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Adelaide Cmara Adelaide Cmara Adelaide Cmara Adelaide Cmara Grandes Espritas do Brasil(*)(*)(*)(*)

ADELAIDE AUGUSTA CMARA foi uma das mais devotadasfiguras femininas do Espiritismo no Brasil, bem conhecida pelo seupseudnimo de AURA CELESTEAURA CELESTEAURA CELESTEAURA CELESTE.

Encarnou na cidade de Natal, Estado do Rio Grande doNorte, em 11 de janeiro de 1874, e desencarnou na cidade do Riode Janeiro, em 24 de outubro de 1944.

Aura Celeste veio para a antiga Capital Federal em janeiro de1896, graas ao auxlio de alguns militantes do Protestantismo, acuja religio pertencia, os quais lhe propiciaram a oportunidade delecionar no Colgio Ram Williams, o que fez com muitaproficincia, durante algum tempo, at que organizou em suaprpria residncia, um curso primrio, onde muitos homensilustres do meio poltico e social brasileiro aprenderam com ela asprimeiras letras.

Foi nesse perodo de sua vida, no ano de 1898, quecomeou a sentir as primeiras manifestaes de suas faculdadesmedinicas. Nessa poca, o grande Bezerra de Menezes dirigia osdestinos da Federao Esprita Brasileira, revestido daquela aurolade prestgio e de respeito que crentes e descrentes lhe davam, e oEspiritismo era o assunto de todas as conversas, no s pelosfenmenos e curas medinicas, como pela propaganda falada,pelos livros e pela imprensa.

Sob a sbia orientao de Bezerra de Menezes comeou asua notvel carreira medinica como psicgrafa, no Centro EspritaIsmael. O grande apstolo do Espiritismo brasileiro, pela suaconhecida clarividncia, prognosticou, certa vez, que AdelaideCmara, com as prodigiosas faculdades de que era dotada, um diaassombraria crentes e descrentes. E essa profecia de Bezerra nose fez esperar, pois em breve Adelaide Cmara, como mdiumauditiva, comeou a trabalhar na propagao da Doutrina, fazendoconferncias e receitando, com tal acerto e exatido, que o seunome se irradiou por todo o Pas.

Com a desencarnao do inolvidvel mestre, doutor Bezerrade Menezes, em 1900, Adelaide Cmara aproximou-se do grandeseareiro que foi Incio Bittencourt e, nas sesses do Crculo EspritaCritas, passou a emprestar o seu concurso magnfico comomdium e como propagandista de primeira grandeza.

Contraindo npcias em 1906, os afazeres do lar, e aeducao dos filhos mais tarde, obrigaram-na a afastar-se dapropaganda ativa nos Centros, mas, nem por isso, ficou inativa.Nas horas de lazer, entrava em confabulao com os guiasespirituais, e pde receber e produzir pginas admirveis, queforam dadas publicidade na obra Do Alm, em 21 fascculos, eno livro Orvalho do Cu.

Foi a que adotou o pseudnimo de AURA CELESTE, nomecom que ficou conhecida no Brasil inteiro.

Em 1920, retorna tribuna e aos trabalhos medinicos, comtal vigor e entusiasmo, que o seu organismo de compleiofranzina ressentiu-se um pouco, mas, nem por isso, deixou ela decumprir com os seus deveres. O Dr. Joaquim Murtinho era omdico espiritual que, por seu intermdio, comeou a trabalhar nacura dos enfermos e necessitados, diagnosticando e curando atodos quantos lhe batiam porta, desenvolvendo-lhe,espontaneamente, diversas faculdades medinicas nesse perodo.

Alm das mediunidades de incorporao, audio, vidncia,psicogrfica, curadora, intuitiva, possua Adelaide Cmara, ainda, aextraordinria faculdade da bilocao. Muitas curas operou emdiferentes lugares do Brasil, a eles se transportando emdesdobramento fludico, sendo visvel o seu corpo perispirtico,como aconteceu em Juiz de Fora e Corumb (provadamenteconstatado), por enfermos que, sob os seus cuidados, a viramaplicar-lhes passes.

Poetisa, conferencista, contista, e educadora sobretudo,deixou excelentes obras ltero-doutrinrias, em prosa e verso,assinando-os geralmente com o seu pseudnimo. assim que deua pblico Vozes dAlma, versos; Sentimentais, versos;Aspectos da Alma, contos; Palavras Espritas, palestras;Rumo Verdade e Luz do Alto. Esparsos em revistas e jornaisespritas, h muitas poesias e artigos doutrinrios de sua autoria.

O grande jornalista e literato Leal de Souza, referiu-se aAdelaide Cmara como a grande Musa moderna, a Musaespiritualista.

Em 1924, teve as suas vistas voltadas para o campo daassistncia s crianas rfs e velhice desamparada. Centralizoutodos os seus esforos no propsito de materializar esse antigoanseio de sua alma. Pouco, entretanto, pde fazer em quase trsanos de lutas. Aconteceu, ento, que um confrade, Joo Carlosde Carvalho, estava angariando donativos e meios para a fundaode uma instituio dessa natureza, e, um dia, faz-lhe entrega dalista de donativos a fim de que Adelaide Cmara arranjasse novosbolos para to humanitrio fim. Dias depois, Joo Carvalhodesencarna, e ela fica de posse da lista e do dinheiro arrecadado.

Passados alguns meses, o Sr. Lopes, proprietrio da CasaLopes, que andava estudando a Doutrina, mostrou-se interessadona organizao de uma instituio de amparo e assistncia aosrfos e Adelaide lhe informa possuir uma lista com algunsdonativos para esse fim. A idia foi recebida com entusiasmo elogo concretizada. Alugaram uma casa em Botafogo e a foiinstalado, no dia 13 de maro de 1927, o Asilo Esprita JooEvangelista, sendo ela a sua primeira diretora. Compareceu a essafestiva inaugurao o doutor Guillon Ribeiro, ento 2o. secretrio daFederao Esprita Brasileira e representante desta naquelasolenidade. Adelaide Cmara, em breves palavras, exprimiu o jbilode sua alma, afirmando realizado o ideal de toda a sua existncia ser me de rfos, graa do cu que no trocaria por todo o ouroe todas as grandezas do mundo.

Dedicou, da por diante, todo o seu tempo a essa grandiosaobra de caridade, emprestando-lhe as luzes do seu saber e de suabondade at o dia em que serenamente entregou a alma a Deus.

Com extremosa dedicao, trabalhou Aura Celeste em vriassociedades espritas beneficentes da cidade do Rio de Janeiro,dando a todas elas o melhor de suas energias e de sua inteligncia.

No Asilo Esprita Joo Evangelista, porm, foi onderealizou sua tarefa mxima, no s como competente educadora,mas tambm como hbil orientadora de inumerveis jovens que alireceberam, como ainda recebem, instruo intelectual e educaomoral.

A vida e a obra de Adelaide Cmara foram uma escada deluz, uma afirmao de f e humildade, e um perene testemunho deamor. Era a grande educadora que ensinava educando e educavaensinando, pelo exemplo.

Mdium sem vaidades, sincera e de honestidade a todaprova, praticava a mediunidade como verdadeiro sacerdcio.

Dotada de slida cultura teria, se quisesse, conquistadofama no mundo das letras. Poetisa de vastos recursos, oradoraconvincente e natural, senhora de estilo vigoroso e de fulguranteimaginao, tudo deu e tudo fez, com o cabedal que possua, parao bom nome e o engrandecimento da Doutrina Esprita.

O Asilo Esprita Joo Evangelista, no Rio de Janeiro, aest ainda, em sede prpria, atestando a obra e o devotamento causa do bem daquela nobre mulher que se chamou AdelaideAugusta Cmara.

ADELAIDE AUGUSTA CMARA ADELAIDE AUGUSTA CMARA ADELAIDE AUGUSTA CMARA ADELAIDE AUGUSTA CMARA (AURA CELESTE) (AURA CELESTE) (AURA CELESTE) (AURA CELESTE)

(*) Nota: Fonte: Grandes Espritas do Brasil (INTERNET)(*) Nota: Fonte: Grandes Espritas do Brasil (INTERNET)(*) Nota: Fonte: Grandes Espritas do Brasil (INTERNET)(*) Nota: Fonte: Grandes Espritas do Brasil (INTERNET) AUTOR: ZEUS WANTUIL AUTOR: ZEUS WANTUIL AUTOR: ZEUS WANTUIL AUTOR: ZEUS WANTUIL

ASILO ESPRITA JOO EVANGELISTA BAIRRO: HUMAITRUA VISCONDE DE SILVA, 92 RIO DE JANEIRO-BR

AURA CELESTE

DO ALMCOMUNICAES MEDINICAS

12o FASCCULO

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R i o d e J a n e i r o1 9 3 6 - 2 0 1 5

DO ALM (12o fascculo)

M a i s u m f a s c c u l o d e s t a o b r a , t o a p r e c i a d a p o r e l e v a d on m e r o d e c o n f r a d e s n o s s o s , d a q u i e d e a l m - m a r , d a m o s h o j e p u b l i c i d a d e , g r a a s b o a v o n t a d e d o f e r v o r o s o c r i s t o - e s p r i t aq u e o v e m f a z e n d o d e s d e o 6 o f a s c c u l o . F o r a m e s t a s m e n s a g e n sr e c e b i d a s p o r v i a m e d i n i c a d e i n c o r p o r a o i n c o n s c i e n t e n a sr e u n i e s p b l i c a s d o A s y l o E s p r i t a J o o E v a n g e l i s t a , r u aV i s c o n d e d e S i l v a n o 9 2 , B o t a f o g o , p o r A U R A C E L E S T E ea p a n h a d a s p e l o c o r p o d e t a q u i g r a f a s d o r e f e r i d o A s i l o .

D i z e r d o v a l o r d e s t a s c o m u n i c a e s n o n o s p a r e c en e c e s s r i o , p o r q u a n t o , e m a n a d a s d a f o n t e d e o n d e e m a n a mf a l a m p o r s i m e s m a s a o s o u v i d o s d o s s e u s i n m e r o s l e i t o r e s ,t o c a n d o - l h e s o s e n t i m e n t o e a r a z o p e l a V o z d a V e r d a d e q u et r a d u z e m .

C o m o s m e l h o r e s i n t u i t o s , p o r t a n t o , e n t r e g a m o s a o sa p r e c i a d o r e s e s t e p r e c i o s o o p s c u l o e s e n t i m o - n o s f e l i z e s e ml h e s p r o p o r c i o n a r d e s t a f o r m a a l g u m b e m .

R i o d e J a n e i r o , 1 9 3 6 .

A. CMARAEditor

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A Videira e as varasFilhos do nosso Deus, amados de Jesus, Deus vos salve.Por que to grande nmero acorreu a ouvir a palavra do Alto neste dia? Porque, desejosos,

viestes buscar alguma cousa daqueles que j no vivem em vosso meio, mas que no obstante essaausncia, presentes esto convosco, sempre que necessrio. Que viestes buscar, irmos meus? Que esperais colher desta reunio crist, em que adeptos de Espiritismo buscam fazer alguma cousade bom na terra ou no Espao?

Meus amigos, empolga hoje a sociedade humana a recordao de um acontecimento passadoh tanto tempo, mas que se torna como que passado neste prprio instante, tal a impressodeixada por esse acontecimento! O homem o julga quase presente, to vivo, to palpitante, to real,como se efetivamente ele tivesse ocorrido h meses... Por qu?

Meus amigos, quem foi levado Cruz do Calvrio, antes de Jesus, no deixou memria entreos homens. Quem conhece as pginas da Histria, deve saber que os condenados morte infamanteda Cruz, foram muitos, antes e depois. E porque s esse fato ficou registrado no ntimo da criatura,na sua memria, no seu corao, na sua vida? Por que razo? Debalde procuraro explicar estemotivo, aqueles que no tiverem a f consagrada s cousas eternas. Debalde procuraro darresposta a esta interrogao, os homens que no crem: porque Jesus no foi notvel como homemde cincias; Jesus no foi notvel pela sua fortuna monetria; Jesus no foi portador de brases;Jesus no era descendente de homens ricos e nem a sua posio perante a humanidade era a de umpotentado... Humilde e Bom, nasceu entre as palhinhas; assim viveu nessa humildade obscura, atque chegou o dia em que teve de se apresentar ao mundo.

E como se apresentou? Como realmente era: Humilde e Bom! Seus atos ... todosconhecem suas aes! Suportam qualquer anlise as Suas frases, o Seu Evangelho, acima dequalquer frase ou evangelho humano; sua personalidade, distinta entre as mais distintas! E tudo istopor qu? Porque Ele foi o enviado de Deus ao mundo, no interesse desse prprio mundo... Ele noveio trazer uma cincia desconhecida, nem veio descobrir qualquer cousa que a cincia no houvessedescoberto at aquele instante... Ele no o autor de obra alguma porque no deixou escritos... Eletrazia a misso sagrada, a misso Divina, de apascentar as ovelhas do rebanho do Senhor. E Suaresponsabilidade foi assumida de tal sorte que, Ele, o Divino Cordeiro de Deus, falou assim: Dasovelhinhas que me deste, nenhuma s se perdeu.

Para vs, meus amigos, necessrio recordar, porm, uma passagem assinalada por Joo, oEvangelista, onde o Mestre falou: Eu sou a videira, vs sois as varas; enquanto estiverdesem Mim, dareis frutos. Sem estardes em Mim, no podereis dar esse fruto.

Essas palavras, meus amigos, proferidas h dois mil anos pelo Divino Mestre, soaram aosouvidos daqueles homens, como cousas incompreensveis. Para vs, porm, que efetivamente vindesdaquela poca e que tendes conhecimentos mais adiantados do que ento, estas palavras devem sercompreendidas melhor do que poderiam ter sido naqueles dias remotos.

A videira cheia de ramos, cheia de varas, no dizer da Escritura. Cortai o galho da rvore,ponde-o de lado e vereis at quando ele tem vida. Separai-o do tronco e ele morrer! Como poderdar frutos o ramo separado do seu tronco? Deixai-o, porm, permanecer no seu lugar, receber aseiva da vida que venha pelo tronco e se estenda at as folhas, e vereis como em breve tempo aquelegalho produzir e dar o fruto competente natureza da rvore que o gerou...

Assim vs, meus amigos. Vs sois as videiras e Ele a grande rvore! Separadas de Jesus,nada podeis fazer; presos a Ele, pelos laos afetivos dos coraes de filhos, vs podeis dar fruto efruto bom. Notai na experincia da vida das criaturas separadas do Evangelho do Mestre, aquelasque, no obstante se dizerem crists, pisam aos ps a Sua Lei: no podem progredir! O seuprogresso material o progresso de uma vida s. O progresso do esprito tem que ser real, efetivo,para todo o sempre. Aqueles que se separam do Mestre, esses no esperem progresso espiritual paraas suas almas.

Que vim eu para vos dizer, em um dia em que a praxe litrgica oferece cerimnias pomposasao Cristo, pelo acontecimento que se celebra em todo mundo Cristo? Que vim eu para vos dizer semtocar de leve nestas cousas que todos vs pensais, para as quais naturalmente tendes a atenovoltada? que, meus amigos, possvel fazer um esboo de todo aquele sofrimento; possvelfazer muita cousa em torno da cruz do Mestre; mas o essencial da criatura humana saber que tem

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de assimilar a Doutrina Daquele que subiu Cruz do Calvrio em seu benefcio! Dar o fruto,correspondente a essa f, para compreender a via-crucis do Divino Mestre; a Sua passagem at ocimo do Calvrio; as gotas de suor que lhe correram pela fronte; o sangue que Dele jorrou; osespinhos que O cruciaram e os cravos que lhe crucificaram as mos! Para dizer tudo isso abordariaassunto que todos vs conheceis cada qual a seu modo.

Vamos, pois, ao mago da questo; vamos ao fundo; deixemos o que for superficial etoquemos no profundo da questo! Regenerai-vos, corrigi-vos, apresentai ao Mestre coraes puros,espritos propensos ao bem e tereis compreendido o fim do acontecimento que hoje se celebra!

Jesus morreu em uma cruz, to-somente para vos exemplificar que pelo bem se vai at osacrifcio...

Quantos de vs esto dispostos a esta resoluo? No se exige de vs suplcio semelhante;nem vs tereis a envergadura moral precisa para o suportar. Exige-se de vs to-somente osacrifcio do vosso egosmo; o sacrifcio do vosso orgulho; o extermnio dos vossos maussentimentos; enfim, exige-se de vs a pureza de sentimentos, a vontade de servir ao Mestre, a uniofraterna que deve existir entre todos os seres porque um no mais perfeito do que o outro. Todosvs sois criaturas imperfeitas e necessitadas de progresso! Deseja-se de vs o exemplo da vossa f;exige-se de vs o amor para Deus, o amor para o prximo...

Meus amigos e meus irmos, esta a comemorao que se pode fazer. Esta a paixo que omundo l fora celebra, de maneira muito diversa: hoje, enlutando-se, para amanh se entregar sbacanais; hoje tingindo de crepes as prprias paredes dos templos, para amanh entregar-senovamente ao vcio, porque comemorao de um dia apenas!

Quantos aguardam a aleluia, para se entregarem a prazeres impuros que hoje entendem nodever praticar! Quantos aguardam o despontar do dia, para poder voltar ao pecado de que seafastam hoje momentaneamente! Hoje essa comemorao v, porque a regenerao do espritono se pretende fazer; no se cogita dela; no se pretende abrir mo dos maus costumes e simentrar-se neles amanh, novamente!

Assim, meus amigos, no vale a pena pensar no grande sacrifcio da cruz!O proveito que vs podeis ter desse sacrifcio aceit-lo voluntariamente, repelindo o homem

velho, para que nele ressuscite o homem novo.Paz a todos os homens.

THIAGO(Em 19.4.935).

Ouvi em tempo!Meus amigos e meus irmos, quero tambm dizer alguma cousa nesta data.Eu no venho encerrar sesso; se algum quiser dar o seu testemunho de luz, pode faz-lo.

Quero, to-somente, chamar a ateno dos meus amigos que se renem nesta data com o fim detrazerem o seu testemunho de f crist, que a realidade da vida eterna no padece dvida.

Os seres do outro plano da vida esforam-se para testemunhar aos homens a existncia dessavida imortal, vida eterna, concedida por Deus a todo vivente. Mas, da maneira porque se deveconduzir esta vida no plano terreno, poucos se ocupam. As cincias a esto, para ilustrar ainteligncia humana; as filosofias mais elevadas a esto, para a formao do carter; as disciplinasmais adiantadas, para por um freio s paixes. Tudo isso o mundo tem em suas bibliotecas, em seusmuseus, em suas faculdades; enfim, em toda parte onde a cincia se faz sentir, a manifestao deuma vida que no acaba patente. No entanto, levanta-se o orgulho do homem, qual vboratraioeira, a procurar matar aquilo que tem raiz no Eterno. E o raciocnio se faz insensato, destaforma: `Pois se a vida no tem soluo de continuidade, porque no aproveit-la, feliz, nesta terra edepois nos mundos adiantados? Por que no posso eu gozar aquilo que esta terra tem de bom, edepois gozar o que o espao tem de melhor? Por que no posso eu desfrutar os prazeres que a vidaterrena oferece, aos quais, a minha mocidade faz jus, pelo seu vigor, pela sua vontade, pela suasade, e depois gozar como esprito as prerrogativas que Deus me concede?

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tempo de repetir o que, tantas vezes, tem sido dito aos ouvidos daqueles que em temposabem ouvir e em tempo se fazem surdos. tempo de trazer aos olhos dos homens aquilo que emtempo no quiseram ver e que hoje fingem no ver...

Meus amigos, o precipcio est aberto e o primeiro passo est dado, para ele. O abismo estescancarado; a sua voragem vos atrai. necessrio que se faa ouvir a voz do Alm-campa, paravos deter borda desse abismo; para sustentar o vosso p na borda desse precipcio. Eu vim paradizer: Os princpios incutidos mocidade pelos seres do outro plano da vida que a amam, que vivempara ela, para a sua felicidade, necessrio que permaneam de p! Outrora a voz do Alm-campase fazia ouvir e as suas palavras eram guardadas no santurio das almas! Outrora a voz do Alm sefazia ouvir e as ovelhinhas escutavam essa voz e a entendiam, tal qual as ovelhinhas animais nocampo conhecem a voz do pastor! Outrora os chamados do Infinito se faziam sentir e as almas securvavam diante desse metal sonoro do clarim que chamava...

Hoje, a voz do Infinito se faz ouvir e a mocidade cerra os ouvidos porque no lhe convmesse brado; hoje a voz do Alm-campa chama e os interessados fingem no compreender. Por qu?Por que a cincia os atrai para o seu saber, para a sua influncia, para o seu poder, para a suailustrao? No, por isso no! Porque a voz do mundo cantando qual sereia enganosalana sua rede e vai colhendo os incautos.

Mas, no dizer do Divino Mestre antigamente: Jerusalm, Jerusalm, que matas os profetas e apedrejas os que te so

enviados, quantas vezes quis eu juntar os teus filhos como a galinha faz aos seuspintainhos e tu no quiseste!

Assim posso eu dizer em face da sociedade, a quem amo, a quem venero, cujos filhos sintocomo meus, cujos ensinamentos procurei orientar: Quantas vezes, mocidade desorientada, a minhavoz te chamou e tu fingiste no ouvir e no vieste! Mas quando foi tempo, quebraste o lao que a time prendia e me deixaste seguir s! Pois bem: no voltarei atrs; seguirei o meu caminho,buscando pregar para todo o mundo a verdade que existe em Deus, buscando pregar a todo filho oamor sua me, o devotamento famlia; buscando ensinar a todo homem o respeito ao laoquerido que o deve unir sua famlia; buscando ensinar a toda mulher a pacincia na adversidade ea coragem para o sofrimento!... E hei de continuar assim. Se colher rosas, se a minha palavra der ofruto desejado, serei feliz e darei glria ao Senhor. Se, porm, buscando colher rosas, s me tocaremespinhos, pacincia... o corao do homem cruciado soube sofrer; mais saber sofrer o espritoredimido pelo sangue do Cristo! Se, como homem jamais procurei vingana ou qualquer sentimentodesafeto para com aqueles que no souberam recompensar o grande amor que lhes tinha, mormentecomo esprito, mais poderei sofrer!

Bnos sobre bnos sobre todos aqueles que podendo ter um pouco de amor, sedistanciam, se afastam, quando j estiveram perto...

Meus amigos e meus irmos, o mundo diz sexta-feira santa. Santa por qu?! Por que noficou ela antes, maldita, por ter presenciado a morte de Jesus? No! Santa... Sim! Santa por qu?Porque nos braos da Cruz expirou o Cordeiro Imaculado do Senhor! E onde os ps de Jesustocaram, foi sarado todo o mal! Quando o Seu Olhar pousou sobre os cegos, abriram-se-lhes osolhos; quando a sua mo tocou o leproso o seu corpo sarou; quando os seus olhos, as suas mos,pelo tato tocaram as crianas, elas foram abenoadas; enfim, quando o seu corpo padeceu nosbraos da Cruz, ela deixou de ser maldita!

Chegai-vos aos ps da Cruz, meus amigos; chegai-vos, porque dia chegar em que, toda acriatura que se diz crist poder receber no seu corao a intuio perfeita de que o amor do seuDeus o princpio de toda a sabedoria; e o amor do prximo enlaa as almas, fazendo-asverdadeiramente felizes, capazes de salv-las dos grandes pecados que cercam a humanidade!

Amai-vos uns aos outros, a palavra do Divino Mestre.Mocidade, mocidade, ama o teu Jesus e consagra a Ele todos os dias da tua vida! Velhice,

infncia, adolescncia, maturidade, enfim, homens, mulheres, amai a Deus sobre todas as cousas eao prximo como a vs mesmos.

Glria a Deus!

ALFREDO BARCELOS

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Pensemos na Vida!Meus amigos e meus irmos, Deus vos guarde em Seu amor.As vossas meditaes hoje correram todas para a data que se comemora mundialmente a

Cruz do Calvrio em cujos braos Jesus entregou a Sua Vida, para o bem da humanidade; e opensamento do homem estaca diante desse fato que absorve todo o seu pensamento, que enche asua imaginao e que tonifica o seu corao, tornando-o capaz de suportar ainda na terra as maioresdores. No devemos, porm, meus amigos, permanecer tanto tempo na sombra. Lembrai-vos queaps a morte na Cruz veio o grande dia em que o mundo diz; Jesus ressuscitou! Pensemos naVida; deixemos a morte em paz. E depois, meus amigos, a vida nem pelo fenmeno da morte interrompida. Se a criatura humana pudesse compreender, certificar-se da verdade que encerra estaassero, todo o pavor do tmulo desapareceria. A vida, nem pelo fato de passar pela morte, ficaextinta. Compreendei, meus caros irmos, uma vez por todas, vs que ainda no assimilastes bemesta doutrina, que traz a verdade de Deus ao conhecimento do homem: quem morre o corpo,quem vive a alma; o corpo cai inerte com a vida extinta, apagada para sempre; nem por isso almpada vivente que a alma apaga a sua luz; ela passa para o outro lado, deixando aquele corpoque j no lhe pode servir de invlucro. O corpo to-somente o meio que Deus encontrou para queo esprito habitasse na terra, em contato com os seus irmos, para que aprendesse os primeirosrudimentos da solidariedade irm.

As criaturas que vivem na terra devem compreender, assimilar essa doutrina, para sepoderem tornar mansos e mais pacficos, como Deus quer. Essas lutas fratricidas, dependem todasda falta de compreenso desse princpio. Uma vida transitria, uma vida que no pode durar semprena carne, uma vida que eterna no Espao, por que h de a criatura humana fazer um pas definitivoo terreno onde nasceu? Do bero ao tmulo eis o ideal realizado? No meus amigos? O ideal l, l que a verdadeira ptria; l que se goza a verdadeira paz; e poderia haver na terra, umacerta paz relativa, se o homem tivesse uma compreenso mais perfeita das cousas reais de alm-tmulo. Mas as criaturas, ainda espritas, no compreendem bem estas cousas; tm propsitosbelssimos quando tudo lhes corre suavemente; o amor fraterno para elas cousa simples, enquantoas opinies no divergem; mas desde o instante em que um pensa de um lado, outro pensa dooutro, estabelece-se a polmica, e nessa polmica l se vai o preceito do amor fraterno!

Meus amigos, aprendei a viver como irmos, o que se vos pede neste dia em que vs voscongregais para comemorar a morte de Jesus. A morte... Pensai bem! Jesus to vivo, to perfeito,quanto sempre foi! O fenmeno da morte passou por Ele como amanh passar por vs. Vspermaneceis perfeitamente vivos; apenas o vosso esprito no tem a potencialidade que deveria ter,porque vs o intoxicais com os vossos pensamentos tenebrosos, com o vosso modo de ser, que afetaa dignidade desse mesmo esprito; vs no sabeis amar como deveis. Pois bem: quando voltardespara as vossas casas, quando estiverdes pensando sobre a semana santa, como vs chamais, dizei devs para vs. Que posso eu fazer para ser agradvel a esse Jesus, a quem eu quero dar umtestemunho solene do meu amor? Ser porque fui reunio pblica, onde se louva o Seu SantoNome, que dei cumprimento ao meu dever? Ser porque destinei este dia para consagr-lo comemorao dessa santa sexta-feira, tradicional, que eu ganhei alguma cousa de espiritualidade?No, meus amigos, vs ganhareis a espiritualidade, dando um testemunho permanente da vossa f aJesus; no um dia s que se pode amar; podereis am-LO durante a vossa existncia, porque se ovosso esprito souber am-lo na altura que Ele deve ser amado, o benefcio ser vosso; porqueento, tereis a alma cheia de luz, tereis a satisfao de viver em paz. Aprendidos os conhecimentosque Ele deseja que vs aprendais, dareis ento seu testemunho.

Quem se levanta contra o seu irmo, quem tem dio dentro de seu ser, quem externapensamento odiento, no diga que ama a Jesus. O amor de Jesus preserva de todas as manchas.Conservai-vos na altura de poder, embora imperfeitos, aspirar o bem. Quem ama a Jesus, estpronto a fazer ao seu semelhante tudo aquilo que gostaria lhe fosse feito.

Orai pois, neste dia, meus amigos, por todos aqueles que no sabem amar o Mestre; seja avossa prece hoje, quando, em recolhimento das vossas almas, estiverdes a ss convosco mesmos.Pedi a Deus que faa com que essas criaturas tenham pelos seus o amor que deveriam ter. Quandoessa raiz for plantada no corao do homem, ele cessar de fazer mal. Por amor de Jesus tudo

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fcil; por amor de Jesus no h sacrifcios. Amai-O e fazei pelo vosso semelhante aquilo que Jesusgosta que vs faais. Sede bons para as crianas desvalidas, sede bons para as velhasdesamparadas, sede bons para a humanidade, sede amigos fiis dos vossos amigos, sede fraternoscom os vossos irmos, sede, enfim, criaturas humanas de boa vontade, amando a Deus sobre todasas cousas e ao prximo como a vs mesmos,.

Deus vos guarde.

IRENE

Mais amor a JesusDeus vos salve, meus irmos.Esta semana para muitos representa um verdadeiro exame de conscincia. Gastando o ano

inteiro, longe de Deus, longe de Jesus, a humanidade busca nestes dias, em que se pensa na Cruz doCalvrio, examinar todo o seu interior, expurgando dele aquilo que o impede de comungar com oSalvador. No condenvel isto; bem ao contrrio, melhor seria se ns, os espritos, e vs, oshomens, pudssemos ter sempre na mente, o que fez Jesus para toda a criatura humana. Mas, umavez que a contingncia do tempo e a memria dos homens, fazem esquecer um pouco este fatodoloroso, bom que nesta semana consagrada meditao desses fatos antigos, mas semprepresentes, a criatura seja verdadeira, seja til ao homem.

Foi nesta poca, durante esse dia cruciante, que Maria Santssima recebeu no seuamantssimo corao, o golpe profundo que o feriu imensamente.

Mirem-se neste espelho todas as mes dolorosas; ningum pode sofrer mais...Foi nesta semana dolorosa que Jesus, o Cordeiro Imaculado do Senhor, justo e Bom, se viu

apodado, martirizado, castigado, inocente e trazido pelas ruas da amargura at exalar o ltimosuspiro nos braos infamantes da Cruz. E essa mesma cruz, pela expiao dos crimes dos homens,ficou redimida, santificada!

Ora, meus amigos, se vs pensais no sacrifcio do Calvrio, (e eu creio que todos vs pensais,almas crists que sois!) procurai, meus amigos, dentro da vossa alma, qualquer cousa de bom paraJesus: mais amor, mais sentimento afetivo, mais consagrao, mais dedicao, mais devoo caridade.

Quanto a mim, esprito imperfeito, que tenho presente o meu passado, que leio no livro daminha vida e no devo seno procurar aquilo que estava errado para corrigir, digo, com a sinceridadenatural das expresses verdadeiras. Meus amigos, Jesus to bom, Jesus to puro, Jesus toMisericordioso, que permite aos seus servos, aqueles que recentemente deixaram este paul que ovosso mundo, se aproximarem Dele pela prece; e lhes derrama nalma todo o conforto moral de quenecessitam. ocasio, meus amigos, de pedir, ns, os espritos, e vs, os homens, em favor destacasa.

As crianas foram sempre objeto de amor, de carinho, para o Divino Mestre. Sobre elas,meigamente, os Seus olhos pousaram; as Suas mos Divinas acariciaram os seus cabelos; tomou-asem Seus braos e as abenoou. O que no far o Divino Mestre por aquelas criaturas, quesinceramente, com o amor puro do seu corao, se dedicarem infncia desvalida! Por isso digo.Trabalhar em uma casa, como esta, uma honra, uma beno, uma certeza de vida melhor nofuturo! Aqui se busca preparar almas para Jesus; aqui se ensina mocidade os deveres dehonestidade, de justia, de verdade, de caridade, de misericrdia, de solidariedade fraterna e entre oshomens; aqui se preparam almas puras para o convvio da sociedade; aqui se preparam mulherescapazes dos encargos pesados na vida; e, quando se tem essa certeza, quando se observa que assim, pode-se pedir a Deus bnos sobre esta casa. Oh! vs, componentes do Asylo Esprita JooEvangelista; oh! vs, que contribuis para que as crianas tenham um pouco de conforto e paz dentrodas suas almas juvenis; abenoados sejais por pensardes nelas! Deus vos guie os passos e vos dna consolao de Seu amor todas as bnos que, diretamente ou indiretamente, vs pedis para elas;e no vos esqueais jamais do que tantas vezes tem sido sabido em vosso meio. Quereis ser

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agradveis a Jesus? Sede verdadeiros e sinceros com a infncia. Que haja na vossa prece, navossa palavra, o cunho da verdade, da sinceridade, porque Jesus, do Alto da Sua Glria, v os vossospensamentos e recebe os vossos louvores, por intermdio dessa caridade feita com amor, semhumilhao, como um pai recebe o sculo dado na face do seu filho, como se fosse dado em suaprpria face; como uma me carinhosa aceita o carinho prestado ao seu filhinho, como se essecarinho fosse diretamente feito a ela prpria. Assim, Jesus aceita o bem que vs possais dedicar ssuas filhinhas, como se esse amor fosse diretamente dedicado a Ele. um caminho de ilustraoperfeita, meus amigos!

Deus vos abenoe, meus amigos, e vos guarde nessa f; e permita que todo aquele quecomeou a ter esperana na vida futura no desanime, e lembre-se: A semana de prece, a semana de f, a semana de aproximao a Deus.

Preparem-se todos para receber as suas grandes bnos.

MARIA LUIZA

A dor e seus salutares efeitosPrezados irmos, em Jesus, convosco esteja a Sua santa graa. Que por vs todos se

distribua, se reparta, de forma que possais todos sentir alegria dentro do vosso ser.Meus amigos e meus irmos, venho de longe, de muito longe. Deus destinou este dia, para

que meu esprito se apresentasse em vosso meio, pronto para vos trazer tambm a palavra humildeda f que alimenta a alma. Venho de muito longe, de muito trabalho... Venho de um pas, longnquo,onde a dor faz morada e a aflio se faz sentir! Venho desses lugares, onde um grande cataclismo seproduziu, fazendo derramar lgrimas, enlutando famlias, que so tambm vossos irmos; deixandocrianas sem pais, rfs, neste mundo de misria, cumprindo as suas provas! Venho de muito longe,desse pas do sol nascente, onde o luto penetra e a sombra se faz sentir... Eu cogito e certamentevs cogitareis tambm:

Por que ser que Deus permite tudo isso? Por que ser que essas almas sensveis dor,felizes nos seus lares, crianas pequeninas, vivendo ao influxo do calor materno, amadas eprotegidas, por quem de direito, ainda incipientes na vida, so, de um momento para outro, atiradasnessa voragem, nesse abismo, e ficam na negrido da noite escura, sem pai, sem me, sem teto, semabrigo, sem conforto, sem carinho, em abandono?...

E a resposta incontinenti vem ao meu pobre esprito, burilado na dor, certo, mascompadecido dos seus irmos... E a compreenso me vem; e a vs tambm, de certo... Quem soesses que passaram pelo golpe tremendo, de ver desaparecer, nessa voragem sbita e aterradora, osseres que lhes deram a vida na terra? Quem so essas crianas inocentes que, to cedo, no incio dassuas existncias, passam por essa dor? Outros, que se viram abandonados, e esto sob a perspectivaassustadora de um solo que, de um momento para outro, pode, igualmente, fender-se e trag-los?Quem so eles? So criaturas, meus amigos, jovens, certo; so crianas principiantes na vida,ainda sustentadas muitas pelo leite materno, nico alimento til sua jovem existncia, certo; mas,que espritos habitam aqueles corpos? Quem seriam os espritos que aos pais animavam? Dondevieram? Quantas vidas teriam tido sobre si? Quantas virtudes realizaram na terra e qui quantoscrimes pesam nas suas conscincias? Essas reflexes nos fazem, meus amigos, compreender que emtudo se estabelece a Justia de Deus, com peso, medida certa! Nada vem por acaso: O acaso noexiste! O acaso , to-somente a m compreenso dos homens, daqueles que tm de aprenderainda. Quantas cousas esto destinadas para se realizarem, aceitas pelas prprias criaturas, e que,todavia, simulam uma surpresa, no momento, em que se realizam! Quantas! Pobres crianasjaponesas, pobres bebs recm-nascidos, quase, e arrancados do seio materno, pelo golpe da dor!Felizes, porm, os espritos redimidos, aqueles que, habitando em corpos tenros, tiveram, todavia,oportunidade de resgatar o passado negro! Felizes esses espritos, que partiram da terra cumprindo

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as suas provas! Igualmente, os que pereceram no abismo: eles tambm, coletivamente, cumprirama sua expiao...

Louvado seja Deus, que d sempre ao nufrago perdido a tbua a que se agarre para a suaprpria salvao! Bendita seja a doutrina dos espritos, que esclarece tanto aos homens todas essascousas horrorosas para aqueles que no sabem crer! Bendita seja a doutrina dos espritos que abreos olhos dos homens, que querem ver e compreender a razo de todas as cousas!

Meus amigos, venho de l; toquei de perto a imensa dor; vi tudo aquilo e procurei, namedida do meu pequeno esforo, auxiliar com esse fludo partido de l, a desventura dos nossosirmos Vs tambm deveis orar: so vossos irmos, filhos do mesmo Deus, que o vosso Pai. Vstambm deveis orar, no somente pelos que ficaram, como por aqueles que partiram, para que elesdepressa compreendam que a sua situao no aflitiva, e sim a de quem resgatou a suapromissria!

Louvado seja Deus, em Sua grandeza, em Sua bondade, em Sua justia indefectvel, semprealiada Bondade e a Misericrdia imensas, infinitas, como o prprio Criador!

Deus vos abenoe, Deus vos proteja.

GRACE

Virtudes e defeitos pertencem ao espritoMeus amigos, paz.Costuma-se dizer no mundo, que o amor reside nos coraes. Eu mesma acreditei isso muito

tempo. A leitura, a experincia com outros seres, o hbito de dizer assim, me fazia crer que o rgodo sentimento era o corao, nele, portanto residindo o amor. Hoje, melhor esclarecida nessesassuntos transcendentes, eu digo: o corao o msculo cardaco que habita no corpo e l, dentrode 4 paredes, aconchegadinho, sujeito s molstias, sujeito fraqueza, sujeito a parar de ummomento para outro. E, por acaso quando ele pra, cessa o amor? Os que conhecem a morte e assuas conseqncias sabem que o amor no pra quando o corao pra: bem ao contrrio, comoque ele mais se eleva, mais se intensifica, mais se enobrece, despido do rgo que lhe empresta anatureza material. O amor se intensifica no pode morrer! que ele reside no esprito, meusamigos; como todos os sentimentos nele moram. A amizade que ns tributamos s criaturas que aconquistam, tambm patrimnio do esprito. O zelo que ns temos pela nossa f, pertence aoesprito. A indiferena com que tratamos as cousas leves, sagradas, puras, defeito do esprito; aavareza que empolga as criaturas, ao ponto de gui-las para os bens passageiros da terra, pertenceao esprito; enfim, tudo ele! Se pensamos bem, dele parte o pensamento; se, somos um cofre demaldades, esse cofre o nosso esprito; tudo, pois, o esprito. conveniente pois, cuidar da suaeducao, da sua ilustrao, do seu adiantamento, enquanto tempo, porque pela contingncia doerro do esprito, padecem os que nos cercam.

H bem pouco tempo, estando eu na terra, vivendo como vs viveis, senti de mim para mim,esta interrogao patente, para a qual eu nunca ousei dar uma resposta em voz alta, mas que nontimo do meu ser me torturava a mente. Que ser do meu amor, quando eu deixar de seralgum? Como ser? Serei esquecida, talvez? Nunca mais se lembrar de mim? Ficarei comofolha morta, ao sopro do vento? Eu prpria guardarei reminiscncia dos seres que amei? Que serde mim, aps a morte e que conseqncias trar o meu desaparecimento?... Tudo isso pensei.Hoje, daqui onde estou, eu digo: Se ento eu estivesse mais esclarecida, saberia responder a mimmesma... Tudo permanecer vivo, palpitante, porque o afeto que tu tens a esta criatura, que correspondido, no pode morrer, porque ele do esprito; ele no simplesmente da tua pessoa;tua prpria pessoa pertence ao esprito; nada desaparecer...

Devo dizer a vs todos meus amigos, que, se fizerdes para vs prprios essa interrogao,no deveis hesitar na resposta. Todas as afeies slidas passam para o Alm; todas as amizades,

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fraterna, filial, conjugal, passam para o Alm; aparentemente o cadver est com o seu amor frioenregelado, dentro do peito e depois preso a 4 tbuas de um caixo. Mas isso a aparncia. Ainteligncia logo faz sentir ao indivduo que estes sentimentos palpitantes, vivos, no podem emabsoluto cessar. Um sentimento realmente incorpreo, no pode ficar sepultado na terra; ele partecom a alma; a alma tem vida permanente; a alma imortal, a alma eterna, a alma viversempre e com ela todos os seus sentimentos!...

Calculai, agora, o perigo de uma alma partir para o Alm cheia de dio, envenenada pelastoxinas formidveis de um rancor que no cessa! Se fosse to-somente o corao o dono dessesentimento, bom seria, porque ele se encerraria na tumba e no ressuscitaria. Mas a questo :assim como o amor vive com o esprito da criatura, assim tambm o seu dio permanecer com amesma intensidade, com a mesma vida e talvez, mesmo, com maior fora, porque o esprito liberto damatria muito mais forte!

Calculai o perigo que vem da!Reflexes, meus amigos, reflexes!...Eu venho, pois, para os que me so caros, (alis sois vs todos muito embora

particularmente, pelo fato de me conhecerdes, saibais quem me mais chegado) dizer-lhe e a todosvs; meus amigos, cuidai da evoluo dos vossos espritos; cuidai dos vossos espritos, naverdadeira acepo do termo, proporcionando-lhes ocasio para o seu desenvolvimento, dando-lhes oalimento de que eles precisam para se fortificarem na f; lembrai-vos de que as maiores doresterrenas no so comparveis ao arrependimento que tortura o esprito por uma ao m, reprovadapor Deus, praticada na terra! Esse arrependimento doloroso. Poupai-vos a essas crises e amai-vosuns aos outros no dizer do Divino Mestre.

MARIA LUIZA

A palavra e a aoMeus amigos e meus irmos, quanta contradio existe no corao e no pensar do homem!

Quanta contradio existe entre as suas convices e as suas resolues e atos! Dir-se- que ohomem sempre uma contradio permanente... Dai a palavra a qualquer deles, no sentido dedefender uma tese moral, e vereis muitas vezes a eloqncia partida de lbios de onde vs nopodereis esperar tanto. Dai-lhes a palavra sobre os sentimentos de justia e de verdade e vereiscomo eles defendem essas duas virtudes, com um calor, com uma eloqncia, com uma intensidade,que arrancam aos assistentes verdadeiros aplausos! Dai-lhes oportunidade de falar sobre a mentira,como um tema ingrato a ser combatido e vereis quantos se levantam palpitantes de entusiasmo,eloqentes, a fazer a mentira descer mais baixo ainda do que ela mesma por si s se coloca...Muitos, em arroubos de eloqncia e numa convico que arrebata as massas, dizem com aqueleentusiasmo do momento: O homem que mente no tem vergonha! O homem que mente uma criatura indigna!...

Ah! os discursos, meus amigos, inflamados! Ns, que os assistimos, ns que lheacompanhamos os passos, e lhes assistimos os comentrios sobre esses temas, pasmamos dacontradio flagrante em que se encontram essas criaturas dentro das suas prprias conscincias!Aquelas que defenderam a justia e que dizem das tribunas: Deus me livre de pisar osinteresses de quem quer que seja a ps. Deus me livre de defraudar ou prejudicar aqualquer irmo... so os primeiros a conspurcar os sentimentos alheios! Cavalgam sobre assuas prprias conscincias, e so o exemplo mais flagrante de uma contradio permanente! Aquelesoutros, to apologistas da verdade, jogam fora o respeito que lhe devido! Da, uma posio dbiaperante a sua prpria f. Esses que dizem cultuar essa verdade, porque sabem que a Verdade oprprio Deus, esses, so os primeiros a tergiversarem com a prpria conscincia, quando ela lhesaponta o erro em que caram. Da a sua resposta mesclada de um misto de tolerncia epusilanimidade; de uma doura, que to somente como o verniz passado sobre a madeira que nofoi lixada em primeiro lugar... E a dizerem: Mas a contingncia da vida, o correr do mundo, a

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voz da sociedade, os meus compromissos, a minha posio. Tudo isso porque colidiu ointeresse convencional do mundo com o interesse real da f!

Eis porque, ao principiar, eu disse que o mundo, isto , o homem que nele habita, umacontradio permanente de si mesmo! Convm, pois, falar aos espritas, em famlia: Ns aqui nosreunimos, to-somente para essas meditaes, em benefcio dos nossos espritos. Chamamos aateno desse pequeno ncleo de criaturas de boa vontade, para o desempenho formal dos seuscompromissos, perante a causa esprita; e tambm a sua leviandade para com os outroscompromissos, que eles colocam em primeiro plano, mas que, forosamente, pela lei da f, tem depassar ao segundo! Assim, diz-se por exemplo, ao homem que tem horror mentira, ao homem que amigo da verdade: Meu amigo, se tu s to amigo da verdade, como dizes em tese, conforme atua palavra afirma aos teus amigos e ao pblico, ento, meu amigo, s verdadeiro contigo mesmo;arranca de ti prprio esses sentimentos outros, contrrios verdade; porque a verdade brilha como oSol! Tens de ter os teus sentimentos de acordo com ela; no podes aparentar uma f que tu mesmodestris, pelos teus atos.

Aquele que se diz amigo da justia, perguntar-lhe: Tu procedes com toda a justia para comos teus amigos, para com os familiares, para com os prprios desafetos? Procedes com justia?

Eis o que o Espiritismo busca ensinar. Os homens ordinariamente, quando batem portado Espiritismo, porque a necessidade, a dor, os sacode no ntimo do seu ser... E eles vm buscar aesmola! Mas, meus amigos, a esmola segura! A esmola certa! A palavra de Deus no falha;quem falha o prprio homem... Desde que a criatura humana no faz jus quelas benes quesuplica, como pode exigir que elas desam serenas sobre a sua prpria personalidade? Quando oindivduo no se condi do sofrimento alheio, da necessidade dos outros, como deseja que os seusamigos do Alm, tenham por ele esse sentimento que ele prprio no sente por seus irmos? O queacontece que a tua splica, meu irmo, corre para o Alto em busca do alvio para a tua prpriapessoa, para o teu prprio corpo, para a tua prpria alma; essa prece sobe, essa prece vai, mas lfica... A sua resposta quando ser? Quando estiveres em condio espiritual capaz de atrair asinfluncias do Alm...

Vamos, pois, meus amigos, continuar as sesses de estudo, nos dias prprios; a aprender ospreceitos mximos do Espiritismo; vamos nas sextas-feiras habituais, em que nos reunimos paraessas meditaes, aprender nas demonstraes prticas aquilo que elas ensinam; vamos tambm terEspiritismo no somente a par das sesses, mas tambm, em atos constantes, expressivos de umavida bem intencionada, particular e socialmente. Espiritismo pode dar esse fruto; plantai as vossassementes e deixai que cresam! Esperai, ento, o fruto.

Deus vos guarde.

JOO DE FREITAS

Sobre a aplicao de passesPaz, meus amigos, luz vos conceda o Senhor!Um dos trabalhos mais belos do Espiritismo exatamente a distribuio de fludos concedidos

por Deus s criaturas terrenas. O passe uma sesso essencialmente religiosa. As criaturas queassumem responsabilidades desta ordem, devem estar certos de que nenhum ato de mais valor,religiosamente falando, podero praticar. Deus pe os espritos iluminados em perfeita colaboraocom o esprito do mdium. H uma aproximao tanto mais estreita, quanto mais atrao oferece oaparelho medinico. O mdium receptor do fludo trazido pelas entidades superiores transmiti-lo aoseu irmo necessitado. Cabem aqui duas advertncias teis para o governo dos que do o passe,bem como para instruo daqueles que o recebem. O aparelho medinico, como toda mquina,necessita a sua limpeza particular, para o seu bom funcionamento. A engrenagem medinicaassemelha-se engrenagem das mquinas materiais: quanto mais asseada, quanto mais cuidada,tanto mais pratica para execuo do trabalho que lhe cumpre fazer. Assim, o aparelho medinico,quanto mais aproximado da f, quanto mais cheio de espiritualidade, quanto mais cheio de presena e

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prtica da caridade do bem, tanto mais perfeito o seu trabalho, tanto mais perfeita a suacomunho com o esprito que atrai.

A outra parte diz respeito s criaturas que recebem o passe; o indivduo que vai para umasesso de passes desejoso de colher o benefcio que ele lhe pode transmitir.

Ao penetrar na sala, onde encontra o aparelho medinico em transe, em expectativa, espera de seu protetor, deve entrar em prece; pedir a Deus completa assimilao do fludo que vaireceber, para o seu corpo, para a sua molstia, para o seu estado mental, para o bem do seu esprito,para a sua necessidade, qualquer que ela seja.

Quem entra em prece em uma sala de passes, recebe o passe com toda a serenidade e senteo benefcio que lhe produz.

de melhor aviso, no proceder como muitos procedem, tomando passes por esprito deimitao.

H quem os tome sem compreender o bem que lhe pode resultar da.Tem havido nesta sala de passes curas verdadeiramente maravilhosas, de enfermidades

ocultas, que o prprio paciente nem delas tem conhecimento; e esto sarados. de melhor aviso,portanto, que as pessoas no penetrem na sala de passes sem esse esprito de boa vontade, parareceber o favor do cu, a beno do seu irmo adiantado, o fludo salutar para o seu corpo.

s crianas deve ser permitido o passe, em circunstncias muito especiais; no momento demolstia, quando o remdio j no age prontamente e se espera uma ao espiritual, prtica, rpida,traz-se a criana sala de passes. Mas se o menino est de perfeita sade, se a criana de nada sequeixa, se no h absolutamente necessidade de urgncia, que reclame a presena desse fludo, nodeve ser permitido que ela tome o lugar de uma pessoa adulta muito mais necessitada do que ela nomomento.

Pensar que a criana sempre mal assistida, um erro do adulto. O homem tece nasombra... e tem a idia de que a criana que faz a sua travessura e, qui, a sua pouca educao, assistida de maus espritos...

Meus amigos, salvo rarssimas excees, esta no a verdade! A criana sempre guiadapelo seu Guia, e, muitas vezes, o seu desvio moral, a sua falta de disciplina, to-somente, atribudaao mau exemplo que as prprias famlias se encarregam de lhe por diante dos olhos.

A mulher, em regra, tudo fala na presena da criana; as questes, mais particulares sodecididas perante a criana; a criana fica senhora de todos os assuntos graves da casa; e, no seupouco critrio, vai fazendo uso, pela sua leviandade, de todos estes elementos, tornando-seessencialmente perigosa... Depois de tudo isso, depois da fraqueza dos pais, da fraqueza dosdiretores, da inexperincia da famlia, vai a criana para a sala de passes, para se defender daquilo deque lhe fizeram presente!...

O passe, meus amigos, para a criatura padecente do corpo ou da alma. A criana,ordinariamente, uma vtima do vosso exemplo; ordinariamente isso, e nada mais... Ora, j quetocamos neste melindroso assunto, eu digo: Todos aqueles que tm interesse em receber os fludospara o bem-estar do seu esprito, nunca penetrem na sala de passes sem sua prece, sem suaconcentrao, sem o bom desejo de servir a Deus, de agradecer a beno que recebe; e no seponham, como tantas vezes acontece, a olhar assombradamente, para um e outro lado, desejosode escolher o mdium, como se nem todos tivessem assistncia espiritual!

Vamos, meus amigos, trabalhar; vamos ser fervorosos nos nosso estudos doutrinrios;vamos ser freqentes nas nossas sesses de Espiritismo prtico; e vamos ser essencialmentereligiosos, no momento em que baixa um esprito para fazer caridade a seus irmos terrenos.

Glria seja dada a Deus nas alturas!

ANALIA FRANCO

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O sentido ntimoMeus amigos, meus irmos, Deus tem dotado a criatura humana de um sentido ntimo, oculto

que dormita no seu interior, e que desperta desde que essa criatura tenha o desejo sincero dedesenvolv-lo. Este sentido fala no ntimo da criatura, apontando-lhe a verdade, o direito eensinando-lhe a fugir daquilo que contrrio a essa verdade, a esse direito. Este sentido exige umpreparo moral no indivduo, para que o possa discernir, para que o possa compreender e possa darexecuo aos avisos sbios e salutares. Este sentido fala na alma do indivduo, despertando-lhevibraes, at ento desconhecidas, sacudindo-lhe o moral para o afugentar do erro, fazendo vibrar asua inteligncia, para a compreenso do belo, do grandioso, do justo, e, ao mesmo tempo, abrindo-lhe os olhos do entendimento para o horror ao pecado, dando-lhe a vontade de fugir do vcio, acompreenso do que indigno, baixo, ignbil, porque tudo isto constitui uma mancha para o seuesprito, e, ao mesmo tempo, ofensivo vontade do Pai Celeste. Este sentido est em todos oshomens, est em todas as mulheres, est em todas as crianas. Cada um conforme o seu bomdesejo, pode consultar esse sentido que o verdadeiro amigo, morador dentro do seu ser.

O valor de um amigo o homem conhece. por isso que os homens sensatos dizem nopossuir grande nmero de amigos. Por qu? Porque no se pode dar o nome de amigo a essacamaradagem de momento, que serve, to-somente, para estreitar uma espcie de solidariedadeamistosa, que alegra alguns momentos da vida.

Meus amigos, um amigo... Um amigo uma criatura que entende a nossa alma, queresponde a essa vibrao do nosso ser, que compreende o nosso sofrimento e entende a nossaalegria; que pactua conosco em todas as nossas tristezas e dissabores, e, ao mesmo tempo, verdadeiro, o bastante, para apontar o nosso erro com caridade. Este o amigo. Pois bem: Essesenso ntimo, que Deus colocou dentro da criatura humana, vela pela sua segurana espiritual; ,portanto, um amigo dedicado. Esse sentido, quando desperto, encaminha o esprito humano para oseu Guia tutelar; ou melhor: abre as portas da alma, para que nela penetrem as intuies vindas doAlm. Eis porque muitas criaturas humanas tm como que o dom de prever dificuldades e provermeios de domin-las e venc-las. Eis porque outros tm envergadura moral suficiente para suportardores atrozes; resignam-se e no lutam contra aquilo que preciso suportar. Esses tais, j tm opreparo moral suficiente para saber que o sentido ntimo, de que nos ocupamos neste momento, aporta por onde se faz ouvir a voz do seu Guia. Outros, porm, no procuram ouvir essa voz do ntimoe at quando ela, pela sua superioridade moral, insiste em se fazer ouvir, eles abafam-na, trancam-na, so surdas s suas intuies e no deixam que os raios benditos da iluminao Divina possampenetrar at encontrar esse cofre seguro, onde possam iluminar a conscincia. Assim, meus amigos,no possvel progredir! O senso ntimo da criatura, esse sentido oculto que Deus lhe ps dentro doser, como uma atalaia vibrante, sempre alerta pela sua felicidade, o amigo mais sincero do homem!Quando um passo errado est para ser dado, essa voz como que vibra mais forte e o seu aviso se fazsentir... Mas a criatura no quer ceder e, ento, abafa essa voz procurando c fora motivossuficientes para dizer que no a escutou. assim que homens se desviam da linha do dever, dajustia e da verdade, buscando nos prazeres obscenos, nas bebidas alcolicas, e em todos essesperigos de que a sociedade cheia, os venenos intoxicantes para abafar a voz da conscincia; eassim, em vez de se ilustrarem, em vez de elevarem a sua inteligncia compreenso do belo, elesentretm-na em pensamentos maus, em cousas hediondas, baixas, vis, que servem, to-somente,para depreciar o seu carter. Tais pessoas no podem progredir rapidamente.Convm, portanto, uma vez que se procura ensinar Espiritismo transcendental ao homem, Espiritismoque sirva para transformao e base do seu carter, dizer: Comeai, desde a infncia a no ensinaros vossos filhos essa cantilena de religio que lhes serve, to-somente, para cansar a memria e queno lhes ensina a razo de todas as cousas. Comeai, sim, a despertar-lhes, desde cedo, esse sentidoque Deus lhes colocou em seu seio, para que eles possam discernir o mal. Mostrai-lhes com palavrasmeigas, com linguagem infantil, que o mal sempre o mal: enoda, mancha, estraga os coraes,envenena os espritos. Provai-lhes pela ao, pelo exemplo, pelos vultos proeminentes da Histria,que aqueles que souberam ser verdadeiros, que souberam ser justos, que seguiram a linha do deverensinada pelo Cristo, desfrutam de grande felicidade; enquanto que outros que fecharam os ouvidosa essa voz, que lhes falou na alma, afundaram para o mundo e

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perderam a existncia para Deus. O Espiritismo ensinado criana, deve formar-lhe o carter desdecedo, inspirando-lhe o horror mentira e, jamais encontrando esprito, graa, em qualquer cousa quepropositalmente foi dita em contrrio verdade. Inspirar-lhe o amor do prximo, manifestado atentre os prprios animais irracionais; manifestar-lhe o amor justia, no pelo temor ao castigo, maspela obedincia ao dever. Esta a formao do carter. E, como modelo dessa perfeio, apontai-lhe o Cristo, o Senhor, que, podendo ser rei, humilhou-se; que, podendo ter vassalos, preferiu terdiscpulos; que, podendo nascer num palcio, foi nascer numa manjedoura; que, podendo ostentargrandeza, viveu sempre entre humildes; e que, enfim, sendo Puro, Reto, foi tambm Caridoso e Bom!Esse exemplo lhes far compreender o grande, o elevado, o nobre, o belo, e por a sua alma naaltura de poder vibrar esse sentimento oculto, esse sentimento ntimo, que o verdadeiro sentido docorao; sentido que se desenvolve pelo estudo, pela prtica na verdade e na justia e pelo desejosincero de ser bom. Far bem ao vosso prprio esprito e far bem aos espritos dos outros; porqueaquilo que se quer de bom para si, igualmente, deve-se querer aos outros.

Paz conceda o Senhor a todos os homens, e lhes d a compreenso exata da verdade e dajustia.

MAX

A realidade de um sonhoMeus amigos e meus irmos, Deus vos conceda a Sua Luz.Quero trazer, para vossa ilustrao, no final desta reunio de hoje, a seguinte histria: Eu me lembro de ter visto um dia, quando ainda neste mundo em que vs viveis, em

sonho, uma grande escada.Eu sonhava assim: via uma grande escada; ela tinha os ps firmes no sei aonde, porque

desaparecia numa profundeza, que no era propriamente a profundeza da Terra, mas a do espao.Essa escada, como que no tinha princpio; descia profundamente e, por mais que me debruasse novcuo para ver onde ela principiava, nunca pude descobrir; via apenas que surgia o primeiro degraudessa profundidade, que eu no sabia medir. Fui contando esses degraus, at que perdi o nmero;os degraus iam subindo, iam subindo, e a escada, por sua vez, ia crescendo, ia crescendo, como queperfurando o cu (no meu entendimento)... L se perdia ela na amplido infinita, como que vazandoo espao infinito, sem tambm ter parada, quero dizer: eu no via o comeo nem tampouco o fimdessa escada...

Este sonho eu no contei a ningum, porque me impressionou muito; nunca disse, mas eumeditava: Que isto?

Eis, seno quando, eu vejo que l do fundo dessa escada, da qual no se viam os ps,subia algum; esse algum vinha seguro de um lado e de outro ao pau inteirio da escada; e comdificuldade mudava a passada de um para o outro degrau. Eu fiquei admirada: Como ele sobe comdificuldade! Ser que eu poderia subir mais depressa? Se fosse eu... Eu me sentia criana, nova,robusta, e via que aquele que ia subindo parecia um ancio. De mim para mim eu disse: por issoque sob to devagar. Ah! se fosse eu... subiria mais depressa! preciso que vos diga: a escada aque me refiro, no a escada por onde vs costumais subir todos os dias, cmoda e fcil; essaescada que os pedreiros usam, quando querem atingir grandes alturas.

Pois bem: Este sonho impressionou-me muito! Eu no disse a ningum, porque no momentoem que sonhava, vendo a escada a subir, a subir cada vez mais, eu perguntei: Onde comea isto eonde acaba? Uma voz, sada no sei donde, (hoje sei, mas no momento no compreendi),respondeu-me: A ningum reveles o que acabas de ver, porque tempo vir em que o possas explicarmelhor; agora, ningum te saber dizer o que significa isto. Cala-te: um dia o sabers.

Volvendo a vista para o ancio que minutos antes via to lentamente subir a escada, eis que ovejo a grande altura, quase atingindo o lugar em que ela se sumia no azul. Acordei... Seguindo aobservao que me foi feita, no falei a respeito; guardei todo o tempo da minha existncia terrenaeste sonho dentro do meu pensamento, sem fazer dele uma revelao. Um dia, porm, quando amolstia, jogou-me sobre o leito, pela ltima vez, porque da o meu esprito se desprendeu, partindopara o mundo onde estou, eu tive a viso clara e perfeita dessa escada que vi naquele dia.

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Eu j no tinha voz; o corpo, estava mais para a morte do que para a vida; o corao precipitava assuas pulsaes, para, em seguida, declinar lentamente, at bater a ltima. Os olhos j no divisavamobjetos terrenos, materiais, mas a escada l estava com os seus ps profundos mergulhados nessevcuo que eu no podia enxergar, e as suas pontas luminosas perfurando o Infinito... Ento, naquelemomento, a viso que eu tive foi a do meu prprio ser, galgando quase o final da escada... Foi esta aminha ltima viso. Da, fecharam-se-me os olhos para a vida terrena e o esprito passou para oAlm.

Hoje, meus amigos, devo dizer que j me disseram o que me haviam prometido explicar sobreessa escada: ela representa, em seus degraus, as diferentes reencarnaes do esprito na terra;cada um representa o seu progresso. E me foi explicado at aquilo que o prprio sonho no memostrou. que algumas criaturas, galgando um degrau, dificilmente passam para o outro;permanecem presos a ele, encontrando dificuldades para subir o outro; e assim vo indo, at que umdia auxiliados pela vontade, pela f, conseguem galgar o ltimo degrau! Eu dei graas a Jesus, tendoesta explicao, porque vi o meu esprito, perfurando o ltimo degrau no Alm. Quantos haveriammais no sei, porque a escada infinita e a evoluo no cessa... A evoluo do esprito se fazdemoradamente, paulatinamente, mas, ao mesmo tempo, incessantemente!

Em que degrau estareis vs, meus caros amigos? Vs, a quem eu estimo com toda a verdadedo meu ser; vs, a quem me dedico, desejando progresso, em que degrau estareis vs? Nesteinstante, quantos faltaro ainda para a realizao verdadeira do vosso progresso? Sois homens, soisadultos, as crianas so meninas. Quem nos diz que muitas delas no tm o p em degrau superiorquele em que se encontra o vosso? Quem nos garante o contrrio disso? Essa escada, meusamigos, representa o progresso, representa a evoluo; mas representa tambm a dor, a tristeza, aprova. preciso firmeza, para que uma vez que se pisa um degrau no se volte atrs ao outro;tenha-se a fora suficiente para galgar a frente! Que o p se mantenha firme, at que, consigapassar a outro degrau. Assim, vai o esprito de vida em vida, de etapa em etapa, procurandoenxergar a luz...

Seja Deus louvado, porque ps ao alcance do homem a escada que o conduzir verdadeiraptria, Ptria da Luz! Escada que eu percorri, meus amigos, escada que outros percorreram antesde mim, escada que vs vindes percorrendo h muito tempo, at que possais penetrar nos lugaresluminosos, onde no se v nem o princpio nem o fim...

Paz conceda Deus a todos os meus irmos, para que possam todos progredir! Que arealidade do meu sonho, faa com que eles abram os olhos necessidade do progresso, e cultuem ajustia, para que possam olhar a morte, sem temor nem pavor.

IRENE

Vigiemos as nossas tentaesAmigos e irmos, a luz bendita do Senhor ilumine os vossos entendimentos.Assim como h dias de sol, dias primaveris, cheios de radiante alegria, na terra, e h dias

ensombrados, pesados, carregados de chuva, de ventos ou de nuvens negras e pesadas comochumbo, na vida material, no plano terreno; assim tambm, na vida espiritual dos homens, h diasradiantes de sol, h dias belssimos de esperana, h dias de remorso profundo, h dias escuros comotrevas! A vida material do homem e a sua vida espiritual andam to intimamente ligadas, tm tantacorrelao uma com a outra, que no possvel haver um acontecimento feliz na vida material, semque esse acontecimento tenha a sua repercusso na vida espiritual; nem, tampouco, umacontecimento doloroso na vida material, que no se reflita na vida espiritual. Deus fez presente aoshomens de duas vidas que se completam: a vida espiritual e a vida material.

Incessantemente, as instrues baixam do Alto, para ensinarem o homem a guiar a sua vidamaterial, de forma a no prejudicarem a vida espiritual, bem mais importante que ela. Igualmente, selhe ensina a guiar a vida espiritual, de forma que os acontecimentos da alma, pela sua inferioridade,

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no venham se refletir pelos corpos, muitas vezes, at ento sadios. necessrio, porm, repetirconstantemente essas lies aos ouvidos dos homens. Se fosse apenas faz-lo aos ouvidos dos queno sabem crer, bom seria: de tanto martelar aos ouvidos expresso da verdade, da justia, elesacabariam por compreender e um dia se convenceriam da verdade. Mas o caso que todos os dias,em todos os centros, em todas as agremiaes, de todas as tribunas espritas se traz,constantemente, lembrana do homem, os ensinamentos de Espiritismo. O crente esprita conhecea doutrina, conhece os mandamentos, conhece a vontade de seu Deus e Pai, e, no entanto, nocumpre a mnima parcela desses conselhos provindos do Alm e que visam to-somente, benefici-loem corpo e alma.

Os dias de sol, os dias de primavera so dias em que a criatura se sente feliz. Os passeiosso mais agradveis; o ar embalsamado das florestas suaviza o ambiente; o calor beneficente do Soltonifica os membros; tudo em torno aprazvel, risonho, feliz! Assim tambm os dias felizes doesprito, so verdadeiras alegrias da alma! Os dias ttricos, os dias plmbeos, pesados, so dias emque a criatura procura fechar-se dentro da sua casa, para no receber o ar hmido que vem l defora. Os dias pesados para o esprito, so aqueles em que ele se perturba e no se sente tranqiloem si mesmo.

Por que h-de o homem procurar, pela sua prpria mo, dias pesados para o seu esprito?Por que no procura viver na primavera de Sol, na primavera estival do seu esprito, gozando asdelcias de um bem fazer e de um melhor pensar? Incessantemente, os instrutores repetem: Vigiaias vossas tentaes, porque so elas que vos fazem andar para trs.

triste, meus amigos, doloroso, aflitivo, que se possa constatar, entre criaturas quepoderiam ser felizes, relativamente, no meio em que vivem, a provocao de dias pesados, arepetio de pesares que se reproduzem, enfim, o mal-estar provocado pela tentao, ferindo o corpomiseravelmente, e estragando pensamentos que deviam ser sos, para poderem ser apresentados aDeus! O Mestre dos mestres, o Divino Jesus, o Meigo Nazareno. Aquele que se deu em favor dohomem, Aquele que perdoou a Judas, o traidor, do Alto da Cruz, disse: Tomai sobre vs o meujugo que suave, e o meu peso que leve.

Por que no tomar sobre os ombros esse peso e esse fardo, quando se sabe que longe depesar sobre os ombros fracos do indivduo, como que os soerguem para uma vida melhor?

Meus amigos, coragem para viver, coragem para lutar, coragem para vencer! A vida espritaem famlia, como aqui se encontram reunidas diversas, a felicidade da alma! A comunho com osespritos do Bem, com os mensageiros Divinos, que possam baixar para trazer conforto, resposta spreces, alvio s criaturas, um dom concedido por Deus; e, quando se tem a ventura de seconcentrar, pedir e receber, o que falta para encher uma alma de felicidade, e que falta para se sentirventura dentro do ntimo do ser?...

As cousas comezinhas da terra, tudo isso desaparece! A tristeza dos homens... so vossosirmos!

Pois se a comunho com o esprito do Bem no enche de prazer o esprito da terra, no dconforto suficiente para poder melhorar a contingncia da vida, ento, onde buscar o remdio?

Meus amigos, erguei a vossa f ao Alto do Calvrio; batizai-a novamente com o sangue doCristo; levai-a aos ps de Jesus; recordai o olhar doce do meigo Nazareno, pousando sobre ospecadores... Nunca ningum foi repelido, nunca ningum foi retirado de perto do Mestre, Porque Elea todos acolhia. Por que no h de acolher a vs? Por que no h de dar ao vosso esprito asemente que o h de fortificar para todo o sempre? Por que vs no abris mo das vossas idias? Por que vs tendes obedincia ao preceito Divino, quando esse preceito no colide com as vossasintenes e pendores! Meus amigos, desde o momento em que o pensamento de Jesus vem colidircom o vosso esprito e vs o pondes de lado, vence a matria... Mais uma vez Jesus trado!...

Amigos, coragem para a vida, coragem para viver, coragem para sofrer, coragem paravencer!

ISAURA

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O livre arbtrioPoucas palavras para o fim.H uma faculdade concedida ao esprito, que o prprio Deus no viola. Foi Ele quem a

instituiu assim, solene, grave, autoritria; e nenhum tem, ele prprio, direito de permitir a outrem odireito de viol-la. Essa faculdade chama-se o livre arbtrio da criatura.

bom que se saiba, que em tempo algum um esprito poder dizer, perante o seu Guia, queno teve culpa disto ou daquilo; que fora a circunstncia de momento ou a influncia de amigos quelhe fez proceder dessa forma: ser-lhe- imediatamente perguntado, que uso fez ele dessa faculdadeque Deus lhe deu.

Meus amigos, em linguagem vulgar: isto de jogar a culpa em cima do outro... L no seprocede dessa maneira. Aqui, muito fcil uma criatura isolar-se das suas responsabilidades, porquea prpria justia, muitas vezes enxerga e faz-se de cega! L, porm, onde tudo claro como a luz dodia, o culpado aparecer tal qual . bom que se preparem os que se dizem espritas, com essasadvertncias: um ensino proveitoso!

Homens procedem mal e buscam atenuantes nos desvios que tiveram na mocidade; ainfluncia de algum que os transtornou por completo... Outros, declinam da responsabilidade quetiveram; outros, ainda vm dizer que no tiveram oportunidade de aprender isto ou aquilo; enfim,mente-se e, rouba-se, mata-se, calunia-se, e no fim, ningum foi culpado!...

L no plano astral, diferente! Descerra-se a cortina e tudo aparece como de fato ... Sendoo esprito responsvel pelos seus atos, pelas suas aes, dar contas delas como um ser consciente,absolutamente responsvel por elas! Da, mais tarde, a conseqncia que todos vs, comoespritas que sois sabeis: as reparaes, as provaes, as expiaes, enfim, a reabilitao!

ABDUL-HAMID-AZAR

Ningum vem ao Pai seno por mimEu sou o caminho, a verdade e a vida disse Jesus, outrora, quando falava s

multides. Eu sou o caminho, a verdade e a vida.Esta frase ecoa, ainda hoje, aos ouvidos da humanidade, como uma verdade indiscutvel,

como uma certeza de Vida Eterna. Pois se Jesus a Vida, ns a temos, estando a Seu lado. Se Ele o Caminho, ns temos segura a nossa salvao, desde que andemos por esse caminho. Se Ele aVerdade, ns estaremos sempre certos, se a compreendermos simples, singela, como Ele ensinou.Caminho para onde? Caminho para o Pai, porque logo em seguida o Mestre Divino disse:NINGUM VEM AO PAI, SENO POR MIM. Ora, sendo Jesus, o Filho de Deus, esse Pai Criador detodos os mundos, Ele o ponto certo, o alvo, para onde se devem dirigir aqueles que sabem crer. Asprprias criaturas incrdulas, aquelas que no tm ainda se aprofundado nos mistrios do alm-campa, so criaturas que, no obstante essa negao, esse estado positivo de negao constante nasua alma, reconhecem a grandiosidade dos mandamentos do Divino Mestre. Tm-no como umacriatura privilegiada, que veio trazer ao mundo uma doutrina excelsa. Aceitam-no como um mrtirsagrado, como um justo, que se sacrificou pela idia. Ora, se o mundo pago tem de Jesus estaopinio, qual no deve ser a opinio da cristandade, dessas criaturas que o exaltam pela sua lei, peloseu amor, pela salvao segura, que Ele lhes veio trazer? Esses tais so os que podem asseverarcom justia e verdade, que o Divino Mestre na realidade O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA.

Os crentes espritas, melhor do que quaisquer outros crentes, podem apreciar de perto o queh de real nesta assero: O CAMINHO PARA A CASA DO PAI JESUS.

Uma comparao talvez banal, mas expressiva: Qual o caminho mais seguro para umcorao paterno? Qual a palavra que mais encontre eco num corao bem formado, do que seja apalavra de um filho? Aqueles que tm uma pretenso perante algum e se sentem amparados pela

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proteo do filho desse algum, so candidatos seguros, porque, dizem eles, no pode haver melhorempenho.

Se entre os homens assim, como no ser perante Deus, possuidor de um filho qual oCristo, de natureza igual Sua, de virtude inexcedvel, de perfeio completa, de amor igual ao Pai?

Jesus, portanto, realmente o Caminho para a morada eterna. a Verdade, porque, sendoEle o representante do Pai, na terra, personificou essa Verdade e apresentou-a tal qual perante omundo; mas o mundo no a aceitou, porque lhe virou as costas. Mas que a Verdade esteve de p,em frente ao mundo, no h negar. Jesus a Verdade, porque trouxe para o mundo a palavra deDeus; o mandamento excelso de Seu Pai; mandamento ao qual Ele se sujeitou com boa vontade eamor; mandamento contido nas pginas do declogo, que Ele resumiu para compreenso do povonesta sntese sublime que : AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COUSAS E AO PRXIMO COMO A SIMESMO. Jesus , portanto, a VERDADE. A VIDA, Jesus a tem em si, porque Deus lha deu. Os quepensam que Jesus recebeu a VIDA do Seu Pai, quando veio enfaixar-se entre palhinhas, tal qual umacriatura humilde, enganam-se. Quando o Mestre Divino aceitou a misso sublime de vir representarDeus perante os homens, trazendo em si o princpio da humildade inato em seu prprio ser, ele jexistia desde toda a eternidade; j havia visitado outros mundos; j lhes havia levado a palavra desalvao; j lhes havia levado a regra do bem viver, ensinada pelo Pai.

Coube Terra a vez de receber o Filho de Deus, e como ela o fez, vs o sabeis. Jesus tem aVIDA em Si. Ele entregou-se nas mos dos homens, quando no topo do Calvrio deixou que seucorpo se esvasse em sangue, para que fosse regada a montanha, santificada, e nela expiado opecado humano. Mas a Vida, Ele a tinha em Si, porque, quando o corpo pendeu inerte nos braos daCruz, o Seu Esprito sempre vivo, sempre eterno, alou-se para o Alm. Jesus tem em Si a VIDA!

Eis portanto, meus amigos, diante de vs a frase sublime do Divino mestre: EU SOU OCAMINHO, EU SOU A VERDADE, EU SOU A VIDA.

Trilhai, pois, as veredas que conduzem a esse caminho; afastai as urzes que impedem avossa passagem: arredai dela todos os obstculos que vos impeam de andar pela linha estreita. Eque o vosso p, comeando a palmilhar esse caminho, prossiga sem hesitao. No fim, encontrareis aVerdade: no fim, encontrareis a Vida.

Deus vos guarde de pensar de maneira diversa. No sejam as tentaes do mundo, os seuspecados, as suas falsas teorias, pregadas a respeito do Cordeiro de Deus, que venham empanar obrilho da vossa f. E por esse Jesus Bendito CAMINHO, VERDADE e VIDA ETERNA vivei, cientesde que tal seja o percorrer da vossa vida planetria nesta existncia, tal ser o fulgor do vossoesprito, quando se alar s portas do Alm!...

Seja louvado nesta Casa e em todo lar cristo o Santssimo nome do Divino Mestre. E que aSua paz bendita repouse em todos vs, trazendo-vos a consolao da f e a certeza absoluta de queJesus o CAMINHO, A VERDADE E A VIDA!

JEAN MARIE VIANNEY(Cure DArs)

Tenhamos realizaes verdadeirasMeus amigos e meus irmos, soubesse a criatura humana dar valor ao tempo e saberia

melhor empreg-lo!... O tempo no tem uma poca marcada. A sua durao intrmina, porque eterna, infinita; mas tambm preciso haver uma reflexo neste ponto, porque, assim como otempo no se acaba, sendo eterno o seu dia, a sua hora, assim tambm aquele que passa no voltamais. Para esse lado deve se voltar a reflexo do homem, afim de que no possa, no dia de amanh,sentir pesar pela ao realizada na vspera; antes, que, pelo efeito da realizao verdadeira no planoterreno, nos dias atuais, possa o seu esprito sentir-se satisfeito pelas deliberaes tomadas.

No cenrio do mundo e, mais particularmente na terra que habitais, quanta mudana,repentinamente, em to pouco espao de tempo... D a impresso de que os homens insaciveis

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nas suas ambies e sem a compreenso exata dos seus deveres, para bem os cumprir, enveredampor vias tortuosas quais loucos desatinados, sem enxergar o caminho, a se devorarem uns aos outros,a praticarem a maior sorte de carnificinas, a maior soma de males, enfim, desatinadamente,desabaladamente, sem o menor sentimento de justia, sem a preocupao sria de acertar. assimque, bem perto de vs, os homens gastam esse tempo que no volta, e certamente um dialamentaro os erros praticados consciente e voluntariamente, pelos seus espritos encarnados.

O que mais pode desejar a criatura humana, do que aquilo que Deus lhe d por merc,absolutamente gratuito, e a que, no entanto, ela no sabe dar apreo? Uma terra povoada dasmais ricas produes aquticas, terrestres, de subsolo, vegetais, minerais e tudo isso... O lquidoprecioso, que a gua, no falta, porque ela nasce em torrentes; apenas o homem no sabeencaminh-la como devia, vivendo, qual Tntalo, a morrer de sede perto das fontes dgua! Quemais pode querer o homem, do que um pas com essa beleza natural, que vs vedes, cercado demontanhas primorosas, que fazem a moldura da grande baa que o encanto do mundo? Que maispode querer o homem? As florestas a esto, com toda a sua verdura, mostrando a natural beleza. Omar a est em sua profundidade, favorecendo a navegao de extremo a extremo. O ar a est,pronto a receber os grandes avies, transatlnticos do espao, para facilitar o comrcio.

Toda essa grandeza, toda essa beleza, toda essa cincia, provm de quem? De Deus! Ohomem, longe de compreender que tudo isso parte de Deus, para que ele goze, e igualmente seusirmos, lana-se a guerras, a lutas por causa s vezes de um pedao de terra! E as questesressurgem, e as ambies se redobram, e as calnias se levantam, e os preconceitos se precipitam, eo homem perde a sua felicidade nesse pouco tempo que leva na terra, trazido para fins nobres eelevados! Como acordar essa gente, como sacudir os nervos dessa populao, que s vibra para omal?

Que nessa pequena arca de No, que a congregao esprita, possa haver homenssensatos, prudentes que se recordem de Deus, de suas maravilhas, de seu poder, de seu amor eprocurem fazer pela humanidade, sua irm, aquilo que o Pai pede seja feito para os seus filhos!

Meus amigos, convencei-vos de uma grande verdade! Deus vos ama muito mais do que vsamais os vossos prprios filhos! ... Porque, as provas de ingratido paterna, esto a patentes emdiversos casos... Mas ningum aponta um s caso, em que Deus tenha abandonado os seus filhos! para esse Pai, rico de bondade, cheio de ternura, nico em saber, carinhoso e bom, pastor de todasas almas, a esse pai que os filhos da terra retribuem com a mais negra ingratido, perante apalavra do Cristo: TODAS AS VEZES QUE PROCEDESTES MAL COM OS PEQUENINOS, FOI A MIMQUE OFENDESTES!...

Ora, vs que estais dentro de uma casa esprita, recordai-vos, meus amigos, que no podeisser como os homens sem crena: eles infelizmente, so criaturas, para quem o sol se levanta, decujos raios sentem o calor, mas que no compreendem que Deus que o sustenta no espao, que Deus quem lhe d o calor; que Deus quem o fez portador da vida, para o solo em que habitam.

Meus amigos, aqui est a grande seara; nela se encontra, frente, o grande pioneiro, odiscpulo amado de Jesus, o grande Mestre! Pois bem: Que sejais vs todos, vassalos submissos deDeus, o Criador, fazendo tudo quanto da Sua Vontade. Ser para Ele, tudo quanto fizerdes pelascrianas aqui guardadas. A obra est palpitante, cheia de vida, cheia de esperana; falta apenas avontade, para o seu completo desenvolvimento.

Deus vos livre de pensar mal, a respeito dos vossos irmos. Cada um com a sua conscincia,cada um com os seus conselhos, cada um com o seu critrio, mas todos ao p da cruz, louvando aoDivino Mestre.

Deus vos salve. Deus vos guie.

VIANNA DE CARVALHO

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Ponto essencial de propagandaSempre que se pensa na vida eterna, na vida alm-campa, tem-se a impresso de que ou se

vai receber um prmio ou se vai receber um castigo. assim que nos ensina a vida terrena; e essesensinos gravam-se na memria, de tal forma, que a expectativa da alma que se liberta, sempreesta: Vou receber um prmio, ou vou receber, um castigo. por isso que, quando o esprito sedesprende da matria e no se v nem castigado nem premiado, no compreende a sua situao.Podem relativamente praticar atos, que esto habituados a praticar na vida material, isto , vo scasas, a que estavam acostumados a ir; se so religiosos vo s missas, como era do seu costume;se no o so, vo para as festas, vo para os divertimentos, da mesma sorte que costumavam fazerno mundo terreno. S um ponto os torna inquietos e incertos, a respeito da sua situao: que,antigamente, tomando parte nesses divertimentos, eles podiam trocar idias com as criaturas, suasamigas, falando-lhes, comendo junto com elas, danando com elas, divertindo-se, e, naquele instanteno o podem fazer... Por mais que se aproximem e procurem comunicar as suas idias, ningum lhesliga importncia. Supem falar e as suas palavras no so ouvidas; procuram despertar as atenessobre si, e todos so indiferentes. Aproximam-se dos instrumentos, para os fazer vibrar, e no oconseguem, porque lhes faltam as mos para tanger as cordas, ou fazer mover as teclas do piano.Esta situao permanece, enquanto o esprito no est de posse de si mesmo. Acontece, porm, que,freqentando sesses ou aproximando-se de um mdium orientador, eles tomam posse, de simesmos e compreendem a vida espiritual em que se encontram. Tal situao aguarda todos aquelesque, por indiferena, no estudam essas cousas, para as compreenderem em tempo. So homens esenhoras preparadas, artistas alguns, cultos, doutos, at cientistas, bons chefes de famlia, boas mesde famlia, mas, consistindo a sua vida to-somente no momento presente. Quando por fora da lei,os seus espritos deixam a matria, eles esto to, alheios, boiando no espao inteiramentedesorientados! A matria... a terra dela se apossou. E seguem naturalmente o curso material dascousas... mas a alma, exatamente a parte consciente do ser, no recebeu a instruo necessria,para compreender que independente! O homem, por sua livre vontade, enterra a parte inteligentedo seu ser... A parte que apodrece, em que ele faz consistir a vida, naturalmente porque mortal, essa acaba... A vida espiritual permanece! Essa vida da qual a sua inteligncia faz parte, oseu critrio, o seu amor, a sua vida, a sua conscincia, essa vida que intrmina, infinita, imortal; e,no entanto, ele no lhe compreende a existncia! Pensa o homem que a matria superior a tudoisto; que a ao to-somente dela! Resultado: No fim da existncia, a matria vai para o seulugar, naturalmente, porque da terra, e a alma com todas as suas faculdades fica, ento,inconsciente, a procurar o corpo que a terra no lhe pode dar! Tudo isso lamentvel, triste; e apropaganda esprita deve se fazer neste ponto, para que deixe de haver cegos voluntrios. Apropaganda esprita deve se fazer consciente, ilustrada, cientfica, razovel, firme, e, ao mesmotempo, pacientemente repetida!

So cousas estas que realizam trabalhos de caridade, porque, caridade levar gua aosedento, mas tambm caridade dar a vida psquica queles que no a sabem possuir...

Paz seja concedida a todos os homens!

MAX

Auxiliemos o progresso espiritual dos seresMeus amigos e meus irmos, quanto seria bom se de toda parte se exalasse o perfume do

bem-fazer! Como seria agradvel viver num mundo, onde nenhum pensamento mau tivesse guarida,onde nenhum sentimento inferior pudesse fazer morada!

A terra, fadada por Deus para um porvir auspicioso, um dia chegar a essa perfeio, porque,assim como os outros mundos tm progredido, ela tambm progredir e tomar o seu lugar deplaneta adiantado no cortejo dos mundos. Enquanto no chega, porm, esse dia, possvel fazeralguma cousa de bom para sua aproximao. E o que se pode realizar na terra, realmente, de

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proveitoso? Ns no nos referimos a planos essencialmente terrenos, que dizem respeito aoprogresso material do orbe terrqueo; ns nos referimos ao progresso espiritual dos seres; ao bemque se pode fazer s almas; caridade que se pode dispensar aos necessitados; luz que se podechegar aos olhos daqueles que no sabem ver; bondade que possvel infiltrar nos coraes dosde boa vontade... Mas se algumas pessoas fazem o exerccio mental prprio para atrao dospensamentos bons e nessa corrente fludica baixarem os Guias tutelares, outros h que, no sabendoentreter pensamentos honestos e dignos, afastam-se desse linha de conduta e com as suasexpanses pouco salutares infeccionam o ambiente astral, tal qual o ambiente material infeccionadopela pouca higiene dos hbitos.

Ora, meus amigos, quem pode do outro plano da vida lanar um olhar sobre o que se passano momento na terra, desanimar, se no tiver a sua f suficientemente slida e bem firmada naspromessas Divinas do Cordeiro de Deus! Porque, o que que se v neste mundo to belo,ornamentado por Deus com belezas naturais verdadeiramente encantadoras? O que que se v? Tramas perigosas onde se fomentam planos, onde se concebem idias criminosas, com o fim deperturbar a paz dos lares quietos, sossegados, os lares que vivem dentro de si mesmos, semprejudicarem a ningum. Criaturas que se renem para modelar planos e tentar p-los em prtica, seno forem travados a tempo os seus propsitos, to-somente para que tal ou qual famlia sejadeslocada do conjunto dos seus amigos e at dos seus ntimos! Outras, a embaraarem os passosdaqueles que querem andar, dos que querem correr; outras, cortando as aspiraes dos que as tmnobres e elevadas; outras, arranjando empecilhos para que alguns na vida no se possam aprumar;outras, lanando fludos malficos que possam perturbar a paz espiritual do seu irmo; enfim,criaturas terrenas fazendo pactos com espritos inferiores e assumindo juntamente com elesresponsabilidades pesadas de que tero de dar contas um dia! Pobre terra! Como se no te bastassea pouca educao religiosa que os responsveis pela f te oferecem, ainda preciso que almasinferiores busquem atrair seus irmos menos adiantados, para com eles fazerem esse conluio depensamentos maus, de realizaes inferiores! Isto tudo triste, isto tudo muito deplorvel! H,porm, uma esperana segura: a ncora que no pode falhar, qual se agarram aqueles que tmf! Essa ncora a esperana trazida pelo Divino Mestre, nos Evangelhos exarada, essa esperanaque se traduz: Se vs estiverdes em mim, como eu estou no Pai, vs sereis felizes, vssereis abenoados por Ele. Eu sou a videira, vs sois as varas. O Mestre quis dizer comestas palavras que aquele que se encontra ligado doutrina do Seu Evangelho Bendito, esse estarsempre protegido e acobertado dos botes que possam vir da treva. por isso que eu disse: Pobrescriaturas!... Lamentvel a vossa sorte, porque vs gastais o vosso tempo, o vosso suor, as vossasmeditaes, os vossos pensamentos, em arquitetar planos prejudiciais aos vossos irmos, e, aomesmo tempo, destruidores da vossa paz espiritual!

Meus amigos, grande o poder de Deus; grandes so as maravilhas que Deus tem para revelarao mundo: grandes so as promessas que o Cristo trouxe; promessas que no podem falhar, porqueforam trazidas pelo Filho de Deus! Esse conjunto maravilhoso de moradas eternas, preparadas porJesus para todos vs, permanece fiel promessa do Mestre. Aqueles de vs que se forem depurandoneste vida, por meio de dores, por meio de provas, por meio de sacrifcios na aparncia inteis, masproveitosssimos para a alma, esses encontraro, ao partir desta vida, a sua morada preparada porAquele que a foi preparar Jesus, o Cristo do Senhor! Na casa de meu Pai h muitasmoradas; se assim no fosse, ou no vos teria dito; mas eu vou preparar-vos lugar.

Quantos dos nossos irmos aqui presentes esto seguros dessa morada que Jesus foipreparar...?

Meus amigos, quando o vosso esprito se desprender e a matria intil voltar para a terra, elese alar para essa Manso Celestial, onde se encontra a morada que Jesus tem para vs; oupermanecer perambulando pelos ambientes terrenos, sem conseguir ir para a sua casa?

Quantos de vs, sofredores na terra, suportando aguilhes verdadeiramente terrveis, queferem profundamente alma e corpo, aguardam to-somente o dia de amanh, nesse futuro que seaproxima, para entrarem no gozo das mais ricas bnos! Bem-aventurado o sofrimento daquelesque padecem resignados, certos que ao fecharem os seus olhos ns os receberemos no Alm, para osconduzirmos felizes s moradas que Jesus preparou!...

Quando os vossos olhos se enchem de lgrimas, pelo sofrimento, pela tortura daqueles a

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quem amais e que sabeis dignos da obra de Deus, dignos do seu trabalho, obreiros infatigveis, nessecaminho de sofrimento moral, vs no vos lembrais nesses momentos de que essa aparnciasofredora, esse organismo que pende para a cova enquanto o esprito se eleva para a altitude, oorganismo de um esprito preparado para a sua morada; um ser que mal se dispa das vestesexteriores, que representam a matria intil, partir radiante como um sol para o mundo que Deus lhepreparou!...

Oh! Bem-aventurado Cristo! Bem-aventurado Jesus, Filho de Maria porque Tu, PaiAmantssimo, sabes quem Te ama! Tu vs quem te testemunha esse amor! Tu sustentas o passo doperegrino na Terra... e quando o seu p encontra um espinho que o fere profundo, Tu saras essaferida e lanas o blsamo consolador sobre essa chaga profunda... e Tu ds alento ao pegureiro,para que continue essa jornada, at que alcance os pramos celestiais, onde o esperas, porque foifiel!...

Meus amigos, se Jesus na terra se aproximou de todo pecador que lhe pediu perdo, como seausentar, na sua eterna morada, daqueles que lhe foram fiis? No! O Cristo de Deus no podefaltar s suas promessas; e ser Ele em pessoa quem levar e conduzir pela mo o servo fiel quecumpriu o seu trabalho embora sob o peso da prova, embora sob o peso das dores, embora sob opeso da desgraa, embora com ndoas amargas, profundas, dentro da alma mas sempre fiel ao amordo seu Deus, sempre fiel ao amor do seu Jesus!

Ser, ento, meus amigos, que se cumprir a promessa radiante do Mestre: Haver maisalegria no cu pelo pecador que se arrependeu, e entrou como um filho prdigo na casade seu Pai, do que pela entrada de 99 justos, que no necessitam de arrependimento! Avossa via-crucis na terra significa a remisso de todo o pecado, porque a alma se enche de gozo nosofrimento, pelo amor do seu Jesus!

ALFREDO BARCELOS