daoos preliminares sobre 0 estado tr6fico da … · formara.o camadas ilmisciveis e a mais profunda...

29
DAOOS PRELIMINARES SOBRE 0 ESTADO TR6FICO DA LAGOA DAS SETE CIDADES por J. MEDEIROS, G. FLORES e F. RIBEIRO LaboratOrio de Ecologia Aplicada de Quimica Univ. dos A!;Ores, 9500 Ponta Delgada RESUMO Uma vez que nos D.ltimos tempos se tern notado varios indi- ces de nas Lagoas de S. Miguel, foi iniciado urn trabalho sob 0 ponto de vista quimico com 0 fim de caracte- rizar as mesmas. Esse estudo foi na Lagoa das Sete Cidades havendo ja aJ.,guns pa·rametros determinados. Foi localizada a principal fonte de polui!;!ao das Lagoas - na vila das Sete Cidades - assim como, uma desoxigena!;!ao acentuada nestas Lagoas monomicticas no Verao e Outono. SUMMARY Signs of eutrophication have been noticed recently on the lakes of sao Miguel, Azores. Our work started with the caracterization of the Sete Ci- clades lake, using several chemical pa,rameters. The main 209

Upload: danglien

Post on 09-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

DAOOS PRELIMINARES SOBRE 0 ESTADO TR6FICO

DA LAGOA DAS SETE CIDADES

por J. MEDEIROS, G. FLORES e F. RIBEIRO

LaboratOrio de Ecologia Aplicada Sec~o de Quimica

Univ. dos A!;Ores, 9500 Ponta Delgada

RESUMO

Uma vez que nos D.ltimos tempos se tern notado varios indi­ces de eutrofiza~ao nas Lagoas de S. Miguel, foi iniciado urn trabalho sob 0 ponto de vista quimico com 0 fim de caracte­rizar as mesmas. Esse estudo foi come~ado na Lagoa das Sete Cidades havendo ja aJ.,guns pa·rametros determinados.

Foi localizada a principal fonte de polui!;!ao das Lagoas - na vila das Sete Cidades - assim como, uma desoxigena!;!ao acentuada nestas Lagoas monomicticas no Verao e Outono.

SUMMARY

Signs of eutrophication have been noticed recently on the lakes of sao Miguel, Azores.

Our work started with the caracterization of the Sete Ci­clades lake, using several chemical pa,rameters. The main

209

J. MEDEIROS. G. FLORES ~ F. RIBEIRO

source of pollution was determined to be located on the village of Set€ Cidad€S. A drop in oxygen was noticed in these mono­mictic lakes during Summer and Autumn.

1 - INTRODUCAO

Todosos lagos estao sujeitos a um processo de envelheci­mento natural no qual a acumula~ao gradual de detritos e de materia organica provoca a transforma<;ao do lago em pantano.

Os lagos jovens (oligotr6ficos) apres€ntam baixas concen­tra<;oes em nutrientes, produtividades de vegeta~ao aquatica superior muito pequenas, aguas claras, frias e oxigenadas ate ao fundo (pESSON, 1976).

Estes lagos adquirem, a partir das suas bacias de drenagem, lodo, minerais e outros nutrientes, tais como, fosforo e azoto. Este aumento em nutrientes origina um aumento na produtivi­dade biologica.

Por outro lado vao-se acumulando detritos organicos no fundo dos lagos tornando-os menos profundos e mais ferteis, uma vez que a materia organica e convertida em inorganica por diversas bacterias. Os lagos tornam-se poueo transparentes, com os fund-os rieos em materia organica facilmente putrescivel, des­providos de oxigenio durante uma parte do ana (Verao e Outono) tornando-se redutores e ciando origem it forma<;ao de dioxido de carbono, eompostos amoniaca.i5 e sulfurados. Os lagos estao no estadoeutrofico.

o homem, pela adi<;ao de desperdicios nutritivos aos lagos (erosao acelerada, dejec<;oes, residuos organicos, fertilizantes, detergentes, etc.) acelera este processo natural (eutrofiza<;ao natural) transformando-o em eutrofiza<;ao cultural.

HASLER (1947) mostra como a eutrofiza~ao cultural ace­lera 0 processo. Este que naturalmente ocorreria em centenas

210

o ElSTADO TR6FICO DA LAGOA DAS SE'l'E ClDADES

de milhares de anos passa a dar-se em algumas decadas ou menos (BASSOW, 1976).

Num sistema eco16gico existe uma interac<;ao mutua entre os organismos redutores e consumidores de tal maneira que se chega a urn estado de equilibrio entre a fotossintese e a respi­ra<;ao, isto e, entre a produ<;ao e decomposi<;ao de materia orgfmica.

Este balan<;o produz urn fornecimento em oxig€nio cons­tante. Oestado estacionario entre a produ<;ao fotossintetica - P = dp/dt (P - velocidade de produ<;ao de materia orga­nica e p - biomassa de algas) - e a respira\;ao heterotr6fica - (R - velocidade de destrui\;ao da materia organica) - pode sercaracterizada em termos simples por uma equa<;ao quimica (MITCHEL, 1972):

106C02 + 16N03- + HPO-24 + 1221\0 + 18H+ (+ micro­nutrientes; energia)

Rt~P

~ CtOS H263 0110 N'6 P ~ + 138 02

protoplasma de algas

(1)

Atraves da reac<;ao (1) nota-se que para haver prooll<;ao de materia organica e necessario a exist.encia de P, N, C e mkro­nutrientes. Segundo LEE (1973, 1978) e VOLLENWEIDER (1974) o elemento que usuabnente controla a produ<;ao de materia organica e 0 f6sforo.

Por outro laJdo, a fotossintese para se dar necessita de energia luminosa, pelo que se costuma dividir os lagos em zona eufotica (onde se da a fotossintese) e zona profunda. Quanto maior for a transparimcia das aguas dum lago, maior profundidade tera a zona euf6tica.

Nota-se ainJda (pela reac\;ao 1) que ao haver a decompo­si<;8.o da materia organica 0 oxigenio e consumido. Assim, se houver estratifica\;ao termica,(COLE, 1975), as aguas do lago

2'11

J. MEDEIROS, G. FLORES () F. RIBEIRO

formara.o camadas ilmisciveis e a mais profunda (hip.olimnion) na.o podera p-roduzir .oxigEmi.o pel.o que se ira deso:x:igenandD it medida que a materia orgfmica se f.or ai acumuland.o. Se a materia .organica ai acumwada ja tiver uma c.oncentra~ao

elevada, .0 hirpolimniDn ficara anaer6hio durante a estratifi­ca~ao 1krmica. .E urn dos indices de eutrafiza~a.o mais uti­lizados.

Pelo exposto, tentam.os, sob urn ponto de vista quimico, determinar .0 estad.o tr6fic.o das Lagoas das Sete Cidades c.om base nos parametros menci.onad.os.

2 - iDADOS MORFOLOGICOS

A Lagoa das Sete Cidad.es e c.onstituida por duas lagoas - Lag.oa Azul e Lagoa Verde - que esta.o entre si ligadas todD .0 ano. Situada na Caldeira das Sete Cidades (Fig. 1), na parte ocidental da ilha de sa.o Miguel, com urn ruametrD a:pr.oximad.o de 5 KID, e uma area de 18 Kmz, segund.o carto­grafia de M. A. MachadD de Faria e Maia (BARROIS, 1800).

Existente hit 4000 anos, a vegeta~ao .original f.oi na sua mai.or parte destruida WRIES, 1968), por terem ocorrido desde enta.o, pequenas erup~5es com.o, por exemplo, em 1638 e 1811 A. D. (AGOSTINHO, 1960).

A precipita~aD mooia anual e de cerca de 1,8 X 1()3 mrn,Jan.o (S.R.E.S.) .

fA Lag.oa Azul, a uma altitude de 260 m, com uma superficie de 3,6 Km2

, situa-se a N.orte da bacia hldrogrMica. A carta batimetl'ica apresentada (Fi>g. 2) mOSitra que a p·arte n.orte desta LagDa e a zona mais prDfunda chegandD a atingir .os 33 m em aJguns locais, send.o a prafundidade mooia de 17 m.

Segundo (FRIES, 1968) os sedimentos desta LagDa sao constituidos na sua mai.or parte por uma camada de 0,5 m de «lodQ» .organic.o sobreareia e cascalho. Na parte oeste da Lagoa a camada organica atinge 1,0 metro.

212

o ESTADO TROFICO DA LAGOA DAS SETE CIDADES

N

Fig. 1 - Bacia hidrogrMica da Caldeira das Sete Cidades

A sedimenta!;8.o deve ter sido maior ou come!;ado mais cedo nas zonas mais profundas da lagoa (FRIES, 1968).

o escoamento das aguas da Lagoa (com 0 fim de manter o nivel) e feito por urn tUnel artificial que nos ultimos anos tern escoado cer;ca de 2,0 X 106 m3 /ano (SRES).

A Lagoa Verne tambem a uma altitude de 260 m, com 0,86 Km2 de su:perficie, ocupa a parte SuI da bacia hidrogrMica (Fig. 1). A parte Su~ da Lagoa e mais profunda (Fig. 2) che­gando a atingir 0030 m em alguns locais, sendo a profundidade media de 22 m.

213

J. MEDEIROS, G. FLORES e F. RIBEIRO

L.AZUL

Profundidade moxima,,, 33 m

Profundidade media ... 17m

l VERDE

Profundidad~ maxima, .. 30 m

ProfundidQd~ media ... 22 rn

Fig. 2 - Carta batimetrica

3 - CARACTERlSTICAS FtSICAS E QUIMICAS

3.1- Metodos de estudo

Foram seleccionadas 3 esta~6es de amostragem na Lagoa Verde e 4 na Lagoa Azul (Fig. 3), escolhidas de maneira a cobrir as Lagoas e ao mesmo tempo haver zonas de profundi­dades diferentes. Ai foram recolhidas amostras de agua para serem ana:lisadas no Iaborawrio. Quamdo passivel, foram deter­minados no local outros parametros.

214

o ESTADO TRCFICO DA LAGOA DAS SElTE CIDADES

3.2 - Tecnicas utilizadas

a) Transpar€mcia - foi medida com a ajuda dum disco de Secchi com 20 em de diametro (HALL e colab., 1978).

Fig. 3 - Esta~Oes de amostragem

o Vila o Lixeira

b) Temperatura e Oxigenio Dissolvido - determinados com urn Medidor de Oxigooio Dissolvido Y.S.I. Model 51 B, em que o oxigenio dissolvido e determinado por polarografia atraves dum electrodo de membrana (STANDARD METHODS, 1976).

c) Conductividade - determinada no local a superficie com urn medidor de conductividade da TOA modelo CM-1K equipado com urn electrodo de platina.

d) ComposiQao quimica das aguas:

- Fosforo total, Fosforo hidToUsave-1 e Ortotosjatos - fo­ram determinados com urn espectrofotometro da Baush & Lomb modelo Spetronic 88, pelo metodo do cloreto

215

J. MEDEIRO'S. G. FLO'RES e F. RIBEIRO'

de estanhO', usando 0 processo de digesUio pelO' persul· fa to de amonio para determinar 0 fosforo total (STAN· DARD METHODS, 1976) (METHODS OF CHEMICAL ANALYSES OF WATER AND WASTES, 1974).

- Nitratos - determinados com urn espectrofotometro Co­leman Junior II da Perkin Elmer modelo 6/20. 0 metodO' utHizado foi 0 da brucina (STANDARD METHODS, 1976 e METHODS OF CHEMICAL ANALYSES OR WATER AND WASTES, 1974).

- pH - determinado electrometricamente com os medido­res de pH da Metrohrn modelos 605, E580 ou E520.

- Calcio, Magnesio - fmam determinados com urn <~Direct rearling Engineer's LabO'ratory (DR~EL) da Hach. 0 dl­cio e 0 magnesio por titular;ao com EDTA.

4 - RESULTADOS E DISCUSSAO

4.1-pH

Os resultados encontram-se nas Figs. 4 e 5. Como se ve a agua e alcalina variando 0 pH, a superficie, entre 7,3 e 9,6. E de notar ainda 0 aumentO' de pH (em alguns casos da ordem de 1 unidade) na Primavera e Verao.

Tal variar;ao nao ad mira , uma vez que e precisamente nessa altura que a actividade fotossintetica se rnanifesta com maior intensidade na zona euf6tica (RESTITUTO, 1978), resul­tando dai urn maior consumo de dioxido de carbono (A.H.L., 1968) (ou acido carhOnico; ver reacr;ao 1). Nota-se ainda que os valores de pH nO' fundo sao mais baixos. IstO' e devido a decO'mposir;ao de fitoplancton assim como a uma actividade respiratoria intensa (BAUMAN, 1978) resultando assim uma acu.mular;ao de dioxido de carbono (pESSON, 1976).

216

p

10.0

9.0

7.0

6.0.

5,0

197'1' 19 78

'97'l 1980/81

/':", t, ::,~,~;-' .... ' ," ,j'.I •..... '''''r ,/V· .•... ;",,· :t--_\~~ · '. /

~/'/ \~,..,)

,. ... •........

pH

10.0

9.0

8.0

7.0

6.0

S.O

_._ . .. . _ 1975 _ ._ . , ., . S7'l

.. mlJO\

(! S UP 1961

v FUf.: 19-8]

,\." , - • • \.~. ,l J

I\~ j",:;:o~.kI<i';~X.,v~~.

V2

OUT NOV DEl JAN FE Y MAR A3R MAl JUN JUL AGO ~E T OUT NOV DE2 JAN FEV MAR A3R ~iAI JUN JUL AGO ~ET

(a)

pH

10.0

9.0

8.0.

7.0

6.0

5,0

~g7a

1973

1980/81 VL

1',

\ \/ ... v::,~~~{>~~j)i/f,~'~'~' "

OUT NOV OE2 JAN FEY' M4R A3R MA! JUN JUL AGO ~E T

(c)

tb)

Fig, 4 - Valores de pH na Lagoa Verde

a) Esta~ao VI b) Esta~o V2 c) Esta~ao V4

pH I

10M

9,0

8.0

7.0

6.0

5.0

pH

10.0

9,0

8.0

7,0

6.0

. 5,0

_ _ llin ~ _. ~_. __ ' ~7a

197'1 ;9 1::.r\1~ 1 All

o Stl P 1 ~8 t

v FIJN 1':11'12

~ It;.) I '. ..' "', i \. o. /!\ \:~~,--r.:r--;< -. ./ \v~t\;~::JY \ft\ ·/ . . " .......

", .................. ~ ..... '; . .: ...

OUT NOV DEZ JAN FEV MAR A3R MAl JUN JUI. AGO SET

1978 IS79 1,gSOi81

" .. TI.\ .. ~ .... _'"",.'. ..... ,.;/~_""

(a)

' 3

j', I< : \

i>;\~:;(~1\f\ i . .•. ::" , I I" ,. :I 'i'"

OUT' NOV DEZ JAN FEV MAR A3R MAl JUN JUL AGO SET

(c)

Fig_ 5 - Val ores de pH na Lagoa Azul

a) Esta9ao Al c) Esta9ao A3 b) Esta9ao A2 d) Esta<,;ao A5

pH

10.0

9,0

an 07.

'!Til 11&.'1t\

AI

:::1"- .. ~ " ... '-.A.. ... ~ ..... ... :\£!~/~~~~

6.0

5.0

pH

10.0

9.0

8,0

7,0

6.0

5,0

OUT NOV PEZ JAN FEV MAR A3R MA l JUN JUL AGO SET

'918 .Sl.

(b)

SO.'31

., sur 19 ~2

\' 'i.l~ -:9D2

,,0 ......

, .J .. _.-.~'v -'i.\~i/~0"'~/f\ ."

OUT NOV ' DEZ JAN FEV' MAR AaR MAl JUN JUL AGO SET

(d)

""NOj I"I'Iq I~

0.06 r---------------------i

0.050

0.01

/\ , . \. ~- ..•.. \... .... 0,01

(a)

r"NOj

~I~----------------------------------~ 0.6

0.02

OUT NOV en JAN rEv '"!A~ :.;jrf HAl JUN J l.. l I.GO S:'T

(d)

F'ig. 6 - O:mcenlra~o em azot.o (niLrico) em 1980/81

a) Esta!;lio Al b) Esta\;iio A2 c) Esta!;lio AJ d) Esta!;lio A.5

e) Estacao VI I) Esta!;lio V2 g) Est.~ao V4

,..,.;01

~' /I,----------------------------------------! 0.06

0.0'

0.0

0.03

D.::12

om

OUT NOV ~I:::Z JAN F[', MAR A3i~ "",Al JUN .lUL ~GO 5E.f

(b)

tl 'NOj

""'"r-___________________________________ -'1

0,05

0.",

om

0.02

CUi " QV DEZ JAN FE\' I-{AP A3F1 MAl JUN .:tJL "GO SET

(0)

J 0.05

00'

o.

0 .•

O.CrI

OUT NOV DE Z JA~ F(V MAFI A3R "4AI J UN JUL AGO SET

(e)

:H~Cj

m9/'~-------------------------------------006

o.os

0.01

0~3

0.02

0.01

OUT NOV DEZ JAN FEv MAFI A3F1 MAl JUN JU L AGO SET

N'NOi 1Tl9/1,-____________________ ..,

0.06

OilS

0.04

O.oJ

0.02

OD!

OUT NOV DEZ JAN FEv MAR /",3R tofAI JUN JU L AGO S( T

(g)

P(ola\

~ ~ OPO

aD'

n ,Cf)

P.~ IC I "'~/I

a{,7

or.<

A1'

O.O!'i 1 D.~

oUt ,..01/ DE? JAN FEv f'oI.AR A;,R MAl JUN JU,- AGO 5!: T :lUT NO'I DEZ J .. N FEV l'1AR A3R MAl JUN JUL AGO sn

(a) (b)

''i~lol t'l9 1 \

oj 'n

oj rl,r:.e

0,

0,

I,OS.

Fig. 7 - Concentra¢o em F6sforo total em

1980/81 0"'1 \ J' 0,03 \ 1\ 0.0'1 L, II

a) Esta¢o Al b) Esta¢o A2 c) Estar;ao A3

0 .• '1 V~ d) Esta¢o AS e) Esta¢o V1 f) Esta¢o V2

01.11 NOV DEl. J"'rl FfY MAR: AaR 1-11\1 jUI~ .lllL AGO SET

g) Estar;ao V4 (e)

P!eta! Ol\j/\

on

0.11

O~o

OM

0,08

0o!cl ",gil

r-------------------------------~ 009

Dee. I 0,071 ! ~ :: / !\ I c""l I \ O.DL! 1 ~ a.osl V . 0.'" 1'\'

1\ . I · \ ,. V . :: . \/If ~V'L:: L~ _-j\/\~fi~ -Q,01! -.. ~., \

aul NOV DEi:! JA"" rEV MAR A3R MAl )UN JIJL .AGO sr T O'JT M)'i on .I.A~ FEY MAR A:'\R M~! JUN J UL "loU ':> 1:..

~ ~

~ ~ m9n I

/).OB

0.07;

aD.! i ::: \l N\ om! r

0.' \/~,. ~I\. OD1J i" '-.. ....

(J;JT ~ (j'l o~z JAN F~V ~.AR A31{ M"J J UP{ JUL AlIU ~t. r

(f)

Plelal rug / l

0.10Ir- ----------------------- -

0.09

0.00

0.07

0.""

O~

om

aDO

rl

j \

OUT NOV 01:1 JAN EEV MAR A 3R MA l JUH JUL AGO ~T

(g)

Phidrol ITI!;;/I~ ____________________ __ V)

0,05

o,os

a,l}!.

0,03.

\/\ ~fA .. ... / L '--_. __ __ _ ./

D.Oil.

0.0)

OUT NO V IJEl JAf~ :;EV ~AR .A3R HAl JUN ;UL AGO SeT

Estat;;ao VI

Pnld,cl A). mgll

0.05

0.05

0.1)1.

0.03

0.02

_ .... ~:. __ J .,., •. __ .. _ ...... . _ .. _ .... ____ .~" ". D.GI

OUl tlCV O~Z JAN FEV MAR A~R HA i JUN JUL t. GO S( r

Estat;;ao Al

P""',ol. -"-2' m!)/1

O'~f ODS

I 0.04

iA A _"~. _ .... i' L1 ~/""- _ '._ .. ' ---~ _____ ...

0.03

0.U21

0.0)

OuT NOV OEZ JAtl FEV MAR A3~ MJI,I Jlm jUt. AGO SET

Phld rol. mg/ l

0.05

O.ffi

o,cv.

0,03

0.02

".01

'12

!v\ ;\ /\ I \ . ...... .. .... __ . I \.Il ... /'~ __ .. ..; "", . Ii

OU l ~IOV OEZ JAN FEV MAR A;R M.A.1 JL!N JUL ACO sn

Estat;;ao V2

fl lidTC"L· ______________________ AJ, mg/l ....

0.10

0.C9

0.0&

C,o'/

ODS

O ,O~

0.1'

( • .oJ

tA,k I\. .... .i , f .. .. _ ....... . ...... . ,. ...

0 ,02

:;,01

OUT NO V DEl JAN FE V H.lI.. R A3R NAI JUN. JUL AGO SE T

Estat;;1io A3

PhidrOI. ~g / l

~4 0,06

O,OS

OJ)/.

0.0:3

t.j\A~j\ ... ,~Jt 0.02

c:cn

OWT NOV DEZ JAN FEv MAR A3R MAl ) UN JUL AGO SET

Estat;;iio V4

P"ldrOI my/l

,----~----------------------AS 0.10

0.09

0.08

0,07

e,e'S

0.01:.

0,04

0.02.

l \ 1\ 0.021

/\JI 0.0;, ; "i'

1\ .,~,~ __ -' " .. _-- .,' .... _- ... -._--

our NOY OE2. JAN FE 'I MAR A3R Wd JUN JUL AGO ~T

Estat;;1io A5.

Estat;;iio A2 Fig. 8 - Concentra«;:iio em FOsforo hidrolisavel

~ ... cz: ::>

"" a: co u . ~

u

-! a: ::>

'" :;; "­>: w

21.

20

15.

12

2

20

~ 16

12

Esta<;ao Al (1978)

/ _: .....

1m"!,,,, ~,m tII O ~

I U:'lO O

.\ 1 1,}1

.. - '. : .. .....

MAR ABR MAl JU N JUL AGO

<;:

E 0 . .., '" X

'"

Esta<;8.o A1 (1981)

l r) '""tH.:r.s

~ 1TIf'I(O ~

lam~I(O '

I~m .. tro~

:! ~m lttfO\ AI 1981 , "ndo

.-,,, ........... ...

//:- ... ~ /. , I , . ii'

/ , ", ' I'

/ : / .,.. .. ,.. ... '" l' ,., ,,/

,I.i" \oil / .'

/./ .,.... // ;~./ ./ -.

'I ,. /.~ .- •. _./

_____ l'l' Ii'· / ' ..... ~i:i(.;. ... _>y,{.<:::= ••• .,..."- .. -,..,. .• .. .........

MAR A3R MAl JUN JUL AGO SET

12.0.

11.0.

10.0

99

" 8.0 '" ~ 7.0 ~ . .., '=" 6.0 )< c

5.0

I..

3.0.

2.0

1,0

AI 1!t1$

[.:1'1<: , '0 ">

12

I~·'~-~" I I '" ..

S I ...... ~ " " .. \ .... ,...... 'v" ....

~ _ ..... " r

i'~/ (;

.... ~

01 1 -- .-j ......... ",,:

MAR AB R M A I J U N J U LAG 0

__ Im rj , iO

",IT'.<!::-, ";

11> n'lCIf[,~

:$ "'tHOo;

, i -,,j

\

\ \ '. ,

\

ZOrr,f1fOS

l'>rr,tt'o,-

1 ...... 1$0

J\ ,

Ai ''!lS'

~/.<\\\, ' .. \ -

/ , / -.,/

/ / '

/ . ./ /

i i .,

'~": "' . ) : ... j :

\\ .. \

i ./ . ::-:--.~

'~::; ::j/

MAR ABR MAl JUN JUL AGO SET

Fig. 9 - Variacao da temperatura e do oxigenio dissolvido

21,

20

!-'

'" '" :0 ,-"" (L .., 0_

" w .... 15

121

21.

20

!-'

'" Q: ::>

"" "-"' "-

'm 'I "J

':;mC 1!1U

'u ndn

: .. ..,

)

Esta cao A2 (1978)

}, r

'! /

j4, 2 19'/

, :n E

0

:z w

x

Al19.7'

!t "ll't,o~

i undo

12

;. ~I'

-;\.

I) ./ >: .' 0

..... J '" .... 16

,..

-.. :~.</~'? ,,<.,

MAR A3R MAl

;rr.t : 'O ..

i:.J:'i d o

, /

. ?

1..--' _____ 4 ."

MAR A3R MAl JUN

JUN JUL AGO

Esta<;ao A2 (1981)

/:r2 IDe

12

/'-. l /:.< " .r ,:

~ f " .'" '" (; ;;: 0

J JUL AGO SET

01 I I I

MAR

MAR A3R MA l JUN JUL AGO

.

~':'I t l fa ~

~ 1J.r-. rJ 0

'~:/

A3R MA l

.....

1>-2 1981

\/ JUN JUL AGO SET

~

'" cr i= .. '" w 0.

'" w >-

E -<

'" -~ t-

"" cr

"' n r Lu >-

24

20

Hi

12

24

20

16

12

Esta~o A3 (1978)

, "H!UI "' "" '\,11\(10

"

i . i\ f V Z

.w

'" x <>

MAR A3R MAl JUN JUL AGO

:rr'tPO

5m ~l r os

11,111(1 0

l If

Jj ~.<.-.~ . .j

" " ,

:' , I . ·'

i •.• ·

( ' I

'I /

<' ,.' ',:

',: ',.:

I,:

Estacao A3 (1981)

. ~J 19a

~ E

o z

' W ::? x o

12

6.

.l)'f7e

f tlrqj~

12

\~ )Ji ",~ .. "" : ;

: :

" V ..... ..... J •

6

01L-__ ~ __ -+ ____ ~ __ ~ __ ~ __ ~

MAR A3R MA l JUN JU L AG O

' "

!;mrlros

'unClo

.. ~.

i

A) 19{Jl

'"

,,',1

1

"~I .... __ ___ .J

: \,\.~ ....

l'

0~1 __ -4 ____ ~ __ -+ ____ ~ __ ~ __ -+ __ ~

MAR A3R MA l JUN JUL A GO SET MAR A3R MAl JUN JUL AGO SET

Fig. 10- Varia~o da temperatura e do oxigenio dissolvido.

~~

"" no J

~ cr w n.

~

2 4

20

~ j 0:

i= "" cr uJ

~ 16

12

.' .... '

!>rn rl r l \

, ... ,.. 60

~. ; ....... _- ...

fl.!.I9i1ji

. , .•..

MAR A3R MAl JUN JUL AGO

Esta~o AS (1978)

Im t ! l o:I "''''' S"'tl," " lundO

12

" ." .§

~' "-~" .. I '. '. ,...--------.4 .. ' .,' t \

'I r \. ~ .. ....

C;

Z ... ~

·W

5 '" r x 0

.~ ..

~ .... 4

01 ~'"f- ... t ,'-. MAR A3R MAl JUN JUL AGO

Esta!;iio A5 (1981)

___ ' m U lo

._. _ _ • >m r lrCl"

_____ lOm"'ros

'OI'lC'lr o'!>

25m .... 'o'

lundo

ASS!I

2L.l •••• ~. lSI'\~I''' .<

20

16

12

/ . ;: l .

.~ •

./.~.-.-.

"I . .~ . -.-/ /. I ,/ ... ~iJ...£/:~.::¥/:::~.::.::'" .. -.. ~-..:'::::::: ..... .. ', ..

MAR A3R MA l JUN JUL AGO SET

~l ~

z ' W

~

12

5 i

i

/ /

'-'"

I ",t!fO _ .• _ 20f(.t\lDi

!> .r~"o \

lDmtV,H

r .. · ..... \

\

\

lunda

\ \'- '--",-

\. \. ... .......

" ",

"

........ ...... "

A'iIOSI

.\... .-~.-.-

01 , lo.n .. n h . \~-:::;::n:::'·: , MAR A3R MAl JUN JUL AGO SET

;; " 0: => ~

" a: w "'­:>: lU ,-

u

., '" ., ':i

~ ,

2~

20

16

12

2'

20.

co 16

; '~~1r u .... ',!l,& 5 fr.~\J 0>.

:' :

/ /~.

,/

" ,;/

.. t···· '.:

"' '4:

MAR A3R MAl JUN JUL AGO

\' 1 ' ~i'

!> "', .. l · o~

. / .,' \ . '

y"/' / .... _-:.

. I" I / ./ ".J ./ /'

,/ /'

~ / /// " . .,'" I ,. ... -. ....

//~ / ... ,< __ ;···.f·_···· /;,./ .... i~~: ....... ·~- -;...,,../'::;;;'

i21~:./ .-.•

MAR A3R MAl JUN JU L AGO 5ET

Esta<;.ao VI (1978)

VI1!j.7'O

Srr,l!" trol

fl, ~ Go

12

:::.: ~~

1\ .... "'.. \ ~~ .... -' " I ..... ,~_ .... , , \/ r . ~

'" .5 0

z w

'" 6 x 0

01 \·~'~'"''''i ''' ... C~· ·:.dr:·. ·· If · · .... ...... MAR A3R MAl JUN JUL

Esta~o V1 (1981)

, ~

E 0

£ '!?:

" c

y, ."

irwl"'.

;S"' ''' 'OI

121 __ -.... __ ~ __ _ -- --- ~~' ,.. / " .. ..

6

,

-i!. ; '.~ ~ "\.

\ .... '.. , \ "\ ; \ .. \ . . ., \ \ '. -.

\ \... ;""'-<. ~ ... O::-;:-" ' ::::::::':--:"=';~" __ "" MAR A3R MAl JUN JU L AGO SET

AGO

Fig. 11 - Variar;ao da temperatura e do oxigenio dissolvido.

2l.

20 '-'

" 0:

2 < a: w

~ w

16

12

21..

20

:' « a: ::> ... « '" w "-:>:

~ 16.

12

,

, , ,

...... '~"

0'

~ ...... J' ... "

Esta~ao V2 (1978)

0. E

o z

12

(~ 6 x o

V2 1978

~A!.

01 v .. j .. · · .. ..

MAR A3R MAl JUN JUL AGO. MAR A3R MAl JUN JUL AGO

FEY

// . /

... ;' /; ;'

V2 1961

/'. ;---­

/ \I

.,../ / , . ,/ ,I ••••• • 1>... :-.-•• , •• , I ~<d- '. :.-.- . ..,.~ .. , ....... --~~

. ?,/ ,/ 'f»~:::.: ...... / ...... ./. . :;-/-/ ...,'

MAR A3R MAl JUN JUL AGO SET

Esta~o V2 (1981)

12

~.

o z

·W

~6

.. It""""'" \.

" , .' . r···· \

-'-'-'-'-'. ~ ...... .. " \

........ ... . -t -" \ '" --, \~ \ . .;:: ... .

' .. ~ ..... ..... \ / .. , '\,:, ... \/-f .. ::'\..,~ ...

... ... .:,". . '\~.\~"''''''

V2 1961

... ~.-"~ .. -.-01 -~""""1 I I t

FEY MAR A3R MAl JUN JUL AGO SET

'-' '--« ct: ::>.

~ 0:: W "­:;.:

2~

20

:=16

'-'

« a:

'" .-« a: UJ

12

2l.

20

0.. ~ UJ .... 1

12

Estacao V4 (1978)

VI. 1978

121 '14 1978

~ .. ' ~ E

0

z ,'"

... i '" 6 x i 0

.w·

•...

i-1AR A3R MAl JUL JUN AGO

OLI __ -+ __ -+ __ -+ ____ --~--~

MAR A3R MAl JUN JUL AGO

Estac;:ao V4 (1981)

9 81 VL 198 1

12

~ , '"

",

.p"

£ 0

z ..........

(~ 6 x 0

'it" -,,-_ .. ,

......... ,.~

: .. i

OI~I ____ +-__ ~~ __ ~ ____ ~ __ ~~ __ -;

A3R MAl JUN JUL AGO SET A3R MAl JUN JUL AGO SET

0

5

I ::.r''' i MNLON

,0

~ ~

r M<:T;' L'~''''H i') ~

0:. 20

J n'WOLI ... NL(Jf,!

30 tl

:g

1 0:.

20.

HIPOl,.lHJl lClI{

25

LAGOA AZUL M

'8

LAGOA VERDE

~:~!~: " ~ ... ~...t .• ,

22 l ofmp'·r.)

a- &'H,I )' J\. _

LAGOA AZUL

[i 11

- ' -- -' .. ,uL.

~ ~ !. .g :.'

'] " "-""".,, '\'\' 1 ' ____ _____________ __ _____ ,-;{.t:. __ a. I" CiAL:!'!N ION //

LD -~--- -- - ' - --;:'~;:'::i--'='-?~--.------~----. -/,/ /' '1/ /::;"""'"'

loi 12 o

LAGOA VERDE

!:.PILL~~:I()N

O,lmg/ll

, I

i J;?:~.~~=;:.=~=>/ ~ 1 i /

f /; ! " ~IMNION

25[ [" !I Ii

12

30~1 ______ ~-+~~+-~-+ __ ~+-~~ __ ~~-+~ ~U? I o ,2 10 '4 18 22

T.mp l'CI

Fig, 13 - Variac;:iio da temperatura e do oxigenio dissolvido com a pro­fundidade (1981) .

Fig. 12 -- Varia~ao da temperatura e do oxigeniodissolvido.

O} !m9/l1

o EST ADO TR()FICO DA LAGOA DAS SETE CIDADES

4.2 - Nitrato

Os resultados encontram-se na Fig. 6. Verifica-se que os teo­res sao mais elevados no Outono e Inverno (Out.-Ahril) do que na Primavera e Verao (Abril-Serembro). Este aumento invernal e provave1mente devido, a drenagem dos compostos azotados dos adubos utilizados nas regi5es agricolas existentes na bacia hidrogrMica (DUBOIS e colab., 1976). Desde 0 mes de Maio as aguas aquecem, as populac;5es fitoplancwnicas crescem (MIL­LERIOUX, 1977) e consomem 0 azoto nitrico das aguas super­ficiais. Nota-se ainda que tanto na Lagoa Azul (comparando a estac;ao de amos trag em perto da vila - A3 - e as restantes) como na Lagoa Verde (comparando a estac;ao per-to da ponte - V4 - cam as restantes) os teores invernais de azoto nitrico sao tanto maiores quanto rna is per to nos encontramos da vila. Localizamos assim a maior fonte da poluic;ao em azoto nitrico nas Lagoas.

Foram ainda determinadas as concentrac;5es superficiais em nitritoscujos valores foram nwos.

4.3 - Fosforo total, F6sfoTo hidrolisavel, Ortojosjatos

Os valores ol:>tidos encontram-se nas Figs. 7 e 8. As determinac;5es dos teores em f6sforo foram obtidas a

partir da agua nao filtrada. Os teores em ortofosfatos sao na sua maioria nulos sendo da ordem dos 0,005-0,01 mg/l quando existentes, razao por que os nao apresentamos.

Os teores em fOsforo hidrolisavel e total apresentam, nova­mens, uns valores mais elevados na estac;ao per to da Penin­sula (A3). Verifica-se, tal como para 0 azoto nitrico urn decres­cimento das concentrac;6es na altura em que aumentam as populac;5es fitoplanct6nicas, ou seja, na Primavera e Verao.

E de notar ainda os valores elevados de fosforo total, cujos teores chegam a atingir (em A3) os 0,12 mg/l muito alem dos

217

J. MEDEIROS. G. FLOnES e F. RIBEIRO

0,02 mg/l estipulados por SAWYER (1947) como a quantidade necessaria para haver florescimento excessivo de algas.

4.4 - Temperaturq e Oxigenio Dissolvido

Os valores determinados encontram-se nas Figs. 9 a 13. Verifica-se que as aguas da superfide aquecem na Prima­

vera e Verao originando nas zonas mais profundas (onde a aCQao dos ventos nao consegue mistura-las) uma estratificaQao tel'mica a partir de Maio-Junho. A temperatura das aguas do hipolimnion e da ordem dos 13-14° C enquanto que 0 epilimnion tern temperaturas que se van elevando ate atingirem os 23-24° C, conforme se pode ver naFig. 13.

Em Outubro as aguas da superficie arrefecem ate alcan­Qarem os 13-14° C, altura em que termina a estratificaQao *.

Verifica-se que durante a estratificaQao termica 0 hipo· limnion fica desprovido de oxigenio. Por outro lado, 0 epilimnion fica sobressaturado devido a intensa produQao de oxiglmio pela fotossintese na zona eufotica. Essa sobressaturaQao chega a atingir os 140 %. Como ja foi referido, estas caracteristicas indicam a exisrencia de aguas muito produtivas, portanto de fraca qualidade.

4.5 - Transpa.rencia, conductividade, calcio e magnesio

Foram determinados por varias vezes na Primavera de 1982. Os valores medios obtidos encontram-se na tabela 1. Ressa·lta 0 valor baixo da transparencia da Lagoa Verde, mos­trando 0 fraco estado das suas aguas.

* Sao Lagoas monomicticas quentes (COLE. 1975).

218

o E8TADO TR6FICO DA LAGOA DAS SETE CIDADES

TABELA 1

Valores medios de varios pardmetros

Va~or medio

Parometro Lagoa Azul I Lagoa Verde

Transparencia (m) Conductividade (p.s) Cilcio (mg/l) Magnesio (mg/l)

5 - CONCLUSOES

(A1)

4,5 B2 2 1,2

I (V1)

.1,0

I 82

_L 2 1.2

Alguns dos parametros analisados mostram que a agua das Sete Cidades em alguns locais (Lado Sul da Lagoa Verde) e de fraca qualidade,

Na realidade, a desoxigena9ao das aguas, a baixa transpa­rencia e os altos teores em f6sforo total, sao indices de eutro­fiza9ao quando comparados com 0 estipulado por SAKAMOTO (VOLLENWEIDER, 1968) ao classificar as aguas dos lagos (tabela 2).

TABELA 2

ClassijicafG.o dos lagos em jun9iio das concentr(1,-9oes de j6sjoro e azoto totais

P Total (mg/l)

N Total (mg/1)

---- - --- - - ---·- --- 1---- --

Oligotr6fico Mesotr6fico Eutr6fico

O,OO2~,020

O,Ol()'{) ,030 O,Ol~,O9O

0,02-0,2 0,1-0,7 O.fr1,3

219

J. MEDEIROS. G. FLORES e F. RIBEIRO

Tal facto nao admira se atendermos it carga de fosforo que entra na Lagoa (Apfmdice A) que se encontra muito pro­ximo do estipulado por VOLLENWEIDER (1974) (Apendice B). Contudo, corn () desaparecimento da «lixeira» da margem da Lagoa Azul (Fig. 3) e natural que a quaUdade das aguas venha a methorar.

Por outr~ lade e ainda necessario determinar varios outros parametros para assim ser possivel 0 controle de qualidade das aguas das Lagoas das Sete Cidade.

Para avaHar 0 estado trofico dum lago e necessario atender as mulUplas interac~6es existentes (ver Fig. 14) e por esta razao determinamos varios parametros mOl'fologicOs, quimicos e fisicos e biologicos assim como a determina~ao das varias fontes de polui~ao.

220

Assim, sera necessario determinar ainda por varios anos:

- parametros quimicos e fisicos

a) conductividade b) alcalinidade c) trans.parencia d) fOsforo total, hidrolisavel e ortofosfatos e) azoto inorganico (soma de nitratos, nitritos e

amonia). f) azoto total

- Caracteristicas biol6gicas

a) clorofila a b) determina~ao do nutriente limitante (0 qual supu­

semos ser 0 fosforo com base em LEE (1973, 1978), ROHLICH (1969), VOLLENWEIDER (1974) MIT­CHELL (1972)

c) ensaios de determinar;ao de algas.

Air

o EST ADO TR6FICO DA LAGOA DAS SETE CIDADES

Nitrogen ions

Witer

wah.r-body

Dissolved. organic matter end particulate organic mltte,

Fig. 14 - Interrela¢es entre a vegeta~o aqllatica e vilrios factores no sell ambiente (retirado de MITCHELL, 1974).

- Caracteristicas da carga de nutrientes

a) fontes pontuais b) fontes nao pontuais c) carga interna (proveniente dos sedimentos. Actual­

mente em estudo),

Contudo, atendendo aos resultados ja obtidos, poder-se-ao come!;ar desde ja a tomar certas precau!;oes. Assim, quando possivel, 0 escwmento das aguas das Lagoas deve sel' l'eali-

221

J. MEDEIROS, G. FLORES e F. RIBEIRO

zado na altura em que as concentra<;:6es de f6sforo e azoto sao mfudmas (antes da Primavera). Por outro lado, seria con­veniente a colbeita das plantas aquaticas nos period os de maior crescimento (Apendice C).

APENDICE A

Cargas de f6sforo

A carga de fOsforo na Lagoa das Sete Cidades e muito dificil de determinar uma vez que nao ba fontes pontuais. Assim tivemos de nos basear nos coeficientes de exporta<;:ao de DILLON e KIRCHNER (VOLLENWEIDER, 1974) para deter­minarmos a carga de f6sforo duma ba-cia bidrog,rafica em que a utiliza<;:ao de terra e principalmente em florestas e pastagens.

FONTE CARGA DE FOSFORO (g/m2 ano-1)

Bacia hidrografica 0,0[,0

C huva 0,0 l.O

Lavaqens de- roup:1 desprezavei (~10~) Campismo 0,002

Pastageln 0,001

222

o ESTADO TRoFICO DA LAGOA DAS SETE CIDADES

APENDICE B

Cargas de fDsforo

A rela!;ao mais utilizada para estabelecer se uma certa carga de fosforo e perigosa ou nao para urn lago, e a de VOLLENWEIDER (1974).

Para a Lagoa das Sete Cidades a profundidade media total e de 18 m (-it).

Por outro lado 0 tempo de residencia ("w), atendendo ao volume (V) (81 X 106 m3

) e ao caudal de escoamento (Q)

(1,8 X 106 m3Iano), e igual a:

V z w = -- = 4{),5 anos

Q

ou seja

Zt / Ow = 0,44 ro/ano

Portanto a partir da figura B1 verifica-se que uma carga anual superior a 0,1 gP jm2 ano nao e ja desejavel.

223

u :z: o ... o j

</I ::l c:: ~Ol Ii. &II o ~ Q,.

.T. MEDEIROS. G, FLORES e F . RIBEIRO

lNvUfIC.\f9~·IJfOle.TtD

I.OO't ST~; • -(,IITRO'"I' A ·,.tsOTIIO~~" o -OL.IGIlTIlIIJlttIC

OLIGOTROPHIC

0 .01 L:-.....; ..... ,I""I,.IU...t..:.I.I....-'--.J....I....I..I..I.I.Li:--'--.J....I ....... I.J.I:"::':--'--"--u..~ Q,I 1 10 '00 ,ooo

MEAN DEPTH II HYCRAULIC RESIDENCE TlMt, T"" l,ftllY' )

Fig . B.1 - Relac;oes segundo VOLLENWEIDER entre carga de f6sforo e razao entre a profundidade media e tempo de resid€mcia (reti· rado de RAS. 1978).

AN:.NDICE C

Trotamento dos Lagos

No caso da La·goa das Sete Cidades os unicos processos de tratamenrto aplicaveis, dos mencionados nas ref. LIPTAK (1974), e ROHLICH (1969), sao:

224

a) CONTROLE DA EFICACIA DE NUTRIENTES NO LAGO

- sifonagem das aguas profundas e «lavagem» dum lago (SIKOROWA, 1977)

- destratificac;ao, oxigenaC;ao (HESS, 1974)

o EST ADO TROFICO DA LAGOA DAS SETE CIDADES

- Impedindo troca de substancias nutritivas entre os sedimentos e as a·guas do fundo

Dragagern Isolarnento do fundo por urn fUme de subs­timcias quimicas ou outros materiais.

b) REM09AO DE SINTOMAS DA EUTROFIZAQ.AO

- Controle do nurnero de peixes - Controle das popula!;oes de plantas e algas

impedindo a penetraQao da luz solar controle rnecanico (KOOPMAN, 1978; KOE­GEL, 1978; YOUNT, 1970) contrale quimico (BROWMAN, 1977; COO­KE, 1978) contrale biol6gico.

225

J. MEDEIROS. G. FLORES e F. RIBEIRO

BIBLIOGRAFIA

AGOSTINHO, J., 1960 - *tividade vulcanica nos Acores», Ar;oreana 5, 4, Angra do Reroismo.

ARL, T., 1968 - «Principal features in the chemistry of lake MaIaren. Eutrophication in large lakes and impoundments, Symposium D'Up­psala». OCDE. Paris.

BARROIS, Th., 1896 - t'Faune des eaux douces des Acores». LiUe.

BASSOW, R .. 1976 - «Water pollution chemistry an Experimenter's Source­book», Hayden Book Company, Inc., New JeNey.

BAUMAN, L. R. & SOLTERO, R. A.. 1978 - «Limnological Investigation of euthrophic Medical Lake, Washington», Northwest Science, Vol. 52 (2). 127.

BROWMAN, M. G. ,HARRIS, R. F., ARMSTRONG, D. E., CHESTERS, G., 1977 - «Interaction of soluble phosphate with aluminum hydroxide in lakes», Technical Report of University of Wisconsin, WIS WRC 77-05, Springfield.

COLE, G. A., 1975 - Textbook of LimnologY'». The C. V. Mosby Company, Saint Louis.

COOKE. D., HEATH, R. T .. KENNEDY. R .R. & McCOMAS. M. R .. 1~78-«Effects of Diversion and Alum Application on Two Eutrophic Lakes». Technical Report of Environmental Protection Agency, EPA fIXJ/ /3-78-033.

DALE, R. M. & GILLESBlE. T., 1977 - illiurnal fluactions of tempe­rature near tbe baton of shallow water bodies as effected by solar radiation. botton color and water circulatiou», Hydrobialogia, Vol. 55 (1), 87.

DUBOIS, J. P. & SCHETTY, 0., 1977 - «Evolution de l'etat sanitaire de la baie d'Auvernier (lac de Neucb8.tel) de 1962 a 1973». Bull. Soc. NeucMtel, Sci. nat., 1.

FRIES. M., 1968 - «Organic sediments and radiocarbon dates from crater lakes in the Azores». GeoLogiska Forenningens i Stockolm Forband­Zingar, Vol. 90, pp. 360-3138.

226

o ESTADO TR6FICO DA LAGOA DAS SETE CIDADES

FRUH, E. G .. STEWART, K. M., LEE, G. F. & ROHLICH, G. A., 1966-«Measurements of Eutrophication and trends», Journal WPCF, Vol. 38 (8), 1237.

HALL, J. A. & MORRISON, J. W., 1978 - «Environmental Studies», Arco Publishing Company, Inc .. New York.

HASLER, A. D., 1947 - «Eutrophication of lakcs by domestic drainage», Ecology. Vol. 28. 383.

HESS, L.. 1974 - «The effect of the first year of artificial hypolimnion aeration on oxygen, temperature and depth distribution of Rainbow Trout (Salmo gairdneri Richardson) in Spruce Knob Lake». W. Va. Dept. Nat. Res., D-J Report, Proj. F-19-R, 176.

KOEGEL, R. G., LIVERMORE, D. F .• BRUNN. H. D., 1978 - dmprovement and evoluation of techniques for the mechanical removal and utili­zation of excess aquatic vegetation», Technical Report of Nationa~

Science Foundation, NSF /RA-780249, Washington DC.

KOOPMAN. B. L., 1977 - «Mechanical harvesting: its new role in controling Water-blooms», College of Engineering and School of Public Health, University of CalifOrnia, Berkeley.

LEE. G. F .. 197'3 - <<Role of phosphorus in eutrophication and diffuse source control», Water Research Pergamon Press, Vol. 7, 111.

LEE, G. F., RAST, W. & JONES. R. A., 1978-«Eutrophication of water bodies: Insights for an age-old problem», Environmental. Sci. Techno!. Vol. 12 (8), 00.

LIPTAK. B_ G. (editor). 1974 - «Environmental Engineers' Handboob, Chilton Book Company, Radnor.

Methods for Chemical Analyses of Water and Wasters, 1974 - U.S. EPA. EMSL, Cincinnati.

MLLLERIOUX. G & RESTITUTO, F., 1976 - «Projet alpin O.CD.E. pour la lutte contre l'eutrophisation. Lacs du Missif Central Fran~ais

lV. Le Lac D' Aydat, interrelations entre parametres», Ann. Stat. Bial. Besse-en-chandesse, 192.

MITCHELL, D. S. (editor), 1974 - «Aquatic vegetation and its use and control». UNESCO, Paris.

227

J. MEDEIROS. G. FLORES e F. RIBEIRO

Mrl'CHEL, R., 1972 - «Water pollution microbiologY') , John Wiley & Sons, Inc., New York.

PESSON, P., 1976 - «La pollution des eaux continentales», Gauthier­-Villars, Lontreuil.

RAST, W. & LEE, G. F., 1973 - ~ummary Analysis of the North American (U.S. Portion) OECD Eutrophication project: Nutrient Loading-Lake Response Relationships and trophic State Indices», Technical Report of Environmental Protection Agency, EPA 600j3-7~, Corvallis.

RESTITUITO, F. & LAIR, N., 1m - «Projet alpin O.C.D.E. pour la lutte contre l'eutrophisation. Lacs du Massif Central fran¢s. m. Le lac Pavin, interrelations entre parametres. Ann. Stat. BioI. Besse·en­-chandesse, 146.

ROHILICH. G. A., 1969 - «Eutrophication: Causes, consequences, correc· tives», Proceedings of a Symposium, National Academy of Sciences, Washington DC.

SAWYER, C. N., 1966-«Basic concepts of eutrophication», Journal W.P. C.F., VoL 33 (5), 737.

SIKOROWA, A., 1977 - ~ossibilities of protection, against excessive eu­trophication of the lakes using the method of the renoval of hypolimnion waters», Pol. Arch. Hydrobiol., Vol. 24 (I), 123.

S.R.E.S., 1971'-1980 - Mapas do nivel da Lagoa das Sete Cidades da Secretaria Regional do Equipamento Social, Direccao de Obras PUbli­cas, Seccao de Hidraulica, Ponta Delgada.

Standard Methods for the exami~ion Water and Wastewater, 1975-14th ed. APHA, AWWA, WPCF, New York.

VOLLENWEIDER, R. A. - «The scientific basis of lake and stream eutrophication, with particular reference to phosphorus and nitrogen as eutrophication factors», Tech. Rep. DECD, DASjCSlj68, Paris, 1963.

VOLLENWEIDER, R. A. & DILLON, P. J., 1974 - «The application of the phosporus Loading Concept to eutrophication research», Publications oj the Environmental Secretariat, NRC Associate Commitee on Scientif Criteria jor Environmental Quality, NRCC N° 13690, Ottawa.

YOUNT, J. L. & CROSSMAN, R. A. - (,Eutrophication Control by plant harvesting», Journal W.P.C.F., Vol. 42 (5), part 2, 173. 1970.

228