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FNC-IE-UNICAMP DEMANDA POR MOEDA Ideia Básica Monetarista: Controle da Oferta de Moeda face à Estabilidade da Demanda por Moeda Motivos da Demanda por Moeda e Preferência pela Liquidez em Keynes

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DEMANDA POR MOEDA

Ideia Básica Monetarista: Controle da Oferta de Moeda face à Estabilidade da Demanda por Moeda Motivos da Demanda por Moeda e Preferência pela Liquidez em Keynes

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Ideia Básica

  Não adianta insistir em controle direto da oferta da moeda se a demanda apresentar comportamento instável => volatilidade dos juros e instabilidade.

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Objetivo

  OBJETIVO: testar algumas proposições básicas encontradas na TQM: 1. exogeneidade da oferta da moeda ao sistema; 2. estabilidade da demanda por encaixe real de moeda X caso da TAM: M s e M d são interdependentes.

  ESTUDOS ECONOMÉTRICOS sobre o comportamento das estimativas das elasticidades da demanda por moeda em relação às variáveis que a explicam = f( aplicação de testes de causalidade entre as variáveis ) => não são conclusivos.

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Problemas econométricos   Problema na definição da moeda =

f( inovações financeiras ); ex.: emissão de títulos de dívida pública = quase-moeda: ativo rentável com liquidez quase-plena.

  Problemas na determinação e definição das variáveis explicativas da demanda por moeda: Md = f( Yp, Jn , Pº )

  nível de renda corrente = proxy deYp ou renda permanente (passada + atual + futura) = restrição orçamentária intertemporal = proxy da riqueza individual = f( dificuldade de mensuração )

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Problemas econométricos   taxa de juros nominal X taxa de inflação =

f( contexto; movimento unidirecional => problema econométrico de multicolinearidade entre Jn e Pº )

  taxa de inflação / taxa de juros: esperada (ex-ante) X observada (ex-post)

 Friedman: alterações substanciais de J n ou Pº = f(alterações anteriores da M s): ∇ M s => ∇ Pº t => ∇ J t +1 => Δ M d t + 2

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Controle monetário   Controle monetário = instrumento útil =

f( influência previsível) = f( comportamento estável ou regular dos demandantes da moeda) => e se a demanda dos agentes for baseada em comportamentos aleatórios?

  QUESTÃO-CHAVE: para que o controle da oferta da moeda, quando se desconhece a demanda por moeda?

  Como saber quanto os agentes econômicos querem de moeda em circulação ativa?

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Causa de descontrole monetário   causa de descontrole monetário: causalidade

bidirecional (reflexividade) entre as variáveis econômicas: M s potencial X M d = f( dada i ) => M s efetiva => interdependência de M s e M d

  Essencial analisar os comportamentos das variáveis que compõem a demanda por moeda: se perfeitamente elástica em relação à taxa de juros ou perfeitamente juros-inelástica (ex: caso das prestações prefixadas da compra a prazo ) => resultados opostos com relação às políticas fiscal e monetária.

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Velocidade de Circulação da Moeda  Medida do número de vezes que

uma unidade monetária muda de possuidor em determinado período.

 V = PT / MS = relação de fluxo de pagamento com o estoque de moeda que o efetiva.

 V = Y / MS => a velocidade-renda (ou transações) utiliza-se da renda nacional como proxy da riqueza líquida.

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Função demanda por moeda : Md = f ( P, Y, rf, rv, ri, h, u )

 Md depende de: nível de preços P, nível de renda Y , renda fixa rf, renda variável rv, taxa esperada de inflação ri, razão entre a renda proveniente da riqueza não-humana e da renda obtida da riqueza humana h, e variável que capta as mudanças nos gostos, preferências, progresso tecnológico, bem como outros fatores aleatórios u.

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Forma funcional agregada da demanda por moeda

  Na equação da demanda por moeda, segundo Friedman, a taxa de juros não é vista como importante determinante direta, devido à baixa elasticidade-juros da demanda por moeda por motivo transacional.

  A limitação orçamentária do agente é o nível de riqueza, dado por sua carteira de ativos.

  Md/P = f( Yp, r ) = equação da demanda por moeda em termos reais, com h não significativo, em período não-inflacionário (ri = 0), onde Yp = renda permanente e r = custo de oportunidade em reter moeda (rf + rv)

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Reconciliação da Oferta e da Demanda de Moeda

  Friedman: a oferta da moeda é aquela que as autoridades monetárias quiserem.

  Historicamente: o compromisso de conversão era certa limitação física.

  O quanto se mantém de saldo de caixa: 1. utilidade: separar o ato da compra de o ato da venda; 2. custos: de oportunidade e de alteração do valor real do saldo de caixa.

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Decisões das autoridades monetárias

  Segundo monetaristas, dependem de: 1.  necessidades burocráticas;

2.  crenças e valores pessoais dos diretores do Banco Central;

3.  acontecimentos correntes ou esperados;

4.  pressões políticas; etc.

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Princípios Básicos da Teoria Monetária para Friedman

1. é essencial distinguir entre: a quantidade nominal de moeda:

M s determinada pelo Banco Central a quantidade real de moeda: o público

determina o total de bens e serviços que a quantidade nominal irá comprar, através de sua demanda de moeda: M s > M d => M s / Δ P = M d estável = f( Y p, r )

OBS.: o que realmente importa é o poder

aquisitivo dos encaixes monetários possuídos (saldos de caixa reais), ou seja, aquilo que os saldos nominais irão comprar.

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Princípios Básicos da Teoria Monetária para Friedman

2. distinção entre as alternativas abertas ao indivíduo (gastar mais saldos do que recebe de renda) e à comunidade como um todo: tentativas frustradas por provocarem a alta do valor nominal da dada oferta de bens e serviços = f( apenas transferências de saldos )

3. distinção entre ex ante (gastos excedem

receita) e ex post (têm de ser iguais) => tentativas individuais de redução dos saldos extras de caixa => elevação dos preços e da renda nominal.

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Motivos da demanda por moeda em Keynes   Transacional: para

despesas ordinárias

  Precaucional: para despesas incertas

  Especulativo: para despesas diferidas

  Finance: para despesas extraordinárias

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Motivos transação e finance   Motivo-transação (relacionado à repetição e

à rotina) = f( despesas ordinárias e certas ) = f( falta de sincronismo entre pagamentos e recebimentos ) = retenção temporária para entrar de maneira passiva em circulação ativa = f( decisões de gastos programadas ) = f( compromissos contratuais )

  Motivo-financiamento ( retenção temporária antes do dispêndio previsto ) = f( despesas extraordinárias, discricionárias, planejadas) = para 1. autofinanciamento e/ou 2. obtenção de financiamento externo à empresa e/ou 3. compromissos financeiros pendentes devido a investimento planejado ex-ante.

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Motivos precaução e especulação   Motivo-precaução (saldos monetários para

imprevistos) = f( despesas incertas) = f( contingências inesperadas; oportunidades imprevistas ) = f( 1 / disponibilidade de saque a descoberto) = encaixe monetário seguro face ao futuro incerto, até que as escolhas se tornem mais definidas, pois há expectativa que a taxa de juros mudará, ignorando em que direção.

  Motivo-especulação (quando se tem expectativas definidas sobre o futuro ): aposta na alta da taxa de juros para então aplicar ou diferimento para futuras aquisições vantajosas.

  Obs.: ambos motivos constituem retenção de moeda ociosa = f( preferência pela liquidez )

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Preferência por Liquidez versus Demanda por Moeda  Acréscimo na preferência pela liquidez

pode até ser associado com queda na demanda por moeda e, consequentemente, em sua oferta.

 A demanda por moeda, nesse caso, está relacionada com a demanda por finance para gasto de investimento, ou seja, disposição à imobilização.

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Distinção entre liquidez e moeda   Um ativo líquido é aquele que, normalmente

com maturidade em curto prazo, pode ser rapidamente convertido em meio de troca (ativo monetário) com pequena perda de valor.

  A liquidez é um dos atributos da moeda, e o montante de liquidez, nas formas alternativas de moeda, varia. => pode ser medido pelo prêmio requerido para induzir alguém a trocar ativo líquido por ativo com menos liquidez => crescimento na preferência pela liquidez implica no aumento deste prêmio.

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Distinção entre preferência por liquidez e demanda por dinheiro

  A demanda por moeda indica 1. a disposição para emitir débito, ou 2. a disposição para expandir a capacidade orçamentária de gastar em bens, serviços ou ativos.

  A preferência por liquidez é definida como o desejo de 1. trocar itens ilíquidos dos balanços por itens mais líquidos, ou mesmo para 2. diminuir o tamanho do balanço através de pagamento de débito. => é relacionada a estoques (saldos) e influencia diretamente taxas de juros.

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Economia de mercado de capitais ou de endividamento?

 A preferência pela liquidez é estabelecida como “teoria do desejo de possuir ativos em curto prazo face aos ativos em longo prazo”.

 Então, é mais consistente com a análise de economia de mercado de capitais do que propriamente com a de economia de endividamento.

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