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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 092.2.51.O DATA: 24/05/00 TURNO: Vespertino TIPO SESSÃO: Ordinária - CD LOCAL: Câmara dos Deputados HORA INÍCIO: 14h HORA TÉRMINO: 20h06min CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 092.2.51.O Tipo Sessão: Ordinária - CD Data: 24/05/00 Montagem: Sérgio 1

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA,

REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 092.2.51.O

DATA: 24/05/00

TURNO: Vespertino

TIPO SESSÃO: Ordinária - CD

LOCAL: Câmara dos Deputados

HORA INÍCIO: 14h

HORA TÉRMINO: 20h06min

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 092.2.51.O Tipo Sessão: Ordinária - CDData: 24/05/00 Montagem: S érgio

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CÂMARA DOS DEPUTADOS

SESSÃO ORDINÁRIA DE 24/05/00

PRESIDENTE (Jaques Wagner) - Ato da Presidência sobre criação de ComissãoEspecial destinada a apreciar e proferir parecer ao Projeto de Lei nº 203, de1991, do Senado Federal, referente ao acondicionamento, coleta, tratamento,transporte e destinação dos resíduos de serviços de saúde, e apensados.

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

JOÃO MENDES (Bloco/PMDB, RJ) - Impacto do equilíbrio das contas daPrevidência Social sobre a qualidade de vida da população brasileira.Sugestões sobre o assunto encaminhadas pelo Sr. José Mamede Silva aojornal O Dia, do Estado do Rio de Janeiro.

YEDA CRUSIUS (Bloco/PSDB, RS) - Papel do sistema eleitoral, dos partidospolíticos e do Poder Legislativo no Brasil.

CORONEL GARCIA (Bloco/PSDB, RJ) - Descumprimento, por órgãos daadministração pública, da exigência legal de licitação entre os leiloeiros paraescolha da proposta mais vantajosa para o serviço público. Anúncio deapresentação de projeto de resolução sobre instituição de ComissãoParlamentar de Inquérito para investigação de leilões de imóveis do Banco doBrasil.

PRESIDENTE (Jaques Wagner) - Ato da Presidência sobre constituição deComissão Especial destinada a apreciar e proferir parecer ao Projeto de Lei nº3.561, de 1997, sobre o Estatuto do Idoso e outras providências.

PRESIDENTE (Jaques Wagner) - Ato da Presidência sobre constituição deComissão Especial destinada a apreciar e proferir parecer ao Projeto de Lei nº2.186, de 1996, sobre substituição progressiva da produção e dacomercialização de produtos que contenham asbesto/amianto e outrasprovidências.

MAURO BENEVIDES (Bloco/PMDB, CE) - Incerteza quanto à efetiva aplicação dacompetência deferida aos Governadores de Estado de fixação, no âmbito dosrespectivos territórios, do valor do salário mínimo para os trabalhadores dainiciativa privada.

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DR. BENEDITO DIAS (PPB, AP) - Dificuldades financeiras do Grupo Executivo deAssistência Patronal — GEAP. Apoio à proposta do Conselho deRepresentantes do Grupo Executivo no Estado do Amapá, de reformulação doestatuto da instituição. Preocupação com a possibilidade de corte de recursosorçamentários destinados ao GEAP.

ALEX CANZIANI (Bloco/PSDB, PR) - Defesa de ampla discussão com acomunidade paranaense, para posterior envio à Assembléia Legislativa, deminuta de projeto de lei do Tribunal de Justiça instituidor de nova organizaçãojudiciária no Estado do Paraná.

JOSÉ MACHADO (PT, SP) - Justeza da reivindicação de reajuste salarial pelosservidores públicos federais e funcionários e professores da rede públicaestadual de São Paulo.

MARÇAL FILHO (Bloco/PMDB, MS) - Exorbitância das taxas de juros praticadaspelo sistema bancário no País, particularmente com relação ao uso do chequeespecial. Promoção, pela Associação de Defesa e Orientação do Cidadão, deCuritiba, Estado do Paraná, e do Fórum Nacional das Entidades Civis deDefesa do Consumidor, de campanha nacional para coleta de assinaturas deapoio a projeto de lei, de iniciativa popular, para tabelamento dos jurosbancários nos patamares definidos em dispositivo constitucional.

ANTÔNIO CARLOS KONDER REIS (PFL, SC) - Elaboração, pelo DepartamentoNacional de Estradas de Rodagem — DNER, de projeto de restauração daPonte Hercílio Luz, em Florianópolis, Estado de Santa Catarina. Expectativade apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento — BID e do GovernoFederal à obra.

RICARDO FERRAÇO (Bloco/PSDB, ES) - Louvor à atuação do Consórcio dasBacias Hidrográficas dos Rios Santa Maria da Vitória e Jucu, do Estado doEspírito Santo.

JAIR BOLSONARO (PPB, RJ) - Transcurso do Dia da Infantaria — 24 de maio.Impropriedade das críticas do Senador Antonio Carlos Magalhães e doDeputado Cabo Júlio às Forças Armadas brasileiras.

VALDIR GANZER (PT, PA) - Atuação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais deSantarém, Estado do Pará. Solidariedade à greve dos funcionários públicosfederais. Atuação dos Governantes de oposição ao Governo Federal naregião amazônica.

MARCIO FORTES (Bloco/PSDB, RJ) - Realização, no próximo mês de agosto, nacidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, do XXXI CongressoInternacional de Geologia. Conveniência de apoio, pelos setoresgovernamentais envolvidos, à realização do evento. Congratulações àCompanhia de Pesquisa de Recursos Minerais — CPRM e aos cientistasestudiosos da terra pelo trabalho desenvolvido.

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AVENZOAR ARRUDA (PT, PB) - Convocação, pela Comissão de Trabalho, deAdministração e Serviço Público, do Ministro Martus Tavares, doPlanejamento, Orçamento e Gestão, para esclarecimento sobre a políticasalarial dos servidores públicos da União. Divergência nas declarações deMinistros sobre índices de reajuste concedidos aos professores do ensino de1º e 2º graus.

MARCOS AFONSO (PT, AC) - Pesquisas de opinião pública, realizadas peloinstituto Vox Populi, publicadas no jornal O Estado de S. Paulo e pela GazetaMercantil , reveladoras da rejeição da sociedade brasileira à proposta demodificação do Código Florestal brasileiro, permissiva de aumento do índicede devastação florestal no País.

CARLOS SANTANA (PT, RJ) - Presença em Brasília de metalúrgicos do Estado doRio de Janeiro em defesa de apoio governamental ao setor da construçãonaval. Apoio a caravana de aposentados à Capital Federal em busca desolução para o reajuste dos proventos e pensões. Expectativa de açãofiscalizadora da futura Agência Nacional de Transportes sobre a atuação dasempresas adquirentes da malha da Rede Ferroviária Federal S.A. — RFFSA.Solidariedade às reivindicações dos servidores públicos federais.

EDINHO BEZ (Bloco/PMDB, SC) - Realização de encontro estadual da Juventudedo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (JPMDB), no Município deItá, Estado de Santa Catarina — 27 e 28 de maio. Programação e metas doevento.

EVANDRO MILHOMEN (Bloco/PSB, AP) - Aliança das Presidências da AssembléiaLegislativa e do Tribunal de Contas do Amapá com Parlamentares federais eestaduais, contra o Governo do Estado. Necessidade de intervenção federalna Assembléia Legislativa amapaense.

JOSÉ GENOÍNO (PT, SP) - Repúdio à proposta dos Presidentes do CongressoNacional e do Partido da Frente Liberal, respectivamente Senador AntonioCarlos Magalhães e Senador Jorge Bornhausen, de utilização das ForçasArmadas brasileiras na área de segurança pública.

BABÁ (PT, PA) - Legitimidade da mobilização dos servidores públicos federais porreajuste salarial para a categoria. Conclamação dos servidores da Casa paraadesão ao movimento.

IÉDIO ROSA (Bloco/PMDB, RJ) - Regozijo com a aquisição, pela Marinha do Brasil,de aeronaves de combate A-4KU Skyhawk, para salvaguarda dos interessesnacionais no mar territorial brasileiro e proteção das fronteiras terrestres doPaís.

CORIOLANO SALES (Bloco/PMDB, BA) - Realização em Brasília, Distrito Federal,do IV Seminário Brasileiro de Cooperativas Habitacionais — 24 a 26 de maio.

SIMÃO SESSIM (PPB, RJ) - Anúncio de apresentação de projeto de lei sobrecusteio da assistência à saúde dos trabalhadores e de seus dependentes.

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GERALDO SIMÕES (PT, BA) - Defesa do sistema presidencialista de governocomo o mais adequado aos interesses do País.

JOSÉ CARLOS ELIAS (Bloco/PTB, ES) - Concessão à Reserva Biológica deSooretama e à Reserva Florestal de Linhares, Estado do Espírito Santo, decertificado de Patrimônio Ambiental e Cultural da Humanidade, pelaOrganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura —UNESCO.

JONIVAL LUCAS JUNIOR (PFL, BA) - Elogio à atuação do Banco do Nordeste noEstado da Bahia.

POMPEO DE MATTOS (PDT, RS) - Descoberta, pela polícia e pelo MinistérioPúblico do Estado do Amapá, de esquema organizado para envio de criançasbrasileiras para o exterior. Levantamento, pela extinta Comissão Parlamentarde Inquérito do Judiciário, instalada pelo Senado Federal, de irregularidadesnos processos judiciais de adoção de crianças brasileiras por estrangeiros.Proposta do orador de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito parainvestigação do tráfico de crianças no País. Apresentação de projetos de leisobre divulgação dos órgãos públicos de defesa do consumidor e sobreorientação sexual nas 5ª e 6ª séries do ensino fundamental.

ENIO BACCI (PDT, RS) - Conveniência de aprovação de projeto de lei, de autoriado orador, sobre dispensa ao cidadão desempregado do pagamento de taxade inscrição em concurso público.

GILMAR MACHADO (PT, MG) - Apoio à greve dos servidores públicos federais.Defesa de imediata abertura de negociações do Governo Federal com acategoria.

WALTER PINHEIRO (PT, BA) - Apoio à greve dos servidores públicos federais.

JUQUINHA (Bloco/PSDB, GO) - Expectativa de lançamento, pelo Governo Federal,de novo pacote de medidas de estímulo à indústria do turismo no País.Esforços de empresários do setor para inclusão do Estado de Goiás noPrograma de Desenvolvimento do Turismo — PRODETUR.

EURÍPEDES MIRANDA (PDT, RO) - Insatisfação da sociedade brasileira com apolítica socioeconômica governamental.

DR. HELENO (Bloco/PSDB, RJ) - Estima à Igreja Adventista do Sétimo Dia.Impropriedade da classificação da congregação religiosa como seita.

AIRTON DIPP (PDT, RS) - Imposição de mais sofrimentos ao povo brasileiro com oanunciado corte de mais de 7 bilhões de reais do Orçamento Geral da União.

JOÃO MAGNO (PT, MG) - Contrariedade à proposta de alteração do CódigoFlorestal brasileiro, permissiva de maior índice de destruição das florestasnacionais em benefício exclusivo de latifundiários.

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PAULO PAIM (PT, RS) - Apoio à greve dos servidores públicos federais e aomovimento de aposentados e pensionistas da Previdência Social por reajustedos proventos.

PAULO FEIJÓ (Bloco/PSDB, RJ) - Transcurso do Dia de Nossa SenhoraAuxiliadora — 24 de maio. Louvor ao trabalho desenvolvido pelo CentroEducacional Nossa Senhora Auxiliadora, no Município de Campos dosGoytacazes, Estado do Rio de Janeiro. Cumprimentos à Irmã Soraya Chaloub,diretora da instituição.

SERAFIM VENZON (PDT, SC) - Conveniência de ampliação do relacionamentotécnico, político e fiscal do Governo Federal com OrganizaçõesNão-Governamentais — ONGs atuantes no País.

WELLINGTON DIAS (PT, PI) - Apoio à pauta de reivindicações dos servidorespúblicos federais em greve. Ilegitimidade do bloqueio, por proprietários deterras ribeirinhas do Rio Parnaíba, do acesso do conjunto da população àsmargens do rio.

FEU ROSA (Bloco/PSDB, ES) - Demonstração de prestígio do Governador JoséIgnácio Ferreira com a visita de Ministros e Secretários do Governo FernandoHenrique Cardoso ao Estado do Espírito Santo, para participação noseminário "Os Caminhos do Desenvolvimento Capixaba".

JOSÉ LUIZ CLEROT (Bloco/PMDB, PB) - Inconstitucionalidade da pretendidainstitucionalização da prática de anatocismo relativamente a empréstimos comprazo inferior a um ano.

CLAUDIO CAJADO (PFL, BA) - Caráter injusto das críticas do Presidente doFederal Reserve Bank aos membros do Congresso Nacional brasileiro, emvista do apoio do Parlamento nacional às propostas de iniciativa do PoderExecutivo para garantia do cumprimento de acordos firmados com o FundoMonetário Internacional — FMI.

RUBENS BUENO (PPS, PR) - Natureza política dos critérios de alocação derecursos orçamentários para os Estados da Federação. Desproporcionalidadeentre o alto volume de recursos transferidos pelo Paraná para a União,oriundos de impostos arrecadados, e o baixo vulto de verbas orçamentáriasdestinadas ao Estado.

TELMO KIRST (PPB, RS) - Solidariedade aos arrozeiros do Estado do Rio Grandedo Sul diante da suspensão das vendas em conseqüência dos baixos preçosoferecidos pelo produto, inferiores aos custos de produção. Inexistência depolítica agrícola e importação de arroz pelo Governo como principais causasdas dificuldades do setor.

LUIZ BITTENCOURT (Bloco/PMDB, GO) - Apoio à decisão dos Líderes partidáriosda Casa no sentido da rediscussão da proposta de alteração do CódigoFlorestal brasileiro, para viabilização de avanços na legislação ambiental do

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País. Expectativa de incremento da exportação de carne bovina produzida emGoiás diante da emissão, pela Organização Internacional de Epizootias,sediada em Paris, do certificado internacional de zona livre da aftosa emrelação ao Estado.

JAQUES WAGNER (PT, BA) - Quadro social brasileiro, segundo relatório doProjeto das Nações Unidas para o Desenvolvimento — PNUD sobredesenvolvimento humano. Indício de malversação de recursos públicos pelaPrefeitura de Camaçari, Estado da Bahia, em vista dos elevados gastosmunicipais com publicidade.

CAIO RIELA (Bloco/PTB, RS) - Solidariedade do orador aos funcionários doInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária — INCRA, em crisediante da situação de desmonte técnico e administrativo da entidade noEstado do Rio Grande do Sul. Transcurso do 36º e do 166º aniversários deemancipação político-administrativa dos Municípios gaúchos de NovaBassano e São Borja, respectivamente.

NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB, SP) - Cumprimento ao Ministro Paulo RenatoSouza pelo desempenho à frente do Ministério da Educação.

JOSÉ CARLOS COUTINHO (PFL, RJ) - Exploração de taxistas por donos de frotase empresas de táxis na cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro.Anúncio de apresentação de projeto de lei sobre limitação do valor pago pelomotorista de táxi ao dono do veículo ou proprietário de empresa de carros depraça a título de diária.

PEDRO PEDROSSIAN (PFL, MS) - Anúncio de apresentação de projeto de leisobre redução em 50% do valor de multas de trânsito aplicadas aos motoristasde táxi.

PAULO ROCHA (PT, PA) - Improcedência de declarações prestadas ao jornal OEstado de S.Paulo pelo Secretário de Segurança do Estado do Pará, PauloSette Câmara, sobre formação, com apoio da administração petista do PrefeitoEdimilson Rodrigues, de Belém, Capital do Estado, de milícia armada entre osmilitantes do Partido dos Trabalhadores.

RUBEM MEDINA (PFL, RJ) - Ascensão da cidade do Rio de Janeiro naclassificação mundial de cidades-sedes de congressos internacionais,segundo estudo do International Congress and Convention Association —ICCA. Potencial turístico da cidade e do Estado do Rio de Janeiro.

NILTON CAPIXABA (Bloco/PTB, RO) - Aprovação, pela Assembléia Legislativa doEstado de Rondônia, da Lei Complementar do Zoneamento SocioeconômicoEcológico — ZSEE, do Plano Agropecuário e Florestal — PLANAFLORO.

ALOÍZIO SANTOS (Bloco/PSDB, ES) - Importância da entrada em funcionamentodo Sistema de Gerenciamento do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento(MANTRA) no Aeroporto de Vitória, Estado do Espírito Santo, para a agilidadedo gerenciamento e controle de mercadorias importadas. Disponibilização,

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pelo Governo Federal, de recursos orçamentários em prol da saúde públicacapixaba, conforme declaração do Ministro José Serra, da Saúde, emseminário realizado na Capital espírito-santense.

ALBERTO MOURÃO (Bloco/PMDB, SP) - Sugestões do orador para diminuição daviolência resultante de rebeliões nas unidades da Fundação Estadual doBem-Estar do Menor — FEBEM de São Paulo.

LUÍS EDUARDO (PDT, RJ) - Combate aos aumentos abusivos dos preços dosmedicamentos comercializados no País.

CUNHA BUENO (PPB, SP) - Homenagem póstuma ao empresário paulista PauloViriato Corrêa da Costa.

NELSON PELLEGRINO (PT, BA) - Manifestação de pesar pelo falecimento doDeputado Paulo Jackson, da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia.

MÁRIO NEGROMONTE (Bloco/PSDB, BA) - Encaminhamento de indicação aoMinistério da Educação para subsídio da aquisição de computadores porprofessores da rede pública municipal.

ARY KARA (PPB, SP) - Inauguração da Casa do Advogado e da Cidadania dePindamonhangaba, Estado de São Paulo. Transcurso do Dia do Enfermeiro —12 de maio.

V - GRANDE EXPEDIENTE

GONZAGA PATRIOTA (Bloco/PSB, PE) - Apoio ao movimento grevista dosservidores públicos federais. Caráter fraudulento do processo de reeleição doPresidente Fernando Henrique Cardoso. Agravamento da situação daspequenas e microempresas nacionais com a política governamental deabertura comercial. Inexistência de política agrícola no País. Quadro dedesigualdade vigente em Petrolina, Estado de Pernambuco, diante da elevadarenda per capita do Município em dissonância com a realidade de misériavivida pela maioria de sua população. Compromisso do orador com amudança desse quadro, em assumindo a Prefeitura Municipal de Petrolina em2001.

AGNALDO MUNIZ (PPS, RO - Pela ordem) - Cumprimento ao Deputado RubensBueno, na presidência da Mesa, pela forma de condução dos trabalhos emandamento no plenário da Casa. Votos de eleição do Parlamentar para oGoverno do Estado do Paraná.

ALBÉRICO CORDEIRO (Bloco/PTB, AL - Pela ordem) - Necessidade demelhoramento dos serviços prestados pela Telemar ao Município de Palmeirados Índios, no Estado de Alagoas.

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ROBÉRIO ARAÚJO (Bloco/PL, RR - Pela ordem) - Necessidade de alocação demais recursos orçamentários para as Regiões Norte e Nordeste. Persistênciados desequilíbrios regionais no País.

ALMERINDA DE CARVALHO (PFL, RJ - Pela ordem) - Transcurso do 100ºaniversário de fundação do Instituto Oswaldo Cruz. Homenagem ao sanitaristabrasileiro Oswaldo Cruz.

RUBENS FURLAN (PPS, SP) - Frustração do orador com o posicionamento dabase parlamentar do Governo a favor da manutenção do reajuste do saláriomínimo para 151 reais. Crítica à política econômica governamental defavorecimento aos bancos e multinacionais. Prioridade, no cenário políticonacional, dos interesses pessoais em detrimento das necessidades coletivas.Defesa de financiamento de pequenos laboratórios farmacêuticos pelo BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social — BNDES.

HENRIQUE FONTANA (PT, RS - Pela ordem) - Anúncio de apresentação derequerimento de constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito parainvestigação das relações entre planos e seguros privados de saúde e seususuários, em face das constantes reclamações contra a conduta dessasempresas.

LUIZ MAINARDI (PT, RS - Pela ordem) - Inconveniência da privatização dosserviços de água e de esgoto no País. Protesto contra o não-financiamentodas empresas públicas do setor pelo Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social — BNDES.

JOÃO GRANDÃO (PT, MS - Pela ordem) - Apoio à greve dos servidores públicosfederais. Protesto contra o sucateamento da universidade pública brasileira.Escolha, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência eCultura — UNESCO, da Escola Estadual Maria de Lourdes Sotana, doMunicípio de Naviraí, Estado de Mato Grosso do Sul, como referêncianacional.

ODELMO LEÃO (PPB, MG - Pela ordem) - Solicitação de início da Ordem do Dia.

LUIZ SÉRGIO (PT, RJ - Pela ordem) - Intransigência do Governo Federal quanto àabertura de negociações com o comando da greve dos servidores públicosfederais.

WALTER PINHEIRO (PT, BA - Pela ordem) - Estado de precariedade da malharodoviária brasileira. Descaso do Governo Federal com o transporterodoviário. Esvaziamento do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem— DNER em decorrência da falta de recursos orçamentários. Maior empenhodo Ministério dos Transportes para diminuição do número de acidentes nasestradas brasileiras.

DR. HÉLIO (PDT, SP - Pela ordem) - Transcurso do centenário de criação daFundação Instituto Oswaldo Cruz — FIOCRUZ.

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JOSÉ CARLOS ALELUIA (PFL, BA - Pela ordem) - Aumento das tarifas de energiaelétrica nos Municípios brasileiros com a aprovação, pelo Senado Federal, depropositura sobre iluminação pública. Natureza inconstitucional, anti-social eantieconômica da matéria.

ANTONIO PALOCCI (PT, SP - Pela ordem) - Apoio à mobilização dos servidorespúblicos da União e dos Estados, em especial das áreas de saúde e deeducação do Estado de São Paulo, por reposição de perdas salariais eatendimento a reivindicações de interesse da categoria.

ALBERTO GOLDMAN (Bloco/PSDB, SP - Pela ordem) - Solicitação aos Srs.Líderes de imediata indicação dos integrantes da Comissão Especial dosPrecatórios.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Reiteração aos Srs. Líderes de solicitação deimediata indicação dos integrantes da Comissão Especial dos Precatórios.

VI - ORDEM DO DIA

PRESIDENTE (Michel Temer) - Continuação da discussão, em turno único, doProjeto de Lei nº 933-A, de 1999, que altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 1940— Código Penal, mediante a tipificação de condutas que constituem crimescontra a Previdência Social, e dá outras providências.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Encerramento da discussão.PRESIDENTE (Michel Temer) - Consulta ao Líder do PDT sobre a manutenção das

emendas apresentadas, tendo em vista a realização de acordo para a votaçãodo projeto.

FERNANDO CORUJA (Pela ordem) - Retirada das emendas apresentadas peloPDT.

Usou da palavra para proferir parecer à Emenda Substitutiva Global, emsubstituição à Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, o Sr.Deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA.

SÉRGIO MIRANDA (Pela ordem) - Esclarecimento sobre o disposto no art. 168-A, §2º, da Emenda Substitutiva Global.

PROFESSOR LUIZINHO, AYRTON XERÊZ (Pela ordem) - Desistência doencaminhamento da votação da matéria.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação da Emenda Substitutiva Global nº 14.Usaram da palavra para orientação das respectivas bancadas os Srs. Deputados

FERNANDO GABEIRA, AYRTON XERÊZ, SÉRGIO MIRANDA, FERNANDOCORUJA, BISPO RODRIGUES, ODELMO LEÃO, PROFESSOR LUIZINHO,MENDES RIBEIRO FILHO, INOCÊNCIO OLIVEIRA, SAULO PEDROSA,ARNALDO MADEIRA.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Aprovação da emenda.Declaração de prejudicialidade das demais proposições

PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação e aprovação da redação final.Encaminhamento da matéria ao Senado Federal.

ARNALDO FARIA DE SÁ (Pela ordem) - Indagação à Presidência sobre anecessidade de votação da matéria pelo sistema nominal.

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PRESIDENTE (Michel Temer) - Resposta ao Deputado Arnaldo Faria de Sá.PRESIDENTE (Michel Temer) - Discussão da Redação do Vencido, em primeiro

turno, da Proposta de Emenda à Constituição nº 96-B, de 1992, que introduzmodificações na estrutura do Poder Judiciário.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Encerramento da discussão.PRESIDENTE (Michel Temer) - Consulta ao Deputado Fernando Coruja sobre a

manutenção das emendas apresentadas à matéria.FERNANDO CORUJA (Pela ordem) - Retirada das emendas.PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação da Redação do Vencido, em primeiro

turno, da Proposta de Emenda à Constituição nº 96-B, de 1992.Usou da palavra para orientação da respectiva bancada o Sr. Deputado MENDES

RIBEIRO FILHO.PRESIDENTE (Michel Temer) - Aprovação da Redação do Vencido.

Retorno da matéria à pauta após o interstício de cinco sessões.ALEXANDRE CARDOSO (Pela ordem) - Retirada de recurso apresentado à

Presidência para votação da proposta de emenda à Constituição sobreregulamentação do instituto da medida provisória.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Requerimento de urgência para apreciação doProjeto de Lei nº 84, de 1999, sobre os crimes cometidos na área deinformática, suas penalidades e outras providências.

Usaram da palavra para orientação das respectivas bancadas os Srs. DeputadosINOCÊNCIO OLIVEIRA, WALTER PINHEIRO, DR. HÉLIO, ODELMO LEÃO,YEDA CRUSIUS, DJALMA PAES.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Aprovação do requerimento.PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação de requerimento de urgência para

apreciação do Projeto de Lei nº 2.985, de 2000, do Poder Executivo, sobre aprorrogação do período de transição previsto na Lei nº 9.478, de 1997.

Usou da palavra para orientação da respectiva bancada o Sr. Deputado WALTERPINHEIRO.

Usou da palavra pela ordem o Sr. Deputado ARNALDO MADEIRA.PRESIDENTE (Michel Temer) - Aprovação do requerimento.PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação e aprovação de requerimento de urgência

para apreciação do Projeto de Lei nº 2.844, de 2000, do Poder Executivo, quealtera o art. 8º da Lei nº 7.990, de 1989, com a redação dada pelo art. 3º eparágrafo da Lei nº 8.001, de 1990, e dá outras providências.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação e aprovação de requerimento de urgênciapara apreciação do Projeto de Lei nº 2.859, de 2000, do Poder Executivo, queinstitui o Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do SetorEspacial e dá outras providências.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação e aprovação de requerimento de urgênciapara apreciação do Projeto de Lei nº 2.794, de 2000, do Poder Executivo, quealtera a destinação de receitas próprias decorrentes de contratos firmadospelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, visando aofinanciamento de programas e projetos de pesquisa científica edesenvolvimento tecnológico no setor produtivo na área de transportesterrestres, e dá outras providências.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação e aprovação de requerimento de urgênciapara apreciação do Projeto de Lei nº 2.793, de 2000, do Poder Executivo,sobre a realização de investimentos em pesquisa e desenvolvimento emeficiência energética, por parte das empresas concessionárias,

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permissionárias e autorizadas no setor de energia elétrica, e dá outrasprovidências.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação de requerimento de urgência paraapreciação do Projeto de Lei Complementar nº 72, de 1999, que estabelecenormas de cooperação entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípiosna prestação de serviços públicos de abastecimento de água potável e deesgotos sanitários, nos termos do inciso IX, parágrafo único, do art. 23 daConstituição Federal.

FERNANDO GABEIRA (Pela ordem) - Existência de Comissão Especial paradiscussão do projeto.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Retirada do requerimento.PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação e aprovação de requerimento de urgência

para apreciação do Projeto de Lei nº 5.993, de 1990, constante do item 5 dapauta.

PEDRO WILSON (Pela ordem) - Informação ao Plenário sobre a realização, naCâmara dos Deputados, da 5ª Conferência Nacional de Direitos Humanos.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Aviso ao Plenário sobre os trabalhos da Casa naterça-feira e na quarta-feira da próxima semana.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação e aprovação de requerimento de urgênciapara apreciação do Projeto de Lei nº 1.910, de 1999, que altera a Lei nº 9.394,de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação de requerimento de urgência urgentíssimapara apreciação do Projeto de Lei nº 2.974, de 2000, que reabre o prazo deopção ao Programa de Recuperação Fiscal — REFIS pelo período de noventadias.

Usou da palavra para orientação da respectiva bancada o Sr. Deputado ARNALDOMADEIRA.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Aprovação do requerimento.PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação de requerimento de urgência para

apreciação do Projeto de Lei nº 1.541-A, de 1999, do Senado Federal, quealtera a Lei nº 5.917, de 1973, que aprova o Plano Nacional de Viação, demodo a incluir na Relação Descritiva das Rodovias do Sistema RodoviárioFederal a rodovia que especifica, sob a designação BR-432.

ARNALDO MADEIRA (Pela ordem) - Existência de acordo sobre a urgência, semcompromisso com o mérito.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Aprovação do requerimento.PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação e aprovação de requerimento de urgência

para apreciação do Projeto de Lei nº 1.918, de 1999, do Senado Federal, quealtera a Lei nº 5.917, de 1973, que aprova o Plano Nacional de Viação, demodo a incluir na relação descritiva dos portos marítimos, fluviais e lacustres oPorto de Santa Maria do Boiaçu, no Estado de Roraima.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Votação de requerimento de urgência paraapreciação do Projeto de Lei Complementar nº 9-A, de 1999, do PoderExecutivo, sobre as normas gerais para instituição de regime de previdênciacomplementar pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelosMunicípios.

ARNALDO FARIA DE SÁ - Questão de ordem sobre cumprimento, pelaPresidência, do disposto no art. 154, § 2º, do Regimento Interno, a respeito davotação de requerimentos de urgência.

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INOCÊNCIO OLIVEIRA (Pela ordem) - Apoio à votação do requerimento deurgência na presente sessão.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Resposta à questão de ordem levantada peloDeputado Arnaldo Faria de Sá.

ANTÔNIO CARLOS KONDER REIS (Pela ordem) - Solicitação à Presidência deinclusão na pauta dos requerimentos de urgência a apreciação de projeto delei sobre aumento do número de Procuradores da República.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Resposta ao Deputado Antônio Carlos Konder Reis.Usaram da palavra para orientação das respectivas bancadas os Srs. Deputados

REGIS CAVALCANTE, ROBERTO ARGENTA, BISPO RODRIGUES, DJALMAPAES, FERNANDO CORUJA, ROMEL ANIZIO, DR. ROSINHA, JORGEALBERTO, INOCÊNCIO OLIVEIRA, ROBERTO JEFFERSON, ARNALDOMADEIRA.

MORONI TORGAN (Pela ordem) - Resultado da ida da Comissão Parlamentar deInquérito do Narcotráfico ao território paraguaio.

GERSON PERES (Pela ordem) - Solicitação à Presidência de convocação dereunião dos Líderes para debate da proposta de emenda constitucional sobreregulamentação do instituto da medida provisória.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Atendimento à solicitação do Deputado GersonPeres.

ALEXANDRE CARDOSO (Pela ordem) - Encaminhamento ao Ministério PúblicoFederal de declaração do Presidente da Assembléia Legislativa do Estado doAmapá de desagravo à vinculação do nome do Deputado Estadual João JorgeGoulart Salomão de Santana a atos ilícitos. Conveniência de constituição decomissão de Procuradores para análise do documento.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Sugestão ao Deputado Alexandre Cardoso paraencaminhamento do documento à Procuradoria-Geral da República.

ALOIZIO MERCADANTE (Pela ordem) - Solidariedade do Partido dosTrabalhadores ao Governador do Estado do Amapá em face da tentativa dedesestabilização de seu Governo. Solicitação ao Presidente Michel Temer deconvocação de reunião de Líderes para debate acerca da ação do crimeorganizado contra Governadores Estaduais.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Resposta ao Deputado Aloizio Mercadante.INOCÊNCIO OLIVEIRA (Pela ordem) - Solicitação à Presidência de inclusão na

pauta da próxima da sessão do requerimento de urgência para apreciação doProjeto de Lei nº 2.785, de 1997, sobre criação de cargos de Procurador daRepública na carreira do Ministério Público Federal.

PRESIDENTE (Michel Temer) - Inclusão do requerimento de urgência na pauta dapresente sessão.

ROBSON TUMA (Pela ordem) - Solicitação aos Parlamentares de votação dorequerimento de urgência para apreciação do Projeto de Lei Complementar nº9-A, de 1999.

RICARDO BERZOINI (Pela ordem) - Vitória da Chapa 5 nas eleições para aDiretoria da Caixa de Previdência do Banco do Brasil — PREVI.

GUSTAVO FRUET (Pela ordem) - Greve dos professores da rede estadual deensino paranaense.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Encerramento da votação.Aprovação do requerimento de urgência para o Projeto de Lei Complementar

nº 9-A, de 1999.

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ALOIZIO MERCADANTE (Como Líder) - Divulgação, pelo Ministro Martus Tavares,do Planejamento, Orçamento e Gestão, de nota a respeito da greve dosservidores públicos federais. Empenho na abertura, pelo Governo Federal, denegociação com representantes da categoria.

AÉCIO NEVES (Como Líder) - Posicionamento do Governo Federal com relação aopretendido reajuste dos proventos dos servidores públicos. Disposição doPrimeiro Escalão do Governo em debater com Parlamentares sobre a greveda categoria.

Usaram da palavra pela ordem, para registro de voto, os Srs. Deputados JOÃORIBEIRO, MARCOS ROLIM, LUCIANO CASTRO, BARBOSA NETO,ALBÉRICO CORDEIRO, DARCÍSIO PERONDI, ELISEU RESENDE,CLEONÂNCIO FONSECA, CHIQUINHO FEITOSA, AUGUSTO NARDES,JOÃO MAGALHÃES, JULIO SEMEGHINI, JOSÉ RONALDO, AIRTONCASCAVEL, MARCIO FORTES.

ALEXANDRE CARDOSO (Como Líder) - Repúdio à nota do Ministro MartusTavares, do Planejamento, Orçamento e Gestão, a respeito da greve dosservidores públicos.

Usaram da palavra pela ordem, para registro de voto, os Srs. Deputados BABÁ,HERCULANO ANGHINETTI.

ARNALDO MADEIRA (Como Líder) - Visão dos partidos oposicionistas sobre arealidade brasileira. Posicionamento do Governo Federal com relação à grevedos servidores públicos.

Usou a palavra pela ordem, para registro de voto, o Sr. Deputado HENRIQUEEDUARDO ALVES.

Usou da palavra pela ordem o Sr. Deputado ALEXANDRE CARDOSO.Usou da palavra pela ordem, para registro de voto, o Sr. Deputado SEBASTIÃO

MADEIRA.FERNANDO GABEIRA (Pela ordem) - Indagação à Presidência sobre a

possibilidade de votação, na presente sessão, do projeto de lei sobrearmazenamento de lixo radioativo.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Resposta ao Deputado Fernando Gabeira.Prorrogação da sessão.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação e aprovação de requerimento deurgência para apreciação do Projeto de Resolução nº 91, de 2000, quedenomina o saguão do Anexo II, da Câmara dos Deputados, de SaguãoVilla-Lobos.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação de requerimento de urgência paraapreciação do Projeto de Lei nº 2.785, de 1997, do Ministério Público daUnião, que cria cargos de Procurador da República na carreira do MinistérioPúblico Federal.

Usou da palavra para orientação da respectiva bancada o Sr. DeputadoINOCÊNCIO OLIVEIRA.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Aprovação do requerimento.PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação de requerimento de urgência para

apreciação do Projeto de Lei nº 4.434, de 1998, que altera dispositivo da Leinº 98.137, de 1996, que institui o Sistema Integrado de Impostos eContribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte —SIMPLES, por atender aos pressupostos requeridos para esta forma detramitação.

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Usou da palavra para orientação da respectiva bancada o Sr. DeputadoINOCÊNCIO OLIVEIRA.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Aprovação do requerimento.PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº

256, de 1999, que acrescenta parágrafo ao art. 179 do Estatuto da Criança edo Adolescente.

Usou da palavra pela ordem, para registro de voto, o Sr. Deputado WILSONSANTOS.

PROFESSOR LUIZINHO (Pela ordem) - Desistência da discussão da matéria.Usou da palavra para discussão da matéria a Sra. Deputada LUIZA ERUNDINA.PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Encerramento da discussão.

Existência de emenda ao projeto.Usou da palavra pela ordem, para registro de voto, o Sr. Deputado NEIVA

MOREIRA.Usou da palavra para proferir parecer à Emenda de Plenário, em substituição à

Comissão de Seguridade Social e Família, o Sr. Deputado DJALMA PAES.Usou da palavra para proferir parecer à Emenda de Plenário, em substituição à

Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, o Sr. Deputado GEOVANFREITAS.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação do Substitutivo apresentado pelaComissão de Constituição e Justiça e de Redação.

Usaram da palavra para orientação das respectivas bancadas os Srs. DeputadosINOCÊNCIO OLIVEIRA, PROFESSOR LUIZINHO, INOCÊNCIO OLIVEIRA.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Aprovação do Substitutivo.Declaração de prejudicialidade do projeto principal.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação da Emenda de Plenário nº 1, comparecer favorável.

Usou da palavra para orientação da respectiva bancada o Sr. DeputadoINOCÊNCIO OLIVEIRA.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Aprovação da emenda.Usou da palavra pela ordem, para registro de voto, o Sr. Deputado JOSÉ BORBA.PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação da Emenda de Redação nº 1.PROFESSOR LUIZINHO (Pela ordem) - Existência de acordo sobre a matéria.PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Aprovação da emenda.

Votação e aprovação da redação final.Encaminhamento da matéria ao Senado Federal.

Usaram da palavra pela ordem, para registro de voto, os Srs. Deputados JOSÉANTONIO ALMEIDA, RICARDO BARROS, JOÃO FASSARELLA.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº189, de 1991, sobre a seleção de locais, a construção, o licenciamento, aoperação, a fiscalização, os custos, a remuneração, a responsabilidade civil eas garantias dos depósitos de rejeitos radioativos e dá outras providências.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação e aprovação de requerimentos pararetirada de pauta do Projeto de Lei nº 189, de 1991.

WALTER PINHEIRO (Pela ordem) - Existência de acordo de Líderes para retiradado projeto de pauta.

INOCÊNCIO OLIVEIRA (Pela ordem) - Anuência com a retirada do projeto depauta.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Inclusão do projeto na pauta da sessão dapróxima terça-feira.

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PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº2.868, de 2000, que acrescenta o inciso VI ao art. 323 do Decreto-Lei nº3.689, de 1941 (Código de Processo Penal).

Usou da palavra para proferir parecer ao projeto, em substituição à Comissão deConstituição e Justiça e de Redação, o Sr. Deputado JORGE KHOURY.

Usaram da palavra para discussão da matéria os Srs. Deputados JOSÉ ROBERTOBATOCHIO, PROFESSOR LUIZINHO.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Encerramento da discussão.Existência de emendas ao projeto.

JOSUÉ BENGTSON (Pela ordem) - Anúncio de apresentação de projeto de leisobre obrigatoriedade de conhecimento, por profissionais dos serviços depolícia, de assistência social e de saúde, da Linguagem Brasileira de Sinais —LIBRAS.

Usou da palavra pela ordem, para registro de voto, o Sr. Deputado JOSÉ BORBA.JOSUÉ BENGTSON (Pela ordem) - Financiamento da agricultura familiar na

Amazônia.PAULO OCTÁVIO (Pela ordem) - Anúncio de apresentação de projeto de lei

proibitivo da comercialização de bebidas alcoólicas nas rodovias federais.JORGE KHOURY (Pela ordem) - Solicitação à Presidência do prazo de duas

sessões para emissão de parecer à emenda de plenário.PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Acolhimento da solicitação do Deputado Jorge

Khoury.PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº

5.993, de 1990, sobre a construção de logradouros, de edifícios de usopúblico e de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acessoadequado às pessoas portadoras de deficiência física, nos termos dos arts.227, § 2º, e 244 da Constituição Federal.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Encerramento da discussão.Existência de emendas ao projeto.

ARY KARA (Pela ordem) - Realização, por motoqueiros de todo o País, de romariaa Aparecida, Estado de São Paulo.

JOSÉ ROBERTO BATOCHIO (Pela ordem) - Improcedência de matériasjornalísticas a respeito de veto, pelo ex-Governador Leonel Brizola, de aliançapolítica entre o PDT e o PT, com vistas às eleições municipais de São Paulo,Estado de São Paulo.

Usou da palavra para proferir parecer às emendas de plenário, em substituição àComissão de Seguridade Social e Família, o Sr. Deputado GESSIVALDOISAIAS.

Usou da palavra para proferir parecer às emendas de plenário, em substituição àComissão de Finanças e Tributação, o Sr. Deputado DE VELASCO.

Usou da palavra pela ordem, para registro de voto, o Sr. Deputado WELLINGTONDIAS.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Informação ao Plenário sobre retificação daemenda de plenário de autoria do Deputado Chico da Princesa.

Usou da palavra para proferir parecer ao projeto, em substituição à Comissão deViação e Transportes, o Sr. Deputado EDINHO ARAÚJO.

Usou da palavra para proferir parecer às emendas de plenário, em substituição àComissão de Desenvolvimento Urbano e Interior, o Sr. Deputado ANTONIOCARLOS PANNUNZIO.

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GESSIVALDO ISAIAS (Pela ordem) - Retificação do parecer com relação à Emendade Plenário nº 2.

Usou da palavra para proferir parecer às emendas de plenário, em substituição àComissão de Constituição e Justiça e de Redação, o Sr. Deputado JUTAHYJUNIOR.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Encerramento da discussão.Usou da palavra para orientação da respectiva bancada o Sr. Deputado JOSÉ

ANTONIO ALMEIDA.PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação e aprovação de requerimento de

preferência para votação do substitutivo adotado pela Comissão deConstituição e Justiça e de Redação.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação e aprovação do substitutivo adotadopela Comissão de Constituição e Justiça e de Redação.

PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação e aprovação das Emendas nºs 1 e 2,com parecer favorável.

Declaração de prejudicialidade das demais emendas.PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Votação e aprovação da redação final.

Retorno da matéria ao Senado Federal.PROFESSOR LUIZINHO (Pela ordem) - Congratulações à Casa pela votação da

matéria.PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Transferência da votação dos demais itens da

pauta para terça-feira da próxima semana. Encerramento da Ordem do Dia.

Apresentação de proposições: CORONEL GARCIA; RONALDOVASCONCELLOS; ENIO BACCI; JOSÉ CARLOS COUTINHO; AVENZOARARRUDA; PEDRO PEDROSSIAN; POMPEO DE MATTOS; ALOIZIOMERCADANTE; SIMÃO SESSIM; RUBENS BUENO; CLEMENTINO COELHO;DR. BENEDITO DIAS E OUTROS; CLEMENTINO COELHO; JAIRMENEGUELLI; HENRIQUE FONTANA E OUTROS; GLYCON TERRA PINTO;MILTON TEMER; EUNÍCIO OLIVEIRA; JÚLIO DELGADO E OUTROS;MARCOS CINTRA; ELCIONE BARBALHO E OUTROS; JANDIRA FEGHALI;RICARDO FERRAÇO; GLYCON TERRA PINTO E OUTROS; LUCIANOBIVAR E OUTROS; ALEXANDRE SANTOS; ADOLFO MARINHO; MILTONMONTI; SRS. LÍDERES; ALDO REBELO; GERALDO MAGELA; MÁRIONEGROMONTE; VICENTE CAROPRESO; NICE LOBÃO; PAULO OCTÁVIO;JOSUÉ BENGTSON.

PAULO OCTÁVIO (Pela ordem) - Apresentação de requerimento à Mesa Diretorasobre constituição de Comissão Externa para apuração das causas doacidente automobilístico ocorrido com o ex-Presidente da República JuscelinoKubitschek, na Rodovia Presidente Dutra, Km 165, Município de Resende,Estado do Rio de Janeiro.

Usou da palavra pela ordem, para registro de voto, o Sr. Deputado WELLINGTONDIAS.

EDINHO ARAÚJO (Pela ordem) - Apresentação à Comissão Especial, pelo RelatorEliseu Resende, de parecer à proposta de criação da Agência Nacional deTransportes. Anúncio de realização, pela Comissão de Viação e Transportes,de audiência pública para debate sobre concessões da exploração derodovias federais.

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Usaram da palavra pela ordem, para registro de voto, os Srs. DeputadosGERVÁSIO SILVA, YVONILTON GONÇALVES.

PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - Atos da Presidência sobre criação deComissões Especiais destinadas à análise da crise da aviação civil brasileira;ao exame da Proposta de Emenda à Constituição nº 609-A, de 1998; e doSistema Presidencialista de Governo.

VII - ENCERRAMENTO

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I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Jaques Wagner) - A lista de presença acusa o

comparecimento de 380 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos

trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. THEMÍSTOCLES SAMPAIO , servindo como 2º Secretário, procede à

leitura da ata da sessão antecedente, a qual, sem observações, é aprovada.

O SR. PRESIDENTE (Jaques Wagner) - Passa-se à leitura do expediente.

O SR. ....................................................... procede à leitura do seguinte

III - EXPEDIENTE

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O SR. PRESIDENTE (Jaques Wagner) - Antes de dar prosseguimento à

sessão, a Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte

Ato da Presidência.

Nos termos do art. 34, inciso II, § 1º, c/c o art. 33, § 1º,

todos do Regimento Interno, esta Presidência decide criar

Comissão Especial, destinada a apreciar e proferir parecer ao

Projeto de Lei nº 203, de 1991, do Senado Federal, que

'Dispõe sobre o acondicionamento, a coleta, o tratamento, o

transporte e a destinação dos resíduos de serviços de saúde'

e apensados, composta por 31 (trinta e um) membros,

acrescido de mais um destinado ao rodízio entre os partidos

não contemplados.

Brasília, 24 de maio de 2000.

Assina o Presidente Michel Temer

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O SR. PRESIDENTE (Jaques Wagner) - Finda a leitura do expediente,

passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Sr. Deputado João Mendes.

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O SR. JOÃO MENDES (PMDB-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o equilíbrio das contas da Previdência tem

enorme impacto sobre a qualidade de vida de larga parcela da população brasileira.

De uma correta, íntegra e eficiente administração do orçamento previdenciário

dependem não apenas os aposentados, mas todos os trabalhadores que recolhem

sistematicamente suas contribuições, com a justa expectativa de se aposentarem

um dia.

As contas da Previdência guardam estreita conexão com outra questão de

fundamental relevância na vida do País, que é o aumento do salário mínimo.

Qualquer ponto percentual de aumento no mínimo causa enorme repercussão no

montante dos benefícios pagos pela Previdência Social, e não é sem razão que o

Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, alega a necessidade de

evitarem-se os déficits públicos para justificar a concessão de modestos aumentos

no piso salarial do País.

Que o nosso sistema de previdência e assistência social é caótico e

extremamente vulnerável a todo tipo de golpes e falcatruas, isso, infelizmente,

todos sabemos. Mas não basta constatar falhas e diagnosticá-las. É preciso

inventar uma maneira eficaz de pôr ordem na nossa Previdência Social, de modo a

proporcionar aos contribuintes a segurança de que poderão auferir benefícios de

um valor razoável ao se aposentarem.

Sobre isso, chamou-me a atenção interessante mensagem enviada

recentemente pelo cidadão José Mamede Silva ao jornal carioca O Dia.

José Mamede apresenta diversas sugestões para melhorar o desempenho

do INSS, tais como a revisão de todos os processos em tramitação, com o

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estabelecimento de um prazo máximo de trinta dias para a divulgação do resultado

da análise desses processos.

Ele sugere, ainda, o imediato cumprimento de todas as liminares concedidas

pelo Poder Judiciário, que ainda não foram cumpridas nem reformadas, e observa

que algumas dessas liminares já têm mais de seis meses, o que tem gerado

mal-estar entre os magistrados.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as sugestões do cidadão José

Mamede Silva são sensatas e plenamente exeqüíveis.

Os responsáveis pela administração da Previdência não podem alegar

problemas operacionais para descumprir o sagrado compromisso de administrar

com correção e eficiência os fantásticos recursos produzidos a duras penas pelos

trabalhadores brasileiros.

Como quaisquer outros administradores, são eles os principais responsáveis

pela criação das condições necessárias para que se imprima eficiência a todas as

instâncias da Previdência.

Fico muito satisfeito ao observar que a nossa sociedade tem adotado uma

postura cada vez mais ativa na identificação de seus interesses, bem como na sua

intransigente defesa. Atitudes como a do Sr. José Mamede Silva, que, além de

dedicar algumas horas da sua vida para refletir sobre os sérios problemas da

Previdência, ainda se deu o trabalho de enviar suas opiniões para um jornal, são

muito representativas da vitalidade da nossa sociedade.

Esperamos que os administradores públicos desse País se conduzam de

modo a corresponder às expectativas de uma população que, felizmente, tem-se

revelado cada vez mais consciente de seus direitos e deveres de cidadania.

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Era o que tinha a dizer.

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A SRA. YEDA CRUSIUS (Bloco/PSDB-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nestes últimos meses temos vivido fatos em

todo o mundo que colocam em discussão os rumos das sociedades dos países no

contexto de interdependência trazido pela realidade da globalização. Em particular,

as reações de grupos bem definidos na questão da orientação que resultam nos

contratos supranacionais firmados a partir de organizações como a OMC,

Organização Mundial do Comércio e o FMI, Fundo Monetário Internacional.

Ao mesmo tempo, o enfrentamento dos resultados do desmembramento da

União Soviética, das crises financeiras mundiais recorrentes e das guerras

localizadas, levanta a grande questão da reorganização institucional necessária

para que, neste quadro de reformas econômicas para a construção da estabilidade

sustentada, seja preservado o valor maior que as orientam, que é o da sustentação

da democracia. A nossa é muito recente. Nossa, da América Latina, da América do

Sul e, em particular, do Brasil.

Neste sentido, quero lembrar dois fatos políticos presentes na história

brasileira.

O primeiro diz respeito à instabilidade inerente ao nosso sistema político,

que pode ser ilustrada pelo que segue.

Ao ser empossado para seu segundo mandato em janeiro de 1999, em

virtude de sua reeleição, o Presidente Fernando Henrique Cardoso tornou-se o

primeiro presidente eleito a concluir o mandato desde Juscelino Kubitschek. Tal

fato ganha sua dimensão para o que quero ilustrar se lembrarmos que para tal

foram necessários quase 40 anos. Um período demasiadamente longo dentro do

conceito de democracia estável.

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O segundo é que acabamos de completar o mais longo período de

normalidade política no País. Transcorreu, há poucos dias, a data que registrou 23

anos do chamado Pacote de Abril, que decretou o recesso do Congresso Nacional

e produziu os Senadores biônicos — Senadores indicados e não eleitos, o que

pode ser considerado fruto de uma biotecnologia avant la lettre . E o período mais

longo da história republicana em que o Brasil não passou por momentos

traumáticos como revoluções, golpes de Estado, fechamento, recesso ou

dissolução do Congresso por ato de força, intervenções nos Estados ou estado de

sítio.

Quando fazemos o retrospecto no que respeita à democracia, e em particular

a democracia representativa, nascida e associada à proclamação da República, e o

comparamos com o retrospecto de outros países, podemos entender como se forjou

esse sentimento brasileiro como que de inferioridade em relação às democracias

estáveis. A estabilização econômica e política tornou-se, ao longo das últimas

décadas, algo entre um mito e uma obsessão para a maioria de nós, e mais

intensamente a nós que escolhemos participar pela via eleitoral e, portanto, através

da participação partidária, da construção e aperfeiçoamento do Estado de Direito. É

o Estado de Direito, entendemos, o suporte para a construção das sociedades

democráticas. Nele está subjacente a existência e o respeito a contratos, desde o

contrato coletivo maior, ou seja, a Constituição, até os contratos entre indivíduos

e/ou as organizações que os representam.

Pois lançamos as bases da estabilização política na década de 80, com o

processo de redemocratização. Desde então, avançamos nesse campo com notável

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desenvoltura, apesar de obstáculos assombrosos, como a morte de Tancredo

Neves e a crise que culminou com o impeachment de Fernando Collor.

Com a estabilização econômica, requerimento e alicerce de um Estado de

Direito sustentado, nossa experiência brasileira tem sido ainda mais acidentada. Na

busca da estabilidade econômica, muitas vezes os contratos foram rompidos em

curto espaço de tempo pelos diversos choques econômicos, gerando uma herança,

por muito tempo escondida na forma de esqueletos, que nestes seis últimos anos

foram retirados de seus esconderijos e, corajosa e publicamente, enterrados. O

litígio nesta área até hoje pode ser medido pelo contencioso judicial acumulado em

todas as esferas do Judiciário. Apesar das dificuldades nesse campo, ao fundear os

pilares da sociedade moderna, participativa, estável e responsável, estamos

avançando.

Entretanto, é hoje evidente que a estabilidade política e econômica só será

duradoura se completarmos o quadro de reformas estruturais que nos leve ao

desenvolvimento sustentado e à redução das desigualdades, conceitos já

absorvidos e orientadores do dinâmico concerto internacional das nações. Neste,

destaca-se a estruturação de uma nova forma de federação, a dos blocos regionais,

iniciando-se com os acordos de livre comércio e ampliando-se com os de

integração até o limite da criação de uma moeda única — moeda, símbolo nacional

e motivo de guerras — para um conjunto de Estados independentes. Os

desequilíbrios nesse campo ainda são tão grandes que na busca da superação de

problemas econômicos e de distribuição de renda — tão antigos e que atingiram

proporções inaceitáveis — urge adequar as instituições nacionais a contratos

internacionais, grande desafio da realidade contemporânea. Tendo como objetivo a

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construção da Federação no contexto da globalização, uma dessas reformas

necessárias é a que diz respeito aos sistemas político, eleitoral e partidário.

Não se trata de reformar por reformar, para tentar algo novo, ou de promover

mudanças circunstanciais. Não se trata, menos ainda, de fazer reformas que

contribuam para consolidar o status quo — o que apenas traria problemas ainda

mais graves no futuro. Ao pensar e debater as reformas, não se pode abordar a

questão com uma postura laboratorial, procurando desenvolver um modelo teórico,

desvinculado da experiência política nacional, pois, como destacou o Ministro

Nelson Jobim, do STF, em recente depoimento na Câmara dos Deputados sobre o

instituto das medidas provisórias, é reexaminando nossa vida política e parlamentar

que encontramos não apenas as explicações para o caráter atribulado de nossa

história, mas também importantíssimas indicações sobre os caminhos a seguir.

O Prof. José Antônio Giusti Tavares realizou um importante estudo sobre a

questão, no qual nos alerta que "nenhum dos elementos institucionais que integram

funcionalmente o sistema real de governo — o sistema eleitoral, o sistema

partidário, o sistema formal de governo e a forma, unitária ou federativa do Estado

— produz efeitos independente e com abstração dos outros três aos quais se

encontra intimamente articulado".

Isto posto, ao analisarmos o papel do Sistema Eleitoral, dos Partidos

Políticos e do Poder Legislativo, com vistas a promover as reformas que

consideramos necessárias, devemos fazê-lo levando em conta aspectos que vão

além do estritamente eleitoral, partidário ou parlamentar. Poderia citar contribuições

também importantes a respeito do tema, feitas por outros cientistas políticos. A 1ª

Conferência sobre Federalismo Cooperativo, Globalização e Democracia, por si só,

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foi uma rara oportunidade para que conhecêssemos e, a partir daí, debatêssemos,

sempre com vistas à definição concreta, esse sistema como meio de atingir o

objetivo do desenvolvimento sustentado com redução das desigualdades sob o

Estado de Direito. Por uma questão de tempo, desejo salientar algumas questões

relativas ao federalismo brasileiro.

Observando a história brasileira no que se refere a sistema e a forma de

governo — e poderíamos acrescentar a sistema eleitoral e partidário — registramos

que em menos de 180 anos, o País teve oito Constituições, (se, como tantos

juristas, considerarmos a Emenda n° 1, de 1969, como uma nova Carta). Ao mesmo

tempo, em sua compilação sobre a legislação eleitoral, desde a primeira votação

realizada no País até 1996, o Ministro Jobim e Walter Costa Porto reuniram 386

textos legais (entre dispositivos constitucionais, leis, decretos, resoluções do TSE,

etc.). Se a estes acrescentarmos os promulgados desde então, chegaremos perto

de 400 textos legais.

Como notou Hilda Soares Braga, em seu trabalho sobre os sistemas

eleitorais do Brasil, "A manipulação da legislação eleitoral visando ao

favorecimento e à continuidade daqueles que se encontram no poder é uma

constante na história política do Brasil". No entanto, a história dos sistemas

eleitorais brasileiros não se resume a manipulações e fraudes. Houve, também,

progressos importantes no sentido da democratização — entendida como

ampliação do eleitorado que, em 1876, representava apenas 0,23% da população,

e em 1986 chegava a 49,9%. Para isso foi decisiva a extensão do direito de voto às

mulheres e, mais recentemente, aos jovens maiores de 16 anos. Quanto aos

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analfabetos, eles foram eleitores até a Lei Saraiva, de 1881, e só recuperaram esse

direito em 1985.

Houve progressos também no que se refere à ampliação das condições de

elegibilidade dos brasileiros, à redução das fraudes e pressões sobre os eleitores,

em virtude da adoção do voto secreto e da redução da influência dos poderes

locais sobre os processos eleitorais — para o que contribuiu decisivamente a

criação da Justiça Eleitoral e a adoção de restrições aos abusos do poder

econômico e político e de uma série de mecanismos de fiscalização. O uso do

instrumento da votação eletrônica completa a condição eleitoral mais respeitosa, e

alcançará 100% dos Municípios brasileiros nesta eleição de 2000. O resultado é

que somos, hoje, inequivocamente uma das maiores democracias do mundo.

Quanto à questão federativa, temos uma história marcada pela instabilidade,

com oscilações entre unitarismo e federalismo, sendo que cada intervalo federalista

caracteriza-se por ser uma forma atenuada em relação ao ciclo anterior. Além

disso, nas palavras de José Murilo de Carvalho, "o federalismo foi sempre bandeira

de liberais ortodoxos e de oligarquias regionais", cujos interesses eram

freqüentemente coincidentes. "A contribuição deste tipo de federalismo como

garantia das liberdades individuais, da participação política e da promoção dos

direitos sociais foi mínima. O unitarismo, por sua vez, foi defendido por

conservadores e reformistas, estes últimos tanto de esquerda quanto de direta".

Se confrontarmos as histórias do federalismo e dos sistemas eleitorais e

partidários, constataremos que os momentos de intensificação do unitarismo

tenderam a produzir intervenções drásticas nos sistemas eleitorais e partidários,

chegando a aboli-los, como ocorreu sob o Estado Novo (1937/1944). Em menor

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medida, foi o que ocorreu também sob o regime militar (1964/1984). Já nos

períodos em o federalismo predominou, se é certo que tivemos uma retomada das

atividades eleitorais e partidárias, também o é que isso se deu sob nítida

hegemonia das elites políticas regionais conservadoras. São exemplos disso a

República Velha com sua política dos Governadores e a redemocratização

pós-1945, frutos de nossa história colonialista e patrimonialista (capitanias

hereditárias) que caracterizou a formação das elites regionais.

É, neste ponto, oportuno afirmar que, hoje, a par da ampla renegociação das

gigantescas dívidas herdadas do período inflacionário, também com as políticas

sociais descentralizadas ao nível do Município, associadas à participação legal do

terceiro setor na implementação dessas mesmas políticas, a transformação efetiva

da nossa Federação em termos fiscais dá um gigantesco passo na mudança desse

pacto de Governadores.

Essas políticas descentralizadas guiam a utilização de verbas destinadas a

programas sociais como saúde, educação, saneamento, meio ambiente, reforma

agrária, todas financiadas através do Orçamento Geral da União (OGU). Ao mesmo

tempo, a guinada recente conduzida pelo Governo Fernando Henrique Cardoso

escancara os vícios contidos na histórica relação entre o público e o privado, entre

o público e o estatal, expondo, objetiva e corajosamente, a urgente necessidade de

revisão desse pacto federativo lastreado na política de Governadores.

Voltando ao registro histórico, o aspecto mais problemático dos períodos em

que o federalismo esteve em vigor, no que se refere aos sistemas eleitoral e

partidário, é que corresponderam a épocas de reconstitucionalização do País com

Cartas elaboradas por Assembléias Constituintes nas quais predominavam elites

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regionais conservadoras sobre-representadas em relação às bancadas

identificadas com projetos modernizadores. Essa sobre-representação constituinte

criava, naturalmente, as condições para a sua perpetuação nas Legislaturas

subseqüentes, resistindo às propostas reformistas — muitas vezes mediante as

manipulações mencionadas por Hilda Braga — não apenas em relação aos

sistemas eleitoral e partidário, mas também em relação às estruturas nacionais.

Não é por acaso que a resistência parlamentar a reformas tão profundas quanto

necessárias para o País, na segunda metade da década de 20 e no início dos anos

60, resultaram nas duas maiores rupturas institucionais da era republicana.

Desde muito cedo, logo após a promulgação da Constituição de 1988, tudo

parecia indicar que o Brasil, a se repetir a história, marchava para um novo ciclo de

predomínio do federalismo em que os compromissos cristalizados na Carta junto às

resistências às propostas de reformas estruturais, fariam com que uma nova crise

institucional se tornasse uma questão de tempo. Felizmente aprendemos com a

História (embora de forma penosa e a custos elevadíssimos) e fundeamos, com a

Constituição de 1988, as bases para que a escolha democrática pelas reformas

encontrassem um quadro legal de sustentação que, até hoje, tem superado as

forças conservadoras, quer de direita quer de esquerda.

No entanto, levantam-se sinais de que essas mesmas forças buscam se

somar para romper o trajeto das mudanças democráticas, uma pelos seus

interesses econômicos, e outra pelo sempre repetitivo e vicioso projeto de poder

absoluto. A cada provocação, entretanto, devemos afastar os que apelam para a

tentação do autoritarismo histórico, e recorrer ao aparato legal existente — que já

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não é nem pequeno nem exageradamente recente a ponto de impedir o seu uso

pelos defensores da democracia.

Apesar das sucessivas alterações, o sistema eleitoral e partidário, assim

como a estrutura do Estado, em particular o primeiro, é atualmente o mesmo da

Constituinte de 1987/88. Paralelamente, não por acaso, o setor em que mais se

avançou foi na reforma das esferas estatais diretamente subordinadas ao Poder

Executivo, já que nesse campo as propostas reformistas, uma vez empunhadas

pelo governante eleito, enfrentam menos resistências. Isso significa que, promover

as reformas, inclusive a dos sistemas eleitoral e partidário, implica fazê-lo apesar

da resistência imposta pelos mesmos sistemas. Estamos diante do desafio de

reformar o avião em pleno vôo.

Entretanto, como se disse anteriormente, os sistemas eleitoral e partidário

vigentes apresentam aspectos positivos, que devem ser não só preservados, como

também desenvolvidos, aprofundados.

No plano eleitoral e partidário, precisamos fazer reformas que contribuam

para a estabilidade política do País — o que a Itália, por exemplo, também trata de

fazer com as mudanças que serão submetidas a plebiscito no dia 21 próximo —

mas sem que isso implique em rupturas num processo natural de desenvolvimento,

como ocorreu no passado. Sem que isso signifique manipulações ou restrições

espúrias e ilegítimas à expressão política da cidadania. Embora na comparação

estejamos mencionando um país de sistema parlamentarista e outro

presidencialista, importa é ressaltar a contemporaneidade do tema. Neste sentido,

o Partido da Social Democracia Brasileira — PSDB insiste em expor a prioridade e

propor ao debate público a reforma desses sistemas, com discussões já publicadas

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sobre o tema através do Instituto Teotônio Vilela. (disponível em

www.psdb.org.br/PARTIDO/ITV/itv.htm)

Para alguns pode parecer utópico, mas objetivamos promover reformas das

quais todos, mesmo os imediatamente prejudicados, obtenham vantagens em

decorrência da criação de sistemas mais democráticos e estáveis. Aliás, quando

falamos de democratização, já não devemos pensar em seu aspecto quantitativo

(extensão do direito do voto e da elegibilidade de diferentes segmentos sociais:

jovens, mulheres, analfabetos, etc.). Já avançamos muito nesse sentido e o que

resta por fazer depende de medidas pontuais. Trata-se de buscar uma

democratização substantiva, de melhorar a representação política, tanto no sentido

de torná-la mais próxima da composição da população, quanto de promover uma

melhoria da qualidade da representação, o que implica evolução, tanto dos eleitos

quanto dos eleitores, no sentido da conscientização sobre o significado das

atividades política, partidária e parlamentar.

As reformas dos sistemas eleitoral e partidário são necessárias não só para

sustentar e qualificar a estabilidade política que tão arduamente estamos

conquistando — e de que tanto precisamos como povo e país — mas, também,

para passarmos dessa Federação centrífuga e freqüentemente autofágica que

temos hoje, para uma Federação cooperativa. Dos 500 anos brasileiros, os últimos

100 foram vividos em meio a guerras mundiais e instabilidades locais sincrônicas

às da América Latina. Se não avançarmos nesse sentido, estaremos confirmando o

amargo aforismo de Vassili Kliuchevsky, citado em mais de uma ocasião por Robert

Heilbroner, segundo o qual "A história nada ensina, apenas castiga quem não

aprende suas lições".

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Por isso, ao negarmos ou retardarmos a decisão sobre as reformas de que

necessitamos, inclusive as dos sistemas eleitoral e partidário, o resultado não será

o fracasso na busca — pela primeira vez em nossa história — de uma Federação

cooperativa. Poderá ser, sim, depois de finalmente plantadas as condições para a

sua estruturação, como as temos plantado na compreensão do mundo e na defesa

intransigente da democracia, colhermos o amargo resultado de atender mais uma

vez direita do interesse econômico e a esquerda de visão antidemocrática.

Poderemos não ver Federação alguma.

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O SR. CORONEL GARCIA (Bloco/PSDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, prezados companheiros, na data de hoje em que verifico a justa

reivindicação do funcionalismo público por melhoria salarial e, ao mesmo tempo,

compreendo a aflição do Governo que a busca e não encontra recursos, venho à

tribuna a título de contribuição repetir assunto já tratado.

A Lei da Licitações Públicas nº 8.666, de 21 de junho de 1993, prevê em seu

art. 2º que todas as obras, serviços, inclusive os de publicidade, compras

alienações, concessões, permissões e locações da administração pública, quando

contratadas por terceiros, serão necessariamente precedidas de licitações públicas.

Essa exigência existe no intuito de selecionar a proposta mais vantajosa

para a administração pública.

O diploma legal supramencionado não apresenta como caso de

inexigibilidade de licitação a escolha de leiloeiro público para proceder aos leilões

de móveis e imóveis pertencentes ao patrimônio da administração pública.

Conclui-se, portanto, ser necessária ética, moral e legalmente a licitação entre os

leiloeiros para que se verifique a proposta mais vantajosa para o serviço público, o

que certamente reduziria a taxa de comissão cobrada.

A fim de burlar a Lei de Licitações, alguns órgãos da administração pública

têm-se valido do arcaico Decreto nº 21.981, de 19 de outubro de 1932, que regula a

profissão do leiloeiro público. Tal decreto permitia, em seu art. 42, que o leilão

fosse realizado por leiloeiro indicado pela Junta Comercial, por meio de distribuição

rigorosa, determinada por escala de antigüidade.

Há de se ressaltar que o art. 126 da Lei de Licitações revoga disposições em

contrário e, desta forma, o art. 42 deste arcaico decreto.

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A irregular aplicação deste decreto de 1932 permite que se destrua a

competitividade entre os leiloeiros e, assim, o Governo sempre pagará a taxa de

comissão máxima.

Ultrapassando todos os limites possíveis, o Banco do Brasil desconsidera

até a lei mais arcaica e estabelece normas próprias que contrariam frontalmente a

legislação vigente, selecionando os leiloeiros por intermédio de obscuro

credenciamento interno, sem licitações e sem consultar a Junta Comercial.

Cabe ressaltar que os imóveis leiloados são financiados ao adquirente

diretamente pelo próprio Banco do Brasil, que receberá a quantia referente ao

imóvel de forma parcelada, em anos, mas que assegurará ao leiloeiro a sua taxa de

comissão à vista.

Como exemplo de descalabro cometido, cita-se com facilidade o Estado do

Rio de Janeiro, onde em pouco mais de um ano, cerca de 470 imóveis foram

leiloados por apenas dois leiloeiros, dentre os 50 existentes, sendo a taxa de

comissão dos mesmos cobrada pelo percentual máximo permitido, ou seja, 5%. Tal

fato é agravado quando se verifica existirem imóveis arrematados por até 7 milhões

710 mil reais.

Infelizmente, esta farra dos leilões do Banco do Brasil está contagiando

outros órgãos públicos. O leilão do imóvel do Hotel Nacional, no Rio de Janeiro,

realizado pela SUSEP, com valor mínimo avaliado em 57 milhões de reais, está

hoje na mídia, em função da guerra travada por leiloeiros públicos. Seguindo o

exemplo do Banco do Brasil, o liquidante da massa falida selecionou os leiloeiros a

seu critério exclusivo, pela taxa de comissão máxima de 5%. Quatro outros

leiloeiros recorreram à Justiça, por não terem podido participar de uma licitação,

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oferecendo-se a realizar o mesmo leilão pela taxa de 0,5%, não recebendo

qualquer sinalização por parte do liquidante.

A briga dos leiloeiros rendeu ameaças e agressões entre os mesmos,

conforme consta em registro policial, dando conotação de verdadeira briga de

gangues.

A minha presença hoje, repetindo isso em plenário, é para saber até que

ponto vai o descalabro e a ousadia das pessoas que destroem e dilapidam o Erário.

Embora tenha denunciado publicamente, verifico que, em jornal do Rio de

Janeiro de 19 de maio, novamente esse mesmo leiloeiro, que organizou todos os

leilões e está nessa briga de gangue no leilão do Hotel Nacional, publicou edital

com dezenas de imóveis do Banco do Brasil. Esses imóveis serão leiloados com o

valor mínimo em 20 milhões de reais, ou seja, ele já assegurou mais 1 milhão de

comissão sem ter participado de nenhuma licitação, dilapidando, assim, o Erário.

Por todas essas denúncias apresento projeto de resolução solicitando a

instalação de CPI — peço apoio à Casa —, além de ação popular. No entanto, esse

descalabro é tão vergonhoso, que peço ao Sr. Ministro Pedro Malan que não se

suje nessa lama, mas chame, sim, a atenção do Presidente do Banco do Brasil e

suste esse leilão.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Jaques Wagner) - Antes de dar prosseguimento à

sessão esta Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte:

Ato da Presidência.

Nos termos do art. 34, inciso II do Regimento Interno,

esta Presidência decide constituir Comissão Especial

destinada a apreciar e proferir parecer ao Projeto de Lei nº

3.561, de 1997, do Sr. Deputado Paulo Paim, que "Dispõe

sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências" e os

apensados, e

Resolve

I - designar para compô-la, na forma indicada pelas

Lideranças, os Deputados constantes da relação anexa;

II - convocar os membros ora designados para a reunião

de instalação e eleição a realizar-se dia 24.05.00, quarta-feira,

às 15h, no Plenário nº 06, do Anexo II.

Brasília, 24 de março de 2000.

Michel Temer.

Presidente

Bloco PSDB/PTB — Titulares: Eduardo Barbosa, Fátima

Pelaes, Lidia Quinan, Lúcia Vânia, Maria Abadia, Max Mauro,

Rafael Guerra, Raimundo Gomes de Matos.

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Suplentes: Carlos Mosconi, Eduardo Seabra, Flávio

Arns, Saulo Pedrosa (4 vagas).

Bloco PMDB/PST/PTN — Titulares: Coriolano Sales,

Darcísio Perondi, Euler Morais, João Matos, Silas Brasileiro,

Teté Bezerra, Themístocles Sampaio.

Suplente: Osvaldo Biolchi. (6 vagas)

PFL — Titulares: Almerinda de Carvalho, Laura Carneiro,

Marcondes Gadelha, Medeiros, Moroni Torgan, Nice Lobão,

Ursicino Queiroz.

Suplentes: Celcita Pinheiro, Expedito Júnior, Joel de

Hollanda, Lavoisier Maia, Luis Barbosa, Roland Lavigne, (1

vaga)

PT — Titulares: Arlindo Chinaglia, Eduardo Jorge, Luiz

Mainardi, Maria do Carmo Lara.

Suplentes: Carlito Merss, Geraldo Magela, Paulo Paim,

Wellington Dias.

PPB — Titulares: Arnaldo Faria de Sá, Celso

Russomanno, José Linhares.

Suplentes: Antonio Joaquim Araújo (2 vagas)

PDT — Titular: Fernando Coruja.

Suplente: Dr. Hélio.

Bloco Parlamentar PSB/PCdoB — Titular: Djalma Paes.

Suplente: (1 vaga)

Bloco Parlamentar PL/PSL — Titular: Remi Trinta.

Suplente: Marcos de Jesus (PSDB)

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PPS — Titular: Rubens Bueno.

Suplente: (1 vaga).

PHS — Titular: Roberto Argenta.

Suplente: (1 vaga)

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O SR. PRESIDENTE (Jaques Wagner) - Antes de dar prosseguimento à

sessão a Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte:

Ato da Presidência.

Nos termos do artigo 34, inciso II, do Regimento Interno,

esta Presidência decide constituir Comissão Especial

destinada a apreciar e proferir parecer ao Projeto de Lei nº

2.186, de 1996, dos Srs. Deputados Eduardo Jorge, Fernando

Gabeira e outros, que "dispõe sobre a substituição progressiva

da produção e da comercialização de produtos que contenham

asbesto/amianto, e dá outras providências" e apensado e,

Resolver

I - designar para compô-la, na forma indicada pelas

Lideranças, os Deputados constantes da relação anexa;

II - convocar os membros ora designados para a reunião

de instalação e eleição a realizar-se dia 24.05.00, quarta-feira,

às 15h, no Plenário nº 04, do Anexo II.

Brasília, 24 de maio de 2000.

Michel Temer

Presidente

Bloco Parlamentar PSDB/PTB — Titulares:

Airton Roveda, Jovair Arantes, Juquinha, Lidia Quinan, Marcus

Vicente, Nelson Marquezelli, Pedro Canedo, Pedro Henry.

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Suplentes: Alexandre Santos, Dr. Heleno, Fátima Pelaes,

Lúcia Vânia, Paulo Mourão, Walfrido Mares Guia.

Bloco Parlamentar PMDB/PST/PTN — Titulares: Flávio

Derzi, Marçal Filho, Nair Xavier Lobo, Pedro Chaves, Salatiel

Carvalho, Themístocles Sampaio, Zé Gomes da Rocha.

Suplentes: Luiz Bittencourt, Udson Bandeira.

PFL —Titulares: Aroldo Cedraz, Gilberto Kassab, João

Ribeiro, Lael Varella, Moroni Torgan, Ronaldo Caiado, Sérgio

Barcellos.

Suplentes: Ciro Nogueira, José Carlos Coutinho, José

Carlos Vieira, José Mendonça Bezerra, Pedro Bittencourt,

Pedro Pedrossian, Ursicino Queiroz.

PT — Titulares: Eduardo Jorge, Jair Meneguelli, Paulo

Rocha, Valdeci Oliveira.

Suplentes: Arlindo Chinaglia, Dr. Rosinha, João Paulo.

PPB — Titulares: Roberto Balestra, Salomão Cruz,

Yvonilton Gonçalves.

Suplentes: Alcione Athayde, Cleonâncio Fonseca (1

vaga).

PDT — Titular: Fernando Coruja.

Suplente: Miriam Reid.

Bloco Parlamentar PSB/PCdoB - Titular: Pedro

Valadares.

Suplente: (1 vaga).

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Bloco Parlamentar PL/PSL — Titular: Pastor Valdeci

Paiva.

Suplente: Marcos de Jesus (PSDB).

PPS — Titular: Emerson Kapaz.

Suplente: Rubens Furlan.

PHS — Titular: Ronaldo Vasconcellos (PFL).

Suplente: (1 vaga).

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O SR. PRESIDENTE (Jaques Wagner) - Dando prosseguimento ao Pequeno

Expediente, concedo a palavra ao nobre Deputado Mauro Benevides.

O SR. MAURO BENEVIDES (Bloco/PMDB-CE. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta Casa votou, no início do

corrente mês, contra o meu voto e o de numerosos Parlamentares, projeto de lei

complementar do Poder Executivo que significou a implícita ruptura do princípio do

salário mínimo nacionalmente unificado, constante do art. 7º da Carta

Constitucional brasileira, em pleno vigor.

Apesar dos argumentos que aqui expendi, entre os quais o de evidente

inconstitucionalidade, fundamentado em opinião de juristas renomados, para o que

contei com a permanente solidariedade, entre outros, do Deputado petista Paulo

Paim, a matéria foi acolhida pelo Plenário, tendo seguido para exame da outra

Casa do Congresso e ali se encontrando à espera de uma deliberação conclusiva,

possibilitando o envio dos autógrafos respectivos à sanção do Presidente Fernando

Henrique Cardoso.

Tencionou-se, com a proposição, abrir perspectiva para que os Governos

Estaduais fixem um piso superior aos 151 reais, dentro, naturalmente, das

perspectivas de cada unidade federada, em função, especialmente, do debate

travado em torno dos 100 dólares, cogitado pelo PFL e alguns de seus líderes mais

preeminentes.

Diante da pressão que começou a ser exercitada sobre o Planalto, a

alternativa encontrada foi deferir aos Estados, por extensão, aquela faculdade,

embora isso significasse, na prática, sepultar uma conquista que passara a vigorar

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desde 1984, ainda ao tempo da gestão João Batista Figueiredo, com o reforço que

a Carta Cidadã consignou, por minha iniciativa.

No âmbito do Senado, o referido projeto caminha sem açodamento, pois nem

mesmo o rito regimental da urgência foi-lhe concedido, o que significa dizer que

não há pressa para as unidades federadas se afastarem do mínimo arbitrado pelo

Governo Federal, o que torna inócua a faculdade a elas deferida pela medida

provisória que suscitou tanta discussão neste plenário.

Quando muito, três ou quatro Governadores limitaram-se a elevar a

remuneração somente de seus servidores — o que representa um universo restrito,

sem qualquer alusão a alguns milhões de trabalhadores das empresas privadas.

Alguns deles, aliás, já se pronunciaram contrariamente à projetada hipótese de

majoração, além do mínimo federal, pela total impossibilidade de os setores

produtivos locais e as Prefeituras Municipais assumirem novos encargos, que lhes

trariam embaraços insuperáveis.

Todos os Estados, na ânsia de obter espaços mais generosos na mídia,

restringiram-se, exclusivamente, ao funcionalismo, mantendo-se silentes diante da

nova atribuição que lhes foi franqueada pela União.

Fica, então a pergunta que se ouve nos corredores desta Casa e junto a

segmentos conscientizados da sociedade civil brasileira: quando ocorrerá o

aumento no âmbito dos Estados? Os Governadores irão além de seus servidores,

no cômputo restrito em que os mesmos se situam?

O tema parece ter-se excluído das prioridades oficiais, restando a esperança

daqueles que aguardam uma definição que não transforme o projeto de lei

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complementar em mero instrumento de ação especulativa, sem a menor

possibilidade de favorecer os assalariados do nosso País.

Se efetivamente os 151 reais foram irrisórios — e disso ninguém tem dúvida,

mesmo os que compõem a base aliada —, como adicioná-los com novo aporte de

recursos, qualquer que seja ele, se o tema desapareceu das cogitações dos nossos

círculos administrativos, econômicos e financeiros?

Os Governadores assumiram um encargo reconhecidamente incômodo, que

pode desgastá-los de modo irremediável, com reflexos no pleito do corrente ano.

E o primeiro mandatário, hábil e competentemente, lavará as mãos, como

Pilatos redivivo!

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O SR. DR. BENEDITO DIAS (PPB-AP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje uso a tribuna desta Casa para falar de um

assunto de interesse de uma parcela significativa da sociedade brasileira.

Vou falar do GEAP — Grupo Executivo de Assistência Patronal, entidade

com mais de 50 anos de atividade neste País, prestando serviços ao funcionalismo

público federal tanto na área da saúde quanto na área da seguridade social, sendo

antes conhecida como Patronal.

Quem não se lembra da Patronal? Uma entidade que funcionava no mesmo

molde do GEAP, que durante anos existiu na condição de entidade estatal e que

aos poucos foi perdendo essa qualificação, sendo que hoje há dúvidas sobre a sua

real situação.

Pois bem, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o GEAP, entidade que

abriga 800 mil brasileiros em todo o território nacional, passa por momentos

difíceis.

V.Exas. hão de perguntar o porquê disso, e eu Ihes respondo: o motivo

dessa situação foi provocado por uma diretoria executiva desastrada que aplicou

erradamente os recursos da instituição. Tais diretores já foram afastados de seus

postos, sendo a diretoria substituída por uma provisória.

A repercussão das mazelas da diretoria afastada foi tanta que chegou a

provocar pânico nos seus usuários, como foi o caso dos 3 mil amapaenses que

fazem parte do GEAP, os quais represento no momento.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Conselho de Representantes do

GEAP do Amapá, reunido extraordinariamente, a exemplo do que aconteceu em

quase todo o País, tirou propostas que serão apresentadas no CONAD — Conselho

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de Administração, no sentido de mudar o atual estatuto do GEAP, a fim de torná-lo

mais democrático.

Entendem os conselheiros amapaenses que o atual estatuto é omisso em

pontos cruciais e ainda privilegia uma minoria de pessoas que ao dirigir a entidade

o fazem em proveito próprio, sem se importar com a saúde financeira da instituição,

nem com a imagem do GEAP perante a sociedade.

O GEAP está sendo caloteado pelo Governo Federal. Imaginem que o

Ministério da Saúde deve ao GEAP a quantia de 560 milhões de reais, como

também outros órgãos federais, entre eles o Ministério da Justiça, o IBAMA, a

FUNAI e o INSS, totalizando uma somatória de 594 milhões de reais. Isso é muito

prejudicial à saúde financeira da entidade, e o reflexo se materializa na qualidade

do serviço prestado pela instituição aos seus usuários, que aos poucos tem

regredido.

Daqui desta tribuna cobro do Exmo. Sr. Ministro da Saúde, José Serra, e dos

demais órgãos da administração federal o pagamento do dinheiro do GEAP. Não

vamos deixar o GEAP falir por puro calote do Governo Federal.

Bem sabemos que houve um corte no Orçamento da União no valor de 1,8

bilhão de reais para o setor social. No entanto, o dinheiro do GEAP não pode estar

incluído nessa condição, pois o servidor público, que está há mais de seis anos

sem reajuste salarial, desconta mensalmente em seu contracheque o dinheiro da

instituição.

É pública e notória a falência do sistema de saúde pública em todo o País. O

modelo vigente está ultrapassado e incapacitado para resolver a problemática de

saúde da população brasileira. Será possível que o Governo Federal quer jogar o

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servidor público na vala comum dos que estão sujeitos a péssimo atendimento de

saúde?

Não é demais lembrar que os servidores contribuem para o GEAP. Portanto,

não é lícito causar-lhes mais constrangimentos. O servidor público é uma classe

briosa, que faz a máquina do Governo funcionar e não admite mais ser considerado

como o responsável pelo desequilíbrio das contas públicas.

Ao encerrar o meu pronunciamento, quero solicitar o apoio dos meus

colegas de bancada do Amapá e dos demais pares desta Casa que conhecem a

situação do GEAP em âmbito nacional a esta luta.

Salvemos o GEAP da extinção!

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O SR. ALEX CANZIANI (Bloco/PSDB-PR. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, chegou às minhas mãos a minuta de um

projeto de lei elaborado pelo Tribunal de Justiça do meu Estado que me deixou

muito preocupado. Essa minuta está propondo não só a ampliação do número de

desembargadores do Tribunal de Justiça e de Juízes do Tribunal de Alçada, como

também a criação de inúmeros cartórios em todo o Paraná.

Vejo dois graves problemas nessa proposta, Sras. e Srs. Deputados. O

primeiro é que tramitou nesta Casa um projeto que promove a reforma de todo o

Poder Judiciário. Uma reforma tão ampla que prevê, inclusive, a união dos

Tribunais de Justiça com os Tribunais de Alçada.

Essa união me parece extremamente adequada, pois não há justificativa

lógica para atuarem lado a lado nos Estados dois tribunais, duas estruturas

administrativas separadas, mas com tarefas semelhantes. Um único tribunal

certamente dará mais racionalidade na aplicação dos recursos públicos e sobretudo

ajudará a fazer uma justiça mais rápida.

Aí está o primeiro problema de que falei. Se esta Casa, Sras. e Srs.

Deputados, já decidiu, na reforma do Judiciário, a respeito da união dos Tribunais

de Justiça com os de Alçada, no âmbito estadual, não tem sentido neste momento

criar mais vagas no Tribunal de Alçada. Não seria mais prudente esperar que se

complete a reforma do judiciário que tramita no Congresso Nacional?

Mencionei, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ainda um segundo

problema, também muito sério. Nessa mesma minuta do projeto do Tribunal de

Justiça do Estado do Paraná estão sendo criados mais de cinqüenta cartórios do

foro. São cartórios de tabelionatos de notas, protestos, registro de imóveis, títulos e

documentos, e do foro judicial.

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E onde está o problema? Não vislumbrei na minuta do referido projeto

critérios técnicos que norteassem a criação desses cartórios. Não encontrei

nenhuma fórmula lógica em que se baseasse o aumento do número de cartórios.

Que benefício traria à população paranaense a criação de mais cinqüenta

cartórios? Não existe nenhuma relação técnica que demonstre a viabilidade quanto

à relação cartório/habitante proposta pela minuta de projeto de lei. Não existe

qualquer justificativa técnica de que as cidades não estão sendo atendidas e de

que as instalações dos cartórios existentes não são adequadas para atender a

demanda.

Estou inclusive estudando a possibilidade, Sras. e Srs. Deputados, de

estabelecer, por meio de projeto de lei que pretendo apresentar oportunamente

nesta Casa, critérios para a criação de cartórios no País.

Vejam os exemplos a seguir, no caso de tabelionatos de protestos: São

Paulo tem dez tabelionatos — um cartório para cada 983 mil habitantes; o Rio de

Janeiro tem um cartório para cada 1.387 mil habitantes; Belo Horizonte tem um

para cada 525 mil habitantes; e Curitiba tem um para cada 370 mil habitantes. E

ainda se pretende criar mais quatro tabelionatos na Capital de nosso Estado.

Essa disparidade demonstra de forma cabal e inequívoca a falta de critérios

para o estabelecimento de normas técnicas para a criação de cartórios. A minha

preocupação, Sras. e Srs. Deputados, é que o povo brasileiro possa realmente

usufruir, seja na Capital ou no interior do meu Estado do Paraná, como também em

outros Estados da Federação, de serviços cartorários eficientes, capazes de

proporcionar tranqüilidade e segurança a nossa população. E que os titulares

desses cartórios sejam efetivamente escolhidos por meio de concursos públicos

transparentes.

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Tenho notícia, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, de que existem no

meu Paraná quase uma centena de cartórios vagos que sequer têm titulares

definitivos, simplesmente porque não houve concurso; não estão fechados,

entretanto, funcionam de forma extremamente precária, com titulares provisórios,

chamados designados.

Não seria o caso de regularizar a situação dos cartórios vagos para só

depois, e se for necessário, propor a abertura de novos?

A criação desordenada de novos cartórios trará inevitavelmente ao Tribunal

de Justiça do Estado do Paraná problemas como o que foi noticiado no programa

Fantástico do último dia 21, exibido pela TV Globo . Não gostaria que tal notícia

fosse estampada à semelhança do Rio com o Estado do Paraná.

Por isso, peço ao Tribunal de Justiça do meu Estado que não envie essa

minuta de projeto de criação de novos cartórios para a Assembléia Legislativa sem

antes promover uma ampla discussão com a sociedade paranaense.

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O SR. JOSÉ MACHADO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, embora tenhamos um amplo cardápio de temas relevantes

que sacodem o País, o meu pronunciamento de hoje é em apoio à ampla

mobilização que os servidores públicos federais fazem, neste momento, na

Esplanada dos Ministérios, buscando atendimento a uma reivindicação

absolutamente justa.

Os servidores públicos federais estão há seis anos sem qualquer centavo de

reajuste em um País que não zerou a inflação. Ao longo desses seis anos tivemos,

sim, inflação, com perdas muito significativas.

É importante dizer que o Governo Federal vem sendo atacado, pela sua

insensibilidade social, não apenas pelos Deputados de oposição. Podemos

mencionar, por exemplo, o pronunciamento do ex-Ministro Luiz Carlos Mendonça

de Barros, que, em entrevista no início da semana, disse com todas as letras que o

Presidente da República não tem sensibilidade social e que este é o ponto fraco do

seu Governo. Eu diria que é apenas um dos pontos fracos, talvez o mais fraco. A

maior vulnerabilidade deste Governo é a incapacidade de o Presidente da

República dar-se conta de que o Brasil é um País pobre, desigual, campeão de

concentração de renda. Muito mais do que fixar metas antiinflacionárias, o Governo

tem de estar atento às desigualdades sociais, que não são poucas e se

aprofundam.

O Presidente do Banco Central declarou também, ontem, por meio dos

jornais, que se fosse feito check-up da economia brasileira o resultado seria nota

dez, argumentando que nos primeiros quatro meses do ano, ocasião em que o

Orçamento ainda não havia sido aprovado, o Governo conseguiu apurar superávit

primário de 13 bilhões de reais.

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Não é à toa que as condições sociais encontram-se em penúria. O objetivo é

obter superávit primário para pagar juros, os quais no Orçamento deste ano

chegam à casa dos 130 bilhões de reais. Aí está a ponta do iceberg . O problema

está no modelo econômico subordinado aos interesses do sistema financeiro

internacional, que a Oposição não se cansa de denunciar. Esta é a questão-chave.

É fácil ostentar marcas fantásticas de superávits primários de 13 bilhões de

dólares. O Sr. Presidente do Banco Central deveria pensar um pouco e admitir que

é inconsistente o seu raciocínio. As contas públicas, do ponto de vista

orçamentário, vão bem, mas o País vai mal, e irá cada vez pior.

Essa situação motivou os servidores públicos a irem às ruas. Os servidores

públicos estaduais e os professores do Estado de São Paulo foram às ruas porque

também amargam na fila à espera de um reajuste.

Qual a resposta tanto do Governo de São Paulo quanto do Governo

Federal? Reprimir o movimento organizado, o legítimo direito dos trabalhadores de

se mobilizar e ir às ruas reivindicar seus direitos.

Apóio as reivindicações dos professores da rede pública do Estado de São

Paulo, dos professores e funcionários que estão em greve nas universidades

paulistas e as reivindicações dos servidores públicos federais. São legítimas,

reivindicam o óbvio, o direito à sobrevivência.

Ao fazermos essas denúncias, temos o dever de colocar o dedo na ferida: o

problema está no modelo econômico, que precisa mudar. Enquanto estivermos

sendo constrangidos a obter superávits primários para pagar os juros das dívidas

interna e externa, não será possível reverter qualquer ajuste da economia para

beneficiar a população brasileira.

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É importante que sejamos capazes de avaliar o que está em jogo. Está em

jogo a rigidez a do modelo econômico, que é samba de uma nota só. É o ajuste

fiscal pelo ajuste fiscal, para pagar juros da dívida.

Nossa economia continua profundamente vulnerável, apesar de todo esforço

fiscal e desse medonho e extraordinário custo social, porque basta o Federal

Reserve anunciar uma pequena mexida na taxa de juros americana, aqui já se

impede a redução das taxas de juros. E se não tivermos redução das taxas de

juros, não teremos expansão da economia. Este ano vamos crescer 3%, quando

precisaríamos crescer pelo menos 7% sustentadamente durante dez anos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. MARÇAL FILHO (Bloco/PMDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mais uma vez venho a esta tribuna para

manifestar o meu repúdio aos exorbitantes juros praticados no mercado financeiro

brasileiro, principalmente os do cheque especial, que já chegam ao absurdo nível

de mais de 150% ao ano, com previsões de mais aumento com a subida do dólar e

as turbulências da economia externa.

Conforme levantamento divulgado ontem pelo Banco Central, Sr. Presidente,

a taxa média cobrada de quem usa o cheque especial subiu de 144,8%, em março,

para 152,3% ao ano, em abril, ou, trocando em miúdos, de 7,75% para 8,02%

mensais entre março e abril passados.

E ainda mais alta, Sr. Presidente, é a taxa média apurada em pesquisa feita

pela Fundação PROCON em quatorze bancos, de 9,20% em maio, com alguns

bancos ultrapassando os 10% mensais, a exemplo do Santander, que cobrou taxas

de 10,65% ao mês.

Com isso, Sras. e Srs. Deputados, quem usou 1.000 reais do cheque

especial em abril pagará 82 reais só de juros trinta dias após ter tomado o

empréstimo. Uma conta altíssima, que pode ficar ainda maior com as atuais

turbulências e nervosismo do mercado financeiro, caracterizado pela alta do dólar

comercial em relação ao real, por cinco dias consecutivos, até ontem.

Em outro exemplo, Sr. Presidente, quem tem uma dívida de 1.000 reais,

contraída com o uso do cheque especial, em um ano essa dívida terá crescido para

pouco mais de 3 mil reais.

Infelizmente, Sr. Presidente, as contas públicas superavitárias e a inflação

dentro das metas estabelecidas pelo Banco Central não têm sido suficientes para a

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redução dos juros ao longo deste ano, e o cheque especial, uma opção

quebra-galho do consumidor nos momentos de aperto, está custando muito caro

por causa dos juros.

E o consumidor? Contra juros de quase 200% ao ano, os consumidores

querem a aplicação da Constituição, que fixa os juros bancários em, no máximo,

12% ao ano, ou 1% ao mês.

A Associação de Defesa e Orientação do Cidadão, de Curitiba, em conjunto

com o Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor, saiu na

frente e está lançando, neste mês, uma campanha nacional de coleta de

assinaturas de apoio a um projeto de lei de iniciativa popular para tabelar os juros

bancários nos patamares constitucionais, que no § 3º de seu art. 192 já determina

que os juros não podem ser superiores a 12% anuais. O Supremo Tribunal Federal

entende que essa norma não é auto-aplicável, dependente de lei complementar que

a regulamente, estando assim legalizada a prática da usura no sistema bancário e

de crédito. Isto é, se o botequim da esquina cobrar juros acima desse limite, o dono

pode ser responsabilizado penalmente, mas o bancos, não; podem fixar e cobrar

livremente seus juros.

Como o Congresso Nacional não toma a iniciativa de votar e aprovar a lei

complementar necessária, os consumidores estão tomando a iniciativa, com os

organizadores esperando conseguir 5 milhões de assinaturas em quinze Estados.

Como muito bem disse Jan Carlzon, autor do livro "A Hora da Verdade": “Os

erros geralmente podem ser corrigidos mais tarde; o tempo perdido por causa de

uma decisão que não foi tomada nunca mais será recuperado”.

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Chega, Sr. Presidente, de o Brasil possuir a maior taxa real de juros do

mundo. O brasileiro não agüenta mais pagar uma taxa anual de juros de até 300%

ao ano nas principais operações de crédito, superando em 23 vezes a inflação dos

últimos doze meses.

Como a própria Constituição determinou, tem sempre de ser elevada ao

status de direito de garantia fundamental a defesa do consumidor, elegendo-a à

categoria de princípio geral da atividade econômica, com a equiparação da defesa

do consumidor aos princípios basilares estabelecidos para o modelo econômico

político brasileiro, como o da soberania nacional, o da propriedade e o da livre

concorrência, entre outros.

Que assim seja!

Muito obrigado.

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O SR. ANTÔNIO CARLOS KONDER REIS (PFL-SC. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, entre os importantes

monumentos de meu Estado, Santa Catarina, destaca-se a Ponte Hercílio Luz,

braço estendido entre a ilha que abriga a Capital e as terras que ocupam a área do

território barriga verde. Elas se estendem do Rio Uruguai ao Rio Negro e do

Oceano Atlântico ao Rio Peperiguaçu, na fronteira com a República Argentina.

A Ponte Hercílio Luz, obra do grande estadista que lhe deu o nome,

construída na década de 20, é exemplo de técnica só aplicada em duas similares

no mundo. Hoje, é monumento histórico, tombado pelo Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional — Portaria nº 78, de 15 de maio de 1997.

Passados 74 anos — ela foi concluída em 1926 —, era urgente sua

restauração. O Governador Esperidião Amin lançou-se à tarefa. O processo

licitatório para a seleção da empresa responsável pela elaboração do projeto de

restauração, conduzido pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem,

está em sua fase final. A expectativa é de que se complete no prazo de noventa

dias.

O Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Dr. Enrique

Iglesias — grande amigo do Brasil e, em especial, de Santa Catarina —, em visita a

Florianópolis, no dia 20 de abril último, e apresentada a questão pelo Governador

do Estado, manifestou sua disposição favorável à inclusão das obras de

restauração da Ponte Hercílio Luz naquelas a serem objeto do novo financiamento

a ser concedido ao Brasil para duplicação da BR-101, trecho Palhoça, em Santa

Catarina, a Osório, no Rio Grande do Sul. O projeto seria caracterizado como

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acesso da BR-101 a Florianópolis, cumprindo os programas Corredor do

MERCOSUL e Grande Fronteira do MERCOSUL.

Nesse sentido, o Chefe do Poder Executivo catarinense dirigiu-se ao Exmo.

Sr. Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e aos Exmos. Ministros

Eliseu Padilha, dos Transportes, e Martus Tavares, do Planejamento, Orçamento e

Gestão. Estas palavras, eu as concluo com as expressões felizes do Governador

Esperidião Amin, ao encaminhar o pleito:

Uma decisão favorável, autorizando estudos com vistas à

inclusão do projeto no futuro financiamento, será recebida por

todos os catarinenses como o reconhecimento a um Estado

que sempre contribuiu, ao máximo, em favor do progresso e

da prosperidade da Federação brasileira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. RICARDO FERRAÇO (Bloco/PSDB-ES. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para fazer

um pronunciamento de louvor ao Consórcio das Bacias Hidrográficas dos Rios

Santa Maria da Vitória e Jucu, existente no meu Estado, que vem trabalhando

esmeradamente para uma importante compreensão coletiva sobre as

transformações ocorridas na sua área de atuação, no contexto das festividades dos

500 anos do descobrimento do Brasil.

No ano de 1500, no Estado do Espírito Santo, a Mata Atlântica e seus

ecossistemas associados — florestas de planície e de altitude, matas costeiras e

ciliares, ilhas costeiras e oceânicas, restingas e manguezais — formavam uma

imensa massa contínua, desde o Atlântico até as regiões mais interiores, ocupando

86,88% de sua área total.

O processo de ocupação do território capixaba deu-se de forma

relativamente lenta até meados do século XIX. A partir desse período, mais

expressivamente, a vegetação nativa da sua porção sul foi substituída por fazendas

canavieiras. Mais à frente, a parte noroeste teve uma ocupação de terras baseada

na cultura do café. Já a parte nordeste manteve-se praticamente intacta até meados

do século XX, não resistindo, porém, à pressão do setor madeireiro, e após

transformou-se em área para a introdução da pecuária.

De lá para cá, muita coisa se diversificou na economia do Estado, mas foi

nas décadas de 70 e 80, com a implantação dos grandes projetos industriais, que

se agravou o quadro de degradação do ar, do solo, da água e das florestas

capixabas, pois, apesar de se concentrarem na região metropolitana da Grande

Vitória, contribuíram efetivamente para uma polarização geoeconômica.

Acelerou-se, por um lado, a migração rural-urbana — potencializando a condição

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de fragilidade da zona rural, pouquíssimo servida pelas políticas públicas — e, por

outro, instalou-se um forte impacto ambiental no entorno dos aglomerados

industriais, na região costeira do Estado, com todos os problemas decorrentes da

extrema urbanização sem o devido planejamento ambiental.

Todo esse contexto histórico teve sérios desdobramentos: a Mata Atlântica,

que originalmente cobria os quase 90% da área estadual, atualmente está restrita a

manchas verdes, dispersas em aproximadamente 8% da cobertura florestal. Além

desse aspecto, ou melhor, direta e decorrentemente disso, é flagrante o

comprometimento dos nossos recursos hídricos, que são os mais fidedignos

arquivos da mudança de gerações — e de tudo o que se fez e do que se deixou de

fazer!

Atualmente, o Espírito Santo possui 77 Municípios e, para efeito de

gerenciamento dos recursos hídricos, encontra-se dividido em doze Regiões

Hidrográficas, cujos rios deságuam no Oceano Atlântico.

As Bacias Hidrográficas dos Rios Santa Maria da Vitória e Jucu (e outras

pequenas e microbacias) são duas dessas regiões e equivalem, somadas, a 4 mil

133 quilômetros quadrados, aproximadamente 11,27% da área do Estado. Nelas

estão situados os territórios de dez Municípios, que são Santa Maria de Jetibá,

Santa Leopoldina, Domingos Martins, Marechal Floriano, Vitória, Vila Velha,

Cariacica, Serra, Viana e Guarapari.

Os quatro primeiros citados são parte integrante da região serrana estadual,

cuja cobertura florestal (hoje, 28,6% da vegetação original) é componente

fundamental do desenvolvimento dos eco e agronegócios para a relativa

conservação dos solos e da biodiversidade, além da manutenção do ciclo

hidrológico, que sustenta os mananciais a montante dos principais reservatórios

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abastecedores de 100% daquela região e da Grande Vitória. Nos Municípios de

cabeceira são produzidos 70% dos produtos hortigranjeiros consumidos na região

metropolitana.

Nas duas bacias hidrográficas encontram-se ainda: três hidrelétricas,

responsáveis pela produção de 25% da energia elétrica produzida em todo o

território capixaba; um pólo industrial; os principais segmentos do complexo

hospitalar, comercial e portuário; a sede das decisões político-administrativas

(incluindo órgãos federais, estaduais e municipais); e as principais instituições de

ensino. A região é cortada parcialmente por uma rede ferroviária e por duas

rodovias federais, além de inúmeras estradas secundárias e vicinais.

O Rio Santa Maria da Vitória percorre 122 quilômetros até desaguar na Baía

de Vitória e seus principais afluentes somam 334,20 quilômetros de extensão,

totalizando 456,20 quilômetros de mananciais, que drenam uma área de 1.669

quilômetros quadrados. Por sua vez, o Rio Jucu percorre 166 quilômetros até a foz,

desaguando na Barra do Jucu, em Vila Velha, e possui dois braços (Braço Norte e

Braço Sul). Seus principais afluentes somam 411 quilômetros de extensão,

totalizando 577 quilômetros de mananciais, que drenam 2.032 quilômetros

quadrados.

As bacias em questão possuem variação altimétrica que abrange da planície

litorânea até altitudes de 1.500 metros da Serra do Mar, incluídas aí duas das

principais unidades de conservação estaduais (Reserva Biológica de Duas Bocas e

Parque Estadual de Pedra Azul). Mais de 60% da região possui aptidão florestal,

além de se constituir em importante pólo turístico, tanto no litoral quanto na região

serrana.

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Devido aos impactos ambientais causados pelo uso contínuo e inadequado

dos seus solos, iniciado com o desmatamento quando da colonização da região, e

pelo seu processo histórico de transformações, a condição de degradação foi e é

intensificada pelo lançamento de resíduos sólidos e esgoto in natura (doméstico e

industrial) em cursos d’água e em áreas impróprias. Também a utilização

indiscriminada de agrotóxicos nas lavouras comprometeu os aspectos qualitativos e

quantitativos de seus recursos hídricos, além de ter promovido seleção genética

negativa e prejuízo da biodiversidade.

A situação atual é, pois, incompatível com a importância socioeconômica

desses rios que, no passado, foram importantes vias de comunicação e transporte,

mas hoje apresentam graves problemas relacionados a abastecimento,

assoreamento e contaminação.

Considerando-se o aspecto populacional, temos nessas bacias 47,47% (1

milhão 330 mil 469 habitantes) da população estadual (2 milhões 802 mil 707

habitantes), numa densidade de 250 habitantes por quilômetro quadrado. Isso

ainda significa dizer 57,40% da população urbana capixaba e 13% da população

rural.

A diversidade cultural é denotada pela presença de dez diferentes etnias,

tanto miscigenadas quanto distintas, em seus hábitos de culinária, música e dança,

religião e língua; que dirá em outros aspectos mais sutis do desenvolvimento das

gerações.

Sras. e Srs. Deputados, quanto mais poderíamos nos estender para dar-lhes

a real compreensão do que significa em importância os Rios Santa Maria da Vitória

e Jucu para o povo capixaba?!

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Creio ser essa indagação auto-explicativa. Entretanto, é questão de justiça, e

de honra pessoal, fazer o registro de uma organização ambientalista capixaba,

denominada Consórcio das Bacias Hidrográficas dos Rios Santa Maria da Vitória e

Jucu, que tão bravamente vem lutando, de todas as maneiras quanto possível, em

prol desses rios e de suas manifestações de vida. Ela desenvolve atividades

identificadas com as expectativas das comunidades de sua área de abrangência e

angaria, conseqüentemente, a credibilidade e o respeito das pessoas em relação

aos seus programas e projetos.

Essa associação, sem fins lucrativos, foi criada em 1991 e tem no seu

quadro de associados as Prefeituras de Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina,

Serra, Cariacica, Vitória, Domingos Martins, Marechal Floriano, Viana, Guarapari e

Vila Velha; as empresas Companhia Siderúrgica de Tubarão — CST, Companhia

Vale do Rio Doce, através de sua fundação, Companhia Espírito-Santense de

Saneamento — CESAN, e a Espírito Santo Centrais Elétricas — ESCELSA; e

alguns órgãos públicos, como a Secretaria de Estado para Assuntos do Meio

Ambiente — SEAMA e a Fundação Nacional de Saúde — FUNASA. Mas não é só,

pois conta também com uma gama de parceiros e apoiadores.

No dia 21 de fevereiro de 2000, o Consórcio Intermunicipal para a

Recuperação das Bacias dos Rios Santa Maria da Vitória e Jucu completou seu 9º

aniversário. Durante todo esse tempo desenvolveu ações de intervenção naquela

realidade com prioridade nas de recuperação e de educação ambiental, aglutinando

Poderes Públicos locais e estaduais, empresas públicas e privadas e associações

da sociedade civil, na busca de empreender esforços conjuntos para lograr uma

eficiente gestão territorial e ambiental integrada das bacias hidrográficas em que

atua.

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Desde 1998, porém, procedendo à elaboração do Diagnóstico e do Plano

Diretor das bacias em questão, patrocinados pela Secretaria de Recursos Hídricos

do Ministério de Meio Ambiente, no ano de 1997, vem atuando mais

sistemicamente, sob especial planejamento de seus programas, subprogramas e

projetos decorrentes de tal instrumento, já referendados pelo seu conselho de

sócios, bem como pelos órgãos gestores de meio ambiente, no âmbito local e

nacional, e pela comunidade em geral, que o ratificou em dez audiências públicas.

A partir daí, foi confirmada, portanto, a necessidade de reversão de alguns

cenários críticos no tocante a desmatamentos, erosão, produção e destinação final

de lixo, esgotamento sanitário, agrotóxicos, etc., ou seja, os tradicionais problemas

que continuam impactando o ambiente em decorrência da falta de planejamento e

de adoção de medidas eficazes.

Por testemunhar a trajetória do consórcio, são muitas as ações que

poderíamos citar para evidenciar o que vem sendo feito nesse sentido. Contudo,

vamos nos ater àquela que nos parece mais transversal e representativa do seu

trabalho integralizador: justamente a sua atuação no Plano da Educação Ambiental.

Nos dias 29 e 30 de abril do ano corrente, em comemoração aos 500 anos

do descobrimento do Brasil, participei da Descida Ecológica do Rio Santa Maria da

Vitória, evento cuidadosamente agregado de valores, que nos fez ver, ouvir e sentir

toda uma história sobre o uso e as modificações por quais passaram nossos

recursos naturais, principalmente o Rio Santa Maria da Vitória, adensada de

elementos históricos, turísticos, de lazer e culturais; transformadora mesmo de

nossa suposta compreensão sobre o ambiente a nossa volta.

O Rio Santa Maria da Vitória, entre inúmeros atributos, foi utilizado para

navegação entre Vitória e Santa Leopoldina em um passado não muito remoto. Há

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apenas cinqüenta anos, o rio era navegável em um trecho de 60 quilômetros, da foz

até a cachoeira de Santa Leopoldina, e possuía uma largura média de 55 metros,

profundidade mínima de 1 metro, que atingia 4 metros em sua época de cheia.

O evento, a que nos referimos anteriormente, teve parceria efetiva da

comunidade, por todos os seus segmentos, e co-realização da Associação

Barrense de Canoagem, que imprimiu à descida um espírito esportivo especial,

fundamental para sacramentar nossa cognição sobre saúde e vida — que é a maior

dádiva que um rio dá.

Nas nossas impressões, ficaram a beleza da fauna, da flora e do semblante

das pessoas; ficou o requinte do plantio de árvores à beira-rio; o resgate histórico

da encenação das atividades (plenas) do Porto de Pedra de Santa Leopoldina;

ficaram o cheiro e o gosto dos produtos agrícolas (dos Municípios de cabeceira) e

dos produtos do manguezal, à foz do Santa Maria, principalmente todos juntos e

misturados, formando a apreciadíssima torta capixaba, que, inclusive, mereceu

instalar-se na História do Brasil, sendo lançado, na solenidade de encerramento do

evento, um selo postal pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; ficou a

singeleza das Bandas de Congo; o encontro do rio com o mar, nas águas, e no

reencontro de velhos amigos, canoeiros e pescadores, que nos encheram a todos

de emoção.

Entretanto, também em nossas impressões ficou a imagem do desamor, do

descaso e da improvisação das autoridades e das pessoas, ao vermos um rio já

raso e estreito em vários trechos, com lixo de toda origem, efluentes industriais e

até animais mortos, como se notou próximo ao ponto de captação de água — a

mesma que passará por onerosos processos de tratamento e servirá ao

abastecimento da população.

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Tudo o mais o que se poderia dizer do aprendizado dessa lição, do que foi

visto nos filmes e ouvido nas poesias de antigos autores locais, não traduzirão

nossas manifestações de agradecimento por essa singular oportunidade de

reeducação, ao que nos congratulamos com os realizadores do evento — o

Consórcio das Bacias Hidrográficas dos Rios Santa Maria da Vitória e Jucu e a

Associação Barrense de Canoagem — e com os patrocinadores do mesmo —

Prefeitura Municipal de Vitória, FAESA, Construtora Queiroz Galvão, Companhia

Vale do Rio Doce e Companhia Siderúrgica de Tubarão —, que tão bem souberam

catalisar nossos sentimentos de brasilidade e de amor à terra capixaba,

relacionando-os à vital presença da água em nosso meio como o principal fator de

desenvolvimento para as gerações passadas, presentes e futuras.

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O SR. JAIR BOLSONARO (PPB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, sou Capitão da Artilharia do Exército brasileiro, mas nesta data, 24 de

maio, quero render minhas homenagens a todos os companheiros da ativa, da

reserva e reformados da Arma de Infantaria pelo seu dia, e também ao cearense

Antônio de Sampaio, Patrono da Infantaria. Complementando, leio o que diz o

Noticiário do Exército , de hoje:

Os infantes brasileiros podem ser encontrados na

Amazônia, no sertão nordestino, nos pampas, nas montanhas,

no pantanal, nos montes. Em qualquer lugar, não importa quão

longe esteja. Basta que haja uma missão.

Sr. Presidente, tendo em vista que hoje é também o aniversário do Líder do

meu partido, Deputado Odelmo Leão, que foi Cabo da Infantaria do Exército

brasileiro, estas homenagens são, também, hipotecadas a S.Exa..

Mas venho a microfone hoje, Sr. Presidente, para comentar o fato de que

neste País — embora não saiba exatamente por quê —, quando alguém não tem o

que fazer, ataca injustamente as Forças Armadas. Tenho visto que alguns

companheiros nossos — pessoas de nome, de respeito e de peso —, têm sido

muito infelizes quando criticam as Forças Armadas. No jornal O Globo, de sábado

passado, o Senador Antonio Carlos Magalhães diz que quer o Exército nas ruas,

combatendo a criminalidade.

Ora, o que o soldado aprende no quartel é definir muito bem o seu inimigo.

Tudo o que esteja à sua frente passa a ser o inimigo, e não é dessa maneira que se

combate o crime organizado. O que sabemos é que o marginal permeia a

população e, na hora do perigo, acaba usando-a como próprio escudo. Imaginem o

desgaste natural que haveria para as nossas Forças Armadas!

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O Senador Antonio Carlos Magalhães diz também: "Há quanto tempo não se

tem uma guerra, e quanto tempo se paga para eles se prepararem para uma

guerra, uma guerra que não vem?".

Lamento uma declaração como essa. Creio que S.Exa. não quer uma guerra

para o Brasil, nosso pobre País, com um povo tão sofrido, que sofreria ainda mais

se envolto numa guerra. As Forças Armadas são a mesma coisa que um plano de

saúde: paga-se o melhor possível, gasta-se o máximo que se pode, na esperança

de nunca usar.

Complementa o nosso Senador dizendo que os militares descontentes teriam

de ir para a reserva. Ora, nunca vi um militar dizer que está descontente com sua

missão. Os militares hoje em dia estão descontentes, e muito, pela maneira como o

Governo e algumas autoridades políticas deste País os têm tratado: com completo

desprezo e descaso. Como o servidor civil, estamos entrando no sexto ano sem

qualquer reajuste.

Sr. Presidente, por último, hoje um companheiro da bancada de Minas

Gerais, Deputado Cabo Júlio, no meu entender por falta de melhores

conhecimentos, criticou-nos indevidamente, ao dizer que nas Forças Armadas

existem 307 mil homens que, na prática, não fazem nada.

Ora, Sr. Presidente, se isso chegar ao sul de Minas, com toda certeza os

eleitores do Cabo Júlio não mais votarão em S.Exa. Só para citar um fato, quando

Minas Gerais precisou das nossas Forças Armadas, por ocasião de enchentes que

ocorreram naquele Estado alguns meses atrás, a quem o povo clamou, obteve

ajuda, e o nosso Exército lá esteve, socorrendo os flagelados.

O nosso Cabo Júlio, no meu entender de maneira muito superficial, critica

também a despesa com as Forças Armadas, dizendo que é um absurdo gastarmos

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19 bilhões com elas. Digo ao nosso querido Cabo Júlio que só com a manutenção

do seu poderio bélico nuclear os Estados Unidos gastam por ano 25 bilhões de

dólares. Por isso os Estados Unidos são hoje aquela potência — e respeitada! O

país que quiser ser respeitado neste mundo precisa ter forças armadas, porque

nação amiga é somente aquela belicamente mais fraca. Na hora de um país decidir

sobre sua sobrevivência e seus interesses, vale a decisão ou a idéia do que tenha

forças armadas realmente capazes de derrotar ou pelo menos persuadir outro a

aceitá-las.

Quando o nosso querido Cabo Júlio fala em colocar 20 mil homens na

fronteira, digo a S.Exa. que as Forças Armadas querem colocar até mais de 20 mil

homens na fronteira, desmobilizando os grandes centros, em especial na região

amazônica.

Gostaria de dizer ainda ao Deputado Cabo Júlio que não trago nenhum

recado de nenhuma autoridade militar, mas, com toda certeza, tanto o Exército

quanto a Marinha e a Aeronáutica estão à disposição do Deputado para lhe mostrar

o papel que essas Forças desempenham, a fim de que entenda melhor o árduo e

duro papel das Forças Armadas, tão árduo e duro quanto o da Polícia Militar do seu

Estado, que S.Exa. muito bem aqui representa.

Não falta para as nossas Forças Armadas um novo papel. Falta, sim,

patriotismo aos homens que conduzem o destino desta Nação.

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O SR. PRESIDENTE (Severino Cavalcanti) - Concedo a palavra ao Sr.

Deputado Valdir Ganzer.

O SR. VALDIR GANZER (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, na segunda-feira que passou, tive a alegria de estar em

Santarém, onde o sindicato que fez com que eu surgisse na luta sindical e, mais

tarde, na luta política, compreendendo a importância da luta do trabalhador

brasileiro, comemorou 20 anos de vitória da oposição sindical, retirando da direção

daquele sindicato dos trabalhadores rurais quem de fato nele mandava. O Governo

Federal, o Governo do Estado e o Governo do Município é que mandavam no

sindicato dos trabalhadores rurais.

Portanto, comemoramos os 20 anos com um grande evento e a participação

de todos os ex-presidentes e atuais diretores daquela instituição.

Durante o sábado e o domingo, realizamos estudos sobre um projeto de

desenvolvimento adequado para Santarém, levando-se em consideração,

obviamente, a importância que o Município tem na macrorregião do Tapajós.

Em segundo lugar, temos visto no Brasil, nos últimos dias, a realização de

um movimento de luta dos funcionários públicos federais não só por aumento

salarial, mas também por um diálogo com os segmentos mais importantes do País.

O Governo Federal, por sua vez, não escuta ou não quer escutar, a voz

desse segmento tão importante para a vida nacional.

Espero que a luta do funcionalismo público federal receba o apoio não só

dos partidos políticos de oposição, cujo envolvimento é natural, mas também de

toda a sociedade brasileira.

Apesar de todos as manifestações feitas por organizações da sociedade civil

— pequenos agricultores e sem-terra, entre outros — no início de maio, o Governo

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Federal prefere ouvir a voz das oligarquias históricas, composta por aqueles que

mandaram e ainda mandam no Brasil. O Governo instituiu a Lei de Segurança

Nacional e usou de violência para tentar fazer com que o Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra recue da sua estratégia. Seu objetivo é dividir os

movimentos sociais no Brasil.

Portanto, estamos vivendo um momento da história brasileira em que vemos

o aumento do desemprego, de um lado, o visível aumento da miséria na área rural,

de outro, e o aumento cada vez maior de grupos cada vez menores da fatia da

economia brasileira.

Por fim, Sr. Presidente, quero dizer que, na segunda-feira, dialogando com

alguns setores de Santarém, percebi que os empresários daquela região, como

percebo nesta Casa com os que defendem o empresariado, principalmente o setor

ruralista brasileiro e o setor ligado ao sistema financeiro nacional, estão tentando

confundir a opinião pública brasileira dizendo que quem quer discutir um novo

modelo de desenvolvimento para a Amazônia está contra o desenvolvimento.

Esse é um discurso que não pega mais. Todos conhecem a posição não só

do meu partido, o PT, dos partidos da esquerda no Brasil, mas principalmente dos

segmentos que vêm produzindo novas visões de como enfrentar o desenvolvimento

brasileiro, como é o caso do Governo do Acre, governado por Jorge Viana, do

Governo do Amapá, governado por João Capiberibe, e da Prefeitura de Belém,

administrada por Edimilson Rodrigues, que mostram uma nova forma de governar.

S.Exas. colocam o Estado a serviço da maioria de seu povo, e não dos grupos que,

tradicionalmente, ao longo dos últimos 500 anos — e, no caso de Belém, ao longo

de mais de 381 anos —, puseram o Estado e a Prefeitura da Capital a serviço de

algumas poucas famílias, e não da maioria do povo.

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Sr. Presidente, compreendo a rebelião das elites, que estão tentando

enfrentar o nosso partido, os de esquerda e os movimentos sociais do Brasil,

exatamente como fez o Presidente Fernando Henrique Cardoso quando usou a Lei

de Segurança Nacional para reprimir esses movimentos. Eles sabem que, com um

movimento forte nas ruas, com partidos organizados ocupando espaços nas

Prefeituras, nos Governos dos Estados e, em breve, assumindo a Presidência da

República, vamos colocar o Brasil de pé.

E cabe ao Brasil não só mudar a política econômica, mas, com um governo

sério, liderar o movimento na América Latina para dialogar com o mundo de outra

forma, e não mais como foi a direita do Brasil, aliando-se à direita de outros países

para liquidar lideranças e movimentos importantes da história recente.

Queremos mudar o Brasil e ajudar a mudar a América Latina.

Muito obrigado.

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O SR. MARCIO FORTES (Bloco/PSDB-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tenho a satisfação de trazer ao

conhecimento de todos os Parlamentares a realização, no Rio de Janeiro, em

agosto próximo, do XXXI Congresso Internacional de Geologia.

O fato reveste-se de importância singular para as ciências geológicas e o

setor mineral do Brasil porque os organizadores do evento, que ocorre apenas de

quatro em quatro anos, em seus 122 anos de existência escolheram, pela primeira

vez em sua história, uma cidade sul-americana para sediar o maior encontro dos

geocientistas de todo o mundo.

Essa escolha certamente não foi motivada somente pelas belezas naturais

do Rio de Janeiro, mas reflete sobremaneira o estágio de desenvolvimento que as

ciências geológicas alcançaram no Brasil, mercê de um país cujos terrenos

oferecem aos interessados infinita variedade de tipos de rochas e minerais, aos

investidores, reconhecimento potencial mineral, e aos estudiosos, permanente

suporte institucional, de pesquisas e de educação.

Todos somos cientes de que a história da mineração brasileira confunde-se

com a própria história do Brasil. A busca de ouro e gemas que se iniciou no século

XVI, levou a que apreciáveis contingentes populacionais se deslocassem por todos

os quadrantes nacionais, induzindo o povoamento de extensas glebas em áreas

remotas e ínvias àquele tempo. As históricas cidades mineiras são um dos muitos

exemplos em que a mineração foi o vetor primordial de desbravamento dos sertões

desconhecidos. A atual silhueta geográfica do Brasil deve-se, dessa maneira, à

prodigalidade que a natureza reservou ao nosso País.

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Ainda hoje a mineração exerce de maneira bastante significativa sua

característica de ser poderoso agente de desenvolvimento regional. Os depósitos

de ferro de Carajás, descobertos na década de 60, são dos mais importantes

núcleos de geração de renda e riqueza em uma região desabitada e pouco

conhecida há pouco mais de 30 anos.

Nos 8,5 milhões de quilômetros quadrados do nosso território estão

concentrados muitos dos mais importantes jazimentos minerais de todo o planeta.

A transformação desses recursos naturais em riqueza para toda a sociedade

requer uma seqüência de atividades técnico-científicas que objetivam o melhor

entendimento das rochas, seus tipos e variedades, suas estruturas, suas posições

relativas uma às outras, seus inter-relacionamentos e o potencial mineral dos

diversos distritos mineiros. É o campo de ação das ciências geológicas.

Esse processo inicia-se com os chamados levantamentos geológicos

básicos, atividade tipicamente estatal em todos os países do mundo, pelos quais

são constantemente tornadas públicos as principais feições geológicas dos

respectivos territórios, seja pela identificação de novos dados, seja pela

reinterpretação de dados antigos à luz de modelos mais modernos de

comportamento das rochas em subsuperfície.

A Geologia, como ciência que procura entender a terra, sua origem, evolução

e promissoriedade na provisão de bens minerais, necessita conhecer de que

maneira as rochas se distribuem por todo o planeta, tanto na superfície quanto em

profundidade. Nessa busca de conhecimentos e explicações reside a formação dos

geocientistas.

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Deve ser observado que esses técnicos dispõem, diretamente, apenas das

informações obtidas na superfície da terra: os diferentes tipos de rocha, os contatos

entre elas e duas de suas três dimensões — comprimento e largura. A terceira, a

altura, no caso a profundidade, é sempre motivo de interpretações subjetivas por

parte dos geólogos, dependendo em grande parte de suas formações e

qualificações profissionais a menor ou a maior aproximação com a realidade.

Outra dimensão tão importante como as três acima citadas refere-se ao

tempo de formação de cada grupamento rochoso. Como se admite, a terra foi

formada há 5 bilhões de anos, e ao longo desse tempo as rochas foram sendo

formadas, agrupadas, desagregadas, submetidas a altíssimas condições de

temperaturas e pressões, que as refundia e criava novos tipos rochosos, os quais,

por sua vez, poderiam ter sido submetidos novamente a essas mesmas condições,

tudo contribuindo para o cenário observado atualmente, a prancheta de trabalho

dos especialistas nas ciências da terra, que procuram desvendar toda a história de

sua formação.

É dessa forma uma ciência que exige além de sólida base científica, grande

capacidade de imaginação abstrata, exatamente porque duas de suas dimensões, a

profundidade e o tempo de formação, não podem ser observados diretamente.

A escolha do Brasil como sede de XXXI Congresso Internacional de

Geologia reflete o conceito que nossos geocientistas desfrutam no cenário

internacional e, também, o reconhecimento do nível dos trabalhos executados pela

Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais — CPRM, o Serviço Geológico do

Brasil, que se alinha aos mais importantes serviços geológicos do mundo, pelas

contribuições que traz para o melhor conhecimento do planeta em que vivemos e

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de cujo trabalho e esforço deveu-se a escolha do Brasil para sediar o evento,

vencendo outros países que concorriam a essa honra, em eleição durante o XXX

Congresso Internacional de Geologia, realizado em Pequim, em 1996.

A importância do evento pode ser medida ainda pelo fato de que o País, para

se credenciar a sediar o Congresso, está obrigado a apresentar uma manifestação

formal de sua mais alta autoridade político-administrativa de apoio à candidatura e

de apoio à sua realização, no caso de sua escolha. No caso brasileiro, foi o próprio

Presidente da República que expressou na forma exigida o interesse do País em

acolher o conclave.

Tivemos notícia, no entanto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, de que a

Comissão Organizadora que administra a realização do XXXI Congresso

Internacional de Geologia não está encontrando o apoio e contando com a

participação das nossas instituições oficiais como era esperado e foi prometido à

época em que o Brasil se credenciou a hospedar o Congresso.

Por esse motivo, faço daqui um apelo especial ao Exmo. Sr. Presidente da

República e ao Exmo. Sr. Ministro de Minas e Energia, como às mais altas

autoridades afeitas diretamente ao assunto, mas também aos demais Ministérios

que certamente estarão envolvidos, como o do Meio Ambiente e o de Ciência e

Tecnologia, para apoiarem e valorizarem o mais importante encontro mundial de

geocientistas que temos o orgulho de sediar, e expressarem, de maneira

inequívoca, a importância que o País reconhece em seus técnicos e cientistas, nas

ciências da terra e na indústria mineral brasileira.

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À CPRM e a todos os cientistas que lidam com as ciências da terra nossas

congratulações pelo trabalho que vêm realizando e votos de sucesso durante o

Congresso.

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O SR. AVENZOAR ARRUDA (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Comissão de Trabalho, de Administração e

Serviço Público aprovou hoje a convocação do Ministro do Planejamento,

Orçamento e Gestão, Sr. Martus Tavares, para prestar esclarecimentos sobre a

política salarial dos servidores públicos da União.

É de conhecimento desta Casa que o servidores encontram-se em um

movimento de greve. Hoje, inclusive estão realizando diversas manifestações em

Brasília, tentando sensibilizar o Governo a receber as entidades sindicais e a

discutir uma política para esses trabalhadores.

É claro que a convocação do Ministro àquela Comissão força o Governo a

realizar a discussão em público, de forma clara e transparente, do que ele

argumenta na imprensa, ou seja, de que várias categorias já receberam reajuste.

Se as categorias receberam os reajustes que o Governo anuncia, por que outras

não foram contempladas? Além disso, por que só algumas categorias, segundo

argumentação do Governo, merecem esse reajuste e outras, conforme o argumento

do próprio Governo, não estariam aptas ou dele não estariam necessitando? Isso

tudo deve ser esclarecido.

Além do mais, como já falei em outra oportunidade nesta tribuna, há

evidentes contradições entre o que o Ministro do Planejamento, Orçamento e

Gestão anuncia, através da imprensa, e aquilo que anuncia o Ministro da

Educação. Para se ter uma idéia clara, enquanto o Ministro Martus Tavares anuncia

que os professores de 1º e 2º graus tiveram um reajuste de 33%, o Ministro Paulo

Renato Souza afirma, também através da imprensa, que esse reajuste foi de

apenas 22%.

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Ora, não é possível aceitar tal grau de divergência entre dois Ministérios

sobre o mesmo assunto num momento como esse. E não é a primeira vez que isso

acontece, porque, já na semana passada, eu mostrava que havia essa divergência.

E é claro que os servidores precisam saber com quem vão dialogar. Eles precisam

saber se é com o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, que trata dessa

área; se é com cada Ministro atinente aos respectivos serviços públicos — Ministro

da Educação no que diz respeito aos servidores da educação, Ministro da

Agricultura e do Abastecimento no que diz respeito aos servidores daquela Pasta

—; ou se é com o Ministro da Fazenda.

Creio eu que há necessidade de chamar o Ministro Pedro Malan para tratar

desse assunto. Afinal de contas, como sabemos, S.Exa. foi transformado numa

espécie de primeiro-ministro para resolver qualquer assunto em nome dos outros

Ministros. E se não for possível resolver com Pedro Malan, talvez com o Presidente

da República, ou com o Presidente do Fundo Monetário Internacional, a última

autoridade que pode dar a palavra sobre esse assunto de servidor público.

O fato é que o Governo precisa dizer quem está falando pelo Governo para

tratar desse assunto e quem está habilitado a negociar com os servidores públicos

em nome do Governo. Não é possível que diante de uma manifestação pública

como a que vimos hoje, diante da paralisação dos serviços públicos com prejuízos

para os usuários, particularmente as pessoas que mais necessitam desses

serviços, o Governo não indique claramente um interlocutor para negociar com os

servidores públicos. Já discutimos várias vezes com as Lideranças do Governo

nesta Casa, mas elas também não sabem quem representa o Governo nessa

negociação. E ao se fazer acordo com as Lideranças governistas nesta Casa

corre-se o risco de repetir o que aconteceu com o salário mínimo.

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Sr. Presidente, a situação é extremamente crítica. Precisa-se de um

negociador oficial do Governo para tratar com os servidores públicos.

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O SR. PRESIDENTE (Severino Cavalcanti) - Peço a todos os Srs. Deputados

que vão dar como lidos seus discursos que aguardem apenas dez minutos, para

darmos oportunidade àqueles que estão inscritos, que chegaram às 8h e querem

fazer seu pronunciamento.

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O SR. MARCOS AFONSO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, hoje pela manhã, não somente os funcionários públicos

brasileiros estiveram aqui na Esplanada dos Ministérios: também estudantes da

Universidade de Brasília vieram protestar contra a reformulação do Código

Florestal Brasileiro.

Trago, para a devida divulgação, pesquisa feita pelo Vox Populi a respeito

da modificação no Código Florestal Brasileiro, notadamente sobre o relatório

proposto pelo Deputado Moacir Micheletto, publicada hoje no jornal O Estado de

S.Paulo .

A pesquisa do Vox Populi mostra, de início, fato muito positivo: o

posicionamento da população contra a proposta de ampliação para 50% da mata a

ser devastada em nosso País. E indica que 63% do povo brasileiro estão

acompanhando a discussão sobre a mudança no Código Florestal, índice

elevadíssimo, tendo em vista a imagem de nosso Poder no restante da população

brasileira.

O desejo do povo brasileiro, de acordo com essa pesquisa do Vox Populi

publicada hoje no jornal O Estado de S.Paulo , é aumentar a proteção das florestas

brasileiras: 88% são favoráveis à proteção.

Outro dado importante publicado na pesquisa é que 93% de nosso povo

entendem que a conservação ambiental não prejudica o desenvolvimento do Brasil,

pois existem muitas atividades econômicas rentáveis que não agridem o meio

ambiente e geram emprego para os brasileiros.

Afora vários outros quesitos, um dado importante foi apresentado pela

pesquisa do Vox Populi ao povo brasileiro: "Hoje, na Amazônia, os proprietários de

terra podem desmatar até 20% de suas propriedades. Com qual das seguintes

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opiniões você mais concorda?" O resultado foi o seguinte: 45% da população

brasileira concordam que os 20% atualmente permitidos sejam mantidos; e 20%

acham que devem ser diminuídos os montantes destinados a desmatamento, no

Brasil.

Um dado muito positivo é que a população brasileira não apenas está

acompanhando essa discussão, como tem consciência da punição exemplar que

deve ser dada àqueles que infringem a lei: 87% dos entrevistados querem pena

severa para os que desmatam áreas de preservação permanente.

Essa pesquisa traz enorme contribuição ao debate que estamos

desencadeando nesta Casa, pois mostra que 88% do povo brasileiro não votariam

em Deputado ou Senador que defenda o aumento da área de desmatamento.

Ao lado dessa pesquisa há uma outra, de outro jornal muito importante, a

Gazeta Mercantil , do dia 22 deste mês, em que se constata que 6,4% dos leitores

são favoráveis à ampliação de 50% para desmate na Amazônia e 30,8% preferem o

projeto do CONAMA, que estabelece a reserva legal em 80%. Há um dado de

radicalidade com que nós, que defendemos a sustentabilidade ambiental, não

concordamos, pois apresenta a Gazeta Mercantil que 62,7% dos leitores são

contra qualquer desmatamento, hoje, na Amazônia, mesmo que seja para atividade

agrícola. Evidentemente, essa radicalidade é expressa porque há, hoje, um

descrédito muito grande do povo brasileiro quanto à aplicabilidade daquilo que é

correto e que está normatizado em nosso País.

Sr. Presidente, essas duas pesquisas publicadas hoje nos jornais O Estado

de S. Paulo e Gazeta Mercantil indicam-nos que a sociedade brasileira defende o

bom senso e acredita ser possível desenvolver a Amazônia aproveitando

especialmente os 165 mil quilômetros quadrados que estão abandonados, por

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conta de uma política agrícola equivocada, pela tentativa de implantação de um

modelo de desenvolvimento que não protege nossa floresta, pois querem que

aquela região seja um fronteira agrícola, quando ela não tem essa vocação.

Essas pesquisas mostram, Sr. Presidente, que nosso Congresso precisa

estabelecer a política do bom senso, a qual é exemplificada pela posição justa,

correta, eficiente e saudável da sociedade brasileira.

Muito obrigado.

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O SR. CARLOS SANTANA (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna comunicar à Casa que

vários companheiros metalúrgicos de Niterói, de Angra dos Reis, do Rio de Janeiro

e de São Gonçalo estão em Brasília reivindicando um direito mínimo: o de poder

trabalhar.

Nosso País, hipocritamente, manda fazer navios na Coréia e no Japão,

enquanto nossos estaleiros encontram-se nas condições em que estão. Por isso

estamos vendo a violência crescer cada vez mais na cidade do Rio de Janeiro: é a

falta do emprego.

Estamos aqui pedindo a mudança na mecânica de prazo, de juros e de

subsídios para a construção naval, setor que já gerou mais de 40 mil empregos na

cidade do Rio de Janeiro e que hoje gera apenas mil. Sabemos dessa necessidade.

Por isso, estivemos com o Senador Antonio Carlos Magalhães pedindo ajuda.

Vamos nos encontrar hoje com o Ministro dos Transportes e com o Ministro do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Se a indústria automobilística é importante para São Paulo, a construção

naval é importante para nós, do Rio de Janeiro. Não podemos admitir que a

FRONAPE, que tem mais de cinqüenta navios, continue afretando como está

fazendo. O País gasta 6 bilhões por ano de afretamento, quando temos condições

de fazer nossos navios nos estaleiros do Rio de Janeiro e de subsidiar outros

Estados, como Bahia, São Paulo e Minas Gerais, que fazem peças para nosso

setor.

A realidade que vivemos hoje é a do sucateamento e da violência crescente

nas nossas comunidades carentes, porque não há emprego; e ainda,

hipocritamente, dizem que vão sentar e fazer plano de segurança. Plano de

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segurança é emprego para este País! É lá embaixo! Empreguem todo mundo que

vamos ver se a violência não vai diminuir! E ainda ficam dizendo que vão fazer

fundo para segurança. Tem de fazer fundo é para emprego! Tem-se de gerar

emprego neste País!

Sr. Presidente, quero ainda me associar aos aposentados, que virão amanhã

para cá, porque ainda não foi resolvida a situação daqueles aposentados que

ganham pouco mais do que um salário mínimo, e peregrinarão pelos Ministérios,

para ver se o Governo Fernando Henrique Cardoso tem um pouco de coerência

com eles, que deram toda sua vida, sua juventude para o crescimento deste País, e

hoje estão na situação em que se encontram.

Ao mesmo tempo, quero dizer que empresas privatizadas, como a Rede

Ferroviária Federal, não tiveram um real sequer investido nelas. A única coisa que

fizeram foi demitir, arrochar o salário dos trabalhadores, como estão fazendo na

Bahia, no Rio de Janeiro, e assim sucessivamente. Espero que a Agência Nacional

de Transportes, que vamos criar, tenha mesmo poder de fiscalização, porque o que

estamos vendo é bandalheira para todos os lados. Venderam tudo, acabaram com

tudo! Deve-se dar um prêmio de demissão a essas empresas, pois acabaram,

trucidaram tudo.

É por isso, Sr. Presidente, que fico nervoso. Não agüento mais a hipocrisia

de ver peão desempregado por todos os lados. No dia em que o morro descer até o

asfalto, vamos exigir o que é nosso, Sr. Presidente! Vamos exigir o que

merecemos. O que queremos é poder trabalhar, ser honestos e ter dignidade. Não

agüentamos mais a situação que atravessa este País, que diz ter superávit. Cadê o

dinheiro do superávit? Onde colocaram esse dinheiro? Acho que serviu para

comprar goiabada de novo. Só pode! Onde está esse dinheiro? Onde meteram

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esse dinheiro? Estamos vendo que o desemprego está aí, a fome crescendo para

tudo quanto é lado!

Ficamos tristes porque sempre inventam uma matéria na imprensa para dizer

que a situação é boa. Boa onde? Em lugar nenhum! A pobreza é geral. No Norte,

no Nordeste, no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste todos estão sofrendo. Estamos

vendo os funcionários públicos darem a resposta: estão indo para as ruas, estão

brigando, como deve fazer todo trabalhador, que não deve se acovardar, ficar

dentro de casa com medo. Tem de ir para a rua lutar pelos seus direitos!

Muito obrigado. (Palmas. Muito bem.)

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O SR. EDINHO BEZ (Bloco/PMDB-SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com grande satisfação que ocupo hoje esta

tribuna para ressaltar o encontro estadual da Juventude do Partido do Movimento

Democrático Brasileiro — JPMDB, de Santa Catarina, a ser realizado nos próximos

dia 27 e 28 no Município de Itá.

A programação do evento é a seguinte: dia 27 de maio, sábado, das

8h30min às 18h, recepção; às 16h, visita aos mirantes da Usina Hidrelétrica de Itá;

às 20h30min, jantar; às 22h, baile de confraternização. No dia 28 de maio,

domingo: das 7h às 9h, café; às 10h30min, encontro político com a presença de

lideranças estaduais; às 13h30min, almoço típico italiano (encerramento).

Esse encontro terá como meta o fechamento dos encontros regionais, que

tiveram, entre outras, as seguintes finalidades: ensinar a criação de grêmios

estudantis junto às escolas; preparar a juventude para as eleições 2000; discutir as

questões do PMDB Nacional, a questão da cidadania, o espaço da juventude nas

eleições, a questão do jovem político; e divulgar o projeto que será a bandeira da

JPMDB — a prevenção do meio ambiente.

Foram distribuídos nesses encontros: manuais de como organizar a

Juventude do PMDB e a criação de grêmios estudantis nas escolas, além da

entrega da carteira de identificação dos filiados da JPMDB/SC.

Quero parabenizar essa iniciativa por parte da Juventude do PMDB, que

está mobilizando o Estado de Santa Catarina com o intuito de unir, fortalecer e

dirimir metas para o nosso partido, o maior do País. Parabenizo o Presidente da

JPMDB, amigo Sérgio A. Bergmim, a Secretária e amiga Cátea A. Pravato, e o 1º

Vice-Presidente, Edilberto Ferreira, amigo Beto, que participaram de todas as

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reuniões regionais. Parabenizando-os, estendo as congratulações a todos da

JPMDB pelo excelente trabalho que estão realizando no Estado.

Sr. Presidente, valorizar nossa juventude é o que há de mais importante para

o crescimento do nosso País. Por isso é que estou aqui, nesta tribuna, para

enaltecer a JPMDB pelas suas iniciativas em prol do Brasil.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. EVANDRO MILHOMEN (Bloco/PSB-AP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho no dia de hoje ocupar esta tribuna

principalmente para denunciar o golpe que o narcotráfico e o crime organizado

querem dar no Estado do Amapá.

Depois da denúncia feita por alguns Deputados da bancada do Amapá e

pelo Governador do Estado nesta Casa, sobre o alto comprometimento de políticos,

empresários e outras autoridades amapaenses com o crime organizado, o

narcotráfico e a lavagem de dinheiro público, e com a visita feita pela CPI do

Narcotráfico, desbancando toda a máfia instalada no poder público do Estado, vem

agora a tentativa de golpe.

O Deputado Sérgio Barcellos, "o algoz da imoralidade e improbidade",

mancomunado com uma parte do crime organizado no Estado do Amapá — leia-se

Fran Júnior, Presidente da Assembléia Legislativa; e Margareth Santana,

Presidente do Tribunal de Contas — e apoiado pelo Senador Gilvam Borges, do

PMDB do Amapá, e por outros Deputados Estaduais, tenta ressurgir do golpe da

CPI abrindo denúncias infundadas e inconsistentes contra o Governo do Amapá e

seu Governador, eleito pela vontade política do povo do Amapá, derrotando toda

aquela elite corrupta e imponente por duas vezes seguidas. Restou a eles, agora, a

tentativa de ganhar no "tapetão".

Sras. e Srs. Deputados, não podem a corrupção, a bandidagem e o

narcotráfico governar um Estado, mas é isso o que estão tentando fazer com o

povo do Amapá. Não pode um Deputado que tem seu pai condenado pelo TCU por

improbidade administrativa, como o Sr. Annibal Barcellos, o maior corrupto que já

passou pelo Amapá — e continua fazendo suas corrupções, agora na Prefeitura —,

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querer condenar um Governo popular como o de Capiberibe, pautado na

moralidade e na valorização dos recursos públicos, em benefício da maioria da

população desse Estado, e comprometido com a aplicação correta dos recursos,

através de um programa de governo bem definido.

Sr. Presidente, o povo do Amapá pede socorro contra o crime organizado,

capitaneado pela Assembléia Legislativa, pelo Tribunal de Contas e por

Parlamentares estaduais e federais.

Não pode o Amapá passar pelo retrocesso da distribuição do dinheiro

público por meia dúzia de corruptos, instalados nas instituições dos poderes

estaduais.

Pedimos, Sr. Presidente, imediata intervenção federal na Assembléia

Legislativa do Amapá, pois a mesma não vem cumprindo as garantias

constitucionais da governabilidade. Só assim limparemos de vez o câncer da

corrupção, instalado naquela Casa, no Tribunal de Contas e no Estado do Amapá.

Hoje, Sr. Presidente, juntam-se Margareth Santana, Fran Júnior, Gilvam

Borges e Sérgio Barcellos como "algozes da improbidade e da imoralidade". Todos

eram adversários: Gilvam denunciava Fran Júnior por corrupção; Fran Júnior

denunciava Margareth por narcotráfico, e assim sucessivamente. Hoje, estão

juntos.

Lembro-me muito bem de que Gilvam Borges, hoje Senador, denunciava o

Deputado Sérgio Barcellos como criminoso e seqüestrador de políticos locais, como

se pode constatar nos Anais desta Casa, e chamava de corrupto o seu pai, então

Governador do Estado, em 1992. Hoje, estão juntos. Será que Sérgio Barcellos

virou honesto ou Gilvam Borges assumiu a cara de corrupto e bandido,

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representando o Estado do Amapá? De forma alguma podemos aceitar que, de

repente, um cidadão corrupto, que acabou com os recursos públicos do Estado, vire

honesto; nem que um cidadão que se dizia honesto, de uma hora para outra, vire

corrupto.

Agora, sim, temos o crime organizado com cara própria. Estão aí o

Presidente da Assembléia, o Presidente do Tribunal de Contas, o Senador Gilvam

Borges e o Deputado Sérgio Barcellos, verdadeiros bandidos que querem acabar

com o Estado do Amapá. Pedimos socorro a esta Casa e ao Governo Federal para

que intervenham na Assembléia Legislativa, pois não podemos permitir que o crime

organizado tome conta do Estado do Amapá.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

abordo tema que tem sido discutido na imprensa: a utilização das Forças Armadas

para a segurança pública.

A posição do Senador Antonio Carlos Magalhães e do Presidente do PFL,

Senador Jorge Bornhausen, de defender a utilização das Forças Armadas para a

segurança pública, merece ampla e profunda crítica e oposição de nossa parte.

Primeiro, o papel constitucional das Forças Armadas é definido pela

Constituição, no seu art. 142 — ou seja, destinam-se à defesa da Pátria e à

garantia do poderes constitucionais, e não à defesa da segurança pública. Em

segundo lugar, querer que as Forças Armadas executem tarefa na segurança

pública é destruí-las, do ponto de vista de seu papel estratégico de defender o

País. Em terceiro, porque isso é fugir da necessária reforma do aparelho de

segurança pública nos Estados.

A segurança pública precisa de ampla reforma. Temos de aparelhá-la,

dar-lhe condições materiais para cumprir sua função. Em todos os países do

mundo, o uso das Forças Armadas para a área segurança pública significou sua

degradação.

Por outro lado, Sr. Presidente, isso não ocorre de maneira ingênua.

Sabemos que a orientação do Governo norte-americano para as nações em

desenvolvimento é a utilização das Forças Armadas no combate ao crime

organizado, ao narcotráfico e a movimentos sociais, ficando a defesa desses países

sob a responsabilidade do exército e das forças armadas norte-americanas.

A defesa das fronteiras, do espaço aéreo e do mar territorial, e a

necessidade de modificação e reforma nas Forças Armadas, se isso for necessário

para o seu pronto emprego, exigem de nossa parte oposição a essa tese,

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conservadora e autoritária, pois significa militarizar o conflito social, militarizar a

repressão aos movimentos sociais.

Sr. Presidente, espero uma oposição do Governo Fernando Henrique

Cardoso a essa tese. Entendo que o pensamento das Forças Armadas é no sentido

de negar esse tipo de desvirtuamento de seu papel constitucional, de seu papel em

termos de política de defesa. Não podemos sucatear as Forças Armadas, que, em

última instância, são preparadas para a guerra, e não para pegar bandido em

morro, fazer investigação de crime organizado ou enfrentar manifestação de rua.

Isso é tirar do País o seu principal instrumento de defesa, constituído exatamente

por uma política, por um instrumento e por referenciais de defesa.

Isso, Sr. Presidente, repito, ocorre no momento em que o mundo atravessa

uma situação de guerra quente. Saímos da bipolaridade da guerra fria para um

processo de intensas disputas, de muitos interesses em jogo. E as Forças Armadas

brasileiras devem preparar-se para enfrentar o desafio da defesa estratégica, e não

o desafio da segurança pública, e não o desafio do combate ao crime organizado.

Não se pode confundir a defesa do País com a defesa de governantes,

simplesmente com combate às manifestações populares, nem fazer segurança

pública nas ruas.

Pergunto: para que serve a Polícia Civil? Para que serve a Polícia Militar?

Para que serve a Polícia Federal? Se não estão cumprindo os seus papéis, vamos

reformulá-las, redirecioná-las, alterá-las, e não transformar as Forças Armadas, da

noite para o dia, em tábua de salvação para uma concepção de segurança pública

que vai, a um só tempo, destruí-las. Militariza-se a segurança pública e, ao mesmo

tempo, atinge-se o objetivo da grande potência: sucatear as Forças Armadas,

empregando-as em tarefa de polícia interna.

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Queremos discutir, debater e nos contrapor a esse tipo de posicionamento, a

essas opiniões que tratam com o senso comum da sociedade para criar a idéia de

que as Forças Armadas que estão nos quartéis, que não estão fazendo guerra,

devem-se deslocar para a segurança pública. Ainda bem que não está havendo

guerra. E a melhor maneira de evitar a guerra é exatamente ter um bom nível de

preparo estratégico-militar das Forças Armadas brasileiras.

Esse assunto merece atenção especial do Congresso Nacional. Não

podemos ficar omissos, achando natural que as Forças Armadas brasileiras

exerçam tarefa de polícia interna. Com isso vão transformá-las, talvez, no pior tipo

de polícia, porque tal mister não consta no preparo, no adestramento e nos

objetivos de nossas Forças Armadas.

Muito obrigado.

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O SR. BABÁ (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.

Deputados, aproveito a oportunidade para dirigir-me aos servidores da Casa e aos

trabalhadores que nos assistem pela TV Câmara .

Hoje tivemos a maior manifestação de servidores públicos na história do

Brasil. Milhares de funcionários deslocaram-se do País inteiro a Brasília para

mostrar sua insatisfação com relação ao congelamento salarial que já dura mais de

cinco anos.

Os servidores federais não podem pagar o preço dessa política econômica

que massacra os trabalhadores brasileiros, à qual já nos reportamos várias vezes.

Aliás, uma das faixas dos companheiros servidores que participaram da

manifestação dizia o seguinte: "FHC: este vírus mata mais que HIV."

É esta a política adotada pelo Governo: salário mínimo miserável, para matar

trabalhadores aposentados, e desemprego de mais de 15 milhões de

trabalhadores, sendo que só no Governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso 10

milhões de pessoas foram para a rua sem oportunidade nenhuma. Os servidores

públicos, tachados por S.Exa. de incompetentes e preguiçosos, na verdade, com

esse movimento, mostram nas ruas sua insatisfação com este Governo.

Esperamos que o Governo Fernando Henrique Cardoso, em especial o

Ministro da Fazenda e o Sr. Martus Tavares, Ministro do Planejamento, Orçamento

e Gestão, montem uma mesa de negociação. Ontem nos dirigimos, com a

Liderança do PT e dirigentes sindicais, ao Palácio do Planalto, na verdade, para

protocolar um pedido de abertura de negociações, porque a pauta já foi entregue

no ano passado e até hoje não houve resposta nenhuma.

Queremos dizer que os servidores públicos neste País são fundamentais.

Gostaria de ver todos eles juntos nesta luta. Aqui me dirijo, mais uma vez, aos

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servidores da Câmara dos Deputados, através do programa A Voz do Brasil .

Aposto que não nos comunicaríamos com qualquer trabalhador aí fora se os

companheiros não estivessem trabalhando, executando suas tarefas. Se os

companheiros dos gabinetes, que também estão com seus salários congelados,

resolvessem paralisar suas atividades, o Congresso Nacional também paralisaria.

Estamos conclamando os companheiros da Câmara dos Deputados a se

somarem à greve do funcionalismo público, como os companheiros dos Ministérios,

porque não podemos mais ser desrespeitados a tal ponto. O Governo economiza

dinheiro cortando gastos com o salário do funcionário público, cortando verbas das

universidades e da saúde justamente para pagar juros e amortização da dívida.

Neste ano, Sr. Presidente, estão destinados no Orçamento 152 bilhões de

reais, 15,5% do Produto Interno Bruto brasileiro, apenas para alimentar os

banqueiros internacionais e as multinacionais, que retiram dinheiro do nosso País e

se alimentam à custa do sangue, do suor e da morte de milhões de brasileiros.

É muito correto quando se diz que o vírus FHC mata mais que o HIV, porque

está matando crianças, que não estão sendo atendidas nas portas dos hospitais;

está matando idosos, que procuram atendimento médico e não o conseguem.

Quantas mulheres gestantes morrem nas portas dos hospitais porque não têm um

atendimento digno?

Portanto, os servidores públicos, que não podem pagar o preço dessa

política implementada por Fernando Henrique Cardoso, estão em greve. Com

absoluta certeza, essa já é a maior greve do funcionalismo público em toda a

história.

Quem fala aqui é um ex-dirigente da FASUBRA, uma das principais

federações de servidores das universidades brasileiras, que já fez inúmeras greves,

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desde a ditadura militar, passando pelo Governo Sarney e agora no Governo

Fernando Henrique, o qual tem ouvidos moucos para os trabalhadores. S.Exa.

escuta muito bem os banqueiros e os latifundiários, seus amigos; mas, com relação

aos trabalhadores, fica surdo e mudo, sem resposta nenhuma a dar. Por isso

mesmo, Sr. Presidente, os trabalhadores vão continuar essa greve, com absoluta

certeza.

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O SR. PRESIDENTE (Severino Cavalcanti) - Antes de passar a palavra ao

próximo orador, gostaria de agradecer ao Deputado Gonzaga Patriota a gentileza.

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Iédio Rosa.

O SR. IÉDIO ROSA (Bloco/PMDB-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, um observador que se situasse na vertical do

Pólo Sul, a uma boa distância de nosso planeta, teria sua atenção despertada para

a imensa e singular predominância de águas neste hemisfério.

Ao lhe ser questionado qual a nação mais promissora nesta metade do

mundo, é quase certo que responderia o nome de nosso País.

Se lhe fosse, ainda, solicitada a opinião sobre qual a melhor postura que

este País deveria assumir para consolidar sua situação estratégica, certamente

ouviríamos: desenvolver um poder naval condizente com as legítimas aspirações

desta nação, proporcional ao seu destaque geopolítico e ao cenário marítimo que a

circunda.

A Marinha do Brasil, sou testemunha, se preocupa com essa postura, pois

trabalha diuturnamente para constituir uma força aeronaval profissional, voltada

para os interesses do País no mar e além-mar, que desestimule possíveis

agressores e que possa proteger aqueles legítimos interesses marítimos.

O que muitos desconhecem é que a única base aeronaval que a Marinha do

Brasil possui, construída há mais de 35 anos, se situa em São Pedro da Aldeia,

município fluminense componente da Região dos Lagos, local que, com muito

orgulho, se constitui ponto principal de minha base eleitoral.

Assisti, há tempo, aos estudos de viabilidade técnica para construção dessa

base. Vi-a nascer, crescer e participar do desenvolvimento regional. Junto à

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oficialidade e aos praças fiz diversas amizades. Aprendi a gostar dela e a torcer

pelo seu sucesso.

Por ser conhecedor do interesse da Marinha do Brasil em voltar a dispor de

aeronaves de asa fixa — aviões —, não posso esconder minha alegria ao saber do

reinício de suas operações na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia.

Permitam-me a narração de alguns fatos.

A partir de 8 de abril de 1998, com a assinatura do Decreto Presidencial nº

2.538, começou a Aviação Naval a viver uma nova fase, passando a Marinha a

dispor da possibilidade de operar aviões.

Junto ao governo do Kuwait, foram adquiridas 23 aeronaves A-4KU

Skyhawk, fabricadas pela empresa americana MC Donnell Douglas, sendo 3 no

modelo biposto, para treinamento, e 20 no modelo monoposto. As aeronaves foram

transportadas por meio marítimo e chegaram ao Porto do Forno, no Município de

Arraial do Cabo, em 5 de setembro de 1998.

Importante passo desta empreitada foi a ativação, em 2 de outubro de 1998,

do Primeiro Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque, sediado em São

Pedro da Aldeia e subordinado ao Comando da Força Aeronaval.

As aeronaves de asa fixa vêm suprir uma deficiência até então existente na

Aviação Naval Brasileira: a defesa aérea de forças navais. Os aviões A-4KU

Skyhawk destinam-se a operar embarcados a partir de navio-aeródromo,

executando tarefas de interceptação e ataque, contribuindo para o cumprimento

das missões constitucionalmente atribuídas à Marinha do Brasil.

O recebimento e a operação dessas aeronaves vêm exigindo a

implementação de uma variada gama de atividades de ordem logística e operativa,

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dentre as quais se destaca a ampliação da pista de pouso da Base Aérea de São

Pedro da Aldeia e a formação e o treinamento do pessoal direta ou indiretamente

envolvido. As obras necessárias para adequar a pista à operação de aeronaves a

reação foram iniciadas em agosto de 1999 e concluídas em 25 de abril deste ano.

Desde a chegada a São Pedro da Aldeia, os aviões estão sendo submetidos

a criteriosas inspeções de manutenção, visando à prontificação para operação a

bordo do Navio Aeródromo Ligeiro Minas Gerais, que também está passando por

período de adaptação para operar com esse tipo de aeronave.

O primeiro vôo do A-4KU Skyhawk, ocorrido em 26 de abril próximo passado,

está dentro do cronograma de atividades previsto pela Marinha para

operacionalização desse importante vetor, que será coroado com a operação de

pouso e decolagem a bordo do porta-aviões.

O povo brasileiro está ansioso por assistir ao início desse importante

empreendimento, que, certamente, também contribuirá para melhor salvaguardar os

interesses nacionais na zona economicamente exclusiva de nossas 200 milhas.

Além disso, com a futura criação do Plano Nacional de Segurança Pública,

será indispensável que as Forças Armadas — neste momento de tensão a que

estamos submetidos pela ação do contrabando e do narcotráfico em nossos limites

geográficos — participem do conjunto de medidas de controle de nossas fronteiras,

seja por terra, ar ou mar.

Transmito, pois, cumprimentos à Marinha do Brasil, na pessoa de seu

Comandante, Almirante-de-Esquadra Sérgio Gitirana Florêncio Chagasteles, pelo

sucesso do retorno de aviões navais aos céus da Região dos Lagos, desejando,

particularmente, à tripulação da Força Aeronaval, através do Contra-Almirante

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Jaime Alberto de Castro Puga, toda a ventura nas diversas operações em que

estarão no futuro empenhadas suas aeronaves.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. CORIOLANO SALES (Bloco/PMDB-BA. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar a realização do

IV Seminário Brasileiro de Cooperativas Habitacionais, em Brasília, nos dias 25 e

26, em Águas Claras, com ênfase para o tema "Habitações Populares".

Trata-se de encontro muito importante para discussão do problema de

moradia, direito agora incluso dentre os fundamentais para a pessoa humana na

nossa ordem constitucional brasileira.

Com efeito, o seminário deverá abordar temas da maior relevância, dentre

eles os seguintes:

1. "A Política de Habitação no Brasil", pelo arquiteto Flávio Candelot, Diretor

de Habitação da Secretaria de Política do Paraná;

2. "Política de Habitação no Distrito Federal", pela arquiteta Ivelise Maria

Longhi Pereira da Silva, Secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação do

Distrito Federal;

3. "Infra-estrutura de Águas Claras/Reivindicações dos Moradores", pelo Dr.

José Maurício A. Barbosa, Subadministrador de Águas Claras,, e Luiz L. de

Holanda, representante dos moradores de Águas Claras;

4. "Autofinanciamento habitacional", pelo Dr. Marcelo Borba, da MB

Engenharia, e Dr. Rubens S. Branquinho, da Polissander Engenharia, Dr. José

Raimundo Lopes de Souza, da Cooperativa Habitacional Centraljus, Dr. Paulo

Roberto de Moraes Muniz, Diretor Técnico da Conbral S.A; e, ainda, dos

construtores de Brasília: Dr. Rogério Pereira Torres, da CONSTRUTEC —

Construtora Torres Engenharia Comércio Ltda; Dr. José Afonso Jácomo do Couto,

da Cooperativa Habitacional Coopersete, Dr. Cássio Aurélio B. Gonçalves e Dr.

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Mauro Gilberto F. Marques, Diretor Presidente e Diretor Técnico da Caenge —

Construção, Administração e Engenharia;

5. "Autogestão Cooperativa", pelo Dr. Valdir Colatto, Superintendente da

Organização de Cooperativas Brasileiras;

6. "Adesão em Cooperativas Habitacionais", pela Dra. Cláudia Rossane

Neiva Martins, da Cooperativa de Trabalho Nacional, e Dr. Caio César Dias, da

Nova Casa;

7. "Cooperativismo Habitacional no Brasil", pelo Dr. Ozias de Souza,

Presidente da Federação das Cooperativas Habitacionais de São Paulo, Dr. João

Andreato de Souza, Presidente da Cooperativa Habitacional Sulamérica de Santa

Catarina, e Dr. João Ferreira Neto, Presidente da Cooperativa Habitacional dos

Servidores Municipais de Santos;

8. "Projeto de Lei nº 4.717/98 — Cooperativas Habitacionais", pelo Deputado

Federal Adolfo Marinho (Relator) e Dr. José Roberto Martins, Presidente da

CONFHAB — Confederação Brasileira de Cooperativas Habitacionais;

9. "Financiamento Habitacional", pelo Dr. José Ildeu de Souza, da

Superintendência de Negócios da Caixa Econômica Federal, e

10. "Corretora de Seguros do Sistema Cooperativista Brasileiro", pelo Dr.

Raimundo Mariano do Vale, Presidente do Banco Cooperativo do Brasil S.A .

O seminário objetiva, essencialmente, ampliar os debates sobre o

cooperativismo habitacional brasileiro.

A questão da habitação popular no Brasil carece de ser melhor debatida e

aprofundada, para ampliar as possibilidades de resolver o grave problema de

moradia.

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Ao fazer este registro, espero que o Governo construa uma política de

habitação popular no Brasil que possa resolver o problema da moradia, que é um

direito fundamental da pessoa humana.

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O SR. SIMÃO SESSIM (PPB-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estou apresentando projeto de lei que dispõe

sobre o custeio da assistência à saúde dos trabalhadores e de seus dependentes.

O presente projeto de lei tem o objetivo de minimizar a caótica situação da

assistência à saúde no Brasil, implementando um processo de parceria entre a

iniciativa privada e o Poder Público.

Sabido é que a empresa deve ter um caráter social. E assim tem sido em

face da responsabilidade do empregador, quer em virtude das próprias exigências

da relação capital/trabalho decorrente da absoluta dependência que o trabalhador e

seus familiares têm do emprego do arrimo da casa.

Assim é que, nos centros mais avançados de nosso País, por pressão

sindical, há empregadores que já concedem o custeio de despesas de assistência à

saúde de seus trabalhadores e respectivos dependentes. Entretanto, ou esse

custeio é parcial ou o nível de cobertura assistencial não é satisfatório.

Apesar do mandamento constitucional trazido no art. 196 da Carta Magna, o

Estado brasileiro, por si só, não tem meios para garantir o atendimento

médico-hospitalar a toda a população brasileira.

Por outro lado, as ações e serviços de saúde são de relevância pública (art.

197 da Constituição Federal), competindo à iniciativa privada colaborar com o

Poder Público nessa tarefa.

Este projeto de lei, nos mesmos moldes da legislação de outros países,

pretende que essa colaboração seja mais efetiva, de tal forma que os

empregadores com mais de 150 empregados responsabilizem-se pelo custeio de

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assistência à saúde de seus empregados e dependentes, inclusive dos acidentados

do trabalho e vítimas de moléstias profissionais.

A fim de especificar essa responsabilidade, o projeto traça os limites de

abrangência da cobertura assistencial e do padrão de conforto mínimo nos casos

de atendimento.

Por outro lado, o projeto também se preocupa com a colaboração do Estado

nessa parceria, ao permitir que haja a possibilidade de abatimento integral, das

despesas efetivadas, em função da lei, na apuração do lucro tributável, para fins de

Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.

O funcionamento dos mecanismos assistenciais previstos no projeto será

fiscalizado pela Receita Federal, pelo Sistema Único de Saúde — SUS e pelas

Comissões Internas de Acidente — CIPAS — dos empregadores sujeitos ao regime

da lei ora proposta.

Eis por que esperamos contar com o apoio dos nobres pares.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. GERALDO SIMÕES (PT-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, no ano de 1839, o navio negreiro La

Amistad aportou em New Haven, nos EUA, trazendo a bordo 44 africanos

amotinados.

Isabella II, rainha de Espanha, reclama ao Governo norte-americano seu

direito aos escravos e John Forsyth, Secretário de Estado norte-americano,

defende nos tribunais o direito da rainha.

Pelo outro lado, os abolicionistas contratam um advogado para defender o

direito à liberdade dos africanos.

Sr. Presidente, apesar do empenho e das pressões do Governo dos EUA, o

embate judicial a que me reporto foi ganho pelos abolicionistas.

Naturalmente, aquela vitória só foi possível porquanto em 1839, nos EUA, o

Poder Judiciário já era forte e independente, como de fato convém a uma

democracia.

Com efeito, no Brasil, o inciso III do § 4° do art. 60 da nossa Carta

Constitucional institui como cláusula pétrea a separação dos Poderes.

Essa separação e independência dos Poderes faz do presidencialismo um

sistema mais aberto e mais democrático.

No Brasil, as Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988 consagraram as

tradições democráticas do presidencialismo, confirmadas pelo povo brasileiro, por

larga margem de votos, em dois soberanos plebiscitos: nos anos de 1963 e 1993.

Dessa forma, se por um lado é triunfante o presidencialismo brasileiro,

legitimado que foi por duas vezes pelos eleitores, por outro lado, a Carta

Constitucional de 1988, em seu art. 60, assegura-lhe, em cláusula pétrea, que a

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extinção da separação dos Poderes não pode ser objeto de emenda constitucional,

como, aliás, advogam alguns partidários do parlamentarismo.

As desvantagens do parlamentarismo evidenciam-se, por exemplo, na pouca

alternância do Poder, que, via de regra, o “bom” relacionamento entre Poderes não

distintos propicia.

Na Índia, Indira Gandhi permaneceu quinze anos como Primeiro-Ministro: de

1966 a 1977, retornou em 1980 e deixou o posto em 1984, ao ser assassinada.

Na Alemanha, o Primeiro-Ministro Khol quase foi reeleito, e se o fosse

permaneceria no poder por dezenove anos, superando Bismark, no século

passado.

Na Suécia, Olof Palme permaneceu no poder por dezoito anos, e na

Inglaterra, Margaret Thatcher permaneceu no poder por quase treze anos.

No Brasil, temos que resistir ao golpismo parlamentarista que se urde nos

bastidores do poder, para que Fernando Henrique saia ficando.

Para que possamos materializar a democracia, devemos aperfeiçoá-la,

fortalecendo o Poder Judiciário e o Poder Legislativo.

Numa democracia verdadeira, nem o Presidente da República está acima da

lei.

Para que a democracia brasileira seja de direito e de fato para todos, temos

que materializar a tripartição e a equivalência dos Poderes.

Com esses necessários aperfeiçoamentos democráticos, penso que a

cidadania, a distribuição de renda e a seriedade no trato com a coisa pública virão

por gravidade.

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Essa é a reflexão que no dia de hoje gostaria de fazer com meus pares nesta

Casa.

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O SR. JOSÉ CARLOS ELIAS (Bloco/PTB-ES. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tenho ocupado esta tribuna

para registrar todos os projetos e investimentos feitos para preservação do meio

ambiente capixaba, como é o caso da Companhia Vale do Rio Doce, responsável

pelas duas mais importantes reservas do Estado, Reserva Biológica de Sooretama

e Reserva Florestal de Linhares, que acabam de ser certificadas pela Organização

das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura — UNESCO como

Patrimônio Ambiental e Cultural da Humanidade.

Essas duas reservas somam 46.250 hectares de Mata Atlântica, considerada

a mais rica geneticamente em biodiversidade e ecossistema, e que necessita de

incentivos e proteção como essa feita pela UNESCO para sua sobrevivência, para

recuperação das áreas degradadas, garantindo a água, preservando a vida.

Há mais de quarenta anos a Vale do Rio Doce cuida da Reserva Florestal de

Linhares, fazendo com que ocupe 40% da mata primitiva existente no Espírito

Santo.

Num momento em que a degradação ambiental no País atinge índices

alarmantes, com a real ameaça de desertificação, merecem destaque e

reconhecimento projetos como os dessa Companhia.

Parabéns, portanto, à Companhia Vale do Rio Doce por essa iniciativa; e

parabéns também às Prefeituras de Linhares e de Sooretama, que contribuem para

a preservação de suas reservas ambientais.

Sr. Presidente, peço que meu pronunciamento seja divulgado pelos meios de

comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil .

Muito obrigado.

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O SR. JONIVAL LUCAS JUNIOR (PFL-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Nordeste brasileiro sempre mereceu

atenção especial por parte das autoridades públicas na elaboração dos planos de

Governo. É verdade que, em inúmeras ocasiões, tal preocupação não saiu do

papel, quer por motivos políticos, quer econômicos, não bastassem as condições

climáticas daquela região, que já impõem limitações ao pleno desenvolvimento do

seu potencial.

Nesse contexto, torna-se extremamente prazeroso compartilhar com esta

Casa o sucesso alcançado pelo Banco do Nordeste por sua atuação no Estado da

Bahia. São vários os programas realizados pelo Banco do Nordeste, destacando-se

entre eles o PROGER, o PRONAF, o PRODETUR e o Programa Brasil

Empreendedor, que visa ao fortalecimento dos médios, pequenos e

microempreendedores produtivos, inclusive do setor informal.

Através da administração do Superintendente Regional do Banco do

Nordeste da Bahia, Dr. Wilson dos Santos, tivemos a satisfação de vislumbrar a

contribuição de maneira efetiva para a solução de problemas sociais, econômicos e

financeiros.

Em constantes visitas ao interior baiano é possível mensurar o dia-a-dia

produtivo que a instituição desenvolve junto ao público-alvo e a comunidade de

modo geral, além do crédito capacitador do empreendedor, do ponto de vista

técnico ou de gestão, dando oportunidade àqueles que querem produzir e

permanecendo como principal agente financeiro de investimentos no Nordeste.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, as conquistas falam por si: em dezembro de

1999, o volume de recursos aplicados na Bahia alcançou 3 bilhões de reais; em

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contratações globais, 575 milhões de reais, que representam mais de 23% de todas

as contratações da entidade em 1999. Na área rural o montante é de 299,5 milhões

de reais, ou 26% das contratações globais, com 38 mil 620 operações contratadas;

incremento tecnológico do processo operacional, resultando em maior agilidade na

concessão de crédito; disseminação do programa de agentes de desenvolvimento;

capacitação dos agentes produtivos; e inserção da variável ambiental nos

negócios, além de outras tantas ações.

Quero destacar a parceria do Banco do Nordeste com o Estado da Bahia,

que só com a Secretaria de Agricultura — SEAGRI assinou 27 protocolos em 1999:

convênio do algodão, apicultura, cacau, café, citricultura, dendê, desenvolvimento

sustentável, fumo, floricultura, feira verde, fruticultura e outros tantos de igual

importância para o desenvolvimento da agricultura no Estado da Bahia. Essa

parceria resultou na aplicação de 200 milhões de reais em recursos na economia

rural da Bahia. Quanto ao farol do desenvolvimento, o Banco do Nordeste realizou

1.348 reuniões, atendendo 414 Municípios e gerando 3.264 compromissos.

O Estado da Bahia muito cresceu neste último semestre. O Banco do

Nordeste, através de seu Superintendente, Dr. Wilson dos Santos, com a

participação efetiva do Governo do Estado, por intermédio do Sr. Governador César

Borges, e do apoio constante do Presidente do Congresso Nacional, Senador

Antonio Carlos Magalhães, em muito contribuiu para que isso acontecesse,

exercendo uma administração eficiente aliada à vontade de realizar.

Fica, pois, o nosso registro dessa parceria coroada de êxito, cujo saldo tem

sido, e certamente continuará, positivo.

Era o que tinha a dizer.

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Obrigado.

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O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, nos últimos dias, os órgãos de imprensa têm

divulgado a descoberta, por parte da polícia e do Ministério Público do Amapá, de

um esquema organizado para despachar crianças brasileiras para o exterior. A

ação buscaria aliciar menores em várias partes do Brasil e, usando de subterfúgios

legais, obter autorização judicial para tirá-las do País.

Essas denúncias não configuram matéria circunstancial, pois as suspeitas

sobre o destino de boa parte de nossas crianças desaparecidas há tempos causa

inquietação. Tanto é verdade que mesmo as transferências de menores para o

exterior por meio do instituto da adoção têm provocado desconfiança. A própria

Justiça brasileira já manifestou sua preocupação e, por iniciativa de alguns

Promotores, vem realizando investigações sobre diversos processos de adoção.

Dias atrás, a Justiça alemã acatou, ainda que em decisão provisória, o pedido de

anulação, feito pela Justiça nacional, da adoção de uma criança brasileira

formalizada em 1996.

Durante a CPI do Judiciário, do Senado Federal, foram levantadas suspeitas

sobre processos de adoção de crianças brasileiras por casais estrangeiros. A

matéria não evoluiu, provavelmente em função do término dos trabalhos daquela

Comissão. Entretanto, mais de trezentas páginas de relatório foram gastas para

revelar a existência de graves arbitrariedades nas adoções internacionais ultimadas

em Jundiaí, Estado de São Paulo.

Na análise, ainda que superficial, da CPI do Judiciário, encontramos diversas

irregularidades nos processos de adoção: número excessivo de doações

internacionais; destituição de pátrio poder sem provas consistentes, fazendo-se uso

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das mesmas testemunhas em processos diferentes; violação do princípio da ampla

defesa e abuso de citações por edital; inexistência de processo de destituição de

pátrio poder; destituição de pátrio poder com sentença contrária às provas dos

autos; processos de adoção internacional com inobservância do prazo legal.

Esse material, ao fim dos trabalhos daquela Comissão, foi remetido ao

Ministério Público de São Paulo. Não se tem notícia, até o momento, de

desdobramentos das investigações.

Outros casos semelhantes já foram notícia nos meios de comunicação

nacionais, sem que as devidas investigações revelassem muito sobre o assunto.

O tema é muito preocupante e merece uma análise criteriosa. Várias

questões precisam de resposta: de que formas e meios crianças brasileiras são

retiradas do País? Existe tráfico de crianças? Em caso afirmativo, qual o seu modo

operante? As crianças são levadas de seu país por meio de rapto, somente, ou

vigora um esquema de adoções? Qual o destino dessas crianças? São mesmo

encaminhadas para pais adotivos? Ou a suspeita de que o desaparecimento de

menores e sua adoção em número elevado por casais estrangeiros poderia ter

relação com um eventual comércio internacional de órgãos é procedente? São

perguntas que não podem continuar sem resposta.

Não pretendo, aqui, apresentar as respostas, e sim suscitá-las. Apenas

alerto para uma questão polêmica, ainda carente de um diagnóstico preciso e

confiável. Diante disso, estou propondo a criação de Comissão Parlamentar de

Inquérito para investigar a existência de tráfico de crianças no Brasil. Tal

providência tem evidente fundamento, pois ao Legislativo é consagrada, na

Constituição Federal, a tarefa de fiscalizar, em concomitância com a de legislar.

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Solicito, pois, aos colegas que se posicionem favoravelmente, assinando o

requerimento de instalação dessa CPI.

Sr. Presidente, peço vênia a V.Exa. para apresentar dois projetos de lei: um,

sobre a divulgação dos órgãos públicos de defesa do consumidor; outro, sobre

orientação sexual nas 5ª e 6ª séries do ensino fundamental.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. ENIO BACCI (PDT-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho mais uma vez a esta tribuna para

comunicar que apresentei projeto de lei dispensando do pagamento de taxa o

cidadão desempregado, para a inscrição em concurso público.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tenho notado que os Governos

Federal, Estaduais e Municipais têm tentado aperfeiçoar e qualificar os servidores

públicos. Para tanto tornou-se imperiosa a contratação de funcionários em

determinados setores da administração. Acredito que essas novas contratações

irão servir para que o atendimento ao cidadão seja cada vez mais eficaz e rápido,

justificando assim os milhares de concursos públicos realizados em todo o País.

Nosso projeto, Sr. Presidente, tenta amenizar uma situação já constatada: o

grande número de desempregados em nosso País. Enquanto o Governo não

priorizar uma política de emprego e renda, milhares de cidadãos continuarão

enfrentando essa grave situação.

Existem milhares de vagas sendo oferecidas para o cidadão que quer

ingressar no serviço público; no entanto o valor cobrado nas inscrições está

impedindo que esses cidadãos, que hoje estão desempregados, possam melhorar

suas condições de vida e de sua família.

Tenho certeza de que com este projeto estarei cooperando para a

concretização de uma grande batalha: ver o cidadão empossado no tão sonhado

serviço público.

Muito obrigado.

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O SR. GILMAR MACHADO (PT-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero expressar a minha solidariedade,

carinho e profundo respeito aos servidores públicos federais, em greve desde o dia

10 de maio, que hoje ocuparam a Esplanada dos Ministérios para exigir do Governo

neoliberal do Presidente Fernando Henrique Cardoso um reajuste salarial de

63,78%, melhoria das condições de trabalho e abertura imediata de negociações

com a categoria.

Os servidores públicos são trabalhadores essenciais à prestação de serviços

ao nosso povo, mas o Governo não reconhece o papel estratégico dessa categoria,

que está com os salários congelados há 5 anos. Isso significa, Sr. Presidente, Sras.

e Srs. Deputados, sacrifícios diários para as famílias desses trabalhadores em todo

o País.

Como se não bastasse todo esse desrespeito, o Governo Federal agora os

ameaça com a possibilidade de corte de ponto, se não voltarem ao trabalho.

A Constituição assegura, no art. 3º:

Constituem objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as

desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de

discriminação.

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Mas, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esse Presidente, que está a

serviço do Fundo Monetário Internacional (FMI), também não respeita a

Constituição de nosso País, porque está contribuindo para agravar, ainda mais, os

indicadores de pobreza e marginalização, por meio dessa política econômica e

social nefasta.

As desigualdades sociais chegaram a níveis insuportáveis.

O que a sociedade exige é respeito! Basta de privilégios aos banqueiros e

aos 2,8% de latifundiários que ocupam 65,7% da área total dos 3,1 milhões de

imóveis rurais cadastrados pelo Governo. Do outro lado, milhares de sem-terras

lutam pela reforma agrária, já!

Queremos justiça e respeito aos direitos essenciais à cidadania do povo

brasileiro; e, mais uma vez, exigimos a abertura imediata de negociações com os

servidores públicos federais em greve.

Era o que eu tinha a dizer.

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O SR. WALTER PINHEIRO (PT-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste exato momento os servidores públicos

estão reunidos diante do Congresso Nacional. Cerca de 10 mil funcionários

públicos estão aqui, à frente desta Casa, em Brasília, exigindo respeito ao trabalho

que exercem. É a voz rouca do povo dizendo não à política neoliberal do Governo

Fernando Henrique Cardoso. São aqueles que não admitem serem chamados de

neobobos por um Presidente que adotou como práxis o sucateamento do serviço

público e a entrega do patrimônio nacional às elites nacionais e internacionais.

Ontem, o comando de greve dos servidores públicos entregou à Ordem dos

Advogados do Brasil documento onde expressa sua indignação com a situação.

Hoje, depois de uma caminhada que ocupou toda a Esplanada dos Ministérios,

estão realizando vários atos políticos em frente aos Ministérios da Agricultura,

Previdência Social, Saúde, Justiça, Fazenda, Educação e Planejamento.

Os servidores públicos federais estão há seis anos sem aumento. Quase a

metade parou, de um total de 497.123. Paralisam suas atividades até que o

Governo cumpra com sua obrigação e lhes dê o aumento que merecem. O mesmo

Governo que autoriza o aumento das tarifas de luz e telefone nas empresas

privatizadas; que fornece dinheiro a empresas ex-estatais, como a Vale do Rio

Doce, somente para elas arrumarem as cadeiras da diretoria; que paga certinho

sua dívida junto aos credores (um bando de agiotas instalados em instituições

financeiras de pretensa credibilidade), esse mesmo Governo não respeita aqueles

que movimentam o País: os servidores públicos.

Vale destacar, mais uma vez, a intransigência do Governo em se negar a

conversar com os servidores. O termo ainda é este: conversar. Ainda nem

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chegamos nesta fase. Portanto, ainda nem podemos falar em negociação. É tão

grande o desprezo do Governo para com os servidores públicos que nem admite

recebê-los. Em outras palavras, o mesmo Governo que recebe tão bem os ricos, os

ruralistas, os banqueiros, sequer admite sentar para conversar com os servidores

públicos federais.

Eles criaram o impasse. A princípio, o Ministro Malan concordou em

conversar comigo e com o líder do PT, Deputado Aloizio Mercadante. Mas depois

recuou da decisão, alegando que as manifestações ocorridas em Brasília

atrapalhariam o diálogo.

Tomamos outras atitudes. Com outros companheiros de partido e

Parlamentares de oposição, encaminhamos requerimento convocando o Ministro da

Fazenda, Pedro Malan, para explicar no plenário por que a reposição salarial dos

servidores públicos federais não entrou no Orçamento Geral da União.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mesmo sem previsão de verbas no

Orçamento para o aumento salarial, o Congresso pode resolver o problema

aprovando uma suplementação orçamentária. Tudo depende de vontade política do

Governo.

Os servidores públicos reivindicam um aumento de 63,68%, referente a cinco

anos sem reposição. Para o PT a proposta é justa, uma vez que a receita tributária

do Governo teve um crescimento real de 34%.

Quero destacar, em especial, a greve dos professores e funcionários das

universidades federais. Hoje, há 35 universidades paradas no Brasil, aí incluindo as

cinco maiores do País. Ou seja, os grandes centros de inteligência brasileiros estão

parados. Lutam pelo reajuste dos salários, mas também, e principalmente, em

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defesa da universidade pública: querem melhores condições de trabalho; defendem

a carreira docente e a carreira unificada dos técnicos administrativos; querem mais

vagas nos concursos vestibulares e a abertura imediata de concurso público para

os cargos de professor e técnico administrativo; e mais recursos para as

Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).

Na Bahia, em particular, a paralisação da UFBA é total. Cerca de 2 mil

professores, 16 mil estudantes e quase 2 mil funcionários pararam suas atividades.

Amanhã (dia 25) haverá uma assembléia geral da educação federal na Bahia.

Reúnem-se na Faculdade de Arquitetura da UFBA aqueles que integram a UFBA e

CEFET, que, juntas têm quase 25 mil alunos. De lá sairão todos em passeata até a

Praça da Piedade, no centro de Salvador. O Reitor da UFBA receberá uma pauta

mínima de reivindicações, aí incluindo uma solução para o problema da segurança

no campus .

Neste momento tão difícil para o funcionários públicos, venho mais uma vez

expressar minha indignação com o Governo Federal, por não atender aos anseios

legítimos de uma categoria, e afirmar nossa disposição de lutar até o fim ao lado

dos grevistas, para que consigamos romper o dique da intransigência e firmar o que

é de interesse dos servidores públicos federais.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. JUQUINHA (Bloco/PSDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Governo deve lançar até o próximo mês um

novo pacote de medidas de estímulo à indústria do turismo e voltadas para a

redução dos entraves à expansão dessa atividade no País. Entre tais medidas está

a reavaliação do Programa de Desenvolvimento do Turismo (PRODETUR), incluído

no Plano Plurianual de Investimentos (PPA) e voltado para financiar a melhoria da

infra-estrutura nos Municípios com potencial turístico.

O programa, que previa investimentos da ordem de R$800 milhões na

melhoria de aeroportos, portos e financiamento de projetos hoteleiros, vem sendo

limitado pela decisão da equipe econômica de impedir maior endividamento de

Estados e Municípios. A idéia é buscar formas alternativas de viabilizar novos

financiamentos, inclusive do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cujos

recursos, no valor de US$1,1 bilhão, já foram aprovados pela instituição.

Com isso, o Governo pretende complementar os projetos de melhoria da

infra-estrutura turística em diversos Municípios, nos quais já foram investidos mais

de US$670 milhões.

O pacote prevê, ainda, a criação de uma linha de crédito para as pessoas

físicas, voltada para o financiamento de viagens pelo interior do Brasil, como forma

de promoção do turismo interno. Outra idéia é criar uma linha de financiamento

junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para

estimular as empresas do setor de turismo, a exemplo do programa já

implementado pelo banco para financiar pequenos hotéis em pólos turísticos das

Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e que conta com recursos da ordem de

R$500 milhões.

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Está sendo discutido também o estímulo a vôos charter , inclusive com o

financiamento para aquisição de aeronaves usadas, visando democratizar o acesso

dos usuários ao turismo interno. O pacote prevê ainda a criação de tarifas

reduzidas nos vôos domésticos para usuários com mais de 65 anos de idade,

visando estimular o turismo na terceira idade, além da redução de inúmeras

exigências burocráticas nos portos e aeroportos, para estimular novos pacotes

turísticos.

Também faz parte do projeto a criação de incentivos a programas de

capacitação profissional de trabalhadores que atuam nos Municípios com potencial

turístico, de forma a melhorar a relação dos prestadores de serviço com os

usuários. Dessa forma, o Governo espera incrementar o turismo doméstico, que

movimenta no País cerca de 38 milhões de turistas por ano, gerando cerca de 5

milhões de empregos diretos e uma receita superior a US$13 bilhões.

Consciente de seu imenso potencial turístico, Goiás também já vem

discutindo políticas públicas de apoio e estímulo ao turismo, para ampliar sua fatia

de receita nessa atividade. Além dos pólos tradicionais, como Caldas Novas, Três

Ranchos, Pirenópolis e Cidade de Goiás, o Estado conta com imenso potencial nas

áreas de ecoturismo e turismo rural, especialmente nos parques nacionais, como a

Chapada dos Veadeiros, ou em Municípios serranos, como Alto Paraíso, no

nordeste de Goiás.

O Governo e os empresários de Goiás apostam no turismo como atividade

que pode oferecer melhores perspectivas para a reativação econômica, a geração

de empregos, a melhoria do nível renda e o aumento da receita do Estado nos

próximos anos. E, além do turismo de lazer, é importante colocar na agenda dessas

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políticas públicas o turismo de negócios e de eventos, que pode crescer

significativamente em estâncias termais, como Caldas Novas, ou em cidades

históricas, como Goiás e Pirenópolis.

Felizmente, Goiás já despertou para a importância do turismo no incremento

de sua economia. Empresários do setor, com o apoio do Governo Marconi Perillo,

da Agência Goiana de Turismo (AGETUR) e do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro

e Pequena Empresa (SEBRAE), tentam incluir o Estado no PRODETUR, o que

permitirá a melhoria da infra-estrutura nos principais pólos turísticos de Goiás.

Para tentar superar esses desafios, o SEBRAE e a AGETUR criaram um

grupo de trabalho para levantar os problemas e propor soluções para a expansão e

o melhor aproveitamento do potencial turístico goiano. Entre os pontos negativos

apontados estão as deficientes infra-estruturas rodoviária, ferroviária e

aeroportuária, a falta de qualificação profissional do pessoal que atua no setor, o

elevado custo das passagens aéreas, a ausência de uma política creditícia para

estimular o setor e uma deficiente campanha de divulgação do potencial turístico do

Estado, além da degradação ambiental, que desestimula o visitante.

Entre os pontos positivos estão os diversos pólos turísticos conhecidos até

internacionalmente, como Caldas Novas e a Pousada, além de parques nacionais e

Municípios como Alto Paraíso, que explora o turismo esotérico. Mas não é só isso.

Goiás conta, ainda, com um imenso potencial turístico, como Três Ranchos e as

praias do Rio Araguaia; e, em relação à gastronomia e ao folclore, como as

cavalhadas de Pirenópolis, a festa sacra da Cidade de Goiás e a romaria de

Trindade.

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Tudo isso seria muito melhor aproveitado com uma política mais ousada para

o setor, com a melhoria da infra-estrutura dos Municípios com potencial turístico, de

forma a oferecer melhores condições de acolhimento aos visitantes.

Acredito que, com essas iniciativas, será possível viabilizar a atividade

turística como valioso instrumento de fortalecimento da economia, geração de

emprego e renda, combate às desigualdades regionais e melhoria das condições

de vida dos brasileiros.

Muito obrigado.

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O SR. EURÍPEDES MIRANDA (PDT-RO. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, se as manifestações de rua em todo o

Brasil são de natureza política e não refletem uma inquietação social, segundo o

Presidente Fernando Henrique Cardoso, então estaríamos diante de uma

verdadeira rebelião popular. E, para que o Governo seja protegido da

"incompreensão" dos brasileiros, então vamos colocar as Forças Armadas na rua,

sugere o Presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães.

Tais manifestações revelam a total ausência de autoridade no País e um

risco muito grande de o autoritarismo vir a romper com o Estado de Direito,

demonstrando que, para este Governo, a questão social é, de fato, um caso de

polícia.

O Senador Antonio Carlos Magalhães prega abertamente o golpe, pois sabe

que já não há mais nada a ser feito por este Governo a não ser mostrar suas

verdadeiras garras, a de um Governo ilegítimo, que conquistou a eleição e a

reeleição de forma fraudulenta, imoral e inconstitucional. Quando o PDT pregou a

renúncia do Presidente Cardoso, estava propondo um amplo pacto nacional para

impedir o golpe. Agora, quando estamos a um passo da falência, de uma moratória

unilateral e trágica, não é de estranhar que apareçam os arautos do golpe.

Na minha opinião, um ovo na cara de um Ministro e uma paulada na cabeça

de um Governador revelam apenas duas coisas: a revolta popular diante da farsa

institucional, da mentira como método de governo, e a incompetência da segurança

pessoal dessas autoridades. Incidentes como esses nada significariam se o

Governo não tivesse perdido o rumo e o Presidente da República não se revelasse

uma figura perigosamente perturbada diante do fracasso total de seu Governo.

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Não se poderia esperar dos brasileiros outra coisa que não a revolta por

verem sua Pátria tomada por vendilhões, entreguistas, a serviço de especuladores.

Essa gente perdeu completamente a razão quando se colocou do lado dos agiotas

internacionais e contra a produção nacional. Essa gente, que ironiza quem fala em

desenvolvimento, sabe que terá seu futuro garantido em diretorias de bancos ou

organismos internacionais, enquanto o Brasil foi condenado a ser um país ainda

mais dependente, mais pobre e mais injusto.

No meu entender, só quando um Governador e um Ministro são atacados em

público, e o próprio Presidente da República já não pode mais andar pelo seu País,

é que o Planalto desperta para a questão da segurança. O que o Sr. Fernando

Henrique tem a dizer para as milhares de famílias pobres que viram seus filhos

fuzilados pelo simples fato de serem pobres e viverem na periferia? O que tem a

dizer o Presidente da Republica a mais de oito milhões de jovens brasileiros que

vivem nas cidades sem escola e sem emprego? O que ele tem para dizer aos 12

milhões de brasileiros que perderam seus empregos de carteira assinada? A única

resposta que tem para isso é pensar em repressão policial.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. DR. HELENO (Bloco/PSDB-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna desta vez para trazer

nossa solidariedade a uma religião que, infelizmente, muitos confundem como

seita, e os seus seguidores têm se mostrado muito tristes com esse

enquadramento. Trata-se da Igreja Adventista do Sétimo Dia, uma religião que

existe há muitos anos e, no Brasil, está solidificada com seu princípio de guardar os

sábados e acreditar na mortalidade da alma.

Como toda religião, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é aberta a qualquer

seguidor que veja nos seus princípios o melhor caminho.

Ora, se ela é aberta não pode ser uma seita. Seita, segundo o dicionário é

“doutrina ou sistema que diverge da opinião geral; trata-se de uma comunidade

fechada, de cunho radical”.

Os adventistas, pelo que conheço, não são radicais, não se trata de uma

comunidade fechada e as divergências que por acaso acontecem também existem

em outros segmentos religiosos.

Tenho um carinho especial pelo homem religioso, por aquele que acredita

num deus e procura alimentar sua fé através de suas orações nas congregações

existentes.

Os ramos das igrejas evangélicas contam com diversas linhas de

pensamento, sem, no entanto, se afastarem do ponto comum a todas, que é a

procura do Deus onipotente.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia segue esse dogma, sendo, portanto, uma

religião de cunho evangélico, apenas diferenciando de outras pela guarda do

sábado e pela mortalidade da alma. Aliás, esses pontos de diferença têm causado

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algumas divergências por parte de muitos líderes evangélicos. Não quero contrariar

o ponto de vista desses líderes. Respeito a todos. No entanto, defendo apenas

essa posição dos adventistas em respeito à liberdade do culto religioso e ao

espírito fraterno que sempre existe entre eles.

Tenho muitos amigos que freqüentam a Igreja Adventista e todos defendem

essa doutrina baseando-se inclusive na Bíblia Sagrada, que reserva alguns

capítulos a respeito da crença.

Desejo dar ênfase a minha posição em achar que os adventistas não

participam de uma seita, e sim de uma religião.

Na história da humanidade encontramos o apóstolo Paulo, acusado de ser o

principal agitador da seita dos nazarenos; e até mesmo o cristianismo também já foi

chamado de seita. Acontece que Paulo era sincero e havia-se convertido ao

cristianismo. O cristianismo que parecia novidade era tão-somente uma palavra

autêntica daquilo que o judaísmo de então afirmava ser a única expressão. Com o

passar dos anos, com o estudo mais profundo do próprio cristianismo veio a

conclusão de que se tratava de uma religião, pois a crença na existência de uma

força ou forças sobrenaturais, a manifestação de tal crença por meio de doutrina,

significava a formação de uma religião.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia segue as doutrinas que começam com a

criação do universo e culmina com a segunda vinda de Cristo.

O meu respeito e admiração, portanto, aos adventistas, que como qualquer

outra religião cultuam a liberdade e a fé em suas doutrinas, bem como o respeito às

leis.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. AIRTON DIPP (PDT-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Governo anunciou na última quinta-feira um

corte de R$7,462 bilhões no Orçamento Geral da União deste ano.

Essa redução de mais de R$7 bilhões no Orçamento da União significará

uma redução de 17,36% nos investimentos que o Governo realizaria este ano.

Dentre os Ministérios que sofreram os maiores cortes em sua previsão

orçamentária, se destacam os Ministérios da Integração Nacional, da Agricultura e

do Abastecimento, dos Transportes, da Educação, da Justiça, do Meio Ambiente e

a Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano.

Apesar de o Governo insistir em dizer que os gastos da área social seriam

preservados, os Ministérios da Saúde, da Educação, do Trabalho e Emprego e da

Previdência e Assistência Social não foram poupados dos cortes realizados.

demonstrando mais uma vez que este Governo não honra a palavra empenhada,

como ocorreu na votação da medida provisória do salário mínimo.

Esses cortes no Orçamento da União dão mais uma vez a percepção do

atrelamento e da subserviência do Governo brasileiro aos compromissos

assumidos com o FMI.

É lastimável, colegas Parlamentares, mas este Governo prefere deixar de

cumprir a palavra empenhada com a sociedade brasileira a deixar de cumprir os

compromissos com o FMI.

Infelizmente, na visão da equipe econômica, é preferível pagar os juros

escorchantes da dívida externa brasileira a garantir mais recursos para

investimentos nas áreas da saúde e da educação do nosso povo.

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As filas intermináveis que os cidadãos brasileiros têm de enfrentar para

serem atendidos nos hospitais públicos de todo o País, assim como os mais de 20

milhões de brasileiros analfabetos, não são argumentos suficientes para o Governo

evitar o corte de recursos na área social.

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O SR. JOÃO MAGNO (PT - MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o País inteiro, que é proprietário da Amazônia,

do Cerrado e da Mata Atlântica, e o mundo, que é beneficiário indireto dessa nossa

riqueza, repudiam a alteração do Código Florestal.

Essa alteração transforma o instrumento de defesa de nosso diferencial

econômico em lei de incentivo à agropecuária predatória e tacanha. A atividade

privilegiada pelo novo Código Florestal esgota rapidamente a riqueza acumulada

durante séculos pela natureza.

E, por favor, não nos venham dizer que a devastação da selva é de interesse

econômico, pois o índice de desenvolvimento humano dos Estados que

preservaram suas florestas, como o Acre e o Amazonas, é maior do que o de

Estados que a devastaram, como Pará, Mato Grosso e Tocantins. O benefício da

devastação atende apenas aos latifundiários, e a curto prazo, como a história do

Nordeste demonstrou nestes quinhentos últimos anos.

A ameaça não é apenas à Amazônia, mas também à Mata Atlântica, cuja

morte está sacramentada em três dispositivos. O primeiro elimina qualquer eficácia

dos decretos e resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente. O segundo

elimina a obrigação de reserva legal das propriedades abaixo de 25 hectares, ou

seja, mais da metade dos imóveis onde existe a Mata Atlântica. O terceiro autoriza

o desmatamento de áreas em estado inicial ou médio de regeneração. Vemos,

portanto, que este Parlamento pariu um monstro, um monstro de tal proporções que

até o Presidente da República foi obrigado a ver, antes que o mundo o forçasse a

virar o pescoço em direção ao estrago que seus supostos aliados estão fazendo ao

planeta e à economia brasileira.

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Assim como aconteceu no Nordeste, os moradores das áreas pouco

povoadas do Brasil serão vítimas do êxodo rural, e cederão suas pequenas

propriedades para o gado e a soja, fenômeno que ocorre em todas as fronteiras

agrícolas do País. A espécie de agropecuária que o Sr. Micheletto representa gera

pouquíssimos empregos e altos encargos sociais, a serem pagos pelo resto da

sociedade.

Cada vez que se abre uma estrada na Amazônia, pelo menos 50 quilômetros

a partir de cada lado são diretamente afetados pela devastação. O Estado tem que

se empenhar em retardar essa devastação inercial, não admitindo nenhuma

concessão legal em benefício dessa agropecuária atrasada que insiste em

reproduzir, no terceiro milênio, as estruturas econômicas herdadas do período

colonial, tendo o escravo substituído pelo subempregado, e lucrando sem nenhum

investimento em pesquisa, sem nenhum benefício para a sociedade.

Não é desse tipo de capitalismo boçal que precisamos, senhoras e senhores.

Queremos a agricultura familiar, ou a agricultura capitalizada, tecnologicamente

competitiva. Não esses que queimam a floresta para plantar capim e abandoná-la

após meia década, já transformada em deserto.

Essa postura é um retrocesso às idéias e métodos usados no início de nossa

colonização. Naquela época a humanidade era ignorante e tratava a natureza como

inimiga. Foi assim que a riquíssima Mata Atlântica foi praticamente extinta nos

Estados nordestinos.

O monstro aprovado isenta os proprietários da recomposição da vegetação

em beiras de rio e encostas e restringe o conceito de reserva legal apenas às

matas e florestas, excluindo todas as outras formas de vegetação nativa.

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No total, são mais de quinze alterações grotescas no atual Código Florestal,

que seria transformado, como já foi dito, numa lei de incentivo à agropecuária

irresponsável, praticada pela parcela mais retrógrada dos latifundiários, aqueles

que praticam a queimada, não adicionam valor a seus produtos e desconhecem

completamente a importância dos recursos naturais para a continuidade de suas

atividades.

Micheletto e seus companheiros, senhoras e senhores, desconhecem

completamente o sentido da expressão “desenvolvimento sustentável”; pertencem a

outra época, e suas teses são inadmissíveis até mesmo para a centro-direita

esclarecida, como Fernando Henrique Cardoso. Nenhum economista em sã

consciência pode apresentar argumentos plausíveis em defesa das vantagens

econômicas da substituição da biodiversidade brasileira por latifúndios que

produzem mercadorias de baixíssimo valor agregado.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação deste

pronunciamento no programa A Voz do Brasil e no Jornal da Câmara .

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PAULO PAIM (PT-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupamos a tribuna para registrar a

presença de 10 mil servidores públicos em ato público e manifestações que estão

sendo realizadas desde o início da manhã de hoje.

A greve dos servidores está cada dia mais forte e unificada, e espera-se que

o ponto alto seja um marco da luta dos trabalhadores do serviço público,

desrespeitados pelo Governo que chegou para retirar direitos e garantias dos

cidadãos brasileiros.

Em 27 de abril foi publicada a Portaria nº 77, do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão, que determina a imediata suspensão do pagamento das

decisões judiciais referentes aos planos econômicos. Em 10 de maio, com a greve

deflagrada, essa portaria foi suspensa pela de nº 93. Mas alerto o comando de

greve dos servidores: a portaria foi apenas suspensa, não revogada.

Outro anúncio do Governo FHC que os servidores desmentem é o aumento

dado ao piso, de 353 para 392 reais, e explicam: os servidores que recebiam 136

reais mais 160% de gratificação, passaram a receber 151 reais mais gratificação,

isto porque nenhum salário pode ser inferior ao salário mínimo.

Sr. Presidente, Brasília receberá também, neste dia 24 de maio, cerca de

trezentos aposentados e pensionistas que participarão das manifestações dos

servidores. Esses aposentados e pensionistas estarão em intensa programação no

dia 25, nesta quinta-feira. A COBAP está organizando essa agenda. O ponto de

partida é a Campanha Salarial dos Aposentados e Pensionistas. E exigem reajuste

de 33,47% para início da reposição de suas perdas, registradas a partir de maio de

1989. Essas perdas foram calculadas em torno de 65% no ano de 1996, quando o

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extinto Conselho Nacional de Seguridade Social, sob a Presidência do ex-Ministro

Dr. Adib Jatene, divulgou a Resolução nº 60. O movimento dos aposentados não

será pequeno. Eles são 19 milhões e estão espalhados em todos os recantos do

País.

Assim como milhões de aposentados e pensionistas que não terão condições

para estar em Brasília, os de Santarém, cidade localizada no extremo norte, estão

atentos e mandam a seguinte mensagem:

Pelos cabelos brancos, pelas rugas de nossos rostos, por

nossas pernas trôpegas, pela invasão pacífica, pela justiça

(justa), que essa Assembléia de Avaliação possa compilar

positivos resultados para nossa segunda classe, como hoje

somos chamados, que possa trazer o reconhecimento como

pessoas valiosas que tanto lutaram para conquistar seu

espaço e contribuir para a grandeza deste País chamado

Brasil.

Mais uma vez entidades sindicais dão mostras de solidariedade. As

confederações filiadas à Coordenação Confederativa dos Trabalhadores — CCT,

especificamente a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria — CNTI,

ofereceram o alojamento para os aposentados e pensionistas.

Os aposentados e pensionistas vão invadir Brasília — numa boa!

De acordo com boletim do MPAS/INSS, de Janeiro de 2000, o total de

aposentados e pensionistas é de 18.862.833, dos quais 436.339 ganham menos

que o mínimo — 2,31%; 12.041.962 ganham salário mínimo — 63,84%; 2.031.553

ganham entre um e dois mínimos — 10,77%; 2.657.968 ganham entre dois e cinco

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mínimos — 14,10%; 1.665.158 ganham entre cinco e dez mínimos — 8,82%;

29.903 ganham acima de dez mínimos — 0,16%.

São cerca de 12 milhões e 500 mil brasileiros qualificados como cidadãos de

segunda categoria, pois o Governo conseguiu aprovar o salário mínimo de 151

reais para aposentados e pensionistas, e aprovaram o piso estadualizado. Outros 6

milhões e 300 mil brasileiros trabalham e contribuíram durante três ou quatro

décadas e pensaram conquistar no final de suas vidas o direito a uma

aposentadoria decente e estão, a cada ano, vendo minguar seus magros proventos,

submetidos à política salarial mais perversa de todos os tempos, sofrendo perdas

que já chegaram a ser reconhecidas pelo ex-Ministro Dr. Adib Jatene, quando

presidia o Conselho Nacional de Seguridade Social — CNSS.

Sr. Presidente, no dia de hoje e amanhã milhares de servidores públicos, de

aposentados e pensionistas estarão gritando juntos. O Governo não poderá fingir

que não escutou.

Anuncio que amanhã será o Dia dos Aposentados. Estarão, aqui, também,

algumas centenas de aposentados, exigindo 33,7% de reajuste.

Era o que tínhamos a registrar.

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O SR. PAULO FEIJÓ (Bloco/PSDB-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desejo apresentar minhas saudações de mais

profundo respeito ao transcurso do dia 24 de maio, data reservada no calendário

católico à celebração de Nossa Senhora Auxiliadora, e ao mesmo passo estender

essa homenagem ao Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (CENSA),

unidade da iniciativa privada, considerada referência de excelência em ensino,

localizada na cidade de Campos dos Goytacazes, no norte do Estado do Rio de

Janeiro.

A história de êxito do CENSA teve início em 18 de fevereiro de 1925 quando

chegam à cidade de Campos sete irmãs salesianas, filhas de Maria Auxiliadora, a

pedido do Monsenhor Henrique Mourão, administrador apostólico da Diocese de

Campos, em cumprimento a uma intensa cobrança e anseio da sociedade local, em

torno da criação de um colégio para meninas e moças.

Para dar seguimento ao projeto, foi adquirida uma chácara de 24 mil metros

quadrados, situada em área central de Campos, onde deram prosseguimento às

obras do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, inaugurado, ao final de muito esforço

e dedicação dos envolvidos na empreitada, no dia 2 de março de 1925, com oferta

de Curso Primário, em regime de internato e externato, com aulas particulares de

piano, pintura, bordado e confecção de flores.

O colégio obteve, em 13 de maio de 1934, a autorização, por parte do

Governo Federal, para funcionamento de Curso Ginasial, passando a se chamar

Ginásio N. S. Auxiliadora. Foi o primeiro colégio do Brasil a instaurar curso noturno

gratuito, em 1937. Em 1940, o colégio tem o seu Curso Normal equiparado à Escola

de Professores do Instituto de Educação do Rio de Janeiro e em 10 de fevereiro de

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1971 a escola primária e a pré-primária são anexadas ao Ginásio e Escola Normal

N.S. Auxiliadora. No ano seguinte, é autorizada a mudança de sua estrutura,

transformando o Colégio em Centro Educacional N.S. Auxiliadora, para atuação

como estabelecimento de ensino pré-escolar e de 1º e 2º graus.

Faço absoluta questão de tornar registrado que o mesmo zelo, denodo e

atenção com a manutenção de uma proposta pedagógica séria e profundamente

afeta ao universo da transformação do saber se mantém nos dias de hoje pelo

Centro Educacional N.S. Auxiliadora.

O Centro Educacional N. S. Auxiliadora atende a alunos, com idades de um

ano e meio, no pré-maternal, até jovens do terceiro ano do Ensino Médio, com

curso de pré-vestibular. O CENSA é tido como modelo no Curso de Magistério,

sendo responsável, até a presente data, pela colocação de 2.262 professoras e

professores no mercado de trabalho.

Com raízes em suas tradições históricas, mas com olhos postos no futuro, o

CENSA encara o desafio de avançar em sua caminhada, na estrada da educação,

apostando em seus princípios, adequando-se aos novos tempos, com ensino de

invejável estrutura, com provedor de acesso à Internet, laboratórios de informática,

computação gráfica, ciências biológicas, física e química, bibliotecas

informatizadas, teatro com seiscentos lugares e um amplo e moderno complexo

esportivo, com piscinas aquecidas, quadras e ginásio coberto.

É desejo meu, Sr. Presidente, que se registre nos Anais desta Câmara

Federal minhas palavras ainda de elogio ao modo como o Centro Educacional N. S.

Auxiliadora é dirigido pela determinada Irmã Soraya Chaloub e por toda sua equipe

de colaboradores diretos, responsáveis pelo êxito da instituição, em todos os

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níveis. Cabe o registro ainda do distinto papel prestado pelo CENSA em diferentes

projetos de cunho social e comunitário, da solidariedade e respeito ao próximo, ao

ser humano.

Ao Centro Educacional N. S. Auxiliadora e à Irmã Soraya Chaloub deixo

registrado no plenário deste nobre Parlamento a minha mais singela homenagem,

em forma de reconhecimento, pelos valorosos serviços prestados ao ensino a

milhares de crianças e jovens, apostando na construção do cidadão participativo,

crítico e ciente de suas obrigações e direitos, dotando-os dos instrumentos capazes

de levá-los a uma interferência positiva na construção da história.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

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O SR. SERAFIM VENZON (PDT-SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o motivo que me trás a esta tribuna hoje é, a

meu ver, de total relevância e, portanto, merece a apreciação dos nobres

Deputados. Há muito se afirma a necessidade de a sociedade participar

efetivamente dos esforços à procura de soluções inteligentes e eficazes para

amenizar as dificuldades sociais encontradas pelos cidadãos deste nosso País.

Defendemos a tese de que a participação da comunidade é indispensável

para melhorar os índices de educação, saúde, habitação, segurança e concorrer de

forma efetiva para a redução da violência, dentre outros problemas.

Nos últimos tempos, temos verificado que essa idéia está sendo disseminada

no âmbito das grandes empresas, as quais têm demonstrado uma preocupação

com a real situação do País. Um bom exemplo a ser citado é o das empresas do

Sudeste, que no total chegam a 445 mil, e 48% delas realizam ações junto à

comunidade, principalmente por intermédio das Organizações Não-Governamentais

(ONGs), que tanto respeito.

De fato, percebemos a enorme capacidade que essas empresas têm de

aproximar e sensibilizar o público que atendem, dentro dos diversos grupos

comunitários, a respeito das possíveis ações a serem realizadas em favor do bem

comum. No entanto, não podemos passar as responsabilidades do Estado para as

mãos desses generosos empresários e representantes das ONGs, sem que antes

estabeleçamos programas de apoio às atividades criadas e desenvolvidas pelos

mesmos. O número de empresas que mantêm esses programas junto à sociedade

ainda é muito reduzido. Milhares de instituições não dispõem de uma estrutura

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específica, além de não terem orientação técnica para desenvolver programas

similares.

Nos últimos cinco anos, esse “terceiro setor” tem crescido muito, à custa da

boa vontade de empresários conscientes de seu papel dentro da estrutura social.

Há, sem dúvida, uma percepção mais nítida das desigualdades na distribuição da

renda, além do choque e espanto provocados pelos altos índices de violência das

áreas urbanas.

É nosso dever, homens públicos, criar meios que facilitem a proliferação

dessas entidades, pois têm sido elas — em meio ao caos e ao sofrimento vivido por

milhares de cidadãos, fruto da má administração de anos — as responsáveis pelo

alento de crianças, idosos, deficientes e tantos outros jogados à sorte, distantes de

quaisquer perspectivas de melhora de vida.

Cabe lembrar que atitudes como as desses administradores podem ser uma

das poucas maneiras de tirar o Brasil da condição de um dos países com menor

índice de desenvolvimento humano. E já que podemos patrocinar bancos e

instituições financeiras, sem obtermos lucro nenhum como retorno, afirmo que o

mesmo não acontecerá quando apoiarmos esse novo setor da economia no País.

Os louros, mesmo que reduzidos, já podem ser enxergados desde agora, mesmo

quando a porção agente é ainda muito fracionada.

Incentivos para esse setor se fazem tão urgentes, que eu sugeriria a criação

de um projeto que regularizasse e coordenasse as atividades desenvolvidas por

essas instituições. O Estado deveria comprometer-se a ampará-las no sentido de

garantir-lhes o direito à capacitação técnica, à diminuição dos tributos cobrados,

afinal estão desempenhando papel primordialmente também do Estado. Nada mais

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justo que lhes dar a oportunidade de incrementar e melhorar o que for possível para

atender à demanda da camada social por que venha a responsabilizar-se.

Dessa maneira, estaremos formando um conjunto, não estaremos mais

trabalhando em separado, pois importante é sim que a sociedade participe do

processo de desenvolvimento de nossa Nação, mas isso não pode acontecer sem

que o seu principal provedor, o Estado, dê sua valiosa e obrigatória colaboração.

Devemos manifestar nosso engajamento nessa nobre causa, que além de

amenizar a pobreza e a miséria de nosso povo, ainda poderá promover a melhoria

na qualidade de vida, a expansão de nossa cultura e ainda a preservação do meio

ambiente. Portanto, vejo motivos de sobra para que nós, homens públicos, nos

tornemos aliados nesse grande empreendimento: o terceiro setor.

Conto com a colaboração dos digníssimos Deputados para essa empreitada

a favor de nossas Organizações Não-Governamentais, que tanto trabalham pelos

necessitados deste País, e agradeço a atenção de todos.

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O SR. WELLINGTON DIAS (PT-PI. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, inicialmente quero registrar a presença de

caravanas de trabalhadores do setor público do Piauí e tantos Estados do Brasil

hoje em Brasília, para negociarem reajuste dos seus salários, congelados desde

1994. Eles contam com o nosso apoio. Estamos na luta do povo brasileiro, que não

suporta mais esta situação.

Na última semana fiz uma visita à zona rural de Teresina, Piauí,

especialmente na área que liga essa Capital aos povoados de Nazária, Cerâmica

Cil, Comunidade Caieiras e Crispim. Ali, conversando em reunião com

representantes de entidades, associações, sindicatos rurais e associação de

produtores, encontramos um problema que depende de uma solução do Governo

Federal. É que essa região margeia o Rio Parnaíba e todas as suas áreas estão

cercadas. Ou seja, as populações que moram de um lado contrário à margem do

Rio Parnaíba, no Piauí, não têm acesso à água desse rio — o maior do Estado —

nem mesmo para beberem ou para as mulheres lavarem roupa.

De maneira que, juntamente com o Vereador João de Deus e o Sindicato dos

Trabalhadores Rurais do Piauí, através das suas lideranças, e ainda com o apoio

da Fundação Rio Parnaíba — FURPA, ingressamos com uma representação para

desbloquear o acesso ao Rio Parnaíba.

E esperamos do Serviço de Patrimônio da União, da Procuradoria da União,

e até mesmo da Justiça Federal que sejam garantidas vias de acesso e que seja

dado um prazo para que os proprietários dessas áreas possam permitir o acesso a

esse conjunto da população que não pode, como brasileiros, como piauienses,

estar privado do direito de usufruir, como os demais, dessa fonte natural de

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abastecimento de água: o Rio Parnaíba. Esse é um exemplo importante para que o

próprio Serviço de Patrimônio da União possa estar fazendo um levantamento geral

das margens de rios no nosso Estado e no nosso País.

Assim, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queremos parabenizar o

conjunto dos trabalhadores rurais, os pequenos proprietários do campo e fazer um

apelo ao bom senso até mesmo dos outros trabalhadores, muitos também

pequenos produtores, no sentido de negociarmos a viabilização de forma de

acesso ao rio, para se garantir que tenhamos corredores que permitam a

democratização da água do Rio Parnaíba para todos os piauienses.

É uma luta que com certeza conta com o nosso apoio e esperamos urgentes

providências por parte do Governo Federal.

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O SR. FEU ROSA (Bloco/PSDB-ES. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocorreu um fato extremamente inusitado em

nosso Estado no último dia 19 de maio, por ocasião do segundo dia de abertura da

Feira da Solidariedade, magnífica versão moderna da tradicional Feira dos

Municípios do Espírito Santo. Nosso Estado foi visitado num só dia por onze

Ministros e Secretários Executivos de Ministérios do Governo Fernando Henrique

Cardoso.

Foi uma demonstração inequívoca de prestígio do Governador José Ignácio

Ferreira junto aos órgãos de decisão em Brasília e com o nosso Presidente. Fico

feliz com tal evento, um seminário sobre "Os Caminhos do Desenvolvimento

Capixaba" que, no fundo, revestiu-se de uma apresentação ampla das várias

facetas do Avança Brasil, em âmbitos nacional e estadual, que mostrou todas as

suas repercussões atuais e potenciais na economia e na sociedade capixabas.

Foi gratificante assistirmos aos Ministros ou representantes de seus

Ministérios discorrerem sobre as perspectivas e realizações de suas Pastas, e o

enfoque principal centrar-se no Espírito Santo. Um outro aspecto muito marcante da

visita dos Ministros foi lembrado pelo Presidente da Associação Brasileira dos

Municípios, o principal parceiro do Estado no evento, nosso colega de Câmara dos

Deputados e amigo Welson Gasparini — fazendo um trabalho marcante e notável

na direção daquele órgão —, que afirmou:

Eu nunca vi tantos Ministros num só local no mesmo dia.

O Avança Brasil foi apresentado em vários Estados, mas não

de uma maneira como essa; isso transformou Vitória na capital

do Brasil.

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Obrigado, Welson!

Nosso Estado, durante vários Governos Estaduais, por questões políticas

menores postou-se contrário às iniciativas e programas do Governo Federal e isso

trouxe para todos nós, capixabas, tremendos prejuízos e uma distância muito

grande do Palácio do Planalto. A bancada federal de Deputados e Senadores,

compreendendo tal situação, sempre procurou amainar as disparidades e os

exageros dos Executivos capixabas, mas claro que, apesar dos esforços,

reconhecidos pelos capixabas, ficou bastante limitada em sua ação.

Ficamos durante muitos anos fora do eixo principal de desenvolvimento sob

propostas federais, praticamente abandonados dos principais corredores oficiais

brasileiros de recursos e investimentos. No Espírito Santo a iniciativa privada tem

ido muito bem, e temos alcançado índices de crescimento econômico acima da

média brasileira, por esse motivo. Mas quando dependia dos Governos Federal e

Estadual, tudo ia aquém do que nosso povo poderia almejar .

Aí a importância do acontecimento ora anunciado desta tribuna, e a grande

responsabilidade do Governador José Ignácio — voltarmos ao bom convívio com as

autoridades federais e no que tange ao oficial sermos competitivos com outros

Estados da Federação.

Perdeu-se um tempo imenso, que se refletiu em nossas condições

educacionais, sociais, de segurança, em suma, onde quer que o braço oficial

necessitasse estar presente. Nosso povo sofreu muito. Mas, agora, novas

esperanças emergem, e com o Governo José Ignácio certamente recuperaremos o

tempo perdido.

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Estão de parabéns o nosso Governador e sua equipe, que tão bem

planejaram e executaram a reentrada do Espírito Santo no contexto oficial do Brasil

— eu diria até em alto estilo.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. JOSÉ LUIZ CLEROT (Bloco/PMDB-PB. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o imortal José Américo de Almeida, ao voltar à Paraíba, quando

decretado o Estado Novo, afirmou — está aí para a posteridade — que voltar é uma

forma de renascer e ninguém se perde na volta.

Volto a esta Casa para retomar os meus caminhos, a minha luta em defesa

do País e em particular do Estado da Paraíba.

Chego a esta Casa com as mesmas perplexidades de antes. As medidas

provisórias continuam proliferando sem nenhum controle. A de nº 1.963 deixou-me

realmente estupefato.

As Ordenações do Reino proibiam a usura. O Código Criminal de 1830

aboliu o crime de usura, mas a ditadura de Vargas, em 1933, editou a Lei de Usura

e estabeleceu limites para a prática do anatocismo, o que foi sempre respeitado na

ditadura dos militares.

Mas, agora, na ditadura do ano 2000 — digo ditadura porque medida

provisória baixada desta forma é ato de ditadura —, libera-se o anatocismo para

que se cobrem juros sobre juros até mesmo nos empréstimos com menos de um

ano.

A medida provisória que trouxe essa inovação no seu art. 5º não tratava

dessa matéria. A exposição de motivos dela não menciona nem indica que incluirá

o art. 5º, que diz respeito ao anatocismo nos empréstimos de menos de um ano.

Acredito que o que nela foi incluído deu-se à revelia do Presidente Fernando

Henrique, que provavelmente foi enganado nesse ponto da medida provisória.

Ademais, a matéria de que essa medida provisória trata está no âmbito do

art. 192 da Constituição Federal e deve ser disposta mediante lei complementar.

Mas não se trata apenas disso. A medida provisória foi emendada. Vários

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Deputados, dentre eles Airton Dipp, Fernando Coruja, Jair Meneguelli, Paulo

Octávio, e Senadores, Osmar Dias e Pedro Simon, emendaram-na, e ela agora será

reeditada.

Sr. Presidente, pelo menos neste particular, essa medida provisória é

inconstitucional porque não atende aos princípios da relevância e da urgência. Qual

urgência em estabelecer juros sobre juros para incidir sobre os menores, sobre os

funcionários públicos, que estão pendurados no cheque especial?

Por essas razões, faço este protesto, não sem antes apelar para o

Presidente da República no sentido de que não reedite o art. 5º dessa medida

provisória.

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O SR. CLAUDIO CAJADO (PFL-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a classe política brasileira continua sendo

desrespeitada. O Congresso Nacional, que em abril foi chamado pelo Sr. Stanley

Fischer, do FMI, de populista, agora volta a ser atacado. Desta feita, pelo Sr.

William McDonough, Presidente do Federal Reserve Bank — FED, de Nova York.

O Sr. William McDonough criticou os políticos brasileiros na conferência

sobre a América Latina promovida pelo mais importante Centro de Estudos de

Assuntos Internacionais dos EUA, o Council on Foreign Relations.

Segundo o Presidente do FED, os políticos brasileiros desafiam a política

econômica, e o Governo tem de travar um combate com o Congresso para garantir

que o País cumpra as metas fiscais, impostas nos acordos com o FMI.

Como membro do Parlamento brasileiro, julgo que esse Sr. William não tem

conhecimento do que estamos vivendo no País.

O Congresso Nacional tem sido responsável e solidário com o Governo

Federal; não existe nenhum embate entre o Executivo e o Legislativo brasileiro.

Pelo contrário. Temos discutido e analisado as reformas que este País precisa, de

forma democrática e transparente; o Congresso não tem sido populista, omisso ou

irresponsável. A prova é que todas as reformas impostas para o soerguimento da

economia nacional foram discutidas, alteradas — melhoradas, melhor dizendo — e

aprovadas.

Sr. Presidente, a opinião e a crítica são livres, mas esta liberdade não pode

ser usada para ataques inconseqüentes e injustos. Este Congresso Nacional tem

agido com grande responsabilidade, tem propiciado ao Executivo a aprovação de

leis que muitas vezes são vistas como impopulares, porém necessárias.

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O País passou pelas crises mexicana e asiática ileso, graças também à ação

eficaz do Congresso Nacional.

Sr. Presidente, os nossos problemas são de nossa responsabilidade, e não

devemos permitir que estranhos nos ataquem, ainda mais quando as críticas são

injustas. O Congresso Nacional exige respeito. Não aceito, como um de seus

membros, que ele seja atacado e desrespeitado. Contudo, a melhor resposta que

poderemos dar ao Sr. William é continuarmos agindo como até aqui estamos

fazendo.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que autorize a divulgação deste

pronunciamento no Jornal da Câmara e no programa A Voz do Brasil .

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Severino Cavalcanti) - Esta Presidência está solidária

com V.Exa. e autoriza a publicação de seu pronunciamento.

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O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, definitivamente os critérios políticos são

determinantes na distribuição da verba do Orçamento da União entre os Estados.

Apesar de ser responsável por 23% da produção nacional de grãos e recolher

anualmente R$5,2 bilhões em impostos transferidos para a União, o orçamento

reservado ao Estado do Paraná é desproporcional à sua população.

Isso leva a crer que o Paraná não goza de muito prestígio no cenário político

do Brasil. Para mudar esta situação é necessário que a bancada parlamentar

esqueça as posições político-partidárias e vote unida projetos importantes para o

Estado. Entretanto, não podemos deixar de reconhecer que os Estados que mais

recebem verbas são aqueles cujos Governadores fazem parte dos partidos que

compõem a base do Governo. Tomemos como exemplo o Estado do Maranhão que,

apesar de gerar apenas R$400 milhões por ano em impostos e contribuir pouco na

formação do PIB, se comparado ao Paraná, receberá R$1,4 bilhão em recursos da

União — volume muito próximo aos R$1,5 bilhão destinados ao Paraná.

As potencialidades do Paraná também não foram levadas em conta na

divisão do orçamento. O Estado contribui para a formação da riqueza nacional e é

centro geográfico e economicamente estratégico para o desenvolvimento do

MERCOSUL.

Esses fatos, Sr. Presidente, não podem simplesmente ser ignorados, e

vemos então que a divisão das verbas é uma questão de interesse governamental.

Na verdade mais parece um jogo: você faz parte do meu time, e eu te dou um

prêmio. Ora, os investimentos que proporcionam o contínuo desenvolvimento dos

Estados não podem ser instrumentos manipulados conforme a vontade do Governo.

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Há de se observar a real necessidade dos Estados e o quanto eles contribuem para

a União com lucro e recolhimento de impostos para fazer uma divisão justa dos

recursos.

Mas como é preciso obedecer as regras do jogo para conseguir a vitória, a

articulação política dos representantes paranaenses no Congresso e junto ao

Governo Federal realmente precisa ser reforçada. O prestígio de um Estado que

colabora com o crescimento dos outros pela sua infra-estrutura de transportes, a

energia produzida e o acelerado processo de industrialização deve ser bradado por

seus representantes nesta Casa. No entanto, nem tudo na política deve ser feito

com base em negociações, pois é uma questão de bom senso reconhecer que o

Paraná, mesmo sem articulação eficaz e políticos aliados do Presidente, precisa de

um volume maior de recursos da União do que aqueles equivalentes a 166 reais

per capita que Ihe foram reservados.

Portanto, ao repartir as verbas orçamentárias entre os Estados, o Governo

deve obedecer, além dos óbvios critérios populacionais, todos os outros que

dimensionem o tamanho da importância econômica de cada Estado para o País.

Desse modo, mais investimentos poderão ser feitos no Estado, a fim de que seu

crescimento contribua para toda a Nação.

Muito obrigado.

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O SR. TELMO KIRST (PPB-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de manifestar meu apoio ao

movimento dos arrozeiros do Rio Grande do Sul, que lutam para sobreviver, diante

de uma crise sem precedentes entre os produtores do Estado. A falta de uma

política agrícola definida e as ações do Governo para manter os preços baixos

estão inviabilizando a comercialização de arroz e ameaçando levar à falência todos

os que se dedicam a sua produção.

A situação chegou a tal ponto que os produtores decidiram boicotar a venda

do produto, para forçar a alta de preços. O movimento, ordeiro e pacífico, conta

com o apoio das indústrias, que, apesar de manterem o beneficiamento do produto,

suspenderam a venda, em solidariedade aos agricultores.

As indústrias sabem que dependem dos produtores e que, se eles forem

levados à falência, todos sairão perdendo. Além disso, o desestímulo à produção

acaba produzindo resultados negativos no futuro, com alta descontrolada de

preços, especulação e mesmo desabastecimento.

Para se ter uma idéia da situação, basta saber que a saca de arroz de

cinqüenta quilos, que no ano passado chegou a ser vendida a R$21,00, hoje vale

R$11,00, em média. Isso num momento em que os custos de produção chegam a

atingir R$14,00. Os insumos subiram cerca de 40% e o óleo diesel subiu de R$0,30

para R$0,63.

Nesse contexto, os produtores do Vale do Rio Pardo e de todo o Rio Grande

do Sul decidiram suspender a comercialização, enquanto a saca não atingir

R$15,00. Os agricultores da região decidiram entrar em vigília em Candelária e

contam com a colaboração de produtores de Agudo, Paraíso do Sul, Novo Cabrais,

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Cerro Branco e Vale do Sol. A Cooperativa Mista de Candelária e a maioria das

indústrias da região pararam a venda de arroz e esperam que o impasse seja

resolvido o mais breve possível.

Todos concordam que a situação não pode mais continuar do jeito que está,

pois os ganhos são altos entre os intermediários e praticamente nulos entre os

produtores, cada vez mais endividados e sem capital para movimentar seus

negócios.

Segundo o presidente da Cooperativa Rio-Pardense, há uma concentração

de poder na mão dos supermercados, que impõem seus preços na hora da compra.

A alternativa seria o fortalecimento das associações de produtores, que precisam

tomar medidas estratégicas para se defender.

Outra queixa constante entre os produtores é a falta de uma política agrícola

para o setor, que carece de instrumentos básicos para sobreviver, como seguro e

preços mínimos. Isso para não falar da importação de arroz pelo Governo, que só

pensa em controlar os índices inflacionários, esquecendo-se de que pode estar

matando a galinha dos ovos de ouro ao destruir a agricultura nacional.

Agora mesmo, a Folha de S.Paulo de 22 de maio de 2000 está publicando

resultado de estudo que demonstra o empobrecimento do agricultor brasileiro.

Entre 1995 e 1998, a renda no campo caiu 5,8%, situação que muito contribuiu para

o êxodo rural e o desespero das famílias que perderam sua fonte de subsistência.

E, na verdade, é bom que se diga que esses estudos tratam de médias

regionais e mesmo nacionais. Não podemos abandonar a agricultura à sua própria

sorte, num momento em que as condições internas mostram-se extremamente

desfavoráveis.

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Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul vivem um drama que não é só

deles, mas de todos os agricultores nacionais. No seu caso específico, as

associações lutam como podem para evitar a falência de seus associados, no que

contam, inclusive, com a solidariedade das indústrias.

Chegou a hora de o Governo assumir suas responsabilidades num dos

assuntos mais importantes para o bem-estar da população, ou seja, a produção de

alimentos, sobretudo o arroz, presença constante nos pratos dos brasileiros, de

norte a sul do País.

Obrigado.

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O SR. LUIZ BITTENCOURT (Bloco/PMDB-GO. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho hoje manifestar o meu

apoio pleno à recente decisão dos Líderes dos partidos políticos que integram esta

Casa de leis de rever a discussão da proposta de alteração do Código Florestal.

Uma norma como a Lei 4.771, de 1965, que contém alguns dos mais importantes

institutos jurídicos do nosso Direito Ambiental, não pode ser alterada sem um

debate amplo, que envolva todos os membros do Legislativo e a sociedade como

um todo.

O projeto de lei de conversão da Medida Provisória nº 1.956, aprovado na

Comissão Mista, elaborado pelo Deputado Moacir Micheletto, contemplava as

preocupações de apenas um setor da sociedade: os grandes produtores rurais. Ou

melhor, parafraseando o Ministro Sarney Filho, a proposta atendia somente aqueles

produtores rurais que não dão aos recursos ambientais o seu real valor, que não

administram esses recursos sob o princípio do desenvolvimento sustentável.

Todos nós conhecemos as dificuldades do setor agrícola. Falta de um

planejamento consistente, padrões tecnológicos ultrapassados, taxas de juros muito

elevadas no sistema de crédito e outras disfunções marcam negativamente o setor.

Esses problemas não serão nem de perto resolvidos, no entanto, com a

flexibilização das exigências ambientais. Insistindo-se num modelo ambientalmente

predatório, a atividade rural só trará mais prejuízos para ela mesma, com o

assoreamento dos rios, a erosão dos solos e a desertificação, sem falar da perda

da biodiversidade, à qual se associam danos irreversíveis ao patrimônio de todos

os brasileiros.

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A sociedade sabe disso. As manifestações contrárias ao projeto de lei de

conversão que aconteceram em todas as regiões do País, envolvendo não só

organizações ambientalistas, como também os principais técnicos e juristas ligados

ao setor e até mesmo muitos jovens e crianças, surpreenderam e comoveram a

todos. O Brasil deu um recado a seus representantes:

Senhores Parlamentares, não admitimos que o Código

Florestal seja alterado em prejuízo da proteção das nossas

matas!

Pelo que se avençou na semana passada, a MP 1.956 será reeditada e a

Comissão Mista constituída para sua análise terá seu número de membros

duplicado, a fim de garantir-se representatividade de todos os interesses envolvidos

no tema. Como base de trabalho, tomar-se-á o texto aprovado anteriormente,

consideradas todas as críticas a ele formuladas e, principalmente, a proposta

elaborada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente — CONAMA.

A proposta do CONAMA foi construída a partir de extensa série de reuniões

técnicas e audiências públicas realizadas em diversos Estados. Delas participaram

diretamente centenas de organizações, governamentais e não-governamentais, e

milhares de pessoas. O conteúdo final do texto do CONAMA espelha o resultado de

uma negociação da qual tomaram parte, inclusive, representantes do setor

agropecuário. O percentual a ser mantido como reserva legal nas áreas de cerrado

na Amazônia, por exemplo, que pela proposta inicial dos ambientalistas deveria ser

de 50%, na proposta do CONAMA é previsto como de 35%, em razão de um acordo

com os ruralistas.

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Mesmo após terem participado da negociação do CONAMA, os ruralistas

apoiaram um projeto de lei de conversão que entra em confronto direto com a

proposta do Conselho nos seus pontos fundamentais. Além da redução significativa

das áreas a serem conservadas na Amazônia, o projeto Micheletto propõe

alterações inaceitáveis no Código Florestal, como a redução das Áreas de

Preservação Permanente — APPs —, a flexibilização do seu uso, bem como a

não-aplicação às cidades dos limites fixados pelo Código para essas áreas.

Sras. e Srs. Deputados, a MP foi adotada a primeira vez há mais de quatro

anos com a preocupação de aumentar a proteção da Amazônia contra o

desmatamento, que alcançava velocidade alarmante. Após a primeira publicação,

houve redução significativa no índice de desflorestamento, mas ainda estamos

longe de chegar a números aceitáveis.

O Congresso Nacional não pode formular um projeto de lei de conversão que

vá na direção oposta da principal justificativa para a adoção da MP, ou seja, que

facilite ainda mais os desmatamentos. Questiono até mesmo a constitucionalidade

de uma proposta nesse sentido, diante dos pressupostos constitucionais de

relevância e urgência.

Felizmente, os Líderes dos partidos e os representantes do Poder Executivo

chegaram ao acordo de postergar a votação do projeto de lei de conversão, que

será, assim espero, totalmente reescrito a partir do trabalho da nova Comissão

Mista a ser formada.

Senhores, trabalhemos para que as alterações no Código Florestal

representem um avanço e não um retrocesso na legislação ambiental. As futuras

gerações de brasileiros agradecerão.

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Passo a tratar agora de outro assunto, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Organização Internacional de

Epizootias — OIE está oficializando a concessão de um certificado declarando

erradicada a febre aftosa, com vacinação, nos Estados de São Paulo, Paraná,

Goiás, Mato Grosso e oeste de Minas Gerais, além do Distrito Federal.

Representantes dos 155 países-membros da organização, criada em 1924, na

França, para defender a saúde animal no mundo, aprovaram a decisão do comitê

técnico. Reunido em janeiro deste ano, esse comitê elogiou o relatório enviado a

Paris pelo Ministério da Agricultura, comprovando o fato de aqueles Estados terem

permanecido, pelo menos quatro anos, sem nenhum caso de aftosa, graças às

últimas duas campanhas anuais de vacinação.

Os Estados de São Paulo, Paraná, Goiás, Mato Grosso, oeste de Minas

Gerais e Distrito Federal já reiniciaram a campanha deste ano de vacinação do

rebanho bovino contra a febre aftosa, animados com a decisão de serem

declarados completamente livres da endemia no Congresso da Organização

Internacional de Epizootias, que se realiza em Paris. Todavia, estão preocupados

em evitar quaisquer riscos de novos focos da doença que tanto prejudicou a

pecuária brasileira nas recentes décadas. Técnicos de Governos Estaduais e

entidades de pecuaristas temem que a demora do Ministério da Agricultura em

examinar os lotes de vacinas dos laboratórios nacionais venha a prejudicar o

fornecimento de doses em algumas regiões do País.

A vacina contra a febre aftosa é produto perecível, de validade limitada, e

não pode ficar estocada por muito tempo. Em São Paulo, por exemplo, o Secretário

da Agricultura, João Carlos Meirelles, comemora o fato de o rebanho paulista estar,

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há quatro anos, sem casos de aftosa. Presente na reunião de Paris, ele prevê o

crescimento da venda de carne para o exterior e diz que a luta pela qualidade de

nossos bovinos tem sido intensa, mas os resultados começam a aparecer. Os

pecuaristas do Centro-Oeste, à vista do que ocorre com os do Rio Grande do Sul e

de Santa Catarina — Estados declarados livres da aftosa há dois anos —, poderão

ampliar a exportação de carne bovina. Com isso, o Brasil competirá com a

Argentina e o Uruguai, que ganharam novos mercados com o fim da aftosa na

região do Rio da Prata e atraíram compradores do mercado europeu por causa da

descoberta da doença "vaca louca" (encefalopatia esponjiforme bovina) na

Inglaterra, em meados da década de 90.

O coordenador do Fórum Permanente da Pecuária de Corte da

Confederação Nacional da Agricultura, meu ilustre coestaduano Antenor Nogueira,

lembra que, com a conquista do certificado de sanidade pelo Circuito Centro-Oeste,

metade do rebanho do País ficará livre da aftosa, porém com a necessidade de

continuar vacinando o gado. Depois disso, ele afirma que a meta será acabar com a

doença também em Mato Grosso, Rondônia, Pará e Tocantins, assim como nos

Estados do Nordeste. Mais de sessenta países estão na lista dos que, há décadas,

não sabem o que á aftosa, entre os quais a Alemanha, Austrália, Espanha, Itália e

Estados Unidos. Entretanto, o Japão e a Coréia do Sul, que faziam parte da lista,

receberam sinal vermelho, com a descoberta de focos da doença em seu gado. A

aftosa reapareceu no Japão, após mais de oitenta anos, e esse fato está sendo

usado como advertência para os pecuaristas e governantes brasileiros.

A luta pelo eficaz combate à febre aftosa em Goiás registra agora um saldo

bastante positivo. Tendo sido, por duas vezes, descredenciado como exportador de

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carne e seus subprodutos pela União Européia e seus países, o Governo do Estado

vislumbrou a importância de um rigoroso controle da doença, principalmente

levando-se em consideração a relevância dessa atividade econômica, como

também no que se refere à globalização da economia. Basta dizer que, no quadro

das exportações brasileiras, o Estado de Goiás figura em posição de destaque,

sobretudo devido ao trabalho desenvolvido, desde março de 1997, pelo Instituto

Goiano de Defesa Agropecuária, órgão estruturado com o objetivo principal de

promover a permanente vigilância sanitária animal e vegetal correspondente à

manutenção dos índices de produção. Esse órgão, em poucos meses, assumiu a

sua função estabelecendo metas de trabalho e ações no seu campo específico,

inclusive tornando-se exemplo para outras unidades federativas. Com a sua

criação, junto com o Ministério da Agricultura, levou a termo o compromisso de

erradicar definitivamente, no território goiano, até o fim do ano 2000, esse mal que

manchava a nossa pecuária e coibia a comercialização de nossa carne bovina.

O IGAP, coordenado pelo agropecuarista Antenor Nogueira, um líder de sua

classe em Goiás, conseguiu controlar o abate clandestino, através de análises

laboratoriais dos produtos lácteos, fazer o levantamento do índice de brucelose em

todo o rebanho goiano e erradicar a peste suína clássica, inclusive liberando o

Estado, em 1998, para exportação de suínos e seus subprodutos. Além do mais,

encarregou-se da erradicação da doença new castle e outras que limitavam para

dentro de nossas fronteiras estaduais a comercialização de suínos e aves,

estendendo-se esse controle na área vegetal, sobretudo no combate do bicudo do

algodoeiro e fiscalização de sementes e mudas, tarefas estas — diga-se de

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passagem — de suma importância para Goiás, Estado eminentemente

agropecuário.

A grande vitória do Instituto Goiana de Defesa Agropecuária foi, sem dúvida,

conseguir a erradicação da febre aftosa no meu Estado. Goiás já apresenta, hoje, o

segundo maior rebanho do Brasil, com quase 20 milhões de cabeças, possui o

maior rebanho declarado livre deste País com praticamente 19 milhões de cabeças

e obtém os maiores índices de vacinação dentre todos os Estados da Federação,

graças a um trabalho rígido de controle dessa vacinação. Desse modo, cumpriu-se

o prometido e assumiu-se, na área pastoril, o papel que lhe coube, eis que, em

Paris, a Organização Internacional de Epizootias, ligada à Organização Mundial de

Saúde e à Organização Mundial do Comércio, integrada por 155 países-membros e

controladora de todas as doenças de animais no mundo, declara agora o meu

Estado, em caráter definitivo, zona livre de febre aftosa.

Essa tarefa de combate à aftosa em Goiás foi iniciada à época em que o

Governador Maguito Vilela, atual Senador da República, exercia a Chefia do

Executivo Estadual. Também se deve a sanidade do rebanho bovino ao líder

agropecuarista Antenor Nogueira, homem que, no trabalho do campo, cresceu na

defesa constante dos interesses de sua laboriosa classe, merecedor que é e tem

sido do melhor respeito e do maior conceito de todos quantos labutam nas

atividades econômicas do Centro-Oeste do Brasil. Estão de parabéns, portanto, os

pecuaristas de Goiás por esta conquista que, não há dúvida, abrirá as portas de

inúmeros mercados importadores de carne bovina anteriormente inacessíveis,

trazendo uma enorme rentabilidade a esse setor de nossa economia. Ao líder

Antenor Nogueira levo, neste instante em que ocupo a tribuna da Câmara dos

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Deputados, os meus efusivos cumprimentos pela grande vitória que acaba de obter

o Estado de Goiás junto à Organização Internacional de Epizootias, com sede em

Paris, quando Goiás recebe o certificado internacional de zona livre da aftosa.

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O SR. JAQUES WAGNER (PT-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Projeto das Nações Unidas para o

Desenvolvimento — PNUD, programa da Organização das Nações Unidas, em seu

relatório sobre desenvolvimento humano de 1999, está em completo desacordo

com a mais recente tirada do nosso sociólogo do Planalto — "estamos indo de mal

a menos mal, pelo menos" —, conforme fomos lembrados pelo Jornal do Brasil de

domingo, com matéria intitulada "O país que não vai pra frente".

Esse estudo nos deu, ao ser divulgado, a desconfortável constatação de ver

o Brasil colocado em 79º lugar, perdendo longe para nossos vizinhos do

MERCOSUL, o que é até coerente com a situação daquele nosso vergonhoso

salário mínimo, que acabou ficando como FHC prometeu aos seus superiores, os

homens do FMI.

Porém, espantam-nos alguns dados contidos no quadro que ilustrou os

comentários, sob o título "Brasil no espelho do mundo", que compara o Brasil com

os países de Índice de Desenvolvimento Humano — IDH alto, pois notamos total

incoerência com a realidade que conhecemos e com os próprios dados entre si,

como explicaremos.

Esperança de vida: a nossa é de 67 anos e dos outros 77 anos. Não foi isso

o que os tecnocratas a serviço do Ministro Waldeck Ornélas descobriram para

colocar suas propostas. Segundo eles, a expectativa de vida do brasileiro é de tal

ordem que a idade mínima para se aposentar deveria ser 65 anos, como queriam

inicialmente; num segundo momento, reduziram para 60 anos e, diante da recusa

do Congresso, decidiram criar o Fator Previdenciário, impondo redutor ao valor da

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aposentadoria para o trabalhador que completa os 35 anos de contribuição e insiste

em exercer este direito antes dos 60 anos.

Médicos e mortalidade: como se explica para cada 100 mil habitantes o

Brasil ter 244 médicos, quando a mortalidade em mil habitantes é de — infantil, 37,

até 5 anos, 44 e materna 220 para cada 100 mil; os outros têm apenas 134 médicos

para cada 100 mil habitantes, e a mortalidade em mil é de — infantil, 7, até 5 anos,

8 e materna 26 em cada 100 mil.

Educação: o percentual de gastos é praticamente igual — 5,2 e 5,1% do PIB,

mas o resultado no Brasil é bem inferior — no 1º grau pequena diferença, de 97,1%

para 99,3%; no 2º grau abre-se larga vantagem para os outros, de 65,9 para 94%; e

a taxa de analfabetos — 16% no Brasil — nos outros países é zero por cento.

A verdade é que o povo brasileiro está indo de mal a pior, e isso não está

restrito aos mais de 50 milhões que, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada — IPEA, são considerados em pobreza absoluta por "viverem" com menos

de meio salário mínimo, e não estão filiados a nenhuma entidade que defenda seus

direitos, sua cidadania.

Nosso Presidente está meio perdido diante de tantos movimentos

reivindicatórios, que vão desde aposentados e pensionistas lutando para sair da

condição de cidadãos de segunda categoria, a maioria recebendo os míseros 151

reais, passam pelos servidores públicos sem aumento há seis anos, a imensa

maioria com rendimentos inferiores ao "mínimo do DIEESE", e chega até a

categorias elitizadas, como magistrados, auditores fiscais e outros.

Os índices divulgados escondem a realidade de uma inflação sufocada e

espremida, mas nunca eliminada do dia-a-dia daqueles que pagam suas contas, ao

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contrário do nosso Presidente, com casa comida e roupa lavada — tudo pago pelo

Erário. Por isso, ele é o único que mesmo reclamando que ganha pouco dispensa o

aumento para ajudar a Nação!

Sr. Presidente, temos dito outras vezes, esta Casa tem um dever a cumprir,

não se pode omitir de analisar, discutir e legislar para tirar o País do buraco em que

se encontra. Na qualidade de membro da Oposição e representando um Estado da

Federação onde as condições adversas são muito mais graves queremos pedir

espaço para a discussão de nossas proposições, sempre preteridas nas pautas

submissas às mensagens presidenciais.

Passo a tratar agora de outro assunto, Sr. Presidente.

Recentemente o Jornal do Brasil publicou reportagem que mostra que a

Prefeitura do Rio de Janeiro havia aumentado as verbas de publicidade do

Município de 406,5 mil reais para mais de 10 milhões de reais, um salto de quase

3.000%. No orçamento dos dois anos anteriores foram gastos R$3,7 milhões e R$8

milhões respectivamente.

O Município do Rio de Janeiro tem uma população com mais de 7 milhões de

habitantes e o segundo orçamento do Brasil, que ultrapassa 3 bilhões de reais.

Com 2 milhões de reais, por exemplo, seria possível construir na Zona Oeste um

novo hospital para deficientes, com mais de quinhentos leitos, como mostrou a

reportagem do Jornal do Brasil . Esse gasto com propaganda foi motivo de

denúncias e de processo no Ministério Público.

Pois bem, Sras. e Srs. Deputados, o Município de Camaçari consegue mais

uma vez fugir a todas as lógicas contábeis. Dessa vez, o escândalo do Prefeito

José Tude alcançou a mídia nacional, afinal os gastos com publicidade são

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proporcionalmente maiores que os do Rio de Janeiro. Foram gastos mais de R$10

milhões, e somente para uma empresa de propaganda, a MDA, “canalizou” R$6,9

milhões de reais.

De acordo com os principais padrões de custos unitários médios, contidos na

Proposta Orçamentária para 2000 (PL nº 20, de 1999 — CN), R$10 milhões seriam

suficientes para a construção de duas mil casas populares, ou para a implantação

de 29 centros de saúde, ou construção de cem quadras poliesportivas comunitárias,

ou o suficiente para construir 53 escolas públicas. É, ainda, o equivalente ao IPTU

pago por todos os imóveis residenciais de Camaçari neste ano.

Mais um grande escândalo. O Município de Camaçari arrecada muito e

realiza pouco ou quase nada em comparação com o que arrecada. Em 1999, a

arrecadação foi de R$146 milhões de reais, valor proporcionalmente maior que

todos os demais Municípios da Bahia, inclusive Salvador. A receita per capita de

Salvador (com uma população de 2,3 milhões de habitantes) é de apenas 136

reais. Já Camaçari (148 mil habitantes) possui uma receita per capita de fabulosos

R$821 reais.

Mesmo com todo esse recurso, o Município de Camaçari tem uma enorme

população pobre e carente de necessidades básicas, com péssima moradia e

condições de vida precária. Sem falar no enorme índice de desemprego que assola

nosso povo. Isso só acontece porque o Prefeito não sabe administrador, além de

ser obscuro para onde vai tanto “gasto com publicidade” e outras rubricas.

Com tal receita, não dá para compreender como se consegue administrar tão

mal. São várias as denúncias feitas, em jornais locais e no principal jornal da Bahia,

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A Tarde . Mas agora o prefeito está-se notabilizando por ocupar espaço na mídia

nacional com um escândalo atrás do outro.

Recentemente, a TV Bandeirantes , veiculou em âmbito nacional matéria que

mostra a fraude eleitoral que ocorreu no Município. Agora foi a vez de o jornal O

Estado de S.Paulo impressionar-se como Camaçari consegue “usar” R$10 milhões

com propaganda — valor superior ao gasto do Rio de Janeiro.

Essa situação demonstra que, em seu último ano de governo, o Prefeito não

tem poupado “gasto com publicidade”, ao mesmo tempo que os problemas básicos

da cidade continuam os mesmos de vinte anos atrás. Saúde, educação, transporte

e segurança, por exemplo, são piores em Camaçari do que em muitos Municípios

bem mais pobres.

A população do Município não merece a carência e o descaso atual. Com os

recursos que recebe, poderia ser a cidade melhor do Estado e uma das melhores

do Brasil. Para isso, bastaria uso mais eficiente dos recursos públicos em prol da

comunidade, e não “aplicando” em outras questões.

Muito obrigado.

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O SR. CAIO RIELA (Bloco/PTB-RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna prestar solidariedade aos

funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária — INCRA e

esclarecer a situação de desmonte administrativo, técnico e estrutural que

atravessa essa instituição, inviabilizando o processo da reforma agrária por

dificultar o efetivo planejamento das atividades.

Srs. Parlamentares, de longa data, há uma campanha voltada ao

desmantelamento institucional, visando jogar a opinião pública contra o

funcionalismo federal, tachando-o de incompetente, para justificar as terceirizações

ou privatizações.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados queremos retratar aqui a verdadeira

realidade:

- os servidores públicos federais não têm reajuste salarial desde janeiro de

1995, ou seja, há 5 anos;

- faltam servidores em todas as áreas da Superintendência Regional do Rio

Grande do Sul, e pouco se investe em capacitação e treinamento de servidores;

- a Divisão de Recursos Fundiários é encarregada da aquisição e

desapropriação de terras, discriminação e regularização fundiária, alienação e

titulação dos lotes. Para atender a essas funções conta com sete servidores

efetivos, e apenas três são engenheiros agrônomos.

Por isso e muito mais, os servidores estão em greve desde o último dia 10.

Salientamos que essa luta não é só dos servidores públicos, mas de toda a

sociedade que já não agüenta mais os desmandos deste Governo.

Passo a tratar agora de outro assunto, Sr. Presidente.

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Sras. e Srs. Deputados, desejo prestar minha homenagem ao Município de

Nova Bassano, que ontem, 23 de maio, completou 36 anos de emancipação

política.

O Município, que desmembrou-se de Nova Prata, tem uma área de 200

quilômetros quadrados, estando a 190 quilômetros de distância da Capital Porto

Alegre. Possui uma população em torno de 8 mil pessoas, integra a Associação dos

Municípios da Encosta Superior do Nordeste — AMESNE e tem como principais

atividades econômicas a indústria, a agricultura e a produção de hortifrutigranjeiros.

Temos lá grandes amizades e alguns eleitores. Quero parabenizar a

administração do Prefeito Nelso Antonio Dall’agnol, incansável na procura de

benefícios para seu Município, bem como nosso amigo e companheiro João Carlos

Dall’agnol, Secretário Municipal de Saúde, que muito nos orgulha com seu trabalho.

É importante que aquela comunidade saiba que este Deputado lembrou-se de sua

emancipação política e está sempre a lutar por eles, pois os mesmos nos ajudaram

a vencer nesta empreitada à Câmara dos Deputados.

Da mesma forma, Sr. Presidente, gostaria de registrar a nossa homenagem

ao Município de São Borja, que no domingo passado comemorou seus 166 anos de

emancipação político-administrativa, com uma grande festa cultural e esportiva.

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O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo hoje esta tribuna para

parabenizar o Ministro da Educação, Sr. Paulo Renato Souza, pela competência

com que vem conduzindo sua equipe e direcionando as ações do seu Ministério.

O Ministro divulgou recentemente reformulações nas escolas técnicas, fruto

dos resultados da Pesquisa da Atividade Econômica Regional (PAER), da

Fundação Sistema Estadual de Análises Técnicas Federais.

A PAER constata, por exemplo, que os trabalhadores da indústria e serviços

— inclusive os graduados — carecem de conhecimentos em aritmética e de

capacidade de comunicação por escrito.

O Ministro avalia o setor Educação como um setor econômico. Ou seja, hoje

a educação precisa saber como se comporta o mercado de trabalho para melhor

direcionar a formação dos estudantes para conhecimentos que têm a ver com a sua

vida, inclusive profissional.

A Coordenadora de Educação Indígena do Ministério, Sra. Ivete Campos,

discursando no Encontro Nacional dos Pajés, que reuniu 21 deles na Universidade

de Brasília (UnB) na semana passada, explicou as ações que o MEC vem

desenvolvendo para a educação escolar indígena.

Esse Encontro reuniu também os conhecedores da cultura tradicional

indígena, com o objetivo de elaborar a Carta da Sabedoria Indígena, que foi

protocolada no Palácio do Planalto e propõe uma política de preservação do

conhecimento indígena.

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As comunidades indígenas estão reivindicando escolas que transmitam os

conhecimentos dos códigos da comunidade nacional, sem substituir ou diminuir os

conhecimentos tradicionais.

Essas reivindicações tiveram eco no MEC e no Conselho Nacional de

Educação, resultando em resolução assinada pelo Ministro Paulo Renato, que

determina os princípios e elementos básicos para a educação escolar indígena.

A Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

(INEP/MEC), Sra. Maria Helena Guimarães de Castro, informou que o número de

instituições de ensino superior que assumiram publicamente o compromisso de

utilizar os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como

composição ou substituição ao vestibular chegou a 102, sendo treze públicas e 89

privadas.

Esses números demonstram o apoio obtido pelo exame e sinaliza a

disposição das universidades em promover mudanças no vestibular. O ENEM 2000

acontecerá em agosto do corrente e será aplicado em 168 Municípios brasileiros.

Sr. Presidente e nobres colegas, essas são apenas algumas das iniciativas

que o MEC vem desenvolvendo ao longo da gestão do Ministro Paulo Renato.

Quero nesta oportunidade, fazer o meu reconhecimento público e

parabenizar o Ministro da Educação pelo belo trabalho que vem realizando à frente

do seu Ministério.

Muito obrigado.

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O SR. JOSÉ CARLOS COUTINHO (PFL-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a imprensa denunciou, na última semana

a “escravidão branca” que vem ocorrendo no Estado do Rio de Janeiro com os

taxistas.

Hoje somente no Rio de Janeiro são 25 mil táxis registrados no SMTU, 17 mil

estão nas mãos de motoristas registrados como “auxiliares”.

Trata-se de uma estratégia dos donos de frotas de táxis e empresas para

burlar a lei e esconder uma das mais selvagens relações entre motoristas de táxis e

donos de frotas de táxis.

Esses motoristas de táxis chamados de “auxiliares” são desempregados sem

autonomia, que dirigem até 18 horas por dia para poder pagar diárias de até

R$110,00 mais os gastos com combustível para as empresas e donos de frotas,

sem carteira assinada. Esses profissionais não dispõem dos direitos sociais a que

teriam direito, como fundo de garantia, ferias, décimo terceiro salário, dentre outros.

Um desrespeito ao Decreto Estadual n° 14.384, 1995, que limita as diárias a

R$40,00, tornando-os vítimas de verdadeira extorsão por parte dos donos de frotas

de táxis e empresas, que lhes alugam os veículos mediante a cobrança de diárias

aviltantes, explorando a necessidade de trabalhar daqueles profissionais.

Diante da bandalheira, o nobre Vereador Áureo Ameno apresentou um

projeto de lei na Câmara Municipal do Rio de Janeiro sobre a limitação do valor da

diária em 25% do valor do salário mínimo. Unir-me-ei ao nobre Vereador e também

apresentarei um projeto de lei para acabar com os chamados “motoristas auxiliares

de táxis” não só no Estado do Rio de Janeiro, mas em todo o País, para que este

tipo de escravidão não ocorra em outros Estados.

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Era o que tinha a dizer.

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O SR. PEDRO PEDROSSIAN (PFL-MS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ao instituir o Código de Trânsito Brasileiro, a

Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, dotou o Brasil de uma das mais modernas

e minuciosas legislações regulamentadoras do tráfego automotivo hoje vigentes no

mundo. Com o novo estatuto, passamos a dispor do instrumento legal de que

carecíamos para fazer das nossas ruas e estradas não pistas de corrida,

passarelas da morte, mas espaços públicos por onde os cidadãos possam ir e vir

com segurança e conforto.

Protegendo os transeuntes e punindo os maus motoristas, a sociedade

brasileira deu mostras de que evoluiu na busca de um relacionamento mais

humano, mais civilizado e mais respeitoso entre os indivíduos. Esforçamo-nos,

assim, para deixar de ser um país onde o trânsito degenerou em verdadeira guerra

civil, com milhares de mortos por ano.

Que se castiguem, pois, os irresponsáveis do volante, os suicidas dos

“pegas”, os criminosos do asfalto. Sem que com eles se confundam, porém, os

bons motoristas, os condutores prudentes, os profissionais cuidadosos, que dirigem

não para matar ou morrer, mas para desfrutar um dos maiores e mais úteis inventos

da civilização. Pessoas como essas não podem ser alvo do “furor punitivo” dos

agentes da lei, que enxergam delinqüentes e transgressores em quem se aventure

a dirigir um carro.

Considerem-se, por exemplo, os taxistas brasileiros, homens e mulheres que

diariamente rodam centenas de quilômetros para ganhar a vida, para sustentar a

família. Em favor desses trabalhadores, elaboramos projeto de lei que acrescenta

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um parágrafo ao art. 258 do Código de Trânsito Brasileiro, estabelecendo que dos

motoristas de táxi infratores se cobrará o valor das multas com redução de 50%.

Perceba-se, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que não reivindicamos o

perdão das faltas, a anulação das penas — com o que, decerto, estimularíamos a

desobediência e o erro —, mas tão-só que não se imponha aos motoristas

profissionais a cobrança rigorosa a que se sujeitam os amadores, porque há

diferenças, e grandes, entre uns e outros, a partir do conhecimento e da

experiência que deles se requer nos exames de habilitação.

Sem dúvida, o motorista profissional é mais bem preparado para dirigir do

que aquele que tem no automóvel não um instrumento da profissão, um meio de

vida, mas apenas um transporte que o leva ao trabalho e com o qual passeia nos

fins de semana. Daí por que as infrações perpetradas pelos taxistas são

significativamente menos graves e menos numerosas do que as que cometem os

chamados “domingueiros”.

Considerem-se, ademais, as centenas de quilômetros diariamente

percorridas ao volante de um táxi e as pequenas distâncias rodadas por quem não

os dirige. Como observamos na justificação de nosso projeto de lei, motoristas que

se expõem mais tempo ao tráfego correm maior risco de serem autuados mais

vezes, ainda que injustamente, ou por cometerem infrações leves ou médias.

Esses, os argumentos que nos levam a propor para os taxistas uma redução

de 50% no valor das multas que lhes sejam cobradas, pleito que nos parece

fundamentado na justiça e na razão, em prol desses motoristas que, no calor da

manhã ou na fria solidão da madrugada, em poucos minutos atendem ao nosso

apelo, com a competência de um bom profissional e a solicitude de um amigo fiel.

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O SR. PAULO ROCHA (PT-PA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que o Governo brasileiro caminha para o

autoritarismo já está claro, pelas últimas ações ocorridas durante as manifestações

dos trabalhadores em Belém, São Paulo e no Paraná. Cautela e responsabilidade

das nossas lideranças e, principalmente, do Governador são fatores fundamentais

para o diálogo e a ordem, principalmente quando crescem os conflitos e os

problemas de nossa sociedade. Mas no desespero de perceber a insatisfação

popular, FHC parte para práticas comuns no tempo da ditadura, como a censura

aos meios de comunicação, bombas de gás lacrimogêneo e espancamento de

trabalhadores, estudantes ou qualquer um que ouse manifestar-se contra a política

neoliberal e os baixos salários.

No Pará, depois de acusar o PT, sem provas, como o principal responsável

pelos últimos acontecimentos, principalmente o que ocorreu no dia 17, o

Governador do Estado, Almir Gabriel, rezando pela mesma cartilha, tenta

desmoralizar e desqualificar nosso partido e os movimentos sociais. Chega ao

absurdo de abrir mão da posição de Governo eleito para defender os direitos do

povo para agir como um irresponsável e inconseqüente.

Em notícia publicada ontem no jornal O Estado de S. Paulo , o Secretário de

Segurança, Paulo Sette Câmara, agora vem com a pirotecnia de inventar um braço

armado para o PT. E para que a população pense quão o PT é perigoso, chega ao

cúmulo de afirmar que tem indícios de milícias com a Prefeitura de Belém,

administrada por Edimilson Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores, e que, com

base em investigações, a “suposta” milícia poderá transformar-se em uma

organização armada. Segundo ele, “a milícia não mede conseqüências”.

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Utilizando a política dos velhos coronéis, o Governo do Pará tem-se

comportado como chefe de grupo, usando a máquina governamental para

massacrar outras forças políticas que se opõem ao seu Governo.

E no desespero, por não ser capaz de solucionar os graves problemas da

miséria e da impunidade em seu Governo, que apresenta um dos maiores índices

de mortes no campo, lança mão de métodos espúrios, transformando graves

problemas sociais em problema de polícia.

O PT é um partido democrático e transparente. Todas as nossas tendências

são conhecidas no Brasil. São legalmente reconhecidas pelo nosso partido e por

nossa militância. Desafio o Secretário de Segurança de Belém a provar que o PT

tem um braço armado denominado “milícia cabana”.

A praxe do Governo de lançar mentiras contra os movimentos sociais e o PT

não é nova e não nos intimida. Pelo contrário, continuaremos a lutar contra o

projeto neoliberal. Permaneceremos ao lado dos que lutam por um salário mínimo

decente, ao lado dos servidores que lutam por um salário justo, como os milhares

que se encontram enfrentando o sol e fome hoje na Esplanada dos Ministérios.

Continuaremos lutando por ética, justiça e cidadania e pelo modo petista de

governar.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. RUBEM MEDINA (PFL-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, durante a realização esta semana do European

Incentive & Business Travel & Meeting Exhibition (EIBTM), em Genebra, na Suíça,

será divulgado estudo do International Congress and Convention Association

(ICCA), com informações altamente favoráveis ao turismo brasileiro,

particularmente em relação ao Rio de Janeiro.

De acordo com o que será divulgado, o Rio subiu dezoito posições no

ranking mundial de cidades-sedes de congressos internacionais, passando do 30º

lugar para o 12º no ano passado, ficando à frente de cidades importantes como

Paris, Londres e Roma.

Embora a divulgação do estudo só ocorra durante a reunião de Genebra, o

ICCA decidiu antecipá-lo em conseqüência da ótima performance da cidade

brasileira. Trata-se de um feito que merece comemoração, já que como porta de

entrada do turismo internacional, não apenas o Rio, mas o próprio País também

ganha com esse crescimento. Afinal, com o desempenho do Rio, o Brasil também

melhorou sua posição no ranking , passando do 19º lugar para o 14º entre os

países que mais sediaram congressos internacionais em 1999.

Esse resultado é fruto do esforço conjunto das autoridades governamentais,

de organismos voltados para a indústria do turismo — como o Rio Convention &

Visitors Bureau — e da própria sociedade fluminense no sentido de fazer com que

o Rio recupere o status de capital nacional do turismo e referência turística

internacional.

Apenas no ano passado, o Estado do Rio recebeu cerca de 3 milhões de

visitantes, um número equivalente ao total de turistas que o Brasil recebia anos

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atrás. É um recorde que tende a ser superado a cada ano, tendo em vista que a

cidade vem se preparando cada vez mais para ser referência no turismo

internacional, melhorando ainda mais a infra-estrutura turística nos setores de

hotelaria, serviços, portos, aeroportos, transportes públicos e segurança pública.

E por que esse feito merece comemoração? Primeiro por sabermos que o

turismo de eventos é um dos segmentos mais importantes dessa atividade.

Pesquisas comprovam que um congressista estrangeiro gasta em média US$240

por dia e seu tempo de permanência na cidade é de seis a sete dias, média

superior ao do turista convencional.

Além do mais, um congressista, pela sua qualificação profissional, é um

formador de opinião, tornando-se multiplicador dos aspectos positivos da cidade e

do País. Por isso mesmo, tem que ser visto como um público preferencial para

nosso turismo receptivo, o que aumenta nossa responsabilidade com a melhoria do

atendimento para que cada turista tenha motivo para promover a imagem do Rio e

do Brasil em seu país de origem.

Outro aspecto positivo dessa performance foi a elevação da taxa de

ocupação nos hotéis da cidade e o aumento do número de passageiros com destino

ao Rio, mesmo nos períodos da chamada baixa estação. Isso porque os

congressos são realizados ao longo de todo o ano, o que tem contribuído para

elevar a média de visitantes na cidade.

Para este ano, a agenda da ICCA já prevê 42 congressos e seminários

internacionais no Rio, o que pode resultar em novo avanço no ranking

internacional, colocando a cidade entre as cinco com maior número de eventos

programados.

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Em pronunciamento anterior nesta Casa já havia destacado a importância do

turismo de eventos — como congressos internacionais, provas de automobilismo, o

recente campeonato mundial de futebol interclubes — para a reativação da

indústria do turismo no Rio e para a promoção da cidade e do País no exterior.

Entendo que esses eventos, aliados a uma maior exposição do Rio na mídia

internacional, contribuem significativamente para tal promoção. E todos esses

visitantes acabam transformando-se em multiplicadores da difusão da cidade em

seus países, tal o impacto que a beleza do Rio causa em todos eles.

Apenas com o Reveillon e o Carnaval deste ano o Rio deve ter recebido

cerca de 1 milhão de visitantes, o que representou um crescimento da ordem de

20% em relação ao ano anterior. Segundo estimativa da Prefeitura, esses turistas

devem ter deixado na cidade cerca de US$120 milhões.

Embora significativos, esses números estão aquém do potencial turístico do

Rio e do próprio País. Enquanto os Estados Unidos conseguem uma receita de

US$540 bilhões com a indústria do turismo e empregam 18 milhões de americanos,

o Brasil não passa de US$3,6 bilhões com o turismo externo e cerca de US$13,2

bilhões com o turismo interno, gerando apenas 5,6 milhões de empregos.

É evidente que esse crescimento tem a ver com a melhoria da segurança e

da infra-estrutura da cidade, embora as providências adotadas pelo Poder Público

ainda estejam longe do ideal. Se quisermos ampliar nosso potencial turístico, temos

que insistir na melhoria de todos os serviços voltados para essa atividade. E aí

incluímos aeroportos, hotéis, transportes e preços dos serviços.

Com a importância do turismo para o incremento da nossa economia, o Brasil

não pode ficar de fora de mais esse filão de negócios por negligência ou omissão

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 092.2.51.O Tipo Sessão: Ordinária - CDData: 24/05/00 Montagem: S érgio

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do setor público ou por falta de percepção dessa realidade por parte da iniciativa

privada.

Muito obrigado.

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O SR. NILTON CAPIXABA (Bloco/PTB-RO. Pronuncia o seguinte discurso.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o dia 17 de maio assinala de forma

definitiva um avanço extraordinário do Estado de Rondônia na definição de um

instrumento que indica a melhor forma de ocupação do espaço territorial e

utilização dos recursos naturais. A Assembléia Legislativa do Estado aprovou, por

unanimidade dos dezenove Deputados presentes, com cinco ausentes, a Lei

Complementar do Zoneamento Socioeconômico Ecológico — ZSEE, do

PLANAFLORO — Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia, constituindo-se no

primeiro Estado do Brasil e da América Latina a contar com esse instrumento de

ordenação e preservação do meio ambiente, em uma escala de detalhe de

1:250.000 (1 centímetro no mapa=2,5 quilômetros no chão).

Para se entender melhor o que é o Zoneamento Socioeconômico Ecológico

— ZSEE, do PLANAFLORO, podemos compará-lo à construção de uma casa. A

diferença entre uma casa construída, pronta e acabada, com alicerces, paredes,

disposição do telhado, portas e janelas, piso e os materiais de construção em

estado bruto — milheiros de tijolos, metros cúbicos de pedra e areia, cimento,

madeiramento, telhas, encanamentos, vasos sanitários e lavatórios — e esse

Zoneamento reside na figura do engenheiro projetista, do mestre de obras, dos

pedreiros e carpinteiros, ou seja, da mão-de-obra especializada e dos operários.

Sem o saber, a competência dos profissionais, seria muito difícil transformar

um canteiro de obras, um amontoado de materiais de construção, em uma casa

confortável e aprazível.

O Zoneamento Socioeconômico Ecológico — ZSEE, do PLANAFLORO, Sr.

Presidente, assim como a construção de uma casa, implica reunir materiais

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diversos, um sem-número de informações colhidas através de imagens de satélite,

caminhadas no campo para a aplicação de questionários e o reconhecimento e/ou

comprovação das evidências, para recopilar o “saber popular” e ordenar todas as

informações até uma proposta da 2ª Aproximação do Zoneamento Socioeconômico

Ecológico — ZSEE.

Para fazer a 2ª Aproximação do ZSEE, foi preciso reunir “engenheiros e

mestres de obras do conhecimento científico” , de diversas áreas, e, todos juntos,

trataram de redefinir as áreas, as zonas de uso agrícola e pecuário, as florestas de

manejo sustentado, as áreas de conservação e preservação, as reservas

biológicas, as reservas extrativistas, as reservas indígenas e até a proposição de

novas unidades, de novas configurações.

Ao final de toda essa trabalheira, foi indispensável realizar e validar em

audiências públicas a proposta. A sociedade civil de cada Município do Estado foi

inteirada, participou de oficina e audiências públicas, objetivando o

aperfeiçoamento da 2ª Aproximação do ZSEE.

Construída a “casa de Rondônia”, com a lei complementar de 17 de maio de

2000, o Estado estará em condições de acolher e abrigar novas levas de migrantes

que virão juntar-se a todos nós para a construção de uma “Rondônia do Novo

Milênio”, mais justa, mais próspera e mais sustentável.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, àqueles que julgarem dispensável

todos os esforços despendidos, ao longo de dez anos, além dos gastos de recursos

de US$20 milhões, deixamos como singela lição o aprendizado revelado pelos

estudos da 2ª Aproximação do ZSEE.

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O ponto mais alto de Rondônia é o Pico do Tracuá, situado nos contrafortes

da Serra dos Pacaas Novos, na passagem da BR-421, que interligará

Ariquemes/Monte Negro/Campo Novo de Rondônia/Nova Mamoré, já na fronteira

da Bolívia. O Pico do Tracuá tem altitude de 1.126 metros, medida eletronicamente

pelas imagens dos satélites, ou seja, é quase duas vezes mais alto do que as

altitudes máximas das proximidades de Vilhena, com 650 metros.

Esta nova lição de geografia de Rondônia está sendo ensinada ampliada, e

ainda vem temperada com lições do saber dos indígenas uru-eu-wau-wau, que

fizeram do Pico do Tracuá o lugar da Cachoeira Sagrada, santuário de suas

celebrações culturais de suas orações. Quantos outros ensinamentos trará a 2ª

Aproximação do Zoneamento Socioeconômico Ecológico?

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o ZSEE de Rondônia constitui-se no

principal instrumento de planejamento da ocupação e controle de utilização dos

recursos naturais do Estado. O ZSEE tem por objetivo “orientar a implementação de

medidas e elevação do padrão socioeconômico das populações, por meio de ações

que levem em conta as potencialidades, as restrições de uso e a proteção dos

recursos naturais, permitindo que se realize o pleno desenvolvimento das funções

sociais e do bem-estar de todos, de forma sustentável”.

Julgamos importante e indispensável transcrever o texto, na íntegra, do

estabelecimento de zonas e subzonas definidas assim:

DAS ZONAS:

Art. 7º - A Zona 1, composta de áreas de uso

agropecuário, agroflorestal e florestal, abrange 120.310,48

km² , equivalentes a 50,45% da área total do Estado.

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§ 1º - As terras da Zona 1, utilizadas para diferentes fins,

principalmente agropecuário, possuem graus variáveis de

ocupação e de vulnerabilidade ambiental, que caracterizam

diferentes subzonas.

§ 2º - A Zona 1 obedecerá às seguintes diretrizes:

I – como diretriz geral, deve ser estimulado o

desenvolvimento das atividades primárias em áreas já

desmatadas ou habitadas, com práticas adequadas e manejo

no uso dos recursos naturais, especialmente do solo, de forma

a maximizar os custos de oportunidade representados pelo

valor da floresta;

II – estímulo ao manejo sustentado dos recursos

florestais e, em praticar, o reflorestamento e a recuperação de

áreas degradadas, de preservação permanente e da reserva

legal, incluindo o aproveitamento alternativo da capoeira;

III – aplicação de políticas públicas compensatórias,

visando à manutenção dos recursos florestais remanescentes,

evitando a sua conversão para sistemas agropecuários

extensivos;

IV – condicionamento das diretrizes de uso das Subzonas

para obras de infra-estrutura, em particular com referência a

estradas.

Art. 8º - A ZONA 2 é composta de áreas de uso especial,

abrangendo 34.834,42 km² , equivalentes a 14,60% da área

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total do Estado, destinada à conservação dos recursos

naturais, passíveis de uso sob manejo sustentável.

Art. 9º - A ZONA 3 é composta de áreas institucionais,

constituídas por aquelas protegidas de uso restrito e

controlado, previstas em Lei e instituídas pela União, Estado e

Municípios, abrangendo 83.367,90 km² , equivalentes a

34,95% da área total do Estado.

SEÇÃO II

DAS SUBZONAS

Art. 10 – As subzonas são caracterizadas pelo grau de

ocupação, vulnerabilidade ambiental e aptidão de uso,

definidas dentro de suas respectivas zonas.

Art. 11 – Para implementação do ZSEE, ficam

estabelecidas nove (09) Subzonas de ordenamento territorial e

direcionamento de políticas públicas do Estado.

SUBSEÇÃO I

DAS SUBZONAS DA ZONA 1

Art. 12 – As Subzonas da Zona 1 são áreas utilizadas,

principalmente, para exploração agropecuária, com grau

variável de ocupação, vulnerabilidade ambiental e aptidão de

uso, a seguir definidas.

Art. 13 – A Subzona 1.1 composta de áreas que

apresentam grande potencial social, abrange 61.417,35 km²,

equivalentes a 25,75 % da área total do Estado.

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§ 1º - A Subzona 1.1 dispõe de infra-estrutura suficiente

para o desenvolvimento das atividades agropecuárias,

sobretudo estradas de acesso.

§ 2º - A Subzona 1.1 concentra as maiores densidades

populacionais do Estado.

§ 3º - A Subzona 1.1 detém os assentamentos urbanos

mais importantes.

§ 4º - A Subzona 1.1 apresenta aptidão agrícola

predominantemente boa, com vulnerabilidade natural à erosão

predominantemente baixa, com custos de oportunidade de

preservação excessivamente elevados.

§ 5º - A Subzona 1.1 obedecerá às seguintes diretrizes:

I – cobertura florestal de cada propriedade rural mantida

ou recuperada em pelo menos 20 %;

II – nas áreas convertidas, é recomendado o incremento

da produtividade agropecuária, baseado em técnicas agrícolas

mais modernas, inclusive a irrigação, com incentivos para

agroindústrias, de forma a maximizar os custos de

oportunidade representados pelo valor da floresta.

Art. 14 - A Subzona 1.2, composta de áreas com médio

potencial social, abrange 30.664-01 km², equivalentes a

12,86% da área total do Estado.

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§ 1º - A Subzona 1.2 predomina a cobertura florestal

natural, em processo acelerado de ocupação, com conversão

da floresta.

§ 2º - A aptidão agrícola da Subzona 1.2 é

predominantemente regular e sua vulnerabilidade natural à

erosão predominantemente.

§ 3º - A Subzona 1.2 obedecerá às seguintes diretrizes:

I – deverão ser mantidas ou recuperadas, nas

propriedades rurais, pelo menos, 40 % da cobertura florestal,

admitindo-se, mediante aprovação do órgão ambiental

competente, medidas compensatórias visando à preservação

dos recursos florestais remanescentes;

II – desmatamentos incrementais condicionados às

potencialidades, às fragilidades e ao uso da terra pretendido e,

em geral, no contexto de programas de reforma agrária em

processo de implementação;

III – nas áreas convertidas, é recomendado o incremento

da produtividade agropecuária, baseado em técnicas agrícolas

mais modernas, envolvendo insumos e práticas de manejo, em

conformidade com as condições de aptidão agrícola;

IV – os processos de ocupação serão acompanhados de

regularização fundiária.

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Art. 15 - A Subzona 1.3, composta de áreas onde

predomina a cobertura vegetal natural, abrange 14.823,81km² ,

equivalentes a 6,22 % da área total do Estado.

§ 1º - A Subzona 1.3 possui expressivo potencial florestal,

em processo de ocupação agropecuário incipiente e reduzida

conversão da cobertura vegetal natural.

§ 2º - Na Subzona 1.3 a aptidão agrícola é

predominantemente restrita e apresenta vulnerabilidade

natural à erosão predominantemente média.

§ 3º - A Subzona 1.3 obedecerá às seguintes diretrizes:

I – priorizar o aproveitamento dos recursos naturais,

podendo as atividades agropecuárias existentes ser mantidas,

não sendo estimuladas sua expansão;

II – os processos de ocupação necessitam de esforços

para a regularização fundiária, para controle da exploração

florestal e do desmatamento;

III – deverão ser mantidas ou recuperadas, nas

propriedades rurais, pelo menos 70% da cobertura florestal,

admitindo-se, mediante aprovação do órgão ambiental

competente, medidas compensatórias visando à preservação

dos recursos florestais remanescentes;

IV – os eventuais desmatamentos incrementais devem

ser condicionados às potencialidades, às fragilidades naturais

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e ao uso pretendido, com políticas públicas para o estímulo da

manutenção da cobertura vegetal natural;

V – nas áreas convertidas, é recomendada a implantação

de consórcios agroflorestais, reflorestamentos e cultivos

permanentes de modo geral.

Art. 16 – A Subzona 1.4, composta de áreas que

apresentam infra-estrutura propícia à exploração das terras,

abrange 13.405,31 km² , equivalentes a 5,62% da área total do

Estado.

§ 1º - Embora haja disponibilidade de infra-estrutura na

Subzona 1.4, as condições ambientais impõem restrições ao

desenvolvimento das atividades de conversão da cobertura

vegetal natural.

§ 2º - Tendo em vista o expressivo potencial hidrelétrico

de alguns rios, com pequenas centrais de produção, os

ecossistemas da Subzona 1.4 são de relevante interesse para

a preservação dos recursos naturais, em especial os hídricos.

§ 3º - A vulnerabilidade natural à erosão da Subzona 1.4

é predominantemente alta.

§ 4º - A Subzona 1.4 deverá obedecer às seguintes

diretrizes:

I – nas áreas já desmatadas, recomenda-se a

implantação de sistemas de exploração que garantam o

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controle da erosão, tais como: reflorestamento, consórcios

agroflorestais e culturas permanentes, de modo geral;

II – desmatamentos incrementais serão condicionados à

vulnerabilidade à erosão, às potencialidades, às fragilidades

naturais e ao uso pretendido, com políticas públicas para o

estímulo da manutenção da cobertura vegetal natural;

III – manutenção ou recuperação de, pelo menos, 80%

da cobertura vegetal florestal de toda propriedade rural,

admitindo-se, mediante aprovação do órgão competente,

medidas compensatórias visando à preservação dos recursos

florestais remanescentes.

SUBSEÇÃO II

AS SUBZONAS DA ZONA 2

Art. 17 – As Subzonas da Zona 2 são áreas destinadas à

conservação dos recursos naturais, passíveis de uso sob

manejo sustentável, a seguir definidas.

Art. 18 – A Subzona 2.1, composta de áreas que

apresentam inexpressiva conversão das terras florestais,

abrange 25.653,37 km² , equivalentes a 10,75% da área total

do Estado.

§ 1º - A Subzona 2.1 apresenta potencialidades naturais

sobretudo a florestal, em condições satisfatórias de exploração

madeireira e não-madeireira, apresentando o custo de

oportunidade de preservação entre baixo e médio;

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§ 2º - Algumas áreas da Subzonas 2.1 apresentam alto

potencial para o ecoturismo e para atividades de pesca em

suas diversas modalidades;

§ 3º - A Subzona 2.1 obedecerá às seguintes diretrizes:

I – o valor das terras florestais da Subzona 2.1 pode ser

incrementando mediante agregação de valor existências

florestais, pela exploração seletiva de seus produtos;

II – no ordenamento da Subzona 2.1 será priorizado o

aproveitamento dos recursos naturais, mantendo as atividades

agropecuárias existentes, sem estímulo a sua expansão,

fomentando as atividades de manejo florestal e do

extrativismo, do ecoturismo e da pesca em suas diversas

modalidades;

III – as áreas de campos naturais podem ser utilizadas,

sob manejo adequado, observando as suas características

específicas;

IV – as obras de infra-estrutura, a exemplo de estradas,

deverão estar condicionadas às diretrizes de uso da Subzona.

Art. 19 – A Subzona 2.2, composta de áreas que

apresentam ocupação inexpressiva, abrange 9.181,05 km² ,

equivalentes a 3,85% área total do Estado.

§ 1º - A Subzona 2.2 apresenta baixo custo de

oportunidade da preservação da floresta, facilitando a

conservação das terras florestais no seu estado natural.

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§ 2º - A Subzona 2.2 obedecerá às seguintes diretrizes:

I – áreas destinadas à conservação da natureza, em

especial da biodiversidade com potencial para atividades

científicas e econômicas de baixo impacto ambiental sob

manejo sustentado;

II – o aproveitamento destas áreas deve se desenvolver

sem conversão da cobertura vegetal natural e, quando

extremamente necessário, somente em pequenas áreas para

atender à subsistência familiar;

III – as áreas já convertidas deverão ser direcionadas

para a recuperação, sendo recomendada a criação de áreas

protegidas de domínio público ou privado, devido às

características específicas de sua biodiversidade, de seus

habitats e de sua localização em relação ao corredor

ecológico regional.

SUBSEÇÃO III

DAS SUBZONAS DA ZONA 3

Art. 20 – As Subzona 3 são áreas institucionais,

constituídas pelas Unidades de Conservação de uso restrito e

controlado, previstas e instituídas pela União, Estado e

Municípios, a seguir definidas.

Art. 21 – A subzona 3.1, composta de áreas constituídas

pelas Unidades de Conservação de Uso Direto, abrange

18.081,29 km² , equivalentes a 7,58% da área total do Estado.

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Parágrafo Único – A Subzona 3.1 obedecerá à seguinte

diretriz:

I – a utilização dos recursos ambientais obedecerá aos

planos e diretrizes específicas das unidades instituídas, tais

como: Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado,

Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e outras categorias

estabelecidas no Sistema Nacional de Unidades de

Conservação.

Art. 22 – A Subzona 3.2, composta de áreas constituídas

pelas Unidades de Conservação de Uso Indireto, abrange

23.752,50 km² , equivalentes a 9,96% da área total do Estado.

Parágrafo Único – A Subzona 3.2 obedecerá à seguinte

diretriz:

I – a utilização das áreas deve limitar-se às finalidades

das unidades instituídas, tais como: Estações Ecológicas,

Parques e Reservas Biológicas, Patrimônio Espeleológico,

Reservas Particulares do Patrimônio Natural e outras

categorias estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidades

de Conservação.

Art. 23 – A Subzona 3.3, composta de áreas constituídas

pelas Terras Indígenas, abrange 41.534,11 km², equivalentes

a 17,41% da área total do Estado.

Parágrafo Único – A Subzona 3.3 obedecerá à seguinte

diretriz:

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I – a utilização dos recursos naturais está limitada por Lei,

onde seu aproveitamento somente poderá ser efetuado se

autorizado ou concedido pela União.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o ponto central de nosso discurso foi

passar aos Srs. Prefeitos, Vereadores, lideranças do setor produtivo, as

explicações do que é a 2ª Aproximação do Zoneamento Socioeconômico Ecológico

e transcrever, na íntegra, o Zoneamento em suas três Zonas e nove Subzonas.

O Governador de Rondônia, Dr. José de Abreu Bianco, seu Secretariado, os

Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e a sociedade rondoniense

deverão ter a determinação e a firmeza de participar dos ajustamentos da lei

complementar aprovada em 17 de maio de 2000, em face do texto legal que deverá

vir a ser votado, na Câmara e no Senado Federal, do Código Florestal.

O texto alternativo do CONAMA — Conselho Nacional do Meio Ambiente —,

do Ministério do Meio Ambiente, prevê a área de 80% de proteção nas

propriedades na floresta amazônica e 35% nas propriedades das áreas de

cerrados. Essa proposta alternativa deverá substituir o texto do ruralista, Deputado

Moacir Micheletto, do PMDB do Paraná, denunciado e fortemente criticado pelos

ambientalistas e organizações não-governamentais internacionais, apelidado de

Projeto Motoserra.

O Ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho, disse que o Governo “...não

topa negociar nada com os ruralistas, a não ser o zoneamento econômico ecológico

que já estava no projeto do CONAMA”.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 092.2.51.O Tipo Sessão: Ordinária - CDData: 24/05/00 Montagem: S érgio

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O Zoneamento definirá que áreas têm vocação agrícola e ambiental em cada

um dos Estados da Amazônia. Enquanto esse estudo não ficar pronto, os

fazendeiros serão obrigados a manter 80% da fazenda como área protegida.

O Estado de Rondônia, Sr. Presidente, já concluiu a 2ª Aproximação do

Zoneamento Socioeconômico Ecológico, “...já fez o seu dever de casa”. Vamos

lutar e defender tudo aquilo que ficou estabelecido na lei complementar de 17 de

maio de 2000. Não concordo com a intromissão impositiva de ONGs —

Organizações Não-Governamentais, transnacionais, como Greenpeace e WWF,

como interveio o Banco Mundial no POLONOROESTE e depois no PLANAFLORO.

Não quero ver acontecer em Rondônia ação como a noticiada pelo Jornal do

Brasil , na edição de 20 de maio último, sob o título “Em Defesa da Floresta”, na

qual uma moderna e vistosa embarcação fluvial do Greenpeace escoltava quase

300 toras de madeira ilegalmente cortadas, em uma remota área da Amazônia, no

Rio Juruá, e transportadas, a pedido do IBAMA, para o Município de Carauari,

Amazonas.

Muito obrigado.

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O SR. ALOÍZIO SANTOS (Bloco/PSDB-ES. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, já está em funcionamento, no Aeroporto de

Vitória, desde os primeiros minutos de hoje, o sistema informatizado de

gerenciamento e controle de mercadorias importadas, permitindo maior agilidade

para os fiscais da Receita Federal que atuam no setor e maior comodidade para os

importadores.

Trata-se do Sistema de Gerenciamento do Manifesto, do Trânsito e do

Armazenamento (MANTRA). O sistema, que já havia sido implantado em vinte

aeroportos do País, passa a ser operado também em Vitória. A implantação foi

possível a partir da internacionalização do aeroporto da Capital, para o transporte

de cargas.

O Assessor da Alfândega do Porto de Vitória, José Henrique Mauri, explicou

que até ontem o controle de mercadorias que chegavam ao Estado por via aérea

era manual. Agora, com o gerenciamento eletrônico, a Receita Federal e os

importadores poderão acompanhar, on line , todas as etapas do transporte, desde a

origem da mercadoria.

Com o MANTRA, todo o gerenciamento das mercadorias importadas é feito

em tempo real e por um sistema interligado, que permite ao importador e aos fiscais

o acompanhamento total da operação. O novo sistema representará agilidade para

os fiscais e para os importadores, e a principal vantagem, no caso de Vitória, é a

eliminação da necessidade de deslocamento físico do papel, ressalta José Mauri.

Ele conta que quando da chegada de mercadorias importadas, pelo controle

manual, havia necessidade de lançamento de aviso da chegada da mercadoria,

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novo comunicado à Alfândega e deslocamento dos papéis, via malote, para o

Centro, onde funciona a Alfândega.

Outro assunto, Sr. Presidente.

O Programa de Saúde da Família deverá beneficiar 50% da população

capixaba até o fim do ano. O Governo Federal está disponibilizando recursos para

a criação de mais 250 equipes de agentes sanitários no Espírito Santo. Atualmente

existem 184 equipes, que cobrem apenas 20% dos Municípios do Estado, conforme

dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

A ampliação do projeto, conhecido como médico de família, integra a mais

importante ação do Governo na área da saúde. Durante seminário realizado ontem

na Feira da Solidariedade, em Vitória, o Ministro da Saúde, José Serra, destacou

que a maior parte dos problemas no atendimento em hospitais públicos não

ocorreria se a população tivesse acesso a uma ampla rede de atenção básica. "A

atenção básica tem importância vital para a qualidade no atendimento e economia

no setor", afirmou o Ministro.

Cada equipe, composta por um médico, um enfermeiro, dois auxiliares de

enfermagem e cinco agentes de saúde, atende a um grupo de mil pessoas. O

Secretário de Estado da Saúde, João Felício Scárdua, anunciou, porém, um

percentual de cobertura do programa maior do que o anunciado pelo Governo

Federal. "Atendemos 41 municípios com menor população do Estado. Até o final do

ano teremos mais de 80% de cobertura nessas cidades", garantiu Scárdua.

O Governo Federal anunciou também que obteve financiamento externo de

US$200 milhões para treinamento de 250 mil atendentes de saúde, que trabalham

sem qualificação escolar. O Ministro afirmou que a transferência de recursos para o

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Estado aumentou em 58% nos últimos três anos. Serra abordou também as

recentes irregularidades ocorridas no Estado, como os problemas em centros de

hemodiálise e clínicas que distribuíam sangue contaminado. "O mau

comportamento na saúde continua existindo. Estamos enfrentando, mas ainda não

resolvemos tudo", afirmou. O Ministro ressaltou que o pagamento do Sistema Único

de Saúde (SUS) ainda apresenta valores baixos. "O SUS não paga bem, no entanto

precisamos de mais dinheiro. Por isso, estamos na batalha pela aprovação de uma

emenda que garante recursos modestos, mas estáveis, para a saúde".

O Programa Avança Brasil, abordado por Serra durante o seminário, prevê

ainda uma campanha contra a cesariana. Segundo ele, o País registrava 33 mortes

para cada 100 mil partos. "Houve uma queda da mortalidade materna. O índice caiu

para 25,7 mortes no ano passado".

Sr. Presidente, peço a divulgação deste pronunciamento em todos os meios

de comunicação da Casa.

Era o que eu tinha a dizer.

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O SR. ALBERTO MOURÃO (Bloco/PMDB-SP. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a violência resultante de

rebeliões nas unidades da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor de São

Paulo aumenta a cada dia. Notícias de revoltas são veiculadas quase que

diariamente nos meios de comunicação, tendo resultados cada vez mais

desastrosos, com mortos e feridos entre internos e policiais.

Essas unidades da FEBEM transformaram-se em verdadeiros depósitos de

crianças e adolescentes, que mais produzem criminosos em série do que os

recuperam.

Acreditamos que existam algumas soluções e que estejam ao nosso alcance.

Temos que descentralizar as unidades da FEBEM. Esta nossa proposta

justificou emenda de nossa autoria, no valor de R$40 milhões, para a construção

dessas unidades, integrando hoje o Plano Plurianual (PPA) do Governo para este

ano. Esses recursos podem assegurar parcerias com os Municípios, que

construiriam unidades de menor porte.

Abrigando um número menor de internos, com atendimento clínico,

psicológico e social, certamente haveria maior controle por parte da administração.

A qualidade dos serviços aumentaria, já que cada profissional que trabalha nessas

unidades poderia dar mais atenção aos internos, conseguindo resultados mais

rápidos e mais objetivos.

Essas unidades descentralizadas têm outro objetivo: aproximar o menor

interno de seus familiares, estendendo o serviço psicológico, médico e social aos

pais. Sabemos que o desajuste da família também é motivador da ação do menor.

Essa proximidade com os pais e o atendimento clínico e social para ambos, sem

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dúvida, contribuiriam para a recuperação, que tem de ser o maior objetivo da

FEBEM.

A administração partilhada entre Estado e Municípios garantiria o

atendimento de melhor qualidade ao qual nos referimos, aproveitando a

infra-estrutura já existente nas cidades.

Para colocar em prática a proposta, precisamos da apresentação de projetos

do Executivo Estadual e, assim, garantir a verba para a construção dessas

unidades.

Acreditamos que a presente solução ponha um basta às rebeliões e que, em

futuro bem próximo, as unidades da FEBEM sejam motivo de orgulho na

recuperação de crianças e adolescentes infratores.

Enfatizo, senhoras e senhores: unidades menores da FEBEM, em vários

Municípios do Estado, aproximando o interno de sua família, com o atendimento

necessário para ambos; menor concentração de revoltosos e maior controle sobre

os mesmos é o caminho para colocarmos fim na triste realidade que nos impõem as

rebeliões na FEBEM.

Era o que tinha a dizer.

Obrigado.

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O SR. LUÍS EDUARDO (PDT-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, constantemente tenho denunciado os

aumentos abusivos dos preços dos remédios. Trata-se de um problema que exige

adoção de providências rigorosas e urgentes do Governo, inclusive porque não se

pode perder de vista que a elevação dos preços dos medicamentos atinge

principalmente o bolso e a saúde dos segmentos mais pobres da população.

Conforme pesquisa do Conselho de Farmácia do Distrito Federal (CRF-DF) e

do Instituto de Defesa dos Usuários de Medicamentos (IDUM), os preços de 49

medicamentos tiveram reajustes de 0,11% a 65,56% na virada de abril para maio. O

maior aumento foi do antidepressivo Limbitrol, do laboratório ICN Farmacêutico

(Grupo Roche). No mês de abril, o Limbitrol com vinte cápsulas custava, segundo o

preço de apresentação, R$3,02; em maio, ele passou a ser vendido a R$5,00. O

segundo maior reajuste foi do Dipirona 500 miligramas, um analgésico antitérmico

da Cimed, cujo preço teve aumento de 46,15%, passando de R$18,57 para

R$27,14. Entre os produtos relacionados na pesquisa, o Ferroplex, complexo

vitamínico da Cimed, aumentou 31,57%; o Efurix, droga usada para o combate ao

câncer de pele e produzida pela ICN Farmacêutica, 11,35%; e o Isordil Sublingual,

vasodilatador coronariano produzido pelo Laboratório Novaquímica Sigma (White)

e largamente utilizado pelos portadores de deficiências cardíacas, 8,17%.

Ocorrem também casos como o do Ginecoside, da Darrow, medicamento

indicado no tratamento de amenorréias secundárias e que, nos meses de abril e

maio, teve seu preço reajustado em 1,89% e 2,01%, respectivamente.

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Todos os medicamentos em questão fazem parte da lista de 4 mil itens

preparada pela revista Abcfarma , publicação usada pelas farmácias para a

definição dos preços.

Importa notar, sobretudo, que os aumentos verificados nos remédios são

injustificáveis e inaceitáveis. De acordo, inclusive, com a Portaria nº 127 do

Ministério da Fazenda, os laboratórios são obrigados a apresentar relatórios dos

preços.

Os reajustes, vale dizer, estão situados muito acima dos índices da inflação

e, sem dúvida, tendem a gerar sérias dificuldades para o trabalho de estabilização

da economia. Como afirmou o Presidente do Conselho de Farmácia do Distrito

Federal, Sr. Antônio Barbosa da Silva: “Não há explicação para que isso esteja

ocorrendo, porque a maior parte da matéria-prima tem sofrido uma redução de

custo”.

Na notícia publicada no Jornal de Brasília de 5 de maio, o Presidente do

CRF-DF responsabiliza o próprio Ministério da Fazenda por ter concedido

autorização para os aumentos abusivos.

Ao combater a elevação dos preços dos remédios, o Conselho de Farmácia

também anunciou que, no mesmo período, o laboratório Cibran, contrariamente à

decisão de outros laboratórios, reduziu os preços de 21 medicamentos, entre os

quais a Eritromicina e o Amplitor, que tiveram queda nas tarifas de 30,37% e 10%,

respectivamente.

O dirigente do setor farmacêutico esclarece que todo mês o CRF-DF e o

IDUM encaminham denúncias sobre os preços dos remédios à Secretaria de Direito

Econômico, vinculada ao Ministério da Fazenda, e ao Conselho Administrativo de

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Defesa Econômica (CADE), mas, a despeito de o CADE geralmente considerar

abusivos os aumentos, o Ministério acaba mandando arquivar o processo e, agindo

assim, tem dado ensejo até a suspeitas de prática de crime de improbidade

administrativa.

Justamente por essa razão, chegou a ser feito apelo ao Presidente Fernando

Henrique Cardoso para que cobre explicações do Ministro da Fazenda, Pedro

Malan.

O Governo, por intermédio dos setores responsáveis pela fiscalização sobre

o setor farmacêutico, precisa determinar as medidas cabíveis contra os aumentos

abusivos nos preços dos remédios, impedindo que sejam causados prejuízos ainda

maiores ao consumidor e à saúde da população.

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O SR. CUNHA BUENO (PPB-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, faleceu no dia 12 do mês de abril último, em

São Paulo, Paulo Viriato Corrêa da Costa, natural de Santos, cidadão brasileiro de

renome internacional.

Arquiteto, formado pela Universidade Mackenzie, e homem de empresa,

liderava o Grupo Arena, constituído de cinco organizações de grande porte,

voltadas para a área imobiliária de construções. Presidia, também, o Conselho de

Administração da Família Paulista Crédito Imobiliário S/A.

Era, ainda, Paulo:

— Cavaleiro da Soberana Ordem Militar de Malta;

— Membro da ADESG, Associação dos Diplomados pela Escola Superior de

Guerra;

— Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santos;

— Membro do Conselho do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos;

— Presidente do Conselho da Fundação Pinacoteca Benedict Calixto;

— Membro do Clube Cívico 21 Irmãos Amigos;

— Membro do Conselho Deliberativo da Associação dos Amigos da Cidade

de Santos;

— Membro do Conselho do Museu de Arte Sacra de Santos;

— Membro do Conselho Deliberativo do Clube XV;

— Presidente de Mesas Eleitorais em várias eleições;

— Membro do Corpo de Jurados da Comarca de Santos;

— Membro de várias entidades filantrópicas, culturais e esportivas de

diversas cidades brasileiras.

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São, ademais, incontáveis suas comendas e condecorações, entre as quais

os honrosos títulos de Cidadão Honorário do Estado do Rio de Janeiro e de

Cidadão Honorário do Estado de Mato Grosso, além de mais de uma dúzia de

cidades brasileiras de grandes proporções, como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto

Alegre e de diversas cidades e Estados norte-americanos, como West Virginia,

Maryland, New Orleans, Lafayette City, Knoxville e Poplar Bluf.

Acrescentaremos, apenas para ilustrar, à sua incontável lista de honrarias o

título de Professor Honorário de Arquitetura da Universidade “Madre y Maestra”, de

Santiago de Los Cabaleros, na República Dominicana; o Troféu Condor de Los

Andes, concedido pela Argentina e pelo Chile; o título de Coronel Ajudante de

Campo do Estado do Tennessee; membro da Ordem Honorária dos Coronéis do

Kentucky; a Medalha da Saúde, concedida pelo Ministério da Saúde da Venezuela;

Delegado Honorário de Agricultura do Estado da Louisiana, nos Estados Unidos; e

ainda ajuntaríamos a Medalha de Honra a ele concedida pelo Conselho da Europa.

Dada sua extraordinária operosidade e encendrado interesse pelos

problemas sociais e ecológicos, foi levado por amigos para o Rotary Club de

Santos, do qual logo se fez presidente. A seguir, indicado Governador do Distrito

4610, do Rotary International, abrangendo larga área do Estado de São Paulo,

incluídas, entre outras, sua Capital, as cidades do ABC, Mogi das Cruzes, Santos e

São Vicente.

Eleito, ainda, Diretor do Rotary e, a seguir, seu Vice-Presidente, foi elevado

à Presidência do Rotary International em 1990, um dos três únicos brasileiros que

já alcançaram esse dignificante cargo: com ele, de São Paulo, Armando de Arruda

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Pereira e, do Rio de Janeiro, Ernesto Imbassahy de Mello, ambos também

falecidos.

Concluído brilhantemente seu mandato, foi eleito Curador da Fundação

Rotária, o grande braço assistencial do Rotary, instituição considerada como uma

das maiores fundações prestadoras de serviços do mundo e que, somente nos

últimos anos, aplicou, em benefício de populações carentes e, especialmente no

combate às moléstias infecciosas de caráter endêmico, mais de 300 milhões de

dólares, tendo participado ativamente nas campanhas brasileiras de erradicação da

poliomielite.

Na Presidência do Rotary, Paulo Viriato percorreu um sem-número de

países, a serviço de sua instituição, transformando-se, dessa forma, num

verdadeiro embaixador honorário do Brasil, cuja história e cujos aspectos capitais

procurou divulgar com grande desvelo. Lutou, particularmente, para que os povos

visitados adquirissem consciência da importância inarredável da defesa do meio

ambiente, lançando um ambicioso projeto ecumênico denominado Salve o Planeta

Terra.

Sua grande paixão era o Rotary, instituição fundada nos Estados Unidos em

1905, que acabou tornando-se uma força considerável por suas campanhas de

caráter universal em benefício de comunidades carentes. Hoje, mais de 1 milhão e

200 mil pessoas, homens e mulheres, dedicadíssimos voluntários, trabalham para a

instituição, que conta, ainda, com a ajuda de 300 mil jovens, todos empenhados, em

162 países, em melhorar as condições de vida dos menos aquinhoados.

Paulo deixara-se tomar pelo movimento rotário, cujos objetivos defendia e

propagava entusiasticamente, como a adoção de elevados padrões de ética na

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atividade profissional, de interesse pelos problemas da comunidade e pela

aproximação dos profissionais e homens de empresa de todo o mundo, através de

cuja congregação se poderia alcançar a paz e a compreensão mundial.

Idealista por natureza, Paulo Viriato Corrêa da Costa acreditava nisso.

Cidadão prestando, de notável espírito público, de larga envergadura moral e

inflexível retidão de caráter, representa seu desaparecimento, para os homens

dignos deste País, que ele tanto amou, uma perda irreparável.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com profunda tristeza e pesar que os

Parlamentares integrantes da bancada do Estado da Bahia trazem ao

conhecimento desta Casa a notícia do falecimento do Deputado Estadual Paulo

Jackson, do Partido dos Trabalhadores.

Paulo Jackson, antes de Parlamentar do PT, foi um combativo militante das

causas populares, vigilante dos mais nobres interesses da população da Bahia,

atuando sempre com rigor e ética nos diversos embates em que esteve envolvido

ao longo de sua curta, porém, brilhante trajetória política.

Foi um dos mais firmes e radicais opositores da política de opressão aos

trabalhadores, defendendo com firmeza os compromissos assumidos com a

população baiana durante o período em que esteve à frente de seu mandato na

Assembléia estadual.

O companheiro Paulo Jackson, filho de João Vilasboas Castro e Placídia

Cardoso Vilasboas, nasceu em 8 de junho de 1952, no Município de Caetité, Bahia.

Em 1964, concluiu o primário no Grupo Escolar Monsenhor Bastos, no

Município de origem. Cursou o secundário no Instituto de Educação Anísio Teixeira,

naquela cidade. Foi em Salvador, no Colégio Estadual da Bahia — o CENTRAL,

palco de grandes lutas contra a ditadura e celeiro de grandes políticos, que

concluiu, em 1971, o científico. Em 1976, formou-se em Engenharia Civil, pela

Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia.

Ocupou o cargo de Técnico da Secretaria do Planejamento em 1977;

ingressou como funcionário da Empresa Baiana de Água e Saneamento —

EMBASA, desde 1977; foi Diretor do Sindicato dos Engenheiros da Bahia de 1981 a

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1986; ocupou a Presidência do Sindicato dos Trabalhadores de Água e Esgoto da

Bahia, de 1986 a 1992. Assumiu, no período de 1990 a 1993, o cargo de

Secretário- Geral do Departamento Nacional dos Urbanitários da Central Única dos

Trabalhadores. Foi Diretor Estadual da Central Única dos Trabalhadores — CUT no

período de 1992 a 1994. Atuou como representante da Federação Nacional dos

Trabalhadores nas Indústrias Urbanas, no Conselho Nacional de Saneamento, no

período de 1992 a 1993.

O movimento sindical sentirá falta do seu braço forte. Foram muitas as

conquistas. Se os trabalhadores da EMBASA têm muito a agradecer a Paulo

Jackson pelas vitórias da categoria, os companheiros sindicalistas não têm menos,

pois a cada disputa de sindicato contra os "pelegos" todos sabiam a quem recorrer.

A cada mesa de congresso em que a seriedade e agilidade eram requisitos

básicos, Paulo Jackson era chamado para dirigir. As defesas de propostas dos

históricos embates do movimento sindical em que o discurso tinha que ser firme e

sem "perdão" estavam na voz de Paulo Jackson. A CUT orgulha-se de ter sido

construída com a seriedade, a austeridade, a ética, a verdade, a bravura e, ao

mesmo tempo, com o senso de companheirismo de Paulo Jackson.

Nas eleições de 1992, a população baiana aguardava ansiosa sua estréia

como Parlamentar, uma vez que ocupava a vaga de suplente de Deputado

Estadual, pelo Partido dos Trabalhadores.

Em 1993, enfim, assumiu o mandato, e, desde então, a Assembléia

Legislativa da Bahia nunca mais foi a mesma. Deputado atuante, honrando o

compromisso assumido com o povo, foi eleito para o período de 1995 a 1999. Como

resposta ao seu excelente trabalho desempenhado no Parlamento, o povo baiano o

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reelegeu para o mandato de 1999 a 2003. O destino não quis que terminasse mais

esta etapa da vida.

No Parlamento foi Líder da Oposição em 1997 e 1999, Líder do Partido dos

Trabalhadores de 1995 a 1999, Líder do Bloco Parlamentar PT /PCdoB várias

vezes, Vice-Presidente das Comissões: Proteção ao Meio Ambiente (1994);

Constituição e Justiça (1995-1997-1999); Relator da Comissão Especial Sobre

Código de Ética e Decoro Parlamentar (1996-1997); Titular das Comissões:

Proteção ao Meio Ambiente (1993-1995-1997); Saúde e Saneamento (1993-1994);

Especial de Consolidação das Leis (1993-1994); Especial de Divisão Territorial

(1995-1996); Fiscalização e Controle (1999). Atuou, ainda, como suplente das

Comissões: Constituição e Justiça (1993-1994); Especial de Divisão Territorial

(1997); Finanças e Orçamento (1999); Proteção ao Meio Ambiente (1999).

Pelo brilhante trabalho realizado na Casa legislativa, recebeu o Troféu

"Destaque em Plenário", pelo Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa, em

1993; Prêmio Luís Cabral, destinado ao melhor Líder da representação partidária,

pelo Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa, em 1994 e 1995, Troféu

"Parlamentar", destinado ao melhor Deputado, pelo Comitê de Imprensa, em 1996.

Se houvesse algum prêmio para aquele que tivesse pleno domínio do Regimento

da Casa e perspicácia para usá-lo nos momentos certos, sem dúvida, Paulo

Jackson seria o primeiro colocado, incontestavelmente.

O Partido dos Trabalhadores, a Oposição e a sociedade baiana perdem um

grande referencial. Um cidadão que traduzia o futuro, a esperança de dias

melhores. Sua partida, entretanto, não significa o fim, e sim a marca de um projeto

político que o Brasil, especialmente a Bahia, continuará esperando que um dia

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aconteça. E daí, companheiro, de onde você estiver assistindo, saberá que não foi

em vão, pois, mesmo ausente, sua participação será lembrança viva dos que nunca

se intimidaram para ver uma sociedade, de fato, organizada, com seus direitos

reconhecidos e poder assim dizer: "O sonho não acabou".

Dê-se conhecimento desta moção à família do Deputado Paulo Jackson, à

CUT, ao SINDAE, aos demais sindicatos filiados à CUT, ao PT Estadual e Nacional,

aos demais partidos políticos, aos trabalhadores da EMBASA, da CETREL e CERB,

às ONGs ambientais, à imprensa e ao Diário Oficial do Estado da Bahia.

Solicitamos, ainda, à Mesa Diretora da presente sessão que autorize a

divulgação desta moção nos órgãos de comunicação da Casa, bem como proceda

ao seu registro em A Voz do Brasil .

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O SR. MÁRIO NEGROMONTE (Bloco/PSDB-BA. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, retorno à tribuna para tecer

considerações sobre o aprimoramento da qualificação dos professores municipais e

dar entrada em indicação que faço ao Executivo — Ministério da Educação, ato que

realizo neste momento, passando-a às suas mãos, Sr. Presidente, com o intuito de

dar a esses professores instrumentos e meios para melhor cumprimento de suas

louváveis tarefas.

Na Antigüidade, até os fins da Idade Média, a educação era privilégio de

nobres e do clero, apenas. Com a evolução social da humanidade, houve

democratização do ensino, que passou a ser privilégio de todos.

No Brasil de nosso dias, já se notam os efeitos desse esforço para

democratizar o ensino, tendo os índices de analfabetismo registrado benéfica

redução, ano a ano.

Porém, os professores, esses multiplicadores e semeadores do saber,

enfrentam desafio moderno de lidar com um universo de conhecimentos cada vez

mais amplo e impossível de abarcar, mesmo com a mais esplêndida inteligência

que um ser humano possa ter. E os professores necessitam acessar essas

toneladas de conhecimentos para poder transmitir corretamente a seus alunos as

informações que possuem.

Eis por que estou levantando esta bandeira, ao encaminhar indicação que

prevê a aquisição de computadores pelos professores municipais, com 50% do

valor dos mesmos subsidiados pelo Ministério da Educação, 25% do valor dos

mesmos subsidiados pelas Prefeituras Municipais, e os restantes 25% pelos

professores, através de financiamento.

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Estou certo da justeza dessa idéia, que possibilitará aos professores o

acesso ao programa Telecurso 2º Grau, aos sites de universidades, centros de

pesquisas, centros de lingüística, História, Geografia e Matemática etc. É um passo

à frente, rumo a um Brasil mais justo e de iguais oportunidades para todos.

Assim, Sr. Presidente, nobres Deputados, espero estar beneficiando essa

heróica e laboriosa classe, que necessita de meios para exercer plenamente o

magistério, num mundo onde as informações multiplicam-se a cada dia.

Era o que eu tinha a dizer.

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O SR. ARY KARA (PPB-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, foi com muito orgulho que me formei advogado

através da Faculdade de Direito da Universidade de Taubaté, notável instituição de

ensino superior de onde saem anualmente excelentes profissionais, que hoje

emprestam seus conhecimentos nos mais altos cargos, por todo o País.

E foi, Sr. Presidente, como Deputado Federal representante da região do

Vale do Paraíba no Congresso Nacional e profissional formado em Ciências

Jurídicas que estive com muita satisfação, no dia 31 de março último, na solenidade

de inauguração da Casa do Advogado e da Cidadania de Pindamonhangaba.

Compareceu à solenidade um grande número de autoridades e convidados,

que lotaram as dependências da entidade, sobejamente conhecida da população

pelo excepcional trabalho que vem desenvolvendo, ao longo da história, na defesa

intransigente dos lídimos e inalienáveis direitos civis e sociais. Fizeram-se

presentes o Exmo. Dr. Rubens Approbato Machado, Presidente da Ordem dos

Advogados do Estado de São Paulo; o Dr. Carlos Miguel C. Aidar, Secretário-Geral

da OAB paulista; o Dr. Orlando Maluf Hadad, Secretário-Adjunto da OAB/SP; o Dr.

Luiz Eduardo de Moura, Conselheiro estadual da OAB/SP, representante da região

do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira na OAB paulista. Dentre

outras autoridades, registramos ainda a presença do Exmo. Prefeito Municipal de

Pindamonhangaba, Dr. Vito Ardito Lerário; do Exmo. Presidente da Câmara

Municipal, Dr. Noriaki Odan; do Exmo. Dr. Marco Antônio Montemor, Juiz de Direito

e Diretor do Fórum de Pindamonhangaba; e inúmeras outras personalidades locais

e regionais, que prestigiaram o ato.

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Na oportunidade, visitamos as novas e modernas instalações da OAB de

Pindamonhangaba, a qual possui um amplo espaço, inclusive com um completo

auditório, destinado à realização de palestras e cursos de atualização para os

advogados do Município e também para melhor atender a população no exercício

da cidadania, notadamente no tocante à assistência judiciária aos carentes.

Na mesma oportunidade, Sras. e Srs. Deputados, foi oferecida uma justa

homenagem ao Dr. Rubens Approbato Machado, ao Dr. Carlos Miguel C. Aidar e ao

Dr. Luiz Eduardo de Moura, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados

à advocacia paulista.

Iniciei este pronunciamento, Sr. Presidente, lembrando minha formação

acadêmica jurídica. E encerro falando de meu orgulho, como advogado que sou, da

forma competente, séria e profissional com que vem sendo administrativa a Ordem

dos Advogados do Estado de São Paulo, destacando ainda a representatividade da

minha região no Conselho Estadual da OAB/SP, na qual nossos representantes

lutam sem mensurar esforços para conseguir o fim almejado por todos os

advogados e pela população, pois a entidade, nos dias de hoje, tem efetivamente

prestado serviços aos advogados e à população em geral.

Cumprimentamos, desta tribuna da Câmara Federal, todos os diretores,

associados, advogados, funcionários e colaboradores, bem como a Dra. Iara

Medeiros Batista, Presidente da 52ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil

— Pindamonhangaba, pela inauguração de sua nova e grandiosa sede, que é

motivo de orgulho para todos nós, que amamos e respeitamos aquela cidade.

Sr. Presidente, passo a abordar um segundo assunto.

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Sendo a vida o nosso dom mais precioso, ela deve ser preservada com todos

os cuidados e critérios, pois, como disse Machado de Assis, viver é aceitar as

coisas integralmente, com seus ônus e percalços, glórias e desdouros. E,

indubitavelmente, desde o nascimento de um ser humano, sempre há a presença

do enfermeiro, cuidando com extremo carinho para que esse precioso dom seja

longo e gloriosamente pródigo.

No dia 12 de maio comemoramos o Dia do Enfermeiro. Não poderia deixar,

nesta oportunidade, de saudar a tão nobres profissionais, que atendem a todos com

respeito e profissionalismo, seja na alegria do nascimento de uma criança, seja no

momento delicado de uma moléstia. Levar conforto aos pacientes, como

verdadeiros sacerdotes da saúde, é a missão edificante desses profissionais,

presentes nos hospitais, maternidades, enfermarias, prontos-socorros, clínicas.

As equipes de enfermagem, compostas por profissionais de nível

universitário e auxiliares de enfermagem, são as grandes retaguardas para médicos

e cirurgiões no delicado e vital trabalho de cuidar de pacientes, no sagrado mister

de amenizar os sofrimentos e preservar a vida.

Existem atuando no Brasil mais de 70 mil enfermeiros, segundo dados do

COREN — Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. São profissionais

formados através de cursos superiores e que possuem registro profissional

obrigatório no Conselho Federal de Enfermagem. Os mesmos exercem o seu

trabalho juntamente — e não subordinadamente — aos médicos. Já os auxiliares e

técnicos de enfermagem, que são componentes de uma equipe de trabalho, atuam

sob a supervisão de um enfermeiro.

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É importante ressaltarmos tais detalhes, Sras. e Srs. Deputados, para que

fique bem delineado o perfil profissional e o grau de formação dos enfermeiros,

habilitados após conclusão de curso superior.

São muitos, atualmente, os cursos para formação de enfermeiros — até

recentemente conhecidos como enfermeiros de alto padrão — em nosso País. Na

região do Vale do Paraíba, por exemplo, destaca-se a Universidade de Taubaté,

com um curso de enfermagem dos mais conceituados, e que vem formando

profissionais habilitados para exercerem a profissão em todas as nossas

instituições médico-hospitalares. Na cidade de Cruzeiro, no chamado Vale

Histórico, destaca-se o CEETPS Professor José Santana de Castro, antigo CEMA,

que forma, em nível médio, técnicos e auxiliares de enfermagem. Trata-se de uma

instituição estadual modelar, muito bem conceituada, formando profissionais que

são aproveitados por hospitais e clínicas de toda a regiãovale-paraibana.

É gratificante, Sr. Presidente, observar pessoas que, por um problema ou

outro, têm de passar por um hospital, encontrarem para atendê-las enfermeiros

cônscios de suas responsabilidades, sabedores de que estão tratando de seres

humanos com problemas de saúde — e, conseqüentemente, vivendo momentos

delicados.

E nos quartos de hospital, com o pronto e eficiente atendimento por parte de

médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, o que vemos são pacientes

tendo uma melhora considerável, graças a essa forma de carinho, atenção e

cuidados redobrados.

Por tudo isso, cumprimentamos nesta oportunidade a todos os enfermeiros e

enfermeiras que cotidianamente se dedicam ao verdadeiro sacerdócio de salvar

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vidas, um trabalho que precisa ser cada vez melhor reconhecido e remunerado por

todas as autoridades e administradores hospitalares.

Parabéns, enfermeiros e enfermeiras, pelo transcurso desta data de alto

significado para todos nós.

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O SR. PRESIDENTE (Severino Cavalcanti) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao nobre Deputado Gonzaga Patriota, a quem a Mesa

agradece a tolerância de ter aguardado quarenta minutos.

S.Exa. dispõe de 25 minutos.

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O SR. GONZAGA PATRIOTA (Bloco/PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Severino Cavalcanti, Sras. e Srs. Deputados, bastam as

observações e o agradecimento do Sr. Presidente para que este Parlamentar já se

satisfaça com o pronunciamento nesta fase do Grande Expediente.

Sr. Presidente, ouvi atentamente, durante quase duas horas, revezando-se

na tribuna, Parlamentares de diversas ideologias políticas, cujos discursos sempre

alertaram para o momento difícil por que passa a Nação. Foram discursos de toda

ordem, mas todos eles mostraram preocupação com a nossa pátria.

Antes de dar seqüência a nosso pronunciamento, gostaríamos de nos

associar aos servidores públicos de todo o País que hoje, desde as primeiras horas

da manhã, começaram a chegar a Brasília. Esses servidores, reunidos desde 9 ou

10 horas da manhã em frente aos sindicatos, às federações, à Confederação

Nacional, estão agora ornamentando as largas avenidas de Brasília e em ordem,

com respeito e disciplina, trazem veemente apelo ao Sr. Presidente da República.

Sr. Presidente, tudo tem limite! Tudo tem limite! Mas parece-me que o

Governo brinca, faz vista grossa ou fica surdo na hora de enxergar os problemas da

Nação, na hora de ver os problemas dos servidores públicos federais — e, por

tabela, também dos estaduais e municipais.

O dicionário Aurélio diz que servidor é a pessoa que serve, é a pessoa que

zela pelo patrimônio público; mas servidor, para o Sr. Fernando Henrique Cardoso,

é o vilão de todo o desmantelo deste País.

Por isso, gostaríamos de prestar esta homenagem aos servidores públicos,

associando-nos aos Parlamentares que os defendem. Precisamos, pelo menos,

dar-lhes condições de trabalho para que possam desempenhar suas tarefas. É

preciso que o Governo faça pelo menos a reposição de suas perdas salariais.

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Mesmo com a inflação controlada durante esses seis anos do Governo Fernando

Henrique Cardoso, acumulou-se um alto índice de perdas salariais. Mas não vemos

vontade do Governo nem em promover a reposição dessas perdas.

Mas nós sabemos, Sr. Presidente, que isso ocorre por submissão aos

grandes especuladores, os bancos privados, que levaram um sexto do Orçamento

Fiscal da União deste ano, 15% do PIB, o que significa que mais de 150 bilhões de

reais estão reservados para socorrer os bancos privados.

Entendemos que a reeleição do Sr. Fernando Henrique Cardoso foi um

processo de estelionato eleitoral. Estelionato eleitoral, repito, porque o Presidente

segurou o câmbio o quanto pôde, mantendo o valor do real paralelo ao do dólar,

fazendo crescer em muito a nossa dívida interna — sem falar na dívida social e na

dívida externa; sem falar na empresa privada que contraiu dívida em dólares; sem

falar do empresariado que acreditou na paridade de nossa moeda em relação ao

dólar, na valorização do real, e endividou suas empresas. Muitas delas, hoje, estão

fechando. O atual número de desempregados em nosso País deve-se também à

confiança que o empresariado teve nas promessas do Sr. Fernando Henrique

Cardoso.

É por isso que asseguramos — não há dúvida alguma — ter havido

estelionato eleitoral para a reeleição do Sr. Fernando Henrique Cardoso. Foi com

ele que surgiu a desvalorização do real. Foi com ele que se deu a explosão da

dívida pública e a estagnação da economia. Com a desvalorização, veio então o

aumento dos combustíveis, que puxou todos os demais aumentos, como é o caso

das tarifas públicas. E quem não sabe que o servidor público, que ganhava "x", e

tinha um alicerce de trabalho, hoje continua ganhando "x", e não o tem mais?

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Pagávamos R$0,63 por um litro de gasolina, e hoje pagamos R$1,30; o pobre lá do

morro pagava R$6,80 por um botijão de gás, e hoje paga R$14,00.

Então, Sr. Presidente, saudamos os servidores públicos federais e apoiamos

o seu movimento, que puxa o dos servidores estaduais e adverte os servidores

municipais, dando a este nosso pronunciamento o título: reeleição do Sr. Fernando

Henrique Cardoso — fraude ou estelionato eleitoral?

Deputado Agnaldo Muniz, eminente Deputado de Rondônia, com alegria

concedo a V.Exa. um aparte.

O Sr. Agnaldo Muniz - É com muito prazer que brindo o nobre Deputado

Gonzaga Patriota pelo brilhante pronunciamento, em que V.Exa. deixa muito claro

que a política neoliberal empreendida pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso

tem levado, de forma sorrateira e traiçoeira, essa classe trabalhadora a rastejar

com um pires na mão. Os servidores públicos, que prestam serviços à sociedade,

ao concidadão brasileiro, refletem o trabalho do Poder Executivo. Mas, lá na ponta,

ele está sendo desvalorizado, pois é passado para a sociedade que é o servidor

público o grande bicho-papão que causa problemas para a economia brasileira.

Isso não é verdade! Sr. Presidente, se compararmos o nosso percentual de

servidores públicos com o da Europa, concluiremos que estamos abaixo da média.

Por isso, deveria haver políticas de valorização do servidor público, deveriam ser

feitos empreendimentos para que eles pudessem viver melhor, com mais

tranqüilidade, porque, como bem disse o nobre Deputado, essa é uma classe que

serve à população brasileira. Na verdade, o Presidente da República, desde o

início, com essa política neoliberal, reza por cartilha estabelecida pelo FMI, que

visa ao fortalecimento da economia em detrimento do bem-estar das pessoas.

Estamos sofrendo com isso no Estado de Rondônia, onde o Governo neoliberal

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levou a efeito a demissão de mais de 10 mil servidores públicos. Isso não é outra

coisa senão o resultado da política estabelecida pelo Governo Federal, que está

trazendo grande prejuízo à Nação brasileira. Quero, neste aparte a seu

pronunciamento, me coadunar ao pensamento de V.Exa., porque devemos valorizar

os servidores públicos, classe que está há mais de cinco anos sem aumento, sem

ter seu trabalho reconhecido. Precisamos, sim, de políticas justas, que valorizem a

classe, para que esta melhor possa servir à sociedade brasileira. Portanto, quero

parabenizar V.Exa., que, com muita propriedade e brilhantismo, tece comentários

sobre esse assunto, que deve ser acompanhado por nossos Pares nesta Casa.

Precisamos trabalhar para que essa classe seja valorizada e reconhecida. Muito

obrigado.

O SR. GONZAGA PATRIOTA - Nobre Deputado Agnaldo Muniz, com a

permissão de V.Exa., incorporo seu aparte ao meu pronunciamento — e o faço pelo

o conhecimento que V.Exa. tem deste Governo e do sofrimento dos trabalhadores

da Região Norte.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vivemos a debilidade causada pelo

processo de estabilização e pela conseqüente abertura comercial às empresas

estrangeiras. As reformas na Constituição processadas pelo Congresso Nacional

abrem por demais as condições para que empresas estrangeiras venham competir

com as brasileiras.

Pergunto, futuro Presidente Severino Cavalcanti: como instalamos as

empresas brasileiras? Deus sabe como: capital tomado em dólares; recursos dos

Fundos Constitucionais do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste; recursos do

BNDES ou recursos próprios; elas não podem, de maneira alguma, competir com os

produtos que vêm de Taiwan ou da China, cuja qualidade não conhecemos.

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Não pensa assim, porém, o Sr. Presidente da República, quando não

imagina que essa competição da empresa estrangeira com a empresa nacional vem

gerar desemprego. E esse desemprego, nobre Deputado Hélio Costa, sem

nenhuma dúvida, causa a marginalização e o sofrimento do nosso trabalhador, a

prostituição do homem do campo, que vem se humilhar na cidade.

É por isso que chamamos a atenção não apenas do Sr. Presidente da

República, mas de todo o seu Governo. Estivemos nas mesmas trincheiras durante

muitos anos, lutando pela redemocratização, quando o País estava sendo

estatizado de maneira errada. Nunca fomos a favor, principalmente durante o

período ditatorial, da idéia de se transformar o Brasil em algo parecido com um país

socialista, todo estatizado — da Vale do Rio Doce, no Estado de V.Exa., à

panificadora localizada na ponta da rua.

E o Sr. Fernando Henrique Cardoso, que esteve conosco e participou do

trabalho em prol da redemocratização, agora, para manter estabilizada a economia

— e sempre fomos a favor disso —, impõe sacrifícios ao trabalhador e ao

empresário, transforma nossas estatais, como a Vale do Rio Doce, em empresas

podres, porque ainda não vimos o resultado de sua venda.

Ouço, com prazer, o eminente Deputado Hélio Costa, de Minas Gerais.

O Sr. Hélio Costa - Em primeiro lugar, Deputado Gonzaga Patriota, quero

congratular-me com V.Exa. por suas declarações e dizer que, hoje pela manhã, na

Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, discutimos exatamente um ponto

ora levantado por V.Exa.: a utilização, pelo BNDES, de recursos públicos para

financiar empresas estrangeiras, que são trazidas ao Brasil para acabar com o

emprego dos trabalhadores brasileiros. Esse é o caso específico da TELEMAR, em

Minas Gerais, onde mais de 5 mil empregados já foram demitidos. E, pior, os

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recursos usados para a compra das Teles vieram nada mais nada menos do que do

Fundo de Amparo ao Trabalhador. Veja V.Exa. que incoerência, que coisa ridícula e

absurda, Sr. Deputado: recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, dinheiro do

trabalhador brasileiro, serem utilizados para subvencionar uma empresa

estrangeira que vem para o Brasil para demitir o próprio trabalhador deste País.

Quer dizer, é o dinheiro do trabalhador sendo usado para acabar com o seu próprio

emprego. Muito obrigado.

O SR. GONZAGA PATRIOTA - Agradeço ao Deputado Hélio Costa o aparte

e ouço, com prazer, o futuro Presidente desta Casa, Deputado Severino Cavalcanti.

O Sr. Severino Cavalcanti - Sr. Deputado Gonzaga Patriota, V.Exa. aborda

tema da maior importância para o nosso País. Nós, que somos do Nordeste, vemos

a pequena e a microempresa, bem como o trabalhador rural, sem condições

mínimas para levar adiante o seu negócio, ante as dificuldades de obtenção de

crédito. Entretanto, por intermédio do BNDES, o Governo oferece às empresas que

vêm explorar nossa terra 49% do capital a ser investido, como aconteceu com a

montadora de automóveis que se instalou no Paraná. Perguntaria a V.Exa.: vamos

acabar com a pequena e a microempresa nacionais? Vamos acabar com os

pequenos empresários de cidades do nosso sertão e do agreste, que querem, mas

não podem crescer? É o caso específico da cidade de João Alfredo, onde mais de

115 empresários de movelaria estão sufocados pelos escorchantes juros dos

bancos oficiais. Precisamos fazer alguma coisa, Deputado Gonzaga Patriota. O

pronunciamento de V.Exa. é um alerta à Nação e ao Governo. V.Exa. é da

Oposição; eu sou da Situação, da base de sustentação do Governo, mas não posso

concordar com o que se vem fazendo: a depredação das empresas nacionais, que

são sufocadas pela atual política de crédito, que só vai ao encontro dos interesses

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das empresas multinacionais. Portanto, Deputado Gonzaga Patriota, deixo aqui

registrada minha solidariedade, pois, pernambucano como V.Exa., verifico que as

pequenas e médias empresas de nossa região estão minguando, quando sabemos

que, outrora, Arcoverde, Sertânia e demais Municípios pernambucanos de médio

porte cresciam com base na pequena e na microempresa, hoje sufocadas.

Cumprimento-o pelo pronunciamento, no qual V.Exa. interpreta a dor, o sofrimento

e a angústia do nosso povo, merecendo o respeito da Casa e dos cidadãos

brasileiros. (Palmas.)

O SR. GONZAGA PATRIOTA - Deputado Severino Cavalcanti, agradeço a

V.Exa. o aparte, que, juntamente com o do eminente Deputado Hélio Costa, será

incorporado ao meu pronunciamento.

V.Exa. falou sobre política agrícola. Pergunto: que política agrícola existe

neste Governo, que congela os preços dos produtos da agricultura e importa cebola

da Argentina para cumprir acordos com o FMI, embora disponha de uma região

produtora como a do São Francisco; neste Governo que onera a agricultura com

juros altíssimos e causa êxodo rural? Não podemos falar em política agrícola

porque esta não existe, no Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Ouço com prazer o nobre Deputado Virgílio Guimarães, do PT de Minas

Gerais.

O Sr. Virgílio Guimarães - Concordo com a linha do pronunciamento de

V.Exa. a respeito dos servidores públicos e da agricultura. Quero, contudo, falar

sobre o descalabro das privatizações, tema também abordado pelo nobre

Deputado. Afinal, estas têm sido feitas com dinheiro público e com valores

completamente aviltados. Setores essenciais e estratégicos para o País têm sido

vendidos, colocando em risco nossa soberania e patrimônio. Vários Deputados

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apresentaram projetos — e essa informação foi apenas para corroborar a linha de

raciocínio de V.Exa. a respeito das privatizações — exigindo que se faça um

plebiscito nacional. Hoje a eleição já é toda informatizada e o custo é baixíssimo.

Ao consultarmos o povo, estaremos aperfeiçoando nossa democracia. Os

brasileiros devem dar a palavra final nesse assunto. A Comissão de Economia,

Indústria e Comércio aprovou hoje diversos substitutivos para que se faça uma

consulta plebiscitária a respeito da privatização do setor hidrelétrico. Talvez com

isso possamos barrar outras privatizações absurdas, como foi a da Vale do Rio

Doce. Não queremos que aconteça o mesmo também com a CHESF, FURNAS e a

ELETRONORTE. É muito importante o discurso de V.Exa. contra o descalabro das

privatizações. Agradeço-lhe o aparte.

O SR. GONZAGA PATRIOTA - Deputado Virgílio Guimarães,

conhecemo-nos desde a Assembléia Nacional Constituinte. Elaboramos nossa

Constituição com muito carinho, com a participação do Deputado Albérico Cordeiro

e de tantos outros que agora a vêem sendo rasgada. A reforma da Previdência é

uma farsa; a reforma administrativa, outra — assim como todas as reformas que

estão fazendo. Por que não fazem a reforma política e a reforma tributária, para que

todos possam pagar menos impostos?

Sr. Presidente, a proposta de salário mínimo do Deputado Paulo Paim foi

derrotada. O aumento do salário mínimo para 151 reais equivale a mais 50

centavos por dia de trabalho. A política de saúde pública neste País é coisa de

polícia! Verifiquem o problema do SUS, dos hospitais, do profissional da saúde que

não é bem tratado e tem de se desviar de sua função.

Cento e cinqüenta bilhões, Deputado Albérico Cordeiro, foram para o

PROER. Coloquem 1 bilhão e meio no Estado de Alagoas e nenhum bandido ficará

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lá, porque aí ele vai poder trabalhar. Existe o Polígono da Maconha porque não há

uma política para que o homem possa produzir cebola e trabalhar às margens do

São Francisco. A Deputada Luiza Erundina — minha eterna Líder — esteve

naquela região, conversou e colheu informações. Ali há bandidos porque seus pais

foram marginalizados, não tiveram educação nem recursos para trabalhar.

O problema do empobrecimento do País é que os 20% mais ricos controlam

64% da renda total, enquanto os 20% mais pobres sobrevivem com apenas 2,5%

dessa renda. A situação não é diferente em Petrolina.

Meu tempo está terminando, Sr. Presidente. Solicito a V.Exa. mais um minuto

para que possa tratar de Petrolina, a capital da fruticultura, que exporta, em aviões,

mangas e uvas para os galegos, os ianques, os gringos dos Estados Unidos.

Petrolina tem — pelo menos no papel — a maior renda per capita do

Nordeste. Sabe V.Exa. nas mãos de quantos ela está? Apenas 3% das pessoas

exportam essa riqueza. Petrolina tem muito sofrimento, não tem habitação nem

emprego para o povo. Em que pese a ser o lugar de maior renda per capita e de

maior produção de frutas tropicais do Nordeste, o povo de lá vive na miséria. Mas,

se Deus quiser, vamos tirá-lo dessa situação a partir de janeiro do próximo ano,

quando assumiremos a Prefeitura.

Agradeço a todos os Deputados os apartes e solicito ao Sr. Presidente que

meu pronunciamento seja considerado na íntegra, uma vez que o tempo não foi

suficiente para tecer comentário sobre todos os itens.

O SR. PRESIDENTE (Rubens Bueno) - V.Exa. será atendido.

DISCURSO ESCRITO ENCAMINHADO À MESA PELO ORADOR

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O SR. GONZAGA PATRIOTA (Bloco/PSB-PE. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vivemos um momento que exige

profunda reflexão sobre os perigosos rumos a que vem sendo submetida a

economia brasileira pelo Governo FHC. Ouso dizer que sua política não só destruiu

nossas bases econômicas, como é o prenúncio de décadas de recessão,

desemprego, miséria e conturbação social.

De fato, a política econômica imposta ao Brasil está levando nosso País a

um desastre pelo qual pagarão muito caro os que hoje ainda se iludem com o

artificialismo de uma estabilidade mantida pelo capital especulativo internacional. O

desprezo pelo setor produtivo, a destruição da agricultura, o sucateamento dos

serviços públicos e, sobretudo, a submissão do Governo aos ditames dos grandes

especuladores e do FMI, são fatores decisivos para esta conclusão, baseada em

fatos e observações.

Com efeito, o engodo do Plano Real, desmascarado no início de 1999, foi

parte de um processo de estelionato eleitoral que culminou com a reeleição de

Fernando Henrique Cardoso. Entretanto, já naquela época, mal havia como

esconder da população o desacerto da política econômica. A desvalorização

cambial forçada, que iniciou o segundo mandato presidencial, trouxe a ameaça do

retorno da inflação, o recrudescimento do desemprego, a explosão da dívida

pública, a estagnação econômica, o aumento desenfreado dos combustíveis e o

empobrecimento generalizado da população. Tornaram-se patentes, assim, as

conseqüências de uma política imprudente; mas, apesar disso, não se viu qualquer

movimento na direção de uma mudança de postura.

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O alto preço da inflação zero, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pode

ser sentido em todos os recantos do País. Os juros estratosféricos vêm provocando

uma quebradeira generalizada. Os índices de desemprego vêm batendo recordes

— a taxa de desemprego aberto já superou os 8%, problema que se agrava nas

grandes metrópoles, onde essa taxa pode se aproximar dos 20%. As dívidas interna

e externa explodem e, aliadas aos juros imorais, debilitam o orçamento do setor

público, cada vez mais comprometido com a remuneração do grande capital.

Em suma, Sr. Presidente, o Brasil do Real é bem distinto do que apregoam

nossas autoridades econômicas.

Os sinais de debilidade do processo de estabilização brasileiro são claros. A

abertura comercial em curso ameaça perigosamente nosso setor produtivo. As

empresas brasileiras são desnacionalizadas com uma rapidez criminosa, que

ameaça o futuro e a independência tecnológica de nossa indústria. Paralelamente,

os indicadores sociais traduzem claramente a visão de modernidade do ideário

neoliberal.

Está claro, Sr. Presidente, que a maior preocupação do brasileiro é com o

desemprego. E se trata de preocupação justificada, já que a exclusão social, que

tem caracterizado historicamente nosso País, vem tomando proporções

incontroláveis a partir do modelo econômico adotado durante esses seis anos de

real.

De fato, o índice de desemprego tem sido crescente e avassalador. Para

piorar, decresce o nível salarial médio do trabalhador. A combinação desses fatores

aponta para uma gravíssima situação de precarização do trabalho,

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desnacionalização das indústrias, desmonte da estrutura dos serviços públicos,

priorização do capital financeiro e empobrecimento da população mais necessitada.

Com certeza, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os dicionários do futuro

incluirão o verbete FHC como sinônimo de desemprego. Especialistas afirmam que

o Brasil vive a pior crise de desemprego dos últimos cem anos. Essa situação é

ainda mais grave nas faixas etárias mais baixas, caracterizando uma total falta de

perspectivas para a juventude brasileira. As justificativas oficiais apóiam-se na

indefectível “globalização”, ou na surrada desculpa de que o fenômeno tem razões

estruturais. O fato é que o desemprego vem-se espalhando não apenas pelos

setores de ponta, onde as novas tecnologias são efetivamente economizadoras de

mão-de-obra, como também pelos segmentos tradicionais, como o da construção

civil, o da agricultura e o setor de serviços, em igual ou mesmo maior proporção.

Ante este quadro, cabe-nos analisar com mais detalhes o processo de

aumento do desemprego nos últimos anos. Em primeiro lugar, devemos ressaltar a

conjunção de fatores que contribuiu para este fato, muitos dos quais decorrentes da

total ausência de políticas para o setor. No início da década, a pressão

internacional pela abertura comercial e a irresponsabilidade do Governo então

empossado detonaram o que talvez tenha sido um dos mais atabalhoados

processos de abertura da economia de que se tem notícia.

De fato, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a ênfase demagógica sobre

o acesso fácil aos bens de consumo importados e a completa omissão na criação

de mecanismos compensatórios e de salvaguardas semelhantes àquelas existentes

nos países desenvolvidos deixaram a indústria nacional sujeita a uma enorme

pressão competitiva, sem que tivesse tido o tempo necessário para a adaptação.

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O resultado se explicitou a partir do grande número de falências e da

desnacionalização ou privatização de uma série de indústrias e serviços públicos,

que, em grande medida, foram responsáveis pela desmobilização massiva de

trabalhadores. De outra parte, Sr. Presidente, não se tem formulado — ao contrário

da propaganda oficial — qualquer programa para reciclagem da mão-de-obra

desempregada, na escala e com o grau de seriedade que seriam exigíveis,

agravando ainda mais o problema.

O Plano Real, quando surgiu, trouxe consigo a promessa de que a

estabilidade, por si só, seria o motor do desenvolvimento. Bastava que se deixasse

o mercado funcionar e se acentuasse ainda mais o processo de abertura e

privatização herdado do Governo anterior, interrompido pelos motivos

desabonadores que todos conhecemos.

A ilusão, contudo, durou pouco. Se, por um lado, os índices de inflação

recuaram para patamares civilizados, o nível de desemprego foi gradativamente

aumentando, revelando um descompasso entre as promessas e a realidade das

políticas implementadas. Com efeito, Sr. Presidente, não só dissipou-se a euforia

da moeda forte do primeiro ano do real, como ficou claro que as seqüelas da

sobrevalorização cambial e da abertura comercial viriam a ter profundo impacto no

volume de emprego da indústria nacional — e, por conseguinte, na queda no

padrão de vida das zonas metropolitanas das grandes cidades.

Aliado a isto, nas áreas rurais, a pressão dos altos juros sobre o

financiamento ao produtor rural, bem como o virtual congelamento dos preços

agrícolas, causado pela abertura direcionada aos produtos importados, reduziu a

renda do setor, com claros efeitos sobre as pequenas propriedades e sobre o

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emprego rural. A legião de trabalhadores a vagar pelos campos tornou-se uma das

marcas da era do real, forçando o Governo, inclusive, a conceder a formulação de

um arremedo de reforma agrária, para aliviar as pressões sobre seu

comportamento omisso.

Omissão, aliás, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é a palavra-chave no

que tange às políticas industrial e de emprego nos últimos anos. A fé cega no

mercado, aliada ao receituário liberal, imobilizou qualquer ação no sentido de

amenizar os impactos de uma política deliberada de enfraquecimento da empresa

nacional. Ao longo do período, surgiu uma crise internacional, a que se atribuiu a

culpa pelo processo recessivo previamente anunciado por muitos segmentos da

sociedade. O agravamento do processo somente recrudesceu uma tendência que

ainda permanece, dada a teimosia oficial na manutenção de uma política recessiva

e concentradora de rendas.

No que tange ao salário mínimo, demonstra-se mais uma falácia oficial. As

vãs promessas de aumento do mínimo se concretizaram com os ridículos 151 reais

fixados para este ano, representando um aumento de 50 centavos no salário diário

do trabalhador. Isto somente confirma um processo crescente de achatamento

salarial, já que a inflação, embora moderada, está de volta, estimulada pelo abusivo

aumento dos combustíveis e das tarifas públicas, a corroer principalmente os

produtos da cesta de consumo das classes mais pobres.

Os alegados ganhos da classe baixa com a estabilização, portanto, já foram

progressivamente corroídos dentro da nova realidade do real. Por outro lado, o

esmagamento da classe média, assolada pelo desemprego e pela redução salarial,

apenas confirma o acentuado processo de concentração de renda, que se dizia

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estar extinto com o fim da inflação. Para piorar, o processo de globalização, que

privilegia uma mão-de-obra cada vez mais qualificada, nos pega em total

descompasso, ante a total omissão estatal no processo de qualificação de

mão-de-obra e a enorme deficiência da educação brasileira.

Tais atividades, Sr. Presidente, que, ao lado da saúde, têm alto reflexo

social, vêm sendo postergadas em função do rápido processo de deterioração das

contas públicas, estimulado em grande medida pela irresponsável política de

manutenção de juros elevados, causa maior da explosão da dívida pública e do

desequilíbrio fiscal.

Dados oficiais do Banco Central dão conta de que o estoque da dívida

pública interna atingiu, em dezembro de 1999, o montante de R$415 bilhões,

equivalente a 48% de nosso Produto Interno Bruto. Tal posição se elevou mais de 7

vezes em relação a dezembro de 1994, quando os títulos federais em poder do

público representavam R$62 bilhões. O total de juros pagos pelo setor público, por

seu turno, saltaram de 5,1% do PIB, em 1997, para 12,6% do PIB, em 1999 — ou

seja, cerca de R$127 bilhões. Isto significa, Sr. Presidente, que o Brasil inteiro tem

de trabalhar 46 dias do ano só para pagar juros do setor público!

O setor privado nacional, por sua vez, na busca de recursos mais baratos no

exterior, elevou a sua dívida externa registrada, de R$33 bilhões, em dezembro de

1994, para R$130 bilhões, em dezembro de 1998, levando-nos a temer uma

quebradeira generalizada, caso persista a tendência de elevação dos juros básicos

nos Estados Unidos.

Como explicar esse endividamento acelerado? De um lado, os recorrentes

déficits globais da União, desde o início do real. De outro, a ação do Banco Central,

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atuando, através do PROER e de outros programas de assistência, no socorro aos

barões do sistema financeiro. Por último, as operações de "esterilização" da

massiva entrada de recursos externos no País, associadas às tentativas de

manutenção de uma política cambial fadada ao fracasso, mas sustentada até o final

de 1998 por motivos meramente eleitorais.

Não se pode esquecer, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que a rubrica

de juros é, justamente, uma das que mais pressionam as contas federais.

Chega-se, então, à curiosa constatação de que se aumenta o estoque da dívida

pública — e, portanto, o montante de juros a serem pagos — porque a conta de

juros a ser paga é muito grande! Este círculo vicioso é, no mínimo, contraditório.

Para usar uma expressão popular, é a materialização econômica de um cachorro

correndo atrás do próprio rabo.

O resultado de todo esse descalabro administrativo, Sr. Presidente, pode ser

constatado na observação dos vergonhosos indicadores de distribuição de renda

brasileiros. Estes apontam para uma das sociedades mais injustas, no plano

mundial. Com efeito, no Brasil, 20% dos mais ricos controlam 64% da renda total,

enquanto os 20% mais pobres sobrevivem com apenas 2,5% dessa renda.

Tais desequilíbrios se manifestam ainda mais fortemente no plano regional,

em particular no Norte e no Nordeste. Tomando como base uma região de alto

potencial econômico, como a de Petrolina, no oeste pernambucano, pode-se

verificar que as restrições em plano nacional lá se manifestam com mais

intensidade.

De fato, a economia está concentrada nas mãos de poucos, com 97% das

atividades econômicas contratadas por 3% da população. O desemprego, a falta de

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moradia, de educação, de saúde pública e de saneamento básico agridem a

paisagem social, e a fome assombra permanentemente a população desempregada

ou de baixa renda.

A maioria esmagadora dos petrolinenses vive de seu trabalho, formal ou

informal, distante da ação do Estado nos campos habitacional e de saúde pública.

Essa legião de excluídos é explorada, ganha pouco, não tem direitos fundamentais

assegurados, alimenta-se mal e não dispõe de direito a recursos públicos de

qualquer natureza. Além disso, o acesso à educação, instrumento basilar para o

desenvolvimento humano e social e a única forma de garantir a elevação do nível

de produtividade, de auto-afirmação e de consciência da realidade, é, sabidamente,

precário.

A constatação é clara, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados: a sociedade

clama por uma ação política efetiva, que traga soluções concretas para os

problemas que afligem a grande maioria da população brasileira. O País da equipe

econômica de FHC não se coaduna com o Brasil real, onde sobrevive, em

condições precárias e de forma absolutamente desassistida, a grande massa

trabalhadora.

A luta por melhores condições sociais deve ser reforçada, e o projeto de País

revisto. Governar é muito mais do que se acomodar aos interesses e administrar a

máquina pública. A população espera a ousadia em formular, inovar e definir

objetivos. A tarefa é desgastante e, muitas vezes, inglória. O objetivo maior, de

livrar a população brasileira dos grilhões da ignorância, da pobreza e da falta de

perspectiva, contudo, não deve ser motivo de desânimo para nenhum governante.

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Neste contexto, cabe uma ação igualmente firme por parte do Congresso

Nacional, na cobrança de uma mudança de postura do Governo em relação à

vergonha da continuidade de um processo que entrava o desenvolvimento fundado

em bases socialmente justas. À população, contudo, cabe a grande reação, de

mudar os destinos da Pátria através da escolha de melhores governantes, que

estejam, de fato, afinados com as suas aspirações.

Era o que eu tinha a dizer.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 092.2.51.O Tipo Sessão: Ordinária - CDData: 24/05/00 Montagem: S érgio

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O SR. AGNALDO MUNIZ - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Rubens Bueno) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. AGNALDO MUNIZ (PPS-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero fazer uso da palavra apenas para cumprimentá-lo pela forma

como está conduzindo os trabalhos da Casa nesta tarde.

O SR. PRESIDENTE (Rubens Bueno) - O candidato é o Deputado Severino

Cavalcanti.

O SR. AGNALDO MUNIZ - Sr. Presidente, V.Exa. é nosso conterrâneo de

Campo Mourão, Paraná, o que me deixa muito honrado. E, se Deus quiser, será o

futuro Governador daquele Estado. Sei que o Paraná estará em boas mãos, com o

companheiro Rubens Bueno no Governo.

Muito obrigado.

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O SR. ALBÉRICO CORDEIRO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Rubens Bueno) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ALBÉRICO CORDEIRO (Bloco/PTB-AL. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, gostei do lançamento das campanhas. Afinal de contas,

V.Exa. será Governador do Paraná e o Deputado Severino Cavalcanti, Presidente

da Casa.

O SR. PRESIDENTE (Rubens Bueno) - Pelo jeito, as convenções de 2002 já

estão começando.

O SR. ALBÉRICO CORDEIRO - Exato, Sr. Presidente. Nesse caso, a tribuna

é o local apropriado. Afinal de contas, esta é uma Casa de políticos.

Sr. Presidente, como a Telemar está tratando mal o Estado de Alagoas,

particularmente o Município de Palmeira dos Índios, gostaria de comunicar à Casa

que estou encaminhando algumas informações ao Sr. Manoel Horácio Francisco,

Presidente da Telemar, para que S.Sa. venha a tomar algumas providências,

especialmente no Estado de Alagoas e no Município de Palmeira dos Índios.

Muito obrigado.

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O SR. ROBÉRIO ARAÚJO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Rubens Bueno) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ROBÉRIO ARAÚJO (Bloco/PL-RR. Pela ordem. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Presidente da República

reconheceu no último final de semana a necessidade que se tem de acabar com as

desigualdades regionais no País, ponderando que se faça alguma coisa no sentido

de se evitar que poucos tenham bastante e muitos continuem tendo pouco.

É um assunto que nós, Parlamentares do Norte e do Nordeste deste País,

freqüentemente temos abordado desta tribuna. Embora os apelos tenham sido

intensos, não chegam a sensibilizar os Ministros da área econômica, que parecem

só reconhecer o Brasil do sul maravilha.

Agora mesmo, a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e

Fiscalização do Congresso Nacional começa a discutir o relatório final do Plano

Plurianual — PPA, referente ao período 2000 a 2003. Está aí a grande

oportunidade de se reparar um erro que vem se arrastando ao longo dos anos, para

não deixar o Norte e o Nordeste relegados a segundo plano como sempre

acontece.

Como representante de Roraima, tenho batalhado, juntamente com meus

companheiros de bancada, para que nosso Estado receba um tratamento melhor

por parte do Governo Federal.

Se nas demais regiões os problemas são enormes, na Amazônia são bem

maiores, porque não existe uma política governamental voltada para os Estados

amazônicos.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 092.2.51.O Tipo Sessão: Ordinária - CDData: 24/05/00 Montagem: S érgio

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O número de desempregados vem aumentando de forma assustadora e isso

tem provocado violência nas cidades, porque as pessoas que viviam no campo não

querem ficar mais na lavoura devido à falta de condições.

Os agricultores roraimenses, em que pese aos esforços empreendidos pelo

Governador Neudo Campos, já estão indo para o desespero, porque se encontram

em uma situação das mais difíceis. Mesmo sem condições de comprar máquinas e

equipamentos, porque os bancos fazem cada vez mais exigências para

financiamentos, os produtores rurais de Roraima ainda assim conseguem plantar e

colher vários produtos, pelo menos para o abastecimento local.

No entanto, as péssimas condições das rodovias levam os agricultores ao

desânimo, pois na maioria das vezes vêem todo seu trabalho perdido justamente

por não conseguirem escoar seus produtos em virtude da falta de estradas.

São muitos os problemas que afetam o Estado de Roraima, como educação,

saúde, saneamento básico e, agora, aumentando de forma alarmante, a questão da

segurança pública. Isso ocorre justamente pelo fato de as pessoas estarem

deixando o campo e indo para Boa Vista, a Capital, maior cidade do Estado.

Quem deixa suas lavouras e se desloca para a área urbana não é por

vontade própria. Já ouvimos de muitos que viviam da agricultura dizer que não

ficam mais no campo porque não têm meios de continuar sua atividade agrícola.

Por isso, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no momento em que o PPA

começa a ser apreciado, venho solicitar aos Parlamentares da Comissão Mista de

Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização que não façam como nossos Ministros

da área econômica.

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Roraima, como os demais Estados amazônicos, não pode mais continuar

recebendo uma ninharia do Governo Federal. Tem de haver um critério mais justo,

para o bem de todo Brasil.

Muito obrigado.

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A SRA. ALMERINDA DE CARVALHO - Sr. Presidente, peço a palavra pela

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Rubens Bueno) - Tem V.Exa. a palavra.

A SRA. ALMERINDA DE CARVALHO (PFL-RJ. Pela ordem. Pronuncia o

seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quem desembarca no

Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, e toma a Linha

Vermelha em direção ao centro da cidade, contempla, à direita, a bela arquitetura

hispano-árabe do Pavilhão Mourisco. Muitos desconhecem que ali funciona o

Instituto Oswaldo Cruz, um dos mais importantes e prestigiados centros de

investigação científica em todo o mundo, que neste ano comemora o seu centenário

de gloriosa existência. Ao longo do século XX, poucas instituições terão feito tanto

em prol da higiene e da saúde do povo brasileiro, não obstante a falta de verbas, a

carência de pessoal e até a perseguição política que outrora se abateu sobre

alguns dos seus pesquisadores. Justas, pois, as homenagens com que o Brasil

inteiro deve festejar os cem anos do Instituto Oswaldo Cruz.

Dizer do centenário estabelecimento é trazer à lembrança a admirável figura

do cientista que lhe dá o nome, o Patrono da Saúde Pública Brasileira: o grande

sanitarista Oswaldo Cruz. Ainda que seja um lugar-comum, cremos que a vida e a

obra desse homem notável dariam um romance — como, aliás, já percebeu o

escritor (e também sanitarista) Moacyr Scliar, que lhe dedicou um excelente livro.

Nascido em 1872, Oswaldo Cruz não levou mais do que quatro anos para

fazer todas as cadeiras do curso médico, formando-se com apenas 20 anos de

idade. Primeiro brasileiro a estudar no famoso Instituto Pasteur, em Paris, chamou

a atenção dos mais ilustres cientistas franceses pelo brilho da inteligência e pelo

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 092.2.51.O Tipo Sessão: Ordinária - CDData: 24/05/00 Montagem: S érgio

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ardor com que se dedicava à pesquisa, à investigação, na ânsia de descobrir a cura

de doenças que matavam milhões de pessoas em todo o mundo.

Em 1900, Oswaldo Cruz se torna diretor do Instituto Soroterápico Federal;

em 1903, assume a Diretoria-Geral da Saúde Pública (que se transformaria, depois,

no Ministério da Saúde), ocasião em que tornou obrigatória a vacinação contra a

varíola, que então grassava entre os habitantes do Rio de Janeiro. A resistência do

povo, de alguns jornais e de certas lideranças políticas foi tamanha que, em 1904,

eclodiu a Revolta da Vacina, um levante popular contra o Presidente Rodrigues

Alves.

Em 1907, experimentou Oswaldo Cruz a emoção que a poucos seres

humanos é dado sentir: ver o instituto que criara em Manguinhos, onde ainda hoje

se mantém, batizado com seu próprio nome. Não muito depois, morria esse que foi

um dos grandes brasileiros de todos os tempos. Custa crer tenha desaparecido aos

45 anos: pelo bem que fez ao seu povo e à sua pátria, temos a impressão de que

viveu um século.

Hoje, a Fundação Oswaldo Cruz, de que o centenário Instituto é a semente,

desenvolve projetos na área da investigação científica e da tecnologia em saúde,

incluindo atividades de pesquisa básica e aplicada; ensino; assistência hospitalar e

ambulatorial de referência; formulação de estratégias de saúde pública, informação

e difusão; formação de recursos humanos e produção de vacinas, medicamentos,

kits de diagnósticos e reagentes, a par de outras importantes ações.

Sobre Oswaldo Cruz, benfeitor da humanidade e glória do povo brasileiro,

fazemos nossas as palavras do filho que lhe herdou o nome: “O que se diz dele e o

que eu sei dele valem o maior dos julgamentos, na sua forma mais pura e mais

completa: foi um Homem.”

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Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Rubens Bueno) - Concedo a palavra ao Deputado

Rubens Furlan, do PPS de São Paulo, por 25 minutos.

O SR. RUBENS FURLAN (PPS-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, é uma honra estar neste momento sob a Presidência de V.Exa., nobre

integrante da bancada do PPS, que, pela nossa torcida e apoio, se Deus permitir,

há de ser o Governador do Estado do Paraná.

Neste ano, participei nesta Casa de grandes debates que mexeram com a

opinião pública nacional. Em alguns momentos, confesso que vivi grandes emoções

e até esperanças de que as decisões fossem tomadas da forma mais conveniente

para o Brasil. No entanto, não foi assim que se finalizaram as grandes

preocupações desta Nação.

Quanto ao salário mínimo, observamos o brutal esforço da bancada

governista em esvaziar o plenário no momento em que havia de se cumprir acordo

firmado entre todos os Líderes da bancada governista e os da Oposição nesta

Casa. O Governo fez um esforço, esvaziou o plenário e não cumpriu o acordo

firmado uma semana antes.

No desdobramento, esperava-se que esta Casa pudesse, num gesto de

afirmação, engrandecer este Parlamento e legislar a favor dos trabalhadores do

nosso País. E, no entanto, num momento de grande expectativa, apreensivo, assisti

desta tribuna ao Líder do Governo, Deputado Arthur Virgílio, se autodesmoralizar.

Naquele momento, comecei a imaginar o que essas pessoas estão

defendendo nesta Casa. O interesse do povo não é, porque não é possível alguém

usar esta tribuna para defender tese absolutamente indefensável, que é a de um

salário mínimo miserável para os trabalhadores, principalmente os aposentados.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 092.2.51.O Tipo Sessão: Ordinária - CDData: 24/05/00 Montagem: S érgio

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Alguns argumentos foram aqui levantados, dentre eles o de que o Governo

não teria condições de bancar as despesas decorrentes do aumento do salário

mínimo para 177 reais. Fazendo as contas, a Oposição disse que durante um ano

entraria na economia do País 3 bilhões e 600 milhões de reais se pagassem aos

aposentados, àqueles que vivem do salário mínimo, 26 reais a mais. E o Governo

negava isto dizendo que não havia dinheiro para bancar essa despesa. No entanto,

ainda este ano esta Casa votou projeto que prorroga a isenção das multinacionais

da área de informática. Ora, essa prorrogação de isenção representa, segundo os

economistas, um prejuízo para o Tesouro da ordem de 2 bilhões e 700 milhões de

reais ao ano, dinheiro quase que suficiente para cobrir as despesas com o salário

mínimo.

Quem o Governo pretende privilegiar neste País? Qual a direção que o

Governo pretende dar à economia do País? É impressionante a forma com que ele

é generoso com os banqueiros, com as multinacionais e cruel com a classe

trabalhadora! Esta situação me fez ficar indignado ao saber que o Governo arruma

solução para os problemas de caixa tirando de quem não tem. Não é possível que

ele não enxergue os lucros exorbitantes dos banqueiros deste País! Dinheiro que

entra para meia dúzia de já privilegiados em detrimento daqueles que não tiveram

condições de ganhar um pouco mais para a manutenção e subsistência de sua

família. No entanto, o Governo persiste em privilegiar os banqueiros e as

multinacionais.

Vim a esta tribuna constrangido, preocupado com os cargos que aqui ouvi

alguém dizer que eram carguinhos que estavam sendo protegidos por aqueles que

votavam e defendiam o Governo. Tenho convicção de que por nenhum carguinho

alguém em sã consciência votaria contra o povo brasileiro. Devem ser os melhores

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cargos deste País, que não podem ser desprezados pela ação de um governista,

ainda que seja em detrimento da maioria dos trabalhadores do País.

Ora esta, só iremos conseguir endireitar este País no momento em que o

Governo não ameace, não faça chantagem com cargos, pequenos ou grandes, ao

Parlamento nacional e nos deixe legislar da melhor forma, a mais conveniente para

o povo brasileiro.

Ouço, com prazer, a nobre Deputada e futura Prefeita de São Paulo, se Deus

quiser, Luiza Erundina.

A Sra. Luiza Erundina - Obrigada, Deputado Rubens Furlan. Associo-me a

V.Exa. e aproveito a oportunidade para saudar o Presidente e os nobres Deputados

e Deputadas desta Casa. Eu me somo a V.Exa. nessa análise precisa, consistente

e oportuna que faz em relação à política econômica do Governo Federal, que

provoca efeitos perversos, insuportáveis até, sobre a imensa maioria do povo

brasileiro. Hoje em Brasília cerca de 25 mil servidores públicos federais de todo o

Brasil estão reunidos tentando uma audiência com o Presidente da República ou

com alguém que ele indique para essa negociação. Eles querem discutir as suas

reivindicações e demandas, que estão reprimidas há nada mais nada menos do que

seis anos, Sr. Presidente. A perda do valor do salário desses servidores é de mais

de 63%, e o Governo, de forma intransigente, autoritária e autocrática, sequer

admite estabelecer um canal de negociação, um diálogo, para verificar se são

legítimas ou viáveis as reivindicações dos servidores públicos. Sr. Deputado

Rubens Furlan, eles não vieram aqui antes de terem, há meses, encaminhado sua

pauta de reivindicações e solicitado ao núcleo central do Governo Federal uma

audiência, uma possibilidade de diálogo, para que pudessem apresentar suas

pretensões, suas reivindicações, suas demandas. Em novembro de 1999 a agenda

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dos servidores públicos federais já se encontrava na mesa do Presidente, e até

agora S.Exa. não deu nenhuma resposta. Por isso os servidores lançam mão de um

recurso extremo como a greve, previsto inclusive na Constituição do País. A greve

é instrumento legítimo, legal e necessário para que os trabalhadores possam

garantir os seus direitos de cidadania, os seus direitos sociais, trabalhistas e

previdenciários. E a resposta do Governo é repressão, é policiamento, é dizer que

não negocia se eles permanecerem paralisados. Nada mais autoritário, Sr.

Deputado Rubens Furlan, do que a atitude do Governo. E mais: a forma como o

Governo enfrenta essas manifestações legítimas, democráticas, oportunas e

necessárias tem sido até mesmo semelhante, senão mais excessiva, à adotada no

período do regime militar, com tropa de choque reprimindo professores

universitários e professores das escolas públicas do Estado de São Paulo, ferindo

38 servidores municipais e, com bala de borracha, a visão de um jornalista que, no

seu trabalho, cobria aquela manifestação na Avenida Paulista. E o Governo se

acha absolutamente no direito de fazer isso, como se estivesse com razão,

responsabilizando as lideranças e os trabalhadores por ter mobilizado a força

policial para reprimir educadores, professores, os acadêmicos que constroem o

saber e formam as gerações do nosso País. E, por último, quero assinalar a

repressão às famílias pobres, que, com muito sacrifício, adquiriram um pequeno

lote na periferia de São Paulo, no Bairro de Guaianases, de um advogado, grileiro,

que não teve legalizada a posse daquela terra. Esse advogado vendeu lotes de

forma ilegal e ainda conseguiu uma ação de reintegração de posse. E o que se dá

naquela região é a expulsão e a depredação das casas humildes daquelas famílias.

Mais de 500 famílias foram expulsas pela tropa de choque, que feriu jovens,

crianças e idosos, de forma absolutamente insensível. Portanto, os três níveis de

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Governo estão fechados ao diálogo e efetivamente insensíveis à profunda crise

social que se abate sobre nosso País. E ainda se queixam de atitudes

evidentemente reprováveis. Ninguém concorda com o fato de que autoridades

sejam agredidas, pois isso não está de acordo com o que prevê a democracia.

Contudo, é preciso que os governantes levem em consideração que isso representa

sintomas de insatisfação, revolta, impaciência e esgotamento, algo que se pode

esperar de um desempregado. Aliás, o salário mínimo não garante sequer a

sobrevivência dos membros de uma família. Associo-me a V.Exa. quanto às

preocupações com o salário mínimo e com a política econômica do Governo

Federal. Talvez as manifestações possam acordar os governantes para que em

tempo respondam às reações, antes que seja tarde, porque a paciência do povo

está-se esgotando. Muito obrigada.

O SR. RUBENS FURLAN - Aliás, nobre Deputada, é sobre a coragem do

Governador Mário Covas que eu também gostaria de falar com ênfase. Trata-se de

um homem que teve a coragem de reprimir os trabalhadores, como fez na Avenida

Paulista; homem que teve a coragem de enfrentar os manifestantes nos palanques

que se instalam no Estado de São Paulo. Esse mesmo corajoso não tem coragem

de enfrentar os problemas da FEBEM, nem os problemas da segurança pública do

Estado de São Paulo, que cada vez fica mais caótica. Fica cada vez mais perigoso

transitar e morar na cidade e no Estado de São Paulo.

Esta situação às vezes me deixa perplexo. Por que não reprimem o crime

organizado da mesma forma que fizeram com os manifestantes, os trabalhadores

na Avenida Paulista? Por que não reprimem o crime da mesma forma que se fez

quando da integração de posse desse advogado mau-caráter na periferia de São

Paulo?

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Ouço, com prazer, o nobre Deputado Caio Riela.

O Sr. Caio Riela - Deputado Rubens Furlan, ouço atentamente o

pronunciamento de V.Exa., abordando nada mais do que a verdade, ou seja, o que

a gente enxerga e percebe em relação às atitudes do Governo. A ex-Prefeita de

São Paulo, Deputada Luiza Erundina — a meu ver, futura Prefeita de São Paulo —,

em seu aparte, argumenta muito bem; e eu, como Deputado pelo Rio Grande do

Sul, dou o seguinte testemunho: nunca vi, na minha vida, desgoverno tão grande

como esse. Segundo ele, na teoria, tudo é muito bonito, parece que tudo vai

acontecer. Mas, na prática, é lamentável o engodo, a falácia, a máscara que esse

Governo usa. V.Exa. declara na tribuna, e com propriedade, o que vivencia no

dia-a-dia. Nós, do Rio Grande, estamos vendo — e não é de hoje, já há alguns dias

— o protesto, o "maquinaço", o "tratoraço", enfim, as manifestações dos

agricultores da orizicultura, que é a nossa maior moeda, que traz renda e emprego

para a nossa fronteira, na metade sul do Rio Grande. São os produtores de arroz

fazendo uma demonstração de civismo, levando não só os trabalhadores rurais,

mas também os produtores rurais, os comerciários, toda uma comunidade, aos

trevos, às rótulas, às BRs, na tentativa de trancá-los, para que não tirem o arroz

dos engenhos. É uma loucura esse troço! Não dá para ficar calado e omisso.

Duvido alguém querer defender o indefensável, justificar o injustificável. Duvido que

alguém da base do Governo chegue a este microfone e diga que os produtores de

arroz do Rio Grande, que alimentam este Brasil, não estão certos. O Governo

determina, por intermédio do Ministério da Agricultura, que o preço mínimo é de R$

12,00, com o adiantamento, com a garantia do Governo Federal. Isso é uma

vergonha! Sabe por que, Deputado? O preço de custo do arroz é R$14,84. E o

Governo deixa, com a maior tranqüilidade, entrar arroz da Argentina e do Uruguai a

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R$10,00 ou R$11,00 o saco de 50 quilos. Onde é que estamos? Aonde vamos

chegar? O que o Governo está esperando? Será que é ir para Paris colocar

churrascarias? Não, nosso negócio é aqui no Brasil, é defender os brasileiros.

Parabéns, Deputado Rubens Furlan. V.Exa. está dizendo a verdade, aquilo que o

povo sente e fala lá fora. E nós temos que dizer o que o povo diz. V.Exa. está

fazendo exatamente isso. Parabéns!

O SR. RUBENS FURLAN - Nobre Deputado Caio Riela, os agricultores do

Rio Grande do Sul têm razão, os agricultores do Brasil têm razão. Não existe uma

política agrícola definida neste País. E o Governo ainda pensa, para atender ao

clamor da sociedade organizada, em fazer uma reforma agrária, que até hoje tem

consumido bilhões de reais, mas não tem sido satisfatória, por não estar sendo feita

da forma correta. Se não sabe fazer reforma agrária, que pegue o modelo feito pela

Holanda. O Governo holandês fez reforma agrária no Estado de São Paulo, onde

hoje existe uma cidade chamada Holambra. Eletrificou, financiou todo o

desenvolvimento e o trabalho em uma política holandesa, que deu certo. O

Governo holandês foi ressarcido, e hoje é a cidade de Holambra um exemplo de

reforma agrária para o Estado de São Paulo e para o Brasil.

Ouço com prazer o Deputado André Benassi.

O Sr. André Benassi - Sou companheiro de V.Exa., Deputado Furlan, que

fala de forma muito veemente e evidentemente tem algumas razões, mas não

concordo com V.Exa. quando diz que o Governador Mário Covas mandou os

policiais irem para as avenidas agredir manifestantes. Não foi isso. Mário Covas

tem um Secretário de Segurança, e a manifestação foi repelida porque havia sido

pedido que não se usasse uma das principais avenidas de São Paulo, porque

criaria tumulto. Não acho que se deva defender apenas os manifestantes, mas

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também as pessoas que se utilizam das ruas e avenidas. Quanto à FEBEM, V.Exa.

há de admitir que o Governador Mário Covas, pela primeira vez na vida dos

Governadores, age com bom senso, isto é, pensando em encontrar uma solução

em pequenas FEBEMs ligadas aos Municípios. Sabe V.Exa. que é impossível

controlar manifestações e condutas de mais de cem pessoas. Resolvido esse

problema dos Municípios, tenho certeza de que vamos cuidar realmente da criança.

Esse problema não é uma invenção do Governador Mário Covas, mas da história

do nosso Estado e do País: em concentrações muito grandes, dificilmente

consegue-se controlar. É bem verdade que o povo brasileiro tem encontrado

bastante dificuldade, mas elas não ocorrem apenas hoje. Há mais de trinta anos

não vencemos, mas havia grande inflação, de volume incontrolável. Hoje, com o

seu controle, podemos detectar problemas e organizar a sociedade. Hoje fala-se

em corrupção. No passado nem nisso se podia falar, porque não se sabia

diferenciar a corrupção da inflação.

O SR. RUBENS FURLAN - Ouço, com prazer, o Deputado Rubens Bueno.

O Sr. Rubens Bueno - Deputado Rubens Furlan, V.Exa. traz ao plenário

desta Casa debate sobre o reflexo da votação da medida provisória do Governo

que estabelece o novo salário mínimo brasileiro. Foi uma luta de meses, durante

muito tempo. Isso vem de muitos anos, com o objetivo de eliminar definitivamente a

demagogia no debate ao salário mínimo para o trabalhador brasileiro. O PPS, por

intermédio do Deputado Pedro Eugênio, apresentou à Comissão Especial que

estudou o salário mínimo proposta para eliminar, pelo menos durante dez, anos o

debate demagógico sobre o mesmo, ou seja, que políticos se aproveitem do tema e

do trabalhador, especialmente em ano eleitoral, como este, como vimos Deputado

assim proceder, ao dizer publicamente que não votaria a favor dos R$151,00

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porque era candidato a Prefeito. Senão, votaria a favor dos R$151,00. Quer dizer, é

uma dupla traição: traição à busca da ética na política e traição aos eleitores que

vão elegê-lo, pois depois da eleição ele voltará a ser a favor do salário mínimo de

R$151,00, proposto pelo Governo. Dizer o quê? Se nós temos propostas, a

economia suporta um aumento maior do salário mínimo, mas quem não suporta é

exatamente o caixa da Previdência. Cabe à Previdência cobrar quem a deve.

Sabemos que os números apontam para uma dívida de mais de 50 bilhões de reais

que o INSS não cobra dos seus devedores. É VASP, é TRANSBRASIL, é VARIG,

enfim, essas grandes empresas que sustentam o Governo; são as grandes

empresas automobilísticas, que não pagam impostos neste País. O Governo tem de

ser um bom gerente para o déficit público da Previdência, e não pode o trabalhador

nem o aposentado pagar por isso. Quero parabenizá-lo e dizer da oportunidade,

mais uma vez, de V.Exa. vir à tribuna e abordar tema de suma importância não só

para aposentados e trabalhadores, mas para todos aqueles que têm como

referência o salário mínimo brasileiro. Parabéns a V.Exa.!

O SR. RUBENS FURLAN - Muito obrigado, nobre Deputado.

Tinha em mente abordar mais alguns assuntos, o que infelizmente não será

possível, mas quero dizer que acho até que há uma indignação da Nação brasileira

quanto ao BNDES. Refiro-me aos medicamentos genéricos, solução que está à

altura das condições do povo brasileiro. Por que o BNDES não financia os

pequenos laboratórios, para que eles façam os genéricos chegarem aos

aposentados e ao nosso povo em geral como remédios mais baratos? Ninguém

está pedindo ao BNDES que subsidie o nosso povo. Nós só queremos que o

dinheiro do BNDES, que pertence ao povo brasileiro, seja usado para a produção

de medicamentos mais baratos. Ou será que o dinheiro do BNDES serve, neste

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País, apenas para financiar a Ford ou a compra das nossas estatais? Será que a

função do BNDES é essa, ou a população do nosso País está mais uma vez sendo

alvo da pontaria cruel do Governo?

Eu votei pela inclusão da habitação como direito fundamental do cidadão.

Nós inserimos nos direitos fundamentais inscritos na Constituição o direito à

habitação, mas até agora não vi o Governo mandar para esta Casa lei ou baixar

medida que crie linhas de crédito para financiar a habitação popular. Não se vê

nenhuma providência do Governo nesse sentido.

Ainda há pouco, o meu amigo André Benassi se referiu ao Governador Mário

Covas, dizendo que seria preciso liberar uma faixa da Avenida Paulista para

garantir o ir e vir das pessoas que por lá transitam. Eu me pergunto quem garante a

minha vida, no momento em que eu estou circulando em São Paulo, pois matam-se

dezoito pessoas por dia naquela cidade. Ora, não é esse dado suficiente para

encorajar nosso Governador? Se não é, então, nada pode encorajá-lo. Sei que

S.Exa., quando tomou posse pela primeira vez, fechou o Estado, para resolver as

finanças, e jogou fora a chave. E até agora o Estado está fechado, porque não se

tem a presença do Governo em lugar nenhum.

Para concluir, deixo aqui meus protestos contra a posição de todos os

Líderes da base governista que vieram a esta tribuna defender o salário mínimo de

151 reais, contra os interesses do povo trabalhador. Negar 26 reais a quem ganha

um salário mínimo e constrói a riqueza deste País é negar a Deus uma oração, é

negar a própria existência de cada um desses trabalhadores. Esses Parlamentares

defenderam o indefensável. Deputados, brilhantes Líderes de oposição, que

integraram o Partido Comunista, vieram a esta tribuna defender seus interesses

pessoais, em detrimento dos interesses do povo brasileiro. Esta é a maior

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frustração que carrego no meu peito; é o pior do que levo para o Estado de São

Paulo cada vez que saio deste Parlamento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Dr. Evilásio) - Concedo a palavra ao nobre Deputado

Henrique Fontana, pela ordem.

O SR. HENRIQUE FONTANA (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estou apresentando requerimento de

constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as relações

entre planos e seguros privados de saúde e seus usuários.

Sr. Presidente, hoje, mais de 40 milhões de brasileiros encontram nos

seguros privados de saúde a alternativa quando necessitam de atendimento a sua

saúde. As reclamações, depois da lei votada por este Congresso no segundo

semestre de 1998, avolumam-se. Hoje, a maior causa de reclamações junto às

instituições de defesa do consumidor são planos e seguros privados de saúde.

A saúde, Sras. e Srs. Deputados, não pode ser tratada como mercadoria,

não pode se transformar num mercado sem regulação e sem controles efetivos de

parte do Estado, para a coibição de abusos cometidos por muitas dessas

seguradoras.

O tempo não me permite relacionar todas, mas as reclamações são, por

exemplo, quanto ao drama que vivem os idosos. Segundo regulamentação feita

pelo CONSU, permite-se que a diferença entre o preço de um plano de saúde para

quem está na faixa etária inicial e o de um plano de saúde para quem é idoso seja

de seis vezes. Ou seja, uma pessoa pode ingressar no plano de saúde pagando

100 reais por mês e, quando chegar na velhice, esse plano poderá ser aumentado

para mais de 600 reais por mês. Dessa forma, os planos geram o que se chama

exclusão do idoso, exatamente no momento em que o cidadão mais vai precisar

dele.

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Sras. e Srs. Deputados, não existem critérios definidos para o aumento de

preço desses planos. Os aumentos abusivos são uma das causas freqüentes de

reclamação dos cidadãos junto a PROCONs e demais órgãos de defesa do

consumidor. Nos contratos há cláusulas dizendo que os preços aumentarão

conforme os custos médico-hospitalares. Nessa cláusula se pode incluir qualquer

aumento num plano privado de saúde, e o cidadão, que pagou 10, 15 ou 20 anos,

não consegue suportar o aumento e é expulso.

Mais do que isso: em muitos casos o paciente está internado e recebe a

notícia de que o plano de saúde cobre só três, quatro ou cinco dias de UTI, ou seja,

que ele precisa sair da UTI, porque o plano já não está cobrindo tal internação.

O critério de definição de doenças preexistentes é absolutamente confuso e

prejudica o interesse dos pacientes.

Outra questão, os planos de saúde, em muitos casos, estão diminuindo os

valores dos honorários pagos a hospitais, médicos, àqueles que atendem aos

pacientes, gerando uma situação de chantagem sobre esses profissionais médicos.

Ou aceitam a diminuição do valor ou ficam descredenciados do plano.

Há um volume fantástico de denúncias e irregularidades nessa área que

precisam ser investigadas. O Brasil precisa discutir profundamente essa questão.

Precisamos alterar a legislação para punir os abusos, porque temos hoje 40

milhões de brasileiros nas mãos desse sistema privado.

É bom que se diga aqui, Sr. Presidente, que há 6 anos eram 4 milhões de

brasileiros que dependiam de seguros privados. Infelizmente, pelo sucateamento

programado do SUS, mais de 36 milhões de brasileiros foram empurrados para a

compra de seguros privados de saúde.

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Concluindo, quero agradecer o apoio imenso que tive a todas as bancadas

deste Congresso. São hoje mais de 280 assinaturas a favor da criação de uma CPI

para investigar as relações entre os seguros privados de saúde e seus usuários.

Temos assinaturas de todas as bancadas, e muitos colegas Deputados ainda estão

assinando esse pedido de CPI.

Vamos desencadear um processo continuado de acompanhamento para

defender o legítimo interesse desses cidadãos que têm tido, em muitos momentos,

prejuízos irreparáveis para a sua saúde, que é muito pior do que os prejuízos

econômicos que estão tendo.

É preciso abrir a caixa-preta desse sistema que atua na área privada de

saúde, e essa CPI será uma grande contribuição nesse sentido.

Muito obrigado.

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O SR. LUIZ MAINARDI - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Dr. Evilásio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. LUIZ MAINARDI (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, este País, nos últimos anos, desenvolveu

várias políticas que vão ao encontro do receituário neoliberal. O ponto central

desse projeto é pegar o patrimônio público e repassá-lo à iniciativa privada.

Vários setores foram dilapidados sob o ponto de vista do interesse público.

Nos últimos meses, começou a se intensificar o trabalho de entrega de um deles

para a iniciativa privada. Refiro-me à questão do saneamento básico e da

distribuição e venda de água.

Ora, se chegarmos a um ponto em que o Poder Público, em âmbito nacional,

estadual ou municipal, não mais tiver a responsabilidade pelo tratamento e pela

venda de água, pelo recolhimento e pelo tratamento do esgoto, que é a principal

causa, junto com a fome, de doenças no Brasil, para que servirá o Poder Público?

Entendo, Sr. Presidente, que determinados temas até poderiam ser

submetidos à iniciativa privada, desde que na sua essência estivesse a

possibilidade da livre concorrência. Mas como vamos estabelecer a livre

concorrência na venda de água e no recolhimento e tratamento do esgoto?

Trinta e dois Municípios do nosso País já desenvolveram as privatizações ou

as concessões para a iniciativa privada, outros estão em andamento, e em alguns

Municípios há um verdadeiro escândalo em relação às intenções manifestadas por

Prefeitos irresponsáveis.

Faço referência ao Município de Bagé, no Rio Grande do Sul, onde esses

serviços são do Município e o Prefeito quer entregá-los para alguns grupos,

possivelmente europeus, porque os espanhóis é que estão mais interessados

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 092.2.51.O Tipo Sessão: Ordinária - CDData: 24/05/00 Montagem: S érgio

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nesse extraordinário negócio. Submeteu ele à Câmara de Vereadores e esta disse

"não", alegando que esse serviço tem que ser feito pelo Poder Público e, se

possível, sob controle público. Mas o Prefeito, não satisfeito com a derrota que

obteve na Câmara, fez o edital por decreto.

Se permitirmos — e aqui cabe ao Poder Judiciário, primeiramente — uma

concessão municipal sem autorização legislativa, contrariando frontalmente a lei

orgânica e a Constituição Federal, estaremos abrindo um precedente extremamente

grave, porque, a partir daí, se cria jurisprudência, e os Municípios brasileiros,

mesmo com Prefeitos em final de mandato, poderão fazer grandes negociatas

abrindo essas concessões para a iniciativa privada, que, de cada 4 reais

arrecadados, reinvestirá apenas 1, como é o caso do Município de Bagé.

É verdadeiramente um escândalo, Sr. Presidente. E o Governo Federal tem

a sua parcela de responsabilidade, porque o BNDES deveria ser o principal

instrumento de financiamento de obras públicas para atender ao seu lado social, à

população mais pobre, que não tem água, que não tem recolhimento de esgoto.

Mas o social do BNDES não tem o mesmo sentimento que o conjunto da sociedade

brasileira esperava, que é reinvestir os recursos dos trabalhadores, da sociedade

brasileira, no financiamento de obras para os Municípios.

Mas há uma determinação de que o BNDES não pode financiar entes

públicos. Só pode financiar a iniciativa privada.

Portanto, empresas que adquirirem autarquias municipais ou estaduais o

BNDES pode financiar; o Poder Público, de quem teria todas as garantias, inclusive

através dos repasses constitucionais do Governo Federal, não pode financiar.

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É uma vergonha — mais uma das que hoje foram registradas aqui — o

Governo Federal querer fazer a privatização dos serviços municipais e estaduais de

água e esgoto.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 092.2.51.O Tipo Sessão: Ordinária - CDData: 24/05/00 Montagem: S érgio

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O SR. JOÃO GRANDÃO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Dr. Evilásio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOÃO GRANDÃO (PT-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna para falar de um assunto

ao qual muitos Deputados já se reportaram aqui. Quero, mais uma vez, tocar na

questão da greve dos servidores públicos.

É preciso destacar a importância das universidades como ponto fundamental

para opormos resistência à submissão do Brasil aos desmandos do capital

internacional, porque é na universidade que acontecem os maiores debates, que

encontramos ressonância em relação às idéias que poderão ser colocadas depois

para a sociedade como ponto de reflexão.

A política adotada nas universidades traduz-se em arrocho salarial para os

trabalhadores destas. Podemos citar como exemplo que, de 1995 a 2000, os

servidores tiveram uma perda salarial de aproximadamente 65% dos seus

vencimentos. Só isso basta para justificar o movimento grevista, afora outras

aberrações cometidas por este Governo neoliberal de FHC. Quer dizer, só o fato de

ter 65% de perda salarial já justifica o movimento grevista, afora outras situações.

A pauta de reivindicação dos servidores não deixa dúvidas quanto ao que

acabamos de dizer. Vejamos:

a) contratação de servidores técnicos administrativos;

b) estabelecimento do Plano de Carreira, uma reivindicação antiga, desde

1988;

c) pelo cumprimento das decisões judiciais favoráveis aos servidores;

d) pela igualdade nos ganhos adicionais;

e) por uma política digna para os servidores aposentados;

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f) contra a terceirização e contrato temporário no serviço público;

g) participação nas discussões do orçamento das IFES;

h) participação nas discussões das políticas a serem adotadas nos hospitais

universitários. E, aqui, cuida não só da questão da universidade mas, sim, é uma

questão de saúde pública.

Creio ter demonstrado os motivos da solidariedade de todos nós, do PT, ao

movimento grevista da Federação das Associações de Servidores das

Universidades Brasileiras — FASUBRA. Quero reportar-me a uma entrevista

concedida por Renato Janine Ribeiro, professor titular do Departamento de

Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de

São Paulo — USP, ao jornal Folha de S.Paulo , de 21 de maio de 2000, que assim

se expressou: "que a educação é colocada como fator de competitividade mas, ao

mesmo tempo, se ataca a universidade pública". Coloca-se a educação como um

fator para a competitividade, ou seja, para enfrentar-se a vida lá fora mas, de

repente, a universidade é sucateada retirando-lhe todas as condições para que

possa continuar capacitando o cidadão a inserir-se como profissional competitivo

no mercado de trabalho.

A universidade pública brasileira está sendo sucateada e desprestigiada.

Falo com conhecimento de causa por ter tido a oportunidade de, por um período,

trabalhar na Universidade de Mato Grosso do Sul como professor. É uma estratégia

cuidadosamente arquitetada, muito bem sistematizada no projeto neoliberal, para

manutenção do Estado como país subdesenvolvido. Para os defensores do

neoliberalismo é desejável manter o Brasil numa condição subalterna na economia

mundial, e a forma mais fácil e rápida de atingir tais objetivos é arrebentar com as

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universidades públicas, tornando-as ineficientes e incapazes de realizar pesquisas

e produzir conhecimento.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em Mato Grosso do Sul — digo com

a maior tranqüilidade —, o Governo Popular dá exemplos de como deve ser tratada

a educação. Cito a Escola Estadual Maria de Lourdes Sotana, no Município de

Naviraí, recentemente escolhida como referência nacional e tendo recebido prêmio

da UNESCO.

Portanto, independente de partido, filosofia, cor partidária e ideologia, todos

devemos apoiar o movimento grevista em defesa dos companheiros cujos salários

não são reajustados há cinco anos, quando a perda salarial é comprovadamente de

mais de 65%.

Sr. Presidente, desta tribuna queremos chamar a atenção do Governo

Fernando Henrique Cardoso para esta situação.

Muito obrigado.

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O SR. ODELMO LEÃO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Dr. Evilásio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ODELMO LEÃO (PPB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, solicito a V.Exa. dar início à Ordem do Dia, pois já temos número

suficiente de Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Dr. Evilásio) - A Presidência dos trabalhos está

aguardando a presença do Presidente desta Casa, nobre Deputado Odelmo Leão.

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O SR. LUIZ SÉRGIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Dr. Evilásio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, hoje, esta cidade esteve movimentada porque o

funcionalismo público federal de vários Estados brasileiros — que está em greve —

veio a Brasília e realizou a maior manifestação por essa categoria trabalhista dos

últimos anos.

O lamentável é que o Governo, que diz que é preciso dialogar e que não

pode haver radicalismo, que não pode haver baderna, fecha as portas e não abre

um processo de negociação com o comando de greve. O que se espera de um

Governo que faz isso? A radicalização. Que o funcionalismo vá para onde nem eles

querem, que é o processo de radicalização. E o Governo usa os meios de

comunicação para dizer que é baderna, bagunça, e que isso ele não aceita, que só

negocia se o funcionalismo voltar ao trabalho. Como os funcionários acreditarão

nisso se há seis anos esse Governo não recebe o movimento sindical do

funcionalismo, não abre um processo de negociação, não atende a nenhuma das

reivindicações solicitadas?

Estamos assistindo ao arrocho e a uma impaciência social instituída por um

Governo que criou a ilusão de que há estabilidade econômica. Mas basta que surja

um problema em qualquer Bolsa de Valores na Ásia para a economia brasileira

entrar no CTI com pneumonia. O que temos é um controle monetário e, em

contrapartida, a maior quebradeira a que este País já pôde assistir e o maior

número de desempregados de toda a História. Aqueles que estão trabalhando,

principalmente o funcionalismo público federal, há anos não vêem a cor de um

reajuste.

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O Governo, ao privatizar as empresas, disse que o ágio era um recurso a

mais. Hoje pegou o que vendia como recurso a mais e permitiu que as empresas

pudessem abatê-lo no Imposto de Renda, ou seja, fez um desconto. Mas a classe

média, o funcionalismo e aqueles que recebem salários estão também há anos sem

que a tabela do Imposto de Renda seja reajustada. Temos um Governo que

obedece aos organismos internacionais e vira as costas para os grandes problemas

que temos de enfrentar.

Os servidores públicos federais em greve estão de parabéns, pois mostram

claramente que a paciência da sociedade brasileira e a paciência daqueles que

estão há anos esperando por um processo digno de diálogo, negociação e

entendimento foi esgotada.

Chamo a atenção dos Líderes desta Casa, pois, se formos para o caminho

da radicalização, as Lideranças que compõem a base do Governo virão a esta

tribuna para expressar condenação, como fizeram a respeito do incidente, em São

Paulo, com o Ministro da Saúde. Antes de condenar, as Lideranças do Governo

deveriam dizer que um Governo democrático tem o dever de abrir canais de

negociação e receber o comando de greve, até porque o direito de greve é

assegurado pela Constituição brasileira.

Não é possível o Governo deixar esse setor à margem do processo político

que estamos vivendo. O momento é de negociação, para que se evite o pior. É isso

o que se exige de um Governo democrático.

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O SR. WALTER PINHEIRO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Dr. Evilásio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. WALTER PINHEIRO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a situação de todo o sistema rodoviário do

Brasil tem sido objeto de crítica permanente neste plenário e principalmente por

parte dos usuários, seja pela péssima conservação das estradas, seja pelo

excessivo valor cobrado nos pedágios. Que o diga o povo de São Paulo, que tem

vivenciado o problema.

É importante lembrar uma das questões centrais para a qual temos de nos

voltar: o resultado que as péssimas condições do sistema rodoviário têm trazido ao

Brasil. A cada dia vemos estatísticas relacionando essas mortes, assassinatos, ao

estado precário das nossas estradas. Deparamo-nos com um número cada vez

maior de mortes; dados estatísticos apontam para a larga escala de vidas

dizimadas no País.

Temos caminhado para um processo que precisa ser lembrado: os índices

de assassinato nas estradas tem-se apresentado muito maiores do que nas

grandes guerras e nos conflitos que têm acontecido pelo Brasil afora. Lógico, uma

das causas é a necessidade urgente de mudança, principalmente no que diz

respeito à manutenção das rodovias. No Orçamento que está nesta Casa

discutiu-se muito as verbas destinadas ao Ministério dos Transportes. Há um

debate em curso em relação à extinção, à reformulação ou remodelagem do DNER.

Óbvio que somos árduos defensores da manutenção desse órgão, e tenho

registrado permanentemente isso, mas é necessário que haja uma reformulação de

seu papel. Estão aí os servidores públicos em greve, que têm demostrado a

urgência do fortalecimento das estruturas públicas para possibilitar, numa escala

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cada vez maior, a atuação de órgãos como esse, que venham a atender demandas

crescentes da população.

O não-funcionamento desses órgãos é uma sórdida trama do Governo. É

lógico que esse esvaziamento favorece o discurso do desmantelamento, da

desestruturação, da completa destruição do serviço público, alegando-se que esses

órgãos não funcionam. Podem até dizer que é a mesma história do ovo e da

galinha: quem é que vem primeiro. Na realidade, os órgãos não funcionam porque o

Governo tem uma política voltada para o não-funcionamento, para um verdadeiro

desmantelamento. Somam-se a isso salários arrochados, recursos não repassados

e um baixo índice de priorização por parte da esfera pública em relação a órgãos

como esse.

O resultado de tudo isso é muito claro: estamos assistindo a uma verdadeira

mortalidade nas estradas. Famílias inteiras que, viajando para buscar, no turismo,

lazer e momentos de satisfação, acabam em tragédia; caminhoneiros, que,

diuturnamente, no seu espaço de trabalho, que é a estrada, têm enfrentado

diversas dificuldades, assim como motoristas de ônibus e passageiros que,

obrigatoriamente, fazem da estrada o seu caminho natural e permanente na luta

cotidiana.

Portanto, Sr. Presidente, mais uma vez, registro a necessidade de maior

responsabilidade e empenho por parte do Ministério dos Transportes. Os

Parlamentares têm feito sua parte no que diz respeito à destinação de recursos,

mas temos assistido à negligência principalmente do órgão responsável pela

manutenção das estradas, e cada vez mais a desgraça está-se abatendo sobre

famílias.

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Registramos ainda um fato que não só preocupou mas transtornou toda a

Bahia, que foi a morte do companheiro Paulo Jackson. Ainda ontem um outro

acidente de grandes proporções, no entroncamento perto da cidade de Jequié, na

Bahia, vitimou a vida de diversos bóias-frias, que talvez não consigam ganhar

destaque nas matérias de jornais, mas são vidas e, portanto, merecem respeito. Se

fôssemos relatar aqui, teríamos dezenas e dezenas de situações como essa

provocadas exatamente pelas péssimas condições das estradas, que vão desde o

estado físico da estrada até a falta de sinalização, que permitiria ao motorista dirigir

em melhores condições.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. DR. HÉLIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Dr. Evilásio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. DR. HÉLIO (PDT-SP. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, amanhã, dia de 25 de maio, será, sem

dúvida nenhuma, uma data importantíssima para o Brasil: a Fundação Instituto

Oswaldo Cruz completará 100 anos.

Assim, de forma muito especial, e em nome de todos os brasileiros, gostaria

de prestar homenagens a tão relevante instituição brasileira, cuja capacidade de

superação e dedicação nos tornou independentes e livres de várias doenças e

malefícios.

Falar das conquistas da FIOCRUZ seria redundante neste momento, pois

sua contribuição na área de pesquisa, de ciência e de formação de recursos

humanos foi, está sendo e será sempre de grande importância para todo o País.

Tal como seu precursor, Oswaldo Cruz, que fora “obrigado” a assumir o

encargo de sustentar uma família numerosa com a morte de seu pai, a FIOCRUZ

assumiu o encargo de promover o estudo de vacinas e procedimentos para

combater doenças como a febre amarela, a varíola, a malária e outras, que

acometiam enorme contingente da população brasileira.

Missão inglória desde o início, mas eficiente e vencedora, a FIOCRUZ,

desde 1900, vem-se empenhando nos estudos sobre a saúde pública brasileira e

obtendo resultados bastante expressivos, mesmo sem contar com um apoio efetivo

em investimentos que lhe propiciasse pesquisas e procedimentos mais ambiciosos,

além de alçar vôos plenamente possíveis nos campos da ciência e da pesquisa.

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Aqui, caros colegas, faço reverência especial ao batalhador Anísio Teixeira,

cujo centenário comemoramos também amanhã, que soube, como ninguém,

demonstrar com clareza a indissociabilidade entre ensino e pesquisa.

Vale também fazer menção honrosa à atual equipe que dirige a FIOCRUZ,

pela qual conservo grande amizade e respeito, nas figuras do Dr. Eloy Garcia, seu

Presidente, e da Profa. Cecília Mynaio, assim como do corpo de pesquisadores e

técnicos da instituição que, mesmo com baixos salários e a ausência de um plano

de carreira, vem se dedicando dia após dia à pesquisa e à saúde brasileira.

Meus parabéns e agradecimentos à Fundação Instituto Oswaldo Cruz, por

todos os seus feitos essenciais para um país gigante de problemas e diversidades

como o nosso.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, peço a palavra pela

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Dr. Evilásio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (PFL-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, evidentemente ansioso para votar, como o Líder do PTB

tem orientado, gostaria de fazer um comentário a respeito de projeto aprovado pela

Câmara há cerca de um mês, que pretendia resolver a questão da iluminação

pública, sob pressão dos Prefeitos.

Quero comunicar aos Deputados que votaram inadvertidamente esse projeto

inconstitucional, anti-social e antieconômico que, se aprovado no Senado — espero

que não o seja —, vai promover um aumento médio de 3% na conta de energia do

consumidor brasileiro. Ele é tão anti-social, Sr. Presidente, que em Estados pobres

como o Piauí o aumento será de 7%.

Portanto, temos de ser mais cuidadosos com os projetos que aprovamos.

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O SR. ANTONIO PALOCCI - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Dr. Evilásio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ANTONIO PALOCCI (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero me manifestar a respeito da

mobilização que ocorre em todo o País, envolvendo tanto servidores federais

quanto servidores estaduais, em especial os do meu Estado, São Paulo.

Os servidores federais, todos sabem, estão há um período muito longo sem

aumento de salário, isso quando a arrecadação do Governo da União teve um

aumento real próximo de 40%. Portanto, seria possível ter reajustado os salários

desses servidores que prestam importantes serviços à população.

A própria Fundação Oswaldo Cruz, um dos grandes centros de pesquisa de

valor nacional e internacional, está com as atividades paralisadas. Diga-se de

passagem que a FIOCRUZ completa cem anos amanhã. Ela merece os

cumprimentos e a manifestação solidária deste Congresso, na medida em que é

uma instituição de grande valor para o País, como são as universidades, que

também estão com as atividades paralisadas. No Estado de São Paulo, professores

e funcionários das suas três universidades públicas estão com as atividades

paralisadas, bem como a área de saúde, envolvendo os grandes hospitais do

Estado, e a área de educação pública.

Quero, portanto, registrar nossa preocupação. Esperamos que, tanto no

âmbito federal, em que nenhum aumento foi dado para o conjunto do funcionalismo,

quanto no âmbito do Estado de São Paulo, em que houve aumento, mas há

reivindicações importantes dos servidores a serem consideradas, essas questões

façam parte da preocupação dos nossos Governos.

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É preciso ressaltar que nenhuma dessas categorias está reivindicando

aumento salarial; nenhuma. Estão reivindicando apenas reposição de perdas

salariais. Acho muito importante que se encontre um ponto de equilíbrio em relação

a essas reivindicações, para que sejam evitadas situações indesejáveis como a que

ocorreu na última quinta-feira na Avenida Paulista. Foi uma operação da Polícia

Militar que considero totalmente inconveniente, assim como são inconvenientes as

atitudes que ocorreram em São Bernardo do Campo, envolvendo o Governador

Mário Covas, e na cidade de Sorocaba, envolvendo o Ministro José Serra.

Infelizmente, pessoas que, acredito, nada têm a ver com o conteúdo, o valor desses

movimentos sociais, partiram para atitudes agressivas a autoridades públicas, uma

postura de todo inaceitável. Acredito que a democracia pressupõe, sim, o direito à

greve, à mobilização, ao protesto, à luta, mas não a agressão a autoridades

legitimamente eleitas e que não devem sofrer manifestações dessa natureza.

Portanto, registro a nossa inconformidade com as atitudes que atingiram o

Governador Mário Covas e o Ministro da Saúde, José Serra.

Definitivamente, essas atitudes não são adequadas. Por mais que as

pessoas envolvidas não tivessem a intenção de feri-los ou de agredi-los, essa foi a

atitude concreta, que não se deve repetir em momentos como aquele.

Fazemos força e vamos trabalhar, como representantes da população, no

sentido de encontrar um caminho para que haja negociações com os servidores

federais e se determine o fim da paralisação no Estado de São Paulo.

São justas as questões por eles apresentadas, mesmo porque, insisto, não

pedem aumento, mas recuperação dos seus salários, na área da educação e da

saúde, tão fundamentais para o País. Não devemos esperar que esses movimentos

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levem a novos conflitos, mas a um entendimento, e que o Governo possa atender

às reivindicações do funcionalismo público.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. ALBERTO GOLDMAN - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ALBERTO GOLDMAN (Bloco/PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o jornal O Estado de S.Paulo divulga hoje matéria de

emenda constitucional sobre precatórios, que aprovamos aqui, foi ao Senado

Federal e, lá reformulada, voltou a esta Casa. Na semana passada a sua

admissibilidade foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de

Redação da Câmara dos Deputados.

Essa emenda constitucional permitiria a liberação de recursos que seriam

destinados ao pagamento de precatórios para cumprimento de parte do Orçamento

que aprovamos, em que as dotações consignadas no Anexo IV somente poderão

ser executadas caso a emenda constitucional seja promulgada até 30 de junho de

2000.

No entanto, Sr. Presidente, pelo conhecimento que temos dos fatos, a

Comissão Especial até agora não foi constituída, porque os partidos ainda não

indicaram os seus representantes para compô-la.

Veja bem: se não promulgarmos até o dia 30 de junho essa emenda à

Constituição, centenas de emendas aprovadas ao Orçamento, beneficiando todos

os Estados da União — e uma delas é muito importante, pois garante 73 milhões de

reais para o Programa de Renda Mínima —, não poderão ser executadas porque a

fonte de recursos não mais existirá.

Temos informações de que um grupo de credores desses precatórios —

evidentemente, na defesa de seus legítimos interesses — tem-se movimentado, tem

feito gestões para que essa emenda constitucional não seja aprovada por esta

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Casa dentro do prazo. Se isso acontecer, repito, centenas de obras aprovadas no

Orçamento da União não poderão ser executadas.

Portanto, para que não tenhamos amanhã de passar por situações de

constrangimento muito mais graves do que esta que, de forma gentil, estou

expondo neste momento, solicito aos Líderes partidários que façam as indicações

imediatamente, no sentido de que seja constituída a Comissão, a fim de que o

prazo para apresentação de emendas comece a correr e possamos, antes do dia

30 de junho, aprovar essa emenda constitucional.

Era a questão que gostaria de trazer ao conhecimento da Casa.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Srs. Deputados, está fluindo o prazo

para os Srs. Líderes apresentarem os nomes. Aliás, o prazo de indicação terminará

amanhã.

Reitero aos Srs. Líderes a necessidade de até amanhã indicarem os nomes,

sob pena de a própria Presidência indicar — dura disposição regimental — os

nomes que comporão a referida Comissão, para que logo se instale, comece a

trabalhar e, portanto, atenda ao prazo para apresentação de emenda, o que, no

dizer do nobre Deputado Alberto Goldman, o próprio Orçamento exige.

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VI - ORDEM DO DIA

PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - A lista de presença registra o

comparecimento de 299 Srs. Deputados.

Passa-se à Ordem do Dia.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Item 1.

Continuação da discussão, em turno único, do Projeto de

Lei nº 933, de 1999, que altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de

dezembro de 1940 — Código Penal, mediante a tipificação de

condutas que constituem crimes contra a Previdência Social, e

dá outras providências.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - O Relator do projeto, Sr. Deputado

José Carlos Aleluia, já tem o fruto do acordo? Se o tiver, que o encaminhe à Mesa.

(Pausa.)

O Sr. Deputado Odelmo Leão está registrando que a emenda é de V.Exa.

(Risos.)

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Está encerrada a discussão.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Consulto o nobre Líder do PDT sobre

se mantém as três emendas que apresentou, tendo em vista o acordo realizado.

O SR. FERNANDO CORUJA (PDT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PDT vai retirar as emendas que apresentou, em face do acordo.

Nossa emenda principal tratava do art. 153, no qual entendíamos que se colocava

uma mordaça, impedindo qualquer divulgação de dados sigilosos, inclusive para a

imprensa.

Então, entendendo que a nossa emenda foi acatada — e queremos

enaltecer o espírito dos Srs. Líderes partidários no sentido de encontrar o consenso

—, retiramos nossas emendas.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Muito bem, remanesceu apenas a

Emenda de nº 14, que é do acordo.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Peço ao Deputado que ofereça o seu

parecer, em substituição à Comissão de Constituição e Justiça e de Redação.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (PFL-BA. Para emitir parecer. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Emenda nº 14 não difere

profundamente do projeto, do substitutivo aprovado na Comissão de Constituição e

Justiça.

O esforço dos Líderes fez com que as outras emendas fossem retiradas e

fossem promovidos aperfeiçoamentos do projeto. Em razão de as alterações serem

poucas, mas existirem, vou me permitir fazer a leitura da Emenda Substitutiva

Global ao Projeto de Lei nº 933-A , de 1999, que altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7

de dezembro de 1940 — Código Penal e dá outras providências:

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º. Ficam acrescidos à Parte Especial do Decreto-Lei

nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 — Código Penal, os

seguintes dispositivos:

Apropriação indébita previdenciária

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as

contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma

legal ou convencional:

Pena — reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

§ 1º. Nas mesmas penas incorre quem deixar de:

I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra

importância destinada à previdência social que tenha sido

descontada do pagamento efetuado a segurados, a terceiros

ou arrecadada do público;

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II - recolher contribuições devidas à previdência social

que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos

à venda de produtos ou à prestação de serviços;

III - pagar benefício devido a segurado, quando as

respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à

empresa pela previdência social.

§ 2º. É extinta a punibilidade se o agente,

espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento

das contribuições, importâncias ou valores e presta as

informações devidas à previdência social, na forma definida

em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 3º. É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou

aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons

antecedentes, desde que:

I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes

de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social

previdenciária, inclusive acessórios; ou

II - o valor das contribuições devidas, inclusive

acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela

previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo

para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

Inserção de dados falsos em sistema de informações.

Aqui quero fazer uma ressalva. Esta vai ser a primeira legislação aprovada

na Câmara em que se fala de inserção de dados falsos, ou seja, é uma atualização

para a área da informação dos processos administrativos da administração pública.

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Continuando:

Art. 312-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a

inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente

dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de

dados da Administração Pública, com o fim de obter vantagem

indevida para si ou para outrem ou para causar dano:

Pena — reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Modificação ou alteração na atualização do sistema de

informações.

Isso se refere aos chamados vírus, tão falados pela mídia.

Art. 319-A. Modificar, ou alterar, o funcionário, sistema de

informações ou programa de informática sem autorização ou

solicitação de autoridade competente:

Pena — detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço

até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para

a Administração Pública ou para o administrado.

Sonegação de contribuição previdenciária.

Art. 337-A. Constitui crime contra a Previdência Social

suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e

qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de

documento de informações previsto pela legislação

previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador

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avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe

prestem serviços;

II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da

contabilidade da empresa as quantias descontadas dos

segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de

serviços;

III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros

auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos

geradores de contribuições sociais previdenciárias:

Pena — reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

§ 1º É extinta a punibilidade se o agente,

espontaneamente, declara e confessa as contribuições,

importâncias ou valores e presta as informações devidas à

previdência social, na forma definida em lei ou regulamento

antes do início da ação fiscal.

§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar

somente a de multa se o agente for primário e de bons

antecedentes, desde que:

I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes

de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social

previdenciária, mesmo que parcelada, inclusive acessórios; ou

II - o valor das contribuições devidas, inclusive

acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela

previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo

para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

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§ 3º. Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha

de pagamento não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil quinhentos

e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até

metade ou aplicar apenas a de multa.

§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será

reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do

reajuste dos benefícios da previdência social.

Art. 2º. Os artigos 153, 296, 297, 325 e 327 do

Decreto-Lei nº 2.848, de 1940, passam a vigorar com as

seguintes redações:

Art.153...............................................................................

§ 1º. Divulgar, sem justa causa, — esta é a emenda a

que se referia o Deputado Fernando Coruja — informações

sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou

não nos sistemas de informações ou banco de dados da

Administração Pública:

Pena — detenção, de um a quatro anos, e multa.

§ 2º. Somente se procede mediante representação.

§ 3º. Quando resultar prejuízo para a Administração

Pública, a ação penal será incondicionada.

Art. 296...............................................................................

§ 1º.....................................................................................

III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas,

logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou

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identificadores de órgãos ou entidades da Administração

Pública.

Art. 297...............................................................................

§ 3º. Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz

inserir:

I - na folha de pagamento ou em documento de

informações que seja destinado a fazer prova perante a

previdência social, pessoa que não possua a qualidade de

segurado obrigatório;

II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do

empregado ou em documento que deva produzir efeito perante

a previdência social, declaração falsa ou diversa da que

deveria ter sido escrita;

III - em documento contábil ou em qualquer outro

documento relacionado com as obrigações da empresa

perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da

que deveria ter constado.

§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos

documentos mencionados no parágrafo anterior, nome do

segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência

do contrato de trabalho ou a prestação de serviços.

Art. 325...............................................................................

§ 1º. Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:

I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento

ou empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de

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pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco

de dados da Administração Pública;

II - se utiliza indevidamente do acesso restrito.

§ 2º. Se da ação ou omissão resulta dano da

Administração Pública ou a outrem:

Pena — reclusão de dois a seis anos, e multa.

Art. 327...............................................................................

§ 1º. Equipara-se a funcionário público quem exerce

cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem

trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou

conveniada para a execução das atividade típica da

Administração Pública.

Art. 3º. O art. 95 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991,

passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 95. A empresa que transgredir as normas desta Lei,

além das outras sanções previstas, sujeitar-se-á, nas

condições em que dispuser o regulamento:

I - à suspensão de empréstimos e financiamentos, por

instituições financeiras oficiais;

II - à revisão de incentivos fiscais de tratamento tributário

especial;

III - à inabilitação para licitar e contratar com qualquer

órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta

federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal;

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IV - à interdição para o exercício do comércio, se for

sociedade mercantil ou comerciante individual;

V - à desqualificação para impetrar concordata;

VI - à cassação de autorização para funcionar no País,

quando for o caso.

Art. 4º Esta lei entra em vigor noventa dias após a data

de sua publicação.

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O SR. SÉRGIO MIRANDA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. SÉRGIO MIRANDA (Bloco/PCdoB-MG. Sem revisão do orador.) -

Deputado José Carlos Aleluia, V.Exa. me permite um esclarecimento a partir da

emenda substitutiva de V.Exa.?

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Pois não.

O SR. SÉRGIO MIRANDA - Foi incluída no art. 168-A, § 2º, a extinção da

punibilidade: é extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara,

confessa e efetua o pagamento das contribuições previdenciárias.

Do ponto de vista do crime da sonegação da contribuição previdenciária,

V.Exa. preste atenção, a sonegação é diferente da inadimplência.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Mas esse primeiro...

O SR. SÉRGIO MIRANDA - A sonegação é diferente. Na inadimplência, o

empregador, às vezes, não tem condições de pagar, ficou inadimplente. Não está

sonegando. Sonegação é omissão da folha de pagamento, deixar de lançar

mensalmente, omitir receitas ou lucros.

No § 1º, semelhante ao outro, da extinção da punibilidade, não existe esse

adendo que V.Exa. incluiu no § 2º. Além da confissão, efetuar o pagamento das

contribuições.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Vou tentar explicar a V.Exa. Deve V.Exa.

observar que o tipo penal referido primeiro no art. 168 é apropriação indébita, ou

seja, houve o desconto da folha do empregado e o dinheiro existe, porque era do

empregado. É diferente do caso seguinte, onde o indivíduo espontaneamente

declara que deve à Previdência. É diferente desse caso. Nesse caso, ele não só

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deve, mas deve um dinheiro de terceiros. Ele está se apropriando. Por isso, foi mais

rigoroso.

O SR. SÉRGIO MIRANDA - Mas quero chamar a atenção — não participei

do acordo, infelizmente não chamam todos os partidos para as negociações — para

o fato de que o indivíduo, no caso, não está sendo inadimplente. Não é o

empresário que sofreu uma dificuldade no seu fluxo de caixa e não pagou. Não é

esse caso. É um crime. Aquele que deixa de lançar mensalmente, nos títulos

próprios de contabilidade, as quantias descontadas do segurado, o que omite na

folha lucros ou receitas que seriam contribuição. Então é tipicamente crime. Ele

está sonegando. Não era inadimplente.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Eu concordo com a observação de V.Exa.

Entretanto, quero dizer a V.Exa. que ele deixou de declarar, mas em tempo

declarou, porque é antes do início da ação fiscal. Portanto, ele declarou. No caso

anterior, o texto tinha sido aprovado de um jeito e nós o tornamos mais severo,

exatamente porque entendíamos — foi uma observação do PMDB — que havia o

dinheiro. O recurso tinha sido descontado da folha do empregado. No caso

seguinte, da sonegação, ele se arrependeu da sonegação e procurou a

Previdência, para que, espontaneamente, declarasse que era devedor. Há uma

diferença.

Sr. Presidente, acredito que o assunto foi por demais discutido, e não me

resta mais nenhum esclarecimento.

Portanto, sou de parecer favorável e voto favoravelmente à aprovação do

projeto, na forma da emenda apresentada pelo Deputado Odelmo Leão e outros,

que é a emenda fruto do acordo.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - O parecer é favorável à Emenda nº

14.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

José Antonio Almeida, para encaminhar contra. (Pausa.) Ausente.

Concedo a palavra ao Deputado José Roberto Batochio, para encaminhar

contra. (Pausa.) Ausente.

Os Srs. Deputados que queiram encaminhar a favor podem fazê-lo.

O SR. PROFESSOR LUIZINHO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, se ninguém irá encaminhar contra, eu acho que não encaminharíamos

a favor também. Assim, agilizaríamos o processo. Se não houver encaminhamento

contra, se há acordo, eu retiro o encaminhamento também.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Pois não. Retirado o

encaminhamento.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Deputado Ayrton Xerêz, V.Exa. retira

o encaminhamento?

O SR. AYRTON XERÊZ (PPS-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

nós também retiramos o encaminhamento. Estamos de acordo com a matéria,

lamentando apenas que o PPS não tenha sido convidado para debater os

aprimoramentos no projeto pela manhã. Mas estamos de acordo com esse

encaminhamento de V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Deputado Fernando Coruja também

retira? (Pausa.) Retira.

Deputado José Genoíno? (Pausa.) Está ausente.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Vamos passar à votação.

Em votação a Emenda Substitutiva nº 14 .

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como votam os Srs. Líderes?

Como vota o Partido Humanista? (Pausa.)

Como vota o PV?

O SR. FERNANDO GABEIRA (PV-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PV vota "sim".

O SR. AYRTON XERÊZ (PPS-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

o PPS vota "sim".

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como vota o Bloco Parlamentar

PL/PSL? (Pausa.)

Como vota o Bloco Parlamentar PSB/PCdoB?

O SR. SÉRGIO MIRANDA (Bloco/PCdoB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Bloco Parlamentar PSB/PCdoB vai votar "sim" ao projeto, mas se

sente na obrigação de apoiar as ressalvas feitas pelo ilustre Deputado José Antonio

Almeida. Concordamos com S.Exa. quando argumenta que esse projeto em muito é

redundante. Existe o crime de apropriação indébita, que não é aplicado, a Lei nº

8.212, a Lei da Previdência, já explicita esses crimes todos, e eu pelo menos não

tenho conhecimento de que sonegador do INSS, da previdência pública, tenha

sofrido essa pena.

Esperamos que depois da alteração do projeto possamos ver os

sonegadores efetivamente sendo punidos, e não como hoje: mesmo havendo crime,

mesmo havendo as penas que são iguais, não existe ninguém preso porque está

sonegando da Previdência.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Vota "sim".

Como vota o PDT?

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O SR. FERNANDO CORUJA (PDT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PDT vai votar "sim" em função do acordo, mas quer fazer uma

ressalva sobre essa tautologia jurídica que está sendo feita aqui.

Na verdade, nesse caso não é preciso haver nova lei, esses crimes já estão

previstos no Código Penal, na Lei de Crimes Contra a Ordem Tributária, mas

infelizmente essas leis não são aplicadas e não vemos sonegadores na cadeia,

muito menos apenados.

Este País não precisa de mais leis, e sim que elas sejam aplicadas, mas,

como não queremos ser responsáveis por nenhum argumento de que estamos

impedindo a justiça neste País, vamos votar "sim", enaltecendo o acordo feito entre

os Líderes, que acatou algumas emendas feitas pelo PDT.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Para encaminhar pelo Bloco

Parlamentar PL/PSL, Deputado Bispo Rodrigues.

O SR. BISPO RODRIGUES (Bloco/PL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nós, do Bloco Parlamentar PL/PSL, encaminhamos o voto "sim" e

aplaudimos a lei, porque ela leva a que, cada vez mais, puna-se a pessoa que não

recolhe aos cofres públicos o que deve ao Estado.

Esperamos que, com essa lei, aumente a arrecadação da Previdência Social,

para que também se possa aumentar o salário mínimo, sem a desculpa de que ele

quebraria a Previdência .

Nós Líderes concordamos com tudo que o Governo quis, para não dizer que

somos empecilho. Esperamos que a arrecadação aumente e que melhore também a

qualidade de serviço da Previdência Social à população.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Vota "sim".

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Como vota o PPB, Líder Odelmo Leão, vota "sim" ou "não"?

O SR. ODELMO LEÃO (PPB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

sanada a dúvida, o PPB vota "sim".

O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nós já havíamos apresentado emenda na qual deixamos claro que no

caso da apropriação indébita não bastava que quem cometesse o ato o declarasse

espontaneamente. Ele tinha que efetuar o pagamento, porque está pegando

dinheiro de outro, do funcionário, do empregado, e o está usando pessoalmente.

Nessas condições, não teria sentido permitir que essa pessoa ficasse livre de

punição, livre de processo. Neste ponto acataram a nossa emenda.

Com relação à sonegação, ficou uma dúvida, mas o nobre Deputado Sérgio

já a apresentou. De qualquer forma, o projeto melhorou, avançou em muitos pontos.

Achamos que alguns não foram contemplados, mas se avançou bastante.

Em segundo lugar, o projeto é redundante, mas, nesse caso, para nós,

redundar é o de menos, porque precisamos é que não haja mais apropriação

indébita, nem sonegação, e que os que cometem crimes contra a Previdência sejam

punidos, sejam presos e paguem o que devem à Previdência. Nesse sentido, o

projeto reforça essa idéia, reforça esse desejo. Nós somos favoráveis. O PT vota

"sim".

O SR. MENDES RIBEIRO FILHO (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador) -

Sr. Presidente, nunca um projeto foi tão discutido por todas as bancadas como o foi

este que vamos votar na tarde de hoje. Cada bancada fez uma sugestão, deu uma

opinião. E o importante é que a emenda pode receber sugestões de todos os

partidos. No fundo, estão aperfeiçoando legislação que, tenho certeza, irá contribuir

com o Brasil e com todos aqueles que pagam Previdência. Essa legislação só não

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vai contribuir com os que não repassam a contribuição que recolheu do empregado.

Para este a legislação é rígida. Não transige, é absoluta.

O PMDB vota, então, a favor da emenda, que, não tenho dúvidas, e reafirmo,

contribuirá, e muito, com o sistema previdenciário do Brasil.

PMDB vota sim.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Sem revisão do orador) - Sr.

Presidente, este projeto não é para o Governo. É para o País, para a Previdência

Social, pois tem o objetivo de instrumentalizá-la, de evitar a sonegação fiscal e o

desvio de recursos.

Sr. Presidente, ao projeto original do Governo foram feitas algumas

alterações, em face de um amplo entendimento com todos os partidos com assento

nesta Casa, quer os da base de sustentação do Governo, quer os de oposição.

Foram feitas alterações importantíssimas, como, por exemplo, distinção de

apropriação indébita e sonegação previdenciária. Incluiu-se o peculato eletrônico

— crime em voga —, a possibilidade de funcionário ou outra pessoa burlar o

sistema da Previdência Social, falsificar guia de que está em dia com a Previdência

Social ou colocar dados no sistema.

Por isso, Sr. Presidente, será apreciado separadamente projeto de lei

especial que trata de crimes cometidos através da informática, e da Internet, de

autoria do Deputado Luiz Piauhylino, cuja urgência será votada nesta noite. Dessa

forma poderemos votá-lo depois do dia 7, com amplo entendimento entre os

partidos com assento nesta Casa, reservando-se que todas as matérias cuja

urgência for aprovada sejam votadas a partir do dia 7.

Sr. Presidente, esse projeto vai adiante: inclui, além da distinção de

apropriação indébita, de sonegação fiscal, de peculato, a burla, a falsidade de

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símbolos da própria Previdência Social. Além disso, o prazo para que a lei entre em

vigência foi alterado de 45 para noventa dias, permitindo que seja bem divulgada

antes de começar a ser aplicada.

Sr. Presidente, quero louvar o Deputado Vilmar Rocha pelo relatório original

e o Deputado José Carlos Aleluia, Relator de Plenário, pela elaboração de um

substitutivo que foi aprovado por todos.

Sr. Presidente, quero também dizer que esse é mais um capítulo da reforma

da Previdência Social, que está sendo realizada pelo grande Ministro da

Previdência Social. O ilustre Senador Waldeck Ornélas tem feito grande esforço no

sentido de equilibrar as contas da Previdência de modo a que o sistema fique cada

vez mais moderno e eficiente para que haja equilíbrio em todo o sistema

previdenciário do nosso País, seja ele privado ou dos servidores públicos.

Sr. Presidente, o projeto não fere nenhum dispositivo, pelo contrário,

acrescenta alguns ao Código Penal, respeita a Lei nº 8.212, que trata do Plano de

Custeio e Benefícios, e, portanto, vem ao encontro daqueles que desejam a

modernização e a atualização da Previdência Social do nosso País.

Com esses argumentos, o nosso Partido da Frente Liberal recomenda o voto

"sim".

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - O PFL vota "sim".

Como vota o Bloco Parlamentar PSDB/PTB?

O SR. SAULO PEDROSA (Bloco/PSDB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, tratando-se de acordo, o Bloco Parlamentar PSDB/PTB vota "sim".

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Vota "sim".

O Governo, o que recomenda?

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O SR. ARNALDO MADEIRA (Bloco/PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, cumprimento os Srs. Líderes; o Relator da Comissão de Constituição e

Justiça e de Redação, Deputado Vilmar Rocha; e o Relator de Plenário, José

Carlos Aleluia, pela construção do acordo nesse projeto tão importante para a

Previdência. o Governo recomenda o voto "sim".

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Recomenda o voto "sim".

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação a Emenda Substitutiva nº

14.

Aqueles que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)

Aprovada.

Ficam prejudicadas as demais proposições.

Em votação a redação final.

Aqueles que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)

Aprovada.

A matéria vai ao Senado Federal .

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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, peço a palavra para um

esclarecimento.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PPB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o projeto que votamos agora altera o Código Penal. Pergunto: em

alterando o Código, a votação não precisaria ser nominal?

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Não, Deputado. A votação é

simbólica. Trata-se de projeto de lei comum.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sim, Sr. Presidente, mas altera o Código

Penal.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - É projeto de lei, sem embargo de

alterar o Código Penal. Não se trata de lei complementar. Portanto, não exige

votação nominal.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, não estou discutindo se é

complementar ou não, mas o fato de alterar o Código Penal. Estou de acordo...

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Não, não há necessidade.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, não há necessidade de

votação nominal?

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Não há necessidade. É votação

simbólica.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Proposta de Emenda à Constituição nº

96-B, de 1992.

Discussão da Redação do Vencido, em Primeiro Turno,

da Proposta de Emenda à Constituição nº 96-A, que introduz

modificações na estrutura do Poder Judiciário.

Trata-se apenas de votação da redação.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Há oradores inscritos.

Consulto os oradores inscritos sobre se querem discutir a matéria.

Deputado Professor Luizinho.

O SR. PROFESSOR LUIZINHO - Não, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Pois não. S.Exa. desiste.

Deputado Fernando Coruja? (Pausa.)

Também não.

Deputado José Genoíno. (Pausa.)

Está ausente S.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Está encerrada a discussão.

Vamos, portanto, à votação.

O Deputado Fernando Coruja tem duas emendas. Quero, antes, ouvir S.Exa.

para saber se mantém as emendas.

O SR. FERNANDO CORUJA (PDT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, apresentamos duas emendas de redação.

Conversamos hoje com a Relatora, já que ontem S.Exa. teve compromisso

fora de Brasília, e S.Exa. disse que, quando não houver indicações de membros

para o Conselho Nacional de Justiça e para o Conselho Nacional de Magistratura

por aqueles que legitimamente deveriam fazê-lo, o Supremo Tribunal Federal, de

ofício, tomará para si essa tarefa.

Entendemos que para o Conselho Nacional do Ministério do Público outro

critério deveria ser utilizado. A Relatora, porém, pondera que conversou com os

representantes do Ministério Público Federal e eles aceitam a decisão.

A emenda tramitará aqui, irá ao Senado e voltará para cá. E, aí,

ponderaremos que teremos de achar outra redação. Retiramos, então, essa

emenda.

A segunda emenda trata da equiparação — o objetivo do projeto — dos

Tribunais com o Conselho Nacional de Justiça. Os Tribunais, a partir de agora,

realizarão sessões públicas para tratar de problemas administrativos e

disciplinares. Para o Conselho Nacional de Justiça, entretanto, o projeto não se

prevê o mesmo. Embora esteja subentendido que o Conselho Nacional de Justiça

deve realizar sessões públicas, gostaríamos de explicitar isso.

Consideramos que a questão é de redação, por ser equiparação.

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Retiraremos a emenda para dar celeridade ao processo, uma vez que seriam

necessárias dez sessões de interregno, e o projeto teria de voltar à Comissão.

Retiraremos a emenda, portanto, em nome do bom andamento dos trabalhos.

Quando o projeto voltar a esta Casa, o que fatalmente ocorrerá, proporemos as

alterações hoje apresentadas.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Retiradas, portanto, as emendas.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação a redação final.

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O SR. MENDES RIBEIRO FILHO - Sr. Presidente, peço a palavra pela

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. MENDES RIBEIRO FILHO (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, V.Exa., evidentemente, não ouvirá os Líderes.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Estou ouvindo V.Exa. Como vota o

PMDB?

O SR. MENDES RIBEIRO FILHO - Sr. Presidente, quero apenas fazer uma

lembrança: o art. 40 não contém a expressão "dá nova redação ao art. 168". É só

uma contribuição que pode ser acrescentada tecnicamente pela Mesa.

O PMDB vota "sim", Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Pois não. Vamos rever o material.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação, portanto, a redação do

vencido em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição nº 96-B, de 1992.

Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam como se encontram.

(Pausa.)

Aprovada.

A matéria voltará à pauta após o interstício de cinco sessões. Portanto, na

quarta-feira à noite, em sessão extraordinária, vamos votar o segundo turno da

reforma do Poder Judiciário.

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O SR. ALEXANDRE CARDOSO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ALEXANDRE CARDOSO (Bloco/PSB-RJ. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, em sessão passada, apresentei recurso sobre a

votação da proposta de regulamentação da edição de medidas provisórias, a

respeito do tempo. Na verdade, existe um entendimento — e quero que V.Exa. o

confirme — para essa matéria vir imediatamente a Plenário.

Com base nesse entendimento, Sr. Presidente, retirarei o recurso que fiz

sobre a matéria e entenderei que existe acordo para que essa matéria

imediatamente venha a Plenário.

Então, não virando jurisprudência a forma de retirada do recurso, retiro o

recurso para que a matéria possa efetivamente ser ofertada ao Plenário da Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Pois não, Deputado. Retirado o

recurso, sem firmar precedente, comunico ao Plenário que a proposta de emenda à

Constituição que regulamenta a edição de medidas provisórias virá à pauta na

próxima quarta-feira, no período da tarde.

O SR. ALEXANDRE CARDOSO - Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Requerimento sobre a mesa:

Requer urgência para a apreciação do Projeto de Lei nº

84, de 1999, do Deputado Luiz Piauhylino, que "dispõe sobre

os crimes cometidos na área de informática, suas penalidades,

e dá outras providências".

Assinam o Deputado Arnaldo Madeira, o Deputado Inocêncio Oliveira, o

Deputado Walter Pinheiro, o Deputado Mendes Ribeiro Filho, o Deputado Miro

Teixeira e o Deputado Aécio Neves.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como vota o PFL, Deputado Inocêncio

Oliveira?

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero apenas avisar a V.Exa. e ao Plenário que, em reunião realizada

hoje com a presença dos Líderes dos partidos com assento nesta Casa, houve o

entendimento de que votaríamos todas as urgências nesta sessão,

independentemente do mérito, que seria discutido daqui para a frente, para

votarmos no dia 7 de junho.

Então, essa votação será de acordo, como as seguintes, inclusive a do

projeto que susta a exportação de gasolina, cujo prazo será prorrogado até 2001.

Comunicou-me V.Exa., quando tratamos desse assunto — e, mais uma vez,

de pronto, enalteço o belíssimo trabalho de V.Exa. —, que tem um compromisso na

quarta-feira. Já havíamos definido na reunião, Sr. Presidente, que falaríamos com

V.Exa. para manifestar nossa concordância, mas, ao mesmo tempo, que haveria um

projeto importante para ser votado na quarta.

E V.Exa. já me comunicou que colocará na Ordem do Dia a PEC que trata da

regulamentação da tramitação das medidas provisórias. Como foi feito um acordo

na Comissão — o Deputado Roberto Brant foi o Relator da matéria —, a proposta

está pronta para ser votada.

Quero, então, dizer que concordamos com V.Exa. — sempre concordamos

—, porque suas decisões são corretas e as melhores para o bom encaminhamento

de nossos trabalhos.

Era essa a nossa intervenção, Sr. Presidente.

Quanto a essa urgência, o PFL recomenda o voto "sim".

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como votam os demais Líderes?

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Há acordo em torno desta matéria, não é?

O SR. WALTER PINHEIRO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, esta matéria, assim como outras que têm urgência e serão apreciadas

na tarde de hoje, fez parte do acordo feito agora à tarde na reunião em que

discutimos os crimes contra a Previdência. Quero, porém, realçar um ponto

levantado pelo Deputado Inocêncio: a data da votação do mérito das referidas

matérias.

Dissemos ao Líder Arnaldo Madeira que havia concordância nessas

matérias, assim como em relação aos quatro projetos que tratam do Fundo de

Desenvolvimento Tecnológico. E o pleito para que votássemos o mérito no dia 7

está associado ao debate sobre o próprio conteúdo dos fundos, o que está sendo

desenvolvido junto ao Ministério e ao Relator, na perspectiva da construção de um

relatório que incorpore sugestões de diversos Parlamentares feitas nesse período.

Há uma só discordância — e é importante lembrar isto — em relação ao PLC

nº 9, que está na Mesa. Mesmo que ele venha à votação, propomos a V.Exa. que a

matéria seja votada por último. Não há acordo quanto à urgência para votação do

PLC nº 9, até porque não conseguimos construir nenhum tipo de acordo em relação

ao mérito. Votaríamos então as urgências para os quatro fundos de

desenvolvimento.

A urgência que está sendo votada agora é de suma importância. Ela foi

objeto do acordo a partir do debate em relação aos crimes da Previdência. A

sociedade quer saber como se comportar diante dos crimes cometidos por

intermédio dos meios eletrônicos. Esta, aliás, tem sido pressão mundial. O

Parlamento americano está criando comissão permanente para tratar dessa

matéria. Soube nesta manhã que o Parlamento europeu também designou

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comissão especial para contemporizar e compatibilizar essa questão com as outras,

no que diz respeito ao crime penal etc. Comissão desta Casa está discutindo o

comércio e a assinatura eletrônica. Estes são aspectos que se somam.

É de suma importância a urgência que estamos votando agora, até para dar

resposta à conjuntura que estamos vivendo. Refiro-me à crescente utilização da

ferramenta mais badalada do final do século XX, adentrando no século XXI: a

Internet.

Por isso, o Partido dos Trabalhadores vota favoravelmente à urgência em

debate neste momento.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Pois não. Comunico-lhe desde já que

a votação do projeto mencionado por V.Exa. fica transferida para o último lugar da

pauta.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação, portanto.

Como vota o PDT?

O SR. DR. HÉLIO (PDT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PDT

vota favoravelmente à urgência da matéria, tendo sobretudo o reconhecimento do

trabalho apresentado pelo Deputado Luiz Piauhylino na Comissão de Ciência e

Tecnologia, avaliada no mérito na própria Comissão ano passado, e observando

que hoje é urgentíssimo que tenhamos a aprovação de lei que possa combater os

crimes pela internet, que vêm a se somar a outros aspectos de segurança

relacionados ao emprego de meios eletrônicos dessa natureza.

Dessa forma, o PDT é favorável ao requerimento de urgência desse projeto

de lei.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como vota o PPB?

O SR. ODELMO LEÃO (PPB-MG. Sem revisão do orador.) - O PPB vota

"sim", ressalvado o mérito, Sr. Presidente.

A SRA. YEDA CRUSIUS (Bloco/PSDB-RS. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, cumprimentando o trabalho desenvolvido pelo Deputado Luiz

Piauhylino, o PSDB encaminha pela aprovação desse pedido de urgência, uma vez

que proliferam métodos pelos quais a Internet tem se tornado foco de propagação,

inclusive, de atividades terroristas.

O PSDB encaminha "sim".

O SR. DJALMA PAES (Bloco/PSB-PE. Sem revisão do orador.) - O Bloco

Parlamentar PSB/PCdoB, encaminha "sim", pelo requerimento, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação o requerimento.

Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram.

(Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Requerimento sobre a mesa.

Requeremos, nos termos do art. 155 do Regimento

Interno, urgência para a apreciação do Projeto de Lei nº

2.985/2000, do Poder Executivo, que dispõe sobre a

prorrogação do período de transição previsto na Lei nº 9.478,

de 6 de agosto de 1997.

Assinam os Líderes Arnaldo Madeira, Inocêncio Oliveira, Aécio Neves,

Odelmo Leão, Geddel Vieira Lima, Aloizio Mercadante e Miro Teixeira.

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O SR. WALTER PINHEIRO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. WALTER PINHEIRO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, concordamos com a votação, até por compreender a questão relativa à

importação do combustível.

Contudo, em relação a esta matéria — e chamo a atenção do Líder do

Governo e de toda a sua base para o que vou dizer —, há na Comissão

requerimento apresentado por diversos Parlamentares do PT para que discutamos

o PPE.

Concordamos com o pedido de urgência para a matéria, haja vista que a

partir de agosto poderemos enfrentar problemas que também nos trarão

conseqüências danosas no que diz respeito à importação de combustível.

Seria bom que o Governo viesse aqui discutir em audiências públicas nesta

Casa, de forma mais detalhada, o PPE. Temos de preservar essa possibilidade

para inclusive conhecermos melhor o PPE, em vez de tratarmos apenas da sigla,

sem termos oportunidade de adentrar os diversos aspectos que o norteiam e o

balizam.

Vamos votar a favor do pedido de urgência para a matéria em discussão.

Portanto, o PT vota a favor do requerimento de urgência.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - O PT vota a favor.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação o requerimento.

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O SR. ARNALDO MADEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ARNALDO MADEIRA (Bloco/PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, em relação à intervenção do Deputado Walter Pinheiro, queríamos

agradecer aos Líderes a compreensão e o entendimento sobre a importância desta

matéria.

Antes da votação do mérito, podemos fazer uma reunião específica sobre a

questão levantada pelo Deputado Walter Pinheiro com o pessoal da PETROBRAS

e da Agência Nacional de Petróleo.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Pois não.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação o requerimento.

Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram.

(Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sobre a mesa o seguinte

requerimento:

Requeremos, nos termos do art. 155 do Regimento

Interno, urgência para apreciação do Projeto de Lei nº

2.844/2000, do Poder Executivo, que "altera o art. 8º da Lei nº

7.990, de 28 de dezembro de 1989, com a redação dada pelo

art. 3º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, e o § 2º da Lei

nº 8.001, de 13 de março de 1990, e dá outras providências.

Assinam o Líder Arnaldo Madeira, o Líder Inocêncio Oliveira, o Líder Odelmo

Leão, o Líder Geddel Vieira Lima, o Líder Mendes Ribeiro Filho.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação o requerimento.

Quem estiver de acordo permaneça como se acha. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sobre a mesa o seguinte

requerimento:

Requeremos, nos termos do art. 155 do Regimento

Interno, urgência para apreciação do Projeto de Lei nº

2.859/2000, do Poder Executivo, que "institui o Programa de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Setor Espacial, e

dá outras providências".

Assinam os Líderes Arnaldo Madeira, Odelmo Leão, Inocêncio Oliveira,

Geddel Vieira Lima, Aécio Neves, Mendes Ribeiro Filho.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação o projeto.

Quem estiver de acordo permaneça como se acha. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sobre a mesa o seguinte

requerimento:

Requeremos, nos termos do art. 155 do Regimento

Interno, urgência para apreciação do Projeto de Lei nº

2.794/2000, do Poder Executivo, que "altera a destinação de

receitas próprias decorrentes de contratos firmados pelo

Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, visando ao

financiamento de programas e projetos de pesquisa científica e

desenvolvimento tecnológico no setor produtivo na área de

transportes terrestres, e dá outras providências".

Assinam os Líderes Arnaldo Madeira, Inocêncio Oliveira, Aécio Neves,

Mendes Ribeiro Filho e Odelmo Leão.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação o requerimento.

Quem estiver de acordo permaneça como se acha. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sobre a mesa o seguinte

requerimento:

Requeremos, nos termos do art. 155 do Regimento

Interno, urgência para apreciação do Projeto de Lei nº

2.793/2000, do Poder Executivo, que "dispõe sobre a

realização de investimentos em pesquisa e desenvolvimento

em eficiência energética, por parte das empresas

concessionárias, permissionárias e autorizadas no setor de

energia elétrica, e dá outras providências".

Assinam os Líderes Arnaldo Madeira, Inocêncio Oliveira, Aécio Neves,

Mendes Ribeiro Filho e Odelmo Leão.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação o requerimento.

Quem estiver de acordo permaneça como se acha. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sobre a mesa o seguinte

requerimento:

Requeremos urgência para apreciação do Projeto de Lei

Complementar nº 72, de 1999, do Deputado Adolfo Marinho,

que estabelece normas de cooperação entre União, Estados,

Distrito Federal e Municípios na prestação de serviços públicos

de abastecimento de água potável e de esgotos sanitários, nos

termos do inciso IX, parágrafo único, do art. 23 da Constituição

Federal.

Assinam os Líderes Arnaldo Madeira, Inocêncio Oliveira, Aécio Neves,

Geddel Vieira Lima.

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O SR. FERNANDO GABEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. FERNANDO GABEIRA (PV-RJ. Sem revisão do orador. ) - Sr.

Presidente, tenho a impressão de que foi constituída Comissão Especial para

discutir este e outros projetos.

Então, seria melhor coordenar isso.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem razão V.Exa. É claro. Está

retirado. Houve equívoco da Mesa.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Na verdade, há sobre a mesa

requerimento de urgência para o Projeto de Lei nº 5.993, de 1990, que corresponde

ao Item 5 da pauta de hoje.

O requerimento está assinado pelos Líderes

Aécio Neves, Aloizio Mercadante, Miro Teixeira, Odelmo Leão, Arnaldo Madeira,

Sérgio Miranda, Geddel Vieira Lima, aos quais pergunto se estão de acordo.

(Pausa.)

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação o requerimento.

Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se

encontram. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PEDRO WILSON - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa a palavra.

O SR. PEDRO WILSON (PT-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, comunico a V.Exa e a todos os pares que à noite se inicia a 5ª

Conferência Nacional de Direitos Humanos, que é o encontro da nossa Casa para

discutir os direitos humanos em todo o Brasil.

Muito obrigado a V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Peço às Sras. e aos Srs. Deputados

que na próxima semana, na terça e na quarta-feira, especialmente na quarta-feira à

tarde e à noite, venham dispostos a permanecer aqui por um bom período. Na

terça-feira vamos iniciar a discussão da emenda constitucional que regulamenta as

medidas provisórias e na quarta-feira à tarde a votaremos. Em seguida, em sessão

extraordinária, votaremos a reforma do Poder Judiciário.

Mais uma vez solicito a V.Exas que estejam presentes e dispostos a um novo

serão.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Requerimento sobre a mesa:

Requeremos, nos termos do art. 155 do Regimento

Interno da Câmara dos Deputados, regime de urgência na

apreciação do Projeto de Lei nº 1.910, de 1999, da Deputada

Miriam Reid, que "altera a Lei nº 9.394, de 1996, que

Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional".

Assinam os Líderes Miro Teixeira, Aloizio Mercadante, Fernando Gabeira,

João Herrmann Neto, Geddel Vieira Lima, Sérgio Miranda, Aécio Neves, Inocêncio

Oliveira e Roberto Argenta.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Aqui também há acordo. Não há

objeção dos Srs. Líderes?

Em votação o requerimento de urgência. Quem estiver de acordo permaneça

como se acha. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Requerimento de urgência:

Requer urgência "urgentíssima" para votação do Projeto

de Lei nº 2.974/2000, que reabre o prazo de opção ao REFIS

pelo prazo de 90 (noventa) dias.

Assinam os Líderes Bispo Rodrigues, Inocêncio Oliveira, Odelmo Leão,

Roberto Argenta, Alexandre Cardoso, Walter Pinheiro e Jutahy Junior.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Fui informado de que também há

acordo sobre essa matéria.

Os Srs. Líderes estão de acordo?

O SR. ARNALDO MADEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ARNALDO MADEIRA (Bloco/PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, apenas para dizer que estamos de acordo, sem compromisso com o

mérito, que vamos avaliar posteriormente.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - O Líder do Governo encaminhou o

voto "sim", sem compromisso com o mérito.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação o requerimento.

Quem estiver de acordo permaneça como se acha (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Requerimento sobre a mesa:

Nos termos do art. 155 do Regimento Interno,

requeremos regime de urgência na apreciação do Projeto de

Lei nº 1.541-A, de 1999, do Senado Federal (PLS nº 193/99)

que altera a Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, que

aprova o Plano Nacional de Viação, de modo a incluir, na

Relação Descritiva das Rodovias do Sistema Rodoviário

Federal, a rodovia que especifica, sob a designação BR-432.

Assina o Deputado Francisco Rodrigues. Assinam também os Líderes

Inocêncio Oliveira, Geddel Vieira Lima, Odelmo Leão, João Herrmann Neto e

Jutahy Junior.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Quero saber se há acordo nessa

matéria. Há acordo nessa matéria?

O SR. ARNALDO MADEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ARNALDO MADEIRA (Bloco/PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a Liderança do Governo adota o mesmo entendimento. O projeto

federaliza algumas estradas. Vou dizer que há acordo. Votamos a urgência, mas

sem compromisso com o mérito.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - V.Exas. estão de acordo?

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em votação o requerimento.

Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se

encontram. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Outro requerimento de urgência sobre

a mesa:

Nos termos do art. 155 do Regimento Interno,

requeremos regime de urgência na apreciação do Projeto de

Lei nº 1.918, de 1999, do Senado Federal (PLS nº 349/99),

que altera a Lei nº 5.917, de 10 de setembro de 1973, que

aprova o Plano Nacional de Viação, de modo a incluir na

relação descritiva dos portos marítimos, fluviais e lacustres, o

Porto de Santa Maria do Boiaçu, do Estado de Roraima.

Assina o Deputado Francisco Rodrigues, secundado pelos Líderes Inocêncio

Oliveira, Geddel Vieira Lima, Odelmo Leão, João Herrmann Neto e Jutahy Junior.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Vamos votar.

Há acordo, sem compromisso com o mérito.

Vamos votar?

Em votação o requerimento.

Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se

encontram. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sobre a mesa requerimento que,

segundo o ajustado, é o último da pauta. A votação será nominal. Não há acordo.

Nos termos do art. 155 do Regimento Interno,

requeremos regime de urgência na apreciação do Projeto de

Lei Complementar nº 9-A/99, do Poder Executivo, que dispõe

sobre as normas gerais para instituição de regime de

previdência complementar pela União, pelos Estados, pelo

Distrito Federal e pelos Municípios.

Assinam os Líderes Arnaldo Madeira, Inocêncio Oliveira, Aécio Neves,

Geddel Vieira Lima e Odelmo Leão.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como votam os Srs. Líderes?

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, peço a palavra para uma

questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PPB-SP. Questão de ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, o § 2º do art. 154 do Regimento Interno diz claramente:

Estando em tramitação duas matérias em regime de

urgência, em razão de requerimento aprovado pelo Plenário,

não se votará outro.

Esta Casa votou muito mais do que dois requerimentos de urgência. Eu acho

que deveríamos tomar cautela. A celeridade dos trabalhos é importante, mas temos,

além das urgências aprovadas hoje, várias outras já aprovadas e não pautadas.

Eu não quis me insurgir contra a decisão anterior de V.Exa. porque houve

um acordo geral. Por isso fiquei quieto. Mas com essa última matéria que V.Exa.

anuncia, que diz que terá de colocar em votação, porque não há acordo, eu acho

bom esta Casa cumprir o Regimento. Há muito mais do que duas matérias em

regime de urgência aprovadas, mas que não vieram à pauta.

Essa a questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Eu vou retirar essa urgência. Vamos

conversar.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Os Srs. Líderes querem votar.

Como votam os Srs . Líderes?

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, creio que está havendo um pequeno desentendimento. A matéria é

importante. Seria votada a sua urgência hoje, porque já estaria pautada para ser

votada. A matéria está sobre a mesa. Então, essa seria a única que não poderia ser

retirada. Chegou-se a um amplo entendimento sobre as outras, sem compromisso

com o mérito. Então, em relação a essa, temos compromisso com o mérito. Vamos

votar a urgência para votar o mérito da matéria. É um projeto fundamental, por isso

não se justifica a retirada.

Quanto ao outro, V.Exa. cumpriu rigorosamente o Regimento. Quando não

há nenhum Parlamentar que proteste contra a urgência, o voto é unânime. Então,

não tem por que não votar. E essa, sim, no mérito.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Acolho a contradita do Líder Inocêncio

Oliveira.

De fato, Deputado Arnaldo Faria de Sá, este projeto não está em regime de

urgência, mas de urgência urgentíssima, e o artigo seguinte, o subseqüente, o 155,

excepciona exatamente os casos de urgência urgentíssima.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Vamos votar.

Vamos ouvir os Srs. Líderes.

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O SR. ANTÔNIO CARLOS KONDER REIS - Sr. Presidente, peço a palavra

pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ANTÔNIO CARLOS KONDER REIS (PFL-SC. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, na relação dos requerimentos de urgência subscritos

pelos Srs. Líderes há um solicitando essa medida prevista no Regimento para o

projeto que aumenta o número de Procuradores da República. Em Santa Catarina

há inúmeros Juízes Federais, mas não tem Procurador da Justiça. Tem o Juiz

Federal e não tem o Procurador.

O requerimento de urgência subscrito pelos Líderes constou da relação que

V.Exa. mandou publicar no avulso de segunda-feira. Tomei a iniciativa de colher a

assinatura dos Srs. Líderes. Se não houver objeção por parte de V.Exa., eu

solicitaria que este requerimento de urgência fosse também assinado. Grato a

V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Deputado Antônio Carlos Konder

Reis, compreendo a preocupação de V.Exa., mais do que legítima, conheço até o

tema, mas o fato é que estava na pré-pauta, e não na pauta definitiva.

Sugiro aos Srs. Líderes que conversem um pouco sobre isso, porque ainda

não houve acordo sobre essa matéria. E o temor desta Presidência é colocar em

votação sem um acordo, pelo menos da maioria dos Líderes, e não conseguir

aprovação. Vou propor a V.Exa. que converse um pouco com os Srs. Líderes para

obter pelo menos a concordância da maioria deles.

O SR. ANTÔNIO CARLOS KONDER REIS - Sr. Presidente, agradeço a

V.Exa. a sugestão.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Vamos votar então o requerimento.

Vou ouvir os Srs. Líderes.

Como vota o PV?

Como vota o Partido Humanista?

Como vota o PPS?

O SR. REGIS CAVALCANTE (PPS-AL. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PPS vota "sim".

O SR. ROBERTO ARGENTA (PHS-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Partido Humanista vota "sim".

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como vota o Bloco Parlamentar

PL/PSL, Deputado Bispo Rodrigues?

O SR. BISPO RODRIGUES (Bloco/PL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a matéria é ampla e complexa, e nós achamos que deve haver mais

discussão. Por isso, encaminhamos o voto "não", contra o requerimento de

urgência. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como vota o Bloco Parlamentar

PSB/PCdoB?

O SR. DJALMA PAES (Bloco/PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, por entender que este projeto retira a autonomia completa dos

funcionários de autarquias, inclusive para rever o pagamento desses fundos,

convém estudar-se a matéria em discussão mais aprofundada.

Portanto, o PSB/PCdoB entende que deve votar contrariamente ao

requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como vota o PDT?

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O SR. FERNANDO CORUJA (PDT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PDT encaminha o voto "não". É importante que tramitem primeiro no

Senado da República esses crimes contra a Previdência, para depois tratarmos de

alongar a previdência complementar. É bom primeiro tipificar e criminalizar, para

que possamos votar depois o mérito da questão.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como vota o PPB?

O SR. ROMEL ANIZIO (PPB-MG. Sem revisão do orador.) - Vota "sim" à

urgência, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como vota o PT?

O SR. DR. ROSINHA (PT-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

como membro da Comissão, afirmo que o debate foi bastante limitado; é

necessário, portanto, aprofundá-lo mais — falo isso como 2º Vice-Presidente desta

Comissão. Algumas sugestões feitas não foram acatadas e, agora, as emendas que

se encontram sobre a mesa devem ser mais bem analisadas.

Por desejarmos prazo maior, votamos "não".

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como vota o Bloco Parlamentar

PMDB/PST/PTN?

O SR. JORGE ALBERTO (Bloco/PMDB-SE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Bloco Parlamentar PMDB/PST/PTN entende que este projeto foi

altamente debatido na Comissão Especial e aprovado com substitutivo.

Nesse sentido, poderemos votar a favor da urgência.

O Bloco Parlamentar PMDB/PST/PTN recomenda o voto "sim".

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como vota o PFL?

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O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, de todas as urgências votadas nesta tarde, creio que a do projeto de lei

talvez seja a mais importante.

Os servidores públicos dos Municípios do nosso País, bem como os da

maioria dos nossos Estados, estão sem previdência alguma por falta de legislação

que permita fazê-lo. Esta lei de previdência complementar que se vota tornará

possível a criação de instituto de previdência complementar nos Municípios e nos

Estados do nosso País.

Esta lei complementa as duas votadas anteriormente. Trata-se de duas leis:

da que criou a previdência complementar e de outra que também foi votada por

esta Casa, que permitia que os servidores da União pudessem complementar sua

renda mediante aposentadoria a ser feita por um órgão privado ou até mesmo

público.

Por isso, Sr. Presidente, não entendo por que esta matéria foi tão discutida.

O substitutivo original do Deputado Robson Tuma foi devidamente debatido na

Comissão Especial. Em seguida, o Deputado José Carlos Aleluia também

apresentou um substitutivo. Marcou-se uma reunião entre os dois para que possam

chegar a um entendimento, como chegamos hoje a respeito de matéria em torno da

qual parecia difícil pensar que pudesse haver entendimento.

Para haver entendimento — volto a dizer —, a matéria não pode ser do

interesse desta Casa ou da Previdência Social, mas sim do interesse do País como

um todo.

Portanto, o Partido da Frente Liberal vota "sim" à urgência urgentíssima.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - O PFL vota "sim".

Como vota o Bloco Parlamentar PSDB/PTB?

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O SR. ROBERTO JEFFERSON (Bloco/PTB-RJ. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta urgência nos deixa a todos perplexos.

Vamos votar a favor, vamos votar "sim". Entretanto, nós, que somos social-liberais

e, portanto, favoráveis à privatização, estamos assistindo à estatização da

Previdência Complementar em Estados e Municípios.

Desde a década de 50 não é assim em nenhum lugar do mundo, e nós

estamos aprovando a urgência da estatização da Previdência Complementar. A

Oposição, que é de Esquerda, vota contrariamente à estatização, e nós votamos a

favor. Isso é algo que temos que discutir na votação do projeto.

O Bloco Parlamentar PSDB/PTB vota "sim" em homenagem ao Líder Arnaldo

Madeira, mas há uma brutal incoerência.

Era o registro que queria fazer, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - O Bloco Parlamentar PSDB/PTB vota

"sim".

O que recomenda o Governo?

O SR. ARNALDO MADEIRA (Bloco/PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, essa matéria, na verdade, está aqui na Câmara há muito tempo. Não

quero agora entrar no mérito da discussão, nem falar a respeito dessa questão de

estatização ou não. O que posso dizer é que a Oposição, ao votar contra, está

assumindo postura em relação à previdência. O Governo, ao encaminhar o voto

favorável, está encaminhando no sentido de que pretende modernizar o sistema de

previdência pública.

Portanto, o Governo encaminha o voto "sim", conforme aquele acordo que

fizemos com todos os Líderes, inclusive da Oposição, de que a matéria somente

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viria para apreciação no plenário após o dia 5 do mês de junho, não antes disso. A

urgência tem essa condicionante, e o encaminhamento do Governo é a favor.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - O Governo recomenda o voto "sim".

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Vamos, portanto, tomar os lugares, a

fim de ter início a votação pelo sistema eletrônico.

Está iniciada a votação.

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O SR. MORONI TORGAN - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. MORONI TORGAN (PFL-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero apenas informar a V.Exa. e ao Plenário que a ida da CPI ao

Paraguai já deu resultados. Foi preso hoje em Capitán Bado um dos principais

traficantes que agiam no Brasil, o Marcelo Niterói, sócio de Fernando Beira-Mar. É

mais um sucesso de iniciativa deste Legislativo.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Quero reiterar aos Srs. Parlamentares

o aviso de que, especialmente na quarta-feira, no período da tarde, votaremos a

emenda constitucional que regulamenta as medidas provisórias. À noite, votaremos

o segundo turno da reforma do Poder Judiciário. Portanto, repito: à noite,

prolongaremos a sessão a fim de votarmos por inteiro a reforma do Poder Judiciário

e a regulamentação das medidas provisórias.

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O SR. GERSON PERES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. GERSON PERES (PPB-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, talvez V.Exa. não esteja informado de que no projeto das medidas

provisórias ainda há pontos conflitantes. Portanto, solicito reunião com V.Exa., que

é um jurista, um homem equilibrado em matérias de leis, e os Srs. Líderes, para

encontrarmos uma fórmula que atenda aos interesse do Governo e não quebre a

harmonia no que diz respeito às atribuições do Congresso Nacional, não permitindo

certos tipos de medidas provisórias por parte do Executivo. Isso é muito delicado.

Parece-me que no relatório há uma medida genérica com referência ao art. 246 da

Constituição.

Esse é o apelo que faço. V.Exa. prestaria um bom serviço não só ao

Governo, como também ao próprio Congresso, de quem V.Exa. é um dos

Presidentes.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Designo uma reunião dos Líderes

para terça-feira, às 15h, para discutirmos esse tema; e uma reunião dos Srs.

Líderes na quarta-feira, às 11h, para discutirmos a reforma do Poder Judiciário.

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O SR. ALEXANDRE CARDOSO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ALEXANDRE CARDOSO (Bloco/PSB-RJ. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, se V.Exa. me permitir, vou ler documento que

considero extremamente grave — para o qual chamo a atenção de V.Exa. não só

na qualidade de Presidente desta Casa, mas de eminente jurista —, referente ao

Estado do Amapá. Gostaria de que todos os Srs. Deputados prestassem atenção a

essa declaração, registrada em cartório e assinada pelo Presidente da Assembléia

Legislativa do Amapá.

Diz a declaração:

Pelo presente instrumento público de DECLARAÇÃO, no

pleno gozo de minhas faculdades mentais, na condição de

Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Amapá,

venho tornar público que, na condução do meu processo de

afastamento da Presidência desta Casa de Leis, adotei

expedientes não convencionais que consistiram..."

Sr. Presidente, esse é um fato que marca a atuação do Ministério Público do

Brasil e do Poder Judiciário.

"...em adulterar documentos contra a pessoa do

Deputado Estadual JOÃO JORGE GOULART SALOMÃO DE

SANTANA como forma de vinculá-lo a falsos ilícitos relativos

ao uso dos recursos desta Casa.

A presente declaração tem por objetivos esclarecer,

invalidar ou substituir toda e qualquer documentação que

venha a ser apresentada nos termos de que trata a presente

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declaração, mais especificamente, no concerne a desmentir

toda e qualquer denúncia falsamente proferida contra a

pessoa do Deputado Estadual JOÃO JORGE GOULART

SALOMÃO DE SANTANA , envolvido no afastamento de

minha pessoa da Presidência desta Casa.

A presente declaração é verdade e dela dou fé pública,

estando apta a produzir seus efeitos legais junto a terceiros e

aos Poderes Constituídos."

Sr. Presidente, a declaração está assinada pelo Presidente do Poder

Legislativo do Estado do Amapá. Acho que o Ministério Público Federal, o

Ministério Público Estadual e o Poder Judiciário, em virtude dessa declaração, têm

de se manifestar. Nós não podemos aceitar, diante de uma declaração dessa

gravidade, em que o Presidente de um Poder confirma que adulterou documentos,

assina e faz questão de registrar em cartório, que efetivamente não se tome uma

medida.

Sr. Presidente, conversei longamente a respeito, inclusive com V.Exa. Nós

nunca tínhamos visto documento de tal importância. Acho que o Ministério Público

Federal tem de tomar as medidas legais e enviar para o Amapá uma comissão de

procuradores que possa tirar quaisquer dúvidas sobre esse documento que

desmonta, desqualifica e envergonha o Poder Legislativo brasileiro. Solicito não

somente que o documento faça parte do Diário da Congresso Nacional , mas

também que V.Exa. o encaminhe à Corregedoria desta Casa. Na verdade, falo em

encaminhar à Corregedoria porque me sinto agredido como Parlamentar, como

membro do Poder Legislativo deste País, quando o Presidente de um Poder

Legislativo declara que adulterou documentos e assina embaixo. Infelizmente, a

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agressão é feita a todos nós. Por isso, gostaria que o Procurador-Geral da

República, Dr. Geraldo Brindeiro, se pronunciasse sobre esse fato, que considero

da maior gravidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Pois não. Naturalmente, constará da

ata desta sessão a manifestação de V.Exa.

Quanto a encaminhar o documento à Corregedoria da Casa, não tomaria

esta providência, porque afinal trata-se de questão referente à Assembléia

Legislativa local. Em face do princípio federativo, o Estado tem a sua autonomia. Se

me permite — sabe V.Exa. que muito me surpreendi quando me apresentou o

documento —, proporia a V.Exa. que, como Líder de partido, encaminhasse essa

declaração à Procuradoria-Geral da República, para que o Ministério Público tome

providências.

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O SR. ALOIZIO MERCADANTE - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, gostaria de reforçar as palavras do Líder Alexandre

Cardoso e hipotecar irrestrita solidariedade da bancada do PT ao Governador do

Amapá, tendo em vista os ataques que a ele têm sido dirigidos. Sua administração

tem trazido ao Estado vento novo e promissor de mudanças, mas se defronta com

esquemas de crime organizado e corrupção, que envolvem vários Poderes do

Estado e estão desestabilizando o Governo.

Sr. Presidente, esta Casa tem responsabilidade nesse processo, porque de

fato ele começa na medida em que a CPI da Narcotráfico identifica, no alto escalão

do Judiciário, da Assembléia Legislativa e do Tribunal de Contas daquele Estado,

envolvimento com o crime organizado. Isso gerou uma reação que hoje faz do

Governador vítima de um processo sobre o qual nós iniciamos a investigação. Eles

esperaram acabar a CPI para desencadear esse processo. Por isso, faço apelo a

V.Exa. para que coloque o tema na pauta de discussão do Colégio de Líderes, a fim

de que, com franqueza, os diversos partidos dialoguem, buscando encontrar uma

resposta, um pronunciamento, uma atitude que preserve a democracia e seus

valores, garantindo-se o direito de defesa a quem dele precisa. Trata-se do

envolvimento de pessoas dos diversos Poderes com o crime organizado, segundo a

investigação desencadeada pela CPI do Narcotráfico, processo que agora

desestabiliza o Governo do Estado, que, diria, é da maior seriedade.

Proponho a V.Exa. que convoque uma reunião do Colégio de Líderes em

que possamos debater a matéria. Com isso, tenho certeza de que contaremos com

solidariedade e apoio mais amplos da Casa e poderemos tomar medidas mais

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concretas e substanciais para dar suporte não só ao PSB, mas à democracia e ao

espírito público, que sempre prevaleceram nesta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Na reunião de Líderes da próxima

terça-feira podemos tratar do tema.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Vou encerrar a votação.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, um dos homens mais sérios desta Casa e grande jurista, o

Deputado Antônio Carlos Konder Reis, quando da votação das urgências,

apresentou um requerimento de urgência urgentíssima, pelo art. 155, para projeto

de lei assinado por S.Exa, pelo Líder do PFL — por mim —, pelo Líder do PPB,

Deputado Odelmo Leão, pelo Líder do PSDB e pelo Líder do PMDB. Trata-se do

Projeto de Lei nº 2.785, de 1997, do Ministério Público da União, que cria cargos de

Procurador da República na carreira do Ministério Público Federal.

Sr. Presidente, existem diversos juízos que não têm Procurador, o que deixa

uma falha enorme. Portanto, queria referendar o pleito do nobre Deputado Antônio

Carlos Konder Reis, a fim de que na próxima sessão votássemos a urgência desse

projeto, sem compromisso com o mérito, cuja discussão seria feita posteriormente.

Hoje, por acordo, queria que o requerimento constasse da pauta também.

Seria uma homenagem que estaríamos prestando a um dos homens mais sérios

desta Casa, que só faz ajudar, não cria problema algum, faz as coisas de maneira

correta, direita. Sem compromisso com o mérito, votaríamos a urgência e

deixaríamos para discutir a matéria em outra oportunidade.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Quero secundar as palavras de V.Exa.

em relação ao nobre Deputado Antônio Carlos Konder Reis. Líder Inocêncio

Oliveira, vamos votar essa matéria hoje mesmo. Vamos votar a urgência. Se não há

objeção dos Srs. Líderes, podemos votar ainda hoje essa urgência constitucional.

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O SR. ROBSON TUMA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem, como

Relator da matéria de que está sendo votada a urgência.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V. Exa. a palavra.

O SR. ROBSON TUMA (PFL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, há muito tempo fizemos esse relatório. Há meses ele está pronto e foi

votado na Comissão Especial que analisou o Projeto de Lei Complementar nº 9-A,

de 1999.

Portanto, faço apelo aos Srs. Parlamentares para que votem a favor da sua

tramitação em regime de urgência, a fim de que possamos, em plenário,

definitivamente discutir e votar o mérito desse projeto, que, repito, relatei e já foi

votado na Comissão Especial. Foi o único projeto de lei complementar da Reforma

da Previdência que ainda não saiu desta Casa.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Gostaria de solicitar aos Srs.

Deputados que se encontram em outras dependências da Casa que compareçam

ao plenário, pois encerraremos a presente votação daqui a 5 minutos.

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O SR. RICARDO BERZOINI - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. RICARDO BERZOINI (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, gostaria de registrar a vitória da Chapa 5 na eleição da PREVI.

A representação dos Trabalhadores, apoiada pela maioria da bancada do PT

e do PCdoB, obteve importante vitória sobre a chapa apoiada diretamente pelo

Palácio do Planalto, para que pudesse ser minada a representação dos

trabalhadores do Banco do Brasil no fundo de pensão.

Portanto, nós, que lutamos tanto para conquistar a paridade na

representação dos trabalhadores na Caixa de Previdência do Banco do Brasil —

PREVI, anunciamos com prazer que a Chapa 5 obteve 32 mil votos, contra 21 mil

votos da chapa patrocinada pelo Palácio do Planalto.

Parabenizo os trabalhadores do Banco do Brasil, que escolheram a Chapa 5,

apoiada pelo PT e pelo PCdoB e que representa de fato os interesses da categoria.

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O SR. GUSTAVO FRUET - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. GUSTAVO FRUET (Bloco/PMDB-PR. Pela ordem. Pronuncia o

seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cerca de 5 mil

professores da rede estadual de ensino do Estado do Paraná deixaram de dar

aulas e saíram em passeata pelas ruas centrais de Curitiba, no primeiro dia de

paralisação da categoria. Segundo a APP-Sindicato, aderiram ao movimento 80%

dos professores. Conforme o núcleo sindical de Curitiba e Região Metropolitana da

APP-Sindicato, decidiu-se pela greve "depois de muitas tentativas de negociação,

sem resultado... Não gostamos de fazer greve, mas o Governo, com seu descaso,

nos levou a isso." Destacam os manifestantes que há cinco anos estão sem

reajuste salarial; não têm hora-atividade (tempo reservado para preparar aulas,

corrigir provas e outros trabalhos); o Governo se negou a atender garantias legais

como vale-transporte, promoções e plano de carreira; foram negados recursos para

as escolas; houve quebra do Instituto de Previdência do Estado, deixando os

profissionais sem assistência; acabaram os cursos profissionalizantes; forçaram a

aprovação de alunos sem condições de avançar para a série seguinte; foram

retiradas disciplinas importantes do currículo escolar, condenando os alunos à

miséria cultural e científica; houve ameaça de acabar com as eleições diretas para

diretores de escolas. Portanto, é fundamental um processo imediato de diálogo,

evitando uma postura de desconsideração e exclusão dessa importante categoria.

Por fim, uma ironia da história. Em 1988, o grupo político que hoje governa o

Estado do Paraná, e na época estava na oposição, criticou o então Governo por

não atender à reivindicação dos professores. E mais: exigiu a abertura dos portões

da Assembléia Legislativa, como forma emblemática de defesa da abertura de

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diálogo e garantia de acesso dos professores ao espaço público. E a ironia, triste

ironia, ocorre doze anos depois, quando o Governo não estabelece mecanismos

que evitem ou terminem a greve e ainda altera a estrutura urbanística do centro

cívico, para evitar concentração e a possibilidade de manifestação diante do

Palácio Iguaçu, sede do Governo Estadual.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Está encerrada a votação.

Anuncio o resultado: Votaram "sim" 287 Srs. Deputados; "não", 99 Srs.

Deputados; abstenção, 1. Total: 387 Deputados.

O requerimento foi aprovado. Entretanto, a matéria não será votada hoje.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Concedo a palavra, para uma

Comunicação de Liderança, ao Sr. Deputado Aloizio Mercadante.

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (PT-SP. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Ministro do Planejamento,

Orçamento e Gestão, Martus Tavares, acaba de divulgar uma nota sobre a greve

do funcionalismo público. S.Exa. expõe uma série de argumentos que procuram

desqualificar as reivindicações do funcionalismo, isolando-o da opinião pública, e

termina ameaçando com demissão, corte do ponto e Plano de Demissão Voluntária,

como resposta às reivindicações que os funcionários fazem por melhores salários.

Como as informações publicadas não são corretas, não são consistentes e,

em algumas passagens, sequer são verdadeiras, queremos dialogar com o

Congresso Nacional e com a opinião pública, porque este não pode ser o caminho

da democracia do Governo brasileiro.

O Ministro diz que 33 carreiras, ou seja, 138 mil servidores da ativa,

receberam reajuste e, portanto, não procede o argumento de que o funcionalismo

há cinco anos não tem seus salários reajustados. Reconhecemos que o fato é

verdadeiro. Diria mais, o Governo errou na conta. Não são 138 mil, mas 146 mil

servidores da ativa que tiveram reajuste ao longo desses cinco anos. Mas a nota

não trata dos 434 mil que não receberam qualquer reajuste. E os que menos

recebem são os que mais precisam. São cinco anos sem qualquer reajuste. Cito os

servidores das universidades que não são docentes, uma entre tantas outras

categorias profissionais.

Na realidade, três entre cada quatro servidores públicos da ativa não tiveram

qualquer reajuste nos últimos cinco anos.

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O Governo mostra que houve um acréscimo, nos cinco anos, na folha de

pagamento, de 14 bilhões e 400 milhões de reais. É verdade. Contando ativos e

inativos, houve um acréscimo de 14 bilhões e 400 milhões de reais. Mas o Governo

não diz que o aumento da receita corrente nesse período foi de 115 bilhões de

reais.

Ele não diz — e quero usar aqui os dados do Sr. Raul Velloso, que tem

assessorado o Governo em matéria de funcionalismo — que a participação do

pessoal ativo nos gastos com pessoal caiu de 21% para 17% nos últimos quatro

anos. Portanto, não há crescimento real. Ao contrário, há uma queda na

participação relativa dos funcionários nos gastos com pessoal, e, principalmente,

dos 434 mil funcionários que não tiveram nenhum reajuste.

Pergunto a esta Casa se a resposta para um quadro social dramático como

este não é uma manifestação, que queriam violenta, com pancadaria e

quebra-quebra, mas isto não houve. Ao contrário, foi uma manifestação organizada,

disciplinada, pacífica, legítima e combativa.

Os funcionários pedem a negociação, Sr. Presidente. Quando o Governo diz

que o que está sendo reivindicado representará um peso muito grande no

Orçamento, concordo. Pelo Orçamento, talvez não possa ser concedido o reajuste

que todo o funcionalismo reivindica neste momento, que é a reposição integral das

perdas. Então, que o Governo faça uma proposta seletiva, diferencie as categorias,

apresente um índice isonômico mais baixo para todos os servidores e os trate de

forma diferenciada, porque eles foram assim tratados ao longo desses cinco anos.

O que ele não pode, de forma alguma, é dizer que não senta, não dialoga, não

negocia.

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A relação entre trabalhador e empregador é um pacto que tem de ser

renovado pelo contrato coletivo. É legítimo e democrático aqui e em qualquer parte

do mundo os trabalhadores reivindicarem seus direitos.

Por que a greve? O Governo diz que não negocia em greve e hoje ameaça

com demissão. Diz que lançará o Plano de Demissão Voluntária e cortará o ponto

do funcionalismo. Basicamente, responde com terror porque há uma grave. Mas

foram cinco anos sem greve e sem negociação. A greve é instrumento legítimo de

pressão para que se abra uma porta de negociação.

Sr. Presidente, fui ao Colégio de Líderes, ponderei ao Líder Inocêncio

Oliveira, ao Líder Aécio Neves e ao Presidente Michel Temer que fizessem junto ao

Governo injunções para que se abrisse a negociação. S.Exas. concordaram. O

Líder Aécio Neves tentou fazer a negociação, e a resposta do Governo foi não.

Fui ao Palácio do Planalto com servidores para protocolar o pedido de

abertura de negociação, e não obtivemos resposta. Mandei uma carta ao Ministro

Malan, que disse que não receberia a UNAFISCO e os servidores, mas me

receberia pessoalmente. S.Exa. cancelou a audiência para não caracterizar o

pedido de negociação, nosso pleito fundamental. Esse tipo de resposta foi o mesmo

usado contra os sem-terra, que se retiraram dos prédios ocupados a pretexto da

negociação. O Governo sinalizou com a negociação, mas sequer os recebe para

poder recompor as relações políticas e iniciar o diálogo com os movimentos sociais.

Sr. Presidente, estamos vivendo um quadro de crescente tensão social no

País. A Bolívia está em estado de sítio e teve um processo de insurreição popular.

O Paraguai teve uma insurreição e viu uma tentativa de golpe de Estado. O Peru

caminha para uma grave crise social e impasse institucional. A Colômbia vive uma

guerra civil. A Venezuela, uma crise institucional.

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Sr. Presidente, não é esse o caminho da democracia. Não é séria essa

atitude. A intransigência vai levando ao isolamento e desespero. Qual a diferença

entre o que o Governo está fazendo e o que o Collor fazia, de tratar o funcionário

como marajá? Como pode o Governo, que aumentou a receita tributária em 76% e

deixa 474 mil funcionários sem reajuste há cinco anos, tentar agora desqualificar o

funcionalismo? O problema das finanças públicas é a taxa de juros, é a

inconsistência da política econômica, não o funcionalismo. Pelo menos, que se

trate os servidores com respeito e de forma digna, reconhecendo a legitimidade de

suas reivindicações. A única coisa que estamos pedindo aqui — e para isso chamo

a atenção da Liderança do Governo — é o diálogo, é que nos sentemos à mesa de

negociação, é o respeito entre as partes, sobretudo para uma categoria que há

cinco anos, pelo menos uma parte expressiva dela, não tem qualquer reajuste de

salário, conforme os dados que o próprio Governo apresenta.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Aécio Neves, para uma Comunicação de Liderança pelo PSDB.

O SR. AÉCIO NEVES (Bloco/PSDB-MG. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, sem o objetivo de polemizar com o ilustre Deputado

Aloizio Mercadante, por quem tenho enorme respeito, gostaria apenas de deixar

registrado que o Governo tem — conforme hoje explica de forma extremamente

clara por intermédio de nota do Ministro Martus Tavares — uma posição diferente

daquela que tem sido externada pelas Lideranças do movimento grevista em

relação ao reajuste do funcionalismo público.

Não vou entrar no mérito dessa discussão, Sr. Presidente. Apenas trago ao

conhecimento da Casa informação que me foi transmitida pessoalmente hoje pelo

ilustre Ministro da Fazenda, Dr. Pedro Malan, que reiterou que em nenhum instante

negou-se e tampouco negar-se-á a receber qualquer Parlamentar, e mais

especificamente o Líder da Oposição, Deputado Aloizio Mercadante. Não havia

sido ainda definido o horário dessa audiência, segundo o Ministro Malan, o que

certamente poderá ocorrer. E estarei sempre à disposição para ajudar nesse

entendimento.

Sr. Presidente, o Ministro tem uma posição, que deve ser respeitada, de não

negociar diretamente neste instante com o comando do movimento, no aguardo de

uma eventual suspensão dessa paralisação, para que possa, aí, sim, haver esse

entendimento. Não obstante essa posição, o Governo tem feito esforços no sentido

de viabilizar essa negociação.

Quero neste instante reiterar que tanto o Ministro da Fazenda Pedro Malan

como qualquer outra autoridade do primeiro escalão do Governo estão à disposição

para conversar com o Líder da Oposição e com outros Parlamentares, como o

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Deputado Walter Pinheiro e outros, que têm tratado mais diretamente dessa

questão. O Governo não fecha as portas para essas conversas, até porque não

deve fazê-lo, mas de outro lado tem uma posição extremamente clara de que não

deve negociar com o movimento em greve, até porque isso poderia sinalizar que

esse seria o caminho usual daqui para frente: greve e, a partir dela, a negociação.

Não, Sr. Presidente. O Governo tem, repito, através de nota hoje produzida e

reproduzida na imprensa pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,

uma posição clara em relação a esses ajustes que aconteceram, se não foram

suficientes. Não se pode, por outro lado, dizer também que não aconteceram, mas

o Líder do Governo Arnaldo Madeira poderá dizer isso de forma mais categórica. O

Governo não se fecha a conversar com as Lideranças da Oposição, particularmente

com o ilustre Líder Aloizio Mercadante, pelo respeito que S.Exa. merece.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Antes de passar a palavra ao Líder

Alexandre Cardoso, vou conceder a palavra aos Srs. Deputados para verificação de

presença.

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O SR. JOÃO RIBEIRO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOÃO RIBEIRO (PFL-TO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

na votação anterior, votei de acordo com a orientação do meu partido, o PFL.

O SR. MARCOS ROLIM (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

na votação anterior, votei de acordo com a orientação do meu partido.

O SR. LUCIANO CASTRO (PFL-RR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a orientação do meu partido.

O SR. BARBOSA NETO (Bloco/PMDB-GO. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, votei de acordo com a orientação do meu partido.

O SR. ALBÉRICO CORDEIRO (Bloco/PTB-AL. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a orientação do meu partido.

O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, acompanhei a Liderança.

O SR. ELISEU RESENDE (PFL-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a orientação do meu partido.

O SR. CLEONÂNCIO FONSECA (PPB-SE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a Liderança do meu partido.

O SR. CHIQUINHO FEITOSA (Bloco/PSDB-CE. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, votei de acordo com a orientação do PSDB.

O SR. AUGUSTO NARDES (PPB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, votei de acordo com a orientação do meu partido, o PPB.

O SR. JOÃO MAGALHÃES (Bloco/PMDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, votei de acordo com o PMDB.

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O SR. JULIO SEMEGHINI (Bloco/PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, votei de acordo com o PSDB.

O SR. JOSÉ RONALDO (PFL-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

votei de acordo com a orientação do PFL.

O SR. AIRTON CASCAVEL (PPS-RR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, votei de acordo com a orientação do PPS.

O SR. MARCIO FORTES (Bloco/PSDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, votei com a Liderança do partido.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Concedo a palavra, na condição de

Líder do PSB, ao Deputado Alexandre Cardoso.

O SR. ALEXANDRE CARDOSO (Bloco/PSB-RJ. Como Líder. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, disponho da íntegra da nota do Ministro do

Planejamento, Orçamento e Gestão, Martus Tavares, que tem quinze itens. S.Exa.

termina a nota dizendo o seguinte: "Finalmente o Governo decidiu dar mais uma

oportunidade aos servidores que quiserem deixar o serviço público em busca de

outra atividade. Vai reabrir imediatamente o Programa de Demissão Voluntária."

Sr. Presidente, essa nota tem uma ironia incompatível com o cargo que o

Ministro exerce. S.Exa. tenha a absoluta certeza de que esta não é a forma

democrática de se enfrentar uma questão, quando o conjunto de servidores

federais demonstram sua insatisfação e demonstram de forma concreta que existe

um programa para desmontar o Estado. E quando nós falamos em desmontar o

Estado, falamos em desqualificar o servidor, falamos em desmotivar o servidor,

falamos em não pagar devidamente o servidor. E qual é a resposta apresentada

pelo Ministro do Planejamento? Que está reaberto o Programa de Demissão

Voluntária.

Esta Casa tem de fazer o Presidente da República se tornar sensível ao que

está acontecendo neste País. Existe um caos social instalado aqui. O levante do

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foi uma resposta ao desmonte da

política agrária, ao homem que já não tem mais esperança, ao homem que não tem

o que comer, ao homem que não tem onde trabalhar.

O que está acontecendo hoje nos grandes centros urbanos? A alta taxa de

desemprego no País talvez seja o reflexo de uma política que não respeita o

homem. E este Governo em hora nenhuma demonstrou a sua preocupação com

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isso. Ao contrário, a ironia da nota do Ministro do Planejamento demonstra a falta

de sensibilidade para enfrentar a questão.

Deixo aqui, Sr. Presidente, um alerta ao Presidente da República. Nós

ouvimos, há alguns dias, muitas críticas ao movimento dos sem-terra por atitudes

como a invasão de prédios públicos, e todos nós mostramos que essas situações

refletiam a desesperança e o agravamento da situação no campo.

E hoje, o que nós vemos, Sr. Presidente? A ironia de um Ministro ao

enfrentar um grupo de servidores públicos. Acho da maior importância que esta

Casa seja o hífen da reabertura de negociações, para mostrar que neste País o

direito à greve é um direito democrático, que neste País se respeita uma decisão

mundial, que é o direito à greve.

Acho que o Presidente Fernando Henrique Cardoso deveria intervir

diretamente nessas negociações. Todos os que querem negociar com o Governo

hoje exigem a presença de representantes da área econômica. E por quê, Sr.

Presidente? Porque me parece que há uma concentração de poder enorme na mão

do Ministro da Fazenda. Ou melhor, as decisões reais deste Governo passam por

um único Ministério, que é o Ministério da Fazenda, que agora até o discurso em

defesa do social está aprendendo a fazer.

Sr. Presidente, o que nós queríamos que acontecesse não é o discurso. O

que nós queríamos que acontecesse é a realidade, é a presença da democracia, da

sensibilidade e principalmente do respeito ao cidadão e à vida alheia, já que,

evidentemente, a nota do Ministro do Planejamento não foi acobertada desse

respeito.

Deixo aqui o meu repúdio à ironia de um Ministro que apresenta como

solução e como caminho às pessoas que estão defendendo os seus direitos a

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abertura de um plano de demissão voluntária. Registro minha insatisfação com

essa nota e solicito ao Governo a real reabertura de negociações.

Muito obrigado.

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O SR. BABÁ - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. BABÁ (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nas votações

anteriores, votei de acordo com a orientação do Partido dos Trabalhadores.

O SR. HERCULANO ANGHINETTI (PPB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na última votação, votei de acordo com a orientação da bancada.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Com a palavra o Líder do Governo,

Deputado Arnaldo Madeira. S.Exa. dispõe de até 9 minutos.

O SR. ARNALDO MADEIRA (Bloco/PSDB-SP. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, preocupo-me quando ouço as

análises da Oposição a respeito da realidade, calcadas única e exclusivamente

numa visão ideologizada da realidade brasileira. Como são defensores da tese de

quanto pior melhor, como esse é o princípio que baliza o seu comportamento,

sempre vêem o mundo sob sombras, à beira do precipício, como se fôssemos

acabar amanhã.

Cansei de ouvir discursos desta tribuna, no ano passado, por ocasião da

crise da Rússia, quando seguiu-se a desvalorização da moeda brasileira, contendo

previsões as mais catastróficas a respeito do que iria acontecer.

O ângulo da Oposição é sempre este: o amanhã será pior do que o hoje; a

fome de hoje é pior do que a de ontem; a miséria de hoje é pior do que a de ontem,

que por sua vez é pior do que a de anteontem. Essa visão ideológica da realidade,

dominada pela perspectiva do ângulo negativo, não permite ver que há avanços.

Há coisas positivas e coisas negativas. Essa visão não permite enxergar que,

apesar de tudo, o País está melhorando, que os indicadores sociais de

escolaridade, de acesso a bens que qualificam a vida no domicílio são

substancialmente melhores.

É evidente que temos um atraso e uma miséria de quinhentos anos, mas

joga-se essa responsabilidade nas costas do Governo. Para analisar o

desempenho do Governo, é preciso examinar o que ocorreu nos últimos cinco anos

e meio. Já disse isto várias vezes desta tribuna: se tomarmos todos os indicadores,

verificaremos que a situação não piorou; a situação melhorou, embora ainda haja

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muita miséria e muitos problemas para serem equacionados. Não devemos ficar

otimistas e cantar loas de vitória, mas também não devemos ver a realidade apenas

pelo ângulo negativo.

Aproveita-se ocasiões como a greve dos servidores públicos e se propõe ao

Governo o diálogo. Qual é a principal reivindicação dos grevistas? É um reajuste de

63,68%, ou seja, simplesmente um gasto adicional de 34,1 bilhões de reais.

Ora, a época da inflação já passou. Aliás, a Oposição, no ano passado, dizia

que a inflação havia voltado, iria chegar a 40%, 60%; ela ficou em um dígito. Este

ano deverá chegar, no máximo, a 6%. Fazer uma reivindicação desse tipo é

raciocinar como se estivéssemos na época da inflação, como se um aumento desse

tipo fosse ser comido por uma inflação de 100%, 200% ou talvez 2.000% ao ano,

que é o aonde eles sabem trabalhar.

Estamos tratando das finanças públicas com muita seriedade, porque

sabemos que o combate à pobreza se dá principalmente por termos uma moeda

estável, em que o trabalhador tem a sua remuneração valorizada, não consumida

pela inflação. É com a responsabilidade de quem sabe que a inflação ajuda quem

tem dinheiro, mas prejudica quem não tem, aquele que vive de salário, que temos

uma posição enérgica com relação ao uso do dinheiro público.

É muito fácil falar de aumento na área do funcionalismo, esquecendo que o

Estado tem limitações de arrecadação. A Oposição tem uma postura muito

interessante: toda vez que se fala em aumento de tributo ou de modernização da

base tributária, ela está sempre contra; quando se fala em gastar, ela é a favor.

O Sr. Alexandre Cardoso - Concede-me V.Exa. um aparte, nobre

Deputado?

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O SR. ARNALDO MADEIRA - Ouvi V.Exa. Espero que me ouça agora.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Nobre Deputado, como brilhante

regimentalista desta Casa, sabe V.Exa. que, de acordo com o Regimento, não cabe

aparte neste momento.

O Sr. Alexandre Cardoso - O aparte é do orador. Se ele o conceder, cabe.

O SR. ARNALDO MADEIRA - Sr. Presidente, com todo o respeito que

merece a Oposição, estamos cumprindo um programa que está apresentado

resultados. Enfrentamos uma crise terrível do ponto de vista das finanças públicas

e das finanças internacionais; um ataque forte à nossa moeda. Estamos saindo

dessa crise, os indicadores são muito claros. Os dados ontem publicados pelo

IBGE mostram a criação de mais de 800 mil empregos nos últimos meses. A

economia está se reativando, mas temos que ser responsáveis com as finanças

públicas para continuarmos nesse processo e não jogarmos tudo fora, ou seja,

aquilo que conquistamos até agora com muito sacrifício e muita energia.

Fala-se de democracia. Compara-se o atual Governo aos anteriores. Até

ouvi comparações, há alguns dias, com o regime autoritário. Ora, Sr. Presidente, o

País nunca viveu um sistema tão democrático, nunca viveu tanta democracia como

estamos vivendo nos dias de hoje. Hoje fala-se, discute-se; o direito à greve é

absolutamente garantido; o Governo está permanentemente aberto ao diálogo, mas

fica difícil dialogar com quem está em greve e quer um aumento de despesa do

Estado de 34,1 bilhões de reais.

Ainda agora o Governo teve de contingenciar uma parte do Orçamento

exatamente pela inexistência de previsão de receitas que cobrissem as despesas

autorizadas pelo Congresso Nacional. De um lado, estamos trabalhando com a

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perspectiva de um orçamento duro, limitado, e, simultaneamente, propõe-se um

aumento de despesa dessa ordem? Sr. Presidente, 1% de aumento do salário do

funcionalismo implicaria um gasto adicional de 536 milhões de reais ao ano,

conforme a nota do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Portanto, Sr. Presidente, quero reafirmar o compromisso do Governo com a

estabilidade e com o desenvolvimento econômico, o compromisso em combater as

desigualdades sociais, mas também o compromisso de fazer respeitar a autoridade.

Democracia não é bagunça; democracia não é invasão de prédio público;

democracia não é jogar ovo em autoridade, não é jogar mastro de bandeira na

cabeça de Governador. É preciso aprendermos que a democracia exige o respeito

à autoridade, que foi eleita pelo voto popular. Hoje estão o Sr. Presidente e os Srs.

Governadores no poder; amanhã estarão outros, da Oposição. O diálogo, o debate

e a crítica têm que ser feitos dentro da legalidade democrática e do respeito à

integridade física das pessoas.

Portanto, não aceitamos invasão de prédio público nem depredação. É

preciso que todas as forças políticas, inclusive da Oposição, condenem

expressamente esse fato, porque a construção de uma democracia, de um regime

com estabilidade democrática institucional precisa contar com a responsabilidade

de todos, até da Oposição — principalmente do Governo, mas também da

Oposição.

Esta é a posição muito clara e transparente do Governo: não dá para

conceder um aumento salarial que implique aumento de gastos da ordem de 34

bilhões de reais, e estamos conversados. Estamos abertos ao diálogo aqui nesta

Casa com a Oposição, como sempre fizemos.

Muito obrigado.

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O SR. HENRIQUE EDUARDO ALVES - Sr. Presidente, peço a palavra pela

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. HENRIQUE EDUARDO ALVES (Bloco/PMDB-RN. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior meu voto foi de acordo com a

orientação do PMDB.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Sobre a mesa requerimento...

O SR. ALEXANDRE CARDOSO - Sr. Presidente, houve uma relação direta...

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - V.Exa. sabe muito bem, como

regimentalista que é, que o Líder do Governo usou seus Deputados...

O SR. ALEXANDRE CARDOSO - Sr. Presidente, V.Exa., que preside esta

Casa democraticamente, sabe que...

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Há uma atitude democrática que eu

posso oferecer a V.Exa.: cumprir o Regimento.

O SR. ALEXANDRE CARDOSO - E V.Exa. está cumprindo o Regimento?

V.Exa. está cumprindo o Regimento? Quando o Líder do Governo acaba de fazer

referência indireta a um Deputado da Oposição, que falou...

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - V.Exa. não sabe o constrangimento,

porque incluído nessa palavra, mas...

O SR. ALEXANDRE CARDOSO - Não, eu só queria que o Líder do Governo

conseguisse explicar que indicador... Não, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Nobre Deputado Alexandre

Cardoso, gostaria de pedir a colaboração de V.Exa. no sentido de que possamos

dar continuidade à Ordem do Dia.

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O SR. SEBASTIÃO MADEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. SEBASTIÃO MADEIRA (Bloco/PSDB-MA. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, votei "sim" na votação anterior.

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O SR. FERNANDO GABEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. FERNANDO GABEIRA (PV-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, consulto a Mesa se é possível colocar ainda hoje em votação o

projeto que dispõe sobre depósitos de lixo radioativo. Poderíamos votar o projeto

hoje e as emendas amanhã.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - O projeto está na pauta, nobre

Deputado. Aproveito a oportunidade para prorrogar a sessão, na desesperada

tentativa de avançar a pauta.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Sobre a mesa o seguinte

requerimento, de autoria da Deputada Jandira Feghali.

Sr. Presidente, nos termos do art. 155 do Regimento

Interno, requeremos regime de urgência na apreciação do

Projeto de Resolução nº 91, de 2000, que denomina o saguão

do Anexo II, da Câmara dos Deputados, Saguão Villa-Lobos.

Assinam os Deputados Sérgio Miranda, Jandira Feghali, Inocêncio Oliveira,

Líderes do PSDB e do PT.

Há unanimidade quanto à aprovação do requerimento.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Consulto os Srs. Líderes se todos

concordam com o requerimento de urgência. (Pausa.)

Aprovado.

Em votação.

Os Srs. Deputados que aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Sobre a mesa o seguinte

requerimento de urgência:

Nos termos do art. 155 do Regimento Interno (Resolução

nº 17, de 1989, e alterado pelas Resoluções nºs 1, 3 e 10, de

1991; 22 e 24 de 1992; 25, 37 e 38, de 1993; 57 e 58, de

1994; 1, 77, 78, 80, de 1995; e 5, 8 e 15, de 1996),

requeremos urgência para a discussão e votação do Projeto

de Lei nº 2.785, de 1997 (do Ministério Público da União) que

cria cargos de Procurador da República, na carreira do

Ministério Público Federal.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Consulto os Srs. Líderes se há

unanimidade.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA - Sr. Presidente, pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, todos são a favor, sem compromisso com o mérito, que só será

discutido após o dia 7.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Em votação o requerimento.

Os Srs. Deputados que aprovam permaneçam como se acham. (Pausa).

Aprovado o requerimento de urgência.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Sobre a mesa requerimento de

urgência.

Requeremos, nos termos do art. 155, do Regimento

Interno da Câmara dos Deputados, urgência para a apreciação

do Projeto de Lei nº 4.434, de 1998, do senhor deputado Luiz

Carlos Hauly, que altera dispositivos da lei nº 98.137, de 1996,

que institui o Sistema Integrado de Impostos e Contribuições

das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte —

SIMPLES — por atender aos pressupostos requeridos para

esta forma de tramitação.

Sala das Sessões.

Assinado pelo Deputado José Pimentel e por todos os Líderes.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Consulto os Srs. Líderes se há

unanimidade.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, há, sim, sem compromisso com o mérito, que será discutido após o dia

7, conforme todas as urgências votadas nesta tarde e noite.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Consultamos se os Srs. Líderes

estão de acordo.

Em votação.

Os Srs. Deputados que aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE ( Heráclito Fortes) - Item 2 da pauta, projeto de lei da

nobre Deputada Luiza Erundina.

Discussão em turno único, do Projeto de Lei nº 256, de

1999, que acrescenta parágrafo ao art. 179 do Estatuto da

Criança e do Adolescente; tendo pareceres das Comissões: de

Seguridade Social e Família, pela aprovação (Relator: Sr.

Djalma Paes); e de Constituição e Justiça e de Redação, pela

constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa e, no

mérito, pela aprovação com substitutivo (Sr. Relator: Geovan

Freitas.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Há oradores inscritos.

O SR. WILSON SANTOS - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. WILSON SANTOS (Bloco/PMDB-MT. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, votei de acordo com a orientação do partido.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Com a palavra o Deputado

Professor Luizinho, para encaminhar a favor.

O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, vamos abrir mão da discussão. Estamos negociando emenda e vamos

fazer o encaminhamento o mais rapidamente possível, no momento oportuno, para

que a emenda seja acatada.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - O Plenário agradece a V.Exa. a

compreensão.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Com a palavra a Deputada Luiza

Erundina, autora da matéria, que disporá de 5 minutos na tribuna.

A SRA. LUIZA ERUNDINA (Bloco/PSB-SP. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, nobres colegas Parlamentares, o Projeto de Lei nº 256-A, de 1999,

acrescenta parágrafo ao art. 179 do Estatuto da Criança e do Adolescente e prevê

que o adolescente, ao cometer delito e ao se apresentar à autoridade para por ele

responder, deverá ser necessariamente assistido por advogado constituído ou

defensor público previamente nomeado para esta função.

Esta prática, Sr. Presidente, garante a todos os cidadãos o direito

constitucional do contraditório, bem como o de serem assistidos quando tiverem de

responder diante de autoridade pública, sobretudo no caso de jovem ou

adolescente que certamente ficam submetidos à situação psicológica e emocional

fragilizadas.

A ausência de profissional, de advogado ou de defensor público os deixa

desprotegidos e sem condições de ter assegurados plenamente os seus direitos à

defesa plena perante a autoridade constituída.

O Estatuto da Criança e do Adolescente é uma das leis mais avançadas do

mundo no que tange aos direitos das crianças e dos adolescentes. Este ano

completa dez anos e apresenta algumas lacunas, não por falha dos que o

elaboraram.

Esta Casa tem o mérito de contar com a presença ativa e participativa da

bancada feminina neste pleito quanto à elaboração e aprovação desta importante

lei, que visa à defesa dos direitos das nossas crianças e adolescentes.

Esse parágrafo que se acrescenta ao art. 179 preenche, portanto, lacuna e

aperfeiçoa aspecto fundamental desta lei que protege as nossas crianças e

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adolescentes, com o apoio, inclusive, da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção

São Paulo, que se manifestou explicitamente a favor dessa iniciativa. O

Departamento da Criança e do Adolescente do Ministério da Justiça também

entende ser importante, necessária e justificada a complementação ou a agregação

de um parágrafo ao art. 179 do Estatuto da Criança e do Adolescente. A aprovação

dele certamente virá como uma homenagem que esta Casa presta, aperfeiçoando o

Estatuto no ano em que se celebra dez anos da sua vigência. E muito ainda terá de

ser aplicado, até porque a sociedade, naquilo que lhe compete na aplicação dessa

lei, ainda não a incorporou de todo. E cabe a cada um de nós a responsabilidade

de divulgar ao máximo, de defender e de preservar essa conquista de nossas

crianças e adolescentes pelas mãos dos seus legisladores, dos seus legítimos

representantes, que são os membros desta Casa.

Sr. Presidente, esperamos nesta noite, antecipando-nos inclusive às

comemorações dos dez anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, aprovar

esse projeto de lei que, sem dúvida, em nada altera a essência dessa lei, mas a

aperfeiçoa, na medida em que preenche lacuna no que tange ao direito de a

criança ser defendida, representada e apoiada ao se apresentar diante de

autoridade na defesa dos seus interesses, dos seus direitos e daquilo que lhe

preserva não só o Estatuto, mas também a Constituição Federal.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Não havendo oradores inscritos,

declaro encerrada a discussão.

O projeto foi emendado.

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O SR. NEIVA MOREIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. NEIVA MOREIRA (PDT-MA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

na votação anterior, votei com a bancada.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Concedo a palavra, para oferecer

parecer ao projeto, em substituição à Comissão de Seguridade Social e Família, ao

Sr. Djalma Paes.

O SR. DJALMA PAES (Bloco/PSB-PE. Para emitir parecer. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, a presente emenda aprimora o projeto ao acrescentar um

parágrafo ao art. 207 e estabelecer, de forma geral, a exigência de participação em

todas as fases do procedimento de apuração do ato infracional cometido pelo

menor.

Entendo que a emenda acrescenta, aprimora e faz com que a criança ou o

adolescente que cometer ato infracional possa ter a assistência de um advogado

em todas as fases e atos do processo.

Portanto, meu voto é pela aprovação da emenda.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Para oferecer parecer às emendas,

em substituição à Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, concedo a

palavra ao nobre Deputado Geovan Freitas.

O SR. GEOVAN FREITAS (Bloco/PMDB-GO. Para emitir parecer. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em nome da Comissão de

Constituição e Justiça e de Redação, somos pelo acolhimento da Emenda Aditiva

nº 1, subscrita por vários Deputados. Data venia , entendo que ela realmente vem

aprimorar o importante projeto da nobre Deputada Luiza Erundina. Por conseguinte,

somos favoráveis ao acolhimento da emenda apresentada em plenário.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Pela aprovação.

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O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero dizer que o Partido da Frente Liberal concorda com a votação

desse importante projeto. No momento em que o Estatuto da Criança e do

Adolescente completa dez anos, a presença do advogado na audiência com o

menor infrator é fundamental. Quando não houver, o juiz designará um defensor

público. A Defensoria já foi devidamente estruturada, até mesmo em âmbito

estadual e nacional. Inclusive, quando não há em âmbito federal, designa-se o

defensor público estadual para representá-lo.

Portanto, acredito que esse projeto está pronto para ser votado. É uma justa

homenagem que se faz à Deputada Luiza Erundina, que tão bons serviços tem

prestado nesse campo. O Estatuto da Criança e do Adolescente deste País

necessita dar um melhor tratamento à criança e ao adolescente, para que

possamos construir uma sociedade mais justa, mais equânime, mais fraterna e mais

solidária em nosso País.

Por isso o PFL vota "sim" ao projeto.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Com a palavra o Deputado

Professor Luizinho.

O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, estou retirando o requerimento de preferência que eu havia

apresentado e estou propondo que nós todos não encaminhemos a votação, mas

que já passemos direto para a orientação partidária, como fez o nobre Deputado

Inocêncio Oliveira.

É o que já faço agora, retirando minha inscrição para encaminhamento e

reafirmando que a posição do PT é pela aprovação. Ao mesmo tempo, afirmo que,

ao acatar a nossa emenda, consideramos que podemos dar um grande passo.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - A Mesa indaga do Deputado Walter

Pinheiro se também abre mão da palavra. (Pausa.)

Em votação o substitutivo adotado pela Comissão de Constituição e Justiça

e de Redação.

Foram retirados os destaques.

Consulto os Srs. Líderes.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Sem revisão do orador.) - "Sim", Sr.

Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Por unanimidade, encaminham o

voto "sim".

Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram.

(Pausa.)

Aprovado.

Fica prejudicado o projeto principal.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Em votação a Emenda de Plenário

nº 1, com parecer favorável.

Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam como se encontram.

(Pausa.)

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PFL vota "sim".

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Aprovada.

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O SR. JOSÉ BORBA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOSÉ BORBA (Bloco/PMDB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, votei conforme orientação do PMDB, na votação anterior.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Sobre a mesa a seguinte Emenda

de Redação:

Emenda de Redação nº 1

Dê-se à emenda do Projeto de Lei nº 256, de 1999, a

seguinte redação:

Acrescenta parágrafo aos arts. 179 e 207 da Lei nº

8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da

Criança e do Adolescente.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - O autor é o Professor Luizinho.

Existe acordo?

O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, é só para adequar. Existe acordo.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Existe acordo. É apenas uma

emenda de adequação.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Os Srs. Deputados que a aprovam

permaneçam como se encontram. (Pausa.)

Aprovada.

Em votação a redação final.

Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam como se encontram.

(Pausa.)

Aprovada.

A matéria vai ao Senado Federal.

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O SR. JOSÉ ANTONIO ALMEIDA - Sr. Presidente, peço a palavra pela

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOSÉ ANTONIO ALMEIDA (Bloco/PSB-MA. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, na votação anterior, acompanhei o Bloco Parlamentar PSB/PCdoB.

O SR. RICARDO BARROS (PPB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, votei com o PPB.

O SR. JOÃO FASSARELLA (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, segui a orientação do meu partido.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Item 3 da pauta.

Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº 189, de

1991, que dispõe sobre a seleção de locais, a construção, o

licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a

remuneração, a responsabilidade civil e as garantias dos

depósitos de rejeitos radioativos e dá outras providências.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Há requerimento sobre a mesa que

vai ser lido.

Requeremos a V.Exa., nos termos regimentais, a retirada

do PL nº 189, de 1991, constante da pauta da presente

sessão.

Sala das sessões, 24 de maio de 2000.

Assina o Deputado Professor Luizinho.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Em votação requerimento no

mesmo sentido, de origem da Liderança do PFL.

Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram.

(Pausa.)

Aprovado.

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O SR. WALTER PINHEIRO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. WALTER PINHEIRO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, havia acordo de Liderança para a retirada do projeto, a fim de

tentarmos votar essa matéria na terça-feira, e não mais no dia hoje.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Há unanimidade para retirar o

projeto?

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, votaremos na próxima terça-feira, cumprindo o acordo com o Líder do

PT, para que o Sr. Relator, nobre Deputado Luciano Pizzatto, possa examinar uma

emenda apresentada, a fim de que possamos chegar a um entendimento a respeito

dessa importante matéria. Portanto, retira-se hoje para que se vote na próxima

terça-feira.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - A matéria vai à pauta na próxima

terça-feira.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Item 4.

Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº 2.868, de

2000, que acrescenta o inciso VI ao art. 323 do Decreto-Lei nº

3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).

Pendente de parecer da Comissão de Constituição e Justiça e

de Redação.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Concedo a palavra, para oferecer

parecer ao projeto, em substituição à Comissão de Constituição e Justiça e de

Redação, ao Sr. Deputado Jorge Khoury.

O SR. JORGE KHOURY (PFL-BA. Para emitir parecer. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, somos pela constitucionalidade, juridicidade e técnica

legislativa do Projeto de Lei nº 2.868, de 2000.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - E no mérito?

O SR. JORGE KHOURY - Somos pela aprovação.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - O parecer é pela aprovação.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Há oradores inscritos.

Para encaminhar contrariamente à matéria, tem a palavra o nobre Deputado

José Roberto Batochio.

O SR. JOSÉ ROBERTO BATOCHIO (PDT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu havia abordado o aspecto constitucionalidade. Todavia, no mérito,

efetivamente, não se justifica a diferenciação com referência a tornar inafiançáveis

os crimes praticados contra as verbas destinadas à educação. Não há razão

alguma para fazer essa distinção. Por que não tornar inafiançáveis, nessa ordem

de idéias, os crimes que atentam contra as verbas destinadas à saúde, à

infra-estrutura básica, ao saneamento, que afetam valores essenciais da sociedade

de igual maneira?

Por esta razão, Sr. Presidente, embora satisfaça o projeto os aspectos de

constitucionalidade, técnica legislativa e juridicidade, no mérito ele não é

recomendável, porque se trata de diferenciação que atenta contra a metodologia, o

sistema da legislação penal.

Daqui a pouco, vamos começar a alterar o art. 323 do Código de Processo

Penal, o que é exatamente o objetivo desse projeto de lei, para inserir em seus

incisos outras modalidades delituosas inafiançáveis. Aí teremos: crimes praticados

contra a economia dos clubes de futebol, inafiançáveis; crimes praticados contra a

economia das ações de bairros, inafiançáveis. Haverá um elenco interminável.

Sr. Presidente, é melhor ficarmos com o critério adotado pelo legislador

penal de 1940, que estatuiu o elenco dos crimes inafiançáveis segundo o valor

contra os quais esses crimes atentam.

Com relação aos crimes que são apenados com reclusão acima de dois

anos, está certo, não devem ser afiançáveis. Os crimes praticados com violência

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também não devem ser afiançados nas hipóteses contempladas pelo Código. Mas

por que fazer essa diferença para contemplar com inafiançabilidade apenas os

crimes que atentam contra as verbas destinadas à educação?

Por esta razão, Sr. Presidente, no mérito, sou contra o projeto. Ele não se

justifica porquanto quebra a sistematização e a metodologia do nosso Código de

Processo Penal.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Concedo a palavra, para falar a

favor, ao Deputado Professor Luizinho.

O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, iria propor que abríssemos mão, achando que todos estivéssemos a

favor, para que a votação se processasse o mais rápido possível. Quero deixar

claro que havia sido acordado votarmos o mérito. Quando concordamos com a

urgência, supusemos que avaliaríamos de fato a ampliação, porque só haviam

questionado a merenda. Então, seria trabalhado com relação à questão de

falsificação de medicamentos e assim por diante. O problema é que isso não

ocorreu. Tem que ser qualificado como autor de crime inafiançável quem vende

penicilina falsificada e mata pessoas. Isso é um crime hediondo!

Portanto, cabe avaliar como amplia o código nesse sentido. Como não foi

feita a ampliação nesse projeto, considero melhor que o votemos e o aprovemos.

Quem quiser fazer uma ampliação que a apresente, acrescendo o que gostaria de

ver contemplado nesse projeto.

Não vou alongar minha argumentação, a fim de que votemos o mais rápido

possível.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Está encerrada a discussão.

Existe emenda ao projeto.

A Mesa está aguardando apenas a remessa de cópias da emenda para que

possamos dar continuidade aos trabalhos.

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O SR. JOSUÉ BENGTSON - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOSUÉ BENGTSON (Bloco/PTB-PA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desejo comunicar a V.Exas. que

estou apresentando projeto de lei que trata da obrigatoriedade de conhecimento da

Linguagem Brasileira de Sinais — LIBRAS por profissionais que atuam nos serviços

de polícia, de assistência social e de saúde.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Concedo a palavra, para oferecer

parecer à emenda, em substituição à Comissão de Constituição e Justiça e de

Redação, ao Sr. Jorge Khoury. (Pausa.)

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O SR. JOSÉ BORBA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOSÉ BORBA (Bloco/PMDB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, votei conforme a orientação do PMDB.

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O SR. JOSUÉ BENGTSON - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOSUÉ BENGTSON (Bloco/PTB-PA. Pela ordem. Pronuncia o

seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tomo hoje a palavra

nesta Casa para tratar de assunto que, a nosso juízo, anda a carecer de maior

atenção, dada a sua comprovada potencialidade econômica para algumas regiões

do País, de modo especial para a Amazônia. Trata-se da questão da agricultura

familiar.

Como muito bem o sabemos, até muito recentemente essa atividade agrícola

era desconsiderada nos meios oficiais. Vista como pouco produtiva, vítima do

atraso tecnológico, não recebia qualquer incentivo. Era impossível a quem a ela se

dedicava a obtenção de financiamentos que lhe permitissem manter — e expandir

— a sua atividade. Com efeito, até a década de 90, esses agricultores, assim como

os extrativistas e os pescadores, eram ignorados pelas instituições de crédito

oficiais, cujas regras os excluíam de qualquer possibilidade de empréstimo

bancário. O que se preconizava, então, era uma modernização da agricultura: a

chamada "Revolução Verde". Toda ênfase deveria ser dada à monocultura

extensiva voltada para a exportação, o que se alcançaria com o emprego da

tecnologia avançada e o uso intensivo de agrotóxicos.

Nesse contexto, não se enquadrava, evidentemente, a agricultura familiar,

constituída pelo amálgama herdado da cultura de índios, seringueiros, coletores e

caçadores, acrescido por contribuições trazidas por migrantes, originários

principalmente da Região Nordeste. A base da atividade econômica da população

era o extrativismo vegetal e animal. A agricultura destinava-se, basicamente, ao

autoconsumo.

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Com o crescimento populacional e o esgotamento dos recursos naturais,

principalmente nas regiões mais tradicionais de ocupação, como o nordeste

paraense, tornou-se insustentável a manutenção do modelo de roça anual, já que

passava a impor-se a necessidade da intensificação da atividade agrícola,

impossível sem que se possibilitasse aos agricultores acesso ao crédito oficial.

Foi uma luta longa, que se estendeu pelas décadas de 70 e 80, porém bem

sucedida. Com a concretização do Fundo Constitucional de Financiamento do

Norte, o FNO, começa a reviravolta que vem confirmando a viabilidade da produção

familiar na região. Os números o comprovam à saciedade: ela é responsável por

64,4% do Valor Bruto da Produção, o VBP, da agropecuária paraense (86,2% do

VBP agrícola e 42,3% do VBP pecuário), com rentabilidade líquida de 142

reais/hectare por unidade de área. Já o latifúndio e as grandes fazendas,

historicamente privilegiados pelo crédito oficial, contribuem somente com 27% e

8,5% do VBP, com rentabilidade de 31 reais/hectare, respectivamente.

O modelo adotado pela produção familiar rural na Amazônia é o do

consorciamento, que combina o cultivo de plantas perenes, culturas temporárias e

de essências florais e a criação de animais de pequeno ou grande porte,

possibilitando ao agricultor contar com renda durante todo o ano. Já se observa

mesmo alguns casos de superação da fase de produção para venda in natura e o

ingresso nas etapas de transformação e comercialização.

Como se vê, achou-se o caminho. Agora é por ele avançar, com a criação de

linhas de financiamento diferenciadas para iniciativas de agricultura familiar

ambientalmente sustentáveis, que substituam as queimadas por novas técnicas,

que reflorestem as áreas degradadas, que produzam sem o uso de agrotóxicos e

que aproveitem racionalmente os recursos naturais com técnicas de manejo

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adequadas. Com a implementação dessa política, a produção rural familiar na

Amazônia poderá desenvolver-se na medida plena de sua potencialidade — que

não é desprezível, como já comprovou —, com resultados extremamente favoráveis

não só para os beneficiados diretos, mas para toda a região.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. autorize a divulgação deste pronunciamento no

programa a A Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

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O SR. PAULO OCTÁVIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, comunico a esta Casa que acabo de apresentar projeto de lei que

proíbe a venda de bebida alcoólica nas estradas e rodovias federais.

No futuro, o projeto poderá diminuir o grande número de acidentes a que

estamos assistindo todos os dias, com a perda de grande quantidade de vidas de

brasileiros. Muitos desses acidentes ocorrem porque os motoristas param nos

restaurantes, bares e postos de gasolina à beira da estrada, bebem e saem

dirigindo alcoolizados.

Conto com o apoio do meu partido, o PFL — o partido de V.Exa., Sr.

Presidente —, para que possamos, com a maior urgência possível, dar andamento

a este projeto de lei e aprová-lo.

Agradeço a atenção a todos, assim como ao nosso Presidente Joaquim dos

Santos Filho.

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O SR. JORGE KHOURY - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JORGE KHOURY (PFL-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, diante de algumas dúvidas das Lideranças presentes, solicito

adiamento por duas sessões, para que possamos discutir o assunto.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - A Mesa acolhe a solicitação de

V.Exa., não há por que negá-la.

O SR. JORGE KHOURY - Agradeço a V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - A matéria voltará à pauta na

próxima terça-feira.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Item 5 da pauta.

Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº 5.993, de

1990, que dispõe sobre a construção de logradouros, de

edifícios de uso público e de veículos de transporte coletivo, a

fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de

deficiência física, nos termos dos arts. 227, § 2º, e 244 da

Constituição Federal.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Há oradores inscritos.

A Mesa consulta o Deputado Walter Pinheiro se desiste do encaminhamento

a favor. (Pausa.)

Desiste.

Deputados Dr. Rosinha, Geraldo Magela e Fernando Coruja, V.Exas.

desistem? (Pausa.)

A Mesa agradece.

Deputada Maria do Carmo Lara. (Pausa.)

O Deputado Professor Luizinho desiste. A Mesa agradece.

Deputados Vivaldo Barbosa, Arnaldo Faria de Sá, Gilmar Machado, Miriam

Reid e José Antonio Almeida, V.Exas. desistem? (Pausa.)

A Mesa agradece.

Está encerrada a discussão.

O projeto foi emendado.

A urgência está aprovada. (Pausa.)

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - A Mesa pede a compreensão dos

Srs. Deputados, porque, tendo em vista o entendimento entre as Lideranças,

surgiram duas emendas, e estamos aguardando as cópias para poder distribuí-las

aos Srs. Deputados.

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O SR. ARY KARA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ARY KARA (PPB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, queremos comunicar à Casa que, no dia 20, sábado passado, tivemos

grande moto-romaria, ou seja, quase 100 mil motoqueiros se deslocaram de todo o

País para a nossa cidade santa de Aparecida.

Externo nossos cumprimentos a esses heróis romeiros que, realmente,

acreditando na nossa santa, Nossa Senhora Aparecida, deslocaram-se dos rincões

deste País, dos mais longínquos possíveis do Estado de São Paulo, até Aparecida,

e lá compareceram para assistir a uma missa campal, às 12h do dia 20.

Portanto, nosso cumprimentos a todos os motoqueiros de nosso País.

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O SR. JOSÉ ROBERTO BATOCHIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOSÉ ROBERTO BATOCHIO (PDT-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, alguns setores da imprensa

veicularam no dia de hoje notícias acerca do processo eleitoral no Município de São

Paulo, afirmando que o Presidente Nacional do PDT, Governador Leonel Brizola,

teria vetado a aliança entre o PDT e o PT. Esclareço que isso, absolutamente, não

corresponde à verdade.

É indispensável e necessário que se deixe muito bem esclarecido que, tendo

em vista as conjunturas, a projeção do quadro político-partidário no período que vai

além das eleições do ano 2000 e a perspectiva de constar da agenda do

Congresso Nacional uma reforma política em que serão questionados temas como

cláusula de desempenho e proibição de coligação nas eleições proporcionais, os

partidos menos numerosos, os menores, que não pertencem ao grupo dos quatro

maiores partidos da Casa, podem ser levados a uma situação comum, em face das

propostas que poderão surgir para a reforma partidária.

Por essa razão, Sr. Presidente, a direção nacional do PDT, tendo em vista

não só as eleições do ano 2000, mas o futuro que se projeta com essa reforma e,

sobretudo, o período que sucederá ao pleito do ano 2000, viu a possibilidade de

fazer aliança partidária com duas agremiações: o PT, de um lado, e o PSB, do

outro.

Ponderados os dados, a direção nacional e a direção estadual do partido

optaram por fazer a aliança com o PSB e se engajar na candidatura da Deputada

Luiza Erundina à Prefeitura de São Paulo.

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Isso, Sr. Presidente, não significa qualquer restrição ao PT, partido que

merece o maior de todos os respeitos por parte do Partido Democrático Trabalhista

e sobretudo de seu Presidente Nacional, o Sr. Leonel Brizola, que me incumbiu de

vir a esta tribuna e deixar o assunto devidamente esclarecido. Aliás, Sr. Presidente,

esse respeito, essa admiração, essa consideração estende-se à candidata a

Prefeita de São Paulo e ex-Deputada Marta Suplicy.

E quero dizer que é um momento auspicioso para o Município de São Paulo,

depois de ser mergulhado numa situação de incrível corrupção, num mar de lama,

poder contar com duas candidatas do calibre moral, da estatura ética da Deputada

Luiza Erundina, a quem vamos apoiar nessa eleição, e da ex-Deputada Marta

Suplicy, merecedora de todo o respeito, de toda a consideração, assim como o PT,

por parte de todo o Partido Democrático Trabalhista.

Esse é um registro que queria fazer, Sr. Presidente, para deixar esclarecida

essa situação. As notícias que falam da possibilidade de qualquer restrição ou veto

à aliança com o PT não têm a menor procedência, seja no seio da direção nacional

do PDT, seja na esfera estadual ou municipal do partido. Por isso, Sr. Presidente,

fique muito bem esclarecido que o PT merece todo o nosso respeito, e a

ex-Deputada Marta Suplicy continua a merecer e merecerá sempre o nosso

respeito e a nossa consideração.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - As emendas já se encontram no

plenário.

Em seguida, concederei a palavra aos nobres Deputados.

Concedo a palavra, para oferecer parecer às emendas, em substituição à

Comissão de Comissão de Seguridade Social e Família, ao Sr. Gessivaldo Isaias.

A assessoria orientará V.Exa., nobre Deputado, e o seu nome constará nos

Anais da Casa como Relator dessa importante matéria. (Pausa.)

O SR. GESSIVALDO ISAIAS (Bloco/PMDB-PI. Para emitir parecer. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, quanto à emenda apresentada pelo Deputado

Chico da Princesa ao Projeto de Lei nº 5.993-A, de 1990, o parecer é pela

aprovação.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - O Relator é pela aprovação.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Concedo a palavra, para oferecer

parecer às emendas, em substituição à Comissão de Finanças e Tributação, ao Sr.

Deputado Betinho Rosado. (Pausa.) Ausente.

Concedo a palavra, para o oferecimento do parecer, ao Deputado De

Velasco.

O SR. DE VELASCO (Bloco/PSL-SP. Para emitir parecer. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a emenda de plenário dá nova

redação ao art. 2º do Projeto de Lei nº 5.993-A, de 1990, no seguinte teor:

Art. 2º. Os veículos utilizados nos serviços públicos de

transporte coletivo de passageiros serão construídos ou

adaptados às necessidades das pessoas portadoras de

deficiência, de acordo com os parâmetros técnicos e as

peculiaridades do serviço a serem definidos pelo Poder Público

responsável pela prestação do serviço.

Sr. Presidente, na justificativa faz-se menção a pesquisas realizadas

objetivando identificar o número de usuários. E é concluída da seguinte maneira:

Na verdade, somente o Poder Público responsável, seja

da União, dos Estados ou dos Municípios, tem condições de

fixar o número de veículos de transporte coletivo de

passageiros que deverão ser adaptados para o atendimento

digno dos portadores de deficiência física.

Esta, Sr. Presidente, é a parte que nos cabe.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - O parecer é pela aprovação.

O SR. DE VELASCO - E ainda há a Emenda de Plenário nº 2, dando ao § 1º

do art. 2º do Projeto de Lei nº 5.993-A, de 1990, a seguinte redação:

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Art. 2º..............................................................................

§ 1º O Poder Público responsável pela prestação do

serviço público de transporte coletivo de passageiros poderá,

isoladamente ou em convênio com as empresas

concessionárias ou permissionárias do transporte coletivo e/ou

associações filantrópicas de apoio aos portadores de

deficiência, criar serviço especial de transporte para os

portadores de deficiência, utilizando veículos diferenciados.

A Organização das Nações Unidas estima que 10% da população existente

nos países do Terceiro Mundo são portadores de qualquer tipo de deficiência.

Desse total, 2% são portadores de deficiência física.

Portanto, este Relator encaminha favoravelmente esta votação, Sr.

Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Para oferecer parecer às emendas,

em substituição à Comissão de Viação e Transportes, concedo a palavra ao Sr.

Deputado Edinho Araújo.

O SR. WELLINGTON DIAS (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

o Deputado Wellington Dias vota acompanhando a bancada.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Nobre Deputado Wellington Dias, o

Relator está fazendo uso da palavra.

Ansiosamente, ouvirei a justificativa de voto de V.Exa. depois. Sei que

Teresina o prendeu até agora.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Nobres Deputados, a assessoria da

Mesa chama a atenção para um fato que desejo comunicar a V.Exas.: o autor da

emenda, Deputado Chico da Princesa, retificou-a, retirando a expressão "ficando

nestes casos dispensada a adaptação dos veículos convencionais de transporte

coletivo de passageiros".

Essa parte fica, portanto, suprimida.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem a palavra, portanto, o

Deputado Edinho Araújo, para proferir seu parecer.

O SR. EDINHO ARAÚJO (PPS-SP. Para emitir parecer. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, em substituição à Comissão de Viação e Transportes,

compete a este Relator apreciar as Emendas de Plenário nºs 1 e 2 ao Projeto de Lei

nº 5.993-A, de 1990.

A primeira foi redigida nos seguintes termos:

Os veículos utilizados nos serviços públicos de

transporte coletivo de passageiros serão construídos ou

adaptados às necessidades das pessoas portadoras de

deficiência, de acordo com os parâmetros técnicos e as

peculiaridades do serviço a serem definidos pelo Poder Público

responsável pela prestação do serviço.

O nosso parecer é favorável à Emenda nº 1.

A Emenda de Plenário nº 2, Sr. Presidente, tem o seguinte teor:

O Poder Público responsável pela prestação do serviço

público de transporte coletivo de passageiros poderá,

isoladamente ou em convênio com as empresas

concessionárias ou permissionárias do transporte coletivo e/ou

associações filantrópicas de apoio aos portadores de

deficiência, criar serviço especial de transporte para os

portadores de deficiência, utilizando veículos diferenciados.

O nosso parecer é pela aprovação, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - É pela aprovação.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Concedo a palavra, para oferecer

parecer às emendas, em substituição à Comissão de Desenvolvimento Urbano e

Interior, ao Sr. Deputado Antonio Carlos Pannunzio, conhecido pelo seu poder de

síntese.

O SR. ANTONIO CARLOS PANNUNZIO (Bloco/PSDB-SP. Para emitir

parecer. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, antes de relatar, quero, por

questão de justiça, fazer uma homenagem ao saudoso Senador Jutahy Magalhães,

que, nos idos de 1989, já pensando nesse sério problema, com o intuito de

promover justiça aos deficientes físicos, foi o autor da primeira propositura nesse

contexto. Tivemos a felicidade agora de ter como Relator na Comissão de

Constituição e Justiça e de Redação o seu filho, nosso companheiro e Líder

Deputado Jutahy Junior.

Sr. Presidente, feito esse esclarecimento, passo às duas emendas ao Projeto

de Lei nº 5.993-A, de 1990.

A Emenda nº 1, no meu entendimento, na verdade remete à instância de

poder local as condições para definir mais adequadamente as peculiaridades

desses serviços especiais que seriam definidos pelo Poder Público responsável

pela prestação, que são as Prefeituras.

Devo dizer que, não obstante a acolhida positiva à Emenda nº 1, a fixação

de 10% da frota de veículos prevista no substitutivo originário da Comissão de

Desenvolvimento Urbano e Interior não foi feita sem qualquer estudo técnico ou

aleatoriamente. Havia uma razão de ser, que, depois, paradoxalmente, veio a estar

explicitada na própria justificativa da Emenda nº 2, que também de pronto acolho.

Traz o texto da justificativa desta emenda que a Organização das Nações

Unidas estima que 10% da população existente nos países do Terceiro Mundo são

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portadores de qualquer tipo de deficiência. E mais: desse total, 2% são portadores

de deficiência física. Então, teve razão de ser o substitutivo apresentado por nós na

Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior.

Além disso, Sr. Presidente, os números mencionados relativos a usuários

com restrição de mobilidade, tanto em Brasília quanto em São Paulo — e são

números ínfimos, como 0,3% em São Paulo e 0,14% em Brasília —, são meras

estimativas que podem levar em consideração aqueles portadores de deficiência

motora que se arriscam a pegar ônibus e, assim, conseguem entrar nessas

estatísticas.

Portanto, não obstante a aprovação às emendas, reiteramos o nosso

posicionamento na Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior de que o

número foi estudado e baseado em parâmetros defendidos pelas Nações Unidas.

Como Relator, acolho as duas Emendas de Plenário, a de nº 1 e a de nº 2.

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O SR. GESSIVALDO ISAIAS - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa a palavra, como Relator.

O SR. GESSIVALDO ISAIAS (Bloco/PMDB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quanto à Emenda nº 2, gostaria de suprimir o seguinte trecho: "ficando

nestes casos dispensada a adaptação dos veículos convencionais de transporte

coletivo de passageiros".

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Para oferecer parecer às emendas,

em substituição à Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, concedo a

palavra ao nobre Deputado Jutahy Junior.

O SR. JUTAHY JUNIOR (Bloco/PSDB-BA. Para emitir parecer. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, agradeço a todas as Lideranças partidárias que

acataram o regime de urgência urgentíssima para aprovarmos nesta sessão projeto

de autoria do Senador Jutahy Magalhães, proposta em tramitação no Congresso

Nacional há dez anos.

Esta matéria, o Projeto de Lei nº 5.993-A, de 1990, tem o intuito de beneficiar

todos os portadores de deficiência física, que passam a ter locomoção e acesso a

logradouros públicos de forma mais tranqüila e respeitosa, sendo considerados

cidadãos iguais a todos os demais.

Coube a mim relatar o projeto na Comissão de Constituição e Justiça, onde

recebeu aprovação unânime.

Quanto às Emendas nºs 1 e 2, de autoria do ilustre Deputado Chico da

Princesa, quanto à constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, nada

temos a opor.

O nosso parecer, portanto, é favorável às duas emendas apresentadas.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Os oradores inscritos retiraram seus

nomes.

Encerrada a discussão.

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O SR. JOSÉ ANTONIO ALMEIDA - Pela ordem, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. JOSÉ ANTONIO ALMEIDA (Bloco/PSB-MA. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, retiro a inscrição. Quero apenas orientar a bancada, registrando que

o Bloco Parlamentar PSB/PCdoB vota a favor das emendas e do projeto, embora

ressalve que a redação do projeto era melhor do que a das emendas. Não vamos,

porém, prejudicar o acordo feito em plenário.

Por esta razão, manifestamos nossa posição favorável à aprovação das

mesmas.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Faço a releitura do requerimento de

preferência:

Requeremos, nos termos do art. 161, inciso IV e § 2º, do

Regimento Interno, preferência para a votação do substitutivo

adotado pela Comissão de Constituição e Justiça e de

Redação, sobre os demais substitutivos e sobre o Projeto de

Lei nº 5.993, de 1990, que "dispõe sobre a construção de

logradouros, edifícios de uso público e de veículos de

transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às

pessoas portadoras de deficiência física, nos termos dos arts.

227, § 2º, e 244 da Constituição Federal.

Sala das sessões, 24 de maio de 2000.

Assina o Deputado Aloizio Mercadante, Líder do PT.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Os Sr. Líderes acordam quanto aos

termos do requerimento.

Em votação.

Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Em votação o substitutivo oferecido

pela Comissão de Constituição e Justiça e de Redação.

Os Srs. Líderes concordam com o seu teor.

Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram.

(Pausa.)

Aprovado.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Em votação as Emendas nºs 1 e 2,

com parecer favorável.

Aqueles que forem pela aprovação permaneçam como se acham. (Pausa.)

Aprovadas.

Estão prejudicadas as demais emendas.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Em votação a redação final.

Aqueles que forem pela aprovação permaneçam como se acham. (Pausa.)

A matéria retorna ao Senado Federal.

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O SR. PROFESSOR LUIZINHO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, parabenizo a Casa por ter votado esta matéria e também

todos que tinham projetos nesse sentido e fizeram esse grande acordo neste

momento. Conseguimos ajustar e adequar as emendas que chegaram ao plenário.

Assim, consolidamos o direito de cidadania daqueles que possuem necessidades

especiais no nosso País.

Parabéns a todos.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Antes de encerrar a Ordem do Dia,

comunicamos que o item 7 da pauta está transferido para a próxima terça-feira,

devido ao adiantado da hora.

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O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Apresentação de proposições.

Os Srs. Deputados que tenham proposições a apresentar queiram fazê-lo.

APRESENTAM PROPOSIÇÕES OS SENHORES:

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CORONEL GARCIA

Projeto de lei que regulamenta o art. 144 da Constituição Federal para disciplinar a

organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública e

dá outras providências.

RONALDO VASCONCELLOS

Projeto de lei que modifica a Lei nº 5.700, de 1971, instituindo a Ararajuba como

símbolo nacional.

ENIO BACCI

Projeto de lei que dispensa o cidadão desempregado do pagamento de taxa para

inscrição em concurso público.

JOSÉ CARLOS COUTINHO

Projeto de lei que concede incentivos fiscais ao empregador que admitir pessoas

portadoras de deficiência física e maiores de 60 anos, nas condições que

especifica.

AVENZOAR ARRUDA

Projeto de lei complementar que dispõe sobre a regulamentação do § 3º do art. 192

da Constituição Federal e dá outras providências.

PEDRO PEDROSSIAN

Projeto de lei que acrescenta os incisos VI e VII ao art. 31 da Lei nº 8.977, de 1995.

Requerimento de informações ao Sr. Ministro de Minas e Energia sobre as

contratações firmadas pela Petróleo Brasileiro S.A. — PETROBRAS, no período de

gestão da atual diretoria da empresa.

POMPEO DE MATTOS

Projeto de lei que dispõe sobre a obrigatoriedade da disciplina Orientação Sexual

nos currículos de 5ª e 6ª séries do ensino fundamental das escolas públicas e

privadas.

Projeto de lei que dispõe sobre a obrigatoriedade de divulgação dos órgãos

públicos de defesa do consumidor.

ALOIZIO MERCADANTE

Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados de convocação do Sr.

Ministro da Fazenda, para que S.Exa. compareça ao Plenário da Casa a fim de

prestar esclarecimentos sobre os cortes efetuados no Orçamento da União para o

ano de 2000 e sobre a situação dos servidores públicos federais.

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SIMÃO SESSIM

Projeto de lei que dispõe sobre custeio da assistência à saúde dos trabalhadores e

de seus dependentes e dá outras providências.

RUBENS BUENO

Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Fazenda sobre o procedimento

licitatório CECOP nº 98/138 e sobre a contratação com dispensa de licitação

CECOP nº 98/303, levados a efeito pelo Banco do Brasil S.A.

CLEMENTINO COELHO

Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Integração Nacional sobre obras

executadas pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas — DNOCS em

convênio com o Exército no Estado de Pernambuco.

DR. BENEDITO DIAS E OUTROS

Projeto de resolução que cria Comissão Parlamentar de Inquérito com a finalidade

de investigar as denúncias de irregularidades na composição de alimentos e na

aplicação de recursos destinados à merenda escolar.

CLEMENTINO COELHO

Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Integração Nacional sobre as

empresas inadimplentes em relação às debêntures simples emitidas pelo Fundo de

Investimentos do Nordeste — FINOR, no Estado de Pernambuco.

JAIR MENEGUELLI

Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Saúde sobre gastos com o

Sistema Único de Saúde — SUS no Município de São Caetano do Sul, Estado de

São Paulo.

HENRIQUE FONTANA E OUTROS

Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados de criação de

Comissão Parlamentar de Inquérito com a finalidade de investigar denúncias de

irregularidades em contratos e prestação de serviços por empresas e instituições

privadas de planos de saúde.

GLYCON TERRA PINTO

Projeto de lei que dispõe sobre a aplicação de penalidade a veículo particular no

transporte público coletivo de passageiros.

Projeto de lei que altera os arts. 61 e 62 da Lei nº 9.503, de 1997, que institui o

Código de Trânsito Brasileiro.

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MILTON TEMER

Projeto de lei que acrescenta alínea ao art. 483 da CLT e dá nova redação ao

respectivo § 3º.

EUNÍCIO OLIVEIRA

Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Saúde sobre as providências

tomadas para que se solucione o aparecimento do foco do mosquito aedes aegypti

no Estado do Ceará, onde de janeiro até a presente data foram registrados 4.657

casos da doença.

JÚLIO DELGADO E OUTROS

Proposta de emenda à Constituição que altera a redação do inciso I do art. 56.

MARCOS CINTRA

Projeto de lei que dispõe sobre a obrigatoriedade de advertência sobre a presença

de substâncias potencialmente cancerígenas nos rótulos de produtos para consumo

humano ou animal.

ELCIONE BARBALHO E OUTROS

Projeto de lei que altera o art. 5º da Lei nº 9.296, de 1996, e acrescenta o art. 5º-A

a essa lei.

JANDIRA FEGHALI

Projeto de resolução que denomina o saguão do Anexo II da Câmara dos

Deputados "Saguão Villa Lobos".

Projeto de lei que dispõe sobre a obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da

mama por planos e seguros privados de assistência à saúde nos casos de

mutilação decorrente de tratamento de câncer.

RICARDO FERRAÇO

Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Fazenda sobre a reestruturação

do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

GLYCON TERRA PINTO E OUTROS

Proposta de emenda à Constituição que dá nova redação ao inciso IV do art. 8º.

LUCIANO BIVAR E OUTROS

Recurso ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados contra a decisão da

Comissão de Finanças e Tributação que aprovou parecer rejeitando o Projeto de

Lei nº 761, de 1999.

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ALEXANDRE SANTOS

Projeto de lei que regula a titularidade dos Juízes Federais em início de carreira

nas Varas da Seção Judiciária para a qual tenham sido nomeados ou designados.

ADOLFO MARINHO

Projeto de lei que dispõe sobre a jornada de trabalho dos cirurgiões-dentistas e

determina outras providências.

MILTON MONTI

Projeto de lei que dispõe sobre a obrigatoriedade da exposição de informações

comprobatórias da calibração de instrumentos ou equipamentos de medição que

afetem produtos ou serviços oferecidos à população.

SRS. LÍDERES

Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados de urgência na

apreciação do Projeto de Lei nº 642, de 1999, que acresce dispositivos à Lei nº

9.020, de 1995, que dispõe sobre a implantação, em caráter emergencial e

provisório, da Defensoria Pública da União.

ALDO REBELO

Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Educação sobre o reconhecimento

de cursos superiores de instituições educacionais do Estado de São Paulo.

Requerimento de informações ao Sr. Ministro do Planejamento, Orçamento e

Gestão sobre planos de privatização do setor de saneamento básico.

GERALDO MAGELA

Projeto de lei que dispõe sobre o exercício da profissão de comerciário e dá outras

providências.

Projeto de lei que acrescenta parágrafo ao art. 4º da Lei nº 7.998, de 1990.

MÁRIO NEGROMONTE

Indicação ao Sr. Ministro da Educação de incentivo à aquisição de computadores

por professores municipais.

VICENTE CAROPRESO

Requerimento de informações ao Sr. Ministro de Minas e Energia sobre o preço dos

combustíveis praticados pela Petróleo Brasileiro S.A. — PETROBRAS.

NICE LOBÃO

Projeto de lei que institui o Programa de Bolsas de Manutenção para Atletas.

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PAULO OCTÁVIO

Projeto de lei que dispõe sobre a proibição da comercialização de bebida alcoólica

às margens das rodovias federais.

Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados de instituição de

Comissão Externa para esclarecer em que circunstância ocorreu a morte do

ex-Presidente Juscelino Kubitschek, em 22 de agosto de 1976, em acidente

rodoviário ocorrido na Rodovia Presidente Dutra, Km 165, no Município de

Resende, Estado do Rio de Janeiro.

JOSUÉ BENGTSON

Projeto de lei que dispõe sobre a obrigatoriedade de conhecimento da Linguagem

Brasileira de Sinais — LIBRAS por profissionais que atuem nos serviços de polícia,

de assistência social e de saúde.

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O SR. PAULO OCTÁVIO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, estou apresentado à Casa requerimento, de acordo com o art. 38 do

Regimento Interno, solicitando informações na tentativa de instituir Comissão

Externa para apurar o atentado que pode ter sofrido o ex-Presidente Juscelino

Kubitschek, em 22 de agosto de 1976, vítima de acidente automobilístico até hoje

não esclarecido, na Rodovia Dutra.

Tendo em vista os últimos acontecimentos a respeito da Operação Condor,

no Brasil, informo à Casa que estou encaminhando esse requerimento com a

devida urgência, solicitando à Presidência, em especial ao Presidente Michel

Temer, que dê andamento necessário para que se possa urgentemente constituir

essa Comissão, no intuito de esclarecer a todos os brasileiros se a vida do

ex-Presidente Kubitschek, o maior estadista brasileiro deste século, foi tomada

numa operação militar ou não.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. WELLINGTON DIAS - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. WELLINGTON DIAS (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

gostaria que fosse registrado que, na votação ocorrida nesta Casa, votei de acordo

com a orientação da bancada do Partido dos Trabalhadores.

O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - V.Exa. será atendido, nobre

Deputado.

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O SR. EDINHO ARAÚJO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. EDINHO ARAÚJO (PPS-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, manifesto desta tribuna que na tarde de hoje, na Comissão Especial

que analisa a matéria relativa à Agência Nacional de Transportes, o Deputado

Eliseu Resende fez a leitura do seu parecer, do seu relatório. O Parlamentar

mereceu cumprimentos de toda a Comissão, pela competência que manifestou mais

uma vez num trabalho legislativo de fôlego.

Portanto, na próxima semana, essa Comissão debaterá o relatório que cria a

Agência Nacional de Transportes.

Adianto a V.Exa., Sr. Presidente, e aos nobres pares que o projeto é um

avanço em relação ao original encaminhado pelo Executivo a esta Casa.

Na próxima quarta-feira, na Comissão de Viação e Transportes, realizaremos

audiência pública para debater a questão das concessões de rodovias federais em

nosso País. Nessa importante audiência, receberemos a visita de autoridades

competentes nesse setor, professores universitários e ex-Secretários de Estado.

Todos darão sua contribuição para o aprofundamento do debate sobre as

concessões de rodovias federais.

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O SR. GERVÁSIO SILVA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. GERVÁSIO SILVA (PFL-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

gostaria que fosse registrado que, nas votações anteriores, votei com o PFL.

O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - V.Exa. será atendido, nobre

Deputado.

Quero dar os parabéns a V.Exa., que hoje está completando mais um ano.

Que V.Exa. seja muito feliz.

O SR. YVONILTON GONÇALVES (PPB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior, votei conforme a orientação do PPB.

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O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - Ato da Presidência.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso de suas

atribuições regimentais, resolve criar, nos termos do artigo 17,

inciso I, alínea "m", do Regimento Interno, Comissão Especial,

composta por 31 (trinta e um) membros, acrescido de mais um

destinado ao rodízio entre os partidos não contemplados,

destinada a analisar a crise por que atravessa a aviação civil

do país.

Brasília, 24 de maio de 2000.

Michel Temer, Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - Ato da Presidência.

Nos termos do artigo 202, § 2º, c/c o artigo 33, § 1º,

todos do Regimento Interno, esta Presidência decide criar

Comissão Especial, destinada a proferir parecer à Proposta de

Emenda à Constituição nº 609-A, de 1998, do Senhor

Deputado Antônio Geraldo e outros, que "acrescenta novo

inciso ao art. 208 da Constituição Federal" (material didático

para o ensino médio), constituída de 31 (trinta e um) membros,

acrescido de mais um destinado ao rodízio entre os partidos

não contemplados.

Brasília, 24 de maio de 2000.

Michel Temer, Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - Ato da Presidência.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso de suas

atribuições regimentais, resolve criar, nos termos do artigo 17,

inciso I, alínea "m", combinado com o artigo 33, § 1º, todos do

Regimento Interno, Comissão Especial, composta por 31

(trinta e um) membros, acrescido de mais um destinado ao

rodízio entre os partidos não contemplados, destinada a

examinar o Sistema Presidencialista de Governo.

Brasília, 24 de maio de 2000.

Michel Temer, Presidente.

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VII- ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - Nada mais havendo a tratar,

vou encerrar a presente sessão, antes convocando para amanhã, às 9h, sessão

extraordinária da Câmara dos Deputados com a seguinte

ORDEM DO DIA

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O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - Está encerrada a sessão.

(Levanta-se a sessão às 20h06min.)

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