descrentes dos crentes - a igreja sem credibilidade no mundo - jailson santos

8/9/2019 Descrentes Dos Crentes - A Igreja Sem Credibilidade No Mundo - Jailson Santos

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2010

Jailson Santos13/03/2010

Descrentes dos crentes: a igreja sem credibilidade no mundo


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2Descrentes dos crentes: a igreja sem credibilidade no mundo

Jailson Santos www.JAILSONIPB.blogspot.comContato: [email protected]

Sumrio

INTRODUO ................................................................................................................... 4

POR QUE A IGREJA ESTAR SEM CREDIBILIDADE NO MUNDO? ...................... 6

1.1. Razo externa: O pluralismo religioso e a relatividade da verdade. ......................... 6

1.2. Razes Internas ........................................................................................................... 7

1.2.1. Escndalos envolvendo lideres. ........................................................................... 7

1.2.2. Um deus chamado $ e a Igreja materialista. ........................................................ 7

1.2.3. A gerao Gospel. ............................................................................................ 8

1.2.4. Vivendo a verdade como se fosse uma mentira. ................................................. 8

1.2.5. Rtulo do cristianismo sem contedo de Cristo. ................................................. 9

1.2.6. Ortodoxia sem ortopraxia. ................................................................................. 10

2. AVIVAMENTO: UMA SOLUO PARA A CRISE DA IGREJA. ....................... 12

2.1. O que no avivamento ........................................................................................... 12

2.1.1. No resultado da ao da igreja. ..................................................................... 12

2.1.2. No emoo a flor da pele. ............................................................................. 13

2.1.3. No o show das 19h 30min. ............................................................................ 13

2.1.4. No manifestao de dons sem o fruto. ......................................................... 14

2.2. O que avivamento. ................................................................................................. 14

2.3. Sentido bblico da palavra ........................................................................................ 15

2.4. Os frutos do verdadeiro avivamento. ........................................................................ 16

2.4.1. Volta a Palavra: para conhecer, pregar e viver. ................................................. 16


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2.4.2. Purificao da igreja .......................................................................................... 18

2.4.3. Transformao da sociedade ............................................................................. 20

CONCLUSO .................................................................................................................... 22

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 23


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INTRODUO

Alguns missionrios que trabalhavam na ndia pensaram em uma estratgia que

poderia trazer um verdadeiro avivamento para o Pas. Eles disseram: Se ns conseguirmosevangelizar o lder do hindusmo Mahatma Gandhi e o ganharmos para Cristo, toda nao

indiana ser impactada por esse testemunho. Convictos da sua estratgia foram ao

encontro de Gandhi para persuadi-lo a ser o cristo, entretanto no meio da conversar

ouviram de Gandhi: No vosso Cristo eu creio eu s no creio no vosso Cristianismo

[sem vida]. 1

O que aqueles missionrios ouviram de Gandhi o que constantemente ouvimos

sobre o cristianismo brasileiro. So pessoas que acreditam em Cristo, 2mas so descrentes

em relao os crentes. Acreditam em Deus, todavia no acreditam na Igreja como uma

instituio divina.

Segundo as estatsticas sobre a religio brasileira, um dos percentuais que mais

crescem os dos sem religio. Em 1950, os sem religio eram aproximadamente 0,5%

da populao; em 2000 (ano do ltimo Censo), passaram a ser 7,4%, proporo 14 vezes

maior. Hoje eles j so a terceira maior identidade religiosa do Pas, estando atrs apenas

dos catlicos (70%) e dos evanglicos (17%). 3

Esses no so adeptos da no religio, por serem ateus, mas so que j

freqentaram uma Igreja e viram algumas razes para no crerem nela como uma

instituio divina. Decepcionados com a Igreja, descrentes dos crentes e convictos que as

demais religies no os levariam a Deus, optaram em ser sem religio.

Por que os sem religio crescem tanto? Por qual razo a sociedade brasileira no

acredita na Igreja como antes? Podemos resgatar a credibilidade da Igreja? O que devemos

fazer?

Este trabalho tem como objetivo analisar e estudar o assunto, dentro de uma

cosmoviso reformada. No pretendemos aqui esgotar o assunto em sua inteireza, pois o

mesmo amplo, o que esta pesquisa deseja estudar as principais razes pelas quais a

1 Gandhi apud LOPES, Hernandes Dias. Avivamento Urgente: como buscar um avivamento autntico epreparar o caminho para a sua chegada. 4 ed. Venda Nova, Editora Betnia, 1994. p. 73, 74.2 Segundo a revista selees de Dezembro de 2006: 95 % da populao brasileira acreditam no poder daorao, logo essas pessoas acreditam tambm em Deus.3 Ver www.ibge.org.com e tambm CORDOVIL, Percentual dos sem-religio cresce 14 vezes nas

ltimas cinco dcadas. Disponvel em: . Acessado em:16/06/2008
http://www.ibge.org.com/http://pibnf.wordpress.com/2007/03/12/percentual-dos-%E2%80%98sem-religiao%E2%80%99-cresce-14-vezes-nas-ultimas-cinco-decadas/http://pibnf.wordpress.com/2007/03/12/percentual-dos-%E2%80%98sem-religiao%E2%80%99-cresce-14-vezes-nas-ultimas-cinco-decadas/http://pibnf.wordpress.com/2007/03/12/percentual-dos-%E2%80%98sem-religiao%E2%80%99-cresce-14-vezes-nas-ultimas-cinco-decadas/http://pibnf.wordpress.com/2007/03/12/percentual-dos-%E2%80%98sem-religiao%E2%80%99-cresce-14-vezes-nas-ultimas-cinco-decadas/http://www.ibge.org.com/


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Igreja contempornea tem perdido a credibilidade da sociedade, alertar a Igreja sobre o

assunto e propor uma resposta s questes levantada. Alm disso, mostrar que o

avivamento bblico e genuno a melhor resposta aos desafios de nossa poca.


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POR QUE A IGREJA ESTAR SEM CREDIBILIDADE NO MUNDO?

No so poucas a razes pelas quais a igreja tem perdido a credibilidade diante do

mundo. Aqui citaremos apenas algumas.

1.1. Razo externa: O pluralismo religioso e a relatividade da

verdade.

Segundo o Dr. Herber Campos as ltimas dcadas do sculo XX tm sido

caracterizadas por movimentos filosfico-teolgicos que romperam com tudo o que,

historicamente, tem sido crido como verdade fundamental, da qual no se poderia abrirmo.4 Com nomes diferentes, tais como secularismo, relativismo, ps-modernismo e

pluralismo,5 eles defendem a mesma causa e levantam a mesma bandeira.

Estes movimentos, no reivindicam ter a verdade e condenam qualquer ideia de

verdade absoluta.6 Para os pluralistas a multiplicidade de conceitos sobre o exerccio da f,

das crenas (Desmo, Tesmo, atesmo, politesmo, seja quanto for), compreende a essncia

do pensamento humano e seu direito em crer ou deixar de crer no que quiser, sem ser

discriminado por isso. A crena do individuo e sua verdade. Para eles pode-se at dialogar,desde que aja tolerncia, o que para eles quase um sinnimo de concordncia.

Essa relativizao da verdade tem tido grande influncia a viso da sociedade com

relao a igreja. So com culos relativistas e pluralistas que a sociedade ver a Igreja. E

a concluso que muitos tem chegado : ser a verdade no absoluta, logo, a igreja no

pode ser a razo de uma crena absoluta e no digna de todo o crdito. Razo pela qual

segundo eles todas as religies devem ser tratadas numa base politicamente igual.7 Este

relativismo contemporneo ataca a principal arma do cristianismo, isto , a Bblia. Sem ostatus de ter a verdade absoluta a igreja dia a aps dia tem perdido a credibilidade , na

viso relativista contempornea.

4 CAMPOS, Heber Carlos de. O pluralismo do ps-modernismo. Fides Reformata. Vol. II, N 1 (1997).5 Sobre ver tambm o artigo de Ricardo Quadros Gouva, " A Morte e a Morte da Modernidade: QuoPs-moderno o Ps-modernismo?" in: Fides Reformata, 1/2 (Julho-Dezembro 1996) 59-70.6 Sobre este assunto ver MACDOWELL, Josh. Evidncias Histricas que Exige um Veredicto:Evidncias

histricas da f crist. 2 Ed., So Paulo: Candeia, 1992, (Vol. 1. Cap. 3,4,5; vol. 2. Cap. 27,28).7 McGRATH, Alister E.. Paixo Pela Verdade. A coerncia intelectual do evangelismo. So Paulo: SheddPublicaes, 2007, (Cap. 5: pags.169-202).


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1.2. Razes Internas

Hoje em dia dizer que um cristo no sinnimo de credibilidade. Se voc estiver

conversando com algum e no meio da conversa disser que um pastor, pode at perderum possvel novo amigo. A Igreja como instituio, tem perdido a credibilidade e a

sociedade est descrente dos crentes. Tudo isso so por razes internas do prprio

cristianismo atual. Aqui apresentaremos algumas razes da falta de Credibilidade.

1.2.1. Escndalos envolvendo lideres.

No precisa sem bem informado para tomar conhecimento dos escndalos que

envolvem lideres, polticos e de pessoas que se dizem evanglicas. As vrias e repetidas

decepes com lderes tem levado sociedade resignao. Uma pesquisa organizada pelo

instituto LifeWay Research, nos Estados Unidos, feita no final de 2006, mostrou as

principais causas que levam uma pessoa a mudar de igreja, dentre as razes 74% estava

envolvia o testemunho da igreja, liderana e principalmente do Pastor.8

Esta uma realidade nos quatros cantos do mundo. A igreja evanglica brasileira

tem sido, via de regra, marcada por uma mentalidade consumista, materialista, hedonista epragmtica, como o restante da sociedade. A viso mercantilista de igreja tem feito da

igreja evanglica no Brasil objeto de escrnio e deboche. A mdia expe com frequncia os

escndalos morais de lderes evanglicos brasileiros. O sal tem se tornado inspido e no

tem servido seno para ser pisado pelos homens. Esse comportamento escandaloso

ridiculariza a Cristo, prejudica o evangelismo e destri a credibilidade do cristianismo em

nosso pas.9

1.2.2. Um deus chamado $ e a Igreja materialista.

Em algumas denominaes ou comunidades a igreja se tornou um negcio, pastores

se tornaram executivos, o ministrio um gerenciamento. Estas tem sido guiadas mais pelas

8 MACEDO, Joel. Evanglicos sem igreja. Artigo disponvel em: Acessadoem: 26 de Nov. 2009.

9 Sobre este assunto ver: NICODEMUS, Augustus. O que esto fazendo com a Igreja. So Paulo: MundoCristo, 2008. p. 152.
http://guerreirosdaluz.com.br/http://guerreirosdaluz.com.br/


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leis do mercado como a produtividade, performance, faturamento, profissionalismo,

qualidade, nichos de consumidores e estratgias de marketing, do que pela Palavra de

Deus. Apresentam um Jesus Cristo atraente, prometemos a salvao no cu e a

prosperidade na terra, sem precisar renunciar a nada. Palavras como sacrifcio, pecado,

arrependimento, negar-se a si mesmo, foram substitudas por decretar, determinar,

conquistar, restituir, saquear. 10

Alm disso, movidas pela teologia da prosperidade ou confisso positiva,

muitas Igrejas esto se tornado materialistas. Pregam sobre dinheiro e por dinheiro,

prometendo o que Deus no prometeu, levando muitos, decepo religiosa e por fim a

descrena. Essa e outra razo da descrena da sociedade em relao aos crentes.

1.2.3. A gerao Gospel.

Ser gospel est na moda. Os artistas so gospel, pessoas importantes so gospel, a

gerao gospel. Todavia esta palavra sinnima de evanglico, mas est longe de o ser na

pratica. A gerao gospel uma gerao de convencidos e no de convertidos. Anos atrs

uma Monique Evans apresentadora de um programa (no recomendado para menores de 18

anos), foi Converteu a gerao gospel, e questionada por algum por continuar a fazer omesmo programa depois da converso disse: Eu me converte, mas no precisei mudar

nada na minha vida Jesus me aceita do jeito que eu sou. Essa a gerao gospel uma

das razes pela qual a sociedade no acredita na Igreja como antes.

1.2.4. Vivendo a verdade como se fosse uma mentira.

Eu creria na sua salvao se eles [os cristos] se parecessem um pouco mais com

pessoas que foram salvas. Essa afirmao dita por Fiedrich Nietzche, no final do sculo

XVIII, nunca foi tal atual como nos dias de hoje. O cristianismo estar cheio de pessoas que

vivem a verdade como se fosse uma mentira. Pessoas que vivem o que no pregam e

pregam o que no vivem.

10MACEDO, Joel. Evanglicos sem igreja. Artigo disponvel em: Acessado em: 26 de Nov. 2009.
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O professor Hugh Black, no seu Servio de amor de Cristo, d isse que uma

jovem judia, que agora Crist, pediu a certo senhor que lhe havia dado instrues a

respeito do Evangelho, que lesse com ela a histria. Porque, disse ela: Tenho lido os

Evangelhos e estou perplexa. Quero saber quando os cristos deixaram de ser to

diferentes de Cristo11 Essa a realidade atual, um cristianismo que tem o rotulo de Cristo,

mas nenhum contedo dEle.

O Rev. Elben M. Lenz Csar falando sobre a crise da igreja contempornea diz:

No temos defesa: estamos desacreditados diante do governo (tambm desacreditado),

diante dos crticos, diante dos antigos simpatizantes, diante dos opositores, diante da mdia

(caadora de escndalo) e diante do povo.12 E acrescenta:

Lamento muito ser obrigado a admitir que fao parte do grupo que acredita que a

igreja est desacreditada. Basta ler O Escndalo do Comportamento Evanglico, de Ronald

J. Sider, recentemente publicado no Brasil. Embora o autor se refira aos maus testemunhos

dos evanglicos americanos, o problema universal (...) Sider cita Michael Horton: Os

cristos evanglicos esto aderindo a estilos de vida hedonistas, materialistas, egostas e

sexualmente imorais com a mesma proporo que o mundo (...) Se j no somos o sal da

terra, a luz do mundo e o bom perfume de Cristo, no servimos para mais nada, exceto para

sermos jogados fora e pisados pelos homens, de acordo com Jesus. 13

1.2.5. Rtulo do cristianismo sem contedo de Cristo.

Vivemos na epoca do vazio. A manipulao estar substituindo o conhecimento de

Deus e sua Palavra em nossas igrejas. No so poucos os que tem a cruz de Cristo no peito,

mas no tem Cristo na mente. Os membros das igrejas so recebidos, mas no so

instrudos; so animados, mas no so ensinados. As pessoas ento adorando h um Deusque elas no conhecem. A verdadeira adorao requer o envolvimento do corao e da

cabea. O culto do corao, sem o entendimento, forma errada de adorao, conforme o

Senhor Jesus Cristo.

11 Apud FISHER, Harold A. Avivamentos que Avivam. Traduo de Messias Freire. Rio de Janeiro,Editoras Livros Evanglicos, 1961, 215 pp.12 CSAR, E. M. Lenz. Que diferena fazem os evanglicos? In: Entrevista com Elben Lenz Csar ao

instituto Jetro. Dados disponveis em: http://www.institutojetro.com.br/lendoentrevista.asp?t=&a=892Acessado em 29 de Nov. de 200913 Idem
http://www.institutojetro.com.br/lendoentrevista.asp?t=&a=892http://www.institutojetro.com.br/lendoentrevista.asp?t=&a=892


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Muitas igreja so como os ateniesses no Areopago. O altar estava ali, adorao

estar sendo realizada, mas o Deus deconhecido. A cena parecida demais com a igreja

moderna. Muitas nada mais falam de Deus e se resumiram apenas a uma ajuntamento de

pessoas, um verdadeiro clube social, onde tudo supeficial, inclusive o estudo sobre Deus.

O carater de Deus desconhecido. Falando sobre a necessidade de conhecermos a Deus

com o corao e a mente Sproul lembramos que:

Se entendermos o carter de Deus. ento a doutrina da Escritura, a doutrina de Cristo e

tudo mais se encaixa. Por outro lado. pode tudo mais estar certo exceto sua doutrina sobre

Deus, e voc ainda ser um pago. ainda um idlatra. Pode ser um inerrantista, pode ser

que sua escatologia esteja certinha, pode ser que voc no deixe de fazer seu culto

individual ou ir igreja. Mas se no estiver adorando o Deus certo, voc estar adorando e

servindo a um Deusfalso, E imprescindvel que conheamos e prossigamos em conhecer o

Senhor (Os 6.3). 14

Essa falta de contedo de Cristo na vida daqueles que so ou se dizem seus

seguidores tem tirado a fora do testemunho da verdade e a credibilidade da mensagem do

evangelho.

1.2.6. Ortodoxia sem ortopraxia.

H muitas igrejas que so ortodoxias, zelam pela doutrina e pela fidelidade na

Palavra de Deus, todavia essa f no evidenciada na sociedade. Todo extremo um erro.

Ser cristo ortodoxo nos livra dos erros que citamos acima, mas no viver a verdade na

prtica com a pregao do evangelho e, dentro de uma viso calvinista buscando a

transformao da sociedade que vivemos, fazer do cristianismo algo rido e sem vida e

sem sentido para a sociedade a nossa volta. J. I. Packer diz que h cultos solenes, mas sem

vida. No h nada mais solene do que um cadver. H cultos solenes, porm mortos. A

razo disso que a igreja tem muita ortodoxia, mas no tem nada de ortopraxia. Igrejas que

fecharam os olhos prtica que o evangelho pressupe.15

14 Sproul in: HORTON, Michael Scott. Religio de Poder. Igreja sem fidelidade bblica e sem credibilidade

no mundo. So Paulo: Cultura Crist, 1998, p. 265.15Apud LOPES, Hernandes Dias. Avivamento Urgente: como buscar um avivamento autntico e prepararo caminho para a sua chegada. 4 ed. Venda Nova, Editora Betnia, 1994. 108 pp.


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O dr. Herber Campos diz que um dos desafios da igreja neste mundo ps-moderno

o de no tornar um gueto. A Igreja crist, diz ele no deve se isolar, embora deva

proteger a verdade. Ela deve aceitar o desafio de contrariar o esprito do tempo presente

como uma espcie de "contracultura," saindo para minar os campos alheios. Se no fizer

isso a igreja vai perder a sua verdadeira identidade. 16

Muitas igrejas so ortodoxias mais irrelevantes em sua atuao no mundo. Dizem

ter tradies reformadas, mas no segue o verdadeiro pensamento dos reformadores. Dr.

Abraham Kuyper falando sobre Calvino, o qual muitos ortodoxos dizem seguir, diz que o

pensamento deste Genebrino no deve ser visto apenas como um conjunto de dogmas

teolgicos que teve influncia no meio eclesitico, mas que tem sido antes de tudo, uma

filosofia de vida que tem afetado a sociedade e os indivduo como um todo. 17 Segundo ele

A viso teolgica de Calvino permeada pela soberania de Deus, fez com que ele

procurasse relacionar a aplicao desta soberania s diversas atividades culturais do ser

humano.18

Os cristos foram postos no mundo para ser a conscincia da sociedade, e no

para se fecharem em si mesmos. A Igreja deve ser a voz do que clama no deserto a fim de

fazer a diferena no mundo. o reino de Cristo tambm externo,19 dizia Zunglio que foi

ao mesmo tempo pastor e patriota, telogo e poltico. Uma vez salvos e inseridos na

famlia de Deus ele nos chama para cuidar do mundo que vivemos e, uns dos outros. 20 Na

verdade, a igreja necessita deixar o monte da transfigurao e descer at ao povo sofrido

onde se encontram os perdidos da sociedade. Esta falta de prtica das verdades as quais os

cristos dizem crer uma das razes pelas quais a sociedade estar descrentes dos crentes.

16 CAMPOS, Heber Carlos de. O pluralismo do ps-modernismo. Fides Reformata. Vol. II, N 1 (1997).17 KUYPER, Abraham. Calvinismo. So Paulo: Cultura Crist, 2002. p. 119.18 Ibid e idem p. 35.19Apud GEORGE, Timothy. Teologia dos reformadores. Trad. Grson Dudus, Valria Fontana. SoPaulo: Vida Nova, 1993, p. 11220

Cf. BILER, Andr. OPensamento Econmicoe Social de Calvino. Trad. Luz, Waldyr Carvalho. SoPaulo: Casa Editora Presbiteriana, 1990, p. 565.


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2. AVIVAMENTO: UMA SOLUO PARA A CRISE DA IGREJA.

Para revitalizar a imagem da Igreja na sociedade precisamos voltar a viver o

cristianismo autentico e genuno e impactar positivamente a nossa sociedade. Isso s

acontecer se Deus por sua graa aviva a sua igreja. Somente um avivamento genuno e

bblico trar a igreja de volta aos trilhos e consequentemente a cofiana por parte da

sociedade. Por isso esse captulo dedicado a mostrar o que acontece quando a igreja

experimenta o verdadeiro avivamento.

2.1. O que no avivamento

O termo avivamento tem sido grotescamente mal entendido. Certo escritor

contemporneo escreveu que nunca houve uma poca em que a palavra avivamento

precisasse ser mais claramente definida como em nossa poca. Por isso, no h como

falarmos sobre avivamento sem termos em mente o que , de fato, avivamento bblico e

histrico!

E para clarear nossa mente, precisamos definir o que no avivamento. Para

definirmos o que no avivamento, consideraremos cinco coisas que mesmo no tendoforma ou aparncia confundida com avivamento. Vejamo-las:

2.1.1. No resultado da ao da igreja.

Avivamento no uma ao isolada da igreja. A Igreja no o agente que promove

ou faz o avivamento. Os homens que almejam o avivamento jamais podem traz-los por

sua prpria energia e vontade. Jamais pode o homem, por mais piedoso, santo e dedicado a


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obra do Senhor, produzir vida nos que dormem, porque o nico Autor do avivamento

Deus. Ele que soberanamente e por sua livre graa derrama do seu Esprito Santo sobre o

seu povo, e, Ele somente!

Todavia, isso no anula a responsabilidade da Igreja. O avivamento jamais vir, se

a Igreja no buscar e preparar o caminho para a sua chegada. Isso no difcil de ns

entendermos, s lermos a Bblia e a Histria da Igreja, e veremos que s houve

avivamento quando o povo se humilhou, orou, se santificou e se converteu da impiedade

para a piedade. Preparando, assim, o canal das guas do Esprito.

Foi assim que aconteceu com Esdras, Neemias, com os apstolos no Pentecostes;

foi assim que aconteceu com os valdenses na Frana no sculo XII; na Boemia; na

Reforma no sculo XVI, com Lutero, Calvino, Zwinglio, com os morvios, nos sculos

XVII e XVIII, na Nova Inglaterra, com Jonathan Edwards, na Esccia e Pas de Gales,

com Moody. Assim, produzir avivamento um ato de Deus, buscar e preparar o Caminho

um ato da Igreja!

2.1.2. No emoo a flor da pele.

Muitos so os movimentos que, com base em emoes antropocntricas, dizemviver um verdadeiro avivamento. So grupos que descartam a teologia e s doutrina e

dizem viver um avivamento fundamentado em sonhos e vises de pessoas que dizem ser

espirituais. Em cultos que so shows antropocntricos. Todavia avivamento no mero

emocionalismo ou mudana doutrinria. Pois o genuno avivamento est fundamentado na

s doutrina das Sagradas Escrituras. O avivamento precisa estar dentro das balizas da

Bblia e no dentro dos muros de revelaes subjetivas, produto muitas vezes da carne.21

Avivamento sem doutrina fogo de palha e no fogo do Esprito. O avivamentoest norteado pelas Sagradas Escrituras e no por experincias humanas e antropocntricas,

ou seja, mero emocionalismo.

2.1.3. No o show das 19h 30min.

21

LOPES, Hernandes Dias. Avivamento Urgente: como buscar um avivamento autntico e preparar ocaminho para a sua chegada. 4 ed. Venda Nova, Editora Betnia, 1994. P 28.


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Muitos crentes confundem avivamento com forma de culto, onde todos em uma

liturgia e louvor animados, com coreografias, gingos, palmas, gritam aleluias e dizem estar

sentindo e at vendo a Deus e experimentando do fogo do Esprito, todavia parece mais um

fogo estranho perante o altar do Senhor.

No estou aqui fazendo uma crtica aos irmos pentecostais ou aos

neopentecostais. O que no podemos crer que avivamento seja sinnimo de culto e

louvor animado. Pois, o louvor sem obedincia e santidade barulho aos Seus ouvidos. E

Ele deixa bem claro isso quando diz: afasta de mim o estrepito dos teus cnticos; porque

no ouvirei as melodias das tuas liras (Ams 5:23). Avivamento no sinnimo de culto

animado, mas de culto ungido. No mudana da forma de cultuar, mas da forma de viver.

2.1.4. No manifestao de dons sem o fruto.

Muitas pessoas confundem o avivamento e at o limita a milagres, curas e

exorcismos, chegando a dizer que s h avivamento onde h uma constante manifestao

de dons carismticos. Todavia, isso no o cerne de avivamento, uma igreja pode ter todos

os dons sem ser uma igreja avivada. O que caracteriza o avivamento no so os dons do

Esprito e sim os frutos do Esprito.

E esta verdade visvel na Igreja de Corinto que era cheia de dons, mas vazia do

Esprito, a ponto do apstolo Paulo consider-la espiritualmente um beb. Uma igreja to

cheia de dons quanto de partidarismo, contendas, imoralidades. Uma igreja carismtica,

entretanto, no tinha carisma nem simpatia de Deus.

No avivamento, a nfase no est nos dons, mas sim no fruto do Esprito. Nem

sempre manifestao de dons carismticos sinnimo de avivamento. H muitas igrejas

que tem muitos dons, mas poucos dotes divinos. Tem muitas manifestaes de dons, mas

pouca manifestao de vida. Cheios de curas fsicas, mas pouca cura espiritual. Cheios de

dons do Esprito, mas vazias do fruto do Esprito. Avivamento no manifestao de dons,

porm, manifestao de uma nova vida em Cristo.

Vimos, ento, o que no avivamento, com o propsito de clarear a nossa mente

para definirmos o que o genuno avivamento bblico e histrico.

2.2. O que avivamento.


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A melhor maneira de definirmos avivamento entendendo como ele foi

compreendido na Histria da igreja. Por isso, deixaremos que as testemunhas oculares o

definam.

G. J. Morgan exprime-se dizendo que avivamento : despertar de novo na

humanidade a conscincia de Deus, mediante a presena interior do Esprito Santo 22

Arthur Wallis diz ser: a interveno divina no curso normal das coisas

espirituais. Deus revelando-se ao homem, em solene santidade e irresistvel poder. 23

Joseph W. Kempe diz que avivamento sinnimo de: reanimar aquilo que

j tinha vida, mas que caiu no estado de declnio. 24

D. M. Panton define ser: o Esprito Santo enchendo um corpo preste a tornar-se

um cadver25

O Dr. Martin Lloyd-Jones define como sendo: dias de cu sobre a terra26

Na tica de David A. Womack, avivamento um estado espiritual no qual os

crentes se chegam mais perto de Deus, arrependem-se e purificam-se de acordo com os

padres bblicos de santidade, so cheios com o Esprito Santo, esperam e experimentam

manifestaes sobrenaturais e cooperam juntos para glorificar a Deus, identificar-se uns

aos outros e evangelizam perdidos para Cristo27

Avivamento o despertar de Deus em nossas vidas para vivermos o verdadeiro

cristianismo, e sermos considerados, de fato, cristos tais como os discpulos em

Antioquia.

2.3. Sentido bblico da palavra

A palavra avivamento no ocorre na Bblia; o verbo avivar empregado

apenas uma vez nas verses bblicas em portugus (Hc. 3.2, RC, AR e ARA).22 Apud OLFORD, Stephen F. Um Grito por Reavivamento. Traduo de Jorge A . P . Rosa. Lisboa, s/d,1966. P. 17.23 Idem p. 1824 Idem e ibid25 RAVENHILL, Leonard. Porque Tarda o Pleno Avivamento? Traduo de Myriam Talitha Lins. VendaNova, Editora Betnia, 1989. P 64.26 LLOYD-JONES, Martyn. Avivamento. Traduo de Inge Kaenig. 2 ed. So Paulo, PublicaesEvanglicas Selecionadas, 1993. P. 108.27 Apud TRASK, Thomas E. (editor). O Pastor Pentecostal. Traduo de Luiz Aron de Macedo. Rio de

Janeiro, Casa Publicadora das Assemblias de Deus. 1999. P 243.


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Biblicamente, a ideia da palavra avivamento vem do hebraico hyx' haya e do gregoavnazawanazao. Ambas significam literalmente vindo os mortos de volta vida

Em Hc 3:2, o profeta diz: Senhor, ouvi falar da tua fama; tremo diante dos teus

atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa poca, as mesmas obras... (NVI). Esse clamor

por parte do profeta para que Deus realize novamente os mesmos atos de maravilha do

passado.

Em II Tm. 1.6, o apstolo Paulo escrevendo ao jovem pastor Timteo diz: [...]

reavives o dom de Deus que h em ti.... Reavives no original avnazwpureinanadzopurein que significa reinflamar, reatiar, o fogo do zelo visto nos dons

espirituais pode apagar-se, ou pode tornar-se embotado e ineficaz, se algum no tem

cuidado do servio apropriado dos mesmos, renovando-se sempre na dedicao a Cristo.

Apesar de no termos vrias referncias do termo avivamento, temos, por

inferncia vrias palavras que so quase sinnimas da palavra avivamento. Tais como:

despertar; restaurar; vivificar; (Ed. 1.5; Is. 51.9,17; Sl. 14.7; 19.7; 80.3,7,19; 119.25,

37, 40, 88, 107; 126.4).

2.4. Os frutos do verdadeiro avivamento.

Quando Deus fende os cus e desse, com grande poder, os montes tremem na Sua

presena (cf. Is 64.1). Quando o fogo inflama os gravetos, quando faz ferver as guas, para

fazer conhecido seu nome as naes tremem (cf. Is 64.2). Quando as chuvas torrenciais do

Esprito regam as sementes do avivamento plantadas pela igreja, produz frutos em

abundncia. Vejamos alguns deles:

2.4.1. Volta a Palavra: para conhecer, pregar e viver.

Esta era de sermezinhos: e sermezinhos fazem cristozinhos. 28Essa frase

dita por Michael o diagnstico da realidade vivida na Igreja contempornea. Vivemos na

poca do vazio. A falta de contedo nos plpitos nunca se fez visvel como nos dias de

hoje. No so poucos os que dizem que esto ungidos por Deus e com a desculpa de que

28 EBY, David. Pregao Poderosa para o Crescimento da Igreja: O papel da pregao em igrejas emcrescimento. So Paulo, Editora Candeia, 2001. p. 38


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o Esprito Santo que fala, desprezam totalmente o estudo, bem como o preparo do

sermo. Talvez essa seja a razo pela quais as pessoas no vo mais a Igreja. Pregadores

vazios no plpito geram bancos vazios na Igreja. Charles Haddon Spurgeon diz que no

momento em que a igreja de Deus menospreza o plpito, Deus a desprezar. 29

Esta uma das razes pelas quais precisamos de um avivamento bblico. O

despertamento de Deus sempre traz o povo de volta a Palavra. Se lermos II Crnicas caps.

34 e 35 veremos que o reencontro com livro da Lei foi base do grande despertamento que

abalou toda a nao judaica. Nos tempos de o Esdras e Neemias, o avivamento conduziu o

povo a um retorno a leitura pblica da Palavra de Deus. O grande avivamento apostlico

em Jerusalm iniciou-se quando Pedro, cheio do Esprito Santo, retornando e pregando

com poder a Palavra de Deus. No avivamento em feso, que abalou os quatro cantos da

sia Menor e constrangeu o povo a abandonar a idolatria e voltar-se para o Senhor, teve

como o ponto de partida a volta as Sagradas Escrituras. Sobre ele Lucas escreve: Assim a

Palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente (At.19, 20).

Se lermos a Histria da Igreja, veremos que muitos avivamentos foram

logocntricos: centrados na Palavra. Um destes aconteceu na cidade italiana de Florena.

Enquanto muitos desprezavam a Palavra de Deus, Savonarola desbruava-se sobre a

Bblia, dia e noite, de modo que se dizia que ele a sabia de cor, do princpio ao fim. 30 E

quando subia ao plpito para pregar, seu sermo irrompia como um meteoro do cu,

quando sua palavra ecoava, o rosto de todo auditrio branqueava, tamanho era o poder do

Esprito Santo em suas palavras.

Outro grande despertamento logocntricos foi o do sculo XVI, com Martinho

Lutero. O Dr. Pollich aps assistir uma aula de Lutero disse: Este monge revolucionar

todo ensino escolstico.31 E foi o que aconteceu, no s na Europa, mas em todo o mundo.

Mas que inovao fez Lutero? Nenhuma! Lutero no fez outra coisa seno voltar Palavra

e coloc-la na lngua do povo. E, pela primeira vez na histria, a Bblia tornou-sepropriedade do povo e o Evangelho, o poder de Deus para a salvao.

Joo Calvino, aps ler o sistema catlico, chegou seguinte concluso: Se eu me

voltar para a verdade que est contida nas Escrituras, no estaria voltando para a Igreja?

No pode haver igreja onde a verdade no esteja.32 O D.Martin Lloyd-Jones, comentando

29 Ibid, idem30 FISHER, Harold A. Avivamentos que Avivam. Traduo de Messias Freire. Rio de Janeiro, Editoras

Livros Evanglicos, 1961, p 77.31 Apud idem32 Apud idem p. 90,91


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sobre a Reforma Protestante, diz que: A maior lio que a Reforma tem a nos ensinar ,

justamente, o segredo do sucesso na esfera da igreja e das coisas do Esprito Santo, olhar

para traz. Lutero e Calvino, diz ele: foram descobrindo que estiveram redescobrindo o

que Agostinho j tinha descoberto e que eles tinham esquecido.33

No despertamento na Esccia, no sculo XVI, John Knox, grande pregador e

erudito, voltou-se para as Sagradas Escrituras e a pregou com to grande poder, que suas

mensagens pareciam um balde de gua gelada sobre o povo sonolento, de modo que o

povo, de olhos arregalados voltou-se para o Senhor, e tamanha foi manifestao do

Senhor que ele mesmo declarou: Se eu no tivesse visto com meus prprios olhos e no

meu prprio pas, eu no o teria crido.34

Em tempos de avivamento, a Bblia arrancada do liberalismo e trazida de volta

ao Cristianismo. tirada do ba e colocada de volta nos plpitos; e ento ela age como

espada que penetra (cf. Hb 4.12). Como fogo que queima e martelo que despedaa (cf. Jr

23.29). A Igreja precisa voltar a um princpio reformado Sola Scriptura, e ao tempo dos

apstolos, quando a pregao no era por fora ou por mtodos, porm, s pelo Esprito

Santo. Ela no precisa de novos mtodos humanos, mas de velhos homens de Deus,

dispostos a volta-se para as Escrituras e preg-la com poder.Precisamos de um avivamento

que traga a Palavra de volta para os plpitos da das igrejas. Isso que trar uma

transformao real e duradora.

2.4.2. Purificao da igreja

Sempre que a igreja avivada tambm purificada. Quando as chuvas torrenciais

do Esprito desguam sobre o povo de Deus lavam todas as impurezas da igreja. Os

prazeres mundanos so abandonados e os pecados so confessados e deixados.No despertamento entre o povo de Deus, no tempo de Esdras e Neemias, a

manifestao de Deus trouxe purificao ao seu povo. O pecado que antes era amado

passou a ser odiado; a impureza que outrora prevalecia agora no mais existia; os

casamentos mistos que os afastava de Deus deram lugar para o divrcio que os trouxeram

de volta para Deus; o dia do Senhor que estava esquecido e abandonado foi restaurado e

33Apud NETO, F. Solano Portela. A Mensagem da Reforma para os Dias de Hoje . In: MATOS, Alderi

Souza de; LOPES, Augustus Nicodemos. Fides Reformata. v.2, n.2. jul/dez, 1997. p.22-34.34 Apud FISHER, Harold A. Avivamentos que Avivam. Traduo de Messias Freire. Rio de Janeiro,Editoras Livros Evanglicos, 1961, p 92.


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observado. O povo que trilhava nos caminhos da impureza mudou de rota e voltou ao

caminho da pureza.

Sempre que o fogo do Esprito desce sobre a igreja as impurezas viram cinzas e a

igreja torna-se uma brasa viva. Quando o Esprito Santo desceu sobre os puritanos na

Inglaterra as palhas da impureza foi consumida restando apenas gravetos verdes e puros. E

purificada, a igreja foi sal para a sociedade e luz para o mundo.

Antes do avivamento americano do sc. XVIII, a impureza era algo notrio no

meio do povo de Deus. No plpito havia homens que no eram convertidos, e nos bancos

membros que no eram regenerados. A Bblia no era regra de f e prtica, e a igreja era

impura e mundana. Jonathan Edwards, escrevendo sobre a sua prpria parquia, disse est

vivendo em uma poca de extraordinria sonolncia religiosa; a licenciosidade prevalecia

grandemente, entre a juventude, as prticas mundanas e impuras eram visveis e normais. 35

Todavia, quando o Esprito avivador desceu sobre a igreja, os inconversos foram

convertidos; os impuros foram purificados; a licenciosidade deu lugar santidade; a igreja

que vivia em densas trevas passou a viver em clara luz. O fogo do Esprito sempre sapeca o

mundanismo e purifica a igreja.

O avivamento sempre purifica a igreja e a leva a santidade de vida. Ele sempre faz

surgir homens que queiram morrer totalmente para o pecado e viver vida santa, totalmente

devota a Ele.O D. M. Loyd-Jones, comentando sobre o pequeno movimento, que comeou

em Oxford, conhecido como o Clube dos Santos, e alcanou o mundo, escreve:

Que aconteceu com eles? O que aconteceu com os irmos Wesley, com Whitefielde e os outros que

se reuniram com eles? Foi apenas isto eles disseram: sim, a igreja Crist ainda a Igreja Crist,

todavia ela muito indigna e pecaminosa. A pessoa no est prestando ateno aos mandamentos de

Deus e a vida como apresentada no Novo Testamento. Isto est errado, precisamos nos dedicar

santidade, precisamos nos purificar. Eles talvez tenham ido longe demais, tornado-se um pouco

legalistas, todavia estabeleceram regras e regulamento a respeito de como deviam viver. Por isso

foram chamados metodistas. Disseram: Devemos reunir para estudar as Escrituras juntos,

precisamos orar juntos, e devamos viver de forma metdica em todas as coisas . Metodistas! Sim,

no entanto, o que estavam buscando era santidade. 36

35 FISHER, Harold A. Avivamentos que Avivam. Traduo de Messias Freire. Rio de Janeiro, Editoras

Livros Evanglicos, 1961.36 LLOYD-JONES, Martyn. Avivamento. Traduo de Inge Kaenig. 2 ed. So Paulo, PublicaesEvanglicas Selecionadas, 1993. P 73.


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Vivemos em uma poca em que o vrus do mundo tem adentrado igreja e

contaminado o corpo de Cristo. A igreja, noiva do Senhor, tem praticado adultrio com o

mundo. O conformismo, o secularismo, o liberalismo, o subcristianismo e uma srie de

ismos tm levado nossas igrejas h um vale de ossos secos. Precisamos de um

avivamento que lave nossas igrejas, tornando-nos um povo santo, como Ele santo.

2.4.3. Transformao da sociedade

O mundo nunca o mesmo aps um avivamento; toda vez que Deus sacode

(desperta) a Igreja abala o mundo; toda vez que o povo de Deus despertado, o mundo

transformado. Nunca houve um grande avivamento sem reformas sociais e polticas. 37No sculo XVI, o mundo foi abalado pela Reforma e Genebra transformada por

Calvino. Genebra era uma das cidades mais tormentosas da Europa; seu governo era

dividido e havia uma grande briga pelo poder; nas ruas, o pecado e a violncia dominavam

o povo. Entretanto, Calvino foi usado por Deus no avivamento suo. A Reforma atinge,

no s a igreja, mas tambm a sociedade! E foi as grandes vises administrativas,

eclesisticas e sociais de Calvino, com a graa de Deus, que fez com que Genebra se

tornasse uma cidade nica na Europa; sobre Genebra Fischer afirma: O distintivo que

Calvino conseguiu lhe dar parece incrvel 38. E, aps sculos, permanece como centro de

cultura e progresso. Todo avivamento traz mudanas culturais e sociais.

Quando o avivamento vem, a Igreja vivificada e a sociedade restaurada. No

avivamento britnico, em 1739, a Inglaterra caminhava para o caos, os piores vcios

prevaleciam. A bebida era algo to comum que os embriagados viviam mais nos bares do

que nos lares; tamanha era a criminalidade que no podiam andar nas ruas, noite.

Todavia, quando Deus derramou do Seu Esprito sobre os Wesleys e Whitfield, a Inglaterramudou sua rotina; os bbados deixaram os bares e voltaram para os lares;os escravos

tornaram-se cidados, os marginais voltaram ao convvio social. A sociedade que estava

em runas foi reformada por Deus. Sobre este perodo o historiador Samuel Green disse:

Toda a maneira de ser do povo ingls se modificou.39 Quando a igreja avivada, a

37 OLFORD, Stephen F. Um Grito por Reavivamento. Traduo de Jorge A . P . Rosa. Lisboa, s/d, 1966. P73.38 FISHER, Harold A. Avivamentos que Avivam. Traduo de Messias Freire. Rio de Janeiro, Editoras

Livros Evanglicos, 1961, P.92.39 Apud OLFORD, Stephen F. Um Grito por Reavivamento. Traduo de Jorge A . P . Rosa. Lisboa, s/d,1966. 185 pp.


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sociedade impactada. No grande despertamento no pas de Gales, em 1904, os bares

fecharam porque no havia mais alcolatras; os teatros pararam porque no havia mais

expectadores; as casas de jogos faliram, porque no havia mais quem jogasse. A nao

profana passou a ser uma nao cujo Deus era o Senhor.

Ah! Como precisamos de um avivamento do cu, que transforme nossa sociedade.

Nossa nao est doente, infectada com amarga misria; as crianas ento abandonadas e

famintas; os ricos, cada vez mais ricos, e robustos; os valores imorais so tidos como

valores legais; o homossexualismo no mais motivo de escndalo e o adultrio motivo

de orgulho; a violncia maior que as autoridades; a televiso com seus valores imorais

mestra, que educa o povo. Isso motivo para no cessarmos de clamar a Deus, para que o

mesmo abale a igreja e transforme nossa ptria, e nos faa um povo onde Ele seja o

Senhor.


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CONCLUSO

Agora que chegamos juntos ao fim deste trabalho, esperamos ter lanado luz sobre

o importante assunto abordado, a ponto de podermos entender a gravidade da crise vivida

pela igreja contempornea, na sua falta de credibilidade no mundo. Como vimos s razes

do descrdito da igreja esto relacionadas, a questes internas da igreja. O problema do

cristianismo contemporneo tem sido permitir que o esprito da nossa poca entre em seu

arraial secularize nosso povo.

Esta a razo que a proposta deste trabalho desafi-la a volta-se para Deus com

f ortodoxa, e vida prtica; ambas baseadas na verdade de Deus como revelada nas Santas

Escrituras. O que s possvel se a igreja experimentar um verdadeiro avivamento

produzido nos cus e no na terra. Somente ele produzir um despertar de Deus os cristosviver o verdadeiro cristianismo, e ser considerados, de fato, cristos tais como os

discpulos em Antioquia.

Por isso, precisamos clamar a Deus para que Ele intervenha em nossas igrejas,

transformando nossas vidas e carter, nossas famlias e negcios, nossa grande impiedade

em uma profunda piedade, nossa vida de falsidade, em uma vida de santidade. Precisamos

de um avivamento que abale as nossas igrejas, fazendo-nos um povo vivo e santo e

transforme nossa sociedade, fazendo de ns uma nao justa, prspera, cujo DeusSoberano seja o Senhor. Pois somente assim o mundo crer novamente nos crentes.

A Deus toda a glria!


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descrentes dos crentes - a igreja sem credibilidade no mundo - jailson santos

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