O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

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ELIANE TEREZINHA GRECZYSZN

ANÁLISE DE RELATOS DE MULHERES AFRO-BRASILEIRAS DA COMUNIDADE ESCOLAR DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR

VICTÓRIO EMANUEL ABROZINO, CASCAVEL-PR

CASCAVEL-PR2010

ELIANE TEREZINHA GRECZYSZN

ANÁLISE DE RELATOS DE MULHERES AFRO-BRASILEIRAS DA COMUNIDADE ESCOLAR DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR

VICTÓRIO EMANUEL ABROZINO, CASCAVEL-PR

Unidade Temática investigativa

apresentado à Secretaria

de Estado da Educação – SEED

como requisito parcial de

participação no Programa de

Desenvolvimento Educacional –

PDE na área de História.

Orientador: Prof. Dr. Marcos

Nestor Stein – Universidade

Estadual do Oeste do Paraná

UNIOESTE – Campus de

Marechal Cândido Rondon.

CASCAVEL-PR2010

3

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIDADE TEMÁTICA INVESTIGATIVA EM HISTÓRIA

A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

Professor PDE: Eliane Terezinha Greczyszn

Área PDE: História

NRE: Cascavel

Professor Orientador: Dr. Marcos Nestor Stein

IES vinculada: UNIOESTE

Escola de implementação: Colégio Estadual Prof. Victório Emanuel Abrozino

Título: ANÁLISE DE RELATOS DE MULHERES AFRO-BRASILEIRAS DA

COMUNIDADE ESCOLAR DO COLÉGIO ESTADUAL PROF. VICTÓRIO EMANUEL

ABROZINO, CASCAVEL – PR.

Nível de ensino: Fundamental

Conteúdo estruturante: Relações de poder, cultura e trabalho

Conteúdo básico/tema histórico: cultura afro-brasileira

Conteúdo específico: A mulher afro-brasileira

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PRIMEIRA FASE: O ENSINO E A INVESTIGAÇÃO DE CONCEITOS HISTÓRICOS

PRÉVIOS DOS ALUNOS

Finalidades em relação aos conceitos de cultura, poder e trabalho da mulher afro-

brasileira

1. Investigar os conhecimentos que os alunos já possuem sobre a mulher afro-

brasileira;

2. Verificar se e como os alunos percebem a presença da mulher afro-brasileira na

comunidade escolar.

3. Investigar as várias perspectivas teóricas referentes aos estudos da cultura, poder

e trabalho da mulher afro-brasileira.

4. Analisar como é mostrado o trabalho, cultura e relações de poder da mulher afro-

brasileira nos livros didáticos.

5. Perceber as mudanças e permanências em relação ao trabalho, poder e cultura da

mulher afro-brasileira.

Finalidades em relação às idéias relacionadas ao desenvolvimento do

pensamento histórico:

Perceber a participação da mulher afro-brasileira na História a partir de fontes

históricas e da historiografia.

Analisar a produção de narrativas históricas produzidas pelos alunos.

Analisar com a mulher afro-brasileira é vista nas fontes históricas.

Demarcação espaço-temporal: Brasil, século XXI

Fontes: entrevistas com mulheres afro-brasileiras da comunidade escolar do

Colégio Estadual Professor Victório Emanuel Abrozino de Cascavel;

Equipe: alunos do Colégio Estadual Professor Victório Emanuel Abrozino de

Cascavel;

5

ATIVIDADE

1) Escreva um texto sobre a mulher afro-brasileira.

2) O professor deverá analisar as respostas considerando: a) conhecimento do aluno

sobre a presença dos afro-brasileiros no Brasil e Paraná; b) se o aluno conhece o

trabalho escravo da mulher; c) como ele percebe a mulher afro-brasileira

atualmente; d) que permanências e mudanças percebem no trabalho da mulher

afro-brasileira e sua visibilidade na sociedade atualmente.

A partir das ideias prévias produzidas pelos alunos propor uma intervenção

pedagógica. Esta será estruturada por fontes históricas e bibliografia sobre o tema.

A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR

Os povos de origem africana começaram a chegar ao Brasil a partir do século

XVI, para trabalharem no cultivo de cana-de-açúcar como escravos. Eram procedentes de

diversas regiões da África, como:

- Os Sudaneses, que englobavam as culturas Nagô e Ioruba da Nigéria;os Minas,

de Gana:e os Jeje, do Daomé. Eram islamizados pelo contato com berberes e árabes.

- Os Bantos, que correspondiam às culturas Angolana, Congolesca, Angica e

Macua. Eram originários das costas de Angola e Moçambique.

Os escravos eram obtidos por rapto, guerra ou escambo

Ao serem trazidos da África para a América, onde eram vendidos com escravos,

os povos africanos trouxeram seu modo de vida, sua cultura e suas tradições,

influenciando culturalmente a sociedade colonial: vários vocábulos foram acrescentados a

língua portuguesa, houve influencia na culinária, religião e música.

BARBEIRO, Heródoto.CANTELE, Bruna Renata. SCHNEEBERGER, Carlos Alberto.

História. São Paulo: Scipione, 2004. p.212.

6

Fonte 1

Fonte: www.suapesquisa.com/mapas/

Fonte 2

Perguntas de um Operário Letrado

Quem construiu Tebas, a das sete portas?

Nos livros vem o nome dos reis,

Mas foram os reis que transportaram as pedras?

Babilônia, tantas vezes destruída,

Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas

Da Lima Dourada moravam seus obreiros?

No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde

Foram os seus pedreiros? A grande Roma

7

Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem

Triunfaram os Césares?

Em cada página uma vitória.

Quem cozinhava os festins?

Em cada década um grande homem.

Quem pagava as despesas?

Tantas histórias

Quantas perguntas

(Adaptado de BRECHT)Apud SEED-PR. P.66

Professor faça um comentário sobre os anônimos na história e onde estavam as mulheres, que importância histórica elas têm, se elas contribuem para a história da humanidade.

Fonte 3

Figura: Rugendas, Negras do Rio de Janeiro

8

Fonte 4

Fonte: PROJETO ARARIBÁ, História. São Paulo: Moderna, 2006 p. 159.

Fonte 5

Precisa-se alugar uma preta que saiba lavar, engomar e cozinhar. Quem a tiver dirija-se a esta tipografia.

Fonte: O Dezenove de Dezembro, Curitiba (respectivamente, 1/ abr./1854; Nov./1854; fev./1855)

Apud COSTA, Hilton. SILVA, Paulo Vinicios Baptista. Notas de História e Cultura Afro-Brasileiras. Ponta Grossa: UFPR, 2007 p.116________________________________________________________________________Fonte 6

Ama de leite.Aluga-se preta com muito e bom leite, com poucos mais de um mês de parida e

sem filhos; procurem na rua do Cano n.70, loja.(jornal do Commércio, 1852)

Apud CAMPOS, 2002; P. 128

9

________________________________________________________________________Fonte 7

Apud (SCHMIDT, 1996; p. 45)

________________________________________________________________________

Gráfico 8 – Taxa de analfabetismo por grupos de idade – Brasil, 2004

Fonte: PNAD 2004Obs.: A população negra é composta de pretos e pardos.

1,8 1,12,0

4,2

8,7

21,9

5,5

3,05,2

12,1

24,8

46,8

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 44 anos 45 a 59 anos 60 anos e mais

Brancos

Negros

10

Gráfico 9 – Proporção da população com 25 anos ou mais de idade com 12 anos ou mais de estudo – Brasil, 1993-2004

Fonte: PNAD 1993 a 2004Obs.: A população negra é composta de pretos e pardos.

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004

Homens brancos

Mulheres brancas

Homens negros

Mulheres negras

Fontewww.uftm.edu.br/dissaudesoc/AVIdissaudesoc080313085510

Fonte 9

“... apesar de estar presente desde o início do processo de colonização, de participar da luta contra as árduas condições de vida entre os séculos XVI e XVIII, da grande variedade de lugares que ocuparam em diferentes grupos sociais, raciais e religiosos, elas não eram muito visíveis. Sua quase invisibilidade as identificava “aos debaixo”. Isso porque a maioria das mulheres era analfabeta, subordinada juridicamente aos homens e politicamente inexistente”. (Del Priore, apud Santos, 2008, p. 9).

Fonte 10

Era vedado o acesso de mulheres pobres, principalmente de cor, ao estado de perfeição que se oferecia às brancas fidalgas. Por isso, o direito de professar nos conventos coloniais era reservado exclusivamente às mulheres brancas de famílias ricas e de prestígio. Havia regulamentos onde declaravam que as candidatas à vida religiosa deveriam ser brancas e, em alguns casos deveriam apresentar prova de “limpeza de sangue”, ou seja, não descender de cristãos novos ou raça infecta. Um dos argumentos usados, para a proibição de moças negras nos conventos eram que estas eram “demasiadamente” propensas a luxúria (Padre Anísio Ferreira dos Santos).ABREU, 1991; p.269.

11

Fonte 11

Fonte www.suapesquisa.com/mapas

ATIVIDADES3) Localize no mapa fonte 11, os lugares na África, de onde foram retirados os povos africanos para trabalharem como escravos no Brasil.4) Faça a leitura dos textos, marque as palavras que você não sabe o significado..5) Procure no dicionário significado das palavras que você marcou e anote no caderno.6) Observe as fontes 3, 4 e 6 responda o que cada uma delas esta representando.7) Descreva como a mulher afro-brasileira esta sendo representada nas fontes 3, 4, 5, 6 e 7.

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8) Analise o gráfico, fonte 8 e responda: A que ano se refere? Do que trata o gráfico? Qual o resultado apresentado pela pesquisa no gráfico? Você concorda com os resultados apresentados na pesquisa do gráfico? Justifique sua resposta.9) Abordar os contextos históricos de produção de cada texto, fontes 5, 6,9 e 10.

Se for o caso, abordar o contexto histórico representado por estas fontesAs seguintes perguntas poderão nortear esta abordagem:

• Qual é a natureza desses textos? Como eles são?• Você reconhece algum sujeito e situação do passado nesses textos? Quais?

10) Leia novamente a fonte 9 e responda: Por que a autora afirma que as mulheres eram politicamente inexistentes?11) Segundo a fonte 9: O que era preciso para entrar num convento? O que você pensa disso?

Importante:

Este momento é necessário para que o aluno compreenda a diversidade de perspectivas que os sujeitos de uma determinada época possuem em relação ao trabalho e as funções que exercem em sociedade. Agora o aluno deverá produzir uma narrativa sobre o tema abordado a partir das fontes escolhidas.

ATIVIDADE12) Pedir aos alunos para trazerem para a escola imagens e reportagens sobre as mulheres afro-brasileiras.

Pedir que cada aluno fale sobre o que trouxe.Montar um painel e que cada aluno coloque um título para a imagem.Professor fazer uma explanação breve sobre a mulher afro-brasileira e levantar

questões para promover um debate, que leve os alunos a uma reflexão sobre a cultura afro-brasileira. 13) Faça uma pesquisa, na sua sala de aula, na sua escola e no seu bairro, tem afro-brasileiros? Quantos?Entre em contato com um deles e procure obter informações sobre: * a origem de sua família; *sua vida em sociedade ( sua profissão, religião, formação, opção política, objetivos de vida).

Como foi dito anteriormente, é muito importante que os alunos produzam livremente suas inferências históricas a partir de sua imaginação, mas desta vez a sua narrativa estará balizada pelas fontes históricas escolhidas. Esta narrativa tem como finalidade comunicar as ideias históricas prévias dos alunos para a sua turma e seu professor.

13

ATIVIDADE

14) Agora, a partir dos conhecimentos que você obteve, escreva uma narrativa histórica sobre a mulher afro-brasileira para um determinado público. Depois leiam as narrativas para os demais alunos da sala de aula.

ATIVIDADE DE PESQUISA:

15) Pedir para os alunos fazer pesquisa bibliográfica sobre uma das personagens históricas:* Chica da Silva;* Escrava AnastáciaE que alguns leiam para a sala e relatem o que encontraram de diferente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Alcioly Therezinha Gruber; MARCONDES, Gracita Gruber. Escravidão e Trabalho. Guarapuava: Fundação Universidade Estadual do Centro-Oeste –UNICENTRO, 1991

BARBEIRO, Heródoto.CANTELE, Bruna Renata. SCHNEEBERGER, Carlos Alberto.

História. São Paulo: Scipione, 2004.

CAMPOS, Flavio; AGUILAR, Lídia; CLARO, Regina; MIRANDA, Renan G. O jogo da história: de corpo na América e Alma na África. São Paulo: Moderna, 2002.

COSTA, Hilton. SILVA, Paulo Vinicios Baptista. Notas de História e Cultura Afro-Brasileiras. Ponta Grossa: UFPR, 2007.

ESTADO DO PARANÁ. História/vários autores. Secretaria de Estado da Educação: Curitiba, 2006.

PROJETO ARARIBÁ, História. São Paulo: Moderna, 2006.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Histórias do Cotidiano Paranaense. Curitiba: Letraviva,

1996.

SCHMIDT, Mario Furley. Nova história crítica. São Paulo: Nova Geração, 2002.

SITES CONSULTADOS:

WWW.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivo/727-4.pdf acesso 26/10/2009

www.suapesquisa.com/mapas/ acesso 22/03/2010

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www.uftm.edu.br/dissaudesoc/AVIdissaudesoc080313085510 acesso 04/02/2010

histoblogsu.blogspot.com/2009/12/origem-dos-e.. acesso . 04/02/2010