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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica 2007 Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4 Cadernos PDE VOLUME II

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

Produção Didático-Pedagógica 2007

Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL –

PDE

OAC

RESERVA 2007

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OAC Autora: ROSÂNGELA MIRANDA DA SILVA

Orientadora: MIRIAN MARTINS SOZIM

Estabelecimento: COLÉGIO ESTADUAL MANOEL ANTONIO GOMES – ENSINO

FUNDAMENTAL, MÉDIO E NORMAL

Ensino: ENSINO MÉDIO

Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA

Conteúdo: DISCURSO ENQUANTO PRÁTICA SOCIAL

Título: VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS

Proposta número: 8030

Paraná

Título: Diversidade cultural do Paraná

Texto:

A Secretaria de Estado do Paraná, em parceria com a Secretaria de Estado da

Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, criou o Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, que prevê avanços na carreira e tempo livre para estudos

proporcionando ao professor o retorno às atividades acadêmicas, elaboração de

material didático, a elaboração de uma proposta de estudo e orientação a outros

professores que estarão participando do Grupo de Trabalho em Rede.

Nesta perspectiva de ação do Programa, abre-se um espaço importante para

estudo e valorização da cultura regional, preservando nossa diversidade lingüística

como forma de identidade cultural.

Graças ao tamanho do nosso país e à variedade de etnias existentes aqui, a

língua nunca é usada de modo homogêneo por seus falantes. “As terras que hoje

pertencem ao estado do Paraná eram habitadas, durante a época do descobrimento

do Brasil, pelos carijós no litoral do estado, do grupo tupi e pelos caingangues do

grupo jê.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Paran%C3%A1)

“O povo paranaense descende de uma mistura de raças. Colonizadores

portugueses, nativos e escravos africanos constituíram a base racial. [...] Os povos

que mais imigram para o Paraná são os alemães, austríacos, húngaros, eslavos,

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espanhóis, italianos, japoneses, sírios, libaneses e suíços.”

(http://www.paranaturismo.com.br/povo.asp)

Todos os povos que aqui se estabeleceram, trouxeram com eles sua cultura,

seus costumes, sua língua, contribuindo para a grande variedade lingüística existente.

A língua é a expressão viva da cultura humana e sendo um processo social,

está sujeita a transformações, pois varia no tempo e no espaço, entre classes sociais,

entre profissões. Segundo Soares (1986), a língua e o comportamento lingüístico

estão ligados à cultura de seus falantes e cada registro é adequado às necessidades e

características do grupo, ou à situação em que a fala ocorre.

Existem vários falares no Paraná. A maior dificuldade é reconhecer que o

português falado em nossa região é caracterizado por imensa diversidade e avaliar

essa diversidade como um fato positivo da linguagem. Desta forma, ao valorizar a

linguagem local e regional, conseqüentemente, haverá a preservação da nossa cultura

e nossa história.

Não se deve nunca esquecer de que todos somos diferentes e que conviver

com as diferenças requer uma postura firme contra o preconceito e a desigualdade

social.

Referência bibliográfica:

SOARES, Magda. Linguagem e Escola – Uma perspectiva social. São Paulo: Ática,

1986.

_____________________________________________________________

Relato

Chamada para o relato:

Romance LII ou das Palavras Aéreas

I

Ai, palavras, ai, palavras,

que estranha potência, a vossa!

Ai, palavras, ai, palavras,

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sois de vento, ides no vento,

no vento que não retorna,

e, em tão rápida existência,

tudo se forma e transforma!

II

Sois de vento, ides no vento,

e quedais, com sorte nova!

[...]

(Cecília Meireles)

Fonte:

http://www.vidaslusofonas.pt/cecilia_meireles.htm

O ideal na linguagem seria que cada palavra significasse apenas uma coisa,

uma só idéia, tivesse apenas um sentido. Mas como isso não acontece em nenhuma

língua, as palavras se transformam, adquirem novos significados. Cada variedade é

resultado das peculiaridades das experiências históricas do grupo, como ele se

constitui, como é seu trabalho, como ele está socialmente organizado.

Na sociedade brasileira, por exemplo, um grupo de jovens de São Paulo tem

uma história e uma experiência muito diferente daquelas vividas por um grupo de

jovens de uma cidadezinha do interior do Paraná. Assim também, um grupo de

agricultores tem histórias e experiências muito diversas de um grupo de empresários

de uma grande cidade. Essa diferenciação vai resultar em “falares” diferentes.

Isso quer dizer que qualquer sociedade vai ter sua variação lingüística de época

para época, de grupo social para grupo social, de região para região, de situação para

situação. Além dessas, existem outras formas de variações, como, por exemplo, o

modo de falar de grupos profissionais, a linguagem usada na internet e celulares e a

gíria, que é uma forma de linguagem baseada em um vocabulário especialmente

criado por um determinado grupo social com o objetivo de servir de emblema para os

seus membros, distinguindo-os dos demais falantes.

Tradicionalmente, a escola tem agido como se todos falassem da mesma forma

e como se a escrita fosse a língua. A oralidade não é muito valorizada, o que inibe o

aluno, às vezes, de falar fazendo uso da variedade de linguagem empregada em suas

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relações sociais. Conforme as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a

Educação Básica do Estado do Paraná (2006), “devemos lembrar que a criança,

quando chega à escola, já domina a oralidade, pois cresce ouvindo e falando a língua.

[...] O espaço escolar, então, deve propiciar e promover atividades que possibilitem ao

aluno tornar-se um falante cada vez mais ativo e competente, capaz de compreender

os diferentes discursos e de organizar os seus de forma clara, coesa e coerente.”

(SEED/PR, 2006, p. 24)

Então, o que fazer para que a escola garanta a socialização do conhecimento,

acolhendo e respeitando os alunos independentemente de sua origem quanto à

variação lingüística? Como desenvolver um trabalho que permita ao professor

reconhecer a língua em diferentes situações de uso, adequando-a conforme o contexto

e interlocutor? De que forma possibilitar aos alunos de classes sociais menos

favorecidas o acesso à cultura letrada para que tenham a chance de lutar pela

cidadania?

O objetivo deste OAC é refletir sobre todas essas questões, num trabalho

competente e comprometido com a transformação social.

Segundo Bagno (2006), uma das tarefas do ensino de língua na escola seria a

discussão dos valores sociais atribuídos a cada variante lingüística, conscientizando o

aluno de que sua produção, oral ou escrita, estará sujeita a uma avaliação social,

positiva ou negativa.

É função da escola e do professor trabalhar com essas situações, refletindo

sobre as práticas pedagógicas ao que se refere ao multiculturalismo, diminuindo a

exclusão social, principalmente no âmbito escolar, que é, por regra, um ambiente

bastante rico em diferenças.

Referências bibliográficas:

BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua e poder na sociedade brasileira. 5.ed. São

Paulo: Parábola, 2006.

DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA.

SEED/PR, 2006.

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Sugestão de Leitura

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Categoria: Livro

Sobrenome: Bagno

Nome: Marcos

Título do Livro: A norma oculta: língua e poder na sociedade brasileira

Edição: 5ª

Local da Publicação: São Paulo

Editora: Parábola Editorial

Disponível em (endereço WEB):

Ano da Publicação: 2006

Comentários:

Marcos Bagno aprofunda em seu livro o estudo das relações entre língua e

poder no Brasil e estabelece que o preconceito lingüístico na sociedade brasileira é, na

verdade, um profundo preconceito social. Discute conceitos, fala dos tratamentos

preconceituosos da mídia e faz um relato histórico da língua portuguesa.

Seu livro revela o jogo ideológico existente por trás da defesa do uso das

regras lingüísticas padronizadas que disfarçam uma discriminação que é, em tudo,

social. Como diz Mário A. Perini: “... o livro vai muito além disso, e (para dizer logo de

início) deveria ser lido e discutido por todos os profissionais e estudantes da

linguagem: alunos, professores de Português, jornalistas, escritores e gramáticos.”

(Revista Ciência Hoje)

_____________________________________________________________________

Categoria: Livro

Sobrenome: Bortoni-Ricardo

Nome: Stella Maris

Título do Livro: Educação em língua materna: a sociolingüística na sala

de aula

Edição: 4ª

Local da Publicação São Paulo

Editora: Parábola Editorial

Disponível em (endereço WEB):

Ano da Publicação: 2006

Page 8: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 - … fileA língua é a expressão viva da cultura humana e sendo um processo social, ... Linguagem e Escola – Uma perspectiva social. São Paulo:

Comentários:

O livro cria várias oportunidades para que os professores possam refletir sobre

o português brasileiro e sobre o trabalho com a nossa língua materna na escola.

O texto é de uma leitura muito agradável, apresenta fundamentos teóricos e

aplicações práticas que promovem o uso das variações lingüísticas em sala de aula.

Os interlocutores preferenciais são os professores de Ensino Fundamental e

Médio e demais leitores que se interessam pela questão da educação em língua

materna realmente comprometida com a formação do cidadão e contra qualquer tipo

de preconceito através da linguagem.

Categoria: Livro

Sobrenome: Soares

Nome: Magda

Título do Livro: Linguagem e Escola - Uma perspectiva social

Edição: 3ª

Local da Publicação São Paulo

Editora: Ática

Disponível em (endereço WEB):

Ano da Publicação: 1986

Comentários:

Ao fazer uma análise das relações entre linguagem, escola e sociedade, a

autora explica o fracasso escolar na aprendizagem da língua materna e contribui para

a compreensão da crise da linguagem.

O uso da língua na comunicação pedagógica e o ensino da língua materna são

discutidos sob uma perspectiva social das teorias da Sociolingüística e da Sociologia

da Linguagem.

O livro mostra o quanto é importante compreender as relações entre

linguagem, escola e sociedade para um ensino de língua materna realmente

competente e comprometido com a transformação social.

Page 9: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 - … fileA língua é a expressão viva da cultura humana e sendo um processo social, ... Linguagem e Escola – Uma perspectiva social. São Paulo:

Imagens

Fonte:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagens3.ph

p

Num país tão grande como o nosso, com tantas paisagens geográficas e

pessoas tão distintas, é necessário que haja um reconhecimento adequado do

multiculturalismo existente aqui.

A imagem sugere uma reflexão sobre essa imensa diversidade ao mostrar

peões a cavalo trafegando numa rua asfaltada ao lado de veículos modernos. Fica

evidente que por diferenças culturais e até socioeconômicas esses contrastes são

muito fortes na nossa sociedade.

Cabe à escola a tarefa de desenvolver atividades que fortaleçam em seu aluno

e em sua comunidade os seus valores, sua história, sua diversidade como formas

importantes de resgate e valorização da identidade cultural.

Sítios

Título do Sítio: Marcos Bagno

Disponível em (endereço web): http://www.marcosbagno.com.br

Acessado em (mês.ano): Setembro/2007

Comentários:

Este é um portal importante para conhecer o trabalho do escritor lingüista

Marcos Bagno, professor da Universidade de Brasília e autor de mais de trinta livros.

Page 10: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 - … fileA língua é a expressão viva da cultura humana e sendo um processo social, ... Linguagem e Escola – Uma perspectiva social. São Paulo:

Neste sítio você encontra textos e artigos escritos por ele, comentários de seus

livros, sugestões de leitura e vários links relacionados à diversidade lingüística,

preconceito lingüístico e pluralidade cultural.

Certamente, é uma ótima fonte de estudo para todo professor interessado

sobre as discussões relacionadas ao ensino da língua materna.

Título do Sítio: Museu da Língua Portuguesa

Disponível em (endereço web): http://www.museudalinguaportuguesa.org.br

Acessado em (mês.ano): Setembro/2007

Comentários:

O sítio, além de nos dar a oportunidade de fazer uma visita virtual ao Museu da

Língua Portuguesa, trata de três objetivos: convidar o usuário a explicitar seu

conhecimento da língua, divulgar estudos modernos sobre ela e disponibilizar

amostras dos nove séculos de Língua Portuguesa.

Para cumprir esses objetivos, o portal traz informações sobre Língua e

Literatura, Língua Falada, Língua Escrita, Glossário, Bibliografia e vários links muito

interessantes para pesquisa.

Título do Sítio: Linguagem – Cultura e transformação

Disponível em (endereço web):

http://www.comciencia.br/reportagens/linguagem/ling08.htm

Acessado em (mês.ano): Setembro/2007

Comentários:

O sítio traz várias reportagens de diversos autores sobre linguagem, como por

exemplo: A História do Português Brasileiro, A Língua na TV, Os empréstimos no

léxico do futebol, A origem e o destino das línguas, A globalização da língua, Línguas

Crioulas, Atlas lingüístico do Brasil, poemas e bibliografias.

Ótima dica para estudo e pesquisa.

Page 11: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 - … fileA língua é a expressão viva da cultura humana e sendo um processo social, ... Linguagem e Escola – Uma perspectiva social. São Paulo:

Título do Sítio: Alô Escola. Recursos Educativos para estudantes e professores

Disponível em (endereço web):

http://tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa/varianteslinguisticas/regionalismo

s-sarto.htm

Acessado em: Setembro/2007

Comentários:

O programa Nossa Língua Portuguesa aborda questões relacionadas ao

preconceito lingüístico. Traz exemplos de uso de variantes lingüísticas empregadas em

situações informais e mostra as dificuldades do uso da língua no cotidiano.

Sons e Vídeos

Categoria: Áudio - CD

Título da Música: Ninguém = Ninguém

Autor: Gessinger

Intérprete: Engenheiros do Hawaii

Título do CD: Gessinger, Licks & Maltz

Número da Faixa: 01

Nome da Gravadora: BMG

Ano: 1992

Disponível em (endereço web):

http://www.uol.com.br/engenheirosdohawaii/index2.htm

Local: Rio de Janeiro

Comentário:

A letra da música retrata a riqueza da diversidade cultural de um país

constituído por vários grupos étnicos, com histórias, culturas, línguas próprias e

indivíduos que vão adquirindo sua identidade e sua maneira particular de ver e sentir

o mundo.

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Embora as pessoas pertençam a uma mesma espécie, a um mesmo grupo, elas

contrastam entre si em muitos aspectos: “todos iguais e tão desiguais”.

Texto (ex: letra da música):

Ninguém = Ninguém

“Há tantos quadros na parede

Há tantas formas de se ver o mesmo quadro

Há tanta gente pelas ruas

Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra

(ninguém = ninguém)

Me espanta que tanta gente sinta

(se é que sente) a mesma indiferença” (...)

Disponível no acervo de: Encontrável em lojas de discos

_____________________________________________________________________

Categoria: Vídeo

Título: Tapete Vermelho

Direção: Luiz Alberto Pereira

Produtora: (distribuidora?): Europa Filmes/ Produção: Ivan Teixeira e Vicente Miceli

Duração: 100 minutos

Local de Publicação:

Ano: 2006

Disponível em endereço na web:

Comentários:

O filme Tapete Vermelho retrata, de uma forma muito bem humorada e

sensível, a história de um pai em busca da realização de um sonho. Eles saem de um

pequeno sítio no interior de São Paulo para a cidade grande com o objetivo de assistir

a um filme do Mazzaropi no cinema. Nessa aventura pelas cidades do interior paulista

nos deparamos com muitas peculiaridades regionais, como benzimentos, tradições e

ditos populares, crendices, moda de viola, simpatias, danças folclóricas.

Page 13: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 - … fileA língua é a expressão viva da cultura humana e sendo um processo social, ... Linguagem e Escola – Uma perspectiva social. São Paulo:

”Tapete Vermelho” é um excelente filme para se trabalhar com a diversidade

cultural e lingüística pois ele resgata essa cultura popular, valorizando tanto o cinema

quanto a música sertaneja e o folclore de uma forma muito poética e apaixonante.

Sinopse:

Quinzinho (Matheus Nachtergaele) tem uma promessa a cumprir: levar seu

filho, Neco (Vinícius Miranda), à cidade para assistir a um filme do Mazzaropi. Eles

moram num pequeno sítio no interior de São Paulo. Nessa verdadeira odisséia por

cidades do interior paulista, ele também leva sua esposa Zulmira (Gorete Milagres),

que parte a contragosto, e o burro Policarpo. Na jornada, eles encontram

peculiaridades regionais e passam por situações mágicas, relacionadas à crendice

popular.

Disponível no acervo de: Vídeo Locadora

Categoria: Vídeo

Título: Narradores de Javé

Direção: Eliane Caffé

Produtora: (distribuidora?): Lumière e Riofilme

Duração: 100 minutos

Local de Publicação:

Ano: 2003

Disponível em endereço na web:

(Produção: Vânia Catani e Bananeira Filmes; Co-Produção:Gullane Filmes e Laterit

Procuctions)

Comentários:

“Narradores de Javé” marca a luta de um povo, os moradores do Vale de Javé,

no sertão baiano, na tentativa de reconstruir sua história através das fontes orais para

a escrita. A verdade popular que está na boca do povo é que é o elemento-chave do

filme.

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O filme é brilhante, ganhador dos principais prêmios nos Festivais do Rio e de

Recife, onde também José Dumond, que é a alma do longa, também foi premiado.

Neste cenário de “contadores de causos” é claro que não poderia faltar

interessantíssimas expressões populares, como por exemplo: “saber onde formiga

mija”, “cachacinha diet”, “tapioca de exu”, “piaba de silicone”, “disenteria de tinta”,

“no talo do abacaxi”, “clonado de miolo de pão”, “um dilúvio bovino”, “intelectuário”,

entre outras.

Excelente material para quem quer trabalhar com diversidade lingüística.

Sinopse:

Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes

do pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que a cidade

pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica. Em resposta à

notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: decide preparar um

documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para

que Javé possa escapar da destruição e se transformar em patrimônio histórico a ser

preservado. Como a maioria dos moradores é analfabeta, a primeira tarefa é

encontrar alguém que possa escrever as histórias.

Disponível no acervo de: Vídeo Locadora

Notícias

Categoria: Revista

Sobrenome: Bagno

Nome: Marcos

Título da Notícia/Artigo: Carta ao Professor: A língua sem erros

Nome do Jornal/Revista: Carta na Escola

Data da Publicação: Junho/Julho de 2007

Página: 66

Coluna:

Disponível em (endereço web):

Editora: Confiança

Page 15: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 - … fileA língua é a expressão viva da cultura humana e sendo um processo social, ... Linguagem e Escola – Uma perspectiva social. São Paulo:

Edição número: 17

Comentários:

O texto leva à reflexão sobre a existência das mais diferentes formas de

expressão do indivíduo. Ressalta a urgência em existir na escola o reconhecimento de

toda essa diversidade como formas válidas e

constituintes de uma identidade individual e coletiva dos membros das mais variadas

comunidades.

TEXTO:

A língua sem erros

Nossa tradição escolar desprezou a língua viva, falada no dia-a-dia, como se

fosse toda errada, uma forma corrompida de falar “a língua de Camões”. Havia (e há)

a crença forte de que é missão da escola “consertar” a língua dos alunos,

principalmente dos que vêm de grupos desprestigiados, como a maioria dos que

freqüentam a escola pública. Com isso, abriu-se um abismo profundo entre a língua (e

a cultura) própria dos alunos e a língua (e a cultura) própria da escola, uma instituição

comprometida com os valores e as ideologias dominantes. Felizmente, nos últimos 20

e poucos anos, essa postura sofreu muitas críticas e cada vez mais se aceita que é

preciso levar em conta o saber prévio dos estudantes, sua língua familiar e sua cultura

característica, para, a partir daí, ampliar seu repertório lingüístico e cultural.

Por isso, em vez de reprimir e proibir o uso, na escola, da linguagem dos

jovens, há muito mais vantagens em dar espaço para ela em sala de aula, promover

algum tipo de trabalho que tenha como objeto essa linguagem. Por exemplo, trazer

para a sala de aula a produção escrita ou musical desses jovens– grafites, fanzines,

raps -, examinar os traços lingüísticos mais interessantes, os tipos de construções

sintáticas mais freqüentes, a pronúncia, o vocabulário, sem erguer barreiras

preconceituosas contra as gírias e expressões consideradas “vulgares”. Sugerir

atividades lúdicas como “traduzir” um poema clássico para a linguagem dos guetos,

das favelas, das periferias.

É urgente reconhecer que todas as formas de expressão são válidas e

constituem a identidade individual e coletiva dos membros das múltiplas comunidades

que compõem a nossa sociedade. Que a formação do cidadão também passa pela

Page 16: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 - … fileA língua é a expressão viva da cultura humana e sendo um processo social, ... Linguagem e Escola – Uma perspectiva social. São Paulo:

admissão, no convívio social, de todas as formas de falar e de escrever. Que é preciso

levar o estudante a se apoderar de recursos lingüísticos mais amplos, para que se

possa inserir (se quiser) na cultura letrada, isso não deve passar pela supressão nem

pela substituição de outros modos de falar, de amar e de ser.

Categoria: Revista

Sobrenome: Farias

Nome: Ivy

Título da Notícia/Artigo: Quantas línguas são faladas no Brasil?

Nome do Jornal/Revista: Superinteressante

Data da Publicação: Agosto/2007

Página: 42-43

Coluna:

Disponível em (endereço web):

Editora: Abril

Edição número:

Comentários:

O texto faz um relato sobre os idiomas falados no Brasil e mostra as

comunidades indígenas existentes aqui.

Vale destacar que existem, fora o português – o único idioma oficial –

aproximadamente 180 outras línguas, considerando apenas as indígenas.

TEXTO:

Quantas línguas são faladas no Brasil?

Fora o português – o único idioma oficial – há aproximadamente 180 outras

línguas no Brasil. E olha que esse número não considera as comunidades de

imigrantes nem as pessoas que aprendem uma língua estrangeira. São só os idiomas

indígenas, falados por cerca de 160 000 pessoas.

A situação não está nada bonita para essa gente: segundo o lingüista Aryon

Rodrigues, da UnB, 87% das línguas indígenas estão ameaçadas de “morte” –

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encaixam-se nessa categoria as línguas com 10 000 falantes ou menos. Se um

idioma tem só um falante, ele já é considerado morto, pois essa pessoa não tem mais

ninguém para conversar em sua língua.

Ao contrário das pessoas, línguas podem ressuscitar, desde que o

conhecimento seja preservado (num dicionário, por exemplo) e passado adiante. Foi o

que aconteceu com o hebraico, que sumiu na Idade Média – quando passou a ter

somente uso litúrgico – para renascer como o idioma oficial de Israel. Se a língua

morre sem registro, ela é considerada extinta. A lingüista Januacele da Costa, da

UFPE, estima que esse tenha sido o destino de 1 200 idiomas brasileiros desde a

chegada dos portugueses. Na tentativa de salvar as línguas indígenas, lingüistas e

professores se esforçam para ensiná-las às novas gerações. Hoje, há 2 422 escolas

que oferecem alfabetização bilíngüe para as crianças índias.

A BABEL BRASILEIRA

Conheça algumas das línguas faladas pelos índios.

Tucuna (40 000 falantes)

É a língua indígena mais conservada do Brasil. Os tucunas, habitantes da região do

alto Solimões, no Amazonas, aprendem sua língua nativa em escolas públicas – onde

os professores são, em sua maioria, não-índios.

Macu (1 falante)

Não se sabe por onde anda o único falante, Sinfrônio Makú, de mais de 70 anos. A

última notícia que se teve dele é que trabalhava como jardineiro em Boa Vista,

Roraima.

Xipaia (1 falante)

Maria Xipáya, de Altamira, Pará, é a última falante. Ela é uma idosa que nem sabe a

própria idade. A língua está sendo dicionarizada pela lingüista Carmen Lúcia

Rodrigues, da UFPA.

Embiá (10 000 falantes)

O embiá é uma variante do guarani falada em 7 estados: Mato Grosso do Sul, Paraná,

Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além de

Argentina e Paraguai. Os falantes do embiá também se comunicam em português.

Xetá (1 falante)

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Mais uma língua prestes a sumir do mapa: o índio Kwen, de aproximadamente 80

anos, é o único falante. Ele mora em Laranjeiras do Sul, Paraná.

Nheengatu (3 000 falantes)

Conhecida como a língua geral amazônica – era usada por índios de diferentes etnias,

além de caboclos -, é derivada do tupinambá. O idioma foi adotado pelo povo baré, do

Amazonas, após o sumiço da própria língua.

Puruborá (0 falante)

Todas as pessoas que sabiam falar o idioma puruborá já morreram. Os índios da tribo,

em Roraima, falam o português, mas alguns ainda conhecem poucas palavras da

língua de seu povo.

_____________________________________________________________________

Destaques

Título: Revista Patrimônio – Revista eletrônica do IPHAN (Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional)

Disponível em (endereço web): http://www.revista.iphan.gov.br

A revista traz reportagens e artigos sobre diversidade lingüística, poder e

preconceito, mudança das línguas, línguas africanas, indígenas, notícias, fotos, além

de resenhas de livros que abordam essa pluralidade cultural.

A Revista Patrimônio é uma realização do Laboratório de Estudos Avançados

em jornalismo da Universidade Estadual de Campinas (Labjor/Unicamp) e do Instituto

de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Entre os principais objetivos da revista estão a divulgação do patrimônio

artístico e cultural brasileiro, reflexão e debate sobre a importância da história e da

memória para a identidade nacional e divulgação dos trabalhos e ações do IPHAN em

favor do patrimônio cultural brasileiro.

Título: Expressões populares usadas pelos falantes do município de Reserva – Paraná

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Fonte: Monografia: Um estudo Lingüístico das gírias usadas pelos falantes da cidade

de Reserva

Autora: Rosângela Miranda da Silva

Ao trabalhar com a diversidade lingüística é importante a observação das

expressões típicas dos falantes de sua região. Dessa forma é possível reconhecer a

utilidade dos termos como instrumento importante na transmissão da cultura da

cidade e também valorizar a espontaneidade da língua como forma de expressão

natural e eficiente.

Segundo Tarallo, “a língua falada a que nos temos referido é o veículo

lingüístico de comunicação usado em situações naturais de interação social, do tipo

comunicação face a face. É a língua que usamos em nossos lares ao interagir com os

demais membros de nossas famílias. É a língua usada nos botequins, clubes, parques,

rodas de amigos; nos corredores e pátios das escolas, longe da tutela dos professores.

É a língua falada entre amigos, inimigos, amantes e apaixonados.” (TARALLO, 1986,

p. 19)

Sendo assim, a seguir, darei alguns exemplos de expressões populares

utilizadas em meu município:

amarrar o burro - ficar bravo, ficar quieto

apitar na curva – morrer

ar de graia - expressão da pessoa tola

asprejar – exigir

atiar esquema - arranjar namorado(a)

bacon - gata, bonita

bateria de buá - muitos desaforos

boca de urtiga - bobo, irritante

cabeça seca - pessoa boba, que não pensa para falar

cada quá no seu suruquá - cada um no seu lugar

caiu da gaiota? - diz-se para a pessoa que fala bobagens

caiu do borso - falou asneiras

cecília – quando se está mentindo (o mesmo que “papo”, por existir na cidade

uma mulher com esse nome e que possui um aumento do tamanho da

tireóide, uma glândula localizada no pescoço)

chergão – sujeira

defruço – gripe

desceu com o arreio – morreu

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deu ar – bobeou

deu uns nuques - deu uns beijos

Deus que ataie! (rejeição)

espanô a rosca - ficou bravo

esperando doença – gravidez

esperando famia – gravidez

estar no bico do corvo - estar bêbado, quase morto

farejando – paquerando

fechar o repoio – brigar

ficou com a capa da gaita - perdeu tudo

ficou só com o cavalinho da carreta - perdeu tudo

ficou com o soaio da gaiota - perdeu tudo

ficou só com o pó do bagaço - perdeu tudo

ficou só com o talo do cová - ficou pobre

ficou só com pena e bico - ficou pobre

foi de juntá criança - foi assustador

foi de voá a paia do borso - foi assustador

foi pra pedra de afiá – morreu

foi pro carço – morreu

forrar o peito - fazer algo em excesso

goela de apito – fala demais

giguá - pessoa boba, chata

lavar a égua - ganhar muito dinheiro

maior zica - tudo errado

mais quebrado que arroz de terceira - sem dinheiro

maniá – amarrar

matando o potrinho - pessoa vagabunda

nó cego - bobo, atrapalhado

no tempo em que o inferno era tocado a lenha - tempo muito antigo

nuve - bobo, atrapalhado

ofendido por... (cobra, aranha) - mordido por...

passar cutia – mentir

picô a mula - foi embora

picuera - coisa pequena

pinga-pinga - homem ou mulher que sai com todos

pintchumbado – louco

pipocou – complicou

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pirô na batatinha - falou asneiras

pôr na chave - conquistar alguém

puxar a paia – dormir

quengo – bobo

rachou o bico - riu demais

rapando o canudo - sem dinheiro

rasgaram as contas – quando o casal briga ou se separa

sai azur! - (rejeitar alguém)

sair com o pé que uma seta - sair correndo

Sapopema de Goiás! - (surpresa)

sartei do avião - saí estrategicamente

se inriando - encolhendo-se

se metidando - exibindo-se

secar as quireras – morrer

secou o sabugo – morreu

só lavá e mandá pro Val – quando alguém fala uma asneira

sorterícia - período em que está solteiro

tá fugido - roubou a namorada

tilingar – passear

tomou chá de meia - ficou triste

verdeada - fez o que não devia

vi um poeirão - desconfiei de algo

Aqui estão somente alguns exemplos retirados de minha monografia. Fica como

dica de um trabalho que pode ser realizado com o envolvimento de toda a comunidade

escolar de uma forma prazerosa e ao mesmo tempo mostrando que a linguagem

popular pode ser tratada de uma maneira menos preconceituosa, entendida como um

instrumento de comunicação e transmissão da cultura regional.

Referências bibliográficas:

TARALLO, Fernando. A Pesquisa Sociolingüística. São Paulo: Ática, 1986.

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Investigação Disciplinar

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Título: Valorizando as variantes lingüísticas

Nenhuma língua é um fato homogêneo. Na verdade, toda e qualquer língua é

um conjunto heterogêneo de variedades. Essas variedades não resultam da

“preguiça”, “falta de cultura”, “ignorância”. Cada variedade é resultado das

peculiaridades das experiências históricas do grupo que a fala: como ele se constituiu,

como é seu trabalho, como ele está socialmente organizado, e assim por diante.

Segundo Tarallo (1986), a variedade lingüística considerada padrão é aquela

mais conservadora e que tem mais prestígio na comunidade. As variantes inovadoras,

quase sempre não-padrão, são estigmatizadas.

“Do ponto de vista sociolingüístico, as variações lingüísticas não são

consideradas boas ou ruins, melhores ou piores, primitivas ou elaboradas, pois

constituem sistemas lingüísticos eficazes, falares que atendem a diferentes propósitos

comunicativos, dadas as práticas sociais e os hábitos culturais das comunidades.”

(SEED/PR, 2006, p. 24)

Propõe-se, aqui, que o ensino de língua materna deva propiciar o trabalho com

a oralidade, permitindo que o aluno conheça e se aproprie da variedade lingüística

padrão entendendo a necessidade de seu uso em situações formais. A escola talvez

seja o único lugar que possibilita à grande maioria da população a apropriação desse

conhecimento. No entanto, deve também promover o diálogo entre os diferentes

falares, fazendo do ensino de português uma forma de o aluno compreender melhor a

sociedade em que vive, o que ela espera de cada um lingüisticamente e de que forma

ele pode usar essa ou aquela variedade do português.

Conforme nos diz Bagno (2006) “uma das tarefas do ensino de língua na escola

seria, então, discutir os valores sociais atribuídos a cada variante lingüística,

enfatizando a carga de discriminação que pesa sobre determinados usos da língua, de

modo a conscientizar o aluno de que sua produção lingüística, oral ou escrita, estará

sempre sujeita a uma avaliação social, positiva ou negativa.” (BAGNO, 2006, p.150)

Referências bibliográficas:

BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua e poder na sociedade brasileira. 5.ed. São

Paulo: Parábola Editorial, 2006.

DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA.

SEED/PR, 2006.

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TARALLO, Fernando. A pesquisa sociolingüística. São Paulo: Ática, 1986.

Propondo Atividades

Texto:

Conforme as Leis de Diretrizes e Bases, “compete à escola tomar como ponto

de partida os conhecimentos lingüísticos dos alunos, promover situações que os

incentivem a falar, ainda que do seu jeito, ou seja, fazer uso da variedade de

linguagem que eles empregam em suas relações sociais.” (SEED/PR, 2006, p. 24)

Cabe então ao professor reconhecer os fenômenos lingüísticos que ocorrem no

ambiente escolar, identificar o perfil sociolingüístico de seus alunos para, junto com

eles, construir uma educação que leve em conta os conhecimentos prévios de cada

um.

Se existe na escola a valorização apenas da chamada norma padrão da

linguagem, em detrimento das outras formas de falar e escrever, certamente haverá

um prejuízo na aprendizagem reforçado pela distância e a hierarquia entre educadores

e alunos.

Não há aqui a pretensão de dizer como tem que ser feito o trabalho de ensino

de língua materna, mas algumas sugestões de como esse trabalho pode se tornar algo

mais prático, produtivo e prazeroso.

Atividade 1

Título: A variação lingüística no ensino da língua materna

Tipo de atividade: Prática

Objetivo: Verificar características lingüísticas que marcam o papel social de cada

indivíduo dentro da família: pai, mãe, filho, filha, avô, avó, marido, mulher etc.

Recursos utilizados: Textos.

Método utilizado: Dramatização em grupo.

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Desenvolvimento: Juntamente com o professor da disciplina de Artes, monte com

seus alunos uma pequena peça de teatro sobre um tema previamente trabalhado, em

que fiquem bem claras as diferenças de linguagem observadas no interior da família e

relacionadas aos papéis sociais de cada um. Nessa atividade você pode explorar o uso

das gírias na linguagem dos jovens.

Número de alunos: Podem ser envolvidos praticamente todos os alunos da turma.

Avaliação: Observar a diferença existente na linguagem usada pelas pessoas em

função do papel desempenhado dentro da família e verificar se o aluno soube utilizar

essas variações adequadamente. Por exemplo, um diálogo entre pai e filho deve

marcar ambos os papéis, assim como o diálogo entre pessoas mais velhas com as

mais novas. Fazer o aluno entender que ao usarmos a linguagem para nos comunicar

também estamos reforçando nosso papel social.

Referência Bibliográfica:

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolingüística

na sala de aula. 4.ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

Atividade 2

Título: Valorização da cultura regional

Tipo de atividade: Prática

Objetivo: Combater o preconceito lingüístico e valorizar as variedades regionais.

Recursos utilizados: Textos, vídeos, computadores, fotos, mapas, artesanatos,

postais.

Método utilizado: Entrevista, pesquisa e leitura de textos previamente escolhidos

pelo professor.

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Desenvolvimento: Forme algumas equipes com seus alunos e convide-os para

realizarem a seguinte atividade: entrevistar pelo menos cinco pessoas vindas de

outros estados e uma da própria cidade pedindo a elas que forneçam uma lista de

expressões típicas de sua região. Peça para que as equipes complementem sua

entrevista fazendo uma pesquisa sobre a cultura representativa dessas regiões. O

professor pode trazer textos que exemplifiquem essas diferenças na oralidade. Com

todo esse material, monte um painel reunindo fotos, as expressões coletadas na

entrevista, mapas, gravuras, artesanatos, postais e o que mais for encontrado. Você e

seus alunos convidem pessoas de outras regiões brasileiras para a inauguração do

painel e para trocarem experiências e informações sobre sua terra natal.

Número de alunos: Todos os alunos da turma.

Avaliação: Observar o esforço de cada equipe na coleta de materiais e fazer uma

análise se houve uma rejeição ao preconceito social e lingüístico, já que são valores

que precisam ser trabalhados na escola.

Exemplo de um texto que pode ser trabalhado pelo professor nesta atividade:

Historinha Mineira

“Sapassado, era sessetembro, taveu na cozinha tomando uma pincumel e

cuzinhando um kidicarne com mastumate pra fazer uma macarronada com galinha

assada. Quascaí de susto, quando ouvi um barui vindidentoforno, parecendo um

tidiguerra. A receita mandopô midipipoca dentro da galinha prassá. O forno isquentô,

misturô e a galinha ispludiu! Nossinhora! Fiquei branco quinein um lidileite. Foi um

trem doidimais! Quascaí dendapia! Fiquei sensabê doncovim, pronconvô, oncotô.

Oiprocevê quelucura! Grazadeus ninguém simaxucô!”

Pasquim 21. TOX.nº50. 11/02/2003

Referência Bibliográfica:

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolingüística

na sala de aula. 4.ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

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Atividade 3

Título: A variedade lingüística nas histórias em quadrinhos

Tipo de atividade: Prática

Objetivos:

Despertar em nossos alunos a consciência da diversidade sociolingüística

usando as historinhas em quadrinhos como principal recurso.

Fixar a noção de que é o contexto que torna o uso da língua adequado ou

inadequado em determinadas situações.

Recursos utilizados: Textos, internet, revistas do Chico Bento, filme, computador.

Método utilizado: Leitura das histórias do Chico Bento, produção de bilhetes, cartas

e e-mails, filme: “Tapete Vermelho”.

Desenvolvimento:

Nos diálogos das histórias de Chico Bento, encontramos palavras e expressões

que são características dos falares da zona rural, pois o personagem é apresentado

como um típico caipira. Uma das propostas de atividades é usar essas histórias em

quadrinhos para que os alunos analisem o desenho, os diálogos e façam um

levantamento dos elementos visuais e textuais. Depois inicia-se uma discussão: Quem

é do campo e quem é da cidade? Por quê? Que aspectos visuais confirmam tal

hipótese? A linguagem usada pelo personagem parece errada, mas é adequada ao

contexto da fala? Por quê? No final da discussão, o professor pode propor ao aluno

que escreva um texto, que pode ser um bilhete, uma carta, um e-mail, mas que tenha

claro o seu interlocutor, o qual o professor vai direcionar: um amigo, um professor,

uma autoridade, os pais, um jornal, uma revista. E se quiser ainda, pode pedir para

que seu aluno escreva uma carta para o Chico Bento no seguinte endereço: Estúdios

Maurício de Souza, Rua do Curtume, 745 – Bloco F, Lapa – São Paulo – SP, ou mande

um e-mail acessando o site da turma da Mônica: www.monica.com.br. Para essa

atividade, sugiro que assistam ao filme “Tapete Vermelho”, já comentado no item

Sons e Vídeos.

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Outra proposta é fazer uma lista das palavras que são típicas dos falares rurais

e pedir ao aluno que escreva ao lado a variante que ele usaria em situações mais

formais do uso da língua. Assim:

Variedades próprias dos falares

rurais

Variedades próprias de situações

formais

Inté até

Biete bilhete

Arresorver resolver

Dispois depois

Orguiosa orgulhosa

Número de alunos: Todos os alunos da turma.

Avaliação: O professor deve verificar, através dos textos escritos pelos alunos e/ou

da lista das variantes lingüísticas, se ficou claro para o aluno que, em determinados

contextos, é importante seguir as regras da norma culta. Em outras situações, pode-

se ter uma liberdade maior quanto ao uso da linguagem.

Sugestões de sites para essa atividade:

http://www.universohq.com

http://www.monica.com.br

Referências bibliográficas:

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolingüística

na sala de aula. 4.ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

RAMA, Ângela; VERGUEIRO, Waldomiro; BARBOSA, Alexandre; RAMOS, Paulo.

Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. (orgs.) 3. ed. São Paulo:

Contexto, 2006.

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Atividade 4

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Título: Valorizando a espontaneidade da língua e respeitando as diferenças

Tipo de atividade: Pesquisa

Objetivos:

Enfatizar a importância das expressões e ditos populares dentro de uma

comunidade lingüística, como instrumento importante na transmissão da cultura da

região.

Fazer com que o aluno consiga entender e respeitar as diferenças, valorizando

a espontaneidade da língua como forma de expressão natural e eficiente.

Recursos utilizados: Textos, glossário, slides, cartazes.

Método utilizado: Observação, pesquisa, produção de um glossário

Desenvolvimento:

Ao pesquisar uma variedade lingüística, entra-se em contato com falantes

levando em consideração as variáveis: classe social, faixa etária, etnia e sexo. O

professor pode pedir para toda a comunidade escolar para que fique atenta a todas as

expressões típicas da localidade e que anotem essas expressões com seus possíveis

significados. Pretende-se, com esse trabalho, coletar uma grande quantidade de

dados, já que as observações serão feitas de forma espontânea, nos mais variados

setores da comunidade.

Depois de se fazer todo o levantamento, terá início a fase de elaboração de um

glossário contendo todas as expressões coletadas com suas possíveis significações.

Esse material pode ser divulgado através de slides, cartazes e do próprio glossário,

ficando à disposição de toda a comunidade escolar como fonte de pesquisa e

valorização da cultura regional.

Número de alunos: Todos os alunos da turma.

Avaliação: O professor vai verificar se existiu interesse pelos alunos em realizar a

pesquisa, se houve respeito às diferenças, aceitando a espontaneidade da língua, se

entenderam que valorizar as diversidades culturais é um importante instrumento na

transmissão da cultura regional.

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Professor, para auxiliá-lo nesta tarefa, há alguns exemplos de palavras e

expressões populares usadas no município de Reserva – Paraná (item

Destaques).

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Contextualização

Título: Um ensino comprometido com a formação plena do cidadão

Texto

A vinda da língua portuguesa para o Brasil não se deu em um só momento.

Aconteceu durante todo o período de colonização entrando em relação constante com

outras línguas. Com o tempo, o português, como qualquer língua viva do mundo, vai

sofrendo alterações e essas variedades se instalam em lugares diferentes do Brasil,

com características próprias, devido às novas condições em que passam a funcionar,

como reforça Bagno (2006):

A mudança lingüística é inevitável como a própria mudança de

tudo o que existe no universo. Como já dizia o filósofo grego

Heráclito, quinhentos anos antes de Cristo, “panta rhei” – tudo

flui, tudo muda, e a língua não tem como (nem por quê)

escapar dessa inevitabilidade. Gostando ou não, tudo o que se

pode fazer é reconhecer esse caráter inevitável da mudança

lingüística. (BAGNO, 2006, p.128)

A variedade mais cuidada do português geralmente se aproxima da chamada

variedade padrão, que recebe várias denominações, como língua padrão, norma

padrão, norma culta. Quando ligada à escrita, tenderá a mudar menos, pois a

linguagem torna-se mais reflexiva, mais bem organizada, pressupondo um rascunho,

uma reelaboração.

No entanto, a variedade padrão não pode se transformar num instrumento de

autoritarismo e discriminação social. Soares (1986) afirma que avaliações em termos

de “certo” ou “errado”, “melhor” ou “pior”, em relação a usos da língua, refletem

preconceitos que estigmatizam o uso que dela fazem os grupos de baixo prestígio

social. Falantes de um dialeto não-padrão são considerados lingüisticamente

deficientes e, conseqüentemente, também cognitivamente deficientes.

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A língua padrão é, portanto, uma construção cultural em que se privilegiam

certos modos de dizer como sendo mais adequados em certas situações de fala e

escrita.

Assim nos dizem as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a

Educação Básica (2006): “O professor deve planejar e desenvolver um trabalho com a

oralidade que, gradativamente, permita ao aluno conhecer, usar também a variedade

lingüística padrão e entender a necessidade desse uso em determinados contextos

sociais.” (SEED/PR, 2006, p.25)

Enfim, a educação em língua materna deve ter o compromisso com a formação

plena do cidadão, contra toda forma de exclusão social pela linguagem e deve

possibilitar aos alunos das classes sociais desfavorecidas o acesso à cultura letrada

para que tenham a chance de fazer suas próprias escolhas nas situações de uso da

língua.

Referências Bibliográficas:

BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua e poder na sociedade brasileira. 5. ed. São

Paulo: Parábola Editorial, 2006.

DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA.

SEED/PR, 2006.

SOARES, Magda. Linguagem e Escola – Uma perspectiva social. São Paulo: Ática,

1986.

Perspectiva Interdisciplinar

Título: A pluralidade cultural num estudo interdisciplinar

Texto

É praticamente impossível a realização de um estudo sociolingüístico sem que

tenhamos em mente os fatores históricos, políticos e econômicos que conferem o

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prestígio a certas variedades regionais, de forma a aumentar mais ainda o preconceito

em relação aos outros falares. Sabemos também que esse tipo de preconceito deve

ser seriamente combatido, principalmente na escola, um ambiente bastante rico em

diversidades culturais.

Mediante esse panorama, é de fundamental importância o trabalho em

sociolingüística envolvendo as disciplinas de Geografia, História, Artes e também

Literatura.

Ao se falar de variantes regionais, o professor deve ter a preocupação em

mostrar a região, num mapa geográfico, e segundo BORTONI-RICARDO (2006),

enfatizar para seu aluno que toda variedade regional é um instrumento que confere

identidade a um grupo social. Ser nordestino, ser mineiro, ser carioca, ser paranaense

etc. é motivo de orgulho e a forma de alimentar esse orgulho é usar a linguagem

característica de sua região e praticar seus hábitos culturais.

Então é muito importante mostrar aos alunos a cultura de cada região: seus

costumes, músicas, danças, linguagem, tradições populares, sua história. O professor

pode fazer isso através de diversos tipos de textos, músicas, filmes que exemplifiquem

a fala e a cultura em diferentes regiões. Os alunos também terão a oportunidade de

produzir seus diferentes textos, encenar peças teatrais, enfim, utilizar as diferentes

linguagens mostrando as variantes regionais.

Ao fazer uma análise do contexto histórico brasileiro, poderemos entender por

que existem falares considerados de maior prestígio, justamente os usados em regiões

economicamente mais ricas. Ainda nas palavras de BORTONI-RICARDO (2006):

Quando um falar, isto é, um dialeto ou variedade regional, é

alçado à condição de língua nacional em virtude de um

processo sócio-histórico, ele adquire maior prestígio em

detrimento dos demais. [...] No Brasil, os falares das cidades

litorâneas, que foram sendo criadas ao longo dos séculos XVI e

XVII, como Salvador, Rio de Janeiro, Recife e Olinda, Fortaleza,

São Luís, João Pessoa, entre outras, sempre tiveram mais

prestígio que os falares das comunidades interioranas. [...]

Observemos também que, até 1960, a capital do Brasil se

situava no litoral: primeiro Salvador, desde o início da

colonização, e depois o Rio de Janeiro, no período de 1763 até

a fundação de Brasília em 1960. É natural que a cidade sede do

governo tenha mais poder político e prestígio, e esse prestígio,

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como vimos, acaba por se transferir ao dialeto da região.

(BORTONI-RICARDO, 2006, p. 34)

Para um trabalho que relacione o ensino de língua materna, História e

Literatura, é importante a análise, leitura e comparação de autores como José de

Alencar, Luis Fernando Veríssimo, Machado de Assis, entre tantos outros, para que se

observe o uso da linguagem hoje em comparação com outros tempos, percebendo

suas transformações num determinado período histórico. Para mostrar a diversidade

regional sugiro a obra de Ariano Suassuna, Luis Fernando Veríssimo, Guimarães Rosa,

também o livro Rememória Dois de Carmo Bernardes, que nos mostra muitas palavras

e expressões novas, ilustrando a riqueza da linguagem rural.

Enfim, são inúmeras as possibilidades que existem para a realização de um

trabalho eficiente em relação ao ensino de língua materna. Cabe a nós, professores, o

trabalho da pesquisa, do estudo, proporcionando aos alunos o uso, com segurança,

dos recursos comunicativos necessários para um bom desempenho nos contextos

sociais. Assim nos fala Bortoni-Ricardo: “Precisamos tomar plena consciência dos usos

que fazemos de nossa língua, para podermos levar nossos alunos a fazerem o

mesmo.” (BORTONI-RICARDO, 2006, p. 105)

Referência Bibliográfica:

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolingüística

na sala de aula. 4.ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

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