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ROTEIRO Em Portugal, como noutras partes do mundo, a história do vinho anda muitas vezes de mãos dadas com a trajetória familiar. No Dão, onde a tradição levou à divisão das terras, essa ligação está escrita no ADN da região. Por isso, falar dos vinhos do Dão é também falar dos «seus».

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ROTEIRO

Em Portugal, como noutras partes do mundo, a história do vinho anda muitas vezes de mãos dadas

com a trajetória familiar. No Dão, onde a tradição levou à divisão das terras,

essa ligação está escrita no ADN da região. Por isso, falar dos vinhos do Dão é também falar dos «seus».

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DAO~

A S S U N T O D E F A M Í L I A

TEXTO DE JOÃO MIGUEL SIMÕES FOTOGRAFIAS DE FERNANDO MARQUES

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A 23.ª edição da Feira de Vinhos de Nelas aconteceu em setembro. No Dão, não há outro evento igual. Não só porque reúne a maior concen-

tração de produtores mas porque também é uma montra como poucas para dar a conhe-cer tudo o que está direta ou indiretamente relacionado com o setor vitivinícola – da gastronomia ao artesanato e ao turismo.

Nunca como agora os vinhos do Dão estiveram tão em alta, mas ainda assim precisam de se dar mais a provar. E de uma maior união na promoção. Uma das castas nacionais mais unânimes, a Touriga

Aqui, nos vinhos como na comida, impera a tradição,

a terra e os valores seguros.

CASA AROUQUESA

Nacional, é originária daqui, bem como outra, mais particular, o Encruzado. A seu favor, um solo granítico com ótima drenagem, uma conjugação de vários tipos de clima e altitude considerável, garantia de muita chuva no inverno e sol no verão; além de uma amplitude térmica diurna na época de maturação que favorece a produção de bons vinhos. A desfavor, a tradição de minifúndios e da partilha da terra que levou à prevalência de parcelas de vinha muito reduzidas, o que dificulta a exploração comercial. E também uma certa apetência para ousar pouco, o que implica fazer tintos quase sempre à base de

Touriga Nacional e brancos de Encruzado, deixando para trás a potencialidade de outras boas castas – como é o caso da injustamente subestimada Baga, que se julgou ser da Bairrada e, afinal, é do Dão.

Porque importa sair do óbvio, também neste roteiro não nos ficámos pelos gran-des produtores, que têm os seus devidos méritos, mas antes elegemos produtores mais recentes que, até pelo seu potencial e pela envolvência turística, podem (e já estão a) fazer a diferença.

ARQUITETURA DO VINHOOs primeiros vinhos com o selo Quinta de Lemos só foram para o mercado em 2010, mas a história não começa aí. Português de gema radicado na Bélgica desde muito jovem, Celso de Lemos nunca esqueceu as raízes. Foi sobretudo por isso que, há várias décadas, escolheu o Dão, de onde é natural, para implantar as fábricas da Abyss e da Habidecor. Destas saem, convém explicar para que não se perca o fio à meada, as toalhas e a roupa de cama de fama mundial que armazéns como o Harrods, em Londres, ou o Bloomingdale’s, em Nova Iorque, bem como hotéis de luxo, do Dubai a Hong Kong, já não dispensam.

Voltando à quinta, Celso queria aumentar a ligação à terra, pelo que esta acabou por surgir como uma forma natural de ter em solo nacional um showroom e um lugar de exceção para receber amigos, clientes e fornecedores. Uma coisa levou à outra e,

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quando deu por si, já tinha investido em três mil pés de oliveira, três colmeias, uma horta e 25 hectares de vinha.

Admirador confesso dos vinhos da Borgo-nha, o empresário recorreu a um português radicado em França para lhe plantar a vinha. Mas Hugo Chaves, enólogo de serviço, não abre mão de trabalhar apenas com castas autóctones. Quatro dos sete tintos Quinta de Lemos são monocastas: Jaen, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro. «Temos um grande trabalho pela frente para dar mais a conhecer as nossas castas, mas o gozo é também maior por isso», avisa Hugo.

Depois dos prémios arrecadados pelos tintos, o enólogo prevê que o novo branco, lançado este verão, venha a representar dez por cento da produção total. Todos os vinhos estagiam em barricas de carvalho e só vão para o mercado cinco anos após a colheita. É ponto assente. Assim como é o método seguido: tendo em conta as chuvas precoces que assolam o Dão e que fazem a uva perder intensidade, Hugo optou, contrariando quem insiste em arrastar a vindima até outubro, por fazer uma colheita temporã entre finais de agosto e finais de setembro.

Ao todo, são produzidas cem mil garrafas por ano. Mas o patriarca não prescinde de um pormenor: batiza os seus vinhos com o nome das mulheres da família – os topos de gama, Dona Santana, Dona Georgina e Dona Louise, levam o nome da avó, da mãe e da sogra. Paulette, a mulher, deu nome ao branco. O espumante, produzido, até ver,

para consumo interno, leva o nome de uma das filhas, Geraldine.

Faz sentido. Este é um negócio de milhoes de euros, mas é também um assunto de família. Os três filhos estão ligados ao processo de uma forma ou de outra, mas a vinda do varão, Pierre, para Portugal foi determinante para dar o passo seguinte, que despertou a curiosidade do website Archdaily e deu mediatismo à quinta. No topo de uma colina da propriedade, com os blocos de granito milenares integrados no projeto, nasceu um anexo de linhas ondulantes em betão, vidro e aço assinado pelo arquiteto Carvalho

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ARROZ DE PATO NO CORTIÇO, EM VISEU

MARIA CHICA, EM VISEU

CABRITO DO RETIRO DA MANHOSA

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ROTEIRO

ARQUITETURAO anexo feito de vidro e aço, desenhado por Carvalho Araújo, é um hotel decorado por Nini Andrade Silva.

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A Quinta de Lemos começou pelos têxteis, entrou nos vinhos e tornou-se hotel de charme.

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MINIFÚNDIOAs vinhas da Quinta dos Três Maninhos são centenárias e estão dispersas: tradição da região.

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Araújo. A decoração foi entregue à designer de interiores Nini Andrade Silva, que optou por tons neutros para fazer sobressair as vinhas e as serras à volta e recorreu a peças de desenho contemporâneo e a esculturas em madeira, além de ter usado nas três suites os têxteis produzidos pelos Lemos. A grande novidade desde março é essa: a quinta tornou-se também um pequeno e muito exclusivo hotel com piscina interior e restaurante.

DA TERRA Foi a designer que deu aos proprietários a ideia de usar parte do espaço comum do edifício para abrir um restaurante. O Mesa de Lemos, com capacidade para 20 pessoas, está a cargo do chef Diogo Rocha, antigo colaborador de Vítor Sobral, e só abre, mediante reserva, nas noites de sexta e sábado. Diogo, natural da região, trabalha o que a horta lhe dá e os produtos da terra, mas faz questão de sair da zona de conforto que impera na cozinha local. Peixe e marisco frescos de Peniche têm lugar de destaque nos menus (três pratos com dois vinhos, 35 euros; seis pratos, quatro vinhos, 70 euros) e faz gala em encomendar queijos da Serra de 30 quilos, que submete depois a uma cura de seis meses. Há quem

estranhe a ousadia, mas até nisso a Quinta de Lemos quer marcar a diferença.

Admirador da forma como as fábricas de têxteis da família Lemos não se limitaram a criar emprego local, havendo também uma preocupação social, Vítor Rodrigues, designer industrial de formação, criou em Viseu a Só Sabão. Especializada na produção artesanal de saboes a partir de receitas antigas e de produtos cem por cento naturais (como o mel, o leite de cabra, o alecrim), esta jovem empresa abriu uma loja num antigo teatro e acaba de comprar uma velha tipografia. Na segunda vai, entre outras coisas, impri-mir as bonitas embalagens dos saboes e promover workshops para os mais idosos. Na primeira, às quatro coleçoes de saboes já disponíveis, totalizando mais de 30 opçoes, juntam-se agora dois novos produtos: o Vinha (com folha de parreira, grainhas e vinho) e o Dão (à base de vinho). Não é vinoterapia, mas faz muito bem à pele – e à estima da região.

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Na Quinta dos Três Maninhos, a tradição vinícola foi herdada dos avós dos atuais produtores que vendiam vinho a granel.

O ponto de venda fica nas traseiras da Sé de Viseu. Talvez seja, pelo conceito, a mais interessante, mas não é a única loja digna de atenção nas cercanias. Para quem gosta de ter certas coisas do passado bem presentes, há uma latoaria, mantas feitas à mão na Viriato ou, ainda dentro da oferta local – vinhos e não só –, o Quiosque da Sé.

E restaurantes, claro. São vários, mas O Cortiço permanece incontornável. Por ser castiço, mas sobretudo pela cozinha bem executada: dos pratos como o cabrito ou os rojoes com morcela, a sobremesas como a pera bêbada. Predomina uma restaura-ção honesta, mas conservadora. Uma das poucas exceçoes fica por conta do Maria Xica, restaurante e bar, onde quem petisca arrisca um pouco mais – mas não muito, pois os produtos da terra continuam em força.

Fora do eixo central, a competente gar-rafeira e, uma vez mais, a gastronomia terra a terra, à base da carne e do pão-de-ló de Arouca, fazem da Casa Arouquesa uma escolha

LOJA VIRIATO QUINTA DO TRÊS MANINHOS

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segura. No entanto, o nosso coração bate mais forte por um outro endereço improvável em Ranhados, onde não é raro encontrar o staff da Quinta de Lemos. Em território de bom cabrito, um dos melhores é servido no Retiro da Manhosa. O lugar, à beira do asfalto, não tem outra pretensão que não seja a de servir um cabrito de primeira, acompanhado por broa da boa e batatas fritas caseiras. E, ou não fossem os produtores clientes da casa, entre os vinhos propostos estão o Dona Santana e o Dona Louise. Que nem ginjas com a carne suculenta e de forte sabor.

IN VINO VERITASPerto de Nelas fica Caldas da Felgueira, que ganhou fama e proveito graças às suas

águas, ideais para as vias respiratórias e as afeçoes reumáticas e músculo-esqueléticas. Na aldeia, tudo ou quase tudo gira à volta das termas, pelo que de março a novembro, quando estão abertas, muitos são aqueles que aqui procuram pouso mais ou menos demorado. Habituadas a frequentar a casa dos avós na aldeia desde pequenas, as irmãs Catarina, advogada, e Lídia, educadora de infância, não queriam que esse património afetivo se perdesse. Com a ajuda dos pais, arrancaram em 2011 com a intenção de transformar as casas herdadas no projeto Country Houses & Nature Casas do Pátio.

Duas casas de granito em mau estado deram lugar a quatro unidades a brilhar de novo. No formato de cubos, elas são de um

ou dois quartos, com sala, kitchenette e, nalguns casos, terraço. Comum, o conforto e uma decoração pensada pela dupla para ser charmosa e jovial – as irmãs Minhoto queriam acrescentar algo de diferente, e mais elaborado, à oferta já existente, mas sem excluir ninguém. O propósito é que as pessoas se sintam a gosto, logo elas mesmo fazem questão de trazer à porta, todas as manhãs, o pequeno-almoço em cestas de piquenique.

Mais há mais. Entre as atividades pre-vistas estão quatro programas associados a quatro produtores de vinho da região que proporcionam experiências que vão da visita a vinhas e a adegas, com prova, à possibilidade de apanhar e pisar uva.

Não por acaso, e já que a ideia de família tem sido denominador comum, um dos parceiros das Casas do Pátio, a Palwines, tem uma trajetória idêntica e um vínculo familiar. Catarina é casada com Pedro Borges, enólogo na Vinícola de Nelas e, desde 2012, sócio da Palwines juntamente com os seus irmãos Ana e Luís.

Como as irmãs Minhoto, também os manos Borges (são eles que insistem na terminologia, tanto que o primeiro vinho foi batizado como Quinta dos Três Maninhos) se fixaram no exemplo dos avós para dar conti-nuidade a uma tradição. Pedro pode ter sido quem levou mais longe o fascínio pelo ofício de fazer vinho, mas toda a família foi tocada por essa ligação ancestral. A prova é que os pais apoiaram (moral e financeiramente) a empreitada dos filhos e incentivaram-nos a formar a empresa. Na base do negócio, o exemplo dado pelo avô, que vendia a granel a sua produção, e várias parcelas de vinha herdadas que no seu total não perfazem mais do que dois hectares – um deles de Touriga Nacional e o outro, em talhoes dispersos, de vinhas muito antigas.

Focados numa produção muito pequena, que na sua primeira incursão no mercado não foi além das duas mil garrafas, e, ainda que não tenham posto de parte o saber e as possibilidade atuais, os manos Borges querem fazer da componente familiar e do labor quase artesanal a principal marca de

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A sensação de familiaridade assenta na trindade hospitalidade-gastronomia-vinhos

e perdura na memória de quem visita.

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RESTAURANTE BEM-HAJA

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FAZER FRASENoutra letra

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CASAS DO PÁTIO

RESTAURANTE BEM-HAJA

ADEGA DA QUINTA DE LEMOS

CASAS DO PÁTIO

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distinção. O seu vinho é feito em lagar com prensa incorporada e manual e depois vai a estagiar em cubas de inox – para se distanciar do que já se faz, Pedro optou por dispensar o estágio em barricas de carvalho para não ter a influência da madeira, tendo aberto apenas uma exceção numa porção Reserva do tinto que passou por uma barrica usada.

O arranque dificilmente poderia ter sido mais encorajador. Logo de caras, o Quinta dos Três Maninhos, cem por cento Touriga Nacional com aroma intenso, taninos finos e a perspetiva de envelhecer bem em garrafa, arrancou da Comissão Vitivinícola Regional do Dão a classificação de melhor tinto da colheita de 2012, seguindo-se, para o Reserva, o prémio Ouro. Animados, preparam-se para lançar em 2015 o branco Vinhas Centenárias. Para Pedro, esse poderá ser o caminho a seguir pela Palwines. No Dão foram atribuídos subsídios para dar fim às vinhas antigas, hoje poucos são os produtores que as mantêm – pelo menos em quantidades expressivas. Com mais de

20 castas em fase de estudo e de classificação, até porque algumas dessas castas, com mais de 100 anos, são hoje raridades, a Palwines acredita que elas poderão ser a sua pedra de toque – isso e a abertura da sua vivência familiar, na quinta paterna, à realização de jantares vínicos.

Numa casa portuguesa, pão e vinho sobre a mesa – que a generosidade beirã dita que seja farta e genuína. Foi assim no jantar no seio da família Borges. E também na nossa última paragem, antes do regresso a Lisboa. Em Nelas, impunha-se uma visita ao Bem- -Haja. Recomendado pelo Guia Michelin, este restaurante de charme campestre, com

algum requinte, não abdica da sobriedade do granito. Nem de uma ementa regional a preceito em que marcam pontos as en-tradas (ou tão-só o queijo da Serra com vários tipos de pão), pratos como o cabrito ou o entrecosto com arroz de carqueja e a mesa de sobremesas.

Talvez por isso, mesmo para quem não é daqui, a sensação de familiaridade, assente na trindade hospitalidade-gastronomia-vinhos, perdura na memória e faz-nos sentir em território nosso, por mais que a proximidade geográfica evoque, como definiu Aquilino Ribeiro, as Terras do Demo. Porque quem vê pedras e montes não vê coraçoes.

ROTEIRO DÃO

Lídia e Catarina Minhoto tornaram as casas da família um turismo rural

em Caldas da Felgueira.

SABONETE DE VINHO

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ALOJAMENTOQUINTA DE LEMOSMESA DE LEMOSPassos do Silgueiros, Silgueiros (Viseu)Tel.: 232951748Alojamento: preço sob consultaPreço (rest.): menus a partir de 25 euros (sem vinhos)quintadelemos.com

COUNTRY HOUSES & NATURE CASAS DO PÁTIOTravessa do Comércio, Caldas da Felgueira, Canas de Senhorim (Nelas)Tel.: 966540330Casa T1 a partir de 90 euros por noite (inclui pequeno- -almoço)casasdopatio.pt

RESTAURANTES RETIRO DA MANHOSARua das Lages, 50, Ranhados, ViseuTel.: 232461573De quinta a terça, das 12h00 às 21h30Preço médio: 20 euros

O CORTIÇORua Augusto Hilário, 45, ViseuTel.: 916461576Todos os dias, das 12h00 às 15h00 e das 19h00 às 23h00Preço médio: 25 euros corticotradicional.com

CASA AROUQUESAEmpreendimento Bellavista, Lote 0, Repeses, ViseuTel.: 232416174De quarta a segunda, das 12h00 às 14h30 e das 19h00 às 23h00Preço médio: 20 euros casaarouquesa.pt

MARIA XICARua Chão do Mestre, ViseuTel.: 232435391De terça a domingo, das 11h00 às 02h00 (sexta e sábado, até às 04h00)Preço médio: 20 eurosmariaxica.pt

BEM-HAJARua da Restauração, 5, NelasTel.: 232944903Todos os dias, das 12h00 às 14h30 e das 19h30 às 22h30Preço médio: 25 eurosrestaurantebemhaja.pt

VISITAS E COMPRASPALWINESRua do Mondego, 13, NelasTel.: 963263568palwines.pt

SÓ SABÃOLargo São Teotónio, 30, ViseuTel.: 232458450Todos os dias, das 10h00 às 22h00sosabao.pt

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