deportações preocupam imigrantes!

12
1 Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013 Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Estrangeiros clandestinos podem ser deportados Pág. 03 Vítimas de trabalho escravo não têm documentação no Brasil Pág. 09 Sucesso no 2º Festival de Música e Poesia do Migrante Pág. 10 Festa boliviana no Memorial da América Latina Pág. 12 Deportações preocupam imigrantes!

Upload: truongminh

Post on 08-Jan-2017

231 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Deportações preocupam imigrantes!

1 Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Estrangeiros clandestinos podem ser deportados

Pág. 03

Vítimas de trabalho escravo não têm documentação no Brasil

Pág. 09

Sucesso no 2º Festival de Música e Poesia do Migrante

Pág. 10

Festa boliviana noMemorial da América Latina

Pág. 12

Deportações preocupam imigrantes!

Page 2: Deportações preocupam imigrantes!

Visita do Papa Francisco ao BrasilEditorial

Essa edição do Jornal No-sotros Imigrantes traz como tema principal a

questão da deportação de imigrantes. Infelizmente, vive-mos em uma sociedade onde a pessoa humana perdeu a centralidade e a vida deixa de estar sempre em primeiro lu-gar. Vivemos sob a égide do poder e do dinheiro. Cada vez mais, todas as riquezas pro-duzidas coletivamente pela sociedade concentram-se em poucas mãos. As pessoas, in-clusive, são comumente tra-tadas como objeto de lucro e de exploração. Todos os dias chegam até nós, através dos jornais, rádio, televisão, notí-cias de violência e mortes por motivos banais.

Muitas famílias de imi-grantes têm passado por essa violência cotidiana, como no caso recente da morte do me-nino boliviano, Brayan. Sabe-mos que todo o processo mi-gratório envolve não somente a pessoa que migra, mas tam-bém a família, a comunida-de. Essa separação quase sempre é vivida como fato doloroso. Muitos imigrantes, por não conseguir trabalho não têm recursos para arcar com as taxas cobradas para a regularização migratória e fi cam, por longo tempo, em situação de irregularidade. Quando são pegos pela Polí-cia Federal recebem notifi ca-ção e multa e, se não cumpri-rem os prazos e pagarem as multas estabelecidas, são de-portados. Essas deportações aumentam as difi culdades daqueles que tentaram uma alternativa melhor para si mesmos e para a família que, muitas vezes, permaneceu no país de origem.

Nesse sentido, trazemos à refl exão a questão das de-portações, com o objetivo de impulsionar os imigrantes a buscar estar sempre em dia com a documentação, como forma de evitar problemas e de aumentar o acesso a direi-tos garantidos aos que se en-contram em situação regular no país.

Expediente:

Centro Pastoral do Migrante - CPMTel.: (0xx11) 3207-0888

www.cpmigrantes.com.br - [email protected] do Glicério, 225 - Liberdade - São Paulo/SP

Centro de Apoio ao Migrante - CAMI/SPMTel.: (0xx11) 2694-5428

www.cami-spm.com.br - [email protected] Guaporé, 353 - Ponte Pequena - São Paulo/SP

Editoração Eletrônica: Hernane Martinho Ferreira (11) 988.375.057 - [email protected]

2Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

O legado maior foi a fi gura do Papa Francisco: um humilde servidor da fé, despojado de

todo aparato, tocando e deixando-se tocar, falando a linguagem dos jovens e as verdades com sinceridade. Re-presentou o mais nobre dos líderes, o líder servidor que não faz referência a si mesmo, mas aos outros com carinho e cuidado, evocando esperança e con-fi ança no futuro.

No campo político, encontrou um país conturbado pelas multitudinárias manifestações dos jovens. Defendeu sua utopia e o direito de serem ouvidos. Apresentou uma visão humanística na política, na economia e na erradicação da pobreza. Criticou duramente um sis-tema fi nanceiro que descarta os dois pólos: os idosos porque não produzem e os jovens não criando-lhes postos de trabalho. Os idosos deixam de repassar sua experiência e os jovens são priva-dos de construir o futuro. Uma socieda-de assim pode desabar.

O tema da ética era recorrente, fundada na dignidade transcendente da pessoa. Com referência à democra-cia cunhou a expressão “humildade social” que é falar olho a olho, entre iguais e não de cima para baixo. En-tre a indiferença egoísta e o protesto violento apontou uma opção sempre possível: o diálogo construtivo. Três categorias sempre voltavam: o diálo-go como mediação para os conflitos, a proximidade para com as pessoas para além de todas as burocracias e a cultura do encontro. Todos têm algo a dar e algo a receber. “Hoje, ou se aposta na cultura do encontro ou to-dos perdem”.

No campo religioso foi mais fe-cundo e direto. Reconheceu que “jo-vens perderam a fé na Igreja e até mesmo em Deus pela incoerência de cristãos e de ministros do evangelho”. O discurso mais severo reservou-o para os bispos e cardeais latinoamericanos (CELAM). Reconheceu que a Igreja, e ele mesmo se incluiu, está atrasada com referência à reforma das estrutu-ras da Igreja. Conclamou não apenas

a abrir as portas para todos, mas a saírem em direção do mundo e para as “periferias existenciais”. Criticou a “psicologia principesca” de membros da hierarquia. Eles têm que ser pobres interior e exteriormente. Dois eixos devem estruturar a pastoral: a proximidade do povo, para além das preocupações orga-nizativas e o encontro mar-

cado de carinho e ternura. Fala até da necessária “revolução da ternura” coisa que ele mostrou viver pessoalmente. Entende a Igreja como mãe que abraça, acaricia e beija. Essa atitude materna

os pastores devem cultivar para com os fi éis. A Igreja não pode ser controla-dora e administradora, mas servidora e facilitadora. Enfaticamente afi rma que a posição do pastor não é a posição do centro, mas a das periferias. Esta afi r-mação é de se notar: a posição dos bis-pos deve ser “ou à frente para indicar o caminho, ou no meio para mantê--lo unido e neutralizar as debandadas, ou então atrás para evitar que alguém se desgarre” e dar-se conta de que “o próprio rebanho tem o seu olfato para

encontrar novos caminhos”. Ademais, deu centralidade aos leigos para junto com os pastores decidirem os caminhos da comunidade. O diálogo com o mun-do moderno e a diversidade religiosa: o Papa Francisco não mostrou nenhum medo face ao mundo moderno; quer trocar e inserir-se num profundo senti-do de solidariedade para com os priva-dos de comida e de educação. Todas as confi ssões devem trabalhar juntas em favor das vítimas. Pouco importa se o atendimento é feito por um cristão, ju-deu, muçulmano ou outro. O decisivo é que o pobre tenha acesso à comida e à educação. Nenhuma confi ssão pode dormir tranquila enquanto os deserda-dos deste mundo estiverem gritando. Aqui vige um ecumenismo de missão, todos juntos, a serviço dos outros.

Aos jovens dedicou palavras de entusiasmo e de esperança. Contra uma cultura do consumismo e da desuma-nização convocou-os a serem “revolu-cionários” e “rebeldes”. É pela janela dos jovens que entra o futuro. Criticou o restauracionismo de alguns grupos e o utopismo de outros. Colocou o acento no hoje: “no hoje se joga a vida eterna”. Sempre os desafi ou para o entusiasmo, para a criatividade e para irem pelo mundo espalhando a mensagem gene-rosa e humanitária de Jesus, o Deus que realizou a proximidade e marcou encontro com os seres humanos.

Na celebração fi nal havia mais de três milhões de pessoas, alegres, festivas e na mais absoluta ordem. Desceu um aura de benquerença, de paz e de feli-cidade sobre o Rio de Janeiro e sobre o Brasil que só podia ser a irradiação do terno e fraterno Papa Francisco e do Sentimento Divino que soube transmitir.

Leonardo Boff escreveu Francisco de Assis e Francisco de Roma: uma nova

primavera na Igreja?

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Page 3: Deportações preocupam imigrantes!

ENTREVISTA

“Estrangeiros em situação de clandestinidade podem ser DEPORTADOS”

Em uma entrevista ao Jornal Nosotros Imigrantes (JNI) o Chefe do Núcleo de Estrangeiros da Delegacia de Imigração em São Paulo, Di-ógenes Perez de Souza, expôs questões operacionais sobre o trabalho desenvolvido pela Polícia Federal nos casos de deportação.

1. (JNI) Como ocorre a deportação e quais são as etapas?A deportação no Brasil ocorre quando a pessoa está irregular no país. Todo

estrangeiro tem a obrigação de manter sua situação regular no país, saindo disso, ele é passível à deportação, que é a retirada de um estrangeiro por uma situação de irregularidade. Não é uma situação de crime. Não vamos confundir com expul-são que é quando uma pessoa não é grata no país. A expulsão é uma medida mais drástica, diferente da deportação onde o estrangeiro está irregular no país e por isso, tem que sair e, se quiser, poderá reingressar, efetuando o pagamento da multa conforme o auto de infração.2. (JNI) Quais são as sanções, multas e prazos que deve cumprir o estrangeiro a partir do auto de infração e notificação?

Quando o estrangeiro se encontra irregular no país, por exemplo, nos casos em que a PF acompanha as fiscalizações das oficinas de costura, a pessoa vai ser autuada e recebe uma multa e notificação para deixar o país, conforme a situação, pode ser notificada a deixar o país em três dias ou em oito dias. Após esse prazo, a pessoa está correndo risco de ser deportada a qualquer momento pela PF. A partir daí pode ser compulsoriamente obrigada a deixar o país. 3. (JNI) Em quais condições um estrangeiro pode ser deportado no Brasil?* Sempre que estiver em situação irregular, por exemplo, nos casos em que não

tenha nenhum documento. Sem documento, fica em situação de clandestinida-de no país, porque o nome dele não aparece em nenhum registro ou cadastro no Brasil.

* Fica em situação irregular também o estrangeiro que tem sua residência provi-sória vencida e não ingressou com seu pedido para permanência, por exemplo, no caso de ter direitos por prole ou por cônjuge. Se ele não providenciou a documentação para essas transformações, passa a ser irregular, nesses casos, também, pode ser autuado a deixar o país.

* Por não ter deixado o país no prazo estipulado.4. (JNI) Em que casos os imigrantes dos países membros do tratado MERCO-SUL de livre trânsito e residência podem ser multados e deportados?

O acordo MERCOSUL de livre trânsito e residência prevê as exceções das multas e das penalidades migratórias, nos casos de ingresso pelo acordo. No caso de estrangeiros nacionais de algum dos países do MERCOSUL forem notificados, se ingressarem com pedido de residência MERCOSUL na PF, não vão ser obriga-dos a deixar o país, nem será exigido pagar a multa, porém, isso deve ser apresentado no prazo de 03 ou 08 dias. Todos os pe-didos de regularização têm que ocorrer perante a PF, único órgão que regulariza a situação do estrangeiro no Brasil.

O estrangeiro pode pedir o cancela-mento dessa multa no sistema, protoco-lando na PF o pedido, comprovando que entrou com o pedido de residência MER-COSUL.5. (JNI) Quais são os valores das autuações?

Dependem das infrações e do tempo. Por exemplo, existem infrações por não atualizar seu endereço, se ele não atualizar esses dados em 30 dias, recebe uma multa.

Depois de esgotado o prazo de esta-da legal no país, especificado no termo de notificação, a multa vai aumentando e é calculada por dia (8,02 reais e dois centavos p/dia). A multa máxima pode chegar a oitocentos reais e fração.6. (JNI) Quando a deportação envolve a família, tem algum tipo de penalida-de também para os filhos (crianças)?

Cada estrangeiro irregular vai ter a sua autuação, no caso, por exemplo, que a família seja composta pelo pai, mãe e dois filhos com idades de quinze e três anos, a multa será para todos. Cada um vai receber um Auto de Infração e Notificação para deixar o país, neste caso, são qua-tro multas e quatro notificações; não é uma por família, as atuações são individuais, seja adulto ou criança.7. (JNI) Se o imigrante é notificado a deixar o país, e não cumprir a notifica-ção, que acontece, se ele for encontrado novamente pela PF?

Se o estrangeiro continua irregular, corre o risco de ser deportado a qualquer momento, a partir da finalização do prazo para deixar o país. A partir desse momen-to já é passível ser surpreendido pela PF. Agora, se ele deixa o país voluntariamente e decide voltar, deve efetuar o pagamento da multa.8. (JNI) Em quais normativas legais o departamento da Polícia Federal se baseia para o processo da deportação?

A deportação é normatizada tanto pelo Estatuto do Estrangeiro, nos termos do artigo 98-I do Decreto 86.715/81, como no artigo 125 II da Lei 6815/80. Cabe a PF cumprir essas disposições legais.9. (JNI) Os estrangeiros que estejam casados com um cidadão(ã) brasileiro, ou tenham filhos nascidos no Brasil podem ser deportados?

Sim, se estiverem irregulares correm o risco de serem deportados. Por isso é importante, para evitar multas e autuações, o estrangeiro se regularizar e dar en-trada do seu pedido de permanência, porque é um direito que ele tem. Mas se não entrar com o pedido e permanecer irregular poderá ser deportado.10. (JNI) Qual o papel da PF nas fiscalizações das oficinas de costura?

Uma das funções da PF é a segurança da equipe e a garantia de que a fiscaliza-ção aconteça sem nenhum impedimento, de alguma conduta.

Garantir a integridade física da equipe, verificar a situação de flagrantes e a fiscalização migratória. Às vezes, as pessoas estão mantidas nas oficinas à força, privadas de sua liberdade. Essas situações serão avaliadas e ver se essas pessoas não têm condições de se regularizar, mas nem sempre acontece isso.11. (JNI) Como a PF entende a normativa 93 do CNIg, sobre concessão de vistos para estrangeiros em situação de vulnerabilidade?

Constatada a situação de vulnerabilidade a normativa entra em vigor. Cada caso nas oficinas de costura é específico e tem diferentes tratamentos. Em cada caso estão envolvidas diferentes situações e deve-se fazer uma análise especial em cada um dos casos. Buscar ver qual a realidade e analisar o conjunto.12. (JNI) Alguma recomendação final?

Não queremos estrangeiros em situa-ção de clandestinidade; queremos que ele possa usufruir dos serviços públicos, ter dignidade, caminhar livremente pelas ruas, exercendo não só os seus direitos, mas tam-bém de toda a sua família. Se o estrangeiro estiver regular não vai ser explorado; o es-trangeiro com documentação não tem medo e tem pleno gozo de seus direitos.

É importante que o povo boliviano saiba que temos um posto da PF que traba-lha junto ao consulado da Bolívia na Rua Coimbra. O povo boliviano é quem tem procurado mais os nossos serviços aqui em São Paulo.

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

3 Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

Page 4: Deportações preocupam imigrantes!

Inmigrantes que están en situación irregular pueden ser deportadosInmigrantes trabajadores sin documentos

El Estatuto del Extranjero (Ley nº 6.815) prohíbe a los extranjeros con visto de turista, temporario o de tránsito, el ejercicio de cualquier tipo de actividad remune-rada, exceptuando en los casos de comprobación de contrato de trabajo. Como este no es el caso de los inmigrantes latinoamericanos que vienen a trabajar de forma irregular en las oficinas de costura de São Paulo, el trabajo de ellos es considerado, por la legislación brasilera ilícito e ilegal.

Este problema envolviendo el trabajo degradante y esclavo de inmigrantes latinoamericanos es conocido por las autoridades brasileras, que combaten esta práctica con operaciones de fiscalización a las fábricas y oficinas de confecciones.

En estas operaciones intervienen funcionarios del Ministerio Público de Tra-bajo, Policía Federal y el Ministerio de Justicia y dependiendo de la situación migratoria los trabajadores pueden ser deportados.

Visto de permanencia en Brasil para extranjeros en situación de vulnerabilidad

La Resolución Normativa do Consejo Nacional de Inmigración, nº 93, de 21/12/2010 prevé que podrán ser concedidos vistos permanentes a los extranjeros que estén en Brasil en situación de vulnerabilidad, víctimas de tráfico de personas o trabajo esclavo. Esta concesión de visto permanente o permanencia puede ser extendida al cónyuge o compañero o ascendentes, descendientes y dependientes que tengan comprobada la convivencia habitual con la víctima.

A partir de esta concesión de visto el inmigrante está autorizado a permanecer en el Brasil y podrá decidir si voluntariamente colaborará con la investigación de estos crímenes.

Lamentablemente las víctimas no denuncian esta explotación e situación de-gradante a la que están sometidas, porque no tienen su situación migratoria regula-rizada y tienen miedo a una deportación, ignoran además la existencia de este tipo de visto de permanencia que está en vigor.

“Estoy un año y tres meses en Brasil, trabajando con mi tío que me dice siempre que uno de estos días vamos a salir para hacer mis papeles, pero nada hasta ahora, el otro día solito quería ir a la Coimbra (Rua de comercio de bo-livianos), pero él no me deja salir porque dice que tenemos mucho servicio, no deja que hablemos con nadie en la calle, somos dos aquí que todavía no tenemos nada de papeles y mi carnet está caducado”, manifiesta un trabajador boliviano de una oficina de costura en Villa Guilherme.

Acuerdo sobre Residencia MERCOSUREl acuerdo sobre Residencia para Nacionales de los Estados Partes Mercosur

– Argentina, Brasil, Paraguay, Uruguay y Venezuela –, incluidos también Bolivia, Chile, Perú y Colombia, prevé el derecho de permanencia válida para los naciona-les de estos países, desde que comprueben la nacionalidad y la ausencia de antece-dentes criminales.

El Centro de Apoyo al Migrante CAMI/SPM te orienta y ayuda a agilizar los trámites administrativos para resolver tu situación migratoria por, 1ª, 2ª y 3ª fase Mercosur, garantizando la protección de tus derechos humanos.

Extranjeros que sobrepasaban el tiempo legal de estadía en el país Las personas fuera del plazo legal en Brasil, pueden enfrentan una situación

de detención y posible deportación es una circunstancia que puede llegar de varias maneras: en lugares de trabajo, autobuses, viajes por carreteras, denuncias de ter-ceros, ser detenidas por la policía al cometer una violación a las leyes.

MEDIDAS COMPULSIVAS Son los actos realizados por el gobierno brasilero con miras a la retirada com-

pulsiva de extranjeros del territorio nacional y están contempladas en cuatro moda-lidades: Deportación, Expulsión, Extradición y RepatriaciónDeportación: Aplicada en los casos de entrada o estadía irregular de extranje-ros al territorio nacional. Es competencia de la Policía Federal la retirada compul-siva del extranjero, en caso no atienda la notificación previa para dejar el país. La deportación no impide el retorno del extranjero al territorio nacional, siempre que la Unión sea resarcida por las despensas eventualmente efectuadas con la medida y la recepción de eventuales multas impuestas, que deberán hacerse antes que el extranjero entre nuevamente al Brasil.

Expulsión: Adoptada contra el extranjero nocivo o indeseable a la conviven-cia social.

El extranjero expulsado está impedido de reingresar al País. El reingreso im-plica crimen, y el infractor queda sujeto a pena de hasta cuatro (4) años de reclusión con la reactivación de la expulsión después del cumplimiento de la pena. Extradición: La extradición es un acto de entrega que un Estado hace de un in-dividuo procurado por la Justicia para ser procesado o para la ejecución de la pena, por crimen cometido fuera de su territorio, a otro Estado que lo reclama y que es competente para promover el juzgamiento y aplicar la condena.

La extradición puede ser analizada sobre dos enfoques distintos: activa, cuan-do el gobierno brasilero es quién solicita la extradición de un individuo que huyó para otro país; y pasiva, cuando un Estado extranjero solicita al gobierno brasilero la extradición de una persona que se encuentra huyendo en Brasil.

La Constitución Brasilera veta la extradición de brasilero, sea nato o natura-lizado, salvo en esta última hipótesis, en caso de crimen común practicado antes de la naturalización, o de comprobado envolvimiento en tráfico ilícito de estupefa-cientes y drogas afines. La existencia de hijo o cónyuge brasileros no constituyen impedimento para efectivizar la medida extraditoria.

La extradición difiere de la expulsión, toda vez que ésta es un acto unilateral que pretende la retirada compulsiva del extranjero, en consecuencia del crimen que haya cometido en Brasil o cuando fuera considerado nocivo a la convivencia social. Una vez expulsado el extranjero está impedido de retornar al territorio nacional, excepto sea revocado el acto que determinó la medida. Ya la extradición es consecuencia de crimen cometido en el exterior, y consiste en acto bilateral, basado en tratado u ofrecimiento de reciprocidad, pretendiendo la persecución criminal en el combate al crimen. La repatriación: Ocurre cuando el clandestino es impedido de ingresar en ter-ritorio nacional por la fiscalización fronteriza y aeroportuaria brasilera. Se efectúa la repatriación a expensas de la transportadora o de la persona responsable por el transporte del extranjero al territorio nacional. Es repatriado el extranjero in-documentado o que no posee visa para ingresar al territorio nacional o aquél que presenta visa diferente de la finalidad para la cual vino al Brasil.

Las Multas, infracciones e penas a extranjeros irregulares es-tán determinadas en el Art. 125º del Estatuto del Extranjero y se aplican cuando por ejemplo el inmigrante:• Entra en territorio nacional sin estar autorizado (clandestino): • Se demora en territorio nacional luego de agotado el plazo legal de estadía: • Deja de registrarse en el órgano competente, dentro del plazo establecido • Transporta para el Brasil a extranjeros que estén sin documentación • Emplear y mantener a su servicio a extranjeros en situación irregular o • impedido de ejercer actividad remunerada

Son diversas las formas en que un extranjero puede ingresar en otros territorios, en Brasil, la situación jurídica del extranjero es regida por la Ley 6.815 de 19 de Agosto de 1980 (ESTATUTO DEL EXTRANJERO).

Foto: Cami

Foto: Cami

4Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

Page 5: Deportações preocupam imigrantes!

Inmigrantes que están en situación irregular pueden ser deportados

TIPOS DE VISASTránsito: Concedida al extranjero que, para llegar al país de destino, tenga que entrar en territorio brasilero. La visa de tránsito permite la estadía de hasta diez (10) días, improrrogables.Turista: Se destina a los viajes de carácter recreativo o de visita, sin finalidad in-migratoria, siendo, por consiguiente, vetado al ejercicio de actividad remunerada. Esta visa brinda la posibilidad de múltiples entradas, con estadías que no excedan los noventa (90) días, pudiendo prorrogarse por noventa (90) días más, siempre que no exceda el máximo de ciento ochenta (180) días, en un período de doce (12) meses. La prórroga de la visa de turista deberá ser solicitada dentro del plazo de estadía, ante la Policía Federal.Temporal: Válida para el extranjeros en situación de viajes, negocios o en con-dición de estudiantes, periodistas, artistas, deportistas o ministros de confesión re-ligiosa Los plazos varían y son prorrogables a partir de los noventa días.

Bajo régimen de contrato de trabajo, mediante autorización del Ministerio de Trabajo y Empleo, con un plazo de estadía de hasta dos (2) años, pudiendo ser prorrogado por única vez, desde el momento que fue solicitada hasta treinta (30) días antes del vencimiento.Permanencia Definitiva: La permanencia definitiva es concedida a los ex-tranjeros que posean hijo o cónyuge brasileros.• Por hijo nacido en Brasil: es necesario que, comprobadamente, el extranjero

mantenga la prole bajo su cuidado, asistiéndola moral, social y económicamente.• Por cónyuge Brasilero: es necesario que la pareja no esté separada.• Reunificación familiar, cuando el extranjero tenga padre, madre, hijo(a) o

esposo(a) de titular de visa permanente. En los casos de hermano, nieto o bis-nieto, sólo se concederá si éstos fueran huérfanos, siempre que sean solteros y menores de 18 años o incapaces. También los ascendentes siempre que sea demostrada la necesidad efectiva de amparo por el demandante, o sea, el res-ponsable por la venida del extranjero

• Asilado o refugiado: que compruebe residir en Brasil por más de seis años como beneficiario de la condición de asilado o refugiado; o, ser profesional calificado y contratado por institución aquí instalada: o, ser reconocidamente profesional de capacitación; o estar establecido con negocio resultante de ca-pital propio, en los mismos términos de inversionista extranjero.

Cambio de dirección: El extranjero regularizado está obligado a comunicar al órgano de la Policía Federal más próximo a su residencia, el cambio de domicilio o de residencia, en el plazo de treinta (30 días) siguientes a su efectivización. Esta comunicación podrá ser hecha personal-mente o por carta, con Aviso de Recepción (AR), debiendo constar obligatoriamente el nombre del extranjero, el núme-ro del carnet de identidad y el lugar donde fue emitido, así como el documento comprobatorio de la nueva residencia o domicilio. SALIDA Y RETORNO• El extranjero regularizado com visto permanente que se

ausenta del Brasil podrá regresar, independiente de la visa, siempre que lo haga dentro de dos (2) años, conta-dos desde la fecha en que dejó el territorio nacional.

• Si la estadía en el exterior fuera superior a dos (2) años, el registro será cancelado. El reingreso a Brasil, en con-dición de permanente dependerá de la concesión de la nueva visa consular.

• El extranjero registrado como temporal, que se ausente de Brasil, podrá reingre-sar, independiente de la nueva visa, siempre que lo haga dentro del plazo fijado en el carnet de identidad, plazo de validez, emitida por la Policía Federal.

• El trámite del pedido de prórroga, cambio de visa o de permanencia definitiva, solicitada intempestivamente, no se verá afectada por la salida del extranjero

del territorio nacional, aún cuando el plazo de estadía esté vencido o por vencer, en un plazo no superior a los noventa (90) días.

ASILO POLÍTICO Y REFUGIOLa Constitución Federal, contempla la concesión de asilo político y se trata de

la protección concedida al extranjero perseguido en su territorio por delitos políti-cos, convicción religiosa o condición racial.

Son dos los tipos de asilo político: el diplomático y el territorial: asilo político diplomático es aquél concedido al extranjero que aún está en su propio territorio. El asilo territorial es concedido por el Ministro de Justicia, por plazo limitado de hasta dos (2) años, siendo prorrogable en cuanto persistieran las condiciones que le dieron origen, mediante requerimiento del interesado.

ENTRADA DE PEDIDO RNE EN LA POLÍCIA FEDERALEl documento de permanencia de extranjeros en Brasil se llama Registro Na-

cional de Extranjeros (RNE), solamente con este número puedes obtener el CPF para abrir cuenta en el banco, o realizar cualquier otra actividad que necesite de una confirmación da tu permanencia prolongada en Brasil. Después de la entrega de documentación en la Policía Federal, te entregarán un Protocolo y el SINCRE (hoja de registro que lleva todos tus datos en la Policía Federal hasta la emisión de tu Cédula de Identidad de Extranjero (CIE) que puede demorar más o menos 180 días.

Para dar entrada en el pedido de RNE ante la Policía Federal debes reunir do-cumentación exigida según el requerimiento de tipo de permanencia. En CAMI te orientamos y facilitamos algunos documentos para tus trámites paso a paso.

IMPORTANTE:• Agenda tu entrevista para renovación con 3 meses de anticipación al venci-

miento de tu permanencia, si tu plazo expira y la renovación no fue efectuada, será cobrada una multa por atraso.

• El extranjero que da entrada vía Mercosur, realiza este proceso en 3 Fases. • Para la permanencia definitiva Vía Mercosur necesita comprobar; a) 1 ª opci-

ón: trabajo lícito con Cartera de Trabajo 3 últimos Holerites (boleta de pago) b) 2ª Opción: empresarial, Contrato Social de la firma y DECORE; c) 3ª Opci-ón, autónomo: CCM y DECORE, realizado a través de un contador con firma reconocida.

• El extranjero que da entrada por hijo brasilero debe saber que en caso de muerte o abandono del hijo, divorcio, separación o alteración del vínculo familiar, la concesión de la permanencia definitiva es anulada. En ese caso, puede dar entrada vía MERCOSUR para extranjeros nacionales de los países miembros.

• El extranjero que cambia de domicilio o de residencia está obligado a comuni-car a la Policía Federal, 30 días siguientes a su efectivización. Caso contrario puede ser multado.

• Los extranjeros con RNE permanente no pueden ausentarse del país por más de 2 años, los que tienen RNE provisional o temporal no pueden ausentarse más de 90 días, si fuera el caso pierden el documento de permanencia y podrán postular nuevamente a la permanencia definitiva.

• Cuando salga de casa, debe llevar consigo siempre su documentación vigente RNE y CPF porque la policía puede pedir comprobación de su identificación.

Teléfonos y direcciones de tu interés• Delegacia da Policia Federal de São PauloRua Hugo D’Antola, 95, Lapa de BaixoSão Paulo / SP - CEP: 05038-090Tel.: (11) 3616-5107

• Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidada-nia SPPátio do Colégio, 148, CentroSão Paulo / SP - CEP: 01016-040Tel.: (11) 3291-2600 - Denuncia 181

• Delegacia Regional do Trabalho SPRua Martins Fontes, 109, CentroSão Paulo / SP - CEP 01050-000Tel.: (11) 3150-8106 / Fax: (11) 3255-6373

Son diversas las formas en que un extranjero puede ingresar en otros territorios, en Brasil, la situación jurídica del extranjero es regida por la Ley 6.815 de 19 de Agosto de 1980 (ESTATUTO DEL EXTRANJERO).

Foto: Cami

Foto: Cami

5 Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

Page 6: Deportações preocupam imigrantes!

A V O Z D A S C O M U N I D A D E SITALIALettera di Mons. Giovanni Battista Scalabrini

Dalla “fazenda” Santa Gertrudes,La presenza dei Padri Scalabriniani in Sto.

Antonio della “Piazza Patriarca” risale al 1904, quando il conte de Prates há invitato i Padri Scalabriniani dell’orfanatrofi o Cristoforo Colombo a dare assistenza religiosa nella sudetta Capella di Sto. Antonio, il conte Prates faceva parte della “confreternita Madonna del Rosario della Capella di Sto. Antonio,”

Per felice coincidenza il nostro fondatore Scalabrini visitava i Padri Scalabriniani tragli italiani che vennero sostituire il lavoro de gli shiavi quando fu data loro la libertá. Scrive il Vescovo Scalabrini: “mi trovo a 250 miglia al nord di S.Paolo, in visita ai nostri giovani italiani che dimorano nelle fazende .Questa nella quale mi trovo é una delle migliori, perché il padrone Conte de Prates é un buon cattolico e ha fatto fabbricare nel mezzo della colonia una chiesa, dove possono raccogliersi per la recita delle preghiere e una volta ogni due anni ricevere i Santi Sacramenti quando arrivano i nostri Missionari da S.Paolo.

Ora che vedo le cose come stanno, debbo chiamarli veramente eroici i miei padri. Ora sono fuori quase tutti predicando, confessando e continuano per mesi e mesi passando dall’una e all’altra fazenda com immensi disagi .Se avessi disponibile um centinaio di veri sacerdoti, quanta gloria di Dio e quanto bene a queste povere anime abbandonate e che toccano quase il milione.

Carissimo DP. Francesco Sidoli le mie notizie le conoscied é inutile il ripeterle. Ti dico solamente che continuo a stare benissimo, come in passato, e che Dio mi guarda com una cura paternamente amorosa. Come si sente l’effi caccia delle preghiere nelle condizioni in cui mi trovo.

Salutami tutti che chiedono notizie di me e che benedico tutti di cuore.Mons. Giovanni Battista ScalabriniVescovo di Piacenza

Pe. Giorgio Cunial cs.

PARAGUAYParaguay con nuevo rumbo y fu-turo incierto

La última elección presidencial realizada en Para-guay en abril de este año, fue un éxito de la democracia, según Renate Weber, jefa de la misión de observadores de la Unión Europea en Paraguay, porque “los comicios

tuvieron una de las más altas participaciones en la historia democrática del país; sin embargo, destacó ciertas violaciones de la legislación electoral”.

La señora Weber creo, no vio las noticias previas a las elecciones donde fi lma-ron al senador del Partido Colorado Silvio, Beto, Ovelar, negociando un “trato apu’a” (acuerdo redondo), en Coronel Oviedo, interior del país, comprando votos en un asen-tamiento por 100 mil guaraníes (unos R$ 50,00 aproximadamente) cada uno, para que voten por su “líder” y también eran reconocidos votos nulos. Ovelar solamente exigía las cédulas de las personas y, que éstes se entinten el dedo indicador. En Paraguay, como en muchos países de Latinoamérica, la acción del voto conlleva el entinte del dedo índice. Por tanto, al mancharlo con antelación, se tiene la garantía de que esa persona no votará.

Este tipo de acontecimiento en fechas elec-torales se pasan como normales en el Paraguay, bien lo mostraba el documental “Dios bendiga al Paraguay” que fue fi lmada durante las eleccio-nes de 2008 y se veía al rojo vivo la compra de cédulas en un puesto comando en algún lugar de la periferia asuncena.

Estas elecciones también fueron históricas porque por primera vez se vio la participación de los paraguayos residentes en el exte-rior, con mezas habilitadas en Argentina, España y Estados Unidos. Coincidentemente los paraguayos residentes en otros países con números importantes no fueron llevados en consideración, ejemplo claro de eso fue el Brasil, que concentra millares de ciuda-danos “guaranís” en diversas ciudades de este país y con mayor concentración en São Paulo.

En dicha ciudad las movilizaciones fueron intensas para la concientización de nuestros familiares en Paraguay, con la campaña “una llamada vale un voto” que a través de la AsociaciónJapayke que trabajo en sintonía junto con las diversas organiza-ciones de paraguayos por el mundo.

Japayke fue protagonista de algunos seminarios antes y después del referéndum que dio el “sí” a los paraguayos residentes en el extranjero. Movilizamos instituciones paraguayas como el tribunal Electoral, Ministerio de Repatriación y otros órganos para que se garantice el derecho al voto de todos los “paraguayos de afuera” conquistado el 09 de octubre de 2011, con el apoyo de diversas organizaciones sociales, centrales sindicales y algunos partidos progresistas del Brasil.

Todo no sirvió de mucho, porque tal vez, los paraguayos que estamos en Brasil no hacemos parte de los intereses estratégicos de los partidos tradicionales del Paraguay y por eso nos negaron este derecho constitucional conquistado después de muchas ba-tallas y añorados por otros soñadores que sacrifi caron su vida por este simbólico hecho, pero, los verdaderos paraguayos aprendimos que no muere quien pelea.

Nuevo RumboEl centenario y conservador partido Colorado salió victorioso de las elecciones

presidenciales de la mano de Horácio Cartes, un empresario exitoso actualmente y de obscuras procedencias, quien asumió el pasado 15 de agosto en un ambiente de fi esta, ya que los colorados vuelven al poder después de 5 años, porque en el 2008 perdieron después de 60 años consecutivos en el poder, 35 de ellos a través de una dictadura mi-litar sangrienta, que mantuvo al Paraguay en el atraso y la obscuridad.

El mayor desafío de Cartes será el combate a la pobreza, la corrupción, inseguridad, generación de empleos, educación y salud pública de calidad, con-tener la migración de sus compatriotas al extranjero y repatriar a los que quieran volver, de entre otros males que afecta al Paraguay y donde los mayores responsables de todo lo citado es nada más que su partido, si, el partido colorado.

Ya en el ámbito internacional, el Paraguay viene sufriendo un aislamiento por parte del MERCOSUR y UNASUR que consideraron un “quiebre del proceso demo-crático” la destitución de Fernando Lugo en junio del 2012, a través de un juicio polí-tico “express”. En contra partida durante la gestión de su sucesor Federico Franco, el Paraguay consigue una aproximación mayor con los países de la “Alianza del Pacífi co” que es formado por Chile, Colombia, Perú y México, donde esta como observador, haciendo eco a los intereses estadounidenses de trabajar contra la integración regional liderada por el Brasil y reforzada por Venezuela desde un punto de vista geopolítico.

La política eterna paraguaya será pragmática durante el gobierno Cartes, un mo-mento estará próximo al Mercosur, en otro de lado de la Alianza para el Pacífi co.

Así por delante el Paraguay irá andando por el nuevo rumbo tanto interna como externamente, de la mano de viejos conocidos y esperamos que los resultados sean bien diferentes a lo que esperamos de ellos, digo eso por las decepciones causadas a lo largo de nuestra historia como nación.

Léo Ramirez, paraguayo inmigrante,trabajador y estudiante de Relaciones Internacionales.

Miembro de la Asociación Japayke.

PERULas remesas de los Peruanos

Los tres factores que posibilitaron el gran cre-cimiento económico del Perú en los últimos años fueron la gran entrada de capitales externos, los al-tos precios de las materias primas, principalmente

de minerales, y el fl ujo de las remesas de los migrantes peruanos. Estas remesas en 2013 deben bordear 2,600 millones de dólares lo que representa 1,3% del PBI peruano. Llama la atención que a pesar de la recesión y crisis económica existente en varios países donde estos peruanos radican, estas remesas no han disminuido. Presumiblemente, estos ciudadanos que sostienen a sus familiares desde el exterior están haciendo uso de sus ahorros o reduciendo su gasto con tal de mantener sus envíos. De cualquier forma hay que tener en cuenta que el efecto de estas remesas en la Balanza de Pagos tiene menor impacto compara-tivamente a las exportaciones y al fl ujo de capitales.

Con relación a los ingresos provenientes de la venta de minerales, como es el caso del cobre, la disminución de su precio en el mercado mundial está

trayendo nefastas con-secuencias en la eco-nomía peruana. Así por ejemplo, el famoso “canon minero” que re-cibían diversos munici-pios o instituciones es cada vez menor. Todo esto conduce a una cri-sis económica donde el elogiado crecimiento económico peruano no será el mismo. En los

últimos años muchas personas advirtieron que era un gran riesgo depender de la venta de materias primas pues esto podía acabar en cualquier momento. Esto se puede inferir analizando el proceso histórico que muestra que en países de-pendientes de la venta de recursos naturales se verifi ca la falta de planifi cación a largo plazo. El fácil enriquecimiento momentáneo conduce a la política del “piloto automático” y a no preocuparse en establecer las bases para un desar-rollo económico sostenible.

Por: Federico Morante Trigoso**Profesor Dr. de la UFABC – São Paulo – Brasil

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

6Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

Page 7: Deportações preocupam imigrantes!

A V O Z D A S C O M U N I D A D E SCHILESetembro, o mês da Alegria

Queridos leitores, quero contar para vocês um pou-co mais da cultura de meu querido País, Chile. Vou falar de uma delicia muito especial, um aroma e um sabor que sem dúvida alguma todo chileno carrega em seu pa-ladar e que é nada menos que a famosa EMPANADA

CHILENA. Ela foi introduzida no Chile no tempo de Pedro de Valdívia. E elas, de tão antigas, se perdem no tempo e passaram a ser um costume popular.

Ao forno ou frita com recheio de “PIRRU” expressão indígena dos huilliches e mapuches para a mistura de carne picada, ovos, azeitonas, passas, cebolas, colorau e pimenta chilena. Alguns dizem que esta delicia é de origem espanhola, outros de origem moura. Bom, pode ser, afi nal todo dito tem a sua verdade. “Pónganle mas picadillo”, dizem na mãe Pá-tria, expressão usada na Espanha. “PÓNGANLE MAS PINO GRITAMOS EN CHILE” (ponham mais carne picada, gritamos no Chile).

Mas a industrialização das padarias nos priva do en-canto autêtico das saborosas empanadas do passado.

Hoje elas são produzidas aos milhares, umas com muita cebola, outras com pouco recheio e a maioria é sem sabor. Mas aquela receita original, aquela fórmu-la caseira, assadas no forno de barro e bem suculentas “RESUCITAN HASTA UN MUERTO”, (ressuscitam até um morto) palavras de meu bisavô. Seu aroma através do vento impregna as montanhas, os vales e campinas. Para mim sempre foi e será uma festa esse aroma delicioso que me faz lembrar o por do sol naquelas tardes ro-mânticas e as noites de lua cheia sentados na beira do mar dividindo uma empanada com meu grande amor, Anita Maria. Desculpem-me, estou degustando uma empana-da e seu aroma e sabor me deixou romântico e a nostalgia e as lembranças me levam ao passado, momentos que vivi e que fi caram nos lugares mais bonitos do coração. E neste mês, por uma razão muito especial, a deliciosa empanada também está de festa. Minha alma de chileno quer falar de algo que levo dentro do meu peito.

O mês de setembro é esperado por todos os chilenos. Crianças, jovens, adultos e em especial os idosos se contagiam com a euforia que toma conta do coração. De norte a sul, do mar a Cordilheira, as aldeias, os povoados, as cidades e a grande capi-tal Santiago se enfeitam com bandeiras, adornos tricolores e esperam ansiosos com fogos de artifício a chegada do 18 de setembro, dia da Independência da minha que-rida PÁTRIA, CHILE. E este setembro de 2013 está completando 203 anos do grito de independência e esse grito retumba hoje, amanhã e sempre e creiam amigos, em todos os chilenos fl orescerá mais uma vez em seus corações a coragem, a fi dalguia,

a esperança e mais ainda, o orgulho de ser chileno, não importa o lugar que viva. E com voz vibrante do coração entoarão o hino pátrio e essa harmonia que diz “PURO CHILE ES TU CIELO AZULADO” se escutará mundo afora. A emoção embaçará nossos olhos ao cantar com sentimento “QUE LA TUMBA SERA DE LOS LIBRES O EL ASILO CONTRA LA OPRESION”. Nossa bandeira fl amejará gloriosamente nos mais altos mastros, nas mais humildes casas e quintais, nas pequenas mãos de meninas, meninos e jovens que são o futuro da nossa pátria. Os idosos de olhos can-sados e corpos castigados pelo tempo assistirão a grande parada militar, os desfi les das escolas e instituições e verão em seus netos a juventude de ontem. Os homens vestirão seus trajes de huaso, as vestimentas tricolores das lindas e graciosas chilenas enfeitarão as ramadas dieciocheras (barracas feitas com ramos), los procenios (os palcos), los entablados (chão coberto de tábuas) onde dançarão e sapatearão com energia e graça nosso baile nacional, nossa querida CUECA CHILENA. E lá em minha inesquecível terra de infância Valdívia, Puerto Montt, Pargua, Chiloe e meu querido Carelmalpu, a chicha de maçã, a mistela, a chicha de maqui alegrarão a alma de meus irmãos, gente humilde que leva nas veias o sangue indígena ARAUCANA, MAPUCHE e meu sangue HUILLICHE. O ar se impregnará com aromas do curan-to, das empanadas de carne, de mariscos, os milcaos, os chapaleles e o saboroso asa-do alpalo. Tudo isso faz parte do 18 de setembro. E, bom, ainda vivendo nesse lindo e generoso País BRASIL, a nostalgia oprime meu peito. Por aqui, em São Paulo e em todo lugar que habite um chileno também se festeja o 18, as comunidades organizam bailes típicos, comidas, campeonatos de cueca. O mais bonito é que estamos todos mesclados com o povo brasileiro, inclusive eu e isto é muito gratifi cante porque pou-

co a pouco estão conhecendo nossa cultura e raízes.E este povo se encanta com nossas comidas, com a nossa fa-

mosa empanada e falando nela me vem a memória meu amigo Ananias, brasileiro que se relacionou com uma linda chilena que lhe ensinou o segredo das empanadas. Ele está fi cando famoso com esta receita, meus amigos e jovens brasileiros também se re-únem em seu bar. Realmente as empanadas de carne são saboro-sas e suculentas, mas nunca serão igual às de Chile e o motivo é simples, a carne, o tempero e o clima são diferentes. Ele não fala castelhano, mas faz empanadas deliciosas e quando vou com minha família, agora “braschilenos”, as lembranças de Chile nos

emocionam. Peço licença amigos leitores, porque neste mês, minha voz, minha alma, meu coração, meu corpo dieciochero se une a todos compatriotas no vibrante grito: VIVA EL 18 DE SEPTIEMBRE !!! VIVA MI HERMOSA PATRIA !!!

Lucho NacnayaElogios, críticas, sugestões e informações contatem-nos:

[email protected]

BRASILA problemática relação do Brasil com o fl uxo migratório de Africanos e Haitianos

O Brasil tem adotado uma postura dura na recep-ção de estrangeiros, sobretudo, com a imigração de africanos e haitianos. A vinda de africanos ao país é de forma direta ou indireta, seja como imigrantes, estudantes ou refugiados. Neste último caso, no país de origem, ao fugir do confl ito, embar-cam clandestinamente em porões de navios que faz uma escala em algum porto brasileiro. Durante o trajeto há denúncias de sobreviventes de diversas violações de direitos humanos cometidas pela tripula-ção, como os que são jogados ao mar, acorrentados, espanca-dos e encarcerados no navio. Além da violência da tripulação também são vitimas dos agentes de fronteira quando são im-pedidos de entrar legalmente em solo nacional acusados de se-rem “terroristas”, “ameaças à “segurança nacional” e ameaças à “saúde pública” como o triste episódio dos nove nigerianos impedidos de entrar no Brasil em 2011 no Porto de Paranaguá.

No caso dos haitianos, no decorrer do ano de 2012 a grande mídia divulgou a presença deste grupo nacional para o Brasil vítimas do terremoto ocorrido em janeiro de 2010 que deixou milhares de mortos e destruiu o pouco da infra – estrutura existente no país. Mesmo com a referida “ajuda internacional” muitos deixaram o país por conta da falta de recursos que não chegavam e migraram para outros países como o Brasil. A mídia anunciou o fato como “novidade” sendo que três semanas após o terremoto em janeiro 2010 já era constatada a presença de haitianos nas grandes cidades bra-sileiras como a cidade de São Paulo, particularmente na região da Praça da Sé. O

Estado brasileiro só editou uma resolução normativa que resultou na implementa-ção do chamado “visto humanitário”, ou seja, praticamente dois anos após o ocor-rido. Trata-se de um instrumento jurídico que concede um visto permanente por 5 anos aos haitianos mas não estabelece nenhum mecanismo de políticas públicas.

Uma outra questão é que os solicitantes de refúgio haitianos não são reconhe-cidos como refugiados estatutários, pois o governo brasileiro disse que este fl uxo migratório é resultante de uma catástrofe natural e não se enquadra nos critérios defi nidos pelo estatuto dos refugiados no que tange aos fundados temores de per-seguição como diz o estatuto dos refugiados brasileiro. Como generalizar todo o grupo de haitianos como vítimas de catástrofes naturais sendo que entre eles há pessoas que também fogem da violência dos diversos atores presentes no Haiti?

Alguns foram rechaçados nas fronteiras brasileiras, no qual os agentes públicos sequer os informaram que poderiam solicitar o refúgio.

A violência física e simbólica imposta aos fl uxos migra-tórios de haitianos e africanos revela uma política que viola tratados internacionais referentes aos direitos humanos, o efei-to colateral são haitianos barrados nas fronteiras brasileiras, da mesma forma que os africanos que não são aceitos pelo Estado brasileiro, considerados “falsos refugiados”. Dos que conseguem entrar no Brasil, em ambos os grupos o que se vê é a ausência de políticas públicas que favoreçam a integração. O

arcabouço político e jurídico opera na recusa das pessoas oriundas destas regiões. A estrutura institucional do Estado brasileiro ao lidar com ambos os grupos é ine-fi ciente. As instituições ofi ciais devem rever esta postura e reconhecer as diversas falhas existentes de forma que os africanos e os haitianos possam ser reconhecidos e terem os seus direitos respeitados.

Alex André VargemSociólogo membro do IDDAB

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Gleilson Miranda/ SECOM

O Cami apoia o Programa“Mais Médicos”O Centro de Apoio ao Migrante - CAMI/SPM, apoia e defende o Programa do Governo Federal “Mais Médi-cos”, porque TODO o povo brasileiro merece gozar da saúde, direito básico garantido pela Constituição. Toda população merece o conforto de um médico para se consultar, independente de sua nacionalidade, raça, cor ou religião. Rejeitamos qualquer tipo de preconceito, xenofobia ou discriminação aos estrangeiros que trabalham nesta acolhedora terra Sul Americana. Recebemos de braços abertos estes profi ssionais que deixaram sua terra, família e amigos para trabalhar nas regiões mais carentes e dar prioridade para atender os mais pobres.Foto: Cami Foto: Cami

7 Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

Page 8: Deportações preocupam imigrantes!

“El comercio bilateral se multiplico por cinco en los últimos diez años”Incremento en las exportaciones, apoio a iniciativas culturales y datos de la migração peruana resaltó en la entrevista a “Noso-

tros Imigrantes” el nuevo Ministro Jorge Arturo Jarama Galvan, Cónsul General del Perú en São Paulo.

1. ¿Cómo se siente en estos primeros meses de trabajo y cuál es su percep-ción de los?

Me siento muy contento de poder servir a nuestra comunidad instalada en un estado tan dinámico como es San Pa-blo, soy testigo del acercamiento a nues-tra comunidad y haré mi mejor esfuerzo para incrementarlo, así como promover la imagen de nuestro país en áreas como la cultural y la económica.

En estas pocas semanas he percibi-do que los compatriotas se sienten có-modos por la acogida que les dispensa la sociedad paulista y contentos de vivir en Brasil. Entrando en detalle, Los an-tiguos llegaron, principalmente, como estudiantes quienes, luego de comple-tar sus estudios, decidieron radicar en Brasil, se casaron y formaron familias mixtas. Una segunda ola se produjo a fines de la década de los 80, resultado de la violencia política y crisis econó-mica que azotaron a nuestro país esos años. La tercera ola se está producien-do ahora, favorecida por los salarios más altos que se pagan en Brasil, por

medidas favorables a la obtención de la residencia y por la existencia de la Carretera al Pacífico que comunica el estado de Acre con nuestro departa-mento de Madre de Dios y, a partir de ahí, hacia todo el Sur del Perú.2. ¿Cómo estan los trámites de regu-larización migratoria y cuál es la es-tadística registrada, es posible distin-guir por género, edad, ocupación?

El año pasado, 2012, realizaron trá-mites de inscripción consular y obtención de antecedentes penales 2,387 connacio-nales, por lo tanto, es de esperar que igual número haya culminado el procedimien-to ante la Policía Federal de Brasil para obtener su Residencia Temporal. En lo que va del presente año ya han realizado estos trámites 1,170 personas, es decir, la mitad de los realizados el año pasado, por lo tanto, esperamos, a fin de año, supe-rar las 3,000 personas. Sumando ambos años serían 5,507 connacionales los que habrán realizado estos trámites y, confia-mos, obtenido su Residencia Temporal ante la autoridad brasileña.

La gran mayoría de connacionales que se han dirigido al consulado para realizar estos trámites han sido varones, alrededor del 70%. Sus edades fluctúan entre los 20-30 años. Una mínima pro-porción han sido niños, quizás ni el 1%. Asimismo, la gran mayoría son solteros, proceden de la Sierra Sur de nuestro país: Puno, Cusco y Arequipa, y, prin-cipalmente, se dedican a trabajar como comerciantes, en el sector de servicios y como obreros. Las mujeres, por otro

lado, no dejan de tener un papel impor-tante en este flujo migratorio, pues su es-fuerzo en apoyo a la economía familiar, como sucede en otros países, muchas veces la convierte en el principal sostén de sus familias.3. En MERCOSUR. y los emprendi-mientos ¿cómo ve el futuro comercial entre Perú y Brasil?

Soy optimista respecto a las pers-pectivas comerciales y económicas en general. Mientras nuestras exportacio-nes globales están disminuyendo debido a la crisis que afecta a nuestros princi-pales socios comerciales, pero aquellas a Brasil se han incrementado. Nuestros exportadores están fortaleciendo sus lazos con varios países sudamericanos, entre ellos Brasil. En este objetivo, con-tamos con el trabajo de nuestra Oficina Comercial en esta ciudad. Precisamente, es el caso mencionar nuestra condición de país especialmente invitado al 29° Congreso y Feria de Negocios en Super-mercados de la Asociación Paulista de Supermercados (APAS 2013).

Es del caso resaltar que el comer-cio bilateral se ha multiplicado por cin-co en los últimos diez años, al pasar de US$ 739 millones en el año 2003 a US$ 3,865 millones en el 2012. Si bien la ba-lanza comercial bilateral es deficitaria, la brecha se está reduciendo. Nuestras exportaciones crecieron el año pasado 27% y se espera que lo mismo suceda el presente año. Ya se pueden adquirir pro-ductos peruanos en los supermercados brasileños, como: espárragos blanco y

verde, orégano, uvas negras, cacao, qui-nua, ajo, cebolla, jurel, anchoveta (de la marca Beira Mar). Asimismo, estamos exportando textiles, gas y minerales no metálicos. Gracias a la positiva imagen cultural de nuestro país, a sus atractivos turísticos, al diferencial cambiario que favorece a los turistas brasileños, así como por las obras de integración el flu-jo de turistas entre nuestros países obtu-vimos este incremento.4. ¿cuál sería su mensaje a nuestros hermanos compatriotas?.

Quisiera agradecer por la oportuni-dad de transmitir a todos y cada uno de mis compatriotas un afectuoso saludo. Enfatizarles que su atención es una prio-ridad de nuestra Política Exterior. Asi-mismo, recordar que este año celebra-mos el 10º aniversario de la suscripción de la Alianza Estratégica entre nuestros países, que ha logrado elevar el nivel de la relación bilateral en diversas áreas, como lo demuestra la intensificación del comercio, el aumento de las inversiones, la profundización de la conectividad y la protección de nuestra Amazonía, etc. La demostración más difundida de este es-fuerzo es la Carretera Interoceánica que permite, por ejemplo, que la empresa Ormeño ofrezca el servicio de transpor-te de pasajeros entre San Pablo y el Perú semanalmente.

Reiterarles el compromiso de con-tinuar brindando la mejor atención posi-ble a nuestra comunidad así como, ante nuestros hermanos brasileños.

Por Ing. Ever Sánchez Salvador

A concentração aconteceu com uma missa às 08:00h, no dia 07 de setembro, para em seguida, ini-ciar uma caminhada, da Praça da Sé em direção ao Parque da Independência, no Ipiranga. A mani-festação contou com a presença de movi-mentos sociais e en-tidades que marcaram ampla pauta de reivindicações.

Durante a caminhada, sob um sol forte, os imigrantes, brasileiros e não brasileiros vindos de várias regiões da ci-dade de São Paulo pediram respeito, legislações justas que contemplem a todos e todas, numa sociedade ética, igualitá-ria e solidária, com condições dignas de trabalho e exercício pleno da cidadania. Neste percurso, os jovens imigrantes carregaram cartazes contra a discriminação, o preconceito e a xenofobia, fatos que marcaram o repúdio da comu-nidade boliviana, nestes dias, com as declarações ofensivas da profes-sora da USP Maristela Basso contra o povo boliviano e a Bolívia.

Nas suas declarações, o Agente Social do Centro de Apoio ao Mi-grante CAMI/SPM, Zacarias Sa-

avedra, enfatizou: “rejeitamos as de-clarações da profes-sora Maristela Bas-so, porque ofendem aos nossos irmãos que trabalham e aportam a este país, e exigimos que toda a sociedade brasi-leira combata o ra-cismo e a xenofobia que cresce dia a dia,

aqui e no mundo”.“Este tipo de manifestações são uma luta contra as ex-

clusões que têm o sistema econômico e político que margi-naliza as minorias deixando-as fora de todo tipo de parti-cipação e exercício de sua cidadania”, ressaltou também a boliviana Jhanira Conde.

As manifestações do Grito dos Excluídos que acontecem no Brasil têm o apoio da Conferência Nacio-nal dos Bispos do Brasil (CNBB) e têm como objetivo dar visibilidade aos excluídos da sociedade, de-nunciar os mecanismos sociais de exclusão, sinalizar e propor cami-nhos alternativos para uma socie-dade mais inclusiva. Neste ano, tem como lema: “Juventude que ousa lutar, constrói o projeto popular”.

Imigrantes participam do 19º Grito dos Excluídos

Foto: Cami Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

8Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

Page 9: Deportações preocupam imigrantes!

Juliana Armede, Coordenado-ra do Núcleo de Enfrentamen-to ao Tráfico de Pessoas da Se-cretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, na entrevista cedida ao Jornal Nosotros Imi-grantes, afirma que pessoas ví-timas de Trabalho Escravo não podem ser deportadas.

1. (JNI) Tráfico de pessoas, o que é?No Brasil, tráfico de seres humanos

é toda forma de deslocamento de pessoas usando argumentos de ameaças, de enga-no ou fraude (quando oferecem promes-sas de trabalho mentirosas, por exemplo). Normalmente, as pessoas que caem nes-sas situações vivem em condições de vul-nerabilidade social, que é a situação onde não se tem acesso a boas oportunidades de desenvolvimento social, como mora-dia, educação, saúde e trabalho. Estando vulnerável, é mais fácil ser enganada ou obrigada a ficar em um lugar realizando um trabalho, mas sendo explorada por isso. A exploração de pessoas, no Brasil, pode ser para o trabalho (como domésti-ca, costureiro, empregado da construção civil, empregado em atividades rurais, etc.), sexual ou para a exploração por meio do tráfico de órgãos (que ocorre quando não há respeito às leis brasileiras de transplante de órgãos). O mais grave é que pessoas traficam outras pessoas para explorar porque querem ganhar dinheiro de qualquer maneira. Querem ter lucro! E o explorador faz com que o explorado, muitas vezes, acredite que o trabalho é normal. Que a vida ruim que está sendo vivida é normal.2. (JNI) Qual é a realidade do tráfico de pessoas e a quem atinge?

O Tráfico de pessoas acontece, ba-sicamente, de três formas: pessoas que vêm ao Brasil para trabalhar, para buscar uma oportunidade melhor; brasileiros que emigram para fora do país e, outra, brasileiros que se deslocam dentro do próprio território nacional e que termi-nam sendo explorados.3. (JNI) Qual o perfil das pessoas trafi-cadas e quais são as principais formas de atuação das redes criminosas?

A situação afeta mulheres, homens,

adultos, jovens, brasileiros e imigrantes. Aqui no Brasil, infelizmente, a imigração está ligada, em muitos casos, à explora-ção do ser humano. Veja, imigrar não é um crime é uma possibilidade, é um di-reito, é uma oportunidade minha, sua, de todos os que estão lendo esse jornal, de buscar algo melhor para nossas vidas. Porém, quando essa migração acontece por meio de alguém que faz intermedia-ção oferecendo oportunidades mentiro-sas, usando falsificação de documentos, ou até mesmo sem falsificar documentos, e quando diz ao imigrante que vá ajudá--lo a ficar no Brasil em lugar seguro e essa pessoa abusa do imigrante, obrigan-do-o a ficar numa condição precária, seja de moradia, seja de família, de trabalho, essa pessoa está traficando o imigrante, está praticando um crime grave que é pu-nido no Brasil.4. (JNI) Qual é a penalidade para quem trafica pessoas para trabalhar na costura?

Se a pessoa traficada é da família, vizinho, amigo, colega de trabalho, ou seja quem for, isso aqui no Brasil tem consequências criminais, ou seja, a pes-soa pode ser presa por diferentes crimes: trabalho escravo, se uma pessoa faz outra pessoa trabalhar longas jornadas de tra-balho, seja um familiar ou não, em lugar inadequado, sem sair, maltratando essa pessoa, ameaçando de diversas formas. Ainda, por exemplo, além de explorar o trabalho e além de ameaçar, proíbe de andar livre pelas ruas ou, simplesmente, o imigrante por não saber as regras no Brasil, por ter informações mentirosas de alguém, acaba acreditando que não pode sair de casa. Isso é um meio tanto de violência física (a pessoa fica trancada mesmo) como uma forma de violência psicológica (onde a pessoa fica presa pela ideia de que não tem direitos e não tem chances no Brasil). Acontece também de o explorador reter a documentação do imigrante, falando que a polícia vai pegá-lo e deportá-lo. Então, o imigrante fica amedrontado e não sai do local de trabalho. Sabemos, também, que existe situação de outros crimes, como agres-sões físicas e psicológicas, por exemplo, quando uma mulher está namorando com alguém da oficina e é agredida, violenta-da sexualmente. Tudo isso, obviamente, são formas de crime e é punido com pri-são e multa no Brasil.

5. (JNI) Qual o papel da Polícia Fede-ral no que se refere ao combate ao trá-fico de pessoas?

A polícia federal cuida da regulariza-

ção do imigrante e do combate ao crime. Se o imigrante é latino-americano, mem-bro do acordo Mercosul, a polícia não vai deportá-lo, não existe esse perigo! O que existe, sim, é a possibilidade de deporta-ção quando o imigrante deixa de cumprir com as regras no Brasil, quando não pro-cura a Polícia Federal e seus consulados para ajuda. Buscando os caminhos da lei não há deportação.

Agora, se esse imigrante tiver sido traficado, aí a Polícia Federal verifica o tipo de crime de tráfico de pessoas, ou seja, como essa pessoa foi trazida ao Bra-sil, se foi por avisos no rádio, em jornal ou internet. Atuam juntamente a Polícia Federal e a Polícia Civil, por meio do Departamento de Proteção a Pessoa – DHPP, aqui na capital de São Paulo.

É muito importante que as pessoas que são vítimas denunciem esses crimes. Elas podem denunciar de forma sigilosa, protegida, sem serem expostas, resguar-dada a identidade. Também é importante que depois da denúncia sejam buscadas melhores oportunidades de emprego, o que em muitos casos não acontece por-que eles voltam a trabalhar de forma irre-gular, eu reparei isso. Há os que não que-rem pagar os impostos que o Brasil exige, não querem carteira de trabalho assinada, não querem seguir as regras exigidas para todos, brasileiros ou imigrantes. Então, existe essa outra realidade extremamente complexa e difícil de ser resolvida, e que está ligada ao interesse de ficar ou não no Brasil por muito tempo, de ter vínculos com o Brasil, enfim, as dificuldades da-

queles que ainda não têm a motivação de poderem exercer a cidadania. Esse cami-nho subjetivo é uma dificuldade somada à ausência de políticas de migração mais efetivas e que garantam ao imigrante co-nhecer possibilidades de trabalho, mora-dia, desenvolvimento, que estão aí, a dis-posição, mas ainda desconhecidas.6. (JNI) Quais são os programas de combate do governo no estado de São Paulo, quais as áreas de atuação?

A Polícia, o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho atu-am com fiscalizações, onde se pode punir economicamente a empresa ou também penalmente. Agora, não adianta apenas punir, precisamos educar para mudar a mentalidade tanto do dono da oficina, como do trabalhador imigrante.

O poder público já percebeu isso, percebeu que tem que punir quem explo-ra e tem que educar a todos para cumpri-rem as leis, além de criar mecanismos de motivação, valorização e conhecimento sobre o que é ser cidadão no Brasil. Esse

desafio é nosso, faz parte de algo que afe-ta, também, nosso povo. E, veja, o imi-grante latino-americano tem vantagens aqui, porque ele goza de acordos, regras firmadas entre os países para que os imi-grantes tenham procedimentos favorá-veis para se regularizar, o que, por exem-plo, outro imigrante, como o europeu ou o oriental, não têm.

O Brasil não pode aceitar que a men-talidade de ganância e exploração preva-leça. O imigrante precisa ter consciência de que será responsabilizado, como qual-quer cidadão, precisa ter consciência das condições de trabalho aqui, precisa dia-logar com a comunidade brasileira sobre seus direitos, organizando a sua comuni-dade, seja boliviana, paraguaia, peruana, equatoriana, colombiana, seja em Guaru-lhos, Carapicuíba ou em outro lugar que seja. Venham ser parceiros do nosso tra-balho, venham dialogar com a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo.7. (JNI) Quais são os desafios no enfrenta-mento de combate ao tráfico de pessoas?

Nossa, são muitos! Mas penso que duas coisas são importantes: prevenir e punir o crime. Mas o grande desafio da Secretaria da Justiça e da Defesa da Ci-dadania é conseguir isso por meio do di-álogo, chegando mais perto das pessoas e fazer com que elas conheçam de fato seus direitos e deveres, não tenham medo de falar sobre eles e de exigi-los. Precisamos punir sim, mas precisamos educar e for-talecer o imigrante para que ele, vivendo no Brasil, consiga ser respeitado!

Vivemos esses desafios, como já disse, tanto com nosso povo como com todos aqueles imigrantes que vêm no Brasil uma oportunidade de desenvolvi-mento. Ser cidadão, ser forte, ter orgulho de si, conhecer seus direitos e deveres, acreditar que podemos contar com os diferentes membros do poder público e com aqueles que são nossos amigos, vizinhos, chefes, ainda é um caminho longo que precisamos aprender a cami-nhar! Mas acredito, tenho fé mesmo, que podemos mudar isso com diálogos, com somatória de esforços, cada um fazendo sua parte. Essa é a tarefa e o trabalho que a Secretaria da Justiça e da Defesa da Ci-dadania desenvolve. Não solucionamos todos os problemas, mas estamos aqui para achar um caminho para a solução! Contem conosco, porque é um dever atu-armos! Procurem a Secretaria e nossos parceiros! É preciso ação, e até mesmo o poder público depende do cidadão para que as ações dêem certo! Vamos mudar essa realidade de exploração!

ENTREVISTA

Vítimas de Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo não podem ser Deportadas

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

9 Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

Page 10: Deportações preocupam imigrantes!

Talentos, Dons e Esplendor falaram alto no 2º Festival de Música e Poesia do Migrante

Momentos de perfeito encanta-mento cultural num cenário que não poderia ser outro, a

Praça Kantuta, local onde os imigrantes se sentem num pedacinho de sua terra, que neste domingo, (15), foi tomada pelo 2º Festival de Música e Poesia do Migrante, evento que vem ganhando força a cada ano.

Centenas de pessoas se emociona-ram com as interpretações musicais e poéticas de talentosos imigrantes jovens que ao som de zamponhas, guitarras,

violões, charangos trouxeram ao palco, além de seus instrumentos, suas histó-rias, seus sentimentos, seus sonhos e saudades, enaltecendo a luta diária de vitórias e dificuldades, numa linguagem profética mesclada num profundo dese-jo de vencer e quase sempre se reportan-do à Pátria de origem, com nostalgia por viverem numa terra distante.

Nesse espírito, o festival teve o intuito de valorizar a cultura popular, resgatar e fortalecer as raízes dos povos migrantes, dar visibilidade aos artistas da caminhada bem como, através da música e da poesia, ser um instrumento de formação e conscientização na cons-trução de uma sociedade mais humana, justa e solidária.

Composições inéditas sobre Migração, Juventude e Bem Vi-ver

Foram mais de 35 composições inéditas entre poesias e músicas inscri-tas sobre três temas deste segundo Fes-tival: Migração, Juventude e Vem Viver, mas, somente 29 composições perma-

neceram, após a triagem feita por uma comissão avaliadora, prévia ao evento. “Algumas composições que recebemos infelizmente não se adequaram a nos-sa proposta de temas, embora tivessem muita qualidade”, disse o coordenador do evento, Nelson Bison.

O júri especializado escolheu os vencedores baseados em três critérios para ambas categorias, letra, interpreta-ção e arranjo, levando em conta as com-posições originais criadas a partir dos três temas do Festival.

O público parabenizou a iniciativa

Junto a suas duas filhas, Mirtha-QuispeCondori, de 22 anos, diz que o evento foi uma grande surpresa para ela porque não conhecia esse tipo de apre-sentações para os imigrantes, “Eu vim para comer e brincar junto a minhas fi-lhas e fiquei contente de presenciar este Festival. Quando estamos longe da terra é bem melhor se lembrar nas canções de nossas famílias e nosso país” diz Mirtha.

Para o boliviano Mario Ponce, o evento foi uma motivação para ele tam-bém se inscrever nos próximos eventos “esses caras, são valentes pra caramba, da próxima, também será minha vez”.

“Todos temos sentimento e voz e de-vemos aproveitar estas oportunidades”, diz também seu amigo Ademar Brito.

Conheça aos ganhadoresUm dos melhores momentos do

Festival foi marcado pela entrega dos prêmios aos ganhadores, o solista bo-liviano Fernando Ivan Cruz venceu no primeiro lugar na categoria música, com

o tema “Sin mi vida, sin mi cultura”, e foi para casa com mil reais.“Trabalhando na minha máquina da oficina de costura é que estava pensando na letra da minha composição, na hora nasceram às ideias, estou muito contente e este prêmio vai dedicado a minha família na Bolívia, a meus amigos, a meus irmãos da comuni-dade boliviana, a Bolivian Site e a todos que sempre me apoiaram. As canções que escrevo e escreverei sempre serão para minha terra”, disse muito contente e emocionado o vencedor.

Em poesia, o primeiro colocado foi o paraguaio Roberto Gonzáles com o tema “Nostalgia” que ganhou quinhen-tos reais. “É um orgulho muito grande estar aqui representando à comunidade paraguaia, os imigrantes queremos mo-rar em uma Pátria Grande. Sinto essa nostalgia da minha terra, e na minha composição, deixei tudo meus senti-

mentos no papel”, declarou o imigrante que mora há 27 anos no Brasil.

Música1º Lugar: Fernando Ivan Cruz Quispe,

tema “Sin Mi Vida Sin Mi Cultura”;

2º Lugar: Dueto Javier Mamani, Elvis Callisaya, tema “Imigrante”;

3º Lugar: Gabriel Marca, tema “Para ser felíz hay que sufrir”;

Poesia1º Lugar: Roberto Gonzalez, tema

“Nostalgia”;2º Lugar: Nilton Quispe “Por un Sueño,

Soy Imigrante”;3º Lugar: Bladimir Salguero “La vida

del boliviano’;Além dos prêmios em dinheiro aos

três primeiros lugares, em ambas cate-gorias, todos os concorrentes foram ho-menageados com uma medalha.

Diversidade cultural nas apre-sentações especiais

O público desfrutou também das apresentações brilhantes e impecá-veis do Grupo Folclórico de Música boliviana“Nueva Expresión”, da canto-ra salvadorenha Celina Castro e dos gru-pos paraguaios de dança Alma Guaraní eAquarela Paraguaia.

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami Foto: Cami

Foto: Cami Foto: Cami Foto: Cami Foto: Cami Foto: Cami Foto: Cami Foto: Cami

10Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

Page 11: Deportações preocupam imigrantes!

Talentos, Dons e Esplendor falaram alto no 2º Festival de Música e Poesia do Migrante

Atenta a cada uma das apresentações dos concorrentes, a cantora Celina Cas-tro originaria de Santa Tecla- Salvadorse emocionou com as composições, “fiquei deslumbrada da extensão do evento, amei a organização, porque deram oportunida-de a todos sem importar a classe social ou nacionalidade. A originalidade das com-posições com sentimento e a coragem dos concorrentes me emocionoumuito. Como artista destacou o empenho no visual em cada uma das apresentações, assimtambém o tempo de participação de cada um, que não teve limitação nenhu-ma, demostrando-se assim o respeito no cenário. Foi uma experiência muito grata participar de tão significante evento”.

O Corpo de Jurados teve a seguinte constituição nominal: o músico folcló-

rico GregorioLazoMayta, o diretor do grupo folclórico boliviano, Aldo Juan Huasca, a professora de música Ruth Saavedra e o Coordenador do Centro de Apoio ao Migrante, Roque Pattussi.

Também prestigiaram o Festival, com suas presenças, várias autoridades das comunidades dos imigrantes e re-presentantes de instituições que traba-lham pela causa dos migrantes e imi-grantes em São Paulo.

Assim, cheio de intensas emoções econtagiantes cenas de alegria, encerrou--se esta Segunda Versão do Festival de Música e Poesia do Imigrante que, segun-do seus organizadores, (Centro de Apoio ao Migrante CAMI/SPM), promete con-tinuar com maior força no próximo ano.

Carmen Hilari P. e Nelson Bison

Foto: Cami

Foto: Cami Foto: Cami Foto: Cami Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami Foto: Cami

Parabéns a todos(as) os(as) concorrentes que prestigiaram o evento com mensagens de Espe-

rança, Luta e Reivindicação nas composições

Concorrentes Música:

Fernando Ivan Cruz Quispe “Sin Mi Vida Sin Mi Cultura”Javier Callizaya Mamani & Elvis

Callizaya Mamani “Inmigrante”

Gabriel Marca A. & Milton Marca C. “Para ser feliz, hay que sufrir”Integracion Andina “Fortaleza del inmigrante”

Aldo Jhosep Mamani Vino ‘Bolivia mi vida”Gonzalo Mamani Pari “Aquí estoy yo”

Macario Herreras Narvaez “Juventud Valiente”Adrian Romero “Aún Podemos Soñar”Doris Bautista “Se terminó mi juventud’

Willam Apaza Mamani “La Vida”Edwin Jimmy Layme poma “Orgullo boliviano”

Rolando Israel Condori Gutierrez “Caminantes”

Concorrentes Poesia:

Roberto Gonzalez “Nostalgia”Nilton Quispe Quispe “Por um sueño, soy imigrante”

Bladimir Astoraique Salguero “La vida del boliviano”Maria Eugenia Gontijo Borém “A estrela d’Alva e o povo Brasileiro”

Arleidy Chajmi Villca “Cruzando Fronteras”Pablo Puño Layme “Jovem Triunfador”Mery Mamani Vila “El mistério de un Pueblo”

Walter Daniel Luna Quispe “Cruzar la Línea”Soledad Norma Luna Quispe “Existir”

Gladys Velasco Coaquira “Juventud Vamos Adelante”Rolando Israel Condori Gutierrez “Colla en la Ciudad”

11 Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013

Page 12: Deportações preocupam imigrantes!

A CUT sempre defendeu a livre circulação dos trabalhadores e trabalhadoras, por isso é a favor de soluções negociadas e repudia soluções que desrespeitem o ser humano e os direitos humanos. A própria história da constituição do povo brasileiro se fez pela migração e pela circulação dos trabalhadores e trabalhadoras em busca de melhores condições de vida e de trabalho e alguns por migração forçada, entre eles, os/as negros/as que vieram na época da escravidão.

As pessoas migram, na sua grande maioria, por necessidades e por isso defendemos a migração como um direito humano, afinal todo ser humano nasce livre e por isso deve ter esse direito respeitado.

No mês de agosto, Bolívia comemorou 188 anos de independência e os residentes da comunidade boliviana celebraram sua Festa de In-dependência, em São Paulo, com uma grande manifestação cultural

no Memorial de América Latina. Neste ano, a entrada folclórica com devo-ção à virgem de Copacabana e Urkupiña brilhou com 12 grupos e conjuntos folclóricos como a Morenada, Diablada, Tinkus e Caporales. Fantasias exclusivas, roupas típicas, instrumentos musicais, ritmos de danças tradicionais e barra-cas de comida típica lotaram o edifício, arquitetado por Os-car Niemeyer, na Barra Funda – SP.

Multitudinária concentração de espectadoresMais de 3.000 especta-

dores presenciaram a gigante manifestação cultural.

“Não perco por nada esta festa, cedinho saímos de casa para ficar o dia todo, minha fi-lha gosta dos ursos das more-nadas”, disse o boliviano Mar-celino Mamani acompanhado de sua família.

“Gosto de registar e imor-talizar este momento único

com fotos detalhadas desta festa que é um desfile espetacular, com fanta-sias coloridas muito bem produzidas, o povo boliviano é muito alegre e tem uma diversidade cultural linda com uma grande força, uma riqueza e um grande potencial nas suas tradições”, enfatizou o fotógrafo brasileiro Marco Rocha que ano a ano faz o re-gistro fotográfico da festa.

Trajes e instrumentos típicos de música de-ram cor a Festa

O jovem Oscar Gonzalo

Festa da Independência da Bolívia

Condori do Conjunto autóctone Jach´a Sicuris de Iatalaque Nuevo Amane-cer, disse levar a música autóctone no coração “acompanho ao grupo, há anos, junto ao meu pai que é o Diretor. Gosto demais de participar destes eventos que resgatam a identidade de nosso povo, levo a música no meu coração.”, o músico leva-va roupas típicas da região do altiplano boliviano (poncho e o chulo multicolor tradicio-nal). Instrumentos de música como a zamponha, bombo, quena, bandeiras bolivianas e a wiphala (símbolo andino)

fizeram parte deste conjunto autóctone onde também parti-cipam brasileiras.

No palco, autoridades consulares em São Paulo e convidadas especiais da Bolí-via, como Mónica Medina de Palenque, proprietária da Rá-dio Televisão Popular da Bo-lívia (RTP) e Leonilda Zurita, presidenta da Confederação Nacional de Mulheres Indí-genas Originarias “Bartolina

Sissa” que chegaram da Bolívia, realçaram o evento que resgata a identidade nacional dos bolivianos.

Honraram também com sua presença o evento, a diretiva e o pessoal do Memorial da América Latina que acompanharam a organi-zação e realização do even-to, difundindo, incentivando e apoiando estas expressões, artísticas e culturais de iden-tidade latino-americana, que fazem parte da história dos povos latino-americanos.

O evento teve entrada franca nos dos dias de progra-mação (04 e 05 de agosto).

Carmen Hilari PomaVeja as fotos e os momentos da celebração tradicional.

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

Foto: Cami

12Nosotros imigrantes - Ano III - Edição Número 13 - Setembro/Outubro 2013