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12 Flutuações de Curto Prazo

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12

Flutuações de Curto Prazo

Copyright © 2004 South-Western

Flutuações Econômicas de Curto Prazo

• A atividade econômica flutua de ano para ano.

• Em quase todos os anos, a produção aumenta.

• Nem toda flutuação é causada por variação da

produtividade.

• Uma recessão é um período de queda da renda

real.

• Uma depressão é uma recessão severa.

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Flutuações Econômicas de Curto Prazo

• Flutuações são irregulares e imprevisíveis.

• A maior parte das variáveis macroeconômicas

flutua ao mesmo tempo.

• O desemprego aumenta quando o PIB cai

(causalidade vai nas duas direções).

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Flutuações Econômicas de Curto Prazo

• A economia pode ter padrões em horizontes

curtos que não permanecem em horizontes

longos.

• A teoria clássica funciona bem a longo prazo: a

moeda não é neutra no curto prazo (e mesmo no

longo prazo isso não é inteiramente verdadeiro).

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Modelo de Flutuações Econômicas

• Duas variáveis são úteis em modelos que analisam o

curto prazo: PIB real e o índice de preços (pode-se

usar o IPCA ou o deflator do PIB).

• O modelo de oferta e demanda agregadas é usado

para estudar flutuações de curto prazo. A curva de demanda agregada mostra a quantidade de bens e serviços

adquiridas por indivíduos, firmas e governo para cada nível de preços.

A curva de oferta agregada mostra a quantidade de bens e serviços que

as firmas produzem e vendem a cada nível de preços.

Oferta e Demanda Agregadas

Quantidade

Preço

0

Oferta Agregada

Demanda Agregada

Produção de

Equilíbrio

Preços de

Equilíbrio

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Demanda Agregada

• O PIB pode ser decomposto nos seus

componentes:

Y = C + I + G + NX

Curva de Demanda Agregada

Quantidade

Preço

0

Demanda Agregada

P

Y Y2

P2

1. Uma diminuição

do nível de preços

2. Provoca um aumento da

demanda por bens e serviços

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Inclinação da Demanda Agregada

• Preço e consumo: efeito riqueza (determinante principal)

A diminuição do nível de preços aumenta a renda real dos

consumidores, que podem comprar mais bens e serviços.

• Preço e investimento: efeito taxa de juros

Um nível de preços menor reduz a taxa de juros real,

incentivando o investimento.

• Preço e exportações líquidas: efeito taxa de câmbio

A queda na taxa de juros torna o investimento externo no

país menos atrativo, provocando saída de capital, o que

induz uma depreciação da taxa de câmbio. Portanto, os bens

e serviços do país ficam mais baratos na comparação

internacional, o que aumenta as exportações líquidas.

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Deslocamentos da Demanda Agregada

• Deslocamentos da D.A. podem ser causados

por mudanças em:

• Consumo

• Investimento

• Gastos públicos

• Exportações líquidas

• Esses efeitos podem ocorrer por mudanças de

variáveis que não o preço.

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Deslocamento da Demanda Agregada

Preço

Quantidade 0

D1

P1

Y1

D2

Y2

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Oferta Agregada

• No longo prazo, a curva de oferta agregada é

vertical: uma variável nominal (o preço) não

afeta uma variável real (PIB real). A produção de bens e serviços depende da disponibilidade de trabalho,

capital, recursos naturais e da tecnologia, que são variáveis reais.

A economia opera no produto potencial, ou produto de pleno emprego

(dos fatores de produção).

• No curto prazo, a O.A. é positivamente

inclinada.

Oferta Agregada de Longo Prazo

Quantidade Produto Potencial

(pleno emprego dos fatores de produção)

Preço

0

O.A. de longo prazo

P2

1. Uma mudança

de preços

2…. Não afeta a produção

de bens e serviços

no longo prazo

P

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Deslocamentos na Oferta Agregada de Longo Prazo

• Qualquer mudança na economia que afete o

produto potencial desloca a curva de oferta de

longo prazo.

• Trabalho

• Capital (físico e humano)

• Recursos Naturais

• Tecnologia

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Oferta de Curto Prazo

• Flutuações de curto prazo são desvios em

relação à tendência de longo prazo.

• No curto prazo, um aumento (diminuição) do

nível de preços aumenta (diminui) a oferta de

bens e serviços.

• A oferta agregada de curto prazo é

positivamente inclinada.

Oferta Agregada de Curto Prazo

Quantidade

Preço

0

O.A. de curto prazo

1. Redução

de preços

2. .reduz a oferta de bens e

serviços no curto prazo.

Y

P

Y2

P2

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Curva de Oferta Agregada de Curto Prazo

• Explicações para inclinação positiva:

Erro de percepção

• Firma nem sempre diferencia aumento do preço do seu

produto de aumento do nível geral de preços. Se achar que o

aumento é individual, aumenta a oferta.

Salários rígidos

• Salários nominais ajustam lentamente no curto prazo:

contratos salariais têm prazo defiido, e tipicamente não

podem ser reduzidos mesmo se houver redução de preços.

Uma redução portanto aumenta o salário real e torna a

produção mais cara, diminuindo a oferta.

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Curva de Oferta Agregada de Curto Prazo

• Explicações para inclinação positiva:

Preços rígidos

• Os preços de vários bens e serviços ajustam

lentamente em resposta a mudanças na economia.

Se uma firma não conseguir ajustar seu preço após

uma queda geral do nível de preços, cobrará um

preço relativo mais alto, diminuindo as vendas.

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Deslocamento da Oferta Agregada de Curto Prazo

• Explicações para deslocamento:

• Trabalho

• Capital

• Recursos naturais

• Tecnologia

• Expectativa de preços

• Um aumento do nível esperado de preços diminui a

oferta de bens e serviços no presente, deslocando a O.A.

de CP para a esquerda.

Equilíbrio de Longo Prazo

Produto Potencial Quantidade

Preço

0

O.A. de Curto Prazo

O.A. de

Longo prazo

D.A.

A Preço de

Equilíbrio

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Retração da Demanda Agregada

Quantidade

Preço

0

O.A de CP (1) O.A. LP

DA(1)

A P

Y

DA(2)

O.A. de CP (2)

1. Uma retração da

demanda agregada

2. Provoca uma redução do produto no CP

3. A O.A. de CP

se desloca através

do ajuste de preço

4. E o produto volta para

o pleno emprego.

C P3

B P2

Y2

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Flutuações de Curto Prazo

• Mudanças na Demanda Agregada causam

flutuações de curto prazo na produção de bens e

serviços.

• No longo prazo, o efeito é apenas sobre o nível

de preços, não sobre a produção.

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Flutuações de Curto Prazo

• Uma retração da oferta agregada de curto prazo

desloca a curva para a esquerda.

• Efeitos de curto prazo: • Queda na produção

• Aumento do desemprego

• Aumento do nível de preços

Choque negativo na Oferta Agregada de Curto Prazo

Quantidade

Preço

0

D.A.

O.A. de CP(1)

O.A. de L.P.

Y

A

P

O.A. de CP (2)

B

Y2

P2

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Impacto de Choque Negativo na Oferta Agregada

• Estagflação: recessão (queda do produto) e

aumento de preços.

• Não é possível resolver os dois problemas

apenas com políticas de demanda agregada.

• Opções:

Não fazer nada: esperar ajuste dos preços.

Usar as políticas monetária e fiscal para afetar a

demanda.

Choque de oferta negativo

Quantidade Natural rate

of output

Preço

0

O.A. C.P (1)

O.A. de L.P.

DA1

P2

A

P

O.A. C.P (2)

3. Gerando

um aumento

adicional de

preços 4. Mas recuperando o

produto potencial

2. Pode ser parcialmente

revertida com uma

expansão da DA

1. Uma retração da

O.A. de C.P.

DA2

C P3

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Demanda Agregada

• A demanda agregada é afetada não apenas pelas

políticas monetária e fiscal, mas também por

fatores como consumo das pessoas e

investimento das firmas.

• Quando consumo e investimento mudam, a

demanda agregada muda, causando flutuações

de CP.

• As políticas monetária e fiscal podem ser

usadas para estabilizar o produto.

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Teoria da Preferência pela Liquidez

• De acordo com a teoria da preferência pela liquidez,

desenvolvida por Keynes, a taxa de juros é

determinada pelo equilíbrio entre oferta e demanda por

moeda.

Na teoria quantitativa da moeda (longo prazo), vista na aula

anterior, o nível de preços equilibra o mercado monetário.

• A oferta de moeda é definida pelo Banco Central,

assim como na teoria quantitativa: é exógena, e

portanto não depende da taxa de juros.

A oferta de moeda é representada por uma reta vertical.

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Teoria da Preferência pela Liquidez

• Demanda por Moeda: pela teoria da preferência

pela liquidez, o principal determinante é a taxa

de juros. • As pessoas mantém moeda ao invés de ativos que pagam

juros porque moeda tem liquidez: pode ser usada para

adquirir bens e serviços.

• O custo de oportunidade de reter moeda é a taxa de juros

que poderia ser obtida trocando moeda por algum

investimento.

• Quanto maior a taxa de juros, maior esse custo de

oportunidade, e portanto menor a quantidade de moeda

que as pessoas irão manter.

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Teoria da Preferência pela Liquidez

• Equilíbrio: • A taxa de juros ajusta para equilibrar oferta e demanda

por moeda.

• Hipóteses: • O nível de preços é fixo (exógeno), o que representa o

curto prazo (no longo prazo, os preços são flexíveis).

• Para qualquer nível exógeno de preços, a taxa de juros

ajusta para equilibrar oferta e demanda por moeda.

• A produção depende da demanda agregada por bens e

serviços.

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Equilíbrio no Mercado Monetário

Quantidade

de moeda

Taxa de juros

0

Demanda

por moeda

Oferta fixa de moeda

(definida pelo BC)

Oferta de Moeda

r2

M2 d M

d

r1

Taxa de juros

de equilíbrio

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Inclinação da Curva de Demanda

• O nível de preços é um dos determinantes da

quantidade demandada de moeda.

• Quanto maior o nível de preços, maior a quantidade

demandada de moeda para qualquer taxa de juros

(deslocamento da demanda para a direita).

• O aumento da demanda por moeda aumenta a taxa de

juros.

• O aumento da taxa de juros diminui a demanda

agregada.

• Em resumo: um aumento dos preços diminui a

demanda, que é portanto negativamente inclinada.

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Mercado Monetário e Demanda Agregada

Quantidade

de moeda

Quantidade de moeda

(BC)

0

Taxa de Juros

Demanda por moeda

ao preço P2

Demanda por moeda

ao preço P1

Oferta de Moeda

(a) Mercado Monetário (b) Demanda Agregada

3. O que

aumenta a

taxa de

juros

2. Aumenta a demanda

por moeda

Produto 0

Preço

Demanda

Agregada

P2

Y2 Y

P

4. O que reduz a demanda agregada.

1. Um

aumento

do preço

r

r2

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Mudanças na Oferta de Moeda

• O BC pode alterar a oferta de moeda e, dessa forma,

afetar a demanda agregada.

Um aumento da oferta de moeda desloca a curva para a

direita.

Sem mudança na curva de demanda, a taxa de juros cai.

A queda na taxa de juros aumenta a demanda por bens e

serviços.

• Esse efeito ocorre para cada nível de preços.

Portanto, a curva de demanda agregada se desloca para a

direita.

Em resumo, um aumento da oferta de moeda pelo BC gera

um aumento da demanda agregada.

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Expansão Monetária

Oferta de Moeda (2) Oferta de

Moeda (1)

DA(1)

Y Y

P

Demanda por

moeda

DA(2)

Quantidade

de moeda

0

Taxa de Juros

r

r2

(a) Mercado Monetário (b) Demanda Agregada

Produção 0

Preço

3. Dessa forma, aumenta a demanda por

bens e serviços para cada preço.

2. Provoca

uma redução

da taxa de

Juros.

1. Um aumento

da oferta de

moeda

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Taxa de Juros

• A política monetária pode ser descrita em

termos de oferta de moeda ou, de forma

equivalente, da taxa de juros.

• Mudanças na oferta de moeda podem ser vistas

como mudanças na taxa de juros desejada pelo

BC.

• Dada a curva de demanda por moeda, cada

volume de moeda equivale a uma taxa de juros.

• Na prática, o BC escolhe a taxa de juros.

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Política Fiscal

• Política fiscal é a escolha de tributos e gastos

públicos pelo governo.

• A política fiscal afeta poupança, investimento e

crescimento no longo prazo (já visto).

• No curto prazo, a política fiscal afeta a

demanda agregada, assim como a política

monetária.

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Política Fiscal

• O efeito da politica monetária sobre a demanda

agregada é indireto: ocorre através das decisões de

gasto de indivíduos e firmas.

• Quando o governo altera seus gastos, afeta diretamente

a demanda agregada, provocando um deslocamento.

• Efeitos macroeconômicos de mudanças dos gastos

públicos:

• Efeito multiplicador

• Efeito crowding-out

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Efeito Multiplicador

• Efeito multiplicador do gasto público sobre a

demanda agregada:

• Cada real gasto pelo governo aumenta a demanda

em um valor superior a um real.

• O aumento do gasto público gera um aumento da

demanda agregada, que por sua vez gera um

aumento da renda (em montante inferior ao

aumento inicial de gasto público), o que gera um

novo aumento da demanda agregada.

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Efeito Multiplicador

Produção

Preço

0

DA(1)

$20 bilhões

DA(2)

DA(3)

1. Aumento do gasto público em $20

bilhões gera um aumento inicial da

demanda

agregada

2. E o efeito amplifica

esse impacto

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Multiplicador

• Expressão do multiplicador:

Multiplicador = 1/(1 - PMC)

• PMC é a propensão marginal a consumir. • É a fração da renda adicional que os consumidores decidem

gastar.

• (1-PMC) é a propensão marginal a poupar.

• (É a fórmula da soma da PG)

• Se a PMC é igual a ¾, o multiplicador é igual a 4.

Um aumento de $20 bilhões de gasto público gera

um aumento de $80 bilhões da demanda agregada.

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Efeito Crowding-Out

• Um aumento do gasto púbico gera um aumento da taxa

de juros, o que diminui o investimento.

• Esse efeito vai no sentido contrário do efeito

multiplicador.

• O efeito líquido do gasto público pode ser positivo

(multiplicador mais forte que crowding-out) ou

negativo (crowding out mais forte que multiplicador).

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Efeito Líquido

• Na prática, a política fiscal é mais efetiva quando:

1. O nível de preços é fixo ou varia pouco (curto prazo):

oferta agregada é horizontal ou quase horizontal. O

efeito multiplicador é forte.

Isso significa que o problema relevante na economia é falta

de demanda, e não restrição de oferta.

2. Há muito crédito disponível: o efeito crowding-out é

pequeno.

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Crowding-Out

Quantidade de Moeda Oferta de Moeda

(BC)

0

Taxa de Juros

r

Demanda por Moeda (1)

Oferta de Moeda

(a) Mercado Monetário

3. Dessa

forma, a taxa

de juros

aumenta

2. O que aumenta a

demanda por moeda

Demanda

por Moeda (2)

Produção 0

Preço

D.A.(1)

(b) Demanda Agregada

4. O que reverte

parte do deslocamento

inicial

DA(2)

DA(3)

1. Aumento de gasto público gera

aumento da demanda agregada

r2

$20 bilhões

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Mudanças de Impostos

• Ao invés de aumentar o gasto público, o

governo pode reduzir os impostos.

• O impacto é menor porque nem toda redução de

impostos se transforma em aumento de gasto:

parte é consumida, mas parte é poupada.

• Depende, entre outros fatores, da expectativa

sobre a redução de impostos (permanente ou

temporária).