da escola pÚblica paranaense 2009 - operação de ... · a excessiva utilização pelo homem dos...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDSUPERIENTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDEUNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE GUARAPUAVA
BERENICE APARECIDA DOS SANTOS
COMO A QUÍMICA EM NOSSA CASA PODE MODIFICAR O MEIO AMBIENTE
GUARAPUAVA
2010
1
PRODUÇÃO PEDAGÓGICA ÁREA DE CONHECIMENTO: QUÍMICA
BERENICE APARECIDA DOS SANTOS
COMO A QUÍMICA EM NOSSA CASA PODE MODIFICARO MEIO AMBIENTE
Produção Pedagógica a ser desenvolvido de acordo com as atividades previstas no Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola- 2009, em conformidade com as orientações da Coordenação do Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE/SEED, sob a orientação da professora da IES-UNICENTRO-Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava – PR.
Orientador: ProfA Dra Neide Hiroko Takata.
GUARAPUAVA
2010
2
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÂO Superintendência da Educação
Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES PDE 2009
1. IDENTIFICAÇÃO
a) INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste
b) PROFESSOR ORIENTADOR DA IES: Profª Drª Neide Hiroko Takata.
c) PROFESSOR PDE: BERENICE APARECIDA DOS SANTOS
d) NRE: GUARAPUAVA
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DEDICATÓRIA
“Repare que o amanhã é você ontem, então fortalecer a visão da Responsabilidade Socioambiental requer inspiração e sabedoria, importantes virtudes para a vida”. (Berenice Ap. Dos santos)
Dedico:
A Deus em primeiro lugar, por conduzir todos os meus passos e por me
capacitar para realizar este trabalho conduzindo às pessoas a melhores condições
de vida digna, feliz, expressando alegria e prazer na condição de ser humano.
Ao Paulo pelo amor, dedicação, apoio e compreensão nos momentos
difíceis, foi meu porto seguro, e as filhas Mariana e Ana Carolina, parceiras em tudo,
amor incondicional, em todos os momentos, para que se lembre que toda vitória
exige esforço, dedicação de corpo e mente, que tudo vale apena quando alma não é
pequena.
Aqueles que ousam, experimentam, motivam e buscam incansavelmente sair
do trivial, fazendo a diferença com a construção de um ensino, imprimindo caráter e
rigor científico, ao mesmo tempo lúdico, prazeroso, com o encantamento do
conhecimento,.
Em especial a minha orientadora que com toda sua dedicação ao trabalho,
sempre estava pronta a ajudar de forma pedagógica, contribuindo assim a todos os
questionamentos , interagindo de forma integral e participativa durante todo o
processo PDE, colocando sempre a importância da química em nossa vida.
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SUMÁRIO
IDENTIFICAÇÃO 3DEDICATÓRIA 4FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6TEMA 1 13
• POLÍMEROS 13• CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 18• MÉTODO EXPERIMENTAL 19
LEITURA COMPLEMENTAR 22• SACOLAS OXI - BIODEGRADÁVEIS 22
TEMA 2 24• PILHAS E BATERIAS 24• CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 45• QUESTÕES PARA PESQUISA E DISCUSSÃO 45
LEITURA COMPLEMENTAR 47• PILHAS: ONDE ESTÁ O PERIGO? 47
TEMA 3 49• LIXO DOMICILIAR 49• CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 51• MÉTODO EXPERIMENTAL 52
LEITURA COMPLEMENTAR 54• O LIXO QUE NÃO É LIXO,É RECICLÁVEL OU NÃO RECICLÁVEL 54
TEMA 4 60• LÂMPADAS FLUORESCENTES 60• CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS 65• QUESTÕES PARA PESQUISA E DISCUSSÃO 65
LEITURA COMPLEMENTAR 66• BRASIL QUER ACABAR COM LÂMPADAS INCANDESCENTES 62
TEMA 5 73• ÓLEO COMESTÍVEL 73• CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS 82• MÉTODO EXPERIMENTAL 83
LEITURA COMPLEMENTAR 86• GORDURA TRANS OU ÁCIDOS GORDUROSOS TRANS 86
REFERÊNCIAS 87
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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O enfoque ambiental tem sido tema de grande interesse nas discussões
mundiais sobre mudança climática , porque o mesmo influi em praticamente todos os
aspectos da vida do homem, como plantio, lazer, exploração de recursos naturais e a
própria continuidade da vida.
“Num prazo muito curto – e que se torna sempre mais curto – são
dilapidados patrimônios formados lentamente no decorrer dos tempos geológicos e
biológicos, cujos processos não voltarão mais. Os recursos consumidos e esgotados
não se recriarão. O desequilíbrio ecológico acentua-se a cada dia que passa” ( EDIL
MILARÉ, 2001, p . 38 ).
As instituições públicas, órgãos governamentais, empresários, industriais e até
mesmo proprietários rurais estão preocupados com a preservação do meio ambiente,
promovendo políticas de conservação ambiental, com a conscientização de seus
funcionários. Como se não bastasse, há uma infinidade de ONGs - Organizações
Não Governamentais centradas em um ambiente saudável com adoção de projetos
e medidas em caráter de urgência para resguardar um futuro ecologicamente
equilibrado.
Segundo Graeml (2006, p.123)
Ao inserir a variável ambiental em sua empresa, o empreendedor terá todas as condições objetivas para o sucesso ambiental de seu empreendimento, o que contribuirá para a conquista de mercados e clientes que exigem um novo relacionamento do ser humano com ambiente, em busca da melhoria da
qualidade de vida e de um planeta sustentável.
A excessiva utilização pelo homem dos recursos naturais, renováveis e não
renováveis e o descarte de resíduos destes recursos sem a devida responsabilidade
ambiental traduz em efeito estufa, aquecimento global, desmatamento de florestas,
poluição das águas e solos.
A Gestão Ambiental é formada por boas práticas pelas quais as empresas,
entidades educacionais busquem melhorar seus processos na tentativa de minimizar
os impactos causados ao ambiente por suas atividades.
Neste contexto, surge o conceito de sustentabilidade, definido em 1987 pelo
Relatório Brundtland elaborado pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e 6
Desenvolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas), da seguinte maneira:
"Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente
sem comprometer a possibilidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias
necessidades".
Esse conceito apoia-se no tripé: atividade econômica, meio ambiente e bem-
estar da comunidade. A ideia do desenvolvimento sustentável é promover a harmonia
entre essas partes para melhorar a qualidade de vida das populações, equilibrar o
desenvolvimento socioeconômico entre os países, preservar e conservar o meio
ambiente e controlar recursos naturais essenciais, como água e alimentos.
Desde a década de 50 nos países desenvolvidos a questão ambiental
preocupava os ambientalistas visto que o conceito de sustentabilidade ligado à
preservação do meio ambiente é uma ideia recente, pois o fato é que a partir desta
época ficaram evidentes, o crescimento econômico e a industrialização pois
causavam ao meio ambiente,as dificuldades de manter o desenvolvimento de uma
nação pois começaria o esgotamento dos recursos naturais.
Na teoria econômica clássica a ideia de sustentabilidade se relacionava com
a expansão de um setor moderno, representado pela indústria e os serviços, que
englobasse os setores mais tradicionais, como a agricultura. Assim, de acordo com
Rostow (1963), "os surtos esporádicos de crescimentos seriam substituídos por uma
capacidade de acumulação endogeneizada através da consolidação de uma indústria
pesada, capaz de garantir internamente sua reprodução ampliada” (EGLER, 1993).
Este sistema seria garantido por uma crescente participação das poupanças
voluntárias na renda nacional. Com a expansão dos movimentos ambientalistas
tratou-se de definir desenvolvimento sustentável como a interação de crescimento
econômico e conservação da natureza (PROJETO ÁRIDAS, 1995).
Partindo da noção básica de desenvolvimento, qual seja: "A combinação da
expansão econômica persistente (crescimento) com a ampla difusão dos benefícios
deste crescimento entre a população". (GOMES,1995) formula uma definição
moderna e atual que combina desenvolvimento e sustentabilidade ecológica. Assim,
desenvolvimento sustentável pressupõe a expansão econômica permanente, com
melhorias nos indicadores sociais e a preservação ambiental.
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No caso específico do trabalho a ser desenvolvido com alunos do Ensino
Médio Profissionalizante – Curso do Meio Ambiente, inicialmente será enfatizado a
importância de conscientizá-los a respeito da questão ambiental na atualidade, para
propor um trabalho coerente com a realidade local, bem como de acordo com os
recursos disponíveis.
A disciplina de Química, observa-se que muitos produtos/objetos
considerados descartáveis pela sociedade de consumo são passíveis de reciclagem,
ou ainda para produzir novos produtos. E isto é de extrema necessidade
considerando o quadro atual de nosso meio ambiente, pois tais materiais para se
reintegrar ao meio ambiente demoram muitos anos, até mesmo séculos, provocando
risco de vivermos num lixão em breve se não for tomada a devida providência, e esta
que não cabe somente ao pode público, mas a todo cidadão consciente de seu
papel neste contexto.
Responsabilidade Ambiental
A questão do lixo é encarada como um excelente instrumento de educação
ambiental, por fazer parte do cotidiano de cada um de nós.
A responsabilidade por um Meio Ambiente equilibrado não é papel somente
do Poder Público ou das empresas, unicamente, mas de cada cidadão. As ações têm
que partir de cada pessoa, e vão das ações mais simples às mais complexas, tendo
em vista melhores resultados na qualidade de vida das pessoas.
Segundo Rodrigues; Cavinatto (1997, p.8) :
A palavra Lixo, deriva do termo latim lix, significa “cinza”. No dicionário, ela é definida como sujeira, imundície, coisa ou coisas inúteis, velhas sem valor. Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo de resíduo sólido e é representado por matérias descartadas pelas atividades humanas. Gerenciar lixo, na concepção da palavra significa cuidar dele do berço ao túmulo. Esta expressão, “do berço ao túmulo”, define muito bem como deve ser o gerenciamento do lixo nos dias de hoje: desde sua geração, seleção e disposição.
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No enfoque de GRIPPI (2001 p.1) ao verificar fatos da história, nos
encontramos hoje em uma situação sem precedentes com relação ao lixo: nossos
espaços de reserva estão diminuindo e a Terra parece que está se tornando pequena
demais para a crescente população mundial. A pressão do homem sobre a Terra é
cada vez maior, causando desequilíbrio em seus ecossistemas, afetando até mesmo
a biodiversidade das espécies. A falta de avaliação de impactos ambientais para a
instalação de aterros contribui e omite este grave problema.
“Vi ontem um bicho, na imundície do pátio, catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa, não examinava nem cheirava: engolia com
voracidade. O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato. O bicho, meu
Deus, era um homem”(Manuel Bandeira,1948)
Portanto, a ideia do papel da Educação Ambiental na sociedade e em um
contexto histórico-cultural determinado, será privilegiado neste projeto, ao contrário
de uma visão conservadora baseada na mera transmissão de conteúdos
descontextualizados (CASTRO 2000 p.16):
A educação ambiental, através de sua especificidade, ou seja, de sua preocupação com a situação geral (mundial) e particular (regional, local), atende e retoma as finalidades amplas da educação. Devemos relembrar que integram essa especificidade o atendimento de fatores que interferem nos problemas ambientais, sob aspectos econômicos, sociais, políticos e ecológicos: a aquisição de conhecimento, de valores, de atitude, de compromisso e de habilidade necessários para a proteção de conduta orientada para a preservação e melhoria da qualidade do meio ambiente. (CASTRO E SPAZZIANI,1998, p. 195-6)
Até hoje, no Brasil, a maior parte dos resíduos recolhidos nos centros
urbanos é simplesmente jogada sem qualquer cuidado em depósitos existente nas
periferias das cidades conforme RODRIGUES; CAVINATTO (1997, p 10).
Embora as perspectivas dos seres humanos variam no espaço e no tempo, todo interesse humano se localiza em algum ponto no gráfico do espaço-tempo. A maioria da população mundial preocupa-se com questão que afetam somente a família ou os amigos, em períodos curtos de tempo. Outros olham mais á frente, ou tem visão mais ampla - uma cidade ou nação. Apenas muito poucas pessoas têm uma perspectiva global que se projeta em um futuro distante.
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Na visão de RICHTER (1999 p.32) a contribuição que será dada está no
âmbito do trabalho educativo e informativo, conforme discorremos na metodologia, a
profundidade e consolidação das mudanças necessitam vir através da educação.
MÉTODOS QUE PROPICIEM O ENTENDIMENTO ACERCA DO PROBLEMA AMBIENTAL
As Diretrizes Curriculares(DCE) propõem uma prática pedagógica que leve à
integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico. Para isso é
necessário superar práticas pedagógicas centradas num único método e baseadas
em aulas de laboratório (KRASILCHIK, 1987) que visam tão somente a comprovação
de teorias e leis apresentadas previamente aos alunos.
Ainda conforme as Diretrizes Curriculares, ao selecionar os conteúdos para a
disciplina de Química, o professor deverá organizar o trabalho docente tendo como
referências: o tempo disponível para o trabalho pedagógico (horas/aula semanais); o
Projeto Político Pedagógico da escola, os interesses da realidade local e regional
onde a escola está inserida, a análise crítica dos livros didáticos de Química
disponíveis e informações atualizadas sobre os avanços da produção científica.
Na organização do plano de trabalho docente espera-se que o professor reflita
a respeito das relações a serem estabelecidas entre os conteúdos,os recursos
pedagógicos disponíveis,e as estratégias de ensino.
Para isso é necessário que os conteúdos específicos de Química: sejam
entendidos em sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em áreas
de conhecimento físico, químico e biológico; e estabeleçam relações
interdisciplinares, envolvendo contextos tecnológico, social, cultural, ético e político.
O professor, como responsável pela mediação entre o conhecimento
científico escolar representado por conceitos e modelos e as concepções alternativas
dos estudantes, deve lançar mão de encaminhamentos metodológicos que utilizem
recursos diversos, planejados com antecedência, para assegurar a interatividade no
processo ensino-aprendizagem e a construção de conceitos de forma significativa
para os estudantes.
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Diante da importância da organização do plano de trabalho docente e da
existência de várias estratégias a serem utilizadas em aula, entende-se que a opção
por uma delas, tão somente, não contribui para um trabalho pedagógico de
qualidade. É importante que o professor tenha autonomia para fazer uso de
diferentes recursos e estratégias, de modo que o processo ensino-aprendizagem em
Química resulte de uma rede de interações sociais entre estudantes, professores e o
conhecimento científico.
IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA
A coleta seletiva e a reciclagem de resíduos envolve o processo de
separação, pela população, dos materiais recicláveis (papéis, vidros, plásticos e
metais) do restante do lixo, que é destinado a aterros ou usinas de compostagem.
A implantação da coleta seletiva começa com uma experiência-piloto, que vai
sendo ampliada aos poucos. O primeiro passo é a realização de uma campanha
informativa junto à população, convencendo-a da importância da reciclagem e
orientando-a para que separe o lixo em recipientes para cada tipo de material.
É aconselhável distribuir à população, ao menos inicialmente, recipientes
adequados à separação e ao armazenamento dos resíduos recicláveis.
A instalação de postos de entrega voluntária em locais estratégicos possibilita
a realização da coleta seletiva em locais públicos. A mobilização da sociedade, a
partir das campanhas, pode estimular iniciativas em outros pontos.
Deve-se elaborar um plano de coleta, definindo equipamentos e
periodicidade de coleta dos resíduos. A regularidade e eficácia no recolhimento dos
materiais são importantes para que a população tenha confiança e se disponha a
participar. Não vale a pena iniciar um processo de coleta seletiva se há o risco de
interrompê-lo, pois a perda de credibilidade dificulta a retomada.
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2. CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO 2010/2011
MATERIAL DIDÁTICO – UNIDADE TEMÁTICA
H/A : 2 AULAS POR SEMANA
TURMA: VESPERTINO
SÉRIE: 2º ANO
CURSO: TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE
UNIDADE TEMÁTICA/TEMAS JUN JUL AGO
SET OUT NOV DEZ
1 POLÍMEROSPromover oficinas, como, debates, aprofundar o conteúdo, prática em laboratório, leitura complementar do assunto.
____
X X
2 PILHAS E BATERIASPromover oficinas, como, debates, aprofundar o conteúdo, questões para reflexão, leitura complementar do assunto.
____
X X
3 LIXO DOMICILIARPromover oficinas, como, debates, aprofundar o conteúdo, questões para reflexão, leitura complementar do assunto.
_____
X X
4 LÂMPADAS FLUORESCENTESPromover oficinas, com debates, aprofundar o conteúdo, questões para reflexão, leitura complementar do assunto.
_____
X X
5 ÓLEO COMESTÍVELPromover oficinas, com, debates, aprofundar o conteúdo, prática em laboratório, leitura complementar do assunto.
_____
X X
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TEMA 1
O PLÁSTICO E O MEIO AMBIENTE
O plástico no lixo urbano
Os materiais conhecidos como “ plásticos” são na realidade artefatos a partir
de resinas sintéticas, que são por sua vez produzidas através de matérias-
primas de origem natural, como o petróleo, o gás natural, o carvão ou o sal
comum. A palavra “plástico” veio do grego e significa “ adequado à
moldagem” . Especialistas do setor de marketing afirmam que o sucesso de
plásticos deve-se ao seu apelo visual. Apesar do aspecto físico
comercialmente interessante, são as suas propriedades químicas que os
fazem tecnologicamente atraentes. Por outro lado, são estas mesmas
propriedades que os tornam um problema ambiental quando descartadas
pela sociedade ou pela industria. Todo material, quando não tem mais valor
de uso ou não existe mais utilidade em conservá-lo, é denominado resíduo
ou lixo. Por definição, resíduo sólido urbano inclui aquele que é descartado
por residências, instalações comerciais, instituições, fazendas pequenas. Já
os resíduos industriais incluem o que é gerado na indústria pesada,
automobilística, de construção civil, demolição .
Atualmente , a geração de resíduos sólidos apresenta três aspectos a serem
considerados:
• Seu volume crescente. Em função do crescimento populacional,
urbanização e introdução da cultura de produtos descartáveis ;
• Complexidade do resíduo, devido ao desenvolvimento de novos
materiais introduzidos no mercado,resultado em resíduos sintéticos nem
sempre biodegradáveis ou assimiláveis pelo meio ambiente e que. Muitas
vezes necessitam de tratamento prévio até seu descarte final;
• Poluição visual ou “lixo visual”, causado pelo crescente volume de
resíduos plásticos e as consequente desvalorização da área onde os
mesmos são depositados.
Os plásticos são divididos em duas grandes categorias :
TERMOPLÁSTICOS E TERMOFIXOS. Os plásticos conhecidos como
termoplásticos podem ser aquecidos,conformados,resfriados,novamente
aquecidos e conformados sem a perda significativa de suas propriedades
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físicas,sendo passíveis de serem solubilizados com solventes específicos.
Os termofixos ou termorrígidos representam 20% do total de plásticos
consumidos no Brasil, e são aqueles que uma vez conformados, por um dos
processos usuais de transformação , não se consegue mais reprocessá-los,
por não amolecerem ou fundirem. Um exemplo clássico desta categoria é a
baquelita, aplicada, por exemplo, em cabos de panelas.
Os termofixos são insolúveis e infusíveis. Os representantes mais
conhecidos são as resinas de poliuretanos ( PU ) e o copolímero de etileno e
acetato de vinila ( EVA), que são utilizados em solados para calçados;
resinas fenólicas em revestimento de móveis, poliésteres utilizados na
fabricação de telhas reforçadas com fibra de vidro, entre outros . As
características moleculares de polímeros ( massa molar, densidade de
ramificações,quantidade de ligações, entre outras ) aumentam ou diminuem
os valores da temperatura de transição vítrea(Tv) e temperatura de
fusão( Tf ).( 27 )
SUAS PROPRIEDADES E ALGUMAS APLICAÇÕES DOS POLÍMEROS:Polietileno de Alta Densidade (PEAD ) massa molar = 200000 g/mol
densidade: 0,94 ´ 0,97 g/cm³
Tf= 135ºC; Tv= ´ 120ºC
termoplástico , branco , opaco
Aplicações:
Chaveiros, frascos de talco , óleo lubrificante, embalagens, saquinhos de
supermercado,bombonas,fitas para lacre de embalagens ,material hospitalar , capas
para fios, engradados para bebidas, paletes,tampas,tanque de combustível, entre
outras.
Polietileno de Baixa Densidade ( PEBD ) massa molar = 50000 g/mol
densidade: 0,92 ´0,94 g/cm³
Tf = 110ºC ; Tv = ´ 120º C
termoplástico, branco,translúcido a opaco.
Aplicações :
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Filmes extrudados de alta transparência para embalagens em geral, como saquinhos
de leite, sacos e sacolinhas em geral, frascos, recipientes para embalagens de
produtos alimentícios, farmacêuticos e químicos, utensílios domésticos, brinquedos,
lençóis para uso agrícola ,tubo de canga de caneta esferográfica, entre outras.
Polietileno ( PP ) massa molar = 80000 – 500000 g/mol
densidade: 0,90 g/cm³
Tf = 165 ´ 175º C ; Tv = ´ 10ºC
Termoplástico, branco, opaco.
Aplicações:
Pará-choque de carros, carcaças de eletrodomésticos,recipientes,fitas para lacre de
embalagens,brinquedos,sacos,carpetes,bocal de pistolas para aplicação de
aerossóis , material hospitalar, seringas de injeção descartáveis, frascos de iogurtes
e potes d margarina,caixa de baterias para carros, peças transformadas em geral.
Poliestireno ( PS ) massa molar = 300000 g/mol
densidade: : 1,05 ´ 1,06 g/cm³
Tv = 100ºC ( temperatura de amolecimento em torno de 220ºC ).
termoplástico, incolor, transparente.
Aplicações:
Utensílios domésticos rígidos, transparentes ou não de uso generalizado, brinquedos,
escovas,embalagens rígidas para cosméticos,embalagens rígido de disco
compacto,corpo de canetas esferográficas,bandejas,objetos de papelarias.
Poli ( cloreto de vinila ) ´ ( PVC ) massa molar = 50000 ´ 100000 g/mol
densidade: 1,39 g/cm³
Tf = 273ºC; Tv = 81ºC
termoplástico, incolor, transparente.
Aplicações:
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Forração de poltronas e de estofamentos de automóveis, separadores de bateria,
revestimento de fios e cabos elétricos, tubos rígidos para água e esgoto, tubos
flexíveis, esquadrias para janelas, embalagens rígidas e transparentes para bebidas
e alimentos,toalhas de mesa, cortinas de chuveiro,bolsas e roupas de couro artificial,
passadeiras,pisos para assoalhos (placas ), carteiras transparentes para
identificação, bolsas, bonecas,sapatos,discos fonográficos, e outras.
Poli ( Metacrilato de Metila ) = Acrílico ´ ( PMMA ) massa molar = 500000 ´1000000 g/mol
densidade: 1,19 g/cm³
Tv = 105ºC
termoplástico, incolor,transparente.
Aplicações:
Placas de sinalização de tráfego em estradas, calotas e janelas de aviões,lanternas
de carros, letreiros de casas comerciais, painéis, redomas de instrumentos,
luminárias, placas transparentes para teto, lentes de grande dimensões para
retroprojetores, lentes de óculos,fibras ópticas,lentes de aparelho de som do disco
compacto, peça decorativas de vitrines comerciais, de escritórios e
outros;copos,dentes e dentaduras artificiais,carcaça de telefone sofisticados,caixas
sofisticadas,embalagem para batom.
Poli ( Tereftalato de Etileno ) ´( PET) massa molar = 15000 ´42000 g/mol
densidade: 1,33 ´1,45 g/cm³
Tf = 260ºC; Tv = 72ºC
termoplástico, branco,transparente e opaco.
Aplicações:
Suporte de filme metálico para estampagem em plástico( por exemplo, ovos de
páscoa), fitas magnéticas para gravação,mantas para filtros industriais, embalagens
de alimentos, frascos para refrigerantes gaseificados, cosméticos, produtos
farmacêuticos e outros; filmes para radiografia,fotografia e reprografia,fibras
têxteis,partes estruturais grandes como carcaças de bombas,carburadores e
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limpadores de para-brisa,componentes elétricos, interior de fornos de micro-
ondas,em compósitos com fibras e vidro.
Poliamidas Alifáticas ( PA ) ´NÁILONMassa molar: 10000 ´30000 g/mol
densidade: 1,12 ´1,14 g/cm³
Tf = 225ºC Tv = 50ºC
termoplástico,amarelado e translúcido.
Características do tipo PA ´6.6densidade: 1,13 ´1,15 g/cm³
Tf = 265ºC Tv = 57ºC
termoplástico,amarelado e translúcido.
Aplicações :
Na indústria de transportes, em engrenagens para limpador de para-brisas,
velocímetros,ventiladores para motor,reservatórios de fluidos para freio,estojo de
espelhos,componentes mecânicos de aparelhos domésticos,cabos de martelo,partes
móveis de máquinas, em conectores elétricos, como filmes para embalagens de
alimentos,malhas para meias e roupas, equipamentos para processamento de
alimentos de tecidos,escovas, fios de pescar,material esportivo como raquetes,base
de esqui, rodas de bicicletas,interruptores elétricos,buchas,botões de fogão , calotas
de carro, carcaças de máquinas de furar,lixar,engrenagens.
Policarbonato ´( PC ) massa molar = 10000 ´ 30000 g/mol
densidade: 1,20 g/cm³
Tv = 150ºC
termoplástico, incolor, transparente.
Aplicações: placas resistentes ao impacto ( de segurança), janelas de
segurança,escudos de proteção,painéis de instrumentos, lanternas de carros,partes
do interior de aeronaves,cabines de proteção, capacetes de proteção de
motocicletas,componentes elétricos e eletrônicos , discos compactos , conectores
,luminárias para uso exterior,recipientes para uso em fornos de micro-ondas,tubos de
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centrífuga para sistemas aquosos,anúncios de estradas,artigos esportivos,aplicações
em material de cozinha d refeitórios,como bandejas,jarros de água,talheres,
mamadeiras,garrafões de 20 litros para bebedouros, calotas para carros,para-
choques de automóveis, em blenda com PBT, visores em geral(tanques),lentes para
óculos de segurança , semáforos.
Poli ( óxido de metileno ) ou Poliacetal ´ ( POM ) massa molar = 15000 ´30000 g/mol
densidade: 1,42 g/cm³
Tf = 180ºC ; Tv = -82ºC
termoplástico,branco,opaco.
Aplicações:
Engrenagens em geral (por exemplo, na indústria automobilística, em mecanismos
elevadores de janelas de carros ), cintos de segurança, válvulas, molas, bombas,
carcaça de chuveiros elétricos,zíperes,válvulas de aerossol,componentes elétricos e
eletrônicos, componentes de equipamentos de escritório , como computadores e
terminais de vídeo,eletrodomésticos em geral, partes plásticas de isqueiros, filtros
industriais e de combustíveis, partes de embalagem para batom.(27 )
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1.POLÍMEROS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
• MATÉRIA E SUA ENERGIA : densidade
Misturas
Métodos de separação
Tabela periódica
• BIOGEOQUÍMICA
Condição fundamental p/ ocorrência das
reações ( natureza dos reagentes, contato entre os reagentes)
• QUÍMICA SINTÉTICA
Tabela periódica
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Funções orgânicas(22)
• Neste tema será desenvolvido experimento com diversos polímeros p/ que
o educando consiga perceber suas principais características de acordo
com a embalagem e o número colocado dentro de um triângulo.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
CARACTERIZAÇÃO DOS POLÍMEROS
OBJETIVO:
caracterizar os diferentes polímeros a partir de características físicas e químicas.
MATERIAIS:
pinça,fósforo, pedaços de polímeros, copo de béquer,água
PROCEDIMENTO:
Para que esta prática seja conduzida, os alunos irão trazer com antecedência, diver-
sos polímeros, a fim de que possam executar, desenvolver e resgatar os conheci-
mentos obtidos no decorrer do assunto trabalhado.
Com o auxílio de uma pinça aproximar cada um dos polímeros da chama e observar
a cor da chama: se continuar queimando após afastar da chama do bico de búsen; se
ocorrer ou não gotejamento e formação de fuligem e qual o odor após a queima.
Observe a tabela e preencha corretamente
Colocar cada um dos polímeros num copo de béquer com água e observar se o mes-
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mo flutua ou não.( 42 )
Polímero( sigla)
Flutua em agua
Cor dachama
Continua queimando
goteja Fuligem
PET
PP
PS
PEAD
ABS
PVC
Náilon
Acetato de
celuloseAcrílico
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LEITURA COMPLEMENTAR
SACOLAS OXI-BIODEGRADÁVEIS
O problema dos plásticos lançados de forma deliberada no ambiente é um
problema ambiental bastante sério. Com tempo de decomposição de aproximados
duzentos anos, este material, cuja composição inclui petróleo – uma substância não
renovável – é responsável por grande porcentagem do lixo acumulado em lixões, sua
produção dispõe de bastante água e energia, entope bueiros e córregos, ao ser
queimado libera toxinas nocivas e é responsável pela morte por asfixia de diversos
animais marinhos – ambiente este que está
significativamente tomado por estes polímeros.
Considerando tais aspectos, tem-se discutido o que se fazer em relação ao
uso das famosas sacolinhas de supermercado, como a substituição destas por caixas
de papelão, ou o uso de sacolas de PET ou algodão retornáveis. Mais recentemente,
uma outra alternativa passou a tomar espaço: as sacolas oxi-biodegradáveis.
Estas vêm com a promessa de se degradarem em tempo consideravelmente
menor, já que o plástico produzido por este processo possui aditivos que aceleram
sua degradação ao reagir com o oxigênio, e posterior nutrição dos fragmentos
moleculares por micro-organismos, sendo estes convertidos em dióxido de carbono,
água e biomassa. Ao contrário de sacolas biodegradáveis, não é necessário que
estas estejam em um ambiente biologicamente ativo: basta estarem expostas em luz
solar ou artificial a aproximadamente 40ºC. Assim, as indústrias responsáveis
afirmam que 18 meses são tempo suficiente para que estas deixem de existir. Assim,
em vários estados de nosso país tem sido discutida a substituição de sacolas de
plástico convencional pelas oxi-biodegradáveis.
Entretanto, existe o outro lado da questão. Um deles, por exemplo, é a
capacidade de decomposição deste material em cidades nas quais a temperatura
dificilmente alcança os 40ºC. Será que o comportamento destas sacolas não seria o
mesmo do que o de uma tradicional? Outra questão: qual a origem destes aditivos?
Será que não são poluentes?
21
Alguns pesquisadores afirmam, ainda, que o fato destas sacolas, primeiramente, se
desfazerem para depois serem decompostas pode fazer com que estas se dispersem
no ambiente, dificultando sua coleta e podendo ser lançadas em rios e mares,
comprometendo o ambiente como um todo. Quanto a isso, o professor de
Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) Haroldo Mattos de Lemos, afirma que adotar estas sacolas
basicamente significa substituir uma poluição visível por outra que é invisível, mas
que é também bastante danosa ao ecossistema. Um exemplo é a liberação de gás
carbônico durante a decomposição deste material que, em contraste às sacolas
tradicionais, ocorre de forma mais rápida e, portanto, é mais impactante. Além disso,
a adoção deste material pode incentivar as pessoas a serem menos zelosas com a
destinação das mesmas. ( 11, 12 )
22
TEMA 2
PILHAS E BATERIAS
A eletroquímica trata da conversão de energia elétrica em energia química
nas células eletrolíticas, assim como a conversão de energia química em energia
elétrica nas pilhas galvânicas ou voltaicas. Em uma célula eletrolítica, ocorre um
processo chamado eletrólise, no qual a passagem de eletricidade através da solução
fornece energia suficiente para promover, desse modo, uma reação não-espontânea
de oxirredução. Uma pilha galvânica, porém, é uma fonte de eletricidade resultante
de uma reação espontânea de oxirredução que ocorre em solução.O processo eletroquímico tem importância prática na Química e em nosso
dia-a-dia. As células eletrolíticas podem suprir-nos com informações
relacionadas ao mundo químico, como também com a energia necessária
para que muitas reações importantes de oxirredução possam ocorrer. Além
disso, a eletrólise é usada para fabricar muitas substâncias químicas
importantes, de uso corrente entre nós, como: a água sanitária, o NaOCl. Já
há bastante tempo que pilhas galvânicas, tais como a pilha seca e as
baterias de níquel-cádmio, alimentam nossas lanternas, rádios, calculadoras
eletrônicas, relógios de pulso, máquinas fotográficas e brinquedos. A bateria
de chumbo, tão familiar, tem uma variedade enorme de aplicações,
especialmente na indústria automobilística. Mas, recentemente, as pilhas de
combustível, nas quais a energia liberada pela combustão dos combustíveis
é convertida diretamente em eletricidade, têm encontrado muita aplicação,
particularmente em veículos espaciais. A eletroquímica tem ajudado os
cientistas na produção de equipamentos modernos para análise de poluentes
e pesquisas biomédicas. Com a ajuda de pequenas sondas eletroquímicas,
os cientistas estão começando a estudar as reações químicas que ocorrem
nas células vivas.( 5 )
A primeira pilha foi construída pelo cientista italiano Giuseppe Alessandro
Anastásio Volta, em 1800. Esta pilha consistia de discos de Zn e Cu, separados por
pedaços de feltro embebidos em H2SO4 diluído.
As pilhas apresentam grande vantagem, a de serem portáteis, podendo ser
usadas em aparelhos sem fio como: calculadoras, computadores portáteis, câmaras
de vídeo, brinquedos, telefones, relógios, entre outros. 23
A energia gerada pelas pilhas e acumuladores é de centenas de vezes mais
cara do que a gerada pelas usinas hidrelétricas, devido seu alto custo de produção.
As pilhas podem ser classificadas de duas maneiras, a primeira com base a
possibilidade da sua recarga, em:
• Pilha primária – distinta das demais por serem essencialmente
não recarregável. Ex.: zinco/dióxido de manganês(alcalina),
zinco/dióxido de manganês(Leclanché), zinco/dióxido de prata,
lítio/dióxido de manganês, entre outras;
• Pilha secundária - pilhas recarregáveis que podem ser
reutilizadas muitas vezes pelos usuários. Como regra geral, um
sistema eletroquímico é considerado secundário quando é capaz
• de suportar 300 ciclos completos de carga e descarga com 80%
de sua capacidade. Ex.: cádmio/óxido de níquel (níquel/cádmio),
chumbo/óxido de chumbo(chumbo/ácido), hidreto metálico/óxido de
níquel, íons lítio, entre outras.
A segunda de acordo com a sua aplicação, em:
• Pilhas de uso geral (zinco-carvão, alcalinas cilíndricas,
recarregáveis de Ni-Cd) - que se encontram incorporadas
permanentemente em equipamento;
• Pilhas de uso restrito (pilhas alcalinas de botão, de óxido de
prata, zinco-ar, óxido de mercúrio e lítio) – usadas em relógios
eletrônicos, equipamento fotográfico, microcomputadores,
telefones, entre outros.
Pilhas Primárias
Dentre as inúmeras pilhas primárias comercializadas, as que se destacam no
mercado nacional são: zinco/dióxido de manganês (Leclanché), zinco/dióxido de
manganês (alcalina) e lítio/dióxido de manganês.
As pilhas são produzidas hermeticamente fechadas em dimensões
padronizadas internacionalmente nas formas cilíndricas ( tamanhos AA, AAA, entre
24
outros), tipo botão e tipo moeda. Além dessas, a forma prismática também pode ser
encontrada para aplicações especiais. A preferência pela forma cilíndrica ocorre pela
maior facilidade de produção quando comparada com as demais formas.
Pilha de zinco/dióxido de manganês (Leclanché)
Em 1860, o químico francês George Leclanché, inventou a pilha mais comum das
pilhas primárias, a pilha de zinco/dióxido de manganês. A pilha hoje comercializada é
muito parecida com a versão original.
A pilha de Leclanché consiste em uma parede de zinco, que constitui o ânodo
da pilha (pólo negativo), no centro há um bastão de grafite. O cátodo consiste em
uma mistura de dióxido de manganês e carvão em pó que envolve o bastão. O
eletrólito é uma pasta úmida constituída de cloreto de amönio (NH4Cl), cloreto de
zinco (ZnCl2) e água. Esta pasta apresenta caráter ácido, devido à presença do
NH4Cl. Funciona
A pilha de zinco/dióxido de manganês fornece um potencial de circuito aberto
( medido com um voltímetro de alta impedância) no intervalo entre 1,55V e 1,74V, a
temperatura ambiente. O processo de descarga básico consiste na oxidação do zinco
no anodo:
Zn(s) + 2NH4Cl (aq) + 2OH-(aq) → Zn(NH3)2Cl2 (s) + 2 H2O(l) + 2e-
Os elétrons migram do ânodo (zinco) através do circuito até o bastão de
grafite (cátodo). Em seguida o dióxido de manganês (MnO2) é reduzido a Mn2O3.
A semi-reação catódica nessa pilha é:
2MnO2(s) + 2NH4+(aq) + 2e- → Mn2O3(s) + 2NH3(aq) + H2O(l)
A reação global é a seguinte:
Zn(s) +2MnO2(s) + 2NH4Cl (aq) → Zn(NH3)2Cl2 (s) + Mn2O3(s)
25
A pilha cessará seu funcionamento quando o MnO2 for totalmente consumido,
ou seja é um processo irreversível, portanto não pode ser recarregada.
As pilhas de Leclanché apresentam algumas desvantagens, como:
• Devem ser removidas dos aparelhos, pois seu eletrólito continua
a corroer o recipiente e pode furá-lo, havendo vazamento do eletrólito,
podem ocorrer danos ao aparelho.
• Após longo período de uso ininterrupto, a amônia formada ao
redor do bastão de grafite age como uma camada isolante, o que
acarreta uma excessiva redução da voltagem. Portanto, para obter o
• máximo de rendimento de uma pilha comum, o ideal é alternar
períodos de uso e repouso.
Pilhas Alcalinas
Em 1882, surge a primeira versão desta pilha que empregava o eletrólito em
forma líquida. Somente a partir de 1949, as pilhas alcalinas passaram a ser
produzidas comercialmente com o eletrólito na forma pastosa. A pilha de
zinco/dióxido de manganês ( alcalina) fornece um potencial de circuito aberto de
1,55V, a temperatura ambiente.
O arranjo dos eletrodos e eletrólito na pilha alcalina é bem diferente daquele
da Leclanché A reação de descarga que ocorre no catodo da pilha alcalina é
exatamente a mesma da Leclanché.
Já a reação de descarga no anodo consiste na oxidação do zinco em meio
básico, resultando primeiramente em íons zincato. Quando a solução de hidróxido de
potássio é saturada em íons zincato, o produto da reação de oxidação passa a ser o
hidróxido de zinco, vejamos na reação seguinte:
Zn(s) + 2OH-(aq) → Zn(OH)2(s) + 2e-
26
Desta forma a reação global resultante é :
Zn(s) + 2MnO2(s) + 2H2O(l) → Zn(OH)2(s) + 2MnOOH(s)
As pilhas alcalinas apresentam algumas vantagens sobre as pilhas de zinco-
carvão, como:
3 Fornecem corrente a um circuito de maneira mais eficiente que
uma pilha de zinco-carvão e sua vida útil é de cinco a oito vezes maior,
devido ao zinco não ficar exposto ao meio ácido causado pelos íons
NH4+, presentes na pilha comum.
4 Não ocorre a formação de camada isolante ao redor do cátodo de
carvão. Por essa razão, ao longo de sua vida útil, a voltagem de uma
pilha alcalina praticamente não é afetada pelo uso ininterrupto.
Pilha de lítio/dióxido de manganêsNa década de 1960 ,as pilhas primárias que empregam o lítio como ânodo
passaram a ser investigadas com o advento da exploração espacial. Isso ocorreu
pela necessidade de pequenos sistemas eletroquímicos duráveis, confiáveis e
capazes de armazenar grande quantidade de energia. Os metais lítio e sódio
passaram a ser utilizados como cátodos e substâncias compostas contendo flúor,
cloro e oxigênio como ânodos.
Assim centenas de sistemas foram propostos, mas poucos sobreviveram em
função das exigências práticas. Dentre esses, estão as pilhas primárias que usam
como ânodo o lítio metálico e como cátodo três grupos de compostos: (i)sólidos com
baixa solubilidade no eletrólito (cromato de prata - Ag2CrO4, dióxido de manganês -
MnO2, óxido de cobre -CuO, sulfeto de cobre -CuS etc.); (ii) produtos solúveis no
eletrólito (dióxido de enxofre -SO2) e ; (iii) líquidos (cloretos de tionila -SOCl2 e cloreto
de fosforila -POCl3).
Devido à alta reatividade do lítio metálico com água, todas as pilhas de lítio
empregam eletrólitos não aquosos, ou seja, sal de lítio dissolvido em solventes não
27
aquosos, em recipientes hermeticamente selados. Os componentes destas pilhas
podem ser configurados de maneira semelhante à das pilhas lítio/dióxido de
manganês, muito usadas em câmaras fotográficas. O processo de descarga destas
pilhas consiste nas reações de oxidação do lítio metálico e de redução do óxido
metálico, resultando na seguinte reação global simplificada:
Li(s) + MO(s) → LiO(s) + M(s)
A pilha de lítio dióxido de manganês fornece um potencial de circuito aberto
no intervalo de 3.0 V a 3.5 V, a temperatura ambiente. Não apresenta reações
paralelas e mostra excelente desempenho mesmo em aplicações que operam em
temperatura maiores que a ambiente.
O alto custo e os riscos associados com o lítio metálico, tem sido impedido do
seu uso, pois as pilhas vedadas de maneira imprópria podem expor o lítio à umidade
do ar e provocar chamas no metal e no solvente não aquoso.
Pilha de lítio/iodo
Em 1967, a Catalyst Research Corporation, nos Estados Unidos, iniciou as
pesquisas que culminaram com a fabricação das pilhas de lítio-iodo, que
revolucionou a história do marcapasso cardíaco. Essa pilha funciona com base na
reação:
2Li + I2 → 2LiI
O iodo é aglomerado a um polímero, na proporção de 6:1, fica envolto pelo
lítio, e o conjunto é blindado com um revestimento de níquel ou aço inoxidável. A
pilha de lítio fornece uma voltagem de 2,8V, e não pesa mais que 20g. Suas
vantagens são a não-emissão de gases, o que permite fechá-la hermeticamente e, o
que é mais importante, uma duração de 5 a 8 anos, evitando assim que o paciente
seja obrigado a freqüentes cirurgias para trocar o marcapasso.
28
Pilha de mercúrioAs pilhas de mercúrio não são recarregáveis; têm vida longa, boa capacidade
de armazenar energia e apresentam voltagem de 1.35V, que se mantêm constante
por longo tempo. São empregadas em aparelhos pequenos como calculadoras
portáteis, aparelhos de surdez, relógios de pulso, etc.
Outra pilha semelhante é a de Zn-Ag, que emprega Ag2O, em lugar de HgO.
Baseia-se nas seguintes reações, em meio alcalino :
No ânodo:
Zn + 2OH- → ZnO + H2O + 2e-
No cátodo:
HgO + H2O + 2e- → Hg + 2OH-
Pilhas Secundárias ou Baterias Secundárias As baterias secundárias que dominam o mercado nacional são:
chumbo/óxido de chumbo (chumbo/ácido), cádmio/óxido de níquel (níquel/cádmio),
hidreto metálico/óxido de níquel e íons lítio.
As baterias secundárias diferem as pilhas primárias, pois são usadas
principalmente em aplicações que requerem alta potência (maiores correntes
elétricas num menor tempo).
Bateria chumbo/óxido de chumbo ( chumbo/ácido)
Em 1859, o físico francês Raymond Gaston Planté construiu o primeiro
sistema recarregável, formando a base para as baterias secundárias chumbo/ácido
usadas até hoje. Essas baterias apresentam características pouco usual de envolver
em ambos os eletrodos o mesmo elemento químico, o chumbo.
29
No cátodo, o dióxido de chumbo reage com ácido sulfúrico durante o
processo de descarga, produzindo sulfato de chumbo e água, descrito nas reações
anódica e catódica abaixo:
Pb + SO4 → PbSO4 + 2e-
PbO2 + SO4 + 4H+ + 2e- → PbSO4 +2H2O
Reação global:
Pb + PbO2 + 2H2SO4 → 2 PbSO4 + 2H2Oabaixo.
À medida que a bateria chumbo/ácido é descarregada, o ácido sulfúrico é
consumido e a água é produzida. Consequentemente, a composição do ácido
sulfúrico no eletrólito e sua densidade variam desde 40% (m/m) e 1,30 g/cm³, no
estado completamente carregado, até cerca de 16% (m/m) e 1,10 g/cm³, no estado
descarregado. O valor de um potencial pra um único par de eletrodos varia de 2,15V,
no estado descarregado, até 1,98V no estado descarregado, a temperatura
ambiente. A medida da densidade do eletrólito ao longo do processo de descarga da
bateria é usada, portanto, para avaliar seu estado de carga.
Os principais tipos de baterias chumbo/ácido são as automotivas, industriais
e seladas, com um predomínio marcante das primeiras. As automotivas são usadas
em veículos em geral para alimentar os sistemas de partida, iluminação e ignição .
Pilha de níquel/cádmio
Foi primeiramente proposta pelo sueco Waldemar Jungner em 1899.
Consiste de um ânodo formado por uma liga de cádmio e ferro e um cátodo de
hidróxido (óxido) de níquel(III) imersos em uma solução aquosa de hidróxido de
potássio com concentração entre 20% e 28% em massa. Durante o processo de
descarga, o cádmio metálico é oxidado a hidróxido de cádmio no ânodo :
Cd(s) + 2OH-(aq) → Cd(OH)2 (s) + 2e-
30
E o hidróxido(óxido) de níquel(III) é reduzido a hidróxido de níquel (II)
hidratado no cátodo:
2e- + NiO2(s) + 2H2O(aq) → Ni(OH)2 (s) + 2OH-
Resultando na seguinte reação global:
Cd(s) + NiO2(s) + 2H2O(aq) → Cd(OH)2 (s) + Ni(OH)2 (s)
As pilhas de níquel-cádmio dão voltagem de 1.4V, que se mantêm para
descarregar-se. A grande vantagem é que elas podem ser recarregadas até 4000
vezes, sendo por isso, empregadas em aparelhos elétricos sem fio como, por
exemplo, câmeras de vídeo, barbeadores elétricos, telefones sem fio, ferramentas
portáteis, etc. A desvantagem é que são muito mais caras do que as baterias de
chumbo.
Bateria de íons lítio
Recebe esta denominação porque utiliza-se em vez de lítio metálico, apenas
íons lítio, presentes no eletrólito na forma de sais de lítio dissolvidos em solventes
não aquosos.
Durante o processo de descarga, os íons lítio migram desde o interior do
material que compõe o anodo até dentro do material do cátodo e os elétrons movem-
se através do circuito externo. No anodo, o grafite é o material mais comumente
usado porque, além de apresentar estrutura lamelar, é capaz de intercalar
reversivelmente os íons lítio entre suas camadas de carbono sem alterar
significativamente sua estrutura. O cátodo contém, geralmente, um óxido de estrutura
lamelar (LiCoO2 , LiNiO2 etc.) ou espinel (LiMnO2), sendo o óxido de cobalto litiado o
material mais frequentemente usado pelos fabricantes de baterias de íons lítio.
Dessa forma, durante a descarga da bateria a reação que ocorre no anodo á
a oxidação do carbono e a consequente liberação de íons lítio a fim de manter a
eletroneutralidade do material:
LiyC6(s) → C6(s) + yLi+ (solv) + ye-
31
No cátodo, o cobalto se reduz na estrutura do óxido, provocando a entrada
de íons lítio em sua estrutura:
LixCoO2(s) + yLi+ (solv) + ye- → Lix+yCoO2(s)
Consequentemente, a reação global de descarga é :
LixCoO2(s) + LiyC6(s) → Lix+yCoO2(s) + C6(s)
Sendo que um par de eletrodos fornece um potencial de circuito aberto no
intervalo de 3,0V a 3,5V, a temperatura ambiente.
A principal característica das baterias de íons de lítio e o seu bom
desempenho.
Pilhas ou células de combustíveis
As pilhas ou células de combustíveis são consideradas pilhas de combustão,
isto é, são dispositivos de conversão contínua de energia química em energia
elétrica, isto é a queima dos combustíveis produz energia.
Por exemplo:
H2 + ½ O2 → H2O + Calor
CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O + Calor
Óleo combustível + O2 → CO2 + H2O + Calor
Essa energia gerada pode ser usado numa usina termoelétrica para produzir
eletricidade, quando se obtém um rendimento da ordem de 40%. Considerando que
as combustões são reações de oxirredução, a idéia das pilhas de combustão é obter
a energia liberada pela combustão já diretamente na forma de energia elétrica, o que
eleva o rendimento para cerca de 75%.
32
Pilhas deste tipo foram usadas nas espaçonaves Gemini, Apolo e , agora, nos
ônibus espaciais da Nasa. Elas funcionam pela reação de combustão entre o
hidrogênio e o oxigênio, produzindo água. As reações anódica e catódica são:
H2 + 2OH- → 2H2O + 2e-
½ O2 + H2O + 2e- →2OH-
Consequentemente, a reação global da descarga é:
H2 + ½ O2 → H2O
Os eletrodos são redes ou telas metálicas que catalisam a reação anterior.
Entre os eletrodos está o eletrólito, que é KOH impregnado de amianto, que atinge
temperatura da ordem de 200ºC.
A voltagem desta pilha é aproximadamente 1V. Suas vantagens é o
funcionamento contínuo e a produção apenas de água, que além de não poluir, serve
para uso na própria espaçonave. Outra vantagem é pesar cerca de dez vezes menos
que uma bateria de chumbo, capaz de fornecer a mesma energia elétrica. Suas
desvantagens são o alto custo e o rápido desgaste, em virtude da corrosão e do
envenenamento dos eletrodos, que são catalisadores da reação, à base de
platina.(7,8,9,10,13 )
33
IMPACTO AMBIENTAL
Atualmente, cada consumidor brasileiro de pilhas consome, em média, uma
pilha por mês, isto é, são 800 milhões de baterias e pilhas vendidas todo ano no
Brasil e descartados em escalas cada vez maiores. Em São Paulo, são anualmente
descartadas no meio ambiente 152 milhões de pilhas comuns e 40 milhões de pilhas
alcalinas, segundo dados da CETESB( Empresa Paulista Saneamento Ambiental), e
cerca de 12 milhões de baterias de celular. Totalizando uma soma superior a 200
milhões de unidades a cada ano. No Rio de Janeiro a estimativa anual totaliza 90
milhões de unidades.
Uma pilha comum contém metais pesados como: zinco, manganês, chumbo,
cádmio, crômio; além de substâncias químicas perigosas como o cloreto de amônia,
entre outras. Já a pilha de tipo alcalina contém também mercúrio. Estes podem
contaminar o solo e a água, entram na cadeia alimentar e terminam acumuladas nos
organismos dos seres humanos, produzindo vários tipos de enfermidades.
O destino convencional das pilhas e baterias que vem sendo feito são os
aterros e as usinas de compostagem. Nos aterros, expostas ao sol e à chuva, as
pilhas se oxidam e se rompem, os metais pesados atingem lençóis freáticos,
córregos e riachos, entrando assim, nas cadeias alimentares através da ingestão da
água ou de produtos agrícolas irrigados com água contaminada.
Nas usinas de compostagem, a maior parte das pilhas é triturada com o lixo
doméstico e o composto gira nos biogestores liberando os metais pesados. O adubo
resultante contamina o solo agrícola e até o leite das vacas que pastam em áreas
que recebem esta adubação. O cádmio e o chumbo provocam disfunção renal e
problemas pulmonares, mesmo em pequenas quantidades, o manganês e o mercúrio
afetam o sistema neurológico e o cérebro, sendo que este último se acumula no
organismo por toque ou inalação; o zinco e o cloreto de amônia atacam o pulmão.
Um dos meios para enfrentar este problema está na mudança de tecnologia
na produção, isto é, substituir os componentes mais tóxicos ou reduzir
substancialmente sua presença na composição das pilhas e baterias. Algumas
empresas europeias e americanas têm avançado nesta linha.
Um outro meio é o da reciclagem, que resulta em reaproveitar os seus
componentes. Nas pilhas comuns é possível reaproveitar a folha de flandres e o 34
zinco, e das pilhas alcalinas pode-se recuperar o potássio, sais de zinco e dióxido de
manganês. A Suíça é um dos países que apresentam processos bem desenvolvidos,
com reaproveitamento de metais.(11)
As pilhas comuns e alcalinas possuem um mercado no Brasil que soma mais de
700 milhões de unidades/ano. Como não oferecem riscos direto à saúde e ao meio
ambiente, depois de esgotadas, podem ser dispostas junto aos resíduos domiciliares
( lixo comum ).
O mesmo destino devem ter a pilhas e baterias especiais compostas pelos sistemas
níquel-metal-hidreto, íons de lítio e zinco-ar , e também as do tipo botão ou miniatu-
ra. Elas não possuem potencial para gerar danos ao meio ambiente, podem ser des-
cartadas no lixo doméstico.( 13 )
35
RECICLAGEM DAS PILHAS
A reciclagem compreende a recolha, reprocessamento e reutilização do
maior número possível de substâncias neles contidas, pelo menos as mais
importantes do ponto de vista da redução de resíduos, da conservação de recursos e
do ambiente.
No entanto, a viabilidade dos processos de reciclagem é condicionada por
aspectos econômicos, ambientais e energéticos dentre os quais destaca-se:
• O consumo de energia e a perda irreversível que
representa, a queima de combustíveis fósseis;
• O recurso a produtos químicos para decompor ou dissolver
certas substâncias pode levar a emissões nocivas para o meio hídrico
e/ou a atmosfera, bem como à possível incorporação numa nova
forma de resíduo que exige um outro tratamento com vista à sua
eliminação;
• A viabilidade dos processos de reciclagem exige o
preenchimento de requisitos tais como a existência de uma
quantidade suficiente de resíduos, de uma concentração adequada
nos resíduos das substâncias a reciclar, da disponibilidade de um
esquema de gestão do resíduo funcional com elevadas taxas de
recolha; do recurso limitado ao consumo energético e à adição de
matérias-primas subsidiárias, da existência de um mercado para os
materiais reciclados e, finalmente, da viabilidade econômica da
reciclagem versus produção dos materiais primários.
As pilhas de botão de Ag2O e HgO e acumuladores de Ni-Cd, podem ser
recicladas por processos atualmente existentes. Para as pilhas de Zn-Carvão e pilhas
misturadas, a reciclagem é possível mas depende de processos de alta tecnologia, já
as pilhas de Li, a reciclagem é altamente inviável.( 4, 7, 13 )
36
Métodos de reciclagem
Devido a pressões políticas e novas legislações ambientais que
regulamentaram a destinação de pilhas e baterias em diversos países do mundo,
alguns processos foram desenvolvidos visando a reciclagem desses produtos.
Para promover a reciclagem de pilhas, é necessário inicialmente o
conhecimento de sua composição. Infelizmente, não há uma correlação entre o
tamanho ou formato das pilhas e a sua composição. Em diferentes laboratórios têm
sido realizadas pesquisas de modo a desenvolver processos para reciclar as baterias
usadas ou, em alguns casos, tratá-las para uma disposição segura.
Os processos de reciclagem de pilhas e baterias podem seguir três linhas
distintas: a baseada em operações de tratamento de minérios, a hidrometalúrgica ou
a pirometalúrgica. Algumas vezes estes processos são específicos para reciclagem
de pilhas, outras vezes, as pilhas são recicladas juntamente com outros tipos de
materiais. Alguns desses processos estão mencionados a seguir:
• SUMITOMO - Processo Japonês totalmente pirometalúrgico de
custo bastante elevado é utilizado na reciclagem de todos os tipos de
pilhas, menos as do tipo Ni-Cd.
• RECYTEC - Processo utilizado na Suíça nos Países Baixos
desde 1994, que combina pirometalurgia, hidrometalurgia e
mineralurgia. É utilizado na reciclagem de todos os tipos de pilhas e
também lâmpadas fluorescentes e tubos diversos que contenham
mercúrio. Esse processo não é utilizado para a reciclagem de baterias
de Ni-Cd, que são separadas e enviadas para uma empresa que faça
esse tipo de reciclagem. O investimento deste processo é menor que o
SUMITOMO entretanto os custos de operação são maiores.
• ATECH - Basicamente mineralúrgico e portanto com custo
inferior aos processos anteriores, utilizado na reciclagem de todas as
pilhas.
• SNAM-SAVAM - Processo Francês, totalmente pirometalúrgico
para recuperação de pilhas do tipo Ni-Cd.
37
• SAB-NIFE - Processo Sueco, totalmente pirometalúrgico para
recuperação de pilhas do tipo Ni-Cd.
• INMETCO - Processo Norte Americano da INCO (Pennsylvania,
EUA), foi desenvolvido inicialmente, com o objetivo de se recuperar
poeiras metálicas provenientes de fornos elétricos. Entretanto, o
processo pode ser utilizado para recuperar também resíduos metálicos
provenientes de outros processos e as pilhas Ni-Cd se enquadram
nestes outros tipos de resíduos.
• WAELZ - Processo pirometalúrgico para recuperação de metais
provenientes de poeiras. Basicamente o processo se dá através de
fornos rotativos. É possível recuperar metais como Zn, Pb, Cd. As
baterias de Ni-Cd muitas vezes são recuperadas separadamente das
outras devido a dois fatores importantes, um é a presença do cádmio,
que promove algumas dificuldades na recuperação do mercúrio e do
zinco por destilação; o outro é dificuldade de se separar o ferro e o
níquel. . (4, 13 )
Processos de reciclagem
As tecnologias desenvolvidas para o tratamento de pilhas domésticas
esgotadas têm como objetivo a reciclagem dos elementos valorizáveis e a obtenção
de uma descarga não poluente. Os processos de tratamento de pilhas são
complexos, requerendo condições de recolha (preferencialmente seletiva), triagem,
desmantelamento, preparação física e uma sequencia de operações piro e/ou
hidrometalúrgicos.
Triagem
Quando o processo de reciclagem compreende uma etapa de desmantela-
mento, a triagem dimensional, permitindo classificar as pilhas em lotes homogê-
neos, é de grande valia. No entanto, não há correspondência entre o tipo e a forma
das pilhas, pelo que uma separação baseada exclusivamente neste critério não per-
mite a constituição de lotes homogêneos. O recurso é as triagens manuais, mecâni-38
cas ou baseadas em diferenças de massa específica pode ser caro ou industrialmen-
te não é muito simples.
Desmantelamento
O desmantelamento das pilhas possibilita a separação física dos seus
constituintes: uma fração grossa contendo principalmente ao, papel, plásticos e
pedaços de zinco; e uma fração fina contendo óxido de zinco, compostos oxidados
de manganês, pó de carvão e metais como o Hg, Cd, Pb e Ag. Pode ser feito por
processos criogênicos (com azoto líquido), por impacto num moinho de martelos
(pode ocorrer encapsulamento de inclusões de zinco no aço, entre outros) e por
último, por corte dos materiais em pedaços.
Separações físicas
As separações físicas usadas nos processos de reciclagem de pilhas
consistem em separações granulométricas, por densidade e magnéticas. Geralmente
é necessário submeter as frações obtidas nestas separações a um tratamento
posterior para homogeneização ou purificação.
Tratamentos térmicos
Estes processos permitem a volatilização dos metais cuja temperatura de
ebulição não é muito elevada, como é o caso do mercúrio, do zinco e do cádmio. São
processos geralmente menos dispendiosos, do que os processos hidrometalúrgicos
mas potencialmente mais nocivos devido à possibilidade de libertação de vapores
metálicos, exigindo instalações de controle.
Tratamentos hidrometalúrgicos
39
Estes processos baseiam-se na obtenção de soluções dos metais a
recuperar, por lixiviação como ácidos ou álcalis. As soluções resultantes são então
sujeitas a etapas mais ou menos complexas de purificação, separação e extração do
metal. São processos, que permitem a obtenção de produtos finais de maior pureza,
sendo mais adequados ao tratamento de pequenos lotes de resíduos selecionados e,
ambientalmente mais aceitáveis. (7), 13 )
Reciclagem de bateria de Ni-Cd
No caso geral de pilhas e baterias, existem dois métodos estudados para a
reciclagem desse tipo de bateria um seguindo a rota pirometalúrgica e outro seguindo
a rota hidrometalúrgica. Até o momento, não foi possível o desenvolvimento de um
processo economicamente viável utilizando a rota hidrometalúrgica.
Assim, os processos de reciclagem, atualmente, empregados são baseados
na rota pirometalúrgica de destilação do cádmio. Apesar de serem constituídas por
metais pesados perigosos, as baterias de Ni-Cd são recicláveis. Já existem na
Europa, Japão e EUA indústrias que reciclam esse tipo de bateria, de acordo com a
tabela 1 descrita abaixo.
Reciclagem pilhas e baterias no Brasil
No Brasil, já existem duas empresas que desmontam adequadamente as
pilhas e baterias e fazem a reciclagem de seus diversos componentes: a SUZAQUIM
de Suzano, em São Paulo, e a SILEX, com uma unidade no Rio Grande do Sul, outra
em Santa Catarina e representação na Ecoambiente, em Campinas, SP.
A SUZAQUIM, de Suzano/SP recicla pilhas e baterias há 9 anos. Através da
reciclagem produz sais e óxidos metálicos, que podem ser utilizados em indústrias de
refratários, de pigmentos, de tintas para pisos e vasos de cerâmicas, além das indús-
tria químicas em geral. Apresenta capacidade para reciclar 250 ton/mês de pilhas e
baterias.( 4 , 13 )
DELIBERAÇÕES – METAIS PESADOS
40
Não são resíduos novos, pois há muito tempo são usados por todos,
as soluções em seu adequado gerenciamento final e que são novidade.
Estas soluções foram fruto da imposição das deliberações do CONA-
MA – Conselho Nacional de Meio ambiente, ligado ao Ministério do Meio Am-
biente que, para atender à necessidade de grande demanda de utilização
destes materiais e seu posterior descarte,veio intervir, pois poderiam os mes-
mos estar acarretando impactos ambientais dada a presença de metais pesa-
dos e ecotóxicos em sua composição.
As indústrias de pilhas e baterias participaram de diversas reuniões
com os órgãos governamentais, entidades civis e organismos não governa-
mentais para discutir a questão da reciclagem, reutilização e disposição final
das pilhas e baterias . O resultado desse amplo debate com diferentes seto-
res da sociedade organizada – como é a forma adequada do CONAMA traba-
lhar -, gerou a resolução nº 257 publicada em 22 de julho de 1999. Esta regu-
lamentação, complementada em 22 de dezembro de 1999 pela Resolução nº
263, estabeleceu duas referências que limitam a quantidade de metais poten-
cialmente perigosos usados na composição de pilhas e baterias. A primeira
resolução está em vigor desde janeiro de 2000 e a segunda desde janeiro
2001. Assim sendo, as pilhas comuns e alcalinas, comercializadas pelas in-
dústrias representadas pela ABINEE – Associação Brasileira da indústria
Elétrica e Eletrônica, já atendem aos limites estabelecidos pela resolução do
CONAMA de 2001.
Isso aconteceu devido ao investimento realizado por essas empresas
que, desde a última década desenvolveram pesquisas e tecnologia para con-
trolar e reduzir o nível de poluentes nestes produtos. Segundo dados da ABI-
NEE, as pilhas e baterias são amplamente utilizadas em lanternas, rádios,
brinquedos, aparelhos de controle remoto, equipamentos fotográficos.
As empresas fabricantes alertam para os cuidados que se deve ter com as
pilhas e baterias falsificadas, ou importadas ilegalmente que, na maioria das
vezes , não atendem às especificações corretas.
O artigo 1º da resolução nº 257 confere tratamento especial para as pi-
lhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mer-
cúrio e seus compostos, acima dos níveis estabelecidos nos artigos 5º e 6º
da resolução. Elas devem ser entregues pelos usuários , após seu esgota-
mento energético, aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de
assistência técnica autorizada pelas indústrias. A obrigatoriedade entrou em
vigor a partir de 22 de julho de 2000. Os fabricantes importadores devem de-
finir a estratégia ideal para realizar o recolhimento dos materiais entregues
por seus clientes.
41
Também é deles a responsabilidade pelo tratamento final dos produ-
tos, que deverá ser ecologicamente correto e obedecer a legislação vigentes.
Serão devolvidas aos fabricantes e importadores as seguintes pilhas e bate-
rias: de chumbo ácido, voltadas ao uso industrial e veicular, de níquel cád-
mio, utilizadas principalmente em telefones celulares e aparelhos que usam
pilhas e baterias recarregáveis, e as de óxido de mercúrio, as quais não são
produzidas e nem importadas pelas empresas do grupo técnico de pilhas e
baterias da ABINEE, mas de grande utilização principalmente em instrumen-
tos de navegação. Nestas categorias de pilhas e baterias, o consumidor de-
verá observar a identificação contida nas embalagens, que indicará o destino
correto a ser dado ao produto, após o esgotamento de uso.
TABELA DE PILHAS E BATERIAS DESTINADAS AO RECOLHIMENTO E DISPOSIÇÃO
CONTROLADA:
Tipo/composição Aplicação Usual destino
Bateria de chumbo ácido Indústrias, automóveis e outros equipamentos de transporte
Devolver ao fabricante ou importador.
Baterias de níquel-cádmio Telefones celulares telefones sem fio, rádio,barbeadores e outros equipamentos que usam bateria recarregável.
Devolver ao fabricante ou importador.
Baterias de óxido de mercúrio Instrumento de navegação e aparelhos de medição e controle
Devolver ao fabricante ou importador.
( 20 )
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
• MATÉRIA E SUA NATUREZA
Natureza elétrica da matéria
Tabela periódica
Forças intermoleculares
Reações de oxi-redução
Propriedades das substâncias
Ligações metálicas
• BIOGEOQUÍMICA
Tabela periódica42
Cinética das reações químicas
• QUÍMICA SINTÉTICA
Reação química
Deslocamento de equilíbrio
Equilíbrio químico em meio aquoso( pH,
constante de ionização, Ks )
Tabela periódica( 22 )
• Neste tema será realizado um estudo dos diferentes tipos de pilhas, mar-
cas, sua devida composição, o mal que causa para o planeta. O que pode-
mos fazer para evitar o mal uso delas. Em sua cidade existe algum posto
de coleta de pilhas e baterias? Como é feito.
QUESTÕES PARA PESQUISA E DISCUSSÃO:
1. Muitos objetos de uso cotidiano são fabricados com ferro metálico ( Fe) ou aço
( liga contendo ferro e carbono). Que propriedade do ferro você utilizaria para
separá-lo de outros metais?
2. A contaminação com mercúrio ( Hg ) é preocupante, não apenas nas regiões
de garimpo, mas também no descarte de objetos em que esse elemento é em-
pregado, por exemplo, lâmpadas, fluorescentes e termômetros. Que proprie-
dades do mercúrio possibilitam seu uso na fabricação desses objetos?
3. Apesar do grande potencial tóxico do chumbo ( Pb ), este continua sendo em-
pregado na composição de um grande variedade de soldas. Como se justifica
esta aplicação do chumbo?
4. O cobre ( Cu ) é amplamente utilizado na fabricação de fios elétricos. Que pro-
priedades desse elemento justificam essa utilização?
5. Justifique a preferência por ligas de magnésio e alumínio ( Mg-Al ) em vez de
aço ( Fe-C ) nas estruturas de avião.
6. A soda cáustica ( NaOH ) e o gás cloro ( Cl 2 ) são obtidos por eletrólise de
uma solução de cloreto de sódio ( NaCl ), segundo a equação:
2NaCl(s) + 2H2O(l) 2NaOH(aq) + Cl2(g) + H2(g)
43
O gás cloro, ao reagir com o hidróxido de sódio ( NaOH ), produz um outro produto
comercialmente importante, o hipoclorito de sódio ( NaClO ), que é largamente utiliza-
do como bactericida e alvejante ( água sanitária ), segundo a equação a seguir:
2NaOH(aq) + Cl2(g) NaClO(aq) + NaCl(aq) + H2O(l)
a) verifique que elementos sofrem redução e oxidação nos processos de obtenção da
soda cáustica e do hipoclorito.
b) identifique os agentes redutores e os oxidantes nesses processos.
8. O processo eletrolítico de obtenção da soda cáustica mais empregado no
Brasil utiliza mercúrio como catodo.
a) quais os principais inconvenientes do uso desse elemento como eletrodo?
b) que cuidados devem ser tomados pela indústria e pelos operários para ouvir os ris-
cos de contaminação ocupacional por mercúrio?
9. As pilhas de Ni – Cd podem ser recarregadas e reutilizadas. A reação envolvida
neste tipo de pilha é:
Cd(s) + 2Ni(OH)3(s) Cd(OH)2(s) + 2Ni(OH)2(s)
a) indique o agente redutor nos processos de descarga e carga da bateria
b) essas pilhas podem ser descartadas juntamente com o lixo doméstico? Que medi-
das devem ser tomadas?
c)na sua cidade existe algum posto de coleta de pilhas e baterias? Cite-as.
d)quais os principais danos à saúde humana relacionados à contaminação com cád-
mio?
e) faça um mutirão de coleta na escola, colocando um ponto de identificação, após o
recolhimento leve-os para o posto mais próximo.
44
LEITURA COMPLEMENTAR
PILHAS: ONDE ESTÁ O PERIGO?
O perigo está quando se joga uma pilha ou bateria fora, no lixo comum,
pois há o risco de metais pesados, elementos químicos perigosos, entrarem
na cadeia alimentar humana, causando sérios danos à saúde. Veja por que:
As duas formas mais comuns de destinação final do lixo são aterro sa-
nitário e usina de compostagem.
A pilha, quando jogada fora, no lixo comum, vai para um local chama-
do de aterro sanitário , que fica a céu aberto. Uma vez expostas ao sol, vento
chuva e umidade, as pilhas e baterias se oxidam e os invóllucros de prote-
ção se rompem. Os metais pesados são vazados para o exterior juntamente
com líquidos presentes na composição das pilhas e baterias, o que acaba
contaminado todo o lixo ao redor, podendo atingir o lençol freático local.
Além disso, muitos aterros sanitários ficam próximos de rios e córre-
gos, que também acabam sendo contaminados por substâncias químicas tó-
xicas. Portanto, essas substâncias químicas tóxicas chegam à cadeia alimen-
tar humana via irrigação d agricultura ou pela ingestão da água ou alimento
contaminados.
Na usina de compostagem, as pilhas são misturadas ao fertilizante
orgânico (composto ) que está sendo formado,girando no biodigestor por 48
horas. Algumas são amassadas e moídas e se rompem, despejado os metais
pesados por todo o composto. Na saída do tubo giratório do biodigestor há
uma rede que impede a passagem das pilhas.
O lixo moído é disposto em montes a céu aberto, sendo remexido
semanalmente por três meses. Neste período, ocorrem novos vazamentos e
os metais pesados e outras substâncias químicas tóxicas se misturam ao
composto, que será usado como adubo depois.
Existem usinas de compostagem em algumas cidades do interior
de São Paulo que utilizam trituradores, aumentando substancialmente as
chances de contaminação , pois todo o conteúdo da pilha mistura-se ao
composto orgânico. Pense duas vezes antes de jogar fora, por ai , suas pi-
lhas e baterias usadas. ( 26 )
45
TEMA 3
LIXO DOMICILIAR
Em termos genéricos, denomina-se lixo sólido urbano ao conjunto de detritos
gerados em decorrência das atividades humanas nos aglomerados urbanos. Incluem-
se aí resíduos domiciliares, os originados nos estabelecimentos comerciais, indus-
triais e de prestação de serviços , os decorrentes dos serviços de limpeza pública,
dos estabelecimentos de saúde, os entulhos de construção civil e os resíduos gera-
dos nos terminais rodoviários,ferroviários, portos e aeroportos.
A TABELA ABAIXO MOSTRA A COMPOSIÇÃO MÉDIA PRODUZIDA DE LIXO
DOMÉSTICO NO BRASIL :
CLASSES %PAPEL 19,80%PLÁSTICO 6,50%VIDRO 3,00%METAIS 3,70% Em termos anuais, cada cidadão descarta em torno de 45 kg de plásticos, cerca de
90 latas de bebidas e 70 latas de alimentos diversos.
Além de materiais orgânicos, os detritos domiciliares também contém com-
ponentes inorgânicos, potencialmente perigosos à saúde humana e ao meio ambien-
te. Podem ser citados metais pesados – cádmio ( Cd ), chumbo (Pb ) ,mercúrio ( Hg ),
zinco ( Zn ) e outros, resultantes do descarte de produtos inutilizados – termômetros,
pilhas,baterias,lâmpadas fluorescentes,frascos de aerossóis,embalagens de produtos
de limpeza e higiene ( detergentes, ceras, alvejantes, sanitizantes) e material eletrô-
nico, entre outros. A periculosidade de metais decorre de características de volatilida-
de,solubilidade,toxidade e corrosividade. A toxicidade de elementos químicos, tais
como arsênio (As ), Cd,Pb e
Hg não se deve apenas à forma iônica mas, principalmente quando ligados a cadeias
pequenas de átomos de carbono, formando compostos solúveis.
46
Cada lâmpada fluorescente possui em média 15 mg de mercúrio metálico
e,no Brasil, são descartadas no lixo comum cerca de 30 milhões dessas lâmpadas
queimadas por ano, o que significa centenas de toneladas/ano do metal lançadas no
meio ambiente, poluindo o solo e as águas.
O Hg, por exemplo, é transformado em dimetilmercúrio, de fórmula (CH3 -
Hg - CH3 ), por algumas bactérias existentes nas águas e quando absorvido por al-
gas, moluscos e peixes, chega ao organismo humano através da cadeia alimentar.
Ao atingir o sistema nervoso, o metal causa distúrbios neurológicos, deficiências nos
órgãos sensoriais e acumula-se, principalmente, no fígado e rins.
O alumínio ( Al), utilizado em utensílios domésticos e até então, considera-
do inofensivo, está presente em alguns cosméticos, maquiagens e nas latas descar-
táveis de bebidas que podem ser recicladas. Atualmente, seu descarte no meio ambi-
ente tem causado preocupação devido a estudos que procuram associar seu acúmu-
lo no organismo ao Mal de Alzheimer, uma doença cerebral degenerativa de etiologia
desconhecida caracterizada pela presença de um grande número de estruturas neu-
rofibrilares e placas senis em certas regiões do cérebro.
As pilhas e baterias também são descartadas junto ao lixo comum das resi-
dências, apesar de as mesmas conterem em sua composição lítio ( Li ), manganês
( Mn ), óxido de mercúrio ( HgO ), óxido de prata ( Ag2O ), zinco (Zn) e etc.
A produção anual de pilhas no Brasil, na sua grande maioria pilhas primá-
rias, que se tornam inúteis após sua utilização, situa-se na ordem de 670 milhões de
unidades e, nos últimos quatro anos, estima-se que cerca de 11 toneladas de bate-
rias de telefones celulares tenham sido descartadas junto com o lixo doméstico.
Os métodos de tratamento do lixo mais conhecidos são a incineração, a re-
ciclagem e a compostagem.
A incineração de plásticos misturados a outros resíduos sólidos urbanos
pode ser utilizada para a produção de energia. O poder calorífico de resíduos plásti-
cos é superior ao do carvão é próximo ao do óleo combustível. Entretanto, a queima
de plásticos leva à produção de dioxinas, substâncias tóxicas; dessa forma, a incine-
ração deve ser feita em instalações dotadas de filtros que impeçam a emissão des-
ses gases para a atmosfera.
A reciclagem de materiais plásticos parece ser a melhor solução do mo-
47
mento para esses resíduos. Na reciclagem mecânica, o resíduo plástico é convertido
em grânulos, que misturados a resinas virgens, são transformados em tubulações,
mangueiras, sacos e cestos de lixo, embalagens para produtos químicos, componen-
tes de automóveis etc. Pela reciclagem química, os resíduos plásticos são novamen-
te transformados em matérias-primas para a produção de resinas.
Através da compostagem, o lixo orgânico é convertido em fertilizante a par-
tir da decomposição microbiana de restos de animais e vegetais, processo que envo-
lve reações de fermentação biológica. Entretanto ,as pilhas e baterias descartadas,
junto com o lixo podem contaminar o composto orgânico.
Para diminuir o descarte inadequado, o Conselho Nacional do Meio Ambi-
ente – CONAMA – através da Resolução nº 257/99, determina que as pilhas e bate-
rias que contenham em sua composição Pb, Cd e Hg e seus compostos sejam entre-
gues pelos usuários, após seu esgotamento, aos estabelecimentos que as comercia-
lizam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para
seu repasse aos fabricantes ou importadores.( 26 )
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
• MATÉRIA E SUA ENERGIA
Constituição da matéria
Tabela periódica
Misturas
Métodos de separação
Propriedade dos materiais
Tipos de ligações químicas em rela-
ção as propriedades dos materiais
• BIOGEOQUÍMICA
Reações químicas
Fatores que interferem na velocida-
de das reações
Tabela periódica
Condições fundamentais para
ocorrência das reações químicas
48
• QUÍMICA SINTÉTICA
Tabela periódica
Estados físicos da matéria
Funções orgânicas (car –
bono, hidrogênio, oxigênio e outros)( 22 )
• Neste tema podemos destacar um ponto principal muito desenvolvido em nossas residências. Como é feita de separação do lixo domiciliar. Qual a importância de separar produtos orgânicos e inorgânicos para o meio ambiente?
• Existe alguém em sua família que separa além destes já citados, sepa-ra também lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, frascos de re-médios
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
SEU QUINTAL , O LABORATÓRIO
Utilizada pelos antigos romanos, a compostagem pode nos ajudar hoje a
dar um destino mais ecológico a restos de material orgânico. E você pode escolher a
técnica de acordo com o espaço do seu quintal ou até mesmo varanda.
Existem dois tipos de compostagem: a que se utiliza de microorganismos e
a que se aproveita da capacidade de decomposição das minhocas, a minhocultura.
A compostagem com micro-organismos pode usar sistema aberto ou fecha-
do. O aberto é feito ao ar livre, em pilhas ou buracos. Se bem cuidado, não produz
cheiro. O andamento do processo é verificado por meio da observação da cor, umida-
de e odor. Já o sistema fechado é feito em recipientes vedados – já que este libera
cheiro- para criar as condições para os micro-organismos anaeróbicos que irão agir
no composto. Este pode ser utilizado como matéria-prima no processo de fermenta-
ção. O iogurte é um exemplo.
Já a minhocultura se aproveita da capacidade das minhocas de processar
os restos orgânicos em húmus, material fertilizante ambientalmente seguro. O pro-
cesso que acontece nos minhocários é a decomposição, e não o apodrecimento. Por
49
isso, desde que bem cuidado, não irá causar mau cheiro ou moscas.
Vamos montar um minhocário:
material :
duas caixas de tamanhos diferentes( uma com tampa )
material seco
minhocas( vermelha da califórnia – eisenia andrei )terra ( umedeça com água, mas sem encharcar )
material orgânico
papelão e jornais picados ( esse material seco irá ajudar a equilibrar os níveis de umi-
dade no seu minhocário ).
Como montar:
• você vai precisar de duas caixas plásticas, uma delas com tampa( de preferên-
cia escura e empilháveis). A caixa de cima comportará as minhocas e o mate-
rial orgânico. A de baixo serve para reter qualquer excesso de umidade ou ter-
ra que possa se espalhar, além de permitir maior ventilação.
• Faça de 10 a 20 furos na tampa, nos lados e no fundo da caixa de cima. Os fu-
ros devem ter cerca de 3mm de diâmetro. Se as caixas não forem empilháveis
use algum calço para separá-las, como uma caixinha de leite cortada ao meio.
Mas caso a caixa seja transparente, forre por dentro com um saco de lixo es-
curo.
• O recheio tem que ser da seguinte ordem: papelão e jornais picados, material
orgânico, terra, minhocas, material seco e por último a tampa.
A manutenção deve:
• adicionar material orgânico regularmente. Observe o material em decomposi-
ção. Se estiver muito úmido, ele pode atrair moscas e apodrecer, adicione
mais material seco. Se estiver muito seco, umedeça-o. O ideal são duas cama-
das de material seco para uma camada de orgânicos.
• O processo de decomposição não deve ter odor. Se o seu minhocário começar
a cheirar mal e atrair moscas, o composto não está em decomposição, e sim
apodrecimento. Isso pode ser solucionado regulando melhor a umidade, oxige-
nação e a temperatura do ambiente.
• Não deixe seu minhocário ao sol. As minhocas gostam de lugares frescos e
50
escuros.
• O composto leva de 60 a 90 dias para estar pronto. A aparência e o cheiro são
de terra escura.
Use
1. folhas
2. frutas e legumes
3. filtros e borra de café
4. saquinhos de chá
cuidado com:
1. cebola e cítricos
2. pães
não use:
1. laticínios
2. carnes
3. alimentos gordurosos ( 29 )
LEITURA COMPLEMENTAR
O LIXO QUE NÃO É LIXO, É RECICLÁVEL OU NÃO RECICLÁVEL?
Danos ambientais em várias regiões do Planeta têm despertado , uma nova
postura quanto a relação da importância da preservação do meio ambiente, pois
vivemos numa sociedade contemporânea, aonde o consumismo nos leva a refletir
sobre o que , como, por que e para que usar tantos objetos , é preciso tudo isto?
Diante desta reflexão devemos tomar um novo posicionamento como educadores,
propondo a inclusão da educação ambiental no Ensino Fundamental, Médio, sendo
esta inserida indiretamente nos conteúdos estruturantes e específicos nas
51
disciplinas , em especial na Química, pois é com ela que começamos o dia,
respirando, fazemos o nosso lanche matinal e assim por diante até o final do dia.
Sem a química não somos nada, mas para que isto aconteça de forma saudável é
preciso ter consciência de que fenômenos e questões ambientais muitas vezes
ocorrem ao redor de nossos alunos, constituindo temas interessantes para estudos
interdisciplinares, tornando-o capaz , enquanto cidadão, intervindo de forma crítica e
contribuindo nas decisões relacionadas no meio em que ele vive.
Vemos então a necessidade de esclarecer Materiais recicláveis: são
aqueles que após sofrerem uma transformação física ou química podem ser
reutilizados no mercado, seja de forma original ou como matéria – prima de outros
materiais para finalidades diversas.
Para reciclar um material é necessário que haja um processo de seleção
prévia, isto é, a separação do lixo comum em papel, plástico, vidro, metal, orgânico e
não recicláveis. Um processo de seleção muito conhecido atualmente é a coleta
seletiva, que nada mais é do que um recolhimento de lixo feito seletivamente.
Após a separação dos resíduos, é preciso fazer uma nova triagem em subtipos
de materiais para que estes tenham interesse comercial, como por exemplo, os
plásticos são separados em plástico duro ou plástico mole, os metais em latão ou
alumínio. Assim, todos os materiais recicláveis são selecionados em subtipos,
geralmente por usinas de triagem , como exemplo podemos citar a Prefeitura de São
Paulo ou por cooperativas, que após este procedimento, compactam os materiais
para facilitar o transporte e vendem para indústrias de reciclagem.
Grande parte das indústrias de reciclagem só aceitam materiais que se
encontrem dentro de uma quantidade mínima estabelecida, geralmente algumas
toneladas, o que significa que muitas vezes as cooperativas ou usinas de triagem
armazenam estes materiais por um longo tempo até conseguir a quantidade
necessária em toneladas para vender. Quando esses materiais possuem restos de
comida ou gordura, acabam atraindo ratos e baratas que podem transmitir doenças
para os seres humanos, daí a importância em lavar os materiais em casa antes de
mandá-los para a reciclagem.
Os Materiais não recicláveis são aqueles que não podem ser reutilizados
após transformação química ou física, porém muitos materiais não são reciclados no
52
Brasil apenas por ainda não existir tecnologia para o tipo específico de material.
Fique atento quando comprar uma embalagem que é reciclável pois dependendo do
material, ela poderá ir para o lixo comum no final do processo. Os materiais não
recicláveis mais conhecidos são:
Papéis não recicláveis: adesivos, etiquetas, fita crepe, papel carbono, fotografias,
papel toalha , papel higiênico , papéis e guardanapos engordurados,papéis
metalizados, parafinados ou plastificados.
Metais não recicláveis: clipes, grampos, esponjas de aço,latas de tinta,latas de
combustível e pilhas.
Plásticos não recicláveis : cabos de panela, tomadas, isopor, adesivos, espuma,
teclados de computador, acrílicos.
Vidros não recicláveis: espelhos, cristal, ampolas de medicamentos, cerâmicas e
louças, lâmpadas, vidros temperados planos.
A presença de lixo não reciclável no processo de reciclagem é um problema, pois
pode prejudicar a qualidade do produto final reciclado ou até quebrar a máquina que
processa o material. Exemplo comuns de contaminação são cerâmicas, terra e
louças na reciclagem do vidro, que como não são fundidos junto com o vidro, acabam
formando pedras no produto final, provocando quebra espontânea do vidro.
Abaixo segue algumas vantagens de separar produtos recicláveis de não
recicláveis. Confira!
• A diminuição do consumo de matérias primas virgens ( muitas delas não são
renováveis e podem apresentar ainda exploração dispendiosa).
• Contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar.
• Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população.
• Prolonga a vida útil de aterros sanitários.
• Melhora a produção de compostos orgânicos
• Gera empregos para a população não qualificada e receita para os pequeno
53
e micro empresários.
• Gera receita com a comercialização dos recicláveis
• Estimula a concorrência, uma vez que os produtos gerados a partir dos
reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-
primas virgens.
• Contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma
consciência ecológica.
Não se recicla:
• O Lixo Orgânico , ou seja , restos de comida , cascas de legumes,
frutas, cascas de ovos, etc
• Os chamados Rejeitos , que seriam lenços , papel higiênico , absorventes e
guardanapos de papel sujos, fotografias, bem como espuma, acrílico,
espelhos cerâmicas, porcelanas, tijolos, etc
• Resíduos específicos, ou seja, pilhas e baterias.
• Resíduos hospitalares, algodão, seringas, agulhas, gazes, ataduras, etc
• Lixo químico ou tóxico, como por exemplo embalagens de agrotóxicos, latas
de verniz, solventes, inseticidas, etc
Você pode apenas separar o Lixo Reciclado do Não Reciclado, terá flexibilidade na
escolha dos coletores.( 43)
54
Mas se você for separar detalhadamente os materiais recicláveis, nas
categorias plástico, metal, papel e vidro, existe uma padronização, como se
segue:
AZUL: papel/papelão
VERMELHO: plástico
VERDE: vidro
AMARELO: metal
PRETO: madeira
LARANJA: resíduos perigosos
BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
ROXO: resíduos radioativos
MARROM: resíduos orgânicos
CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não
passível de separação
A ISO 14001 é uma série de normas internacionais sobre gestão ambiental.
Esse conjunto de normas fornece uma estrutura para as organizações gerenciarem
os impactos ambientais oriundos das suas atividades produtos e serviços , não
importa qual seja seu porte ou ramo de atividade.
O certificado ISO 14001 é um dos mais importantes e de maior
reconhecimento em todo o mundo na área do meio ambiente e para a sua obtenção
é necessária, entre outras ações, a implantação da Reciclagem do Lixo , por ser esta
uma ação fundamental na redução do impacto ambiental causado por sua
empresa. ( 43 )
55
TABELA DE RECICLAGEM
PLÁSTICOS PLÁSTICOS
Reciclável : • Copos• Garrafas• Sacos/Sacolas• Frascos de produtos• Tampas• Potes• Canos e Tubos de PVC• Embalagens Pet
Não Reciclável:• Cabos de Panelas• Adesivos• Espuma• Acrílico• Embalagens Metalizadas(Biscoitos e Salgadinhos)
METAL METAL
Reciclável:• Tampinhas de Garrafas• Latas• Enlatados• Panelas sem cabo• Ferragens• Arames• Chapas• Canos• Pregos
Não Reciclável:• Clipes• Grampos• Esponja de Aço• Aerossóis• Latas de Tinta• Latas de Verniz, Solventes Químicos, Inseticida
PAPEL PAPEL
Reciclável:• Jornais e Revistas• Listas Telefônicas• Papel Sulfite/Rascunho• Papel de Fax• Folhas de Caderno• Formulários de Computador• Caixas em Geral (ondulado)• Aparas de Papel• Fotocópias• Envelopes• Rascunhos• Cartazes Velhos
Não Reciclável:• Etiquetas Adesivas
• Papel Carbono
• Papel Celofane
• Fita Crepe
• Papéis Sanitários
• Papéis Metalizados
• Papéis Parafinados
• Papéis Plastificados
• Guardanapos
• Bitucas de Cigarros
• Fotografias
VIDRO VIDRO
Reciclável:• Garrafas• Potes de Conservas• Embalagens• Frascos de Remédios• Copos• Cacos dos Produtos Citados• Pára-brisas
Não Reciclável:• Espelhos• Boxes Temperados• Louças• Cerâmicas• Óculos• Pirex• Porcelanas• Vidros Especiais (tampa de forno e micro-ondas)• Tubo de TV
56
TEMA 4
LÂMPADAS FLUORESCENTES
O mercúrio tem uma grande capacidade de se acumular nos organismos vi-
vos ao longo da cadeia alimentar, processo esse conhecido como biomagnificação.
Sua toxidade já é conhecida de longa data, sendo que não se conhece qualquer fun-
ção do mercúrio que seja essencial ao organismo humano. Dentre as espécies alqui-
ladas ao mercúrio, as de cadeia curta são mais comumente acumuladas em organis-
mos vivos, devido à sua maior facilidade de transporte através de membranas celula-
res. O acúmulo do mercúrio, em especial do metilmercúrio em peixes de águas con-
taminadas, pode resultar em risco para o homem, além dos pássaros e mamíferos
que se alimentam dos peixes ( UNEP, 2007 ). ( 28 )
Lâmpadas de mercúrio
Existem diversos tipos de lâmpadas para fins de iluminação. Elas são diferenciadas
em dois grupos: as lâmpadas que contêm mercúrio, que são as lâmpadas fluorescen-
tes( tubulares e compactas ) e lâmpadas de descarga ( mista, vapor de mercúrio, va-
por de sódio e vapor metálico), e as lâmpadas que não contém mercúrio (lâmpadas
incandescentes e halogenadas/dicróicas). Elas são compostas de uma ampola de vi-
dro bastante fino preenchido com um gás inerte, em geral o argônio, e um fino fila-
mento constituído de tungstênio que, ao ser percorrido por uma corrente elétrica, se
aquece até a incandescência, emitindo uma luz branca de tom levemente amarelado.(28 )
Existem vantagens das lâmpadas que contém mercúrio sobre as que não
contém . Em relação às lâmpadas incandescentes, as lâmpadas que contém mercú-
rio tem eficiência luminosa de 3 a 6 vezes superior, tem vida útil de 4 a 15 vezes mais
longa e 80% de redução de consumo de energia. Dessa forma, elas geram menos
resíduos e reduzem o consumo de recursos naturais para a iluminação, diminuindo
57
dependência de termeletricidade (ABILUX, 2005) Há de se destacar, também, que as
lâmpadas fluorescentes e de vapor, são utilizadas para criar melhores e efetivas fon-
tes de luz artificial e vêm substituindo amplamente as lâmpadas incandescentes.( 28 )
O uso de lâmpadas fluorescentes, então, pode representar uma significativa
economia doméstica, comercial e industrial. Se por um lado a natureza agradece a
economia no uso dos recursos naturais pelo uso de lâmpadas fluorescentes na ilumi-
nação, a proliferação do seu uso está gerando uma nova demanda ambiental: O que
fazer com as lâmpadas queimadas?
O mercúrio contido nas lâmpadas, como já sabemos pode contaminar o
solo, as plantas , os animais e a água. O risco oferecido por uma única lâmpada, é
quase nulo. No entanto, levando em consideração que o Brasil comercializa cerca de
100 milhões de lâmpadas por ano, o problema do descarte destas se agrava enorme-
mente. Isso sem contar que as indústrias de reciclagem de lâmpadas de mercúrio
são responsáveis pelo controle de apenas aproximadamente 6% do estoque de lâm-
padas queimadas no país ( Lumière,2007 ). Além disso, o custo da reciclagem e a
consequente descontaminação para o gerador de resíduo ainda são muito caro. No
Brasil uma tradicional empresa do ramo cobra pelos serviços de descontaminação
em torno de R$ 0,60 a R$ 0,70 por lâmpada (Webresol, 2005), a esse preço, devem-
se acrescentar os custos de frete ( transporte ), que podem variar de acordo com a
distância e o volume.( 28 )
Uma lâmpada fluorescente é constituída basicamente , por um tubo de vi-
dro recoberto internamente por pós de fósforo que são compostos por halofosfato de
cálcio [ Ca5 ( F,Cl )(PO4)3 : Sb, Mn ]. Os compostos ( Y2O3 : Eu ), [ Ce, Tb ) MgAl11O19) ]
e ( BaMgAl10O17:Eu ), são adicionados ao fosfato, formando os chamados fósforos
vermelho, verde e azul respectivamente. Encontro-se também, entre o tubo de vidro
e a camada luminescente de pó de fósforo, um pré-revestimento de alumina. O tubo
é preenchido com gás inerte ( argônio, neônio, criptônio, e/ou xenônio ) . Nos extre-
mos das lâmpadas, há os eletrodos, feitos de tungstênio ou aço inox, nessas condi-
ções, o tubo está em vácuo parcial ( André, 2004 ).( 28 )
Quando a lâmpada é ligada, uma corrente elétrica aquece os cátodos que
são recobertos com um material emissivo especial, os quais emitem elétrons. Os elé-
trons passam de um eletrodo para outro,criando uma corrente elétrica. O fluxo de elé-
58
trons entre os eletrodos ioniza os gases de enchimento, o que cria um fluxo de cor-
rente entre os eletrodos, Os elétrons por sua vez colidem com os átomos do vapor de
mercúrio excitando-os, causando assim a emissão de radiação ultravioleta ( UV ).
Quando os raios ultravioletas atingem a camada fosforosa que reveste a parede do
tubo, ocorre a fluorescência, emitindo radiação eletromagnética na região do visível.(28 )
DESCONTAMINAÇÃO DE RESÍDUOS DE LÃMPADAS FLUORESCENTES
Para a descontaminação de resíduos de lâmpadas fluorescentes, existem
os processos térmicos, a lixiviação ácida, a estabilização e a incineração .Essa última
não é recomendada, pois pode gerar sérios problemas ambientais devido à emissão
de mercúrio para a atmosfera.
Os dois primeiros processos, tratamento térmico e lixiviação ácida, são, até
o momento, as formas de tratamento mais indicadas ambientalmente , pois permitem
a recuperação do mercúrio por meio da reciclagem.
A reciclagem de lâmpadas refere-se à recuperação de alguns de seus ma-
teriais constituintes e a sua reutilização em indústrias ou nas próprias fábricas de
lâmpadas. Existem vários sistemas de reciclagem em operação em diversos países
da Europa, EUA e Japão. No Brasil, existem empresas como a Recitec ( Pedro Leo-
poldo-MG ), Apliquim ( Paulínia, SP ), Mega Reciclagem ( Curitiba-PR ), Brasil Reci-
cle ( Indaial-SC ) e Silex ( Gravataí -RS ), que atuam na reciclagem de lâmpadas fluo-
rescentes (Naime e Garcia, 2004 ).( 28 )
O processo de reciclagem de lâmpadas de mercúrio mais utilizado envolve
duas fases de tratamento. A primeira e a chamada fase preparatória, na qual por
meio de um processo físico, as lâmpadas são implodidas e quebradas em pequenos
fragmentos. As lâmpadas são introduzidas em processadores especiais e, por meio
de separadores gravimétricos e eletromagnéticos, latão, terminais de alumínios e pi-
nos são separados. Um sistema de exaustão permite separar a poeira fosforosa jun-
tamente com a maioria do mercúrio. O pó de fósforo e particulados são então coleta-
dos em um filtro. Por fim, os materiais constituintes das lâmpadas fluorescentes são
separadas em quatro grupos : os terminais de alumínio com seus componentes ferro-
metálicos; o vidro; o pó de fósforo rico em mercúrio; e o isolamento baquelítico que
59
existe nas extremidades das lâmpadas. Dentre todos os constituintes, somente o iso-
lamento baquelítico não é reciclado. Os vidros podem ser recuperados para produção
de novas lâmpadas ou novos vidros em aplicação não alimentar. O alumínio e os pi-
nos de latão, após limpeza, podem ser fundidos e utilizados para produção de novos
materiais. O pó de fósforo, quando livre do mercúrio, pode ser reutilizado em fábricas
de cimento.
A segunda fase consiste na recuperação do mercúrio contido no resíduo de
pó de fósforo. Esta , envolve um processo químico ou um processo térmico. No pro-
cesso térmico, o material é aquecido a temperaturas muito altas( maiores que
600ºC ). O material vaporizado a partir desse processo é condensado e coletado em
recipientes especiais ou decantadores. O mercúrio assim obtido pode passar por
nova destilação para se removerem impurezas. Emissões fugitivas durante esse pro-
cesso podem ser evitadas usando-se um sistema de operação de pressão negativa.
No caso do processo químico , ou lixiviação, o resíduo é tratado por processo de ex-
tração, envolvendo algum líquido extrator e a solução resultante precisa então passar
por algum outro tratamento para recuperação do mercúrio.
O método de lixiviação tem como desvantagens, comparado com o proces-
so térmico, a complexidade do processo, a necessidade de diversas etapas, a utiliza-
ção de reagentes químicos e, especialmente, a geração de efluentes que demandam
um tratamento adequado para serem descartados, sendo, portanto, menos utilizado
que o processo térmico.(28 )
Cuidados:
1. O consumidor também precisa ter cuidados no manuseio e uso das lâmpadas
fluorescentes, especialmente se houver quebra de uma delas, o que libera o
mercúrio no ar.
Confira a seguir os procedimento recomendados pela Abilumi nessa circunstância.
2. Não usar equipamento de aspiração para a limpeza;
3. Logo após o acidente, abrir todas as portas e janelas do ambiente, aumen
tando ventilação;
4. Ausentar-se do local por, no mínimo, 15 minutos;
5. Após 15 minutos, colete os cacos de vidro e coloque-os em saco plástico.
Procure utilizar luvas e avental para evitar contato do material recolhido com a
60
pele;
6. Com a ajuda de um papel umedecido, colete os pequenos resíduos que ainda
restarem;
7. Coloque o papel dentro de um saco plástico e feche-o;
8. Coloque todo o material dentro de um segundo saco plástico. Assim que pos-
sível, lacre o saco plástico evitando a contínua evaporação do mercúrio libera-
do;
9. Logo após o procedimento, lave as mãos com água corrente e sabão.
Empresas que oferecem serviço de reciclagem de lâmpadas no Brasil:
• São Paulo - Apliquim-(11)3722-5478 www.apliquim.com.br
• Rodrigues & Almeida Moagem de Vidros (19)9649-6867
• Tramppo(11)3039-8382 www.tramppo.com.br
• Naturalis Brasil(11)4496-6323 ou 4591-3093 www.naturalisbrasil.com.br
• Em Santa Catarina
Comitê Interministerial de Inclusão Social dos Catadores de Materiais Recicláveis
Esplanada dos Ministérios, Bloco "A", sala 456 Tel: (61)3433 - 1619 1644 1654
Fax: (61) 3433-1668 - Brasília - DF CEP: 70054-900(
Assim, seu descarte não pode ser feito em aterros comuns. A intoxicação por
mercúrio pode causar diversos problemas à saúde humana como: dor de estomago,
diarreia, tremores, depressão, ansiedade, gosto de metal na boca, sangramento nas
gengivas, insônia, falhas de memória, fraqueza muscular, nervosismo, mudanças de
humor, agressividade e até demência.
Em altas concentrações o mercúrio pode levar à morte.
Entretanto, durante seu ciclo de vida, as lâmpadas fluorescentes produzem cerca de
70 % menos de gases de efeito estufa quando comparada à lâmpadas
incandescentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
61
O índice de reciclagem da lâmpada fluorescente pode chegar a 98% e, além disso, a
reciclagem é economicamente aceitável. O vidro reciclado pode ser utilizado para fa-
bricação de cerâmica, o mercúrio pode ser utilizado na fabricação de termômetros e
o pó de fósforo pode ser novamente utilizado na fabricação de novas lâmpadas. A
cada mil lâmpadas fluorescentes recicladas, são reaproveitados cerca de 260 kg de
vidro, 18 kg de alumínio, 6 kg de pó de fósforo e 8g de mercúrio.( 44 )
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
• MATÉRIA E SUA NATUREZA
Constituição da matéria
Propriedades dos materiais
Estudo dos metais
• BIOGEOQUÍMICA
Tabela periódica
• QUÍMICA SINTÉTICA
Diferença entre gás e vapor
Funções orgânicas( 22 )
• Neste tema o enfoque principal é quanto a questão ambiental, que es-tas lâmpadas trazem ao planeta. Diante disto, como é feito o seu des-carte, tanto na escola, trabalho , e até em casa mesmo, pois todos as informações que obtemos é que elas fornecem uma economia. Tam-bém podemos verificar com nossos educandos sua composição, ex-terna e interna.
QUESTÕES PARA PESQUISA E DISCUSSÃO:
1. Qual a importância dos metais para o nosso organismo?
2. Quais os problemas ambientais provocados pelos metais pesados?
3. Através do texto identifique os danos causados no nosso organismo pela con-
taminação do mercúrio.
62
4. Como a sociedade pode diminuir os problemas de contaminação do solo e das
águas através dos metais pesados?
5. Faça uma pesquisa na sua cidade, se existe um lugar adequado, para uso de
lâmpadas fluorescentes queimadas ou quebradas.
6. Na escola desenvolva uma forma de coleta, destas lâmpadas, tanto da
escola , como das residências dos alunos e professores.
7. Elabore cartazes, com os cuidados e efeitos colaterais causados à saúde pelo
metal mercúrio.
8. Cite além das lâmpadas fluorescentes, que outros produtos possuem este me-
tal pesado ?
9. Faça uma pesquisa de campo, em seu bairro, que tipo de descarte eles fazem
com estes produtos que possuem o metal mercúrio. E se eles sabem o mal
que pode causar ao organismo e ao meio ambiente. Cite-as.
10.Distribua panfletos com orientações, sobre metais pesados, aonde ele é en-
contrado ( produtos) e efeitos colaterais.
LEITURA COMPLEMENTAR:
Brasil quer acabar com lâmpadas incandescentes
O Brasil deverá banir o uso de lâmpadas incandescentes até 2013. Ao menos é o
que pretende uma portaria que aguarda aprovação do Ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão, para ir à consulta pública. A iniciativa permitirá uma economia, anual
de energia, da ordem de 7 milhões e 864 mil megawatts/hora por ano, o equivalente
a deixar de construir uma usina de 2 mil megawatts de capacidade instalada.
A portaria deve ser aprovada pelo ministro nas próximas semanas, entrando
em seguida em consulta pública virtual por 30 dias. Após esse prazo, será realizada
63
uma consulta pública presencial, junto a representantes da sociedade civil, empresas
e indústria.
A informação é do consultor do Ministério de Minas e Energia (MME), Roberto
Wagner Lima Pereira. Segundo ele, a previsão é que já no próximo ano as ações
comecem a ser implementadas. O prazo de três anos para a extinção total das
lâmpadas foi pensado para que a substituição seja gradativa, permitindo também que
a indústria sincronize suas atividades à nova demanda pelas lâmpadas mais
econômicas, no caso, as fluorescentes.
Critérios
A medida será válida apenas para lâmpadas incandescentes de uso geral, de
25 watts a 200 watts, mais usadas na iluminação de residências e indústrias. No caso
das lâmpadas similares, utilizadas em eletrodomésticos e veículos, não haverá
modificação, explicou Pereira
Na primeira fase, que deverá compreender o período de 2010 a 2011, serão retiradas
do mercado as lâmpadas de 200 e 150 watts. Entre 2011 e 2012, será a vez das
lâmpadas de 100 e 60 watts, as mais utilizadas. Em 2013 será a vez das de 40 e 25
watts deixarem o mercado.
A iniciativa não é apenas do Brasil, a União Europeia acaba de anunciar a extinção
das lâmpadas incandescentes de 100 watts. A retirada total do mercado europeu
está prevista para ocorrer até 2012.
O gerente de Marketing e Produtos da área de LED's da Philips Lighting na América
Latina e coordenador do programa de Eficiência Energética da Philips, José
Fernando Mendes, diz que a empresa é favorável a iniciativas que contribuam com o
crescimento da eficiência energética. A redução da fabricação das lâmpadas pela
empresam em nível global, depende das iniciativas dos governos e estados. De
acordo com ele, Argentina, Colômbia, Turquia, Rússia, Canadá e os estados da
Califórnia e Nevada já demonstraram a intenção de substituir as lâmpadas
incandescentes, o que deverá ocorrer gradativamente nos próximos anos.
Tecnologia das lâmpadas de LED
64
As lâmpadas com tecnologia LED (Diodo Emissor de Luz) devem representar uma
boa fatia do mercado nos próximos anos. Já inseridas no mercado europeu, a
modalidade, no Brasil, é usada apenas em alguns hotéis e projetos de iluminação
pública. Mendes explica que a entrada desse modelo no país requer uma inserção
maior da tecnologia, em um prazo de dois a três anos, quando os valores para
iluminação residencial devem alcançar preços mais acessíveis ao consumidor.
Outros fabricantes também já incluíram a tecnologia em sua carteira de produtos.
A LED tem eficiência comparável à fluorescente, de até 80% em relação às
incandescentes. A diferença é que essa tecnologia permite uma vida útil de até 45 mil
horas, ou 45 anos. A média de vida útil das fluorescentes compactas gira em torno de
3 mil a 4 mil horas.
A modalidade está no âmbito da política global de desenvolvimento de produtos
sustentáveis da Philips, denominada Eco Vision. Essa linha de produtos, que envolve
diferentes eletroeletrônicos, deverá receber investimentos da ordem de 1 bilhão de
euros até 2012, prazo em que a empresa projeta ter até 30% de seu faturamento
advindos dos produtos “verdes”.
Preço das lâmpadas de LEDEmbora mais eficientes e com maior durabilidade, as lâmpadas
incandescentes costumam ter valor elevado. As populações de baixa e baixíssima
renda serão contempladas com programas de subsídios, que preveem a doação das
lâmpadas, conforme informou Pereira. O projeto deverá ser integrado com programas
já existentes, como a substituição de geladeiras antigas por outras mais novas e
eficientes.
Há também a previsão de barateamento das lâmpadas ao fim do ciclo de
substituição, já que haverá uma grande demanda no mercado. Pereira projeta que o
valor de uma lâmpada deverá cair significativamente. Mendes concorda com a
redução de preços das lâmpadas fluorescentes, e ressalta que a queda nos valores
vem acontecendo gradativamente ao decorrer das ações de substituição.
Impactos
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Para elaboração da portaria, foi realizada uma série de estudos prevendo os
impactos e a economia de energia, que serão divulgados junto com a entrada em
consulta pública do projeto. De acordo com Pereira, após a substituição das
lâmpadas, a economia gerada poderá ser superior às projeções iniciais.
De acordo com dados fornecidos pela Eletrobrás, as lâmpadas fluorescentes
podem consumir até quatro vezes menos energia elétrica em comparação às
incandescentes. Para se ter ideia do impacto, a estatal tomou como exemplo o uso
da lâmpada em 50 milhões de residências no Brasil, estimando cinco lâmpadas
incandescentes de 60 watts para cada um desses lares, o que resulta em uma
demanda de cerca de 15.000 megawatts. A substituição por lâmpadas
incandescentes acarretaria em uma demanda de 3.750 megawatts, ou seja, uma
diferença de 11.250 megawatts, demanda aproximada à capacidade instalada da
hidrelétrica de Itaipu (14.000 megawatts)
Mesmo sem programa específico de incentivo, o uso de lâmpadas incandescentes
vem caindo ao longo dos anos. Em 1998, cada residência possua em média seis
lâmpadas, ante quatro em 2006. A queda mais significativa aconteceu na região Sul,
onde a queda foi de 7,6 para 2,8, na mesma base de comparação. (45 )
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LED: A ILUMINAÇÃO DO FUTURO JÁ DISPONÍVEL NO PRESENTE
Ele já existe há muito tempo, mas recentemente vem ganhando grande
destaque entre as tecnologias que tendem a dominar no futuro. Você provavelmente
já deve conhecer o LED, mas na certa nem dá muito valor para ele. Este componen-
te teve suas primeiras aparições na década de 60 e surpreendeu a todos, porque até
então não havia nenhum componente eletrônico que emitisse luz pró-pria. A princí-
pio, o LED teve poucas aplicações, porque ele emitia pouca luz, fator que limitou o
componente a função de indicador de energia — função que ele executa até hoje em
muitos aparelhos eletrônicos.
Evidentemente, o LED evoluiu muito nestes quase 50 anos de vida que já tem. Atual-
mente, ele está presente em tantos aparelhos que você nem imagina. Desde celula-
66
res, passando por câmeras digitais e chegando até os televisores. Isso mesmo, a
mais recente conquista do LED foi a invasão no setor das televisões. Bom, saber que
o LED é necessário em nossas vidas, todos já sabem, mas como será que ele funcio-
na? Qual é o futuro deste pequenino componente?
O que é um LED? Como ele funciona?
O LED é um componente eletrônico, mais precisamente, um diodo
semicondutor. O funcionamento do LED é relativamente simples, sendo que ao
receber energia ele emite luz. Diferente da maioria dos componentes eletrônicos, que
liberam energia através do calor, o LED consegue liberar a energia excedente na
forma de luz. Antigamente, os LEDs só emitiam luzes coloridas, porque tinham uma
carcaça colorida, a qual quando iluminada pelo raio produzido pelo LED, fornecia
uma cor específica.
Com a evolução do processo de construção do LED, estes componentes passaram a
emitir luzes em cores diferentes, mesmo tendo uma carcaça transparente. Além
disso, surgiram os LEDs capazes de reproduzir várias cores, sendo assim, um
mesmo componente poderia criar centenas ou até milhares de cores diferentes. Claro
que para isso, a tecnologia no componente evoluiu muito, mas o modo de
funcionamento continuou quase o mesmo. Através de um controle de alta precisão
na corrente elétrica, o LED consegue emitir tonalidades de cores diferentes, o que se
tornou um fator muito importante para as novas tecnologias que têm aderido este
pequenino item da eletrônica.
ILUMINAÇÃO ATRAVÉS DE LEDs
Apesar dos diversos aparelhos em que os LEDs vêm ganhando presença,
acredita-se que o verdadeiro triunfo desta tecnologia seja em outro setor: a ilumina-
ção. Por muito tempo os cientistas vêm pesquisando e trabalhando em diversos pro-
jetos para inovar e criar uma lâmpada que funcione através de LEDs. Até o presente
momento, já existem algumas lâmpadas que funcionam através de LEDs e, aliás,
funcionam muito bem. Contudo o grande problema não está na adaptação, ou na de-
mora da tecnologia ser suficiente para prover uma boa iluminação, porém o problema
consiste no elevado preço que é cobrado por essas lâmpadas.
67
LEDs são mais ecológicos que as lâmpadas incandescentes e até as fluorescentes
pois quase toda a eletricidade usada vai para produzir luz.
Lâmpadas a LED são frias ao toque e não acrescentam calor excessivo aos cômodos
da casa, o que significa menos uso de ar condicionado ou ventilador. E ainda funcio-
nam por milhares de horas antes que precisem ser trocadas.
Em termos de custo, tamanho e iluminação, as Lâmpadas com Tecnologia a LED es-
tão ficando cada vez melhores, e tendo várias aplicações no dia a dia.
Mesmo que as melhores LEDs não sejam brilhantes o suficiente para usar
como fonte de luz primária, elas funcionam muito bem para decorar ou ter uma luz
suave durante a noite.
Em média, elas se pagam em dois anos, havendo aproximadamente mais
oito ou nove anos para você aproveitar a economia gerada! Essas estimativas, claro,
variam conforme os seus níveis de consumo. Além disso, as lâmpadas emitem pou-
quíssimo calor, o que aumenta a sua eficiência,pois elas não precisam desviar pate
da energia para essa função.
Enquanto uma lâmpada comum tem vida útil de 1.000 horas e uma fluorescente de
10.000 horas, a LED rende entre 40.000 e 100.000 horas de uso ininterrupto.
Uma lâmpada incandescente converte em luz apenas 5% da energia elétrica que
consome. As lâmpadas LED convertem até 40%. Essa diminuição no desperdício de
energia traz benefícios evidentes ao meio ambiente. Estudos sugerem que a conver-
são completa para a tecnologia LED diminuiria em até 50% as emissões de CO2 a
partir do uso de energia elétrica para iluminação em pouco mais de 20 anos.
As lâmpadas LED são mais de duas vezes mais eficientes do que as lâmpadas fluo-
rescentes compactas, atualmente vistas como o padrão da iluminação “verde”.
No entanto, o grande benefício do LED é o seu baixo impacto ambiental, pois ele não
contem mercúrio ou outros metais pesados na sua composição, ao contrário das lâm-
padas fluorescentes.
Vantagens :
• economia de energia: consume 80% menos energia na comparação cm uma
lâmpada incandescente.
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• A iluminação a LED não produz calor evitando o envelhecimento dos mate-
riais, sujeito a essa temperatura( difusores acrílicos, suportes,etc ) e materiais
envolventes aumentando a sua vida útil.
• Reduz a necessidade de ar condicionado para compensar a temperatura.
• Não produz materiais para reciclar( lâmpadas, balastro, etc) com vantagens
ambientais e de gestão de resíduos.
• Reduz drasticamente os custos de lâmpadas de substituição e dos serviços
associados.
• Média de preço de uma lâmpada a LED – R$ 180 reais
• Retorno no de investimento : 2 anos
• Diversos modelos, níveis de luminosidade e cores
• Duração desde 40.000 a 100.000 horas. (45 )
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TEMA 5
ÓLEO COMESTÍVEL
“A QUÍMICA E O SABÃO, O QUE ELES TÊM EM COMUM?”
OBJETIVO:
Abordar os conceitos de química envolvidos no processo da preparação do
sabão, do descarte do óleo da cozinha no meio ambiente, nos cuidados com o ma -
nuseio de produtos químicos, funcionamento do sabão.
HISTÓRIA DO SABÃO
Uma das atividades mais antigas na civilização humana é a produção de
sabão. Existem registro de material semelhante na Babilônia a 2800 a.C. E no egito a
1500 a.C. Foi descoberto que este material era formado a partir de uma combinação
de gordura animal e cinzas de madeira.
Mais foi na época dos romanos que surgiu os primeiros relatos do processo de
fabricação do sabão, onde Plínio, o Velho, descreve sobre o sabão duro e o sabão
mole.
Durante todo o Império Romano o sabão foi produzido somente de forma
artesanal, sendo assim foi somente a partir do século XIII, depois da queda do
Império Romano, que o sabão passou a ser produzido em escalas industriais.( 31,41 )
MODIFICAÇÃO DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO SABÃO
O processo básico para a preparação do sabão na antiguidade era a mistura
de cinza de vegetais, que continha carbonato de potássio, e gordura animal . Este
processo exigia paciência mais do que perícia, já que era necessário esperar um
longo tempo, alguns dias, para que a reação acontecesse e formasse a pasta
conhecida como sabão. Esta mistura de materiais alcalinos e materiais graxos
surgiram gradualmente, só não se sabia na época que se tratava de uma reação de
saponificação.
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As primeiras modificações do processo surgiram quando houve a substituição
das cinzas por lixívia que era rica em hidróxido de potássio, obtida de uma mistura de
cinzas e cal, com fluxo de água passando através da mistura (reação 1e2). Passando
a ser produzido em quantidades maiores no século XIII começou a ser considerado
como um processo industrial. Mas não deixava de ser um processo mecânico de
mistura de gordura e álcali.
CaO (aq) + H2O → Ca(OH)2 (aq) (reação 1)
K2CO3 (aq) + Ca(OH)2 (aq) → CaCo3 (s) + KOH (aq) (reação 2)
O processo de fabricação do sabão seguia o mesmo método desde o período
romano e só foi modificado com avanços químicos ocorridos no século XVI, quando
Nicolas Leblanc (1742-1806) aprimorou o método de síntese da barrilha (carbonato
de sódio) a partir da salmoura (Solução de cloreto de sódio) [3]. Outro marco
importante para o avanço do processo de fabricação do sabão foi o esclarecimento
da composição química das gorduras naturais, por Michel Eugéne Chevereul (1786-
1889). Assim o sabão pode ter início como um processo industrial conhecendo os
princípios químicos envolvidos, sabendo qual a matéria-prima a ser aplicada,
mostrando assim que a formação de sabão era uma reação química.
Quase 2000 anos para que o processo de fabricação do sabão deixa de ser
um processo mecânico para um processo químico, ocorrendo desde o pré-tratamento
da gordura até a obtenção de novas matérias-primas. E posteriormente recuperando
a glicerina das misturas de saponificação .( 31,41 )
UTILIZAÇÃO DA SODA CÁUSTICA
A soda cáustica começou a ser utilizada na produção de tipos primitivos de
sabão, pelos egípcios na antiguidade. E hoje o seu principal uso continua sendo a
saponificação de ácidos graxos.
Com a evolução do processo de fabricação a soda cáustica passou a ser
obtida a partir de carbonato de sódio, que era encontrado em alguns depósitos
naturais bem como pela calcinação de plantas marinhas. Porém a quantidade obtida
71
era pequena e não atingia escala comercial, sendo utilizada somente para escala
doméstica .
Hoje já há um emprego muito maior sendo também utilizada na produção de
papel, tecidos, alimentos e biodiesel. É altamente corrosivo e pode produzir
queimaduras, cicatrizes e cegueira devido à sua elevada reatividade .
COMO OCORRE A SAPONIFICAÇÃO
A partir da reação de ácidos graxos e bases é obtida uma pasta denominada
sabão, esta reação é conhecida como saponificação. A três tipos de ácidos graxos
utilizados na produção de sabão são o oleico, o esteárico e o palmítico(31)bases
utilizadas geralmente são bases fortes como o hidróxido de sódio.
A reação de saponificação geralmente é efetuada sob aquecimento. Nesta
reação a base (soda) reage com a gordura (ésteres) deslocando a glicerina com a
liberação dos radicais ácidos e formação dos sais básicos (sódicos), conforme a
figura 1. Estes sais formados são conhecidos como sabões, que depois de outros
tratamentos como purificação e adição de outros componentes então é obtido o
sabão comercial. Conforme a base utilizada no sabão este recebe uma
denominação, os que são feitos com soda são chamados de duros e os que são
produzidos com potassa são denominados moles ( 31,41 )
Figura 1 – reação de saponificação ( 31,41 )
72
O subproduto obtido da reação de saponificação é a glicerina muito
empregada na produção de nitroglicerina, um forte explosivo bastante utilizado
durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.
POLARIDADE DA MOLÉCULA: POLAR E APOLAR
Polaridade é o resultado de cargas positivas ou negativas na nuvem eletrônica
ao redor da molécula, pólos diferentes existentes nas moléculas são conhecidos
como moléculas polares, e as de pólos iguais são as moléculas apolares. Isto está
diretamente relacionada com a separação das cargas negativas e positivas
existentes entre os átomos das moléculas, esta diferença é conhecida como
eletronegatividade. As moléculas polares formam pólos, ou seja, com momento de
dipolo diferente de zero e as apolares não formam pólos, ou seja, não apresenta
momento de dipolo elétrico igual a zero .
Como é a Ação de Limpeza do Sabão
A água é uma substância polar que sozinha não consegue remover toda a
sujeira existem na superfície de diversos materiais, devido ao fato que muitas
moléculas de sujeira são apolares como, por exemplo, óleos e gorduras. Como não
há interação entre eles, o sabão tem um papel fundamental pois é ele que faz o
“contato” entre a gordura e a água. A molécula do sabão possui uma cadeia
carbônica longa que é apolar, capaz de interagir com óleos e gordura, e na sua
extremidade possui uma função éter que é polar, que interage com a água.
A cadeia apolar da molécula do sabão tem ação de limpeza porque ela
envolve as moléculas de sujeira por toda a superfície do material sujo, promovendo
sua remoção devido à interação que a com a outra extremidade e a água, conforme a
figura 2.
73
Figura 2 – representação da ação do sabão na limpeza ( 31,41 )
Quando lavamos um recipiente com uma superfície suja de gordura com
sabão formam-se pequenas micelas, ou seja, gotículas microscópicas de gordura
envolvidas por moléculas de sabão, a parte apolar interagindo com a gordura e a
parte polar com a água. Outra designação para este processo é dizer que a parte
apolar é HIDROFÓBICA (tem aversão à água) e a parte polar é HIDROFÍLICA (tem
afinidade com a água) ( 41 )
BOLHAS DE SABÃO, ESPUMA E A AÇÃO DE LIMPEZA
A bolha do sabão é formada por uma película composta de moléculas de
sabão e de água) envolvendo um volume de ar (Figura 3). A bolha pode variar de
tamanho, sendo modelado conforme a pressão exercida sobre sua superfície
elástica, podendo ser esticado ou comprimido.
74
Figura 3. representação da bolha de sabão.( 41,)
A bolha é formada por duas camadas de moléculas de sabão (surfactantes)
com uma camada de água no seu interior formando uma película esférica e a
espessura é determinada pela quantidade de moléculas de água. A parte hidrofílica
da molécula do sabão está direcionada para dentro, interagindo com a água, e a
parte hidrofóbica está em contato com o ar.
Surfactantes são compostos que tem a capacidade de alterar as propriedades
da superfície de um líquido, outra característica é a capacidade de formação de
micelas, ou seja, agregarem-se uns com os outros. E, atua diminuindo a tensão
superficial da água.Na presença de luz a bolha apresenta mudança de coloração na
sua superfície, isto ocorre devido a reflexão da luz e as cores observadas vão
depender do ângulo de visualização e da espessura do filme.
Através da incidência de luz é possível determinar a espessura do filme
formado, porque os pontos mais escuros são locais onde a espessura do filme é
menor em relação ao comprimento de onda da luz visível, tendo assim falta de
reflexão e ausência de cor ( 31, 41 )
Um conjunto de bolhas próximas uma das outras forma uma espécie de rede
que é conhecido como espuma. Como as bolhas estão interligadas sua forma não é
esférica, mas sim um poliedro de faces planas. Entre as bolhas existe uma junção
por onde passa o líquido, esta junção é conhecida como capilar.
Existem muitos sabões e detergentes que são excelentes para limpeza e não
formam espuma, não existe relação entre formação de espuma e eficiência na
lavagem, mas devido o fato do conhecimento popular associar este fato com limpeza
75
os fabricantes acabam adicionando agentes espumantes aos seus produtos para
melhorar as vendas.
A RELAÇÃO ENTRE SABÃO E DETERGENTES
Sabão e detergentes são compostos que possuem a mesma finalidade, à
limpeza de materiais. A maior diferença entre os dois é que os detergentes são
produtos sintéticos para limpeza de superfícies sólidas, lisas e porosas [9]. O sabão é
um tipo mais simples de detergente. O material empregado na produção do
detergente é formado a partir de derivados do petróleo, por moléculas de ácido
sulfônico que ao reagir com a base (soda caustica) forma um sal (sulfonato de sódio).
O sabão é feito de gordura animal ou vegetal, que são saponificados pela soda
caustica (NaOH) ou pela potassa caustica (KOH), formando o sal correspondente.
O detergente é um agente de superfície, que serve para reduzir a tensão
superficial do líquido e estabilizar as soluções coloidais. Para ser adsorvida pelo
liquido existe a parte polar hidrofílica, e a parte apolar lipofílica.( 31,41 )
O PROBLEMA DA POLUIÇÃO
O principal problema do descarte de óleo de cozinha é o fato que durante sua
decomposição ele emite o gás metano, que é um dos principais gases contribuintes
para o efeito estufa. O agente para a decomposição deste material são as bactérias
que por um processo chamado ação anaeróbica (sem ar) gera o metano. O descarte
de óleo de cozinha em ralos de pias contribui bastante para o aumento da poluição
cerca de um litro de óleo descartado contamina aproximadamente mil litros de água.
A simples atitude de não descartar o óleo desta forma contribui para diminuir o
aquecimento global, porem não existe uma forma correta para descartar estes
reagentes, mas uma alternativa é a produção de sabão.
O sabão também pode se tornar um poluente caso descartado incorretamente,
se não houver tratamento deste material, ele aumenta a ação de microorganismos
que se alimentam de matéria orgânica, gerando a eutrofização das águas tornando
as férteis para a ação de bactérias. Com o aumento deste material aumenta a ação
de microorganismos diminuindo o nível de oxigênio dissolvido na água, já que estes
76
organismos necessitam deste para sobreviver. E no caso de detergentes que contem
sulfetos, durante a degradação do material, liberam metano e ácido sulfídrico ( 41 )
ÓLEOS E GORDURAS
A diferença entre óleo e gordura é que o óleo é um lipídeo que em temperatura
ambiente apresenta-se na forma líquida e a gordura é um lipídeo que em temperatura
ambiente apresenta-se na forma sólida. A partir de processos industriais é possível
modificar a estrutura dos lipídeos transformando-os em gorduras trans-saturadas que
é nociva a saúde ( 41 )
A gorduras-trans é encontrada principalmente em produtos industrializados, é
formada a partir de um processo de hidrogenação industrial, transformando óleo
vegetal líquido em gordura sólida à temperatura ambiente, atuam no alimento como
conservantes aumentando a sua consistência e o tempo de vida útil. Também ocorre
como um processo natural no rúmen de animais, por isso alimentos com origem
animal podem conter pequenas quantidades desta gordura . O consumo destes
alimentos pode causar:
Aumento do colesterol (LDL), que é prejudicial.
Diminuição do colesterol (HDL), colesterol bom.( 41 )
O pH DO SABÃO E A IMPORTÂNCIA DO SEU CONTROLE
Quando substâncias ácidas, básicas ou sais inorgânicos se dissolvem na
água, sofrem ionização ou dissociação, isto é, formam íons. Dependendo do balanço
entre a concentração de cátions (H+) e de ânions (OH-), podemos ter soluções
ácidas, básicas ou neutras.
A acidez ou a alcalinidade de uma solução pode ser expressa em uma escala de pH que varia de 0 a 14.
Essa escala de pH é baseada no número de hidrogênios livres (H+) em uma
solução. Uma solução com valor 0 na escala de pH tem muitos íons H+ e poucos
íons OH-. Uma solução com pH 14, em contraste, tem muitos íons OH- e poucos H+.
Quando esses íons (H+) e (OH-) estão em proporções iguais, o pH é considerado
neutro, pH=7.
77
O pH é definido como o logaritmo negativo da concentração do íon de
hidrogênio (H+) e pode ser calculado a partir da seguinte expressão: pH= - log [H+].
Assim, o termo pH é usado para descrever o grau de acidez ou alcalinidade
(basicidade) de um dado meio, de forma que:
pH
0
pH
< 7 >
pH
14Ácido Neutro Básico
H+ OH-
O sabão possui em geral um pH levemente básico, sendo que controla-lo é de
muita importância durante o processo de fabricação porque pH elevado pode ocasio-
nar, quando em contato direto com a pele, queimadura leves ou até mesmo graves.
Para identificar o pH geralmente é utilizado papeis indicadores, existem dois ti-
pos principais de papel indicador, o Tornassol que muda de cor na presença de áci-
dos ou bases, e também papel universal que é mais sensível à mudança de cor po-
dendo indicar um valor aproximado do pH da substância que esta sendo analisado
devido a uma escala de cor mais precisa.
O papel tornassol possui dois tipos de coloração, uma sendo utilizada para
identificar a base e outro para identificar o ácido:
Papel Tornassol Vermelho Papel AzulSolução Básica (pH> 7) Ácido (pH<7)
Mudança de cor
para
Azul Vermelho
O tornassol não fornece nenhuma informação adicional em relação ao pH, so-
mente se a solução é ácida ou básica.
78
O papel Universal de pH possui uma escala de cores, cada cor representa um
valor na escala do pH, ou seja, em contado com a solução o papel muda de cor po-
dendo informar qual é o pH da solução.
PROJETO UNIVERSIDADE SEM FRONTEIRAS DESMISTIFICANDO A FISICA E A
QUIMICA-UNICENTRO
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
• MATÉRIA E ENERGIA
Tabela periódica
Métodos de separação
Solubilidade
•
• BIOGEOQUÍMICA
Representação das reações quí
micas
Reações exotérmicas e endotér-
micas
• QUÍMICA SINTÉTICA
Equilíbrio químico em meio
aquoso
Funções orgânicas( 22 )
• Neste tema de grande importância , iremos desenvolver uma prática usando o óleo comestível, o qual muitas residências após seu na cozi-nha simplesmente joga no ralo, ou muitas vezes no lixo comum. Com isto podemos reutilizá-lo de forma ecologicamente como a fabricação de sabão.
• Sendo assim estudaremos todo a composição da fabricação desde a saponificação até as outras funções orgânicas existentes.
79
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
PROCEDIMENTO I
MATERIAIS • 1 Balde plástico;
• 1 Batedor (pá, colher de pau);
• 1 Chapa de aquecimento;
• 2 Béqueres;
• Recipiente para forma de sabão.
REAGENTES
• 1000 mL de óleo comestível;
• 350 g de soda caústica;
• 1000 mL de água;
• 400g de sebo.
• 400 mL álcool combustível.
• 200 mL de vinagre.
PROCEDIMENTO
• Aqueça a água (até ferver) e a despeje em um balde. Em seguida adicione
a soda caústica lentamente e mexa com o batedor até dissolver completa-
mente, como apresentado na figura a seguir.
2. Derreter o sebo e ainda quente adicionar a solução, aquecer o óleo e adicione
na solução mexa até obter uma solução de cor amarela e densa. Continue mexendo
por mais 10 minutos.
3. Adicione aos poucos o álcool, continue mexendo até a solução ficar mais den-
sa. Verifique o pH da solução se tiver muito básico adicione o vinagre.
4. Despeje esta mistura em um frasco, para que sirva de forma para a formação
da barra de sabão.
80
Após alguns minutos quando esta resfriando o sabão começa e endurecer, de-
pois de um dia desinforme o sabão, ele já estará pronto para utilização.
Durante o processo de preparação devem-se sempre usar proteção para os
olhos como óculos, para as mãos (luvas ou sacos plásticos), pois a soda cáustica ao
reagir com a água promove uma reação exotérmica com grande liberação de calor
podendo espirrar e queimar a pele.
Tempo estimado para a preparação: 45 minutos( 41 )
PROCEDIMENTO II
MATERIAIS
1 bastão de vidro;
3 béqueres de 250 mL
1 béquer de 1000 mL
1 termômetro;
1 balança semi-analítica;
fitas indicadoras de pH;
1 chapa de aquecimento;
REAGENTES
100 mL óleo comestível usado;
50 g de soda cáustica;
150 mL água ;
150 g de sebo;
250 mL álcool combustível ou comercial;
40 mL vinagre de álcool ou limão;
81
PROCEDIMENTO:
1. Derreta 150 g de sebo num béquer de 100 mL.
2. Aqueça 100 mL de óleo até 70ºC em um béquer de 250 mL.
3. Aqueça 150 mL de água quente em um béquer de 1000 mL
4. Em seguida, adicione, lentamente na água quente, 50 g de soda cáustica com
agitação contínua até dissolver completamente a soda. Cuidado: a dissolução
da soda cáustica é uma reação exotêrmica com grande liberação de calor po-
dendo espirrar e queimar a pele.
5. Após a dissolução da soda, adicionar, lentamente, o sebo derretido e o óleo
aquecido, mexendo vigorosamente, no mínimo 10 minutos ou até obter uma
solução de cor amarela e/ ou densa.
6. Decorrido o tempo de agitação, adicione aos poucos 250 mL de álcool, conti-
nue agitando vigorosamente por mais 5 minutos.
7. Verifique o pH da solução com auxílio da fita indicadora, se estiver muito bási-
co pH maior que 14, adicione 40 mL de vinagre ou suco de limão.
8. Mantenha a agitação por 10 minutos ou até a solução resfriar e começar a en-
durecer.
9. Despeje esta mistura em um recipiente e deixe em repouso por um dia e de-
sinforme o sabão, ele já estará pronto para a utilização.
Dicas: no caso de formar fases coloque a solução sob aquecimento brando por al-
guns minutos e continue mexendo até não observar formação de fases.
Atenção: durante o processo de preparação deve-se sempre usar óculos de seguran-
ça para a proteção dos olhos, luva de látex para proteção das mãos.
Tempo estimado para a preparação do sabão: 45 minutos( 41 )
82
LEITURA COMPLEMENTAR
GORDURAS TRANS OU ÁCIDOS GORDUROSOS TRANS
Todos os dias quando assistimos televisão, ligamos o computador para saber
das notícias, o que mais aparece tragédias, como, furacão, enchentes, terremotos,
queimadas , vazamento de óleo ou petróleo no mar, cidades que antes eram de certa
forma agradável quanto ao clima, hoje parecem ter tudo invertido.
Dentre vários problemas enfrentados, a cada dia donas de casa vem questio-
nando, perguntando uma às outras, o que é ácido gorduroso trans? Faz mal a
saúde? Tem diferença entre gordura saturada, ou insaturada? Sem contar que mui-
tas pessoas estão sendo prejudicadas pela ingestão de ácido gorduroso trans, visto
que eles parecem elevar o nível total do colesterol do sangue, elevar o LDL ou mau
colesterol, baixar o HDL ou bom colesterol, que contribui para diabetes e a obesida-
de.
“Os ácidos gordurosos trans não ocorrem naturalmente,exceto em pequenas
quantidades em algumas plantas como romã, repolho e ervilhas, e constituem entre 3
a 5% dos ácidos graxos presentes na carne o no leite dos ruminantes: vaca, ovelhas
e cabras. Eles são criados em quantidades muito maiores durante a hidrogenação ar-
tificial dos óleos vegetais para torná-los mais encorpados, e com mais frequência
para converter o óleo líquido de soja em margarinas mais fáceis de espalhar no pão.
Na verdade, a gorduras trans estão em todos os alimentos que dizem “óleo vegetal
parcialmente hidrogenado” ( dando ou não o nome de um vegetal específico ) na lista
de ingredientes do rótulo”.(25 )
Com isto podemos dizer que nas prateleiras dos mercados, loja de conveniên-
cia e em nossas residências está repleto de gorduras trans.
Mas ao ouvir estas indagações é possível saber onde todas as gorduras trans
estão escondidas?
As gorduras parcialmente hidrogenadas carregam sua carga de gorduras trans
oculta em praticamente tudo o que consumimos como: margarina, bolos, bolachas in-
dustrializadas,roscas fritas, batatas fritas industrializadas, pipoca, bolachas cream –
crackers, coberturas para sorvetes, cremes não lácticos, misturas para molhos e bo-
los, pizzas e todos os pratos congelados que já vem prontos para fritar ou assar.
83
“Restaurantes que dizem usar “ óleo vegetal puro” não lhe dirão que esse óleo
pode conter até 40% de gorduras trans. Dê uma espiada na cozinha deles e você vai
ver que, antes de derreter , o óleo foi entregue como um pacote semi-sólido. Esta é
a prova de que foi hidrogenado – teve o gás hidrogênio forçado para dentro dele sob
alta temperatura e pressão. ( a menos que o pacote de gordura seja banha, o que é
outra história ).Para tornar as coisas ainda piores, as gorduras trans se formam em
pequenas quantidades sob a alta temperatura da fritura , portanto você mesmo pode
estar produzindo-as em casa”( 25 )
Podemos citar então que a margarina quanto mais macia, menos hidrogenada
é, e também menos gordura trans possui. Mas caso você não goste das margarinas
macias, ou quase líquidas, prefira as que tenham uma certa consistência quando
passo no meu alimento. Então compra uma margarina suave, sem gordura trans
( pelo menos e o que informa o rótulo ) , mantenha na geladeira, pois é aonde ela ad-
quire a consistência correta para ser usada ou espalhada.
O texto abaixo “Moléculas enroscadas( Wolke, Robert. L ), destaca uma infor-
mação sobre a compreensão que a digestão das gorduras trans requer muito da quí-
mica.
MOLÉCULAS ENROSCADASUma molécula de qualquer gordura ( um triglicerídeo) contém três mo-
léculas de ácidos graxos ligados a uma base de glicerol( glicerina ). Os três
ácidos graxos podem ser qualquer combinação de saturados, monoinsatura-
dos ou polinsaturados. As consequências que a ingestão de uma determina-
da gordura tem para a saúde não se devem simplesmente aos ácidos graxos
( eu os chamarei de AG daqui em diante) que ela contém.
As partes AG consistem quase totalmente em longas cadeias de áto-
mos de carbono com átomos de hidrogênio espetados como pêlos em uma
lagarta. Na molécula de um AG saturado, cada átomo de carbono da cadeia
carrega dois átomos de hidrogênio, e portanto a cadeia fica assim: -CH2 -
CH2 - CH2 – CH2 – etc ( C representa um átomo de carbono , H representa
um átomo de hidrogênio e – representa uma ligação química entre átomos
de carbono). Mas num AG insaturado existem locações ocasionais em que
dois átomos de carbono adjacentes tem apenas um átomo de hidrogênio
cada um, e então a cadeia fica assim: - CH2 – CH = CH – CH2 – etc. Os dois
átomos de carbono do meio desperdiçaram duas vezes o seu potencial de li-
gação disponível ligando-se entre si, sem deixar nada para agarrar-se a ou-
84
tros dois átomos de hidrogênio. Esse tipo de conexão entre átomos de car-
bono é denominado ligação dupla e é indicado pelo sinal = . Se houver uma
dessas ligações em uma molécula de AG, ela se chamará monoinsaturada;
duas ocorre em um AG insaturado , ele faz uma rosca ou dobra numa cadeia
que , sem moléculas retas, e por isso ficam mais soltas. Uma gordura não sa-
turada tende a ser um líquido escorregadio e gotejante, e não uma substân-
cia firme e compacta.
Porém ,ainda mais significativo que as propriedades físicas da gordura
é o fato de que, nos processos mais biológicos, os formatos exatos das molé-
culas podem ter enorme importância. Quando metabolizamos as moléculas
dos Ags, são basicamente as suas formas diferentes que as tornam enrosca-
das, não -saturadas , mais saudáveis que as moléculas retas, saturadas.Os
fabricantes de alimentos querem converter as gorduras líquidas não-satura-
das em gorduras semi-sólidas, favoráveis ao consumidor. Então , aplicando
gás hidrogênio sob alta pressão e calor ( 150psi-10 atmosferas) e 220º - , for-
çam a entrada de mais dois átomos de hidrogênio nas ligações duplas. Isto é,
eles hidrogenizam os Ags não saturados para torná-los mais saturados . Mas
se saturassem cada ligação dupla em um AG poli-não-saturado, este se tor-
naria duro que seria tão comível quanto uma vela de cera. É por isso que os
óleos vegetais líquidos são apenas parcialmente hidrogenados – isto é , ape-
nas uma fração de suas ligações duplas são preenchidas com átomos de hi-
drogênio. Além disso , o processo de hidrogenização é por si mesmo inefici-
ente; portanto, dificilmente se obteria a hidrogenização completa. Mas aí é
que entram as gorduras trans. Durante a hidrogenização, algumas das liga-
ções duplas escapam à adição de mais dois átomos de hidrogênio pulando
para outra parte da cadeia. Nesse processo, seus dois átomos originais de hi-
drogênio , que poderiam estar do mesmo lado da ligação dupla – numa confi-
guração cis – tendem a passar para lados opostos, numa configuração trans.
Essa mudança de posição dos átomos de hidrogênio pode ocorrer mesmo
sem a migração da ligação dupla, porque a forma trans é em si mais estável
que a forma cis. ( cis e trans são termos que vêm do latim e significam res-
pectivamente “deste lado” e “ do outro lado” ).
Então, o que acontece se os átomos de hidrogênio trocarem da posi-
ção cis para a posição trans? Bem , as duas diferentes moléculas disso re-
sultantes ( os chamados isômeros ) tem a mesmo número de átomos de
cada tipo, mas tem forma diferentes. As moléculas cis conservam a forma
original enroscada de um AG normal não-saturado. Mas as moléculas trans
recém-formadas são relativamente retas, semelhantes a um AG saturado.
85
E é aí que está o problema. Todos sabemos que os Ags saturados são
vilões que estimulam o colesterol, e portanto os ácidos gordurosos trans ( as
gorduras trans) também o são. Nosso corpo trata-se como um tipo de AG
saturado, com todas as implicações negativas para a saúde- ou ainda mais.
Repare que os trans AGs ainda mantém algumas ligações duplas,
portanto são incluídos como AGs não saturados nas informações nutricionais
dos rótulos dos alimentos.( 25 )
86
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