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CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 5: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Na aula de hoje trataremos de assuntos diversos relacionados com a organização do Estado na Constituição Federal de 1988. São assuntos que dizem respeito às formas de estado, às formas de governo, aos sistemas de governo, ao princípio da separação de poderes, aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário etc. – tudo de acordo com a doutrina dominante e as orientações da jurisprudência do STF. Digo sempre em sala de aula que essa é a parte mais cansativa do curso (especialmente quando se trata do estudo de jurisprudência isolada do STF!), mas que faz uma diferença danada em qualquer concurso, especialmente naqueles sob a responsabilidade da Esaf. Então, vamos lá, animados, pois essas questões poderão mudar a sua vida! 1) (ESAF/AFC/STN/2005) Forma de governo diz respeito ao modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo, sendo os Estados, segundo a classificação dualista de Maquiavel, divididos em repúblicas ou monarquias. Item ERRADO. Forma de governo diz respeito ao modo como se relacionam os governantes e governados, no tocante à aquisição e exercício do poder. São duas as tradicionais formas de governo: república e monarquia. A república é marcada pela eletividade (os governantes são eleitos pelos governados), temporalidade (os governantes são eleitos para o exercício do poder por um período certo de tempo) e responsabilidade (os governantes têm o dever de prestar contas de seus atos perante os governados). A monarquia é caracterizada pela hereditariedade (o poder é transmitido de antecessor a sucessor, no âmbito de determinada família real), vitaliciedade (o monarca exerce o poder de forma vitalícia) e irresponsabilidade (o monarca não responde pelos seus atos perante o povo, haja vista que não foi por este eleito). O modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo, faz nascer os sistemas de governo (presidencialismo e parlamentarismo), a seguir estudados. 2) (ESAF/AFC/STN/2005) A divisão fundamental de formas de Estados dá-se entre Estado simples ou unitário e Estado composto ou complexo, sendo que o primeiro tanto pode ser Estado unitário centralizado como Estado unitário descentralizado ou regional. Item CERTO.

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CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO

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AULA 5: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

Na aula de hoje trataremos de assuntos diversos relacionados com a organização do Estado na Constituição Federal de 1988. São assuntos que dizem respeito às formas de estado, às formas de governo, aos sistemas de governo, ao princípio da separação de poderes, aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário etc. – tudo de acordo com a doutrina dominante e as orientações da jurisprudência do STF.

Digo sempre em sala de aula que essa é a parte mais cansativa do curso (especialmente quando se trata do estudo de jurisprudência isolada do STF!), mas que faz uma diferença danada em qualquer concurso, especialmente naqueles sob a responsabilidade da Esaf.

Então, vamos lá, animados, pois essas questões poderão mudar a sua vida!

1) (ESAF/AFC/STN/2005) Forma de governo diz respeito ao modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo, sendo os Estados, segundo a classificação dualista de Maquiavel, divididos em repúblicas ou monarquias.

Item ERRADO.

Forma de governo diz respeito ao modo como se relacionam os governantes e governados, no tocante à aquisição e exercício do poder. São duas as tradicionais formas de governo: república e monarquia.

A república é marcada pela eletividade (os governantes são eleitos pelos governados), temporalidade (os governantes são eleitos para o exercício do poder por um período certo de tempo) e responsabilidade (os governantes têm o dever de prestar contas de seus atos perante os governados).

A monarquia é caracterizada pela hereditariedade (o poder é transmitido de antecessor a sucessor, no âmbito de determinada família real), vitaliciedade (o monarca exerce o poder de forma vitalícia) e irresponsabilidade (o monarca não responde pelos seus atos perante o povo, haja vista que não foi por este eleito).

O modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo, faz nascer os sistemas de governo (presidencialismo e parlamentarismo), a seguir estudados.

2) (ESAF/AFC/STN/2005) A divisão fundamental de formas de Estados dá-se entre Estado simples ou unitário e Estado composto ou complexo, sendo que o primeiro tanto pode ser Estado unitário centralizado como Estado unitário descentralizado ou regional.

Item CERTO.

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Forma de Estado diz respeito ao modo de exercício do poder político no território do Estado, isto é, se só há um centro de poder político ou se existem diferentes centros de poder político no mesmo território.

São três as principais formas de Estado: (a) unitário ou simples; (b) federado ou complexo; e (c) confederado.

No Estado unitário ou simples, temos um só poder político central no território. Esse estado unitário poderá ser centralizado ou puro (quando a definição de políticas e o exercício dessas políticas estão centralizados no poder central) ou descentralizado ou regional (quando as políticas definidas pelo poder central são executadas de maneira descentralizada por entes administrativos criados para esse fim).

No Estado federado ou complexo, temos mais de um poder político no território. Esses poderes políticos são organizados no texto de uma Constituição, são dotados apenas de autonomia (e não de soberania!) e não podem se separar do Estado (não têm o direito de secessão, isto é, a federação é uma união indissolúvel de diferentes poderes políticos autônomos).

Temos ainda o Estado confederado, no qual também há mais de um poder político no território. Porém, na confederação esses poderes políticos são organizados no texto de um tratado internacional, são dotados de soberania e, portanto, podem se separar da confederação quando entenderem conveniente (têm o direito de secessão, isto é, a confederação é uma união dissolúvel de diferentes poderes políticos soberanos).

3) (ESAF/AFRE/RN/2005) O presidencialismo é a forma de governo que tem por característica reunir, em uma única autoridade, o Presidente da República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo.

Item ERRADO.

O presidencialismo não é forma de governo, mas sim sistema de governo.

Esse é o único erro da questão! Triste esse tipo de questão da Esaf, que só muda uma palavra no enunciado! Mas, fazer o quê? Melhor não estressar, não adianta brigarmos com o examinador! O importante é ficar atento aos mínimos detalhes dos enunciados das questões.

Sistema de governo diz respeito ao modo como se relacionam os poderes no âmbito do Estado, sobretudo o Legislativo e o Executivo, dando origem ao presidencialismo e ao parlamentarismo.

As principais características do presidencialismo são as seguintes: (a) independência entre os Poderes Executivo e Legislativo; (b) chefia monocrática ou unipessoal, isto é, o Presidente da República exerce

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simultaneamente a chefia de Estado e a chefia de Governo; (c) exercício de mandatos por prazo certo.

As principais características do parlamentarismo são: (a) maior colaboração e interdependência entre os Poderes Executivo e Legislativo; (b) chefia dual, isto é, as funções do Poder Executivo são desempenhadas por um chefe de Estado (Presidente da República ou Monarca) e um chefe de Governo (Primeiro Ministro); (c) exercício de mandatos por prazo incerto (o mandato do Primeiro Ministro pode ser abreviado, se ele perder o apoio do parlamento; o mandato dos parlamentares pode ser abreviado a qualquer tempo, com a dissolução do parlamento).

Como se vê, a assertiva apresenta uma característica do presidencialismo, isto é, o presidencialismo realmente tem por característica reunir em uma única autoridade (o Presidente da República) a Chefia do Estado e a Chefia do Governo. O único erro da assertiva é que presidencialismo não é forma de governo, mas sim sistema de governo!

4) (ESAF/AFRE/RN/2005) Sistema de governo pode ser definido como a maneira pela qual se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados.

Item ERRADO.

Mais uma vez a Esaf brincando com os conceitos!

Sistema de governo diz respeito ao modo como se relacionam os poderes no âmbito do Estado, sobretudo o Legislativo e o Executivo, dando origem ao presidencialismo e ao parlamentarismo.

A forma como se dá a instituição do poder na sociedade, bem assim a relação entre governantes e governados, define a forma de governo (república ou monarquia).

5) (ESAF/AFC/STN/2000) Imagine que uma certa constituição disponha que o exercício das funções do Poder Executivo é dividido entre um Chefe de Estado e um Chefe de Governo. Este último é escolhido entre os integrantes do Poder Legislativo e depende da vontade da maioria do parlamento para se manter no cargo. De seu turno, em certas circunstâncias, o Executivo pode dissolver o Legislativo, convocando novas eleições. A partir dessas considerações, é certo dizer:

a) Uma tal constituição, pelas características acima delineadas, introduz a forma federativa de Estado.

b) Um Estado-membro no Brasil poderia, se quisesse, adotar o mesmo regime referido no enunciado da questão.

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c) De uma constituição como a referida pode-se afirmar, com segurança, que se classifica como uma constituição flexível, instituindo um regime tipicamente antidemocrático, na medida em que permite um autêntico golpe de Estado (a dissolução do parlamento pelo Executivo).

d) A constituição aludida assumiu característica própria de regime parlamentarista, em que a separação entre os poderes do Estado não costuma ter a mesma rigidez do regime presidencialista.

e) De acordo com a informação dada, a norma constitucional referida consagra regime parlamentarista, Estado unitário e apresenta característica de constituição flexível.

Gabarito: “D”

Como vimos, no parlamentarismo o exercício das funções do Poder Executivo é dividido entre um Chefe de Estado (Presidente da República ou Monarca) e um Chefe de Governo (Primeiro Ministro).

A sistemática é, em resumo, a seguinte. O Chefe de Estado escolhe o Primeiro Ministro dentre integrantes do Parlamento. Uma vez escolhido, o Primeiro Ministro elabora um plano de governo e submete à apreciação do Parlamento. Enquanto houver apoio ao seu plano de governo, o Primeiro Ministro permanece no cargo. Se ele perde a maioria parlamentar, exonera-se automaticamente. Por outro lado, se o Primeiro Ministro sentir que está perdendo apoio parlamentar, poderá dissolver o parlamento e convocar novas eleições, visando obter a renovação do Parlamento e ampliar a sua base de apoio, o que, se obtido, assegurar-lhe-á a permanência no cargo.

Portanto, a constituição aludida assumiu característica própria de regime parlamentarista.

6) (ESAF/AFRE/RN/2005) O Estado unitário distingue-se do Estado federal em razão da inexistência de repartição regional de poderes autônomos, o que não impede a existência, no Estado unitário, de uma descentralização administrativa do tipo autárquico.

Item CERTO.

Vimos que o aspecto que diferencia o Estado federado do Estado unitário é a inexistência de diferentes poderes políticos autônomos neste (ao contrário do Estado federado, no Estado unitário só temos um poder político central).

Porém, vimos também que o Estado unitário ou simples pode ser descentralizado ou regional, isto é, composto de um só poder político central, mas descentralizado em termos administrativos, para a execução das funções estatais definidas pelo órgão central.

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7) (ESAF/AFRE/RN/2005) Em um Estado federal temos sempre presente uma entidade denominada União, que possui personalidade jurídica de direito público internacional, cabendo a ela a representação do Estado federal no plano internacional.

Item ERRADO.

Em um Estado federal temos, de fato, uma entidade federativa denominada União, além dos entes federados, dotados de autonomia política. Porém, a União, enquanto ente federativo, é pessoa jurídica de direito público interno. Somente o Estado federal, o todo, é ente de direito público internacional.

Essa confusão é comumente feita porque nas federações quem representa o Estado federado no cenário internacional é a União, como no caso brasileiro, em que compete exclusivamente à União manter relações com Estados estrangeiros (CF, art. 21, I).

8) (ESAF/AFC/STN/2005) A criação de novos municípios, a partir do desmembramento de áreas de um município já existente, que será precedida de consulta prévia às populações interessadas, somente será possível quando a União editar lei complementar disciplinando a forma de apresentação e publicação do Estudo de Viabilidade Municipal.

Item ERRADO.

Nos dias atuais, a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios dependem de:

a) lei complementar federal, determinando o período dentro do qual poderão ocorrer essas medidas;

b) lei ordinária federal, estabelecendo a forma de apresentação e publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal;

c) consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos;

d) lei ordinária estadual, formalizando a medida.

A assertiva está errada porque a lei exigida para disciplinar a forma de apresentação e publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal é lei ordinária federal, e não lei complementar.

De novo, a Esaf e a mudança de uma só palavra na assertiva!

9) (ESAF/AFC/STN/2005) Por expressa determinação constitucional, na organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, é assegurada soberania à União e autonomia aos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Item ERRADO.

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Todos os entes federados – União, Estados, Distrito Federal e Municípios - são dotados somente de autonomia, nos termos estabelecidos na Constituição (CF, art. 18).

A soberania, conforme vimos, é atributo exclusivo da República Federativa do Brasil frente a outros Estados soberanos.

10) (ESAF/AFC/STN/2005) A obrigação de prestar contas, que tem por conseqüência a existência de sistemas de controle interno e externo da União, dos Estados e dos Municípios, é um elemento essencial do princípio federativo, o qual é adotado como princípio fundamental da República Federativa do Brasil.

Item ERRADO.

Como vimos, a obrigação de prestar contas (responsabilidade) é decorrência imediata - e elemento essencial - do princípio republicano.

11) (ESAF/AFC/STN/2005) O poder político ou poder estatal é o instrumento de que se vale o Estado moderno para coordenar e impor regras e limites à sociedade civil, sendo a delegabilidade uma das características fundamentais desse poder.

Item ERRADO.

A doutrina moderna afirma ser o poder político uno, indivisível e indelegável.

Assim, quando se fala em separação de poderes, essa referência diz respeito, em verdade, à distribuição de determinadas funções a diferentes órgãos do Estado (função legislativa, função executiva e função judiciária).

Enfim, o poder político é uno e indivisível. A tripartição incide sobre as funções estatais, que serão exercidas por meio de diferentes órgãos do Estado (órgãos legislativos, executivos e judiciários).

Entretanto, em questões de concursos não devemos nos ater a esse preciosismo terminológico, pois a verdade é que a expressão “separação de poderes” está enraizada no direito brasileiro.

A assertiva está errada porque afirma que a delegabilidade é uma das características fundamentais do poder político (e, como vimos, o poder político é indelegável).

12) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) O Estado-membro não pode recusar fé aos documentos que ele próprio expediu, mas pode recusá-la aos documentos públicos produzidos nos Municípios.

Item ERRADO.

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Determina a Constituição que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos uns dos outros (CF, art. 19, II). Portanto, não pode o Estado recusar fé a documentos públicos produzidos pelos Municípios, pela União ou pelo Distrito Federal – e vice-versa.

13) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Dada a autonomia dos Municípios, o Estado-membro não participa dos fenômenos da fusão e do desmembramento dessas pessoas jurídicas de direito público.

Item ERRADO.

A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei ordinária estadual, aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado depois de cumpridos os requisitos exigidos pelo art. 18, § 4º, da Constituição (já estudados nesta aula).

14) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Somente por emenda à Constituição Federal é possível desmembrar um Estado-membro, para a criação de um novo Estado integrante da Federação.

Item ERRADO.

Determina a Constituição que os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar (art. 18, § 3º).

Veja que a aprovação final da medida se dá por lei complementar do Congresso Nacional, após ouvir as Assembléias Legislativas interessadas (CF, art. 48, VI), e não por emenda à Constituição.

15) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) O Congresso Nacional pode ser convocado extraordinariamente pelo presidente da República, pelo presidente da Câmara dos Deputados, pelo presidente do Senado Federal ou pelo presidente do Supremo Tribunal Federal.

Item ERRADO.

O Congresso Nacional só pode ser convocado extraordinariamente: (a) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República; (b) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante (CF, art. 57, § 6º).

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Não há autorização constitucional para que o Presidente do Supremo Tribunal Federal convoque extraordinariamente o Congresso Nacional.

16) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Os subsídios dos Governadores de Estado e dos membros das Assembléias Legislativas estaduais devem ser fixados por ato do Congresso Nacional.

Item ERRADO.

Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado são fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa (CF, art. 28, § 2º).

O subsídio dos Deputados Estaduais é fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais (CF, art. 27, § 2º).

Não há participação do Congresso Nacional na fixação de subsídios dos Governadores de Estado e dos membros das Assembléias Legislativas estaduais.

17) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) O ato que fixa os subsídios dos membros do Congresso Nacional depende de sanção do presidente da República.

Item ERRADO.

Os subsídios dos congressistas são fixados por resolução do Congresso Nacional (CF, art. 49, VII), ato que não se submete à sanção do Presidente da República (CF, art. 48, caput).

Note-se que o art. 49, VII, da Constituição estabelece a competência do Congresso Nacional para a fixação dos subsídios dos congressistas, e que o caput do art. 48 dispensa a sanção do Presidente da República para as matérias disciplinadas no art. 49 da Constituição.

18) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Incumbe ao Senado Federal o julgamento do presidente da República, por crimes comuns e de responsabilidade.

Item ERRADO.

O Senado Federal só julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I). Nos crimes comuns, a competência é do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, b).

19) (ESAF/APO/MPOG/2005) Decorre do princípio republicano a previsão constitucional da competência do presidente da República de manter relações com Estados estrangeiros.

Item ERRADO.

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A competência do Presidente da República para manter relações com estados estrangeiros não é decorrência do princípio republicano, mas sim do sistema de governo presidencialista. É o presidencialismo que impõe ao chefe do Executivo a tarefa de exercer a chefia de estado e da chefia de governo.

Com efeito, no presidencialismo o Presidente da República exerce, simultaneamente, a chefia de estado (quando representa o Estado frente a outros estados soberanos, isto é, quando mantém relações com outros estados estrangeiros) e a chefia de governo (quando trata dos negócios internos do país).

20) (ESAF/APO/MPOG/2005) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios pertencem à União, salvo após a sua demarcação, quando passarão a ser bens da comunidade indígena que as ocupe de forma tradicional.

Item ERRADO.

As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios pertencem à União (CF, art. 20, XI), mesmo após o ato de demarcação (marcação dos limites territoriais pela autoridade competente).

21) (ESAF/APO/MPOG/2005) Em relação à polícia militar do Distrito Federal, compete ao Distrito Federal disciplinar a sua remuneração, uma vez que os policiais militares do Distrito Federal são servidores do Distrito Federal.

Item ERRADO.

Determina a Constituição que compete à União organizar e manter a polícia militar do Distrito Federal (CF, art. 21, XIV).

Especificamente em relação à remuneração dos membros da polícia militar, o STF aprovou a Súmula nº 647, nestes termos:

“Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal”.

A Esaf tem reiteradamente cobrado as novas Súmulas do STF, aprovas em 2003 (Súmulas 622 a 736). Não deixe de estudá-las!

22) (ESAF/APO/MPOG/2005) Estabelece o texto constitucional que o subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, tendo por limite o subsídio, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Item ERRADO.

De fato, o subsídio dos Deputados Estaduais é fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa. Porém, o limite do subsídio dos

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Deputados Estaduais é 75% (setenta e cinco por cento) do subsídio, em espécie, dos Deputados Federais (CF, art. 27, § 2º).

23) (ESAF/APO/MPOG/2005) Nos Territórios divididos em Municípios, as contas do governo do território serão submetidas à Câmara Territorial, com prévio parecer do Tribunal de Contas Territorial.

Item ERRADO.

As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União (CF, art. 33, § 2º).

Se o Território Federal for dividido em Municípios, as contas destes (dos Municípios) serão fiscalizadas, no que couber, de acordo com as regras estabelecidas para a fiscalização dos Municípios em geral, previstas no art. 31 da Constituição Federal (CF, art. 33, § 1º).

24) (ESAF/APO/MPOG/2005) O Parlamentar que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado terá a perda de seu mandato declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional.

Item ERRADO.

Determina a Constituição que perderá o mandato o Deputado ou Senador que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado (CF, art. 55, VI).

Porém, essa perda do mandato não é automática.

Mesmo quando condenado criminalmente em sentença transitada em julgado, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa (CF, art. 55, § 2º).

Como se vê, para que o congressista condenado criminalmente em sentença transitada em julgado perca seu mandato será necessário:

a) que haja provocação da Mesa da Casa Legislativa do congressista ou de partido político representado no Congresso Nacional; e

b) que, a partir dessa iniciativa, o Plenário da Casa Legislativa decida pela perda, por maioria absoluta de seus membros, devendo ser assegurado ao congressista o direito à ampla defesa.

25) (ESAF/APO/MPOG/2005) Compete ao Presidente da República conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei, podendo essa competência ser delegada a Ministro de Estado.

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Item CERTO.

Compete ao Presidente da República conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei (CF, art. 84, XII).

O Presidente da República poderá delegar essa atribuição aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações (CF, art. 84, parágrafo único).

O parágrafo único do art. 84 é um dos dispositivos da Constituição mais cobrados em concurso e, de fato, é de suma importância a matéria nele regulada. Esse dispositivo enumera as atribuições do Presidente da República que são delegáveis (incisos VI, XII e XXV, primeira parte).

Ademais, ao enumerar expressamente as matérias que são delegáveis (incisos VI, XII e XXV, primeira parte), fixa também, a contrario sensu, as matérias que são indelegáveis (demais incisos do art. 84).

26) (ESAF/APO/MPOG/2005) Nos termos da Constituição Federal, o valor mínimo que pode ser estabelecido para os subsídios dos juízes do Tribunal Regional Federal corresponderá a cinco por cento do valor estabelecido para subsídios dos Ministros dos Tribunais Superiores.

Item ERRADO.

Determina a Constituição que o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores (CF, art. 93, V).

27) (ESAF/AFRE/MG/2005) Cabe ao Estado-membro criar Distritos no âmbito dos Municípios.

Item ERRADO.

Cabe ao Município criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual (CF, art. 30, V).

28) (ESAF/AFRE/MG/2005) O Município pode, como decorrência do seu poder de auto-organização, criar um tribunal de contas municipal para efetuar o controle externo do Poder Executivo municipal.

Item ERRADO.

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A Constituição Federal proíbe a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de contas pelos Municípios (art. 31, § 4º).

29) (ESAF/AFRE/MG/2005) Os Municípios hoje existentes na Federação brasileira que deixarem de cumprir ordem judicial emanada de tribunal federal não estão sujeitos a intervenção federal.

Item CERTO.

Em hipótese alguma a União poderá decretar intervenção em Municípios localizados em Estado-membro, por falta de autorização constitucional.

A União somente poderá decretar intervenção em Municípios localizados em Territórios Federais (CF, art. 35).

Como atualmente não existem Territórios Federais divididos em Municípios, não há possibilidade de intervenção federal nos Municípios hoje existentes (só haverá se algum dia for criado um Território Federal, e se esse for dividido em Municípios).

30) (ESAF/AFRE/MG/2005) A autonomia dos Municípios na Constituição em vigor é incompatível com toda e qualquer intervenção estadual no âmbito municipal.

Item ERRADO.

O Estado poderá decretar intervenção em seus municípios nas hipóteses taxativamente enumeradas no art. 35 da Constituição Federal.

31) (ESAF/AFRE/MG/2005) Os servidores públicos estaduais, ao contrário do que ocorre com os servidores públicos federais, não gozam da garantia da irredutibilidade de vencimentos.

Item ERRADO.

A irredutibilidade de vencimentos é garantia dos servidores públicos federais, estaduais, distritais e municipais (CF, art. 37, XV).

32) (ESAF/AFRE/RN/2005) A adoção do princípio de separação de poderes, inspirado nas lições de Montesquieu e materializado na atribuição das diferentes funções do poder estatal a órgãos diferentes, afastou a concepção clássica de que a unidade seria uma das características fundamentais do poder político.

Item ERRADO.

Vimos que o poder político é uno, indivisível e indelegável. O poder político não se triparte. A tripartição diz respeito, em verdade, às funções estatais a serem desempenhadas por diferentes órgãos.

33) (ESAF/AFC/STN/2005) A função executiva, uma das funções do poder político, pode ser dividida em função administrativa e função de

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governo, sendo que esta última comporta atribuições políticas, mas não comporta atribuições co-legislativas.

Item ERRADO.

Sabe-se que na tradicional tripartição das funções entre os três Poderes da República, cabe ao Poder Executivo a chamada função executiva, isto é, a função de resolver administrativamente os conflitos concretos, surgidos na aplicação das normas.

Por sua vez, a função executiva é tradicionalmente dividida em: função de governo e função administrativa.

A função de governo compreende atribuições políticas, co-legislativas e de decisão.

A função administrativa compreende as atividades de intervenção, fomento e serviço público.

A assertiva está errada porque afirma que a função de governo comporta atribuições políticas, mas não comporta atribuições co-legislativas.

34) (ESAF/AFRE/RN/2005) Caso sejam declarados vagos os cargos de presidente e vice-presidente da República, durante o penúltimo ano dos seus mandatos, serão realizadas, antecipadamente, as eleições que ocorreriam no último ano do mandato, cabendo aos eleitos completar o período de mandato de seus antecessores.

Item ERRADO.

No caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, temos o seguinte (CF, art. 81):

a) se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato, far-se-á eleição direta noventa dias depois de aberta a última vaga;

b) se a vacância ocorrer nos dois últimos anos do mandato, far-se-á eleição para ambos os cargos no prazo de trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

Nas duas hipóteses, os eleitos apenas completarão o período de seus antecessores (não serão eleitos para um mandato completo, de quatro anos).

A assertiva está errada porque se refere à vacância nos dois últimos anos, hipótese em que não há antecipação das eleições diretas, mas sim eleição pelo Congresso Nacional (indireta), no prazo de trinta dias, na forma da lei.

35) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Constitui vedação constitucional de caráter federativo o estabelecimento de aliança entre as unidades da

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Federação e igrejas, inclusive os representantes destas, sendo possível, na forma da lei, a colaboração de interesse público.

Item CERTO.

Determina a Constituição que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público (art. 19, I).

Um exemplo de colaboração que a lei poderia autorizar seria a prestação de serviços de utilidade pública, com o apoio do Poder Público.

36) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Supondo que as proposições abaixo constassem do texto de uma Constituição estadual, aponte a única opção que seria compatível com os limites impostos pela Constituição de 1988 à autonomia constitucional dos Estados-membros.

a) No primeiro ano da legislatura, a Assembléia Legislativa reunir-se-á em sessões preparatórias para a posse de seus membros e eleição da respectiva Mesa, para mandato de dois anos, permitida a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.

b) O Governador do Estado, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

c) O Ministério Público estadual formará lista tríplice entre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-geral, que será nomeado pelo Governador do Estado após aprovação pela maioria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

d) A não execução da programação orçamentária decorrente de emendas de parlamentares constitui crime de responsabilidade.

e) São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham sobre matéria tributária.

Gabarito: “A”

A assertiva “A” está correta, em razão de jurisprudência do STF sobre o assunto, conforme comentários a seguir.

A Constituição Federal determina que cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente (CF, art. 57, § 4º).

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Veja que, no Legislativo Federal, os membros das Mesas não podem ser reconduzidos para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente (o Presidente da Mesa da Câmara dos Deputados, por exemplo, não pode ser reconduzido para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente). Poderá o membro da Mesa ser reconduzido na eleição imediatamente subseqüente, mas não para o mesmo cargo.

Muito se discutiu se essa vedação à recondução alcançava também os membros das Mesas do Legislativo nos Estados, Distrito Federal e Municípios. Alguns entendiam que sim, outros que não.

O STF firmou entendimento de que essa vedação à recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente não é de observância obrigatória pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Portanto, se a Constituição do Estado quiser permitir essa recondução aos membros da Mesa da Assembléia Legislativa poderá fazê-lo, sem nenhuma ofensa à Constituição Federal.

Antes de passarmos ao exame da assertiva “B”, uma pergunta: se o atual Presidente da Mesa da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, resistir a todas as denúncias de “Mensalinho” e permanecer no cargo até o final do período, poderá ele ser reconduzido para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente (em 2007)?

A resposta é afirmativa.

Mas como, se acabamos de estudar a vedação a essa recondução?

Bem, é que se firmou entendimento de que essa vedação do art. 57, § 4º, da Constituição só se aplica no âmbito da mesma legislatura.

Logo, se houver mudança de legislatura, é permitida a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.

Examinemos o caso Severino.

Na atual legislatura, o Presidente da Mesa da Câmara dos Deputados nos dois primeiros anos foi o Deputado petista João Paulo Cunha. Ao término do período, poderia ele ter sido reconduzido para o mesmo cargo? Não, não poderia. Por que não? Porque a recondução ocorreria no âmbito da mesma legislatura (ou, num linguajar mais simples, “dentro da mesma legislatura”).

Com o término do período do Deputado João Paulo Cunha, foi eleito o atual Presidente, Deputado Severino Cavalcanti, para os últimos dois anos da legislatura. Ao final do período, Severino poderá ser reconduzido para o mesmo cargo? A resposta é SIM. Por que? Porque com o término da legislatura não mais incide a vedação do art. 57, § 4º, da Constituição, e, então, se Severino for reeleito Deputado, poderá ser

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reconduzido para o mesmo cargo de Presidente da Mesa da Câmara dos Deputados para o período imediatamente subseqüente, isto é, para os dois primeiros anos da legislatura seguinte.

A assertiva “B” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, a imunidade do Presidente da República quanto aos atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4º) é exclusiva do Presidente da República, não podendo ser estendida a Governador.

A assertiva “C” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, a Constituição do Estado não pode condicionar a escolha do Procurador-Geral de Justiça à prévia aprovação da Assembléia Legislativa. O processo de escolha e nomeação do Procurador-Geral de Justiça tem regra própria prevista na Constituição (CF, art. 128, § 3º), na qual não há participação da Assembléia Legislativa (os Ministérios Públicos formam lista tríplice dentre integrantes da carreira e o Governador nomeia, sem participação da Assembléia Legislativa).

A letra “D” está errada porque a Constituição do Estado não pode definir crimes de responsabilidade. Segundo a jurisprudência do STF, só a União pode definir crimes de responsabilidade e estabelecer as respectivas normas de processo e julgamento (Súmula nº 722), pois compete privativamente à União legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I).

A assertiva “E” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, matéria tributária no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não é de iniciativa privativa do chefe do Executivo, podendo também os membros do Legislativo (congressistas, deputados estaduais e vereadores, conforme o caso) apresentar projeto de lei sobre a matéria.

A regra da Constituição Federal que estabelece a iniciativa privativa do Presidente da República em matéria tributária diz respeito, tão-somente, à matéria tributária no âmbito dos Territórios Federais (art. 61, § 1º, II, b)

37) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A Constituição de Estado-membro pode atribuir competência ao Governador para dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração estadual, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, não havendo ilegalidade ou inconstitucionalidade se tal decreto revogar lei anterior em sentido contrário.

Item CERTO.

Estabelece a Constituição que compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre (art. 84, VI):

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a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

Trata-se da competência excepcional outorgada ao Presidente da República para a expedição do chamado decreto autônomo, desde que no trato dessas específicas matérias enumeradas.

Essa competência, por força do federalismo, é automaticamente estendida aos Governadores dos Estados e do Distrito Federal e aos Prefeitos, que poderão, nas respectivas esferas, disciplinar as referidas matérias por meio de decreto autônomo.

A parte final diz que não haverá ilegalidade ou inconstitucionalidade se o decreto autônomo revogar lei anterior em sentido contrário, o que está correto. Com efeito, uma lei ordinária que trata da organização e funcionamento da administração estadual pode ser revogada por um decreto autônomo do Governador, desde que não ocorra aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. Isso porque o decreto autônomo tem força lei, e, como tal, pode revogar lei anterior em sentido contrário.

Vale lembrar que o Presidente da República poderá delegar essa atribuição aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações (CF, art. 84, parágrafo único).

Da mesma forma, fazendo-se a devida adequação, temos que o Governador de Estado poderá delegar essa atribuição aos Secretários de Estado, ao Procurador-Geral de Justiça e ao Advogado-Geral do Estado, e o Prefeito poderá delegar aos Secretários Municipais e ao Advogado-geral do Município (nos Municípios não há que se falar em delegação ao chefe do Ministério Público, pois não temos essa autoridade no âmbito municipal).

38) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A criação de municípios depende apenas de consulta às populações interessadas e de lei estadual autorizadora.

Item ERRADO.

Nos dias atuais, a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios dependem de:

(a) lei complementar federal, determinando o período dentro do qual poderão ocorrer essas medidas;

(b) lei ordinária federal, estabelecendo a forma de apresentação e publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal;

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(c) consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos;

(d) lei ordinária estadual, formalizando a medida.

39) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Autoridades municipais não se sujeitam à Justiça Federal.

Item ERRADO.

Determina a Constituição que o Prefeito será julgado perante o Tribunal de Justiça (art. 29, X).

Porém, segundo a jurisprudência do STF, a competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual. Nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau (Súmula nº 702).

Assim, nos crimes eleitorais o Prefeito será julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral, órgão de segundo grau da Justiça Eleitoral; nos crimes federais, pelo Tribunal Regional Federal, órgão de segundo grau da Justiça Federal.

40) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Para pôr fim a situações de grave violação a direitos humanos, a União pode intervir nos Estados-membros e nos Municípios brasileiros.

Item ERRADO.

A união não tem competência para decretar a intervenção nos Municípios brasileiros, localizados nos Estados-membros. Não há autorização constitucional para intervenção federal em Municípios localizados em Estados-membros. A única hipótese em que a União poderá intervir em Municípios é quando esses estiverem localizados em Territórios Federais (CF, art. 35).

41) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Créditos, decorrentes de sentença judicial, de natureza alimentícia não se sujeitam ao regime de pagamento por meio de precatório.

Item ERRADO.

Dispõe a Constituição que à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim (art. 100).

Precatório é, portanto, uma regra aplicável aos pagamentos devidos pela Fazenda Pública Federal, Estadual, Distrital ou Municipal em virtude

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de sentença judiciária. Quando o indivíduo logra êxito em uma ação judicial contra a Fazenda Pública, na qual lhe é assegurado o pagamento de determinado crédito, ele não receberá esse valor de imediato, em regime de caixa. Os débitos serão inscritos em precatório e a entidade pública incluirá na sua lei orçamentária verba necessária para o pagamento dos débitos constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente (CF, art. 100, § 1º).

Assim, se o débito for inscrito em precatório até 1º de julho de 2005, a entidade pública incluirá na sua lei orçamentária para o ano de 2006 a verba necessária, para que o pagamento seja efetuado até 31/12/2006. Se o débito for inscrito em precatório no ano de 2005, mas depois do dia 1º de julho, a entidade pública só estará obrigada a incluir a verba necessária na sua lei orçamentária de 2007, para que o pagamento seja efetuado até 31/12/2007.

Note-se que pela literalidade do texto constitucional, na parte inicial do caput do art. 100 (“À exceção dos créditos de natureza alimentícia...”), fica-se com a idéia de que os créditos de natureza alimentícia não se sujeitam ao regime dos precatórios. Concordam?

Porém, não foi esse o entendimento firmado pelo STF. Segundo o STF, os créditos de natureza alimentícia também se sujeitam ao regime de precatórios, embora não concorram com os demais créditos ordinários. Enfim, eles serão pagos de acordo com o regime dos precatórios, mas serão pagos com prioridade em relação a todos os demais créditos de natureza ordinária, não-alimentar.

Dada essa breve noção, vamos aproveitar essa assertiva para revisarmos os aspectos importantes sobre o art. 100 da Constituição, que trata dos precatórios.

Quais são os débitos de natureza alimentícia?

Atualmente, a própria Constituição enumera os débitos de natureza alimentícia, que são aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julgado (art. 100, § 1º-A).

É possível a determinação de seqüestro de valores da Fazenda Pública para o pagamento de débito inscrito em precatório?

Sim. É possível ao Poder Judiciário autorizar, a requerimento do credor, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito inscrito em precatório, no caso de preterimento do direito de precedência (CF, art. 100, § 2º).

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Importante destacar que, segundo a jurisprudência do STF, em se tratando de pagamento de precatório, a única hipótese que autoriza a determinação de seqüestro de valores da Fazenda Pública é esta: preterimento do direito de precedência, isto é, pagamento a credor em desrespeito à ordem de precedência, em desrespeito à ordem de inscrição do débito.

Outras hipóteses (atraso no pagamento do débito inscrito, inclusão indevida do valor do débito na lei orçamentária etc.), por mais graves que sejam, não legitimam a determinação do seqüestro de valores da Fazenda Pública.

Pode-se afirmar que todos os débitos devidos pela Fazenda Pública são pagos segundo o regime dos precatórios?

Não, isso não pode ser afirmado. O regime da expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado (CF, art. 100, § 3º).

Essa lei, que fixará a definição de “obrigações de pequeno valor”, poderá fixar valores distintos, segundo as diferentes capacidades das entidades de direito público (CF, art. 100, § 5º).

Até que se dê a publicação das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, consideram-se “obrigações de pequeno valor” os débitos ou obrigações consignados em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a (ADCT, art. 87):

a) quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;

b) trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.

Esses são os valores fixados pela Constituição para “obrigações de pequeno valor” até que os entes federados editem suas próprias leis, fixando, a seu critério, o valor que entenderem conveniente. Segundo a jurisprudência do STF, poderá o Estado ou o Município fixar valores inferiores a esses do art. 87 do ADCT.

42) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O presidente da República pode delegar a Ministro de Estado sua competência para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos vagos.

Item CERTO.

A competência do Presidente da República para a edição de decreto autônomo extinguindo funções ou cargos públicos quando vagos está prevista no art. 84, VI, da Constituição.

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Essa competência, de fato, pode ser delegada aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União (CF, art. 84, parágrafo único).

43) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Se, por qualquer motivo, o presidente da República não tomar posse na data fixada no texto constitucional, o cargo será declarado vago, após dez dias, contados dessa data.

Item ERRADO.

Estabelece a Constituição que se decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago (CF, art. 83, parágrafo único).

A assertiva está errada porque afirma que a vacância será declarada se o Presidente não tomar posse, no prazo de dez dias, por qualquer motivo, deixando de consignar a ressalva “salvo motivo de força maior”.

Agora, vejamos todo o procedimento que se desenrola a partir da declaração de vacância, se houver.

Se a vacância for só do cargo de Presidente, o Vice-Presidente suceder-lhe-á por todo o mandato remanescente, ainda que essa vacância ocorra antes da posse, ou seja, após a diplomação, mas antes da posse (CF, art. 79).

Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício temporário da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 80).

Se a vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República se der nos dois primeiros anos do mandato, far-se-á eleição direta noventa dias depois de aberta a última vaga (CF, art. 81).

Se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional (eleição indireta), na forma da lei (CF, art. 81, § 1º).

Nos dois casos de eleição – eleição direta, nos dois primeiros anos; ou eleição indireta pelo Congresso Nacional, nos dois últimos anos -, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores (os eleitos não cumprirão mandato de quatro anos, mas somente o período remanescente do mandato do antecessor).

44) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de concessão

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de aposentadorias, reformas ou pensões e as melhorias posteriores, ainda que essas melhorias não alterem o fundamento legal do ato concessório.

Item ERRADO.

Determina a Constituição que compete ao Tribunal de Contas da União apreciar, para fins de registro, a legalidade das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório (CF, art. 71, III).

45) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A fixação da remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados é da sua competência privativa, sendo essa competência exercida por meio de resolução.

Item ERRADO.

A remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados é fixada por meio de lei de iniciativa privativa da Câmara dos Deputados, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (CF, art. 51, IV).

A Emenda Constitucional nº 19/1998 retirou a competência para a fixação da remuneração dos seus servidores por resolução, deixando com a Casa Legislativa apenas a iniciativa de lei sobre essa matéria.

Nesse ponto, veja que há uma aparente contradição entre dois dispositivos constitucionais. O inciso IV do art. 51 estabelece que a fixação da remuneração dos servidores será por meio de lei de iniciativa da Câmara dos Deputados. O caput do art. 48 dispensa a sanção do Presidente da República no trato das matérias do art. 51 da Constituição.

Enfim, um dispositivo diz que é por lei, que, como se sabe, é ato que se submete à sanção do Presidente da República (art. 51, IV) e o outro diz que não há sanção do Presidente da República (art. 48, caput). E então, como compatibilizar esses dois dispositivos?

Bem, certamente deverá ser dada prevalência à última vontade do legislador constituinte, que foi a de exigir lei para a matéria. Prevalece, portanto, o disposto no art. 51, IV, da Constituição, com a redação dada pela EC nº 19/1998, que exige lei de iniciativa da Câmara dos Deputados para a fixação da remuneração dos seus servidores, devendo o projeto de lei ser sancionado pelo chefe do executivo.

46) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Os deputados federais são eleitos pelo sistema majoritário, obedecendo-se às vagas estabelecidas, por meio de lei complementar, para cada Estado e para o Distrito Federal.

Item ERRADO.

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Os deputados federais, os deputados estaduais e os vereadores são eleitos pelo sistema proporcional.

Os senadores, o Presidente da República, os governadores e os Prefeitos são eleitos pelo sistema majoritário.

47) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A Advocacia-Geral da União, diretamente ou por meio de órgão vinculado, representa judicialmente a Câmara dos Deputados.

Item CERTO.

Estabelece a Constituição que a Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo (art. 131).

Veja que a Advocacia-Geral da União desempenha duas atribuições distintas:

a) a representação judicial ou extrajudicial da União, aqui abarcando os órgãos da União nos três Poderes da República (inclusive a Câmara dos Deputados, portanto); e

b) a consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

Cuidado! Há uma tendência de os candidatos pensarem que a Advocacia-Geral da União só representa o Poder Executivo, o que é um equívoco! A restrição em relação ao Poder Executivo diz respeito somente à consultoria e assessoramento! Em se tratando de representação, judicial ou extrajudicial, a competência da AGU alcança a União, englobando os três Poderes da República.

48) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O exercício da competência do Senado Federal quanto à aprovação prévia da escolha do procurador-geral da República é feito por meio de voto secreto, após a argüição, em sessão secreta, do candidato indicado pelo presidente da República.

Item ERRADO.

Compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha do Procurador-Geral da República (CF, art. 52, III, e).

Como se vê, a argüição é pública, e não secreta, como afirma a assertiva.

Novamente, a Esaf com o seu jogo de palavras!

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49) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Em decorrência do princípio federativo, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os Territórios são entes da organização político-administrativa do Brasil.

Item ERRADO.

Os entes integrantes da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (CF, art. 18).

Os Territórios Federais não são entes federados, não são dotados de autonomia política, são meras repartições territoriais pertencentes à União (CF, art. 18, § 2º).

50) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Cabe aos Estados-membros definir os crimes de responsabilidade do Governador e disciplinar o respectivo processo.

Item ERRADO.

Segundo a jurisprudência do STF, somente a União pode definir crimes de responsabilidade e estabelecer as normas sobre o respectivo processo e julgamento (STF, Súmula nº 722).

Isso porque, como se sabe, compete privativamente à União legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I).

Ficamos por aqui – na próxima semana concluiremos os comentários a outros exercícios sobre organização do Estado.

Bons estudos.

Vicente Paulo

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LISTA DOS EXERCÍCIOS COMENTADOS NESTA AULA

1) (ESAF/AFC/STN/2005) Forma de governo diz respeito ao modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo, sendo os Estados, segundo a classificação dualista de Maquiavel, divididos em repúblicas ou monarquias.

2) (ESAF/AFC/STN/2005) A divisão fundamental de formas de Estados dá-se entre Estado simples ou unitário e Estado composto ou complexo, sendo que o primeiro tanto pode ser Estado unitário centralizado como Estado unitário descentralizado ou regional.

3) (ESAF/AFRE/RN/2005) O presidencialismo é a forma de governo que tem por característica reunir, em uma única autoridade, o Presidente da República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo.

4) (ESAF/AFRE/RN/2005) Sistema de governo pode ser definido como a maneira pela qual se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados.

5) (ESAF/AFC/STN/2000) Imagine que uma certa constituição disponha que o exercício das funções do Poder Executivo é dividido entre um Chefe de Estado e um Chefe de Governo. Este último é escolhido entre os integrantes do Poder Legislativo e depende da vontade da maioria do parlamento para se manter no cargo. De seu turno, em certas circunstâncias, o Executivo pode dissolver o Legislativo, convocando novas eleições. A partir dessas considerações, é certo dizer:

a) Uma tal constituição, pelas características acima delineadas, introduz a forma federativa de Estado.

b) Um Estado-membro no Brasil poderia, se quisesse, adotar o mesmo regime referido no enunciado da questão.

c) De uma constituição como a referida pode-se afirmar, com segurança, que se classifica como uma constituição flexível, instituindo um regime tipicamente antidemocrático, na medida em que permite um autêntico golpe de Estado (a dissolução do parlamento pelo Executivo).

d) A constituição aludida assumiu característica própria de regime parlamentarista, em que a separação entre os poderes do Estado não costuma ter a mesma rigidez do regime presidencialista.

e) De acordo com a informação dada, a norma constitucional referida consagra regime parlamentarista, Estado unitário e apresenta característica de constituição flexível.

6) (ESAF/AFRE/RN/2005) O Estado unitário distingue-se do Estado federal em razão da inexistência de repartição regional de poderes

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autônomos, o que não impede a existência, no Estado unitário, de uma descentralização administrativa do tipo autárquico.

7) (ESAF/AFRE/RN/2005) Em um Estado federal temos sempre presente uma entidade denominada União, que possui personalidade jurídica de direito público internacional, cabendo a ela a representação do Estado federal no plano internacional.

8) (ESAF/AFC/STN/2005) A criação de novos municípios, a partir do desmembramento de áreas de um município já existente, que será precedida de consulta prévia às populações interessadas, somente será possível quando a União editar lei complementar disciplinando a forma de apresentação e publicação do Estudo de Viabilidade Municipal.

9) (ESAF/AFC/STN/2005) Por expressa determinação constitucional, na organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, é assegurada soberania à União e autonomia aos Estados, Distrito Federal e Municípios.

10) (ESAF/AFC/STN/2005) A obrigação de prestar contas, que tem por conseqüência a existência de sistemas de controle interno e externo da União, dos Estados e dos Municípios, é um elemento essencial do princípio federativo, o qual é adotado como princípio fundamental da República Federativa do Brasil.

11) (ESAF/AFC/STN/2005) O poder político ou poder estatal é o instrumento de que se vale o Estado moderno para coordenar e impor regras e limites à sociedade civil, sendo a delegabilidade uma das características fundamentais desse poder.

12) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) O Estado-membro não pode recusar fé aos documentos que ele próprio expediu, mas pode recusá-la aos documentos públicos produzidos nos Municípios.

13) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Dada a autonomia dos Municípios, o Estado-membro não participa dos fenômenos da fusão e do desmembramento dessas pessoas jurídicas de direito público.

14) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Somente por emenda à Constituição Federal é possível desmembrar um Estado-membro, para a criação de um novo Estado integrante da Federação.

15) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) O Congresso Nacional pode ser convocado extraordinariamente pelo presidente da República, pelo presidente da Câmara dos Deputados, pelo presidente do Senado Federal ou pelo presidente do Supremo Tribunal Federal.

16) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Os subsídios dos Governadores de Estado e dos membros das Assembléias Legislativas estaduais devem ser fixados por ato do Congresso Nacional.

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17) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) O ato que fixa os subsídios dos membros do Congresso Nacional depende de sanção do presidente da República.

18) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Incumbe ao Senado Federal o julgamento do presidente da República, por crimes comuns e de responsabilidade.

19) (ESAF/APO/MPOG/2005) Decorre do princípio republicano a previsão constitucional da competência do presidente da República de manter relações com Estados estrangeiros.

20) (ESAF/APO/MPOG/2005) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios pertencem à União, salvo após a sua demarcação, quando passarão a ser bens da comunidade indígena que as ocupe de forma tradicional.

21) (ESAF/APO/MPOG/2005) Em relação à polícia militar do Distrito Federal, compete ao Distrito Federal disciplinar a sua remuneração, uma vez que os policiais militares do Distrito Federal são servidores do Distrito Federal.

22) (ESAF/APO/MPOG/2005) Estabelece o texto constitucional que o subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, tendo por limite o subsídio, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

23) (ESAF/APO/MPOG/2005) Nos Territórios divididos em Municípios, as contas do governo do território serão submetidas à Câmara Territorial, com prévio parecer do Tribunal de Contas Territorial.

24) (ESAF/APO/MPOG/2005) O Parlamentar que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado terá a perda de seu mandato declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional.

25) (ESAF/APO/MPOG/2005) Compete ao Presidente da República conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei, podendo essa competência ser delegada a Ministro de Estado.

26) (ESAF/APO/MPOG/2005) Nos termos da Constituição Federal, o valor mínimo que pode ser estabelecido para os subsídios dos juízes do Tribunal Regional Federal corresponderá a cinco por cento do valor estabelecido para subsídios dos Ministros dos Tribunais Superiores.

27) (ESAF/AFRE/MG/2005) Cabe ao Estado-membro criar Distritos no âmbito dos Municípios.

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28) (ESAF/AFRE/MG/2005) O Município pode, como decorrência do seu poder de auto-organização, criar um tribunal de contas municipal para efetuar o controle externo do Poder Executivo municipal.

29) (ESAF/AFRE/MG/2005) Os Municípios hoje existentes na Federação brasileira que deixarem de cumprir ordem judicial emanada de tribunal federal não estão sujeitos a intervenção federal.

30) (ESAF/AFRE/MG/2005) A autonomia dos Municípios na Constituição em vigor é incompatível com toda e qualquer intervenção estadual no âmbito municipal.

31) (ESAF/AFRE/MG/2005) Os servidores públicos estaduais, ao contrário do que ocorre com os servidores públicos federais, não gozam da garantia da irredutibilidade de vencimentos.

32) (ESAF/AFRE/RN/2005) A adoção do princípio de separação de poderes, inspirado nas lições de Montesquieu e materializado na atribuição das diferentes funções do poder estatal a órgãos diferentes, afastou a concepção clássica de que a unidade seria uma das características fundamentais do poder político.

33) (ESAF/AFC/STN/2005) A função executiva, uma das funções do poder político, pode ser dividida em função administrativa e função de governo, sendo que esta última comporta atribuições políticas, mas não comporta atribuições co-legislativas.

34) (ESAF/AFRE/RN/2005) Caso sejam declarados vagos os cargos de presidente e vice-presidente da República, durante o penúltimo ano dos seus mandatos, serão realizadas, antecipadamente, as eleições que ocorreriam no último ano do mandato, cabendo aos eleitos completar o período de mandato de seus antecessores.

35) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Constitui vedação constitucional de caráter federativo o estabelecimento de aliança entre as unidades da Federação e igrejas, inclusive os representantes destas, sendo possível, na forma da lei, a colaboração de interesse público.

36) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Supondo que as proposições abaixo constassem do texto de uma Constituição estadual, aponte a única opção que seria compatível com os limites impostos pela Constituição de 1988 à autonomia constitucional dos Estados-membros.

a) No primeiro ano da legislatura, a Assembléia Legislativa reunir-se-á em sessões preparatórias para a posse de seus membros e eleição da respectiva Mesa, para mandato de dois anos, permitida a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.

b) O Governador do Estado, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

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c) O Ministério Público estadual formará lista tríplice entre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-geral, que será nomeado pelo Governador do Estado após aprovação pela maioria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

d) A não execução da programação orçamentária decorrente de emendas de parlamentares constitui crime de responsabilidade.

e) São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham sobre matéria tributária.

37) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A Constituição de Estado-membro pode atribuir competência ao Governador para dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração estadual, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, não havendo ilegalidade ou inconstitucionalidade se tal decreto revogar lei anterior em sentido contrário.

38) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A criação de municípios depende apenas de consulta às populações interessadas e de lei estadual autorizadora.

39) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Autoridades municipais não se sujeitam à Justiça Federal.

40) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Para pôr fim a situações de grave violação a direitos humanos, a União pode intervir nos Estados-membros e nos Municípios brasileiros.

41) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Créditos, decorrentes de sentença judicial, de natureza alimentícia não se sujeitam ao regime de pagamento por meio de precatório.

42) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O presidente da República pode delegar a Ministro de Estado sua competência para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos vagos.

43) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Se, por qualquer motivo, o presidente da República não tomar posse na data fixada no texto constitucional, o cargo será declarado vago, após dez dias, contados dessa data.

44) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de concessão de aposentadorias, reformas ou pensões e as melhorias posteriores, ainda que essas melhorias não alterem o fundamento legal do ato concessório.

45) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A fixação da remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados é da sua competência privativa, sendo essa competência exercida por meio de resolução.

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46) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Os deputados federais são eleitos pelo sistema majoritário, obedecendo-se às vagas estabelecidas, por meio de lei complementar, para cada Estado e para o Distrito Federal.

47) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A Advocacia-Geral da União, diretamente ou por meio de órgão vinculado, representa judicialmente a Câmara dos Deputados.

48) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O exercício da competência do Senado Federal quanto à aprovação prévia da escolha do procurador-geral da República é feito por meio de voto secreto, após a argüição, em sessão secreta, do candidato indicado pelo presidente da República.

49) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Em decorrência do princípio federativo, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os Territórios são entes da organização político-administrativa do Brasil.

50) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Cabe aos Estados-membros definir os crimes de responsabilidade do Governador e disciplinar o respectivo processo.