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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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FUNÇÕES QUÍMICAS: ÁCIDOS E BASES

Everson Henrique Santos1

Rosilda Aparecida Kovaliczn 2

Resumo

Comprovou-se que se torna mais eficiente o estudo da Ciência, quando os indivíduos são levados a percebê-la no seu dia a dia. O estudo da química do cotidiano foi destinado a alunos de oitava séries, onde se usou como metodologia a prática de leituras e discussões, como também foi oferecido aos escolares uma resumida base teórica com posterior confecção de material didático como: montagem de slides, reprodução de modelos, planos de aulas de laboratório, texto interpretativo, objetivando-se a promoção da melhoria do ensino-aprendizagem. A diversificação metodológica teve como conseqüência um significativo aumento no número de alunos que realmente compreenderam a importância do conhecimento das substâncias ácidos e bases. Todas as atividades propostas foram desenvolvidas com a participação interessada de uma grande porcentagem de educandos, onde a curiosidade dos mesmos ficou fortemente evidenciada. Palavras- chave: química; ensino-aprendizagem; diversificação metodológica. 1. Introdução

Com o avanço tecnológico da sociedade, há tempos existe uma dependência

muito grande com relação à química. Essa dependência vai, desde a utilização

diária de produtos químicos, até às inúmeras influências e impactos no

desenvolvimento dos países, nos problemas gerais referentes à qualidade de vida

1 Professor do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, área de Ciências, Colégio EstaduaL Major Vespasiano Carneiro de Mello. Castro, PR. E-mail: [email protected] 2 Professora orientadora, Mestre em Educação. Departamento de Biologia Geral da Universidade

Estadual de Ponta Grossa (UEPG), PR. E-mail: [email protected]

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das pessoas, nos efeitos ambientais das aplicações tecnológicas e nas decisões

solicitadas aos indivíduos quanto ao emprego de tais tecnologias.

A química é, por sua própria natureza, uma ciência multidisciplinar nos temas

que aborda e nas atitudes–problema que possui. Nela se contrapõe a atividade

manual à intelectual, o microscópico (moléculas) ao macroscópico (substâncias), o

pragmatismo empírico à especulação teórica etc. Poucos são os ramos do

conhecimento humano que permitem essa variedade de atitudes complementares a

se integrarem mútua e constantemente, gerando novas atitudes, problemas e

soluções.

Atualmente se faz cada vez mais necessário divulgar os conhecimentos

químicos para o maior número possível de pessoas, o que possibilitará maior

desenvolvimento da sociedade, pois fará com que as pessoas conheçam mais suas

responsabilidades, direitos e deveres. Muitos problemas defrontam hoje as

sociedades industrializadas (e as não industrializadas também) como decorrência do

mau uso (ou não uso) da química: artigos de consumo perniciosos à saúde ou

adulterados, desperdício do uso de recursos naturais, entre outros. Parte disso é

decorrente do uso irresponsável de conhecimentos químicos, de um lado, e, de

outro, da ignorância dos mesmos pela grande maioria da população.

Neste sentido, é necessário que os cidadãos conheçam como utilizar as

substâncias no seu dia a dia.

2. Química: uma aprendizagem significativa

Os iluministas – filósofos que desde o século XVII defendiam o domínio da

razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média -

admitiam que os seres humanos estivessem em condições de tornar este mundo um

mundo melhor mediante introspecção, livre exercício das capacidades humanas e

do engajamento político-social. Desde os herdeiros dos filósofos que tentaram

explicar os fenômenos naturais na Antigüidade, aos naturalistas que se ocupavam

da descrição das maravilhas naturais do novo mundo, passando pelos pioneiros do

campo da medicina, todos contribuíram no desenvolvimento de campos de saber

que acabaram reunidas, na escola, sob o nome de ciências, ciências físicas e

biológicas, ciências da vida, ou ciências naturais. (FERNANDES, 2005).

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O aprendizado dos estudantes começa muito antes do contato com a escola.

Por isso, aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro

dia de vida e qualquer situação de aprendizagem na escola tem sempre uma história

anterior, do cotidiano. Há, no entanto, uma diferença entre o aprendizado anterior e

o aprendizado escolar. O primeiro não é sistematizado, o segundo é, além disso,

este objetiva a aprendizagem do conhecimento científico e produz algo

fundamentalmente novo no desenvolvimento do estudante.

Um ensino de ciências voltado para a compreensão de todos deve abranger

não apenas a aprendizagem de conteúdos fundamentais, mas, sobretudo a

aprendizagem sobre ciências. Dessa forma, a educação científica deve estar

comprometida com a racionalidade, o pensamento crítico (capacidade de

compreender e examinar argumentos, hipóteses e teorias) e a objetividade (no

campo da ciência, objetividade é a propriedade de teorias científicas de estabelecer

afirmações inequívocas que podem ser testadas independentemente dos cientistas

que as propuseram). Para levar essa análise à frente, buscou-se apoio em filosofias

da ciência realista, centrando atenção principalmente nas questões ligadas ao

contexto da descoberta em química dos ácidos e bases, que são os grandes pilares

de toda a vida de nosso planeta, bem como da maioria das propriedades do reino

mineral. Íons carbonatos e bicarbonatos (ambos básicos) estão presentes na maior

parte das fontes de água e de rochas, junto com outras substâncias básicas como

fosfatos, boratos, arsenatos e amônia. Em adição, vulcões podem gerar águas

extremamente ácidas pela presença de HCl (ácido clorídrico) e SO2 (dióxido de

enxofre). A respiração dos seres vivos, por produzir CO2 (dióxido de carbono), a

substância geradora de ácido mais comum na natureza – ácido carbônico (H2CO3)

acidifica o ambiente. A fermentação - é um processo anaeróbico de síntese de

trifosfato de adenosina (ATP) que ocorre na ausência de oxigênio e que não envolve

cadeia respiratória. Na fermentação, o aceptor final de hidrogênios (H) é um

composto orgânico - do suco de frutas pode vir a produzir ácido acético (H3CCOOH).

Quando uma pessoa realiza atividade física muito intensa, há insuficiência de

oxigênio para manter a respiração e liberar a energia necessária. Nesses casos, as

células degradam anaerobiamente a glicose em ácido lático. Com tamanha

frequência em nosso ambiente, não é de se espantar que os ácidos e bases tenham

sido estudados por tantos séculos. Os próprios termos são medievais: "Ácido" vem

da palavra latina "acidus", que significa azedo. Inicialmente, o termo era aplicado ao

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vinagre, mas outras substâncias com propriedades semelhantes passaram a ter esta

denominação. "Álcali", outro termo para bases, vem da palavra arábica "alkali", que

significa cinzas. Quando cinzas são dissolvidas em água, esta se torna básica,

devido à presença de carbonato de potássio.

O estudo de conceitos da área de ciências, quando envolvem situações que

dizem respeito à saúde dos alunos, aos seus hábitos de lazer, as suas experiências

de trabalho, ou ainda, à sua explicação sobre fenômenos da natureza, torna-os mais

motivados para aprendizagens de caráter científico, ampliando sua visão de mundo

e colaborando para a modificação de hábitos capazes de melhorar sua qualidade de

vida. (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002).

Para que o ensino de ciências torne-se realmente eficaz, há a necessidade de

os professores tomarem muita atenção com a parte didática, para diferentes

metodologias de ensino que despertem a curiosidade e o caráter investigativo do

aluno. As atividades experimentais possibilitam ao professor gerar dúvidas,

problematizar o conteúdo que pretende ensinar e contribuem para que o estudante

construa suas hipóteses, redimensionando o papel do indivíduo no processo de

ensino/aprendizagem, que de mero espectador, passa a ser concebido como o

agente do seu próprio conhecimento. Mas, realizar experiências por si só não

melhora o aprendizado. Afinal, não é o fazer que faz a diferença, mas a reflexão

sobre os processos para entender a lógica dos conteúdos abordados.

Segundo Vygotsky (1991), a mente humana cria estruturas cognitivas

necessárias à compreensão de um determinado conceito trabalhado no processo

ensino-aprendizagem. As estruturas cognitivas dependem desse processo para

evoluírem e somente serão construídas à medida que novos conceitos forem

trabalhados. Esse processo propicia a internalização dos conceitos e sua

reconstrução na mente do estudante.

Notadamente, muitas vezes, percebe-se que há uma falha na orientação para

o ensino no sentido de capitalizar o que os estudantes já sabem e dirigir-se às suas

dificuldades em compreender os conceitos científicos em função de sua visão de

mundo. Lembrando que os conceitos são aquilo que a turma precisa saber: a base

teórica, os dados, os fatos, as classificações e os princípios (um jeito antigo de

pensar a prática de sala de aula é fazer a garotada só decorar informações, o que

não leva a uma aprendizagem consistente). Conforme ressalta Ildeu de Castro, do

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Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do Ministério da

Ciência e Tecnologia Revista Nova Escola.

As teorias científicas são complexas, geralmente distantes do senso comum - o senso comum descreve as crenças e proposições que aparecem como normal, sem depender de uma investigação detalhada para alcançar verdades mais profundas como as científicas - pois precisam de um alto grau de abstração. Daí a importância da experimentação para a compreensão desses conceitos. (MOÇO, 2008, p. 72).

Parte dos problemas que a sociedade enfrenta em relação ao mau uso da

química é decorrente da falta de conhecimentos. Neste sentido, é necessário que os

cidadãos conheçam como utilizar as substâncias químicas no seu dia a dia. Porém,

não é necessário ter as capacidades que se exigem dos cientistas, mas é

indispensável ter uma base de conhecimentos para entender como algumas

mudanças relacionadas às ciências poderão ocorrer e quais serão as

conseqüências, para o hoje e para o futuro. É preciso ser capaz de situar os novos

avanços científicos e tecnológicos num contexto que permita participar dos debates

travados hoje em todas as nações do mundo, bem como se posicionar criticamente

com relação aos efeitos ambientais da utilização da química e quanto às decisões

referentes aos investimentos nessa área, a fim de buscar soluções para os

problemas sociais que podem ser resolvidos com a ajuda do seu desenvolvimento.

Newbold (1987, p.156) afirma:

Atualmente a química é a chave para a maior parte das grandes preocupações das quais depende o futuro da humanidade, sejam elas: energia, poluição, recursos naturais, saúde ou população. De fato, a química tornou-se um dos componentes do destino do gênero humano. Entretanto, quantas pessoas, entre o público em geral, sabem um pouco que seja a respeito da relevância da química para o bem-estar humano? Infelizmente, muito poucas, conforme parece... Certamente, é essencial que se faça com que cada cidadão ao menos tome consciência de algumas das enormes contribuições da química à vida moderna. Deveria ser fascinante perceber que todos os processos da vida, do nascimento à morte, estão intimamente associados às transformações químicas. A qualidade de vida que desfrutamos depende em larga escala dos benefícios advindos de descobertas químicas, e nós, como cidadãos, somos continuamente requisitados para tomar decisões em assuntos relacionados com a química. Não devemos, entretanto, ignorar os aspectos negativos associados a progressos baseados na química, pois fazê-lo seria fechar os olhos à

realidade. (NEWBOLD,1987, p.156).

A consolidação da disciplina de química aponta para questões que vão além

dos campos de saber científico e do saber acadêmico, cruzando fins educacionais e

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fins sociais, de modo a possibilitar ao educando a compreensão dos conhecimentos

científicos que resultam da investigação da Natureza, em um contexto histórico-

social, tecnológico, cultural, ético e político.

O olhar do educador dirige-se assim para as potencialidades e as dificuldades

dos estudantes em suas interações com os conteúdos escolares, considerando a

ciência como produção humana e como processo dinâmico em constante evolução,

pois como afirma Torres (2005, p. 97): “São todos os professores, e não somente os

‘professores de ciências’, que precisam ocupar-se do conhecimento científico e de

sua própria formação e atualização científicas”.

Abordar as temáticas de forma crítica e reflexiva, buscando-se estabelecer

interações fundamentais no âmbito da sobrevivência e da melhoria da qualidade de

vida, é o que ressalta Lopes (2005, p.7):

Aprender Ciências é uma forma de pensar que deve contribuir para ampliar nossa capacidade de ter uma visão crítica acerca da realidade que vivemos: são necessárias a apropriação de conceitos científicos, a compreensão dos métodos de produção deste conhecimento e a reflexão sobre como as produções da Ciência são rotineiramente utilizadas em nossa sociedade.

(LOPES, 2005, p.7).

Essas reflexões têm como ponto de partida o fato da ciência não utilizar um

único método para todas as suas especialidades, o que gera, para o ensino de

Ciências, a necessidade de um pluralismo metodológico que seria o estudo de

muitas perspectivas diferentes, no sentido do aprimoramento teórico do profissional

e, portanto, de uma elaboração mais refinada da prática educativa, que considere a

diversidade de abordagens, estratégias e recursos pedagógicos / tecnológicos e a

amplitude de conhecimentos científicos a serem abordados na escola. Segundo

Freire (1996), é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode

melhorar a próxima prática.

No ensino de Ciências, o professor se depara constantemente com

conhecimentos alternativos, tanto pela banalização da divulgação científica, quanto

pelo usa de linguagem simplificada do conhecimento científico, inclusive nos livros

didáticos.

A aprendizagem significativa, no ensino de Ciências, implica no entendimento

de que o estudante aprende conteúdos científicos escolares quando lhes atribui

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significados. Isso põe o processo de construção de significados como elemento

central do processo de ensino-aprendizagem.

O estudante constrói significados cada vez que estabelece relações

“substantivas e não arbitrárias” entre o que conhece de aprendizagens anteriores

(nível de desenvolvimento real - conhecimentos alternativos) e o que aprende de

novo (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1980). Afinal, “Ensinar um resultado sem a

fundamentação é simplesmente doutrinar e não ensinar ciência”. (MARTINS, 1990,

p. 04).

Dessa forma, conclui-se que o objetivo maior da educação científica é o de

assegurar ao indivíduo uma melhor relação com seu ambiente, e também

disseminar resultados e reflexões advindos de investigações conduzidas na área de

Educação em Ciências, com ética e eficiência, de forma a contribuir para a

consolidação da área, para a formação de pesquisadores, e para a produção de

conhecimentos em Educação em Ciências, que fundamentem o desenvolvimento de

ações educativas responsáveis e comprometidas com a melhoria da educação

científica e com o bem estar coletivo em nível local e global: "O ensino de Ciências

deve ser uma maneira de pensar o mundo e a relação que estabelecemos com ele

para permitir que os estudantes saibam usar o conhecimento". (MOÇO, 2008, p.71).

Atualmente se faz cada vez mais necessário divulgar os conhecimentos

químicos para o maior número possível de pessoas, o que possibilitará maior

desenvolvimento da sociedade.

Os ácidos e as bases são partes integrantes do conteúdo programático de

química, e no cotidiano da sala de aula, na exposição oral do referido conteúdo

percebe-se demonstrações de dificuldade do entendimento dos alunos sobre o

tema. Nota-se que os alunos não conseguem relacionar o que aprendem na escola

com as atividades da vida diária.

Ácidos e bases possuem importância no organismo, por exemplo,

proporcionar um meio adequado onde ocorrerá o equilíbrio dos processos vitais, são

de extrema importância para a agricultura, pois boa parte de sua produção vai para

o fabrico de fertilizantes, o hidróxido de sódio (soda cáustica) usado no fabrico do

sabão, no estômago há uma pequena quantidade de ácido (ácido clorídrico) que

auxilia na digestão do bolo alimentar, o DNA (ácido desoxirribonucléico) responsável

pela transcrição do código genético e também um ácido assim como o RNA (ácido

ribonucléico). Já as bases no nosso organismo são importantes para a neutralização

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dos ácidos,.por exemplo, quando se está com azia, usa-se o leite de magnésia

(hidróxido de magnésio),justamente para neutralizar a ação do ácido clorídrico em

nosso estômago. Estes são conceitos de química que tornam a aprendizagem

significativa para o aluno.

O professor precisa buscar métodos diferenciados de ensino de ciências, em

especial no conteúdo de química, através dos quais os alunos consigam entender as

funções ácidas e base, tornando-se investigadores, construindo seus próprios

conceitos, baseando-se em conhecimentos preexistentes até chegarem à

comprovação experimental e a vivenciar essa prática no seu cotidiano.

Com o objetivo de trazer ácidos e bases para o dia-a-dia dos alunos, e

desmistificar idéia de que a “química é só para cientistas” foi desenvolvido o

presente projeto no Colégio Estadual Major Vespasiano Carneiro de Mello, no

município de Castro - PR, dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE do governo do Paraná. A aproximação do tema ácido e bases e a comunidade

escolar se deu por intermédio dos alunos das oitavas séries, com explicações das

funções ácido-base repassadas para os demais colegas em linguagem apropriada.

3. Metodologia

A metodologia empregada foi a exposição da base teórica dos ácidos e das

bases, utilizando-se do quadro de giz, complementado com material impresso,

aproveitando o momento para extrair dos alunos conhecimentos pré-existentes,

deixando assim, os educandos, preparados para a prática científica.

Esse tema foi escolhido porque, em pesquisa verbal realizada previamente

em três turmas de oitavas séries, obteve-se dos alunos a sugestão da abordagem

sobre ácidos e bases, com o quais é possível realizar atividades práticas que

despertam muito interesse, como apoio às teorias propostas.

Devido a relevância, o tema ácido e base foi exposto brevemente em cada

turma da oitava série pelo professor, e os 30 alunos de cada turma foram

convidados a participar voluntariamente, em contra turno, de encontros que serviram

para orientação, pesquisas, debates, experimentos práticos e confecção de

materiais didáticos sobre temas do cotidiano. (Figs. 1 e 2).

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Figura 1 – Um exemplo de substância ácida usada no cotidiano dos escolares. Foto: SANTOS, E. H., 2011.

Figura 2 - Sabão, detergente, água sanitária e amoníaco, produtos químicos do cotidiano doméstico. Foto: SANTOS, E. H., 2011.

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No decorrer da implementação do projeto na escola, foram aplicados

exercícios teóricos na forma impressa, procurando explorar o uso das substâncias

no dia-a-dia de cada um. (Quadro 1).

Baseado no texto, responda: a) Sendo o ácido acético um dos principais componentes do vinagre, caracterize-o. ..................................................................................................................................... b) Além de conferir sabor azedo ao vinagre, quais outros benefícios o ácido acético nos traz? ..................................................................................................................................... c) Adquirimos conhecimentos para deles fazermos uso. Quais são as utilidades do vinagre que você usaria? ..................................................................................................................................... d) Com a ajuda do professor de história, pesquise qual era o imperador romano na época da Crucificação de Cristo, quando Lhe ofereceram vinagre? .....................................................................................................................................

QUADRO 1 – Exemplo de atividade de aplicação da QUÍMICA no cotidiano para reflexão do aluno.

Fonte: o autor, 2011.

Ocorreram diversas atividades como jogos e textos com a participação das

disciplinas de história e de artes. Aproveitou-se o momento da verificação das

atividades para a retomada de conceitos que porventura estivessem pouco claros.

Paralelamente as atividades de fixação do conteúdo teórico, também foram

oportunizadas práticas em laboratório. (Quadros 2 e 3).

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QUADRO 2 - Exemplo de atividade prática de aplicação da Química no cotidiano para a reflexão do aluno. Fonte: www.drauziovarella.com.br/arquivo.asp?doc_id=19. Adaptado por: SANTOS, E. H., 2011.

DIVIRTA-SE Aprendendo - Jogando MICO (Ácido e Base)

Azia & Antiácido

Segundo o Dr. Drauzio Varella, a azia “é a sensação de queimação causada pelo retorno do suco gástrico para o esôfago”. O estômago é responsável pela produção do suco gástrico e, entre outras substâncias, está presente o ácido clorídrico (HCl). Em grandes concentrações o ácido começa a atacar o próprio estômago, causando alguns efeitos indesejáveis, como a azia. A azia pode ser combatida com os chamados antiácidos. Materiais e Reagentes:

Vinagre

Água destilada

Indicadores (papel de tornassol, fenolftaleína e extrato de repolho)

Antiácidos

Beckers

Peagâmetro

Procedimento: Preparar a solução ácida pH=2 (suco gástrico) nos beckers misturando 50 ml de vinagre com 10 ml de água destilada. Testar o pH da solução usando o peagâmetro e corrigindo-a se necessário. Para cada becker, use um indicador – um papel de tornassol, 3 gotas de fenolftaleína e 20 gotas de extrato de repolho – acrescente a solução antiácida para cada recipiente lentamente e mexendo até ocorrer a mudança de cor (ponto de viragem). Para fixar: a)Qual a finalidade de usar os indicadores? b)A mudança de cor observada com a adição do antiácido (base) indica o quê? c)Pesquise a melhor forma de evitar a azia.

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1 - Estrutura: O jogo é composto por cartas confeccionadas pelos alunos, com a ajuda do professor de artes, contendo fórmulas moleculares de ácidos e bases e uma carta contendo o mico. 2 – Objetivos: a. Reconhecer as fórmulas moleculares de ácidos e bases. b. Perceber que o par ácido- base formado, neutraliza-se. 3 – Conteúdo: Fórmula molecular das funções inorgânicas ácidos e bases. 4 – Número de Jogadores: Três ou quatro. 5 – Regras: a) Cada aluno tira uma carta do monte até que todas terminem. b) Cada um com suas cartas deverá formar pares, por exemplo: fórmula de um ácido e fórmula de uma base, colocando-as sobre a mesa. A seguir o que tirou a última carta da mesa, mostrará o verso das cartas para que o seu companheiro da esquerda para que ele retire uma delas. Se formar um par, deverá colocá-lo sobre a mesa, caso não forme um par, deverá ficar com as cartas que serão mostradas ao próximo colega para que esse retire uma carta. E assim o jogo deve continuar até que todos os pares sejam formados. O aluno que ficar com o mico, perde o jogo. c) Após o jogo o professor deve solicitar que os alunos copiem todos pares em seu caderno, classificando-os em ácidos e bases.

QUADRO 3 – Exemplo de atividade de fixação do conteúdo de química para o aluno. Fonte: o autor, 2011.

4. Resultados e Discussão

Através dos exercícios, o aluno percebeu que a química está relacionada com

a história, quando foi trabalhado o texto no qual está relatado que a Cristo foi

oferecido vinagre (ácido) para aplacar sua sede. Algumas pessoas acreditam que o

vinagre não é um produto saudável. O vinagre contém importantes enzimas

metabólicas que auxiliam na digestão dos alimentos. O ácido contido nele não é

uma substância estranha ao organismo humano, pois também o produz durante o

catabolismo de gorduras e carboidratos. O vinagre auxilia o metabolismo uma vez

que o ácido acético estimula a produção de enzimas digestivas, isto é, as

substâncias nutritivas dos alimentos são melhor aproveitadas pelo organismo.

No desenvolvimento dos trabalhos houve também a percepção que pode

existir um relacionamento intencional entre a química e as diversas disciplinas

ofertadas, entre elas a de História e de Artes, quando se trabalhou na confecção de

cartas para o jogo didático pedagógico, utilizado como exercício de fixação.

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Os alunos compreenderam também a necessidade do uso da química na

produção de alimentos, por exemplo, quando se faz a calagem para o plantio, que

consiste em adicionar-se o hidróxido de cálcio (base), ao solo para diminuir o seu

pH, visto que a maioria dos solos é ácido em consequência das chuvas serem

também ácidas. Ainda abordou-se a química na fabricação dos sabões e

detergentes, onde se usa como matéria prima diversas substâncias, dando-se

destaque para a base hidróxido de sódio.

Os alunos aprenderam como e porque utilizar certas substâncias ácidas e

básicas, sempre atentos ao fato de que um mau uso poderá gerar conseqüências

perigosas, como queimaduras, intoxicações, desequilíbrio ambiental, entre outras.

Como fechamento das atividades práticas, apresentou-se aos educandos, o

peagâmetro, para que conhecessem o valor real do pH de substâncias do seu

cotidiano, atividade que prendeu muito a atenção de todos.

Durante as aulas práticas de laboratório, houve a constatação do que disse

Martins, (1990, p.04) “Ensinar um resultado sem a fundamentação é simplesmente

doutrinar e não ensinar ciência”, pois os próprios alunos, em relatos escritos,

afirmaram categoricamente ter aprendido o que lhes foi ensinado, quando

observaram na prática a teoria acontecer.

Foi interessante, também, notar o interesse despertado nos educandos, no

que diz respeito a ácidos e bases usados no dia a dia, sabendo-se que esse

conhecimento será mostrado na vida cotidiana, cada vez que surgir a necessidade

do emprego dessas substâncias.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica da Secretaria

de Estado da Educação do Paraná (PARANÁ, 2008, p. 71):

As atividades experimentais estão presentes no ensino de Ciências desde sua origem e são estratégias de ensino fundamentais. Podem contribuir para a superação de obstáculos na aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações, discussões e confrontos de idéias entre os estudantes, mas também pela natureza investigativa. Entende-se por atividade experimental toda atividade prática cujo objetivo inicial é a observação seguida da demonstração ou da manipulação, utilizando-se de recursos como vidrarias, reagentes, instrumentos e equipamentos ou de materiais alternativos, a depender do tipo de atividade e do espaço pedagógico planejado para sua realização. (PARANÁ, 2008, p. 71).

Através da prática em laboratório houve a consolidação do aprendizado, de

forma visível, sendo este o ponto culminante de todo o trabalho, pois, o Colégio

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Estadual Vespasiano Carneiro de Mello possui um laboratório de ciências,

relativamente bem equipado, que possibilitou um relevante despertar do interesse e

do gosto pela pesquisa científica nos alunos, os quais muitas vezes não têm a

oportunidade de ampliar seus conhecimentos fora do ambiente escolar, conforme

ficou demonstrado através dos relatórios e depoimentos apresentados ao professor

PDE. (Fig. 3).

Figura 3 – Depoimento da equipe de alunas da 8ª. série que participaram das aulas práticas sobre ácidos e bases no laboratório da escola. Fonte: o autor, 2011.

O interesse despertado nos educandos, no que diz respeito a ácidos e

bases usados no dia a dia chamou a atenção, pois se sabe que esse conhecimento

será aplicado na vida cotidiana, cada vez que surgir a necessidade do emprego

dessas substâncias, conforme relatos a seguir:

“As aulas práticas de ciências foram muito interessantes e ajudaram muito a entender a matéria, pois com elas pudemos ver realmente as substâncias e as substâncias em reação uma com a outra. E descobrimos que há química em qualquer lugar e aprendemos a identificar os tipos de substâncias que temos em nossa casa”. D. P. M., aluno da 8ª série. “Eu aprendi muitas coisas, por exemplo a diferenciar ácidos e bases, usando os reagentes. Eu acho muito importante para nossa vida, e para o nosso futuro no ensino médio”. A.A. S., aluno da 8ª série.

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Dentre os relatos, em vários deles os alunos afirmam estarem começando a

entender a importância de se estudar ciências e que para eles foi de suma

importância, no laboratório, ver a teoria tornar-se concreta e ver como a química

“trabalha”, fato observado no momento em que se realizou a experiência da

condutividade elétrica dos ácidos e bases, quando, no laboratório, foram usados

água pura (solução neutra), água com vinagre (solução ácida), água com sabão de

pedra (solução básica), água com açúcar (solução neutra), água com álcool (solução

neutra) e água com amoníaco (solução básica), demonstrando-se que as soluções

neutras não conduzem corrente elétrica, pois a lâmpada-teste permaneceu apagada,

já as soluções ácidas e básicas fizeram com que a lâmpada-teste se acendesse.

Despertou também muito interesse, quando os educandos vivenciaram as

mudanças de cores sofridas pelos indicadores, fenolftaleína, papel de tornassol azul

e vermelho e extrato de repolho roxo (produzido artesanalmente no laboratório do

colégio), quando os mesmos foram colocados em contato com as soluções neutras,

ácidas e básicas. Aproveitou-se do momento, para citar o fato de que quando

colocamos algumas gotas de limão no chá, este muda de cor, portanto, o chá

também tem substâncias indicadoras de ácido e base. (Fig. 4).

Figura 4 – Depoimento da aluna da 8ª. série sobre a importância da prática com ácidos e bases no laboratório da escola. Fonte: o autor, 2011.

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Para a fixação dos conceitos, usou-se ainda a linguagem da encenação

teatral, onde os atores utilizaram os materiais do cotidiano doméstico aproximando

os conhecimentos de ácido e base do real, inclusive com a interação da platéia que

chegou a provar o sabor azedo dos ácidos e o adstringente das bases.

Várias atividades foram desenvolvidas em sala de aula como, exercícios para

responder, onde se notou que os alunos não tiveram dificuldades para concluir o

questionamento, de forma correta. Também fizeram parte dessas atividades

exercícios para completar, associar e colorir, como também atividades que exigiram

a opinião dos alunos, pois, as atividades que se relacionam à capacidade de opinar

e argumentar promovem o pensamento reflexivo e possibilitam a tomada de atitudes

e de decisões. Tudo isso ajudou a fixar melhor o conteúdo e esclarecer eventuais

dúvidas.

Na execução de exercícios em sala de aula, foi possível observar quais

alunos estavam com dificuldades na conclusão das tarefas por não terem

conseguido perceber o relacionamento existente entre o que lhes foi exposto e a

realidade fora do ambiente escolar. Na avaliação individual concluiu-se que alguns

alunos não retiveram o mínimo do conhecimento da química do cotidiano.

Certamente, um fator que contribui, é a falta de uma maior divulgação da Ciência,

levando-os a posicionarem-se diante do conteúdo que está sendo estudado como se

fosse ele algo muito distante de sua realidade e que esse conhecimento só lhe será

cobrado nas atividades avaliativas.

5. Considerações finais

Ao trabalhar com ácidos e bases, o aluno percebeu que a química não é um

conhecimento sem sentido, de memorização de símbolos ou fórmulas, mas que,

conhecendo essas substâncias poderá realizar bem mais facilmente suas tarefas

domésticas e resolver certos problemas do dia a dia, tais como: temperar uma

salada, auxiliar na limpeza em geral, diminuir a acidez estomacal, evitar acidentes

com substancias químicas, entre outros.

Enquanto professor, após reflexões, chega-se ao pensamento de que a

diversificação metodológica certamente gera melhores resultados no ensino da

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química, incentivando os alunos a observarem a química do cotidiano, diferente do

aspecto do conhecimento puramente científico. Fica em mente o que disse Freire

(1996), “é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode

melhorar a próxima prática”.

6. Referências

AUSUBEL, David, NOVAK, Joseph, HANESIAN, Helen. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Editora Interamericana, 1980. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. FERNANDES, J.A.B. Ensino de Ciências: a biologia na disciplina de Ciências. Revista da Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia, São Paulo, v1, n.0, ago. 2005. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. LOPES, Alice R. Casimiro. Políticas de currículos: tensões entre recontextualização e hibridismo. Currículo sem fronteiras, v.5, n.2, p.7, 2005. MARTINS, R. de A. Sobre o papel da história da ciência no ensino. Sociedade Brasileira de História da Ciência, v.1, n.9, p.3-5, ago.1990. MOÇO, A. É tudo na prática. Revista Nova Escola, São Paulo, n. 215, p.70 -74, set. 2008.

NEWBOLD, Brian. Apresentar a química para o cidadão: um empreendimento essencial. In: 9ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO QUÍMICA. Anais...São Paulo: Instituto de Química, USP, 1987.

PARANÁ/SEED. Diretrizes curriculares para a educação básica: Ciências. Curitiba, SEED, 2008. Disponível em: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/2_edicao/ciencias.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2009.

TORRES, Rosa Maria. Que (e como) é necessário aprender?:Necessidades básicas de aprendizagem e conteúdos curriculares. 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

VYGOTSKY, L. . S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.