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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO - CAMPUS SÃO CARLOS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS WILLIAM MORBIOLI MELHORIAS NO PROCESSO PRODUTIVO DE UMA EMPRESA METALMECÂNICA UTILIZANDO PRÁTICAS E FERRAMENTAS ADOTADAS PELAS WCM (WORLD CLASS MANUFACTURING) São Carlos SP 2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DE SÃO PAULO - CAMPUS SÃO CARLOS

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS

WILLIAM MORBIOLI

MELHORIAS NO PROCESSO PRODUTIVO DE UMA EMPRESA

METALMECÂNICA UTILIZANDO PRÁTICAS E FERRAMENTAS ADOTADAS

PELAS WCM

(WORLD CLASS MANUFACTURING)

São Carlos – SP

2017

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WILLIAM MORBIOLI

MELHORIAS NO PROCESSO PRODUTIVO DE UMA EMPRESA

METALMECÂNICA UTILIZANDO PRÁTICAS E FERRAMENTAS ADOTADAS

PELAS WCM

(WORLD CLASS MANUFACTURING)

Relatório técnico apresentado ao

Instituto Federal de São Paulo –

campus São Carlos, como parte das

exigências para a conclusão do Curso

Superior de Tecnologia em Processos

Gerenciais.

Orientador:

Prof. Dr. José Henrique de Andrade

São Carlos – São Paulo

2017

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M832m Morbioli, William Melhorias no processo produtivo de uma empresa metalmecânica utilizando práticas e ferramentas adotadas pelas World Class Manufacturing (WCM) / William Morbioli; orientador, Prof. Dr. José Henrique de Andrade - São Carlos, SP, 2017.

53 p. : il. Relatório Técnico – Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de São Paulo, Campus São Carlos, Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.

Inclui referências bibliográficas 1. Processos gerenciais. 2. World Class Manufacturing (WCM).

3. Classe Mundial. 4. Sistema Toyota de Produção. 5. Melhoria. I. Andrade, José Henrique de, orient. II. Instituto Federal de São Paulo. III. Título.

CDD 658

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“Só há duas maneiras de viver a vida: a

primeira é vivê-la como se os milagres não

existissem. A segunda é vivê-la como se

tudo fosse milagre. ”

Albert Einstein

“Só sei que nada sei, e o fato de saber isso,

me coloca em vantagem sobre aqueles que

acham que sabem alguma coisa”

Sócrates

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DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTO

Dedico este trabalho a todas as pessoas que estão ou adentram a terceira idade

como forma de incentivo a continuarem a ser perseverantes e a buscarem os benefícios

da “melhor idade”, vivenciem seus sonhos e sirvam de espelho a aqueles que almejam

um futuro melhor.

Agradeço a minha família: à Helena, uma esposa dedicada e que sempre me

acompanhou e apoiou nos melhores e piores momentos de minha vida. Uma companheira,

amiga, cuidadora, construtora, uma gestora no real sentido da palavra.

Aos meus filhos: Guilherme, Giorgio e Giovanna, pessoas responsáveis e cientes

de seus deveres, estudiosos e batalhadores, e que peço desculpas pelas palmadas dadas

durante certos momentos da vida, e que desejo todos os louros que a vida possa lhes

conceder.

Agradeço ao meu sogro e minha sogra e a seus filhos que me acolheram como

parte integrante de sua família.

Agradeço aos amigos que passaram e permanecem na minha vida durante todos

esses anos, e que me ajudaram a crescer como pessoa.

Agradeço a corpo médico da Casa de Saúde de São Carlos e ao Dr. Ogashawara,

que com prestatividade me deram a chance de uma sobrevida, abençoados e iluminados

por Deus Pai.

Agradeço aos colegas de curso, aos professores em especial ao José Henrique,

meu orientador nesse trabalho e a funcionários que sempre me trataram com respeito e

carinho.

Para finalizar, agradeço a meus pais, Reinaldo e Maria, que me educaram e me

ensinaram ser uma pessoa do bem, e acima de tudo agradeço à Deus pelo dom da vida.

Muito obrigado!

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RESUMO

O objetivo geral deste trabalho é o de propor melhorias no processo produtivo de

uma empresa metalmecânica de pequeno porte, situada na cidade de São Carlos no Estado

de São Paulo, Brasil, aplicando a metodologia do World Class Manufacturing (WCM) ou

Manufatura de Classe Mundial, um novo modelo de gestão da excelência empresarial.

Afim de atender este objetivo, foi realizado um estudo de caso mais uma pesquisa

exploratória na empresa que foi denominada de Empresa X. Foram formuladas as

conclusões que mostram os pontos fortes e a baixa utilização destas práticas de Gestão

do WCM e consequentemente identificando-se oportunidades de melhoria para a empresa

pesquisada, para as quais, propostas foram elaboradas.

Palavras-Chave: WCM; Classe Mundial; Sistema Toyota de Produção; Melhoria.

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RESUMEN

El objetivo general de este estudio es proponer mejoras en el proceso productivo

de una empresa mecánica de las pequeñas empresas, situado en la ciudad de São Carlos,

en el estado de São Paulo, Brasil, aplicando la metodología de la Manufactura de Clase

Mundial (WCM) o manufactura de clase mundial, un nuevo modelo de gestión de la

excelencia empresarial. A fin de cumplir este objetivo, hemos realizado un estudio de

caso más una investigación exploratoria en la compañía que intitulamos aquí de la

empresa X. Los hallazgos fueron formulados que muestran las fortalezas y la baja

utilización de estas prácticas de gestión de WCM y, por consiguiente, la identificación

de oportunidades de mejora para la empresa investigada, para lo cual se elaboraron

propuestas.

Palabras clave: WCM; De Clase Mundial; Sistema de Producción Toyota; Mejora.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Estrutura organizacional ............................................................................... 15

Figura 2 - Setor Produtivo ............................................................................................. 17

Figura 3 - WORD CLASS MANUFATURING (WCM) .............................................. 21

Figura 4 - Ciclo PDCA .................................................................................................. 24

Figura 5 - Diagrama de Ishikawa ................................................................................. 26

Figura 6 – KAIZEN ....................................................................................................... 27

Figura 7 - 5S .................................................................................................................. 29

Figura 8 - Visão Geral do Processo Logístico ............................................................... 31

Figura 9 - Fluxos Físicos Direto e Reverso ................................................................... 32

Figura 10 - Tipos de Manutenção ................................................................................. 32

Figura 11 - Conceito C.H.A. .......................................................................................... 33

Figura 12 - WCM - Situação encontrada ....................................................................... 36

Figura 13 - Situação inicial visualizada ......................................................................... 37

Figura 14 – Comparativo de empresas WCM ............................................................... 41

Quadro 1 - Indicadores de desempenho ........................................................................ 43

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LISTA DE ABREVIATURAS

IPM Índice de Produtividade Mensal

IRetr Índice de Retrabalho Mensal

IRM Índice de Rentabilidade Mensal

JIT Just In Time

KPI Key Performande Indicator (Indicadores de desempenho)

LI Limite Inferior

LS Limite Superior

NR Índice de Reclamação Mensal

NVAA Atividades que não agregam valor

SGQ Sistema de Gestão da Qualidade

TIE Total Industrial Engineering

TPM Total Productive Maintenance

TPS Sistema Toyota de Produção

TQC Total Quality Control

WCM WORLD CLASS MANUFACTURING

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 11

1.1 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 12

1.1.1 Geral ........................................................................................................................ 12

1.1.2 Específicos ..................................................................................................................... 12

1.2 JUSTIFICATICA ............................................................................................................ 12

1.3 METODO DE PESQUISA ................................................................................................... 13

1.3.1 Universo e Amostra ....................................................................................................... 14

1.3.2 Instrumentos de coleta de dados .................................................................................... 14

2 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO PROCESSO ....................................................................... 15

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................ 15

2.2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR/DEPARTAMENTO/ATIVIDADE ESTUDADO ...... 17

2.3 APOIO TEÓRICO ................................................................................................................ 18

2.3.1 Segurança ....................................................................................................................... 21

2.3.2 Desdobramentos de Custos ............................................................................................ 22

2.3.3 Melhoria Focada ............................................................................................................ 23

2.3.3.1 Ciclo PDCA ................................................................................................................ 23

2.3.3.2 Diagrama de causa e efeito – Ishikawa ....................................................................... 25

2.3.3.3 Brainstorming ................................................................................................................. 26

2.3.3.4 Metodologia Kaizen ....................................................................................................... 27

2.3.4 Manutenção Autônoma / Planejada ............................................................................... 27

2.3.5 Organização Posto de Trabalho ..................................................................................... 28

2.3.6 Controle de Qualidade ................................................................................................... 30

2.3.7 Logística e Serviço ao Cliente ....................................................................................... 30

2.3.8 Gestão Preventiva dos Equipamentos ............................................................................ 32

2.3.9 Desenvolvimento de Pessoas ......................................................................................... 33

2.3.10 Meio Ambiente / Energia ............................................................................................. 34

2.4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO PROCESSO ...................................................................... 35

3 PROPOSTA DE MELHORIA ............................................................................................... 42

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................ 45

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 46

APÊNDICE A – Entrevista com o Diretor Industrial da Empresa X ............................................. 51

APÊNDICE B – Slides apresentados à empresa voltados a implantação da Melhoria Focada ..... 53

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1 INTRODUÇÃO

As práticas e ferramentas do “World Class Manucfaturing (WCM) ” tiveram sua origem

no “Sistema Toyota de Produção” (TPS), no início dos anos 80 no Japão. São um conjunto de

princípios, técnicas e conceitos integrados visando otimizar os processos operativos de

Produção, Qualidade, Manutenção, Logística entre outros, por meio de um conjunto estruturado

de ferramentas e métodos (CARDOSO, 2000).

O conjunto de princípios que fundamentam o WCM está calcado em três elementos

primordiais:

No sistemático combate ao desperdício;

No envolvimento de pessoas e de suas competências;

Na utilização de métodos e ferramentas para eliminar as ineficiências do processo.

Dessa forma, estabelece o objetivo de, em nível de excelência, desenvolver e se

empenhar para alcançar a competitividade de uma “Manufatura de Classe Mundial”, propondo

uma metodologia de trabalho e o apoio necessário para um melhor aproveitamento de equipes

de manutenção, otimizando suas necessidades e realizando de forma programada a manutenção

preventiva e preditiva nos equipamentos (CARDOSO, 2000).

Na busca deste objetivo existe a necessidade de envolver toda a estrutura hierárquica da

empresa, desde o operador até o presidente, trabalhando em equipe para a busca de soluções

criativas que racionalizem os processos administrativos e produtivos (PIRES, 1995).

Conforme indica a literatura, em 1984 o termo WCM tomou corpo, passando a ter visão

estratégica. Estudos foram realizados para descrever a capacidade de empresas japonesas e

alemãs diante de um mercado concorrido de exportações, com o objetivo da melhoria contínua

para competir no cenário mundial com o melhor dos melhores, na busca da excelência.

O conceito de WCM foi proposto por Hayes e Wheewrigth (SCHONBERGER, 1986),

baseados estes nas práticas já aplicadas no Japão. No entanto, foi o Dr. Hajime Yamashina da

Universidade de Kioto que em meados de 2007 promoveu sua sistematização.

Diante do exposto, o problema da pesquisa resume-se na seguinte questão: Como

melhorar o processo produtivo de uma empresa metalmecânica, aplicando as práticas e

ferramentas adotadas por uma WCM (World Class Manufacturing)?

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Geral

O objetivo geral deste trabalho é propor melhorias no processo produtivo de uma

empresa metalmecânica situada na cidade de São Carlos/SP, aplicando as práticas e ferramentas

adotadas por uma WCM.

1.1.2 Específicos

Identificar e apresentar práticas e ferramentas adotadas por uma WCM, por meio de revisão

da literatura;

Descrever o processo produtivo atual da empresa estudada, identificando possíveis

oportunidades de melhoria;

Analisar a situação atual da empresa estudada em relação a adoção destas práticas e

ferramentas;

Selecionar entre as práticas e ferramentas de uma WCM, aquelas mais adequadas para

proposição de melhorias no processo produtivo da empresa estudada.

1.2 JUSTIFICATICA

A presente pesquisa justifica-se com base em relevância socioeconômica, ao destacar

que é fator de continuidade buscar a excelência nos serviços prestados e consequente geração

de renda, contribuindo para a sociedade local quanto a possibilidade de geração de empregos

em empresas melhores qualificadas.

Uma contribuição do ponto de vista acadêmico, motivado pelas poucas referências

bibliográficas no Brasil, as quais demonstram a necessidade de maior investigação acadêmica

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sobre o tema, e que possibilitaram ao proponente um aprofundamento ao tema de interesse

pessoal e de vital importância para as empresas.

A capacidade competitiva de qualquer organização se baseia na habilidade de identificar

as ameaças e investir nas oportunidades provenientes do ambiente externo, assim como

conhecer com profundidade os pontos fortes e fracos da organização como um todo, o que leva

crer que terá maior competitividade ao se conhecer as próprias capacidades (SILVA, 2008).

1.3 METODO DE PESQUISA

Para a realização dos objetivos propostos foi conduzida uma pesquisa qualitativa, onde

há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre

o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números (SILVA

e MENEZES, 2005).

Esta pesquisa está calcada na metodologia descritiva, a qual visa descrever as

características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre

variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados, observação sistemática,

em geral na forma de levantamento (GIL, 1991).

É uma pesquisa exploratória, que visa proporcionar maior familiaridade com o problema

com vistas a inseri-lo explicitamente ou a construir hipóteses, envolvendo levantamento

bibliográfico e documental; entrevistas semi-estruturadas com pessoas que têm experiência

prática com o problema (GIL, 1991), utilizando-se da pesquisa aplicada para estudar o problema

no seu contexto e dos conhecimentos obtidos na revisão bibliográfica para solucionar o

problema de pesquisa proposto, dirigida a solução de problemas específicos (KAUARK et al.,

2010).

Será realizado um estudo de caso, na empresa objeto de estudo, com o intuito de levantar

informações que sejam relevantes para solução do problema proposto. O estudo de caso é

considerado um tipo de análise qualitativa (GOODE, 1969), trata-se de uma investigação

empírica, um método que abrange tudo: planejamento, técnicas de coleta de dados e análise dos

mesmos e devem ser complementadas com pesquisas bibliográficas e documentais (LAKATOS

e MARKONI, 2003).

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1.3.1 Universo e Amostra

O universo, ou população, é o conjunto de elementos que possuem as características que

serão objeto do estudo, e a amostra, ou população amostral, é uma parte do universo escolhido

selecionada a partir de um critério de representatividade (VERGARA, 1997).

O universo para a pesquisa são as empresas metalmecânicas localizadas na cidade de

São Carlos, e a amostra é uma empresa metalmecânica de pequeno porte que apresenta

problemas em seu processo produtivo, podendo ser classificada como não-probabilística e

intencional.

1.3.2 Instrumentos de coleta de dados

Segundo Godoy (1995), é interessante que a análise esteja presente durante os vários

estágios da pesquisa, pelo confronto dos dados com questões e proposições orientadoras do

estudo.

A fim de realizar a coleta de dados foram realizadas entrevistas utilizando-se de roteiros

semiestruturados, visitas às instalações fabris e análise de documentos. O roteiro está

apresentado no Apêndice A.

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2 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO PROCESSO

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A fim de preservar sua identificação a empresa objeto de estudo será denominada

“Empresa X”. Ela foi fundada em 1995 e a atual administração assumiu sua gestão a partir de

1999. Possui uma estrutura organizacional departamentalizada (Figura 1). A Empresa X conta

com 51 colaboradores, sendo 42 deles no setor operacional e 09 no setor administrativo. Ela

atua no setor metalmecânico, tendo como atividade principal a “Centrifugação e Fundição de

Tubos e Peças de Aço Inox”, conforme projeto do cliente.

Figura 1 - Estrutura organizacional

Fonte: Elaborado pelo autor

Entre seus principais clientes estão empresas dos seguintes setores:

Siderurgia;

Mineração;

Cimento;

Petroquímico;

Papel e Celulose;

Tratamento Térmico (Fornos);

CONSELHO DIRETOR

DIRETOR ADMINISTRATIVO

RECURSOS HUMANOS

PROGRAMAÇÃO

LOGÍSTICA

DIRETOR FINANCEIRO

CONTAS A PAGAR

CONTAS A REBEBER

DIRETOR INDUSTRIAL

ENGENHARIA DA QUALIDADE

LABORATÓRIO

INSPEÇÃO

ENGENHARIA INDUSTRIAL

MANUTENÇÃO PRODUÇÃO

USINAGEM

MOLDAGEM FUNDIÇÃO

DIRETOR COMERCIAL

VENDAS COMPRAS

ALMOXARIFADO

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Indústria Alimentícia;

Indústria de Vidros;

Outros.

Fornece produtos fundidos dos seguintes materiais:

Aços Refratários;

Aços Inoxidáveis;

Aços Ligados;

Aços Carbono;

Ligas especiais resistentes a abrasão/desgaste.

Como propósitos da organizacional possui:

MISSÃO:

Manter-se sustentável através da fabricação de peças fundidas e centrifugadas em ferro

e aços especiais, atendendo as necessidades e buscando superar as expectativas dos nossos

clientes.

VISÃO:

Ser reconhecida nacionalmente como referência na fabricação de peças fundidas e

centrifugadas em ferro e aços especiais.

VALORES:

Respeitar, reconhecer e desenvolver seus colaboradores;

Atuar de forma ética e transparente.

Manter um constante compromisso com o resultado;

POLÍTICA DA QUALIDADE:

Fornecer produtos fundidos e centrifugados que atendam as especificações dos clientes,

através da qualificação dos colaboradores, melhoria contínua do processo e do sistema de gestão

da qualidade.

Possui no portfólio de seus produtos a fabricação de rolos para separação de minérios;

telas para mineração; grelhas para tratamento térmico; tubos em aço de ligas especiais.

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Estão entre seus fornecedores Comil Cover Sand; Foseco; Santin Steel e como

principais clientes: Vale S.A.; MAHLE Metal Leve S.A.; Companhia Siderúrgica Nacional

(CSN).

2.2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR/DEPARTAMENTO/ATIVIDADE ESTUDADO

A empresa produz aços especiais com rigoroso acompanhamento do processo de

produção através de ensaios em laboratório, onde propriedades físico-químicas são analisados

e garantem ao produto características robustas de resistência a desgaste severo. São produzidos

aços inoxidáveis, siliciosos e carbono/ligados, utilizados para a construção mecânica.

Os elementos de adição utilizados em aços especiais são o boro, cromo, manganês,

níquel, silício, tungstênio, molibdênio, vanádio, cobalto e alumínio. Todos eles conferem mais

qualidade a liga de ferro-carbono, e são utilizados para as mais variadas funções.

O setor de produção da empresa é composto por três setores, os quais são em ordem

sequencial de processo: Moldagem, Fundição e Usinagem. No setor Moldagem são realizados

os processos iniciais, onde areia é a mais usada pois, os moldes de areia são os que suportam

melhor as altas temperaturas de fusão desse metal. A preparação do molde, consiste em

compactar mecânica ou manualmente uma mistura, conforme solicitado pelo cliente. No passo

seguinte encontra-se o setor de Fundição propriamente dito onde a fusão da matéria prima se

dá pelo aquecimento da mesma até atingir seu ponto de liquefação. Após derretida será escoada

ou injetada, numa cavidade especialmente projetada no molde. Uma vez resfriada, a matéria

prima solidifica-se tomando a forma desejada. Possíveis acabamentos são realizados do setor

de Usinagem. A Figura 2 mostra essa sequência.

Figura 2 – Setor Produtivo

Moldagem Fornos 1 e 2 Usinagem

Fonte: Elaborado pelo autor

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A tecnologia do processo de produção engloba em sua infraestrutura:

Fornos de fusão, por indução;

Centrifugas;

Forno de tratamento térmico;

Misturador de areia;

Soldadoras;

Rebarbadora,

Espectrômetro, para assegurar a composição do material conforme especificação do cliente.

Utiliza de matéria prima:

Sucata de aço inox;

Ligas especiais, tais como:

Cromo alto e baixo carbono;

Molibdênio;

Titânio;

Entre outros.

A empresa X possui o conhecimento organizacional no que engloba a consciência,

compromisso, atitude coletiva e comportamento da organização com relação à importância de

realizar sua atividade conforme o que está definido no Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)

e das implicações caso isso não ocorra, e tem maturidade de qualidade quanto à conformidade

e atendimento aos requisitos da norma NBR ISO 9001:2015. Nesse aspecto entendem que a

maturidade é média, e que será melhorada com a melhoria da cultura da qualidade.

2.3 APOIO TEÓRICO

Focando nas melhores práticas adotadas pelas melhores empresas japonesas, a prática

da WCM vem sendo adotada por diversas empresas no mundo.

Conforme citado por Cortez (2010), o termo ‘Manufatura de Classe Mundial’ foi

introduzido por Hayes e Wheelwright (1984) ao descrever as capacidades desenvolvidas por

empresas japonesas e alemãs ao entrarem na concorrência por mercados de exportação. Em

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1986, Schonberger utilizou o mesmo termo em seu livro World Class Manufacturing com uma

abordagem mais forte, levando a ideia de que adotando práticas de Just-in-Time e Qualidade

Total qualquer empresa poderia reduzir seus leads times e se tornar uma Manufatura de Classe

Mundial.

Enxergar a importância da manufatura como arma estratégica é a maneira mais fiel para

descrever os melhores produtores mundiais, segundo Paddock (1993).

Yamashina (2009) define WCM como o nível de excelência de todo o ciclo logístico -

produtivo, tratando das metodologias aplicadas e do desempenho alcançado pelas melhores

organizações mundiais. De acordo com o autor o WCM se baseia nos conceitos de:

Total Productive Maintenance (TPM): É uma abordagem holística para a manutenção de

equipamentos que se esforça para alcançar uma produção perfeita: sem avarias; sem

pequenas paradas ou corrida lenta; sem defeitos; sem acidentes.

Total Quality Control (TQC): A aplicação de princípios de gerenciamento de qualidade a

todas as áreas de negócios, desde o design até a entrega, em vez de restringi-las apenas às

atividades de produção.

Total Industrial Engineering (TIE): é um sistema de métodos onde o desempenho da mão-

de-obra é maximizado pela redução de Muri (operação não natural), Mura (operação

irregular) e Muda (operação sem valor agregado).

Just In Time (JIT): é um sistema de administração da produção que determina que nada

deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa.

Yamashina (2010) apresenta o WCM com base em pilares, visando à essência da

filosofia. Os pilares gerenciais indicam o comprometimento que as pessoas e a organização

devem demonstrar durante a aplicação do modelo para auxiliar o atingimento dos objetivos dos

pilares operativos, e estes representam os aspectos relacionados à produção sobre os quais se

estruturam uma Manufatura de Classe Mundial.

Segundo Cortez (2010), os pilares operativos representam os aspectos relacionados à

produção sobre os quais se estruturam uma Manufatura de Classe Mundial. Cada um desses

pilares apresenta objetivos específicos a serem implementados pela organização para o

desenvolvimento do sistema. Os pilares gerenciais, por sua vez, indicam o comprometimento

que as pessoas e a organização devem demonstrar durante a aplicação do modelo para auxiliar

a alcançar os objetivos dos pilares operativos.

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20

Para Yamashina (2010), a base do WCM do sistema é muito simples: é necessário

identificar qual é o problema, identificar qual é a sua perda, o método que será adotado e

controlar os resultados.

Dentro deste cenário de globalização econômica e produtiva fica bastante claro que as

empresas com maiores chances de sobrevivência e crescimento são aquelas que atingirem o

nível de empresa “classe mundial”, isto é, empresas que tem como vantagem competitiva os

fatores ganhadores de pedido (PIRES, 1995):

Qualidade;

Custo;

Flexibilidade;

Velocidade de entrega;

Tecnologia.

Fica evidente a necessidade de se aprofundar na análise do funcionamento destas

empresas em todas suas áreas: Técnica, Administrativa, Relações Humanas, Financeira e

Comercial na busca de uma definição que seja sucinta e ao mesmo tempo abrangente para

empresa “classe mundial”, salientando que fica impossível avaliar cada área separadamente,

uma vez que é praticamente mandatório analisar suas inter-relações em uma empresa que se

pretenda ser “classe mundial”.

É necessário gerir todo o sistema, não apenas as divisões; focar nos funcionários, não

no patrimônio; focar na microgestão, e não macrogestão; focar no tempo, não no custo;

organizar em torno da cadeia de valor, não em torno de funções; aprender com os erros, não os

repetir; ser local, não central; ter prontidão no lugar de decisões adiadas; ter cooperação, e não

competição interna.

Segundo Paddock (1993), a implementação do WCM se entendido e acompanhado pela

alta gerência, pode mudar a personalidade da fábrica ou a cultura de uma organização.

Yamashina (2007) apresenta o WCM com base em pilares, visando à essência da filosofia

conforme mostrado na Figura 3.

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Figura 3 - WORLD CLASS MANUFATURING (WCM)

Fonte: Adaptado pelo autor de Yamashina (2007)

2.3.1 Segurança

Tem como principal objetivo a melhoria constante do ambiente de trabalho com a

consequente redução/eliminação de atos e condições inseguras passíveis de causar incidentes,

para assegurar integridade física e psíquica do trabalhador através da criação de um ambiente

de trabalho controlado e seguro. Para Yamashina (2010), a metodologia contribui de forma

incisiva, pela observação e análise profunda de todas possíveis causas que possam dar início a

um incidente/acidente, minimizando e/ou eliminando as causas das mesmas.

Não são equipes formadas para cumprir a legislação trabalhista em um determinado

país, mas sim, da conscientização que deve existir na mente de cada membro da empresa, do

mais alto ao mais baixo escalão, na segurança pessoal e ambiental.

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Utilizando-se de uma analogia com a Biologia, pode-se entender que segurança é algo

biológico. O corpo humano sabe como se defender de invasores através de seu sistema

imunológico. Portanto espelhar-se nesse complexo sistema e aplica-lo de forma sistêmica, pode

gerar as prevenções necessárias para manter em segurança nas atividades do dia-a-dia,

principalmente nas que envolvam mais de um colaborador atuando no ambiente de trabalho.

Cada componente desse grupo é responsável por sua segurança e a de que os cercam.

2.3.2 Desdobramentos de Custos

Este pilar, após identificar quais as perdas e onde elas estão, disponibiliza as

informações aos pilares para atacá-las. Para que a organização consiga melhoramento eficaz

através da identificação de todas as perdas do sistema produtivo e prioriza-las segundo as que

ofereçam as maiores potencialidades de redução de custos.

Para Brinson (1996), perdas e desperdícios são constituídas pelas atividades que não

agregam valor e que resultam em gastos de tempo, dinheiro, recursos sem lucro, além de

adicionarem custos desnecessários aos produtos. Atividades que não agregam valor (NVAA)

são as que podem ser eliminadas sem que haja deterioração no desempenho da empresa (custo,

funcionalidade, qualidade e valor agregado). Desperdício, no entender de Robles Jr. (2003), é

a perda a que a sociedade é submetida devido ao uso de recursos escassos. Esses recursos

escassos vão desde material, mão-de-obra e energia perdidos, até a perda de horas de

treinamento e aprendizado que a empresa e a sociedade perdem, devido, por exemplo, a um

acidente de trabalho.

Tem como principais objetivos:

Identificar as perdas causais e resultantes;

Identificar e localizar as perdas (matriz de perdas);

Valorizar as perdas e escolher a metodologia de ataque;

Planificar as atividades de combate às perdas;

Desenvolver competências para enxergar e combater as perdas mais significativas;

Implementar um Plano de Redução de Custos (Cost Deployment).

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23

2.3.3 Melhoria Focada

Dedicado as grandes perdas resultantes do Cost Deployment que tem um forte impacto

sobre o budget e os KPI’s (Key Performande Indicator) da fábrica, das quais as soluções

resultam em importantes economias. É uma proposta focalizada na solução de temas específicos

e identificáveis que se propõe a obter resultados a curto prazo, com um benefício elevado em

termos de redução de custos devido às perdas e os desperdícios (OLIVEIRA, 1999).

Segundo (CLINTON e HSU, 1997), as empresas necessitam de indicadores de

desempenho que relacionem a estratégia empresarial com as decisões operacionais, e ainda

citam vários autores estudaram este tema dentre os quais podemos citar: SKINNER, KAPLAN,

COX, HAAS, EVANS e MAESTRELLI. Apesar dos diferentes enfoques todos são unânimes

em afirmar que centralizar a atenção nos indicadores de custos e finanças, fatores que

geralmente são focalizados nos sistemas tradicionais de medição de desempenho, não garantem

o sucesso da organização. Portanto é preciso que se desenvolva uma gama de indicadores que

reflitam a estratégia da organização e ao mesmo tempo sejam de fácil entendimento pelo chão-

de-fábrica, fazendo o que se chama de desdobramento da política da empresa.

Cada empresa deve escolher dentre os diversos indicadores disponíveis aqueles que

melhor atendam estes requisitos, porém, de uma forma geral sempre expressando as 5

dimensões competitivas: Qualidade, Custos, Flexibilidade, Confiabilidade e Inovação. Os

indicadores escolhidos pela área do estudo de caso estão apresentados no capítulo 3.

2.3.3.1 Ciclo PDCA

Foi criado por Walter A. Shewart, na década de 20, mas tornou-se conhecido quando

William Edward Deming, espalhou o conceito pelo mundo, e a partir da década de 1950 ficou

também conhecido como ‘Ciclo Deming’ (Figura 4). É essencial no Total Quality Control -

TQC (Controle de Qualidade Total) onde “planejar”, “executar”, “verificar” e “agir” assumem

papel estratégico. O PDCA é utilizado para a melhoria, há uma indagação recorrente sobre

como planejar uma correção de algo que não se conhece muito bem.

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Figura 4 - Ciclo PDCA

Fonte: Adaptado pelo autor de Hosotani (1992)

PDCA é mais que uma metodologia, uma ferramenta para a manutenção da qualidade e

produtividade, com avaliações criteriosas em todas as etapas envolvidas. O PDCA tornou-se

um conceito universal, um verdadeiro legado, um conceito cujo proprietário é a humanidade,

que dele tem se utilizado e dele pode depender para a resolução de muitos problemas que

afligem a sociedade moderna.

Campos (1992, p.31) esclarece as situações de uso da utilização do PDCA:

O ciclo PDCA de controle pode ser utilizado para manutenção do nível de controle

(ou cumprimento das “diretrizes de controle”), quando o processo é repetitivo e o

plano (P) consta de uma meta que é uma faixa aceitável de valores e de um método

que corresponde os “Procedimentos Padrão de Operação”. ...Também utilizado nas

melhorias do nível de controle (ou melhoria da “diretriz de controle”). Neste caso, o

processo não é repetitivo e o plano consta de uma meta que é um valor definido (por

exemplo: reduz o índice de peças defeituosas em 50%) e de um método, que

compreende aqueles procedimentos próprios necessários para se atingir uma meta.

Essa meta é o novo “nível de controle” pretendido.

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2.3.3.2 Diagrama de causa e efeito – Ishikawa

Essa ferramenta foi proposta por Kaoru Ishikawa (Figura 5) na década de 60 e está

inserida dentro do MASP (Método de Análise e Solução de Problemas). É uma representação

gráfica que auxilia a identificação, exploração e apresentação das possíveis causas de uma

situação ou problema específico. Também conhecido como Espinha de Peixe ou Causa e Efeito

ou Seis M (PEINADO e GRAEML, 2007).

Mão de obra – inclui os aspectos relacionados as pessoas e a sua forma de trabalho;

Material – inclui os aspectos relacionados a insumos e matérias primas;

Máquina – são os aspectos relativos aos equipamentos;

Medida – inclui a adequação e a confiança nas medidas como aferições, escalas, etc.;

Meio ambiente – são as condições ou aspectos ambientais que possam afetar o processo;

Método – referem-se os procedimentos, rotinas e técnicas utilizadas.

O processo de utilização do Diagrama de Causa e Efeito envolve os seguintes passos:

Descrever o problema (efeito negativo) ou resultado a ser analisado;

Escolher as raízes de análise que serão utilizadas;

Listar as causas mais prováveis;

Organizar as causas selecionadas por raiz;

Inter-relacionar as causas dentro da sua raiz;

Verificar ser existe relação de causas entre as raízes;

Selecionar as causas mais prováveis.

O objetivo desta técnica é mapear fatores que afetam um problema (efeito negativo) ou

resultado desejado e determinar a causa mais provável de um problema ou o fator mais relevante

de um resultado desejado.

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Figura 5 - Diagrama de Ishikawa

Fonte: Adaptado pelo autor de Ishikawa (1943)

Para que o Diagrama de Ishikawa tenha um bom resultado é necessário que se

tenha um bom Brainstorming das causas e sub-causas do problema.

2.3.3.3 Brainstorming

O Brainstorming (Tempestade de Ideias) nada mais é do que, como o próprio nome já

diz, uma tempestade de ideias ou ser as causas do problema. É uma dinâmica de grupo que é

usada em várias empresas como uma técnica para resolver problemas específicos, para

desenvolver novas ideias ou projetos, para juntar informação e para estimular o pensamento

criativo. Considerada como a espinha dorsal em diversas áreas, como Publicidade, Gestão de

Processos, e ramificações da engenharia (BOY, 1997).

Regra básica É proibido debates e críticas às ideias apresentadas, pois causam inibições,

quanto mais ideias melhor, nenhuma ideia deve ser desprezada.

Regra 1 é aquela em que as ideias são geradas;

Regra 2 é destinada à realização dos esclarecimentos relativos aos processos;

Regra 3 presta-se à avaliação das ideias propostas.

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2.3.3.4 Metodologia Kaizen

Kaizen significa a melhoria contínua de um fluxo completo de valor ou de um processo

individual, a fim de se agregar mais valor com menos desperdício (Figura 6). Segundo Rother

e Shook (1999), há dois níveis de Kaizen:

Kaizen de fluxo: ou de sistema, que enfoca no fluxo de valor, dirigido ao gerenciamento;

Kaizen de processo: que enfoca em processos individuais, dirigido às equipes de trabalho e

líderes de equipe.

Figura 6 – KAIZEN

Fonte: Rother e Shook (1999)

Kaizen são esforços de melhoria contínua, executados por todos, sendo que o seu foco

central é a busca pela eliminação dos desperdícios, onde o objetivo é atingir metas por meio de

processos eficazes e sustentáveis, através de abordagens sistemáticas. As três principais

premissas da metodologia Kaizen de melhoria contínua são: estabilidade financeira e emocional

aos funcionários, clima organizacional agradável e ambiente de trabalho simples, organizado e

funcional.

2.3.4 Manutenção Autônoma / Planejada

A manutenção tem por objetivo manter as máquinas e equipamentos em bom estado de

conservação, minimizando o risco de algo sair errado durante uma operação (TAKAHASHI e

OSADA, 2010).

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O pilar da manutenção autônoma tem o intuito demonstrar os conceitos da manutenção,

capacitar e desenvolver nos colaboradores, afim de manterem as condições básicas e

operacionais de suas máquinas, além de promover neles mudanças que venham garantir

melhores níveis de produção. Segundo Ortis (2004), o desenvolvimento da manutenção

autônoma significa mudar o conceito de “eu fabrico, você conserta” para “do meu equipamento

cuido eu”.

Já segundo Schoba (2003), a manutenção planejada tem como objetivo a melhoria

individual; eliminar grandes perdas; maximizar a disponibilidade física e a confiabilidade dos

equipamentos, eliminando a manutenção não programada e minimizando a manutenção

programada, mantendo o equipamento na sua condição normal.

Para Mirshawka e Olmedo (1994), percebe-se com clareza que existem seis grandes

causas de utilização ineficiente de máquinas e equipamentos: perdas por quebras; perdas devido

a ajustes e a tempo de preparação; pequenas paradas e trabalho lento ou em vazio, quando existe

algum problema a montante, pois essas situações têm grande influência no desempenho global

da máquina. As perdas nessa área podem ser grandes, e em alguns casos até superiores do que

as causadas por perda de capacidade; perdas devido à capacidade reduzida; problemas de

qualidade; perdas devido a reinício e partida;

2.3.5 Organização Posto de Trabalho

O programa 5S tornou-se uma estratégia bastante valorizada dentro de organizações

como uma metodologia que busca principalmente eliminar desperdícios e aumentar a

produtividade. Visa melhorar a ordem e a limpeza, criar conforto e um ambiente de trabalho

seguro, com o aumento da satisfação pessoal e produtividade. Meio fundamental para

transformar realidades gerenciais, potencializar resultados e melhor aproveitar o potencial

humano. Envolve conhecimento, capacidade de eliminar desperdícios continuamente e resolver

problemas de maneira sistemática. Tem sua origem no Japão, quando em Maio de 1950, o

professor Kaoro Ishikawa, segundo alguns historiadores, porém, não existe nenhuma citação

nos seus próprios livros sobre esta suposta referência RIBEIRO (2010).

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Para Yamashina (2010), cada “S” representa um senso que deve ser internalizado no

comportamento e atitude das pessoas, diferenciando bons profissionais e passando a fazer parte

da cultura da empresarial. (Figura 7)

Figura 7 – 5S

Fonte: Adaptado de Yamashina (2010)

É através do pleno engajamento das pessoas envolvidas com o trabalho que se consegue

vislumbrar oportunidades de melhoria e ganhos sustentáveis. A organização do posto de

trabalho, é uma ação muito importante para o sucesso do WCM, a realização de atividades

autônomas dentro da fábrica que os próprios operadores podem realizar em seu dia-a-dia,

colaborando com a manutenção e conservação das máquinas, além da melhoria dos processos

de produção e trabalho (YAMASHINA, 2010).

Seguindo o processo de organização a aplicação dos conceitos do Housekeeping faz-se

necessário para o desempenho das atividades laborativas em um ambiente limpo e saudável.

Pedroso e Pilatti (2010) enfatizam que a mão de obra necessária para a produção é

movida por um homem com sentimentos e realizações pessoais, e que o estado emocional pode

acarretar sérios agravamentos na produção. A partir disso, percebe-se que o ambiente laboral

detém características que podem vir a originar diminuição da produtividade e consequente

perda da competitividade empresarial. É diante dessa probabilidade que as empresas devem

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passar a observar o trabalhador em seu local de trabalho, uma vez que, frente a essa proposição,

fica claro que um ambiente com melhores condições de trabalho propicia uma melhor produção.

Este programa, quando implantado, tem como objetivo melhorar o ambiente de trabalho;

prevenir acidentes; incentivar à criatividade; reduzir custos; eliminar os desperdícios;

desenvolvimento do trabalho em equipe; melhorar as relações humanas; melhorar a qualidade

de produtos e serviços.

No Brasil, o programa Housekeeping foi lançado em 1991, e sua importância na criação

do ambiente da qualidade tem sido reconhecida amplamente. Com isso, os efeitos produzidos

foram visíveis no que diz respeito ao aumento da autoestima, respeito ao semelhante, respeito

ao meio ambiente e crescimento pessoal (ARAÚJO et al., 2007; SANTOS, 2011).

2.3.6 Controle de Qualidade

Total Quality Control (TQC), Controle de Qualidade. Segundo Cortez (2010), este pilar

trabalha para garantir a satisfação do cliente, atuando na conscientização dos operadores e na

importância da qualidade na atividade de cada processo e de seus atos. Treinamento é a chave

para o sucesso no aprimoramento das práticas envolvidas, diminui as reclamações dos clientes

através da análise de todos os defeitos de qualidade e reduz o tempo entre a ocorrência do

defeito, detecção e correção.

O TQC tem a figura do cliente como um dos objetivos, alguém que trata do processo

seguinte a ser executado. Dessa forma ao se identificar um problema, investiga-se o processo

anterior e o atual, como causa e efeito. Todos devem compreender seus próprios processos

dentro de um contexto de uma sequência de produção.

2.3.7 Logística e Serviço ao Cliente

Segundo Costa (2017), a importância da logística cresce a níveis exponenciais,

especialistas auxiliam empresas privadas e governamentais na tomada de decisão de forma

coerente, para uma gestão logística eficiente. Uma visão já explorada pelos japoneses quando

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da recuperação econômica pós-guerra: o estar próximo. A economia é vital para os

consumidores, para a organização e para a economia em geral, a princípio pela localização

geográfica entre produtores e consumidores, onde o armazenamento e transporte são partes

essenciais no planejamento do negócio, e por consequência, como fazer o produto chegar até o

consumidor final.

Segundo Moura (2006), de uma forma sintética podemos dizer que a logística é um

processo de gestão dos fluxos dos produtos, de serviços e da informação associada, entre

clientes e fornecedores (Figura 8).

Figura 8 – Visão geral do processo logístico

Fonte: Moura (2006)

A logística tem influência transversal e multidisciplinar, interagindo com diversas

funções organizacionais, em especial marketing e gestão de operações. Tem para as empresas

posição estratégica, disponibilizando produtos e serviços no locais e momentos desejados, ao

menor custo possível.

Druker(1962) publicou na revista Fortune, um artigo (The Economy’s Dark Continent),

na qual as atividades de distribuição como das mais desprezadas e mais promissoras na

América. Uma de suas frases mais citadas em literatura especializada é: “A primeira função de

uma empresa é criar clientes ”.

A logística é o elo entre e o fabricante e o cliente, um caminho de mão dupla ao

pensarmos que a mesma deve gerar opções para o cliente descartar produtos obsoletos e/ou sem

uso, logística reversa (Figura 9) (COSTA, 2017).

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Figura 9 – Fluxos físicos direto e reverso

Fonte: Adaptado pelo autor de Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano

2.3.8 Gestão Preventiva dos Equipamentos

Segundo Glasser (1969), Gestão Preventiva dos Equipamentos são ações antecipadas

através da substituição de partes do sistema, na tentativa de prevenir a ocorrência de falhas, que

na terminologia empregada neste trabalho refere-se ao plano de substituição de peças de

equipamentos ou partes que podem falhar em operação, a menos que uma substituição seja feita

a tempo, é apropriada para equipamentos cuja taxa de falhas cresce com o uso (Figura 10).

Figura 10 – Tipos de manutenção

Fonte: Adaptado pelo autor de Nakajima (1989).

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A manutenção preventiva busca evitar a indisponibilidade inesperada do equipamento,

através da substituição de componentes ou partes do equipamento a intervalos de tempo

prefixados, baseados em dados técnicos de vida útil dos componentes. É o conjunto de

atividades técnicas e administrativas cuja finalidade é reduzir a probabilidade de falha ou a

degradação do funcionamento de uma peça ou equipamento (MOUBRAY, 2003).

Nakajima (1989) destaca que o estilo de manutenção americano estava baseado no

espirito taylorista de divisão do trabalho, enfatizando a postura do “Eu opero, você conserta”,

visão contrária ao modo japonês, onde todos podem e devem participar da manutenção

trabalhando em equipe, onde os operadores são vistos como os primeiros mantenedores de seus

equipamentos.

2.3.9 Desenvolvimento de Pessoas

É o processo através do qual o empregador orienta o desempenho e a eficiência dos

recursos humanos segundo as metas e os objetivos da organização, com a capacitação e

formação profissional, tanto técnicos como científicos de seus colaboradores, buscando

desenvolver neles o que melhor apresenta o CHA (conhecimento, habilidades e atitudes)

(Figura 11). Desenvolver e/ou aprimorar o conhecimento técnico, especializando-o nas tarefas

que realiza, fazendo-o aplicar os conhecimentos que possui e que domina e que possua um bom

comportamento social, desenvolvendo o trabalhar em equipe (GRAMIGNA, 2002).

Figura 11 – Conceito C.H.A

Fonte: Elaborado pelo autor

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Chiavenato (2004) afirma que “os processos de desenvolvimento de pessoas estão

intimamente ligados com a educação”, ou seja, há uma necessidade do ser humano exteriorizar

suas potencialidades inatas ou adquiridas por meio da formação formal.

Para Boog (1999), um processo de mudança deve contemplar o desenvolvimento do ser

humano e da empresa em todos os níveis (identidade, relações, processos e recursos). A

empresa só se desenvolve se as pessoas que a compõem se desenvolverem, e vice-versa.

Robbins (2002) comenta que: “O treinamento pode ser muito importante no resultado

da empresa”. Entende-se que o treinamento deve incentivar ao funcionário a se

autodesenvolver, a buscar o seu próprio meio de reciclagem. Os principais objetivos de

treinamento, são:

Preparar o pessoal para execução imediata das diversas tarefas do cargo;

Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas em seus

cargos atuais, mas também para outras funções para as quais a pessoa pode ser considerada;

Mudar a atitude das pessoas, seja para criar um clima mais satisfatório entre empregados,

aumentar-lhes a motivação e torná-las mais respectiva às técnicas de supervisão e gerência.

“O treinamento deve estar vinculado a uma meta e esta meta deve justificar a ação de

treinamento, para que o mesmo possa incentivar a conquista do resultado esperado”

(CHIAVENATO, 2004).

2.3.10 Meio Ambiente / Energia

O pilar de meio ambiente tem como objetivo atender a normas de gerenciamento

ambiental, e desenvolver uma cultura de proteção ao meio ambiente, que propõe o

desenvolvimento que incluem como principais atividades: auditorias internas periódicas para

verificar o impacto da planta no ambiente que está inserida, identificação e prevenção de riscos,

uso da ISO 14000, e uma variedade de melhorias técnicas da planta (PALUCHA, 2012).

O conjunto ISO 14000 é formado pelas seguintes normas:

ISO 14001: trata do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

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ISO 14004: trata do Sistema de Gestão Ambiental, sendo destinada ao uso interno da

empresa.

ISO 14010: são normas sobre as Auditorias Ambientais. São elas que asseguram

credibilidade a todo processo de certificação ambiental.

ISO 14031: são normas sobre Desempenho Ambiental.

ISO 14020: são normas sobre Rotulagem Ambiental.

ISO 14040: são normas sobre a Análise do Ciclo de Vida.

Alguns passos devem ser obedecidos para a implantação / acompanhamento da gestão

ambiental:

1) Entender a legislação e regulamentos locais sobre o meio ambiente, identificar, classificar

e priorizar os problemas ambientais da fábrica;

2) Identificar e implementar métodos adequados contra as fontes dos problemas ambientais

identificados;

3) Preparar normas provisórias; estender horizontalmente a outras áreas, a partir de

treinamentos de todos os envolvidos; estabelecer um sistema de auto auditoria dos sistemas;

4) Efetuar o controle de substâncias químicas; economizar recursos e energia;

5) Estabelecer sistemas de suporte tais como contabilidade ambiental, sistema operacional e

sistema de informação;

6) Estabelecer um sistema de redução da carga ambiental, dos riscos ambientais e da carga

ambiental na logística; procurar contratos ecológicos;

7) Criar uma planta modelo em termos ambientais.

Com implementação do pilar em uma empresa, permite à esta, a redução de perdas,

redução de resíduos, redução das fontes de poluição, eliminação das condições de acidentes

ambientais potenciais, tornando-a protetora do meio ambiente, sendo um modelo global com

mais força competitiva no mercado.

2.4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO PROCESSO

Nesta seção será apresentada uma descrição e análise do processo a fim de identificar

oportunidades de melhoria, tendo em vista os itens apontados no apoio teórico.

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36

Na Figura 12 realizou-se uma análise com propósito de identificar como a empresa

encontra-se em relação aos pilares de sustentação da WCM. Nota-se que os pilares com maiores

deficiências são os de Melhoria Focada e o de Organização do Posto de Trabalho. Uma primeira

oportunidade de melhoria identificada está na implantação de um conjunto de indicadores de

performance.

Outro ponto a ser readequado é a Organização dos Postos de Trabalho, onde o conceito

de senso de organização pode ser interpretado como a importância de se ter todas as coisas

disponíveis de maneira que possam ser acessadas e utilizadas imediatamente. Pode-se

identificar como resultados do senso de organização: economia de tempo; facilidade na

localização das ferramentas e redução de pontos inseguros.

Figura 12 – WCM - Situação encontrada

Fonte: Adaptado de Yamashina (2007).

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37

Tal confirmação quanto a Organização dos Postos de trabalho podem ser evidenciados

na Figura 13, conforme exposto:

Figura 13 - Situação inicial visualizada

ÁREA AVALIAÇÃO STATUS:

Portão de entrada:

Encontra-se em obras para alargar a passagem.

Muro frontal:

Necessita de consertos na alvenaria;

Repintura.

Muro e passeio frontal:

Cortar o mato, a fim de melhorar o passeio público.

Vista lateral externa esquerda:

Desorganizado

Entrada frontal do galpão:

Organizado

Ambiente limpo

Refeitório:

Boa iluminação;

Piso e pintura em bom estado;

Ambiente limpo e arejado.

Área de convivência:

Simples;

Organizado.

Sala de reunião:

Boa iluminação;

Piso e pintura em bom estado;

Ambiente limpo e arejado.

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ÁREA AVALIAÇÃO STATUS:

Laboratório:

Boa iluminação;

Pintura em bom estado;

Ambiente limpo e arejado;

Piso deveria ser mais bem elaborado.

Entrada administração:

Arborizado;

Definir local para estacionamento (bicicletas, motos,

carros).

Fornos 1 e 2

Organizado

Pátio armazenagem matéria prima

Desorganizado

Lateral fabrica

Ambiente limpo

Definir local para estacionamento (bicicletas, motos,

carros).

Almoxarifado

Ambiente limpo

Desorganizado

Lateral fabrica

Organizado

Lateral da fábrica e armazenagem matéria prima

Organizado

Almoxarifado

Ambiente limpo

Desorganizado

Almoxarifado

Organizado

Melhorar as baias

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39

ÁREA AVALIAÇÃO STATUS:

Pátio matéria prima

Desorganizado

Pátio matéria prima

Desorganizado

Área lateral matéria prima

Desorganizado

Área desbaste

Desorganizado

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Desorganizado

Obstrução corredor

Fornos 3 e 4

Desorganizado

Forno 5 e 6

Desorganizado

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Preparação conquilhas

Desorganizado

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Centrifuga de tubos

Desorganizado

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Centrifuga de tubos

Desorganizado

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

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40

ÁREA AVALIAÇÃO STATUS:

Forno 1 e 2

Desorganizado

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Manutenção ferramentaria

Desorganizado

Manutenção ferramentaria

Desorganizado

Centrifuga de tubos

Desorganizado

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Expedição

Arrumado

Expedição

Desorganizado

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Expedição

Desorganizado

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Expedição

Ambiente limpo

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Expedição

Ambiente limpo

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Expedição

Com materiais não necessários ao desenvolvimento dos

trabalhos

Fonte: Elaborado pelo autor

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41

Na figura 14 fez-se uma análise considerando níveis de desempenho esperados Limite

Superior e Limite Inferior (LS e LI), que demonstra a classificação das empresas atuantes no

mercado. Nota-se que quanto maior o nível de desempenho, menor a quantidade de empresas

nesse limite. Uma WCM pode ser alocada em qualquer tipo de atividade, seja ela de produção

ou de serviço. O que melhor a define é como a empresa aplica e controla seus processos. Maior

aprofundamento científico poderá ser realizado em pesquisas futuras para validar tais ideias.

Figura 14 – Comparativo de empresas WCM / Posicionamento da empresa estudada

Fonte: Elaborado pelo autor

LEGENDA:

Empresas com baixo rendimento.

Empresas com médio rendimento.

Empresas com bom rendimento.

Empresas com excelente rendimento.

LSD Limite Superior de Desempenho

LID Limite Inferior de Desempenho

LSD

𝒙ഥ

LID

Desempenho

Empresa X

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42

3 PROPOSTA DE MELHORIA

Como primeira proposta de melhoria sugere-se a implantação dos KPIs (Key

Performance Indicator) - Indicadores Chave de Desempenho, como forma de identificar os

desvios nos processos relacionados com a produção e que refletem nos processos de gestão de

uma organização. Destaca-se que se trata de uma melhoria atrelada ao pilar WCM da melhoria

focada.

Para que se tenha uma visão abrangente do setor produtivo da empresa, a aplicação da

ferramenta de medição de desempenho utilizada, KPI, deve contribuir de forma relevante por

permitir uma avaliação mais consistente dos principais indicadores de desempenho da linha de

produção.

Objetivos

Os objetivos da qualidade são estratificados da Política da Qualidade da organização.

Eles devem traduzir como deveremos acompanhar a evolução de um determinado processo,

produto ou negócio. Todos os objetivos devem ser medidos e quantificados através de

indicadores.

Metas

Cada indicador deve ser acompanhado de uma meta, que fornecerá informação de

sucesso ou fracasso na avaliação de um determinado processo, produto ou negócio.

Representação dos indicadores

Os indicadores devem ser representados pelo seu modelo matemático, periodicidade e

método de coleta, além dos objetivos e das metas conforme descritos no quadro 2. Podem ser

apresentados graficamente, para se ter ideia de variabilidade e tendência, que ajudarão na

pesquisa de soluções para melhoria contínua, com o intuito de atingir a meta proposta ou de

definir novas metas para aquele indicador.

A definição do método de coleta é bastante interessante quando se tem a composição de

diferentes variáveis para se obter o indicador, de maneira que se pode ter certeza de que todas

essas variáveis foram contempladas e utilizadas na obtenção do indicador (Quadro 1).

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43

Quadro 1 – Indicadores de desempenho propostos

DO NEGÓCIO

Índ

ice

de

Pro

du

tiv

id

ade

Men

sal

Resultado do cálculo de produtividade

representa o quanto está sendo

empregado para cada unidade do que

foi fabricado.

𝐈𝐏𝐌 = (faturamento

nº func. médio x horas mês)

Índ

ice

de

Ren

tab

ilid

ade

Men

sal

Mede o potencial que o negócio tem

em se pagar, com base no

investimento realizado em sua

aquisição ou estruturação.

𝐈𝐑𝐌 = (vendas líquidas

custo dos produtos vendidos)

Do Sistema Gestão Da Qualidade / Processos Tecnológicos

Índ

ice

de

Rec

lam

ação

Men

sal

Os Indicadores da Qualidade, ou

Indicadores da Satisfação dos

Clientes, medem como o produto ou

serviço é percebido pelo cliente e a

capacidade do processo em atender os

requisitos dos clientes. Podem ser

aplicados para a empresa como um

todo, para um processo ou para uma

área.

𝐍𝐑 = número de reclamações

Índ

ice

de

Ret

rab

alh

o

Men

sal

Identifica as repetições de produção

ocasionadas por problemas

operacionais. Seu acompanhamento

permite rastrear sua causa.

𝐈𝐑𝐞𝐭𝐫 = (número de peças retrabalhadas

número de peças produzidas) x 100

Das Equipes De Trabalho

Índ

ice

de

Tu

rno

ver

Men

sal

O turnover é a alta rotatividade de

funcionários em uma empresa, ou

seja, um empregado é admitido e

outro desligado de maneira sucessiva.

𝐓𝐮𝐫𝐧𝐨𝐯𝐞𝐫

= (número de demissões + número de demissões

número total de funcionários)

Índ

ice

de

Ab

sen

teís

mo

Men

sal

O absenteísmo designa a tendência

dos membros de empresas para se

defenderem contra certas deficiências

nas relações laborais faltando ao

trabalho (faltar por doença, por

exemplo). O absenteísmo aumenta os

custos para a empresa, e dificulta a

concretização dos seus objetivos,

afetando a sua eficácia e eficiência.

𝐀𝐛𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞í𝐬𝐦𝐨

= (número de horas perdidas

número de horas planejadas) x 100

Fonte: Próprio autor

Além da implantação dos KPIs, outra melhoria que pode ser sugerida para a empresa

objeto de estudo, diz respeito à implantação de práticas relacionadas ao pilar da organização do

posto de trabalho, a qual pode ser implementada por meio da realização de um Projeto 5S ou

Housekeeping, passando pela conscientização dos colaboradores e mudança de postura da

empresa em relação à organização.

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Destaca-se que a fim de motivar a empresa a engajar-se em um projeto de melhoria

focada, ou autor ministrou um breve treinamento na empresa a fim de dar subsídios para que os

colaboradores chave pudessem identificar e compreender as principais ferramentas e conceitos

envolvidos. O material utilizado nesse treinamento é apresentado no Apêndice B.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após análise realizada no setor de produção da empresa objeto de estudo, os objetivos

de estudo, geral e específicos foram atendidos. Mostra-se a necessidade de melhoramentos no

planejamento de produção e posterior execução, fazendo com que este seja cumprido,

garantindo os prazos de entrega aos clientes, para que dessa forma seja possível obter ganhos

em produtividade e qualidade dos produtos, aumentando consequentemente a competitividade

frente ao mercado e conquistando maior confiança do mercado consumidor.

Por se tratar de uma empresa de pequeno porte, as limitações quanto ao capital para

investimento são responsáveis por muitas das falhas encontradas na organização, a falta de

recursos financeiros apresenta-se como o principal agravante para tomadas de decisões que

possam intervir na melhoria do sistema produtivo da empresa.

No que se refere à organização nos postos de trabalho, pode-se constatar a falta de zelo

pela organização do ambiente para que o processo ocorra uniformemente e sem interrupções.

Dessa forma cabe aos gestores analisarem esses gargalos produtivos e buscarem formas de

minimizar seus efeitos, para que a organização possa crescer e alcançar as metas estabelecidas.

Futuramente, sugere-se que seja feita uma análise mais abrangente, aplicando

progressivamente os demais pilares de sustentação da metodologia de uma WCM, e que todos

os setores da empresa passem a ter uma visão holística do negócio através da utilização de

ferramentas de avaliação de desempenho e assim, tome-se medidas que contribuam para o

crescimento de toda organização, tornando-a mais competitiva.

Como trabalhos futuros, o autor sugere a realização de estudos semelhantes em outras

empresas de pequeno e médio porte, de modo a identificar outras oportunidades de melhoria

nesse porte de empresas e assim contribuir para a disseminação das práticas das WCM,

possibilitando assim ganhos de eficiência para essas empresas e o enriquecimento da literatura.

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YAMASHINA, H. Dr. Hajime Yamashina: La filosofia World Class Manufacturing

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em consultado em 16/03/17

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APÊNDICE A – Entrevista com o Diretor Industrial da Empresa X

- Qual a sua função na empresa?

R. Diretor Industrial

- A quanto tempo trabalha na empresa?

R. 22 anos

A quanto tempo na direção da empresa?

R. 18 anos

- Qual a atividade principal da empresa?

R. Centrifugação e fundição de tubos e peças de aço inox

- Qual o número atual de empregados?

R. São, 51 funcionários, sendo 42 em atividades operacionais e 09 em atividades

administrativas.

- Quais os principais produtos produzidos?

R. A Fabricação de rolos para separação de minérios; telas para mineração; grelhas para

tratamento térmico; tubos em aço de ligas especiais.

- Quais são seus principais fornecedores?

R. A Comil Cover Sand; a Foseco e Santinsteel

- Quais são seus principais clientes?

R. A Vale S.A.; a MAHLE Metal Leve S.A. e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

- A empresa possui Controle Estatístico de Processo?

R. Sim, foi solicitada para certificação ISSO 9000.

- É efetuado o levantamento de refugos durante o processo produtivo?

R. Possui formulário específico, mas não se utiliza.

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52

- Os funcionários da produção são envolvidos em tomadas de decisão, no momento que

ocorre desvios nos processos? Como?

R. Sim, em reunião, mas apenas os responsáveis de cada área.

- Possui certificação ISO?

R. Sim, a 9001/2015.

- Sabe o que significa o termo WCM (World Class Manufacturing), Produção de Classe

Mundial?

R. Não conheço o que significa esse termo.

- Possui levantamento de dados dos custos de retrabalho motivados por desvios nos processos

produtivos? Como mensura e toma providências?

R. Não efetuo levantamento pois o refugo é mínimo uma vez que reaproveitamos toda matéria

prima utilizada no novo processo de fundição.

- E as horas/homem e energia gasta para efetuar o retrabalho?

R. Nunca pensamos nisso.

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APÊNDICE B – Slides apresentados à empresa voltados a implantação da Melhoria

Focada