d-complemento biologia aux necropisia-20080723

47
M a n u a l d e im p l e m e n t a ç ã o d e A u d i t o ri a In t e rn a M ANU AL D EIM P LEM E NTAÇ ÃO D E AUD ITO RIA INTE RNA M O D ELO CON AB M O D EL O D I S P O NI B I L I Z A D O G RA T U I TA M EN TE P E L O P O RTA L D E A U D I TO RI A RETI RA D O D O M A NU A L D A C O NA B M O D EL O M ERA M EN TE EX EM P L I F I C A TI V O

Upload: adaltro-araujo

Post on 11-Aug-2015

60 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Classificação Biológica Os seres vivos são classificados por meio de critérios preestabelecidos, isto é, usamos regras de classificação de acordo com a necessidade e com o sistema de classificação adotado.

A área da Biologia que estuda a classificação dos seres vivos é denominada taxonomia.

Nas ciências, a classificação dos objetos, elementos químicos e dos seres vivos é feita para facilitar o estudo das diversas áreas do conhecimento, como a Biologia, a Química, a Física, entre outras.

A taxonomia é a área da Biologia que trata da classificação dos seres vivos.

A primeira tentativa de classificação foi feita pelo filósofo grego Aristóteles (384 - 322 a.C.), considerado o “pai da zoologia”, que indicou como os animais poderiam ser agrupados de acordo com suas características. Seus trabalhos serviram de base para uma classificação que dividia os animais conhecidos como vertebrados, ou animais de sangue vermelho, e invertebrados, ou animais sem sangue vermelho, e foram utilizados por cerca de 2 000 anos.

Na metade do século XVII, o inglês John Ray (1627-1705) tentou catalogar e dispor sistematicamente todos os organismos do mundo. Foi também o primeiro a usar o termo espécie para designar certo tipo de organismo.

Os sistemas de classificação utilizados até o começo do século XVIII tinham algo em comum: eram apoiados em um número extremamente limitado de características dos organismos que estavam sendo analisados. Assim, por exemplo, surgiu uma classificação que dividia os animais de acordo com sua forma de locomoção: caminhantes, saltadores, voadores, nadadores.

Os inconvenientes de uma divisão como essa são óbvios, pois um mesmo grupo pode conter seres muito diferentes, contrariando o objetivo principal da classificação. Por exemplo: insetos, pássaros e morcegos são animais voadores. Apesar de muito diferentes quanto à sua estrutura, ficam no mesmo grupo por terem uma única característica comum: o fato de poderem voar.

Sistemas de classificação como esse, que utilizam um único critério para separar os organismos em grupos, ficaram conhecidos como artificiais, pois faziam uso apenas dos caracteres macroscópicos.

Entretanto, a partir do século XVIII, os sistemas de classificação tornaram-se naturais, usando critérios objetivos com dados fornecidos pela morfologia, fisiologia, ecologia e embriologia. Tais sistemas trouxeram duas importantes vantagens: primeiro, o fato de os organismos serem separados em grupos com base em múltiplas características assegura que fiquem reunidos seres realmente semelhantes, satisfazendo os objetos de classificação; segundo,

realiza-se a divisão dos organismos com base em seu parentesco evolutivo, refletindo a filogenia, que é a história evolutiva de um grupo.

Carlos Linnaeus, ou simplesmente Lineu (1707 – 1778), foi um dos primeiros pesquisadores a propor um sistema de classificação natural. Em 1758, no seu Systema Naturae, dividiu os animais conhecidos em mamíferos, aves, anfíbios (incluíram os répteis), peixes, insetos e vermes (que incluíam todos os outros invertebrados), subdividindo cada grupo até as espécies. Propôs também regras para a nomenclatura dos seres vivos com o uso de palavras latinas. Lineu viveu antes de Darwin e, portanto, antes do estabelecimento da Teoria da Evolução.

Muitos foram os sistemas de classificação dos seres vivos elaborados pelos cientistas ao longo do tempo. Atualmente, os seres vivos são classificados em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Animal e Vegetal.

Os moneras são as bactérias e cianobactérias, os protistas são as algas e os protozoários. O reino Fungi está representado pelos fungos, o reino Animal inclui desde os poríferos até os cordados e no reino Vegetal (plantas) estão incluídas desde as briófitas até as angiospermas.

Nos antigos sistemas de classificação chamados artificiais, consideravam-se uma ou poucas características das diferentes espécies. No sistema natural de classificação biológica, além dos caracteres anatômicos, morfológicos, bioquímicos, fisiológicos, considera-se também o aspecto filogenético das espécies, isto é, o grau de parentesco evolutivo entre as diferentes espécies de seres vivos.

No sistema de classificação de cinco reinos, os fungos são colocados em um reino próprio, chamado reino Fungi, pois apesar de serem considerados organismos de transição entre animais e vegetais, possuem características típicas, como a organização do corpo em hifas e a nutrição por absorção de substâncias do ambiente onde vivem.

Exemplo de árvore de filogenia

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Os celenterados foram os primeiros organismos a possuírem sistema digestório na escala animal. A figura a seguir representa a árvore evolutiva quanto à classificação embriológica desse sistema.

De acordo com a classificação apresentada, pode-se concluir que

a) as águas-vivas são deuterostômios, pseudocelomados e diblásticos.

b) os peixes são protostômios, celomados e triblásticos.

c) os caranguejos são protostômios, celomados e triblásticos.

d) as minhocas são deuterostômios, celomados e triblásticos.

e) as tênias são protostômios, celomados e triblásticos.

2. O esquema a seguir representa uma árvore filogenética de alguns filos animais. Cada número, I, II e III, corresponde à aquisição de uma característica ausente nos ramos anteriores a ele e presente nos posteriores.

No quadro, as características correspondentes a cada número estão corretamente indicadas em:

3. Observe o cladograma a seguir, que apresenta as relações filogenéticas entre os deuterostômios.

Entre os nós do cladograma, o que indica o surgimento de notocorda, tubo nervoso dorsal, fendas faringeanas e cauda pós-anal é

a) a.

b) b.

c) c.

d) d.

e) e.

GABARITO

1. C 2. A 3. C

REINO PROTISTA: PROTOZOÁRIOS

Protozoários (do grego protos = primeiro; zoon = animal).

Os protozoários são organismos unicelulares, heterótrofos e eucariontes.

Esses organismos são pertencentes ao reino Protista, mas por uma questão didática correspondem ao primeiro filo estudado na zoologia, junto com os outros filos animais.

A célula do protozoário é um organismo completo que realiza todas as funções essenciais à vida, pois são, na maioria das vezes, auto-suficientes. Por isso, contém todas as organelas celulares típicas e realiza todos os processos celulares fundamentais, além de executar todas as funções encontradas em

um organismo multicelular, o que a torna uma estrutura extremamente complexa.

Como qualquer célula é constituída por membrana plasmática, citoplasma e núcleo. Algumas células apresentem carapaças minerais protetoras. O citoplasma pode se apresentar diferenciado em duas regiões: uma mais externa, de constituição gelatinosa, chamada ectoplasma; outra mais interna, de constituição mais fluida, denominada endoplasma. Dentro do endoplasma fica o núcleo, que não é muito visível no organismo vivo. Em alguns protozoários existem dois núcleos: um macronúcleo maior que controla funções vegetativas e um micronúcleo menor que comanda os processos reprodutivos.

Os protozoários exibem diferentes modos de nutrição. São organismos heterótrofos que podem ser de vida livre, como a ameba, obtendo alimento por meio da fagocitose, ou podem ser parasitas, como o tripanossoma e o plasmódio que retiram nutrientes do corpo do hospedeiro, podendo ainda ser saprófagos, nutrindo-se de matéria orgânica morta em decomposição.

A digestão é intracelular e ocorre no interior de vacúolos digestivos que contêm enzimas sintetizadas pela célula. Após a absorção de partículas digeridas, os resíduos são eliminados para o meio externo.

Quanto à respiração, as trocas gasosas se processam por simples difusão através da membrana celular. Existem protozoários aeróbios e anaeróbios. A excreção também é feita por difusão por meio da membrana celular, sendo a amônia o principal resíduo metabólico. Já o controle osmótico, que determina a quantidade de água presente na célula, é feito através de uma organela denominada vacúolo pulsátil ou contrátil, que age como uma bomba de remoção do excesso de água do citoplasma.

O grupo dos protozoários chama a atenção pela enorme diversidade de formas que apresentam, com ampla variação em termos de complexidade estrutural e adaptação para inúmeros tipos de condições ambientais. Vivem preferencialmente em lugares úmidos, seja no mar (poucos exemplares), na água doce ou no solo. Muitos são de vida livre, como o Paramecium, um dos protozoários mais comuns em água doce e com uma complexa fisiologia celular; outros são sésseis, como o Vorticella, que se fixa a um substrato por uma espécie de pedúnculo. Existem os comensais, que se associam a outros organismos, sem prejudicá-los, como a Entamoeba coli, que vive no intestino humano; existem também os protozoários mutualistas, que se associam a outros organismos, beneficiando-os, como o Trichonympha, que digere a celulose da madeira no intestino do cupim; e há protozoários parasitas, que se

associam a outros organismos, prejudicando-os, como a Entamoeba histolytica, que vive no intestino humano e provocar a amebíase, o Plasmodium sp que provoca a malária e o Trypanosoma cruzi que provoca a doença de Chagas.

Os protozoários são classificados de acordo com a estrutura de locomoção em flagelados, ciliados, sarcodíneos e esporozoários (não apresentam uma estrutura típica de locomoção).

RIZÓPODES OU SARCODÍNEOS: Locomovem-se por pseudópodes, como as amebas.

MASTIGÓFAROS OU FLAGELADOS: Locomovem-se por meio de batimento de flagelos, como o Trypanosoma e a Leishmania.

CILIÓFOROS OU CILIADOS: Locomovem-se por meio de cílios, como o Paramecium.

ESPOROZOÁRIOS: não apresentam estrutura de locomoção, sendo parasitas, como o Toxoplasma e o Plasmodium.

DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS

PROTOZOÁRIOS DOENÇA MODO DE TRANSMISSÃO

Entamoeba histolytica Disenteria amebiana; amebíase Água e alimentos contaminados

Balantidium coli Disenteria Água e alimentos contaminados

Plasmodium vivax Malária Picada de mosquito Anopheles

Toxoplasma gondii Toxoplasmose Fezes e urina de gato

Trypanosoma cruzi Doença de Chagas Fezes de barbeiro (Triatoma infestans)

Trypanosoma gambiense Doença do sono Picada da mosca Tsé-Tsé

Leishmania brasiliensis Leishmaniose tegumentar (úlcera de Bauru)

Picada de mosquito Phlebotomus

Leishmania donovani Leishmaniose visceral (calazar) Picada de mosquito Phlebotomus

Leishmania tropica Botão-do-oriente Picada de mosquito Phlebotomus

Trichomona vaginalis Tricomoníase Relações sexuais; objeto contaminado

Giardia lamblia Giardíase Água e alimentos contaminados

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. O protozoário parasita cujo ciclo de vida está esquematizado a seguir é

a) o plasmódio, transmitido por um mosquito.

b) a leishmânia, transmitida por um mosquito.

c) o tripanossomo, transmitido pelo barbeiro.

d) o esquistossomo, transmitido pelo barbeiro.

e) a filária, transmitida por um mosquito.

2. Considere as seguintes afirmações a respeito de medidas profiláticas às doenças parasitárias:

I. As verduras que são ingeridas cruas, em saladas, devem ser bem lavadas e mergulhadas em água clorada ou com vinagre.

II. O tratamento dos doentes é importante para eliminar as fontes de contágio.

III. A utilização de inseticidas nas moradias permite a destruição dos agentes transmissores.

IV. As construções de instalações sanitárias adequadas são medidas eficientes na erradicação de inúmeras doenças.

Para o caso da malária, assinale a alternativa que reúne as afirmações corretas.

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

3. "Carne de porco ameaça a visão de uma cidade".

86% da população de Erechim está tendo problemas de cegueira em virtude da toxoplasmose. ("O Globo" - 15/08/93).

O agente etiológico causador da doença pertence ao grupo dos(as):

a) vírus.

b) bactérias.

c) fungos.

d) protozoários.

e) insetos.

GABARITO

1. C 2. C 3. D

ZOOFISIOLOGIA COMPARADA

Poríferos (Esponjas)

Poríferos ou esponjas são animais aquáticos sésseis, predominantemente marinhos. Não apresentam órgãos (parazoários) e têm o corpo organizado em torno de um sistema de canais para a condução de água. São sustentados por um esqueleto de fibras orgânicas de espongina, ou por espículas calcárias ou silicosas.

Alimentação, trocas gasosas e eliminação de excretas dependem do fluxo de água através do corpo. Suas células típicas chamam-se coanócitos, são flageladas e relacionam-se com a movimentação da água e a captura de alimento. A digestão é exclusivamente intracelular. Apresentam grande capacidade regenerativa, fazem brotamento (originando colônias) e podem se reproduzir sexuadamente, embora não tenham gônadas permanentes. O desenvolvimento é indireto, existindo estágio larval.

morfologia dos poríferos

Celenterados

Os celenterados ou cnidários são animais aquáticos de simetria radial encontrados sob duas formas distintas: a medusa livre-natante e o pólipo fixo. Formas coloniais são comuns. Os representantes mais conhecidos são: hidra, Obelia, água-viva, anêmona e coral. A parede corporal consiste de uma epiderme externa, uma gastroderme interna e uma mesogléia entre as duas.

São animais com estrutura corpórea muito simples e apresentam na epiderme células urticantes chamadas cnidoblastos, que são utilizadas na defesa e captura de alimento, os cnidoblastos, células urticantes que caracterizam esse grupo de animais.

cnidoblastos (células urticantes do cnidários)

São ainda dotados de uma cavidade digestiva, onde fazem a digestão extracelular, com uma única abertura para o exterior, a boca, em torno da qual existem numerosos tentáculos. Possuem uma rede nervosa sem coordenação central.

Reproduzem-se assexuadamente principalmente por brotamento. A reprodução sexuada ocorre em todos os grupos. Entretanto, o tipo de reprodução que mais chama a atenção é a metagênese, com alternância de formas estruturais e tipos reprodutivos no ciclo de vida de uma mesma espécie, como ocorre com Obelia e água-viva.

A metagênese ocorre entre a fase de pólipo (assexuada) e a fase de medusa (sexuada).

Há três classes de celenterados: hidrozoários, cifozoários e antozoários.

Hidrozoários: são pólipos bem desenvolvidos com fase de medusa pequena ou ausente. Em algumas espécies há reprodução por metag^nesse. A esta classe pertencem a hidra, a obelia e a physadia.

Cifozoários: predominam as grandes medusas, chamadas cifomedusas. Os pólipos, chamados cifístomas, são de pequeno tamanho e de vida curta. Os cifozoários são exclusivamente marinhos. Como representante desta classe, temos a Aurelia SP ou água-viva.

Antozoários: São exclusivamnete pólipos e não fazem metagênese. São todos marinhos, como os corais e anêmonas-do-mar ou actínias.

Forma do corpo dos cnidários ciclo reprodutor dos cnidários

Platelmintos

Os platelmintos são os primeiros animais a apresentarem simetria bilateral.

Quando o animal apresenta simetria bilateral, podemos identificar em seu corpo uma região anterior e uma posterior; uma região dorsal e uma ventral; e um lado direito e um esquerdo.

Os platelmintos estão representados por animais conhecidos como planária, tênia e esquistossomo.

Os platelmintos marcam evolutivamente o aparecimento de estruturas para excreção denominadas células-flama.

Entre os platelmintos existem animais de vida livre com as planárias e parasitas como as tênias e o esquistossomo.

Planária

É nos platelmintos também que ocorre, pela primeira vez, na evolução dos animais, o fenômeno da cefalização com a concentração de células nervosas (gânglios) e órgãos dos sentidos na região da cabeça.

A reprodução pode ser assexuada (regeneração) ou sexuada com fecundação cruzada, interna e com desenvolvimento direto (sem estágio larval).

Nematelmintos

Os nematelmintos ou vermes cilíndricos formam um grupo numeroso e diversificado de animais encontrados em praticamente todos os ambientes. Existem muitas formas de vida livre, mas os que mais interesse despertam são os parasitas, muitos dos quais causam graves doenças ao homem. O representante mais conhecido é a lombriga. O tubo digestivo completo, com boca e ânus, e a presença de uma cavidade endocorpórea onde os órgãos se alojam são os grandes avanços mostrados pelos membros do grupo.

As principais verminoses causadas por nematelmintos que atingem o homem são:

• Ascaridíase é provocada pelo nematelminto Ascaris lumbricoides, a lombriga, que o homem adquire ao ingerir água e verduras contaminadas por ovos.

Embora os adultos se alojem no intestino, as larvas realizam um circuito hepático-cárdio-pulmonar pelo organismo.

• Ancilostomose ou amarelão é causada por dois nematelmintos diferentes: Ancylostoma duodenale e Necator americanus. Ambos penetram ativamente pela pele humana na forma larval, são hematófagos e agem no intestino, causando séria debilidade orgânica.

• Enterobíase ou oxiurose é provocada pelo nematelminto Enterobius vermicularis, o oxiúros, também parasita intestinal, adquirido pelo homem graças à ingestão de água e verduras contaminadas por ovos.

• Filariose ou elefantíase é causada pelo nematelminto Wuchereria bancrofti, transmitido pela picada do mosquito Culex fatigans. Provoca obstrução de vasos linfáticos e causa grandes edemas, sobretudo em pernas e escroto.

esquema corporal de uma lombriga (Ascaris lumbricóides)

Anelídeos

Os anelídeos são animais de corpo cilíndrico e alongado, com destaque para as minhocas, as sanguessugas e os poliquetas. Apresentam uma cavidade endocorpórea, o celoma, no qual os órgãos ficam alojados; corpo metamerizado, cujos segmentos têm o formato de anéis; e cerdas, filamentos quitinosos úteis na locomoção (ausentes nas sanguessugas).

As minhocas são de grande utilidade para a agricultura, pois cavam galerias no solo que arejam a terra e distribuem a umidade, favorecendo o desenvolvimento das plantas. Devido à sua alimentação saprófaga, pois consomem detritos do solo, funcionam como adubadores naturais e contribuem para a formação do húmus.

As sanguessugas são ectoparasitas hematófagos e eram empregadas em Medicina para a realização de sangrias.

O tubo digestivo das minhocas é completo. As trocas gasosas ocorrem pela epiderme úmida (poliquetas apresentam brânquias). O sangue percorre um sistema circulatório fechado. Nefrídios garantem a eliminação dos excretas. O sistema nervoso é ganglionar e segmentado.

Quanto à reprodução, as minhocas são hermafroditas, mas realizam fecundação cruzada. Os gametas são recolhidos em um casulo formado pelo clitelo. O desenvolvimento é direto. Poliquetas geralmente são dióicos e só apresentam gônadas na época reprodutiva. A fecundação é externa e seu desenvolvimento envolve um estágio larval.

Moluscos

O filo Mollusca (do latim mollis = mole) é um dos grupos animais mais interessantes, incluindo os caramujos, as ostras, as lulas e os polvos.

Os moluscos são animais encontrados sobretudo nos mares, mas também adaptados à água doce e a ambientes terrestres. Formam um grupo grande e bastante diversificado, no qual se destacam os gastrópodes (caramujos, caracóis e lesmas), os bivalves (ostras, mariscos e mexilhões) e os cefalópedes (polvos e lulas). Têm grande importância para o homem, devido ao seu uso como alimento, à produção de pérolas e até pela importância parasitológica.

O corpo dos moluscos está organizado em: cabeça anterior, pé ventral e massa visceral dorsal, embora modificações ocorram de acordo com as adaptações em cada classe. Circundando a massa visceral está um manto carnoso, que delimita a cavidade do manto, por onde circula água ou ar. O manto é também o responsável pela secreção da concha calcária que a maioria dos moluscos exibe.

A obtenção do alimento é facilitada pela presença da rádula (ausente apenas nos bivalves), uma espécie de “língua” raspadora. A digestão ocorre no estômago, graças a secreções liberadas por uma glândula digestiva. O sangue percorre um sistema circulatório aberto, impulsionado por um coração dorsal. Em cefalópedos, entretanto, existe um sistema fechado, o que explica a maior mobilidade destes animais. As brânquias são responsáveis pela respiração de todos os moluscos, com exceção dos gastrópodes terrestres, que são pulmonados. A excreção é feita por nefrídios, que eliminam os resíduos na

cavidade do manto. O sistema nervoso é ganglionar e os cefalópodos se destacam pela capacidade de exploração ambiental, contando com olhos muito eficientes.

Os processos reprodutivos variam de acordo com o tipo de molusco. Caracóis são hermafroditas e apresentam fecundação interna. Mexilhões são dióicos e fazem fecundação geralmente externa. Lulas são dióicas, mas têm fecundação interna. Larvas aparecem sobretudo em bivalves. Mecanismos de corte são comuns.

Anatomia interna de um caracol

Artrópodes

Apesar da enorme diversidade de formas que este filo apresenta, existem algumas características que são comuns a todos os seus membros:

• o corpo é sempre revestido por um exoesqueleto endurecido contendo quitina (um polissacarídeo), que é trocado periodicamente, permitindo o crescimento do animal;

• são segmentados, mas a metameria é mais evidente na fase embrionária, pois no adulto há tendência à fusão de segmentos, originando partes definidas do corpo, como cabeça, tórax e abdome (entretanto, a segmentação do adulto aparece claramente nos apêndices, na musculatura e no sistema nervoso);

• apresentam patas e outros apêndices articulados (daí o nome do filo), formados por vários segmentos ou artículos, unidos por juntas móveis, facilitando bastante a locomoção;

Os artrópodes formam o maior e mais diversificado de todos os grupos animais, sendo encontrados em praticamente todos os habitats. Possui exoesqueleto quitinoso trocado, com o crescimento, em um fenômeno chamado muda ou ecdise. Apresentam facilidades de locomoção por terem apêndices e patas articuladas. Os insetos geralmente apresentam asas e são os únicos invertebrados voadores.

A existência de segmentação, embora com tendência à fusão de segmentos, a estrutura do tubo digestivo completo e o fato de possuírem sistema nervoso

ganglionar ventral aproximam os artrópodes dos anelídeos. Há possibilidade de que tenha existido um ancestral comum aos dois grupos.

Artrópodes apresentam sistema circulatório aberto ou lacunar. Em insetos, entretanto, o sangue, ou hemolinfa, não transporta gases, que chegam diretamente aos tecidos através dos tubos do sistema respiratório traqueal. Isso se relaciona aos movimentos rápidos que os insetos são capazes de executar.

A reprodução dos artrópodes é muito diversificada, havendo corte em inúmeras espécies. A fecundação é interna. São animais dióicos. Entre os insetos, o desenvolvimento pode ser direto (ametábolos) ou indireto, existindo metamorfose incompleta (hemimetábolos), ou completa (holometábolos).

O quadro abaixo reúne as características mais importantes das cinco grandes classes de artrópodes.

QUADRO COMPARATIVO DAS CLASSES DO FILO ARTRÓPODA

classes

Divisão do corpo

Patas

Asas

Antenas

Respiração

Excreção

Insetos Cabeça, tórax e abdome

3 pares Ausentes

1 par

2 pares

1 par

Traqueal

Túbulos de Malpighi

Crustáceos Cefalotórax e abdome

5 pares Ausentes

2 pares

Branquial

Glândulas Verdes

Aracnídeos Cefalotórax e abdome

4 pares Ausentes

Ausentes

Filotraqueal

Glândulas Coxais

Quilópodes Cabeça e segmentos

1 par por segmento Ausentes

1 par

Traqueal Túbulos de

Malpighi

Diplópodes Cabeça tórax curto

e segmentos

2 pares por

segmento Ausentes

1 par

Traqueal Túbulos de

Malpighi

Estrutura morfológica de aracnídeos

Estrutura de um inseto Estrutura de um Crustáceo

Equinodermos Os invertebrados marinhos mais conhecidos formam o filo Echinodermata (do grego echinos = espinho; derma = pele). Ouriços-do-mar, bolachas-da-praia, holotúrias e sobretudo estrelas-do-mar, freqüentemente consideradas símbolos da vida marinha, são alguns dos representantes desse grupo, que contém cerca de 6 000 espécies. Os equinodermos são exclusivamente marinhos e abundantes em todos os oceanos do mundo. Geralmente têm hábitos bentônicos, ou seja, habitam o fundo do mar, fixando-se ou rastejando lentamente sobre o substrato. A maioria dos representantes tem tamanho médio, com alguns centímetros de diâmetro. Todos são de vida livre, não havendo representantes parasitas nem coloniais.

São dotados de um endoesqueleto calcário e podem apresentar espinhos na superfície corporal. Seu sistema ambulacrário é um conjunto de canais por onde a água circula, funcionando para a coleta de alimentos, a locomoção e a

respiração. São seres dióicos, de fecundação externa e desenvolvimento indireto. Muitas espécies apresentam grande poder de regeneração.

Classificação dos Equinodermos

O filo dos equinodermos apresenta cinco classes principais:

Asteróides

São equinodermos de movimentos livres que apresentam o corpo com forma estrelada, composto de braços ou raios que se projetam de um disco central. Contém as cerca de 1 600 espécies descritas de estrelas-do-mar.

MORFOLOGIA DE UMA ESTRELA-DO-MAR

Ofiuróides

Este é o maior grupo de equinodermos, com aproximadamente 2 000 espécies descritas. São os ofiúros, abundantes principalmente em substrato mole de águas profundas. Seu corpo é semelhante ao da estrela-do-mar, embora os braços sejam geralmente mais longos e nitidamente separados de um disco central, são denominados serpentes-do-mar.

Equinóides

São animais de movimentos livres, desprovidos de braços, conhecidos popularmente como ouriços-do-mar e bolachas-da-praia , existindo cerca de 900 espécies descritas. Os ouriços-do-mar apresentam o corpo coberto de espinhos. Sua forma é circular ou oval e o corpo é geralmente esférico.

Holoturóides

São perto de 900 espécies de animais conhecidos como holotúrias ou pepinos-do-mar . Não apresentam braços, estando ânus e boca em pólos opostos do corpo alongado.

Crinóides

São considerados os mais antigos e primitivos equinodermos viventes. As formas mais conhecidas são pedunculadas, fixas, conhecidas como lírios-do-mar, existindo cerca de 80 espécies descritas.

Cordados

O filo Chordata (do grego chorda = cordão) é de especial interesse, porque nele está situado o ser humano e a maioria dos grandes animais existentes na Terra. Sempre foi um grupo muito estudado e, por isso, é provavelmente o filo mais conhecido. Compreende alguns grupos de invertebrados e todos os animais vertebrados. Seus representantes são encontrados em todos os hábitats, sejam terrestres, marinhos ou de água doce. Entre os cordados, encontramos dois tipos diferentes de organismos:

• os cordados inferiores são marinhos, pequenos e desprovidos de vértebras, sendo também conhecidos como protocordados, como é o caso dos anfioxos e ascídias;

• os vertebrados são cordados de vida livre, ocupam hábitats diversificados e formam o maior grupo, compreendendo os peixes, os anfíbios, os répteis, as aves e os mamíferos.

Os cordados são animais encontrados em todos os hábitats, caracterizados por possuírem, pelo menos em parte da vida, notocorda (estrutura dorsal de sustentação), tubo nervoso dorsal e fendas faringeanas ou branquiais. A presença de endoesqueleto, o sistema nervoso desenvolvido e centralizado e os sistemas respiratório e circulatório eficientes são os fatores que explicam o grande sucesso do grupo.

Estrutura básica dos Cordados (Anfioxo)

Os protocordados apresentam a notocorda como única estrutura rígida durante a vida. Todos são marinhos, destacando-se os urocordados ou tunicados

(ascídia) e os cefalocordados (anfioxo). Os vertebrados apresentam a coluna vertebral como suporte axial do corpo. Dividem-se em:

Ciclostomados

Lampreias e feiticeiras. Encontradas em água doce e salgada, são dotadas de boca circular, desprovida de mandíbula (agnatas). Geralmente são parasitas de peixes.

Peixes cartilaginosos

Tubarões, raias e quimeras. Principalmente marinhos, são dotados de mandíbula móvel, nadadeiras pares e escamas recobrindo o corpo. Seu esqueleto é totalmente cartilaginoso.

Estrutura do Peixe Cartilaginoso

Peixes ósseos

Lambaris, trutas, salmões, sardinhas. Encontrados em todos os ambientes aquáticos, têm esqueleto predominantemente ósseo. Sua bexiga natatória funciona como órgão hidrostático, permitindo o ajuste a diferentes profundidades.

Estrutura do peixe ósseo

Anfíbios

Sapos, rãs, salamandras e cobras-cegas. Pele úmida, glandular, com a respiração cutânea complementando a pulmonar, que é pouco eficiente. As formas larvais, os girinos, são aquáticas e dotadas de brânquias.

Estrutura morfológica de um anfíbio

Répteis Tartarugas, jacarés, cobras e lagartos. Animais predominantemente terrestres, encontrados sobretudo em regiões quentes e secas. Primeiros vertebrados a efetivamente conquistar o ambiente terrestre, graças a: pele seca, sem glândulas; patas adaptadas à locomoção rápida; esqueleto completamente ossificado; ovos com anexos para proteção do embrião, assegurando seu desenvolvimento em terra.

Estrutura interna de um réptil

Aves

Avestruzes, falcões, araras, pássaros. Têm o corpo coberto por penas. Possuem asas, bico córneo e escamas nas patas. Estão adaptados para o vôo devido à presença de: sacos aéreos, ossos pneumáticos e esterno com quilha para fixação muscular.

Estrutura morfológica de ave

Mamíferos

Cangurus, gatos, cavalos, ratos, macacos, ser humano. O corpo é recoberto por pêlos. As glândulas mamárias produzem leite, usado para a alimentação dos filhotes. Dotados de encéfalo desenvolvido. Possuem diafragma, músculo que separa as cavidades torácica e abdominal. As hemácias são anucleadas. Em sua maioria, são vivíparos e placentários.

Estrutura corporal de um morcego (Mamífero)

Estrutura corporal humana (Mamíferos)

O subfilo Vertebrata é o maior e o mais diversificado grupo do filo Chordata, sendo constituído por aqueles animais que apresentam uma coluna vertebral como suporte axial do corpo.

Quanto a sua morfofisiologia podemos caracterizá-los:

Tegumento

O revestimento corporal é formado por uma epiderme pluriestratificada e uma derme constituída de tecido conjuntivo. Vários tipos de anexos estão presentes, como penas (aves), pêlos (mamíferos) e escamas (peixes e répteis). Glândulas mucosas são comuns, sobretudo em espécies aquáticas.

Regulação térmica

Peixes, anfíbios e répteis são pecilotérmicos, ou animais de "sangue frio", pois sua temperatura corporal varia de acordo com a temperatura ambiental. Aves e mamíferos são homeotérmicos, ou animais de "sangue quente", sendo capazes de regular a própria temperatura, que se mantém constante, apesar das variações externas.

Esqueleto

É interno e articulado, sustentando e protegendo os órgãos. Pode ser cartilaginoso ou ósseo. O crânio abriga o encéfalo, uma série de arcos sustenta a região branquial e a coluna vertebral abriga o tubo nervoso dorsal. As nadadeiras dos peixes e as patas dos tetrápodes também têm suporte esquelético e estão ligadas ao restante do esqueleto.

Músculos

Podem ser lisos ou estriados, atuam sobre o esqueleto, movimentando suas partes, e são responsáveis pela locomoção e determinação da forma do corpo.

Digestão

O tubo digestivo é completo e situa-se ventralmente em relação à coluna vertebral. Na boca existe a língua e, geralmente, dentes. A faringe também faz parte do sistema respiratório. Esôfago e estômago podem se diferenciar,

dependendo do animal. Na região posterior, pode existir cloaca, câmara onde desembocam intestino, canais urinários e reprodutores. A cloaca está presente em peixes cartilaginosos, anfíbios, répteis e aves, enquanto peixes ósseos e mamíferos possuem simplesmente ânus. Glândulas anexas são comuns, como fígado, pâncreas e glândulas salivares (estas apenas nos animais terrestres).

Circulação

O sistema circulatório é fechado. O coração é bem desenvolvido, contendo número variável de câmaras e bombeia sangue através de um sistema fechado de vasos. O coração dos peixes possui apenas 2 cavidades ( um átrio e um ventrículo), o coração dos anfíbios possui 3 cavidades (dois átrios e um ventrículo), o coração dos répteis possui 4 cavidades incompletas, nos não crocodilianos, e 4 cavidades completas no caso dos crocodilianos (2 átrios e 2 ventrículos), em aves e mamíferos há 4 cavidades (2 átrios e 2 ventrículos). A circulação nos peixes é simples; nos anfíbios, répteis é dupla e incompleta; nas aves e mamíferos é dupla e completa. Há leucócitos e hemácias, estas contendo hemoglobina como pigmento respiratório. Vasos linfáticos estão também presentes.

Respiração

A respiração pode ser branquial para as formas aquáticas, enquanto as formas terrestres respiram por pulmões. Entretanto, existem formas aquáticas de respiração pulmonar, assim como certos grupos que apresentam respiração cutânea, especificamente os anfíbios.

Excreção

É feita por rins pares, drenando excretas do celoma, do sangue ou de ambos, de acordo com o tipo de animal. Na fase adulta, peixes dulcícolas excretam amônia; peixes marinhos, anfíbios e mamíferos excretam uréia; aves e répteis excretam ácido úrico.

Reprodução

Geralmente são dióicos. As estratégias reprodutivas são muito variáveis. Uma série de anexos embrionários favorece o desenvolvimento. Podem ser ovíparos, ovovivíparos e vivíparos.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Assinale a alternativa que relaciona apenas as classes de vertebrados que apresentam fecundação interna e desenvolvimento direto:

a) Peixes, Anfíbios e Aves.

b) Anfíbios, Aves e Mamíferos.

c) Répteis, Aves e Mamíferos.

d) Anfíbios, Répteis e Aves.

e) Peixes, Anfíbios e Répteis.

2. Uma característica exclusiva dos cordados é a presença de:

a) simetria bilateral.

b) notocorda.

c) coluna vertebral.

d) corpo segmentado.

e) celoma.

3. Quanto à temperatura, os animais podem ser:

(1) pecilotérmico

(2) homeotérmicos.

Classifique os animais: rato, pato, cobra, sapo, tubarão, de acordo com a temperatura.

a) 1 - 2 - 1 - 2 - 1;

b) 1 - 1 - 2 - 2 - 2;

c) 2 - 2 - 2 - 1 - 1;

d) 2 - 1 - 2 - 1 - 2;

e) 2 - 2 - 1 - 1 - 1;

4. Considere as seguintes estruturas:

I. notocorda

II. fendas branquiais

A alternativa a seguir que indica corretamente a presença dessas estruturas durante o desenvolvimento embrionário dos grupos de animais mencionados é:

a) Protocordados (I); Vertebrados de respiração branquial (II); Vertebrados de respiração pulmonar (I e II).

b) Protocordados (I); Vertebrados de respiração branquial (I e II); Vertebrados de respiração pulmonar (II).

c) Protocordados (I e II); Vertebrados de respiração branquial (II); Vertebrados de respiração pulmonar (I e II).

d) Protocordados (I e II); Vertebrados de respiração branquial (I e II); Vertebrados de respiração pulmonar (I).

e) Protocordados (I e II); Vertebrados de respiração branquial (I e II); Vertebrados de respiração pulmonar (I e II).

GABARITO

1. C 2. B 3. E 4. E

NOÇÕES DE IMUNIZAÇÃO (RESUMO)

Imunização Passiva – Anticorpos

Natural

Vertical - aleitamento ou via placentária

Infecção clínicas leves ou assintomáticas

Artificial

Soroterapia

Imunoglobulinas administradas

Imunização Ativa – Antígenos

Artificial - Vacinas

Microrganismos vivos atenuados

Microrganismos mortos

Frações antigênicas do agente agressor

Toxinas

DNA

Tipos de Imunizações Ativas Uso em humanos

1. Vacinas Atenuadas - microrganismos vivos cuja virulência foi reduzida significativamente

2. Vacinas inativadas – microrganismos mortos ou inativados

3. Vacinas contra toxinas que utilizam toxóides

4. Vacinas que utilizam proteínas carreadoras conjugadas a polissacarídeos capsulares de bactérias patogênicas

5. Vacinas Recombinantes

6. Vacinas de DNA

QUADRO DE VACINAÇÃO - HUMANA IDADE VACINA

Ao nascer BCG e Hepatite B

1m Hepatite B

2m Tetra + Pólio

4m Tetra + Pólio

6m Tetra + Pólio + Hepatite B

12m Tríplice viral

15m Tetra + Pólio

4 – 6 anos DPT+ Pólio

Cada 10 anos DT

BARREIRAS NATURAIS ORGANISMO HUMANO

SISTEMA LINFÁTICO

São locais especializados na captura e retenção de antígenos para que ocorra início da resposta imune adaptativa.

DOENÇAS BACTERIANAS

• Antraz

• Botulismo

• Cárie

• Cólera

• Coqueluche

• Disenteria bacilar

• Doença Periodontal

• Febre Tifóide

• Gangrena Gasosa

• Gastroenterites

• Gonorréia

• Hanseníase (Lepra)

• Intoxicação Alimentar

• Meningite

• Pneumonia

• Sífilis

• Tétano

• Tuberculose

DOENÇAS VIRAIS

- HERPES

- AIDS

- GRIPE

- CAXUMBA

- VARIOLA

- SARAMPO

- ÉBOLA

- FEBRE AMARELA

- POLIOMIELITE

- RUBÉOLA

- RAIVA

- HEPATITE INFECCIOSA

- DENGUE

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Um novo tipo de tratamento da AIDS começou a ser testado no Brasil e consiste em transmitir anticorpos anti-HIV, contidos no plasma de pessoas contaminadas há muitos anos, mas sem os sintomas da doença, para pessoas aidéticas sintomáticas. Tal tratamento, cuja intenção é fortalecer a defesa desses indivíduos, denomina-se

a) imunoterapia ativa.

b) imunoterapia passiva.

c) profilaxia.

d) quimioterapia.

e) vacinoterapia.

2. As vacinas utilizadas nas campanhas de imunização em massa são constituídas de

a) anticorpos que destruirão o agente infeccioso específico.

b) anticorpos que persistirão ativos por toda a vida do receptor.

c) drogas capazes de aumentar a resistência à infecção.

d) microorganismos ou produtos deles derivados que induzirão a formação de anticorpos.

e) soros obtidos de animais que neutralizarão os antígenos específicos.

3. Os meios de comunicação têm convocado dentistas e outros profissionais da saúde para a vacinação contra a hepatite B. Vacinar consiste em injetar no organismo:

a) microrganismos vivos para provocar a doença de forma branda. O corpo imunizado produzirá antígenos específicos.

b) uma substância que combata a doença já instalada e que produza no corpo uma reação para a fabricação de anticorpos resistentes.

c) microrganismos mortos ou atenuados que, reconhecidos pelo corpo como antígenos, induzam a produção de anticorpos específicos.

d) o plasma, retirado de convalescentes, para que o corpo produza então os antígenos específicos.

e) o soro obtido através do sangue de animais, como os cavalos, criados em laboratório, onde recebem grande quantidade de antígenos.

4. Entre as doenças a seguir citadas, assinale aquela que não é causada por vírus:

a) gripe

b) caxumba

c) AIDS (SIDA)

d) varíola

e) botulismo

5. Na tabela a seguir estão relacionadas seis doenças e seus agentes etiológicos.

Estão corretas:

a) 1, 2, 3, 4, 5 e 6

b) 1, 4, 5 e 6 apenas

c) 2, 3, 4 e 5 apenas

d) 1, 3, 5 e 6 apenas

e) 2, 3 e 6 apenas

GABARITO

1. B 2. D 3. C 4. E 5. A

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

AIDS

(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)

Síndrome (uma variedade de sintomas e manifestações) causada pela infecção crônica do organismo humano pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). O agente etiológico é o HIV (Human Immunodeficiency Virus), com 2 subtipos conhecidos, HIV-1 e HIV-2.

A transmissão ocorre por sexo vaginal, oral e anal (sêmem e secreções vaginais), por sangue e líquidos grosseiramente contaminados por sangue, via placenta e leite materno.

Os beijos sociais (beijo seco, de boca fechada) são seguros (risco zero) quanto a transmissão do vírus, mesmo que uma das pessoas seja portadora do HIV, os beijos de boca aberta são considerados de baixo risco quanto a uma possível transmissão do HIV.

O vírus compromete o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de executar sua tarefa adequadamente, que é a de protegê-lo contra as agressões externas (por bactérias, outros vírus, parasitas e mesmo por células cancerígenas).

Com a progressiva lesão do sistema imunológico o organismo humano se torna cada vez mais susceptível a determinadas infecções e tumores, conhecidas como doenças oportunistas, que acabam por levar o doente à morte.

O período de Incubação varia de 3 a 10 (ou mais) anos entre a contaminação e o aparecimento de sintomas sugestivos de AIDS.

A fase aguda (após 1 a 4 semanas da exposição e contaminação) da infecção manifesta-se em geral como um quadro gripal (febre, mal estar e dores no corpo) que pode estar acompanhada de manchas vermelhas pelo corpo e adenopatia (íngua) generalizada (em diferentes locais do organismo). A fase aguda dura, em geral, de 1 a 2 semanas e pode ser confundida com outras viroses (gripe e mononucleose entre outras) bem como pode também passar desapercebida.

Os sintomas da fase aguda são, portanto inespecíficos e comuns a várias doenças, não permitindo por si só o diagnóstico de infecção pelo HIV, o qual somente pode ser confirmado pelo teste anti-HIV, o qual deve ser feito após 90 dias (3 meses) da data da exposição ou provável contaminação.

Não há um tratamento e cura. Existem drogas que inibem a replicação do HIV, que devem ser usadas associadas, mas ainda não se pode falar em cura da AIDS. As doenças oportunistas são em sua maioria tratáveis, mas há necessidade de uso contínuo de medicações para o controle dessas manifestações.

Complicações/Consequências

Deficiência imunológica severa ocorrendo várias doenças oportunistas, como a tuberculose e determinadas pneumonias, alguns tipos de tumores, como certos linfomas e o Sarcoma de Kaposi. Podem ocorrer distúrbios neurológicos.

A prevenção é o sexo seguro, tais como, relação monogâmica com parceiro comprovadamente HIV negativo, uso de camisinha. Cuidados no manejo de sangue (uso de seringas descartáveis, exigir que todo sangue a ser transfundido seja previamente testado para a presença do HIV, uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente contaminados). Não há, no momento, vacina efetiva para a prevenção da infecção pelo HIV.

Sífilis

“Cancro Duro”

Doença infecto-contagiosa sistêmica (acomete todo o organismo), causada pela bactéria Treponema pallidum, adquirida através do sexo vaginal, anal ou oral com pessoa contaminada, além de transfusão de sangue ou pelo parto.

Evolui de forma crônica (lenta) e que tem períodos de acutização (manifesta-se agudamente) e períodos de latência (sem manifestações). Pode comprometer múltiplos órgãos (pele, olhos, ossos, sistema cardiovascular, sistema nervoso). De acordo com algumas características de sua evolução a sífilis divide-se em Primária, Secundária, Latente e Terciária ou Tardia. Quando transmitida da mãe para o feto é chamada de Sífilis Congênita.

O importante a ser considerado aqui é a sua lesão primária, também chamada de cancro de inoculação (cancro duro), que é a porta de entrada do agente no organismo da pessoa.

Sífilis primária: trata-se de uma lesão ulcerada (cancro) não dolorosa (ou pouco dolorosa), em geral única, com a base endurecida, lisa, brilhante, com presença de secreção serosa (líquida, transparente) escassa e que pode ocorrer nos grandes lábios, vagina, clitóris, períneo e colo do útero na mulher e na glande e prepúcio no homem, mas que pode também ser encontrados nos dedos, lábios, mamilos e conjuntivas. É freqüente também a adenopatia inguinal (íngua na virilha) que, em geral passa despercebida. O cancro usualmente desaparece em 3 a 4 semanas, sem deixar cicatrizes. Entre a segunda e quarta semanas do aparecimento do cancro, as reações sorológicas (exames realizados no sangue) para sífilis tornam-se positivas.

Sífilis Secundária: é caracterizada pela disseminação dos treponemas pelo organismo e ocorre de 4 a 8 semanas do aparecimento do cancro. As manifestações nesta fase são essencialmente dermatológicas e as reações sorológicas continuam positivas.

Sífilis Latente: nesta fase não existem manifestações visíveis mas as reações sorológicas continuam positivas.

Sífilis Adquirida Tardia: a sífilis é considerada tardia após o primeiro ano de evolução em pacientes não tratados ou inadequadamente tratados. Apresentam-se após um período variável de latência sob a forma cutânea, óssea, cardiovascular, nervosa etc. As reações sorológicas continuam positivas também nesta fase.

Sífilis Congênita: é devida a infecção do feto pelo Treponema por via transplacentária, a partir do quarto mes da gestação. As manifestações da doença, na maioria dos casos, estão presentes já nos primeiros dias de vida e podem assumir formas graves, inclusive podendo levar ao óbito da criança.

Complicações/Consequências

Aborto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto. Infecções peri e neonatal. Sífilis Congênita. Neurossífilis. Sífilis Cardiovascular.

O tratamento é medicamentoso. Com cura completa, se tratada precoce e adequadamente.

A prevenção com o uso de preservativo pode proteger da contaminação genital se a lesão estiver na área recoberta.

Cancro Mole "cavalo"

Causada por uma bactéria denominada Haemophilus ducreyi, transmitida através de relação sexual sem uso de preservativos.

Ocorrem ulceração (ferida) dolorosa, com a base mole, hiperemiada (avermelhada), com fundo purulento e de forma irregular que compromete principalmente a genitália externa mas pode comprometer também o ânus e mais raramente os lábios, a boca, língua e garganta. Estas feridas são muito contagiosas, auto-inoculáveis e portanto, frequentemente múltiplas. Em alguns pacientes, geralmente do sexo masculino, pode ocorrer infartamento ganglionar na região inguino-crural (inchação na virilha). Não é rara a associação do cancro mole e o cancro duro (sífilis primária).

Complicações/Consequências

Não tem. Tratado adequadamente, com uso de antibióticos adequados, tem cura completa.

A prevenção é feita com uso de preservativo e higienização genital antes e após o relacionamento sexual.

Candidíase

O agente é a Candida albicans ( um microbiota), oportunista que com a queda de imunidade, higiene pessoal ou distúrbios no organismos, levam ao aparecimento da doença, três a quatro dias após o contágio ou no período pré-menstrual. Na maioria das vezes não é uma doença de transmissão sexual. Em geral está relacionada com a diminuição da resistência do organismo da pessoa acometida.

A candidíase, especialmente a candidíase vaginal, é uma das causas mais frequentes de infecção genital. Caracteriza-se por prurido (coceira), ardor, dispareunia (dor na relação sexual) e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos brancacentos, semelhante à nata do leite. A transmissão ocorre através de contato sexual, água contaminada e objetos contaminados.

Com frequência, a vulva e a vagina encontram-se edemaciadas (inchadas) e hiperemiadas (avermelhadas). As lesões podem estender-se pelo períneo, região perianal e inguinal (virilha). No homem apresenta-se com hiperemia da glande e prepúcio (balanopostite) e eventualmente por um leve edema e pela presença de pequenas lesões puntiformes (em forma de pontos), avermelhadas e pruriginosas.

Existem outros fatores que predispõe ao aparecimento da infecção tais como: diabetes melitus, gravidez, uso de contraceptivos (anticoncepcionais) orais, uso

de antibióticos e medicamentos imunosupressivos (que diminuem as defesas imunitárias do organismo), obesidade e uso de roupas justas.

Complicações/Consequências

São raras. Pode ocorrer disseminação sistêmica (especialmente em imunodeprimidos).

A prevenção é simples com uma higienização adequada e evitar vestimentas muito justas e uso de preservativo.

Herpes Simples Genital

O agente etiológico da doença é denominado apenas por Herpes vírus (Virus do Herpes Genital ou Herpes Simples Genital ou HSV-2. É um DNA vírus), cuja transmissão é o contato sexual. A manifestação da doença está relacionada à queda das defesas imunológicas do organismo. Outro tipo de Herpes Simples é o HSV-1, responsável pelo Herpes Labial. Tem ocorrido crescente infecção genital pelo HSV-1 e vice-versa, isto é, infecção labial pelo HSV-2, certamente em decorrência do aumento da prática do sexo oral ou oro-genital.

É uma infecção recorrente (vem, melhora e volta) causadas por um grupo de vírus que determinam lesões genitais vesiculares (em forma de pequenas bolhas) agrupadas que, em 4-5 dias, sofrem erosão (ferida) seguida de cicatrização espontânea do tecido afetado. As lesões com freqüência são muito dolorosas e precedidas por eritema (vermelhidão) local. A primeira crise é, em geral, mais intensa e demorada que as subseqüentes. O caráter recorrente da infecção é aleatório (não tem prazo certo) podendo ocorrer após semanas, meses ou até anos da crise anterior. As crises podem ser desencadeadas por fatores tais como stress emocional, exposição ao sol, febre, baixa da imunidade etc.

A pessoa pode estar contaminada pelo vírus e não apresentar ou nunca ter apresentado sintomas e, mesmo assim, transmiti-lo a (ao) parceira (o) numa relação sexual.

Complicações/Consequências

Abôrto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto. Infecções peri e neonatais. Vulvite. Vaginite. Cervicite. Ulcerações genitais. Proctite. Complicações neurológicas etc.

Não está provado que a camisinha diminua a transmissibilidade da doença. Higienização genital antes e após o relacionamento sexual é recomendável.

Gonorréia “Blenorragia”

Doença infecto-contagiosa, através de sexo vaginal, anal ou oral, que se caracteriza pela presença de abundante secreção purulenta (corrimento) pela uretra no homem e vagina e/ou uretra na mulher.

Este quadro frequentemente é precedido por prurido (coceira) na uretra e disúria (ardência miccional). Em alguns casos podem ocorrer sintomas gerais, como a febre. Nas mulheres os sintomas são mais brandos ou podem estar ausentes (maioria dos casos).

O agente etiológico é uma bactéria Neisseria Gonorrhoeae.

Complicações/Consequências

Quando não tratada pode acometer próstata, vesículas seminais, epidídimos, pele, articulações, endocárdio, fígado, meninges.

Pode ocorre abôrto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto. Doença inflamatória pélvica, infertilidade, prostatite, meningite, miocardite e infecção ocular. Assim como a infecção por clamídia, é uma das principais causas infecciosas de infertilidade feminina.

A prevenção é feita pelo uso de camisinha e higiene pós-coito.

HPV (Papiloma Vírus Humano) “Condiloma Acuminado” ou “crista de galo”

Infecção causada por um grupo de vírus (HPV - Human Papilloma Viruses) que determinam lesões papilares (elevações da pele) as quais, ao se fundirem, formam massas vegetantes de tamanhos variáveis, com aspecto de couve-flor (verrugas).

Os locais mais comuns do aparecimento destas lesões são a glande, o prepúcio, bolsa testicular e o meato uretral no homem e a vulva, o períneo, a vagina e o colo do útero na mulher. Em ambos os sexos pode ocorrer no ânus e reto, não necessariamente relacionado com o coito anal.

Com alguma freqüência a lesão é pequena, de difícil visualização à vista desarmada, mas na grande maioria das vezes a infecção é assintomática ou inaparente (sem nenhuma manifestação detectável pelo paciente).

A transmissão se dá por contato sexual íntimo (vaginal, anal e oral). Mesmo que não ocorra penetração vaginal ou anal o vírus pode ser transmitido. O recém-nascido pode ser infectado pela mãe doente, durante o parto.

Pode ocorrer também, embora mais raramente, contaminação por outras vias que não a sexual: em banheiros, saunas, instrumental ginecológico, uso comum de roupas íntimas e toalhas.

Complicações/Consequências

Câncer do colo do útero e vulva e, mais raramente, câncer do pênis e também do ânus.

A prevenção se dá pelo uso de preservativo, quando usada adequadamente, do início ao fim da relação, pode proporcionar alguma proteção, pois normalmente mesmo com o uso pode ocorrer contaminação. Ter parceiro fixo ou reduzir número de parceiros. Exame ginecológico anual para rastreio de doenças pré-invasivas do colo do útero. Abstinência sexual durante o tratamento.

Em 2006 foi aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a utilização da Vacina Quadrivalente produzida pelo Laboratório Merck Sharp & Dohme contra os tipos 6,11,16 e 18 do HPV, para meninas e mulheres de 9 a 26 anos que não tenham a infecção. Esta vacina confere proteção contra os vírus citados acima, os quais são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero (tipos 16 e 18) e 90% dos casos de verrugas (condilomas) genitais (tipos 6 e 11).

Linfogranuloma Venéreo “Bubão”

O agente etiológico é uma bactéria denominada Chlamydia trachomatis. A relação sexual é a via mais freqüente de transmissão. O reto de pessoas cronicamente infectadas é reservatório de infecção.

O Linfogranuloma venéreo caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão genital (lesão primária) que tem curta duração e que se apresenta como uma ulceração (ferida) ou como uma pápula (elevação da pele). Esta lesão é passageira (3 a 5 dias) e freqüentemente não é identificada pelos pacientes, especialmente do sexo feminino. Após a cura desta lesão primária, em geral depois de duas a seis semanas, surge o bubão inguinal que é uma inchação dolorosa dos gânglios de uma das virilhas (70% das vezes é de um lado só). Se este bubão não for tratado adequadamente ele evolui para o rompimento espontâneo e formação de fístulas que drenam secreção purulenta.

Complicações/Consequências

Elefantíase do pênis, escroto, vulva. Proctite (inflamação do reto) crônica. Estreitamento do reto.

A prevenção é feita pelo uso de preservativo e higienização após o coito.

Granuloma Inguinal

“Úlcera Venérea Crônica”

O agente etiológico é a Donovania granulomatis (Calymmatobacterium granulomatis), doença bacteriana de evolução crônica que se caracteriza pelo aparecimento de lesões granulomatosas (grânulos, caroços), ulceradas (feridas), indolores e auto-inoculáveis. Tais lesões localizam-se na região genital, perianal e inguinal, podendo, eventualmente, ocorrer em outras regiões do organismo, inclusive órgãos internos.

Complicações/Consequências

Deformidades genitais, elefantíase genital e tumores.

A prevenção é feita pelo uso de preservativo e higienização após o coito.

Pediculose do Púbis

“Chato”

O agente etiológico é o Phtirus Pubis e a transmissão se dá principalmente pelo contato sexual com pessoa infestada, podendo ocorrer também através do uso comum de vestimentas, toalhas e vasos sanitários.

A doença é uma infestação da região pubiana causadas por um inseto do grupo dos piolhos e cuja única manifestação é o intenso prurido que causa. Por contigüidade pode acometer também os pelos da região do baixo abdome, ânus e coxas. Eventualmente acometem as sobrancelhas e cílios (por auto-inoculação). O prurido (coceira) é determinado pela saliva do inseto (piolhos), liberada ao sugar o sangue do hospedeiro.

A prevenção se dá pela escolha adequada do (a) parceiro (a) e cuidados com a higiene corporal.

Hepatite B Infecção das células hepáticas pelo HBV (Hepatitis B Virus) que se exterioriza por um espectro de síndromes que vão desde a infecção inaparente e subclínica até a rapidamente progressiva e fatal.

Os sintomas, quando presentes, são: falta de apetite, febre, náuseas, vômitos, astenia, diarréia, dores articulares, icterícia (amarelamento da pele e mucosas) entre os mais comuns.

A transmissão ocorre através de relações sexuais, materiais ou instrumentos contaminados, como seringas, agulhas, perfuração de orelha, tatuagens, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos, procedimentos de manicure ou pedicuro. Pode ocorrer por transfusão de sangue e derivados.

A transmissão vertical ocorre da mãe portadora para o recém-nascido, durante o parto (parto normal ou cesariana). O portador crônico pode ser infectante pelo resto da vida.

Complicações/Consequências

Hepatite crônica, Cirrose hepática, Câncer do fígado (Hepatocarcinoma), além de formas agudas severas com coma hepático e óbito.

A prevenção pode ser feita através de vacina, obtida por engenharia genética, com grande eficácia no desenvolvimento de níveis protetores de anticorpos (3 doses). Recomendam-se os mesmo cuidados descritos na prevenção da AIDS, ou seja, sexo seguro e cuidados com a manipulação do sangue.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. "A OMS (Organização Mundial de Saúde) advertiu ontem que a Ásia enfrenta uma epidemia combinada de AIDS e tuberculose que irá ultrapassar todas as disponibilidades de atendimento médico." ("Folha de São Paulo", 11/08/94).

A notícia se refere à AIDS como uma epidemia. Entende-se por epidemia uma doença:

a) congênita, restrita a uma determinada região.

b) infecciosa, que se propaga lentamente na população.

c) hereditária, que se propaga rapidamente atingindo grande número de pessoas.

d) degenerativa, restrita a uma determinada área ao longo dos tempos.

e) contagiosa, que atinge grande número de pessoas num curto período de tempo.

2. O uso de preservativos no ato sexual evita doenças como

a) sífilis, AIDS e cólera.

b) sífilis, AIDS e hepatite B.

c) tuberculose, AIDS e cólera.

d) tuberculose, AIDS e hepatite B.

e) tuberculose, sífilis e hepatite B.

3. Um estudo sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) em adolescentes foi realizado no Rio de Janeiro, para identificar as principais causas dessas enfermidades. A média de idade dos jovens portadores de DSTs foi de 16,8 anos, sendo que a idade média da primeira relação sexual foi de 14,7 anos. O uso infreqüente de preservativo, o atraso escolar e o uso de drogas lícitas e ilícitas foram as principais variáveis associadas, nesse estudo, às DSTs. A tabela a seguir mostra a distribuição das DSTs nos adolescentes avaliados.

Distribuição dos diagnósticos das DSTs em homens e mulheres

TAQUETTE, S.R.; VILHENA, M.M.; PAULA, M.C. "Doenças sexualmente transmissíveis na adolescência: estudo de fatores de risco". v. 37, n.3, p.210-214, 2004 [adapt.]

De acordo com o texto, a tabela e seus conhecimentos sobre DSTs, analise as afirmativas a seguir.

I. A segunda DST em ocorrência para ambos os sexos é transmitida pelo papilomavírus humano, responsável pelo surgimento de lesões verrugosas na região genital e anal, podendo alguns tipos de HPV provocar câncer de colo do útero.

II. Portadores de DST que apresentam lesões na genitália têm mais chance de contrair o HIV - vírus que ataca o sistema imunológico e que pode ser transmitido, durante o ato sexual, por contato com o sêmen e/ou secreção

vaginal contaminados, por contato com sangue infectado e por compartilhamento, entre usuários de drogas injetáveis, de agulhas contaminadas.

III. As DSTs que mais ocorreram nas adolescentes são transmitidas por vírus durante o contato sexual sem preservativo, através do sêmen ou da secreção vaginal contaminados.

IV. A terceira DST em ocorrência para ambos os sexos é transmitida exclusivamente pelo ato sexual sem o uso de preservativo, tendo como agente causal um vírus que provoca desde lesões na genitália até lesões cardiovasculares.

a) II e III.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I e II.

e) I e III.

4. Até o ano 2000, o número de pessoas contaminadas com o vírus da AIDS pode chegar a 44 milhões. Em média, cinco pessoas, no mundo, são infectadas a cada minuto, e calcula-se que, na próxima década, cerca de 20 milhões de pessoas morram por causa da AIDS. Dentre as diversas maneiras pelas quais a AIDS tem sido disseminada, não foi comprovado que o vírus seja transmitido por:

a) relação sexual.

b) uso comum de seringas.

c) aperto de mão e beijo social.

d) transfusão de sangue.

e) gestação envolvendo mãe aidética.

GABARITO

1. E 2. B 3. D 4. C

LEITURA COMPLEMENTAR 1:

USO DOS RECURSOS NATURAIS: A AÇÃO DO HOMEM SOBRE O AMBIENTE

Os seres humanos têm variado as atitudes e reações ao ambiente através do tempo, variando em função de sua tecnologia, cultura, religião e desenvolvimento social e econômico, ainda hoje as relações do ser humano com o ambiente variam em função dessas variáveis ou em nome de um progresso tecnológico e econômico, ou mesmo o abandono de toda tecnologia em uma “volta à natureza” mais humana e menos mercadológica. A tradição cultural desempenha importante papel no processo de decisão que define o comportamento dos grupos sociais humanos em relação ao ambiente, determinando, desta forma, o papel modelador da paisagem do fator humano. Assim sendo, pode-se dizer que as diferentes posturas humanas de relação com o ambiente, são tão diversas quanto forem às tradições culturais observadas no planeta, tendo que considerar, ainda, a diversidade de estratos ou castas sociais, conforme for o caso, o que determina uma diversidade de posturas mesmo dentro de uma cultura homogênea. Quando o homem provoca uma alteração em seu ambiente, visa normalmente um fim imediato e óbvio, no entanto, geralmente as modificações introduzidas são em grande parte involuntárias e, aparentemente, tão reduzidas que se diriam insignificantes. A soma destas pequenas e insignificantes ações, por outro lado, podem ter implicações globais devido ao alto grau de interdependência dos fenômenos planetários, ou seja, o Planeta é um grande sistema, no qual todos os seus componentes interagem. Essa interação permite a auto-regulação, a recuperação ou mesmo a degradação ambiental. • IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE OS SOLOS

Os solos encontram-se em equilíbrio dinâmico com os fatores que determinam as suas características: o clima, os materiais de origem, a topografia, a biota e o tempo. Qualquer mudança em uma dessas variantes afetará o solo; a reação a determinada mudança ambiental, porém, varia de solo para solo em função da sua sensibilidade a cada tipo de tensão, resultante de suas características físicas e químicas de origem. A ação do homem tem de ser acrescentada à lista de fatores que determinam o caráter do solo, visto que ela assume, pelo menos ao nível local, maior significado que todos os demais fatores naturais em conjunto. A textura dificilmente muda, mas a parte química e a biológica variam com muito mais facilidade, o que traz efeitos posteriores para a estrutura e a drenagem.

A parte mais alterada do solo é a superior. Uma vez que os agricultores vivem sob pressão econômica para semear o mais cedo possível, ocorreu a industrialização agrícola com uma conseqüente e crescente mecanização da lavoura que permitiu com que a terra seja lavrada e gradeada em épocas do ano em que o solo encontra-se muito úmido e pesado para trabalhar, o que causa a deterioração da estrutura do solo que muda e impede ao mesmo tempo a drenagem, o desenvolvimento de raízes e portanto a produtividade. Com a remoção da cobertura vegetal original acelera o processo erosivo, alterando processos geomorfológicos. A remoção da cobertura vegetal, independente da ocupação posterior, promove a perda de até 50% de solo por erosão. Com a intensificação destes processos, podemos falar em DESERTIFICAÇÃO. É possível alterar a composição química do solo, conhecendo-se sua composição e corrigindo-a para melhor atender às necessidades da cultura vegetal de interesse. Trata-se do processo denominado fertilização ou adubação do solo. Os fertilizantes artificiais combinam basicamente nitrogênio, fósforo e potássio - NPK. A aplicação continuada e intensiva de fertilizantes altera a química do solo concentrando vastos estoques de NPK, o que vai alterar significativamente o ciclo do nitrogênio e as taxas de decomposição no solo. Tudo isto exige grandes implementos e mecanização para tornar o solo produtivo novamente, o que nem sempre é viável, financeiramente, para pequenos e médios agricultores. Lembre-se que os solos tropicais não são férteis e que a biodiversidade que eles sustentam está associada a altas e rápidas taxas de decomposição de matéria orgânica pelos seres DECOMPOSITORES e pela absorção e incorporação vegetal desses nutrientes. Por isso, que o desmatamento de áreas florestais como Amazônia e Mata Atlântica não sustentam culturas agrícolas por muito mais do que 4 a 5 anos, quando ocorre o esgotamento dos nutrientes do solo de origem microbiana - BACTÉRIAS E FUNGOS, associados a vegetação original. Com a drenagem, estes compostos chegam até os corpos de água. como lagos, lagoas, riachos, córregos e rios. Essa introdução de fertilizantes ou matéria orgânica em águas caracteriza o processo chamado EUTROFIZAÇÃO, que basicamente inicia-se com decomposição bacteriana - no caso de lançamento de matéria orgânica, ou absorção dos nutrientes pelas plantas aquáticas e algas - no caso dos fertilizantes. Em ambos os casos, a principal conseqüência é o aumento exagerado do número desses organismos (bactérias, plantas ou algas ) , que diminuem intensamente a concentração de Oxigênio nas águas, levando peixes à morte. Esse aumento de vegetais aquáticos ou de algas é conhecido por FLORAÇÃO DAS ÁGUAS. Outro processo de alteração química do solo é a correção do pH do solo através da calagem mantendo-o em um ótimo para a cultura desejada. Essa atuação é bastante comum nos solos tropicais, que são ácidos. A região centro-oeste, domínio original dos CERRADOS, apresenta esse problema. As grandes monoculturas de cana-de-açúcar e soja são possíveis graças a correção do solo, de modo geral um processo caro.

A excessiva irrigação, por outro lado, pode provocar a salinização de certos tipos de solos, como os do SEMI-ÁRIDO, tornando-os impróprios para cultivos de interesse econômico assim como para o desenvolvimento de uma vegetação natural. Nesses solos, a drenagem é muito rápida, além do que praticamente nenhuma água é totalmente desprovida de sais, levando a uma concentração salina comprometedora à agricultura tradicional. Isto impõe desafios criativos de natureza tecnológica para a região. Ainda em relação ao tipo de ocupação humana, temos que como conseqüência da atividade agrícola ocorre a aplicação de nutrientes e defensivos agrícolas no solo e a remoção sazonal da cobertura vegetal. Do ponto de vista do solo, o principal dano decorrente da sua utilização é a suscetibilidade à erosão, a qual é causada pela ação das águas e do vento e conseqüente remoção das partículas do solo. Esta remoção além de causar alterações de relevo, riscos às obras civis, remoção da camada superficial e fértil do solo, provoca o assoreamento dos rios. Como conseqüências indiretas ocorrem às inundações e alterações dos cursos d’água. A erosão do solo está principalmente associada a fatores como clima, tipo de solo e declividade do terreno. As práticas recomendadas para se evitar a erosão estão ligadas à manutenção da cobertura vegetal, utilização de árvores como quebra-ventos, a cobertura do solo com serragem e as técnicas de caráter mecânico como aração, plantio e construção em curvas de nível, execução de canaletas para desvio das águas pluviais e execução de muros de arrimo. A DISPOSIÇÃO INDISCRIMINADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS - LIXO E EFLUENTES LIQUIDOS - ESGOTO, no solo é outro uso do solo que tem se mostrado inadequado uma vez que ocorre ao longo do tempo a infiltração dos líquidos gerados na decomposição dos resíduos - chorume, aos quais se soma a fração das águas pluviais que se infiltram no solo e que nessa passagem lixívia esses resíduos carreando substâncias para as camadas mais profundas e para os aqüíferos subterrâneos causando contaminação desses importantes mananciais de águas. Os efeitos desses sistemas de disposição de resíduos no solo tendem a ser de natureza localizada. Ocorre também nos locais de disposição de resíduos orgânicos a aeração de gás, constituído basicamente, de metano e gás carbônico, o qual limita o suprimento de oxigênio para as camadas superficiais do aterro, causando a morte da vegetação. Destacam-se entre as fontes de poluição do solo aquelas de origem natural, aquelas derivadas da atividade humana, a saber:

1. poluição devida aos resíduos sólidos domésticos, hospitalares e industriais;

2. poluição devida à resíduos líquidos sanitários e industriais; 3. poluição devida à urbanização e ocupação do solo; 4. poluição devida a agropecuária; extrativas e à acidentes no transporte

de cargas. 5. Os resíduos gerados pela atividade humana são, dispostos

diretamente sobre o solo, seja na forma de aterros, seja por infiltração, seja pela simples acumulação sobre o solo.

• IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE A COMUNIDADE BIOLÓGICA

A grande mudança na relação entre o homem e os demais seres vivos ocorreu com a transição da sociedade mesolítica, na qual o homem era essencialmente caçador e coletor, caracteristicamente nômade, para a economia neolítica, na qual o homem passou a ser agricultor e domesticador-criador de diversas espécies animais, caracteristicamente fixo a um determinado lugar. O homem tornou-se uma "espécie natural" extremamente importante no processo evolutivo dos seres vivos no planeta, substituindo a seleção natural pela humana, destacando-se como força natural controladora de outros organismos. As alterações nos padrões da vegetação e dos animais obedeceram a uma série de razões, sempre levando em conta os interesses humanos de eliminação de doenças e manutenção de animais e vegetais de seu consumo, através da eliminação de seus predadores e parasitas. Porém a influência do homem sobre a biosfera não foi uniforme. Flora A modificação dos padrões da vegetação para fins agrícolas ou florestais, com a conseqüente mudança no microclima, levou inevitavelmente à modificação das propriedades do solo, em face da estreita relação causal dos três aspectos:

clima - solo - vegetação. As relações idealizadas entre solos, vegetação e clima expressas como tipos clímax de vegetação, revelam na verdade a distribuição das grandes formas vegetacionais que dominavam o planeta, anteriormente à grande devastação humana: Florestas Equatoriais (Mata Amazônica), Tropicais (Mata Atlântica), Temperadas (Taiga), Formações campestres abertas (Pampas, Campos Rupestres, Caatingas, Cerrados, Savanas, Pradarias e Estepes) e Desertos (Kalahari, Saara e Atacama) entre outras (Pantanal, Alagados e Manguezais). A tendência geral tem sido no sentido de degradar o estado da vegetação, reduzindo a diversidade das espécies e a biomassa. O objetivo é destinar essas áreas à AGRICULTURA; URBANIZAÇÃO; INDUSTRIALIZAÇÃO; PROJETOS DE ASSENTAMENTO (COLONIZAÇÃO); PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO (ESTRADAS / HIDROELÉTRICAS / USINAS NUCLEARES / MINERAÇÃO ) ; EXTRATIVISMO VEGETAL; EXPORTAÇÃO DE MADEIRA; PRODUÇÃO DE CARVÃO entre outros, que destroem ou simplificam intensamente os habitats, comprometendo diretamente a sustentabilidade da Fauna, como veremos. Fauna Mais do que com a vegetação, a interferência humana nas populações animais redundou em efeitos mais abrangentes e imprevisíveis, alterando sua densidade e levando várias espécies à extinção, assim como ameaçando tantas outras, atualmente.

A erradicação de certas espécies e a introdução de outras fizeram aumentar a quantidade de animais herbívoros, à custa dos carnívoros caçados, em virtude de, potencialmente, representarem prejuízos à atividade econômica desenvolvida. As reduções e eliminações verificadas por DESTRUIÇÃO DO HABITAT, freqüentemente uma conseqüência indesejada da falta de planejamento e do mau uso da terra, são atualmente as de maior impacto sobre a fauna e as mais difíceis de conter, devido à EXPANSÃO URBANA - INDUSTRIAL. A fauna com pequena população natural e habitat muito restrito é particularmente propensa à EXTINÇÃO, como resultado da atividade humana. Isso pode acelerar um processo natural ou reverter uma tendência natural - colonização. Por exemplo, a extinção acidental de um inseto não é nada em comparação com as explosões populacionais provocadas pelo homem ao retirar algum freio à expansão dentro do ecossistema, pelo menos do ponto de vista da saúde pública. Como a vegetação intacta representa a resposta biológica à totalidade dos fatores ambientais: solo - relevo - clima, também a sua correlação com esses outros subsistemas globais é muito sensível. As conseqüências das modificações na distribuição de animais, normalmente, apresentam alcance igual, embora sejam mais sutis e difíceis de descobrir. No princípio o interesse do homem pelo mundo biológico derivava da necessidade de comer e de competir com os predadores, objetivos atualmente promovidos pelo controle genético de plantas e animais e pelos esforços para controlar os insetos transmissores de doenças ou os próprios microrganismos. No entanto, lado a lado com esta abordagem "racional" e empírica do mundo natural, tem havido inconstância relativamente a outras formas de vida, o que só agora começa a mudar, com o homem aceitando sua integração no mundo da natureza. • IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE A ATMOSFERA O homem alterou pela primeira vez a ação local da atmosfera e, portanto, o clima, há 7 ou 9 mil anos, ao mudar a face da terra com a derrubada de florestas, a semeadura e a irrigação, desde então o controle das forças atmosféricas é quase inteiramente defensivo, procurando-se evitar as piores conseqüências do intemperismo climático. O controle positivo do clima é extremamente limitado em área e intensidade, no entanto é provável que no decurso deste século o homem tenha começado inadvertidamente a acelerar o ritmo de mudança do clima do globo. Supõe-se que a tendência natural para o resfriamento no clima mundial desde a década de 50 já foi detida, esperando-se um aquecimento perceptível lá pelo ano 2000, por volta de 2050 talvez tenhamos o clima mais quente dos últimos 1000 anos.

Se o gelo derreter em proporções consideráveis, isso provocaria outras grandes e talvez irreversíveis distorções na circulação atmosférica e nos padrões do equilíbrio térmico. Tais alterações são consideradas como sendo prováveis conseqüências diretas da modificação da composição atmosférica especialmente do teor de poeira e gás carbônico - decorrentes das altas taxas de urbanização e poluição. Uma vez que a atmosfera é um sistema contínuo e único, pode-se concluir que as mudanças são transmissíveis em toda sua extensão, assim uma alteração em pequena escala pode ter conseqüências globais. O determinante fundamental do clima é a entrada de radiação solar que impulsiona os mecanismos da atmosfera, assim, os elementos do clima : temperatura, pressão, vento e precipitação, podem ser considerados efeitos secundários da diferença de aquecimento da atmosfera e da superfície da Terra. Mudanças na refletividade da superfície da Terra - albedos alteram o aquecimento da atmosfera inferior e elas estão relacionadas a uma alteração no uso da terra. O aumento da concentração de gás carbônico devido à queima de combustíveis fósseis e desmatamento são considerados o responsável pela tendência mundial do aquecimento climático. Por conseguinte, está associado ao AUMENTO DO EFEITO ESTUFA, e não a sua origem, pois Efeito Estufa é uma propriedade que certos corpos tem de ser permeáveis a luminosidade e impermeáveis ao infravermelho (ondas de calor), como por exemplo, o plástico, o vidro e a atmosfera. Essa propriedade atmosférica é fundamental para que o planeta não resfrie muito durante a noite e aqueça demais durante o dia, o que comprometeria a vida, pois faria com que a água do Planeta, congelasse ou vaporizasse, impedindo o seu papel biológico, junto aos seres vivos. Logo, o Efeito Estufa é fundamental. O que pode ser polêmico está associado ao seu aumento e suas possíveis conseqüências. A influência humana sobre o clima é muito difícil de avaliar, pode-se supor e evidenciar as alterações provocadas em escala microclimática, por exemplo, a construção de um reservatório de água e mesoclimática, por exemplo, a presença de uma grande cidade e a constatação de que ela é uma ilha de calor. No entanto alterações macroclimáticas podem estar associadas a processos planetários globais. Não vamos esquecer que o Planeta tem cerca de 4,5 bilhões de anos e já esfriou e esquentou várias vezes, mesmo antes de o homem - Homo sapiens, andar por aqui. A mudança do clima provocará mudanças em cascata nos processos geomorfológicos, do solo e da vegetação, o que, por sua vez, trará novas alterações climáticas.

• IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE A ÁGUA DOCE E OS OCEANOS

O homem intervém nos processos pluviométricos, de drenagem e de reservatórios subterrâneos, o que altera as proporções de estoques de água em seus três estados físicos, o que acarreta alterações climáticas globais. No entanto o homem prefere intervir no sistema hidrológico nos pontos em que a relação custo / benefício seja a melhor, empregando a tecnologia disponível. Os principais pontos de interferência humana no ciclo hidrológico se dão, quanto à modificação dos índices de precipitação e até mesmo por captação das águas pluviais. A umidade do solo é alterada em função de sua ocupação e uso indisponibilizando-a para a vegetação, por exemplo, e fazendo o solo mais suscetível à ação erosiva. O escoamento superficial modificado pela alteração dos sistemas de drenagem promovidos pela ocupação. A água na atmosfera que pode ser liberada em maior quantidade devido aos desmatamentos, levando a uma alteração da evapotranspiração. A alteração do fluxo fluvial que altera profundamente a distribuição dos recursos hídricos para a fauna e flora, assim como para o homem. A extensão e a intensidade das alterações demonstram a relativa facilidade com que o homem pode manipular a água doce e a necessidade de assim proceder para sua sobrevivência. Os fatores econômicos e sociais constituem as limitações mais freqüentes da alteração da água. A indústria extrativa exerce efeitos sobre a qualidade da água, se estiver localizada perto da corrente. A mineração a céu aberto poderá provocar contaminação sedimetológica e química. A extração subterrânea de carvão muitas vezes faz com que a drenagem ácida das minas chegue aos rios. Os oceanos são fundamentais no processo de controle dos fluxos globais de energia e, conseqüentemente, no ambiente geral do planeta, principalmente devido ao "alto calor específico" da água que retém calor, representam, pois papel fundamental, desta forma nos processo climáticos globais, como pode ser exemplificado pelos fenômenos el niño e la niña, que resultam provavelmente do aquecimento diferenciado de massa de águas oceânicas. Por outro lado o papel do fitoplâncton oceânico é fundamental no controle atmosférico do carbono fixando-o a partir da atmosfera e produzindo 75% do oxigênio atmosférico, além de poder estar diretamente ligado à formação de nuvens pela liberação de gases que funcionariam como núcleos higroscópicos ou de condensação, representando, portanto, importante componente na determinação do clima global, quanto aos níveis de precipitação.

Os oceanos são cada vez mais impactados devido a sua utilização como via de transporte ou fonte de matérias-primas, além de SER CONSIDERADO UM EXCELENTE DEPÓSITO DE EFLUENTES E RESÍDUOS SÓLIDOS DEVIDO A SUA GRANDE CAPACIDADE DE AUTODEPURAÇÃO, QUE É LIMITADA COMO DE QUALQUER AMBIENTE. Como impacto direto da extra-atividade realizada pelas indústrias geradoras de matérias-primas podemos citar: perfurações petrolíferas; extração de enxofre; de areia; de pedregulho; de magnetita; de diamantes; de ouro; de cromita; de fosfato; de tungstênio e de nódulos de manganês. Já, quanto a indústria pesqueira, atividade econômica bastante importante para muitas culturas e países. Observamos ainda, de modo geral, que normalmente não se respeitam diversos pontos das legislações nacionais e internacionais: espécies permitidas, períodos de reprodução, quantidades máximas permitidas, SOBREPESCA e atuação em águas costeiras. Atividade não evidente no Brasil, apesar da imensa costa - cerca de 8.500 km - observa-se pouca produtividade em tonelagens para os principais grupos de peixes no mercado e muitas perdas, enfim a pesca é tradicionalmente artesanal e ligada as culturas caiçaras - em extinção. Outros pontos importantes são o baixo nível tecnológico dos equipamentos e barcos, além do que nossas águas quentes são reduto de alta biodiversidade, mas baixa densidade populacional, ou seja, cardumes reduzidos. • IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE ASFORMAS DE RELEVO

As escalas de tempo e de espaço em que operam os mecanismos de formação tornam muito remota a probabilidade de uma intervenção significativa do homem. O relevo constitui produto da estrutura geológica, do tempo e dos processos geomorfológicos - e só este último fator é que pode ser objeto de mudança significativa. Tais processos são em larga medida determinados pelo clima: intemperismo e transportes ou controlados pela gravidade. A ação do intemperismo pode ser acentuada por mudanças no clima local (cidades - chuva ácida). Os movimentos de massa são acelerados quando se desestabilizam taludes em obras de construção, como os cortes de morros, feitos ao se abrir estradas. O homem é um agente geomorfológico importante apenas em escala local ou em grau limitado, não possui nível de intervenção capaz de alterar processos geológicos globais, como, por exemplo, a tectônica de placas continentais. Em última análise, o homem exerceria o maior impacto sobre os processos geomorfológicos, e, portanto, sobre a morfologia, se conseguisse, deliberadamente ou não, alterar o clima do mundo.

• IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA SOBRE AS CIDADES A população da Terra vem apresentando um crescimento intenso e, desde a Revolução Industrial na Inglaterra, França e Alemanha, nos séculos XVIII e XIX, passou a se concentrar em cidades ou ambientes urbano-industriais. Os processos de urbanização-industrialização são hoje universais e geram preocupações em todos os setores da sociedade moderna, sobretudo ambientais. O processo de urbanização-industrialização consome grandes quantidades de áreas, tamponando-as, o que gera intensiva simplificação dos ambientes naturais com perda de biodiversidade, de solos férteis e permeáveis e alterações microclimáticas. As áreas urbanas - industriais representam a mais profunda modificação humana da superfície da terra, da atmosfera e do ecossistema terrestre. Os efeitos são altamente intensivos e localizados, os fluxos de energia e de matéria estão concentrados, sendo a maior parte da energia e matéria importada: A cidade é um ecossistema heterótrofo. Com o emprego da energia e matéria há uma produção intensa de calor e resíduos. Todos os aspectos do ambiente são alterados pela urbanização e a industrialização, inclusive o relevo, o uso da terra, a vegetação, a fauna, a hidrologia e o clima. A intensidade da mudança está ligada à densidade da área edificada e à extensão da industrialização, principalmente da indústria extrativa ou pesada, e não se restringe a área urbana, atingindo periferias e zonas rurais. No ambiente urbano as mudanças climáticas são mensuráveis e nítidas. Sobre as cidades paira uma “abóbada ou domo climático” típico, dentro da qual as propriedades de conteúdo, temperatura, umidade e ventos atmosféricos distinguem-se claramente do clima regional dominante, caracterizando-as como ILHAS de CALOR. Em grandes cidades, com um milhão de habitantes ou mais, o clima alterado paira de 50 a 300 metros acima do solo e se estende dezenas de quilômetros a barlavento - direção que o vento segue depois que passa pela cidade. Acredita-se que as alterações atmosféricas são responsáveis por mudanças na forma da radiação solar que alcança o solo e talvez pelo aumento dos índices pluviométricos das regiões urbanas. A enorme frota de veículos produz a POLUIÇÃO FOTOQUÍMICA, derivado da emissão de óxidos de nitrogênio, inversões térmicas e baixas velocidades de vento contribuem para o aumento deste tipo de poluição concentrando-a. A CHUVA ÁCIDA, de origem antrópica, é um dos resultados secundários da poluição fotoquímica, assim além dos óxidos de nitrogênio, o anidrido sulfuroso e o gás carbônico acidificam as chuvas, e como resultado, ou impacto a chuva ácida acelera o intemperismo químico (decomposição), principalmente de edifícios, além de agravos à saúde. Tanto a urbanização como a indústria extrativa acarretam alteração do relevo, mas a indústria, em particular, é responsável pela criação da terra largada ao "deus dará”, como resultado da exploração de pedreiras, da mineração a céu aberto, dos movimentos de terra, do abandono de edifícios ou, indiretamente, por subsidência da terra. Nas zonas de concentração da indústria pesada, o impacto ecológico costuma se estender até muito longe da fonte, como por exemplo, a CHUVA ÁCIDA, mais ainda, se considerarmos que as grandes rodovias constituem extensões lineares do complexo urbano - industrial. As emissões dos escapamentos e os despejos nas beiradas acumulam materiais tóxicos no solo, em níveis que vão de 5 a 50 vezes o normal, principalmente cádmio, zinco e níquel.

A primeira característica das áreas urbanas - alta intensidade de mudança - também é evidente a respeito dos ecossistemas. A cidade constitui um complexo ecossistema humano, mas, longe de ser um deserto para outras formas de vida, ele cria, deliberadamente, ou não, uma variedade de ambientes que são colonizados por criaturas vivas. Alguns deles são variantes de condições naturais (parques e jardins), outros não. As populações de espécies que possuem as adaptações necessárias proliferam em detrimento daquelas que não as possuem. Outra distorção dos ecossistemas naturais é a vantagem conferida aos seres vivos que logram sobreviver sob um esforço ambiental bem severo, ou seja aqueles que apresentam NICHO ECOLÓGICO bastante amplo. Por exemplo, os rios, nas áreas urbano-industriais, geralmente possuem baixo teor de oxigênio em solução, estando fortemente poluídos com sedimentos e materiais em suspensão, muitas vezes são eutróficos, somente um reduzido espectro de vida consegue tolerar esse ambiente: várias poluções de bactérias anaeróbicas. A seleção natural pode ser acelerada no ambiente urbano-industrial em relação à alteração ambiental produzida pelo homem.

DESEQUILÍBRIOS E PROBLEMAS AMBIENTAIS Danos Causados pela Poluição do Ar Os danos ou efeitos da poluição do ar podem ser considerados levando-se em conta alguns aspectos principais, tais como: saúde, materiais, propriedades da atmosfera, vegetação e economia. À saúde: Comparando com outras necessidades da vida, o ar tem um consumo contínuo obrigatório, sendo essencial para os sentidos da visão, olfato e audição. Um homem adulto requer diariamente cerca de 15 kg de ar, 1,5 kg de alimento sólido e 2 litros de água. Esta quantidade diária de ar inspirado entra em contato com, em média, 70 metros de superfície alveolar, nos pulmões. Estima-se que uma pessoa possa viver 5 semanas sem alimento, 5 dias sem água, mas não mais do que 5 minutos sem ar. Os efeitos da poluição do ar sobre a saúde podem provocar: doença aguda ou morte; doença crônica, encurtamento da vida, ou dano ao crescimento; alteração de importantes funções fisiológicas, tais como ventilação do pulmão, transporte de oxigênio pela hemoglobina, adaptação ao escuro, ou outras funções do sistema nervoso; sintomas adversos, tal como irritação sensorial, que na ausência de uma causa óbvia, como a poluição do ar, pode levar uma pessoa a procurar um médico; desconforto, odor, prejuízo da visibilidade ou outros efeitos da poluição do ar suficientes para levar indivíduos a trocar de residência ou local de emprego. Às propriedades da atmosfera: A visibilidade urbana pode ser afetada principalmente pelos seguintes fatores meteorológicos: • altura de inversão térmica e velocidade dos ventos: quanto maior a altura de

inversão e a velocidade dos ventos, melhor a visibilidade. No entanto, velocidades de ventos excessivamente altas diminuem a visibilidade em virtude de levantamento de pó;

• elevadas condições de umidade: propiciam aumento no tamanho de partículas higroscópicas o que resulta numa redução da visibilidade.

A redução de visibilidade ocorre devido à presença de partículas sólidas e líquidas suspensas na atmosfera, que absorvem e dispersam a luz. Esta redução de visibilidade está relacionada com o tamanho, concentração e características físicas das partículas poluentes presentes. Por outro lado, a quantidade de radiação recebida por uma cidade com poluição é menor do que para uma área sem poluição, sendo os comprimentos de onda mais curtos mais afetados que os mais longos. Outro fato é o de que uma cidade poluída perde, pelo menos, cerca de duas vezes sua iluminação devido a perda da luz solar. À vegetação: As plantas podem ser afetadas pelos poluentes atmosféricos através dos seguintes mecanismos: • redução da penetração da luz (redução da capacidade de fotossíntese) por

sedimentação de partículas nas folhas ou por interferência de partículas em suspensão na atmosfera;

• deposição de poluentes no solo, por sedimentação ou por carreamento pelas chuvas, permitindo a penetração dos poluentes pelas raízes e alterando as condições do solo;

• penetração dos poluentes pelos estômatos das plantas. Esta é a forma mais bem estudada e sobre a qual se tem o maior número de informações. Os estômatos são pequenos poros na superfície das plantas, geralmente nas folhas e nestas em geral na face inferior. A troca de gases - oxigênio e gás carbônico, promovida pelas plantas dá-se em sua quase totalidade através dos estômatos, que podem ter abertura e fechamento determinado para cada planta em função da hora do dia, umidade relativa do ar, condições de iluminação, temperatura etc. Poluentes gasosos podem penetrar pelos estômatos, juntamente com o ar, e podem ser absorvidos pela planta desta forma. Certas partículas podem depositar-se nas superfícies das plantas, e se for solúvel em água penetrar pelos estômatos com a chuva de orvalho por exemplo.

Sabe-se também que a exposição ao "Smog" fotoquímico, causa danos às plantas. As lesões são características e ocorrem geralmente em legumes, cujas folhas adquirem inicialmente cor prateada ou bronzeada devido ao colapso das células sub-epiteliais, e a lesão se estende pela folha, formando áreas esbranquiçadas na superfície superior. Os principais componentes do "Smog" fotoquímico que causam danos às plantas são o ozônio, peroxiacetil nitrato (PAN) e os óxidos de nitrogênio. O cloro, o gás sulfídrico, o ácido clorídrico e sulfúrico, a amônia e muitos outros produtos químicos podem causar danos à vegetação.

AS INVERSÕES TÉRMICAS As chamadas inversões térmicas, que são importantes em termos de poluição do ar, são as de radiação e as de subsidência. A por radiação acontece freqüentemente quando o solo se esfria por radiação durante a noite. A presença dessas inversões noturnas por radiação impede a dispersão das emissões de poluentes na cidade à noite.

A de subsidência é aquela que ocorre quando da existência do processo de afundamento e compressão da massa de ar. Quanto maior for a convergência de massa em altitude, maior o movimento descendente (afundamento) havendo conseqüentemente maior grau de compressão da atmosfera e como conseqüência maior aumento de temperatura. Os movimentos físicos a que a atmosfera está submetida não são uniformes. Algumas vezes, uma camada da atmosfera fica mais comprimida entre as outras. Essa compressão diferenciada aumenta a temperatura em uma determinada camada em relação às outras. Isto se chama inversão de subsidência. Dessa forma, quando a temperatura começa a aumentar, ao invés de diminuir com a altitude, ocorre a chamada inversão térmica. Geralmente, a camada de inversão detém a subida natural dos poluentes, que quase sempre saem das fontes com uma temperatura maior que a ambiente, subindo por diferença de densidade, até haver uma igualdade de temperatura. Existindo a camada de inversão à baixa altitude, a concentração de poluentes de poluentes junto ao solo aumenta muito, já que nesse período de inversão não há ventos, geralmente tem baixa velocidade ou ocorre uma calmaria total. Na cidade de São Paulo, as inversões formam-se geralmente de madrugada, ocorrendo a sua destruição nas primeiras horas de insolação. Indicadores de Qualidade: A variedade de substâncias que podem estar presentes na atmosfera é muito grande, o que torna difícil a tarefa de estabelecer uma classificação. Entretanto, podemos iniciar este processo dividindo os poluentes em duas categorias: • Poluentes primários (aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão); • Poluentes secundários (aqueles formados na atmosfera através da reação

química entre poluentes primários e constituintes naturais da atmosfera. MATERIAL PARTICULADO: entre 10 (inalável) e 100 micras (inspiração / irritação) FUMAÇA: teor de fuligem da atmosfera. DIÓXIDO DE ENXOFRE: é altamente solúvel nas passagens úmidas do aparelho respiratório superior, conduzindo a um aumento da resistência à passagem do ar e ao aumento da produção de muco. Exposições prolongadas a baixas concentrações de dióxido de enxofre têm sido associadas com o aumento de morbidade cardiovascular em pessoas idosas. MONÓXIDO DE CARBONO: associado à capacidade de transporte de oxigênio na combinação com a hemoglobina do sangue, uma vez que a afinidade da hemoglobina pelo monóxido de carbono é cerca de 210 vezes maior que pelo oxigênio. Quando uma molécula de hemoglobina recebe uma molécula de monóxido de carbono forma-se a carboxiemoglobina, que diminui a capacidade do sangue transportar oxigênio. Os níveis de monóxido de carbono em locais com altos índices de acidentes de tráfego têm sido apontados como possível causa adicional dos acidentes.

OXIDANTES FOTOQUIMICOS: é a denominação que se dá à mistura de poluentes secundários formados pela reação dos hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio na presença de luz solar. O principal ingrediente desta mistura é o gás ozônio e por isso mesmo ele tem sido utilizado como parâmetro indicador da presença dos oxidantes fotoquímicos - PAN, o formaldeído e a acroleina, que tem em sua composição também quantidades pequenas de compostos oxigenados derivados dos hidrocarbonetos ( metano, vapor de combustíveis etc.) Os efeitos mais relatados: a irritação dos olhos, a redução da capacidade pulmonar, o agravamento de doenças respiratórias - como a asma, envelhecimento precoce, provoca danos na estrutura pulmonar e diminui a capacidade de resistir às infecções respiratórias. ÓXIDOS DE NITROGÊNIO: somente o nitrito é motivo de preocupação, devido a sua baixa solubilidade, é capaz de penetrar profundamente no sistema respiratório, podendo dar origem às nitrosaminas, algumas das quais podem ser carcinogênicas. O dióxido de nitrogênio é também um poderoso irritante, podendo conduzir a sintomas que lembram aqueles do enfisema. Outros Tipos de Poluição: Sonora O som é parte tão comum da vida diária que, raramente nós apreciamos todos os seus usos. Como exemplo, nos permite a comunicação através da fala, nos alerta ou previne em muitas circunstâncias e até nos possibilita fazer avaliações de qualidade e diagnósticos. Contudo, com muita freqüência na sociedade moderna, o som nos incomoda. Dessa forma o som desagradável ou indesejável é chamado de ruído. O homem moderno vem sendo submetido, cada vez mais, a condições sonoras agressivas no ambiente em que vive, ficando prejudicado até mesmo nas horas chamadas de lazer. O som, vencendo qualquer tentativa de privacidade, transformou-se num invasor comunitário em todas as camadas sociais. Os sons que afetam a audição, também têm outros efeitos no corpo dos indivíduos, com relação à saúde e bem estar do homem podem ser considerados como: • redução da capacidade auditiva; • de resposta vegetativa quer seja ela involuntária ou inconsciente (palpitação

cardíaca, vasoconstrição periférica e etc.); • cardiovascular (hipertensão arterial); • incomodo no ambiente comunitário; no sono (alterações fisiológicas,

alterações vegetativas, mudança na disposição, mudança na performance, aumento no risco de acidentes e etc.).

• a irritação geral; a perturbação na comunicação e prejuízo na concentração; a associação de medo e ansiedade; estresse, a mudança na conduta social.

LEITURA COMPLEMENTAR 2:

PROBLEMAS GRAVES ASSOCIADOS A POLUIÇÃO DO AR / ÁGUA / SOLO

A chuva ácida: Normalmente, a água de chuva possui pH que varia de 4,5 a 5,6 sendo ligeiramente ácida, devido à formação do ácido carbônico. Em várias regiões do planeta observa-se chuvas com pH´s inferiores. Fala-se, nestes casos, em chuva ácida. Este fenômeno ocorre, principalmente, pela reação de óxidos de nitrogênio e de enxofre, liberados pelas indústrias e pela queima de combustíveis fósseis, com a água da chuva. Esta reação origina ácido sulfúrico e ácido nítrico, que acidificam a água. O efeito estufa: Alguns gases na atmosfera, como o CO2 e o metano, são permeáveis à luz mas impermeáveis ao calor. De modo geral moléculas com ligações covalentes absorvem o infravermelho (radiação do calor ou térmica). Desta forma, grande parte do calor do Sol permanece sob a atmosfera. Este fenômeno é conhecido como efeito estufa e é fundamental para a manutenção da vida no planeta. O aumento do efeito estufa, por ocasião do aumento das concentrações desses gases na atmosfera pode gerar problemas como o aquecimento da Terra em alguns graus que pode ocasionar, por exemplo: derretimento superficial das calotas polares além de outras alterações climáticas sérias. A Depleção da camada de ozônio: Entre 15 e 30 km na atmosfera existe uma camada na qual o gás Ozônio é encontrado em partes por milhão em relação ao oxigênio. Porém, mesmo em baixas concentrações é capaz de absorver grandes quantidades de ultravioleta e, portanto funcionar como um filtro a esses comprimentos de onda. Existem gases inertes, usadas em processos industriais, conhecidos como FREONS, dos quais o CFC (CLOROFLUORCARBONO) é um dos mais usados e que demora muito para subir até as camadas mais altas da atmosfera, porém quando as alcança catalisa a degradação do ozônio em oxigênio, tornando essa camada menos densa, o que pode ser perigoso, pois permite uma maior passagem de UVA e UVB, altamente cancerígenos para a baixa atmosfera O CFC é empregado na fabricação de aerossóis, refrigeradores, lâmpadas e como propeliente em geral na indústria. A poluição química: Algumas substâncias como DDT e outros organoclorados não são biodegradáveis, ou o são muito lentamente. Logo, estes compostos apresentam efeito cumulativo nas cadeias, concentrando-se nos predadores de topo. Isso ocorre, pois ao longo da cadeia de predadores os seres vivos tornam-se maiores e menos numerosos. Portanto quantidades maiores por grama de tecido serão encontrados nos organismos quanto mais distantes estiverem do início da cadeia.

A GESTÃO DE RESÍDUOS NAS CIDADES (LIXO) Fatores importantes interferem na produção de lixo: densidade populacional, poder aquisitivo e, principalmente, hábitos de consumo. Esse quadro se agrava com a constatação de uma evidente tendência de crescimento da geração de lixo, não apenas em termos absolutos (tonelada / dia) mas também em termos relativos (Quilograma / habitante / dia). Além do crescimento populacional, a "evolução" dos padrões de produção e consumo também tem contribuído significativmente. Quando o lixo não é coletado, tratado e disposto de forma adequada pode causar a contaminação do solo e da água, gerar odores, ou ainda atrair e propiciar a proliferação de patógenos e vetores.Dessa forma, a questão do lixo envolve aspectos sanitários, ambientais e de Saúde Pública. Essa situação tem sido agravada com a presença constante de catadores em lixões, e que com muita freqüência têm sido desconsiderados ou relegados a um segundo plano pelos administradores públicos e privados. Com relação ao aspecto ambiental, a destinação inadequada de resíduos em lixões traz como conseqüência a degradação do meio ambiente, com a contaminação de recursos naturais, como o ar, o solo e as águas superficiais e subterrâneas. O tratamento e a destinação final dos resíduos ainda se resumem na adoção de soluções imediatistas, quase sempre fundamentadas no simples descarte, predominando os depósitos a céu aberto que contribuem para a deterioração ambienta. No Estado de São Paulo, a grande quantidade de resíduos gerados reciamanl por soluções técnicas e institucionais adequadas, calcadas nas realidades regionais e cuja implementação não pode mais ser protelada. As formas de disposição final para estes resíduos devem ser aquelas que por si só ou associado a um determinado tratamento prévio impeçam a disseminação de agentes patogênicos ou de qualquer outra forma de contaminação. A composição dos resíduos sólidos domiciliares e comerciais é influenciada por uma série de fatores que envolvem condições sociais do gerador, condições climáticas do local de geração, hábitos e costumes, entre outros. Desta forma, pode variar substancialmente no tempo, de país para país ou mesmo de região para região. Aterro Sanitário : Essa é uma obra de engenharia que tem como objetivo acomodar no solo resíduos, no menor espaço possível, sem causar danos ao meio ambiente ou à saúde pública. Essa técnica consiste basicamente na compactação dos resíduos no solo, na forma de camadas que são periodicamente cobertas com terra ou outro material inerte. Apesar de ser o método sanitário mais simples de destinação final de resíduos sôlidos, o aterro sanitário exige cuidados especiais e técnicas específicas a serem seguidas, desde a seleção e preparo da área até sua operação e monitoramento. Incineração : É o processo de combustão controlada que pode ser resumidamente descrito como a queima de materiais em alta temperatura (acima de 900º C), com uma mistura balanceada de componentes e quantidades apropriadas de ar por um tempo predeterminado.

É a forma mais segura, do ponto de vista sanitário, para se eliminar resíduos sólidos de serviços de saúde, de portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários, aeronaves e navios internacionais, de alimentos deteriorados e de outros restos nocivos; destrói mercadorias apreendidas por irregularidade fiscal ou por não atender às especificações técnicas, produtos tóxicos ou impróprios ao consumo; dispensa a utilização de grandes áreas, necessárias à implantação dos outros processos; reduz o resíduo sólido a, aproximadamente, 20% em peso e a 5% em volume, do original; torna biologicamente inofensivo o resultado sólido do processo, escória e cinza, o qual poderá ser aproveitado como material inerte para cobertura em aterros sanitários. Compostagem : é um processo biológico de decomposição da matéria orgânica presente em restos de origem animal ou vegetal. Deste processo, origina-se um produto - o composto - que pode ser aplicado ao solo para melhorar suas características, sem causar riscos ao meio ambiente. Para a aplicação da compostagem é necessária a instalação de uma usina de triagem e compostagem. A instalação deste tipo de usina acarreta numa redução de 70%, em média, da tonelagem de lixo destinada ao aterro, com a consequente redução dos custos de aterramento por quantidade coletada e aumento da vida útil da área destinada à sua disposição. Reutilização e Recicíagem :O objetivo básico é evitar a passagem descontrolada de materiais e objetos usados - os resíduos - para o meio ambiente. A reutilização difere da reciclagem como conceito, pois trata do aproveitamento do resíduo gerado sem que o mesmo sofra qualquer tipo de alteração ou processo, excetuando-se a limpeza, ex. : garrafas retornáveis de refrigerantes e cervejas. Já a reciclagem refere-se ao aproveitamento dos resíduos para, após uma série de processamentos, retornar ao processo produtivo, como matéria-prima, dai gerando produtos novos. Exemplo é o das garrafas não-retornáveis de cervejas e outras bebidas, que podem ser separadas do lixo e encaminhadas à indústria de fabricação de vidro, onde são utilizadas como matéria-prima no processo, gerando novos produtos de vidro. A triagem é, no entanto, apenas uma das etapas do processo de reciclagem, sendo que o resíduo triado deve ainda passar pelas etapas de beneficiamento (seleção, lavagem, classificação, moagem, etc) e reuso, a fim de completar o ciclo de aproveitamento. Vantagens da reciclagem 1. diminuição do volume de lixo a ser disposto no ambiente, requerendo para

isso áreas menores de disposição; 2. redução do consumo de energia, economizando recursos naturais, quase

sempre não renováveis; 3. redução dos custos de matérias-primas industriais; 4. incentivo às atividades envolvidas com a reciclagem, incluindo a implantação

de micro-empresas recicladoras, com consequente aumento do nível da mão-de-obra economicamente ativa;

5. economia de certas matérias-primas provenientes de recursos naturais não-renováveis;

6. promoção do desenvolvimento de uma consciência ambiental nas populações.