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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PDE - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL

CLEYBER FELIPPE PARÚSSOLO

UNIDADE DIDÁTICA

CAMPO MOURÃO – PR 2010

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A Teoria Histórico-Cultural e a Organização do Ensino de Biologia

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Professora PDE: Cleyber Felippe Parússolo Área PDE: Biologia NRE: Campo Mourão Professora Orientadora IES: Drª Maria Julia Corazza IES Vinculada: UEM Escola de Implementação: Colégio Estadual de Campo Mourão E.F.M.P.N Município: Campo Mourão Público Objeto da intervenção: 2ª série do Ensino Médio Título da Unidade Didática: Reprodução Vegetal

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"Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental". Gilberto Freyre.

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Introdução O objetivo desse material é promover situações que permitam elaborar

construções conceituais a partir do conteúdo Reprodução Vegetal propiciando aos

alunos do segundo ano do Ensino Médio, articular conteúdo e pensamento, para

que dessa forma o conhecimento se transforme em instrumento do pensamento,

ampliando sua capacidade de perceber criticamente a realidade que, na maioria

das vezes, necessita de mudanças.

Voltada para a Zona de Desenvolvimento Proximal dos alunos, a intenção

desta proposta pedagógica é relacionar parâmetros com os seus

desdobramentos, sendo eles:

Conteúdo da Biologia (priorizado por meio do planejamento do professor em

duas questões centrais: o que ensinar e por que ensinar?)

A escolha do conteúdo Reprodução Vegetal e a organização dos objetivos.

Os conhecimentos científicos trabalhados em sala de aula.

Amplificadores culturais (elementos que atuam como mediadores auxiliares

entre o objeto do conhecimento e o estudante). Os conhecimentos e a construção

de significados no espaço social da sala de aula deverão estar relacionados com

um “sistema de suporte social” utilizado pelo professor de Biologia, por meio das

ferramentas psicológicas, apresentadas, por exemplo, como a linguagem, os

mapas conceituais, os diagramas, os vídeos, os sinais, as fotografias, etc. Essas

ferramentas são elementos dispositivos que os sujeitos utilizam para influenciar

suas mentes e seus comportamentos, bem como as mentes e comportamentos

de outros sujeitos como meios de possibilitarem a interação entre o sujeito e o

objeto.

Interações discursivas

As abordagens comunicativas não dialogadas, em que a professora fala a

maior parte do tempo e os estudantes escutam, predominando, nesta interação o

ponto de vista da ciência.

As abordagens comunicativas dialogadas acontecem as interações

comunicativas via questionamentos, conversas ou discussões entre professora e

estudante(s) ou os estudante(s) entre si, não necessariamente deixando-se de

lado o ponto de vista da ciência.

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Segundo Palangana, 1995, nas interações discursivas o funcionamento

interpsicológico subjetivo pode ser conhecido pelas interpretações das interações

discursivas que ocorrem em sala de aula. Na assimetria dos diálogos que

acontecem entre a professora e sua classe, por exemplo, podemos identificar um

importante aspecto da aprendizagem dos conceitos: no cruzamento entre o

conhecimento do professor e o conhecimento dos estudantes. Podemos

identificar um processo que ganha corpo (ou não) na Zona de Desenvolvimento

Proximal, tanto em termos de história evolutiva dos estudantes como em termos

de apoio dado pelo professor.

O objetivo deste processo é o de conduzir os estudantes às novas e

diferentes formas de observar, conceituar e recontextualizar o objeto. Por outro

lado, um processo de ensino não implica somente interações discursivas

professor ↔ estudante, mas entre pares, supondo-se um efeito importante sobre

o desenvolvimento cognitivo durante as atividades em sala de aula.

Intenciona-se.

Tais parâmetros procura fazer perceber e compreender, nessa dinâmica

interativa das aulas, os processos de significação dos conteúdos, organizados e

mediados pelo professor de acordo com seus interesses e necessidades,

participando ativamente das interações discursivas que se estabeleceram no

decorrer das aulas e dos amplificadores culturais.

O pensamento histórico-cultural de Lev Semyonovich Vygotsky é o

principal aporte teórico para o desenvolvimento das reflexões desse trabalho,

evidenciando algumas premissas julgadas essenciais à compreensão das

complexidades associadas à aprendizagem conceitual em sala de aula, como o

reconhecimento de que os sujeitos modificam de forma ativa as forças que os

transformam.

A abordagem metodológica se baseia em como os alunos desenvolverão

as atividades ligadas ao conteúdo sob a mediação do professor, considerando os

mecanismos psicológicos associados à construção conceitual, evidenciados nas

interrelações dos parâmetros e movimentos de construção conceitual,

supervisionados pelo docente.

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O trabalho com o conteúdo Reprodução Vegetal, para se tornar ferramenta

do pensamento do aluno, implica na negociação de significados no contexto

social da sala de aula. Deve ainda ser mediada pela comunicação oral e escrita

entre os sujeitos, partindo da experiência imediata do aluno para os processos

que possibilitam a compreensão, o estabelecimento de conexões e a

generalização dos sistemas conceituais, que fazem parte do tema. Exige

também trabalhar com outras dimensões da formação humana, como a

emocional, a social, e não apenas a cognitiva, a racional, que está mais ligada à

formação de conceitos.

Para que o ensino sobre Reprodução Vegetal se torne enquanto conceito

uma ferramenta para a análise das plantas e seu papel no mundo, o professor

não deve apresentar para os alunos um conjunto de conceitos com sua definição

pronta. Observa-se, muitas vezes, que com essa orientação o aluno “aprende”

(reproduzindo verbalmente) todas as definições que compõem o conteúdo sobre

os vegetais, acompanhadas de inúmeras informações diferentes, as quais, na

maioria das vezes equivocadas, não serão utilizadas para analisar fatos e

fenômenos.

Sobre essa prática no ensino, Vygotsky (2001, p. 247): comenta:

A experiência pedagógica nos ensina que o ensino direto de conceitos sempre se mostra impossível e pedagogicamente estéril. O professor que envereda por esse caminho costuma não conseguir senão uma assimilação vazia de palavras, um verbalismo puro e simples que estimula e imita a existência dos respectivos conceitos na criança, mas, na prática, esconde o vazio. Em tais casos, a criança não assimila o conceito, mas a palavra capta mais de memória que de pensamento e sente-se impotente diante de qualquer tentativa de emprego consciente do conhecimento assimilado. No fundo, esse método de ensino de conceitos é a falha principal do rejeitado método puramente escolástico de ensino, que substitui a apreensão do conhecimento vivo pela apreensão de esquemas verbais mortos e vazios.

As orientações metodológicas mediadas devem incluir e valorizar as

transformações das atividades num processo de ensino analisado, na apropriação

dos conhecimentos sobre Reprodução Vegetal e os estudantes, nas atividades

individuais ou em equipes, deverão ser levados a pensar, analisar, planejar,

organizar, sintetizar, enfim, cumprir um papel mais ativo na apropriação do

conhecimento. Com o apoio do professor ao dirigir a atenção para um

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conhecimento socialmente organizado, é possível ser mostrado o importante

papel do ensino e sua relação entre desenvolvimento e aprendizagem.

No decorrer das aulas, se espera que os alunos consigam estabelecer, de

maneira satisfatória, uma unidade entre a linguagem, pensamento e ação,

possibilitando desta forma a utilização dos conceitos como instrumentos de

operações qualitativamente científicos. O uso de uma linguagem mais adequada

a cada atividade ou situação, incluindo as elaborações escritas e interpretativas,

entre outras ações, facilita a aprendizagem significativa do aluno.

Conforme Vygotsky (1993, p. 50):

A formação de conceitos é o resultado de uma atividade complexa em que todas as funções intelectuais básicas tomam parte. No entanto, o processo não pode ser reduzido à associação, à atenção, à formação de imagens, à inferência ou às tendências determinantes. Todas são indispensáveis, porém insuficientes sem o uso do signo, ou palavra, como o meio pelo qual conduzimos as nossas operações mentais, controlamos o seu curso e as canalizamos em direção à solução do problema que enfrentamos.

Para compreender o processo de formação conceitual na escola é preciso

considerar as especificidades e as relações existentes entre conceitos cotidianos

e conceitos científicos.

Conforme o pensamento de Vygotsky, os dois processos (o

desenvolvimento dos conceitos espontâneos e dos conceitos científicos) se

relacionam e se influenciam fazendo parte de um único processo. O

desenvolvimento da formação de conceitos, que é afetado por diferentes

condições externas e internas é essencialmente um processo unitário, e não um

conflito entre formas de intelecção antagônicas e mutuamente exclusivas. O

aprendizado é uma das principais fontes de conceitos da criança e do

adolescente em idade escolar, e é também uma poderosa força que direciona o

seu desenvolvimento, determinando o destino de todo o seu desenvolvimento

mental.

No nível de abstração e de generalização, o processo de formação de

conceitos cotidianos é “ascendente”, surgindo impregnado de experiência, mas de

uma forma ainda não-consciente e “ascendendo” para um conceito

conscientemente definido; os conceitos científicos surgem de modo contrário, seu

movimento é “descendente”, começando com uma definição verbal com

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aplicações não espontâneas e posteriormente pode adquirir um nível de

concretude impregnado na experiência.

Acredita-se, que os conceitos científicos adquirem uma influência

significativa na construção da subjetividade quando deixam de ser objetos

distantes e estranhos e se transformam em instrumentos do pensamento sobre o

mundo objetivo.

É imprescindível que o professor saiba o que o aluno já conhece sobre o

conteúdo antes de apresentá-lo, partindo de um questionamento sobre o assunto

sem se preocupar com a formação de conceitos, mas com a busca do

encontro/confronto da experiência imediata e cotidiana do aluno, numa forma

mais abrangente. Nesse intuito, as definições e as informações são

secundarizadas no processo, dando-se prioridade para a comunicação e a

atribuição/negociação de significados. Exemplo, promover uma discussão sobre

os seres vivos, suas características, formas de organização, entre outros, tendo

como resultado uma produção social.

Com essa orientação, a sala de aula pode ser um lugar de encontro e

confronto entre as diferentes formas de concepção e práticas cotidianas e

científicas, mostrando quais conceitos são trazidos pelas diferentes culturas dos

alunos em relação ao lugar onde reside, a linguagem usada no meio de

permanência, aos conhecimentos já internalizados, etc.

Durante esse processo, o professor como mediador, deve propiciar a

expressão, a comunicação da diversidade de símbolos, significados, valores,

atitudes, sentimentos, expectativas, crenças e saberes presentes nos alunos, que

vivem em contexto específico, esforçando-se para entender como cada grupo ou

aluno em particular elabora essa diversidade. E, para promover o diálogo entre as

diversas formas dessa elaboração, buscar atuar nas ZDP, e o diálogo dessas

formas com a forma científica estruturada pela Biologia.

Para tanto, o professor pode recorrer, durante a discussão a termos

científicos e por meio deles explorar os conhecimentos dos alunos, criando

possibilidades de comparações e/ou assimilações com o conteúdo propriamente

intencionado. Partir de temas como a origem dos seres vivos, a interação entre os

seres vivos, a diversidade da vida, a genética e a manipulação genética, ou

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especificadamente sobre a organização celular, capacidade de se reproduzir, a

hereditariedade, o material genético, a evolução, entre outros.

A formação de conceitos pelo ensino, não sendo uma tarefa simples tem

nas contribuições de Vygotsky, pistas valiosas para o cumprimento dessa tarefa

de modo mais eficaz, onde nesse processo, as palavras, a linguagem biológica

são signos que, em princípio, têm o papel de meio na formação de um conceito e,

posteriormente, tornam-se seu símbolo no pensamento do aluno.

Trabalhada as dimensões do conteúdo e feita a análise mais abrangente

das especificidades envolvidas dentro dos diferentes contextos, parte-se dos

conhecimentos espontâneos aos conhecimentos científicos; estabelecendo

conexões entre os dois, o que poderá ser feito frente a uma “Problematização”.

Nesse momento, a “zona de desenvolvimento mais imediato”, remete-nos à

idéia da díade estudante ↔ professor, em atividades onde se compartilham

responsabilidades e conhecimentos, com vistas à resolução de tarefas ou

problemas. Observa-se, neste processo, durante as atividades, que as relações

professor e aluno se caracterizam pelos aspectos de reciprocidade e assimetria,

pretendendo uma transferência gradual de responsabilidades da tarefa para os

alunos.

Vygotsky sempre creditou aos “instrumentos psicológicos” a transformação

evolutiva dos processos naturais para os processos mentais mais elaborados por

que passa o sujeito inserido nas práticas da cultura predominante.

O método de ensino da Pedagogia Histórico Crítica, preconizado por

Saviani (1986) e transformados em uma didática por Gasparin (2002), é

apresentado na forma de momentos articulados. O ponto de partida é a prática

social inicial. Primeiramente o docente em sala de aula deve identificar os

conceitos espontâneos dos alunos (a ZDP, segundo Vygotsky, 2001) por

intermédio da prática social.

O segundo momento é a problematização com o objetivo de questionar,

analisar e interrogar a prática social, abordando o conteúdo em suas diversas

dimensões.

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Os principais problemas são as questões fundamentais que foram

apreendidas anteriormente pelo professor e alunos e que precisam ser resolvidas,

não pela escola ou na escola, mas no âmbito da sociedade como um todo.

A problematização é, então, o fio condutor de todas as atividades que os

alunos desenvolverão no processo de construção do conhecimento e também o

elemento-chave na transição entre prática e teoria, tornando-se fundamental para

o encaminhamento de todo o processo de trabalho docente-discente.

Ciclo de vida é toda a seqüência de fases no crescimento e desenvolvimento de qualquer organismo desde a formação do zigoto até a formação dos gametas. No caso da alternância de gerações ocorre uma fase haplóide (n), o gametófito que produz os gametas, e uma fase diplóide (2n), o esporófito, que produz esporos. Fonte: Raven et al. (2007)

Para entender este ciclo de vida, é necessário compreender também a

organização e classificação dos vegetais, organismos pertencentes ao Reino

Plantae.

Atividade

Por meio de livros didáticos da biblioteca escolar e sites

recomendados, pesquise as diferentes características dos ciclos de vida

existentes em relação à grande diversidade das plantas, construindo

sínteses interpretativas e esquemas ilustrativos dos mesmos. Faça isso

para cada um dos grandes grupos de plantas Briófitas, Pteridófitas,

Gimnospermas e Angiospermas.

PROBLEMA

Todas as plantas passam por um ciclo de vida de alternância de

gerações, cujas peculiaridades são características dos diferentes grupos

vegetais. Como explicar a ocorrência de diferentes características nos

ciclos de vida das diferentes espécies de plantas? Estas diferenças podem

ser consideradas vantajosas em relação à perpetuação, evolução e

diversidade de espécies vegetais na natureza?

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Os sistemas de interpretação, ou esquemas, ajudam no reconhecimento

dos objetos, na compreensão de fatos e ações sobre a realidade. São estruturas

de conhecimento importantes, pois facilitam o processamento da informação que

pode ser bastante complexa. São sistemas que dão origem ao repertório

conceitual cuja gênese situa-se nas relações empíricas com o mundo.

A utilização de livros didáticos, também são fontes de informações que

servem como base para discussões em sala de aula, cabendo ao professor

desenvolver, pela mediação, a capacidade critica e avaliativa a partir da leitura

dos textos. Ensinar os alunos a identificar no texto idéias principais e reescrevê-

las com suas palavras, faz com que o aluno tenha compreensão do conteúdo e

desenvolva a parte escrita além da leitura, pois a questão da linguagem envolve a

capacidade dos alunos em pensar e formar conceitos.

Quando familiarizados com a leitura dos textos, com a lingüística e os

estilos de apresentação da Biologia, há o desenvolvimento de linguagens

simbólicas, importantíssimas para desenvolver a compreensão, construção e

interpretação de dados necessários à formação de conceitos científicos da

disciplina.

A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura critica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. (Freire, 2003 p11).

Fontes sugeridas

Aspectos comparativos de ciclos de vida de algumas plantas/

simbiotica.org/ciclosdevida acesso em 15/06/09

Os briófitos (Divisão/Filo Bryophyta)/ webpages.fc.ul.pt/~maloucao/Briofitos.pdf

acesso em 17/06/09

Plantas vasculares com flor: Divisão: Anthophyta/

webpages.fc.ul.pt/~maloucao/Angiosperm.pdf acesso em 17/06/09

Embriófitas. Plantas vasculares/ Gimnospermas. Angiospermas. Ciclo de vida das

plantas com sementes/

felix.ib.usp.br/pessoal/marcos/.../germinacao%20parte%201.pdf acesso em 20/07/09

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Como classificar os organismos vivos/ www.biota.org.br/publi/livros/classificacao

acesso em 22/07/09.

REPRODUÇÃO VEGETAL No momento da abordagem do conteúdo específico, é importante que o

professor indague os alunos a respeito das plantas e perceba os conceitos que

trazem do cotidiano, se possível anotando-os em um quadro ou caderno, para

que posteriormente compare-os aos conceitos científicos aprendidos.

A sistematização desses conceitos é fundamental para que a partir deles

sejam feitas às intervenções didáticas necessárias. Conhecendo os conceitos

espontâneos dos alunos, conhece-se também a ZDP atual do mesmo, criando

possibilidades de avanço frente aos novos conhecimentos apresentados e que

até o momento não faziam ou fazem sentido a ele.

Caso os alunos tenham um nível de elaboração de conceitos científicos a

respeito do tema, é necessário que o professor organize atividades apropriadas

ao conteúdo, partindo de outras e diferentes dimensões.

Na Teoria Histórico-Cultural, o conhecimento que deve ser objeto de ensino

na escola é o que o aluno não sabe, não domina; o ensino deve partir dos

conceitos já elaborados pela criança e prosseguir além do conhecido.

Existem dois tipos básicos de reprodução que podem ocorrer em plantas:

reprodução assexuada e sexuada.

Reprodução assexuada, agâmica ou vegetativa:

A reprodução assexuada consiste na propagação de partes vegetativas de

plantas que têm a capacidade de regeneração. Mesmo a técnica de

micropropagação asséptica, quer seja através de meristema ou célula, envolve a

formação inicial de uma gema ou estrutura semelhante, a qual evolui para

plântula depois do desenvolvimento de raízes.

Micropropagação constitui um clímax na técnica de reprodução vegetativa artificial. É utilizada na obtenção de material básico e na multiplicação de espécies de propagação vegetativa difícil, lenta, ou semelhante àquelas que não se propagam naturalmente, como o coco e o dendê. Fonte:www.cesnors.ufsm. acesso 23/07/2010

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Através da micropropagação em meio asséptico, conseguem-se clones

"limpos", rejuvenescidos e revigorados de cultivares comercial de espécies

propagadas vegetativamente e sujeitas à senilidade, devido à infecção por

microorganismos sistêmicos. O material obtido por esse processo é submetido à

indexação a fim de se certificar de que o microorganismo infectante,

principalmente vírus e micoplasma, não passou através da pequena porção de

tecido utilizado, geralmente meristemática. O material básico obtido por esse

processo é indispensável à produção de muda, tubérculo, bulbo certificado

destinado ao agricultor, sendo utilizada comercialmente para a multiplicação

vegetativa de coco, cravo, bromélias ornamentais, dendê, orquídeas, tâmara, etc.

Pela propagação assexuada mantêm-se clones através de divisão mitótica

da célula, na qual há replicação completa do sistema de cromossomos e

citoplasma associado da célula-mãe para as duas células-filhas.

Conseqüentemente, plantas propagadas vegetativamente reproduzem, através de

replicação do DNA, toda a informação genética da planta-matriz. É por isso que

as características próprias de quaisquer plantas são perpetuadas.

A reprodução assexuada é de fundamental importância para espécies

frutíferas, porque a constituição genética da maioria das cultivares é altamente

heterozigótica, e as características próprias são imediatamente perdidas se forem

propagadas por sementes (Hartmann & Kester, 1975).

A maioria das cultivares de frutíferas consiste em grupos de plantas

propagadas vegetativamente a partir de uma única planta, comumente

desenvolvida de uma semente, ou de uma parte da planta que tenha sofrido

mutação. Tal grupo de plantas, consideradas coletivamente, recebe o nome de

clone (Stout, 1940). Um clone pode ser definido como "material geneticamente

uniforme derivado de um único indivíduo e propagado exclusivamente por meios

vegetativos, tais como estacas, divisões, enxertos, etc." Um clone mantido em um

meio apropriado, onde haja controle de viroses ou outros patógenos, e as

mutações sejam eliminadas, poderá ser perpetuado indefinidamente.

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Os processos convencionais de multiplicação vegetativa, sobretudo por

estaquia, alcançaram apreciável progresso a partir de 1930, quando se descobriu

a ação das auxinas na ativação das células cambiais e na formação de raízes

adventícias e, a partir de 1940, com o desenvolvimento de técnicas para

enraizamento de estacas com folhas sob nebulosidade artificial.

Sistema de Reprodução Vegetativa

Pelo menos vinte espécies de culturas de valor comercial reproduzem-se

vegetativamente através de estruturas especializadas, que têm a função primária

de garantir a sobrevivência da espécie, enquanto que outras, através da

apomixia, formam embriões assexuados.

A propagação vegetativa artificial consiste em estimular a multiplicação

celular e a diferenciação dos tecidos por meios controláveis, tais como

temperatura, umidade do ar e do substrato, substâncias de crescimento e

nutrientes, resultando no desenvolvimento de uma nova planta altamente

especializada, geralmente de arquitetura reduzida e precoce na produção

comercial.

As principais técnicas de reprodução vegetativa artificial são: estaquia,

enxertia, alporquia e micropropagação em meio asséptico.

A propagação por meio de estacas é utilizada principalmente para plantas

do grupo das dicotiledôneas e tem amplo emprego na agricultura. A introdução do

propagador com nebulosidade adicionou considerável progresso na multiplicação

por estaca, pois possibilita o uso de estaca semi-herbácea, com folhas, o que

aumenta a percentagem de enraizamento e resulta em plantas de melhor

estrutura. É usada para o cacau, azaléia, coníferas, guaraná, oliveira, etc.

Em dezembro de 1977, decretou-se no Brasil a lei que estabeleceu a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de sementes e mudas, a qual foi regulamentada em junho de 1978. Essa lei e sua regulamentação permitem instalar, em nível estadual, o sistema de certificação de sementes e mudas. Entretanto, esse sistema só poderá ser instalado em locais onde houver disponibilidade de material básico, caracterizado por adequada avaliação e condição fitossanitária. Fonte: www.cesnors.ufsm. acesso 23/07/2010

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A enxertia permite a obtenção de aparato vegetal de máxima eficiência,

apesar de complicada, pois consiste de uma parte superior, a copa, que é a

cultivar de alto rendimento e qualidades definidas, e uma inferior, o porta-enxerto,

que, além da afinidade com a copa, deve apresentar resistência a doenças,

pragas e condições adversas do solo e do clima. A condição complexa da muda

enxertada evidencia a necessidade do uso de matrizes sadias, pois a presença de

doenças sistêmicas causa danos irreparáveis, sobretudo quando o porta-enxerto

for suscetível.

A alporquia, que consiste em se induzir a formação de raízes adventícias

em ramos de copa ou basais e que são, então, separados da planta-mãe, é

utilizada para a multiplicação de espécies de difícil enxertia e de propagação por

estaca. A alporquia tem amplo emprego na multiplicação de porta-enxertos de

maçã e framboesa.

Somente a partir de 1966 é que se passou a aplicar as técnicas de cultura

de tecidos "in vitro", desenvolvidas, desde 1932, para a micropropagação,

embora, há pouco mais de meio século, Knudson tenha logrado a germinação de

sementes de orquídeas em meio artificial de cultura.

Atividade

Incentive seus alunos a expressarem suas experiências e

conhecimentos sobre os tipos de reprodução assexuada em vegetal,

auxiliando-os por meio de pesquisa, demonstrações de fotos, vídeos,

recortes, etc. na formação de conceitos científicos.

Por meio desta atividade os alunos devem perceber que conhecem e

convivem com muitas destas plantas no seu cotidiano. Levados ao interesse pelo

conteúdo de modo mais eficaz, favorecendo a construção da sua subjetividade,

constituirão um determinado tempo histórico e a emergência do novo, o que

poderá ser feito dialeticamente por inferências, exemplos, discussões, enfim,

possibilidades de participação. Com certeza, muitos alunos possuem um

conhecimento prévio a respeito desses tipos de reprodução, porém não com uma

abordagem científica, permitindo-lhes agora, a formação de novos conceitos, os

quais, de forma elaborada.

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Reprodução sexuada, gâmica ou gamética:

Ocorrem por meio da união de duas unidades reprodutivas unicelulares, os

gametas. Nesse caso, há interação entre o material genético de dois indivíduos

que, ao contrário da reprodução vegetativa, resulta em descendentes que diferem

geneticamente um dos outros e de ambos os parentais.

A reprodução gamética em vegetais é considerada oogâmica, ou seja, os

gametas diferem na forma, sendo um muito pequeno (flagelado ou não) em

relação ao outro, que é sempre imóvel. O gameta feminino, maior e imóvel, é

denominado oosfera, enquanto o masculino, menor, é denominado anterozóide

(flagelado), ou núcleo espermático (sem flagelo).

Os gametas originam-se a partir de células primordiais em estruturas

denominadas gametângios, sendo os mais especializados os arquegônios (que

originam oosferas) e anterídios ou grãos de pólen (que originam anterozóides

ou núcleos espermáticos, respectivamente).

O processo de fusão dos gametas é chamado de fecundação e seu

produto é o zigoto. Este sofre sucessivas divisões mitóticas que resultam em um

embrião e posteriormente, em um organismo adulto.

A reprodução sexuada nas plantas implica na ocorrência de dois eventos

críticos: fecundação e meiose.

É a meiose que assegura um número de cromossomos constante de

geração em geração e também a origem de recombinações dentro dos próprios

cromossomos.

Os primeiros organismos eucariotos foram haplóides e assexuados, mas

com o surgimento da reprodução sexuada houve a evolução da diploidia -

quando duas células haplóides combinam-se formando o zigoto diplóide.

Este zigoto pode se dividir por meiose zigótica, restabelecendo a condição

haplóide, no qual o zigoto é a única célula diplóide.

Ao longo da evolução alguns desses zigotos dividiram por mitose em vez

de meiose e, consequentemente, produziram um organismo com células

diplóides, com meiose posteriormente. Essa meiose resultou em gametas

masculinos e femininos, razão de se chamar meiose gamética. Se esses

gametas forem colocados juntos, fundem-se e recompõem o número diplóide,

sendo os gametas as únicas células haplóides.

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A meiose em plantas é do tipo espórica, isto é, produz esporos e não

gametas. Os esporos são células haplóides, com tegumento resistente que ao

encontrar uma superfície favorável vão sofrer mitoses e produzir um organismo

multicelular haplóide, que aparece em alternância com formas diplóides. Esses

organismos apresentam um tipo de ciclo de vida, chamado alternância de

gerações ou ciclo haplodiplobionte. Neste ciclo a geração haplóide produtora de

gametas é chamada de gametófito e a geração diplóide produtora de esporos é

chamada de esporófito.

Cada organismo tem um número característico de cromossomos para a

sua espécie, nos gametas é haplóide (único conjunto de cromossomos=n); nas

células somáticas é diplóide (conjunto duplo de cromossomos=2n) e nas células

com muitos conjuntos são poliplóides, dependendo em que momento do ciclo de

vida de um organismo ocorre a meiose:

meiose pós-zigótica - quando este fenômeno ocorre no zigoto, sendo este a

única entidade diplóide do ciclo;

meiose pré-espórica - a meiose ocorre na formação dos esporos. O zigoto, por

mitoses sucessivas, origina uma entidade diplóide, onde se diferenciam células

especiais que, por meiose, originam esporos;

meiose pré-gamética - ocorre durante a formação dos gametas, sendo estes as

únicas células haplóides do ciclo.

ciclo haplonte - neste tipo de ciclo de vida a fase haplóide predomina, sendo a

fase diplóide constituída apenas pelo zigoto. Deste modo, considera-se que não

existe verdadeira alternância de gerações. A meiose ocorre imediatamente a

seguir à fecundação (meiose pós-zigótica). Este tipo de ciclo de vida é

característico das algas;

ciclo diplonte - neste tipo de ciclo a fase diplóide predomina, sendo a fase

haplóide formada apenas pelos gametas. Também neste caso, não existe

verdadeira alternância de gerações. A meiose ocorre imediatamente antes da

fecundação (meiose pré-gamética). Este tipo de ciclo é característico de animais e

de algumas algas;

ciclo haplodiplonte - neste tipo de ciclo existe nítida alternância de fases

nucleares e de gerações pois a meiose e a fecundação estão separadas no

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tempo. A meiose designa-se pré-espórica. Este tipo de ciclo de vida, o mais

complexo, é característico das plantas superiores.

Atividade

Faça um levantamento junto aos seus familiares, profissionais de

agronomia, biólogos e pessoas que trabalham com jardinagem, sobre as

formas de eles utilizarem (recursos, técnicas...) para o cultivo de espécies

vegetais com fins ornamentais, agrícolas ou de conservação ambiental.

Considerando o conteúdo trabalhado até o momento, classifique cada uma

das formas de cultivo utilizadas em reprodução sexuada e/ou assexuada.

Essa atividade deve contribuir para a transformação dos conceitos

espontâneos (conceito construído pelo sujeito de forma assistemática e não-

consciente) que compõem o conjunto de teorias individuais, tanto dos estudantes

como de pessoas da comunidade, fruto da sua história de vida cotidiana, obtida,

em grande parte, fora do contexto escolar.

Os alunos para compreenderem como acontece o cultivo em espécies

vegetais, deverão saber que Cultura de tecidos é o nome genérico que se dá

aos vários procedimentos de Cultivo de plantas a partir de células, tecidos e

órgãos vegetais em meio nutritivo e condições assépticas. Considerada uma

excelente ferramenta para clonar plantas em escala comercial, além de colaborar

na realização de estudos de transformação genética e conservação de

espécies vegetais, permite ainda aperfeiçoar a interação entre fatores abióticos

(nutricionais, luminosos, temperatura etc.) e bióticos (hormonais e genéticos),

resultando em plantas sadias, vigorosas e geneticamente superiores, que podem

ser multiplicadas massivamente. www.embrapa.br/.../curso-capacita-

estudantes-e-profissionais-em-tecnicas-de-cultura-de-tecidos-de-plantas/

Ao aprender os conceitos científicos os estudantes tendem promover o

desenvolvimento de uma série de funções psicológicas superiores como a

atenção voluntária, a abstração, dedução e síntese. Os conceitos espontâneos

permitem um confronto dos conceitos científicos com uma realidade concreta e

cria estruturas que possibilitam o desenvolvimento dos conceitos espontâneos

mais elaborados de atividade intelectual como a consciência, a sistematização e a

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sua utilização deliberada. Na mente dos estudantes, os conceitos espontâneos

articulam-se dialeticamente e se transformam mutuamente (VYGOTSKY, 1993).

Para auxiliar nas pesquisas, visite os sites:

Os seres vivos, Reino das Plantas, Angiospermas/

www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_plantas_angiospermas.htm

Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas/

www.genetica.esalq.usp.br/pub/Seminario.pdf

Artigos acadêmicos sobre – Raven - vantagens adaptativas das plantas/ Google

acadêmico

A EVOLUÇÃO DAS PLANTAS Para melhor entender a reprodução das plantas é necessária saber um

pouco mais sobre sua evolução, relacionando o surgimento de algumas estruturas

ao sucesso reprodutivo (das plantas). Neste caso, consideramos que todas as

plantas possuem um ancestral aquático que evoluiu gradativamente para o

ambiente terrestre.

BRIÓFITAS

As briófitas, representadas pelas hepáticas, antóceros e musgos, são

importantes por fazerem à passagem evolutiva do ambiente aquático para o

ambiente terrestre. Seu ciclo de vida apresenta alternância de gerações sendo

que o gametófito é a fase dominante do ciclo e o esporófito é dependente do

gametófito.

Um exemplo de um musgo e de uma hepática. Fotos: Guilherme Oliveira e Rafael Zampar. As briófitas são importantes pelo pioneirismo numa sucessão ecológica,

podendo se desenvolver em rochas, onde os produtos da própria atividade

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biológica modificam o substrato, permitindo que outras espécies também se

desenvolvam. Os musgos do gênero Sphagnum são plantas de grande influência

no ciclo biogeoquímico do carbono pela quantidade deste elemento que absorvem

e armazenam, além da sensibilidade à poluição atmosférica, sendo indicadores

de áreas poluídas, quando não muito presentes nestes locais. As briófitas

também são essenciais na agricultura, auxiliando na retenção da água pelo solo e

melhoramento da sua textura.

Acredita-se que as plantas terrestres tenham se desenvolvido a partir das

algas verdes aquáticas por apresentarem características bioquímicas e

metabólicas em comum com as plantas terrestres.

As briófitas atuais não apresentam tecidos condutores de água e alimentos

(tecidos vasculares), chamados xilema e floema, presentes nas plantas

vasculares. Embora algumas briófitas possuam tecidos condutores

especializados, as paredes das células condutoras de água das briófitas não são

lignificadas como as das plantas vasculares.

PTERIDÓFITAS

Ao longo da evolução, as pteridófitas representam o primeiro grupo que

efetivamente conquistou o ambiente terrestre. Apresentam vasos condutores

(xilema e floema), que auxiliam nas reposições de quantidades de água. Possuem

raízes, caules e folhas verdadeiros, além do ciclo de vida com alternância de

gerações (a fase esporofítica é predominante no ciclo de vida, dependendo do

gametófito; a fase gametofítica, também chamada de protalo, é de vida curta,

sendo monóica ou hermafrodita). São plantas utilizadas por razão ornamental, na

fabricação de xaxins e no âmbito ecológico é também a base da cadeia alimentar

de muitos seres vivos.

A lignina ou lenhina é um polímero tridimensional amorfo encontrado

nas plantas terrestres, associado à parede celular, cuja função é de

conferir rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques

microbiológicos e mecânicos aos tecidos vegetais. Fonte: www.madeira.ufpr.br/disciplinasklock/.../LIGNINA.pptt. 2007.

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Pelas características evolutivas das pteridófitas notamos a incrível

capacidade de adaptação da vida na terra.

Seus representantes mais relevantes encontram-se nos seguintes filos:

Lycophyta (Lycopodium e Selaginella), Psilotophyta (Psilotum), Sphenophyta

(Equisetum) e Pterophyta (samambaias).

GIMNOSPERMAS

As gimnospermas (do grego gymnos: nua; sperma: semente), incluem

árvores como o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), ginkgo (Ginkgo

biloba), além de espécies arbustivas como a cicas (Cycas revoluta). Visite o

endereço: http://www.youtube.com/watch?v=GwMApqsQ6ag

Na linha evolutiva a mais incrível inovação das gimnospermas é a semente

(constituída em um envoltório, um embrião e alimento armazenado), que dá à

planta uma unidade de dispersão, que tem maior capacidade de perpetuação da

espécie.

Estas plantas possuem também independência no que se refere à água

como meio de transporte dos gametas masculinos em direção à oosfera. Nas

gimnospermas, o gametófito masculino constitui o grão de pólen, que é

transportado de modo passivo pelo vento até as vizinhanças de um gametófito

feminino protegido no interior de um óvulo – pelo processo chamado de

polinização.

Nas coníferas, gnetófitas e também em angiospermas, o tubo polínico

transporta o gameta masculino até a oosfera. Com esta inovação, as plantas com

sementes não são mais dependentes de água para assegurar a fecundação

(necessidade de todas as plantas sem sementes).

Em ginkgo e cicas sugere-se que originalmente, o tubo polínico haustorial

desenvolveu para absorção de nutrientes e produção de gametas masculinos por

parte do gametófito masculino durante o seu crescimento dentro do óvulo. A partir

de tal perspectiva, o transporte de gametas masculinos imóveis por um tubo

Adaptação: processo que possibilita o ajuste dos seres vivos a meio variável, assegurando a sobrevivência das espécies, permitindo a sua extensão geográfica e diversificação. Fonte: www.ufpa.br/npadc/gpeea/artigostext/ecoevadp acesso 09/03/09.

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polínico em direção a uma oosfera, é uma alteração evolutiva, em função do

propósito da estrutura inicial.

A polinização nas gimnospermas é feita pelo vento. Por isso os grãos de

pólen possuem estrutura alada (com asas). A fecundação ocorre quando um

gameta masculino do microgametófito (grão de pólen germinado) une-se à

oosfera, geralmente localizada no interior de um arquegônio. Um segundo gameta

masculino é produzido aparentemente sem função e se desintegra.

Os pinheiros do gênero Pinus são as mais conhecidas gimnospermas. Os

microsporângios e megasporângios em Pinus e na maioria de outras coníferas, se

encontram em pinhas, ou estróbilos, separados na mesma árvore.

A Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná) é a árvore símbolo do estado do Paraná. Foto: Rafael Zampar.

Os estróbilos microsporangiados (produtores de pólen) em ramos inferiores

das árvores e os megasporangiados (produtores de óvulos), em ramos

superiores.

Em alguns pinheiros os estróbilos estão no mesmo ramo, com estróbilos

megasporangiados mais próximos do ápice. Quando o pólen não é levado para

cima pelo vento, estes estróbilos são atingidos por pólen de outras árvores,

aumentando a freqüência de fecundação cruzada.

Atividade

Analise as fases do ciclo de vida do pinheiro apresentado na figura

abaixo, relatando por escrito, cada uma delas. Neste ciclo, ocorre o

fenômeno chamado “poliembrionia”. Pesquise sobre o mesmo e explique-o.

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Continuando a sua análise, destaque os termos desconhecidos,

conceituando-os segundo o seu entendimento.

A atividade sendo individual deve ter como objetivo perceber do aluno o

nível de desenvolvimento intelectual e os traços peculiares de seu pensamento, já

que envolve um esforço mental. Com isto, o professor saberá como ocorre o

contato dos alunos com os signos e símbolos relacionados ao seu meio, inclusive,

com o próprio conteúdo, favorecendo o processo de internalização dos

conhecimentos.

O professor poderá então utilizar em suas práticas pedagógicas, uma

linguagem próxima a do contexto sociocultural dos alunos e atingir de maneira

mais significativa os seus objetivos, que é a apropriação dos conceitos científicos.

As angiospermas (do grego angeion: vaso, bolsa; sperma: semente) é o

grupo de maior diversidade morfológica entre as plantas, com grande distribuição

geográfica e de ambientes. Faz parte deste grupo a maioria das árvores,

arbustos, gramados, jardins, grãos, frutos e verduras conhecidos.

As principais características das angiospermas são a flor e o fruto, que

constituem as partes reprodutivas da planta, essenciais para a progênie e

evolução das espécies.

http://www.biologia.edu.ar/botanica/animaciones/ciclos/pino/pinobrasil/bra-ciclo%20pino.htm

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São duas as suas classes principais de angiospermas: Monocotiledôneas

ou Liliopsida (gramíneas, orquídeas, lírios e palmeiras) e Dicotiledôneas ou

Magnoliopsida (a maioria das plantas conhecidas).

A flor é um ramo com crescimento determinado, portador de folhas

modificadas com função reprodutiva ou de atração de polinizadores. O carpelo é a

estrutura que se desenvolve no fruto após a fecundação, é ele que envolve os

óvulos que se desenvolvem em sementes.

As flores podem se agrupar de várias formas, em agregados chamados

inflorescências.

A haste de uma flor isolada é denominada pedúnculo, enquanto de uma flor

em uma inflorescência é chamada pedicelo.

A parte da haste da flor onde estão os elementos florais se chama

receptáculo. Presas ao receptáculo estão as partes florais estéreis e férteis

(reprodutivas).

Visite os sites abaixo. Encontrará o conceito e a classificação do

conteúdo inflorescência racemosa e cimosa, por categoria.

www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/.../morfvegetalorgaINFLORESCENCIA. http://www.youtube.com/watch?v=TIKuN4xR984

OS PROCESSOS DA POLINIZAÇÃO E FECUNDAÇÃO

A polinização é o processo de transporte dos grãos de pólen da parte

masculina das flores (anteras) até a parte feminina das flores (estigma). Nas

Nas angiospermas os gametófitos são reduzidos. O microgametófito maduro consiste em três células e o megagametófito (saco embrionário) mantém-se a vida inteira dentro dos tecidos do esporófito, na verdade, dentro do óvulo. Não há formação de anterídios e arquegônios. A Polinização é indireta e o pólen é depositado no estigma. Este germina e dá origem ao tubo polínico, levando células espermáticas (sem movimento) até o gametófito feminino. Após a fecundação, o óvulo se transforma em semente, envolvida pelo ovário, ao mesmo tempo em que o ovário se transforma em fruto. A fecundação ocorre em três fases: polinização (transporte do grão de pólen da antera ao estigma da flor), formação do tubo polínico (ou germinação do grão de pólen), fecundação propriamente dita (fusão dos gametas masculino (núcleo espermático) e feminino (oosfera), processo também denominado de singamia). – fonte www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/.../morfvegetalorgaFECUNDACAO.

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OS PROCESSOS DA POLINIZAÇÃO E FECUNDAÇÃO

A polinização é o processo de transporte dos grãos de pólen da parte

masculina das flores (anteras) até a parte feminina das flores (estigma). Nas

angiospermas a polinização pode ocorrer de várias formas diferentes e constitui

em um universo de relações entre as plantas e seus agentes polinizadores.

Polinização direta ou autopolinização

Ocorre quando uma flor recebe o seu próprio pólen ou o pólen de outras

flores da mesma planta. Preferencialmente, ocorre em flores cleistogâmicas

(fechadas), como por exemplo, ervilha e soja. A autopolinização leva à

autofecundação e ao aparecimento de descendência homozigota. Os indivíduos

mais adaptados para sobreviver são, no entanto, os heterozigotos, obtidos por

fecundação cruzada. Por isto as plantas apresentam mecanismos que impedem a

autofecundação e facilitam a fecundação cruzada. São os mecanismos:

§ Dicogamia: amadurecimento dos órgãos reprodutores em épocas diferentes.

Pode ser de dois tipos:

§ protandria - quando amadurecem em primeiro lugar os órgãos masculinos e

posteriormente os órgãos femininos e protoginia - quando amadurecem

primeiramente os órgãos femininos e posteriormente os órgãos masculinos;

§ Dioicia: aparecimento de indivíduos com sexos separados: uma planta

masculina e outra feminina;

§ Hercogamia: ocorre uma barreira física, que separa o androceu do gineceu;

§ Heterostilia: ocorre nas flores de estames com filetes curtos e estiletes

longos;

§ Auto-esterilidade: a flor é estéril ao pólen que ela mesma produziu.

Polinização indireta ou cruzada

O grão de pólen é transportado da antera de uma flor até o estigma de

outra flor, podendo esta flor estar na mesma planta ou em outra planta. Neste

último caso é que ocorre a verdadeira polinização cruzada. A polinização cruzada

leva à fecundação cruzada e, conseqüentemente, à produção de descendência

heterozigota (híbrida).

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Formação do tubo polínico

Ao cair no estigma, o grão de pólen ganha água e germina dando origem

ao tubo polínico. O grão de pólen apresenta, em seu interior, a célula geradora

e a célula do tubo (ou célula vegetativa). Em algumas angiospermas, ocorre a

divisão da célula geradora ainda dentro do microsporângio (saco polínico),

condição considerada mais evoluída. Em outras, o grão de pólen retoma o seu

desenvolvimento apenas no estigma, apresentando um alongamento da célula do

tubo, formando o tubo polínico que cresce através do estilete, em direção ao

ovário quimiotropicamente. No ovário, atinge o óvulo e penetra-o, algo comum de

ocorrer pela micrópila – porogamia. Também pode atingir por outro local que não

a micrópila – aporogamia.

Fecundação ou Singamia

No óvulo, o tubo polínico atravessa o aparelho filiforme (projeções da

parede da sinérgide no lado micropilar) de uma das sinérgides, que têm por

função receber o tubo polínico. A membrana plasmática da sinérgide que recebeu

o tubo degenera e um dos gametas entra em contato com a membrana

plasmática da oosfera e o outro com a da célula mediana. Após a fusão das

membranas plasmáticas, os núcleos gaméticos são levados pela corrente

citoplasmática em direção ao núcleo da oosfera ou da célula mediana. A fusão de

um dos pró-núcleos do gameta masculino com o pró-núcleo da oosfera resulta no

zigoto (2n), que, por divisões mitóticas, originará o embrião. O outro gameta

masculino funde-se aos núcleos polares formando o núcleo endospermático

primário, que é triplóide (3n) e, por divisões sucessivas dará origem ao

endosperma secundário. Após a fecundação, as antípodas degeneram. Portanto,

existem dois gametas masculinos: um se funde com o gameta feminino (oosfera)

dando origem ao embrião (diplóide), que representa o início de uma nova geração

esporofítica e o outro se funde com a célula média (binucleada, núcleos polares),

dando origem ao endosperma (3n) ou xenófito, geração exclusiva das

Angiospermas que irá nutrir o embrião até a germinação da semente.. Por este

motivo, esta planta apresenta a chamada dupla fecundação. Após a fecundação,

o óvulo transforma-se em semente.

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Atividade

Os agentes polinizadores das angiospermas são diversos. Pesquise e

discorra sobre os mais importantes.

Procure por meio de pessoas da sua convivência, em alguma

Cooperativa da sua região, trabalhadores da lavoura, profissionais do meio

agrícola, geólogos, entre outros, conhecerem os benefícios e prejuízos tidos

nos ecossistemas a partir de práticas na agricultura moderna. Estas

técnicas simplificam os habitats naturais, afetando a polinização e em

consequência, a economia e os aspectos biológicos do meio.

Em virtude da diminuição de agentes polinizadores exóticos, por ação

antrópica, os ecossistemas afetados provocam mudanças no ambiente.

Quais são estas mudanças e prejuízos?

Se a polinização é tão importante para a produção de plantas

cultivadas porque, no Brasil, a atenção dos agricultores e de profissionais

relacionados a essa atividade não está voltada para ela?

O desenvolvimento cultural da criança aparece primeiro no nível social e

depois no nível individual Entre as pessoas (interpsicológica) e depois no interior

da criança (intrapsicológica), idêntico ao desenvolvimento cultural do aluno, onde

sua aprendizagem ocorre mediante o processo de relação com o professor ou

com outros alunos mais adiantados em relação ao conhecimento.

Isto significa que os processos psíquicos, ”a aprendizagem entre eles”,

ocorre por assimilações de ações exteriores, interiorizações desenvolvidas

através da linguagem interna que permite formar abstrações.

Deduz-se que para Vygotsky, a finalidade da aprendizagem é a

assimilação consciente do mundo físico mediante a interiorização gradual de atos

externos e suas transformações em ações mentais, ou seja, a aprendizagem se

produz pelo constante diálogo entre o exterior e interior do indivíduo, uma vez que

para formar ações mentais tem que partir das trocas com o mundo externo, cuja

interiorização surge da capacidade que as atividades abstratas venham permitir

elevar a cabo ações externas.

Pensa-se assim, que o processo da aprendizagem se desenvolve do

concreto (segundo as variáveis externas) à abstrata (as ações mentais), com

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diferentes formas de manifestações, tanto intelectual, verbal e em diversos graus

de generalizações e assimilações.

Na abordagem de Vygotsky, a explicação das mudanças de ordem

qualitativa ocorre ao longo da gênese de certas funções, assim como, no estudo

da linguagem da formação de conceitos; não se tem estágios de desenvolvimento

sobre o surgimento e desenvolvimento das funções psíquicas através de

acumulação de processos elementares, não se questiona o fato de que todos os

indivíduos tenham uma capacidade de aprendizagem que, inicialmente, está

condicionada pelo nível de desenvolvimento alcançado.

Levando em consideração que os conceitos cotidianos são aprendidos

assistematicamente, eles dispensam a necessidade da escola para a sua

formulação, enquanto que os conceitos científicos, constituído por um sistema

hierárquico de inter-relação, são os conceitos aprendidos na escola.

Sistematicamente, dizemos, que ainda que a criança não consiga formular

conceitos (pseudos conceitos), o pensamento ocorre por cadeia e de natureza

factual e concreta, orientada pela semelhança concreta visual, formando apenas

um complexo associativo restrito a um determinado tipo de conexão perceptual.

Após, forma conceitos por atividade complexa e abstrata, fazendo uso do

signo, ou palavra, como meio de condução das operações mentais.

A atividade acima demonstra a necessidade de intervenção constante do

professor (mediação), considerando que mesmo no Ensino Médio, para o aluno, a

POLINIZAÇÃO é apenas o transporte dos grãos de pólen (gametas masculinos)

de uma flor para o estigma (parte feminina) de outra flor, resultando em frutos de

melhor qualidade e com maior número de sementes, sem outras implicações.

Percebe-se serem conhecimentos espontâneos da sua vivência, pois o aluno

ainda não consegue, na maioria das vezes, deduzir a importância que a

polinização causa como impacto na biodiversidade de áreas naturais,

principalmente das que fazem parte da sua região.

De acordo com a abordagem da Teoria Histórico-Cultural o conhecimento

dos alunos deve ir além das suas capacidades imediatas, por meio do

desenvolvimento e da complexidade da construção de conceitos científicos,

implicando a ZDP e as funções mentais superiores. Portanto, ao apresentar o

conteúdo, o professor por diferentes instrumentos e estratégias deve apresentar a

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diversidade de espécies vegetais, iniciando pelas nossas matas (castanha do

Brasil, guaraná, açaí, cupuaçu, sapucaia, mogno entre centenas de outras). Estas

dependem da polinização para produzir os seus frutos, bem como dos insetos e

animais (agentes polinizadores) que prestam serviço ambiental na produtividade

dos cultivos agroflorestais e estufas manejadas. São as vantagens econômicas

que podem ser melhoradas por meio da discussão de metodologias que visem à

avaliação e o monitoramento do declínio dos polinizadores, num país tão grande e

diverso como o nosso.

Como se vê, no processo de formação conceitual, a palavra é parte

fundamental e o seu significado sofre uma evolução não se encerrando com o ato

de sua simples aprendizagem: é apenas um começo. Podemos atribuir a uma

palavra (polinização) um significado rudimentar ou alcançar significados mais

elaborados de categorização e generalização - caso dos conceitos científicos, um

processo que possui um caráter produtivo e não reprodutivo.

Um conceito não se origina do estabelecimento de relações mecânicas

entre a palavra e o objeto: a memorização da palavra e sua relação com o objeto

não conduzem a uma formação conceitual, é o desenvolvimento dos processos

que dão origem a essa formação. Através da base psicológica está a

possibilidade da formação conceitual, cujo amadurecimento ocorre somente na

adolescência.

A formação conceitual sempre é o resultado de uma intensa e complexa

operação com a palavra ou o signo, com a participação de todas as funções

intelectuais básicas, o que geralmente, acontece na escola.

Complementando os seus conhecimentos utilize os endereços abaixo

para pesquisar e responder as questões solicitadas. (acesso de janeiro a

julho de 2009).

www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/.../morfvegetalorgaFECUNDACAO.pdf

www.aultimaarcadenoe.com/biologia7g.htm

www.politika1.blogspot.com/2007/12/o-fim-est-prximo.html

www.webbee.org.br/bpi/pdfs/cop_6_port.pdf

http://br/estagio_docencia/EduardoGasparino.pdf

http://www.webbee.org.br/pesquisa/palinologia.pdf

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Após as leituras e os conhecimentos adquiridos sobre as plantas,

(reprodução, polinização, entre outras informações), vamos ao laboratório

para analisar grãos de pólen, retirado de flores coletadas sob a orientação

do professor.

ENCAMINHAMENTO DA PROPOSTA: Retire os grãos de pólen com a

ajuda de um pincel, isoladamente, flor a flor, colocando-os sobre uma Placa

de Petri, com água. Com um conta-gotas, retire as amostras e coloque-as

sobre uma lâmina. Cubra com lamínula e observe no microscópio as

diferentes formas dos grãos. Após, observe-os secos e compare-os.

De acordo com as observações, desenhe o que vê e anote o que

achar interessante, socializando com os demais alunos, para saber se há

semelhança entre a compreensão da maioria.

A escola deve deslocar o aluno das situações cotidianas e das informações

perceptuais imediatas do senso comum, para um pensamento distinto do

pensamento cotidiano, o que pode ser feito por meio de práticas em laboratório,

proporcionando referências às características da ciência.

Segundo OLIVEIRA (2005),

As disciplinas científicas trabalham com a construção de categorias formalizadas de organização de seus objetos e com processos deliberados de generalização, buscando leis e princípios universais, estruturados em sistemas teóricos com clara articulação interna. A predição e o controle são objetivos explícitos do empreendimento científico, o que envolve tanto a criação de instrumentos e artefatos e tecnologia, como a produção de conhecimento sem aplicabilidade imediata, visando descrever e explicar os fenômenos que constituem objetos de conhecimento para os seres humanos (p. 72).

Para facilitar o entendimento de sua experiência e enriquecê-la com

novos dados, consulte os sites recomendados a seguir. Eles contribuem para que

você obtenha informações interessantes a respeito do assunto.

Agora, vamos ao Laboratório.

As unidades de medida mais utilizadas para células são: µm (micrômetro) = 0,001 mm (1 milésimo de milímetro); nm (nanômetro) = 0,000 001 mm (1 milionésimo de milímetro); Å (Ångström) = 0,000 000 1 mm (1 décimo milionésimo de milímetro).

Agora, vamos ao Laboratório.

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www.universitario.com.br/celo/topicos/subtopicos/botanica/anatomia_vegetal/flor/fl

or.html acesso em 23/03/08

www.colegiosantarosadelima.com.br/index.php?option=com_docman&task=doc_d

ownload&gid=60 acesso em 23/03/08

www.exames.org/.../biogeo_resumo_biologia_ano1_fernando_nunes.doc acesso

em 03/08/09

OS AGENTES POLINIZADORES (VISITANTES FLORAIS)

As abelhas representam o grupo de animais extremamente importante pelo

enorme número de espécies de plantas polinizadas, constando, que a família

mais moderna, existe pelo menos 80 milhões de anos. Vivem do néctar, tanto

machos como fêmeas, coletando pólen e néctar por pêlos e outras estruturas

(partes bucais) adaptadas especialmente para a coleta e transporte dos mesmos.

Exemplo: As abelhas mamangavas (gênero Bombus) são abelhas sociais,

vivendo em colônias.

Visite os sites

http://www.youtube.com/watch?v=Jf7WL0Mgil0

www.webbee.org.br/didatico/sociais.swf

As Apis mellifera (abelhas de mel ou Europa) são

dotadas de um sistema de comunicação complexo e preciso

entre os animais. Em 1788, Ernst Spitzner já havia relatado

a existência de movimentos especiais (danças) de algumas

abelhas no favo, porém desconhecia o significado, o qual se

deu a partir de 1920, em Luz am See, na Áustria, quando

Karl von Frisch demonstrou experimentalmente, que as abelhas campeiras, após

localizarem uma fonte de alimento, retornam à colméia e informam às

companheiras, com grande precisão, onde se encontra a fonte de alimento (von

Frisch, 1953).

São três os tipos de danças: “dança em círculo”, “dança em foice” e “dança

do requebrado” (von Frisch & Lindauer, 1956). Quando a fonte de alimento se

encontra a pequenas distâncias da colméia é a dança em círculo, em grandes

distâncias é a dança do requebrado, e a distâncias intermediárias é a dança em

foice.

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A abelha utiliza o sol como sua bússola, sendo extremamente importante

sua localização para que seja informado o local da fonte de alimento (árvore com

flores).

Na “dança do requebrado” a abelha, após chegar da fonte de alimento se

comunica com as companheiras no favo, oferecendo alimento trofalaxis:

mecanismo pelo qual formigas abelhas ou outros insetos sociais alimentam-se um

ou outro. Esta transferência é uma alimentação de boca em boca. Os aparelhos

bucais dos insetos fazem contato com o inimigo e há transferência entre os

nutrientes e substâncias de reconhecimento, como os feromônios, onde a seguir,

executam movimentos rítmicos do abdômen. A direção em que à dança é feita no

favo, em relação ao fio de prumo, fornece um ângulo que corresponde

exatamente ao ângulo formado entre a fonte de alimento (árvore com flor),

posição do sol e colméia. À medida que o sol se movimenta a abelha corrige o

ângulo correspondente. Se o ângulo era 45 graus a direita do fio de prumo, se

orientam com ângulo de 45 graus à direita do sol para localizar o alimento. A

distância é informada pelo som produzido pelas vibrações do abdômen. Ao se

aproximarem da flor, usam as células sensoriais (sensillas) localizadas nas suas

antenas para captar os sinais químicos ou cheiros.

A vida das abelhas é tão fascinante, que desde o início da civilização entre

os gregos e egípcios, há mais de 500 anos antes de Cristo, era considerado

como o “Símbolo do bem estar”.

No caso das abelhas pertencentes à ordem dos Hymenóptera, surgida a

mais de 50 milhões de anos nas civilizações gregas e egípcias, a comunicação é

complexa. De acordo com a evolução social do grupo, trocam ou transferem

Figura publicada por Gonçalves, 1972

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mensagens ou informações através de código antecipado de sinais físicos,

químicos, biológicos ou por combinação de todos eles, “base da linguagem usada

na comunicação”, apresentada sob

forma de reações do organismo,

movimentos e produção de

substâncias “feromônios”, entre

outros.

À esquerda o mais antigo fóssil do ancestral das abelhas, o “Electrapis”

encontrado em âmbar (resina). À direita um fóssil de abelhas onde se vê

claramente as partes do corpo da abelha e em destaque a corbícula (cesta onde

se deposita o pólen) na pata (Fotos publicadas em Ruttner, 1992).

Visite o site:

www.apacame.org.br/mensagemdoce/71/artigo2.htm acesso 22/06/08

Para complementar seus conhecimentos sobre polinização, visite ainda:

http://www.youtube.com/watch?v=zFnWhAyJi40 (polinização de maracujá) acesso

julho de 2009

http://www.youtube.com/watch?v=UrX4SnjDMJ8 (polinização em orquídeas) acesso

agosto de 2009

http://www.youtube.com/watch?v=UyFJzfRSbVA (polinização por abelhas) acesso

agosto de 2009

Atividade:

CONSTRUÇÃO DE PAINEL (ação desenvolvida individualmente)

Muitas plantas que cultivamos, e, sobretudo as árvores frutíferas

como a macieira, a parreira, a ameixeira, etc, dependem dos insetos para a

sua polinização, principalmente das abelhas.

Partindo desta importância, mostre as diferenças existentes entre a

rainha, o zangão e a operária, sabendo, que seus órgãos sensoriais e

funções dentro da colméia, permitem a polinização.

Por meio de desenho da morfologia externa da abelha, anote cada

parte, principalmente aquelas que estão ligadas à polinização.

Exponha o desenho em painel e compartilhe o seu trabalho com os de

seus colegas, identificando entre eles, quais as espécies de abelhas foram

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pesquisadas e, principalmente, as mais importantes nas diferentes regiões

do país.

Após, socializem os resultados e finalizem num só painel os dados

mais interessantes e significativos.

A apropriação da cultura só acontece pela participação, por meio de

gestos, palavras e ações com significação para o outro e que, posteriormente,

terão significação para a própria criança. Após, essa presença tornam-se

implícita, sob a forma de livros, filmes, músicas, desenhos, atividades

compartilhadas etc.

Pino (2005:53), afirma que “a humanização do indivíduo confunde-se com

o processo de apropriação dessa cultura”. A escola apresenta-se como local

privilegiado para que aconteça esta apropriação e, o professor, como singular

agente mediador deste processo.

É importante compreender isso como referencial teórico, envolvendo as

diferentes linguagens artísticas, produções escritas, entre outras atividades

criativas, que envolvam a arte, a estética e a fruição como lugares pelos qual o

docente precisa transitar, inclusive, na Biologia, também um campo da cultura.

Valorizar as atividades e manifestações trazidas pelos alunos para a sala

de aula é condição fundamental para que estes respeitem e abra-se para

apreender conteúdos diversos daqueles presentes em seu dia-a-dia.

A Teoria Histórico Cultural considera que a atividade prática se constitui na

unidade básica para se estudar os processos psicológicos e a aprendizagem é

uma aquisição de habilidades especializadas para o pensamento, que não deve

ser entendido apenas como sendo uma característica pessoal do estudante, mas

sim como uma característica do estudante interagindo com outros e com seu

professor, em atividades de instrução socialmente organizadas.

Para facilitar a sua pesquisa, além dos livros, utilize os sites abaixo.

sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/morfologia.htm

acesso 27/03/09

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portalsaofrancisco.com.br/alfa/voce-quis-dizer/temas.php?chave=Anatomia acesso

27/03/09

www.faunabrasil.com.br/sistema/modules/myalbum/photo.php?lid=79&cid acesso

27/03/09

pt.wikipedia.org/wiki/Abelha acesso 28/03/09.

A Química dos perfumes e das cores na relação entre flores e

insetos.

Perfume: origem latina per “através” fumum “ fumaça”

Vamos imaginar a redondeza de uma colméia na primavera. Vários tipos

de flores produzindo néctar em diferentes concentrações. Quanto mais rico e

doce o fluxo, mais vibrante a dança das abelhas, pois, com o melhor néctar

transmitirão fragrâncias específicas e mais procuradas, revelando um novo

significado biológico da fragrância da flor e a sua rigorosa diversidade e

especificidade, em cada espécie. É uma nova linhagem vislumbrando um aroma

atrativo.

Assim, durante a evolução, as plantas pela atração dos animais

continuam o processo da reprodução (nos ritos da polinização) e com o auxílio

das cores das flores e frutos, auxiliam na dispersão das sementes, sob o

gerenciamento do código genético.

As cores resultam da absorção da radiação solar por substâncias

produzidas pelas plantas.

Flores polinizadas por besouros possuem cores pouco vistosa e tem

forte odor, exemplo: magnólias, lírios, papoulas, rosas selvagens, erva-doce,

etc.

As abelhas polinizam flores azuis ou amarelas, na maioria das vezes

para se alimentarem. Flores que co-evoluiram com as abelhas, possuem cores

vivas, com padrões distintos, reconhecidos facilmente, entre eles, os guia de

néctar (marcas indicando o nectário).

Flores mais evoluídas, como as orquídeas, formam armadilhas

complexas forçando as abelhas a fazerem visitas através de rota específica,

entrando e saindo da flor, onde os estigmas e anteras fazem contato com o corpo

da abelha, favorecendo a polinização.

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Bizarra é a polinização das orquídeas do gênero Ophrys; a flor se

assemelha a fêmea de abelhas, vespas ou moscas. Na primavera, os machos

tentam copular com as flores e, durante a visita sexual, uma polínia (massa

cerosa constituída por grãos de pólen, mais substância viscosa e

transparente, presente nos estames e estigma de algumas flores) depositada

no corpo do inseto é capturada durante a visita em outra flor da mesma espécie,

realizando a polinização.

Mariposas e borboletas visitam flores que possuem o tubo da corola

grande, elas são vistas em tons avermelhado e alaranjado. Os nectários ficam na

base do tubo da corola, acessível somente às peças bucais sugadoras destes

animais.

As aves visitam frequentemente, flores vermelhas e sem odor,

produzindo grande quantidade de néctar, do qual se alimentam (em geral de

maracujazeiros, cactos, bananeiras e orquídeas), com grandes inflorescências,

característica associada ao estímulo visual e a capacidade de reter grande

quantidade de néctar.

Morcegos polinizam flores pouco vistosas e de forte odor, com grandes

quantidades de néctar.

Os morcegos voam de árvore para árvore se alimentando de pólen e

outras partes florais, em pelo menos 130 gêneros de angiospermas, entre elas,

bananeiras, mangueiras, kapok e sisal.

Plantas polinizadas pelo vento são pouco vistosas, sem odor e não

produzem néctar, caso das gramíneas, carvalhos, salgueiro, entre outras.

Flores polinizadas pela água vivem em ambientes marinhos ou de água-

doce, sendo o pólen transportado sob a água ou flutua de uma planta à outra na

superfície.

Algumas substâncias químicas (pigmentos), responsáveis pela cor

das flores.

Flavonas, responsável pela cor branca e creme - 95% das espécies de

flores.

Carotenóides, responsável pela cor amarela.

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Pelargonidina e cianidina+carotenóide, responsável pela cor

escarlate, ex. Salvia - Tulipa.

Cianidina sobre carotenóide, responsável pela cor marrom, ex.

Orquídias.

Peonidina, responsável pela cor rosa, ex. Peônia, Rosa rugosa.

Delfinidina, responsável pela cor violeta, ex. Verbena.

Delfinidina em alta concentração, responsável pela cor preta

(púrpura), ex. Tulipa negra.

Clorofila, responsável pela cor verde, ex. Heleleborus.

(Fonte Harborne, J. B. http:// www.geoc/ acesso 12/08/09)

As cores são características importantes das angiospermas, inclusive,

servindo para o seu reconhecimento.

As cores evoluíram em diferentes tipos de flores em associação com os

sistemas de polinização, como sinais para tipos determinados de animais.

Todas as cores das flores possuem um pequeno número de pigmentos, os

mais importantes os flavonóides, ocorrendo em todas as angiospermas e

esporadicamente em outros grupos de plantas.

Atividade

Explique as questões abaixo:

Por que orquídeas clorofiladas mostram diferentes concentrações

desse importante pigmento, conferindo as flores variadas tonalidades de

verde?

Do ponto de vista químico, os flavonóides são fenóis, ácidos, reativos

e facilmente oxidáveis formando polímeros escuros. Ao cortamos partes de

uma planta, o escurecimento do tecido cortado é devido a essa oxidação. As

cores do vermelho a púrpura e ao azul, são na maioria devido à antocianina.

A coloração dos pigmentos é estável nas plantas por alguns dias e até por

um mês; entretanto, quando extraídas, as antocianinas são instáveis e de

imediato perdem a cor (pela hidratação) em uma solução aquosa neutra.

Que fatores predominam em certas flores para que elas sejam albas

(brancas)?

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Explique o fenômeno chamado co-pigmentação, dando exemplos.

Nessa atividade, os alunos devem perceber as complexas relações

estabelecidas entre animais e vegetais e, para realizá-la, por mediação do

professor, precisam rever seus conhecimentos em Química. Esse momento

ressalta a importância do trabalho interdisciplinar, pois ele possibilitará o

aprofundamento e a compreensão da relação existente entre teoria e prática para

uma formação científica, crítica, criativa e responsável mediante o grande desafio,

tanto no plano ontológico quanto no plano epistemológico.

A interdisciplinaridade pressupõe a complementaridade dos processos, na

necessidade das relações, no diálogo, na problematização, na atitude reflexiva,

na visão articuladora que rompe com o pensamento disciplinar, parcelado,

hierárquico, fragmentado, dicotomizado - concepção cartesiana de mundo.

As aprendizagens necessárias aos estudantes e educadores são aquelas

que problematizam, desvendam enquanto verdade absoluta coloca a escola em

movimento, entendendo que é na sala de aula que as relações intervêm no

processo de construção e organização do conhecimento de forma múltipla, já que

ocorrem entre professores, alunos e objetos de estudo.

Nesse complexo, o enfoque interdisciplinar possibilita o aprofundamento da

compreensão da relação entre o sujeito e a sua realidade mais ampla, auxilia os

alunos na compreensão das complexas redes conceituais, possibilita maior

significado e sentido aos conteúdos da aprendizagem.

Como diz Olga Pombo (2004, p.10),

Trata-se de reconhecer que determinadas investigações reclamam a sua

própria abertura para conhecimentos que pertencem, tradicionalmente,

ao domínio de outras disciplinas e que só essa abertura permite aceder a

camadas mais profundas da realidade que se quer estudar. Estamos

perante transformações epistemológicas muito profundas. É como se o

próprio mundo resistisse ao seu retalhamento disciplinar. A ciência

começa a aparecer como um processo que exige também um olhar

transversal.

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Para Paulo Freire (1987),

A interdisciplinaridade é o processo metodológico de construção do

conhecimento pelo sujeito com base em sua relação com o contexto,

com a realidade, com sua cultura. Busca-se a expressão dessa

interdisciplinaridade pela caracterização de dois movimentos dialéticos: a

problematização da situação, pela qual se desvela a realidade e a

sistematização dos conhecimentos de forma integrada.

Visite os sites

http://guiadetudo.wordpress.com/.../pigmentos-que-ha-nas-plantas

www.feiradeciencias.com.br/sala09/09_04.asp

www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/.../apredendo.html

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