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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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A ORALIDADE EM LÍNGUA INGLESA: DESAFIOS POSSÍVEIS NA

ESCOLA PÚBLICA

Autora: Regina Torres Rodrigues do Prado1

Orientador: João Francisco Kastner Negrão2

Resumo

Este artigo tem por objetivo relatar a aplicação do projeto de intervenção que

propôs o resgate da oralidade através da música inglesa, mediante o uso das

novas tecnologias. O estudo foi realizado na disciplina de Língua Inglesa,

doravante LI, com os alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual

Protásio de Carvalho.

A música trouxe benefícios únicos para o aprendizado, pois, sendo um gênero

textual, oral, motivador e autêntico, despertou o interesse pela LI. A música,

associada às novas tecnologias, cada vez mais incorporadas ao universo dos

alunos, tornou as aulas mais prazerosas.

A metodologia incluiu o uso da TVpendrive, pesquisas na internet e celulares.

Os alunos puderam gravar e/ou fotografar as atividades, apresentações e

debates sobre as músicas. O foco principal foi levar os alunos à prática da

oralidade, tão esquecida nas aulas de LEM, bem como estimular a

compreensão, o desenvolvimento do senso crítico e a relação interpessoal.

Palavras-chave: oralidade; língua inglesa; motivação; música; novas

tecnologias.

1 Professora pós- graduada em Interdisciplinaridade na escola pelo IBEPEX, graduada em Letras-

Inglês pela PUC-PR e lotada no município de Curitiba-PR, no Colégio Estadual Protásio de Carvalho.

2 Professor- orientador pela IES- UFPR, mestre em Tecnologia (CEFET-PR-2000).

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Abstract

This paper has the objective of reporting the application of an intervention

project that proposed rescuing orality through English music, working alongside

new technologies. The study was applied on high school‟s first-year students of

the English Language subject at the Protásio de Carvalho State School.

Music brought unique benefits for the learning process for it‟s a textual and oral

gender that motivates and is authentic, which brought the students‟ interest in

the subject. Music, alongside the new technologies, which are much more

present in the students‟ universe, made the classes much more pleasant.

The methodology included the usage of the TVpendrive, Internet researches

and mobile phones. The students were able to record and/or photograph the

activities, presentations and debates about the songs. The main focus was to

take the students to practice orality, usually forgotten in foreign language

classes, as well to stimulate comprehension, develop critical sense and

interpersonal relationships.

Key-words: orality; English language; motivation; music; new technologies.

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1 Introdução

Os maiores desafios no ensino da língua inglesa têm sido manter a

oralidade e a motivação em sala de aula. Muitos fatores, tais como número

excessivo de alunos por turma, o despreparo de muitos profissionais, o tempo

insuficiente de hora-aula acabam por dar mais ênfase à escrita e a exercícios

gramaticais.

Sobre aquisição de uma segunda língua, a posição teórica das

Diretrizes Curriculares para o Estado do Paraná (DCE), 2008, é ter a oralidade

e escrita como práticas sociais e o uso de instrumentos para mediação. Porém,

observa-se que, nas escolas regulares públicas, há um desprestígio da

oralidade em Língua Estrangeira Moderna (LEM). Não se busca o novo, que vá

ao encontro das expectativas dos alunos, com medo do desconhecido.

Mediante a este panorama verídico, o projeto de pesquisa, descrito

neste artigo, propôs um desafio possível – o resgate da oralidade através da

música popular em Língua Inglesa (LI), por meio das novas tecnologias de

comunicação, onde os alunos foram desafiados a se comunicarem em inglês e

tiveram a oportunidade de se utilizarem de celulares durante as aulas;

filmaram, fotografaram e trocaram as experiências em sala e em suas redes

sociais. A música tornou-se um objeto colaborativo para o aprendizado e trouxe

um leque de atividades multidisciplinares. Contamos com a participação das

disciplinas de Português, História e Artes e de outros Projetos PDE executados

na escola.

O projeto foi aplicado nos 1ºs anos do Ensino médio e teve como

objetivo principal trazer para a sala de aula a oralidade em LI, de uma forma

prazerosa e desenvolver entre os alunos o gosto pela língua, transformando-os

em agentes ativos e colaboradores.

Três fases ocorreram durante o desenvolvimento do trabalho, as

quais serão descritas neste artigo, a seguir:

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Levantamento de dados – pesquisa e „needs analysis‟;

Aplicação do material didático proposto;

Apresentações finais e avaliação.

Durante o processo de execução do projeto, alguns problemas

ocorreram como o fato de não haver laboratório de informática para os alunos;

porém, procurou-se contornar a situação, adaptando as atividades de outra

forma e, mesmo com limitações na oralidade, o projeto saiu a contento. Um

novo sentido na aprendizagem da LI foi construído.

No presente artigo serão feitos relatos dos fundamentos teóricos que

nortearam o estudo, a descrição do desenvolvimento do projeto, comentários e

opiniões dos participantes do grupo de estudo, assim como as considerações a

respeito do uso da música e das novas tecnologias; e os resultados obtidos

que levaram a uma aprendizagem significativa.

2 Pressupostos Teóricos

2.1 Oralidade na aprendizagem de LEM

Segundo a Wikipédia, “oralidade é a transmissão oral dos

conhecimentos armazenados na memória humana. Antes do surgimento da

escrita, todos os conhecimentos eram transmitidos oralmente”.

Conforme definição da Infopédia, “Oralidade – substantivo feminino

que indica qualidade daquilo que é falado; expressão oral; uso de processos

orais”.

De acordo com as Diretrizes Curriculares de LEM do Paraná

(2008/2009), faz-se necessário possibilitar aos alunos o uso de uma LEM em

situações de comunicação, como forma de inseri-los na sociedade como

participantes ativos e, que a aula se torne um espaço significativo a eles, com

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atividades que possam ser veiculadas as suas realidades; ou seja, a oralidade

deve ser tida como uma prática social.

Segundo Vygotsky (1993) o ser humano se completa a partir de sua

interação social.

Para Bakhtin (1992) a língua é um fato social decorrente da extrema

necessidade de comunicação do ser humano.

Nas escolas públicas observa-se que a oralidade está sendo

colocada em segundo plano ou, muitas vezes esquecida. O enfoque do

trabalho docente está mais centrado na leitura. O que se leva em consideração

é que o aluno necessita de mais instrumentos de leitura, para a compreensão

de textos como exames de vestibular, discursos da internet, textos de livros

didáticos entre outros. Além disso, muitos docentes acreditam que as

habilidades de leitura e escrita sejam mais fáceis de serem avaliadas.

Atividades comunicativas são quase sempre deixadas de lado pelos

professores com medo da sua própria oralidade e/ou por falta de formação.

Basso (2006) afirma:

O medo e a vergonha de não ser „perfeito‟ na outra língua fazem com que o professor de Língua Estrangeira (LE) se anule por trás dos exercícios gramaticais, tirando de si mesmo e dos seus alunos o poder de construção e renovação constante de suas próprias identidades.

De acordo com Lucas (2005) alegações como: ‘se é difícil para mim,

imagine, então, para os meus alunos’ são preocupantes.

“É bastante interessante refletir melhor sobre o lugar da oralidade

hoje, seja nos contextos de uso da vida diária ou nos contextos de formação

escolar formal.” (Marcuschi, 2001)

Segundo Negrão (2000) “A competência mais significativa para o

ensino da LI é sem dúvida a comunicação”.

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Atividades com foco na oralidade favorecem a aquisição da língua, a

criação de um ambiente de equilíbrio, agradável entre os alunos e possibilitam

dinâmicas que contribuem para manter o nível de disciplina e motivação na

sala de aula.

2.2 Motivação na LI

Segundo Valério (2007) as atividades orais são:

...excelentes promotoras de motivação, pois a constatação de que se está falando uma língua estrangeira, por pouco que seja, dá ao aluno um sentimento de superação, o que alimenta a auto-estima e reverte em motivação. (Valério, 2007)

A motivação tem sido vista de vários ângulos, por alguns estudiosos,

que consideram a chave do sucesso para a aquisição de conhecimentos numa

LEM.

Segundo Ellis (1997), a motivação envolve atitudes e estados

emocionais que influenciam no grau de esforço que os alunos fazem para

aprender uma segunda língua.3 A motivação é um fator altamente complexo,

que pode resultar da aprendizagem ou causá-la. Para Ellis, vários tipos de

motivação têm sido identificados, como: instrumental, integrativa, de resultados

e intrínseca.

De acordo com Gardner e Lambert (1972, apud Brown, 2000), a

motivação integrativa é – quando se deseja aprender uma língua para fazer

parte da cultura estrangeira, participando de interações sociais e a instrumental

é quando se aprende uma língua por necessidades específicas relacionadas ao

estudo ou profissão.

3 Tradução livre da autora: “Motivation involves the attitudes and affective states that influence the

degree of effort that learners make to learn an L2.”

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Para Brown (2000) a motivação pode ser também dividida em dois

grupos distintos: intrínseca – o desejo de aprender parte da própria pessoa; e

extrínseca – a decisão de aprender parte de incentivo externo. Brown classifica

a motivação em global (interesse geral pelo estudo de um idioma estrangeiro);

situacional (diz respeito ao contexto de aprendizagem: sala de aula, ambiente);

tarefa (refere-se à maneira pela qual o aluno aborda uma determinada tarefa).

A tarefa é o que mais depende do investimento do professor para

despertar ou aumentar o interesse do aluno em aprender uma LEM.

Para Brown (2000), o princípio da motivação intrínseca está em o

professor não ser somente um mero fornecedor de informações, mas um

facilitador da aprendizagem.

Para Vygotsky (1984), a mediação está relacionada ao uso de

instrumentos, entendidos como qualquer coisa usada para ajudar a resolver um

problema ou atingir uma meta.

Ainda na visão vygotskyana, o papel do professor é fundamental; é

ele quem faz a mediação das interações dos alunos com o conhecimento e dos

alunos entre si. Explicar, questionar, argumentar contra ou a favor são

essenciais para a ampliação do conhecimento dos alunos. É o professor que

deverá conhecer seu aluno a ponto de considerar o que eles já sabem e o que

poderão saber. O instrumento não precisa ser algo sofisticado, basta que faça

parte da criatividade do professor.

Assim, a música como instrumento mediador e motivador nas aulas

de LI, pode vir a desencadear uma função mental organizadora, ou seja, o

instrumento, no sentido simbólico, que opera uma transformação no

comportamento e na aprendizagem.

2.3 A música como instrumento motivador da aprendizagem

A música é elemento motivador que desperta o interesse na LI e

facilita a aquisição da aprendizagem. A música faz parte da personalidade dos

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jovens, torna o ambiente escolar atrativo e, em várias ocasiões, os jovens

conseguem ver sua realidade inserida nos contextos musicais, identificando-se

ainda mais com eles.

Autores como Jalongo & Bromley (1984), McCarthey (1985), Martin

(1983), Mitchell (1983) Jolly (1975), Lima & Basso (2008) e Rocha & Basso

(2008), confirmam que a música tem sido relatada como ajuda aos alunos na

segunda língua, para adquirir vocabulário e gramática, melhorar a ortografia e

desenvolver habilidades linguísticas de leitura, escrita, fala e audição.4

Segundo Liberato (2003)

As músicas além de constituírem-se em eficiente expediente mnemônico, apresentam-se como elemento autêntico de culturas de LI, ampliando de modo envolvente e estimulante a aprendizagem para além da gramática.

A adequação da música à aprendizagem de LI é uma proposta que

pode trazer grandes expectativas e benefícios aos alunos. Quando a música

cantada é associada à aprendizagem da LI, está-se propiciando situações

enriquecedoras e organizando experiências que garantem a expressividade e

aprendizagem de nossos alunos.

Medina (2003) afirma que há evidências de que a música facilita a

memorização de vocabulário de uma forma não intencional, facilita a escrita e é

um meio viável de aquisição de uma segunda língua tanto para crianças quanto

para adultos.

4 Tradução livre da autora: “Music has been reported to help second language learners acquire vocabulary

and Grammar, improve spelling and develop the linguistic skills of reading, writing, speaking and listening.”

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De acordo com Lozanov & Gateva (1983) a linguagem aprendida

através da música é assimilada mais facilmente em maior quantidade e com

maior retenção5

Nunes (2006) também cita as inúmeras vantagens do uso da música

para o ensino de LEM. Conforme a autora, a música exerce a magia nas

pessoas, pode trazer lembranças, sentimentos, serve para relaxar, brincar,

levar para outros lugares, distrair, aproximar pessoas e ensinar pronúncia,

gramática e compreensão oral.

Murphey (1994) é um entusiasta do uso da música para o

aprendizado de LEM, pois ela favorece a memorização, causa um estado de

relaxamento, é repetitiva, mas sem perder a motivação, serve como pretexto

para discutir cultura, religião, patriotismo, e faz parte da vida dos estudantes.

A música é sem dúvida um gênero textual discursivo oral, mediador,

que proporciona resultados satisfatórios, desenvolve o senso crítico e favorece

um aprendizado de qualidade.

Segundo Bronckart (1999) “a apropriação dos gêneros é um

mecanismo de socialização de inserção prática nas atividades comunicativas.”

A respeito de ensinar e aprender na LEM, mediante a diversidade de

gêneros textuais, Bakhtin (1992) diz:

É por meio das práticas sociais, ou seja, das mediações comunicativas que se cristalizam na forma de gêneros, que as significações sociais são progressivamente construídas. Os gêneros do discurso organizam nossa fala da mesma maneira que dispõem as formas gramaticais. Aprendemos a moldar nossa fala às formas do gênero e, ao ouvirmos o outro, sabemos pressentir-lhe o gênero. Se não existissem os gêneros e se não os dominássemos, tendo que criá-los pela primeira vez, no processo da fala, a comunicação verbal seria quase impossível.

5 Tradução livre da autora: “language learned through rhythm and melody is assimilated much easier in

much larger amounts and with much greater retention”.

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A música, ao ser empregada nas aulas de LI como elemento

mediador entre os aspectos culturais e os aspectos lingüísticos, pode facilitar o

desenvolvimento da criatividade e favorecer a um aprendizado duradouro.

A abordagem comunicativa através do gênero textual oral música

pode e deve também estar aliada à abordagem tecnológica por meio das novas

tecnologias de informação.

2.4 Letramento Digital

Como estamos diante de uma nova sociedade que está em

constante transformação à busca de informações e que caminha para uma

nova era, a era digital, temos que estar conscientes deste fato e nos

adequarmos a ele.

Pierre Lévy (1999) faz uma distinção ao dizer que:

"As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática, faz distinção entre a oralidade primária, onde a palavra, por ser o único canal de informação, é responsável pela gestão da memória social; e a oralidade secundária em que a palavra (falada) tem uma função complementar à da escrita (e posteriormente à dos meios eletrônicos), sendo utilizada basicamente para a comunicação cotidiana entre as pessoas".

Ainda Lévy (1999): “O melhor uso para as tecnologias digitais é

permitir que os seres humanos conjuguem suas imaginações e inteligências a

serviço do desenvolvimento e emancipação das pessoas.”

Hoje, não temos mais um aluno passivo e sim ativo. Segundo Lynn

Mario (2010)6 “o aprendiz de hoje não é mais paciente, é agente,

independente, que toma iniciativa, busca e seleciona.”

6 Conferencista da palestra: Desafios no Ensino – Aprendizagem de LI e na formação continuada

de professores. (O professor de inglês e os letramentos no século Xxi métodos ou ética?) 10/04/2010

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Alguns alunos vivem na “galáxia internet” seja por meio de seu

próprio computador, em „lan houses’, celulares ou na escola, eles estão sempre

„plugados‟ com a informação que é rápida e está em constante mudança.

De acordo com a professora Mariza Riva (2010) 7 “esta nova geração

„Y‟ encontra LEMs fora da sala de aula e as usam. Cada vez mais aprender e

usar estão acontecendo ao mesmo tempo, precisamos como educadores

acordar para esta nova realidade e acompanhá-los.”

De acordo com Prensky (2001) os alunos são “native speakers” do

mundo digital da era contemporânea, estreitanto, assim, situações cotidianas e

da aprendizagem para um maior envolvimento no processo de aprender a

aprender.

Segundo Dudeney & Hockly (2007) os alunos mais jovens estão

crescendo com a tecnologia e é uma parte natural e integrada de suas vidas.

Para estes alunos a utilização do uso da tecnologia é uma maneira de trazer o

mundo exterior à sala de aula8.

O uso da LI tem ocorrido em sala de aula e fora dela pela rede de

inter-relações propiciada pelo ciberespaço.

As novas tecnologias trazem aos professores um ambiente

colaborativo onde podem trabalhar em conjunto com seus alunos ajudando-os

a aumentar capacidade de selecionar elementos, e auxiliando-os a

desenvolverem conceitos.

De acordo com Gadotti (2002), “o professor deixará de ser um

lecionador para ser um organizador do conhecimento; um mediador, um

7 Conferencista da palestra: Desafios no Ensino – Aprendizagem de LI e na formação continuada

de professores. (Aprendendo e ensinando em realidades de constantes transformações) 10/04/2010

8 Tradução livre da autora: “Younger learners area growing up with technology and it is a natural and integrated part of their lives. For these learners the use of technology is a way to bring the outside world into the classroom.”

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aprendiz permanente, um construtor de sentidos, e, sobretudo um organizador

de aprendizagem.”

A sociedade, hoje, está em constante mutação e para que os alunos

se integrem nesta sociedade de forma participativa, crítica, exercendo sua

cidadania, faz-se necessário ofertar a eles uma educação de qualidade e

significativa.

Segundo Negrão (2000):

Servir ao cidadão significa, em educação, contribuir para a promoção do cidadão, utilizando-se de todo o potencial da escola e de toda a especificidade da área de cada professor, para que este exerça a cidadania de forma integral.

É importante que a escola esteja em sintonia com manifestações

pedagógicas que repercutam o cotidiano dos alunos. O espaço escolar pode

ser visto tanto como um local de cruzamento de culturas quanto um espaço

sócio-cultural (Dayrell, 2005).

A música e as novas tecnologias de informação são ferramentas

instigadoras e motivadoras, capazes de colaborar para a reflexão crítica do

contexto. São atrativas para o aluno que se reconhece neste ambiente.

3 Desenvolvimento

O projeto de intervenção “A oralidade em língua inglesa: desafios

possíveis na escola pública” foi aplicado no Colégio estadual Protásio de

Carvalho, no segundo semestre de 2010, tendo como público-alvo alunos do 1º

ano do ensino médio. A partir desta seção, o mesmo será descrito em toda a

sua totalidade; as considerações e participações dos professores integrantes

do grupo de estudos em rede, as etapas de desenvolvimento do projeto, as

atividades, o encerramento, os resultados, bem como algumas reflexões sobre

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as atividades bem-sucedidas e sobre as que necessitam ser replanejadas para

as futuras aplicações.

3.1 GTR – um ambiente colaborativo e participativo

O Grupo de Trabalho em Rede(GTR) é uma equipe de professores

do Estado do Paraná, conectados em rede pela plataforma „moodle‟ 9que tem

como tutor o professor PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) autor

da pesquisa; nele foi repassado o projeto em questão para que os professores

participantes pudessem conhecer a proposta e opinassem, contribuindo para o

desenvolvimento do trabalho.

As contribuições foram muitas e de grande valia. Todos participaram

a contento e acabaram por fazer parte, „indiretamente‟, do sucesso do projeto;

infelizmente, não tiveram contato com o desenvolvimento das atividades e não

souberam dos resultados, pois o curso tinha término previsto para antes do

retorno à escola e da aplicação do material, mas mesmo assim as

participações foram relevantes e levadas em consideração.

Para preservar as identidades dos professores participantes do

GTR, os relatos a seguir estarão com pseudônimos.

Ao ser citada a questão da falta de oralidade em sala de aula, nas

escolas públicas, as opiniões foram as seguintes:

“Muitos docentes acreditam que outras práticas são mais fáceis de avaliação, por outro lado dão enfoque mais à escrita por acharem mais necessária aos alunos e também por não se sentirem seguros quanto a sua própria oralidade, devido à má formação acadêmica ou falta de formação continuada.” (professor Music)

Muitos enfatizaram a importância de se ofertarem cursos de

proficiência.

9 Plataforma de aprendizagem à distância, baseada em software livre.

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“O problema encontra-se no próprio sistema da educação superior, uma vez que ao entrarmos na universidade pensamos que sairemos falando fluentemente a LI e isso não ocorre.” (professor Rock)

“Precisamos de mais cursos de formação continuada e de proficiência”. (professor Jazz)

Diversos fatores foram lembrados por alguns cursistas, para o que se

explica a ausência da oralidade da LI, em sala de aula:

“O número excessivo de alunos por turma; A falta de tempo para o preparo das aulas, devido à grande carga horária dos docentes; O descaso e desinteresse de alguns alunos, são fatores que atrapalham o desenvolvimento da oralidade.” (professor Hip Hop)

“A timidez e vergonha dos alunos em relação à oralidade na sala; As muitas dificuldades e deficiências que os alunos de 5ª séries apresentam e, que se acumulam, ao longo dos outros anos letivos”. (professor Technology)

Um brilhante e verdadeiro argumento, que vai de encontro com a

proposta deste projeto, sobre nosso papel em sala de aula diante da oralidade

foi citado:

“A oralidade, com certeza, é o grande calcanhar de Aquiles do ensino de LEM, entretanto não devemos nos acomodar e, o ensino de uma LEM não pode ser feito parcialmente.” (professor Internet)

Em relação à proposta do projeto, a de resgatar a oralidade através

de músicas em língua inglesa, os professores disseram:

"O trabalho de língua estrangeira em sala de aula precisa partir do entendimento do papel das línguas nas sociedades, além de informativo, possibilita a ampliação do conhecimento, a expressão e transformação nos modos de conhecer o mundo e de construções de novos significados, e esse trabalho pode-se partir do gênero música sugerido pelo projeto." (professor Twitter)

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“Acreditamos no trabalho com a música, este gênero textual é um excelente recurso para o resgate da oralidade em sala de aula, pois propicia um momento de encontro ao aluno com sua própria realidade.” (professores Music, Internet e Blog)

“... este tipo de gênero textual só traz benefícios a nós educadores e a partir dele podemos abrir um leque de atividades”. (professor Love songs)

As seguintes opiniões foram dadas ao serem citadas as novas

tecnologias da informação como aliadas ao ensino da música:

“A tecnologia está em todos os campos da sociedade, (...) na sala de aula ela começa a partir do quadro e giz (...), cabe a nós profissionais da educação desmitificar o uso da tecnologia principalmente no ensino da Língua Inglesa.” (professor Orality)

“Tenho convicção de que os alunos já fazem parte dessa nova era tecnológica e, acredito que vai ser um diferencial atrativo às turmas; mas confesso que ainda me sinto limitada nesse campo, gostaria que ofertassem mais cursos de capacitação, a nós professores, nessa área.” (professor Hip Hop)

Quanto às estratégias propostas pelo projeto como o uso de

celulares, computador, postagens nas redes sociais etc., junto à música, as

considerações foram:

“Estas estratégias parecem criativas, ousadas e parecem estar de acordo com a realidade de nossos alunos.” (professor Orkut)

“Acredito que são perfeitos pontos motivadores que levarão ao gosto pela oralidade em LI.” (professor Technology)

“Uma vez que o celular tem sido tão perturbador em sala de aula, reverter este a nosso favor será uma grande surpresa para adquirirmos a aprendizagem.” (professor Blog)

“Postar os trabalhos finais, no Youtube, canal já tão utilizado pelos alunos, vai ser excelente. Penso que isto vai motivá-los à oralidade e ao gosto da LI.” ( professor Love songs)

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A opinião em geral da maioria dos professores cursistas GTR foi de

que o projeto é de bastante importância para a disciplina, o receio de muitos foi

quanto ao tempo para a realização do mesmo, pois de base sempre temos

duas aulas semanais. Porém, este projeto de intervenção foi aplicado no

ensino médio, que é agora em uma nova modalidade, por blocos o que passam

a ter quatro aulas semanais e, durante o processo, ainda tivemos os 25% da

carga horária para trabalhar em contraturno, portanto o fator tempo não foi

empecilho para o desenvolvimento das atividades.

Em suma, o grupo de trabalho em rede – GTR foi uma experiência

gratificante. Conhecer novos colegas de trabalho e trocar ideias, opiniões

contribuiu muito para a pesquisa.

3.2 A aplicação e execução do projeto

O projeto de intervenção “A oralidade em língua inglesa: desafios

possíveis na escola pública” teve como proposta resgatar a oralidade (como já

citado anteriormente neste artigo, tão esquecida nas aulas de LEMs), por meio

das músicas em língua inglesa, associadas às novas tecnologias.

O plano previu a criação de unidades didáticas, utilizando-se da

abordagem comunicativa numa visão sócio-interacionista.

O projeto se dividiu em três fases que ocorreram entre os meses de

junho a dezembro de 2010.

Visando atingir às expectativas dos alunos, buscou-se trabalhar as

sugestões e gostos dos mesmos; para isso, foi realizado um ‘background’,

prévio, onde a escolha das oito músicas surgiu.

Segundo Murphey (1992) as músicas são muito mais motivadoras do

que qualquer outro texto, no entanto as canções que os alunos querem ouvir

trazem maior impacto. Por isso ele sugere que se “utilize as escolhas dos

alunos sempre que possível”, pois estaremos envolvendo-os mais com as

aulas.

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Na primeira fase, foi realizada uma pesquisa (em anexo) com os

alunos e a apresentação do plano a eles e à equipe pedagógica. Que, em

primeira instância, receberam a proposta com entusiasmo.

No levantamento de dados foram pesquisados:

A importância da música na vida dos alunos;

O nível de proficiência na LI;

O grau de conhecimento e acesso às novas tecnologias;

A escolha das músicas a serem trabalhadas.

A partir destas informações pôde-se observar, em percentuais, que:

65% consideraram sua proficiência em LI boa;

90% têm computador e acesso às redes em casa;

95% disseram gostar de música, com importância significativa

em suas vidas;

83% citaram o celular e o computador, como as melhores

fontes para escutar música;

60% já fizeram cursos de informática;

75% sabem utilizar as novas tecnologias.

Quanto às sugestões das músicas, procurou-se seguir as opiniões

dos jovens, selecionando assim as seguintes músicas na ordem de escolha:

1ª Thriller (Michael Jackson)

2ª Billie Jean (Michael Jackson)

3ª I Gotta Feeling (Black eyed peas)

4ª One Time (Justin Bieber)

5ª Poker Face (Lady Gaga)

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6ª Beautiful (Akon)

7ª Single Ladies (Put A Ring on It) (Beyoncé)

8ª Dani California (Red hot chili peppers)

Na segunda fase foram apresentadas as músicas, uma a uma e as

atividades. Em todas as músicas foram realizados exercícios de „listening,

writting e speaking‟; pesquisas sobre o contexto histórico surgiram onde

tivemos o auxílio interdisciplinar dos professores de História e Português. Nas

letras de Michael Jackson, foi feito um concurso de caricaturas de outros

cantores da preferência dos alunos, como sugerido no material didático.

Contamos com a participação e ajuda da professora de Artes para a realização

dessa atividade, a qual foi muito bem recebida por todos.

Os alunos começaram então a perceber, que passo-a-passo ia

sendo introduzido um vocabulário a mais em inglês e os mesmos eram sempre

incentivados a falarem em inglês, mesmo com certas dificuldades.

Devido ao imediatismo dos jovens de hoje, no momento da

aplicação das músicas, solicitaram outras; mesmo tendo escolhido as letras,

houve reclamações na hora da execução, porém respeitaram e fizeram todas

as tarefas solicitadas.

Muitos se surpreenderam quando lhes foi proposto para usarem

seus celulares e, assim o fizeram. Alguns fotografaram o quadro com as

atividades, outros filmaram o desenvolvimento do trabalho e as apresentações

finais.

Foram feitas comparações entre as letras e, comentários em inglês

surgiram sobre o que entenderam das mensagens.

A partir dessas atividades, foram criadas as apresentações como

forma de avaliação.

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3.3 A avaliação

Na terceira fase foi proposta como avaliação uma apresentação final

que poderia ser ao vivo, em CD, ou através de Clipes.

O que se observou foi que cada turma teve uma reação diferente.

Muitos alunos optaram por montar vídeoclips e apresentá-los na TV, tarefa

cumprida com êxito, provaram não a musicalidade, mas a oralidade em LI,

além de interpretarem o contexto das letras escolhidas, através de muitos

recursos tecnológicos. Outros optaram pela apresentação em sala de aula,

alguns mostraram suas habilidades com os instrumentos musicais escolhidos,

entre violões, teclado, flauta e guitarra.

Outro ponto que chamou a atenção foi quanto ao gênero musical

escolhido por alguns que, ao contrário do que se imaginava, escolheram „flash

backs‟; Kiss, Rod Stuart, Boney M., entre outros.

As postagens dos clipes e apresentações foram realizadas pelos

próprios alunos, muitos escolheram os sites do Youtube e Orkut.

Como encerramento do projeto, foram realizadas apresentações

para o colégio, aliadas ao Dia da Consciência Negra e tivemos a colaboração

do Projeto PDE “O Rap em sala de aula”; as seguintes músicas foram

escolhidas:

Waka waka – (Shakira)

Daddy Cool – (Boney M)

We are the world

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4 Considerações Finais

Ao trabalhar a LI com o ensino médio procurou-se pensar em um

ensino significativo e que os incentivassem a aprender a língua. Por isso o dia-

a-dia em sala deve estar dentro do contexto de nossos alunos.

O projeto de intervenção PDE 2009/2010: “A oralidade em língua

inglesa; desafios possíveis na escola pública” provou que desafios na

aprendizagem são possíveis de realização e de sucesso.

Não se trata de um método novo, uma vez que todos os educadores

de LI já se utilizam da ferramenta música, apenas foi apresentado com uma

roupagem nova.

O gênero textual oral música levou a motivação efetiva dos alunos e

fez com que eles se sentissem mais seguros, podendo interagir com mais

facilidade, assim entendeu-se que a oralidade surgiu naturalmente, já que a

música faz parte do cotidiano desses jovens.

Um empecilho, durante a execução do projeto ocorreu; a falta de

laboratório de informática para os alunos; a proposta era de que as pesquisas,

algumas atividades e debates virtuais aconteceriam nesse ambiente, mas

como não foi possível, utilizamos o período contraturno para que, alguns

alunos, pudessem realizar as atividades nos computadores da biblioteca, que

são abertos à comunidade. Porém, como não são em números suficientes, as

tarefas que necessitaram dessa ferramenta tecnológica foram realizadas em

casa.

Outro detalhe, a formação continuada aos professores, na área das

novas tecnologias deve abranger a todos e com urgência, pois nossos alunos

fazem parte desse mundo virtual. O letramento digital já se faz presente e não

podemos anular este comportamento.

Esperamos que no futuro, esses entraves sejam sanados, pois para

aplicações vindouras, a ideia é de que, juntos, professor-aluno, possamos

construir nosso próprio ambiente virtual, talvez utilizando a plataforma „moodle‟,

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mas para que isto se torne realidade efetiva, temos que estar equipados e

preparados.

Em suma, sabemos de nossas dificuldades, mas não podemos

deixar que esses agravantes tirem nossa meta de ensino e nossa criatividade,

que sempre estiveram em alta. Nós educadores, principalmente de LI, somos

insistentes.

O projeto foi muito bem aceito por todo colegiado; professores,

alunos, equipe pedagógica.

Neste ano de 2011, o mesmo já está fazendo parte do planejamento,

e está sendo aplicado em todas as turmas de ensino médio.

Pôde-se notar que as atividades foram realizadas com prazer. Nos

clipes apresentados, viu-se nitidamente que todos estavam alegres em fazer a

atividade proposta. Nada foi imposto, apenas sugerido.

É muito gratificante ver alunos que ainda não estão nas séries

trabalhadas, pedindo para fazerem parte do projeto.

Portanto este projeto de intervenção teve como finalidade, não só o

resgate da oralidade através dos instrumentos já mencionados, mas como

levou os alunos do Colégio Estadual Protásio a serem autônomos capazes de

serem cidadãos transformadores.

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6 Anexos

Modelo da pesquisa aplicada aos alunos dos 1ºs anos

1) Qual a sua idade?

.....................................................

2) Sexo: ( )masc. ( )fem.

3) Você tem computador em casa? ( )sim

( ) não

4) Já fez algum curso de informática? ( )sim

( ) não

5) Em qual destes lugares você tem mais acesso ao

computador?

( )em sua casa ( )casa de parentes

( )casa de amigos

( )Lanhouse ( ) na escola

( )no trabalho

6) Costuma usar o computador para : ( )estudar

( )trabalhar ( )divertir-se

7) Você tem celular? ( )sim ( )não

8) Você já fez algum curso de inglês? ( )sim

( )não

9) Como você considera, de verdade, o seu nível de

conhecimento na disciplina de Inglês: ( )ótimo

( )bom ( )regular ( )péssimo

10) Enumere os itens abaixo de acordo com o grau

de importância para você.

- O inglês é importante para:

( ) viajar ( ) para ouvir músicas

( ) para o conhecimento de mundo

18) Você toca algum instrumento musical?

( )não ( )sim

qual?......................................

19) Você faz ou já fez parte de alguma

banda? ( )não ( )sim

20) Gosta de cantar? ( )sim ( )não

21) Você gosta de estudar com música?

( )sim ( ) não

22) Das músicas abaixo, marque as que

você gostaria de ouvir e trabalhar em sala

de aula:

Lady GAGA: Poker Face ( ) Telephone

( ) Bad Romance

Shakira: Did it again( ) She wolf ( )

Gypsy( )

Beyonce: Listen ( ) Single Ladies( )

Sweet dreams ( )

Justin Bieber: One time( )

Love me( ) Baby( )

Jonas Brother: Paranoid ( )

( )Invisible

This is me ( )

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( ) para assistir a filmes

( ) para um futuro trabalho

( ) para jogos

( ) para a computação

( )para comunicação

( ) para os estudos ( )para o uso do celular

11) Você gosta de música? ( )sim ( )não

12)Que sentimento passa por você quando está

escutando música?...................................................

13) Você costuma ouvir a mesma música várias vezes

ao dia? ( )nunca

( )às vezes ( )sempre

14) Qual sua banda , cantor ou cantora,

internacional,

favorita?......................................................

15) Qual o ritmo que você mais gosta de

ouvir?;..............................

16) Onde você costuma ouvir mais música?

( )em casa

( )na balada ( ) na casa de amigos

( )na escola

17) Para ouvir músicas, você utiliza mais: ( )rádio

( )celular ( )TV ( )computador ( )CDs

( )outros quais?

Akon: Beautiful ( ) right now( )

Lonely( )

Black eyes peas: I gotta feeling( )

Alive( ) Let’s get it started( )

Eminem: Not afraid ( ) Sing for the

moment ( )

Justin Timberlake: Summer love ( )

Rock your body ( )

Michael Jackson: Beat it ( ) Bad ( )

Thriller( )

Outras? Quais?