custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. tanto as...

48
MERCADOS Crédito Agrícola com soluções de poupança a partir de 10 euros por mês Pág. 43 EMPRESAS ANJE promove negócios lusófonos em Moçambique Pág. 16 TECNOLOGIAS Infor quer ser alternativa à SAP e Oracle Págs. 28 e 29 AUTOMÓVEL Marcas favoráveis à utilização de combustíveis “low-cost” Págs. 46 e 47 ANTÓNIO GODINHO, ADMINISTRADOR DA NBB, DEFENDE “É importante que o país tenha um verdadeiro banco de fomento” Pág. 35 PREVENIR SINISTROS EM TEMPO DE CRISE PODE SER A CHAVE PARA A VIABILIZAÇÃO DO NEGÓCIO SUPLEMENTO SEGUROS Nº 1466 / 2 de novembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa NEWSLETTERS TEMÁTICAS SUBSCRIÇÃO GRATUITA Aceda a www.vidaeconomica.pt e entre em Subscrever Newsletter SECRETÁRIO DE ESTADO DO EMPREGO REVELA “Impulso Jovem” reforçado em 143 milhões do POPH Pág. 6 9 720972 000037 01466 PUB www.sage.pt | facebook.com/sageportugal Conheça o Software de Gestão onde só Paga o que Usa. Solução Windows 8 Ready PUB PUB Como rentabilizar a poupança Os cidadãos terão de pensar, cada vez mais seriamente, em programas de poupança individuais que compensem a já quase certa redução violenta das prestações de reforma. Mas, para ser bem sucedida, a poupança implica um plano de longo prazo. Para isso é preciso compreender os princípios do investimento e saber quais as questões a colocar a um potencial gestor ou conselheiro financeiro. A “Vida Económica” , com a colaboração da Casa de Investimentos, faz o respetivo enquadramento, nesta edição. Págs. 40 e 41 ALTERAÇÃO TEM POUCO EFEITO NOS CONTRATOS EM VIGOR Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratos Págs. 4 e 5

Upload: others

Post on 09-Nov-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

MERCADOS

Crédito Agrícola com soluções de poupança a partir de 10 euros por mês

Pág. 43

EMPRESAS

ANJE promove negócios lusófonos em Moçambique

Pág. 16

TECNOLOGIAS

Infor quer ser alternativa à SAP e Oracle

Págs. 28 e 29

AUTOMÓVEL

Marcas favoráveis à utilização de combustíveis “low-cost”

Págs. 46 e 47

ANTÓNIO GODINHO, ADMINISTRADOR DA NBB, DEFENDE

“É importante que o país tenha um verdadeiro banco de fomento”

Pág. 35

PREVENIR SINISTROS

EM TEMPO DE CRISE

PODE SER A CHAVE

PARA A VIABILIZAÇÃO

DO NEGÓCIO

SUPLEMENTO SEGUROS

Nº 1466 / 2 de novembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

NEWSLETTERS

TEMÁTICAS

SUBSCRIÇÃO GRATUITA

Aceda a www.vidaeconomica.pt

e entre em Subscrever Newsletter

SECRETÁRIO DE ESTADO DO EMPREGO REVELA

“Impulso Jovem” reforçado em 143 milhões do POPH

Pág. 6

9 720972 000037

0 1 4 6 6

PUB

www.sage.pt | facebook.com/sageportugal

Conheça o Software de Gestão onde só Paga o que Usa.

SoluçãoWindows 8

Ready

PUB

PUB

Como rentabilizar a poupançaOs cidadãos terão de pensar, cada vez mais seriamente, em programas de poupança individuais que compensem a já quase certa redução violenta das prestações de reforma. Mas, para ser bem sucedida, a poupança implica um plano de longo prazo. Para isso é preciso

compreender os princípios do investimento e saber quais as questões a colocar a um potencial gestor ou conselheiro financeiro. A “Vida Económica”, com a colaboração da Casa de Investimentos, faz o respetivo enquadramento, nesta edição.

Págs. 40 e 41

ALTERAÇÃO TEM POUCO EFEITO NOS CONTRATOS EM VIGOR

Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratos

Págs. 4 e 5

Page 2: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

2 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

ABERTURA

Top da semana

MARIO DRAGHI

Mario Draghi, presidente do Banco Central

Europeu (BCE), está a cumprir o mandato com competência. Não esconde as dificuldades que se colocam à economia da Zona Euro e dá conselhos. Veio a público, acertadamente, avisar que muitos países já perderam a sua soberania há muito. Ainda que os seus políticos não estejam cientes dessa realidade. Mas é um facto que estão dependentes das intenções dos mercados financeiros. E essa é uma realidade incontestável. Além disso, chama a atenção, de forma insistente, para a necessidade de os países assumirem as suas responsabilidades em matéria de cumprimento das regras em termos económicos.

PASSOS COELHO

O primeiro-ministro tornou a entrar numa

polémica desnecessária. Parece mais interessado em entrar em “tricas” políticas do que resolver os graves problemas com que se debate o país. A “refundação” do acordo com a “troika” passou a ser um novo conceito, absolutamente sem explicação para a maioria dos cidadãos. O que se pode é ter mais austeridade pela frente. Querer mudar o acordo já feito com o PS sobre esta matéria é um erro político colossal. De igual modo, Coelho continua por fazer a tão ansiada remodelação governamental. Certo é que alguns ministros estão a mais e as eventuais estratégias mais não são do que mais do mesmo.

ÁLVARO SANTOS PEREIRA

O ministro da Economia não foi apanhado na

mini-remodelação governamental. É um político que está claramente a prazo. Entretanto, continua a desenvolver um trabalho praticamente inconsequente. É um ministério que parece não existir. E a situação no mercado de trabalho continua a agravar-se, até porque não há qualquer estratégia de caráter económico. O dinheiro até existe, o que não está é a ser usado. Quando o é, nem sempre vai para a economia real. Desde a entrada da “troika”, Portugal perdeu cerca de 430 mil postos de trabalho.

EXPANSIÓN

Bertelsmann e Pearson criam novo gigante empresarial

Os grupos Bertelsmann e Pearson chegaram a acordo para a fusão das editoras histórias Ramdom House e Penguin. A nova empresa terá a denominação de Penguin Ramdom House, sendo que o gigante alemão Bertelsmann terá 53% do respetivo capital.Com o auge dos livros eletrónicos a chegar, verifica-se uma natural aceleração nesta operação de fusão, o que permite à nova editora reforçar a sua posição na negociação de acordos com os fornecedores deste tipo de indústria, como é o caso da Amazon. A Bertelsmann e Pearson esperam encerrar o negócio em meados do próximo ano, uma vez obtidas as necessárias autorizações por parte das autoridades de concorrência.

THE WALL STREET

JOURNAL

Espanha e Itália estão melhor na dívida pública

A Espanha e a Itália estão melhor posicionados nos mercados da dívida pública. Mas o ano 2013 representará mais situações complicadas

para ambos os países, especialmente no que toca à Espanha.O caso espanhol é, de facto, mais difícil do que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca de 110 mil milhões de euros. Para evitar a emissão de grandes volumes de nova dívida, é provável que a Espanha tente aumentar a venda de Obrigações do Tesouro. Entre outros problemas, o país terá ainda que financiar a dívida das regiões autonómicas, em valores bastante elevados.

LES ECHOS

BCE a favor de intervenção nos orçamentos nacionais

O Banco Central Europeu é favorável à ideia alemã de uma maior intervenção europeia nos projetos orçamentais dos países comunitários. Considera o BCE que para restabelecer a confiança na Zona Euro os países terão de transferir uma parte da sua soberania.As regras europeias, no que toca à governação económica, também têm de ser totalmente respeitadas, o que nem sempre foi uma realidade no passado, adianta aquele banco central. Acontece que nestes países, muitas vezes, os políticos ainda não se aperceberam que há muito a soberania nacional foi perdida.

ImprensaEM REVISTA

Powercoaching ......... Pág. 7

Felicidade melhora o desempenho nas organizações

Internacional ............ Pág. 9

Atividade económica da Zona Euro atinge mínimos em outubro

Atualidade ............. Pág. 10

Governo simplifica emissão de alvará de nova farmácia

Gaes ....................... Pág. 13

Mercado dos aparelhos auditivos tem ainda margem para crescer

Negócios e Empresas Pág. 14

General Dynamics European procura arbitragem sobre as Pandur

Empresas Familiares Pág. 23

Grupo Casais constroi escolas em Maputo

Associativismo ....... Pág. 30

APICER lança portal cria portal sobre setor da cerâmica

Em foco .................. Pág. 35

Top Beleza mede eficácia dos produtos de cosmética

Mercados ................ Pág. 43

Crédito Agrícola com soluções de poupança a partir de 10 euros por mês

Nesta edição

06Atualidade

POPH conta com um reforço superior a 143 milhões de euros

08Atualidade

Orçamento do Estado não é conforme ao que está escrito no memorando

26 Fiscalidade

Inf lexibi l idade f iscal penal iza setor do tur ismo

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilher-me Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

O ministro Vítor Gaspar tocou um dos temas mais relevantes para os portugueses quando afirmou recentemente na Assembleia da República que “aparentemente existe um enorme desvio entre aquilo que os portugueses acham que devem ser as funções sociais do Estado e os impostos que estão dispostos a pagar”. Ao exprimir-se através do advérbio “aparentemente”, mostrou que não estará seguro da sua declaração, mas creio que a questão é muito pertinente e deverá ser objecto da maior atenção. Não esqueço, também, que num livro recentemente publicado, coordenado por Raquel Varela, com o título “QUEM PAGA O ESTADO SOCIAL EM PORTUGAL – onde nos leva esta crise económica? O Estado de bem- -estar europeu tem futuro? Dívida pública: dívida de todos ou negócio de alguns?” se conclui, com importantes fundamentos, que são os contribuintes quem paga o Estado social e não o estrangeiro.

Debater as funções do Estado – e o seu custo e modo de pagamento – é tarefa ciclópica, mas incontornável face às grandes transformações nos “mundos da vida” que a crise de 2008 nos vem colocando no caminho. Há que perceber que um mundo acabou e outro está a

nascer, uma nova era certamente e não uma qualquer mudança superficial ou conjuntural.

Naturalmente que se sente mais na pele a problemática do Estado social pois toca prestações e serviços a que todos se habituaram como “coisa normal”, assim como se fosse um maná vindo dos céus na euforia de Abril e para ficar para sempre. Deve sublinhar-se, porém, que a problemática é muito mais vasta, entroncando-se, nomeadamente, com aquilo que se designa por “Conceito Estratégico de Defesa Nacional” – algo que anda, de resto, demasiado longe, infelizmente, das preocupações governamentais, o que se há-de pagar um dia destes. E, também, com as escolhas, com mais de oitenta anos de aprofundados estudos e debates, quanto à intervenção do Estado nos mercados. (Ver a propósito, de Nicholas Wapshott, Keynes/Hayek – o confronto que definiu a economia moderna, D. Quixote, Setembro 2012). Mais despesa pública ou, ao contrário, mercado livre, é este o nó gordio também da saída para a crise. O Estado, sempre, no centro do furacão.

A Constituição de 1976, ainda que revista em diversos momentos, exprimiu a vontade política do povo português num certo

momento. Os constituintes consagraram, todavia, apenas as ambições – que fixaram em direitos – dos seus representados, ignorando, majestaticamente e com o tradicional populismo, as obrigações que deveriam corresponder aos direitos. Depois se veria, terão pensado…

Hoje é chegado o momento de fazer contas. Sublinhe-se, porém, que as escolhas não são apenas do foro financeiro, ao contrário do que, por vezes, se quer fazer crer. São ideológicas – têm a ver com as funções do Estado, as suas finalidades.

As promessas primeiras incluídas na atual Constituição estão a ser destruídas antes, mesmo, de terem sido plenamente alcançadas numa manifesta crise de representação do futuro.

O povo português, à luz dos tempos novos que vivemos, deverá ser chamado a pronunciar-se sobre as propostas que os partidos venham a apresentar quanto ao Estado que pretendem e, aí, terá de lhes ser dito o respetivo custo. Só assim se podem pedir sacrifícios e impor austeridade e, sobretudo, só nesse contexto se pode pedir que todos lutem para que o futuro seja melhor para todos.

Não é possível por muito tempo sustentar, pelo medo, o atual estado do país.

As funções do EstadoDebater as funções do Estado – e o seu custo e modo de pagamento – é tarefa ciclópica, mas incontornável face às grandes transformações

nos “mundos da vida” que a crise de 2008 nos vem colocando no caminho.

Causas do dia-a-diaANTÓNIO VILAR [email protected]

Page 3: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

LEVE A SUA EMPRESAA CONQUISTARO MUNDOO Grupo Santander está presente nos cinco continentes, com cerca de 14.000 Balcões. Estamos preparados para apoiar a sua empresa em todos os processos necessários para uma internacionalização de sucesso.

Para mais informações, consulte o seu Gestor de Empresas, uma das nossas Direcções Comerciais de Empresas,um dos nossos Balcões ou vá a www.santandertotta.pt

Colocamos à sua disposição as nossas equipas de especialistas, prontas a:

importação e exportação.

experiência internacional para

em qualquer parte do mundo.

Acrescente valor à sua Empresa.Porque os bons negócios não têm fronteiras!

NegócioInternacional

Page 4: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

A aplicação efetiva das novas regras sobre indemnização por despedimento teve início a 1 de novembro. Para os novos contratos de trabalho há uma redução significativa nos valores devidos por despedimento. Para os contratos de trabalho em vigor o efeito prático é inexpressivo porque as alterações ao Código do Trabalho salvaguardam as expetativas existentes. O acordo da Concertação Social não segue o Memorando de Entendimento, ao manter bastante acima da média da União Europeia os custos de despedimento para a quase totalidade dos contratos.

JOÃO LUÍS DE SOUSA [email protected]

A partir de agora os custos de despedimento baixam cerca de 33% para os novos contratos de trabalho com a entrada em apli-cação das alterações ao Código do Trabalho. Para os contratos em vigor os custos de despedi-mento continuam a ser calcula-dos com base nas regras anterio-res. Ou seja, uma indemnização que, segundo as regras anteriores, era de J25.000 não irá diminuir se ocorrer dentro de seis meses ou daqui por um ano com a aplica-ção das novas regras.

O acordo da Concertação Social contorna o disposto no

Memorando de Entendimento, através da “proteção das expeta-tivas dos trabalhadores até esse momento”. Para os contratos existentes só se altera o valor da indemnização para o período após a entrada em vigor da alte-ração. E o novo limite máximo de indemnização de 12 salários também não se aplica ao perío-do anterior de contrato.

Assim, um empregado com 12 anos de contrato continuará a ter direito ao mesmo valor de

indemnização que tinha pelas regras anteriores, mesmo que o despedimento aconteça no futuro. A diferença é que para quem tem 12 ou mais anos de contrato o valor de indemni-zação por despedimento fica “congelado” pelo valor de hoje, não havendo qualquer acrés-cimo pelo tempo que decorrer daqui para a frente.

Para os contratos com menos de 12 anos começará a haver alguma incidência das novas re-gras de cálculo, mas apenas para o tempo de trabalho após 1 de Novembro de 2012, o que atra-sa de forma significativa a inci-dência prática das alterações, ao contrário do que previa o Me-morando de Entendimento.

Para fazer o cumprimento formal do acordo com a “troi-ka”, o Governo pretende redu-zir novamente o custo de despe-dimento de 20 dias para 12 dias

por cada mês de trabalho, mas também com incidência limita-da aos novos contratos.

Fundo de compensação adiado

“Esta Lei, embora tivesse aberto o caminho para a dimi-nuição das compensações devi-das em consequência da cessa-ção dos contratos de trabalho, acaba por não ter um impacto substancial ao nível da redução dos custos com o pessoal como seria desejado e necessário, no atual contexto da brutal crise que assola toda a nossa econo-mia, com particular destaque para as micro, pequenas e mé-dias empresas” – refere Manuel Carlos Gonçalves.

Na opinião deste técnico ofi-cial de contas, ao tentar conci-liar a diminuição das compen-sações devidas em consequência

ALTERAÇÃO TEM POUCO EFEITO NOS CONTRATOS EM VIGOR

Custos de despedimento baixam

PUB

Bolsa dos Empreendedores poderá funcionar até ao próximo verão

Fabrice Demarigny, “chairman” do Comité de Planeamento Estratégico para as PME, grupo de trabalho criado pela NYSE Euronext e que propôs uma nova bolsa para PME na Europa, gostaria de ver a Bolsa dos Empreendedores a funcionar até ao próximo verão. As propostas finais deste comité constam de um relatório apresentado esta semana numa “conference call” organizada pela NYSE Euronext.

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

Para os contratos em vigor os custos de despedimento continuam a ser calculados com base nas regras anteriores

Page 5: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

da cessação dos contratos de trabalho com a necessidade de respeitar os direitos previamen-te adquiridos pelos trabalhado-res por beneficiaram da garantia constitucional da intocabilida-de, o legislador anulou as van-tagens do novo regime.

O objetivo deste diploma seria reduzir substancialmente as indemnizações e fazer com que parte das mesmas (metade da indemnização devida) fosse paga pelo empregador e o res-tante pelo Fundo de Compen-sação do Trabalho.

“Como este organismo ain-da não viu a luz do dia e não se vislumbram previsões da sua entrada em funcionamento – muito embora o nº 3 do artigo 106º e os nºs 5 e 6 do artigo 127º respetivamente contem-plem já “Deveres do emprega-dor” com ele relacionados –, deitam por terra, mais uma vez no curto prazo, qualquer bene-fício ou vantagem que pudesse conduzir a algum alívio finan-

ceiro dos agentes económicos mais debilitados” – acrescenta Manuel Carlos Gonçalves.

Discrepâncias aumentam no mercado de trabalho

A redução dos valores de des-pedimento para os novos con-tratos acentua as desigualdades no mercado de trabalho.

“Ao não ter efeitos retroati-vos, esta lei pode conduzir em determinadas situações a con-flitos nas relações laborais, uma vez que os interesses e as mo-tivações latentes passam a ser distintos, em resultado das dife-renças de expectativas que pas-sam a coexistir. Enquanto uma parte dos empregados continua a ter privilégios quase iguais, ou mesmo superiores, aos dos detentores do capital das socie-dades, outros vão ter benefícios consideravelmente inferiores” – alerta o TOC.

TSU deve estimular o emprego

Tendo em conta que as PME representam cerca de 80% do emprego, Manuel Carlos Gon-çalves considera que deveriam ser adotadas medidas simples de apoio e estímulo à manu-tenção e criação de postos de trabalho.

– Isentar as PME do paga-mento dos 23,75% da Taxa Social Única, que recai sobre as empresas, nas seguintes situa-ções;

– PME com elevado potencial e com projetos credíveis, sus-tentáveis e inovadores, que no atual contexto de dificuldades financeiras estão na iminência de soçobrar. O mesmo para a ad-

missão de novos trabalhadores, independentemente da idade;

– PME em situação de in-solvência ou em processos de

Recuperação. Nestes casos, em situações comprovadas e econo-micamente justificadas, em que estivesse sempre em causa a suaviabilidade futura, esta medida deveria ser acompanhada do pagamento parcial, por parte de um fundo a criar para o efei-to, da massa salarial até que es-tivessem reunidas as condições de sustentabilidade da empresa. Para o Estado, resultariam van-tagens económicas não só pela poupança do não pagamento aestes trabalhadores, caso fossem antes despedidos, do subsídio de desemprego, mas tambémpelas prestações, relativas aos trabalhadores, que continua a arrecadar pelo facto destes continuarem no ativo. Os be-nefícios sociais também seriam também significativos.

Insolvências aumentam mais de 40%

Os nove primeiros meses do ano terminam com uma descida de constituições (-14,6%), um aumento de encerramento de empre-sas (+36,4%) e do número de empresas com insolvências iniciadas: +40,2% para o total de entidades (empresas e empresários em nome individual) e +37,3% para as empresas, revela o Barómetro Empresa-rial Informa D&B.

33% nos novos contratos

Setor automóvel emprega 138 mil portugueses

O setor automóvel é responsável pela manutenção de 138 mil postos de trabalho, o equivalente a 2,7% do emprego gerado no país. De 31 de outubro a 4 de novembro este setor encontra-se em destaque na Expoauto - Salão do Automóvel e na Mecânica com Equipamento oficinal, peças, componentes e acessórios para veícu-los ligeiros e pesados, na ExpoSalão – Batalha.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 5

A redução dos valores de despedimento para os novos contratos acentua as desigualdades no mercado de trabalho

Para quem tem 12 ou mais anos de contrato o valor de indemnização por despedimento fica “congelado” pelo valor de hoje

“É necessária alguma contenção na forma e procedimentos ditatoriais e prepotentes adotados pela máquina da Autoridade Tributária na cobrança das dívidas às empresas” – alerta Manuel Carlos Gonçalves. Este TOC não defende o perdão das dívidas fiscais das empresas devedoras, mas pretende que a AT encontre um modo racional e seletivo na forma de operar que tenha em conta a especificidade de cada

contribuinte. “Não olhar aos danos colaterais que resultam das cobranças prepotentes, estoicas, e às vezes abusivas que a A.T. faz cegamente é um erro que nos está a sair demasiado caro. Uma grande parte, se não a grande maioria, das empresas que têm vindo a falir nestes últimos anos resulta, em grande medida, do corolário lógico daquele tipo de práticas arbitrárias, só próprias das ditaduras fiscais” - afirma.

Manuel Carlos Gonçalves defende também a redução do IVA da hotelaria e restauração para os 13%. “A grande maioria, se não a quase totalidade das PME que exercem esta atividade, estão em completo sufoco. Muitas delas, entretanto, já definharam. É de facto um setor em perigo e por isso entendo que urge fazer alguma coisa” – refere.Seria também necessário repor a taxa reduzida do IRC nos 12,5% para as PME.

Autoridade Tributária precipita o encerramento das empresas

Dedução das indeminizações com pouco impacto nos contratos existentes

EXEMPLO 1TÉCNICO DE MANUTENÇÃO

ADMITIDO EM 2005 António Pinto entrou na empresa em Janeiro de 2005, como técnico de manutenção, tendo um vencimento atual de J980/mês.Foi alvo de um despedimento coletivo, cessando as suas funções no final de Dezembro de 2012.

Mensal: J 980,00

31/10/2012 : 6.860,00 (7 meses X J 980,00 )

31/12/2012:Calculo valor/dia = Rm ( Rb (remuneração base) + d (diuturnidades) ) : 30

J (Rm) : 30 = 32,67 J/dia X 20 dias = J653,40 /ano

J54,45 /mês X 2 = J108,90

Valor total (com aplicação da lei atual): J6.860,00 + J108,90= J6.968,90

Com as regras do novo regime, a indemnização foi reduzida em J54,43.

EXEMPLO 2ADMINISTRATIVO ADMITIDO EM

1998 Manuel Pereira é empregado

administrativo, tendo entrado ao serviço da atual empresa em Março de 1998. Tem uma retribuição atual de J900/mês.A empresa prevê extinguir o posto de trabalho em Junho de 2014.

31/10/2012 : J 12.825,00 (14X900,00 J) -14 anos e 3 meses

de 2012 não há acréscimo de compensação em virtude de os J 12.825,00 já excederem os 12 meses – limite legal -, o qual seria J 10.800,00 (J 900,00 X 12) como se pode ver. Assim sendo, este trabalhador vai receber apenas os J 12.600,00 de compensação e nada mais.

Perderá J1500 face ao regime anterior e o seu valor de indemnização fica “congelado” mesmo que o despedimento ocorra depois de Junho de 2014.

EXEMPLO 3TÉCNICO DE VENDAS COM CONTRATO

A PRAZO

António Silva foi admitido na empresa atual com contrato a prazo em Maio de 2011, cessando no final de Novembro do corrente ano. O salário de base é de J650.

caducidade:

dias por cada mês trabalhado J

(((650X12) : (40X52)) X 8) J X 2 dias X 18

meses = J 1.080,00

novembro de 2012 (1 mês)J 650,00: 30 dias = J

21,67 X 20 dias = J 433,40/ano

J 433,40: 12 = J 36,12/mês

J 1.080,00 + J 36,12 = J 1.116,12

Com a aplicação do novo regime perde J21,10 face ao regime anterior.

EXEMPLO 4 OPERADORA DE INFORMÁTICA A SER ADMITIDA EM DEZEMBRO DE

2012

Manuela Silva vai ser admitida ao serviço a 1 de Dezembro de 2012, com um salário de J700 mensais. O contrato a prazo termina a 30 de Maio de 2013.

J 700,00: 30 = J 23,33/dia X 20 dias = J 466,60

J 466,60 :12 meses = J 38,88/mês

J 38,88 X 6 meses = J 233,28

J 233,28

Face ao regime anterior, este trabalhador perde J186,66, ou seja, quase metade da compensação.

Page 6: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

O difícil período que o país atravessa em termos de desemprego deve ser aproveitado, no entender do secretário de Estado do Emprego, para aumentar a qualificação daqueles que pretendem regressar ao mercado de trabalho. Em entrevista à ‘Vida Económica’, Pedro Silva Martins reconhece que, “sem crescimento económico, muitos dos desempregados não terão muitas oportunidades de regresso ao mercado de trabalho”, mas insiste que “é fundamental aproveitar este período para a requalificação profissional”, para que, “quando a recuperação económica regressar, possa haver uma reinserção o mais rápida possível no meio laboral”.

FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica – As mais recentes medidas de apoio à criação de emprego, anuncia-das pelo ministro Álvaro Santos Pereira, preveem “ajudar pelo menos 25 mil famílias”. Tendo em conta os atuais números do desemprego este é um número relevante?

Pedro Silva Martins – Os nú-meros do desemprego são preocu-pantes, mas é também importante desenvolver todas as medidas pos-síveis, através de políticas públicas, que combatam o desemprego. Só o crescimento económico e a recu-peração da economia portuguesa poderão assegurar um combate significativo ao desemprego. Em todo o caso, é importante valori-zar o papel que estas medidas vão ter, uma vez que a redução de 25 mil desempregados e suas famílias é uma redução importante dentro dos moldes que são atingíveis.

Para além destas medidas, que foram apresentadas no contexto do Orçamento de Estado (OE) para 2013, é importante também referir que está em curso, desde de

janeiro de 2012, um investimento muito grande ao nível da formação para desempregados. São cerca de 250 mil os desempregados a serem abrangidos por ações de formação profissional, o que corresponde a um investimento superior em cer-ca de 26% em relação ao período homólogo do ano anterior. Isto demostra um investimento signi-ficativo de dinheiros públicos no sentido da aprendizagem ao lon-go da vida e da requalificação dos desempregados de forma a dotá--los de melhores condições para poderem regressar ao mercado de trabalho, nomeadamente a partir do momento em que a economia esteja a recuperar.

VE – No âmbito da reprogra-mação de fundos do Quadro de Referência Estratégico Na-cional (QREN), está previsto o reforço das medidas de apoio à criação de emprego. Que apoios existem e qual o mon-tante que será aplicado neste objetivo?

PSM – Em 2011, a chamada reprogramação técnica reforçou com cerca de 70 milhões de euros o programa “Estimulo 2012” e este

ano o reforço foi para o “Impulso Jovem”, cujo contributo do Progra-ma Operacional Potencial Huma-

no (POPH) é de 143 milhões de euros,montante que irá continuar até ao final do QREN, em 2014.

VE – Apesar dos esforços do Governo, os números mostram que os programas de criação de emprego não estão a resultar. Porquê, o que está a falhar?

PSM – Foi recentemente apre-sentado um estudo sobre essa matéria que indica que houve um investimento muito significativo ao nível das medidas de emprego e da formação profissional, mas também que muitas dessas medi-das, tiveram um impacto positivo ao nível de empregabilidade, no-meadamente nos desempregados que tiveram envolvidos nessas medidas. Por exemplo, os cursos de formação modelares certifica-dos estão associados ao aumento de empregabilidade na ordem dos 20% a 30%.

VE – Não é um pouco con-traditório estar a investir ativa-mente em programas de forma-ção quando o país está a deixar

partir, devido à inexistência de oportunidades, a geração mais qualificada de sempre?

PSM – Grande parte dos de-sempregados que estão a receber formação desde o início deste ano são pessoas com mais de 35 anos e que já estiveram no mercado de trabalho, um grupo onde também se assiste a uma situação de emi-gração mas numa escala não tão elevada como aquela que se encon-tra junto das camadas mais jovens da população.

Todavia, é fundamental não desperdiçar o período de desem-prego em termos de aquisição de novas competências, de ativação dos desempregados e de mobiliza-ção para novas oportunidades que vão com certeza surgir na nova fase da economia portuguesa que está agora em preparação através de um conjunto alargado de re-formas estruturais, não só ao nível do mercado de trabalho, mas tam-bém em termos da legislação labo-ral, licenciamento, financiamento, insolvências, formas de justiça e outras.

SECRETÁRIO DE ESTADO DO EMPREGO REVELA

“Impulso Jovem” reforçado em 143 milhões

6 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

Secretário de Estado visitou Centro Tecnológico do Calçado

O secretário de Estado do Emprego afirmou na passada semana, em visita ao Centro Tecnológico do Calçado, que, perante a “difícil situação ao nível do desemprego” que se vive em Portugal, “é fundamental utilizar este período para a requalificação dessas pessoas”. Pedro Silva Martins deslocou-se a S. João da Madeira para se inteirar acerca da forma como será aplicada no distrito de Aveiro a fatia dos 5,2 mil milhões de euros atribuídos à Região Norte através do Fundo Social Europeu e do Plano Operacional do Potencial Humano (POPH).O montante em causa refere-se ao investimento público, já aprovado, para candidaturas que têm como destinatários mais de dois milhões de cidadãos: 109 mil ativos que, assim, irão frequentar ações de formação de dupla certificação, outros 309 mil ativos em ações formativas na área da inovação e gestão e perto de um milhão e seiscentas mil pessoas que irão receber formação, “destinada a promover a reconversão profissional da população portuguesa ativa empregada e desempregada”, explicou o governante.Reforçando esta ideia, Pedro Silva Martins considerou ainda como exemplar a política local de formação e emprego da capital nacional do calçado, por as suas empresas “terem sabido apostar em três grandes áreas, privilegiando a inovação e a internacionalização”, mas também “a requalificação dos seus recursos humanos, em parte através dos recursos públicos que resultaram do Fundo Social Europeu”.

Mafpre aumenta resultados em 10,5%

A MAPFRE obteve, nos primeiros nove meses deste ano, receitas no va-lor de 19.412,6 milhões de euros, 10,5% mais do que em igual período do ano anterior, impulsionado pelo crescimento contínuo do negócio internacional. Os prémios do Grupo superaram os 16.571,9 milhões de euros, um aumento de 13%. Os negócios do ramo Não Vida cresceram 9,8% em prémios e os do ramo Vida, 22,3% neste período.

Produtores de vinho verde mais perto do Brasil

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) vai levar a cabo, dias 5 e 6 de novembro, em Salvador da Bahia e em Belo Horizonte, respetivamente, uma seleção dos melhores vinhos de 16 pro-dutores. O Brasil é o quinto maior consumidor externo de vinhos verdes portugueses, com 1,2 milhões de euros em vendas até ao primeiro semes-tre de 2012.

ATUALIDADE

“É fundamental aproveitar a situação de desemprego para requalificar as pessoas”, assegura o secretário de Estado do Emprego, Pedro Silva Martins.

Cursos de formação modelares certificados com aumento de empregabilidade de 20% a 30%

Page 7: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Feira sobre Angola no Palácio da Bolsa

No âmbito do 37º aniversário da Independência Nacional da Repú-blica de Angola, o Consulado Geral de Angola no Porto e a Asso-ciação Comercial do Porto organizam a primeira Feira de Emprego e a Angolanização da Economia, em parceria com o grupo Casais, Telhabel, grupo Cunhas e Tintas Europa. A iniciativa será realizada no Palácio da Bolsa, de 13 a 17 de novembro, e as inscrições para expositores ainda se encontram abertas.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 7

Gordon Neufeld vem a Portugal

Gordon Neufeld, um dos especialistas mundiais na área da psicolo-gia e relações familiares, autor do best-seller mundial, “Hold On to Your Kids”, vem a Portugal no próximo dia 16 de novembro, para um encontro com profissionais na área da pedagogia e educação e ainda uma conferência aberta ao público mediante inscrição. Con-tacto: [email protected].

SÉRGIO ALMEIDA FOI O ORADOR CONVIDADO NA CÂMARA DA PÓVOA DE VARZIM

Felicidade melhora o desempenho nas organizaçõesO sucesso pressupõe uma atitude positiva perante a vida – afirmou Sérgio Almeida, na Câmara da Póvoa de Varzim. O diretor geral da Powercoaching foi o orador convidado para a conferência sobre “Felicidade nas Organizações”, promovida pela autarquia.

Esta iniciativa contou com o envol-vimento da Associação Empresarial da Póvoa de Varzim, representada por José Gomes, presidente da Direção, e da As-sociação Comércio ao Ar Livre, a que preside Luís Milhazes.

Perante mais de uma centena de par-ticipantes que encheram o Salão Nobre da Câmara da Póvoa de Varzim, Sérgio Almeida analisou as atitudes e compor-tamentos que devem ser seguidos ou que devem ser evitados para melhorar a rea-lização pessoal dos colaboradores e o de-sempenho das organizações.

Nessa perspetiva, alertou para a res-ponsabilidade que todos nós, enquanto elemento da equipa, temos na organiza-ção. “O que se espera de nós, enquan-to colaboradores, é um papel pró-ativo. Estamos num mundo em mudança, por isso é importante inovar, fazer algo dife-rente”, salientou.

O orador falou no papel do líder que deve envolver as pessoas nos problemas e não apresentar-lhes soluções. “Não che-ga mandar fazer”. A propósito informou que o motivo para o fracasso nos negó-cios depende em pelo menos 50% da atitude. O líder deve ser agregador e con-ciliador. “Ser persistente em relação aos objetivos é bom. Ser teimoso em relação à estratégia é mau”, sublinhou.

Sobre a atitude dos colaboradores, Sér-gio Almeida admitiu que não se consegue motivar se a pessoa não quiser, tornando--se impossível decretar a motivação.

Câmara prepara as pessoas para a mudança

Segundo José Macedo Vieira, presiden-te da Câmara Municipal, a ação sobre Felicidade nas Organizações enquadra-se numa programação que a Câmara da Pó-voa de Varzim tem vindo a desenvolver com o objetivo de aumentar as qualifica-ções dos munícipes. “Sem a preparação das pessoas não há possibilidade de mu-dança” – disse José Macedo Vieira.

Recorde-se que, a propósito de ou-tra iniciativa, mais de uma centena de pessoas participou, recentemente, no “workshop” “Como Criar uma Empresa ao Menor Custo Possível”. Esta ação foi organizada pela ANJE com o objetivo de fornecer ferramentas “low cost” de em-preendedorismo, decorreu no Salão No-bre da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

“Sem a preparação das pessoas não há possibilidade de mudança”, disse José Macedo Vieira.

“As pessoas devem ser persistentes em relação aos objetivos”, considera Sérgio Almeida.

Page 8: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Salários dos trabalhadores alemães sobem 3,2%Os salários dos trabalhadores alemães registaram, em média, um aumen-to de 3,2% em Julho, em termos homólogos. É o maior aumento desde outubro de 2008 (3,4%), de acordo com dados do serviço de estatísticas germânico. Em janeiro e em abril, o aumento foi de 2% e de 2,2%, res-petivamente.

BCE apoia proposta de criação do supercomissário europeuMário Draghi, presidente do BCE, concorda com a proposta do ministro alemão das Finan-ças, Wolfgang Schäuble, de criar um supercomissário do euro com capacidade para se en-volver directamente, inclusive vetar, propostas de Orçamento dos países da união monetária europeia. “Muitos governos ainda não perceberam que perderam soberania nacional há muito tempo”, afirma.

TERESA [email protected]

Portugal apenas conseguirá captar uma vaga de investimento estrangeiro suscetível de criar riqueza e gerar empre-go “quando forem cumpridas uma série de condições” e quando a “liberalização da contratação e dos despedimentos e a equalização das pessoas face ao posto de trabalho” for um facto, defende o pre-sidente da secção regional do Norte da Ordem dos Economistas.

Em declarações à “Vida Económica” à margem de uma conferência, no Por-to, sobre o Orçamento de Estado para 2013, promovida pela sociedade de advogados PLMJ, em que também foi

orador, António Cunha não deixa dú-vidas: para que tal suceda, diz, é precisa “a completa execução do programa de ajustamento da troika” e a “implemen-tação das chamadas reformas estruturais a que o FMI nos obriga”. Lamenta, con-tudo, que o que está no Orçamento não esteja “conforme ao que está escrito no memorando”.

Questionado sobre o que falta para que Portugal atinja então esse objetivo, o economista não hesita: “falta a libera-lização de contratação e de despedimen-tos e a equalização das pessoas face ao posto de trabalho”, no que diz respeito, por exemplo, à “ questão da antiguida-de” no pagamento das indemnizações.

“O nosso desemprego jovem é o que

é porque quem tem emprego, de acordo com a nossa legislação, tem mais direitos do que quem acaba de ser contratado ou do que quem está fora do mercado de trabalho”, disse este especialista à “Vida Económica”. Defende, pois, que “o mer-cado tem de ser liberalizado”, pois, “na prática, as empresas não podem contra-tar, porque depois não podem despedir”. E isso leva a que contratem “a prazo ou [com recurso a] temporários”, levando a “uma segmentação do mercado de tra-balho que é injusta para os mais novos porque estão sempre na precariedade absoluta”.

Questionado sobre se acredita que ,com a revisão das indemnizações por despedimento, que deverá ocorrer ago-ra em novembro, o país se tornará mais atrativo ao investimento estrangeiro, António Cunha clarifica. “Não é pro-priamente o preço [das indemnizações por despedimento] que está em causa”, mas “a liberdade de o fazer [despedir]”.

“O problema em Portugal é que nós somos baratos em tudo, até nos despe-dimentos”, refere António Cunha, la-mentado que não tenhamos “liberdade suficiente para empreender e falhar”. “Se eu quiser empreender e falhar, te-nho de poder fechar a empresa, tenho de poder despedir-me a mim próprio e despedir os meus colaboradores e poder recomeçar a seguir”, observa o econo-mista, resumindo tudo numa frase: em

Portugal, “a mão-de-obra é barata, os despedimentos são baratos, é barato o licenciamento, temos é pouca liberdade individual, pouca liberdade de empre-ender e criar riqueza”.

“Ninguém quer pôr dinheiro” nos fundos de revitalização

Em Portugal são milhares as empre-sas em situação difícil declaradas insol-ventes pelos vários tribunais, mas, para já, apenas pouco mais de 200 aderiram ao Programa Especial de Recuperação (PER) no âmbito do Programa Revitali-zar lançado pelo Governo. Ao todo, está previsto que apenas cerca de 300 adiram a esse mecanismo.

Questionado sobre esse facto, An-tónio Cunha diz que se o número de empresas a recuperar fosse superior “era bom sinal”, pois “quereria dizer que ha-via um número superior de empresas que conseguiriam revitalizar-se e não fechar”. Receia, no entanto, que “apenas cerca de 300 consigam reestruturar-se e que as restantes sejam para liquidar”, pois “quando um Governo constitui uma equipa para um programa especí-fico como este e escolhe 300 empresas é porque alguém as escolheu para salvar”. Todas as outras em situação de insolvên-cia “vão morrer”.

Já quanto aos atrasos na operaciona-lização dos fundos de revitalização, o economista receia o pior. “Os fundos já deveriam estar a funcionar desde 1 de setembro”, constata, temendo que os mesmos “não sejam para apoiar, mas apenas para converter dívidas [das em-presas] existentes à banca em capital”.

“Duvido que se façam fundos que permitam às empresas irem captar mais dinheiro”, disse António Cunha à “Vida Económica”. “Não acredito que haja, no momento atual, quem queira investir num fundo destes, a não ser que injetem dinheiro na empresa”, reforça o econo-mista. Em sua opinião, os bancos deve-rão converter o malparado “em capital”. “Não vejo outra solução”.

ANTÓNIO CUNHA, PRESIDENTE DA SECÇÃO REGIONAL NORTE DA ORDEM DOS ECONOMISTAS, ALERTA

“Orçamento de Estado não é conforme ao que está escrito no memorando da troika”

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

TERESA [email protected]

A principal questão para as empresas relacionada com o Or-çamento de Estado para 2013 “não está tanto no impacto das medidas fiscais, em sede de IRC”, afirma João Magalhães Ramalho, coordenador da área de Prática de Direito Fiscal da sociedade de ad-vogados PLMJ. Está, “antes, no impacto para a economia motiva-

do pelo aumento da carga fiscal, em sede de IRS”.

Em declarações à “Vida Econó-mica”, o jurista adverte: “quando a procura interna portuguesa representa cerca de 2/3 do PIB, pretender impor às famílias o aumento brutal de impostos que agora se propõe só gerará menos rendimento disponível e, conse-quentemente, menor consumo, mais desemprego e, consequen-

temente, o enfraquecimento do tecido empresarial”.

Ora, sabendo-se que cerca de 90% das empresas portuguesas produzem e vendem apenas para o mercado doméstico, o advogado da PLMJ antevê “as piores expec-tativas” para 2013, “seja ao nível da receita fiscal, seja ao nível do agravamento das possibilidades do crescimento económico”. Para João Magalhães Ramalho, “os

riscos de entrarmos numa espiral recessiva descontrolada são reais”.

Confrontado ainda pela “Vida Económica” com as afirmações do secretário de Estado da Eco-nomia, Almeida Henriques, em entrevista a este jornal em me-ados de outubro, de que “o OE 2013 é amigo das empresas e do investimento”, João Magalhães Ramalho, discorda.

“O mérito das medidas inse-

ridas na Proposta de Lei do OE com vista ao incentivo ao cres-cimento da economia, embora louváveis, não pode ser visto de modo isolado”, sustenta o advo-gado. Diz, aliás, que “enquanto o Governo continuar a persistir em implementar o modelo de ajusta-mento orçamental acordado com a ‘troika’, os efeitos positivos que poderiam resultar da sua aplica-ção tenderão a esbater-se”.

“É precisa a completa execução do programa de ajustamento da troika”, defende o presidente da secção regional Norte da Ordem dos Economistas, António Cunha.

“Riscos de entrarmos numa espiral recessiva descontrolada são reais”

“Temo que os fundos Revitalizar não sejam para apoiar, mas apenas para converter dívidas [das empresas] à banca em capital”

Page 9: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

ATUALIDADE/Internacional

Pedido de resgate não implica compra automática de dívida soberanaBanco Central Europeu (BCE) deixou o aviso que o pedido formal de ajuda de um país aofundo de resgate europeu não aciona, de forma automática, a compra de dívida soberana porparte do banco. A compra de dívida soberana será analisada caso a caso e de forma individu-al. Ou seja, não há automatismos. O pedido perante o fundo permanente de resgate MEDE é uma condição necessária, mas não é suficiente, considera o BCE.

Empresários alemães estão menos confiantesA confiança empresarial alemã caiu em outubro, pelo sexto mês consecutivo. O que se terá ficado a dever aos descontentamento das empresas relativamente à sua situação atual e às perspetivas de um agravamento da economia germânica. São cada vez mais as nuvens que co-brem a economia do motor da Europa. A indústria, em particular, está preocupada com os próximos tempos. A taxa de utilização das capacidades produtivas foram mais baixas do que no trimestre anterior.

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 9

nal permitiu angariar receita e não despesa, como habitualmente.

Há países que continuam a le-vantar sérias preocupações e que estão a entravar a confiança em-presarial na Zona Euro. A dívida soberana tem contribuído para afastar bastante investimento es-trangeiro, tão necessário nestes tempos complicados. Portugal é

um desse países, em que a ativi-dade económica está estagnada e cujo crescimento, nos últimos anos, foi praticamente residu-al. Juntam-se ainda a Espanha, a Grécia e a própria Irlanda. Por sua vez, a Itália ainda representa mui-tas incógnitas, apesar de se tratar de um mercado bastante compe-titivo no que respeita às empresas.

Atividade económica da Zona Euro atinge mínimos em outubro

PUB

A atividade global da Zona Euro situou-se em mínimos desde junho de 2009, no passado mês de outubro. Foi a resposta dada à intensa redução de novos pedidos a empresas. A taxa é agora de 45,8 pontos, sendo que 50 é o limite entre contração e crescimento.

Coube ao setor industrial a que-bra mais acentuada, no período em análise. A Alemanha apenas sofreu uma ligeira quebra na ati-vidade, mas em França a desace-leração foi bastante mais intensa. As empresas europeias, na sua generalidade, continuam a cortar postos de trabalho, face à menor procura que se verifica. Não se preveem tempos fáceis no breve prazo. A atividade económica está a abrandar na Alemanha, ainda que se continue a criar postos de trabalho. O Reino Unido passou ao lado da recessão, mas tal ter-se--á ficado a dever ao impacto dos Jogos Olímpicos. O que significa que o acontecimento internacio-

DEPOIS DE UM PERÍODO DE ACALMIA DEVIDO À CRISE

Rússia regressa em força às privatizações

Pelo menos oito privatizações parciais deverão ter lugar na Rússia, durante o próximo ano. Entre as quais se contam a gigante Rosneft, com cerca de 6% do respetivo ca-pital a ser disponibilizado ao mer-cado. O mesmo poderá acontecer com o banco VTB, com a Aeroflot e até com os caminhos de ferro. Os investidores preparam-se para ne-gócios milionários, num mercado cada vez mais interessante.

O programa de privatizações russo teve início há dois anos, mas foi interrompido devido à crise e às suas consequências financeiras. Foi o próprio Governo russo que veio levantar o véu de um segredo que tem estado bem guardado. “Serão realizadas oito privatizações parciais de grandes empresas, no próximo ano. As operações deverão garantir ao Estado cerca de 6,5 mil milhões de euros.” No processo está envol-vida a petrolífera Rosneft, com a cedência de 6% do seu capital. O banco VTB deverá também avan-çar para uma intensificação da sua privatização, na medida em que 10% do capital já foi colocado.

Ainda não há certezas quanto a alguns candidatos. O Governo está ainda a estudar a possibilidade de privatizar uma parte da companhia aérea Aeroflot, bem como os cami-nhos de ferro RZD.

Page 10: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Governo simplifica emissão de alvará de nova farmáciaA emissão de alvará de nova farmácia ou de nova localização vai passar a custar 750 euros, de acordo com uma portaria recentemente publicada em Diário da República. São 500 euros do que o Infarmed cobrava até aqui. São ainda alteradas algumas regras dos concursos públicos relativos à instalação de farmácias, deixando os concorrentes à instalação de uma farmácia de ser graduados em função do número de farmácias detidas, exploradas ou geridas.

Quebra na confiança empresarial dos portugueses A queda acentuada da confiança empresarial em várias economias em rápido crescimento está a suscitar a preocupação de que os negócios globais poderão enfrentar uma volatilidade con-tínua durante os meses que se avizinham. Em Portugal, os níveis de confiança diminuíram, sofrendo uma queda de seis pontos no Índice de Confiança Empresarial da Regus (de 80 para 74) desde abril de 2012.

Os paradoxos da globalização Como todos sabemos o ano, 1989 simbolizou o prelúdio do paradoxo da globalização. Foi exatamente nesse ano que o Governo chinês, através do seu poderio militar, reprimiu um protesto na Praça Tiananmen. Sucederam-se uma série de manifestações pró-democracia protagonizadas por estudantes, ativistas liberais e intelectuais que culminaram numa ação militar repressiva, da qual resultou a morte de 400 a 800 civis e entre sete e dez mil feridos. Nesse mesmo ano, na Europa, outro acontecimento histórico tivera lugar. O Muro de Berlim, que dividia a Alemanha Oriental da Alemanha Ocidental, foi derrubado, fazendo assim desaparecer o hediondo símbolo tangível da Guerra Fria. David Asselhoff interpretou a sua canção, popular na época, “À Procura da Liberdade”, precisamente no topo do Muro de Berlim. Estes dois acontecimentos de 1989 são de facto paradoxais. E são paradoxais nomeadamente porque o acontecimento na Praça Tiananmen marcou a queda e total desmantelamento do movimento pró-democracia, rumo à democracia, na China, enquanto o derrube do Muro de Berlim representou, ao invés, o início de um novo ciclo de liberdade e democracia. Como se pode constatar, a globalização liberta, mas, ao mesmo tempo, coloca sob pressão pessoas e nações em todo o mundo.Para melhor se compreender o alcance destes paradoxos faço a alusão a dois pontos de vista antagónicos de Thomas Friedman e Roberto Samuelson, que representam, respetivamente, a globalização e o nacionalismo. Se, por um lado, Friedman argumenta em “The World is Flat” que o mundo atual deixou de ter fronteiras e que por essa via o fluxo de bens, pessoas e serviços se pode fazer ininterruptamente devido a uma tecnologia de informação e transporte barata, por outro, Samuelson argumentou no seu artigo “O mundo ainda é redondo” que as fronteiras nacionais irão manter-se porque são movidas pela política e pela psicologia. A globalização, se por um lado dá margem de manobra às nações em todo o mundo, por outro, ameaça-as. Pelo que os países tenderão a defender os seus mercados nacionais contra a globalização e isso conduz, naturalmente, a que a globalização conduza ao despertar do nacionalismo.De facto, a globalização está repleta de paradoxos. Vários desses paradoxos poderiam ser enumerados, mas atenho-me apenas a enumerar alguns deles. Um desses paradoxos tem a ver com o facto de os indivíduos começarem a sentir, por força das novas tecnologias, pressão para se tornarem cidadãos globais da mesma forma que são cidadãos locais. O que tem como consequência que muitas pessoas se sintam ansiosas por terem de acomodar valores contraditórios lado a lado no seu interior. Assim sendo, a ansiedade tende

a aumentar nas pessoas especialmente em momentos de turbulência económica e naturalmente tenderão a culpar a globalização como causa da crise económica que assola o mundo. Daí que Charles Handy sugira que “as pessoas não deviam tentar solucionar estes paradoxos, mas procurar geri-los”. Outro grande paradoxo prende-se com o facto de, enquanto a democracia procura globalizar-se, a nova superpotência não-democrática, a China, cresce em poder. A China é hoje uma das maiores, se não a maior, fábrica do mundo e desempenha, sem margem para dúvidas, um papel determinante na economia global. Assim, segundo Philip Kotler, “apesar da crescente influência da democracia no mundo, esta nação opulenta prova que o capitalismo não exige democracia. A globalização pode abrir a economia, mas não a política. O cenário político permanece nacional”. Isto de facto dá que pensar! Um outro paradoxo é de natureza económica, porquanto, apesar de a globalização obrigar a uma integração económica,

não cria economias equiparáveis, e, assim sendo, a globalização prejudica, obviamente, uns países e beneficia outros tantos, uma vez que as armas das vantagens comparativas de que cada um dispõe são substancialmente desproporcionais. Mesmo no interior de uma mesma nação a riqueza é distribuída de forma desigual. Atualmente, a par de milhões de pessoas abastadas, existem mais de mil milhões de pessoas, em todo o mundo, a viver numa situação de pobreza extrema. A título de conclusão, termino, esperançado de que, apesar de todos estes paradoxos da globalização e desta dinâmica de forças antagónicas e imponentes desta aldeia global, venha a resultar um impacto positivo no futuro próximo das nossas vidas. Todavia, isso só será possível através de uma verdadeira consciencialização e sensibilização global para a pobreza, injustiça, sustentabilidade ambiental, responsabilidade comunitária e propósito social que conduza à partilha plena, equitativa, justa e racional de todos recursos globais entre todas as nações.

ATUALIDADE/Opinião

10 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

CARLOS GONÇALVESGestor de Empresas/TOC

NOVOS ARTIGOS DISPONÍVEIS NA ÍNTEGRA

NO SITE VIDA ECONÓMICA

www.vidaeconomica.pt

DAS DIFICULDADES EM TORNO DA CRIAÇÃO DE UM IMPOSTO GERAL SOBRE O PATRIMÓNIO

OS ALICERCES DA CONFIANÇA

CHEGOU O MOMENTO DE MUDAR DE CENÁRIO

A RESPONSABILIDADE DO TÉCNICO AUTOR DE PROJETO

O PROBLEMA DELES

Na sequência do anúncio, há cerca de um ano, da disponibilidade de alguns milionários, nos Estados Unidos da América e em França, em ajudar os respetivos Estados, através de contribuições superiores ao nível dos impostos, relançou-se, em Portugal, a par de outros países, a discussão

sobre a criação de um imposto geral sobre o património. Refira-se que, em Portugal, a defesa da tributação geral do património tem vindo a ser defendida essencialmente pela esquerda, mas ganhando, mais recentemente, adeptos ao centro e à direita.

Como refere Stephen Covey, no seu “Principle-Centered Leadership” (1992), “a confiança determina a qualidade do relacionamento entre as pessoas”.Nesta linha, vários outros autores têm vindo a propor que o caráter de uma pessoa, a sua integridade pessoal e o agir por princípios e valores, considerados

como os principais alicerces de uma confiança sustentada, constituem algumas das componentes indispensáveis para o exercício de uma liderança eficaz, na medida em que são as qualidades pessoais mais potenciadoras do efeito de inspirar confiança nos respetivos colaboradores.

As deslocações diárias de casa para o trabalho estão a esgotar a energia e o tempo da economia e os seus trabalhadores. As pessoas estão tão desesperadas que quase uma terça parte estaria disposta a aceitar uma redução nas férias pagas e uma quarta parte estaria disposta a aceitar um

corte no salário pela oportunidade de poder trabalhar de forma remota . Estas são estatísticas que deveriam fazer qualquer empresa reunir esforços, o mais rapidamente possível, para modificar as suas políticas de RH.No entanto, a realidade de trabalhar a partir de casa é dececionante.

Nos últimos anos ocorreu, por intervenção legislativa, uma simplificação ou mesmo eliminação do controlo prévio das operações urbanísticas dos particulares perante as entidades licenciadoras. Em paralelo, o legislador aumentou a responsabilização do técnico autor de projeto nas intervenções por este subscritas. Muitos foram os

domínios, nos projetos de obras, em que os técnicos deixaram de ter o respaldo (ou o controlo?) de um ente administrativo sobre a conformidade do projeto. O parecer sobre a conformidade do projeto, em especial das entidades externas às Câmaras Municipais, tornou-se a exceção quando antes era a regra.

Não há livro ou vídeo que seja capaz de transmitir a vitalidade económica no Japão. É preciso ir lá e ver para acreditar. Os consumidores são exigentes, os produtores perfecionistas e os retalhistas verdadeiros artistas no transformar dos seus artigos em dinheiro. Mas, não obstante o dinamismo, a organização e a eficiência que se respira por

todo o arquipélago, seja numa repartição pública seja num grande armazém, a economia japonesa debate-se com um grave problema. Este problema não é a deflação, nem o desemprego, nem um sistema político disfuncional, nem a dívida pública, nem guerras ou rumores de guerras.O problema é a população.

MIGUEL DURHAM AGRELLOSAdvogado de Uría Menéndez - Proença de Carvalho

MÁRIO CEITILDiretor Associado da CEGOCProfessor universitá[email protected]

NUNO CONDINHOCountry Manager da Regus Portugal

MANUEL ALEXANDRE HENRIQUESAdvogado

JOSÉ MIGUEL PINTO DOS SANTOSProfessor de Finanças, AESE

“A globalização está repleta de paradoxos. Um desses paradoxos tem a ver com o facto de os indivíduos começarem a sentir, por força das novas tecnologias, pressão para se tornarem cidadãos globais da mesma forma que são cidadãos locais”

Page 11: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca
Page 12: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

não pôs de parte fundir algumas des-tas estruturas. É este o caminho?

JQ - Como referi, os resultados positivos conseguidos com o primeiro ciclo de reconhe-cimento (dez pólos e sete “clusters”) levaram o Governo à decisão muito oportuna de proce-der a uma avaliação do caminho feito e definir o contexto dum novo posicionamento para estas estruturas. Tenho participado nesse pro-cesso, no âmbito dum grupo estratégico cons-tituido para o efeito, e estão a ser preparadas as condições para fazer deste novo ciclo de reco-nhecimento dos clusters a aposta certa para a competitividade da economia portuguesa.

VE - Os resultados da avaliação ainda não são conhecidos. Porquê?

JQ - O processo está a ser ultimado, no quadro duma ampla participação contribu-tiva dos próprios atores do sistema e estão a ser garantidas as condições para que possa ser implementada uma nova filosofia de rigoroso acompanhamento e monitorização dos im-pactos de valor associados aos novos desafios destas estruturas.

VE - Como encara o futuro destes pó-los e clusters?

JQ - Estruturas de Eficiência Colectiva como os pólos e “clusters”, que têm uma fun-ção central de renovação da cadeia de valor das fileiras económicas que integram e de reforço da sua base de capacitação interna-cional, precisam, para o seu adequado desen-volvimento, do suporte inicial de financia-mento público, em particular comunitário. Apoio público esse que tem, evidentemente, um caráter provisório. Em termos estruturais, eles deverão ser capazes de assegurar, pelo seu contributo para as fileiras e os seus atores, a sua própria sustentabilidade económica e fi-nanceira.

Os 10 pólos de competitividade e sete “clusters” criados em 2009 e que estão a ser financiados pelo QREN até 2013 deverão “ser capazes de assegurar, pelo seu contributo para as fileiras e os seus atores, a sua própria sustentabilidade económica e financeira”, defende Jaime Quesado, membro do grupo estratégico nomeado pelo Governo para a avaliação destas estruturas de eficiência coletiva. Apesar disso, diz o especialista em Inovação à “Vida Económica”, a continuidade do seu financiamento pelo Novo QREN “deve ser um dado a considerar”.

TERESA [email protected]

Vida Economica - Participou recente-mente no Congresso Mundial de Competi-tividade em Bilbao. Que conclusões retira?

Jaime Quesado - O Congresso Mundial de Competitividade, organizado pelo Insti-tuto de Competitividade de Michael Porter, reuniu mais de mil especialistas de todo o mundo na área dos clusters e inovação e foi um momento muito importante para refle-tir sobre o futuro da economia mundial e as estratégias mais adequadas a seguir. O pa-radigma da cadeia de valor da maior parte das fileiras económicas (quer as tradicionais, quer as mais inovadoras) mudou e o foco hoje passou a estar no papel da inovação aberta, in-teligência coletiva e integração ativa em redes internacionais. É aqui que os pólos e “clusters”, pelo efeito colaborativo sustentado que indu-zem entre empresas, universidades e centros de inovação, entram, ao permitirem organizar e regular as novas cadeias de valor da economia.

VE - Acredita que o QCA terá verbas para continuar a financiar estes projetos?

JQ - Os resultados muito positivos, em ter-mos de crescimento da atividade, exportações e emprego conseguidos com este primeiro ci-clo de financiamento e operacionalização da rede de pólos e clusters em Portugal suscita uma grande expetativa em relação aos desafios de renovação e consolidação das cadeias de valor das fileiras económicas que um segundo ciclo de financiamento possam suscitar. No quadro duma rigorosa monitorização e acom-panhamento de novos objetivos e impactos, a continuidade do financiamento deverá, na mi-nha opinião, ser um dado a considerar.

VE - O Governo assumiu que ia avaliar os pólos e clusters criados em 2009 e

JAIME QUESADO, ESPECIALISTA EM INOVAÇÃO, DEFENDE

Novo QREN deve continuara financiar os pólos e clusters

“No quadro duma rigorosa monitorização, a continuidade do financiamento [dos pólos e clusters] deverá, na minha opinião, ser um dado a considerar”

ATUALIDADE

12 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

Accenture e AESE apresentam o estudo sobre gestão As empresas portuguesas enfrentam a “Era da Troika” com aposta na rentabilidade, credibili-dade e internacionalização. Esta é a conclusão do estudo “A Gestão Empresarial em Portugal: Estratégias de Crescimento na ‘Era da Troika’”, divulgado pela Accenture e AESE – Escola de Direcção e Negócios, onde se faz um diagnóstico da atual situação económica e social do país, com entrevistas a 446 executivos de topo.

Transformar a cidade do Portonuma cidade do futuro até 2015O Centro de Competências em Cidades do Futuro da U.Porto, sediado na Fa-culdade de Engenharia, acaba de garantir financiamento europeu no valor de 1,6 milhões de euros para um projeto cujo objetivo é transformar a cidade do Porto numa “smart city”, ou seja, um laboratório vivo para as cidades do fu-turo. As plataformas de teste a desenvolver utilizarão tecnologias avançadas.

Todas as empresas devem ter como

imperativo conquistar a lealdade

dos seus clientes!Todas as empresas esperam que os seus clientes lhes voltem a encomendar! Esperam que os seus clientes espalhem a boa palavra sobre o quão bom é o seu produto ou serviço e quão boa é a sua equipa!O que é que está a fazer para encorajar os seus clientes a proativamente lhe voltarem a fazer compras ou a recomendar os amigos deles?A sua empresa deve ter como imperativo conquistar a lealdade dos seus clientes!Obter a lealdade dos seus clientes é um objetivo muito mais elevado (proveitoso) do que o de obter a satisfação dos seus clientes.A LEALDADE tem de ser primeiro demonstrada para que possa ser recebida!O empresário e a empresa têm que ser leais para com os seus colaboradores,leais para com a qualidade do seu produto e leais na excelência de serviço ao seu cliente.A lealdade deve fazer parte do código de valores do empresário e da sua empresa.A sua empresa não consegue assegurar um comportamento de lealdade enquanto não se assegurar que mantém um comportamento de lealdade para com os seus colaboradores. Os princípios de moral e ética na sua empresa, a começar por si, o empresário, são fundamentais para desenvolver uma cultura de lealdade.A lealdade é simultaneamente uma ação e um processo.As empresas mais competitivas têm ótimas equipas de trabalho, têm ótimos produtos e um excelente serviço. São parceiros de negócio fáceis, o que as torna muito atrativas. Estes são os elementos que criam a lealdade.O elemento com impacto mais relevante para o cliente é a excelência do serviço. E a lealdade baseia-se na excelência do seu serviço.Desenvolva um serviço ao cliente memorável!A lealdade é um processo em cadeia que não começa com a satisfação no cliente. Começa quando a gestão de topo (você) compreende que a lealdade é um princípio de vida e não, meramente, uma palavra. A lealdade começa dentro de portas.A lealdade conquista-se através de um processo e não por uma moda ou uma onda, nem mesmo através da excelência do produto.A lealdade mede-se com facilidade: quantos clientes lhe repetem as compras?Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

“Estão a ser preparadas as condições para fazer deste novo ciclo de reconhecimento dos clusters a aposta certa para a competitividade da economia portuguesa”, diz Jaime Quesado.

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.quantumcrescimentonegocios.com

Page 13: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Cerca de um milhão de portugueses sofre de algum tipo de perda auditiva e demora, em média, mais de sete anos a procurar ajuda. Trata-se de um mercado que está em expansão, à medida que as pessoas tomam consciência dessa realidade. Dulce Martins Paiva, em entrevista à “Vida Económica”, explica como opera a GAES em Portugal através dos seus centros auditivos e como esta é uma área da saúde em constante evolução.

Vida Económica – Os cida-dãos estão mais informados no que respeita aos problemas au-ditivos?

Dulce Martins Paiva – Existe ainda um longo caminho a per-correr nesse sentido. A maioria das perdas auditivas demora, em mé-dia, cerca de sete anos a ser corri-gida, sendo que durante esse tem-po a qualidade de vida da pessoa se vai deteriorando e, em muitos casos, há um crescente isolamen-to. O que acontece por diversas razões. A pessoa com perda audi-tiva tende a colocar o problema no outro lado, isto é, as pessoas é que falam baixo. Por outro lado, ainda existe um grande estigma relativamente aos aparelhos audi-tivos, sem qualquer fundamento. Os aparelhos auditivos atuais são praticamente invisíveis e ninguém

tem de se preocupar com a ques-tão da imagem.

VE – Há quem pense que se trata de um produto dispendio-so e que requer alguma manu-tenção. Estas ideias correspon-dem à realidade?

DMP – Temos soluções auditi-vas adaptadas a todas as disponi-bilidades económicas. O primeiro passo é fazer sempre um diagnós-tico correto, pelo que é essencial que o audioprotesista tenha uma formação adequada para identifi-car qual a real necessidade que o cliente tem e propor a solução mais adequada. Deve ser acompanhado para se sentir apoiado. Todos os aparelhos têm entre três e cinco anos de garantia, o que cobre qual-quer intervenção técnica durante esse período. Se a adaptação for realizada corretamente e o cliente estiver devidamente informado, a manutenção é mínima. A GAES oferece durante três meses a pos-sibilidade de o cliente devolver o

aparelho, caso não esteja satisfeito. O valor é reembolsado na íntegra.

VE – É verdade que existe uma tendência crescente para a utilização de aparelhos/im-plantes auditivos em pessoas cada vez mais jovens?

DMP – Há apenas uma década, a perda auditiva era mais frequente nas pessoas acima dos 60 anos, mas hoje é um problema cada vez mais frequente em pessoas jovens. Um estudo israelita conclui que um em cada quatro jovens corre risco eleva-do de sofrer perda auditiva precoce, como consequência da má utiliza-ção de mp3. A Comissão Europeia estima que, nos próximos anos, mais de dez milhões de jovens euro-peus correm o risco de perda audi-tiva irreversível, devido à utilização contínua dos leitores de mp3 com o volume demasiado alto.

Empresa tem cobertura total do território

VE – Como interpreta a atual

situação do setor em que opera a vossa empresa? Existe “dum-ping”?

DMP – Não se pode afirmar que exista “dumping” por parte da concorrência. O que se verica muitas vezes é a publicitação de determinados dispositivos como sendo aparelhos auditivos e que, na verdade, não o são. Como tal, não podem ter o mesmo preço. Um aparelho auditivo é um dis-positivo que tem de ser persona-lizado, tendo em consideração a sua perda auditiva, o seu estilo de vida e os seus perfis social e económico. Quanto ao mercado nacional, temos uma cobertura total do território, mas conti-nuamos com uma estratégia de expansão. Detemos 26 centros próprios e mais de 150 centros de consulta e pontos de informa-ção. Somos líderes na Península Ibérica, em termos de fabrico e distribuição e de aparelhos para a correção auditiva. Cobrimos todas as áreas, desde a produção de aparelhos auditivos até à adap-tação ao cliente final nos centros auditivos. Contamos com mais de 70 colaboradores.

VE – É difícil encontrar bons audioprotesistas em Portugal?

DMP – O problema não pode ser colocado dessa forma. Em Por-tugal existem apenas duas escolas superiores de audiologia, o que limita bastante a quantidade de profissionais disponíveis para as atuais necessidades do mercado. Para colmatar essa falha, a GAES criu uma academia de formação própria, o que nos permite formar os nossos audioprotesistas, dotan-do-os das competências técnicas necessárias para a correta adap-tação protésica e a prestação dos vários serviços que possibilitam oferecer soluções personalizadas a cada caso.

Mercado dos aparelhos auditivos tem ainda margem para crescer

Janelas vão ter sistema voluntário de marcação energética

A Agência para a Energia (ADENE) e a Associação Na-cional dos Fabricantes de Janelas Eficientes (ANFAJE) decidiramavançar com o programa de ca-racterização de desempenhoenergético de janelas, através do Sistema de Etiquetagem Energé-tica de Produtos (SEEP). O obje-tivo é o projeto entrar em vigor já a partir de janeiro.

Consiste numa medida inova-dora em Portugal e que vai possi-bilitar a comparação de produtos, de acordo com o desempenhoenergético e com reflexos diretos no consumo de energia. Com efeito, a etiquetagem de janelasvai permitir ao consumidor esco-lher – de acordo com o desem-penho energético – os produtosrelacionados com o conforto nas habitações e possibilitando a re-dução de consumos energéticos eos custos associados à climatiza-ção. A realidade é que, em Portu-gal, existem cerca de três milhões de fogos com janelas de má qua-lidade, refere a ANFAJE. Ora, a sua substituição representa im-portantes benefícios de poupança e de melhoria no conforto.

O sistema também significa que os fabricantes podem incor-porar valor acrescentado nos seus produtos e uma maior eficiência no desempenho da sua oferta,ao mesmo tempo que potenciao mercado da reabilitação. “As etiquetas energéticas SEEP das janelas permitem identificar e caracterizar cada janela individu-almente, dando a conhecer o de-sempenho energético através de sete classes, de menos (G) a mais eficiente (A), sendo que cada eti-queta também pode incorporar outros mecanismos inovadores”, refere aquela associação.

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 13

Dachser entra no mercado vietnamitaA Dachser, grupo de logística e transporte de mercadorias, continua a desenvolver uma es-tratégia de expansão nos mercados asiáticos. A multinacional entrou no Vietname, através deuma “joint-venture”. As novas instalações ficam localizadas em Ho Chi Minh e vão contarcom 20 colaboradores, estando ainda prevista a abertura de um segundo espaço ainda até aofinal do ano, desta vez em Hanoi. “O investimento em curso propicia a aposta na expansãodos negócios nos países orientais. Acreditamos que facilita ainda mais o acesso das empresasnacionais à Ásia”, de acordo com José Cardoso, administrador-delegado da Dachser Portugal.

Eurofrozen obtém garantia de segurança alimentarA Eurofrozen obteve a certificação pela norma NP EN ISO 22000:2005, no que foi um longo processo e que permitiu redefinir e melhorar os procedimentos e métodos de controlo. “Esta certificação vem garantir que são adotados pela empresa padrões elevados de qualidade e segurança alimentar na produção dos produtos, procurando-se eliminar qualquer risco para os consumidores. É também uma forma de otimização dos recursos utilizados, de forma a melhorar a eficiência do autocontrolo, no âmbito dos seus produtos ultracongelados”, diz Marta Pires, administradora-delegada da Eurofrozen.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

PUB

A empresa espanhola Gaes conta com mais de 500 centros auditivos espalhados pelo mundo, de acordo com a diretora-geral para Portugal, Dulce Martins Paiva.

Page 14: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

VIRGÍLIO FERREIRAvirgí[email protected]

A General Dynamics European Land Systems apresentou um requerimento de arbitragem contra o Ministério da Defe-sa Nacional de Portugal com o objetivo de impedir que o ministério termine “de modo impróprio” o seu contrato com a General Dynamics European Land Syste-ms para a produção e entrega de 260 via-turas blindadas sobre rodas Pandur 8x8.

A General Dynamics European Land Systems e o seu parceiro português, a Fa-brequipa, produziram e entregaram 166 veículos às Forças Armadas Portuguesas e estão prontos para entregar mais 27 que estão já concluídos, aguardando aceitação desde 2011. As viaturas Pandur foram encomendadas com o objetivo de “pro-porcionar vantagens cruciais na proteção de força e na mobilidade das Forças Ar-madas Portuguesas”. O programa de fa-bricação suporta mais de 200 postos de trabalho diretos no Barreiro, assim como muitos outros trabalhadores de empresas fornecedoras portuguesas, essenciais para o programa.

“A General Dynamics European Land Systems não teve alternativa ao apresentar o Requerimento de Arbitragem, dado que o ministro da Defesa Nacional anunciou, a 16 de outubro de 2012, a intenção de rescindir o contrato devido a uma alegada “quebra” da parte da General Dynamics European Land Systems”, informa a em-presa.

“Não houve nenhuma quebra do con-trato e a General Dynamics European Land Systems e o seu parceiro português, a Fabrequipa, estão preparados e compro-metidos em produzir os restantes veículos previstos no contrato, sujeitos à confi r-mação de que o Ministério da Defesa Na-cional está disposto e capaz de os aceitar e pagar”, acrescenta a mesma fonte.

“Temos comunicado de forma consis-tente e repetida ao Ministério da Defesa Nacional que a General Dynamics Euro-pean Land Systems está disposta e capaz

de trabalhar numa solução mutuamente aceitável, tendo em conta a atual situação económica em Portugal e as necessidades das Forças Armadas Portuguesas”, diz o presidente da General Dynamics Europe-an Land Systems, Alfonso Ramonet.

GDELS disposta a negociar

“A General Dynamics European Land Systems tem cumprido sempre as suas obrigações que constam nos termos do contrato com Portugal e que incluem não só a produção, até à data, de 193 veículos, mas também a transferência de tecnolo-gia e know-how valiosos para a indústria local, criando assim em Portugal mais de 200 postos de trabalho altamente quali-fi cados a nível tecnológico”, acrescenta Alfonso Ramonet.

“Temos esperança que o Ministério da Defesa Nacional concorde em voltar a reunir com a General Dynamics Euro-pean Land Systems para encontrarmos uma solução que permitirá à General Dy-namics European Land Systems e ao seu parceiro português, a Fabrequipa, pro-duzir os restantes veículos previstos no contrato. Assim, é possível preservar os postos de trabalho já criados em Portugal, proporcionar os veículos tão necessários para as Forças Armadas e permitir que to-das as partes cumpram as suas obrigações previstas nos termos do contrato”, con-clui o presidente da General Dynamics European Land Systems.

A família Pandur dos veículos blinda-dos de média dimensão é composta por versões e confi gurações específi cas para as mais variadas missões, proporcionan-do diferentes capacidades funcionais. As características de design dos veículos an-fíbios estão otimizadas para uma sobre-vivência e mobilidade superiores, assim como para uma implementação e manu-tenção rápidas. Os veículos vão fornecer recursos essenciais para as forças de defesa portuguesas, incluindo melhorias na pro-teção de força e mobilidade.

“CONFLITO” EM ABERTO COM O MINISTÉRIO DA DEFESA PORTUGUÊS

General Dynamics European procura arbitragem sobre as Pandur

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO DE 2012

Entrega de 27 viaturas Pandur 8x8 já concluídas aguardam aceitação desde 2011.

Novo Regime do Arrendamento Urbano

Autores: Manteigas Martins, Carlos Nabais,

Carla Santos Freire, José M. Raimundo

Páginas: 304 (15,5 x 23 cm)P.V.P.: € 20

Colectânea deLegislação Laboral - 3ª edição

Autor: Luís Manuel Teles de Menezes

Leitão

Páginas: 944 (14,8 x 21 cm)P.V.P.: € 19

[email protected] 223 399 400

Compre já em http://livraria.vidaeconomica.pt

Código de Processo do Trabalho - Anotado

Autor: Adalberto CostaPáginas: 480 (15,5x23 cm)P.V.P.: € 22

Page 15: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Trabalhei, em regime de exclusivida-de, para a mesma empresa há 5 anos, na qual prestava serviços de informá-tica. Durante esse período de tempo, realizei a minha atividade com base num contrato de prestação de serviços.

Agora, a empresa fez cessar o con-trato de prestação de serviços. Tenho direito ao subsídio de desemprego?

Até há bem pouco tempo, os trabalhadores independentes não tinham qualquer proteção na eventualidade de desemprego. Contudo, com a entrada em vigor do Decreto-Lei nº 65/2012, de 15 de março (DL 65/2012), a situação alterou-se.

De facto, com a aplicação deste diploma legal, foi instituído um “regime jurídico de proteção na eventualidade desemprego, de natureza contributiva, que tem como âmbito pessoal os trabalhadores independentes que prestam serviços a uma entidade contratante da qual dependam economicamente” – cfr. Preâmbulo do DL 65/2012.

A finalidade deste diploma era a de estender aos trabalhadores independentes, isto é, aqueles que não são, para efeitos de Segurança Social, considerados como trabalhadores por conta de outrem, a proteção no desemprego. Todavia, este direito não pode ser usufruído por todos os trabalhadores independentes, mas, apenas, por aqueles que estejam em situação de dependência económica de uma única entidade contratante. Ou seja, este benefício existe apenas para os trabalhadores que, no mesmo ano civil, obtenham da mesma empresa, seja ela uma pessoa coletiva ou uma pessoa singular com atividade empresarial, 80% ou mais do valor anual dos rendimentos obtidos na atividade independente.

De acordo com o artigo 4º do DL 65/2012, a proteção social na eventualidade de desemprego efetiva-se mediante a atribuição do subsídio por cessação de atividade e do subsídio parcial por cessação de atividade. O primeiro visa compensar a perda de rendimentos do prestador de serviços em consequência da cessação involuntária da atividade independente, resultante da cessação de contrato de prestação de serviços com a entidade contratante. A segunda prestação pecuniária, por seu lado, será atribuída nas situações em que o prestador de serviços, após cessar o contrato de prestação de serviços, mantenha uma atividade profissional correspondente aos restantes 20% ou a menos do valor total anual dos seus rendimentos de trabalho.

Nos termos do disposto no nº 1 do artigo 6º do DL 65/2012, o “reconhecimento do direito ao subsídio por cessação de atividade ao trabalhador independente da verificação cumulativa das seguintes condições:

Cessação involuntária do vínculo contratual celebrado com a entidade contratante;Cumprimento do prazo de garantia;Cumprimento da obrigação contributiva das entidades contratantes do trabalhador independente, nessa qualidade, em pelo menos dois anos civis, sendo um deles o ano imediatamente anterior ao da cessação do contrato de prestação de serviços.

O trabalhador independente ser considerado economicamente dependente à data da cessação do contrato de prestação de serviços;

Inscrição no centro de emprego da área de residência, para efeitos de emprego.”

O prazo de garantia para atribuição destas prestações é de 720 dias de exercício de atividade independente, economicamente dependente, num período de 48 meses imediatamente anterior à data da cessação involuntária do contrato de prestação de serviços.

O montante diário do subsídio por cessação de atividade é calculado de acordo com uma fórmula prevista no artigo 10º DL 65/2012, que tem por base o escalão de base de incidência contributiva e a percentagem correspondente à dependência económica do beneficiário.

O requerimento para atribuição do subsídio por cessação de atividade deve ser apresentado no prazo de 90 dias a contar da data do desemprego por cessação do contrato de prestação de serviços e precedido de inscrição para emprego no centro de emprego – cfr. art. 11º DL 65/2012. Este requerimento tem, necessariamente, de ser instruído com a informação comprovativa da situação de cessação involuntária do contrato de prestação de serviços, podendo ser entregue online, no sítio da internet da Segurança Social.

O financiamento destes subsídios é conseguido através das contribuições das entidades contratantes sobre serviços prestados por trabalhadores independentes, nos termos previstos no artigo 140º do Código dos Regimes Contributivos. Recorde-se que incumbe a estas entidades contratantes o pagamento de uma taxa contributiva de 5% sobre o valor dos serviços prestados pelos trabalhadores independentes em situação económica dependente.

Em suma, no caso em apreço, se o trabalhador independente reunir as condições que o DL 65/2012 estabelece, terá direito a proteção na eventualidade de despedimento. Contudo, para que tal suceda, também é imprescindível que a entidade contratante tenha liquidado a taxa contributiva de 5% a que alude o artigo 168º, nº 4, do Código dos Regimes Contributivos (Lei nº 110/2009, de 16 de setembro).

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Webill simplifica faturaçãoA ueb acaba de lançar uma nova solução de faturação para pequenos operadores. Trata-se duma aplicação desenvolvida para profissionais liberais, independentemente do seu setor, que vão iniciar atividade ou que já utilizem outra ferramenta de faturação e pretendam mudar para uma mais simples e económica. A ueb é uma startup tecnológica com cerca de dois anos de atividade .

Galileu aposta em novas áreas de formaçãoA Galileu desenvolveu quatro novos Percursos de Formação e Certificação na área de Re-des e Sistemas. A nova aposta da Galileu terá início a 21 de janeiro e tem como objetivodisponibilizar uma oferta formativa completa, preparando os profissionais a nível técnico(hard skills) mas incluindo uma componente de formação em competências pessoais(Soft Skills).

O subsídio de desemprego para trabalhadores independentes

PUB

MARC [email protected]

A desistência do Governo brasileiro em impor restrições à importação de vinhos consolida as expetativas dos pro-dutores nacionais nas suas estratégias comerciais. Com efeito, as exportações de vinhos portugueses para o Brasil cres-ceram 19% entre 2010 e 2011, aumen-tando de 20 milhões de euros para 24 milhões, cerca de 7% das exportações de vinhos nacionais.

A ViniPortugal prevê que a não apli-cação das medidas de salvaguarda e o não agravamento das taxas aduaneiras faz estimar um crescimento médio anu-al das exportações nacionais de 7,5% em valor para o período 2012 – 2014.

Segundo Jorge Monteiro, presidente

da ViniPortugal, “a desistência deve-sea um conjunto diversos de factores”, en-tre os quais “a boa organização da defesados interesses nacionais, quer ao nívelda administração, em particular o IVV,quer do Governo, através do MNE”;a “solidez da fundamentação técnica ejurídica apresentada por Portugal, como apoio da Espanha, França, Itália emconjunto com a Comissão Europeia”e, finalmente; “a forma aberta como oGoverno brasileiro se empenhou em en-contrar a solução”.

A ViniPortugal traçou um programade promoção para o Brasil que inclui35 ações de formação e educação em 13cidades, cujo “envelope financeiro” é deum milhão de euros, ou seja, quase 4%do atual valor do mercado.

Brasil renuncia à imposição de quotas na importação de vinhos

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 15

RICARDO MEIRELES VIEIRA ADVOGADO GABINETE DE ADVOGADOS ANTÓNIO VILAR, LUÍS CAMEIRÃO & ASSOCIADOS [email protected] www.avlc-advogados.com

CONSULTÓRIO LABORAL

Page 16: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

TERESA [email protected]

A recente aquisição, pela DIA (Distribuidora Internacional de Alimentação), da cadeia alemã de lojas Schlecker, especialista ‘dis-count’ no setor de produtos para o lar, beleza e saúde, em Espanha e Portugal, não vai implicar des-pedimentos nem redução do nú-mero de lojas, anunciou fonte da empresa.

Em comunicado enviado à “Vida Económica”, a DIA ga-rante que “manterá os postos de trabalho nas cadeias adquiridas”, sendo a rede composta por 1127 lojas em Espanha e 41 em Portu-gal, a que se somam quatro cen-

tros de distribuição, três deles em Espanha e um em Portugal.

A operação de compra, revela ainda fonte da DIA, “será reali-zada integralmente em dinheiro por um montante máximo de 70,5 milhões de euros, isento de dívida”, prevendo-se que a ope-ração esteja “concluída antes de abril de 2013”.

Questionada pela “Vida Eco-nómica” sobre as perspetivas de evolução do consumo em Por-tugal e mesmo em Espanha nas lojas Schlecker e nos supermer-cados DIA, tendo em conta a atual conjuntura nos dois países e, concretamente, as medidas de agravamento fiscal acabadas de anunciar pelo Governo portu-

guês em sede de Orçamento de Estado para 2013, fonte da em-presa é parca em explicações. Li-mitam-se a dizer que a questão da compra da cadeia Schlecker, que “conduz uma atividade rentável e solvente na Península Ibérica des-de 1989”, está “a aguardar a apro-vação da operação pelas autorida-des de supervisão competentes”, pelo que não podem, para já, fornecer outros esclarecimentos.

Em declarações escritas à im-prensa aquando do anúncio da operação, o CEO mundial da DIA, Ricardo Currás, afirmou “a confiança da DIA nas capaci-dades de desenvolvimento de Es-panha e Portugal, países em que, apesar de um difícil contexto eco-

nómico, vemos oportunidades de crescimento através do reforço da

nossa liderança e aposta nos for-matos de proximidade”.

TERESA [email protected]

A herdade Vale da Rosa, em Fer-reira do Alentejo, o maior produtor de uva de mesa em Portugal, com 230 hectares e planos para atingir

os 500 e duplicar a produção “num futuro muito próximo”, enviou a semana passada para a China (Hong-Kong) o primeiro carrega-mento para aquele destino asiático – um contentor com cerca de 15

toneladas de uvas Red Globe, Palie-ri e Black Pearl.

A operação, revelou Silvestre Fer-reira, presidente da Vale da Rosa, à “Vida Económica” no dia do carregamento, concretizou-se em articulação com a Aartsenfruit, um importador que é o principal clien-te de exportação de 2012, com sede na Holanda, e que distribui em todo o Benelux, possuindo quatro centros de distribuição e mais de mil clientes diários.

“Hoje foi um dia muito impor-tante para a nossa empresa”, disse, entusiasmado, Silveste Ferreira, explicando que este negócio surgiu após uma visita à sede da Aartsen-fruit, em Breda (Holanda), em agosto último.

“Como se sabe, o mercado asi-ático encontra-se em grande cres-cimento e lançamos o desafio de fazer um teste na presente campa-nha, por forma a mostrar a marca

Vale da Rosa e a fruta portuguesa na China”, explica o presidente da empresa. Adianta depois que, “ul-trapassadas algumas burocracias, acordamos efetuar o envio de um contentor de 15 toneladas e que, es-trategicamente, permite alavancar o projecto Vale da Rosa” na Ásia.

Tudo isto é, aliás, para Silvestre Ferreira, “muito mais do que um mero contentor com 15 tonela-das de uvas; esta é uma oportuni-dade que se apresenta para o Vale da Rosa, bem como para a fruta portuguesa”, explicou o empresá-rio.

Aquisição das lojas Schlecker pela DIA não vai implicar despedimentos

Uvas de mesa Vale da Rosa chegam a Hong-Kong

Troiaresort conquista prémio internacional de filmes de turismoO filme institucional do troiaresort foi agraciado com o prémio principal, na categoria Hotéis & Resorts, do Festival Internacional de Filmes de Turismo Art&Tur 2012. Esta 5ª edição, realizada de 24 a 27 de outubro, em Barcelos, contou com a participação de 360 filmes de 28 países, que apresentaram o que de melhor se faz a nível mundial na área audiovisual do sector do turismo.

NERSANT e AgroCluster promovem negócios no BasilA NERSANT e o AgroCluster realizaram, na sede da associação empresarial em Torres Novas, uma sessão de trabalho sobre “Oportunidades de Negócio da Bahia”. O seminário contou com a presença do secretário de Agricultura do Estado da Bahia, Eduardo Salles, e do presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil - Bahia, António Coradinho.

Exportações Vale da Rosa para Angola atingem 100 toneladas

A herdade Vale da Rosa colheu, em 2011, 4500 toneladas de uvas de mesa, cerca de metade sem grainha e 25% do total para exportação, tendo faturado sete milhões de euros. Deve chegar às 5000 toneladas de produção em 2012, sendo que, destas, 100 toneladas foram exportadas diretamente para Angola, confirmou Silvestre Ferreira à “Vida Económica”. “Os angolanos estão-nos a prestigiar muito” com as importações que fazem das nossas uvas, admite o presidente da empresa, dizendo-se “muito contente” com esta crescente incursão naquele país africano com o qual querem “estar cada vez mais próximos”, pois têm “grandes expectativas em relação àquele mercado”.Desiludido com as quebras de consumo em Portugal – “o mercado interno está violento de mais”, assume Silvestre Ferreira –, o presidente da herdade Vale da Rosa tem, para já, um objetivo: “equilibrar com as exportações as quebras do mercado nacional”.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

16 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

António Silvestre Ferreira, presidente da herdade Vale da Rosa.

Page 17: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Airfree ganha Estatuto de PME LíderA marca nacional de Esterilizadores de Ar, Airfree, acaba de receber o Estatuto de PME Líder, distinção criada pelo IAPMEI, no âmbito do Programa FINCRESCE deste Instituto, em parceria com a banca, que assinala o mérito de empresas nacionais com perfis de desempe-nho superiores.

Borges Soalheira 10 anos conquista TOP 3O AWC Vienna –International Wine Challenge, distinguiu o Vinho do Porto Borges Soalheira 10 Anos, da Sociedade dos Vinhos Borges, com uma medalha de ouro e a inserção no TOP 3 da categoria Fortified Wi-nes (Sherry, Madeira, Port Wine, Liqueur wine). A cerimónia de entrega dos prémios, a Wine Gala Night, decorreu no histórico edifício Vienna City Hall.

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 17

de, “desenvolver outro tipo de projeto para o desenvolvimento económico da região”.

ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS CRIAM NOVO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO PARA A REGIÃO

Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa já constituído

PUB

Representantes das associações empresariais em frente da Casa das Torres.

O Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa (CETS) acaba de ser formalmente constituído através de escritura pública, na qual participaram representantes das 13 associações empresariais da região. A cerimónia decorreu na Casa das Artes, em Felguei-ras.

Este novo organismo congre-ga todos os empresários dos 12 municípios que constituem a NUT III do Tâmega e vai ficar sediado neste concelho, na Casa das Torres. “Tudo o que nos une de Felgueiras a Resende e de Celorico de Basto a Castelo de Paiva é muito diferente”, des-tacou o presidente da Câmara de Felgueiras. No entanto, para Inácio Ribeiro, que já foi presi-dente da associação empresarial local, “com atitude e determi-nação será possível alcançar os objetivos”.

Reconhecendo as atuais di-ficuldades que a economia enfrenta, o autarca prometeu “colaboração, empenho e dis-ponibilidade totais no apoio” ao CETS, para que este novel orga-nismo se torne ums força impul-sionadora do desenvolvimento de toda a região.

Estratégia assente

na cooperação

empresarial

O indigitado presidente da di-reção do CETS, Luís Miguel Ri-beiro, recordou o longo processo que as associações empresariais trilharam até este momento, de-fendendo “a criação de sinergias e a partilha entre todos” como fundamental para enfrentar “a dimensão dos problemas de hoje”.

Reforçar a capacidade reivin-dicativa da região, antecipar a realidade que irá ser criada pelo próximo Quadro Comunitário de Apoio e uma maior partilha de saberes e experiências entre as associações da região são alguns dos pontos fundamentais da atu-ação do CETS. Para o presiden-te da AE Amarante, a estratégia para este organismo assenta na cooperação institucional, no res-peito pelos pares e na promoção da região.

Luís Miguel Ribeiro defendeu ser possível, através da unida-

Page 18: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Optando a empresa credora pela recuperação de créditos por advogado, e remetido o processo para o mesmo, para que a recuperação de créditos extrajudicial tenha sucesso, é essencial que o advogado contacte o devedor o mais rapidamente possível.

Para o contacto com o devedor, regra geral, o advogado utiliza o meio mais comum e formal, e o mais correcto também, a carta. Nesta carta o advogado informa o valor em dívida, solicita o pagamento voluntário da mesma num determinado prazo e, por fim, informa quais as consequências do não pagamento.

Daqui, não havendo resposta ou pagamento, em regra, o advogado parte para a recuperação judicial do crédito.

Nos dias de hoje não será essa, no entanto, a forma mais eficiente de recuperar o crédito.

Atualmente, para obter sucesso na recuperação de créditos o advogado terá que ter o espírito aberto e adotar uma metodologia semelhante à das empresas de recuperação de crédito, mas, ainda assim, cumprindo as regras deontológicas da profissão. Limitação que as empresas de recuperação de crédito não têm, mas que dignificam não só o advogado, mas também o credor que este representa.

É cada vez mais essencial contactar o devedor telefonicamente, perceber o motivo do não pagamento e encontrar uma solução que satisfaça as pretensões do credor, mas que seja viável para o devedor.

De facto, de pouco servirá conseguir uma promessa irrealista de pagamento, é certo que o credor ficará satisfeito com a notícia de um pagamento imediato, ou em poucas prestações, mas já não o ficará com

o resultado, o não recebimento do valor em dívida.

Surge aqui a figura chave da recuperação de créditos extrajudicial, o cordo de Pagamento.

O Acordo de Pagamento é deveras importante, antes de mais porque, na maioria das vezes, é cumprido, e, ao sê-lo, evita custos acrescidos com a cobrança da dívida ao credor.

Para cumprir cabalmente a sua função, o acordo de pagamento deverá, para além de identificar credor e devedor, o valor em dívida, o fundamento da dívida e o modo de pagamento, procurar também garantir que o próprio acordo é cumprido, impondo, por exemplo, um meio de pagamento que leve o devedor a “pensar duas vezes” antes de optar pelo não pagamento.

Mas é importante também porque, corretamente elaborado, o Acordo de

Pagamento é título executivo. O que significa que, havendo incumprimento do que ficar acordado entre as partes, o credor pode executar o Acordo de Pagamento. Pode assim, de imediato, requerer ao Tribunal que penhore os bens do devedor por forma a pagar o seu crédito.

Daí que, cada vez mais, o credor opte por celebrar Acordos de Pagamento, que sabe não irão ser cumpridos, mas que lhe permitem, em caso de incumprimento, passar de imediato para a acção executiva, o meio processual, por excelência, para a cobrança de dívidas.

Com a celebração de um Acordo de Pagamento evitam-se a morosidade e os custos de uma acção de injunção, ou mesmo de uma ação de condenação, que de outro modo seriam uma etapa obrigatória. Num próximo artigo falaremos sobre a Injunção.

Oracle Day no CCB A Fundação Centro Cultural de Belém recebe no próximo dia 7, pelas 9 horas, o Oracle Day 2012. Segundo o comunicado de impresa, neste evento poderá ficar a saber como “a Oracle poderá simplificar as TI, quer através da combinação de hardware e software desenhados para trabalhar juntos, quer fazendo com que as novas tecnologias funcionem nas organizações modernas”.

Oli exporta para o Brasil com a DuratexA OLI iniciou recentemente a exportação para o Brasil, através de um acordo de fornecimento de soluções sanitárias para a empresa DECA que integra o universo Duratex, empresa produtora de painéis de madeira industrializada, louças e metais sanitários, controlada pela Itaúsa, Investimentos Itaú S.A e Companhia Ligna de Investimentos.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

18 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

O acordo de pagamento em tempos de crise

SÍLVIA VILAS BOASAdvogada responsável pelo Departamento de Recuperação de Crédito na Gali Macedo & [email protected]

Page 19: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Vida Económica – Patrícia Flores

E-mail: [email protected]

7 de NovembroSala Porto da ANJECasa do Farol, Rua Paulo da Gama, 4169-006 PortoHorário: 9h15m

ORÇAMENTO DE ESTADO: uma antevisão do que vai mudar na FISCALIDADE das empresas em 2013

IRS, IRC e IVA Prof. Doutor Joaquim Rocha, Professor na Escola de Direito na Universidade do Minho e consultor na Gali Macedo e Associados.

EBF, IS e Impostos PatrimónioDr.ª Andreia Júnior, Pós - graduada em Direito fiscal e associada da Gali Macedo e Associados.

Garantias dos contribuintes Dr.ª Patrícia Meneses Leirião, Mestre em Direito fiscal e sócia da Gali Macedo e Associados.

ModeradorDr. João Luis de Sousa, Vida Económica

Foi apresentada na A.R., no passado dia 15 de Outubro a Proposta de Lei do Governo do Orçamento de Estado para 2013. Embora a discussão e votação só deva estar concluída em final de Novembro, julgamos por demais oportuno lançar um fórum que permita o esclarecimento e debate sobre os principais impactos para os empresários, das medidas que agora se anunciam.

PROGRAMA

Organização:

Page 20: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

DORA TRONCÃ[email protected]

A recompra da operação ibérica (19 clubes em Portugal), pelos fundadores da marca Holmes Place, representa para Jonathan Fisher, CEO Holmes Place In-ternational um velho sonho do pai, Allan Fisher.

“Nós encarámo-la como um ‘regresso a casa’. Com a integração da Holmes Pla-ce Ibéria no Holmes Place International Group – que tem vindo a registar um só-lido crescimento de receitas e um aumen-to de lucros na casa dos dois dígitos, nos últimos 3 anos – o grupo Holmes Place tornou-se o operador líder no segmento de clubes premium na Europa, com mais de 260 mil membros, em 80 clubes espa-lhados por 10 países. Em janeiro, quando se deu a recompra da operação ibérica, “estávamos perfeitamente conscientes da situação macroeconómica de Portugal e

Espanha (o volume de negócios combina-do dos 29 clubes, Portugal e Espanha, na altura, era de 80 milhões de euros).

Consideramos, contudo, que, agora mais do que nunca, as pessoas necessi-tam de recorrer aos clubes Holmes Place e torná-los o seu terceiro espaço, pois é em alturas mais desafiantes que tendem a sentir maior pressão, mais preocupações e níveis de stress mais elevados. Estes fac-tores obrigam a um cuidado extra com a saúde e bem-estar, que passam incontor-navelmente pela prática regular de exercí-cio físico, para alcançar o equilíbrio físi-co e mental para enfrentar os desafios do dia-a-dia. Neste sentido, Portugal e Espa-nha são ótimos mercados para os serviços Holmes Place, cuja missão é levar a popu-lação a adotar um estilo de vida saudável com base nos nossos três critérios “Move Well | Eat Well | Feel Well”, frisa o CEO. Portugal, onde menos de 7 % da popu-lação pratica exercício físico, o que é um gravíssimo problema de saúde pública, é um mercado com um enorme potencial de crescimento”, assinala o CEO.

Resposta às necessidades de cada população

O Holmes Place tem clubes em países tão díspares e com uma situação econó-mica tão diferenciada quanto Alemanha, Espanha, Portugal e até Grécia. “Dentro de cada cenário estamos a responder com sucesso às necessidades de cada popula-ção. Um exemplo é a Grécia, cuja situação é bastante mais grave que aquela que se vive em Portugal, e, mesmo assim, temos uma boa aceitação no mercado. Nos clu-bes gregos, o número de membros subiu, tal como em Portugal. Parece um parado-xo, mas, mais do que nunca, as pessoas es-tão preocupadas com, a saúde e bem-estar porque sabem que necessitam de estar em melhor forma para enfrentar o dia-a-dia e os desafios acrescidos da actual conjun-tura. A prática regular de exercício físico ajuda a minimizar custos com a saúde, ga-nhar melhor forma e melhor qualidade de vida”, lembra Jonathan Fisher.

Nos últimos nove meses houve uma reorganização dos clubes em Portugal a vários níveis, sendo a prioridade avaliar as necessidades dos membros e de cada clu-be. “Registámos um retrocesso de cerca de 10% do número de afiliados em 2011 e deparámo-nos com uma massa de cola-boradores desmotivada e preocupada com o que a nova gestão iria decidir sobre a operação em Portugal. Esperavam uma entrada em força, com despedimentos ou substituições por pessoal da confian-ça da administração. A nossa visão é mais holística, olhámos para o todo e vimos o que era necessário fazer para que tudo funcionasse em pleno. Era necessário in-

JONATHAN FISHER, CEO HOLMES PLACE INTERNATIONAL, AFIRMA

“Investimos cinco milhões na reestru dos clubes em Portugal”A Holmes Place sofreu uma reestruturação que implicou um investimento de cinco milhões de euros em novos equipamentos, serviços e pessoas, conseguindo inverter o decréscimo do número de sócios de 10% em 2011, registando a este nível um crescimento de 5% em 2012. A aquisição de novos espaços para a criação de mais clubes em 2013 não é descartada por parte do CEO Jonathan Fisher, membro da família que fundou o clube e que agora readquire a operação ibérica.

Jonathan Fisher, CEO Holmes Place International, considera Portugal e Espanha ótimos merca-dos devido à percentagem reduzida da população que pratica exercício físico (7%) e que tem de mudar hábitos por uma questão de saúde.

A prática regular de exercício físico ajuda a minimizar custos com a saúde, ganhar melhor forma e melhor qualidade de vida

Elecpor realiza encontro sobre o setor elétricoO 4.º Encontro Elecpor, que se realiza a 13 de novembro, no Hotel Tiara Park Atlantic, recebe em Portugal Marco Baroni e Oscar Arne-dillo, dois reconhecidos especialistas internacionais da área energética, para debater o tema “Perspetivas e Desafios para o Setor Elétrico. O Sistema Ibérico no contexto global”.

Cetelem lança livro de histórias infantisO Cetelem apresenta no Dia Mundial da Poupança, 31 de outubro, o livro “Era uma vez no Mundo da Poupança”. Trata-se de uma obra que reúne um conjunto de contos infantis, cujo objetivo principal é trans-mitir às crianças conceitos de poupança, a importância do dinheiro, a solidariedade e entreajuda. O livro vai ser entregue gratuitamente nas escolas do ensino básico.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

20 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

Page 21: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

vestir nos clubes para melhorar o serviço ao cliente.

“Tínhamos recursos humanos fantásti-cos e só precisávamos de os motivar, dar--lhes condições para trabalhar e confiança nos objetivos e inspirações. Em vez de despedimentos, fizemos mesmo contrata-ções – de profissionais especializados em várias áreas, como por exemplo, nutrição e fitness, para introdução de novas aulas exclusivas do Holmes Place – e preten-demos continuar neste registo. A nossa visão é de longo prazo. Reformulámos as instalações dos clubes, os equipamentos (de última geração, com ligação internet e TV nos aparelhos de treino cardiovascu-lar). Hoje temos Energy, Premium e Pla-tinum Clubs, todos com preços diferen-ciados, mas igual acesso à qualidade dos serviços core Holmes Place. Nos Energy Clubs, por exemplo, com preços a partir dos 39 euros, a toalha, o estacionamento tornaram-se um extra, mas mantém-se as actividades de grupo, o acesso ao ginásio, zona de relaxamento. Criámos a Adesão Família, e pretendemos aprofundar as au-las para crianças”.

“Temos mais aulas exclusivas Holmes Place prestes a iniciar, assim como os pro-gramas de nutrição para os sócios. Em-bora não tenhamos a intenção de cons-truir um clube de raiz, estamos atentos à possibilidade de fazer novas aquisições. É muito provável que, até ao fim do ano de 2013, a rede de clubes Holmes Place em Portugal cresça. No total, investimos cin-co milhões de euros em todo o processo de reestruturação” revela o CEO.

Para já os resultados apontam para o crescimento presente e futuro, nove me-ses após a aquisição, a nova direção inver-teu em 5% o decréscimo de 10% sentido na adesão de membros do clube em 2011. A equipa está otimista quanto ao futuro e acredita que o crescimento é para con-tinuar.

Mais do que um Grupo de Health Clu-bes, Jonathan Fisher acentua que preten-dem ser “um grupo de Wellness Clubes e queremos que o Holmes Place se torne o terceiro espaço dos portugueses, a seguir à casa e ao trabalho. Acredito que, até ao final de 2013, teremos acrescentado mais alguns clubes Holmes Place à nossa rede”.

Sob o lema “Lisboa: Um porto para a Paz”, o movimento Rotário, através do Rotary International, vai organizar em Portugal a 104ª Convenção Internacional de Rotários - Lisboa 2013.

A iniciativa trará a Portugal, entre os dias 23 e 26 de junho de 2013, mais de 30 rotários de todo o mundo, uma iniciativa que terá um impacto estimado na econo-mia nacional de aproximadamente 77 mi-lhões de euros e que tem já o apoio oficial do Turismo de Portugal, do Turismo de Lisboa e da Câmara Municipal de Lisboa.

Luís Miguel Duarte, Governador do Dis-trito 1960 do Rotary, é o mais jovem de todo o movimento rotário no mundo e respon-sável do lado português pela organização da convenção. A convenção é o encontro anual de todos os rotários, acontece todos os anos em cidades diferentes e é considerado um dos maiores eventos da indústria do Turismo e está entre as grandes convenções do mundo com periodicidade anual” explica o Gover-nador à “Vida Económica.

“Dado que as despesas de Turismo são contabilizadas como exportações, a con-venção colocará o movimento rotário en-tre as 10 maiores entidades exportadoras em Portugal”.

Portugal recebe 30 mil rotários

Não vêm a Portugal os 1,250 milhões de rotários, que constituem o movimento ro-tário, mas o governador prevê a deslocação de cerca de 30 mil rotários a Portugal.

“Pelos rotários, pela equipa de staff que vai cá estar, pelo custo de produção da própria convenção, a receita gerada será de cerca de 77 milhões de euros. Pela primeira vez vão ser utilizados todos os espaços da FIL e Pavi-lhão Atlântico em simultâneo. O pagamento do valor dos espaços será o contributo do Tu-rismo de Portugal - uma ajuda financeira à construção dos espaços para salas de reunião que deverão ser criadas dentro da própria FIL e outros serviços que tiveram de ser con-tratados - que representará cerca de 20% do custo que a Convenção implica”.

O movimento rotário português marca a convenção, procurando “divulgar o que Portugal tem de melhor: a internacionali-dade portuguesa, a nossa diáspora, a marca que deixámos no mundo, a interação que tivemos com diversas culturas – na Améri-ca do Sul, África, Ásia –, os sítios onde se fala português, a forma como conseguimos interagir com outros povos e a tolerância, que está muito dentro do espírito rotário e faz parte da nossa vocação universalista humanitária que ainda hoje se mantém”.

“Vamos ter na Convenção um com-ponente de exposição muito grande e na qual estará o trabalho dos clubes rotário em Portugal, projetos que aqueles que nos visitam poderão passar para os seus países. Uma mais-valia da convenção é a promo-ção do destino Portugal a cerca de 2,5 mi-lhões de leitores da revista Rotary”.

turação

A nova direção inverteu em 5% o decréscimo de 10% sentido na adesão de membros do clube em 2011

LUÍS MIGUEL DUARTE, GOVERNADOR DO DISTRITO 1960 DO ROTARY CLUB

“Convenção Lisboa 2013 coloca Movimento Rotário entre as 10 maiores entidades exportadoras em Portugal”

Luís Miguel Duarte, Governador do Distrito 1960 do Rotary Club, foi eleito em 2012, tornando-se o mais jovem Governado do Movimento Rotário.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 21

Seminário sensibiliza empresários para aumento da competitividade A EZ Trade Center e a MarketSales, marcas do Grupo Onebiz, em parceria com a Comissão deViticultura da Região dos Vinhos Verdes estão a promover um seminário tem como temática aRedução de Custos e Aumento de Vendas. O evento é já no próximo dia 8 de novembro, Casados Vinhos Verdes, Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, pelas 14 horas.

Regina lança novidades de chocolate para o Natal

A Regina, marca histórica pertencente à Imperial, prepara-se para comemorar a chegada do Natal com o lançamento de novos produtos no segmento de Fanta-

sias: a Saqueta de Fantasias com Caneca, disponível por 3,69 euros, a Saqueta Sortida Fantasias, de 2,85 euros, e Caixa Sortida Fantasias, de 3,19 euros.

Page 22: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

THE EURO ATLANTIC LAWYERS

PORTUGAL – ESPANHA – FRANÇA – ALEMANHA – ITÁLIA – POLÓNIA – ANGOLA – CABO VERDE – MOÇAMBIQUE – BRASIL – HONDURAS – PERÚ – ARGENTINA – REPÚBLICA DOMINICANA

www.theeuroatlantic-lawyers.com

Rua de Ceuta, 118, 2º4050-190 PortoTel.: 00 351 22 339 47 10Fax.: 00 351 22 339 47 29 Email: [email protected]: www.avlc-advogados.com

PUB

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Confeção em couro

A E.Life, empresa especia-lista em inteligência de mer-cado e relacionamento nas re-des sociais, vai disponibilizar um novo serviço – o E.Life TV.meter –, uma ferramenta que vai permitir às empresas medir o sucesso das suas cam-panhas televisivas, através dos comentários nas redes sociais.

Através de uma série de pa-râmetros usados para fazer a análise, as marcas vão poder perceber o impacto que as suas campanhas televisivas têm no

público e de que forma são recebidas, permitindo às em-presas ajustar os seus spots pu-blicitários a partir do feedback espontâneo do seu público.

O novo serviço permite ana-lisar quais os momentos de maior impacto de um anúncio bem como criar um mapa que mostra quais os dias e horários em que um anúncio gerou mais comentários e gerou mais enga-gement nas redes sociais.

Com o E.Life TV.meter vai ser ainda possível para as em-

presas analisarem as campanhas dos concorrentes e compararem resultados.

Avaliação imediata

De acordo com Joana Car-ravilla, Country Manager da E.Life em Portugal e Espanha, “as marcas que investem em spots publicitários para televisão esperam obter o melhor retorno possível, percebendo também o que funcionará melhor para o seu produto. Até agora, sem a

ajuda das redes sociais, a publi-cidade era unidirecional. Neste momento, e graças à capacidade de interagir com os internau-tas, podemos avaliar de ime-diato o impacto de um anúncio na televisão. Através do E.Life TV.meter, vamos ajudar as mar-cas a compreender melhor o seu público e a direcionar a sua es-tratégia através de campanhas televisivas mais eficazes”.

Mais informações sobre o E.Life em www.elifeportugal.com.

NOVO SERVIÇO AJUDA EMPRESAS A MEDIR EFEITO DA PUBLICIDADE

E.Life TV.meter avalia campanhas televisivas através das redes sociais

Somos uma indústria têxtil que se dedica, essencialmente, à confeção de vestuário em couro. Pretendemos desenvolver uma nova linha de produto com características inovadoras em Portugal, contudo, o seu fabrico exige um investimento em maquinaria mais resistente e mais eficiente (tanto a nível de consumos como a nível de produtividade por hora) que a empresa não consegue adquirir sem recurso a financiamento externo.Dadas as dificuldades de acesso a financiamento bancário, poderemos obter algum apoio do QREN?

RESPOSTAOs projetos que visam a criação de produtos inovadores são apoiados pelo Sistema de Incentivos à Inovação do QREN, cuja fase de candidaturas abriu no passado dia 24 de Outubro.A atividade de confeção de vestuário em couro tem CAE 14110, a qual consta na lista anexa ao aviso de abertura do concurso ao SI Inovação – Inovação Produtiva, pelo que se trata de uma atividade elegível. Com efeito, se nas fases de candidatura anteriores a restrição setorial apenas ocorria ao nível do SI Inovação – Empreendedorismo Qualificado, com o presente concurso também o SI Inovação – Inovação Produtiva é restrito aos setores de atividades transacionáveis ou serviços internacionalizáveis, os quais incluem as indústrias extrativas e transformadoras, a valorização de materiais, os transportes e logística, o alojamento turístico restauração e algumas atividades declaradas de interesse para o turismo, as atividades de edição, alguns serviços prestados às empresas e serviços de apoio à agricultura, produção animal, caça e silvicultura. As atividades de comércio também são elegíveis no caso de PME cujas vendas no mercado externo valorizem a oferta a nacional, traduzida no efeito de arrastamento que essa atividade comercial possa ter ao nível da produção noutras empresas localizadas em Portugal.Por outro lado, no seguimento dos últimos concursos do SI Inovação, existem condições de acesso relativas à intensidade das exportações da empresa: o volume de negócios internacional deve corresponder, no mínimo, a 30% do volume de negócios total da empresa no pós-projeto.

O incumprimento efetivo deste indicador determinará o ajustamento no incentivo total, podendo implicar a resolução do contrato de concessão de incentivos por incumprimento das condições de aprovação do projeto.De realçar que o volume de exportações previsto deverá ser devidamente sustentado em indicadores setoriais que demonstrem as perspetivas de internacionalização dos mercados.A condição de acesso essencial continua a ser a natureza inovadora dos projetos, que deverão promover a inovação no tecido empresarial, pela via da produção de novos bens e serviços (novos produtos a introduzir no mercado) e processos (a serem utilizados na empresa) que suportem a sua progressão na cadeia de valor. Para as PME, a condição mínima da inovação ocorre ao nível da empresa, enquanto para as grandes empresas ocorre ao nível do setor ou região.Os projetos de criação de empresas com despesa elegível inferior a 1,5 milhões de euros não podem candidatar-se ao SI Inovação – Inovação Produtiva, contudo poderão enquadrar-se ao SI Inovação – Empreendedorismo Qualificado.Ambos os concursos encontram-se abertos de forma contínua até 5 de Setembro de 2013, encontrando-se o período de candidaturas subdividido em 4 fases. A Fase I iniciou a 24 de Outubro e encerra a 29 de Novembro de [email protected] 348 500

Artigo de professor do ISCT distinguido por revista internacionalO artigo da autoria do professor Aristides Ferreira, docente no ISCTE Business School sobre um novo sistema computorizado de provas de memória para ser usado pela população portu-guesa, foi considerado pelos editores da revista científica Ammons Scientific (AmSci) como o melhor artigo científico publicado em 2012 - baseado numa tese de doutoramento.

Repsol e El Corte Inglés atribuem descontosA Repsol e o El Corte Inglés acabam de estabelecer uma parceria que permite oferecer aos seus clientes descontos recíprocos. Assim, desde 28 de outubro de 2012, compras a partir de J 30 nos Grandes Armazéns de Lisboa, Gaia-Porto, Supercor (Beloura, Expo, Fluvial, Coimbra e Aveiro) e Bricor (Vila do Conde) tem um desconto de seis cêntimos por litro de combustível. E 30J em combustível na Repsol dão um vale de desconto de J 6 no Supercor e El Corte Inglés.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

22 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

O E.Life TV.meter possibilita às empresas a análise das campanhas dos concorrentes e comparação de resultados.

Page 23: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

No artigo anterior, foi sa-lientado que ser líder de uma empresa familiar era uma ta-refa normalmente muito mais exigente que de uma qualquer outra organização não fami-liar, e de idênticas caraterísti-cas.

Quando questionados os participantes do estudo da Edelman, sobre quais as qua-lidades que consideravam de-veriam possuir os líderes das empresas familiares, destaca-se uma que, na realidade, é quase um fator distintivo das empre-

sas familiares: a paixão e ilusão pelo negócio.

Instintivamente, onde iden-tificamos de imediato esta ca-raterística: no Pinto Balsemão, líder da SIC, ou em Guilher-me Costa ou Alberto da Ponte, respetivamente anterior e atual presidente da RTP?

Com isto não pretendemos dizer que esta não possa estar presente noutras organizações, veja-se a título ilustrativo o caso do Pinto da Costa e a sua

ligação ao Futebol Clube do Porto, mas é quase que uma inerência ou exigência num negócio familiar.

As restantes virtudes que fo-ram apresentadas: capacidade de trabalho, espírito empreen-dedor, compromisso, visão e perseverança, quase podemos dizer que têm de se encontrar num verdadeiro líder de qual-quer organização, caso contrá-rio, certamente que não o será por muito tempo.

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

As qualidades de um líder da empresa familiar

Temas para reflexão:

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTA

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares - Santiago – Porto www.efconsulting.es [email protected]

O universo dos “Hamptons” da Baume & Mercier chega à joalharia Anselmo 1910A Baume & Mercier vai trazer a Portugal o universo “Seaside Living in the Hamptons”, re-criando na joalharia Anselmo 1910 do Centro Colombo, o ambiente vivido nos Hamptons.Até 11 de novembro será possível ficar a conhecer as últimas novidades da marca relojoeira su-íça. A Anselmo 1910 e a Baume & Mercier juntam-se nesta iniciativa que irá destacar a novalinha de comunicação da casa relojoeira, agora recriado em Portugal.

Lucios inaugura projeto de requalificação empresarial e encaixa 2,5 milhões de eurosA construtora Lucios acaba de ter um encaixe financeiro na ordem dos 2,5 milhões de euros, fruto da qualificação e revitalização da Nave Central da Fábrica de Santo Thyrso, na cidade tirsense. A obra tinha sido adjudicada aquela empresa, em agos-to do ano passado. O novo equipamento cultural está preparado para acolher várias atividades.

MARTA ARAÚJO

O grupo Casais, através da sua empresa Ca-sais Engenharia e Construção, será a entidade responsável pela construção da Academia Aga Khan, na cidade da Matola, em Maputo. O acordo foi assinado, recentemente, entre os representantes das Academias Aga Khan e da Rede Aga para o Desenvolvimento, altura em que foi iniciada, oficialmente, construção da primeira fase da academia.

O contrato, adjudicado a este empresa por-tuguesa com mais de cinquenta anos de exis-tência e 18 anos de experiência internacional, pressupõe a “construção inicial que inclui salas de aula, uma área administrativa e uma área ex-terior de jogos para crianças e permitirá à Aca-demia abrir suas portas às crianças do ensino primário (a partir dos 5 anos) a partir de agosto de 2013. O design para as fases subsequentes de construção encontra-se em andamento”, ex-plica a empresa através de comunicado.

A Academia, juntamente com as atividades de planeamento e design, tem-se focado nos últimos anos a desenvolver formação para professores e em liderança escolar através do

seu Centro de Desenvolvimento Profissional. Desde 2009 que 14 escolas públicas locais têm vindo a beneficiar do apoio e colabora-ção sustentada, facilitada por especialistas de África e do exterior.

A Academia Aga Khan, Maputo é a terceira de uma rede integrada de escolas residenciais dedicadas à expansão do acesso à educação de um padrão internacional de excelência para meninas e meninos excepcionais, indepen-dentemente da sua condição financeira. A serem localizadas em África, na Ásia Central e do Sul, e no Médio Oriente, os valores fun-dacionais da Academia Aga Khan incluem a meritocracia, o pluralismo e a sociedade civil.

As Academias Aga Khan são uma agência da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN). Fundada por Aga Khan, a AKDN é um grupo de organizações de desenvolvi-mento privadas, internacionais, não confes-sionais que trabalham nas áreas do ambiente, saúde, educação, arquitetura, cultura, micro-finanças, desenvolvimento rural, mitigação de desastres, promoção do empreendedoris-mo do setor privado e da revitalização de ci-dades históricas.

Casais constrói escolas em Maputo

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 23

Ordem dos EconomistasDelegação Regional Norte

A Delegação Regional do Norte da Ordem

dos Economistas está a promover a rea-

lização da IV Exposição de Pintura intitu-

lada “Economistas Amadores de Pintura”

que decorrerá de 8 a 17 de Novembro de

2012, no Palacete dos Viscondes de Balse-

mão, à Praça Carlos Alberto, nº 71, Porto.

A sessão de inauguração do evento terá

lugar no dia 8 de Novembro (quinta-feira)

pelas 18h.

A exposição estará patente ao público até

17 de Novembro, de 2ª a 6ª feira, das 9h às

20h e sábado, das 10h às 18h.

Apoios:

IV Exposição de Pintura“Economistas Amadores de Pintura”

O Embaixador da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento em Portugal e Moçambique, Nazim Ah-mad (à esquerda), o Administrador do Grupo Casais, Paulo Carapuça (ao centro) e o Diretor-Geral da Casais Moçambique, João Duarte de Carvalho (à direita), formalizando o início da construção da Academia Aga Khan, Maputo.

Page 24: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

A ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários organiza uma missão empresarial a Mo-çambique, entre os dias 12 e 19 de novembro. A viagem de negó-cios inclui paragens em Maputo e Nacala e proporciona aos jovens empresários portugueses diferen-tes ações com vista ao estabeleci-mento de contactos e à pesquisa de novas oportunidades de negó-cio. As tecnológicas com sede nas regiões do Norte, do Centro e do Alentejo podem usufruir de uma comparticipação até 50% das suas despesas elegíveis.

Não se trata, porém, de uma missão setorial. O objetivo da ANJE passa por compor uma comitiva multidisciplinar, sendo dada preferência às em-presas dos seguintes setores: Agricultura, Energia, Saúde, Construção e Obras Públicas, Formação Profissional e Educa-ção, Consultoria e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), Turismo, Distribuição e Logística, Atividades de Ex-ploração e Extração Petrolífera, Comércio (nas áreas alimentar, de vestuário e mobiliário), Re-cursos Humanos e Têxteis.

O programa da missão empre-sarial destaca os encontros de negócios previamente agenda-dos com empresários moçambi-canos, a visita a empresas locais e ainda os contactos institucio-nais e as reuniões com bancos e gabinetes de advogados. En-tre as atividades desde já agen-dadas incluem-se os seguintes interlocutores locais: a CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique,

a AJEM - Associação Jovens de Moçambique, a Aicep Portu-gal Global, o CPI - Centro de Promoção de Investimentos, a Câmara de Comércio Moçam-bique Portugal, o Gazeda - Ga-binete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado e o MillenniumBim.

Esta viagem beneficia do networking internacional da associação que, na sequência do Congresso do Empreende-dor Lusófono (cuja primeira edição aconteceu no Porto em 2011 e a segunda foi este ano cumprida no Brasil), lançou as bases de uma rede de dimensão transatlântica e âmbito mul-tidisciplinar, direcionada para o fomento, a facilitação e o acompanhamento dos negócios no espaço da língua portugue-sa.

Rede essa que resulta de um acordo firmado com as diversas associações de jovens empre-sários de Estados-membros da CPLP. Trata-se de uma colabo-ração a diversos níveis, que tem por base o compromisso de “in-formar os mercados dos países

lusófonos de oportunidades de negócio, de cooperação e de apoio à internacionalização”, “promover um sistema regular de troca de informação e de apoio ao empreendedorismo”, “procurar parcerias estratégicas para a cooperação empresarial em novos mercados” e “orga-nizar encontros promotores de empreendedorismo e ações de formação e networking”. Aqui se enquadram as missões empresariais, mas também ini-ciativas do foro informativo, nomeadamente workshops ver-sando sobre as oportunidades, os apoios e as especificidades dos diversos mercados.

Informações adicionais na página www.anje.pt/portal/mocambique2012 ou através do e-mail internacional@anje.

ANJE promove

negócios lusófonos

em Moçambique

Prepare-se para fazer diferente

Estimular a criatividade, a diferenciação e o pensamento fora da caixa no seio das em-presas é o objetivo do curso de “Inovação Estratégica”, promo-vido pela ANJE no próximo dia 24 de novembro. Trata-se de uma formação de oito horas, entre as 09h30 e as 18h30, a decorrer no Centro de Forma-ção Empresarial da Associação, no Porto.

A inovação dos conteúdos programáticos é extensível à modalidade de inscrição no curso. Os interessados podem optar por uma espécie de “test drive”, que permite a participa-ção gratuita nas primeiras duas horas de formação, sem qual-

quer compromisso. Entre as competências a de-

senvolver, destaque para o “pensamento elástico” e a “ca-pacidade de reflexão estrutu-rada sobre processos de inova-ção no modelo de negócio da empresa”. Já no que toca aos conteúdos, evidenciam-se o Modelo dos Quatro Passos no processo de inovação, as três regras da inovação estratégica e a metodologia de Pensamento Lateral.

Os trabalhos serão condu-zidos por António Paraíso, consultor, palestrante e forma-dor de Marketing, Inovação, Vendas e Internacionalização, qualificado por instituições de ensino superior portuguesas, espanholas e inglesas e com mais de 25 anos de experiência profissional de gestão e intera-ção com clientes. Informações e inscrições no site www.anje.

Oportunidades de negócio em Maputo e Nacala

Moçambique está entre os 10 países do mundo que mais cresceram na última década (7,9%), prevendo-se que continue a ser uma das economias com maiores índices de crescimento a nível global. Trata-se de um mercado de 20 milhões de habitantes, com necessidades a vários níveis e oportunidades de negócio em múltiplos setores. É este o enquadramento que desperta cada vez mais as atenções dos empresários portugueses, os quais têm a seu favor a proximidade histórica, linguística e cultural.

O Código do Trabalho depois da “troika” A ANJE promove, no próximo dia 7 de novembro, pelas 14h00, nas suas instalações em Algés, uma sessão de esclarecimento dedicada à nova legislação laboral que entrou este ano em vigor. O seminário intitulado “O Código do Trabalho depois da “troika” é organizado em parceria com a BPO Advogados e dirige-se a empresários e qua-dros com responsabilidades na gestão de Recursos Humanos.

Dos formadores aos agentes de seguros A Agenda Foco – Formação e Competências ANJE destaca em novem-bro a qualificação profissionalizante, através de dois novos cursos: um de “Agentes, Corretores de Seguros e Mediadores de Resseguros” e outro de Formação Pedagógica Inicial de Formadores. Ambos serão ministrados no Porto, mais concretamente no Centro de Formação Empresarial da ANJE, a partir do próximo dia 5 de novembro.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

24 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

Estimular a criatividade, a diferenciação e o pensamento fora da caixa no seio das empresas é o objetivo do curso de “Inovação Estratégica”

Page 25: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

DIREITOS

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 25

LEGAL & ILEGAL

A representação fiscal das sociedades não residentes

“Somos uma empresa espanhola que, no âmbito da nossa atividade, aufere alguns rendimentos provenien-tes de Portugal. Em Portugal, não possuímos sede nem direção efetiva, bem como qualquer representante. A administração fiscal portuguesa está a exigir-nos a indicação de um repre-sentante fiscal. Estaremos na realida-de obrigados a indicar um represen-tante fiscal?”

ZEFERINO FERREIRAGabinete de AdvogadosAntónio Vilar & [email protected]

A consulente informa-nos que recebe al-guns rendimentos em Portugal e que a ad-ministração fiscal está a exigir a indicação de um representante fiscal. Ora, o artigo 19.º, n.º 5, da Lei Geral Tributária (LGT) estabelece que “os sujeitos passivos residen-tes no estrangeiro (…) devem, para efeitos tributários, designar um representante com residência em território nacional”. Deste modo, as entidades que, não ten-do sede nem direção efetiva em território português, não possuam estabelecimento estável, mas nele obtenham rendimentos, estão obrigadas a designar uma pessoa singular ou coletiva para as representar perante a administração fiscal. Esse re-presentante fiscal deve ter residência, sede ou direção efetiva em território português

para representar o sujeito passivo quanto às suas obrigações fiscais, designadamente quanto às declarativas.

No caso em apreço, estão em causa ren-dimentos de pessoas coletivas, sendo, por isso, aplicável o Código de IRC (CIRC). Ora, o artigo 126.º, n.º 1, do CIRC dis-põe, também, nos mesmos termos que a LGT, sobre a obrigação de designar um representante fiscal. No entanto, desde 1 de Janeiro de 2012, refere-se no n.º 2 da

referida norma legal, na redacção dada pela Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro, que “o disposto no número anterior não é aplicável, sendo a designação de represen-tante meramente facultativa, em relação às entidades que sejam consideradas, para efeitos fiscais, como residentes noutros Es-tados membros da União Europeia (…)”.

Na realidade, anteriormente, o enqua-dramento legal dispunha no sentido da obrigatoriedade da designação de repre-

sentante fiscal, mas já então se entendiaque tal disposição legal violava a regula-mentação comunitária.

É que o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), no Acórdão de 5 de Maio de 2011 (processo n.º C-267/09), entendeu que a argumentação fundada no receio de evasão fiscal por si só não justifi-cava a obrigação imposta. Por isso, o TJUEdefendeu não ser admissível fazer recair so-bre a generalidade dos contribuintes não residentes uma presunção geral de fraudeou evasão fiscal para justificar a frustração dos objetivos da legislação comunitária. Assim, o Tribunal concluiu pela violação,pelo Estado Português, do princípio da li-berdade de circulação de capitais.

A referida jurisprudência era vinculativa para o Estado português e suscetível de ser invocada por todos os cidadãos da União Europeia. Nestas circunstâncias, o artigo 126.º do CIRC foi alterado, pelo que dei-xou de ser necessário designar um repre-sentante fiscal, para efeitos declarativos doIRC, quando estejam em causa entidades residentes em outros Estados membros daUnião Europeia.

Em conclusão, como a consulente tem sede (residência) em Espanha, não tem deindicar um representante fiscal para esses efeitos, pois, essa designação é meramentefacultativa, nos termos da jurisprudência do TJUE e do disposto no n.º 2 do artigo126.º do CIRC.

VCA muda escritório para a Baía de LuandaA Vítor Carvalho & Associados (VCA), escritório fundado e parceiro da sociedade portuguesa ABBC, em Angola, muda-se para o EdifícioPresidente, imóvel totalmente reabilitado situado na primeira linha da marginal, frente e sobre a nova Baía de Luanda, e equipado comavançados meios tecnológicos.

Tenho recebido, no meu telemóvel, uma grande quantidade de sugestões para adquirir bens pela Internet. Algumas interessam-me, mas ouvi dizer que é muito perigoso. Posso comprar sem problemas? Que cuidados devo ter?

ISABEL FRADAGuilherme CascarejoGabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & Associados

Com o crescimento do comércio eletrónico, a oferta de produtos passou a apresentar-se sob formas cada vez mais diversas, o que conduziu ao aumento da complexidade das questões jurídicas a ele associadas. O recente fenómeno dos websites de compras coletivas tem originado muitas queixas por parte dos consumidores. Nessas páginas podem-se comprar bens ou serviços das mais variadas empresas por um preço mais económico do que o praticado nas suas lojas físicas. Os compradores recebem por e-mail um “voucher” que incorpora o direito a receber um produto ou a exigir a prestação de um serviço por parte de um determinado estabelecimento. Porém, muitos problemas têm surgido a propósito deste modelo de contratação, desde a não entrega do produto ou a recusa da realização da prestação do serviço por parte das empresas “físicas” até à inexistência ou encerramento das mesmas.

Estes contratos caracterizam-se como contratos de adesão, isto é, o seu conteúdo encontra-se predefinido pelo predisponente (a sociedade detentora do website de compras coletivas) através de cláusulas contratuais gerais, não podendo o aceitante (o consumidor) negociar as condições propostas, resumindo-se assim a sua autonomia contratual à aceitação ou não aceitação do contrato predisposto. O Decreto-Lei 446/85, de 25 de outubro, regula este tipo de contratos e comina com a nulidade vários tipos de cláusulas que visam criar um manifesto desequilíbrio entre os direitos e as obrigações das partes em favor do predisponente, designando-as como cláusulas abusivas. É comum os websites de compras coletivas incluírem cláusulas que excluem a sua responsabilidade pelo não cumprimento ou pelo cumprimento defeituoso das obrigações por parte dos titulares dos estabelecimentos que fornecem os produtos ou prestam os serviços. Entendemos que tais cláusulas são absolutamente proibidas, já que preenchem a previsão da alínea d) do artigo 21º do Decreto-Lei 446/85, e, consequentemente, nulas. As cláusulas que estabelecem que os “vouchers” não atribuem o direito ao uso de serviços ou à aquisição de produtos num determinado momento à escolha do consumidor, sendo necessário, em consequência, combinar individualmente com o parceiro a data para

a entrega do produto ou para a prestação do serviço, também devem ser consideradas absolutamente proibidas e, portanto, nulas. Isto porque essas cláusulas podem dificultar a satisfação do direito que o “voucher” incorpora, limitando-se assim a obrigação de garantia que a sociedade titular do website assume de que o “voucher” atribui um direito à prestação do serviço ou ao fornecimento do produto pelo Parceiro, preenchendo-se dessa forma a previsão da alínea a) do artigo 21º do do Decreto-Lei 446/85. Os contratos em análise são celebrados sem a presença física e simultânea das partes, mas antes através de uma técnica de comunicação à distância (meios de comunicação eletrónica), pelo que também estão sujeitos ao regime jurídico do DL 143/2001, de 26 de abril. Por isso, no âmbito dessa relação jurídica, o consumidor goza do direito de resolver o contrato (artigo 6º do DL 143/2001), que implica a destruição retroativa dos efeitos de negócio celebrado e, consequentemente, a devolução do bem comprado e a restituição do montante despendido com a sua aquisição. Para exercer este direito o consumidor deve enviar uma carta registada com aviso de receção ao outro contraente ou à pessoa para tal designada no prazo de 14 dias após a receção do bem na qual manifeste a vontade de resolver o contrato, não

sendo necessária a indicação de qualquer motivo. Nalguns casos excecionais o prazo anteriormente referido é alargado.Assim, caso tenha problemas em utilizar o “voucher” que adquiriu, o consumidor pode devolvê-lo e exigir o preço que por ele pagou à sociedade detentora do sítio de compras coletivas. Porém, muitas vezes aquela recusa-se a fazer a restituição. Nesse caso poderá intentar-se uma ação judicial para recuperar o pagamento feito antecipadamente. Mas se essa sociedade não estiver sediada nem representada por nenhuma sucursal em Portugal é muito complicado conseguir executar uma decisão que a condene. O consumidor também dispõe de meios de defesa face à empresa que comercializa o produto ou que presta o serviço. Isto porque, como já foi acima referido, o “voucher” incorpora o direito a uma prestação por parte dessa empresa (entrega de um produto ou realização de um serviço). Por isso, o consumidor poderá intentar uma ação de cumprimento contra a sociedade titular da empresa física e, se esta não cumprir, pedir uma indemnização pelo não cumprimento da obrigação, que incluirá, naturalmente, o dinheiro despendido com a compra do “voucher”. No entanto, esta solução não está expressa na lei, pelo que seria vantajosa uma legislação específica para os contratos celebrados através dos websites de compras coletivas.

LEGAL & ILEGAL

VENDAS ONLINE

Page 26: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

A nossa empresa foi detida, até finais de 2009, por 2 empre-sas residentes na Alemanha em partes iguais (50% cada). Com uma delas (casa-mãe) tínhamos transações comerciais, pelo que fazíamos o dossier de preços de transferência. A participação (50%) da casa-mãe foi adquirida por outra empresa alemã, que é detida a 100% pela outra accio-nista da nossa empresa (que nos detém em 50% do capital). Des-de esta data não existem relações comerciais, distribuição de divi-dendos, etc., com nenhuma das duas nossas acionistas, nem com os acionistas dos nossos acionis-tas! Em nosso entender, no ano de 2010 e seguintes (se a situa-ção for igual), não devemos efetu-ar o dossier de preços de transfe-rência! Será assim? E na IES de 2010, devemos indicar alguma empresa mãe? Devemos indicar

as entidades que fazem parte do capital? E consolidação? Desde final de 2009 que já não fazemos consolidação.

Resposta do Assessor Fiscal:Após a alteração da titularidade do capital, a empresa portuguesa continua a estar em situação de relações especiais com as duas empresas residentes na Alemanha (cada uma participa em 50% do capital), face à definição de relações especiais que é dada pelo n.º 4 do artigo 63.º do Código do IRC.No entanto, em 2010 (e nos anos seguintes, se a situação for igual), a empresa portuguesa não efectuou operações comerciais ou financeiras com as suas acionistas nem com as acionistas das accionistas.Ora, o regime previsto no artigo 63.º do Código do IRC

é aplicável nos casos em que sejam efetuadas operações comerciais e financeiras entre um sujeito passivo de IRC e qualquer outra entidade, sujeita ou não a IRC, com a qual esteja em situação de relações especiais. O n.º 6 deste artigo obriga a que, nesse caso, seja mantida a documentação respeitante à política adoptada em matéria de preços de transferência.Também o art.º 13.º da Portaria n.º 1446-C/2001, de 21 de Dezembro, refere que o sujeito passivo deve dispor de informação e documentação respeitantes à política adotada na determinação dos preços de transferência e manter, de forma organizada, os elementos aptos a provar que foram praticados preços “normais” nas operações comerciais e financeiras

efetuadas com entidades relacionadas.Conclui-se, portanto, que o dossier de preços de transferência só se torna necessário quando sejam efetuadas operações comerciais ou financeiras entre as empresas relacionadas, uma vez que o mesmo se destina a justificar a política adotada em matéria de preços de transferência. Quanto ao preenchimento da declaração anual (IES), pensamos que não podem deixar de ser preenchidos, no Anexo, os quadros informativos referente às entidades relacionadas, no que concerne à(s) empresa(s) que controla(m) a declarante e à respetiva participação no capital. Se as empresas não consolidam as contas, não há qualquer informação a dar quanto a consolidação.

Inflexibilidade fiscal penaliza setor do turismo

NOVEMBRO

Até ao dia 15

- Periodicidade trimestral - Entrega Declara-ção Periódica, por transmissão electrónica de dados, acompanhada dos anexos que se mostrem devidos, pelos contribuintes do re-gime normal trimestral, relativa às operações efectuadas no 3º trimestre.

-soas singulares- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com com-petência para autenticar documentos particu-lares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, das relações dos atos pratica-dos no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos.

Até ao dia 20

-soas singulares - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares (IRS).

-soas coletivas- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Coletivas

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

- Pequenos Retalhistas - Entrega da declara-ção Modelo P2 ou da guia Modelo 1074, con-soante haja ou não imposto a pagar, relativo ao 3º Trimestre.- Declaração Recapitulativa - Entrega da De-claração Recapitulativa pelos sujeitos pas-sivos do regime normal mensal que tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Es-tados Membros, no mês anterior, quando, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na decla-ração tenha no trimestre em curso excedido o montante de J 50.000.

Até ao dia 30

Liquidação, por transmissão electrónica de dados, e pagamento do Imposto Único de Cir-culação - IUC, relativo aos veículos cujo ani-versário da matricula ocorra no presente mês.

Entrega dos pedidos de restituição IVA supor-tado pelos sujeitos passivos no ano civil ante-rior ou no próprio ano, noutro Estado Membro ou país terceiro, nos termos do Decreto-Lei nº 186/2009, de 12 de agosto.

IRCTaxa de 10% para novos

investimentos

O Ministério da Economia estará a preparar uma proposta para implementar em Portugal já em 2013 uma taxa de IRC de 10% espe-cífica para novos investimentos acima de um determinado valor, o que, a acontecer, se tra-duzirá na taxa de imposto sobre as empresas mais baixa da União Europeia Segundo a proposta que o Governo terá em estudo e que deverá ser apresentada em bre-ve, a taxa de IRC deverá ser fixada em 10%, para novos investimentos acima de um deter-minado valor, a ser fixado entre os três e os cinco milhões de euros, taxa esta que será aplicada durante um período de 10 anos. Se vier a ser concretizado este plano de estí-mulo ao investimento e criação de emprego, deverá ser aplicado aos novos investimentos que venham a ser criados nos próximos 5 anos a contra de 2013.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADE

26 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

Prolongamento da sobretaxa de IRS em 2014 é quase certo A sobretaxa de IRS de 4%, recentemente anunciada por Vítor Gaspar, deverá manter-se em 2014, ou seja, até ao final do programa de ajuda externa, caso o Estado português não consiga realizar cortes equivalentes na despesa. A informação consta no relatório do FMI, instituição liderada por Christine Lagarde, sobre a quinta avaliação da troika.

[email protected]

A “inflexibilidade fiscal” do Governo não permite “discriminações positivas para setores estratégicos que dinamizariam os consumos interno e externo, como a redu-ção do IVA na restauração e no golfe”, afir-ma a Confederação do Turismo Português (CTP), num comunicado sobre os comen-tários à Proposta do Orçamento de Estado

apresentada pelo Governo.“Para a Confederação do Turismo Por-

tuguês, as medidas anunciadas irão conti-nuar a contribuir de forma inegável para o agravamento da retração do consumo dos portugueses e, consequentemente, contri-buirão negativamente para a atividade das empresas que dependem do mercado inter-no.”

“Portugal, os portugueses e as empresas, não suportarão mais agravamentos, não

existindo margem de manobra para mais medidas penalizadoras que dariam uma es-tocada final na economia nacional”, acres-centa.

Existem, no entanto, outros aspetos que merecem da parte da instituição lidera-da por Francisco Calhereiros satisfação. É o caso da “aposta deste Governo quer na promoção de Portugal quer no turismo re-sidencial” e das medidas apresentadas pelo Ministro da Economia e do Emprego, com apoios e incentivos às empresas, tais como o alargamento da linha de crédito PME Crescimento, e de combate ao desempre-go, como a redução da Taxa Social Única aos empregadores que contratem desem-pregados com mais de 45 anos.

“A promoção de Portugal como destino turístico de excelência tem sido uma das bandeiras desta Direção, que tem vindo a alertar as entidades competentes, incluindo o Governo, para o importante papel que a promoção desempenha na dinamização do setor que representa”, conclui.

“Portugal, os portugueses e as empresas, não suportarão mais agravamentos fiscais”, afirma Fran-cisco Calheiros, presidente da CTP.

PRÁTICA FISCAL

PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

“Orçamento aumenta carga fiscal”

Na notícia com o título em epígrafe, publicada na edição de 19 de outubro, foi indicado incorretamente o nome, e respetiva foto, de José Carlos Pinto Coelho como presidente da CTP. Ou seja, do anterior presidente, quando o atual é Francisco Calheiros.Aos visados e aos leitores pedimos as nossas desculpas.

RETIFICAÇÃO

Page 27: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

O Conselho Disciplinar é o órgão da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, doravante OTOC, ao qual compete o exercício do poder disciplinar, de harmonia com o disposto no art.º 60º do Estatuto da OTOC, adiante EOTOC.Importa referir que o poder disciplinar exercido pelo Conselho Disciplinar da OTOC decorre do interesse público inerente ao exercício da profissão de TOC. A ação disciplinar deve exercer-se em obediência à boa fé e com os limites decorrentes do abuso de direito,

estando o poder respetivo sujeito à regra da proporcionalidade entre a culpa e a sanção, bem como aos princípios “ne bis in idem”, igualdade, tipicidade e taxatividade das sanções.O princípio da tipicidade é um corolário do princípio da legalidade. Este último, em sentido lato, pode abranger os diversos princípios de segurança jurídica, nomeadamente a irretroatividade. Ora, as sanções disciplinares não obedecem cegamente ao princípio da tipicidade, ao contrário do que acontece no direito penal. Não deve pois ser rigorosa a obediência ao princípio da tipicidade estrita na definição legal dos atos passíveis de pena e das respetivas sanções.A este respeito, refira-se que as penas disciplinares aplicáveis aos TOC pelas infrações disciplinares cometidas são as que se encontram previstas nos art.ºs 63º, n.º 1, e 66º, isto é, a advertência, a multa, a suspensão até três anos e a expulsão, cumulativamente com as quais pode ser imposta a restituição de quantias, documentos e/ou honorários, ao abrigo do n.º 3 do mencionado preceito.Ora, no que concerne ao princípio da tipicidade, consagrado no art.º 29.º da Constituição da República Portuguesa, com referência à lei criminal, e segundo o qual cabe à lei e só a ela determinar quais os factos ou condutas que constituem crime e quais os pressupostos que justificam a aplicação de uma medida de segurança, é importante ter presente que no direito disciplinar não existe um elenco típico dos factos considerados infrações.A tradição legislativa tem sido a de não tipificar a ilicitude dos factos, procedimento avalizado pelo Tribunal Constitucional, designadamente através do Acórdão n.º 666/94, de 14/12/1994. Aí refere-se o seguinte: a regra da tipicidade das infrações, corolário do princípio da legalidade, consagrado no art.º 29º, n.º 1, da Constituição

da República, só vale, “qua tale”, no domínio do direito penal, pois que, nos demais ramos do direito público sancionatório (“maxime”, no domínio do direito disciplinar), as exigências da tipicidade fazem-se sentir em menor grau: as infrações não têm aí que ser inteiramente tipificadas.

Natureza e gravidade da infração

Também o Acórdão de 31/03/2004 do processo n.º 03A1891, do Supremo Tribunal de Justiça, vai no mesmo sentido referindo que a regra da tipicidade das infrações só vale, “qua tale”, no domínio do direito penal, pois no domínio dos demais ramos do direito público sancionatório, designadamente, no direito disciplinar, as exigências da tipicidade fazem-se sentir em menor grau: as infrações não têm aí que ser tipificadas.Na verdade, as normas que preveem ilícitos disciplinares podem abranger um vasto conjunto de comportamentos suscetíveis de lesar o interesse público implicado, e que é indiscutível na profissão de TOC, sendo que, pela sua variedade, não são passíveis de enunciação exaustiva. Dado o caráter não taxativo da enunciação, podem caber na mesma pena aplicável a certos factos outras condutas não descritas na lei, mas estas, então, terão de possuir a mesma natureza das descritas como exemplo.De qualquer modo, sempre se dirá que a norma do citado art.º 66º do EOTOC não é imprecisa ao ponto de violar os princípios da legalidade e da tipicidade, na medida em que os elementos objetivos do tipo estão suficientemente previstos, ou seja, os atos ou omissões violadores dos deveres profissionais dos TOC. O mencionado preceito não tem de proceder a

uma enumeração dos deveres profissionais a que se refere, pois são todos os previstos na lei.Por fim, o direito disciplinar constante do EOTOC não viola os preceitos constitucionais que consagram o princípio da tipicidade, sendo que na ponderação da pena há que ter em consideração a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos e as consequências que dela provierem, o grau de culpa e todas as demais circunstâncias agravantes e atenuantes; bem como no ato de imposição da penalidade mencionar-se-á sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

A tipicidade mitigada nos processos disciplinares

FILIPA RODRIGUES PEREIRAJURISTA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

O princípio da tipicidade é um corolário do princípio da legalidade. Este último, em sentido lato, pode abranger os diversos princípios de segurança jurídica, nomeadamente a irretroatividade.

OCDE solicita comentários relativos ao estabelecimento estávelO Comité de Assuntos Fiscais da OCDE está a solicitar comentários públicos às propostas revistas relativas à interpretação e aplicação do artigo 5º (estabelecimento estável) da Conven-ção Modelo da OCDE. A versão revista foi preparada com base na discussão dos comentá-rios que foram recebidos relativamente ao projeto disponibilizado para discussão pública em outubro de 2011.

Joaquim Guimarães evocado no encontro da História da ContabilidadeA Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) realiza o Quinto Encontro de História da Contabilidade, na Torre do Tombo, em Lisboa, no dia 9 de novembro, com a presença de especialistas nacionais e estrangeiros. O evento será ainda aproveitado para a evocação de Joa-quim Cunha Guimarães, falecido no passado mês de maio. Este profissional foi presidente do Conselho Fiscal da OTOC e membro da Comissão de História da Contabilidade.

FISCALIDADE

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 27

CONTAS & IMPOSTOS

Alienação de filial em sede IVA

Para se verificar a não sujeição prevista no n.º 4 do artigo 3.º do CIVA, é condição essencial que se verifique uma cessão do estabelecimento comercial, da totalidade de um património ou de uma parte dele, que seja suscetível de constituir um ramo de atividade independente.

Uma empresa de vending (máquinas de venda automática) com sede no Porto tem duas filiais, uma em Coimbra e outra em Lisboa. Pretende-se vender a filial de Coimbra. Será transmitida toda a unidade, incluindo as instalações/armazém, que é arrendado e garantido o valor da renda. Quanto aos clientes, são transmitidos todos os contratos de exploração, garantidos os preços e produtos comercializados, assim como as comissões acordadas pela exploração das máquinas. No tocante aos fornecedores, foram garantidas a manutenção das condições de fornecimento de todos os produtos assim como as condições de pagamento. Relativamente aos empregados, passaram todos os funcionários e serão garantidas as condições de remuneração assim como todos os direitos vencidos, incluindo a antiguidade. São igualmente transmitidas todas as viaturas afetas a essa filial devidamente equipadas (refrigeradas) e respetivos abastecedores, que continuaram a assegurar o normal funcionamento das máquinas. Serão incluídas todas as máquinas em perfeitas condições de funcionamento. Sendo esta venda constituída pela totalidade da filial, incluindo todo o seu património em perfeito funcionamento, com capacidade para desenvolver o seu negócio autonomamente, e sendo o adquirente um sujeito passivo de imposto, será que estão reunidas as condições para que esta alienação seja realizada ao abrigo do n.º 4 do artigo 3.º do CIVA, ou seja, não ser considerado como transmissão em termos de IVA?

Nos termos do n.º 4 do artigo 3.º do Código do IVA (CIVA), «não são consideradas transmissões as cessões a título oneroso ou gratuito do estabelecimento comercial, da totalidade de um património ou de uma parte dele, que seja suscetível de constituir um ramo de atividade independente, quando, em qualquer dos casos, o adquirente seja, ou venha a ser, pelo facto da aquisição, um sujeito passivo do imposto de entre os referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º.» Para se verificar a não sujeição prevista no n.º 4 do artigo 3.º do CIVA, é condição essencial que se verifique uma cessão do estabelecimento comercial, da totalidade de um património ou de uma parte dele, que seja suscetível de constituir um ramo de atividade independente. Ora, como é referido, «pela totalidade da filial incluindo todo o seu património, em perfeito funcionamento, com capacidade em desenvolver o seu negócio autonomamente, e sendo o adquirente um sujeito passivo de imposto», ou seja, pressupomos que irão ser transmitidos «inventários», «ativos fixos tangíveis», «direitos», etc. Tratando-se da transmissão da totalidade de um património ou de uma parte dele, suscetível de constituir um ramo de atividade independente, a cessão do estabelecimento comercial não se considera transmissão para efeitos de IVA e, como tal, deverá ser considerada operação não sujeita, tal como é referido no n.º 4 do artigo 3.º do CIVA. Quando a norma em apreço refere «parte de um património» pretende contemplar as situações em que um dado sujeito passivo desenvolve duas ou mais atividades independentes e pretende vender todo o património afeto a uma (ou mais de uma) das atividades para passar a exercer apenas as restantes. Assim, em nossa opinião, diremos que no caso em apreciação aplica-se a não sujeição prevista no n.º 4 do artigo 3.º do CIVA, pelo que não deverá ser liquidado imposto pelas referidas transmissões.

Informação elaborada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, segundo o Novo Acordo Ortográfico

As penas disciplinares aplicáveis aos TOC pelas infrações disciplinares cometidas são as que se encontram previstas nos art.ºs 63º, n.º 1, e 66º, isto é, a advertência, a multa, a suspensão até três anos e a expulsão

Page 28: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

SUSANA MARVÃO, EM [email protected]

Desde que o CEO Charles Phillips en-trou em jogo que as regras mudaram. Em vários aspetos. O homem que há dois anos assumiu a presidência do conselho de ad-ministração da norte-americana Infor está agora a começar a ver a sua estratégia ser realmente implementada e a surtir os pri-meiros efeitos. É claramente uma “nova” infor. Definida pelo presidente Duncan Angove como “a maior startup do mundo”, disse à “Vida Económica”. E justificou: “As startups desafiam o pensamento conven-cional, são rápidas e ágeis, importam-se com os seus clientes, valorizam a inovação e têm empregados apaixonados e motiva-dos. Gostamos desses atributos”. Isto para além de que Duncan Angove acredita que a indústria tem espaço para um terceiro player. “Isto não pode ser apenas azul ou vermelho”, disse, numa explícita alusão à germânica SAP e à norte-americana Ora-cle. “O mercado está a chorar por uma nova escolha”.

Quanto a uma possível entrada em bol-sa, o presidente disse apenas que avançarão quando estiverem prontos.

Mais perto das grandes empresas

Podíamos começar por muitos lados, mas comecemos pela abordagem ao mercado, nomeadamente pela abordagem aos gran-des projetos. Tipicamente, a Infor aborda ou, melhor, abordava, empresas de médio “porte”. Isto está a mudar. A empresa já co-meçou a encetar parcerias com consultoras como a Accenture, a Delloite, ou a Tata, nomes que passam a estar em cima da mesa para ajudarem a Infor a crescer, nomea-damente nas grandes empresas e projetos. Basicamente, a Infor quer ser uma escolha alternativa para os projetos destas consul-toras, uma vez que marcas como SAP e Oracle, de resto a “casa” de Charles Phillips antes de se juntar à Infor, já impõem a sua presença. Mas também aqui a Infor quer marcar pontos. A estratégia está anunciada e os projetos já rolam.

“Menos” Microsoft

Há dois anos, em Annency, a Infor apre-sentou uma forte e sustentada parceria com a Microsoft. Parceria validada na altura pela disponibilidade imediata do Infor CRM Business, baseado em Microsoft Dynamics CRM. Dennis Michalis, vice-presidente sé-nior para planeamento estratégico e alian-ças, no encontro para o canal de parceiros promovido na altura em que Annecy garan-tia que agora é que valia a pena investir em Infor. Passados dois anos, também esta parte da estratégia de então se alterou. Face à, pe-los vistos, parca escalabilidade da platafor-ma da Microsoft, nomeadamente da Azure,

a Infor avançou para a salesforce.com com quem agora também se apresenta ao merca-do. Outro aspeto que terá contribuído para isso foi a forte presença e reputação que a salesforce.com tem no cloud computing, considerada estratégica nesta “nova” Infor. Aliás, como disse o CEO Charles Phillips, “estamos agressivamente na nuvem”. Uma postura que lhes vale qualquer coisa como 2,1 milhões de subscritores.

Dunca Angove, presidente da compa-nhia, em entrevista à “Vida Económica”, confirmou que, antes, a Infor era uma em-presa para o mercado médio, realidade que mudou quando o atual executivo tomou posse. “A nossa estratégia passou a ser mui-to orientada ao produto. Tínhamos a con-vicção de que, se investíssemos fortemente no produto, podíamos competir em todos os mercados, não apenas no mercado das médias empresas”. O presidente confirmou que a Microsoft foi uma boa aposta quan-do a empresa se centrava no “mid-market”, mas a partir do momento em que resolveu avançar para as grandes empresas a escalabi-lidade seria posta em causa.

Microverticalização

Mais um item para a nova estratégia. Agora, já não basta abordar o mercado de uma forma vertical. Há que, digamos, “microverticalizar” a atuação. Nos Estados Unidos, são “reconhecidos” 21 setores que derivam em 2151 indústrias, cada uma com as suas especificidades. É precisamente nes-te número que a Infor quer atuar. Não em todos os setores, obviamente, mas dentro desses 21, quer microverticalizar-se em al-gumas das indústrias.

O setor das comidas e bebidas é um exem-plo clássico. Dentro deste setor podemos es-tar a falar numa padaria ou numa cervejaria, por exemplo… Ou seja, apesar de agrupados no mesmo setor, não são áreas com neces-sidades propriamente idênticas. À “Vida Económica”, Phillippe Maillet, Regional VP Channel Southern Europe, garantiu que esta microespecialização vai permitir à Infor dife-renciar-se da concorrência, já que assim vai conseguir reduzir o “time-to-market”, apre-sentar soluções economicamente mais favo-

TECNOLOGIAS

NOVA ESTRATÉGIA PREVÊ AINDA A “MICROVERTICALIZAÇÃO” DOS PRODUTOS

Infor quer ser alternativa

Oracle disponibiliza Oracle Solaris 11.1 e Oracle Solaris Cluster 4.1Melhorias nas bases de dados Oracle e em Java, novas funcionalidades de gestão “mission cri-tical” da Cloud e novos recursos avançados para a plataforma contribuem para dotar os clien-tes com níveis acrescidos de desempenho e disponibilidade, reduzindo os custos das TI, ga-rante a empresa.

28 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

Charles Phillips, CEO e o presidente Duncan Angove, dizem que o mercado precisa de um terceiro player.

O presidente acredita que a atual estratégia veio encaixar que nem uma luva no contexto económico europeu. “A ironia é que não nos está a ser mais difícil fechar negócio aqui na Europa”.

Page 29: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

à SAP e Oracle

Primavera dinamiza setores da restauração e retalho A Primavera anunciou que irá alargar o seu portfólio de produ-tos com as novas soluções POS (Point of Sale) Pssst! e Tlim, de-senvolvidas especificamente para modernizar o serviço ao cliente e aumentar a produtividade dos pontos de venda das empresas dos setores do retalho e da restauração.

Empresas portuguesas não gerem crises nas redes sociaisMais de 70% das empresas nacionais não tem um plano para ge-rir crises nas redes sociais. Estas são algumas das conclusões do primeiro estudo “As empresas e as crises nas redes sociais”, con-duzido pela Spirituc – Investigação Aplicada e pela Guess What.

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 29

ráveis, para além de perfeitamente adaptadas ao negócio do cliente. Esta atitude de micro--verticalização estará ainda mais presente na nova suite de produto disponível ainda du-rante este mês de novembro.

O desafio dos parceiros

No universo das 40 aquisições, a compra da Lawson foi uma das mais importantes da Infor. Neste momento, Phillippe Maillet ad-mite que o grande desafio é a integração do canal de parceiro da Lawson no ecossistema da Infor. “Temos de ter a certeza que eles se sentem confortáveis com a Infor”. Até por-que a abordagem de ambas as empresas é cla-ramente diferente. A Lawson olhava os seus parceiros como “service providers”, enquan-to a Infor como revendedores de software.

Para clarificar as regras do mercado, a Infor estabeleceu novos critérios. Empresas que faturem até um milhão de dólares são abordadas pelos parceiros. Organizações que tenham um volume de negócios entre um milhão de dólares e cinco milhões de dólares entram numa área hibrida, em que

podem ir quer parceiro quer Infor, depen-dendo das competências. Já as empresas que faturem acima dos cinco milhões serão di-retamente “geridas” pela casa Infor. “Assim evitamos conflitos entre parceiros. Quanto mais claras estiverem as regras, melhor”.

Phillippe Maillet não tem qualquer dú-vida que são realmente os parceiros que co-nhecem os mercados locais e as indústrias mas também admite que precisam de um maior foco no marketing e nas vendas pu-ras. “E aí a Infor pode claramente ajudar”.

Duncan Angove, presidente, concorda que a integração da Lawson foi altamente pacífica e que teve efeitos imediatos nos re-sultados da empresa. “Tal como na antiga Infor, também a Lawson gostava de fazer todas as suas implementações. Pensamos que esse modelo funciona em alguns clien-tes, mas também queremos desenvolver parceiros de serviços que façam as suas im-plementações. E aí podemos a falar de uma Cyborn ou Accenture ou mesmo de uma pequena empresa de consultoria na Repú-blica Checa. Queremos cultivar ambos”.

Basicamente, a empresa quer que sejam outras empresas a fornecerem os serviços, focando-se a Infor no software.

A beleza enquanto competência

A estética foi algo altamente privilegiada nesta era do executivo de Charles Phillips. Os utilizadores estão agora habituados a novos parâmetros de estética, realçados pela potência da marca Apple, pelo que os pro-dutos foram redesenhados em termos de design. Na apresentação, o CEO foi mesmo mais longe e garantiu que, hoje, a beleza conta como “competência inerente ao pró-prio produto”. Tão importante é este con-

ceito que a empresa fundou uma agência de design exclusivamente para este efeito, denominada Hook & Loop.

Um produto “core” coberto de funcionalidades específicas

No encontro de parceiros, este ano realiza-do em Paris, uma das questões colocadas ao corpo de executivos presente foi até que pon-to pode um cliente de determinada indústria estar seguro que a Infor vai continuar a inves-tir nessa mesma indústria, em detrimento de outra, dada a “hiperverticalização” a que se propõem. Mas o executivo garantiu que essa aposta está mais ou menos garantida pelo facto de o produto “core” ser basicamente o mesmo. Ou seja, a empresa continuará permanentemente a investir no desenvolvi-mento do produto “base”, comum a todas as indústrias, colocando depois as funciona-lidades específicas de cada uma. Assim, não haverá indústrias com versões desatualizadas, já que o produto “core” é o mesmo.

O ano passado, a empresa contratou 600 programadores e até ao final de 2012 mais 400 deverão integrar a equipa Infor. Em dois anos foram portanto mil os programa-dores contratados, num universo de 13 mil funcionários. “Fizemos o trabalho de casa, estamos a investir fortemente e estamos ha-bilitados a resolver os problemas mais com-plexos de cada indústria”, disse na “keyno-te” o CEO Charles Phillips.

O ano passado a empresa obteve um va-lor de receitas totais de 2,8 mil milhões de dólares, o que representou um crescimento acima do mercado. Os novos clientes foram num total 2300 e em termos de novas par-ceiras foram 140 as realizadas. Atualmente, a Infor tem cerca de 1500 parceiras ativas.

Europa estranhamente resiliente à Infor

A Europa não está propriamente no seu momento economicamente mais favorável. Mas, curiosamente, o presidente Duncan Angove diz que o Velho Continente parece estar “estranhamente resiliente à Infor.” E avançou que, nos últimos cinco trimestres, em três os valores das licenças aumentaram em 20%. “O que ninguém esperava, aliás. Concluo que a atual recessão constitui uma oportunidade para a Infor. Não é segredo nenhum que a SAP e a Oracle são muito caras para implementar e manter, já que não são focadas por indústria, necessitan-do os produtos de muitas modificações”. Para Duncan Angove, isto vem corroborar a aposta na atual estratégia de microverti-calizar os produtos. “Penso que o nosso software é bastante mais cost-effective”. Ba-sicamente o presidente acredita que a atual estratégia veio encaixar que nem uma luva no contexto económico europeu. “A ironia é que não nos está a ser mais difícil fechar negócio aqui na Europa”.

“A nossa estratégia passou a ser muito orientada ao produto. Tínhamos a convicção de que se investíssemos fortemente no produto podíamos competir em todos os mercados, não apenas no mercado das médias empresas”.

Smart+Connected Communities

O mundo tal como o conhecemos está a mudar e essa mudança está a acontecer muito rapidamente! Factores como: a crescente taxa de urbanização da população (mais de 700 milhões de pessoas passarão a viver em cidades nos próximos 10 anos e em 2050 pelos menos 100 novas cidades terão mais de um milhão de habitantes); crescimento económico dos países emergentes; envelhecimento e redução da população nos países desenvolvidos, com particular incidência na Europa; necessidade de sustentabilidade e protecção do meio ambiente; exigência crescente por parte dos cidadãos de novos serviços e maior eficiência governamental pressionam os decisores a revisitar o modelo de desenvolvimento e gestão das comunidades. O conceito de Smart+Connected Communities consiste na utilização das redes de comunicações para criar plataformas de disponibilização de novos serviços, de modo a transformar as comunidades tradicionais em comunidades conectadas para assim promover a sustentabilidade:Económica - através da criação de emprego, do desenvolvimento de novos negócios e da potenciação das industrias existentes;Social - através da disponibilização de serviços aos cidadãos que melhoram a sua qualidade de vida e a inclusão social;Ambiental - através da redução do impacto provocado pela comunidade no meio ambiente.À medida que a urbanização da população mundial aumenta, a pressão pela sustentabilidade ambiental das comunidades cresce, obrigando à procura de novas soluções para problemas antigos. A transformação para uma comunidade conectada é um passo essencial no sentido da redução da pegada ambiental de uma cidade ou região, uma vez que os cidadãos exigirão cada vez mais novos serviços que não poderão ser disponibilizados utilizando as abordagens tradicionais. Numa altura em que, à escala global, se assiste a uma concorrência crescente pela captação de investimento e talento, as comunidades conectadas serão cada vez mais competitivas que as comunidades tradicionais, uma vez que, por exemplo, a sua capacidade de atracção de empreendedores é maior.Hoje em dia a globalização e a sociedade da informação, bem como conceitos tipo a Internet das coisas, abrem a porta a novos modelos de negócio à escala global, passíveis de serem implementados numa pequena e remota comunidade física, mas grande e central num mundo conectado. O equilíbrio de poder e influência entre as comunidades actuais será profundamente alterado nos próximos anos, existindo já várias comunidades que estão a preparar a sua transformação para se tornarem competitivas dentro da nova realidade económica do mundo em que vivemos.

PAULO MALTASenior Account Manager da Cisco

Page 30: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

FACE À EXPETATIVA DE ENCERRAMENTO DE EMPRESAS E AGRAVAMENTO DO DESEMPREGO

AIMinho quer programa de emergência para a economia

“O impacto de políticas públicas erra-das, durante os últimos anos, obrigou à assinatura do Memorando da Troika pelo Governo anterior, com o acordo do PSD e do CDS, que compõem o atual Gover-no” – afirma a Associação Industrial do Minho. A AIMinho convocou esta semana uma reunião de emergência com os seus órgãos estatutários, por forma a debater a grave situação das empresas portuguesas e da economia nacional e elaborar um do-cumento com propostas, umas com efeito imediato outras a médio-longo prazo, a apresentar ao Governo.

O programa de intervenção foi deta-

lhado a três níveis: consolidação de con-tas públicas, reformas estruturais e reca-pitalização do sistema financeiro. Este é o quadro-base que todos devemos ter presente e que determina qualquer ação governativa, seja qual for o Governo. E, portanto, o Orçamento para 2013 tem de convocar o país, antes de mais, para resolver os incontornáveis e graves pro-blemas das contas públicas, sendo por isso normal que este momento seja de austeridade.

“A proposta de orçamento entregue na AR aponta um caminho de sentido úni-co, que consiste num aumento brutal da

Associação industrial e comercial chinesa quer aproximar empresários portugueses da ChinaA Associação Industrial e Comercial dos Chineses em Portugal vai abrir uma delegação em Lisboa, para a aproximação entre empresários dos dois países e entre a comunidade chinesa e a sociedade portuguesa. Com instalações na capital, a associação, que tem sede no Porto, con-segue “facilitar o trabalho de apoio aos empresários”.

ASSOCIATIVISMO

30 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

carga fiscal” – afirma a Associação Indus-trial do Minho. A necessidade de corrigir, em 2013, os indicadores macro do País, em consonância com as expectativas da “troika”, obriga a encontrar caminhos mais equitativos para essa correção. E, portan-to, com este Orçamento, a economia vai confrontar-se com o problema grave de saturação fiscal e de falta de liquidez que vai resultar numa contração económica de alcance imprevisível, que põe em causa as opções do Orçamento.

“Com este cenário, só pode haver um

resultado: o consumo interno vai agravar ainda mais, o desemprego vai continuar a atingir níveis históricos, o número de empresas em falência vai continuar a au-mentar (fecham em média 19 empresas por dia), vai haver menos contribuintes, pessoas e empresas, a pagar impostos, a se-gurança social vai aumentar a sua despesa e o Estado não será capaz de fazer a sua parte na redução dos custos. Ou seja, tudo isto vai resultar no não cumprimento das metas do défice público, tornando este es-forço inglório” – alerta a AI Minho.

“A proposta de Orçamento entregue na AR aponta um caminho de sentido único, que consiste num aumento brutal da carga fiscal”, defende a AIMinho, associação liderada por António Marques.

As propostas a apresentar ao Governo

- Repensar o papel e as áreas de atuação do Estado para o futuro, com isso levando a cabo uma reforma do Estado Central e Local;

(verba em conta à ordem no BP e sobre o qual o País está pagar juros) para a criação

produção de bens transacionáveis e, logo, de carácter exportador;

aprovados;

Page 31: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

ASSOCIATIVISMO

Associação Comercial de Barcelos diz que apoio do OE2013 ao comércio é “gota no oceano”O presidente da Associação Comercial e Industrial de Barcelos, João Albuquerque, defendeque os 25 milhões de euros previstos no Orçamento do Estado de 2013 para apoiar o comér-cio são “uma gota no oceano de difi culdades” do setor. “É um bom sinal que, ao fi m de sete anos de completo abandono, o comércio tenha sido fi nalmente lembrado, mas a verba anun-ciada é manifestamente insufi ciente”, afi rmou.

Associação Portuguesa de Business Angels apoia lançamento da rede de Business Angels de Cabo VerdeA Associação Portuguesa de Business Angels (APBA) foi convidada a participar no lançamen-to da Associação de Cabo Verde de Business Angels. O lançamento desta associação congéne-re permitirá apoiar e desenvolver o espírito empreendedor em Cabo Verde e fomentar o apa-recimento de novos projetos.

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 31

MARTA ARAÚ[email protected]

O presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, volta a defender a importância estratégica do aeroporto de Sá Carneiro para a região Norte e disse não vislumbrar “qualquer benefício” para o país numa privatização da ANA. O mesmo res-ponsável advoga uma mudança na orgânica do Governo com mais dois ministros e ar-gumentou que o país não vai à falência com esse “reforço”.

“Não consigo ver qualquer benefício para o país numa privatização da ANA em bloco e vejo imensos prejuízos para a região”, de-clarou Rui Moreira, à margem da cerimónia de apresentação do projeto de dinamização social e económico da Baixa do Porto deno-minado “1ª Avenida”.

Rui Moreira recorda que há três aeropor-tos principais em Portugal - Faro, Lisboa e o aeroporto do Porto – e que o único que está sujeito a “concorrência externa é o aeropor-to Francisco Sá Carneiro”, no Norte.

Sobre o facto de, na última reunião da Junta Metropolitana do Porto (JMP), ter saído uma proposta para apresentar ao Go-verno no âmbito da privatização da ANA

e que garantirá os objetivos governamentais em termos de receita, salvaguardando o ae-roporto Francisco Sá Carneiro, Rui Moreira rejeita a ideia de o aeroporto Sá Carneiro ser entregue como parte do “enxoval”, ar-gumentando que a estrutura “é estruturante para a região” e é o “fator mais importante” para a competitividade na região”.

Mais mudanças no Governo não vão levar o “país à falência”

“Não é por mais dois ministros que o país vai a falência. O país já está próximo disso, mas não é por esse custo”, declarou Rui Moreira. Sobre este tema, argumentou que o Governo, mais do que mudar de pes-soas, deveria alterar o modelo de funciona-mento, considerando que o atual “modelo

orgânico não é o mais conveniente”.“Parece-me que aqueles dois superminis-

térios [entenda-se o Ministério da Econo-mia, Obras Públicas, Trabalho e Comuni-cações e o Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território] - são muito difíceis de gerir” e isso acaba por impedir que haja um “contacto mais direto com o setor económico e com a sociedadecivil”, considerou.

O presidente da Associação Comercial doPorto observou que a “promessa de mantero número de ministros reduzido” já na altu-ra lhe pareceu “pouco adequada”, principal-mente por se tratar de uma coligação.

Rui Moreira classifi cou a orgânica do atual modelo com um número reduzido de ministros de “voluntarista”, mas “pouco in-teressante”.

Associação Comercial do Porto afi rma que privatização da ANA trará prejuízos para o Norte

“Não consigo ver qualquer benefício para o país numa privatização da ANA em bloco e vejo imensos prejuízos para a região”

Objetivos:

Programa: 1.

2.

3.

4.

5.

6.

Porto 3 DezembroHotel D. Henrique

Lisboa 3 Janeiro

Organização:

Informações e inscrições: Vida Económica – Patricia Flores Tel.: 223 399 466 Fax: 222 058 098 E-mail: [email protected]

9h30

/13h

00 - 1

4h30

/18h

00

(tot

al:7

h)

Preços*:

Público Geral: G 120Assinantes VE: G 90 *+ IVA

Formador: Dr. Agostinho Costa

Page 32: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Mãe Natal de chocolate da Regina regressa 70 anos depoisA Imperial acaba de recuperar uma imagem icónica com 70 anos, que foi inspirada num postal da famosa marca de chocolates Regina que remon-ta aos anos 40, e fabricou uma Mãe Natal de chocolate. O produto estará disponível em três tamanhos e o seu lançamento enquadra-se na comemo-ração do 80º aniversário da Imperial, que pretende ir ao encontro das ten-dências revivalistas dos consumidores, nomeadamente com a aposta nos clássicos da Regina.

Consumidores passaram de “vaidosos egoístas” a “altruístas modestos”

“Inovação no ponto de Venda” foi o tema principal da 6ª Conferêcia Dh.

MARKETING

Os consumidores procuram, acima de tudo, bons negócios, passando de “vaidosos egoístas” para “altruístas modestos”. Em Portugal, nos primeiros meses deste ano, venderam-se menos bebidas e iogurtes, enquanto as comidas frescas e congeladas, bem como os produtos básicos como o arroz, o azeite e a massa, tiveram crescente procura. Perante uma nova realidade económica, há novas tendências de consumo e, claro está, novos perfi s de consumidores. O que devem as marcas fazer?MARTA ARAÚ[email protected]

Foi com o objetivo de encontrar algu-mas linhas orientadoras a esta pergunta que cerca de 300 pessoas se juntaram, recentemente, na 6ª Conferêcia Dh, em Lisboa. Com o tema “Inovação no ponto de Venda” em cima da mesa, vários espe-cialistas juntaram-se para debater as novas tendências de consumo, a inovação como necessidade premente de mudança e o novo perfi l dos consumidores face à con-juntura económica que o país atravessa.

A crise enquanto oportunidade, a necessidade de enfrentar a conjuntura económica do país com elementos dife-renciadores e ofertas cada vez mais ino-vadoras estiveram em destaque neste en-contro.

“Pela primeira vez, neste ano, verifi cá-mos que houve uma mudança no padrão de consumo. No primeiro semestre de 2012, no que respeita ao consumo dos lares portugueses, verifi cou-se a tendên-cia de comprar mais comida fresca e co-mida pronta, descartando as bebidas. Se analisarmos o consumo per capita em quilos ou litros por pessoa e se compa-rarmos com o ano passado, concluímos que as diferenças são notórias”, revelou Paulo Caldeira, business development diretor da KantarWorldPanel.

Enquanto os produtos básicos têm so-frido um aumento de vendas, assumin-do-se como a principal aposta por parte do consumidor, as bebidas (cervejas, re-frigerantes) e os iogurtes têm sofrido um decréscimo. O mesmo responsável adian-tou ainda que esta é uma fase de “maturi-dade das marcas na distribuição”.

Da conquista à fi delização de clientes

A 6.ª Conferência Dh englobou uma

mesa-redonda moderada por Filipe Gil, diretor da revista “Distribuição Hoje”, subordinada ao tema “Conquistar e fide-lizar o cliente através da inovação” e na qual participaram Alberto Ferreira, exe-cutive manager da Deepend/SMUKY; Alexandre Guariento, diretor ibérico de negócio e operações da Itautec; Hélio Soares, membro da Direção da POPAI; Rodrigo Pereira, beer channel customer marketing manager da Sociedade Cen-tral de Cervejas, e Vera Norte, diretora de comunicação da Tetra Pak.

O ponto de venda tem uma importân-cia extraordinária e os consumidores di-rigem-se ao mesmo “para procurar bons negócios”, referiu Hélio Soares. Há uns anos, quando havia mais dinheiro, “falava-se do consumidor enquanto ‘um vaidoso egoísta’, alguém que gostava de fazer boas compras e que se mimava a si próprio. Hoje em dia, o consumidor passou a ser um ‘altruísta modesto’. É altruísta porque procura produtos na-cionais, tenta racionalizar e fazer boas compras e é modesto porque tem menos dinheiro.

Rodrigo Pereira defendeu que “o con-sumidor compra na loja, no café, no res-taurante e as marcas têm de fazer a sua comunicação eficaz e eficiente no ponto de venda além da indiscutível presença nos media”. Durante o debate, ficou clara a dualidade da importância entre o ponto de venda e a divulgação nos meios de comunicação social e nas redes sociais enquanto motores privilegiados de contacto com os consumidores.

O e-commerce foi também referido constituindo a forma de venda privile-giada da SMUKY. “80% das nossas ven-das são realizadas por esta via, o que nos permite explicar melhor este produto através de imagens e de vídeos, deixando que o consumidor o descubra”, salien-tou Alberto Ferreira.

A Tetra Pak, por seu turno, aposta no packaging. “A inovação faz parte do gene da empresa. Só através da inovação é que conseguimos sobreviver e muito pode ser feito no que respeita à abertura ou da funcionalidade das embalagens”, salientou Vera Norte, diretora de comu-nicação da empresa.

32 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

“Pela primeira vez, neste ano verifi cámos que houve uma mudança no padrão de consumo”

Page 33: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

MARTA ARAÚ[email protected]

As cervejas da Unicer, Super Bock e Carlsberg –, foram distinguidas pela ex-celência das campanhas de ativação no ponto de venda, na 1.ª edição dos PO-PAI Awards que decorreu, recentemen-te, em Lisboa. No total, receberam nove galardões – simbolizados por índios -, distribuídos por quatro troféus de ouro, três de prata e dois de bronze.

Para Maria Estarreja, diretora de tra-de marketing da Unicer, “estes galardões são o reconhecimento do empenho e trabalho de equipa, na Unicer e entre a Unicer e os seus parceiros”. Ainda se-

gundo a mesma responsável, o grupo procura “desenvolver ativações e ações diferenciadoras para que as nossas mar-cas e produtos melhorem a sua atrati-vidade e visibilidade bem como a ex-periência do shopper e/ou consumidor no ponto de venda”. “É uma motivação para continuarmos a fazer mais e me-lhor”, conclui Maria Estarreja.

Recorde-se que os POPAI Awards 2012 premiaram as mais originais e eficazes ati-vações no on e off trade em diversas ca-tegorias, no período compreendido entre 1 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2011. A avaliação foi efetuada por um júri de profissionais ligados ao setor que analisou critérios como a conceção técni-

ca, a qualidade de produção, a estética e design ou a qualidade e inovação.

Esta distinção, para a Unicer, refle-te o investimento contínuo do grupo “numa estratégia global de dinamização das suas marcas no ponto de venda, en-contrando oportunidades inovadoras e diferenciadoras para gerar visibilidade dos produtos e interação com o shopper e consumidor, tornando-os ainda mais relevantes para o consumidor, numa ex-posição devidamente integrada na orga-nização do espaço onde se inserem e na estratégia de desenvolvimento de cate-goria desenvolvida conjuntamente com os clientes”, refere a empresa através de comunicado.

Super Bock e Carlsberg distinguidas nos POPAI Awards 2012

MARKETING

PUB

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 33

A importância estratégica da marca

na competitividade dos serviços turísticos

Independentemente do efeito multiplicador que grandes eventos exerçam sobre o desempenho da hotelaria e do turismo, a escassez de mercados emissores em crescimento e a ampla diversidade de escolha de destinos turísticos transformam a marca num instrumento estratégico de marketing capaz de reduzir a incerteza e o risco associado ao lançamento de novos serviços. Uma marca representa, também, um valor acrescentado para o cliente quando clarifica e identifica na sua oferta os benefícios desejados no seu processo de tomada de decisão de escolha/compra de ofertas turísticas. Esta confluência justifica que o esforço na criação e/ou gestão das marcas existentes se reoriente – o seu mix de marketing não poderá continuar a reduzir-se à comunicação das suas promessas ao mercado. A concorrência crescente e a natureza intangível da oferta de serviços turísticos exigem muito mais para superar o reduzido número de “marcas fortes” nos serviços, em particular na hotelaria e turismo nacional. O sucesso das suas marcas depende de uma ampla estratégia corporativa. A sua coerência resultará de um processo de gestão planificado com base na: (1) Identificação de oportunidades externas: estudos de mercado que permitam definir concorrentes, recursos disponíveis e segmentos alvo; (2) Identificação de capacidades internas e sua interação com o mercado; (3) Avaliação dos recursos financeiros para a criação, manutenção e desenvolvimento da marca; (4) Diferenciação e posicionamento: a sua vantagem competitiva que lhe permitirá ocupar um espaço único na mente do consumidor/cliente; (5) Implementação de testes de mercado que avaliem a sua performance; (6) Operacionalização da estratégia de comunicação: cumpridos os passos anteriores, espera-se que a coerência das promessas da marca seja divulgada pela ação dos media e verificada pela experiência de consumo do serviço prestado.Assim, a estreita interação e mútuo reforço estratégico entre marca e inovação merecem uma “oportunidade” como opção competitiva sustentável da oferta de serviços turísticos. A habilidade para implementar processos internos que, sistematicamente desenvolvam e lancem novas ofertas comerciais de serviços, é a chave para o crescimento das organizações que atuam no setor. Todavia, num ambiente hipercompetitivo e mesmo caótico, não basta inovar continuamente. É necessário fazê-lo com sucesso e mais cedo do que a concorrência, apesar de difícil e comportar elevados riscos. Todavia, o retorno deste esforço será compensador quando as novas propostas de serviços turísticos alcançam sucesso no mercado, já que os “novos serviços” representam cerca de 25% dos lucros totais; promovem o reforço da reputação da empresa; incrementam o grau de fidelidade dos seus clientes; suscitam habilidade para atrair novos clientes; estimulam o “cross-selling” dos serviços existentes; proporcionam maior capacidade interna para gerar novas ofertas no futuro. Dado que na prestação de serviços estão envolvidos quer o produtor quer o cliente, a dificuldade maior da inovação neste setor é compensada pela oportunidade de incorporar o cliente como fonte sistemática de informação. Neste contexto, a posse de marcas fortes facilita e viabiliza a inovação como

ELISABETH DE MAGALHÃES SERRA (PH.D)CEO Gap Consulting

Os membros da equipa de trade marketing da Unicer receberam os galardões do POPAI Awards 2012.

Page 34: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Mind Source lança concurso de IT AcessívelA Mind Source promove o “Concurso IT Acessível” dirigido aos estudantes de universidades e institutos politécnicos nacionais, que estejam a ingressar no 2.º ano de Mestrado nas áreas de Informática ou similares e pretendam realizar o seu projeto de conclusão de Mestrado. O concurso decorre entre outubro de 2012 e agosto de 2013. Mais informações em http://www.mindsource.pt/ITessivel/Default.aspx.

“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à Vida Económica Johannes Ruckert, director.

Mais do que celebrar um ano de trabalho e partilhar inspiração para uma nova etapa.

Partilhe um novo sentido de luxo.

[email protected] · Tel.: +351 21 381 87 00 · [email protected] · Tel.: +351 22 607 25 00 · www.tiara-hotels.com

Tiara Park Hotel Lisboa

Preços por pessoa a partir de:Menu - 24,00 eurosBuffet - 32,00 eurosBuffet Lanche Crianças - 16,50 eurosBebidas incluídas

Tiara Park Hotel Porto

Preços por pessoa a partir de:Menu - 25,00 eurosBuffet - 27,50 eurosBuffet Lanche Crianças - 25,00 eurosBebidas incluídas

Celebre o Natal da sua empresa com Tiara.

Crianças dos 4 aos 12 redução 50%

EM FOCO

34 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

«Tenho um apartamento arrenda-do para habitação do inquilino, desde 1987.

Ouvi dizer que houve alterações le-gislativas que permitirão atualizar este tipo de rendas mais antigas. Gostaria de saber se assim é e o que terei que fazer.»

Efetivamente, as alterações ao NRAU (Novo Regime do Arrendamento Urbano) já foram publicadas, mas só entrarão em vigor em 12.11.2012.

Para além da atualização de renda, as referidas alterações vêm possibilitar a transição do contrato para o regime do NRAU que, depois de ocorrida, passará a permitir a aplicação das normas deste regime

a este tipo de contratos mais antigos e aos quais se têm aplicado normas transitórias.

Quer a atualização da renda quer a transição para o NRAU dependem de iniciativa do senhorio que, para o efeito, deverá comunicar a sua intenção ao arrendatário propondo o valor da renda, o tipo e duração do contrato

O leitor deverá ainda indicar o valor do locado avaliado ao abrigo do disposto do artigo 38.º do CIMI (Código do Imposto Municipal sobre os Imóveis), que entrou em vigor em 2004, constante da caderneta predial urbana, bem assim como cópia da caderneta predial urbana.

Se o arrendatário nada disser no prazo de 30 dias a contar da receção da comunicação, o seu silêncio vale como aceitação da

proposta, fi cando o contrato submetido ao NRAU e passando a pagar a renda proposta a partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte ao termo dos referidos 30 dias.

Contudo, o arrendatário, no prazo de 30 dias posteriores á receção da comunicação do leitor, poderá aceitar expressamente a renda proposta, sendo, o contrato submetido ao NRAU a partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte ao da receção da resposta e fi cando o contrato sujeito ao tipo e duração do contrato acordados. Se as partes não chegarem a acordo quanto ao tipo e duração do contrato ou no silencio das partes considerar-se á o contrato celebrado com prazo certo pelo período de cinco anos.

Em alternativa, o arrendatário poderá opor-se ao valor da renda propondo um

novo valor, ou, em qualquer destes casos poderá pronunciar-se quanto ao tipo e à duração do contrato propostos pelo senhorio, ou ainda, denunciar o contrato de arrendamento.

Se tiver a sua residência permanente no locado ou quando a não tiver apenas devido a caso de força maior ou doença, o arrendatário poderá ainda invocar o facto de ter 65 anos ou defi ciência com grau comprovado de incapacidade superior a 60% ou/e ainda a circunstância de o RABC (Rendimento Anual Bruto Corrigido) do seu agregado familiar ser inferior a cinco retribuições mínimas nacionais anuais.

Sobre a sequência do procedimento nos casos supra referidos, oportunamente nos pronunciaremos nesta coluna.

Arrendamento habitacional anterior a 1990 — atualização da renda

ARRRENDAMENTO URBANO

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

Page 35: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

ALEXANDRA COSTA [email protected]

Garantir a qualidade e efi cácia dos pro-dutos de beleza e cosmética. Esse é o obje-tivo do Top Beleza, recentemente lançado no mercado nacional.

A ideia não é nova. Existe já em França (de onde é originária) e em Espanha. O processo é simples. As marcas candidatam--se a testes realizados por clientes anóni-mos. É com base na sua avaliação que é feito um certifi cado, assegurando, ou não, que o retorno prometida pelo produto e/ou serviço em causa é real.

O processo é simples. Há três interve-nientes: as marcas, que se candidatam aos testes, os consumidores que experimentam os produtos/serviços (sem saber qual a marca) e os laboratórios de análise senso-rial que efectuam as avaliações e certifi cam os resultados.

“A certifi cação Top Beleza tem a grande

vantagem de colocar todas as marcas em pé de igualdade”, afi rma à “Vida Económica” Débora Santos Silva. “Isto porque o con-sumidor não sabe o que está a experimen-tar, não sendo por isso infl uenciável por qualquer tipo de comunicação/publicida-de”, acrescenta a diretora da Top Beleza.

A Top Beleza já tem mais de 15 mil no-mes inscritos para testar produtos. A par-ticipação implica um pagamento de 850 euros para as marcas. Valor que, mesmo assim, e segundo Débora Santos Silva, é reduzido dado o número e complexidade de testes envolvidos.

Para este ano a estratégia passa por ex-plicar o conceito e testar os serviços. Em 2013, com a entrega dos primeiros cer-tifi cados a aposta passará por comunicar os vencedores e será adaptada caso a caso. Sendo que, como explica Débora Santos Silva, as redes sociais são essenciais na pro-pagação e comunicação do conceito.

Top Beleza mede efi cácia dos produtos de cosmética

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 35

EM FOCO

Nome

Morada

C. Postal

E-mail Nº Contribuinte

Solicito o envio de exemplar(es) do livro Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas

- Anotado (2ª edição), com o PVP unitário de 19€.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

Autores: Maria José Esteves, Sandra Alves Amorim, Paulo Valério

Páginas: 320

P.V.P.: €19

(recortar ou fotocopiar)

http://livraria.vidaeconomica.pt

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c4000-263 PORTO

OBRA ESSENCIALMENTE PRÁTICA.

CONHEÇA AS NOVIDADES E ALTERAÇÕES

no âmbito do CIRE!

150Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas

b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião

sobre os documentos de prestação de contas e de informação

financeira juntos aos autos pelo devedor; c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa [art.5.º]

do devedor, no todo ou em parte, da conveniência de se aprovar

um plano de insolvência [art. 192.º] , e das consequências decor-

rentes para os credores nos diversos cenários figuráveis;

d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano

de insolvência, a remuneração [art. 60.º] que se propõe auferir

pela elaboração do mesmo; e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes

para a tramitação ulterior do processo. 2 - Ao relatório são anexados o inventário [art. 153.º] e a lista provi-

sória de credores. [art. 154.º]3 - O relatório e seus anexos deverão ser juntos aos autos pelo me-

nos oito dias antes da data da assembleia de apreciação do relatório.

[art.156.º]

CAPÍTULO IIILiquidação

SECÇÃO IRegime aplicávelARTIGO 156.ºDeliberações da assembleia de credoresde apreciação do relatório1 - Na assembleia de apreciação do relatório deve ser dada ao de-

vedor, à comissão de credores [art. 66.º] e à comissão de trabalhadores

ou aos representantes dos trabalhadores a oportunidade de se pronun-

ciarem sobre o relatório. 2 - A assembleia de credores de apreciação do relatório delibera

sobre o encerramento [art. 230.º] ou manutenção em actividade do esta-

belecimento ou estabelecimentos compreendidos na massa insolvente.

[art. 46.º]3 - Se a assembleia cometer ao administrador da insolvência [art.52.º]

o encargo de elaborar um plano de insolvência [art. 192.º] pode determi-

nar a suspensão da liquidação [art. 156.º] e partilha da massa insolvente

[Art. 156.º]

149

Administração e liquidação da massa insolvente

4 - O inventário inclui um rol de todos os litígios cujo desfecho possa

afectar o seu conteúdo.5 - O juiz pode dispensar a elaboração do inventário, a requerimento

fundamentado do administrador da insolvência, com o parecer favorável

da comissão de credores, [art. 66.º] se existir.ANOTAÇÃO:Ao administrador é atribuída a responsabilidade de elaborar um inventário dos bens

e direitos da massa insolvente, que indique: “o valor, natureza, características, lugar

em que se encontram, direitos que os oneram e dados de identificação registral, se

for o caso”.

ARTIGO 154.ºLista provisória de credores1 - O administrador da insolvência [art. 52.º] elabora uma lista pro-

visória dos credores que constem da contabilidade do devedor, tenham

reclamado os seus créditos [art. 128.º] ou sejam por outra forma do seu

conhecimento, por ordem alfabética, com indicação do respectivo en-

dereço, do montante, fundamento, natureza garantida, privilegiada,

comum ou subordinada [art. 47.º] dos créditos, subordinação a condições

[art. 50.º] e possibilidades de compensação. [art. 99.º]2 - A lista contém ainda uma avaliação das dívidas da massa insol-

vente na hipótese de pronta liquidação. [art.156.º]ANOTAÇÃO:Os credores constantes da “Lista Provisória de Credores” podem não ser, necessaria-

mente, os credores que, finda a fase de verificação e graduação de créditos, venham

a obter o reconhecimento e o direito ao pagamento dos seus créditos. Com efeito, o

art. 173º dispõe, expressamente, que “o pagamento dos créditos sobre a insolvência

apenas contempla os que estiverem verificados por sentença transitada em julgado”.ARTIGO 155.ºRelatório1 - O administrador da insolvência [art. 52.º] elabora um relatório

contendo: a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na

alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º;

[Art. 154.º]

NãLei nº1

ma, já que

relativamente

especial, a inserção

criação do anunciado P

aqueles que, diariamente, s

o facto de, nos primeiros dois

vências em Portugal, representand

processos do género identificados em j

de como se afigura incontornável um

a assi

proficiente das novas regras.

INCLUI:

SIREVE (Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial)

Processo Especial de Revitalização Princípios Orientadores da Recuperação

Extrajudicial de Devedores

49

Disposições introdutórias

LEI N.º 16/2012:

1. Aprovado unanimemente o plano de recuperação conducente à revitalização do

devedor em que intervenham todos os seus credores, o juiz procede à sua homo-

logação ou pode recusá-la.

2. Não havendo aprovação unânime, o plano é remetido para o tribunal considerando-

-se aprovado pela maioria dos votos prevista no n.º 1 do artigo 212.º, podendo o

juiz computar os créditos que tenham sido impugnados se considerar que há pro-

babilidade séria de tais créditos deverem ser reconhecidos, caso a questão ainda

não se encontre decidida.

3. A votação efetua-se por escrito.

4. O juiz pode ou não proceder à homologação, aplicando-se em especial os artigos

215º e 216º.

5 - O juiz decide se deve homologar o plano de recuperação ou recusar

a sua homologação, nos 10 dias seguintes à recepção da documentação

mencionada nos números anteriores, aplicando, com as necessárias

adaptações, as regras vigentes em matéria de aprovação e homologação

do plano de insolvência previstas no Título IX, em especial o disposto

nos artigos 215.º e 216.º.

6 - A decisão do juiz vincula os credores, mesmo que não hajam

participado nas negociações, e é notificada, publicitada e registada pela

secretaria do tribunal, nos termos dos artigos 37.º e 38.º, que emite nota

com as custas do processo de homologação.

7 - Compete ao devedor suportar as custas referidas no número

anterior.NOTA:

Aditado pelo artigo 3.º da Lei n.º 16/2012, de 20-04.

ARTIGO 17.º-G

Conclusão do processo negocial sem a aprovação

de plano de recuperação

1 - Caso o devedor ou a maioria dos credores prevista no n.º 3 do

artigo anterior concluam antecipadamente não ser possível alcançar

acordo, ou caso seja ultrapassado o prazo previsto no n.º 5 do artigo

17.º-D, o processo negocial é encerrado, devendo o administrador judi-

[Art. 17.º-G]

Arregaçar as mangasA crise, mais do que qualquer outra coisa, tem levado muitos desempregados, jovens e casais, a lançarem-se num projecto agrícola. São bem-vindos estes novos jovens agricultores. Eles trazem massa crítica e novas formas de olhar para o sector que são vantagens para a nossa agricultura.Nos últimos tempos, têm aderir à agricultura um número exponencial de jovens agricultores. E a questão agora é: o que lhes fazer? A resposta a essa questão deve envolver-nos a todos: governo, associações, consultores, etc.A agricultura não pode agora tornar-se na panaceia para resolver todos os males endémicos do país. Mas pode criar as condições para servir de almofada social a muita gente que está desesperançada e sem expectativas no futuro.Muitos têm vocação e sabem ao que vêm. Outros nem por isso, vêm à aventura, a ver no que dá. É preciso que as instituições bancárias apoiem os projectos credíveis e bem fundamentados desses jovens agricultores.Mas é preciso mais, é preciso que o novo Quadro Comunitário de Apoio e o novo ProDer possam ser instrumentos efi cazes e céleres face a este novo cenário que está montado na agricultura portuguesa.É preciso que estes potenciais jovens agricultores tenham formação, com cursos mais específi cos e mais focalizados; formadores mais experientes, mais organizados e mais competentes.Pela minha parte, estou já a fazer o meu trabalho de casa para dar resposta a esta nova situação. Recentemente, a “Espaço Visual”, consultora agrónoma, celebrou um protocolo com a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Área Metropolitana do Porto para poder dar resposta às solicitações que forem chegando. O tempo é de arregaçar as mangas…

JOSÉ MARTINOengenheiro agrónomojosemartino.blogspot.com

As redes sociais ajudam a medir efi cácia de produtos de beleza e cosmética.

Page 36: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

CONTABILIDADE E FISCALIDADE

GESTÃO INTEGRADA À EMPRESA

BUSINESS PLAN

RECURSOS HUMANOS

OUTSOURCING EXPRESS

GESTÃO FINANCEIRA E ACONSELHAMENTO

FAMILY OFFICE (novo)

Para mais informações:

Próximo fundo comunitário dará a Portugal entre 15 e 20 mil milhões de euros

MARTA ARAÚ[email protected]

Com a palavra crise em cima da mesa, os países mais endinheirados da União Europeia pedem compreensão, mas o or-çamento terá de ser mais pequeno. E es-tando Portugal na lista dos mais pobres, não deverá contar com outro cenário que não passe por uma ligeira perda e emagre-cimento do envelope financeiro que tanta falta faz ao país.

Neste sentido, o Governo liderado por Pedro Passos Coelho, mas cujas contas estão entregues, essencialmente, a Vítor Gaspar, tem consciência que terá pela frente negociações difíceis para conseguir arrecadar o máximo de dinheiro possível “assumindo que a proposta da Comissão é

MARTA ARAÚ[email protected]

Estão abertas as candidaturas a três novos concursos no âmbito do Sistema de Incen-tivos à Qualificação e Internacionalização e PME, que ocorrem no contexto do Progra-ma Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação (+E+I).

O SI Qualificação e Internacionalização PME, para projetos individuais, tem como objetivo apoiar investimentos empresariais que reforcem a capacidade das empresas para assegurar ganhos mais rápidos em ter-mos de uma maior orientação do produto interno para a procura externa, apostando na especialização inteligente tendente à inovação empresarial, com vista à obtenção de ganhos de competitividade.

Já o SI Qualificação e Internacionaliza-ção PME, desta feita para projetos con-juntos, deve ser apresentado por entidades públicas, associações empresariais ou en-tidades do SCT. Os seus projetos visam a promoção da competitividade das PME, designadamente a sua capacidade de res-posta e presença ativa no mercado global, através do desenvolvimento de um progra-ma estruturado de intervenção num con-junto de PME.

Finalmente, o SI Qualificação e Interna-cionalização PME, para projetos simplifi-cados, tem como pressuposto apoiar, como o próprio nome indica, de forma simplifi-cada a aquisição de serviços de consultoria e de apoio à inovação e ao empreendedoris-mo por parte de PME, para resposta a ne-cessidades específicas da empresa, no sen-tido do aumento da sua competitividade.

No que concerne ao prazo para apresen-tação de candidaturas, é importante ter em linha de conta que os avisos para apresenta-ção de candidaturas “Projetos Individuais” e “Projetos Simplificados” definem que a apresentação de candidaturas poderá ser efetuada de forma contínua, respetivamen-te, até 16 de setembro e 13 de novembro de 2013.

Para a modalidade “Projetos Conjuntos”a apresentação de candidaturas poderá ser efetuada em duas fases, respetivamente, até 31 de dezembro de 2012 e 15 de julho de 2013.

No entanto, importa referir que as Au-toridades de Gestão dos Programas Ope-racionais poderão suspender a receção de candidaturas a qualquer momento, através de comunicação prévia, com uma antece-dência mínima de três dias úteis.

Abertos três novos concursos a fundos para apoiar internacionalização das PME

Centro de Inovação e Logística de Valença avança com 4,8 ME de fundos comunitários O Centro de Inovação e Logística de Valença, obra adjudicada desde janeiro, mas por iniciar devido à falta de financiamento comunitário, já tem garantida uma comparticipação de 4,8 milhões de euros. A atribuição do financiamento, por via do QREN, foi transmitida pela As-sociação Nacional de Municípios Portugueses à Câmara de Valença, no âmbito da reformula-ção dos investimentos a comparticipar até final do atual quadro comunitário de apoio.

QREN

36 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

maximalista e será vítima da forte pressão dos países mais ricos para reduzir contri-buições em tempo de crise”, revela fonte portuguesa na Comissão Europeia.

Todos estes delicados temas estarão em cima da mesa na supercimeira dia 22 e 23 de novembro, em Bruxelas. Recorde-

-se que a proposta da Comissão já aponta para um congelamento em termos reais do envelope da coesão. O Reino Unido já avisou vetar o documento caso se verifique o aumento de despesa, a preços de 2005. Por outro lado, a França diz recusar aceitar cortes importantes na agricultura.

As negociações finais ocorrem entre 22 e 23 de novembro, numa supercimeira, mas em Bruxelas os números referentes ao próximo quadro financeiro (2014/2020) já se fazem ouvir. Sendo certo que o próximo envelope será reduzido em cerca de 10% do seu valor real, para Portugal, são esperados montantes entre os 15 e os 20 mil milhões de euros.

O quadro comunitário referente a 2014/2020 será discutido em Bruxelas nos dias 22 e 23 de novembro.

Page 37: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Portugal tem de ter “um verdadeiro banco de fomento que apoie as empresas portuguesas em processos de financiamento para a internacionalização”, de acordo com António Godinho, administrador da NBB – National Business Brokers. “Não podemos pedir a um banco alemão que apoie as empresas portuguesas a internacionalizarem-se. Isso é uma tarefa muito ligada ao Estado, e se há tarefa que o Estado deve fazer na área financeira é exatamente essa”, afirma numa entrevista à “Vida Económica” que teve como o mote o décimo aniversário da NBB.

FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica – A NBB celebra este ano o 10º aniversário da sua rede de consultadoria a PME. Olhando para trás, quais os momentos mais marcantes deste caminho?

António Godinho – Para além do arran-que da empresa em 2002, foi a nossa inter-nacionalização, que começou em 2005, mais propriamente em São Paulo, no Brasil. No mesmo ano abrimos também em Espanha, e a partir de 2006 foi um projeto vencedor em termos de abertura de novos países e novos mercados. Passados dez anos, estamos em 29 países, o que é excelente, sendo uma empresa

portuguesa com know-how português dedica-da à área financeira (aquisições e fusões), que normalmente nunca é associada ao nosso país.

VE – A rede NBB conta já com um total de cerca de 70 escritórios, sendo 13 de-les em Portugal. O alargamento da rede é para continuar no curto prazo? Este é um projeto em contínuo?

AG – No próximo ano, abriremos em mais três mercados, nomeadamente o mercado italiano, francês e da América Latina, mais concretamente, Argentina.

VE – Na prática, o que faz a NBB? Que tipo de serviços disponibiliza e de que for-ma auxilia as PME?

AG – Fazemos assessoria em processos de compra e venda de empresas e apoio à inter-nacionalização das empresas. Ou seja, usamos a nossa rede estabelecida em termos mundiais para detetar oportunidades de agentes, dis-tribuidores e muitas vezes essas aquisições e internacionalizações de empresas portuguesas fazem-se adquirindo empresas lá fora, ou par-te de empresas para entrar em certos merca-dos, como o brasileiro e o colombiano.

Crise obriga empresas a escolher via da internacionalização

VE – Apesar da atual situação econó-mica nacional, poderiam os empresários portugueses ser mais ousados na interna-cionalização?

AG – Podem e devem ser mais ousados. Os últimos resultados das exportações nacionais são bastante animadores, mas é pena que tal não resulte de uma questão estratégica mas sim como resposta à crise. O empresário por-tuguês, hoje, tem uma necessidade extrema de alargar mercados, uma vez que o mercado nacional não responde às expetativas. Nesse sentido, há um aspeto positivo nesta crise que é obrigar os empresários portugueses a pensar

de forma global e não estarem só dependentes do mercado interno.

VE – Que oportunidades se afiguram ainda nos mercados externos e como po-deriam estas ser aproveitadas pelas em-presas nacionais?

AG – Há muitas oportunidades no merca-do global. Obviamente que não é fácil a via da internacionalização, tem-se que analisar mer-cado a mercado, ir, estudar, planear, e tudo demora o seu tempo. Mas nada acontece se não houver trabalho para que isso aconteça e há mercados muitos recetivos, dependendo do produto e/ou serviço. Devemos apostar em setores como as tecnologias de informa-ção, biotecnologia e outros, onde já temos provas dadas, mas não devemos abandonar setores como o azeite, a cortiça, os vinhos ou o calçado, pois somos diferentes, bons e, por vezes, únicos.

VE – Até que ponto a presente dificul-dade de acesso a financiamento por par-te das empresas tem comprometido este esforço?

AG – Vem, antes de mais, potenciar duas coisas: a necessidade de haver formas alter-nativas de financiamento e não estar apenas dependente do financiamento bancário, que é um problema grave estrutural da economia portuguesa, uma vez que as empresas finan-ciaram-se em demasia junto da banca. Exis-tem outras formas de financiamento, como a procura de capital privado, o mercado bol-sista, fundos que investem em determinadas áreas de negócio. Esse tem sido um fator dis-

tintivo da NBB, temos procurado arranjar para as empresas e para os novos projetos for-mas alternativas de financiamento. E a crise veio, pelo menos, obrigar as empresas a olharpara estas alternativas.

VE – A intenção anunciada pelo Gover-no de criar um banco de fomento para melhorar o acesso ao “financiamento daeconomia e das empresas” é uma boa no-tícia?

AG – É fundamental. Isso deveria ser o pa-pel da Caixa Geral de Depósitos, que não tem sido, mas, seja qual for o veículo, é importan-te que o país tenha um verdadeiro banco de fomento que apoie as empresas portuguesas em processos de financiamento para a inter-nacionalização. Não podemos pedir a umbanco alemão que apoie as empresas portu-guesas a internacionalizarem-se. Isso é umatarefa muito ligada ao Estado e se há tarefaque o Estado deve fazer na área financeira é exatamente essa.

VE – E como vê a introdução do IVA decaixa e a criação de um fundo de recapi-talização das empresas e um reforço dos apoios às empresas exportadoras, medi-das igualmente previstas no Orçamentode Estado para 2013?

AG – São medidas positivas, mas não sei se só essas medidas são suficientes. A questão éque são precisas mais do que medidas avulsas, que é ao que temos assistido. Falta uma estra-tégia consistente para apoiar as empresas por-tuguesas criando condições para elas serem competitivas no mercado externo.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 37

ANTÓNIO GODINHO, ADMINISTRADOR DA NBB, DEFENDE

“É importante que o país tenhaum verdadeiro banco de fomento”

PSI-20 (30.10) 5385,19

-0,19% Var. Semana

-1,99% Var. 2012

Dow Jones 30/Oct .......13107,21

Var Sem ...............................-1,77% Var 2012 ................................ 7,28%

Nasdaq 30/Oct ............ 2987,951

Var Sem ...............................-0,59% Var 2012 ..............................14,69%

IBEX 35 30/Oct ..............7833,90

Var Sem ................................ 1,11% Var 2012 ...............................-8,55%

DAX 30/Oct .....................7284,4

Var Sem ................................1,54% Var 2012 ..............................23,50%

CAC40 30/Oct ................3459,44

Var Sem ................................1,55% Var 2012 ................................9,48%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

5300

5320

5340

5360

5380

5400

5420

5440

20 Set 21 Set 24 Set 25 Set 26 Set

“Não podemos pedir a um banco alemão que apoie as empresas portuguesas a internacionaliza-rem-se”, afirma António Godinho.

Empresários avaliam oportunidades de negócio

com partners da NBB Para celebrar o seu 10º Aniversário, a NBB trouxe ao Porto os partners dos seus escritórios internacionais e organizou uma conferência internacional. Os principais objetivos deste encontro foram dois: permitir aos associados ouvir, em primeira pessoa, testemunhos sobre a realidade dos diferentes países onde o grupo marca presença ao nível do investimento e potenciar o contacto direto de empresas portuguesas com especialistas em fusões e aquisições, mediante uma série de reuniões privadas, onde as partes se deram a conhecer.Presente no evento, Luís Marques Mendes defendeu na sua intervenção que “o apoio às PME deveria estar no centro da agenda económica do Governo”. Discursando para uma assembleia maioritariamente constituída por empresários de PME de todo o país, o antigo líder do PSD lamentou também o contraste entre o relevo dado às grandes empresas face às PME. “Até se fala das PME, mas dá-se maior importância às grandes empresas”, referiu. Marques Mendes considerou ainda que o país tem “um problema seriíssimo de competitividade” e que a solução destes problemas passa por “ter uma visão estratégica” porque, na verdade, “99% das vezes pensa-se apenas para se resolverem questões urgentes, tapar buracos”. “Somos um país do oito ao oitenta, a produzir somos comparáveis a um país pobre, mas a gastar é ‘à grande e à francesa’”, criticou.

Page 38: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Resultado líquido do Santander quase quadruplica

MERCADOS

38 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

-0,05% Var. Semana -0,008% Var. Semana 0,59% Var. Semana

0,08% Var. 2012 -0,833% Var. 2012 1,41% Var. 2012

Euro/Libra 30/Oct .....0,8065

Var Sem .........................0,94% Var 2012 .........................3,63%

Euro/Iene 30/Oct ..103,2640

Var Sem .........................0,29% Var 2012 ........................ -3,38%

Euribor 3M 30/Oct ....0,1980

Var Abs Sem .................. -0,004 Var 2012 ......................... -0,803

Euribor 1Y 30/Oct .....0,6210

Var Abs Sem ................... -0,013 Var 2012 ......................... -0,883

Ouro 30/Oct ......... 1710,70

Var Sem ...................... 0,08% Var 2012 ...................... 8,52%

Prata 30/Oct .............31,83

Var Sem ..................... -0,01% Var 2012 .................... 12,92%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (30.10) 1,2969 EURIBOR 6M (30.10) 0,3910 PETRÓLEO BRENT (30.10) 108,83

1.286

1.288

1.29

1.292

1.294

1.296

1.298

20 Set 21 Set 24 Set 25 Set 26 Set0.386

0.388

0.39

0.392

0.394

0.396

0.398

0.4

20 Set 21 Set 24 Set 25 Set 26 Set107

107.5

108

108.5

109

109.5

110

20 Set 21 Set 24 Set 25 Set 26 Set

O tema da privatização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é daqueles temas que, de vez em quando, é trazi-do ao debate público, mas que acaba sempre por regressar à gaveta de onde recorrentemente vai saindo. Pois bem, nas últimas semanas, o tema voltou à agenda mediática, tratando-se aliás de uma ideia em tempos defendida pelo agora Primeiro-Ministro. Ao mesmo tempo, também nas últimas semanas, tem sido aventada a possibilidade de o Governo criar um novo banco de investimento. Sabe-se que a dificulda-de de acesso ao crédito é porventura a preocupação capital dos empresários que puxam por Portugal. Por isso, nada melhor que um banco de investimento dirigido às exportações e aos bens tran-saccionáveis. Mas, enfim, como é bom de ver, as duas propostas revelam-se contraditórias.

A CGD deveria ser o banco de in-vestimento do Estado, e deveria ser o veículo da estratégia económica do Governo. De resto, já no final dos anos 20 do século passado, quando a República viveu um momento de con-

tornos financeiros semelhante ao que vive hoje, o papel da CGD foi crucial. Nessa época, os bancos comerciais tam-bém estavam em dificuldades e com a excepção da CGD não havia quem em-prestasse dinheiro. A situação foi de tal forma intensa que durante a década de 30 o banco público chegou a represen-tar quase 70% de toda a concessão de crédito em Portugal. Evidentemente, Portugal então tinha independência monetária, facilitando a vida ao banco público, porém, mesmo com as amar-ras decorrentes do euro, a CGD de hoje pode e deve ser útil às empresas que queiram investir no País.

A CGD é, pois, por inerência, o ban-co de fomento ao investimento que o Governo parece tanto desejar. Tem, portanto, de ser aproveitada e gerida enquanto tal. A sua actividade deve ser reorientada para o investimento na actividade produtiva, de preferência, financiando projectos de natureza pri-vada que possam estimular actividades nas quais Portugal tem know-how, ati-vidades nas quais sejamos deficitários, ou ambas. Deve incluir financiamen-

to a actividades vocacionadas para o mercado externo, mas também para o mercado interno. E, em função da tipo-logia do tecido empresarial português, deveria, na minha opinião, discriminar positivamente em favor de micro, pe-quenas e médias empresas.

Os defensores da privatização da CGD dizem-nos que os critérios de gestão privada torná-la-iam mais efi-ciente na sua gestão. Assim, alguns desses defensores argumentam pela sua privatização parcial. Ou seja, o Estado permaneceria accionista maioritário, enquanto os privados entrariam co-modamente como minoritários. Quão conveniente! É um facto que a gestão do banco público não tem primado pela eficiência, mas creio que, mais do que uma questão de gestão, passa antes de mais por uma questão de transparência. A CGD deveria ter uma política de in-vestimento que a inibisse, proibisse até, de financiar certas operações, nomea-damente as operações especulativas e pouco transparentes que financiou nas últimas décadas. Com transparência, estou convencido que boa parte dos

problemas se resolveriam.A escassez de crédito manter-se-á um

traço dominante da economia portu-guesa nos próximos anos. Os níveis de endividamento são de tal ordem que a preocupação dos bancos será reformar a sua carteira de crédito. Ao mesmo tempo, a regulação que sobre os bancos incidirá torná-los-á ainda mais conser-vadores nas suas políticas de concessão de crédito. Por estas razões, é pruden-te e é de valorizar a existência de um banco público que possa suprir o finan-ciamento que vai faltando até aos bons projectos. Sobretudo se esse banco público se destinar a acudir ao finan-ciamento da economia privada que é o que este País tem de menos. O papel do Estado em Portugal não deve ser o de acomodar – já se viu onde é que essa acomodação nos levou. Porém, não ser-vindo para acomodar, a acção do Esta-do servirá seguramente para confortar. Um Estado pequeno, mas forte.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

A CaixaEspeculação

RICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)

Banco Best cresce 27%

O Banco Best registou nos pri-meiros nove meses de 2012 um resultado antes de impostos de 8,6 milhões de euros, o que representa um aumento de 27% face ao pe-ríodo homólogo de 2011. Por seu turno e, na sequência do aumento registado a nível de pagamento de imposto, o resultado líquido alcançou os 6,5 milhões de euros, em linha com o período homó-logo do ano anterior, segundo o banco.

A entidade registou ainda no terceiro trimestre de 2012 um crescimento de 12% no número de clientes, face ao período ho-mólogo do ano passado, tendo o total de recursos de clientes sob custódia aumentado 16,6%, num montante que atingiu os 1,8 mil milhões de euros. Relativamente aos principais rácios económicos e financeiros, o Banco Best man-teve uma posição considerada pe-los seus responsáveis confortável a nível do rácio de transformação de crédito em depósitos na ordem dos 39%, e um rácio de solvabili-dade (Core Tier I) em Agosto de 14,4%, “significativamente acima do valor mínimo recomendado pelo Banco de Portugal de 10% em dezembro de 2012”, de acordo com o banco.

O resultado líquido do San-tander Totta atingiu 230,4 mi-lhões de euros no terceiro tri-mestre, quase o quádruplo dos 60,2 milhões de euros regista-dos em igual período de 2011. Este crescimento de 282,7% demonstra, segundo o banco, “uma estrutura operacional e de balanço sólida, com posições confortáveis em termos de capi-tal e de liquidez”.

“O banco Santander Totta, apesar do enquadramento eco-nómico desfavorável, continua a registar bons resultados, de-rivados das suas atividades co-merciais e da sua franquia de clientes, e a crescer sustentada-mente em depósitos de balan-ço, reforçando assim a solidez e liquidez do banco e, portanto, a sua capacidade para servir e apoiar a economia portuguesa”, afirmou António Vieira Mon-teiro, presidente-executivo do banco.

O mesmo responsável salien-ta o facto de o Santander Tot-ta “continuar a deter elevadas quotas de mercado nas linhas PME Investe, sendo, presente-mente, por exemplo, o líder na linha PME Crescimento, bem como a clara aposta efetuada no

suporte à internacionalização das empresas portuguesas e no apoio à exportação”.

António Vieira Monteiro destaca ainda o programa que o banco tem em curso de re-negociação e flexibilização dos empréstimos das famílias. “Tem vindo a dar excelentes resulta-dos, refletidos no facto de ter-mos já concretizado cerca de 7500 acordos com clientes par-ticulares”, indica. O presidente--executivo do Santander Totta salienta ainda que lidera “o úni-co dos grandes bancos que não precisou de recorrer à ajuda do Estado para efeitos de capitali-zação ou de liquidez”.

Rácio Tier I em 13%

O referido resultado líquido de 230,4 milhões de euros per-mitiu que o rácio core capital do Santander Totta se fixasse em 12%, acima do exigido pelo Banco de Portugal para o final de 2012 e sem necessidade de recurso a qualquer tipo de au-mento de capital (público ou privado), enquanto o rácio Tier I atingiu 13%.

A carteira de ativos elegíveis como garantia nas operações de

financiamento junto do Euro-sistema do banco ascendia, no final de setembro, a 14,3 mil milhões de euros.

Por seu turno, o financiamen-to líquido junto do Eurossiste-ma atingiu 6,6 mil milhões de euros.

Os depósitos subiram, em ter-mos homólogos, 5,8% (+ 8,4% na atividade bancária). Assim, o rácio crédito/depósitos regis-

tou uma redução para 134,5% no final de setembro, já abaixo do objetivo fixado para o final de 2012. A carteira de crédito totalizou 28,4 mil milhões de euros, no final de setembro. Nas Linhas PME Investe, o banco reclama uma quota de mercado de 17%, tendo colocado mais de 16 mil operações, num va-lor total de 1,7 mil milhões de euros.

O Santander Totta é, segundo António Vieira Monteiro, “o único dos grandes bancos que não precisaram de recorrer à ajuda do Estado para efeitos de capi-talização ou de liquidez”.

Page 39: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

BPI retirou dois mil milhões de crédito em PortugalVITOR [email protected]

Os particulares foram o seg-mento mais afetado na redução de crédito que o BPI fez no final do terceiro trimestre em termos homólogos. Este segmento per-deu 900 milhões de euros de cré-dito no mercado doméstico, com destaque para o subsegmento “Empresários e negócios” e ainda para a área automóvel.

O setor público perdeu 400 milhões de euros e as empresas cerca de 700 milhões de euros de crédito. Estes valores estão calcu-lados em base comparável. São, por outro lado, superiores à re-dução avançada pelo banco, que não observando a base compará-vel avança com uma redução de crédito na atividade doméstica de 1500 milhões de euros, me-nos 5,4% em termos homólogos.

Os resultados do BPI do ter-ceiro trimestre revelam que o resultado líquido doméstico as-cendeu a 55,5 milhões de euros, mais 69,1% do que no período homólogo. O ROE, ainda den-tro da atividade em Portugal, situou-se nos 4,9% até setem-bro. Em termos consolidados, o resultado líquido situou-se nos 117,1 milhões de euros, mais 15,3% em termos homólogos. A margem financeira caiu 0,5%, sendo que as comissões deram o grande empurrão aos resultados, ao terem aumentado 16,1%. Recorde-se que o BPI liderou a colocação de obrigações emiti-das por empresas nacionais, ten-do colocado 1,1 mil milhões de euros, o equivalente a 54% do total.

O produto bancário aumen-tou 11,5%, enquanto a redução de custos foi de 1,7%, destacan-

do-se a queda de custos na ati-vidade doméstica que atingiu os 5,6%. O rácio de crédito em ris-co atingiu os 4%, com a cober-tura das imparidades a situar-se nos 74%. Os depósitos cresce-ram 5,4% em termos homólo-gos, com mais 1,2 mil milhões de euros, o que, associado a uma redução da carteira de crédito de 4,8%, calculado em termos con-solidados, ou seja, menos 1,4 mil milhões de euros, permitiu um rácio de transformação de depósitos em crédito nos 105%. Este nível já está bastante folga-do relativamente à exigência da “troika” e do Banco de Portugal de situar este rácio nos 120% até 2014. O banco anunciou ain-da que as necessidades líquidas de refinanciamento de dívida de médio e longo prazo são de apenas 200 milhões de euros até 2017.

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 39

Depósitos dos Espanhóis sobem pela primeira vezOs depósitos das famílias e das empresas espanholas nos bancos aumentam em setembro, pela primeira vez nos últimos seis meses. O crescimento foi de 15 mil milhões de euros, face a agos-to. Os últimos tempos foram de saída em massa de capitais. Ainda em agosto, a banca espa-nhola tinha perdido cerca de 168 mil milhões de euros, desde o início do ano. Em setembro, a recuperação das poupanças dos particulares e das empresas em mãos dos bancos ficou a dever--se, sobretudo, aos depósitos a prazo. Este movimento acontece depois do Governo levantar as penalizações sobre os chamados “superdepósitos”.

Santander cobre provisões para o setor imobiliárioSão boas notíciais para o sistema financeiro espanhol. É um facto que o banco Santander re-gistou uma quebra de quase 66% nos seus lucros, mas tal ficou a dever-se, em grande medida,à disponibilização de provisões. Os lucros ascenderam a “apenas” 1,8 mil milhões de euros, noano até setembro, mas cerca de 90% do saneamento imobiliário em Espanha está realizado.Foi dado um passo importante para o Santander cumprir as provisões para o imobiliário, deacordo com a legislação em vigor. Para esta área já foram destinados perto de 3,5 mil milhõesde euros líquidos. Para os analistas, o banco está a dar passos importantes no bom sentido.

O dia mundial da poupança, que se celebra anualmente a 31 de outubro, não deixa de ter um sabor amargo nas atuais circunstâncias portuguesas. Perante a perspetiva de um orçamento de Estado em que o rendimento disponível das famílias sofrerá a maior redução dos últimos anos, torna-se particularmente irónico e difícil falar de poupança e investimento.

No entanto, paradoxalmente, é nos momentos mais agudos de crise económica e financeira que uma correta gestão da poupança e investimento se torna mais premente. Vai-se tornando penosamente mais claro cada ano que passa que a capacidade dos sistemas atuais de segurança social em ajudar quem contribuiu durante, muitas vezes, uma vida inteira, é diminuta. A utilidade da criação de um fundo de emergência – que permita substituir durante períodos curtos de tempo uma perda de rendimento familiar –, bem como de criar uma poupança para a reforma, é hoje inequívoca.

Diversos estudos realizados sobre os hábitos

de poupança e investimento dos portugueses demonstram um elevado grau de iliteracia financeira e uma excessiva dependência e concentração em apenas alguns tipos de instrumentos. Os depósitos a prazo continuam a receber a preferência esmagadora em termos de aplicações financeiras, mesmo em contextos em que a sua remuneração pouco superior é à inflação esperada, resultando assim apenas no melhor dos casos numa manutenção do valor real das poupanças, sem que estas registem qualquer valorização em termos reais. Se é verdade que, por exemplo, um fundo de emergência deve ser constituído através de aplicações que minimizem a probabilidade de perda de capital e privilegiem a liquidez imediata, também é verdade que a poupança para objetivos mais longínquos, como a reforma, deve assumir outras formas na hora de investir. De facto, o investimento para prazos mais longos pode beneficiar de uma maior percentagem alocada a ativos de maior risco, mais propensos a flutuações no curto-prazo, mas com uma perspetiva de maior

rendibilidade para cada unidade de risco em que se incorre.

Tudo deve começar, assim, pela definição de qual é objetivo da poupança e respetivo horizonte temporal. A partir daí é necessário decidir qual o perfil de risco que se pretende, através da escolha da percentagem de alocação a ativos de maior risco (como ações) ou a ativos de menor risco (como obrigações). A disciplina na manutenção do perfil de risco é muito importante, de forma a não deixar que os aspetos emocionais tomem conta das decisões de investimento (a situação típica de vender tudo no ponto mais baixo de mercado e de entrar quando os mercados estão no topo de valorização). De seguida é importante escolher se se pretende realizar a escolha dos investimentos ativo a ativo, o que exige um grau de conhecimento e disponibilidade para acompanhar diariamente os mercados, ou, ao contrário, entregar à gestão profissional o dia a dia dos seus investimentos. Por exemplo, os fundos de investimento são uma forma

acessível e eficiente de juntar as poupanças de muitos investidores, criando assim carteiras com dimensão suficiente para serem geridas de forma profissional e, acima de tudo, diversificadas. A diversificação é, aliás, uma das regras de ouro de qualquer estratégia de investimento, ao permitir que um portfolio não esteja exposto em demasia a um risco específico, seja este relativo a uma empresa, seja este relativo a um país, por exemplo. Concretamente, em termos geográficos, apesar da propensão natural para concentrar os investimentos em ativos do país em que se vive (normalmente por questões de familiaridade com as empresas, por exemplo) não existe atualmente nenhuma razão para que os investimentos não sejam feitos a nível global. É hoje bastante simples, nomeadamente através do Banco Best, aceder a praticamente todas as classes de ativos e mercados mundiais, permitindo assim proteger as poupanças de situações difíceis vividas em países específicos, como infelizmente é o caso atual de Portugal.

MERCADOS

Dia mundial da poupança

DIOGO SERRAS LOPESDiretor de Investimentos, Banco Best

Os particulares foram o segmento mais afetado na redução de crédito dobanco.

Page 40: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

A. “Quem gasta o que tem, a pedir vem”

Vários fatores, exacerbados pela recen-te crise, contribuíram para alertar as so-ciedades para este desígnio cada vez mais fundamental: a poupança. Desde logo, a necessidade de reduzirmos, a curto prazo, o elevado nível de endividamento das fa-mílias, das empresa e do Estado, que ha-víamos incorrido recentemente como con-sequência de um clima económico estável, taxas de juro muito baixas e uma prática de facilitismo por parte da banca na con-cessão de crédito.

É necessário que as famílias recompo-nham os seus “balanços” e readequem o nível de ativos e proveitos às dívidas e des-pesas que suportam. Verifica-se também o regresso de algum bom senso por parte dos consumidores que se estão a tornar mais ponderados nos seus atos de consu-mo, particularmente de bens de consu-mo duradouro. Apesar das elevadas taxas de desemprego e da sufocante carga fiscal que nos têm imposto, a taxa de poupança das famílias está em máximos dos últimos anos.

É fundamental que as empresas aumen-tem a sua independência da banca e re-forcem os seus capitais próprios para um crescimento sustentado. É essencial que o Estado dê o exemplo e adeqúe o nível

de despesa para uma receita que resulte de uma carga fiscal mais justa e suportá-vel para os contribuintes. Só desta forma teremos uma economia mais eficiente e competitiva.

É importante a introdução de novas re-gras no sistema financeiro, que legisladores e supervisores evitem que a ganância de al-guns coloque em perigo a sustentabilidade das poupanças de todos.

A importância da poupança é também justificada pela cada vez mais certa deca-dência do sistema de segurança social a longo prazo, em virtude da alteração da estrutura da pirâmide etária (aumento da idade média de vida, diminuição da natali-dade e menor número de pessoas em idade ativa).

Os elevados défices incorridos por su-cessivos governos, e agravados pela recente crise, contribuíram para o aumento galo-pante da dívida do Estado, o que se tradu-

zirá, a prazo, num menor grau de liberdade para garantir os atuais níveis de prestações sociais. O aumento da idade de reforma e a redução dos benefícios farão, certamente, parte das políticas que venham a ser apro-vadas para a Zona Euro. A Europa tem a maior percentagem de população com mais de 60 anos. Em 2050, prevê-se, será superior a 35% da população.

A fraca competitividade da economia nacional relativamente aos principais parceiros comerciais europeus e às gran-des economias emergentes (que são con-correntes diretos de muitas das nossas ex-portações) limita o seu potencial e, como consequência, a saúde das contas nacio-nais, quer das famílias quer do Estado.

Estes fatores vão obrigar os cidadãos a pensar, cada vez mais seriamente, em pro-gramas de poupança individual que com-pensem a já quase certa redução violenta das prestações de reforma.

Poupar é sacrificar algum consumo no presente para consumir ou investir mais no futuro

A poupança deve ser vista como uma indispensável forma de bem-estar, como reserva de valor ou como garantia de um consumo futuro. No futuro, podemos de-sejar comprar ou trocar de casa, dar uma boa educação aos filhos ou manter o nosso nível de vida depois da reforma. É através da poupança que nos preparamos para en-frentar despesas futuras, previstas ou im-previstas.

Para ser bem sucedida, a poupança im-plica um plano de longo prazo. Devemos contar com um período de tempo razoável para termos maior probabilidade de con-cretizar os objetivos. Devemos ter consci-ência que não é possível atingir objetivos de longo prazo com meios de curto pra-zo. O mais importante será perceber des-de logo quais são os objetivos a cumprir a prazo, entender quanto se consegue pou-par periodicamente e ajuizar qual o melhor plano para a sua aplicação.

Para tomar decisões mais esclarecidas e no seu melhor interesse, é importante que aforradores e investidores compreendam os princípios do investimento e saibam quais as questões a colocar a um potencial gestor ou conselheiro financeiro. Muitas destas decisões vão afetar o rendimento disponível do agregado familiar para os próximos 30 ou 40 anos, como é o caso de um crédito à habitação ou um plano de poupança para a reforma.

Tão importante como poupar, é “dar vida” à poupança.

B. A mais poderosa força do universo

Einstein terá dito um dia que o juro composto é a mais poderosa força do Uni-verso. De Warren Buffett, conceituado in-vestidor em valor e um dos homens mais ricos do mundo, ouvimos falar do efeito bola de neve, de como uma pequena bola vai aumentando de tamanho à medida que vai rolando, resultando na segunda maior fortuna do mundo. Desde 1965, com a Berkshire Hathaway, Warren Buffet inves-

te em ações, por vezes comprando toda a empresa, muitas vezes comprando, em bolsa, “fatias” de bons negócios. Buffett, nestes 46 anos, ganhou para os seus acio-nistas 20,2% ao ano.

Vejamos então o efeito bola de neve. Quem tivesse aplicado 10.000 dólares em produtos de muito curto prazo em 1965 teria ganho aproximadamente a taxa mé-dia de inflação no período, ou seja, 3% ao ano. O resultado desta aplicação seria hoje de 38.950 dólares. Quem tivesse in-vestido em Obrigações de Tesouro Ameri-cano de longo prazo, que no período ren-deram cerca de 5,5%, obteria, 117.385 dólares, ou seja, conseguiria cerca de 3 vezes mais. Warren Buffett, investindo em ações, conseguiu compor estes retor-nos a uma média de 20,2% ao ano. Os mesmos 10.000 dólares resultariam em 49.228.755 dólares, quarenta e nove mi-

lhões duzentos e vinte e oito mil setecen-tos e cinquenta e cinco dólares. Leu bem. É uma rentabilidade excecional e Warren Buffet é um investidor excecional. Este é o efeito bola de neve. A taxa à qual con-seguimos compor os retornos do nosso património financeiro. A força mais po-derosa do universo.

46 anos é muito tempo, sem dúvida, e 20,2% é uma taxa excecional. Contudo, alguém que entra no mercado de trabalho com 25 anos e se reforma aos 65 descon-tou para a sua reforma cerca de 40 anos. Se, durante este período, para além dos descontos que faz para a segurança social, fizer individualmente o seu plano para a reforma, poderá, passados 30 ou 40 anos,

acumular uma soma muito satisfatória para acomodar a subida do custo de vida e permitir maior tranquilidade nesta fase da vida.

No início da década de 90, muitos afor-radores portugueses, motivados por bene-fícios fiscais, constituíram PPR – Planos de Poupança Reforma. Nos últimos 20 anos, estes PPR ganharam em média 3,8% ao ano, o que, num investimento inicial de 100.000 euros, sem qualquer reforço adi-cional, teria resultado em 210.837 euros. Sensivelmente no mesmo período, o Fun-do de Pensões da Holanda ganhou 7,1% ao ano, ou seja, o mesmo investimento teria resultado em 394.266 euros, quase o dobro do caso português.

Este exemplo pretende tornar claro ao leitor que tão importante como poupar é dar vida à poupança. É essencial assegurar-mo-nos que é bem gerida, que é aplicada e capitalizada a taxas satisfatórias que incen-tivem os investimentos a longo prazo, mas com rentabilidades muito superiores àqui-lo que tem sido oferecido pelas instituições financeiras através de produtos estrutura-dos complexos, seguros de capitalização ou mesmo depósitos a prazo.

Um investidor com 60 anos tem uma esperança de vida de mais 25 ou 30 anos. Na Europa, a esperança média de vida está a aumentar a uma taxa de 5 horas por dia. Se, durante este período de tempo, investir todo o seu património financeiro em de-pósitos a prazo ou produtos de seguros de capitalização, obtém rentabilidades brutas de cerca de 2 a 4% ao ano. Estas renta-bilidades não asseguram a manutenção do poder de compra.

C. Ações para o longo prazo

A história demonstra que as ações con-seguem retornos superiores ao longo de

períodos de tempo razoáveis. Os 200 anos de dados apresentados por Jeremy Siegel, conceituado professor de Finanças ameri-cano, mostram que as ações americanas ga-nham 8,3% ao ano. Nos 84 anos de dados de Roger Ibbotson, Professor de Finanças da Universidade de Yale, mostram retornos de 9,9% ao ano.

Durante este período viveram-se tempos de grande incerteza: a Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial, várias recessões, os choques petrolíferos de 1973 e 1979, a bolha tecnológica e a crise financeira de 2008, da qual estamos ainda a recuperar. No entanto, as ações foram a classe de ati-vos que melhores retornos proporciona-ram aos investidores.

Como rentabilizar a poupança

MERCADOS

40 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

É necessário que as famílias recomponham os seus “balanços” e readequem o nível de ativos e proveitos às dívidas e despesas que suportam. Verifica-se também o regresso de algum bom senso por parte dos consumidores que se estão a tornar mais ponderados nos seus atos de consumo, particularmente de bens de consumo duradouro

A importância da poupança é também justificada pela cada vez mais certa decadência do sistema de segurança social a longo prazo, em virtude da alteração da estrutura da pirâmide etária (aumento da idade média de vida, diminuição da natalidade e menor número de pessoas em idade ativa)

EMÍLIA O. VIEIRAPRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

CASA DE INVESTIMENTOS – GESTÃO DE PATRIMÓNIOS, SA

WWW.CASADEINVESTIMENTOS.PT

Investimento em valor

Page 41: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 41

Nenhuma outra classe de ativos conse-gue um registo tão impressionante de per-formance de longo prazo.

A nossa preferência é o investimento em empresas com fundamentos econó-micos soberbos, geridas por gente capaz e honesta, compradas a preços sensatos. Acreditamos na capacidade extraordinária que algumas dezenas de empresas têm para produzir bens e serviços de que o mundo inteiro precisa e irá continuar a consumir. Acreditamos que negócios de primeira clas-se como a Microsoft, Wells Fargo, Pfizer, Total, Novartis, General Electric, Johnson & Johnson, Wal-Mart, Nestlé, Cisco, entre outras, continuarão a beneficiar de enor-mes vantagens competitivas, a gerar retor-nos excelentes e a produzir lucros excecio-nais para os seus acionistas.

É importante tornar claro que um por-tfólio de ações não é um depósito a prazo. Os retornos variam de ano para ano. Por essa razão, é conveniente manter o dinhei-ro que possamos necessitar para os próxi-mos três anos em depósitos a prazo para compensar anos menos bons e fazer face a algum imprevisto. Desta forma poderá encarar o investimento em ações com mais tranquilidade e não terá necessidade de vender ações quando estão baratas.

A experiência dos mercados financeiros e o conhecimento da sua história diz-nos que, ainda que os índices de ações possam demo-rar a recuperar mais de três anos de um bear market, a maioria dos investidores em valor recuperam muito mais rapidamente.

D. Plano de Poupança a 30 anosDiz o ditado português, “Quem pensa

em si planta um eucalipto; quem se pre-ocupa com os filhos planta um pinheiro; quem se preocupa com os netos planta um sobreiro”.

Admitindo que um indivíduo inicia aos 35 anos um plano de poupança com o montante de 10.000 euros, compromete--se a contribuir mensalmente com mais

100 euros, até à idade de reforma. Nestes 30 anos, contribuirá com 46.000 euros.

Se o seu investimento for rentabili-zado a uma taxa de 5% ao ano, terá, à data da reforma, um valor acumulado de 124.757,01 euros. Contudo, se rentabili-zar o seu investimento a uma taxa anu-al de 10%, terá um valor acumulado de 380.778,35 euros, ou seja, mais de 8 vezes o investimento inicial

No entanto, se o seu investimento for rentabilizado a uma taxa de 15% ao ano, vai na data da reforma ter um valor acumu-lado de 1.218.773,58 euros, que representa 26 vezes o valor que investiu.

A tomada de decisões de investimento ponderadas pode ter um impacto muito significativo na nossa vida. Pode assegurar uma reforma confortável, pagar a educa-ção dos filhos ou proporcionar a liberdade financeira necessária à realização das mais variadas fantasias.

A filosofia de investimento adequada, como o Investimento em Valor, permite investir com risco reduzido e com boas ren-tabilidades. O princípio fundamental do Investimento em Valor é a salvaguarda da margem de segurança, que implica o inves-timento em ações de empresas com gran-des vantagens competitivas, que produzam muitos lucros e que são compradas ape-nas quando estão a desconto significativo do seu valor intrínseco. Devemos investir apenas no que entendemos e ter paciência para comprar apenas quando está barato e, depois, aguardar que o mercado reconhe-ça valor a estas empresas. Com tempo isso acontecerá. Os princípios do Investimento em Valor dão-nos a segurança de saber que as ações que temos em carteira têm carac-terísticas que as fazem vencedoras no longo prazo.

Um portfólio de ações de empresas com negócios excecionais, comprados a pre-ços sensatos, é um ativo de longo prazo tal como um imóvel e deve ser tratado da mesma forma.

SEGUNDO JOÃO GAMA, DA MAPFRE

Iliteracia financeira não foi preponderante para endividamentoAQUILES [email protected]

A iliteracia financeira é uma realidade em Portugal, mas não foi, segundo o dire-tor de comunicação e estudos de mercado da Mapfre, João Gama, o principal fator para o nível de endividamento que o nosso país atingiu. “Existe de facto um problema de cultura financeira latente em Portugal, mas não creio que a mesma tenha sido um fator preponderante para o crescimento do endividamento. As raízes deste problema estão mais ao nível do modelo de desen-volvimento económico adotado, muito ancorado num certo neo-keynesianismo que redundou em opções políticas pro-fundamente erradas porque não só a eco-nomia não cresceu como, pelo contrário, estagnou ou experimentou crescimentos anémicos. Durante muitas gerações Portu-gal sofreu da mesma falta de cultura finan-ceira e o aforro sempre teve taxas bastante interessantes. Este é um problema das úl-timas décadas, muito impulsionado, pri-meiro, com a canalização para Portugal de muitos fundos estruturais e, depois, com a entrada na Zona Euro e com o enorme embaratecimento do crédito à economia que ocorreu”, afirmou, em declarações à “Vida Económica”.

Questionado se há diferença entre par-ticulares e empresas, João Gama salientou que ambos seguem as mesmas tendências, mas as empresas “têm algumas particu-laridades que se prendem com o tecido económico português, nomeadamente a dimensão das estruturas empresariais e os seus crónicos problemas de capitalização”.

A mesma fonte refere que se nota evolu-ção nesta matéria em Portugal, mas às cus-tas de um “súbito e enorme ajustamento” que a economia nacional está a fazer para tentar voltar a ser sustentável. “Por um lado, os particulares tiveram uma reação de certa forma inesperada à conjuntura e, certamente com receios do futuro, aumen-taram muito as taxas de poupança, aumen-tando o impacto na já esperada retração do consumo. Por outro, as empresas estão com grandes problemas de financiamento da sua atividade, uma vez que os recursos disponíveis na economia são escassos e o Estado acaba por absorver, dado a sua si-tuação aflitiva e ineficiência, grande parte deles. Isto gera grandes problemas na pró-pria capacidade de investimento necessária para o crescimento económico.

Repensar o Estado Social

O diretor de comunicação e estudos de mercado da Mapfre considera que “existe, hoje, uma redobrada consciência de que estamos perante uma alteração estrutural do sistema económico muito induzido pela globalização e pelos novos equilíbrios que se desenham no mundo”. João Gama salienta, além disso, que “começa a existir uma tomada de consciência, em muitos países do chamado primeiro mundo, de que há que repensar o Estado Social, por manifesta impossibilidade do seu finan-ciamento” nos seus três vetores basilares educação, pensões e saúde. “Neste sentido, e à medida que o Estado for deixando de ter uma presença tão forte nessas áreas, vai ressurgir uma grande preocupação com a poupança como forma de salvaguardar o nosso futuro e bem-estar. Pensamos que abrir-se-á aqui uma importante fase que relançará a poupança como forma de ga-rantir o futuro das sociedades contempo-râneas”, refere João Gama.

Idade p/ Início do Investimento 35 anos Cenários de Rentabilidade Valor Final do Investimento

Idade Reembolso Investimento 5% 124.757,01 Tempo Investimento 360 meses 10% 380.778,35 Investimento Inicial -10.000,00 15% 1.218.773,58Depósitos Mensais -100,00Investimento Inicial e Depósitos -46.000,00Duração do Plano 30 anos

Mês (360 Total) Depósito Valor Acumulado (5%) Valor Acumulado (10%) Valor Acumulado (15%)

0 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,001 100,00 10.140,74 10.179,74 10.217,152 100,00 10.282,06 10.360,92 10.436,843 100,00 10.423,95 10.543,54 10.659,114 100,00 10.566,41 10.727,61 10.883,985 100,00 10.709,46 10.913,15 11.111,486 100,00 10.853,10 11.100,18 11.341,651º Ano (…) 12 100,00 11.727,26 12.254,05 12.780,42 2º Ano (…) 24 100,00 13.540,88 14.733,51 15.977,903º Ano (…) 36 100,00 15.445,18 17.460,92 19.655,00(…) 48 100,00 17.444,70 20.461,06 23.883,67(…) 60 100,00 19.544,19 23.761,22 28.746,64(…) 72 100,00 21.748,66 27.391,40 34.339,06(…) 84 100,00 24.063,35 31.384,59 40.770,34(…) 96 100,00 26.493,77 35.777,11 48.166,31(…) 108 100,00 29.045,72 40.608,87 56.671,67(…) 120 100,00 31.725,26 45.923,81 66.452,84(…) 348 100,00 117.647,39 345.022,09 1.058.689,71(…) 358 100,00 123.547,86 374.579,83 1.190.515,45359 100,00 124.151,21 377.666,79 1.204.562,24 30º Ano 360 100,00 124.757,01 380.778,35 1.218.773,58

Einstein terá dito um dia que o juro composto é a mais poderosa força do Universo. De Warren Buffett, conceituado investidor em valor e um dos homens mais ricos do mundo, ouvimos falar do efeito bola de neve, de como uma pequena bola vai aumentando de tamanho à medida que vai rolando, resultando na segunda maior fortuna do mundo

Page 42: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Alemanha, França e Portugal são, por aquela ordem, os países com a maior carteira de crédito por famí-lia na Europa, de acordo com da-dos do Barómetro Europeu 2012 do Observador Cetelem. Apesar de Portugal se manter no “top” três do mercado de crédito ao consumo, so-freu uma queda de 5,5% no último ano, enquanto a Alemanha registou um aumento de 1,5% e a França de 1,3%.

Portugal é há quatro anos segui-dos o terceiro país da Europa com maior carteira de créditos por famí-lia. No entanto, o crédito ao consu-mo baixou de 5194 euros/ano para 4665 euros/ano. O Observador Cetelem verificou uma maior ma-turidade nas opções de consumo, ou seja, os consumidores ponderam durante mais tempo a sua escolha. À frente de Portugal mantêm-se a Alemanha, com 5707 euros/ano (posição que ocupa também há quatro anos), e a França, com 5552 euros/ano.

“O crédito ao consumo é uma das fontes às quais as famílias portuguesas recorrem para aquisição de novos bens ou produtos, numa altura em que o poder de compra diminuiu significa-tivamente. Os novos comportamen-tos de consumo e de compra estão a descobrir como contornar as restrições orçamentais em tempos de rigor.

Um dos sintomas destes tempos é a retração do mercado de crédito ao consumo das famílias que tem vin-

do a diminuir nos últimos anos”, afirma Diogo Lopes Pereira, diretor de marketing do Cetelem.

Para as análises e previsões deste estudo foram inquiridas amostras representativas das populações na-cionais (18 anos e superior) de doze países: Alemanha, Espanha, França, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Reino

Unido, Rússia e Eslováquia – mais de 6500 europeus inquiridos a par-tir de amostras com pelo menos 500 indivíduos por país. Os inquéritos foram realizados em parceria com o gabinete de estudos e consulto-ria BIPE, com base num inquérito barométrico conduzido no terreno em Novembro/Dezembro de 2011, pela TNS Sofres.

Os cartões de débito continuam a ganhar quo-ta de mercado em relação aos cartões de crédito e a utilização de pagamen-tos eletrónicos e móveis revelam um crescimento exponencial, sendo que a inovação da indústria, principalmente bancá-ria, irá concentrar-se na investigação e desenvol-vimento de métodos al-ternativos de pagamento dentro destas categorias. Estas são algumas das principais conclusões do relatório World Payments Report 2012, da Capge-mini, RBS e Efma.

Em 2011, de acordo com a investigação, reali-zaram-se cerca de 283 mil milhões de transações de pagamentos eletrónicos e

móveis em todo o mundo, sendo que, em 2010, mais de um terço dos pagamen-tos sem dinheiro foram efetuados usando um car-tão de débito. Em 2010, as transações sem o recur-so a dinheiro aumentaram 7,1% e, no início de 2011, os indicadores apontavam para um crescimento adi-cional de 8,2%.

O estudo conclui ain-da que, apenas, 2,1% de todos os utilizadores de telemóveis fazem m--payments, o que se tra-duz num enorme poten-cial de crescimento nesta área, já que os pagamen-tos móveis, previstos até 2013, ultrapassam os 17 mil milhões e mais de 31 mil milhões no caso de e--payments.

O Banif assinalou o Dia Mundial da Poupança (31 de outubro) com condi-ções especiais na consti-tuição do Depósito Ren-dimento Imediato.

Assim, até 9 de novem-bro, é possível constituir este depósito a prazo a 183 dias (não renovável).

Com um montante de constituição mínimo de 1000 euros e um máximo

de 100 000 euros, limi-tado a um depósito por conta, o produto destina--se a particulares e empre-sas (montante aplicado não pode ser mobilizado antes da data de venci-mento). Os interessados na adesão à campanha podem dirigir-se a uma agência Banif ou através do serviço de banca elec-trónica Banif@st.

A Alemanha rejeita a possibilidade de efetuar um perdão direto à dívida gre-ga, segundo o porta-voz do Governo, Steffen Seibert. “Seria como se amarrásse-mos as nossas mãos”, dis-se. Também o BCE rejeita

essa possibilidade. “Para o BCE, perdoar a dívida não é possível porque seria equi-valente ao financiamento indirecto do respetivo Esta-do”, disse Ewald Nowotny, do conselho de governado-res do BCE.

ALD Carmarket atinge 100 leilões em PortugalA ALD Automotive Portugal atingiu o centésimo leilão da sua plataforma online para esco-amento das viaturas usadas provenientes dos contratos de renting, a ALD Carmarket (www.aldcarmarket.com). Lançado no mercado português em agosto de 2011, este canal representa já mais de 30% do total de vendas de veículos usados da empresa. Com uma média de seis licitações por veículo, o ALD Carmarket conta com aproximadamente 650 parceiros profis-sionais do setor inscritos e com uma média de 250 visitantes mensais.

Soares da Costa aliena participada da Costa RicaA construtora Soares da Costa acordou a alienação da sociedade Infraestruturas SDC Costa Rica, a qual possui uma participação de 17% na sociedade concessionária da autoestrada San José-Caldera, na Costa Rica. A transação é realizada com a empresa espanhola Gobalvia Inver-siones, por um valor de 9,33 milhões de euros. Esta operação enquadra-se na concretização de um dos vetores do Plano Estratégico da Soares da Costa e que passa pela alienação de ativos não estratégicos da empresa.

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

SEGUNDO DADOS DO OBSERVADOR CETELEM

Famílias portuguesas entre as mais endividadas da Europa

Cartões de débito continuam a ser meio de pagamento mais utilizado

Banif celebra dia da poupança com reforço no Depósito Rendimento Imediato

Alemanha e BCE rejeitam perdão direto à Grécia

A lei do capitalCom os desenvolvimentos recentes na Europa, podemos

de certa forma afirmar que as democracias existentes se estão a tornar cada vez mais autoritárias. A História acaba por ser bastante clara, no que a este assunto diz respeito. Não será a primeira, nem a última vez, que as democracias se tornam cada vez mais autoritárias e quando essas lições são ignoradas e os políticos teimam em pensar que desta vez é diferente, ignorando as lições que a História nos presenteia gratuitamente, mais cedo ou mais tarde, as suas medidas acabam por falhar. A lei do capital de Wriston consegue explicar praticamente grande parte dos acontecimentos sociais – o capital irá sempre para onde é bem-vindo e instalar-se onde for bem tratado. E capital não é apenas dinheiro, mas também ideias, talento, cérebros, patentes e relações empresariais. Também estes se movem onde são bem-vindos e instalar-se-ão onde são bem tratados.

Conseguimos visualizar isso actualmente. O capital grego está em movimento, assim como o espanhol e português, e agora também o francês, acabando por Londres e Genéve beneficiar das propriedades dessa mesma lei. Isto também inclui a procura incessante pela elite política em trocar a liberdade do indivíduo pela igualdade, sendo estes dois conceitos mutuamente exclusivos. A ideia de igualar os rendimentos e distribuir a riqueza daqueles que a possuem aos que não têm, e de aumentar o peso do governo na economia em nome da igualdade, é, obviamente, a nível moral, algo nobre. No entanto, apesar de parecerem viáveis, eventualmente essas ideias acabam por falhar. Como diria Margaret Thatcher, o socialismo é viável até acabar com o dinheiro dos outros. Afinal, no mundo competitivo e de concorrência em que vivemos, não faz de todo sentido limitar a probabilidade de sucesso de alguém. Seja o nome que queiramos chamar à ideologia política ou económica, a verdade resume-se em que uma sociedade que incentiva a inovação e é em geral aberta a negócios e empreendedorismo prospera. Uma sociedade que desincentiva a inovação ou limita a possibilidade de sucesso, ou que dificulte o ambiente empresarial, não prospera. Chile e Colômbia prosperam enquanto a Venezuela nem por isso.

Tal é explicado pela tolerância, ou, no fundo, a parte do “ser bem tratado” ou “bem-vindo” da lei de Wriston. Talvez mais importante que a tolerância per se acaba por ser a tolerância relativa, ou a abertura relativa que uma sociedade tem perante terceiros. Este conceito é exposto por Amy Chua, no seu livro “Day of Empire”, onde explica o surgimento e queda de impérios ao longo dos anos através dessa mesma tolerância relativa entre as sociedades. Em suma, a liberdade política, económica e individual num determinado local poderá não ser a melhor, no entanto se relativamente a terceiros se encontrar bem posicionado acabará por assistir a uma migração do capital. Como exemplo, nos anos 30 os cidadãos asiáticos não eram necessariamente bem-vindos nos EUA, no entanto essa sociedade oferecia a tal liberdade onde não existia em qualquer outro lugar, daí a migração maciça. O mesmo se pode exemplificar ao longo dos séculos, onde a queda dos impérios português e espanhol em muito se deveu à Inquisição, acabando por sinalizar que o capital não era bem-vindo. E pela lei de Wriston, o capital move-se para onde é bem-vindo, que, no caso anterior, migrou para países mais abertos, como Holanda, Alemanha e França. É imperial, portanto, aprendermos com os eventos passados da nossa História, de forma a agirmos de modo correto, e sobretudo tornar a nossa sociedade atractiva ao capital. Fomentar medidas que tornem não só o capital bem-vindo como o tratarmos bem de forma a que este permaneça no nosso país. E a sociedade como um todo precisa entendê-lo. Se por um lado clamam pelo fim das PPP, por outro não aceitam o encerramento de auto-estradas não sustentáveis.

Como diria um cidadão colombiano, “Chávez foi o melhor presidente que a Colômbia alguma vez teve.”

A PEDIDO DO AUTOR, ESTE ARTIGO AINDA RESPEITA A ANTIGA ORTOGRAFIA

SALVADOR NOBRE DA VEIGAACCOUNT MANAGER DA XTB PORTUGAL

Apesar de Portugal se manter no “top” três do mercado de crédito ao consumo, sofreu uma queda de 5,5% no último ano.

Page 43: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

A partir de um investimento inicial de, pelo menos, 250 euros, já é possível poupar. Os reforços podem ser pontuais ou não, de alto ou de baixo valor, mas uma coisa é certa: a partir de 10 euros por mês é possível ter um produto financeiro com algum nível de rentabilidade associado. O Crédito Agrícola é uma das instituições bancárias que apresenta maior variedade nas tipologias de produtos de poupança. Já não há desculpa para não amealhar, basta vontade e escolher a solução ideal.

MARTA ARAÚ[email protected]

“Do primeiro euro às poupanças de uma vida, estamos cá”

Com o Dia Mundial da Poupança bem recente, que se assinala anualmente no dia 31 de outubro, e fruto da atual conjuntura, nota-se uma maior preocupação por parte das instituições financeiras, bancárias e as-sociações do setor, em comunicar a impor-tância da poupança. Independentemente da idade, da profissão, dos rendimentos e dos planos de vida de cada um, é possível, sem pressa e sem pressões, desenhar planos de poupança à medida de cada português.

É exatamente esta ideia que o grupo Cré-dito Agrícola transmite nesta sua mais re-cente campanha de comunicação, na qual disponibiliza um conjunto de soluções de poupança onde a palavra risco não impera. Em vez disso, em todas elas o capital está garantido e, numa ou noutra solução, as remunerações são atrativas. Como é bom de ver, e porque as taxas são atribuídas, re-gra geral, em proporção ao investido, não são esperadas remunerações astronómicas. Mas quando falamos de poupança não nos referimos a investimento forte, o que sig-

nifica que o importante é conseguir cum-prir um plano certo, mesmo que humilde, e que perdure ao longo do tempo.

Desde depósitos a prazo a contas poupança, com taxas fixas ou variáveis. É só escolher

Desde três meses a três anos, um mon-tante mínimo de abertura de 250 euros e máximo de 2500 euros, com opção de re-forços mínimos de 25 euros e possibilidade de mobilização antecipada em alguns ca-sos. As soluções em campanha apresentam ainda taxas de juro fixas ou variáveis.

O “CA Depósito Rende Já” é um pro-

duto recentemente lançado pelo banco em que o pagamento dos juros é feito na data da constituição do depósito. Também o” CA Depósito Juros à sua medida” permi-te o pagamento de juros antes da data de vencimento. Já a “Poupança CA Aforro” possibilita um plano de poupança regular e à medida do cliente, dado que os refor-ços mínimos são de 25 euros. O “Depósito Super Crescente +” é uma opção que re-munera pelo tempo de permanência, pois à taxa de juro são acrescidos prémios de permanência. Estão ainda em campanha o “Poupança Máxima Tradição” e o “CA Depósito a Prazo 100+”.

A NOSSA ANÁLISE

Crédito Agrícola com soluções de poupança a partir de 10 euros por mês

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 43

UBS vai despedir dez mil pessoasO UBS vai arrancar com um plano de reestruturação que inclui uma redução de custos de 3,4 mil milhões de francos suíços (2,81 mil milhões de euros) até 2015. Grande parte dessa redução tem custos humanos, com o quadro de pessoal do banco suíço a reduzir de 54 mil para 44 mil pessoas. O UBS teve um prejuízo de 2,17 mil milhões de francos (1,79 mil milhões de euros).

Indicadores de confiança em trajetória descendente O indicador de confiança dos consumidores reduziu-se nos últimos dois meses (de forma mais expressiva em outubro) interrompendo o movimento ascendente iniciado em fevereiro. Segundo o INE, nos úl-timos dois meses, os indicadores de confiança agravaram-se em todos os setores: indústria transformadora, construção e obras públicas, co-mércio e serviços.

CONSELHOS

O volume de ordens executa-das no mercado pelos intermedi-ários financeiros a operarem em Portugal totalizou perto de 52,3 mil milhões de euros, no segun-do trimestre, mais 42% do que no trimestre anterior e mais de 200% do que em igual período

do ano passado.A tendência de subida verifi-

cou-se em todos os segmentos, com destaque para os de dívida, com as ordens executadas sobre dívida pública a aumentarem mais de 175%, face ao primeiro trimestre, e as ordens sobre dívi-

da privada a crescerem 14,5%, para 22,2 mil milhões de euros, no segundo trimestre. As ordens executadas sobre ações subiram perto de 30%, para 9,8 mil mi-lhões, entre abril e junho, refere a CMVM em comunicado.

O BES Investimento foi o

intermediário financeiro com a quota de mercado mais ele-vada (quase 25%) no segmen-to de ações, seguindo-se o BPI (20,6%) e o Caixa – Banco de Investimento (18,7%). Por sua vez, o Finibanco liderou nas ordens sobre dívida pública,

com uma quota de mercado de46,3%, seguido do BPI (28,6%)e do BES Investimento (14,3%).No que toca ao investimento porpaís, Portugal recebeu mais de 53% do valor das ordens, secun-dado pela França (12,7%) e pelaHolanda (1,6%).

Dívida pública beneficia intermediação financeira

Page 44: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Fixing30.out.12

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1,2962 -0,33% 0,66% 0,18%

EUR/JPY 103,00 -0,81% 2,57% 2,79%

EUR/GBP 0,8062 -0,92% 0,99% -3,48%

EUR/CHF 1,2085 -0,11% -0,08% -0,58%

EUR/NOK 7,4380 0,28% 0,81% -4,08%

EUR/SEK 8,6155 -0,02% 1,68% -3,33%

EUR/PLN 4,1305 -0,09% 0,60% -7,35%

EUR/AUD 1,2489 -1,37% 0,47% -1,84%

EUR/CAD 1,2961 0,00% 2,32% -1,92%

EUR/ZAR 11,1852 -1,65% 4,22% 6,70%

EUR/BRL 2,6334 -0,15% 0,90% 9,00%

EUR/INR 69,9510 0,04% 3,65% 1,80%

EUR/CNY 8,0884 -0,52% -0,05% -0,86%

Título

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Finalmente há alguns sinais positivos no PSI-20. A quebra em baixa de 5125 pontos resultou em vendas impulsivas, como era esperado, mas o índice conseguiu construir um “duplo fundo” na região de 4375 pontos, de onde ressaltou. Os 5770 pontos são a barreira a ter em conta (com um obstáculo intermédio nos 5630 pontos). Acima de 5770 o cenário torna-se muito mais neutral para o médio prazo e passa a ser possível voltar a pensar em 6500 pontos. A perda de 5000 pontos inviabilizaria o cenário.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O último trimestre foi de ganhos para o DAX, subindo de forma quase ininterrupta dos 5900 aos 7475 pontos. No entanto, o índice está a encontrar muitas dificuldades em subir a partir dos níveis actuais. A zona entre 7200 e 7600 pontos ofereceu fortíssima resistência na primeira metade de 2011 e tudo leva a crer que o cenário se irá repetir. Os 7200 pontos são o suporte de curto prazo a vigiar, com a zona de resistência entre 7500 e 7600 pontos a impedir ganhos mais acentuados.

O excesso de liquidez existente no mercado interbancário continua a pressionar em baixa as taxas Euribor, se bem que as quedas são cada vez mais marginais, dada a gradual aproximação aos 0% de taxa de depósito paga pelo BCE. Os dados económicos na Europa continuam a sair fracos. Na Alemanha o desemprego aumentou pelo sétimo mês consecutivo, com o número de desempregados a aumentar em 20 mil indivíduos. Ainda assim, os 6,9% de taxa de desemprego são muito razoáveis quando em comparação com outras realidades europeias. Os últimos dados da inflação alemã apontam para uma estabilização em torno dos 2%. Na Zona Euro o índice que mede o sentimento económico caiu de 85,2 para 84,5 pontos no último mês, ficando ainda assim acima do esperado. Um maior optimismo dos consumidores e retalhistas atenuou o pessimismo reportado pela indústria, construção e outros serviços. A incerteza global e o receio que a crise da dívida regresse em força

levaram a um renovado interesse em títulos alemães, levando a curva de taxa fixa a recuar cerca de 0,07% em todos os prazos. Temia-se pelo leilão de Itália desta semana, mas os resultados acabaram por sair positivos, com o país a emitir um total de J7 mil milhões entre 5 e 10 anos. As taxas pagas foram, respectivamente, 3,8% e 4,92%, as mais baixas desde Maio de 2011. Numa conferência em Berlim, o ministro das Finanças francês voltou a abordar o tema da mutualização da dívida europeia, afirmando que, na sua opinião, é necessário que se dêem os primeiros passos nesse sentido. Referindo-se que não se trata de avançar para Eurobonds, afirmou que, acima de tudo, é necessário que se comece a olhar para a dívida dos vários países de uma forma conjunta. O primeiro-ministro espanhol continua a preferir não requerer ajuda formal que permita que a dívida do seu país seja intervencionada. No seu entender, o instrumento já existe e está lá para que os países o usem quando acharem necessário, pelo

que só o fará quando acreditar que é o que mais interessa a Espanha. Até que chegue a esta conclusão, Rajoy é perentório em afirmar que não requererá apoio, por mais pressões que venham do exterior. Espanha tem vindo a revelar pormenores sobre o “bad bank”, veículo que receberá os ativos imobiliários que têm intoxicado o sistema financeiro do país. De forma a não ser forçado a subscrever a totalidade dos J90 mil milhões estimados, o Governo espanhol irá aplicar descontos entre 32,5%-79,5% ao valor que as propriedades estavam registadas nos balanços dos bancos. Desta forma acredita poder levar investidores privados a subscrever até 55% do veículo. Na Grécia a situação parece estar a descontrolar-se um pouco. Falou-se na eventualidade de um novo perdão de dívida, mas quer o governo alemão quer o BCE foram rápidos a afirmar que não estão disponíveis para um acordo dessa natureza.

ANÁLISE PRODUZIDA A 30 DE OUTUBRO DE 2012

Impasse europeu persiste

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd A quebra em alta da zona de

$1,28 permitiu neutralizar a maior pressão vendedora que se observa-va desde meados de 2011. No en-tanto, a recuperação registada pelo Eur/Usd não foi suficiente para invalidar a tendência de queda que se verifica desde Abril de 2011, ain-da que o cenário esteja claramente mais neutralizado. No curto prazo o Eur/Usd está “preso” dentro do intervalo que compreende valores entre $1,2750 e $1,3170 e enquan-to tal acontecer, o câmbio está neu-tral nesse horizonte temporal.

Se a linha de tendência descen-dente for quebrada em alta, $1,35 será o primeiro objectivo. Eur/Jpy

A tendência de longo prazo per-manece descendente, com uma li-nha de tendência a marcar o ritmo da queda. O câmbio ressaltou bem desde a outra linha que condiciona-

va a evolução, na zona de 95 ienes. Simultaneamente, o Eur/Jpy

está em tendência de alta no cur-to prazo, mas com upside limitado em função das resistências entre 104,50 e 105,50 ienes e a linha de tendência já referida.Eur/Gbp

Desde o Verão de 2011 que o Eur/Gbp se encontrava numa trajectória de queda. Como tínhamos referi-do, as 0,77 libras não eram fáceis de quebrar e o ressalto efectivamente aconteceu. Com a quebra em alta da linha de tendência, que ocorreu há apenas duas semanas, o cenário tornou-se bastante mais neutral.

A recuperação em curso, iniciada no final de Julho, está a encontrar resistência natural entre 0,8150 e 0,8200. Esses são os níveis a obser-var nesta fase. Acima dessa zona de preços o padrão gráfico altera-se e 0,84 passam a ser o objectivo se-guinte.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)30.outubro12 23.outubro12 2.outubro12

1M 0,110% 0,110% = 0,000 0,115% -0,005

3M 0,198% 0,203% -0,005 0,220% -0,022

1Y 0,621% 0,638% -0,017 0,681% -0,060

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 de julho 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,50%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

Dezembro 12 0,200%Janeiro 13 0,195%

Fevereiro 13 0,195%Junho 13 0,240%

Setembro 14 0,515%Março 16 1,140%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0,180 0,2203X6 0,190 0,2301X7 0,370 0,3903X9 0,366 0,381

6X12 0,387 0,40212X24 0,648 0,668

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0,462 0,4773Y 0,584 0,5995Y 0,953 0,9688Y 1,500 1,52010Y 1,770 1,790

Obrigações 5Y 10Y 6,53 8,24

4,48 5,680,99 2,240,50 1,483,82 5,000,81 1,830,74 1,720,19 0,77

Fontes: Reuters e IMF

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

Weekly QEUR=Pri ce

USD

.1234

1.23

1.26

1.29

1.32

1.35

1.38

1.41

1.44

1.47

M J J A S O N D J F M A M J J A S O N DQ2 11 Q3 11 Q4 11 Q1 12 Q2 12 Q3 12 Q4 12

5,630

6,500

5,125

5,770

Price

EUR

4,500

5,000

5,500

6,000

6,500

7,000

7,500

A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N DQ2 11 Q3 11 Q4 11 Q1 12 Q2 12 Q3 12 Q4 12

5,000

5,900

7,590 Price

EUR

5,000

5,500

6,000

6,500

7,000

J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N DQ1 11 Q2 11 Q3 11 Q4 11 Q1 12 Q2 12 Q3 12 Q4 12

Page 45: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Recessão na Europa acentua-se mas há resultados animadores

nas empresasOs mercados europeus estiveram, esta semana, mais animados, não

pelos indicadores macro, mas pelos resultados trimestrais de muitas empresas. A Jerónimo Martins e a EDP estiveram a animar o mercado nacional, com a expetativa de ganhos superiores às estimativas.

A Galp Energia, que apresentou esta semana resultados em alta de 98 milhões de euros no 3º trimestre, mais 58% em termos homólogos, poderá vir a animar o mercado nas próximas semanas. As recentes declarações do CFO da ENI, Alessandro Bernini, citado pela Bloomberg, de que o ativo Galp está “disponível para venda”, animaram os investidores. A ENI vendeu, no início do ano, 5% do capital à Amorim Energia a 14,25 euros pro ação, fixando a sua posição atual nos 28%. A cotação desta semana andou pelos 12,74 euros a ação e o responsável da empresa italiana diz que a atual cotação “não satisfaz”. Referia-se ao preço para um eventual fecho de negócio. Afirmou haver muitos interessados mas quer o preço mais elevado. A Amorim Energia poderá ainda comprar até 10,34% da posição, mas cerca de 18% do capital da companhia terá de ser vendido no mercado. Pelas afirmações do responsável da ENI o preço terá de subir substancialmente.

Para além destas boas noticias, o mercado continua a viver das dificuldades da economia europeia. Os vários indicadores apontam para uma recessão mais cavada na região. O índice de confiança calculado pela Comissão Europeia caiu para o mínimo desde a crise financeira de 2009, e os dados do PIB espanhol confirmaram que a economia permanece em contração pelo 4º trimestre consecutivo.

Em Espanha, ainda pouco se avançou num eventual resgate, mas as autoridades estão a trabalhar na questão dos bancos. Foram conhecidos, esta semana, mais alguns detalhes do veículo para o qual serão transferidos os ativos tóxicos dos bancos, caso dos descontos a que os ativos serão comprados. Analistas do Millennium bcp falam de descontos entre os 63% e os 46%, respetivamente, para imóveis e para crédito hipotecário. Este veículo deverá entrar em operação em dezembro e faz parte do plano de recapitalização que pode envolver um financiamento até 100 mil milhões de euros. A XTB assinala o facto de o PIB espanhol ter contraído 0,3% no 3º trimestre, “surpreendendo ao sair acima da previsão de menos 0,4%”.

Entretanto, o Banco do Japão anunciou o reforço do seu programa de compra de ativos, elevando para o equivalente a 642 mil milhões de euros. A decisão de uma política mais agressiva em termos de acomodação monetária aparece num cenário de degradação da conjuntura macroeconómica global e que tem influenciado negativamente a economia nipónica. O Governo daquele país antecipa uma contração no 3º trimestre.

Na Zona Euro a grande notícia, depois da informação (entretanto desmentida) de um eventual novo perdão da dívida grega por parte dos Estados membros, é a proposta da França para mutualizar a dívida dos 17 com maturidades até 1 ano. A França registou que não se trata de eurobonds, mas antes de criar alguns instrumentos de financiamento de curto prazo dos países que permitam dar um primeiro passo na direção da mutualização da dívida. As afirmações foram feitas pelo ministro das Finanças francês em território alemão, sendo que a França mantém fortes preocupações quanto à sua própria dívida.

VÍTOR [email protected]

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PUB

Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento, a consolidação e a competitividade da sua empresa.

A nossa energia é para a sua empresa!

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 1,206 -6,29% 3,680 1,204 -0,289 0,086 -- 14,023 -- 2,24% 30-10-2012 16:38:00

INDITEX 98,52 3,00% 101,000 59,500 3,868 4,336 25,471 22,721 1,62% 2,25% 30-10-2012 16:38:00

REPSOL YPF 15,56 2,07% 24,230 10,900 1,575 1,689 9,879 9,213 7,21% 5,26% 30-10-2012 16:38:00

TELEFONICA 10,2 -0,59% 15,700 7,900 1,210 1,283 8,430 7,950 -- 0,00% 30-10-2012 16:38:00

FRA. TELECOM 8,708 -7,01% 13,340 8,635 1,276 1,177 6,824 7,398 15,85% 11,22% 30-10-2012 16:36:47

LVMH 126,75 3,55% 136,800 103,200 7,235 8,003 17,519 15,838 2,29% 2,38% 30-10-2012 16:35:50

BAYER AG O.N. 67,65 2,70% 70,500 42,380 5,364 5,873 12,603 11,510 2,44% 2,67% 30-10-2012 16:35:02

DEUTSCHE BK 34,795 4,27% 39,510 22,110 3,733 4,527 9,300 7,669 2,16% 2,12% 30-10-2012 16:35:29

DT. TELEKOM 8,83 0,01% 10,060 7,688 0,653 0,639 13,554 13,851 7,95% 7,93% 30-10-2012 16:35:29

VOLKSWAGEN 149,85 10,75% 149,900 98,600 36,743 24,207 4,078 6,190 2,01% 2,37% 30-10-2012 16:35:15

ING GROEP 6,842 2,00% 7,580 4,440 0,995 1,141 6,876 5,996 -- 0,16% 30-10-2012 16:38:53

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,359 1,87% 1,490 0,945 0,136 0,146 9,993 9,308 1,47% 0,59% 30-10-2012 16:35:00

B. COM. PORT. 0,071 -6,58% 0,141 0,047 -0,044 -0,005 -- -- -- 0,00% 30-10-2012 16:36:26

B.ESP. SANTO 0,765 1,46% 1,055 0,434 0,053 0,090 14,434 8,500 -- 0,26% 30-10-2012 16:35:00

BANIF-SGPS 0,150 -6,83% 0,460 0,100 -0,330 -0,120 -- -- -- -- 30-10-2012 16:21:08

B. POP. ESP. 1,250 -0,79% 3,630 1,200 -0,289 0,086 -- 14,535 -- 0,00% 30-10-2012 16:35:00

BANCO BPI 0,864 -1,14% 0,919 0,338 0,107 0,079 8,075 10,937 -- 0,00% 30-10-2012 16:35:00

BRISA 1,730 -4,42% 2,785 1,620 0,094 0,086 18,404 20,116 -- 14,91% 30-10-2012 16:35:00

COFINA,SGPS 0,478 -4,21% 0,820 0,300 0,057 0,053 8,386 9,019 2,09% 2,72% 30-10-2012 16:36:02

CORT. AMORIM 1,500 -1,96% 1,650 1,170 0,260 0,270 5,769 5,556 4,33% 5,33% 30-10-2012 11:37:36

CIMPOR,SGPS 3,420 3,64% 5,700 2,930 0,370 0,430 9,243 7,953 4,85% 5,85% 30-10-2012 16:35:00

EDP 2,087 -0,90% 2,518 1,628 0,294 0,275 7,099 7,589 8,86% 8,91% 30-10-2012 16:35:00

MOTA ENGIL 1,315 -4,71% 1,439 0,951 0,163 0,213 8,067 6,174 8,37% 8,14% 30-10-2012 16:39:14

GALP ENERGIA 12,750 0,16% 15,180 8,330 0,442 0,539 28,846 23,655 2,51% 1,81% 30-10-2012 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,310 0,00% 0,620 0,260 0,010 0,000 31,000 -- -- 0,00% 30-10-2012 15:46:43

J. MARTINS 13,560 -1,38% 16,070 11,255 0,633 0,749 21,422 18,104 2,03% 2,31% 30-10-2012 16:35:00

MARTIFER 0,600 0,00% 1,150 0,500 -0,115 0,020 -- 30,000 -- -- 30-10-2012 16:28:37

NOVABASE 2,070 -1,90% 2,350 1,610 0,235 0,240 8,809 8,625 1,45% 4,11% 30-10-2012 16:35:02

GLINTT 0,110 0,00% 0,160 0,090 -- -- -- -- -- -- 29-10-2012 29-10-2012

P. TELECOM 3,839 0,24% 5,261 3,003 0,338 0,368 11,358 10,432 22,66% 10,03% 30-10-2012 16:35:00

PORTUCEL 2,145 2,19% 2,170 1,680 0,270 0,258 7,944 8,314 10,30% 8,25% 30-10-2012 16:35:00

REDES E. NAC. 1,999 0,05% 2,295 1,800 0,260 0,281 7,688 7,114 8,45% 8,40% 30-10-2012 16:35:00

S. COSTA 0,170 6,25% 0,440 0,140 -0,070 0,020 -- 8,500 -- -- 29-10-2012 29-10-2012

SEMAPA 5,400 5,90% 6,035 4,602 0,940 0,918 5,745 5,882 4,72% 4,72% 30-10-2012 16:35:07

SONAECOM 1,345 0,00% 1,441 1,042 0,154 0,150 8,734 8,967 5,20% 4,61% 30-10-2012 16:35:00

SONAE,SGPS 0,580 0,17% 0,592 0,366 0,049 0,060 11,837 9,667 5,71% 5,52% 30-10-2012 16:35:00

SONAE IND. 0,527 -6,23% 0,796 0,384 -0,230 -0,100 -- -- -- 0,00% 30-10-2012 16:35:17

SAG GEST 0,390 0,00% 0,520 0,280 -0,090 -0,010 -- -- -- -- 30-10-2012 13:09:00

TEIX. DUARTE 0,260 -10,35% 0,310 0,170 -- -0,030 -- -- -- -- 30-10-2012 10:21:58

Z. MULTIMEDIA 2,430 5,65% 2,759 1,760 0,128 0,155 18,984 15,677 6,58% 6,91% 30-10-2012 16:36:15

Teixeira Duarte reduz capital social por desvalorização bolsistaA Teixeira Duarte reduziu o capital social de 420 milhões de euros para 210 milhões de euros. Em comunicado à CMVM, a construtora esclarece que a redução é feita “através da dimi-nuição do valor nominal das ações representativas do capital social para 0,50 euros cada uma e, consequentemente, alterar o número um do artigo quinto dos estatutos, tudo conforme proposta aprovada” na assembleia geral de 19 de outubro.

Resultados da Galp crescem 57%O resultado líquido da Galp Energia foi de 277 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 57% em relação ao período homólogo de 2011 que refletiu, segundoa energética, “o incremento da produção de petróleo e gás natural no Brasil e o aumento dasvendas de GNL no mercado internacional”. Estes mesmos efeitos foram, de acordo com a petrolífera, responsáveis pelo aumento de 58% do resultado líquido no terceiro trimestre,para 98 milhões de euros.

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 45

MERCADOS

Page 46: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

AQUILES [email protected]

O Fiat Group Auto-mobiles Portugal nega ter estado e n v o l v i d o na venda online do Fiat Pun-to Evo 3P Myli-fe com desconto de 30% ( 9 7 0 0 euros de PVP em vez de 13 829 euros) diretamente no site da Lets-Bonus (www.letsbonus.com) ou através do site Standvirtual (www.standvirtual.com). “Há um equívoco grande à volta deste assunto. A Fiat Group Automobi-les Portugal não se associou a nenhuma rede/portal de compras coletivas e não lançou nenhuma campanha online em Portugal para vender qualquer modelo das nossas marcas. Quem fez uma par-ceria com a Letsbonus foi um concessio-nário da nossa rede, nada mais, e apenas para quatro viaturas Fiat Punto Mylife 3 portas”, disse à “Vida Económica” o diretor de relações externas e comuni-cação do grupo italiano em Portugal, Sérgio Martins.

Embora aquela fonte não indique qual o concessionário em causa, segundo

apurámos, a empresa é o Italian Motor Village, concessionário de Alfragide que pertence ao grupo Fiat, mas que opera de forma independente e que se rege se-gundo a mesma norma de toda a rede retalho da marca em Portugal.

Questionado pela “Vida Económica” por que razão o comunicado de im-prensa enviado pela LetsBonus e pelo Standvirtual à comunicação social tinha citações do diretor comercial da Fiat em Portugal, Miguel Costa, Sérgio Martins repete: “Nada temos a ver com essa par-ceria”. “Saliento também que o nosso diretor comercial, Miguel Costa, não proferiu nenhum comentário e a cita-ção que lhe é atribuída no comunicado não é verdadeira”, garante Sérgio Mar-tins.

A Soveco é o novo concessionário da Nissan em Viseu. Integrada no grupo Go-cial, a Soveco Viseu tem uma equipa pro-fissional de 29 pessoas e instalações com uma área coberta total de 6000 m2 (400 m2 à exposição de viaturas novas Nissan, 1000 m2 para a oficina e uma secção de peças com 340m2).

“Potenciar ao máximo as marcas que re-presentamos e obter a máxima satisfação dos nossos clientes, é o objetivo primor-dial da empresa”, diz Ricardo Gonçalves, administrador da Soveco Viseu. “Estamos extremamente satisfeitos por passar a re-presentar a Nissan, uma marca sólida, que tem uma gama de produtos excelente e um entusiasmante plano para o futuro”, acres-centou o mesmo responsável da empresa do grupo Gocial.

Pela parte da marca, o novo diretor-geral da Nissan Ibéria – Portugal mostra satis-fação pela parceria. “Estamos muito satis-feitos com a chegada da Soveco ao grupo de concessionários Nissan, demonstrando, uma vez mais, que a nossa marca merece a confiança dos principais especialistas da distribuição automóvel em Portugal”, afir-mou Marco Toro. “Graças à aposta da rede

oficial da Nissan – com fortes investimen-tos ao longo dos últimos anos na formação de recursos humanos e na criação de novas infra-estruturas, muitas delas referência em Portugal –, os nossos concessionários estão hoje em dia habilitados a receber e tratar os clientes Nissan de forma profissional e eficiente, garantindo a necessária estabilida-de para enfrentar o futuro com confiança e preparando o crescimento da marca em Portugal de forma sustentada”, referiu o diretor-geral da Nissan Ibéria – Portugal.

Terá sido o concessionário Italian Motor Village a estar associado e não a Fiat di-retamente.

As instalações da empresa do grupo Gocial têm 6000 m2.

O Governo vai obrigar a maioria dos postos a terem combustíveis não aditivados, também conhecidos como “low-cost”, a partir de janeiro, depois de ao longo dos últimos anos os postos com aqueles carburantes terem proliferado em Portugal, sobretudo nos principais centros urbanos. As marcas ouvidas pela “Vida Económica” garantem que a utilização de combustíveis sem aditivos não representa problemas técnicos para os motores, desde que cumpram os requisitos legais mínimos.

AQUILES [email protected]

Os construtores automóveis não veem in-convenientes técnicos decorrentes da utiliza-ção dos chamados combustíveis “low-cost”, desde que estes cumpram os requisitos exi-gidos. Estes combustíveis sem aditivos estão, como nunca, na ordem do dia. Depois da proliferação dos primeiros postos de abas-tecimento “low-cost” e, mais recentemente, da criação dos postos “low-cost” da Galp, o Governo prepara-se para obrigar a maioria dos postos a terem esses combustíveis não aditivados (ver caixa).

Segundo as petrolíferas, os aditivos pro-longam a vida útil dos motores, mas o facto é que o preço dos combustíveis im-porta aos condutores na altura de abastecer. No entanto, as marcas ouvidas pela “Vida Económica” garantem que a utilização de combustíveis sem aditivos não representam problemas técnicos para os motores, desde que cumpram os requisitos legais mínimos. É o caso, desde logo, da Renault, que lidera o mercado nacional há vários anos.

A Toyota Caetano Portugal tem posição semelhante. “Relativamente aos combus-tíveis ‘low-cost’, não deverá ter qualquer impacto na vida útil dos motores Toyota ou Lexus, desde que esses combustíveis cumpram com todas as especificações predeterminadas pelas normas. Para além de muitos outros parâmetros, é necessá-rio que cumpram algumas especificações mediante o tipo de combustível, como por exemplo que se garanta o número de octanas para a gasolina segundo o método RON [Reserach Octane Number] ou no diesel o baixo teor de enxofre de 50 ppm e manter o índice de cetano”, referiu-nos fonte da empresa.

Também a SIVA, que importa para Por-tugal a Volkswagen, a Audi e a Skoda, não

coloca obstáculos à utilização dos combus-tíveis mais baratos. “Relativo aos combus-tíveis denominados ‘low-cost’, não temos informação técnica acerca dos mesmos. Em relação aos veículos das nossas marcas, o fabricante preconiza que se utilize somen-te combustíveis de acordo com as seguintes normas europeias: gasolina de acordo com a norma EN 228, e que tenha o índice de octano conforme a motorização do veícu-lo, estando esta informação no manual do utilizador e também no tampão de abasteci-mento do veículo; e gasóleo de acordo com a norma EN590. Assim sendo, desde que os combustíveis denominados de ‘low-cost’, cumpram as normas acima referidas, estes podem ser utilizados nos veículos das nossas marcas”, indicou-nos Nina Martins, direto-ra de comunicação da SIVA.

Marcas “premium” com posição semelhante

Esta posição é transversal entre as mar-

ÚNICA “EXIGÊNCIA” DOS CONSTRUTORES É O CUMPRIMENTO DAS NORMAS LEGAIS

Marcas não veem in na utilização de com

Os cinco importadores contactados pela “Vida Económ

PSA e General Motors dão passos em frente para aliançaA PSA – Peugeot Citroën e a General Motors confirmaram que estão a dar importantes pas-sos na implementação de uma aliança estratégica global, nos termos do acordo assinado por ambos os grupos no passado dia 29 de fevereiro. Os parceiros selecionaram quatro projetos de veículos e confirmaram novas etapas na formação de uma organização conjunta de compras. Há um objetivo de dois mil milhões de dólares por ano em sinergias.

AUTOMÓVEL

46 SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012

SEGUNDO A FILIAL DO GRUPO ITALIANO, FOI UM CONCESSIONÁRIO QUE ESTEVE ENVOLVIDO

Fiat demarca-se de campanha “online” de carros novos

Soveco representa Nissan em Viseu

Page 47: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

conveniente bustíveis “low-cost”

mica” não levantam obstáculos técnicos aos combustíveis não aditivados.

Venda de veículos comerciais em queda na EuropaA venda de veículos comerciais caiu 13,7% em setembro na Europa, para um total de 150 910 registos, de acordo com os dados da ACEA – Associação de Construtores Europeus de Auto-móveis. A quebra situou-se entre -3,2% (Irlanda) e -51,2% (Grécia). No acumulado dos pri-meiros noves meses, a descida na procura de comerciais ligeiros no Velho Continente atingiu -10,7%, com 1 282 248 matrículas.

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO 2012 47

AUTOMÓVEL

cas generalistas e as “premium”. Com efei-to, não é só a Audi (através da SIVA) que não vê problemas técnicos da utilização dos combustíveis não aditivados. BMW e Mercedes têm posição semelhante. “A BMW não reconhece qualquer vantagem nos combustíveis aditivados. Como tal, os combustíveis ‘low-cost’ (desde que obe-deçam às especificações mínimas da API e ASEA) podem ser utilizados nos nossos

carros”, disse-nos o diretor de comunica-ção do BMW Group Portugal, João Trin-cheiras. “Desde que os combustíveis cum-pram a norma EN590 (gasóleo) e EN228, DIN51626 (gasolina) não temos nenhuma objeção quanto à utilização de combustí-veis denominados por ‘low-cost’”, referiu, por seu turno, à “Vida Económica”, André Silveira, da direção de marketing e comu-nicação da Mercedes-Benz Portugal.

Orçamento de Estado para 2013 “pretende dinamizar combustíveis ‘low-cost’”

A proposta do Orçamento de Estado para 2013 refere que o Governo “pretende dinamizar as redes de combustíveis ‘low-cost’ incentivando a sua comercialização, de forma a atenuar a recente subida de preços do combustível, motivada pelo aumento do preço do petróleo nos mercados internacionais. Nesse sentido, será estimulado o aparecimento de novos postos ‘low-cost’, a introdução deste tipo de combustível nos postos já existentes bem como o seu licenciamento”. Assim, em 2013, as bombas de gasolina terão obrigatoriamente de incluir mangueiras com combustível “low-cost”.

Page 48: Custos de despedimento baixam 33% nos novos contratosve_ed1466... · que o italiano. Tanto as amortizações como as necessidades de financiamento aumentam, para um total de cerca

Casas de luxo pagam mais imposto ainda este ano

Quem tiver uma casa de um valor superior a um mi-lhão de euros vai pagar já este ano um imposto adi-cional, o qual varia entre 0,5% e 0,8% do valor do imóvel. O pagamento terá de ser feito numa só presta-ção até ao próximo dia 20 de dezembro. A nova lei foi publicada esta semana em Diário da República.

O diploma contém ainda outras adicionais. É o caso do agravamento do impos-to sobre os rendimentos de capitais e mais-valias, pas-sando de 25% para 26,5% e sobre os rendimentos ob-tidos a partir de – ou trans-feridos para – paraísos fi s-cais. Estes são tributados a uma taxa de 35%. De sa-lientar ainda que a propos-ta de Orçamento do Estado aponta para um novo au-mento das taxas liberatórias em sede de IRS, as quais de-verão registar um acréscimo para cerca de 28%.

CGD vai avançar com entidade de investimento

O Governo deu indi-cações à Caixa Geral de Depósitos para estudar a possibilidade de criar um entidade fi nanceira desti-nada a processos de inves-timento. Quem o afi rmou foi o próprio primeiro-mi-nistro, Passos Coelho. O objetivo passa pela criação de insituição especializada exclusivamente em proces-

sos de investimento.No entanto, ainda não é

claro se a entidade a criar será composta apenas por capitais públicos ou se po-derá haver ainda a interven-ção de capitais privados, isto é, num regime misto. Tam-bém não fortam adiantadas quaisquer datas quanto ao prazo de que demorará a criação da nova instituição. O primeiro-monistro ga-rantiu ainda que os 12 mil milhões de euros a serem utilizados na recapitalização da bança não estão disponí-veis para outras áreas que o setor bancário, o que signi-fi ca que não podem ser in-jetados na atividade econó-mica.

[email protected]

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ

Mestre Drucker SchoolPhD Columbia University

Professor Catedrático

A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO:

Nas expectativas Portugal já está pior que a Grécia. E como os economistas dizem que as expectativas criam a realidade…

Instituto de Liberdade Económica

Fonte: Eurobarómetro 77, Primavera 2012

Expectativa de que nos próximos 12 meses a situação

económica será melhor (% do total)

A tentação autoritária Em qualquer reforma do Estado a mudança do nome é

sempre a questão mais fácil, mas pode ter pouco signifi cado se não for além da nova designação.

No entanto, há mudanças de nome que, por si só, podem ter bastante signifi cado.

Com a fusão entre a Direção Geral das Contribuições e Impostos e a Direção Geral das Alfândegas ocorrida no fi nal do ano passado foi adotada a atual designação de Autoridade Tributária e Aduaneira.

A mudança na designação é entendida como um passo positivo porque surge associada ao aumento da efi ciência, modernidade e melhor qualidade do serviço prestado aos cidadãos.

Mas a saída da Direção e a entrada da Autoridade suscita várias refl exões. Se formos ver as designações da Administração Fiscal nos outros países europeus, concluímos que Portugal é o único caso onde a Autoridade é colocada no nome. Em Espanha a designação é Agência Tributária. Em França, tal como na Bélgica, temos a Direction Generale des Impôts. Em Itália é a Agenzia Entrate. No Reino Unido a designação é HM Revenue & Customs, com a devida alusão a Sua Majestade.

Todos estes países estão entre os mais prósperos e desenvolvidos do Mundo. Mas em nenhum deles se viu conveniência em batizar a Administração Fiscal com a palavra Autoridade.

Provavelmente, a escolha que foi feita em Portugal e a singularidade da designação não são fruto do acaso.

Pretende-se que a Administração Fiscal não seja vista apenas como uma Direção ou uma Agência, mas também uma Autoridade, tal como a ASAE, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica. Com a mudança do nome, os

funcionários de Finanças passaram a ser agentes da Autoridade. O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos tem reivindicado junto do Governo a atribuição do estatuto de polícia criminal aos funcionários de Finanças e provavelmente acabará por a obter.

As sanções criminais para quem não paga impostos têm vindo a ser agravadas, atingindo oito anos de prisão, o que ultrapassa as penas aplicáveis a várias formas de homicídio e ao tráfi co de droga.

Os crimes fi scais graves podem ser – para os gerentes e administradores de empresas – apenas e tão só o atraso no pagamento do IVA superior a 90 dias nas suas empresas, por difi culdades fi nanceiras da atividade, sem que exista qualquer situação de fraude, omissão declarativa, ou aproveitamento pessoal.

A designação de Autoridade Tributária é mais um passo em direção de um Estado que se pretende cada vez mais autoritário. Para os cidadãos e as empresas a Administração Fiscal tem que ser claramente mais do que um serviço público, uma Direção- -Geral ou uma Agência. Deve ser uma Autoridade forte que os intimide.

Apesar das mudanças da cor partidária, os governantes portugueses têm uma visão convergente e única sobre o que deve ser um Estado de direito. Existem as forças da autoridade, tal como em qualquer outro país, que integram as polícias e o exército. Mas, em paralelo, emergem novas autoridades em diversas áreas com competências acrescidas em matéria criminal que extravasam o seu propósito de servir a sociedade, concentrando cada vez mais a sua atuação no policiamento e controlo das empresas e dos cidadãos.

O elevado grau de desconfi ança e o nível de confl ito entre os agentes das autoridades e os cidadãos, em que os bons estão de um lado e os maus estão do outro é um dos principais entraves ao desenvolvimento, numa sociedade onde o rendimento de uma grande parte das pessoas depende de forma direta e exclusiva do Estado.

Em vez de consolidarmos a relação saudável entre a Administração Pública e os administrados, assente na responsabilidade, confi ança e rigor, tendemos a cair num jogo diário infantil de polícias e ladrões.

NOTA DE FECHO

Para os cidadãos e as empresas a Administração Fiscal tem que ser claramente mais do que um serviço público, uma Direção-Geral ou uma Agência. Deve ser uma Autoridade forte que os intimide.(?)

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1466 / 2 de novembro 2012 Semanal J 2,20 Portugal Continental

PORTO9, 10, 17, 23 e 24 novembroHotel HolidayInn Porto-Gaia

INTRODUÇÃO: A Logística tem como objectivo assegurar a disponibilidade do produto correcto, na quantidade correcta, na condição correcta, no lugar indicado, na hora certa, para o consumidor correcto, por um custo determinado.Adicionalmente, a proliferação de produtos com ciclos de vida cada vez mais curtos, a globalização dos mercados, a crescente externalização de actividades produtivas e de distribuição com uma crescente pressão para fornecimentos mais rápidos e mais frequentes colocam desafios adicionais à gestão da logística em ambiente industrial. OBJETIVOS:

e actividades da Logística Industrial e sua integração na Cadeia de Abastecimento;

identificando as suas principais interfaces e troca de informação relevante com as diversas áreas da empresa;

de stock, sua classificação e tipos e ainda o conceito de custo total de stock e diferentes métodos de gestão;

integrado;

armazéns e de transportes;

área da Logística Industrial.

FORMADORA: Gisela Santos. Experiente profissional em gestão logística, planeamento e gestão de stocks e projecto e gestão de armazéns.

Preço: 390 G + IVA

Organização:

Parceria:

Informações e inscrições:

Vida EconómicaPatricia Flores Tel.: 223 399 466 Fax: 222 058 098 E-mail: [email protected]

Uma edição

Compre já em livraria.vidaeconomica.pt