danna,m. & matos, m. aprendendo a observar

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Marilda Fernandes Danna . . MESTRE EM PSICOLOGIA· UNIVERSI )ADE OE SÃO PAULO Maria Am.élia Matos PHD EM PSICOLOGIA.· COLUMBIA UN VERSITY APRENDENDO A OB.·SERVAR EDICON

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Técnicas de observação

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  • Marilda Fernandes Danna . . MESTRE EM PSICOLOGIA UNIVERSI )ADE OE SO PAULO

    Maria Am.lia Matos PHD EM PSICOLOGIA. COLUMBIA UN VERSITY

    APRENDENDO A OB.SERVAR

    EDICON

  • UNll!>'ADE 1

    POR QU_E UM CURSO DE' OBSERVAO?

    a pergunta natural que surge no inicio do curso. Os alunos, em geral, esto interessados em saber em que medi-da o curso de observao contribuir para sua formao pro-fissional. Para responder a esta questo, necess.rio anali-liar a importncia do uso da na atividade profis-sional do psiclogo. .

    -O psiclogo, quando atua como cientista do comporta-mento, inyestiga, descreve e/ ou aplica princpios e leis do comportamento. Quer na descoberta, quer na aplicao dos princlpios e das leis psicolgicas, lida principalmente com in- formaes a respeito do comportamento e das mudanas no ambiente fisico e social que se relacionam quele comporta-mento. Assim, diz.er que um psiclogo est basi-camente interessado a gerais: O que os organismos Em que circunstncias ou sob que condies

    Ao longo do da cin.-cia, a observao. ten) se. mostrado o instrumei:ito satisfatrio na coleta dos dad.os que respondem quelas duas questes. Isto acontece, o uso de irormaes obtidas atravs da observao parece colocar o mais sob a influncia do que acontP.ce na realidade do que sob influn-cia de suposies, interpretaes e preconceitos;. possibilitan-do, assim, uma compreenso da natureza e aes transformadoras mais eficazes. Por exemplo, uma pessoa su-pe que um fenmeno tem uma caus8:; se a sua

  • f suposio se baseia em dados obtidos atravs da obsel"\lao, provavelmente esta pessoa no s explicar, como poder pre- . ver, produzir, interromper ou evitar o fenmeno com uma pos-sibilidade de acerto maior do que quem usa outros

    No basta, entretanto, um individuo sozinho tenha obser\rado o fenmeno para ele ser tomado como real. E no h maiores mritos em fazer esse trabalho, se a sociedade no puder participar dele. O cientista, que registra e relata suas observaes, peTmite que outros possam repetir O que ele est fazendo. Assim, seus procedimentos e concluses podem ser criticados, aperfeioados e aplicados por outras pessoas. A observao um instrumento de coleta de dados que permite a socializao e conseqentemente a avaliao do trabalho do cientista. -

    A observao utilizada para coletar dados acerca do comportamento e da situao ambiental.

    Atravs da observao sistemtica do comportamento dos organismos, em situao natural" ou de laboratrio, os pesqui-sadores tm conseguido identificar das exis-tentes entre o comportamento e certas circunstncias ambientais. Por exemplo, o uso da observao tem permitido descobrir que o comportamento influenciado pelas conse-qncias que produz no ambiente; que os modos pelos quais essas conseqncias se distribuem no tempo determinam di-ferentes padres de comportamento; que o comportamento

    Situao natural - Situao existente no local onde o organismo vive ou passa parte de seu tempo. Nc caso de seres humanos: a situao existente na casa. na escola. no local de trabalho etc.

    12

    pode ficar sob influncia de estimules particulares do ambi-ente, em detrimento de OUlTOS.

    Alm da pesquisa, a observao utilizada pelo psiclogo nas diferentes situaes de aplicao da Psicologia, tais como. clinica, escola e organizaes. Na clinica o psiclogo reeorre observao ao investigar, por exemplo, a apresentada pelo cliente, isto , para identificar o que vem a ser "agres-sividade", ''dificuldades na aprendizagem", ''timidez", "cimes" etc.; su.a freqncia, assim como as situa-es em que estes comportamentos ocorrem. Os psiclogos es-colares recorrem observao para identificar dificuldades de socializao, deficincias na assim como defi-cincias no ensino mirstrado ou mesmo no curriculo da esco-la. O psiclogo organj.zacional recorre observao para iden-tificar as necessidades de treinamento, a dinmica dos grupos de trabalho, para anlise de funf\o etc.

    Baseado nessas observaes, o psiclogo faz o di,1gnsti co preliminar da situao-problema, isto . identifica c\S defi-cincias existentes, identiika as variveis que afetam 1.' 1.om portamente e os recursos disponveis no ambiente. Com elementos, ele capaz de decidir quais as tcnicas t? procedi-mentos mais adequados para obter os resultados que preten-de tingir.

    A observao, entretanto, 1'\o se limita a estns duas t.\ses iniciais. Ao introduzir modificaes na situao, isto duran-te e aps aplicao de um o utiliza ., observao tambm para a\'aliar a eficcia da5 t' pn"l-cedimentos empregados. O psiclogo clinico C1bserva l' penho de seu cliente; o psiclogo escolar, o desempenho 1.ie c\lu-nos e professores; o psiclogo organizacional, l"'I dos funcionrios para verificar a ocorrncia ou nllo alteri.\

    , 'l

  • ., ....... wmp\Hdmenta1s. Atravs deste acompanhamento, o psi-clogo tem condies de avaliar o grau de mudana na situa-.'.lo e. portanto, Ll eficcia suas tcnicas teraputicas, dos programas de ensino e treinamento utilfaados.

    Os dados coletados por observa.o so usados para diagt:'losticar a situao-problema, paia escolher as tcnicas e procedimentos a serem err.pregados e para avaliar a eficcia dessas tcnicas e prxedimentos.

    Os dados coletados por observao referem-se aos com-portamentos exibidos pelo sujeito: contatos fsicos com obje-tos e pessoas, vocalizaes, expresses fadais, movimentaes no espao, posturas e posies do corpo -etc. Os dados refe-rem-se tambm situao ambiental. isto , s caractersticas do meio fsico e social que o sujeito se enconlTa, bem como s mudanas

  • . ( A .objetividade na observao significa ater-se aos fatos efetivamente observados. Isto , fatos que podem ser percebi- dos pelos sentidos, deixando de lado todas as impresses e interpretaes pessoais.

    A observao cientifica uma observao sistemtica e objetiva.

    Por que um curso de observao? - perguntamos. Tendo em vista que a observao cientfica utilizada.pelo psiclo-go como um instrumento para coletar dados, e que a observa-o cientfica uma observao sistemtica e objetiva, que requer a adoo de procedimentos especficos de coleta e de registro de dados, consideramos de fundamental importn-cia. um curso que possibilite o treinamento dos alunos no uso deste instrumento.

    O curso proposto tem por objetivo capacitar o aluno a realizar estudos observacionais. Para tanto, oferece um trei-namento em observao e registro do comportamento e das 1 ircunstncias em que o comportamento ocorre. Um treina- \ mento que atende as exigncias de sistematizao e objetivi- j dade da observao. Ao longo do curso sero discutidos tam- \ bm alguns cuidados tcnicos e ticos que o observador pre-cisa e deve ter durante seu trabalho.

    QUESTES DE ESTUDO

    1) P?r que a observaAo considerada um instrumento de trabalho do psiclogo?

    2) Explique a importncia do relato das observaes. 3) Identifique quatro situaes em que o psiclogo utiliza n

    observao. Exemplifique. 4) Para que servem os dados coletados por obser\'ao? 5) Que tipo de dados so coletados por obser\'ao? 6) Em que medida o objetivo da observao se relndon" \O

    tipo de dado coletado? 7) Quais so as caracteristicas de uma observao 8) O que uma observao sistemtica? 9) O que uma observao objetiva?

    10} Por que importante um curso de

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  • UN1DADE2

    A LINGUAGEM CIENT1FICA

    A maioria das costuma observar ocorrncias e relat-las a outrem. do obj1!tivo a que servem, observao e relatC? de podem ser feitos de dife-

    maneiras. Para a cincia, cujo objetivo predizer e con-trolar os eventos da natureza, um fato s adquire importn-cia e significado se comunicado a outros uso de uma linguagem que obedece a certas caractersticas; e sobre as caracterfsticas da lillguagem cientfica que iremos falar neste texto.

    A linguagem utilizada nos relatos observaciqnais . da que usamos em nossa vida diria, a linguagem coloquial,

    bem como da usada I\ literatura. No exemplo a seguir, temos um trecho extrado da literatura. Quando voc est 1endo um romance, encontra relatos de acontecimentos

    que fazem uso de uma linguagem semelhante aesta:

    "Deolindo (era uma alcunha de bordo) saiu do da Marinha e se eriou rua de Bragan" Batiam trs horas da tarde. Era a fina flor dos marujos e, de mais, levava um grande ar de felicidade nos o'lhs. A corveta dele voltou de uma longa viagem d.e instruo, e Deolindo veio terra to depressa akanci'u l'icem;a. Os disseram-lhe, rindo: - Ah, Venta-Grande! Que noite de almirante voc vai passar! Ceia, viola e os braos

  • de Genoveva. Colozinho de Genoveva ... chamava-se Genoveva, caboclinha de vinte anos, esperta, olhos negros e atrevidos". (Machado de Assis - Noite de Almirante. Em Antolgia scolar de contos brasileiros. Rio de Janeiro: Ed. de Ouro,1969, p.15).

    Analisemos o exemplo. Trata-se de um relato literrio. Evidentemente o au.tor no pretende descrever apenas o que aconteceu realmente. Tambm nlo necessita faz-lo da ma- neira mais fiel poss{vel. Lgico! O trabalho de um escritor no exige que o que ele conta seja constatado da mesma maneira . pelos outros. Ele no quer demonstrar fatos. Sua tarefa mais comunicar e produzir impresses sobre coisas que podem at no ter acontecido. O objetivo de um escritor permite, at exige, que "d asas sua imaginao".

    Se o comportamento de Deolindo e os do ambi-ente que atuam sobre seu comportamento estivessem sendo descritos cientificamente, seriam aproximadamente assim:

    "Deolindo marujo. A corveta qual serve encontra-se no porto, aps uma viagem de 6 meses. Deolindo, 10 minuto!. aps ter obtido licena, dirigiu-se terra. Saia do Arsenal da Marinha e os companheiros disseram-lhe, rindo: - Ah! Venta-Grande! Que noite de almirante voc vai passar! Ceia, viola e os braos de Genoveva. Colozinho de Genoveva ... Genoveva cabocla, tem vinte anos e olhos pretos. s trs horas da tarde, Deolindo dirigiu-se rua de Bragana".

    O que parece logo "saltar aos olhosn que o relato apro-ximadamente cientifico no tem poesia. lsto mesmo! Um re-lato cientifico no usa o recurso da linguagem figurada, recorre a interpretaes, nem impresses subjetivas.

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    Aobjetividade uma caracteristica fundamental da lin-:guage'm cientfica. Tentemos agora observai' algumas mudan-'1 sofridas pelo texto quando foi transformado em lingua-gem aproximadamente cientifica:

    O apelido Venta-Grandebem como a informao que es-tava entre parnteses foram suprimidos. Trata-se de uma linguagem coloquial. Tambm foram suprimidos o termo b11-tiam (referente s horas) e as frases "Ern a fina flor dos mnmj,1s t, de mais, levava um grnnde ar de felicidndt nos olho:;". Exclui-se, do mesmo modo, os termos esperta (referente a 'atrevido (atributo para os olhos de Genovevn). Tais mudan-as excluem recursos de linguagem, os quais representam

    subjetivas do autor e se referem a eventos ou .::a-racterlsticas que no foram observados.

    . Observemos tambm que os termos Iongn (referente e\ viagem) e depressa (referente salda de Deolindo para a ter-ra), foram substituidos por medidas (6 meses; 10 minutos). Os termos "longa" e "depressa" no indicam os referenchlis utilizdos, permitindo vrias interpretaes a respeito do tem-po transcorrido.

    A ordem de alguns trechos da descrio foi mu-dada. Num relato cientUico, na maioria das vezes, a apresen-tao dos eventos, na ordem em que ocorreram, da maior importncia. J imaginou. se voc fosse descrever o compor-tamento da abelha fazer mel e citasse as aes da abelha for., O.e ordem? E se isso acontecesse com um relato dentlfico dns aes envolvidas no prepa_ro de um bolo? . . Bom, voltemos s mudanas na estria do Em-bora uma lingu.gem coloquial e com figuras de estilo, a fala dos companheiros de Deolindo no foi suprimida ou al-terada. Por qu? Trata-se de uma reproduo do que realmen-. .

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  • "- .,.., _,.,_. a..1 ,_.'-'"' lLAV U.V QU.LUl.

    nlguns casos, o cientista pode ter como objetive descrever as i:aracteristicas das interaes verbais entre pessoas. Poder

    . usar ento transcries no seu relato. No vamos agora esperar que todas as peS!iOas

    usar uma linguagem cientffica. O que determina a adequa-o das caractersticas da linguagem o objetivo. bvio que a estria do Deolindo, se fosse contada pe:.o escritor de modo aproximadamente cientfico, no teria be:leza. Seria um de-sastre! E o que dizer de duas amigas que contassem as "novi-dades" daquela maneira?

    Um escritor, um cientista e uma pessoa comum, preten-dem influenciar seus ouvintes e leitores, de maneira diferen-tt>s. Pl1rtnnto, sam linguagem com diferentes.

    ----------------Psiclogos e cientistas do so pessoas comuns que usam linguagem ::oloquial no seu dia-a-dia; mas na sua atividade profissional, quando esto interessados em descrever, explicar e alterar o compqrtamento, devem usar uma llngui3gem cientifica.

    1. A OBJETIVIDADE DA LINGUAGEM

    Como j foi sugerido, a objetividade a caracteristka fun-damental da linguagem cientifica. Pela e>bjetividade, o relato cientifico se distingue dos demais. Sem objetividade no teria mos bases slidas para estudar um fenmeno; estarlamos es-tudando apenas a opinio das pessoas que supostamente esto "descre\'endo" o fenmeno. A linguagem objetiva bus-ca eliminar todas as impresses pessoai:; e subjetivas que o observadot possa ter, ou interpretaes que ele possa dar ai:er ca do5 fatos.

    ., ., ....

    Vimos anteriormente como seria o relato. em linguagem objetiva da estria de Deolindo. Vejamos outro exemplo. So dadas, a seguir, duas descries dos comportamentos apresen-tados por uma senhora dentro de um nibus; a primeira um

    . relato no objetivo e a segW'\da feita em linguagem objetiva. Relato 1 Relato 2

    1) S anda procura de um lugar para 1) nibus cooi todos os assentos se sentar oci.ipados. S dentro do nibus. da p,

    anda em direo porta traseira do nibus.

    2) Como no encontra. pra ao lado da 2) ontt>us com lodos os a"8nlos oitava fileira de bancos, . . atrs do ocupados. S parada, de p, ao lado da motorista. Tenta pedir um lugar aos oitava fileira de bancos, atris do paaaagelros que se encontram sentados motorista. Vira a cabea em direo aos naqele banco. t>aasaglros que estio sentados no

    banco. 3) Como ningum se incomoda, 3) Onlbus com todos o& a$$8nlos cansada, ela desiste. ocupados. S parada, de p, ao lado da

    oitava ftlelra de bancos, atras do motorista. Passageiros do banco olham \ em alreo nia, s expira fundo e f4tdla

    , ,os olhos.

    Ao analisar os relatos verificamos que o termo "cansa- _,. t da" se refere a uma impresso do observador acerca do esta do do sujeito, e que . foi eliminado e substitudo, no segtindo relato, pela descrio dos comportamentos exibidos pelo sujeito naquele.moll}ento, "expira fundo e fecha os olhos" Foram tambm eliminadas, no segundo relato, as interpreta

    "tenta pedir h,1gar passageiros"; "como ningum se .incomoda" e :ela

    A importncia da objetivilade na linguagem torna-se evidente quando se comparam os dois relatos. No primeiro

    Nos relatos de observal' para evitar a divulgao n::imes. identificar, atravs dt! letras, as pessoas presentes na situao. A letra maiscula

    5 t , em geral, utilizada para di:signar o sujei lo observado .

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  • as aes do sujeito so descritas de acordo com um determi-ponto de vista, que pode ou no estar correto. Possi-

    velmente, se outro observador estivesse presente na situ-o, interpretaria as aes do sujeito de um modo diferente. O segundo relato elimina as diverg.ncias entre os dores, na medida em que descreve exatamente as aes que ocorrem.

    . Algum poderia, entretanto, argumentar que a lingua-gem objetiva no exprime com veracidade o que est ocor.: rendo, uma vez que elimina informaes relevantes acerca do fenmeno, informaes que do sentido a-o. Neste caso responderamos dizendo que uma descrio .mais refinada, que inclua gestos, verbalizaes, entonao de voz, expres-ses faciais etc., forneceria ao leitor a imagem requerida . .

    De uma maneira geral, os principais erros contra a obje-tividade que devem ser evitados num relato so:

    A UTILIZAO CE TERMOS QUE DESIGNEM ESTADOS SUBJETIVOS

    Termos tais como "cansada", "triste", "alegre", ., ner-vosa" etc. devem ser evitados. Ao invs de utilizar termos que exprimam uma impresso acerca do estado do o observador deve descrever aquilo que observou, ou melhor, os comportamentais de um estado subjetivo. O recomendado o uso de indicadores tais como, movimentos corporais, posturas e expresses faciais exibidos pelo sujeito. Por exemplo, ao invs de registrar "S est alegre", o observa-dor registrar. "S sorri, bate o p direito no cho acompanhan-do o .ritmo da musica".

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    A ATRIBUIO OE INTENES AO SUJEITO

    .Ao invs de interpretar as.intenes do sujeito, o obser-vador. deve descrever as aes observadas. Por exemplo, ao

    de registrar "tenta pedir um lugar aos passageiios", o C?bservador registrar "vira a cabea em direo aos passa-geiros"; ao invs de registrar "a professora ia pegar o

    o observador registrar "a professora estende a . m.o em dire1'- ao -apagador".

    A ATRIBUIO OE FINALIDADES AO OBSERVADA

    Ao invs de interpretar os motivos que le\aram o sujeito a se comportar, o observador deve descrever o comportamento e as circunstncias em que ele ocorre. Por exemplo, em lugar de escrever ,, s fecha a porta porque venta", o observador re-gistrar "S fecha a porta. Venta l fora"; ao invs de registrar hS anda procura de. um lugar para sentar", o observador

    "S anda em direo porta traseira do nibus". Talvez S possa ter fechado a porta porque ventava e que ande no nibus de um lugar para sentar, mas no ade-quado diz-lo, uma vez que o sujeito pode fechar a porta por outros motivos. A senhora do nosso exemplo pode ter andado

    .para a parte de traz do nibus porque ia descer no prximo ponto, ou porque viu pessoa que lhe pareceu con.hecidi.l.

    Algumas vezes, ocorrem eventos os quais tem alguma relao entre si e um aps o outro, de forma que o primeiro cria oportunidade para o segundo e assim sucessi-vamente. Um exemplo seria a situao onde algum se dirige um armrio, abre-o,' retira um doce da lata que h dentro do armrio e leva o doce Nesses casos, alguns relatos ten-dem a referir s ltimas aes como uma finalic.fade em un-

  • ao da qual ocorrem as aes iniciais. "Abriu o armrio para comer doce ". Uma linguagem cientfica prescinde de .atri buir intenes s pessoas que esto sende> observadas. O cor-reto seria relatar os eventos na ordem em que ocorrem, evi-tando termos que indicam atribuio de .finalidade - "abriu o armrio doce" - ou de causa1idade - "porque es-t;w a com fome".

    Um relato objetivo evita: a) utilizar termos que designem estados subjetivos; b) interpretar as lnteRes

    ,do sujeito: e) interpretar as da .--_o_. __

    2. A CLAREZA-E PRECISO

    Outro caracteriza um rehto cientifico o uso de uma linguagem clara e precisa. Um.:\ linguagem c'lara quandcn.ie fcil 'ompreenso; e precisa q1Jando a coisas com exatido. A linguagem clara a) obedec os critrios d': estrutura gramatical do idioma; b) usa termo ----------=------.. --

    s e s

    cujo significado, para a comunidade com o o a -

    -i-e

    :me nsurveis da natureza {distncia, velocidade, Cre-ncia etc.) devem em geral estar da indica .q o da amplitude de.valores qual se -c;

    Se retomarmos a leitura do 'trecho literrio que fala ares-eito do personagem Deolindo, poderemos verificar que, di-rentemente do relato cientifico, a linguagem literria no ecessita obedecer 'rigorosamente exigncia de clareza e

    preciso. Assim, no de surpreender que o autor se nteiramente vontade par.a dizer. sobre Deolind_o: ... "levava m grande ar de feliddade nos olhos" ... "veio terra to de-

    alcanou licena" ...

    p fe n

    i .u p

    Um cientista teria que explicitar o que nos olhos de Deolindo e que tomou ipdicador de seria uma mudana no brilho? Em quanto m'!!dou? Seria nos mo-vimentos palpebrais ou seria no tamanho da pupil? O

    que fosse, deveria ser descrifo com preciso. A respeito de "vir terra to depressa alcanou a licena", o que quer dizer a palavra depressa? Quant? tempo correu entre a licena e a sada? Para ser considerado claro e preciso, um relato responder a essas inter-

    . rogaes.. . . . . Vejamos outro exemp,lo. A so apresentaaos dois relatos de uma mesma O primeiro relato (Relato 3) laro e preciso, e no. outro to 4) cometeram-se erros com ;elao clareza e predso.

    relato, no ambguo (isto , as palavras usadas s freqentemente aceitas na comunidade como referentes certos fenmenos e eventos e no a outrns); c)._ indica as pro

    definidoras dos referncia qu e/ ou leigos de d ierentes .1reas de conhecimento, g.rupos social, econmica culturalmente diferentes) :eara uma e munidade restrita, os termos sem a referencia

    O

    Ao analisar os dois relatos, que os termos e e "muda :le postur"'", no_

    Relato 4, no clarament ! foram as aoes ob-servadas. E que os "peque 1a '.', "criana" e al-is

    a-podem ser relacionados pelo n tureza e Por exemplo, termos como "longe", "im lilato", "rpido", "alto" etc., que dizem respeito a aspec

    e-tos

    26

    , gum tempo" carecem de .. um refe1 ?ncial fisico de compara-o, ou seja, falta-lhes preciso.

    ., "7

  • , Relato 3 Relato 4

    1) Sobre o tapete, a meio metro da 1) Sobre o tapete da sala est uma bola 'mesa de cenltO, est uma bola vermelha pequena. de 5 cm deidl6metro. 2) Um menino de aproximadamente 2) Uma criana se movimenta em quatro anos de Idade, anda em direo direo bola.

    1 bota. 3) De frente para a bola, o menino se 3) De frente para a bola, a criana muda a achae a a. de stura e a a. 4) L.evanta-se. Permanece parado de 4) Levanta-se. Por algum tempo pe, a bola por permanece parado de pj, segurando a a roXlmadamente 1 o s undos. bola. 5) Grita: - e joga a bola em 5) Gnta: - , e joga a bola em

    dire o'.. rta. dl o orta.

    Para preencher os requisitos de clareza e preciso na lin-guagem, o observador deve evitar o uso de:

    TERMOS AMPLOS

    Termos cujo inclui uma srie de aes. Por exemplo: "brincar" .pode significar "jogar bola', "jogar pete-ca", "nadar", "pular corda" etc. Em lugar de termos amplos, o observador deve especificar os comportamentos apresentados pelo sujeito.

    Ao invs de registrar "o menino brinca com a bola", o observador especificar cada uma das aes apresentadas pelo garoto, ou seja, "o menino anda em direo bola, pega a bola, joga-a no cho, chuta-a com o p" No exemplo dado an-teriormente, deixar de registrar "a criana se movimenta", e indicar como o menino se movimenta, se ele anda, corre, engatinha etc.; ao invs de "S muda de postura", o observa-dor registrar a mudana de postura ocorrida, se ele se aga-cha, deita, ajoelha etc.

    28

    TERMOS INDEFINIDOS OU VAGOS

    . Termos que no identificam o objeto ou identificam par-. cialmente os atributos do objeto. Por exemplo, os termos

    quena", "por algum tempo", "criana", empregados no re-. lato 4.

    Ao invs de utilizar termos indefinidos ou vagos, o ob-. servador deve especificar o objeto ao qual a ao dirigida, e

    fornecer os referenciais fsicos utilizados para a descrio dos atributos do objeto; referenciais relativos a cor, tamanho, di-reo etc. Por exemplo, deixar de registrar "bola pequena", e fornecer o. dimetro da bola, ou anotar o referencial de comparao (bola menor do que as outras); ao invs de regis-trar "a criana jogou durante algum tempo", o obsenador anotar "um menino, de aproximadamente 4 anos, jogou fu. tebol durante mais ou 111enos 30 minutos", isto , ele especifi-car o sexo e a idade da criana, a ao que ocorre e o tempo de durao da ao.

    Convm lembrar que se um termo tiver sido anteriormen te definido, o mesmo poder ser empregado no registro. Por

    exemplo, se o observador especificar, no inicio do registro, que o termo "criana" se refere a um menino de aproximadamen-te 4 anos, ele poder utilizar este termo

    TERMOS OU EXPRESSES AMBGUAS

    Quando numa expresso, um termo pode ser tanto ao sujeito da frase quanto a seu complemento, o obser-vador deve usar termos a.dicionais que indiquem precisamen-te a que ou quem o termo se refere. Por exemplo: ao registrar "P amarra o sapato. Encosta na parede". algum poderia in-dagar: P encostou-se ou o sapato paredt'? Cuidadt'

  • - ., .......... v :>:: palavras que lt?r v:ios significados. Por exemplo, l?m algumas re

    gies do Brasil, se algum registra: "M 'quebrou as cadeiras", certamente se quebrou m(lveis que servem de assento, ou fraturou os ossos ilacos?

    P.ara um relato ser claro e preciso deve-se evitar: a) termos amplos; b) termos indefinidos ou vagos; I e) .termos ou expresses

    Para facilitar o trabalho de regis!J'ar o comportamentos e os aspectos do ambiente com objetividade, clareza e preciso, o observador deve usar: 11) Vcrl1os que idtf1tifiqucm n ao exibida pelo sujeito. Tais como:

    correr, andar, etc. h) t}HC icic.'n ti.fiquem os objetos ou ;::icsso"s prescn tes na

    l' cnrnctersticas. Por exempll, termos tais corno: bole'\, homem, 1.".0r vermelha, janela fechada etc.

    Ri!fenmci111$ Os referenciais so as partes do corpo do su;eito, os objetos e presentes no

    e cs padr\>es de pesos e medidas adotados oficialmente (metro, quilo, litro etc.). Exemplo do uso de referenciais: coloC'a e\ ponta do dedo sobre t> nariz'', " 0 menino mais alto da dasse" etc.

    30

    .'.QUESTES OE ESTUCO

    1) Quais so as 4e uma linguagem cientifica? 2) O que uma linguagem objetiva? 3) Em relao objetividade, como caracteristica da

    linguagem cientifica, que tipo de erro um observador menos cuidadoso comete? '"

    4) O que significa clareza e preciso na linguagem? 5) Com relao .clareza e preciso na linguagem, que tipo

    de erro pode ocorrer? 6) Como o observador deve proceder para registrar os fatos

    com linguagem cientifica?

    'EXERCCIOS OE ESTUCO

    Nos cinco relatos de observao, apresentados a seguir, foram cometidos erros em relao objetividade ou clareza e preciso. lnicie o trabalho, sublinhando, em cada relato, os termos ou expresses que contrariam as caractersticas da lin-guagem cientifica. Aps a identifiao dos mesmos: a} escrev, no espao existente na folha, os termos ou

    expresses encontradas; b) identifique, em cada um deles, o P.rro foi contra a

    objetividade ou contra i\ dareza e preciso; e, por ltimo. e) o tipo de erro cometido.

    31

  • RELATO 1

    S anda em direo uma loja. S entra na loja pensando o que vai comprar. Um vendedor sorridente aproxima-se de S para atend-la. O vendedor diz: "Em que posso ajudar? S olha para o vendedor e fala: "Quero um par de sapatos n 42 para minha filha". O vendedor com ar surpreso vira-se para buscar o tapato. S anda em direo ao banco, senta no banco e espera. O vendedor volta trazendo alguns pares de sapato. S escolhe um deles. S vai ao caixa, paga o sapato e sai da loja contente.

    RELAT02

    S anda at o balco de uma companhia area. S pede, inseguro, informaes sobre vos. A querendo ajudar entrega a ele um folheto com as escalas de vo. S confuso olha o folheto. S inclina o corpo para . frente e deixa cair algo. A pergunta se pode ajudar. S diz que quer ir para Brasllia. A diz que o prximo voo sai s 19 ho:as. S agradece e se . abaixa para pegar a caneta que caiu.

    32

    ,REJ.Aro3

    S volta apreensiva da balada. O pai est na sala dormindo. S tira .. os sapatos e caminha p para no S esbarra "." . mesinha de centro. Uma co15a cai no cho. O pai mal humorado gri-; ta: "Isto hora de chegar?" S tentando acalm-lo, beija o pai l' diz: ''Estava bom demais, no deu para sair antes".

    REu.T4

    Mao de provas recm aplicadas. s st!nta dl:'sanima\.fo cin escrivaninha e comea a co1rigir as pro\as. Em determin.idu nw-mento d uma risada. Levanl:a da cadeira para fumar um cigarro. Volta ao trabalho com mais nimo. Corrige dez pro\'as. O h!lefont' toca. S diz: "No estou para ningum". A empregada diz: " "fa e.!''7C-

    . la .de seu filho". S assustado pega o telefone.

    . lnn li lt\!"'

  • ' e! 1rmao brigam na s?l: A f:'le na s.1Ja e manda que CJd,1.um o seu diz que fo1 o i1mo que comeou, em

    .su J.:i sala. No quarto liga a TV para matar o tempo. Desliga r1 uma arte. A mrle entra no quarto e diz: "Que eu fao com vci.:e . \ !mergonhado, pede desculpas me.

    .. , .;.

    EXPRESSES FACIAtIS

    '

    . Um dos principais erros .. o uso de termos que se a como,

    " ,, triste", ,, l - i' . .

    . sq.utilizados por ele, taj.s como postUra:.'e ritmo dos a ap.resnta, mas principalmente, com nas expresses fadais do sujeito.

    Expresso facial o aspecto geral, num dado momento, d.o rosto de uma Ela reflete, no conjunto, as disposi-

    espaciais em que se encontram a cabea, a testa, as so-brancelhas, os olhos, .o nariz, as bochehas, a boca.e o qu,eixo.

    Por ser conjunto de de. segmentos do rosto, que se alteram ftcil registr-las co111 preciso. A tambm ao fato das expresses faciais, .freqentemente, acom-panharem motores.do geral,. aca-bamos focalizando aper\as um dos ou 'que se destacarn (por e e nariz, boca e bochechas, boca e queixo etc.). Com foto-gr!}fias podemos, congelar a o que acontece em todo rosto .

    . Vejamos dois As fotos 3.1 gensde uma menina.com um e trs . .. ".

    35

  • Fo'to3.1

    roto3.2

    j.S

    DESCRIO DA FOTO 3.1 .. '. est com a ca-

    bea ligeiramente inclinada para trts; olhos arregalados e voltados pata o alto; sobran-celhas levantadas; testa fran-zida; aberta e estendida, com de dentes su-periores e da lfngua; boche-chas salientes.

    DESCRIO DA FOTO 3.2

    A merlina est com a ca-bea inclina4a para a esquer:

    : da; olhos abertos e voltados para baixo; bca fechada for-mando ligeiro bico, cantos dos l.bios voltados para baixo; queixo saliente.

    ......

    .: CIO OE ESTUDO

    , o visa o trelJ'lamento na Ob.l

  • dn rostu 3

    , ...... .

    11\

    Descrio do rosto .t

    38

    L.E R. 4

    DEFINIO DOS 0.BJEilVOS E PLAN.EJAMENTO DO TRABALHO

    Todo trabalho em que se utiliza a observao como um ins-trumento de coleta de dados, seja de pesquisa ou de aplicao, requer do psiclogo uma srie de decises. Decislo com. relao ao que ser observado, a quem ser observado, a

  • 2:a. Meninos e meninas l>rincam de forma diferente? ' . ... 2.b.Analisar se existem nus brincadeiras

    apresentadas por meninos e meninas.

    3.a. Como.se umabtlncadira? 3.b. Analisar.cmo se desenvolve uma brincadeira: inicio, meio e fim. . .. .. . .. "" 4.a. Com quem a criana brinca? 4.b. Analisar como as crianas se agtiupam i:10 brincar.

    5.a. Quem prope a brincadeira exerce a liderana da mesma? 5.b. Verificar a relao entre quem prope a brincadeira e

    quem exerce a liderana da mesma .

    6.a. Como oorrem as desavenas entre cri.mas? 6.b. identificar os comportamentos .numa desavena

    entre crianas, assim como os eventos antecedentes e conseqentes aos mesmos.

    7.a. O que mantm o comportamento. de desateno aula? 7.b. Analisar- os .comportamentos de aula

    exibidos por uma criana: como 01:orrem, quando ocorrem e Suas conseqricias imediat:as.

    8.a. Qual candidato ser selecfonad:i para o cargo de . chefia de um setor em uma industria b!xtil?

    8.b. Avaliar se o candidato preenche os req.lLisitos para o cargo de chefia de .um setor em uma inaustria txtil.

    9.a. O ritmCI da .fala de um cliente em terapia est relacionado a suas reas-problema?

    9.b. Identificar mudanas no ritmo da fale. de um cliente em terapia e as mesmas ocorrem.

    40 ----- ---- ---- ---.. - -

    10.a.Qual o grau de .:omprometimcnto emodcllcll do inivlduo que ingressa no hospital psiquitrico?

    10.b.Avaliai o grau de comprometimento emccional 1.fo individuo que ingressa no hospital psiquitrico.

    Embora a diferena entre as duas formas de apresentac dos objetivos possa parecer sutil, verifiquem que a forma b fo-caliza o comportamento do observador, enquanto a fonna a fo-caliza apenas o assunto de seu interesse. Lembre-se, entretan-: to, que a escolha por uma ou outra uma opo pessol sua.

    O objetivo de estudo deve ser especificado de forma clara e objetiva.

    Aps a definio do objetivo voc est em condies de iniciar a segunda etapa do trabalho, o plancju.nn.mto da i:alelr. de dados. Planejar a coleta dos dados significa especificar: quem ser observado, onde a observao ocorrer. a frequn-cia das observaes, o tempo de observao, o que ser ob:>er-vado e como sero registrados os dados.

    A.o especificar quem se1 obseroado, o observador deve se referir ao nmero total de sujeitos pre\'istos assim como aos critrios utilizados na seleo dos mesmos, por exenlplo: sexo. idade, nivel scio-econOmico, grau de escolaridade ou outra caracter[stica relevante.

    Identificar onde a observao ocorrer. significa dizer os locais e situa0e5 escolhidos para observao. Por exempio, sala de aula, durante atividade livre, de trs escolas particu-lares de classe mdia da zona sul da capital paulista (escola A, escola B e t!SC'ola C).

    Ao determinar a freqiiincia das obstniacs, o observador especifica o nmero de sessei: planejadas para um determi-

    41

    l

    i

    I

  • .n.1dl'.' de tempo. assim como a durac total do traba-llR1. P1n- exemple. 3 sesses smanais durante 2 meses. E ao indicl'r '" tcmpci de obseroaiio feita referencia durao da s,$Si111, pol' as sesses tero 1 hora de durao.

    Quanto al' que sm obSt.roado, isto os comportamentos e '\'1.'1'IO!t ambientais a serem focaiizados, o observador pode-ria: '1) fazer llm registro amplo das aes, isto registrar os Cl'mport11mentos motores,. as expresses faciais, os compor-tamt!ntos vocais assim como os eventos antecedentes e con-

    ,, esses comportamentos; b) selecionar determina-da!\ classes de comportamento a serem registradas, por exem-plo, registrar unicamente interaes ou unicamente os com-

    motores, .:is expresses faciais ou uma categoria rre-deimda. por exemplo, disputa por brinquedos; c) focali-,::1 r ' e registro em determinada parte do corpo, pcr l.'Wmplo. os movimentos da mo ou da boca.

    1-'or ultimo, como sero registrados os dados, isto indi-ac: tcnicas de amostragem e de registro utilizadas. As

    tl!(ntC

  • Ao um& tJeve-se j,;var em alin do \lbjetivo do estudo, o j existente do asinto, o interesse especifica do:observador e as cordles passiveis de rellzo do -----O delineamento da pesquisa, fun1;o das escolhas a

    serem feitas pelo obsP.rVador, vai d!termiii.ar validade das ' .

    concluses, isi:o sua validade int\!ma .. e.exten\a. Validade interna refere-se consistncia ideclaraes da amostra, isto , se as afirmaes feitas so represe1\tati\'as da amos-tr; nquanro valid'1de externa a interpretaes e ge-neralizaes da amostra para outras 'Situar,5es e populaes.

    QUESTES OE ESTUDO

    1) Como o objetivo deve ser definid?7 2) O que significa planejar a coleta de dados? 3) Explique cada uma das informa9es a fornecidas no

    planejamento. 4) Quai5 so os cri_trios que o observadpr utili:r.a no planejamento? 5) O que vem a ser interna: e externa?

    44

    0 PROTOCOLO DE OBSERVACO

    UNIDADE 5

    Feito o planejamento, voc est pronto para comear ;1 coleta de dados. A folha onde o observador registrar:i os da-dos a serem coletados denominada de protocolo c ob:iirt1;1-o. O protocolo contm uma srie de itens. que abl'angem .-is informaes relevantes para a anlise d o comportamento; L' uma das habilidades r'!queridas do observador a preen-cher corretamente esses itens. O observador deve preencher um protocolo por sesso, ou melhor. por peroo de temro.

    Os itens de um protocolo esto relacioni.'ldos basiG1111entc, a trs conjuntos e informaes, a saber:

    a) identificao geral, b) identificao das condies em que a 1)CNr(. e) registro de comportamentos e cil'cunstA1K1\s

    '

    A identificab geral consiste na referncia ao t'lbscr\'a dor e ao objetivo para o qual a observau est sendo realiz,,. da. A identificao das condies em qut? a obser,ao OC\''lr-re inclui especificaes com relao a "quando" e "onde" ,, observao foi realizada, assim como foi o\:>ser.-a,fo. e o registrc"J de comportamentos e cirrnnstfmcias amb1entt1i" fornece informaes sobre "como" " obsc1"'1:ao foi da, isto , as tcnicas de amostragem re?i;istl'o dt t' irormao sobre "o -que'' foi observad0, 1iu mclhClr. ,, tro propriamente dito.

    45

    \

  • I a segur. um modelo ele protololo.

    PRCTm.:Ol.O OE 08SE'RVAO

    :?. Objttti\'(\ dLl observao:

    da c1bse1Yno: -----

    lfol'f1m.' da observno - Incio:. __ Trmino: __

    ' Rl'l

  • l:Jm protocolo e s obserao trs conjuntos de h formaes: 1i) Identificao geral; 2) Identificao dat condies em que a observao OCOITll; e 3) registro e ,. eomporta"""1tos circunstancias j ambientais. ------- --------- A identificao dai condies em q':ie a observao ocor-

    re fornece ao observa :;r elementos indispensveis anli-se e interpretao dos t )mportamentos. Sr!beinos que n-mero e tipo de resposta; que um otga."lismo apresenta esto relacionados tanto s caacterfsticas: individuais do organis-mo (sua espcie, etapa de maturao biolgica, histria de vida), como ao ambiente em que ele se e1'\conb:a. Isto signilica que determinados comportamentosi maior probabilida-de de ocorrer em uma situao do que em outra. Por exemplo, mais provvel que eu sorria e dance numa. festa do que num velrio. -a mis provvel que uma criana ::l cambalhotas na sala de estar de sua csa, onde existe um tapete macio, quan-do as pessoaS riem e conv.er5em, do que num ptio de Cimento u numa casa desconheeida, IJU quando as pes-soas presetites baixo ou N caso, a sala o tapete e o comportamento das pessOAs presentes indicam oca-sies para dar uma cambalhota.

    Uma das c;ondies a ser quando a obser-vao , a data (item 3 P,rotocolo) e o horrio (item 4 do protocolo) em que a foi realizada. Es-tas i.nformaes so importantes porque alguns comporta-mentos esto relacionados a datas ehorrios, isto , a proba-bilidade de ocorillcia destes compoi"tan1entos maior em determinadas do dia, e!11 dias da sema-na ou do ms.

    48

    Outra condio a ser identificada quem foi observado, ou melhor, o sujeito da observao (item 7 do protocolo). No caso de seres humanos, neste item deve-se fornecer ir.forma es com a: numero de sujeitos, sexo, "idade, n(vel cio econmico e grau de escolaridade d cada um. Se a pessoa portadora de alguma deficincia ou usa aparelhos correti-vos, estas particularidades devem ser mencionadas. No caso de animais, deve-se informar: o nmero de animais, a esp-cie, o sexo, a idade e a experincia anterior do organismo com relao situao.

    Exemplos de descrio do sujeito observado: T, sexo feminino, 7 anos e 6 meses e idade, clclssc ind1

  • ..

    " o formato do local ou, quando posslvel, suas dirn!!ru;es; o nmero,. tipo e disposio de porta&, janelas, mveis e

    dl:!mais Qbjetos presentes; as condies de iluminao existente (por exemplo, luz

    nr1tural. duas lmpadas centrais acesas etc.); e condil;es relacionadas ao funcionamento dos objetos (por

    '-''

  • tanto, se faz necessrio que alm des'.as o obser vadC1r fornea informae.s mai:; especilicE1s acerca dessas co11dies:

    O tipo de informao a ser fornecida de-penderi do obje- . tivo do estudo obsavacional. o obfetivo d4!terminar quais iSerio as caracterlsticas, no citads anteriormente, que de-vero ser descritas, ou o grau de detalhes cc1m que uma dada caracterlstica dever ser . .

    Vejamos alguns exemplos: a) Se o objetivo do estudo for "verifirnr se o professor

    utiliza. correta.mente Q didtico", ser necessrio fornecer, no relato cio ain'tiente flsico, mais detalhes com relao ao didtico. existente: espcie: quantidade, material de feito,

    funcionamento, estado de 1:onservao, onde est lC:alizildo etc.

    b) Se o objetivo do estudo for "verificr se o professor atende s caractcrlsticas individuais dos -lunos" seri necessrio fornecer, no relato do sodal, informaes detalhadas de cada aluno: :;cio-econOmico, particularidades ffsicas {de6.cincia=fsica c1u uso de aparelhos corretivos) 4e comportamento (tais como, ser rpido, ser lento, cometer erros de letras etc.).

    c) Se o objetivo do estudo for c:omo uma criana, que apresenta dificuldades de interage com os colegas"; ser necessrio caraC:teriza.:r, na descrio do sujeito, a dificuldade da (se ela troca letras, se dispersiva etc.).

    d} Se o n.bservador, atravs da 9bservao de brincando :om suas mes, quiser "dei l!rminar o grau de coordenb motora que as cnanas apresentam". ele

    52

    incluir no relato do ambiente fsico do tipo de brinquedos disponlvcis. dos brinquedCIS, tamanho dos brinquedos e materiais de que so feitos os brinquedos .

    e} Mas, se o observador, atravs da observaao de crianas brincando com suas mes, quiser "analisar a influncil da me no comportamento da criana", ele incluir nJ descrio do sujeito, informaes sobre a famlia {nmero de pessoas que vivem na casa, idade e relao de parentesco cotn o sujeito) e no relato do ambiente social, informaes acerca do grau de escoliuidade da me e sua profisso. Por estes exemplos, vemos que as informaes espcci

    ficas esto baseadas em hipteses, lanadas pelo observa-dor, acerca das variveis que poderiam afetar o comport\ mento em estudo. Estas informaes mais especficas po dero ser obtidas por observao direta, por entrevista ou por anlise de documentos {relatrios, fichas de matricula. plantas etc.).

    O objetivo do estudo observacional determina o grau de detalhes com que o relato do ambiente fsico , do ambiente social e do sujeito ser realizado.

    Falamos, anterionnente, que a descrio do ambiente fiskv e social feita atravs de dois recursos, o relato e o dia2rama . ..... Enquanto no relato o observador faz a descrio verbal do am-biente, no diagrama o observador representa o ambiente atrn-vs de um desenho esquemtico e de legendas

    O diagrama da situao (item 5 do protocolo) uma plan-ta do local. Ele representa simbolicamente a rea obi;f'rvC1da t:

    53

    1 1 1 1 1

    1

    1 A,.AA

  • os que esto dentro dela: portas, janelas, mveis e pesso-1s. A utiliJade diagrama a de facilitar a visualizao, por te1 ceiro!-, do ambiente observado, alm de fomec-er ao

    pontos de ieferencia para o re8istro dos compor-Po1 exemplo, vendo o diagrama o leitor tem condi-

    es de visuafizar em que direo o sujeito se locomove. Ao fazer o diagrama, o observador deve:

    a rea observada utilizando uma escala; utilizar siml:lolos de fcil i:ompreenso; rep1oduzir as portas, janelas e mveis na_ mesma escala

    utihzada para representar a rea total. O tamanho do sfmbolo corresponder ao tamanho, no comprimento e na

    l.ugur\, daquilo que est sendo representado; localizar corretamente na rea, as portas, janelas e mveis; manter a proporo relativa das distncias existentes entre

    portas, janelas e mveis; a legenda dos sfmbolos, nmeros e letras

    1.1hliz,,dt'S.

    E t:1..'SLume indicar no dingrama a localizao inicial do .'u11'.:1to. i-.!o diagrama, o observador poder indicar, tambm, L1uandCl ilS pessoas presentes permanecem a maior parte do ltmpo num local, a localizao dessas pessoas na rea.

    !\ apresentado. como exemplo, o diagrama da ... 1!.1 Llc"..:rit 1\0 relato:

    54

    a

    LEGENDA

    1 .. b,c. d lados Mi@ janela

    mesa lateral

    EJ poltrona tal1vislo

    V"V'\ estante u u porta

    Obs. Obseivadore

    e .

    b

    +

    2

    M T

    s

    ,. .. )J

    d

    mesa de centro

    sofi

    porta revistas

    vaso

    Mie

    lia

    lmt6

    escala 1:50

    Localizalo inicial do sujeito

  • Para fac:ilitar a 1:laborao do diagnL:::Oa, adotamos as seguil'\tes convenes: as paredes so representadas por d}.las linhas paralelas; para delimitar uma rea, dentro de um espao amplo,

    utilizadas linhas pontilhadas; . . as janelas, portas e mveis so por slmbolos.

    -a conveniente que voc utiliZe que lembre.m o formato daquilo que est sendci'.representado. Procure tambm utilizar smbolos semelhantes ao representar coisas semelhantes;

    ; lados da rea so identificados por;letras minsculas; e os objetos, por nmeros(exemplo;;1".'repr.esenta um porta-

    revistas); e as pessoas por a letra S reservada para indicl!" o sujeito e a's letras Obs para indicar o observador.

    Para descrever o ambiente .fsico e social,. o observador utiliza dois recursos: a relatei e o diagrama. O diagrama deve estar numa escala. Apresentamos abai-

    xo as escalas mais freqentemente utilizadas, assim como a informao do que elas representam.

    ... ____ Escalas Papel Real: f:al =Papel _,, ____ 1:20 !cm=20cm l m=S cm 1:25 lcm25cm 1 m=4cm 1:50 lcmSOcm l m=2cm 1:100 lcm lOOcm 1-;n= 1 1:200 lcm=200cm 1 m= l/2cm 1:400 lcm=400cm 1m=1/4cm 1:500 lcm=500cm l m= 1/5cm

    56 - ._ ..... ---- ... - ---- -

    A primeira coluna mostra a escala utilizada; a segundai? terceira colunas indicam a correspond11cia entre meda\i.1 real e a medida em que o desenho ser feito no papel. Assim ao utilizar a escala 1:50. cada centimetro no papel equivale a 50 cm da medida real, ou dito de outra forma, cada metro eq\\ivale a 2 cm no papel:

    As medidas a serem colocadas no papel so obtidas com lmk1 simples regra de trs. Por exemplo, a sala descrita anteriormen-te meda 2,00 m X 3,00m, ao utilizar a escalcl 1:50 teremos:

    1 cm - 50 cm X - 2.00cm

    X .. 200/50 = 4 cm

    1 cm-50cm X-300cm

    X "' 300/50 = 6 cm

    (VerifiquE antes de Aplicar a 1egra de trs, c:o1wcrtl!r as .. reais em c:entlmetros.)

    ou, com base na relao apresentada nA terceira coluna.

    se lm=2cm se l m= 2cm

    2 m ser = a 4 cm (2x2) 3 r.i i;cr =a 6cm

    Qu ESTES OE ESTUCO

    1) Quais so as informaes que um protocolo deve conter?

    2) Por que necessrio identificar as i:ondie!: l'i\l quc.- observao ocorre?

    3) Com relao ao su1eito, quais so \S 11\lomi.,('s a ... fornecidas? .

    4) Com relao o ambiente f;ico. qu;iis slo ,,s infor:n"t. a serem fornecidas?

    l 1

    l I

    1 1 ! .

  • 51 Com reltto ao social, quais so as informaes ,, S(>rem fornecidas?

    6) Qu,,ndo o observador deve fornecer informaes mais especificas acerca do sujeito, do ambiente fsico e do ambiente social?

    i\ Quttis so os recul'so& utilizados pelo observador para-descreve1 a sir.iao ambiental? Explique cada um.

    8) E:

  • se particular inte1 1o ter terminado 011 e) at o sujeito no ser mais visto.

    Com ao 1. imc=ro de indiyduos jcaliz11dos na ses so, Carvalho (1992) t estaca os focais, de varre dura ou de episdios. No registro focal' um individuo patti cular focalizado c::\ur 1nte. um pe11fo40 iz:it:eiro. ela -amostra. A escolha d indivfdut focal dever ser por sorteio ou atravs de algum comportamental, por exemplo a primeira criana que subir no escorregldor, a primeira criana que interagir com outra cnana etc. Nc> registro de varredura, todos os indivlduos presentes na re1 so focali-zados, em seqncia casual, durattte o tempo minimo ne-cessrio para que se possa identifil'l-los, descrever sua po-sio e no ambiente e que desenvol-vem. A ordem da observac;io pode !se na localizao dos indivduos o num sorteio anterior. No registro de epis6-dios feito o registro, por tempo de um episdio (por ex. brincadeira, agTesslo etc.). Castrei 1! Almeida (1981), atravs de registro de episdios, dados acerra da incidncia de comportamentoiagress!vo em escolares. Quando um episdio de agresso corria. o observador re-gistrava cursivamente o sexo dos sexo do ini dador, motivo do incidente, emitidos, in-terveno de adultos, desfecho do incidenl:e e atividades se gulntes dos protagonistas.

    .. ___ , __ _ Entre as decises a tomE1das quanto a

    esto: o cl :1 registro; o planejamento sesses: Inicio e o nmero de indivfduos por sesso; e as tcnicas de registro. . .

    60

    AS TCNICAS DE REGISTRO

    A observao e registro dos comportamentos pode ser feita de forma direta ou indireta. Na obs1:1rv'1o direta. o observador focaliza o comportamento do sujeito, ou melhor as aes apres=ntadas peJo sujeito num determinado espao de tempo. Na observao indireta, o observador focaliza o pro-duto do comportamento do sujeito: tais como escritos, dese nhos, pinturas, quilmetros percorridos, trofus e outras pro dues intelectuais, artlsticas ou esportivas.

    As tcnicas de observao direta sero classificadas; Llqu1, de acordo com a forma de registro e quanto ao peri(ld.1.1 em

    que o mesmo efetuado. Analisando a forma do registro teremos os regist:C's rnr

    sivo e categorizado: Registro cursivo aquele em que o observador regbt1\\ o:;

    eventos, tais como eles se apresentam, cuidando apenas dfl uso da linguagem cientifica. Por exemplo, ao observar as b1-in cadeiras de uma menina de dois anos. o obsenador anotaria: B levanta-se do cho, con-e na direo da boneca lllle est

  • !-.'.-g1slro rli11li11110 entro de um perodo 111ml't-rruplo de tt-mpo observao, o que ocorre ,,_, ... ih.Mo, obcdei:;endo seqncia temporal em que os fa-ti 1s d,11). O registto continuo uma espcie de "filmagem"

    qu\! ncontece. Ao registrar, o observador conta o que pre-na seqncia em que os fatos ocorrem. Por exemplo,

    no registrar o comportamento de uma menina c;le 9 meses no c:wrinho, o observador anotaria S pega o chocalho, balana-o de um lado para outro, atira o chocalho no cho etc ..

    O reg1strC1 por nmostrn de tempo feito, como o prprio n"mt: diz, em deternlinados perodos de tempo ou, melhor, de

    em tempo. Por exemplo, de 20 em 20 segundos o obser-\'cld(.ll' olha o sujeito e registta o que ele est fazendo.

    As tcnicas de. observao direta podem ser classificadas: a) quanto forma do registro em -cursivo e categorizado; b) quanto ao perodo em que o mesmo efetuado em - continuo e amostras de tempo.

    Cl'mbu"lando os dois crit1ios, forma e perodo em que ore-e detuado, teremos: a) registro continuo cursivo, b) regis-

    n.:, ,ontnuo categorizado. c) registro cursivo em amostras de r.:mpo e dl regish'(\ categorizado em amostras de tempo.

    ':ONTNUO CURSIVO

    :\ de registro continuo cursivo consiste em, den-t1"1 .!\! um pe1iodo ininterrupto de tempo de observao, re- .: ... 1r.1r. de linguagem cientifica e obedecendo se-.:1ui:nc:i;,1 ll!mpornl em q1.1l' ocorrem, (\S eventl'.ls tais como eles '

    .1

    - - - - - -

    1

    Os exemplos dados, anteriotmente, de registro CU.."'Sivo de registro contnuo so, na realidade, de registro continuo cursivo. Maiores detalhes sobre esse tipo de registro sero . . . dados na Unidade despnada exclusivamente &. ele.

    REGISTRO CONTNUO CATEGORIZADO

    No registro continuo categorizado o observador registra categorias, anteriormente definidas, na seqncia em que elas ocorrem. Por exemplo, aps definir previamente as as e smbolos que sero utilizados tais como: limpeza (li), lo- . comoo (lo), farejamento (fa) e imobilidade (i); ao registrar os comportamentos do rato, numa caixa de condicionamen-to, o observador anotaria: li, fa. lo, fa, i, fa, lo etc.

    REGISTRO OE EVENTO

    O registro de evento a forma de registro cor.tfnuo categorizado mais conhecido. Aps definir os comportaII)\tos a serem observados, o obSP..rvad'or procede contagem do n-mero de vezes que o comportamento ocorre rLum determinado perodo de tempo. o regi'StrO da freqncia do coinport;amen-to. Por exemplo, o observador poderia registrar, durante 30 mi-nutos, o nmero de vezes que e.ma menina levanta. da ce.rteira; ou registi:ar, de 2 e 2 minutos, as categorias de comportamento do rato: limpeza,. farejamento, locomolo e .

    Periodos OI - 2 21 --4 41 6 Tom! . ., 1 Limneza Ili li li 7 F areiamenlo /Ili Ili I lf Locomneo I Ili .:L,__ Imobilidade I 1 -

    63

  • DE DURAO

    O registro de dura.:i utn registro continuo categorizado. Neste caso, o observadr regwt:ia o tempo que o comportamento, anteriormeote definido,"foi apre5entado na

    Para o registro de durao o observador utiliza de um ou de um relgio con1 marcao segundos. Nes-

    te caso o observador anota os segundos em que o comporta-mento ircia e os segundos em que ele termina. Por exemplo, ao Iegistrar a durao da fala de uma O observa-.or anotaria: a) utilizando o cronmetrc-: 10"- 5"- 12'- 8"- = 41 seg ou

    1 '

    b) utilizando um relgio cem marcabo de segundos: 10-20, 26-31, 42-54, 56-04, ... 44 se.7.

    ';)

    REGISTRO CURSIVO EM AMOSTRAS DE: TEMF'CJ

    No registro cursivo em amostras !ie tempo, a s1?sso de ob- dividida em intervalos de temp:>. No i:n!cio, ou no

    fim.1 de cada interva:o (segundo o que ficar 1:onvencionado), o observador olha para o sujeito e registra o que ele esta fazendo. Lei-:e (1977) registrou cursir.amente.m amciltras de tempo os comportamentos de alunos e professores em sala de aula. De 10 em 10 segundos o observador olhava em direo ao sujeito, observ\va-o por um ou dois segundos e no do periodo registrava o que vira. O observador registrf.va: como o sujeito se encontrava no momento da obserY.ao J' r ex., em p, sen-tado na carteira); onde o stjeito se encontrava nesse momento (.por ex., entre as carteiras c:3 e c4); o que o sujeito estava fazen-do no momento da ob"serva-;lo (por ex., conversa ) e com quem, isto a pessoa ou ambiental a o !>ujeito dirigia sua ao (por ex., convel'!a com ..:\ ou aponta o lpis).

    64

    RE;;ISTRO CATEGORIZACO EM .:..MOSTRAS OE TEMPO

    LISTAS 0

    PARA ASSINALAR

    Como exemplo de registro categorizado em amosha:. de tempo temos as listas para assinalar. Nesse tipo de registro. os comportamentos so anteriormente definidos e r1 sesso de

    di;idida em intervalos de tempo. No tempo pr.?-defmtdo (inicio ou fim de um intervalo) o observador ulha para o sujeito e identifica os comportamentos que esto O(Ol' rendo. Por exemplo, ao registrar as categ,'lrias, fala (F), conta-to flsico (CF), contato visual (CV) e manipulao objeto!' (MO), no final de cada intervalo de 10 segundos, terc1l'\\.W

    Categorias 10 20 30 40 50 60 F " " CF ..J " " CV ..J ..J " " MO ..J ..J 1

    REGISTRO DE INTERVALO

    O registro de intervalo uma variao do l'egistrn . categorizado em amostras de tempo. Nele o comporta:nento previamente definido, a sesso de observao dividida cm perlodos de tempo iguais e o observado1 registra a ocorren..:1a do comportamento em cada um destes perodos. Embora ci sujeito seja focalizado ininterruptamente, o registl'O de un;,1 nic:a ocorrncia do comportamento em cada intervnlc PN exemplo, ao registrar as ocorrncias das categorias i,1la(F). contato visual(CV) e conlato.f!sico (CF), Hi segW1dO$ terlamos:

    65

    1 i

  • l min. 1 Oi10 10/20 20/30 30140 40/50 50160. X X X 1 X

    'CV X X X X CF X X

    n'1n 0:10 10/20 20130 30/40 40/50 . 50160 F X X X X ("\ . .., , X X- X X

    : CF X X

    PM;\ havei' uma correspol'\dncia entre ocorrncia e fre-quncii1 do comportamento, necessrio ajustar o tamanho do 11Hcnalo. O tamanho do intervalo estabelecido tomando p0r b:lSt> ,, dmai\o do comportamento. Comportamentos de ), liurao pedem intervalos maiores, enquanto os de curta

    menores.

    DE ATIVIOAOI;: PL.ANEJADA

    Um outro tipo de regisno categorizado em amostras de tempo, descrito por Hall (1975), a verificao de atividade phmcjadct. uma tcnica utilizada para trabalhos em grupo. O obstrvador o compo.rtamento que deseja registnr e d1'''''"' ._, total da sesso em inteivalos de tempo. No

    inicio ou fim do intervalo, o obser-conta rapidamente quantos individuos esto apresen

    1.mdl' ,, comportamento definido, e registra esse total; a se-gnir. llmti\ rnpiclamente o nmero de indivduos presentes

    ,wca. O nrnero de indivduos que apresentam o compor-!,ml?llll' dividido pelo nmero de indiv'iduos presentes na .1rl':1 ,. ' rt!sultado multipf:ado po1 100, achando-se assim a

    clnqueles que esto desempenhando o compor-i 1nw:1l1.1 nl\qnelt! momento particular. Por; exemplo, o profes-

    SO' passou 3. atividade pintura livre e quer SACJe:::' O 0

    '?1\VCl-

    vimento das crianas na inesma. O tell\po total .pfe\'istc pa:P. - a atividade de 15 mim:iteos. No trmino de cad.\ minuto o

    observador.olha paia suas aianas e anota quantas esto pin-tando e quantas esto na sala, obtendo assim o segcinte regis-tro: 18/18-15/18-15/17-14/17-i3/18 .... etc. D!,ridindo o r. de crianas que esto pintando pelo n. de crianas na silla e multiplicando o resultado por 100 teramos a de: 100%; 83,33%; 88,23%,; 82,35%; 72,22% ... etc.

    REGISTROS DE MEMRIA

    Nas tcnicas descritas at aqui, a observao e o de comportamento ocorremsimultanean\ente. Quando, entre-tanto, em determinadas situaes, no h condies de obser-var e registrar, o observador recorre a registros de

    Nos registros dt mtmria o registro feito a posteriori, isto aps um perodo de observao. Entre os registos de me-mria esto: a} o dirio e b) o relato aned(ltico .

    No dirio o observador registra o que o sujeito faz, ou me-lhor, o que sucede em cada dia ou sesso. Por exemple, aps UI:\a sesso de terapia, ? psiclogo poderia regisirar o seguinte con-tedo da fala de seu cliente: problemas com o chefe no tiabalhc-, problemas semelhantes com autoridades no passado, anlise de seu comportamento nessas ocasies, proposta de mudana.

    O relato anedtico a descrio sucinta de determinados episdios. Por exemplo, suponhamos que o o?servador esteja interessado em estudar as brigas entre irmos. Ele poderia solicitar que mes f:essem, no final do dia,. uma :lescrio sucinta de. episdio de briga ocorrido P.m sui\ .casa: A me deveria anotar: quem brigou, motivo da b1iga e no que con-sistiu a briga.

    67

  • QU !STES CE ESTUCO

    1) Explique a diferena entr'? estade;. D exemplos. 2) Quais so os crit."ios que o obsel'vadoI' pode estabelecer

    para o irucio e termino da sesso? 3) Expliqut a diferena entre registr.os focais, de varredura e

    de episdios. 4) Estabelea a diferena entre direta e 5) O que vem a ser registro cursivo? 6) Qual a diferena entre registro continuo e regis'tro em

    amost'as de tempo? 7) Explique as formas de registro continue categorizado. . . 8) Qual. a diferena entre registro' :de evento e registro de

    intervalo? 9) Estabelea a diferena ente registro de intervalo e listas

    para assinalar. 10) O que so registro:; de memria:.Quanclo so utilizados?

    INST.RUES PARA A ATIVIOAOE PRTICl1

    Voc ir vivenciar quatro formas de registro, a sber: re-gistro de evento, registro de durao, registro de intervalo e listas para assinalar.

    Os comportamentos a serem observados so: Andar: estando o sujeito em p, lconsi!ite no movimento

    alternado dos membros inferiores de modo a produzir o deslocamento do sujeito no espao. O conportamento inicia com o moyimento de um dos mettibros beriores e termina quandc e movimento for .interrompido por um periodo superior a 10 segundos.

    68 1

    Falar: consiste na emisso de sons articulados. O comportamento inicia com a emisso de um som articulado e termina quando cessar a emisso de sons por um periodo superior a 10 segundos.

    IN STRUES GERAIS

    O sujeito da observao poder ser o professor ou um dos alunos. O sujeito da observao dever apresentar, repetidas vezes, os seguintes comportamentos: andar pela sala. falar, sentar nas cadeiras, levantar da cadeira, pegar objetos. escrever na lousa etc.

    No registro de intervalos e nas listas para assinalar. uma pessoa dever indicar os intervalos de tempo aos aluf'S.

    Os registros tero a durao de 2 minutos.

    A) REGISTRO OE EVENTO

    1 1Andar1 Falar i

    B} REGISTRO C' DURAO

    Andar=

    C} REGISTRO OE INTERVALO

    1min. 0/10 10/20 20/30 30/40 40/50 50/60 Andar Falar ! 2min. 0/10 10/20 20/30 30/40 40150 501601 Andar j , Falar '

    1

    .,9

    1 1 1 1 1

    1

    1

  • ' PMU ASSINAL..o\R

    1min. 10 20 30 Andar Falar 2min. 10 20 30 Andar Falar

    70

    40 50 60

    40 50 60

    TCNICA DE REGIST_RO , . CONTrNUO- CURSIVO

    Dentre as vrias tcnicas utilizadas pelo observador para o registro dos comportal)nentos e circunsttncias ambientais, destaca-se a tcnica de registro continuo cursivo.

    Na tcnica de registro continuo cursivo dois crifrios es-to em vigor, o pertodo-em que a observao efetuada (con-tnuo) e a forma de registro (cursivo). A definio desse regis.: tro junta, portanto, as caractersticas de registro continuo com as caractersticas de registro cursivo.

    O registro contnuo cursivo consiste em, dentro de um periodo ininterrupto de tempo: de observao, utili-zando de linguagem cientfica e obedecendo seqncia te1r. poral em que ocorrem, os eventos tais como eles se apresen-tam.

    O registro continuo cursivo , em geral, utilizado duran-te a fase inicial de um trabalho ou de uma pesquisa, qando o observador faz o levantamento do repertrio comportamental do sujeito e das circunstncias ambientais. A partir da anli se dos dados coletados e d.e acordo com o objetivo do estudo observacionl\1, o obser\iadr seleciona os comportamentos ou classes de comportamento a serem observadas, numa segun-da etapa de trabalho.

    No abaixo, temos um trecho elo regillitro do com-portamento de uma criana em situao de refeio. C regis-tro foi realizdo em uma creche, no refeitrio, no horrio prr:-

    71

  • visto para a nlimentao das crianas, conforme rotina da instituio. N"- observao usou-se registro continuo cursivo com o fim de levantar dadvs para o das atendentes.

    "S se encontra no canto.cd {eantoformado pelas paredes e e d) da sala de refeio, de p, defronte a mesa 6, a aproximadamente 20 cm desta mesa. Atendente entra na sala com tciiilha m. mio. S olha em direo atendente. Atendente C

  • 3 J .2. ,\:Judnnns nn j.'OSh.ira ou na posio - Comp.>rtamen-tos tais como agachar-se, le\1antar-se, virar a ca-bea paia trs, erguer o brao, deitar etc. Gestos, como por exemplo acenar, esto aqui includos.

    3.1.3. LC1comoes - Comportamentos que resultam no deslocamento do sujeito em relao a pontos fi-xos do espao. Comportamentos como: andar, corret, engatir.har, subir, descer, saltar etc.

    3.2. As expresses faciais - Consistem nas modificaes que ocorrem no rosto (testa, sobrancelhas, olhos, nariz, boca, bochechas e queixo), e nas direes do olhar.

    Comportamentos tais como: enrugar a testa, franzir as sobrancelhas, sorrir, piscar os olhos, olhar para cima, olhar fixo numa pessoa etc.

    3.3. O cc:importa111tnto vocal - Sc;_ms articulados ou no, pro-duzidos pelo apatelho fonador. Por exemplo: falar, cantar, assobiar, dar gargalhada, murmurr, sons onomatopaicos etc.

    I E\Etnos AMBIENTAIS

    dos fatos diretamente relacionados ao sujeito (sua ll.:'i\hzao; postura e posio; e os eventos comportamentais), l' 11hsetvadcw l'egistra tambm os eventos ambientais, isto as mfi.mas que ocorrem nt.' ambiente durante a observao.

    l 's ambientais podem ser: 1 El't'nfos .fsicos so mudanas no ambiente fsico. Por

    c:.:cmplll: a batel' trave, o telefone toca etc.

    .. , .. ,., ... - c1quel!S que umtan;..o som 1u1tural da coisa !'. . ,.mr!' 1::. l-."\1lho l\c bombi\ }'Ul\'e1:.zadora.

    4.2. Eventos sociais so os comprtamemos das outras pes-soas preseni:es no P.or. "UmJt menina se aproxima de S e 'coloca o dedo :la palma da mo de S", HO menu' joga a l>ola ei:r. :lirelo a S" ,"O pai entra na sala e diz - voc quer passear?" etc.

    Os fatos registrados .atravs da tcnica del registro continuo cur.sivo so:

    1) a localizao do sujeito: 2) sua postura e posio; 3) os eventos comportamentais; e 4) os eventos ambientais.

    O registro continuo cursivo, alm de possibilitar o levan-tamento dos eventos na seqncia temporal em que ocorrem (comportamentos do sjeito e circunstncias aml:ientais) .. possibilita referncia a uma vasta gama de comportamentos e eventos ambientais, sem a imposio da prvia daquelas ocorrncias.

    O diffcil, entretanto, ao se utilizar esta tcnica estabele-cer o grau de detalhamento que deve ser dado no registro. impossvel para o ser humano observar e registrar tudo com o mximo de detalhes, por isso, em funo do objet!vo de es-tudo observacional, selecionamos determinados eventos, em detrimento de outros. Por exemplo, se o objetivo do estudo for "verificar o problema de articulao apresentado por uma criana", o observador focalizar o comportamento vocal, as posturas e movimentos bucais; enquanto que se o do estudo for "identificar problemas e manipulao motora fina'', o observador focalizar as posturas, posies e movi mentos da mo.

    75

  • O objetivo de estudo a e tipj . de comportamento a ser registrado. _,, __ _

    - . A dos comportamentos observados pos-

    sibilita o refinamento dos registros, isto , o dos comportamentos. Quando o observa4or registra pouc_os even-tos, eJe pode fornecer. um nmero maior dt! informaes acer- . ca destes eventos. Por exemplo pode tden :ificar se o sujeito "pega a bola com a mo.direita a e!;querda".

    A riqueza de detalhes que o oo.Servacl:ir fornece em um registro contnuo cursivo depende:

    1

    a) Da variedad! de tipos de que eie observa e registra l'irnultaneamente. Se eie apenas os comportamentos motores ele poderai fornecer descries mais detalhadas do que se ele observar: comportamentos motores, expresses faciais e comportamentos vocais;

    b) Da velocidade com que os eventos correm. Um observador cansegue dar uma descrio mais detalhada quando os eventos ocorrem com maior morosidade, do que quando ocorrem com rapidez. P-or exemplo, conpare as seguintes situaes: '1;ll\ adulto lendo um jornal e uma criana pulando amarelinha. A morosidade dos comportamentos exibidos na primeira situao propicia mais: inf ormac;es acerca das

    ! posturas do adulto, suas expressl$ faciais etc, informaes quase que imposslveis de se registrar na segunda sitUao; e

    c) Do grau de treinamento do O treinamento do observador implica numa familiarizac1 com a situao de observap, com o material a ser utLizado (prancheta, protocolo de ob.servalo, cronmetro, etc.) e com a sistemtica de registro.

    76 ------------ ----- ----- - ..

    SISTEMTICA DE REGISTRO

    A sistemticn de registro envolve no s os procedimentos especificas da tcnica e registro utilizada, como o conjllnto de convenC)es adotadas pelo observador. As convenes varii\m em fW\o da tcnica e registro utilizada e, em alguns C

  • (i, ti!-' Ll gr11u numinl no :.e refetir aos objetos. Por exemplo: "S t::-gue o brao da bonecn'', ao h:ws de "S ergue o bracinho d., bonequinha".

    7) Rtg1slrt ns n5es que ocorrem e no as que no ocorrem. 'J;: errado registrar a ausncia de um comportamento. Por exemplo: "S cai mas no cho1a".

    > Reg1strr ete., los, isto i, registre toda vez que ocorrer uma 1111ufn11n rii! comportn1ne11to ou 110 ambimte. 11} Eirnto:; devem ser registrndos enz linhas

    ::crnmdns, mn abaixo do outio. Por exemplo: S ,ira-se de costas. Anda em dires.o mesa 2. Retira a toalha da mesa 2. Enrola a toalha.

    M Eticn tos s111111lt11eos ctevem ser registrados na mesma linha. Scp;ue cada um dos eventos com barras diagonais. Por l!xemplo: Atendl'?nte coloca toalha sobre a mesa 6 / S vira-se de costas.

    "frn11111min n C'lscrtapfo, tturnere os eientos registrados. Por o registro apresentado anteriormente ficaria

    .\ssim: S no cnnto da saio., e p, defronte mesa 6. " .1prox1madamente 20 cin desta mesa. 1 \ Atl!ndente na sala com toalha na mo. 21 .: ulhn direo atendente.

    .'\timdente coloca toalha sob1e a mesa 6 / 4) S vila-se ;,k CSlil!!.

    78

    6j Retira a toalha da mtSa 2. -------7) Enrola a toalha na ortrul aproximada de bola. 8) Joga a toalha na direco de um menino. 9) Menino pega a toalha. __ , _______ _

    10) S sorri.

    10) No registro do comportamento vocal o observador po:ler: n) nnotar n fnln tnl como eln se npresentn. Por exemplo: S diz -

    "No quero comer chuchu, no gosto de chuchu, n1.n 1ou comer"; ou

    b) anotnr o contedo dn fnln. Por exemplo: S se recusa a comer chuchu.

    11) O registro do comportamento vocal poder ser foi to airt!Vis de um gravador. Neste caso, o observador anotaria, dura:\te a observao, apenas o momento em que a fala ocorre; posteriormente, faria o acoplamento dos dois registro6. Por exemplo: o observador registraria: S pega a boneca / fala

    Encosta a boneca no corpo Balana a boneca de um lado para outro/ canta.

    o gravador S fala: - hora de nan. Canta: - HNana nen. que a cuca ... "

    posteriormente acoplando os dois registros teriam:>s: 1) S pega a boneca. / 2) fala: - "E hora de nan nen:'. 3) Encosta a boneca no corpo. 4) Balana a boneca de um lado para outro / 5) canta: -"Na:1a

    nen, que n cuca ... " 12) O observador poder.fomecer, no registro, indicao di> lempc

    em que os eventos ocoxTem. Neste cas o perfodo tora: dP.

    ".'CI . '

  • observao dividido er.r:1 intervalos e o feito em cada wn dos Os intervalof. mais adequados so: 2 minutos, 1 minuto, 30 20 segundos e 15 segundos.

    Alm das ccnvenes descritas acima, que sero adotadas e que voc de\'e memorizar, damo&i a seguir duas sugestes que visam diminuir o tempo gasto t

  • INSTF.ll';ES Pt.RA AS A?WIOADES PR"lCAS

    I '' .1\1 l\'IOAOE

    A consiste no registro continuo cursivo dos com-portamentos "'presentados por uma criana enquanto brin-c;'. O objetho da observao o de identificar os co111portamtn-ll1.; 1111,lorcs que a criana apresenta na situao. A criana de,l?r;\ estcu sozinha no local onde costuma brincar (apenas o estar presente), e seus brinquedos ao acesso da mesmo'.\. Os brinquedos podero ser: carros de brinquedo, bo n1::.:as. utenslios de cozinha. bichos de pelcia, quebra-cabe-

    lISTRUES GERAIS

    . .\presente um protocolo de observao completo. Antes de 1 nh:iar o registro propriamente dito, ou aps o mesmo, F'rccnc:h,, os itens 1 a 9 do protocolo.

    ('1 ele regisno de 10 minutos, dividido em periodos 1.1'? l minutos; isto o observador dever fornecer indicao ,fo de 2 em 2 minutos (O', 2', 4', 6' e 8'). hi.11? " ri?gistro indicando a localizao do sujeito e de como 1.:h: ::! 1!1,.::ontra (postura e posio), a seguir, r:,,1..1ltzl! sua ateno nos comportamentos motores 1.(':>llbi?lcrnmmto e alterao de contato fisico, mudanas de postura ou posio e locomoes). No se preocupe em

    expresses faciais ou comportamentos vocais que .,,, -:.ujelto possm portamentos de uma pessoa ao telefone. O obietivo da obser-. . . vao o de identificar os comportamento!I rnotores, ns e:pns-sts faciais e os comportamentos tiocais qul! a: r.preser1ta enquanto mantim uma conversa ltlefnica. A tcnica C.e registro utilizada o registro continuo cursivo dos motores, das expresses faciais e. do comportame:\to vo:::al.

    '83

  • INSTRUES Gi::RA/S

    ' Voc dever observar duas co1weraas ao telefo1\e. 1

    Observe, de prefett:ncia, um adolescentE!. Registre a durao total de cada conversr.1. Registre os compcrtamentos motores, as express"es fadais e o comportamento vocal. Com relao ao tomportamento registre apenas a

    o::orrnda de fala, grito&, risadas. etc., a entonao das mesmas (alta, normal, baixa). No o contedo da fala.

    J.Jm da fala, registre tambm os perodos de escuta, isto i:ldique toda vez que inicia um:;perfodo de fala ou um perlOdo de escuta.

    a sistemtica de registro; T enninada observao voc dever :

    a) Fazer uma tabela contendo: e a d.ll'a maior durao, e comparar com outro grupo.

    A indicao das circu."\Stncias sobrtt as quais o compur-tamento ocorre uma .informao importante para o dimento do fenmeno, qualquer que seja a tcnica de ... usada. Ao falarmos, na 5, condirs cm a observao ocorre, est.:ivamos nos refe:-in;.h"I a alpmic1:::

    \ 1 1

    1 1

  • t"s .:irtunstncias. A ..lt:!scrio das coridies, isto e, de quan-11'1 ("fata e horlio da ot,servao) onde '(ambiente fsico e sod,,l) " obi;e1-vac;o foi )'ealizada, e quem foi observado, for-nt?ce alguns dos elementos indispensveis anlise do com-portamento. Essa descrio porm esttica e no basta. Para analisar comvletamente o comportamento, necessrio iden-tificar tambm as interaes que ocorrem, num ,determinado

    perlodo de tempo, entre o sujeito e o ambiente, isto , mudan-"s no ambien.te que seja1'l.1 decorrentes da ao do sujeito (ou de fatores no identificados) e mudanas no ambiente que produzam mudanas no comportamento do sujeito. Esta du-pl" descrio o que tentaremos nesta Unidade.

    Os con\portamentos de uma pessoa no s alteram as condies do. ambiente, mas, por sua vez, tambm so afeta-dos pClr alteraes que ocorrem neste ambiente. As mudan-as que oconem no ambiente durante a observao so deno-minadas de ambientais. Os eventos ambientais podem ser fsicos ou sociais.

    EVENTOS FSICOS

    So mudanas no ambiente fsico. Por exemplo: o ambien-ll! iluminar ou escurecer quando o sujeito pressiona o inter-rnplor: o som do te.lefone; a porta bater pela ao do vento etc.

    Os e\:entos fsicos podem aparecer em decorrncia de umd ao da pessoa observada, ou da ao de outras pessoas, Nl .1inda dil natureza. Ao analisar os eventos Hsicos citados .Knna \erificamos que: a ou escurecimento doam-bwnte decorrente de uma ao da pessoa o som do tell'fone decorrente da ao de outras pessoas (no ob-.;en;:u.ias); e que 21 batida, e conseqente fechamento da por-t."\. : d1'CC'l'l'l'nte dl\ i.'\o d;.1 natureza (o \'fmto).

    ..

    1

    Se o segundo e o te.rceifo'eicemplo di-zendo que o sujeito pega o telefone e d:z que o sujei to se levanta e tranca a porta, poderemo& a:Wisaras- relaes entre o comportamento e os eventos ambientais. Nc primeiro exemplo, o evento fsico (iluminao ou escurecimento do ambiente) ocorreu aps a-ao do sujeite e em conseqncia desta ao. Dizemos que um evento conseqilenteao com-portamento do sujeito. No segundo e no terceiro exemplo, os

    . eventos fsicos ocorreram antes da a!o dCI sujeito e se rela-cionam a ela. Neste caso dizemos que e!es so evt!tfos ante-cedentes ao comportamento do sujeito.

    Os eventos flsic:s, isto mudanas no ambiente flsico, podem vir antes ou aps um oomportamento. Os eventos que ocorrem antes de um comportamento e se relacionam a este comportamento so denominados de eventos antecedentes. Os eventos que \ vem aps o comportamento e se relacionam a ele so denominados de eventos conseqentes. ./

    As entre o comportament:> e os eventos flsicos ficam mais claras quando se transcreve os dados eir. trs co-lunas: eventos antecedentes, comportamer.tos do sujeito e eventos conseqentes.

    Ao transcrever nossos exemplos, teremcs:

    l'f ventos an!eceaentes ComD011.hen1os do auieito 1 E\.,,nto.t conn110entt1: S preulona o ln\enuplor ....... 10 nblente se Ilumina ou

    --Som do telefone............. ...... S pes)I o 'elefone. . _ Sdiz: 116'. A port:i bate e se feche. ....... S se iviii'a. - -- -----

    S 1 . !

    . 37

  • .) J. :i:

    ---.. l:: .... .....

    . 1 :l 5

    EVENTOS SOCIAIS

    So os comportamentos das outraspessoas presen.tes no ambiente. O comportamento do sujeito aquele queeu estou

    os comportame.ntos.das-outt'as pessoas presentes so. uma das circunstancias que podem. afetar o mento do sujeito.

    Essa simultaneidade de comportan'\Emtos, emitidos pelo sujeito e outras pessoas presentes, bem como .s.ua rapidez e interdependncia, produzem uma situao de observao. extremamente.complexa. Devido ' isso, o registro de eventos sociais requer uma ateno .. Razo pela qual estabe-lecemos, a seguir, alguns que orientem o leitor na seleo dos eventos sociais a seresh regi:;trados.

    Em geral. o observador registra os E'.ventos sociais: 1. Quando a pessoa emite um cximporlamenfo em reiao ao

    sujdto ou ao grupo do qual, p sujei to faz parte. Vejamos dois exemplos: a) S; segurando pacotes. em frente" urna loja.

    Um dos pacotes cai no chia . Um vendedor da loja pega'o pac:l)te/ diz: - "Oi moo, o Sr deixou cair este pacote". S vira-se, anda em direo ao vendedor, pega o pacote/diz.: - '"Muito obrigado".

    b) S est no tanque de areia cavoucando um buraco, juntamente co:n irs meninas. . A professora se aproxima do grupo/ diz: - "Quem quer ouvir uma estria?" S e as meninas gritam: - NEu, eu, eu .. "

    S8

    No primeiro exemplo, o comportamento do foi registrado porque foi dirigido ao sujeito; no l!Xem-plo, o comportamento da professora foi registrado porque foi dirigido ao grupo do qual o sujeito faz parte.

    2. Quando a pessoa nprestnta um comportamento 1:111 a um objeto que pertence ou estti r1?lncio11atfo ti.: 511,iei:11 observado. Vejamos os exemplos: a) S escreYe no caderno.

    / pega a borracha de S. S diz: - "Devolva logo". r balana afirmativamente a cabei; a.

    b) S, na pia, lava a loua do alm"c;o . P peg um prato do esc:orredor.

    Nesses exemplos os comportamentos das pt?::.soa:: 1 ,, 1: foram registrados porque os mesmos foram dirigid\''S " tos pertencentes (no primeiro exemplo) ou que rel

  • .,

    - --( Eventos sociais so os comportamentos das outras ' ll pessoas presentes no ambiente. Os eventos soais podj ocorrer antes ou aps um comportamento do sujeito . . ..._ . Tambm as relaes entre os eventos sociais e os compor-

    do sujeito so melhor analisados ao se transcrever os. 1.lados em trs colunas: eventos antecedentes, comporta-rnentos do sujeito e eventos conseqentes. Ao transcrever os exemplos citados, teremos: 1 Evenros anttttdtntes Comlllllfamenlos do 111itlfo Eventos eot1s11oenlH ! '.a! S segurando pacotes passa 1 em frente a uma loi- Um dos pacoles cai no cho. \ 1.1'!'. ten!lellor da loja pega o : p:m:1t1C11z o.. moo. o Sr deOu cai! tste pa:o1e ..... S vira-se. ! S alllla em 111re60 110 i vendedor. 1 S pege o pacOltl diz "Muito i obriaado. i 1 bl S estll no tanque de areia. i cavoucando um buraco cem 1 outras trs crianas. \;.. 11rofessora se apro"ma do 1 , g1upoi111% - ouem quer ! ouw u:na eS1611a'!" .... S e as outras crianas :; 31

    1 oritam: "Eu eu. eu .. : S escreve no cademo. ! J pe')a a ucrrac113 de S s diZ: - oevolYI iovo .......... J balana afirmativemente a

    1 cabeca. 1 J 31 : J cc:-rre\lcr . ... Solha em direco a J.

    .! !:li \.t'I\ ruro de crianas

    ... S anaa em dlfto s - 1

    N1' 1 a) o e\'ento fsico "pacote cair no cho" onstitui-se num evento conseqe1'\te ao comportamento de

    : em frente da lojn segurando pacotes". O evento so oc\I :vendedor pegar o pacotl!'' e dizer: - "Oi, moo ... " cons-t1t'.llSc num evento antel.'.edente aos comportamentos de S

    "ilndar em direao M vendedor", "pegnr o pacote l' - Ml1it0 l)brigado".

    90

    l No exemplo 2 a), o sodal "J pega a borracha S" constitui-se num evento antecedente comportamento de. S dizer: - "Devolv logo"; enquanto t> evento social "J bali;na afirmativamente a cabea" constitui-se num evento cor.se-qente a este comportamento de S.

    Nos demais exemplos: 1.b), e 3.b) os eventos sociais constituem-se em eventos antecedentes aos comportamentos do sujeito.

    Observe que o exemplo 2.b) :'\o foi transcrito para a fo-lha de anlise. Isto ocor:reu pelo fato do relato no fornecer elementos para se estabelecer relaes entre o evento social "P pega um prato do escorredor'' e os comportamentos sujeito.

    Convm lembrar que algumas vezes ocorrem mudanas no ambiente, ou este contm aspectos que, de fato, parecem no alterar o modo de agjr das pessoas presentes nesse ambi-ente. Outras caractersticas ou nudanas aml::ientais, conm-do, parecem ter uma relao funcional com o comportamen-to. Uma anlise comportamental completa envolve uma ten-tativa de identificao eventos que tm uma relao fun-cional com o comportam.ente poque so eventos que,_ ocor-rendo desse comportamento. ?ropiciam ou dificultam a ocorrncia desse comportam.ente; ou que, seguindo ao co!n- portamente, alteram as condies ambientais em que a pes-soa se encontra e, a curto prazo, alteram a seqncia de ccm-portamentos que poderiam se seg-J.ir.

    91

  • QUESTES DE ESTUDO

    1) Explique porque necessrio tagistrr os ev1?ntos fisicos e sociais.

    2) Defina eventos fsicos P. eventos sociais. 3) U exemplo de um evento fisicC> que .anteceda ao com-

    portamento do sujeito 4) D um de evento social que 2.nteceda ao com-

    portamento- do sujeito. 5) D um exemplo de evento Hsico que segue ao com-

    portamento do sujeito. 6) D um :exemplo de evento social que :;e segue ao com-. portamento do sujeito. :

    7) Explique as situaes em que o observad:i:r dcvt!ria registrar os eventos sociais.

    8) Explique o modo de representar .as entre os eventos ambientais e os comportamentos do sujeito.

    EXERC(CIOS OE ESTUCO

    Damos, a seguir, cinco reb.tos de observaao. Voc deve iden-tificar os eventos fsicos e sociais existentes ern cada relato e esta-belecer a relao desses e1entos com os comportamentos do su-jeito. Transcreva o relato, em trs colunas, r1;a folha de anlise. Proceda da seguinte man-eira: . inicialmente, comece identificando sublinhando os eventos

    ambientais (fisicoll e no relato; a seguir, identifique os comportamentos cio sujeito que esto relacionados aos event::>s ambientais. sublit'iliados; transcreva, ento, os comportamentos do sujeito e eventos ambientais nas coluna$ aptopriadas para anlise:; coloque entre parnteses, aps cada evento ambimtal, as EF e ES quando se trata:, respetivamente, de um evento fsico ou de um evento social. Faa isso no espao apropriado que da :lo a seguir.

    9.2

    .. ..

    RELATO 1

    S est.t espreguiada na beira da piscina. f pula na piscina e tspirra gua em S. S levanta a cabea e olha na direo de]. M aproxima-se de Se a convida para um mergulho. S se levanta dizendo: - pule voc primeiro". M pula na Agua. S pula a trts de M. M nada at a outra milrgem e diz: - "Vamos pular do trtlmpolin\". S sai da piscina e corre na direo das platafornm do trampolim. M corre atrts de S. O alto-falante anuncia: - "Sandra da Silva, seu pai il espera no restaur.mtl. S p6ra e diz. a M: - '"No d mais para brincar, meu P"i est me esp'1?ran.lr>" M diz: - "50 um pulo, depois voc vai". S diz: - "'56 um'". S sobe as escadas do trampo!.i.m e pula de cabea n' !gua.

    .. , ven os an ece en es 1

    ""'m = ventos

    i . . L. : :

    1 1 '------------- -----------------. ___ :

    93

    )

    1

    1

    1 1

    1 1 1

  • RELATO 2

    S na cadeira de praia. U1na menina se aproxima e pede sorvete. S pega o dinheiro e diz: -"Traga o troco". t'. menina pega o dinheiro e sai correndo. S estica as pern.is e fecha os olhos. Uma bola bate nas pernas de 5. S ulha par11 o lado. Um homem ,em correndo na dire3o da bola. ."diz: - "54!rA que o Sr. no poderia jogar noutro lugar-. o homem diz: - H A rraia ptblica, madame". S \'ra o rC'sto e fala com D: -H Alnt de receber uma bolada, tenho que ouvir asa#. fl ,f:- ''Esta praia nor.omoera antesH.

    1- Even1os anle

  • f f 1 1 1

    .. e..: LI :i:. C: ICl:" C

    iC LL-. . a:: . a:.. cc:

    S Hnla na cadeira em frenteao computador E liga o apuelho. A Imagem aparece na tela. S olha para a tela. . C computador pede a senha de S. S digita a Hnh&. A leia 1e abre com OI !cones. S d' 'llD1 clique com o moue no lcone do Wunl. O prtp::na Word entra na tela. S dlg:.ta 'IQN carta pua o chefe de elo. 8 para umcal. Slevanta e vai att-B. 8 entrega wncopinho de caf a S. S pep e copinho e bebe o caf.

    8. S diz que precisa tenninar a carta. S valia para o computador. No veo estio protetor de tela.

    Nc vldeo aparece a carta 'i\le S esbl escreven.o. S enla e CODtinua a escrever a carta.

    Evtnl:ls antecedenCes i CoMnottamenlo1 dt11uleilo rE;;;;i(1s conse entes 1 1

    1 1

    ""-

    ----------.--L._ 96

    REL.ATo 5

    S insere um bilhete mltiplo no orlcio uistente na pareL1e frontill Lia 110 metr. O bilhete aparece na parte superior da maquina . S pegao bilhete e passa pela catraca. S vai at a plataforma de embarque e fica parado olhando o tnel. O trem se aproxima da plataforma, pira e abre suas portas. S entra no trem. Banco vado. S senta no banco. Voz verbaliza "Estalo Bresser''. S levanta e caminha at a porta. Trezn pira e abre suas portas. 5 sai do trem.

    E-'91105 CX'llSE'O.ienl.;;--

    1 .. . ... _ ----..... __ _ L. - ....

    --1 1 i !

    -. ------......... - - .. .

    l

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    l 1

    l

    1 1 i i J 1 !

  • INSTRUES PARA A ATIVIDADE PRTICA .

    A atividade consistir: a) no registro dos comportamentos e eventos ambientais que

    ocorrem numa situao e, b) na anlise dos registros efetuados.

    O objetivo desta atividade o de idtnti.Jicar eventos jisicos e l' eslnbdeccr n relao desles eventos com os comportamentos

    do ::ujeito. A tcnica de registro utilizada o registro continuo cursivo dos comportamentos motores, das expresses faciais, dos comportamentos vocais e dos eventos ambientais que ocorrem.

    lnst111es gerais . Ubscrve um sujeito numa das seguintes situaes: a) trabalho

    do fcirnntt:: numa barraca de feira; b) trabalho de um vendedor nurnn loja, padaria ou mercado; ou c) trabalho do porteiro na portari

  • C !::::.. u..r o::

    1

    1

    \ ----- -------- -------

    ... : EXERCCIO 1

    So apresentadas 11 fotos na Figra 9.1. Observe cada .: uma, procurando identificar aquelas que rr.presentan1 o con-

    portamento "levantar a mo". Escreva, no espao existentr. para a resposta, as leh:as correspondentes s fotos que repre sentam o comportamento "levantar a mo".

    ,.

    Resposta: Analisemos as rei;postas dadas no exerccio. Alsuns

    vocs podem achar que todas as fotos representam o compor-tamento "levantar a mo"; alguns diro que unicamente as fotos 2, 8 e 10, ou outra:; combinaes, tais como: 2, 6, 8 e 10; ou 1, 2. 3, 6, 7, 8, 9e10 etc., representam este comportamento. De certa forma, qualquer uma das respostas vlida, uma "'ez quc-est baseada na opiro pessoal de cada um, acerca do que vem a ser "levantar a mo". Para haver consenso, isto , concor-dncia entre ns, seria necessrio definirmos antes o compClr-tamento "levantar a mo".

    Se definirmos o comportamento "levantar a mo' como "colocar a mo acima do ombro. estando 11 mesmo nfastnd11 d11 rnbi.-i1. os dedos estendidos e a palmn da mo aproximadcrmeute rw piemo que o antebrao" (definio n 1), todos loncordaremos (\lll' apenas as fotos 2, 8 e 10 representam este comportam\?nl1'.

    Se dermos, entretanto, uma definiao diferente para o com-portamento, outras respostas seriam aceitas. Ento vejamos: defiro n 2: "deslocar a mo de modo cr ultrap,1ssar o l'llll1n.

    estnndo cr mesma ajastadn do corpo e 11 pal11111 da 11;1iu aproximadamente no mesmo plano que o nntcbr:io":

    definio n 3: "colocar a ml' na altura 1n1 11ci111a do l1111hr,1 . definio n 4: "mc.111er 1111i.1 ou mais c:;lrul11ra:; tlc 1111:111/r1 1

    superior (brao, a1ebrno, mo ou dedos) p11r.1 111c11111 r111:iff,1 ..

    -- .. ......

    1 \ 1

    ' i ! l 1

    ., l i 1

  • De ncordo com a definio n 2, as fotos 2, 6, 8 e 10 repre-sentam "levantar a mo"; seguindo-se a definio n 3, as fo-tt.1-; 1, 2, 3, 6,. i, S. 9 e e adotando-se a definio n 4 todas as \\"los rl!pri!sentam o comportamento em questo.

    A definio identifica o evento que est sendo observa-do P., conseqentemente, garante a comunicao e facilita a wmpreenso deste evento. A importncia principal da de-finio permitir que as pessoas interessadas em um certo conjunto de fenmenos sejam perfeitamente capazes de com-prcl.'nde_rem-sc umC\s s outras e identificar o fenmeno em discusso.

    Segundo Bijou, Peterson e Ault (1968) "o problema prin-cipal na definio de eventos estabelecer um critrio ou cri-trios, de forma que dois ou mais observadores possam con-cordar sobre sua ocorrncia". Por exemplo, se o observador

    regis trar o numero de vezes que uma criana bate em outra, os critrios que distinguem o comportamento "bater" d0 comportamento "encostar a mo" ou "empurrar" devem :;er claramente especificados.

    Definir um evento descrever as caractersticas atra-\'s das quais o observdor identifica o evento, isto , enun-ciar os atributos e qualidade prprias e exclusivas de um en"nlo de modo a carncteriz-lo e distingui-lo de outros. Por 1-.;implo:

    Hntida dt portn : "q11n11do a porta encostar no batente, prod11z111rio ruido" .

    dirigidas ao sujeito: "quando uma outra pessoa falar e o/hnr direo rio sujeito observado ou cham-

    i11 ,,,.,(l '101111' " : pedr.1 : .1ic1ir l' i!Slende.r 11 pemn de modo a produzir

    ,o!lt!fn ,/,. :.11 111