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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRO-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
LARISSA DE OLIVEIRA QUEIROZ
DESEMPENHO PRODUTIVO, ECONÔMICO E
CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS DAS CARCAÇAS
DE CORDEIROS SANTA INÊS ABATIDOS COM
DIFERENTES ESPESSURAS DE GORDURA
SUBCUTÂNEA
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2015
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRO-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
LARISSA DE OLIVEIRA QUEIROZ
DESEMPENHO PRODUTIVO, ECONÔMICO E CARACTERÍSTICAS
QUANTITATIVAS DAS CARCAÇAS DE CORDEIROS SANTA INÊS
ABATIDOS COM DIFERENTES ESPESSURAS DE GORDURA SUBCUTÂNEA
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Sergipe como parte das
exigências para obtenção do título de
mestre em Zootecnia.
Orientador
Gladston Rafael de Arruda Santos
Co-orientador
Francisco de Assis Fonseca de Macedo
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2015
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA SISTEMA DE BIBLIOTECAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Q3d
Queiroz, Larissa de Oliveira Desempenho produtivo, econômico e características
quantitativas das carcaças de cordeiros Santa Inês abatidos com diferentes espessuras de gordura subcutânea / Larissa de Oliveira Queiroz ; orientador Gladston Rafael de Arruda Santos. – São Cristóvão, 2015.
54 f.
Dissertação (mestrado em Zootecnia)– Universidade Federal de Sergipe, 2015.
1. Ovino. 2. Carcaça animal – Aspectos econômicos. 3.
Confinamento (Animais). I. Santos, Gladston Rafael de Arruda, orient. II. Título.
CDU 636.38
SUMÁRIO
Páginas
RESUMO...........................................................................................................................i
ABSTRACT......................................................................................................................ii
1. INTRODUÇÃO GERAL..............................................................................................1
2. REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................................3
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................12
ARTIGO 1. DESEMPENHO PRODUTIVO E ANÁLISE ECONÔMICA DE
CORDEIROS SANTA INÊS ABATIDOS COM DIFERENTES ESPESSURAS DE
GORDURA SUBCUTÂNEA.........................................................................................17
RESUMO.........................................................................................................................17
ABSTRACT....................................................................................................................18
INTRODUÇÃO...............................................................................................................18
MATERIÁIS E MÉTODOS............................................................................................20
RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................23
CONCLUSÃO.................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................26
ARTIGO 2. CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS DA CARCAÇA DE
CORDEIROS SANTA INÊS ABATIDOS COM DIFERENTES ESPESSURAS DE
GORDURA SUBCUTÂNEA..........................................................................................28
RESUMO.........................................................................................................................28
SUMMARY.....................................................................................................................29
INTRODUÇÃO...............................................................................................................30
MATERIÁIS E MÉTODOS............................................................................................31
RESULTADO E DISCUSSÃO.......................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................40
ANEXO...........................................................................................................................43
RESUMO
QUEIROZ, L. de O. Desempenho produtivo, econômico e características
quantitativas das carcaças de cordeiros Santa Inês abatidos com diferentes
espessuras de gordura subcutânea. Sergipe: UFS, 2014. 54p. (Dissertação – Mestrado
em Zootecnia)
Objetivou-se avaliar o desempenho produtivo e econômico e as características
quantitativas das carcaças de cordeiros da raça Santa Inês em confinamento, abatidos
com espessuras de gordura subcutânea (EGS) de 2,0; 3,0; e 4,0 mm, obtidas por
ultrassonografia no Longissimus dorsi. O experimento foi realizado na Fazenda
Experimental de Iguatemi da Universidade Estadual de Maringá (UEM), região
Noroeste do Estado do Paraná, de março a julho de 2013. Foram utilizados 24 cordeiros,
machos não castrados da raça Santa Inês, com aproximadamente 100 dias de idade e
peso médio de 22,7±3,75 kg. Os cordeiros foram confinados e receberam, uma vez ao
dia, ração completa peletizada, com disponibilidade de 5% do peso vivo, calculada para
ganho de peso diário de 0,300 kg. Foi realizada a pesagem da oferta e da sobra da dieta
e ajustada diariamente de maneira a proporcionar sobras de aproximadamente 10%. A
cada 14 dias foram realizadas as pesagens e as avaliações da gordura subcutânea por
ultrassonografia no Longissimus dorsi. Os animais foram abatidos à medida que
atingiam as EGS pré-determinadas. Para avaliar a produtividade foram considerados: o
peso vivo final, a ingestão de matéria seca, os ganhos de peso diário e total e conversão
alimentar. Já para determinação da espessura de gordura economicamente viável para
abate, foram considerados apenas os custos diretos de produção, como a aquisição dos
cordeiros, os gastos com ração e as despesas com mão de obra e analisados receitas,
despesas e lucros. Para as características quantitativas das carcaças foram avaliados:
pesos corporais e das carcaças; os rendimentos de carcaça na fazenda, no frigorífico,
comercial e verdadeiro; os índices de compacidade da carcaça e da perna; medidas no
músculo Longissimus dorsi, sendo essas a medida A (comprimento máximo do
músculo), medida B (profundidade máxima do músculo), medida C (espessura de
gordura subcutânea) e área de olho de lombo; os rendimentos de músculo, osso e
gordura no corte lombo. Na avaliação produtiva, somente as variáveis peso final e
ganho de peso total apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos. Os
cordeiros abatidos com 4,0 mm de espessura de gordura subcutânea apresentaram maior
ganho de peso total. Entretanto, os abatidos com 3,0 mm apresentaram melhores
resultados econômicos. Todos os rendimentos de carcaça avaliados sofreram
interferência das EGS (p<0,05), seguindo o mesmo comportamento dos pesos corporais
e pesos das carcaças, em que os cordeiros abatidos com 4,00 mm de EGS apresentaram
resultados superiores aos abatidos com 2,00 mm. A condição corporal e a medida C se
elevaram com o aumento da EGS. Com o aumento da EGS foi observado no lombo, o
aumento da gordura, a diminuição do osso e não alteração do músculo. Recomenda-se o
abate de cordeiros Santa Inês com 3,0 mm de EGS, pois proporcionaram melhor
desempenho produtivo, maior lucro por quilograma de carcaça e melhores resultados
para as características quantitativas da carcaça, apresentando viabilidade econômica
superior para a produção de animais nessas condições.
Palavras-chave: confinamento, custos, ovino, rendimento de carcaça, ultrassom
i
ABSTRACT
QUEIROZ, L. de O. Desempenho produtivo e econômico e características
quantitativas das carcaças de cordeiros Santa Inês abatidas com diferentes
espessuras de gordura subcutânea. Sergipe: UFS, 2014. 54p. (Dissertation – Master
in Zootecnia).
This study objective evaluated the performance and economic results and the
quantitative carcass characteristics of lambs Santa Inês breed in feedlot, slaughtered at
different subcutaneous fat thickness (SFT) (2.0 or 3.0 or 4.0 mm) by ultrasonography
Longissimus dorsi. The experiment was conducted at an experimental farm at the State
University of Maringá, Northwest Paraná from March to July 2013. Were used 24 (eight
animals per treatment) Santa Inês lambs, not castrated, with approximately 100 days of
age and average weight of 22.7 ± 3.75 kg. The lambs were fed once a day with complete
pelleted ration, witch availability of 5% of the body weight, calculated for average daily
gain of 0.300 kg, and adjusted daily so as to provide approximately 10% remains of.
Each 14 days the lams were weighted and subcutaneous fat thickness (SFT) were
measured by ultrasonography Longissimus dorsi. The animals slaughter was when the
lambs reached the SFT established for its treatment. To evaluate the lambs performance
was measured the final body weight, dry matter intake, weight gains and feed
conversion. For economic evaluation for slaughter were use the cost with lambs
purchase, food and labor to calculate and analyzed the income, expense and profit. Were
assessed: body and carcass weights, carcass dressing, carcass and leg compactness
index, rib-eye area by measures A (muscle length), B (muscle depth) and C (thickness
subcutaneous fat) on Longissimus dorsi and muscle, fat and bone percentages. The final
body weight and the total weight gain variables had a statistical difference among
treatments, with the higher values to the lambs slaughtered at 4.0 mm subcutaneous fat
thickness. However, the lams slaughtered at 3.0 mm SFT showed the better economic
results. The carcass dressings at origin, slaughterhouse, commercial and true were
changed by the SFT (p <0.05), like as body and carcass weights, the lambs which were
slaughtered at 4.0 mm SFT showed higher results than those were slaughtered at 2.0
mm. The body condition and C measure increased as the SFT increase. The SFT
increasing is showed witch the percentages of the fat increased, of bone decreased and
the muscle did not changed. It is recommended the slaughter of Santa Inês breed sheep
at 3.0 mm STF, due to that provided better performance and profit per kilogram of
carcass, thus the better economic results, and that provided better results for quantitative
carcass characteristics in these conditions of animal husbandry.
Keywords: carcass dressing, costs, feedlot, loin, sheep, ultrasound
ii
1
1. INTRODUÇÃO
A área geográfica do Brasil permite que ocorra um crescimento numérico na
ovinocultura em relação ao rebanho, porém é essencial que a ação não seja voltada apenas
para a produtividade, mas que haja também máximo rendimento econômico. Portanto,
alguns fatores como o custo de produção, diversificação da produção, qualidade dos
produtos e serviços, a estabilidade do fornecimento, a logística e competitividade são a
chave para o crescimento e desenvolvimento da produção de ovino de corte (SIMPLICIO
& SIMPLICIO, 2006).
Apesar do favorecimento territorial do Brasil, a ovinocultura não vem evoluindo de
forma satisfatória, devido os gargalos tecnológicos que ocasionam uma oferta irregular de
carne por causa de fatores sazonais e abates tardios, afetando assim a qualidade das
carcaças e restringindo a comercialização da carne (SUGUISAWA et al., 2009).
Embora haja uma produção insatisfatória, constata-se aumento na demanda pela
carne ovina, como reflexo das mudanças nos hábitos alimentares do consumidor, que tem
exigido qualidade, palatabilidade, maciez e menores teores de gordura.
Porém a produção de carne ovina vem suprindo apenas uma pequena parte do
consumo interno, onde o cordeiro é a categoria mais procurada, isto ocorre pelo fato que
esses animais apresentam um produto final de melhor qualidade, obtendo um melhor
rendimento de carcaça e eficiência de produção, devido a seu crescimento de forma rápida.
Outra forma de obter carcaças de melhor qualidade é a terminação em confinamento
com alimentação de elevado valor nutritivo visando atingir níveis elevados de ganho de
peso. Para obter sucesso com o confinamento é necessário que ele seja viável
economicamente e que utilize animais com potencial para ganho de peso e que a
alimentação atenda os requerimentos dos animais.
De acordo com Furusho-Garcia et al. (2009), são necessárias pesquisas para
avaliação dos pesos de abate e grupos genéticos para melhorar a eficiência de produção e
atender às exigências de consumidores. A avaliação do crescimento possibilita verificar
fases de desenvolvimento que possibilitem obtenção de qualidade com melhores retornos
econômicos.
Segundo os autores citados acima, o tecido muscular é o de maior importância
econômica e a gordura é indesejável a partir de determinada quantidade. É fundamental
conhecer o crescimento dos tecidos para determinação da fase ideal para abate. O
consumidor atual exige carne magra, mas o aumento de tecido magro pode diminuir outras
2
características como a gordura que influencia a suculência, melhorando as características
sensoriais do produto.
Sendo assim, a predição in vivo de características de carcaça em animais destinados
ao abate surge como uma ferramenta importante para o sistema produtivo, haja vista que se
pode programar o abate destes animais, objetivando aperfeiçoar a produção qualitativa e
quantitativa da carcaça, adequando-a às exigências do mercado consumidor.
A técnica de ultrassonografia em tempo real (UTR) é uma tecnologia não invasiva
que pode ser usada para predizer a composição corporal e composição tecidual de uma
carcaça ainda no animal vivo.
O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho produtivo, econômico e as
características quantitativas das carcaças de cordeiros da raça Santa Inês em confinamento,
abatidos com três espessuras de gordura subcutânea (2,0; 3,0; 4,0 mm), avaliadas por
ultrassonografia.
3
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. PANORAMA DA OVINOCULTURA
A ovinocultura é uma atividade econômica explorada em todos os continentes,
estando presente em áreas sob as mais diversas características climáticas, edáficas e
botânicas. No entanto, somente em alguns países esta atividade apresenta expressão
econômica, sendo, na maioria dos casos, desenvolvida de forma empírica e extensiva, com
baixos níveis de tecnologia. Existe uma notável concentração dos ovinos na Ásia, Oceania
e Europa. A Austrália e Nova Zelândia controlam o mercado internacional de carne e lã.
Segundo a FAO (2012), o rebanho mundial de ovinos em 2010 era de
aproximadamente 1,1 bilhão de cabeças, sendo a China a detentora do maior rebanho com
134 milhões de cabeças, e na América latina, os detentores dos maiores rebanhos são,
respectivamente o Brasil, Argentina, Peru, México e Uruguai.
No Brasil, atualmente o rebanho ovino é de aproximadamente 17,7 milhões de
cabeças, sendo que a região que apresenta o maior efetivo do rebanho brasileiro é a
Nordeste com 57,0% de cabeças, seguida das regiões Sul, Centro-Oeste, Sudeste e Norte
com 28,0; 7,0; 4,5 e 3,5% respectivamente de cabeças de ovinos (IBGE, 2012).
De todos os produtos ovinos, a carne ovina atualmente, sem dúvida destaca-se no
cenário da ovinocultura mundial, e no Brasil, com o avanço da ovinocultura de corte.
Podemos destacar que mesmo com a queda no efetivo do rebanho mundial de ovinos de
10,7%, onde o rebanho foi de 1,21 para 1,08 bilhão de cabeças durante as décadas de 1990
a 2010, a produção de carne ovina passou de 7,03 para 8,24 milhões de toneladas,
representando um aumento de 17,1% (FAO, 2012).
Segundo a fonte citada anteriormente, os maiores produtores mundiais de carne
ovina em 2011 foram respectivamente a China, Austrália e Nova Zelândia, com produções
de 2.050.000; 512.700 e 465.300 toneladas. Já o Brasil nesse período teve uma produção
de 84 mil toneladas, ficando à frente de outros países da América latina, tais como o
México, Argentina, Peru, Uruguai, e Chile, que produziram aproximadamente, 56; 47; 35;
32 e 11 mil toneladas.
Conforme a FAO (2011), o consumo per capita da carne ovina no Brasil é de 0,70
kg/ano, muito baixo quando comparado aos 15,90 kg da Austrália e 18,00 kg da Nova
Zelândia. Por outro lado, com uma população de 190 milhões de habitantes (IBGE, 2010),
e consumo de 133 milhões de quilos, o Brasil apresenta déficit de produção 57 milhões de
4
quilogramas, frente aos 76 milhões de quilogramas, provenientes de 5,5 milhões de ovinos
abatidos anualmente (FAO, 2011), assim, o uso de estratégias que possam levar a um
aumento no consumo pode tornar este setor ainda mais atrativo.
Sergipe tem o menor rebanho de ovinos da região Nordeste com pouco menos de 200
mil animais. A atividade econômica se concentra basicamente em 13 municípios
localizados nos territórios do Alto Sertão, Agreste e Centro Sul, formando o Arranjo
Produtivo Local (APL) da ovinocultura no estado. Apesar do reduzido rebanho, Sergipe se
destaca por ter um dos melhores rebanhos de ovinos da raça Santa Inês, o que tem atraído
compradores de todo o país, principalmente das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
A predileção pelos ovinos da raça Santa Inês se deve à facilidade que ela tem de se
adaptar ao clima e a diferentes condições de manejo, sua rusticidade, boa habilidade
materna, resistência à verminose. A raça surgiu a partir da seleção natural no Nordeste
brasileiro, tendo como o estado de Sergipe um dos principais locais de disseminação da
mesma.
2.2. SANTA INÊS
Entre as raças ovinas, a Santa Inês é a de maior expansão no território nacional, visto
que é encontrada em todo o Nordeste bem como em vários estados do Sudeste, Centro-
Oeste e Norte do país, a disponibilidade destes animais no plantel nacional justifica os
estudos com a raça (MALHADO et al. 2008).
Esta raça teve origem na região Nordeste do Brasil, surgindo do cruzamento da raça
Bergamácia, com ovelhas Moradas Nova, e ovelhas crioulas, resultando em um ovino com
excelentes características de adaptabilidade ao Nordeste brasileiro (BUENO et al. 2007).
Quadros (2005) afirma que a demanda por ovinos da raça Santa Inês tem aumentado
nos últimos anos, devido principalmente ao crescimento do número de criadores. Com
isso, a Santa Inês poderá ser em breve a raça com o maior número de animais puros de
origem do Brasil.
Conforme Cardoso (2008), o Santa Inês possui porte grande, são mochos, com
pelagens variadas; os machos adultos pesam em média 90 a 100 kg e as fêmeas adultas de
60 a 70 kg. As aptidões incluem carne e pele; fêmeas são prolíferas e boas criadeiras, com
incidências de partos duplos e excelente capacidade leiteira.
A raça Santa Inês apresenta alto valor adaptativo e reprodutivo, o que a destaca como
excelente alternativa na produção de carne para quase todas as regiões tropicais do Brasil,
5
notadamente as zonas semiáridas do Nordeste, com um diferencial de apresentar uma boa
resistência a parasitas gastrointestinais, excelente qualidade de pele, além de um bom
desenvolvimento ponderal, atributos que a coloca em posição estratégica como reserva de
diversidade genética factível de uso em programas de melhoramento, por meio de seleção e
cruzamentos (SOUSA, 2010).
Furusho Garcia et al. (2004) afirmam que atributos apontam os ovinos da raça Santa
Inês como uma alternativa promissora para a produção de cordeiros para abate,
apresentando alto rendimento de carcaça pois apresentam boas taxas de crescimento e
podem atingir precocemente o peso de abate, com um manejo nutricional adequado.
Dentre as raças de ovinos deslanados, a Santa Inês, apresenta bons índices
produtivos, tornando-se uma opção para produção de carne, Medeiros et al. (2011)
observaram que Santa Inês são mais precoces em relação aos Morada Nova, sendo assim
selecionada para precocidade de ganho de peso e produção de carne. O mesmo autor
afirma que os ovinos Santa Inês depositaram mais gordura subcutânea, intermuscular e
visceral que os animais da raça Morada Nova, a maior deposição de gordura subcutânea e
intermuscular refletem nas características organolépticas da carne dos ovinos e valorizam
os cortes das carcaças ovinas.
2.3. DESEMPENHO PRODUTIVO
Na intensificação da produção ovina, vários fatores podem ser controlados para se
obter um produto de melhor qualidade, além de peso de abate ideal em menor espaço de
tempo. A avaliação do ganho de peso do animal, do consumo e da conversão alimentar é
fundamental, em decorrência dos custos com alimentação nesses sistemas, em que se
procuram animais produtivos (FURUSHO-GARCIA et al. 2004).
Um dos sistemas de produção que vem sendo utilizado para melhorar a
produtividade dos ovinos é o confinamento, pois seu uso tem o propósito de fornecer
produtos com qualidade principalmente na entressafra. Entretanto, a viabilidade na
exploração intensiva dos ruminantes em confinamento está relacionada à disponibilidade e
ao custo dos alimentos utilizados (FERREIRA et al. 2009).
Segundo Cardoso (2008), para que esse seja um sistema economicamente viável, é
necessário que a dieta seja de baixo custo e que proporcione alto ganho de peso diário e
boa conversão alimentar para que o período na terminação seja reduzido e se obtenha uma
margem atrativa de lucro.
6
O ganho de peso é uma variável importante do desempenho produtivo do animal,
associado à faixa etária em que ocorre a maior taxa de crescimento, sendo um indicativo
para que o abate ocorra numa fase em que inicia o declínio da eficiência de conversão
alimentar (PILAR et al. 2002). Portanto, os sistemas de produção de cordeiros devem
proporcionar ganhos de peso iguais ou superiores a 0,200 kg/animal/dia, permitindo que os
animais atinjam peso adequado para o abate em idades precoces (MONTEIRO et al. 2009).
Furusho-Garcia et al. (2000) obtiveram ganho de peso de 0,166 kg/dia, Zundt et al. (2006)
verificaram ganho de peso médio diário do desmame ao abate de 0,174 kg/dia, Urano et al.
(2006) de 0,277 kg/dia, Amaral et al. (2011) de 0,237 kg/dia e Macedo et al. (2014) de
0,260 kg/dia, todos para cordeiros Santa Inês em confinamento.
As novas tendências do mercado consumidor exigem carne de cordeiros com idade
em torno de 150 dias e peso vivo em torno de 30 kg devido ao melhor rendimento
muscular e adequada deposição de gordura (SOUSA, 2010). Entretanto, com a utilização
da ultrassonografia em avaliações in vivo, cordeiros podem ser abatidos de acordo de sua
conformação, independente do peso e/ou idade, oferecendo carcaças com bom acabamento
e precoces.
A carne de cordeiros apresenta menores variações quantitativas na carcaça. Isso tem
levado a prática da terminação de cordeiros em confinamento por parte dos produtores,
principalmente no semiárido brasileiro em função do período de estiagem, tornando-se
assim uma opção de melhoria no ganho de peso dos ovinos na caatinga.
A terminação de cordeiros em confinamento total, aliada ao uso de dietas com alto
teor de concentrado, permite que os cordeiros expressem seu potencial, direcionando
grande parte dos nutrientes ingeridos para deposição dos tecidos de importância econômica
(músculos e gordura) resultando em carcaças de melhor qualidade, com conformação e
acabamento superiores a animais criados à pasto. Esta prática também desvincula a
produção de cordeiros da sazonalidade na produção de forrageiras, permitindo que sejam
ofertados animais com acabamento e pesos adequados ao longo de todo o ano (AMARAL,
2010).
2.4. CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS DA CARCAÇA
No Brasil, a comercialização de ovinos para o abate geralmente é realizada com referência
ao peso vivo, feita com base na observação visual do animal vivo, sendo esse um aspecto
determinante da seleção (OLIVEIRA et al., 2002a). Entretanto, de acordo com Santello et
7
al. (2006) o rendimento de carcaça é um parâmetro importante na avaliação dos animais
que estar diretamente relacionado à comercialização de cordeiros e, geralmente, é um dos
primeiros índices a ser considerado, por expressar relação percentual entre o peso da
carcaça e o peso corporal do animal.
Sendo assim, a carcaça deve ser o referencial da cadeia produtiva e comercial da
carne, já que, quantitativamente, está altamente relacionada com o animal e com a carne
deste.
Segundo Cezar & Sousa (2007), a avaliação das características quantitativas de
carcaça é de fundamental importância para o aumento da oferta e para a melhoria da carne,
além de trazer benefícios a toda à cadeia produtiva da carne ovina. Assim, a utilização de
métodos que avaliem as carcaças e que permitam predizer sua qualidade e composição em
músculo, osso e gordura é fundamental.
As características quantitativas de carcaça de importância são o peso, comprimento,
compacidade, conformação, rendimentos área de músculo do Longissimus dorsi (área de
olho de lombo) e espessura de gordura de cobertura ou subcutânea (OSÓRIO & OSÓRIO,
2003; ZUNDT et al. 2006).
Após o abate dos animais, há dois tipos de pesos tomados na carcaça, que são o peso
de carcaça quente (obtido logo após o abate) e o de carcaça fria (após 24h de resfriamento).
Além disso, devem ser determinados os rendimentos e as características de carcaça.
Quando se utiliza o peso da carcaça quente para calcular o rendimento, ocorre uma
diferença de 2 a 3% em virtude da variação entre os pesos da carcaça fria (24h de
refrigeração) e quente (após o abate). Estas diferenças são as perdas de peso ao
resfriamento, que dependem da quantidade de gordura de cobertura, responsável pela
proteção da carcaça e diminuição das perdas de umidade. O rendimento de carcaça após 24
horas em câmara frigorífica a 4º C, denominado rendimento comercial, é importante
indicador da disponibilidade de carne ao consumidor (SILVA SOBRINHO & MORENO,
2009).
Os valores de rendimento comercial situam-se abaixo de 50% em carcaças medianas
entre 12-15 kg de peso frio. Macedo et al. (2014) encontraram valor de 49,39% em
carcaças de cordeiros Santa Inês, terminados em confinamento.
Os rendimentos de carcaça no frigorífico e comercial são usados como critério de
avaliação da qualidade do produto e remuneração aos produtores, esses rendimentos
tratam-se da relação de peso vivo imediatamente antes de abate e o peso da carcaça quente
ou carcaça fria.
8
Na maioria dos mercados, o excesso de gordura é o fator que mais afeta a
comercialização da carne. Assim, o aumento no peso da carcaça pode elevar o rendimento,
no entanto rendimentos altos podem estar associados a excessivo grau de gordura, ou baixa
percentagem de componentes não constituintes da carcaça (GARCIA et al. 2004).
A gordura de cobertura contribui positivamente protegendo a carcaça da desidratação
durante o resfriamento, evitando o escurecimento da parte externa dos músculos, além de
não prejudicar a qualidade da carne (OSÓRIO e OSÓRIO, 2003).
Cartaxo et al. (2009), afirmam que a espessura de gordura de cobertura normalmente
encontrada em ovinos é pequena, variando 1-2 mm para carcaças de peso mediano entre
12-15 kg de peso frio e muitas vezes pode ser insuficiente, com valores menores que 1
mm, o que poderia comprometer a qualidade do produto.
Porém, excepcionalmente, pode atingir valores entre 3-4 mm, como foi encontrado
por Oliveira et al. (2002b), para carcaças mais pesadas (24- 25 Kg), de animais mais velhos
e terminados em dietas com elevados teores de energia e proteína. Valores entre 2-3 mm
são mais adequados, por não serem excessivo e garantirem qualidade de armazenamento e
sensorial ao produto (BUENO et al 2009).
A análise da área do musculo Longissimus dorsi ou área de olho de lombo é
considerada medida representativa da quantidade e distribuição, assim como, da qualidade
das massas musculares. Os músculos de maturidade tardia são indicados para representar o
índice mais confiável do desenvolvimento e tamanho do tecido muscular; assim, o
Longissimus é o mais indicado, pois, além do amadurecimento tardio, é de fácil
mensuração (HASHIMOTO et al. 2012).
A compacidade é uma medida utilizada para avaliar a quantidade de tecidos
depositados por unidade de comprimento, sendo um indicativo da conformação da carcaça
(OSÓRIO & OSÓRIO, 2003). Os autores também afirmam que, a área de olho de lombo,
juntamente com outros parâmetros, é uma medida que pode auxiliar na avaliação do grau
de rendimento em cortes desossados na carcaça.
O conhecimento da composição tecidual dos cortes da carcaça de ovinos é de grande
importância, pois visa melhorar os aspectos qualitativos e quantitativos dos cortes,
facilitando a comercialização através da obtenção de produtos que propiciam maior grau de
satisfação do consumidor (MARTINS et al. 2009).
A composição tecidual é obtida pela dissecação da carcaça, processo que envolve a
separação de músculo, osso, gordura subcutânea e intermuscular. A dissecação de toda a
carcaça ou de meia carcaça se justifica, apenas, em casos especiais, por ser trabalhosa e
9
onerosa, sendo o mais comum a desossa dos principais cortes como paleta, perna e lombo,
por apresentarem altos coeficientes de correlação com a composição da carcaça
(PINHEIRO et al. 2007).
No entanto, é de grande importância saber o momento de obter melhores proporções
de cada corte, sem deixar de lado a composição tecidual, e definir o ponto de abate que
resulta em maior valor agregado à carcaça (SOUZA JUNIOR et al. 2009).
2.5. ANÁLISE ECONÔMICA
Segundo Barros et al. (2005), estudos que realizam análise econômica da
ovinocultura são escassos e, na maioria das vezes apresentam-se incompletos.
A análise econômica, por intermédio do cálculo dos custos de produção e das
medidas de resultado econômico, é um forte subsídio para o produtor fundamentar as
decisões a serem tomadas, estabelecer quais são as prioridades, identificar a possibilidade
de novos investimentos e avaliar a viabilidade do negócio.
Os dados apurados na análise financeira, combinados com informações zootécnicas,
dão condições ao futuro empresário para obtenção de informações completas e detalhadas
sobre o negócio que se pretende investir a fim de estabelecer pontos fortes e fracos do
futuro empreendimento (MENEGUZZO & RIZZON 2006).
A inexistência de fontes de informações confiáveis leva os produtores à tomada de
decisão condicionada à sua experiência, à tradição, potencial da região e à disponibilidade
de recursos financeiros e de mão-de-obra (VIANA & SILVEIRA, 2008).
Os custos de produção, importante ferramenta de análise econômica, são variáveis
desconhecidas pela imensa maioria dos produtores brasileiros de ovinos, sendo esse
desconhecimento um importante ponto de estrangulamento da cadeia produtiva.
Diversas são as maneiras para o cálculo dos custos de produção, podendo ser com
diferentes níveis de precisão, variando conforme a necessidade de cada criador, onde o
retorno da criação é o fator importante para se observar o investimento.
Quando se avalia o custo de produção pode-se fazer tomadas de decisões importantes
para administrarmos a criação, obtendo dados necessários e conclusivos, para saber se a
criação está tendo lucro ou prejuízo. Quando se detecta a apuração correta dos gastos,
podemos tentar controlar alguns custos, inclusive verificar se o preço de venda está
compatível com o real de mercado, desta maneira fazendo análise consistente da
lucratividade da criação.
10
A prática do confinamento exige um elevado capital de giro quando comparado às
produções a pasto, e seu sucesso depende do controle de diversas variáveis. A maneira de
se obter este controle é através da avaliação econômica, que pode orientar a tomada de
decisões mediante a previsão dos custos de produção e da receita esperada (AMARAL,
2011).
É interessante o conhecimento dos resultados econômicos quando se utiliza a
terminação de cordeiros em confinamento. Cartaxo & Souza (2008) verificaram que os
cordeiros abatidos com escore corporal entre 2,5 e 3,5 apresentaram maior margem bruta
de lucro quando comparados com os abatidos com escore corporal 4,0 e 5,0.
Portanto, há a necessidade de realizar desempenho econômico para observar se a
utilização de cordeiros Santa Inês em sistema intensivo é viável para a produção de carne
frequente ao longo do ano.
2.6. ULTRASSONOGRAFIA NA OVINOCULTURA
O aparelho de ultrassom vem sendo utilizado para estimar a composição corporal do
animal in vivo e da carcaça de forma não invasiva.
Em ovinos as principais medidas feitas com ultrassom, possibilitam descrever com
precisão os níveis de musculosidade e de acabamento da carcaça, medidos pela área de
olho-de-lombo (AOL) e espessura de gordura subcutânea (EGS) bem como de gordura
intramuscular, através da mensuração da marmorização da carne (MAR), entre a 12ª e a
13ª costelas.
A utilização do ultrassom em ovinos obedece aos mesmos padrões estipulados para
bovinos, sendo esta técnica amplamente aplicada em estudos de grupos genéticos, nutrição
e qualidade da carcaça e carne (SUGUISAWA et al. 2009).
O custo inicial do equipamento, a pequena espessura da camada de gordura
subcutânea dos ovinos, comparada com outras espécies, a pouca variabilidade na camada
de gordura e a presença de lã, foram as grandes limitações ao uso da técnica dos ultrassons
nos ovinos (TEIXEIRA et al. 2006).
Os fatores que podem influenciar na captação e posteriormente na interpretação das
imagens são: identificação dos pontos anatômicos a serem mensurados; posicionamento do
animal; tipo de sonda; acoplamento e pressão aplicada na sonda; experiência do técnico.
(CARTAXO et al. 2011).
11
Normalmente, os ultrassons são utilizados em ovinos e caprinos, principalmente,
com dois objetivos. O primeiro como ferramenta em programas de melhoramento genético
para a produção de carne magra e o segundo para a produção de carne magra através da
identificação de animais que atingem os níveis ótimos de deposição de músculo e gordura
para o abate, contribuindo para uma classificação comercial mais objetiva e adequada às
modernas exigências do mercado (TEIXEIRA et al. 2006).
Suguisawa et al. (2009) afirmaram que o ultrassom também pode auxiliar na
formação de lotes de animais em confinamento, tanto na padronização, como no
desenvolvimento de estratégias nutricionais.
Alguns pesquisadores têm reportado acurácia do ultrassom em tempo real para
medidas de área de olho de lombo e espessura de gordura subcutânea, sendo encontradas
altas correlações com as mesmas medidas tomadas nas carcaças de caprinos e ovinos
(CARTAXO & SOUSA, 2008).
Trabalhos com ovinos demonstram correlação de 0,75 e 0,55 entre as medidas
ultrassonográficas de AOL e EGS no músculo Longissimus lumborum e as mesmas
medidas na carcaça (CARTAXO & SOUSA, 2008). Vários pesquisadores, dentre eles,
Furusho-Garcia et al. (2000), Jardim, (2000), Rosa et al., (2005), descrevem o potencial da
ultrassonografia na predição da EGS de cordeiros. Com destaque, pela facilidade de
transporte do equipamento com utilização nos locais de terminação dos animais e nos
frigoríficos comerciais.
Cartaxo & Sousa (2008) recomendam para avaliação das características de carcaça
em tempo real por ultrassonografia em caprinos e ovinos, a utilização equipamento de
ultrassom com sonda acústica e frequência de 3,5; 5,0 ou 7,5 Mhz. Além disso, comentam
que a penetração das ondas sonoras no tecido e resolução da imagem é inversamente
proporcional à frequência da sonda. Assim, uma sonda de 3,5 MHz resulta em maior
penetração de tecido e uma imagem menos detalhada e uma sonda de 7,5 MHz resulta em
menor penetração no tecido e maior detalhe da imagem.
12
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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16
O experimento originou dois artigos para defesa da Dissertação de Mestrado.
Artigo 1- Desempenho produtivo e análise econômica de cordeiros Santa Inês,
abatidos com diferentes espessuras de gordura subcutânea
Artigo 2- Características quantitativas da carcaça de cordeiros Santa Inês abatidos
com diferentes espessuras de gordura subcutânea
O artigo 1 foi redigido nas normas da revista Acta scientiarum.
O artigo 2 foi redigido nas normas da Revista Brasileira de Saúde e Produção
Animal
17
Desempenho produtivo e análise econômica de cordeiros Santa Inês, abatidos com
diferentes espessuras de gordura subcutânea
Productive performance and economic analysis of Santa Inês lambs slaughtered with
different thickness of subcutaneous fat
Larissa de Oliveira Queiroz1*
, Gladston Rafael de Arruda Santos1, Francisco de Assis
Fonseca de Macêdo2, Natália Holtz Alves Pedroso Mora
2, Maryane Gluck Torres
2, Talita
Estéfani Zunino Santana2
1Universidade Federal de Sergipe, Avenida Marechal Rondon, s/n; Jardim Rosa Elze; São
Cristóvão, Sergipe, Brasil; 2
Universidade Estadual de Maringá, Avenida Colombo, 5790,
87020-900, Maringá, Paraná, Brasil. * Autor para correspondência. E-mail:
RESUMO. Objetivou-se com esse trabalho avaliar o desempenho produtivo e econômico
de cordeiros da raça Santa Inês em confinamento, abatidos com espessuras de gordura
subcutânea (EGS) de 2,0; 3,0; e 4,0 mm, obtida por ultrassonografia no Longissimus dorsi.
Foram utilizados 24 cordeiros com oito animais/tratamento. Para avaliar a produtividade
foram considerados: o peso vivo final, a ingestão de matéria seca, os ganhos de peso diário
e total e conversão alimentar. Já para determinação da espessura de gordura
economicamente viável para abate, foram considerados apenas os custos diretos de
produção, como a aquisição dos cordeiros, os gastos com ração e as despesas com mão de
obra e analisado a receita, despesa e lucro. Somente as variáveis peso final e ganho de peso
total apresentaram diferença significativa entre os tratamentos, sendo os cordeiros abatidos
com 4,0 mm de EGS os que apresentaram melhores resultados. Entretanto, os abatidos com
3,0 mm apresentaram melhores resultados econômicos. Os cordeiros que foram abatidos
com EGS de 3,0 mm obtiveram melhor desempenho produtivo e maior lucro por
quilograma de carcaça, apresentando viabilidade econômica superior para a produção de
animais nessas condições.
PALAVRAS-CHAVE: confinamento, custos, ovino, rentabilidad
18
ABSTRACT. This study objective evaluated the performance and economic results of
lambs Santa Inês breed in feedlot, slaughtered at different subcutaneous fat thickness
(SFT) (2.0 or 3.0 or 4.0 mm) by ultrasonography Longissimus dorsi. Were used 24 lambs,
eight animals per treatment. To evaluate the lambs performance was measured the final
body weight, dry matter intake, weight gains and feed conversion. For economic
evaluation for slaughter were use the cost with lambs purchase, food and labor to calculate
and analyzed the income, expense and profit. The final body weight and the total weight
gain variables had a statistical difference among treatments, with the higher values to the
lambs slaughtered at 4.0 mm subcutaneous fat thickness. However, the lams slaughtered at
3.0 mm SFT showed the better economic results. In conclusion, the 3.0 mm subcutaneous
fat thickness showed the better performance and profit per kilogram of carcass, thus the
better economic results in these conditions of animal husbandry.
KEYWORDS: costs, feedlot, profitability, sheep
INTRODUÇÃO
No Nordeste do Brasil, o rebanho ovino é constituído quase que exclusivamente por
animais deslanados, com destaque para o grupo racial Santa Inês, que são criados para
produção de carne e pele, exercendo papel de grande importância socioeconômica. Entre as
espécies de ruminantes domesticados para produção de carne, os ovinos apresentam rápido
ciclo produtivo, dez meses (cinco de gestação e cinco para cria e recria), o que faz da
ovinocultura uma das atividades pecuárias com retorno econômico garantido (SANTELLO
et al., 2006).
A utilização de raças nativas como a Santa Inês em sistemas intensivos de produção
vem crescendo no Brasil, pois apresentam características desejáveis, a exemplo da
poliestria não estacional, que permite a produção de cordeiros durante todo o ano. O
desempenho produtivo de cordeiros Santa Inês pode ser considerado satisfatório, se
manejado adequadamente. Avaliando Santa Inês, em confinamento Sá et al. (2005),
obtiveram ganho de peso diário de 0,213 kg/dia; Zundt et al. (2006) 0,174 kg/dia; e Urano
et al. (2006) 0,277 kg/dia.
19
Madruga et al. (2005) comentam que a ovinocultura vem se apresentado como uma
atividade promissora no agronegócio brasileiro, em virtude do Brasil possuir baixa oferta
para o consumo interno da carne ovina e dispor dos requisitos necessários para ser um
exportador desta carne: extensão territorial para pecuária, clima tropical, muita área de
pastagem, mão-de-obra barato, produzindo animais a baixo custo.
Na intensificação da produção ovina, vários fatores podem ser controlados para
obtenção de produto de melhor qualidade. A avaliação do ganho de peso do animal, do
consumo e da conversão alimentar são fundamentais para solucionar problemas de
produtividade, por isso propõe-se o estudo de práticas simples, para diminuir os custos de
produção.
O cordeiro é a categoria dos ovinos que apresenta melhor eficiência de produção, em
consequência de sua alta velocidade de crescimento, isso tem levado a prática da
terminação de cordeiros em confinamento por parte dos produtores, principalmente no
semiárido brasileiro em função do período de estiagem, tornando-se assim uma opção de
melhoria no ganho de peso dos ovinos na caatinga.
Conforme Ferreira et al. (2009), o confinamento é um dos sistemas empregados para
aumento dos índices de produtividade dos rebanhos, com reflexos positivos sobre a
qualidade e oferta de produtos na entressafra. Entretanto, o êxito na produção intensiva dos
ruminantes em confinamento está relacionado à disponibilidade e ao custo dos alimentos
utilizados.
Para que o confinamento de cordeiros possa ser uma opção economicamente viável,
é necessário alto ganho de peso diário, eficiente conversão alimentar, reduzido período na
terminação e margem de lucro atrativa.
Para Sahin et al. (2008), o uso da ultrassonografia, na avaliação da gordura
subcutânea em ovinos, pode ser útil para predizer a composição das carcaças dos animais
in vivo e assim indicar o momento em que se obtenha a composição corporal desejada,
portanto ideal para o abate.
Durante o crescimento do animal a deposição de gordura além de variar em
quantidade, varia também na distribuição dos diferentes depósitos (subcutâneo,
intermuscular e intramuscular), sendo por sua vez afetados pela raça, sexo e a alimentação.
A gordura é desejável para manter a palatabilidade, melhorar a maciez e diminuir o risco
da carne se secar durante o cozimento, o excesso é prejudicial para a saúde humana
(STRYDOM et al., 2009). Portanto, as espessuras de gordura subcutânea dos cordeiros dos
diferentes grupos raciais devem ser avaliadas com o objetivo de se determinar o momento
20
ótimo para o abate dos animais, em que a qualidade do produto final logre satisfazer as
expectativas do consumidor.
O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho produtivo e econômico de
cordeiros da raça Santa Inês em confinamento, abatidos com três espessuras de gordura
subcutânea, avaliadas por ultrassonografia para determinação da espessura de gordura
viável para abate.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Fazenda Experimental de Iguatemi da Universidade
Estadual de Maringá (UEM), região Noroeste do Estado do Paraná, de março a julho de
2013. Foram utilizados 24 cordeiros, machos não castrados do grupo racial Santa Inês, com
aproximadamente 100 dias de idade e peso médio de 22,7±3,75 kg.
Os animais foram everminados utilizando-se vermífugo com Moxidectina como
princípio ativo, sendo distribuídos aleatoriamente em baias individuais cobertas, com área
de 0,75 m2, com piso ripado suspenso e dotadas de cochos e bebedouros, e passaram por
um período de 15 dias de adaptação à instalação e à dieta.
Após o período de adaptação, os cordeiros foram pesados para determinar o peso
vivo inicial (PVI) e a espessura de gordura subcutânea avaliada in vivo por
ultrassonografia. Os pesos mínimo e máximo encontrados foram de 14,00kg e 29,80kg,
respectivamente, e as espessuras de gorduras subcutâneas mínima e máxima encontradas
foram de 0,8mm e 1,3mm, respectivamente.
Posteriormente, foram redistribuídos de forma aleatória, por peso e espessura de
gordura, nos respectivos tratamentos, definidos como espessura de gordura subcutânea no
Longissimus dorsi, entre a 12ª e 13ª costelas, em 2,0; 3,0 e 4,0 mm.
Durante todo o período experimental, os animais receberam água à vontade e foram
alimentados com ração completa peletizada, formulada para ganho de peso diário de 0,300
kg (NRC, 2007). A dieta foi fornecida uma vez ao dia à vontade, com disponibilidade
inicial de 5% do peso vivo, de maneira a proporcionar sobras de aproximadamente 10%.
A oferta e a sobra da dieta eram pesadas diariamente e ajustada a oferta quando
necessário. Na Tabela 1 pode-se observar as proporções dos ingredientes, preços de
aquisição e a análise química da ração de terminação dos cordeiros, que foi analisada no
Laboratório de Nutrição e Alimentação Animal, pertencente ao Departamento de
Zootecnia da UEM.
21
Tabela 1. Composição em g/kg na matéria seca dos ingredientes, químico-bromatológica e
custo para produção da ração.
Item Composição (g/kg) R$/Kg1
Feno de aveia 100,0 0,42
Grão de milho moído 448,0 0,48
Farelo de soja 150,0 1,32
Casca de soja 150,0 0,50
Farelo de arroz 100,0 0,55
Melaço em pó 20,0 1,40
Cloreto de amônio 20,0 3,30
Mistura mineral2 10,0 1,57
Bacitracina de zinco 02,0 5,93
Custo de mão de obra - 0,16
Matéria seca 912,8 -
Proteína bruta 162,4 -
Extrato etéreo 42,1 -
Fibra em detergente neutro 275,4 -
Fibra em detergente ácido 138,6 -
Cinzas 45,9 -
Cálcio 02,8 -
Fósforo 04,0 -
Digestibilidade in vitro da matéria seca3
782,5 -
Nutrientes digestíveis totais4
781,4 -
Custo total da ração - 0,87 1Preços praticados no mês de março de 2013 na região de Maringá-PR.2 Níveis de garantia
da mistura mineral por kg: Cálcio 220 g, Fósforo 130 g, Magnésio 25,5 g, Enxofre 24 g,
Ferro 3.000 mg, Manganês 1.500 mg, Zinco 4.000 mg, Cobre 1.200 mg, Cobalto 280 mg,
Iodo 260 mg, Selênio 30 mg e Flúor 300 mg. 3Metodologia de Tilley & Terry (1963),
adaptada para o uso do rúmen artificial, desenvolvido por Ankom®, conforme descrito por
Garman et al. (1997). 4NDT estimado pela equação % NDT=87,84 – (0,70 x FDA),
descrita por Undersander et al. (1993).
As avaliações por ultrassonografia e pesagens foram realizadas a cada quatorze dias.
Para obtenção da espessura de gordura subcutânea, foi utilizado equipamento de ultrassom,
marca HONDA, modelo HS-1500 VET, com transdutor linear multifrequencial de 50 mm
de largura, utilizando frequência de 7,5 MHz.
Para a realização das medidas ultrassônicas os cordeiros foram imobilizados
manualmente. Foi realizada a tricotomia nas áreas de medição assim como a aplicada
mucilagem para melhor acoplamento da probe à pele. Todas as mensurações foram
22
realizadas pelo mesmo técnico, do lado esquerdo, entre a 12ª e 13ª costelas, a quatro
centímetros da coluna vertebral. A pressão da cabeça do transdutor foi mantida mínima
para evitar a compressão da gordura. Depois de capturada a imagem, a espessura da
gordura subcutânea neste ponto foi medida usando-se o ponteiro eletrônico do ultrassom.
Conforme os cordeiros atingiam a espessura de gordura pré-determinada de 2,0; 3,0;
e 4,0 mm na avaliação por ultrassonografia, os mesmos foram pesados para determinação
do peso vivo final (PVF) e abatidos no dia seguinte às medições, independentemente do
peso.
Após 18 horas sob jejum de sólidos, os animais foram pesados para determinação do
peso corporal ao abate (PCA), em seguida, foram insensibilizados por meio de descarga
elétrica de 220V por 8 segundos. Após a sangria, a esfola, a evisceração e a retirada da
cabeça e patas, as carcaças foram pesadas para obtenção do peso da carcaça quente (PCQ),
permanecendo por duas horas em temperatura ambiente, sendo transferidas para câmara
frigorífica a 4ºC por 24 horas, penduradas em ganchos apropriados. Após o período de
resfriamento, as carcaças foram pesadas e registrado o peso da carcaça fria (PCF).
Dentro do desempenho produtivo, foi avaliado o peso vivo final (PVF); ingestão de
matéria seca (IMS), através da fórmula IMS = (Consumo médio/PVF) *100; ganho de peso
total (GPT), que é calculado através da diferença entre o peso vivo final e o peso vivo
inicial; ganho de peso diário (GPD), calculado pela divisão do GPT pelos dias de
confinamento; e conversão alimentar (CA =quilograma de ração consumida/ganho de peso
total).
Para análise econômica da produção foram consideradas as informações de
desempenho dos animas (consumo médio, peso da carcaça fria e dias de confinamento), às
despesas com: aquisição de cordeiros, alimentação e mão de obra, o custo por kg e por
carcaça, o lucro por kg e por carcaças obtidos. Utilizaram-se valores praticados no norte
paranaense, sendo pago R$ 5,00/kg vivo.
Para constituição da planilha de custo, foi considerado que um trabalhador com
dedicação diária de 8h, seria suficiente para atender às demandas relacionadas ao manejo
de 500 cordeiros. Assim, as despesas com a mão de obra foram estimadas de acordo com o
valor do salário mínimo brasileiro.
A análise foi projetada para 500 animais, para simplificar os procedimentos e
precisão de avaliação, sendo respeitada a devida proporcionalidade dos lotes avaliados na
apropriação dos custos e apuração das receitas.
23
Foi feita avaliação econômica (custos e renda líquida) e do desempenho para a
produção de cordeiros em função da espessura de gordura ao abate para verificar o estágio
de desenvolvimento adiposo subcutâneo no desempenho e rentabilidade econômica.
Para as análises estatísticas utilizou-se o software SAEG - Sistema de Analises
Estatísticas e Genéticas (1997) desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa. Foi
utilizado um delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos e oito repetições,
as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados referentes ao peso vivo inicial (PVI), peso vivo final (PVF), ingestão
de matéria seca (IMS) expressa em quilograma por dia (kg/dia) e porcentagem do peso
vivo (%PV), ganhos de peso total (GPT), ganho de peso diário (GPD) e conversão
alimentar, estão apresentados na tabela 2.
O peso vivo inicial dos cordeiros não diferiu (P>0,05) entre as espessuras de gordura
subcutânea (EGS), mostrando a homogeneidade e eficiência na distribuição dos animais
nos respectivos tratamentos (Tabela 2).
As ingestões de matéria seca (IMS), expressos em quilograma por dia (kg/dia) e em
porcentagem do peso vivo (%PV), o ganho de peso diário e conversão alimentar, não
foram influenciados (P>0,05) pela espessura de gordura subcutânea. Em relação ao peso
vivo final e ganho de peso total, houve diferença significativa (P<0,05) entre os
tratamentos.
Tabela 2. Médias e desvios-padrão para desempenho produtivo de cordeiros Santa Inês,
abatidos com diferentes espessuras de gordura subcutânea.
Espessura de gordura
Item 2,0 mm 3,0 mm 4,0 mm CV (%)
EGSI (mm) 1.10±0.07 1.21±0.07 1.11±0.06
PVI (kg) 21.14±1.40 24.31±1.51 22.85±1.41 16.35
PVF (kg) 27.24±1.71ª 33.84±1.71b 34.65±1.79b 15.19
DC (dias) 44 55 88
IMS (kg/dia) 0.77±0.08 1.02±0.08 1.01±0.07 24.09
IMS2(% PV) 3.13±0.10 3.26±0.13 2.92±0.11 9.15
GPT (kg) 5.93±1.04 a 9.06±1.04ab 11.82±1.02b 3271
GPD (kg) 0.14±0.02 0.16±0.02 0.13±0.02 34.34
24
CA 5.5±0.40 6.38±0.40 7.77±0.41 65.78 Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, indicam que houve diferença pelo teste Tukey (P>0,05).
EGSI = espessura de gordura subcutânea inicial; PVI= peso vivo inicial; PVF = peso vivo final; DC = dias de
confinamento; IMS = ingestão de matéria seca kg / dia; IMS2
= ingestão de matéria seca em percentagem do
peso vivo; GDT= ganho de peso total (kg); GPD = ganho de peso diário/animal; CA = conversão alimentar,
consumo em kg/kg de ganho de peso; CV = coeficiente de variação, respectiva.
Como o peso vivo inicial foi semelhante para os animais, então os que obtiveram o
maior ganho de peso total foram os que tiveram maior peso vivo final. Os animais abatidos
com 4,0 mm de EGS quando comparados com os animais do tratamento de 2,0 mm,
obtiveram resultados superiores, porém não diferiram (P>0,05) dos animais do tratamento
com 3,0 mm de EGS.
Esses resultados mostram a existência de alterações fisiológicas em relação à
deposição dos tecidos na carcaça em decorrência da maturidade. O último tecido a atingir a
maturidade é a gordura e isso ocorre de maneira diferenciada entre os depósitos da mesma.
Amaral et al. (2011), confirmam que o primeiro local onde ocorre a deposição da gordura é
na região perirrenal, seguida pela deposição intermuscular, subcutânea e, por último,
intramuscular.
É necessário maior ganho de peso para que os animais atinjam maior maturidade
muscular e, posteriormente, depositem gordura subcutânea. Para os animais atingirem 4,0
mm de EGS foi necessário passarem mais dias no confinamento.
Os cordeiros abatidos com espessura de gordura subcutânea de 3,0 mm, comparados
com os de 4,0 mm, apresentaram semelhanças para pesos vivos finais, ingestão de matéria
seca e conversão alimentar.
A capacidade ingestiva está relacionada, entre outros fatores: ao sexo, grupo racial,
fase de crescimento e principalmente ao peso vivo. Isso explica o fato da ingestão de
matéria seca, tanto expressa em quilograma por dia (kg/dia) como em porcentagem do peso
vivo (%PV), não ter diferido entre espessuras de gordura ao abate, pois os cordeiros são do
mesmo grupo racial, sexo e apresentam estágios de maturidade e desenvolvimento, assim
como idades, semelhantes.
A conversão alimentar não diferiu (P>0,05) entre os tratamentos observados, além de
apresentar resultados indesejáveis com média de 6,52. Vários autores, terminando Santa
Inês em confinamento observaram menor conversão alimentar, dentre eles Amaral et al.,
2011(CA= 4,14). Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que animais de maior
peso vivo em comparação aos de menor tamanho corporal, além de elevado consumo de
25
matéria seca (CMS), apresentam maior exigência de energia para mantença, o que afeta a
eficiência de utilização da energia da dieta para ganho de peso vivo.
Vale a pena considerar que a conversão alimentar, em valor absoluto, foi maior para
os animais com 4,0 mm de EGS, permanecendo 33 dias a mais no confinamento, em
comparação aos animais com 3,0 mm. Já os animais do tratamento 3,0 mm precisaram de
apenas 11 dias para depositar 1,0 mm de espessura de gordura ao serem comparados com
os animais do tratamento 2,0 mm.
Assim, não justifica a espera para abater cordeiros Santa Inês com espessura de
gordura superior a 3,0 mm, exigindo maior tempo de retorno do capital. O melhor
aproveitamento do alimento fornecido reflete em menor custo por quilograma de produto
final, sendo este um fator relevante na viabilidade econômica dos sistemas de produção
(AMARAL et al., 2011).
A renda líquida foi crescente com o aumento da espessura de gordura subcutânea,
determinada para abate. O tratamento de 2,0 mm obteve média inferior comparado com os
tratamentos 3,0 e 4,0 mm de espessura de gordura (Tabela 3). Contudo, as despesas totais
obtiveram um aumento ao decorrer dos tratamentos em vista que aumentou o período de
dias de confinamento para atingir a espessura de gordura pré-determinada, havendo mais
despesas com alimentação e mão de obra, principalmente sendo observados maiores custos
de produção para os animais abatidos com 4,0 mm.
Tabela 3. Custo de produção e receitas de cordeiros abatidos com diferentes espessuras de
gordura em módulo para 500 animais.
Espessura de gordura
Variável 2,0 mm 3,0 mm 4,0 mm
Consumo médio (kg/dia) 0,841 ± 0,07 1,084 ± 0,08 1,012 ± 0,07
Peso carcaça fria (kg) 13,12 ± 1,02 15,85 ± 1,11 17,56 ± 0,96
Carcaça total (kg) 6.560 7.925 8.780
Dias de confinamento 44 55 88
Custos de produção
Aquisição dos cordeiros1 55.000,00 55.000,00 55.000,00
Alimentação (R$) 16.096,74 25.934,70 38.739,36
Mão de obra (R$)2 2034,56 2543,20 4069,12
Despesas totais 73.131,30 83.477,90 97.808,48
Custos por carcaça (R$)3
146,26 166,96 195,62
Custos por kg de carcaça fria (R$) 11,15 10,53 11,14
Receitas
Receita total (R$)4 118.080,00 142.650,00 158.040,00
26
Renda líquida 44.948,70 59.172,10 60.231,52
Receita por carcaça (R$)5
89,90 118,34 120,46
Lucro por kg de carcaça fria (R$)6
6,85 7,47 6,86 1Aquisição das cordeiras = R$ 5,00/kg de PV;
2Mão de obra = (R$ 5,78 por hora x 8h x
dias em confinamento); 3Custos por carcaça = (despesas totais/500 animais);
4Receita total
= R$ 18,00 * kg carcaça. 5Receita por carcaça = (Receita líquida/500 animais);
6Lucro por
kg de carcaça fria = Preço do kg da carne de cordeiro (R$ 18,00) – Custos por kg de
carcaça fria;
Os custos médios por quilograma de carcaça fria foram de R$11,15; R$ 10,53 e R$
11,14 respectivamente para animais abatidos com 2,0; 3,0 e 4,0 mm de espessura de
gordura subcutânea. Observa-se que o tratamento onde os cordeiros foram abatidos com
3,0 mm de espessura de gordura foi o que apresentou menor custo por quilograma de
carcaça fria e o que proporcionou maior lucro.
CONCLUSÃO
Recomenda-se o abate de cordeiros Santa Inês com 3,0 mm de espessura de gordura
subcutânea, pois proporcionaram melhor desempenho produtivo e maior lucro por
quilograma de carcaça.
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Zootecnia, v.35, n.3, p.928-935, 2006.
28
Características quantitativas da carcaça de cordeiros Santa Inês, abatidos com
diferentes espessuras de gordura subcutânea
Quantitative carcass characteristics from lambs slaughtered at different thickness of
subcutaneous fat
QUEIROZ, Larissa de Oliveira1*
; SANTOS, Gladston Rafael de Arruda2; MACÊDO,
Francisco de Assis Fonseca de2; MORA, Natália Holtz Alves Pedroso
3; TORRES,
Maryane Gluck3; SANTANA, Talita Estéfani Zunino
3; MACÊDO, Filipe Gomes de
4
1 Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, Sergipe, Brasil.
2 Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Zootecnia, São Cristóvão, Sergipe,
Brasil. 3
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, Brasil. 4
Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, São Paulo, Brasil. * Endereço para correspondência: [email protected]
RESUMO
Objetivou-se avaliar as características quantitativas das carcaças de cordeiros da raça Santa
Inês em confinamento, abatidos com espessuras de gordura subcutânea (EGS) de 2,0; 3,0;
e 4,0 mm. Os animais foram abatidos à medida que atingiam as EGS pré-determinadas.
Foram utilizados 24 cordeiros com oito animais/tratamento, sendo avaliados: pesos
corporais e das carcaças, os rendimentos de carcaça, os índices de compacidade da carcaça
e da perna; medidas no músculo Longissimus dorsi, sendo essas a medida A (comprimento
máximo do músculo), medida B (profundidade máxima do músculo), medida C (espessura
de gordura subcutânea); a condição corporal e os rendimentos de músculo, osso e gordura
no lombo. Os rendimentos de carcaça na origem, no frigorifico, comercial e verdadeiro,
sofreram interferência das EGS (p< 0,05), seguindo o mesmo comportamento dos pesos
corporais e pesos das carcaças, em que os cordeiros abatidos com 4,00 mm de EGS
apresentaram resultados superiores aos abatidos com 2,00 mm. A condição corporal e a
29
medida C se elevaram com o aumento da EGS. Com o aumento da EGS foi observado no
lombo, aumento da gordura, diminuição do osso e não alteração do músculo. Recomenda-
se o abate de cordeiros Santa Inês com 3,0 mm de espessura de gordura subcutânea, pois
foram os que proporcionaram melhores resultados para as características quantitativas da
carcaça.
Palavras-chave: lombo, ovino, rendimentos de carcaça, ultrassonografia
SUMMARY
This study aimed to assess the quantitative carcass characteristics of lambs Santa Inês
breed in feedlot, slaughtered at different subcutaneous fat thickness (SFT) (2.0 or 3.0 or 4.0
mm) by ultrasonography Longissimus dorsi. The animals slaughter was when the lambs
reached the SFT established for its treatment. Were used 24 lambs, eight animals per
treatment. Were assessed: body and carcass weights, carcass dressing, carcass and leg
compactness index, rib-eye area by measures A, B and C on Longissimus dorsi and
muscle, fat and bone percentages. The carcass dressings at origin, slaughterhouse,
commercial and true were changed by the SFT (p <0.05), like as body and carcass weights,
the lambs which were slaughtered at 4.0 mm SFT showed higher results than those were
slaughtered at 2.0 mm. The body condition and C measure increased as the SFT increase.
The SFT increasing is showed wicth the percentages of the fat increased, of bone
decreased and the muscle did not changed. It is recommended the slaughter of Santa Inês
breed sheep at 3.0 mm STF, due to that provided better results for quantitative carcass
characteristics.
Keywords: carcass dressing, lamb, loin, ultrasound
30
INTRODUÇÃO
Na pecuária nacional, a ovinocultura representa parte significativa na produção de carne,
principalmente no Sul e Nordeste, regiões com grande potencial para consumo da carne
ovina e de seus subprodutos (GERON et al., 2012).
Na produção de carne ovina, a carcaça e suas características quantitativas são de
fundamental importância, uma vez que se relacionam diretamente com o produto final. A
carcaça ideal é a que apresenta máxima proporção de músculo, mínima de osso e adequada
quantidade de gordura para atender as exigências dos consumidores.
Os tecidos básicos que compõem a carcaça (músculo, osso e gordura) são fundamentais
para determinação do valor da carcaça e dos seus cortes (OSÓRIO et al., 2012).
Várias pesquisas foram realizadas, para desenvolver técnicas não invasivas, como a
ultrassonografia, para quantificar os tecidos muscular e adiposo em animais vivos. De
acordo com (MCMANUS et al., 2013), a composição das carcaças pode ser estimada por
meio da mensuração da área de olho de lombo (AOL) e da espessura da gordura
subcutânea (EGS) tomadas na altura da inserção da 12ª e 13ª costelas, que apresentam
correlação alta e positiva com a distribuição de músculos e com o teor de gordura na
carcaça, respectivamente.
A maturidade fisiológica da carcaça de ovinos dos diferentes grupos genéticos apresenta
especificidade para espessura de gordura subcutânea, podendo ser classificados como
precoce, intermediário e tardio. Logo, o abate dos cordeiros tomando-se como referência a
espessura de gordura subcutânea parece ser o mais acertado.
O objetivo desse estudo foi verificar as características quantitativas das carcaças de
cordeiros Santa Inês, abatidos com 2,0; 3,0 e 4,0 mm de espessura de gordura subcutânea
avaliada por ultrassonografia.
31
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Fazenda Experimental de Iguatemi da Universidade
Estadual de Maringá (UEM), região Noroeste do Estado do Paraná, de março a julho de
2013. Foram utilizados 24 cordeiros, machos não castrados do grupo racial Santa Inês, com
aproximadamente 100 dias de idade e peso vivo de 22,7±3,75 kg.
Os animais foram everminados utilizando-se vermífugo com Moxidectina como princípio
ativo e distribuídos aleatoriamente em baias individuais cobertas com piso ripado suspenso
com área de 0,75 m2. Após 15 dias de adaptação à instalação e à dieta, os cordeiros foram
pesados para determinar o peso vivo inicial (PVI) e a espessura de gordura subcutânea
avaliada in vivo por ultrassonografia (EGS). Os tratamentos foram definidos como EGS no
Longissimus dorsi, entre a 12ª e 13ª costelas, em 2,0; 3,0 e 4,0 mm. A introdução dos
cordeiros nos respectivos tratamentos foi orientada pela EGS inicial, para uniformidade
dos grupos experimentais.
Durante todo o período experimental, os animais tinham disponibilidade de água em
bebedouros tipo boia e foram alimentados com ração completa peletizada, formulada para
ganho de peso diário de 0,300 kg (NRC, 2007). A dieta foi fornecida uma vez ao dia,
estabelecendo-se sobras de aproximadamente 10%. A oferta da ração e a sobra eram
pesadas diariamente para ajuste da dieta,
Na Tabela 1 pode-se observar a composição da ração de terminação dos cordeiros que foi
analisada no Laboratório de Nutrição e Alimentação Animal, pertencente ao Departamento
de Zootecnia da UEM.
32
Tabela 2. Composição em g/kg na matéria seca dos ingredientes, químico-
bromatológica e custo para produção da ração
Item Composição (g/kg) R$/Kg1
Feno de aveia 100,0 0,42 Grão de milho moído 448,0 0,48 Farelo de soja 150,0 1,32 Casca de soja 150,0 0,50 Farelo de arroz 100,0 0,55 Melaço em pó 20,0 1,40 Cloreto de amônio 20,0 3,30 Mistura mineral2 10,0 1,57 Bacitracina de zinco 02,0 5,93 Custo de mão de obra - 0,16
Matéria seca 912,8 - Proteína bruta 162,4 - Extrato etéreo 42,1 - Fibra em detergente neutro 275,4 - Fibra em detergente ácido 138,6 - Cinzas 45,9 - Cálcio 02,8 - Fósforo 04,0 - Digestibilidade in vitro da matéria seca3 782,5 - Nutrientes digestíveis totais4 781,4 -
Custo total da ração - 0,87 1Preços praticados no mês de novembro de 2012 na região de Maringá-PR.
2 Níveis de garantia da mistura
mineral por kg: Cálcio 220 g, Fósforo 130 g, Magnésio 25,5 g, Enxofre 24 g, Ferro 3.000 mg, Manganês
1.500 mg, Zinco 4.000 mg, Cobre 1.200 mg, Cobalto 280 mg, Iodo 260 mg, Selênio 30 mg e Flúor 300 mg. 3Metodologia de Tilley & Terry (1963), adaptada para o uso do rúmen artificial, desenvolvido por Ankom®,
conforme descrito por Garman et al. (1997). 4NDT estimado pela equação % NDT=87,84 – (0,70 x FDA),
descrita por Undersander et al. (1993).
As pesagens e avaliações por ultrassonografia foram realizadas a cada quatorze dias. Para
obtenção da espessura de gordura subcutânea, foi utilizado equipamento de ultrassom,
marca HONDA, modelo HS-1500 VET, com transdutor linear multifrequencial de 50 mm
de largura, utilizando frequência de 7,5 MHz. Para a realização das medidas ultrassônicas
os cordeiros foram imobilizados manualmente. Foi realizada tricotomia nas áreas de
medição assim como aplicada mucilagem para o melhor acoplamento da probe à pele.
Todas as mensurações foram realizadas pelo mesmo técnico, do lado esquerdo, entre a 12ª
e 13ª costelas, a quatro centímetros da coluna vertebral. A pressão da cabeça do transdutor
33
foi mantida mínima para evitar a compressão da gordura. Depois de capturada a imagem, a
espessura da gordura subcutânea neste ponto foi medida usando-se o ponteiro eletrônico do
ultrassom.
Conforme os cordeiros atingiam a espessura de gordura pré-determinada de 2,0; 3,0; e 4,0
mm nas avaliações realizadas por ultrassonografia, os mesmos foram pesados para
determinação do peso vivo final (PVF) e abatidos no dia seguinte às medições,
independentemente do peso. Na última pesagem os cordeiros estavam com 44; 55 e 89 dias
de confinamento e apresentaram médias para pesos vivos de 27,14; 33,84 e 34,85 kg, para
os tratamentos 2,0; 3,0; e 4,0 mm.
Após 18h em jejum de sólidos, os animais foram pesados para determinação do peso
corporal ao abate (PCA) e foi determinada a condição corporal por apalpação das apófises
espinhosas e lombares transversas, atribuindo-se notas de 1 a 5 (1,00 para ovinos
excessivamente magros e 5,00 para ovinos excessivamente gordos), utilizando-se escala de
0,50 pontos, de acordo com metodologia descrita por Osório & Osório (2005). Os
cordeiros foram insensibilizados por meio de descarga elétrica de 220 Volts por 8
segundos, seguida pela sangria das veias jugulares e as artérias carótidas, esfola e retirada
dos órgãos internos.
Após a evisceração, o aparelho gastrintestinal foi esvaziado para a obtenção do peso do
corpo vazio (PCV), determinado pelo peso corporal ao abate (PCA) subtraído o conteúdo
gastrintestinal. As carcaças foram pesadas para a obtenção do peso de carcaça quente
(PCQ), e após 24h a 4°C em câmara frigorífica, foi obtido o peso de carcaça fria (PCF).
Com os pesos anotados, foram calculados a perda de peso por resfriamento (PPR = (PCQ-
PCF/PCQ) *100), o rendimento da carcaça na origem (RCO = PCF/PVO*100);
rendimento de carcaça no frigorífico (RCF= PCQ/PCA*100); rendimento comercial da
34
carcaça (RCC= PCF/PCA*100) e o rendimento verdadeiro da carcaça
(RVC=PCQ/PCV*100).
Foram mensurados o comprimento interno da carcaça (CIC), sendo a distância máxima
entre o bordo interior da sínfise ísquio-pubiana e o bordo interior da primeira costela em
seu ponto médio; a largura da garupa (LG), medida máxima entre os trocânteres de ambos
os fêmures, tomada com o compasso; e o comprimento da perna (CP) pela distância entre o
períneo e o bordo anterior da superfície articular tarso metatarsiano. Sendo utilizados para
calcular o índice de compacidade da carcaça (ICC), ICC=PCF/CIC; e o índice de
compacidade da perna (ICP), ICP=LG/CP.
As carcaças foram seccionadas na longitudinal em duas partes, meias carcaças direita e a
meias carcaças esquerda.
Na meia carcaça direita no Longissimus lumborum (entre a penúltima e a última vértebra
torácica), no corte denominado lombo, com o auxílio do paquímetro foi realizada a
mensuração da medida A, que é o comprimento máximo do músculo, no sentido médio-
lateral, a medida B que é a profundida máxima do músculo, a espessura de gordura
subcutânea e marcou-se a área transversal em transparência e, posteriormente, determinou-
se a área de olho de lombo, através do programa computacional AUTOCAD®.
As meias carcaças esquerdas foram seccionadas em cinco cortes (pescoço, paleta, costilhar,
lombo e perna), segundo adaptações da metodologia de Colomer-Rocher et al. (1987). Os
lombos foram acondicionados em embalagens de polietileno e armazenados em freezer a –
18 0C, para posteriormente serem dissecados para determinação da composição tecidual.
Para dissecação, os lombos foram retirados do freezer 24 horas antes, colocados em
geladeira doméstica para descongelar. Na dissecação foram separados os seguintes grupos
de tecidos: gordura subcutânea, localizada embaixo da pele; gordura intermuscular, abaixo
35
da fáscia profunda, entre os músculos; músculos; ossos e resíduos (tendões; nervos e vasos
sanguíneos).
O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, com três tratamentos
e oito repetições por tratamento. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de
variância com utilização do teste Tukey a 5% de significância. Para as análises estatísticas
utilizou-se o software software SAEG - Sistema de Analises Estatísticas e Genéticas
(1997) desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa.
O modelo estatístico utilizado foi Yij = µ + Ti + eij
em que: Yij = valor observado da variável estudada no indivíduo j, recebendo o tratamento
i; µ = constante geral; Ti = efeito do tratamento i; eij = erro aleatório associado a cada
observação Yij.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Estão apresentados na tabela 2, as características quantitativas das carcaças dos cordeiros.
Tabela 2. Médias e desvios-padrão para características quantitativas das carcaças de
cordeiros Santa Inês, abatidos com diferentes espessuras de gordura subcutânea
Espessura de gordura
Item 2,0 mm 3,0 mm 4,0mm CV (%)
PCA (kg) 27.53±1.75ª
32.83±1.75 ab 34.68±1.79 b 15.63
PCV (kg) 24.99±1.64ª 30.92±1.64 ab 32.07±1.71 b 15.97
PCQ (kg) 13.35±0.94ª 16.61±0.94 ab 18.08±0.95 b 16.66
PCF (kg) 13.12±0.96ª 15.85±1.11 ab 17.56±0.96 b 17.5
PPR (%) 1.73 ± 0.67ª 3.13 ± 0.74b 2.88 ± 0.64ª 58.08
RCO (%) 46.11 ± 0.92ª 46.13 ± 0.99ab 49.36 ± 0.92b 5.13
RCF (%) 48.14 ± 1.91ª 50.14 ± 2.07ab 52.14 ± 1.79b 4.24
RCC (%) 47.42±0.93ª 48.09±1.00ab 50.64±0.87b 6.68
RVC (%) 53.22±1.01ª 55.16±0.82ab 56.41±0.71 b 3.65
ICC 0.22±0.01ª 0.26±0.02 ab 0.28±0.01 b 14.65
ICP 0.58±0.01 0.61±0.01 0.58±0.01 6.34 Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, indicam que houve diferença pelo teste Tukey (P>0,05).
36
PCA = Peso corporal ao abate (kg); PCV = Peso corporal vazio (kg); PCQ = Peso carcaça quente (kg); PCF =
Peso carcaça fria (kg); PPR=Perda de peso por resfriamento (%); RCO = Rendimento da carcaça na origem
(%); RCF = Rendimento da carcaça no frigorífico; RCC = Rendimento comercial de carcaça (%); RVC =
Rendimento verdadeiro de carcaça (%); ICC = Índice de compacidade da carcaça (kg/cm); ICP= Índice de
compacidade da perna (kg/cm); CV = coeficientes de variação.
Silva Sobrinho et al. (2008) afirmam que com o aumento da gordura corporal dos animais,
haverá um aumento simultâneo do peso corporal. Podendo confirmar isto com este
trabalho, pois o PVA diferiu significativamente, sendo maior nos animais abatidos com
espessura de gordura subcutânea (EGS) de 4,0 mm.
O peso do corpo vazio (PCV) foi maior nos animais com 4,0 mm de EGS, o qual depende
do conteúdo do trato gastrintestinal, que varia de acordo com a alimentação do animal
previamente antes do abate. Este resultado mostra que os cordeiros apresentaram diferentes
quantidades de retenção de conteúdo gastrintestinal, o que influencia no rendimento
verdadeiro da carcaça (RVC).
Os pesos de carcaça quente e fria também diferiam entre os tratamentos, apresentando um
acréscimo do tratamento 2,00 mm para o de 4,00 mm de espessura de gordura. Isso mostra
que o PVA é um bom indicador do peso da carcaça. Lawrence & Fowler (2002),
afirmaram que cada componente corporal tem a sua própria curva de crescimento e a
mudança de peso é o resultado do processo de desenvolvimento. A deposição de gordura
ocorre caracteristicamente depois da deposição muscular que é cumulativa.
As perdas de pesos por resfriamento apresentaram resultados contraditórios, pois
biologicamente as carcaças dos cordeiros abatidos com 2,0 mm de espessura de gordura
deveriam apresentar as maiores perdas, ficando as carcaças de 3,0 mm em segundo lugar e
com menores perdas as carcaças com 4,0 mm, devido a proteção que a gordura subcutânea
exerce sobre a perda de peso no resfriamento das carcaças, corroborando Amaral et al.
(2011) e Macedo et al. (2014). Entretanto, as perdas de peso por resfriamento foram
37
superiores para as carcaças dos cordeiros abatidos com 3,0 mm e para as carcaças com 2,0
e 4,0 mm foram semelhantes.
Os rendimentos de carcaça podem ser apresentados de diferentes maneiras (na origem =
RCO, no frigorífico = RCF, comercial =RCC, verdadeiro = RVC), expressando sempre a
relação percentual entre o peso da carcaça (quente ou fria) e o peso corporal (na origem,
após jejum, do corpo vazio), sendo um dos principais índices usados na comercialização
dos cordeiros. Todos os rendimentos avaliados neste trabalho (RCO, RCF, RCC e RVC)
sofreram interferência das espessuras de gordura subcutânea de abate dos cordeiros (p<
0,05), seguindo o mesmo comportamento dos pesos corporais e pesos das carcaças, em que
os cordeiros abatidos com 4,00 mm de EGS apresentaram todos os rendimentos de carcaça
sempre superiores aos abatidos com 2,00 mm.
O rendimento da carcaça na origem ou na fazenda (RCO) utiliza o peso da carcaça fria
dividido pelo peso vivo do animal realizado na propriedade x 100, desconsiderando o
sistema de terminação ou a relação volumoso:concentrado, a distância da propriedade até o
abatedouro e o tempo do jejum. Esses parâmetros que interferem no RCO são responsáveis
pela grande variação dos resultados encontrados na literatura, Silva Sobrinho et al. (2008)
encontraram de 44 a 47,2%.
O rendimento de carcaça no frigorífico (RCF) utiliza o peso da carcaça quente dividido
pelo peso do animal no momento do abate (PVA) x 100, onde não se sabe a perda de peso
ocasionado pelo transporte e jejum. Frigoríficos que compram ovinos para abate e
comercialização utilizam o RCF como parâmetro de pagamento das carcaças.
O rendimento comercial da carcaça (RCC) utiliza o peso da carcaça fria (PCF), onde a
perda de peso no resfriamento já foi descontada, dividindo-se (PCF/PVA)*100. A maioria
dos sistemas de produção de carne ovina utiliza o rendimento comercial da carcaça como
unidade de comercialização. Os valores constatados para rendimento comercial das
38
carcaças dos cordeiros Santa Inês deste experimento variaram de 47,42% a 50,64%,
podendo ser considerados como ótimos rendimentos.
O rendimento verdadeiro de carcaça (RVC) é o de maior acurácia para fins de publicações
científicas, uma vez que é subtraído o conteúdo gastrintestinal do peso vivo ao abate, sendo
nominado de peso do corpo vazio (PCV), sendo utilizado a fórmula (PCQ/PCV)*100.
Neste estudo o RVC dos cordeiros abatidos com 4,00 mm foi superior (p<0.05) ao dos
abatidos com 2,00 mm e os valores variaram de 53,22 a 56,41%, corroborando relatos de
Zundt et al. (2006) e Macedo et al. (2014) pesquisando cordeiros Santa Inês.
O índice de compacidade da carcaça diferiu (p< 0,05) entre os tratamentos, tendo um
crescimento conforme aumentou a espessura de gordura. Esse índice é um indicativo da
conformação da carcaça já que avalia a quantidade de tecido muscular depositado por
unidade de comprimento, isso mostra que os animais abatidos com maior EGS tem maior
quantidade de tecido muscular depositado. O mercado prefere carcaças compactas, que se
caracterizam como peso constante e menor comprimento interno, proporcionando assim
maior compacidade.
Índices de compacidade da perna indica a quantidade e/ou capacidade de armazenamento
de carne na perna, o qual não foi influenciado (p>0,05) pelas diferentes espessuras de
gorduras subcutânea, obtendo-se média de 0,59, o que indica que todas as pernas
apresentaram a mesma capacidade de armazenamento de tecidos. O ideal é que as pernas, a
um mesmo peso, sejam mais curtas, para proporcionar uma maior compacidade.
A Tabela 3 apresenta os resultados referentes à condição corporal, a espessura de gordura
subcutânea com ultrassom (medida C (US)) e na carcaça com paquímetro (medida C (p)), a
área de olho de lombo, às medidas A e B e a composição tecidual do Longissimus
lumborum.
39
Tabela 3. Médias e desvios-padrão para características avaliadas no músculo
Longissimus dorsi de cordeiros Santa Inês abatidos com diferentes
espessuras de gorduras de subcutânea
Espessura de gordura
Item 2,0 mm 3,0 mm 4,0 mm CV (%)
CC 2.43±0.09a 2.83±0.26b 3.00±0.09b 8.73
Medida C (us) 2.18±0.06a 2.97±0.06b 3.99±0.06c 5.22
Medida C (p) 2.13±0.21a 3.02±0.21b 4.37±0.22 c 19.94
Medida B 26.58±1.97 26.60±1.97 31.15±1.97 16.62
Medida A 50.06±1.97 54.40±1.00 53.50±1.97 10.60
AOL 10.61±1.04 11.34±1.15 13.16±1.00 23.89
Músculo (%) 54.27±1.72 55.95±1.72 54.77±1.67 8.83
Osso (%) 21.90±1.71a 20.90±1.71ab 15.20±1.41b 20.07
Gordura (%) 23.83±1.75a 23.65±1.75ab 30.20±1.75b 19.17 Médias seguidas de letras diferentes, nas linhas, indicam que houve diferença pelo teste Tukey (P>0,05).
CC = condição corporal; medida C (us) = espessura de gordura subcutânea com ultrassom; Medida C (p) =
espessura de subcutânea aferida com paquímetro; Medida B = profundidade máxima do músculo
Longissimus dorsi; Medida A = comprimento máximo músculo Longissimus dorsi; AOL = área de olho de
lombo; Músculo, osso e gordura (%) = porcentagem dos respectivos tecidos no corte do lombo.
A condição corporal (CC) foi influenciada (p<0,05) pela espessura de Gordura Subcutânea.
Esta característica representa a quantidade de gordura e músculos do animal vivo, e nos
animais destinados ao abate, a CC busca estimar a cobertura de gordura das carcaças a
partir do animal vivo (MORENO et al., 2010), por tanto, como este trabalho teve por
objetivo abater os animais em diferentes EGS, a CC também diferiu.
A medida C, que corresponde a estimativa da espessura de gordura subcutânea, diferiu
significativamente (p<0.05), para a medida no animal in vivo utilizando-se o ultrassom
(medida C (US)) e também medida na carcaça com o paquímetro (medida C (P)). Este
resultado mostra que o presente trabalho atendeu com eficiência sua proposta que era
abater animais com diferentes espessuras de gordura subcutânea, avaliadas por
ultrassonografia.
As medidas A e B correspondem ao comprimento e profundidade máxima do músculo
Longissimus lumborum, respectivamente. Ambas não diferiram entre os tratamentos,
40
mostrando que os animais estão a um nível de maturidade que já cessou o aumento da
quantidade de músculo, havendo apenas o aumento da gordura corporal dos cordeiros.
A área de olho de lombo (AOL) prediz a quantidade de músculo da carcaça. Como não
houve diferença nessas medidas, a AOL também não diferiu dentre as diferentes
espessuras de gordura.
Como já foi mostrado com o resultado da AOL, não houve diferença na proporção de
músculo (%) no corte do lombo, porém as proporções de osso (%) e gordura (%) diferiram
significativamente (p<0.05). Pode-se observar que à medida que aumenta a proporção de
gordura, a proporção de osso diminui. Estes resultados corroboram Strydom et al. (2009),
que ao analisarem a composição dos principais cortes de carcaças de cordeiros, com cinco
diferentes escores de gordura, observaram que a proporção de osso diminuiu
significativamente com o aumento da gordura. Complementando essa afirmação, Cezar &
Souza (2007) relatam que o crescimento do osso é o mais precoce, do músculo é
intermediário e da gordura o mais tardio, de acordo com a maturidade fisiológica. Isso
demonstra que o desenvolvimento dos tecidos não ocorre de forma isométrica, ou seja,
cada um tem um impulso de crescimento em uma fase diferente de vida do animal.
Considerando-se que os cordeiros Santa Inês abatidos com 3,0 e 4,0 mm de espessura de
gordura subcutânea (EGS) apresentaram semelhanças para a maioria das características
quantitativas da carcaça, porém superiores aos abatidos com 2,0 mm. Considerando que os
cordeiros abatidos com 4,0 mm de EGS permaneceram por mais 33 dias em confinamento
e que seus pesos de abate foram equivalentes.
Recomenda-se o abate de cordeiros Santa Inês com 3,0 mm de espessura de gordura
subcutânea, pois foram os que proporcionaram melhores resultados para as características
quantitativas da carcaça.
41
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43
ANEXO
INSTRUÇÕES PARA SUBMISSÃO DE ARTIGOS:
1. Revista Acta Scientiarum. Animal Sciences
1. Acta Scientiarum.Animal Sciences ISSN 1806-2636 (impresso) e ISSN 1807-8672 (on-line), é publicada trimestralmente pela Universidade Estadual de Maringá.
2. A revista publica artigos originais em todas as áreas relevantes da Zootecnia (Produção Animal), incluindo genética e melhoramento, nutrição e digestão, fisiologia e endocrinologia, reprodução e lactação, crescimento, etologia e bem estar, meio ambiência e instalações, avaliação de alimentos e produção animal.
3. Os autores se obrigam a declarar a cessão de direitos autorais e que seu manuscrito é um trabalho original, e que não está sendo submetido, em parte ou no seu todo, à análise para publicação em outro meio de divulgação científica. Esta declaração encontra-se disponível abaixo.
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5. Os relatos deverão basear-se nas técnicas mais avançadas e apropriadas à pesquisa. Quando apropriado, deverá ser atestado que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Biossegurança da instituição.
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10. A revisão de português e a tradução e/ou revisão de língua estrangeira serão de responsabilidade e custeados pelos autores dos artigos aceitos a partir de 2010, mediante comprovação emitida pelos revisores credenciados.
11. Estão listadas abaixo a formatação e outras convenções que deverão ser seguidas:
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seis), seus endereços institucionais e o e-mail do autor indicado para correspondência
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44
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d) O resumo não excedendo 200 palavras, deverá conter informações sucintas sobre o objetivo da pesquisa, os materiais e métodos empregados, os resultados e a conclusão. Até seis palavras-chave deverão ser acrescentadas ao final, tanto do resumo como do abstract, que não estejam citadas no título.
e) Os artigos não deverão exceder 15 páginas digitadas, incluindo figuras, tabelas e referências.
Deverão ser escritos em espaço 1,5 linhas e ter suas páginas e linhas numeradas. O trabalho deverá ser editado no MS-Word, ou compatível, utilizando Times New Roman fonte 12.
f) O trabalho deverá ser formatado em A4 e as margens inferior, superior, direita e esquerda deverão ser de 2,5 cm.
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h) Tabelas, Figuras e Gráficos deverão ser inseridos no texto, logo depois de citados. As Figuras e as Tabelas deverão ter preferencialmente 7,65 cm de largura, e não deverão ultrapassar 16 cm.
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j) Deverá ser adotado o Sistema Internacional (SI) de medidas.
k) As equações deverão ser editadas utilizando software compatível com o editor de texto.
l) As variáveis deverão ser identificadas após a equação.
m) Artigos de Revisão poderão ser publicados mediante convite do Conselho Editorial ou Editor-Chefe da Eduem.
n) A revista recomenda que oitenta por cento (80%) das referências sejam de artigos listados na base ISI Web of Knowledge, Scopus ou SciELOcom menos de 10 anos. Recomenda-se dar preferência as citações de artigos internacionais. Não serão aceitos nas referências citações de dissertações, teses, monografias, anais, resumos, resumos expandidos, jornais, magazines, boletins técnicos e documentos eletrônicos.
o) As citações deverão seguir os exemplos seguintes que se baseiam na ABNT (NBR 6023, 10520). Citação no texto, usar o sobrenome e ano: Lopes (2005) ou (LOPES, 2005); para dois autores Kevan e Imperatriz-Fonseca (2006) ou (KEVAN; IMPERATRIZ-FONSECA, 2006); três ou mais autores,
utilizar o primeiro e após et al. (MENDOZA et al., 2009). Deverão ser organizadas em ordem alfabética, justificado. Listar todos os autores do trabalho. Os títulos dos periódicos deverão ser completos e não abreviados, sem o local de publicação.
MODELOS DE REFERÊNCIAS
Artigos
MENDOZA, F.; VALOUS, N. A.; ALLEN, P.; KENNY, T. A.; WARD, P.; SUN, D.W. Analysis and classification of commercial ham slice images using directional fractal dimension features. Meat Science, v. 81, n. 2, p. 313-320, 2009.
CARDOSO, V.; QUEIROZ, A. S.; FRIES, L. A. Estimativa de efeitos genotípicos sobre os desempenhos pré e pós-desmama de populações Hereford x Nelore. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 37, n.
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Livros
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