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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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  • O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

    2009

    Produção Didático-Pedagógica

    Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

    VOLU

    ME I

    I

  • SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

    PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

    FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO

    JOANA D’ARC CONRADO

    Gênero tira: elemento incentivador para a leitura dialógica e para a

    prática social da escrita

    CAMPO MOURÃO

    2010

  • SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

    PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

    FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO

    JOANA D’ ARC CONRADO

    Gênero tira: elemento incentivador para a leitura dialógica e para a

    prática social da escrita

    Produção didática (Caderno pedagógico) apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão (FECILCAM) e à Secretaria de Estado de Educação do Paraná (SEED) para o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), sob a orientação da Profª Me. Adriana Delmira Mendes Polato.

    CAMPO MOURÃO

    2010

  • SUMÁRIO

    1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................... 4

    2 IDENTIFICAÇÃO ................................................................................................. 5

    3 TEMA DE ESTUDO ............................................................................................ 5

    4 TÍTULO................................................................................................................ 6

    5 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 6

    6 CAPÍTULO UM - PANORAMA BAKHTINIANO DOS GÊNEROS ....................... 7

    7 CAPÍTULO DOIS - DESVENDANDO O GÊNERO TIRA .................................. 10

    8 CAPÍTULO TRÊS - DIVULGANDO O PROGRAMA ......................................... 14

    9 CAPÍTULO QUATRO – UNIDADE UM – CONHECENDO TIRAS .................... 15

    10 CAPÍTULO CINCO – UNIDADE DOIS – PRODUZINDO TIRAS ..................... 26

    11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 33

    12 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 33

    ANEXO I ............................................................................................................... 36

    ANEXO II .............................................................................................................. 37

    ANEXO III ............................................................................................................. 38

    ANEXO IV ............................................................................................................ 39

  • 4

    1 APRESENTAÇÃO

    Este caderno pedagógico - fruto de estudos realizados durante o

    Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) do Estado do Paraná –

    embasado no teórico da linguagem, Mikhail Bakhtin e nas Diretrizes Curriculares

    Estaduais (DCE) propõe uma série de atividades visando tornar o gênero tira mais

    próximo do educando e a partir dele, incentivá-los à leitura e à produção de outros

    gêneros discursivos.

    Em seu primeiro capítulo, este caderno pedagógico percorre os estudos

    de Bakhtin a respeito dos gêneros sob a perspectiva sócio-interacionista na busca

    da qualidade do processo de ensino e aprendizagem da linguagem no Ensino

    Fundamental. Durante este estudo são apresentados ao professor a definição de

    gênero, seus elementos constitutivos, a classificação, as esferas de circulação, o

    dialogismo e os suportes utilizados para os gêneros discutidos tanto pelo próprio

    Bakhtin em suas obras quanto na releitura dele por estudiosos e autores como

    Carlos Alberto Faraco, José Luiz Fiorin, João Luiz Gasparin, João Wanderlei

    Geraldi, e Luiz Antonio Marcushi.

    No capítulo seguinte, aborda o gênero tira, sua história desde os

    primórdios da Humanidade, autores e obras. Nele são apresentadas as

    características e os elementos essenciais do gênero de forma didatizada para que

    o professor tenha subsídios para aplicar este material em sala de aula - caso

    necessite deles.

    O terceiro capítulo descreve o Hagáquê, criado na UNICAMP

    (Universidade de Campinas). Este programa é utilizado pelo educando para a

    produção das tirinhas. Com ele, é possível escolher o ambiente, os personagens,

    as ações, os balões, as onomatopéias, os ícones, além – é claro – de poder soltar

    a imaginação nos diálogos produzidos.

    Amparado nas Diretrizes Curriculares, este caderno traz ainda duas

    unidades didáticas, destinadas ao educando, sendo que a primeira o leva a

    conhecer o gênero através da análise, compreensão e interpretação de tiras. Este

    gênero discursivo trabalha com elementos lingüísticos e extralingüísticos,

    servindo como instrumento para desenvolver a leitura e a escrita do educando.

    Trabalha ainda com a interação entre colegas e professor em debates,

  • 5

    discussões e pesquisas sobre o tema sempre utilizando a Internet como

    ferramenta de aprendizado e ampliação do conhecimento.

    A segunda unidade desperta o educando para a produção do gênero no

    laboratório de informática, utilizando o programa Hagáquê. É nesta unidade,

    propriamente dita, que o educando torna-se autor de tiras com o objetivo de

    contribuir com o jornal do colégio onde estuda, havendo assim a prática social da

    escrita.

    Nos anexos, são oferecidos aos professores a capa da primeira revista

    em quadrinhos do Brasil e exemplos de balões, onomatopéias e ícones utilizados

    quando se estuda ou se produz tiras. Esses anexos podem ser usados para

    ilustrar as aulas.

    Desta forma, este caderno procura ser um diferencial às aulas de Língua

    Portuguesa, despertando no educando o interesse em ler e produzir outros tipos

    de gêneros a partir do gênero tira.

    2 IDENTIFICAÇÃO

    Professor PDE: Joana d’Arc Conrado

    Área PDE: Língua Portuguesa

    NRE: Campo Mourão

    Professor Orientador IES: Profª. Me. Adriana Delmira Mendes Polato

    IES vinculada: UEM/ FECILCAM

    Escola de Implementação: Colégio Estadual de Campo Mourão – Ensino

    Fundamental, Médio, Profissional e Normal.

    Público objeto da intervenção: 8ª. Série do Ensino Fundamental

    3 TEMA DE ESTUDO

    O gênero tira nas aulas de Língua Portuguesa

  • 6

    4 TÍTULO

    Gênero tira: elemento incentivador para a leitura dialógica e para a prática social

    da escrita

    5 INTRODUÇÃO

    Esta produção didática surgiu a partir de questionamentos sobre a falta de

    motivação do educando ao ler e/ou produzir textos. E não apenas isso: é

    necessário que ele saiba interagir, utilizando os diferentes gêneros do discurso,

    que surgem e integram-se à cultura na qual ele está inserido ou quer inserir-se. É

    importante esclarecer que os gêneros não são dissociados da realidade social e

    levam o educando a atingir seus objetivos de forma satisfatória ou não,

    dependendo da escolha dos elementos argumentativos e/ou coercivos – enfim, o

    gênero é eleito de acordo com a intencionalidade, o propósito do educando em

    cada momento histórico e deve adequar-se a cada prática social constituída.

    Buscando estratégias para alcançar esse objetivo, o gênero tira foi

    selecionado para que o educando se perceba como sujeito histórico e some seu

    conhecimento empírico ao sistematizado, delineando a sociedade atual com

    todas as suas mazelas e toda a sua beleza através do texto imagético e escrito da

    chamada Nona Arte. As atividades propostas são elementos incentivadores

    dessas habilidades, pois unem imagem e palavra, potencializando

    significativamente o texto, de modo que este possa ser produzido agradavelmente

    pelo autor e da mesma forma possa ser recebido pelo leitor.

    Para que esta proposta de atividades fosse elaborada houve a

    necessidade de um aprofundamento teórico sobre o gênero tira, desde a definição

    e características dos gêneros segundo Bakhtin até a definição, características e

    história do surgimento das tiras em nossa sociedade. Todo esse estudo está

    presente neste caderno pedagógico que busca, não só o aprimoramento das

    aulas dos professores de Língua Portuguesa, como também a alegria de ensinar

    e obter resultados satisfatórios.

  • 7

    6 CAPÍTULO UM - PANORAMA BAKHTINIANO DOS GÊNEROS É pela linguagem que o ser humano se comunica, troca experiências,

    aprende ou apreende o que lhe é ensinado e descobre-se sujeito social com seus

    direitos e deveres num trabalho coletivo (interacionista). Como diz Bakhtin (1997,

    p. 282), “A língua penetra na vida através dos enunciados concretos que a

    realizam, e é também através dos enunciados concretos que a vida penetra na

    língua”.

    Foi, pois, esse caráter social da linguagem que levou Bakhtin e os teóricos

    de seu círculo a criarem o conceito de gênero discursivo – “tipos relativamente

    estáveis de enunciados” (idem, p. 279). Destaca-se nessa definição o termo

    “relativamente” – que parece sem muito valor, porém guarda em si toda a

    diferença. São “relativamente estáveis”, pois ao estudar os gêneros deve-se

    considerar o momento histórico, concluindo-se que, ao realizar esta ação, estes

    se tornam mutáveis devido às exigências de cada época e de cada esfera de sua

    circulação – portanto, são maleáveis, não sofrem normatização e as fronteiras

    entre um gênero e outro são imprecisas (Fiorin, 2008, p. 64), podendo

    determinado gênero surgir ou desaparecer de acordo com a necessidade e a

    intensidade de seu uso, sem esquecer, é claro, que os gêneros transformam-se

    em instrumentos de ação social.

    Segundo Bakhtin (1997, p. 279), todo enunciado é caracterizado por três

    elementos, a saber: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Estes

    são selecionados de acordo com as intenções dos locutores, as esferas de

    circulação do gênero e seus suportes significando que “a língua é um instrumento

    de poder e que o acesso ao poder, ou sua crítica” (DCE-PR, 2008, p. 53)

    dependem do domínio de sua esfera de comunicação - é possível dominar a

    esfera de determinado gênero de comunicação ao se ter o controle do gênero que

    ela demanda - um autêntico direito de todos os cidadãos.

    A definição de cada elemento do gênero de acordo com Bakhtin (1997, p.

    279) neste momento se faz pertinente e é importantíssimo que, principalmente os

    educadores, a tenham em mente: o conteúdo temático como o próprio nome já

    diz, não é apenas o assunto, porém a propriedade que determina o sentido de

    que se ocupa o gênero em questão; a construção composicional é a organização

  • 8

    do texto, isto é, o modo de estruturar o texto, com todos os itens necessários ao

    gênero de determinada esfera; e o estilo é a preferência que o enunciador tem por

    determinadas palavras, figuras de linguagem, enfim, é a seleção feita para

    expressar suas idéias e atingir a compreensão do interlocutor.

    Portanto, as aulas de Língua Portuguesa, na concepção de linguagem

    como forma de interação (GERALDI, 1984, p. 43), devem estar voltadas para o

    estudo do discurso, do gênero e do texto, pois

    a falta de domínio do gênero é a falta de vivência de determinadas atividades de certa esfera. Fala-se e escreve-se sempre por gêneros e, portanto, aprender a falar e a escrever é, antes de mais nada, aprender gêneros (Fiorin, 2008, p.69),

    Todos os campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem

    (Bakhtin, 1997, p. 279) e em outras palavras, segundo o próprio Bakhtin (idem,

    p.301), podemos dizer que os gêneros são muitos e variados e “na prática,

    usamo-los com segurança e destreza, mas podemos ignorar totalmente a sua

    existência teórica. [...] nós falamos por gêneros diversos sem suspeitar da sua

    existência.” E ele acrescenta que “Na conversa mais desenvolta, moldamos nossa

    fala às formas precisas de gêneros, às vezes padronizados e estereotipados, às

    vezes mais maleáveis, mais plásticos e mais criativos” (idem, p. 301).

    Por isso, é imperativo observar que o texto – tanto oral quanto escrito, ou

    qualquer outro conjunto de signos (desenhos, gestos, cores, formas em

    movimento...) – é a manifestação concreta do discurso, carregando consigo

    ideologias e axiologias dos sujeitos produtores desses discursos, portanto,

    nenhum texto, em nenhum gênero é neutro.

    No mesmo livro, Estética da criação verbal, (p. 281) Bakhtin separa os

    gêneros em primários e secundários de acordo com seu nível de complexidade,

    isto é, de acordo com a sua heterogeneidade (um único um gênero pode ter em

    seu interior a presença de vários tipos de textos - descritivos, injuntivos,

    argumentativos, narrativos, expositivos): os gêneros primários surgem na vida

    cotidiana, na comunicação automática, no contexto imediato e geralmente são

    orais – é o caso de uma conversa informal ou um telefonema. Já os secundários

    passam a existir a partir de uma comunicação cultural mais elaborada, são

  • 9

    predominantemente escritos e transformam os primários – uma notícia ou um

    romance (idem, p. 281).

    Em outro momento, Bakhtin aborda o dialogismo que ocorre tanto nos

    gêneros primários quanto nos secundários. Ele trata o dialogismo como parte

    integrante da constituição do ser humano – um sujeito social que se constitui

    discursivamente e historicamente sempre em relação a outro ser humano e suas

    vozes sociais. Este filósofo da linguagem diz que “Em todos os seus caminhos até

    o objeto, em todas as direções, o discurso se encontra com o discurso de outrem

    e não pode deixar de participar, com ele, de uma interação viva e tensa” (Bakhtin,

    1990, p. 88).

    Todo e qualquer discurso é utilizado socialmente e composto por uma

    camada de outros discursos, sempre estratificado – isto é o dialogismo: o discurso

    é sempre impregnado de palavras, ideologias e axiologias alheias que se

    sobrepõem a esse mesmo discurso (Faraco, 2009, p.56).

    Cabe aqui diferenciar dialogismo e intertextualidade (esse termo não foi

    usado por Bakhtin). Enquanto aquele é o encontro de vozes sociais presentes no

    discurso, a intertextualidade é “o encontro de duas materialidades linguísticas, de

    dois textos” (Fiorin, 2008, p.52) num só texto – é a relação de sentido entre dois

    enunciados, desde “que um texto tenha existência independente do texto que com

    ele dialoga” (idem, p. 53).

    Outro ponto a ser considerado é o suporte do gênero - o local onde o texto

    será veiculado - pois de acordo com o suporte, mudam-se as intenções, os

    objetivos, as características, enfim pode ser o mesmo texto, mas não será o

    mesmo gênero se o suporte lhe conferir uma funcionalidade diferente da inicial.

    (Marcushi, 2002, p. 21)

    Assim, no ensino da língua portuguesa, cujo conteúdo estruturante é o

    discurso como prática social, “professor e aluno tornam-se co-autores no

    processo ensino/aprendizagem, pois os conteúdos devem ser integrados e

    aplicados teórica e praticamente no dia a dia do educando” (Gasparin, 2005, p. 2),

    para que todos se transformem em pessoas realmente comprometidas com o

    bem comum.

    E, conforme Bakhtin (1997, p. 304):

  • 10

    É de acordo com nosso domínio dos gêneros que usamos com desembaraço, que descobrimos mais depressa e melhor nossa individualidade neles (quando isso nos é possível e útil), que refletimos, com maior agilidade, a situação irreproduzível da comunicação verbal, que realizamos, com o máximo de perfeição, o intuito discursivo que livremente concebemos.

    7 CAPÍTULO DOIS - DESVENDANDO O GÊNERO TIRA

    A tira faz parte do dia-a-dia dos educandos, através de jornais, Internet,

    revistas periódicas e, por ela, elementos da vida cotidiana são percebidos,

    estudados e/ou satirizados. Também é possível trabalhar as condições em que

    acontece a produção:

    A quem se dirige o enunciado? Como o locutor (ou o escritor) percebe e imagina seu destinatário? Qual é a força da influência deste sobre o enunciado? É disso que depende a composição, e sobretudo o estilo do enunciado. Cada um dos gêneros do discurso, em cada uma das áreas da comunicação verbal, tem sua concepção padrão do destinatário que o determina como gênero. (BAKHTIN, 1992, p. 321)

    Ao trabalhar este gênero, “o professor propiciará ao aluno a análise crítica

    do conteúdo do texto e seu valor ideológico, selecionando conteúdos específicos,

    [...] para a prática de leitura ou de produção [...] que explorem discursivamente o

    texto” (DCE-PR, 2008, p. 64), pois a tira exige que o leitor preencha o vazio ou as

    lacunas existentes, usando para isso, seus sentidos e experiências. Todos os

    recursos utilizados pelo autor da tira (as vozes, as onomatopéias, o movimento, a

    continuidade do cenário) dão vida à história e o leitor é uma espécie de co-autor

    da tira (MCCLOUD, 1995, p. 115).

    Todo esse processo acaba por gerar maior interação entre o aluno e o

    professor e/ou aluno e aluno uma vez que estes se tornam concomitantemente

    produtores e leitores das tirinhas. Também juntos situam nas tiras axiologias

    (valores) e ideologias presentes no grupo, quer positivas ou negativas, criando

    uma atmosfera de aprendizado através de atividades que ensinam sem deixar de

    ser prazerosas, fazendo com que a língua seja usada nas mais diversas situações

    comunicativas.

    Muitos estudiosos defendem a tese de que este gênero tenha nascido nas

    grutas ou abrigos rochosos ocupados por grupos pré-históricos, pois com os

  • 11

    desenhos rupestres o ser humano expressava seus medos e suas alegrias. Essas

    representações mostravam cenas de luta, de caça, de dança e outras atividades

    socioculturais importantes para os grupos – porém, é óbvio, sem a escrita.

    Somente no final do século XIX, é que o gênero surgiu como o

    conhecemos hoje e começou a ser publicado em jornais norte-americanos. O

    marco oficial data de 1895 com a criação de Yellow Kid (O menino amarelo) de

    Richard Outcault, apesar de a tira já existir em várias partes do mundo – inclusive

    no Brasil.

    Aqui, de acordo com Vergueiro (2003), Ângelo Agostini - grande crítico do

    Segundo Império no país - é identificado como o introdutor das tiras com “As

    aventuras de Nhô Quim” (conta-se que essa tira foi publicada no dia 30 de janeiro

    de 1869 no Jornal Vida Fluminense – RJ e narrava as aventuras de um caipira na

    cidade grande) e “As aventuras de Zé Caipora” (em 1883) – portanto, bem antes

    do americano. Ele elaborou também o logotipo da primeira revista em quadrinhos

    infantil brasileira “O Tico-tico” em 1905 (Ver anexo I).

    Após esse início brilhante, por muito tempo, as tiras e as histórias em

    quadrinhos foram discriminadas pela sociedade e pela academia e tidas como

    ameaças ao desenvolvimento intelectual. Com todo esse preconceito ao seu

    redor, as tiras foram praticamente banidas das escolas e bibliotecas.

    Recentemente, professores de todos os níveis de ensino têm demonstrado

    interesse na utilização desse gênero em suas aulas.

    De acordo com Mccloud (1995, p. 9), as tiras apresentam dois a quatro

    quadrinhos (também chamados vinhetas) e criam uma narrativa visual, isto é,

    unem o texto imagético à linguagem escrita. Podem ser apresentadas em preto e

    branco ou coloridas, tendo narração completa ou seriada, diariamente ou

    semanalmente, tornando-se cada vez mais popular em suportes como jornais,

    revistas ou Internet ao redor do mundo.

    Seus pontos altos e provocadores de riso são os mal-entendidos e

    equívocos gerados por palavras mal utilizadas, desconhecimento acerca do uso

    de alguns termos da língua materna e até mesmo o duplo sentido surgido de

    metáforas não compreendidas.

    Franco (2001) alude a alguns elementos essenciais que compõem as tiras:

  • 12

    Texto: ao contrário de outros textos literários que narram os fatos e

    descrevem personagens e ambientes, na tira, o texto pode até ser dispensado,

    dependendo da força que a imagem apresenta. O texto contém, normalmente,

    apenas a fala dos personagens – que deve ser clara e concisa, estabelecendo

    uma ligação estreita com o texto imagético. Em poucos casos, o autor se vale da

    fala do narrador para esclarecer alguns detalhes da tira.

    Texto imagético: é elemento imprescindível à tira e, por isso, precisa ser

    elaborado com cuidado, uma vez que tempo, ambiente, ações e expressões são

    definidos pela imagem. As cores têm aqui grande importância, bem como

    detalhes fisionômicos que darão à tira o significado preciso estipulado pelo autor.

    Muitas vezes, o desenho fala por si mesmo e conduz o leitor por universos

    múltiplos, fazendo-o identificar-se com personagens e participar de situações

    apresentadas nas tiras ou reprová-los. Outras vezes o cenário ou outros

    elementos não são desenhados, deixando assim a imaginação do leitor livre para

    criá-los a partir de experiências de seu cotidiano.

    Percepção Visual: os quadrinhos são apresentados simultaneamente no

    passado, no presente e no futuro, um ao lado do outro. Os olhos estão na vinheta

    presente, porém a qualquer tempo, podem voltar ou seguir em frente, pois tudo

    está à disposição do leitor. Além disso, é preciso que o leitor tenha percepção da

    linguagem verbal associada à não-verbal, ative conhecimentos anteriores e

    realize inferências sobre o assunto das tiras.

    Sarjeta: é o espaço entre um quadrinho e outro, que implica na elipse

    narrativa. São saltos entre uma ação e outra para que o autor não precise

    desenhar quadrinhos que podem ser subentendidos - são trechos da tira onde o

    leitor tem participação ativa, completando esses espaços mentalmente, isto é, o

    leitor imagina ações dos personagens que o autor não desenhou. Essa leitura

    elíptica faz parte da configuração e da interpretação das tiras.

    Tempo: nas tiras, o tempo pode ser representado através do imagético

    (figuras características do dia, da noite ou do tempo transcorrido) e ainda através

    do tamanho do quadrinho (um quadrinho maior implica em tempo maior – um

    menor, tempo menor). Essa definição é feita pelo autor, dependendo de sua

    intencionalidade.

  • 13

    Requadro ou enquadramento: é a moldura das tiras e também o elemento

    responsável pela característica mais forte desse gênero. É impossível fazer tiras

    inteiras sem o requadro (pode-se, sim, deixar de fazer um ou outro para indicar o

    sentimento de liberdade de um personagem ou a amplitude de um espaço). O

    enquadramento influencia no ritmo da leitura, pois o formato e o tamanho dos

    quadrinhos delimitam o tempo e o espaço da tira. É no requadro ou quadrinho que

    o autor demonstra toda a sua capacidade de ilustrar cenário, personagens, ações,

    tempo simultaneamente.

    Balões: são linhas fechadas ou pontilhadas que abrigam em seu interior as

    falas e os pensamentos dos personagens. Também trazem onomatopéias e

    ícones – metáforas visuais - responsáveis pelas atitudes dos personagens. Há

    diversos tipos de balões: fala, pensamento, sussurro ou cochicho, grito,

    entrecortado, uníssono, de medo... (Ver anexo II).

    Onomatopéias: são as representações gráficas dos sons necessários às

    tiras. Há um cuidado muito especial com relação à forma de expressar esses

    sons: letras trêmulas (medo), cubos de gelo formando palavras (frio)... Tudo para

    ampliar e reforçar a mensagem da tira (Ver anexo III)

    Ícones: são desenhos que por si só traduzem toda uma frase. É o caso da

    lâmpada significando que o personagem teve uma idéia, cobras e caveiras

    indicando que o personagem está falando palavrões ou um ponto de interrogação

    onde o personagem está em dúvida. Os ícones seguem uma convenção para que

    possam ser usados por todos os escritores e entendidos pelos leitores (Ver anexo

    IV).

    Linhas de movimento, linhas cinéticas ou linhas de velocidade:

    representam a ilusão do movimento dos personagens ou ainda a trajetória dos

    objetos. Normalmente são sutis ou até mesmo inexistem.

    Como é possível perceber, o gênero tira não é apenas um pequeno texto

    acompanhado de um desenho – há a necessidade de se conhecer cada elemento

    e com ele trabalhar de forma habilidosa e harmoniosa para que o prazer de

    produzir esteja também aliado ao deleite de saber que seu trabalho está sendo

    entendido e apreciado.

  • 14

    8 CAPÍTULO TRÊS - DIVULGANDO O PROGRAMA

    A ferramenta que será utilizada para criar as tiras é o ambiente HAGÁQUÊ

    desenvolvido pelo Laboratório de Educação e Informática Aplicada (LEIA),

    pertencente à Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas

    (UNICAMP). Este ambiente foi desenvolvido para, de forma simplificada e

    atraente, trabalhar as atividades básicas de edição (consegue abrir e usar

    imagens GIF1, JPEG2, WMF3, EMF4 e ICO5). Além disso, o HAGÁQUÊ está

    disponível para toda a comunidade escolar, com sua instalação, manual de

    instruções e artigos prontos para download que podem ser encontrados no site

    http://www.nied.unicamp.br/~hagaque/. Também apresenta histórias criadas por

    alguns educandos, um livro de visitas para receber depoimentos e sugestões

    sobre o seu uso, possibilitando a troca de experiências entre todos os seus

    usuários. Esse programa capacita os educandos a editarem sua própria tira

    liberando o poder educativo das tirinhas. Eles criam e vestem seus personagens;

    dão-lhes emoções, ações e palavras; adicionam outros personagens, cenários e

    adereços; podem fazer as tiras e imprimi-las, copiá-las, enfim, fazer delas o que

    sua capacidade criadora mandar.

    1 ou Graphic Interchange Format: permite salvar imagens em tamanho reduzido.

    2 ou Joint Pictures Expert Group: comprime, isto é, reduz imagens fotográficas.

    3ou Windows Metafile Format: identifica e trabalha com desenhos usados em cliparts no Windows.

    4 ou Electromagnetic Field: um programa MS-Windows com extensões que o fazem específico.

    5 ou do grego "eikon": imagem - formato padrão de ícones para diversos sistemas operacionais

    http://www.nied.unicamp.br/~hagaque/http://www.saugus.net/Computer/Terms/MS-Windows/view

  • 15

    9 CAPÍTULO QUATRO – UNIDADE UM – CONHECENDO TIRAS

    O que esta palavra lembra a você?

    Você já viu tiras?

    Onde?

    Como se faz tiras?

    Para que se usam tiras?

    Vamos estudar sobre:_______

  • 16

    RISO

    SORRISO

    RISADA

    GARGALHADA

    TIRA

    Vamos ver algumas tiras?

  • 17

    ACORDO ORTOGRÁFICO -1

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10 Acesso em 03/11/2009

    Converse com seu professor e seus amigos sobre essa tira:

    1- O que ela conta?

    2- Onde possivelmente a tira foi veiculada? Quem seria seu público leitor?

    3- Qual o objetivo dessa tira? Qual é a reflexão que ela apresenta?

    4- Por que ela é engraçada? Isso ocorre em nossa sociedade?

    5- O que é acento diferencial?

    6- Você sabe as regras da nova ortografia? Cite algumas.

    7- Você conhece o contexto em que o Acordo Ortográfico foi firmado? Que países

    participam dele?

    Para saber mais sobre o Acordo Ortográfico, vá ao laboratório de informática

    e pesquise nos seguintes sítios:

    http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=48

    http://www.brasilescola.com/acordo-ortografico/

    www.academia.org.br

    http://umportugues.com/

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=48http://www.brasilescola.com/acordo-ortografico/http://www.academia.org.br/

  • 18

    ACORDO ORTOGRÁFICO – 2

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10 Acesso em 03/11/2009

    Converse com seus colegas sobre essa tira:

    1- O que ela conta?

    2- Essa tira possivelmente foi veiculada através de que suporte?

    3- Qual o objetivo dessa tira?

    4- Por que ela é engraçada? Qual é a reflexão apresentada nessa tira?

    5- Por que o personagem secundário escolheu justamente a palavra “enjôo”?

    6- O que é um hiato? Explique essa regra dando outros exemplos.

    7- Converse com seu professor de Artes sobre a importância do texto imagético: a

    fisionomia dos personagens, as cores, o ambiente e depois responda se esse

    texto imagético chama a atenção do leitor.

    No laboratório de informática, pesquise sobre o texto imagético nos sítios:

    http://pictorescos.blogspot.com/2009/10/o-texto-imagetico-leitura-partir-de.html

    http://webinsider.uol.com.br/2003/10/30/textocentrismo/

    blogtextosurbanos.blogspot.com/.../caixa-dagua-velha-na-praia-de-salinas.html

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10http://pictorescos.blogspot.com/2009/10/o-texto-imagetico-leitura-partir-de.htmlhttp://webinsider.uol.com.br/2003/10/30/textocentrismo/

  • 19

    ACORDO ORTOGRÁFICO – 3

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10 Acesso em 03/11/2009

    Analise a tira e se tiver alguma dúvida, comente com seu professor e seus

    colegas:

    1- Que história ela conta?

    2- Onde possivelmente a tira foi veiculada?

    3- Qual o objetivo desta tira?

    4- Por que ela é engraçada?

    5- Isso ocorre em nossa sociedade?

    6- Qual é a reflexão apresentada nesta tira?

    7- O que é um ditongo aberto?

    8- O que é uma paroxítona?

    9- Explique a regra acima citando outros exemplos.

    10- Qual a sua opinião sobre o texto imagético?

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10

  • 20

    Anote em seu caderno os seguintes dados:

    Após observar as tiras acima, reúna-se com seus colegas, encontre e discuta as

    respostas que você ainda não sabe ou não se recorda. Para isso, vocês podem ir

    à biblioteca, verificar livros de séries anteriores ou mesmo visitar alguns sítios na

    Internet. Por exemplo:

    http://www.eca.usp.br/agaque/nucleousp/materias_waldomiro_obrasilcomemora.a

    sp

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Tira_di%C3%A1ria

    http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/janeiro/30-dia-nacional-dos-

    quadrinhos.php

    http://www.tiburcio.locaweb.com.br/prev3.htm

    http://www.cbpf.br/~eduhq/index2.html

    http://www.legal.adv.br/zine/hq/hq.htm

    Como podemos definir “tira”?

    Qual a importância da imagem para as tiras?

    Quais são as características das tiras?

    Por que a tira precisa ser breve, curta?

    Onde as tiras são publicadas, isto é, quais são seus suportes?

    O que é a sarjeta? E para que serve?

    Para que servem as onomatopéias nas tiras?

    O que são molduras e por que alguns quadrinhos não as têm?

    Qual deve ser o tamanho das tirinhas?

    Quais são os tipos de balões, como são e em que situação cada um deles

    é usado?

    Qual a diferença entre tira e charge?

    Comente algumas tiras que você já leu.

    EM GRUPO

    http://www.eca.usp.br/agaque/nucleousp/materias_waldomiro_obrasilcomemora.asphttp://www.eca.usp.br/agaque/nucleousp/materias_waldomiro_obrasilcomemora.asphttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tira_di%C3%A1riahttp://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/janeiro/30-dia-nacional-dos-quadrinhos.phphttp://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/janeiro/30-dia-nacional-dos-quadrinhos.phphttp://www.tiburcio.locaweb.com.br/prev3.htmhttp://www.cbpf.br/~eduhq/index2.htmlhttp://www.legal.adv.br/zine/hq/hq.htm

  • 21

    * TIRA é uma história engraçada escrita e desenhada em dois a quatro

    quadrinhos enfileirados na horizontal ou na vertical.

    * Nem sempre a tira precisa ser cômica; ela pode ser também de aventura, de

    mistério, policial, de heróis ou super-heróis...

    * É conhecida também por:

    Tirinha ou tira de quadrinhos;

    Banda desenhada ou tira cômica (Portugal);

    Fumetti (Itália);

    Comic strips (EUA);

    TBO ou bandas deseñadas (Espanha);

    Bande dessineé (França e Bélgica);

    Historieta (Argentina e América Latina).

    O Zé da Farmácia é um

    catarinense que adora fazer tirinhas em suas

    horas vagas...

    Se quiser saber mais sobre ele entre no site::

    http://josejamesteixeira.blogspot.com/.

    Veja uma de suas tirinhas:

  • 22

    CRIANÇAS:

    Disponível em: http://josejamesteixeira.blogspot.com/ Acesso em: 05/10/2009

    1-Individualmente faça o que se pede:

    a) Leia silenciosamente a tira apresentada.

    b) Quais são os elementos do mundo natural a que o menino se refere?

    Destaque-os.

    c) Da mesma forma, quais são os elementos do mundo da cultura a que o

    menino se refere? Enumere-os.

    2- Agora, em duplas, discuta e responda estas questões:

    a) A tira geralmente relata o cotidiano da sociedade e muitas vezes nos faz

    pensar sobre a vida de uma forma bem humorada. Qual aspecto da nossa

    sociedade é abordado nessa tira?

    b) Onde podemos encontrar tiras como esta?

    c) A que público esta tira é dirigida?

    d) O que esta tira critica?

    e) Enunciador é aquele que produz o discurso. Qual é a posição do

    enunciador desta tira? De quem é esse tipo de discurso?

    f) Podemos dizer que esse texto chama a atenção dos leitores? Por quê?

    http://josejamesteixeira.blogspot.com/

  • 23

    g) O que se pode notar na sequência dos fatos na tira?

    h) Na tira há uma relação de poder estabelecida? Explique.

    a) Durante anos, na infância, os pais são infalíveis e quase sempre heróis de

    seus filhos. O que acontece quando os filhos ficam mais velhos? O que muda?

    Por quê?

    b) Em agosto comemoramos o dia dos pais. Essa data, veiculada pela mídia e

    pelo comércio em geral, homenageia aquele que, normalmente, é o companheiro

    dos filhos em todos os momentos, sanando suas dúvidas e o ajudando a ser uma

    a) No último quadrinho, o cômico, isto é, aquilo que faz rir por ser

    engraçado, se constrói justamente pela quebra de expectativa produzida na

    pergunta do filho ao pai. O leitor, acostumado com tantas perguntas infantis,

    pensaria que o pai daria essa resposta ao filho? Provavelmente, qual seria a

    resposta?

    b) O que produz a comicidade desta tira?

    c) Diante de tantas perguntas do filho, o pai se mantém calmo quase imóvel

    em sua pescaria. Como parece ser o relacionamento entre os dois?

    d) Com a resposta do último quadrinho da tira, o pai justifica que se o filho

    não perguntar, nunca aprenderá nada. No momento em que estão ali, o filho

    está questionando o pai, portanto deveria estar aprendendo algo. Isso

    acontece? Explique por quê.

    Reúna-se aos colegas de equipe e responda:

  • 24

    pessoa cada vez melhor. Nos nossos dias, isso acontece em todos os lares?

    Como está a família em nossa sociedade? Comente.

    c) Toda imagem traz em si uma mensagem. Qual é, portanto, a mensagem

    que a tirinha está trazendo com relação ao relacionamento entre pais e filhos?

    a) Vocativo é um chamamento e sempre vem seguido de algum sinal de

    pontuação. Na tira foi usada a vírgula. Que outro sinal de pontuação poderia

    substituí-la?

    b) Esta tira é cheia de vocativos. No entanto, em uma das falas, a pontuação

    não está correta. Qual é? Como você escreveria esta frase empregando

    corretamente o vocativo?

    c) O vocativo pode vir em que locais da frase? Comprove sua resposta

    baseando-se na tira.

    d) Transcreva a tira para o discurso direto, fazendo uso da pontuação

    adequada.

    e) Agora o passe para o discurso indireto.

    f) Qual a diferença entre um discurso e outro? Qual tipo de discurso você

    prefere? Por quê?

    g) Observe este período: “Você perderá o emprego caso chegue atrasado”.

    A oração sublinhada impõe uma condição que fará com que o sujeito perca o

    emprego. Como já estudamos anteriormente, esta é uma oração subordinada

    adverbial condicional. No último quadrinho da tira, aparece uma adverbial

    condicional. Qual é essa oração? Em que o uso dessa oração ajuda na

    compreensão do texto?

    h) Agora, observe este outro período: “A empresa pediu que a mercadoria

    fosse entregue”. A oração sublinhada completa o sentido do verbo pediu e não

    está ligada a esse verbo por uma preposição – isto é, ela funciona como objeto

  • 25

    direto da oração principal - por isso, é chamada de oração subordinada

    substantiva objetiva direta. A última fala do menino apresenta uma dificuldade

    quanto à oração objetiva direta. Como se apresenta essa dificuldade e como

    resolvê-la de acordo com a norma culta?

    i) Os pronomes podem substituir um substantivo ou podem acompanhá-lo,

    qualificando-o de alguma maneira. Qual é o pronome que aparece na tira e nos

    remete à idéia de que os barcos não afundam? Que pronome é esse e por que foi

    usado? Como ficaria o enunciado caso o pai não utilizasse esse pronome?

    j) Conforme o novo acordo ortográfico, a palavra céu está corretamente

    acentuada? Justifique a regra. Que outras palavras você conhece que utilizam a

    mesma regra?

    E você? Como pensa ser o

    relacionamento entre pais e filhos?

    Discuta com seus colegas de grupo e

    depois, produza individualmente um texto

    que traduza esse debate. Pode ser uma

    história, um comentário, um texto de

    opinião, uma tira, um poema, uma música

    ou qualquer outro texto.

  • 26

    10 CAPÍTULO CINCO – UNIDADE DOIS – PRODUZINDO TIRAS

    Nesta unidade, você vai produzir tiras.

    Portanto, no laboratório de informática forme seu grupo de trabalho...

    E mãos à obra!

    Acesse o programa Writer ou Word e insira a caixa de texto para elaborar as tirinhas.

    Lembre-se de observar cada detalhe do texto imagético.

  • 27

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&or

    derby=titleA&show=10 Acesso em 15/01/2010

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&or

    derby=titleA&show=10 Acesso em 15/01/2010

  • 28

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&or

    derby=titleA&show=10 Acesso em 15/01/2010

    Conversa com o chefe

    Crie, com seus colegas, uma pequena história a partir da sequência de

    desenhos apresentada.

    Não se esqueça de observar estas questões durante a criação:

    1. Qual é o tema da tira?

    2. Quem são os personagens e o que está ocorrendo?

    3. O que a fisionomia dos personagens reflete?

    4. Está demonstrada uma relação de poder? Qual?

    5. Como a sociedade age normalmente nestes casos?

    6. Qual é a quebra de sentido que torna a tira engraçada?

    7. Qual é o objetivo com esta tira?

    8. Qual é o seu público leitor?

  • 29

    Vamos para a próxima tira:

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&or

    derby=titleA&show=10 Acesso em 15/01/2010

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&or

    derby=titleA&show=10 Acesso em 15/01/2010

  • 30

    Vamos para a última tira deste treino:

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&or

    derby=titleA&show=10 Acesso em 15/01/2010

    Dom Quixote

    Caprichem e não se esqueçam das questões durante a criação:

    1. Qual é o tema da tira?

    2. Quem são os personagens?

    3. Você conhece a história deles? O que fazem? Como são conhecidos?

    4. O que a fisionomia dos personagens reflete?

    5. O que pode estar ocorrendo?

    6. Está demonstrada uma relação de poder? Qual?

    7. Como a sociedade age normalmente nestes casos?

    8. Qual é a quebra de sentido que torna a tira engraçada?

    9. Qual é o objetivo com esta tira?

    10. Qual é o seu público leitor?

  • 31

    Vamos conhecer o editor de Histórias em Quadrinhos da UNICAMP:

    O HAGÁQUÊ

    Acesse e instale o programa através do site:

    http://www.nied.unicamp.br/~hagaque/

    Observe todos os recursos disponíveis

    Conheça cada ícone

    Enfim, teste o programa...

    Esta é a hora de mostrar sua criatividade:

    Mostre aos colegas o seu trabalho através da TV multimídia.

    A preguiça do adolescente

    Caprichem e não se esqueçam das questões durante a criação:

    1. Qual é o tema da tira?

    2. Quem são os personagens?

    3. O que a fisionomia dos personagens reflete?

    4. O que pode estar ocorrendo?

    5. Está demonstrada uma relação de poder? Qual?

    6. Como a sociedade age normalmente nestes casos?

    7. Qual é a quebra de sentido que torna a tira engraçada?

    8. Qual é o objetivo com esta tira?

    9. Qual é o seu público leitor?

    http://www.nied.unicamp.br/~hagaque/

  • 32

    VAMOS PRATICAR?

    Faça adaptações, crie cenários e personagens para as seguintes tirinhas:

    Com sua equipe de trabalho elabore uma tira.

    Lembre-se das questões instigativas, da importância do texto imagético e

    capriche, pois sua Tira será colocada no

    “Jornal do Estadual”

    1 - Incrível, Felisbinha!Você vê um cabelo louro na minha

    camisa do outro lado da sala e não vê a entrada da garagem com três metros de largura?!

    2- - O senhor vai parar de

    beber cerveja. Durante um ano só vai beber leite. - Outra vez, doutor?

    - O quê?! O senhor já fez esse tratamento?

    - Já. Durante os primeiros meses da minha vida...

    3-

    PROFESSORA: - Bruno, a sua redação "O Meu Cão" é exatamente igual à do seu

    irmão. Você copiou? BRUNO: Não, professora. O cão é que é o mesmo.

    Esta é a hora de mostrar sua criatividade:

    Mostre aos colegas o seu trabalho

    através do data show.

    BOM TRABALHO!

  • 33

    11 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    A pesquisa busca sempre melhorar algo que já está posto, sanar algumas

    dúvidas e enfim, alcançar sucesso. Este material didático – caderno pedagógico –

    procura incentivar o educando a ler e a produzir mais e melhor. No entanto, sabe-

    se que esse objetivo não depende apenas do material, mas também de uma série

    de situações que fogem do controle dos educadores: são questões sociais,

    psicológicas, afetivas, financeiras, entre outras.

    Porém, como eternos perseguidores de uma educação de excelência, cada

    professor tem neste caderno um início para seus trabalhos. Ele pode ser utilizado,

    ampliado ou diminuído de acordo com os interesses e possibilidades de cada

    educador e de acordo com o nível cognitivo de cada educando.

    O importante é que este caderno pedagógico seja utilizado e transforme-se

    numa ponte entre o educando e a leitura e a produção de textos, desmistificando-

    as e fazendo com que o domínio deste gênero – a tira – os leve a também querer

    dominar outros gêneros e a alcançar novos e melhores patamares educacionais.

    12 REFERÊNCIAS

    BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 2ª ed.- São Paulo: Martins Fontes, 1997. _______________. Questões de literatura e de estética. São Paulo: Editora HUCITEC. 1990; FARACO, Carlos Alberto. Linguagens & diálogo: as idéias linguísticas do círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. FIORIN, José Luiz - Introdução ao pensamento de Bakhtin. S. Paulo: Ática, 2008. GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a Pedagogia Histórico-crítica. 3ª. Ed. Campinas: Autores associados, 2005. GERALDI, João Wanderlei. Concepções de Linguagem e o Ensino de Português. In: O texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste, 1984. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e textualidade. In:

  • 34

    DIONÍSIO, A. P., et all. Gêneros textuais e ensino. 2 ed, Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. McCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos. Tradução Hélcio de Carvalho, Marisa do Nascimento Paro. São Paulo: Makron Books, 1995. SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, Língua Portuguesa. Curitiba, 2008.

    REFERÊNCIAS ONLINE

    Acordo ortográfico. Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/mo dules/conteudo/conteudo.php?conteudo=48. Acesso em 15/01/2010. Acordo ortográfico. Disponível em: http://www.brasilescola.com/acordo-orto grafico/. Acesso em 15/01/2010. Acordo ortográfico. Disponível em: www.academia.org.br. Acesso em 15/01/ 2010. Acordo ortográfico. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10 Acesso em 03/11/2009. Acordo ortográfico. Disponível em: http://umportugues.com/ Acesso em 24/06/2010. CALIXTO, Márcio. O texto imagético – a leitura a partir de imagens. 27 de outubro de 2009. Disponível em: http://pictorescos.blogspot.com/2009/10/o-texto-imagetico-leitura-partir-de.html. Acesso em 04/01/2010. Dia nacional dos quadrinhos. Disponível em: http://www.Portalsãofrancisco. com.br/alfa/janeiro/30-dia-nacional-dos-quadrinhos.php. Acesso em 11/12/2009

    Eduhq. Disponível em: http://www.cbpf.br/~eduhq/index2.html. Acesso em 11/12/ 2009.

    FERNANDES, Fábio. Textocentrismo. Disponível em: http://webinsider.uol. com.br/2003/10/30/textocentrismo/. Acesso em 04/01/2010.

    FRANCO, Edgar Silveira. HQTRÔNICAS: do suporte papel a rede Internet. 2001. Disponível em http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000236050 acesso em 08/09/2009 Hqs. Disponível em: http://www.legal.adv.br/zine/hq/hq.htm Acesso em 11/12/ 2009.

    http://www.brasilescola.com/acordo-orto%20grafico/http://www.brasilescola.com/acordo-orto%20grafico/http://www.academia.org.br/http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/%20modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/%20modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/%20modules/mylinks/viewcat.php?cid=0&letter=A&min=130&orderby=titleA&show=10http://umportugues.com/http://pictorescos.blogspot.com/2009/10/o-texto-imagetico-leitura-partir-de.htmlhttp://pictorescos.blogspot.com/2009/10/o-texto-imagetico-leitura-partir-de.htmlhttp://www.cbpf.br/~eduhq/index2.html.%20Acesso%20em%2011/12/http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000236050http://www.legal.adv.br/zine/hq/hq.htm

  • 35

    LEIA – Laboratório de Educação e Informática Aplicada. HAGÁQUÊ. UNICAMP. Disponível em: http://www.nied.unicamp.br/~hagaque/. Acesso em 08/11/2009.

    TEIXEIRA, José James. Crianças. Disponível em http://josejames teixeira.blogspot. com/. Acesso em 05/10/2009. Texto imagético. Disponível em: blogtextosurbanos.blogspot.com/.../caixa-dagua-velha-na-praia-de-salinas.html. Acesso em: 04/01/2010. TIBURCIO. A tira em quadrinhos. Disponível em: http://www.tiburcio.Loca web. com.br/prev3.htm. Acesso em 11/12/2009. Tira diária. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tira_di%C3%A1ria. Acesso em 11/12/2009. VERGUEIRO, Waldomiro. O Brasil comemora as histórias em quadrinhos... Comemora? 2003. Disponível em: http://www.eca.usp.br/hagaque/nucleousp/ materias_waldomiro_obrasilcomemora.asp. Acesso em 25/02/2010.

    http://www.nied.unicamp.br/~hagaque/http://pt.wikipedia.org/wiki/Tira_di%C3%A1riahttp://www.eca.usp.br/hagaque/nucleousp/%20materias_waldomiro_obrasilcomemora.asphttp://www.eca.usp.br/hagaque/nucleousp/%20materias_waldomiro_obrasilcomemora.asphttp://www.eca.usp.br/hagaque/nucleousp/%20materias_waldomiro_obrasilcomemora.asp

  • 36

    ANEXO I CAPA DA REVISTA TICO-TICO

    PRIMEIRA REVISTA EM QUADRINHOS DO BRASIL

  • 37

    ANEXO II TIPOS DE BALÃO

    FALA PENSAMENTO

    GRITO SUSSURRO

    ENTRE-CORTADO UNÍSSONO

  • 38

    ANEXO III ONOMATOPÉIAS

    ONOMATOPÉIAS são palavras que imitam sons. Veja algumas delas.

  • 39

    ANEXO IV ÍCONES

    ÍCONES são desenhos que por si só expressam toda uma frase. Veja alguns

    ícones:

    DÚVIDA

    IDÉIA

    COMIDA

    XINGAMENTO

    ??