descentralização, desconcentração e dimensão territorial da política de ct&i brasil
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Palestra apresentada por Mariano de Matos Macedo (UFPR), durante o Fórum Nacional Consecti e ConfapTRANSCRIPT
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Descentralização, Desconcentração e Dimensão Territorial da Política de CT&I Brasil Apresentação: Fórum Nacional CONSECTI e CONFAP
Mariano de Matos Macedo (UFPR)
Macapá, 12/11/2012
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Descentralização/Desconcentração da Política de CT&I no Brasil
• Conceitos: Descentralização e Desconcentração
• Descentralização e Desconcentração na Política de CT&I
• Periodização ou fases do processo de descentralização
• Características do processo de descentralização
• Uma nova fase do processo de descentralização?
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Descentralização Desconcentração
2 eixos estratégicos da Política de CT&I
Estudo: “Descentralização do fomento à ciência, tecnologia e inovação no Brasil”(CGEE, 2010).
Conceitos: Descentralização x Desconcentração
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• Descentralização: distribuição de funções entre diferentes níveis de governo (federal, estadual e municipal) e/ou entre esses níveis e instituições do setor privado.
• 2 dimensões: federativa e público-privada.
• 2 cortes analíticos: a descentralização de competências e a descentralização da autoridade decisória.
• cortes que nem sempre correm juntos.
• Desconcentração: iniciativas do Governo Federal que levam a uma maior dispersão espacial da base de CT&I. Ex.: Expansão da Rede das Universidades Federais e dos IFETs.
Conceitos: Descentralização x Desconcentração
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Descentralização e Desconcentração na Política de CT&I
• Dada a histórica desigualdade da distribuição regional da base de C&T que marca a Federação Brasileira, as iniciativas de desconcentração constituem não só um fator de desenvolvimento regional/local, mas também um indutor de processos de descentralização de ações na área CT&I.
• A desconcentração favorece a expansão da capacitação regional na área de CT&I e, portanto, do potencial local de clientela dos programas federais.
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Fases do processo de descentralização
• Até anos 50 - Descentralização difusa: ações dispersas e desarticuladas dos governos federais e estaduais.
• Anos 60/70 - Período de centralização a nível federal, com a criação do FNDCT, FINEP, EMBRAPA, SNDCT, etc.
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Fases do processo de descentralização
• Anos 80/90 - Descentralização restringida: iniciativas do Governo Federal, restringidas pela precariedade das bases financeiras e institucionais necessárias à estruturação do processo.
• Tentativa de estruturação de SEDCT articulados ao III PBDCT (CNPq, 1980).
• Iniciativas de descentralização público-privada por parte do Governo Federal (p. ex., PBQP, 1990; SOFTEX, 1992/1996).
• Criação de Fundos Estaduais de C&T e FAPs, em decorrência da CF de 1988 e das CEs ( 1990). Esses Fundos e as FAPs vão se constituir como bases financeiras e institucionais do processo, a partir do final dos anos 90.
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Fases do processo de descentralização
• A partir do final dos anos 90 - Descentralização estruturada: estruturação das bases financeiras e institucionais e avanço do processo.
• Fundos Setoriais de C&T ( 1997), com no mínimo 30% dos recursos para as regiões NO, NE e CO.
• Leis Federal e Estaduais de Inovação ( 2004).
• Carta de Salvador (2004).
• Expansão dos programas federais em parceria com instituições estaduais (PPSUS, 2004; PAPPE, 2006; INCT, 2008; e TECNOVA, 2012) e do setor privado (Juro Zero, 2004; PAPPE Subvenção, 2006; PAPPE Integração, 2010).
• Fortalecimento das instituições estaduais de CT&I (FAPs e SECTs): criação do CONSECTI (2005) e do CONFAP (2007).
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Características do processo de descentralização
• Processo complexo, com diferentes recortes institucionais, mas cada vez mais estruturado, apesar de pactuado, não regulado por legislação específica e sem formato único (≠ SUS).
• Processo convergente com a proatividade das instâncias estaduais e que vem implicando na adaptação de programas federais a realidades locais, com uma maior capilaridade, aumento dos recursos aplicados em CT&I e diversificação de atores locais (ICTs, empresas, etc).: papel estratégico das SECTs e FAPs.
• Processo que vem sendo potencializado pelas iniciativas de desconcentração.
• Processo que avança e fomenta um SNCTI cada vez mais sistêmico, nas suas diversas escalas (nacional e sub-nacionais): novos atores, redes (PPSUS, INCTs, SIBRATEC, etc.), etc.
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Uma nova fase do processo de descentralização?
• Essas características ou tessitura do processo de descentralização podem levá-lo à uma nova fase:
• Avanços da descentralização, articulados a iniciativas de desconcentração por parte do Governo Federal, mas com uma crescente dimensão territorial.
• Território como catalizador e locus da articulação sistêmica e da integração de políticas públicas estruturantes, a exemplo das políticas de CT&I.
• Dimensão territorial que influencie, organize e reflita o conjunto das políticas de CT&I e a sua articulação com demais políticas públicas estruturantes ou escalas de planejamento (sistema de logística, sistema de cidades e padrão da oferta de bens e serviços).
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Uma nova fase do processo de descentralização?
• Nessa perspectiva, as Políticas de CT&I (centralizadas, descentralizadas, etc.) vão além de seus recortes regionais formais (p. ex., obrigatoriedade de aplicação de percentual do FNDCT nas Regiões NO, NE e CO) ou de programas ou projetos tópicos, setoriais, atomizados ou dispersos no espaço.
• Essas Políticas tendem a incorporar, cada vez mais, uma dimensão territorial.
• A noção de território cataliza o potencial de articulação multissetorial e multiescalar das políticas das políticas de CT&I. A centralidade dessas políticas no contexto das diversas políticas setoriais reafirma a sua dimensão territorial.
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Escalas Espaciais de Referência
Do Continental ao Nacional
Do Nacional ao Mesorregional
Do Mesorregional ao Microrregional, Supralocal e ao Lugar
Meios/Escalas de
Planejamento
Sistema de Logística
Sistema de Cidades
Padrão de Oferta de Bens e Serviços e Provisão de Infraestruturas de Utilidade Pública
Eixo Estratégico e Macropolíticas de
Referência
Eixo Estratégico: Redução das desigualdades, mercado interno de consumo de massa, coesão social e territorial, usos sustentável dos recursos,
progresso técnico e inserção internacional competitiva Macropolíticas
ENCT 2012-2015; PNDR; Políticas de Rendas; Política de Reserva de 30% da aplicação do FNDCT para as regiões NO, NE e CO; etc.
Políticas e/ou Programas
Governamentais com expressivo potencial de agregar dimensão
territorial no planejamento de CT&I
Integração Sul Americana e infra-estrutura - IIRSA; PAC; PNLT; PNE; Plano Nacional de Mineração 2030; Plano de Desenvolvimento Integrado da Faixa Fronteiriça Brasileira
Plano Brasil Maior Desconcentração das ações de CT&I: Rede das Universidades Federais; Rede dos IFETs; Rede Embrapa; Rede Fiocruz; etc.
Descentralização das ações de CT&I: PRONATEC; ProUni; PPSUS; INCTs; TECINOVA; PAPPE-Integração; SIBRATEC; etc.
Ações Descentralizadas: CVTs; Territórios da Cidadania; Territórios Rurais; PRONIC; PRONATEC (inclusão produtiva). Programas da SID, Secis e de Economia Solidária: Inclusão digital, Assistência Técnica e Tecnologias Sociais.
Natureza da Coesão Coesão Físico-Produtiva Coesão Econômica Coesão Social
Dimensão Territorial das Políticas de CT&I: conexões
Fonte: “Dimensão territorial no planejamento de CT&I” (CGEE, 2012).
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Uma nova fase do processo de descentralização?
• Exemplos de inciativas que caracterizam essa nova fase:
• Plano de Ação em CT&I para o Desenvolvimento da Amazônia (2012).
• Objetivo: Plano como vetor de transformação da realidade regional e, que tenha como eixo estratégico a biodiversidade regional e o potencial de transformação socioeconômico que o aproveitamento sustentável do patrimônio biológico da Amazônia pode oferecer à estratégia nacional de desenvolvimento.
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Uma nova fase do processo de descentralização?
• Exemplos de inciativas que caracterizam essa nova fase:
• A experiência do CGEE, em 2008 - Agenda Estratégica em CT&I para o Desenvolvimento Regional: Região Nordeste
• Objetivo: proposta de agenda estratégica em C,T&I para essa região, capaz de convergir ações realizadas por meio de diversas instituições, públicas ou privadas, dentro de uma perspectiva regional de desenvolvimento.
• Possível desdobramento dessa experiência para a construção de um plano de ação em CT&I para o desenvolvimento do Nordeste, mais estruturado na sua dimensão territorial.
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Uma nova fase do processo de descentralização?
• Pressuposto básico de iniciativas desse tipo:
• A referência ao território é relevante para articular as bases produtiva e técnico-científica, no âmbito de um acordo de caráter tácito centrado em ações na área de CT&I.
• Articulação com a ENCTI 2012-2015: a “construção de agendas regionais de tecnologia e inovação, alinhadas com iniciativas federais, (...), é parte essencial das ações que pretendam reduzir as disparidades de renda, de capacidade tecnológica e de condições de vida e de trabalho, tanto entre regiões como no interior de cada região”
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Uma nova fase do processo de descentralização?: alguns desafios
• Desenvolvimento da capacidade de “Governança Territorial”
• Esse tipo de Governança implica fundamentalmente em inovações institucionais relativas à constituição de arenas e instâncias em que se busque comprometimentos e alianças que possibilitem lançar mão de instrumentos e recursos diversos que favoreçam a convergência das ações estratégicas em CT&I no/do território em direção aos objetivos colocados como relevantes para o planejamento.
• Papel estratégico do MCT, do CONSECTI, do CONFAP, dos Governos Estaduais, instituições do setor privado, etc.
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Descentralização e dimensão territorial da Política de CT&I: alguns desafios
• Articulação com a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (Fase II)
• Premissa: “A PNDR II, na condição de política de coesão econômica e social, deve exprimir a solidariedade [ou a “coerência estruturada”] entre as unidades da federação, as regiões brasileiras em suas múltiplas escalas e o Governo Federal”.
• Qualquer plano de ação em CT&I em uma determinada escala (p. ex., Amazônia) depende do encaminhamento de “coerências estruturadas”’ na escala do Território Nacional.
• Articulação com o Plano Brasil Maior (PBM)
• Iniciativas de “territorialização” do PBM no âmbito da Rede Nacional de Política Industrial - RENAPI (ABDI).
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Obrigado pela atenção!