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SIC CLÍNICA MÉDICA DERMATOLOGIA

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SIC

CLÍN

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MÉD

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ATOL

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Apresentação

Os desafios da Medicina a serem vencidos por quem se decide pela área são tantos e tão diversos que é impossível tanto determiná-los quanto mensurá-los. O período de aulas práticas e de horas em plantões de vários blocos é apenas um dos antecedentes do que o estudante virá a enfrentar em pouco tempo, como a maratona da escolha por uma especialização e do ingresso em um programa de Residência Médica reconhecido, o que exigirá dele um preparo intenso, minucioso e objetivo.

Trata-se do contexto em que foi pensada e desenvolvida a Coleção SIC Principais Temas para Provas, cujo material didático, preparado por profis-sionais das mais diversas especialidades médicas, traz capítulos com inte-rações como vídeos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamen-tos, temas frequentes em provas e outros destaques. As questões ao final, todas comen tadas, proporcionam a interpretação mais segura possível de cada resposta e reforçam o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa.

Um excelente estudo!

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Índice

Capítulo 1 - Dermatologia normal ................. 15

1. Da anatomia à fi siologia ..........................................16

2. Lesões elementares .................................................21

3. Cicatrização normal ................................................ 25

4. Queloides.....................................................................27

Resumo ............................................................................ 28

Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais .................................................................. 29

1. Introdução .................................................................. 30

2. Verrugas ..................................................................... 30

3. Herpes ..........................................................................32

4. Molusco contagioso ................................................ 38

5. Nódulo dos ordenhadores .................................... 39

6. Doenças exantemáticas .........................................40

7. Doença mão–pé–boca ............................................ 45

8. Manifestações cutâneas na dengue ...................47

9. Manifestações cutâneas na zika e na chikungunya ................................................................47

Resumo ............................................................................48

Capítulo 3 - Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas ......................................... 49

1. Introdução .................................................................. 50

2. Impetigo e ectima .................................................... 50

3. Furúnculos, carbúnculos e abscessos................. 51

4. Erisipela ......................................................................53

5. Celulite ........................................................................ 54

6. Síndrome estafi locócica da pele escaldada ..... 56

Resumo .............................................................................57

Capítulo 4 - Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas ........................................59

1. Hanseníase .................................................................60

2. Sífi lis ............................................................................. 66

3. Sífi lis congênita .......................................................... 71

Resumo .............................................................................74

Capítulo 5 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superfi ciais......................75

1. Introdução ...................................................................76

2. Dermatofi toses .........................................................76

3. Micoses por leveduras ........................................... 78

Resumo ............................................................................ 82

Capítulo 6 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas ....................... 83

1. Introdução ..................................................................84

2. Esporotricose ............................................................84

3. Cromomicose ............................................................ 85

4. Paracoccidioidomicose .......................................... 86

Resumo ........................................................................... 89

Capítulo 7 - Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias ............................91

1. Introdução .................................................................. 92

2. Leishmaniose............................................................. 92

3. Escabiose .................................................................... 95

4. Pediculose ...................................................................97

5. Miíase ........................................................................... 99

6. Tungíase ....................................................................100

Resumo ......................................................................... 102

Capítulo 8 - Doenças eczematosas .............103

1. Introdução ................................................................104

2. Eczema de contato ................................................104

3. Eczema atópico ....................................................... 108

4. Eczema seborreico ..................................................111

5. Eczema numular ...................................................... 112

6. Eczema disidrótico ................................................. 113

7. Fotoeczemas ............................................................. 115

Resumo .......................................................................... 118

Capítulo 9 - Doenças eritematodescamativas................................. 119

1. Psoríase ..................................................................... 120

2. Pitiríase rósea de Gilbert ......................................125

Questões:Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil.

Anote:O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

QuestõesCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospital terciário com intubação traqueal pelo rebaixamento do nível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais de choque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloide até a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC = 140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem: raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografia FAST revela grande quantidade de líquido abdominal. A melhor forma de tratar o choque desse paciente é:a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomiab) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias e encaminhar para laparotomiac) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encaminhar para laparotomiad) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala de Glasgow, que leva em conta:a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e resposta motorab) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundosc) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundosd) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilasb) verificar a pressão arterialc) puncionar veia calibrosad) assegurar boa via aéreae) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG4. Um homem de 56 anos é internado no serviço de emergência após sofrer queda de uma escada. Ele está inconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração e movimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, está com os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, e produz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma de Glasgow é:a) 6b) 7c) 8d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG 5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e em toda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissional de saúde que o atende deve ser:a) aplicar morfinab) promover uma boa hidrataçãoc) perguntar o nomed) lavar a facee) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionado para o atendimento de um acidente automobilístico. Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criança de 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extenso no crânio, após choque frontal com um carro. A criança está com respiração irregular e ECG (Escala de Coma de Glasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

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Comentários:Além do gabarito o�cial divulgado pela instituição, nosso

corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo

contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

ComentáriosCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado, ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode ser otimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em con-ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação da resposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliação do reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial do politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aérea definitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgow está resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4

Ao estímulo verbal 3

Ao estímulo doloroso 2

Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5

Confuso 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6

Localização da dor 5

Flexão normal (retirada) 4

Flexão anormal (decor-ticação) 3

Extensão (descerebração) 2

Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmica de vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a ser tomada. Em caso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois é um tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistema nervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. É usado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas pelo ATLS®, a melhor sequência seria:A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar a infusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tórax esteja normal.D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação e a pressão arterial.E: manter o paciente aquecido.Logo, a melhor alternativa é a “c”. Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®, está descrito na alternativa “a”. Consiste na contenção precoce do sangramento, em uma reposição menos agressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempre garantir uma via aérea pérvia com proteção da coluna cervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e garan-

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3. Pitiríase rubra pilar ............................................... 128

4. Parapsoríases ......................................................... 130

5. Eritrodermias ...........................................................132

6. Eritemas figurados ................................................ 134

Resumo ...........................................................................136

Capítulo 10 - Doenças inflamatórias ........... 137

1. Doenças papulopruriginosas .............................. 138

2. Doenças bolhosas .................................................. 144

3. Doenças de vasos e lesões ulceradas ...............153

Resumo ......................................................................... 168

Capítulo 11 - Reações alérgicas e farmacodermias – lato sensu .......................169

1. Introdução ................................................................ 170

2. Farmacodermias .................................................... 170

3. Eritema multiforme................................................173

4. Síndrome de Stevens-Johnson/necrólise epidérmica tóxica ...................................................175

5. Urticárias ...................................................................177Resumo .......................................................................... 180

Capítulo 12 - Medicina interna ..................... 181

1. Introdução ................................................................ 1822. Sarcoidose ................................................................ 1823. Amiloidoses ............................................................. 1844. Porfirias .................................................................... 1895. Pelagra .......................................................................1936. Colagenoses ..............................................................195Resumo .......................................................................... 210

Capítulo 13 - Tumores malignos ................... 211

1. Pré-malignos .............................................................2122. Carcinoma basocelular ......................................... 2163. Carcinoma espinocelular ......................................2194. Melanoma cutâneo ...............................................2225. Linfomas e leucemias ........................................... 227Resumo ..........................................................................231

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Dermatologia normal

Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues

Este capítulo aborda temas básicos da Dermatologia: anatomia, fi siologia, lesões elementares e cicatriza-ção. Quanto à anatomia e fi siologia, a pele apresenta 3 camadas distintas, denominadas epiderme, derme e hipoderme. A primeira, formada pelos queratinócitos, é a camada superfi cial em contato com o ambiente, sendo subdividida em basal (mais profunda), espinhosa ou de Malpighi, granulosa e córnea (a mais externa/superfi -cial). A derme é um tecido conectivo denso, composto de colágeno, elastina e glicosaminoglicanos, sendo a porção mais superfi cial a derme papilar, e a profunda, a reticu-lar. Já a hipoderme é composta por grupos de adipócitos, formando ácinos lobulados separados por septos fi bro-sos que contêm o maior plexo vascular que nutre a pele. As lesões elementares, por sua vez, foram aqui didati-camente divididas em lesões planas, elevadas, coleções líquidas, deprimidas e lineares. Já a cicatrização com-preende um processo dinâmico de reparação tecidual e possui fases infl amatória, proliferativa e de remodela-ção. Havendo distúrbios em alguma dessas fases, temos as cicatrizes hipertrófi cas e os queloides.

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1. Da anatomia à fisiologia

A - IntroduçãoLonge de ser um tratado para esses temas, neste capítulo são conside-radas informações relevantes que aparecem com maior frequência em questões de concursos médicos.

B - Histologia e fisiologiaA pele divide-se em 3 camadas distintas, sendo a epiderme de ori-gem embrionária ectodérmica, e a derme e o subcutâneo de origem mesodérmica.

Figura 1 - Principais estruturas da pele

a) EpidermeA epiderme é um epitélio escamoso pluriestratificado, formado basica-mente por queratinócitos que vão se maturando e diferenciando, ge-rando, assim, as 4 camadas que a compõem.

Tabela 1 - Camadas que compõem a epiderme

- Basal (mais profunda);

- Espinhosa ou de Malpighi (logo acima da basal);

- Granulosa (penúltima);

- Córnea (a mais externa/superficial).

- Camada basal: composta por células colunares ancoradas à mem-brana basal. A maturação das células epidérmicas consiste na trans-formação das células colunares da camada basal em células achatadas e queratinizadas na córnea. O tempo que uma célula leva a partir da formação na camada basal, por meio de divisões mitóticas, até chegar ao desprendimento final na camada córnea, é de 52 a 75 dias (em mé-dia, 63 dias), sendo chamado turnover celular epidérmico. Em algumas doenças, como a psoríase, esse turnover fica reduzido para 4 a 5 dias (doença hiperproliferativa). As células da camada basal ficam aderi-das à derme por hemidesmossomos (Figura 2), que se encontram na zona da membrana basal (na lâmina lúcida);

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- Camada espinhosa (ou de Malpighi): recebe esse nome porque é nela que ficam mais evidentes as pontes intercelulares (como se fossem espinhos), responsáveis pela adesão entre os queratinócitos, chama-das desmossomos (Figura 2). Integrinas é o nome geral que se dá às moléculas de adesão entre os queratinócitos que compõem os des-mossomos; eles são compostos por moléculas intraplacas, trans-membrânicas e os tonofilamentos. Estes, por sua vez, ancoram os filamentos intermediários, que são estruturas proteicas (queratinas). Quando essas aderências são quebradas, ocorrem bolhas, como no pênfigo e na epidermólise bolhosa; na epiderme, diferentes pares de queratina são produzidos conforme as células se diferenciam em di-reção à superfície: queratinas 5 e 14 são expressas na camada basal, e 1 e 10, na camada espinhos a. E existe entre as células o “cimento ce-lular”, composto de glicolipídios e glicoproteínas chamado glicocálice;

Figura 2 - Mecanismos de adesão dos ceratinócitos

Dica Os desmossomos são as estruturas que formam as pontes intercelulares, também conhecidas como gap junctions.

Figura 3 - Visão microscópica da camada espinhosa da epiderme – coloração hematoxilina-eosina

- Camada granulosa: é denominada dessa forma porque nela são mais visíveis os grânulos de cerato-hialina que serão liberados envolvendo as células epidérmicas e gerando, assim, a corneificação. Também se encontram no citoplasma dessas células os grânulos lamelares, res-ponsáveis por parte do manto lipídico da pele (Figura 4);

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Figura 4 - Padrão estrutural “em tijolos e cimento” da epiderme

Figura 5 - Visão microscópica da camada granulosa da epiderme – coloração hematoxilina-eosina

- Camada córnea: nesta, as células ficam fortemente ligadas por pon-tes de sulfeto e cerato-hialina; além disso, grânulos lipídicos cobrem as membranas celulares, e tudo isso confere uma capacidade de 98% de retenção de água, uma importante função cutânea. Outra desta-cada função que acontece na epiderme é a conversão da luz solar em vitamina D. Principalmente na pele espessa, há camada lúcida (aten-ção: camada lúcida é diferente de lâmina lúcida), vista entre a camada granulosa e a córnea, que possui células claras (assim chamadas pela digestão das organelas e do núcleo sofrida por enzimas lisossômicas) e grande quantidade de filamentos de queratina. Além das camadas celulares principais, existem algumas figuras celulares isoladas, con-forme a Tabela 2.

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Tabela 2 - Figuras celulares importantes na epiderme

Melanócitos

São derivados da crista neural e residentes na camada basal, onde produzem a melanina e a distri-buem para cerca de 30 queratinócitos. O substrato para a elaboração da melanina é a tirosina pela tirosinase, enzima estimulada pelos raios ultravio-leta. Todos os humanos têm o mesmo número de melanócitos, porém os afrodescendentes têm maior produção de melanina, ao passo que os albinos, nenhuma produção.

Células de Lan-gerhans

Derivam de monócitos oriundos da medula óssea que residem na camada espinhosa, sendo apresentado-ras de antígenos para os linfócitos T, desenvolvendo importante papel em quadros alérgicos e na imuni-dade celular.

Células de Merkel

Residem na camada basal; são queratinócitos modi-ficados que assumem atividades neurossensoriais táteis.

Figura 6 - Melanócitos dispostos na epiderme – coloração Giemsa

b) Derme A derme é um tecido conjuntivo denso, composto sobretudo de colá-geno (maior parte tipo I), elastina e glicosaminoglicanos. Essas fibras colágenas e elásticas oferecem proteção mecânica de barreira e man-têm a coesão da epiderme.

Tabela 3 - Partes da derme

Papilar

É a porção mais superficial, que se apresenta como “dedos” (papilas) que invadem a epiderme. Nela estão a lâmina basal, que suporta a última camada da epiderme, figuras celulares (mastócitos, macrófagos e fibroblastos) e estru-turas sensoriais.

Reticular Possui poucas células e é composta, basicamente, pelo tecido conjuntivo amorfo (colágeno e fibras elásticas).

Observações: fazem parte da derme, ainda, as estruturas vasculares (capi-lares que formam o plexo profundo junto à hipoderme e o superficial na derme papilar), fibras musculares do folículo piloso e nervos que interagem com receptores sensoriais (os de Meissner, responsáveis pelo tato, os de Vater-Pacini, pela pressão, os de Ruffini, pela sensação térmica de calor, e os de Krause, pelo frio – Figura 7).

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Medicina interna

Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues

Neste capítulo, serão abordados temas de medicina interna, porém com manifestações dermatológicas, como a sarcoidose, a amiloidose, porfirias, pelagra e colagenoses. A sarcoidose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela formação de granulomas em qualquer tecido orgânico, entretanto com prefe-rência por 3 acometimentos distintos: cutâneo, ocular e pulmonar (incluindo a linfadenopatia hilar). O acome-timento cutâneo pode ser inespecífico, representado pelo eritema nodoso ou específico, por meio do lúpus pérnio, da sarcoidose papulosa, da sarcoidose cicatri-cial e da sarcoidose do couro cabeludo. A biópsia da pele ou do tecido pulmonar é o exame padrão-ouro, apre-sentando 2 características importantes: a presença de granulomas de células epitelioides com poucos linfó-citos e células gigantes multinucleadas (chamados de “granulomas nus”) e os corpos asteroides (figuras eosi-nofílicas nos histiócitos). O melhor tratamento é feito com corticosteroides, sendo sistêmicos nos casos com comprometimentos mais graves. As amiloidoses são doenças em que ocorre depósito de substância pro-teica; acometem qualquer tecido, gerando disfunções dos órgãos afetados. Existem formas localizadas (macu-lar, líquen amiloidótico e nodular) e sistêmicas nas suas formas primárias e secundárias (associadas a mieloma múltiplo). Na forma sistêmica, a biópsia da lesão de pele deve ser corada com o vermelho-congo. Na colo-ração de rotina com hematoxilina-eosina, em alguns casos, podem-se ver concentrações homogêneas de material eosinofílico amorfo. No tratamento, são utili-zados esquemas imunossupressores e quimioterápicos em combinação. A associação a melhores resultados foi de prednisona e melfalana. Já as porfirias formam um grupo de doenças de origem metabólica associadas a várias deficiências enzimáticas no metabolismo do grupo heme, o que resulta em superprodução/acúmulo de pro-dutos tóxicos. Basicamente, podemos classificá-las em porfirias agudas e crônicas (predomínio das manifes-tações dermatológicas). Entre as alterações cutâneas, estão fotodano, lesões bolhosas principalmente em áreas fotoexpostas e de trauma (fragilidade cutânea), lesões esclerodermiformes (cicatriciais) e hipertricose. Para o diagnóstico, devem-se pesquisar porfirinas na

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urina de 24 horas, e a histopatologia das bolhas mostra a clivagem subepidérmica e poucas células inflamatórias. O tratamento visa à redução dos níveis do heme, o que é obtido por meio das flebotomias, cujo objetivo é manter a hemoglobina por volta de 12g/dL. Dentre as colagenoses, destacam-se lúpus eritematoso sistêmico, dermatomio-site e esclerodermia. O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença reumatológica com espectro variando por meio das 3 formas clínicas principais: lúpus cutâneo crônico, lúpus subagudo e lúpus sistêmico, este último a forma principal da doença. O lúpus sistêmico é a forma que acomete vários órgãos; dentre as suas lesões mais características, o rash malar “em asa de borboleta” se destaca. São placas erite-matosas, pouco infiltradas, mas edemaciadas, distribuídas como uma máscara no centro facial. Outras lesões possí-veis são de urticária, vasculite, púrpuras palpáveis, lesões bolhosas, além das lesões de lúpus crônico e subagudo. As lesões mucosas se manifestam como ulcerações no palato ou na mucosa jugal. As lesões do couro cabeludo, por sua vez, podem ser discoides cicatriciais ou na forma de alopecia difusa não cicatricial. O diagnóstico se baseia em critérios clínicos e laboratoriais, e o tratamento, em imunossupresso-res como a prednisona, o metotrexato e a azatioprina.

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1. IntroduçãoEste capítulo aborda algumas síndromes clínicas que levam a compro-metimento sistêmico, causando, também, manifestações cutâneas; são doenças diversas entre si, mas igualmente importantes, pois, muitas vezes, a pele dá as pistas para chegar ao diagnóstico final e tratar o paciente a tempo.

2. Sarcoidose

A - IntroduçãoDoença inflamatória crônica caracterizada pela formação de granulo-mas em qualquer tecido orgânico, entretanto com preferência por 3 acometimentos distintos: cutâneo, ocular e pulmonar (incluindo a lin-fadenopatia hilar).

B - EpidemiologiaTrata-se de uma doença universal, no entanto com grandes diferenças quanto à incidência, podendo variar de 64 casos/100.000 habitantes, em países escandinavos, a 3 casos/100.000 habitantes, em países do Leste Europeu; em nosso país, assim como nos Estados Unidos, a inci-dência gira em torno de 15 casos/100.000 habitantes. Em nosso meio, também é mais prevalente em afrodescendentes. Acomete ambos os sexos, com maior frequência no sexo feminino.

Quanto à idade, pode surgir em qualquer período, mas tem 2 picos de distribuição bem definidos: 30 e 60 anos.

C - FisiopatologiaÉ desconhecida, mas acredita-se que possa existir um antígeno (infec-cioso ou ambiental) que tenha baixa virulência, porém que leve a in-flamação crônica granulomatosa por meio da resposta Th1. Entre os antígenos implicados, estão micobactérias, Borrelia, fungos e vírus da hepatite; do lado ambiental já houve correlação com exposição ao alu-mínio, ao zircônio e a talcos. Há, também, participação genética, pois é fortemente associada ao HLA-B8.

D - Quadro clínico Como o processo granulomatoso pode ocorrer em qualquer órgão, as manifestações sistêmicas são muito variáveis: quadro mimetizando tuberculose pulmonar, uveítes, artrites, arritmias por infiltração do miocárdio etc. O acometimento cutâneo pela sarcoidose tem 2 grupos distintos, com o lado não específico, representado pelo eritema no-doso, e o específico, com diversas variantes clínicas (Tabela 1).

O eritema nodoso é uma forma de paniculite crônica recidivante que se manifesta por nódulos dolorosos nos membros inferiores e que, além da sarcoidose, pode estar relacionado a outras etiologias (infecções como por Yersinia, anticoncepcionais, doenças inflamatórias intestinais etc.). É muito mais comum entre mulheres jovens. As lesões são pro-fundas e surgem como pontos indurados de cor equimótica (como uma contusão) doloridos à palpação. O número de lesões é variável (de pou-cas a várias). Pode vir acompanhado de sintomas gerais de inflamação

Quadro clínico O eritema nodoso é a ma-

nifestação mais comum da sarcoidose na pele.

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medicina interna 183

(febre, indisposição e artralgias). A remissão é espontânea em questão de semanas, mas pode ser abreviada com o uso de anti-inflamatórios e corticosteroides sistêmicos.

Importante A tríade composta por artrite, eritema nodoso e linfadenopatia hilar é conhecida como síndrome de Löfgren (sarcoidose mus-culoesquelética aguda).

Figura 1 - Sarcoidose e a síndrome de Löfgren

Figura 2 - Eritema nodoso: lesões eritematosas e equimóticas sobrelevadas na re-gião anterior da tíbia de aspecto contusiforme

Tabela 1 - Manifestações específicas da sarcoidose

Lúpus pérnio

Caracteriza-se por placas infiltradas, eritemato-violáceas, de superfície levemente descamativa, que surgem na face (nariz, bochecha e orelhas) lembrando a “asa de borboleta” do lúpus eritema-toso sistêmico. Quando comprimidos, as placas e os nódulos assumem coloração que lembra “geleia de maçã”.

Sarcoidose papulosa

Contém pápulas e pequenos nódulos de coloração eritematoviolácea, com predomínio na face e nas extremidades; são idênticas às placas do lúpus pér-nio, porém com menor tamanho.

Sarcoidose cica-tricial

Os nódulos são semelhantes aos da forma papulosa, mas surgem sobre cicatriz antiga.

Sarcoidose do couro cabeludo

Pode levar a áreas de alopecia cicatricial com aspecto atrófico e irreversível.

Figura 3 - Exemplo de lúpus pérnio

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sic dermatologia184

E - Métodos diagnósticosOs exames gerais de sangue são normais, podendo, em alguns casos, aparecer anemia de doença crônica. A dosagem de proteínas também pode mostrar aumento de imunoglobulinas. Muitos pacientes também podem apresentar hipercalcemia.

Um exame característico que pode estar alterado é a dosagem da en-zima conversora de angiotensina, podendo estar aumentada, pois é produzida pelos histiócitos que compõem os granulomas da sarcoidose.

Nos exames de imagem, é imprescindível a avaliação pulmonar, prefe-rencialmente com a tomografia computadorizada.

Outra característica peculiar é a negatividade de testes intradérmicos (como o derivado proteico purificado da tuberculose – PPD) por com-partimentalização dos linfócitos T e monócitos nos granulomas tecidu-ais, o que acarreta linfopenia periférica.

O teste de Kveim é intradérmico específico da sarcoidose, mas não mais utilizado.

Duas características são importantes no exame anatomopatológico: a presença de granulomas de células epitelioides com poucos linfócitos e células gigantes multinucleadas (chamados de “granulomas nus”) e os corpos asteroides (figuras eosinofílicas nos histiócitos); esse é o exame padrão-ouro para o diagnóstico definitivo (seja realizada a biópsia na pele ou no tecido pulmonar).

O diagnóstico diferencial depende da forma clínica, sendo os princi-pais na forma de lúpus pérnio (diferencial com lúpus eritematoso e lú-pus vulgar, que é um subtipo de tuberculose) e na sarcoidose papulosa (diferencial com doenças granulomatosas em geral, como hanseníase, granuloma anular, micoses profundas etc.).

F - Tratamento Ainda hoje, o melhor tratamento é feito com corticosteroides, sendo sistêmicos (prednisona 1mg/kg) nos casos com comprometimentos mais graves (uveítes, infiltrações pulmonares e arritmias cardíacas).

Nas lesões cutâneas disseminadas e desfigurantes, essa também é a melhor opção; já nos casos com lesões menores e localizadas, pode ser tentada a corticoterapia tópica (clobetasol ou betametasona), ou mesmo a infiltração intralesional, com triancinolona.

3. AmiloidosesSão doenças em que ocorre depósito de substância proteica; acome-tem qualquer tecido, gerando disfunções dos órgãos afetados. Existem formas localizadas e sistêmicas, formas primárias e secundárias, mas todas podem atingir a pele.

As formas proteicas fibrilares correspondem a 90% de todas as subs-tâncias amiloides, enquanto os outros 10% correspondem a uma forma glicoproteica não fibrilar encontrada no plasma (SAP – Serum Amyloid Protein) e que têm similaridade com a proteína C reativa (por isso, pode haver amiloidose em processos inflamatórios crônicos).

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medicina interna 185

Figura 4 - Classificação das amiloidoses

A amiloidose divide-se em sistêmica e localizada ou cutânea. Na forma sistêmica, divide-se em primária (uma discrasia de células plasmocitá-rias que pode ocorrer sozinha ou em associação ao mieloma múltiplo) e secundária (ocorre como complicação de processos inflamatórios e infecciosos crônicos). Na forma localizada ou cutânea, pode ser primá-ria (deposição de amiloide limitada às papilas dérmicas) ou secundária (uma forma sem expressão clínica que pode ocorrer nos tumores, ce-ratoses, nevos etc.).

A - Amiloidoses cutâneas localizadas

a) IntroduçãoSão depósitos que ocorrem de forma primária e estritamente na pele, apresentando-se de 3 formas clínicas diferentes.

b) EpidemiologiaNão se conhecem os números exatos. No entanto, as amiloidoses cutâ-neas são mais frequentes em países asiáticos. Na prática, a faixa etária mais acometida é de adultos de meia-idade e idosos. Há discreta predi-leção pelo sexo masculino.

c) FisiopatologiaA patogênese permanece desconhecida. Acredita-se, nesse caso, que seja derivada de queratinócitos que, ao passarem por trauma ou sub-metidos a inflamação, sofrem necrose e acabam gerando depósitos de ceratina, que se ligam a anticorpos e à substância amiloide. Parece, en-tão, ser apenas um processo secundário localizado.

d) Quadro clínicoAs formas diferentes estão detalhadas na Tabela 2.

Tabela 2 - Formas clínicas

Ami-loidose macular

A maioria dos casos se apresenta como máculas ou placas levemente elevadas no dorso (região interescapular), bem delimitadas, de cor acastanhada e pruriginosas; podem sur-gir em outras localizações, mas tal fato é raro.

Líquen amiloidó-tico

Manifesta-se com grandes placas papulosas nas regiões tibiais, hiperceratóticas, às vezes com aspecto verrucoso, e que são extremamente pruriginosas (o ato de coçar pode agravar o quadro).

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sic dermatologia186

Ami-loidose nodular

É muito rara e parece ter correlação com formas sistêmicas, pois o depósito ocorre de forma primária e ativa (diferente das outras 2 apresentações). O quadro clínico é composto por grandes nódulos e placas com atrofia central, de cor eri-tematoacastanhada, mais comum nos membros inferiores e no tronco; áreas hemorrágicas próximas são frequente-mente vistas.

Figura 5 - Líquen amiloidótico: placa papulosa espessa e liquenificada em regiões tibiais

Figura 6 - Amiloidose macular no dorso

e) Métodos diagnósticosAs formas macular e de líquen são mais fáceis de serem diagnosticadas clinicamente, enquanto a forma nodular, pela sua raridade, dificilmente entra nos diagnósticos diferenciais. Para todas as apresentações, no entanto, é necessária a confirmação pela histopatologia com pigmen-tos especiais que corem a substância amiloide (como o vermelho-congo, que, na luz polarizada, apresenta birrefringência esverdeada). Nesses casos, os depósitos são encontrados na derme de forma amorfa e o infiltrado inflamatório é discreto. Nas formas cutâneas localizadas, os exames gerais são normais.

Os diagnósticos diferenciais dependem da apresentação: - Macular: dermatite de contato, erupção fixa pigmentosa; - Líquen: líquen plano verrucoso e neurodermite; - Nodular: hanseníase virchowiana, granuloma anular, sarcoidose.

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SIC

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QUESTÕES

Cap. 1 - Dermatologia normal ......................................235

Cap. 2 - Doenças infectocontagiosas virais .............235

Cap. 3 - Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas ..................................................................235

Cap. 4 - Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas .............................................................. 236

Cap. 5 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superfi ciais ....................................... 236

Cap. 6 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas.......................................... 236

Cap. 7 - Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias .......................... 236

Cap. 8 - Doenças eczematosas ....................................237

Cap. 9 - Doenças eritematodescamativas ...............237

Cap. 10 - Doenças infl amatórias..................................237

Cap. 11 - Reações alérgicas e farmacodermias – lato sensu ........................................................... 238

Cap. 12 - Medicina interna ............................................ 238

Cap. 13 - Tumores malignos ......................................... 238

COMENTÁRIOS

Cap. 1 - Dermatologia normal ......................................241

Cap. 2 - Doenças infectocontagiosas virais .............241

Cap. 3 - Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas ..................................................................241

Cap. 4 - Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas ...............................................................241

Cap. 5 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superfi ciais ........................................241

Cap. 6 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas.......................................... 242

Cap. 7 - Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias .......................... 242

Cap. 8 - Doenças eczematosas ................................... 242

Cap. 9 - Doenças eritematodescamativas .............. 242

Cap. 10 - Doenças infl amatórias................................. 242

Cap. 11 - Reações alérgicas e farmacodermias – lato sensu ............................................................243

Cap. 12 - Medicina interna .............................................243

Cap. 13 - Tumores malignos ..........................................243

Índice

As questões INEP e UFMT, que compõem a maior parte dos testes utilizados neste volume, foram extraídas de provas de revalidação. Por isso, nos casos de temas ainda não abordados ou pouco explorados nas provas do Revalida, selecionamos questões de Residência Médica como complemento de estudo.

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Derm

atol

ogia

Que

stõe

sQuestõesDermatologia

Dermatologia normal

2016 - UFS1. Com relação aos queloides, é correto afi rmar que: a) são mais prevalentes em pacientes de pele escurab) são mais comuns nos membros inferiores do que nos

superioresc) ocorrem mais frequentemente em brancos caucasia-

nos do que em hispânicos d) podem ser evitados por técnica cirúrgica adequada

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

Doenças infectocontagiosas virais

2016 - SES-PE2. Uma paciente de 65 anos, portadora de mieloma múl-tiplo, em tratamento com bortezomibe, passou a apre-sentar dor intercostal intensa, com surgimento de vesí-culas após 2 dias, que ocupavam mais de 3 dermátomos. Sobre o caso, é correto afi rmar que:a) deve receber tratamento com aciclovir oral, na dose

de 800mg, 5x/d, por 7 diasb) seu risco de neuralgia pós-herpética é baixo, e não

existe necessidade de terapia específi ca com a fi nali-dade de prevenir a ocorrência dessa complicação

c) o início precoce da terapia antiviral reduz a intensida-de e a duração da neuralgia pós-herpética

d) o uso de corticoide associado ao antiviral é essencial para a prevenção da neuralgia pós-herpética

e) não haverá necessidade de vacinação contra her-pes-zóster após a resolução desse episódio, já que a infecção desencadeia imunidade que impede a re-corrência

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas

2015 - INEP - REVALIDA 3. Um homem de 46 anos compareceu a consulta médi-ca na Unidade Básica de Saúde relatando febre alta e calafrios que se iniciaram durante a noite. Além disso, descreve aparecimento de dor na perna esquerda. Com antecedentes de varizes e edema crônico nos membros inferiores, ao exame físico apresenta Tax = 39°C, PA = 140x90mmHg e FC = 100bpm. Além disso, observam-se extenso eritema, edema e aumento de temperatura no membro inferior esquerdo, com dermatofi tose (tinea pedis), manifestando-se como descamação e fi ssuras interdigitais no pé esquerdo. No centro da lesão, visu-aliza-se uma área de rubor mais intensa com formação de fl ictena. Diante do quadro apresentado, qual seria o tratamento mais indicado?a) repouso e elevação do membro inferior esquerdo,

uso de anti-infl amatórios não hormonais e aplicação de amicacina 500mg IM a cada 12 horas

b) manutenção de deambulação normal para evitar trombose venosa, uso de sulfametoxazol-trimetopri-ma, 2 comprimidos, a cada 12 horas, e tratamento das dermatofi toses com mupirocina

c) repouso e elevação do membro inferior esquerdo, uso de penicilina G 1.000.000 a 2.000.000UI IV, a cada 4 horas, e miconazol para tratamento da der-matofi tose

d) manutenção da deambulação normal para evitar trombose venosa, aplicação de penicilina benzatina 1.200.000UI IM e uso de mupirocina a 2% sobre a área comprometida e sobre as lesões interdigitais por 3 dias

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2012 - INEP - REVALIDA4. Um homem de 45 anos, previamente hígido, com-parece à Unidade Básica de Saúde queixando-se de

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Dermatologia Questões

sic revalida 236

dor, edema e vermelhidão (eritema) surgidos há 2 dias, inicialmente no pé e estendendo-se rapidamen-te para toda a extensão da perna, com aumento de intensidade da dor. Relata, também, febre alta e ca-lafrios associados a adinamia e anorexia. Ao exame físico, o paciente está obeso, com FC = 110bpm, PA = 120x70mmHg e Tax = 39,8°C. O membro inferior direi-to apresenta edema desde o pé até próximo ao joelho, hiperemia brilhante, pele com aspecto de casca de laranja, calor intenso, hiperalgesia e ausência de bo-lhas. E ainda: linfadenomegalia dolorosa inguinal ip-silateral ao membro acometido. Foi transferido para avaliação de um cirurgião, que internou o paciente para iniciar antibioticoterapia parenteral. Que anti-microbiano de escolha deve ser prescrito?a) gentamicinab) amoxicilinac) oxacilinad) vancomicinae) ticarcilina

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Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas

2014 - UFMT - REVALIDA5. A reação de Jarisch-Herxheimer pode ocorrer após tratamento da:a) Leishmaniab) maláriac) sífilisd) hanseníase

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Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superficiais

2015 - SES-GO6. As dermatofitoses correspondem a um grupo de afec-ções produzidas por fungo dermatófito que parasita as porções queratinizadas e/ou semiqueratinizadas da epiderme e de pelos e unhas. É fator que determina a prevalência:a) a transmissão das dermatofitoses pode ser por con-

tato direto ou indiretob) os animais infectados doentes são os responsáveis

pela transmissão da infecçãoc) as dermatofitoses são mais comuns em regiões de

menor temperatura e umidade

d) a tinha do couro cabeludo ocorre com maior frequên-cia na idade adulta

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Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas

2015 - UNESP 7. Um menino de 7 anos, procedente da região sul da Bahia, apresenta, há 15 dias, lesão na coxa “como um furúnculo”. O exame físico revela lesão nodulocística de 2cm de diâmetro, com cordão de linfangite ascen-dente até o linfonodo inguinal, que se encontra aumen-tado de volume e doloroso. A mãe refere ser proprietá-ria de gato adulto, que apresenta, no momento, lesão ulcerada na região nasal e na orelha, resistente a tra-tamentos tópicos. A hipótese diagnóstica e a conduta são, respectivamente:a) leishmaniose tegumentar americana; exame anato-

mopatológico e tratamento imediato com antimonia-to de meglumina

b) leishmaniose tegumentar americana; reação intra-dérmica de Montenegro e internação para tratamen-to com anfotericina B

c) esporotricose; reação intradérmica de Montenegro e tratamento com iodeto de potássio

d) esporotricose; cultura para fungo e tratamento com itraconazol

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Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias

2015 - INEP - REVALIDA8. Uma menina de 4 anos é levada à consulta por sua mãe, juntamente com um bilhete da diretora da cre-che onde passa o dia. O bilhete informa que a crian-ça está coçando muito o corpo, provocando lesões, fato que tem sido recorrente. A mãe insistiu que tra-ta com pomadas e que evita o banho para não ferir mais. As lesões são pequenas pápulas e vesículas, com algumas crostas muito pruriginosas e locali-zadas principalmente no abdome, nas nádegas, no tronco e nas mãos. A mãe tem sua pele examinada e também apresenta lesões idênticas às da menina, no abdome e nas axilas. Diante desse quadro, assinale a opção que apresenta, respectivamente, a hipótese diagnóstica mais provável e a conduta adequada ao caso:

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ComentáriosDermatologia

Dermatologia normal

Questão 1. Analisando as alternativas:a) Correta. Sabidamente há maior incidência de queloi-des em pacientes afrodescendentes. b) Incorreta. A porção superior do corpo sempre é mais afetada pelos queloides. O ombro é um dos locais mais frequentes, assim como a região esternal e o pavilhão auricular.c) Incorreta. Os brancos caucasianos formam a popula-ção com menor incidência de queloides.d) Incorreta. A técnica não infl uencia o desenvolvimento do quadro de queloides, pois depende de fatores genéti-cos e imunológicos do paciente.Gabarito = A

Doenças infectocontagiosas virais

Questão 2. O enunciado relata um caso de herpes-zóster com neuralgia em um paciente imunossuprimido (nor-malmente ocupa um dermátomo e neste caso são 3). Analisando as alternativas:a) Incorreta. Se fosse um caso em imunocompetente, estaria correto, mas, pelo risco em imunossuprimido, é necessário iniciar o tratamento por via endovenosa.b) Incorreta. Nos pacientes idosos o risco é maior. A te-rapia específi ca antirretroviral precoce reduz o risco de neuralgia.c) Correta. É melhor iniciar terapia antiviral nas primei-ras 24 a 48 horas do começo do quadro.d) Incorreta. O uso de corticoide associado ao antiviral ainda não é consensual, pois os estudos são confl itantes.e) Incorreta. A vacina contra o herpes-zóster é indicada após o 1º episódio para evitar recorrências (a infecção não desencadeia imunidade permanente). Neste caso é bem indicada, pois o paciente tem maior chance pelo tra-tamento com biológico.Gabarito = C

Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas

Questão 3. Trata-se claramente de um quadro de erisi-pela constatada pelo quadro febril e pelos calafrios (bac-

teriemia). Além disso, há uma porta de entrada, que é a tinha do pé. Analisando as alternativas:a) Incorreta. Amicacina tem cobertura contra Gram nega-tivos, e os agentes mais frequentes são Staphylococcus e Streptococcus.b) Incorreta. Deve-se realizar o repouso com elevação do membro; no tratamento da porta de entrada devemos utilizar antifúngicos tópicos; e a mupirocina é um anti-bacteriano.c) Correta. d) Incorreta. A alternativa peca pela falta de repouso e uso da mupirocina nas lesões interdigitais, que se devem a fungos.Gabarito = C

Questão 4. O quadro com febre e adenomegalia já, com certeza, aponta para erisipela e não eczema. Os micro--organismos mais associados são os Gram positivos. Gen-tamicina cobre Gram negativo. Amoxicilina não é paren-teral. Vancomicina e ticarcilina são muito potentes para início imediato. Logo, a oxacilina é a mais apropriada.Gabarito = C

Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas

Questão 5. Tal liberação ocorre após o uso da penicilina na sífi lis secundária provocando a morte de muitas espi-roquetas e liberando antígenos na circulação sanguínea, o que leva a um estado infl amatório intenso que mime-tiza um quadro séptico com febre associada a calafrios, artralgias, cefaleia e erupção cutânea , sendo autolimita-da e de tratamento sintomático.Gabarito = C

Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superfi ciais

Questão 6. Analisando as alternativas:a) Correta. A transmissão das dermatofi toses pode ser por contato direto inter-humano ou fômites contamina-dos (roupas ou calçados), ou mesmo solos/pisos conta-minados com esporos que resistem às intempéries.

Derm

atol

ogia

Com

entá

rios

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Dermatologia Com

entários

sic revalida242

b) Incorreta. Existe transmissão de formas zoofílicas, mas o que leva a maior prevalência são as formas an-tropofílicas.c) Incorreta. Fungos necessitam de calor e umidade, co-muns em zonas tropicais.d) Incorreta. A tinha do couro cabeludo é muito mais fre-quente em crianças por alteração na composição lipídica do couro cabeludo.Gabarito = A

Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas

Questão 7. Lesão cutânea com linfangite ascendente e epidemiologia citando gato com lesão nasal – sem dúvi-da é esporotricose. Analisando as alternativas:a) e b) Incorretas. Leishmaniose não leva a linfangite as-cendente. A lesão mais característica seria a úlcera com borda elevada em moldura e lesões na mucosa nasal.c) Incorreta. A reação de Montenegro seria para pesqui-sa de leishmaniose. Para esporotricose, existe a esporo-triquina (não muito utilizada).d) Correta. A cultura é fundamental, pois quase nunca se encontra o fungo no exame direto. Em apenas 7 dias, fica pronta. Em termos de tratamento, o itraconazol é uma boa opção, porém perderia para iodeto de potássio, por este ser mais barato e mais seguro.Gabarito = D

Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias

Questão 8. O quadro clínico da criança é bem típico de escabiose, o que é corroborado pelo quadro simultâneo da mãe. Analisando as alternativas:a) Incorreta. No estrófulo, as lesões são pruriginosas também, porém não estão localizadas no tronco, apenas nas extremidades. Além disso, não estariam presentes na mãe, pois se trata de um quadro alérgico.b) Correta no diagnóstico e no tratamento específico e da sintomatologia. Também tratar a mãe e outros fami-liares é fundamental, e o afastamento se dá até a erradi-cação dos parasitas nos primeiros dias.c) Incorreta no diagnóstico e na indicação de antibioti-coterapia. d) Incorreta. Assertiva no diagnóstico, porém incorreta na conduta. Falta o tratamento específico da escabiose, que pode ser feito topicamente com permetrina ou en-xofre. A alternativa também é incorreta por não afastar a criança da creche.Gabarito = B

Questão 9. A evolução sempre se apresenta como crônica – mais que 1 mês. Apesar do aspecto horrendo a lesão ul-

cerada é indolor. As bordas são ditas em moldura de qua-dro. O fundo é seco e limpo. As áreas expostas são mais afetadas, pois são onde ocorrem as picadas do flebótomo. Gabarito = E

Doenças eczematosas

Questão 10. Sem dúvida, nessa faixa etária, as lesões que acometem a face, poupando o centro facial, são ca-racterísticas da dermatite atópica. Analisando as alter-nativas: a) Correta. A única atenção deve ser dada pelo uso de anti-histamínico nessa faixa etária, que pode ter mais efeitos colaterais de alteração do humor e agitação. É importante lembrar-se da hidratação cutânea. b) Incorreta. Nunca devemos usar anti-histamínico tópi-co e corticoide oral na dermatite atópica.c) e d) Incorretas. A faixa etária já não é a mais apropria-da, a dermatite seborreica costuma acometer até 3 a 4 meses. Não há ligação com a rinite dos pais.e) Incorreta. No caso de miliária, o quadro seria de pápu-las eritematosas e vesículas isoladas, e não haveria irri-tabilidade, pois não é pruriginosa.Gabarito = A

Doenças eritematodescamativas

Questão 11. Analisando as alternativas:a) Incorreta. Não apresenta o fenômeno de Koebner (surgimento da lesão num local ao ferir a pele).b) Correta. Enumera os principais fármacos associados à etiopatogenia da psoríase.c) Incorreta. Pode afetar, sim, áreas de dobras e semimu-cosas, sendo chamada de psoríase invertida.d) Incorreta. O sinal “do orvalho sangrento” está correto, po-rém o de Zileri é da pitiríase versicolor (micose superficial).Gabarito = B

Doenças inflamatórias

Questão 12. A história do paciente mostra que algum dis-túrbio de absorção intestinal impede que ele assimile os suplementos de ferro. Diante de um quadro dermatológico que cursa com prurido e distúrbio intestinal, sempre deve-mos pensar em dermatite herpetiforme associada a doen-ça celíaca. Do ponto de vista da pele, as lesões clássicas são vesículas agrupadas causadas por depósito de IgA na jun-ção dermoepidérmica. As alternativas “a” e “b” nunca vêm associadas a quadros intestinais. Por outro lado, a doença de Whipple não tem quadro dermatológico associado. A resposta ao tratamento com dapsona é muito rápida.Gabarito = D