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ATA SUJEITA A ALTERAÇÕES – PARA APRECIAÇÃO DO PLENÁRIO ATA DA 90ª SESSÃO EM 1º DE JULHO DE 2013 SESSÃO ORDINÁRIA Às dezoito horas e quinze minutos do dia primeiro de julho do ano dois mil e treze, na Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, sob a Presidência do Excelentíssimo Senhor Desembargador Antônio Abelardo Benevides Moraes, presentes os Excelentíssimos Senhores Desembargador Francisco de Assis Filgueira Mendes, Vice-Presidente em exercício; Francisco Luciano Lima Rodrigues, Juiz de Direito; Raimundo Nonato Silva Santos, Juiz de Direito; Cid Marconi Gurgel de Sousa, Jurista; Manoel Castelo Branco Camurça, Jurista; Luís Praxedes Vieira da Silva, Juiz Federal; e o Dr. Rômulo Moreira Conrado, Procurador Regional Eleitoral, comigo, Secretário, abaixo assinado, é aberta a sessão. Ausente a Exma. Sra. Desa. Maria Iracema Martins do Vale. Aprovadas as atas nºs 88/2013 e 89/2013. Inicialmente, o Exmo. Sr. Des. Antônio Abelardo Benevides Moraes informa que a Exma. Sra. Desembargadora- Presidente deste Tribunal está em viagem oficial e que, por essa razão, presidirá as sessões de hoje, estando o Excelentíssimo Senhor Desembargador Francisco de Assis Figueira Mendes no exercício da Vice-Presidência e da Corregedoria Regional Eleitoral. A Corte fica ciente. J U L G A M E N T O S PEDIDO DE VISTA APRESENTADO PELO JUIZ MANOEL CASTELO BRANCO CAMURÇA RECURSO ELEITORAL Nº 55-92.2012.6.06.0053 ORIGEM: ALTANEIRA-CE (53ª ZONA ELEITORAL - NOVA OLINDA) RELATOR: ANTÔNIO ABELARDO BENEVIDES MORAES RECORRENTE: FRANCISCO ADEILTON DA SILVA, Vereador RECORRIDO: PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO - PSB, Municipal RESUMO: REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA ELEITORAL - EXTEMPORÂNEA / ANTECIPADA - RÁDIO - PROCEDENTE Decisão: A Corte, por maioria e em dissonância com o parecer ministerial, conhece do recurso para dar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Vencido o Juiz Heráclito Vieira de Sousa Neto. Abstiveram-se de votar o Des. Francisco de Assis Filgueira Mendes e o Juiz Francisco Luciano Lima Rodrigues, tendo em vista que o Relator, Desembargador Antônio Abelardo Benevides Moraes, e o Juiz Heráclito Vieira de Sousa Neto já haviam proferido seus votos. RECURSO ELEITORAL Nº 595-84.2012.6.06.0104 ORIGEM: MARACANAÚ-CE (104ª ZONA ELEITORAL - MARACANAÚ) RELATOR: RAIMUNDO NONATO SILVA SANTOS RECORRENTE: WILTON ALVES FERREIRA, candidato ao cargo de Vereador RECORRENTE: COLIGAÇÃO TRABALHO E PROGRESSO RECORRIDO: PROMOTOR ELEITORAL RESUMO: REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA ELEITORAL - PINTURA EM MURO - INOBSERVÂNCIA DO LIMITE LEGAL - PROCEDENTE

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Page 1: Defin peleja ri band sid-rec improvidtre-ce 010713

ATA SUJEITA A ALTERAÇÕES – PARA APRECIAÇÃO DO PLENÁRIOATA DA 90ª SESSÃO EM 1º DE JULHO DE 2013

SESSÃO ORDINÁRIA

Às dezoito horas e quinze minutos do dia primeiro de julho do ano doismil e treze, na Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, sob aPresidência do Excelentíssimo Senhor Desembargador Antônio AbelardoBenevides Moraes, presentes os Excelentíssimos Senhores DesembargadorFrancisco de Assis Filgueira Mendes, Vice-Presidente em exercício; FranciscoLuciano Lima Rodrigues, Juiz de Direito; Raimundo Nonato Silva Santos, Juiz deDireito; Cid Marconi Gurgel de Sousa, Jurista; Manoel Castelo Branco Camurça,Jurista; Luís Praxedes Vieira da Silva, Juiz Federal; e o Dr. Rômulo MoreiraConrado, Procurador Regional Eleitoral, comigo, Secretário, abaixo assinado, éaberta a sessão. Ausente a Exma. Sra. Desa. Maria Iracema Martins do Vale.Aprovadas as atas nºs 88/2013 e 89/2013. Inicialmente, o Exmo. Sr. Des. AntônioAbelardo Benevides Moraes informa que a Exma. Sra. Desembargadora-Presidente deste Tribunal está em viagem oficial e que, por essa razão, presidiráas sessões de hoje, estando o Excelentíssimo Senhor Desembargador Franciscode Assis Figueira Mendes no exercício da Vice-Presidência e da CorregedoriaRegional Eleitoral. A Corte fica ciente.

J U L G A M E N T O SPEDIDO DE VISTA APRESENTADO PELO JUIZ MANOEL CASTELO BRANCOCAMURÇARECURSO ELEITORAL Nº 55-92.2012.6.06.0053ORIGEM: ALTANEIRA-CE (53ª ZONA ELEITORAL - NOVA OLINDA)RELATOR: ANTÔNIO ABELARDO BENEVIDES MORAESRECORRENTE: FRANCISCO ADEILTON DA SILVA, VereadorRECORRIDO: PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO - PSB, MunicipalRESUMO: REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA ELEITORAL -EXTEMPORÂNEA / ANTECIPADA - RÁDIO - PROCEDENTEDecisão: A Corte, por maioria e em dissonância com o parecer ministerial,conhece do recurso para dar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator.Vencido o Juiz Heráclito Vieira de Sousa Neto. Abstiveram-se de votar o Des.Francisco de Assis Filgueira Mendes e o Juiz Francisco Luciano Lima Rodrigues,tendo em vista que o Relator, Desembargador Antônio Abelardo BenevidesMoraes, e o Juiz Heráclito Vieira de Sousa Neto já haviam proferido seus votos.

RECURSO ELEITORAL Nº 595-84.2012.6.06.0104ORIGEM: MARACANAÚ-CE (104ª ZONA ELEITORAL - MARACANAÚ)RELATOR: RAIMUNDO NONATO SILVA SANTOSRECORRENTE: WILTON ALVES FERREIRA, candidato ao cargo de VereadorRECORRENTE: COLIGAÇÃO TRABALHO E PROGRESSORECORRIDO: PROMOTOR ELEITORALRESUMO: REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA ELEITORAL - PINTURA EMMURO - INOBSERVÂNCIA DO LIMITE LEGAL - PROCEDENTE

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Ata da 90ª Sessão Ordinária – 1º.7.2013. 2

Decisão: A Corte, por unanimidade e em consonância com o parecer ministerial,nega provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Absteve-se de votar oJuiz Cid Marconi Gurgel de Sousa, declarando sua suspeição para atuar nestefeito, por motivo de foro íntimo.

RECURSO ELEITORAL Nº 834-35.2012.6.06.0057ORIGEM: ITAITINGA-CE (57ª ZONA ELEITORAL - PACATUBA)RELATOR: CID MARCONI GURGEL DE SOUZARECORRENTE: EDÍSIO NOVAIS DE LIMA, candidato ao cargo de VereadorRESUMO: PRESTAÇÃO DE CONTAS - DE CANDIDATO - CARGO - VEREADOR- DESAPROVADASDecisão: A Corte, por unanimidade e em dissonância com o parecer ministerial,conhece do recurso para dar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator.

RECURSO ELEITORAL Nº 828-28.2012.6.06.0057ORIGEM: ITAITINGA-CE (57ª ZONA ELEITORAL - PACATUBA)RELATOR: CID MARCONI GURGEL DE SOUZARECORRENTE: WANDEMBERG RIBEIRO MORAIS, candidata ao cargo deVereadorRESUMO: PRESTAÇÃO DE CONTAS - DE CANDIDATO - VEREADOR -DESAPROVAÇÃO / REJEIÇÃO DAS CONTASDecisão: A Corte, por unanimidade e em dissonância com o parecer ministerial,conhece do recurso para dar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator.

RECURSO ELEITORAL Nº 605-31.2012.6.06.0104ORIGEM: MARACANAÚ-CE (104ª ZONA ELEITORAL - MARACANAÚ)RELATOR: CID MARCONI GURGEL DE SOUZARECORRENTE: ROSIMEIRE SOARES MOTA CAMPOS, candidata ao cargo deVereadorRECORRENTE: PARTIDO POPULAR SOCIALISTA - PPS, MunicipalRECORRIDO: PROMOTOR ELEITORALRESUMO: REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA ELEITORAL - PINTURA EMMURO - OMISSÃO DE INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS - PROCEDENTEDecisão: Após o pregão do processo, o Juiz Cid Marconi Gurgel de Sousa informaacerca da retirada de pauta dos presentes autos, do qual é o Relator, tendo emvista sua suspeição, por motivo de foro íntimo, para o julgamento do feito, tendo aCorte ficado ciente.

Neste momento, o Juiz Manoel Castelo Branco Camurça informaacerca da retirada de pauta da Ação Penal nº 273-10.2012.6.06.0025,Classe 4, doqual é o Relator, tendo em vista que o julgamento do processo deve ser realizadocom data marcada, conforme o art. 6º da Lei nº 8038/90, motivo pelo qualsolicitará publicação de nova pauta de julgamento relativa ao feito, bem comodeterminará nova intimação das partes sobre a nova data de julgamento. A Cortefica ciente.

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Ata da 90ª Sessão Ordinária – 1º.7.2013. 3

RECURSO ELEITORAL Nº 1027-50.2012.6.06.0057ORIGEM: ITAITINGA-CE (57ª ZONA ELEITORAL - PACATUBA)RELATOR: MANOEL CASTELO BRANCO CAMURÇARECORRENTE: ANTÔNIA BESSA CAVALCANTE, candidata ao cargo deVereadorRESUMO: PRESTAÇÃO DE CONTAS - DE CANDIDATO - CARGO - VEREADOR- DESAPROVADASDecisão: A Corte, por unanimidade e em dissonância com o parecer ministerial,conhece do recurso para dar-lhe provimento, a fim de aprovar as contas dacandidata Antônia Bessa Cavalcante, referente à campanha eleitoral de 2012, nostermos do voto do Relator. Manifestou-se, na oportunidade, o advogado JorgeAlberto Carvalho Mota, pelo recorrente.

RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA Nº 5-94.2013.6.06.0000ORIGEM: PARACURU-CE (109ª ZONA ELEITORAL - PARACURU)RELATOR: MANOEL CASTELO BRANCO CAMURÇARECORRENTE: JOSÉ RIBAMAR BARROSO BAPTISTA, candidato ao cargo dePrefeitoRECORRIDO: FRANCISCO SIDNEY ANDRADE GOMES, PrefeitoRECORRIDO: IVAN ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA, Vice-PrefeitoRESUMO: RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA - ABUSO - DEPODER DE ECONÔMICO - USO INDEVIDO DE MEIO DE COMUNICAÇÃOSOCIAL - CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO - PEDIDO DE CASSAÇÃO DEDIPLOMA - PEDIDO DE DECLARAÇÃO DE INELEGIBILIDADEDecisão: A Corte, por unanimidade e em consonância com o parecer ministerial,não conhece do presente recurso, no que tange ao uso indevido dos meios decomunicação, entretanto, com relação à captação ilícita de sufrágio e abuso dopoder econômico, conhece do recurso em tela para negar-lhe provimento, nostermos do voto do Relator.

RECURSO ELEITORAL Nº 47-35.2012.6.06.0112ORIGEM: FORTALEZA-CE (112ª ZONA ELEITORAL - FORTALEZA)RELATOR: MANOEL CASTELO BRANCO CAMURÇARECORRENTE: PARTIDO DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL - PMN, DiretórioMunicipalRESUMO: PRESTAÇÃO DE CONTAS - DE EXERCÍCIO FINANCEIRO - 2008 -DESAPROVAÇÃO / REJEIÇÃO DAS CONTASDecisão: A Corte, por unanimidade e em consonância com o parecer ministerial,nega provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ELEITORAL Nº 2362-75.2012.6.06.0002ORIGEM: FORTALEZA-CERELATOR: FRANCISCO DE ASSIS FILGUEIRA MENDESDecisão: A Corte, por unanimidade, conhece dos Embargos de Declaração, maspara negar-lhes provimento, nos termos do voto do Relator.

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Ata da 90ª Sessão Ordinária – 1º.7.2013. 4

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ELEITORAL Nº 1806-73.2012.6.06.0002ORIGEM: FORTALEZA-CERELATOR: RAIMUNDO NONATO SILVA SANTOSRESUMO: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, RECURSO ELEITORAL,REPRESENTAÇÃO, PROPAGANDA ELEITORAL.Decisão: A Corte, por unanimidade e em consonância com o parecer ministerial,conhece dos Embargos de Declaração para dar-lhes provimento, sem, contudo,imprimir-lhes efeito modificativo, nos termos do voto do Relator.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ELEITORAL Nº 2177-37.2012.6.06.0002ORIGEM: TRAIRI-CERELATOR: RAIMUNDO NONATO SILVA SANTOSEMBARGANTE(S): Coligação Para Cuidas das Pessoas"EMBARGADO(S): Renan Ehrich ColaresRESUMO: INTERPOSTOS PELA COLIGAÇÃO "PARA CUIDAR DAS PESSOAS"Decisão: A Corte, por unanimidade e em consonância com o parecer ministerial,conhece dos Embargos de Declaração, mas para negar-lhes provimento, nostermos do voto do Relator.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DEDIPLOMA Nº 20-63.2013.6.06.0000ORIGEM: ITATIRA-CERELATOR: LUÍS PRAXEDES VIEIRA DA SILVAEMBARGANTE(S): PAULO RUBERTO CAVALCANTE MOTA, candidatodiplomado ao cargo de VereadorEMBARGADO(S): ANASTÁCIO RIBEIRO FILHO, candidato ao cargo de VereadorRESUMO: INTERPOSTOS POR PAULO RUBERTO CAVALCANTE MOTADecisão: A Corte, por unanimidade e em consonância com o parecer ministerial,conhece dos Embargos de Declaração, mas para negar-lhes provimento, nostermos do voto do Relator.

A seguir, nada mais havendo a tratar foi encerrada a sessão àsdezenove horas. E, para constar, eu, José Humberto Mota Cavalcanti, Secretário,fiz lavrar a presente ata que vai assinada por mim e pelo Exmo. Sr.Desembargador-Presidente em exercício deste Tribunal.

DES. ANTÔNIO ABELARDO BENEVIDES MORAESPresidente em exercício

JOSÉ HUMBERTO MOTA CAVALCANTISecretário

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALProcuradoria Regional Eleitoral no Estado do Ceará

Rua João Brígido, nº 1260, Joaquim Távora, Fortaleza-CE, Cep. 60.135-080Tel. 85-3266-7300

www.prce.mpf.gov.br

EXMO. JUIZ DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ

PROCESSO Nº 5-94.2013.6.06.0000

RECORRENTE: JOSÉ RIBAMAR BARROSO BAPTISTA

RECORRIDOS: FRANCISCO SIDNEY ANDRADE GOMES

IVAN ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA

PARECER Nº 6492/2013

Recurso Contra Expedição de Diploma. Abuso de

Poder Econômico. Uso indevido de meio de

comunicação social. Captação ilícita de sufrágio.

Oitiva de Testemunhas. Não vedação de instrução

probatória. Realização de instrução processual.

O Ministério Público Eleitoral, pelo Procurador Regional

Eleitoral, comparece ante Vossa Excelência para, nos termos do artigo 77 da Lei

Complementar nº 75/93, combinado com o artigo do Regimento Interno do Tribunal

Regional Eleitoral do Ceará, apresentar PARECER nos autos do processo em epígrafe,

o que faz com base nas razões de fato e de direito a seguir expostas:

1. DOS FATOS

1.1. Trata-se de Recurso Contra Expedição de Diploma

ajuizado em face de Francisco Sidney Andrade Gomes e Ivan Albuquerque de Oliveira,

eleitos, respectivamente, Prefeito e Vice-Prefeito do Município de Paracuru/CE no

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último pleito eleitoral.

1.2. O RCED funda-se no art. 262, IV, do Código

Eleitoral e no art.41-A da Lei nº 9.504/97 e, segundo o recorrente, teriam ocorrido os

seguintes fatos:

- os recorridos teriam participado de distribuição de jornal

denegrindo a imagem do recorrente, o que fez com que

muitos eleitores deixassem de votar nele;

- captação ilícita de sufrágio feita pelo vereador Francisco

Genival Costa, que teria entregue dinheiro em espécie em

troca de votos a favor do recorrido Francisco Sidney;

- captação ilícita de sufrágio realizada por Adriano

Barbosa, Presidente do PSDC, que teria comprado votos

para os recorridos no dia das eleições.

1.3. Contrarrazões dos recorridos às fls. 39/42, alegando

que o presente recurso não passa de insatisfação do recorrente por ter sido derrotado no

pleito eleitoral, uma vez que a reportagem jornalística apontada por eles apenas

demonstra dados provenientes do Poder Judiciário onde destaca a existência de processo

contra o recorrente, além de decisão indeferindo o seu registro de candidatura.

Destacam, ainda, que não são proprietários do jornal e não produziram nem publicaram

qualquer matéria em desfavor do candidato e, tampouco participaram da divulgação do

material questionado.

1.4. Aduzem que em relação à compra de votos realizada

pelo vereador Genival, bem como pelo Sr. Adriano Barbosa, não há nos autos provas

capazes de atestar que teriam realizado captação ilícita em favor dos recorridos. Além

disso, asseveram que as testemunhas relacionadas pelo recorrente não merecem

credibilidade por serem todas beneficiárias do dinheiro público.

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3

1.5. Remetidos os autos a esse eg. TRE, vieram

encaminhados à Procuradoria Regional Eleitoral para emissão de parecer.

2. DA TEMPESTIVIDADE

2.1. Inicialmente, observa-se a tempestividade na

apresentação do presente recurso, tendo em vista a informação de que os recorridos

foram diplomados em 17/12/2012, sendo a petição protocolada em 20/12/2012,

portanto, dentro do tríduo legal previsto no art. 258 do CE.

3. DO MÉRITO

3.1. Como relatado, a inelegibilidade suscitada no presente

recurso funda-se no art. 262, IV, do Código Eleitoral e no art.41-A da Lei nº 9.504/97.

3.2. Entretanto, da análise dos autos, verifica-se a

necessidade de maior acervo probatório, haja vista que as fotografias contidas às fls.

24/26 por si só não são capazes de demonstrar que realmente houve compra de votos.

Também não resta demonstrada a autoria de crime de captação ilícita de sufrágio da

mídia contida à fl. 18, sendo primordial a oitiva das testemunhas a fim de elucidar os

fatos ora apontados.

3.3. Cabe, pois, no presente momento, perquirir a

possibilidade de instrução probatória em sede de recurso contra diplomação. Confira-se,

nesse sentido, a seguinte jurisprudência, o qual pedimos vênia para transcrever:

AGRAVOS REGIMENTAIS. RECURSO ORDINÁRIO

RECEBIDO COMO ESPECIAL. PROVIMENTO.

RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA.

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ELEIÇÃO MUNICIPAL. 2008. DILAÇÃO

PROBATÓRIA. POSSIBILIDADE. PRODUÇÃO DE

PROVA ORAL. INDEFERIMENTO. IMPROCEDÊNCIA

DA AÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVAS.

CERCEAMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA

DECISÃO AGRAVADA.

1. A atual jurisprudência deste Tribunal vem-se orientando

no sentido de ser cabível a ampla dilação probatória nos

recursos contra expedição de diploma, ainda que

fundados no art. 262, IV, do Código Eleitoral, desde que

o autor indique, na petição inicial, as provas que

pretende produzir.

2. Se a produção de provas requerida a tempo e modo

pela parte não é oportunizada, e a ação é julgada

improcedente por insuficiência de prova, configurado

está o cerceamento de defesa. Precedentes.

4. CONCLUSÃO

4.1. Isto posto, não sendo vedada a dilação probatória em

sede de recurso contra expedição de diploma, opina o Ministério Público Eleitoral pela

realização da instrução processual, com a oitiva das testemunhas arroladas na inicial,

para somente após ofertar parecer de mérito.

Fortaleza-CE, 08 de abril de 2013.

Rômulo Moreira Conrado

Procurador Regional Eleitoral

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALProcuradoria Regional Eleitoral no Estado do Ceará

Rua João Brígido, nº 1260, Joaquim Távora, Fortaleza-CE, Cep. 60.135-080Tel. 85-3266-7300

www.prce.mpf.gov.br

EXMO. JUIZ DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ

PROCESSO Nº 5-94.2013.6.06.0000

RECORRENTE: JOSÉ RIBAMAR BARROSO BAPTISTA

RECORRIDOS: FRANCISCO SIDNEY ANDRADE GOMES

IVAN ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA

PARECER Nº 9622/2013

Recurso Contra Expedição de Diploma. Abuso de Poder

Econômico. Uso indevido de meio de comunicação

social. Captação ilícita de sufrágio. Ausência de

comprovação. Necessidade de maior robustez no

conjunto probatório para a constatação da ocorrência

das ilegalidades apontadas e consequente aplicação das

sanções pertinentes. Parecer pelo improvimento do

recurso.

O Ministério Público Eleitoral, pelo Procurador Regional

Eleitoral, comparece ante Vossa Excelência para, nos termos do artigo 77 da Lei

Complementar nº 75/93, combinado com o artigo do Regimento Interno do Tribunal

Regional Eleitoral do Ceará, apresentar PARECER nos autos do processo em epígrafe,

o que faz com base nas razões de fato e de direito a seguir expostas:

1. DOS FATOS

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2

1.1. Trata-se de Recurso Contra Expedição de Diploma

ajuizado em face de Francisco Sidney Andrade Gomes e Ivan Albuquerque de Oliveira,

eleitos, respectivamente, Prefeito e Vice-Prefeito do Município de Paracuru/CE no

último pleito eleitoral.

1.2. O RCED funda-se no art. 262, IV, do Código

Eleitoral e no art.41-A da Lei nº 9.504/97 e, segundo o recorrente, teriam ocorrido os

seguintes fatos:

- os recorridos teriam participado de distribuição de jornal

denegrindo a imagem do recorrente, o que fez com que

muitos eleitores deixassem de votar nele;

- captação ilícita de sufrágio feita pelo vereador Francisco

Genival Costa, que teria entregue dinheiro em espécie em

troca de votos a favor do recorrido Francisco Sidney;

- captação ilícita de sufrágio realizada por Adriano

Barbosa, Presidente do PSDC, que teria comprado votos

para os recorridos no dia das eleições.

1.3. Contrarrazões dos recorridos às fls. 39/42, alegando

que o presente recurso não passa de insatisfação do recorrente por ter sido derrotado no

pleito eleitoral, uma vez que a reportagem jornalística apontada por ele apenas

demonstra dados provenientes do Poder Judiciário onde destaca a existência de processo

contra o recorrente, além de decisão indeferindo o seu registro de candidatura.

Destacam, ainda, que não são proprietários do jornal e não produziram nem publicaram

qualquer matéria em desfavor do candidato e tampouco participaram da divulgação do

material questionado.

1.4. Aduzem que, em relação à compra de votos realizada

pelo vereador Genival, bem como pelo Sr. Adriano Barbosa, não há nos autos prova

capaz de atestar que teriam realizado captação ilícita em favor dos recorridos. Além

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disso, asseveram que as testemunhas relacionadas pelo recorrente não merecem

credibilidade por serem todas beneficiárias do dinheiro público.

1.5. Remetidos os autos a esse eg. TRE, vieram

encaminhados à Procuradoria Regional Eleitoral para emissão de parecer, que restou

obstado ante a necessidade de oitiva das testemunhas arroladas com o fito de elucidar os

fatos narrados.

1.6. Antes de proceder à realização da instrução

processual, verificou o magistrado que o presente feito possuía causa de pedir

semelhante à da Ação de Investigação Judicial Eleitoral nº 419-90.2012.6.06.0109,

havendo coincidência entre a prova testemunhal arrolada em ambos os procedimentos.

Intentando evitar atos processuais desnecessários, determinou o julgador a juntada aos

autos da cópia da inicial do referido processo, bem como da gravação relativa à prova

oral produzida no seu transcurso.

1.7. Encaminhados novamente os autos a esse eg. TRE,

remeteram-nos à à Procuradoria Regional Eleitoral para emissão de parecer.

2. DA TEMPESTIVIDADE

2.1. Inicialmente, observa-se a tempestividade na

apresentação do presente recurso, tendo em vista a informação de que os recorridos

foram diplomados em 17/12/2012, sendo a petição protocolada em 20/12/2012,

portanto, dentro do tríduo legal previsto no art. 258 do CE.

3. DO MÉRITO

3.1. Como relatado, a inelegibilidade suscitada no presente

recurso funda-se no art. 262, IV, do Código Eleitoral e no art.41-A da Lei nº 9.504/97.

3.2. Importante repisar que o presente feito tem

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fundamentos fáticos e jurídicos semelhantes aos da Ação de Investigação Judicial

Eleitoral nº 419-90.2012.6.06.0109, havendo correspondência quase integral entre as

peças inaugurais dos procedimentos. Tem-se inclusive reprodução ipsis litteris do rol de

testemunhas, o que impulsionou o despacho de fl. 55, no sentido de fazer anexar aos

autos do presente a mídia referente à oitiva das testemunhas.

3.3. Observa-se que os sustentáculos deste recurso são as

supostas ilicitudes cometidas pelos Srs. FRANCISCO SIDNEY ANDRADE GOMES

e IVAN ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA durante a campanha eleitoral de 2012.

3.4. Narra o recorrente ter havido utilização indevida dos

meios de comunicação por parte dos recorridos, consubstanciada na “maciça distribuição

de Jornal denegrindo a imagem do candidato JOSÉ RIBAMAR BARROSO

BAPTISTA”. O jornal em questão tratar-se-ia do periódico “O Regional”, o qual

veiculou em seu bojo matéria intentando prejudicar o recorrente, devidamente anexada

aos fólios (fl. 16).

3.5. Sustenta a parte autora terem os recorridos

participado da mencionada divulgação com o fito de inviabilizar sua candidatura,

havendo ainda distribuição do jornal em eventos de campanha. Pela prova coligida aos

autos, não há como aferir a verossimilhança dessas alegações, não se podendo atestar a

participação dos recorridos na confecção do material apresentado.

3.6. As testemunhas ouvidas, importante asseverar, não

apresentaram afirmações consistentes para a configuração da mencionada conduta. Frise-

se ainda que, seus depoimentos foram colhidos considerando sua condição de

informantes, haja vista a participação de todas na campanha eleitoral do recorrente,

denotando seu claro interesse no feito.

3.7. De igual modo, não é possível extrair a potencialidade

lesiva da divulgação da matéria jornalística, tendo em vista a ausência nos autos de

conjunto probatório hábil a atestar sua repercussão. Tampouco há como se verificar o

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grau de circulação do periódico. Veja-se inclusive que a testemunha Ana Paiva Mateus

Teixeira afirma que, não obstante saber da existência do Jornal “O Regional”, nunca o

havia lido antes.

3.8. Quanto à alegação do recorrente atinente à suposta

captação ilícita de sufrágio, é imperioso aduzir que as fotografias trazidas aos autos não

são conclusivas a ponto de deixar transparecer a efetiva compra de votos. Não é possível

visualizar em nenhum momento que houve a entrega de dinheiro ou de objetos de valor,

tampouco se pode identificar os sujeitos fotografados.

3.9. No vídeo juntado como prova, as mesmas

considerações devem ser promovidas. É obstada a verificação, de forma nítida, quanto à

ação que está ocorrendo. Impossibilitada outrossim a identificação das pessoas que

figuram na gravação.

3.10. Em que pese a arguição por parte da recorrente de

eventual abuso de poder econômico, cabe asseverar que este não se desincumbiu do

onus probandi. Não juntou aos autos nada que respaldasse suas alegações, nem produziu

durante a colheita da prova testemunhal.

3.11. Ainda no tocante à prova testemunhal, é preciso

ressaltar que, mesmo que pudéssemos extrair afirmações conclusivas, seria temerário

depositar a formação de verdades processuais a partir de seus depoimentos, haja vista a

falta de respaldo que deixa evidenciar sua condição de interessadas na causa. Observe-se

que sequer são prestadoras de compromisso legal. Diante da fragilidade do conjunto

probatório, inviável a aplicação das sanções perseguidas, dada a sua gravidade, tendo em

vista essa característica não se coadunar com a necessidade de um probatório sólido

enquanto elemento essencial para o reconhecimento de práticas consubstanciadas na

compra de votos e no abuso de poder econômico Esse é o entendimento do TSE.

REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE

SUFRÁGIO. DECISÃO REGIONAL.

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6

IMPROCEDÊNCIA. RECURSO ORDINÁRIO.

CONJUNTO PROBATÓRIO. INSUFICIÊNCIA.

1. A procedência de representação, por infração ao art. 41-

A da Lei nº 9.504/97, requer prova robusta da prática da

captação ilícita de sufrágio cometida pelo candidato ou a

sua anuência ao ilícito.

2. No caso concreto, não ficou comprovado que a entrega

de bens, ocorrida em face de execução de programa social,

tenha sido utilizada com o objetivo de compra de votos.

Recurso a que se nega provimento.(TSE - RO 1450 –

BELÉM/PA – 23/09/2008 – Relator CARLOS

EDUARDO CAPUTO BASTOS)

RECURSO ORDINÁRIO. REPRESENTAÇÃO.

CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. PROVA

TESTEMUNHAL. FRAGILIDADE.

1. A procedência de representação, com fundamento no

art. 41-A da Lei nº 9.504/97, requer prova robusta da

prática de captação ilícita de sufrágio cometida pelo

candidato ou a comprovação de sua anuência ao referido

ilícito.

2. Em face da ausência de provas consistentes sobre a

infração narrada na representação, esta deve ser julgada

improcedente.

Recurso a que se nega provimento. (TSE - RO 1468 -

PORTO VELHO/RO – 23/09/2008 - Relator CARLOS

EDUARDO CAPUTO BASTOS)

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.

CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ART. 41-A DA

LEI Nº 9.504/97. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO

JUDICIAL ELEITORAL JULGADA PROCEDENTE.

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AUSÊNCIA DE PROVA DA AUTORIA OU DA

ANUÊNCIA DO CANDIDATO. AGRAVO

REGIMENTAL A QUE SE DÁ PROVIMENTO.

PRECEDENTE.

A imposição das sanções do art. 41-A, pois, há de ter

suporte em prova inabalável de que o beneficiário praticou

ou anuiu com a prática das condutas ali tipificadas. (TSE -

ARESPE 25560 – ANICUNS/GO – 11/09/2008 - Relator

JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES)

4. CONCLUSÃO

4.1. Destarte, não restando provada nenhuma conduta

enquadrada como captação ilícita de sufrágio ou uso indevido dos meios de

comunicação, apontada na inicial, e, de igual modo, não restar configurado abuso de

poder econômico, impõe-se o improvimento do presente recurso.

4.2. Isso posto, ante as razões elencadas, opina o

Ministério Público Eleitoral pelo improvimento do recurso e, portanto, pela

manutenção da sentença impugnada in totum.

Fortaleza-CE, 21 de maio de 2013.

Rômulo Moreira Conrado

Procurador Regional Eleitoral