

Sendo assim eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva natildeo modificou

significativamente (plt005) a luminosidade nem a coloraccedilatildeo no paracircmetro a

indicando que provavelmente esses paracircmetros natildeo seratildeo percebidos

sensorialmente

No caso do paracircmetro b no entanto o chocolate com couve apresentou

modificaccedilatildeo de praticamente 2 pontos na escala em comparaccedilatildeo com os outros dois

chocolates tendendo para o azul poreacutem por ser uma pequena diferenccedila

provavelmente tambeacutem natildeo seraacute percebida sensorialmente

557Estabilidade dos chocolates

O chocolates foram avaliados segundo sua textura por um periacuteodo de tempo

de 3 meses sendo medidos nos tempos de 1 dia 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

apoacutes a temperagem Durante os 3 meses os chocolates permaneceram com suas

91

caracteriacutesticas visuais estaacuteveis como brilho e cor A avaliaccedilatildeo de textura dos trecircs

chocolates eacute apresentada na Figura 30

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite chocolate ao leite

com uva e chocolate ao leite com couve

Nas 24 horas apoacutes a produccedilatildeo dos chocolates tem-se um valor de forccedila de

compressatildeo maior para o chocolate com uva (4376plusmn290N) se comparado com o

chocolate ao leite (3228plusmn184N) e o chocolate com couve (3592plusmn438N N) Esse

fato provavelmente se daacute ao maior tamanho de partiacutecula desta amostra (378microm)

como mostrado anteriormente sendo portanto mais forccedila necessaacuteria para quebrar

o chocolate A dureza e o tamanho de partiacutecula tendem a ser proporcional o que

explica este resultado (AFOWAKA2010) Essa tendecircncia de maior forccedila para o

chocolate com uva se repetiu durante todo o periacuteodo observado

Com o passar do tempo o chocolate ao leite aumentou a sua dureza jaacute que a

forccedila necessaacuteria para a quebra foi aumentando Os resultados para 1 dia 1 semana

15 dias natildeo foram estatisticamente diferentes (pgt005) Jaacute no segundo mecircs houve

um aumento significativo (3844plusmn242 N) que permaneceu igual estatisticamente no

terceiro mecircs (3945plusmn189 N) Sendo assim o aumento da forccedila de compressatildeo do

chocolate ao leite subiu 1817 do seu valor inicial ao longo dos trecircs meses Essa

0

10

20

30

40

50

60

1 dia 1 semana

15 dias 2 meses 3 meses

Forccedil

a (N

) Chocolate ao leite

Chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite com couve

92

diferenccedila no entanto eacute pequena e provavelmente natildeo pode ser sentida

sensorialmente

No caso do chocolate com couve a forccedila permaneceu estaacutevel durante o

periacuteodo de 3 meses natildeo havendo diferenccedila significativa(plt005) entre os

resultados encontrados

O chocolate com uva por sua vez natildeo apresentou diferenccedila significativa

(plt005) no periacuteodo de 1 dia 1 semana e 15 dias Houve um aumento significativo

no segundo mecircs (4800plusmn299 N) que se manteve significativamente (plt005)

estaacutevel no terceiro mecircs

Os resultados revelam que no chocolate ao leite e com uva ocorre mudanccedila

na dureza dos chocolates com o passar do tempo de prateleira Essas mudanccedilas

no entanto provavelmente natildeo deveratildeo ser percebidas sensorialmente uma vez

que se resumem a praticamente uma diferenccedila de 20N entre as forccedilas encontradas

o que provavelmente eacute difiacutecil de ser reconhecido

558Avaliaccedilatildeo sensorial

Durante a anaacutelise sensorial foram avaliados os paracircmetros lsquosaborrsquo ldquoTexturardquo

lsquoAspecto geralrsquo e lsquoIntenccedilatildeo de comprarsquo para todos os chocolates

A frequecircncia de notas para sabor se encontra na Figura 31

93

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A partir da anaacutelise dos resultados quanto ao sabor eacute possiacutevel afirmar que a

maioria dos provadores ficou entre ldquogostei ligeiramenterdquo (nota 6) agrave ldquogostei

muitiacutessimordquo (nota 9) representando 916 dos provadores no caso do chocolate

com couve 926 no caso do chocolate ao leite e 937 no caso do chocolate com

adiccedilatildeo de uva sendo que para este uacuteltimo 253 dos provadores atribuiacuteram nota 9

A nota mais atribuiacuteda foi a nota ldquo8rdquo (gostei muito) sendo que 337 atribuiu esta

nota para o chocolate ao leite 337 para o chocolate com couve e 295 para o

chocolate com uva Natildeo houve diferenccedila significativa (plt005) entre a meacutedia das

notas indicando que os trecircs chocolates foram bem aceitos

A avaliaccedilatildeo de ldquotexturardquo estaacute apresentada na Figura 32

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fr

eq

ue

nci

a

Notas

Chocolate com couve

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate ao Leite

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate com Uva

94

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A textura do chocolate com couve obteve maior porcentagem de notas acima

de 6 representando 642 do total ficando na frente do chocolate ao leite (611) e

do chocolate com uva (474) havendo uma distribuiccedilatildeo maior das notas poreacutem as

meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila significativa (plt005) entre entre si O maior

coeficiente de variaccedilatildeo entre os provadores ocorreu nas notas de textura do

chocolate com uva sendo que muitos apontaram terem gostado da ldquotextura

crocanterdquo desta amostra e outros indicaram que ldquoa amostra havia pedaccedilos maiores

ruins de mastigarrdquo Essa diferenccedila de sensaccedilotildees pode ser explicada pelo tamanho

da partiacutecula da uva liofilizada adicionada ao chocolate que como apontado

anteriormente foi relativamente maior e foi facilmente percebido pelos provadores

Os provadores em sua maioria (92) responderam que havia diferenccedila

entre as amostras Entre diversas respostas as mais frequentes foram a diferenccedila

de sabor entre os trecircs chocolates e a diferenccedila de textura da amostra de chocolate

com uva em relaccedilatildeo aos demais

Os resultados quanto ao aspecto geral das amostras estatildeo indicados na

Figura 33

95

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo chocolate ao leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Em termos de aspecto geral os provadores aceitaram bem as amostras

sendo que 905 deu uma nota entre 6 e 9 para o chocolate com couve e916 do

chocolate ao leite e 884 para o chocolate com uva A nota mais colocada

novamente foi nota a ldquo8rdquo (Gostei muito) sendo que 337 atribuiacuteram essa nota para

o chocolate ao leite 316 para o chocolate ao leite com couve e 284 para o

chocolate ao leite com uva Mesmo assim as notas meacutedias natildeo apresentaram

diferenccedila significativa (plt005) ou seja todas as amostras obtiveram a mesma

aceitaccedilatildeo frente aos provadores

As notas de ldquointenccedilatildeo de comprardquo se encontram na Figura 34

96

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo para o chocolate

ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

A partir da anaacutelise das notas dadas para a ldquointenccedilatildeo de comprardquo eacute possiacutevel

afirmar que a maioria dos provadores ldquoCertamente comprariardquo ou ldquoProvavelmente

comprariardquo representando um total de 611 para o chocolate com couve 666

para o chocolate ao leite e 642 do chocolate com uva Apesar da diferenccedila entre

porcentagens a avaliaccedilatildeo estatiacutestica da meacutedia das notas indicou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre as meacutedias apresentadas

Os resultados indicam uma alta aceitaccedilatildeo dos chocolates bem como intenccedilatildeo

de compra As diferenccedilas sensoriais percebidas durante o teste natildeo mudaram

estatisticamente a aprovaccedilatildeo dos provadores

559Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates

Primeiramente foi verificado o espectro de absorccedilatildeo dos trecircs extratos obtidos

a partir dos chocolates a fim de verificar se estes por possuiacuterem coloraccedilatildeo

caracteriacutestica absorviam mesma regiatildeo do espectro que o radical DPPH (515nm) o

97

que poderia interferir nos resultados obtidos Os espectros dos trecircs tipos de

chocolate estatildeo dispostos na Figura 35

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate ao leite com

couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH

A partir dos espectros de absorccedilatildeo eacute possiacutevel afirmar que os extratos de

chocolate natildeo absorvem energia no comprimento de onda de 515nm que eacute o

utilizado para a anaacutelise de DPPH Eacute possiacutevel observar no espectro do DPPH que

este absorve mais energia a 515nm e por isso justifica a escolha do comprimento

de onda para esta anaacutelise

Segundo Oliveira (2011) o trolox eacute uma substacircncia anaacuteloga a vitamina E

sendo sua principal caracteriacutestica ser um antirradicalar Ensaios jaacute realizados

revelam a eficiecircncia do trolox frente ao radical DPPH por isso eacute considerado que a

porcentagem de trolox representa proporcionalmente a atividade antirradicalar A

capacidade antirradicalar do padratildeo trolox foi testada em triplicata e a curva cineacutetica

estaacute representada na Figura 36

98

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da variaccedilatildeo de

absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox

A curva cineacutetica do padratildeo Trolox indica que o aumento da concentraccedilatildeo

reflete em maior reduccedilatildeo da absorbacircncia principalmente nos primeiros 5 minutos O

restante da reaccedilatildeo permanece com a absorbacircncia constante o que revela que a

reaccedilatildeo entre o radical DPPH e o padratildeo trolox ocorre principalmente nos primeiros 5

minutos

As amostras de extratos de chocolate ao leite chocolate ao leite com adiccedilatildeo

couve e chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva foram testadas frente ao radical

DPPH suas respectivas curvas cineacutetica e curvas padratildeo estatildeo representadas nas

Figuras 37 38 e39

O perfil cineacutetico das trecircs amostras apresenta um padratildeo de comportamento

os extratos de menor concentraccedilatildeo tecircm menor queda em relaccedilatildeo agrave absorbacircncia do

DPPH sem adiccedilatildeo de antioxidantes Jaacute os extratos com maior concentraccedilatildeo

apresentam maior diferenccedila entre a absorbacircncia final e o DPPH sem adiccedilatildeo sendo

que quanto maior a concentraccedilatildeo maior eacute esta diferenccedila

A diminuiccedilatildeo da absorbacircncia em todos os extratos de todas as amostras tem

seu decaimento ocorrendo durante todo o tempo de anaacutelise (30 minutos) diferente

do observado no padratildeo trolox indicando que a reaccedilatildeo entre o radical DPPH e todos

os extratos de chocolate ocorrem por mais tempo

99

A partir dessa variaccedilatildeo de absorbacircncia eacute possiacutevel traccedilar a curva padratildeo para

cada uma destas amostras sendo que quanto maior a inclinaccedilatildeo da reta maior eacute a

capacidade antirradicalar da amostra

As curvas padratildeo das trecircs amostras de chocolate revelam uma grande

semelhanccedila entre os perfis desses chocolates O coeficiente angular (α) de cada

uma das retas eacute comparado com o coeficiente angular meacutedio do Trolox (α=0021)

obtido atraveacutes da anaacutelise em triplicata deste padratildeo Os resultados estatildeo

representados na Tabela 17 juntamente com os resultados de outras avaliaccedilotildees do

perfil antirradicalar das amostras

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite com

couve

100

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de chocolate com uva

Foi realizada tambeacutem a quantificaccedilatildeo da atividade antirradicalar frente ao

radical DPPH por IC50 sendo que o resultado se encontra na Tabela 17

A anaacutelise frente ao ABTS foi realizada em triplicata para todas as amostras de

chocolate Primeiramente obteve-se o espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTS (22acute-

azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-aacutecido sulfocircnico) conforme Figura 40

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS

07

075

08

085

09

095

1

550 600 650 700 750 800 850

Ab

sorb

acircnci

a

Comprimento de onda (nm)

101

O espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTSbull+ revela que a maior absorccedilatildeo deste

composto ocorre na regiatildeo entre 700 e 750nm portanto justifica-se a utilizaccedilatildeo de

734nm para o comprimento de onda

O padratildeo Trolox tambeacutem eacute indicado como padratildeo da capacidade

antirradicalar frente ao radical ABTSbull+ e portanto a reaccedilatildeo entre eles foi realizada

O perfil cineacutetico e a curva padratildeo desta reaccedilatildeo eacute apresentada na Figura 41

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox

O perfil cineacutetico desta reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e trolox mostra que conforme o

aumento da concentraccedilatildeo tem-se uma reduccedilatildeo no valor de absorbacircncia Aleacutem disso

eacute possiacutevel notar que durante os 30 minutos de anaacutelise cada amostra se mostrou com

um valor de absorbacircncia estaacutevel revelando que a reaccedilatildeo ocorre no iniacutecio do

processo e natildeo se modifica ao passar do tempo

As amostras de chocolates foram testadas frente ao radical ABTSbull+ sendo

utilizadas as concentraccedilotildees de extrato de 2 3 4 5 6 As Figuras de 42 a 44

apresentam os resultados obtidos tanto para o perfil cineacutetico quanto para a curva

padratildeo de cada chocolate Estas sugerem um perfil de cineacutetica muito parecido para

todos os extratos de chocolate Tem-se uma reduccedilatildeo de absorbacircncia durante todo o

tempo de anaacutelise (30 minutos) sendo mais acentuada nos primeiros cinco minutos

o que sugere que a reaccedilatildeo ocorra durante todo este periacuteodo Mesmo assim o

102

padratildeo observado na amostra padratildeo se repete quanto maior a concentraccedilatildeo

menor eacute a absorbacircncia encontrada

O ABTSbull+ possui uma coloraccedilatildeo verde-escura e ao reagir com o antirradical

modifica sua coloraccedilatildeo para verde-claro e conforme a reaccedilatildeo for ocorrendo tem-se

a diminuiccedilatildeo do valor de absorbacircncia devido a esta diferenccedila de coloraccedilatildeo

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de couve

103

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de uva

A curva padratildeo do aacutecido gaacutelico demonstrou uma equaccedilatildeo da reta igual a y =

00012x + 02366

A quantificaccedilatildeo dos polifenoacuteis bem como a porcentagem de trolox frente ao

radical DPPH e a porcentagem de trolox frente ao radical ABTSbull+ estatildeo

apresentadas na Tabela 17

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com uva

Amostra gmg GAE IC50(DPPH)

(mgL) Trolox (DPPH) Trolox (ABTS)

Chocolate ao leite 7422plusmn410a 682plusmn014a 27875plusmn398a 44397plusmn412a

Chocolate com couve 7429plusmn393a 63plusmn056a 25093plusmn729ab 44228plusmn1820a

Chocolate com uva 147285plusmn1417b 692plusmn048a 24047plusmn1151b 37380plusmn136a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir da avaliaccedilatildeo da capacidade antirradicalar dos chocolates frente ao

radical ABTS pode-se dizer que natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila significativa

(plt005) entre as amostras sendo assim todos os chocolates apresentaram a

104

mesma capacidade frente a este radical ou seja natildeo houve aumento com a adiccedilatildeo

de couve e uva nos chocolates

Os valores encontrados para esse tipo de produto satildeo altos visto que podem

ser comparados com alimentos conhecidos por sua alta capacidade antirradicalar

como- mirtilos (4766 mg Equivalente de Vitamina C (VCE) 100 g) ameixas pretas

(372 mg VCE100g) (FLOEGEL2011) e goiaba (496 mg Trolox100 g) (REDDY

2010)

Jaacute frente ao radical DPPH em porcentagem de Trolox a atividade

antirradicalar das amostras de chocolate revelaram resultados nos quais o chocolate

ao leite eacute estatisticamente diferente (plt005) do chocolate ao leite com uva mas o

chocolate ao leite com couve natildeo apresenta diferenccedila significativa (plt005) com

nenhuma das duas amostras Esse fato indica que a capacidade antirradicalar frente

ao radical DPPH natildeo aumentou com a adiccedilatildeo de couve e apresentou menor

capacidade com a adiccedilatildeo de uva

Os resultados frente ao radical DPPH avaliados por IC50 demonstraram natildeo

haver diferenccedila significativa entre as amostras (plt005) Na literatura natildeo existe um

consenso em como expressar os resultados de testes antirradicalares Oliveira et al

(2014) sugerem a utilizaccedilatildeo de porcentagem de Trolox por facilitar a interpretaccedilatildeo

dos resultados jaacute que eacute diretamente proporcional agrave atividade antirradicalar

Os valores encontrados para a capacidade antirradicalar frente ao radical

DPPH tambeacutem satildeo comparaacuteveis a frutas e vegetais conhecidos por serem

potenciais antirradicalares como manga (211mg Trolox100 g) (REDDY et al 2010)

ameixa preta (287 mg VCE100 g) e vinho (1964 mg Trolox100 g) (FLOEGEL et al

2011)

O radical DPPH tende a interagir com compostos antirradicalares mais

reativos enquanto que o radical ABTS reage com os compostos de reatividade

intermediaacuteria (Oliveira 2014) Esse fato pode explicar a diferenccedila de valores

encontrada para os chocolates por estes dois meacutetodos e pode-se inferir que existe

maior quantidade de compostos de reatividade intermediaacuteria em todos os

chocolates

105

Diversos autores jaacute discutiram a correlaccedilatildeo destas duas metodologias

Floegel et al (2011) realizaram um estudo com 50 diferentes tipos de alimentos

(frutas vegetais e bebidas) e analisaram a correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos

para a capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH e frente ao radical ABTS

Foi encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0953) comparando-se os resultados das

frutas e das bebidas Por outro lado encontrou-se menor correlaccedilatildeo para os

resultados de vegetais (R=0896) Dudonne et al (2011) publicaram um estudo

comparativo entre 30 diferentes extratos de plantas assim como o artigo anterior foi

encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0903) entre os resultados de ABTS e DPPH

A anaacutelise estatiacutestica da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis demonstrou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre os resultados de chocolate com couve e

chocolate ao leite poreacutem houve uma diferenccedila entre estes em comparaccedilatildeo ao

chocolate ao leite com uva Houve um aumento da quantidade de polifenoacuteis em

5044 do chocolate com uva em relaccedilatildeo ao chocolate controle

A quantidade de polifenoacuteis encontrada no controle e chocolate com couve

pode ser comparaacutevel agrave quantidade de polifenoacuteis presentes por exemplo em laranjas

(70 mg GAEg) (REDDY 2010)

Conforme citado anteriormente a couve e a uva foram adicionadas de

diferentes formas no chocolate A couve foi adicionada durante o processo de refino

dos chocolates na maacutequina de moinho de bolas enquanto que a uva foi adicionada

apoacutes o processo de fabricaccedilatildeo em um misturador planetaacuterio o que pode ter afetado

diretamente na quantidade de polifenoacuteis adicionada

Siebert Troukhanova e Lynn (1996) estudaram a interaccedilatildeo entre proteiacutenas e

polifenoacuteis Sabe-se que os polifenoacuteis tecircm em sua estrutura duas extremidades que

podem se ligar as proteiacutenas- o anel benzecircnico que possivelmente podem interagir

com a parte apolar das cadeias de proteiacutenas e os grupos hidroxiacutelicos que formam

facilmente ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a amina ou com a carbonila da proteiacutena

Supotildee-se que essas ligaccedilotildees formam uma rede de proteiacutenas-polifenoacuteis a qual pode

interferir em suas biodisponibilidade Arts et al (2002) avaliaram a modificaccedilatildeo do

resultado de capacidade antirradicalar total de chaacute preto com e sem caseiacutena Foi

identificado que a adiccedilatildeo de proteiacutenas no chaacute afeta a capacidade antirradicalar do

mesmo natildeo atingindo a capacidade maacutexima de atividade antirradicalar

106

Niseteo et al (2012) realizaram um estudo da capacidade antirradicalar de

diferentes tipos de bebidas a base de cafeacute com e sem a adiccedilatildeo de leite e

quantificaram os compostos polifenoacutelicos por meacutetodo de Folin-ciocauteau Naquele

trabalho tambeacutem foi encontrada diferenccedila na capacidade antirradicalar dos cafeacutes

com adiccedilatildeo de leite de valor reduzido em comparaccedilatildeo aos sem leite e a interaccedilatildeo

polifenoacuteis-proteiacutenas tambeacutem foi discutida No entanto a quantidade de polifenoacuteis dos

cappuccinos com adiccedilatildeo de leite foi maior do que o controle O autor atribuiu essa

diferenccedila nos resultados de quantidade de polifenoacuteis e da capacidade antirradicalar

devido agrave baixa precisatildeo analiacutetica e a baixa seletividade do reagente de Folin-

ciocauteau que pode interagir com outros compostos redutores como accediluacutecares e

aminoaacutecidos e gerar assim resultados diferentes Os resultados encontrados para o

chocolate com uva apresentam a mesma tendecircncia- menor capacidade

antirradicalar e maior quantidade de polifenoacuteis

Jakobek (2015) publicou uma revisatildeo sobre a interaccedilatildeo dos polifenoacuteis com

outros componentes alimentares como proteiacutenas lipiacutedeos e carboidratos Segundo o

autor a partir de sua revisatildeo bibliograacutefica eacute possiacutevel concluir que essas interaccedilotildees

podem significar alteraccedilotildees na biodisponibilidade e bioacessibilidade desses

compostos pelo organismo A interaccedilatildeo entre lipiacutedeos e polifenoacuteis por exemplo

pode causar uma mudanccedila na absorccedilatildeo de lipiacutedeos no corpo e reduzir a

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Aleacutem disso as proteiacutenas e polifenoacuteis interagem entre si e

podem alterar tanto a atividade das proteiacutenas quanto a biodisponibilidade dos

polifenoacuteis

Os estudos citados acima demonstram uma forte interaccedilatildeo entre os

componentes dos alimentos (proteiacutenas lipiacutedeos carboidratos) com os compostos

fenoacutelicos Sugere-se que esta interaccedilatildeo pode vir a afetar a disponibilidade dos

compostos fenoacutelicos e portanto alterar a sua capacidade antirradicalar Jakobek

(2015) cita tambeacutem que quanto maior a quantidade de grupos hidroxila e quanto

maior o peso molecular maior eacute a tendecircncia das moleacuteculas de polifenoacuteis a se ligar a

proteiacutenas Os compostos encontrados na couve e na uva apresentam esses dois

fatores o que sugere que estas interaccedilotildees possam ter ocorrido e

consequentemente interferindo na capacidade antirradicalar dos chocolates

formulados

107

No entanto natildeo foram utilizadas as metodologias de ORAC e FRAP que

tambeacutem satildeo conhecidas para capacidade antirradicalar Sabe-se que a anaacutelise da

atividade antirradicalar por ORAC apresenta grande vantagem em relaccedilatildeo ao radical

ABTS e ao radical DPPH pois eacute baseada nos radicais peroxila que satildeo mais

correlacionados com a oxidaccedilatildeo in vivo das ERO (SCHAICH ZIE 2015) O FRAP

baseia-se na reduccedilatildeo do complexo feacuterrico pela accedilatildeo de doaccedilatildeo de eleacutetrons por

antioxidantes e possui boa correlaccedilatildeo com o ABTS (Duddone et al 2009)

A adiccedilatildeo de frutas secas em chocolates jaacute foi estudada por diversos grupos

de pesquisa com o objetivo de enriquecer essas formulaccedilotildees

Belščak-Cvitanovi et al (2012) elaboraram diversas formulaccedilotildees de chocolate

com adiccedilatildeo de folhas de Rubus ideaus L ( raspberry) com o objetivo de adicionar

compostos fenoacutelicos Para tal estudo realizaram formulaccedilotildees de chocolate ao leite

e chocolate amargo sendo um teor de cacau de 30 e 72 respectivamente As

folhas sofreram um processo de extraccedilatildeo em aacutegua quente sendo adicionadas em

duas formas diferentes ao chocolate um extrato liofilizado e um extrato obtido por

evaporaccedilatildeo Natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila na quantidade de compostos

polifenoacutelicos totais com adiccedilatildeo de extrato liofilizado assim como sua capacidade

antirradicalar frente ao radical FRAP Aleacutem disso foi identificado que o chocolate

amargo possui capacidade antirradicalar e quantidade de polifenoacuteis muito superiores

se comparado aos chocolates ao leite avaliados pois segundo o autor produtos

com grande quantidade de accediluacutecar e leite em poacute formam uma rede de interaccedilatildeo forte

entre proteiacutenas e catequinas e isto podem afetar diretamente na anaacutelise de

antirradicalares

Komes et al (2013) estudaram a adiccedilatildeo de 5 diferentes tipo de frutas

secas(ameixa mamatildeo damasco uvas passa e cranberry) em formulaccedilotildees de

chocolate Este estudo revelou tambeacutem uma maior capacidade antirradicalar e

quantidade de polifenoacuteis para chocolates amargos em comparaccedilatildeo com chocolates

ao leite Apesar da adiccedilatildeo de cranberry e uva passa terem sido efetivas em termos

de aumentar a capacidade antirradicalar e o teor de polifenoacuteis os autores

demonstram que o maior responsaacutevel pelos altos valores eacute o cacau que possui

grande quantidade de compostos fenoacutelicos em sua composiccedilatildeo

108

A grande influecircncia do liquor de cacau na quantidade de polifenoacuteis e na

capacidade antirradicalar estaacute de acordo com o encontrado para todos os chocolates

formulados no presente trabalho Conforme demonstrado anteriormente o liquor de

cacau utilizado quando comparado com frutas conhecidas por essa propriedade

possui uma alta capacidade antirradicalar (IC50=29 mgg) e alta quantidade de

polifenoacuteis (25994 mg GAE g) que reflete nos altos valores encontrados

Sim et al (2016) estudaram a adiccedilatildeo de poacute de casca de mangostatildeo (Garcinia

mangostana Linn) para a melhoria de propriedades nutricionais do chocolate As

formulaccedilotildees foram realizadas com 0 1 e 3 de poacute sendo que o chocolate amargo

obteve uma melhora de 3 na quantidade de polifenoacuteis totais aleacutem de uma melhora

no perfil de compostos bioativos sendo uma possiacutevel alternativa como aditivo para

enriquecimento de formulaccedilatildeo de chocolates

Todorovik et al (2015) avaliaram o perfil de polifenoacuteis de chocolates

produzidos na Seacutervia sendo que foram avaliados chocolates ao leite amargos e

amargos com adiccedilatildeo de raspberry Neste estudo natildeo foi encontrada diferenccedila entre

a quantidade de polifenoacuteis dos chocolates amargos com e sem a adiccedilatildeo de

raspberry Mesmo assim os resultados mostraram um aumento da capacidade

antirradicalar frente ao radical DPPH e ABTS nos chocolates com adiccedilatildeo de

raspberry

Os trabalhos citados acima demonstram que eacute possiacutevel adicionar frutas ou

folhas secas em chocolate e obter uma maior capacidade antirradicalar

Os chocolates desenvolvidos no presente trabalho apresentaram altas

capacidades antirradicalares o que sugere seus efeitos beneacuteficos para o corpo pele

e sauacutede Para o aumento significativo da capacidade antirradicalar no entanto mais

testes deveriam ser realizados de modo a definir se haacute uma interaccedilatildeo entre estes

compostos e as proteiacutenas do leite presentes no chocolate

109

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD

A anaacutelise em CLAE-DAD foi realizada para o perfil cromatograacutefico dos

compostos fenoacutelicos e verificaccedilatildeo se os componentes presentes na couve e na uva

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo desses produtos As comparaccedilotildees

entre cromatogramas de mesmo comprimento de onda para o chocolate ao leite

chocolate com couve e couve liofilizada se encontram nas Figuras 45 a 48

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

110

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

A anaacutelise dos cromatogramas do chocolate ao leite com couve chocolate ao

leite e da couve permite concluir que alguns dos picos da couve foram transferidos

para o chocolate ao leite com couve assim como alguns picos do chocolate ao leite

foram transferidos para o chocolate com couve A comparaccedilatildeo entre os picos e as

aacutereas encontradas estaacute disposta na Tabela 18

111

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260 nm 280 nm 320 nm 360 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL

2684 29610 3006 5879 2454 7848 2694 - 2449 - 603 101 2448 - 559 109

3652 - 2994 7936 2690 16752 1975 - 2538 1443 256 - 2539 986 261 -

3828 - 6680 24257 3097 - 81 - 2704 - 635 890 2705 - 777 562

4795 1003 10733 - 3849 - 8308 32875 2866 - 262 617 3639 - 182 268

5687 - 241 495 5707 1122- 224 406 365 - 250 855 3811 385 111 -

5964 - 1127 3481 5954 - 731 2575 4041 - 127 418 4032 - 124 232

6778 - 968 2839 6755 - 804 2833 9285 - 355 850 23576 18018 918 -

7229 - 287 699 7229 - 298 709 19400 - 733 1898 64626 6560 492 -

8165 - 585 3532 7926 - 303 2202 20645 - 182 378

9088 - 167720 481259 9088 - 219180 498880 25230 - 1682 3395

10379 - 626 1746 10370 - 1278 3175 29694 69863 1397 -

11 - 477 2917 11071 - 849 2221 56254 23250 572 -

12069 912 325 728 12069 1047 377 1051 57971 30799 312 -

12792 - 483 2280 15535 - 291 869 62540 479 618 -

13571 - 254 1435 16109 - 2446 9090 64626 9645 355 -

15529 - 495 1535 18094 808 25245 -

16137 - 4122 18531 19402 - 1267 28136

18094 - 19811 24559 22084 - 2792 10571

22083 58677 1751 -

22851 - 567 1191

23577 22250 1070 -

29206 - 413 81520

30100 - 412 1374

30797 - 26159 11417

64624 2830 546 -

82747 1375 1353 1305

112

Os cromatogramas obtidos para o chocolate ao leite chocolate ao leite com

uva e uva liofilizada estatildeo dispostos nas Figuras 49 a 52

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

113

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Assim como na primeira avaliaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que muitos dos picos

presentes no chocolate ao leite estatildeo presentes no chocolate ao leite com uva

Tambeacutem se observa que alguns picos da uva liofilizada foram transferidos para o

chocolate ao leite com uva conforme demonstra a Tabela 19

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de CLAE-DAD para identificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos eacute largamente utilizada na literatura atual Esta identificaccedilatildeo de compostos

pode ser realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo de tempos de retenccedilatildeo presentes na

literatura assim como comparaccedilatildeo com padrotildees No caso dos chocolates no

entanto

114

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260nm 280nm 320 nm 350 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT Uva CU CL RT Uva CU CL RT UVA CU CL RT UVA CU CL 2553 - 497 27915 2543 - 12925 52565 2779 - 19355 89 2450 10265 785 1085

2758 - 10827 13866 2757 - 14411 250205 2943 195 1428 2548 879 3375 254 2934 58 6176 26 2935 1615 7287 - 3052 223 21765 2775 182 752 562

3042 989 6047 - 3044 945 8338 - 56915 - 297 1325 2831 - 6825 384 3710 68 429 - 5194 355 625 - 9233 - 12195 8495 4098 - 806 232

3920 1533 4631 - 5918 661 3631 25745 10372 - 156 171 5049 - 272 98 56805 216 9485 495 6733 3903 2833 14080 - 8005 407 54596 - 216 165

5933 14 47705 3481 8984 4475 598044 - 16098 - 11865 36505 57455 - 361 3005 6761 308 36245 2839 10337 - 1692 3175 21380 - 9285 25005

7134 175 3066 - 21246 - 1568 24645 27800 - 388 9455 8995 178 603862 - 27776 24704 3809 - 73585 24825 492 -

10339 453 1138 1746 59786 1325 207 - 79272 851 107 - 12752 - 31385 22795 73587 7115 3055 -

14113 - 993 7615 79261 482 401 - 15491 - 2688 1535

16083 - 217065 18531 21381 - 953 48615

67858 - 567 208

115

existe uma grande complexidade de compostos presentes em sua estrutura o que

dificulta a utilizaccedilatildeo de adiccedilatildeo de padrotildees

Sendo assim o meacutetodo mais adequado seria a utilizaccedilatildeo de um CLAE-MS

capaz de identificar as massas dos picos e assim permitir a sua correta

caracterizaccedilatildeo No presente trabalho no entanto natildeo foi possiacutevel realizar esta

anaacutelise levando entatildeo agrave conclusatildeo atraveacutes de hipoacuteteses sobre os tempos de

retenccedilatildeo conhecidos em literatura

Primeiramente eacute preciso lembrar que dependendo do tipo de estrutura

quiacutemica haacute uma diferenccedila na absorccedilatildeo em cada comprimento de onda Zhang

(2013) identificou os espectros de absorccedilatildeo de 14 compostos fenoacutelicos mais

conhecidos na literatura sendo eles (1) aacutecido gaacutelico (2) aacutecido protequinico (3)

aacutecido vaniliacutenico (4) aacutecido cafeacuteico (5) aacutecido siringico (6) aacutecido cumaacuterico (7) aacutecido

saliciacutelico (8)catequina (9) epicatequina (10) rutina (11) morina (12) cumarina (13)

quercetina (14) resveratrol

Esses compostos fenoacutelicos estatildeo presentes tanto na uva quanto na couve

conforme abordado na revisatildeo de literatura A Tabela 20 representa os

comprimentos de onda de maior absorccedilatildeo para cada um dos fenoacutelicos acima

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013

Classes de substacircncias Compostos fenoacutelicos Comprimento de onda (nm)

Aacutecidos hidroxicinacircmicos Aacutecido gaacutelico 271

Aacutecido protequiacutenico 260

Aacutecido vaniliacutenico 260 Aacutecido hidroxicinacircmico Aacutecido cafeacuteico 324

Catequinas

Aacutecido cumaacuterico 280

Catequina 280

Epicatequina 280

Flavonoacuteis Rutina 255

Quercetina 374 Estibeno

Resverastrol 306

116

Todos os compostos citados absorvem nos comprimentos de onda avaliados

para os chocolates 260 280 320 e 360 nm portanto existe uma possibilidade de

que estes compostos estejam entre aqueles que se repetiram nos chocolates com

adiccedilatildeo sendo assim eacute provaacutevel que os picos encontrados estabeleccedilam uma relaccedilatildeo

com a adiccedilatildeo de compostos da couve e da uva nos chocolates

Comparando-se o chocolate ao leite com o chocolate com couve eacute possiacutevel

perceber que existe maior quantidade de picos em 280 e 320 nm no chocolate com

couve do que na amostra controle Provavelmente este fato indica que teriam sido

adicionados ao chocolate compostos da classe das catequiacutenas e compostos da

classe dos flavonoacuteis

Jaacute a comparaccedilatildeo entre o chocolate controle e o chocolate com uva haacute uma

adiccedilatildeo de picos principalmente nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm o que

provavelmente sugere que compostos das classes da catequiacutenas e aacutecidos

hidroxicinacircmicos foram adicionados

As catequinas satildeo principal constituinte de chaacutes e satildeo associadas a altas

capacidades antioxidantes Estudos revelam que a ingestatildeo de catequiacutenas pode

reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas aleacutem de possuir potencial para inibir ceacutelulas

canceriacutegenas e reduzir o processo de envelhecimento (BRAICU et al 2013)

Os flavonoacuteis satildeo antioxidantes naturais encontrados principalmente no chaacute e

em frutos como o cacau Estudos a respeito dessa classe de compostos

demonstram seu potencial em reduzir a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica representando um

protetor cardiovascular importante (HEIM TAGLIFERRO BOBILYA 2002)

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos tambeacutem satildeo altamente estudados por sua

propriedade antioxidante Estatildeo presentes em frutas e vegetais e satildeo conhecidos

principalmente por sua bioatividade (RAZZZAGHI-ASI et al 2013)

117

6CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de uva e couve em chocolate ao leite modificou suas propriedades

como segue

As propriedades fiacutesicas como tamanho de partiacutecula textura

viscosidade e tensatildeo inicial de Casson sendo que a diferenccedila de

textura e tamanho de partiacutecula foi percebida sensorialmente pelos

provadores natildeo treinados

As propriedades fiacutesico-quiacutemicas como a quantidade de fibras

conteuacutedo mineral e quantidade de accediluacutecares conduzindo a melhora nas

propriedades nutricionais dos chocolates

Nas propriedades sensoriais 92 dos painelistas afirmaram que havia

diferenccedila entre as amostras A anaacutelise sensorial tambeacutem comprovou

uma boa aceitaccedilatildeo de todos os chocolates sendo que mais de 60

dos provadores afirmou que provavelmente ou certamente compraria o

chocolate

A quantidade de polifenoacuteis aumentou no chocolate ao leite com uva

mas natildeo no chocolate ao leite com couve para a metodologia de Folin-

Ciocauteau

A grande quantidade de polifenoacuteis presentes no liquor de cacau utilizado

impactou diretamente nos altos valores encontrados para todos os chocolates

formulados A adiccedilatildeo de uva e couve liofilizadas apesar de tambeacutem apresentarem

altas quantidades de polifenoacuteis natildeo modificou a capacidade antirradicalar frente ao

radical ABTS e ao radical DPPH No processo de liofilizaccedilatildeo houve perdas de

polifenoacuteis na couve e na uva

Os resultados do perfil cromatograacutefico dos compostos fenoacutelicos por CLAE-

DAD revelaram que muitos dos compostos presentes na couve e na uva foram

transferidos para os chocolates formulados

A utilizaccedilatildeo de frutas e hortaliccedilas como alternativa para o enriquecimento de

propriedades dos alimentos foi comprovada neste trabalho demonstrando melhorar

as qualidades nutricionais e funcionais de alimentos como chocolate ao leite

118

7SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS

A adiccedilatildeo de frutas e vegetais em produtos alimentiacutecios eacute uma aacuterea

promissora para enriquecimento de formulaccedilotildees Os resultados obtidos no presente

trabalho indicaram modificaccedilotildees em alguns aspectos do chocolate o que eacute uma

premissa interessante para futuros trabalhos

Avalia-se que a adiccedilatildeo de frutas e vegetais tem no entanto aleacutem do valor

nutricional um efeito beneacutefico para ajudar a balancear as espeacutecies reativas no corpo

e desacelerar o envelhecimento precoce Essas propriedades funcionais no entanto

soacute poderiam ser confirmadas com testes in vivo apropriados para a verificaccedilatildeo deste

benefiacutecio

Aleacutem disso estudos de cristalizaccedilatildeo dos chocolates formulados poderiam ser

conduzidos pelas teacutecnicas- DSC Difraccedilatildeo de RAIO-X que poderiam ser utilizadas

para informaccedilotildees da estabilidade desses chocolates

119

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ANEXO A- Parecer cosubstanciado do CEP

133

134

135

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

136

137

138

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL

139

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES PARA BANCA JULGADORA

140

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO

141

142

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES

143

144

145

Page 7: Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

CARVALHO J C S Development of milk chocolates with

functional properties with leaves from Brassica Oleracea (kale) and

fruits of Vitis Vinifera (grape) 2016 145f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash

Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas Universidade de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 2016

ABSTRACT

Nowadays it is known that a diet rich in vegetables is a source of antioxidants

which help in the prevention of premature ageing Studies on cocoa indicate

that this raw material essential in the production of chocolate is a rich source

of antioxidants However milk chocolate which contains less cocoa and less

antioxidant activity is the most consumed type in Brazil The aim of this study

was to develop milk chocolate formulations with antioxidant properties As

such three kinds of chocolate were produced with added kale leaves with

added grapes and the control normal milk chocolate The chocolates

produced were evaluated on their physical characteristics physical-chemistry

and antioxidant potential It was found that the moisture content and the water

activity did not change with the addition of lyophilized materials The addition

of kale increased 9 of fibers content and 6 of mineral content It was found

that the greatest change in physical properties was with added grape such as

viscosity (076plusmn004 Pas) texture (4377plusmn205 N) yield value (129plusmn335 Pa)

and particle size (378plusmn113 microm) The sensorial analysis resulted in high

acceptability of the products and in the differences of perception in texture

between the three kinds of chocolates The antioxidant profile suggest that

there was no occurrence of increases in antioxidant capacity with the addition

of kale and grape but the chromatography profile of phenolic compounds

raises the hypothesis that some phenolic compounds were transferred to the

chocolates after the addition It was found that it is possible to aggregate

functional properties of milk chocolate

Key-words chocolate kale grape antioxidants

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele 22

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de

Kammeyer Luiten (2015) 26

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de

chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010) 29

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 32

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 34

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol 36

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve 46

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial 54

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e

atividade de aacutegua (retirado de NESPOLO 2015) 58

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH 59

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

60

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH 60

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve

liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto

(1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010) 61

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in

natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo

meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010) 62

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante 63

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

64

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da

peneira para couve liofilizada em poacute 66

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para

extrato de couve liofilizado 67

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar

um sal com Cu2+ se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho

tijolo) Retirado de Tavares et al (2010) 69

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em

diferentes concentraccedilotildees 72

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em

diferentes concentraccedilotildees 73

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate 76

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees

dos chocolates 77

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve

e chocolate com uva 80

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com

couve e chocolate com uva 81

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose 87

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores 90

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite

chocolate ao leite com uva e chocolate ao leite com couve 91

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate

ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 93

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o

chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 94

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo

chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 95

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo

para o chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

96

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate

ao leite com couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH 97

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da

variaccedilatildeo de absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox 98

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite 99

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite com couve 99

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de

chocolate com uva 100

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS 100

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox 101

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite 102

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve 102

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 103

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho 40

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate sendo a foacutermula 1 a

controle a foacutermula 2 o chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 43

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria 44

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE 50

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura

extraiacutedos por diferentes meacutetodos 64

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para

meacutetodo graacutefico e algeacutebrico 67

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva

liofilizada e in natura 69

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes

extratores 70

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical

DPPH para o liquor de cacau 74

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e

integral utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate 75

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate 78

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite

com couve e chocolate ao leite com uva 83

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de

chocolates finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010) 83

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate

eo leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 87

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates 88

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e

chocolate ao leite com uva 89

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com

uva 103

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao

leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 111

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates

com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 114

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde

apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013 115

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABICAB Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados

ABTS 22-azino-bis(3-etilbenzothiazolina-6-aacutecido sulfocircnico)

AM Abertura da malha

CLAE Cromatografia Liacutequida de Alta Eficiecircncia

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DPPH 22-difenil-1-picrilhidrazil

IC50 Concentraccedilatildeo em que se reduz a metade do efeito maacuteximo

ERO Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

FDA Food Dietary Intake

IEA Instituto de Economia Agriacutecula

g Grama

GAE Gallic Acid Equivalent

LDL Lipoproteiacutena de baixa densidade

mg Miligrama

mL Mililitros

N Newton

Pas Pascal por segundo

Pa Pascal

PGPR Polyglycerol Polyricinoleate

POS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Esteaacuterico

POP Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Palmitiacuteco

RDA Refference Dietary Allowance

RDC Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada

SOS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Esteaacuterio-Oleico-Esteaacuterico

TAG Triacilgliceroacuteis

USDA United States Department of Agriculture

UV Ultravioleta

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 22

21 Envelhecimento cutacircneo 22

22 Cacau e Chocolate 27

23 Brassica oleracea (couve) 31

24 Vitis vinifera (Uva) 36

3 OBJETIVOS 39

31 Geral 39

32 Especiacuteficos 39

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 40

41 Materiais 40

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva 41

43 Produccedilatildeo do chocolate 42

44 Granulometria 44

45 Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute 45

46 Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar 45

461 Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos 45

462 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do

potencial antirradicalar de couve uva e liquor de cacau 47

463 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates 47

464 Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis 48

465 Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS 49

466 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE 49

47 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates 50

48 Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas 51

481 Determinaccedilatildeo de umidade 51

482 Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral 51

483 Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos 51

484 Determinaccedilatildeo de proteiacutenas 52

485 Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

52

486 Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis 52

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura 52

410 Determinaccedilatildeo da reologia 53

411 Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua 53

412 Avaliaccedilatildeo da Colorimetria 53

413 Avaliaccedilatildeo sensorial 53

414 Forma de anaacutelise de resultados 56

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 57

51 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve 57

511 Liofilizaccedilatildeo 57

512 Perfil antioxidante 59

513 Anaacutelise granulomeacutetrica 66

52 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva 68

521 Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares

redutores natildeo redutores e totais 68

522 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva 70

53 Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau 73

531 Perfil antirradicalar do liquor de cacau 73

532 Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau 74

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute 75

55 Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates 75

551 Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da

manteiga de cacau 75

552 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula 78

553 Anaacutelise Reoloacutegica 79

554 Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates 82

555 Atividade de aacutegua 88

556 Colorimetria 89

557 Estabilidade dos chocolates 90

558 Avaliaccedilatildeo sensorial 92

559 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates 96

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD 109

6 CONCLUSAtildeO 117

7 SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

REFEREcircNCIAS 119

ANEXO A- PARECER COSUBSTANCIADO DO CEP 132

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 135

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL 138

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES 139

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO 140

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES 142

20

1INTRODUCcedilAtildeO

Na safra 20142015 a colheita bruta de cacau 4230 mil toneladas do fruto

(INTERNATIONAL COCOA CONFECTIONARY ORGANIZATION-ICCO 2016)

Segundo dados da Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados (ABICAB) (2015) 731 mil toneladas de chocolate

foram produzidos no ano de 2014

Segundo o documento ldquoBrasil Food Trends 2020rdquo a tendecircncia para o mercado

de alimentos no Brasil eacute o desenvolvimento de formulaccedilotildees com o conceito de

ldquosaudabilidaderdquo ou seja produtos com menor valor caloacuterico reduzido valor de

accediluacutecar com menor teor de gorduras trans e que possuam atribuiccedilotildees funcionais

Sabe-se que os consumidores vecircm buscando produtos que contribuam para uma

dieta mais saudaacutevel com maior conteuacutedo mineral e de nutrientes e valor reduzido de

gorduras e colesterol (MADI COSTA REGO 2010)

Lannes et al (2002) por exemplo formularam chocolate utilizando o cupuaccedilu

Seus estudos permitiram concluir que a substituiccedilatildeo do cacau pelo cupuaccedilu foi

eficaz gerando um produto com alta qualidade e custo reduzido se comparado ao

similar Komes et al (2013) adicionaram frutas secas agraves formulaccedilotildees de chocolate a

fim de obter um chocolate com maior capacidade antirradicalar Segundo a anaacutelise

sensorial realizada pelos autores os chocolates contendo Cranberries foram bem

aceitos e foi possiacutevel observar maior potencial antirradicalar nos chocolates com

adiccedilatildeo de frutas Amaral (2013) realizou a produccedilatildeo de recheios de bombons com

adiccedilatildeo de murici uma fruta de alto valor nutricional e obteve produtos com maior

elevados teores de proteiacutenas e minerais

A busca pela inovaccedilatildeo no mercado de chocolates tambeacutem levou

pesquisadores a realizar patentes de seus produtos Crowley amp Naimeddine (2011)

desenvolveram um chocolate com adiccedilatildeo de um blend da manteiga de cacau com

adiccedilatildeo de frutas liofilizadas em poacute Vajda et al (1989) elaboraram um spread de

chocolate com a adiccedilatildeo de poacutes de frutas concentradas

21

Sabe-se que haacute uma grande quantidade de pesquisas a respeito dos

benefiacutecios dos antioxidantes para evitar ou reduzir os efeitos de doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como cacircncer Alzheimer catarata diabetes envelhecimento

entre outras (Cai et al 2004 apud MORAIS et al2009) Os polifenoacuteis por exemplo

satildeo antioxidantes que possuem estruturas quiacutemicas promissoras para prevenccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo (MEENA MEENA TREacuteTON 2014)

Os antioxidantes podem ser encontrados em diversos tipos de vegetais- como

frutas e hortaliccedilas sendo a couve e a uva dois exemplos de alimentos com essa

propriedade

A couve eacute um vegetal importante nas dietas tradicionais na regiatildeo

Mediterracircnea e eacute conhecida por sua capacidade de prevenccedilatildeo de doenccedilas e

propriedades antimicrobianas Estudos identificaram nove diferentes aacutecidos fenoacutelicos

em sua composiccedilatildeo sendo estes com alta capacidade antioxidante (AYAZ et al

2008)

O consumo de uvas vem sendo estudado como efetiva prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas e o envelhecimento devido agrave alta porccedilatildeo de compostos fenoacutelicos em

sua composiccedilatildeo A uva eacute composta principalmente por flavonoides como o

resveratrol que jaacute foi comprovadamente associado agrave alta capacidade antirradicalar

frente aos radicais livres (XIA et al 2010)

Diante do acima citado o presente trabalho tem como objetivo o

desenvolvimento de formulaccedilatildeo de chocolates acrescidos de folhas de couve

(Brassica oleracea) e de frutos de uva (Vitis viniacutefera) obtendo-se assim produtos

com enriquecimento das propriedades funcionais Por suas propriedades acredita-

se que o seu consumo traraacute benefiacutecios agrave sauacutede

22

2REFERENCIAL TEOacuteRICO

21Envelhecimento cutacircneo

A pele eacute o oacutergatildeo que reveste todo o organismo correspondendo a 5 do

peso corporal Apresenta multifunccedilotildees tais como sensorial proteccedilatildeo contra agentes

externos termorregulaccedilatildeo excreccedilatildeo e produccedilatildeo de metaboacutelitos aleacutem de

representar a aparecircncia e perfil caracteriacutestico dos indiviacuteduos (CORREcircA 2012)

A pele eacute dividida em trecircs principais camadas- a epiderme a derme e a

hipoderme conforme demonstra a Figura 1 (KHAVKIN e DAVID 2011)

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele

A epiderme eacute formada por aproximadamente 95 de queratinoacutecitos os quais

estatildeo sempre se renovando constituindo desde a membrana basal ateacute a superfiacutecie

23

da pele e assim gerando diversas camadas distintas camada basal espinhosa

granulosa e coacuternea (KHAVKIN e DAVID 2011)

Com o passar do tempo a derme sofre um processo natural de

envelhecimento que varia de acordo com os fatores geneacuteticos de cada pessoa Os

sinais cliacutenicos de surgimento deste processo se datildeo com o aparecimento de linhas

de expressatildeo rugas e manchas (LONGO CASARI BERETTI 2013) Estima-se que

a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ultravioleta seja responsaacutevel por 80 da aceleraccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo precoce poreacutem o cansaccedilo fiacutesico e psicoloacutegico a exposiccedilatildeo

agrave poluiccedilatildeo o consumo de aacutelcool e a dieta natildeo balanceada satildeo fatores importantes

que contribuem neste processo (POLJSAKDAHMANE 2012)

A pele por possuir funccedilatildeo protetora eacute o oacutergatildeo que estaacute mais exposto a

agentes quiacutemicos fiacutesicos e microbioloacutegicos e portanto possui maior tendecircncia de

acumular radicais livres (Hashizume 2004 apud Kammeyer Luiten 2015)

Radical livre eacute toda espeacutecie seja ela orgacircnica ou inorgacircnica que possui

eleacutetrons desemparelhados em sua camada de valecircncia Esta configuraccedilatildeo torna os

compostos muito instaacuteveis com baixa meia-vida e deste modo com reatividade

muito alta (Lushchak 2014) A formaccedilatildeo dos radicais livres pode ocorrer no

citoplasma em membranas e principalmente na mitocondria (Labat-Robert Robert

2014)

Os radicais livres mais comuns encontrados na pele satildeo as Espeacutecies

Reativas de Oxigecircnio (ERO) que podem ser radicalares- como radicais hidroxila

(HO) radicais superoacutexido (O2-) radicais peroxila e alcoxila (RO2 RO)- ou natildeo

radicalares como oxigecircnio singlete (O2) e peroacutexido de hidrogecircnio(H2O2) e as

Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio (ERN) como NO e espeacutecies reativas de enxofre

(GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Na membrana mitocondrial ocorrem naturalmente as reaccedilotildees de reduccedilatildeo

completa do O2 como demonstra a Figura 2 As reaccedilotildees envolvem a transferecircncia

de quatro eleacutetrons para a formulaccedilatildeo de H2O no entanto sabe-se que as reaccedilotildees

intermediaacuterias podem vir a formar EROs pela reduccedilatildeo incompleta do oxigecircnio

durante o transporte de eleacutetrons (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

24

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014)

O acircnion radical superoacutexido (O2-) formado a partir da primeira reaccedilatildeo de

reduccedilatildeo do oxigecircnio eacute dentre todas as outras ERO a menos reativa e portanto sua

capacidade de causar danos a ceacutelulas ainda natildeo eacute comprovada Contudo em meio

aacutecido este radical sofre a reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo (Equaccedilatildeo 1) formando o peroacutexido

de hidrogecircnio (H 2O2) espeacutecie de meia vida longa que pode reagir com alguns

metais produzindo novas espeacutecies oxidativas (Lushchak 2014)

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014)

Mesmo assim o acircnion radical superoacutexido (O2) possui um papel importante na

funccedilatildeo vital de algumas ceacutelulas pois eacute por meio dele que se formam os radicais

OH aleacutem de ser essencial para o seu organismo de defesa (BARREIROS DAVID

DAVID 2006)

O radical hidroxila (OH) eacute entre os jaacute citados o que possui menor tempo de

meia vida isto significa que ele possui uma instabilidade eletrocircnica muito maior que

os outros Deste modo eacute capaz de capturar mais eleacutetrons de outras moleacuteculas e

portanto causar danos maiores e mais rapidamente que os outros Aleacutem disso

possui a capacidade de reagir com aminoaacutecidos aacutecido desoxirribonucleacuteico aacutecidos

25

ribonucleacuteicos e aacutecidos orgacircnicos bem como inativar diversas proteiacutenas por meio da

oxidaccedilatildeo do grupo sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) (Prior 2015)

O ataque a aminoaacutecidos atinge principalmente a cisteiacutena histidina triptofano

metionina fenilalanina podendo gerar clivagem de ligaccedilotildees fazendo com que

ocorra a perda da atividade enzimaacutetica dificuldade no transporte ativo atraveacutes

de membranas celulares citoacutelise e ateacute a morte celular Todos os aminoaacutecidos

podem perder o hidrogecircnio de sua cadeia ligado ao carboxilato e ao grupo amino

Essa abstraccedilatildeo faz com que ocorra um ataque do radical hidroxiacutelico agrave cadeia

carboxilato do aminoaacutecido causando a perda de gaacutes carbocircnico e formando um

carbono radicalar (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

O radical hidroxila pode ainda reagir com lipiacutedeos ao atacar essas cadeias o

grupo metilecircnicoalilico fica suscetiacutevel a outros ataques tornando-se um radical livre

Esse carbono radicalar formado pode facilmente gerar o radical lipiacutedeo-peroxila

atacando a proteiacutena das membranas e gerando danos as ceacutelulas (BARREIROS

DAVID DAVID 2006)

Este tipo de radical pode ser formado por intermeacutedio de dois tipos de reaccedilatildeo

A primeira (Figura 4A) eacute determinada por exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante que

em frequente contato com as ceacutelulas da pele pode levar a formaccedilatildeo de

cacircncer em seres humanos A segunda (Figura 4B) ocorre devido agrave presenccedila de

metais de transiccedilatildeo no organismos (como Fe2+e Cu+) que reagem com o peroacutexido

de hidrogecircnio pela reaccedilatildeo de Fenton (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

26

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de Kammeyer Luiten

(2015)

O radical hidroperoxiacutela (HO2) eacute a forma protonada do radical superoacutexido e

segundo Kammeyer e Luiten (2015) eacute mais reativo e tem maior poder de destruiccedilatildeo

das ceacutelulas

A pele possui seu proacuteprio sistema antioxidante que busca reduzir os danos

causados por esses radicais livres A superoacutexido desmutase por exemplo eacute capaz

de converter o radical superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio evitando a accedilatildeo deste

como radical livre A catalase e a glutationa peroxidase satildeo tambeacutem antioxidantes

em destaque pois satildeo capazes de realizar a decomposiccedilatildeo do H2O2 e assim

formar aacutegua e oxigecircnio Apesar disso as fontes exoacutegenas de radicais livres vecircm

acelerando o processo de envelhecimento e assim torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de fontes exoacutegenas de antioxidantes para combater esses radicais (GUARATINI

MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Oliveira et al (2009) por exemplo estabeleceram uma relaccedilatildeo entre o

consumo excessivo de produtos como gorduras trans fumo aacutelcool accediluacutecar entre

outros com problemas envolvendo estresse oxidativo Observam tambeacutem que

quanto maior o consumo de frutas e verduras menor a probabilidade de

desenvolvimento de doenccedilas

27

Estudos recentes relacionam os haacutebitos alimentares inadequados ao aumento

de ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas (FARIA SANTOS VIANNA 2006) Por sua vez

Guaratini Medeiros e Colepicolo (2007) relatam que o envelhecimento cutacircneo pode

ser catalisado pela presenccedila de espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio nos

tecidos cutacircneos levando a mutaccedilotildees das estruturas normais da pele Devido a isto

sugere-se a aplicaccedilatildeo tanto oral como toacutepica de antioxidantes como estrateacutegia para

a proteccedilatildeo e cuidado da pele

Qualquer alteraccedilatildeo nas funccedilotildees normais das ceacutelulas da pele resulta em uma

seacuterie de mudanccedilas que iratildeo impactar no envelhecimento cutacircneo Satildeo elas a perda

de funccedilatildeo tensora e retraacutetil o aumento da fragilidade a diminuiccedilatildeo nos sistemas de

resposta de cicatrizaccedilatildeo perda de firmeza modificaccedilatildeo na pigmentaccedilatildeo reduccedilatildeo do

colaacutegeno e fibras reduccedilatildeo na quantidade de ceacutelulas de Langerhans (Kammeyer

Luiten 2015)

Antioxidantes importantes adquiridos na dieta agem como inibidores da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica na pele Algumas substacircncias tecircm se mostrado importantes

para essa suplementaccedilatildeo como α- tocoferol aacutecido ascoacuterbico Vitamina E

Carotenoacuteides (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

22Cacau e Chocolate

Teobroma cacao eacute uma espeacutecie vegetal originaacuteria da Ameacuterica do Sul que

cresce principalmente entre os troacutepicos de Cacircncer e Capricoacuternio As principais

espeacutecies satildeo Criolllo Forastero Trinitaacuterio e Nacional sendo a mais comum no Brasil

a Forastero Seu fruto o cacau eacute largamente utilizado pelo mundo principalmente

na produccedilatildeo de chocolates (AFOAKWA 2010)

O cacau eacute amplamente estudado sendo que registros demonstram o uso

deste fruto desde 1400 dc Os astecas e maias o utilizavam para a produccedilatildeo de

chocolatl uma bebida muito conhecida na eacutepoca que tinha em sua foacutermula aacutegua

cacau e temperos Em 1520 esta bebida foi exportada para a Espanha onde

passou a ser adoccedilada com mel (AFOAKWA 2010)

28

Em 1536 foi realizado o primeiro registro do uso de cacau e chocolate para

fins terapecircuticos pelo professor da Faculdade de Santa Cruz M de La Cruz Seu

estudo contemplava a confirmaccedilatildeo destes produtos para tratamento de constipaccedilatildeo

problemas dentaacuterios entre outras doenccedilas (LIPPI 2009)

Atualmente diversos estudos sobre o cacau relacionam sua alta capacidade

antirradicalar com sua grande concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos Oliveira (2011)

por exemplo identificou a capacidade antirradicalar (meacutetodo DPPH) a composiccedilatildeo

de fenoacutelicos (meacutetodo de Folin-Ciocalteu) e flavonoides (meacutetodo colorimeacutetrico) de

cacau cultivado na Bahia sendo amostras natildeo fermentadas fermentadas nibs e

liquor de cacau Neste estudo encontrou-se uma alta taxa de compostos fenoacutelicos

(30143 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (21403 plusmn065 mgg-1) em maior concentraccedilatildeo

nos nibs de cultivo orgacircnico quantidade se mostrou alta para fenoacutelicos (28463 plusmn

322 mgg-1 23332 plusmn 033 mgg-1 19595 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (19785plusmn 033

mgg-1 17363plusmn 043 mgg-1 12879 plusmn 095 mgg-1) em cacau fermentado e natildeo

fermentado de cultivo orgacircnico e liquor respectivamente A capacidade

antirradicalar determinada pelo meacutetodo DPPH demonstrou um alto potencial

dessas amostras de neutralizar radicais livres Calculadas em IC50 ou seja a

capacidade de diminuir em 50 a concentraccedilatildeo inicial do DPPH as amostras de

nibs se confirmaram como as com maior capacidade antirradicalar (422plusmn064

microgmL-1mv-1) ficando agrave frente das natildeo fermentadas (643plusmn133microgmL-1mv-1 ) das

fermentadas (706plusmn085 microgmL-1mv-1) e do liquor de cacau (767 plusmn105 microgmL-1mv-

1) O estudo tambeacutem revelou valores para cultivo convencional para todas as

amostras e provou que o tipo de cultivo pode gerar diferenccedilas de formaccedilatildeo de

fenoacutelicos e flavonoides no cacau

Um trabalho realizado por Delonga e Mazor (2009) investigou os

componentes quiacutemicos por CLAE do liquor de cacaus originaacuterios de seis diferentes

paiacuteses Equador Gana Madagascar Meacutexico Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Venezuela

Atraveacutes deste estudo foi identificada a presenccedila de flavan-3-ol (-)-epicatequiacutena (+)-

catequina e derivados do aacutecido cafeiacuteco em todas as amostras No entanto natildeo foi

identificada a (-)- galocatequina nas amostras de Gana e da Venezuela bem como a

(-)-epigalocatequina natildeo foi identificada em amostras do Meacutexico e da Venezuela

Em termos quantitativos foram encontradas maiores quantidades de compostos

fenoacutelicos nas amostras de liquor de Madagascar sendo a sequecircncia decrescente a

29

seguinte MadagascargtMeacutexicogt Equadorgt Venezuela gt Satildeo Tomeacutegt Gana Esses

resultados comprovam natildeo soacute a presenccedila de fenoacutelicos no cacau como tambeacutem a

influecircncia das variedades de cacau condiccedilotildees de cultivo e fermentaccedilatildeo na formaccedilatildeo

de maiores ou menores quantidades de compostos fenoacutelicos

Um dos mais vendidos produtos originaacuterios do cacau eacute o chocolate Segundo

a RDC no 264 de 22 de setembro de 2005 emitido pela Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria o chocolate eacute definido como

ldquoo produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L) massa (ou pasta ou liquor) de cacau cacau em poacute e ou manteiga de cacau com outros ingredientes contendo no miacutenimo 25 (g100 g) de soacutelidos totais de cacau O produto pode apresentar recheio cobertura formato e consistecircncia variadosldquo

Dependendo de sua quantidade de cacau leite e manteiga de cacau o

chocolate pode ser distribuiacutedo em trecircs categorias primaacuterias amargo ao leite e

branco que por diferenccedilas em sua composiccedilatildeo apresentam diferentes valores

caloacutericos e quantidade de flavonoides como demonstra a Figura 5 (AFOAKWA

2010)

(

Uma formulaccedilatildeo de chocolate eacute basicamente formada por manteiga de cacau

liquor de cacau accediluacutecar emulsificante (geralmente lecitina de soja ou PGPR-

A 132 kcal30g

951 mg de flavonoides40g

B 160 kcal30g

394 mg de flavonoides40g

C 163 kcal40g

Natildeo possui massa de cacau

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010)

30

poliglicerol poliricenolato ou uma combinaccedilatildeo de ambos) e leite em poacute (GARTI

WIDLAK 2012)

O leite em poacute eacute utilizado no chocolate para agregar sabor e valor nutricional

ao produto O chocolate ao leite eacute um dos mais consumidos no Brasil (ABICAB

2014) O leite eacute geralmente composto por caseiacutena e proteiacutenas do soro que atuam

como surfactantes no chocolate modificando sua viscosidade e textura O leite

ainda eacute conhecido por sua propriedade em reduzir o efeito de fat bloom devido as

caracteriacutesticas de sua gordura (AFOWAKA PATERSON FOWLER 2007)

O emulsificante mais comum utilizado na induacutestria de chocolates eacute a lecitina

de soja Por possuir uma parte hidrofiacutelica e outra hidrofoacutebica essa substacircncia tem

afinidade tanto com a gordura quanto com a aacutegua unindo portanto as duas fases e

assim garantindo estabilidade dos produtos Aleacutem disso a lecitina pode

proporcionar plasticidade suavidade e antiaderecircncia ao produto aleacutem de contribuir

para o aroma (AFOWAKA 2010) Eacute conhecido tambeacutem que a lecitina possui a

propriedade de reduzir o fat bloom processo no qual haacute a migraccedilatildeo da gordura para

a superfiacutecie (BECKETT 2009)

A manteiga de cacau eacute a principal gordura utilizada como fase contiacutenua nos

chocolates servindo como seu principal dispersante (LANNES GIOIELLI1998) A

manteiga de cacau eacute formada por diferentes aacutecidos graxos sendo sua composiccedilatildeo

distinta para cada regiatildeo geograacutefica (LIPP et al 2000) Os mais importantes

compostos encontrados na manteiga de cacau satildeo os triacilgliceroacuteis Cis-mono-

insaturados (TAG) jaacute que estes satildeo os principais responsaacuteveis pela percepccedilatildeo do

sabor (PESCHAR et al 2004)

Os TAGs correspondem de 40 a 50 da composiccedilatildeo da manteiga de cacau

sendo que entre estes trecircs compostos satildeo mais abundantes 2-oleil-1-palmitoil-3-

estearilglicerol (POS) com 35 13-diesteroil-2-oleilglicerol (SOS) com 23 e 13-

dipalmitoil-2-oleoilglicerol (POP) com 15 (SCHENK PESCHAR 2004)

O sabor a textura e o derretimento na boca satildeo influenciados pela estrutura

cristalina que eacute formada durante a temperagem do chocolate (PESCHAR et al

2004) Os TAGs sob diferentes pontos de fusatildeo podem possuir polimorfos distintos

como demonstrado no Quadro 1 (RAY et al 2011) A diferenccedila entre algumas

destas estruturas eacute perceptiacutevel tanto visualmente no chocolate quanto no paladar

31

A forma V eacute a mais desejada por suas caracteriacutesticas de ser estaacutevel em

temperatura ambiente se tornar liacutequida na temperatura da boca e possuir

propriedades mecacircnicas excelentes A forma V pode ser facilmente convertida para

a forma VI com o passar do tempo de armazenamento esta por sua vez eacute menos

estaacutevel A forma VI eacute a responsaacutevel pelo fat bloom em chocolates e deve ser evitada

(BRICKNELLHARTAL 1998 apud JAMESSMITH 2009) Jaacute a forma I eacute muito

instaacutevel e se transforma facilmente na forma II que por sua vez tem a tendecircncia de

se passar para a forma III e IV (AFOAKWA2010)

O fat bloom eacute o defeito mais comum que pode ocorrer no chocolate Este

fenocircmeno ocorre quando haacute a migraccedilatildeo da gordura para a superfiacutecie do chocolate

deixando-o com uma peliacutecula branca e alterando sabor brilho e textura Indesejaacutevel

nos chocolates existem diversas maneiras para evitar o fat bloom sendo que a mais

conhecida eacute a utilizaccedilatildeo de leite em poacute que reduz a formaccedilatildeo da forma V

(LONCHAMPT HARTEL 2004)

Quadro 1 Polimorfos da manteiga de cacau suas nomenclaturas segundo diferentes autores e seus respectivos pontos de fusatildeo (Retirado de Garti Widlak 2012)

Willie e Lutton (1996) Larsson (1966) Van malssen et al (1999) Ponto de fusatildeo (0C)

I βacute3 γ 173

II α-2 α 233

III β acute2-2 β acute 255

IV β acute1-2

275

V β acute2-3 β -V 338

VI β acute1-3 β -IV 364

23Brassica oleracea (couve)

A couve ou couve manteiga eacute um alimento largamente consumido no Brasil

Somente no estado de Satildeo Paulo no ano de 2015 a plantaccedilatildeo foi de 1200

hectares (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

32

Esta hortaliccedila eacute cultivada em qualquer eacutepoca do ano e eacute conhecida

principalmente por suas propriedades funcionais e altos valores de vitaminas

minerais e fibras (STEINDAl et al 2015)

Ayaz et al (2007) realizaram um estudo de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos

compostos fenoacutelicos na couve Foram encontrados nove diferentes tipos de aacutecidos

fenoacutelicos gaacutelico protocatecuico p-hidroxibenzoacuteico vaniacutelico saliciacutelico p-cumaacuterico

cafeacuteico feruacutelico e sinaacutepico

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos satildeo compostos fenoacutelicos formados por uma

cadeia de nove carbonos como demonstra a Figura 6 Essa classe estaacute presente

em muitos vegetais e frutos e satildeo conhecidos por sua bioatividade e poder

antirradicalar (Razzaghi-Asl et al 2013)

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido feruacutelico eacute o composto mais abundante na couve (169 ngg livres e

170 ngg PS - Peso seco - como eacutesteres) Possui em sua estrutura quiacutemica um anel

aromaacutetico com um grupo hidroxiacutelico um grupo metoxiacutelico e uma cadeia lateral com

trecircs aacutetomos de carbono como uma funccedilatildeo de aacutecido carboxiacutelico (GRAFF 1992) e

por isso eacute caracterizado como um possiacutevel sequestrador de radicais livres

Foi encontrado que este aacutecido possui 8142 plusmn 051 (3 mgL) de capacidade

antirradicalar contra o radical DPPH Aleacutem disso possui comprovadamente atividade

33

contra os radicais- peroacutexido de hidrogecircnio superoacutexido hidroxila e dioacutexido de

nitrogecircnio (SEVGI TEPE SARIKURKCU 2015)

O aacutecido cafeico eacute tambeacutem um dos mais abundantes fenoacutelicos presentes na

couve (2040 ngg FW em glicosiacutedeos e 2640 ngg FW em eacutesteres) Sua estrutura

quiacutemica eacute formada por um anel benzecircnico ligado a um grupo metoxihidroxila e um

grupo hidroxila (RAMALHO JORGE 2006)

Sevgi et al (2015) determinaram a capacidade antirradicalar deste composto

por meio de meacutetodos in vivo sob diferentes concentraccedilotildees Como resultado o aacutecido

cafeico se mostrou capaz de sequumlestrar 8335 plusmn 057 de radicais livre DPPH na

concentraccedilatildeo de 03 mgmL Esse estudo tambeacutem revelou a efetividade deste

componente na eliminaccedilatildeo de radicais como acircnion superoacutexido um alto poder

redutor e alto poder de quelar metais

O aacutecido p-cumaacuterico (593 ngg e 591 ngg em eacutesteres) eacute um derivado do

aacutecido cinacircmico muito utilizado nas induacutestrias quiacutemicas de alimentos farmacecircutica e

cosmeacutetica Eacute conhecido principalmente por suas caracteriacutesticas redutoras de LDL

(lipoproteiacutena de baixa densidade) e antimicrobianas (KILICcedil YESILOGHU 2013)

Foi encontrado que o aacutecido p-cumaacuterico tem a capacidade de inibir 712 da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica de uma emulsatildeo de aacutecido linoleico (45 microgmL) aleacutem de

efetividade contra eliminaccedilatildeo de radicais DPPH acircnion superoacutexido peroacutexido de

hidrogecircnio e a capacidade de reduzir iacuteons feacuterricos e ferrosos (Fe3+ e Fe2+) (KILICcedil

YESILOGHU 2013)

O aacutecido sinaacutepico (187 ngg FW e 155 ngg FW em eacutesteres) eacute um derivado de

aacutecido cinacircmico Estudos revelaram que esta substacircncia eacute capaz de inibir 332 o

radical DPPH sob a concentraccedilatildeo de 20 microM (KIKUZAKI et al 2002)

Facilmente encontrados na natureza os aacutecidos hidroxi-benzoicos satildeo

compostos fenoacutelicos que possuem 7 aacutetomos de carbono como demonstra a Figura

7 (SOARES 2002) Geralmente apresentam-se como eacutesteres de aacutecidos orgacircnicos

ou glicosiacutedeos Na aacuterea alimentiacutecia esses compostos podem influenciar na

estabilidade cor sabor valor nutricional e bioatividade (CHENHO 1997)

34

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido gaacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) eacute um polifenol

encontrado em muitas espeacutecies vegetais Muito utilizado na induacutestria alimentiacutecia e

cosmeacutetica esse composto eacute conhecido por evitar a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e

deterioraccedilatildeo dos produtos (YEN DUH TSAI 2002)

A capacidade antirradicalar deste aacutecido eacute comprovada por Zhang et al

(2015) Seus experimentos revelaram que o aacutecido gaacutelico possui um IC50 de 363 plusmn

20 micromolL para neutralizar o radial livre DPPH 662 plusmn 16 de oxidaccedilatildeo antilipiacutedica

O aacutecido protocatequiacutenico (178 ngg e 22 ngg FW em eacutesteres) foi avaliado por

Sevgi et al (2015) segundo sua capacidade antirradicalar pelo meacutetodo do DPPH e

por sua capacidade de quelar metais Os resultados revelaram uma capacidade de

6537 plusmn 005 (03 mgmL) de sequumlestrar o radical DPPH e 2617 plusmn 086 de efeito

como quelante

O aacutecido saliciacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) demonstrou baixos

resultados em capacidade antirradicalar (011) pelo meacutetodo de DPPH e nenhum

resultado para peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e eliminaccedilatildeo do peroacutexido de hidrogecircnio (SROKA

CISOWKI 2003)

A couve possui tambeacutem valores nutricionais interessantes para o consumo

como demonstra o Quadro 2

35

Quadro 2 Valores nutricionais da couve em 100 g e porcentagem de dose

diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por

100g Porcentagem da

RDA

Aacutegua g 8404 -

Energia kcal 49 -

Proteiacutena g 428 856

Total lipiacutedeos g 093 -

Carboidratos g 875 292

Fibras g 36 144

Accediluacutecares g 226 -

Minerais

Caacutelcio mg 150 15

Ferro mg 145 816

Magneacutesio mg 47 0368

Foacutesforo mg 92 92

Potaacutessio mg 491 1403

Soacutedio mg 38 158

Zinco mg 038 54

Vitaminas

Vitamina C mg 120 200

Tiamina mg 011 733

Riboflavina mg 013 76

Niacina mg 1 5

Vitamina B6 mg 0271 1355

Aacutecido Foacutelico microg 141 3225

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 500 8333

Vitamina E mg 154 154

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 7048 880

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0091 0455

Aacutecidos graxos insaturados g 0052 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0338 -

Colesterol mg 0 -

36

24 Vitis vinifera (Uva)

A uva eacute largamente produzida no estado de Satildeo Paulo como por exemplo

em Campinas onde foram plantados em 2015 mais de 22 milhotildees de peacutes

(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

A uva pode ser dividida basicamente em trecircs espeacutecies- a Vitis vinifera Vitis

labrusca e Vitis rotundifolia sendo diferenciadas principalmente pelo local de cultivo

Cada uma destas espeacutecies possui composiccedilotildees diferentes e portanto distintas

quantidades de flavonoides (XIA 2010)

Liang et al (2011) realizaram um estudo dos perfis de polifenoacuteis em frutos

maduros de Vitis vinifera Neste estudo se identificou 36 compostos fenoacutelicos sendo

16 antocianinas dois aacutecidos hidroxibenzoacuteicos seis aacutecidos hidroxicinacircmicos seis

flavonoacuteis e seis flavonoides As antocianinas satildeo compostos presentes em vegetais

responsaacuteveis pela coloraccedilatildeo Quanto mais escura eacute a uva maior eacute a quantidade de

antiocianinas desta As principais antocianinas presentes na uva satildeo cianidina

delfinidina petunidina peonidina e malvidina sendo que esta uacuteltima e seus

derivados representam 68 das antocianinas totais Os principais flavonoides

identificados nos estudos de Liang (2011) foram prociadinina B1 B2 catequina e

derivados sendo a prociadinina a mais abundante apresentando 64 da

quantidade total de flavonoides Quanto aos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos e cinacircmicos

tem-se como mais abundantes o aacutecido gaacutelico e o aacutecido vaniliacutenico sendo este uacuteltimo

o mais abundante representando 70 dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos

O principal componente estudado na uva no entanto eacute o resveratrol Esse

composto eacute um polifenol encontrado na semente de uva sua estrutura eacute

demonstrada na Figura 8

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol

37

Gulccedilin (2010) realizou um estudo das propriedades antioxidantes do

resveratrol Esse estudo revelou que esse componente tem a capacidade de inibir

891 da peroxidaccedilatildeo lipiacutedica do aacutecido linoleico a 30 microgmL Aleacutem disso se mostrou

eficaz quanto agrave capacidade antirradicalar frente ao DPPH radical superoacutexido e

peroacutexido de hidrogecircnio Tambeacutem se mostrou eficiente no poder redutor e atividades

quelantes do Fe2+

A capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH foi determinada por

Vlachogianni et al (2015) Segundo este estudo o resveratrol possui IC50 de 85 plusmn

27 microM de capacidade de sequestrar radicais DPPH o que comprova o alto poder

antirradicalar deste componente

Estudos a respeito dos efeitos beneacuteficos agrave sauacutede tecircm sido relatados incluindo

efeitos anti-cacircncer antiviral neuroprotetor anti-envelhecimento anti-inflamatoacuterio

Sugere-se que estes efeitos beneacuteficos para os ensaios in vitro demonstram o

potencial deste composto

Aleacutem de componentes antioxidantes a uva possui valores nutricionais

interessantes como demonstrado na Quadro 3

38

Quadro 3 Valores nutricionais da uva em 100 ge porcentagem de dose diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA

NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por 100g Porcentagem da RDA

Aacutegua g 813 -

Energia Kcal 67 -

Proteiacutena g 063 126

Total lipiacutedeos g 035 -

Carboidratos g 1715 572

Fibras g 09 26

Accediluacutecares g 1625 -

Minerais

Caacutelcio mg 14 14

Ferro mg 029 161

Magneacutesio mg 5 125

Foacutesforo mg 10 1

Potaacutessio mg 191 546

Soacutedio mg 2 833

Zinco mg 004 027

Vitaminas

Vitamina C mg 4 667

Tiamina mg 0092 613

Riboflavina mg 0057 335

Niacina mg 03 15

Vitamina B6 mg 011 55

Aacutecido Foacutelico microg 4 1

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 100 2

Vitamina E mg 019 063

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 146 1825

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0114 017

Aacutecidos graxos insaturados g 0014 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0102 -

Colesterol mg 0 -

39

3OBJETIVOS

31Geral

Desenvolver chocolates com adiccedilatildeo de propriedades funcionais com a adiccedilatildeo

de folhas de Brassica oleraceae e frutos de Vitis vinifera

32Especiacuteficos

1 Formular chocolates ao leite sem e com adiccedilatildeo de couve ou uva

2 Determinar as propriedades fiacutesico-quiacutemicas dos chocolates formulados

3 Avaliar a estrutura dos produtos formulados por meio de anaacutelises reoloacutegica e

de textura

4 Avaliar a capacidade antirradicalar das formulaccedilotildees

5 Realizar testes sensoriais que comprovem a aceitaccedilatildeo dos produtos pelos

consumidores bem como intenccedilatildeo de compra

40

4MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho

Mateacuteria Prima Fornecedor Paiacutes

Liquor de cacau Cargill Brasil

Manteiga de cacau Cargill Brasil

Leite em poacute integral Italac Brasil

Leite em poacute desnatado Molico Brasil

Vanilina Mix Brasil

Reagentes Fornecedor Paiacutes

Metanol Synth Brasil

Acetona Vetec Brasil

Reagente DPPH Merck Brasil

Reagente Folin-ciocauteau Merck Brasil

Reagente ABTS Merck Brasil

Aacutecido cloriacutedrico Synth Brasil

Aacutecido sulfuacuterico Synth Brasil

Kit de enzimas para anaacutelise de fibras Megazyme EUA

Eacuteter de petroacuteleo Synth Brasil

Acetona grau HPLC Tedia Brasil

Aacutecido foacutermico grau HPLC Sigma Brasil

Os equipamentos utilizados durante o trabalho foram

Liofilizador (Edwards do Brasil Brasil)

Equipamento universal tipo moinho de bolas WA-FA20

(Mazzetti Itaacutelia)

Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Agitador de peneiras (Produtest Brasil)

Espectrofotocircmetro (Spectrum Meter Brasil)

Espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent

Technology EUA)

CLAE-DAD (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA)

Reocircmetro (Rheotest 31)

41

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva

As amostras de couve manteiga (Brassica oleraceae) e uva ndash variedade

Summer Royal (Vitis vinifera) (aproximadamente 2 kg de cada) foram adquiridas em

um mercado em Satildeo Paulo no bairro Butantatilde Para iniacutecio do tratamento das frutas e

folhas utilizou-se Hidrosterilreg bactericida utilizado para higienizaccedilatildeo de verduras e

vegetais cuja accedilatildeo eacute comprovada pela ANVISA Tanto as folhas quanto as frutas

foram deixadas imersas nesta soluccedilatildeo (20 gotas a cada 1 L instruccedilatildeo da

embalagem do produto) por 15 minutos

Depois de higienizadas a couve e a uva passaram por uma remoccedilatildeo do

excesso de aacutegua utilizando-se uma centriacutefuga secadora de hortaliccedilas (Utility Brasil)

Das couves secas retirou-se o talo restando somente as folhas que

posteriormente foram picadas com faca e armazenadas em frascos de vidro com

tampa Cada amostra passou em diferentes dias pelo processo de liofilizaccedilatildeo Foi

efetuada pesagem antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo em todas as amostras

Das uvas retirou-se o caule restando somente as frutas Estas foram

processadas em liquidificador e armazenadas em placas de Petri (80x15mm) As

uvas passaram pelo processo de liofilizaccedilatildeo pesando-se todas as amostras antes e

apoacutes a liofilizaccedilatildeo

O congelamento foi realizado logo em seguida em ultrafreezer (Tectalmaq

Brasil) a -88degC A liofilizaccedilatildeo foi realizada em um equipamento Modelo OS 3728

(Edwards do Brasil Brasil) em temperatura de 50ordmC e pressatildeo de 10-3 mbar

Apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo a couve foi triturada em um termomixer

Vorwerk (Brasil) O poacute resultante foi armazenado em recipiente de vidro com tampa

e guardado sob-refrigeraccedilatildeo

A uva apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo foi moiacuteda com o auxiacutelio de um

almofariz de porcelana e armazenada entatildeo em recipiente de vidro com tampa Os

recipientes foram armazenados sob refrigeraccedilatildeo

42

43Produccedilatildeo do chocolate

Os chocolates foram formulados em equipamento tipo universal com moinho

de bolas WA-FA20 (Mazzetti Itaacutelia) O tempo de processo foi de 2 horas seguindo o

cronograma abaixo para adiccedilatildeo de mateacuterias primas

Fluxograma 1 Processo utilizado para fabricaccedilatildeo do chocolate

Os chocolates com adiccedilatildeo de uva foram realizados conforme o Fluxograma 1

poreacutem ao final do processo utilizou-se um misturador planetaacuterio encamisado com

controle de temperatura e de velocidade (MODELO BP500 ERLI Brasil) para

adicionar-se a uva O tempo deste processo foi de 30 minutos para cada chocolate e

a temperatura utilizada foi de 45 plusmn 2ordmC a 40 rpm

As formulaccedilotildees satildeo demonstradas na Tabela 2

Iniacutecio do processo Adiccedilatildeo de 75 da manteiga de

cacau

Adiccedilatildeo de liquor de cacau e todos os poacutes ( leite e

couve)

Apoacutes 1hora de processo Adiccedilatildeo de 50 da lecitina

de soja e 25 da manteiga de cacau

Apoacutes 1h30min de processo Adiccedilatildeo de 50

da lecitina de soja e Vanilina

Apoacutes 2h de processo Retirada da massa de

chocolate- fim do processo

43

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de

chocolate sendo a foacutermula 1 a controle a foacutermula 2 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva

Ingredientes Foacutermula

1 Foacutermula

2 Foacutermula

3

Accediluacutecar 37 365 3535

Manteiga de cacau 25 245 245

Liquor de cacau 16 16 16

Leite em poacute integral 11 11 11 Leite em poacute desnatado 102 102 102

Lecitina de soja 05 05 05

Vanilina 03 03 03

Couve liofilizada - 1 -

Uva liofilizada - -- 215

A porcentagem de cada mateacuteria prima foi determinada a partir da quantidade

de gordura a fim de obter valor aproximado a 35 de gordura no produto final

A temperagem foi realizada de forma manual As amostras foram aquecidas

ateacute a temperatura de 45 oC e resfriadas sob agitaccedilatildeo com espaacutetula em mesa de

pedra ateacute temperatura de 29oC sendo rapidamente enformadas e levadas agrave

refrigeraccedilatildeo a 9 degC por 30 min desenformadas acondicionadas em bandejas de

isopor e recobertas em filme PVC

A curva de resfriamento da manteiga de cacau e a temperagem foram

avaliadas em Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Os chocolates apoacutes a produccedilatildeo foram armazenados em cacircmara climaacutetica

(NOVA EacuteTICA Brasil) com circulaccedilatildeo de ar a 20ordmC e 60 de umidade por 3 meses

44

44Granulometria

Para o ensaio de distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da couve liofilizada foi utilizado

um agitador de peneiras Produtest (Brasil) As peneiras utilizadas satildeo demonstradas

na Tabela 3

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria

Designaccedilatildeo ABNT Abertura da malha (mm)

20 085

25 071

30 059

40 042

50 0297

60 025

As peneiras foram colocadas em ordem decrescente de abertura de malha

de cima para baixo

Foi pesada 5 g de amostra e colocada na primeira peneira do jogo O

equipamento foi ligado por 5 minutos com amplitude de 16 mm de vibraccedilatildeo e 3600

vibraccedilotildees por minuto

A porcentagem de material retido foi determinada a partir da Equaccedilatildeo 3

Equaccedilatildeo 3 Determinaccedilatildeo do material retido na paneira

x 100

Sendo

Mi= Material retido na peneira i em

mi= massa do material retido na peneira i

m0= massa da amostra

45

45Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute

As anaacutelises de gordura e proteiacutena para os leites em poacute foram realizadas em

triplicata pelo analisador de leite eletrocircnico- Ekomilk modelo Kam9 8-2ordf (CapLab

Brasil) Os leites em poacute Integral e desnatado foram dissolvidos em aacutegua filtrada

conforme recomendado na embalagem (20 g200 mL)

46Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar

461Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos

Foram realizadas duas metodologias diferentes de extraccedilatildeo a fim de verificar

a que possui maior efetividade na extraccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos para a couve

A primeira extraccedilatildeo foi baseada no meacutetodo descrito por Laurrauri et al (1997)

com modificaccedilotildees Em um beacutequer de 100 mL adicionou-se 1 g de amostra e 40 mL

de metanol 50 Apoacutes homogeneizaccedilatildeo foi deixada em repouso agrave temperatura

ambiente por 60 minutos e entatildeo foi centrifugada a 15000 rpm durante 15 minutos

O sobrenadante foi transferido para o balatildeo volumeacutetrico de 100 mL Foi adicionado

ao resiacuteduo restante 40 mL de acetona 70 homogeneizado e deixado em repouso

em temperatura ambiente por 60 minutos Novamente se centrifugou a 15000 rpm

durante 15 minutos O sobrenadante foi transferido para o mesmo balatildeo volumeacutetrico

contendo o primeiro sobrenadante e o menisco foi completado para 100 mL com

aacutegua destilada e logo apoacutes armazenado em frasco acircmbar

A segunda extraccedilatildeo foi baseada no trabalho descrito por Genovese e Lannes

(2010) onde 05 g da amostra foi adicionada a 20 mL de metanolaacutegua na proporccedilatildeo

7030 utilizando um ultraturrax Marconi (BRASIL) por 1 minuto em velocidade 4 e

46

banho de gelo Filtrou-se o extrato utilizando-se papel de filtro e o extrato resultante

foi armazenado em vidro acircmbar

A Figura 9 demonstra as duas formas de extraccedilatildeo utilizadas

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve

Tendo em vista a obtenccedilatildeo de melhores resultados de aproveitamento na

extraccedilatildeo descrita por Genovese e Lannes (2010) as amostras de uva (liofilizada e in

natura) dos chocolates (ao leite com couve com uva) e do liquor de cacau foram

extraiacutedas somente por esse meacutetodo

Para determinaccedilatildeo do melhor solvente para extraccedilatildeo foram utilizadas para a

uva liofilizada os seguinte solventes extratores acetona acetona acidificada

(sendo acetona 70 com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol e metanol

acidificado (sendo metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv

47

462Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do potencial

antirradicalar de couve uva e liquor de cacau

O meacutetodo da capacidade sequestradora frente ao DPPH foi realizado com

base no trabalho descrito por Sanchez-Moreno (2002) com modificaccedilotildees

A partir de uma soluccedilatildeo estoque de 60 microM de DPPH em aacutelcool metiacutelico a

curva padratildeo foi construiacuteda com diluiccedilotildees de 10 20 30 40 50 e 60 microM em ambiente

protegido pela luz Os resultados obtidos foram tratados no Microsoft Excel

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar frente ao DPPH utilizou-se

sete diferentes diluiccedilotildees das amostras (5 10 20 30 40 50 e 60 ) Em uma

cubeta com caminho oacutetico de 10 mm adicionou-se 0075 mL da amostra e 2925 mL

de DPPH agitando a soluccedilatildeo resultante Para a soluccedilatildeo controle foi utilizada a

mistura de 01 mL de soluccedilatildeo controle (metanol 70) e 39 mL de DPPH Como

branco foi utilizado o aacutelcool metiacutelico

As mediccedilotildees foram realizadas a 515 nm em um espectrofotocircmetro Spectrum

Meter (Brasil) em triplicata e protegidos da luz Os resultados de absorbacircncia foram

anotados a cada 5 minutos por meia hora Os dados resultantes foram tratados por

Microsoft Excel

Os resultados dessa anaacutelise foram expressos em IC50

463Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar dos chocolates frente ao radical

DPPH foi realizada no Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da

Universidade de Satildeo Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

Para tal foi adicionado 150 microL de soluccedilatildeo estoque DPPH (165 x10-4 micromolL)

e etanol (277-279 mL) em uma cubeta de quarto com caminho oacuteptico igual a

10mm sendo a concentraccedilatildeo final da soluccedilatildeo igual a 80 micromolL A soluccedilatildeo estoque

48

de Trolox foi adicionada a esta cubeta de modo ao volume final de 30 mL bem

como os extratos de chocolate A reaccedilatildeo foi monitorada a 515 nm em

espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30

minutos (OLIVEIRA et al 2014) e medida em triplicata

Os resultados dessas anaacutelises foram expressos de duas formas IC50 e

Trolox Egrave possiacutevel determinar a Trolox plotando-se a variaccedilatildeo de absorbacircncia da

amostra versus as concentraccedilotildees utilizadas (curva padratildeo) O coeficiente angular

resultante eacute comparado com o coeficiente angular do padratildeo trolox

464Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis

A determinaccedilatildeo de polifenoacuteis foi realizada baseada no meacutetodo de Folin

Ciocauteau descrito por Singleton Orthofer e Lamuela-Raventos (1999) com

volume modificado

A curva padratildeo foi construiacuteda a partir de soluccedilotildees diluiacutedas de aacutecido gaacutelico nas

concentraccedilotildees de 50 100 150 250 microgL a partir de uma soluccedilatildeo estoque de 05

mgL

Para determinaccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos 20 microL da amostra foi adicionado

a um balatildeo volumeacutetrico com 5 mL Logo apoacutes acrescentou-se 200 microL do reagente

Folin-Ciocauteau e se homogenizou a mistura Apoacutes o tempo de 1 a 8 minutos

adicionou-se 750 microL de cabonato de soacutedio 20 e o volume foi ajustado Sob abrigo

da luz a soluccedilatildeo resultante foi deixada em repouso por 2h

A leitura apoacutes o periacuteodo de repouso foi realizada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel (Spectrum meter Brasil) em 760 nm e repetida em triplicata

49

465Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar pelo radical ABTS foi realizada no

Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da Universidade de Satildeo

Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

A soluccedilatildeo estoque ABTS foi preparada em base aquosa (192 mg50 mL) e

armazenada em geladeira a 4oC Para oxidaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo e preparaccedilatildeo do

radical ABTSbull+ utilizou-se uma aliacutequota de 5 mL com 88 microL de uma soluccedilatildeo de

persulfato de potaacutessio com concentraccedilatildeo igual a 14 times 10minus5 mol Lminus1 que reagiram

por 16 horas protegido da luz A concentraccedilatildeo resultante da oxidaccedilatildeo foi medida em

Espectrofotocircmetro UV-Visiacutevel a 734 nm

A reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e as amostras foi realizada em cubeta de quartzo com

caminho oacutetico de 10 mm em triplicata Para tal foi adicionado 25 microL de soluccedilatildeo

ABTSbull+ estoque e diferentes quantidades de etanol e soluccedilatildeo estoque de modo a

obter-se a concentraccedilatildeo de 23456 do antirradical de modo ao volume final ser 3

mL As concentraccedilotildees foram testadas e padronizadas a fim de se obter uma curva

padratildeo A anaacutelise foi realizada a 25oC e monitorada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30 minutos a 734 nm

(OLIVEIRA 2014) Todas as amostras foram analisadas em triplicata

466Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE

O perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE foi realizada no

laboratoacuterio de Quiacutemica Orgacircnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie com o

auxiacutelio do Teacutecnico Nei Carlos

A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de Silva e Queiroz (2015)

para compostos fenoacutelicos Utilizou-se como fase moacutevel aacutegua acidificada com 2 de

aacutecido aceacutetico (eluente A) e aacutecido aceacutetico 05Acetonitrila na proporccedilatildeo 5050 (vv)

O gradiente utilizado encontra-se na Tabela 4

50

O extrato utilizado foi evaporado em rotaevaporador (BUCHI EUA) com

agitaccedilatildeo e temperatura controlada (40ordmC) redissolvido em metanol na proporccedilatildeo 1

mg1 mL e entatildeo repassado em uma preacute-coluna C18

As anaacutelises foram realizadas em duplicata em CLAE-DAD (detecccedilatildeo de

diodo) (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA) O fluxo utilizado foi 1mLmin

e o volume de injeccedilatildeo de 40 microL Os comprimentos de onda avaliados foram 260

280 320 e 360 nm

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE

Tempo (min) Eluente A Eluente B

0-20 90 10

20-40 86 24

40-60 70 30

60-65 45 55

65-70 30 70

70-75 25 75

75-80 0 100

47Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo do chocolate foi realizada

em Microcircmetro digital Digimatic Mitutoyo (Mitutoyo EUA) Modelo Seacuterie 293

Determinaccedilatildeo feita com cinco repeticcedilotildees

51

48Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas

481Determinaccedilatildeo de umidade

A umidade foi realizada segundo meacutetodo descrito pelas normas analiacuteticas

AOAC (2000) para teste de umidade de perda de massa em estufa regulada a 105oC

em triplicata

482Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral

O conteuacutedo mineral foi determinado pelo teste de cinzas de perda de massa

em mufla a 550o em triplicata (AOAC2000)

483Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos

Para a hidroacutelise aacutecida do chocolate foi utilizado o meacutetodo descrito por Lannes

(1997) Foram pesados 10 g de amostra previamente moiacuteda e adicionado a um

beacutequer com a mistura de 200 mL de aacutegua destilada com 75 mL de aacutecido cloriacutedrico

37 A mistura foi aquecida com bico de Bunsen por 20 minutos em ebuliccedilatildeo Apoacutes

esse procedimento a mistura foi filtrada com papel de filtro de 24 cm e submetida a

lavagem quantitativa ateacute retirada de todo o aacutecido Ao final levou-se o cartucho

resultante a estufa a 75oC por uma noite

Para a extraccedilatildeo da gordura foi utilizado o meacutetodo com extrator Soxhlet e eacuteter

de petroacuteleo como solvente As anaacutelises foram realizadas em triplicata (AOAC 2000)

52

484Determinaccedilatildeo de proteiacutenas

A determinaccedilatildeo de proteiacutenas foi realizada em triplicata por meacutetodo de micro-

Kjeldahl (AOAC2000)

485Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

Para a determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores foi

utilizada a metodologia de Fehling sendo utilizadas 10g de amostra e as titulaccedilotildees

foram realizadas em triplicata (Instituto Adolfo Lutz 2005)

486Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis

A determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis foi realizada conforme

descrito por AOAC (2000) ensaio enzimo-gravimeacutetrico de fibras com modificaccedilotildees

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura

Os chocolates armazenados a 20˚C e 60 de umidade em cacircmara climaacutetica

com temperatura e umidade controlada foram avaliados segundo sua textura em um

periacuteodo de 1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

Os ensaios de fratura foram realizados em equipamento analisador de textura

TA-XT2 (Stable Micro Systems Reino Unido) com probe HDP3PB a 25 ˚C

Paracircmetros velocidades preacute-teste teste e poacutes-teste 20 mms distacircncia 10 mm

ceacutelula de carga 25 kg Trigger Force 005 N forccedila em compressatildeo - returnto start

53

Os dados foram coletados atraveacutes do programa Texture Expert Exceed ndash

versatildeo 264 (Stable Micro Systems Reino Unido)

Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata com barrinhas de chocolate

temperado de tamanho 90 cm x 25 cm x 13 cm (LANNES 2008)

410Determinaccedilatildeo da reologia

A determinaccedilatildeo de reologia foi realizada em triplicata em reocircmetro rotacional

Rheotest 31 (Alemanha) com banho termostatizado a 40ordmC e probe H1 Foi utilizada

uma rampa com taxa de cisalhamento de 200 s-1 com tempo de 120 s

411Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua

A atividade de aacutegua foi determinada em triplicata em equipamento de

atividade de aacutegua Novasina modelo LabMaster (Novasina Suiacuteccedila) em triplicata

412Avaliaccedilatildeo da Colorimetria

A colorimetria foi determinada em ColorQuestreg XE Hunter Lab com acircngulo

observador de 10ordmC e iluminador D65 em triplicata (ESTELLER ZANCANARO

JUacuteNIOR LANNES 2006)

413Avaliaccedilatildeo sensorial

A avaliaccedilatildeo sensorial foi realizada atraveacutes do teste afetivo de aceitaccedilatildeo global

com escala hedocircnica estruturada de 9 pontos e escala de intenccedilatildeo de compra de 5

54

pontos Os atributos avaliados para as barras foram textura sabor e impressatildeo

global e teste de intenccedilatildeo de compra sendo feito pelos mesmos provadores O

projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da

FCFUSP (no Parecer 1393285) conforme ANEXO A A ficha de avaliaccedilatildeo se

encontra no ANEXO C

As amostras foram preparadas segundo as boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de

produtos alimentiacutecios nos laboratoacuterios de Tecnologia de Alimentos III e Planta Piloto

do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica-FCFUSP

As avaliaccedilotildees foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise Sensorial do

Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica de Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo Foram avaliadas 3 amostras de

chocolate ao leite uma controle uma com couve em poacute e uma com uva em poacute

Os produtos foram preparados no maacuteximo 24 horas antes dos testes e

mantidos em temperatura de 20 degC 60 de umidade ateacute o momento de servir Os

chocolates (aproximadamente 5 g) foram servidos em pratos plaacutesticos contendo as

trecircs amostras do produto (Figura 10) Entre uma amostra e outra os avaliadores

foram instruiacutedos a ingerir aacutegua e biscoito de sabor neutro (aacutegua e sal) para diminuir

a interferecircncia de sabor entre as amostras

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial

55

Recrutamento dos Consumidores

Foram selecionados provadores natildeo treinados que se declarassem

consumidores de chocolates sendo que antes da degustaccedilatildeo os mesmos foram

instruiacutedos a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II)

declarando-se natildeo aleacutergico aos componentes das formulaccedilotildees permitindo o uso da

informaccedilatildeo prestada para seu devido fim e tambeacutem possuidores do direito de

desistir de participar a qualquer momento do teste

Criteacuterios de inclusatildeo

Os consumidores que foram convidados para os testes apresentavam os

seguintes preacute-requisitos

bull Ser maior de idade (acima de 18 anos)

bull De ambos sexos

bull Natildeo apresentar alergia aos componentes das formulaccedilotildees

bull Foram adotados cuidados especiais para evitar que indiviacuteduos

subordinados ou diretamente ligados ao pesquisador natildeo se sentissem obrigados a

participar do estudo

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos da seleccedilatildeo indiviacuteduos que

bull Estivessem em dieta especial

bull Estivessem em tratamento meacutedico

bull Desistissem da participaccedilatildeo apoacutes o iniacutecio da anaacutelise

Casuiacutestica

Para os testes foram recrutadas 90 pessoas alunos e funcionaacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo

56

414 Forma de anaacutelise de resultados

Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e posteriormente de

Tukey em 5 de significacircncia com o software Statistica version 11 (StaSoft EUA) e

com o programa Microsoft Excel (Microsoft EUA)

57

5RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve

511Liofilizaccedilatildeo

A couve foi analisada pela diferenccedila de massas antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo a

fim de verificar a quantidade de aacutegua extraiacuteda e determinar a equivalecircncia entre os

pesos da couve antes e depois deste processo Os resultados revelaram a de

produto liofilizado (989plusmn0369 ) e a porcentagem de aacutegua retirada do produto

liofilizado (9011plusmn0369 )

Estes resultados demonstraram que a quantidade de aacutegua retirada da couve

pelo processo de liofilizaccedilatildeo foi de 90107 plusmn0369 e a o peso da couve liofilizada

correspondeu a 98932plusmn 0369 do peso inicial Estes dados estatildeo de acordo com

o trabalho realizado por Furlani et al (1978) que determinou a quantidade de aacutegua

em diversas frutas e hortaliccedilas Segundo estes autores a couve manteiga

apresentou aproximadamente 89 de aacutegua em sua composiccedilatildeo

Esses resultados foram necessaacuterios para a conversatildeo da quantidade de

couve liofilizada que foi adicionada posteriormente ao chocolate

A desidrataccedilatildeo eacute uma teacutecnica comum utilizada em alimentos pois esta pode

aumentar a vida uacutetil do produto principalmente no caso de frutas e vegetais A

reduccedilatildeo do teor de aacutegua nesses alimentos leva a uma menor atividade

microbioloacutegica o que desacelera o processo de deterioraccedilatildeo desses produtos

(FELLOWS 2000)

A atividade de aacutegua (aw) eacute um paracircmetro que mede a razatildeo entre a pressatildeo

de vapor da aacutegua (Pw) no alimento e a pressatildeo de vapor da aacutegua pura na

temperatura do alimento (P0w) (TOLEDO 2007) dada pela expressatildeo

Aw=

58

A baixa atividade de aacutegua estaacute relacionada com a diminuiccedilatildeo da velocidade

relativa de reaccedilotildees de deterioraccedilatildeo por bacteacuterias auto oxidaccedilatildeo reaccedilotildees

enzimaacuteticas entre outros conforme demonstra a Figura 11 (NESPOLO et al 2015)

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e atividade de aacutegua

(retirado de NESPOLO 2015)

O valor encontrado para atividade de aacutegua da couve em poacute foi 0531plusmn0014

no momento de sua utilizaccedilatildeo para produccedilatildeo do chocolate Este valor segundo a

Figura 11 estaacute relacionado com baixas velocidades de reaccedilotildees enzimaacuteticas e

nenhuma atividade para reaccedilotildees com bacteacuterias leveduras e mofos tornando assim

o produto liofilizado estaacutevel mesmo apoacutes um ano de sua produccedilatildeo Este resultado

tem grande importacircncia pois demonstra que a adiccedilatildeo de couve liofilizada no

chocolate provavelmente natildeo iraacute afetar sua vida de prateleira

59

512Perfil antioxidante

5121Ensaio da atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio com o DPPH eacute baseado na perda da intensidade da cor da soluccedilatildeo

puacuterpura do radical estaacutevel DPPHbull apoacutes a reaccedilatildeo com um composto antirradicalar

(AOH) O DPPH eacute um radical livre pois apresenta um eleacutetron natildeo emparelhado com

absorccedilatildeo na regiatildeo de 520 nm (MOLYNEUX 2003) A estrutura quiacutemica do DPPH eacute

demonstrada na Figura 12

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH

Ao se misturar com uma substacircncia capaz de doar um hidrogecircnio o DPPH

reage (Figura 13) e vai para sua forma reduzida fazendo com que perca a sua cor

puacuterpura caracteriacutestica e se torne uma soluccedilatildeo de cor castanha (MOLYNEUX 2003)

60

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

Para a couve liofilizada e couve in natura foram realizados dois meacutetodos de extraccedilatildeo

diferentes a fim de verificar suas efetividades e padronizar para futuros ensaios

A curva padratildeo do DPPH estaacute demonstrada na Figura 14

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH

Para realizar o estudo do DPPH cada extrato foi diluiacutedo em diferentes

concentraccedilotildees 510 2030 40 50 e 60 Utiliza-se diferentes concentraccedilotildees

y = 001x + 02627 Rsup2 = 09899

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 10 20 30 40 50 60 70

Ab

sorb

acircnci

a (5

15n

m)

Concentraccedilatildeo (microM)

61

para se ter um intervalo de absorbacircncia de modo que seja possiacutevel verificar a

cineacutetica da reaccedilatildeo

O resultado da cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e couve liofilizada

extraiacuteda pelos dois meacutetodos estaacute representado na Figura 15

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto (1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010)

As curvas cineacuteticas obtidas pela reaccedilatildeo entre radical livre DPPH e a couve

liofilizada demonstram um comportamento semelhante em ambos os extratos A

partir dos primeiros cinco minutos eacute possiacutevel observar uma queda mais acentuada

na absorbacircncia sendo que os minutos sequentes apresentam uma reduccedilatildeo branda

No extrato obtido a partir da metodologia de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto(1997) pode-se observar que natildeo haacute diferenciaccedilatildeo entre as diluiccedilotildees de 5 e

10 enquanto que o extrato obtido a partir da metodologia utilizada por Genovese

e Lannes (2010) natildeo houve grande diferenccedila entre os extratos de 50 e 60jaacute que

ficaram entre a absorbacircncia entre 03 e 04

62

Eacute possiacutevel observar a queda mais acentuada no extrato B em todas as

concentraccedilotildees chegando a valores de ateacute 03 de absorbacircncia Enquanto que o

extrato A reduziu somente ateacute aproximadamente 07 de absorbacircncia

A couve in natura foi analisada sob as mesmas condiccedilotildees e concentraccedilotildees O

perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e os extratos eacute demonstrado na Figura 16

Conforme se observa na Figura 16 assim como para a couve liofilizada o

perfil cineacutetico da couve in natura para ambos os extratos demonstrou uma reduccedilatildeo

mais acentuada na absorbacircncia nos primeiros cinco minutos sendo quase constante

nos minutos subsequentes Eacute possiacutevel observar que no perfil A (extraccedilatildeo segundo

Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto1997) natildeo se tem diferenccedila entre concentraccedilotildees

de 5 e 10 de amostra Por sua vez no perfil B (extraccedilatildeo segundo Genovese e

Lannes 2010) as concentraccedilotildees de 40 e de 50 natildeo apresentaram diferenccedila Em

todos os quatro extratos eacute possiacutevel observar que quanto maior a concentraccedilatildeo

maior eacute o decaimento da absorbacircncia

A partir destes resultados eacute possiacutevel calcular o IC50 ou seja a concentraccedilatildeo

necessaacuteria para reduzir a absorbacircncia do DPPH pela metade Sendo assim quanto

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010)

63

menor for a concentraccedilatildeo de IC50 maior potencial antirradicalar este extrato tem Os

resultados da atividade antirradicalar contra o radical DPPH se encontram na Tabela

5 juntamente com os resultados de quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis por meacutetodo Folin-

ciocauteau

5122Ensaio da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis

O ensaio de Folin-Ciocauteau eacute baseado na mudanccedila de coloraccedilatildeo da

soluccedilatildeo apoacutes reaccedilatildeo com antioxidante O reagente de Folin-Ciocauteau eacute formado

por uma mistura de aacutecidos de molibdecircnio (Na2MoO42H2O) que resulta na cor

amarela por estar num estado de oxidaccedilatildeo VI e aacutecidos de tungstecircnio (SINGLETON

ORTHOFER LAMUELA-RAVENTOS 1999)

Em contato com os antioxidantes (agentes redutores) tem-se a formaccedilatildeo de

um complexo Molibdecircnio-Tungstecircnio (PMoW11O4)4 (Figura 17) que possuem

coloraccedilatildeo azul Atraveacutes da diferenccedila de coloraccedilatildeo eacute possiacutevel determinar a

quantidade de polifenoacuteis em uma amostra (SINGLETONORTHOFER LAMUELA-

RAVENTOS 1999)

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante

Para a construccedilatildeo da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico foi realizada a reaccedilatildeo do

reagente Folin-Ciocauteau com diferentes concentraccedilotildees de aacutecido gaacutelico

(050100150250 e 500 mgL) A Figura 18 representa a definiccedilatildeo desta curva

64

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

Os diferentes extratos foram colocados em reaccedilatildeo com o reagente Folin-

Ciocauteau sendo cada amostra realizada em triplicata

A partir da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico obteve-se a equaccedilatildeo da reta que foi

utilizada para o caacutelculo das concentraccedilotildees de cada extrato A Tabela 5 representa

tais resultados

n=3

Tanto para a couve in natura quanto para a couve liofilizada foi encontrada

maior concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos com aplicaccedilatildeo do meacutetodo usado por

Genovese e Lannes (2010) Aleacutem disso as concentraccedilotildees em IC50 para a atividade

y = 00012x + 02366 Rsup2 = 09977

0

02

04

06

08

1

0 100 200 300 400 500 600

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo de Aacutecido Gaacutelico (mgL)

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura extraiacutedos por

diferentes meacutetodos

Amostra Meacutetodo IC50

(mgL) Quantidade de polifenoacuteis totais (gmg

GAE)

Liofilizada Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 11878 11033

Liofilizada Genovese e Lannes

(2010) 41 22616

in natura Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 41067 3283

in natura Genovese e Lannes

(2010) 3129 6283

65

antirradicalar frente ao radical DPPH confirmam essa hipoacutetese uma vez que foram

encontrados menores valores de concentraccedilatildeo para estes extratos

Os resultados obtidos indicam conforme esperado maior concentraccedilatildeo de

compostos bioativos para a couve liofilizada se comparada aos extratos da couve in

natura

Muito utilizada na induacutestria alimentiacutecia a liofilizaccedilatildeo eacute um processo que visa a

desidrataccedilatildeo de alimentos como cafeacute vegetais frutas entre outros Realizado sob

baixas temperaturas e ausecircncia de ar atmosfeacuterico o liofilizador mantecircm a

temperatura e a pressatildeo da aacutegua no ponto triplo (0ordmC e 47 mm de Hg) o que faz

com que a aacutegua jaacute em estado de congelamento passe por sublimaccedilatildeo- diretamente

do estado soacutelido para o gasoso (GAVA 1998)

Pelo fato da desidrataccedilatildeo total do alimento ocorrer sob baixas temperaturas

obtecircm-se um produto com baixa atividade microbioloacutegica e consequentemente alta

estabilidade frente a deterioraccedilatildeo Aleacutem disso essa teacutecnica permite a conservaccedilatildeo

dos componentes presentes no alimento e concentraccedilatildeo destes produtos Mesmo

assim sabe-se que por se tratar de um processamento ocorrem perdas de alguns

compostos volaacuteteis (RATTI 2001) Foi observada maior capacidade antirradicalar

na couve liofilizada pelo fato desta estar mais concentrada que a couve in natura

Analisando os valores obtidos no entanto pode ser observado que natildeo haacute

uma proporcionalidade entre a quantidade de polifenoacuteis da couve in natura em

relaccedilatildeo agrave couve liofilizada o que sugere que houve perda durante o processamento

Kaulmann et al (2014) realizaram um estudo de compostos antioxidantes em

diversas variaccedilotildees de Brassica oleracea in natura Apoacutes o teste de Folin-Ciocauteau

foi encontrada uma concentraccedilatildeo de 602plusmn449 mg GAE (aacutecido gaacutelico equivalente)

100g de couve

Este resultado se assemelha aos valores encontrados no presente trabalho

para a couve in natura extraiacuteda pelo meacutetodo usado por Genovese e Lannes (2010)

(6283 mg GAE100g couve) A semelhanccedila nos resultados reforccedila a tese de que haacute

maior efetividade nesse meacutetodo frente ao meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto (1997)

66

513Anaacutelise granulomeacutetrica

A distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica das mateacuterias primas em poacute a serem utilizadas

no chocolate satildeo de extrema importacircncia pois afetam diretamente o tamanho de

partiacutecula dos produtos finais

A partir da anaacutelise granulomeacutetrica plotou-se um graacutefico da porcentagem de

material retido versus abertura da peneira A Figura 19 demonstra esses resultados

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da peneira para

couve liofilizada em poacute

A partir do graacutefico eacute possiacutevel calcular a Abertura Meacutedia (AM) ou o Coeficiente

de Variaccedilatildeo (CV) com a seguinte equaccedilatildeo (Lannes 2000)

CV=

100

Eacute possiacutevel tambeacutem realizar o caacutelculo de AM e CV pelo meacutetodo algeacutebrico Os

resultados referentes a esses paracircmetros tanto pelo meacutetodo graacutefico quanto pelo

meacutetodo algeacutebrico estatildeo representados na Tabela 6

y = -12891x + 10972 Rsup2 = 09233

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 02 04 06 08 1

Mas

sa d

e m

ater

ial r

eti

do

(

)

Tamanho da peneira (mm)

67

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para meacutetodo graacutefico e

algeacutebrico

A Figura 20 demonstra a porcentagem de massa retida em cada peneira

utilizada A partir dela eacute possiacutevel concluir que a maior quantidade de partiacuteculas se

encontra na faixa de 059 a 025 mm

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para extrato de couve

liofilizado

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

085 075 059 042 0297 025

Mas

sa re

tid

a (

)

Tamanho em mm

CV AM

Meacutetodo graacutefico 48 0550

Meacutetodo algeacutebrico 3685 0502

68

52Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva

521Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais

As massas de uva antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo foram registradas e a partir

destes resultados foi possiacutevel determinar a meacutedia de material liofilizado (2114 plusmn

135) e a meacutedia de aacutegua retirada (7886 plusmn 135) nesse processo de liofilizaccedilatildeo

A determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua da uva liofilizada foi realizada em

triplicata imediatamente apoacutes a liofilizaccedilatildeo sendo o resultado obtido igual a

aw=0303plusmn0085 Este valor de atividade de aacutegua eacute considerado bom para evitar a

deterioraccedilatildeo do produto poreacutem pode aumentar de acordo com o tempo Sabe-se que

produtos com aw abaixo de 07 tecircm menor exposiccedilatildeo a riscos microbioloacutegicos sendo

que a faixa de valores de aw de 03 para abaixo indica que o produto estaacute preservado

tambeacutem de qualquer outra reaccedilatildeo de deterioraccedilatildeo (TOLEDO 2007)

A tendecircncia para frutas liofilizadas no entanto eacute de haver aumento no valor

de atividade de aacutegua com o passar do tempo Isso ocorre devido agrave alta quantidade

de accediluacutecar presente nas frutas como sacarose glicose e frutose que em estado

amorfo tendem a se ligar por ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a aacutegua Esse fato faz com

que essas frutas liofilizadas com elevados teores de accediluacutecar serem altamente

higroscoacutepicas sendo assim haacute maior instabilidade do produto liofilizado uma vez

que este tende a sofrer hidrataccedilatildeo e aumentar a sua atividade de aacutegua e umidade

Sua manipulaccedilatildeo portanto deve ser realizada com muito cuidado de modo a natildeo

interferir na atividade de aacutegua e natildeo gerar o efeito caking - tendecircncia deste tipo de

produto de aglomerar (SERNA-COCK VARGAS-MUNOZ APONTE 2015

OLIVEIRA 2013)

A quantidade de accediluacutecares nas uvas in natura e liofilizada foram determinadas

pelo meacutetodo de Fehling Este meacutetodo tambeacutem conhecido como Lane-Eynon se

baseia na reaccedilatildeo entre os sais cuacutepricos e aldoses ou cetoses que sob alta

temperatura e meio alcalino formam como produto o precipitado cuproso conforme

demonstrado na Figura 21 que possui coloraccedilatildeo avermelhada

69

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar um sal com Cu2+

se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho tijolo) Retirado de Tavares et al

(2010)

A Tabela 7 demonstra a porcentagem de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

encontrados

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva liofilizada e in natura

Redutores () Natildeo

redutores() Totais()

Uva in natura 1600 plusmn 0037 2 1800plusmn002

Uva liofilizada 6300plusmn0007 1 6400plusmn0018 n=3 Os valores de accediluacutecares natildeo redutores foram calculados por diferenccedila entre accediluacutecares totais e

redutores

Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber um aumento na quantidade de

accediluacutecares totais ao liofilizar a uva bem como uma reduccedilatildeo dos accediluacutecares natildeo

redutores e um aumento na porcentagem de accediluacutecares redutores Essas diferenccedilas

podem ser explicadas pela retirada da aacutegua nas amostras o que leva estas a

ficarem mais concentradas e assim aumentar a quantidade de accediluacutecares de 18

para 64 Esse resultado confirma a teoria de que a uva liofilizada possui alta

concentraccedilatildeo de accediluacutecares e portanto realmente se torna altamente higroscoacutepica o

que faz com que se diferencie da couve em poacute

O equipamento utilizado para a fabricaccedilatildeo dos chocolates possui um moinho

de bolas que reduz o tamanho de partiacutecula do accediluacutecar e outros gracircnulos presentes

na formulaccedilatildeo Esse tipo de moinho possui pequenas bolas que giram com baixa

70

velocidade e realizam forccedilas de cisalhamento na amostra (FELLOWS 2000) No

caso da couve liofilizada em poacute por exemplo foi adicionada no equipamento de

produccedilatildeo de chocolate com moinho de bolas para se ter um menor tamanho de

partiacutecula deste no chocolate e entatildeo natildeo ser sentido sensorialmente A uva

liofilizada que eacute como jaacute dito caracterizada como um material higroscoacutepico natildeo

poderia ser adicionada em um moinho de bolas jaacute que muita energia seria aplicada

sob este material o que poderia resultar em um efeito caking tambeacutem o

processamento do chocolate natildeo ocorreria de forma correta Por esta razatildeo a uva

liofilizada triturada foi adicionada apoacutes a fabricaccedilatildeo do chocolate em misturador

planetaacuterio

522Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva

Para a determinaccedilatildeo do melhor solvente para a extraccedilatildeo dos compostos

fenoacutelicos da uva foram utilizados acetona acetona acidificada (sendo acetona 70

com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol 70 e metanol acidificado (sendo

metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv) Os resultados encontrados

estatildeo dispostos na Tabela 8

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes extratores

Amostra Absorbacircncia Quantidade de polifenoacuteis (mgg)

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona acidificada 0368plusmn00138 ab 1095

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona 0340plusmn00350 ab 8645

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol 70 0396plusmn00212 b 1324

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol acidificado

0318plusmn00794 a 7221

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Rockenbach (2008) quantificou os polifenoacuteis antocianinas e atividade

antioxidante de bagaccedilos de uva Vitis vinifera utilizando como solvente etanol e

71

acetona Os melhores resultados encontrados neste trabalho foram para acetona

50 e 70 para antocianinas e polifenoacuteis totais

Rockenbach (2011) realizou um estudo da quantidade de polifenoacuteis em

alguns tipos de uvas Vitis vinifera L e Vitis Labrusca L Neste estudo utilizou-se

como solvente para extraccedilatildeo o metanol acidificado (sendo metanol aacutegua aacutecido

aceacutetico 70305 vvv) O maior valor encontrado foi para a variedade Cabernet

sauvignon pertencente agrave classe Vitis vinifera L (7475 mgg GAE) Este valor eacute

proacuteximo ao encontrado no presente trabalho (7221 mgg GAE para o mesmo tipo de

extrato)

Vizzoto e Pereira (2011) realizaram um estudo de quantificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos por diferentes meios de extraccedilatildeo da amora-preta Neste estudo utilizou-se

extratos com acetona acetona acidificada metanol e metanol acidificado poreacutem

natildeo houve diferenccedila significativa (p gt 005) entre as amostras

Existem grandes classes de compostos fenoacutelicos como as antocianinas

flavonoacuteis sendo que em cada classe possui grandes quantidades de substacircncias

diferentes com estruturas diferentes Isso faz com que seja difiacutecil se ter uma

metodologia capaz de extrair todos os componentes fenoacutelicos de uma amostra Eacute

portanto que se estuda o melhor meacutetodo para a extraccedilatildeo por meio de comparaccedilotildees

entre solventes e tipos de metodologias

O metanol eacute um solvente de polaridade alta enquanto que a acetona possui

polaridade meacutedia A acidificaccedilatildeo destes solventes tende a melhorar a eficiecircncia da

extraccedilatildeo

Mesmo assim o meacutetodo de extraccedilatildeo mais eficiente para quantificaccedilatildeo de

polifenoacuteis continuou sendo o mesmo utilizado por Genovese e Lannes (2010) e no

presente trabalho para os extratos de couve A partir do extrato metanoacutelico 70

obteve-se uma quantidade de 132 mgg GAE estatisticamente maior que a dos

outros extratos

A quantidade de polifenoacuteis da uva in natura foi realizada a partir do extrato

metanoico 70 e foi encontrado o valor de 5838 plusmn 822 mg GAEg Assim como a

couve eacute possiacutevel perceber que a liofilizaccedilatildeo tende a concentrar os compostos

72

fenoacutelicos e assim resultar em maiores valores de concentraccedilatildeo No entanto o valor

encontrado na uva liofilizada natildeo eacute proporcional ao rendimento o que

provavelmente significa que alguns compostos foram perdidos durante o processo

A determinaccedilatildeo frente ao radical DPPH foi realizada com as concentraccedilotildees

de 51020304050 e 60 de extrato Utilizou-se para o processo de extraccedilatildeo

extrato metanoacutelico 70 conforme o meacutetodo utilizado por Genovese e Lannes

(2010) A Figura 22 representa o perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e a uva

liofilizada

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em diferentes

concentraccedilotildees

Atraveacutes da cineacutetica da reaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que quanto maior a

concentraccedilatildeo de extrato utilizada tem-se uma reduccedilatildeo maior da absorbacircncia em

relaccedilatildeo agrave absorbacircncia inicial

Atraveacutes da curva cineacutetica eacute possiacutevel calcular o valor de IC50 para a amostra

sendo que o valor encontrado para a uva liofilizada foi de 6645 mgL Esse valor

representa alta capacidade antirradicalar concordando com a alta quantidade de

polifenoacuteis encontrada

0

01

02

03

04

05

06

07

08

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Tempo (min)

5

10

20

30

40

50

60

73

53Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau

531Perfil antirradicalar do liquor de cacau

Visto que houve maior eficiecircncia no meacutetodo de Genovese e Lannes (2009) foi

padronizado a utilizaccedilatildeo desta extraccedilatildeo A anaacutelise de polifenoacuteis do liquor de cacau

portanto foi realizada nestas condiccedilotildees e seus resultados demonstrados na Tabela

9

A curva cineacutetica da reaccedilatildeo do DPPH com o extrato nas diferentes

concentraccedilotildees eacute demonstrada na Figura 23

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em diferentes

concentraccedilotildees

A partir da curva cineacutetica eacute possiacutevel observar uma reduccedilatildeo da absorbacircncia ao

longo dos 30 minutos em todos os extratos Aleacutem disso tem-se que a quanto maior

a concentraccedilatildeo do extrato maior a reduccedilatildeo de absorbacircncia

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo ()

5

10

20

30

40

74

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical DPPH para o

liquor de cacau

Amostra Meacutedia de absorbacircncia Concentraccedilatildeo (mgg de aacutecido gaacutelico) IC50 (mgL)

Liquor de cacau 0445plusmn000971 25994 2906

n=3

Othman et al (2007) estudaram o perfil antirradicalar amecircndoas de cacau de

diferentes locais em meio a extrato etanoacutelico e aquoso Neste estudo foi observado

um valor de IC50 igual a 13 mgg para extrato etanoacutelico do cacau da Malaacutesia e de

Gana e um valor de IC50 de 24 mgg para o cacau da Malaacutesia e 17 mgg para o

cacau de Gana

Belšcak et al (2009) avaliaram o perfil antirradicalar de produtos comerciais da

Croaacutecia derivados do cacau (liquor de cacau cacau em poacute chocolates ao leite

amargo e chocolate em poacute) Em relaccedilatildeo ao liquor de cacau foram encontrados em

termos de fenoacutelicos totais de 25 a 35 mg GAEg Esses valores se encontram muito

inferiores ao encontrado no presente trabalho poreacutem sabe-se que a quantidade de

polifenoacuteis pode variar muito dependendo das condiccedilotildees geograacuteficas de plantaccedilatildeo a

variedade do cacau utilizado para a fabricaccedilatildeo do liquor bem como o tipo de

tratamento (fermentaccedilatildeosecagem armazenamento) para a produccedilatildeo do liquor

Oliveira et al (2011) analisaram a quantidade de compostos fenoacutelicos de

diferentes tipos de cacau e encontraram um valor de 19595plusmn055 mg GAEg para

liquor orgacircnicos semelhante a encontrada no presente trabalho

532Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau

A anaacutelise de lipiacutedeos no liquor de cacau foi realizada como informaccedilatildeo para o

caacutelculo da formulaccedilatildeo do chocolate Atraveacutes deste foi determinada que a

quantidade de lipiacutedeos no liquor utilizado eacute de 52 plusmn0012 sendo compatiacutevel com o

laudo enviado pela empresa fornecedora que eacute de 5310

75

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute

A anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute foram realizadas para fins de

caacutelculo do conteuacutedo de gordura final da formulaccedilatildeo do chocolate ao leite A Tabela

10 demonstra os resultados obtidos para o leite em poacute desnatado e para o leite em

poacute integral

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e integral

utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate

Leite em poacute desnatado Leite em poacute integral Gordura (g100g) 0 212plusmn0001 Proteiacutena (g100g) 267plusmn011 201plusmn0023

n=3

55Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates

551Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da manteiga de

cacau

A temperagem foi avaliada por curva de temperagem para verificaccedilatildeo da

produccedilatildeo de cristais adequados para a manteiga de cacau A curva de temperagem

se encontra na Figura 24

76

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate

A curva de temperagem eacute de grande importacircncia para a verificaccedilatildeo da

qualidade da massa do chocolate e eficiecircncia da temperadeira eou do processo de

temperagem Chocolates bem temperados devem conter de 3 a 8 de cristais de

manteiga de cacau o desenvolvimento desses cristais ao longo do tempo de

resfriamento pode ser medido atraveacutes deste tipo de curva (MINIFIE 1989)

A curva de temperagem indica a quantidade de calor liberada ao se solidificar

o chocolate Durante o processamento geram-se dois pontos de inflexatildeo como

destacado na Figura 24 sendo que cada um deles indica uma parte da formaccedilatildeo de

cristais O primeiro ponto refere-se a relaccedilatildeo temperaturatempo em que se inicia a

nucleaccedilatildeo dos cristais e a segunda o ponto no qual a nucleaccedilatildeo realmente ocorre

A inclinaccedilatildeo gerada a partir desses dois pontos eacute portanto avaliada e deve

permanecer o mais reta possiacutevel de modo a natildeo haver uma inclinaccedilatildeo negativa (o

que significaria um chocolate sobre-temperedo) ou uma inclinaccedilatildeo positiva (o que

significaria um chocolate sub-temperado) Um chocolate over-tempered eacute aquele

que possui cristais a mais formados durante a temperagem o que portanto gera

menor quantidade de cristais durante o teste e consequentemente haacute menor

quantidade de energia sendo liberada Jaacute no caso do chocolate under-tempered

Pontos de inflexatildeo

77

tem-se uma quantidade muito inferior de cristais quando temperada gerando

portanto uma grande liberaccedilatildeo de calor durante o resfriamento e como

consequecircncia uma inflexatildeo maior na curva (AFOWAKA2010 MINIFIE1989

COHEN LUCCA JACKIX 2004)

A curva gerada no presente trabalho apresenta uma linearidade adequada

podendo-se afirmar que a massa de chocolate possui boa propriedade de

temperagem sendo que foi obtido um slope de 018 ordmCmin em tempo de 24

minutos e temperatura igual a 235ordmC O ldquotemper indexrdquo (TI) paracircmetro utilizado pelo

fabricante do equipamento (Buhler) para avaliar a boa porformance da temperagem

resultou no valor de 43 considerado adequado

A manteiga de cacau tambeacutem foi avaliada em duplicata por sua curva de

resfriamento o resultado encontra-se na Figura 25

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees dos chocolates

A curva de resfriamento da manteiga de cacau demonstra suas

caracteriacutesticas de derretimento e a taxa de cristalizaccedilatildeo desta gordura

apresentando a adequaccedilatildeo desta gordura para utilizaccedilatildeo em chocolates

Lannes (1997) estudou a curva de resfriamento de Jensen de diferentes tipos

de gorduras utilizadas em chocolate tipo cobertura Em seu trabalho a autora

78

demonstrou uma tiacutepica curva de resfriamento da manteiga de cacau e esta se

assemelha a encontrada no presente trabalho (taxa de resfriamento de 20 ordmCmin

cristalizaccedilatildeo agrave 205 ordmC por um tempo de 78 minutos)

O fabricante do equipamento (Buhler) tambeacutem utiliza de um iacutendice para

avaliaccedilatildeo da curva de resfriamento conhecido como Cocoa Butter Index (CBI)

Segundo o fabricante o CBI encontrado para a manteiga analisada (33plusmn001) eacute

considerado adequado para produccedilatildeo de chocolates

552Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula eacute importante para o controle de

qualidade dos chocolates pois pode influenciar tanto a reologia do produto como

tambeacutem a sensaccedilatildeo na boca Chocolates com tamanho de partiacutecula maior que 30

microm satildeo percebidos na boca pois possuem textura arenosa aleacutem de viscosidade

natildeo adequada Jaacute tamanhos de partiacutecula proacuteximos a 20 microm possuem uma textura

mais macia e massa mais cremosa (AFOWAKA 2010)

Os resultados da determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula para cada

chocolate estatildeo na Tabela 11

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate

Tamanho de partiacutecula (microm)

Chocolate ao leite 258 plusmn 047a

Chocolate com couve 277 plusmn 095b

Chocolate com uva 378 plusmn 113c

n10 (n2 processamento n5 anaacutelise)

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

79

Conforme a anaacutelise estatiacutestica realizada tem-se que a adiccedilatildeo tanto de uva

liofilizada quanto de couve liofilizada altera significativamente (plt005) o tamanho de

partiacutecula do chocolate

Como dito anteriormente o tamanho de partiacutecula desejaacutevel para chocolates

estaacute entre 20 a 30 microm como eacute o caso tanto do chocolate ao leite (258 microm) quanto

para o chocolate com adiccedilatildeo de couve (277 microm) o que sugere que ambos os

chocolates natildeo teratildeo uma percepccedilatildeo sensorial diferente quanto ao tamanho das

partiacuteculas A diferenccedila entre esses dois tamanhos pode ser explicada pela adiccedilatildeo da

couve que conforme avaliado anteriormente era um poacute com tamanho de partiacutecula

meacutedio de aproximadamente 5x104 microm Durante o processo de fabricaccedilatildeo de

chocolate tem-se a etapa de refino que no caso do equipamento utilizado ocorre

pelo moinho de bolas o que provavelmente ajudou a reduzir o tamanho de partiacutecula

consideravelmente mas ainda assim natildeo o suficiente para natildeo haver diferenccedila entre

as amostras

Ao contraacuterio da couve a uva soacute foi adicionada apoacutes o teacutermino da fabricaccedilatildeo

da massa de chocolate em agitador planetaacuterio e portanto natildeo passou pelo

processo de refino conforme foi explicado no item ldquo521 Liofilizaccedilatildeo da uvardquo Essa

diferenccedila no processo certamente refletiu no tamanho de partiacutecula do chocolate com

adiccedilatildeo de uva que sugere que estas partiacuteculas seratildeo sentidas sensorialmente

553Anaacutelise Reoloacutegica

O chocolate eacute uma suspensatildeo onde partiacuteculas de accediluacutecar cacau e leite

encontram-se dispersas na manteiga de cacau sendo assim ele se comporta como

um fluiacutedo natildeo-newtoniano o que significa que a sua tensatildeo de cisalhamento natildeo eacute

diretamente proporcional agrave taxa de cisalhamento Os chocolates tecircm como

caracteriacutestica apresentar o ldquoyeld stressrdquo (forccedila miacutenima necessaacuteria para se iniciar o

fluxo) e uma viscosidade plaacutestica (energia necessaacuteria para que continue a fluir)

(LANNES 1997 AFOWAKA2010) O modelo de Casson eacute atualmente

considerado o que melhor se adapta ao comportamento dos chocolates e eacute adotado

80

pela OICC (Internacional Office of Cocoa) A equaccedilatildeo que expressa esse modelo se

encontra na Equaccedilatildeo 1

Equaccedilatildeo 1 Representaccedilatildeo da equaccedilatildeo de Casson assumindo que τ a tensatildeo de cisalhamento

τCA a tensatildeo inicial de Casson ou tensatildeo residual de Casson ηCA viscosidade de Casson ou

viscosidade plaacutestica e γ a taxa de cisalhamento

Os paracircmetros reoloacutegicos como a viscosidade e a tensatildeo inicial de Casson

satildeo de extrema importacircncia durante a produccedilatildeo de chocolate jaacute que podem atestar

a qualidade dos produtos Esses foram avaliados no presente trabalho para todos

os chocolates e os resultados se encontram nas Figuras 26 e 27

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com

uva

A partir dos resultados apresentados na Figura 26 pode-se perceber que a

viscosidade do chocolate se modifica com a adiccedilatildeo de couve e uva Segundo

Beckett (2009) a distribuiccedilatildeo do tamanho de partiacutecula influencia diretamente a

viscosidade do produto sendo que quanto maior for o tamanho de partiacutecula menor

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

Vis

cosi

dad

e (P

as)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

81

seraacute sua viscosidade Isso ocorre pois ao se reduzir o tamanho tem-se mais

ligaccedilotildees entre essas partiacuteculas e consequentemente maior fricccedilatildeo entre elas

aumentando assim a viscosidade Os resultados apresentados atestam esse

fenocircmeno jaacute que o tamanho de partiacutecula do chocolate ao leite eacute o menor (26 microm) e

apresenta maior viscosidade enquanto que o chocolate com adiccedilatildeo de uva tem

maior tamanho de partiacutecula (378 microm) e apresenta a menor viscosidade

Beckett (2009) afirma que os valores normais para chocolate no caso da

viscosidade vatildeo de 1 a 20 Pas As viscosidades encontradas para o chocolate ao

leite (16 plusmn 0018 Pas) chocolate com adiccedilatildeo de couve (113plusmn004 Pas) e chocolate

com adiccedilatildeo de uva estatildeo dentro dessa faixa(076plusmn004 Pas)

Em todas as formulaccedilotildees do presente trabalho foram encontradas altas

quantidades de gordura (3626 g100 g no chocolate ao leite 3506 g100 g no

chocolate com couve e 3550 g100 g no chocolate com uva) o que justifica entatildeo

a baixa viscosidade de Casson Isso ocorre porque quanto maior a quantidade de

gordura mais espaccedilos vazios satildeo preenchidos na estrutura do chocolate o que leva

a uma maior facilidade no fluxo e portanto menor viscosidade (AFOWAKA2010)

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate

com uva

0

2

4

6

8

10

12

Ten

satildeo

inic

ial (

Pa)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

82

A tensatildeo inicial foi avaliada para todos os chocolates sendo que o chocolate

com uva apresentou menor valor (76 Pa) em comparaccedilatildeo ao chocolate ao leite e o

chocolate com adiccedilatildeo de couve que apresentaram pouca diferenccedila entre si

Diversos autores jaacute relataram a relaccedilatildeo entre a distribuiccedilatildeo de tamanho de

partiacutecula com a tensatildeo inicial de Casson Sabe-se que a tensatildeo inicial estaacute

relacionada com a superfiacutecie de contato das partiacuteculas Quando se tem um menor

tamanho de partiacuteculas estas conseguem interagir mais entre si levando a uma aacuterea

superficial maior e sendo assim mais facilmente o liacutequido flui (AFOWAKA2010

BECKETT2009 KONAR2014) O presente trabalho tambeacutem confirma essa

relaccedilatildeo jaacute que o chocolate com maior tamanho de partiacutecula obteve menor tensatildeo

inicial

Konar et al (2014) avaliaram chocolates ao leite com a adiccedilatildeo de Inulina e

encontraram tensatildeo inicial entre 335 a 1816 Pa e viscosidade entre 172 e 396

Pas sendo que essas diferenccedilas de valores foram justificadas pela distribuiccedilatildeo do

tamanho de partiacutecula Karnjanolarn e Mccarthy 2006) avaliaram chocolates ao leite

com diferentes quantidades de lecitina de soja e PGPR e encontraram para 05 de

lecitina 149 Pas de viscosidade e 473 Pa para tensatildeo inicial Sendo assim eacute

possiacutevel afirmar que os valores encontrados para viscosidade e tensatildeo inicial dos

chocolates avaliados no presente trabalho se encontram proacuteximos aos encontrados

na literatura Aleacutem disso pode-se atestar que a adiccedilatildeo de frutas e folhas liofilizadas

tende a alterar as propriedades reoloacutegicas do chocolate

554Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates

A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica foi realizada para o chocolate ao leite chocolate ao

leite com couve e chocolate ao leite com uva e seus resultados estatildeo dispostos na

Tabela 12

83

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite com

couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Conteuacutedo energeacutetico (kcal) 56468 55468 55570

Umidade (g100 g) 173plusmn048a 207plusmn029a 227plusmn025a

Conteuacutedo mineral (g100 g) 253plusmn014a 268plusmn0054b 257plusmn0027a Proteiacutenas (g100 g) 851plusmn036 a 852plusmn037 a 813plusmn046 a

Lipiacutedios (g100g) 3626plusmn039a 3506plusmn038b 3550plusmn087ab

Carboidratos (g100g) 5270 5374 5380 Fibras dieteacuteticas totais

(g100g) 789 859 805

Fibras soluacuteveis (g100g) 318 418 316

Fibras insoluacuteveis (g100g) 471 44 488 n=3

As letras indicadas referem-se a diferenccedila estatiacutestica entre as amostras da mesma linha pelo teste de Tukey em 5 de diferenccedila significativa

Os resultados da composiccedilatildeo nutricionais se assemelham aos publicados por

Afowaka (2010) e aos chocolates ao leite de marcas nacionais (Kopenhagen Cacau

show e Brasil Cacau) conforme demonstrado na Tabela 14

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de chocolates

finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010)

Valor energeacutetico

(Kcal) Carboidratos (g100g) Proteiacutenas (g100g) Lipiacutedeos (g100g)

Marca A 524 56 68 324

Marca B 576 52 72 384

Marca C 550 55 65 325

AFOWAKA(2010) 518 57 7 33

Eacute possiacutevel afirmar que os chocolates produzidos no presente trabalho

possuem maior teor de proteiacutenas (851plusmn036 g100 g ) em comparaccedilatildeo com os

apresentados na Tabela 13 assim como a quantidade de lipiacutedeos (3506plusmn038 g100

g) que com exceccedilatildeo da Marca ldquoBrdquo tambeacutem apresentam maior valor em comparaccedilatildeo

84

a tabela Jaacute em termos de valor energeacutetico (56468 g100 g) e carboidratos (527

g100 g) os valores encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos da

Tabela 13

A partir dos resultados demonstrados pode-se dizer que natildeo houve diferenccedila

significativa (plt005) entre as amostras dos trecircs chocolates segundo sua quantidade

proteiacutenas Esse fato portanto identifica que a adiccedilatildeo de couve ou uva nessas

condiccedilotildees natildeo altera a quantidade final da proteiacutena do produto

Aleacutem disso eacute possiacutevel notar que a adiccedilatildeo de produtos liofilizados foi eficaz

em termos de natildeo aumentar o teor de umidade das amostras de chocolate A

umidade eacute um importante paracircmetro para o chocolate pois altos valores de umidade

em chocolate podem estar altamente relacionados com defeitos durante o tempo de

prateleira O sugar Bloom por exemplo defeito causado pela agregaccedilatildeo das

partiacuteculas de accediluacutecar forma grumos que satildeo desagradaacuteveis sensorialmente aleacutem de

formar peliacuteculas brancas na superfiacutecie do chocolate modificando seu brilho e

aparecircncia (AFOWAKA 2010)

Chocolates com elevado teor de umidade podem tambeacutem modificar as suas

propriedades de fluxo sendo que valores acima de 3 podem levar a um aumento

na tensatildeo inicial e na viscosidade do produto (AFOWAKA PATERSON FOWLER

2008) Os trecircs chocolates fabricados apresentaram valores de umidade abaixo de

3 e portanto natildeo houve um aumento nesses paracircmetros corroborando portanto

com os resultados encontrados no item acima onde se tem baixos valores de

tensatildeo inicial e viscosidade

A quantificaccedilatildeo de lipiacutedeos apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras de chocolate ao leite e chocolate acrescido de couve enquanto a

amostra de chocolate acrescida de uva foi igual as outras duas amostras

O conteuacutedo mineral tambeacutem apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras sendo que o maior teor foi encontrado no chocolate com adiccedilatildeo de

couve Os chocolates com uva e controle natildeo apresentaram diferenccedila significativa

(plt005) entre si no conteuacutedo mineral Este resultado era esperado devido ao

acreacutescimo de material soacutelidomineral ao produto

85

Ayaz et al (2006) identificaram altas quantidades de macro e micronutrientes

nas folhas de couve Estes encontraram 726 μg gminus1 (base seca) de ferro 535

μg gminus1 (base seca) de manganecircs 394 μg gminus1 (base seca) de zinco 197 μg gminus1

(base seca) de caacutelcio 135 μg gminus1 (base seca) de potaacutessio entre outros

componentes identificados Os chocolates com adiccedilatildeo de couve portanto

provavelmente possuem um maior valor de conteuacutedo mineral devido a este fato

Os nutrientes minerais satildeo essenciais para os seres humanos pois ajudam

em funccedilotildees vitais das ceacutelulas como na ativaccedilatildeo de enzimas e de secreccedilotildees

hormonais Aleacutem disso satildeo essenciais para a absorccedilatildeo de vitaminas O manganecircs

por exemplo eacute de extrema importacircncia para a cicatrizaccedilatildeo humana o zinco eacute um

componente importante para a atividade metaboacutelica de enzimas O ferro por sua

vez contribui para a produccedilatildeo de hemoglobina e mioglobina A deficiecircncia de ferro eacute

um dos distuacuterbios que mais acomete a populaccedilatildeo mundial sendo que pode causar

fraqueza corporal fadiga e seacuterios problemas de sauacutede (GUPTA e GUPTA 2014)

Aleacutem dos nutrientes minerais as fibras dieteacuteticas satildeo de extrema importacircncia

nutricional jaacute que satildeo elas que auxiliam no bom funcionamento do sistema

gastrointestinal pois contribuem para o aumento do bolo fecal e na reduccedilatildeo do

tempo de digestatildeo e assim ajudam a prevenir a constipaccedilatildeo Aleacutem disso jaacute foi

associado que as fibras dieteacuteticas contribuem para a reduccedilatildeo de doenccedilas cardiacuteacas

e cacircncer de colo (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

A partir dos resultados eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva

aumentou a quantidade de fibras totais do chocolate poreacutem natildeo foi possiacutevel avaliar

se essa diferenccedila eacute estatisticamente significativa

Os resultados indicam que houve um aumento no teor de fibras soluacuteveis do

chocolate quando adicionado a couve A couve eacute considerada uma alta fonte de

fibras sendo que segundo a USDA e RDA tem-se aproximadamente 14 da fibra

diaacuterias recomendadas em 100 g desse vegetal

No caso da uva houve um aumento (mesmo que em pequena proporccedilatildeo) de

fibras insoluacuteveis resultando em uma quantidade maior de fibras totais A uva eacute

estudada por sua caracteriacutestica de possuir alta quantidade de polifenoacuteis combinados

a uma grande porcentagem de fibras dieteacuteticas em sua composiccedilatildeo A revisatildeo

86

publicada por Zhu Du e Zheng (2015) aborda o trabalho de diversos autores que

avaliaram as fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis Todas as variedades de uva

avaliadas obtiveram altas quantidades de fibras insoluacuteveis e baixas quantidades de

fibras soluacuteveis A quantidade de fibras totais das diferentes espeacutecies variou de 745

a 280 g100g sendo que as fibras insoluacuteveis representaram mais de 80 da

quantidade total

A quantidade de carboidratos presentes na amostra conforme a RDC no 360

de 23 de dezembro de 2003 ldquoeacute calculado como a diferenccedila entre 100 e a soma do

conteuacutedo de proteiacutenas gorduras fibra alimentar umidade e cinzasrdquo

Sendo assim como haacute diferenccedila entre os valores encontrados para conteuacutedo

mineral e lipiacutedeos existe tambeacutem uma diferenccedila entre a quantidade de carboidratos

encontrados nas trecircs amostras

Um dos principais responsaacuteveis pela alta quantidade de carboidratos nos

chocolates eacute o accediluacutecar utilizado na formulaccedilatildeo Os chocolates com couve e uva

tambeacutem foram formulados com diferentes quantidades de accediluacutecar para o ajuste da

formulaccedilatildeo sendo que para o chocolate com couve foi utilizado 365 para o

chocolate com uva foi utilizado 3535 e para o chocolate ao leite foi utilizado 37

Mesmo que a maior adiccedilatildeo de accediluacutecar na formulaccedilatildeo foi para o chocolate ao leite

obteve-se valores maiores de carboidratos para o chocolate com couve Jaacute no

chocolate com uva reduziu-se em 165 a menos de accediluacutecar em poacute e mesmo assim

e obteve-se um valor semelhante ao de chocolate ao leite

A quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores para os trecircs

chocolates foi realizada em triplicata e seus resultados estatildeo dispostos na Tabela

14

87

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate eo leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao

leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Accediluacutecares Totais (g100g) 2100plusmn0016a 1700plusmn00083b 2100plusmn0015a

Accediluacutecares redutores (g100g) 74plusmn00032a 782plusmn00029a 724plusmn00039a Accediluacutecares Natildeo-redutores

(g100g) 13 921 1345 n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Conforme foi observado na Tabela 13 os chocolates com adiccedilatildeo de couve

tiveram menor valor de accediluacutecares em relaccedilatildeo ao chocolate controle ou o chocolate

com uva sendo que isso se deve principalmente a uma menor quantidade de

accediluacutecares natildeo-redutores neste chocolate

Os accediluacutecares redutores satildeo aqueles que possuem em sua estrutura

agrupamentos aldose ou cetose que ao entrar em contato com agentes oxidantes

sofrem oxidaccedilatildeo Os accediluacutecares redutores mais comuns satildeo a frutose (presente

principalmente em frutas) a glicose a maltose e a lactose A sacarose por sua vez

eacute um accediluacutecar natildeo-redutor poreacutem pode se tornar um accediluacutecar redutor atraveacutes da accedilatildeo

de enzimas ou por hidroacutelise aacutecida As estruturas da frutose glicose e sacarose se

encontram na Figura 28 (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

Sacarose

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose

88

Sendo assim os resultados indicam que a reduccedilatildeo da quantidade de accediluacutecar

na formulaccedilatildeo no caso da adiccedilatildeo de couve impacta diretamente na quantidade de

accediluacutecares natildeo redutores Ayaz et al (2006) quantificaram os accediluacutecares presentes na

couve e identificaram frutose glucose e sucrose como mais abundantes sendo

encontrado um valor de 2011 mg de frutose 100 g de couve seca 1056 mg de

glucose 100 g de couve seca e 894 mg de sucrose 100 g de couve seca

Comparando-se o chocolate com adiccedilatildeo de uva com o chocolate controle

natildeo foi possiacutevel observar modificaccedilatildeo em suas quantidades de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais corroborando com o resultado de que natildeo houve modificaccedilatildeo

na quantidade de carboidratos dessas duas amostras Apesar de como dito

anteriormente as quantidades de accediluacutecar nas duas formulaccedilotildees ser diferente

555Atividade de aacutegua

Os resultados obtidos da anaacutelise de atividade de aacutegua satildeo apresentados na

Tabela 15

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Atividade de aacutegua 0523plusmn00131a 0506plusmn00101a 0519plusmn00321a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A atividade de aacutegua em chocolates eacute relativamente baixa sendo normalmente

avaliada com valores de 03 a 06 Reolon et al (2012) estudaram a presenccedila de

endobacteacuterias em chocolate e para tal avaliaram a atividade de aacutegua em

chocolates comerciais O estudo revelou um valor de 042 em chocolates ao leite

A atividade de aacutegua encontrada estaacute na faixa indicada para que tenha

conservaccedilatildeo dentro de seu prazo de validade de ateacute 1 ano

89

556Colorimetria

Os resultados referentes agrave anaacutelise colorimeacutetrica dos chocolates se encontram

na Tabela 16

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com

uva

L a b

Chocolate ao leite 3066plusmn 052a 602plusmn039a 1364plusmn058a

Chocolate com couve 3020plusmn058a 613plusmn019a 1509plusmn035b

Chocolate com uva 3080plusmn085a 653plusmn049a 1365plusmn078a

Segundo a CIELAB para anaacutelise de cores tem-se que L refere-se a luminosidade a espaccedilo da coloraccedilatildeo verde para vermelho b espaccedilo da coloraccedilatildeo de amarelo para azul

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir dos resultados apresentados eacute possiacutevel concluir que natildeo houve

diferenccedila nos paracircmetros L e a apoacutes adiccedilatildeo de couve e uva nos chocolates No

entanto existe uma diferenccedila entre o chocolate com couve para o paracircmetro b

O estudo de cor eacute um paracircmetro importante para os alimentos jaacute que eacute o

primeiro a ser percebido pelo consumidor por isso sua determinaccedilatildeo eacute de extrema

relevacircncia para o controle de qualidade A alteraccedilatildeo na cor de um produto

alimentiacutecio pode significar defeitos principalmente no chocolate como eacute o caso do

branqueamento de sua superfiacutecie devido ao efeito de bloom (WU e SUN 2013)

A determinaccedilatildeo de cor eacute realizada atraveacutes de valores numeacutericos resultantes

de trecircs espaccedilos dimensionais sendo os mais comuns os valores de L a e b que

satildeo os paracircmetros mais proacuteximos do que o olho humano eacute capaz de distinguir (WU

e SUN 2013) O sistema CIElab padroniza estes espaccedilos de cor que vatildeo de 0 a

100 O paracircmetro L significa a luminosidade o paracircmetro a indica da coloraccedilatildeo

verde para vermelho e b de amarelo para azul conforme demonstrado na Figura

29

90

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores

Sendo assim eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva natildeo modificou

significativamente (plt005) a luminosidade nem a coloraccedilatildeo no paracircmetro a

indicando que provavelmente esses paracircmetros natildeo seratildeo percebidos

sensorialmente

No caso do paracircmetro b no entanto o chocolate com couve apresentou

modificaccedilatildeo de praticamente 2 pontos na escala em comparaccedilatildeo com os outros dois

chocolates tendendo para o azul poreacutem por ser uma pequena diferenccedila

provavelmente tambeacutem natildeo seraacute percebida sensorialmente

557Estabilidade dos chocolates

O chocolates foram avaliados segundo sua textura por um periacuteodo de tempo

de 3 meses sendo medidos nos tempos de 1 dia 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

apoacutes a temperagem Durante os 3 meses os chocolates permaneceram com suas

91

caracteriacutesticas visuais estaacuteveis como brilho e cor A avaliaccedilatildeo de textura dos trecircs

chocolates eacute apresentada na Figura 30

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite chocolate ao leite

com uva e chocolate ao leite com couve

Nas 24 horas apoacutes a produccedilatildeo dos chocolates tem-se um valor de forccedila de

compressatildeo maior para o chocolate com uva (4376plusmn290N) se comparado com o

chocolate ao leite (3228plusmn184N) e o chocolate com couve (3592plusmn438N N) Esse

fato provavelmente se daacute ao maior tamanho de partiacutecula desta amostra (378microm)

como mostrado anteriormente sendo portanto mais forccedila necessaacuteria para quebrar

o chocolate A dureza e o tamanho de partiacutecula tendem a ser proporcional o que

explica este resultado (AFOWAKA2010) Essa tendecircncia de maior forccedila para o

chocolate com uva se repetiu durante todo o periacuteodo observado

Com o passar do tempo o chocolate ao leite aumentou a sua dureza jaacute que a

forccedila necessaacuteria para a quebra foi aumentando Os resultados para 1 dia 1 semana

15 dias natildeo foram estatisticamente diferentes (pgt005) Jaacute no segundo mecircs houve

um aumento significativo (3844plusmn242 N) que permaneceu igual estatisticamente no

terceiro mecircs (3945plusmn189 N) Sendo assim o aumento da forccedila de compressatildeo do

chocolate ao leite subiu 1817 do seu valor inicial ao longo dos trecircs meses Essa

0

10

20

30

40

50

60

1 dia 1 semana

15 dias 2 meses 3 meses

Forccedil

a (N

) Chocolate ao leite

Chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite com couve

92

diferenccedila no entanto eacute pequena e provavelmente natildeo pode ser sentida

sensorialmente

No caso do chocolate com couve a forccedila permaneceu estaacutevel durante o

periacuteodo de 3 meses natildeo havendo diferenccedila significativa(plt005) entre os

resultados encontrados

O chocolate com uva por sua vez natildeo apresentou diferenccedila significativa

(plt005) no periacuteodo de 1 dia 1 semana e 15 dias Houve um aumento significativo

no segundo mecircs (4800plusmn299 N) que se manteve significativamente (plt005)

estaacutevel no terceiro mecircs

Os resultados revelam que no chocolate ao leite e com uva ocorre mudanccedila

na dureza dos chocolates com o passar do tempo de prateleira Essas mudanccedilas

no entanto provavelmente natildeo deveratildeo ser percebidas sensorialmente uma vez

que se resumem a praticamente uma diferenccedila de 20N entre as forccedilas encontradas

o que provavelmente eacute difiacutecil de ser reconhecido

558Avaliaccedilatildeo sensorial

Durante a anaacutelise sensorial foram avaliados os paracircmetros lsquosaborrsquo ldquoTexturardquo

lsquoAspecto geralrsquo e lsquoIntenccedilatildeo de comprarsquo para todos os chocolates

A frequecircncia de notas para sabor se encontra na Figura 31

93

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A partir da anaacutelise dos resultados quanto ao sabor eacute possiacutevel afirmar que a

maioria dos provadores ficou entre ldquogostei ligeiramenterdquo (nota 6) agrave ldquogostei

muitiacutessimordquo (nota 9) representando 916 dos provadores no caso do chocolate

com couve 926 no caso do chocolate ao leite e 937 no caso do chocolate com

adiccedilatildeo de uva sendo que para este uacuteltimo 253 dos provadores atribuiacuteram nota 9

A nota mais atribuiacuteda foi a nota ldquo8rdquo (gostei muito) sendo que 337 atribuiu esta

nota para o chocolate ao leite 337 para o chocolate com couve e 295 para o

chocolate com uva Natildeo houve diferenccedila significativa (plt005) entre a meacutedia das

notas indicando que os trecircs chocolates foram bem aceitos

A avaliaccedilatildeo de ldquotexturardquo estaacute apresentada na Figura 32

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fr

eq

ue

nci

a

Notas

Chocolate com couve

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate ao Leite

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate com Uva

94

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A textura do chocolate com couve obteve maior porcentagem de notas acima

de 6 representando 642 do total ficando na frente do chocolate ao leite (611) e

do chocolate com uva (474) havendo uma distribuiccedilatildeo maior das notas poreacutem as

meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila significativa (plt005) entre entre si O maior

coeficiente de variaccedilatildeo entre os provadores ocorreu nas notas de textura do

chocolate com uva sendo que muitos apontaram terem gostado da ldquotextura

crocanterdquo desta amostra e outros indicaram que ldquoa amostra havia pedaccedilos maiores

ruins de mastigarrdquo Essa diferenccedila de sensaccedilotildees pode ser explicada pelo tamanho

da partiacutecula da uva liofilizada adicionada ao chocolate que como apontado

anteriormente foi relativamente maior e foi facilmente percebido pelos provadores

Os provadores em sua maioria (92) responderam que havia diferenccedila

entre as amostras Entre diversas respostas as mais frequentes foram a diferenccedila

de sabor entre os trecircs chocolates e a diferenccedila de textura da amostra de chocolate

com uva em relaccedilatildeo aos demais

Os resultados quanto ao aspecto geral das amostras estatildeo indicados na

Figura 33

95

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo chocolate ao leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Em termos de aspecto geral os provadores aceitaram bem as amostras

sendo que 905 deu uma nota entre 6 e 9 para o chocolate com couve e916 do

chocolate ao leite e 884 para o chocolate com uva A nota mais colocada

novamente foi nota a ldquo8rdquo (Gostei muito) sendo que 337 atribuiacuteram essa nota para

o chocolate ao leite 316 para o chocolate ao leite com couve e 284 para o

chocolate ao leite com uva Mesmo assim as notas meacutedias natildeo apresentaram

diferenccedila significativa (plt005) ou seja todas as amostras obtiveram a mesma

aceitaccedilatildeo frente aos provadores

As notas de ldquointenccedilatildeo de comprardquo se encontram na Figura 34

96

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo para o chocolate

ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

A partir da anaacutelise das notas dadas para a ldquointenccedilatildeo de comprardquo eacute possiacutevel

afirmar que a maioria dos provadores ldquoCertamente comprariardquo ou ldquoProvavelmente

comprariardquo representando um total de 611 para o chocolate com couve 666

para o chocolate ao leite e 642 do chocolate com uva Apesar da diferenccedila entre

porcentagens a avaliaccedilatildeo estatiacutestica da meacutedia das notas indicou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre as meacutedias apresentadas

Os resultados indicam uma alta aceitaccedilatildeo dos chocolates bem como intenccedilatildeo

de compra As diferenccedilas sensoriais percebidas durante o teste natildeo mudaram

estatisticamente a aprovaccedilatildeo dos provadores

559Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates

Primeiramente foi verificado o espectro de absorccedilatildeo dos trecircs extratos obtidos

a partir dos chocolates a fim de verificar se estes por possuiacuterem coloraccedilatildeo

caracteriacutestica absorviam mesma regiatildeo do espectro que o radical DPPH (515nm) o

97

que poderia interferir nos resultados obtidos Os espectros dos trecircs tipos de

chocolate estatildeo dispostos na Figura 35

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate ao leite com

couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH

A partir dos espectros de absorccedilatildeo eacute possiacutevel afirmar que os extratos de

chocolate natildeo absorvem energia no comprimento de onda de 515nm que eacute o

utilizado para a anaacutelise de DPPH Eacute possiacutevel observar no espectro do DPPH que

este absorve mais energia a 515nm e por isso justifica a escolha do comprimento

de onda para esta anaacutelise

Segundo Oliveira (2011) o trolox eacute uma substacircncia anaacuteloga a vitamina E

sendo sua principal caracteriacutestica ser um antirradicalar Ensaios jaacute realizados

revelam a eficiecircncia do trolox frente ao radical DPPH por isso eacute considerado que a

porcentagem de trolox representa proporcionalmente a atividade antirradicalar A

capacidade antirradicalar do padratildeo trolox foi testada em triplicata e a curva cineacutetica

estaacute representada na Figura 36

98

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da variaccedilatildeo de

absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox

A curva cineacutetica do padratildeo Trolox indica que o aumento da concentraccedilatildeo

reflete em maior reduccedilatildeo da absorbacircncia principalmente nos primeiros 5 minutos O

restante da reaccedilatildeo permanece com a absorbacircncia constante o que revela que a

reaccedilatildeo entre o radical DPPH e o padratildeo trolox ocorre principalmente nos primeiros 5

minutos

As amostras de extratos de chocolate ao leite chocolate ao leite com adiccedilatildeo

couve e chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva foram testadas frente ao radical

DPPH suas respectivas curvas cineacutetica e curvas padratildeo estatildeo representadas nas

Figuras 37 38 e39

O perfil cineacutetico das trecircs amostras apresenta um padratildeo de comportamento

os extratos de menor concentraccedilatildeo tecircm menor queda em relaccedilatildeo agrave absorbacircncia do

DPPH sem adiccedilatildeo de antioxidantes Jaacute os extratos com maior concentraccedilatildeo

apresentam maior diferenccedila entre a absorbacircncia final e o DPPH sem adiccedilatildeo sendo

que quanto maior a concentraccedilatildeo maior eacute esta diferenccedila

A diminuiccedilatildeo da absorbacircncia em todos os extratos de todas as amostras tem

seu decaimento ocorrendo durante todo o tempo de anaacutelise (30 minutos) diferente

do observado no padratildeo trolox indicando que a reaccedilatildeo entre o radical DPPH e todos

os extratos de chocolate ocorrem por mais tempo

99

A partir dessa variaccedilatildeo de absorbacircncia eacute possiacutevel traccedilar a curva padratildeo para

cada uma destas amostras sendo que quanto maior a inclinaccedilatildeo da reta maior eacute a

capacidade antirradicalar da amostra

As curvas padratildeo das trecircs amostras de chocolate revelam uma grande

semelhanccedila entre os perfis desses chocolates O coeficiente angular (α) de cada

uma das retas eacute comparado com o coeficiente angular meacutedio do Trolox (α=0021)

obtido atraveacutes da anaacutelise em triplicata deste padratildeo Os resultados estatildeo

representados na Tabela 17 juntamente com os resultados de outras avaliaccedilotildees do

perfil antirradicalar das amostras

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite com

couve

100

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de chocolate com uva

Foi realizada tambeacutem a quantificaccedilatildeo da atividade antirradicalar frente ao

radical DPPH por IC50 sendo que o resultado se encontra na Tabela 17

A anaacutelise frente ao ABTS foi realizada em triplicata para todas as amostras de

chocolate Primeiramente obteve-se o espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTS (22acute-

azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-aacutecido sulfocircnico) conforme Figura 40

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS

07

075

08

085

09

095

1

550 600 650 700 750 800 850

Ab

sorb

acircnci

a

Comprimento de onda (nm)

101

O espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTSbull+ revela que a maior absorccedilatildeo deste

composto ocorre na regiatildeo entre 700 e 750nm portanto justifica-se a utilizaccedilatildeo de

734nm para o comprimento de onda

O padratildeo Trolox tambeacutem eacute indicado como padratildeo da capacidade

antirradicalar frente ao radical ABTSbull+ e portanto a reaccedilatildeo entre eles foi realizada

O perfil cineacutetico e a curva padratildeo desta reaccedilatildeo eacute apresentada na Figura 41

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox

O perfil cineacutetico desta reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e trolox mostra que conforme o

aumento da concentraccedilatildeo tem-se uma reduccedilatildeo no valor de absorbacircncia Aleacutem disso

eacute possiacutevel notar que durante os 30 minutos de anaacutelise cada amostra se mostrou com

um valor de absorbacircncia estaacutevel revelando que a reaccedilatildeo ocorre no iniacutecio do

processo e natildeo se modifica ao passar do tempo

As amostras de chocolates foram testadas frente ao radical ABTSbull+ sendo

utilizadas as concentraccedilotildees de extrato de 2 3 4 5 6 As Figuras de 42 a 44

apresentam os resultados obtidos tanto para o perfil cineacutetico quanto para a curva

padratildeo de cada chocolate Estas sugerem um perfil de cineacutetica muito parecido para

todos os extratos de chocolate Tem-se uma reduccedilatildeo de absorbacircncia durante todo o

tempo de anaacutelise (30 minutos) sendo mais acentuada nos primeiros cinco minutos

o que sugere que a reaccedilatildeo ocorra durante todo este periacuteodo Mesmo assim o

102

padratildeo observado na amostra padratildeo se repete quanto maior a concentraccedilatildeo

menor eacute a absorbacircncia encontrada

O ABTSbull+ possui uma coloraccedilatildeo verde-escura e ao reagir com o antirradical

modifica sua coloraccedilatildeo para verde-claro e conforme a reaccedilatildeo for ocorrendo tem-se

a diminuiccedilatildeo do valor de absorbacircncia devido a esta diferenccedila de coloraccedilatildeo

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de couve

103

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de uva

A curva padratildeo do aacutecido gaacutelico demonstrou uma equaccedilatildeo da reta igual a y =

00012x + 02366

A quantificaccedilatildeo dos polifenoacuteis bem como a porcentagem de trolox frente ao

radical DPPH e a porcentagem de trolox frente ao radical ABTSbull+ estatildeo

apresentadas na Tabela 17

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com uva

Amostra gmg GAE IC50(DPPH)

(mgL) Trolox (DPPH) Trolox (ABTS)

Chocolate ao leite 7422plusmn410a 682plusmn014a 27875plusmn398a 44397plusmn412a

Chocolate com couve 7429plusmn393a 63plusmn056a 25093plusmn729ab 44228plusmn1820a

Chocolate com uva 147285plusmn1417b 692plusmn048a 24047plusmn1151b 37380plusmn136a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir da avaliaccedilatildeo da capacidade antirradicalar dos chocolates frente ao

radical ABTS pode-se dizer que natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila significativa

(plt005) entre as amostras sendo assim todos os chocolates apresentaram a

104

mesma capacidade frente a este radical ou seja natildeo houve aumento com a adiccedilatildeo

de couve e uva nos chocolates

Os valores encontrados para esse tipo de produto satildeo altos visto que podem

ser comparados com alimentos conhecidos por sua alta capacidade antirradicalar

como- mirtilos (4766 mg Equivalente de Vitamina C (VCE) 100 g) ameixas pretas

(372 mg VCE100g) (FLOEGEL2011) e goiaba (496 mg Trolox100 g) (REDDY

2010)

Jaacute frente ao radical DPPH em porcentagem de Trolox a atividade

antirradicalar das amostras de chocolate revelaram resultados nos quais o chocolate

ao leite eacute estatisticamente diferente (plt005) do chocolate ao leite com uva mas o

chocolate ao leite com couve natildeo apresenta diferenccedila significativa (plt005) com

nenhuma das duas amostras Esse fato indica que a capacidade antirradicalar frente

ao radical DPPH natildeo aumentou com a adiccedilatildeo de couve e apresentou menor

capacidade com a adiccedilatildeo de uva

Os resultados frente ao radical DPPH avaliados por IC50 demonstraram natildeo

haver diferenccedila significativa entre as amostras (plt005) Na literatura natildeo existe um

consenso em como expressar os resultados de testes antirradicalares Oliveira et al

(2014) sugerem a utilizaccedilatildeo de porcentagem de Trolox por facilitar a interpretaccedilatildeo

dos resultados jaacute que eacute diretamente proporcional agrave atividade antirradicalar

Os valores encontrados para a capacidade antirradicalar frente ao radical

DPPH tambeacutem satildeo comparaacuteveis a frutas e vegetais conhecidos por serem

potenciais antirradicalares como manga (211mg Trolox100 g) (REDDY et al 2010)

ameixa preta (287 mg VCE100 g) e vinho (1964 mg Trolox100 g) (FLOEGEL et al

2011)

O radical DPPH tende a interagir com compostos antirradicalares mais

reativos enquanto que o radical ABTS reage com os compostos de reatividade

intermediaacuteria (Oliveira 2014) Esse fato pode explicar a diferenccedila de valores

encontrada para os chocolates por estes dois meacutetodos e pode-se inferir que existe

maior quantidade de compostos de reatividade intermediaacuteria em todos os

chocolates

105

Diversos autores jaacute discutiram a correlaccedilatildeo destas duas metodologias

Floegel et al (2011) realizaram um estudo com 50 diferentes tipos de alimentos

(frutas vegetais e bebidas) e analisaram a correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos

para a capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH e frente ao radical ABTS

Foi encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0953) comparando-se os resultados das

frutas e das bebidas Por outro lado encontrou-se menor correlaccedilatildeo para os

resultados de vegetais (R=0896) Dudonne et al (2011) publicaram um estudo

comparativo entre 30 diferentes extratos de plantas assim como o artigo anterior foi

encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0903) entre os resultados de ABTS e DPPH

A anaacutelise estatiacutestica da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis demonstrou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre os resultados de chocolate com couve e

chocolate ao leite poreacutem houve uma diferenccedila entre estes em comparaccedilatildeo ao

chocolate ao leite com uva Houve um aumento da quantidade de polifenoacuteis em

5044 do chocolate com uva em relaccedilatildeo ao chocolate controle

A quantidade de polifenoacuteis encontrada no controle e chocolate com couve

pode ser comparaacutevel agrave quantidade de polifenoacuteis presentes por exemplo em laranjas

(70 mg GAEg) (REDDY 2010)

Conforme citado anteriormente a couve e a uva foram adicionadas de

diferentes formas no chocolate A couve foi adicionada durante o processo de refino

dos chocolates na maacutequina de moinho de bolas enquanto que a uva foi adicionada

apoacutes o processo de fabricaccedilatildeo em um misturador planetaacuterio o que pode ter afetado

diretamente na quantidade de polifenoacuteis adicionada

Siebert Troukhanova e Lynn (1996) estudaram a interaccedilatildeo entre proteiacutenas e

polifenoacuteis Sabe-se que os polifenoacuteis tecircm em sua estrutura duas extremidades que

podem se ligar as proteiacutenas- o anel benzecircnico que possivelmente podem interagir

com a parte apolar das cadeias de proteiacutenas e os grupos hidroxiacutelicos que formam

facilmente ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a amina ou com a carbonila da proteiacutena

Supotildee-se que essas ligaccedilotildees formam uma rede de proteiacutenas-polifenoacuteis a qual pode

interferir em suas biodisponibilidade Arts et al (2002) avaliaram a modificaccedilatildeo do

resultado de capacidade antirradicalar total de chaacute preto com e sem caseiacutena Foi

identificado que a adiccedilatildeo de proteiacutenas no chaacute afeta a capacidade antirradicalar do

mesmo natildeo atingindo a capacidade maacutexima de atividade antirradicalar

106

Niseteo et al (2012) realizaram um estudo da capacidade antirradicalar de

diferentes tipos de bebidas a base de cafeacute com e sem a adiccedilatildeo de leite e

quantificaram os compostos polifenoacutelicos por meacutetodo de Folin-ciocauteau Naquele

trabalho tambeacutem foi encontrada diferenccedila na capacidade antirradicalar dos cafeacutes

com adiccedilatildeo de leite de valor reduzido em comparaccedilatildeo aos sem leite e a interaccedilatildeo

polifenoacuteis-proteiacutenas tambeacutem foi discutida No entanto a quantidade de polifenoacuteis dos

cappuccinos com adiccedilatildeo de leite foi maior do que o controle O autor atribuiu essa

diferenccedila nos resultados de quantidade de polifenoacuteis e da capacidade antirradicalar

devido agrave baixa precisatildeo analiacutetica e a baixa seletividade do reagente de Folin-

ciocauteau que pode interagir com outros compostos redutores como accediluacutecares e

aminoaacutecidos e gerar assim resultados diferentes Os resultados encontrados para o

chocolate com uva apresentam a mesma tendecircncia- menor capacidade

antirradicalar e maior quantidade de polifenoacuteis

Jakobek (2015) publicou uma revisatildeo sobre a interaccedilatildeo dos polifenoacuteis com

outros componentes alimentares como proteiacutenas lipiacutedeos e carboidratos Segundo o

autor a partir de sua revisatildeo bibliograacutefica eacute possiacutevel concluir que essas interaccedilotildees

podem significar alteraccedilotildees na biodisponibilidade e bioacessibilidade desses

compostos pelo organismo A interaccedilatildeo entre lipiacutedeos e polifenoacuteis por exemplo

pode causar uma mudanccedila na absorccedilatildeo de lipiacutedeos no corpo e reduzir a

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Aleacutem disso as proteiacutenas e polifenoacuteis interagem entre si e

podem alterar tanto a atividade das proteiacutenas quanto a biodisponibilidade dos

polifenoacuteis

Os estudos citados acima demonstram uma forte interaccedilatildeo entre os

componentes dos alimentos (proteiacutenas lipiacutedeos carboidratos) com os compostos

fenoacutelicos Sugere-se que esta interaccedilatildeo pode vir a afetar a disponibilidade dos

compostos fenoacutelicos e portanto alterar a sua capacidade antirradicalar Jakobek

(2015) cita tambeacutem que quanto maior a quantidade de grupos hidroxila e quanto

maior o peso molecular maior eacute a tendecircncia das moleacuteculas de polifenoacuteis a se ligar a

proteiacutenas Os compostos encontrados na couve e na uva apresentam esses dois

fatores o que sugere que estas interaccedilotildees possam ter ocorrido e

consequentemente interferindo na capacidade antirradicalar dos chocolates

formulados

107

No entanto natildeo foram utilizadas as metodologias de ORAC e FRAP que

tambeacutem satildeo conhecidas para capacidade antirradicalar Sabe-se que a anaacutelise da

atividade antirradicalar por ORAC apresenta grande vantagem em relaccedilatildeo ao radical

ABTS e ao radical DPPH pois eacute baseada nos radicais peroxila que satildeo mais

correlacionados com a oxidaccedilatildeo in vivo das ERO (SCHAICH ZIE 2015) O FRAP

baseia-se na reduccedilatildeo do complexo feacuterrico pela accedilatildeo de doaccedilatildeo de eleacutetrons por

antioxidantes e possui boa correlaccedilatildeo com o ABTS (Duddone et al 2009)

A adiccedilatildeo de frutas secas em chocolates jaacute foi estudada por diversos grupos

de pesquisa com o objetivo de enriquecer essas formulaccedilotildees

Belščak-Cvitanovi et al (2012) elaboraram diversas formulaccedilotildees de chocolate

com adiccedilatildeo de folhas de Rubus ideaus L ( raspberry) com o objetivo de adicionar

compostos fenoacutelicos Para tal estudo realizaram formulaccedilotildees de chocolate ao leite

e chocolate amargo sendo um teor de cacau de 30 e 72 respectivamente As

folhas sofreram um processo de extraccedilatildeo em aacutegua quente sendo adicionadas em

duas formas diferentes ao chocolate um extrato liofilizado e um extrato obtido por

evaporaccedilatildeo Natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila na quantidade de compostos

polifenoacutelicos totais com adiccedilatildeo de extrato liofilizado assim como sua capacidade

antirradicalar frente ao radical FRAP Aleacutem disso foi identificado que o chocolate

amargo possui capacidade antirradicalar e quantidade de polifenoacuteis muito superiores

se comparado aos chocolates ao leite avaliados pois segundo o autor produtos

com grande quantidade de accediluacutecar e leite em poacute formam uma rede de interaccedilatildeo forte

entre proteiacutenas e catequinas e isto podem afetar diretamente na anaacutelise de

antirradicalares

Komes et al (2013) estudaram a adiccedilatildeo de 5 diferentes tipo de frutas

secas(ameixa mamatildeo damasco uvas passa e cranberry) em formulaccedilotildees de

chocolate Este estudo revelou tambeacutem uma maior capacidade antirradicalar e

quantidade de polifenoacuteis para chocolates amargos em comparaccedilatildeo com chocolates

ao leite Apesar da adiccedilatildeo de cranberry e uva passa terem sido efetivas em termos

de aumentar a capacidade antirradicalar e o teor de polifenoacuteis os autores

demonstram que o maior responsaacutevel pelos altos valores eacute o cacau que possui

grande quantidade de compostos fenoacutelicos em sua composiccedilatildeo

108

A grande influecircncia do liquor de cacau na quantidade de polifenoacuteis e na

capacidade antirradicalar estaacute de acordo com o encontrado para todos os chocolates

formulados no presente trabalho Conforme demonstrado anteriormente o liquor de

cacau utilizado quando comparado com frutas conhecidas por essa propriedade

possui uma alta capacidade antirradicalar (IC50=29 mgg) e alta quantidade de

polifenoacuteis (25994 mg GAE g) que reflete nos altos valores encontrados

Sim et al (2016) estudaram a adiccedilatildeo de poacute de casca de mangostatildeo (Garcinia

mangostana Linn) para a melhoria de propriedades nutricionais do chocolate As

formulaccedilotildees foram realizadas com 0 1 e 3 de poacute sendo que o chocolate amargo

obteve uma melhora de 3 na quantidade de polifenoacuteis totais aleacutem de uma melhora

no perfil de compostos bioativos sendo uma possiacutevel alternativa como aditivo para

enriquecimento de formulaccedilatildeo de chocolates

Todorovik et al (2015) avaliaram o perfil de polifenoacuteis de chocolates

produzidos na Seacutervia sendo que foram avaliados chocolates ao leite amargos e

amargos com adiccedilatildeo de raspberry Neste estudo natildeo foi encontrada diferenccedila entre

a quantidade de polifenoacuteis dos chocolates amargos com e sem a adiccedilatildeo de

raspberry Mesmo assim os resultados mostraram um aumento da capacidade

antirradicalar frente ao radical DPPH e ABTS nos chocolates com adiccedilatildeo de

raspberry

Os trabalhos citados acima demonstram que eacute possiacutevel adicionar frutas ou

folhas secas em chocolate e obter uma maior capacidade antirradicalar

Os chocolates desenvolvidos no presente trabalho apresentaram altas

capacidades antirradicalares o que sugere seus efeitos beneacuteficos para o corpo pele

e sauacutede Para o aumento significativo da capacidade antirradicalar no entanto mais

testes deveriam ser realizados de modo a definir se haacute uma interaccedilatildeo entre estes

compostos e as proteiacutenas do leite presentes no chocolate

109

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD

A anaacutelise em CLAE-DAD foi realizada para o perfil cromatograacutefico dos

compostos fenoacutelicos e verificaccedilatildeo se os componentes presentes na couve e na uva

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo desses produtos As comparaccedilotildees

entre cromatogramas de mesmo comprimento de onda para o chocolate ao leite

chocolate com couve e couve liofilizada se encontram nas Figuras 45 a 48

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

110

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

A anaacutelise dos cromatogramas do chocolate ao leite com couve chocolate ao

leite e da couve permite concluir que alguns dos picos da couve foram transferidos

para o chocolate ao leite com couve assim como alguns picos do chocolate ao leite

foram transferidos para o chocolate com couve A comparaccedilatildeo entre os picos e as

aacutereas encontradas estaacute disposta na Tabela 18

111

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260 nm 280 nm 320 nm 360 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL

2684 29610 3006 5879 2454 7848 2694 - 2449 - 603 101 2448 - 559 109

3652 - 2994 7936 2690 16752 1975 - 2538 1443 256 - 2539 986 261 -

3828 - 6680 24257 3097 - 81 - 2704 - 635 890 2705 - 777 562

4795 1003 10733 - 3849 - 8308 32875 2866 - 262 617 3639 - 182 268

5687 - 241 495 5707 1122- 224 406 365 - 250 855 3811 385 111 -

5964 - 1127 3481 5954 - 731 2575 4041 - 127 418 4032 - 124 232

6778 - 968 2839 6755 - 804 2833 9285 - 355 850 23576 18018 918 -

7229 - 287 699 7229 - 298 709 19400 - 733 1898 64626 6560 492 -

8165 - 585 3532 7926 - 303 2202 20645 - 182 378

9088 - 167720 481259 9088 - 219180 498880 25230 - 1682 3395

10379 - 626 1746 10370 - 1278 3175 29694 69863 1397 -

11 - 477 2917 11071 - 849 2221 56254 23250 572 -

12069 912 325 728 12069 1047 377 1051 57971 30799 312 -

12792 - 483 2280 15535 - 291 869 62540 479 618 -

13571 - 254 1435 16109 - 2446 9090 64626 9645 355 -

15529 - 495 1535 18094 808 25245 -

16137 - 4122 18531 19402 - 1267 28136

18094 - 19811 24559 22084 - 2792 10571

22083 58677 1751 -

22851 - 567 1191

23577 22250 1070 -

29206 - 413 81520

30100 - 412 1374

30797 - 26159 11417

64624 2830 546 -

82747 1375 1353 1305

112

Os cromatogramas obtidos para o chocolate ao leite chocolate ao leite com

uva e uva liofilizada estatildeo dispostos nas Figuras 49 a 52

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

113

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Assim como na primeira avaliaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que muitos dos picos

presentes no chocolate ao leite estatildeo presentes no chocolate ao leite com uva

Tambeacutem se observa que alguns picos da uva liofilizada foram transferidos para o

chocolate ao leite com uva conforme demonstra a Tabela 19

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de CLAE-DAD para identificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos eacute largamente utilizada na literatura atual Esta identificaccedilatildeo de compostos

pode ser realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo de tempos de retenccedilatildeo presentes na

literatura assim como comparaccedilatildeo com padrotildees No caso dos chocolates no

entanto

114

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260nm 280nm 320 nm 350 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT Uva CU CL RT Uva CU CL RT UVA CU CL RT UVA CU CL 2553 - 497 27915 2543 - 12925 52565 2779 - 19355 89 2450 10265 785 1085

2758 - 10827 13866 2757 - 14411 250205 2943 195 1428 2548 879 3375 254 2934 58 6176 26 2935 1615 7287 - 3052 223 21765 2775 182 752 562

3042 989 6047 - 3044 945 8338 - 56915 - 297 1325 2831 - 6825 384 3710 68 429 - 5194 355 625 - 9233 - 12195 8495 4098 - 806 232

3920 1533 4631 - 5918 661 3631 25745 10372 - 156 171 5049 - 272 98 56805 216 9485 495 6733 3903 2833 14080 - 8005 407 54596 - 216 165

5933 14 47705 3481 8984 4475 598044 - 16098 - 11865 36505 57455 - 361 3005 6761 308 36245 2839 10337 - 1692 3175 21380 - 9285 25005

7134 175 3066 - 21246 - 1568 24645 27800 - 388 9455 8995 178 603862 - 27776 24704 3809 - 73585 24825 492 -

10339 453 1138 1746 59786 1325 207 - 79272 851 107 - 12752 - 31385 22795 73587 7115 3055 -

14113 - 993 7615 79261 482 401 - 15491 - 2688 1535

16083 - 217065 18531 21381 - 953 48615

67858 - 567 208

115

existe uma grande complexidade de compostos presentes em sua estrutura o que

dificulta a utilizaccedilatildeo de adiccedilatildeo de padrotildees

Sendo assim o meacutetodo mais adequado seria a utilizaccedilatildeo de um CLAE-MS

capaz de identificar as massas dos picos e assim permitir a sua correta

caracterizaccedilatildeo No presente trabalho no entanto natildeo foi possiacutevel realizar esta

anaacutelise levando entatildeo agrave conclusatildeo atraveacutes de hipoacuteteses sobre os tempos de

retenccedilatildeo conhecidos em literatura

Primeiramente eacute preciso lembrar que dependendo do tipo de estrutura

quiacutemica haacute uma diferenccedila na absorccedilatildeo em cada comprimento de onda Zhang

(2013) identificou os espectros de absorccedilatildeo de 14 compostos fenoacutelicos mais

conhecidos na literatura sendo eles (1) aacutecido gaacutelico (2) aacutecido protequinico (3)

aacutecido vaniliacutenico (4) aacutecido cafeacuteico (5) aacutecido siringico (6) aacutecido cumaacuterico (7) aacutecido

saliciacutelico (8)catequina (9) epicatequina (10) rutina (11) morina (12) cumarina (13)

quercetina (14) resveratrol

Esses compostos fenoacutelicos estatildeo presentes tanto na uva quanto na couve

conforme abordado na revisatildeo de literatura A Tabela 20 representa os

comprimentos de onda de maior absorccedilatildeo para cada um dos fenoacutelicos acima

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013

Classes de substacircncias Compostos fenoacutelicos Comprimento de onda (nm)

Aacutecidos hidroxicinacircmicos Aacutecido gaacutelico 271

Aacutecido protequiacutenico 260

Aacutecido vaniliacutenico 260 Aacutecido hidroxicinacircmico Aacutecido cafeacuteico 324

Catequinas

Aacutecido cumaacuterico 280

Catequina 280

Epicatequina 280

Flavonoacuteis Rutina 255

Quercetina 374 Estibeno

Resverastrol 306

116

Todos os compostos citados absorvem nos comprimentos de onda avaliados

para os chocolates 260 280 320 e 360 nm portanto existe uma possibilidade de

que estes compostos estejam entre aqueles que se repetiram nos chocolates com

adiccedilatildeo sendo assim eacute provaacutevel que os picos encontrados estabeleccedilam uma relaccedilatildeo

com a adiccedilatildeo de compostos da couve e da uva nos chocolates

Comparando-se o chocolate ao leite com o chocolate com couve eacute possiacutevel

perceber que existe maior quantidade de picos em 280 e 320 nm no chocolate com

couve do que na amostra controle Provavelmente este fato indica que teriam sido

adicionados ao chocolate compostos da classe das catequiacutenas e compostos da

classe dos flavonoacuteis

Jaacute a comparaccedilatildeo entre o chocolate controle e o chocolate com uva haacute uma

adiccedilatildeo de picos principalmente nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm o que

provavelmente sugere que compostos das classes da catequiacutenas e aacutecidos

hidroxicinacircmicos foram adicionados

As catequinas satildeo principal constituinte de chaacutes e satildeo associadas a altas

capacidades antioxidantes Estudos revelam que a ingestatildeo de catequiacutenas pode

reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas aleacutem de possuir potencial para inibir ceacutelulas

canceriacutegenas e reduzir o processo de envelhecimento (BRAICU et al 2013)

Os flavonoacuteis satildeo antioxidantes naturais encontrados principalmente no chaacute e

em frutos como o cacau Estudos a respeito dessa classe de compostos

demonstram seu potencial em reduzir a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica representando um

protetor cardiovascular importante (HEIM TAGLIFERRO BOBILYA 2002)

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos tambeacutem satildeo altamente estudados por sua

propriedade antioxidante Estatildeo presentes em frutas e vegetais e satildeo conhecidos

principalmente por sua bioatividade (RAZZZAGHI-ASI et al 2013)

117

6CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de uva e couve em chocolate ao leite modificou suas propriedades

como segue

As propriedades fiacutesicas como tamanho de partiacutecula textura

viscosidade e tensatildeo inicial de Casson sendo que a diferenccedila de

textura e tamanho de partiacutecula foi percebida sensorialmente pelos

provadores natildeo treinados

As propriedades fiacutesico-quiacutemicas como a quantidade de fibras

conteuacutedo mineral e quantidade de accediluacutecares conduzindo a melhora nas

propriedades nutricionais dos chocolates

Nas propriedades sensoriais 92 dos painelistas afirmaram que havia

diferenccedila entre as amostras A anaacutelise sensorial tambeacutem comprovou

uma boa aceitaccedilatildeo de todos os chocolates sendo que mais de 60

dos provadores afirmou que provavelmente ou certamente compraria o

chocolate

A quantidade de polifenoacuteis aumentou no chocolate ao leite com uva

mas natildeo no chocolate ao leite com couve para a metodologia de Folin-

Ciocauteau

A grande quantidade de polifenoacuteis presentes no liquor de cacau utilizado

impactou diretamente nos altos valores encontrados para todos os chocolates

formulados A adiccedilatildeo de uva e couve liofilizadas apesar de tambeacutem apresentarem

altas quantidades de polifenoacuteis natildeo modificou a capacidade antirradicalar frente ao

radical ABTS e ao radical DPPH No processo de liofilizaccedilatildeo houve perdas de

polifenoacuteis na couve e na uva

Os resultados do perfil cromatograacutefico dos compostos fenoacutelicos por CLAE-

DAD revelaram que muitos dos compostos presentes na couve e na uva foram

transferidos para os chocolates formulados

A utilizaccedilatildeo de frutas e hortaliccedilas como alternativa para o enriquecimento de

propriedades dos alimentos foi comprovada neste trabalho demonstrando melhorar

as qualidades nutricionais e funcionais de alimentos como chocolate ao leite

118

7SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS

A adiccedilatildeo de frutas e vegetais em produtos alimentiacutecios eacute uma aacuterea

promissora para enriquecimento de formulaccedilotildees Os resultados obtidos no presente

trabalho indicaram modificaccedilotildees em alguns aspectos do chocolate o que eacute uma

premissa interessante para futuros trabalhos

Avalia-se que a adiccedilatildeo de frutas e vegetais tem no entanto aleacutem do valor

nutricional um efeito beneacutefico para ajudar a balancear as espeacutecies reativas no corpo

e desacelerar o envelhecimento precoce Essas propriedades funcionais no entanto

soacute poderiam ser confirmadas com testes in vivo apropriados para a verificaccedilatildeo deste

benefiacutecio

Aleacutem disso estudos de cristalizaccedilatildeo dos chocolates formulados poderiam ser

conduzidos pelas teacutecnicas- DSC Difraccedilatildeo de RAIO-X que poderiam ser utilizadas

para informaccedilotildees da estabilidade desses chocolates

119

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TAVARES JTQ CARDOSO RL COSTA JA FADIGAS FS FONSECA AA Interferecircncia do aacutecido ascoacuterbico na determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores pelo meacutetodo de Lane e Eynon Quiacutemica Nova v33 n4 p805-809 2010

TODOROVIC V REDOVNIKOVIC IR TODOROVIC C JANKOVIC G DODEVSKA M SOBAJIC S Polyphenols methylxanthines and antioxidant capacity of chocolates produced in Serbia Journal of Food Composition and Analysis v41 p137-143 2015

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VAJDA Gabor et al Fruit-containing chocolate products and process of their preparation US Patent 4837042 6 jun 1989

VLACHOGIANNI IC FRAFOPOULOU E KOSTAKIS IK ANTONOPOULOU S In vitro assessment of antioxidant activity of tyrosol

131

resveratrol and their acetylated derivatives Food Chemistry v117 n15

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VIZZOTTO M RASEIRA MCB PEREIRA MC FETTER MR Teor de compostos fenoacutelicos e atividade antioxidante em diferentes genoacutetipos de amoreira-preta (Rubus sp) Revista Brasileira de Fruticultura v34 n3 p853-858 2012

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YEN GC DUH PD TSAI H-L Antioxidant and pro-oxidant properties of ascorbic acid and gallicacid Food Chemistry v79 n3 p307ndash313 2002

ZHANG Y SHEN Y ZHU Y XU Z Assessment of the correlations between reducing power scavenging DPPH activity and anti-lipid-oxidation capability of phenolic antioxidants LWT - Food Science and Technology

v63 n1 p569-574 2015

ZHU F DU B ZHENG L LI J Advance on the bioactivity and potential applications of dietary fibre from grape pomace Food Chemistry

v186 n1 p207-212 2015

132

ANEXO A- Parecer cosubstanciado do CEP

133

134

135

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

136

137

138

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL

139

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES PARA BANCA JULGADORA

140

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO

141

142

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES

143

144

145

Page 8: Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele 22

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014) 24

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de

Kammeyer Luiten (2015) 26

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de

chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010) 29

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 32

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO

JORGE 2006) 34

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol 36

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve 46

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial 54

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e

atividade de aacutegua (retirado de NESPOLO 2015) 58

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH 59

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

60

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH 60

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve

liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto

(1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010) 61

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in

natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo

meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010) 62

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante 63

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

64

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da

peneira para couve liofilizada em poacute 66

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para

extrato de couve liofilizado 67

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar

um sal com Cu2+ se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho

tijolo) Retirado de Tavares et al (2010) 69

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em

diferentes concentraccedilotildees 72

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em

diferentes concentraccedilotildees 73

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate 76

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees

dos chocolates 77

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve

e chocolate com uva 80

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com

couve e chocolate com uva 81

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose 87

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores 90

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite

chocolate ao leite com uva e chocolate ao leite com couve 91

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate

ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 93

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o

chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 94

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo

chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 95

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo

para o chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

96

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate

ao leite com couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH 97

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da

variaccedilatildeo de absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox 98

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite 99

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite com couve 99

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de

chocolate com uva 100

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS 100

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox 101

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite 102

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve 102

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 103

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho 40

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate sendo a foacutermula 1 a

controle a foacutermula 2 o chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 43

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria 44

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE 50

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura

extraiacutedos por diferentes meacutetodos 64

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para

meacutetodo graacutefico e algeacutebrico 67

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva

liofilizada e in natura 69

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes

extratores 70

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical

DPPH para o liquor de cacau 74

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e

integral utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate 75

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate 78

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite

com couve e chocolate ao leite com uva 83

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de

chocolates finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010) 83

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate

eo leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 87

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates 88

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e

chocolate ao leite com uva 89

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com

uva 103

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao

leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 111

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates

com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 114

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde

apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013 115

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABICAB Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados

ABTS 22-azino-bis(3-etilbenzothiazolina-6-aacutecido sulfocircnico)

AM Abertura da malha

CLAE Cromatografia Liacutequida de Alta Eficiecircncia

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DPPH 22-difenil-1-picrilhidrazil

IC50 Concentraccedilatildeo em que se reduz a metade do efeito maacuteximo

ERO Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

FDA Food Dietary Intake

IEA Instituto de Economia Agriacutecula

g Grama

GAE Gallic Acid Equivalent

LDL Lipoproteiacutena de baixa densidade

mg Miligrama

mL Mililitros

N Newton

Pas Pascal por segundo

Pa Pascal

PGPR Polyglycerol Polyricinoleate

POS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Esteaacuterico

POP Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Palmitiacuteco

RDA Refference Dietary Allowance

RDC Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada

SOS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Esteaacuterio-Oleico-Esteaacuterico

TAG Triacilgliceroacuteis

USDA United States Department of Agriculture

UV Ultravioleta

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 22

21 Envelhecimento cutacircneo 22

22 Cacau e Chocolate 27

23 Brassica oleracea (couve) 31

24 Vitis vinifera (Uva) 36

3 OBJETIVOS 39

31 Geral 39

32 Especiacuteficos 39

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 40

41 Materiais 40

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva 41

43 Produccedilatildeo do chocolate 42

44 Granulometria 44

45 Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute 45

46 Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar 45

461 Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos 45

462 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do

potencial antirradicalar de couve uva e liquor de cacau 47

463 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates 47

464 Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis 48

465 Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS 49

466 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE 49

47 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates 50

48 Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas 51

481 Determinaccedilatildeo de umidade 51

482 Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral 51

483 Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos 51

484 Determinaccedilatildeo de proteiacutenas 52

485 Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

52

486 Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis 52

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura 52

410 Determinaccedilatildeo da reologia 53

411 Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua 53

412 Avaliaccedilatildeo da Colorimetria 53

413 Avaliaccedilatildeo sensorial 53

414 Forma de anaacutelise de resultados 56

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 57

51 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve 57

511 Liofilizaccedilatildeo 57

512 Perfil antioxidante 59

513 Anaacutelise granulomeacutetrica 66

52 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva 68

521 Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares

redutores natildeo redutores e totais 68

522 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva 70

53 Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau 73

531 Perfil antirradicalar do liquor de cacau 73

532 Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau 74

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute 75

55 Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates 75

551 Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da

manteiga de cacau 75

552 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula 78

553 Anaacutelise Reoloacutegica 79

554 Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates 82

555 Atividade de aacutegua 88

556 Colorimetria 89

557 Estabilidade dos chocolates 90

558 Avaliaccedilatildeo sensorial 92

559 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates 96

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD 109

6 CONCLUSAtildeO 117

7 SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

REFEREcircNCIAS 119

ANEXO A- PARECER COSUBSTANCIADO DO CEP 132

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 135

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL 138

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES 139

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO 140

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES 142

20

1INTRODUCcedilAtildeO

Na safra 20142015 a colheita bruta de cacau 4230 mil toneladas do fruto

(INTERNATIONAL COCOA CONFECTIONARY ORGANIZATION-ICCO 2016)

Segundo dados da Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados (ABICAB) (2015) 731 mil toneladas de chocolate

foram produzidos no ano de 2014

Segundo o documento ldquoBrasil Food Trends 2020rdquo a tendecircncia para o mercado

de alimentos no Brasil eacute o desenvolvimento de formulaccedilotildees com o conceito de

ldquosaudabilidaderdquo ou seja produtos com menor valor caloacuterico reduzido valor de

accediluacutecar com menor teor de gorduras trans e que possuam atribuiccedilotildees funcionais

Sabe-se que os consumidores vecircm buscando produtos que contribuam para uma

dieta mais saudaacutevel com maior conteuacutedo mineral e de nutrientes e valor reduzido de

gorduras e colesterol (MADI COSTA REGO 2010)

Lannes et al (2002) por exemplo formularam chocolate utilizando o cupuaccedilu

Seus estudos permitiram concluir que a substituiccedilatildeo do cacau pelo cupuaccedilu foi

eficaz gerando um produto com alta qualidade e custo reduzido se comparado ao

similar Komes et al (2013) adicionaram frutas secas agraves formulaccedilotildees de chocolate a

fim de obter um chocolate com maior capacidade antirradicalar Segundo a anaacutelise

sensorial realizada pelos autores os chocolates contendo Cranberries foram bem

aceitos e foi possiacutevel observar maior potencial antirradicalar nos chocolates com

adiccedilatildeo de frutas Amaral (2013) realizou a produccedilatildeo de recheios de bombons com

adiccedilatildeo de murici uma fruta de alto valor nutricional e obteve produtos com maior

elevados teores de proteiacutenas e minerais

A busca pela inovaccedilatildeo no mercado de chocolates tambeacutem levou

pesquisadores a realizar patentes de seus produtos Crowley amp Naimeddine (2011)

desenvolveram um chocolate com adiccedilatildeo de um blend da manteiga de cacau com

adiccedilatildeo de frutas liofilizadas em poacute Vajda et al (1989) elaboraram um spread de

chocolate com a adiccedilatildeo de poacutes de frutas concentradas

21

Sabe-se que haacute uma grande quantidade de pesquisas a respeito dos

benefiacutecios dos antioxidantes para evitar ou reduzir os efeitos de doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como cacircncer Alzheimer catarata diabetes envelhecimento

entre outras (Cai et al 2004 apud MORAIS et al2009) Os polifenoacuteis por exemplo

satildeo antioxidantes que possuem estruturas quiacutemicas promissoras para prevenccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo (MEENA MEENA TREacuteTON 2014)

Os antioxidantes podem ser encontrados em diversos tipos de vegetais- como

frutas e hortaliccedilas sendo a couve e a uva dois exemplos de alimentos com essa

propriedade

A couve eacute um vegetal importante nas dietas tradicionais na regiatildeo

Mediterracircnea e eacute conhecida por sua capacidade de prevenccedilatildeo de doenccedilas e

propriedades antimicrobianas Estudos identificaram nove diferentes aacutecidos fenoacutelicos

em sua composiccedilatildeo sendo estes com alta capacidade antioxidante (AYAZ et al

2008)

O consumo de uvas vem sendo estudado como efetiva prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas e o envelhecimento devido agrave alta porccedilatildeo de compostos fenoacutelicos em

sua composiccedilatildeo A uva eacute composta principalmente por flavonoides como o

resveratrol que jaacute foi comprovadamente associado agrave alta capacidade antirradicalar

frente aos radicais livres (XIA et al 2010)

Diante do acima citado o presente trabalho tem como objetivo o

desenvolvimento de formulaccedilatildeo de chocolates acrescidos de folhas de couve

(Brassica oleracea) e de frutos de uva (Vitis viniacutefera) obtendo-se assim produtos

com enriquecimento das propriedades funcionais Por suas propriedades acredita-

se que o seu consumo traraacute benefiacutecios agrave sauacutede

22

2REFERENCIAL TEOacuteRICO

21Envelhecimento cutacircneo

A pele eacute o oacutergatildeo que reveste todo o organismo correspondendo a 5 do

peso corporal Apresenta multifunccedilotildees tais como sensorial proteccedilatildeo contra agentes

externos termorregulaccedilatildeo excreccedilatildeo e produccedilatildeo de metaboacutelitos aleacutem de

representar a aparecircncia e perfil caracteriacutestico dos indiviacuteduos (CORREcircA 2012)

A pele eacute dividida em trecircs principais camadas- a epiderme a derme e a

hipoderme conforme demonstra a Figura 1 (KHAVKIN e DAVID 2011)

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele

A epiderme eacute formada por aproximadamente 95 de queratinoacutecitos os quais

estatildeo sempre se renovando constituindo desde a membrana basal ateacute a superfiacutecie

23

da pele e assim gerando diversas camadas distintas camada basal espinhosa

granulosa e coacuternea (KHAVKIN e DAVID 2011)

Com o passar do tempo a derme sofre um processo natural de

envelhecimento que varia de acordo com os fatores geneacuteticos de cada pessoa Os

sinais cliacutenicos de surgimento deste processo se datildeo com o aparecimento de linhas

de expressatildeo rugas e manchas (LONGO CASARI BERETTI 2013) Estima-se que

a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ultravioleta seja responsaacutevel por 80 da aceleraccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo precoce poreacutem o cansaccedilo fiacutesico e psicoloacutegico a exposiccedilatildeo

agrave poluiccedilatildeo o consumo de aacutelcool e a dieta natildeo balanceada satildeo fatores importantes

que contribuem neste processo (POLJSAKDAHMANE 2012)

A pele por possuir funccedilatildeo protetora eacute o oacutergatildeo que estaacute mais exposto a

agentes quiacutemicos fiacutesicos e microbioloacutegicos e portanto possui maior tendecircncia de

acumular radicais livres (Hashizume 2004 apud Kammeyer Luiten 2015)

Radical livre eacute toda espeacutecie seja ela orgacircnica ou inorgacircnica que possui

eleacutetrons desemparelhados em sua camada de valecircncia Esta configuraccedilatildeo torna os

compostos muito instaacuteveis com baixa meia-vida e deste modo com reatividade

muito alta (Lushchak 2014) A formaccedilatildeo dos radicais livres pode ocorrer no

citoplasma em membranas e principalmente na mitocondria (Labat-Robert Robert

2014)

Os radicais livres mais comuns encontrados na pele satildeo as Espeacutecies

Reativas de Oxigecircnio (ERO) que podem ser radicalares- como radicais hidroxila

(HO) radicais superoacutexido (O2-) radicais peroxila e alcoxila (RO2 RO)- ou natildeo

radicalares como oxigecircnio singlete (O2) e peroacutexido de hidrogecircnio(H2O2) e as

Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio (ERN) como NO e espeacutecies reativas de enxofre

(GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Na membrana mitocondrial ocorrem naturalmente as reaccedilotildees de reduccedilatildeo

completa do O2 como demonstra a Figura 2 As reaccedilotildees envolvem a transferecircncia

de quatro eleacutetrons para a formulaccedilatildeo de H2O no entanto sabe-se que as reaccedilotildees

intermediaacuterias podem vir a formar EROs pela reduccedilatildeo incompleta do oxigecircnio

durante o transporte de eleacutetrons (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

24

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014)

O acircnion radical superoacutexido (O2-) formado a partir da primeira reaccedilatildeo de

reduccedilatildeo do oxigecircnio eacute dentre todas as outras ERO a menos reativa e portanto sua

capacidade de causar danos a ceacutelulas ainda natildeo eacute comprovada Contudo em meio

aacutecido este radical sofre a reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo (Equaccedilatildeo 1) formando o peroacutexido

de hidrogecircnio (H 2O2) espeacutecie de meia vida longa que pode reagir com alguns

metais produzindo novas espeacutecies oxidativas (Lushchak 2014)

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014)

Mesmo assim o acircnion radical superoacutexido (O2) possui um papel importante na

funccedilatildeo vital de algumas ceacutelulas pois eacute por meio dele que se formam os radicais

OH aleacutem de ser essencial para o seu organismo de defesa (BARREIROS DAVID

DAVID 2006)

O radical hidroxila (OH) eacute entre os jaacute citados o que possui menor tempo de

meia vida isto significa que ele possui uma instabilidade eletrocircnica muito maior que

os outros Deste modo eacute capaz de capturar mais eleacutetrons de outras moleacuteculas e

portanto causar danos maiores e mais rapidamente que os outros Aleacutem disso

possui a capacidade de reagir com aminoaacutecidos aacutecido desoxirribonucleacuteico aacutecidos

25

ribonucleacuteicos e aacutecidos orgacircnicos bem como inativar diversas proteiacutenas por meio da

oxidaccedilatildeo do grupo sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) (Prior 2015)

O ataque a aminoaacutecidos atinge principalmente a cisteiacutena histidina triptofano

metionina fenilalanina podendo gerar clivagem de ligaccedilotildees fazendo com que

ocorra a perda da atividade enzimaacutetica dificuldade no transporte ativo atraveacutes

de membranas celulares citoacutelise e ateacute a morte celular Todos os aminoaacutecidos

podem perder o hidrogecircnio de sua cadeia ligado ao carboxilato e ao grupo amino

Essa abstraccedilatildeo faz com que ocorra um ataque do radical hidroxiacutelico agrave cadeia

carboxilato do aminoaacutecido causando a perda de gaacutes carbocircnico e formando um

carbono radicalar (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

O radical hidroxila pode ainda reagir com lipiacutedeos ao atacar essas cadeias o

grupo metilecircnicoalilico fica suscetiacutevel a outros ataques tornando-se um radical livre

Esse carbono radicalar formado pode facilmente gerar o radical lipiacutedeo-peroxila

atacando a proteiacutena das membranas e gerando danos as ceacutelulas (BARREIROS

DAVID DAVID 2006)

Este tipo de radical pode ser formado por intermeacutedio de dois tipos de reaccedilatildeo

A primeira (Figura 4A) eacute determinada por exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante que

em frequente contato com as ceacutelulas da pele pode levar a formaccedilatildeo de

cacircncer em seres humanos A segunda (Figura 4B) ocorre devido agrave presenccedila de

metais de transiccedilatildeo no organismos (como Fe2+e Cu+) que reagem com o peroacutexido

de hidrogecircnio pela reaccedilatildeo de Fenton (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

26

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de Kammeyer Luiten

(2015)

O radical hidroperoxiacutela (HO2) eacute a forma protonada do radical superoacutexido e

segundo Kammeyer e Luiten (2015) eacute mais reativo e tem maior poder de destruiccedilatildeo

das ceacutelulas

A pele possui seu proacuteprio sistema antioxidante que busca reduzir os danos

causados por esses radicais livres A superoacutexido desmutase por exemplo eacute capaz

de converter o radical superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio evitando a accedilatildeo deste

como radical livre A catalase e a glutationa peroxidase satildeo tambeacutem antioxidantes

em destaque pois satildeo capazes de realizar a decomposiccedilatildeo do H2O2 e assim

formar aacutegua e oxigecircnio Apesar disso as fontes exoacutegenas de radicais livres vecircm

acelerando o processo de envelhecimento e assim torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de fontes exoacutegenas de antioxidantes para combater esses radicais (GUARATINI

MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Oliveira et al (2009) por exemplo estabeleceram uma relaccedilatildeo entre o

consumo excessivo de produtos como gorduras trans fumo aacutelcool accediluacutecar entre

outros com problemas envolvendo estresse oxidativo Observam tambeacutem que

quanto maior o consumo de frutas e verduras menor a probabilidade de

desenvolvimento de doenccedilas

27

Estudos recentes relacionam os haacutebitos alimentares inadequados ao aumento

de ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas (FARIA SANTOS VIANNA 2006) Por sua vez

Guaratini Medeiros e Colepicolo (2007) relatam que o envelhecimento cutacircneo pode

ser catalisado pela presenccedila de espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio nos

tecidos cutacircneos levando a mutaccedilotildees das estruturas normais da pele Devido a isto

sugere-se a aplicaccedilatildeo tanto oral como toacutepica de antioxidantes como estrateacutegia para

a proteccedilatildeo e cuidado da pele

Qualquer alteraccedilatildeo nas funccedilotildees normais das ceacutelulas da pele resulta em uma

seacuterie de mudanccedilas que iratildeo impactar no envelhecimento cutacircneo Satildeo elas a perda

de funccedilatildeo tensora e retraacutetil o aumento da fragilidade a diminuiccedilatildeo nos sistemas de

resposta de cicatrizaccedilatildeo perda de firmeza modificaccedilatildeo na pigmentaccedilatildeo reduccedilatildeo do

colaacutegeno e fibras reduccedilatildeo na quantidade de ceacutelulas de Langerhans (Kammeyer

Luiten 2015)

Antioxidantes importantes adquiridos na dieta agem como inibidores da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica na pele Algumas substacircncias tecircm se mostrado importantes

para essa suplementaccedilatildeo como α- tocoferol aacutecido ascoacuterbico Vitamina E

Carotenoacuteides (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

22Cacau e Chocolate

Teobroma cacao eacute uma espeacutecie vegetal originaacuteria da Ameacuterica do Sul que

cresce principalmente entre os troacutepicos de Cacircncer e Capricoacuternio As principais

espeacutecies satildeo Criolllo Forastero Trinitaacuterio e Nacional sendo a mais comum no Brasil

a Forastero Seu fruto o cacau eacute largamente utilizado pelo mundo principalmente

na produccedilatildeo de chocolates (AFOAKWA 2010)

O cacau eacute amplamente estudado sendo que registros demonstram o uso

deste fruto desde 1400 dc Os astecas e maias o utilizavam para a produccedilatildeo de

chocolatl uma bebida muito conhecida na eacutepoca que tinha em sua foacutermula aacutegua

cacau e temperos Em 1520 esta bebida foi exportada para a Espanha onde

passou a ser adoccedilada com mel (AFOAKWA 2010)

28

Em 1536 foi realizado o primeiro registro do uso de cacau e chocolate para

fins terapecircuticos pelo professor da Faculdade de Santa Cruz M de La Cruz Seu

estudo contemplava a confirmaccedilatildeo destes produtos para tratamento de constipaccedilatildeo

problemas dentaacuterios entre outras doenccedilas (LIPPI 2009)

Atualmente diversos estudos sobre o cacau relacionam sua alta capacidade

antirradicalar com sua grande concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos Oliveira (2011)

por exemplo identificou a capacidade antirradicalar (meacutetodo DPPH) a composiccedilatildeo

de fenoacutelicos (meacutetodo de Folin-Ciocalteu) e flavonoides (meacutetodo colorimeacutetrico) de

cacau cultivado na Bahia sendo amostras natildeo fermentadas fermentadas nibs e

liquor de cacau Neste estudo encontrou-se uma alta taxa de compostos fenoacutelicos

(30143 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (21403 plusmn065 mgg-1) em maior concentraccedilatildeo

nos nibs de cultivo orgacircnico quantidade se mostrou alta para fenoacutelicos (28463 plusmn

322 mgg-1 23332 plusmn 033 mgg-1 19595 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (19785plusmn 033

mgg-1 17363plusmn 043 mgg-1 12879 plusmn 095 mgg-1) em cacau fermentado e natildeo

fermentado de cultivo orgacircnico e liquor respectivamente A capacidade

antirradicalar determinada pelo meacutetodo DPPH demonstrou um alto potencial

dessas amostras de neutralizar radicais livres Calculadas em IC50 ou seja a

capacidade de diminuir em 50 a concentraccedilatildeo inicial do DPPH as amostras de

nibs se confirmaram como as com maior capacidade antirradicalar (422plusmn064

microgmL-1mv-1) ficando agrave frente das natildeo fermentadas (643plusmn133microgmL-1mv-1 ) das

fermentadas (706plusmn085 microgmL-1mv-1) e do liquor de cacau (767 plusmn105 microgmL-1mv-

1) O estudo tambeacutem revelou valores para cultivo convencional para todas as

amostras e provou que o tipo de cultivo pode gerar diferenccedilas de formaccedilatildeo de

fenoacutelicos e flavonoides no cacau

Um trabalho realizado por Delonga e Mazor (2009) investigou os

componentes quiacutemicos por CLAE do liquor de cacaus originaacuterios de seis diferentes

paiacuteses Equador Gana Madagascar Meacutexico Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Venezuela

Atraveacutes deste estudo foi identificada a presenccedila de flavan-3-ol (-)-epicatequiacutena (+)-

catequina e derivados do aacutecido cafeiacuteco em todas as amostras No entanto natildeo foi

identificada a (-)- galocatequina nas amostras de Gana e da Venezuela bem como a

(-)-epigalocatequina natildeo foi identificada em amostras do Meacutexico e da Venezuela

Em termos quantitativos foram encontradas maiores quantidades de compostos

fenoacutelicos nas amostras de liquor de Madagascar sendo a sequecircncia decrescente a

29

seguinte MadagascargtMeacutexicogt Equadorgt Venezuela gt Satildeo Tomeacutegt Gana Esses

resultados comprovam natildeo soacute a presenccedila de fenoacutelicos no cacau como tambeacutem a

influecircncia das variedades de cacau condiccedilotildees de cultivo e fermentaccedilatildeo na formaccedilatildeo

de maiores ou menores quantidades de compostos fenoacutelicos

Um dos mais vendidos produtos originaacuterios do cacau eacute o chocolate Segundo

a RDC no 264 de 22 de setembro de 2005 emitido pela Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria o chocolate eacute definido como

ldquoo produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L) massa (ou pasta ou liquor) de cacau cacau em poacute e ou manteiga de cacau com outros ingredientes contendo no miacutenimo 25 (g100 g) de soacutelidos totais de cacau O produto pode apresentar recheio cobertura formato e consistecircncia variadosldquo

Dependendo de sua quantidade de cacau leite e manteiga de cacau o

chocolate pode ser distribuiacutedo em trecircs categorias primaacuterias amargo ao leite e

branco que por diferenccedilas em sua composiccedilatildeo apresentam diferentes valores

caloacutericos e quantidade de flavonoides como demonstra a Figura 5 (AFOAKWA

2010)

(

Uma formulaccedilatildeo de chocolate eacute basicamente formada por manteiga de cacau

liquor de cacau accediluacutecar emulsificante (geralmente lecitina de soja ou PGPR-

A 132 kcal30g

951 mg de flavonoides40g

B 160 kcal30g

394 mg de flavonoides40g

C 163 kcal40g

Natildeo possui massa de cacau

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010)

30

poliglicerol poliricenolato ou uma combinaccedilatildeo de ambos) e leite em poacute (GARTI

WIDLAK 2012)

O leite em poacute eacute utilizado no chocolate para agregar sabor e valor nutricional

ao produto O chocolate ao leite eacute um dos mais consumidos no Brasil (ABICAB

2014) O leite eacute geralmente composto por caseiacutena e proteiacutenas do soro que atuam

como surfactantes no chocolate modificando sua viscosidade e textura O leite

ainda eacute conhecido por sua propriedade em reduzir o efeito de fat bloom devido as

caracteriacutesticas de sua gordura (AFOWAKA PATERSON FOWLER 2007)

O emulsificante mais comum utilizado na induacutestria de chocolates eacute a lecitina

de soja Por possuir uma parte hidrofiacutelica e outra hidrofoacutebica essa substacircncia tem

afinidade tanto com a gordura quanto com a aacutegua unindo portanto as duas fases e

assim garantindo estabilidade dos produtos Aleacutem disso a lecitina pode

proporcionar plasticidade suavidade e antiaderecircncia ao produto aleacutem de contribuir

para o aroma (AFOWAKA 2010) Eacute conhecido tambeacutem que a lecitina possui a

propriedade de reduzir o fat bloom processo no qual haacute a migraccedilatildeo da gordura para

a superfiacutecie (BECKETT 2009)

A manteiga de cacau eacute a principal gordura utilizada como fase contiacutenua nos

chocolates servindo como seu principal dispersante (LANNES GIOIELLI1998) A

manteiga de cacau eacute formada por diferentes aacutecidos graxos sendo sua composiccedilatildeo

distinta para cada regiatildeo geograacutefica (LIPP et al 2000) Os mais importantes

compostos encontrados na manteiga de cacau satildeo os triacilgliceroacuteis Cis-mono-

insaturados (TAG) jaacute que estes satildeo os principais responsaacuteveis pela percepccedilatildeo do

sabor (PESCHAR et al 2004)

Os TAGs correspondem de 40 a 50 da composiccedilatildeo da manteiga de cacau

sendo que entre estes trecircs compostos satildeo mais abundantes 2-oleil-1-palmitoil-3-

estearilglicerol (POS) com 35 13-diesteroil-2-oleilglicerol (SOS) com 23 e 13-

dipalmitoil-2-oleoilglicerol (POP) com 15 (SCHENK PESCHAR 2004)

O sabor a textura e o derretimento na boca satildeo influenciados pela estrutura

cristalina que eacute formada durante a temperagem do chocolate (PESCHAR et al

2004) Os TAGs sob diferentes pontos de fusatildeo podem possuir polimorfos distintos

como demonstrado no Quadro 1 (RAY et al 2011) A diferenccedila entre algumas

destas estruturas eacute perceptiacutevel tanto visualmente no chocolate quanto no paladar

31

A forma V eacute a mais desejada por suas caracteriacutesticas de ser estaacutevel em

temperatura ambiente se tornar liacutequida na temperatura da boca e possuir

propriedades mecacircnicas excelentes A forma V pode ser facilmente convertida para

a forma VI com o passar do tempo de armazenamento esta por sua vez eacute menos

estaacutevel A forma VI eacute a responsaacutevel pelo fat bloom em chocolates e deve ser evitada

(BRICKNELLHARTAL 1998 apud JAMESSMITH 2009) Jaacute a forma I eacute muito

instaacutevel e se transforma facilmente na forma II que por sua vez tem a tendecircncia de

se passar para a forma III e IV (AFOAKWA2010)

O fat bloom eacute o defeito mais comum que pode ocorrer no chocolate Este

fenocircmeno ocorre quando haacute a migraccedilatildeo da gordura para a superfiacutecie do chocolate

deixando-o com uma peliacutecula branca e alterando sabor brilho e textura Indesejaacutevel

nos chocolates existem diversas maneiras para evitar o fat bloom sendo que a mais

conhecida eacute a utilizaccedilatildeo de leite em poacute que reduz a formaccedilatildeo da forma V

(LONCHAMPT HARTEL 2004)

Quadro 1 Polimorfos da manteiga de cacau suas nomenclaturas segundo diferentes autores e seus respectivos pontos de fusatildeo (Retirado de Garti Widlak 2012)

Willie e Lutton (1996) Larsson (1966) Van malssen et al (1999) Ponto de fusatildeo (0C)

I βacute3 γ 173

II α-2 α 233

III β acute2-2 β acute 255

IV β acute1-2

275

V β acute2-3 β -V 338

VI β acute1-3 β -IV 364

23Brassica oleracea (couve)

A couve ou couve manteiga eacute um alimento largamente consumido no Brasil

Somente no estado de Satildeo Paulo no ano de 2015 a plantaccedilatildeo foi de 1200

hectares (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

32

Esta hortaliccedila eacute cultivada em qualquer eacutepoca do ano e eacute conhecida

principalmente por suas propriedades funcionais e altos valores de vitaminas

minerais e fibras (STEINDAl et al 2015)

Ayaz et al (2007) realizaram um estudo de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos

compostos fenoacutelicos na couve Foram encontrados nove diferentes tipos de aacutecidos

fenoacutelicos gaacutelico protocatecuico p-hidroxibenzoacuteico vaniacutelico saliciacutelico p-cumaacuterico

cafeacuteico feruacutelico e sinaacutepico

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos satildeo compostos fenoacutelicos formados por uma

cadeia de nove carbonos como demonstra a Figura 6 Essa classe estaacute presente

em muitos vegetais e frutos e satildeo conhecidos por sua bioatividade e poder

antirradicalar (Razzaghi-Asl et al 2013)

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido feruacutelico eacute o composto mais abundante na couve (169 ngg livres e

170 ngg PS - Peso seco - como eacutesteres) Possui em sua estrutura quiacutemica um anel

aromaacutetico com um grupo hidroxiacutelico um grupo metoxiacutelico e uma cadeia lateral com

trecircs aacutetomos de carbono como uma funccedilatildeo de aacutecido carboxiacutelico (GRAFF 1992) e

por isso eacute caracterizado como um possiacutevel sequestrador de radicais livres

Foi encontrado que este aacutecido possui 8142 plusmn 051 (3 mgL) de capacidade

antirradicalar contra o radical DPPH Aleacutem disso possui comprovadamente atividade

33

contra os radicais- peroacutexido de hidrogecircnio superoacutexido hidroxila e dioacutexido de

nitrogecircnio (SEVGI TEPE SARIKURKCU 2015)

O aacutecido cafeico eacute tambeacutem um dos mais abundantes fenoacutelicos presentes na

couve (2040 ngg FW em glicosiacutedeos e 2640 ngg FW em eacutesteres) Sua estrutura

quiacutemica eacute formada por um anel benzecircnico ligado a um grupo metoxihidroxila e um

grupo hidroxila (RAMALHO JORGE 2006)

Sevgi et al (2015) determinaram a capacidade antirradicalar deste composto

por meio de meacutetodos in vivo sob diferentes concentraccedilotildees Como resultado o aacutecido

cafeico se mostrou capaz de sequumlestrar 8335 plusmn 057 de radicais livre DPPH na

concentraccedilatildeo de 03 mgmL Esse estudo tambeacutem revelou a efetividade deste

componente na eliminaccedilatildeo de radicais como acircnion superoacutexido um alto poder

redutor e alto poder de quelar metais

O aacutecido p-cumaacuterico (593 ngg e 591 ngg em eacutesteres) eacute um derivado do

aacutecido cinacircmico muito utilizado nas induacutestrias quiacutemicas de alimentos farmacecircutica e

cosmeacutetica Eacute conhecido principalmente por suas caracteriacutesticas redutoras de LDL

(lipoproteiacutena de baixa densidade) e antimicrobianas (KILICcedil YESILOGHU 2013)

Foi encontrado que o aacutecido p-cumaacuterico tem a capacidade de inibir 712 da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica de uma emulsatildeo de aacutecido linoleico (45 microgmL) aleacutem de

efetividade contra eliminaccedilatildeo de radicais DPPH acircnion superoacutexido peroacutexido de

hidrogecircnio e a capacidade de reduzir iacuteons feacuterricos e ferrosos (Fe3+ e Fe2+) (KILICcedil

YESILOGHU 2013)

O aacutecido sinaacutepico (187 ngg FW e 155 ngg FW em eacutesteres) eacute um derivado de

aacutecido cinacircmico Estudos revelaram que esta substacircncia eacute capaz de inibir 332 o

radical DPPH sob a concentraccedilatildeo de 20 microM (KIKUZAKI et al 2002)

Facilmente encontrados na natureza os aacutecidos hidroxi-benzoicos satildeo

compostos fenoacutelicos que possuem 7 aacutetomos de carbono como demonstra a Figura

7 (SOARES 2002) Geralmente apresentam-se como eacutesteres de aacutecidos orgacircnicos

ou glicosiacutedeos Na aacuterea alimentiacutecia esses compostos podem influenciar na

estabilidade cor sabor valor nutricional e bioatividade (CHENHO 1997)

34

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido gaacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) eacute um polifenol

encontrado em muitas espeacutecies vegetais Muito utilizado na induacutestria alimentiacutecia e

cosmeacutetica esse composto eacute conhecido por evitar a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e

deterioraccedilatildeo dos produtos (YEN DUH TSAI 2002)

A capacidade antirradicalar deste aacutecido eacute comprovada por Zhang et al

(2015) Seus experimentos revelaram que o aacutecido gaacutelico possui um IC50 de 363 plusmn

20 micromolL para neutralizar o radial livre DPPH 662 plusmn 16 de oxidaccedilatildeo antilipiacutedica

O aacutecido protocatequiacutenico (178 ngg e 22 ngg FW em eacutesteres) foi avaliado por

Sevgi et al (2015) segundo sua capacidade antirradicalar pelo meacutetodo do DPPH e

por sua capacidade de quelar metais Os resultados revelaram uma capacidade de

6537 plusmn 005 (03 mgmL) de sequumlestrar o radical DPPH e 2617 plusmn 086 de efeito

como quelante

O aacutecido saliciacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) demonstrou baixos

resultados em capacidade antirradicalar (011) pelo meacutetodo de DPPH e nenhum

resultado para peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e eliminaccedilatildeo do peroacutexido de hidrogecircnio (SROKA

CISOWKI 2003)

A couve possui tambeacutem valores nutricionais interessantes para o consumo

como demonstra o Quadro 2

35

Quadro 2 Valores nutricionais da couve em 100 g e porcentagem de dose

diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por

100g Porcentagem da

RDA

Aacutegua g 8404 -

Energia kcal 49 -

Proteiacutena g 428 856

Total lipiacutedeos g 093 -

Carboidratos g 875 292

Fibras g 36 144

Accediluacutecares g 226 -

Minerais

Caacutelcio mg 150 15

Ferro mg 145 816

Magneacutesio mg 47 0368

Foacutesforo mg 92 92

Potaacutessio mg 491 1403

Soacutedio mg 38 158

Zinco mg 038 54

Vitaminas

Vitamina C mg 120 200

Tiamina mg 011 733

Riboflavina mg 013 76

Niacina mg 1 5

Vitamina B6 mg 0271 1355

Aacutecido Foacutelico microg 141 3225

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 500 8333

Vitamina E mg 154 154

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 7048 880

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0091 0455

Aacutecidos graxos insaturados g 0052 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0338 -

Colesterol mg 0 -

36

24 Vitis vinifera (Uva)

A uva eacute largamente produzida no estado de Satildeo Paulo como por exemplo

em Campinas onde foram plantados em 2015 mais de 22 milhotildees de peacutes

(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

A uva pode ser dividida basicamente em trecircs espeacutecies- a Vitis vinifera Vitis

labrusca e Vitis rotundifolia sendo diferenciadas principalmente pelo local de cultivo

Cada uma destas espeacutecies possui composiccedilotildees diferentes e portanto distintas

quantidades de flavonoides (XIA 2010)

Liang et al (2011) realizaram um estudo dos perfis de polifenoacuteis em frutos

maduros de Vitis vinifera Neste estudo se identificou 36 compostos fenoacutelicos sendo

16 antocianinas dois aacutecidos hidroxibenzoacuteicos seis aacutecidos hidroxicinacircmicos seis

flavonoacuteis e seis flavonoides As antocianinas satildeo compostos presentes em vegetais

responsaacuteveis pela coloraccedilatildeo Quanto mais escura eacute a uva maior eacute a quantidade de

antiocianinas desta As principais antocianinas presentes na uva satildeo cianidina

delfinidina petunidina peonidina e malvidina sendo que esta uacuteltima e seus

derivados representam 68 das antocianinas totais Os principais flavonoides

identificados nos estudos de Liang (2011) foram prociadinina B1 B2 catequina e

derivados sendo a prociadinina a mais abundante apresentando 64 da

quantidade total de flavonoides Quanto aos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos e cinacircmicos

tem-se como mais abundantes o aacutecido gaacutelico e o aacutecido vaniliacutenico sendo este uacuteltimo

o mais abundante representando 70 dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos

O principal componente estudado na uva no entanto eacute o resveratrol Esse

composto eacute um polifenol encontrado na semente de uva sua estrutura eacute

demonstrada na Figura 8

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol

37

Gulccedilin (2010) realizou um estudo das propriedades antioxidantes do

resveratrol Esse estudo revelou que esse componente tem a capacidade de inibir

891 da peroxidaccedilatildeo lipiacutedica do aacutecido linoleico a 30 microgmL Aleacutem disso se mostrou

eficaz quanto agrave capacidade antirradicalar frente ao DPPH radical superoacutexido e

peroacutexido de hidrogecircnio Tambeacutem se mostrou eficiente no poder redutor e atividades

quelantes do Fe2+

A capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH foi determinada por

Vlachogianni et al (2015) Segundo este estudo o resveratrol possui IC50 de 85 plusmn

27 microM de capacidade de sequestrar radicais DPPH o que comprova o alto poder

antirradicalar deste componente

Estudos a respeito dos efeitos beneacuteficos agrave sauacutede tecircm sido relatados incluindo

efeitos anti-cacircncer antiviral neuroprotetor anti-envelhecimento anti-inflamatoacuterio

Sugere-se que estes efeitos beneacuteficos para os ensaios in vitro demonstram o

potencial deste composto

Aleacutem de componentes antioxidantes a uva possui valores nutricionais

interessantes como demonstrado na Quadro 3

38

Quadro 3 Valores nutricionais da uva em 100 ge porcentagem de dose diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA

NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por 100g Porcentagem da RDA

Aacutegua g 813 -

Energia Kcal 67 -

Proteiacutena g 063 126

Total lipiacutedeos g 035 -

Carboidratos g 1715 572

Fibras g 09 26

Accediluacutecares g 1625 -

Minerais

Caacutelcio mg 14 14

Ferro mg 029 161

Magneacutesio mg 5 125

Foacutesforo mg 10 1

Potaacutessio mg 191 546

Soacutedio mg 2 833

Zinco mg 004 027

Vitaminas

Vitamina C mg 4 667

Tiamina mg 0092 613

Riboflavina mg 0057 335

Niacina mg 03 15

Vitamina B6 mg 011 55

Aacutecido Foacutelico microg 4 1

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 100 2

Vitamina E mg 019 063

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 146 1825

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0114 017

Aacutecidos graxos insaturados g 0014 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0102 -

Colesterol mg 0 -

39

3OBJETIVOS

31Geral

Desenvolver chocolates com adiccedilatildeo de propriedades funcionais com a adiccedilatildeo

de folhas de Brassica oleraceae e frutos de Vitis vinifera

32Especiacuteficos

1 Formular chocolates ao leite sem e com adiccedilatildeo de couve ou uva

2 Determinar as propriedades fiacutesico-quiacutemicas dos chocolates formulados

3 Avaliar a estrutura dos produtos formulados por meio de anaacutelises reoloacutegica e

de textura

4 Avaliar a capacidade antirradicalar das formulaccedilotildees

5 Realizar testes sensoriais que comprovem a aceitaccedilatildeo dos produtos pelos

consumidores bem como intenccedilatildeo de compra

40

4MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho

Mateacuteria Prima Fornecedor Paiacutes

Liquor de cacau Cargill Brasil

Manteiga de cacau Cargill Brasil

Leite em poacute integral Italac Brasil

Leite em poacute desnatado Molico Brasil

Vanilina Mix Brasil

Reagentes Fornecedor Paiacutes

Metanol Synth Brasil

Acetona Vetec Brasil

Reagente DPPH Merck Brasil

Reagente Folin-ciocauteau Merck Brasil

Reagente ABTS Merck Brasil

Aacutecido cloriacutedrico Synth Brasil

Aacutecido sulfuacuterico Synth Brasil

Kit de enzimas para anaacutelise de fibras Megazyme EUA

Eacuteter de petroacuteleo Synth Brasil

Acetona grau HPLC Tedia Brasil

Aacutecido foacutermico grau HPLC Sigma Brasil

Os equipamentos utilizados durante o trabalho foram

Liofilizador (Edwards do Brasil Brasil)

Equipamento universal tipo moinho de bolas WA-FA20

(Mazzetti Itaacutelia)

Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Agitador de peneiras (Produtest Brasil)

Espectrofotocircmetro (Spectrum Meter Brasil)

Espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent

Technology EUA)

CLAE-DAD (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA)

Reocircmetro (Rheotest 31)

41

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva

As amostras de couve manteiga (Brassica oleraceae) e uva ndash variedade

Summer Royal (Vitis vinifera) (aproximadamente 2 kg de cada) foram adquiridas em

um mercado em Satildeo Paulo no bairro Butantatilde Para iniacutecio do tratamento das frutas e

folhas utilizou-se Hidrosterilreg bactericida utilizado para higienizaccedilatildeo de verduras e

vegetais cuja accedilatildeo eacute comprovada pela ANVISA Tanto as folhas quanto as frutas

foram deixadas imersas nesta soluccedilatildeo (20 gotas a cada 1 L instruccedilatildeo da

embalagem do produto) por 15 minutos

Depois de higienizadas a couve e a uva passaram por uma remoccedilatildeo do

excesso de aacutegua utilizando-se uma centriacutefuga secadora de hortaliccedilas (Utility Brasil)

Das couves secas retirou-se o talo restando somente as folhas que

posteriormente foram picadas com faca e armazenadas em frascos de vidro com

tampa Cada amostra passou em diferentes dias pelo processo de liofilizaccedilatildeo Foi

efetuada pesagem antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo em todas as amostras

Das uvas retirou-se o caule restando somente as frutas Estas foram

processadas em liquidificador e armazenadas em placas de Petri (80x15mm) As

uvas passaram pelo processo de liofilizaccedilatildeo pesando-se todas as amostras antes e

apoacutes a liofilizaccedilatildeo

O congelamento foi realizado logo em seguida em ultrafreezer (Tectalmaq

Brasil) a -88degC A liofilizaccedilatildeo foi realizada em um equipamento Modelo OS 3728

(Edwards do Brasil Brasil) em temperatura de 50ordmC e pressatildeo de 10-3 mbar

Apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo a couve foi triturada em um termomixer

Vorwerk (Brasil) O poacute resultante foi armazenado em recipiente de vidro com tampa

e guardado sob-refrigeraccedilatildeo

A uva apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo foi moiacuteda com o auxiacutelio de um

almofariz de porcelana e armazenada entatildeo em recipiente de vidro com tampa Os

recipientes foram armazenados sob refrigeraccedilatildeo

42

43Produccedilatildeo do chocolate

Os chocolates foram formulados em equipamento tipo universal com moinho

de bolas WA-FA20 (Mazzetti Itaacutelia) O tempo de processo foi de 2 horas seguindo o

cronograma abaixo para adiccedilatildeo de mateacuterias primas

Fluxograma 1 Processo utilizado para fabricaccedilatildeo do chocolate

Os chocolates com adiccedilatildeo de uva foram realizados conforme o Fluxograma 1

poreacutem ao final do processo utilizou-se um misturador planetaacuterio encamisado com

controle de temperatura e de velocidade (MODELO BP500 ERLI Brasil) para

adicionar-se a uva O tempo deste processo foi de 30 minutos para cada chocolate e

a temperatura utilizada foi de 45 plusmn 2ordmC a 40 rpm

As formulaccedilotildees satildeo demonstradas na Tabela 2

Iniacutecio do processo Adiccedilatildeo de 75 da manteiga de

cacau

Adiccedilatildeo de liquor de cacau e todos os poacutes ( leite e

couve)

Apoacutes 1hora de processo Adiccedilatildeo de 50 da lecitina

de soja e 25 da manteiga de cacau

Apoacutes 1h30min de processo Adiccedilatildeo de 50

da lecitina de soja e Vanilina

Apoacutes 2h de processo Retirada da massa de

chocolate- fim do processo

43

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de

chocolate sendo a foacutermula 1 a controle a foacutermula 2 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva

Ingredientes Foacutermula

1 Foacutermula

2 Foacutermula

3

Accediluacutecar 37 365 3535

Manteiga de cacau 25 245 245

Liquor de cacau 16 16 16

Leite em poacute integral 11 11 11 Leite em poacute desnatado 102 102 102

Lecitina de soja 05 05 05

Vanilina 03 03 03

Couve liofilizada - 1 -

Uva liofilizada - -- 215

A porcentagem de cada mateacuteria prima foi determinada a partir da quantidade

de gordura a fim de obter valor aproximado a 35 de gordura no produto final

A temperagem foi realizada de forma manual As amostras foram aquecidas

ateacute a temperatura de 45 oC e resfriadas sob agitaccedilatildeo com espaacutetula em mesa de

pedra ateacute temperatura de 29oC sendo rapidamente enformadas e levadas agrave

refrigeraccedilatildeo a 9 degC por 30 min desenformadas acondicionadas em bandejas de

isopor e recobertas em filme PVC

A curva de resfriamento da manteiga de cacau e a temperagem foram

avaliadas em Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Os chocolates apoacutes a produccedilatildeo foram armazenados em cacircmara climaacutetica

(NOVA EacuteTICA Brasil) com circulaccedilatildeo de ar a 20ordmC e 60 de umidade por 3 meses

44

44Granulometria

Para o ensaio de distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da couve liofilizada foi utilizado

um agitador de peneiras Produtest (Brasil) As peneiras utilizadas satildeo demonstradas

na Tabela 3

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria

Designaccedilatildeo ABNT Abertura da malha (mm)

20 085

25 071

30 059

40 042

50 0297

60 025

As peneiras foram colocadas em ordem decrescente de abertura de malha

de cima para baixo

Foi pesada 5 g de amostra e colocada na primeira peneira do jogo O

equipamento foi ligado por 5 minutos com amplitude de 16 mm de vibraccedilatildeo e 3600

vibraccedilotildees por minuto

A porcentagem de material retido foi determinada a partir da Equaccedilatildeo 3

Equaccedilatildeo 3 Determinaccedilatildeo do material retido na paneira

x 100

Sendo

Mi= Material retido na peneira i em

mi= massa do material retido na peneira i

m0= massa da amostra

45

45Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute

As anaacutelises de gordura e proteiacutena para os leites em poacute foram realizadas em

triplicata pelo analisador de leite eletrocircnico- Ekomilk modelo Kam9 8-2ordf (CapLab

Brasil) Os leites em poacute Integral e desnatado foram dissolvidos em aacutegua filtrada

conforme recomendado na embalagem (20 g200 mL)

46Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar

461Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos

Foram realizadas duas metodologias diferentes de extraccedilatildeo a fim de verificar

a que possui maior efetividade na extraccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos para a couve

A primeira extraccedilatildeo foi baseada no meacutetodo descrito por Laurrauri et al (1997)

com modificaccedilotildees Em um beacutequer de 100 mL adicionou-se 1 g de amostra e 40 mL

de metanol 50 Apoacutes homogeneizaccedilatildeo foi deixada em repouso agrave temperatura

ambiente por 60 minutos e entatildeo foi centrifugada a 15000 rpm durante 15 minutos

O sobrenadante foi transferido para o balatildeo volumeacutetrico de 100 mL Foi adicionado

ao resiacuteduo restante 40 mL de acetona 70 homogeneizado e deixado em repouso

em temperatura ambiente por 60 minutos Novamente se centrifugou a 15000 rpm

durante 15 minutos O sobrenadante foi transferido para o mesmo balatildeo volumeacutetrico

contendo o primeiro sobrenadante e o menisco foi completado para 100 mL com

aacutegua destilada e logo apoacutes armazenado em frasco acircmbar

A segunda extraccedilatildeo foi baseada no trabalho descrito por Genovese e Lannes

(2010) onde 05 g da amostra foi adicionada a 20 mL de metanolaacutegua na proporccedilatildeo

7030 utilizando um ultraturrax Marconi (BRASIL) por 1 minuto em velocidade 4 e

46

banho de gelo Filtrou-se o extrato utilizando-se papel de filtro e o extrato resultante

foi armazenado em vidro acircmbar

A Figura 9 demonstra as duas formas de extraccedilatildeo utilizadas

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve

Tendo em vista a obtenccedilatildeo de melhores resultados de aproveitamento na

extraccedilatildeo descrita por Genovese e Lannes (2010) as amostras de uva (liofilizada e in

natura) dos chocolates (ao leite com couve com uva) e do liquor de cacau foram

extraiacutedas somente por esse meacutetodo

Para determinaccedilatildeo do melhor solvente para extraccedilatildeo foram utilizadas para a

uva liofilizada os seguinte solventes extratores acetona acetona acidificada

(sendo acetona 70 com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol e metanol

acidificado (sendo metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv

47

462Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do potencial

antirradicalar de couve uva e liquor de cacau

O meacutetodo da capacidade sequestradora frente ao DPPH foi realizado com

base no trabalho descrito por Sanchez-Moreno (2002) com modificaccedilotildees

A partir de uma soluccedilatildeo estoque de 60 microM de DPPH em aacutelcool metiacutelico a

curva padratildeo foi construiacuteda com diluiccedilotildees de 10 20 30 40 50 e 60 microM em ambiente

protegido pela luz Os resultados obtidos foram tratados no Microsoft Excel

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar frente ao DPPH utilizou-se

sete diferentes diluiccedilotildees das amostras (5 10 20 30 40 50 e 60 ) Em uma

cubeta com caminho oacutetico de 10 mm adicionou-se 0075 mL da amostra e 2925 mL

de DPPH agitando a soluccedilatildeo resultante Para a soluccedilatildeo controle foi utilizada a

mistura de 01 mL de soluccedilatildeo controle (metanol 70) e 39 mL de DPPH Como

branco foi utilizado o aacutelcool metiacutelico

As mediccedilotildees foram realizadas a 515 nm em um espectrofotocircmetro Spectrum

Meter (Brasil) em triplicata e protegidos da luz Os resultados de absorbacircncia foram

anotados a cada 5 minutos por meia hora Os dados resultantes foram tratados por

Microsoft Excel

Os resultados dessa anaacutelise foram expressos em IC50

463Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar dos chocolates frente ao radical

DPPH foi realizada no Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da

Universidade de Satildeo Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

Para tal foi adicionado 150 microL de soluccedilatildeo estoque DPPH (165 x10-4 micromolL)

e etanol (277-279 mL) em uma cubeta de quarto com caminho oacuteptico igual a

10mm sendo a concentraccedilatildeo final da soluccedilatildeo igual a 80 micromolL A soluccedilatildeo estoque

48

de Trolox foi adicionada a esta cubeta de modo ao volume final de 30 mL bem

como os extratos de chocolate A reaccedilatildeo foi monitorada a 515 nm em

espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30

minutos (OLIVEIRA et al 2014) e medida em triplicata

Os resultados dessas anaacutelises foram expressos de duas formas IC50 e

Trolox Egrave possiacutevel determinar a Trolox plotando-se a variaccedilatildeo de absorbacircncia da

amostra versus as concentraccedilotildees utilizadas (curva padratildeo) O coeficiente angular

resultante eacute comparado com o coeficiente angular do padratildeo trolox

464Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis

A determinaccedilatildeo de polifenoacuteis foi realizada baseada no meacutetodo de Folin

Ciocauteau descrito por Singleton Orthofer e Lamuela-Raventos (1999) com

volume modificado

A curva padratildeo foi construiacuteda a partir de soluccedilotildees diluiacutedas de aacutecido gaacutelico nas

concentraccedilotildees de 50 100 150 250 microgL a partir de uma soluccedilatildeo estoque de 05

mgL

Para determinaccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos 20 microL da amostra foi adicionado

a um balatildeo volumeacutetrico com 5 mL Logo apoacutes acrescentou-se 200 microL do reagente

Folin-Ciocauteau e se homogenizou a mistura Apoacutes o tempo de 1 a 8 minutos

adicionou-se 750 microL de cabonato de soacutedio 20 e o volume foi ajustado Sob abrigo

da luz a soluccedilatildeo resultante foi deixada em repouso por 2h

A leitura apoacutes o periacuteodo de repouso foi realizada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel (Spectrum meter Brasil) em 760 nm e repetida em triplicata

49

465Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar pelo radical ABTS foi realizada no

Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da Universidade de Satildeo

Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

A soluccedilatildeo estoque ABTS foi preparada em base aquosa (192 mg50 mL) e

armazenada em geladeira a 4oC Para oxidaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo e preparaccedilatildeo do

radical ABTSbull+ utilizou-se uma aliacutequota de 5 mL com 88 microL de uma soluccedilatildeo de

persulfato de potaacutessio com concentraccedilatildeo igual a 14 times 10minus5 mol Lminus1 que reagiram

por 16 horas protegido da luz A concentraccedilatildeo resultante da oxidaccedilatildeo foi medida em

Espectrofotocircmetro UV-Visiacutevel a 734 nm

A reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e as amostras foi realizada em cubeta de quartzo com

caminho oacutetico de 10 mm em triplicata Para tal foi adicionado 25 microL de soluccedilatildeo

ABTSbull+ estoque e diferentes quantidades de etanol e soluccedilatildeo estoque de modo a

obter-se a concentraccedilatildeo de 23456 do antirradical de modo ao volume final ser 3

mL As concentraccedilotildees foram testadas e padronizadas a fim de se obter uma curva

padratildeo A anaacutelise foi realizada a 25oC e monitorada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30 minutos a 734 nm

(OLIVEIRA 2014) Todas as amostras foram analisadas em triplicata

466Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE

O perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE foi realizada no

laboratoacuterio de Quiacutemica Orgacircnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie com o

auxiacutelio do Teacutecnico Nei Carlos

A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de Silva e Queiroz (2015)

para compostos fenoacutelicos Utilizou-se como fase moacutevel aacutegua acidificada com 2 de

aacutecido aceacutetico (eluente A) e aacutecido aceacutetico 05Acetonitrila na proporccedilatildeo 5050 (vv)

O gradiente utilizado encontra-se na Tabela 4

50

O extrato utilizado foi evaporado em rotaevaporador (BUCHI EUA) com

agitaccedilatildeo e temperatura controlada (40ordmC) redissolvido em metanol na proporccedilatildeo 1

mg1 mL e entatildeo repassado em uma preacute-coluna C18

As anaacutelises foram realizadas em duplicata em CLAE-DAD (detecccedilatildeo de

diodo) (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA) O fluxo utilizado foi 1mLmin

e o volume de injeccedilatildeo de 40 microL Os comprimentos de onda avaliados foram 260

280 320 e 360 nm

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE

Tempo (min) Eluente A Eluente B

0-20 90 10

20-40 86 24

40-60 70 30

60-65 45 55

65-70 30 70

70-75 25 75

75-80 0 100

47Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo do chocolate foi realizada

em Microcircmetro digital Digimatic Mitutoyo (Mitutoyo EUA) Modelo Seacuterie 293

Determinaccedilatildeo feita com cinco repeticcedilotildees

51

48Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas

481Determinaccedilatildeo de umidade

A umidade foi realizada segundo meacutetodo descrito pelas normas analiacuteticas

AOAC (2000) para teste de umidade de perda de massa em estufa regulada a 105oC

em triplicata

482Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral

O conteuacutedo mineral foi determinado pelo teste de cinzas de perda de massa

em mufla a 550o em triplicata (AOAC2000)

483Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos

Para a hidroacutelise aacutecida do chocolate foi utilizado o meacutetodo descrito por Lannes

(1997) Foram pesados 10 g de amostra previamente moiacuteda e adicionado a um

beacutequer com a mistura de 200 mL de aacutegua destilada com 75 mL de aacutecido cloriacutedrico

37 A mistura foi aquecida com bico de Bunsen por 20 minutos em ebuliccedilatildeo Apoacutes

esse procedimento a mistura foi filtrada com papel de filtro de 24 cm e submetida a

lavagem quantitativa ateacute retirada de todo o aacutecido Ao final levou-se o cartucho

resultante a estufa a 75oC por uma noite

Para a extraccedilatildeo da gordura foi utilizado o meacutetodo com extrator Soxhlet e eacuteter

de petroacuteleo como solvente As anaacutelises foram realizadas em triplicata (AOAC 2000)

52

484Determinaccedilatildeo de proteiacutenas

A determinaccedilatildeo de proteiacutenas foi realizada em triplicata por meacutetodo de micro-

Kjeldahl (AOAC2000)

485Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

Para a determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores foi

utilizada a metodologia de Fehling sendo utilizadas 10g de amostra e as titulaccedilotildees

foram realizadas em triplicata (Instituto Adolfo Lutz 2005)

486Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis

A determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis foi realizada conforme

descrito por AOAC (2000) ensaio enzimo-gravimeacutetrico de fibras com modificaccedilotildees

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura

Os chocolates armazenados a 20˚C e 60 de umidade em cacircmara climaacutetica

com temperatura e umidade controlada foram avaliados segundo sua textura em um

periacuteodo de 1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

Os ensaios de fratura foram realizados em equipamento analisador de textura

TA-XT2 (Stable Micro Systems Reino Unido) com probe HDP3PB a 25 ˚C

Paracircmetros velocidades preacute-teste teste e poacutes-teste 20 mms distacircncia 10 mm

ceacutelula de carga 25 kg Trigger Force 005 N forccedila em compressatildeo - returnto start

53

Os dados foram coletados atraveacutes do programa Texture Expert Exceed ndash

versatildeo 264 (Stable Micro Systems Reino Unido)

Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata com barrinhas de chocolate

temperado de tamanho 90 cm x 25 cm x 13 cm (LANNES 2008)

410Determinaccedilatildeo da reologia

A determinaccedilatildeo de reologia foi realizada em triplicata em reocircmetro rotacional

Rheotest 31 (Alemanha) com banho termostatizado a 40ordmC e probe H1 Foi utilizada

uma rampa com taxa de cisalhamento de 200 s-1 com tempo de 120 s

411Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua

A atividade de aacutegua foi determinada em triplicata em equipamento de

atividade de aacutegua Novasina modelo LabMaster (Novasina Suiacuteccedila) em triplicata

412Avaliaccedilatildeo da Colorimetria

A colorimetria foi determinada em ColorQuestreg XE Hunter Lab com acircngulo

observador de 10ordmC e iluminador D65 em triplicata (ESTELLER ZANCANARO

JUacuteNIOR LANNES 2006)

413Avaliaccedilatildeo sensorial

A avaliaccedilatildeo sensorial foi realizada atraveacutes do teste afetivo de aceitaccedilatildeo global

com escala hedocircnica estruturada de 9 pontos e escala de intenccedilatildeo de compra de 5

54

pontos Os atributos avaliados para as barras foram textura sabor e impressatildeo

global e teste de intenccedilatildeo de compra sendo feito pelos mesmos provadores O

projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da

FCFUSP (no Parecer 1393285) conforme ANEXO A A ficha de avaliaccedilatildeo se

encontra no ANEXO C

As amostras foram preparadas segundo as boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de

produtos alimentiacutecios nos laboratoacuterios de Tecnologia de Alimentos III e Planta Piloto

do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica-FCFUSP

As avaliaccedilotildees foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise Sensorial do

Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica de Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo Foram avaliadas 3 amostras de

chocolate ao leite uma controle uma com couve em poacute e uma com uva em poacute

Os produtos foram preparados no maacuteximo 24 horas antes dos testes e

mantidos em temperatura de 20 degC 60 de umidade ateacute o momento de servir Os

chocolates (aproximadamente 5 g) foram servidos em pratos plaacutesticos contendo as

trecircs amostras do produto (Figura 10) Entre uma amostra e outra os avaliadores

foram instruiacutedos a ingerir aacutegua e biscoito de sabor neutro (aacutegua e sal) para diminuir

a interferecircncia de sabor entre as amostras

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial

55

Recrutamento dos Consumidores

Foram selecionados provadores natildeo treinados que se declarassem

consumidores de chocolates sendo que antes da degustaccedilatildeo os mesmos foram

instruiacutedos a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II)

declarando-se natildeo aleacutergico aos componentes das formulaccedilotildees permitindo o uso da

informaccedilatildeo prestada para seu devido fim e tambeacutem possuidores do direito de

desistir de participar a qualquer momento do teste

Criteacuterios de inclusatildeo

Os consumidores que foram convidados para os testes apresentavam os

seguintes preacute-requisitos

bull Ser maior de idade (acima de 18 anos)

bull De ambos sexos

bull Natildeo apresentar alergia aos componentes das formulaccedilotildees

bull Foram adotados cuidados especiais para evitar que indiviacuteduos

subordinados ou diretamente ligados ao pesquisador natildeo se sentissem obrigados a

participar do estudo

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos da seleccedilatildeo indiviacuteduos que

bull Estivessem em dieta especial

bull Estivessem em tratamento meacutedico

bull Desistissem da participaccedilatildeo apoacutes o iniacutecio da anaacutelise

Casuiacutestica

Para os testes foram recrutadas 90 pessoas alunos e funcionaacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo

56

414 Forma de anaacutelise de resultados

Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e posteriormente de

Tukey em 5 de significacircncia com o software Statistica version 11 (StaSoft EUA) e

com o programa Microsoft Excel (Microsoft EUA)

57

5RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve

511Liofilizaccedilatildeo

A couve foi analisada pela diferenccedila de massas antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo a

fim de verificar a quantidade de aacutegua extraiacuteda e determinar a equivalecircncia entre os

pesos da couve antes e depois deste processo Os resultados revelaram a de

produto liofilizado (989plusmn0369 ) e a porcentagem de aacutegua retirada do produto

liofilizado (9011plusmn0369 )

Estes resultados demonstraram que a quantidade de aacutegua retirada da couve

pelo processo de liofilizaccedilatildeo foi de 90107 plusmn0369 e a o peso da couve liofilizada

correspondeu a 98932plusmn 0369 do peso inicial Estes dados estatildeo de acordo com

o trabalho realizado por Furlani et al (1978) que determinou a quantidade de aacutegua

em diversas frutas e hortaliccedilas Segundo estes autores a couve manteiga

apresentou aproximadamente 89 de aacutegua em sua composiccedilatildeo

Esses resultados foram necessaacuterios para a conversatildeo da quantidade de

couve liofilizada que foi adicionada posteriormente ao chocolate

A desidrataccedilatildeo eacute uma teacutecnica comum utilizada em alimentos pois esta pode

aumentar a vida uacutetil do produto principalmente no caso de frutas e vegetais A

reduccedilatildeo do teor de aacutegua nesses alimentos leva a uma menor atividade

microbioloacutegica o que desacelera o processo de deterioraccedilatildeo desses produtos

(FELLOWS 2000)

A atividade de aacutegua (aw) eacute um paracircmetro que mede a razatildeo entre a pressatildeo

de vapor da aacutegua (Pw) no alimento e a pressatildeo de vapor da aacutegua pura na

temperatura do alimento (P0w) (TOLEDO 2007) dada pela expressatildeo

Aw=

58

A baixa atividade de aacutegua estaacute relacionada com a diminuiccedilatildeo da velocidade

relativa de reaccedilotildees de deterioraccedilatildeo por bacteacuterias auto oxidaccedilatildeo reaccedilotildees

enzimaacuteticas entre outros conforme demonstra a Figura 11 (NESPOLO et al 2015)

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e atividade de aacutegua

(retirado de NESPOLO 2015)

O valor encontrado para atividade de aacutegua da couve em poacute foi 0531plusmn0014

no momento de sua utilizaccedilatildeo para produccedilatildeo do chocolate Este valor segundo a

Figura 11 estaacute relacionado com baixas velocidades de reaccedilotildees enzimaacuteticas e

nenhuma atividade para reaccedilotildees com bacteacuterias leveduras e mofos tornando assim

o produto liofilizado estaacutevel mesmo apoacutes um ano de sua produccedilatildeo Este resultado

tem grande importacircncia pois demonstra que a adiccedilatildeo de couve liofilizada no

chocolate provavelmente natildeo iraacute afetar sua vida de prateleira

59

512Perfil antioxidante

5121Ensaio da atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio com o DPPH eacute baseado na perda da intensidade da cor da soluccedilatildeo

puacuterpura do radical estaacutevel DPPHbull apoacutes a reaccedilatildeo com um composto antirradicalar

(AOH) O DPPH eacute um radical livre pois apresenta um eleacutetron natildeo emparelhado com

absorccedilatildeo na regiatildeo de 520 nm (MOLYNEUX 2003) A estrutura quiacutemica do DPPH eacute

demonstrada na Figura 12

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH

Ao se misturar com uma substacircncia capaz de doar um hidrogecircnio o DPPH

reage (Figura 13) e vai para sua forma reduzida fazendo com que perca a sua cor

puacuterpura caracteriacutestica e se torne uma soluccedilatildeo de cor castanha (MOLYNEUX 2003)

60

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

Para a couve liofilizada e couve in natura foram realizados dois meacutetodos de extraccedilatildeo

diferentes a fim de verificar suas efetividades e padronizar para futuros ensaios

A curva padratildeo do DPPH estaacute demonstrada na Figura 14

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH

Para realizar o estudo do DPPH cada extrato foi diluiacutedo em diferentes

concentraccedilotildees 510 2030 40 50 e 60 Utiliza-se diferentes concentraccedilotildees

y = 001x + 02627 Rsup2 = 09899

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 10 20 30 40 50 60 70

Ab

sorb

acircnci

a (5

15n

m)

Concentraccedilatildeo (microM)

61

para se ter um intervalo de absorbacircncia de modo que seja possiacutevel verificar a

cineacutetica da reaccedilatildeo

O resultado da cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e couve liofilizada

extraiacuteda pelos dois meacutetodos estaacute representado na Figura 15

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto (1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010)

As curvas cineacuteticas obtidas pela reaccedilatildeo entre radical livre DPPH e a couve

liofilizada demonstram um comportamento semelhante em ambos os extratos A

partir dos primeiros cinco minutos eacute possiacutevel observar uma queda mais acentuada

na absorbacircncia sendo que os minutos sequentes apresentam uma reduccedilatildeo branda

No extrato obtido a partir da metodologia de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto(1997) pode-se observar que natildeo haacute diferenciaccedilatildeo entre as diluiccedilotildees de 5 e

10 enquanto que o extrato obtido a partir da metodologia utilizada por Genovese

e Lannes (2010) natildeo houve grande diferenccedila entre os extratos de 50 e 60jaacute que

ficaram entre a absorbacircncia entre 03 e 04

62

Eacute possiacutevel observar a queda mais acentuada no extrato B em todas as

concentraccedilotildees chegando a valores de ateacute 03 de absorbacircncia Enquanto que o

extrato A reduziu somente ateacute aproximadamente 07 de absorbacircncia

A couve in natura foi analisada sob as mesmas condiccedilotildees e concentraccedilotildees O

perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e os extratos eacute demonstrado na Figura 16

Conforme se observa na Figura 16 assim como para a couve liofilizada o

perfil cineacutetico da couve in natura para ambos os extratos demonstrou uma reduccedilatildeo

mais acentuada na absorbacircncia nos primeiros cinco minutos sendo quase constante

nos minutos subsequentes Eacute possiacutevel observar que no perfil A (extraccedilatildeo segundo

Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto1997) natildeo se tem diferenccedila entre concentraccedilotildees

de 5 e 10 de amostra Por sua vez no perfil B (extraccedilatildeo segundo Genovese e

Lannes 2010) as concentraccedilotildees de 40 e de 50 natildeo apresentaram diferenccedila Em

todos os quatro extratos eacute possiacutevel observar que quanto maior a concentraccedilatildeo

maior eacute o decaimento da absorbacircncia

A partir destes resultados eacute possiacutevel calcular o IC50 ou seja a concentraccedilatildeo

necessaacuteria para reduzir a absorbacircncia do DPPH pela metade Sendo assim quanto

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010)

63

menor for a concentraccedilatildeo de IC50 maior potencial antirradicalar este extrato tem Os

resultados da atividade antirradicalar contra o radical DPPH se encontram na Tabela

5 juntamente com os resultados de quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis por meacutetodo Folin-

ciocauteau

5122Ensaio da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis

O ensaio de Folin-Ciocauteau eacute baseado na mudanccedila de coloraccedilatildeo da

soluccedilatildeo apoacutes reaccedilatildeo com antioxidante O reagente de Folin-Ciocauteau eacute formado

por uma mistura de aacutecidos de molibdecircnio (Na2MoO42H2O) que resulta na cor

amarela por estar num estado de oxidaccedilatildeo VI e aacutecidos de tungstecircnio (SINGLETON

ORTHOFER LAMUELA-RAVENTOS 1999)

Em contato com os antioxidantes (agentes redutores) tem-se a formaccedilatildeo de

um complexo Molibdecircnio-Tungstecircnio (PMoW11O4)4 (Figura 17) que possuem

coloraccedilatildeo azul Atraveacutes da diferenccedila de coloraccedilatildeo eacute possiacutevel determinar a

quantidade de polifenoacuteis em uma amostra (SINGLETONORTHOFER LAMUELA-

RAVENTOS 1999)

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante

Para a construccedilatildeo da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico foi realizada a reaccedilatildeo do

reagente Folin-Ciocauteau com diferentes concentraccedilotildees de aacutecido gaacutelico

(050100150250 e 500 mgL) A Figura 18 representa a definiccedilatildeo desta curva

64

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

Os diferentes extratos foram colocados em reaccedilatildeo com o reagente Folin-

Ciocauteau sendo cada amostra realizada em triplicata

A partir da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico obteve-se a equaccedilatildeo da reta que foi

utilizada para o caacutelculo das concentraccedilotildees de cada extrato A Tabela 5 representa

tais resultados

n=3

Tanto para a couve in natura quanto para a couve liofilizada foi encontrada

maior concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos com aplicaccedilatildeo do meacutetodo usado por

Genovese e Lannes (2010) Aleacutem disso as concentraccedilotildees em IC50 para a atividade

y = 00012x + 02366 Rsup2 = 09977

0

02

04

06

08

1

0 100 200 300 400 500 600

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo de Aacutecido Gaacutelico (mgL)

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura extraiacutedos por

diferentes meacutetodos

Amostra Meacutetodo IC50

(mgL) Quantidade de polifenoacuteis totais (gmg

GAE)

Liofilizada Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 11878 11033

Liofilizada Genovese e Lannes

(2010) 41 22616

in natura Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 41067 3283

in natura Genovese e Lannes

(2010) 3129 6283

65

antirradicalar frente ao radical DPPH confirmam essa hipoacutetese uma vez que foram

encontrados menores valores de concentraccedilatildeo para estes extratos

Os resultados obtidos indicam conforme esperado maior concentraccedilatildeo de

compostos bioativos para a couve liofilizada se comparada aos extratos da couve in

natura

Muito utilizada na induacutestria alimentiacutecia a liofilizaccedilatildeo eacute um processo que visa a

desidrataccedilatildeo de alimentos como cafeacute vegetais frutas entre outros Realizado sob

baixas temperaturas e ausecircncia de ar atmosfeacuterico o liofilizador mantecircm a

temperatura e a pressatildeo da aacutegua no ponto triplo (0ordmC e 47 mm de Hg) o que faz

com que a aacutegua jaacute em estado de congelamento passe por sublimaccedilatildeo- diretamente

do estado soacutelido para o gasoso (GAVA 1998)

Pelo fato da desidrataccedilatildeo total do alimento ocorrer sob baixas temperaturas

obtecircm-se um produto com baixa atividade microbioloacutegica e consequentemente alta

estabilidade frente a deterioraccedilatildeo Aleacutem disso essa teacutecnica permite a conservaccedilatildeo

dos componentes presentes no alimento e concentraccedilatildeo destes produtos Mesmo

assim sabe-se que por se tratar de um processamento ocorrem perdas de alguns

compostos volaacuteteis (RATTI 2001) Foi observada maior capacidade antirradicalar

na couve liofilizada pelo fato desta estar mais concentrada que a couve in natura

Analisando os valores obtidos no entanto pode ser observado que natildeo haacute

uma proporcionalidade entre a quantidade de polifenoacuteis da couve in natura em

relaccedilatildeo agrave couve liofilizada o que sugere que houve perda durante o processamento

Kaulmann et al (2014) realizaram um estudo de compostos antioxidantes em

diversas variaccedilotildees de Brassica oleracea in natura Apoacutes o teste de Folin-Ciocauteau

foi encontrada uma concentraccedilatildeo de 602plusmn449 mg GAE (aacutecido gaacutelico equivalente)

100g de couve

Este resultado se assemelha aos valores encontrados no presente trabalho

para a couve in natura extraiacuteda pelo meacutetodo usado por Genovese e Lannes (2010)

(6283 mg GAE100g couve) A semelhanccedila nos resultados reforccedila a tese de que haacute

maior efetividade nesse meacutetodo frente ao meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto (1997)

66

513Anaacutelise granulomeacutetrica

A distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica das mateacuterias primas em poacute a serem utilizadas

no chocolate satildeo de extrema importacircncia pois afetam diretamente o tamanho de

partiacutecula dos produtos finais

A partir da anaacutelise granulomeacutetrica plotou-se um graacutefico da porcentagem de

material retido versus abertura da peneira A Figura 19 demonstra esses resultados

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da peneira para

couve liofilizada em poacute

A partir do graacutefico eacute possiacutevel calcular a Abertura Meacutedia (AM) ou o Coeficiente

de Variaccedilatildeo (CV) com a seguinte equaccedilatildeo (Lannes 2000)

CV=

100

Eacute possiacutevel tambeacutem realizar o caacutelculo de AM e CV pelo meacutetodo algeacutebrico Os

resultados referentes a esses paracircmetros tanto pelo meacutetodo graacutefico quanto pelo

meacutetodo algeacutebrico estatildeo representados na Tabela 6

y = -12891x + 10972 Rsup2 = 09233

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 02 04 06 08 1

Mas

sa d

e m

ater

ial r

eti

do

(

)

Tamanho da peneira (mm)

67

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para meacutetodo graacutefico e

algeacutebrico

A Figura 20 demonstra a porcentagem de massa retida em cada peneira

utilizada A partir dela eacute possiacutevel concluir que a maior quantidade de partiacuteculas se

encontra na faixa de 059 a 025 mm

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para extrato de couve

liofilizado

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

085 075 059 042 0297 025

Mas

sa re

tid

a (

)

Tamanho em mm

CV AM

Meacutetodo graacutefico 48 0550

Meacutetodo algeacutebrico 3685 0502

68

52Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva

521Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais

As massas de uva antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo foram registradas e a partir

destes resultados foi possiacutevel determinar a meacutedia de material liofilizado (2114 plusmn

135) e a meacutedia de aacutegua retirada (7886 plusmn 135) nesse processo de liofilizaccedilatildeo

A determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua da uva liofilizada foi realizada em

triplicata imediatamente apoacutes a liofilizaccedilatildeo sendo o resultado obtido igual a

aw=0303plusmn0085 Este valor de atividade de aacutegua eacute considerado bom para evitar a

deterioraccedilatildeo do produto poreacutem pode aumentar de acordo com o tempo Sabe-se que

produtos com aw abaixo de 07 tecircm menor exposiccedilatildeo a riscos microbioloacutegicos sendo

que a faixa de valores de aw de 03 para abaixo indica que o produto estaacute preservado

tambeacutem de qualquer outra reaccedilatildeo de deterioraccedilatildeo (TOLEDO 2007)

A tendecircncia para frutas liofilizadas no entanto eacute de haver aumento no valor

de atividade de aacutegua com o passar do tempo Isso ocorre devido agrave alta quantidade

de accediluacutecar presente nas frutas como sacarose glicose e frutose que em estado

amorfo tendem a se ligar por ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a aacutegua Esse fato faz com

que essas frutas liofilizadas com elevados teores de accediluacutecar serem altamente

higroscoacutepicas sendo assim haacute maior instabilidade do produto liofilizado uma vez

que este tende a sofrer hidrataccedilatildeo e aumentar a sua atividade de aacutegua e umidade

Sua manipulaccedilatildeo portanto deve ser realizada com muito cuidado de modo a natildeo

interferir na atividade de aacutegua e natildeo gerar o efeito caking - tendecircncia deste tipo de

produto de aglomerar (SERNA-COCK VARGAS-MUNOZ APONTE 2015

OLIVEIRA 2013)

A quantidade de accediluacutecares nas uvas in natura e liofilizada foram determinadas

pelo meacutetodo de Fehling Este meacutetodo tambeacutem conhecido como Lane-Eynon se

baseia na reaccedilatildeo entre os sais cuacutepricos e aldoses ou cetoses que sob alta

temperatura e meio alcalino formam como produto o precipitado cuproso conforme

demonstrado na Figura 21 que possui coloraccedilatildeo avermelhada

69

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar um sal com Cu2+

se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho tijolo) Retirado de Tavares et al

(2010)

A Tabela 7 demonstra a porcentagem de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

encontrados

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva liofilizada e in natura

Redutores () Natildeo

redutores() Totais()

Uva in natura 1600 plusmn 0037 2 1800plusmn002

Uva liofilizada 6300plusmn0007 1 6400plusmn0018 n=3 Os valores de accediluacutecares natildeo redutores foram calculados por diferenccedila entre accediluacutecares totais e

redutores

Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber um aumento na quantidade de

accediluacutecares totais ao liofilizar a uva bem como uma reduccedilatildeo dos accediluacutecares natildeo

redutores e um aumento na porcentagem de accediluacutecares redutores Essas diferenccedilas

podem ser explicadas pela retirada da aacutegua nas amostras o que leva estas a

ficarem mais concentradas e assim aumentar a quantidade de accediluacutecares de 18

para 64 Esse resultado confirma a teoria de que a uva liofilizada possui alta

concentraccedilatildeo de accediluacutecares e portanto realmente se torna altamente higroscoacutepica o

que faz com que se diferencie da couve em poacute

O equipamento utilizado para a fabricaccedilatildeo dos chocolates possui um moinho

de bolas que reduz o tamanho de partiacutecula do accediluacutecar e outros gracircnulos presentes

na formulaccedilatildeo Esse tipo de moinho possui pequenas bolas que giram com baixa

70

velocidade e realizam forccedilas de cisalhamento na amostra (FELLOWS 2000) No

caso da couve liofilizada em poacute por exemplo foi adicionada no equipamento de

produccedilatildeo de chocolate com moinho de bolas para se ter um menor tamanho de

partiacutecula deste no chocolate e entatildeo natildeo ser sentido sensorialmente A uva

liofilizada que eacute como jaacute dito caracterizada como um material higroscoacutepico natildeo

poderia ser adicionada em um moinho de bolas jaacute que muita energia seria aplicada

sob este material o que poderia resultar em um efeito caking tambeacutem o

processamento do chocolate natildeo ocorreria de forma correta Por esta razatildeo a uva

liofilizada triturada foi adicionada apoacutes a fabricaccedilatildeo do chocolate em misturador

planetaacuterio

522Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva

Para a determinaccedilatildeo do melhor solvente para a extraccedilatildeo dos compostos

fenoacutelicos da uva foram utilizados acetona acetona acidificada (sendo acetona 70

com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol 70 e metanol acidificado (sendo

metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv) Os resultados encontrados

estatildeo dispostos na Tabela 8

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes extratores

Amostra Absorbacircncia Quantidade de polifenoacuteis (mgg)

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona acidificada 0368plusmn00138 ab 1095

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona 0340plusmn00350 ab 8645

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol 70 0396plusmn00212 b 1324

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol acidificado

0318plusmn00794 a 7221

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Rockenbach (2008) quantificou os polifenoacuteis antocianinas e atividade

antioxidante de bagaccedilos de uva Vitis vinifera utilizando como solvente etanol e

71

acetona Os melhores resultados encontrados neste trabalho foram para acetona

50 e 70 para antocianinas e polifenoacuteis totais

Rockenbach (2011) realizou um estudo da quantidade de polifenoacuteis em

alguns tipos de uvas Vitis vinifera L e Vitis Labrusca L Neste estudo utilizou-se

como solvente para extraccedilatildeo o metanol acidificado (sendo metanol aacutegua aacutecido

aceacutetico 70305 vvv) O maior valor encontrado foi para a variedade Cabernet

sauvignon pertencente agrave classe Vitis vinifera L (7475 mgg GAE) Este valor eacute

proacuteximo ao encontrado no presente trabalho (7221 mgg GAE para o mesmo tipo de

extrato)

Vizzoto e Pereira (2011) realizaram um estudo de quantificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos por diferentes meios de extraccedilatildeo da amora-preta Neste estudo utilizou-se

extratos com acetona acetona acidificada metanol e metanol acidificado poreacutem

natildeo houve diferenccedila significativa (p gt 005) entre as amostras

Existem grandes classes de compostos fenoacutelicos como as antocianinas

flavonoacuteis sendo que em cada classe possui grandes quantidades de substacircncias

diferentes com estruturas diferentes Isso faz com que seja difiacutecil se ter uma

metodologia capaz de extrair todos os componentes fenoacutelicos de uma amostra Eacute

portanto que se estuda o melhor meacutetodo para a extraccedilatildeo por meio de comparaccedilotildees

entre solventes e tipos de metodologias

O metanol eacute um solvente de polaridade alta enquanto que a acetona possui

polaridade meacutedia A acidificaccedilatildeo destes solventes tende a melhorar a eficiecircncia da

extraccedilatildeo

Mesmo assim o meacutetodo de extraccedilatildeo mais eficiente para quantificaccedilatildeo de

polifenoacuteis continuou sendo o mesmo utilizado por Genovese e Lannes (2010) e no

presente trabalho para os extratos de couve A partir do extrato metanoacutelico 70

obteve-se uma quantidade de 132 mgg GAE estatisticamente maior que a dos

outros extratos

A quantidade de polifenoacuteis da uva in natura foi realizada a partir do extrato

metanoico 70 e foi encontrado o valor de 5838 plusmn 822 mg GAEg Assim como a

couve eacute possiacutevel perceber que a liofilizaccedilatildeo tende a concentrar os compostos

72

fenoacutelicos e assim resultar em maiores valores de concentraccedilatildeo No entanto o valor

encontrado na uva liofilizada natildeo eacute proporcional ao rendimento o que

provavelmente significa que alguns compostos foram perdidos durante o processo

A determinaccedilatildeo frente ao radical DPPH foi realizada com as concentraccedilotildees

de 51020304050 e 60 de extrato Utilizou-se para o processo de extraccedilatildeo

extrato metanoacutelico 70 conforme o meacutetodo utilizado por Genovese e Lannes

(2010) A Figura 22 representa o perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e a uva

liofilizada

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em diferentes

concentraccedilotildees

Atraveacutes da cineacutetica da reaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que quanto maior a

concentraccedilatildeo de extrato utilizada tem-se uma reduccedilatildeo maior da absorbacircncia em

relaccedilatildeo agrave absorbacircncia inicial

Atraveacutes da curva cineacutetica eacute possiacutevel calcular o valor de IC50 para a amostra

sendo que o valor encontrado para a uva liofilizada foi de 6645 mgL Esse valor

representa alta capacidade antirradicalar concordando com a alta quantidade de

polifenoacuteis encontrada

0

01

02

03

04

05

06

07

08

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Tempo (min)

5

10

20

30

40

50

60

73

53Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau

531Perfil antirradicalar do liquor de cacau

Visto que houve maior eficiecircncia no meacutetodo de Genovese e Lannes (2009) foi

padronizado a utilizaccedilatildeo desta extraccedilatildeo A anaacutelise de polifenoacuteis do liquor de cacau

portanto foi realizada nestas condiccedilotildees e seus resultados demonstrados na Tabela

9

A curva cineacutetica da reaccedilatildeo do DPPH com o extrato nas diferentes

concentraccedilotildees eacute demonstrada na Figura 23

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em diferentes

concentraccedilotildees

A partir da curva cineacutetica eacute possiacutevel observar uma reduccedilatildeo da absorbacircncia ao

longo dos 30 minutos em todos os extratos Aleacutem disso tem-se que a quanto maior

a concentraccedilatildeo do extrato maior a reduccedilatildeo de absorbacircncia

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo ()

5

10

20

30

40

74

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical DPPH para o

liquor de cacau

Amostra Meacutedia de absorbacircncia Concentraccedilatildeo (mgg de aacutecido gaacutelico) IC50 (mgL)

Liquor de cacau 0445plusmn000971 25994 2906

n=3

Othman et al (2007) estudaram o perfil antirradicalar amecircndoas de cacau de

diferentes locais em meio a extrato etanoacutelico e aquoso Neste estudo foi observado

um valor de IC50 igual a 13 mgg para extrato etanoacutelico do cacau da Malaacutesia e de

Gana e um valor de IC50 de 24 mgg para o cacau da Malaacutesia e 17 mgg para o

cacau de Gana

Belšcak et al (2009) avaliaram o perfil antirradicalar de produtos comerciais da

Croaacutecia derivados do cacau (liquor de cacau cacau em poacute chocolates ao leite

amargo e chocolate em poacute) Em relaccedilatildeo ao liquor de cacau foram encontrados em

termos de fenoacutelicos totais de 25 a 35 mg GAEg Esses valores se encontram muito

inferiores ao encontrado no presente trabalho poreacutem sabe-se que a quantidade de

polifenoacuteis pode variar muito dependendo das condiccedilotildees geograacuteficas de plantaccedilatildeo a

variedade do cacau utilizado para a fabricaccedilatildeo do liquor bem como o tipo de

tratamento (fermentaccedilatildeosecagem armazenamento) para a produccedilatildeo do liquor

Oliveira et al (2011) analisaram a quantidade de compostos fenoacutelicos de

diferentes tipos de cacau e encontraram um valor de 19595plusmn055 mg GAEg para

liquor orgacircnicos semelhante a encontrada no presente trabalho

532Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau

A anaacutelise de lipiacutedeos no liquor de cacau foi realizada como informaccedilatildeo para o

caacutelculo da formulaccedilatildeo do chocolate Atraveacutes deste foi determinada que a

quantidade de lipiacutedeos no liquor utilizado eacute de 52 plusmn0012 sendo compatiacutevel com o

laudo enviado pela empresa fornecedora que eacute de 5310

75

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute

A anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute foram realizadas para fins de

caacutelculo do conteuacutedo de gordura final da formulaccedilatildeo do chocolate ao leite A Tabela

10 demonstra os resultados obtidos para o leite em poacute desnatado e para o leite em

poacute integral

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e integral

utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate

Leite em poacute desnatado Leite em poacute integral Gordura (g100g) 0 212plusmn0001 Proteiacutena (g100g) 267plusmn011 201plusmn0023

n=3

55Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates

551Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da manteiga de

cacau

A temperagem foi avaliada por curva de temperagem para verificaccedilatildeo da

produccedilatildeo de cristais adequados para a manteiga de cacau A curva de temperagem

se encontra na Figura 24

76

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate

A curva de temperagem eacute de grande importacircncia para a verificaccedilatildeo da

qualidade da massa do chocolate e eficiecircncia da temperadeira eou do processo de

temperagem Chocolates bem temperados devem conter de 3 a 8 de cristais de

manteiga de cacau o desenvolvimento desses cristais ao longo do tempo de

resfriamento pode ser medido atraveacutes deste tipo de curva (MINIFIE 1989)

A curva de temperagem indica a quantidade de calor liberada ao se solidificar

o chocolate Durante o processamento geram-se dois pontos de inflexatildeo como

destacado na Figura 24 sendo que cada um deles indica uma parte da formaccedilatildeo de

cristais O primeiro ponto refere-se a relaccedilatildeo temperaturatempo em que se inicia a

nucleaccedilatildeo dos cristais e a segunda o ponto no qual a nucleaccedilatildeo realmente ocorre

A inclinaccedilatildeo gerada a partir desses dois pontos eacute portanto avaliada e deve

permanecer o mais reta possiacutevel de modo a natildeo haver uma inclinaccedilatildeo negativa (o

que significaria um chocolate sobre-temperedo) ou uma inclinaccedilatildeo positiva (o que

significaria um chocolate sub-temperado) Um chocolate over-tempered eacute aquele

que possui cristais a mais formados durante a temperagem o que portanto gera

menor quantidade de cristais durante o teste e consequentemente haacute menor

quantidade de energia sendo liberada Jaacute no caso do chocolate under-tempered

Pontos de inflexatildeo

77

tem-se uma quantidade muito inferior de cristais quando temperada gerando

portanto uma grande liberaccedilatildeo de calor durante o resfriamento e como

consequecircncia uma inflexatildeo maior na curva (AFOWAKA2010 MINIFIE1989

COHEN LUCCA JACKIX 2004)

A curva gerada no presente trabalho apresenta uma linearidade adequada

podendo-se afirmar que a massa de chocolate possui boa propriedade de

temperagem sendo que foi obtido um slope de 018 ordmCmin em tempo de 24

minutos e temperatura igual a 235ordmC O ldquotemper indexrdquo (TI) paracircmetro utilizado pelo

fabricante do equipamento (Buhler) para avaliar a boa porformance da temperagem

resultou no valor de 43 considerado adequado

A manteiga de cacau tambeacutem foi avaliada em duplicata por sua curva de

resfriamento o resultado encontra-se na Figura 25

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees dos chocolates

A curva de resfriamento da manteiga de cacau demonstra suas

caracteriacutesticas de derretimento e a taxa de cristalizaccedilatildeo desta gordura

apresentando a adequaccedilatildeo desta gordura para utilizaccedilatildeo em chocolates

Lannes (1997) estudou a curva de resfriamento de Jensen de diferentes tipos

de gorduras utilizadas em chocolate tipo cobertura Em seu trabalho a autora

78

demonstrou uma tiacutepica curva de resfriamento da manteiga de cacau e esta se

assemelha a encontrada no presente trabalho (taxa de resfriamento de 20 ordmCmin

cristalizaccedilatildeo agrave 205 ordmC por um tempo de 78 minutos)

O fabricante do equipamento (Buhler) tambeacutem utiliza de um iacutendice para

avaliaccedilatildeo da curva de resfriamento conhecido como Cocoa Butter Index (CBI)

Segundo o fabricante o CBI encontrado para a manteiga analisada (33plusmn001) eacute

considerado adequado para produccedilatildeo de chocolates

552Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula eacute importante para o controle de

qualidade dos chocolates pois pode influenciar tanto a reologia do produto como

tambeacutem a sensaccedilatildeo na boca Chocolates com tamanho de partiacutecula maior que 30

microm satildeo percebidos na boca pois possuem textura arenosa aleacutem de viscosidade

natildeo adequada Jaacute tamanhos de partiacutecula proacuteximos a 20 microm possuem uma textura

mais macia e massa mais cremosa (AFOWAKA 2010)

Os resultados da determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula para cada

chocolate estatildeo na Tabela 11

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate

Tamanho de partiacutecula (microm)

Chocolate ao leite 258 plusmn 047a

Chocolate com couve 277 plusmn 095b

Chocolate com uva 378 plusmn 113c

n10 (n2 processamento n5 anaacutelise)

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

79

Conforme a anaacutelise estatiacutestica realizada tem-se que a adiccedilatildeo tanto de uva

liofilizada quanto de couve liofilizada altera significativamente (plt005) o tamanho de

partiacutecula do chocolate

Como dito anteriormente o tamanho de partiacutecula desejaacutevel para chocolates

estaacute entre 20 a 30 microm como eacute o caso tanto do chocolate ao leite (258 microm) quanto

para o chocolate com adiccedilatildeo de couve (277 microm) o que sugere que ambos os

chocolates natildeo teratildeo uma percepccedilatildeo sensorial diferente quanto ao tamanho das

partiacuteculas A diferenccedila entre esses dois tamanhos pode ser explicada pela adiccedilatildeo da

couve que conforme avaliado anteriormente era um poacute com tamanho de partiacutecula

meacutedio de aproximadamente 5x104 microm Durante o processo de fabricaccedilatildeo de

chocolate tem-se a etapa de refino que no caso do equipamento utilizado ocorre

pelo moinho de bolas o que provavelmente ajudou a reduzir o tamanho de partiacutecula

consideravelmente mas ainda assim natildeo o suficiente para natildeo haver diferenccedila entre

as amostras

Ao contraacuterio da couve a uva soacute foi adicionada apoacutes o teacutermino da fabricaccedilatildeo

da massa de chocolate em agitador planetaacuterio e portanto natildeo passou pelo

processo de refino conforme foi explicado no item ldquo521 Liofilizaccedilatildeo da uvardquo Essa

diferenccedila no processo certamente refletiu no tamanho de partiacutecula do chocolate com

adiccedilatildeo de uva que sugere que estas partiacuteculas seratildeo sentidas sensorialmente

553Anaacutelise Reoloacutegica

O chocolate eacute uma suspensatildeo onde partiacuteculas de accediluacutecar cacau e leite

encontram-se dispersas na manteiga de cacau sendo assim ele se comporta como

um fluiacutedo natildeo-newtoniano o que significa que a sua tensatildeo de cisalhamento natildeo eacute

diretamente proporcional agrave taxa de cisalhamento Os chocolates tecircm como

caracteriacutestica apresentar o ldquoyeld stressrdquo (forccedila miacutenima necessaacuteria para se iniciar o

fluxo) e uma viscosidade plaacutestica (energia necessaacuteria para que continue a fluir)

(LANNES 1997 AFOWAKA2010) O modelo de Casson eacute atualmente

considerado o que melhor se adapta ao comportamento dos chocolates e eacute adotado

80

pela OICC (Internacional Office of Cocoa) A equaccedilatildeo que expressa esse modelo se

encontra na Equaccedilatildeo 1

Equaccedilatildeo 1 Representaccedilatildeo da equaccedilatildeo de Casson assumindo que τ a tensatildeo de cisalhamento

τCA a tensatildeo inicial de Casson ou tensatildeo residual de Casson ηCA viscosidade de Casson ou

viscosidade plaacutestica e γ a taxa de cisalhamento

Os paracircmetros reoloacutegicos como a viscosidade e a tensatildeo inicial de Casson

satildeo de extrema importacircncia durante a produccedilatildeo de chocolate jaacute que podem atestar

a qualidade dos produtos Esses foram avaliados no presente trabalho para todos

os chocolates e os resultados se encontram nas Figuras 26 e 27

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com

uva

A partir dos resultados apresentados na Figura 26 pode-se perceber que a

viscosidade do chocolate se modifica com a adiccedilatildeo de couve e uva Segundo

Beckett (2009) a distribuiccedilatildeo do tamanho de partiacutecula influencia diretamente a

viscosidade do produto sendo que quanto maior for o tamanho de partiacutecula menor

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

Vis

cosi

dad

e (P

as)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

81

seraacute sua viscosidade Isso ocorre pois ao se reduzir o tamanho tem-se mais

ligaccedilotildees entre essas partiacuteculas e consequentemente maior fricccedilatildeo entre elas

aumentando assim a viscosidade Os resultados apresentados atestam esse

fenocircmeno jaacute que o tamanho de partiacutecula do chocolate ao leite eacute o menor (26 microm) e

apresenta maior viscosidade enquanto que o chocolate com adiccedilatildeo de uva tem

maior tamanho de partiacutecula (378 microm) e apresenta a menor viscosidade

Beckett (2009) afirma que os valores normais para chocolate no caso da

viscosidade vatildeo de 1 a 20 Pas As viscosidades encontradas para o chocolate ao

leite (16 plusmn 0018 Pas) chocolate com adiccedilatildeo de couve (113plusmn004 Pas) e chocolate

com adiccedilatildeo de uva estatildeo dentro dessa faixa(076plusmn004 Pas)

Em todas as formulaccedilotildees do presente trabalho foram encontradas altas

quantidades de gordura (3626 g100 g no chocolate ao leite 3506 g100 g no

chocolate com couve e 3550 g100 g no chocolate com uva) o que justifica entatildeo

a baixa viscosidade de Casson Isso ocorre porque quanto maior a quantidade de

gordura mais espaccedilos vazios satildeo preenchidos na estrutura do chocolate o que leva

a uma maior facilidade no fluxo e portanto menor viscosidade (AFOWAKA2010)

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate

com uva

0

2

4

6

8

10

12

Ten

satildeo

inic

ial (

Pa)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

82

A tensatildeo inicial foi avaliada para todos os chocolates sendo que o chocolate

com uva apresentou menor valor (76 Pa) em comparaccedilatildeo ao chocolate ao leite e o

chocolate com adiccedilatildeo de couve que apresentaram pouca diferenccedila entre si

Diversos autores jaacute relataram a relaccedilatildeo entre a distribuiccedilatildeo de tamanho de

partiacutecula com a tensatildeo inicial de Casson Sabe-se que a tensatildeo inicial estaacute

relacionada com a superfiacutecie de contato das partiacuteculas Quando se tem um menor

tamanho de partiacuteculas estas conseguem interagir mais entre si levando a uma aacuterea

superficial maior e sendo assim mais facilmente o liacutequido flui (AFOWAKA2010

BECKETT2009 KONAR2014) O presente trabalho tambeacutem confirma essa

relaccedilatildeo jaacute que o chocolate com maior tamanho de partiacutecula obteve menor tensatildeo

inicial

Konar et al (2014) avaliaram chocolates ao leite com a adiccedilatildeo de Inulina e

encontraram tensatildeo inicial entre 335 a 1816 Pa e viscosidade entre 172 e 396

Pas sendo que essas diferenccedilas de valores foram justificadas pela distribuiccedilatildeo do

tamanho de partiacutecula Karnjanolarn e Mccarthy 2006) avaliaram chocolates ao leite

com diferentes quantidades de lecitina de soja e PGPR e encontraram para 05 de

lecitina 149 Pas de viscosidade e 473 Pa para tensatildeo inicial Sendo assim eacute

possiacutevel afirmar que os valores encontrados para viscosidade e tensatildeo inicial dos

chocolates avaliados no presente trabalho se encontram proacuteximos aos encontrados

na literatura Aleacutem disso pode-se atestar que a adiccedilatildeo de frutas e folhas liofilizadas

tende a alterar as propriedades reoloacutegicas do chocolate

554Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates

A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica foi realizada para o chocolate ao leite chocolate ao

leite com couve e chocolate ao leite com uva e seus resultados estatildeo dispostos na

Tabela 12

83

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite com

couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Conteuacutedo energeacutetico (kcal) 56468 55468 55570

Umidade (g100 g) 173plusmn048a 207plusmn029a 227plusmn025a

Conteuacutedo mineral (g100 g) 253plusmn014a 268plusmn0054b 257plusmn0027a Proteiacutenas (g100 g) 851plusmn036 a 852plusmn037 a 813plusmn046 a

Lipiacutedios (g100g) 3626plusmn039a 3506plusmn038b 3550plusmn087ab

Carboidratos (g100g) 5270 5374 5380 Fibras dieteacuteticas totais

(g100g) 789 859 805

Fibras soluacuteveis (g100g) 318 418 316

Fibras insoluacuteveis (g100g) 471 44 488 n=3

As letras indicadas referem-se a diferenccedila estatiacutestica entre as amostras da mesma linha pelo teste de Tukey em 5 de diferenccedila significativa

Os resultados da composiccedilatildeo nutricionais se assemelham aos publicados por

Afowaka (2010) e aos chocolates ao leite de marcas nacionais (Kopenhagen Cacau

show e Brasil Cacau) conforme demonstrado na Tabela 14

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de chocolates

finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010)

Valor energeacutetico

(Kcal) Carboidratos (g100g) Proteiacutenas (g100g) Lipiacutedeos (g100g)

Marca A 524 56 68 324

Marca B 576 52 72 384

Marca C 550 55 65 325

AFOWAKA(2010) 518 57 7 33

Eacute possiacutevel afirmar que os chocolates produzidos no presente trabalho

possuem maior teor de proteiacutenas (851plusmn036 g100 g ) em comparaccedilatildeo com os

apresentados na Tabela 13 assim como a quantidade de lipiacutedeos (3506plusmn038 g100

g) que com exceccedilatildeo da Marca ldquoBrdquo tambeacutem apresentam maior valor em comparaccedilatildeo

84

a tabela Jaacute em termos de valor energeacutetico (56468 g100 g) e carboidratos (527

g100 g) os valores encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos da

Tabela 13

A partir dos resultados demonstrados pode-se dizer que natildeo houve diferenccedila

significativa (plt005) entre as amostras dos trecircs chocolates segundo sua quantidade

proteiacutenas Esse fato portanto identifica que a adiccedilatildeo de couve ou uva nessas

condiccedilotildees natildeo altera a quantidade final da proteiacutena do produto

Aleacutem disso eacute possiacutevel notar que a adiccedilatildeo de produtos liofilizados foi eficaz

em termos de natildeo aumentar o teor de umidade das amostras de chocolate A

umidade eacute um importante paracircmetro para o chocolate pois altos valores de umidade

em chocolate podem estar altamente relacionados com defeitos durante o tempo de

prateleira O sugar Bloom por exemplo defeito causado pela agregaccedilatildeo das

partiacuteculas de accediluacutecar forma grumos que satildeo desagradaacuteveis sensorialmente aleacutem de

formar peliacuteculas brancas na superfiacutecie do chocolate modificando seu brilho e

aparecircncia (AFOWAKA 2010)

Chocolates com elevado teor de umidade podem tambeacutem modificar as suas

propriedades de fluxo sendo que valores acima de 3 podem levar a um aumento

na tensatildeo inicial e na viscosidade do produto (AFOWAKA PATERSON FOWLER

2008) Os trecircs chocolates fabricados apresentaram valores de umidade abaixo de

3 e portanto natildeo houve um aumento nesses paracircmetros corroborando portanto

com os resultados encontrados no item acima onde se tem baixos valores de

tensatildeo inicial e viscosidade

A quantificaccedilatildeo de lipiacutedeos apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras de chocolate ao leite e chocolate acrescido de couve enquanto a

amostra de chocolate acrescida de uva foi igual as outras duas amostras

O conteuacutedo mineral tambeacutem apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras sendo que o maior teor foi encontrado no chocolate com adiccedilatildeo de

couve Os chocolates com uva e controle natildeo apresentaram diferenccedila significativa

(plt005) entre si no conteuacutedo mineral Este resultado era esperado devido ao

acreacutescimo de material soacutelidomineral ao produto

85

Ayaz et al (2006) identificaram altas quantidades de macro e micronutrientes

nas folhas de couve Estes encontraram 726 μg gminus1 (base seca) de ferro 535

μg gminus1 (base seca) de manganecircs 394 μg gminus1 (base seca) de zinco 197 μg gminus1

(base seca) de caacutelcio 135 μg gminus1 (base seca) de potaacutessio entre outros

componentes identificados Os chocolates com adiccedilatildeo de couve portanto

provavelmente possuem um maior valor de conteuacutedo mineral devido a este fato

Os nutrientes minerais satildeo essenciais para os seres humanos pois ajudam

em funccedilotildees vitais das ceacutelulas como na ativaccedilatildeo de enzimas e de secreccedilotildees

hormonais Aleacutem disso satildeo essenciais para a absorccedilatildeo de vitaminas O manganecircs

por exemplo eacute de extrema importacircncia para a cicatrizaccedilatildeo humana o zinco eacute um

componente importante para a atividade metaboacutelica de enzimas O ferro por sua

vez contribui para a produccedilatildeo de hemoglobina e mioglobina A deficiecircncia de ferro eacute

um dos distuacuterbios que mais acomete a populaccedilatildeo mundial sendo que pode causar

fraqueza corporal fadiga e seacuterios problemas de sauacutede (GUPTA e GUPTA 2014)

Aleacutem dos nutrientes minerais as fibras dieteacuteticas satildeo de extrema importacircncia

nutricional jaacute que satildeo elas que auxiliam no bom funcionamento do sistema

gastrointestinal pois contribuem para o aumento do bolo fecal e na reduccedilatildeo do

tempo de digestatildeo e assim ajudam a prevenir a constipaccedilatildeo Aleacutem disso jaacute foi

associado que as fibras dieteacuteticas contribuem para a reduccedilatildeo de doenccedilas cardiacuteacas

e cacircncer de colo (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

A partir dos resultados eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva

aumentou a quantidade de fibras totais do chocolate poreacutem natildeo foi possiacutevel avaliar

se essa diferenccedila eacute estatisticamente significativa

Os resultados indicam que houve um aumento no teor de fibras soluacuteveis do

chocolate quando adicionado a couve A couve eacute considerada uma alta fonte de

fibras sendo que segundo a USDA e RDA tem-se aproximadamente 14 da fibra

diaacuterias recomendadas em 100 g desse vegetal

No caso da uva houve um aumento (mesmo que em pequena proporccedilatildeo) de

fibras insoluacuteveis resultando em uma quantidade maior de fibras totais A uva eacute

estudada por sua caracteriacutestica de possuir alta quantidade de polifenoacuteis combinados

a uma grande porcentagem de fibras dieteacuteticas em sua composiccedilatildeo A revisatildeo

86

publicada por Zhu Du e Zheng (2015) aborda o trabalho de diversos autores que

avaliaram as fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis Todas as variedades de uva

avaliadas obtiveram altas quantidades de fibras insoluacuteveis e baixas quantidades de

fibras soluacuteveis A quantidade de fibras totais das diferentes espeacutecies variou de 745

a 280 g100g sendo que as fibras insoluacuteveis representaram mais de 80 da

quantidade total

A quantidade de carboidratos presentes na amostra conforme a RDC no 360

de 23 de dezembro de 2003 ldquoeacute calculado como a diferenccedila entre 100 e a soma do

conteuacutedo de proteiacutenas gorduras fibra alimentar umidade e cinzasrdquo

Sendo assim como haacute diferenccedila entre os valores encontrados para conteuacutedo

mineral e lipiacutedeos existe tambeacutem uma diferenccedila entre a quantidade de carboidratos

encontrados nas trecircs amostras

Um dos principais responsaacuteveis pela alta quantidade de carboidratos nos

chocolates eacute o accediluacutecar utilizado na formulaccedilatildeo Os chocolates com couve e uva

tambeacutem foram formulados com diferentes quantidades de accediluacutecar para o ajuste da

formulaccedilatildeo sendo que para o chocolate com couve foi utilizado 365 para o

chocolate com uva foi utilizado 3535 e para o chocolate ao leite foi utilizado 37

Mesmo que a maior adiccedilatildeo de accediluacutecar na formulaccedilatildeo foi para o chocolate ao leite

obteve-se valores maiores de carboidratos para o chocolate com couve Jaacute no

chocolate com uva reduziu-se em 165 a menos de accediluacutecar em poacute e mesmo assim

e obteve-se um valor semelhante ao de chocolate ao leite

A quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores para os trecircs

chocolates foi realizada em triplicata e seus resultados estatildeo dispostos na Tabela

14

87

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate eo leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao

leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Accediluacutecares Totais (g100g) 2100plusmn0016a 1700plusmn00083b 2100plusmn0015a

Accediluacutecares redutores (g100g) 74plusmn00032a 782plusmn00029a 724plusmn00039a Accediluacutecares Natildeo-redutores

(g100g) 13 921 1345 n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Conforme foi observado na Tabela 13 os chocolates com adiccedilatildeo de couve

tiveram menor valor de accediluacutecares em relaccedilatildeo ao chocolate controle ou o chocolate

com uva sendo que isso se deve principalmente a uma menor quantidade de

accediluacutecares natildeo-redutores neste chocolate

Os accediluacutecares redutores satildeo aqueles que possuem em sua estrutura

agrupamentos aldose ou cetose que ao entrar em contato com agentes oxidantes

sofrem oxidaccedilatildeo Os accediluacutecares redutores mais comuns satildeo a frutose (presente

principalmente em frutas) a glicose a maltose e a lactose A sacarose por sua vez

eacute um accediluacutecar natildeo-redutor poreacutem pode se tornar um accediluacutecar redutor atraveacutes da accedilatildeo

de enzimas ou por hidroacutelise aacutecida As estruturas da frutose glicose e sacarose se

encontram na Figura 28 (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

Sacarose

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose

88

Sendo assim os resultados indicam que a reduccedilatildeo da quantidade de accediluacutecar

na formulaccedilatildeo no caso da adiccedilatildeo de couve impacta diretamente na quantidade de

accediluacutecares natildeo redutores Ayaz et al (2006) quantificaram os accediluacutecares presentes na

couve e identificaram frutose glucose e sucrose como mais abundantes sendo

encontrado um valor de 2011 mg de frutose 100 g de couve seca 1056 mg de

glucose 100 g de couve seca e 894 mg de sucrose 100 g de couve seca

Comparando-se o chocolate com adiccedilatildeo de uva com o chocolate controle

natildeo foi possiacutevel observar modificaccedilatildeo em suas quantidades de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais corroborando com o resultado de que natildeo houve modificaccedilatildeo

na quantidade de carboidratos dessas duas amostras Apesar de como dito

anteriormente as quantidades de accediluacutecar nas duas formulaccedilotildees ser diferente

555Atividade de aacutegua

Os resultados obtidos da anaacutelise de atividade de aacutegua satildeo apresentados na

Tabela 15

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Atividade de aacutegua 0523plusmn00131a 0506plusmn00101a 0519plusmn00321a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A atividade de aacutegua em chocolates eacute relativamente baixa sendo normalmente

avaliada com valores de 03 a 06 Reolon et al (2012) estudaram a presenccedila de

endobacteacuterias em chocolate e para tal avaliaram a atividade de aacutegua em

chocolates comerciais O estudo revelou um valor de 042 em chocolates ao leite

A atividade de aacutegua encontrada estaacute na faixa indicada para que tenha

conservaccedilatildeo dentro de seu prazo de validade de ateacute 1 ano

89

556Colorimetria

Os resultados referentes agrave anaacutelise colorimeacutetrica dos chocolates se encontram

na Tabela 16

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com

uva

L a b

Chocolate ao leite 3066plusmn 052a 602plusmn039a 1364plusmn058a

Chocolate com couve 3020plusmn058a 613plusmn019a 1509plusmn035b

Chocolate com uva 3080plusmn085a 653plusmn049a 1365plusmn078a

Segundo a CIELAB para anaacutelise de cores tem-se que L refere-se a luminosidade a espaccedilo da coloraccedilatildeo verde para vermelho b espaccedilo da coloraccedilatildeo de amarelo para azul

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir dos resultados apresentados eacute possiacutevel concluir que natildeo houve

diferenccedila nos paracircmetros L e a apoacutes adiccedilatildeo de couve e uva nos chocolates No

entanto existe uma diferenccedila entre o chocolate com couve para o paracircmetro b

O estudo de cor eacute um paracircmetro importante para os alimentos jaacute que eacute o

primeiro a ser percebido pelo consumidor por isso sua determinaccedilatildeo eacute de extrema

relevacircncia para o controle de qualidade A alteraccedilatildeo na cor de um produto

alimentiacutecio pode significar defeitos principalmente no chocolate como eacute o caso do

branqueamento de sua superfiacutecie devido ao efeito de bloom (WU e SUN 2013)

A determinaccedilatildeo de cor eacute realizada atraveacutes de valores numeacutericos resultantes

de trecircs espaccedilos dimensionais sendo os mais comuns os valores de L a e b que

satildeo os paracircmetros mais proacuteximos do que o olho humano eacute capaz de distinguir (WU

e SUN 2013) O sistema CIElab padroniza estes espaccedilos de cor que vatildeo de 0 a

100 O paracircmetro L significa a luminosidade o paracircmetro a indica da coloraccedilatildeo

verde para vermelho e b de amarelo para azul conforme demonstrado na Figura

29

90

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores

Sendo assim eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva natildeo modificou

significativamente (plt005) a luminosidade nem a coloraccedilatildeo no paracircmetro a

indicando que provavelmente esses paracircmetros natildeo seratildeo percebidos

sensorialmente

No caso do paracircmetro b no entanto o chocolate com couve apresentou

modificaccedilatildeo de praticamente 2 pontos na escala em comparaccedilatildeo com os outros dois

chocolates tendendo para o azul poreacutem por ser uma pequena diferenccedila

provavelmente tambeacutem natildeo seraacute percebida sensorialmente

557Estabilidade dos chocolates

O chocolates foram avaliados segundo sua textura por um periacuteodo de tempo

de 3 meses sendo medidos nos tempos de 1 dia 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

apoacutes a temperagem Durante os 3 meses os chocolates permaneceram com suas

91

caracteriacutesticas visuais estaacuteveis como brilho e cor A avaliaccedilatildeo de textura dos trecircs

chocolates eacute apresentada na Figura 30

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite chocolate ao leite

com uva e chocolate ao leite com couve

Nas 24 horas apoacutes a produccedilatildeo dos chocolates tem-se um valor de forccedila de

compressatildeo maior para o chocolate com uva (4376plusmn290N) se comparado com o

chocolate ao leite (3228plusmn184N) e o chocolate com couve (3592plusmn438N N) Esse

fato provavelmente se daacute ao maior tamanho de partiacutecula desta amostra (378microm)

como mostrado anteriormente sendo portanto mais forccedila necessaacuteria para quebrar

o chocolate A dureza e o tamanho de partiacutecula tendem a ser proporcional o que

explica este resultado (AFOWAKA2010) Essa tendecircncia de maior forccedila para o

chocolate com uva se repetiu durante todo o periacuteodo observado

Com o passar do tempo o chocolate ao leite aumentou a sua dureza jaacute que a

forccedila necessaacuteria para a quebra foi aumentando Os resultados para 1 dia 1 semana

15 dias natildeo foram estatisticamente diferentes (pgt005) Jaacute no segundo mecircs houve

um aumento significativo (3844plusmn242 N) que permaneceu igual estatisticamente no

terceiro mecircs (3945plusmn189 N) Sendo assim o aumento da forccedila de compressatildeo do

chocolate ao leite subiu 1817 do seu valor inicial ao longo dos trecircs meses Essa

0

10

20

30

40

50

60

1 dia 1 semana

15 dias 2 meses 3 meses

Forccedil

a (N

) Chocolate ao leite

Chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite com couve

92

diferenccedila no entanto eacute pequena e provavelmente natildeo pode ser sentida

sensorialmente

No caso do chocolate com couve a forccedila permaneceu estaacutevel durante o

periacuteodo de 3 meses natildeo havendo diferenccedila significativa(plt005) entre os

resultados encontrados

O chocolate com uva por sua vez natildeo apresentou diferenccedila significativa

(plt005) no periacuteodo de 1 dia 1 semana e 15 dias Houve um aumento significativo

no segundo mecircs (4800plusmn299 N) que se manteve significativamente (plt005)

estaacutevel no terceiro mecircs

Os resultados revelam que no chocolate ao leite e com uva ocorre mudanccedila

na dureza dos chocolates com o passar do tempo de prateleira Essas mudanccedilas

no entanto provavelmente natildeo deveratildeo ser percebidas sensorialmente uma vez

que se resumem a praticamente uma diferenccedila de 20N entre as forccedilas encontradas

o que provavelmente eacute difiacutecil de ser reconhecido

558Avaliaccedilatildeo sensorial

Durante a anaacutelise sensorial foram avaliados os paracircmetros lsquosaborrsquo ldquoTexturardquo

lsquoAspecto geralrsquo e lsquoIntenccedilatildeo de comprarsquo para todos os chocolates

A frequecircncia de notas para sabor se encontra na Figura 31

93

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A partir da anaacutelise dos resultados quanto ao sabor eacute possiacutevel afirmar que a

maioria dos provadores ficou entre ldquogostei ligeiramenterdquo (nota 6) agrave ldquogostei

muitiacutessimordquo (nota 9) representando 916 dos provadores no caso do chocolate

com couve 926 no caso do chocolate ao leite e 937 no caso do chocolate com

adiccedilatildeo de uva sendo que para este uacuteltimo 253 dos provadores atribuiacuteram nota 9

A nota mais atribuiacuteda foi a nota ldquo8rdquo (gostei muito) sendo que 337 atribuiu esta

nota para o chocolate ao leite 337 para o chocolate com couve e 295 para o

chocolate com uva Natildeo houve diferenccedila significativa (plt005) entre a meacutedia das

notas indicando que os trecircs chocolates foram bem aceitos

A avaliaccedilatildeo de ldquotexturardquo estaacute apresentada na Figura 32

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fr

eq

ue

nci

a

Notas

Chocolate com couve

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate ao Leite

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate com Uva

94

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A textura do chocolate com couve obteve maior porcentagem de notas acima

de 6 representando 642 do total ficando na frente do chocolate ao leite (611) e

do chocolate com uva (474) havendo uma distribuiccedilatildeo maior das notas poreacutem as

meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila significativa (plt005) entre entre si O maior

coeficiente de variaccedilatildeo entre os provadores ocorreu nas notas de textura do

chocolate com uva sendo que muitos apontaram terem gostado da ldquotextura

crocanterdquo desta amostra e outros indicaram que ldquoa amostra havia pedaccedilos maiores

ruins de mastigarrdquo Essa diferenccedila de sensaccedilotildees pode ser explicada pelo tamanho

da partiacutecula da uva liofilizada adicionada ao chocolate que como apontado

anteriormente foi relativamente maior e foi facilmente percebido pelos provadores

Os provadores em sua maioria (92) responderam que havia diferenccedila

entre as amostras Entre diversas respostas as mais frequentes foram a diferenccedila

de sabor entre os trecircs chocolates e a diferenccedila de textura da amostra de chocolate

com uva em relaccedilatildeo aos demais

Os resultados quanto ao aspecto geral das amostras estatildeo indicados na

Figura 33

95

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo chocolate ao leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Em termos de aspecto geral os provadores aceitaram bem as amostras

sendo que 905 deu uma nota entre 6 e 9 para o chocolate com couve e916 do

chocolate ao leite e 884 para o chocolate com uva A nota mais colocada

novamente foi nota a ldquo8rdquo (Gostei muito) sendo que 337 atribuiacuteram essa nota para

o chocolate ao leite 316 para o chocolate ao leite com couve e 284 para o

chocolate ao leite com uva Mesmo assim as notas meacutedias natildeo apresentaram

diferenccedila significativa (plt005) ou seja todas as amostras obtiveram a mesma

aceitaccedilatildeo frente aos provadores

As notas de ldquointenccedilatildeo de comprardquo se encontram na Figura 34

96

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo para o chocolate

ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

A partir da anaacutelise das notas dadas para a ldquointenccedilatildeo de comprardquo eacute possiacutevel

afirmar que a maioria dos provadores ldquoCertamente comprariardquo ou ldquoProvavelmente

comprariardquo representando um total de 611 para o chocolate com couve 666

para o chocolate ao leite e 642 do chocolate com uva Apesar da diferenccedila entre

porcentagens a avaliaccedilatildeo estatiacutestica da meacutedia das notas indicou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre as meacutedias apresentadas

Os resultados indicam uma alta aceitaccedilatildeo dos chocolates bem como intenccedilatildeo

de compra As diferenccedilas sensoriais percebidas durante o teste natildeo mudaram

estatisticamente a aprovaccedilatildeo dos provadores

559Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates

Primeiramente foi verificado o espectro de absorccedilatildeo dos trecircs extratos obtidos

a partir dos chocolates a fim de verificar se estes por possuiacuterem coloraccedilatildeo

caracteriacutestica absorviam mesma regiatildeo do espectro que o radical DPPH (515nm) o

97

que poderia interferir nos resultados obtidos Os espectros dos trecircs tipos de

chocolate estatildeo dispostos na Figura 35

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate ao leite com

couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH

A partir dos espectros de absorccedilatildeo eacute possiacutevel afirmar que os extratos de

chocolate natildeo absorvem energia no comprimento de onda de 515nm que eacute o

utilizado para a anaacutelise de DPPH Eacute possiacutevel observar no espectro do DPPH que

este absorve mais energia a 515nm e por isso justifica a escolha do comprimento

de onda para esta anaacutelise

Segundo Oliveira (2011) o trolox eacute uma substacircncia anaacuteloga a vitamina E

sendo sua principal caracteriacutestica ser um antirradicalar Ensaios jaacute realizados

revelam a eficiecircncia do trolox frente ao radical DPPH por isso eacute considerado que a

porcentagem de trolox representa proporcionalmente a atividade antirradicalar A

capacidade antirradicalar do padratildeo trolox foi testada em triplicata e a curva cineacutetica

estaacute representada na Figura 36

98

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da variaccedilatildeo de

absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox

A curva cineacutetica do padratildeo Trolox indica que o aumento da concentraccedilatildeo

reflete em maior reduccedilatildeo da absorbacircncia principalmente nos primeiros 5 minutos O

restante da reaccedilatildeo permanece com a absorbacircncia constante o que revela que a

reaccedilatildeo entre o radical DPPH e o padratildeo trolox ocorre principalmente nos primeiros 5

minutos

As amostras de extratos de chocolate ao leite chocolate ao leite com adiccedilatildeo

couve e chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva foram testadas frente ao radical

DPPH suas respectivas curvas cineacutetica e curvas padratildeo estatildeo representadas nas

Figuras 37 38 e39

O perfil cineacutetico das trecircs amostras apresenta um padratildeo de comportamento

os extratos de menor concentraccedilatildeo tecircm menor queda em relaccedilatildeo agrave absorbacircncia do

DPPH sem adiccedilatildeo de antioxidantes Jaacute os extratos com maior concentraccedilatildeo

apresentam maior diferenccedila entre a absorbacircncia final e o DPPH sem adiccedilatildeo sendo

que quanto maior a concentraccedilatildeo maior eacute esta diferenccedila

A diminuiccedilatildeo da absorbacircncia em todos os extratos de todas as amostras tem

seu decaimento ocorrendo durante todo o tempo de anaacutelise (30 minutos) diferente

do observado no padratildeo trolox indicando que a reaccedilatildeo entre o radical DPPH e todos

os extratos de chocolate ocorrem por mais tempo

99

A partir dessa variaccedilatildeo de absorbacircncia eacute possiacutevel traccedilar a curva padratildeo para

cada uma destas amostras sendo que quanto maior a inclinaccedilatildeo da reta maior eacute a

capacidade antirradicalar da amostra

As curvas padratildeo das trecircs amostras de chocolate revelam uma grande

semelhanccedila entre os perfis desses chocolates O coeficiente angular (α) de cada

uma das retas eacute comparado com o coeficiente angular meacutedio do Trolox (α=0021)

obtido atraveacutes da anaacutelise em triplicata deste padratildeo Os resultados estatildeo

representados na Tabela 17 juntamente com os resultados de outras avaliaccedilotildees do

perfil antirradicalar das amostras

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite com

couve

100

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de chocolate com uva

Foi realizada tambeacutem a quantificaccedilatildeo da atividade antirradicalar frente ao

radical DPPH por IC50 sendo que o resultado se encontra na Tabela 17

A anaacutelise frente ao ABTS foi realizada em triplicata para todas as amostras de

chocolate Primeiramente obteve-se o espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTS (22acute-

azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-aacutecido sulfocircnico) conforme Figura 40

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS

07

075

08

085

09

095

1

550 600 650 700 750 800 850

Ab

sorb

acircnci

a

Comprimento de onda (nm)

101

O espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTSbull+ revela que a maior absorccedilatildeo deste

composto ocorre na regiatildeo entre 700 e 750nm portanto justifica-se a utilizaccedilatildeo de

734nm para o comprimento de onda

O padratildeo Trolox tambeacutem eacute indicado como padratildeo da capacidade

antirradicalar frente ao radical ABTSbull+ e portanto a reaccedilatildeo entre eles foi realizada

O perfil cineacutetico e a curva padratildeo desta reaccedilatildeo eacute apresentada na Figura 41

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox

O perfil cineacutetico desta reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e trolox mostra que conforme o

aumento da concentraccedilatildeo tem-se uma reduccedilatildeo no valor de absorbacircncia Aleacutem disso

eacute possiacutevel notar que durante os 30 minutos de anaacutelise cada amostra se mostrou com

um valor de absorbacircncia estaacutevel revelando que a reaccedilatildeo ocorre no iniacutecio do

processo e natildeo se modifica ao passar do tempo

As amostras de chocolates foram testadas frente ao radical ABTSbull+ sendo

utilizadas as concentraccedilotildees de extrato de 2 3 4 5 6 As Figuras de 42 a 44

apresentam os resultados obtidos tanto para o perfil cineacutetico quanto para a curva

padratildeo de cada chocolate Estas sugerem um perfil de cineacutetica muito parecido para

todos os extratos de chocolate Tem-se uma reduccedilatildeo de absorbacircncia durante todo o

tempo de anaacutelise (30 minutos) sendo mais acentuada nos primeiros cinco minutos

o que sugere que a reaccedilatildeo ocorra durante todo este periacuteodo Mesmo assim o

102

padratildeo observado na amostra padratildeo se repete quanto maior a concentraccedilatildeo

menor eacute a absorbacircncia encontrada

O ABTSbull+ possui uma coloraccedilatildeo verde-escura e ao reagir com o antirradical

modifica sua coloraccedilatildeo para verde-claro e conforme a reaccedilatildeo for ocorrendo tem-se

a diminuiccedilatildeo do valor de absorbacircncia devido a esta diferenccedila de coloraccedilatildeo

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de couve

103

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de uva

A curva padratildeo do aacutecido gaacutelico demonstrou uma equaccedilatildeo da reta igual a y =

00012x + 02366

A quantificaccedilatildeo dos polifenoacuteis bem como a porcentagem de trolox frente ao

radical DPPH e a porcentagem de trolox frente ao radical ABTSbull+ estatildeo

apresentadas na Tabela 17

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com uva

Amostra gmg GAE IC50(DPPH)

(mgL) Trolox (DPPH) Trolox (ABTS)

Chocolate ao leite 7422plusmn410a 682plusmn014a 27875plusmn398a 44397plusmn412a

Chocolate com couve 7429plusmn393a 63plusmn056a 25093plusmn729ab 44228plusmn1820a

Chocolate com uva 147285plusmn1417b 692plusmn048a 24047plusmn1151b 37380plusmn136a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir da avaliaccedilatildeo da capacidade antirradicalar dos chocolates frente ao

radical ABTS pode-se dizer que natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila significativa

(plt005) entre as amostras sendo assim todos os chocolates apresentaram a

104

mesma capacidade frente a este radical ou seja natildeo houve aumento com a adiccedilatildeo

de couve e uva nos chocolates

Os valores encontrados para esse tipo de produto satildeo altos visto que podem

ser comparados com alimentos conhecidos por sua alta capacidade antirradicalar

como- mirtilos (4766 mg Equivalente de Vitamina C (VCE) 100 g) ameixas pretas

(372 mg VCE100g) (FLOEGEL2011) e goiaba (496 mg Trolox100 g) (REDDY

2010)

Jaacute frente ao radical DPPH em porcentagem de Trolox a atividade

antirradicalar das amostras de chocolate revelaram resultados nos quais o chocolate

ao leite eacute estatisticamente diferente (plt005) do chocolate ao leite com uva mas o

chocolate ao leite com couve natildeo apresenta diferenccedila significativa (plt005) com

nenhuma das duas amostras Esse fato indica que a capacidade antirradicalar frente

ao radical DPPH natildeo aumentou com a adiccedilatildeo de couve e apresentou menor

capacidade com a adiccedilatildeo de uva

Os resultados frente ao radical DPPH avaliados por IC50 demonstraram natildeo

haver diferenccedila significativa entre as amostras (plt005) Na literatura natildeo existe um

consenso em como expressar os resultados de testes antirradicalares Oliveira et al

(2014) sugerem a utilizaccedilatildeo de porcentagem de Trolox por facilitar a interpretaccedilatildeo

dos resultados jaacute que eacute diretamente proporcional agrave atividade antirradicalar

Os valores encontrados para a capacidade antirradicalar frente ao radical

DPPH tambeacutem satildeo comparaacuteveis a frutas e vegetais conhecidos por serem

potenciais antirradicalares como manga (211mg Trolox100 g) (REDDY et al 2010)

ameixa preta (287 mg VCE100 g) e vinho (1964 mg Trolox100 g) (FLOEGEL et al

2011)

O radical DPPH tende a interagir com compostos antirradicalares mais

reativos enquanto que o radical ABTS reage com os compostos de reatividade

intermediaacuteria (Oliveira 2014) Esse fato pode explicar a diferenccedila de valores

encontrada para os chocolates por estes dois meacutetodos e pode-se inferir que existe

maior quantidade de compostos de reatividade intermediaacuteria em todos os

chocolates

105

Diversos autores jaacute discutiram a correlaccedilatildeo destas duas metodologias

Floegel et al (2011) realizaram um estudo com 50 diferentes tipos de alimentos

(frutas vegetais e bebidas) e analisaram a correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos

para a capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH e frente ao radical ABTS

Foi encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0953) comparando-se os resultados das

frutas e das bebidas Por outro lado encontrou-se menor correlaccedilatildeo para os

resultados de vegetais (R=0896) Dudonne et al (2011) publicaram um estudo

comparativo entre 30 diferentes extratos de plantas assim como o artigo anterior foi

encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0903) entre os resultados de ABTS e DPPH

A anaacutelise estatiacutestica da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis demonstrou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre os resultados de chocolate com couve e

chocolate ao leite poreacutem houve uma diferenccedila entre estes em comparaccedilatildeo ao

chocolate ao leite com uva Houve um aumento da quantidade de polifenoacuteis em

5044 do chocolate com uva em relaccedilatildeo ao chocolate controle

A quantidade de polifenoacuteis encontrada no controle e chocolate com couve

pode ser comparaacutevel agrave quantidade de polifenoacuteis presentes por exemplo em laranjas

(70 mg GAEg) (REDDY 2010)

Conforme citado anteriormente a couve e a uva foram adicionadas de

diferentes formas no chocolate A couve foi adicionada durante o processo de refino

dos chocolates na maacutequina de moinho de bolas enquanto que a uva foi adicionada

apoacutes o processo de fabricaccedilatildeo em um misturador planetaacuterio o que pode ter afetado

diretamente na quantidade de polifenoacuteis adicionada

Siebert Troukhanova e Lynn (1996) estudaram a interaccedilatildeo entre proteiacutenas e

polifenoacuteis Sabe-se que os polifenoacuteis tecircm em sua estrutura duas extremidades que

podem se ligar as proteiacutenas- o anel benzecircnico que possivelmente podem interagir

com a parte apolar das cadeias de proteiacutenas e os grupos hidroxiacutelicos que formam

facilmente ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a amina ou com a carbonila da proteiacutena

Supotildee-se que essas ligaccedilotildees formam uma rede de proteiacutenas-polifenoacuteis a qual pode

interferir em suas biodisponibilidade Arts et al (2002) avaliaram a modificaccedilatildeo do

resultado de capacidade antirradicalar total de chaacute preto com e sem caseiacutena Foi

identificado que a adiccedilatildeo de proteiacutenas no chaacute afeta a capacidade antirradicalar do

mesmo natildeo atingindo a capacidade maacutexima de atividade antirradicalar

106

Niseteo et al (2012) realizaram um estudo da capacidade antirradicalar de

diferentes tipos de bebidas a base de cafeacute com e sem a adiccedilatildeo de leite e

quantificaram os compostos polifenoacutelicos por meacutetodo de Folin-ciocauteau Naquele

trabalho tambeacutem foi encontrada diferenccedila na capacidade antirradicalar dos cafeacutes

com adiccedilatildeo de leite de valor reduzido em comparaccedilatildeo aos sem leite e a interaccedilatildeo

polifenoacuteis-proteiacutenas tambeacutem foi discutida No entanto a quantidade de polifenoacuteis dos

cappuccinos com adiccedilatildeo de leite foi maior do que o controle O autor atribuiu essa

diferenccedila nos resultados de quantidade de polifenoacuteis e da capacidade antirradicalar

devido agrave baixa precisatildeo analiacutetica e a baixa seletividade do reagente de Folin-

ciocauteau que pode interagir com outros compostos redutores como accediluacutecares e

aminoaacutecidos e gerar assim resultados diferentes Os resultados encontrados para o

chocolate com uva apresentam a mesma tendecircncia- menor capacidade

antirradicalar e maior quantidade de polifenoacuteis

Jakobek (2015) publicou uma revisatildeo sobre a interaccedilatildeo dos polifenoacuteis com

outros componentes alimentares como proteiacutenas lipiacutedeos e carboidratos Segundo o

autor a partir de sua revisatildeo bibliograacutefica eacute possiacutevel concluir que essas interaccedilotildees

podem significar alteraccedilotildees na biodisponibilidade e bioacessibilidade desses

compostos pelo organismo A interaccedilatildeo entre lipiacutedeos e polifenoacuteis por exemplo

pode causar uma mudanccedila na absorccedilatildeo de lipiacutedeos no corpo e reduzir a

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Aleacutem disso as proteiacutenas e polifenoacuteis interagem entre si e

podem alterar tanto a atividade das proteiacutenas quanto a biodisponibilidade dos

polifenoacuteis

Os estudos citados acima demonstram uma forte interaccedilatildeo entre os

componentes dos alimentos (proteiacutenas lipiacutedeos carboidratos) com os compostos

fenoacutelicos Sugere-se que esta interaccedilatildeo pode vir a afetar a disponibilidade dos

compostos fenoacutelicos e portanto alterar a sua capacidade antirradicalar Jakobek

(2015) cita tambeacutem que quanto maior a quantidade de grupos hidroxila e quanto

maior o peso molecular maior eacute a tendecircncia das moleacuteculas de polifenoacuteis a se ligar a

proteiacutenas Os compostos encontrados na couve e na uva apresentam esses dois

fatores o que sugere que estas interaccedilotildees possam ter ocorrido e

consequentemente interferindo na capacidade antirradicalar dos chocolates

formulados

107

No entanto natildeo foram utilizadas as metodologias de ORAC e FRAP que

tambeacutem satildeo conhecidas para capacidade antirradicalar Sabe-se que a anaacutelise da

atividade antirradicalar por ORAC apresenta grande vantagem em relaccedilatildeo ao radical

ABTS e ao radical DPPH pois eacute baseada nos radicais peroxila que satildeo mais

correlacionados com a oxidaccedilatildeo in vivo das ERO (SCHAICH ZIE 2015) O FRAP

baseia-se na reduccedilatildeo do complexo feacuterrico pela accedilatildeo de doaccedilatildeo de eleacutetrons por

antioxidantes e possui boa correlaccedilatildeo com o ABTS (Duddone et al 2009)

A adiccedilatildeo de frutas secas em chocolates jaacute foi estudada por diversos grupos

de pesquisa com o objetivo de enriquecer essas formulaccedilotildees

Belščak-Cvitanovi et al (2012) elaboraram diversas formulaccedilotildees de chocolate

com adiccedilatildeo de folhas de Rubus ideaus L ( raspberry) com o objetivo de adicionar

compostos fenoacutelicos Para tal estudo realizaram formulaccedilotildees de chocolate ao leite

e chocolate amargo sendo um teor de cacau de 30 e 72 respectivamente As

folhas sofreram um processo de extraccedilatildeo em aacutegua quente sendo adicionadas em

duas formas diferentes ao chocolate um extrato liofilizado e um extrato obtido por

evaporaccedilatildeo Natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila na quantidade de compostos

polifenoacutelicos totais com adiccedilatildeo de extrato liofilizado assim como sua capacidade

antirradicalar frente ao radical FRAP Aleacutem disso foi identificado que o chocolate

amargo possui capacidade antirradicalar e quantidade de polifenoacuteis muito superiores

se comparado aos chocolates ao leite avaliados pois segundo o autor produtos

com grande quantidade de accediluacutecar e leite em poacute formam uma rede de interaccedilatildeo forte

entre proteiacutenas e catequinas e isto podem afetar diretamente na anaacutelise de

antirradicalares

Komes et al (2013) estudaram a adiccedilatildeo de 5 diferentes tipo de frutas

secas(ameixa mamatildeo damasco uvas passa e cranberry) em formulaccedilotildees de

chocolate Este estudo revelou tambeacutem uma maior capacidade antirradicalar e

quantidade de polifenoacuteis para chocolates amargos em comparaccedilatildeo com chocolates

ao leite Apesar da adiccedilatildeo de cranberry e uva passa terem sido efetivas em termos

de aumentar a capacidade antirradicalar e o teor de polifenoacuteis os autores

demonstram que o maior responsaacutevel pelos altos valores eacute o cacau que possui

grande quantidade de compostos fenoacutelicos em sua composiccedilatildeo

108

A grande influecircncia do liquor de cacau na quantidade de polifenoacuteis e na

capacidade antirradicalar estaacute de acordo com o encontrado para todos os chocolates

formulados no presente trabalho Conforme demonstrado anteriormente o liquor de

cacau utilizado quando comparado com frutas conhecidas por essa propriedade

possui uma alta capacidade antirradicalar (IC50=29 mgg) e alta quantidade de

polifenoacuteis (25994 mg GAE g) que reflete nos altos valores encontrados

Sim et al (2016) estudaram a adiccedilatildeo de poacute de casca de mangostatildeo (Garcinia

mangostana Linn) para a melhoria de propriedades nutricionais do chocolate As

formulaccedilotildees foram realizadas com 0 1 e 3 de poacute sendo que o chocolate amargo

obteve uma melhora de 3 na quantidade de polifenoacuteis totais aleacutem de uma melhora

no perfil de compostos bioativos sendo uma possiacutevel alternativa como aditivo para

enriquecimento de formulaccedilatildeo de chocolates

Todorovik et al (2015) avaliaram o perfil de polifenoacuteis de chocolates

produzidos na Seacutervia sendo que foram avaliados chocolates ao leite amargos e

amargos com adiccedilatildeo de raspberry Neste estudo natildeo foi encontrada diferenccedila entre

a quantidade de polifenoacuteis dos chocolates amargos com e sem a adiccedilatildeo de

raspberry Mesmo assim os resultados mostraram um aumento da capacidade

antirradicalar frente ao radical DPPH e ABTS nos chocolates com adiccedilatildeo de

raspberry

Os trabalhos citados acima demonstram que eacute possiacutevel adicionar frutas ou

folhas secas em chocolate e obter uma maior capacidade antirradicalar

Os chocolates desenvolvidos no presente trabalho apresentaram altas

capacidades antirradicalares o que sugere seus efeitos beneacuteficos para o corpo pele

e sauacutede Para o aumento significativo da capacidade antirradicalar no entanto mais

testes deveriam ser realizados de modo a definir se haacute uma interaccedilatildeo entre estes

compostos e as proteiacutenas do leite presentes no chocolate

109

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD

A anaacutelise em CLAE-DAD foi realizada para o perfil cromatograacutefico dos

compostos fenoacutelicos e verificaccedilatildeo se os componentes presentes na couve e na uva

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo desses produtos As comparaccedilotildees

entre cromatogramas de mesmo comprimento de onda para o chocolate ao leite

chocolate com couve e couve liofilizada se encontram nas Figuras 45 a 48

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

110

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

A anaacutelise dos cromatogramas do chocolate ao leite com couve chocolate ao

leite e da couve permite concluir que alguns dos picos da couve foram transferidos

para o chocolate ao leite com couve assim como alguns picos do chocolate ao leite

foram transferidos para o chocolate com couve A comparaccedilatildeo entre os picos e as

aacutereas encontradas estaacute disposta na Tabela 18

111

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260 nm 280 nm 320 nm 360 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL

2684 29610 3006 5879 2454 7848 2694 - 2449 - 603 101 2448 - 559 109

3652 - 2994 7936 2690 16752 1975 - 2538 1443 256 - 2539 986 261 -

3828 - 6680 24257 3097 - 81 - 2704 - 635 890 2705 - 777 562

4795 1003 10733 - 3849 - 8308 32875 2866 - 262 617 3639 - 182 268

5687 - 241 495 5707 1122- 224 406 365 - 250 855 3811 385 111 -

5964 - 1127 3481 5954 - 731 2575 4041 - 127 418 4032 - 124 232

6778 - 968 2839 6755 - 804 2833 9285 - 355 850 23576 18018 918 -

7229 - 287 699 7229 - 298 709 19400 - 733 1898 64626 6560 492 -

8165 - 585 3532 7926 - 303 2202 20645 - 182 378

9088 - 167720 481259 9088 - 219180 498880 25230 - 1682 3395

10379 - 626 1746 10370 - 1278 3175 29694 69863 1397 -

11 - 477 2917 11071 - 849 2221 56254 23250 572 -

12069 912 325 728 12069 1047 377 1051 57971 30799 312 -

12792 - 483 2280 15535 - 291 869 62540 479 618 -

13571 - 254 1435 16109 - 2446 9090 64626 9645 355 -

15529 - 495 1535 18094 808 25245 -

16137 - 4122 18531 19402 - 1267 28136

18094 - 19811 24559 22084 - 2792 10571

22083 58677 1751 -

22851 - 567 1191

23577 22250 1070 -

29206 - 413 81520

30100 - 412 1374

30797 - 26159 11417

64624 2830 546 -

82747 1375 1353 1305

112

Os cromatogramas obtidos para o chocolate ao leite chocolate ao leite com

uva e uva liofilizada estatildeo dispostos nas Figuras 49 a 52

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

113

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Assim como na primeira avaliaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que muitos dos picos

presentes no chocolate ao leite estatildeo presentes no chocolate ao leite com uva

Tambeacutem se observa que alguns picos da uva liofilizada foram transferidos para o

chocolate ao leite com uva conforme demonstra a Tabela 19

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de CLAE-DAD para identificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos eacute largamente utilizada na literatura atual Esta identificaccedilatildeo de compostos

pode ser realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo de tempos de retenccedilatildeo presentes na

literatura assim como comparaccedilatildeo com padrotildees No caso dos chocolates no

entanto

114

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260nm 280nm 320 nm 350 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT Uva CU CL RT Uva CU CL RT UVA CU CL RT UVA CU CL 2553 - 497 27915 2543 - 12925 52565 2779 - 19355 89 2450 10265 785 1085

2758 - 10827 13866 2757 - 14411 250205 2943 195 1428 2548 879 3375 254 2934 58 6176 26 2935 1615 7287 - 3052 223 21765 2775 182 752 562

3042 989 6047 - 3044 945 8338 - 56915 - 297 1325 2831 - 6825 384 3710 68 429 - 5194 355 625 - 9233 - 12195 8495 4098 - 806 232

3920 1533 4631 - 5918 661 3631 25745 10372 - 156 171 5049 - 272 98 56805 216 9485 495 6733 3903 2833 14080 - 8005 407 54596 - 216 165

5933 14 47705 3481 8984 4475 598044 - 16098 - 11865 36505 57455 - 361 3005 6761 308 36245 2839 10337 - 1692 3175 21380 - 9285 25005

7134 175 3066 - 21246 - 1568 24645 27800 - 388 9455 8995 178 603862 - 27776 24704 3809 - 73585 24825 492 -

10339 453 1138 1746 59786 1325 207 - 79272 851 107 - 12752 - 31385 22795 73587 7115 3055 -

14113 - 993 7615 79261 482 401 - 15491 - 2688 1535

16083 - 217065 18531 21381 - 953 48615

67858 - 567 208

115

existe uma grande complexidade de compostos presentes em sua estrutura o que

dificulta a utilizaccedilatildeo de adiccedilatildeo de padrotildees

Sendo assim o meacutetodo mais adequado seria a utilizaccedilatildeo de um CLAE-MS

capaz de identificar as massas dos picos e assim permitir a sua correta

caracterizaccedilatildeo No presente trabalho no entanto natildeo foi possiacutevel realizar esta

anaacutelise levando entatildeo agrave conclusatildeo atraveacutes de hipoacuteteses sobre os tempos de

retenccedilatildeo conhecidos em literatura

Primeiramente eacute preciso lembrar que dependendo do tipo de estrutura

quiacutemica haacute uma diferenccedila na absorccedilatildeo em cada comprimento de onda Zhang

(2013) identificou os espectros de absorccedilatildeo de 14 compostos fenoacutelicos mais

conhecidos na literatura sendo eles (1) aacutecido gaacutelico (2) aacutecido protequinico (3)

aacutecido vaniliacutenico (4) aacutecido cafeacuteico (5) aacutecido siringico (6) aacutecido cumaacuterico (7) aacutecido

saliciacutelico (8)catequina (9) epicatequina (10) rutina (11) morina (12) cumarina (13)

quercetina (14) resveratrol

Esses compostos fenoacutelicos estatildeo presentes tanto na uva quanto na couve

conforme abordado na revisatildeo de literatura A Tabela 20 representa os

comprimentos de onda de maior absorccedilatildeo para cada um dos fenoacutelicos acima

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013

Classes de substacircncias Compostos fenoacutelicos Comprimento de onda (nm)

Aacutecidos hidroxicinacircmicos Aacutecido gaacutelico 271

Aacutecido protequiacutenico 260

Aacutecido vaniliacutenico 260 Aacutecido hidroxicinacircmico Aacutecido cafeacuteico 324

Catequinas

Aacutecido cumaacuterico 280

Catequina 280

Epicatequina 280

Flavonoacuteis Rutina 255

Quercetina 374 Estibeno

Resverastrol 306

116

Todos os compostos citados absorvem nos comprimentos de onda avaliados

para os chocolates 260 280 320 e 360 nm portanto existe uma possibilidade de

que estes compostos estejam entre aqueles que se repetiram nos chocolates com

adiccedilatildeo sendo assim eacute provaacutevel que os picos encontrados estabeleccedilam uma relaccedilatildeo

com a adiccedilatildeo de compostos da couve e da uva nos chocolates

Comparando-se o chocolate ao leite com o chocolate com couve eacute possiacutevel

perceber que existe maior quantidade de picos em 280 e 320 nm no chocolate com

couve do que na amostra controle Provavelmente este fato indica que teriam sido

adicionados ao chocolate compostos da classe das catequiacutenas e compostos da

classe dos flavonoacuteis

Jaacute a comparaccedilatildeo entre o chocolate controle e o chocolate com uva haacute uma

adiccedilatildeo de picos principalmente nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm o que

provavelmente sugere que compostos das classes da catequiacutenas e aacutecidos

hidroxicinacircmicos foram adicionados

As catequinas satildeo principal constituinte de chaacutes e satildeo associadas a altas

capacidades antioxidantes Estudos revelam que a ingestatildeo de catequiacutenas pode

reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas aleacutem de possuir potencial para inibir ceacutelulas

canceriacutegenas e reduzir o processo de envelhecimento (BRAICU et al 2013)

Os flavonoacuteis satildeo antioxidantes naturais encontrados principalmente no chaacute e

em frutos como o cacau Estudos a respeito dessa classe de compostos

demonstram seu potencial em reduzir a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica representando um

protetor cardiovascular importante (HEIM TAGLIFERRO BOBILYA 2002)

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos tambeacutem satildeo altamente estudados por sua

propriedade antioxidante Estatildeo presentes em frutas e vegetais e satildeo conhecidos

principalmente por sua bioatividade (RAZZZAGHI-ASI et al 2013)

117

6CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de uva e couve em chocolate ao leite modificou suas propriedades

como segue

As propriedades fiacutesicas como tamanho de partiacutecula textura

viscosidade e tensatildeo inicial de Casson sendo que a diferenccedila de

textura e tamanho de partiacutecula foi percebida sensorialmente pelos

provadores natildeo treinados

As propriedades fiacutesico-quiacutemicas como a quantidade de fibras

conteuacutedo mineral e quantidade de accediluacutecares conduzindo a melhora nas

propriedades nutricionais dos chocolates

Nas propriedades sensoriais 92 dos painelistas afirmaram que havia

diferenccedila entre as amostras A anaacutelise sensorial tambeacutem comprovou

uma boa aceitaccedilatildeo de todos os chocolates sendo que mais de 60

dos provadores afirmou que provavelmente ou certamente compraria o

chocolate

A quantidade de polifenoacuteis aumentou no chocolate ao leite com uva

mas natildeo no chocolate ao leite com couve para a metodologia de Folin-

Ciocauteau

A grande quantidade de polifenoacuteis presentes no liquor de cacau utilizado

impactou diretamente nos altos valores encontrados para todos os chocolates

formulados A adiccedilatildeo de uva e couve liofilizadas apesar de tambeacutem apresentarem

altas quantidades de polifenoacuteis natildeo modificou a capacidade antirradicalar frente ao

radical ABTS e ao radical DPPH No processo de liofilizaccedilatildeo houve perdas de

polifenoacuteis na couve e na uva

Os resultados do perfil cromatograacutefico dos compostos fenoacutelicos por CLAE-

DAD revelaram que muitos dos compostos presentes na couve e na uva foram

transferidos para os chocolates formulados

A utilizaccedilatildeo de frutas e hortaliccedilas como alternativa para o enriquecimento de

propriedades dos alimentos foi comprovada neste trabalho demonstrando melhorar

as qualidades nutricionais e funcionais de alimentos como chocolate ao leite

118

7SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS

A adiccedilatildeo de frutas e vegetais em produtos alimentiacutecios eacute uma aacuterea

promissora para enriquecimento de formulaccedilotildees Os resultados obtidos no presente

trabalho indicaram modificaccedilotildees em alguns aspectos do chocolate o que eacute uma

premissa interessante para futuros trabalhos

Avalia-se que a adiccedilatildeo de frutas e vegetais tem no entanto aleacutem do valor

nutricional um efeito beneacutefico para ajudar a balancear as espeacutecies reativas no corpo

e desacelerar o envelhecimento precoce Essas propriedades funcionais no entanto

soacute poderiam ser confirmadas com testes in vivo apropriados para a verificaccedilatildeo deste

benefiacutecio

Aleacutem disso estudos de cristalizaccedilatildeo dos chocolates formulados poderiam ser

conduzidos pelas teacutecnicas- DSC Difraccedilatildeo de RAIO-X que poderiam ser utilizadas

para informaccedilotildees da estabilidade desses chocolates

119

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132

ANEXO A- Parecer cosubstanciado do CEP

133

134

135

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

136

137

138

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL

139

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES PARA BANCA JULGADORA

140

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO

141

142

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES

143

144

145

Page 9: Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in

natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo

meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010) 62

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante 63

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

64

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da

peneira para couve liofilizada em poacute 66

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para

extrato de couve liofilizado 67

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar

um sal com Cu2+ se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho

tijolo) Retirado de Tavares et al (2010) 69

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em

diferentes concentraccedilotildees 72

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em

diferentes concentraccedilotildees 73

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate 76

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees

dos chocolates 77

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve

e chocolate com uva 80

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com

couve e chocolate com uva 81

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose 87

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores 90

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite

chocolate ao leite com uva e chocolate ao leite com couve 91

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate

ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 93

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o

chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 94

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo

chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 95

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo

para o chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

96

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate

ao leite com couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH 97

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da

variaccedilatildeo de absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox 98

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite 99

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite com couve 99

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de

chocolate com uva 100

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS 100

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox 101

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite 102

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve 102

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 103

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho 40

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate sendo a foacutermula 1 a

controle a foacutermula 2 o chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 43

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria 44

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE 50

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura

extraiacutedos por diferentes meacutetodos 64

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para

meacutetodo graacutefico e algeacutebrico 67

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva

liofilizada e in natura 69

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes

extratores 70

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical

DPPH para o liquor de cacau 74

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e

integral utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate 75

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate 78

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite

com couve e chocolate ao leite com uva 83

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de

chocolates finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010) 83

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate

eo leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 87

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates 88

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e

chocolate ao leite com uva 89

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com

uva 103

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao

leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 111

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates

com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 114

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde

apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013 115

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABICAB Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados

ABTS 22-azino-bis(3-etilbenzothiazolina-6-aacutecido sulfocircnico)

AM Abertura da malha

CLAE Cromatografia Liacutequida de Alta Eficiecircncia

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DPPH 22-difenil-1-picrilhidrazil

IC50 Concentraccedilatildeo em que se reduz a metade do efeito maacuteximo

ERO Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

FDA Food Dietary Intake

IEA Instituto de Economia Agriacutecula

g Grama

GAE Gallic Acid Equivalent

LDL Lipoproteiacutena de baixa densidade

mg Miligrama

mL Mililitros

N Newton

Pas Pascal por segundo

Pa Pascal

PGPR Polyglycerol Polyricinoleate

POS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Esteaacuterico

POP Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Palmitiacuteco

RDA Refference Dietary Allowance

RDC Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada

SOS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Esteaacuterio-Oleico-Esteaacuterico

TAG Triacilgliceroacuteis

USDA United States Department of Agriculture

UV Ultravioleta

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 22

21 Envelhecimento cutacircneo 22

22 Cacau e Chocolate 27

23 Brassica oleracea (couve) 31

24 Vitis vinifera (Uva) 36

3 OBJETIVOS 39

31 Geral 39

32 Especiacuteficos 39

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 40

41 Materiais 40

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva 41

43 Produccedilatildeo do chocolate 42

44 Granulometria 44

45 Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute 45

46 Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar 45

461 Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos 45

462 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do

potencial antirradicalar de couve uva e liquor de cacau 47

463 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates 47

464 Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis 48

465 Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS 49

466 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE 49

47 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates 50

48 Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas 51

481 Determinaccedilatildeo de umidade 51

482 Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral 51

483 Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos 51

484 Determinaccedilatildeo de proteiacutenas 52

485 Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

52

486 Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis 52

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura 52

410 Determinaccedilatildeo da reologia 53

411 Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua 53

412 Avaliaccedilatildeo da Colorimetria 53

413 Avaliaccedilatildeo sensorial 53

414 Forma de anaacutelise de resultados 56

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 57

51 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve 57

511 Liofilizaccedilatildeo 57

512 Perfil antioxidante 59

513 Anaacutelise granulomeacutetrica 66

52 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva 68

521 Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares

redutores natildeo redutores e totais 68

522 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva 70

53 Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau 73

531 Perfil antirradicalar do liquor de cacau 73

532 Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau 74

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute 75

55 Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates 75

551 Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da

manteiga de cacau 75

552 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula 78

553 Anaacutelise Reoloacutegica 79

554 Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates 82

555 Atividade de aacutegua 88

556 Colorimetria 89

557 Estabilidade dos chocolates 90

558 Avaliaccedilatildeo sensorial 92

559 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates 96

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD 109

6 CONCLUSAtildeO 117

7 SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

REFEREcircNCIAS 119

ANEXO A- PARECER COSUBSTANCIADO DO CEP 132

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 135

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL 138

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES 139

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO 140

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES 142

20

1INTRODUCcedilAtildeO

Na safra 20142015 a colheita bruta de cacau 4230 mil toneladas do fruto

(INTERNATIONAL COCOA CONFECTIONARY ORGANIZATION-ICCO 2016)

Segundo dados da Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados (ABICAB) (2015) 731 mil toneladas de chocolate

foram produzidos no ano de 2014

Segundo o documento ldquoBrasil Food Trends 2020rdquo a tendecircncia para o mercado

de alimentos no Brasil eacute o desenvolvimento de formulaccedilotildees com o conceito de

ldquosaudabilidaderdquo ou seja produtos com menor valor caloacuterico reduzido valor de

accediluacutecar com menor teor de gorduras trans e que possuam atribuiccedilotildees funcionais

Sabe-se que os consumidores vecircm buscando produtos que contribuam para uma

dieta mais saudaacutevel com maior conteuacutedo mineral e de nutrientes e valor reduzido de

gorduras e colesterol (MADI COSTA REGO 2010)

Lannes et al (2002) por exemplo formularam chocolate utilizando o cupuaccedilu

Seus estudos permitiram concluir que a substituiccedilatildeo do cacau pelo cupuaccedilu foi

eficaz gerando um produto com alta qualidade e custo reduzido se comparado ao

similar Komes et al (2013) adicionaram frutas secas agraves formulaccedilotildees de chocolate a

fim de obter um chocolate com maior capacidade antirradicalar Segundo a anaacutelise

sensorial realizada pelos autores os chocolates contendo Cranberries foram bem

aceitos e foi possiacutevel observar maior potencial antirradicalar nos chocolates com

adiccedilatildeo de frutas Amaral (2013) realizou a produccedilatildeo de recheios de bombons com

adiccedilatildeo de murici uma fruta de alto valor nutricional e obteve produtos com maior

elevados teores de proteiacutenas e minerais

A busca pela inovaccedilatildeo no mercado de chocolates tambeacutem levou

pesquisadores a realizar patentes de seus produtos Crowley amp Naimeddine (2011)

desenvolveram um chocolate com adiccedilatildeo de um blend da manteiga de cacau com

adiccedilatildeo de frutas liofilizadas em poacute Vajda et al (1989) elaboraram um spread de

chocolate com a adiccedilatildeo de poacutes de frutas concentradas

21

Sabe-se que haacute uma grande quantidade de pesquisas a respeito dos

benefiacutecios dos antioxidantes para evitar ou reduzir os efeitos de doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como cacircncer Alzheimer catarata diabetes envelhecimento

entre outras (Cai et al 2004 apud MORAIS et al2009) Os polifenoacuteis por exemplo

satildeo antioxidantes que possuem estruturas quiacutemicas promissoras para prevenccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo (MEENA MEENA TREacuteTON 2014)

Os antioxidantes podem ser encontrados em diversos tipos de vegetais- como

frutas e hortaliccedilas sendo a couve e a uva dois exemplos de alimentos com essa

propriedade

A couve eacute um vegetal importante nas dietas tradicionais na regiatildeo

Mediterracircnea e eacute conhecida por sua capacidade de prevenccedilatildeo de doenccedilas e

propriedades antimicrobianas Estudos identificaram nove diferentes aacutecidos fenoacutelicos

em sua composiccedilatildeo sendo estes com alta capacidade antioxidante (AYAZ et al

2008)

O consumo de uvas vem sendo estudado como efetiva prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas e o envelhecimento devido agrave alta porccedilatildeo de compostos fenoacutelicos em

sua composiccedilatildeo A uva eacute composta principalmente por flavonoides como o

resveratrol que jaacute foi comprovadamente associado agrave alta capacidade antirradicalar

frente aos radicais livres (XIA et al 2010)

Diante do acima citado o presente trabalho tem como objetivo o

desenvolvimento de formulaccedilatildeo de chocolates acrescidos de folhas de couve

(Brassica oleracea) e de frutos de uva (Vitis viniacutefera) obtendo-se assim produtos

com enriquecimento das propriedades funcionais Por suas propriedades acredita-

se que o seu consumo traraacute benefiacutecios agrave sauacutede

22

2REFERENCIAL TEOacuteRICO

21Envelhecimento cutacircneo

A pele eacute o oacutergatildeo que reveste todo o organismo correspondendo a 5 do

peso corporal Apresenta multifunccedilotildees tais como sensorial proteccedilatildeo contra agentes

externos termorregulaccedilatildeo excreccedilatildeo e produccedilatildeo de metaboacutelitos aleacutem de

representar a aparecircncia e perfil caracteriacutestico dos indiviacuteduos (CORREcircA 2012)

A pele eacute dividida em trecircs principais camadas- a epiderme a derme e a

hipoderme conforme demonstra a Figura 1 (KHAVKIN e DAVID 2011)

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele

A epiderme eacute formada por aproximadamente 95 de queratinoacutecitos os quais

estatildeo sempre se renovando constituindo desde a membrana basal ateacute a superfiacutecie

23

da pele e assim gerando diversas camadas distintas camada basal espinhosa

granulosa e coacuternea (KHAVKIN e DAVID 2011)

Com o passar do tempo a derme sofre um processo natural de

envelhecimento que varia de acordo com os fatores geneacuteticos de cada pessoa Os

sinais cliacutenicos de surgimento deste processo se datildeo com o aparecimento de linhas

de expressatildeo rugas e manchas (LONGO CASARI BERETTI 2013) Estima-se que

a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ultravioleta seja responsaacutevel por 80 da aceleraccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo precoce poreacutem o cansaccedilo fiacutesico e psicoloacutegico a exposiccedilatildeo

agrave poluiccedilatildeo o consumo de aacutelcool e a dieta natildeo balanceada satildeo fatores importantes

que contribuem neste processo (POLJSAKDAHMANE 2012)

A pele por possuir funccedilatildeo protetora eacute o oacutergatildeo que estaacute mais exposto a

agentes quiacutemicos fiacutesicos e microbioloacutegicos e portanto possui maior tendecircncia de

acumular radicais livres (Hashizume 2004 apud Kammeyer Luiten 2015)

Radical livre eacute toda espeacutecie seja ela orgacircnica ou inorgacircnica que possui

eleacutetrons desemparelhados em sua camada de valecircncia Esta configuraccedilatildeo torna os

compostos muito instaacuteveis com baixa meia-vida e deste modo com reatividade

muito alta (Lushchak 2014) A formaccedilatildeo dos radicais livres pode ocorrer no

citoplasma em membranas e principalmente na mitocondria (Labat-Robert Robert

2014)

Os radicais livres mais comuns encontrados na pele satildeo as Espeacutecies

Reativas de Oxigecircnio (ERO) que podem ser radicalares- como radicais hidroxila

(HO) radicais superoacutexido (O2-) radicais peroxila e alcoxila (RO2 RO)- ou natildeo

radicalares como oxigecircnio singlete (O2) e peroacutexido de hidrogecircnio(H2O2) e as

Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio (ERN) como NO e espeacutecies reativas de enxofre

(GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Na membrana mitocondrial ocorrem naturalmente as reaccedilotildees de reduccedilatildeo

completa do O2 como demonstra a Figura 2 As reaccedilotildees envolvem a transferecircncia

de quatro eleacutetrons para a formulaccedilatildeo de H2O no entanto sabe-se que as reaccedilotildees

intermediaacuterias podem vir a formar EROs pela reduccedilatildeo incompleta do oxigecircnio

durante o transporte de eleacutetrons (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

24

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014)

O acircnion radical superoacutexido (O2-) formado a partir da primeira reaccedilatildeo de

reduccedilatildeo do oxigecircnio eacute dentre todas as outras ERO a menos reativa e portanto sua

capacidade de causar danos a ceacutelulas ainda natildeo eacute comprovada Contudo em meio

aacutecido este radical sofre a reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo (Equaccedilatildeo 1) formando o peroacutexido

de hidrogecircnio (H 2O2) espeacutecie de meia vida longa que pode reagir com alguns

metais produzindo novas espeacutecies oxidativas (Lushchak 2014)

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014)

Mesmo assim o acircnion radical superoacutexido (O2) possui um papel importante na

funccedilatildeo vital de algumas ceacutelulas pois eacute por meio dele que se formam os radicais

OH aleacutem de ser essencial para o seu organismo de defesa (BARREIROS DAVID

DAVID 2006)

O radical hidroxila (OH) eacute entre os jaacute citados o que possui menor tempo de

meia vida isto significa que ele possui uma instabilidade eletrocircnica muito maior que

os outros Deste modo eacute capaz de capturar mais eleacutetrons de outras moleacuteculas e

portanto causar danos maiores e mais rapidamente que os outros Aleacutem disso

possui a capacidade de reagir com aminoaacutecidos aacutecido desoxirribonucleacuteico aacutecidos

25

ribonucleacuteicos e aacutecidos orgacircnicos bem como inativar diversas proteiacutenas por meio da

oxidaccedilatildeo do grupo sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) (Prior 2015)

O ataque a aminoaacutecidos atinge principalmente a cisteiacutena histidina triptofano

metionina fenilalanina podendo gerar clivagem de ligaccedilotildees fazendo com que

ocorra a perda da atividade enzimaacutetica dificuldade no transporte ativo atraveacutes

de membranas celulares citoacutelise e ateacute a morte celular Todos os aminoaacutecidos

podem perder o hidrogecircnio de sua cadeia ligado ao carboxilato e ao grupo amino

Essa abstraccedilatildeo faz com que ocorra um ataque do radical hidroxiacutelico agrave cadeia

carboxilato do aminoaacutecido causando a perda de gaacutes carbocircnico e formando um

carbono radicalar (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

O radical hidroxila pode ainda reagir com lipiacutedeos ao atacar essas cadeias o

grupo metilecircnicoalilico fica suscetiacutevel a outros ataques tornando-se um radical livre

Esse carbono radicalar formado pode facilmente gerar o radical lipiacutedeo-peroxila

atacando a proteiacutena das membranas e gerando danos as ceacutelulas (BARREIROS

DAVID DAVID 2006)

Este tipo de radical pode ser formado por intermeacutedio de dois tipos de reaccedilatildeo

A primeira (Figura 4A) eacute determinada por exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante que

em frequente contato com as ceacutelulas da pele pode levar a formaccedilatildeo de

cacircncer em seres humanos A segunda (Figura 4B) ocorre devido agrave presenccedila de

metais de transiccedilatildeo no organismos (como Fe2+e Cu+) que reagem com o peroacutexido

de hidrogecircnio pela reaccedilatildeo de Fenton (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

26

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de Kammeyer Luiten

(2015)

O radical hidroperoxiacutela (HO2) eacute a forma protonada do radical superoacutexido e

segundo Kammeyer e Luiten (2015) eacute mais reativo e tem maior poder de destruiccedilatildeo

das ceacutelulas

A pele possui seu proacuteprio sistema antioxidante que busca reduzir os danos

causados por esses radicais livres A superoacutexido desmutase por exemplo eacute capaz

de converter o radical superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio evitando a accedilatildeo deste

como radical livre A catalase e a glutationa peroxidase satildeo tambeacutem antioxidantes

em destaque pois satildeo capazes de realizar a decomposiccedilatildeo do H2O2 e assim

formar aacutegua e oxigecircnio Apesar disso as fontes exoacutegenas de radicais livres vecircm

acelerando o processo de envelhecimento e assim torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de fontes exoacutegenas de antioxidantes para combater esses radicais (GUARATINI

MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Oliveira et al (2009) por exemplo estabeleceram uma relaccedilatildeo entre o

consumo excessivo de produtos como gorduras trans fumo aacutelcool accediluacutecar entre

outros com problemas envolvendo estresse oxidativo Observam tambeacutem que

quanto maior o consumo de frutas e verduras menor a probabilidade de

desenvolvimento de doenccedilas

27

Estudos recentes relacionam os haacutebitos alimentares inadequados ao aumento

de ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas (FARIA SANTOS VIANNA 2006) Por sua vez

Guaratini Medeiros e Colepicolo (2007) relatam que o envelhecimento cutacircneo pode

ser catalisado pela presenccedila de espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio nos

tecidos cutacircneos levando a mutaccedilotildees das estruturas normais da pele Devido a isto

sugere-se a aplicaccedilatildeo tanto oral como toacutepica de antioxidantes como estrateacutegia para

a proteccedilatildeo e cuidado da pele

Qualquer alteraccedilatildeo nas funccedilotildees normais das ceacutelulas da pele resulta em uma

seacuterie de mudanccedilas que iratildeo impactar no envelhecimento cutacircneo Satildeo elas a perda

de funccedilatildeo tensora e retraacutetil o aumento da fragilidade a diminuiccedilatildeo nos sistemas de

resposta de cicatrizaccedilatildeo perda de firmeza modificaccedilatildeo na pigmentaccedilatildeo reduccedilatildeo do

colaacutegeno e fibras reduccedilatildeo na quantidade de ceacutelulas de Langerhans (Kammeyer

Luiten 2015)

Antioxidantes importantes adquiridos na dieta agem como inibidores da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica na pele Algumas substacircncias tecircm se mostrado importantes

para essa suplementaccedilatildeo como α- tocoferol aacutecido ascoacuterbico Vitamina E

Carotenoacuteides (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

22Cacau e Chocolate

Teobroma cacao eacute uma espeacutecie vegetal originaacuteria da Ameacuterica do Sul que

cresce principalmente entre os troacutepicos de Cacircncer e Capricoacuternio As principais

espeacutecies satildeo Criolllo Forastero Trinitaacuterio e Nacional sendo a mais comum no Brasil

a Forastero Seu fruto o cacau eacute largamente utilizado pelo mundo principalmente

na produccedilatildeo de chocolates (AFOAKWA 2010)

O cacau eacute amplamente estudado sendo que registros demonstram o uso

deste fruto desde 1400 dc Os astecas e maias o utilizavam para a produccedilatildeo de

chocolatl uma bebida muito conhecida na eacutepoca que tinha em sua foacutermula aacutegua

cacau e temperos Em 1520 esta bebida foi exportada para a Espanha onde

passou a ser adoccedilada com mel (AFOAKWA 2010)

28

Em 1536 foi realizado o primeiro registro do uso de cacau e chocolate para

fins terapecircuticos pelo professor da Faculdade de Santa Cruz M de La Cruz Seu

estudo contemplava a confirmaccedilatildeo destes produtos para tratamento de constipaccedilatildeo

problemas dentaacuterios entre outras doenccedilas (LIPPI 2009)

Atualmente diversos estudos sobre o cacau relacionam sua alta capacidade

antirradicalar com sua grande concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos Oliveira (2011)

por exemplo identificou a capacidade antirradicalar (meacutetodo DPPH) a composiccedilatildeo

de fenoacutelicos (meacutetodo de Folin-Ciocalteu) e flavonoides (meacutetodo colorimeacutetrico) de

cacau cultivado na Bahia sendo amostras natildeo fermentadas fermentadas nibs e

liquor de cacau Neste estudo encontrou-se uma alta taxa de compostos fenoacutelicos

(30143 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (21403 plusmn065 mgg-1) em maior concentraccedilatildeo

nos nibs de cultivo orgacircnico quantidade se mostrou alta para fenoacutelicos (28463 plusmn

322 mgg-1 23332 plusmn 033 mgg-1 19595 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (19785plusmn 033

mgg-1 17363plusmn 043 mgg-1 12879 plusmn 095 mgg-1) em cacau fermentado e natildeo

fermentado de cultivo orgacircnico e liquor respectivamente A capacidade

antirradicalar determinada pelo meacutetodo DPPH demonstrou um alto potencial

dessas amostras de neutralizar radicais livres Calculadas em IC50 ou seja a

capacidade de diminuir em 50 a concentraccedilatildeo inicial do DPPH as amostras de

nibs se confirmaram como as com maior capacidade antirradicalar (422plusmn064

microgmL-1mv-1) ficando agrave frente das natildeo fermentadas (643plusmn133microgmL-1mv-1 ) das

fermentadas (706plusmn085 microgmL-1mv-1) e do liquor de cacau (767 plusmn105 microgmL-1mv-

1) O estudo tambeacutem revelou valores para cultivo convencional para todas as

amostras e provou que o tipo de cultivo pode gerar diferenccedilas de formaccedilatildeo de

fenoacutelicos e flavonoides no cacau

Um trabalho realizado por Delonga e Mazor (2009) investigou os

componentes quiacutemicos por CLAE do liquor de cacaus originaacuterios de seis diferentes

paiacuteses Equador Gana Madagascar Meacutexico Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Venezuela

Atraveacutes deste estudo foi identificada a presenccedila de flavan-3-ol (-)-epicatequiacutena (+)-

catequina e derivados do aacutecido cafeiacuteco em todas as amostras No entanto natildeo foi

identificada a (-)- galocatequina nas amostras de Gana e da Venezuela bem como a

(-)-epigalocatequina natildeo foi identificada em amostras do Meacutexico e da Venezuela

Em termos quantitativos foram encontradas maiores quantidades de compostos

fenoacutelicos nas amostras de liquor de Madagascar sendo a sequecircncia decrescente a

29

seguinte MadagascargtMeacutexicogt Equadorgt Venezuela gt Satildeo Tomeacutegt Gana Esses

resultados comprovam natildeo soacute a presenccedila de fenoacutelicos no cacau como tambeacutem a

influecircncia das variedades de cacau condiccedilotildees de cultivo e fermentaccedilatildeo na formaccedilatildeo

de maiores ou menores quantidades de compostos fenoacutelicos

Um dos mais vendidos produtos originaacuterios do cacau eacute o chocolate Segundo

a RDC no 264 de 22 de setembro de 2005 emitido pela Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria o chocolate eacute definido como

ldquoo produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L) massa (ou pasta ou liquor) de cacau cacau em poacute e ou manteiga de cacau com outros ingredientes contendo no miacutenimo 25 (g100 g) de soacutelidos totais de cacau O produto pode apresentar recheio cobertura formato e consistecircncia variadosldquo

Dependendo de sua quantidade de cacau leite e manteiga de cacau o

chocolate pode ser distribuiacutedo em trecircs categorias primaacuterias amargo ao leite e

branco que por diferenccedilas em sua composiccedilatildeo apresentam diferentes valores

caloacutericos e quantidade de flavonoides como demonstra a Figura 5 (AFOAKWA

2010)

(

Uma formulaccedilatildeo de chocolate eacute basicamente formada por manteiga de cacau

liquor de cacau accediluacutecar emulsificante (geralmente lecitina de soja ou PGPR-

A 132 kcal30g

951 mg de flavonoides40g

B 160 kcal30g

394 mg de flavonoides40g

C 163 kcal40g

Natildeo possui massa de cacau

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010)

30

poliglicerol poliricenolato ou uma combinaccedilatildeo de ambos) e leite em poacute (GARTI

WIDLAK 2012)

O leite em poacute eacute utilizado no chocolate para agregar sabor e valor nutricional

ao produto O chocolate ao leite eacute um dos mais consumidos no Brasil (ABICAB

2014) O leite eacute geralmente composto por caseiacutena e proteiacutenas do soro que atuam

como surfactantes no chocolate modificando sua viscosidade e textura O leite

ainda eacute conhecido por sua propriedade em reduzir o efeito de fat bloom devido as

caracteriacutesticas de sua gordura (AFOWAKA PATERSON FOWLER 2007)

O emulsificante mais comum utilizado na induacutestria de chocolates eacute a lecitina

de soja Por possuir uma parte hidrofiacutelica e outra hidrofoacutebica essa substacircncia tem

afinidade tanto com a gordura quanto com a aacutegua unindo portanto as duas fases e

assim garantindo estabilidade dos produtos Aleacutem disso a lecitina pode

proporcionar plasticidade suavidade e antiaderecircncia ao produto aleacutem de contribuir

para o aroma (AFOWAKA 2010) Eacute conhecido tambeacutem que a lecitina possui a

propriedade de reduzir o fat bloom processo no qual haacute a migraccedilatildeo da gordura para

a superfiacutecie (BECKETT 2009)

A manteiga de cacau eacute a principal gordura utilizada como fase contiacutenua nos

chocolates servindo como seu principal dispersante (LANNES GIOIELLI1998) A

manteiga de cacau eacute formada por diferentes aacutecidos graxos sendo sua composiccedilatildeo

distinta para cada regiatildeo geograacutefica (LIPP et al 2000) Os mais importantes

compostos encontrados na manteiga de cacau satildeo os triacilgliceroacuteis Cis-mono-

insaturados (TAG) jaacute que estes satildeo os principais responsaacuteveis pela percepccedilatildeo do

sabor (PESCHAR et al 2004)

Os TAGs correspondem de 40 a 50 da composiccedilatildeo da manteiga de cacau

sendo que entre estes trecircs compostos satildeo mais abundantes 2-oleil-1-palmitoil-3-

estearilglicerol (POS) com 35 13-diesteroil-2-oleilglicerol (SOS) com 23 e 13-

dipalmitoil-2-oleoilglicerol (POP) com 15 (SCHENK PESCHAR 2004)

O sabor a textura e o derretimento na boca satildeo influenciados pela estrutura

cristalina que eacute formada durante a temperagem do chocolate (PESCHAR et al

2004) Os TAGs sob diferentes pontos de fusatildeo podem possuir polimorfos distintos

como demonstrado no Quadro 1 (RAY et al 2011) A diferenccedila entre algumas

destas estruturas eacute perceptiacutevel tanto visualmente no chocolate quanto no paladar

31

A forma V eacute a mais desejada por suas caracteriacutesticas de ser estaacutevel em

temperatura ambiente se tornar liacutequida na temperatura da boca e possuir

propriedades mecacircnicas excelentes A forma V pode ser facilmente convertida para

a forma VI com o passar do tempo de armazenamento esta por sua vez eacute menos

estaacutevel A forma VI eacute a responsaacutevel pelo fat bloom em chocolates e deve ser evitada

(BRICKNELLHARTAL 1998 apud JAMESSMITH 2009) Jaacute a forma I eacute muito

instaacutevel e se transforma facilmente na forma II que por sua vez tem a tendecircncia de

se passar para a forma III e IV (AFOAKWA2010)

O fat bloom eacute o defeito mais comum que pode ocorrer no chocolate Este

fenocircmeno ocorre quando haacute a migraccedilatildeo da gordura para a superfiacutecie do chocolate

deixando-o com uma peliacutecula branca e alterando sabor brilho e textura Indesejaacutevel

nos chocolates existem diversas maneiras para evitar o fat bloom sendo que a mais

conhecida eacute a utilizaccedilatildeo de leite em poacute que reduz a formaccedilatildeo da forma V

(LONCHAMPT HARTEL 2004)

Quadro 1 Polimorfos da manteiga de cacau suas nomenclaturas segundo diferentes autores e seus respectivos pontos de fusatildeo (Retirado de Garti Widlak 2012)

Willie e Lutton (1996) Larsson (1966) Van malssen et al (1999) Ponto de fusatildeo (0C)

I βacute3 γ 173

II α-2 α 233

III β acute2-2 β acute 255

IV β acute1-2

275

V β acute2-3 β -V 338

VI β acute1-3 β -IV 364

23Brassica oleracea (couve)

A couve ou couve manteiga eacute um alimento largamente consumido no Brasil

Somente no estado de Satildeo Paulo no ano de 2015 a plantaccedilatildeo foi de 1200

hectares (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

32

Esta hortaliccedila eacute cultivada em qualquer eacutepoca do ano e eacute conhecida

principalmente por suas propriedades funcionais e altos valores de vitaminas

minerais e fibras (STEINDAl et al 2015)

Ayaz et al (2007) realizaram um estudo de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos

compostos fenoacutelicos na couve Foram encontrados nove diferentes tipos de aacutecidos

fenoacutelicos gaacutelico protocatecuico p-hidroxibenzoacuteico vaniacutelico saliciacutelico p-cumaacuterico

cafeacuteico feruacutelico e sinaacutepico

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos satildeo compostos fenoacutelicos formados por uma

cadeia de nove carbonos como demonstra a Figura 6 Essa classe estaacute presente

em muitos vegetais e frutos e satildeo conhecidos por sua bioatividade e poder

antirradicalar (Razzaghi-Asl et al 2013)

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido feruacutelico eacute o composto mais abundante na couve (169 ngg livres e

170 ngg PS - Peso seco - como eacutesteres) Possui em sua estrutura quiacutemica um anel

aromaacutetico com um grupo hidroxiacutelico um grupo metoxiacutelico e uma cadeia lateral com

trecircs aacutetomos de carbono como uma funccedilatildeo de aacutecido carboxiacutelico (GRAFF 1992) e

por isso eacute caracterizado como um possiacutevel sequestrador de radicais livres

Foi encontrado que este aacutecido possui 8142 plusmn 051 (3 mgL) de capacidade

antirradicalar contra o radical DPPH Aleacutem disso possui comprovadamente atividade

33

contra os radicais- peroacutexido de hidrogecircnio superoacutexido hidroxila e dioacutexido de

nitrogecircnio (SEVGI TEPE SARIKURKCU 2015)

O aacutecido cafeico eacute tambeacutem um dos mais abundantes fenoacutelicos presentes na

couve (2040 ngg FW em glicosiacutedeos e 2640 ngg FW em eacutesteres) Sua estrutura

quiacutemica eacute formada por um anel benzecircnico ligado a um grupo metoxihidroxila e um

grupo hidroxila (RAMALHO JORGE 2006)

Sevgi et al (2015) determinaram a capacidade antirradicalar deste composto

por meio de meacutetodos in vivo sob diferentes concentraccedilotildees Como resultado o aacutecido

cafeico se mostrou capaz de sequumlestrar 8335 plusmn 057 de radicais livre DPPH na

concentraccedilatildeo de 03 mgmL Esse estudo tambeacutem revelou a efetividade deste

componente na eliminaccedilatildeo de radicais como acircnion superoacutexido um alto poder

redutor e alto poder de quelar metais

O aacutecido p-cumaacuterico (593 ngg e 591 ngg em eacutesteres) eacute um derivado do

aacutecido cinacircmico muito utilizado nas induacutestrias quiacutemicas de alimentos farmacecircutica e

cosmeacutetica Eacute conhecido principalmente por suas caracteriacutesticas redutoras de LDL

(lipoproteiacutena de baixa densidade) e antimicrobianas (KILICcedil YESILOGHU 2013)

Foi encontrado que o aacutecido p-cumaacuterico tem a capacidade de inibir 712 da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica de uma emulsatildeo de aacutecido linoleico (45 microgmL) aleacutem de

efetividade contra eliminaccedilatildeo de radicais DPPH acircnion superoacutexido peroacutexido de

hidrogecircnio e a capacidade de reduzir iacuteons feacuterricos e ferrosos (Fe3+ e Fe2+) (KILICcedil

YESILOGHU 2013)

O aacutecido sinaacutepico (187 ngg FW e 155 ngg FW em eacutesteres) eacute um derivado de

aacutecido cinacircmico Estudos revelaram que esta substacircncia eacute capaz de inibir 332 o

radical DPPH sob a concentraccedilatildeo de 20 microM (KIKUZAKI et al 2002)

Facilmente encontrados na natureza os aacutecidos hidroxi-benzoicos satildeo

compostos fenoacutelicos que possuem 7 aacutetomos de carbono como demonstra a Figura

7 (SOARES 2002) Geralmente apresentam-se como eacutesteres de aacutecidos orgacircnicos

ou glicosiacutedeos Na aacuterea alimentiacutecia esses compostos podem influenciar na

estabilidade cor sabor valor nutricional e bioatividade (CHENHO 1997)

34

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido gaacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) eacute um polifenol

encontrado em muitas espeacutecies vegetais Muito utilizado na induacutestria alimentiacutecia e

cosmeacutetica esse composto eacute conhecido por evitar a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e

deterioraccedilatildeo dos produtos (YEN DUH TSAI 2002)

A capacidade antirradicalar deste aacutecido eacute comprovada por Zhang et al

(2015) Seus experimentos revelaram que o aacutecido gaacutelico possui um IC50 de 363 plusmn

20 micromolL para neutralizar o radial livre DPPH 662 plusmn 16 de oxidaccedilatildeo antilipiacutedica

O aacutecido protocatequiacutenico (178 ngg e 22 ngg FW em eacutesteres) foi avaliado por

Sevgi et al (2015) segundo sua capacidade antirradicalar pelo meacutetodo do DPPH e

por sua capacidade de quelar metais Os resultados revelaram uma capacidade de

6537 plusmn 005 (03 mgmL) de sequumlestrar o radical DPPH e 2617 plusmn 086 de efeito

como quelante

O aacutecido saliciacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) demonstrou baixos

resultados em capacidade antirradicalar (011) pelo meacutetodo de DPPH e nenhum

resultado para peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e eliminaccedilatildeo do peroacutexido de hidrogecircnio (SROKA

CISOWKI 2003)

A couve possui tambeacutem valores nutricionais interessantes para o consumo

como demonstra o Quadro 2

35

Quadro 2 Valores nutricionais da couve em 100 g e porcentagem de dose

diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por

100g Porcentagem da

RDA

Aacutegua g 8404 -

Energia kcal 49 -

Proteiacutena g 428 856

Total lipiacutedeos g 093 -

Carboidratos g 875 292

Fibras g 36 144

Accediluacutecares g 226 -

Minerais

Caacutelcio mg 150 15

Ferro mg 145 816

Magneacutesio mg 47 0368

Foacutesforo mg 92 92

Potaacutessio mg 491 1403

Soacutedio mg 38 158

Zinco mg 038 54

Vitaminas

Vitamina C mg 120 200

Tiamina mg 011 733

Riboflavina mg 013 76

Niacina mg 1 5

Vitamina B6 mg 0271 1355

Aacutecido Foacutelico microg 141 3225

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 500 8333

Vitamina E mg 154 154

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 7048 880

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0091 0455

Aacutecidos graxos insaturados g 0052 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0338 -

Colesterol mg 0 -

36

24 Vitis vinifera (Uva)

A uva eacute largamente produzida no estado de Satildeo Paulo como por exemplo

em Campinas onde foram plantados em 2015 mais de 22 milhotildees de peacutes

(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

A uva pode ser dividida basicamente em trecircs espeacutecies- a Vitis vinifera Vitis

labrusca e Vitis rotundifolia sendo diferenciadas principalmente pelo local de cultivo

Cada uma destas espeacutecies possui composiccedilotildees diferentes e portanto distintas

quantidades de flavonoides (XIA 2010)

Liang et al (2011) realizaram um estudo dos perfis de polifenoacuteis em frutos

maduros de Vitis vinifera Neste estudo se identificou 36 compostos fenoacutelicos sendo

16 antocianinas dois aacutecidos hidroxibenzoacuteicos seis aacutecidos hidroxicinacircmicos seis

flavonoacuteis e seis flavonoides As antocianinas satildeo compostos presentes em vegetais

responsaacuteveis pela coloraccedilatildeo Quanto mais escura eacute a uva maior eacute a quantidade de

antiocianinas desta As principais antocianinas presentes na uva satildeo cianidina

delfinidina petunidina peonidina e malvidina sendo que esta uacuteltima e seus

derivados representam 68 das antocianinas totais Os principais flavonoides

identificados nos estudos de Liang (2011) foram prociadinina B1 B2 catequina e

derivados sendo a prociadinina a mais abundante apresentando 64 da

quantidade total de flavonoides Quanto aos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos e cinacircmicos

tem-se como mais abundantes o aacutecido gaacutelico e o aacutecido vaniliacutenico sendo este uacuteltimo

o mais abundante representando 70 dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos

O principal componente estudado na uva no entanto eacute o resveratrol Esse

composto eacute um polifenol encontrado na semente de uva sua estrutura eacute

demonstrada na Figura 8

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol

37

Gulccedilin (2010) realizou um estudo das propriedades antioxidantes do

resveratrol Esse estudo revelou que esse componente tem a capacidade de inibir

891 da peroxidaccedilatildeo lipiacutedica do aacutecido linoleico a 30 microgmL Aleacutem disso se mostrou

eficaz quanto agrave capacidade antirradicalar frente ao DPPH radical superoacutexido e

peroacutexido de hidrogecircnio Tambeacutem se mostrou eficiente no poder redutor e atividades

quelantes do Fe2+

A capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH foi determinada por

Vlachogianni et al (2015) Segundo este estudo o resveratrol possui IC50 de 85 plusmn

27 microM de capacidade de sequestrar radicais DPPH o que comprova o alto poder

antirradicalar deste componente

Estudos a respeito dos efeitos beneacuteficos agrave sauacutede tecircm sido relatados incluindo

efeitos anti-cacircncer antiviral neuroprotetor anti-envelhecimento anti-inflamatoacuterio

Sugere-se que estes efeitos beneacuteficos para os ensaios in vitro demonstram o

potencial deste composto

Aleacutem de componentes antioxidantes a uva possui valores nutricionais

interessantes como demonstrado na Quadro 3

38

Quadro 3 Valores nutricionais da uva em 100 ge porcentagem de dose diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA

NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por 100g Porcentagem da RDA

Aacutegua g 813 -

Energia Kcal 67 -

Proteiacutena g 063 126

Total lipiacutedeos g 035 -

Carboidratos g 1715 572

Fibras g 09 26

Accediluacutecares g 1625 -

Minerais

Caacutelcio mg 14 14

Ferro mg 029 161

Magneacutesio mg 5 125

Foacutesforo mg 10 1

Potaacutessio mg 191 546

Soacutedio mg 2 833

Zinco mg 004 027

Vitaminas

Vitamina C mg 4 667

Tiamina mg 0092 613

Riboflavina mg 0057 335

Niacina mg 03 15

Vitamina B6 mg 011 55

Aacutecido Foacutelico microg 4 1

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 100 2

Vitamina E mg 019 063

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 146 1825

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0114 017

Aacutecidos graxos insaturados g 0014 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0102 -

Colesterol mg 0 -

39

3OBJETIVOS

31Geral

Desenvolver chocolates com adiccedilatildeo de propriedades funcionais com a adiccedilatildeo

de folhas de Brassica oleraceae e frutos de Vitis vinifera

32Especiacuteficos

1 Formular chocolates ao leite sem e com adiccedilatildeo de couve ou uva

2 Determinar as propriedades fiacutesico-quiacutemicas dos chocolates formulados

3 Avaliar a estrutura dos produtos formulados por meio de anaacutelises reoloacutegica e

de textura

4 Avaliar a capacidade antirradicalar das formulaccedilotildees

5 Realizar testes sensoriais que comprovem a aceitaccedilatildeo dos produtos pelos

consumidores bem como intenccedilatildeo de compra

40

4MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho

Mateacuteria Prima Fornecedor Paiacutes

Liquor de cacau Cargill Brasil

Manteiga de cacau Cargill Brasil

Leite em poacute integral Italac Brasil

Leite em poacute desnatado Molico Brasil

Vanilina Mix Brasil

Reagentes Fornecedor Paiacutes

Metanol Synth Brasil

Acetona Vetec Brasil

Reagente DPPH Merck Brasil

Reagente Folin-ciocauteau Merck Brasil

Reagente ABTS Merck Brasil

Aacutecido cloriacutedrico Synth Brasil

Aacutecido sulfuacuterico Synth Brasil

Kit de enzimas para anaacutelise de fibras Megazyme EUA

Eacuteter de petroacuteleo Synth Brasil

Acetona grau HPLC Tedia Brasil

Aacutecido foacutermico grau HPLC Sigma Brasil

Os equipamentos utilizados durante o trabalho foram

Liofilizador (Edwards do Brasil Brasil)

Equipamento universal tipo moinho de bolas WA-FA20

(Mazzetti Itaacutelia)

Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Agitador de peneiras (Produtest Brasil)

Espectrofotocircmetro (Spectrum Meter Brasil)

Espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent

Technology EUA)

CLAE-DAD (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA)

Reocircmetro (Rheotest 31)

41

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva

As amostras de couve manteiga (Brassica oleraceae) e uva ndash variedade

Summer Royal (Vitis vinifera) (aproximadamente 2 kg de cada) foram adquiridas em

um mercado em Satildeo Paulo no bairro Butantatilde Para iniacutecio do tratamento das frutas e

folhas utilizou-se Hidrosterilreg bactericida utilizado para higienizaccedilatildeo de verduras e

vegetais cuja accedilatildeo eacute comprovada pela ANVISA Tanto as folhas quanto as frutas

foram deixadas imersas nesta soluccedilatildeo (20 gotas a cada 1 L instruccedilatildeo da

embalagem do produto) por 15 minutos

Depois de higienizadas a couve e a uva passaram por uma remoccedilatildeo do

excesso de aacutegua utilizando-se uma centriacutefuga secadora de hortaliccedilas (Utility Brasil)

Das couves secas retirou-se o talo restando somente as folhas que

posteriormente foram picadas com faca e armazenadas em frascos de vidro com

tampa Cada amostra passou em diferentes dias pelo processo de liofilizaccedilatildeo Foi

efetuada pesagem antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo em todas as amostras

Das uvas retirou-se o caule restando somente as frutas Estas foram

processadas em liquidificador e armazenadas em placas de Petri (80x15mm) As

uvas passaram pelo processo de liofilizaccedilatildeo pesando-se todas as amostras antes e

apoacutes a liofilizaccedilatildeo

O congelamento foi realizado logo em seguida em ultrafreezer (Tectalmaq

Brasil) a -88degC A liofilizaccedilatildeo foi realizada em um equipamento Modelo OS 3728

(Edwards do Brasil Brasil) em temperatura de 50ordmC e pressatildeo de 10-3 mbar

Apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo a couve foi triturada em um termomixer

Vorwerk (Brasil) O poacute resultante foi armazenado em recipiente de vidro com tampa

e guardado sob-refrigeraccedilatildeo

A uva apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo foi moiacuteda com o auxiacutelio de um

almofariz de porcelana e armazenada entatildeo em recipiente de vidro com tampa Os

recipientes foram armazenados sob refrigeraccedilatildeo

42

43Produccedilatildeo do chocolate

Os chocolates foram formulados em equipamento tipo universal com moinho

de bolas WA-FA20 (Mazzetti Itaacutelia) O tempo de processo foi de 2 horas seguindo o

cronograma abaixo para adiccedilatildeo de mateacuterias primas

Fluxograma 1 Processo utilizado para fabricaccedilatildeo do chocolate

Os chocolates com adiccedilatildeo de uva foram realizados conforme o Fluxograma 1

poreacutem ao final do processo utilizou-se um misturador planetaacuterio encamisado com

controle de temperatura e de velocidade (MODELO BP500 ERLI Brasil) para

adicionar-se a uva O tempo deste processo foi de 30 minutos para cada chocolate e

a temperatura utilizada foi de 45 plusmn 2ordmC a 40 rpm

As formulaccedilotildees satildeo demonstradas na Tabela 2

Iniacutecio do processo Adiccedilatildeo de 75 da manteiga de

cacau

Adiccedilatildeo de liquor de cacau e todos os poacutes ( leite e

couve)

Apoacutes 1hora de processo Adiccedilatildeo de 50 da lecitina

de soja e 25 da manteiga de cacau

Apoacutes 1h30min de processo Adiccedilatildeo de 50

da lecitina de soja e Vanilina

Apoacutes 2h de processo Retirada da massa de

chocolate- fim do processo

43

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de

chocolate sendo a foacutermula 1 a controle a foacutermula 2 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva

Ingredientes Foacutermula

1 Foacutermula

2 Foacutermula

3

Accediluacutecar 37 365 3535

Manteiga de cacau 25 245 245

Liquor de cacau 16 16 16

Leite em poacute integral 11 11 11 Leite em poacute desnatado 102 102 102

Lecitina de soja 05 05 05

Vanilina 03 03 03

Couve liofilizada - 1 -

Uva liofilizada - -- 215

A porcentagem de cada mateacuteria prima foi determinada a partir da quantidade

de gordura a fim de obter valor aproximado a 35 de gordura no produto final

A temperagem foi realizada de forma manual As amostras foram aquecidas

ateacute a temperatura de 45 oC e resfriadas sob agitaccedilatildeo com espaacutetula em mesa de

pedra ateacute temperatura de 29oC sendo rapidamente enformadas e levadas agrave

refrigeraccedilatildeo a 9 degC por 30 min desenformadas acondicionadas em bandejas de

isopor e recobertas em filme PVC

A curva de resfriamento da manteiga de cacau e a temperagem foram

avaliadas em Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Os chocolates apoacutes a produccedilatildeo foram armazenados em cacircmara climaacutetica

(NOVA EacuteTICA Brasil) com circulaccedilatildeo de ar a 20ordmC e 60 de umidade por 3 meses

44

44Granulometria

Para o ensaio de distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da couve liofilizada foi utilizado

um agitador de peneiras Produtest (Brasil) As peneiras utilizadas satildeo demonstradas

na Tabela 3

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria

Designaccedilatildeo ABNT Abertura da malha (mm)

20 085

25 071

30 059

40 042

50 0297

60 025

As peneiras foram colocadas em ordem decrescente de abertura de malha

de cima para baixo

Foi pesada 5 g de amostra e colocada na primeira peneira do jogo O

equipamento foi ligado por 5 minutos com amplitude de 16 mm de vibraccedilatildeo e 3600

vibraccedilotildees por minuto

A porcentagem de material retido foi determinada a partir da Equaccedilatildeo 3

Equaccedilatildeo 3 Determinaccedilatildeo do material retido na paneira

x 100

Sendo

Mi= Material retido na peneira i em

mi= massa do material retido na peneira i

m0= massa da amostra

45

45Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute

As anaacutelises de gordura e proteiacutena para os leites em poacute foram realizadas em

triplicata pelo analisador de leite eletrocircnico- Ekomilk modelo Kam9 8-2ordf (CapLab

Brasil) Os leites em poacute Integral e desnatado foram dissolvidos em aacutegua filtrada

conforme recomendado na embalagem (20 g200 mL)

46Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar

461Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos

Foram realizadas duas metodologias diferentes de extraccedilatildeo a fim de verificar

a que possui maior efetividade na extraccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos para a couve

A primeira extraccedilatildeo foi baseada no meacutetodo descrito por Laurrauri et al (1997)

com modificaccedilotildees Em um beacutequer de 100 mL adicionou-se 1 g de amostra e 40 mL

de metanol 50 Apoacutes homogeneizaccedilatildeo foi deixada em repouso agrave temperatura

ambiente por 60 minutos e entatildeo foi centrifugada a 15000 rpm durante 15 minutos

O sobrenadante foi transferido para o balatildeo volumeacutetrico de 100 mL Foi adicionado

ao resiacuteduo restante 40 mL de acetona 70 homogeneizado e deixado em repouso

em temperatura ambiente por 60 minutos Novamente se centrifugou a 15000 rpm

durante 15 minutos O sobrenadante foi transferido para o mesmo balatildeo volumeacutetrico

contendo o primeiro sobrenadante e o menisco foi completado para 100 mL com

aacutegua destilada e logo apoacutes armazenado em frasco acircmbar

A segunda extraccedilatildeo foi baseada no trabalho descrito por Genovese e Lannes

(2010) onde 05 g da amostra foi adicionada a 20 mL de metanolaacutegua na proporccedilatildeo

7030 utilizando um ultraturrax Marconi (BRASIL) por 1 minuto em velocidade 4 e

46

banho de gelo Filtrou-se o extrato utilizando-se papel de filtro e o extrato resultante

foi armazenado em vidro acircmbar

A Figura 9 demonstra as duas formas de extraccedilatildeo utilizadas

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve

Tendo em vista a obtenccedilatildeo de melhores resultados de aproveitamento na

extraccedilatildeo descrita por Genovese e Lannes (2010) as amostras de uva (liofilizada e in

natura) dos chocolates (ao leite com couve com uva) e do liquor de cacau foram

extraiacutedas somente por esse meacutetodo

Para determinaccedilatildeo do melhor solvente para extraccedilatildeo foram utilizadas para a

uva liofilizada os seguinte solventes extratores acetona acetona acidificada

(sendo acetona 70 com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol e metanol

acidificado (sendo metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv

47

462Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do potencial

antirradicalar de couve uva e liquor de cacau

O meacutetodo da capacidade sequestradora frente ao DPPH foi realizado com

base no trabalho descrito por Sanchez-Moreno (2002) com modificaccedilotildees

A partir de uma soluccedilatildeo estoque de 60 microM de DPPH em aacutelcool metiacutelico a

curva padratildeo foi construiacuteda com diluiccedilotildees de 10 20 30 40 50 e 60 microM em ambiente

protegido pela luz Os resultados obtidos foram tratados no Microsoft Excel

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar frente ao DPPH utilizou-se

sete diferentes diluiccedilotildees das amostras (5 10 20 30 40 50 e 60 ) Em uma

cubeta com caminho oacutetico de 10 mm adicionou-se 0075 mL da amostra e 2925 mL

de DPPH agitando a soluccedilatildeo resultante Para a soluccedilatildeo controle foi utilizada a

mistura de 01 mL de soluccedilatildeo controle (metanol 70) e 39 mL de DPPH Como

branco foi utilizado o aacutelcool metiacutelico

As mediccedilotildees foram realizadas a 515 nm em um espectrofotocircmetro Spectrum

Meter (Brasil) em triplicata e protegidos da luz Os resultados de absorbacircncia foram

anotados a cada 5 minutos por meia hora Os dados resultantes foram tratados por

Microsoft Excel

Os resultados dessa anaacutelise foram expressos em IC50

463Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar dos chocolates frente ao radical

DPPH foi realizada no Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da

Universidade de Satildeo Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

Para tal foi adicionado 150 microL de soluccedilatildeo estoque DPPH (165 x10-4 micromolL)

e etanol (277-279 mL) em uma cubeta de quarto com caminho oacuteptico igual a

10mm sendo a concentraccedilatildeo final da soluccedilatildeo igual a 80 micromolL A soluccedilatildeo estoque

48

de Trolox foi adicionada a esta cubeta de modo ao volume final de 30 mL bem

como os extratos de chocolate A reaccedilatildeo foi monitorada a 515 nm em

espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30

minutos (OLIVEIRA et al 2014) e medida em triplicata

Os resultados dessas anaacutelises foram expressos de duas formas IC50 e

Trolox Egrave possiacutevel determinar a Trolox plotando-se a variaccedilatildeo de absorbacircncia da

amostra versus as concentraccedilotildees utilizadas (curva padratildeo) O coeficiente angular

resultante eacute comparado com o coeficiente angular do padratildeo trolox

464Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis

A determinaccedilatildeo de polifenoacuteis foi realizada baseada no meacutetodo de Folin

Ciocauteau descrito por Singleton Orthofer e Lamuela-Raventos (1999) com

volume modificado

A curva padratildeo foi construiacuteda a partir de soluccedilotildees diluiacutedas de aacutecido gaacutelico nas

concentraccedilotildees de 50 100 150 250 microgL a partir de uma soluccedilatildeo estoque de 05

mgL

Para determinaccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos 20 microL da amostra foi adicionado

a um balatildeo volumeacutetrico com 5 mL Logo apoacutes acrescentou-se 200 microL do reagente

Folin-Ciocauteau e se homogenizou a mistura Apoacutes o tempo de 1 a 8 minutos

adicionou-se 750 microL de cabonato de soacutedio 20 e o volume foi ajustado Sob abrigo

da luz a soluccedilatildeo resultante foi deixada em repouso por 2h

A leitura apoacutes o periacuteodo de repouso foi realizada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel (Spectrum meter Brasil) em 760 nm e repetida em triplicata

49

465Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar pelo radical ABTS foi realizada no

Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da Universidade de Satildeo

Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

A soluccedilatildeo estoque ABTS foi preparada em base aquosa (192 mg50 mL) e

armazenada em geladeira a 4oC Para oxidaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo e preparaccedilatildeo do

radical ABTSbull+ utilizou-se uma aliacutequota de 5 mL com 88 microL de uma soluccedilatildeo de

persulfato de potaacutessio com concentraccedilatildeo igual a 14 times 10minus5 mol Lminus1 que reagiram

por 16 horas protegido da luz A concentraccedilatildeo resultante da oxidaccedilatildeo foi medida em

Espectrofotocircmetro UV-Visiacutevel a 734 nm

A reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e as amostras foi realizada em cubeta de quartzo com

caminho oacutetico de 10 mm em triplicata Para tal foi adicionado 25 microL de soluccedilatildeo

ABTSbull+ estoque e diferentes quantidades de etanol e soluccedilatildeo estoque de modo a

obter-se a concentraccedilatildeo de 23456 do antirradical de modo ao volume final ser 3

mL As concentraccedilotildees foram testadas e padronizadas a fim de se obter uma curva

padratildeo A anaacutelise foi realizada a 25oC e monitorada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30 minutos a 734 nm

(OLIVEIRA 2014) Todas as amostras foram analisadas em triplicata

466Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE

O perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE foi realizada no

laboratoacuterio de Quiacutemica Orgacircnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie com o

auxiacutelio do Teacutecnico Nei Carlos

A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de Silva e Queiroz (2015)

para compostos fenoacutelicos Utilizou-se como fase moacutevel aacutegua acidificada com 2 de

aacutecido aceacutetico (eluente A) e aacutecido aceacutetico 05Acetonitrila na proporccedilatildeo 5050 (vv)

O gradiente utilizado encontra-se na Tabela 4

50

O extrato utilizado foi evaporado em rotaevaporador (BUCHI EUA) com

agitaccedilatildeo e temperatura controlada (40ordmC) redissolvido em metanol na proporccedilatildeo 1

mg1 mL e entatildeo repassado em uma preacute-coluna C18

As anaacutelises foram realizadas em duplicata em CLAE-DAD (detecccedilatildeo de

diodo) (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA) O fluxo utilizado foi 1mLmin

e o volume de injeccedilatildeo de 40 microL Os comprimentos de onda avaliados foram 260

280 320 e 360 nm

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE

Tempo (min) Eluente A Eluente B

0-20 90 10

20-40 86 24

40-60 70 30

60-65 45 55

65-70 30 70

70-75 25 75

75-80 0 100

47Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo do chocolate foi realizada

em Microcircmetro digital Digimatic Mitutoyo (Mitutoyo EUA) Modelo Seacuterie 293

Determinaccedilatildeo feita com cinco repeticcedilotildees

51

48Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas

481Determinaccedilatildeo de umidade

A umidade foi realizada segundo meacutetodo descrito pelas normas analiacuteticas

AOAC (2000) para teste de umidade de perda de massa em estufa regulada a 105oC

em triplicata

482Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral

O conteuacutedo mineral foi determinado pelo teste de cinzas de perda de massa

em mufla a 550o em triplicata (AOAC2000)

483Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos

Para a hidroacutelise aacutecida do chocolate foi utilizado o meacutetodo descrito por Lannes

(1997) Foram pesados 10 g de amostra previamente moiacuteda e adicionado a um

beacutequer com a mistura de 200 mL de aacutegua destilada com 75 mL de aacutecido cloriacutedrico

37 A mistura foi aquecida com bico de Bunsen por 20 minutos em ebuliccedilatildeo Apoacutes

esse procedimento a mistura foi filtrada com papel de filtro de 24 cm e submetida a

lavagem quantitativa ateacute retirada de todo o aacutecido Ao final levou-se o cartucho

resultante a estufa a 75oC por uma noite

Para a extraccedilatildeo da gordura foi utilizado o meacutetodo com extrator Soxhlet e eacuteter

de petroacuteleo como solvente As anaacutelises foram realizadas em triplicata (AOAC 2000)

52

484Determinaccedilatildeo de proteiacutenas

A determinaccedilatildeo de proteiacutenas foi realizada em triplicata por meacutetodo de micro-

Kjeldahl (AOAC2000)

485Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

Para a determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores foi

utilizada a metodologia de Fehling sendo utilizadas 10g de amostra e as titulaccedilotildees

foram realizadas em triplicata (Instituto Adolfo Lutz 2005)

486Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis

A determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis foi realizada conforme

descrito por AOAC (2000) ensaio enzimo-gravimeacutetrico de fibras com modificaccedilotildees

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura

Os chocolates armazenados a 20˚C e 60 de umidade em cacircmara climaacutetica

com temperatura e umidade controlada foram avaliados segundo sua textura em um

periacuteodo de 1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

Os ensaios de fratura foram realizados em equipamento analisador de textura

TA-XT2 (Stable Micro Systems Reino Unido) com probe HDP3PB a 25 ˚C

Paracircmetros velocidades preacute-teste teste e poacutes-teste 20 mms distacircncia 10 mm

ceacutelula de carga 25 kg Trigger Force 005 N forccedila em compressatildeo - returnto start

53

Os dados foram coletados atraveacutes do programa Texture Expert Exceed ndash

versatildeo 264 (Stable Micro Systems Reino Unido)

Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata com barrinhas de chocolate

temperado de tamanho 90 cm x 25 cm x 13 cm (LANNES 2008)

410Determinaccedilatildeo da reologia

A determinaccedilatildeo de reologia foi realizada em triplicata em reocircmetro rotacional

Rheotest 31 (Alemanha) com banho termostatizado a 40ordmC e probe H1 Foi utilizada

uma rampa com taxa de cisalhamento de 200 s-1 com tempo de 120 s

411Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua

A atividade de aacutegua foi determinada em triplicata em equipamento de

atividade de aacutegua Novasina modelo LabMaster (Novasina Suiacuteccedila) em triplicata

412Avaliaccedilatildeo da Colorimetria

A colorimetria foi determinada em ColorQuestreg XE Hunter Lab com acircngulo

observador de 10ordmC e iluminador D65 em triplicata (ESTELLER ZANCANARO

JUacuteNIOR LANNES 2006)

413Avaliaccedilatildeo sensorial

A avaliaccedilatildeo sensorial foi realizada atraveacutes do teste afetivo de aceitaccedilatildeo global

com escala hedocircnica estruturada de 9 pontos e escala de intenccedilatildeo de compra de 5

54

pontos Os atributos avaliados para as barras foram textura sabor e impressatildeo

global e teste de intenccedilatildeo de compra sendo feito pelos mesmos provadores O

projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da

FCFUSP (no Parecer 1393285) conforme ANEXO A A ficha de avaliaccedilatildeo se

encontra no ANEXO C

As amostras foram preparadas segundo as boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de

produtos alimentiacutecios nos laboratoacuterios de Tecnologia de Alimentos III e Planta Piloto

do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica-FCFUSP

As avaliaccedilotildees foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise Sensorial do

Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica de Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo Foram avaliadas 3 amostras de

chocolate ao leite uma controle uma com couve em poacute e uma com uva em poacute

Os produtos foram preparados no maacuteximo 24 horas antes dos testes e

mantidos em temperatura de 20 degC 60 de umidade ateacute o momento de servir Os

chocolates (aproximadamente 5 g) foram servidos em pratos plaacutesticos contendo as

trecircs amostras do produto (Figura 10) Entre uma amostra e outra os avaliadores

foram instruiacutedos a ingerir aacutegua e biscoito de sabor neutro (aacutegua e sal) para diminuir

a interferecircncia de sabor entre as amostras

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial

55

Recrutamento dos Consumidores

Foram selecionados provadores natildeo treinados que se declarassem

consumidores de chocolates sendo que antes da degustaccedilatildeo os mesmos foram

instruiacutedos a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II)

declarando-se natildeo aleacutergico aos componentes das formulaccedilotildees permitindo o uso da

informaccedilatildeo prestada para seu devido fim e tambeacutem possuidores do direito de

desistir de participar a qualquer momento do teste

Criteacuterios de inclusatildeo

Os consumidores que foram convidados para os testes apresentavam os

seguintes preacute-requisitos

bull Ser maior de idade (acima de 18 anos)

bull De ambos sexos

bull Natildeo apresentar alergia aos componentes das formulaccedilotildees

bull Foram adotados cuidados especiais para evitar que indiviacuteduos

subordinados ou diretamente ligados ao pesquisador natildeo se sentissem obrigados a

participar do estudo

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos da seleccedilatildeo indiviacuteduos que

bull Estivessem em dieta especial

bull Estivessem em tratamento meacutedico

bull Desistissem da participaccedilatildeo apoacutes o iniacutecio da anaacutelise

Casuiacutestica

Para os testes foram recrutadas 90 pessoas alunos e funcionaacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo

56

414 Forma de anaacutelise de resultados

Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e posteriormente de

Tukey em 5 de significacircncia com o software Statistica version 11 (StaSoft EUA) e

com o programa Microsoft Excel (Microsoft EUA)

57

5RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve

511Liofilizaccedilatildeo

A couve foi analisada pela diferenccedila de massas antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo a

fim de verificar a quantidade de aacutegua extraiacuteda e determinar a equivalecircncia entre os

pesos da couve antes e depois deste processo Os resultados revelaram a de

produto liofilizado (989plusmn0369 ) e a porcentagem de aacutegua retirada do produto

liofilizado (9011plusmn0369 )

Estes resultados demonstraram que a quantidade de aacutegua retirada da couve

pelo processo de liofilizaccedilatildeo foi de 90107 plusmn0369 e a o peso da couve liofilizada

correspondeu a 98932plusmn 0369 do peso inicial Estes dados estatildeo de acordo com

o trabalho realizado por Furlani et al (1978) que determinou a quantidade de aacutegua

em diversas frutas e hortaliccedilas Segundo estes autores a couve manteiga

apresentou aproximadamente 89 de aacutegua em sua composiccedilatildeo

Esses resultados foram necessaacuterios para a conversatildeo da quantidade de

couve liofilizada que foi adicionada posteriormente ao chocolate

A desidrataccedilatildeo eacute uma teacutecnica comum utilizada em alimentos pois esta pode

aumentar a vida uacutetil do produto principalmente no caso de frutas e vegetais A

reduccedilatildeo do teor de aacutegua nesses alimentos leva a uma menor atividade

microbioloacutegica o que desacelera o processo de deterioraccedilatildeo desses produtos

(FELLOWS 2000)

A atividade de aacutegua (aw) eacute um paracircmetro que mede a razatildeo entre a pressatildeo

de vapor da aacutegua (Pw) no alimento e a pressatildeo de vapor da aacutegua pura na

temperatura do alimento (P0w) (TOLEDO 2007) dada pela expressatildeo

Aw=

58

A baixa atividade de aacutegua estaacute relacionada com a diminuiccedilatildeo da velocidade

relativa de reaccedilotildees de deterioraccedilatildeo por bacteacuterias auto oxidaccedilatildeo reaccedilotildees

enzimaacuteticas entre outros conforme demonstra a Figura 11 (NESPOLO et al 2015)

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e atividade de aacutegua

(retirado de NESPOLO 2015)

O valor encontrado para atividade de aacutegua da couve em poacute foi 0531plusmn0014

no momento de sua utilizaccedilatildeo para produccedilatildeo do chocolate Este valor segundo a

Figura 11 estaacute relacionado com baixas velocidades de reaccedilotildees enzimaacuteticas e

nenhuma atividade para reaccedilotildees com bacteacuterias leveduras e mofos tornando assim

o produto liofilizado estaacutevel mesmo apoacutes um ano de sua produccedilatildeo Este resultado

tem grande importacircncia pois demonstra que a adiccedilatildeo de couve liofilizada no

chocolate provavelmente natildeo iraacute afetar sua vida de prateleira

59

512Perfil antioxidante

5121Ensaio da atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio com o DPPH eacute baseado na perda da intensidade da cor da soluccedilatildeo

puacuterpura do radical estaacutevel DPPHbull apoacutes a reaccedilatildeo com um composto antirradicalar

(AOH) O DPPH eacute um radical livre pois apresenta um eleacutetron natildeo emparelhado com

absorccedilatildeo na regiatildeo de 520 nm (MOLYNEUX 2003) A estrutura quiacutemica do DPPH eacute

demonstrada na Figura 12

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH

Ao se misturar com uma substacircncia capaz de doar um hidrogecircnio o DPPH

reage (Figura 13) e vai para sua forma reduzida fazendo com que perca a sua cor

puacuterpura caracteriacutestica e se torne uma soluccedilatildeo de cor castanha (MOLYNEUX 2003)

60

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

Para a couve liofilizada e couve in natura foram realizados dois meacutetodos de extraccedilatildeo

diferentes a fim de verificar suas efetividades e padronizar para futuros ensaios

A curva padratildeo do DPPH estaacute demonstrada na Figura 14

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH

Para realizar o estudo do DPPH cada extrato foi diluiacutedo em diferentes

concentraccedilotildees 510 2030 40 50 e 60 Utiliza-se diferentes concentraccedilotildees

y = 001x + 02627 Rsup2 = 09899

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 10 20 30 40 50 60 70

Ab

sorb

acircnci

a (5

15n

m)

Concentraccedilatildeo (microM)

61

para se ter um intervalo de absorbacircncia de modo que seja possiacutevel verificar a

cineacutetica da reaccedilatildeo

O resultado da cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e couve liofilizada

extraiacuteda pelos dois meacutetodos estaacute representado na Figura 15

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto (1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010)

As curvas cineacuteticas obtidas pela reaccedilatildeo entre radical livre DPPH e a couve

liofilizada demonstram um comportamento semelhante em ambos os extratos A

partir dos primeiros cinco minutos eacute possiacutevel observar uma queda mais acentuada

na absorbacircncia sendo que os minutos sequentes apresentam uma reduccedilatildeo branda

No extrato obtido a partir da metodologia de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto(1997) pode-se observar que natildeo haacute diferenciaccedilatildeo entre as diluiccedilotildees de 5 e

10 enquanto que o extrato obtido a partir da metodologia utilizada por Genovese

e Lannes (2010) natildeo houve grande diferenccedila entre os extratos de 50 e 60jaacute que

ficaram entre a absorbacircncia entre 03 e 04

62

Eacute possiacutevel observar a queda mais acentuada no extrato B em todas as

concentraccedilotildees chegando a valores de ateacute 03 de absorbacircncia Enquanto que o

extrato A reduziu somente ateacute aproximadamente 07 de absorbacircncia

A couve in natura foi analisada sob as mesmas condiccedilotildees e concentraccedilotildees O

perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e os extratos eacute demonstrado na Figura 16

Conforme se observa na Figura 16 assim como para a couve liofilizada o

perfil cineacutetico da couve in natura para ambos os extratos demonstrou uma reduccedilatildeo

mais acentuada na absorbacircncia nos primeiros cinco minutos sendo quase constante

nos minutos subsequentes Eacute possiacutevel observar que no perfil A (extraccedilatildeo segundo

Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto1997) natildeo se tem diferenccedila entre concentraccedilotildees

de 5 e 10 de amostra Por sua vez no perfil B (extraccedilatildeo segundo Genovese e

Lannes 2010) as concentraccedilotildees de 40 e de 50 natildeo apresentaram diferenccedila Em

todos os quatro extratos eacute possiacutevel observar que quanto maior a concentraccedilatildeo

maior eacute o decaimento da absorbacircncia

A partir destes resultados eacute possiacutevel calcular o IC50 ou seja a concentraccedilatildeo

necessaacuteria para reduzir a absorbacircncia do DPPH pela metade Sendo assim quanto

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010)

63

menor for a concentraccedilatildeo de IC50 maior potencial antirradicalar este extrato tem Os

resultados da atividade antirradicalar contra o radical DPPH se encontram na Tabela

5 juntamente com os resultados de quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis por meacutetodo Folin-

ciocauteau

5122Ensaio da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis

O ensaio de Folin-Ciocauteau eacute baseado na mudanccedila de coloraccedilatildeo da

soluccedilatildeo apoacutes reaccedilatildeo com antioxidante O reagente de Folin-Ciocauteau eacute formado

por uma mistura de aacutecidos de molibdecircnio (Na2MoO42H2O) que resulta na cor

amarela por estar num estado de oxidaccedilatildeo VI e aacutecidos de tungstecircnio (SINGLETON

ORTHOFER LAMUELA-RAVENTOS 1999)

Em contato com os antioxidantes (agentes redutores) tem-se a formaccedilatildeo de

um complexo Molibdecircnio-Tungstecircnio (PMoW11O4)4 (Figura 17) que possuem

coloraccedilatildeo azul Atraveacutes da diferenccedila de coloraccedilatildeo eacute possiacutevel determinar a

quantidade de polifenoacuteis em uma amostra (SINGLETONORTHOFER LAMUELA-

RAVENTOS 1999)

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante

Para a construccedilatildeo da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico foi realizada a reaccedilatildeo do

reagente Folin-Ciocauteau com diferentes concentraccedilotildees de aacutecido gaacutelico

(050100150250 e 500 mgL) A Figura 18 representa a definiccedilatildeo desta curva

64

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

Os diferentes extratos foram colocados em reaccedilatildeo com o reagente Folin-

Ciocauteau sendo cada amostra realizada em triplicata

A partir da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico obteve-se a equaccedilatildeo da reta que foi

utilizada para o caacutelculo das concentraccedilotildees de cada extrato A Tabela 5 representa

tais resultados

n=3

Tanto para a couve in natura quanto para a couve liofilizada foi encontrada

maior concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos com aplicaccedilatildeo do meacutetodo usado por

Genovese e Lannes (2010) Aleacutem disso as concentraccedilotildees em IC50 para a atividade

y = 00012x + 02366 Rsup2 = 09977

0

02

04

06

08

1

0 100 200 300 400 500 600

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo de Aacutecido Gaacutelico (mgL)

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura extraiacutedos por

diferentes meacutetodos

Amostra Meacutetodo IC50

(mgL) Quantidade de polifenoacuteis totais (gmg

GAE)

Liofilizada Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 11878 11033

Liofilizada Genovese e Lannes

(2010) 41 22616

in natura Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 41067 3283

in natura Genovese e Lannes

(2010) 3129 6283

65

antirradicalar frente ao radical DPPH confirmam essa hipoacutetese uma vez que foram

encontrados menores valores de concentraccedilatildeo para estes extratos

Os resultados obtidos indicam conforme esperado maior concentraccedilatildeo de

compostos bioativos para a couve liofilizada se comparada aos extratos da couve in

natura

Muito utilizada na induacutestria alimentiacutecia a liofilizaccedilatildeo eacute um processo que visa a

desidrataccedilatildeo de alimentos como cafeacute vegetais frutas entre outros Realizado sob

baixas temperaturas e ausecircncia de ar atmosfeacuterico o liofilizador mantecircm a

temperatura e a pressatildeo da aacutegua no ponto triplo (0ordmC e 47 mm de Hg) o que faz

com que a aacutegua jaacute em estado de congelamento passe por sublimaccedilatildeo- diretamente

do estado soacutelido para o gasoso (GAVA 1998)

Pelo fato da desidrataccedilatildeo total do alimento ocorrer sob baixas temperaturas

obtecircm-se um produto com baixa atividade microbioloacutegica e consequentemente alta

estabilidade frente a deterioraccedilatildeo Aleacutem disso essa teacutecnica permite a conservaccedilatildeo

dos componentes presentes no alimento e concentraccedilatildeo destes produtos Mesmo

assim sabe-se que por se tratar de um processamento ocorrem perdas de alguns

compostos volaacuteteis (RATTI 2001) Foi observada maior capacidade antirradicalar

na couve liofilizada pelo fato desta estar mais concentrada que a couve in natura

Analisando os valores obtidos no entanto pode ser observado que natildeo haacute

uma proporcionalidade entre a quantidade de polifenoacuteis da couve in natura em

relaccedilatildeo agrave couve liofilizada o que sugere que houve perda durante o processamento

Kaulmann et al (2014) realizaram um estudo de compostos antioxidantes em

diversas variaccedilotildees de Brassica oleracea in natura Apoacutes o teste de Folin-Ciocauteau

foi encontrada uma concentraccedilatildeo de 602plusmn449 mg GAE (aacutecido gaacutelico equivalente)

100g de couve

Este resultado se assemelha aos valores encontrados no presente trabalho

para a couve in natura extraiacuteda pelo meacutetodo usado por Genovese e Lannes (2010)

(6283 mg GAE100g couve) A semelhanccedila nos resultados reforccedila a tese de que haacute

maior efetividade nesse meacutetodo frente ao meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto (1997)

66

513Anaacutelise granulomeacutetrica

A distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica das mateacuterias primas em poacute a serem utilizadas

no chocolate satildeo de extrema importacircncia pois afetam diretamente o tamanho de

partiacutecula dos produtos finais

A partir da anaacutelise granulomeacutetrica plotou-se um graacutefico da porcentagem de

material retido versus abertura da peneira A Figura 19 demonstra esses resultados

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da peneira para

couve liofilizada em poacute

A partir do graacutefico eacute possiacutevel calcular a Abertura Meacutedia (AM) ou o Coeficiente

de Variaccedilatildeo (CV) com a seguinte equaccedilatildeo (Lannes 2000)

CV=

100

Eacute possiacutevel tambeacutem realizar o caacutelculo de AM e CV pelo meacutetodo algeacutebrico Os

resultados referentes a esses paracircmetros tanto pelo meacutetodo graacutefico quanto pelo

meacutetodo algeacutebrico estatildeo representados na Tabela 6

y = -12891x + 10972 Rsup2 = 09233

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 02 04 06 08 1

Mas

sa d

e m

ater

ial r

eti

do

(

)

Tamanho da peneira (mm)

67

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para meacutetodo graacutefico e

algeacutebrico

A Figura 20 demonstra a porcentagem de massa retida em cada peneira

utilizada A partir dela eacute possiacutevel concluir que a maior quantidade de partiacuteculas se

encontra na faixa de 059 a 025 mm

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para extrato de couve

liofilizado

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

085 075 059 042 0297 025

Mas

sa re

tid

a (

)

Tamanho em mm

CV AM

Meacutetodo graacutefico 48 0550

Meacutetodo algeacutebrico 3685 0502

68

52Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva

521Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais

As massas de uva antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo foram registradas e a partir

destes resultados foi possiacutevel determinar a meacutedia de material liofilizado (2114 plusmn

135) e a meacutedia de aacutegua retirada (7886 plusmn 135) nesse processo de liofilizaccedilatildeo

A determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua da uva liofilizada foi realizada em

triplicata imediatamente apoacutes a liofilizaccedilatildeo sendo o resultado obtido igual a

aw=0303plusmn0085 Este valor de atividade de aacutegua eacute considerado bom para evitar a

deterioraccedilatildeo do produto poreacutem pode aumentar de acordo com o tempo Sabe-se que

produtos com aw abaixo de 07 tecircm menor exposiccedilatildeo a riscos microbioloacutegicos sendo

que a faixa de valores de aw de 03 para abaixo indica que o produto estaacute preservado

tambeacutem de qualquer outra reaccedilatildeo de deterioraccedilatildeo (TOLEDO 2007)

A tendecircncia para frutas liofilizadas no entanto eacute de haver aumento no valor

de atividade de aacutegua com o passar do tempo Isso ocorre devido agrave alta quantidade

de accediluacutecar presente nas frutas como sacarose glicose e frutose que em estado

amorfo tendem a se ligar por ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a aacutegua Esse fato faz com

que essas frutas liofilizadas com elevados teores de accediluacutecar serem altamente

higroscoacutepicas sendo assim haacute maior instabilidade do produto liofilizado uma vez

que este tende a sofrer hidrataccedilatildeo e aumentar a sua atividade de aacutegua e umidade

Sua manipulaccedilatildeo portanto deve ser realizada com muito cuidado de modo a natildeo

interferir na atividade de aacutegua e natildeo gerar o efeito caking - tendecircncia deste tipo de

produto de aglomerar (SERNA-COCK VARGAS-MUNOZ APONTE 2015

OLIVEIRA 2013)

A quantidade de accediluacutecares nas uvas in natura e liofilizada foram determinadas

pelo meacutetodo de Fehling Este meacutetodo tambeacutem conhecido como Lane-Eynon se

baseia na reaccedilatildeo entre os sais cuacutepricos e aldoses ou cetoses que sob alta

temperatura e meio alcalino formam como produto o precipitado cuproso conforme

demonstrado na Figura 21 que possui coloraccedilatildeo avermelhada

69

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar um sal com Cu2+

se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho tijolo) Retirado de Tavares et al

(2010)

A Tabela 7 demonstra a porcentagem de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

encontrados

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva liofilizada e in natura

Redutores () Natildeo

redutores() Totais()

Uva in natura 1600 plusmn 0037 2 1800plusmn002

Uva liofilizada 6300plusmn0007 1 6400plusmn0018 n=3 Os valores de accediluacutecares natildeo redutores foram calculados por diferenccedila entre accediluacutecares totais e

redutores

Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber um aumento na quantidade de

accediluacutecares totais ao liofilizar a uva bem como uma reduccedilatildeo dos accediluacutecares natildeo

redutores e um aumento na porcentagem de accediluacutecares redutores Essas diferenccedilas

podem ser explicadas pela retirada da aacutegua nas amostras o que leva estas a

ficarem mais concentradas e assim aumentar a quantidade de accediluacutecares de 18

para 64 Esse resultado confirma a teoria de que a uva liofilizada possui alta

concentraccedilatildeo de accediluacutecares e portanto realmente se torna altamente higroscoacutepica o

que faz com que se diferencie da couve em poacute

O equipamento utilizado para a fabricaccedilatildeo dos chocolates possui um moinho

de bolas que reduz o tamanho de partiacutecula do accediluacutecar e outros gracircnulos presentes

na formulaccedilatildeo Esse tipo de moinho possui pequenas bolas que giram com baixa

70

velocidade e realizam forccedilas de cisalhamento na amostra (FELLOWS 2000) No

caso da couve liofilizada em poacute por exemplo foi adicionada no equipamento de

produccedilatildeo de chocolate com moinho de bolas para se ter um menor tamanho de

partiacutecula deste no chocolate e entatildeo natildeo ser sentido sensorialmente A uva

liofilizada que eacute como jaacute dito caracterizada como um material higroscoacutepico natildeo

poderia ser adicionada em um moinho de bolas jaacute que muita energia seria aplicada

sob este material o que poderia resultar em um efeito caking tambeacutem o

processamento do chocolate natildeo ocorreria de forma correta Por esta razatildeo a uva

liofilizada triturada foi adicionada apoacutes a fabricaccedilatildeo do chocolate em misturador

planetaacuterio

522Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva

Para a determinaccedilatildeo do melhor solvente para a extraccedilatildeo dos compostos

fenoacutelicos da uva foram utilizados acetona acetona acidificada (sendo acetona 70

com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol 70 e metanol acidificado (sendo

metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv) Os resultados encontrados

estatildeo dispostos na Tabela 8

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes extratores

Amostra Absorbacircncia Quantidade de polifenoacuteis (mgg)

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona acidificada 0368plusmn00138 ab 1095

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona 0340plusmn00350 ab 8645

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol 70 0396plusmn00212 b 1324

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol acidificado

0318plusmn00794 a 7221

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Rockenbach (2008) quantificou os polifenoacuteis antocianinas e atividade

antioxidante de bagaccedilos de uva Vitis vinifera utilizando como solvente etanol e

71

acetona Os melhores resultados encontrados neste trabalho foram para acetona

50 e 70 para antocianinas e polifenoacuteis totais

Rockenbach (2011) realizou um estudo da quantidade de polifenoacuteis em

alguns tipos de uvas Vitis vinifera L e Vitis Labrusca L Neste estudo utilizou-se

como solvente para extraccedilatildeo o metanol acidificado (sendo metanol aacutegua aacutecido

aceacutetico 70305 vvv) O maior valor encontrado foi para a variedade Cabernet

sauvignon pertencente agrave classe Vitis vinifera L (7475 mgg GAE) Este valor eacute

proacuteximo ao encontrado no presente trabalho (7221 mgg GAE para o mesmo tipo de

extrato)

Vizzoto e Pereira (2011) realizaram um estudo de quantificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos por diferentes meios de extraccedilatildeo da amora-preta Neste estudo utilizou-se

extratos com acetona acetona acidificada metanol e metanol acidificado poreacutem

natildeo houve diferenccedila significativa (p gt 005) entre as amostras

Existem grandes classes de compostos fenoacutelicos como as antocianinas

flavonoacuteis sendo que em cada classe possui grandes quantidades de substacircncias

diferentes com estruturas diferentes Isso faz com que seja difiacutecil se ter uma

metodologia capaz de extrair todos os componentes fenoacutelicos de uma amostra Eacute

portanto que se estuda o melhor meacutetodo para a extraccedilatildeo por meio de comparaccedilotildees

entre solventes e tipos de metodologias

O metanol eacute um solvente de polaridade alta enquanto que a acetona possui

polaridade meacutedia A acidificaccedilatildeo destes solventes tende a melhorar a eficiecircncia da

extraccedilatildeo

Mesmo assim o meacutetodo de extraccedilatildeo mais eficiente para quantificaccedilatildeo de

polifenoacuteis continuou sendo o mesmo utilizado por Genovese e Lannes (2010) e no

presente trabalho para os extratos de couve A partir do extrato metanoacutelico 70

obteve-se uma quantidade de 132 mgg GAE estatisticamente maior que a dos

outros extratos

A quantidade de polifenoacuteis da uva in natura foi realizada a partir do extrato

metanoico 70 e foi encontrado o valor de 5838 plusmn 822 mg GAEg Assim como a

couve eacute possiacutevel perceber que a liofilizaccedilatildeo tende a concentrar os compostos

72

fenoacutelicos e assim resultar em maiores valores de concentraccedilatildeo No entanto o valor

encontrado na uva liofilizada natildeo eacute proporcional ao rendimento o que

provavelmente significa que alguns compostos foram perdidos durante o processo

A determinaccedilatildeo frente ao radical DPPH foi realizada com as concentraccedilotildees

de 51020304050 e 60 de extrato Utilizou-se para o processo de extraccedilatildeo

extrato metanoacutelico 70 conforme o meacutetodo utilizado por Genovese e Lannes

(2010) A Figura 22 representa o perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e a uva

liofilizada

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em diferentes

concentraccedilotildees

Atraveacutes da cineacutetica da reaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que quanto maior a

concentraccedilatildeo de extrato utilizada tem-se uma reduccedilatildeo maior da absorbacircncia em

relaccedilatildeo agrave absorbacircncia inicial

Atraveacutes da curva cineacutetica eacute possiacutevel calcular o valor de IC50 para a amostra

sendo que o valor encontrado para a uva liofilizada foi de 6645 mgL Esse valor

representa alta capacidade antirradicalar concordando com a alta quantidade de

polifenoacuteis encontrada

0

01

02

03

04

05

06

07

08

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Tempo (min)

5

10

20

30

40

50

60

73

53Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau

531Perfil antirradicalar do liquor de cacau

Visto que houve maior eficiecircncia no meacutetodo de Genovese e Lannes (2009) foi

padronizado a utilizaccedilatildeo desta extraccedilatildeo A anaacutelise de polifenoacuteis do liquor de cacau

portanto foi realizada nestas condiccedilotildees e seus resultados demonstrados na Tabela

9

A curva cineacutetica da reaccedilatildeo do DPPH com o extrato nas diferentes

concentraccedilotildees eacute demonstrada na Figura 23

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em diferentes

concentraccedilotildees

A partir da curva cineacutetica eacute possiacutevel observar uma reduccedilatildeo da absorbacircncia ao

longo dos 30 minutos em todos os extratos Aleacutem disso tem-se que a quanto maior

a concentraccedilatildeo do extrato maior a reduccedilatildeo de absorbacircncia

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo ()

5

10

20

30

40

74

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical DPPH para o

liquor de cacau

Amostra Meacutedia de absorbacircncia Concentraccedilatildeo (mgg de aacutecido gaacutelico) IC50 (mgL)

Liquor de cacau 0445plusmn000971 25994 2906

n=3

Othman et al (2007) estudaram o perfil antirradicalar amecircndoas de cacau de

diferentes locais em meio a extrato etanoacutelico e aquoso Neste estudo foi observado

um valor de IC50 igual a 13 mgg para extrato etanoacutelico do cacau da Malaacutesia e de

Gana e um valor de IC50 de 24 mgg para o cacau da Malaacutesia e 17 mgg para o

cacau de Gana

Belšcak et al (2009) avaliaram o perfil antirradicalar de produtos comerciais da

Croaacutecia derivados do cacau (liquor de cacau cacau em poacute chocolates ao leite

amargo e chocolate em poacute) Em relaccedilatildeo ao liquor de cacau foram encontrados em

termos de fenoacutelicos totais de 25 a 35 mg GAEg Esses valores se encontram muito

inferiores ao encontrado no presente trabalho poreacutem sabe-se que a quantidade de

polifenoacuteis pode variar muito dependendo das condiccedilotildees geograacuteficas de plantaccedilatildeo a

variedade do cacau utilizado para a fabricaccedilatildeo do liquor bem como o tipo de

tratamento (fermentaccedilatildeosecagem armazenamento) para a produccedilatildeo do liquor

Oliveira et al (2011) analisaram a quantidade de compostos fenoacutelicos de

diferentes tipos de cacau e encontraram um valor de 19595plusmn055 mg GAEg para

liquor orgacircnicos semelhante a encontrada no presente trabalho

532Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau

A anaacutelise de lipiacutedeos no liquor de cacau foi realizada como informaccedilatildeo para o

caacutelculo da formulaccedilatildeo do chocolate Atraveacutes deste foi determinada que a

quantidade de lipiacutedeos no liquor utilizado eacute de 52 plusmn0012 sendo compatiacutevel com o

laudo enviado pela empresa fornecedora que eacute de 5310

75

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute

A anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute foram realizadas para fins de

caacutelculo do conteuacutedo de gordura final da formulaccedilatildeo do chocolate ao leite A Tabela

10 demonstra os resultados obtidos para o leite em poacute desnatado e para o leite em

poacute integral

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e integral

utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate

Leite em poacute desnatado Leite em poacute integral Gordura (g100g) 0 212plusmn0001 Proteiacutena (g100g) 267plusmn011 201plusmn0023

n=3

55Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates

551Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da manteiga de

cacau

A temperagem foi avaliada por curva de temperagem para verificaccedilatildeo da

produccedilatildeo de cristais adequados para a manteiga de cacau A curva de temperagem

se encontra na Figura 24

76

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate

A curva de temperagem eacute de grande importacircncia para a verificaccedilatildeo da

qualidade da massa do chocolate e eficiecircncia da temperadeira eou do processo de

temperagem Chocolates bem temperados devem conter de 3 a 8 de cristais de

manteiga de cacau o desenvolvimento desses cristais ao longo do tempo de

resfriamento pode ser medido atraveacutes deste tipo de curva (MINIFIE 1989)

A curva de temperagem indica a quantidade de calor liberada ao se solidificar

o chocolate Durante o processamento geram-se dois pontos de inflexatildeo como

destacado na Figura 24 sendo que cada um deles indica uma parte da formaccedilatildeo de

cristais O primeiro ponto refere-se a relaccedilatildeo temperaturatempo em que se inicia a

nucleaccedilatildeo dos cristais e a segunda o ponto no qual a nucleaccedilatildeo realmente ocorre

A inclinaccedilatildeo gerada a partir desses dois pontos eacute portanto avaliada e deve

permanecer o mais reta possiacutevel de modo a natildeo haver uma inclinaccedilatildeo negativa (o

que significaria um chocolate sobre-temperedo) ou uma inclinaccedilatildeo positiva (o que

significaria um chocolate sub-temperado) Um chocolate over-tempered eacute aquele

que possui cristais a mais formados durante a temperagem o que portanto gera

menor quantidade de cristais durante o teste e consequentemente haacute menor

quantidade de energia sendo liberada Jaacute no caso do chocolate under-tempered

Pontos de inflexatildeo

77

tem-se uma quantidade muito inferior de cristais quando temperada gerando

portanto uma grande liberaccedilatildeo de calor durante o resfriamento e como

consequecircncia uma inflexatildeo maior na curva (AFOWAKA2010 MINIFIE1989

COHEN LUCCA JACKIX 2004)

A curva gerada no presente trabalho apresenta uma linearidade adequada

podendo-se afirmar que a massa de chocolate possui boa propriedade de

temperagem sendo que foi obtido um slope de 018 ordmCmin em tempo de 24

minutos e temperatura igual a 235ordmC O ldquotemper indexrdquo (TI) paracircmetro utilizado pelo

fabricante do equipamento (Buhler) para avaliar a boa porformance da temperagem

resultou no valor de 43 considerado adequado

A manteiga de cacau tambeacutem foi avaliada em duplicata por sua curva de

resfriamento o resultado encontra-se na Figura 25

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees dos chocolates

A curva de resfriamento da manteiga de cacau demonstra suas

caracteriacutesticas de derretimento e a taxa de cristalizaccedilatildeo desta gordura

apresentando a adequaccedilatildeo desta gordura para utilizaccedilatildeo em chocolates

Lannes (1997) estudou a curva de resfriamento de Jensen de diferentes tipos

de gorduras utilizadas em chocolate tipo cobertura Em seu trabalho a autora

78

demonstrou uma tiacutepica curva de resfriamento da manteiga de cacau e esta se

assemelha a encontrada no presente trabalho (taxa de resfriamento de 20 ordmCmin

cristalizaccedilatildeo agrave 205 ordmC por um tempo de 78 minutos)

O fabricante do equipamento (Buhler) tambeacutem utiliza de um iacutendice para

avaliaccedilatildeo da curva de resfriamento conhecido como Cocoa Butter Index (CBI)

Segundo o fabricante o CBI encontrado para a manteiga analisada (33plusmn001) eacute

considerado adequado para produccedilatildeo de chocolates

552Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula eacute importante para o controle de

qualidade dos chocolates pois pode influenciar tanto a reologia do produto como

tambeacutem a sensaccedilatildeo na boca Chocolates com tamanho de partiacutecula maior que 30

microm satildeo percebidos na boca pois possuem textura arenosa aleacutem de viscosidade

natildeo adequada Jaacute tamanhos de partiacutecula proacuteximos a 20 microm possuem uma textura

mais macia e massa mais cremosa (AFOWAKA 2010)

Os resultados da determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula para cada

chocolate estatildeo na Tabela 11

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate

Tamanho de partiacutecula (microm)

Chocolate ao leite 258 plusmn 047a

Chocolate com couve 277 plusmn 095b

Chocolate com uva 378 plusmn 113c

n10 (n2 processamento n5 anaacutelise)

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

79

Conforme a anaacutelise estatiacutestica realizada tem-se que a adiccedilatildeo tanto de uva

liofilizada quanto de couve liofilizada altera significativamente (plt005) o tamanho de

partiacutecula do chocolate

Como dito anteriormente o tamanho de partiacutecula desejaacutevel para chocolates

estaacute entre 20 a 30 microm como eacute o caso tanto do chocolate ao leite (258 microm) quanto

para o chocolate com adiccedilatildeo de couve (277 microm) o que sugere que ambos os

chocolates natildeo teratildeo uma percepccedilatildeo sensorial diferente quanto ao tamanho das

partiacuteculas A diferenccedila entre esses dois tamanhos pode ser explicada pela adiccedilatildeo da

couve que conforme avaliado anteriormente era um poacute com tamanho de partiacutecula

meacutedio de aproximadamente 5x104 microm Durante o processo de fabricaccedilatildeo de

chocolate tem-se a etapa de refino que no caso do equipamento utilizado ocorre

pelo moinho de bolas o que provavelmente ajudou a reduzir o tamanho de partiacutecula

consideravelmente mas ainda assim natildeo o suficiente para natildeo haver diferenccedila entre

as amostras

Ao contraacuterio da couve a uva soacute foi adicionada apoacutes o teacutermino da fabricaccedilatildeo

da massa de chocolate em agitador planetaacuterio e portanto natildeo passou pelo

processo de refino conforme foi explicado no item ldquo521 Liofilizaccedilatildeo da uvardquo Essa

diferenccedila no processo certamente refletiu no tamanho de partiacutecula do chocolate com

adiccedilatildeo de uva que sugere que estas partiacuteculas seratildeo sentidas sensorialmente

553Anaacutelise Reoloacutegica

O chocolate eacute uma suspensatildeo onde partiacuteculas de accediluacutecar cacau e leite

encontram-se dispersas na manteiga de cacau sendo assim ele se comporta como

um fluiacutedo natildeo-newtoniano o que significa que a sua tensatildeo de cisalhamento natildeo eacute

diretamente proporcional agrave taxa de cisalhamento Os chocolates tecircm como

caracteriacutestica apresentar o ldquoyeld stressrdquo (forccedila miacutenima necessaacuteria para se iniciar o

fluxo) e uma viscosidade plaacutestica (energia necessaacuteria para que continue a fluir)

(LANNES 1997 AFOWAKA2010) O modelo de Casson eacute atualmente

considerado o que melhor se adapta ao comportamento dos chocolates e eacute adotado

80

pela OICC (Internacional Office of Cocoa) A equaccedilatildeo que expressa esse modelo se

encontra na Equaccedilatildeo 1

Equaccedilatildeo 1 Representaccedilatildeo da equaccedilatildeo de Casson assumindo que τ a tensatildeo de cisalhamento

τCA a tensatildeo inicial de Casson ou tensatildeo residual de Casson ηCA viscosidade de Casson ou

viscosidade plaacutestica e γ a taxa de cisalhamento

Os paracircmetros reoloacutegicos como a viscosidade e a tensatildeo inicial de Casson

satildeo de extrema importacircncia durante a produccedilatildeo de chocolate jaacute que podem atestar

a qualidade dos produtos Esses foram avaliados no presente trabalho para todos

os chocolates e os resultados se encontram nas Figuras 26 e 27

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com

uva

A partir dos resultados apresentados na Figura 26 pode-se perceber que a

viscosidade do chocolate se modifica com a adiccedilatildeo de couve e uva Segundo

Beckett (2009) a distribuiccedilatildeo do tamanho de partiacutecula influencia diretamente a

viscosidade do produto sendo que quanto maior for o tamanho de partiacutecula menor

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

Vis

cosi

dad

e (P

as)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

81

seraacute sua viscosidade Isso ocorre pois ao se reduzir o tamanho tem-se mais

ligaccedilotildees entre essas partiacuteculas e consequentemente maior fricccedilatildeo entre elas

aumentando assim a viscosidade Os resultados apresentados atestam esse

fenocircmeno jaacute que o tamanho de partiacutecula do chocolate ao leite eacute o menor (26 microm) e

apresenta maior viscosidade enquanto que o chocolate com adiccedilatildeo de uva tem

maior tamanho de partiacutecula (378 microm) e apresenta a menor viscosidade

Beckett (2009) afirma que os valores normais para chocolate no caso da

viscosidade vatildeo de 1 a 20 Pas As viscosidades encontradas para o chocolate ao

leite (16 plusmn 0018 Pas) chocolate com adiccedilatildeo de couve (113plusmn004 Pas) e chocolate

com adiccedilatildeo de uva estatildeo dentro dessa faixa(076plusmn004 Pas)

Em todas as formulaccedilotildees do presente trabalho foram encontradas altas

quantidades de gordura (3626 g100 g no chocolate ao leite 3506 g100 g no

chocolate com couve e 3550 g100 g no chocolate com uva) o que justifica entatildeo

a baixa viscosidade de Casson Isso ocorre porque quanto maior a quantidade de

gordura mais espaccedilos vazios satildeo preenchidos na estrutura do chocolate o que leva

a uma maior facilidade no fluxo e portanto menor viscosidade (AFOWAKA2010)

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate

com uva

0

2

4

6

8

10

12

Ten

satildeo

inic

ial (

Pa)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

82

A tensatildeo inicial foi avaliada para todos os chocolates sendo que o chocolate

com uva apresentou menor valor (76 Pa) em comparaccedilatildeo ao chocolate ao leite e o

chocolate com adiccedilatildeo de couve que apresentaram pouca diferenccedila entre si

Diversos autores jaacute relataram a relaccedilatildeo entre a distribuiccedilatildeo de tamanho de

partiacutecula com a tensatildeo inicial de Casson Sabe-se que a tensatildeo inicial estaacute

relacionada com a superfiacutecie de contato das partiacuteculas Quando se tem um menor

tamanho de partiacuteculas estas conseguem interagir mais entre si levando a uma aacuterea

superficial maior e sendo assim mais facilmente o liacutequido flui (AFOWAKA2010

BECKETT2009 KONAR2014) O presente trabalho tambeacutem confirma essa

relaccedilatildeo jaacute que o chocolate com maior tamanho de partiacutecula obteve menor tensatildeo

inicial

Konar et al (2014) avaliaram chocolates ao leite com a adiccedilatildeo de Inulina e

encontraram tensatildeo inicial entre 335 a 1816 Pa e viscosidade entre 172 e 396

Pas sendo que essas diferenccedilas de valores foram justificadas pela distribuiccedilatildeo do

tamanho de partiacutecula Karnjanolarn e Mccarthy 2006) avaliaram chocolates ao leite

com diferentes quantidades de lecitina de soja e PGPR e encontraram para 05 de

lecitina 149 Pas de viscosidade e 473 Pa para tensatildeo inicial Sendo assim eacute

possiacutevel afirmar que os valores encontrados para viscosidade e tensatildeo inicial dos

chocolates avaliados no presente trabalho se encontram proacuteximos aos encontrados

na literatura Aleacutem disso pode-se atestar que a adiccedilatildeo de frutas e folhas liofilizadas

tende a alterar as propriedades reoloacutegicas do chocolate

554Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates

A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica foi realizada para o chocolate ao leite chocolate ao

leite com couve e chocolate ao leite com uva e seus resultados estatildeo dispostos na

Tabela 12

83

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite com

couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Conteuacutedo energeacutetico (kcal) 56468 55468 55570

Umidade (g100 g) 173plusmn048a 207plusmn029a 227plusmn025a

Conteuacutedo mineral (g100 g) 253plusmn014a 268plusmn0054b 257plusmn0027a Proteiacutenas (g100 g) 851plusmn036 a 852plusmn037 a 813plusmn046 a

Lipiacutedios (g100g) 3626plusmn039a 3506plusmn038b 3550plusmn087ab

Carboidratos (g100g) 5270 5374 5380 Fibras dieteacuteticas totais

(g100g) 789 859 805

Fibras soluacuteveis (g100g) 318 418 316

Fibras insoluacuteveis (g100g) 471 44 488 n=3

As letras indicadas referem-se a diferenccedila estatiacutestica entre as amostras da mesma linha pelo teste de Tukey em 5 de diferenccedila significativa

Os resultados da composiccedilatildeo nutricionais se assemelham aos publicados por

Afowaka (2010) e aos chocolates ao leite de marcas nacionais (Kopenhagen Cacau

show e Brasil Cacau) conforme demonstrado na Tabela 14

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de chocolates

finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010)

Valor energeacutetico

(Kcal) Carboidratos (g100g) Proteiacutenas (g100g) Lipiacutedeos (g100g)

Marca A 524 56 68 324

Marca B 576 52 72 384

Marca C 550 55 65 325

AFOWAKA(2010) 518 57 7 33

Eacute possiacutevel afirmar que os chocolates produzidos no presente trabalho

possuem maior teor de proteiacutenas (851plusmn036 g100 g ) em comparaccedilatildeo com os

apresentados na Tabela 13 assim como a quantidade de lipiacutedeos (3506plusmn038 g100

g) que com exceccedilatildeo da Marca ldquoBrdquo tambeacutem apresentam maior valor em comparaccedilatildeo

84

a tabela Jaacute em termos de valor energeacutetico (56468 g100 g) e carboidratos (527

g100 g) os valores encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos da

Tabela 13

A partir dos resultados demonstrados pode-se dizer que natildeo houve diferenccedila

significativa (plt005) entre as amostras dos trecircs chocolates segundo sua quantidade

proteiacutenas Esse fato portanto identifica que a adiccedilatildeo de couve ou uva nessas

condiccedilotildees natildeo altera a quantidade final da proteiacutena do produto

Aleacutem disso eacute possiacutevel notar que a adiccedilatildeo de produtos liofilizados foi eficaz

em termos de natildeo aumentar o teor de umidade das amostras de chocolate A

umidade eacute um importante paracircmetro para o chocolate pois altos valores de umidade

em chocolate podem estar altamente relacionados com defeitos durante o tempo de

prateleira O sugar Bloom por exemplo defeito causado pela agregaccedilatildeo das

partiacuteculas de accediluacutecar forma grumos que satildeo desagradaacuteveis sensorialmente aleacutem de

formar peliacuteculas brancas na superfiacutecie do chocolate modificando seu brilho e

aparecircncia (AFOWAKA 2010)

Chocolates com elevado teor de umidade podem tambeacutem modificar as suas

propriedades de fluxo sendo que valores acima de 3 podem levar a um aumento

na tensatildeo inicial e na viscosidade do produto (AFOWAKA PATERSON FOWLER

2008) Os trecircs chocolates fabricados apresentaram valores de umidade abaixo de

3 e portanto natildeo houve um aumento nesses paracircmetros corroborando portanto

com os resultados encontrados no item acima onde se tem baixos valores de

tensatildeo inicial e viscosidade

A quantificaccedilatildeo de lipiacutedeos apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras de chocolate ao leite e chocolate acrescido de couve enquanto a

amostra de chocolate acrescida de uva foi igual as outras duas amostras

O conteuacutedo mineral tambeacutem apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras sendo que o maior teor foi encontrado no chocolate com adiccedilatildeo de

couve Os chocolates com uva e controle natildeo apresentaram diferenccedila significativa

(plt005) entre si no conteuacutedo mineral Este resultado era esperado devido ao

acreacutescimo de material soacutelidomineral ao produto

85

Ayaz et al (2006) identificaram altas quantidades de macro e micronutrientes

nas folhas de couve Estes encontraram 726 μg gminus1 (base seca) de ferro 535

μg gminus1 (base seca) de manganecircs 394 μg gminus1 (base seca) de zinco 197 μg gminus1

(base seca) de caacutelcio 135 μg gminus1 (base seca) de potaacutessio entre outros

componentes identificados Os chocolates com adiccedilatildeo de couve portanto

provavelmente possuem um maior valor de conteuacutedo mineral devido a este fato

Os nutrientes minerais satildeo essenciais para os seres humanos pois ajudam

em funccedilotildees vitais das ceacutelulas como na ativaccedilatildeo de enzimas e de secreccedilotildees

hormonais Aleacutem disso satildeo essenciais para a absorccedilatildeo de vitaminas O manganecircs

por exemplo eacute de extrema importacircncia para a cicatrizaccedilatildeo humana o zinco eacute um

componente importante para a atividade metaboacutelica de enzimas O ferro por sua

vez contribui para a produccedilatildeo de hemoglobina e mioglobina A deficiecircncia de ferro eacute

um dos distuacuterbios que mais acomete a populaccedilatildeo mundial sendo que pode causar

fraqueza corporal fadiga e seacuterios problemas de sauacutede (GUPTA e GUPTA 2014)

Aleacutem dos nutrientes minerais as fibras dieteacuteticas satildeo de extrema importacircncia

nutricional jaacute que satildeo elas que auxiliam no bom funcionamento do sistema

gastrointestinal pois contribuem para o aumento do bolo fecal e na reduccedilatildeo do

tempo de digestatildeo e assim ajudam a prevenir a constipaccedilatildeo Aleacutem disso jaacute foi

associado que as fibras dieteacuteticas contribuem para a reduccedilatildeo de doenccedilas cardiacuteacas

e cacircncer de colo (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

A partir dos resultados eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva

aumentou a quantidade de fibras totais do chocolate poreacutem natildeo foi possiacutevel avaliar

se essa diferenccedila eacute estatisticamente significativa

Os resultados indicam que houve um aumento no teor de fibras soluacuteveis do

chocolate quando adicionado a couve A couve eacute considerada uma alta fonte de

fibras sendo que segundo a USDA e RDA tem-se aproximadamente 14 da fibra

diaacuterias recomendadas em 100 g desse vegetal

No caso da uva houve um aumento (mesmo que em pequena proporccedilatildeo) de

fibras insoluacuteveis resultando em uma quantidade maior de fibras totais A uva eacute

estudada por sua caracteriacutestica de possuir alta quantidade de polifenoacuteis combinados

a uma grande porcentagem de fibras dieteacuteticas em sua composiccedilatildeo A revisatildeo

86

publicada por Zhu Du e Zheng (2015) aborda o trabalho de diversos autores que

avaliaram as fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis Todas as variedades de uva

avaliadas obtiveram altas quantidades de fibras insoluacuteveis e baixas quantidades de

fibras soluacuteveis A quantidade de fibras totais das diferentes espeacutecies variou de 745

a 280 g100g sendo que as fibras insoluacuteveis representaram mais de 80 da

quantidade total

A quantidade de carboidratos presentes na amostra conforme a RDC no 360

de 23 de dezembro de 2003 ldquoeacute calculado como a diferenccedila entre 100 e a soma do

conteuacutedo de proteiacutenas gorduras fibra alimentar umidade e cinzasrdquo

Sendo assim como haacute diferenccedila entre os valores encontrados para conteuacutedo

mineral e lipiacutedeos existe tambeacutem uma diferenccedila entre a quantidade de carboidratos

encontrados nas trecircs amostras

Um dos principais responsaacuteveis pela alta quantidade de carboidratos nos

chocolates eacute o accediluacutecar utilizado na formulaccedilatildeo Os chocolates com couve e uva

tambeacutem foram formulados com diferentes quantidades de accediluacutecar para o ajuste da

formulaccedilatildeo sendo que para o chocolate com couve foi utilizado 365 para o

chocolate com uva foi utilizado 3535 e para o chocolate ao leite foi utilizado 37

Mesmo que a maior adiccedilatildeo de accediluacutecar na formulaccedilatildeo foi para o chocolate ao leite

obteve-se valores maiores de carboidratos para o chocolate com couve Jaacute no

chocolate com uva reduziu-se em 165 a menos de accediluacutecar em poacute e mesmo assim

e obteve-se um valor semelhante ao de chocolate ao leite

A quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores para os trecircs

chocolates foi realizada em triplicata e seus resultados estatildeo dispostos na Tabela

14

87

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate eo leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao

leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Accediluacutecares Totais (g100g) 2100plusmn0016a 1700plusmn00083b 2100plusmn0015a

Accediluacutecares redutores (g100g) 74plusmn00032a 782plusmn00029a 724plusmn00039a Accediluacutecares Natildeo-redutores

(g100g) 13 921 1345 n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Conforme foi observado na Tabela 13 os chocolates com adiccedilatildeo de couve

tiveram menor valor de accediluacutecares em relaccedilatildeo ao chocolate controle ou o chocolate

com uva sendo que isso se deve principalmente a uma menor quantidade de

accediluacutecares natildeo-redutores neste chocolate

Os accediluacutecares redutores satildeo aqueles que possuem em sua estrutura

agrupamentos aldose ou cetose que ao entrar em contato com agentes oxidantes

sofrem oxidaccedilatildeo Os accediluacutecares redutores mais comuns satildeo a frutose (presente

principalmente em frutas) a glicose a maltose e a lactose A sacarose por sua vez

eacute um accediluacutecar natildeo-redutor poreacutem pode se tornar um accediluacutecar redutor atraveacutes da accedilatildeo

de enzimas ou por hidroacutelise aacutecida As estruturas da frutose glicose e sacarose se

encontram na Figura 28 (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

Sacarose

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose

88

Sendo assim os resultados indicam que a reduccedilatildeo da quantidade de accediluacutecar

na formulaccedilatildeo no caso da adiccedilatildeo de couve impacta diretamente na quantidade de

accediluacutecares natildeo redutores Ayaz et al (2006) quantificaram os accediluacutecares presentes na

couve e identificaram frutose glucose e sucrose como mais abundantes sendo

encontrado um valor de 2011 mg de frutose 100 g de couve seca 1056 mg de

glucose 100 g de couve seca e 894 mg de sucrose 100 g de couve seca

Comparando-se o chocolate com adiccedilatildeo de uva com o chocolate controle

natildeo foi possiacutevel observar modificaccedilatildeo em suas quantidades de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais corroborando com o resultado de que natildeo houve modificaccedilatildeo

na quantidade de carboidratos dessas duas amostras Apesar de como dito

anteriormente as quantidades de accediluacutecar nas duas formulaccedilotildees ser diferente

555Atividade de aacutegua

Os resultados obtidos da anaacutelise de atividade de aacutegua satildeo apresentados na

Tabela 15

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Atividade de aacutegua 0523plusmn00131a 0506plusmn00101a 0519plusmn00321a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A atividade de aacutegua em chocolates eacute relativamente baixa sendo normalmente

avaliada com valores de 03 a 06 Reolon et al (2012) estudaram a presenccedila de

endobacteacuterias em chocolate e para tal avaliaram a atividade de aacutegua em

chocolates comerciais O estudo revelou um valor de 042 em chocolates ao leite

A atividade de aacutegua encontrada estaacute na faixa indicada para que tenha

conservaccedilatildeo dentro de seu prazo de validade de ateacute 1 ano

89

556Colorimetria

Os resultados referentes agrave anaacutelise colorimeacutetrica dos chocolates se encontram

na Tabela 16

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com

uva

L a b

Chocolate ao leite 3066plusmn 052a 602plusmn039a 1364plusmn058a

Chocolate com couve 3020plusmn058a 613plusmn019a 1509plusmn035b

Chocolate com uva 3080plusmn085a 653plusmn049a 1365plusmn078a

Segundo a CIELAB para anaacutelise de cores tem-se que L refere-se a luminosidade a espaccedilo da coloraccedilatildeo verde para vermelho b espaccedilo da coloraccedilatildeo de amarelo para azul

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir dos resultados apresentados eacute possiacutevel concluir que natildeo houve

diferenccedila nos paracircmetros L e a apoacutes adiccedilatildeo de couve e uva nos chocolates No

entanto existe uma diferenccedila entre o chocolate com couve para o paracircmetro b

O estudo de cor eacute um paracircmetro importante para os alimentos jaacute que eacute o

primeiro a ser percebido pelo consumidor por isso sua determinaccedilatildeo eacute de extrema

relevacircncia para o controle de qualidade A alteraccedilatildeo na cor de um produto

alimentiacutecio pode significar defeitos principalmente no chocolate como eacute o caso do

branqueamento de sua superfiacutecie devido ao efeito de bloom (WU e SUN 2013)

A determinaccedilatildeo de cor eacute realizada atraveacutes de valores numeacutericos resultantes

de trecircs espaccedilos dimensionais sendo os mais comuns os valores de L a e b que

satildeo os paracircmetros mais proacuteximos do que o olho humano eacute capaz de distinguir (WU

e SUN 2013) O sistema CIElab padroniza estes espaccedilos de cor que vatildeo de 0 a

100 O paracircmetro L significa a luminosidade o paracircmetro a indica da coloraccedilatildeo

verde para vermelho e b de amarelo para azul conforme demonstrado na Figura

29

90

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores

Sendo assim eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva natildeo modificou

significativamente (plt005) a luminosidade nem a coloraccedilatildeo no paracircmetro a

indicando que provavelmente esses paracircmetros natildeo seratildeo percebidos

sensorialmente

No caso do paracircmetro b no entanto o chocolate com couve apresentou

modificaccedilatildeo de praticamente 2 pontos na escala em comparaccedilatildeo com os outros dois

chocolates tendendo para o azul poreacutem por ser uma pequena diferenccedila

provavelmente tambeacutem natildeo seraacute percebida sensorialmente

557Estabilidade dos chocolates

O chocolates foram avaliados segundo sua textura por um periacuteodo de tempo

de 3 meses sendo medidos nos tempos de 1 dia 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

apoacutes a temperagem Durante os 3 meses os chocolates permaneceram com suas

91

caracteriacutesticas visuais estaacuteveis como brilho e cor A avaliaccedilatildeo de textura dos trecircs

chocolates eacute apresentada na Figura 30

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite chocolate ao leite

com uva e chocolate ao leite com couve

Nas 24 horas apoacutes a produccedilatildeo dos chocolates tem-se um valor de forccedila de

compressatildeo maior para o chocolate com uva (4376plusmn290N) se comparado com o

chocolate ao leite (3228plusmn184N) e o chocolate com couve (3592plusmn438N N) Esse

fato provavelmente se daacute ao maior tamanho de partiacutecula desta amostra (378microm)

como mostrado anteriormente sendo portanto mais forccedila necessaacuteria para quebrar

o chocolate A dureza e o tamanho de partiacutecula tendem a ser proporcional o que

explica este resultado (AFOWAKA2010) Essa tendecircncia de maior forccedila para o

chocolate com uva se repetiu durante todo o periacuteodo observado

Com o passar do tempo o chocolate ao leite aumentou a sua dureza jaacute que a

forccedila necessaacuteria para a quebra foi aumentando Os resultados para 1 dia 1 semana

15 dias natildeo foram estatisticamente diferentes (pgt005) Jaacute no segundo mecircs houve

um aumento significativo (3844plusmn242 N) que permaneceu igual estatisticamente no

terceiro mecircs (3945plusmn189 N) Sendo assim o aumento da forccedila de compressatildeo do

chocolate ao leite subiu 1817 do seu valor inicial ao longo dos trecircs meses Essa

0

10

20

30

40

50

60

1 dia 1 semana

15 dias 2 meses 3 meses

Forccedil

a (N

) Chocolate ao leite

Chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite com couve

92

diferenccedila no entanto eacute pequena e provavelmente natildeo pode ser sentida

sensorialmente

No caso do chocolate com couve a forccedila permaneceu estaacutevel durante o

periacuteodo de 3 meses natildeo havendo diferenccedila significativa(plt005) entre os

resultados encontrados

O chocolate com uva por sua vez natildeo apresentou diferenccedila significativa

(plt005) no periacuteodo de 1 dia 1 semana e 15 dias Houve um aumento significativo

no segundo mecircs (4800plusmn299 N) que se manteve significativamente (plt005)

estaacutevel no terceiro mecircs

Os resultados revelam que no chocolate ao leite e com uva ocorre mudanccedila

na dureza dos chocolates com o passar do tempo de prateleira Essas mudanccedilas

no entanto provavelmente natildeo deveratildeo ser percebidas sensorialmente uma vez

que se resumem a praticamente uma diferenccedila de 20N entre as forccedilas encontradas

o que provavelmente eacute difiacutecil de ser reconhecido

558Avaliaccedilatildeo sensorial

Durante a anaacutelise sensorial foram avaliados os paracircmetros lsquosaborrsquo ldquoTexturardquo

lsquoAspecto geralrsquo e lsquoIntenccedilatildeo de comprarsquo para todos os chocolates

A frequecircncia de notas para sabor se encontra na Figura 31

93

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A partir da anaacutelise dos resultados quanto ao sabor eacute possiacutevel afirmar que a

maioria dos provadores ficou entre ldquogostei ligeiramenterdquo (nota 6) agrave ldquogostei

muitiacutessimordquo (nota 9) representando 916 dos provadores no caso do chocolate

com couve 926 no caso do chocolate ao leite e 937 no caso do chocolate com

adiccedilatildeo de uva sendo que para este uacuteltimo 253 dos provadores atribuiacuteram nota 9

A nota mais atribuiacuteda foi a nota ldquo8rdquo (gostei muito) sendo que 337 atribuiu esta

nota para o chocolate ao leite 337 para o chocolate com couve e 295 para o

chocolate com uva Natildeo houve diferenccedila significativa (plt005) entre a meacutedia das

notas indicando que os trecircs chocolates foram bem aceitos

A avaliaccedilatildeo de ldquotexturardquo estaacute apresentada na Figura 32

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fr

eq

ue

nci

a

Notas

Chocolate com couve

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate ao Leite

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate com Uva

94

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A textura do chocolate com couve obteve maior porcentagem de notas acima

de 6 representando 642 do total ficando na frente do chocolate ao leite (611) e

do chocolate com uva (474) havendo uma distribuiccedilatildeo maior das notas poreacutem as

meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila significativa (plt005) entre entre si O maior

coeficiente de variaccedilatildeo entre os provadores ocorreu nas notas de textura do

chocolate com uva sendo que muitos apontaram terem gostado da ldquotextura

crocanterdquo desta amostra e outros indicaram que ldquoa amostra havia pedaccedilos maiores

ruins de mastigarrdquo Essa diferenccedila de sensaccedilotildees pode ser explicada pelo tamanho

da partiacutecula da uva liofilizada adicionada ao chocolate que como apontado

anteriormente foi relativamente maior e foi facilmente percebido pelos provadores

Os provadores em sua maioria (92) responderam que havia diferenccedila

entre as amostras Entre diversas respostas as mais frequentes foram a diferenccedila

de sabor entre os trecircs chocolates e a diferenccedila de textura da amostra de chocolate

com uva em relaccedilatildeo aos demais

Os resultados quanto ao aspecto geral das amostras estatildeo indicados na

Figura 33

95

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo chocolate ao leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Em termos de aspecto geral os provadores aceitaram bem as amostras

sendo que 905 deu uma nota entre 6 e 9 para o chocolate com couve e916 do

chocolate ao leite e 884 para o chocolate com uva A nota mais colocada

novamente foi nota a ldquo8rdquo (Gostei muito) sendo que 337 atribuiacuteram essa nota para

o chocolate ao leite 316 para o chocolate ao leite com couve e 284 para o

chocolate ao leite com uva Mesmo assim as notas meacutedias natildeo apresentaram

diferenccedila significativa (plt005) ou seja todas as amostras obtiveram a mesma

aceitaccedilatildeo frente aos provadores

As notas de ldquointenccedilatildeo de comprardquo se encontram na Figura 34

96

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo para o chocolate

ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

A partir da anaacutelise das notas dadas para a ldquointenccedilatildeo de comprardquo eacute possiacutevel

afirmar que a maioria dos provadores ldquoCertamente comprariardquo ou ldquoProvavelmente

comprariardquo representando um total de 611 para o chocolate com couve 666

para o chocolate ao leite e 642 do chocolate com uva Apesar da diferenccedila entre

porcentagens a avaliaccedilatildeo estatiacutestica da meacutedia das notas indicou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre as meacutedias apresentadas

Os resultados indicam uma alta aceitaccedilatildeo dos chocolates bem como intenccedilatildeo

de compra As diferenccedilas sensoriais percebidas durante o teste natildeo mudaram

estatisticamente a aprovaccedilatildeo dos provadores

559Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates

Primeiramente foi verificado o espectro de absorccedilatildeo dos trecircs extratos obtidos

a partir dos chocolates a fim de verificar se estes por possuiacuterem coloraccedilatildeo

caracteriacutestica absorviam mesma regiatildeo do espectro que o radical DPPH (515nm) o

97

que poderia interferir nos resultados obtidos Os espectros dos trecircs tipos de

chocolate estatildeo dispostos na Figura 35

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate ao leite com

couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH

A partir dos espectros de absorccedilatildeo eacute possiacutevel afirmar que os extratos de

chocolate natildeo absorvem energia no comprimento de onda de 515nm que eacute o

utilizado para a anaacutelise de DPPH Eacute possiacutevel observar no espectro do DPPH que

este absorve mais energia a 515nm e por isso justifica a escolha do comprimento

de onda para esta anaacutelise

Segundo Oliveira (2011) o trolox eacute uma substacircncia anaacuteloga a vitamina E

sendo sua principal caracteriacutestica ser um antirradicalar Ensaios jaacute realizados

revelam a eficiecircncia do trolox frente ao radical DPPH por isso eacute considerado que a

porcentagem de trolox representa proporcionalmente a atividade antirradicalar A

capacidade antirradicalar do padratildeo trolox foi testada em triplicata e a curva cineacutetica

estaacute representada na Figura 36

98

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da variaccedilatildeo de

absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox

A curva cineacutetica do padratildeo Trolox indica que o aumento da concentraccedilatildeo

reflete em maior reduccedilatildeo da absorbacircncia principalmente nos primeiros 5 minutos O

restante da reaccedilatildeo permanece com a absorbacircncia constante o que revela que a

reaccedilatildeo entre o radical DPPH e o padratildeo trolox ocorre principalmente nos primeiros 5

minutos

As amostras de extratos de chocolate ao leite chocolate ao leite com adiccedilatildeo

couve e chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva foram testadas frente ao radical

DPPH suas respectivas curvas cineacutetica e curvas padratildeo estatildeo representadas nas

Figuras 37 38 e39

O perfil cineacutetico das trecircs amostras apresenta um padratildeo de comportamento

os extratos de menor concentraccedilatildeo tecircm menor queda em relaccedilatildeo agrave absorbacircncia do

DPPH sem adiccedilatildeo de antioxidantes Jaacute os extratos com maior concentraccedilatildeo

apresentam maior diferenccedila entre a absorbacircncia final e o DPPH sem adiccedilatildeo sendo

que quanto maior a concentraccedilatildeo maior eacute esta diferenccedila

A diminuiccedilatildeo da absorbacircncia em todos os extratos de todas as amostras tem

seu decaimento ocorrendo durante todo o tempo de anaacutelise (30 minutos) diferente

do observado no padratildeo trolox indicando que a reaccedilatildeo entre o radical DPPH e todos

os extratos de chocolate ocorrem por mais tempo

99

A partir dessa variaccedilatildeo de absorbacircncia eacute possiacutevel traccedilar a curva padratildeo para

cada uma destas amostras sendo que quanto maior a inclinaccedilatildeo da reta maior eacute a

capacidade antirradicalar da amostra

As curvas padratildeo das trecircs amostras de chocolate revelam uma grande

semelhanccedila entre os perfis desses chocolates O coeficiente angular (α) de cada

uma das retas eacute comparado com o coeficiente angular meacutedio do Trolox (α=0021)

obtido atraveacutes da anaacutelise em triplicata deste padratildeo Os resultados estatildeo

representados na Tabela 17 juntamente com os resultados de outras avaliaccedilotildees do

perfil antirradicalar das amostras

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite com

couve

100

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de chocolate com uva

Foi realizada tambeacutem a quantificaccedilatildeo da atividade antirradicalar frente ao

radical DPPH por IC50 sendo que o resultado se encontra na Tabela 17

A anaacutelise frente ao ABTS foi realizada em triplicata para todas as amostras de

chocolate Primeiramente obteve-se o espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTS (22acute-

azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-aacutecido sulfocircnico) conforme Figura 40

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS

07

075

08

085

09

095

1

550 600 650 700 750 800 850

Ab

sorb

acircnci

a

Comprimento de onda (nm)

101

O espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTSbull+ revela que a maior absorccedilatildeo deste

composto ocorre na regiatildeo entre 700 e 750nm portanto justifica-se a utilizaccedilatildeo de

734nm para o comprimento de onda

O padratildeo Trolox tambeacutem eacute indicado como padratildeo da capacidade

antirradicalar frente ao radical ABTSbull+ e portanto a reaccedilatildeo entre eles foi realizada

O perfil cineacutetico e a curva padratildeo desta reaccedilatildeo eacute apresentada na Figura 41

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox

O perfil cineacutetico desta reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e trolox mostra que conforme o

aumento da concentraccedilatildeo tem-se uma reduccedilatildeo no valor de absorbacircncia Aleacutem disso

eacute possiacutevel notar que durante os 30 minutos de anaacutelise cada amostra se mostrou com

um valor de absorbacircncia estaacutevel revelando que a reaccedilatildeo ocorre no iniacutecio do

processo e natildeo se modifica ao passar do tempo

As amostras de chocolates foram testadas frente ao radical ABTSbull+ sendo

utilizadas as concentraccedilotildees de extrato de 2 3 4 5 6 As Figuras de 42 a 44

apresentam os resultados obtidos tanto para o perfil cineacutetico quanto para a curva

padratildeo de cada chocolate Estas sugerem um perfil de cineacutetica muito parecido para

todos os extratos de chocolate Tem-se uma reduccedilatildeo de absorbacircncia durante todo o

tempo de anaacutelise (30 minutos) sendo mais acentuada nos primeiros cinco minutos

o que sugere que a reaccedilatildeo ocorra durante todo este periacuteodo Mesmo assim o

102

padratildeo observado na amostra padratildeo se repete quanto maior a concentraccedilatildeo

menor eacute a absorbacircncia encontrada

O ABTSbull+ possui uma coloraccedilatildeo verde-escura e ao reagir com o antirradical

modifica sua coloraccedilatildeo para verde-claro e conforme a reaccedilatildeo for ocorrendo tem-se

a diminuiccedilatildeo do valor de absorbacircncia devido a esta diferenccedila de coloraccedilatildeo

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de couve

103

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de uva

A curva padratildeo do aacutecido gaacutelico demonstrou uma equaccedilatildeo da reta igual a y =

00012x + 02366

A quantificaccedilatildeo dos polifenoacuteis bem como a porcentagem de trolox frente ao

radical DPPH e a porcentagem de trolox frente ao radical ABTSbull+ estatildeo

apresentadas na Tabela 17

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com uva

Amostra gmg GAE IC50(DPPH)

(mgL) Trolox (DPPH) Trolox (ABTS)

Chocolate ao leite 7422plusmn410a 682plusmn014a 27875plusmn398a 44397plusmn412a

Chocolate com couve 7429plusmn393a 63plusmn056a 25093plusmn729ab 44228plusmn1820a

Chocolate com uva 147285plusmn1417b 692plusmn048a 24047plusmn1151b 37380plusmn136a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir da avaliaccedilatildeo da capacidade antirradicalar dos chocolates frente ao

radical ABTS pode-se dizer que natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila significativa

(plt005) entre as amostras sendo assim todos os chocolates apresentaram a

104

mesma capacidade frente a este radical ou seja natildeo houve aumento com a adiccedilatildeo

de couve e uva nos chocolates

Os valores encontrados para esse tipo de produto satildeo altos visto que podem

ser comparados com alimentos conhecidos por sua alta capacidade antirradicalar

como- mirtilos (4766 mg Equivalente de Vitamina C (VCE) 100 g) ameixas pretas

(372 mg VCE100g) (FLOEGEL2011) e goiaba (496 mg Trolox100 g) (REDDY

2010)

Jaacute frente ao radical DPPH em porcentagem de Trolox a atividade

antirradicalar das amostras de chocolate revelaram resultados nos quais o chocolate

ao leite eacute estatisticamente diferente (plt005) do chocolate ao leite com uva mas o

chocolate ao leite com couve natildeo apresenta diferenccedila significativa (plt005) com

nenhuma das duas amostras Esse fato indica que a capacidade antirradicalar frente

ao radical DPPH natildeo aumentou com a adiccedilatildeo de couve e apresentou menor

capacidade com a adiccedilatildeo de uva

Os resultados frente ao radical DPPH avaliados por IC50 demonstraram natildeo

haver diferenccedila significativa entre as amostras (plt005) Na literatura natildeo existe um

consenso em como expressar os resultados de testes antirradicalares Oliveira et al

(2014) sugerem a utilizaccedilatildeo de porcentagem de Trolox por facilitar a interpretaccedilatildeo

dos resultados jaacute que eacute diretamente proporcional agrave atividade antirradicalar

Os valores encontrados para a capacidade antirradicalar frente ao radical

DPPH tambeacutem satildeo comparaacuteveis a frutas e vegetais conhecidos por serem

potenciais antirradicalares como manga (211mg Trolox100 g) (REDDY et al 2010)

ameixa preta (287 mg VCE100 g) e vinho (1964 mg Trolox100 g) (FLOEGEL et al

2011)

O radical DPPH tende a interagir com compostos antirradicalares mais

reativos enquanto que o radical ABTS reage com os compostos de reatividade

intermediaacuteria (Oliveira 2014) Esse fato pode explicar a diferenccedila de valores

encontrada para os chocolates por estes dois meacutetodos e pode-se inferir que existe

maior quantidade de compostos de reatividade intermediaacuteria em todos os

chocolates

105

Diversos autores jaacute discutiram a correlaccedilatildeo destas duas metodologias

Floegel et al (2011) realizaram um estudo com 50 diferentes tipos de alimentos

(frutas vegetais e bebidas) e analisaram a correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos

para a capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH e frente ao radical ABTS

Foi encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0953) comparando-se os resultados das

frutas e das bebidas Por outro lado encontrou-se menor correlaccedilatildeo para os

resultados de vegetais (R=0896) Dudonne et al (2011) publicaram um estudo

comparativo entre 30 diferentes extratos de plantas assim como o artigo anterior foi

encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0903) entre os resultados de ABTS e DPPH

A anaacutelise estatiacutestica da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis demonstrou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre os resultados de chocolate com couve e

chocolate ao leite poreacutem houve uma diferenccedila entre estes em comparaccedilatildeo ao

chocolate ao leite com uva Houve um aumento da quantidade de polifenoacuteis em

5044 do chocolate com uva em relaccedilatildeo ao chocolate controle

A quantidade de polifenoacuteis encontrada no controle e chocolate com couve

pode ser comparaacutevel agrave quantidade de polifenoacuteis presentes por exemplo em laranjas

(70 mg GAEg) (REDDY 2010)

Conforme citado anteriormente a couve e a uva foram adicionadas de

diferentes formas no chocolate A couve foi adicionada durante o processo de refino

dos chocolates na maacutequina de moinho de bolas enquanto que a uva foi adicionada

apoacutes o processo de fabricaccedilatildeo em um misturador planetaacuterio o que pode ter afetado

diretamente na quantidade de polifenoacuteis adicionada

Siebert Troukhanova e Lynn (1996) estudaram a interaccedilatildeo entre proteiacutenas e

polifenoacuteis Sabe-se que os polifenoacuteis tecircm em sua estrutura duas extremidades que

podem se ligar as proteiacutenas- o anel benzecircnico que possivelmente podem interagir

com a parte apolar das cadeias de proteiacutenas e os grupos hidroxiacutelicos que formam

facilmente ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a amina ou com a carbonila da proteiacutena

Supotildee-se que essas ligaccedilotildees formam uma rede de proteiacutenas-polifenoacuteis a qual pode

interferir em suas biodisponibilidade Arts et al (2002) avaliaram a modificaccedilatildeo do

resultado de capacidade antirradicalar total de chaacute preto com e sem caseiacutena Foi

identificado que a adiccedilatildeo de proteiacutenas no chaacute afeta a capacidade antirradicalar do

mesmo natildeo atingindo a capacidade maacutexima de atividade antirradicalar

106

Niseteo et al (2012) realizaram um estudo da capacidade antirradicalar de

diferentes tipos de bebidas a base de cafeacute com e sem a adiccedilatildeo de leite e

quantificaram os compostos polifenoacutelicos por meacutetodo de Folin-ciocauteau Naquele

trabalho tambeacutem foi encontrada diferenccedila na capacidade antirradicalar dos cafeacutes

com adiccedilatildeo de leite de valor reduzido em comparaccedilatildeo aos sem leite e a interaccedilatildeo

polifenoacuteis-proteiacutenas tambeacutem foi discutida No entanto a quantidade de polifenoacuteis dos

cappuccinos com adiccedilatildeo de leite foi maior do que o controle O autor atribuiu essa

diferenccedila nos resultados de quantidade de polifenoacuteis e da capacidade antirradicalar

devido agrave baixa precisatildeo analiacutetica e a baixa seletividade do reagente de Folin-

ciocauteau que pode interagir com outros compostos redutores como accediluacutecares e

aminoaacutecidos e gerar assim resultados diferentes Os resultados encontrados para o

chocolate com uva apresentam a mesma tendecircncia- menor capacidade

antirradicalar e maior quantidade de polifenoacuteis

Jakobek (2015) publicou uma revisatildeo sobre a interaccedilatildeo dos polifenoacuteis com

outros componentes alimentares como proteiacutenas lipiacutedeos e carboidratos Segundo o

autor a partir de sua revisatildeo bibliograacutefica eacute possiacutevel concluir que essas interaccedilotildees

podem significar alteraccedilotildees na biodisponibilidade e bioacessibilidade desses

compostos pelo organismo A interaccedilatildeo entre lipiacutedeos e polifenoacuteis por exemplo

pode causar uma mudanccedila na absorccedilatildeo de lipiacutedeos no corpo e reduzir a

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Aleacutem disso as proteiacutenas e polifenoacuteis interagem entre si e

podem alterar tanto a atividade das proteiacutenas quanto a biodisponibilidade dos

polifenoacuteis

Os estudos citados acima demonstram uma forte interaccedilatildeo entre os

componentes dos alimentos (proteiacutenas lipiacutedeos carboidratos) com os compostos

fenoacutelicos Sugere-se que esta interaccedilatildeo pode vir a afetar a disponibilidade dos

compostos fenoacutelicos e portanto alterar a sua capacidade antirradicalar Jakobek

(2015) cita tambeacutem que quanto maior a quantidade de grupos hidroxila e quanto

maior o peso molecular maior eacute a tendecircncia das moleacuteculas de polifenoacuteis a se ligar a

proteiacutenas Os compostos encontrados na couve e na uva apresentam esses dois

fatores o que sugere que estas interaccedilotildees possam ter ocorrido e

consequentemente interferindo na capacidade antirradicalar dos chocolates

formulados

107

No entanto natildeo foram utilizadas as metodologias de ORAC e FRAP que

tambeacutem satildeo conhecidas para capacidade antirradicalar Sabe-se que a anaacutelise da

atividade antirradicalar por ORAC apresenta grande vantagem em relaccedilatildeo ao radical

ABTS e ao radical DPPH pois eacute baseada nos radicais peroxila que satildeo mais

correlacionados com a oxidaccedilatildeo in vivo das ERO (SCHAICH ZIE 2015) O FRAP

baseia-se na reduccedilatildeo do complexo feacuterrico pela accedilatildeo de doaccedilatildeo de eleacutetrons por

antioxidantes e possui boa correlaccedilatildeo com o ABTS (Duddone et al 2009)

A adiccedilatildeo de frutas secas em chocolates jaacute foi estudada por diversos grupos

de pesquisa com o objetivo de enriquecer essas formulaccedilotildees

Belščak-Cvitanovi et al (2012) elaboraram diversas formulaccedilotildees de chocolate

com adiccedilatildeo de folhas de Rubus ideaus L ( raspberry) com o objetivo de adicionar

compostos fenoacutelicos Para tal estudo realizaram formulaccedilotildees de chocolate ao leite

e chocolate amargo sendo um teor de cacau de 30 e 72 respectivamente As

folhas sofreram um processo de extraccedilatildeo em aacutegua quente sendo adicionadas em

duas formas diferentes ao chocolate um extrato liofilizado e um extrato obtido por

evaporaccedilatildeo Natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila na quantidade de compostos

polifenoacutelicos totais com adiccedilatildeo de extrato liofilizado assim como sua capacidade

antirradicalar frente ao radical FRAP Aleacutem disso foi identificado que o chocolate

amargo possui capacidade antirradicalar e quantidade de polifenoacuteis muito superiores

se comparado aos chocolates ao leite avaliados pois segundo o autor produtos

com grande quantidade de accediluacutecar e leite em poacute formam uma rede de interaccedilatildeo forte

entre proteiacutenas e catequinas e isto podem afetar diretamente na anaacutelise de

antirradicalares

Komes et al (2013) estudaram a adiccedilatildeo de 5 diferentes tipo de frutas

secas(ameixa mamatildeo damasco uvas passa e cranberry) em formulaccedilotildees de

chocolate Este estudo revelou tambeacutem uma maior capacidade antirradicalar e

quantidade de polifenoacuteis para chocolates amargos em comparaccedilatildeo com chocolates

ao leite Apesar da adiccedilatildeo de cranberry e uva passa terem sido efetivas em termos

de aumentar a capacidade antirradicalar e o teor de polifenoacuteis os autores

demonstram que o maior responsaacutevel pelos altos valores eacute o cacau que possui

grande quantidade de compostos fenoacutelicos em sua composiccedilatildeo

108

A grande influecircncia do liquor de cacau na quantidade de polifenoacuteis e na

capacidade antirradicalar estaacute de acordo com o encontrado para todos os chocolates

formulados no presente trabalho Conforme demonstrado anteriormente o liquor de

cacau utilizado quando comparado com frutas conhecidas por essa propriedade

possui uma alta capacidade antirradicalar (IC50=29 mgg) e alta quantidade de

polifenoacuteis (25994 mg GAE g) que reflete nos altos valores encontrados

Sim et al (2016) estudaram a adiccedilatildeo de poacute de casca de mangostatildeo (Garcinia

mangostana Linn) para a melhoria de propriedades nutricionais do chocolate As

formulaccedilotildees foram realizadas com 0 1 e 3 de poacute sendo que o chocolate amargo

obteve uma melhora de 3 na quantidade de polifenoacuteis totais aleacutem de uma melhora

no perfil de compostos bioativos sendo uma possiacutevel alternativa como aditivo para

enriquecimento de formulaccedilatildeo de chocolates

Todorovik et al (2015) avaliaram o perfil de polifenoacuteis de chocolates

produzidos na Seacutervia sendo que foram avaliados chocolates ao leite amargos e

amargos com adiccedilatildeo de raspberry Neste estudo natildeo foi encontrada diferenccedila entre

a quantidade de polifenoacuteis dos chocolates amargos com e sem a adiccedilatildeo de

raspberry Mesmo assim os resultados mostraram um aumento da capacidade

antirradicalar frente ao radical DPPH e ABTS nos chocolates com adiccedilatildeo de

raspberry

Os trabalhos citados acima demonstram que eacute possiacutevel adicionar frutas ou

folhas secas em chocolate e obter uma maior capacidade antirradicalar

Os chocolates desenvolvidos no presente trabalho apresentaram altas

capacidades antirradicalares o que sugere seus efeitos beneacuteficos para o corpo pele

e sauacutede Para o aumento significativo da capacidade antirradicalar no entanto mais

testes deveriam ser realizados de modo a definir se haacute uma interaccedilatildeo entre estes

compostos e as proteiacutenas do leite presentes no chocolate

109

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD

A anaacutelise em CLAE-DAD foi realizada para o perfil cromatograacutefico dos

compostos fenoacutelicos e verificaccedilatildeo se os componentes presentes na couve e na uva

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo desses produtos As comparaccedilotildees

entre cromatogramas de mesmo comprimento de onda para o chocolate ao leite

chocolate com couve e couve liofilizada se encontram nas Figuras 45 a 48

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

110

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

A anaacutelise dos cromatogramas do chocolate ao leite com couve chocolate ao

leite e da couve permite concluir que alguns dos picos da couve foram transferidos

para o chocolate ao leite com couve assim como alguns picos do chocolate ao leite

foram transferidos para o chocolate com couve A comparaccedilatildeo entre os picos e as

aacutereas encontradas estaacute disposta na Tabela 18

111

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260 nm 280 nm 320 nm 360 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL

2684 29610 3006 5879 2454 7848 2694 - 2449 - 603 101 2448 - 559 109

3652 - 2994 7936 2690 16752 1975 - 2538 1443 256 - 2539 986 261 -

3828 - 6680 24257 3097 - 81 - 2704 - 635 890 2705 - 777 562

4795 1003 10733 - 3849 - 8308 32875 2866 - 262 617 3639 - 182 268

5687 - 241 495 5707 1122- 224 406 365 - 250 855 3811 385 111 -

5964 - 1127 3481 5954 - 731 2575 4041 - 127 418 4032 - 124 232

6778 - 968 2839 6755 - 804 2833 9285 - 355 850 23576 18018 918 -

7229 - 287 699 7229 - 298 709 19400 - 733 1898 64626 6560 492 -

8165 - 585 3532 7926 - 303 2202 20645 - 182 378

9088 - 167720 481259 9088 - 219180 498880 25230 - 1682 3395

10379 - 626 1746 10370 - 1278 3175 29694 69863 1397 -

11 - 477 2917 11071 - 849 2221 56254 23250 572 -

12069 912 325 728 12069 1047 377 1051 57971 30799 312 -

12792 - 483 2280 15535 - 291 869 62540 479 618 -

13571 - 254 1435 16109 - 2446 9090 64626 9645 355 -

15529 - 495 1535 18094 808 25245 -

16137 - 4122 18531 19402 - 1267 28136

18094 - 19811 24559 22084 - 2792 10571

22083 58677 1751 -

22851 - 567 1191

23577 22250 1070 -

29206 - 413 81520

30100 - 412 1374

30797 - 26159 11417

64624 2830 546 -

82747 1375 1353 1305

112

Os cromatogramas obtidos para o chocolate ao leite chocolate ao leite com

uva e uva liofilizada estatildeo dispostos nas Figuras 49 a 52

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

113

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Assim como na primeira avaliaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que muitos dos picos

presentes no chocolate ao leite estatildeo presentes no chocolate ao leite com uva

Tambeacutem se observa que alguns picos da uva liofilizada foram transferidos para o

chocolate ao leite com uva conforme demonstra a Tabela 19

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de CLAE-DAD para identificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos eacute largamente utilizada na literatura atual Esta identificaccedilatildeo de compostos

pode ser realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo de tempos de retenccedilatildeo presentes na

literatura assim como comparaccedilatildeo com padrotildees No caso dos chocolates no

entanto

114

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260nm 280nm 320 nm 350 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT Uva CU CL RT Uva CU CL RT UVA CU CL RT UVA CU CL 2553 - 497 27915 2543 - 12925 52565 2779 - 19355 89 2450 10265 785 1085

2758 - 10827 13866 2757 - 14411 250205 2943 195 1428 2548 879 3375 254 2934 58 6176 26 2935 1615 7287 - 3052 223 21765 2775 182 752 562

3042 989 6047 - 3044 945 8338 - 56915 - 297 1325 2831 - 6825 384 3710 68 429 - 5194 355 625 - 9233 - 12195 8495 4098 - 806 232

3920 1533 4631 - 5918 661 3631 25745 10372 - 156 171 5049 - 272 98 56805 216 9485 495 6733 3903 2833 14080 - 8005 407 54596 - 216 165

5933 14 47705 3481 8984 4475 598044 - 16098 - 11865 36505 57455 - 361 3005 6761 308 36245 2839 10337 - 1692 3175 21380 - 9285 25005

7134 175 3066 - 21246 - 1568 24645 27800 - 388 9455 8995 178 603862 - 27776 24704 3809 - 73585 24825 492 -

10339 453 1138 1746 59786 1325 207 - 79272 851 107 - 12752 - 31385 22795 73587 7115 3055 -

14113 - 993 7615 79261 482 401 - 15491 - 2688 1535

16083 - 217065 18531 21381 - 953 48615

67858 - 567 208

115

existe uma grande complexidade de compostos presentes em sua estrutura o que

dificulta a utilizaccedilatildeo de adiccedilatildeo de padrotildees

Sendo assim o meacutetodo mais adequado seria a utilizaccedilatildeo de um CLAE-MS

capaz de identificar as massas dos picos e assim permitir a sua correta

caracterizaccedilatildeo No presente trabalho no entanto natildeo foi possiacutevel realizar esta

anaacutelise levando entatildeo agrave conclusatildeo atraveacutes de hipoacuteteses sobre os tempos de

retenccedilatildeo conhecidos em literatura

Primeiramente eacute preciso lembrar que dependendo do tipo de estrutura

quiacutemica haacute uma diferenccedila na absorccedilatildeo em cada comprimento de onda Zhang

(2013) identificou os espectros de absorccedilatildeo de 14 compostos fenoacutelicos mais

conhecidos na literatura sendo eles (1) aacutecido gaacutelico (2) aacutecido protequinico (3)

aacutecido vaniliacutenico (4) aacutecido cafeacuteico (5) aacutecido siringico (6) aacutecido cumaacuterico (7) aacutecido

saliciacutelico (8)catequina (9) epicatequina (10) rutina (11) morina (12) cumarina (13)

quercetina (14) resveratrol

Esses compostos fenoacutelicos estatildeo presentes tanto na uva quanto na couve

conforme abordado na revisatildeo de literatura A Tabela 20 representa os

comprimentos de onda de maior absorccedilatildeo para cada um dos fenoacutelicos acima

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013

Classes de substacircncias Compostos fenoacutelicos Comprimento de onda (nm)

Aacutecidos hidroxicinacircmicos Aacutecido gaacutelico 271

Aacutecido protequiacutenico 260

Aacutecido vaniliacutenico 260 Aacutecido hidroxicinacircmico Aacutecido cafeacuteico 324

Catequinas

Aacutecido cumaacuterico 280

Catequina 280

Epicatequina 280

Flavonoacuteis Rutina 255

Quercetina 374 Estibeno

Resverastrol 306

116

Todos os compostos citados absorvem nos comprimentos de onda avaliados

para os chocolates 260 280 320 e 360 nm portanto existe uma possibilidade de

que estes compostos estejam entre aqueles que se repetiram nos chocolates com

adiccedilatildeo sendo assim eacute provaacutevel que os picos encontrados estabeleccedilam uma relaccedilatildeo

com a adiccedilatildeo de compostos da couve e da uva nos chocolates

Comparando-se o chocolate ao leite com o chocolate com couve eacute possiacutevel

perceber que existe maior quantidade de picos em 280 e 320 nm no chocolate com

couve do que na amostra controle Provavelmente este fato indica que teriam sido

adicionados ao chocolate compostos da classe das catequiacutenas e compostos da

classe dos flavonoacuteis

Jaacute a comparaccedilatildeo entre o chocolate controle e o chocolate com uva haacute uma

adiccedilatildeo de picos principalmente nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm o que

provavelmente sugere que compostos das classes da catequiacutenas e aacutecidos

hidroxicinacircmicos foram adicionados

As catequinas satildeo principal constituinte de chaacutes e satildeo associadas a altas

capacidades antioxidantes Estudos revelam que a ingestatildeo de catequiacutenas pode

reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas aleacutem de possuir potencial para inibir ceacutelulas

canceriacutegenas e reduzir o processo de envelhecimento (BRAICU et al 2013)

Os flavonoacuteis satildeo antioxidantes naturais encontrados principalmente no chaacute e

em frutos como o cacau Estudos a respeito dessa classe de compostos

demonstram seu potencial em reduzir a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica representando um

protetor cardiovascular importante (HEIM TAGLIFERRO BOBILYA 2002)

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos tambeacutem satildeo altamente estudados por sua

propriedade antioxidante Estatildeo presentes em frutas e vegetais e satildeo conhecidos

principalmente por sua bioatividade (RAZZZAGHI-ASI et al 2013)

117

6CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de uva e couve em chocolate ao leite modificou suas propriedades

como segue

As propriedades fiacutesicas como tamanho de partiacutecula textura

viscosidade e tensatildeo inicial de Casson sendo que a diferenccedila de

textura e tamanho de partiacutecula foi percebida sensorialmente pelos

provadores natildeo treinados

As propriedades fiacutesico-quiacutemicas como a quantidade de fibras

conteuacutedo mineral e quantidade de accediluacutecares conduzindo a melhora nas

propriedades nutricionais dos chocolates

Nas propriedades sensoriais 92 dos painelistas afirmaram que havia

diferenccedila entre as amostras A anaacutelise sensorial tambeacutem comprovou

uma boa aceitaccedilatildeo de todos os chocolates sendo que mais de 60

dos provadores afirmou que provavelmente ou certamente compraria o

chocolate

A quantidade de polifenoacuteis aumentou no chocolate ao leite com uva

mas natildeo no chocolate ao leite com couve para a metodologia de Folin-

Ciocauteau

A grande quantidade de polifenoacuteis presentes no liquor de cacau utilizado

impactou diretamente nos altos valores encontrados para todos os chocolates

formulados A adiccedilatildeo de uva e couve liofilizadas apesar de tambeacutem apresentarem

altas quantidades de polifenoacuteis natildeo modificou a capacidade antirradicalar frente ao

radical ABTS e ao radical DPPH No processo de liofilizaccedilatildeo houve perdas de

polifenoacuteis na couve e na uva

Os resultados do perfil cromatograacutefico dos compostos fenoacutelicos por CLAE-

DAD revelaram que muitos dos compostos presentes na couve e na uva foram

transferidos para os chocolates formulados

A utilizaccedilatildeo de frutas e hortaliccedilas como alternativa para o enriquecimento de

propriedades dos alimentos foi comprovada neste trabalho demonstrando melhorar

as qualidades nutricionais e funcionais de alimentos como chocolate ao leite

118

7SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS

A adiccedilatildeo de frutas e vegetais em produtos alimentiacutecios eacute uma aacuterea

promissora para enriquecimento de formulaccedilotildees Os resultados obtidos no presente

trabalho indicaram modificaccedilotildees em alguns aspectos do chocolate o que eacute uma

premissa interessante para futuros trabalhos

Avalia-se que a adiccedilatildeo de frutas e vegetais tem no entanto aleacutem do valor

nutricional um efeito beneacutefico para ajudar a balancear as espeacutecies reativas no corpo

e desacelerar o envelhecimento precoce Essas propriedades funcionais no entanto

soacute poderiam ser confirmadas com testes in vivo apropriados para a verificaccedilatildeo deste

benefiacutecio

Aleacutem disso estudos de cristalizaccedilatildeo dos chocolates formulados poderiam ser

conduzidos pelas teacutecnicas- DSC Difraccedilatildeo de RAIO-X que poderiam ser utilizadas

para informaccedilotildees da estabilidade desses chocolates

119

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132

ANEXO A- Parecer cosubstanciado do CEP

133

134

135

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

136

137

138

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL

139

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES PARA BANCA JULGADORA

140

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO

141

142

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES

143

144

145

Page 10: Desenvolvimento de chocolates ao leite com propriedades

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite

chocolate ao leite com uva e chocolate ao leite com couve 91

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate

ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 93

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o

chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com uva 94

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo

chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 95

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo

para o chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

96

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate

ao leite com couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH 97

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da

variaccedilatildeo de absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox 98

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite 99

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de

chocolate ao leite com couve 99

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de

chocolate com uva 100

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS 100

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox 101

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite 102

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve 102

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 103

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 109

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao

leite 110

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 112

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor

roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate

ao leite 113

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho 40

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate sendo a foacutermula 1 a

controle a foacutermula 2 o chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva 43

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria 44

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE 50

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura

extraiacutedos por diferentes meacutetodos 64

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para

meacutetodo graacutefico e algeacutebrico 67

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva

liofilizada e in natura 69

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes

extratores 70

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical

DPPH para o liquor de cacau 74

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e

integral utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate 75

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate 78

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite

com couve e chocolate ao leite com uva 83

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de

chocolates finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010) 83

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate

eo leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva 87

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates 88

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e

chocolate ao leite com uva 89

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com

uva 103

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao

leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 111

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates

com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL) 114

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde

apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013 115

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABICAB Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados

ABTS 22-azino-bis(3-etilbenzothiazolina-6-aacutecido sulfocircnico)

AM Abertura da malha

CLAE Cromatografia Liacutequida de Alta Eficiecircncia

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DPPH 22-difenil-1-picrilhidrazil

IC50 Concentraccedilatildeo em que se reduz a metade do efeito maacuteximo

ERO Espeacutecies Reativas de Oxigecircnio

FDA Food Dietary Intake

IEA Instituto de Economia Agriacutecula

g Grama

GAE Gallic Acid Equivalent

LDL Lipoproteiacutena de baixa densidade

mg Miligrama

mL Mililitros

N Newton

Pas Pascal por segundo

Pa Pascal

PGPR Polyglycerol Polyricinoleate

POS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Esteaacuterico

POP Combinaccedilatildeo de Aacutecido Palmiacutetico-Oleico-Palmitiacuteco

RDA Refference Dietary Allowance

RDC Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada

SOS Combinaccedilatildeo de Aacutecido Esteaacuterio-Oleico-Esteaacuterico

TAG Triacilgliceroacuteis

USDA United States Department of Agriculture

UV Ultravioleta

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 20

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 22

21 Envelhecimento cutacircneo 22

22 Cacau e Chocolate 27

23 Brassica oleracea (couve) 31

24 Vitis vinifera (Uva) 36

3 OBJETIVOS 39

31 Geral 39

32 Especiacuteficos 39

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 40

41 Materiais 40

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva 41

43 Produccedilatildeo do chocolate 42

44 Granulometria 44

45 Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute 45

46 Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar 45

461 Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos 45

462 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do

potencial antirradicalar de couve uva e liquor de cacau 47

463 Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates 47

464 Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis 48

465 Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS 49

466 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE 49

47 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates 50

48 Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas 51

481 Determinaccedilatildeo de umidade 51

482 Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral 51

483 Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos 51

484 Determinaccedilatildeo de proteiacutenas 52

485 Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

52

486 Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis 52

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura 52

410 Determinaccedilatildeo da reologia 53

411 Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua 53

412 Avaliaccedilatildeo da Colorimetria 53

413 Avaliaccedilatildeo sensorial 53

414 Forma de anaacutelise de resultados 56

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 57

51 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve 57

511 Liofilizaccedilatildeo 57

512 Perfil antioxidante 59

513 Anaacutelise granulomeacutetrica 66

52 Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva 68

521 Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares

redutores natildeo redutores e totais 68

522 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva 70

53 Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau 73

531 Perfil antirradicalar do liquor de cacau 73

532 Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau 74

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute 75

55 Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates 75

551 Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da

manteiga de cacau 75

552 Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula 78

553 Anaacutelise Reoloacutegica 79

554 Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates 82

555 Atividade de aacutegua 88

556 Colorimetria 89

557 Estabilidade dos chocolates 90

558 Avaliaccedilatildeo sensorial 92

559 Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates 96

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD 109

6 CONCLUSAtildeO 117

7 SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS 118

REFEREcircNCIAS 119

ANEXO A- PARECER COSUBSTANCIADO DO CEP 132

ANEXO B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 135

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL 138

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES 139

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO 140

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES 142

20

1INTRODUCcedilAtildeO

Na safra 20142015 a colheita bruta de cacau 4230 mil toneladas do fruto

(INTERNATIONAL COCOA CONFECTIONARY ORGANIZATION-ICCO 2016)

Segundo dados da Associaccedilatildeo Brasileira da Induacutestria de Chocolates Cacau

Amendoim Balas e Derivados (ABICAB) (2015) 731 mil toneladas de chocolate

foram produzidos no ano de 2014

Segundo o documento ldquoBrasil Food Trends 2020rdquo a tendecircncia para o mercado

de alimentos no Brasil eacute o desenvolvimento de formulaccedilotildees com o conceito de

ldquosaudabilidaderdquo ou seja produtos com menor valor caloacuterico reduzido valor de

accediluacutecar com menor teor de gorduras trans e que possuam atribuiccedilotildees funcionais

Sabe-se que os consumidores vecircm buscando produtos que contribuam para uma

dieta mais saudaacutevel com maior conteuacutedo mineral e de nutrientes e valor reduzido de

gorduras e colesterol (MADI COSTA REGO 2010)

Lannes et al (2002) por exemplo formularam chocolate utilizando o cupuaccedilu

Seus estudos permitiram concluir que a substituiccedilatildeo do cacau pelo cupuaccedilu foi

eficaz gerando um produto com alta qualidade e custo reduzido se comparado ao

similar Komes et al (2013) adicionaram frutas secas agraves formulaccedilotildees de chocolate a

fim de obter um chocolate com maior capacidade antirradicalar Segundo a anaacutelise

sensorial realizada pelos autores os chocolates contendo Cranberries foram bem

aceitos e foi possiacutevel observar maior potencial antirradicalar nos chocolates com

adiccedilatildeo de frutas Amaral (2013) realizou a produccedilatildeo de recheios de bombons com

adiccedilatildeo de murici uma fruta de alto valor nutricional e obteve produtos com maior

elevados teores de proteiacutenas e minerais

A busca pela inovaccedilatildeo no mercado de chocolates tambeacutem levou

pesquisadores a realizar patentes de seus produtos Crowley amp Naimeddine (2011)

desenvolveram um chocolate com adiccedilatildeo de um blend da manteiga de cacau com

adiccedilatildeo de frutas liofilizadas em poacute Vajda et al (1989) elaboraram um spread de

chocolate com a adiccedilatildeo de poacutes de frutas concentradas

21

Sabe-se que haacute uma grande quantidade de pesquisas a respeito dos

benefiacutecios dos antioxidantes para evitar ou reduzir os efeitos de doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como cacircncer Alzheimer catarata diabetes envelhecimento

entre outras (Cai et al 2004 apud MORAIS et al2009) Os polifenoacuteis por exemplo

satildeo antioxidantes que possuem estruturas quiacutemicas promissoras para prevenccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo (MEENA MEENA TREacuteTON 2014)

Os antioxidantes podem ser encontrados em diversos tipos de vegetais- como

frutas e hortaliccedilas sendo a couve e a uva dois exemplos de alimentos com essa

propriedade

A couve eacute um vegetal importante nas dietas tradicionais na regiatildeo

Mediterracircnea e eacute conhecida por sua capacidade de prevenccedilatildeo de doenccedilas e

propriedades antimicrobianas Estudos identificaram nove diferentes aacutecidos fenoacutelicos

em sua composiccedilatildeo sendo estes com alta capacidade antioxidante (AYAZ et al

2008)

O consumo de uvas vem sendo estudado como efetiva prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas e o envelhecimento devido agrave alta porccedilatildeo de compostos fenoacutelicos em

sua composiccedilatildeo A uva eacute composta principalmente por flavonoides como o

resveratrol que jaacute foi comprovadamente associado agrave alta capacidade antirradicalar

frente aos radicais livres (XIA et al 2010)

Diante do acima citado o presente trabalho tem como objetivo o

desenvolvimento de formulaccedilatildeo de chocolates acrescidos de folhas de couve

(Brassica oleracea) e de frutos de uva (Vitis viniacutefera) obtendo-se assim produtos

com enriquecimento das propriedades funcionais Por suas propriedades acredita-

se que o seu consumo traraacute benefiacutecios agrave sauacutede

22

2REFERENCIAL TEOacuteRICO

21Envelhecimento cutacircneo

A pele eacute o oacutergatildeo que reveste todo o organismo correspondendo a 5 do

peso corporal Apresenta multifunccedilotildees tais como sensorial proteccedilatildeo contra agentes

externos termorregulaccedilatildeo excreccedilatildeo e produccedilatildeo de metaboacutelitos aleacutem de

representar a aparecircncia e perfil caracteriacutestico dos indiviacuteduos (CORREcircA 2012)

A pele eacute dividida em trecircs principais camadas- a epiderme a derme e a

hipoderme conforme demonstra a Figura 1 (KHAVKIN e DAVID 2011)

Figura 1 Representaccedilatildeo das camadas da pele

A epiderme eacute formada por aproximadamente 95 de queratinoacutecitos os quais

estatildeo sempre se renovando constituindo desde a membrana basal ateacute a superfiacutecie

23

da pele e assim gerando diversas camadas distintas camada basal espinhosa

granulosa e coacuternea (KHAVKIN e DAVID 2011)

Com o passar do tempo a derme sofre um processo natural de

envelhecimento que varia de acordo com os fatores geneacuteticos de cada pessoa Os

sinais cliacutenicos de surgimento deste processo se datildeo com o aparecimento de linhas

de expressatildeo rugas e manchas (LONGO CASARI BERETTI 2013) Estima-se que

a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ultravioleta seja responsaacutevel por 80 da aceleraccedilatildeo do

envelhecimento cutacircneo precoce poreacutem o cansaccedilo fiacutesico e psicoloacutegico a exposiccedilatildeo

agrave poluiccedilatildeo o consumo de aacutelcool e a dieta natildeo balanceada satildeo fatores importantes

que contribuem neste processo (POLJSAKDAHMANE 2012)

A pele por possuir funccedilatildeo protetora eacute o oacutergatildeo que estaacute mais exposto a

agentes quiacutemicos fiacutesicos e microbioloacutegicos e portanto possui maior tendecircncia de

acumular radicais livres (Hashizume 2004 apud Kammeyer Luiten 2015)

Radical livre eacute toda espeacutecie seja ela orgacircnica ou inorgacircnica que possui

eleacutetrons desemparelhados em sua camada de valecircncia Esta configuraccedilatildeo torna os

compostos muito instaacuteveis com baixa meia-vida e deste modo com reatividade

muito alta (Lushchak 2014) A formaccedilatildeo dos radicais livres pode ocorrer no

citoplasma em membranas e principalmente na mitocondria (Labat-Robert Robert

2014)

Os radicais livres mais comuns encontrados na pele satildeo as Espeacutecies

Reativas de Oxigecircnio (ERO) que podem ser radicalares- como radicais hidroxila

(HO) radicais superoacutexido (O2-) radicais peroxila e alcoxila (RO2 RO)- ou natildeo

radicalares como oxigecircnio singlete (O2) e peroacutexido de hidrogecircnio(H2O2) e as

Espeacutecies Reativas de Nitrogecircnio (ERN) como NO e espeacutecies reativas de enxofre

(GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Na membrana mitocondrial ocorrem naturalmente as reaccedilotildees de reduccedilatildeo

completa do O2 como demonstra a Figura 2 As reaccedilotildees envolvem a transferecircncia

de quatro eleacutetrons para a formulaccedilatildeo de H2O no entanto sabe-se que as reaccedilotildees

intermediaacuterias podem vir a formar EROs pela reduccedilatildeo incompleta do oxigecircnio

durante o transporte de eleacutetrons (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

24

Figura 2 Reduccedilatildeo tetravalente de O2 Adaptado de Lushchak (2014)

O acircnion radical superoacutexido (O2-) formado a partir da primeira reaccedilatildeo de

reduccedilatildeo do oxigecircnio eacute dentre todas as outras ERO a menos reativa e portanto sua

capacidade de causar danos a ceacutelulas ainda natildeo eacute comprovada Contudo em meio

aacutecido este radical sofre a reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo (Equaccedilatildeo 1) formando o peroacutexido

de hidrogecircnio (H 2O2) espeacutecie de meia vida longa que pode reagir com alguns

metais produzindo novas espeacutecies oxidativas (Lushchak 2014)

Figura 3 Reaccedilatildeo de dismutaccedilatildeo Adaptado de Lushchak (2014)

Mesmo assim o acircnion radical superoacutexido (O2) possui um papel importante na

funccedilatildeo vital de algumas ceacutelulas pois eacute por meio dele que se formam os radicais

OH aleacutem de ser essencial para o seu organismo de defesa (BARREIROS DAVID

DAVID 2006)

O radical hidroxila (OH) eacute entre os jaacute citados o que possui menor tempo de

meia vida isto significa que ele possui uma instabilidade eletrocircnica muito maior que

os outros Deste modo eacute capaz de capturar mais eleacutetrons de outras moleacuteculas e

portanto causar danos maiores e mais rapidamente que os outros Aleacutem disso

possui a capacidade de reagir com aminoaacutecidos aacutecido desoxirribonucleacuteico aacutecidos

25

ribonucleacuteicos e aacutecidos orgacircnicos bem como inativar diversas proteiacutenas por meio da

oxidaccedilatildeo do grupo sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS) (Prior 2015)

O ataque a aminoaacutecidos atinge principalmente a cisteiacutena histidina triptofano

metionina fenilalanina podendo gerar clivagem de ligaccedilotildees fazendo com que

ocorra a perda da atividade enzimaacutetica dificuldade no transporte ativo atraveacutes

de membranas celulares citoacutelise e ateacute a morte celular Todos os aminoaacutecidos

podem perder o hidrogecircnio de sua cadeia ligado ao carboxilato e ao grupo amino

Essa abstraccedilatildeo faz com que ocorra um ataque do radical hidroxiacutelico agrave cadeia

carboxilato do aminoaacutecido causando a perda de gaacutes carbocircnico e formando um

carbono radicalar (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

O radical hidroxila pode ainda reagir com lipiacutedeos ao atacar essas cadeias o

grupo metilecircnicoalilico fica suscetiacutevel a outros ataques tornando-se um radical livre

Esse carbono radicalar formado pode facilmente gerar o radical lipiacutedeo-peroxila

atacando a proteiacutena das membranas e gerando danos as ceacutelulas (BARREIROS

DAVID DAVID 2006)

Este tipo de radical pode ser formado por intermeacutedio de dois tipos de reaccedilatildeo

A primeira (Figura 4A) eacute determinada por exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante que

em frequente contato com as ceacutelulas da pele pode levar a formaccedilatildeo de

cacircncer em seres humanos A segunda (Figura 4B) ocorre devido agrave presenccedila de

metais de transiccedilatildeo no organismos (como Fe2+e Cu+) que reagem com o peroacutexido

de hidrogecircnio pela reaccedilatildeo de Fenton (BARREIROS DAVID DAVID 2006)

26

Figura 4 A) Reaccedilatildeo de Fenton B)Reaccedilatildeo de homoacutelise da aacutegua Retirado de Kammeyer Luiten

(2015)

O radical hidroperoxiacutela (HO2) eacute a forma protonada do radical superoacutexido e

segundo Kammeyer e Luiten (2015) eacute mais reativo e tem maior poder de destruiccedilatildeo

das ceacutelulas

A pele possui seu proacuteprio sistema antioxidante que busca reduzir os danos

causados por esses radicais livres A superoacutexido desmutase por exemplo eacute capaz

de converter o radical superoacutexido em peroacutexido de hidrogecircnio evitando a accedilatildeo deste

como radical livre A catalase e a glutationa peroxidase satildeo tambeacutem antioxidantes

em destaque pois satildeo capazes de realizar a decomposiccedilatildeo do H2O2 e assim

formar aacutegua e oxigecircnio Apesar disso as fontes exoacutegenas de radicais livres vecircm

acelerando o processo de envelhecimento e assim torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de fontes exoacutegenas de antioxidantes para combater esses radicais (GUARATINI

MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

Oliveira et al (2009) por exemplo estabeleceram uma relaccedilatildeo entre o

consumo excessivo de produtos como gorduras trans fumo aacutelcool accediluacutecar entre

outros com problemas envolvendo estresse oxidativo Observam tambeacutem que

quanto maior o consumo de frutas e verduras menor a probabilidade de

desenvolvimento de doenccedilas

27

Estudos recentes relacionam os haacutebitos alimentares inadequados ao aumento

de ocorrecircncia de doenccedilas crocircnicas (FARIA SANTOS VIANNA 2006) Por sua vez

Guaratini Medeiros e Colepicolo (2007) relatam que o envelhecimento cutacircneo pode

ser catalisado pela presenccedila de espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio nos

tecidos cutacircneos levando a mutaccedilotildees das estruturas normais da pele Devido a isto

sugere-se a aplicaccedilatildeo tanto oral como toacutepica de antioxidantes como estrateacutegia para

a proteccedilatildeo e cuidado da pele

Qualquer alteraccedilatildeo nas funccedilotildees normais das ceacutelulas da pele resulta em uma

seacuterie de mudanccedilas que iratildeo impactar no envelhecimento cutacircneo Satildeo elas a perda

de funccedilatildeo tensora e retraacutetil o aumento da fragilidade a diminuiccedilatildeo nos sistemas de

resposta de cicatrizaccedilatildeo perda de firmeza modificaccedilatildeo na pigmentaccedilatildeo reduccedilatildeo do

colaacutegeno e fibras reduccedilatildeo na quantidade de ceacutelulas de Langerhans (Kammeyer

Luiten 2015)

Antioxidantes importantes adquiridos na dieta agem como inibidores da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica na pele Algumas substacircncias tecircm se mostrado importantes

para essa suplementaccedilatildeo como α- tocoferol aacutecido ascoacuterbico Vitamina E

Carotenoacuteides (GUARATINI MEDEIROS COLEPICOLO 2007)

22Cacau e Chocolate

Teobroma cacao eacute uma espeacutecie vegetal originaacuteria da Ameacuterica do Sul que

cresce principalmente entre os troacutepicos de Cacircncer e Capricoacuternio As principais

espeacutecies satildeo Criolllo Forastero Trinitaacuterio e Nacional sendo a mais comum no Brasil

a Forastero Seu fruto o cacau eacute largamente utilizado pelo mundo principalmente

na produccedilatildeo de chocolates (AFOAKWA 2010)

O cacau eacute amplamente estudado sendo que registros demonstram o uso

deste fruto desde 1400 dc Os astecas e maias o utilizavam para a produccedilatildeo de

chocolatl uma bebida muito conhecida na eacutepoca que tinha em sua foacutermula aacutegua

cacau e temperos Em 1520 esta bebida foi exportada para a Espanha onde

passou a ser adoccedilada com mel (AFOAKWA 2010)

28

Em 1536 foi realizado o primeiro registro do uso de cacau e chocolate para

fins terapecircuticos pelo professor da Faculdade de Santa Cruz M de La Cruz Seu

estudo contemplava a confirmaccedilatildeo destes produtos para tratamento de constipaccedilatildeo

problemas dentaacuterios entre outras doenccedilas (LIPPI 2009)

Atualmente diversos estudos sobre o cacau relacionam sua alta capacidade

antirradicalar com sua grande concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos Oliveira (2011)

por exemplo identificou a capacidade antirradicalar (meacutetodo DPPH) a composiccedilatildeo

de fenoacutelicos (meacutetodo de Folin-Ciocalteu) e flavonoides (meacutetodo colorimeacutetrico) de

cacau cultivado na Bahia sendo amostras natildeo fermentadas fermentadas nibs e

liquor de cacau Neste estudo encontrou-se uma alta taxa de compostos fenoacutelicos

(30143 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (21403 plusmn065 mgg-1) em maior concentraccedilatildeo

nos nibs de cultivo orgacircnico quantidade se mostrou alta para fenoacutelicos (28463 plusmn

322 mgg-1 23332 plusmn 033 mgg-1 19595 plusmn 055 mgg-1) e flavonoides (19785plusmn 033

mgg-1 17363plusmn 043 mgg-1 12879 plusmn 095 mgg-1) em cacau fermentado e natildeo

fermentado de cultivo orgacircnico e liquor respectivamente A capacidade

antirradicalar determinada pelo meacutetodo DPPH demonstrou um alto potencial

dessas amostras de neutralizar radicais livres Calculadas em IC50 ou seja a

capacidade de diminuir em 50 a concentraccedilatildeo inicial do DPPH as amostras de

nibs se confirmaram como as com maior capacidade antirradicalar (422plusmn064

microgmL-1mv-1) ficando agrave frente das natildeo fermentadas (643plusmn133microgmL-1mv-1 ) das

fermentadas (706plusmn085 microgmL-1mv-1) e do liquor de cacau (767 plusmn105 microgmL-1mv-

1) O estudo tambeacutem revelou valores para cultivo convencional para todas as

amostras e provou que o tipo de cultivo pode gerar diferenccedilas de formaccedilatildeo de

fenoacutelicos e flavonoides no cacau

Um trabalho realizado por Delonga e Mazor (2009) investigou os

componentes quiacutemicos por CLAE do liquor de cacaus originaacuterios de seis diferentes

paiacuteses Equador Gana Madagascar Meacutexico Satildeo Tomeacute e Priacutencipe e Venezuela

Atraveacutes deste estudo foi identificada a presenccedila de flavan-3-ol (-)-epicatequiacutena (+)-

catequina e derivados do aacutecido cafeiacuteco em todas as amostras No entanto natildeo foi

identificada a (-)- galocatequina nas amostras de Gana e da Venezuela bem como a

(-)-epigalocatequina natildeo foi identificada em amostras do Meacutexico e da Venezuela

Em termos quantitativos foram encontradas maiores quantidades de compostos

fenoacutelicos nas amostras de liquor de Madagascar sendo a sequecircncia decrescente a

29

seguinte MadagascargtMeacutexicogt Equadorgt Venezuela gt Satildeo Tomeacutegt Gana Esses

resultados comprovam natildeo soacute a presenccedila de fenoacutelicos no cacau como tambeacutem a

influecircncia das variedades de cacau condiccedilotildees de cultivo e fermentaccedilatildeo na formaccedilatildeo

de maiores ou menores quantidades de compostos fenoacutelicos

Um dos mais vendidos produtos originaacuterios do cacau eacute o chocolate Segundo

a RDC no 264 de 22 de setembro de 2005 emitido pela Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria o chocolate eacute definido como

ldquoo produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L) massa (ou pasta ou liquor) de cacau cacau em poacute e ou manteiga de cacau com outros ingredientes contendo no miacutenimo 25 (g100 g) de soacutelidos totais de cacau O produto pode apresentar recheio cobertura formato e consistecircncia variadosldquo

Dependendo de sua quantidade de cacau leite e manteiga de cacau o

chocolate pode ser distribuiacutedo em trecircs categorias primaacuterias amargo ao leite e

branco que por diferenccedilas em sua composiccedilatildeo apresentam diferentes valores

caloacutericos e quantidade de flavonoides como demonstra a Figura 5 (AFOAKWA

2010)

(

Uma formulaccedilatildeo de chocolate eacute basicamente formada por manteiga de cacau

liquor de cacau accediluacutecar emulsificante (geralmente lecitina de soja ou PGPR-

A 132 kcal30g

951 mg de flavonoides40g

B 160 kcal30g

394 mg de flavonoides40g

C 163 kcal40g

Natildeo possui massa de cacau

Figura 5 Diferenccedilas no valor caloacuterico e teor de polifenoacuteis em diferentes tipos de chocolate (A amargo B ao leite C branco) (AFOWAKA 2010)

30

poliglicerol poliricenolato ou uma combinaccedilatildeo de ambos) e leite em poacute (GARTI

WIDLAK 2012)

O leite em poacute eacute utilizado no chocolate para agregar sabor e valor nutricional

ao produto O chocolate ao leite eacute um dos mais consumidos no Brasil (ABICAB

2014) O leite eacute geralmente composto por caseiacutena e proteiacutenas do soro que atuam

como surfactantes no chocolate modificando sua viscosidade e textura O leite

ainda eacute conhecido por sua propriedade em reduzir o efeito de fat bloom devido as

caracteriacutesticas de sua gordura (AFOWAKA PATERSON FOWLER 2007)

O emulsificante mais comum utilizado na induacutestria de chocolates eacute a lecitina

de soja Por possuir uma parte hidrofiacutelica e outra hidrofoacutebica essa substacircncia tem

afinidade tanto com a gordura quanto com a aacutegua unindo portanto as duas fases e

assim garantindo estabilidade dos produtos Aleacutem disso a lecitina pode

proporcionar plasticidade suavidade e antiaderecircncia ao produto aleacutem de contribuir

para o aroma (AFOWAKA 2010) Eacute conhecido tambeacutem que a lecitina possui a

propriedade de reduzir o fat bloom processo no qual haacute a migraccedilatildeo da gordura para

a superfiacutecie (BECKETT 2009)

A manteiga de cacau eacute a principal gordura utilizada como fase contiacutenua nos

chocolates servindo como seu principal dispersante (LANNES GIOIELLI1998) A

manteiga de cacau eacute formada por diferentes aacutecidos graxos sendo sua composiccedilatildeo

distinta para cada regiatildeo geograacutefica (LIPP et al 2000) Os mais importantes

compostos encontrados na manteiga de cacau satildeo os triacilgliceroacuteis Cis-mono-

insaturados (TAG) jaacute que estes satildeo os principais responsaacuteveis pela percepccedilatildeo do

sabor (PESCHAR et al 2004)

Os TAGs correspondem de 40 a 50 da composiccedilatildeo da manteiga de cacau

sendo que entre estes trecircs compostos satildeo mais abundantes 2-oleil-1-palmitoil-3-

estearilglicerol (POS) com 35 13-diesteroil-2-oleilglicerol (SOS) com 23 e 13-

dipalmitoil-2-oleoilglicerol (POP) com 15 (SCHENK PESCHAR 2004)

O sabor a textura e o derretimento na boca satildeo influenciados pela estrutura

cristalina que eacute formada durante a temperagem do chocolate (PESCHAR et al

2004) Os TAGs sob diferentes pontos de fusatildeo podem possuir polimorfos distintos

como demonstrado no Quadro 1 (RAY et al 2011) A diferenccedila entre algumas

destas estruturas eacute perceptiacutevel tanto visualmente no chocolate quanto no paladar

31

A forma V eacute a mais desejada por suas caracteriacutesticas de ser estaacutevel em

temperatura ambiente se tornar liacutequida na temperatura da boca e possuir

propriedades mecacircnicas excelentes A forma V pode ser facilmente convertida para

a forma VI com o passar do tempo de armazenamento esta por sua vez eacute menos

estaacutevel A forma VI eacute a responsaacutevel pelo fat bloom em chocolates e deve ser evitada

(BRICKNELLHARTAL 1998 apud JAMESSMITH 2009) Jaacute a forma I eacute muito

instaacutevel e se transforma facilmente na forma II que por sua vez tem a tendecircncia de

se passar para a forma III e IV (AFOAKWA2010)

O fat bloom eacute o defeito mais comum que pode ocorrer no chocolate Este

fenocircmeno ocorre quando haacute a migraccedilatildeo da gordura para a superfiacutecie do chocolate

deixando-o com uma peliacutecula branca e alterando sabor brilho e textura Indesejaacutevel

nos chocolates existem diversas maneiras para evitar o fat bloom sendo que a mais

conhecida eacute a utilizaccedilatildeo de leite em poacute que reduz a formaccedilatildeo da forma V

(LONCHAMPT HARTEL 2004)

Quadro 1 Polimorfos da manteiga de cacau suas nomenclaturas segundo diferentes autores e seus respectivos pontos de fusatildeo (Retirado de Garti Widlak 2012)

Willie e Lutton (1996) Larsson (1966) Van malssen et al (1999) Ponto de fusatildeo (0C)

I βacute3 γ 173

II α-2 α 233

III β acute2-2 β acute 255

IV β acute1-2

275

V β acute2-3 β -V 338

VI β acute1-3 β -IV 364

23Brassica oleracea (couve)

A couve ou couve manteiga eacute um alimento largamente consumido no Brasil

Somente no estado de Satildeo Paulo no ano de 2015 a plantaccedilatildeo foi de 1200

hectares (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

32

Esta hortaliccedila eacute cultivada em qualquer eacutepoca do ano e eacute conhecida

principalmente por suas propriedades funcionais e altos valores de vitaminas

minerais e fibras (STEINDAl et al 2015)

Ayaz et al (2007) realizaram um estudo de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos

compostos fenoacutelicos na couve Foram encontrados nove diferentes tipos de aacutecidos

fenoacutelicos gaacutelico protocatecuico p-hidroxibenzoacuteico vaniacutelico saliciacutelico p-cumaacuterico

cafeacuteico feruacutelico e sinaacutepico

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos satildeo compostos fenoacutelicos formados por uma

cadeia de nove carbonos como demonstra a Figura 6 Essa classe estaacute presente

em muitos vegetais e frutos e satildeo conhecidos por sua bioatividade e poder

antirradicalar (Razzaghi-Asl et al 2013)

Figura 6 Estrutura quiacutemica dos aacutecidos hidroxicinacircmicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido feruacutelico eacute o composto mais abundante na couve (169 ngg livres e

170 ngg PS - Peso seco - como eacutesteres) Possui em sua estrutura quiacutemica um anel

aromaacutetico com um grupo hidroxiacutelico um grupo metoxiacutelico e uma cadeia lateral com

trecircs aacutetomos de carbono como uma funccedilatildeo de aacutecido carboxiacutelico (GRAFF 1992) e

por isso eacute caracterizado como um possiacutevel sequestrador de radicais livres

Foi encontrado que este aacutecido possui 8142 plusmn 051 (3 mgL) de capacidade

antirradicalar contra o radical DPPH Aleacutem disso possui comprovadamente atividade

33

contra os radicais- peroacutexido de hidrogecircnio superoacutexido hidroxila e dioacutexido de

nitrogecircnio (SEVGI TEPE SARIKURKCU 2015)

O aacutecido cafeico eacute tambeacutem um dos mais abundantes fenoacutelicos presentes na

couve (2040 ngg FW em glicosiacutedeos e 2640 ngg FW em eacutesteres) Sua estrutura

quiacutemica eacute formada por um anel benzecircnico ligado a um grupo metoxihidroxila e um

grupo hidroxila (RAMALHO JORGE 2006)

Sevgi et al (2015) determinaram a capacidade antirradicalar deste composto

por meio de meacutetodos in vivo sob diferentes concentraccedilotildees Como resultado o aacutecido

cafeico se mostrou capaz de sequumlestrar 8335 plusmn 057 de radicais livre DPPH na

concentraccedilatildeo de 03 mgmL Esse estudo tambeacutem revelou a efetividade deste

componente na eliminaccedilatildeo de radicais como acircnion superoacutexido um alto poder

redutor e alto poder de quelar metais

O aacutecido p-cumaacuterico (593 ngg e 591 ngg em eacutesteres) eacute um derivado do

aacutecido cinacircmico muito utilizado nas induacutestrias quiacutemicas de alimentos farmacecircutica e

cosmeacutetica Eacute conhecido principalmente por suas caracteriacutesticas redutoras de LDL

(lipoproteiacutena de baixa densidade) e antimicrobianas (KILICcedil YESILOGHU 2013)

Foi encontrado que o aacutecido p-cumaacuterico tem a capacidade de inibir 712 da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica de uma emulsatildeo de aacutecido linoleico (45 microgmL) aleacutem de

efetividade contra eliminaccedilatildeo de radicais DPPH acircnion superoacutexido peroacutexido de

hidrogecircnio e a capacidade de reduzir iacuteons feacuterricos e ferrosos (Fe3+ e Fe2+) (KILICcedil

YESILOGHU 2013)

O aacutecido sinaacutepico (187 ngg FW e 155 ngg FW em eacutesteres) eacute um derivado de

aacutecido cinacircmico Estudos revelaram que esta substacircncia eacute capaz de inibir 332 o

radical DPPH sob a concentraccedilatildeo de 20 microM (KIKUZAKI et al 2002)

Facilmente encontrados na natureza os aacutecidos hidroxi-benzoicos satildeo

compostos fenoacutelicos que possuem 7 aacutetomos de carbono como demonstra a Figura

7 (SOARES 2002) Geralmente apresentam-se como eacutesteres de aacutecidos orgacircnicos

ou glicosiacutedeos Na aacuterea alimentiacutecia esses compostos podem influenciar na

estabilidade cor sabor valor nutricional e bioatividade (CHENHO 1997)

34

Figura 7 Foacutermula geral dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos (Retirado de RAMALHO JORGE 2006)

O aacutecido gaacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) eacute um polifenol

encontrado em muitas espeacutecies vegetais Muito utilizado na induacutestria alimentiacutecia e

cosmeacutetica esse composto eacute conhecido por evitar a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e

deterioraccedilatildeo dos produtos (YEN DUH TSAI 2002)

A capacidade antirradicalar deste aacutecido eacute comprovada por Zhang et al

(2015) Seus experimentos revelaram que o aacutecido gaacutelico possui um IC50 de 363 plusmn

20 micromolL para neutralizar o radial livre DPPH 662 plusmn 16 de oxidaccedilatildeo antilipiacutedica

O aacutecido protocatequiacutenico (178 ngg e 22 ngg FW em eacutesteres) foi avaliado por

Sevgi et al (2015) segundo sua capacidade antirradicalar pelo meacutetodo do DPPH e

por sua capacidade de quelar metais Os resultados revelaram uma capacidade de

6537 plusmn 005 (03 mgmL) de sequumlestrar o radical DPPH e 2617 plusmn 086 de efeito

como quelante

O aacutecido saliciacutelico (46 ngg FW e 51 ngg FW em eacutesteres) demonstrou baixos

resultados em capacidade antirradicalar (011) pelo meacutetodo de DPPH e nenhum

resultado para peroxidaccedilatildeo lipiacutedica e eliminaccedilatildeo do peroacutexido de hidrogecircnio (SROKA

CISOWKI 2003)

A couve possui tambeacutem valores nutricionais interessantes para o consumo

como demonstra o Quadro 2

35

Quadro 2 Valores nutricionais da couve em 100 g e porcentagem de dose

diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por

100g Porcentagem da

RDA

Aacutegua g 8404 -

Energia kcal 49 -

Proteiacutena g 428 856

Total lipiacutedeos g 093 -

Carboidratos g 875 292

Fibras g 36 144

Accediluacutecares g 226 -

Minerais

Caacutelcio mg 150 15

Ferro mg 145 816

Magneacutesio mg 47 0368

Foacutesforo mg 92 92

Potaacutessio mg 491 1403

Soacutedio mg 38 158

Zinco mg 038 54

Vitaminas

Vitamina C mg 120 200

Tiamina mg 011 733

Riboflavina mg 013 76

Niacina mg 1 5

Vitamina B6 mg 0271 1355

Aacutecido Foacutelico microg 141 3225

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 500 8333

Vitamina E mg 154 154

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 7048 880

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0091 0455

Aacutecidos graxos insaturados g 0052 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0338 -

Colesterol mg 0 -

36

24 Vitis vinifera (Uva)

A uva eacute largamente produzida no estado de Satildeo Paulo como por exemplo

em Campinas onde foram plantados em 2015 mais de 22 milhotildees de peacutes

(INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA 2016)

A uva pode ser dividida basicamente em trecircs espeacutecies- a Vitis vinifera Vitis

labrusca e Vitis rotundifolia sendo diferenciadas principalmente pelo local de cultivo

Cada uma destas espeacutecies possui composiccedilotildees diferentes e portanto distintas

quantidades de flavonoides (XIA 2010)

Liang et al (2011) realizaram um estudo dos perfis de polifenoacuteis em frutos

maduros de Vitis vinifera Neste estudo se identificou 36 compostos fenoacutelicos sendo

16 antocianinas dois aacutecidos hidroxibenzoacuteicos seis aacutecidos hidroxicinacircmicos seis

flavonoacuteis e seis flavonoides As antocianinas satildeo compostos presentes em vegetais

responsaacuteveis pela coloraccedilatildeo Quanto mais escura eacute a uva maior eacute a quantidade de

antiocianinas desta As principais antocianinas presentes na uva satildeo cianidina

delfinidina petunidina peonidina e malvidina sendo que esta uacuteltima e seus

derivados representam 68 das antocianinas totais Os principais flavonoides

identificados nos estudos de Liang (2011) foram prociadinina B1 B2 catequina e

derivados sendo a prociadinina a mais abundante apresentando 64 da

quantidade total de flavonoides Quanto aos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos e cinacircmicos

tem-se como mais abundantes o aacutecido gaacutelico e o aacutecido vaniliacutenico sendo este uacuteltimo

o mais abundante representando 70 dos aacutecidos hidroxibenzoacuteicos

O principal componente estudado na uva no entanto eacute o resveratrol Esse

composto eacute um polifenol encontrado na semente de uva sua estrutura eacute

demonstrada na Figura 8

Figura 8 Estrutura quiacutemica do Resveratrol

37

Gulccedilin (2010) realizou um estudo das propriedades antioxidantes do

resveratrol Esse estudo revelou que esse componente tem a capacidade de inibir

891 da peroxidaccedilatildeo lipiacutedica do aacutecido linoleico a 30 microgmL Aleacutem disso se mostrou

eficaz quanto agrave capacidade antirradicalar frente ao DPPH radical superoacutexido e

peroacutexido de hidrogecircnio Tambeacutem se mostrou eficiente no poder redutor e atividades

quelantes do Fe2+

A capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH foi determinada por

Vlachogianni et al (2015) Segundo este estudo o resveratrol possui IC50 de 85 plusmn

27 microM de capacidade de sequestrar radicais DPPH o que comprova o alto poder

antirradicalar deste componente

Estudos a respeito dos efeitos beneacuteficos agrave sauacutede tecircm sido relatados incluindo

efeitos anti-cacircncer antiviral neuroprotetor anti-envelhecimento anti-inflamatoacuterio

Sugere-se que estes efeitos beneacuteficos para os ensaios in vitro demonstram o

potencial deste composto

Aleacutem de componentes antioxidantes a uva possui valores nutricionais

interessantes como demonstrado na Quadro 3

38

Quadro 3 Valores nutricionais da uva em 100 ge porcentagem de dose diaacuteria recomendada (de acordo com tabela de RDA da FDA) (Adaptado de USDA

NationalNutrientDatabase for Standard Reference 2014 e FDA 2013)

Nutriente Unidade Valor por 100g Porcentagem da RDA

Aacutegua g 813 -

Energia Kcal 67 -

Proteiacutena g 063 126

Total lipiacutedeos g 035 -

Carboidratos g 1715 572

Fibras g 09 26

Accediluacutecares g 1625 -

Minerais

Caacutelcio mg 14 14

Ferro mg 029 161

Magneacutesio mg 5 125

Foacutesforo mg 10 1

Potaacutessio mg 191 546

Soacutedio mg 2 833

Zinco mg 004 027

Vitaminas

Vitamina C mg 4 667

Tiamina mg 0092 613

Riboflavina mg 0057 335

Niacina mg 03 15

Vitamina B6 mg 011 55

Aacutecido Foacutelico microg 4 1

Vitamina B12 microg 0 -

Vitamina A RE microg 100 2

Vitamina E mg 019 063

Vitamina D (D2+D3) microg 0 -

Vitamina K microg 146 1825

Lipiacutedios

Aacutecidos graxos saturados g 0114 017

Aacutecidos graxos insaturados g 0014 -

Aacutecidos graxos poli-insaturados g 0102 -

Colesterol mg 0 -

39

3OBJETIVOS

31Geral

Desenvolver chocolates com adiccedilatildeo de propriedades funcionais com a adiccedilatildeo

de folhas de Brassica oleraceae e frutos de Vitis vinifera

32Especiacuteficos

1 Formular chocolates ao leite sem e com adiccedilatildeo de couve ou uva

2 Determinar as propriedades fiacutesico-quiacutemicas dos chocolates formulados

3 Avaliar a estrutura dos produtos formulados por meio de anaacutelises reoloacutegica e

de textura

4 Avaliar a capacidade antirradicalar das formulaccedilotildees

5 Realizar testes sensoriais que comprovem a aceitaccedilatildeo dos produtos pelos

consumidores bem como intenccedilatildeo de compra

40

4MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Tabela 1 Materiais utilizados no presente trabalho

Mateacuteria Prima Fornecedor Paiacutes

Liquor de cacau Cargill Brasil

Manteiga de cacau Cargill Brasil

Leite em poacute integral Italac Brasil

Leite em poacute desnatado Molico Brasil

Vanilina Mix Brasil

Reagentes Fornecedor Paiacutes

Metanol Synth Brasil

Acetona Vetec Brasil

Reagente DPPH Merck Brasil

Reagente Folin-ciocauteau Merck Brasil

Reagente ABTS Merck Brasil

Aacutecido cloriacutedrico Synth Brasil

Aacutecido sulfuacuterico Synth Brasil

Kit de enzimas para anaacutelise de fibras Megazyme EUA

Eacuteter de petroacuteleo Synth Brasil

Acetona grau HPLC Tedia Brasil

Aacutecido foacutermico grau HPLC Sigma Brasil

Os equipamentos utilizados durante o trabalho foram

Liofilizador (Edwards do Brasil Brasil)

Equipamento universal tipo moinho de bolas WA-FA20

(Mazzetti Itaacutelia)

Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Agitador de peneiras (Produtest Brasil)

Espectrofotocircmetro (Spectrum Meter Brasil)

Espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent

Technology EUA)

CLAE-DAD (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA)

Reocircmetro (Rheotest 31)

41

42 Liofilizaccedilatildeo da couve e da uva

As amostras de couve manteiga (Brassica oleraceae) e uva ndash variedade

Summer Royal (Vitis vinifera) (aproximadamente 2 kg de cada) foram adquiridas em

um mercado em Satildeo Paulo no bairro Butantatilde Para iniacutecio do tratamento das frutas e

folhas utilizou-se Hidrosterilreg bactericida utilizado para higienizaccedilatildeo de verduras e

vegetais cuja accedilatildeo eacute comprovada pela ANVISA Tanto as folhas quanto as frutas

foram deixadas imersas nesta soluccedilatildeo (20 gotas a cada 1 L instruccedilatildeo da

embalagem do produto) por 15 minutos

Depois de higienizadas a couve e a uva passaram por uma remoccedilatildeo do

excesso de aacutegua utilizando-se uma centriacutefuga secadora de hortaliccedilas (Utility Brasil)

Das couves secas retirou-se o talo restando somente as folhas que

posteriormente foram picadas com faca e armazenadas em frascos de vidro com

tampa Cada amostra passou em diferentes dias pelo processo de liofilizaccedilatildeo Foi

efetuada pesagem antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo em todas as amostras

Das uvas retirou-se o caule restando somente as frutas Estas foram

processadas em liquidificador e armazenadas em placas de Petri (80x15mm) As

uvas passaram pelo processo de liofilizaccedilatildeo pesando-se todas as amostras antes e

apoacutes a liofilizaccedilatildeo

O congelamento foi realizado logo em seguida em ultrafreezer (Tectalmaq

Brasil) a -88degC A liofilizaccedilatildeo foi realizada em um equipamento Modelo OS 3728

(Edwards do Brasil Brasil) em temperatura de 50ordmC e pressatildeo de 10-3 mbar

Apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo a couve foi triturada em um termomixer

Vorwerk (Brasil) O poacute resultante foi armazenado em recipiente de vidro com tampa

e guardado sob-refrigeraccedilatildeo

A uva apoacutes o processo de liofilizaccedilatildeo foi moiacuteda com o auxiacutelio de um

almofariz de porcelana e armazenada entatildeo em recipiente de vidro com tampa Os

recipientes foram armazenados sob refrigeraccedilatildeo

42

43Produccedilatildeo do chocolate

Os chocolates foram formulados em equipamento tipo universal com moinho

de bolas WA-FA20 (Mazzetti Itaacutelia) O tempo de processo foi de 2 horas seguindo o

cronograma abaixo para adiccedilatildeo de mateacuterias primas

Fluxograma 1 Processo utilizado para fabricaccedilatildeo do chocolate

Os chocolates com adiccedilatildeo de uva foram realizados conforme o Fluxograma 1

poreacutem ao final do processo utilizou-se um misturador planetaacuterio encamisado com

controle de temperatura e de velocidade (MODELO BP500 ERLI Brasil) para

adicionar-se a uva O tempo deste processo foi de 30 minutos para cada chocolate e

a temperatura utilizada foi de 45 plusmn 2ordmC a 40 rpm

As formulaccedilotildees satildeo demonstradas na Tabela 2

Iniacutecio do processo Adiccedilatildeo de 75 da manteiga de

cacau

Adiccedilatildeo de liquor de cacau e todos os poacutes ( leite e

couve)

Apoacutes 1hora de processo Adiccedilatildeo de 50 da lecitina

de soja e 25 da manteiga de cacau

Apoacutes 1h30min de processo Adiccedilatildeo de 50

da lecitina de soja e Vanilina

Apoacutes 2h de processo Retirada da massa de

chocolate- fim do processo

43

Tabela 2 Ingredientes utilizados nas formulaccedilotildees de

chocolate sendo a foacutermula 1 a controle a foacutermula 2 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de couve e a foacutermula 3 o

chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva

Ingredientes Foacutermula

1 Foacutermula

2 Foacutermula

3

Accediluacutecar 37 365 3535

Manteiga de cacau 25 245 245

Liquor de cacau 16 16 16

Leite em poacute integral 11 11 11 Leite em poacute desnatado 102 102 102

Lecitina de soja 05 05 05

Vanilina 03 03 03

Couve liofilizada - 1 -

Uva liofilizada - -- 215

A porcentagem de cada mateacuteria prima foi determinada a partir da quantidade

de gordura a fim de obter valor aproximado a 35 de gordura no produto final

A temperagem foi realizada de forma manual As amostras foram aquecidas

ateacute a temperatura de 45 oC e resfriadas sob agitaccedilatildeo com espaacutetula em mesa de

pedra ateacute temperatura de 29oC sendo rapidamente enformadas e levadas agrave

refrigeraccedilatildeo a 9 degC por 30 min desenformadas acondicionadas em bandejas de

isopor e recobertas em filme PVC

A curva de resfriamento da manteiga de cacau e a temperagem foram

avaliadas em Temperiacutemetro Multitherm TC (Buhler Suiccedila)

Os chocolates apoacutes a produccedilatildeo foram armazenados em cacircmara climaacutetica

(NOVA EacuteTICA Brasil) com circulaccedilatildeo de ar a 20ordmC e 60 de umidade por 3 meses

44

44Granulometria

Para o ensaio de distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica da couve liofilizada foi utilizado

um agitador de peneiras Produtest (Brasil) As peneiras utilizadas satildeo demonstradas

na Tabela 3

Tabela 3 Peneiras utilizadas para a anaacutelise de granulometria

Designaccedilatildeo ABNT Abertura da malha (mm)

20 085

25 071

30 059

40 042

50 0297

60 025

As peneiras foram colocadas em ordem decrescente de abertura de malha

de cima para baixo

Foi pesada 5 g de amostra e colocada na primeira peneira do jogo O

equipamento foi ligado por 5 minutos com amplitude de 16 mm de vibraccedilatildeo e 3600

vibraccedilotildees por minuto

A porcentagem de material retido foi determinada a partir da Equaccedilatildeo 3

Equaccedilatildeo 3 Determinaccedilatildeo do material retido na paneira

x 100

Sendo

Mi= Material retido na peneira i em

mi= massa do material retido na peneira i

m0= massa da amostra

45

45Anaacutelise de gordura e proteiacutena do leite em poacute

As anaacutelises de gordura e proteiacutena para os leites em poacute foram realizadas em

triplicata pelo analisador de leite eletrocircnico- Ekomilk modelo Kam9 8-2ordf (CapLab

Brasil) Os leites em poacute Integral e desnatado foram dissolvidos em aacutegua filtrada

conforme recomendado na embalagem (20 g200 mL)

46Determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar

461Extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos

Foram realizadas duas metodologias diferentes de extraccedilatildeo a fim de verificar

a que possui maior efetividade na extraccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos para a couve

A primeira extraccedilatildeo foi baseada no meacutetodo descrito por Laurrauri et al (1997)

com modificaccedilotildees Em um beacutequer de 100 mL adicionou-se 1 g de amostra e 40 mL

de metanol 50 Apoacutes homogeneizaccedilatildeo foi deixada em repouso agrave temperatura

ambiente por 60 minutos e entatildeo foi centrifugada a 15000 rpm durante 15 minutos

O sobrenadante foi transferido para o balatildeo volumeacutetrico de 100 mL Foi adicionado

ao resiacuteduo restante 40 mL de acetona 70 homogeneizado e deixado em repouso

em temperatura ambiente por 60 minutos Novamente se centrifugou a 15000 rpm

durante 15 minutos O sobrenadante foi transferido para o mesmo balatildeo volumeacutetrico

contendo o primeiro sobrenadante e o menisco foi completado para 100 mL com

aacutegua destilada e logo apoacutes armazenado em frasco acircmbar

A segunda extraccedilatildeo foi baseada no trabalho descrito por Genovese e Lannes

(2010) onde 05 g da amostra foi adicionada a 20 mL de metanolaacutegua na proporccedilatildeo

7030 utilizando um ultraturrax Marconi (BRASIL) por 1 minuto em velocidade 4 e

46

banho de gelo Filtrou-se o extrato utilizando-se papel de filtro e o extrato resultante

foi armazenado em vidro acircmbar

A Figura 9 demonstra as duas formas de extraccedilatildeo utilizadas

Figura 9 Meacutetodos utilizados para a extraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos da couve

Tendo em vista a obtenccedilatildeo de melhores resultados de aproveitamento na

extraccedilatildeo descrita por Genovese e Lannes (2010) as amostras de uva (liofilizada e in

natura) dos chocolates (ao leite com couve com uva) e do liquor de cacau foram

extraiacutedas somente por esse meacutetodo

Para determinaccedilatildeo do melhor solvente para extraccedilatildeo foram utilizadas para a

uva liofilizada os seguinte solventes extratores acetona acetona acidificada

(sendo acetona 70 com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol e metanol

acidificado (sendo metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv

47

462Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para avaliaccedilatildeo do potencial

antirradicalar de couve uva e liquor de cacau

O meacutetodo da capacidade sequestradora frente ao DPPH foi realizado com

base no trabalho descrito por Sanchez-Moreno (2002) com modificaccedilotildees

A partir de uma soluccedilatildeo estoque de 60 microM de DPPH em aacutelcool metiacutelico a

curva padratildeo foi construiacuteda com diluiccedilotildees de 10 20 30 40 50 e 60 microM em ambiente

protegido pela luz Os resultados obtidos foram tratados no Microsoft Excel

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antirradicalar frente ao DPPH utilizou-se

sete diferentes diluiccedilotildees das amostras (5 10 20 30 40 50 e 60 ) Em uma

cubeta com caminho oacutetico de 10 mm adicionou-se 0075 mL da amostra e 2925 mL

de DPPH agitando a soluccedilatildeo resultante Para a soluccedilatildeo controle foi utilizada a

mistura de 01 mL de soluccedilatildeo controle (metanol 70) e 39 mL de DPPH Como

branco foi utilizado o aacutelcool metiacutelico

As mediccedilotildees foram realizadas a 515 nm em um espectrofotocircmetro Spectrum

Meter (Brasil) em triplicata e protegidos da luz Os resultados de absorbacircncia foram

anotados a cada 5 minutos por meia hora Os dados resultantes foram tratados por

Microsoft Excel

Os resultados dessa anaacutelise foram expressos em IC50

463Meacutetodo DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila) para os chocolates

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar dos chocolates frente ao radical

DPPH foi realizada no Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da

Universidade de Satildeo Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

Para tal foi adicionado 150 microL de soluccedilatildeo estoque DPPH (165 x10-4 micromolL)

e etanol (277-279 mL) em uma cubeta de quarto com caminho oacuteptico igual a

10mm sendo a concentraccedilatildeo final da soluccedilatildeo igual a 80 micromolL A soluccedilatildeo estoque

48

de Trolox foi adicionada a esta cubeta de modo ao volume final de 30 mL bem

como os extratos de chocolate A reaccedilatildeo foi monitorada a 515 nm em

espectrofotocircmetro UV visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30

minutos (OLIVEIRA et al 2014) e medida em triplicata

Os resultados dessas anaacutelises foram expressos de duas formas IC50 e

Trolox Egrave possiacutevel determinar a Trolox plotando-se a variaccedilatildeo de absorbacircncia da

amostra versus as concentraccedilotildees utilizadas (curva padratildeo) O coeficiente angular

resultante eacute comparado com o coeficiente angular do padratildeo trolox

464Meacutetodo de determinaccedilatildeo de polifenoacuteis

A determinaccedilatildeo de polifenoacuteis foi realizada baseada no meacutetodo de Folin

Ciocauteau descrito por Singleton Orthofer e Lamuela-Raventos (1999) com

volume modificado

A curva padratildeo foi construiacuteda a partir de soluccedilotildees diluiacutedas de aacutecido gaacutelico nas

concentraccedilotildees de 50 100 150 250 microgL a partir de uma soluccedilatildeo estoque de 05

mgL

Para determinaccedilatildeo dos compostos fenoacutelicos 20 microL da amostra foi adicionado

a um balatildeo volumeacutetrico com 5 mL Logo apoacutes acrescentou-se 200 microL do reagente

Folin-Ciocauteau e se homogenizou a mistura Apoacutes o tempo de 1 a 8 minutos

adicionou-se 750 microL de cabonato de soacutedio 20 e o volume foi ajustado Sob abrigo

da luz a soluccedilatildeo resultante foi deixada em repouso por 2h

A leitura apoacutes o periacuteodo de repouso foi realizada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel (Spectrum meter Brasil) em 760 nm e repetida em triplicata

49

465Atividade antirradicalar frente ao radical ABTS

A determinaccedilatildeo de atividade antirradicalar pelo radical ABTS foi realizada no

Laboratoacuterio de Quimiluminescecircncia do Instituto de Quiacutemica da Universidade de Satildeo

Paulo com o auxiacutelio do Ms Sandro Oliveira

A soluccedilatildeo estoque ABTS foi preparada em base aquosa (192 mg50 mL) e

armazenada em geladeira a 4oC Para oxidaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo e preparaccedilatildeo do

radical ABTSbull+ utilizou-se uma aliacutequota de 5 mL com 88 microL de uma soluccedilatildeo de

persulfato de potaacutessio com concentraccedilatildeo igual a 14 times 10minus5 mol Lminus1 que reagiram

por 16 horas protegido da luz A concentraccedilatildeo resultante da oxidaccedilatildeo foi medida em

Espectrofotocircmetro UV-Visiacutevel a 734 nm

A reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e as amostras foi realizada em cubeta de quartzo com

caminho oacutetico de 10 mm em triplicata Para tal foi adicionado 25 microL de soluccedilatildeo

ABTSbull+ estoque e diferentes quantidades de etanol e soluccedilatildeo estoque de modo a

obter-se a concentraccedilatildeo de 23456 do antirradical de modo ao volume final ser 3

mL As concentraccedilotildees foram testadas e padronizadas a fim de se obter uma curva

padratildeo A anaacutelise foi realizada a 25oC e monitorada em espectrofotocircmetro UV-

visiacutevel Varian Cary 50 bio (Agilent Technology EUA) por 30 minutos a 734 nm

(OLIVEIRA 2014) Todas as amostras foram analisadas em triplicata

466Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos atraveacutes de CLAE

O perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE foi realizada no

laboratoacuterio de Quiacutemica Orgacircnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie com o

auxiacutelio do Teacutecnico Nei Carlos

A metodologia utilizada foi baseada no trabalho de Silva e Queiroz (2015)

para compostos fenoacutelicos Utilizou-se como fase moacutevel aacutegua acidificada com 2 de

aacutecido aceacutetico (eluente A) e aacutecido aceacutetico 05Acetonitrila na proporccedilatildeo 5050 (vv)

O gradiente utilizado encontra-se na Tabela 4

50

O extrato utilizado foi evaporado em rotaevaporador (BUCHI EUA) com

agitaccedilatildeo e temperatura controlada (40ordmC) redissolvido em metanol na proporccedilatildeo 1

mg1 mL e entatildeo repassado em uma preacute-coluna C18

As anaacutelises foram realizadas em duplicata em CLAE-DAD (detecccedilatildeo de

diodo) (Modelo 1200 Infinity Agilent Technology EUA) O fluxo utilizado foi 1mLmin

e o volume de injeccedilatildeo de 40 microL Os comprimentos de onda avaliados foram 260

280 320 e 360 nm

Tabela 4 Gradiente utilizado no perfil cromatograacutefico por CLAE

Tempo (min) Eluente A Eluente B

0-20 90 10

20-40 86 24

40-60 70 30

60-65 45 55

65-70 30 70

70-75 25 75

75-80 0 100

47Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo dos chocolates

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacuteculas maacuteximo do chocolate foi realizada

em Microcircmetro digital Digimatic Mitutoyo (Mitutoyo EUA) Modelo Seacuterie 293

Determinaccedilatildeo feita com cinco repeticcedilotildees

51

48Anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas

481Determinaccedilatildeo de umidade

A umidade foi realizada segundo meacutetodo descrito pelas normas analiacuteticas

AOAC (2000) para teste de umidade de perda de massa em estufa regulada a 105oC

em triplicata

482Determinaccedilatildeo de conteuacutedo mineral

O conteuacutedo mineral foi determinado pelo teste de cinzas de perda de massa

em mufla a 550o em triplicata (AOAC2000)

483Determinaccedilatildeo de lipiacutedeos

Para a hidroacutelise aacutecida do chocolate foi utilizado o meacutetodo descrito por Lannes

(1997) Foram pesados 10 g de amostra previamente moiacuteda e adicionado a um

beacutequer com a mistura de 200 mL de aacutegua destilada com 75 mL de aacutecido cloriacutedrico

37 A mistura foi aquecida com bico de Bunsen por 20 minutos em ebuliccedilatildeo Apoacutes

esse procedimento a mistura foi filtrada com papel de filtro de 24 cm e submetida a

lavagem quantitativa ateacute retirada de todo o aacutecido Ao final levou-se o cartucho

resultante a estufa a 75oC por uma noite

Para a extraccedilatildeo da gordura foi utilizado o meacutetodo com extrator Soxhlet e eacuteter

de petroacuteleo como solvente As anaacutelises foram realizadas em triplicata (AOAC 2000)

52

484Determinaccedilatildeo de proteiacutenas

A determinaccedilatildeo de proteiacutenas foi realizada em triplicata por meacutetodo de micro-

Kjeldahl (AOAC2000)

485Determinaccedilatildeo do teor de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

Para a determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores foi

utilizada a metodologia de Fehling sendo utilizadas 10g de amostra e as titulaccedilotildees

foram realizadas em triplicata (Instituto Adolfo Lutz 2005)

486Determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis

A determinaccedilatildeo de fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis foi realizada conforme

descrito por AOAC (2000) ensaio enzimo-gravimeacutetrico de fibras com modificaccedilotildees

49 Anaacutelise de Tempo de Prateleira atraveacutes de determinaccedilatildeo de textura

Os chocolates armazenados a 20˚C e 60 de umidade em cacircmara climaacutetica

com temperatura e umidade controlada foram avaliados segundo sua textura em um

periacuteodo de 1 dia 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

Os ensaios de fratura foram realizados em equipamento analisador de textura

TA-XT2 (Stable Micro Systems Reino Unido) com probe HDP3PB a 25 ˚C

Paracircmetros velocidades preacute-teste teste e poacutes-teste 20 mms distacircncia 10 mm

ceacutelula de carga 25 kg Trigger Force 005 N forccedila em compressatildeo - returnto start

53

Os dados foram coletados atraveacutes do programa Texture Expert Exceed ndash

versatildeo 264 (Stable Micro Systems Reino Unido)

Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata com barrinhas de chocolate

temperado de tamanho 90 cm x 25 cm x 13 cm (LANNES 2008)

410Determinaccedilatildeo da reologia

A determinaccedilatildeo de reologia foi realizada em triplicata em reocircmetro rotacional

Rheotest 31 (Alemanha) com banho termostatizado a 40ordmC e probe H1 Foi utilizada

uma rampa com taxa de cisalhamento de 200 s-1 com tempo de 120 s

411Determinaccedilatildeo de atividade de aacutegua

A atividade de aacutegua foi determinada em triplicata em equipamento de

atividade de aacutegua Novasina modelo LabMaster (Novasina Suiacuteccedila) em triplicata

412Avaliaccedilatildeo da Colorimetria

A colorimetria foi determinada em ColorQuestreg XE Hunter Lab com acircngulo

observador de 10ordmC e iluminador D65 em triplicata (ESTELLER ZANCANARO

JUacuteNIOR LANNES 2006)

413Avaliaccedilatildeo sensorial

A avaliaccedilatildeo sensorial foi realizada atraveacutes do teste afetivo de aceitaccedilatildeo global

com escala hedocircnica estruturada de 9 pontos e escala de intenccedilatildeo de compra de 5

54

pontos Os atributos avaliados para as barras foram textura sabor e impressatildeo

global e teste de intenccedilatildeo de compra sendo feito pelos mesmos provadores O

projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas da

FCFUSP (no Parecer 1393285) conforme ANEXO A A ficha de avaliaccedilatildeo se

encontra no ANEXO C

As amostras foram preparadas segundo as boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de

produtos alimentiacutecios nos laboratoacuterios de Tecnologia de Alimentos III e Planta Piloto

do Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica-FCFUSP

As avaliaccedilotildees foram realizadas no Laboratoacuterio de Anaacutelise Sensorial do

Departamento de Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica de Faculdade de Ciecircncias

Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo Foram avaliadas 3 amostras de

chocolate ao leite uma controle uma com couve em poacute e uma com uva em poacute

Os produtos foram preparados no maacuteximo 24 horas antes dos testes e

mantidos em temperatura de 20 degC 60 de umidade ateacute o momento de servir Os

chocolates (aproximadamente 5 g) foram servidos em pratos plaacutesticos contendo as

trecircs amostras do produto (Figura 10) Entre uma amostra e outra os avaliadores

foram instruiacutedos a ingerir aacutegua e biscoito de sabor neutro (aacutegua e sal) para diminuir

a interferecircncia de sabor entre as amostras

Figura 10 Amostras de chocolate utilizadas para anaacutelise sensorial

55

Recrutamento dos Consumidores

Foram selecionados provadores natildeo treinados que se declarassem

consumidores de chocolates sendo que antes da degustaccedilatildeo os mesmos foram

instruiacutedos a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II)

declarando-se natildeo aleacutergico aos componentes das formulaccedilotildees permitindo o uso da

informaccedilatildeo prestada para seu devido fim e tambeacutem possuidores do direito de

desistir de participar a qualquer momento do teste

Criteacuterios de inclusatildeo

Os consumidores que foram convidados para os testes apresentavam os

seguintes preacute-requisitos

bull Ser maior de idade (acima de 18 anos)

bull De ambos sexos

bull Natildeo apresentar alergia aos componentes das formulaccedilotildees

bull Foram adotados cuidados especiais para evitar que indiviacuteduos

subordinados ou diretamente ligados ao pesquisador natildeo se sentissem obrigados a

participar do estudo

Criteacuterios de exclusatildeo

Foram excluiacutedos da seleccedilatildeo indiviacuteduos que

bull Estivessem em dieta especial

bull Estivessem em tratamento meacutedico

bull Desistissem da participaccedilatildeo apoacutes o iniacutecio da anaacutelise

Casuiacutestica

Para os testes foram recrutadas 90 pessoas alunos e funcionaacuterios da

Universidade de Satildeo Paulo

56

414 Forma de anaacutelise de resultados

Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e posteriormente de

Tukey em 5 de significacircncia com o software Statistica version 11 (StaSoft EUA) e

com o programa Microsoft Excel (Microsoft EUA)

57

5RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51Caracterizaccedilatildeo das propriedades da couve

511Liofilizaccedilatildeo

A couve foi analisada pela diferenccedila de massas antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo a

fim de verificar a quantidade de aacutegua extraiacuteda e determinar a equivalecircncia entre os

pesos da couve antes e depois deste processo Os resultados revelaram a de

produto liofilizado (989plusmn0369 ) e a porcentagem de aacutegua retirada do produto

liofilizado (9011plusmn0369 )

Estes resultados demonstraram que a quantidade de aacutegua retirada da couve

pelo processo de liofilizaccedilatildeo foi de 90107 plusmn0369 e a o peso da couve liofilizada

correspondeu a 98932plusmn 0369 do peso inicial Estes dados estatildeo de acordo com

o trabalho realizado por Furlani et al (1978) que determinou a quantidade de aacutegua

em diversas frutas e hortaliccedilas Segundo estes autores a couve manteiga

apresentou aproximadamente 89 de aacutegua em sua composiccedilatildeo

Esses resultados foram necessaacuterios para a conversatildeo da quantidade de

couve liofilizada que foi adicionada posteriormente ao chocolate

A desidrataccedilatildeo eacute uma teacutecnica comum utilizada em alimentos pois esta pode

aumentar a vida uacutetil do produto principalmente no caso de frutas e vegetais A

reduccedilatildeo do teor de aacutegua nesses alimentos leva a uma menor atividade

microbioloacutegica o que desacelera o processo de deterioraccedilatildeo desses produtos

(FELLOWS 2000)

A atividade de aacutegua (aw) eacute um paracircmetro que mede a razatildeo entre a pressatildeo

de vapor da aacutegua (Pw) no alimento e a pressatildeo de vapor da aacutegua pura na

temperatura do alimento (P0w) (TOLEDO 2007) dada pela expressatildeo

Aw=

58

A baixa atividade de aacutegua estaacute relacionada com a diminuiccedilatildeo da velocidade

relativa de reaccedilotildees de deterioraccedilatildeo por bacteacuterias auto oxidaccedilatildeo reaccedilotildees

enzimaacuteticas entre outros conforme demonstra a Figura 11 (NESPOLO et al 2015)

Figura 11- Relaccedilatildeo entre a velocidade relativa de reaccedilotildees de deteriorizaccedilatildeo e atividade de aacutegua

(retirado de NESPOLO 2015)

O valor encontrado para atividade de aacutegua da couve em poacute foi 0531plusmn0014

no momento de sua utilizaccedilatildeo para produccedilatildeo do chocolate Este valor segundo a

Figura 11 estaacute relacionado com baixas velocidades de reaccedilotildees enzimaacuteticas e

nenhuma atividade para reaccedilotildees com bacteacuterias leveduras e mofos tornando assim

o produto liofilizado estaacutevel mesmo apoacutes um ano de sua produccedilatildeo Este resultado

tem grande importacircncia pois demonstra que a adiccedilatildeo de couve liofilizada no

chocolate provavelmente natildeo iraacute afetar sua vida de prateleira

59

512Perfil antioxidante

5121Ensaio da atividade antioxidante frente ao radical DPPH

O ensaio com o DPPH eacute baseado na perda da intensidade da cor da soluccedilatildeo

puacuterpura do radical estaacutevel DPPHbull apoacutes a reaccedilatildeo com um composto antirradicalar

(AOH) O DPPH eacute um radical livre pois apresenta um eleacutetron natildeo emparelhado com

absorccedilatildeo na regiatildeo de 520 nm (MOLYNEUX 2003) A estrutura quiacutemica do DPPH eacute

demonstrada na Figura 12

Figura 12 Estrutura quiacutemica do reagente DPPH

Ao se misturar com uma substacircncia capaz de doar um hidrogecircnio o DPPH

reage (Figura 13) e vai para sua forma reduzida fazendo com que perca a sua cor

puacuterpura caracteriacutestica e se torne uma soluccedilatildeo de cor castanha (MOLYNEUX 2003)

60

Figura 13 Reaccedilatildeo entre o radical DPPH e antioxidante Retirado de Oliveira (2015)

Para a couve liofilizada e couve in natura foram realizados dois meacutetodos de extraccedilatildeo

diferentes a fim de verificar suas efetividades e padronizar para futuros ensaios

A curva padratildeo do DPPH estaacute demonstrada na Figura 14

Figura 14 Curva padratildeo de DPPH

Para realizar o estudo do DPPH cada extrato foi diluiacutedo em diferentes

concentraccedilotildees 510 2030 40 50 e 60 Utiliza-se diferentes concentraccedilotildees

y = 001x + 02627 Rsup2 = 09899

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 10 20 30 40 50 60 70

Ab

sorb

acircnci

a (5

15n

m)

Concentraccedilatildeo (microM)

61

para se ter um intervalo de absorbacircncia de modo que seja possiacutevel verificar a

cineacutetica da reaccedilatildeo

O resultado da cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e couve liofilizada

extraiacuteda pelos dois meacutetodos estaacute representado na Figura 15

Figura 15 Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve liofilizada sendoA)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto (1997) e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes (2010)

As curvas cineacuteticas obtidas pela reaccedilatildeo entre radical livre DPPH e a couve

liofilizada demonstram um comportamento semelhante em ambos os extratos A

partir dos primeiros cinco minutos eacute possiacutevel observar uma queda mais acentuada

na absorbacircncia sendo que os minutos sequentes apresentam uma reduccedilatildeo branda

No extrato obtido a partir da metodologia de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto(1997) pode-se observar que natildeo haacute diferenciaccedilatildeo entre as diluiccedilotildees de 5 e

10 enquanto que o extrato obtido a partir da metodologia utilizada por Genovese

e Lannes (2010) natildeo houve grande diferenccedila entre os extratos de 50 e 60jaacute que

ficaram entre a absorbacircncia entre 03 e 04

62

Eacute possiacutevel observar a queda mais acentuada no extrato B em todas as

concentraccedilotildees chegando a valores de ateacute 03 de absorbacircncia Enquanto que o

extrato A reduziu somente ateacute aproximadamente 07 de absorbacircncia

A couve in natura foi analisada sob as mesmas condiccedilotildees e concentraccedilotildees O

perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e os extratos eacute demonstrado na Figura 16

Conforme se observa na Figura 16 assim como para a couve liofilizada o

perfil cineacutetico da couve in natura para ambos os extratos demonstrou uma reduccedilatildeo

mais acentuada na absorbacircncia nos primeiros cinco minutos sendo quase constante

nos minutos subsequentes Eacute possiacutevel observar que no perfil A (extraccedilatildeo segundo

Larrauri Rupeacuterez e Saura-Calixto1997) natildeo se tem diferenccedila entre concentraccedilotildees

de 5 e 10 de amostra Por sua vez no perfil B (extraccedilatildeo segundo Genovese e

Lannes 2010) as concentraccedilotildees de 40 e de 50 natildeo apresentaram diferenccedila Em

todos os quatro extratos eacute possiacutevel observar que quanto maior a concentraccedilatildeo

maior eacute o decaimento da absorbacircncia

A partir destes resultados eacute possiacutevel calcular o IC50 ou seja a concentraccedilatildeo

necessaacuteria para reduzir a absorbacircncia do DPPH pela metade Sendo assim quanto

Figura 16Perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre o radical livre DPPH e o extrato de couve in natura sendo A)Extraccedilatildeo pelo meacutetodo de Laurrari (1997) et al e B) extraiacutedo pelo meacutetodo de Genovese e Lannes ( 2010)

63

menor for a concentraccedilatildeo de IC50 maior potencial antirradicalar este extrato tem Os

resultados da atividade antirradicalar contra o radical DPPH se encontram na Tabela

5 juntamente com os resultados de quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis por meacutetodo Folin-

ciocauteau

5122Ensaio da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis

O ensaio de Folin-Ciocauteau eacute baseado na mudanccedila de coloraccedilatildeo da

soluccedilatildeo apoacutes reaccedilatildeo com antioxidante O reagente de Folin-Ciocauteau eacute formado

por uma mistura de aacutecidos de molibdecircnio (Na2MoO42H2O) que resulta na cor

amarela por estar num estado de oxidaccedilatildeo VI e aacutecidos de tungstecircnio (SINGLETON

ORTHOFER LAMUELA-RAVENTOS 1999)

Em contato com os antioxidantes (agentes redutores) tem-se a formaccedilatildeo de

um complexo Molibdecircnio-Tungstecircnio (PMoW11O4)4 (Figura 17) que possuem

coloraccedilatildeo azul Atraveacutes da diferenccedila de coloraccedilatildeo eacute possiacutevel determinar a

quantidade de polifenoacuteis em uma amostra (SINGLETONORTHOFER LAMUELA-

RAVENTOS 1999)

Figura 17 Reaccedilatildeo simplificada de molibdecircnio com antioxidante

Para a construccedilatildeo da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico foi realizada a reaccedilatildeo do

reagente Folin-Ciocauteau com diferentes concentraccedilotildees de aacutecido gaacutelico

(050100150250 e 500 mgL) A Figura 18 representa a definiccedilatildeo desta curva

64

Figura 18 Curva padratildeo de reaccedilatildeo entre Aacutecido Gaacutelico e o reagente Folin-Ciocauteau

Os diferentes extratos foram colocados em reaccedilatildeo com o reagente Folin-

Ciocauteau sendo cada amostra realizada em triplicata

A partir da curva padratildeo de aacutecido gaacutelico obteve-se a equaccedilatildeo da reta que foi

utilizada para o caacutelculo das concentraccedilotildees de cada extrato A Tabela 5 representa

tais resultados

n=3

Tanto para a couve in natura quanto para a couve liofilizada foi encontrada

maior concentraccedilatildeo de compostos fenoacutelicos com aplicaccedilatildeo do meacutetodo usado por

Genovese e Lannes (2010) Aleacutem disso as concentraccedilotildees em IC50 para a atividade

y = 00012x + 02366 Rsup2 = 09977

0

02

04

06

08

1

0 100 200 300 400 500 600

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo de Aacutecido Gaacutelico (mgL)

Tabela 5 Capacidade antirradicalar de extratos de couve liofilizada e in natura extraiacutedos por

diferentes meacutetodos

Amostra Meacutetodo IC50

(mgL) Quantidade de polifenoacuteis totais (gmg

GAE)

Liofilizada Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 11878 11033

Liofilizada Genovese e Lannes

(2010) 41 22616

in natura Larrauri Rupeacuterez e

Saura-Calixto (1997) 41067 3283

in natura Genovese e Lannes

(2010) 3129 6283

65

antirradicalar frente ao radical DPPH confirmam essa hipoacutetese uma vez que foram

encontrados menores valores de concentraccedilatildeo para estes extratos

Os resultados obtidos indicam conforme esperado maior concentraccedilatildeo de

compostos bioativos para a couve liofilizada se comparada aos extratos da couve in

natura

Muito utilizada na induacutestria alimentiacutecia a liofilizaccedilatildeo eacute um processo que visa a

desidrataccedilatildeo de alimentos como cafeacute vegetais frutas entre outros Realizado sob

baixas temperaturas e ausecircncia de ar atmosfeacuterico o liofilizador mantecircm a

temperatura e a pressatildeo da aacutegua no ponto triplo (0ordmC e 47 mm de Hg) o que faz

com que a aacutegua jaacute em estado de congelamento passe por sublimaccedilatildeo- diretamente

do estado soacutelido para o gasoso (GAVA 1998)

Pelo fato da desidrataccedilatildeo total do alimento ocorrer sob baixas temperaturas

obtecircm-se um produto com baixa atividade microbioloacutegica e consequentemente alta

estabilidade frente a deterioraccedilatildeo Aleacutem disso essa teacutecnica permite a conservaccedilatildeo

dos componentes presentes no alimento e concentraccedilatildeo destes produtos Mesmo

assim sabe-se que por se tratar de um processamento ocorrem perdas de alguns

compostos volaacuteteis (RATTI 2001) Foi observada maior capacidade antirradicalar

na couve liofilizada pelo fato desta estar mais concentrada que a couve in natura

Analisando os valores obtidos no entanto pode ser observado que natildeo haacute

uma proporcionalidade entre a quantidade de polifenoacuteis da couve in natura em

relaccedilatildeo agrave couve liofilizada o que sugere que houve perda durante o processamento

Kaulmann et al (2014) realizaram um estudo de compostos antioxidantes em

diversas variaccedilotildees de Brassica oleracea in natura Apoacutes o teste de Folin-Ciocauteau

foi encontrada uma concentraccedilatildeo de 602plusmn449 mg GAE (aacutecido gaacutelico equivalente)

100g de couve

Este resultado se assemelha aos valores encontrados no presente trabalho

para a couve in natura extraiacuteda pelo meacutetodo usado por Genovese e Lannes (2010)

(6283 mg GAE100g couve) A semelhanccedila nos resultados reforccedila a tese de que haacute

maior efetividade nesse meacutetodo frente ao meacutetodo de Larrauri Rupeacuterez e Saura-

Calixto (1997)

66

513Anaacutelise granulomeacutetrica

A distribuiccedilatildeo granulomeacutetrica das mateacuterias primas em poacute a serem utilizadas

no chocolate satildeo de extrema importacircncia pois afetam diretamente o tamanho de

partiacutecula dos produtos finais

A partir da anaacutelise granulomeacutetrica plotou-se um graacutefico da porcentagem de

material retido versus abertura da peneira A Figura 19 demonstra esses resultados

Figura 19 Graacutefico de probabilidade de massa do material retido versus tamanho da peneira para

couve liofilizada em poacute

A partir do graacutefico eacute possiacutevel calcular a Abertura Meacutedia (AM) ou o Coeficiente

de Variaccedilatildeo (CV) com a seguinte equaccedilatildeo (Lannes 2000)

CV=

100

Eacute possiacutevel tambeacutem realizar o caacutelculo de AM e CV pelo meacutetodo algeacutebrico Os

resultados referentes a esses paracircmetros tanto pelo meacutetodo graacutefico quanto pelo

meacutetodo algeacutebrico estatildeo representados na Tabela 6

y = -12891x + 10972 Rsup2 = 09233

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 02 04 06 08 1

Mas

sa d

e m

ater

ial r

eti

do

(

)

Tamanho da peneira (mm)

67

Tabela 6 Valores encontrados de Coeficiente de Variaccedilatildeo e Abertura Meacutedia para meacutetodo graacutefico e

algeacutebrico

A Figura 20 demonstra a porcentagem de massa retida em cada peneira

utilizada A partir dela eacute possiacutevel concluir que a maior quantidade de partiacuteculas se

encontra na faixa de 059 a 025 mm

Figura 20 Porcentagem de massa retida em diferentes tamanhos de peneira para extrato de couve

liofilizado

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

085 075 059 042 0297 025

Mas

sa re

tid

a (

)

Tamanho em mm

CV AM

Meacutetodo graacutefico 48 0550

Meacutetodo algeacutebrico 3685 0502

68

52Caracterizaccedilatildeo das propriedades da uva

521Liofilizaccedilatildeo da uva atividade de aacutegua e determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais

As massas de uva antes e apoacutes a liofilizaccedilatildeo foram registradas e a partir

destes resultados foi possiacutevel determinar a meacutedia de material liofilizado (2114 plusmn

135) e a meacutedia de aacutegua retirada (7886 plusmn 135) nesse processo de liofilizaccedilatildeo

A determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua da uva liofilizada foi realizada em

triplicata imediatamente apoacutes a liofilizaccedilatildeo sendo o resultado obtido igual a

aw=0303plusmn0085 Este valor de atividade de aacutegua eacute considerado bom para evitar a

deterioraccedilatildeo do produto poreacutem pode aumentar de acordo com o tempo Sabe-se que

produtos com aw abaixo de 07 tecircm menor exposiccedilatildeo a riscos microbioloacutegicos sendo

que a faixa de valores de aw de 03 para abaixo indica que o produto estaacute preservado

tambeacutem de qualquer outra reaccedilatildeo de deterioraccedilatildeo (TOLEDO 2007)

A tendecircncia para frutas liofilizadas no entanto eacute de haver aumento no valor

de atividade de aacutegua com o passar do tempo Isso ocorre devido agrave alta quantidade

de accediluacutecar presente nas frutas como sacarose glicose e frutose que em estado

amorfo tendem a se ligar por ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a aacutegua Esse fato faz com

que essas frutas liofilizadas com elevados teores de accediluacutecar serem altamente

higroscoacutepicas sendo assim haacute maior instabilidade do produto liofilizado uma vez

que este tende a sofrer hidrataccedilatildeo e aumentar a sua atividade de aacutegua e umidade

Sua manipulaccedilatildeo portanto deve ser realizada com muito cuidado de modo a natildeo

interferir na atividade de aacutegua e natildeo gerar o efeito caking - tendecircncia deste tipo de

produto de aglomerar (SERNA-COCK VARGAS-MUNOZ APONTE 2015

OLIVEIRA 2013)

A quantidade de accediluacutecares nas uvas in natura e liofilizada foram determinadas

pelo meacutetodo de Fehling Este meacutetodo tambeacutem conhecido como Lane-Eynon se

baseia na reaccedilatildeo entre os sais cuacutepricos e aldoses ou cetoses que sob alta

temperatura e meio alcalino formam como produto o precipitado cuproso conforme

demonstrado na Figura 21 que possui coloraccedilatildeo avermelhada

69

Figura 21 Demonstraccedilatildeo de reaccedilatildeo do tartarato de soacutedio e potaacutessio que ao formar um sal com Cu2+

se reduz a tartarato e Cu2O (oacutexido cuproso de coloraccedilatildeo vermelho tijolo) Retirado de Tavares et al

(2010)

A Tabela 7 demonstra a porcentagem de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais

encontrados

Tabela 7 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares redutores natildeo redutores e totais da uva liofilizada e in natura

Redutores () Natildeo

redutores() Totais()

Uva in natura 1600 plusmn 0037 2 1800plusmn002

Uva liofilizada 6300plusmn0007 1 6400plusmn0018 n=3 Os valores de accediluacutecares natildeo redutores foram calculados por diferenccedila entre accediluacutecares totais e

redutores

Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber um aumento na quantidade de

accediluacutecares totais ao liofilizar a uva bem como uma reduccedilatildeo dos accediluacutecares natildeo

redutores e um aumento na porcentagem de accediluacutecares redutores Essas diferenccedilas

podem ser explicadas pela retirada da aacutegua nas amostras o que leva estas a

ficarem mais concentradas e assim aumentar a quantidade de accediluacutecares de 18

para 64 Esse resultado confirma a teoria de que a uva liofilizada possui alta

concentraccedilatildeo de accediluacutecares e portanto realmente se torna altamente higroscoacutepica o

que faz com que se diferencie da couve em poacute

O equipamento utilizado para a fabricaccedilatildeo dos chocolates possui um moinho

de bolas que reduz o tamanho de partiacutecula do accediluacutecar e outros gracircnulos presentes

na formulaccedilatildeo Esse tipo de moinho possui pequenas bolas que giram com baixa

70

velocidade e realizam forccedilas de cisalhamento na amostra (FELLOWS 2000) No

caso da couve liofilizada em poacute por exemplo foi adicionada no equipamento de

produccedilatildeo de chocolate com moinho de bolas para se ter um menor tamanho de

partiacutecula deste no chocolate e entatildeo natildeo ser sentido sensorialmente A uva

liofilizada que eacute como jaacute dito caracterizada como um material higroscoacutepico natildeo

poderia ser adicionada em um moinho de bolas jaacute que muita energia seria aplicada

sob este material o que poderia resultar em um efeito caking tambeacutem o

processamento do chocolate natildeo ocorreria de forma correta Por esta razatildeo a uva

liofilizada triturada foi adicionada apoacutes a fabricaccedilatildeo do chocolate em misturador

planetaacuterio

522Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante da uva

Para a determinaccedilatildeo do melhor solvente para a extraccedilatildeo dos compostos

fenoacutelicos da uva foram utilizados acetona acetona acidificada (sendo acetona 70

com adiccedilatildeo de 01 de aacutecido cloriacutedrico) metanol 70 e metanol acidificado (sendo

metanolaacuteguaaacutecido aceacutetico na proporccedilatildeo 70305 vvv) Os resultados encontrados

estatildeo dispostos na Tabela 8

Tabela 8 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis de uva liofilizada por diferentes solventes extratores

Amostra Absorbacircncia Quantidade de polifenoacuteis (mgg)

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona acidificada 0368plusmn00138 ab 1095

Uva liofilizada extraiacuteda com acetona 0340plusmn00350 ab 8645

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol 70 0396plusmn00212 b 1324

Uva liofilizada extraiacuteda com metanol acidificado

0318plusmn00794 a 7221

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Rockenbach (2008) quantificou os polifenoacuteis antocianinas e atividade

antioxidante de bagaccedilos de uva Vitis vinifera utilizando como solvente etanol e

71

acetona Os melhores resultados encontrados neste trabalho foram para acetona

50 e 70 para antocianinas e polifenoacuteis totais

Rockenbach (2011) realizou um estudo da quantidade de polifenoacuteis em

alguns tipos de uvas Vitis vinifera L e Vitis Labrusca L Neste estudo utilizou-se

como solvente para extraccedilatildeo o metanol acidificado (sendo metanol aacutegua aacutecido

aceacutetico 70305 vvv) O maior valor encontrado foi para a variedade Cabernet

sauvignon pertencente agrave classe Vitis vinifera L (7475 mgg GAE) Este valor eacute

proacuteximo ao encontrado no presente trabalho (7221 mgg GAE para o mesmo tipo de

extrato)

Vizzoto e Pereira (2011) realizaram um estudo de quantificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos por diferentes meios de extraccedilatildeo da amora-preta Neste estudo utilizou-se

extratos com acetona acetona acidificada metanol e metanol acidificado poreacutem

natildeo houve diferenccedila significativa (p gt 005) entre as amostras

Existem grandes classes de compostos fenoacutelicos como as antocianinas

flavonoacuteis sendo que em cada classe possui grandes quantidades de substacircncias

diferentes com estruturas diferentes Isso faz com que seja difiacutecil se ter uma

metodologia capaz de extrair todos os componentes fenoacutelicos de uma amostra Eacute

portanto que se estuda o melhor meacutetodo para a extraccedilatildeo por meio de comparaccedilotildees

entre solventes e tipos de metodologias

O metanol eacute um solvente de polaridade alta enquanto que a acetona possui

polaridade meacutedia A acidificaccedilatildeo destes solventes tende a melhorar a eficiecircncia da

extraccedilatildeo

Mesmo assim o meacutetodo de extraccedilatildeo mais eficiente para quantificaccedilatildeo de

polifenoacuteis continuou sendo o mesmo utilizado por Genovese e Lannes (2010) e no

presente trabalho para os extratos de couve A partir do extrato metanoacutelico 70

obteve-se uma quantidade de 132 mgg GAE estatisticamente maior que a dos

outros extratos

A quantidade de polifenoacuteis da uva in natura foi realizada a partir do extrato

metanoico 70 e foi encontrado o valor de 5838 plusmn 822 mg GAEg Assim como a

couve eacute possiacutevel perceber que a liofilizaccedilatildeo tende a concentrar os compostos

72

fenoacutelicos e assim resultar em maiores valores de concentraccedilatildeo No entanto o valor

encontrado na uva liofilizada natildeo eacute proporcional ao rendimento o que

provavelmente significa que alguns compostos foram perdidos durante o processo

A determinaccedilatildeo frente ao radical DPPH foi realizada com as concentraccedilotildees

de 51020304050 e 60 de extrato Utilizou-se para o processo de extraccedilatildeo

extrato metanoacutelico 70 conforme o meacutetodo utilizado por Genovese e Lannes

(2010) A Figura 22 representa o perfil cineacutetico da reaccedilatildeo entre DPPH e a uva

liofilizada

Figura 22 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de uva liofilizada em diferentes

concentraccedilotildees

Atraveacutes da cineacutetica da reaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que quanto maior a

concentraccedilatildeo de extrato utilizada tem-se uma reduccedilatildeo maior da absorbacircncia em

relaccedilatildeo agrave absorbacircncia inicial

Atraveacutes da curva cineacutetica eacute possiacutevel calcular o valor de IC50 para a amostra

sendo que o valor encontrado para a uva liofilizada foi de 6645 mgL Esse valor

representa alta capacidade antirradicalar concordando com a alta quantidade de

polifenoacuteis encontrada

0

01

02

03

04

05

06

07

08

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Tempo (min)

5

10

20

30

40

50

60

73

53Determinaccedilatildeo de propriedades fiacutesico-quiacutemicas do liquor de cacau

531Perfil antirradicalar do liquor de cacau

Visto que houve maior eficiecircncia no meacutetodo de Genovese e Lannes (2009) foi

padronizado a utilizaccedilatildeo desta extraccedilatildeo A anaacutelise de polifenoacuteis do liquor de cacau

portanto foi realizada nestas condiccedilotildees e seus resultados demonstrados na Tabela

9

A curva cineacutetica da reaccedilatildeo do DPPH com o extrato nas diferentes

concentraccedilotildees eacute demonstrada na Figura 23

Figura 23 Curva cineacutetica da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de liquor de cacau em diferentes

concentraccedilotildees

A partir da curva cineacutetica eacute possiacutevel observar uma reduccedilatildeo da absorbacircncia ao

longo dos 30 minutos em todos os extratos Aleacutem disso tem-se que a quanto maior

a concentraccedilatildeo do extrato maior a reduccedilatildeo de absorbacircncia

0

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

sorb

acircnci

a

Concentraccedilatildeo ()

5

10

20

30

40

74

Tabela 9 Quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis e da atividade antirradicalar frente ao radical DPPH para o

liquor de cacau

Amostra Meacutedia de absorbacircncia Concentraccedilatildeo (mgg de aacutecido gaacutelico) IC50 (mgL)

Liquor de cacau 0445plusmn000971 25994 2906

n=3

Othman et al (2007) estudaram o perfil antirradicalar amecircndoas de cacau de

diferentes locais em meio a extrato etanoacutelico e aquoso Neste estudo foi observado

um valor de IC50 igual a 13 mgg para extrato etanoacutelico do cacau da Malaacutesia e de

Gana e um valor de IC50 de 24 mgg para o cacau da Malaacutesia e 17 mgg para o

cacau de Gana

Belšcak et al (2009) avaliaram o perfil antirradicalar de produtos comerciais da

Croaacutecia derivados do cacau (liquor de cacau cacau em poacute chocolates ao leite

amargo e chocolate em poacute) Em relaccedilatildeo ao liquor de cacau foram encontrados em

termos de fenoacutelicos totais de 25 a 35 mg GAEg Esses valores se encontram muito

inferiores ao encontrado no presente trabalho poreacutem sabe-se que a quantidade de

polifenoacuteis pode variar muito dependendo das condiccedilotildees geograacuteficas de plantaccedilatildeo a

variedade do cacau utilizado para a fabricaccedilatildeo do liquor bem como o tipo de

tratamento (fermentaccedilatildeosecagem armazenamento) para a produccedilatildeo do liquor

Oliveira et al (2011) analisaram a quantidade de compostos fenoacutelicos de

diferentes tipos de cacau e encontraram um valor de 19595plusmn055 mg GAEg para

liquor orgacircnicos semelhante a encontrada no presente trabalho

532Anaacutelise de lipiacutedeos no Liquor de cacau

A anaacutelise de lipiacutedeos no liquor de cacau foi realizada como informaccedilatildeo para o

caacutelculo da formulaccedilatildeo do chocolate Atraveacutes deste foi determinada que a

quantidade de lipiacutedeos no liquor utilizado eacute de 52 plusmn0012 sendo compatiacutevel com o

laudo enviado pela empresa fornecedora que eacute de 5310

75

54 Anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute

A anaacutelise de proteiacutena e gordura dos leites em poacute foram realizadas para fins de

caacutelculo do conteuacutedo de gordura final da formulaccedilatildeo do chocolate ao leite A Tabela

10 demonstra os resultados obtidos para o leite em poacute desnatado e para o leite em

poacute integral

Tabela 10 Quantificaccedilatildeo de gordura e de proteiacutena para os leites em poacute desnatado e integral

utilizados nas formulaccedilotildees de chocolate

Leite em poacute desnatado Leite em poacute integral Gordura (g100g) 0 212plusmn0001 Proteiacutena (g100g) 267plusmn011 201plusmn0023

n=3

55Determinaccedilatildeo de propriedades de chocolates

551Curva de temperagem do chocolate e curva de resfriamento da manteiga de

cacau

A temperagem foi avaliada por curva de temperagem para verificaccedilatildeo da

produccedilatildeo de cristais adequados para a manteiga de cacau A curva de temperagem

se encontra na Figura 24

76

Figura 24 Resultado da curva de temperagem do chocolate

A curva de temperagem eacute de grande importacircncia para a verificaccedilatildeo da

qualidade da massa do chocolate e eficiecircncia da temperadeira eou do processo de

temperagem Chocolates bem temperados devem conter de 3 a 8 de cristais de

manteiga de cacau o desenvolvimento desses cristais ao longo do tempo de

resfriamento pode ser medido atraveacutes deste tipo de curva (MINIFIE 1989)

A curva de temperagem indica a quantidade de calor liberada ao se solidificar

o chocolate Durante o processamento geram-se dois pontos de inflexatildeo como

destacado na Figura 24 sendo que cada um deles indica uma parte da formaccedilatildeo de

cristais O primeiro ponto refere-se a relaccedilatildeo temperaturatempo em que se inicia a

nucleaccedilatildeo dos cristais e a segunda o ponto no qual a nucleaccedilatildeo realmente ocorre

A inclinaccedilatildeo gerada a partir desses dois pontos eacute portanto avaliada e deve

permanecer o mais reta possiacutevel de modo a natildeo haver uma inclinaccedilatildeo negativa (o

que significaria um chocolate sobre-temperedo) ou uma inclinaccedilatildeo positiva (o que

significaria um chocolate sub-temperado) Um chocolate over-tempered eacute aquele

que possui cristais a mais formados durante a temperagem o que portanto gera

menor quantidade de cristais durante o teste e consequentemente haacute menor

quantidade de energia sendo liberada Jaacute no caso do chocolate under-tempered

Pontos de inflexatildeo

77

tem-se uma quantidade muito inferior de cristais quando temperada gerando

portanto uma grande liberaccedilatildeo de calor durante o resfriamento e como

consequecircncia uma inflexatildeo maior na curva (AFOWAKA2010 MINIFIE1989

COHEN LUCCA JACKIX 2004)

A curva gerada no presente trabalho apresenta uma linearidade adequada

podendo-se afirmar que a massa de chocolate possui boa propriedade de

temperagem sendo que foi obtido um slope de 018 ordmCmin em tempo de 24

minutos e temperatura igual a 235ordmC O ldquotemper indexrdquo (TI) paracircmetro utilizado pelo

fabricante do equipamento (Buhler) para avaliar a boa porformance da temperagem

resultou no valor de 43 considerado adequado

A manteiga de cacau tambeacutem foi avaliada em duplicata por sua curva de

resfriamento o resultado encontra-se na Figura 25

Figura 25 Curva de resfriamento da manteiga de cacau utilizada nas formulaccedilotildees dos chocolates

A curva de resfriamento da manteiga de cacau demonstra suas

caracteriacutesticas de derretimento e a taxa de cristalizaccedilatildeo desta gordura

apresentando a adequaccedilatildeo desta gordura para utilizaccedilatildeo em chocolates

Lannes (1997) estudou a curva de resfriamento de Jensen de diferentes tipos

de gorduras utilizadas em chocolate tipo cobertura Em seu trabalho a autora

78

demonstrou uma tiacutepica curva de resfriamento da manteiga de cacau e esta se

assemelha a encontrada no presente trabalho (taxa de resfriamento de 20 ordmCmin

cristalizaccedilatildeo agrave 205 ordmC por um tempo de 78 minutos)

O fabricante do equipamento (Buhler) tambeacutem utiliza de um iacutendice para

avaliaccedilatildeo da curva de resfriamento conhecido como Cocoa Butter Index (CBI)

Segundo o fabricante o CBI encontrado para a manteiga analisada (33plusmn001) eacute

considerado adequado para produccedilatildeo de chocolates

552Determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula

A determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula eacute importante para o controle de

qualidade dos chocolates pois pode influenciar tanto a reologia do produto como

tambeacutem a sensaccedilatildeo na boca Chocolates com tamanho de partiacutecula maior que 30

microm satildeo percebidos na boca pois possuem textura arenosa aleacutem de viscosidade

natildeo adequada Jaacute tamanhos de partiacutecula proacuteximos a 20 microm possuem uma textura

mais macia e massa mais cremosa (AFOWAKA 2010)

Os resultados da determinaccedilatildeo do tamanho de partiacutecula para cada

chocolate estatildeo na Tabela 11

Tabela 11 Tamanho de partiacutecula para cada formulaccedilatildeo de chocolate

Tamanho de partiacutecula (microm)

Chocolate ao leite 258 plusmn 047a

Chocolate com couve 277 plusmn 095b

Chocolate com uva 378 plusmn 113c

n10 (n2 processamento n5 anaacutelise)

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

79

Conforme a anaacutelise estatiacutestica realizada tem-se que a adiccedilatildeo tanto de uva

liofilizada quanto de couve liofilizada altera significativamente (plt005) o tamanho de

partiacutecula do chocolate

Como dito anteriormente o tamanho de partiacutecula desejaacutevel para chocolates

estaacute entre 20 a 30 microm como eacute o caso tanto do chocolate ao leite (258 microm) quanto

para o chocolate com adiccedilatildeo de couve (277 microm) o que sugere que ambos os

chocolates natildeo teratildeo uma percepccedilatildeo sensorial diferente quanto ao tamanho das

partiacuteculas A diferenccedila entre esses dois tamanhos pode ser explicada pela adiccedilatildeo da

couve que conforme avaliado anteriormente era um poacute com tamanho de partiacutecula

meacutedio de aproximadamente 5x104 microm Durante o processo de fabricaccedilatildeo de

chocolate tem-se a etapa de refino que no caso do equipamento utilizado ocorre

pelo moinho de bolas o que provavelmente ajudou a reduzir o tamanho de partiacutecula

consideravelmente mas ainda assim natildeo o suficiente para natildeo haver diferenccedila entre

as amostras

Ao contraacuterio da couve a uva soacute foi adicionada apoacutes o teacutermino da fabricaccedilatildeo

da massa de chocolate em agitador planetaacuterio e portanto natildeo passou pelo

processo de refino conforme foi explicado no item ldquo521 Liofilizaccedilatildeo da uvardquo Essa

diferenccedila no processo certamente refletiu no tamanho de partiacutecula do chocolate com

adiccedilatildeo de uva que sugere que estas partiacuteculas seratildeo sentidas sensorialmente

553Anaacutelise Reoloacutegica

O chocolate eacute uma suspensatildeo onde partiacuteculas de accediluacutecar cacau e leite

encontram-se dispersas na manteiga de cacau sendo assim ele se comporta como

um fluiacutedo natildeo-newtoniano o que significa que a sua tensatildeo de cisalhamento natildeo eacute

diretamente proporcional agrave taxa de cisalhamento Os chocolates tecircm como

caracteriacutestica apresentar o ldquoyeld stressrdquo (forccedila miacutenima necessaacuteria para se iniciar o

fluxo) e uma viscosidade plaacutestica (energia necessaacuteria para que continue a fluir)

(LANNES 1997 AFOWAKA2010) O modelo de Casson eacute atualmente

considerado o que melhor se adapta ao comportamento dos chocolates e eacute adotado

80

pela OICC (Internacional Office of Cocoa) A equaccedilatildeo que expressa esse modelo se

encontra na Equaccedilatildeo 1

Equaccedilatildeo 1 Representaccedilatildeo da equaccedilatildeo de Casson assumindo que τ a tensatildeo de cisalhamento

τCA a tensatildeo inicial de Casson ou tensatildeo residual de Casson ηCA viscosidade de Casson ou

viscosidade plaacutestica e γ a taxa de cisalhamento

Os paracircmetros reoloacutegicos como a viscosidade e a tensatildeo inicial de Casson

satildeo de extrema importacircncia durante a produccedilatildeo de chocolate jaacute que podem atestar

a qualidade dos produtos Esses foram avaliados no presente trabalho para todos

os chocolates e os resultados se encontram nas Figuras 26 e 27

Figura 26 Resultados de viscosidade para chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate com

uva

A partir dos resultados apresentados na Figura 26 pode-se perceber que a

viscosidade do chocolate se modifica com a adiccedilatildeo de couve e uva Segundo

Beckett (2009) a distribuiccedilatildeo do tamanho de partiacutecula influencia diretamente a

viscosidade do produto sendo que quanto maior for o tamanho de partiacutecula menor

0

02

04

06

08

1

12

14

16

18

Vis

cosi

dad

e (P

as)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

81

seraacute sua viscosidade Isso ocorre pois ao se reduzir o tamanho tem-se mais

ligaccedilotildees entre essas partiacuteculas e consequentemente maior fricccedilatildeo entre elas

aumentando assim a viscosidade Os resultados apresentados atestam esse

fenocircmeno jaacute que o tamanho de partiacutecula do chocolate ao leite eacute o menor (26 microm) e

apresenta maior viscosidade enquanto que o chocolate com adiccedilatildeo de uva tem

maior tamanho de partiacutecula (378 microm) e apresenta a menor viscosidade

Beckett (2009) afirma que os valores normais para chocolate no caso da

viscosidade vatildeo de 1 a 20 Pas As viscosidades encontradas para o chocolate ao

leite (16 plusmn 0018 Pas) chocolate com adiccedilatildeo de couve (113plusmn004 Pas) e chocolate

com adiccedilatildeo de uva estatildeo dentro dessa faixa(076plusmn004 Pas)

Em todas as formulaccedilotildees do presente trabalho foram encontradas altas

quantidades de gordura (3626 g100 g no chocolate ao leite 3506 g100 g no

chocolate com couve e 3550 g100 g no chocolate com uva) o que justifica entatildeo

a baixa viscosidade de Casson Isso ocorre porque quanto maior a quantidade de

gordura mais espaccedilos vazios satildeo preenchidos na estrutura do chocolate o que leva

a uma maior facilidade no fluxo e portanto menor viscosidade (AFOWAKA2010)

Figura 27 Resultados da tensatildeo inicial para o chocolate ao leite chocolate com couve e chocolate

com uva

0

2

4

6

8

10

12

Ten

satildeo

inic

ial (

Pa)

Chocolate ao leite

Chocolate com couve

Chocolate com uva

82

A tensatildeo inicial foi avaliada para todos os chocolates sendo que o chocolate

com uva apresentou menor valor (76 Pa) em comparaccedilatildeo ao chocolate ao leite e o

chocolate com adiccedilatildeo de couve que apresentaram pouca diferenccedila entre si

Diversos autores jaacute relataram a relaccedilatildeo entre a distribuiccedilatildeo de tamanho de

partiacutecula com a tensatildeo inicial de Casson Sabe-se que a tensatildeo inicial estaacute

relacionada com a superfiacutecie de contato das partiacuteculas Quando se tem um menor

tamanho de partiacuteculas estas conseguem interagir mais entre si levando a uma aacuterea

superficial maior e sendo assim mais facilmente o liacutequido flui (AFOWAKA2010

BECKETT2009 KONAR2014) O presente trabalho tambeacutem confirma essa

relaccedilatildeo jaacute que o chocolate com maior tamanho de partiacutecula obteve menor tensatildeo

inicial

Konar et al (2014) avaliaram chocolates ao leite com a adiccedilatildeo de Inulina e

encontraram tensatildeo inicial entre 335 a 1816 Pa e viscosidade entre 172 e 396

Pas sendo que essas diferenccedilas de valores foram justificadas pela distribuiccedilatildeo do

tamanho de partiacutecula Karnjanolarn e Mccarthy 2006) avaliaram chocolates ao leite

com diferentes quantidades de lecitina de soja e PGPR e encontraram para 05 de

lecitina 149 Pas de viscosidade e 473 Pa para tensatildeo inicial Sendo assim eacute

possiacutevel afirmar que os valores encontrados para viscosidade e tensatildeo inicial dos

chocolates avaliados no presente trabalho se encontram proacuteximos aos encontrados

na literatura Aleacutem disso pode-se atestar que a adiccedilatildeo de frutas e folhas liofilizadas

tende a alterar as propriedades reoloacutegicas do chocolate

554Anaacutelise fiacutesico-quiacutemica dos chocolates

A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica foi realizada para o chocolate ao leite chocolate ao

leite com couve e chocolate ao leite com uva e seus resultados estatildeo dispostos na

Tabela 12

83

Tabela 12 Tabela de informaccedilatildeo nutricional do chocolate ao leite chocolate ao leite com

couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Conteuacutedo energeacutetico (kcal) 56468 55468 55570

Umidade (g100 g) 173plusmn048a 207plusmn029a 227plusmn025a

Conteuacutedo mineral (g100 g) 253plusmn014a 268plusmn0054b 257plusmn0027a Proteiacutenas (g100 g) 851plusmn036 a 852plusmn037 a 813plusmn046 a

Lipiacutedios (g100g) 3626plusmn039a 3506plusmn038b 3550plusmn087ab

Carboidratos (g100g) 5270 5374 5380 Fibras dieteacuteticas totais

(g100g) 789 859 805

Fibras soluacuteveis (g100g) 318 418 316

Fibras insoluacuteveis (g100g) 471 44 488 n=3

As letras indicadas referem-se a diferenccedila estatiacutestica entre as amostras da mesma linha pelo teste de Tukey em 5 de diferenccedila significativa

Os resultados da composiccedilatildeo nutricionais se assemelham aos publicados por

Afowaka (2010) e aos chocolates ao leite de marcas nacionais (Kopenhagen Cacau

show e Brasil Cacau) conforme demonstrado na Tabela 14

Tabela 13 Tabela nutricional de chocolates ao leite de 3 marcas nacionais de chocolates

finos e uma publicaccedilatildeo de Afowaka (2010)

Valor energeacutetico

(Kcal) Carboidratos (g100g) Proteiacutenas (g100g) Lipiacutedeos (g100g)

Marca A 524 56 68 324

Marca B 576 52 72 384

Marca C 550 55 65 325

AFOWAKA(2010) 518 57 7 33

Eacute possiacutevel afirmar que os chocolates produzidos no presente trabalho

possuem maior teor de proteiacutenas (851plusmn036 g100 g ) em comparaccedilatildeo com os

apresentados na Tabela 13 assim como a quantidade de lipiacutedeos (3506plusmn038 g100

g) que com exceccedilatildeo da Marca ldquoBrdquo tambeacutem apresentam maior valor em comparaccedilatildeo

84

a tabela Jaacute em termos de valor energeacutetico (56468 g100 g) e carboidratos (527

g100 g) os valores encontrados no presente trabalho satildeo semelhantes aos da

Tabela 13

A partir dos resultados demonstrados pode-se dizer que natildeo houve diferenccedila

significativa (plt005) entre as amostras dos trecircs chocolates segundo sua quantidade

proteiacutenas Esse fato portanto identifica que a adiccedilatildeo de couve ou uva nessas

condiccedilotildees natildeo altera a quantidade final da proteiacutena do produto

Aleacutem disso eacute possiacutevel notar que a adiccedilatildeo de produtos liofilizados foi eficaz

em termos de natildeo aumentar o teor de umidade das amostras de chocolate A

umidade eacute um importante paracircmetro para o chocolate pois altos valores de umidade

em chocolate podem estar altamente relacionados com defeitos durante o tempo de

prateleira O sugar Bloom por exemplo defeito causado pela agregaccedilatildeo das

partiacuteculas de accediluacutecar forma grumos que satildeo desagradaacuteveis sensorialmente aleacutem de

formar peliacuteculas brancas na superfiacutecie do chocolate modificando seu brilho e

aparecircncia (AFOWAKA 2010)

Chocolates com elevado teor de umidade podem tambeacutem modificar as suas

propriedades de fluxo sendo que valores acima de 3 podem levar a um aumento

na tensatildeo inicial e na viscosidade do produto (AFOWAKA PATERSON FOWLER

2008) Os trecircs chocolates fabricados apresentaram valores de umidade abaixo de

3 e portanto natildeo houve um aumento nesses paracircmetros corroborando portanto

com os resultados encontrados no item acima onde se tem baixos valores de

tensatildeo inicial e viscosidade

A quantificaccedilatildeo de lipiacutedeos apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras de chocolate ao leite e chocolate acrescido de couve enquanto a

amostra de chocolate acrescida de uva foi igual as outras duas amostras

O conteuacutedo mineral tambeacutem apresentou diferenccedila significativa (plt005) entre

as amostras sendo que o maior teor foi encontrado no chocolate com adiccedilatildeo de

couve Os chocolates com uva e controle natildeo apresentaram diferenccedila significativa

(plt005) entre si no conteuacutedo mineral Este resultado era esperado devido ao

acreacutescimo de material soacutelidomineral ao produto

85

Ayaz et al (2006) identificaram altas quantidades de macro e micronutrientes

nas folhas de couve Estes encontraram 726 μg gminus1 (base seca) de ferro 535

μg gminus1 (base seca) de manganecircs 394 μg gminus1 (base seca) de zinco 197 μg gminus1

(base seca) de caacutelcio 135 μg gminus1 (base seca) de potaacutessio entre outros

componentes identificados Os chocolates com adiccedilatildeo de couve portanto

provavelmente possuem um maior valor de conteuacutedo mineral devido a este fato

Os nutrientes minerais satildeo essenciais para os seres humanos pois ajudam

em funccedilotildees vitais das ceacutelulas como na ativaccedilatildeo de enzimas e de secreccedilotildees

hormonais Aleacutem disso satildeo essenciais para a absorccedilatildeo de vitaminas O manganecircs

por exemplo eacute de extrema importacircncia para a cicatrizaccedilatildeo humana o zinco eacute um

componente importante para a atividade metaboacutelica de enzimas O ferro por sua

vez contribui para a produccedilatildeo de hemoglobina e mioglobina A deficiecircncia de ferro eacute

um dos distuacuterbios que mais acomete a populaccedilatildeo mundial sendo que pode causar

fraqueza corporal fadiga e seacuterios problemas de sauacutede (GUPTA e GUPTA 2014)

Aleacutem dos nutrientes minerais as fibras dieteacuteticas satildeo de extrema importacircncia

nutricional jaacute que satildeo elas que auxiliam no bom funcionamento do sistema

gastrointestinal pois contribuem para o aumento do bolo fecal e na reduccedilatildeo do

tempo de digestatildeo e assim ajudam a prevenir a constipaccedilatildeo Aleacutem disso jaacute foi

associado que as fibras dieteacuteticas contribuem para a reduccedilatildeo de doenccedilas cardiacuteacas

e cacircncer de colo (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

A partir dos resultados eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva

aumentou a quantidade de fibras totais do chocolate poreacutem natildeo foi possiacutevel avaliar

se essa diferenccedila eacute estatisticamente significativa

Os resultados indicam que houve um aumento no teor de fibras soluacuteveis do

chocolate quando adicionado a couve A couve eacute considerada uma alta fonte de

fibras sendo que segundo a USDA e RDA tem-se aproximadamente 14 da fibra

diaacuterias recomendadas em 100 g desse vegetal

No caso da uva houve um aumento (mesmo que em pequena proporccedilatildeo) de

fibras insoluacuteveis resultando em uma quantidade maior de fibras totais A uva eacute

estudada por sua caracteriacutestica de possuir alta quantidade de polifenoacuteis combinados

a uma grande porcentagem de fibras dieteacuteticas em sua composiccedilatildeo A revisatildeo

86

publicada por Zhu Du e Zheng (2015) aborda o trabalho de diversos autores que

avaliaram as fibras totais soluacuteveis e insoluacuteveis Todas as variedades de uva

avaliadas obtiveram altas quantidades de fibras insoluacuteveis e baixas quantidades de

fibras soluacuteveis A quantidade de fibras totais das diferentes espeacutecies variou de 745

a 280 g100g sendo que as fibras insoluacuteveis representaram mais de 80 da

quantidade total

A quantidade de carboidratos presentes na amostra conforme a RDC no 360

de 23 de dezembro de 2003 ldquoeacute calculado como a diferenccedila entre 100 e a soma do

conteuacutedo de proteiacutenas gorduras fibra alimentar umidade e cinzasrdquo

Sendo assim como haacute diferenccedila entre os valores encontrados para conteuacutedo

mineral e lipiacutedeos existe tambeacutem uma diferenccedila entre a quantidade de carboidratos

encontrados nas trecircs amostras

Um dos principais responsaacuteveis pela alta quantidade de carboidratos nos

chocolates eacute o accediluacutecar utilizado na formulaccedilatildeo Os chocolates com couve e uva

tambeacutem foram formulados com diferentes quantidades de accediluacutecar para o ajuste da

formulaccedilatildeo sendo que para o chocolate com couve foi utilizado 365 para o

chocolate com uva foi utilizado 3535 e para o chocolate ao leite foi utilizado 37

Mesmo que a maior adiccedilatildeo de accediluacutecar na formulaccedilatildeo foi para o chocolate ao leite

obteve-se valores maiores de carboidratos para o chocolate com couve Jaacute no

chocolate com uva reduziu-se em 165 a menos de accediluacutecar em poacute e mesmo assim

e obteve-se um valor semelhante ao de chocolate ao leite

A quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores para os trecircs

chocolates foi realizada em triplicata e seus resultados estatildeo dispostos na Tabela

14

87

Tabela 14 Quantificaccedilatildeo de accediluacutecares totais redutores e natildeo redutores de chocolate eo leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Chocolate ao

leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Accediluacutecares Totais (g100g) 2100plusmn0016a 1700plusmn00083b 2100plusmn0015a

Accediluacutecares redutores (g100g) 74plusmn00032a 782plusmn00029a 724plusmn00039a Accediluacutecares Natildeo-redutores

(g100g) 13 921 1345 n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

Conforme foi observado na Tabela 13 os chocolates com adiccedilatildeo de couve

tiveram menor valor de accediluacutecares em relaccedilatildeo ao chocolate controle ou o chocolate

com uva sendo que isso se deve principalmente a uma menor quantidade de

accediluacutecares natildeo-redutores neste chocolate

Os accediluacutecares redutores satildeo aqueles que possuem em sua estrutura

agrupamentos aldose ou cetose que ao entrar em contato com agentes oxidantes

sofrem oxidaccedilatildeo Os accediluacutecares redutores mais comuns satildeo a frutose (presente

principalmente em frutas) a glicose a maltose e a lactose A sacarose por sua vez

eacute um accediluacutecar natildeo-redutor poreacutem pode se tornar um accediluacutecar redutor atraveacutes da accedilatildeo

de enzimas ou por hidroacutelise aacutecida As estruturas da frutose glicose e sacarose se

encontram na Figura 28 (FENNEMA PARKIN DAMODARAN 2010)

Sacarose

Figura 28 Estruturas quiacutemicas de accediluacutecares glicose frutose e sacarose

88

Sendo assim os resultados indicam que a reduccedilatildeo da quantidade de accediluacutecar

na formulaccedilatildeo no caso da adiccedilatildeo de couve impacta diretamente na quantidade de

accediluacutecares natildeo redutores Ayaz et al (2006) quantificaram os accediluacutecares presentes na

couve e identificaram frutose glucose e sucrose como mais abundantes sendo

encontrado um valor de 2011 mg de frutose 100 g de couve seca 1056 mg de

glucose 100 g de couve seca e 894 mg de sucrose 100 g de couve seca

Comparando-se o chocolate com adiccedilatildeo de uva com o chocolate controle

natildeo foi possiacutevel observar modificaccedilatildeo em suas quantidades de accediluacutecares redutores

natildeo redutores e totais corroborando com o resultado de que natildeo houve modificaccedilatildeo

na quantidade de carboidratos dessas duas amostras Apesar de como dito

anteriormente as quantidades de accediluacutecar nas duas formulaccedilotildees ser diferente

555Atividade de aacutegua

Os resultados obtidos da anaacutelise de atividade de aacutegua satildeo apresentados na

Tabela 15

Tabela 15 Atividade de aacutegua dos chocolates

Chocolate ao leite Chocolate com couve Chocolate com uva

Atividade de aacutegua 0523plusmn00131a 0506plusmn00101a 0519plusmn00321a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A atividade de aacutegua em chocolates eacute relativamente baixa sendo normalmente

avaliada com valores de 03 a 06 Reolon et al (2012) estudaram a presenccedila de

endobacteacuterias em chocolate e para tal avaliaram a atividade de aacutegua em

chocolates comerciais O estudo revelou um valor de 042 em chocolates ao leite

A atividade de aacutegua encontrada estaacute na faixa indicada para que tenha

conservaccedilatildeo dentro de seu prazo de validade de ateacute 1 ano

89

556Colorimetria

Os resultados referentes agrave anaacutelise colorimeacutetrica dos chocolates se encontram

na Tabela 16

Tabela 16 Colorimetria de chocolate ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com

uva

L a b

Chocolate ao leite 3066plusmn 052a 602plusmn039a 1364plusmn058a

Chocolate com couve 3020plusmn058a 613plusmn019a 1509plusmn035b

Chocolate com uva 3080plusmn085a 653plusmn049a 1365plusmn078a

Segundo a CIELAB para anaacutelise de cores tem-se que L refere-se a luminosidade a espaccedilo da coloraccedilatildeo verde para vermelho b espaccedilo da coloraccedilatildeo de amarelo para azul

n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir dos resultados apresentados eacute possiacutevel concluir que natildeo houve

diferenccedila nos paracircmetros L e a apoacutes adiccedilatildeo de couve e uva nos chocolates No

entanto existe uma diferenccedila entre o chocolate com couve para o paracircmetro b

O estudo de cor eacute um paracircmetro importante para os alimentos jaacute que eacute o

primeiro a ser percebido pelo consumidor por isso sua determinaccedilatildeo eacute de extrema

relevacircncia para o controle de qualidade A alteraccedilatildeo na cor de um produto

alimentiacutecio pode significar defeitos principalmente no chocolate como eacute o caso do

branqueamento de sua superfiacutecie devido ao efeito de bloom (WU e SUN 2013)

A determinaccedilatildeo de cor eacute realizada atraveacutes de valores numeacutericos resultantes

de trecircs espaccedilos dimensionais sendo os mais comuns os valores de L a e b que

satildeo os paracircmetros mais proacuteximos do que o olho humano eacute capaz de distinguir (WU

e SUN 2013) O sistema CIElab padroniza estes espaccedilos de cor que vatildeo de 0 a

100 O paracircmetro L significa a luminosidade o paracircmetro a indica da coloraccedilatildeo

verde para vermelho e b de amarelo para azul conforme demonstrado na Figura

29

90

Figura 29 Sistema CieLAB para anaacutelise de cores

Sendo assim eacute possiacutevel concluir que a adiccedilatildeo de couve e uva natildeo modificou

significativamente (plt005) a luminosidade nem a coloraccedilatildeo no paracircmetro a

indicando que provavelmente esses paracircmetros natildeo seratildeo percebidos

sensorialmente

No caso do paracircmetro b no entanto o chocolate com couve apresentou

modificaccedilatildeo de praticamente 2 pontos na escala em comparaccedilatildeo com os outros dois

chocolates tendendo para o azul poreacutem por ser uma pequena diferenccedila

provavelmente tambeacutem natildeo seraacute percebida sensorialmente

557Estabilidade dos chocolates

O chocolates foram avaliados segundo sua textura por um periacuteodo de tempo

de 3 meses sendo medidos nos tempos de 1 dia 15 dias 30 dias 60 dias e 90 dias

apoacutes a temperagem Durante os 3 meses os chocolates permaneceram com suas

91

caracteriacutesticas visuais estaacuteveis como brilho e cor A avaliaccedilatildeo de textura dos trecircs

chocolates eacute apresentada na Figura 30

Figura 30 Avaliaccedilatildeo da textura pelo periacuteodo de 3 meses do chocolate ao leite chocolate ao leite

com uva e chocolate ao leite com couve

Nas 24 horas apoacutes a produccedilatildeo dos chocolates tem-se um valor de forccedila de

compressatildeo maior para o chocolate com uva (4376plusmn290N) se comparado com o

chocolate ao leite (3228plusmn184N) e o chocolate com couve (3592plusmn438N N) Esse

fato provavelmente se daacute ao maior tamanho de partiacutecula desta amostra (378microm)

como mostrado anteriormente sendo portanto mais forccedila necessaacuteria para quebrar

o chocolate A dureza e o tamanho de partiacutecula tendem a ser proporcional o que

explica este resultado (AFOWAKA2010) Essa tendecircncia de maior forccedila para o

chocolate com uva se repetiu durante todo o periacuteodo observado

Com o passar do tempo o chocolate ao leite aumentou a sua dureza jaacute que a

forccedila necessaacuteria para a quebra foi aumentando Os resultados para 1 dia 1 semana

15 dias natildeo foram estatisticamente diferentes (pgt005) Jaacute no segundo mecircs houve

um aumento significativo (3844plusmn242 N) que permaneceu igual estatisticamente no

terceiro mecircs (3945plusmn189 N) Sendo assim o aumento da forccedila de compressatildeo do

chocolate ao leite subiu 1817 do seu valor inicial ao longo dos trecircs meses Essa

0

10

20

30

40

50

60

1 dia 1 semana

15 dias 2 meses 3 meses

Forccedil

a (N

) Chocolate ao leite

Chocolate ao leite com uva

Chocolate ao leite com couve

92

diferenccedila no entanto eacute pequena e provavelmente natildeo pode ser sentida

sensorialmente

No caso do chocolate com couve a forccedila permaneceu estaacutevel durante o

periacuteodo de 3 meses natildeo havendo diferenccedila significativa(plt005) entre os

resultados encontrados

O chocolate com uva por sua vez natildeo apresentou diferenccedila significativa

(plt005) no periacuteodo de 1 dia 1 semana e 15 dias Houve um aumento significativo

no segundo mecircs (4800plusmn299 N) que se manteve significativamente (plt005)

estaacutevel no terceiro mecircs

Os resultados revelam que no chocolate ao leite e com uva ocorre mudanccedila

na dureza dos chocolates com o passar do tempo de prateleira Essas mudanccedilas

no entanto provavelmente natildeo deveratildeo ser percebidas sensorialmente uma vez

que se resumem a praticamente uma diferenccedila de 20N entre as forccedilas encontradas

o que provavelmente eacute difiacutecil de ser reconhecido

558Avaliaccedilatildeo sensorial

Durante a anaacutelise sensorial foram avaliados os paracircmetros lsquosaborrsquo ldquoTexturardquo

lsquoAspecto geralrsquo e lsquoIntenccedilatildeo de comprarsquo para todos os chocolates

A frequecircncia de notas para sabor se encontra na Figura 31

93

Figura 31 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquosaborrdquo para chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A partir da anaacutelise dos resultados quanto ao sabor eacute possiacutevel afirmar que a

maioria dos provadores ficou entre ldquogostei ligeiramenterdquo (nota 6) agrave ldquogostei

muitiacutessimordquo (nota 9) representando 916 dos provadores no caso do chocolate

com couve 926 no caso do chocolate ao leite e 937 no caso do chocolate com

adiccedilatildeo de uva sendo que para este uacuteltimo 253 dos provadores atribuiacuteram nota 9

A nota mais atribuiacuteda foi a nota ldquo8rdquo (gostei muito) sendo que 337 atribuiu esta

nota para o chocolate ao leite 337 para o chocolate com couve e 295 para o

chocolate com uva Natildeo houve diferenccedila significativa (plt005) entre a meacutedia das

notas indicando que os trecircs chocolates foram bem aceitos

A avaliaccedilatildeo de ldquotexturardquo estaacute apresentada na Figura 32

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fr

eq

ue

nci

a

Notas

Chocolate com couve

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate ao Leite

0

20

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fre

qu

en

cia

Notas

Chocolate com Uva

94

Figura 32 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para Texturardquo para o chocolate ao leite

chocolate com couve e chocolate com uva

A textura do chocolate com couve obteve maior porcentagem de notas acima

de 6 representando 642 do total ficando na frente do chocolate ao leite (611) e

do chocolate com uva (474) havendo uma distribuiccedilatildeo maior das notas poreacutem as

meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila significativa (plt005) entre entre si O maior

coeficiente de variaccedilatildeo entre os provadores ocorreu nas notas de textura do

chocolate com uva sendo que muitos apontaram terem gostado da ldquotextura

crocanterdquo desta amostra e outros indicaram que ldquoa amostra havia pedaccedilos maiores

ruins de mastigarrdquo Essa diferenccedila de sensaccedilotildees pode ser explicada pelo tamanho

da partiacutecula da uva liofilizada adicionada ao chocolate que como apontado

anteriormente foi relativamente maior e foi facilmente percebido pelos provadores

Os provadores em sua maioria (92) responderam que havia diferenccedila

entre as amostras Entre diversas respostas as mais frequentes foram a diferenccedila

de sabor entre os trecircs chocolates e a diferenccedila de textura da amostra de chocolate

com uva em relaccedilatildeo aos demais

Os resultados quanto ao aspecto geral das amostras estatildeo indicados na

Figura 33

95

Figura 33 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoAspecto geralrsquo chocolate ao leite

chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

Em termos de aspecto geral os provadores aceitaram bem as amostras

sendo que 905 deu uma nota entre 6 e 9 para o chocolate com couve e916 do

chocolate ao leite e 884 para o chocolate com uva A nota mais colocada

novamente foi nota a ldquo8rdquo (Gostei muito) sendo que 337 atribuiacuteram essa nota para

o chocolate ao leite 316 para o chocolate ao leite com couve e 284 para o

chocolate ao leite com uva Mesmo assim as notas meacutedias natildeo apresentaram

diferenccedila significativa (plt005) ou seja todas as amostras obtiveram a mesma

aceitaccedilatildeo frente aos provadores

As notas de ldquointenccedilatildeo de comprardquo se encontram na Figura 34

96

Figura 34 Frequecircncia de notas dadas pelos provadores para ldquoIntenccedilatildeo de comprardquo para o chocolate

ao leite chocolate ao leite com couve e chocolate ao leite com uva

A partir da anaacutelise das notas dadas para a ldquointenccedilatildeo de comprardquo eacute possiacutevel

afirmar que a maioria dos provadores ldquoCertamente comprariardquo ou ldquoProvavelmente

comprariardquo representando um total de 611 para o chocolate com couve 666

para o chocolate ao leite e 642 do chocolate com uva Apesar da diferenccedila entre

porcentagens a avaliaccedilatildeo estatiacutestica da meacutedia das notas indicou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre as meacutedias apresentadas

Os resultados indicam uma alta aceitaccedilatildeo dos chocolates bem como intenccedilatildeo

de compra As diferenccedilas sensoriais percebidas durante o teste natildeo mudaram

estatisticamente a aprovaccedilatildeo dos provadores

559Determinaccedilatildeo do perfil antioxidante dos chocolates

Primeiramente foi verificado o espectro de absorccedilatildeo dos trecircs extratos obtidos

a partir dos chocolates a fim de verificar se estes por possuiacuterem coloraccedilatildeo

caracteriacutestica absorviam mesma regiatildeo do espectro que o radical DPPH (515nm) o

97

que poderia interferir nos resultados obtidos Os espectros dos trecircs tipos de

chocolate estatildeo dispostos na Figura 35

Figura 35 Espectros de absorccedilatildeo dos extratos de A)Chocolate ao leite B)Chocolate ao leite com

couve C) Chocolate ao leite com uva D) DPPH

A partir dos espectros de absorccedilatildeo eacute possiacutevel afirmar que os extratos de

chocolate natildeo absorvem energia no comprimento de onda de 515nm que eacute o

utilizado para a anaacutelise de DPPH Eacute possiacutevel observar no espectro do DPPH que

este absorve mais energia a 515nm e por isso justifica a escolha do comprimento

de onda para esta anaacutelise

Segundo Oliveira (2011) o trolox eacute uma substacircncia anaacuteloga a vitamina E

sendo sua principal caracteriacutestica ser um antirradicalar Ensaios jaacute realizados

revelam a eficiecircncia do trolox frente ao radical DPPH por isso eacute considerado que a

porcentagem de trolox representa proporcionalmente a atividade antirradicalar A

capacidade antirradicalar do padratildeo trolox foi testada em triplicata e a curva cineacutetica

estaacute representada na Figura 36

98

Figura 36 A) Curva cineacutetica do padratildeo Trolox em 30 minutos e B)Curva padratildeo da variaccedilatildeo de

absorbacircncia versus concentraccedilatildeo de trolox

A curva cineacutetica do padratildeo Trolox indica que o aumento da concentraccedilatildeo

reflete em maior reduccedilatildeo da absorbacircncia principalmente nos primeiros 5 minutos O

restante da reaccedilatildeo permanece com a absorbacircncia constante o que revela que a

reaccedilatildeo entre o radical DPPH e o padratildeo trolox ocorre principalmente nos primeiros 5

minutos

As amostras de extratos de chocolate ao leite chocolate ao leite com adiccedilatildeo

couve e chocolate ao leite com adiccedilatildeo de uva foram testadas frente ao radical

DPPH suas respectivas curvas cineacutetica e curvas padratildeo estatildeo representadas nas

Figuras 37 38 e39

O perfil cineacutetico das trecircs amostras apresenta um padratildeo de comportamento

os extratos de menor concentraccedilatildeo tecircm menor queda em relaccedilatildeo agrave absorbacircncia do

DPPH sem adiccedilatildeo de antioxidantes Jaacute os extratos com maior concentraccedilatildeo

apresentam maior diferenccedila entre a absorbacircncia final e o DPPH sem adiccedilatildeo sendo

que quanto maior a concentraccedilatildeo maior eacute esta diferenccedila

A diminuiccedilatildeo da absorbacircncia em todos os extratos de todas as amostras tem

seu decaimento ocorrendo durante todo o tempo de anaacutelise (30 minutos) diferente

do observado no padratildeo trolox indicando que a reaccedilatildeo entre o radical DPPH e todos

os extratos de chocolate ocorrem por mais tempo

99

A partir dessa variaccedilatildeo de absorbacircncia eacute possiacutevel traccedilar a curva padratildeo para

cada uma destas amostras sendo que quanto maior a inclinaccedilatildeo da reta maior eacute a

capacidade antirradicalar da amostra

As curvas padratildeo das trecircs amostras de chocolate revelam uma grande

semelhanccedila entre os perfis desses chocolates O coeficiente angular (α) de cada

uma das retas eacute comparado com o coeficiente angular meacutedio do Trolox (α=0021)

obtido atraveacutes da anaacutelise em triplicata deste padratildeo Os resultados estatildeo

representados na Tabela 17 juntamente com os resultados de outras avaliaccedilotildees do

perfil antirradicalar das amostras

Figura 37 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite

Figura 38 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e o extrato de chocolate ao leite com

couve

100

Figura 39 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre DPPH e extrato de chocolate com uva

Foi realizada tambeacutem a quantificaccedilatildeo da atividade antirradicalar frente ao

radical DPPH por IC50 sendo que o resultado se encontra na Tabela 17

A anaacutelise frente ao ABTS foi realizada em triplicata para todas as amostras de

chocolate Primeiramente obteve-se o espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTS (22acute-

azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-aacutecido sulfocircnico) conforme Figura 40

Figura 40 Espectro de absorccedilatildeo de ABTS

07

075

08

085

09

095

1

550 600 650 700 750 800 850

Ab

sorb

acircnci

a

Comprimento de onda (nm)

101

O espectro de absorccedilatildeo do padratildeo ABTSbull+ revela que a maior absorccedilatildeo deste

composto ocorre na regiatildeo entre 700 e 750nm portanto justifica-se a utilizaccedilatildeo de

734nm para o comprimento de onda

O padratildeo Trolox tambeacutem eacute indicado como padratildeo da capacidade

antirradicalar frente ao radical ABTSbull+ e portanto a reaccedilatildeo entre eles foi realizada

O perfil cineacutetico e a curva padratildeo desta reaccedilatildeo eacute apresentada na Figura 41

Figura 41 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e trolox

O perfil cineacutetico desta reaccedilatildeo entre ABTSbull+ e trolox mostra que conforme o

aumento da concentraccedilatildeo tem-se uma reduccedilatildeo no valor de absorbacircncia Aleacutem disso

eacute possiacutevel notar que durante os 30 minutos de anaacutelise cada amostra se mostrou com

um valor de absorbacircncia estaacutevel revelando que a reaccedilatildeo ocorre no iniacutecio do

processo e natildeo se modifica ao passar do tempo

As amostras de chocolates foram testadas frente ao radical ABTSbull+ sendo

utilizadas as concentraccedilotildees de extrato de 2 3 4 5 6 As Figuras de 42 a 44

apresentam os resultados obtidos tanto para o perfil cineacutetico quanto para a curva

padratildeo de cada chocolate Estas sugerem um perfil de cineacutetica muito parecido para

todos os extratos de chocolate Tem-se uma reduccedilatildeo de absorbacircncia durante todo o

tempo de anaacutelise (30 minutos) sendo mais acentuada nos primeiros cinco minutos

o que sugere que a reaccedilatildeo ocorra durante todo este periacuteodo Mesmo assim o

102

padratildeo observado na amostra padratildeo se repete quanto maior a concentraccedilatildeo

menor eacute a absorbacircncia encontrada

O ABTSbull+ possui uma coloraccedilatildeo verde-escura e ao reagir com o antirradical

modifica sua coloraccedilatildeo para verde-claro e conforme a reaccedilatildeo for ocorrendo tem-se

a diminuiccedilatildeo do valor de absorbacircncia devido a esta diferenccedila de coloraccedilatildeo

Figura 42 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite

Figura 43 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de couve

103

Figura 44 Perfil cineacutetico e curva padratildeo da reaccedilatildeo entre ABTS e extrato de chocolate ao leite com

adiccedilatildeo de uva

A curva padratildeo do aacutecido gaacutelico demonstrou uma equaccedilatildeo da reta igual a y =

00012x + 02366

A quantificaccedilatildeo dos polifenoacuteis bem como a porcentagem de trolox frente ao

radical DPPH e a porcentagem de trolox frente ao radical ABTSbull+ estatildeo

apresentadas na Tabela 17

Tabela 17 Avaliaccedilatildeo antirradicalar para os chocolates ao leite com couve e com uva

Amostra gmg GAE IC50(DPPH)

(mgL) Trolox (DPPH) Trolox (ABTS)

Chocolate ao leite 7422plusmn410a 682plusmn014a 27875plusmn398a 44397plusmn412a

Chocolate com couve 7429plusmn393a 63plusmn056a 25093plusmn729ab 44228plusmn1820a

Chocolate com uva 147285plusmn1417b 692plusmn048a 24047plusmn1151b 37380plusmn136a n=3

As letras diferentes indicam diferenccedila estatiacutestica por Tukey em 5 de significacircncia

A partir da avaliaccedilatildeo da capacidade antirradicalar dos chocolates frente ao

radical ABTS pode-se dizer que natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila significativa

(plt005) entre as amostras sendo assim todos os chocolates apresentaram a

104

mesma capacidade frente a este radical ou seja natildeo houve aumento com a adiccedilatildeo

de couve e uva nos chocolates

Os valores encontrados para esse tipo de produto satildeo altos visto que podem

ser comparados com alimentos conhecidos por sua alta capacidade antirradicalar

como- mirtilos (4766 mg Equivalente de Vitamina C (VCE) 100 g) ameixas pretas

(372 mg VCE100g) (FLOEGEL2011) e goiaba (496 mg Trolox100 g) (REDDY

2010)

Jaacute frente ao radical DPPH em porcentagem de Trolox a atividade

antirradicalar das amostras de chocolate revelaram resultados nos quais o chocolate

ao leite eacute estatisticamente diferente (plt005) do chocolate ao leite com uva mas o

chocolate ao leite com couve natildeo apresenta diferenccedila significativa (plt005) com

nenhuma das duas amostras Esse fato indica que a capacidade antirradicalar frente

ao radical DPPH natildeo aumentou com a adiccedilatildeo de couve e apresentou menor

capacidade com a adiccedilatildeo de uva

Os resultados frente ao radical DPPH avaliados por IC50 demonstraram natildeo

haver diferenccedila significativa entre as amostras (plt005) Na literatura natildeo existe um

consenso em como expressar os resultados de testes antirradicalares Oliveira et al

(2014) sugerem a utilizaccedilatildeo de porcentagem de Trolox por facilitar a interpretaccedilatildeo

dos resultados jaacute que eacute diretamente proporcional agrave atividade antirradicalar

Os valores encontrados para a capacidade antirradicalar frente ao radical

DPPH tambeacutem satildeo comparaacuteveis a frutas e vegetais conhecidos por serem

potenciais antirradicalares como manga (211mg Trolox100 g) (REDDY et al 2010)

ameixa preta (287 mg VCE100 g) e vinho (1964 mg Trolox100 g) (FLOEGEL et al

2011)

O radical DPPH tende a interagir com compostos antirradicalares mais

reativos enquanto que o radical ABTS reage com os compostos de reatividade

intermediaacuteria (Oliveira 2014) Esse fato pode explicar a diferenccedila de valores

encontrada para os chocolates por estes dois meacutetodos e pode-se inferir que existe

maior quantidade de compostos de reatividade intermediaacuteria em todos os

chocolates

105

Diversos autores jaacute discutiram a correlaccedilatildeo destas duas metodologias

Floegel et al (2011) realizaram um estudo com 50 diferentes tipos de alimentos

(frutas vegetais e bebidas) e analisaram a correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos

para a capacidade antirradicalar frente ao radical DPPH e frente ao radical ABTS

Foi encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0953) comparando-se os resultados das

frutas e das bebidas Por outro lado encontrou-se menor correlaccedilatildeo para os

resultados de vegetais (R=0896) Dudonne et al (2011) publicaram um estudo

comparativo entre 30 diferentes extratos de plantas assim como o artigo anterior foi

encontrada uma alta correlaccedilatildeo (R=0903) entre os resultados de ABTS e DPPH

A anaacutelise estatiacutestica da quantificaccedilatildeo de polifenoacuteis demonstrou que natildeo houve

diferenccedila significativa (plt005) entre os resultados de chocolate com couve e

chocolate ao leite poreacutem houve uma diferenccedila entre estes em comparaccedilatildeo ao

chocolate ao leite com uva Houve um aumento da quantidade de polifenoacuteis em

5044 do chocolate com uva em relaccedilatildeo ao chocolate controle

A quantidade de polifenoacuteis encontrada no controle e chocolate com couve

pode ser comparaacutevel agrave quantidade de polifenoacuteis presentes por exemplo em laranjas

(70 mg GAEg) (REDDY 2010)

Conforme citado anteriormente a couve e a uva foram adicionadas de

diferentes formas no chocolate A couve foi adicionada durante o processo de refino

dos chocolates na maacutequina de moinho de bolas enquanto que a uva foi adicionada

apoacutes o processo de fabricaccedilatildeo em um misturador planetaacuterio o que pode ter afetado

diretamente na quantidade de polifenoacuteis adicionada

Siebert Troukhanova e Lynn (1996) estudaram a interaccedilatildeo entre proteiacutenas e

polifenoacuteis Sabe-se que os polifenoacuteis tecircm em sua estrutura duas extremidades que

podem se ligar as proteiacutenas- o anel benzecircnico que possivelmente podem interagir

com a parte apolar das cadeias de proteiacutenas e os grupos hidroxiacutelicos que formam

facilmente ligaccedilatildeo de hidrogecircnio com a amina ou com a carbonila da proteiacutena

Supotildee-se que essas ligaccedilotildees formam uma rede de proteiacutenas-polifenoacuteis a qual pode

interferir em suas biodisponibilidade Arts et al (2002) avaliaram a modificaccedilatildeo do

resultado de capacidade antirradicalar total de chaacute preto com e sem caseiacutena Foi

identificado que a adiccedilatildeo de proteiacutenas no chaacute afeta a capacidade antirradicalar do

mesmo natildeo atingindo a capacidade maacutexima de atividade antirradicalar

106

Niseteo et al (2012) realizaram um estudo da capacidade antirradicalar de

diferentes tipos de bebidas a base de cafeacute com e sem a adiccedilatildeo de leite e

quantificaram os compostos polifenoacutelicos por meacutetodo de Folin-ciocauteau Naquele

trabalho tambeacutem foi encontrada diferenccedila na capacidade antirradicalar dos cafeacutes

com adiccedilatildeo de leite de valor reduzido em comparaccedilatildeo aos sem leite e a interaccedilatildeo

polifenoacuteis-proteiacutenas tambeacutem foi discutida No entanto a quantidade de polifenoacuteis dos

cappuccinos com adiccedilatildeo de leite foi maior do que o controle O autor atribuiu essa

diferenccedila nos resultados de quantidade de polifenoacuteis e da capacidade antirradicalar

devido agrave baixa precisatildeo analiacutetica e a baixa seletividade do reagente de Folin-

ciocauteau que pode interagir com outros compostos redutores como accediluacutecares e

aminoaacutecidos e gerar assim resultados diferentes Os resultados encontrados para o

chocolate com uva apresentam a mesma tendecircncia- menor capacidade

antirradicalar e maior quantidade de polifenoacuteis

Jakobek (2015) publicou uma revisatildeo sobre a interaccedilatildeo dos polifenoacuteis com

outros componentes alimentares como proteiacutenas lipiacutedeos e carboidratos Segundo o

autor a partir de sua revisatildeo bibliograacutefica eacute possiacutevel concluir que essas interaccedilotildees

podem significar alteraccedilotildees na biodisponibilidade e bioacessibilidade desses

compostos pelo organismo A interaccedilatildeo entre lipiacutedeos e polifenoacuteis por exemplo

pode causar uma mudanccedila na absorccedilatildeo de lipiacutedeos no corpo e reduzir a

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica Aleacutem disso as proteiacutenas e polifenoacuteis interagem entre si e

podem alterar tanto a atividade das proteiacutenas quanto a biodisponibilidade dos

polifenoacuteis

Os estudos citados acima demonstram uma forte interaccedilatildeo entre os

componentes dos alimentos (proteiacutenas lipiacutedeos carboidratos) com os compostos

fenoacutelicos Sugere-se que esta interaccedilatildeo pode vir a afetar a disponibilidade dos

compostos fenoacutelicos e portanto alterar a sua capacidade antirradicalar Jakobek

(2015) cita tambeacutem que quanto maior a quantidade de grupos hidroxila e quanto

maior o peso molecular maior eacute a tendecircncia das moleacuteculas de polifenoacuteis a se ligar a

proteiacutenas Os compostos encontrados na couve e na uva apresentam esses dois

fatores o que sugere que estas interaccedilotildees possam ter ocorrido e

consequentemente interferindo na capacidade antirradicalar dos chocolates

formulados

107

No entanto natildeo foram utilizadas as metodologias de ORAC e FRAP que

tambeacutem satildeo conhecidas para capacidade antirradicalar Sabe-se que a anaacutelise da

atividade antirradicalar por ORAC apresenta grande vantagem em relaccedilatildeo ao radical

ABTS e ao radical DPPH pois eacute baseada nos radicais peroxila que satildeo mais

correlacionados com a oxidaccedilatildeo in vivo das ERO (SCHAICH ZIE 2015) O FRAP

baseia-se na reduccedilatildeo do complexo feacuterrico pela accedilatildeo de doaccedilatildeo de eleacutetrons por

antioxidantes e possui boa correlaccedilatildeo com o ABTS (Duddone et al 2009)

A adiccedilatildeo de frutas secas em chocolates jaacute foi estudada por diversos grupos

de pesquisa com o objetivo de enriquecer essas formulaccedilotildees

Belščak-Cvitanovi et al (2012) elaboraram diversas formulaccedilotildees de chocolate

com adiccedilatildeo de folhas de Rubus ideaus L ( raspberry) com o objetivo de adicionar

compostos fenoacutelicos Para tal estudo realizaram formulaccedilotildees de chocolate ao leite

e chocolate amargo sendo um teor de cacau de 30 e 72 respectivamente As

folhas sofreram um processo de extraccedilatildeo em aacutegua quente sendo adicionadas em

duas formas diferentes ao chocolate um extrato liofilizado e um extrato obtido por

evaporaccedilatildeo Natildeo foi possiacutevel observar diferenccedila na quantidade de compostos

polifenoacutelicos totais com adiccedilatildeo de extrato liofilizado assim como sua capacidade

antirradicalar frente ao radical FRAP Aleacutem disso foi identificado que o chocolate

amargo possui capacidade antirradicalar e quantidade de polifenoacuteis muito superiores

se comparado aos chocolates ao leite avaliados pois segundo o autor produtos

com grande quantidade de accediluacutecar e leite em poacute formam uma rede de interaccedilatildeo forte

entre proteiacutenas e catequinas e isto podem afetar diretamente na anaacutelise de

antirradicalares

Komes et al (2013) estudaram a adiccedilatildeo de 5 diferentes tipo de frutas

secas(ameixa mamatildeo damasco uvas passa e cranberry) em formulaccedilotildees de

chocolate Este estudo revelou tambeacutem uma maior capacidade antirradicalar e

quantidade de polifenoacuteis para chocolates amargos em comparaccedilatildeo com chocolates

ao leite Apesar da adiccedilatildeo de cranberry e uva passa terem sido efetivas em termos

de aumentar a capacidade antirradicalar e o teor de polifenoacuteis os autores

demonstram que o maior responsaacutevel pelos altos valores eacute o cacau que possui

grande quantidade de compostos fenoacutelicos em sua composiccedilatildeo

108

A grande influecircncia do liquor de cacau na quantidade de polifenoacuteis e na

capacidade antirradicalar estaacute de acordo com o encontrado para todos os chocolates

formulados no presente trabalho Conforme demonstrado anteriormente o liquor de

cacau utilizado quando comparado com frutas conhecidas por essa propriedade

possui uma alta capacidade antirradicalar (IC50=29 mgg) e alta quantidade de

polifenoacuteis (25994 mg GAE g) que reflete nos altos valores encontrados

Sim et al (2016) estudaram a adiccedilatildeo de poacute de casca de mangostatildeo (Garcinia

mangostana Linn) para a melhoria de propriedades nutricionais do chocolate As

formulaccedilotildees foram realizadas com 0 1 e 3 de poacute sendo que o chocolate amargo

obteve uma melhora de 3 na quantidade de polifenoacuteis totais aleacutem de uma melhora

no perfil de compostos bioativos sendo uma possiacutevel alternativa como aditivo para

enriquecimento de formulaccedilatildeo de chocolates

Todorovik et al (2015) avaliaram o perfil de polifenoacuteis de chocolates

produzidos na Seacutervia sendo que foram avaliados chocolates ao leite amargos e

amargos com adiccedilatildeo de raspberry Neste estudo natildeo foi encontrada diferenccedila entre

a quantidade de polifenoacuteis dos chocolates amargos com e sem a adiccedilatildeo de

raspberry Mesmo assim os resultados mostraram um aumento da capacidade

antirradicalar frente ao radical DPPH e ABTS nos chocolates com adiccedilatildeo de

raspberry

Os trabalhos citados acima demonstram que eacute possiacutevel adicionar frutas ou

folhas secas em chocolate e obter uma maior capacidade antirradicalar

Os chocolates desenvolvidos no presente trabalho apresentaram altas

capacidades antirradicalares o que sugere seus efeitos beneacuteficos para o corpo pele

e sauacutede Para o aumento significativo da capacidade antirradicalar no entanto mais

testes deveriam ser realizados de modo a definir se haacute uma interaccedilatildeo entre estes

compostos e as proteiacutenas do leite presentes no chocolate

109

5510 Perfil cromatograacutefico de compostos fenoacutelicos por CLAE-DAD

A anaacutelise em CLAE-DAD foi realizada para o perfil cromatograacutefico dos

compostos fenoacutelicos e verificaccedilatildeo se os componentes presentes na couve e na uva

foram transferidos para os chocolates com adiccedilatildeo desses produtos As comparaccedilotildees

entre cromatogramas de mesmo comprimento de onda para o chocolate ao leite

chocolate com couve e couve liofilizada se encontram nas Figuras 45 a 48

Figura 45 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 46 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

110

Figura 47 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

Figura 48 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor verde Couve Cor laranja Chocolate ao leite com couve e cor azul Chocolate ao leite

A anaacutelise dos cromatogramas do chocolate ao leite com couve chocolate ao

leite e da couve permite concluir que alguns dos picos da couve foram transferidos

para o chocolate ao leite com couve assim como alguns picos do chocolate ao leite

foram transferidos para o chocolate com couve A comparaccedilatildeo entre os picos e as

aacutereas encontradas estaacute disposta na Tabela 18

111

Tabela 18 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates ao leite com couve (CC) a couve liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260 nm 280 nm 320 nm 360 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL RT COUVE CC CL

2684 29610 3006 5879 2454 7848 2694 - 2449 - 603 101 2448 - 559 109

3652 - 2994 7936 2690 16752 1975 - 2538 1443 256 - 2539 986 261 -

3828 - 6680 24257 3097 - 81 - 2704 - 635 890 2705 - 777 562

4795 1003 10733 - 3849 - 8308 32875 2866 - 262 617 3639 - 182 268

5687 - 241 495 5707 1122- 224 406 365 - 250 855 3811 385 111 -

5964 - 1127 3481 5954 - 731 2575 4041 - 127 418 4032 - 124 232

6778 - 968 2839 6755 - 804 2833 9285 - 355 850 23576 18018 918 -

7229 - 287 699 7229 - 298 709 19400 - 733 1898 64626 6560 492 -

8165 - 585 3532 7926 - 303 2202 20645 - 182 378

9088 - 167720 481259 9088 - 219180 498880 25230 - 1682 3395

10379 - 626 1746 10370 - 1278 3175 29694 69863 1397 -

11 - 477 2917 11071 - 849 2221 56254 23250 572 -

12069 912 325 728 12069 1047 377 1051 57971 30799 312 -

12792 - 483 2280 15535 - 291 869 62540 479 618 -

13571 - 254 1435 16109 - 2446 9090 64626 9645 355 -

15529 - 495 1535 18094 808 25245 -

16137 - 4122 18531 19402 - 1267 28136

18094 - 19811 24559 22084 - 2792 10571

22083 58677 1751 -

22851 - 567 1191

23577 22250 1070 -

29206 - 413 81520

30100 - 412 1374

30797 - 26159 11417

64624 2830 546 -

82747 1375 1353 1305

112

Os cromatogramas obtidos para o chocolate ao leite chocolate ao leite com

uva e uva liofilizada estatildeo dispostos nas Figuras 49 a 52

Figura 49 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 260 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 50 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 280 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

113

Figura 51 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 320 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Figura 52 Cromatogramas referentes ao comprimento de onda 350 nm sendo Cor roxa uva liofilizada Cor vermelha Chocolate ao leite com uva e cor azul Chocolate ao leite

Assim como na primeira avaliaccedilatildeo eacute possiacutevel perceber que muitos dos picos

presentes no chocolate ao leite estatildeo presentes no chocolate ao leite com uva

Tambeacutem se observa que alguns picos da uva liofilizada foram transferidos para o

chocolate ao leite com uva conforme demonstra a Tabela 19

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de CLAE-DAD para identificaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos eacute largamente utilizada na literatura atual Esta identificaccedilatildeo de compostos

pode ser realizada atraveacutes da comparaccedilatildeo de tempos de retenccedilatildeo presentes na

literatura assim como comparaccedilatildeo com padrotildees No caso dos chocolates no

entanto

114

Tabela 19 Tempos de retenccedilatildeo e aacutereas dos picos que se repetem os chocolates com uva (CU) a uva liofilizada e o chocolate ao leite (CL)

260nm 280nm 320 nm 350 nm

Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs) Aacutereas (mAUs)

RT Uva CU CL RT Uva CU CL RT UVA CU CL RT UVA CU CL 2553 - 497 27915 2543 - 12925 52565 2779 - 19355 89 2450 10265 785 1085

2758 - 10827 13866 2757 - 14411 250205 2943 195 1428 2548 879 3375 254 2934 58 6176 26 2935 1615 7287 - 3052 223 21765 2775 182 752 562

3042 989 6047 - 3044 945 8338 - 56915 - 297 1325 2831 - 6825 384 3710 68 429 - 5194 355 625 - 9233 - 12195 8495 4098 - 806 232

3920 1533 4631 - 5918 661 3631 25745 10372 - 156 171 5049 - 272 98 56805 216 9485 495 6733 3903 2833 14080 - 8005 407 54596 - 216 165

5933 14 47705 3481 8984 4475 598044 - 16098 - 11865 36505 57455 - 361 3005 6761 308 36245 2839 10337 - 1692 3175 21380 - 9285 25005

7134 175 3066 - 21246 - 1568 24645 27800 - 388 9455 8995 178 603862 - 27776 24704 3809 - 73585 24825 492 -

10339 453 1138 1746 59786 1325 207 - 79272 851 107 - 12752 - 31385 22795 73587 7115 3055 -

14113 - 993 7615 79261 482 401 - 15491 - 2688 1535

16083 - 217065 18531 21381 - 953 48615

67858 - 567 208

115

existe uma grande complexidade de compostos presentes em sua estrutura o que

dificulta a utilizaccedilatildeo de adiccedilatildeo de padrotildees

Sendo assim o meacutetodo mais adequado seria a utilizaccedilatildeo de um CLAE-MS

capaz de identificar as massas dos picos e assim permitir a sua correta

caracterizaccedilatildeo No presente trabalho no entanto natildeo foi possiacutevel realizar esta

anaacutelise levando entatildeo agrave conclusatildeo atraveacutes de hipoacuteteses sobre os tempos de

retenccedilatildeo conhecidos em literatura

Primeiramente eacute preciso lembrar que dependendo do tipo de estrutura

quiacutemica haacute uma diferenccedila na absorccedilatildeo em cada comprimento de onda Zhang

(2013) identificou os espectros de absorccedilatildeo de 14 compostos fenoacutelicos mais

conhecidos na literatura sendo eles (1) aacutecido gaacutelico (2) aacutecido protequinico (3)

aacutecido vaniliacutenico (4) aacutecido cafeacuteico (5) aacutecido siringico (6) aacutecido cumaacuterico (7) aacutecido

saliciacutelico (8)catequina (9) epicatequina (10) rutina (11) morina (12) cumarina (13)

quercetina (14) resveratrol

Esses compostos fenoacutelicos estatildeo presentes tanto na uva quanto na couve

conforme abordado na revisatildeo de literatura A Tabela 20 representa os

comprimentos de onda de maior absorccedilatildeo para cada um dos fenoacutelicos acima

Tabela 20 Compostos fenoacutelicos e seus valores de comprimento de onda onde apresentam maior absorccedilatildeo Retirado de Zhang et al 2013

Classes de substacircncias Compostos fenoacutelicos Comprimento de onda (nm)

Aacutecidos hidroxicinacircmicos Aacutecido gaacutelico 271

Aacutecido protequiacutenico 260

Aacutecido vaniliacutenico 260 Aacutecido hidroxicinacircmico Aacutecido cafeacuteico 324

Catequinas

Aacutecido cumaacuterico 280

Catequina 280

Epicatequina 280

Flavonoacuteis Rutina 255

Quercetina 374 Estibeno

Resverastrol 306

116

Todos os compostos citados absorvem nos comprimentos de onda avaliados

para os chocolates 260 280 320 e 360 nm portanto existe uma possibilidade de

que estes compostos estejam entre aqueles que se repetiram nos chocolates com

adiccedilatildeo sendo assim eacute provaacutevel que os picos encontrados estabeleccedilam uma relaccedilatildeo

com a adiccedilatildeo de compostos da couve e da uva nos chocolates

Comparando-se o chocolate ao leite com o chocolate com couve eacute possiacutevel

perceber que existe maior quantidade de picos em 280 e 320 nm no chocolate com

couve do que na amostra controle Provavelmente este fato indica que teriam sido

adicionados ao chocolate compostos da classe das catequiacutenas e compostos da

classe dos flavonoacuteis

Jaacute a comparaccedilatildeo entre o chocolate controle e o chocolate com uva haacute uma

adiccedilatildeo de picos principalmente nos comprimentos de onda de 260 e 280 nm o que

provavelmente sugere que compostos das classes da catequiacutenas e aacutecidos

hidroxicinacircmicos foram adicionados

As catequinas satildeo principal constituinte de chaacutes e satildeo associadas a altas

capacidades antioxidantes Estudos revelam que a ingestatildeo de catequiacutenas pode

reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas aleacutem de possuir potencial para inibir ceacutelulas

canceriacutegenas e reduzir o processo de envelhecimento (BRAICU et al 2013)

Os flavonoacuteis satildeo antioxidantes naturais encontrados principalmente no chaacute e

em frutos como o cacau Estudos a respeito dessa classe de compostos

demonstram seu potencial em reduzir a peroxidaccedilatildeo lipiacutedica representando um

protetor cardiovascular importante (HEIM TAGLIFERRO BOBILYA 2002)

Os aacutecidos hidroxicinacircmicos tambeacutem satildeo altamente estudados por sua

propriedade antioxidante Estatildeo presentes em frutas e vegetais e satildeo conhecidos

principalmente por sua bioatividade (RAZZZAGHI-ASI et al 2013)

117

6CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de uva e couve em chocolate ao leite modificou suas propriedades

como segue

As propriedades fiacutesicas como tamanho de partiacutecula textura

viscosidade e tensatildeo inicial de Casson sendo que a diferenccedila de

textura e tamanho de partiacutecula foi percebida sensorialmente pelos

provadores natildeo treinados

As propriedades fiacutesico-quiacutemicas como a quantidade de fibras

conteuacutedo mineral e quantidade de accediluacutecares conduzindo a melhora nas

propriedades nutricionais dos chocolates

Nas propriedades sensoriais 92 dos painelistas afirmaram que havia

diferenccedila entre as amostras A anaacutelise sensorial tambeacutem comprovou

uma boa aceitaccedilatildeo de todos os chocolates sendo que mais de 60

dos provadores afirmou que provavelmente ou certamente compraria o

chocolate

A quantidade de polifenoacuteis aumentou no chocolate ao leite com uva

mas natildeo no chocolate ao leite com couve para a metodologia de Folin-

Ciocauteau

A grande quantidade de polifenoacuteis presentes no liquor de cacau utilizado

impactou diretamente nos altos valores encontrados para todos os chocolates

formulados A adiccedilatildeo de uva e couve liofilizadas apesar de tambeacutem apresentarem

altas quantidades de polifenoacuteis natildeo modificou a capacidade antirradicalar frente ao

radical ABTS e ao radical DPPH No processo de liofilizaccedilatildeo houve perdas de

polifenoacuteis na couve e na uva

Os resultados do perfil cromatograacutefico dos compostos fenoacutelicos por CLAE-

DAD revelaram que muitos dos compostos presentes na couve e na uva foram

transferidos para os chocolates formulados

A utilizaccedilatildeo de frutas e hortaliccedilas como alternativa para o enriquecimento de

propriedades dos alimentos foi comprovada neste trabalho demonstrando melhorar

as qualidades nutricionais e funcionais de alimentos como chocolate ao leite

118

7SUGESTOtildeES PARA TRABALHOS FUTUROS

A adiccedilatildeo de frutas e vegetais em produtos alimentiacutecios eacute uma aacuterea

promissora para enriquecimento de formulaccedilotildees Os resultados obtidos no presente

trabalho indicaram modificaccedilotildees em alguns aspectos do chocolate o que eacute uma

premissa interessante para futuros trabalhos

Avalia-se que a adiccedilatildeo de frutas e vegetais tem no entanto aleacutem do valor

nutricional um efeito beneacutefico para ajudar a balancear as espeacutecies reativas no corpo

e desacelerar o envelhecimento precoce Essas propriedades funcionais no entanto

soacute poderiam ser confirmadas com testes in vivo apropriados para a verificaccedilatildeo deste

benefiacutecio

Aleacutem disso estudos de cristalizaccedilatildeo dos chocolates formulados poderiam ser

conduzidos pelas teacutecnicas- DSC Difraccedilatildeo de RAIO-X que poderiam ser utilizadas

para informaccedilotildees da estabilidade desses chocolates

119

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132

ANEXO A- Parecer cosubstanciado do CEP

133

134

135

ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

136

137

138

ANEXO C - FICHA DE AVALIACcedilAtildeO SENSORIAL

139

ANEXO D ndash NORMAS E DIRETRIZES PARA BANCA JULGADORA

140

ANEXO E ndash FICHA DO ALUNO

141

142

ANEXO F ndash CURRICULO LATTES

143

144

145

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