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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Maria Teixeira David Santos
Área do PDE: Língua Portuguesa
NRE: Cornélio Procópio
Professor orientador: Eliana Merlim Denaguti de Barros
IES: UENP
Escola de Implementação: Escola Estadual Dr. Aloysio de Barros Tostes E.F
Público objeto da intervenção: 5ª série do Ensino Fundamental.
SUMÁRIO
1. TEMA ......................................................................................................................03
2.. TÍTULO...................................................................................................................03
3.. OBJETIVOS...........................................................................................................033.1 Objetivo Geral ..............................................................................................033.2 Objetivos Específicos....................................................................................03
4.. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................03
5.. FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS..............................................05
6..FUNDAMENTAÇÃO DIDÁTICA DA HISTÓRIA EM QUADRINHOS.....................076.1 Vinhetas / Quadros........................................................................................076.2 Planos da Visão............................................................................................086.3 Angulos da Visão..........................................................................................106.4 Letras e Balões.............................................................................................11
7.. ONOMATOPÉIAS..................................................................................................14
8.. EXPRESSÕES E TIPOS DE PERSONAGENS....................................................14
9.. DISCURSO NA ORDEM DE NARRAR..................................................................16
10. SEQUENCIA DIDÁTICA COM HQ DE MAURICIO DE SOUZA...........................18
11. BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................38
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1. TEMA: ensinoaprendizagem da língua portuguesa por meio do gênero histórias
em quadrinhos (HQ)
2. TÍTULO: O gênero HQ como mediador do processo de ensinoaprendizagem da
Língua Portuguesa
3.OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral da Intervenção
Elaborar e aplicar uma sequência didática (SD) para desenvolver
capacidades de leitura e produção em relação ao gênero histórias em quadrinho
(HQ) em alunos da 5ª série.
3.2 Objetivos Específicos da Intervenção
• elaborar um modelo didático do gênero HQ, a partir da leitura dos experts em
HQ e da análise de um corpus de textos representativo do gênero;
• com base no modelo didático, elaborar uma sequência de atividades
didáticas para ser desenvolvida em uma 5ª série;
• aplicar a sequência didática na classe selecionada.
4. JUSTIFICATIVAS
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para a área de Língua
Portuguesa (BRASIL, 1998) focalizam a necessidade de ampliar o domínio da
língua e da linguagem para o exercício da cidadania. Eles propõem que a escola
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organize o ensino de maneira que desenvolva seus conhecimentos discursivos e
linguísticos, propondo que o ensino da língua tome o texto (oral ou escrito) como
unidade básica de trabalho, levandose em consideração a diversidade de textos
que circulam na sociedade.
Seguindo a mesma perspectiva, as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE)
de Língua Portuguesa do Paraná (PARANÁ, 2008) para a Educação Básica
pressupõem como fundamento para o ensino da língua as práticas discursivas, a
partir de uma concepção interacionista da linguagem. Segundo as DCE, são os
gêneros que fundamentam a possibilidade de comunicação e estabilizam os
elementos das práticas de linguagem reconhecidas pelos locutores, funcionando
como representação interativa. Eles são formas discursivas de articulação entre as
práticas sociais e o conhecimento humano, configurando os textos orais e escritos
criados para suprir as necessidades de comunicação do ser humano: carta do leitor,
romance, receita culinária, manual de instrução, seminário, debate regrado, artigo
científico, histórias em quadrinho, etc.
Dessa forma, o gênero textual, além de ser o instrumento da interação
interpessoal por excelência, também deve ser o objetivo unificador do ensino da
língua (cf. NASCIMENTO, 2011).
Como objeto unificador da SD que elaboramos para intervir didaticamente no
nosso contexto de ensino, escolhemos o gênero HQ. Acreditamos que ele, por ser
um gênero literário muito presente no universo dos nossos jovens, e que desperta o
interesse pela leitura, uma vez que trabalha com lúdico, pode contribuir para o
ensino da escrita e da leitura textual, de uma forma prazerosa, mas sem desprezar
os conteúdos estruturantes (PARANÁ, 2008) da Língua Portuguesa. No caso das
HQ, o principal conteúdo estruturante trabalhado na nossa SD são os elementos da
narrativa e a funcionalidade linguísticodiscursiva dos textos narrativos, com foco na
elaboração de diálogos (forma discursiva utilizada pelas HQ).
A escolha do gênero HQ devese também ao fato de ele trabalhar não
somente com elementos verbais, mas também com a linguagem não verbal, ou seja
ele é um gênero multissemiótico (BARROS, 2009) – mobiliza várias semioses:
cores, figuras, ângulos de visão, formas, etc. Por isso, desperta nos alunos o gosto
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pela leitura, já que palavras e imagens juntas ensinam de forma mais atraente.
Dessa forma, o ensino a partir desse gênero pode auxiliar no desenvolvimento no
hábito de ler, e contribuir para um trabalho mais eficaz com a produção textual.
Para Vergueiro (apud POCKRANDT, 2011), coordenador do Observatório de
Histórias em Quadrinhos da Universidade de São Paulo (USP), as possibilidades de
uso das HQ, em sala de aula, são inúmeras: ”podem servir para abrir a discussão
sobre determinados temas, para aprofundar aspectos que foram visto em sala de
aula” ( p.28).
Para o pesquisador, as HQ têm diversos benefícios educacionais, como o
estímulo à imaginação, criatividade e o incentivo ao hábito de leitura. Para ele, por
muito tempo houve uma forma errônea de analisar os quadrinhos como sendo
somente uma forma multicolorida e de aventuras fantasiosas, as quais poderiam
afastar os jovens de outras leituras, e desviálos de um amadurecimento literário.
Somente nas últimas décadas é que este cenário mudou. Hoje os quadrinhos são
vistos e analisados pela sociedade com mais atenção, principalmente pelo seu
caráter artístico, se destacando com mais aceitação no âmbito global de
comunicação.
Dessa forma, é necessário promover a apropriação desse gênero como
prática de linguagem, não apenas no âmbito da leitura, mas também da produção. É
preciso que o aluno entenda a sua funcionalidade na nossa sociedade, as temáticas
que veicula, seus propósitos comunicativos, suas formas de textualização verbal e
não verbal, enfim, que ele apreendao como uma forma de agir no mundo por meio
da linguagem e não simplesmente como um texto para simples entretenimento.
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICOMETODOLÓGICA
Este material didático é elaborado segundo a concepção de gêneros
textuais/discursivos de Bakhtin (2003) e Bronckart (2003). A metodologia de ensino
que subjaz a sua elaboração advém da vertente didática do Interacionismo
Sociodiscursivo (ISD), desenvolvida pelos pesquisadores de Genebra (cf.
SCHNEUWLY; DOLZ, 2004).
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Para concretizar seu plano de ação em relação ao ensino mediado por
gêneros, a vertente didática do ISD trabalha com uma metodologia instrumental
visando à transposição didática desses objetos de ensino da língua. A transposição
didática é o processo de transformação do conhecimento teórico do objeto de ensino
(do gênero) em conhecimento a ensinar (1º nível), ensinado (2º nível) e aprendido
(3º nível).
Para o grupo de pesquisadores de Genebra, a viabilização do primeiro passo
da transposição didática de um gênero depende da elaboração de uma ferramenta
mediadora, denominada modelo didático do gênero. Para estes estudiosos, é
através dos modelos didáticos que o gênero se torna ensinável garantindo, além
disso, a apropriação dos diferentes mecanismos da linguagem, que passa a ser
então, materializada.
Segundo Cristovão e Machado (2006), modelos didáticos de gêneros são
objetos descritivos e operacionais que, quando constituídos, facilitam a apreensão
da complexidade da aprendizagem de um determinado gênero, além de permitirem
a visualização das características de um gênero e, sobretudo, a explicitação das
suas dimensões ensináveis.
As características do modelo didático, segundo De Pietro e Schneuwly (2003
apud BARROS, 2010), podem ser assim descritas:
a) uma dimensão praxeológica
b) uma força normativa da qual é impossível fugir
c) é o centro do processo de todo ensino
d) pode ser implícito ou explícito e conceitualizado
e) é ponto de início e chegada do trabalho didático com o gênero
f) é uma teorização mais genérica das atividades linguageiras
g) é sempre o resultado de práticas de linguagens anteriores, portanto,
históricas
h) permite, a partir das práticas sociais referenciais, produzir SD
i) é o lugar de reflexões e práticas pedagógicas.
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Gonçalves e Barros (2010) complementam que o modelo didático pressupõe
o ensino do saber, pois é na sua essência, um modelo psicológico das capacidades
de linguagem de uma prática linguageira. É a primeira ferramenta da transposição
didática, e é ela que dá subsídios à elaboração da sequência didática – a ferramenta
que proporciona a transformação dos saberes teóricos em saberes a ensinar, e a
sua aplicação no ensino, a transformação dos saberes a ensinar em saberes
ensinados e aprendidos.
Conforme Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 98), o procedimento
sequência didática definese como o conjunto de atividades pedagógicas
organizadas de maneira sistemática com base em um gênero textual. Sua finalidade
é de auxiliar o aluno na apropriação de um gênero textual, permitindo que ele faça
uso desse gênero em uma situação comunicativa, nas diferentes esferas sociais.
A estrutura de base de uma sequência didática segue os seguintes passos: a)
apresentação da situação, b) produção inicial, c) módulos d) a produção final;
conforme esquematizado pela figura a seguir:
6. MODELO DIDÁTICO DAS HQ
As HQ, conforme acentuam Ferreira e Andrade (2005), não são fechadas em
si mesmas, pois elas apresentam uma linguagem que atua harmoniosamente com
outras linguagens expressivas, trazendo contribuições fundamentais para o
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Apresentação da situação
PRODUÇÃO INICIAL
Módulo 1
Módulo 2
Módulo n
PRODUÇÃO FINAL
desenvolvimento do sentido do texto, uma vez que sua narrativa se expressa por
meio de duas modalidades de linguagem: a verbal e a não verbal (cores, formas,
imagens, planos de visão, etc.).
6.1. Vinhetas/quadros
Almeida (2001) lembra que as HQ possuem características e estruturas bem
específicas. São compostas de elementos verbais e não verbais.
Entre os elementos não verbais, a uma série de superfícies e de formatos que
recebe o nome de vinhetas e quadrinhos.
Figura 1 – Exemplo de vinhetas e quadros
Fonte: http://www.monica.com.br/comics/turma.htm
As vinhetas são delimitadas por traços que dividem a página. A função dos
quadrinhos é separar basicamente vinhetas, que podem ser irregular ou
interrompida, dependendo do fato retratado.
Figura 2 – Exemplo de tipo de quadrinhos
Fonte: http://www.monica.com.br/comics/turma.htm
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Na tira da Figura 2 há a interrupção dos quadrinhos para garantir o
movimento, a ação pretendida pelo autor.
6.2. Planos de visão
Conforme Vergueiro e Rama (2004), os enquadramentos ou planos dos
quadrinhos indicam a forma como a imagem foi representada, limitada na altura e na
largura, assim como ocorre na fotografia e na pintura. Os diversos planos são
definidos conforme a posição do corpo no espaço do quadrinho. A seguir, as
classificações dos planos de visão apresentadas pelos autores.
• Plano Geral: abrange a figura do personagem com todo o cenário. O
enquadramento é bastante amplo. Sugere o discurso do tempo, e o
prolongamento de um empreendimento.
Figura 3 – Exemplo de plano geral
Fonte: http://www.monica.com.br/comics/turma.htm
• Plano médio: apresenta os personagens da cintura para cima, permitindo
que se tenha mais clareza nos traços e expressões.
Figura 4 – Exemplo de plano médio
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• Plano americano: mostra o personagem a partir da altura dos joelhos
com intenção de mostrar que, em uma conversação normal, nossa
percepção em relação a quem está falando se dilui a partir desse ponto.
Figura 5 – Exemplo de plano americano
• Primeiro Plano: limita o enquadramento à altura dos ombros salientando
a sua expressão e seu estado emocional.
Figura 6 – Exemplo de primeiro plano
• Plano detalhe: limita o espaço em torno de uma parte da figura
representada, serve para realçar um elemento que normalmente passaria
despercebido ao leitor.
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Figura 7 – Exemplo de plano detalhe
6.3 Ângulos de visão
De acordo com Vergueiro e Rama (2004), há basicamente três ângulos de
visão:
• Ângulo frontal: vêse a cena de frente é uma das mais comuns é
normalmente utilizada em cenas de ação mais lenta.
Figura 8 – Exemplo de ângulo frontal
• Ângulo contreplongé: também chamado de ângulo de visão inferior,
nele vêse a ação de baixo para cima destaca a pequenez do
personagem.
Figura 9 – Exemplo de ângulo contreplongé
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• Ângulo plongé: ou picado, também chamado de visão superior no qual a
ação é focalizada de cima para baixo é usado quando se deseja causar
suspense.
Figura 10 – Exemplo de ângulo plongé
Conforme Vergueiro e Rama (2004), a utilização dos ângulos depende do
enredo, da ação, do suspense e da configuração que o autor quer dar às histórias.
6.4 Letras e balões
A linguagem dos quadrinhos é composta por balões e letras. Os diferentes
tipos de letras geralmente vêm em forma maiúscula (caixa alta) e o seu tamanho se
altera indicando um tom mais alto ou mais baixo em relação à fala do personagem.
Como podemos observar na figura abaixo, na qual a personagem fala em tom alto
(grito)
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Figura11 – Exemplo de balão grito
De acordo com analise de Higuchi (1997), os balões são elementos criados
para conter a fala dos personagens. O próprio balão já traz um significado sugerido
pelos formatos que assumem. Como vemos no quadro acima em que há um grito.
Há vários tipos de balões:
• Balão fala: de formato arredondado e em linha contínua, possui um
rabicho que aponta para o personagem.
• Balão pensamento: de formato arredondado e o rabicho, tem formas de
pequenas bolhas.
• Balão uníssomo: tem mais de um rabicho indicando que várias pessoas
pensam e falam a mesma coisa.
• Balão cochicho: é aquele com linhas pontilhadas para indicar que o
personagem cochicha ou fala algo em voz baixa.
• Balão encadeado: indica o que um só personagem diz ou pensa coisas,
mantendo uma pausa entre uma ou outra coisa.
• Balãogrito: tem linhas irregulares, quebradas ou tremidas, indicando que
a fala está sendo feita em voz alta,indica também que há ruídos
provenientes de aparelhos sonoros.
Para o autor, ainda há outros recursos que os balões podem ainda indicar,
como demonstra as figuras a seguir:
13
Figura 12 – Exemplo de balão música:
Figura 13 – Exemplo de balão pensamento
Figura 14 Exemplo de balão xingamento
Figura 15 Exemplo de balão com sinais gráficos
14
7. Onomatopeias
Conforme Dal Molin e Costa Hübes (2006), as onomatopeias são signos
convencionais que representam ou imitam um som por meio de caracteres
alfabéticos. Ocupam um papel essencial nos quadrinhos impondo ritmo às narrativas
de ação. Geralmente são grafadas independentemente dos balões e em letras
grandes. Exemplos:
• Explosão: BRUM!
• Quebra: CRACK!
• Sono: ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ!
• Beijo: SMACK
• Golpe de soco: POW!
8. Expressões e tipos de personagens
Para Higuchi (1997), o personagem é marcado de acordo com suas
características, pois são elas que delineiam sua forma de ser e agir, e é através
desses dados se determinam o tipo ou expressão de cada um, assim como a
aventura que se envolve.
Através das expressões dos personagens podemos inferir dados da história
que não aparecem o texto escrito,tais como sentimentos e sensações. Exemplos:
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Figura 16 – Exemplo de expressão força
Figura 17 – Exemplo de expressão de felicidade
Figura 18 – Exemplo de expressão de raiva
Figura 19 – Exemplo de expressão de medo
16
Figura 20 – Exemplo de expressão de fome
Figura 21 – Exemplo de expressão de desconfiança
Figura 22 – Exemplo de expressão de ternura
9. O Discurso na ordem de Narrar
Para Zirondi (2004), os textos das HQ enquadramse no mundo do NARRAR,
e são classificados como discurso narrativo (cf. conceitos de BRONCKART, 2003),
embora sem a voz explícita de um narrador. Nas HQ, a voz do narrador é substituída
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pelos recursos não verbais do gênero: quadros, vinhetas, formatos dos balões,
metáforas visuais, etc. O elemento narrativo que aparece de forma explícita são os
diálogos dos personagens (inseridos nos balões), que estão diretamente implicados
em um percurso temático que delineia a história que é contada. Segundo Santos
(2003), a sequencialidade narrativa quadrinhográfica, com uma vinheta sucedendo a
outra, em ordem cronológica1, mas com lacunas temporais que devem ser
preenchidas pelos leitores, assume
o caráter de verdadeiro relato visual ou imagístico, que sugestivamente se integra com as rápidas conotações do texto escrito, numa perfeita identificação e entrosamento das duas formas de linguagem: a palavra e o desenho (MOYA, 1977 apud SANTOS, 2003, p. 04).
Dessa forma, é pela articulação da linguagem verbal dos textos dos balões e
da linguagem não verbal que o conteúdo temático é exposto.
Nas HQ, o narrador implícito é quem gerencia as vozes que são introjetadas
nos personagens. Personagens esses que estão implicados na qualidade de
agentes em acontecimentos ou ações. Entretanto, não podemos confundir o autor
empírico do texto (por exemplo, Maurício de Souza) com essa instância enunciativa,
que, no caso das HQ, é chamada de “narrador” (pois, como vimos, esse gênero
pertence ao mundo do NARRAR). Segundo Barros (2011):
[...] temse, de um lado, o mundo “real” representado pelos agentes humanos (neste se inclui o autor empírico) – o mundo ordinário – e, do outro, o mundo virtual criado pela atividade de linguagem – o mundo discursivo. Embora todas as representações mobilizadas pelo autor na hora de empreender uma ação de linguagem estejam localizadas no mundo ordinário, é no mundo discursivo que se processam as operações de responsabilização enunciativa. Dessa forma, a voz do autor é “apagada” e substituída por uma instância geral de enunciação, que o ISD denomina textualizador: voz “neutra” que pode se configurar em narrador quando o discurso mobilizado for da ordem do narrar e expositor quando este for da ordem do expor.
1 Quando essa cronologia é quebrada, as HQ “avisam” o leitor por meio de legendas ou outros recursos não verbais,
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Além dos personagens e do narrador, todos os outros elementos da narrativa
podem ser analisados nesse gênero: tempo, espaço, ponto de vista do narrador,
elementos articuladores temporais. Entretanto, esses elementos se concretizam na
articulação do verbal com os recursos não verbais do gênero.
Segundo Bronckart (2003), o mundo do narrar está dividido em dois pólos: a)
um narrar realista, que estabelece coordenadas diretas com o mundo ordinário da
ação de linguagem – denominado “relato” (ex.: o gênero “notícia”); e um narrar
ficcional, que é desvinculado discursivamente do mundo ordinário, mundo da
imaginação, onde tudo é permitido – denominado “narração” (ex.: o gênero HQ).
Dessa forma, é a partir desse narrar ficcional que as histórias em quadrinhos
de Maurício de Souza, foco do nosso trabalho, desenvolvem as suas temáticas.
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Sequência didática
com HQ de
Maurício de Souza
APRESENTAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O PROFESSOR
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Professor,
Vamos iniciar hoje uma sequência didática (doravante SD) que levará seus alunos a
desenvolverem capacidades de linguagem em relação à leitura e escrita do gênero
textual “Histórias em Quadrinhos” (doravante HQ).
Percebemos que, muitas vezes, os alunos não apreciam a leitura e a escrita de
textos em prosa, mas que se interessam quando essa prática é feita através de
quadrinhos. Dessa forma, a escolha das HQ pautouse no fato de elas serem um
gênero familiar à maioria dos alunos e que proporciona um trabalho didático lúdico,
reforçando o interesse dos alunos em relação à Língua Portuguesa.
A partir desse gênero, trabalharemos, por exemplo, o discurso narrativo, explorando
os elementos da narratividade utilizados pelas HQ, em contraponto com outro
gênero, o conto.
Aproveitando desse interesse dos alunos, essa SD procura mostrar que o gênero
HQ, assim como o conto, o romance ou as fábulas, é também um gênero narrativo,
cujos elementos precisam ser trabalhados didaticamente nas aulas de Língua
Portuguesa.
Em cada oficina da SD será explorado um aspecto do gênero. E para que os alunos
internalizem melhor esse aprendizado, peça para que eles, ao final de cada oficina,
façam um “relatório de aprendizagem das HQ”. Você deve ajudálos nessa tarefa.
Você já pode, já na apresentação do projeto, falar sobre esse procedimento aos
alunos.
Caso na produção inicial dos alunos você identifique uma dificuldade maior em certo
aspecto do gênero, você pode aprofundar mais a oficina correspondente, ou,
inversamente, pode dar menos ênfase em outra, cujo conteúdo você acha que os
alunos têm maior domínio.
A intenção é que, após os vários módulos/oficinas dessa SD, os alunos usem os
recursos linguísticodiscursivos, literários e visuais das HQ, assim como sua
criatividade, para produzirem os seus próprios textos desse gênero.
Esperamos, dessa forma, que esse trabalho possa contribuir para que haja o
desenvolvimento das capacidades de leitura e escrita do gênero textual História em
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quadrinhos. Que as atividades aqui propostas possam aperfeiçoar ainda mais o
trabalho com a língua.
A Autora
APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE LEITURA E ESCRITA DA HQ
Objetivos: Apresentar o projeto de leitura e escrita das HQ. Motivar os alunos para
a participação no projeto, criando um problema de comunicação que será
“solucionado” com a leitura e escrita de HQ.
Professor,
Como a produção será em grupo, é melhor que antes do início da SD você já faça a
divisão da sala, para que todas as atividades sejam feitas coletivamente pelo mesmo
grupo. Para começar a SD, inicie um batepapo com a turma. Pergunte a seus
alunos se eles costumam ler gibis ou tirinhas que são publicadas em jornais e
revistas, quais as histórias/personagens que mais gostam, qual a diferença entre HQ
e tirinha. Perguntelhes também se já observaram como é feita a sequência de
quadrinhos das HQ, os recursos visuais que são usados. Mostre que as HQ são
elaboradas a partir de uma narrativa contada através de figuras, recursos visuais e
de diálogos (colocados em balões). E todos esses elementos precisam ser levados
em conta na hora da sua leitura.
Esse momento precisa ser bastante descontraído e motivador. Façaos perceberem
que para fazerem uma boa leitura desse gênero eles precisam conhecer melhor os
seus recursos, tanto os linguísticos como os visuais. Para isso, leve uma tirinha ou
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uma HQ e projete na TV pendrive, e faça perguntas de compreensão do texto que
os levem a perceber como é preciso estudar melhor esse gênero (como sugestão,
você pode desenvolver a atividade 1 deste módulo, ou pode, você mesmo escolher
uma tirinha ou HQ para fazer essa introdução).
Depois, proponha um projeto de leitura e escrita com a HQ. Seja bastante motivador
nessa hora. Diga a eles que o objetivo desse trabalho é que conheçam os recursos
utilizados pelas HQ, tanto os linguísticos como os visuais, dando a eles a
oportunidade de criarem seus próprios textos, com criatividade e autonomia.
A proposta é que os alunos, em grupos (aproximadamente 4 alunos), produzam
várias HQ para serem entregues à biblioteca da escola. Para comemorar essa
finalização do projeto, você organizará uma exposição com os textos dos alunos,
com a presença da comunidade escolar, para que os convidados possam apreciar
os trabalhos, buscando, assim, novos leitores para esse gênero. Nesse dia, os
alunos poderão fazer uma leitura ou dramatização das HQ para os visitantes da
exposição. Buscamos, com essa estratégia, estabelecer interlocutores “reais” para
os textos dos alunos, que não seja apenas o professor de sala de aula.
Antes de passar para a próxima oficina, você deve ler o texto “Um pouco de
histórias” e comentar, com os alunos, sobre a origem e o desenvolvimento das HQs.
ATIVIDADE
1) Observe a tirinha e responda:
a Como sabemos que Cascão está gritando?
23
b A forma e o tamanho das letras são importantes para o entendimento do
texto? Dê sua opinião sobre isso.
c- O formato e o contorno dos balões são sempre os mesmos ou mudam? Na
sua opinião, porque isso ocorre?
d Por que Cascão está bravo com o Cebolinha?
e Como o Cebolinha reage aos gritos do Cascão? Como foi possível dar essa
resposta?
f Quem realmente está repetindo a fala do Cascão? E como percebemos isso?
TEXTO DE APOIO
Um pouco de Histórias
O homem primitivo mesmo não sabendo escrever, registrava, nas paredes das
cavernas, desenhos que representavam os animais e a natureza e com isso criouse
os símbolos pequenos sinais ou figuras para expressar idéias registrar seu cotidiano.
Foram esses registros a manifestação mais remota de algo parecido com as
Historias em Quadrinhos.
As Histórias em Quadrinhos, como concebemos hoje, surgiram no final do século
XIX, publicadas em jornais ou revistas de grande circulação da Alemanha e Estados
Unidos. No Brasil, segundo o quadrinista (José AlbertoLovredo,(1993) as histórias
em quadrinhos nasceram em 1869 com lançamento da revista Vida Fluminense,e
as Aventuras de Nhô Quim ou impressão de uma viagem à corte.Publicadas em
capítulos de duas páginas semanais,essas aventuras eram vividas por um
atrapalhado personagem,que viajava de Minas Gerais para a corte, no Rio de
Janeiro.
A partir de então, os quadrinhos foram um meio de comunicação em massa e de
grande penetração popular e essa popularidade causou uma espécie de
desconfiança quanto aos efeitos que eles poderiam causar em seus leitores. Por
isso, as HQ encontraram em sala de aula severa restrições,acabando por serem
banidas do ambiente escolar. Porém, esse quadro foi se modificando e, hoje, os
quadrinhos são vistos como objetos de ensino.
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Fonte: Adaptação de Ensinar e aprender, v. 3, Secretaria do Estado do Paraná,1997
RECONHECENDO O GÊNERO HQ, SEUCONTEXTO DE PRODUÇÃO E AS HISTÓRIAS DE MAURÍCIO DE
SOUZA
Professor,
Nessa oficina você deve levar para a sala de aula vários exemplares de gibis e
tirinhas da turma da Mônica e distribuílos aos alunos. Peçalhes que façam a leitura
e que estejam atentos à forma como o autor criou a narrativa e os recursos
linguísticos e visuais que ele usou.
Após a leitura das histórias, abra espaço para que os alunos comentem oralmente
suas descobertas. Em seguida, proponha que, no caderno, respondam as seguintes
perguntas:
Quem é o autor, ou autores, dessas histórias em quadrinhos?
Quando ele escreve essas histórias ele assume que papel social? De um pai, de um
professor, de um jornalista ou de quadrinista que quer entreter o seu público?
E quem será que lê essas histórias? Crianças, jovens, adultos? Pessoas letradas ou
iletradas?
Com que objetivo se lê uma história em quadrinho? Será que é o mesmo objetivo
que se lê uma notícia, por exemplo?
Como são as histórias em quadrinhos? Dramáticas? Românticas? Engraçadas?
Sobre o que falam, em geral, essas histórias?
Será que, nos dias atuais, se lê muito histórias em quadrinhos? Por quê?
Que diferenças percebem entre as histórias em quadrinhos e os textos narrativos
trazidos pelos livros didáticos?
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E entre as histórias dos gibis e as tirinhas?
Vocês sabem onde são publicadas as tirinhas?
Para que servem os balões que aparecem nos quadrinhos?
Há diferentes tipos de balões? Você saberia explicar o motivo?
Como são caracterizados os personagens das histórias que lemos?
Quais os recursos utilizados pelo autor para expressar o sentimento das
personagens?
Que outros recursos gráficos, além das figuras e da escrita, aparecem nos
quadrinhos?
Qual história chamou mais a sua atenção? Por quê?
A PRIMEIRA PRODUÇÃO
• Objetivo: produzir uma primeira versão do texto para diagnosticar o quanto
os alunos sabem sobre o gênero, assim como definir os objetos didáticos que
podem ser explorados na SD.
Professor,
Nessa etapa, os alunos, em grupo de aproximadamente 4 alunos, produzirão a
primeira versão de uma HQ, utilizando personagens da turma da Mônica e quantos
quadrinhos forem necessários. Eles poderão se basear em uma narrativa do seu
próprio livro didático ou criar suas próprias histórias. Deixeos à vontade para
escolherem a história que querem trabalhar. Poderão desenhar as figuras ou
recortar e colar de gibis, revistas ou da internet. Para isso peça aos seus alunos,
com antecedência, que levem para a aula gibis da turma da Mônica que possam
recortar, ou você pode fazer isso.
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OS RECURSOS VISUAIS
• Objetivo: Apresentar os recursos visuais das HQ e reconhecêlos dentro das
histórias.
Professor,
Antes de iniciar a atividade, leia o tópico 3 do modelo didático, “ângulos e planos de
visão”. Explique aos alunos o que são ângulos e planos de visão, leve para a sala
exemplares de gibis, distribuaos e peça que procurem nas histórias os diferentes
ângulos e planos fazendoos perceber qual a intencionalidade do quadrinista em
usálos, pois o enquadramento no interior dos quadrinhos facilita a compreensão do
texto.
Depois de localizados os ângulos e planos, peçalhes que escrevam o que
aprenderam sobre cada um: esse será o relatório do aprendizado dessa oficina!
ATIVIDADE
1) Identifique nos quadros abaixo os ângulos e planos de visão usados pelo
autor e a sua intencionalidade:
.
27
Professor,
Agora, utilizando uma das histórias em anexo, ou do gibi que você deverá levar para
a sala, explore com os alunos os recursos visuais da HQ (você pode projetar a HQ
na TV pendrive ou tirar cópias para os grupos). Estude a seção 5 do modelo
didático, antes de iniciar o trabalho. Veja que a forma e o tamanho das letras são
importantes para o entendimento do texto, assim como os diferentes tipos de
balões, a sua função dentro da narrativa, o uso das legendas, as quais podem
indicar mudanças de tempo e espaço. Fale também sobre as metáforas visuais que
servem para reforçar ideias e sentimentos dos personagens.
Oriente os seus alunos a realizarem as atividades propostas, a seguir.
ATIVIDADES
1) Qual o significado do formato dos balões abaixo? No segundo quadrinho, além
do formato do balão, quais outros recursos visuais utilizados para dar
significação à fala do Cebolinha?
.
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2) O que indica o balão da próxima tira?
3) Que metáforas visuais podem ser identificadas nos quadrinhos abaixo?
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4) Crie pequenos diálogos para as tirinhas a seguir, usando diferentes tipos de
balões. Depois, recorte e cole os seus textos em uma folha e exponhaos no
painel da sua sala. Faça também uma pequena apresentação oral para a classe.
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A EXPRESSÃO E OS TIPOS DE PERSONAGEM
Professor,
Coloque para os alunos na TV pendrive as histórias que estão em anexo. Em
seguida, chame a atenção dos alunos para que observem as personagens, como
elas são fisicamente. Mas também como as características psicológicas são
representadas pelas figuras, por suas ações, gestos e pela maneira de se
comportarem. Leia o tópico 7 do modelo didático “Expressões e tipos de
personagens” para poder conduzir as atividades propostas para os alunos.
Na etapa da atividade que é feita oralmente você pode pedir para cada grupo fazer
um exercício.
ATIVIDADES
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1) Observe as figuras abaixo e descreva as expressões dos personagens.
Depois exponha, oralmente, uma situação em que essas cenas
poderiam ser inseridas em uma história em quadrinho:
AS ONOMATOPEIAS
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• Objetivo: Trabalhar com expressões da língua que representem os sons,
chamadas de onomatopeias.
Professor,
Converse com os alunos e vá colocando na lousa o que eles sabem ou conhecem
sobre onomatopeias. Reforce a importância do seu uso nas HQ, mostrando a sua
funcionalidade. Dê exemplos. Você pode usar a história em anexo, ou passar um
filme da turma da Mônica, questionandoos como os sons que aparecem na história
do desenho animado seriam representados na escrita. Faça com eles uma lista
dessas palavras, antes de realizar as atividades. Veja o tópico do modelo didático
como apoio.
Proponha, depois, as atividades a seguir.
ATIVIDADES
1) Agora que você já sabe o que é onomatopeia, escreva uma (ou mais) expressão
que represente graficamente o som de um(a):
a) gato miando
b) porta batendo
c) telefone tocando
d) buzina do carro
e) pássaro cantando
2) Agora, vamos observar os quadrinhos e explicar o significado das seguintes
onomatopeias:
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TRABALHO DE PESQUISA
Pesquise em livros, gibis, revistas jornais ou na internet outros exemplos
de onomatopeias e traga para compartilhar com seus amigos. Faça uma
exposição oral com o resultado da sua pesquisa.
A NARRATIVIDADE DAS HQ
• Objetivo: Reconhecer os elementos da narrativa contidos nas HQ.
Professor,
Para esse módulo é preciso expor aos alunos os elementos da narrativa que estão
contidos nas HQ, mostrando que, em um texto em prosa, é preciso indicar as ações
através da voz do narrador e, sobretudo, introduzir as falas das personagens e
indicálas com a pontuação adequada.
Mostre a eles que ao se colocar as falas das personagens é preciso usar o
travessão e outros sinais de pontuação, ressaltando com exemplos o discurso direto
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e indireto. Para sistematizar esses conhecimentos, trabalhe com eles as atividades
sobre o discurso narrativo que o seu livro didático traz.
Leve, para a sala, exemplares de gibis e peça aos alunos que escolham uma história
e a transforme em um conto, ou seja, em um pequeno texto narrativo em prosa. Veja
o comando, na atividade 2.
Após o termino do trabalho, proponha aos grupos revisem os textos uns dos outros.
Para isso, você deve montar para eles um roteiro de revisão. Depois de revistos e
reescritos, monte uma coletânea de contos para ser exposta no dia da exposição.
ATIVIDADES
1) Observe a tira abaixo:
Reescreva a história, em prosa, de dois modos diferentes:
a- Sem usar diálogos para as falas das personagens, como se você fosse o
narrador que assistiu à cena, contando o que se passou. Use o discurso
indireto. Comece com: “Certo dia, Bidu encontrou...”
b- Agora expressando a fala das personagens por meio de diálogos (discurso
direto).Não se esqueça de usar o travessão para introduzir as falas.
2) Escolha uma história em quadrinhos da turma da Mônica. Agora, você vai
transformar essa história em um conto, ou seja, em uma narrativa em prosa,
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sem usar nenhum recurso visual. Para isso, primeiramente, deve criar um
narrador para contar a história. Nas HQ não há um narrador explícito, pois os
recursos visuais (como vimos nas oficinas), contidos quadro a quadro,
cumprem o papel de “narrar a história” para o leitor. Depois, você pode
transformar os diálogos dos balões em discurso direto, usando dois pontos
e travessões para introduzilo. Você pode optar também por transformar os
diálogos em discurso indireto. Nos dois casos, preste atenção nos verbos
do dizer, como dizer, perguntar, indagar, responder, etc. Não se esqueça de
descrever as personagens, os lugares (por exemplo, a cena ocorre durante
o dia ou à noite?), etc. Ao terminar dê um título a seu conto.
A PRODUÇÃO FINAL
• Objetivo: Consolidar as aprendizagens interiorizadas nos módulos.
Professor,
Faça a releitura das primeiras produções com a finalidade de trabalhar os aspectos
gramaticais diagnosticados na primeira produção. Para isso faça uso do livro
didático da turma. Depois, peça que cada grupo escreva uma nova história em
quadrinhos, incorporando os aprendizados das oficinas. Peça que eles se orientem
pelos relatórios de aprendizagem registrados nos cadernos. Caso você ache
necessário, esquematize esses relatórios em um único texto e entregue aos alunos
como material de apoio da revisão textual. Para ficar mais fácil a revisão e correção
dos textos, peça para que eles, antes de escreverem as falas nos balões, escrevam
em uma folha avulsa para você corrigir.
ATIVIDADE: Agora é sua vez de produzir!
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1) Cada grupo deve criar uma história em quadrinhos com os personagens da
Turma da Mônica, empregando os recursos estudados. Você pode desenhar ou
recortar e colar os personagens e o cenário. Use quantos quadrinhos forem
necessários. Lembrese de que o seu papel não é mais o de aluno que está
querendo mostrar para a professora que aprendeu o conteúdo, mas de um
quadrinista que quer elaborar uma história em quadrinhos muito divertida para
ser lida por todos aqueles que visitarem a exposição na biblioteca. Mãos a obra!
Anexos:
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11. Referências
ALMEIDA, F. A. de Arquitetura das histórias em quadrinhos: vozes e linguagem. Linguagem & Ensino, Pelotas, v.4, n.1, 2001.
BAKTHIN, M. Os Gêneros do Discurso. In: Estética da Criação Verbal. Trad. Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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