desembaraço aduaneiro - aula 1 e 2

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IMPORTAÇÃO: ROTINAS E PROCEDIMENTOS PROFº. OSVALDO ESTEVES SOBRINHO [email protected]

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Importação

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IMPORTAÇÃO: ROTINAS E PROCEDIMENTOS

PROFº. OSVALDO ESTEVES [email protected]

Page 2: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

O que vamos aprender?

- Agentes Intervenientes no comércio exterior- Classificação Fiscal de Mercadorias- Incoterms 2010- Cálculo dos tributos no comércio exterior- Habilitação do Importador – SISCOMEX- Rotina (passo a passo) de importação- Despacho aduaneiro de importação- Legislação aduaneira

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Balança Comercial Brasileira 2014

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho0

5,000

10,000

15,000

20,000

25,000

16,026 15,93417,628

19,72420,752 20,46720,085

18,05917,517

19,21920,040

18,102

TOTAL IMPORTAÇÃO = USD 113.022TOTAL EXPORTAÇÃO = USD 110.531

EXP

IMP

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Importação

A importação é o ingresso seguido de internalização de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Em termos legais, a mercadoria só é considerada importada após sua internalização no país, por meio da etapa de desembaraço aduaneiro e do recolhimento dos tributos exigidos em lei. O processo de importação pode ser dividido em três fases: administrativa, fiscal e cambial.

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Agentes Intervenientes no Comércio ExteriorBrasileiro

• RFB – Receita Federal do Brasil – fiscalizar a entrada (importação) de mercadoria e a arrecadação dos tributos federais. É Subordinada ao Ministério da Fazenda.

• SECEX – Secretária de Comércio Exterior – Regulamentar as atividades administrativas de Comércio exterior . É subordinada ao MIDC. A Secex é dividida em 5 departamentos. São eles:

Decex – Depla – Deint – Decom - Denoc

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Importação

A importação é o ingresso seguido de internalização de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Em termos legais, a mercadoria só é considerada importada após sua internalização no país, por meio da etapa de desembaraço aduaneiro e do recolhimento dos tributos exigidos em lei. O processo de importação pode ser dividido em três fases: administrativa, fiscal e cambial.

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Desembaraço Aduaneiro

Desembaraço aduaneiro na importação é o ato pelo qual é registrada a conclusão da conferência aduaneira.

Desembaraço aduaneiro na exportação é o ato pelo qual é registrada a conclusão da conferência aduaneira, e autorizado o embarque ou a transposição de fronteira da mercadoria

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Agentes Intervenientes no Comércio ExteriorBrasileiro

• BACEN – fiscalizar a entrada e saída de divisas (pagamentos internacionais)

• Órgãos Anuentes – fiscalizar a entrada de bens que, por interesse do governo, precisam de autorização prévia de importação. Ex: ANVISA ( importação de medicamentos)

• CAMEX – Implementar a política brasileira para o comércio exterior e fixar as alíquotas de imposto de importação. É ligada ao conselho do Presidente da República.

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Organograma da SECEX

Secretaria de Comércio Exterior

(SECEX)

Departamento de Operações de Comércio

Exterior(DECEX)

Departamento de Negociações

Internacionais(DEINT)

Departamento de Defesa Comercial

(DECOM)

Departamento de Planejamento e

Desenvolvimento do Comércio Exterior

(DEPLA)

Departamento de Normas e

Competitividade no Comércio Exterior

(DENOC)

Coordenação

Serviço

Divisão

Chefe de Gabinete

Assessoria

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CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS – Sistema Harmonizado

É um código utilizado por todos os países membros. Foi desenvolvido com o objetivo de harmonizar as negociações internacionais, entre vendedor e comprador. No Comércio Internacional é conhecido como “SH – Sistema Harmonizado de Designação e de codificação de mercadorias”

Page 11: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Sistema Harmonizado – SH

Sua criação ocorreu durante a Convenção de Bruxelas, em 1983, pelo antigo Conselho de Cooperação Aduaneira (CCA) que hoje é denominado de Organização Mundial das Aduanas (OMA) - World Customs Organization. O Brasil aderiu à esta convençã internacional em outubro de 1986.

Page 12: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Sistema Harmonizado – SH

Nomenclatura é uma "linguagem" criada pelo homem para a identificação de mercadorias no comércio internacional. Essa linguagem

foi criada porque se tornou necessária a criação de um sistema que pudesse facilitar

o processo de troca comercial entre as nações, independentemente de diferenças

linguísticas ou culturais.

Page 13: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Sistema Harmonizado – SH

As mercadorias são identificadas por um conjunto de números, em ordem crescente, de acordo com o seu grau de elaboração, ou seja, quanto maior a complexidade do processo produtivo da mercadoria maior é seu número no Sistema Harmonizado, iniciando com animais vivos e terminando com as obras de arte.

Page 14: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Sistema Harmonizado - SH

Por meio do SH é possível: • Determinar qual o direito aduaneiro (imposto ou

tributo correspondente a uma mercadoria)• Coleta de dados estatísticos• Aplicação de algum tratado Internacional

celebrado pelo Brasil• Enquadramento de mercadoria no qual se exige

tratamento administrativo obrigatória (por exemplo, anuência da ANVISA)

Page 15: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Sistema Harmonizado - SHO SH apresenta a seguinte estrutura:• 21 Seções, 99 Capítulos. (sendo o capítulo

77 reservado para utilização futura do SH e os capítulos 98 e 99, para utilização das partes contratantes)

• Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição

• 6 Regras Gerais Interpretativas

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Sistema Harmonizado - SH

Para classificar uma mercadoria corretamente é necessário sua descrição técnica completa, sua aplicação e o domínio no manuseio do SH. Por exemplo, a leitura das Notas de Seção e de Capítulo e das 6 regras gerais de interpretação.

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EstruturaSão 6 dígitos: xxyy.xxExemplo 1: 2844.40

28 – capítulo44 – posição dentro do capitulo2844 – posição40 – subposição

2844.40 – Cobalto 60

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EstruturaExemplo 2: 0302.51

03 – capítulo02 – posição dentro do capitulo0302 – posição51 – subposição

0302.51 – Bacalhau-do-atlântico (Gadus mohrua), bacalhau-da-groelândia (Gadus ogac) e bacalhau-do-pacífico (Gadus macrocephalus)

Page 19: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

EstruturaExemplo 3: 6403.12

64 – capítulo03 – posição dentro do capitulo6403 – posição12 – subposição

6403.12 – Calçados para esqui e para surfe de neve

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EstruturaExemplo 4: 9705.00

97 – capítulo05 – posição dentro do capitulo9705– posição05 – subposição

9705.00 – Coleções e espécimes para coleções, de zoologia, botânica, mineralogia, anatomia, ou apresentando interesse histórico, arqueológico, paleontológico, etnográfico ou numismático.

Page 21: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Estrutura

Cuidado com o ponto, não existe:

284490 ou 28.4490

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Sistema HarmonizadoEm resumo, conhecer a classificação fiscal é de importância primordial. Não faz sentido o planejamento de um processo de importação sem o conhecimento da estrutura do SH e das suas regras.

É por meio da classificação fiscal do produto que eu descubro quais serão os tributos que o importador deve recolher no momento da importação E se a minha mercadoria precisa de autorização ( L.I ) previamente ao embarque da mercadoria. Veremos isto melhor na aula em laboratório.

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6 Regras Gerais de Interpretação

1. Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes:

Page 24: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

6 Regras Gerais de Interpretação

2. Qualquer referência a um artigo em determinada posição abrange esse artigo mesmo incompleto ou inacabado, desde que apresente, no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo completo ou acabado (gf). Abrange igualmente o artigo completo ou acabado, ou como tal considerado nos termos das disposições precedentes, mesmo que se apresente desmontado ou por montar.

Page 25: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

6 Regras Gerais de Interpretação3. Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em

duas ou mais a classificação deve efetuar-se da forma seguinte:

3a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. Todavia, quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos acondicionados para venda a retalho, tais posições devem considerar-se, em relação a esses produtos ou artigos, como igualmente específicas, ainda que uma delas apresente uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria.

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6 Regras Gerais de Interpretação

3b) Os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela reunião de artigos diferentes e as mercadorias apresentadas em sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra 3 a), classificam-se pela matéria ou artigo que lhes confira a característica essencial, quando for possível realizar esta determinação.

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6 Regras Gerais de Interpretação

3c) Nos casos em que as Regras 3a) e 3b) não permitam efetuar a classificação, a mercadoria classifica-se na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração.

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6 Regras Gerais de Interpretação

4. As mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação das Regras acima enunciadas classificam-se na posição correspondente aos artigos mais semelhantes.

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6 Regras Gerais de Interpretação

5. Além das disposições precedentes, as mercadorias abaixo mencionadas estão sujeitas às Regras seguintes:5a) Os estojos para aparelhos fotográficos, para instrumentos musicais, para armas, para instrumentos de desenho, para jóias e receptáculos semelhantes, especialmente fabricados para conterem um artigo determinado ou um sortido, e suscetíveis de um uso prolongado, quando apresentados com os artigos a que se destinam, classificam-se com estes últimos, desde que sejam do tipo normalmente vendido com tais artigos. Esta Regra, todavia, não diz respeito aos receptáculos que confiram ao conjunto a sua característica essencial.

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6 Regras Gerais de Interpretação

5b) Sem prejuízo do disposto na Regra 5a), as embalagens contendo mercadorias classificam-se com estas últimas quando sejam do tipo normalmente utilizado para o seu acondicionamento. Todavia, esta disposição não é obrigatória quando as embalagens sejam claramente suscetíveis de utilização repetida.

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6 Regras Gerais de Interpretação

6. A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das Notas de Subposição respectivas, assim como, mutatis mutandis, pelas Regras precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Para os fins da presente Regra, as Notas de Seção e de Capítulo são também aplicáveis, salvo disposições em contrário.

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Subsídios para classificação

Ocorre que mesmo com a utilização das 6 Regras Gerais de Interpretação, a tentativa de classificação de determinada mercadoria se torna duvidosa. Neste sentido, existem mecanismos que podem auxiliar o importador, são eles: - NESH - das Notas Explicativas do Sistema

Harmonizado- Pareceres de Classificação da OMA

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NESH

A NESH são “notas explicativas” com a interpretação da OMA. Possuem redação voltadas para leigos para elucidar os textos das notas. Elas não tem valor legal e servem somente como fonte de subsídios. Podem, portanto, ser contestadas pela Receita Federal do Brasil, que é a nossa autoridade aduaneira. Não confundir as NESH com as 6 regras gerais de interpretação.

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NESHInstrução Normativa RFB nº 1.260, de 20 de março de 2012 - Aprova a tradução das atualizações das NESH decorrentes de atualizações publicadas pela OMA

Exemplo - Na NESH consta um esclarecimento para a Posição 0407: "A presente posição abrange os ovos fertilizados próprios para incubação e os outros ovos frescos (mesmo refrigerados), de todas as aves. Abrange, igualmente, os ovos com casca, conservados ou cozidos."

No SH consta: Ovos de aves, com casca, frescos, conservados ou cozidos.

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Pareceres de Classificação da OMA

Como a NESH, elas não tem valor legal e servem somente como fonte de subsídios. Podem, portanto, ser contestadas pela Receita Federal do Brasil. Não há hierárquia entre a NESH e os pareceres. A RFB publicou a Instrução Normativa nr. 1459/2014 em português. A coletânea dos pareceres de classificação.

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Pareceres de Classificação da OMASH 1602.50 - Sanduíches acompanhados de batatas fritas prontos para serem requentados em fornos microondas, compostos de um hambúrguer (com um pãozinho), de um cheeseburguer (com um pãozinho) ou de uma fatia de rosbife (com um pãozinho), cada qual com mais de 20 % em peso de carne, embalado para venda a retalho com uma porção de batatas fritas. Aplicação da RGI 3b.

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Pareceres de Classificação da OMASH 7293.23 – Banhomaria não elétrico de aço inoxidável, com tampa do tipo roll top, constituído por um suporte (chassi) e por uma “caixa de frenagem” que segura a tampa, que, provi da de uma empunhadura, gira em torno de seu eixo e se abre para trás. O chassi é preparado para receber uma bacia de água retangular que apresenta em sua parte inferior quatro parafusos que permitem fixar um aquecedor no qual serão colocados três recipientes contendo combustível (na forma de gel, por exemplo). Este aparelho tem 65 cm de comprimento, 43 cm de largura, altura de 40 cm e capacidade de 9,5 L de água e é acondicionado em embalagem para venda a retalho com o aquecedor por montar (sem combustível). É utilizado em estabelecimentos onde são servidas refeições em bufê (hotéis, por exemplo) para manter os alimentos quentes pelo processo de banho-maria (a água quente, na qual são depositados os recipientes contendo os alimentos, é mantida a uma temperatura constante graças aos queimadores). O produto pode ser utilizado acessoriamente para conservar os alimentos frescos; nesse caso, a água quente é substituída por gelo. Aplicação das RGI 1 e 6.

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Pareceres de Classificação da OMA

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O que diz nosso regulamento aduaneiro?Para fins de classificação das mercadorias, a interpretação do conteúdo das posições e desdobramentos da Nomenclatura Comum do Mercosul será feita com observância das Regras Gerais para Interpretação, das Regras Gerais Complementares e das Notas Complementares e, subsidiariamente, das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, da Organização Mundial das Aduanas. Artigo 94 Decreto 6759/2009

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NCM – Nomenclatura comum do MercosulAs mercadorias comercializadas internacionalmente pelo País são classificadas, desde 1996, de acordo com a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que é também adotada por Argentina, Paraguai e Uruguai. Os códigos de classificação da NCM são formados por oito dígitos, sendo tal classificação baseada no Sistema harmonizado (SH). A inclusão de dois dígitos, após os seis do código numérico do SH, tem como intuito obter melhor detalhamento das mercadorias e respectivas classificações e satisfazer aos interesses de todos os Estados membros do Mercosul.

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NCM – Nomenclatura comum do Mercosul

SH 3209 - Tintas e vernizes, à base de polímeros sintéticos ou de polímeros naturais modificados, dispersos ou dissolvidos num meio aquoso.

3209.10.10 - Tintas3209.10.20 – Vernizes

O sexto e o sétimo dígitos correspondem, respectivamente ao item e subitem.

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NCM – Nomenclatura comum do Mercosul

A NCM foi instituída no Brasil (Mercosul) em 1995, e tem como base a mesma estrutura do SH. O que foi acrescentado foram os sexto e sétimo dígitos para melhorar, como vimos, o detalhamento da mercadoria. A NCM substitui a NBM (nomenclatura Brasileira de Mercadorias) que vigorou de 1986 até 1995. O que vale hoje é a NCM.

Page 43: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

NCM – Nomenclatura comum do Mercosul

A NCM da origem a TEC – Tarifa Externa Comum. A TEC é o Imposto de Importação, tributo aduaneiro que incide nas operações de importação de mercadoria estrangeira. O I.I é cobrado por meio de uma alíquota (%) – ad valorem. Exemplo:

3604.10.00 – fogos de artificio: TEC = 14%

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NCM – Nomenclatura comum do Mercosul

Caso o governo Brasileiro decidir fixar nova alíquota de Imposto de Importação para fogos de artifícios, porém, exemplo de 14 para 25 %, cabe a CAMEX, por meio de resolução, desde que observado o regulamento do MERCOSUL.

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Tributos no Comércio ExteriorAs mercadorias estrangeiras, em regra, que ingressem no território nacional (aduaneiro) estão sujeitas a tributação. Os tributos incidentes nas operações de comércio exterior, no Brasil, são:- II- IPI- PIS/PASEP- COFINS- ICMS

Page 46: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Imposto de Importação- Fato Gerador - é a entrada de mercadoria estrangeira no

território aduaneiro - Base de Cálculo – em regra, é o valor aduaneiro, a saber: I - o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada no território aduaneiro; II - os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, associados ao transporte da mercadoria importada, até a chegada aos locais referidos no inciso I; e III - o custo do seguro da mercadoria durante as operações referidas nos incisos I e II.

( TRATA-SE DO VALOR CIF)

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Imposto de Importação Vocês lembram? A qual Órgão no Brasil compete a fixação das alíquotas do imposto de Importação?

E a TEC, qual a sua relação com o imposto de Importação?

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Imposto de Importação

É um imposto federal, cuja finalidade é puramente econômica (regulatória) e de proteção, para que não haja concorrência desleal com os produtos brasileiros.

O Imposto de Importação é seletivo, pois varia de acordo com o país de origem das mercadorias (devido aos acordos comerciais) e com as características do produto. Suas alíquotas estão definidas na Tarifa Externa Comum (TEC), que é a tarifa aduaneira utilizada pelos países do Mercosul e é baseada na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).

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EX Tarifário – O que é?O regime de Ex-tarifário consiste na redução temporária da alíquota do imposto de importação dos bens assinalados como BK e/ou BIT na Tarifa Externa Comum do Mercosul, quando não houver a produção nacional. Ou seja, ele representa uma redução do custo na aquisição de bens de capital (BK) e de informática e telecomunicação (BIT) quando trazido do exterior. A importância desse regime consiste em três pontos fundamentais:• viabiliza aumento de investimentos em bens de capital (BK) e de informática e telecomunicação (BIT) que não possuam produção no Brasil;

• possibilita aumento da inovação tecnológica por parte de empresas de diferentes segmentos da economia – conforme preconizado nas diretrizes da Plano Brasil Maior - PBM;

• produz um efeito multiplicador de emprego e renda sobre segmentos diferenciados da economia nacional.

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Imposto sobre produtos industrializados

- Fato Gerador – é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira (de produtos industrializados).

- Base de Cálculo – é o valor que servir ou que serviria de base para cálculo do imposto de importação, por ocasião do despacho aduaneiro, acrescido do montante desse imposto (II). Em outros termos, a base de cálculo é o valor CIF + o resultado da alíquota do Imposto de Importação.

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Imposto sobre produtos industrializadosÉ um tributo de competência federal e incide sobre as mercadorias relacionadas em sua tabela de incidência – TIPI, que é baseada na NCM, independentemente do processo de industrialização ter ocorrido dentro das fronteiras do País ou no exterior. Justifica-se a cobrança desse imposto sobre mercadorias importadas em razão da necessidade de se promover a equalização dos custos dos produtos industrializados importados em relação aos de fabricação nacional. O IPI atende ao princípio da não-cumulatividade. Assim, o valor pago no momento da importação é creditado pelo importador para posterior compensação com o imposto devido em operações que ele realizar e que forem sujeitas a esse tributo. O IPI atende também ao princípio da seletividade. Em outras palavras, o ônus do imposto é diferente em razão da essencialidade do produto, podendo a alíquota chegar até zero para os produtos mais essenciais.

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Exemplo 1

Com base nos dados abaixo, calcule o valor do II e do IPI:

Valor da mercadoria no país origem: USD 8,000.00Frete internacional até Guarulhos: USD 1,500.00Seguro de transporte até Guarulhos: USD 500.00Taxa de cambio: USD 1.00 = R$ 2,20I.I – 4 %IPI – 12 %

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Exemplo 2

Com base nos dados abaixo, calcule o valor do II e do IPI:

Valor da mercadoria no país origem: USD 16,000.00Frete internacional até Guarulhos: USD 2,400.00Seguro de transporte até Guarulhos: USD 100.00Frete de Guarulhos até o SENAC – 24 de maio: R$ 200,00 Taxa de cambio: USD 1.00 = R$ 2,50I.I – 12 %IPI – 4 %

Page 54: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Exemplo 3

Com base nos dados abaixo, calcule o valor do II e do IPI:

Valor da mercadoria no país origem: USD 18,000.00Frete internacional até Guarulhos: USD 500.00Seguro de transporte até Guarulhos: USD 1,500.00Taxa de cambio: USD 1.00 = R$ 2,00I.I – 12 %IPI – 0 %

Page 55: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Exemplo 4

Com base nos dados abaixo, calcule o valor do II e do IPI:

Valor da mercadoria no país origem: USD 19,000.00Frete internacional até Guarulhos: USD 1,750.00Seguro de transporte até Guarulhos: USD 90.00Taxa de cambio: USD 1.00 = R$ 2,00I.I – 0 %IPI – 4 %

Page 56: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

PIS/PASEP e COFINS

- Fato Gerador – é a entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro

- Base de Cálculo – Valor CIF (a mesma base de cálculo do II)

- Atenção: PIS/PASEP e COFINS são contribuições da União, não impostos.

Page 57: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Exemplo 5

Com base nos dados abaixo, calcule o valor de cada tributo e do valor total da mercadoria com esses tributos

Valor da mercadoria no país origem: USD 21,000.00Frete internacional até Guarulhos: USD 2,500.00Seguro de transporte até Guarulhos: USD 75.00Taxa de cambio: USD 1.00 = R$ 2,00I.I – 12 %IPI – 4 % PIS – 1,65 %COFINS – 8,60 %

Page 58: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

ICMSO Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços é um tributo de competência estadual que incide sobre a movimentação de produtos no mercado interno e sobre serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Esse imposto incide também sobre os bens importados em geral, a fim de promover tratamento tributário isonômico para os produtos importados e os nacionais.Fato Gerador: é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira.

Base de Cálculo: Valor CIF + II + IPI + PIS + COFINS + taxa do registro da DI ( R$ 214,50)

Page 59: Desembaraço Aduaneiro - Aula 1 e 2

Exemplo 6Com base nos dados abaixo, calcule o valor de cada tributo e do valor total da mercadoria com esses tributos

Valor da mercadoria no país origem: USD 22,500.00Frete internacional até Guarulhos: USD 635.00Seguro de transporte até Guarulhos: USD 120.00Taxa de cambio: USD 1.00 = R$ 2,20I.I – 12 %IPI – 4 % PIS – 1,65 %COFINS – 8,60 %ICMS – 18 %