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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
Comarca de Santa Helena
Vara Cível e Anexos
1
Autos n. 0000497-77.2013.8.16.0150 – Ação Civil Pública
Autor: Ministério Público do Estado do Paraná
Réus: Município de Santa Helena
Rita Maria Schimidt
OSCIP Instituto Confiancce
Clarice Lourenço Theriba
D E C I S Ã O
Trata-se de ação de improbidade administrativa, com
pedido de concessão de liminar inaudita altera pars, movida pelo Ministério
Público do Estado do Paraná em face do Município de Santa Helena,
Rita Maria Schimidt, OSCIP Instituto Confiancce e de Clarice Lourenço
Theriba.
Aduz o autor que o Município de Santa Helena e o
Instituto Confiancce, pelos seus respectivos representantes, firmaram o
Termo de Parceria 01/2012 por meio do concurso de projetos n. 001/2011 em
30 de março de 2012. O valor do contrato foi de R$ 24.336.980,16 (vinte e
quatro milhões, trezentos e trinta e seis mil, novecentos e oitenta reais e
dezesseis centavos), com término do prazo de vigência, de 12 (doze) meses,
previsto para 30 de março de 2013.
O representante do Parquet questiona a legalidade do
termo de parceria. A seu ver, devem ser corrigidas situações danosas aos
princípios da Administração Pública, ao patrimônio do Município e à garantia
de efetiva prestação dos serviços públicos prestados pela Prefeitura.
Em suma, os atos atentatórios aos preceitos
supramencionados consistem em:
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19/03/2013: CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR. Arq: Decisão
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a) ausência de concurso público para contratação de
pessoal para o exercício de atividade típica da Administração, como
motoristas, assistentes sociais, professores (“maquiados” na figura de agente
educação e coordenador escolar), agentes comunitários de saúde, enfermeiros
auxiliares de dentista, auxiliares de enfermagem etc.
Segundo afirma, os funcionários contratados por meio do
referido Termo encontram-se lotados na própria Administração Municipal, e
observam o expediente dos demais servidores. Por isso, a vinculação dos
trabalhadores ao Instituto é meramente formal.
Ainda, alega que em março de 2012 havia 528 (quinhentos
e vinte e oito) servidores efetivos e 101 (cento e um) ocupantes de cargos
comissionados. Por outro lado, ainda em 2012, segundo informou a OSCIP
Instituto Confiancce, 823 (oitocentas e vinte e três) pessoas passaram a
exercer atividades perante o Município.
Tudo isso, a seu ver, indica o desvirtuamento de atividades
que deveriam ser complementares para atividades contínuas e permanentes, a
serem exercidas por servidores concursados.
b) dispender à OSCIP Instituto Confiancce, a título de
salários, valores superiores aos pagos a servidores efetivos;
c) contratar precariamente funcionários que atuam no
Programa Saúde da Família, utilizando-se de recursos originários da
União;
d) ensejar, com tais atos, atentado à Lei de
Responsabilidade Fiscal;
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e) utilizar indevidamente dos royalties recebidos de
Itaipu para pagamento de pessoal, uma vez que a parte final do art. 8º da
Lei n. 7.990/89 contém vedação expressa a respeito.
A respeito do ponto, salienta que o Município de Santa
Helena foi parte em demanda perante o Tribunal de Contas do Paraná, em
cujo bojo foi lançada decisão no sentido da ilegalidade da aplicação de
royalties na contratação de terceirizados. Nada obstante a referida decisão,
voltou a firmar contratação no mesmo sentido então reconhecido como
ilegítimo pela corte de contas.
Após dissertar sobre os possíveis atos de improbidade
administrativa decorrente das práticas anteriormente descritas, pleiteia o
Ministério Público a concessão de medida liminar inaudita altera pars para o
fim de determinar:
a) o afastamento de todos os servidores contratados sem
concurso público, inclusive os eventualmente contratados por meio de
licitação, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, mantendo tão-somente os
cargos em comissão devidamente criados por lei, cujas atribuições nela
definidas sejam de fato de direção, chefia e assessoramento, sob pena de
multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por trabalhador em situação
irregular e crime de desobediência;
b) ao Município de Santa Helena que se abstenha de
contratar trabalhadores para integrar o seu quadro de pessoal sem prévia
submissão e aprovação em concurso público ou processo seletivo
simplificado, exceto para cargos em comissão criados por lei, cujas
atribuições nela definidas sejam de fato de direção, chefia e assessoramento,
sob pena de multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por trabalhador
em situação irregular e crime de desobediência;
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c) a suspensão provisória da qualificação como
Organização Social de Interesse Público do Instituto Confiancce;
d) seja oficiado ao Tribunal de Contas do Paraná para que
sejam adotadas as providências cabíveis em face da ré Rita Maria Schimidt;
e) a suspensão de eventual celebração de novo termo de
parceria, cuja celebração esteja em curso neste Município, bem como de
eventual concurso de projetos em andamento;
f) a cessação imediata de pagamentos à OSCIP ré a
trabalhadores municipais utilizando recursos provenientes dos royalties de
Itaipu, sob pena de multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por
trabalhador que vier a ser pago com os referidos recursos e crime de
desobediência;
g) seja o Prefeito Municipal intimado pessoalmente desta
decisão, cuja inobservância ensejará a devida responsabilização;
h) a indisponibilização dos bens imóveis registrados em
nome dos réus;
i) a quebra do sigilo bancário e fiscal para apuração da
evolução patrimonial dos réus;
j) a comunicação da medida a todos os cartórios de
registro de imóveis, de Ofício de Notas, de Títulos e Documentos, de Santa
Helena e Curitiba, bem como ao DETRAN/PR, a fim de que não procedam à
transferência, ainda que já em andamento procedimento para essa finalidade,
de quaisquer bens ou direitos registrados ou pertencentes aos réus.
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PROJUDI - Processo: 0000497-77.2013.8.16.0150 - Ref. mov. 6.1 - Assinado digitalmente por Alessandro Motter:12558
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Com a inicial veio farta documentação, na qual se
encontra cópia integral inquérito civil público.
Decido.
a) Cabimento de liminar inaudita altera pars.
Inicialmente, registro a possibilidade de deferimento de
liminar inaudita altera pars em sede de ação de improbidade administrativa.
Veja-se, a propósito, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
INDISPONIBILIDADE DE BENS. AQUISIÇÃO ANTERIOR AO
ATO ÍMPROBO. POSSIBILIDADE. DEFERIMENTO DE
LIMINAR. AGRAVO DE INSTRUMENTO. FUMUS BONI IURIS
E PERICULUM IN MORA. SÚMULA 07/STJ. VIOLAÇÃO DO
ART. 535, II, CPC. NÃO CONFIGURADA 1. A concessão de
liminar inaudita altera pars (art. 804 do CPC) em sede de medida
cautelar preparatória ou incidental, antes do recebimento da
Ação Civil Pública, para a decretação de indisponibilidade (art.
7º, da Lei 8429/92) e de sequestro de bens, incluído o bloqueio de
ativos do agente público ou de terceiro beneficiado pelo ato de
improbidade (art. 16 da Lei 8.429/92), é lícita, porquanto
medidas assecuratórias do resultado útil da tutela jurisdicional,
qual seja, reparação do dano ao erário ou de restituição de bens e
valores havidos ilicitamente por ato de improbidade, o que
corrobora o fumus boni juris. Precedentes do STJ: REsp
821.720/DF, DJ 30.11.2007; REsp 206222/SP, DJ 13.02.2006 e
REsp 293797/AC, DJ 11.06.2001. 2. A decretação de
indisponibilidade dos bens, em decorrência da apuração de atos de
improbidade administrativa, mercê do caráter assecuratório da
medida, pode recair sobre os bens necessários ao ressarcimento
integral do dano, ainda que adquiridos anteriormente ao suposto
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ato de improbidade. Precedentes do STJ: AgRg no Ag 1144682/SP,
PRIMEIRA TURMA, DJe 06/11/2009; REsp 1003148/RN,
PRIMEIRA TURMA, DJe 05/08/2009; REsp 535.967/RS,
SEGUNDA TURMA, DJe 04/06/2009; REsp 806301/PR,
PRIMEIRA TURMA, DJe 03/03/2008. (...) (REsp 1078640/ES, Rel.
Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/03/2010,
DJe 23/03/2010)
Esclareço que tal modalidade de decisão liminar não
infringe o contraditório, uma vez que este é deslocado para momento
posterior à concessão da providência de urgência (contraditório diferido ou
postergado).
Desta forma, em sendo lícita a modalidade de provimento
jurisdicional antecipatório pleiteada pelo Ministério Público, passo a analisá-
la.
Filio-me à corrente doutrinária que entende não haver
diferenciação jurídica entre os termos “liminar” e “tutela antecipada”. Na
verdade, liminar não é substantivo. Não se trata de um instituto jurídico. É,
sim, a qualidade daquilo que foi feito no início (in limine). Trata-se, pois, de
um adjetivo.
Nesse sentir, a tutela antecipada pode ocorrer tanto in
limine litis quanto em qualquer outro momento ulterior do procedimento; ou
seja, pode ser concedida por medida liminar ou não, bastando que tenham
sido preenchidos os seus pressupostos (DIDIER JÚNIOR, Freddie. BRAGA,
Paula Sarno. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de Direito Processual
Civil, volume 2, 8ª Edição, Salvador: Editora Juspodivm, 2013, p. 538/539).
Pois bem. Segundo o art. 273 do Código de Processo Civil
a concessão da tutela antecipatória condiciona-se à existência de prova
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inequívoca que convença o juiz da verossimilhança da alegação, bem como
de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
Em excelente comentário sobre o dispositivo legal,
Cândido Rangel Dinamarco ensina que:
O artigo 273 condiciona a antecipação da tutela à existência de
prova inequívoca suficiente para que o juiz se convença da
verossimilhança da alegação. A dar peso ao sentido literal do
texto, seria difícil interpretá-lo satisfatoriamente porque a prova
inequívoca é prova tão robusta que não permite equívocos ou
dúvidas, infundido no espírito do juiz o sentimento de certeza e não
verossimilhança. Convencer-se da verossimilhança, ao contrário,
não poderia significar mais do que imbuir-se do sentimento de que
a realidade fática pode ser como a descreve o autor. Aproximadas
as duas locuções formalmente contraditórias contidas no artigo
273 do Código de Processo Civil (prova inequívoca e convencer-se
da verossimilhança), chega-se ao conceito de probabilidade,
portador de maior segurança do que a mera verossimilhança.
Probabilidade é a situação decorrente da preponderância dos
motivos convergentes à aceitação de determinada proposição,
sobre os motivos divergentes. As afirmativas pesando mais sobre o
espírito da pessoa, o fato é provável; pesando mais as negativas é
improvável (cf. Nicolo Framino Del Malesta, La Lógica delle
Prove in Agravo de Instrumento nº 617.846-9 Matéria Criminale,
PP. 42ss e 52ss v. também Calamandrei, Veritá e Verossimiglianza
nel Processo Civile). A probabilidade assim conceituada é menos
que a certeza, porque lá os motivos divergentes não ficam
afastados mas somente suplantados, e é mais que a credibilidade,
ou a verossimilhança, pela qual na mente do observador os
motivos convergentes e divergentes comparecem em situação de
equivalência e, se o espírito não se anima a afirmar, também não
ousa a negar” (Cândido Rangel Dinamarco, Instrumentalidade do
Processo nº 33, PP. 238/239, “apud” Reis Fried, Liminares em
Tutela Cautelar e Tutela Antecipatória, ed. Destaque, PP. 119/120)
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Na espécie, como se verá, encontram-se presentes os
requisitos necessários à antecipação dos efeitos da tutela.
b) Indícios de atos de improbidade administrativa.
As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
(OSCIP´s), conhecidas como entes do terceiro setor, são entidades da
iniciativa privada que atuam ao lado do Estado por meio de regime da gestão
por colaboração, na forma da Lei n. 9.790/99.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, são duas as
características principais das OSCIP´s: a) devem ter personalidade jurídica de
direito privado, e b) não podem ter fins lucrativos (CARVALHO FILHO,
José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 17ª Edição, Rio de
Janeiro: Editora Lumen Juris, p. 308).
Além disso, seus objetivos sociais devem ter pelo menos
uma das finalidades previstas nos incisos do art. 3º da lei de regência, dentre
as quais se encontra a promoção gratuita da saúde, observando-se a forma
complementar de participação das organizações de que trata esta Lei,
finalidade esta prevista no inciso IV do referido art. 3º.
Em outras palavras, a promoção gratuita da saúde se inclui
dentre as finalidades das pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, interessadas em obter a qualificação de OSCIP, observada, friso, a
forma complementar de participação da organização.
O parágrafo único do art. 3º, ainda, preceitua que:
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às
atividades nele previstas configura-se mediante a execução direta
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de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da
doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela
prestação de serviços intermediários de apoio a outras
organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que
atuem em áreas afins.
A OSCIP atua ao lado do poder público por meio da
celebração de termo de parceria, que, consoante se infere do art. 9º da Lei n.
9.790/99, trata-se o instrumento passível de ser firmado com o objetivo de
formar vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução
das atividades de interesse público previstas no art. 3º da Lei.
Na espécie, o Município de Santa Helena firmou o
Termo de Parceria n. 01/2012 com o Instituto Confiancce. A contratação
adveio do Concurso de Projetos n. 001/2011, levado a cabo pelo Município
consoante lhe permite a lei municipal. O valor do termo foi fixado em R$
24.336.980,16 (vinte e quatro milhões, trezentos e trinta e seis mil,
novecentos e oitenta reais e dezesseis centavos).
Segundo apurou o Ministério Público em sede de inquérito
civil público, o Município de Santa Helena, representado pela corré Rita
Maria Schimidt, utilizando-se do suposto Termo de Parceria n. 01/2012,
firmado entre o Município e o Instituto Confiancce, este representado pela
também ré Clarice Lourenço Theriba, contratou indevidamente pessoas
para a prestação de serviços cuja prestação incumbe primordialmente ao
Estado, por se tratar de atividades típicas da Administração (atividade-fim).
Os incisos II, V e IX, bem como o §2º do art. 37 da
Constituição Federal preceituam o seguinte:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
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19/03/2013: CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR. Arq: Decisão
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seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
(...)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
(...)
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público;
(...)
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
da lei.
Analisando os preceitos constitucionais acima descritos,
verifica-se que a investidura no serviço público, via de regra, dá-se por meio
de concurso público, excetuados os cargos em comissão para o exercício de
atribuições de direção, chefia e assessoramento e, por fim, as hipóteses de
contratação excepcional por tempo determinado e em razão de interesse
público.
Segundo ensina José dos Santos Carvalho Filho,
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Concurso público é o procedimento administrativo que tem por fim
aferir as aptidões pessoais e selecionar os melhores candidatos ao
provimento de cargos e funções públicas. Na aferição pessoal, o
Estado verifica a capacidade intelectual, física e psíquica de
interessados em ocupar funções públicas e no aspecto seletivo são
incluídos aqueles que ultrapassam as barreiras opostas no
procedimento, obedecida sempre a ordem de classificação. Cuida-
se, na verdade, do mais idôneo meio de recrutamento de
servidores públicos (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual
de Direito Administrativo, 17ª Edição, Rio de Janeiro: Editora
Lumen Juris, p. 308).
O concurso público, assim, configura a principal forma de
contratação de pessoal a ser utilizada pela Administração Pública, e não pode
o administrador dela se esquivar sob pena de nulidade e de responsabilização
pessoal.
Nada obstante, em casos excepcionais a legislação pátria
admite a terceirização de serviços.
Veja-se, a propósito, o art. 1º do Decreto-lei n.
2.271/1997, em especial o §2º:
Art. 1º No âmbito da Administração Pública Federal direta,
autárquica e fundacional poderão ser objeto de execução indireta
as atividades materiais acessórias, instrumentais ou
complementares aos assuntos que constituem área de
competência legal do órgão ou entidade.
§ 1º As atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância,
transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia,
telecomunicações e manutenção de prédios, equipamentos e
instalações serão, de preferência, objeto de execução indireta.
§ 2º Não poderão ser objeto de execução indireta as atividades
inerentes às categorias fundacionais abrangidas pelo plano de
cargos do órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em
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contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou
parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.
Também vem a calhar a citação do Enunciado n. 331 do
Tribunal Superior do Trabalho:
Contrato de Prestação de Serviços - Legalidade
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de
03.01.1974).
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa
interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da
administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II,
da CF/1988). (Revisão do Enunciado nº 256 - TST)
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação
de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20-06-1983), de
conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a
pessoalidade e a subordinação direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador
dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos
órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações
públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia
mista, desde que hajam participado da relação processual e
constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº
8.666, de 21.06.1993). (Alterado pela Res. 96/2000, DJ
18.09.2000)
De tudo o que foi esclarecido pode se concluir que a
terceirização é admitida para atividades-meio ou para atividades temporárias,
mas não para atividades-fim (prestação do serviço público em si), ou mesmo
para serviços indeterminados.
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Aliás, a Constituição do Estado do Paraná é taxativa em
vedar a contratação de serviços de terceiros para realização de atividades
que possam ser regularmente exercidas por servidores públicos (art. 39).
Por conseguinte, a terceirização operada sem a
observância de tais critérios, para além de violar a própria competência do
Poder Público para a prestação do serviço, infringe o preceito constitucional
que condiciona a investidura em cargo público à prévia aprovação em
concurso público, ensejando, pois, a nulidade do ajuste feito com a
Administração e a consequente responsabilização do administrador (art. 37, II
e §2º da Constituição Federal).
No caso em comento, analisando perfunctoriamente a
documentação acostada à inicial, verifica-se que o Instituto, ao invés de
viabilizar o cumprimento do termo de parceria, o qual, como se viu, tem por
objetivo a conjugação de esforços para desenvolver, programar e
operacionalizar atividades nas áreas a que alude o art. 3º, tão-somente
contratou pessoal para trabalhar em cargos efetivos do Município corréu.
Tal fato pode ser verificado, num juízo de cognição
sumária e não vinculante, repito, da extensa documentação que acompanha a
inicial, onde há menção ao fato de que as pessoas contratadas pelo Instituto
respeitam mesma carga horária exigida dos servidores concursados do Poder
Executivo, além de permanecerem vinculados aos órgãos e secretarias nos
quais prestam serviços.
Veja-se, a propósito, que dentre os cargos que o
Município réu pretendia ver preenchidos encontram-se os de advogado,
enfermeiro, psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista, técnico de esportes etc.,
cargos estes que, sem sombra de dúvidas, referem-se à própria atividade-fim
da Administração e, pois, insuscetíveis de serem preenchidos por
terceirizados.
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Outrossim, anoto que, consoante consta do evento 1.25,
Jean Carlos Seibel, contratado por meio da OSCIP ré para o exercício de
atividade denominada de “agente de educação”, atua como professores na
rede municipal há 04 (quatro) anos. Ouvido pelo Ministério Público, Jean
afirmou que é comum muitos profissionais serem contratados pelas empresas
terceirizadas para atuar como professores, em sala de aula, na rede
municipal. Ainda, esclareceu que foi aprovado no concurso público para o
cargo de professor realizado pelo Município de Santa Helena em 2011, mas
que ainda não foi chamado para ocupar a vaga.
No mesmo sentido foram as declarações de Michele de
Jesus Passing, também constantes do evento 1.25.
Desta forma, vê-se, ao menos nesta fase processual, que o
preenchimento de cargos destinados ao exercício de servidores concursados,
como é o caso do professor de magistério público, a teor do inciso I do art. 67
da Lei n. 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), está sendo feito
por meio de funcionários terceirizados, em clara burla ao concurso público, e
mesmo havendo candidatos aprovados aguardando nomeação.
Merece registro, ainda, a excessiva quantidade de pessoas
contratadas por meio do Instituto Confiancce. Segundo apurou o Ministério
Público, 528 (quinhentos e vinte e oito) cargos são preenchidos por
servidores concursados, 101 (cento e um) cargos são ocupados por servidores
comissionados e 823 (oitocentos e vinte e três) cargos são destinados a
terceirizados.
Tudo isso evidencia, ao menos à primeira vista, a
contratação de pessoal com burla ao concurso público.
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Vale salientar que o Município de Santa Helena já havia
se comprometido, ainda em 2009, perante o Ministério Público do Trabalho a
não firmar contratos e/ou convênios com o Instituto Confiancce ou
quaisquer outras entidades para terceirização de mão-de-obra nas atividades-
fim da Administração Pública (evento 1.3), em sede de Termo de
Compromisso de Ajustamento de Conduta n. 02/09, lavrado no bojo do
Inquérito Civil n. 40/2005.
Nada obstante, voltou a firmar compromisso no mesmo
sentido que então lhe fora vedado, em claro descumprimento do referido
termo de ajustamento de conduta.
Ainda neste ponto cabe analisar a possível utilização pelo
Município, para o pagamento de pessoal terceirizado, de royalties pela
exploração de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica,
recursos esses que configuram mais da metade da receita municipal.
O art. 20, §1º da Constituição Federal prevê a figura dos
royalties, que nada mais são que compensação financeira pela utilização de
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica:
Art. 20. (...)
§ 1° É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração
direta da União, participação no resultado da exploração de
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração
de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
território, plataforma continental, mar territorial ou zona
econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa
exploração.
Em nível infraconstitucional, o art. 8º da Lei n. 7.990/89
estabelece o seguinte:
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Art. 8º O pagamento das compensações financeiras previstas nesta
Lei, inclusive o da indenização pela exploração do petróleo, do
xisto betuminoso e do gás natural será efetuado, mensalmente,
diretamente aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e aos
órgãos da Administração Direta da União, até o último dia útil do
segundo mês subseqüente ao do fato gerador, devidamente
corrigido pela variação do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou
outro parâmetro de correção monetária que venha a substituí-lo,
vedada a aplicação dos recursos em pagamento de dívida e no
quadro permanente de pessoal. (Redação dada pela Lei nº 8.001,
de 13.3.1990)
O parágrafo único do artigo 26 do Decreto n° 01/91 inclui,
dentre a proibição do emprego dos recursos no quadro permanente de
pessoal, dos valores recebidos da Itaipu Binacional:
Art. 26. O pagamento das compensações financeiras previstas
neste decreto, inclusive dos royalties devidos por Itaipu
Binacional ao Brasil, será efetuado mensalmente, diretamente aos
beneficiários, mediante depósito em contas específicas de
titularidade dos mesmos no Banco do Brasil S.A., até o último dia
útil do segundo mês subseqüente ao do fato gerador.
Parágrafo único. É vedado, aos beneficiários das compensações
financeiras de que trata este decreto, a aplicação das mesmas em
pagamento de dívidas e no quadro permanente de pessoal.
Embora o dispositivo legal vede a aplicação dos royalties
para o pagamento de pessoal do quadro permanente, a jurisprudência do
Tribunal de Contas do Paraná fixou entendimento no sentido de que tais
recursos também não devem ser aplicados em terceirizações ilícitas.
Neste sentido foi a decisão proferida no Acórdão n.
1.798/08, em cujo processo, aliás, o Município de Santa Helena foi parte:
Publicado no AOTC Nº 188 de 27/02/2009
ACÓRDÃO nº 1798/08 – Pleno
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PROCESSO N.°: 47210-0/02
ENTIDADE: SINDICATO DOS EMPREGADOS DE EMPRESAS
DE
ASSEIO E CONSERVAÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU E REGIÃO
INTERESSADOS: SINDICATO DOS EMPREGADOS DE
EMPRESAS DE ASSEIO E CONSERVAÇÃO DE FOZ DO
IGUAÇU E REGIÃO MUNICÍPIOS DE PATO BRAGADO e
outros.
ASSUNTO: DENÚNCIA
RELATOR: CONS. FERNANDO AUGUSTO MELLO
GUIMARÃES
EMENTA: DENÚNCIA. RELATÓRIO DE INSPEÇÃO EXTERNA.
MUNICÍPIOS DE SANTA HELENA, PATO BRAGADO,
DIAMANTE DO OESTE, SÃO MIGUEL DO IGUAÇU, OURO
VERDE DO OESTE, GUAÍRA, PALOTINA, MERCEDES, SÃO
PEDRO DO IGUAÇU, SANTA TEREZINHA DO ITAIPU E
ITAIPULÂNDIA. LEI N° 9.790/99. TERMOS DE PARCERIA COM
ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE
PÚBLICO PARA EXECUÇÃO DE PROGRAMAS. SELEÇÃO DE
ENTIDADE POR PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. COBRANÇA
DE TAXA DE ADMINISTRAÇÃO. SUSPEITA DE DISTRIBUIÇÃO
DE VANTAGENS AOS ASSOCIADOS DA ENTIDADE.
TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA DE CARÁTER
PERMANENTE. REPRESENTAÇÕES DA JUSTIÇA DO
TRABALHO COM CONDENAÇÃO SOLIDÁRIA DO
MUNICÍPIO. APLICAÇÃO DOS RECURSOS RECEBIDOS A
TÍTULO DE COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA
UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS (ROYALTIES) NO
PAGAMENTO DO QUADRO PERMANENTE DE PESSOAL. NEGLIGÊNCIA DAS COMISSÕES DE AVALIAÇÃO. NÃO
APLICABILIDADE DO DECRETO N° 3.100/99. NECESSIDADE
DE REGULAMENTAÇÃO EMANADA DO PODER EXECUTIVO
LOCAL, QUE PODE ADOTAR O DECRETO FEDERAL COMO
PARADIGMA. A REDAÇÃO DO DECRETO N° 3.100/99 NÃO
OBRIGA A REALIZAÇÃO DO CONCURSO DE PROJETOS, MAS
A SELEÇÃO DE OSCIP NÃO PODE PRESCINDIR DE ATO
ADMINISTRATIVO PRÉVIO, TRANSPARENTE, IMPESSOAL E
OBJETIVO, QUE ASSEGURE A COMPETITIVIDADE PARA A
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ESCOLHA DO MELHOR PROJETO. RECOMENDAÇÃO AOS
GESTORES LOCAIS QUE DISCIPLINEM A
OBRIGATORIEDADE DE CONCURSO DE PROJETOS OU
PROCEDIMENTO EQUIVALENTE. LICITAÇÃO NÃO É
PROCEDIMENTO IDÔNEO À ESCOLHA DE UMA OSCIP, POIS
O TERMO DE PARCERIA TEM NATUREZA DE VÍNCULO
COOPERATIVO, NÃO CONTRATUAL. TRATA-SE DE AJUSTE
SIMILAR AO CONVÊNIO, DIFERENCIANDO-SE DESTE NO
ENFOQUE DO CONTROLE, QUE ENFATIZA OS RESULTADOS.
OS RECURSOS REPASSADOS À OSCIP DESTINAM-SE AO
FOMENTO DE ATIVIDADE DE INTERESSE PÚBLICO, E
DEVEM SERVIR EXCLUSIVAMENTE À COMPENSAÇÃO
POR CUSTOS OPERACIONAIS E ADMINISTRATIVOS. O
TERMO DE PARCERIA, BEM COMO DEMAIS
INSTRUMENTOS DE NATUREZA COOPERATIVA, NÃO SE
PRESTAM À DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS ÀS
OSCIPS, ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E ONGS, CUJA
ATUAÇÃO NÃO SUBSTITUI O ESTADO. O PAPEL DA OSCIP
É COMPLEMENTAR E PARALELA AO DO PODER
PÚBLICO, E A DISTINÇÃO ENTRE A PROGRAMAÇÃO
ORIGINÁRIA E A PROGRAMAÇÃO DERIVADA DEVE SER
CLARA. EM DETERMINADAS SITUAÇÕES ESPECÍFICAS,
DEVIDAMENTE MOTIVADAS PELA AUTORIDADE
ADMINISTRATIVA, PODERÁ A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
EXECUTAR SERVIÇOS PÚBLICOS EM REGIME DE PARCERIA
OU DE GESTÃO, CONFORME DECISÕES DO TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ, A EXEMPLO DO
ACÓRDÃO 680/06. VIA DE REGRA, NÃO SE ADMITE A
TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA, MESMO QUE NÃO FINALÍSTICA, POR MEIO DE
TERMO DE PARCERIA, POIS A LOCAÇÃO DE SERVIÇOS É
CONTEÚDO TÍPICO DE CONTRATO, CUJA SEDE
NORMATIVA É A LEI N° 8.666/93. A ATUAÇÃO DE
ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR NA ÁREA DE SAÚDE NO
REGIME DA EMENDA CONSTITUCIONAL N° 51/2006 DEVE
SER APENAS COMPLEMENTAR, NOS TERMOS JÁ DEFINIDOS
PELO ACÓRDÃO N° 680/06. OS RECURSOS DA
COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA UTILIZAÇÃO DE
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RECURSOS HÍDRICOS PARA FINS DE GERAÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA NÃO DEVEM SER APLICADOS EM
TERCEIRIZAÇÕES REPUTADAS ILÍCITAS, SEJA POR
AFETAR ATIVIDADE FIM, SEJA POR CONFIGURAR
FORNECIMENTO DE MÃODE-OBRA. NESSE CASO, OS
GASTOS DEVEM SER CONSIDERADOS PARA APURAR O
LIMITE COM DESPESAS DE PESSOAL PREVISTO NA LEI DE
RESPONSABILIDADE FISCAL. O TRIBUNAL DE CONTAS DO
ESTADO DO PARANÁ DETERMINOU REGRA DE TRANSIÇÃO
SOBRE A APLICAÇÃO DESSES RECURSOS DE
COMPENSAÇÃO FINANCEIRA EM DESPESAS DE PESSOAL.
COMPETE AO ADMINISTRADOR PÚBLICO A FISCALIZAÇÃO
DA EXECUÇÃO DO TERMO DE PARCERIA POR ELE
PACTUADO. A COMPETÊNCIA DO
TRIBUNAL DE CONTAS RESTRINGE-SE AO CONTROLE DA
ATUAÇÃO DO GESTOR NO CUMPRIMENTO DE SEUS
DEVERES LEGAIS DE FISCALIZAÇÃO DA ENTIDADE
PARCEIRA, BEM COMO DOS RESPECTIVOS VÍNCULOS DE
COOPERAÇÃO. O TERMO DE PARCERIA DEVE ESTIPULAR
CLARAMENTE OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE
DESEMPENHO E OS INDICADORES QUANTITATIVOS PARA A
CORRETA AFERIÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS METAS E
RESULTADOS PROPOSTOS NO AJUSTE. NECESSIDADE DE
INSTALAÇÃO DO CONTROLE INTERNO NOS MUNICÍPIOS
PARA A FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DOS TERMOS DE
PARCERIA. A COMPETÊNCIA DO CONTROLE EXTERNO NÃO
ABRANGE A ADMINISTRAÇÃO DAS ENTIDADES VINCULADAS
POR COOPERAÇÃO (ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE
PÚBLICO), BEM COMO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DESTAS
ORGANIZAÇÕES, MAS APENAS INCIDE SOBRE OS
RESPECTIVOS VÍNCULOS DE COOPERAÇÃO COM O PODER
PÚBLICO. PROCEDÊNCIA. O INEDITISMO DO TEMA E A
FALTA DE ORIENTAÇÕES CLARAS ACERCA DA MATÉRIA,
TANTO NA PRÓPRIA LEI QUANTO NA JURISPRUDÊNCIA,
IMPEDEM A PENALIZAÇÃO DOS GESTORES. EXPEDIÇÃO DE
ALERTAS E RECOMENDAÇÕES AOS MUNICÍPIOS
ENVOLVIDOS.
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Diante de tudo o que foi exposto, encontra-se presente o
juízo de probabilidade exigido para a concessão do provimento antecipatório,
em vista dos indícios de burla ao concurso público e, consequentemente, aos
princípios da eficiência, isonomia, impessoalidade e acesso universal aos
cargos da Administração, bem como o prejuízo ao erário daí decorrente
(artigos 10 e 11 da Lei n 8.429/92).
A respeito dos atos que caracterizam improbidade
administrativa (artigos 9º, 10 e 11 da Lei n. 8.429/92), cabe sempre lembrar
que as condutas específicas [descritas nos referidos dispositivos] constituem
relação meramente exemplificativa (numerus apertus), de onde se infere que
inúmeras outras condutas fora da relação podem inserir-se na cabeça dos
dispositivos (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito
Administrativo, 17ª Edição, Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, p. 914).
Logo, merecem deferimento os pedidos liminares
formulados pelo Ministério Público nos itens “A”, “B”, “E” e “F” da petição
inicial.
Passo, agora, a analisar o pedido de indisponibilidade dos
bens dos réus.
c) Pedido de indisponibilidade de bens
A possibilidade de decretação da indisponibilidade de
bens prevista no art. 7º da Lei n. 8.429/92 em sede de liminar inaudita altera
pars, tal como requerida pelo Ministério Público, encontra guarida na
jurisprudência dos tribunais superiores e incide não só sobre o patrimônio
adquirido após a prática dos atos tidos como contrários à ordem jurídica, mas
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também sobre aquele que já compunha o acervo patrimonial da parte ré antes
mesmo do suposto cometimento dos referidos atos. Além disso, independe da
demonstração de efetiva dilapidação patrimonial por parte dos réus, sendo
suficiente a demonstração de indícios relevantes de improbidade causadora
de dano ao Erário.
A propósito, consigo precedente do Superior Tribunal de
Justiça:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE.
INDISPONIBILIDADE DOS BENS. POSSIBILIDADE DE
DECRETAÇÃO INAUDITA ALTERA PARS. REQUISITO.
EXISTÊNCIA DE FORTES INDÍCIOS DE DANO AO ERÁRIO.
SÚMULA 7/STJ. NECESSIDADE DE DELIMITAÇÃO DO
ALCANCE PATRIMONIAL. (...) 4. A tese recursal não encontra
guarida na jurisprudência do STJ, firmada no sentido de que a
decretação da indisponibilidade dos bens inaudita altera pars: a)
é possível antes do recebimento da petição inicial; b) independe
da comprovação de início de dilapidação patrimonial, sendo
suficiente a constatação de fortes indícios de improbidade
causadora de dano ao Erário; e c) pode recair sobre bens
adquiridos anteriormente à conduta reputada ímproba. (...)(REsp
1194045/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 03/02/2011)
Desta feita, à vista de todo o exposto e considerando a
possibilidade de dano ao erário por conta da contratação de pessoal para o
exercício de atividade-fim da Administração Pública, sem a necessária
realização de concurso público, entendo por bem deferir o pedido de
indisponibilidade dos bens no tocante aos bens imóveis, como requereu o
agente do Parquet (item “H” dos pedidos liminares da inicial).
d) Pedido de quebra de sigilos bancário e fiscal
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O pedido de quebra dos sigilos bancário e fiscal dos réus
(item “I” dos pedidos liminares da inicial) também merece provimento.
É sabido que todos têm direito à intimidade (art. 5º, X da
Constituição Federal). Todavia, nenhum direito ou garantia individual é
absoluto. Segundo o princípio da relatividade ou convivência das liberdades
públicas, todos encontram limites nos demais direitos igualmente
consagrados pela Constituição Federal.
Os direitos humanos fundamentais, dentre eles os direitos e
garantias individuais e coletivos consagrados no art. 5º da
Constituição Federal, não podem ser utilizados como um
verdadeiro escudo protetivo da prática de atividades ilícitas,
tampouco como argumento para afastamento ou diminuição da
responsabilidade civil ou penal por atos criminosos, sob pena de
total consagração ao desrespeito a um verdadeiro Estado de
Direito (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, 17ª
Edição, São Paulo: Atlas, 2005, p. 27).
Na espécie, há indícios sobre a prática de atos de
improbidade consistentes em prejuízo ao erário, consistente em burla à regra
constitucional que determina a realização de concurso público para o
preenchimento de cargos para o exercício de atividade-fim da Administração.
Assim, havendo fundados indícios da prática, ao menos
em tese, de ato de improbidade, é possível a quebra de sigilo bancário e fiscal
dos réus para fins de verificar sua evolução patrimonial, tudo na forma do art.
1º, § 4º da LC n. 105/01 e do art. 198, §1º, I do Código Tributário Nacional.
Neste sentido é a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça:
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PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO
REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. QUEBRA DE
SIGILO BANCÁRIO. DECISÃO JUDICIAL FUNDADA EM
INDÍCIO DE ATO ÍMPROBO. LC 105/2001, ART. 1º, § 4º.
POSSIBILIDADE. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 07/STJ. I -
É possível a determinação por decisão judicial da quebra do sigilo
bancário quando há fundado indício de ato ilícito, principalmente
de ato de improbidade, nos moldes da Lei Complementar
105/2001, art. 1º, § 4º. Precedentes: RMS nº 32.065/PR, Rel. Min.
MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de
10/03/2011; REsp nº 1.060.976/DF, Rel. Min. LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, DJe de 04/12/2009; REsp nº 996.983/PE, Rel.
Min. HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de
30/09/2010. II - In casu, a Corte de origem entendeu, com base no
contexto dos fatos e nas provas apresentadas, haver fundado
indício de ato ímprobo praticado pelo agravante a corroborar o
pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal. Inviável chegar a
conclusão contrária sem análise do arcabouço probatório. Súmula
07/STJ. III - Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag
1423453/DF, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 22/05/2012, DJe 11/06/2012)
e) Pedido de suspensão da inscrição como OSCIP
Por fim, no que tange ao pedido de suspensão da inscrição
do Instituto Confiancee como OSCIP (item “C” dos pedidos liminares da
inicial), entendo por bem, ao menos neste momento, indeferi-lo, uma vez que
tal determinação acarretaria inequívoco prejuízo aos demais Municípios que
eventualmente mantêm termo de parceria junto àquela entidade, mesmo
porque não se tem notícia neste feito se tais vínculos estão ou não sendo
levados a cabo com inobservância de normas cogentes.
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Além disso, a apuração de eventual prática de atos
semelhantes aos apurados nesta ação em outros Municípios deverá ser objeto
de ação própria, levada a cabo perante os juízos competentes.
f) Dispositivo
Diante de todo o exposto, defiro parcialmente o pedido
de liminar inaudita altera pars para o fim de determinar:
a) ao Município de Santa Helena o afastamento de todos
os servidores contratados sem concurso público, inclusive os eventualmente
contratados por meio de licitação, termo de parceria ou outro meio indevido,
mantendo-se tão-somente os cargos em comissão devidamente criados por
lei, cujas atribuições nela definidas sejam de fato de direção, chefia e
assessoramento, sob pena de multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil
reais) por trabalhador em situação irregular e crime de desobediência.
O Município terá o prazo de 120 (cento e vinte) dias
para perfectibilizar o cumprimento deste item.
O prazo acima concedido, superior ao sugerido pelo
Ministério Público, justifica-se a fim de que o Município tome as
providências cabíveis no sentido de substituir os trabalhadores que serão
afastados por servidores concursados ou por contratados para atender
excepcional interesse público, na forma do inciso IX do art. 37 da
Constituição Federal.
b) ao Município de Santa Helena que, tão logo intimado
desta decisão, abstenha-se de contratar trabalhadores para integrar o seu
quadro de pessoal sem prévia submissão e aprovação em concurso público ou
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19/03/2013: CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR. Arq: Decisão
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processo seletivo simplificado, exceto para cargos em comissão criados por
lei, cujas atribuições nela definidas sejam de fato de direção, chefia e
assessoramento, sob pena de multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil
reais) por trabalhador em situação irregular e crime de desobediência;
c) seja oficiado ao Tribunal de Contas do Paraná para que
sejam adotadas as providências cabíveis em face da ré Rita Maria Schimidt;
d) a suspensão de eventual celebração de novo termo de
parceria, cuja celebração esteja em curso neste Município, bem como de
eventual concurso de projetos em andamento;
e) a cessação imediata de pagamentos à OSCIP ré e a
trabalhadores municipais utilizando recursos provenientes dos royalties de
Itaipu, sob pena de multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por
trabalhador que vier a ser pago com os referidos recursos e crime de
desobediência;
f) a indisponibilidade dos bens imóveis registrados em
nome dos réus, na forma do art. 7º da Lei n. 8.429/92, até o valor do termo de
parceria – R$ 24.336.980,16 (vinte e quatro milhões, trezentos e trinta e seis
mil, novecentos e oitenta reais e dezesseis centavos);
g) a quebra do sigilo bancário e fiscal para apuração da
evolução patrimonial dos réus.
Intime-se pessoalmente o Prefeito Municipal desta
decisão, conforme requerido no item “G” da petição inicial.
Ainda, oficie-se como requer (itens “D”, “H” e “J” da
petição inicial).
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Intimem-se. Cientifique-se o Ministério Público.
Notifiquem-se os réus para manifestação por escrito, em
15 (quinze) dias, na forma do que dispõe o art. 17, § 7º da Lei nº 8.429/92.
Diligências necessárias.
Santa Helena, 19 de março de 20131.
(Documento assinado digitalmente)
ALESSANDRO MOTTER
Juiz Substituto
1 Nesta data em face do acúmulo involuntário de serviço, decorrente da designação deste magistrado para atuar nesta
Comarca e na Vara dos Juizados Especiais Cível, Criminal e da Fazenda Pública de Marechal Cândido Rondon.
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