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1 GABRIELA CAROLINA PETCOV O PLANEJAMENTO DO AGRONEGOCIO DA OVINOCULTURA DE CORTE 2013 Assis SP

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GABRIELA CAROLINA PETCOV

O PLANEJAMENTO DO AGRONEGOCIO DA OVINOCULTURA

DE CORTE

2013

Assis – SP

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GABRIELA CAROLINA PETCOV

O PLANEJAMENTO DO AGRONEGOCIO DA OVINOCULTURA

DE CORTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Instituto Municipal de ensino Superior de Assis –

IMESA / FEMA, como requisito para obtenção do grau de

Bacharel em Administração. Aluna: Gabriela Carolina Petcov.

Orientador: Prof. Marcelo Manfio.

2013

Assis – SP

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FICHA CATALOGRÁFICA

PETCOV, Gabriela Carolina

O planejamento do agronegócio da ovinocultura de corte/ Gabriela Carolina Petcov.

Fundação Educacional do município de Assis - FEMA – Assis, 2013.

52p.

Orientador: Marcelo Manfio

Trabalho de Conclusão de Curso – Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis –

IMESA.

1.Planejamento 2. Agronegócios 3.Ovinocultura de corte

CDD:658

Biblioteca da FEMA

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O PLANEJAMENTO DO AGRONEGOCIO DA OVINOCULTURA

DE CORTE

GABRIELA CAROLINA PETCOV

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Instituto Municipal de ensino Superior de

Assis – IMESA / FEMA, como requisito para

obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Aluna: Gabriela Carolina Petcov.

Orientador: Prof. Marcelo Manfio.

Orientador: _____________________________________________________

Analisador (1):___________________________________________________

2013

Assis – SP

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus e aos meus avós por acreditarem em mim.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente a Deus, que iluminou o meu caminho durante essa

caminhada, e me deu três palavras pequenas, porém essenciais: foco, força e

fé.

Ao meu professor e orientador deste trabalho, Marcelo Manfio, pela orientação,

que partilhou comigo seus conhecimentos e experiências, e quero expressar a

minha admiração pela sua competência profissional.

Agradeço os meus familiares, meus avos Carlos Petcov e Yolanda Petcov

Gervásio e Carmem (in memoriam), meus pais Evandro e Idelisa, meus irmãos

Natalia e Marco Antonio e meus tios Tutty, Adriana, Alda, Ricardo. Obrigada

por estar comigo, sempre me iluminam de uma maneira especial os meus

pensamentos, a quem eu rogo todas as noites por fazerem parte da minha

vida.

À Adriele, Eduardo, Ana Paula, Amanda e Gabi Martins, Denis e Adriano meus

amigos de graduação, agradeço pela amizade e fazer presente da minha vida

por palavras de encorajamento, carinho e vivencia pessoal e acadêmica, pelos

momentos de lazer que foram a essência neste percurso, onde rimos,

choramos e nos ajudamos mutuamente.

Agradeço aos meus colegas de curso e principalmente meus professores,

pelas trocas de conhecimentos e experiências que foram tão importantes na

minha vida.

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“Tudo posso Naquele que me fortalece.”

(Filipenses 4:13)

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo identificar a comercialização da carne ovina,

num planejamento, marketing estratégico e financeiro, sendo que o

Agronegócio em ovinocultura seja uma boa partida devido a sustentabilidade,

pois nessa área desde o manejo de ovinos até os cortes das carnes, lã, pele,

couro, ossos e as tripas são utilizados para o aproveitamento no mercado.

A ovinocultura de corte destaca-se no agronegócio brasileiro como uma

atividade do setor pecuário nos dias de hoje, porem o segmento para o

mercado agroalimentar tem um segmento significativo. Com o crescimento o

sucesso nesse setor está em superação de obstáculos, em vista que a maior

parte do mercado da carne ovina esta em ampla expansão e aceitação,

gerando certificação e aprovação na qualidade do produto, o mercado interno é

extremamente ávido por seus produtos e derivados, já o externo é altamente

comprador.

Palavra chave: Agronegócios, Ovinocultura de corte, Administração e

Planejamento Estratégico.

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ABSTRACT

This study aimed to identify the marketing of lamb, a planning, strategic

marketing and finance, and the Agribusiness in sheep is a good match because

of sustainability, because in this area since the handling of sheep up the cuts of

meat, wool, skin, leather, bones and the casings are used to exploit the market.

The sheep cutting stands in agribusiness as an activity of the livestock sector

these days, however the segment for the agri-food market has a significant

segment. With growing success in this sector is overcoming obstacles, given

that most of the market in sheepmeat this broad expansion and acceptance,

generating certification and approval of product quality, the domestic market is

extremely eager for their products and derivatives, since the external is highly

purchaser.

Keyword: Agribusiness Sheep cutting, Administration and Strategic Planning.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Modelos das pesquisas ...................................................................32

Tabela 2 - 1ª Pesquisa: Preferência e consumo aos tipos de carne.................33

Tabela 3 - Você já comeu carne ovina?............................................................34

Tabela 4 - Você gosta da carne ovina?.............................................................34

Tabela 5 - O que leva você a comprar a carne ovina........................................34

Tabela 6 – Você prefere a carne ovina, como? ................................................35

Tabela 7 – Quantas vezes no ano, voce come a carne ovina...........................35

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SUMÁRIO

Introdução..........................................................................................................12

1.0 – Planejamento Organização garantem bom desempenho.......................14

1.1 – Distribuição do Setor Produtivo................................................................15

1.2 – O Mercado e Dimensionamento oferecem alternativas lucrativas............16

1.3 – Cadeia Sustentável e Produtiva da Ovinocultura.....................................18

1.4 - O produtor rural também é empreendedor!...............................................20

1.5 – Identificando oportunidades estratégicas.................................................20

1.6 – O plano de negocio da ovinocultura de corte...........................................22

1.7 - Os riscos da oportunidade no campo rural da ovinocultura......................23

1.8 – Planejamento Estratégico no S.W.O.T.....................................................25

2 – Marketing estratégico..................................................................................27

2.1 – Identificando os 4 P´s de Marketing para a carne ovina...........................28

2.2 – Propaganda e Promoção..........................................................................30

2.3 – Pesquisa de Mercado..............................................................................31

3 – Aspectos quantitativos e qualitativos relacionados à carne ovina...............35

3.1 – Genótipo/Raça.........................................................................................37

3.2 – Qualidade nutritiva funcional da carne ovina............................................38

4 - A Comercialização.......................................................................................41

5 – Planejamento Financeiro.............................................................................43

5.1 – Estimativas de faturamento e custo na ovinocultura de corte.................44

5.2 – Credito Rural............................................................................................45

6 – Conclusão....................................................................................................48

Bibliografia.........................................................................................................49

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Introdução

A ovinocultura, praticada no Brasil com o objetivo de produzir carne, é hoje

uma das poucas alternativas do setor pecuário que tem mostrado um grande

desenvolvimento, tal que é uma atividade econômica e estratégica, seu

mercado agroalimentar é promissor e com um crescimento significativo.

As estratégias de conquistas de novos mercados, também poderão impulsionar

o consumo mundial desse tipo de carne, no entanto a produção e

comercialização da carne ovina ainda não se encontram organizadas, por

causa da baixa oferta e porque a maioria dos produtores não é ciente da

necessidade de produzir carne de boa qualidade.

O mercado da carne de ovinos atende uma demanda e contribui para o

desenvolvimento, aprofundamento e atualizações de conhecimentos

profissionais que atuam nas áreas de diversas regiões do Brasil, sendo assim

com diferentes tipos de clima, vegetação e solo reduzida a mão – de - obra, o

preço dos reprodutores e matrizes menor do que o dos bovinos, os pequenos

custos de produção, fácil manejo, etc.; até o aproveitamento integral das suas

múltiplas opções de atividades, ou seja, produção de carne, leite, peles, couro

e lã.

O Brasil conta com um rebanho ovino, que somados representa uma estatística

que estimam o rebanho em mais de 32 milhões de cabeças, porem para

atender a demanda interna brasileira a estimativa é de 50 milhões de animais,

uma grande parte do rebanho caprino encontra-se no Nordeste, com ênfase

para Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará. A ovinocultura tem representatividade

na região Nordeste e no estado do Rio Grande do Sul.

A carne de ovinos é de boa qualidade, textura fina, gordura branca e compacta,

apresentando coloração vermelho – escura e cheiro característico. Atraindo ao

segmento da alta gastronomia, assim que exige um produto de alta qualidade e

com maciez, é a carne do cordeiro que vem conquistando o paladar brasileiro.

Atualmente, o consumo da carne ovina está direcionado para nichos de

mercados existentes em grandes cidades, onde o poder aquisitivo entre os

consumidores é maior em que exige a qualidade entre os cortes especiais e

continuidade de abastecimento.

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Essa produção de carne atende apenas 20% da demanda brasileira, com isso

o resto do consumo (80%) é suprido com importações, em especial do Uruguai.

Serve de ferramenta para desenvolver processos de planejamento, execução e

aprimoramento de maneira sustentável a produção da ovinocultura de corte,

em vista que boas praticas no manejo, produção à comercialização.

O acesso à evolução tecnológica irá estruturar melhor o produtor e com isso

atender o mercado interno, oferecendo produto de qualidade e, finalizando, ou

pelo menos diminuindo, a desorganização que se encontra que se encontra no

mercado agroalimentar de carne ovina.

Nesses aspectos o presente trabalho teve o intuito de aprofundar e enriquecer

conhecimentos sobre o Planejamento do Agronegócio na Ovinocultura de

Corte, assim que identifica os gargalos, conflitos e as potencialidades do setor.

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1 – Planejamento Organizacional Estratégico

A ovinocultura racionalmente bem explorada e conduzida em sintonia com

aspectos ambiental, econômico e social, é, sem dúvida, uma excelente

alternativa para diferentes ecossistemas existente no Brasil (SIMPLICIO, 2001).

No campo do agronegócio faz - se necessário analisar o manejo produtivo de

ovinos de corte pode ser considerado simples, quando se puder dispor de mão

de obra habilitada e infraestrutura.

Em noções de Planejamento Estratégico, no ano de 2012, uma aula dada pelo

professor Ricardo Costa, faz – se necessário haver um planejamento desde o

manejo até a comercialização da carne, assim que para desenvolver o

presente trabalho é necessário entender a natureza do planejamento, sendo

assim observa três termos importantes do processo administrativo:

planejamento, plano e tomada de decisão.

Planejamento – A função de planejar é definida como a analise de

informações relevantes do presente e do passado e a avaliação dos

prováveis desenvolvimentos futuros, de forma que um curso de ação

seja determinado e que torne possível a organização atingir seus

objetivos já determinados.

Plano – A recomendação de um curso de ação estabelecida no

planejamento é o plano. É através do plano que o planejamento se

torna operacional.

Tomada de decisão – Tomada de decisão é uma atividade inerente

ao processo de planejamento como um todo. Tomar uma decisão é

fazer uma escolha entre duas ou mais alternativas.

As estratégias realizadas para a coordenação da cadeia, além de beneficiar o

funcionamento da atividade para todos seus segmentos, acarreta o avanço nos

atributos de qualidade da carne.

Esse processo administrativo faz – se necessário analisar e exigir do

administrador bom julgamento, adicionando à experiência, analise quantitativa

e criatividade, eis os principais componentes da estrutura necessária à

implantação de uma ovinocultura: curral, potreiros, banho anti sárnico, centro

de manejo, cabana / aprisco, cochos, equipamentos, bebedouros, pastagens,

nutrição, acompanhamento, boas condição de saúde, bons dados de

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desempenho (que incluem ganho de peso diário, peso na desmama, peso aos

6 meses) e a idade mínima para o abate é 8 meses; o planejamento e

organização garantem um bom desempenho.

O manejo dos ovinos pode ser considerado simples, quando se puder dispor de

mão – de – obra habilitada e infraestrutura adequada. Os ovinos por serem

seres ruminantes de portes médios os ovinos adaptam – se bem em pequenos

criadouros.

Na pratica, observe que os ovinos desenvolvem – se bem, apenas desfrutando

da pastagem nativa. Todavia, como toda exploração que busca viabilizar – se

comercialmente, a ovinocultura exige uma direção técnica que requer certas

instalações que são de grande importância e algumas indispensáveis para o

conforto e comodidade dos ovinos, assim obtém um rendimento econômico.

As instalações devem ser planejadas com cuidado para facilitar a sanidade e

higiene local e consumir pouco capital, para proporcionar aos animais um

mínimo de comodidade.

1.1 – Distribuições do Setor Produtivo

No panorama do sistema agroindustrial da carne ovina brasileira, nos últimos

anos tem observado a intensificação da atividade com ocorrência de mudanças

no cenário através da transição de uma atividade de baixo grau de

especificidade caracterizada como secundária ou muitas vezes de subsistência

para se tornar atividade principal para muitos produtores.

A ovinocultura brasileira é caracterizada por uma grande parcela de pequenos

produtores, e os agentes coordenadores se preocupam quanto à dificuldade

que os pequenos produtores possuem em se aderirem a associações e

cooperativas.

O perfil dos ovinocultores brasileiros é de pequeno porte, e proveniente deste

fator, surge à principal dificuldade de coordenação da cadeia relatada pelos

agentes de instituições públicas e associações, que são as dificuldades destes

em se organizar, por apresentarem comportamento adversário e de

desconfiança que acabam gerando ações oportunistas.

O mercado interno é extremamente insaciável por seus produtos e derivados, e

por outro lado o mercado externo é altamente comprador, na produção da

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carne ovina, e sendo assim atendendo esse mercado emergente exige

qualidade e quantidade.

Atualmente, o mercado interno e externo apresenta alguns fatores que

favorecem o desenvolvimento do agronegócio de ovinos, viabilizando a

agregação de valor a produção tanto no âmbito domestica quanto internacional,

numa escala sem precedentes dada as oportunidades reais de mercado.

De acordo com um levantamento realizado sobre a distribuição geográfica da

evolução de rebanhos de ovinos, ou seja, à expansão da atividade nas regiões

Sudeste (com 51,76%), Centro-Oeste (35,1%), Norte (33,7%), Nordeste

(17,35%), exceto no sul do país, onde houve redução do rebanho em cerca de

20%, números que refletem uma opção para diversificação e aumento de

rentabilidade.

O Brasil apresenta todas as condições para uma expansão no setor do

Agronegócio, sendo assim incremento da produção, aumento dos rebanhos e

os resultados alcançados indica que a ovinocultura apresenta um horizonte de

crescimento e tem tudo para mudar o perfil da pecuária de corte do país, com

profissionalismo, tecnologia e organização da cadeia produtiva.

1.2 – O mercado e dimensionamento oferecem alternativas lucrativas

A ovinocultura oferece alternativas lucrativas como atividades pecuárias, são

inúmeras as vantagens que esta proporciona desde a perfeita adaptação aos

climas, reduzida mão – de – obra, o preço dos reprodutores e matrizes menor

do que os bovinos, os pequenos custos de produção, fácil manejo, etc.; ate o

aproveitamento integral das múltiplas opções de atividades, ou seja, produção

de carne, leite, lã, peles e couro.

A carne dos ovinos é de boa qualidade, textura fina, gordura branca e

compacta, apresentando coloração vermelha escura e cheiro característico.

Avalia – se a gordura de um ovino pelos seus maneios, porém os que

entendem do assunto, ao apalparem o ovino já fazem uma ideia imediata da

gordura que o animal possui seu peso, qual o rendimento, quantidade de sebo,

etc.

Os principais maneios são: o lombo, as costelas, o peito, a cauda, a capadura,

o cimeiro e o úbere. Desde o peito ate a capadura significam quantidade de

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sebo; o da cauda sobre o estado que se encontra a gordura externa do ovino e

o das costelas sobre o seu peso.

O rendimento é variável segundo a raça, mas em geral é de 50%, crescendo

para 55% nos animais gordos e descendo 45% para os magros. O rendimento

pode ainda ser maior chegando a 60% em raças especializadas, como a

Sounthdown.

Dos ovinos (carneiro, ovelha, borrego e cordeiro) aproveita-se praticamente

toda a carcaça, tudo que resta no animal abatido após a retirada das suas

vísceras, cabeça, sangue, pele, gordura omental, canelas e pés. O rendimento

da carcaça quente de ovinos (peso desta uma hora após o abate) é em torno

de 42 a 50%, ou seja, a carcaça de um animal abatido que pesa 35 quilos terá,

aproximadamente, 17,5 quilos.

A carne é classificada em três categorias: 1ª - lombo, filé, parte superior das

costelas e perna (compreendida pela nádega e parte posterior da anca pela

coxa); 2ª – pá ou espátula e 3ª – ventre, pescoço e peito.

A exploração da carne ovina apresenta altos rendimentos econômicos haja

vista a rapidez do retorno do capital. Em exemplo, um cordeiro de corte, que é

preferido para a exportação pode ser abatido aos 4 meses de idade. São

consumidos no mercado interno com mais idade, quando oferecem um maior

rendimento em carne.

Existem diferenças entre as carnes de cordeiro e carneiro. A carne de cordeiro

pode ser de animal novo, é menos gordurosa, menos calórica, mais macia,

saborosa e possui aroma mais suave do que a carne de carneiro e tem carcaça

menos avermelhada e gordura mais branca.

É bom lembrar que mesmo entre as carnes de cordeiro existem diferenças.

Fatores como raça, idade ao abate, alimentação e principalmente sistema de

produção alteram a qualidade da carne. Um animal criado em pasto possui

características diferentes dos criados em sistemas de confinamento, com

dietas balanceadas. Para que a carne fique mais saborosa e macia, é

interessante que o animal tenha aproximadamente 30 quilos e menos de 6

meses de idade.

Além de poder ser obtido a prazos e custos sensivelmente inferiores aos da

carne bovina, apresenta a vantagem de que a produção não se mantém

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condicionada aos preços do milho e rações, como acontece com a carne das

aves e suínos.

O consumo médio de carne ovino é baixo, cerca de 700g habitante/ano, nos

últimos anos este produto considerado nobre, vem sendo encontrado em

butiques de carnes, açougue, supermercados e restaurantes finos de grandes

cidades, quebrando o padrão do consumo apenas rural ou em pequenas

cidades do interior.

Segundo COUTO (2001), a tendência do mercado é de aumentar o consumo

de carne fresca ou resfriada em substituição a carne congelada. Esta tendência

favorece as regiões que tenham maior presença de mercado durante maior

numero de meses do ano A região Sul, em virtude das condições climáticas e

das raças existentes há um período concentrado de oferta de produtos entre

setembro a fevereiro, nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste, onde

predomina as raças deslanadas e a monta pode ser feita no ano todo, verifica-

se predominância dos partos nos meses de março a junho e outra entre agosto

e novembro, o que permite a oferta de animais para o abate durante quase

todo o ano.

O mercado da carne de ovinos e caprinos é ávido comprador, pelo fato do

ponto de vista oferta e procura, não deixando, no entanto, perder-se a questão

da qualidade do produto, juntamente com oferta constante e característica

diferenciada. Segundo Dantas (2001), essas características podem ser

determinadas pela oferta de cortes de carnes a preços mais acessíveis ou pela

elaboração de novos e exclusivos produtos, o autor ainda cita que o

consumidor atual de carne ovina possui alta renda e busca consumir um

produto inovador pelo sabor e qualidade.

1.3 – Cadeia sustentável e produtiva da ovinocultura

A ovinocultura brasileira transforma-se em negocio viável e economicamente

sustentável, gerando excedentes para os diversos atores do complexo, faz-se

necessário à implementação de programa de ações para a superação ou

redução dos entraves ao desenvolvimento da atividade pecuária. Sendo

indispensável a participação e o comprometimento de todos os envolvidos no

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processos, com vistas ao estabelecimento de diretrizes, cumprimento de metas

e governança entre todos os elos participante da cadeia.

A desejada profissionalização da atividade tem como possibilidade de tomar o

agronegócio lucrativo, mas a falta de organização e de integração da cadeia

acaba prejudicando.

Diversos fatores contribuem para a situação atual do agronegócio da

ovinocultura, a procura da carne vem aumentando o nicho do mercado com

sabor, maciez e qualidade, tanto pela demanda crescente por alimentos

saudáveis.

Segundo, Carlo Evandro Diniz Petcov, sócio proprietário da Fazenda Jequitibá

Borá/SP, a carne ovina possui textura fina, sabor adocicado, gordura branca e

compacta, boa digestibilidade e o valor nutritivo é resultado de suas riquezas

de proteínas e vitaminas, sendo que no âmbito do agronegócio, e o consumo

médio é de 700g habitante/ano; faz – se necessário objetivar as suas

potencialidades e importante enfatizar que uma cadeia produtiva organizada

guarde equilíbrio e caracteriza – se suas estruturas a procura de soluções na

logística de carne no setor produtivo, a tendência é aumentar o nicho do

mercado.

O mercado agroalimentar esta em crescimento, o sucesso desse setor esta na

superação de obstáculos, em vista que a maior parte do mercado de carne

ovina está em ampla expansão e aceitação, gerando certificação e aprovação

da qualidade do produto, entre as características desejáveis em ovinos

especializados na produção de carne, o desempenho reprodutivo da ovelha, a

velocidade de crescimento dos cordeiros e o nível nutricional disponível para

ambos são fundamentais ao sucesso do sistema.

Em destaque, como uma novidade no mercado agroalimentar, são as tripas

ovinas, ou seja, a linguiça. Segundo o site da empresa União Casings, que

atua no mercado de tripas naturais, desde 2005, com vasta experiência no

comércio e distribuição aos mais exigentes mercados consumidores. Agora,

consolidando sua participação nesse segmento, a empresa inaugura uma

indústria de processamento de tripas suínas e bovinas, para o mercado interno

e externo, com registro no SIF 1192 (Serviço de Inspeção Federal). Com uma

equipe de vendas composta por técnicos, a empresa atende a necessidade de

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cada cliente em todo território nacional e entrega o produto conforme

programação e necessidade.

1.4 – O produtor rural também é empreendedor

O empreendedor é alguém que consegue transformar boas ideias em um

negocio lucrativo, tem a capacidade de alinhar os sonhos e planos com a

realidade, aumentando as chances de sucessos do negocio.

As pessoas não nascem como empreendedor, porém com o tempo possui

habilidades de desenvolver esta capacidade, basta alinhar-se a conhecimento

técnico e geral, obtidos por praticas, ou em cursos e palestras. Algumas

características de um bom empreendedor são:

Criatividade e capacidade de identificar oportunidades

Liderança e organização

Motivação

Comprometimento e perseverança

1.5 – Identificando oportunidades estratégicas

Só faz sentido definirmos a estrutura do negocio após a adoção de uma

estratégia, sendo assim identificar o processo de definição estratégica parte da

visão existente naqueles que tem condições de influenciar os rumos da cadeia

produtiva.

O pecuarista muitas vezes possui um plano para começar ou modificar sua

propriedade ou modelo de produção. É importante ressaltar, que precisa saber

entre diferenciar uma simples idéia de uma real oportunidade de negocio.

Invariavelmente a oportunidade de negocio só poderá ser concretizada caso

houver, um planejamento baseado em uma real necessidade de mercado.

Também é importante considerar o momento desta necessidade, pois um

produto pode ter muita procura durante o período e, após um tempo, torna – se

ultrapassado e sem mercado consumidor.

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ASPECTOS DO

NEGOCIOS

LIDERANÇA NO

CUSTO

DIFERENCIAÇÃO

Visão de negócios Tornar a carne ovina

uma opção preferencial

no cardápio brasileiro.

Identificar segmentos de

mercados não bem

atendidos pelas outras

carnes e

desenvolvimento de

produtos.

Unidade

Industriais

De grande porte, ganhos

de escalas e pouca

flexibilidade.

Pequenas, flexíveis e

personalizadas.

Transporte Em grandes lotes,

logística integrada.

Em pequenos lotes.

Distribuição Em escala nacional e

multinacional, utilizando

linhas independentes.

Em pequena escala,

geralmente acoplada a

outros produtos.

Canais de

comercialização

Redes de

Supermercados.

Restaurantes

especializados, butiques

de carnes e bares.

Política de preço Médio ou desconto Premium ou médio

Especialização do

produtor

Separação de tarefas

(criador – engordador)

Criação artesanal e

cortes diferenciados

Competência essencial Alta capacidade em

engenharia de

processos (zootecnia e

engenharia industrial).

Sistema de distribuição

de baixo custo e rígido

controle de custo.

Alta capacidade em

engenharia do produto.

Grande habilidade em

pesquisa e marketing e

forte coordenação.

Fonte: Aula de Administração Mercadológica com João Carlos da Silva (2011)

e noções de manejo de ovinos de Carlo Evandro Petcov, Fazenda Jequitibá,

Borá/SP.

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1.6 – O Plano de negocio da Ovinocultura de corte

O plano de negocio é uma ferramenta de trabalho, na forma de planejamento

estratégico de seu empreendimento. No meio rural é bastante comum

encontrar produtores que deram inicio a atividade sem planejamento prévio,

partindo diretamente a etapa operacional.

Um planejamento realista e detalhado ajudara no desempenho de diversas

tarefas essenciais dos cuidados da operação de sua propriedade. Alem disso,

o plano de negocio faz com que a transparência do processo produtivo,

aumentando a confiança de funcionários, de fornecedores e da comunidade.

Produzir um bom plano de negocio não é tarefa fácil. O produtor rural poderá

recorrer de auxilio técnico especializado, assim que este tenha um bom nível

de conhecimento, existem quatro áreas na qual envolve o seu negocio.

Seu ramo de atividade: É preciso conhecer bem o ramo que pretende

atuar e quais as possibilidades de atuação do produtor no segmento

escolhido.

O mercado consumidor: O estudo de quem são seus clientes é um dado

importante para o produtor rural, pois abrange as informações

necessárias a compreensão dos prováveis compradores. Porém dentro

destas informações temos: o que produzir (o que o cliente quer

comprar), de que forma atingir este cliente, qual o local adequado para a

venda e a demanda potencial do produto.

O mercado fornecedor: é aquele que fornece à propriedade os insumos

agrícolas, equipamentos, máquinas, mercadorias e outros materiais

necessários ao seu funcionamento. O conhecimento deste mercado vai

se refletir nos resultados pretendidos pelo produtor, pois contribuirá para

ter um melhor conhecimento a respeito dos gastos e custos da

produção.

O mercado concorrente: Qualquer tipo de mercado está sujeito a

concorrência, assim que são formadas pelos produtores que oferecem

produtos e serviços.

Segundo Medeiros, identificou alguns aspectos com que devemos nos

defrontar na estruturação e funcionamento da cadeia produtiva ovina de corte,

o primeiro diz respeito ao conhecimento da estrutura atual da demanda e das

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possíveis tendências de segmentação de mercados, no qual vem se orientando

para um mercado de rendas altas devido a grande oportunidade de obter

agregação de valor a este produto. E o segundo, visa a circulação destas

carnes pelos canais de distribuição, com a mesma função de produção das

demais carnes em relação à freqüência de entrega, padronização, qualidade,

entre outros.

Para um mercado globalizado, cada vez mais prevalece a qualidade do

produto, assim que o desenvolvimento da cadeia seja organizada e funcional,

isto é, a tonica será de desenvolvimento de projetos cooperativos e a interação

entre órgãos governamentais e a iniciativa privada terá que ser permanente e

crescente. Investimentos deverão ser realizados pelas instituições oficiais e

pelos empresários do setor.

O mercado acena com grandes oportunidades, mas somente através de uma

atividade organizada, o Brasil poderá inserir – se de forma competitiva neste

ramo da economia.

1.7 – Os riscos da oportunidade no campo rural da ovinocultura

A necessidade de estabelecimento de uma visão sistêmica do agronegócio da

ovinocultura de corte, por parte de todos os segmentos, exige a compreensão e

o autoconhecimento de cada um dos segmentos como parte de todo. É preciso

levar em consideração todos os riscos a que o produtor estará sujeito em seu

empreendimento. O modelo da ovinocultura de corte deve avaliar as chances

de sucessos do seu negocio, assim que oferece subsídios as decisões

necessárias, os principais riscos no meio rural são:

Sazonalidade: Mostra que alguns produtores de carne possuem

variações na demanda dependendo da época do ano, comercializar

produtos que apresentam grande amplitude de demanda traz maiores

riscos aos produtores. Ou seja, a sazonalidade pode ser um fator de

risco para o negocio.

Economia: Aspectos econômicos podem atrapalhar ou ate mesmo

inviabilizar o inicio do seu negocio. É importante levar em consideração

o grau de impacto da conjuntura econômica no seu tipo de atividade

produtiva.

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Monopólios: Alguns setores comerciais saem controlados por grandes

organizações que ditam as regras e os preços da revenda dos produtos,

é preciso ter muito cuidado ao planejar as atividades produtivas que

façam parte de setores fortemente monopolizados, pois a chance de

sucessos ou de maior lucratividade nessas áreas é muito baixa.

Setores de baixa demanda: Alguns setores apresentam um nível

produtivo muito acima da demanda. Nesses setores, a disputa por

mercado consumidor é muito acirrada.

Barreiras de acesso: É importante que o produtor rural esteja atento a

diversidade de barreiras de acesso que podem inviabilizar seu negocio.

Dentro as principais, podemos citar a necessidades de alto investimento

financeiro, as dificuldades para obtenção de matérias primas e a

exigência de licenças, contratos e patentes que dificultam a legalização.

Segundo MEDEIROS (2003), o conhecimento teórico em governança e

coordenação de cadeias produtivas esta bem difundida entre os atores que

compõe, e há um consenso entre as diversas partes deste segmento que o

sistema não funciona a custo zero, ou seja, existem custos relacionados com a

forma como ocorrem as transações e entre produtores ovinos e as seguintes

peculiaridades.

Relacionadas com a especificidade dos ativos: exigência de instalações

e equipamentos especializados, raças especializadas, padronização de

carcaças, qualidades etc.;

Relacionadas com a freqüência: regularidade e garantia de suprimento

de animais ou produtos agroindústrias, entre outras;

Relacionadas com a incerteza: possibilidade de ações oportunistas por

parte dos agentes envolvidos, incerteza quanto a preços etc.

Ainda segundo o autor, tais peculiaridades evidenciam a existência de duas

dimensões na estrutura do modo de governança, uma dimensão econômica

que determina os aspectos da relação comercial entre o produtor e

agroindústria; e uma dimensão técnica que determina os aspectos tecnológicos

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a serem observados na produção, neste ultimo caso estabelece uma

coordenação técnica de produção.

A ovinocultura de corte no Brasil possui alto potencial de crescimento, já que a

produção atual não atende a demanda do mercado consumidor, sendo

necessária a importação do produto. Apesar de seu potencial de crescimento o

efetivo de ovinos sofreu pouca alteração nos últimos anos. Isso ocorre,

principalmente, devido a diversos fatores que afetam negativamente a

estruturação da ovinocultura no Brasil. Dentre esses fatores estão: o sistema

de produção, a escala de produção e constância do fornecimento, o padrão

animal, o número de abatedouros e abates clandestinos, preços e importação.

Além disso, a ovinocultura sofre com o problema da falta de informação de

alguns pecuaristas, que associam a criação e manejo de ovinos às de bovinos

e acabam fazendo um manejo equivocado e criando uma expectativa de

produção e renda que nem sempre é alcançada, resultando em abandono e

críticas a atividade, prejudicando o setor (Reis, 2009).

Na cidade de Paraguaçu Paulista, frigorifico foi construído para atender os

pecuaristas de corte ovino, porém está desinstalado, pois não acha os números

necessários de pecuarista para atender a demanda. Assim, que na região do

centro – oeste paulista, atende de um meio clandestino em sua propriedade.

1.8 – Planejamento Estratégico no S.W.O.T.

Na aula de Administração Mercadológica com João Carlos da Silva (2011) faz

– se a analise SWOT, em inglês ‘strong’ (pontos fortes), ‘weak’ (pontos fracos),

‘opportunities’ (oportunidades) e ‘threats’ (ameaças), é uma metodologia que

podem ser definidas como apoio na definição das estratégias futuras a serem

aplicadas na cadeia produtiva da ovinocultura.

Ameaças: Hábito de consumo incipiente, cadeias produtivas de outras

carnes mais desenvolvidas e aumento de consumo de produtos semi –

prontos.

Oportunidades: Crescimento do consumo de carnes alternativas,

crescimento global de carnes, tecnologias básicas disponíveis e

capacidade de expansão.

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Pontos Fracos: Sazonalidade na oferta dos produtos, apresentação e

qualidade do produto, canais de distribuição, política tributaria incipiente,

ociosidade dos abatedouros, assistência técnica deficitária e o baixo

nível de organização dos produtos.

Pontos Fortes: Tradição pecuária do país, conduções edafoclimaticas

favoráveis, forte presença comercial na região Sudeste, mercado

nacional e internacional em franca expansão, sustentabilidade

tecnológica e produto de grande aceitação.

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2 – Marketing Estratégico

O marketing é profundamente afetado pela estratégia global da cadeia, após

essa definição da estratégia é preciso realizar o chamado de marketing

estratégico, ou seja, pesquisar o mercado, segmentar os consumidores, definir

o alvo e posicionar o produto (NETO, 2003).

Uma divulgação boa e bem planejada, só traz benefícios ao produtor e aos

consumidores.

Segundo a aula de Administração Mercadológica com João Carlos da Silva

(2011), o marketing é o conjunto de estratégias adotadas pelas firmas para

alcance da satisfação total de seus clientes atuais e/ou potenciais por meio de

processos de troca. Os 4 Ps, do marketing destaca-se: preço, praça (política de

distribuição), promoção e produto, sendo eles:

Produtos: na análise dos Produtos, dois conjuntos de fatores podem ser

avaliados, sendo estes: (a) aspectos tangíveis, tais como, cor rótulo,

embalagem entre outros e, (b) aspectos intangíveis, a exemplo, da

marca, prestação de serviço pós-venda etc.;

Preço: o Preço é o valor monetário trocado por produtos ou serviços.

Pode representar uma barreira de acesso para determinados grupos de

consumidores, bem como determinar o market – share (fatia ou

participação de mercado) e a rentabilidade de uma firma; a baixa

capacitação e escala do produtor rural geram problemas de implantação

e tem dificuldade a formação de associações que representam os

interesses do setor.

Ponto de Distribuição: são as organizações responsáveis pela

distribuição de produtos e serviços. Buscam atender as demandas dos

consumidores segundo os aspectos de localização, quantidade e preço.

Além disso, devem adotar estratégias para estimular a demanda;

Promoção ou composto de comunicação: são as atividades relacionadas

à comunicação entre a firma e seus clientes. Nestas atividades estão

inclusas as propagandas, promoção de vendas, merchandising, venda

pessoal e relações públicas.

É através do posicionamento planejado que o consumidor consegue facilmente

diferenciar seu produto dos demais. O posicionamento é a maneira como os

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consumidores percebem seu negocio e seu produto em relação à concorrência,

assim que é necessário:

Procure sempre que possível demonstrar no rotulo o que diferenciar

seus produtos dos demais concorrentes;

Os locais de distribuição também são potenciais fatores de

diferenciação: se o seu produto possui uma qualidade superior, procure

distribuí-lo em locais que valorizam essa qualidade;

Cuidado com o transporte e a apresentação ao cliente também é

importante. Muitas vezes, um produto bem produzido chega com uma

aparência ruim para o consumidor, que neste caso pretende não

compra-lo. Então, é necessário lembrar que, quanto maior o cuidado

com a produção, maior o valor agregado do produto.

A complexibilidade do calculo do custo de produção da atividade agrícola

recomenda forte interação entre o técnico – que determina os custos – e o

produtor, buscando uma interpretação dos resultados que mais se aproxima

da realidade do mercado consumidor. Sem esse cuidado, a diferenciação

no custo de produção para o técnico e para o produtor pode variar muito.

2.1 - Identificação dos 4P’s de Marketing para a Carne Ovina

Segundo a aula de Administração Mercadológica com João Carlos da Silva

(2011) e noções de ovinos de corte Carlo Evandro Petcov, Fazenda Jequitibá,

Borá/SP, à análise dos 4P’s poderá indicar pontos de alavancagem para

incremento da demanda e consequentemente, da participação de mercado da

carne ovina no Município estudado. Os resultados desta análise são

apresentados a seguir.

Entre os canais de distribuição visitados, a totalidade deles dispunha de carne

de ovinos. Segundo, Evandro em 82% foi encontrado cortes congelados, sendo

estes os seguintes: (a) carré; (b) paleta; (c) pernil; (d) costela, (e) picanha e

(f) T bone. Nos demais, foram encontrados cortes e carcaças resfriadas. O

corte mais frequente, entre os produtos resfriados e congelados, foi a costela e

o pernil, ambos os presentes em 72% dos pontos de venda. Nestes produtos,

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oito diferentes marcas foram encontradas, sendo todas estas registradas no

Sistema de Inspeção Federal (SIF).

Para o canal de comercialização “açougues”, em 40% deles, além dos cortes,

foram encontradas carcaças e meias-carcaças resfriadas. Tais produtos

representam a principal diferença entre este canal e os canais “supermercados

e hipermercados”.

A análise do ponto de distribuição revelou que em 45,4% dos locais visitados a

carne de ovinos estava disposta em congeladores e/ou refrigeradores comuns

às carnes suína, bovina e de aves; ou seja, estavam acondicionadas em locais

específicos para carnes, mas não específicos para carne de ovinos. Outras

36,3% estavam dispostas em locais não específicos para a comercialização de

carnes, estando dispostas com massas e outros gêneros alimentícios. E por

fim, 18,1% das carnes estavam organizadas em locais específicos para a

comercialização de carnes consideradas exóticas.

Deve-se destacar ainda, que com exceção das carcaças refrigeradas, grande

parte dos cortes apresentava filme plástico sobreposto à primeira embalagem

do produto e excesso de gelo. Fato este, que dificulta a identificação do

produto pelo consumidor, seja de aspectos intrínsecos à carne, tais como, cor e

gordura, e/ou de informações contidas nos rótulos e etiquetas do produto, a

exemplo, de marca, origem, sistema de inspeção, data de validade, modo de

preparo, entre outros.

Outro fator de grande importância para decisão de compra e,

consequentemente, para definição da participação de mercado que o produto

ocupa é o preço. O preço de determinados produtos pode representar uma

barreira de acesso para grupos de consumidores de menor poder aquisitivo.

Neste estudo, o preço médio de venda entre os pontos de venda e de acordo

com cada produto foi o seguinte: carré (R$21,75/kg); pernil (R$17,89/kg);

paleta (R$14,98/kg); costela (R$9,90/kg) e picanha (R$18,87/kg). Para o

conjunto destes produtos, o preço médio foi de R$17,89/Kg; estes preços são

referentes ao que Evandro e Carlos Petcov, aplica na Fazenda Jequitibá, no

ano de 2012-2013.

Por fim, a verificação das características de promoção indica pouca atenção

destinada para esse fator. Entre os 11 pontos de venda visitados, em apenas

um deles – supermercado - foi identificada estratégia de promoção; sendo

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esta feita com cartazes de papel cartolina que indicavam a presença do

produto e o preço.

2.2 – Propaganda e Promoção

Uma marca bem trabalhada contribui para o sucesso do empreendimento, ou

seja, promova seu produto corretamente. A missão do marketing é tornar a

área de vendas desnecessária. Não que o papel do vendedor irá desaparecer.

Ele só muda de posição e de cargo nas organizações. O engenheiro é o

vendedor, o designer é o vendedor, o geneticista é o vendedor, o produtor rural

é o vendedor. Por que e como? Óbvio, o resultado da venda será cada vez

mais dependente da capacidade da organização de toda a cadeia produtiva. O

desejo e a atração do cliente nascem na criação do produto, no processo como

é fabricado, na logística com que é distribuído e no design que já traz embutido

no seu DNA. À propaganda cabe ser cada vez mais generosa e amplificadora

dessas virtudes interiores dos produtos e serviços. A propaganda falará cada

vez menos dos produtos e cada vez mais do sentido e do significado da vida,

como consumidor da marca e do produto.

O agronegócio sem marketing é commodity. A luta é pela “des-

commoditização”. A agricultura certificada, o diferente, o particular. Os valores,

a cultura, o “folclore”, o processo, o amor colocado e empregado na produção

do alimento, desde a sua origem, contarão cada vez mais nas percepções dos

consumidores finais. O mundo não irá comer mais, precisará aprender a comer

melhor. Do prato cheio ao prato saudável virá a grande transformação. A

rastreabilidade é inevitável. A velocidade dessa mudança será exponencial. Em

2019 teremos ofertas abundantes de pré-preparados, ricos num conjunto de

saúde, centenas de temperos, especiarias, sabores, apimentados,

estimuladores do mais rebuscado prazer no paladar. Carnes em cortes, em

formatos, apresentações, embalagens antidesperdício com total transparência

de todo ciclo, ultrapassando a mesa do consumidor e conversando com os

seus neurônios. Estimulando olfato, tato e visual.

Promoção é toda a ação que tem como objetivo apresentar, informar,

convencer ou lembrar os clientes de comprar os produtos e não os

concorrentes. Tem também como objetivo construir uma imagem favorável na

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mente dos consumidores atuais e dos em pontecial. Em outras palavras, a

propaganda coloca a empresa entre as elegíveis para atender as necessidades

do comprador. Alem das influencias pessoais, a opinião de um consumidor é

formada principalmente pela forma como a empresa faz a sua promoção. Por

isso diversos fatores importantes devem ser levados em consideração:

Determine de que maneira o produto será promovido, pois todas as

formas de propagandas implicam custos;

Leve sempre em consideração o retorno da estratégia, seja na imagem

do negocio, no aumento do numero de clientes, vendas ou no acréscimo

das receitas;

Existem diversos tipos de propagandas: use a criatividade e inove para

encontrar a melhor maneira de divulgar o produto, e atenção com que os

concorrentes fazem;

Panfletos e volantes podem ser entregues em locais com grandes fluxos

de pessoas: neles deve colocar informações básicas sobre o produto e

serviços (nome da empresa, endereço, telefone, e-mail, etc.)

Uma alternativa interessante é a divulgação em revistas especializadas,

ou em jornais do bairro: esses anúncios são mais baratos e atingem

diretamente o publico – alvo.

Feiras e exposições, reuniões de vendas são bons locais para

apresentar sua empresa a um publico selecionado. Elas juntam clientes,

especialistas, fornecedores e concorrentes.

As ocasiões preferidas para consumir carne ovina foram às refeições com a família ou amigos nos finais de semana (31,4%), datas especiais (aniversários, festas – 23,1%), refeições fora de casa (19,1%), no lar ao receber uma visita especial (18,3%) e em eventos públicos (7,9%). Essa classificação de preferências retrata o papel da carne ovina como um produto especial, utilizado principalmente na composição do mix de carnes oferecidas em ocasiões especiais o que pode justificar o intervalo quinzenal entre um consumo e outro abordado anteriormente. Portanto, um produto com esse padrão de comportamento de consumo como é o caso da carne ovina, requer um padrão de qualidade inquestionável, pois somente dessa forma pode reduzir o intervalo de compra pelo consumidor. (MEGIDO e XAVIER, 1998).

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2.3 - Pesquisa de Mercado

A carne ovina era considerada um subproduto da ovinocultura sendo

consumida principalmente nos estabelecimentos rurais. Sua comercialização

era desorganizada, inclusive com abate de animais de baixa qualidade que

eram enviados ao mercado consumidor. Isto criou uma imagem desfavorável

do produto. Porém, este cenário está mudando à medida que a carne ovina

recebe destaque no mercado de carnes (PEREIRA NETO, 2004), em especial,

a carne de cordeiro destinada a atender nichos de mercado nos grandes

centros urbanos (SILVEIRA, 2005).

Para uma boa analise no segmento alimentício, é bom coletar os dados dos

consumidores em uma pesquisa de campo, para ter noção de qual a sua

preferência em consumo da carne ovina e a freqüência no consumo.

A partir de dois tipos de pesquisa de mercado que foi realizada na cidade de

Assis/SP, entre a faixa etária de 20 a 70 anos, e um numero de 50

entrevistados, e a outra pesquisa realizada via internet foram 38 entrevistados,

num total de 88 entrevistados cujo objetivo da pesquisa mostra a

comercialização e preferência na carne ovina, se a população assisense é

acostumada na compra.

Modelos das pesquisas:

Modelo 1

Pesquisa de Mercado (TCC) Idade:

1-) Você gosta da carne ovina? ( ) Sim ( )Não

2-) O que leva você comprar a carne ovina? ( ) Sabor ( ) Qualidade ( ) Preço ( ) Local

3-) Você prefere a carne ovina? ( ) Churrasco ( ) Pratos diferenciados ( ) Outros ___________

4-) Quantas vezes no mês você come? _______________________________________________________________

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Modelo 2

2ª . Preferência e consumos ao tipo de carne ( ) Bovina ( ) Frango ( ) Ovina ( ) Peixe ( ) Suína ( ) Outras

1ª Pesquisa: Preferência e consumo aos tipos de carnes

0

5

10

15

20

25

30

Entrevista Via Internet

Bovina

Frango

Ovina

Peixe

Suina

Outras

De acordo com esta pesquisa, a preferência aos tipos de carnes pelos

entrevistados está em 1º lugar à carne bovina, em 2º a carne de frango e a

ovina e em 3º lugar o peixe. Porem, a carne ovina não esta na preferência da

população, por não estar acostumada ao consumo, e em torno de uns 25% não

sabe do que a carne ovina trata-se.

2ª Pesquisa:

Na 2ª pesquisa de mercado, nota-se que 42% dos consumidores já comeram a

carne ovina, enquanto 8% não; durante a pesquisa alguns não sabiam o que se

tratava; o que leva os consumidores a comprar à carne ovina são o sabor e a

qualidade, a preferência para o preparo são churrasco e pratos diferenciados, e

o consumo é equivalente a 1 a 3 vez por semana, ou raramente, rodízios ou

afins.

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2.0 - Você já comeu a carne ovina?

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Sim Não

Sim

Não

2.1 - Você gosta da carne ovina?

0

5

10

15

20

25

30

35

Sim Não

Sim

Não

2.2 - O que leva você a comprar a carne ovina?

0

5

10

15

20

25

Sabor Qualid. Preço Lugar

Sabor

Qualid.

Preço

Lugar

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2.3 - Você prefere a carne ovina, como?

0

5

10

15

20

25

Churrasco Pratos Dif.

Churras

Pratos Dif

2.4 - Quantas vezes no ano você come a carne ovina?

0

5

10

15

20

0 1 a 2x 3x a mais

0

1 a 2x

3x a mais

3 – Aspectos quantitativos e qualitativos relacionados à carne ovina.

Na produção animal o parâmetro mais importante para avaliar sua eficiência é quantidade e a qualidade do produto final. Porém, é preciso definir os aspectos quantitativos e qualitativos da carcaça e da carne para que chegue ao consumidor um produto final com características adequadas (SILVA SOBRINHO & OSÓRIO, 2008).

Os aspectos quantitativos e qualitativos relacionados à carne ovina passaram a

ser reavaliados e estudados, visto que a evolução e mudança de mentalidade

passaram a ter novos direcionamentos, o que antes era interesse setorial

passou a ser de todos; no caso da carne, a cadeia produtiva e comercial tem o

foco no consumidor e consciência que será tão forte quanto a seu elo mais

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fraco. Embora, ainda perdurem alguns setores fixando valores em função de

aspectos pouco ou nada relacionados com os interesses da cadeia.

Nesse sentido, Osório (2007) conclui que os processos de produção e

comercialização, para obtenção de produto de qualidade, serão consolidados

se existirem técnicas claras e práticas para descrever os caracteres

relacionados com a qualidade da carne, que possam ser medidos na carcaça e

que tenham relação biológica com a avaliação in vivo.

Antes o animal era o produto final da especulação da carne na produção,

depois passou a ser a carcaça e hoje é a carne procedente desta carcaça,

segundo Carlo Evandro, a maioria das transações comerciais ainda é baseada

na carcaça e nas características que presumem ou são indicativas dos

aspectos quantitativos e qualitativos relacionados à carne. Sendo assim, o

consumidor final, sempre irá preferir uma parte do corte da carne ovina sendo

ela, pernil, carré, bone ou pescoço e de acordo com o que o Osório diz:

As características quantitativas (peso, conformação e estado de engorduramento) e qualitativas (cor e consistência do músculo e da gordura, distribuição da gordura nos diferentes depósitos, composição tecidual e química do músculo e da gordura) dependem fundamentalmente do genótipo e sistema de produção (destacando-se a dieta alimentar) utilizado (OSÓRIO, 2009).

Portanto, à complexidade da ciência da carne e a inter-relação dos aspectos

relacionados à carne estão sendo estudados no conjunto dos interesses da

cadeia e não isoladamente e, com o foco no produto final que chega ao

consumidor.

Assim, o objetivo do presente estudo é abordar os aspectos quantitativos e

qualitativos relacionados à carne ovina.

Segundo Evandro, da Fazenda Jequitibá a carne ovina tem um sabor

adocicado, se abater uma ovelha em descarte, a carne não serve mais, porém

a alta quantidade de vermífugo que ela ingeriu, perde-se a qualidade, e com

isso alguns consumidores, que já experimentaram esta, não gostam.

A carne de cordeiro e borrego é a melhor carne vermelha e baixo teor de

gordura encontrada no mercado agroalimentar, pois de todas as carnes a

digestão dela é 5 horas, ao contrario da carne bovina, que hoje em dia é a

preferência entre os consumidores a sua digestão é de 24 horas.

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Existe uma tendência de animais mais velhos ou mais pesados apresentarem

carne mais escura. Em relação à idade do animal ou o peso da carcaça sobre a

capacidade de retenção de água e suculência da carne, não há um acordo

entre os artigos científicos publicados. Cordeiros podem ter carne mais macia

do que carneiros, mas a maciez da carne é influenciada por vários outros

motivos, como por exemplo, o sistema de manejo e o tempo de maturação da

carne.

Segundo o site FARMAPOINT, o aspecto é passível a comparação com a

cadeia da carne bovina, apesar da carne ovina ser limitada ao mercado interno,

o segmento consumidor também vem sendo responsável por proporcionar

mudança mercadológica altamente relacionada à exigência de qualidade e

segurança alimentar.

3.1 - Genótipo/Raça

A raça está diretamente relacionada à quantidade e qualidade da carne. As

raças de grande formato apresentam potencial para alcançarem pesos mais

elevados; por outra parte, as de pequeno formato, normalmente são mais

precoces, ou seja, depositam gordura mais cedo. Assim, a porção comestível

de uma raça de pequeno ou de grande formato, uma mais precoce ou uma

mais tardia, será diferente quanto à relação músculo gordura.

As raças que depositam mais gordura na carcaça geralmente apresentam

carne com maior capacidade de retenção de água e suculência; mas é

importante salientar que as diferenças na qualidade da carne ovina entre

genótipos podem variar se as comparações são realizadas a pesos corporais

e/ou de carcaças diferentes. Entretanto, quando o abate é realizado com

similar peso corporal de genótipos distintos a qualidade da carne pode ser

diferente.

Segundo Sañudo (2008) a raça constitui um fator complexo e difícil de ser analisado quando se avalia a quantidade de gordura e qualidade da carne, já que os resultados variam de acordo com os critérios de comparação: mesmo peso de carcaça, mesma idade, mesmo grau de maturidade ou mesma porcentagem de peso corporal adulto. Certamente, no futuro será buscado o estágio de maturidade química em relação à expectativa de vida do animal, que tenha a porção comestível com a composição química que provoque a maior satisfação sensorial e maiores benefícios na digestão ao organismo humano (OSÓRIO, 2010 e 2012).

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Dentre as várias raças de ovinos existentes no Brasil, as principais com aptidão

para carne são Suffolk, Hampshire Down, Ile de France, Texel, Poll Dorset,

Santa Inês, Morada Nova e Bergamácia. Outras criadas e com bom nível de

adaptação em território nacional, são as produtoras de lã fina Merino

Australiano e Ideal; e animais de dupla aptidão, como Corriedale, Romney

Marsh e Border Leicester.

Raças de Carneiros para corte:

Bergamacia

Border Leicester

Columbia

Corriedale

Cara Preta Lituana

Hampshire Down

Ile de France

Morada Nova

Poll Dorset

Rommey

Santa Ines

Suffolk

Texel

3.2 - Qualidade nutritiva e funcional da carne ovina

A carne é um componente importante na dieta humana contendo vasta variedade de nutrientes, em sentido amplo, é alimento nobre para o homem, dada à produção de energia e sua função plástica na formação de novos tecidos orgânicos. (OSÓRIO, 2002).

O objetivo da cadeia, o consumidor, a qualidade da carne tem diversos pontos

de vista: qualidade nutricional, qualidade sanitária, qualidade subjetiva ou

imaginária, qualidade de serviço, qualidade comercial e de apresentação e

qualidade organoléptica e sensorial. Segundo Carlo Evandro defini – se que a

qualidade da carne está relacionada à saúde e ao gosto do consumidor,

propiciando o mais alto grau de satisfação e ainda e benefícios à saúde.

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O valor nutritivo e funcional da carne ovina passa pelo conhecimento da

composição química e nesse sentido destacam-se os teores de água, proteína,

gordura e minerais.

A proporção entre proteína e água é quase constante em uma larga variedade

de conteúdo de gordura (OSÓRIO, 2006). Dentre os componentes químicos da

carne, a água é o constituinte mais importante da carne, podendo a carne

vermelha magra conter mais de 76%. Essa porcentagem em animais jovens é

maior, e à medida que estes animais vão atingindo a maturidade essa relação

diminui. O conteúdo de água está relacionado com o conteúdo de gordura na

carcaça, quando ocorre aumento no teor de gordura, haverá diminuição no teor

de água.

Já as proteínas são essenciais para a formação de músculos, enzimas, células e hormônios e ajudam no processo de cicatrização dos tecidos sendo um macro nutriente indispensável para o organismo, constituindo componentes importantíssimos no corpo do animal. Todas as enzimas e muitos elementos estruturais das células são proteínas, e as mesmas na fibra muscular são responsáveis pela contração. As proteínas do músculo são fundamentais para as transformações ocorridas após a morte e são envolvidas na transformação do músculo em carne, sendo a principal fonte de proteína de alta qualidade na dieta humana (OSÓRIO, 2006).

Segundo Osório (2006), destaca dois grupos de proteínas que fazem parte do

músculo: as proteínas miofibrilares e as sarcoplasmáticas. Já as proteínas do

tecido conjuntivo se encontram fora da fibra muscular oferecendo suporte e

rigidez ao músculo vivo, e na carne está relacionada com a maciez. Dentre as

proteínas, a microfibrilar (LAWRIE, 2005) da carne apresenta elevado valor

biológico pela disponibilidade em aminoácidos essenciais e pela digestibilidade,

que varia de 95% a 100%, contendo todos os aminoácidos essenciais ao ser

humano.

Compreendendo de 12 a 28% do peso da carcaça de um ovino, a gordura é um

componente de grande importância na carcaça dos animais criados para a

produção de carne, sendo seu valor energético 8,5cal/g. A gordura da carne,

além do aspecto energético, é importante pelos ácidos graxos essenciais,

colesterol e vitaminas lipossolúveis, sendo também indispensável para os

aspectos organolépticos de sabor e uso culinário (OSÓRIO, 2006).

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A digestibilidade da gordura varia em função dos ácidos graxos constituintes

(SAÑUDO & CEPERO, 2009), sendo que a gordura interna (mais saturada)

tem digestibilidade em torno de 77% enquanto a externa (peito) chega a 98%,

ficando responsável pelo sabor e o aroma particular da carne de cada espécie.

Vários ácidos graxos conjugados com dupla ligação são encontrados na

natureza, sendo a maioria deles produzidos pelos ruminantes, um deles é o

ácido linoléico conjugado, ou simplesmente CLA (SAÑUDO & CEPERO, 2009).

A capacidade de incorporar o CLA na gordura intramuscular ou gordura de

marmoreio é um destaque nos ovinos, facilitando a disponibilidade desta

substância na porção comestível da sua carne. Desta forma, o consumo da

carne ovina pode influenciar positivamente a higidez daquele que a consome

(OSÓRIO, 2006).

Além dessas substâncias benéficas encontradas na carne, estão também

presentes as vitaminas que são potentes compostos orgânicos que aparece

nos alimentos em pequenas concentrações, desempenhando funções

específicas e vitais nas células e nos tecidos do corpo. A carne apresenta

todas as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), as hidrossolúveis do complexo B

(tiamina, riboflavina, nicotinamida, piridoxina, ácido pantotênico, ácido fólico,

niacina, cobalamina e biotina) e um pouco de vitamina C. Animais jovens

apresentam níveis menores de B12, enquanto aqueles na fase de acabamento

apresentam maiores teores de vitaminas lipossolúveis, sendo que neste grupo

a carne destaca-se como fonte de vitamina A, pois os alimentos de origem

animal são as únicas fontes de vitamina A biologicamente ativa. O grande

mérito da carne como fonte de vitaminas é pela disponibilidade em vitaminas

do complexo B, que exercem funções indispensáveis ao crescimento e à

manutenção do corpo humano (LAWRIE, 2005).

A carne ovina possui todos os minerais, destacando-se a presença de ferro,

fósforo, potássio, sódio, magnésio e zinco. Todos os minerais essenciais ao ser

humano estão presentes na carne, sendo que esses estão mais ligados ao

tecido magro (LAWRIE, 2005).

4 – A Comercialização

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Nos dias de hoje na região Centro Oeste Paulista, a carne ovina não esta como

umas das preferências no consumidor, porém a sua comercialização no

mercado agroalimentar é um pouco vasta, pois não tem nicho suficiente.

Existem os criadores, mas não suficiente para manter a regularidade na oferta.

Apesar de o hábito alimentar de grande parte da população brasileira não ser

culturalmente voltado para o consumo de carne ovina, o mesmo têm crescido

substancialmente nos últimos anos. O presidente da Associação Paulista de

Criadores de Ovinos (ASPACO) e da Câmara Setorial Especial de Caprinos e

Ovinos de São Paulo, Arnaldo dos Santos Vieira Filho, acredita na existência

de demanda reprimida (MELLO et al., 2007). O consumo brasileiro está

estagnado em 0,7 kg per capita anual, o que é considerado pequeno perante a

Argentina que apresenta 1,4 kg, Europa com 27 kg e a Nova Zelândia e

Austrália com 42,2 kg e 20,2 kg por habitante por ano, respectivamente

(ALENCAR & ROSA, 2006). O grande exportador da carne, é o Uruguai, na

qual busca no Estado do Rio Grande do Sul.

O consumidor de carne ovina é extremamente exigente quanto à qualidade do produto. Por outro lado, esse sistema agroindustrial ainda enfrenta uma série de desafios no sentido de melhorar sua coordenação para garantir que a qualidade chegue ao consumidor final. (YOKOYA et al. 2009).

Na cidade de Paraguaçu Paulista/SP, existe um frigorífico que encontra – se

desativado, pois não tem criadores de ovinos suficientes na região para

abastece com seus produtos: carnes e derivados. Um bom investimento para

este frigorífico é agregar valores ao produto, isto é, ampliar os ganhos

beneficiando e processando - o para que os mesmos se tornem atrativos aos

seus consumidores.

O outro problema é a falta de interesses de açougues e hipermercados, pois

decidiram não vender mais a carne ovina, porque não tem a produtores

suficientes para abastecer.

Devido a estes problemas como na região tem pequenos pecuaristas que

fazem o abate clandestinamente, vende seus produtos e derivados ao

consumidor final.

Segundo Antonelli Mendes et al. (2009), um grande problema apresentado na

comercialização de ovinos refere-se à origem da carne comercializada, pois há

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falhas severas na padronização e inspeção do produto. A carne de ovino pode

ter várias origens: importada; de frigoríficos nacionais certificados ou

clandestina, obtida pelo abate não fiscalizado (ALENCAR & ROSA, 2006).

Na região de Assis/SP, existe esse problema apresentando, pois para os

criadores é pratico o abate na própria área rural.

De acordo, Faria e Silva (2006) relatou a crescente demanda por carne de

ovinos em cortes padronizados ou produtos processados, embalados e

comercializados de forma resfriada ou congelada, principalmente em área

habitada pelo segmento populacional detentor de maior poder aquisitivo.

A rigor, o brasileiro só come carne ovina, em momentos de festa e, embora isto seja bom devido à alegria daquele instante, também apresenta três discrepâncias, a saber: 1 – Não se realizam festas com muita constância. […] 2 – Nas festas, a carne ovina é geralmente apresentada na forma de churrasco […].3 – A carne que está no espeto nem sempre é de primeira qualidade (SANTOS, 2003, p. 26)

O modo como o autor cita, como tornar o consumo da carne ovina no dia a dia,

usando uma boa qualidade, quando tiver churrasco ou então festas

comemorativas com os temperos suaves de um prato diferenciado.

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5 – Planejamento Financeiro

Para ter controle sobre o seu negocio é necessário planejar o que se pretende

fazer e onde se espera chegar. Só com pontos de controle e de verificação

rigorosos e acurados, o produtor rural pode ter independência financeira e

liberdade de ação. Planejar é criar condições para que o futuro financeiro seja

mais claro e previsível, nas aulas durante o curso de Administração do 1º ano

até hoje em dia, o 4º ano, é necessário planejar estrategicamente e

financeiramente, pra que os recursos estejam de suficiente e a propriedade

render.

Na produção rural, investir significa colocar recursos (dinheiro, bens e

produtos) na compra de maquinas, insumos, equipamentos, imóveis ou em

aplicações de capital que levem ao crescimento a capacidade produtiva. Todo

o investimento é baseado na previsão futura de retorno financeiro superior ao

montante aplicado. Sendo assim, o planejamento prévio é uma etapa decisiva

na obtenção de bons resultados.

Investimento Fixo: É constituído por todos os bens que deverão ser

adquiridos para iniciar e manter sua propriedade em funcionamento

adequado. É importante que o produtor fique atento aos gastos

desnecessários. Considere a possibilidade de terceirizar algumas

atividades e verifique sempre as melhores opções para aquisição de

produtos, materiais e equipamentos.

Investimento Pré-Operacional: O investimento pré operacional

compreende os gastos necessários para deixar a propriedade pronta

para a produção, ou seja, todos os gastos realizados antes do inicio das

atividades. Dentre eles podemos citar gastos com registro de

propriedades, manutenção de equipamentos, reformas, visão

empresarial que não há como ser competitivo sem planejamento,

qualidade do produto, etc.

Capital de Giro: É constituído pela soma dos recursos necessários para

o pleno funcionamento da propriedade, principalmente a compra de

mercadorias e o pagamento de despesas. É o capital de giro que

fornece ao produtor a base necessária para manter a propriedade em

funcionamento, mesmo em períodos de quedas nas vendas ou de atraso

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nos pagamentos dos produtos. Para uma boa estimativa do capital de

giro, é importante que o produtor saiba calcular corretamente a

quantidade mínima de dinheiro e materiais necessários para a produção

mantenha-se constante, independente das oscilações no prazo de

recebimento das vendas.

5.1 - Estimativas de faturamento e Custos na Ovinocultura de corte

É através das estimativas de faturamento que o produtor rural pode planejar

melhor a quantidade de dinheiro que será disponibilizada para todas as etapas

da produção e da comercialização dos produtos. A melhor forma de estimar o

faturamento de propriedade é multiplicando o volume de produtos que serão

comercializados pelo seu preço de venda, para uma melhor estimativa, o

produtor deve ter:

Basear o preço do seu produto em informações do mercado;

Considerar o preço praticado por seus concorrentes;

Realizar estimativas de quanto seus potenciais clientes estão dispostas

a pagar por seus produtos;

Levar em consideração as oscilações do mercado, aumento da

concorrência, quebras de safra de milho (ração) etc.;

A apuração de custos da produção em uma empresa agrícola segue alguns

processos utilizados em qualquer empresa industrial, observando algumas

particularidades inerentes ao ramo de atividades.

Custos diretos: São aqueles que podem ser facilmente identificados no

produto acabado, ou seja, que demonstram o montante financeiro

aplicado na produção do produto. Os principais exemplos são: Gastos

com matérias – primas, insumos e mão de obra direta.

Custos indiretos: São aqueles não identificáveis diretamente em cada

produto, por fazerem parte das despesas gerais da propriedade ou do

investimento inicial, em exemplo são os custos com energia ou consumo

de água, com a manutenção de equipamentos ou seguros, aos quais

não é possível atribuir a quantidade exata gasta por produto.

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Custos com comercialização: São aqueles que estão diretamente

relacionados com as vendas, podendo variar ao longo da atividade

produtiva; para calcular estes custos é importante levar em conta os

impostos sobre os produtos, as comissões e os custos envolvidos em

sua promoção e distribuição.

Custos com a mão de obra: São calculados a partir do numero de

funcionários envolvidos no processo produtivo. É importante lembrar que

o custo com a mão de obra não é constituído apenas pelo pagamento de

salários, porem entram também calculo de seguro, alimentação e

transporte, FGTS, férias, 13º salário, INSS, horas-extras, etc.;

Custos com a depreciação: Todo produtor sabe que durante a atividade

agrícola ocorre o desgaste das maquinas e equipamentos, sendo

necessária sua reposição ao longo do processo. Os custos relacionados

com a perda de valor dos bens da propriedade são chamados de

depreciação.

Custos Fixos: São todos os gastos que não alteram em função do

volume de produção ou da quantidade de produtos comercializados em

um determinado período. Por exemplo, se a propriedade sofrer uma

queda de volume de vendas, ainda assim pagara despesas com

insumos, energia, salários, etc. esses valores são custos fixos porque

são pagos independente da produção.

Custos Variáveis: São aqueles custos cujos valores se alteram em

função do volume de produção da empresa. Por exemplo, a matéria –

prima consumida ou o imposto sobre a produção. Se houver pouca

quantidade produzida, o custo variável será mais baixo, assim que este

custo aumenta à medida pela qual a produção aumenta.

5.2 - Crédito Rural

O Crédito Rural abrange recursos destinados a custeio, investimento ou

comercialização, assim que uma vez identificadas às prioridades e a

quantidade de recursos que o agricultor necessita, é preciso avaliar as

condições de financiamento para levantar os recursos necessários.

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O governa disponibiliza diversas linhas de créditos para a agricultura, com

condições de pagamentos especiais, principalmente para os pequenos e

médios produtores, entre os programas especiais destacam-se: do governo

federal o PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura

Familiar, e o do governo do estado de São Paulo o FEAP – Fundo de

Expansão do Agronegócio Paulista.

Possibilidades do Crédito Rural

Crédito de custeio: Quando se destina a cobrir despesas normais dos

ciclos produtivos da compra de insumos à fase de colheita;

Crédito de investimentos: Quando se destina à aplicação em bens e

serviços cujo desfrute se estende por vários períodos de produção;

Crédito de comercialização: Quando se destina a cobrir despesas da

fase posterior ao abate da carne ovina. O que inclui converter em

espécie de gastos com a venda ou com a entrega, feitas pelo produtor

ou pela cooperativa.

O produtor pode pleitear as três modalidades de crédito rural como pessoa

física ou jurídica. As cooperativas rurais são também beneficiárias naturais do

sistema.

Objetivos do Crédito Rural

Fortalecer o setor rural, sobretudo no que refere – se a pequenos e

médios produtores;

Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a

comercialização de produtos agropecuários;

Estimular os investimentos rurais, incluindo o armazenamento,

beneficiamento e industrialização dos produtos agropecuários. Sejam

estes efetuados pelo produtor em área rural, pelas cooperativas,

açougues, boutique de carnes ou por pessoas – físicas ou jurídicas.

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Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção,

visando o aumento da produtividade, a melhoria do padrão de vida das

populações rurais e adequada defesa do solo.

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6 – Conclusão

O presente trabalho teve o intuito de aprofundar e enriquecer conhecimentos

sobre o Planejamento do agronegócio na ovinocultura de corte, assim que

identifica gargalos, conflitos e as potencialidades do setor. Este mercado

agroalimentar tem um crescimento significativo, porém há um déficit de

produtores na região.

Assim, que a ovinocultura de corte destaca-se no agronegócio brasileiro, pois

desde o manejo até os cortes das carnes, lã, pele, couro, as tripas e ossos são

aproveitados no mercado, isto é, tudo é sustentável.

Sendo assim, conclui-se que a comercialização da carne ovina nos dias de

hoje deixa a desejar, pois os consumidores não estão acostumados com este

tipo de carne, e a procura de pontos comerciais não tem, em exemplo de

supermercados e açougues, aumentando a pratica de abatedouros

clandestinos na região.

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