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DE UMA REGIÃO DE FRONTEIRA AOS TERRITÓRIOS COMERCIAIS:
UMA LEITURA ACERCA DE CIUDAD DEL ESTE (PY)
Shaiane Carla Gaboardi1 Sian Carlos Alegre2
RESUMO O sistema capitalista perpetua a constante necessidade de consumir. Nesse contexto Ciudad del Este (PY) torna-se grande fonte de satisfação com sua enorme gama de produtos e preços baixos. Objetivamos, dessa forma, entender os diferentes territórios de comercialização que se criam e recriam em Ciudad del Este, além de fazer uma análise em torno do conceito de Território e Região. Para tanto, os procedimentos metodológicos se pautaram em revisão bibliográfica e trabalho de campo que contemplou a Fronteira Foz do Iguaçu (BR) e Ciudad del Este (PY). A partir do trabalho de campo e das reflexões teóricas, verificamos que como todas as atividades desenvolvidas pelos seres humanos, o comércio também cria e recria territórios. Palavras-chave: Território. Região. Consumo. Comércio. Ciudad del Este.
1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
O consumo como uma das bases da sociedade moderna capitalista vem se
estabelecendo de forma concreta a partir do Neoliberalismo, em que o Estado passa a “abrir as
portas” para as políticas e ações das grandes empresas, a fim de trazer para si
desenvolvimento econômico. Nesse contexto, a redução fiscal existente no Paraguai, torna
Ciudad del Este uma racionalização desse processo econômico, que utiliza-se do consumismo
ideológico para perpetuar a globalização. A partir disso, formam-se diferentes territórios do
comércio, no qual objetivamos neste estudo, entendê-los juntamente com as contribuições
teórico-metodológicas advindas dos conceitos de território e região. A região, por ser um
conceito polissêmico e consequentemente de múltiplos entendimentos, nos permite criar uma
análise por diversos caminhos, assim como o território. No entanto, este tem como grande
diferencial o enfoque nas relações de poder.
1 Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Geografia – UNIOESTE, Francisco Beltrão, [email protected] 2 Graduado em Geografia pela UFFS, Campus Erechim, [email protected]
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os procedimentos metodológicos se pautaram em revisão bibliográfica a respeito das
concepções de Território, Região, Fronteira e também acerca do consumo e da circulação de
mercadorias na região de fronteira entre Foz do Iguaçu (Brasil), Puerto Iguazú (Argentina) e
Ciudad del Este (Paraguai), outro procedimento foi a realização de um trabalho de campo que
contemplou estes municípios citados. Tratando-se da revisão bibliográfica, esta se encaminha
na perspectiva de um breve resgate das principais contribuições teóricas acerca dos conceitos
escolhidos e, para a realização do trabalho de campo, foi elaborado um roteiro que
contemplasse os principais elementos a serem atentados nos municípios que se encontram na
região fronteiriça. Previamente, também foi consultado material cartográfico dos municípios
visitados no trabalho de campo.
3 TERRITÓRIO: UM ESFORÇO DE CONCEITUALIZAÇÃO
O Geógrafo francês Claude Raffestin, em seu livro “Por uma geografia do poder” de
1980, busca compreender o território a partir do espaço e do poder, ou seja, da espacialização
do poder expressas nas relações sociais, sendo que estas são determinadas pelas ações e
estruturas concretas e de informação e ações e estruturas simbólicas (SCHNEIDER;
TARTARUGA, 2004, p 04). A partir daí, abre-se possibilidade de analisar o processo de
territorialização–desterritorialização–reterritorialização (TDR), sendo que o grau de
informações, de símbolos (significados) acessíveis possibilita o surgimento de novos
territórios, assim como destruí-los ou mesmo reconstruí-los (SCNEIDER; TARTARUGA
2004, p.102). Para tanto, Raffestin afirma que o espaço é anterior ao território (p. 128), ao
mesmo tempo em que “(...) é a prisão ‘original’, [e] o território é a prisão que os homens
constroem para si.” (RAFFESTIN, 2011, p. 128). Assim, para ele, “O território se forma a
partir do espaço, é resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que
realiza um programa) em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço, concreta ou
abstratamente (por exemplo, pela representação), o ator ‘territorializa’ o espaço.”
(RAFFESTIN, 2011, p. 128). Entretanto, para Marcelo Lopes De Souza, a abordagem de
Raffestin quase que restringe o espaço ao natural.
Em seu livro “Territorialidade Humana”, Robert Sack (1986), apresenta-nos o
território como resultado de estratégias para controlar, influenciar e afetar fenômenos,
relações e pessoas (p. 77), ainda, “(...) quando seus limites são usados para afetar o
comportamento ao controlar o acesso.” (SACK 2011, p. 77). Assim, para este autor, o
território é entendido a partir do controle, da influência ou mesmo como delimitante de
pessoas, de relações, como tal, ao território faz-se preciso “(...) esforços constantes para
estabelecê-los” (SACK, 2011, p. 77), sendo que ao cessar, cessa-se também o território
(SCHNEIDER; TARTARUGA, 2004, p. 102). Para tanto, Sack define territorialidade “(...)
como a tentativa, por indivíduo ou grupo, de afetar, influenciar, ou controlar pessoas,
fenômenos e relações, ao delimitar e assegurar seu controle sob certa área geográfica.”
(SACK, 2011, p.76) (grifo original), ou seja, como a base do poder (SCHNEIDER;
TARTARUGA, 2004, p. 102). Cabe destacar ainda, que para Sack, um lugar pode vir a ser
um território em um momento, mas, em outro não, por sua vez, ao criar-se um território, cria-
se também um lugar (p. 77).
Conforme Sposito (2004), para Bertrand Badie (1995) a constituição do Estado
Moderno e a demarcação de seu território através da configuração de suas fronteiras (p.20),
acarretarão no que Badie chama de fim dos territórios. Ainda, conforme Matos (2011), tal fim
estaria diretamente ligada com a grande incrementação das redes nos últimos trinta anos, a
ponto de colocar o conceito em cheque (p. 168). Para tanto, segundo Haesbaert e Limonad
(2007), Badie mantém uma noção grosseira de território, ao restringir-se apenas “(...) às
relações na escala do Estado-Nação.” (HAESBERT; LIMONAD, 2007, p. 49).
Segundo Silveira (2011), o território para Guy Di Meo (1991), é resultado de nosso
ligamento fenomenológico com os lugares, nossas representações sociais mais a
espacialização dos objetos. Ainda, Vidal, Musset e Vidal (2011), apresentam-nos a noção de
território para Di Meo muito próxima da visão de Silveira. Segundo eles, Di Meo utiliza-se de
três dimensões para definir território, são elas: [...] conjunto dos lugares frequentados pelo indivíduo (espaço de vida), as interdependências sociais que se formam (espaço social) e os valores psicológicos que são lá projetados e percebidos (o espaço vivido [...]). O território aparece assim como a conjunção das noções de espaço social e de espaço vivido (VIDAL; MUSSET; VIDAL, 2011, p. 16).
Para Álvaro Heidrich (2010), o território está relacionado com a ação de um ator
social, seja uma instituição ou um individuo ou coletividade (p. 27), para tanto, ter-se-á
diferentes territorialidades, seja a partir dos fluxos e representações, ou ainda, aquelas
estruturadas nas ações políticas e ou mesmo no cotidiano, sociais. Assim, para este autor, uma
abordagem territorial também pode-se dar pela abordagem institucional, “(...) político,
relativo ao poder formal e [também] o que é subjetivo, social, relativo ao poder informal.”
(HEIDRICH, 2010, p. 27). Ainda, visto a complexidade da realidade contemporânea, em que
nossa dinâmica e condição territorial ampliam-se e a realidade passa a ser multifacetada e
contraditória, Heidrich (2010) traz ao debate a expressão multiterritorialidade (p. 28). De
acordo com o autor, entendem-se por multiterritorialidade a pluralidade de territórios e a
descontinuidade e a superposição destes. Ao buscar uma diferença entre multiterritorialidade
e território, Heidrich afirma que “Enquanto ao território nos referimos a uma relação que
reúne, totaliza e abarca, à multiterritorialidade nos referimos a relações abertas, que permitem
o contato, mas não condicionam à permanência e continuidade, são expansivas e não
contingenciadas em extensão.” (HEIDRICH, 2010, p. 30), ou ainda, cria mais geografia (p.
33).
Para Rogério Haesbaert (2005) o território possui uma dupla conotação: material e
simbólica, deste modo, tem a ver com a dominação (jurídico-política), no qual o território é
controlado e pode-se exercer sobre ele um determinado poder, e na dimensão subjetiva o
mesmo pode despertar medo ou identificação, numa apropriação feita através do imaginário.
Assim, para Haesbaert o poder não se remete somente ao “poder político” (da dominação),
mas também ao poder simbólico (da apropriação). Ainda segundo o autor Como decorrência deste raciocínio, é interessante observar que, enquanto “espaço-tempo vivido”, o território é sempre múltiplo, “diverso e complexo”, ao contrário do território “unifuncional” proposto pela lógica capitalista hegemônica. (HAESBAERT, 2005, p.6775).
Esta é outra dimensão levantada por Haesbaert, a econômica, nesta concepção de
território a “(des)territorialização é vista como produto espacial do embate entre classes
sociais e da relação capital-trabalho” (HAESBAERT; LIMONAD, 2007, p. 45)
Haesbaert afirma também que o território é ao mesmo tempo funcional e simbólico,
funcional quando é utilizado como recurso, seja como abrigo ou como fonte de matérias-
primas, e simbólico quando há uma “territorialidade sem território”, um exemplo citado pelo
autor é a “Terra Prometida” dos Judeus, é no simbólico que se encontram múltiplas
identidades.
Na abordagem de Giuseppe Dematteis (1985) citado por Saquet (2007) a concepção de
território está centrada nas dimensões sociais, ou seja, nas dinâmicas da economia, da política
e da cultura. “Compreende o território como campo de domínio, de controle, efetivado tanto
por multinacionais como pela igreja católica, por grupos políticos e por pequenos
supermercados” (DEMATTEIS apud SAQUET, 2007, p.80). A abordagem de Dematteis se
entrecruzará com a de Raffestin no que se refere o conceito de território, “[...] nas duas
concepções, o território é um produto socioespacial, de relações sociais que são econômicas,
políticas e culturais e de ligações de redes internas e externas. O Estado e o mercado tem
centralidade (DEMATTEIS, apud SAQUET, 2007, p. 81)”.
Marcos Aurélio Saquet, assim como Raffestin e Dematteis, apresentam em suas
reflexões a ideia de poder. Para Saquet Território é produzido espaço-temporalmente pelas relações de poder engendradas por um determinado grupo social. Dessa forma, pode ser temporário ou permanente e se efetiva em diferentes escalas, portanto, não apenas naquela convencionalmente conhecida como o ‘território nacional’ sob gestão do Estado-Nação (SAQUET, 2004, p.143).
O autor trabalha com a questão da multidimensionalidade: econômica, política,
cultural e natural (E-P-C-N) e considera que no território existe pluralidade de sujeitos e
consequentemente de identidades. Os elementos basilares do território, ou seja, as redes de circulação e comunicação, as relações de poder, as contradições e a identidade, interligam-se, fundem-se uma nas outras numa trama relacional (multitemporal e multiescalar) indissociável. Os sujeitos se interagem com a natureza exterior ao homem. Na relação espaço versus território, também há reciprocidade, pois se entrelaçam, superpõem-se e estão em unidade. Um está no outro. Também são inseparáveis, como a relação tempo histórico versus tempo coexistente. Há um processo histórico e articulações escalares, no território (SAQUET, 2007, p. 159).
Na obra “Abordagens e concepções de território” o autor apresenta também a ideia da
dominação e produção (i)material do território. Esta produção e dominação (i)material se
refere aos aspectos de alguns fatores não visíveis que irão se materializar no território, como,
por exemplo, aspectos ligados à reprodução de determinada sociedade com suas
especificidades (etnia, religião, local, entre outros) em determinado período.
Milton Santos (1994) em sua obra Território, Globalização e Fragmentação afirma que
o “uso do território” é o objeto da análise social e não o território em si. Santos irá trabalhar
com a ideia de “território usado” em seus estudos sobre a Globalização: O território era a base, o fundamento do Estado-Nação que, ao mesmo tempo, o moldava. Com a globalização, passamos da noção de território
“estatizado”, nacional, para a noção de território “transnacional”, “mundial, global” (SANTOS, 1994, p. 15).
Para o autor, o território transnacional é resultado do interesse das empresas que
possuem seus objetos e normas estabelecidas para servir cada lugar. Santos apresenta a ideia
de “território usado”. Para ele, o termo é sinônimo do “espaço habitado”, conceito este que
deve ser entendido como mediador entre o mundo e a sociedade nacional e local. Milton
Santos diferencia o conceito de “território de todos” daqueles de interesse das empreses, o
primeiro é o território nacional e o segundo é o internacional.
Dirce Suertegaray (2005) considera o território como um dos “conceitos operacionais”
balizadores para entender o espaço geográfico. Para a autora, estes conceitos permitem a
construção de caminhos analíticos que admitem diferenças de enfoques, no entanto, as
conexões entre os conceitos, permitem aproximações das práticas geográficas. Suertegaray
(2005) afirma que o conceito de território enfatiza a complexidade do espaço geográfico,
privilegiando o político e a questão da dominação e apropriação. A autora traz para a análise
Ratzel (1982) o qual vinculava o território às questões do expansionismo e ao solo “enquanto
espaço ocupado por uma determinada sociedade” (p. 52). Citando Heidrich (1998) e Souza
(1995) a autora conclui que o conceito de território historicamente norteou a Geografia numa
perspectiva vinculada ao poder exercido sobre o espaço geográfico. Em breves considerações o que queremos frisar é a ordem analítica do conceito de território. Este norteou, na Geografia, perspectivas analíticas vinculadas à ideia de poder sobre um espaço e seus recursos: poder em escala nacional – Estado-Nação. Mais recentemente este conceito indica possibilidades analíticas que não deixam de privilegiar a ideia de dominação/apropriação de espaço (SUERTEGARAY, 2005, p. 53).
Ainda segundo a autora, a apropriação se faz pelo domínio de território e as
territorialidades expressam uma realidade e fazem parte do tecido social, no entanto, não
substituem a dominação política de territórios em escalas mais amplas.
Manuel Correia de Andrade (1995) na obra “A questão do território no Brasil” afirma
que O conceito de território não deve ser confundido com o de espaço, ou de lugar, estando muito ligado à ideia de domínio ou de gestão de determinada área. Assim, deve-se ligar sempre a ideia de território à ideia de poder, quer se faça referência ao poder público, estatal, quer ao poder das grandes empresas que estendem os seus tentáculos por grandes áreas territoriais, ignorando as fronteiras políticas (ANDRADE, 1995, p.19).
O autor analisa o território retratando as questões políticas e econômicas do espaço
ocupado. Andrade em sua obra diferencia o espaço do território: o espaço compreende as
áreas que não sofreram ocupação humana e o território é a área ocupada pela população e é
onde as relações capitalistas se fazem presentes.
Se, para muitos autores o território é relacionado, ou mesmo produto, do/com o
Estado, para Marcelo Lopes de Souza (1995), o território é apreendido para além deste.
Segundo Souza, o território “(...) é fundamentalmente um espaço definido e delimitado por e a
partir de relações de poder.” (SOUZA, 1995, p. 80) (grifo original), portanto, passam a ser
primeiramente “(...) relações sociais projetadas no espaço, que espaços concretos (...)”.
(SOUZA 1995, p. 87) (grifo original). Em sua abordagem, o autor destaca uma concepção de
poder para além do Estado, identificando-o no cotidiano, assim, é também no cotidiano que
constituem-se territórios. Nas palavras do autor, Territórios existem e são construídos (e desconstruídos) nas mais diversas escalas, da mais acanhada (p. ex., uma rua) à internacional (p. ex., a área formada pelo conjunto dos territórios dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN); territórios são construídos (e desconstruídos) dentro de escalas temporais as mais diferentes: séculos, décadas, anos, meses ou dias; territórios podem ter um caráter permanente, mas também podem ter uma existência periódica, cíclica (SOUZA, 1995, p.81).
Ainda, Souza afirma que, assim como o poder é onipresente nas relações sociais (p.
96), o território estará presente também em toda a espacialidade social (p. 96). Desta maneira,
o autor propõe que “se todo território pressupõem um espaço social, nem todo espaço social é
um território (...)” (SOUZA 1995, p. 96-97).
4 REGIÃO: UM CONCEITO DE MUITAS SIGNIFICAÇÕES
Os estudos regionais se iniciaram no final do século XIX na França e na Alemanha.
Friedrich Ratzel deu destaque para o conceito “região natural”, o qual tratava do poder que a
natureza exercia sobre o homem, determinando seu comportamento. Este conceito recebeu
várias críticas por parte de Vidal de La Blache. Para este, o homem através de suas técnicas
poderia interferir na natureza. No entanto, as duas posturas eram e empiristas e indutivas e o
papel do geógrafo era o de reconhecimento e descrição dos fenômenos. Hettner, Sauer e
Hartshorne também contribuíram para os estudos regionais. Segundo Claval (1981), Hetner
valorizou a reflexão metodológica e entendia a região-paisagem como síntese da Geografia e
como seu objeto, no entanto, para ele a Geografia deveria explicar as formas regionais dentro
de uma perspectiva dinâmica. Sauer valorizava a dimensão cultural das regiões-paisagens,
seus estudos eram focados na comparação de regiões culturais ao longo do tempo. Hartshorne
não dava tanta importância para o objeto da Geografia, mas sim para o seu método, e para ele
o método ideal seria o regional que através da integração de fenômenos diferentes buscava
uma síntese.
Com a entrada da Geografia Teorética, na década de 1950, a região passa a ser
entendida segundo Corrêa (1986), como classe de área. Era “um conjunto de lugares onde as
diferenças internas entre esses lugares são menores que as existentes entre eles e qualquer
elemento de outro conjunto de lugares” (p.32). Lencioni (1999) afirma que essa ideia de
região estava fortemente relacionada ao planejamento regional apoiado pelo Estado capitalista
na tentativa de organizar o espaço. Lencioni ressalta que: Com o planejamento regional, a face intervencionista do Estado e do capital se tornaram transparentes. O primeiro, como legitimador do segundo, procurou conter o desordenado padrão da produção capitalista, enquanto o segundo buscou ampliar sua base espacial de produção. Eficiência e desempenho regional, significando eficiência nas formas de reprodução do capital, tornaram-se objetivos a serem alcançados, confundindo interesses econômicos com interesses sociais. (LENCIONI, 1999, p. 135)
Segundo Corrêa, a partir de 1970, surgiram novas perspectivas de análise regional,
fundamentada no materialismo histórico dialético e na Geografia humanista e cultural. Tuan
(1980) entende a questão regional de modo subjetivo. A região seria entendida a partir da
percepção do homem. Seria resultado de vários componentes, nos quais a dimensão
psicológica tem papel importante.
A perspectiva regional, baseada no materialismo histórico dialético é analisada na
perspectiva da totalidade. Lipietz (1988) acredita que região é resultante da articulação de
modos de produção diferentes, que fazem gerar espaços desiguais, buscava entender a
economia em sua expressão espacial. Corrêa (1986) entende região como “resultado da lei do
desenvolvimento desigual e combinado, caracterizada pela sua inserção na divisão nacional e
internacional do trabalho e pela associação de relações de produção distintas” (p. 45).
No entanto, Milton Santos já ressaltava em 1994 a complexidade da questão regional,
e apontava a necessidade da renovação dos conceitos, no período denominado por ele como
técnico-científico-informacional, período este caracterizado pela aceleração das
transformações econômicas, técnicas e políticas. “Não pensamos que a região haja
desaparecido. O que esmaeceu foi nossa capacidade de reinterpretar e de reconhecer o espaço
em suas divisões e recortes atuais, desafiando-nos a exercer plenamente aquela tarefa
permanente dos intelectuais, isto é, da atualização dos conceitos” (Santos, 1994, p. 102).
Para Rogério Haesbaert, região também é um conceito que não é estático, para ele a
grande questão que envolve este conceito é acerca de como regionalizar em tempos no qual o
local, o regional, o nacional e o internacional estão cada vez mais interligados e o conceito de
região, que permite analisar as particularidades, está cada vez mais ligado à totalidade.
Haesbaert afirma que região se distingue de regionalização, a região seria o conceito e a
regionalização o método ou instrumento de análise. [...] enquanto a região adquire um caráter epistemológico mais rigoroso, com uma delimitação conceitual mais consistente, a regionalização pode ser vista como um instrumento geral de análise, um pressuposto metodológico para o geógrafo e, nesse sentido, é a diversidade territorial como um todo que nos interessa, pois a princípio qualquer espaço pode ser objeto de regionalização, dependendo dos objetos definidos pelo pesquisador. (HAESBAERT, 1999, p.28).
5 O TERRITÓRIO E A REGIÃO
Haesbaert (2010) afirma que o conceito de território é vinculado ao tratamento de
problemáticas que envolvem as relações entre espaço e poder, ou seja, a dimensão política da
sociedade. O uso de “territorialização”, segundo o autor, dirige-se ao campo das práticas e dos
sujeitos sociais na produção do espaço. Já “regionalização” tem um princípio de “recorte
analítico” do espaço e seu foco vai se dar a partir do que o pesquisador quer elucidar.
No capítulo “Território e Região” do livro Regional – Global: dilemas da Região e da
Regionalização na Geografia Contemporânea de Rogério Haesbaert, o mesmo indaga-se a
respeito do foco conceitual acerca da região. Segundo ele, outros conceitos como paisagem e
lugar vinculam-se à dimensão simbólico-cultural, o território privilegia a dimensão social e
política. E a região? Sobre isso Haesbaert (2010) aponta uma questão no mínimo curiosa: a
regionalização, por exemplo, que propõe identificar parcelas do espaço que são dotadas de
alguma particularidade, vai fazer o entrecruzamento das múltiplas dimensões (econômica,
política, cultural, entre outras) mesmo que alguma destas variáveis possa se impor em relação
à outra na hora da análise, caracterizando também uma dimensão política.
Seguindo uma perspectiva associativa entre os dois conceitos, alguns autores, como
Robert Sack, irão propor o conceito de região como mais amplo do que território, uma vez
que ao recortar o espaço regional e escolher critérios de ordem política compreender-se-ia
então, um território. Outros autores entendem o território como Estado-nação e a região como
uma escala referente a este Estado-nação. No entanto, a perspectiva privilegiada no trabalho
de Haesbaert (2010) é a “focal”, a qual dará ênfase para determinadas relações e deixará
outras “fora de foco”, mas nem por isso “nega ou ignora sua presença” (p. 176).
6 DE UMA REGIÃO DE FRONTEIRA AOS TERRITÓRIOS COMERCIAIS
Em nosso atual momento histórico, temos como umas de nossas mais fortes
características o consumismo, o que para o sociólogo Zygmunt Bauman (2008) é quando as
emoções desse consumo frenético passam a sustentar a economia do convívio humano (p. 39).
Ainda, referindo-se a “sociedade de consumidores”, termo utilizado por Bauman, destacamos
que, segundo este, Pode-se dizer que o ‘consumismo’ é um tipo de arranjo social resultante da reciclagem de vontades, desejos e anseios humanos rotineiros, permanentes e, por assim dizer, ‘neutros quanto ao regime’, transformando-os na principal força propulsora e operativa da sociedade, uma força que coordena a reprodução sistêmica, a integração e a estratificação sociais, além da formação de indivíduos humanos, desempenhando ao mesmo tempo um papel importante nos processos de auto-identificação individual e de grupo, assim como na seleção e execução de políticas de vida individuais. (BAUMAN, 2008, p. 41) (grifo do autor).
Complementando a ideia, o mesmo autor nos afirma que, “a ‘sociedade de
consumidores’, em outras palavras, representa o tipo de sociedade que promove, encoraja ou
reforça a escolha de um estilo de vida e uma estratégia existencial consumista, e rejeita as
opções culturais alternativas.” (BAUMAM, 2008, p. 71). Para tanto, uma economia voltada
para tal fim, o consumo, acaba por excelência a difundir a deslealdade, diminui a confiança e
aumenta a insegurança (p. 63). Para buscar superar essa insegurança, coloca-se o próprio
consumo como forma de atenuá-la, assim, o medo de outrora se transforma em satisfação. É
na satisfação, que se encontra uma das armadilhas da sociedade de consumo.
Para Bauman, as promessas de satisfazer até os mais profundos desejos apresentam-se
como únicas de nosso tempo, porém, faz-se necessário um estado quase que constante de
insatisfação, ou seja, a satisfação completa não ocorre em sua totalidade, visto que tal estado
satisfatório não manteria a lógica consumista. Nesse meio, todas as pessoas devem ser,
precisam ser e tem que ser consumidores por vocação (Bauman, 2008), mais do que isso, “(...)
o consumo visto e tratado como vocação é ao mesmo tempo um direito e um dever humano
universal que não conhece exceção.” (BAUMAN, 2008, p. 73) (grifo do autor).
A perpetuação constante da necessidade de consumir, de um sistema ideológico criado
ao redor do consumo (Santos, 2008), arrasta consigo um grande contingente populacional, que
inebriados pelas informações e publicidades buscam a todo custo satisfazer seus desejos de
consumir. É ai, que Ciudad del Este entra como uma grande “fonte de satisfação”, com sua
gama enorme de produtos e preços baixos. Encontramos nesta cidade paraguaia um fluxo de
mercadorias surpreendente, de dimensões que transpassam a própria cidade, ou mesmo o
Paraguai. Os incentivos que o governo paraguaio proporciona aos comerciantes faz de Ciudad
del Este um polo comercial.
O consumo excessivo, o consumismo, vem a nós diariamente posto como uma
necessidade de vida, em que a felicidade só será completa mediante a satisfação de consumir.
Entretanto, por trás de tudo isso, encontra-se uma racionalidade que objetiva buscar o lucro
antes de qualquer outra coisa. Para tanto, é necessário que se crie condicionantes sociais que
venham a garantir a criação de uma “sociedade de consumidores” (Bauman, 2008), que serão
a força motriz da economia, o consumismo. A demanda crescente por produtos exige-se que
se produza em ritmo acelerado, numa temporalidade totalmente antagônica ao ser humano e, a
natureza. Nisso ciência e técnica unem-se a fim de buscar a maximização da produção
(Santos, 2008), e atender as demandas crescentes da sociedade.
Para se entender um pouco esta dinâmica comercial, precisamos aumentar um pouco a
escala de análise. Esse processo inicia-se na fabricação dos produtos no continente asiático, na
China. Após a abertura econômica, conhecido como Neoliberalismo, a China vem ano a ano
tornando-se uma forte economia mundial. Entretanto, tal “crescimento” traz consigo duras
penas a boa parte de sua população. Sobre isso, Machado (2009) aponta que a China
caracteriza-se por ter uma política econômica muito peculiar: a informalidade. A busca por
ascender-se como uma nação desenvolvida – dentro dos critérios capitalistas – faz com que as
jornadas de trabalho na China passe muitas vezes de 12 horas por dia, fato que agrega as
mercadorias produzidas algo muito além de um valor, mas uma essência de exploração
humana. Conforme Machado (2009), tal contexto chinês é fruto de “(...) um mercado
impiedoso que atua por suas próprias leis, primando pela maximização dos lucros.” (p. 114).
Tais condicionantes que mantém pessoas trabalhando nessas condições são resultado de ações
de um grupo, pessoa ou empresas, nacionais ou transnacionais, que incentivadas pelo governo
chinês, garantem o crescimento econômico do país.
Depois de produzidas infinidades de mercadorias, estas passam a ser distribuídas por
todo o planeta, em todos os continentes, característica essa, fundamental do que vem se
chamando de globalização, seja na China ou mesmo em Ciudad del Este. Nesse período
globalizado, e globalizante, a fluidez das mercadorias e a circulação do dinheiro, ganham
destaque, pois agora, em escala mundial, superou-se o que outrora poderia ser um limitante
para sua circulação. Para Santos (1996), a fluidez exige que se baixem as fronteiras,
melhorem os transportes e a comunicação, ou seja, faz-se preciso uma configuração espacial
voltada às necessidades do mercado. O espaço geográfico é (re) criado constantemente a fim
de garantir o bom funcionamento dessa estrutura técnica, política e social, montada pelas
necessidades do consumismo.
Outra necessidade para tal fim é o apoio do Estado, políticas econômicas, sociais, e
por que não dizer culturais, que possibilitem o bom funcionamento do mercado. Sabemos que
é muito comum que dentro do governo, em todas as suas dimensões, municipal, estadual ou
nacional, haja políticos que sejam donos, ou membros, de grandes empresas, corporações,
nacionais ou internacionais. Por sua vez, vemos que Estado, sendo controlado por pessoas
com interesses particulares, tende a incentivar ou priorizar políticas voltadas ao mercado,
relegando para segundo plano políticas sociais. Utilizam-se do discurso de que para o bem de
todos, principalmente para o fim da pobreza, faz-se preciso a boa regulação do mercado, o
que vem a garantir a felicidade para todos, emprego, dinheiro, consumo, lazer, enfim, o
cotidiano passa a ser organizado a partir de relações mercadológicas, impostas pelas
ideologias dominantes, consumo, luxo, ganância, competitividade, dentre outras.
Voltando a Ciudad del Este, as mercadorias produzidas na China passam agora a ser
comercializadas, com um destino indefinido. Para que isso possa acontecer, é necessária certa
garantia de mobilidade, para as mercadorias e as pessoas, ruas, calçadas, pontes etc. são
algumas formas de tal garantia. Entretanto, para as pessoas e, algumas mercadorias, existem
certos limitantes, barreiras, que se colocam para frear ou barrar a circulação, perante certas
normas estabelecidas pelo Estado. Entretanto, conforme Rodrigues (2008), a lógica da
mercadoria é que se impõe ao final, criando seu próprio estatuto, [...] no qual não importa o trabalhador, mas sim a execução de sua função. Não importa se nas mãos de um contrabandista ou de um comerciante atacadista, importa sim, o movimento, a circulação da mercadoria, na busca do objetivo para o qual foi produzida. (RODRIGUES, 2008, p. 59).
Com isso, podemos entender que a dinâmica das mercadorias acaba superando a
própria fronteira – no caso, a fronteira do Estado, exigindo que se faça a uma espacialização
tal qual a necessidade destas. Para tanto, devemos saber que nem todas as mercadorias que
buscam passar aduana são legais, ou seja, não é alvo de fiscalização e apreensão. É ai, que
surge em meio a esse contexto algumas figuras peculiares, o contrabandista e o laranja. A
precarização do trabalho ao longo dos últimos anos, ou mesmo a busca por uma renda
complementar acaba sendo fator determinante para que muitas pessoas passem a buscar
maneiras menos formais de ganhar dinheiro. Nisso, o contrabando pode ser entendido como
mais uma de muitas formas de se buscar ganhar a vida, dentro de uma sociedade desigual e
exploratória. Assim como o contrabandista, o laranja, dentro do contrabando, também está
em uma posição de risco, ou mais, pois este, está a atravessar a fronteira com mercadorias que
no fim, não serão para seu usufruto.
Visto deste modo, a vida consumista requer para si uma estruturação espacial a fim de
poder fazer funcionar sua lógica. Nisso apresentam-se um conjunto de intencionalidades que
corroboram para tal fim. A isso, Bauman afirma que Como resultado, os lugares obtidos ou alocados no eixo da excelência/inépcia do desempenho consumista se transformam no principal fator de estratificação e no maior critério de inclusão e exclusão, assim como orientam a distribuição do apreço e do estigma sociais, e também de fatias de atenção do público. (BAUMAN, 2008, p.71).
Se pensarmos essa afirmação de Bauman mais o obervado em Ciudad del Este,
podemos entender que tal fato faz-se presente naquele local. Em meio a uma infinidades de
bancas moveis em meio as calçadas, muitas sob o esgoto a céu aberto, encontramos ao mesmo
tempo lojas que trabalham com produtos destinados a uma clientela de alto poder aquisitivo.
Trata-se de lojas com altos preços, produtos e clientes que contradizem com as demais.
Nesses espaços luxuosos, encontramos camisas com valores de até R$ 400, 00 reais, algo
totalmente antagônico com o que se encontra nas ruas, como camisas por R$ 5,00 reais.
Nessas lojas de “alto nível”, como já destacamos, é para uma parcela única de pessoas, que
tem dinheiro para gastar com tais produtos. A seleção de quem entra nesses ambientes já se dá
na frente das lojas, que apresentam uma arquitetura “refinada”, deixando bem nítido quem
tem apreço para tal e quem é, e deve ser excluído.
A partir do entendimento do território como relações sociais projetadas no espaço,
definido e delimitado por relações de poder (Souza, 1995), constatamos que no estudo em
caso, estabelecem-se territórios de comercialização, em que, seja para as grandes lojas ou para
os comerciantes de rua, as relações sociais, que no caso objetivam a venda, tem como uma de
suas premissas a capacidade de se instalar e configurar o espaço tal quais as necessidades
postas no território, que estará, conforme Souza (1995), presente em toda a espacialidade
social.
Como já ressaltamos anteriormente, o espaço geográfico é (re)criado constantemente
para atender a certos fins. O mesmo é posto ao território. As diferentes territorialidades que se
formam, buscam a sua maneira, formas de chamar a atenção do público e vender seus
produtos. Na análise realizada em campo, constatou-se que lojas luxuosas territorializam-se
de diversas maneiras e em diversas escalas, não restringindo-se a Ciudad del Este. Por
exemplo, a partir da publicidade, agregando certo renome, que transpassa a própria fronteira,
como bem observamos em campo, configurando o que se poderia chamar de uma
transterritorialidade (Haesbaert, 2011).
Sem recursos para territorializar-se da mesma maneira como estas lojas, os vendedores
de rua têm como meio, a abordagem direta as pessoas, oferecendo seus produtos no mesmo
instante. Cabe dizer, que a própria negociação pode se dar de forma simples e rápida, sem fila
para adquirir e pagar o produto. A simplicidade destes comerciantes não reduz sua capacidade
de vender seus produtos, ou mesmo de se territorializar, mas ao contrário, torna-a ainda mais
de difícil compreensão. Pois, por mais que as grandes lojas consigam estabelecer uma boa
publicidade, ao ponto de transpor a fronteira, entretanto, estão de certa forma com uma
espacialidade fixa. Ao contrário destes, os comerciantes de rua estabelecem uma circulação
contínua, adentrando em diversos territórios, criando uma territorialidade móvel capaz de
interagir com outras territorialidades.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entender a fronteira Foz do Iguaçú (BR) – Ciudad del Leste (PY) como Região, não é
estar conceitualizando erroneamente, se levarmos em conta a perspectiva “focal” de Rogério
Haesbaert (2010). A dimensão regional é capaz de fazer a análise privilegiando algumas
dimensões (cultural, econômica, política, etc.) sem ignorar a presença de outras. Mesmo que
muitos reconheçam a Região como “instrumento de análise” no campo metodológico (recorte
espacial), e o território como “campo das práticas sociais”, nenhum desses conceitos deve ser
reduzido e radicalizado a estas dimensões. O que vai definir cada conceito será a problemática
com que ele está ligado. Assim, viver a/na fronteira é por si só, um imenso contato com várias
formas de territorialidades e mesmo espacialidades. Nisso o território, e consigo as
territorialidades, assim como a região e a regionalização, apresentam-se como possíveis
caminhos para se entender as relações comerciais de Ciudad del Este que se encontra na
Tríplice Fronteira.
REFERÊNCIAS
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