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COMISSÃO DO TRABALHO E DOS ASSUNTOS SOCIAIS DA UNIÃO AFRICANA Nona Sessão Ordinária De 8 a 12 de Abril de 2013 Adis Abeba, ETIÓPIA LSC/EXP/3(IX) Original: Inglês TEMA: Reforçar a Capacidade das Instituições do Mercado de Trabalho em África para responder aos Desafios Actuais e Futuros” DEBATE EM PAINEL DO TEMA DA CONFERÊNCIA: QUESTÕES SOBRE AS INSTITUIÇÕES DO MERCADO DE TRABALHO SA9395 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: (251 11) 5 517700 Fax: (251 11) 5 517844 Website : www. africa-union.org

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COMISSÃO DO TRABALHO E DOS ASSUNTOS SOCIAIS DA UNIÃO AFRICANA Nona Sessão Ordinária De 8 a 12 de Abril de 2013 Adis Abeba, ETIÓPIA

LSC/EXP/3(IX) Original: Inglês

TEMA: “Reforçar a Capacidade das Instituições do Mercado de Trabalho em África para responder aos Desafios Actuais e Futuros”

DEBATE EM PAINEL DO TEMA DA CONFERÊNCIA: QUESTÕES SOBRE AS INSTITUIÇÕES DO MERCADO DE

TRABALHO

SA9395 AFRICAN UNION

UNION AFRICAINE

UNIÃO AFRICANA

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: (251 11) 5 517700 Fax: (251 11) 5 517844 Website : www. africa-union.org

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I. Introdução: 1. O tema da 9ª Sessão Ordinária é “Reforço das Capacidades das Instituições do Mercado de Trabalho em África para que possam fazer face aos Desafios Actuais e Futuros”. O bom funcionamento do mercado de trabalho é fundamental para apoiar o crescimento económico rápido e inclusivo em África. Para haver uma reflexão profunda em torno do assunto durante a Sessão, será organizado um debate em painel na reunião de peritos no dia 8 dia Abril e na reunião ministerial no dia 11 de Abril de 2013. A elaboração deste documento de trabalho visa apoiar os debates em painel. Trata-se de uma breve descrição das instituições do mercado de trabalho em África, sublinhando os desafios inerentes para cada uma delas e suscitando questões sobre aspectos específicos que merecem uma análise e medidas profundas para melhorar o seu papel no funcionamento do mercado de trabalho. Isto é oportuno para a Agenda Pós-ODM 2015. 2. O tema constitui uma oportunidade para o posicionamento das instituições do mercado de trabalho enquanto principais sistemas para a promoção do emprego e a redução da pobreza. Isso destaca o seu papel na implementação da Declaração de Ouagadougou de 2004 e do Plano de Acção sobre a Promoção do Emprego e a Redução da Pobreza. Para competir no mercado mundial e também poder fazer face aos concorrentes estrangeiros nos mercados internos, os países africanos devem envidar esforços para a criação de instituições do mercado de trabalho favoráveis ao investimento e ao crescimento económico sustentável inclusivo com equidade e igualdade de oportunidades para todos.

II. Quais são as Instituições do Mercado de Trabalho? 3. Uma parte importante da actual economia do trabalho está cada vez mais centrada na questão das instituições e dos regulamentos do mercado de trabalho, suas interacções e seu impacto nos diferentes resultados económicos e do mercado de trabalho. As instituições do mercado de trabalho cobrem as instituições de fixação de salários, os benefícios sociais obrigatórios e o sistema de seguro de desemprego. Também incluem outros aspectos da legislação laboral (lei sobre o salário mínimo, legislação sobre a protecção do emprego e a aplicação da legislação). As políticas do mercado de trabalho (PMT), por outro lado, abrangem todos os tipos de políticas de regulamentação que influenciam a interacção entre a procura e a oferta do trabalho. Elas evoluem dentro dos factores ambientais que afectam o seu funcionamento e resultados.

III. Os Desafios Transversais: 4. Alguns desafios relacionam-se com as instituições do mercado de trabalho e devem

ser tidos em conta na concepção e implementação das suas políticas, estratégias e programas, bem como dos seus sistemas de prestação de serviços. Deve-se fazer referência às Convenções da OIT que parecem ser fontes relevantes de inspiração relativamente às falhas do mercado de trabalho ou às lacunas observadas nos países africanos.

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a) Pobreza Activa, Mercado de Trabalho da Economia Informal e Rural

predominante:

5. Nos países de baixo rendimento, tais como os de África, a pobreza activa constitui

maior problema do que o desemprego. De acordo com a OIT, estima-se que a taxa de

desemprego na África Subsaariana é 9,7%, enquanto a proporção de trabalhadores em

situação de pobreza, em termos de emprego total, com rendimento de USD 1/dia, é de

55,4%, subindo para 86,3% a proporção de trabalhadores em situação de pobreza, em

termos de emprego total, com rendimento de USD 2/dia1.

6. Grande parte dos trabalhadores opera na economia informal urbana ou vive em zonas rurais, praticando actividades agrícolas ou não agrícolas. Tanto os trabalhadores rurais como os trabalhadores que operam na economia informal estão fora do âmbito das instituições do mercado de trabalho em África. Embora os trabalhadores informais e rurais muitas vezes beneficiem dos programas de assistência social, não beneficiam do mercado de trabalho formal e das políticas de protecção social que os trabalhadores formais podem aceder. A linha ténue entre os sectores formais e informais levanta questões sobre a relevância e a eficácia dos mercados de trabalho e as políticas de produtividade e protecção social existentes. 7. De acordo com o Programa da UA sobre Modernização da Economia Informal, devem ser direccionados esforços, portanto, no reforço da produtividade do sector e na melhoria das suas condições de trabalho e gestão de riscos.

b) Desafios que se colocam ao Género e à Juventude 8. Em 2012, a proporção de mulheres em empregos vulneráveis era de 50% e a dos homens era de 48 %. Este fosso era ainda maior no Norte de África e no Médio Oriente, bem como na África Subsariana. As disparidades de remuneração entre homens e mulheres (pagamentos directos e indirectos em numerário ou em espécie) persistem em muitos países africanos. As mulheres são mais limitadas nas suas escolhas de emprego em todos os sectores (segregação sectorial) e continuam a ser segregadas a determinados tipos de ocupações (segregação ocupacional). Outras discriminações relacionam-se com o recrutamento, promoção, imposto sobre rendimento, benefícios sociais, como efeitos das instituições do mercado de trabalho2. 9. As Convenções da OIT C100 – Convenção sobre a Igualdade de Remuneração, adoptada em 1951 (No. 100), e C111-Convenção sobre Discriminação (Emprego e

1 OIT, Descrição das Tendências Globais do Emprego, Janeiro de 2007

2 Tilahun Temesgen, (2008) "Efeitos das instituições do mercado de trabalho e características dos estabelecimentos nas

desigualdades salariais entre homens e mulheres em África: Evidências dos dados sobre o inquérito da indústria na Nigéria", Jornal Internacional de Sociologia e Política Social, Vol. 28 Iss: 9/10, pp.309 - 325

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Ocupação), adoptada em 1958 (No. 111), fornecem orientações para se conseguir a plena integração das mulheres nos mercados de trabalho.

10. O desemprego juvenil é mais elevado em África do que no Leste e Sul da Ásia (OIT, 2012). O Norte de África tem, de longe, a taxa mais elevada de desemprego juvenil. O desemprego afecta as mulheres e os jovens que estão sobre-representados no sector informal. Devido à sua pouca experiência de trabalho e às limitadas redes profissionais, os jovens muitas vezes enfrentam dificuldades para conseguirem emprego formal e quando encontram um emprego geralmente é caracterizado por salários baixos, más condições de trabalho e poucas oportunidades para o desenvolvimento de competências.

c) Baixa Produtividade do Trabalho: 11. A produtividade do trabalho é fundamental para garantir o crescimento económico, melhorar os meios de subsistência e reduzir a pobreza, bem como a desigualdade. África tem o potencial de gerar empregos, contudo o crescimento da sua produtividade é muito baixo, enquanto o aumento da produtividade é a chave para a criação de empregos decentes. O crescimento do emprego em África ao longo da próxima metade da década deverá ultrapassar a média global. Porém, a produtividade do trabalho deverá decrescer ao longo de 2014 – 2016. O crescimento médio anual da produtividade do trabalho (%) em África (excluindo o Norte de África) é estimado em 2,3 no período 2012-2013 e em 1,9 no período 2013-2016, em comparação com os 7,5 e 8,1 no Leste da Ásia, 4,8 e 5,4 no Sul da Ásia3. 12. Em resposta a este desafio, a 7ª sessão da Comissão do Trabalho e dos Assuntos Sociais (CTAS) adoptou a Agenda de Produtividade para África que foi subscrito pelo Conselho Executivo da UA, em Janeiro de 2010, em Adis Abeba.

d) Migração para efeitos de trabalho

13. A Migração para efeitos de trabalho constitui uma preocupação para as instituições do mercado de trabalho que são responsáveis pela segurança social, informação do mercado de trabalho, colocações, inspecção do trabalho, legislação laboral e o diálogo social. Reconhecendo a importância da livre circulação de pessoas, os Chefes de Estado e de Governo adoptaram o Tratado de Abuja (Abuja, Junho de 1991). Eles exortaram os Estados-membros a adoptarem políticas de emprego que permitem a livre circulação de pessoas no Continente. Isto implica reforçar e estabelecer centros de emprego com vista a facilitar a empregabilidade da existente mão-de-obra qualificada de um Estado-membro em outros Estados-membros onde se verificam a escassez de mão-de-obra qualificada, enquanto componente fundamental para a promoção da cooperação e integração regional em África4. 3 Relatório sobre os ODM de 2012, Avaliação dos Progressos em África em relação aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 4 Quadro de Política de Migração da UA , EX.CL/276 (IX), Banjul, Junho de 2006

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14. Os ministérios do trabalho e emprego dos Estados-membros da UA devem estudar a possibilidade de um envolvimento maior e sistemático na implementação do Quadro das Políticas de Migração da UA. Devem centrar-se nas estratégias recomendadas da Política de Migração do Trabalho com vista a (i) incorporar as disposições das Convenções da OIT No. 97 e No. 143 na legislação nacional; (ii) criar políticas transparentes e responsáveis para o recrutamento e as admissões, harmonizando as políticas de imigração com as leis laborais; (iii) garantir a protecção social e os benefícios de segurança social; (iv) incorporar medidas de igualdade de oportunidades que garantem igual acesso para os trabalhadores migrantes e os nacionais nas áreas de emprego, ocupação, condição de trabalho, remuneração, segurança social, educação e a mobilidade geográfica, estabelecimento de trocas de mão-de-obra a nível regional. 15. A nível regional, há necessidade de se envolver na cooperação e harmonização regional da migração do trabalho para assegurar a circulação sistematizada e regular de trabalhadores, respondendo às necessidades de oferta e procura dos mercados internos e externos de trabalho, promovendo as normas laborais. 16. A actual realidade indica que vários Estados-membros envolveram efectivamente as suas instituições públicas de trabalho na gestão da migração laboral. Este é o caso da Tunísia, Argélia, Camarões, Quénia e Senegal, para citar alguns exemplos. Além disso, as agências de emprego privadas também operam na migração laboral, porém a legislação laboral muitas vezes carece de disposições necessárias para regular as suas actividades nesta área, ou as disposições existentes são mal aplicadas. Questões para debate sobre os Desafios Transversais:

Como é que o envolvimento do governo pode tornar os resultados obtidos no mercado de trabalho mais positivos ou previsíveis? Que tipos de políticas institucionais podem conduzir para este efeito?

Que/como é que os mecanismos institucionais do mercado de trabalho podem apoiar a inclusão no crescimento e conduzir/apoiar a transformação estrutural necessária para o crescimento inclusivo

Como é que a governação do mercado de trabalho em África visa apoiar a agenda de desenvolvimento a nível nacional e regional; o que é necessário fazer para articular/integrar melhor as instituições do mercado de trabalho na agenda de desenvolvimento

Os papéis/contribuições das instituições do mercado de trabalho na redução da informalidade (predominância e resistência) ou na ligação entre os níveis de informalidade e o impacto do crescimento

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IV. Instituições do Mercado de Trabalho a) Quadros Jurídicos e Regulamentares do Mercado de Trabalho e Reformas do

Mercado de Trabalho: 17. O indicador de emprego de trabalhadores do Doing Business do Banco Mundial sugere implicitamente que para melhorar o desempenho económico geral, é absolutamente necessário liberalizar o mercado de trabalho e eliminar ou reduzir aos níveis mais baixos as disposições de protecção para o trabalho que criam rigidez no mercado de trabalho. Os indicadores do mercado de trabalho que determinam este índice não são considerados relevantes para a apreciação do desempenho do mercado de trabalho no contexto africano. 18. Considera-se que a rigidez do mercado de trabalho impossibilita o Quénia de criar oportunidades de emprego decente para os seus cidadãos. As culpas são atribuídas ao custos laborais excessivamente elevados provocados pela: 1) compensação geral dos trabalhadores, incluindo os salários e os benefícios, sendo excessivamente altos; 2) a excessivamente baixa produtividade; ou 3) rigidez no ambiente jurídico e institucional. A explicação é que, quando a compensação total dos trabalhadores não está em conformidade com as contribuições produtivas desses trabalhadores, resulta nos custos excessivos da mão-de-obra. Portanto, a questão real subjacente é o factor produtivo. Nas nações competitivas, a produtividade do trabalho é superior aos custos do trabalho. Sabe-se que África é a região menos produtiva no mundo. 19. Há necessidade de mais pesquisas sobre os determinantes do desempenho do mercado de trabalho em África, tendo em conta as suas especificidades estruturais, jurídicas e políticas. Esta pesquisa deve ser conduzida a nível nacional e regional, e visa compreender melhor o relacionamento entre as instituições e a produtividade do mercado de trabalho, bem como a criação de emprego. b) Diálogo Social.

20. De acordo com a OIT e tal como o demonstra a prática, o Diálogo Social também tem o potencial de (i) resolver grandes problemas económicos e sociais; (ii) promover a paz e a estabilidade social e industrial; (iii) fomentar o desempenho económico e o progresso social. O diálogo social pode contribuir para a formulação efectiva dos regulamentos e políticas para o alcance do crescimento do emprego de forma intensiva e a favor dos pobres. A nível nacional, pode ser uma vantagem competitiva para os países, particularmente durante os períodos de restruturação e recessão económica. 21. Na África do Sul, o Conselho Nacional do Desenvolvimento Económico e do Trabalho (NEDLAC) exerce um impacto crucial no desenvolvimento industrial, investimento, desenvolvimento do capital humano, crescimento económico e no comércio. A sua missão consiste em regular o mercado de trabalho da África do Sul com vista a um crescimento económico sustentável e inclusivo. Vários outros Estados-membros criaram instituições de

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diálogo social. Além disso, a CEDEAO e a SADC criaram instituições operacionais de diálogo social.5 22. O Diálogo Social ajudou o ajustamento relativamente rápido da Singapura à crise financeira asiática com perdas mínimas de emprego. Em vez de optar despedir ou reduzir salários, a solução escolhida foi aliviar os empregadores de uma parte dos seus custos não salariais do trabalho. A nível macroeconómico, o diálogo social tripartido é frequentemente utilizado para a definição de políticas salariais nacionais para, garantir que os aumentos salariais correspondam com o crescimento da produtividade, a fim de se criarem condições macroeconómicas que facilitam o crescimento do emprego. Além disso, durante períodos de mudança económica ou períodos de incerteza, o diálogo social pode ser fundamental para tornar a preservação dos postos de trabalho e a criação do emprego, uma prioridade para os governos e os parceiros sociais. Além disso, o diálogo social pode também ser muito útil na implementação das políticas do mercado de trabalho, tais como a formação profissional. 23. Para ser eficaz e relevante num ambiente socioeconómico em rápida mutação, as instituições de diálogo social devem mover mais rápido e de forma mais inteligente nos seus processos de tomada de decisão para a celebração, implementação e seguimento de acordos. Eles devem também alargar o seu âmbito aos sectores económicos e financeiros que afectam o funcionamento dos mercados de trabalho. Questões para debate:

Quais são os principais desafios e falhas do diálogo social no mundo do trabalho em África, actualmente e na próxima década?

Como é que o Diálogo Social pode ser fundamental para ultrapassar a crise económica e financeira, alcançando a recuperação económica e assegurando um crescimento sustentável e inclusivo

Como é que o Diálogo Social Dialogue pode ser inclusivo e integrar a economia informal e os trabalhadores rurais?

Como é que o diálogo social pode contribuir para a implementação das políticas regionais e continentais no mercado do trabalho, bem como nas políticas macroeconómicas e sectoriais-chave de desenvolvimento?

Quais são as implicações dos quadros jurídicos e regulamentares no funcionamento das instituições do mercado de trabalho e nos seus resultados; como podem influenciar a procura do trabalho?

c) Serviços Públicos de Emprego 24. Os Serviços Públicos de Emprego (SPE) são os principais operadores na implementação das políticas e dos programas públicos do mercado de trabalho em apoio às necessidades de desenvolvimento socioeconómico. Têm o desafio de conduzir os

5 Diálogo Social na África Oriental e Austral, Documento de Contribuição da OIT, Março de 2013

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ajustamentos do mercado de trabalho conforme necessário para apoiar a recuperação económica com recursos limitados. 25. De acordo com a OIT – Convenção sobre o Serviço de Emprego, 1948 (No. 88) e a Recomendação sobre o Serviço de Emprego, 1944 (No.72), os Serviços Públicos de Emprego (SPE) oferecem serviços como a empregabilidade dos candidatos a emprego, através da orientação profissional, assistência na procura de emprego e serviços de colocação, prestação de informação do mercado de trabalho de forma atempada e precisa, serviços que visam adequar a oferta à procura de empregos. A Convenção da OIT C142 – Convenção sobre o Desenvolvimento dos Recursos Humanos, 1975 (No. 142) ratificada por 9 países, oferece orientações úteis para reforçar a capacidade e modernizar o Serviço Público de Emprego a uma abordagem clara orientada para o cliente. 26. No actual contexto de redução da pobreza e da procura de um crescimento inclusivo apoiado pela protecção social, os Serviços Públicos de Emprego têm a oportunidade de expandir o seu âmbito de serviços para as prestações condicionadas ao desemprego aos candidatos a emprego. As condições devem visar envolver os candidatos a emprego na procura activa de emprego. Tal iniciativa pode estar em conformidade com as políticas recentes dos parceiros internacionais, tais como a Agenda Europeia para a Mudança, a Estratégia de Protecção Social do Banco Mundial (2012-2022) e a Protecção Social Mínima da OIT. A Convenção Nº 44 da OIT relativa às Prestações de Desemprego, de 1934 e a Convenção Nº 168 da OIT relativa à Promoção do Emprego e à Protecção contra o Desemprego estabelece a base para os Estados-membros da UA, gradualmente, tomarem medidas nesta direcção, sobretudo, através de disposições especiais para os novos candidatos a emprego. A Convenção foi ratificada pelo Sudão, África do Sul, Seicheles, Quénia e o Egipto. Um número muito limitado de Estados-membros da UA estabeleceu estes regimes, nomeadamente a Argélia, África do Sul, Maurícia, etc. 27. Contudo, os Serviços Públicos de Emprego (SPE) em África enfrentam uma série de entraves e limitações fortes: a falta de fundos que impede a implementação de medidas activas do mercado de trabalho que têm impacto real e significativo, a falta de pessoal, o trabalho fragmentado devido à inexistência ou aos serviços de emprego mal coordenados acentuaram a tendência da criação de agências de trabalho para os jovens em vários países e a falta de informação do mercado de trabalho. Acima de tudo, falta aos referidos serviços públicos de emprego, competência e capacidade profissional para prestarem serviços de valor acrescentado aos seus clientes, candidatos a emprego, sector privado, formação nos domínios técnico e profissional (TVET), autoridades locais, etc. 28. Através de serviços de emprego baseados nas TIC, os SPE devem funcionar como um Centro para os serviços de emprego, permitindo que os interveniente do mercado de trabalho cooperem através da criação de redes e do estabelecimento de parcerias inovadoras, ligando-os com as políticas do mercado de trabalho. Watts e Offer identificaram 7 instrumentos baseados na Internet que podem ser utilizados para adaptar a prestação dos serviços pelos SPE: correio electrónico, chat, grupo de discussão, website, SMS

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(mensagens de texto), telefone, software (por exemplo, CD-ROM e programas informáticos independentes) e Videoconferência6. 29. Um outro desafio para os SPE consiste em desenvolver a sua capacidade para intervir na gestão do fluxo migratório por forma a fazer face às mudanças da globalização. A CUA pode cooperar com a UE no estabelecimento de um sistema inspirado pela rede EURES, a fim de facilitar a mobilidade internacional da mão-de-obra, utilizando os meios de comunicação social modernos e as TIC para estabelecer plataformas regionais de intercâmbio da mão-de-obra.

d) Estratégia centrada nos serviços para a prestação de serviços do mercado de trabalho destinados às PME e às Microempresas:

30. A Inspecção do Trabalho e os Serviços Públicos de Emprego têm o potencial de fornecer serviços de valor acrescentado às PME e às Microempresas. Estes sectores carecem de conselhos técnicos e de assistência na gestão de recursos humanos para o aumento da produtividade, conforme evidenciado no inquérito da Confederação Pan-Africana de Empregadores sobre as necessidades e as expectativas das PME e das Microempresas dos SPE e da Administração do Trabalho. Isto exige uma maior profissionalização e modernização destas administrações do trabalho. É necessário que haja apoio à formação nas várias categorias profissionais do mercado de trabalho nos seguintes domínios profissionais de conhecimento: informação do mercado de emprego, colocação e orientação, bem como aconselhamento profissional. Isto diz respeito tanto a formação inicial como a formação contínua. Os Centros Africanos de Administração do Trabalho devem ser melhorados e utilizados para o desenvolvimento da mão-de-obra no mercado profissional do mercado de trabalho. 31. O Instituto Nacional de Produtividade da África do Sul realizou um estudo sobre “Pesquisa das Melhores Práticas na Política Pública de Emprego: Lições para o Contexto da África do Sul”. O estudo baseia-se em referências dos Serviços Públicos de Emprego da Dinamarca, Brasil, Alemanha e Coreia do Sul. As várias recomendações podem reforçar e modernizar os SPE africanos: (i) criar disposições para a auditoria nacional do défice de competências no quadro do processo de políticas públicas do trabalho; (ii) melhorar a recolha, análise e divulgação da informação; (iii) introduzir a formação para os oficiais envolvidos na prestação de serviços públicos de emprego; (iv) introduzir a M&A contínua dos resultados de desempenho dos SPE; e (v) fundir a assistência aos desempregados com outros benefícios de assistência social; (vi) medidas concebidas para formalizar os empregos existentes entre os empregados no sector informal7.

6 Barnes.A, La Gro, N. e Watts, A.G. (2010). Desenvolver as competências de orientações electrónicas, 25, spring.

Cambridge, Pesquisa e Desenvolvimento de Carreira

7 Pesquisar as Melhores Práticas nas Política Públicas do trabalho: Lição para o Contexto da África do Sul,

Instituto Nacional da Produtividade, África do Sul, Março de 2011

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Questões para debate sobre os SPE, Inspecção do trabalho e Sistema de Informação sobre o Mercado de Trabalho (SIMT):

Quais são as principais questões e desafios da intermediação e do sistema de informação sobre o mercado de trabalho em África actualmente e na próxima década

Como a África poderá desenvolver um programa de cooperação em matéria de intermediação e um sistema de informação sobre o mercado de trabalho com base na experiência africana?

Como é que os SPE, as Inspecções do Trabalho e os SIMT podem prestar serviços profissionais centrados nas PME e nas Microempresas?

Quais são os papéis dos SPE e dos SIMT na integração económica e social? Como estes papéis podem ser preenchidos?

Como é que os SPE podem funcionar em rede com os actores principais do mercado de trabalho e assegurar a função de “HUB”, oferecendo uma gama de serviços diversificados que respondem às necessidades das suas categorias de clientes?

Qual é o papel do seguro de desemprego e como aplicá-lo no contexto dos países africanos?

Qual é o potencial da parceria público-privada para envolver os SPE e as administrações de trabalho

Como podemos coordenar as componentes do quadro institucional de colocação, particularmente em relação ao emprego juvenil, para a criação de sinergias, complementaridades e a coesão dos sistemas de emprego, em vez de competição e conflitos?

e) Sistemas de Informação do Mercado de Trabalho: 32. Uma função chave do sistema de informação do mercado de trabalho (SIMT) é responder ao desafio de planeamento dos recursos humanos em África, em conexão com as políticas de desenvolvimento, incluindo o emprego e o desenvolvimento de competências e políticas de ensino e formação nos domínios técnico e profissional (TVET), para compensar a diferença entre as necessidades do mercado de trabalho e os resultados dos sistemas de TVET. Verifica-se uma tendência entre os países francófonos de estabelecerem observatórios nacionais de emprego e formação. Estes podem ser instrumentos para a construção do futuro. Eles realizam inquéritos e análises a nível nacional, industrial, ocupacional e sectorial. 33. O Quadro de Harmonização e Coordenação do Sistema de Informação do Mercado de Trabalho (QHC-SIMT) da UA foi implementado. Os instrumentos de harmonização foram desenvolvidos com o apoio do PNUD: questionários harmonizados para o inquérito sobre a mão-de-obra e o inquérito aos estabelecimentos, a Lista Mínima de trabalho e os indicadores de TVET, etc. Foram organizadas sessões de Formação, bem como sessões de reforço de capacidades e workshops de planificação para os Estados-membros da CEDEAO, SADC e EAC, em colaboração com o secretariado das CER. 34. O desafio dos Estados-membros e das CER consiste na implementação dos seus roteiros do QHC-SIMT.

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f) Instituições de Protecção de Segurança Social 35. A protecção contra os riscos sociais é um direito humano (Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, 1948). Os sistemas de protecção social podem ajudar as pessoas a enfrentar os riscos económicos e sociais, tais como o desemprego, velhice, doença, morte ou as catástrofes naturais que afectam as suas habilidades de gerar rendimentos. Contudo, muitas pessoas continuam excluídas da cobertura de segurança social do Estado, sobretudo os trabalhadores da economia informal e os trabalhadores rurais com os membros das suas famílias. As taxas de cobertura de segurança social em toda a África Subsaariana representam, em média, cerca de 10 por cento da população. As taxas de cobertura dos países africanos com o rendimento médio variam entre 40 e 70 por cento. A recolha de dados estatísticos actualizados e abrangentes sobre a cobertura de segurança social continua a ser um desafio. O governo é responsável pela criação e manutenção de um quadro positivo para a implementação dos sistemas de protecção social. É também responsável pela supervisão e regulamentação dos processos, bem como pela criação das capacidades administrativas relevantes. 36. Os Estados-membros da UA devem responder a três requisitos fundamentais: i) a necessidade de melhorar a capacidade de governação e administrativa; ii) a necessidade de alterar a legislação para ampliar a cobertura no âmbito dos programas já existentes para as populações actualmente não abrangidas; iii) a necessidade de desenvolver e implementar novas legislações, introduzindo programas novos, talvez adaptados, programas de segurança social para ampliar e melhorar progressivamente a cobertura para todos8. 37. O desafio para os regimes adequados no sentido de cobrir as categorias dos trabalhadores excluídos do sistema de segurança social formal em vigor levou os dirigentes políticos da UA à adoptarem o Plano de Protecção Social para os Trabalhadores da Economia Informal e Rurais-SPIREWORK (Cimeira da UA, Malabo, Julho de 2011). É complementado com uma Estratégia de Comunicação para apoiar a sua implementação. Os Estados-membros devem envidar esforços para o cumprimento deste instrumento político fundamental. A CUA irá trabalhar com a OIT na implementação conjunta de um SPIREWORK CUA e na Protecção Social Mínima das Nações Unidas em África. Questões para debate:

Quais são as principais questões e desafios da protecção social no mundo do

trabalho em África hoje e na próxima década ? Que reformas foram implementadas e com que impacto ? Como tornar eficazes e

eficientes os sistemas de segurança social? É necessário ter uma abordagem específica, com dispositivos especiais de

protecção social, para poder assegurar uma cobertura aos trabalhadores informais e

8 Segurança Social Dinâmica para África: Uma Agenda para o Desenvolvimento, Associação Internacional de Segurança Social, Genebra, 2008

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rurais, bem como aos membros das suas famílias? Como é que o Plano de Protecção Social dos trabalhadores da economia informal e rurais pode ser implementado?

Como é que a África pode desenvolver um programa de cooperação em matéria de protecção social baseada na experiência africana?

Que abordagem pode ser recomendada para promover a integração económica e social que favorece a migração da mão-de-obra a nível das Comunidades Económicas Regionais e do Continente?

Como a protecção social no mundo do trabalho contribui para o alcance do crescimento económico inclusivo e da luta contra a pobreza no mundo do trabalho?

G) Inspecção do trabalho 38. A inspecção do trabalho é uma parte essencial do sistema de administração do trabalho, exercendo a função fundamental de aplicação e do cumprimento efectivo da lei do trabalho. Porém, em África embora os serviços de inspecção do trabalho existam em todos os países, muitas vezes a sua eficiência e contribuição para a implementação dos princípios do trabalho digno são prejudicadas por vários factores. A falta de canais claros e adequados de coordenação e colaboração entre as várias instituições de trabalho e a tendência para as diferentes autoridades envolvidas na inspecção de trabalho de operar, como silos foram identificadas como sérios desafios que a maioria dos países africanos enfrenta. A capacidade da maioria dos sistemas de inspecção do trabalho em África é desproporcionalmente pequena em relação aos objectivos a serem alcançados, devido à falta de vontade política e de apoio muitas vezes reflectido nas alocações orçamentais dos Estados aos Ministérios do Trabalho. É necessário um sistema integrado e holístico que fornece serviços de qualidade, particularmente na saúde e segurança no trabalho (SST) e informação do trabalho9. 39. Uma observação cada vez mais alarmante ao longo dos anos, na maioria dos países africanos, se não mesmo todos, é a falta do alargamento das funções dos seus sistemas de inspecção laboral para cobrir o trabalho e as condições das pequenas empresas que operam informalmente10. 40. Os mecanismos de resolução de conflito fazem igualmente parte da governação do mercado de trabalho. África precisa de melhorar os seus mecanismos de mediação e de funcionamento do tribunal do trabalho.

9 Inspecção do trabalho na promoção dos direitos do trabalhador em África, Sammy T. Nyambari, Director Executivo,

Centro Africano Regional de Administração do Trabalho (ARLAC), 2005

10 Desafios da Inspecção Laboral em África, Documento de Contribuição da OIT, Março de 2013

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H) Mecanismos Nacionais e Regionais de Coordenação sobre as Políticas do

Mercado de Trabalho 41. O Mecanismo de Acompanhamento de Ouagadougou 2004 exigiu que os Estados-membros e as CER criassem instituições intersectoriais para facilitar a coordenação necessária, no quadro multilateral institucional do mercado do trabalho. Tal mecanismo de coordenação irá assegurar a complementaridade e sinergias entre as várias intervenções destinadas aos mesmos resultados do mercado de trabalho. 42. Alguns Estados-membros e a Região da SADC apenas, informaram que tinham sido criadas instituições intersectoriais conforme recomendado pelo Mecanismo de Acompanhamento de Ouagadougou de 2004. As Comunidades Económicas Regionais, com a CEDEAO e a SADC, reconhecem a necessidade de uma coordenação efectiva dos vários actores no mercado de trabalho, a fim de aumentar a eficácia e eficiência das suas políticas, estratégias e programas. Por conseguinte, através das suas conferências regionais dos ministros do trabalho, apelaram de forma reiterada para acções com esse fim. Os Estados-membros e as CER devem intensificar os seus esforços no estabelecimento das instituições de coordenação11.

i) Programas Activos do Mercado de Trabalho & Políticas de Activação 43. Os Programas Activos do Mercado do Trabalho (PAMT) têm dois objectivos básicos: (i) económico, aumentando a probabilidade dos desempregados encontrarem emprego, produtividade e lucros; e (ii) social, melhorando a inclusão e a participação associada ao emprego produtivo. Os programas podem contribuir para o aumento das oportunidades de emprego e resolução dos problemas sociais que frequentemente acompanham o desemprego elevado. Os PAMT abrangem uma ampla gama de actividades no sentido de estimular o emprego e a produtividade, tais como: (i) aumentar a qualidade da oferta de trabalho – por exemplo, reciclagem; (ii) aumentar a procura do trabalho (por exemplo, projectos de obras públicas); ou (iii) melhorar o ajustamento dos trabalhadores aos empregos (por exemplo, a assistência na procura de um emprego). 44. Os programas de formação são intervenções activas do mercado de trabalho concebidos para desenvolver competências dos jovens candidatos a emprego ou melhorar competências dos trabalhadores adultos, a fim de facilitar a sua integração no mercado de trabalho. Os fundos de formação nacionais constituem cada vez mais um veículo para financiar formações nos Estados-membros, com o objectivo de melhorar as competências e a empregabilidade da força de trabalho, visando aumentar a produtividade, competitividade e os rendimentos de particulares e das empresas. Os Fundos de Formação Nacionais criaram uma Rede TVET Africana nos países francófonos da África Ocidental, com o apoio da OIT. Os fundos de formação e os SPE devem cooperar para conceber e promover o

11

Primeiro Relatório Abrangente de Acompanhamento sobre a implementação e a avaliação da Declaração de

Ouagadougou de 2004 e Plano de Acção sobre a Promoção do Emprego e a Redução da Pobreza, CUA, Setembro de

2009.

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desenvolvimento de competências e programas de empregabilidade como estratégia de serviços de emprego. 45. Os Estados-membros desenvolveram numerosos PAMT, incluindo organizações de empregadores que apoias as escolas através da aprendizagem relacionada com o trabalho e a transição da vida escolar para a vida profissional. No geral, verifica-se um condicionalismo no âmbito e na área de actuação do PAMT, devido aos reduzidos recursos financeiros e à fraca capacidade institucional.