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LEILA CARVALHO MORAES ROSSI
ARTIGO CIENTÍFICO
CRUZAMENTO ENTRE METODOLOGIA E AVALIAÇÃO:
um estudo para o ensino de arte
LONDRINA
2012
Ficha para Catálogo Artigo Final
Professor PDE/2010
Título CRUZAMENTO ENTRE METODOLOGIA E AVALIAÇÃO: um estudo para o ensino de arte.
Autor Leila Carvalho Moraes Rossi
Escola de Atuação Colégio Estadual Unidade Polo
Município da Escola Ibiporã PR
Núcleo Regional de Educação Londrina PR
Orientador Renan dos Santos Silva
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina
Área do Conhecimento/Disciplina Artes/Arte
Relação Interdisciplinar
Público Alvo Alunos – 2º Ano do Ensino Médio da escola pública.
Localização Colégio Estadual Unidade Polo Av. Engenheiro Beltrão, 1005 - Centro. Ibiporã – PR
Resumo: Este trabalho é uma síntese de um processo que se iniciou a partir do esboço do pré-projeto de intervenção, ao explicitar intenções e destas arrancar objetivos, para esclarecer nossas práticas. Iniciamos estudos para encontrar metodologias e avaliação condizentes com a peculiaridade da arte e, deste modo, trazer à sala de aula procedimentos de ensino adequado com o universo cultural em que estamos imersos. Neste sentido, encontramos na Abordagem Triangular de Ana Mae Barbosa (1991) e o Método Comparativo de Edmund Feldman (1991), pertinentes aos nossos propósitos e para nossa realidade escolar, assim como a avaliação por Portfólio (1999, 2000 e 1999) renovadora e adequada para a especificidade do ensino de arte. Implantamos esses procedimentos, que trouxe dinâmica e interesse as aulas de arte, sensibilizando nossos alunos para a estética do cotidiano e a oportunidade de entrar em contato com as obras de arte, podendo assim, compreender e assimilar com mais facilidade o mundo cultural e estético que o cerca.
Palavras-chave Avaliação. Cultura Visual. Ensino de Arte. Metodologia.
CRUZAMENTO ENTRE METODOLOGIA E AVALIAÇÃO: um estudo
para o ensino de arte.
Autora: Leila Carvalho Moraes Rossi
Orientador: Renan dos Santos Silva
RESUMO
Este trabalho é uma síntese de um processo que se iniciou a partir do esboço do pré-projeto de intervenção, ao explicitar intenções e destas arrancar objetivos, para esclarecer inquietações de nossas práticas: como tornar nossas aulas do interesse de nossos alunos? Existe alguma metodologia que proporcione ir além do simples fazer e uma avaliação adequada para verificar o rendimento em arte? Assim iniciamos estudos em uma rigorosa revisão de literatura, para encontrar metodologias e avaliação condizentes com a peculiaridade da arte e, deste modo, trazer à sala de aula procedimentos de ensino adequado com o universo cultural em que estamos imersos: fotocêntrico e visual, bem como colocar o ensino de arte pari passu com a produção contemporânea de arte. Neste sentido, encontramos na Abordagem Triangular de Ana Mae Barbosa (1991) e o Método Comparativo de Edmund Feldman (1991), pertinentes aos nossos propósitos e para nossa realidade escolar, assim como a avaliação por Portfólio (1999, 2000 e 1999) renovadora e adequada para a especificidade do ensino de arte. Em nossa abordagem de pesquisa-ação implantamos esses procedimentos, que trouxe dinâmica e interesse as aulas de arte, sensibilizando nossos alunos para a estética do cotidiano e a oportunidade de entrar em contato com as obras de arte, bem como experimentar novas atividades poéticas, podendo assim, compreender e assimilar com mais facilidade o mundo cultural e estético que o cerca. Analisar obras de arte e imagens culturais em vários contextos e não como meros apreciadores passivos e sim como sujeitos construtores da cultura. Palavras-chave: Avaliação. Cultura Visual. Ensino de Arte. Metodologia.
ABSTRACT
This work is a synthesis of a process that started from a sketch of the pre intervention project, to exemplify intentions and through them get the goals, to make clear concerns of our practices: how to make our classes more interesting to our students? Is there a methodology that provides going further then just doing the simpler and an adequate exam to verify the performance in art? Thus we initiated studies through a rigorous literature review to find consistent methodologies and evaluation in agreement with the art peculiarity and, so this way, bring to the classroom, suitable teaching procedures related to the cultural universe in which we are immersed: fotocêntrico and visual, as well as putting the teaching of art pari passu with the contemporary production of art. In this sense, we find in the Triangular Approach of Ana Mae Barbosa (1991) and the Comparative Method of Edmund Feldman (1991), reveland to our purposes and our school reality, and also evaluation by Portfolio (1999, 2000 and 1999) renewal and appropriate for the specificity of art teaching. In our approach of action research we implemented these procedures, which brought interest and dynamism to the art lessons, sensitizing our students to the aesthetics of everyday life and the opportunity to get in touch with the artworks and also having new poetic activities, and thus understand and assimilate easier the cultural aesthetic world that surrounds them. Analyze artworks and cultural images in various cultural contexts and not as mere passive lovers but as subjects of culture builders.
Keywords: Evaluation. Visual Culture. Art Education. Methodology.
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1 Introdução
Ao longo da trajetória desta pesquisadora com o ensino em sala de aula “cara a
cara” com o aluno, foi possível perceber o quanto a arte contribui para o
desenvolvimento dos alunos. Porém, muitos, entre eles, profissionais de outras áreas
não sabem que a arte possui conhecimentos a ser ensinado, o que leva a uma visão
equivocada sobre o assunto, pois pensam que ensinar arte é simplesmente ensinar a
desenhar, pintar ou fazer desenhos geométricos, ou seja, ensinar técnicas ou
habilidades.
É importante destacar que a arte possibilita ao ser humano conhecer um pouco
de sua história, dos processos criativos de cada uma das linguagens artísticas e com
isso entenderem a sua existência; tais como, aquelas usadas para que o indivíduo
possa se expressar, entre elas a pintura, o desenho, a poesia, a dança, a música, o
teatro, a escultura, etc. Bem como a arte, de modo geral, necessária para integrar
pessoas por meio das mais variadas formas de se expressar, fazendo com que elas
demonstrem aquilo que sentem ou pensam, desenvolvendo o senso crítico daquilo que
vêem ou ouvem.
Do mesmo modo, essas expressões artísticas auxiliam o educando em vários
âmbitos de sua vida, por exemplo: a música ajuda o aluno a melhorar a concentração;
a dança contribui para a coordenação motora; o teatro colabora para o trabalho em
equipe, melhorando a relação interpessoal com os colegas, professores e familiares e a
interpretação de um quadro desenvolve a sensibilidade e a criticidade. Portanto, tudo
isso contribui para a melhoria do rendimento escolar e também para formar cidadãos
capazes de entender e intervir na sociedade.
Dessa forma, é importante que se busque desmistificar o ensino de arte, bem
como, dispor um conjunto de metodologias, que contribua para oxigenar o processo de
ensino-aprendizagem dessa disciplina. Não esquecendo também da avaliação que
deve estar planificada de modo coerente com o conjunto da proposta ou projeto
pedagógico do professor para a realização plena da ação educativa.
O ensino de Arte, em sua amplitude de conhecimentos, é fundamental para a
formação cultural, intelectual e social do aluno, uma vez que, favorece os momentos de
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reflexão, conscientização, interação e aquisição de conhecimentos. Faz-se necessário
buscar caminhos metodológicos e propostas de avaliação para direcionar e oportunizar
aos alunos a aprendizagem de forma mais efetiva. Pois, nem sempre, o ensino de arte
contempla esses pressupostos.
Sabe-se que nas aulas de arte deveria ser trabalhado o mundo do educando,
dando a ele a oportunidade de entrar em contato com as obras de arte, desenvolvendo
atividades, onde possa experimentar novas situações, podendo assim, compreender e
assimilar com mais facilidade o mundo cultural e estético que o cerca e, compete ao
professor um contínuo trabalho de verificação desse processo.
Por estas razões, nosso projeto de pesquisa-ação teve como pretexto discutir
metodologias e conteúdos que devem ser trabalhados nas aulas de Arte, além de
discorrer acerca do processo de avaliação, visando colaborar com a relação ensino-
aprendizagem de maneira que suscitou um conjunto de indagações: Por que ainda,
hoje, o professor de arte continua ensinando Arte por meio do método da livre
expressão, mesmo modelo da Educação Artística? Que metodologias usar para
ensinar Arte de modo que se formem sujeitos capazes de analisar uma obra em vários
contextos e não apenas como meros apreciadores passivos das imagens culturais?
Que instrumentos de avaliação o professor deve utilizar para acompanhar o
desempenho do aluno em sala de aula? Como lidar com o ensino de Arte no espaço
escolar de maneira que esteja condizente com a produção artística contemporânea?
Como promover uma alfabetização estética e visual para o universo pós-moderno?
Nesse sentido, discutimos metodologias e instrumentos de avaliação no ensino
de Arte e destacamos aquela que melhor se adaptou à realidade dos alunos do Colégio
Estadual Unidade Polo de Ibiporã; tudo isto, ora, pois, no intuito de contribuir para o
desenvolvimento do pensamento crítico do aluno; promover a alfabetização estética e
visual; desenvolver competência estética e artística para o ensino de Arte; promover
conhecimentos teóricos e práticos acerca da cultura visual e, assim, desenvolver
instrumentos viáveis de avaliação para o ensino de Arte.
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2 Imagens culturais: o novo paradigma da sociedade pós-moderna e o desafio da
arte-educação.
Vivemos, hoje, a era da Cultura Visual, onde as imagens substituem palavras.
Nossos olhos estão o tempo todo recebendo informações por meio de imagens, o que
contribui para a necessidade da alfabetização visual para a leitura e compreensão e
significação dessas imagens.
As imagens a que nos referimos, não são apenas a obra de arte, muito menos
as ilustrações dos textos, mas sim as múltiplas formas pelas quais a sociedade
apresenta o mundo. Temos também, imagens para entreter, vender, deleitar, que nos
diz o que vestir ou comer e aparentar, onde necessitamos pensá-las, agir e assimilar
cada dia em suas inovações, pois a especificidade do conhecimento estético merece
ser conhecida profundamente tendo um olhar diferente do olhar banal, cotidiano.
HERNANDEZ (2000) destaca que estamos imersos numa avalanche de
imagens e que é preciso aprender a lê-las e interpretá-las para compreender e dar
sentido ao mundo em que vivemos. Assim, crianças e adolescentes serão capazes de
analisar os significados da imagem, os motivos que levaram à sua realização, como ela
se insere na cultura da época, como é consumida pela sociedade e as técnicas
utilizadas.
EFLAND (1999) também enfatiza que hoje, temos que ter habilidade para
interpretarmos imagens, objetos, propagandas que giram em torno de símbolos sociais
e culturais, para não corrermos o risco de perder aspectos de nossas identidades,
tendo assim, a liberdade de nos submetermos ou resistirmos ao abuso das influências
do marketing.
Nessa perspectiva, temos que ficar atento no mundo que nos cerca, conhecer
os objetos que fazem parte da realidade e perceber como são importantes ao
conhecimento de significados e como afetam nossas “visões” sobre nós mesmos e
sobre o universo visual em que estamos imersos, que podem revelar novas culturas e
estabelecer relações entre povos, lugares e tempos, transpondo a aula convencional
de arte: artistas, estilos e movimentos históricos para a formação do leitor, do interprete
e crítico das imagens culturais presentes em seu cotidiano.
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Como podemos ver na propaganda e Publicidade Contemporânea, a imagem é
presença obrigatória, é um modo específico de apresentar informações de um produto
ou para divulgar crenças e ideias religiosas, políticas ou ideológicas. As imagens são
transmitidas por alguns meios como: revistas, folhetos, televisão, internet, outdoor,
pôsteres, etc., que relacionem o produto ou serviço oferecido quanto as suas
características e benefícios.
É nesse tipo de imagem que nos leva para uma mentalidade consumista, onde
são investidos mais dinheiro e mais talento para o produto se tornar mais atrativo e
expor suas mercadorias de forma massiva, e assim convencer o público para o
consumo.
Podemos dizer então que “as imagens na Publicidade Contemporânea são, na
maioria, metafórica, que exige do leitor um pensamento abstrato para interpretá-las de
acordo com o conteúdo e a finalidade a que se destina” (Rossi, 2003).
No entanto, na publicidade as imagens sugerem o que devemos valorizar ou
desejar, mudando nossos pensamentos e comportamentos. É por meio da
conscientização que saberemos selecionar o que será bom ou não para a nossa vida,
pois,
(...) se a construção da realidade continua a ser a missão das artes, o
propósito da arte-educação, então, é contribuir para o entendimento dos panoramas social e cultural habitados pelo indivíduo. As crianças do amanhã precisam das artes para capacitá-las a compreender e comunicar-se com os termos de sua sociedade, para que elas possam ter um futuro nessa sociedade (EFLAND, 1999).
3 Metodologias para o ensino de Arte na Contemporaneidade.
No atual contexto, contemporâneo/pós-moderno, da cultura visual é importante
colocar o aluno em contato com diferentes maneiras de expressar suas ideias para
ampliar suas capacidades comunicativas e utilizar os recursos existentes, assim, o
objetivo é ampliar as possibilidades expressivas e reflexivas no processo de construção
da imagem.
Quando tratamos do ensino de Arte, a percepção que temos é a de uma
disciplina que lida com as habilidades sensíveis dos alunos e, ainda, que o professor
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irá ensinar muitas técnicas. Essa é uma visão anacrônica do ensino de arte no espaço
escolar, as quais devemos superar, pois na contemporaneidade a Arte na escola não é
mais a realização de simples atividades e sim uma área de conhecimento, uma
disciplina com conteúdos específicos, que ampliaram seu sentido e significado e pode
contribuir ao desenvolvimento da educação.
Neste sentido, quando da atividade “educação artística” em 1971, pautou-se em
uma concepção tecnicista, que, paradoxalmente, preconizou o ensino livre, valorizando
o espontaneismo e a expressão individual. Entretanto, desde os anos 90, chegaram ao
Brasil propostas metodológicas renovadoras para o ensino de Arte, condizente com a
produção artística contemporânea.
Ana Mae Barbosa teve papel fundamental nesta renovação para a educação
brasileira, não somente propondo uma nova abordagem, mas atualizando o ensino da
Arte com metodologias de pesquisadores, tais como Brent Wilson, Robert Ott, bem
como a produção de pesquisas da Fundação Paul Getty, DBAE, com Rosalind Ragans
e Monique Brière.
A abordagem triangular de BARBOSA (1991) inova por concentrar o ensino em
três eixos: mantém o fazer artístico (experimentação e expressão) e acrescenta a
leitura da obra de arte, aliando a estas, duas disciplinas: a crítica e a estética, bem
como agrega, também, o contextualizar (história da Arte); assim promove a intersecção
da experimentação com a codificação e a informação do objeto artístico.
Edmund Feldmann nos traz o “método comparativo”, que envolve quatro
processos distinguíveis, mas interligados no processo da leitura da obra de arte:
prestar atenção ao que vê (descrição); observar o comportamento do que se vê
(análise); dar significado à obra de arte (interpretação); decidir acerca do valor de um
objeto (julgamento); utilizando sempre duas ou mais obras, comparando com imagens
do design e arquitetura, de maneira que para Feldmann aprender a linguagem da Arte
implica desenvolver técnica, crítica e criação, através de princípios estéticos, éticos e
históricos (BARBOSA, 1991).
O DBAE tem como base teórica, Dewey e entende que as pessoas fazem quatro
coisas com a Arte: elas vêem a Arte; elas entendem o lugar da Arte na cultura; elas
fazem julgamentos sobre suas qualidades; elas fazem Arte. Essas são as quatro
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disciplinas que podem ser trabalhadas de forma isolada ou integrada, ou seja, em
síntese são produção, crítica, história e estética da Arte.
Brière e Ragans propõem derivações do DBAE. Brière enfatiza a produção
dentro de uma proposta comparativa para a leitura da imagem, incluindo até mesmo
imagens de propaganda, do cotidiano e trabalhos dos alunos. Ragans, por sua vez,
enfatiza a crítica, exigindo sempre objetividade de leitura e entende a Arte como forma
de comunicação. Deste modo, o fazer artístico, a história e a estética são instrumentos
da crítica (BARBOSA, 1991)
Robert Saunders é metódico e organizado pedagogicamente, incorporando
influências de Benjamin Bloom com a Taxonomia dos Objetivos Educacionais,
planejando rigorosamente as suas aulas. Propõe deste modo, o “método
multipropósito”: exercícios de ver (descrição); exercícios de aprendizagem (análise);
intenções da aula (comparação); produzir artisticamente (fazer artístico), tendo como
objetivos a educação estética, percepção visual, acuidade espacial, simbologia visual e
verbal, as mudanças históricas e a auto-identificação por entender que “estamos
mudando de cultura verbal para uma cultura visualmente orientada” (BARBOSA, 1991).
Estas são sínteses de algumas das abordagens, compiladas do livro “A imagem
no ensino da Arte” de Ana Mae Barbosa (1991), que pode ser mais um caminho usado
pelo educador dentro e fora da sala de aula, para a construção do conhecimento e a
formação de um cidadão consciente, podendo assim, interagir na sociedade e no meio
que o cerca, capaz de promover a “Leitura de imagens para a Contemporaneidade”,
haja vista a constatação de que muitas vezes os alunos se deparam com imagens em
seu cotidiano e não analisam ou não as lêem de forma correta. Daí a necessidade da
promoção de uma alfabetização visual para que ele não seja apenas um espectador
passivo diante das imagens culturais, mas que consiga desenvolver e construir seus
conhecimentos a partir da percepção, observação, investigação e pesquisa para
desenvolver uma reação ativa, analítica e crítica de uma imagem.
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4 Avaliação para o Ensino de Arte.
Diante das significativas mudanças ocorridas no ensino de arte, na
contemporaneidade, particularmente no que se refere à concepção para o ensino e
aprendizagem, faz-se necessário apontar as novas visões práticas sobre avaliação no
âmbito da arte, descritas na literatura brasileira.
Howard Gardner (1994) primeiro e posteriormente Fernando Hernandez, nos
apresentam o Portfólio como instrumento de avaliação para a “reconstrução do
processo de aprendizagem”. É uma modalidade de avaliação retirada do próprio campo
da arte e que demonstra ser apropriado para uso avaliativo do ensino de arte nas
escolas, condizente às novas concepções de ensino contemporâneo (HERNANDEZ,
2000, pp.163 – 174).
BOUGHTON (1999), também nos indica o modelo adotado pelo programa de
arte-educação, Arts-PROPEL (Estados Unidos), o Portfólio como instrumento
significativo para avaliar a criação artística dos alunos, que consiste em um suporte, de
livre escolha dos alunos ou proposto pelo professor, que conterá todos os trabalhos
produzidos, bem como tudo o que foi pensado a partir das propostas apresentadas em
aula. Para o professor, o Portfólio é um rico material que o leva a compreender o
desenvolvimento do aluno, como ele pensou acerca de tudo o que foi tratado em aula e
de que maneira ele construiu seu próprio conhecimento. Desse modo, este é um
instrumento justo e uma excelente estratégia para avaliar coerentemente os
conhecimentos em arte de nossos estudantes, bem como indicar ao professor,
estratégias de intervenção.
O Portfólio é uma técnica inovadora de avaliar o progresso dos alunos através
de um conjunto de procedimentos contínuo, são instrumentos de estimulação do
pensamento reflexivo. Registrar e refletir de forma sistemática as suas ideias,
motivações, opiniões, propósitos de todas as considerações de ordem crítica que
considera pertinente.
No Portfólio podem ser agrupados dados de visitas técnicas, resumos de textos,
composições, trabalhos artísticos, projetos, relatórios, anotações diversas, provas,
testes, auto-avaliação dos alunos, entre outros.
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Ao escolher este instrumento o professor e aluno terão uma visão geral do
desempenho e conhecimento de ambos. O aluno cria uma espécie de testemunha da
sua ação em cada etapa de aprendizagem; é à maneira de diversos momentos que
envolvem um inter-relacionamento dinâmico do psicológico com o pedagógico.
Anseios, dificuldades, conquistas, formas de pensar, de ser, agir são mostrados. A
característica de continuidade permite que professores e alunos percebam os
progressos individuais e coletivos.
Para construir um bom Portfólio é importante coletar as informações diárias em
sala de aula para um melhor aproveitamento, e não deixar de anotar todas as fontes
(HERNANDEZ, 2000). Os alunos poderão fazer a organização de todo o material
produzido no decorrer do período para mostrar o que aprenderam. Ao final do estudo
os alunos poderão organizar um seminário para apresentarem seus Portfólios e
relatarem seus processos de construção e conhecimento.
Deste modo, o seu grande mérito é sua tendência a centrar a reflexão na prática,
já que esta é a referência para construção, reconstrução e socialização do
conhecimento (ALVARENGA, 1999).
5 Experiências Estéticas No Ambiente Escolar
Na Intervenção pedagógica realizada, a proposta apresenta características da
pesquisa-ação devido ao nosso interesse em analisar os resultados obtidos com um
material didático elaborado pela professora-pesquisadora no PDE e cujos resultados
aqui relatados poderão ser socializados, de modo a contribuir para o processo de
intervenção pedagógica.
Os colaboradores deste estudo foi a turma de Ensino Médio do Colégio Estadual
Unidade Polo, do município de Ibiporã, Paraná, Brasil, localizado na periferia da cidade.
A turma participante tem 25 alunos no 2º Ano - turma “C”, no horário matutino. As
propostas de trabalho foram desenvolvidas no período de agosto a novembro de 2011.
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Ao estudar as diversas metodologias optou-se por formas específicas de auxiliar
o processo de ensino - aprendizagem visando um resultado satisfatório no processo
avaliativo.
Ao se desenvolver o processo através de leituras de imagens na
contemporaneidade, observou-se um envolvimento dos alunos levando a despertar a
curiosidade na realização dos trabalhos propostos com mais maturidade, levando a
uma criticidade que proporcionou uma satisfação na realização do projeto.
Ao se detalhar as metodologias aplicadas destacamos que os alunos foram
submetidos a alguns questionamentos sobre o que entendiam de Cultura Visual na
Contemporaneidade: ‘Quais as dificuldades que eles encontravam ao ver as imagens e
interpretá-las’, ‘ Se viam diferenças entre as imagens’, ‘Se elas tinham algo em
comum’, ‘Para que servia uma imagem’. Foi realizada uma contextualização histórica
juntamente com imagens a fim de apresentar aos alunos obras de artistas como
Picasso, Van Gogh, Lasar Segal, entre outros, fotografias e propagandas antigas e
atuais.
A metodologia empregada foi o método comparativo de Edmundo Feldmann, em
que os alunos descreveram, analisaram, interpretaram e julgaram as obras
apresentadas, onde foi demonstrado o desenvolvimento das técnicas, a sensibilidade,
a criticidade e a criação das imagens.
Ao definirmos alguns aspectos da Cultura Visual, os alunos foram estimulados a
refletir sobre as técnicas apresentadas, valorizando o conteúdo expressivo das obras
de arte e o trabalho de cada artista, participando assim, do processo de familiarização
com o mundo das obras, ampliando a sensibilidade diante de fenômenos visuais.
Os alunos observavam as obras de vários gêneros, como Renascimento,
Cubismo, Abstracionismo, Futurismo, etc., e artistas como Tintoretto, Mondrian, Klee,
Picasso, Portinari, entre outros e apresentavam sugestões de músicas que
correspondiam ao movimento estudado, o mesmo foi proposto com a dança, teatro
sempre com o mesmo objetivo, relacionar a imagem com as possibilidades de
apresentação nas várias modalidades da arte.
Uma vez apresentado para os alunos o tema sobre a “Leitura de Imagens na
Contemporaneidade” e juntamente com imagens envolvendo telas, músicas, danças,
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trechos de filmes e novelas, teatro, contemplando a diversidade de expressões de
sentimentos, vivências que temos e também para compreendermos que vivemos
cercados por imagens, ao lê-las e interpretá-las se constroem a cultura visual de cada
indivíduo, tendo assim, a compreensão do mundo e de sua própria existência.
Foram abordadas algumas questões como: ‘Qual a técnica utilizada em cada
imagem’, ‘Qual a interpretação que se faz dessas imagens’, ‘Estas obras tiveram
influências nas artes visuais na contemporaneidade’. Os alunos foram relacionando as
questões com as imagens, demonstrando no inicio certa insegurança em interpretá-las
e relacioná-las com o seu cotidiano, sendo assim, foram motivados a apreciarem as
obras, procurando entender o seu conteúdo expressivo a partir da forma global da
imagem e também, para a criticidade e estética da arte.
Propondo a execução de trabalho artístico utilizando as técnicas em xilogravura,
fotografia, escultura em argila, etc., os alunos desenvolveram suas próprias obras
baseadas nas imagens que lhes foram apresentadas. Apesar da dificuldade de criação
e expressão de alguns alunos, só o fato de estarem produzindo com o grande grupo,
mesmo sendo um trabalho individual, percebeu-se a participação ativa e crescente a
cada momento de novas informações, novos enfoques pelo questionamento que
faziam entre eles, tendo assim, valorização, motivação e integração com a turma.
A metodologia utilizada pela professora para despertar no aluno o olhar
diferenciado diante das imagens do cotidiano, foi baseada na Metodologia Triangular
de Ana Mae Barbosa, que prioriza o fazer artístico, leitura e contextualização das
obras.
Destacamos os processos desenvolvidos com essa metodologia onde os alunos
experimentaram técnicas variadas, expressaram sentimentos, fizeram a leitura e
contextualização das obras de arte elaboradas tanto pelos artistas como pelos próprios
alunos e foi organizada uma exposição das produções artísticas para as outras turmas
do colégio, onde cada aluno apresentou sua obra explicando a técnica aplicada e seu
significado.
Outro ponto apresentado aos alunos foi a diferença entre a propaganda e a
publicidade. Após compreensão dos alunos sobre o texto, foi trabalhado sob a forma de
propagandas de rádio e TV antigas com jingle e sem jingle, relacionando as décadas
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de 40 a 90 com as propagandas contemporâneas, fazendo a comparação da evolução
tecnológica das mídias aplicadas, nas marcas que na época faziam sucesso e que até
hoje estão no mercado de consumo. Sendo apresentadas também imagens
publicitárias como de outdoor, de revistas, de jornais e cartazes, oportunizando aos
alunos a discussão sobre a variedade e qualidade de propagandas que há no mercado
consumidor, bem como a influência das mídias e das imagens em nossa subjetividade.
Evidenciamos também o quanto a publicidade e as imagens da cultura de massa
sugerem o que devemos valorizar ou desejar, mudando nossos pensamentos e
comportamentos. Assim, levamos nossos alunos a refletir e conscientizá-los, a saber,
selecionar o que será bom ou não para suas vidas.
Foram levantadas algumas questões para reflexão: ‘O que você mais gosta de
comprar’, ‘Quando você adquire um produto de determinada marca, que critérios
adotam na escolha’, ‘A qualidade do produto pesa mais ou a compra é movida pelo
hábito’, ‘Quais critérios você utiliza para as compras’.
Com base no exposto e nas respostas dos alunos, percebemos que a maioria
dos indivíduos são atraídos pelas propagandas e publicidades, sendo envolvidos e
influenciados pelo mundo da moda, das aparências, da tecnologia com forte apelo
consumista, onde muitos ainda não sabem filtrar o que é bom ou não para sua vida
cotidiana.
Para os alunos absorverem melhor o tema proposto foi desenvolvido um
trabalho em grupo de criação, construção de um produto, slogan, elaboração de
propaganda e publicidade, objetivando o consumidor final.
Com a realização desse trabalho, os alunos puderam refletir e criar livremente,
demonstrando tendência ao consumismo, e que as imagens são portadoras da
comunicação artística. No entanto, mesmo sendo devidamente orientados, alguns
alunos apresentaram dificuldades em criar, expressar-se e concentrar-se. Evidenciou-
se então a importância de desenvolver essas atividades com o objetivo de sanar as
dificuldades, uma vez que mesmo tendo sido bem trabalhado, os alunos ainda sentem
dificuldade em expressar e expor as ideias para os colegas, onde muitos ficam tímidos
diante da situação.
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Lançando outro tema para a turma discutir: “Podemos observar os objetos do
cotidiano e aprender com eles”. Apresentamos imagens de pratos de vários modelos e
fizeram a observação de cada um, sendo bastante discutida a evolução das
tecnologias, pois junto com a modernidade viu-se a necessidade de se adequar ao
avanço de acordo com as exigências de uma sociedade. Em seguida foram levantadas
algumas questões como: ‘Em sua casa as pessoas têm o hábito de fazer as refeições
juntas’, ‘No mesmo horário, justifique’, ‘Qual a utilidade de cada prato’, ‘Por que foram
desenhados assim’, ‘Todos os pratos são utilizados hoje’, ‘O que podemos pensar
sobre os hábitos de usar esses tipos de pratos para sua alimentação’. Observaram-se
os diferentes hábitos ligados às diferentes classes sociais, onde a classe mais
favorecida utiliza muito mais desse recurso para demonstrar uma melhor condição
social, cultural e financeira, por outro lado, as classes menos favorecidas dispensam tal
recurso por questão de praticidade, comodidade, questão cultural e também a questão
financeira.
Após terem analisado, refletido e respondido às questões, os alunos partiram
para pesquisa de outros objetos que pudessem associar com o tema proposto.
Trouxeram para a sala de aula objetos como: talheres, panelas, chapéu, copos,
fogareiro, lampião, etc., para uma discussão com a turma sobre a importância do objeto
no cotidiano, sendo estimulados a refletirem sobre suas criações, e seus comentários
demonstraram a valorização desse trabalho, tendo assim um melhor entendimento dos
objetos, sua importância cultural e influência nas diferentes classes sociais,
proporcionando condições de fazer uma análise mais crítica com relação a cada objeto
apresentado.
No decorrer das atividades propostas foi aplicado o instrumento de avaliação – o
Portfólio, que possibilitou o acompanhamento contínuo do progresso dos alunos, tanto
pela professora, como pelo próprio estudante: sua percepção de avanços e
retrocessos, com mais ou menos ênfase. Este acompanhamento é realizado através
de um conjunto de procedimentos, como relatórios, registro de opiniões e fichas de
auto-avaliação, onde se pôde perceber a evolução em relação à estimulação do
pensamento reflexivo do aluno, uma melhor compreensão no registro de seus trabalhos
e seus processos de construção e conhecimento, as opiniões melhor formuladas em
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relação aos conteúdos, a motivação, o refinamento das considerações de ordem crítica
e a forma de agir e pensar de cada um dos alunos.
A aplicação deste instrumento de avaliação, tanto a professora quanto os alunos
tiveram uma visão geral do desempenho e conhecimento adquirido e, particularmente,
o professor tem uma percepção mais clara dos procedimentos metodológicos nas
aulas, bem como o progresso individual e coletivo da turma.
Para o encerramento da proposta de trabalho, os alunos organizaram uma
exposição com todas as produções artísticas, pesquisas, textos complementares
elaborados durante o projeto, além da pasta do Portfólio, onde todas as turmas do
colégio puderam compartilhar do projeto de trabalho dessa turma. Ação esta que
despertou o interesse dos demais alunos, motivando-os a um olhar diferenciado para a
disciplina de Arte.
6 Considerações Finais
Neste estudo nos propomos estudar metodologias que podem auxiliar o
professor a trabalhar as várias modalidades da arte despertando no aluno a
participação, o entendimento e consequentemente um olhar diferenciado para a
disciplina de arte.
As leituras de textos, as atividades desenvolvidas e as discussões que foram
feitas com os alunos, proporcionou maior clareza no que diz respeito à leitura de
imagens. Podemos, também, observar que as aulas se tornaram mais prazerosas,
atingindo assim, os resultados avaliativos que foram aplicados no decorrer do
processo.
Todas as atividades desenvolvidas levaram os alunos a refletirem e perceberem
não só os aspectos explícitos ou manifestos, mas aquilo que está oculto, que está por
trás de todo apelo imagético que geralmente passa despercebido diante de um olhar
rápido e superficial. Além disso, percebemos que o envolvimento dos alunos com este
estudo, contribuiu de alguma forma para uma reflexão sobre o modo de lidar, olhar e,
até mesmo, pensar a arte como um todo.
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No entanto, há de se reconhecer que podemos direcionar o ensino de arte à
aplicabilidade das várias metodologias inovadoras já existentes, com o intuito dos
alunos se tornarem um cidadão leitor, intérprete e crítico das imagens presentes em
seu cotidiano, e ao mesmo tempo, aplicar um instrumento avaliativo que acompanha a
verificação do desempenho do aluno e professor, e, assim, estabelecer critérios e
estratégias de intervenção durante o processo de ensino-aprendizagem.
A implantação do projeto de intervenção pedagógica resultou em um trabalho
diferencial e inovador ao aplicarmos metodologias contemporâneas e um modelo de
avaliação condizente com a peculiaridade do ensino da arte, na perspectiva de colocá-
la pari passu com os desafios do século XXI, ou seja, trazer o ensino de arte no mesmo
passo da produção de arte contemporânea e ou pós-moderna. E, assim, mesmo de
modo experimental, tornamos as aulas mais prazerosas, o que contribuiu para o
aumento da motivação, propiciando um ambiente mais descontraído e agradável, no
qual os alunos se mostraram mais dispostos à aprendizagem, participando ativamente
das aulas. E, para finalizar, o que é mais importante deste estudo, conquistamos o
interesse dos alunos para a disciplina Arte.
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7 Bibliografias
BARBOSA, Ana Mae. Teoria e prática da educação artística. São Paulo: Cultrix,
1975.
____ A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva/Iochpe, 1991.
BOUGHTON, Doug. Da teoria a prática: avaliação do aprendizado nas artes visuais.
In: A COMPREENSÃO E O PRAZER DA ARTE, 1999, São Paulo, Cadernos... São
Paulo: SESC, 1999.
EFLAND, Arthur. Cultura, sociedade, arte e educação em um mundo pós-moderno.
In: A COMPREENSÃO E PRAZER DA ARTE, 1999, São Paulo, Cadernos... São Paulo:
SESC, 1999.
FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez/Autores Associados,
1987.
____ Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
GARDNER, Howard. Educación artística y desarrollo humano. Barcelona:
Ediciones Paidós, 1994.
HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho.
Porto Alegre: Artmed, 2000.
LOWENFELD, Victor; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade criadora.
São Paulo: Mestre Jou, 1977.
MARTINS, Miriam Celeste. O aprendiz da arte: trilhas do sensível olhar pensante.
São Paulo: Espaço Pedagógico, 1992.
MARTINS, Miriam Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, Maria T. Didática do ensino
de arte: A língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
MEZZAROBA, Leda; ALVARENGA, Geofravia Montoza. A trajetória da avaliação
educacional no Brasil. In: ALVARENGA, Geofravia Montoza (org.) Avaliar: um
compromisso com o ensino e a aprendizagem. Londrina, PR: NEPAE/UEL, pp. 29-
81, 1999.
PARANÁ. Diretrizes curriculares para educação básica do Paraná. Curitiba: SEED,
2008.
18
ROSSI, Maria Helena Wagner. Imagens que Falam. Porto Alegre: Editora Mediação,
2003.
ANEXO 1
PROPOSTA DE TRABALHO I
OBJETIVO: Instigar o aluno a estabelecer relações entre objetos, o homem e a cultura;
proporcionar ao aluno competência para a leitura de objetos e análise das formas e
conteúdos de imagens.
TEMPO ESTIMADO: 2 aulas
Mostrar para os alunos vários tipos de objetos de uso cotidiano e faça uma
descrição detalhada, para conhecer as características e funções de cada um.
Exemplo: Analise os pratos abaixo e responda as seguintes questões:
.
Foto 1 : Fonte: da autora, 2011
Em sua casa as pessoas têm o hábito de fazer as refeições juntas – no mesmo
horário?
Para que serve cada prato? Por que foram desenhados assim?
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Todos os pratos são utilizados hoje? Onde? Por quem?
O que essa imagem provoca em você? Perceba suas emoções e sensações.
O que podemos pensar sobre os hábitos de nossa cultura?
Outros povos têm costume de usar esses tipos de pratos para sua alimentação?
O que pode criar com base na imagem acima? É possível inventar história para cada
um, criar personagens com as mesmas características dos pratos?
Então, aproveite para escrever, desenhar, dançar, esculpir uma cena dessa história.
AVALIAÇÃO: Os alunos serão avaliados no desenvolvimento da pesquisa e na
modalidade escolhida para apresentação para a turma.
ANEXO 2
PROPOSTA DE TRABALHO II
OBJETIVO: Conhecer, diferenciar e interpretar os vários tipos de propagandas que há,
utilizando diversos recursos materiais.
TEMPO ESTIMADO: 2 aulas
Sugere-se que o professor explique à classe sobre a publicidade, propaganda e a
valorização da imagem tecnológica que se tornou tão importante para a comunicação
quanto à escrita. Após a explicação, pergunte à classe se a indústria cultural ou as
mídias de comunicação de massa democratizam o acesso à cultura. Ouça as respostas
e faça um debate sobre o tema.
Apresente algumas imagens publicitárias como propagandas de TV, outdoor,
propagandas de revistas e jornais, discuta e compare sobre essas imagens. Amplie a
discussão mostrando, diferenciando as variedades de propagandas que há no mercado
consumidor.
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Após mostrar propagandas de vários gêneros, apresente para os alunos apenas a
imagem do tênis.
Foto 2 : Fonte: da autora, 2011
Faça um questionamento para a classe:
Quando você adquire um produto de determinada marca, que critérios adota na
escolha?
A propaganda chamou sua atenção?
A qualidade do produto pesa mais nessa decisão? Ou a compra é movida pelo
hábito? Nesse caso, o que os levou a optar por essa marca?
Ofereça à turma informações que não podem ser compreendidas pelas simples
observação das imagens, como por exemplo, a questão da exclusão social ou da
violência crescente em nossa sociedade. Discuta com a turma sobre esses temas. Em
seguida peça aos alunos que pesquisem outros produtos e que façam levantamento de
questões sobre o mesmo. Selecionar imagens publicitárias e apresentar para a classe.
AVALIAÇÃO: Será avaliada a pesquisa e apresentação do trabalho dos alunos para a
sala.
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ANEXO 3
PROPOSTA DE TRABALHO III
SENSIBILIZANDO PARA A ESTÉTICA DO COTIDIANO
OBJETIVO: Analisar e interpretar imagens do cotidiano; demonstrar conhecimento
individual com o seu gosto pessoal e sua cultura; sensibilizar os sentidos para a
estética do cotidiano.
TEMPO ESTIMADO: 2 aulas
A partir da apresentação aos alunos de vários tipos de imagens presentes em
nosso cotidiano, tais como, obras públicas de artistas, propagandas, fotos de família,
etc. se inicie um diálogo mediado pelas seguintes questões:
Você vê diferenças nessas imagens? Explique.
O que elas sugerem a você?
Como foi feita cada uma delas?
Por quem foram feitas?
Elas têm algo em comum?
Para que serve uma imagem?
Depois apresente a fonte de cada imagem e abra a discussão, levantando
relações entre como percebemos e interpretamos cada uma delas.
Como tarefa para a próxima aula, peça para cada aluno pesquisar músicas,
danças e peças de teatro que se relacionem com as imagens apresentadas e tragam
para a sala de aula para apresentarem e discutirem com os colegas. O professor
deverá mediar essa ação com a classe.
SUGESTÃO: Usar o método comparativo de Feldman.
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AVALIAÇÃO: Avaliar o desempenho de cada aluno na pesquisa realizada,
participação e apresentação da atividade para os colegas.
ANEXO IV
PROPOSTA DE TRABALHO IV
OBJETIVO: Entrar em contato com as obras de arte e reconhecer suas características;
ver, interpretar e produzir; entender seu lugar na cultura através do tempo e analisar as
características da imagem.
TEMPO ESTIMADO: 3 aulas
Sugere-se apresentar várias obras de movimentos distintos para que sejam
analisadas visando à leitura da imagem. Esta leitura será enriquecida pela informação
histórica e depois no fazer artístico.
Estimule os alunos com algumas perguntas:
Qual a técnica utilizada em cada obra?
Como o artista opera cada técnica apresentada?
É possível perceber o gesto do artista em cada obra? Como são suas pinceladas?
Há objetos ou seres que podem ser identificados nessas obras? Descreva cada uma.
Qual a interpretação que você faz dessas imagens?
Estas obras lhe traz algum sentimento?
Estas obras tiveram influências nas artes visuais na contemporaneidade?
Estas obras influenciaram alguma mudança na arte de hoje?
Qual dos movimentos que foram apresentados chama sua atenção? Por quê?
Após os alunos responderem às questões, faça uma discussão com a classe,
ouvindo as opiniões e explicando cada obra apresentada.
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Na aula seguinte, retome as discussões a fim de melhor esclarecer as dúvidas e
peça aos alunos que produza um trabalho artístico baseando-se nos elementos
estudados em sala de aula. O aluno poderá elaborar uma produção baseada em outras
técnicas como fotografia, xilogravura, pintura, etc., e por fim exponha a produção dos
alunos, promovendo junto com a classe um debate sobre o desenvolvimento da
proposta.
SUGESTÃO: Usar a abordagem triangular de Ana Mãe Barbosa.
AVALIAÇÃO: Avaliar o processo criativo de cada aluno, através de observações e
intervenções, bem como as ações/reações sobre as intervenções.