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Relatório Especial De que forma as instituições e organismos da União Europeia calculam, reduzem e compensam as suas emissões de gases com efeito de estufa? PT 2014 n.º 14 TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU

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Relatório Especial De que forma as instituições e organismos da União Europeia calculam, reduzem e compensam as suas emissões de gases com efeito de estufa?

PT 2014 n.º 14

TRIBUNALDE CONTASEUROPEU

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TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU 12, rue Alcide De Gasperi 1615 Luxemburgo LUXEMBURGO

Tel. +352 4398-1

E-mail: [email protected] Internet: http://eca.europa.eu

Twitter: @EUAuditorsECA YouTube: EUAuditorsECA

Encontram-se mais informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu)

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2014

ISBN 978-92-872-0875-0doi:10.2865/69505

© União Europeia, 2014Reprodução autorizada mediante indicação da fonte

Printed in Luxembourg

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PT 2014 n.º 14Relatório Especial De que forma

as instituições e organismos da União Europeia calculam, reduzem e compensam as suas emissões de gases com efeito de estufa?

(apresentado nos termos do n.º 4, segundo parágrafo, do artigo 287.º do TFUE)

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02Índice

Pontos

Glossário

I - VII Síntese

1 - 7 Introdução

1 - 2 A política ambiental da União Europeia visa um elevado nível de proteção

3 - 4 A prevenção de alterações climáticas perigosas é uma prioridade da União Europeia

5 - 7 As administrações públicas desempenham um papel importante na realização dos objetivos climáticos

8 - 11 Âmbito e método de auditoria

12 - 101 Observações

12 - 61 As instituições e organismos da União Europeia não dispõem de políticas comuns para acompanhar e atenuar as suas emissões de gases com efeito de estufa

12 - 29 A pegada de carbono global das instituições e organismos da União Europeia não é conhecida e as informações fragmentadas disponíveis afetam a credibilidade dos dados comunicados

30 - 43 Existem provas de uma descida das emissões causadas pelas instituições e organismos da União Europeia, mas apenas no que se refere ao consumo de energia nos edifícios

44 - 51 Mais de metade das instituições e organismos da União Europeia objeto de auditoria não tinha definido metas quantificadas de redução das suas emissões e apenas duas dessas entidades tinham metas quantificadas para 2020

52 - 61 O recurso à compensação para contrabalançar as emissões residuais é limitado e as instituições e organismos da União Europeia não dispõem de um método comum

62 - 101 As instituições e organismos da União Europeia não utilizam plenamente as ferramentas de gestão ambiental promovidas pela Comissão

62 - 76 Os progressos na introdução do sistema de ecogestão e auditoria EMAS são lentos

77 - 89 Os contratos públicos ecológicos são opcionais e não obrigatórios nos termos das atuais regras, sendo poucos os que os utilizam de forma sistemática

90 - 101 Não são sistematicamente utilizadas as normas do programa GreenBuilding relativamente ao desempenho energético para os novos edifícios e grandes projetos de renovação

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03Índice

102 - 114 Conclusões e recomendações

Anexo — Método de auditoria utilizado na avaliação dos contratos públicos ecológicos

Respostas

— do Conselho Europeu e do Conselho da União Europeia

— da Comissão Europeia

— do Tribunal de Justiça da União Europeia

— do Banco Central Europeu

— do Tribunal de Contas Europeu

— do Serviço Europeu para a Ação Externa

— do Comité Económico e Social Europeu e do Comité das Regiões

da União Europeia

— do Banco Europeu de Investimento

— da Agência Europeia para a Segurança da Aviação

— da Agência Europeia do Ambiente

— da Agência Europeia de Medicamentos

— do Instituto de Harmonização no Mercado Interno

(marcas, desenhos e modelos)

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04Glossário

Alterações climáticas: de acordo com a Convenção‑Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, uma modificação no clima atribuível, direta ou indiretamente, à atividade humana, que altera a composição da atmosfera global e que, conjugada com as variações climáticas naturais, é observada durante períodos de tempo comparáveis.

Atenuação: esforços no sentido de reduzir as emissões ou reforçar os sumidouros de gases com efeito de estufa. Contam‑se como exemplos a utilização mais eficiente de combustíveis fósseis, a transição para a energia proveniente de fontes renováveis, a melhoria do isolamento dos edifícios e a expansão de sumidouros como as florestas para remover maiores quantidades de dióxido de carbono da atmosfera.

Código de conduta europeu relativo à eficiência energética dos centros de dados: um código de conduta voluntário, promovido pela Comissão Europeia para abordar o consumo de energia nos centros de dados e responder à necessidade de reduzir os impactos conexos em termos ambientais, económicos e de segurança do aprovisionamento energético.

Compensação: a compensação do carbono é um mecanismo através do qual pessoas ou organizações compensam as suas emissões de GEE, ou uma parte delas, pagando a alguém uma poupança equivalente de GEE efetuada noutra parte do mundo, por exemplo poupanças de energia realizadas através de parques eólicos que substituam centrais elétricas a carvão. As compensações são calculadas em relação a uma situação de referência que representa um cenário hipotético do que teriam sido as emissões na ausência do projeto de atenuação que gera as compensações.

Contratos públicos ecológicos (CPE): um processo mediante o qual as autoridades públicas procuram adquirir bens e contratar serviços e obras com reduzido impacto ambiental em todo o seu ciclo de vida quando comparado com bens, serviços e obras com a mesma função primária que seriam adquiridos de outro modo.

Desenvolvimento sustentável: de acordo com o «Relatório Brundlandt» de 1987, dirigido à Assembleia Geral das Nações Unidas, consiste num desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades.

Dióxido de carbono (CO2): um gás que ocorre naturalmente e também como um subproduto da queima de combustíveis fósseis, tais como o petróleo, o gás e o carvão, da combustão de biomassa, das alterações na utilização dos solos e dos processos industriais (por exemplo, a produção de cimento). Trata‑se do principal gás antropogénico com efeito de estufa e daquele que serve de referência para aferir o impacto de outros gases com efeito de estufa.

Edifício com necessidades quase nulas de energia: definido na Diretiva 2010/31/UE relativa ao desempenho energético dos edifícios como um edifício com um desempenho energético muito elevado. As necessidades de energia quase nulas ou muito pequenas deverão ser cobertas em grande medida por energia proveniente de fontes renováveis, incluindo energia proveniente de fontes renováveis produzida no local ou nas proximidades.

Efeito de estufa: acumulação de calor na camada da atmosfera perto da superfície do planeta (troposfera) motivada por gases com efeito de estufa. Tal como as paredes de vidro fazem aumentar a temperatura no interior de uma estufa, o efeito de estufa aquece a superfície do planeta. Sem este efeito natural, a temperatura seria inferior ao ponto de congelação. Contudo, as atividades humanas intensificaram consideravelmente o efeito de estufa, causando o aquecimento global e desencadeando uma alteração climática.

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05Glossário

Eficiência energética: um processo tem uma maior eficiência energética se obtiver um melhor desempenho com o mesmo contributo de energia, ou um desempenho idêntico com um menor contributo de energia. A melhoria da eficiência energética é uma forma de reduzir o consumo de energia ou de restringir o crescimento do consumo de energia.

EMAS: o sistema voluntário de ecogestão e auditoria da União Europeia. Trata‑se de um sistema conforme com a norma ISO 14001, superando‑a, inclusivamente, em termos de requisitos a cumprir.

Emissões a montante: de acordo com o Protocolo GEE, são emissões de GEE indiretas relativas a bens e serviços comprados ou adquiridos. Ocorrem até ao ponto de receção por parte da organização que comunica os dados, sendo, por conseguinte, igualmente designadas «cradle‑to‑gate emissions» (desde a origem da matéria‑prima do produto até à saída do local de fabrico).

Energia proveniente de fontes renováveis: definida na Diretiva 2009/28/CE relativa à promoção da utilização de energia proveniente de fontes renováveis como energia proveniente de fontes não‑fósseis renováveis, nomeadamente eólica, solar, aero térmica, geotérmica, hidrotérmica e oceânica, hidráulica, de biomassa, de gases dos aterros, de gases das instalações de tratamento de águas residuais e biogases.

Equivalente a tempo inteiro (ETI): unidade que permite medir o número de pessoas de forma comparável, embora estas possam trabalhar um número de horas diferente por semana.

Equivalente de CO2 (CO2e): unidade de medida universal das emissões de gases com efeito de estufa, que reflete os seus diferentes potenciais de aquecimento global.

Fuga: o volume correspondente a um corte nas emissões de gases com efeito de estufa em países que tentam cumprir os limites obrigatórios, que poderá reaparecer noutros países não sujeitos aos referidos limites. Por exemplo, as empresas podem deslocar a sua produção de países desenvolvidos para países em desenvolvimento para escapar às restrições relativas a emissões.

Gases com efeito de estufa (GEE): o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os hidrofluorocarbonetos (HFC) são exemplos de gases com efeito de estufa, cuja absorção de radiação solar é responsável pelo efeito de estufa. Tendo em conta os seus diferentes potenciais de aquecimento global, as emissões de gases com efeito de estufa são geralmente calculadas e comunicadas em equivalentes de dióxido de carbono (CO2e).

ISO 14001: trata‑se de uma norma desenvolvida pela Organização Internacional de Normalização, que estabelece os critérios de certificação de um sistema de gestão ambiental. Não impõe requisitos de desempenho ambiental, mas traça um quadro que uma empresa ou organização pode respeitar para introduzir um sistema de gestão ambiental eficaz.

Kit de ferramentas de formação sobre contratos públicos ecológicos (CPE): orientações práticas transmitidas pela Direção‑Geral do Ambiente da Comissão Europeia sobre a forma de incluir requisitos ecológicos em documentos de concurso enquanto parte das especificações técnicas, dos critérios de seleção e/ou atribuição e das cláusulas de execução.

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06Glossário

Método da Pegada Ambiental das Organizações (PAO): um método recomendado pela Comissão Europeia para medir e comunicar o desempenho ambiental ao longo do ciclo de vida de uma organização. Abrange a apresentação de relatórios sobre emissões de gases com efeito de estufa, mas não se limita a essa matéria.

Neutralidade em carbono: um estado em que as emissões líquidas de carbono relativas a um produto ou atividade correspondem a zero assim que a compensação tiver sido efetuada para as emissões que não puderam ser evitadas.

Pegada de carbono: um termo popularmente usado para referir a quantidade global de CO2 e de outras emissões de gases com efeito de estufa causadas direta e indiretamente por um produto ou uma atividade, ou associadas às atividades de uma pessoa ou organização. Não existem regras obrigatórias da União Europeia para o cálculo das pegadas de carbono.

Potencial de aquecimento global (PAG): define o impacto que um gás com efeito de estufa terá sobre o aquecimento global num determinado período de tempo, em relação ao impacto do dióxido de carbono.

Programa GreenBuilding (GBP): um programa voluntário da Comissão Europeia destinado a apoiar medidas com uma boa relação custo‑eficácia que visem a melhoria da eficiência energética e a introdução de fontes de energia renováveis em edifícios não residenciais.

Protocolo GEE: uma norma voluntária amplamente utilizada em matéria de contabilização e comunicação de dados sobre as emissões de gases com efeito de estufa elaborada no âmbito da Iniciativa do Protocolo sobre GEE. Esta iniciativa é uma parceria de várias partes interessadas, nomeadamente empresas, organizações não‑governamentais (ONG), governos e outros intervenientes reunidos pelo Instituto Mundial de Recursos, uma ONG sedeada em Washington, e pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), uma associação de empresas internacionais sedeada em Genebra.

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07

IPara que a política climática da União Europeia (UE) seja credível, as instituições e organismos da UE devem colocar‑se na linha da frente em termos da conceção e execução de políticas destinadas a reduzir, enquanto administrações públicas, as suas emissões de gases com efeito de estufa («pegada de carbono»). Desde 2005, as instituições e organismos da União conseguiram inverter a tendência de aumento das emissões ligadas aos seus edifícios. No entanto, perde‑ram a oportunidade de elaborar e aplicar uma polí‑tica comum que contribua para o objetivo da União para 2020 de reduzir em 20% as emissões em relação aos níveis de 1990.

IISeis das 15 instituições e organismos da União Euro‑peia objeto de auditoria não comunicaram as suas emissões em 2012 e quem o fez não calculou ou divulgou essas emissões na totalidade. Em consequên‑cia, a pegada de carbono global não é conhecida e as informações fragmentadas disponíveis podem afetar a credibilidade dos dados comunicados e dos esforços de atenuação.

IIISó existem provas de uma descida global das emissões causadas pelas instituições e organismos da União Europeia no que se refere ao consumo de energia nos edifícios. Os dados disponíveis sobre outras emissões, nomeadamente as causadas pela mobilidade, não permitem identificar uma tendência clara.

IVAs reduções globais alcançadas até agora devem‑se principalmente à compra de eletricidade gerada a par‑tir de fontes renováveis, contabilizada como emissões zero nos cálculos da pegada de carbono.

VAs instituições e organismos da União Europeia não utilizam plenamente as ferramentas de gestão ambiental promovidas pela Comissão. Os progres‑sos na introdução do sistema europeu de ecogestão e auditoria (EMAS) são lentos. Desde 2001 que as administrações públicas têm a possibilidade de se registarem no EMAS e, em junho de 2014, sete das 15 instituições e organismos da UE objeto de auditoria tinham sido registadas. Os contratos públicos ecológi‑cos são considerados como uma opção em vez de uma obrigação e apenas uma parte das instituições e orga‑nismos da União os utilizam de forma sistemática.

VIA próxima meta da União Europeia de redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 constitui uma nova oportunidade para as instituições e organismos da UE desenvolverem e aplicarem uma política comum.

VIIO Tribunal recomenda que a Comissão proponha uma política comum de redução da pegada de carbono das instituições e organismos da União Europeia. Essa polí‑tica deverá incluir uma meta de redução global quan‑tificada das emissões de gases com efeito de estufa até 2030. As instituições e organismos da UE devem:

a) introduzir um método harmonizado de comuni‑cação das suas emissões, abrangendo igualmente todas as emissões indiretas relevantes;

b) desenvolver um método comum para compensar voluntariamente as emissões de gases com efeito de estufa que não consigam evitar;

c) utilizar plenamente as ferramentas de gestão am‑biental promovidas pela Comissão, em especial no que se refere aos contratos públicos ecológicos.

Síntese

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08Introdução

A política ambiental da União Europeia visa um elevado nível de proteção

01 O artigo 11.º do Tratado sobre o Fun‑cionamento da União Europeia (TFUE) dispõe que as exigências em matéria de proteção do ambiente devem ser integradas na definição e execução das políticas e ações da União, em es‑pecial com o objetivo de promover um desenvolvimento sustentável.

02 A política ambiental da União visa um elevado nível de proteção, assentando nos princípios da precaução e da ação preventiva, da correção, prioritaria‑mente na fonte, dos danos causados ao ambiente e do poluidor‑pagador1.

A prevenção de alterações climáticas perigosas é uma prioridade da União Europeia

03 Até 2020, a União Europeia assumiu o compromisso firme2 de alcançar pelo menos uma redução de 20% das suas emissões de gases com efeito de estu‑fa (GEE) em relação a 19903.

04 Para 2030, a Comissão Europeia propôs um objetivo de redução das emissões de GEE para as emissões internas da União Europeia de 40% em relação às emissões em 19904. O Parlamento Europeu instou a uma redução de, no mínimo, 40%5.

As administrações públicas desempenham um papel importante na realização dos objeti‑vos climáticos

05 Na Europa, as duas principais fontes de emissão de GEE são a produção de energia através da queima de com‑bustíveis e os transportes6. As admi‑nistrações públicas podem, em todos os seus níveis, influenciar a magnitude tanto dessas emissões como de outras, mediante uma alteração do seu funcio‑namento. Através da adjudicação de contratos públicos, podem promover soluções ambientalmente sustentáveis para as obras, bens e serviços necessários.

06 Para que a política climática da União seja credível, é importante que as suas instituições, organismos, gabi‑netes e agências (a seguir designadas «instituições e organismos da UE») deem o exemplo e se coloquem na linha da frente em termos da conceção e execução de estratégias destinadas a atenuar a pegada de carbono das administrações públicas. A caixa 1 apresenta algumas informações sobre a forma de calcular a pegada de carbo‑no de uma organização.

07 Tendo em conta os princípios defini‑dos no Tratado, existem duas formas complementares de atenuar o impacto ambiental das emissões de GEE das instituições e organismos da UE:

a) prioritariamente, reduzindo essas emissões;

b) contrabalançando as emissões residuais através de compensação.

1 Ver artigo 191.º do TFUE.

2 Ver conclusões da Presidência do Conselho Europeu de 8 e 9 de março de 2007, ponto 32.

3 O Conselho Europeu propôs ampliar esse compromisso, sugerindo uma redução absoluta das emissões de 30%, se outras grandes economias se comprometerem a realizar a sua quota‑parte do esforço de redução de emissões ao nível mundial.

4 COM(2014) 15 final de 22 de janeiro de 2014 — Um quadro político para o clima e a energia no período de 2020 a 2030.

5 Resolução do Parlamento Europeu, de 5 de fevereiro de 2014, sobre um quadro para as políticas de clima e de energia em 2030 [2013/2135(INI)].

6 Anuário do Eurostat: Energy, transport and environment indicators (indicadores em matéria de energia, transportes e ambiente), edição de 2013.

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09Introdução

Cálculo da pegada de carbono de uma organização

A pegada de carbono corresponde à quantidade global de emissões de gás com efeito de estufa direta ou indiretamente associadas às atividades de uma organização. As fontes dessas emissões são, por exemplo, a produção de eletricidade em centrais elétricas, o aquecimento com combustíveis fósseis e as operações de transporte.

Os gases com efeito de estufa, tais como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os hidrofluorocarbonetos (HFC), apresentam diferentes potenciais de aquecimento global. A título de exemplo, uma tonelada de metano equivale a 25 toneladas de CO2. A fim de ter em conta essas variações, a quantidade de cada gás emitido é traduzida em equivalentes de dióxido de carbono (CO2e), de modo a que o impacto total de todas as fontes possa ser agregado num único valor.

O Protocolo GEE, largamente utilizado, distingue três categorias de fontes de emissão («âmbitos»). O seguinte diagrama indica algumas das fontes mais relevantes para as administrações públicas.

Inicialmente, os dados comunicados pelas organizações incidiam nas emissões dos âmbitos 1 e 2. Todavia, também as emissões do âmbito 3 têm sido progressivamente tidas em consideração, a fim de gerir de forma abrangente os riscos e oportunidades relativos aos gases com efeito de estufa.

Fonte: Tribunal de Contas Europeu.

Caix

a 1

Gases com efeito de estufa

Âmbito 2 – emissões indiretas

Compra de eletricidade

Aquecimentoe refrigeração urbanos

Âmbito 3 – emissões indiretas

Deslocaçõescasa-trabalho

Viagens de negócios

Bens e serviços

Ativos fixos

Âmbito 1 – emissões diretas

Queima de combustíveispróprios

Veículos próprios

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10Âmbito e método de auditoria

08 O âmbito da auditoria incluiu todas as instituições e organismos da UE com mais de 500 funcionários em 2012. Além disso, incluiu a Agência Euro‑peia do Ambiente, atendendo às suas atribuições específicas, diretamente relacionadas com o tema da auditoria. O quadro 1 enumera as 15 instituições e organismos da UE abrangidos pela auditoria. Para efeitos da auditoria, o Conselho Europeu e o Conselho da União Europeia (em seguida desig‑nados «o Conselho») foram tratados como uma única entidade, uma vez que o Conselho Europeu não dispõe do seu próprio secretariado, sendo assistido pelo Secretariado‑Geral do Conselho da União Europeia. Do mesmo modo, o Comité Económi‑co e Social Europeu e o Comité das Regiões (em seguida designados «os Comités») foram tratados como uma única entidade, uma vez que partilham os edifícios, a logística e os serviços de tradução e têm uma gestão conjun‑ta. A auditoria conferiu uma atenção especial à Comissão Europeia, não só devido à sua dimensão, mas também ao seu papel enquanto instituição da União Europeia dotada dos poderes de iniciativa legislativa.

09 A auditoria do Tribunal avaliou se as instituições e organismos da UE tinham políticas destinadas a reduzir o impacto ambiental das suas ativida‑des administrativas e se essas políticas eram executadas de forma eficaz. O Tribunal analisou se as instituições e organismos da UE:

a) calculavam as suas emissões de ga‑ses com efeito de estufa, reduziam essas emissões e contrabalança‑vam as emissões residuais através de compensação;

b) utilizavam plenamente as fer‑ramentas de gestão ambiental promovidas pela Comissão para reduzir as emissões.

10 A auditoria baseou‑se em questio‑nários, entrevistas e numa análise de documentos e estatísticas publicados ou disponibilizados pelas instituições e organismos da UE objeto de audito‑ria. Incluiu igualmente a análise de uma amostra de procedimentos de concurso.

11 A auditoria não incidiu sobre as emissões de carbono, ou seja, o seu objetivo não consistiu em efetuar ou repetir o cálculo das emissões de CO2 das instituições e organismos da União Europeia objeto de auditoria ou em ve‑rificar a exatidão dos dados subjacen‑tes. Salvo indicação em contrário, os dados expressos no presente relatório referem‑se ao ano de 2012.

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11Âmbito e método de auditoria Q

uadr

o 1 As 15 instituições e organismos da União Europeia que a auditoria abrangeu

Lugares previstos no quadro do pessoal em 2012 (2014) Localizações

Comissão Europeia 25 065 (24 901)

Bruxelas, Luxemburgo, Ispra, Geel, Karlsruhe, Petten, Sevilha, Grange, representações nos Estados-Membros

Parlamento Europeu 6 684 (6 773)

Bruxelas, Luxemburgo, Estrasburgo, gabinetes de informação nos Estados-Membros

Conselho Europeu1 3 153 (3 101)

Bruxelas

Conselho da União Europeia Bruxelas, Luxemburgo

Banco Europeu de Investimento2 2 1853 (2 369)3 Luxemburgo

Tribunal de Justiça da União Europeia 1 952 (1 991) Luxemburgo

Serviço Europeu para a Ação Externa 1 670 (1 661) Bruxelas4

Banco Central Europeu 1 448 (2 602) Frankfurt am Main

Comité Económico e Social Europeu5 1 255 (1 252) Bruxelas

Comité das Regiões da União Europeia 5

Tribunal de Contas Europeu6 887 (882) Luxemburgo

Instituto de Harmonização no Mercado Interno 775 (861) Alicante

Agência Europeia para a Segurança da Aviação 634 (685) Colónia

Agência Europeia de Medicamentos 590 (599) Londres

Agência Europeia do Ambiente 136 (135) Copenhaga

1 O Conselho Europeu é assistido pelo Secretariado‑Geral do Conselho da União Europeia.2 O Banco Europeu de Investimento participou na auditoria a título voluntário.3 O número de lugares refere‑se a finais de 2012 e de 2013.4 Sede.5 Os Comités partilham os edifícios, a logística e os serviços de tradução e têm uma gestão conjunta.6 As constatações sobre o Tribunal de Contas Europeu não foram verificadas por uma entidade externa.

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12Observações

As instituições e organis‑mos da União Europeia não dispõem de políticas comuns para acompanhar e atenuar as suas emis‑sões de gases com efeito de estufa

A pegada de carbono global das instituições e organis‑mos da União Europeia não é conhecida e as informações fragmentadas disponíveis podem afetar a credibilidade dos dados comunicados

12 Na opinião do Tribunal, a existência de informações fiáveis e abrangentes sobre o volume real da pegada de carbono das instituições e organismos da UE constitui uma condição prévia essencial para elaborar e aplicar estra‑tégias de atenuação eficazes, que se‑jam credíveis e convincentes enquanto exemplo a seguir. Estas informações não estão atualmente disponíveis no que se refere à maioria das instituições e organismos da União Europeia.

Não existe um método comum para o cálculo da pegada de carbono das instituições e organismos da União Europeia

13 Não existe legislação vinculativa da União Europeia sobre o cálculo das pe‑gadas de carbono das administrações públicas. Assim sendo, as instituições e organismos da UE podem, em prin‑cípio, decidir livremente se pretendem comunicar as emissões causadas pelas

suas atividades e, em caso afirmativo, o método de cálculo e acompanha‑mento dessas emissões. Contudo, podem ser objeto de determinadas obrigações em matéria de comunica‑ção de dados nos respetivos países de acolhimento, por exemplo, no que se refere ao desempenho energético dos seus edifícios. Todavia, as obrigações em matéria de comunicação de dados não estão harmonizadas em toda a União Europeia.

14 Contrariamente a uma prática que se tem desenvolvido no setor privado7, o Regulamento Financeiro (RF) da União Europeia8 não exige a inclusão de informações ambientais nos relató‑rios a serem apresentados nos termos do seu título IX («Prestação de contas e contabilidade»)9. Por outro lado, não existem acordos interinstitucionais sobre esta matéria.

15 As organizações que participam no EMAS, sistema voluntário de ecogestão e auditoria da União Europeia10, devem comunicar dados sobre um indicador principal relativo às «emissões», que inclui a totalidade das emissões anuais de gases com efeito de estufa (GEE), expressas em toneladas de equivalen‑tes de CO2. Porém, em conformidade com a decisão da Comissão sobre o guia do utilizador para participar no EMAS11, o método para quantificar as emissões ainda carece de clarificação. Em todo o caso, o guia recomenda que as organizações comuniquem não só as emissões diretas, mas também as emissões significativas indiretas de GEE (ver caixa 1).

7 A Quarta Diretiva 78/660/CEE do Conselho, de 25 de julho de 1978, baseada no arti‑ go 54.º, n.º 3, alínea g), do Trata‑ do, e relativa às contas anuais de certas formas de socieda‑des (JO L 222 de 14.8.1978, p. 11) prevê que, quando adequado e na medida do necessário à compreensão da evolução dos negócios, do desempenho ou da posição da sociedade, o relatório anual deve conter igualmente informações não financeiras, incluindo as informações sobre questões ambientais. Em abril de 2013, a Comissão apresentou uma proposta legislativa [COM(2013) 207 final de 16 de abril de 2013] que torna obrigatória a apresentação de relatórios para as sociedades cujo número médio de trabalha‑dores seja superior a 500.

8 Regulamento (UE, Euratom) n.º 966/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, relativo às disposições financeiras aplicáveis ao orçamento geral da União e que revoga o Regulamento (CE, Euratom) n.º 1605/2002 (JO L 298 de 26.10.2012, p. 1). Não é aplicável ao Banco Central Europeu nem ao Banco Europeu de Investimento. As agências da UE dispõem de regras financeiras que observam as regras aplicáveis ao orçamento geral da União.

9 O relatório anual do Banco Central Europeu inclui uma secção relativa às questões ambientais. O Banco Europeu de Investimento comunica dados sobre as questões ambientais no seu relatório sobre a sua responsabilidade institucional, que integra o relatório anual do Grupo BEI.

10 Para mais informações sobre o EMAS, ver pontos 62 a 76.

11 Ver páginas 25 e 26 da Decisão 2013/131/UE da Comissão, de 4 de março de 2013, relativa à adoção do guia do utilizador que indica os passos necessários para participar no EMAS, ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 1221/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à participação voluntária de organizações num sistema comunitário de ecogestão e auditoria (EMAS) (JO L 76 de 19.3.2013, p. 1).

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13Observações

16 Numa recomendação adotada em 9 de abril de 201312, a Comissão incentiva a utilização do método da Pegada Ambiental das Organizações (método PAO) para a medição e a comunicação do desempenho ambiental ao longo do ciclo de vida das organizações públicas, que inclui a comunicação de dados sobre as emissões de GEE. O método PAO foi desenvolvido pelo Centro Comum de Investigação da Co‑missão, com base em recomendações provenientes de métodos de contabili‑dade ambiental das organizações e de documentos de orientação existentes e amplamente reconhecidos.

17 Segundo a Comissão, o desenvolvi‑mento do método da PAO foi desen‑cadeado pelo facto de que a «atual proliferação de diferentes métodos e iniciativas para a avaliação e a comunicação do desempenho am‑biental está a gerar confusão e a criar desconfiança nas informações sobre o desempenho ambiental»13. Tal como a auditoria do Tribunal demonstrou, esta análise aplica‑se igualmente à comunicação de dados por parte das instituições e organismos da UE sobre as respetivas pegadas de carbono.

Seis das 15 instituições e organismos da União Europeia objeto de auditoria não efetuaram o cálculo das emissões degases com efeito de estufa em 2012 e quem o fez não calculou ou divulgou todos os elementos

18 A auditoria analisou as informações prontamente disponíveis nas institui‑ções e organismos da UE sobre as res‑petivas emissões de GEE em 2012. Não publicaram quaisquer informações relativas às suas emissões em 2012 o Conselho Europeu e o Conselho da União Europeia, o Tribunal de Con‑tas Europeu, o Serviço Europeu para a Ação Externa, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação e a Agên‑cia Europeia de Medicamentos. Os restantes organismos apenas comuni‑caram informações incompletas.

19 Na ausência de normas vinculativas sobre a forma de calcular a pegada de carbono de uma organização, a auditoria utilizou o relatório da pegada de carbono do Parlamento Europeu como referência devido ao seu âmbito alargado. O quadro 2 apre‑senta uma distribuição comparativa das fontes de emissão que foram ou não consideradas e dos níveis de emissão comunicados.

12 Recomendação da Comissão 2013/179/UE, de 9 de abril de 2013, sobre a utilização de métodos comuns para a medição e comunicação do desempenho ambiental ao longo do ciclo de vida de produtos e organizações (JO L 124 de 4.5.2013, p. 1).

13 Ver considerando 2 da Recomendação 2013/179/UE da Comissão.

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14Observações

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Comunicação de dados sobre as emissões de CO2e relativamente a 2012 (apenas informações publicadas ou a publicar, âmbito de comunicação do Parlamento Europeu utilizado como referência)

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15Observações

20 Como se pode ver no quadro 2, o Par‑lamento Europeu teve em conta uma vasta gama de fontes de emissão para efetuar a sua declaração de emissões globais anuais. Devido a este âmbito alargado, o valor das emissões decla‑radas pelo Parlamento é quase tão elevado como o valor das emissões declaradas pelo conjunto de todas as instituições e organismos da UE. Embora as categorias das fontes de emissão consideradas sejam, em prin‑cípio, exaustivas, o Parlamento Euro‑peu decidiu não declarar as emissões provocadas pelas viagens dos seus deputados desde os seus países de origem para participarem em reuniões em Bruxelas e em Estrasburgo.

21 A comunicação de dados sobre as emissões de GEE em termos de equiva‑lentes de CO2, efetuada pela Comissão na sua declaração ambiental anual de 2013, limitou‑se a informações so‑bre as emissões causadas pelo consu‑mo de energia nos edifícios no âmbito do EMAS em Bruxelas, Luxemburgo e Petten14 e pelas viaturas oficiais utili‑zadas nesses locais.

22 O Comité Económico e Social Europeu e o Comité das Regiões comunica‑ram apenas emissões causadas pelo consumo de energia nas instalações. Os Comités explicaram a sua vontade de reconsiderar a opção de calcular ou não uma pegada ambiental abrangen‑te, logo que estiver pronta uma meto‑dologia harmonizada e regida por uma norma da União Europeia, com base no método PAO.

Três instituições e organismos da União Europeia esforçaram‑se por melhorar a comunicação de dados

23 O âmbito dos dados comunicados pelo Banco Central Europeu tem‑se alar‑gado progressivamente desde 2008. Porém, as emissões causadas pelas deslocações do seu pessoal entre casa e o local de trabalho e as emissões causadas pela construção das suas no‑vas instalações não foram calculadas.

24 A partir do exercício de 2012, o Ban‑co Europeu de Investimento aplicou a metodologia do Protocolo GEE15. Contudo, não estão incluídas no âmbi‑to dos dados comunicados as emissões causadas pelo fabrico de produtos ad‑quiridos (que não o papel), as emissões causadas pela contratação de serviços e as emissões geradas durante o fabri‑co de bens de equipamento (tais como equipamentos e veículos).

25 O Instituto de Harmonização no Mer‑cado Interno (OHIM) planeou alargar a sua comunicação de dados a partir de 2013, apoiando‑se no estudo de um consultor externo. Contudo, o âmbito desse estudo não abrangeu as emis‑sões a montante decorrentes de bens e serviços comprados e de bens de equipamento. Além disso, abrangeu apenas as emissões decorrentes dos voos, deixando de fora as emissões resultantes de outras viagens de negócios ou de viagens de pessoal das autoridades nacionais que visitam o OHIM.

14 Ver quadro 6.

15 Instituto Mundial dos Recursos Naturais e Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, GHG Protocol Corporate Standard.

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16Observações

Três instituições da União Europeia devem preparar a comunicação de dados sobre emissões, dado que lançaram o processo de adesão ao EMAS

26 O Secretariado‑Geral do Conselho (SGC) planeou encomendar um estudo para determinar a pegada de carbo‑no do Conselho. O estudo incidirá apenas nas atividades realizadas em Bruxelas. As emissões causadas pelas deslocações dos representantes dos Estados‑Membros de e para os seus países de origem, a fim de participar nas reuniões organizadas pelo SGC, não integram o âmbito do estudo previsto. As reuniões do Conselho no Luxemburgo ou nos Estados‑Membros também não serão consideradas.

27 Em 2010, o Tribunal de Justiça recebeu um estudo externo abrangente da sua pegada de carbono. O método de cál‑culo da pegada foi idêntico ao utiliza‑do com o Parlamento. Foram efetuadas atualizações relativamente às princi‑pais fontes de emissão em 2011 e 2012. Os dados foram publicados em junho de 2014.

28 Em novembro de 2013, o Tribunal de Contas celebrou um contrato com um consultor externo, a fim de se preparar para o EMAS. À data da auditoria, a decisão sobre a forma de realizar a comunicação de dados continuava pendente.

A Comissão ainda não decidiu se vai utilizar o método da pegada ambiental das organizações nas suas declarações

29 Um estudo sobre o método PAO, realizado nas instalações de Ispra do Centro Comum de Investigação, de‑monstrou que este pode ser aplicado às administrações públicas. No entan‑to, a Comissão ainda não lançou o pro‑cesso de elaboração de regras setoriais mais pormenorizadas para cálculo da pegada ambiental das organizações aplicáveis às administrações públicas. Além disso, segundo a Comissão, uma eventual introdução do método será objeto de análise suplementar, tendo especialmente em vista os recursos necessários para a sua aplicação.

Existem provas de uma des‑cida das emissões causadas pelas instituições e organis‑mos da União Europeia no seu conjunto, mas apenas no que se refere ao consumo de energia nos edifícios

30 A falta de informações exaustivas e fiá‑veis sobre o volume real da pegada de carbono das instituições e organis‑mos da UE dificulta a identificação de tendências gerais nas suas emissões de GEE. A fim de proceder a essa iden‑tificação, a auditoria teve, em certos casos, de assentar em pressupostos que, embora plausíveis, são sustenta‑dos por poucas provas.

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17Observações

16 Por exemplo, em 2005, o consumo total de energia das instalações da Comissão em Bruxelas foi cerca de 60% superior ao nível atingido em 2000, o primeiro ano em que foram transmitidos dados ao Tribunal.

17 São vários os fatores que influenciam o nível global do consumo de energia nos edifícios, designadamente: o número e a dimensão dos edifícios, a intensidade da sua ocupação em termos do número de ocupantes e períodos de utilização, o seu desempenho energético no plano técnico, a eficiência da sua gestão, o comportamento dos empregados e as flutuações climáticas.

18 A eletricidade verde deve cumprir os critérios de garantia de origem previstos na Diretiva 2009/28/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009, relativa à promoção da utilização de energia proveniente de fontes renováveis que altera e subsequentemente revoga as Diretivas 2001/77/CE e 2003/30/CE (JO L 140 de 5.6.2009, p. 16).

19 A eletricidade verde não equivale a emissões zero na declaração ambiental anual da Comissão relativa aos edifícios em Bruxelas.

31 As decisões tomadas ou propostas pela União Europeia no sentido de reduzir as emissões estabelecem 1990 como ano de referência (ver pontos 3 e 4). Contudo, não estão disponíveis dados específicos sobre as emissões das instituições e organismos da UE que remontem a 1990. Por conseguin‑te, não é possível avaliar o seu atual desempenho comparativamente às suas emissões reais de 1990.

32 Não obstante, existem provas que indiciam um aumento considerável das suas emissões globais depois de 1990 até, pelo menos, 200516. Tratou‑se de um aumento provocado pelo alar‑gamento da União Europeia, pelas crescentes atividades das instituições e organismos em vigor e pela criação de novas entidades.

33 Em 2006, começaram a desenvolver‑se esforços a uma escala mais alargada para atenuar as emissões de GEE. A inflexão centrou‑se nas emissões causadas pelo consumo de energia nos edifícios. A magnitude dessas emissões depende do nível global de energia consumida no aquecimento, na refri‑geração, na iluminação, na confeção de alimentos, em dispositivos elétricos e eletrónicos e nos centros de dados17, bem como da quota de energia consu‑mida que é produzida com emissões de GEE reduzidas ou inexistentes.

A utilização de eletricidade verde ajudou a inverter a tendência de aumento das emissões causadas pelo consumo de energia nos edifícios…

34 Em 2007, as instituições e organismos da UE começaram a comprar eletri‑cidade oriunda de fontes renováveis («eletricidade verde»18) para suprir as suas necessidades de eletricidade não cobertas por produção própria. Todas as instituições e organismos da UE au‑ditados dispõem agora de um forneci‑mento de eletricidade constituído inte‑gralmente, ou pelo menos numa parte significativa, por eletricidade verde.

35 Por norma, nos cálculos da pegada de carbono, a eletricidade verde corres‑ponde a emissões zero19. Estima‑se que o efeito de atenuação da eletrici‑dade verde sobre o cálculo global da pegada se situe na ordem dos 20%, desde que toda a eletricidade prove‑nha de fontes renováveis e se aplique um âmbito exaustivo de comunicação de dados relativos às emissões de GEE. Assim, a transição para a eletricidade verde tem como efeito a redução das emissões globais, salvo se, paralela‑mente, ocorrer um significativo au‑mento no consumo global de energia de fontes não renováveis que não possa ser minorado pela eletricidade verde. Contudo, esta situação não se observou nas instituições e organis‑mos da UE objeto de auditoria.

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18Observações

… mas a eletricidade verde de prestadores externos tem limitações intrínsecas enquanto ferramenta de redução das emissões de gases com efeito de estufa

36 A maior parte da eletricidade verde consumida pelas instituições e organis‑mos da UE é adquirida a prestadores externos, em Bruxelas e no Luxembur‑go, através de contratos interinstitu‑cionais. Contudo, a eletricidade verde fornecida por prestadores externos apresenta duas limitações signifi‑cativas em termos da redução das emissões de GEE: não está atualmente disponível a todos e não constitui uma ferramenta de melhoria contínua do desempenho energético.

37 A quantidade de eletricidade verde no mercado é atualmente limitada. Neste sentido, as compras de eletricidade verde apenas reduzirão as emissões globais de GEE se resultarem numa substituição da eletricidade produzida a partir de combustíveis fósseis por energia produzida em novas insta‑lações de produção de eletricidade renovável. Porém, é provável que o aumento da procura de eletricidade verde provoque um aumento da ofer‑ta, pelo menos a longo prazo.

38 A eletricidade verde constitui uma medida pontual para obter uma dimi‑nuição rápida e visível nas emissões, mas não uma ferramenta de melhoria contínua. A transição para a eletricida‑de verde permite ganhar algum tempo antes da introdução de outras medidas de redução da procura global de energia.

Os dados disponíveis sobre as emissões causadas pela mobilidade não permitem identificar uma tendência clara

39 Devido à natureza específica das instituições e organismos da UE, as emissões causadas pela mobilidade tendem a ser mais significativas do que na maioria das administrações dos Estados‑Membros. Para efetuar um cál‑culo completo das emissões causadas pela mobilidade, importa ter em conta as seguintes fontes:

a) os trajetos entre casa e o local de trabalho;

b) as viagens de negócios/em serviço;

c) os visitantes e participantes exter‑nos em reuniões e conferências organizadas pelas instituições e organismos.

40 Se estas fontes fossem incluídas, as emissões relativas à mobilidade re‑presentariam, no mínimo, metade das emissões globais a comunicar pelas instituições e organismos da UE. No entanto, a maioria dos dados disponí‑veis sobre as emissões causadas pela mobilidade é atualmente menos com‑pleta e fiável do que os dados sobre o consumo de energia nos edifícios. Por exemplo, em relação às desloca‑ções do pessoal entre casa e o local de trabalho, os dados que servem de base para os cálculos têm, por norma, uma margem de erro elevada. Apenas os dados do Parlamento Europeu e do Banco Europeu de Investimento per‑mitiram uma avaliação das tendências num período de tempo mais dilatado e os resultados respetivos em termos absolutos apontam para diferentes direções.

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19Observações

20 Apenas foram tidas em conta as viagens subsidiadas pelo Parlamento.

21 Em relação a 2012, o Parlamento comunicou que as deslocações do seu pessoal entre os três principais locais corresponderam a 2,5% da pegada de carbono. As deslocações do pessoal para outros destinos (sobretudo por via aérea) representaram 6,9% da pegada.

22 O conceito de «equivalente a tempo inteiro» (ver Glossário) do Parlamento inclui não apenas os deputados e o pessoal mas também os visitantes.

Decréscimo das emissões causadas pelas deslocações entre Bruxelas, Luxemburgo e Estrasburgo

Em 2012, as emissões de GEE causadas pelas deslocações do pessoal do Parlamento Europeu entre Bruxelas, Luxemburgo e Estrasburgo baixaram 34% em comparação com 2006. Esta redução deve‑se principalmente ao facto de as viagens de comboio terem, em grande medida, substituído as viagens de avião.

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Fonte: cálculos do TCE com base nos dados transmitidos pelo Parlamento.Nota: os valores parciais podem não corresponder aos totais devido aos arredondamentos.

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41 O Parlamento Europeu comunicou emissões relativas à mobilidade que, em termos absolutos, foram cerca de 20% mais elevadas em 2012 do que em 2006. Este aumento deveu‑se em grande parte às maiores emissões causadas pelas viagens dos visitantes do Parlamento20 a Bruxelas e Estrasbur‑go, bem como ao facto de as poupan‑ças nas deslocações de pessoal entre Bruxelas, Luxemburgo e Estrasburgo (ver caixa 2) terem sido superadas pelos aumentos relativos às viagens de negócio fora desses três locais21. Con‑tudo, em termos relativos, o Parlamen‑to alcançou uma redução de 3,3% nas suas emissões referentes à mobilidade por equivalente a tempo inteiro22.

42 O Banco Europeu de Investimento comunicou que, em 2012, as suas emis‑sões relativas à mobilidade diminuíram 6% comparativamente a 2007 e que as emissões per capita diminuíram 36%.

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20Observações

Os ativos fixos, o fornecimento de bens e os serviços tendem a não ser encarados como fontes de emissão apesar da sua importância

43 O fornecimento de bens (designada‑mente produtos alimentares e mate‑rial de escritório) ou a prestação de serviços (designadamente a limpeza ou restauração) são fatores de emis‑sões que foram raramente avaliados, excetuando as emissões relativas ao papel. O mesmo se aplica às emissões geradas durante o fabrico de bens duradouros (tais como os equipamen‑tos informáticas) e a construção ou renovação de edifícios. Apenas o Par‑lamento Europeu calculou o impacto total dos ativos fixos, do fornecimento de bens e da prestação de serviços sobre a sua pegada de carbono, que é da ordem dos 30% do total comuni‑cado para 2012. No caso do Tribunal de Justiça, o seu impacto foi estimado com base nos valores relativos a 2010.

Mais de metade das institui‑ções e organismos da União Europeia objeto de auditoria não tinha definido metas quantificadas de redução das suas emissões e ape‑nas duas dessas entidades tinham metas quantificadas para 2020

44 Na opinião do Tribunal, a fixação de metas de redução quantificadas é importante para planificar e garantir a sustentabilidade da gestão ambien‑tal de uma organização. A comunica‑ção dessas metas ao público e a sua concretização são importantes para a credibilidade dos esforços tendentes a reduzir as emissões de GEE.

45 Em 2013, mais de metade das institui‑ções e organismos da UE objeto de auditoria não tinha definido quaisquer metas quantificadas de redução das suas emissões de GEE. As demais ins‑tituições e organismos tinham fixado metas relativas a atividades ou fontes de emissões específicas, ou metas globais, tendo o Parlamento Europeu combinado ambas (ver quadro 3).

Foi dada preferência a metas que visam um futuro próximo…

46 Na maior parte dos casos, são utiliza‑das metas de curto prazo com uma perspetiva de um a três anos. A au‑ditoria detetou que essas metas de curto prazo se podem revelar úteis, desde que sejam possíveis resultados rápidos, por exemplo como a redução das emissões através da transição para a eletricidade verde. O principal risco associado às metas de curto prazo reside no facto de não preverem um calendário adequado para etapas que exigem uma maior preparação e que só resultarão em poupanças de ener‑gia vários anos após a decisão inicial (nomeadamente os projetos de edifí‑cios). Além disso, a auditoria detetou que as metas de curto prazo fixadas de um ano para o outro relativamente ao consumo de energia em edifícios correm o risco de serem desvirtuadas pelas flutuações climáticas.

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21ObservaçõesQ

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Parlamento Europeu x x 1 x

Comissão Europeia x x x

Banco Central Europeu x x x x

Os Comités (CESE e CR) x x x x

Banco Europeu de Investimento x x x x

Agência Europeia do Ambiente x x x

Conselho Europeu e Conselho da UE x x x x x x x

Tribunal de Justiça x x x x x x x

Tribunal de Contas Europeu x x x x x x x

Serviço Europeu para a Ação Externa x x x x x x x

Instituto de Harmonização no Mercado Interno x x x x x x x

Agência Europeia para a Segurança da Aviação x x x x x x x

Agência Europeia de Medicamentos x x x x x x x

1 Adicionalmente foram definidas algumas metas de redução intermédias para 2016 relativas à energia, ao papel e aos resíduos.

As metas quantificadas fixam o valor das reduções de emissões a alcançar a prazo. Podem diferenciar‑se quatro tipos de metas quantifi‑cadas, a saber:

ο Metas setoriais que se aplicam às emissões causadas por atividades específicas (por exemplo, as emissões resultantes do aqueci‑mento e refrigeração dos edifícios).

ο Metas globais que se aplicam à totalidade das emissões causadas pelas atividades de uma instituição ou organismo. ο Metas absolutas que visam reduzir as emissões causadas por atividades específicas ou por uma instituição ou organismo no seu

conjunto, comparativamente ao valor das emissões de um ano de referência. ο Metas relativas que visam reduzir as emissões per capita ou por metro quadrado comparativamente a um ano de referência.

Legenda: Sim

x Não

47 As metas de redução têm sido fixa‑das em termos absolutos (redução das emissões globais) ou em termos relativos (redução das emissões per capita ou por metro quadrado), ou ainda combinando ambos. A fixação de metas de redução absolutas é mais consentânea com a política climática da União Europeia, empenhada em reduzir as emissões globais.

Além disso, o cumprimento de metas de redução absolutas implica que o desempenho também melhore em termos relativos, a menos que uma instituição ou organismo esteja numa situação de decréscimo das atividades.

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22Observações

… e quando existem metas para 2020, elas são relativas

48 O Parlamento Europeu e o Banco Eu‑ropeu de Investimento fixaram igual‑mente metas para 2020, as quais são comunicadas como metas relativas.

49 Na declaração ambiental do Parlamen‑to, a meta consiste numa redução de 30% das emissões relativas ao pes‑soal por equivalente a tempo inteiro entre 2006 e 2020. O quadro 4 compara as emissões em 200623 com as emissões em 2012, quer em termos absolutos quer em termos relativos por equiva‑lente a tempo inteiro do pessoal24.

23 A comunicação de dados sobre a pegada de carbono do Parlamento ocorreu pela primeira vez em 2006.

24 Emissões líquidas (a eletricida‑ de verde correspondeu a emis‑ sões zero). O conceito de «equi‑ valente a tempo inteiro» (ver Glossário) do Parlamento abrange não só os deputados e o pessoal do Parlamento, mas também os visitantes.

25 Emissões líquidas (a eletricida‑ de verde correspondeu a emis‑ sões zero). Refira‑se que os nú‑ meros do BEI relativamente às emissões não podem ser com‑ parados com os corresponden‑ tes números do Parlamento, dado que os conceitos metodo‑ lógicos subjacentes diferem.

Redução das emissões de GEE do Parlamento em termos absolutos e relativos

2006 2012 Redução

Emissões totais em toneladas de CO2e 100 138 91 893 - 8,2%

Emissões por equivalente a tempo inteiro 9,37 6,89 - 26,4%

Fonte: declaração ambiental do Parlamento Europeu relativa a 2013.

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50 No relatório da pegada de carbono do BEI relativo a 2012, é utilizada uma meta de redução de pelo menos 20% da pegada de carbono per ca‑pita até 2020 para acompanhamen‑to dos resultados, tendo por base o ano de 2007, e sua comunicação. O quadro 5 compara as emissões por funcionário em 2007 com as emissões em 2012, quer em termos absolutos quer em termos relativos25.

Redução das emissões de GEE do BEI em termos absolutos e relativos

2007 2012 Redução

Emissões totais em toneladas de CO2e 17 932 16 441 - 8,3%

Emissões por funcionário 11,9 7,5 - 37,0%

Fonte: relatório da pegada de carbono do Banco Europeu de Investimento relativo a 2012.

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23Observações

Não foram fixadas metas de longo prazo posteriores a 2020

51 Nenhuma das instituições e orga‑nismos da UE fixou metas de longo prazo posteriores a 2020. A proposta da Comissão de janeiro de 2014, que preconiza a fixação de uma meta de redução dos GEE vinculativa ao nível da União Europeia para 2030 (ver pon‑to 4), constitui uma oportunidade para as instituições e organismos da UE de‑senvolverem e aplicarem um método comum de longo prazo.

O recurso à compensação para contrabalançar as emis‑sões residuais é limitado e as instituições e organismos da União Europeia não dispõem de um método comum

52 Através do mecanismo de compensa‑ção das emissões de carbono26 uma or‑ganização compensa as suas emissões de GEE, ou uma parte delas, pagando uma poupança equivalente de dióxido de carbono efetuada noutra parte do mundo, por exemplo poupanças de energia realizadas através de parques eólicos que substituam centrais elé‑tricas a carvão. As compensações de alta qualidade devem ser verificadas ao abrigo de um mecanismo reconhe‑cido, a fim de garantir que as redu‑ções de emissões são adicionais (ou seja, que se excluem as reduções que teriam ocorrido de qualquer maneira), permanentes e não contabilizadas duplamente, e que se evitam fugas. Uma atividade pode ser considerada «neutra em termos de emissões de carbono»27 caso todas as emissões que não possam ser evitadas sejam compensadas.

53 As instituições e organismos da UE não são obrigados a recorrer à compensa‑ção das emissões de carbono, embora alguns já tenham começado a fazê‑lo, ainda que, muitas vezes, de forma limi‑tada. A auditoria revelou que os preços pagos pela compensação variavam en‑tre os 3,45 e os 24,5 euros por tonelada de CO2e, situando‑se, assim, bastante abaixo do limite de custo máximo de 40 euros (em preços de 2007) estipulado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho na Diretiva «Veículos não poluentes»28.

Uma pequena parte das instituições e organismos da União Europeia tem utilizado a compensação a título voluntário

54 A Agência Europeia do Ambiente (AEA) foi a primeira a utilizar a compensação. Em 2006, foi introduzido um meca‑nismo de compensação das emissões de carbono relativamente às viagens de negócios. A agência de viagens da AEA calcula as emissões causadas e as compensações pertinentes são utiliza‑das para apoiar projetos de eficiência energética em África com a certifica‑ção «Gold Standard»29. Em 2012, os custos totais da compensação relati‑vamente a 745 toneladas ascenderam a 11 286 euros, ao preço de 15,15 euros por tonelada. Além disso, em julho de 2013 decidiu‑se atribuir a compen‑sação das emissões resultantes do aquecimento de 2010, 2011 e 2012 no montante de 2 420 euros, ao preço de 10 euros por tonelada, a um projeto relativo a um parque eólico na Turquia.

26 A compensação das emissões de carbono não deve ser confun‑ dida com o Regime de Comér‑ cio de Licenças de Emissão da União Europeia (RCLE‑UE), que é um regime obrigatório de limitações e comércio de licenças de emissão de GEE para atividades de elevado consumo de energia. Ver Dire‑ tiva 2003/87/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de outubro de 2003, relati‑ va à criação de um regime de comércio de licenças de emiss‑ ão de gases com efeito de estu‑ fa na Comunidade e que altera a Diretiva 96/61/CE do Conselho (JO L 275 de 25.10.2003, p. 32).

27 Ver definição facultada pelo Departamento da Energia e Alterações Climáticas do Reino Unido no seu documen‑ to intitulado «A guide to car‑ bon offsetting for the public sector» (Um guia para a compen‑ sação de carbono no setor público), versão 2, 2011, p. 11, segundo a qual «neutro em termos de emissões de carbo‑ no» significa que, através de um processo transparente de cálculo das emissões, de redu‑ ção das mesmas e de compensa‑ ção das emissões residuais, as emissões de carbono líquidas são iguais a zero.

28 Ver anexo (quadro 2) da Diretiva 2009/33/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009, relativa à promoção de veículos de transporte rodoviário não poluentes e energeticamente eficientes (JO L 120 de 15.5.2009, p. 5).

29 A certificação «Gold Standard», criada em 2003 por um grupo de organizações não‑governa‑mentais, é uma norma de certi‑ ficação voluntária largamente utilizada para projetos de compen‑ sação de emissões carbono.

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24Observações

55 O Instituto de Harmonização no Mercado Interno tem vindo a utilizar a compensação desde 2010, com o fim de progressivamente se tornar neutro em termos de emissões de carbono, tendo em conta que o âmbito dos dados comunicados sobre as suas emissões de CO2 será mais abrangente nos próximos anos. Em relação às 2 145 toneladas de emissões comunicadas em 2012, a compensação teve um cus‑to de 52 549 euros, ou seja, 24,5 euros por tonelada, destinando‑se a apoiar um projeto de promoção de fogões a lenha eficientes na Nigéria.

56 Em 2012, o Parlamento Europeu utilizou pela primeira vez um meca‑nismo de compensação das emissões de carbono. A Mesa do Parlamento Europeu decidiu compensar determi‑nadas categorias de emissões (nomea‑damente as emissões relacionadas com o consumo de energia em edifí‑cios e as deslocações em serviço dos funcionários), que totalizaram cerca de 27% da pegada de carbono do Parla‑mento comunicada para 2011. Devido à queda dos preços de mercado dos créditos de compensação das emissões de carbono, em vez da previsão de preço inicial de 705 000 euros, o preço efetivamente pago pelo Parlamento foi de 89 558 euros30 (3,45 euros por to‑nelada) para um projeto de eficiência energética numa instalação de produ‑ção de aço na China, que beneficiava da certificação «Gold Standard» em termos de qualidade31.

57 O Banco Central Europeu (BCE) apli‑cou a compensação às viagens de negócios efetuadas em comboio. Esta medida, correspondente a 30,9 tone‑ladas de CO2e em 2012, representou apenas uma pequena proporção das emissões causadas pelas viagens de negócios. No que se refere à adjudica‑ção de contratos relativos aos serviços de viagens de negócios internacionais,

as orientações do BCE relativas à adju‑dicação sustentável de contratos32, de dezembro de 2012, recomendam como requisito que o proponente escolhido compense integralmente as emissões de gases com efeito de estufa causa‑das por essas viagens. As orientações propõem que os projetos implicados na compensação de emissões de car‑bono cumpram os critérios de adicio‑nalidade e permanência, que se evitem fugas e dupla contabilização e que as compensações sejam controladas por um verificador independente. No en‑tanto, à data da auditoria, a recomen‑dação ainda não havia sido executada.

Dois organismos da União Europeia decidiram aplicar a compensação, mas adiaram ou suspenderam a sua execução

58 Em 2007, o Comité Executivo do Banco Europeu de Investimento (BEI) aprovou o princípio da neutralidade de carbono e decidiu compensar as emissões resi‑duais, após adotar medidas adequadas para a sua redução mediante créditos de carbono de alta qualidade. No entanto, à data da auditoria, a decisão ainda não tinha sido executada. O BEI decidiu que a execução terá início em 2014 com a compensação da pega‑da de carbono residual de 2013.

59 Em 2008, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) assinou um contrato‑quadro de prestação de serviços de compensação de emissões de carbono, com vista à compensação das emissões causadas pelas viagens aéreas. Segundo a AESA, o contrato foi suspenso em 2010, após o anúncio de cortes no orçamento destinado às viagens. Em 2012, a AESA aplicou a compensação às viagens de negócios efetuadas em comboio.

30 Este montante é menos de 10% do montante disponível ao abrigo do artigo 239.º do orçamento do Parlamento para as despesas relativas às compensações de carbono (950 000 euros). No entanto, o montante remanescente do artigo 239.º não foi utilizado para a compra de mais créditos de compensação.

31 Em relação aos países de origem dos créditos de compensação, não foram incluídos quaisquer requisitos nas especificações técnicas, apesar de o consultor externo do Parlamento ter recomenda‑do que se desse prioridade aos Estados‑Membros da União Europeia ou aos países menos desenvolvidos.

32 Ver igualmente ponto 88.

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25Observações

A Comissão não aplica a compensação

60 No sítio Internet da Comissão33, a co‑missária responsável pela DG Ação Cli‑mática sugere aos cidadãos da UE que pensem em efetuar a compensação voluntária das emissões resultantes das viagens de avião (ver caixa 3).

61 No entanto, e à semelhança da maio‑ria das instituições e organismos da UE, a Comissão não compensa atual‑mente as suas emissões, em especial as emissões causadas pelas viagens aéreas dos seus membros. Os dirigen‑tes das instituições e organismos da UE que não compensam as suas emissões recorrem a vários argumentos, que se podem resumir do seguinte modo:

a) a compensação não é encarada como um complemento à redução das próprias emissões, mas sim como uma solução alternativa menos credível do que os esforços envidados no sentido de reduzir as próprias emissões. Todas as dotações orçamentais disponíveis devem, por conseguinte, ser investidas em medidas de eficiência energética;

b) a compensação é considera da prematura enquanto todas as outras possibilidades de eliminar ou reduzir as emissões existentes não forem esgotadas;

c) para que uma política se torne neutra em termos de emissões de carbono com a ajuda da compen‑sação, é necessário um quadro jurídico e financeiro adequado e comum a todas as instituições e organismos da UE;

d) a qualidade da compensação das emissões de carbono nem sempre é suficientemente garantida.

Na opinião do Tribunal, a aplicação de compensações de alta qualidade, a par de medidas de redução das emissões (e não em substituição dessas medi‑das), constituiria uma resposta adequa‑da a essas questões.

33 Ways you can fight climate change (Formas de combater as alterações climáticas), janeiro de 2014 (http://ec.europa.eu/clima/citizens/tips/tips_04_en.htm).

A comissária europeia responsável pela DG Ação Climática sugere que se pondere a compensação dos voos que não possam ser evitados

As viagens de avião são a fonte de emissões de CO2 que mais rapidamente aumenta no mundo. Se tiver de viajar de avião, pense em compensar as suas emissões de carbono. Há organizações que calculam as emissões causadas por si e investem dinheiro nas energias renováveis.

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26Observações

As instituições e organis‑mos da União Europeia não utilizam plenamente as ferramentas de gestão ambiental promovidas pela Comissão

Os progressos na introdu‑ção do sistema de ecogestão e auditoria EMAS são lentos

62 A Comissão apoia a promoção do siste‑ma de ecogestão e auditoria da UE em todos os Estados‑Membros. O EMAS tem como objetivo a melhoria contí‑nua do desempenho ambiental das organizações através de uma avaliação sistemática e regular da sua gestão de todos os aspetos ambientais das suas atividades e, por conseguinte, não apenas das emissões de GEE. Cabe aos verificadores ambientais externos acreditados validar o cumprimento por parte de uma organização das disposições do Regulamento EMAS antes de esta poder ser registada junto dos organismos competentes nos Estados‑Membros, e periodicamente de cada vez que esse registo seja reno‑vado34. Segundo a Comissão, o EMAS é a ferramenta de gestão ambiental mais credível e sólida no mercado35. Está igualmente aberto a organizações externas à União Europeia.

63 A participação no EMAS é voluntária e os respetivos participantes podem «beneficiar de um valor acrescentado em termos de controlo regulamentar, poupança nos custos e imagem públi‑ca, desde que possam demonstrar uma melhoria do seu desempenho ambien‑tal»36. O Regulamento EMAS permite que os participantes registem apenas partes de uma organização.

O registo no EMAS para as administrações públicas é possível desde 2001 e, em junho de 2014, tinham‑se registado sete das instituições e organismos da União Europeia objeto de auditoria

64 O primeiro Regulamento EMAS, adota‑do em 1993, cingia‑se a empresas dos setores industriais. Com a primeira re‑visão do Regulamento EMAS em 2001 (EMAS II), o sistema foi alargado a to‑dos os setores económicos, tanto pú‑blicos como privados. As instituições da UE foram convidadas a «esforçar‑se por adotar os princípios consagra‑dos neste regulamento»37. A segunda revisão (EMAS III), adotada em 2009, tornou o sistema mais apelativo para as pequenas organizações, nomeada‑mente as autoridades públicas com menos de 250 empregados.

34 Em janeiro de 2014, mais de 4 500 organizações e cerca de 7 800 locais estavam registados no EMAS.

35 Ver ficha de informação do EMAS: EMAS and ISO 14001: complementarities and differences (http://ec.europa.eu/environment/emas/pdf/factsheet/EMASiso14001_high.pdf).

36 Ver considerando 8 do Regulamento (CE) n.º 1221/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de novembro de 2009, relativo à participação voluntária de organizações num sistema comunitário de ecogestão e auditoria (EMAS), que revoga o Regulamento (CE) n.º 761/2001 e as Decisões 2001/681/CE e 2006/193/CE da Comissão (JO L 342 de 22.12.2009, p. 1).

37 Ver considerando 21 do Regulamento (CE) n.º 761/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de março de 2001, que permite a participação voluntária de organizações num sistema comunitário de ecogestão e auditoria (EMAS) (JO L 114 de 24.4.2001, p. 1).

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27Observações

65 Em junho de 2014, sete das institui‑ções e organismos da UE objeto de auditoria dispunham de um registo no EMAS, estando outras cinco a preparar o mesmo. O quadro 6 apresenta uma síntese da situação.

66 Três das instituições e organismos da UE que dispõem de certificação do EMAS utilizaram a opção de registar apenas partes dos seus locais ou edi‑fícios. Estas limitações do âmbito de aplicação são, em muitos casos, tem‑porárias e dizem respeito a edifícios que ainda não estão em conformidade com o EMAS ou que se prevê virem a ser desocupados nos próximos anos.

Registo em conformidade com o sistema de ecogestão e auditoria da União Europeia

Instituição/organismo Registo ou previsão de registo no EMAS Área dos edifícios abrangida em 2013

Agência Europeia do Ambiente Desde 2005 100%

Comissão Europeia Desde 2005

Bruxelas 85%

Luxemburgo 31%

Petten (CCI) 100%Outros locais do CCI 0%

Serviço das publicações (Luxemburgo) 0%

Grange 0%

Agências executivas 0%

Representações nos Estados-Membros 0%

ÁREA TOTAL abrangida 57%

Parlamento Europeu Desde 2007Três principais locais 85%

Instituto de Harmonização no Mercado Interno 0%

Instituto de Harmonização no Mercado Interno Desde 2008 77% (um edifício arrendado não está abrangido)

Banco Central Europeu Desde 2010100%

(excluindo o espaço de um centro de dados externos)

Comité Económico e Social Europeu Desde 2011 100% dos cinco edifícios exclusivamente ocupados

0% do edifício partilhado com a ComissãoComité das Regiões da União Europeia

Conselho Europeu Em fase de preparação, registo previsto em 2015 N/D

Conselho da União Europeia

Agência Europeia de Medicamentos Em fase de preparação, registo previsto em 2015 N/D

Tribunal de Justiça da União Europeia Em fase de preparação, registo previsto em 2016 N/DTribunal de Contas Europeu Em fase de preparação, registo previsto em 2016 N/D

Banco Europeu de InvestimentoPreparação para um sistema de gestão ambiental Sem decisão sobre a adoção do EMAS (em alternati-va, a norma ISO 14001 está a ser considerada)

N/D

Agência Europeia para a Segurança da Aviação Sem decisão sobre a preparação para o EMAS N/D

Serviço Europeu para a Ação Externa Sem decisão sobre a preparação para o EMAS N/D

Qua

dro 

6

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28Observações

Atualmente, o âmbito de aplicação do EMAS na Comissão é limitado

67 No caso da Comissão, as atuais limita‑ções do âmbito de aplicação do EMAS são mais significativas do que em outras instituições e organismos, o que se pode explicar, em parte, pela dimensão da Comissão, tendo especialmente em conta as suas numerosas instalações em vários Estados‑Membros e o ele‑vado número de edifícios a abranger. Todavia, os atrasos podem igualmente ser atribuídos a um processo decisório lento e à pouca prioridade dada à dis‑ponibilidade de recursos humanos.

68 Após ter concluído com êxito, em 2005, um projeto‑piloto do EMAS relativa‑mente a alguns departamentos que abrangem oito edifícios em Bruxelas, só em setembro de 2009 a Comissão decidiu alargar o âmbito do registo do EMAS a todas as suas atividades e edifí‑cios em Bruxelas e no Luxemburgo. Não foi fixado um prazo para a realização deste objetivo.

69 Em 2010, os sistemas de gestão das cin‑co instalações do Centro Comum de In‑vestigação foram certificados segundo a norma ISO 14001. Contudo, perdeu‑se uma oportunidade para obter o registo no EMAS nessa mesma ocasião38.

70 Em novembro de 2013, a Comissão com‑prometeu‑se a aplicar oportunamente o EMAS a todas as suas atividades e locais na União Europeia39. A decisão refere explicitamente o alargamento do registo no EMAS às atividades e instala‑ções do Centro Comum de Investigação e do Serviço Alimentar e Veterinário em Grange. No entanto, é omissa quanto às agências executivas e às representações da Comissão nos Estados‑Membros (em mais de 35 edifícios, com uma área total de cerca de 38 000 metros quadrados). A utilização do sistema nas represen‑tações constituiria uma oportunidade de promover ativamente o EMAS nos Estados‑Membros e de demonstrar que este pode ser igualmente útil para as pequenas organizações40.

71 Aplica‑se o mesmo tipo de considera‑ções às delegações da União Europeia (presentes em mais de 140 países e com uma área total de cerca de 250 000 me‑tros quadrados), que são agora geridas pelo Serviço Europeu para a Ação Exter‑na. O SEAE ainda não assumiu o com‑promisso de adotar o EMAS.

38 O EMAS inclui todos os requisitos da norma ISO 14001 e chega a superá‑los. Ambos os sistemas podem ser validados e certificados de uma só vez. Desta forma, a adoção simultânea dos dois processos acarreta apenas custos adicionais limitados, ou até inexistentes.

39 Decisão C(2013) 7708 final, de 18 de novembro de 2013, relativa à aplicação pelos serviços da Comissão do sistema comunitário de ecogestão e auditoria (EMAS).

40 A Comissão publicou uma «caixa de ferramentas EMAS para as PME « e promove uma metodologia normalizada, designada «EMAS Easy».

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29Observações

O EMAS acarreta custos, mas proporciona tanto melhorias ambientais como poupanças financeiras

72 A auditoria constatou que os custos de funcionamento do EMAS variam entre 50 000 euros e 1 000 000 de euros por ano, dependendo da dimensão da insti‑tuição ou organismo da UE e do grau de ambição quanto ao desempenho do sis‑tema. Esta estimativa inclui as despesas com pessoal e as despesas relativas aos serviços de controlo e auditoria interna, mas não os investimentos orientados para o EMAS.

73 Por norma, a introdução do EMAS pro‑move melhorias em termos de desem‑penho, que começam a surgir na fase de preparação para o primeiro registo no EMAS. A título de exemplo, em 2012, tanto o Banco Central Europeu (regista‑do no EMAS desde 2010) como os Co‑mités (registados no EMAS desde 2011) comunicaram uma redução per capita de cerca de 20% no consumo de eletricida‑de comparativamente a 2008, tendo‑se verificado uma diminuição estável que se iniciou em ambos os casos em 2009.

74 Estas poupanças têm um impacto posi‑tivo não só no ambiente, mas também em termos financeiros. De uma maneira geral, as instituições e organismos da UE que introduziram o EMAS não controlam especificamente as poupanças financei‑ras daí decorrentes. No entanto, o EMAS tem um impacto positivo imediato no plano financeiro quando as poupanças no consumo de energia e noutros recur‑sos são obtidas sem investimento prévio, nomeadamente através de uma gestão melhorada dos edifícios (por exemplo, ajustando os períodos de aquecimento e a temperatura média) ou de alterações no comportamento do pessoal (por exemplo, desligando os dispositivos ele‑trónicos ao sair do local de trabalho).

75 Nos casos em que são necessários investimentos para obter melhorias no desempenho, as economias financei‑ras verificam‑se mais tardiamente. Por exemplo, o Instituto de Harmonização no Mercado Interno avaliou o impac‑to financeiro dos seus investimentos orientados para o EMAS e destinados a aumentar a eficiência energética do seu edifício (painéis solares, renovação interior, instalação de refrigeração) no período de 2010 a 2012, tendo apurado um valor de aproximadamente 2,5 mi‑lhões de euros. Segundo o Instituto, as poupanças previstas em termos de cus‑tos energéticos apontam para um prazo de retorno do investimento de cerca de sete anos.

76 A Comissão calculou uma poupança bruta de aproximadamente sete mi‑lhões de euros, alcançada em 2012, gra‑ças às medidas do EMAS tendentes a re‑duzir o consumo de energia e água nas suas instalações em Bruxelas41. Em 2012, o consumo total de energia nos edifí‑cios de Bruxelas da Comissão42 foi cerca de 15% menor do que em 2005.

Os contratos públicos eco‑lógicos são opcionais e não obrigatórios nos termos das atuais regras, sendo poucos os que os utilizam de forma sistemática

77 A comunicação da Comissão intitulada «Contratos públicos para um ambiente melhor»43 define os contratos públicos ecológicos (CPE) como «um processo mediante o qual as autoridades públi‑cas procuram adquirir bens, serviços e obras com um impacto ambiental reduzido em todo o seu ciclo de vida quando comparado com bens, serviços e obras com a mesma função primária que seriam de outro modo adquiridos».

41 A metodologia aplicada teve por base o ano de 2005. Foi calculado um «consumo virtual» para 2012 (excluindo a aplicação das medidas do EMAS relativas à poupança de energia e de água), com base no indicador de consumo de energia de 2005 [kWh/m2] e nas áreas efetivamente ocupadas em 2012. O «consumo virtual» em 2012 foi comparado com o consumo real do mesmo ano. Seguidamente, o custo desse «consumo virtual» em preços de 2012 foi confrontado com os custos efetivos/reais em 2012 para apurar o valor das economias financeiras alcançadas.

42 Os dados referem‑se aos edifícios ocupados pela Comissão e incluídos na carteira imobiliária em cada ano específico. As agências executivas não foram incluídas no âmbito do cálculo.

43 COM(2008) 400 final de 16 de julho de 2008.

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30Observações

78 As regras atualmente aplicáveis à ad‑judicação de contratos públicos por parte das instituições e organismos da UE, salvo uma única exceção44, não in‑cluem qualquer obrigação de adquirir bens, serviços e obras com um impac‑to ambiental reduzido. Os contratos públicos ecológicos têm um caráter opcional e não são obrigatórios.

79 O Regulamento Financeiro da UE não se refere à utilização dos contratos públicos ecológicos45. As suas normas de execução46 permitem incluir con‑siderações ambientais nos contratos públicos e definem normas de atuação no caso de essas considerações serem utilizadas em especificações técnicas ou enquanto critérios de seleção ou atribuição, ou ainda nas cláusulas de execução dos contratos. As disposições das normas de execução estão em conformidade com a antiga diretiva da União Europeia relativa à adjudica‑ção de contratos47.

80 Todavia, as disposições da diretiva relativa à promoção de veículos de transporte rodoviário não poluentes e energeticamente eficientes48, que exige que as autoridades públicas tenham em conta os impactos energé‑tico e ambiental durante o tempo de vida, não foram incorporadas nas nor‑mas de execução. O mesmo se aplica à Diretiva 2010/30/UE49, nos termos da qual as entidades adjudicantes devem procurar abastecer‑se apenas de pro‑dutos que satisfaçam os critérios dos mais elevados níveis de desempenho e que pertençam à classe de eficiência energética mais elevada50.

Por fim, as disposições relevantes da Diretiva relativa à eficiência energéti‑ca51 também não foram tidas em conta nas normas de execução do Regula‑mento Financeiro. Consequentemente, as obrigações legais atualmente im‑postas a todas as instituições e orga‑nismos da UE relativas aos contratos públicos ecológicos são menos exigen‑tes que as impostas às autoridades dos Estados‑Membros.

A Comissão promove contratos públicos ecológicos a título voluntário

81 O «Vade‑mécum sobre contratos pú‑blicos»52, elaborado pela Direção‑Geral do Orçamento da Comissão, e a cor‑respondente circular relativa à inclu‑são de considerações ambientais nos contratos públicos adjudicados pelas instituições da UE53 remetem o lei‑tor para as recomendações sobre os contratos públicos ecológicos a título voluntário54 e para o «kit de ferramen‑tas de formação sobre CPE», publicado pela Direção‑Geral do Ambiente da Comissão (a seguir designada por «DG Ambiente»).

44 Atualmente, os contratos públi‑ cos ecológicos são obrigatórios para as instituições da UE em apenas um domínio: material de escritório com eficiência ener‑ gética abrangido pelo âmbito do programa de rotulagem Ener‑ gy Star. Ver artigo 6.º do Regula‑ mento (CE) n.º 106/2008 do Parla‑ mento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro de 2008, relati‑ vo a um Programa Comunitário de Rotulagem em Matéria de Eficiência Energética para Equipamento de Escritório (JO L 39 de 13.2.2008, p. 1).

45 Em termos mais gerais, o Regula‑ mento Financeiro também não se refere às noções de «ambien‑ te», «desenvolvimento sustentá‑ vel» ou «sustentabilidade».

46 Regulamento Delegado (UE) n.º 1268/2012 da Comissão, de 29 de outubro de 2012, sobre as normas de execução do Regulamento (UE, Euratom) n.º 966/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo às disposições financeiras aplicáveis ao orçamento geral da União (JO L 362 de 31.12.2012, p. 1).

47 Diretiva 2004/18/CE do Parlamen‑ to Europeu e do Conselho, de 31 de março de 2004, relativa à coordenação dos processos de adjudicação dos contratos de empreitada de obras públi‑ cas, dos contratos públicos de forneci‑ mento e dos contratos públicos de serviços (JO L 134 de 30.4.2004, p. 114).

48 Diretiva 2009/33/CE.

49 Diretiva 2010/30/UE do Parla‑ mento Europeu e do Conselho, de 19 de maio de 2010, relativa à indicação do consumo de ener‑ gia e de outros recursos por par‑ te dos produtos relacionados com a energia, por meio de rotu‑ lagem e outras indicações unifor‑ mes relativas aos produtos (JO L 153 de 18.6.2010, p. 1).

50 Ver artigo 9.º da Diretiva 2010/30/UE.

51 Diretiva 2012/27/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, relativa à eficiência energética, que altera as Diretivas 2009/125/CE e 2010/30/UE e revoga as Diretivas 2004/8/CE e 2006/32/CE (JO L 315 de 14.11.2012, p. 1).

52 Versão de abril de 2013.

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31Observações

82 O kit de ferramentas de formação sobre CPE propõe a inclusão de requi‑sitos ecológicos nas especificações técnicas, nos critérios de seleção e/ou atribuição e nas cláusulas de desem‑penho constantes dos documentos de concurso. No início da auditoria do Tribunal, os critérios dos CPE promo‑vidos no kit abrangiam 19 grupos de produtos/serviços55. São apresentados dois tipos de critérios de CPE para cada um desses grupos de produtos/servi‑ços. Segundo a DG Ambiente:

a) os critérios essenciais destinam‑se a ser utilizados pelas entidades adjudicantes e dizem respeito aos principais impactos ambientais. Estes critérios exigem apenas um pequeno esforço de verificação adicional ou um ligeiro aumento de custos para permitir uma fácil execução dos CPE;

b) os critérios exaustivos destinam‑se às entidades adjudicantes que pretendem adquirir os melhores produtos ambientais disponíveis no mercado. Estes critérios podem exigir um esforço adicional de verificação e/ou um aumento do custo comparativamente a outros produtos com a mesma função.

A maioria das instituições e organismos recorreram a contratos públicos ecológicos, mas apenas um pequeno número o fez de forma sistemática

83 A auditoria constatou que a Agên‑cia Europeia do Ambiente e o Banco Central Europeu56 tinham tornado os contratos públicos ecológicos de facto obrigatórios em todos os casos rele‑vantes, através de diretrizes internas e de um acompanhamento sistemáti‑co. No Comité das Regiões e no Comité Económico e Social Europeu, a obri‑gatoriedade dos contratos públicos ecológicos aplicava‑se apenas aos concursos lançados pelos seus serviços conjuntos. O Serviço Europeu para a Ação Externa comunicou ao Tribunal que ainda não tinha recorrido a con‑tratos públicos ecológicos. As demais entidades recorreram a esses contra‑tos, mas não de forma sistemática.

84 A auditoria avaliou os documentos de concurso de 160 procedimentos de concurso nas instituições e organis‑mos da UE, que eram relevantes para efeitos dos contratos públicos ecoló‑gicos, a fim de verificar se os critérios relativos ao kit CPE e outros critérios ecológicos tinham sido incluídos nos documentos relativos aos concursos. A maior parte destes procedimentos foi lançada e/ou finalizada em 2012. O quadro 7 apresenta uma síntese dos resultados; o método de auditoria é explicado em mais pormenor no anexo I.

53 Maio de 2007, atualizada em janeiro de 2013.

54 Comissão Europeia, Comprar ecológico! Manual de contratos públicos ecológicos, 2.ª edição, 2011. Um «documento indicativo dos serviços da Comissão», que «de modo algum poderá ser considerado vinculativo para a instituição».

55 1. Papel de cópia e papel para usos gráficos; 2. Produtos e servi‑ ços de limpeza; 3. Equipamen‑tos informáticos para escritó‑ rio; 4. Construção; 5. Transpor‑tes; 6. Mobiliário; 7. Eletricida‑de; 8. Serviços de alimentação e de fornecimento de refei‑ ções; 9. Têxteis; 10. Produtos e serviços de jardinagem; 11. Janelas, portas envidraça‑das e claraboias; 12. Isolamen‑to térmico; 13. Revestimentos duros para pavimentos; 14. Reves‑ timento de paredes; 15. Produ‑ ção combinada de calor e eletrici‑ dade (PCCE); 16. Construção de estradas e sinais de trânsito; 17. Iluminação Pública e Sinaliza‑ ção Rodoviária; 18. Telemóveis; 19. Iluminação interior.

56 Em relação ao BCE, era demasiado cedo para avaliar se as diretrizes eram integralmente cumpridas, embora fosse nítido um progresso nessa matéria.

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32Observações

85 Mais de metade dos procedimentos teve a avaliação «não ecológico» ou somente «ligeiramente ecológico» por um dos seguintes motivos:

a) os documentos de concurso não incluíam critérios ambientais ou o proponente só tinha obrigação de cumprir a legislação ambiental aplicável (não ecológico);

b) os critérios essenciais recomenda‑dos no kit sobre CPE não tinham sido aplicados de todo (não eco‑lógico) ou tinham sido aplicados apenas de forma restrita (ligeira‑mente ecológico);

c) os critérios ambientais de atribui‑ção tinham uma ponderação relati‑va baixa, o que tornava improvável qualquer impacto sobre o resulta‑do do procedimento a não ser que fossem combinados com requisitos ambientais incluídos nas especifi‑cações técnicas ou nos critérios de seleção (ligeiramente ecológico).

Os critérios referentes aos CPE da Comissão não abrangem todos os domínios relevantes de adjudicação de contratos públicos e, em certos casos, os critérios essenciais eram pouco ambiciosos

86 Desde 2008, a Comissão publicou 22 conjuntos de critérios sobre os CPE. Contudo, vários domínios relevantes de adjudicação de contratos públicos ainda não estão abrangidos. O pro‑grama de trabalho de 2014 da DG Am‑biente57 não inclui um kit de ferramen‑tas de orientação para os seguintes domínios: centros de dados58, manu‑tenção e reparação de edifícios e via‑gens de negócios (por exemplo, hotéis ecológicos, transporte aéreo, aluguer de automóveis). Os critérios existentes para o papel de cópia e o papel para usos gráficos não incluem critérios relativos aos serviços de impressão.

57 Os programas de trabalho são publicados no sítio Internet da DG Ambiente (http://ec.europa.eu/environment/gpp/gpp_criteria_wp.htm).

58 Porém, este domínio é abrangido pelo código de conduta europeu relativo à eficiência energética dos centros de dados (ver ponto 101).

Qua

dro 

7 Utilização de critérios ecológicos nos documentos de concurso

Categoria Número Percentagem do total

Ecológicos por natureza 8 5%

Muito ecológicos 21 13%

Ecológicos 32 20%

Ligeiramente ecológicos 57 36%

Não ecológicos 42 26%

Número total dos procedimentos examinados 160 100%

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33Observações

87 Em certos casos, a auditoria constatou que os critérios essenciais sobre os CPE eram pouco ambiciosos, eram muito fáceis de cumprir ou não superavam os requisitos já previstos na legisla‑ção aplicável59. Por outro lado, alguns gestores orçamentais manifestaram reticências em utilizar os critérios exaustivos, devido ao risco de a sua utilização poder condicionar o número de proponentes potenciais, já que nem todos os proponentes poderiam estar em condições de preencher esses critérios.

88 Com base, sobretudo, nas recomen‑dações da Comissão sobre os CPE, o Banco Central Europeu desenvolveu orientações internas relativas à ad‑judicação sustentável de contratos. As orientações do BCE não oferecem a possibilidade de escolher entre critérios básicos ou mais ambiciosos, mas propõem um conjunto único de critérios para cada categoria de bens ou serviços a adquirir. Por norma, os critérios do BCE são mais exigentes do que os critérios essenciais constantes do kit de ferramentas de formação sobre CPE, sem cumprir plenamente os critérios exaustivos. Porém, no caso dos equipamentos informáticos, os critérios do BCE vão além dos critérios exaustivos do kit. Além disso, as orien‑tações cobrem determinados domínios não abrangidos pelos critérios do kit de ferramentas de formação sobre CPE, como material de escritório e via‑gens internacionais.

O cálculo dos custos do ciclo de vida não é exaustivamente tido em conta

89 O cálculo dos custos do ciclo de vida está, em certa medida, incluído nos critérios do atual kit de ferramentas de formação sobre CPE. Todavia, a nova diretiva relativa aos contratos públi‑cos60, de fevereiro de 2014, fixa requi‑sitos exigentes. Estipula que se inclua, conforme o caso, a totalidade ou uma parte dos custos a seguir indicados do ciclo de vida de um produto, serviço ou obra:

a) custos suportados pela autoridade adjudicante ou outros utilizadores, nomeadamente custos relacio‑nados com a aquisição, custos de utilização, tais como consumo de energia e de outros recursos, custos de manutenção, custos de fim de vida, tais como custos de recolha e reciclagem;

b) custos imputados às externalida‑des ambientais ligadas ao produto, ao serviço ou à obra durante o seu ciclo de vida, desde que seja pos‑sível determinar e confirmar o seu valor monetário; estes custos po‑dem incluir o custo das emissões de gases com efeito de estufa e de outras emissões poluentes, assim como outros custos de atenuação das alterações climáticas.

Atualmente, o kit de ferramentas de formação sobre CPE não engloba um cálculo dos custos do ciclo de vida de uma forma tão exaustiva.

59 Ver os critérios essenciais dos CPE relativos a carregadores de telemóveis (fontes de alimen‑ tação externa) quanto à eficiên‑ cia média no estado ativo, que apenas repetem os requisitos previstos no Regulamento (CE) n.º 278/2009 da Comissão, de 6 de abril de 2009, que dá execução à Diretiva 2005/32/CE do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita aos requisitos de conceção ecológica aplicáveis ao consumo de energia elétri‑ ca em vazio e à eficiência mé‑ dia no estado ativo das fontes de alimentação externas (JO L 93 de 7.4.2009, p. 3).

60 Ver artigo 68.º (Cálculo dos custos do ciclo de vida) da Diretiva 2014/24/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa aos contratos públicos e que revoga a Diretiva 2004/18/CE (JO L 94 de 28.3.2014, p. 65).

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34Observações

Não são sistematicamente utilizadas as normas do programa Green Building relativamente ao desempe‑nho energético para os novos edifícios e grandes projetos de renovação

A melhoria do desempenho energético dos edifícios constituirá um importante desafio nos próximos anos

90 Os edifícios representam cerca de 40% do consumo total de energia na União. A melhoria do desempenho energético dos edifícios é, portanto, uma ferramenta importante para re‑duzir as emissões de gases com efeito de estufa. É na fase de conceção de um novo edifício ou de uma grande obra de renovação que se pode obter o maior impacto no futuro desempe‑nho energético do respetivo projeto. Por conseguinte, é importante que as instituições e organismos da UE estabeleçam metas ambiciosas para os seus próprios edifícios, caso preten‑dam reduzir as emissões.

91 A fim de satisfazer os mais elevados padrões de desempenho energético, as instituições e organismos da UE teriam de esforçar‑se para que os edi‑fícios cumpram os critérios exaustivos de construção do kit de ferramentas de formação sobre CPE. Esses critérios voluntários recomendam duas opções:

a) o desempenho energético de um edifício deve cumprir os critérios subjacentes a uma norma sobre edifícios com baixo perfil energéti‑co ou «passivos»;

b) em alternativa, devem estar disponíveis recursos de energias renováveis localizados (na própria infraestrutura do edifício em ques‑tão, como painéis solares, caldeiras de biomassa, turbinas eólicas, etc.) e simultaneamente existir uma procura global de energia máxima que seja significativamente inferior ao máximo permitido na legislação nacional aplicável.

92 Os critérios essenciais do kit de ferra‑mentas de formação sobre CPE, menos exigentes, recomendam a definição de normas de consumo global de energia significativamente inferior ao máximo previsto na legislação apli‑cável. O mesmo método é utilizado no «programa GreenBuilding» (GBP), lançado em 2005 pelo Centro Comum de Investigação da Comissão. Esse pro‑grama voluntário é dirigido aos pro‑prietários de edifícios não residenciais, para que apliquem medidas com uma boa relação custo‑eficácia que aumen‑tem a eficiência energética dos seus edifícios61. Um «parceiro» do programa deve atingir os seguintes objetivos:

a) os novos edifícios devem consumir menos 25% de energia total primá‑ria do que o previsto nas normas em vigor para a construção, caso tal seja viável do ponto de vista económico;

b) os edifícios já existentes devem consumir no mínimo 25% menos de energia primária total após a sua renovação, caso tal seja viá‑vel do ponto de vista económico..

61 Número de edifícios registados no programa: 936 (situação em 24 de fevereiro de 2014).

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35Observações

A política das instituições da União Europeia relativa aos edifícios em Bruxelas não tem sido ambiciosa em termos de desempenho energético

93 À data da auditoria, nenhuma das insti‑tuições da UE auditadas tinha aderido ao método promovido no âmbito do kit sobre CPE e do programa GBP para os projetos de edifícios em Bruxelas.

94 O Serviço de Infraestruturas e Logística da Comissão em Bruxelas (OIB) utilizou o «Manual de especificações aplicáveis aos edifícios» de dezembro de 2011 como documento de referência para definir o desempenho técnico e as características exigidas aos edifícios que abriguem serviços da Comissão62. De acordo com o manual, basta que os edifícios cumpram os requisitos legais mínimos ao nível regional no que se refere ao consumo de energia primária.

95 A Comissão prevê a substituição ou renovação de 50% da sua área total em Bruxelas até 2025. O OIB ainda não avaliou o impacto das disposições da Diretiva 2010/31/UE relativa ao de‑sempenho energético dos edifícios (reformulação) sobre esse projeto. Esta Diretiva exige que, após 2018, os edifícios novos ocupados e detidos por autoridades públicas sejam edifícios com um consumo de energia quase nulo e que todos os restantes novos edifícios consigam observar essa nor‑ma no final de 2020.

96 Quando, em 2010, o Parlamento Eu‑ropeu realizou a última prospeção do mercado imobiliário de Bruxelas, os critérios de seleção relativos ao desem‑penho ambiental exigiam que fossem facultadas informações sobre o de‑sempenho dos projetos propostos, mas não estabeleciam os requisitos mínimos nessa matéria. Relativamente ao projeto selecionado, respeitante ao edifício «Trebel», o promotor compro‑meteu‑se a que o novo edifício respei‑tará o nível máximo permitido de con‑sumo de energia primária ao abrigo da legislação aplicável em Bruxelas.

97 Nos próximos anos, o Parlamento terá de renovar os seus principais edifícios em Bruxelas. O primeiro visado será o edifício «Paul Henri Spaak». A ad‑ministração do Parlamento propôs quatro opções, sendo a mais ambi‑ciosa um edifício com um consumo de energia quase nulo. Em setembro de 2012, o Grupo de Trabalho «Edifí‑cios, Transportes e Parlamento Ecológi‑co» optou pela segunda melhor opção em termos de desempenho ambiental. À data da auditoria, estava pendente uma decisão da Mesa do Parlamento.

62 O manual é aplicável aos novos edifícios ou edifícios sujeitos a obras de renovação de grande escala.

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36Observações

98 O Conselho considera que o programa GBP não é relevante para o seu edifício «Europa», atualmente em construção. Partes importantes do edifício, cons‑truídas entre 1922 e 1927, deverão ser integradas no projeto e constituem património protegido. Segundo o Con‑selho, trata‑se de uma importante restrição de ordem técnica, com um impacto considerável no desempenho energético do edifício. Continuavam pendentes as decisões sobre a reno‑vação do edifício «Justus Lipsius». O Conselho previu iniciar o processo de renovação da licença ambiental do edifício em 2015.

Noutros locais foram lançados novos projetos de construção ambiciosos em termos de desempenho energético

99 A auditoria constatou que a maior parte dos projetos de construção em execução noutros locais das institui‑ções e organismos da UE eram ambi‑ciosos no que se refere às normas de desempenho energético a cumprir, pelo que estavam em conformidade com a abordagem preconizada no kit sobre CPE e no GBP. Todavia, o Banco Central Europeu é a única instituição que se registou formalmente ao abrigo do GBP graças às suas novas instala‑ções situadas em Grossmarkthalle, em Frankfurt.

100 Alguns responsáveis argumentam que é preferível e/ou suficiente utilizar o BREEAM (método de avaliação ambiental do «Building Research Establishment»63) ou mecanismos semelhantes de avaliação comercial, nomeadamente o DGNB64. No entanto, o programa GBP dá mais ênfase à efi‑ciência energética dos projetos dos edifícios do que os referidos mecanis‑mos de avaliação. Além disso, a adesão ao GBP pode ocorrer paralelamente.

Nenhuma das instituições e organismos da União Europeia objeto de auditoria subscreveu o código de conduta europeu relativo à eficiência energética dos centros de dados

101 Os centros de dados são uma das prin‑cipais causas do aumento da procura de energia nos edifícios administrati‑vos. Desde 2008, a Comissão promove o código de conduta europeu relativo à eficiência energética dos centros de dados. Este código voluntário foi criado para responder a um crescente consumo de energia em centros de dados65 e à necessidade de reduzir os impactos conexos em termos ambien‑tais, económicos e de segurança do aprovisionamento energético. O seu objetivo é informar e incentivar os operadores e detentores de centros de dados, com vista a reduzir o consu‑mo de energia com uma boa relação custo‑eficácia. A adesão ao código é possível na qualidade de participante e/ou patrocinador. À data da auditoria, nenhuma das instituições e organis‑mos da UE tinha subscrito o código.

63 O «Building Research Establishment», do Reino Unido, é um antigo centro governamental de investiga‑ção sobre edifícios (atualmen‑te um organismo privado), que realiza investigação, consultoria e testes nos setores da construção e do ambiente construído.

64 Deutsches Gütesiegel Nachhaltiges Bauen, DGNB GmbH.

65 Para efeitos do código de conduta, o termo «centros de dados» inclui todos os edifícios, instalações e salas que contenham servidores de empresas, equipamentos de comunicação entre servidores, equipamentos de refrigeração e equipamento de produção de energia e disponibilizem determinados tipos de servi‑ ços de dados (desde, por exem‑ plo, instalações otimizadas para missões de grande escala até pequenas salas com servidores localizadas em edifícios de escritórios).

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37Conclusões e recomendações

102 Para que a política climática da União Europeia seja credível, é importante que as instituições e organismos da UE deem o exemplo. Devem colocar‑se na linha da frente em termos da conceção e execução de políticas destinadas a reduzir a pegada de carbono das administrações públicas.

103 As instituições e organismos da UE não dispõem de uma abordagem comum para enfrentar esse desafio e perderam a oportunidade de definir e aplicar uma política comum que contribua para o objetivo da União para 2020 de reduzir em 20% as emissões de GEE em relação aos níveis de 1990.

104 A Comissão não propôs quaisquer regras vinculativas específicas para as atividades administrativas das insti‑tuições e organismos da UE, a fim de ter em conta o princípio do desen‑volvimento sustentável, previsto no artigo 11.º do Tratado sobre o Funcio‑namento da União Europeia.

105 Os esforços de atenuação das emissões produziram resultados tangíveis. Des‑de 2005, as instituições e organismos da UE conseguiram inverter a tendên‑cia de aumento das emissões ligadas aos seus edifícios. No entanto, a ausên‑cia de regras vinculativas foi um dos principais motivos para o atraso nas medidas tomadas, para o seu âmbito reduzido ou a sua inexistência.

106 A próxima meta de redução das emis‑sões de GEE até 2030 constitui uma nova oportunidade para as instituições e organismos da UE desenvolverem e aplicarem uma política comum.

Recomendação Política comum para

reduzir as emissões de gases com efeito de estufa

1. A Comissão deve propor uma políti‑ca comum de redução da pegada de carbono das atividades administrati‑vas das instituições e organismos da UE, a qual deverá:

a) incluir uma meta de redução global quantificada das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e, de preferência, metas intermédias quinquenais;

b) estar em conformidade com a abordagem adotada pela UE nas negociações internacionais em matéria climática, pelo que a meta fixada deverá constituir uma meta de redução absoluta.

107 As 15 instituições e organismos da UE objeto de auditoria não têm um método comum de acompanhamento das respetivas emissões de GEE. Seis não comunicaram as suas emissões e quem o fez não calculou ou divulgou os dados na totalidade. Em consequên‑cia, a pegada de carbono global das instituições e organismos da UE não é conhecida e as informações frag‑mentadas disponíveis podem afetar a credibilidade dos dados comunica‑dos e dos esforços de atenuação.

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38Conclusões e recomendações

108 Só existem provas de uma descida das emissões globais de GEE causadas pelas instituições e organismos da UE no que se refere ao consumo de energia nos edifícios. Os dados dispo‑níveis sobre as emissões causadas pela mobilidade não permitem identificar uma tendência clara. As emissões a montante causadas pela produção dos bens adquiridos, pelos serviços contratados e pela construção de edifí‑cios são frequentemente ignoradas.

109 As reduções alcançadas até agora devem‑se principalmente à compra de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis, geralmente contabilizada como emissões zero nos cálculos da pegada de carbono.

Recomendação Harmonização do cálculo

e comunicação das emissões

2. As instituições e organismos da UE devem introduzir um método harmonizado de cálculo e comunica‑ção das suas emissões de gases com efeito de estufa diretas e indiretas. A comunicação de dados deve:

a) incluir todas as emissões indire‑tas relevantes, tendo em conta a evolução do método da Pegada Ambiental das Organizações da Comissão;

b) permitir que os progressos na con‑cretização das metas de redução nas várias instituições e organis‑mos da UE sejam medidos.

110 A utilização da compensação volun‑tária para contrabalançar as emis‑sões residuais tem sido limitada e as instituições e organismos da UE não dispõem de uma abordagem comum nesta matéria.

Recomendações Abordagem comum da

compensação voluntária

3. As instituições e organismos da UE devem desenvolver uma abordagem comum no âmbito do EMAS para compensar as suas emissões resi‑duais de gases com efeito de estufa a título voluntário.

4. Quando são utilizadas compensa‑ções, estas devem ser de alta quali‑dade e verificadas de acordo com sistemas reconhecidos.

5. Quando são utilizadas compensa‑ções, estas devem visar projetos que contribuem não só para a redução das emissões, mas também para o desenvolvimento sustentável em termos de benefícios para as populações locais abrangidas pelos projetos.

111 As instituições e organismos da UE não utilizam plenamente as ferramentas de gestão ambiental promovidas pela Co‑missão, o que é passível de prejudicar quer a sua credibilidade quer a credibi‑lidade dessas ferramentas.

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39Conclusões e recomendações

112 Os progressos na introdução do siste‑ma europeu de ecogestão e auditoria têm sido lentos. Desde 2001 que as administrações públicas têm a possi‑bilidade de se registarem no EMAS e, em junho de 2014, sete das instituições e organismos da UE objeto de audito‑ria estavam registadas. Na Comissão o âmbito de aplicação do EMAS apre‑sentava limitações significativas.

113 Os contratos públicos ecológicos são considerados como uma opção em vez de uma obrigação nos termos das atuais regras financeiras da União Europeia e apenas uma parte das instituições e organismos da UE os utilizam de forma sistemática. O Tribu‑nal constatou que mais de metade dos 160 procedimentos relevantes analisa‑dos não incluía critérios ambientais ou apenas utilizava critérios insuficientes, os quais não eram suscetíveis de ter qualquer impacto no resultado do pro‑cedimento. As normas do programa voluntário GreenBuilding da Comissão relativamente ao desempenho energé‑tico não são sistematicamente utiliza‑das para os novos edifícios e grandes projetos de renovação.

114 À data da auditoria, nenhuma das instituições e organismos da UE tinha subscrito o código de conduta europeu relativo à eficiência energética dos centros de dados, de caráter voluntário.

Recomendações Aplicação integral do EMAS

e dos contratos públicos ecológicos

6. Todas as instituições e organismos da UE devem registar‑se no EMAS, o sistema europeu de ecogestão e auditoria, e aplicá‑lo suprimindo progressivamente quaisquer limita‑ções de âmbito de aplicação. Devem igualmente ponderar subscrever o código de conduta europeu relati‑vo à eficiência energética dos centros de dados.

7. As instituições e organismos da UE devem, sempre que possível, utilizar contratos públicos ecológi‑cos. As regras financeiras e/ou as regras de adjudicação de contratos públicos aplicáveis às instituições e organismos da UE devem forne‑cer as ferramentas necessárias para a proteção do ambiente e o desen‑volvimento sustentável, garantindo simultaneamente a adjudicação de contratos com a melhor relação custo‑benefício.

O presente relatório foi adotado pela Câmara IV, presidida por Milan Martin CVIKL, membro do Tribunal de Contas Europeu, no Luxemburgo, na sua reunião de 24 de junho de 2014.

Pelo Tribunal de contas

Vítor Manuel da SILVA CALDEIRA Presidente

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40Anexo

Método de auditoria utilizado na avaliação dos contratos públicos ecológicos

A auditoria avaliou 160 procedimentos de concurso acima do limiar de 60 000 euros relevantes para efeitos dos con‑tratos públicos ecológicos, a fim de verificar se os documentos relativos aos concursos incluíam critérios ambientais. Não foram avaliadas as propostas recebidas nem as decisões de adjudicação relacionadas com esses procedimentos.

Critérios de avaliação dos documentos de concurso

A Comissão define os contratos públicos ecológicos (CPE) como «um processo mediante o qual as autoridades públi‑cas procuram adquirir bens, serviços e obras com um impacto ambiental reduzido em todo o seu ciclo de vida quan‑do comparado com bens, serviços e obras com a mesma função primária que seriam de outro modo adquiridos»1.

A Comissão forneceu orientações sobre os CPE2 e elaborou um kit de ferramentas de formação para preparar con‑cursos que, à data da auditoria, abrangiam 19 diferentes grupos de produtos/serviços3. São propostos dois tipos de critérios para cada um desses grupos: critérios «essenciais» e os critérios «exaustivos» que são mais ambiciosos. Segundo a DG Ambiente,

a) os critérios essenciais destinam‑se a ser utilizados pelas entidades adjudicantes e dizem respeito aos principais impactos ambientais. Estes critérios exigem apenas um pequeno esforço de verificação adicional ou um ligeiro aumento de custos para permitir uma fácil execução dos CPE;

b) os critérios exaustivos destinam‑se às entidades adjudicantes que pretendem adquirir os melhores produtos ambientais disponíveis no mercado. Estes critérios podem exigir um esforço adicional de verificação e/ou um aumento do custo em relação a outros produtos com a mesma função.

Exemplos comparativos de critérios essenciais e exaustivos relativamente ao papel de cópia e papel para usos gráficosAquisição de papel de escritório reciclado, fabricado a partir de fibras de papel 100% recuperadas

Critérios essenciais Critérios exaustivos

O papel deverá ser fabricado a partir de fibras de papel 100% recuperadas.As fibras de papel recuperadas incluem fibras recicladas pós-consumo e pré-consumo provenientes de fábricas de papel (também designadas aparas). As fibras recicladas pós-consumo poderão provir de consumidores, escritórios, lojas de impressão, encadernadores e afins.

O papel deverá ser fabricado a partir de fibras de papel 100% recuperadas, com um mínimo de 65% de fibras recicladas pós-consumo. As fibras de papel recuperadas incluem fibras recicladas pós-consumo e pré-consumo provenientes de fábricas de papel (também designadas aparas). As fibras recicladas pós-consumo poderão provir de consumidores, escritórios, lojas de impressão, encadernadores e afins.

O papel deverá ser, pelo menos, livre de cloro elementar (ECF). Aceitar-se-á também o papel totalmente livre de cloro (TCF).

Deverão ser cumpridos os critérios ecológicos do rótulo ecológico da União Europeia ou de outros rótulos nacionais ecológicos de tipo I diretamente re-lacionados com a produção de papel (e não as práticas de gestão da fábrica). Documentos sobre os critérios disponíveis em: • rótulo ecológico da União Europeia: http://ec.europa.eu/environment/ecolabel/product/pg_copyingpaper_en.htm

Fonte: «Papel de cópia e papel para usos gráficos — Ficha de produto para contratos públicos ecológicos (CPE)», Ferramentas de formação CPE Comissão Europeia — Módulo 3: Recomendações de compra, Bruxelas, 2008 (http://ec.europa.eu/environment/gpp/pdf/toolkit/paper_GPP_product_sheet_pt.pdf).

1 COM(2008) 400 final, p. 4.

2 «Comprar ecológico! Manual de contratos públicos ecológicos», 2.ª edição, 2011.

3 1. Papel de cópia e papel para usos gráficos; 2. Produtos e serviços de limpeza; 3. Equipamentos informáticos para escritório; 4. Construção; 5. Transportes; 6. Mobiliário; 7. Eletricidade; 8. Serviços de alimentação e de fornecimento de refeições; 9. Têxteis; 10. Produtos e serviços de jardinagem; 11. Janelas, portas envidraçadas e claraboias; 12. Isolamento térmico; 13. Revestimentos duros para pavimentos; 14. Revestimento de paredes; 15. Produção combinada de calor e eletricidade (PCCE); 16. Construção rodoviária e sinais de trânsito; 17. Iluminação Pública e Sinalização Rodoviária; 18. Telemóveis; 19. Iluminação interior.

Ane

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41Anexo

Sempre que possível, a auditoria avaliou os documentos de concurso com base nas recomendações efetuadas no kit. Nos casos em que este não abrangia domínios relevantes, a equipa de auditoria aplicou, por analogia, critérios do kit relativos a outros grupos de produtos/serviços. Assim, por exemplo, não existiam critérios para as fotocopiadoras, mas foi possível aplicar, por analogia, alguns critérios para equipamentos informáticos; não existiam critérios para o arrendamento ou o aluguer de um edifício, mas certos critérios da ficha de produto do kit relativa à construção puderam ser utilizados.

Cinco categorias para classificar os procedimentos

Para classificar os procedimentos examinados utilizaram‑se as seguintes cinco categorias

Não ecológicos

Os documentos de concurso não incluíam qualquer referência a considerações ambientais ou indicavam apenas cláusulas sem impacto no método de aquisição. Exemplos: está incluída uma cópia ou referência à política glo‑bal da instituição em matéria ambiental ou é exigido o cumprimento da legislação ambiental aplicável.

Ligeiramente ecológicos

a) Kit disponível: cumpre apenas parcialmente os critérios essenciais. Nos casos em que a vertente ecológica do procedimento incide nos critérios de atribuição, a ponderação dos critérios ambientais em percentagem da ponderação total (relativa ao preço e à qualidade) é inferior a 10%;

b) Kit não disponível: os documentos de concurso incluem algumas cláusulas ambientais, mas estas dizem res‑peito apenas a uma ou várias características secundárias do contrato proposto. Nos casos em que a vertente ecológica do procedimento incide nos critérios de atribuição, a ponderação dos critérios ambientais em percentagem da ponderação total (relativa ao preço e à qualidade) é inferior a 10%.

Ecológicos

a) Kit disponível: cumpre total ou largamente os critérios essenciais e/ou cumpre parcialmente os critérios exaustivos. Nos casos em que a vertente ecológica do procedimento incide nos critérios de atribuição, a pon‑deração dos critérios ambientais em percentagem da ponderação total é de 10% ou mais;

b) Kit não disponível: os documentos de concurso incluem cláusulas ambientais significativas que dizem res‑peito à função primária dos bens, serviços ou obras a adquirir. Nos casos em que a vertente ecológica do procedimento incide nos critérios de atribuição, a ponderação dos critérios ambientais em percentagem da ponderação total é de 10% ou mais.

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42Anexo

Muito ecológicos

a) Kit disponível: cumpre total ou amplamente os critérios exaustivos. Significa isto que estão incluídos critérios de seleção ambientais, requisitos ambientais rigorosos nas especificações técnicas e/ou é dada uma forte importância aos aspetos ambientais nos critérios de atribuição (ponderação de 25% ou mais).

b) Kit indisponível: os documentos de concurso baseiam‑se sobretudo em boas práticas ambientais. Significa isto que estão incluídos critérios ambientais de seleção, requisitos ambientais nas especificações técnicas e/ou é dada uma forte importância aos aspetos ambientais nos critérios de atribuição (ponderação de 25% ou mais).

Ecológicos por natureza

Nesta categoria, a função primária dos bens, serviços e obras a adquirir é ecológica (por exemplo a construção de um telhado verde ou a aquisição de serviços de consultoria destinados a melhorar o desempenho ambiental).

Amostra selecionada

Foi analisado um total de 160 procedimentos de contratos públicos de todas as instituições e organismos da UE, excetuando o Serviço Europeu para a Ação Externa4.

A amostra incluiu procedimentos lançados e/ou encerrados ao longo do período de janeiro de 2012 a fevereiro de 2013. Certos procedimentos lançados antes ou depois desse período foram igualmente incluídos, a fim de obter um panorama mais completo, nomeadamente em relação às instituições e organismos da UE de menor dimensão e com poucos procedimentos de concurso.

4 O SEAE comunicou ao Tribunal que ainda não aplica os procedimentos de contratos públicos ecológicos promovidos pela Comissão.

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Da Comissão Europeia

Síntese

IA União Europeia lidera na política climática dinâmica e na sua aplicação a nível internacional. Na opinião da Comissão, o sistema EMAS é o instrumento adequado para reduzir a pegada de carbono das instituições e organismos da UE. Além disso, existem muitos exem‑plos de políticas aplicadas em relação à consecução do objetivo de redução de 20% das emissões até 2020 que também se aplicam às administrações públicas, incluindo as instituições da UE e o seu pessoal. Tal con‑tinuará a ser o caso relativamente aos novos objetivos para 2030 (incluindo o objetivo proposto de redução das emissões de gases com efeito de estufa de 40%).

A Comissão tem uma política ambiental para as suas próprias atividades que dá prioridade à prevenção da poluição, à eficiência na utilização dos recursos naturais, à redução das emissões de CO2, à menor produção de resíduos, à promoção da reciclagem, à inclusão de crité‑rios ambientais nos concursos públicos, ao respeito da legislação ambiental e a comportamentos mais susten‑táveis em relação ao pessoal e partes interessadas, etc.

Constitui, por conseguinte, a estratégia da Comissão a redução do impacto ambiental real das suas ativi‑dades diárias e administrativas através do sistema de gestão ambiental EMAS.

A Comissão pretende obter reduções efetivas em termos de impacto através do EMAS e não através da atenuação (em especial a compensação) das emissões de CO2.

Atendendo à dimensão e organização da Comissão, o sistema EMAS foi aplicado pela primeira vez num pequeno número dos seus edifícios em Bruxelas e o seu âmbito foi alargado progressivamente. Em 2013, o registo no EMAS cobria 89% do pessoal e 57% do espaço disponível em todos os locais.

Do Conselho Europeu e do Conselho da União Europeia

Consciente da importância cada vez maior das questões ambientais, o Secretariado ‑Geral do Conselho (SGC) está desde há muitos anos apostado em melhorar o desempenho ambiental das suas atividades. Reco‑nhecendo o contributo positivo que pode dar para o desenvolvimento sustentável da sociedade, o SGC visa integrar os princípios de uma boa gestão ambiental no seu funcionamento quotidiano. O SGC desenvolve um programa de gestão ambiental para permitir a imple‑mentação do sistema comunitário de ecogestão e audi‑toria (EMAS) tal como definido no Regulamento (CE) n.º 1221/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho.

Por último, o SGC observa que os objetivos do seu pro‑grama de gestão ambiental estão em sintonia com as recomendações formuladas pelo Tribunal.

Respostas

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Respostas das instituições e dos organismos da UE auditados

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VIIA Comissão aceita em parte esta recomendação. Na opinião da Comissão, o sistema EMAS é o instrumento adequado para reduzir a pegada de carbono das insti‑tuições e organismos da UE. Por conseguinte, a Comis‑são irá ter em conta esta recomendação através de uma maior implantação do EMAS.

No entanto, a fixação de um objetivo quantificado para a redução global das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 não tem em conta considerações mais amplas, como a relação custo‑eficácia e as especificida‑des das instituições e organismos da UE.

Além disso, a Comissão irá continuar a desenvolver polí‑ticas adequadas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa com uma boa relação custo‑eficácia e, tanto quanto possível, de forma holística, inclusive, em relação a 2030, com base em avaliações de impacto exaustivas que forneçam uma avaliação completa dos custos e benefícios envolvidos, se for caso disso.

A redução das emissões nos casos em que for menos onerosa constitui um aspeto essencial da política atual, sendo a razão pela qual apenas objetivos de redução vinculativos tendem a ser fixados ao nível europeu e dos Estados‑Membros e não das organizações. Tal assegura a flexibilidade necessária para realizar os obje‑tivos da melhor forma possível.

Embora a legislação da União Europeia não imponha metas específicas de redução das emissões para as administrações públicas, podem ainda ser tomadas novas medidas a este nível, nomeadamente através da continuação da implantação do EMAS, o que constitui uma política comum para reduzir a pegada de carbono das operações administrativas das instituições e orga‑nismos da UE.

VII a)A Comissão aceita a recomendação sujeita ao desenvol‑vimento bem sucedido do Método da Pegada Ambien‑tal das Organizações no que se refere às administrações públicas. Além disso, a Comissão considera que, através da implementação do EMAS, estabeleceu uma forma adequada de identificação, medição e apresentação de relatórios sobre os mais significativos impactos ambien‑tais diretos e indiretos, incluindo as suas emissões de gases com efeito de estufa.

No atual contexto orçamental, a Comissão alarga o seu sistema progressivamente com os recursos disponíveis. A Comissão lidera pelo exemplo, incentivando outras instituições e organismos a aplicarem o EMAS e assu‑mindo estes a presidência do GIME (grupo interinstitu‑cional de gestão ambiental).

IIA Comissão está continuamente a alargar o âmbito do EMAS e dos seus relatórios sobre emissões. A enorme expansão do âmbito do EMAS indica claramente o empenho da Comissão em reduzir o seu impacto ambiental. A apresentação de relatórios exaustivos continua a ser o objetivo da Comissão quando o EMAS estiver plenamente aplicado.

IVA Comissão realizou desde 2005 uma importante redu‑ção das emissões de CO2 por metro quadrado em Bru‑xelas, na ausência do pressuposto de que a eletricidade gerada a partir de fontes renováveis gera zero emissões (‑46,2% entre 2005 e 2012 nos edifícios EMAS).

VNa Comissão, a aplicação do EMAS e a sua extensão contínua têm progredido de modo satisfatório, tendo em conta os requisitos do regulamento e as restrições orçamentais. Além disso, a extensão do EMAS deve ser considerada importante relativamente à sua dimensão, distribuição geográfica e tipo de organização.

A introdução de critérios ambientais nos contratos públicos é um dos objetivos da política ambiental da Comissão.

VIA Comissão tenciona continuar a implantação do EMAS, o que constitui uma política comum para reduzir a pegada de carbono das operações administrativas das instituições e organismos da UE.

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Respostas das instituições e dos organismos da UE auditados

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Introdução

01A definição clássica de desenvolvimento sustentável consiste num desenvolvimento que satisfaz as neces‑sidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades. Por conseguinte, subscreve o conceito de «limitações», a fim de garantir que o ambiente possa responder tanto às necessidades presentes como às futuras.

04A União Europeia lidera na política climática dinâmica e na sua aplicação a nível internacional. Existem muitos exemplos de políticas aplicadas em relação à conse‑cução do objetivo de redução de 20% das emissões até 2020 que também se aplicam às administrações públicas, incluindo as instituições da UE e o seu pessoal. Tal continuará a ser o caso relativamente aos novos objetivos para 2030 (incluindo o objetivo proposto de redução das emissões de gases com efeito de estufa de 40%).

06A Comissão tenciona prosseguir a sua abordagem dinâmica da política em matéria de alterações climáticas e respetiva aplicação e continuará a desenvolver políti‑cas adequadas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa com uma boa relação custo‑eficácia e, tanto quanto possível, de forma holística. Embora a legislação da União Europeia não imponha metas específicas de redução das emissões para as administra‑ções públicas, podem ainda ser tomadas novas medidas a este nível, nomeadamente através da continuação da implantação do EMAS. A enorme expansão do âmbito do EMAS indica claramente o empenho da Comissão em reduzir o seu impacto ambiental.

07A Comissão continuará a procurar obter reduções efetivas das emissões através das políticas existentes, incluindo o EMAS, embora considerando também outras opções, tais como a compensação.

VII b)A Comissão aceita esta recomendação, sublinhando, ao mesmo tempo, a abordagem voluntária e a autono‑mia de cada instituição e organismo da UE para decidir sobre a adequação dessa eventual compensação.

Além disso, a Comissão continuará a procurar obter reduções efetivas das emissões através das políticas existentes, incluindo o EMAS.

Esta abordagem comum irá também ter em conta:

i) a necessidade de evitar a frustração dos esfor‑ços adicionais para alcançar reduções efetivas das emissões,

ii) os mecanismos existentes, tais como o comércio de emissões, e 

iii) a disponibilidade de sistemas de prestação de in‑formações e de regimes de compensação de nível suficientemente elevado. Será também necessá‑rio realizar uma avaliação do impacto sobre os recursos da UE e a utilização dos fundos públicos.

VII c)A Comissão aceita esta recomendação e apoia plena‑mente a promoção do sistema EMAS. As limitações do âmbito fazem parte do sistema EMAS, a fim de permitir que cada organização dê resposta aos aspetos ambien‑tais mais significativos.

A Comissão irá ponderar a assinatura do código de conduta europeu relativo à eficiência energética dos centros de dados após avaliar se é compatível com as perspetivas financeiras e, em particular, as dotações administrativas.

A revisão em curso do RF e das NE estabelece o quadro regulamentar para o fomento de contratos públicos ecológicos, incluindo o cálculo do custo ao longo do ciclo de vida, em linha com Diretiva 2014/24/UE.

A Comissão continuará a elaborar documentos de orien‑tação para os CPE e a promover esses documentos junto do grupo GIME.

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sobre um dos indicadores principais EMAS, tem de ser dada uma explicação.

21O aumento do âmbito das atividades abrangidas já é tido em conta no plano de ação EMAS para 2014 e con‑duzirá a um relatório mais completo para 2013 e a resul‑tados adicionais.

29O Método da Pegada Ambiental das Organizações, conforme recomendado pela Comissão, encontra‑se atualmente sujeito a um extenso teste‑piloto até ao final de 2016. Entre os objetivos da fase‑piloto conta‑se a definição de certos requisitos técnicos que serão fun‑damentais para uma ampla aplicação do método numa administração organizada como a Comissão. Além disso, os resultados da fase‑piloto conduzirão provavelmente a uma revisão/melhoria do Método da Pegada Ambien‑tal das Organizações. Durante este exercício, a Comissão deu prioridade ao desenvolvimento de regras setoriais em matéria de PAO para os setores que representam a maior parte dos impactos ambientais. O setor da admi‑nistração pública não é um deles. Depois de analisar os resultados da fase‑piloto, após a revisão do Método da Pegada Ambiental das Organizações estar disponível, a Comissão estudará a possibilidade de lançar uma fase‑piloto interna para desenvolver regras setoriais específicas para o cálculo e a apresentação de relatórios sobre a pegada ambiental da Comissão ou de adminis‑trações públicas análogas.

31As emissões utilizadas em 1990 são desconhecidas da maioria das organizações. A avaliação do seu desempe‑nho atual face às emissões reais em 1990 é normalmente feita através de estimativas.

35A Comissão considera que comunicar as emissões numa base zero sobre a utilização de eletricidade verde pode ocultar a verdadeira redução (ou aumento) do consumo de energia.

37Através da compra de eletricidade verde, as instituições incentivam os produtores de eletricidade a optar por instalações de produção de energias renováveis.

Esta abordagem irá também ter em conta:

i) a necessidade de evitar a frustração dos esforços adi‑cionais para alcançar reduções efetivas das emissões,

ii) os mecanismos existentes, tais como o comércio de emissões, e 

iii) a disponibilidade de sistemas de prestação de infor‑mações e de regimes de compensação de nível sufi‑cientemente elevado. Será também necessário realizar uma avaliação do impacto sobre os recursos da UE e a utilização dos fundos públicos.

Observações

12A existência de informações fiáveis e exaustivas sobre a pegada de carbono não é uma condição indispensável para a elaboração e execução de estratégias de atenuação. Na Comissão, são aplicadas estratégias de atenuação com uma clara redução em termos de impacto ambiental.

16A Comissão considera que a utilização do Método da Pegada Ambiental das Organizações para a medição e comunicação do desempenho ambiental ao longo do ciclo de vida das organizações, em conformidade com a sua Recomendação de 9 de abril de 2013, deve ser incentivada, inclusive através de organizações registadas no EMAS. Depois de analisar os resultados da fase‑piloto, após a revisão do Método da Pegada Ambiental das Organizações estar disponível, a Comissão estudará a possibilidade de lançar uma fase‑piloto interna para desenvolver regras setoriais específicas para o cálculo e a apresentação de relatórios sobre a pegada ambiental da Comissão ou de administrações públicas análogas.

18No que respeita à referência às instituições e organismos da UE que não comunicam todos os elementos das suas emissões de gases com efeito de estufa, o Regulamento EMAS indica que as organizações devem comunicar as suas emissões sempre que adequado e relevante. As organizações estão autorizadas a comunicar parcial‑mente as suas emissões diretas e indiretas, dependendo, entre outros, do âmbito do seu registo no EMAS. Se as organizações não apresentarem de todo informações

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Respostas das instituições e dos organismos da UE auditados

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a flexibilidade necessária para realizar os objetivos da melhor forma possível.

Embora a legislação da UE não imponha metas especí‑ficas de redução das emissões para as administrações públicas, podem ainda ser tomadas novas medidas a este nível, nomeadamente através da continuação da implantação do EMAS.

52Existe uma gama muito vasta de possíveis créditos de compensação de qualidade muito variável.

Existem regras que regem a utilização de compensações para garantir a conformidade com a legislação da UE em matéria de ação climática, que, por razões de coerência, devem ser refletidas em qualquer recurso à compensa‑ção por parte das instituições da UE. Estas regras dizem respeito tanto à quantidade em relação à própria ação como ao tipo considerado de qualidade suficiente. É essencial para garantir, por exemplo, que as ações utilizadas para fins de compensação sejam adicionais, sejam objeto de monitorização, comunicação e verifi‑cação sólidas para reduzir as possibilidades de fraude e estejam sujeitas a regras contabilísticas que limitem a possibilidade de dupla contagem.

A Comissão continuará a dar prioridade máxima à obtenção de reduções efetivas das emissões através das políticas existentes, incluindo o EMAS, embora con‑siderando também outras opções como a compensação.

Esta abordagem irá também ter em conta:

i) a necessidade de evitar a frustração dos esforços adi‑cionais para alcançar reduções efetivas das emissões,

ii) os mecanismos existentes, tais como o comércio de emissões, e 

iii) a disponibilidade de sistemas de prestação de in‑formações e de regimes de compensação de nível suficientemente elevado. Será também necessário realizar uma avaliação do impacto sobre os recursos da UE e a utilização dos fundos públicos.

61 — Último travessãoA Comissão continuará a procurar obter reduções efetivas das emissões através das políticas existentes, incluindo o EMAS, tendo simultaneamente em conta a recomendação no sentido de desenvolver uma

39 c)A maioria dos visitantes e participantes externos podem comunicar as suas emissões de viagem através da sua própria organização, o que é suscetível de conduzir a uma dupla contagem.

44Embora a legislação da UE não imponha metas especí‑ficas de redução das emissões para as administrações públicas, podem ainda ser tomadas novas medidas a este nível, nomeadamente através da continuação da implantação do EMAS.

A redução das emissões nos casos em que for menos onerosa constitui um aspeto essencial da política atual, sendo a razão pela qual apenas objetivos de redução vinculativos tendem a ser fixados ao nível europeu e dos Estados‑Membros e não das organizações. Tal assegura a flexibilidade necessária para realizar os objetivos da melhor forma possível.

46No quadro do Comité Diretor do EMAS de janeiro de 2014, a Comissão decidiu estabelecer metas a longo prazo, para além dos objetivos anuais já existentes. Tal foi decidido a fim de orientar melhor os seus serviços no estabelecimento de metas e ações anuais.

47Uma vez que o pessoal da Comissão está a diminuir (‑ 5% no âmbito das atuais perspetivas financeiras) e uma vez que o seu âmbito EMAS está em constante evolução, continuará a prestar informações tanto em termos abso‑lutos como relativos.

51A Comissão irá continuar a desenvolver políticas ade‑quadas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa com uma boa relação custo‑eficácia e, tanto quanto possível, de forma holística, inclusive, em relação a 2030, com base em avaliações de impacto exausti‑vas que forneçam uma avaliação completa dos custos e benefícios envolvidos, se for caso disso.

A redução das emissões nos casos em que for menos onerosa constitui um aspeto essencial da política atual, sendo a razão pela qual apenas objetivos de redução tendem a ser fixados ao nível europeu e dos Estados‑Membros e não das organizações. Tal assegura

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Respostas das instituições e dos organismos da UE auditados

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do EMAS. A extensão é progressivamente efetuada começando em primeiro lugar pelos locais mais signifi‑cativos. Em termos de superfícies, as representações da Comissão nos Estados‑Membros representam cerca de 2% do total dos edifícios da Comissão; alguns deles são utilizados por outras instituições.

76É de salientar que a diminuição de 15% entre 2005 e 2012 do consumo de energia dos edifícios de Bruxelas foi alcançada numa altura em que, devido ao alargamento, o pessoal da Comissão aumentou 25%.

79O Regulamento Financeiro e as suas normas de execu‑ção preveem os mesmos princípios que os contidos nas diretivas, de modo que as regras da União Europeia são coerentes com as aplicadas pelos Estados‑Membros.

O novo Regulamento Financeiro (RF) e respetivas normas de execução, que se encontram em processo de aprovação, devem incentivar ainda mais a integração de considerações de caráter ambiental, incluindo o cálculo dos custos ao longo do ciclo de vida como método de atribuição em conformidade com a Diretiva 2014/24/UE.

80O RF/NE é um regulamento horizontal que não se des‑tina a enumerar as obrigações setoriais de cada política, mas sim a fornecer regras gerais para a execução do orçamento.

O RF/NE, atualmente em processo de aprovação, deve prever que, ao utilizar o cálculo dos custos ao longo do ciclo de vida, as instituições da UE devem utilizar os métodos adotados a nível da UE, sempre que possível. A aplicação desta possibilidade deve ser assegurada pelos serviços competentes no quadro da política EMAS.

81A Comissão considera adequado utilizar o vade‑mécum e as orientações específicas para promover os contratos públicos ecológicos numa base voluntária, garantindo simultaneamente a difusão de boas práticas que sirvam também de referência aos Estados‑Membros.

abordagem comum da compensação para as institui‑ções da União Europeia.

É importante ter em mente que, desde 2012, as emissões de CO2 de todos os voos dentro e entre os países do Espaço Económico Europeu (EEE) são abrangidas pelo regime de comércio de licenças de emissão da UE (com aplicação à Croácia desde 1 de janeiro de 2014). Isto significa que os operadores aéreos devem adquirir e devolver licenças para cobrir todas as emissões. Os voos dentro do EEE estão, por conseguinte, sujeitos ao preço do carbono no quadro do regime de comércio de licenças de emissão da UE, o que pode ser considerado equivalente a compensação.

Ver as observações ao ponto 52.

65A Comissão gostaria de salientar que o quadro 6 não reflete os metros quadrados reais cobertos, mas apenas a percentagem de área dos edifícios.

67Não devemos subestimar os esforços para cumprir os requisitos do EMAS. A Comissão é, de longe, a maior instituição. A Comissão tem uma política muito clara de expandir progressivamente o EMAS a todos os seus locais e atividades dentro do orçamento disponível (ver Decisão C(2013) 7708).

68A extensão do EMAS a Bruxelas e ao Luxemburgo começaram imediatamente após a decisão de 2009 com a totalidade das atividades registada em 2010 para Bruxelas e em 2012 para o Luxemburgo. O registo da totalidade dos edifícios será feito em 2015 em Bruxelas e, progressivamente, noutros locais.

69A decisão de certificação no quadro da norma ISO 14001 dos cinco locais do Centro Comum de Investigação foi tomada antes de a Comissão ter decidido alargar o EMAS em 2009. O registo no EMAS desses locais está atualmente em curso.

70A Comissão decidiu que a extensão do EMAS deve ser monitorizada ao mais alto nível pelo Comité Diretor

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87A atualização de critérios é um processo muito exigente em termos de recursos. A Comissão está a desenvolver esforços para colmatar as lacunas existentes e rever os grupos de produtos no âmbito dos recursos existentes. Os critérios relativos à telefonia móvel foram retirados do sítio web, uma vez que já não eram, de facto, ambi‑ciosos e, além disso, não foram identificados como uma prioridade elevada pelo grupo consultivo CPE.

89O cálculo dos custos ao longo do ciclo de vida não faz necessariamente sentido para todos os grupos de produtos. Por exemplo, se as entidades adjudicantes pretendem comprar papel ecológico, será suficiente especificar que o documento seja «reciclado» ou «proveniente de fontes sustentáveis», porque, com este grupo de produtos, o adquirente não terá custos de manutenção ou funcionamento.

A Comissão está a preparar a transposição da presente diretiva no âmbito do Regulamento Financeiro. No entanto, isso não torna obrigatória a utilização do cál‑culo dos custos ao longo do ciclo de vida.

98 — Último travessãoA Comissão está atualmente a ponderar a possibilidade de apresentar documentos de orientação para efeitos do cálculo dos custos ao longo do ciclo de vida.

90A Comissão tem objetivos para os edifícios em matéria de energia e obtém resultados positivos no âmbito do sistema EMAS. Em Bruxelas, por exemplo, quando a Diretiva «Eficiência energética» 2012/27/UE permitiu obter 0,13% de poupança anual de energia, a Comissão inscreveu no seu plano anual 1% de poupança anual de energia, ou seja, oito vezes mais.

1 The Uptake of Green Public Procurement in the EU27, Centro de Estudos de Política Europeia http://ec.europa.eu/environment/gpp/pdf/CEPS‑CoE‑GPP%20MAIN%20REPORT.pdf.

2 Conclusões do Conselho, de 22 de setembro de 2008, http://register.consilium.europa.eu/doc/srv?l=PT&f=ST%2013067%202008%20INIT.

84De um modo geral, alguns tipos de CPE são utilizados na maioria dos casos, embora muitos processos não sejam totalmente ecológicos. Apenas cerca de um quarto dos contratos não incluíram critérios ecológicos. Com este objetivo, as instituições estão em melhor situação do que a média das autoridades públicas na Europa. De acordo com um estudo1, baseado num inquérito realizado à escala da UE, 54%, em média, das autoridades públicas constantes de um inquérito realizado a nível de toda a UE, incluíram algum tipo de critério ecológico na sua última aquisição no período 2009‑2010 para 10 grupos de produtos prioritários (construção, eletricidade, produtos e serviços de lim‑peza, têxteis, produtos alimentares e serviços de restauração, mobiliário, equipamentos de TI para escritório, papel, produtos e dispositivos de jardinagem, transportes).

85Na Comunicação da Comissão «Contratos públicos para um ambiente melhor» (ver nota 43), a Comissão propõe que, «até 2010, 50% de todos os concursos sejam eco‑lógicos, sendo que «ecológico» significa conforme aos critérios comuns CPE «essenciais» aprovados». A per‑centagem seria expressa tanto em número como em valor dos contratos ecológicos, em comparação com o número e valor globais dos contratos celebrados nos sectores relativamente aos quais foram identificados critérios comuns CPE «essenciais». Esta meta foi subse‑quentemente aprovada pelo Conselho2.

Uma vez que o Tribunal também incluiu grupos de pro‑dutos para os quais não existem critérios CPE da União, as metodologias sobre o modo de avaliar a consecução do objetivo CPE não são totalmente compatíveis.

86Juntamente com os Estados‑Membros representados no grupo consultivo informal CPE, a DG ENV efetuou um exercício de definição de prioridades em matéria de CPE em 2012/2013 para identificar as necessidades de desenvolvimento de critérios CPE. Os centros de dados receberam uma prioridade elevada e será decidido em breve se serão desenvolvidos critérios para os mesmos. A manutenção de edifícios deverá ser incluída nos futu‑ros critérios aplicáveis a edifícios de escritórios. Às viagens de negócios não foi atribuída uma priori‑dade específica.

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101Os requisitos do código de conduta para os centros de dados aplicáveis aos edifícios da Comissão terão impli‑cações orçamentais muito importantes. A decisão de avançar nesse sentido implicará igualmente uma revi‑são aprofundada dos edifícios e certos requisitos nem sequer podem ser aplicados aos edifícios da Comissão, devido à sua idade. No entanto, a organização interna dos centros de dados respeita as recomendações do código de conduta.

Para além dos seus próprios centros de dados, a Comis‑são arrendou instalações para os centros de dados no Luxemburgo e em Bruxelas. Os proprietários destas instalações dos centros de dados assinaram o código de conduta.

A Comissão está atualmente a refletir sobre a sua polí‑tica de centros de dados, incluindo a utilização da «nuvem».

Conclusões e recomendações

102A União Europeia lidera em termos de política climá‑tica dinâmica e de aplicação a nível internacional, indo esta abordagem ser prosseguida em relação aos novos objetivos para 2030 e ao objetivo proposto de 40% de redução dos gases com efeito de estufa.

103Na opinião da Comissão, o sistema EMAS é o instru‑mento adequado para reduzir a pegada de carbono das instituições e organismos da UE.

Além disso, existem muitos exemplos de políticas apli‑cadas em relação à consecução do objetivo de redução de 20% das emissões até 2020 que também se aplicam às administrações públicas, incluindo as instituições da União Europeia e o seu pessoal. Tal continuará a ser o caso relativamente aos novos objetivos para 2030 (incluindo o objetivo proposto de redução das emissões de gases com efeito de estufa de 40%).

93Embora este programa ainda esteja em curso, a prio‑ridade do OIB, do OIL e do JRC tem sido estabelecida em conformidade com as normas aplicáveis a nível nacional ou regional. Isto não exclui a possibilidade de que alguns dos projetos de construção mais recentes da Comissão e, em particular, os projetos em curso no JRC em Ispra, cumpram, de facto, os requisitos do programa GreenBuilding. O OIB integrará o programa no futuro, se existir um valor acrescentado.

94O Manual de especificações normalizadas dos edifícios visa a consecução de um desempenho passivo dos edifícios e estabelece os seguintes requisitos mínimos para os projetos:

— Diretiva 2010/31/UE relativa ao desempenho energético dos edifícios;

— Requisitos mínimos legais regionais.

O manual de especificações normalizadas dos edifí‑cios também exige que as auditorias energéticas e/ou estudos energéticos sejam realizados com o objetivo de avaliar a aplicação de soluções de eficiência energética e a introdução de fontes de energia renováveis.

95A Comissão está empenhada em respeitar o papel exemplar dos organismos públicos através do seu empenhamento em aplicar os requisitos da Diretiva «Eficiência energética» 2012/27/UE (artigos 4.º e 5.º) e o OIB (Bruxelas) avaliou o impacto técnico da diretiva sobre os seus edifícios.

Em qualquer caso (tanto para edifícios novos como para renovações), as ambições dos projetos futuros e o res‑petivo impacto financeiro devem respeitar as dotações orçamentais anuais disponíveis no âmbito do QFP para 2014‑2020.

100A Comissão não limita a sua abordagem da eficiência energética dos edifícios e considera que o BREEAM ou métodos análogos são mais completos e estão mais em linha com as suas políticas e o impacto ambiental global das suas atividades.

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Embora a legislação da União Europeia não imponha metas específicas de redução das emissões às admi‑nistrações públicas, podem ainda ser tomadas novas medidas a este nível, nomeadamente através da conti‑nuação da implantação do EMAS, o que constitui uma política comum para reduzir a pegada de carbono das operações administrativas das instituições e organismos da UE.

a) e b)A Comissão não aceita esta parte da recomendação, dado que não tem em conta considerações mais amplas, como a relação custo‑eficácia e as especificida‑des das instituições e organismos da UE. Tal abordagem exigiria a apresentação de provas sobre os benefícios alegados.

107A Comissão tenciona reforçar o acompanhamento das suas emissões de gases com efeito de estufa no âmbito do sistema EMAS.

108A Comissão centrou os seus esforços no consumo de energia dos seus edifícios, uma vez que é a maior fonte de emissões de gases com efeito de estufa com o melhor retorno do investimento. A Comissão está a procurar resolver a questão da mobilidade que é a segunda maior fonte de emissões.

109A Comissão utilizou historicamente uma abordagem «pegada zero» para calcular as emissões do seu con‑sumo de eletricidade a partir de fontes renováveis em Bruxelas. Nos edifícios EMAS, o consumo de energia diminuiu 40,5% entre 2005 e 2012 (em Bruxelas, kWh/m2).

104A política da Comissão visa a redução das emissões de gases com efeito de estufa em condições que ofereçam uma boa relação custo‑eficácia e, tanto quanto possível, de forma holística, nomeadamente através do pacote ação climática e energia. Tendo em conta a proporção limitada das emissões provenientes das atividades administrativas das instituições da UE, a Comissão não considerou adequado estabelecer regras vinculati‑vas para este nível de atividades. As emissões são em qualquer caso abrangidas pelos objetivos de redução fixados a nível da União Europeia ou nacional.

105Não existe qualquer indicação de que regras vincu‑lativas para todas as instituições e organismos da UE conduziriam a melhores resultados.

106A Comissão tenciona continuar a implantação do EMAS, o que constitui uma política comum para reduzir a pegada de carbono das operações administrativas das instituições e organismos da UE.

Recomendação — Política comum para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa1. A Comissão aceita em parte esta recomendação. Na opinião da Comissão, o sistema EMAS é o instrumento adequado para reduzir a pegada de carbono das insti‑tuições e organismos da UE. Por conseguinte, a Comis‑são irá ter em conta esta recomendação através de uma maior implantação do EMAS.

Além disso, a Comissão irá continuar a desenvolver polí‑ticas adequadas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa com uma boa relação custo‑eficácia e, tanto quanto possível, de forma holística, inclusive, em relação a 2030, com base em avaliações de impacto exaustivas que forneçam uma avaliação completa dos custos e benefícios envolvidos, se for caso disso.

A redução das emissões nos casos em que for menos onerosa constitui um aspeto essencial da política atual, sendo a razão pela qual apenas objetivos de redução vinculativos tendem a ser fixados ao nível europeu e dos Estados‑Membros e não das organizações. Tal assegura a flexibilidade necessária para realizar os obje‑tivos da melhor forma possível.

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Recomendação — Método comum de compensação voluntária3. A Comissão aceita esta recomendação, sublinhando, ao mesmo tempo, a abordagem voluntária e a autonomia de cada instituição e organismo da UE para decidir sobre a adequação dessa eventual compensação.

Além disso, a política ou a legislação climática da União Europeia não prevê de facto regimes de compensação obrigatória para as emissões. A Comissão continuará a procurar obter reduções efetivas das emissões através das políticas existentes, incluindo o EMAS.

Uma abordagem comum destinada a compensar emis‑sões irá também ter em conta:

i) a necessidade de evitar a frustração dos esforços adi‑cionais para alcançar reduções efetivas das emissões,

ii) os mecanismos existentes, tais como o comércio de emissões, e 

iii) a disponibilidade de sistemas de prestação de in‑formações e de regimes de compensação de nível suficientemente elevado. Será também necessário realizar uma avaliação do impacto sobre os recursos da UE e a utilização dos fundos públicos.

4. A Comissão aceita esta recomendação. Existe uma gama muito vasta de possíveis créditos de compensação de qualidade muito variável.

Existem regras que regem a utilização de compensações para garantir a conformidade com a legislação da União Europeia em matéria de ação climática, que, por razões de coerência, devem ser refletidas em qualquer recurso à compensação por parte das instituições da UE. Estas regras dizem respeito tanto à quantidade em relação à própria ação como ao tipo considerado de qualidade suficiente. É essencial para garantir, por exemplo, que as ações utilizadas para fins de compensação sejam adicionais, sejam objeto de monitorização, comunicação e verificação sólidas para reduzir as possibilidades de fraude e estejam sujeitas a regras contabilísticas que limitem a possibilidade de dupla contagem.

A Comissão continuará a dar prioridade máxima à obtenção de reduções efetivas das emissões através das políticas existentes, incluindo o EMAS, embora con‑siderando também outras opções como a compensação.

Recomendação — Harmonização do cálculo e comunicação das emissões2. A Comissão aceita a recomendação sujeita ao desenvol‑vimento bem sucedido do método da Pegada Ambien‑tal das Organizações no que se refere às administrações públicas. A Comissão considera que, através da imple‑mentação do EMAS, estabeleceu uma forma adequada de identificação, medição e apresentação de relatórios sobre os mais significativos impactos ambientais diretos e indiretos, incluindo as suas emissões de gases com efeito de estufa. Através do EMAS e da cooperação interinstitucional, as instituições poderão dispor de uma abordagem harmonizada para calcular as suas emissões de gases com efeito de estufa.

a) O Método da Pegada Ambiental das Organizações, conforme recomendado pela Comissão, encontra‑se atualmente sujeito a um extenso teste‑piloto até ao final de 2016. Entre os objetivos da fase‑piloto conta‑se a definição de certos requisitos técnicos que serão fun‑damentais para uma ampla aplicação do método numa administração organizada como a Comissão. Além disso, os resultados da fase‑piloto conduzirão provavel‑mente a uma revisão/melhoria do Método da Pegada Ambiental das Organizações. Durante este exercício, a Comissão deu prioridade ao desenvolvimento de regras setoriais em matéria de PAO para os setores que representam a maior parte dos impactos ambientais. O setor da administração pública não é obviamente um deles. Depois de analisar os resultados da fase‑piloto, após a revisão do Método da Pegada Ambiental das Organizações estar disponível, a Comissão estudará a possibilidade de lançar uma fase‑piloto interna para desenvolver regras setoriais específicas para o cálculo e a apresentação de relatórios sobre a pegada ambiental da Comissão ou de administrações públicas análogas.

110A política ou a legislação climática da UE não prevê de facto regimes de compensação obrigatória para as emissões. Além disso, a Comissão procurou obter redu‑ções efetivas das emissões através das políticas existen‑tes, incluindo o EMAS.

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114A Comissão tenciona, além disso, avaliar se a participa‑ção no conduta europeu relativo à eficiência energética dos centros de dados é compatível com as perspetivas financeiras e, em particular, as dotações administrativas.

Recomendação — Aplicação integral do EMAS e dos contratos públicos ecológicos6. A Comissão aceita esta recomendação e apoia plena‑mente a promoção do sistema EMAS. As limitações do âmbito fazem parte do sistema EMAS, a fim de permitir que cada organização dê resposta aos aspetos ambien‑tais mais significativos.

A Comissão irá ponderar a assinatura do código de conduta europeu relativo à eficiência energética dos centros de dados após avaliar se é compatível com as perspetivas financeiras e, em particular, as dotações administrativas.

7. A Comissão aceita esta recomendação. A revisão em curso do RF e das NE estabelece o quadro regulamen‑tar para o fomento de contratos públicos ecológicos, incluindo o cálculo do custo ao longo do ciclo de vida, em linha com Diretiva 2014/24/UE.

A Comissão continuará a elaborar documentos de orien‑tação para os CPE e a promover esses documentos junto do grupo GIME.

5. A Comissão aceita esta recomendação, embora reco‑nhecendo que o benefício para a população local constitui apenas um aspeto que deve ser tido em conta na avaliação da qualidade das compensações.

111A Comissão partilha a observação do Tribunal de que as instituições devem adotar e/ou utilizar melhor o sis‑tema EMAS.

112O EMAS é um instrumento de gestão forte e exigente e uma rápida aplicação não é compatível com as limi‑tações financeiras da maioria das instituições da UE. As limitações do âmbito do EMAS fazem parte do próprio sistema EMAS. O EMAS foi aplicado em condições que ofereçam uma boa relação custo‑eficácia e, tanto quanto possível, de forma holística.

113De um modo geral, alguns tipos de CPE são utilizados na maioria dos casos, embora muitos processos não sejam totalmente ecológicos. Apenas cerca de um quarto dos contratos não incluíram critérios ecológicos. Com este objetivo, as instituições estão em melhor situação do que a média das autoridades públicas na Europa. De acordo com um estudo (ver nota 1 da res‑posta da Comissão), baseado num inquérito realizado à escala da UE, 54%, em média, das autoridades públi‑cas incluíram algum tipo de critério ecológico na sua última aquisição no período 2009‑2010 para 10 grupos de produtos prioritários (construção, eletricidade, pro‑dutos e serviços de limpeza, têxteis, produtos alimenta‑res e serviços de restauração, mobiliário, equipamentos de TI para escritório, papel, produtos e dispositivos de jardinagem, transportes).

Para a maioria das suas obras de renovação e/ou de novas construções, a Comissão utiliza geralmente o BREEAM de nível excelente que não se limita aos aspe‑tos do rendimento energético.

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Isto permite apreciar o justo valor da importância dos progressos conseguidos até agora, como por exemplo:

— a implementação do projeto EMAS;

— a realização de um diagnóstico muito exaus‑tivo da emissão de gases produzidos pelas atividades do Tribunal de Justiça em 2010 e a atualização dos pontos essenciais desse Balan‑ço de Emissões de Carbono relativo aos anos 2011 e 2012;

— a redução significativa da emissão de gases desde 2010 graças à aplicação de várias ações de melhoramento;

— a maior importância atribuída aos critérios am‑bientais no quadro dos concursos;

— a aplicação do método BREEAM (Building Research Establishment Environmental Asses‑sment Method) no projeto da quinta extensão dos edifício do Tribunal de Justiça.

Exaustividade do Balanço de Emissões de Carbono do Tribunal de Justiça e melhoria notável das pegadas de carbono (12‑61)A administração do Tribunal de Justiça preocupada em tomar medidas concretas para reduzir as suas emissões GES fez, a partir de 2010, um primeiro diagnóstico das emissões de gases ocasionadas pelas suas atividades, e os pontos essenciais desse Balanço de Emissões de Carbono foram atualizados em 2013 no que diz respeito aos anos de 2011 e 2012.

Neste contexto, é importante sublinhar que o Tribunal de Justiça optou por adotar um perímetro de diagnós‑tico muito exaustivo, já que a rubrica «Deslocações» não integra apenas as deslocações domicílio‑trabalho, mais também as deslocações profissionais e as dos visitantes. Por outro lado, os esforços de melhoramento relativos às pegadas de carbono do Tribunal de Justiça não se limitaram unicamente ao aspeto «Energia».

Do Tribunal de Justiça da União Europeia

Introdução (01‑11)A administração do Tribunal de Justiça como faz habi‑tualmente com os relatórios anuais ou com qualquer outro relatório especial, analisa com grande interesse as observações do Tribunal de Contas e esforça‑se sempre por tomar as medidas necessárias para a aplicação das recomendações eventualmente formuladas.

Como mostra o presente relatório especial, o Tribunal de Justiça atribui uma grande importância à proteção do meio ambiente e assumiu resolutamente responsa‑bilidades neste domínio, nomeadamente com base no quadro completo e estruturado EMAS (Eco Manage‑ment and Audit Scheme), e isso apesar das restrições em matéria de recursos humanos e financeiros que lhe foram impostas nestes últimos anos. Este compromisso, aliás, já deu resultados significativos como o demons‑tram as reduções de emissão de gases com efeito de estufa (GES).

Por conseguinte, as respostas que se seguem têm essencialmente por objetivo dar precisões úteis em rela‑ção a certas observações e recomendações do Tribunal de Contas.

Observações (12‑101)De um modo geral, os progressos em matéria de política ambiental das diferentes instituições europeias também aumentam em função dos recursos que pos‑sam ser destinados à política do meio ambiente. Assim, é útil sublinhar que os esforços e as ações empreendi‑dos pelo Tribunal de Justiça e mencionados no presente relatório especial, foram realizados com a máxima economia de meios (em especial, a criação de um único lugar concedido pela autoridade orçamental e provido em 2012).

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No que diz respeito à não aplicação de um sistema de compensação relativo às emissões de GES, a adminis‑tração do Tribunal de Justiça considera que o finan‑ciamento desses projetos de compensação só deve ser considerado quando estiverem esgotadas todas as outras possibilidades prévias de eliminação e de redução das emissões existentes, em especial para preservar a grande mobilização de todos os implicados no seio da instituição e fundamentar ainda mais as iniciativas necessárias neste domínio. Por outro lado, a administração do Tribunal de Justiça é de opinião que o financiamento desses projetos de compensação exige previamente a adoção de uma política interinstitucional comum, em especial no que diz respeito à definição de um quadro orçamental adaptado, dos critérios e tipos de projetos selecionados bem como a dotação orça‑mental que poderia ser consagrada a esses projetos.

Compromisso resoluto do Tribunal de Justiça na aplicação do projeto EMAS (62‑75)Convém sublinhar que a aplicação do projeto EMAS no Tribunal de Justiça teve um grande ritmo em 2012, em especial com a nomeação do coordenador EMAS.

Num primeiro momento, a administração do Tribunal de Justiça colocou o acento tónico na importância de ações regulares de comunicação e de sensibilização nos serviços do pessoal sobre as questões ambientais.

Em seguida, foi instalada uma estrutura operacional de dois níveis a fim de dirigir de modo continuado o pro‑jeto EMAS.

Em 2013, foi realizado um estudo prévio a fim de definir o mapa do projeto EMAS na instituição. Além de um relatório das instalações da instituição ao nível ambien‑tal relativamente às exigências do regulamento EMAS, esse estudo tinha por principal objetivo fixar as etapas a ultrapassar para obter esse registo, que segundo o calendário proposto deverá ser obtido em 2016.

Os sucessivos diagnósticos realizados permitiram objetivamente constatar uma redução das emissões do Tribunal de Justiça a partir de 2010, especialmente nos seguintes setores:

— entre 2011 e 2012, as emissões de gases prove‑nientes do setor «Deslocações dos visitantes» tiveram uma redução de 14%;

— entre 2010 e 2011 e entre 2011 e 2012, as emis‑sões de GES relacionadas com o consumo de eletricidade diminuíram respetivamente 98% e 6%;

— entre 2011 e 2013, o custo de tratamento dos resíduos foi reduzido em 25% e a quantidade de resíduos domésticos diminuiu 10% durante o mesmo período.

Essas reduções são especialmente a consequência dos seguintes projetos:

— a entrada em vigor de um contrato de energia verde celebrado com o fornecedor de eletricidade;

— a adoção de medidas que permitem melhorar o isolamento dos edifícios;

— a otimização da programação energética de certos edifícios;

— a redução dos resíduos orgânicos e o melhora‑mento da triagem seletiva dos resíduos.

Por outro lado, a avaliação mais precisa das emissões ligadas às «deslocações domicílio‑trabalho» e às «fugas de fluídos refrigerantes» permitiu melhorar a qualidade dos dados relativos a essas duas rubricas do Balanço de Emissões de Carbono, reduzindo assim o grau de incer‑teza inerente a essas rubricas.

Com o cuidado de transparência, os relatórios relativos ao Balanço de Emissões de Carbono do Tribunal de Jus‑tiça foram publicados no seu site internet Curia e estão assim à disposição dos cidadãos europeus.

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Pertinência do método BREEAM com o objetivo de uma maior redução do impacto ambiental do parque imobiliário do Tribunal de Justiça (90‑101)Para reduzir ao mínimo o impacto ambiental do seu parque imobiliário, a administração do Tribunal de Justiça preferiu, para o projeto da quinta extensão dos edifícios do Tribunal de Justiça, o método BREEAM em vez do método GBP mencionado pelo Tribunal de Con‑tas como referência. Com efeito, o método BREEAM não se limita apenas ao aspeto da «economia de energia» mas tem em consideração outros aspetos pelo menos igualmente importantes (como o consumo de água, a gestão dos resíduos e a mobilidade sustentável), facto que é certamente a razão pela qual este método é o mais aplicado nas instituições europeias.

Conclusões e recomendações (102‑114)O Tribunal de Justiça está de acordo, no seu conjunto, com as observações e as recomendações formuladas no presente relatório do Tribunal de Contas.

Em conformidade com as conclusões do Tribunal de Contas, o Tribunal de Justiça reconhece a importância de aderir ao sistema EMAS e comprometeu‑se ativa‑mente nesse sentido a partir de 2012, em especial gra‑ças à nomeação do coordenador EMAS permitida após a concessão do lugar pela autoridade orçamental. Não obstante a economia de meios imposta no contexto da crise orçamental atual, o Tribunal de Justiça pretende a inscrição no sistema EMAS em 2016.

Paralelamente, o Tribunal de Justiça conta prosseguir o melhoramento do seu Balanço de Emissões de Car‑bono e promover a utilização dos critérios ambientais para os contratos públicos abrangidos pelo âmbito da sua competência, respeitando as disposições regula‑mentares aplicáveis. Por outro lado, a próxima quinta extensão dos edifícios do Tribunal de Justiça contri‑buirá plenamente para reduzir o impacto ambiental do parque imobiliário do Tribunal de Justiça graças ao cumprimento do alto padrão de exigência do método BREEAM neste domínio.

No que diz respeito aos objetivos ambientais, em especial a redução das emissões de GES, a administra‑ção do Tribunal de Justiça é mais favorável à fixação de objetivos relativos (por exemplo, em proporção com a superfície dos edifício e/ou o número de pessoas) mensuráveis graças aos indicadores mencionados no Regulamento EMAS (CE n.° 1221/2009). Com efeito, o estabelecimento de objetivos quantificados absolutos preconizados pelo Tribunal de Contas só é apropriado se a base de dados subjacente for suficientemente sólida e se a evolução do indicador escolhido for susce‑tível de fornecer uma informação coerente no tempo. No entanto, embora as condições necessárias para a determinação de um indicador quantificado suficien‑temente fiável não estejam reunidas nesta fase, tais condições devem ser alcançadas num futuro próximo, no quadro do avanço do projeto EMAS.

Favorecer a integração dos critérios ambientais nos contratos públicos (compras verdes) (77‑89)A administração do Tribunal de Justiça tem o mesmo interesse do Tribunal de Contas em favorecer a inte‑gração dos critérios ambientais nos contratos públicos e colaborar deste modo num desenvolvimento mais sustentável, especialmente utilizando o «Green Public Procurement toolkit» difundido pela Comissão. Esta é a razão pela qual o vade‑mecum dos contratos públicos do Tribunal de Justiça contém uma rubrica específica relativa aos contratos públicos ecológicos que faz aliás, uma ligação direta para as informações corresponden‑tes da Comissão Europeia. Todavia, a administração do Tribunal de Justiça é de opinião que os serviços orde‑nadores de cada instituição deveriam poder conservar uma margem de apreciação suficiente em matéria de critérios ambientais a fim de ponderar judiciosamente os diferentes critérios de avaliação em função das espe‑cificidades dos concursos lançados.

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Do Banco Central Europeu

O Banco Central Europeu (BCE) manifesta o seu apreço pela auditoria realizada pelo Tribunal de Contas Euro‑peu (TCE) sobre a forma como as instituições e orga‑nismos da União Europeia (UE) calculam, reduzem e compensam as suas emissões de gases com efeito de estufa e acolhe favoravelmente o relatório especial do TCE. O BCE acredita com firmeza na importância de políticas sustentáveis e no poder da concertação de esforços para dar resposta aos desafios com que estão atualmente confrontados a nossa economia e ambien‑tes naturais. Por conseguinte, o BCE está particular‑mente grato ao TCE pelas observações gerais relativas às oportunidades proporcionadas pelo estabelecimento de uma abordagem comum para as instituições da UE, a fim de contribuírem para o objetivo de longo prazo da União Europeia de redução das emissões.

Neste contexto, regista também o reconhecimento do TCE de que tomou medidas para reduzir o impacto ambiental das suas operações administrativas, como refletido no Relatório sobre a Auditoria da Gestão, por parte do Banco Central Europeu, da sua Pegada de Car‑bono, publicado em 28 de abril de 2014. Na sequência da resposta ao referido relatório, o BCE apresenta em seguida os seus comentários ao relatório especial.

Parágrafo 8 — Quadro 1O aumento do limite máximo de lugares previstos no quadro de pessoal do BCE de 1 448,5 posições com equivalência a tempo inteiro para 2 602, em 2014, resulta principalmente do estabelecimento do Meca‑nismo Único de Supervisão.

Parágrafo 23No que respeita às emissões causadas pelas desloca‑ções dos membros do pessoal entre casa e o local de trabalho, o BCE está presentemente a desenvolver um método de cálculo, com vista fornecer essa informação na próxima comunicação sobre a sua pegada de carbono.

Por último, o Tribunal de Justiça apoia muito espe‑cialmente as recomendações do Tribunal de Contas no sentido de uma maior harmonização das políticas ambientais e de uma cooperação interinstitucional reforçada no domínio auditado, nomeadamente graças às iniciativas promovidas ou a promover pela Comissão. Neste contexto, a administração do Tribunal de Justiça está disposta a participar nas tarefas que serão necessá‑rias para definir políticas de ambiente comuns mais eficazes.

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Do Tribunal de Contas Europeu O Secretariado‑Geral (SG) do Tribunal de Contas Euro‑peu agradece as observações formuladas pelo Tribunal de Contas Europeu e manifesta o seu apreço pelas reco‑mendações do Tribunal com vista à realização de melhorias.

Recomendação 2O SG aceita a recomendação. Serão introduzidas a medi‑ção e a comunicação das emissões diretas e indiretas de gases com efeito de estufa e serão igualmente definidas metas de redução. A aplicação da pegada de carbono e a utilização da metodologia GEE serão definidas como um objetivo prévio no programa ambiental no fim do projeto EMAS em curso.

Recomendações 3‑5O SG aceita as recomendações. Será definida uma polí‑tica para compensar as emissões residuais de gases com efeitos de estufa do Tribunal e introduzida uma com‑pensação de elevada qualidade. Estas medidas serão realizadas imediatamente após a conclusão da medida descrita na recomendação n.º 2.

Recomendação 6O SG aceita a recomendação e o Tribunal registar‑se‑á no Sistema Europeu de Ecogestão e Auditoria. Está atualmente em curso a aplicação de um sistema de ges‑tão ambiental equiparado ao EMAS. O primeiro exame ambiental e a auditoria de conformidade com a regula‑mentação respeitantes aos edifícios do Tribunal tiveram início em 10 de abril de 2014.

O SG concorda igualmente com o conceito e os obje‑tivos gerais do Código de conduta europeu relativo à eficiência energética dos centros de dados, um código de conduta voluntário que prevê a redução do consumo de energia nos centros de dados em toda a Europa, reduzindo assim as emissões, limitando o aquecimento global e realizando economias. Por conseguinte, o SG irá ponderar subscrever este Código após uma análise custo‑benefício das implicações e dos riscos em causa. Muitas outras boas práticas, como por exemplo a vir‑tualização ou os contratos públicos ecológicos relativos a material informático, foram já aplicadas pelos serviços do Tribunal.

Parágrafos 83 e 88O BCE valoriza o reconhecimento do TCE de que tornou os contratos públicos ecológicos de facto obrigatórios em todos os casos relevantes, através de diretrizes inter‑nas e de um acompanhamento sistemático, e planeia começar a informar sobre os resultados obtidos na apli‑cação das orientações relativas à adjudicação sustentá‑vel de contratos nas suas declarações ambientais anuais.

Recomendações 1 a 7O BCE acolhe favoravelmente e apoia as recomenda‑ções do TCE relativas ao desenvolvimento de políticas comuns para reduzir as emissões de gases, para har‑monizar o cálculo e a comunicação das emissões e para compensar as emissões residuais. Além disso, apoia na íntegra o objetivo de reduzir o consumo de energia nos centros de dados em toda a Europa e, por conseguinte, restringir as emissões, limitar o aquecimento global e poupar dinheiro, estabelecido no código de conduta voluntário europeu relativo à eficiência energética dos centros de dados, e considerará a possibilidade de se candidatar ao estatuto de participante.

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Do Serviço Europeu para a Ação ExternaO Serviço Europeu para a Ação Externa ‑ SEAE) (na sigla inglesa EEAS) foi criado em 1 de janeiro de 2011 e trans‑feriu a maior parte do pessoal da sua sede para um novo edifício moderno que satisfaz as mais exigentes normas em matéria de consumo de energia e de prote‑ção do ambiente. O SEAE herdou também três edifícios mais antigos do Conselho. O seu arrendamento termina em 2018 e o SEAE está a estudar qual a melhor maneira de aumentar a sua eficiência e que alternativas oferece o mercado imobiliário em Bruxelas.

A administração do SEAE em Bruxelas está confiada ao OIB (Serviço de Infraestruturas e Logística em Bruxelas), com o qual foi celebrado um acordo de nível de serviço, e o SEAE espera que o OIB aplique as melhores práticas de gestão de edifícios.

Em 2012, o SEAE assinou um contrato para o forneci‑mento de energia elétrica «verde» de alta tensão à sua sede (Contrato EEAS‑106‑DIVA4‑SUP‑DIR). O contrato prevê o fornecimento de eletricidade 100% verde (LGO) e cumpre igualmente as condições das licenças de for‑necimento ao nível federal e regional belga.

No que diz respeito à participação voluntária no EMAS, o SEAE está interessado em saber mais sobre a gestão desse programa e as hipóteses de o aplicar numa base de neutralidade em termos de recursos. Do mesmo modo, o SEAE está aberto à introdução de princípios de «contratos públicos ecológicos» sempre que tal seja possível (no entanto, infelizmente, nem sempre é o caso nas delegações da União Europeia em países terceiros).

Temos, porém, alguns bons exemplos nas delegações: está a ser estudada ou já concretizada a instalação de painéis solares nas delegações do Camboja, de Cabo Verde, de Samoa e do Kosovo.

Recomendação 7O SG aceita a recomendação e continuará a utilizar os contratos públicos ecológicos de uma forma mais siste‑mática, integrando‑os no sistema de gestão ambiental do Tribunal, designadamente através da criação de procedimentos internos e de um acompanha‑ mento sistemático.

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Do Comité Económico e Social Europeu e do Comité das Regiões da União Europeia

65 — Quadro 6Cinco dos seis edifícios dos Comités fazem parte inte‑grante do sistema EMAS. O sexto edifício é partilhado com a Comissão, sua proprietária. Por conseguinte, este edifício não foi incluído no sistema de gestão ambiental dos Comités, embora o pessoal que nele trabalha tenha de cumprir os procedimentos EMAS pertinentes.

Os Comités estão atualmente a ponderar incluir tam‑bém este edifício no sistema EMAS.

72O CESE e o CR consideram que devem ser tidos em conta todos os requisitos jurídicos (investimentos) e controlos decorrentes do EMAS, que sejam importantes.

83Em 2014, os Comités decidiram que todas as direções passariam a realizar consultas obrigatórias sobre contra‑tos públicos ecológicos com a equipa do EMAS sempre que o valor do contrato é superior a 60 000 euros.

91O CESE e o CR concordam que as instituições e os órgãos da UE necessitam de edifícios que cumpram os critérios globais de construção dos contratos públicos ecológicos (CPE).

Contudo, na área urbana de Bruxelas, na qual estão situados os edifícios dos Comités, as possibilidades de utilização de recursos energéticos renováveis localiza‑dos nos próprios edifícios são limitadas. Posto isto, os Comités não podem implementar a opção (b) do instru‑mento CPE nos seus edifícios.

Nos novos projetos de construção no Burundi, no Níger e no México, pedimos aos arquitetos responsáveis pelo projeto que concebessem soluções ambientais capazes de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e que dedicassem atenção aos aspetos ambientais dos projetos (ou seja, que utilizassem materiais sustentá‑veis, soluções bioclimáticas, energias alternativas, etc.). Outros mercados imobiliários são mais difíceis.

O SEAE está empenhado em fazer mais para reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa, dentro dos condicionalismos operacionais com que tem de trabalhar.

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Recomendação 3O CESE e o CR concordam com a recomendação segundo a qual as instituições e os órgãos da UE deve‑rão elaborar uma abordagem comum sobre este assunto.

Todavia, os custos de compensação devem ocorrer apenas depois de terem sido realizados todos os investi‑mentos possíveis com vista a reduzir o impacto ambien‑tal dos Comités.

111Os Comités gostariam de salientar que utilizam plena‑mente os instrumentos de gestão ambiental promovi‑dos pela Comissão.

114Ver resposta ao ponto 101.

Recomendação 6Ver respostas aos pontos 65 e 101.

Recomendação 7O CESE e o CR concordam com a recomendação. Em 2014, os Comités decidiram que todas as direções devem realizar consultas obrigatórias sobre contratos públicos ecológicos com a equipa do EMAS sempre que o valor do contrato é superior a 60 000 euros.

Mesmo que os Comités aumentassem significativa‑mente o número de painéis solares nos seus edifícios, o impacto no consumo total de eletricidade seria muito reduzido. Os Comités estão a analisar a opção de uma instalação de cogeração para reduzir a sua pegada ambiental.

101O CESE e o CR analisaram o código de conduta e fazem notar que este se baseia em centros de dados criados após 2011, enquanto os centros de dados dos Comités datam de 2004.

Assinar o código de conduta implicaria uma sobrecarga desnecessária para os Comités uma vez que estes já implementaram, no domínio do equipamento e dos serviços de TI, muitas das boas práticas promovidas pelo código.

105Apesar da inexistência de regras vinculativas para todas as instituições, os Comités conseguiram através do EMAS alcançar resultados palpáveis na redução das suas emissões.

Em 2013, o consumo per capita de gás natural foi 51% inferior ao de 2008 e o consumo per capita de eletrici‑dade foi 21% inferior ao de 2008.

109Os Comités gostariam de salientar que não só utilizam eletricidade verde como também lograram reduzir o seu consumo de energia graças a investimentos técni‑cos (ver também o ponto 105).

Recomendação 2O CESE e o CR concordam com a recomendação. A partir do momento em que houver uma norma harmonizada, os Comités procederão ao cálculo das suas emissões de gases com efeito de estufa diretas e indiretas e adotarão um plano de ação específico. Enquanto não se dispuser de uma metodologia harmonizada para o cálculo da pegada de carbono, os Comités investirão os seus recur‑sos na redução da pegada de carbono.

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Recomendação 1O BEI veria com agrado a adoção de uma política comum para a redução da pegada de carbono das operações administrativas das instituições e dos orga‑nismos da União Europeia, conforme proposto na recomendação.

Recomendação 2O BEI acolheria com satisfação uma abordagem har‑monizada de cálculo e fornecimento de dados relati‑vos às emissões diretas e indiretas de gases com efeito de estufa por parte das instituições e organismos da União Europeia.

Recomendações 3‑5O BEI compensa, desde 2013, as suas emissões resi‑duais de dióxido de carbono com créditos de carbono gerados por um projeto REDD+ validado de acordo com os padrões Verified Carbon Standard (VCS) e Cli‑mate, Community and Biodiversity Alliance (CCBA), que obteve a classificação do nível Ouro. Além de contri‑buir para a redução das emissões, o referido projeto promove também o desenvolvimento sustentável em benefício das populações locais.

Recomendação 6O BEI toma nota da recomendação do TCE, à qual dará a máxima atenção no âmbito da implementação do Sistema de Gestão Ambiental do Banco.

1 O programa Reducing Emission from Deforestation and Forest Degradation, REDD (Redução das Emissões devidas à Desflorestação e à Degradação Florestal) foi lançado pelas Nações Unidas com o objetivo de travar a destruição das florestas a nível mundial. O REDD+ alarga o âmbito do programa que, para além da prevenção da desflorestação, passa a abranger também a conservação da vida selvagem, o desenvolvimento das comunidades e a criação de emprego, bem como o aumento das reservas de carbono florestal, entre outros benefícios de desenvolvimento social.

Do Banco Europeu de Investimento

Observação geralO Banco Europeu de Investimento (BEI) agradece ao Tribunal de Contas Europeu (TCE) o convite para parti‑cipar, a título voluntário, na auditoria intitulada «Como calculam, reduzem e compensam as instituições e os organismos da União Europeia as suas emissões de gases com efeito de estufa?».

No exercício das suas funções de Banco da União Euro‑peia, o BEI coloca a responsabilidade empresarial no centro das suas atividades e possui experiência compro‑vada na identificação e gestão do impacto ambiental das suas operações. O BEI congratula‑se com as conclu‑sões do Tribunal de Contas, que demonstram o exce‑lente desempenho do Banco a este nível, e gostaria de tecer os seguintes comentários adicionais às observa‑ções preliminares:

19 e 24O BEI revê continuamente as fontes de emissões do seu inventário de gases com efeito de estufa (GEE) e ajus‑tará, sempre que adequado e possível, o âmbito dos dados fornecidos.

42O BEI reduziu as emissões per capita relacionadas com a mobilidade de 11,10 tCO2e, em 2007, para 7,10 tCO2e, em 2012, o que corresponde a uma diminuição de 36%.

45, 48 e 50O BEI está convicto de que o fornecimento de dados per capita relativos às emissões de carbono reflete melhor o efeito dos fatores operacionais, tais como o volume de negócios e o número de efetivos, nas suas emissões de carbono.

58Depois de ter adotado medidas de redução das emis‑sões de dióxido de carbono a longo prazo, que estão já, em larga medida, a produzir efeitos, o BEI decidiu com‑pensar as emissões residuais de dióxido de carbono, a começar com as emissões de 2013, e selecionou um projeto REDD+1 para compensar essas emissões.

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18 e 19O Project GREEN está a analisar formas de calcular e notificar o desempenho ambiental da AESA, incluindo as suas emissões para 2014 e anos subsequentes, utili‑zando 2013 como ano de referência. Tomará em linha de conta o relatório da pegada de carbono do Parla‑mento Europeu aquando do estudo do melhor método de cálculo e notificação das emissões.

45O Project GREEN estabelecerá objetivos para a redução das emissões de GEE da AESA, provavelmente recor‑rendo a 2013 como referência.

59Relativamente à compensação de carbono, em 2012, a AESA introduziu um mecanismo para as viagens de negócios efetuadas por comboio. Adicionalmente, o Project GREEN fomentará os meios de transporte que respeitem o clima para as deslocações casa‑trabalho, bem como para as viagens de negócios e para as via‑gens dos seus visitantes. Será também analisada a pos‑sibilidade de compensar as viagens aéreas de negócios, sempre que as restrições orçamentais o permitam.

65O Project GREEN examinará uma possível aplicação gradual de elementos selecionados do EMAS, tomando em linha de conta a mudança para instalações novas em 2016. A AESA considerará a obtenção de reconheci‑mento do seu progresso em matéria ambiental através de mecanismos menos formais do que o EMAS.

Recomendação 1A AESA acolhe favoravelmente uma política comum para reduzir as emissões de GEE, destacando que a mesma deve ter em consideração a vasta gama de ati‑vidades empreendidas pelas instituições e pelos orga‑nismos. A Comissão deverá consultar as instituições e os organismos no momento da elaboração de uma política comum e estudar a possibilidade de subsidiar, total ou parcialmente, as despesas associadas à aplicação. Refira‑se que se espera que o Project GREEN estabeleça objetivos de redução das emissões de GEE.

Da Agência Europeia para a Segurança da AviaçãoA Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) reconhece plenamente a importância de minimizar o impacto das suas atividades sobre o ambiente e as emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Com efeito, a proteção ambiental no âmbito da aviação civil faz parte do seu mandato legal na qualidade de enti‑dade reguladora.

Durante o período inicial da sua atividade, iniciada em 2003, a AESA não conseguiu dedicar‑se à introdução de medidas exaustivas destinadas a reduzir as emissões de GEE. Hoje, contudo, a AESA atingiu uma fase estável de desenvolvimento e, graças a diversas decisões recentes em matéria de gestão, poderá direcionar a sua atenção para esta matéria:

1) o lançamento, em 2014, de uma iniciativa am‑biental institucional, o «Project GREEN», promo‑vida pelo Diretor Executivo;

2) a mudança da AESA, em 2016, para uma nova sede de arrendatário único proporcionará mais oportunidades de redução da sua pegada de carbono;

3) a centralização de atividades operacionais essen‑ciais (por exemplo, contratos públicos, viagens de negócios e gestão de conferências), todas elas consideradas no Project GREEN.

O objetivo do Project GREEN é sensibilizar para as obri‑gações da AESA relativas ao ambiente e ao seu compro‑misso de ser um vizinho respeitoso. As tarefas imediatas do projeto serão:

1) definir a  política ambiental da AESA tendo em consideração a  natureza e  o impacto das suas atividades;

2) definir os indicadores fundamentais de desem‑penho no domínio ambiental e  fixar objeti‑ vos progressivos;

3) instaurar procedimentos de adjudicação de con‑tratos públicos ecológicos;

4) participar, com a comunidade local, em proje‑ tos ecológicos.

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Recomendação 7A AESA acolhe favoravelmente a proposta de alteração das regras financeiras e/ou das regras de contratação pública no sentido de promover e facilitar «contratos públicos ecológicos». O Project GREEN apoiará o desen‑volvimento de disposições normalizadas de «considera‑ção verde» nos procedimentos de contratação pública da AESA e, uma vez desenvolvidas, acompanhará a sua aplicação. As disposições do kit de ferramentas de formação sobre contratos públicos ecológicos serão aplicadas e integradas nas especificações (técnicas, dos critérios de seleção e/ou atribuição), se for caso disso.

Recomendação 2O Project GREEN considerará a melhor forma de aplica‑ção do método da Pegada Ambiental das Organizações da Comissão no contexto das atividades da AESA.

Recomendações 3, 4 e 5A AESA acolhe favoravelmente a oportunidade de colaborar com as instituições e os organismos no desen‑volvimento de um método de compensação voluntário e comum baseado no registo dos mecanismos reconhe‑cidos que proporcionem compensações de alta qualidade.

A AESA reconhece que o desenvolvimento de um método comum de compensação deve contribuir não só para a redução das emissões, como também para o desenvolvimento sustentável em benefício da população local abrangida pelo projeto. Poderiam considerar‑se economias de escala em caso de orga‑nização de um mecanismo de compensação ao nível das instituições da UE e de disponibilização a todas as agências e organismos.

Recomendação 6O Project GREEN examinará uma possível aplicação gradual de elementos selecionados do EMAS, tomando em linha de conta a mudança para instalações novas em 2016. A AESA considerará a obtenção de reconheci‑mento do seu progresso em matéria ambiental através de mecanismos menos formais do que o EMAS.

O Project GREEN também considerará as vantagens do registo da AESA no código de conduta da UE relativo à eficiência energética dos centros de dados, especial‑mente no contexto da mudança para instalações novas em 2016.

Importa realçar que, com o Project GREEN, a AESA se compromete a ser um vizinho respeitoso através do compromisso com a comunidade local.

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Da Agência Europeia de Medicamentos

12 – 13A Agência Europeia de Medicamentos deu os primeiros passos no sentido de uma redução da sua pegada de carbono, sendo o mais importante a compra de eletri‑cidade gerada a partir de fontes renováveis. A eletrici‑dade constituiria a maior fonte de emissões de carbono da Agência, pelo que ao comprar eletricidade gerada a partir de fontes 100% renováveis, alcançou‑se um nível zero de emissões.

Adicionalmente, a Agência não recorre a qualquer queima de combustíveis nem dispõe de veículos próprios.

A fim de prosseguir a sua preparação para a introdução de uma abordagem harmonizada ao cálculo da pegada de carbono, a Agência procede também ao acom‑panhamento das emissões decorrentes das viagens de negócios e das viagens de visitantes da Agência, quando por ela organizadas. A deslocação casa‑traba‑lho sem automóvel é apoiada pela decisão da Agência de não alugar lugares de estacionamento a partir de 2015. Para reforçar a preparação, serão introduzidos critérios «verdes» nas orientações relativas aos contratos de adjudicação da EMA.

18Na sequência da aprovação da Estratégia Ambiental da EMA em dezembro de 2013, na qual a Agência se com‑promete a observar a lei relativa às alterações climáticas (Climate Change Act 2008) do Reino Unido, bem como as orientações sobre a comunicação de informações ambientais do Reino Unido (Environmental Reporting Guidelines), adotadas em junho de 2013, a Agência Euro‑peia de Medicamentos incluirá informações ambientais nos seus relatórios anuais futuros.

19Na pendência da implementação de normas harmoni‑zadas para a comunicação de informações ambientais, a Agência Europeia de Medicamentos pode optar por incluir um número limitado de indicadores principais de desempenho relevantes nas suas informações não financeiras relativas ao consumo de energia, transportes e resíduos.

Da Agência Europeia do Ambiente

19 – Quadro 2Em 2012, tal como nos anos anteriores, a AEA comprou eletricidade unicamente de fontes renováveis.

Em 2012, as emissões com origem no aquecimento do edifício principal da Agência em Kongens Nytorv 6 elevaram‑se a 71 toneladas de CO2.

Estas emissões foram compensadas juntamente com as emissões geradas pelo aquecimento em 2010 e 2011 (ver n.º 54 do relatório).

RecomendaçõesA Agência concorda plenamente com as recomenda‑ções do Tribunal.

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Do Instituto de Harmonização no Mercado Interno (marcas, desenhos e modelos)

Relativamente às observações da auditoria «How do the EU institutions and bodies calculate, reduce and offset their greenhouse gas emissions?» (De que forma as institui‑ções e outros organismos da UE calculam, reduzem e compensam as suas emissões de gases com efeito de estufa?), após a análise do seu conteúdo, realizada pelos serviços pertinentes do Instituto Europeu de Harmoni‑zação no Mercado Interno (IHMI), as mesmas não dão origem a nenhum comentário em particular por parte do IHMI.

As observações que dizem especificamente respeito ao IHMI refletem de forma correta a realidade da gestão ambiental do IHMI à data da realização da auditoria.

As observações gerais relativas a todas as instituições e agências analisadas correspondem aos dados objeti‑vos incluídos na auditoria.

As conclusões e as recomendações decorrentes da auditoria, bem fundamentadas e razoáveis, apontam o caminho a seguir a fim de reforçar, por via do exem‑plo, a credibilidade da política ambiental promovida pela União Europeia.

45A definição de metas para emissões de GEE integrará o plano de ação que a EMA elaborará no âmbito do sistema de gestão ambiental.

65Enquanto parte do seu compromisso no domínio ambiental, a Agência deu início ao levantamento ambiental, ao qual se seguirá a política ambiental e a implementação de um sistema de gestão ambiental. O registo definitivo no EMAS da UE está previsto para 2015.

99 – 100A Agência Europeia de Medicamentos chamou a aten‑ção do proprietário do edifício para a certificação «Edi‑fícios Ecológicos» da UE, tendo sido informada de que o proprietário iniciou o registo no programa.

101A Agência preparou‑se para o registo no código de con‑duta da UE relativo à eficiência energética dos centros de dados.

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COMO OBTER PUBLICAÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA

Publicações gratuitas:

• um exemplar: via EU Bookshop (http://bookshop.europa.eu);

• mais do que um exemplar/cartazes/mapas: nas representações da União Europeia (http://ec.europa.eu/represent_pt.htm), nas delegações em países fora da União Europeia (http://eeas.europa.eu/delegations/index_pt.htm), contactando a rede Europe Direct (http://europa.eu/europedirect/index_pt.htm) ou pelo telefone 00 800 6 7 8 9 10 11 (gratuito em toda a União Europeia) (*).(*) As informações prestadas são gratuitas, tal como a maior parte das chamadas, embora alguns operadores,

cabinas telefónicas ou hotéis as possam cobrar.

Publicações pagas:

• via EU Bookshop (http://bookshop.europa.eu).

Assinaturas pagas:

• através de um dos agentes de vendas do Serviço das Publicações da União Europeia (http://publications.europa.eu/others/agents/index_pt.htm).

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QJ‑A

B‑140‑14‑PT‑C ISSN

1831‑0982

Para que a política climática da União Europeia seja credível, as instituições e organismos da UE devem colocar se na linha da frente em termos da conceção e execução de políticas destinadas a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa. O presente relatório especial examina de que forma as instituições e organismos da UE dão resposta ao desafio colocado pelo objetivo da União para 2020 de reduzir as emissões em pelo menos 20%, comparativamente aos níveis de 1990, atenuando o impacto das suas atividades administrativas sobre o ambiente.

TRIBUNALDE CONTASEUROPEU