curso preparatório para sd da brigada militar

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Curso Preparátorio para o Concurso da BM 2014 PRONTTO CENTRO DE TREINAMENTO EM SEGURANÇA 1 Conhecimentos Gerais Parte I: História do Rio Grande do Sul A difícil adesão do Rio Grande do Sul ao Brasil A natureza, ao mesmo tempo em que nos teria premiado com um espaço físico dos mais favorecidos e benéfico às atividades humanas, nos teria contemplado com uma posição de difícil acesso, filhando-nos no Continente de São Pedro e fazendo com que este ficasse isolado por dois séculos do Brasil. A esta peculiaridade geográfica somar-se-ia uma história sui generis. Ela inicia com uma integração tardia ao resto do País. Assim, embora descoberto no começo do século XVI, o Rio Grande do Sul só começa a se articular às atividades econômicas do Brasil colonial mais de um século depois, com a preia do gado xucro cujo objetivo era a exportação de couro para a Europa, que era feita através de Buenos Aires ou Sacramento. É, porém no final do século XVII que estes rebanhos ganham importância a nível nacional, pois passam a ter um mercado interno na florescente mineração da zona das Gerais, o que estimula paulistas e lagunistas a virem prear o gado xucro existente no Rio Grande do Sul e a levá-lo à área de mineração. O objetivo da Coroa portuguesa era, entretanto, o de povoar as terras que iam do sul de São Vicente até a Colônia de Sacramento (fundada por ela em 1680) e neste sentido o Rio Grande do Sul desempenhava "uma função estratégica, como ponto de apoio para a conservação do domínio luso no Prata" (Pesavento, 1980, p. 13). Isto fez com que, no começo do século XVIII, a Coroa iniciasse a distribuição de sesmarias aos tropeiros que se sedentarizaram e aos militares que se afazendaram, criando-se assim as estâncias de gado. Os conflitos militares em torno da Colônia de Sacramento e as disputas relativas à delimitação de fronteiras significaram uma crescente militarização da região, que em 1760 foi elevada à condição de capitania com o nome de Capitania do Rio Grande de São Pedro. A posição estratégica do Rio Grande do Sul faz com que ele seja visto como uma área limítrofe, que estaria nas margens do Brasil e que poderia tanto fazer parte dele como de outros países, dependendo do resultado das forças históricas em jogo 1 . Posicionamento estratégico no sul do continente Limite extremo da colonização portuguesa no Sul do continente latino-americano, o Rio Grande do Sul, desde o início de sua ocupação, desempenhou duas funções vitais. A primeira foi a de ser um local estratégico, cuja manutenção era vital para garantir a presença portuguesa junto às áreas de colonização espanhola. A segunda foi a de servir como fornecedor de alimentos e outros bens para as demais regiões do país. Situado fora do eixo de comércio do Brasil com Portugal, coube ao Rio Grande o papel vital de fornecer o gado que sustentou o ciclo do ouro em Minas Gerais e o do charque, que era o alimento básico dos escravos e da população de baixa renda das cidades brasileiras. A partir do início do século XX, coube também ao Rio Grande a função de "celeiro do país", responsável por uma fatia significativa da produção agrícola nacional. A história do Rio Grande do Sul começou bem antes da efetiva ocupação de seu território pelos portugueses. Inicialmente, o Estado era uma "terra de ninguém", de difícil acesso e muito pouco povoada. Vagavam por suas pradarias os índios guaranis, charruas e tapes e, vez por outra, aventureiros que penetravam em seu território em busca de índios para apresar e escravizar. Esse quadro foi modificado com a chegada dos padres jesuítas que, no início do século XVII, na região formada pelos atuais estados do Rio Grande do Sul e Paraná, e pela Argentina e Paraguai, fundaram as Missões jesuíticas. Nelas se reuniam, em torno de pequenos grupos de religiosos, grandes levas de índios guaranis convertidos. Procurando garantir a alimentação desses índios, os jesuítas introduziram o gado em suas reduções. O clima e a vegetação propícios fizeram com que o gado se multiplicasse. Com isso, a região passou a oferecer dois 1 OLIVEN, Ruben George. O Rio Grande do Sul e o Brasil: UMA Relação Controvertida. Disponível em:

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  • Curso Prepartorio para o Concurso da BM 2014

    PRONTTO CENTRO DE TREINAMENTO EM SEGURANA

    1

    Conhecimentos Gerais

    Parte I: Histria do Rio Grande do Sul

    A difcil adeso do Rio Grande do Sul ao Brasil

    A natureza, ao mesmo tempo em que nos teria premiado com um espao fsico dos mais favorecidos e benfico s atividades humanas, nos teria contemplado com uma posio de difcil acesso, filhando-nos no Continente de So Pedro e fazendo com que este ficasse isolado por dois sculos do Brasil.

    A esta peculiaridade geogrfica somar-se-ia uma histria sui generis. Ela inicia com uma integrao tardia ao resto do Pas. Assim, embora descoberto no comeo do sculo XVI, o Rio Grande do Sul s comea a se articular s atividades econmicas do Brasil colonial mais de um sculo depois, com a preia do gado xucro cujo objetivo era a exportao de couro para a Europa, que era feita atravs de Buenos Aires ou Sacramento. , porm no final do sculo XVII que estes rebanhos ganham importncia a nvel nacional, pois passam a ter um mercado interno na florescente minerao da zona das Gerais, o que estimula paulistas e lagunistas a virem prear o gado xucro existente no Rio Grande do Sul e a lev-lo rea de minerao.

    O objetivo da Coroa portuguesa era, entretanto, o de povoar as terras que iam do sul de So Vicente at a Colnia de Sacramento (fundada por ela em 1680) e neste sentido o Rio Grande do Sul desempenhava "uma funo estratgica, como ponto de apoio para a conservao do domnio luso no Prata" (Pesavento, 1980, p. 13). Isto fez com que, no comeo do sculo XVIII, a Coroa iniciasse a distribuio de sesmarias aos tropeiros que se sedentarizaram e aos militares que se afazendaram, criando-se assim as estncias de gado. Os conflitos militares em torno da Colnia de Sacramento e as disputas relativas delimitao de fronteiras significaram uma crescente militarizao da regio, que em 1760 foi elevada condio de capitania com o nome de Capitania do Rio Grande de So Pedro.

    A posio estratgica do Rio Grande do Sul faz com que ele seja visto como uma rea limtrofe, que estaria nas margens do Brasil e que poderia tanto fazer parte dele como de outros pases, dependendo do resultado das foras histricas em jogo

    1.

    Posicionamento estratgico

    no sul do continente

    Limite extremo da colonizao portuguesa no Sul do continente latino-americano, o Rio Grande do Sul, desde o incio de sua ocupao, desempenhou duas funes vitais. A primeira foi a de ser um local estratgico, cuja manuteno era vital para garantir a presena portuguesa junto s reas de colonizao espanhola. A segunda foi a de servir como fornecedor de alimentos e outros bens para as demais regies do pas. Situado fora do eixo de comrcio do Brasil com Portugal, coube ao Rio Grande o papel vital de fornecer o gado que sustentou o ciclo do ouro em Minas Gerais e o do charque, que era o alimento bsico dos escravos e da populao de baixa renda das cidades brasileiras. A partir do incio do sculo XX, coube tambm ao Rio Grande a funo de "celeiro do pas", responsvel por uma fatia significativa da produo agrcola nacional. A histria do Rio Grande do Sul comeou bem antes da efetiva ocupao de seu territrio pelos portugueses. Inicialmente, o Estado era uma "terra de ningum", de difcil acesso e muito pouco povoada. Vagavam por suas pradarias os ndios guaranis, charruas e tapes e, vez por outra, aventureiros que penetravam em seu territrio em busca de ndios para apresar e escravizar. Esse quadro foi modificado com a chegada dos padres jesutas que, no incio do sculo XVII, na regio formada pelos atuais estados do Rio Grande do Sul e Paran, e pela Argentina e Paraguai, fundaram as Misses jesuticas. Nelas se reuniam, em torno de pequenos grupos de religiosos, grandes levas de ndios guaranis convertidos. Procurando garantir a alimentao desses ndios, os jesutas introduziram o gado em suas redues. O clima e a vegetao propcios fizeram com que o gado se multiplicasse. Com isso, a regio passou a oferecer dois

    1 OLIVEN, Ruben George. O Rio Grande do Sul e o Brasil: UMA Relao Controvertida. Disponvel em:

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    atrativos para os que apresavam ndios: alm deles, havia tambm o gado. At 1640 vrias expedies vindas de So Paulo estiveram no Rio Grande, para capturar ndios e gado, provocando o desmantelamento das Misses existentes no atual Estado. Nessa poca os ndios, comandados pelos jesutas, derrotaram os chamados bandeirantes e as misses tiveram mais de cem anos de paz. Ao final do sculo XVII, devido aos constantes conflitos de fronteira entre Portugal e Espanha, os jesutas resolveram concentrar a populao indgena convertida em uma rea que consideravam mais segura, e escolheram a zona localizada na regio noroeste do Rio Grande do Sul. Foram criados os "Sete Povos das Misses". Mas a prosperidade desses povos, que funcionavam independentemente das coroas portuguesa e espanhola, terminou por decretar o seu fim. Em 1750, um tratado firmado entre os dois pases estabeleceu que a regio das Misses passasse posse de Portugal, em troca da Colnia de Sacramento, que havia sido fundada pelos portugueses em 1680 nas margens do Rio da Prata, defronte a Buenos Aires. Embora tenha havido resistncia por parte de padres e ndios, as Misses foram desmanteladas. Mas deixaram um legado que, por muito tempo, seria a base da economia do Rio Grande do Sul: os grandes rebanhos de bovinos e cavalos, criados soltos pelas pradarias. Esses rebanhos atrairiam os colonizadores portugueses, que passaram a se instalar na regio de forma sistemtica a partir de 1726. A descoberta das minas de ouro em Minas Gerais iria, posteriormente, criar uma grande demanda pelo gado da regio, e consolidou a ocupao do territrio. Nessa poca, a clula bsica da comunidade gacha eram as estncias, sempre com grandes extenses, onde o gado era criado

    2.

    A Vacaria Del Mar3

    As incurses portuguesas no territrio latino-americano em busca riquezas (as chamadas bandeiras) levaram a constantes caadas de ndios para escravizar. Estes aventureiros no respeitavam os limites impostos pelos tratados internacionais entre Portugal e o imprio espanhol, freqentemente invadindo o territrio castelhano, em especial a rea de influncia das Misses Inacianas, onde havia grande populao indgena. Nesta regio tambm havia muito gado eqino e bovino, que no raramente era alvo dos bandeirantes, e que se proliferou livremente aps a destruio das misses jesuticas, o que originou a chamada Vacaria Del Mar. VACARIA, em Castelhano baqueria, era o nome dado a grandes extenses de campos, onde missionrios Jesutas das Redues e dos Sete Povos das Misses colocavam seus rebanhos, para se criarem soltos, alados, formando reservas para suas estncias. A introduo do gado pelos jesutas em 1629, da margem direita para a esquerda do rio Uruguai, foi o ponto inicial de um rebanho imenso que se propagaria aos terrenos baixos do rio Uruguai, que seria conhecido como "Vacarias do Mar", e ao planalto e serra. Os Jesutas, com a chegada dos Bandeirantes, retiraram-se para a outra margem do rio Uruguai, levando os nativos, mas deixando o gado que criavam nas redues. Esses rebanhos, abandonados no pampa e reproduzindo-se a solta, tornaram-se bravios e formaram uma imensa reserva de gado, conhecido como Vacaria Del Mar. A Vacaria do Mar, situada entre a Laguna dos Patos e os rios Jacu e Negro, havia sido pilhada por espanhis e portugueses. Para fugir sanha predatria destes conquistadores, o superior provincial dos Jesutas, Padre Lauro Nunes, em 1702, resolveu criar a Vacaria dos Pinhais, numa regio que parecia inacessvel a espanhis e portugueses. Este territrio corresponde ltima vacaria realizada pelos Padres, denominada "Baqueria de los Pinares", esta estncia foi fundada em 1697. A regio do Albardo da Serra ou Coxilha Grande fez parte por muito tempo de uma zona conhecida por "Vacaria dos Pinhais". Fontes de abastecimento de espanhis e portugueses foram os rebanhos do gado chamado "chimarro formado quase espontaneamente. Sobra a Vacaria dos Pinhais ou Campos da Vacaria, descreve em 1781 Francisco Roque Roscio: A terceira parte do terreno deste Continente e Governo do Rio Grande de So Pedro so os campos de

    2 http://www.riogrande.com.br/historia/info1.htm

    3 http://www.brasilescola.com/historiab/introducao-do-gado.htm

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    cima da serra chamados Campos da Vacaria, que uma extenso de terreno vasto e longo, cortado e banhado para os seus lados meridional e setentrional com vrios rios que se esgotam da parte meridional para o Rio Guaba e da parte setentrional para o Rio Uruguai. formado ou levantado pelo meio com um Albardo Grande que se alonga e estende at as Aldeias e Campos das Misses Jesutas no Uruguai e fechado pelos lados meridional e oriental com a Serra e a Cordilheira Geral; pelo lado setentrional com o Rio Uruguai, que tem seu nascimento na mesma cordilheira; e pelo lado ocidental, com a corda de mato (...) na passagem do Jacu quando atravessa a mesma Serra". Com a introduo do gado pelos Missionrios Jesutas, e a formao destas Vacarias, estava lanado o fundamento econmico bsico de apropriao da terra gacha: a preia do gado xucro. Economicamente, alm da preservao do vantajoso comercio ilcito, implicou conhecimento, por parte dos portugueses, das imensas reservas de gado e da Vacaria Del Mar. Nesta passou a se desenvolver uma intensa atividade de carter predatrio. Caava-se o gado xucro para dele extrair o couro que era exportado para a Europa por Buenos Aires ou Sacramento. A preao do gado foi objeto da ateno de diferentes grupos sociais: Portugueses de Sacramento, ndios de aldeados que vinham para vaquear para os padres, acioneiros de Santa F, Corrientes e Buenos Aires, que preavam os animais com permisso das autoridades espanholas, e aqueles indivduos que, sem rei, sem f e sem lei, vaqueavam por conta prpria, vendendo os couros a quem lhes paguem mais. At os ingleses estabeleceram na rea um entreposto ligado a south sea company, para lucrarem com o negocio da courama. Neste perodo, a carne no era considerada um bem econmico, sendo consumida no local aquela necessria subsistncia por ocasio do abate e a restante deixada apodrecer. A chamada Preia de Gado Alado, para a comercializao do couro movimentou o extremo sul, atraindo as atenes para a regio que se tornou conhecida pela sua riqueza pecuria. A Vacaria do Mar estava num territrio que pertencia ao Rei de Espanha, pois a partir de 1640, com o termino da Unio da Coroa Ibrica, o suposto Tratado de Tordesilhas voltava tona. Todavia o territrio era administrado pelos padres da Companhia de Jesus. Com o abate desse gado para tirar couro e sebo, bem como levando tropas para So Paulo em 1739 no havia mais gado na regio.

    As Primeiras Vilas

    Em 1725, a coroa portuguesa comea a apresentar maior interesse em povoar o sul do Brasil, mas efetivamente este processo acontecer com mais vigor a partir de 1730 quando ocorre ocupao da Provncia, com a distribuio das primeiras Sesmarias, sendo primeiro vindos os colonos de produo, vinham s mais tarde os colonos para efetiva povoao da provncia e efetivam-se o estabelecimento dos ncleos administrativos na Provncia de So Pedro. Um estabelecimento militar e fronteirio foi instalado em 1737, o presdio

    4 de Jesus Maria Jos, no intuito de proteger a provncia contra invases dos castelhanos do

    vice-reinado do Prata. Neste mesmo ano temos a criao do Corpo dos Drages em Rio Grande, sob o comando do capito Diogo Osrio.

    Por meio de iniciativas particulares portuguesas iniciou-se a povoao do Nordeste do Rio Grande do Sul, prximo a Laguna dos Patos. Esta regio possua proteo natural contra os constantes ataques castelhanos e terras propcias para a explorao da pecuria, sendo o bero da primeira povoao portuguesa em territrio gacho. Tais esforos resultam, em 1750, no Tratado de Madri, quando a Espanha reconhece as possesses portuguesas ocupadas desde 1730 (Rio Grande, os Campos de Viamo e as terras do vale do Jacu) e toma para si a Colnia de Sacramento (artigo XIII) e as Misses Orientais (Sete Povos) passavam aos Portugueses (artigo XIV)

    5.

    Em 1760 a Capitania de So Pedro torna-se independente de Santa Catarina, mas hierarquicamente permanece subordinada a ela. Em 1763, aps a invaso espanhola a Rio Grande (1762), deslocada

    4 Presdio na poca no significava priso, mas posto militar avanado presidido por um representante de alta patente.

    5 Andrade Fontes, Joice. 2012, p. 37-38.

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    a sede administrativa da capitania de Rio Grande para a Freguesia de Viamo. Tempos depois os governantes chegaram concluso que esta no era a melhor localidade para presidir a capital, j que as fronteiras de Rio Pardo e Rio Grande normalmente estavam sofrendo disputas de territrio, que tornavam necessrios deslocamentos freqentes para defender as fronteiras. Devemos lembrar que no foram somente os aorianos e madeirenses que vieram para povoar o Rio Grande e que este no se encontrava desabitados. Nele havia alm dos indgenas, agricultores que plantavam cereais como milho e trigo, realizando outras atividades tambm como comercializao de gneros e de gado.

    A primeira Vila na provncia criada entre 1750 - 1751 que a Vila de Rio Grande. No ano de 1752 chegam mais imigrantes de origem aoriana vindos via oceano Atlntico, desembarcando prximo ao rio Jacu. Desembarcaram na faixa litornea que era nomeada de Porto de Viamo, porque sua localizao era bem prxima a Capela de Viamo (criada em 1741). As Vilas tinham como rgo administrativo as Cmaras municipais que exercem o poder Legislativo, executivo e Judicirio. A esfera de poder que ela engloba de extrema importncia para localidade (sociedade local). Aps, temos a criao de mais quatro Vilas na Provncia de So Pedro, neste mesmo perodo histrico. Aps a desanexao do Rio Grande de So Pedro da provncia de Santa Catarina, os portugueses mandaram um governador para regio e no ano de 1745 fixou-se a sede administrativa em Rio Grande.

    As Tropeadas

    Durante os anos de prosperidade na extrao de ouro nas Minas Gerais surgiu um ciclo comercial com a regio sul, atravs das chamadas tropeadas. As tropeadas foram viagens em comboios que partiam em direo as feiras na regio sudeste do Brasil, levando artigos destinados para o trabalho nas minas, como artigos de couro, cordas, charque para alimentar os escravos e muares, entre outros.

    Na marcha de retorno ao sul, os comerciantes voltavam, por sua vez, com artigos para comerciar nas localidades sulinas, e o artigo humano por vezes figurava entre estes. Este tipo de comrcio passava por diversas localidades rio-grandenses, que prosperaram e acumularam importncia poltica ao longo desse perodo, que se estendeu de 1690 at meados do sculo XIX.

    Tratado de Bardajoz

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    No comeo do sculo a expanso napolenica surtiu efeitos sobre os pases Ibricos, ficando a Espanha a favor da Frana, aumentando desta forma a rivalidade entre os dois pases, sendo que Portugal foi invadido pela Espanha em 1801. Desrespeitando o Tratado de Santo Idelfonso, colonos brasileiros ocuparam a regio de Sete Povos e, a partir desta, promoveram a ocupao do atual estado do Rio Grande do Sul. Em 1801 foi assinado o Tratado de Badajs, que estabelecia as condies de paz na Pennsula Ibrica (sem fazer meno aos limites das colnias de Portugal e da Espanha na Amrica do Sul). Com isto tornou nulas, na prtica, todas as disposies a respeito - entre estes dois pases, permitindo a expanso da ocupao gacha at o rio Uruguai

    6.

    A movimentao das fronteiras

    7:

    1494 Tratado de Tordesilhas. RS ficaria para a Espanha. 1580 1640: Unio Ibrica Portugueses instalam-se tambm em Buenos Aires desempenhando atividades comerciais (aproveitando o escoamento da prata do Potosi). 1680 Portugal funda a Colnia do Sacramento no atual Uruguai para garantir o comrcio do Rio Prata. 1681 Tratado de Lisboa: Colnia do Sacramento devolvida a Portugal. 1715 Tratado de Utrecht: Colnia do Sacramento novamente devolvida a Portugal. rea portuguesa equivalente distncia de um tiro de canho. 1726 O Imprio Espanhol funda Montevidu. Objetivo: isolar a Colnia do Sacramento. 1737 Portugal funda Rio Grande como ponto de apoio a Colnia do Sacramento. 1750 Tratado de Madri: princpio uti possidetis

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    Troca da Colnia do Sacramento (para a Espanha) pelos sete povos das Misses (para Portugal). Guerra Guarantica. 1761 Tratado de El Pardo: anula o Tratado de Madri Espanha invade parte do RS. Capital portuguesa no sul muda de Rio Grande para Viamo. 1777 Tratado de Santo Ildefonso: Colnia do Sacramento e sete povos passam ao domnio Espanhol. 1801 Tratado de Badajs: resolve a questo fronteiria garantindo o estabelecido anteriormente no Tratado de Madri.

    A ocupao efetiva dos espaos rio-grandenses

    Em 1740 chegou regio do atual Rio Grande do Sul o primeiro grupo organizado de povoadores. Vindos da ilha dos Aores, contavam com o apoio oficial do governo, que pretendia que se instalassem na vasta rea onde anteriormente estavam situadas as Misses. Mas as dificuldades de transporte fizeram com que terminassem por se fixar na rea onde hoje est Porto Alegre, a capital do Estado. Praticando a agricultura de pequena propriedade, no encontraram, em um territrio em que cada estncia funcionava como uma clula independente, mercado para seus produtos, e terminaram por se integrar economia voltada para a pecuria. Posteriormente, em 1780, um fato iria reforar ainda mais o carter rural da vida do atual Estado. Foi criada a primeira charqueada comercial em Pelotas. Aos poucos, o charque se tornou o principal produto de exportao do Rio Grande, sendo enviado para as demais regies do pas.

    Essa situao comeou a ser modificada no incio do sculo XIX. A estrutura econmica do Brasil de ento se baseava na exportao dos produtos agrcolas plantados em grandes propriedades por trabalhadores escravos. O Rio Grande fornecia o charque para esses trabalhadores, e tambm para os moradores pobres

    6 http://fazerhistoriabp.blogspot.com.br/2011/02/tratado-de-badajos.html

    7Fonte: http://www.grupodehistoria.com.br/resumos/historiariogrande.pdf

    8 Utti Possidetis ou uti possidetis iuris um princpio de direito internacional segundo o qual os que de fato ocupam um

    territrio possuem direito sobre este. A expresso advm da frase uti possidetis, ita possideatis, que significa "como possus, assim possuais". Proveniente do direito romano, o princpio autoriza uma parte a contestar e reivindicar um territrio adquirido pela guerra. O termo foi utilizado historicamente para legitimar as conquistas territoriais, como no caso da anexao da Alscia-Lorena pelo Imprio Alemo, em 1871. Fonte: Wikipdia.

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    das grandes cidades. Mas, a partir da dcada de vinte do sculo passado, o governo brasileiro resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, para formar uma camada social de homens livres que tivessem habilitao profissional, e pudessem oferecer ao pas os produtos que at ento tinham que ser importados, ou que eram produzidos em escala mnima. Isto significa que o governo queria trazer pequenos produtores - para fornecer alimentos para as cidades - e artesos. A idia, apoiada por alguns, era rejeitada pelos senhores de escravos, que temiam que os trabalhadores livres "fossem um mau exemplo", demonstrando que o trabalho pago produzia mais e melhor que o escravo. Moradores de regies mais ao norte do pas, os grandes senhores de escravos conseguiram impedir que os imigrantes fossem destinados s suas regies. Por isto, o governo terminou por lev-los para o Rio Grande do Sul, que estava situado margem do grande eixo econmico, no centro do pas. Os primeiros imigrantes que chegaram foram os alemes, em 1824. Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas proximidades da capital gacha. E, em pouco tempo, comearam a mudar o perfil da economia do atual Estado. Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, at ento, nunca fora praticada. Depois, estabeleceram laos comerciais com seus pases de origem, que terminaram por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez havia, no pas, uma regio em que predominavam os homens livres, que viviam de seu trabalho, e no da explorao do trabalho alheio. As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande. Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Atravs dessas atividades, consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada mdia da populao. E, embora o poder poltico ainda fosse detido pelos grandes senhores das estncias e charqueadas, o poder econmico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.

    Principais Causas da Revoluo Farroupilha

    A centralizao do poder tinha sido a tnica do governo do Imperador D. Pedro I. Pela constituio de 1824 (que ele outorgara Nao), os presidentes de provncia eram escolhidos pelo poder central, que tambm definia um valor determinado para as despesas de cada provncia, suprindo-as com dinheiro caso houvesse um dficit, mas, em contrapartida, apropriando-se do dinheiro para aplic-lo a seu bel-prazer caso houvesse um supervit. Essa situao era altamente insatisfatria para as elites regionais. E, aps a abdicao de D. Pedro, comearam a pressionar o governo com o objetivo de obter uma maior autonomia. Isto resultou, em 1834, na promulgao de um ato adicional que, entre suas diversas clusulas, previa a substituio dos Conselhos Gerais Consultivos - rgos que desempenhavam o papel de assessorar os presidentes de provncia - por Assemblias Legislativas Provinciais - que poderiam estabelecer leis fiscais, desde que no interferissem nas arrecadaes nacionais j existentes. Esse ato tinha um objetivo principalmente conciliatrio: procurava contentar aos liberais, ao dar um pouco mais de autonomia fiscal s provncias; e aos conservadores, ao manter a escolha do presidente da provncia nas mos do governo central, bem como o controle final dos fundos provinciais. No Rio Grande do Sul, antes e at depois do ato, existia um grande descontentamento em relao destinao dos fundos pblicos. A provncia havia acumulado, durante alguns anos, um supervit. Mesmo assim, esse dinheiro no podia ser aplicado em benefcio da provncia, em obras como a construo de pontes, e nem mesmo no pagamento dos credores, que nessa poca eram muitos. Existiam aqui inmeros credores do governo que esperavam o pagamento das dvidas que este contrara durante as Guerras Cisplatinas, de 1825 a 1828. Eram soldados, comerciantes, estancieiros, que haviam servido nas foras de combate ou tinham fornecido vveres, gado e outros bens para as tropas, sem serem reembolsados. No entanto, como a legislao estabelecia uma quantia determinada para os gastos da provncia - e no previa o pagamento dessas dvidas - no podiam receber, mesmo havendo dinheiro para pag-los. Por outro lado, o governo central podia legalmente se apropriar do supervit acumulado para utilizao em outros locais. Assim, em 1832, vinte e quatro contos de ris do supervit gacho foram mandados para cobrir o dficit de Santa Catarina. O governo central tambm usou o dinheiro do supervit do Rio Grande para pagar emprstimos feitos junto s Inglaterra. Chegou-se ao ponto de, no incio de 1834, o Tesouro da Provncia dispor de mais de 500 contos de ris que no podia utilizar em nenhuma obra pblica. Naturalmente, essa situao irritava os gachos, que viam a renda que geravam ser utilizada em outros locais, enquanto a provncia carecia de estradas, escolas, pontes e outras obras de infra-estrutura bsica.

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    Aspectos Culturais da Provncia Rio-Grandense na Revoluo Farroupilha

    A tradio e a historiografia regional tendem a representar seu habitante atravs de um nico tipo social: o gacho. Embora brasileiro, ele seria muito distinto de outros tipos sociais do Pas, guardando s vezes mais proximidade com seu homnimo da Argentina e do Uruguai. Na construo social da identidade do gacho brasileiro h uma referncia constante a elementos que evocam um passado glorioso no qual se forjou sua figura, cuja existncia seria marcada pela vida em vastos campos, a presena do cavalo, a fronteira cisplatina, a virilidade e a bravura do homem ao enfrentar o inimigo ou as foras da natureza, a lealdade, a honra etc.

    Mas a figura do gacho, tal como a conhecemos, sofreu um longo processo de elaborao cultural at ter o atual significado gentlico de habitante do estado do Rio Grande do Sul. Traando a histria da palavra gacho, Augusto Meyer mostrou que ela no teve sempre o significado herico que adquiriu na literatura e na historiografia regional. No perodo colonial o habitante do Rio Grande era chamado de guasca e depois de gaudrio, este ltimo termo possuindo um sentido pejorativo e referindo-se aos aventureiros paulistas que tinham desertado das tropas regulares e adotado a vida rude dos coureadores e ladres de gado. Tratava-se de vagabundos errantes e contrabandistas de gado numa regio onde a fronteira era bastante mvel em funo dos conflitos entre Portugal e Espanha. No final do sculo XVIII eles so chamados de gachos, vocbulo que tem a mesma conotao pejorativa at meados do sculo XIX quando, com a organizao da estncia, passa a significar o peo e o guerreiro com um sentido encomistico (Meyer, 1957)

    9.

    Em 1835, ano em que comeou a Revoluo Farroupilha, a provncia do Rio Grande do Sul era, ainda, muito pouco povoada. Com no mais que 400 mil habitantes, tinha sua populao concentrada na regio da Depresso Central e no Litoral, com poucos ncleos habitacionais na zona de Cima da Serra e nas Misses, e com a Campanha ocupada principalmente por estncias de gado. Existiam, ento, quatorze municpios: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo, Santo Antonio da Patrulha, Cachoeira do Sul, Pelotas, Piratini, Alegrete, Caapava do Sul, So Jos do Norte, Triunfo, Jaguaro, So Borja e Cruz Alta. Entre eles, trs se destacavam: Porto Alegre, capital da provncia; o porto de Rio Grande, por onde se fazia a maior parte das transaes comerciais; e Pelotas, onde prosperava a manufatura do charque. As comunicaes eram bastante precrias. Em 1823, o charqueador Gonalves Chaves, em seu livro "Memrias Ecnomo-Poltica", dizia que no existia uma s ponte em toda a provncia. A principal forma de transporte de cargas eram as carroas, que tinham que enfrentar caminhos intransitveis durante os perodos de chuva. Isto resultava em um grande isolamento de certas regies, como a rea da fronteira com o Uruguai e Argentina que, tendo dificuldades de se comunicar com o litoral, canalizava sua produo de charque para o porto de Montevidu. Tambm se utilizavam os rios, como o Taquari, Jacu e Ca, atravs dos quais se estabelecia a comunicao com Porto Alegre e, desta cidade, com o porto de Rio Grande. Em 1832 houve um considervel progresso na navegao fluvial, com a introduo de barcos a vapor. Mas a inovao, que tornava o transporte bem mais rpido do que o feito pelos veleiros, foi prejudicada pela Revoluo Farroupilha, ficando quase que totalmente estagnada at o seu trmino. Apesar do isolamento da provncia, e das diferentes zonas dentro dela, grande parte dos produtos usados no Rio Grande era importada, pois, como nas demais regies do pas, a indstria nacional era praticamente inexistente. Vinham do exterior fsforos, vassouras, pregos, sapatos etc. As classes mais abastadas podiam encontrar tecidos e acessrios vindos da Europa. O Rio Grande, por sua vez, exportava charque - principalmente para as demais provncias -, e couros, para o exterior. O isolamento poderia dar a falsa impresso de uma provncia pacata, com uma vida quase parada. Isto, porm, no era verdadeiro. Os gachos, durante o sculo passado, tiveram que lutar ferozmente com os espanhis para garantir suas terras e, mesmo no incio do sculo XIX, ainda enfrentavam problemas de

    9 OLIVEN, Ruben George. O Rio Grande do Sul e o Brasil: UMA Relao Controvertida. Disponvel em:

    http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_09/rbcs09_01.htm

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    fronteira, o ltimo dos quais - antes da Revoluo Farroupilha - tinha sido a guerra pela libertao do Uruguai, que tinha permanecido ocupado pelo Brasil entre 1817 e 1825

    10.

    Principais Combates da Revoluo

    A Guerra dos Farrapos, embora merea esta denominao pela durao e persistncia dos farroupilhas, no foi, na verdade, uma guerra nos moldes clssicos. Isto porque o exrcito rebelde no estava organizado nos mtodos convencionais, operando mais com tcnicas que se aproximavam da guerrilha. E, por isto, quando se fala dos enfrentamentos entre farrapos e imperiais, raramente se usa o termo "batalhas", mais apropriado para os exrcitos formais. Na Revoluo Farroupilha a maioria dos historiadores prefere utilizar a expresso "combates", pois as foras que se enfrentavam no chegaram, em nenhum episdio, a mais de trs mil homens de parte a parte. Os combates onde o maior nmero de homens se enfrentou foram os de Fanfa (4 de outubro de 1836) e o de Ponche Verde (26 de maio de 1843). Em Fanfa estiveram presentes mais de mil homens de lado a lado. Em Ponche Verde foram 2.500 farrapos e 1.600 legalistas. Esses dois esto, alis, entre aqueles que so considerados os principais enfrentamentos da guerra que, por ordem cronolgica, foram os seguintes: Seival, em 10 de setembro de 1836; Fanfa, em 4 de outubro de 1836; Rio Pardo, em 30 de abril de 1837; Laguna (foram na verdade, dois combates, aquele em que os farrapos tomaram a cidade, em 22 de julho de 1839, e o de quando as foras imperiais a retomaram, em 15 de novembro de 1839); Taquari, em 3 de maio de 1840; So Jos do Norte, em 16 de junho de 1840; Ponche Verde, em 26 de maio de 1843 e Porongos, em 14 de novembro de 1844. Seival se destacou porque, aps a expressiva vitria farroupilha, os rebeldes se animaram a proclamar a repblica, iniciando assim uma nova fase da Revoluo, que at ento se apresentava apenas como um movimento rebelde, que reivindicava algumas mudanas na administrao da provncia. Fanfa, por sua vez, teve triste resultado para os farrapos: nele foram aprisionados Bento Gonalves e outros lderes do movimento. Mas, apesar desse revs, os rebelados levaram a guerra frente, conquistando Caapava, em que a guarnio local passou para a causa rebelde. A tomada de Caapava significou, para as foras imperiais, a perda de 900 homens e de um importante arsenal, com 15 peas de artilharia, mais de 4 mil armas de infantaria e muita munio. E graas a esse equipamento, foi possvel atacar Rio Pardo, onde os farroupilhas infligiram s foras legalistas aquele que foi considerado um dos piores fracassos que as tropas do Imprio sofreram no Rio Grande. Nele, os imperiais perderam oito peas de artilharia, mil armas de infantaria, os vveres de que dispunham, e tiveram trezentos mortos e feridos e setecentos prisioneiros. A derrota foi tamanha que o Marechal Barreto, comandante militar da provncia, respondeu a conselho de guerra devido a ela. O gesto espetacular seguinte da guerra seria a tomada da cidade de Laguna, em Santa Catarina, feita por foras comandadas por David Canabarro. Embora os farrapos tenham permanecido apenas alguns meses na cidade, provaram que podiam chegar a locais inesperados e realizar operaes muito ousadas. Alm de levarem a rebelio outra provncia, criando a Repblica Juliana, os rebeldes se apoderaram, novamente, de muito equipamento. J Taquari foi um combate importante para os legalistas. Bento Gonalves ento se encontrava sitiando Viamo e percebeu, acompanhando o movimento das tropas legalistas, que corria o risco de ficar cercado. Tinha, portanto, que encontrar uma soluo, que permitisse ou derrotar o inimigo de vez ou passar para a regio da Campanha, onde contava com uma grande vantagem ttica: os farrapos controlavam a regio e, alm disto, sempre havia o recurso de se fugir para um pas vizinho. Procurando realizar essa manobra, Bento e suas tropas atravessaram o rio Ca e enfrentaram as tropas imperiais na margem esquerda do Taquari. Como no houve uma derrota das tropas legalistas, ele e seus homens se viram obrigados a voltar para Viamo.

    10

    Fonte: Lgia Gomes Carneiro

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    Condies para a pacificao

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    Na poca em que acabou a Revoluo Farroupilha, o documento intitulado "Conveno de paz entre o Brasil e os Republicanos", assinado pelo Baro de Caxias, no foi divulgado. As condies da paz chegaram ao conhecimento da populao atravs de impressos, que tinham o ttulo de "Concesses obtidas", e eram assinados por Antonio Vicente da Fontoura. Todos os itens da conveno e desse documento eram idnticos, com exceo de um - que no constava da conveno - que estabelecia que fossem resolvidos os problemas de fronteira com o Uruguai. Na conveno constavam, resumidamente, os seguintes tpicos: Os republicanos escolheriam o presidente da provncia (foi escolhido Caxias);

    Anistia geral para todos os farrapos;

    Libertao de todos os prisioneiros;

    Pagamento da dvida pblica farroupilha (com vivas, ex-soldados, invlidos e outros) pelo Imprio;

    Os atos das autoridades civis republicanas seriam revalidados sempre que neles se observassem as

    leis ento vigentes;

    Os atos do vigrio apostlico da Repblica seriam revalidados;

    Ficava garantida a liberdade dos escravos que serviram nas tropas republicanas;

    Os oficiais republicanos no estavam constrangidos ao servio militar; mas os que quisessem servir

    seriam aceitos no Exrcito em seus respectivos postos;

    Os soldados republicanos estavam dispensados do recrutamento;

    S os generais deixavam de ser admitidos em seus postos, mas gozariam de todas as imunidades

    concedidas aos oficiais;

    O direito de propriedade era garantido em toda a sua plenitude;

    Ficavam perdoados os desertores do exrcito imperial.

    No chegou a ser assinado um tratado de paz, porque o Rio Grande jamais foi reconhecido como um Estado autnomo pelo governo brasileiro. Do lado dos rebeldes houve uma ata assinada em 25 de fevereiro de 1845, com a assinatura dos generais, coronis e majores farroupilhas, reunidos em Ponche Verde para analisar as condies da pacificao. No dia 28 do mesmo ms, David Canabarro, como chefe do exrcito, foi autorizado pelo presidente da Repblica a declarar a guerra acabada. E, no dia seguinte, proclamou a pacificao da provncia.

    Crescimento e novos conflitos12

    Ainda que traumatizado pela guerra, com suas perdas humanas e materiais e suas rupturas nas redes de confiana mtua que cimentam a vida em sociedade, a recuperao do estado foi bastante rpida. A situao nacional era favorvel. O governo de Dom Pedro II pela primeira vez trabalhava em supervit, e o monarca desejava pacificar os nimos locais. Com a restaurao das instituies incentivou-se a instalao de Cmaras em vrias cidades e a administrao da justia se normalizou. As maiores urbanizaes receberam verbas para melhorar a infra-estrutura e os servios pblicos, a lagoa dos Patos foi sinalizada, se formaram vrias associaes de comerciantes e produtores, novas levas de imigrantes alemes foram chegando, a minerao do carvo se desenvolvia e j se pensava em estradas de ferro para escoar a produo estadual de e circular pessoas. Em 1851 o estado recebeu um desenho muito prximo do atual, com a retificao das fronteiras com a Repblica do Uruguai. Em 1854 j havia condies de se fundar o primeiro banco regional, o Banco da Provncia. A repercusso cultural desse surto de progresso tambm foi significativa. Em 1858 Porto Alegre inaugurava uma grande casa de pera, o Theatro So Pedro, decorado com grande riqueza. Os saraus literrios se tornavam uma moda, e na capital se fundava em 1868 a Sociedade Parthenon Literrio, reunindo a nata da intelectualidade gacha. Nesse crculo brilharam os primeiros literrios, educadores, polticos, doutores, artistas e poetas de vulto do estado, como Luciana de Abreu, Caldre e Fio, Mcio Teixeira, Apolinrio Porto Alegre, Carlos Von Koseritz e vrios outros. A instalao dos novos imigrantes alemes, que continuavam a chegar, porm, se fazia com mais dificuldade. Mudanas nas leis estaduais tornaram a aquisio de terra onerosa para os colonos e impuseram

    11

    http://www.riogrande.com.br/rio_grande_do_sul_as_condicoes_da_pacificacao-o3090.html 12

    Retirado do Material de Estudo para Escrivo e Inspetor de Policia de 2013, Editora Verbo Jurdico, pginas 1090-1093.

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    uma hipoteca compulsria sobre as terras at a sua quitao, e iniciativas privadas de atrao de novos alemes nem sempre foram coroadas com sucesso. Tambm se registraram confrontos sangrentos com remanescentes dos povos indgenas nas reas desbravadas, e eventos de violncia entre os prprios alemes, como a Revolta dos Muckers, de carter messinico. Mesmo assim, a colonizao como um todo prosperou, trouxe as culturas da batata, dos ctricos, do fumo, introduziu a cerveja, promoveu a industrializao, o artesanato, a educao privada e a policultura, e fundou uma srie de outras cidades, como Estrela, So Gabriel, Taquara, Teutnia e Santa Cruz do Sul, que logo veio a ser o maior plo produtor de fumo. Alm disso, os alemes logo se organizaram em sociedades culturais onde se praticava msica erudita e se encenavam peas de teatro, e se notabilizaram por sua lutas pela liberdade religiosa e pela abolio da escravatura. Em 1864, nova guerra. Dessa feita contra o Paraguai. O Brasil fora invadido por Solano Lopez e o estado enviou mais de dez mil homens para frente de batalha. A Guerra do Paraguai afetou diretamente apenas trs cidades gachas: So Borja, Itaqui e Uruguaiana, que foram atacadas vrias vezes, mas depois de um ano o conflito direto se moveu para outros locais, e o estado como um todo foi relativamente pouco abalado. Mas graas atuao destacada do gacho General Osrio no conflito, o prestgio do estado cresceu sensivelmente. Ele foi um dos fundadores do Partido Liberal no estado, que iniciou a partir de 1872 uma marcha ascendente at enfim dominar a situao poltica gacha. Com sua morte abriu-se espao para outra personalidade brilhante, o de inicio liberal mas depois monarquista Gaspar da Silveira Martins, criador do jornal A Reforma e ocupante de vrios cargos pblicos, incluindo o de Presidente da Provncia. Ele seria chamado de dono do Rio Grande, tal sua influncia. A partir de 1874 o trem j circulava entre a capital e So Leopoldo, dando a par-tida para a modernizao dos maios de transporte no Rio Grande do Sul. O ano de 1875 tambm foi importante, pois assinala a chegada das primeiras levas de imigrantes itali-anos, em novo projeto oficial de colonizao, a serem instalados na Serra do Nordeste, Ao norte da rea ocupada pelos alemes. Apesar das previsveis dificuldades de ocupa-o de uma regio ainda totalmente virgem, e do limitado apoio governamental aos colonos, o empreendimento foi exitoso, e at o final do sculo chegariam ao estado cerca de 84 mil italianos, sem contar grupos menores de judeus, polacos, austracos e outras etnias. Atravs dessa nova onda imigratria se fundaram cidades como Caxias do Sul, Antnio Prado, Nova Pdua, Bento Gonalves, Nova Trento e Garibaldi, e se introduziram produes novas como a uva, os embutidos e o vinho. Como acontecera com os alemes, criou-se na regio uma cultura muito prspera de muito caracterstica, at com dialeto, hbitos e arquitetura prprios. O estado atravessava uma fase de real florescimento, j havia cerca de 100 indstrias em atividade, que evoluram a partir de artesanatos e manufatoras, e em 1875 a sociedade se sentiu capaz de exibir publica-mente o resultado de seu esforo numa primeira exposio geral, montada no Arsenal de Guerra de Porto Alegre. No catlogo da mostra constavam 558 produtos, desde roupas, maquinrio pesado e instrumentos de preciso at relgios e obras de arte. O evento foi um sucesso absoluto, saudado como um festim do trabalho pela imprensa da poca. Mesmo com o crescimento de vrias cidades, principalmente Porto Alegre, Pelotas passou a ocupar a posio de predomnio econmico no estado, quando o ciclo do charque entrava em seu apogeu. Cerca de 300 mil reses eram abatidas anualmente nas charqueadas da regio, gerando grandes lucros para a elite local. O charque se transformava em pinturas, louas finas, roupas de ultima moda francesa, cristais, mveis de luxo, casas elegantes. Nos jornais os cronistas se orgulhavam de em sua cidade nem um nico edifcio pblico ter sido pago pelo governo estadual, sendo tudo financiado pelos locais. Enquanto esse ciclo econmico continuava, na poltica a situao comeava a mudar. Em 1881 voltou sua terra natal um grupo de jovens liderados por Jlio de Castilhos, depois de temporada de estudos em So Paulo, onde entraram em contato com ativos intelectuais e com a filosofia positivista. A campanha abolicionista ganhava as ruas e Castilhos assumiu imediatamente a dianteira do movimento, ao mesmo tempo em que criava um Partido Republicano diferenciado, o Partido Republicano Rio-Grandense, inspirado no Positivismo, cujo porta-voz foi o influente jornal A Federao. A partir de 1884, contando com a participao de grandes segmentos da sociedade, conseguiram iniciar um processo gradativo de libertao dos cerca de oito mil escravos do estado, quatro anos antes da proclamao da Lei urea. Os libertos, contuso, no encontrariam facilmente uma colocao no mercado de trabalho, reunindo-se em guetos e vilas, sofrendo privaes e discriminaes de toda ordem, e obtendo apenas tarefas de baixa remunerao. Na alvorada da Repblica Jlio de Castilhos assumiu a secretaria do governo e em seguida participou no Rio de Janeiro da elaborao da nova Constituio

    13. Voltando ao estado em 1891, passou a trabalhar na

    Constituio do Estado.

    13

    Refere-se a primeira Constituio da Repblica dos Estados Unidos do Brasil, pois at ento vigorava a Constituio do Imprio do Brasil.

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    Parte II: Poltica Rio-Grandense

    Partido Federalista contra Partido Republicano Rio-Grandense

    O Partido Federalista do Rio Grande do Sul foi fundado em 1892 por Gaspar da Silveira Martins. Defendia o

    sistema parlamentar de governo e a reviso da Constituio.

    Desta forma, esta filosofia chocava-se frontalmente contra a constituio do Rio Grande do Sul de 1891. Esta

    era inspirada no positivismo e no presidencialismo, resguardando a autonomia estadual, filosofia adotada

    por Jlio de Castilhos, chefe do Partido Republicano Rio-Grandense, e que seguia o princpio comtiano-

    positivista das "pequenas ptrias".

    Os seguidores de Gaspar da Silveira Martins, Gasparistas ou maragatos, eram frontalmente opostos aos

    seguidores de Jlio de Castilhos, castilhistas ou Pica-Paus (O termo Ximangos s viria a ser usado na

    Revoluo Libertadora de 1923 para designar os seguidores de Borges de Medeiros - nome dado a partir da

    stira feita Borges de Medeiros no livro Antnio Ximango)14

    . O positivismo foi a matriz inspiradora de conduta poltico-admisnistrativa do PRR no governo gacho durante a Repblica Velha. Esta matriz de pensamento veio conferir uma funo peculiar ao Estado, e seus postulados ofereciam uma srie de respostas para os problemas gachos. No contexto europeu onde surgira, o positivismo defendia a consolidao da sociedade burguesa em ascenso e do desenvolvimento do capitalismo. Para conservar a ordem era essencial que se acelerasse o desenvolvimento industrial. A ordem era entendida como a base do progresso, e este, como a continuidade da ordem. Assim, a viso positivista pretendia conciliar o progresso econmico com a conservao da ordem social. No Rio Grande do Sul, tratava-se, antes, de construir o capitalismo e de proporcionar o desenvolvimento da acumulao privada de capitais, removendo entraves ou intervindo diretamente em casos especiais, como, por exemplo, nos transportes. O golpe de 15 de novembro de 1889 colocou no poder a minoria republicana, sob a liderana de Castilhos. frente do jornal A Federao, Jlio de Castilhos escrevera inflamados artigos para justificar o novo regime, compensando na pena o que lhe faltava em dotes de oratria. Jlio de Castilhos foi praticamente o nico autor da Constituio rio-grandense. Nela se estabeleceu a presena de um legislativo com poderes limitados a questes oramentrias, como, por exemplo, aprovao das previses de receita e despesa do estado, e de um executivo forte, com mandato de 5 anos e com poder de legislar por decreto sobre matrias de competncia no-financeira. Estabelecia-se que o vice-presidente seria nomeado pelo presidente. Este, que tinha um mandato de 5 anos, poderia continuamente reeleger-se, uma vez obtidos 75% dos votos. Tal princpio, associado ao mecanismo do voto a descoberto vigente na Repblica Velha, permitia que um presidente de estado pudesse permanecer no poder por um tempo indefinido. A Constituio gacha foi proclamada a 14 de julho, no centenrio da promulgao da primeira Constituio francesa, e a Assemblia elegeu Jlio de Castilhos, por unanimidade, como seu primeiro presidente constitucional

    15.

    Campanha da Legalidade

    16

    Com uma minoria na Cmara Federal, Quadros assumiu o governo defendendo a idia de combate corrupo na administrao pblica, em relao s aes internas. A poltica externa permitiu o primeiro choque com os seus apoiadores. Essa poltica correspondia inteno de diminuir os males financeiros do Brasil atravs de negociaes simultneas com trs grandes potncias: os Estados Unidos, a Europa Ocidental e o bloco sovitico. esquerda nacionalista, o neutralismo externo aplicado por Quadros poderia soar bem. A preocupao de Quadros foi efetivamente criar condies para que pudesse ter as mos livres na poltica interna, isto , para que as pudesse desembaraar das peias constitucionais. A renncia atenderia aos anseios antidemocrticos de Quadros. Ela poderia consolidar as intenes golpistas no sentido de sensibilizar diversos setores sociais, inclusive as Foras Armadas. A crise da sucesso de Quadros se inicia com a denncia de Lacerda, no dia 24 de agosto, de que havia sido convidado por Jnio, atravs do ministro da Justia Pedroso Horta, para executar um golpe. Na manh seguinte, Dia do Soldado, Quadros renunciou presidncia sob a alegao de que foras terrveis

    14

    Fonte: http://historiadogauchoo.blogspot.com.br/2012/11/partido-federalista-contra-partido.html 15

    PESAVENTO, Sandra Jatahy (1992). A Assemblia Legislativa do Rio Grande do Sul: a trajetria do parlamento

    gacho. - Porto Alegre:Assemblia Legislativa do Rio Grande do Sul, 1992, p. 38-39. 16

    Publicado em 31/08/2011 pelo historiador Cesar Rolim. Disponvel em: http://www.legalidade.rs.gov.br/2011/08/a-campanha-da-legalidade-uma-mobilizacao-civil-militar-em-defesa-da-posse-de-joao-goulart/

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    levantaram-se contra ele, difamando-o. Para decepo de Quadros, segundo Felizardo, o povo no se manifestou e o Congresso aceitou a renncia. Diversos manifestos foram lanados j no dia 25 do mesmo ms de agosto. Leonel Brizola, governador do Estado do Rio Grande do Sul, divulgou um manifesto ao final do dia, indicando sua surpresa com o acontecimento e declarando apoio ascenso de Joo Goulart, ento em viagem China, ao primeiro posto da nao. A defesa imediata do regime democrtico e da ascenso de Goulart Presidncia repercute nos meios civis e militares. No dia seguinte, 26 de agosto, divulgado o manifesto do marechal Henrique Teixeira Lott, uma das principais lideranas dos setores nacionalistas defendendo a posio legalista das Foras Armadas. Apesar da deteno do marechal Lott aps a divulgao do manifesto, comeam as primeiras manifestaes militares legalistas. Brizola, no dia seguinte renncia de Quadros, lana um apelo aos militares legalistas no sentido de no se aproximarem das aes golpistas da cpula militar, que custava a aceitar a posse de Goulart. A interpelao s foras democrticas e populares ntida nos pronunciamentos de Brizola. A documentao, divulgada pela imprensa meses aps a crise militar de agosto de 1961, comprova as presses exercidas pelo Ministrio da Guerra em relao ao III Exrcito no sentido de impedir uma possvel reao legalista. O ministro da Guerra, j no dia 25 de agosto, procurava demonstrar uma normalidade democrtica com a ascenso de Ranieri Mazzili Presidncia. A mensagem vinha no sentido de comunicar que o presidente da Cmara dos Deputados estava assumindo a Presidncia da Repblica devido renncia de Quadros. As mensagens continuam como uma tentativa de tranquilizar a situao e impedir qualquer reao contrria ao golpe que estava sendo colocado. No dia 27, Machado Lopes envia uma mensagem colocando o ministro a par da situao no Estado. A preocupao com uma mobilizao de resistncia s articulaes golpistas ntida no comunicado entre os oficiais. Como conseqncia das primeiras aes de resistncia ao possvel golpe que estava sendo proporcionado pela cpula militar golpista, j no dia 25 de agosto as tropas da 5 Zona Area foram colocadas em prontido, aquartelada e armada com mais de 200 sargentos. Havia 12 avies Gloster e cada avio com bombas de 250 libras, com raio de ao de 1.000 metros quadrados. To pronto foi repassada a ordem de bombardeio ao Palcio, os sargentos da referida unidade em Canoas colocaram-se contrrios drstica ao que traria consequncias trgicas. O ambiente era intenso em preocupaes por todos os setores. O clima na Base Area era de extrema tenso, assim como em diversas regies militares. A discusso entre o comandante Machado Lopes e o ministro da Guerra foi um dos fatores determinantes para a tomada de posio legalista dos comandantes militares, especialmente do III Exrcito. A troca de mensagens entre ambos foi se radicalizando a ponto de levar o Ministrio da Guerra a ordenar drsticas atitudes, inclusive o bombardeio contra a mobilizao promovida por Brizola. A ordem de bombardeio ao Palcio foi rechaada por Machado Lopes. Depois da divulgao dessa ordem de bombardeio, o III Exrcito definitivamente ingressa na Campanha da Legalidade. Machado Lopes indica sua posio de desvinculao com o comando militar do ministro da Guerra. A repercusso do no acatamento da ordem de bombardeio por parte do III Exrcito, e a consequente aproximao de Machado Lopes com o movimento de defesa da posse de Goulart, foi de grande monta na Base de Canoas. O Comandante fez questo de dizer que no cumpriria a ordem de bombardeio. Os sargentos impediram qualquer possibilidade de decolagem dos avies para o bombardeio. Caracterizados como legalistas, os sargentos dessa Base Area ganharam notoriedade por contrariarem as ordens antidemocrticas dos oficiais. A quebra da hierarquia para evitar o bombardeio foi marcante para as hostes militares. Soube-se noite que o bombardeio sobre o Palcio estava marcado para as 14.30 horas do dia 29 de agosto exatamente quando se concentrava uma enorme multido frente do Palcio Piratini e aps ter o brigadeiro Aureliano Passos, comandante da 5 Zona Area, informado que se solidarizava com a posio legalista do general Machado Lopes, comandante do III Exrcito. To pronto Brizola foi comunicado da situao militar, ele divulgou na Cadeia da Legalidade. Esse canal de comunicao foi possibilitado pela tomada dos aparelhos da Rdio Guaba de Porto Alegre, no dia 27 de agosto. As comunicaes do Executivo sul-rio-grandense passaram a ser transmitidas temporariamente pela Rdio Guaba, consolidando a Cadeia da Legalidade. A tomada da aparelhagem da emissora foi realizada pela Polcia Civil. Brizola passa assim a realizar seus pronunciamentos diretamente do Palcio tendo um alcance privilegiado ajudando a desestabilizar possibilidade de ao golpista dentro dos quartis, mesmo considerando o fato de que a maioria do oficialato era contrria posse de Goulart. Antes ainda da chegada do presidente Goulart em Porto Alegre, ocorre mais uma tentativa de golpe por parte de militares conservadores. Dez oficiais da FAB tentaram impedir o desembarque do presidente Goulart no aeroporto de Braslia. A presso contra Goulart permanecia at mesmo em sua chegada na capital federal. Paralelo a isso, os sargentos procuravam defender a posse do presidente da Repblica e bloquear a ao dos conspiradores. No dia 2 de setembro, todavia, a Cmara dos Deputados aprovou a emenda parlamentarista que impediu a posse com plenos poderes por parte de Goulart, o que s aconteceu aps o

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    plebiscito realizado no incio do ano de 1963. Com considervel apoio dos deputados pessedistas e petebistas, a Cmara aprovou na reunio a emenda parlamentarista. O parlamentarismo serviu para a manuteno do regime democrtico, atendendo aos anseios de setores conservadores e dos grupos pr-reformas (nacionalistas), apesar de colocar considerveis dificuldades para Goulart tirando-lhe os plenos poderes.

    Presidentes do Brasil originrios do Rio Grande do Sul17

    Hermes Rodrigues da Fonseca ( Hermes da Fonseca ) 1910 1914 Militar, nasceu em So Gabriel, Rio Grande do Sul, em 1855, e era sobrinho de Marechal Deodoro da Fonseca. Em 1889, Hermes da Fonseca participou da Revolta Republicana com Marechal Deodoro. De quem foi ajudante de campo e secretrio militar. Dirigiu o Arsenal da Guerra da Bahia, fundou e dirigiu a Escola dos Sargentos, durante o governo de Floriano Peixoto. A 15 de novembro de 1910 venceu a campanha civilista que apoiava Rui Barbosa e assumiu a Presidncia da Repblica. Logo aps sua posse vrias revoltas eclodiram e foram combatidas pelas tropas governamentais. Ainda durante o seu governo iniciou-se a poltica de "salvaes iniciais", srio de intervenes militares nos Estados, visitando ao expurgo de elementos da oposio, cujo prestgio combatia com a autoridade da Presidncia. Depois de deixar a Presidncia, foi eleito senador pelo Parido Republicano Conservador ( PRC ), mais no assumiu. Em 1922 envolveu-se na Revolta do Forte de Copacabana, sendo preso por seis meses, ao fim dos quais retirou-se para Petrpolis, onde morreu em 9 de setembro de 1923. Getlio Dornelles Vargas ( Getlio Vargas ) 1930 1945 Nasceu em So Borja, Rio Grande do Sul. Bacharel em Direito, foi deputado estadual, deputado federal, governador do Rio Grande do Sul e ministro da Fazenda no governo de Washington Lus. Chefe do Governo Provisrio organizado logo aps a vitria da Revoluo de 1930, at 1934, quando foi eleito presidente da Repblica pela Assemblia Constituinte. Durante o Governo Provisrio, o Cdigo Eleitoral estabeleceu o voto secreto, a Segunda Constituio Republicana, que, entre outras determinaes, instituiu o salrio mnimo e a Justia do Trabalho. Sob o pretexto de um golpe comunista ( Plano Cohen ), em 1937, Vargas dissolveu o Congresso e os partidos polticos. Estabelecido o Estado Novo com o golpe, outorgou a Carta de 1937, que fortaleceu o poder executivo. A economia brasileira foi dirigida no sentido de atender aos interesses nacionais, com nfase na diversificao agrcola e no desenvolvimento industrial. Datam desse perodo a criao do Conselho Nacional do Petrleo, o planejamento da Hidreltrica de So Francisco, a Companhia Siderrgica Nacional, em Volta Redonda. Devido a Consolidao das Leis do Trabalho e valorizao dos Institutos de Previdncia Social. Vargas tornou-se o lder dos trabalhadores. O fim da guerra ( 1939 1945 ) e a articulao liberal exigiam a redemocratizao do Pas. No incio de 1945, pelo Ato Adicional e outras medidas. Vargas autorizou eleies para presidente e para uma Assemblia Constituinte. Decrescentes, as Foras Armadas foraram a sua renncia em 29 de outubro de 1945. Aps a sua renncia em 1945, Vargas foi eleito senador ao mesmo tempo por So Paulo e por Rio Grande do Sul e a deputado federal por seis Estados. Em 1950, concorreu Presidncia da Repblica, tendo como candidato a vice Joo Caf Filho. Eleito com 48.7% dos votos tomou posse em 31 de janeiro de 1951. Durante o seu governo foi criada a Petrobrs. Diante da agitao poltica e de um atentado ao lder da oposio e jornalista Carlos Lacerda, Vargas sofreu presses de vrios segmentos para renunciar, terminando por suicidar-se em 24 de agosto de 1954, no Palcio do Catete. Joo Belchior Marques Goulart ( Joo Goulart - Jango ) 1961-1964 Nasceu em So Borja, Rio Grande do Sul, em 1 de maro de 1919, vice de Jnio, quase foi impedido de tomar posse. Adotou-se ento um sistema parlamentarista, em que se tirava o centro do poder das mos do presidente. Este regime durou at 1963, onde, atravs de um plebiscito, Jango recuperou o sistema presidencialista e retomou sua atuao. Apoiando-se nos trabalhadores, sugeriu reformas de base para diminuir os abismos sociais do Brasil. Foi visto como representante do perigo comunista e deposto em 1964. Morreu no exlio no dia 6 de dezembro de 1976, no municpio argentino de Mercedes, vtima de um ataque cardaco.

    Marechal Artur Costa e Silva ( Costa e Silva ) 1967 1969

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    Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/2799/1/PRESIDENTES-DO-BRASIL---PRESIDENTE-DA-REPUBLICA/Paacutegina1.html

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    Nasceu em Taquari, no Rio Grande do Sul, a 3 de outubro de 1902. Seu governo representou um perodo de uma ditadura ainda mais repressiva. Decretou o Ato Institucional n 5, e fechou o Congresso por dez meses. Fortaleceu os radicais da ala militar. Foi afastado da presidncia por uma trombose cerebral. Assumiu uma Junta Militar, que nomeou o prximo presidente. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 17 de dezembro de 1969, vtima de um distrbio circulatrio. A partir de sua doena o governo foi exigido interinamente por uma junta militar composta pelo ministros do Exrcito, Marinha e Aeronutica, que passaram o poder ao Presidente Emlio Garrastazu Mdici.

    General Emlio Garrastazu Mdici ( Garrastazu Mdici ) 1969 1974

    Nasceu em Bag, Rio Grande do Sul, a 4 de dezembro de 1905. Com a enfermidade do Presidente Costa e Silva, foi indicado e eleito pelo Congresso Nacional para a Presidncia da Repblica. Governou sob o clima do Milagre Econmico, que entusiasmou a classe mdia. A divulgao de seus projetos pela televiso criaram um clima de ufanismo nacional. A vitria na Copa de 70, por exemplo, foi utilizada como smbolo do futuro de sucesso do Brasil. Investiu em grandes obras de necessidade duvidosa, como a rodovia Transamaznica. Ao mesmo tempo, os militares tiveram que enfrentar a reao de grupos que encontraram na luta armada o caminho de oposio ditadura. Os xitos econmicos do "Milagre" justificaram o rgido controle poltico ideolgico mantido durante o seu mandato. Faleceu em 9 de outubro de 1985.

    General Ernesto Geisel ( Geisel ) 1974 - 1979

    Nasceu em Bento Gonalves, no Rio Grande do Sul, no dia 3 de agosto de 1908. Foi lanado oficialmente candidato Presidncia em 18 e julho de 1973, vencendo o pleito do Colgio Eleitoral em 15 de janeiro de 1974. Assumiu a presidncia logo aps a Crise do Petrleo, que encontrou um Brasil otimista e despreparado para enfrent-la. Mesmo assim manteve construo de obras gigantescas, como a ponte Rio - Niteri e a Usina Nuclear em Angra dos Reis. Iniciou o processo de abertura poltica, pressionado pelos opositores e pela opinio pblica. Entre suas principais realizao destacam-se o reatamento das relaes com a China; o II Plano Nacional de Desenvolvimento, visando ao desenvolvimento do Pas; a busca de novas fontes de energia, realizando o acordo nuclear com a Alemanha e criando os contratos de risco com a Petrobrs; incio do processo de redemocratizao do Pas. Em 1979, passou o Governo ao General Joo Batista de Oliveira Figueiredo.

    Histria da Brigada Militar do RGS

    18

    A Brigada Militar foi criada em 18 de novembro de 1837 com a denominao inicial de Fora Policial. Em 5 de maio de 1841 passou a se chamar CORPO POLICIAL. E em 1873 passou a denominar-se Fora Policial e a partir da Proclamao da Repblica no Brasil, em 1889, recebeu as seguintes denominaes: Guarda Cvica (1889), Corpo Policial (1889) e finalmente Brigada Militar (1892). A histria da Brigada Militar confunde-se com a prpria histria do Estado do Rio Grande do Sul. Desde a sua criao, a Corporao participou de inmeras revolues histricas do pas, como as de: 1893 a 1895 (Revoluo Federalista), 1923 (Revoluo Assisista), 1924 (em So Paulo), 1926 (em Santa Catarina e Paran), 1930 e 1932 (no Rio Grande do Sul e em So Paulo), demonstrando uma forte cultura militar e guerreira. Aps o movimento revolucionrio de 1932, a Brigada Militar, j com misses de Segurana Pblica, ainda participou de outras Revolues (Estado Novo em 1937, Legalidade de 1961 e Golpe Militar de 1964). O Servio de Aviao da Brigada, foi criado em 31 de maio de 1923 com duas aeronaves argentinas, porm foi extinto em 1924, para sua operao foram construda uma pista de pouso que depois deu origem ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A partir de 1935, em decorrncia Constituio Estadual da poca, a atividade policial passou a ser competncia exclusiva do Estado: A Guarda Civil e a Guarda de Trnsito passaram a fazer o policiamento ostensivo na Capital, enquanto a Brigada Militar assumiu o policiamento no interior. Em meados de 1950, a Corporao passou a preocupar-se em organizar formas de policiamento adequadas a locais e objetivos especficos, originando-se dessa preocupao o Policiamento Rural Montado. Nesse perodo, surgiu tambm o Policiamento Urbano, com emprego de duplas de policiais militares, que passaram a ser conhecidas como Pedro e Paulo, inspirados no Rio de Janeiro, onde eram denominados Cosme e Damio.

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    o professor Santejano, os policiais das Brigada Militar passaram a ser pejorativamente chamados de P de Porco.>>> A partir de 1968, a Brigada Militar passou a executar, com exclusividade, as atribuies de policiamento ostensivo. O texto Constitucional de 1988 atribuiu Corporao as atividades de Polcia Ostensiva, de preservao da ordem pblica, de preveno e combate a incndio, de busca e salvamento e de defesa civil. Em 2000, foi desenvolvido o projeto-piloto de implantao do Termo Circunstanciado (TC) na Brigada Militar, em Caxias do Sul, que abrangeu 59 municpios, coordenado pelo, poca, Comandante do Comando Regional da Serra (CRPO Serra) Srgio Antonio Berni de Brum, atualmente juiz do Tribunal de Justia Militar do RS. O projeto tinha como objetivos gerais aperfeioar e melhorar a prestao do servio policial; tornar mais fcil e gil o acesso da comunidade polcia, bem como tornar mais qualificado o servidor que realiza o atendimento e as demais atividades de Polcia, alm de unificar a prestao do Policial ao cidado. A partir de 2000, durante o mandato do Governador Olvio Dutra, e do Secretrio de Justia e Segurana, Jos Paulo Bisol, atravs da Portaria SJS n 172 (16/11/2000) Instruo Normativa Conjunta n 01/2000 e do Termo de Cooperao n 03/2001, firmado por estes e o Procurador Geral de Justia, Cludio Barros Silva, e pelos Cel. Comandante Geral da Brigada Militar, Nlvio Alberto Neumann e pelo Chefe de polcia, Jos Antonio Arajo, o Termo Circunstanciado foi implantado na Brigada Militar. Assim, a corporao foi pioneira no pas a constituir-se na primeira Polcia Militar a efetuar o chamado "Ciclo Completo de Polcia", no que tange aos crimes de menor potencial ofensivo, consoante positivao constante s leis 9.099/1995 e 10.991/2001, na medida em que o policial militar, a partir de ento, oportuniza ao cidado efetuar registro policial quando do acontecimento destes tipos penais. As ocorrncias de "Menor Potencial Ofensivo" (crimes com penas no superior a 2 anos e contravenes penais) sero lavrados na forma de Termo Circunstanciado (TC ou BO-TC), desde que presentes ou conhecidos os fatores determinantes, como autoria e materialidade do fato, sendo, posteriormente, encaminhado ao Foro com jurisdio sobre o local onde o fato aconteceu. Deste registro ser fornecido, se solicitado, a devida certido. O prprio policial o responsvel pelo registro e, inclusive, pela formalizao da marcao da audincia preliminar entre as partes envolvidas, perante o juzo competente - JEC (Juizado Especial Criminal) -, a fim de buscar a transao penal. As mesmas ocorrncias de "Menor Potencial Ofensivo" meramente comunicadas pela parte interessada, sem a presena ou conhecimento da autoria ou materialidade do delito, sero lavradas na forma de Comunicao de Ocorrncia (BO-COP). E, caso solicitado, ser fornecido certido. As ocorrncias que no geram TC sero encaminhadas para a Delegacia de Polcia com circunscrio sobre o local onde o fato aconteceu, para as competentes investigaes. Essa modificao (anteriormente o cidado necessitava se deslocar at o distrito policial mais prximo), em muito facilitou a agilidade e a dinmica do processo, desonerando o indivduo de uma srie de entraves de ordem administrativa. Tal medida estimulou, inclusive, dentre inmeros aspectos, o efetivo registro policial dos delitos, trazendo maior fidedignidade no que tange ao trabalho policial e o mapeamento dos crimes recorrentes.

    Parte III: Economia e Geografia do Rio Grande do Sul

    Economia Gacha: Agricultura, Pecuria, Indstria e Terceiro Setor O Rio Grande do Sul considerado, atualmente, o quarto estado mais rico do pas. Sua economia

    equilibrada, com grande tradio na exportao. A economia gaucha diversificada, tendo como base a agricultura, a pecuria e a indstria.

    Os produtos agrcolas de destaque no Estado so a soja (gro, leo e farelo), o trigo, o milho e o arroz. O Estado produz ainda: tabaco, erva-mate, mandioca, amendoim, uva (matria prima do vinho gaucho), entre outros.

    A maior concentrao do rebanho gacho est no oeste e sul do estado, junto presena dos campos ou integrado com a produo de arroz. As quatro regies que apresentam maior rebanho, correspondendo a 57,3% do rebanho gacho so: Fronteira Oeste, Sul, Central (10,8%), e Campanha. Destacam-se os municpios de Santana do Livramento com 593.601 cabeas, Alegrete com 558.948, Dom Pedrito com 450.558 e So Gabriel com 414.414 cabeas.A pecuria gacha caracteriza-se por se desenvolver em sistemas extensivos de produo, tendo o campo nativo com base da alimentao dos animais.No estado, as principais criaes so de bovinos, sunos, aves e ovinos.

    A indstria gacha diversificada. O principal produto de exportao so os calados. Outros produtos industriais de destaque so: couro, txtil, alimentcia, automotiva, metalrgica, qumica e madeireira.

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    O plo petroqumico, estabelecido na cidade de Triunfo, considerado o mais moderno e competitivo da Amrica Latina.

    A posio estratgica do Rio Grande do Sul favorece suas relaes com os pases do Mercosul.

    O PIB do estado o quarto maior do Brasil, sendo que em 2007, teve um crescimento de 7%, enquanto o PIB per capita cresceu 5,9% no mesmo perodo. As condies oferecidas pelo estado, em termos de infra-estrutura, tais como estradas, telecomunicaes e energia favorecem investimentos e o crescimento da economia.

    Alm das condies favorveis em infra-estrutura e geografia, o estado do Rio Grande do Sul conhecido por seu padro cultural mais alto que a mdia nacional. O estado conta com um dos melhores ndices de qualidade de vida do pas.

    Outro destaque importante relacionado economia do pas a alta produtividade da mo-de-obra no estado. O investimento em formao profissional grande, sobretudo por instituies privadas vinculadas ao setor industrial, como por exemplo, o Senai. Alm disso, existem, no estado, mais de setenta instituies de ensino superior.

    O Rio Grande do Sul tem a melhor qualidade de vida do pas, sendo que os nveis no estado so parecidos com os nveis de qualidade de vida dos pases desenvolvidos

    19.

    A configurao setorial da economia brasileira ao longo da maior parte da primeira dcada do sculo acentuou o distanciamento entre a indstria e os servios, que se ampliou, reforando a afirmao j registrada no sentido de que, particularmente em 2009, o Brasil exibia um perfil tpico de pas de renda mdia. Verifica-se, a partir de 2004, uma queda da participao relativa da indstria de transformao no PIB brasileiro e no do Rio Grande do Sul

    20.

    Os imigrantes portugueses, alemes e italianos tiveram participao importante para o fortalecimento da economia estadual. Eles desenvolveram tcnicas de cultivo na regio, alm de terem promovido o desenvolvimento econmico em solo gacho. A evoluo da economia estadual ocorreu de forma satisfatria e, atualmente, o estado possui a quarta maior economia do pas, inferior apenas aos estados de So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais

    21.

    Os bens de servios no RGS

    Como se sabe, a atividade econmica ocorre com o objetivo de produzir bens e servios. Os bens so objetos materiais que atendem a nossas necessidades. Servios como uma consulta mdica ou uma engraxada de sapatos, embora intangveis no mesmo sentido dos bens, tambm atendem a nossas necessidades. Eles diferem dos bens em outro aspecto importante: so consumidos no exato instante em que so produzidos

    22.

    Os aspectos mais notveis dessa evoluo se relacionam queda da participao do comrcio e elevao da dos intermedirios financeiros. Tambm o subsetor de transportes e comunicaes gacho se torna muito mais importante do que a mdia do Brasil nos anos recentes. O setor governo (administrao geral, justia, segurana, educao, etc., nos nveis municipal, estadual e federal) apresenta uma constncia constrangedora para aqueles que alardeiam sua excessiva participao na economia. Se crtica pode ser feita, esta deve ser exatamente em sentido contrrio, isto , a julgar pelo nmero de assaltos, atropelamentos, crimes insolveis, processos no julgados, analfabetismo, endemias, etc., o que a sociedade est a necessitar de um setor governo mais operante e no menos. O setor de aluguis informa o peso da prestao de servios por parte das moradias e de outras amenidades de grande durabilidade, como certas mquinas e equipamentos industriais. Ele possui, tradicionalmente, importncia bem menor na economia gacha relativamente brasileira. Por fim, os outros servios se referem a atividades sociais (educao privada, assistncia mdica e hospitalar privada, previdncia social privada, cultos religiosos, instituies culturais, sindicatos, etc.), prestao de servios (alojamento, alimentao fora do domiclio, higiene pessoal, confeco e reparao de

    19

    Fonte: http://www.infoescola.com/rio-grande-do-sul/economia-do-rio-grande-do-sul/ 20

    MARQUETTI, A.A.; BRNI, D.A. Ensaios sobre a Economia Gacha. Porto Alegre, FEE,2013, pg. 19. 21

    Fonte: http://www.brasilescola.com/brasil/economia-rio-grande-sul.htm 22

    MARQUETTI, A.A.; BRNI, D.A. Ensaios sobre a Economia Gacha. Porto Alegre, FEE, 2013, p.175.

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    vesturio, reparao de mquinas e veculos, diverses, rdio, televiso, servios domsticos remunerados, conservao de edifcios, etc.) e a profissionais liberais (advogados, mdicos, etc.). A importncia deste setor se situa em torno de 10% da renda do estado e do pas. Trata-se de um nmero expressivo que, provavelmente, se encontra subestimado, em virtude da omisso de parte do setor informal. Ao mesmo tempo, ele nos mostra que boas possibilidades de crescimento devero ter lugar nesta

    rea23

    .24

    Municpios com maior PIB25

    Municpio PIB (R$ 1000) Populao

    Porto Alegre 30.944.201.000,00 1.440.939

    Canoas 8.610.943.000,00 333.322

    Caxias do Sul 8.117.442.000,00 412.053

    Triunfo 6.461.807.000,00 25.302

    Gravata 3.894.463.107,00 270.763

    Rio Grande 3.820.671.004,00 196.982

    Novo Hamburgo 3.434.114.000,00 258.754

    Santa Cruz do Sul 3.209.996.000,00 119.803

    Pelotas 2.972.849.158,00 346.452

    Bento Gonalves 2.367.582.000,00 104.423

    Passo Fundo 2.010.607.000,00 188.302

    A Dvida Pblica Gacha

    26

    O Banco do Brasil concentrou no Rio Grande do Sul 9% de todos os emprstimos que concedeu em 2005 s diversas atividades produtivas. Veja a seguir um quadro com as informaes por atividade econmica, comparando o Rio Grande do Sul com o Brasil, em R$ 1.000. Total Rio Grande do Sul: 17.745.275 Brasil: 197.020.379 Agropecuria Rio Grande do Sul: 2.480.563 Brasil: 12.904.587

    23

    MARQUETTI, A.A.; BRNI, D.A. Ensaios sobre a Economia Gacha. Porto Alegre, FEE, 2013, p.177. 24

    Ibidem, p.178. 25

    Dados extrados do IBGE/2007. 26

    Fonte: Banco do Brasil, Diretoria de Controladoria, Diviso de Oramento Governa-mental.

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    Indstria Rio Grande do Sul: 1.712.850 Brasil: 20.252.058 Comrcio Rio Grande do Sul: 2.609.549 Brasil: 39.319.969 Intermedirios Financeiros Rio Grande do Sul: 5.389 Brasil: 985.108 Prestao de Servios Rio Grande do Sul: 6.041.165 Brasil: 51.926.977 Outras Atividades Rio Grande do Sul: 4.895.758 Brasil: 71.631.681

    O Relevo e os Solos27

    O relevo gacho bastante variado, com um planalto ao norte, depresses no centro e plancies costeiras. Ao norte, ultrapassando os 1000 metros e podendo chegar a menos de 100 metros no Vale do Taquari. O ponto culminante do estado o Pico do Monte Negro, em So Jos dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra, com 1410 metros, beira da Serra Geral. O Rio Grande do Sul tem quatro unidades morfolgicas: Planalto Norte-Riograndense (ou Planaltos e Chapadas da Bacia do Paran ou Planalto meridional), Depresso Central, Escudo Sul-riograndense (Serras de Sudeste) e Plancie Costeira. Formado por rochas baslticas da era mesozoica, essa rea fica a nordeste do estado, onde se encontram as partes mais altas do estado, podendo chegar aos 1000 metros. O ponto mais alto o Pico do Monte Negro, no municpio de So Jos dos Ausentes, com 1410 metros. O relevo rio-grandense caracterizado por coxilhas suaves e vales rasos. Sem transio, as ondulaes suaves do lugar paredes verticais e rochas baslticas. Com uma altitude mdia de 950 metros, nos dias claros pode-se divisar o Oceano Atlntico desde as bordas dos cnions, bem como diversas cidades prximas da costa, como Praia Grande (SC) ou Torres (RS). Formado a partir de intensas atividades vulcnicas havidas h milhes de anos, sucessivos derrames de lava vieram originar o Planalto Sul brasileiro, coberto por campos limpos, matas de araucrias e inmeras nascentes de rios cristalinos. Ao leste, este imenso plat subitamente interrompido por abismos verticais que levam regio litornea, da originando-se o nome de Aparados da Serra. Em alguns pontos, decorrentes de desmoronamentos, falhas naturais da rocha e processos de eroso, encontram-se grandiosos cnions, tais como o Itaimbezinho. O Itaimbezinho um cnion (ou desfiladeiro) situado no Parque Nacional de Aparados da Serra, a cerca de 170 quilmetros ao nor-nordeste de Porto Alegre, prximo fronteira do estado de Santa Catarina. O cnion tem uma extenso de 5,8 quilmetros, com uma largura mxima de dois quilmetros e uma altura mxima de cerca de 700 metros, sendo percorrido pelo arroio Perdizes. Dentre estes, existem outros como Ao centro do estado fica a Depresso Central, que so terrenos de baixa altitude ligados de leste a oeste, beirados por terras baixas, no passando de 400 metros de altitude, onde se encontram importantes cidades como Santa Maria e So Gabriel.

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    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_do_Rio_Grande_do_Sul

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    Logo ao sul localiza-se o Escudo Sul-Riograndense, tambm conhecido como Serras de Sudeste, que formado de rochas do perodo Pr-Cambriano e, por isso, desgastado pela eroso. O ponto mais alto no ultrapassa os 600 metros de altitude. Abrange cidades como Camaqu e Canguu. Abrange toda a faixa litornea do Rio Grande do sul e algumas reas da Grande Porto Alegre, onde os terrenos esto em baixa altitude. Corresponde a uma faixa arenosa com mais de 622 quilmetros de extenso, com grande ocorrncia de lagunas e lagos. As lagunas so lagos de guas salgadas, portanto ligadas ao mar. As mais famosas so: Laguna dos Patos, Lagoa Mirim e Lagoa da Mangueira. No municpio de Torres, se localiza a nica ilha ocenica do estado, a Ilha dos Lobos. Abrange o porto mais importante do estado, o de Rio Grande, e cidades como Torres e Capo da Canoa.

    O Clima Gacho28

    O clima do Rio Grande do Sul subtropical mido (ou temperado), constitudo por quatro estaes razoavelmente bem definidas, com invernos moderadamente frios e veres quentes (amenos nas partes mais elevadas), separados por estaes intermedirias com aproximadamente trs meses de durao, e chuvas bem distribudas ao longo do ano. Devido s diferenas altimtricas, o clima do estado divide-se ainda, segundo a classificao climtica de Kppen, nos tipos Cfa e Cfb. O clima subtropical mido com veres amenos (Cfb) ocorre na Serra do Sudeste e na Serra do Nordeste, onde as temperaturas mdias dos meses de vero ficam abaixo dos 22C, e o tipo Cfa nas demais regies, onde a temperatura mdia do mais quente ultrapassa os 22C. Devido sua situao latitudinal (inserida no contexto das latitudes mdias), o Rio Grande do Sul apresenta caractersticas peculiares diferentes do clima do resto do Brasil. As temperaturas do estado, em diversas regies, esto entre as mais baixas do inverno brasileiro, chegando a -6C em cidades como Bom Jesus, So Jos dos Ausentes e Vacaria, com geadas freqentes e ocasional precipitao de neve. A temperatura mnima registrada no estado foi de -9,8C no municpio de Bom Jesus, em 1 de agosto de 1955,1 enquanto a temperatura mxima registrada foi de 42,6C em Jaguaro, no sul do estado, em 1943.2 Municpios como Uruguaiana, Lajeado e Campo Bom destacam-se em recordes de temperaturas altas no vero, registrando valores que, por vezes, chegam aos 40C. O estado est ainda sujeito, no outono e no inverno, ao fenmeno do veranico, que consiste de uma sucesso de dias com temperaturas anormalmente elevadas para a estao. No estado, a neve ocorre com maior freqncia nas regies serranas do nordeste, entre as altitudes de 900 a 1.400 m, denominadas de Campos de Cima da Serra, onde esto as cidades mais frias do pas, como So Jos dos Ausentes, Bom Jesus e Cambar do Sul (acima de 1.000 m de altitude), e Vacaria, So Francisco de Paula, Monte Alegre dos Campos, Muitos Capes, Esmeralda e Jaquirana (acima de 900 m), locais em que o fenmeno ocorre praticamente em todos os anos (geralmente com fraca intensidade e em poucos dias no inverno), alm de outras cidades acima dos 600 metros de elevao, de forma mais espordica. No resto do estado, a neve muito rara ou nunca registrada. Porm, fortes geadas podem atingir toda a rea estadual

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    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_do_Rio_Grande_do_Sul

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    Fonte: www.cbtg.com.br/ftgpc/cultural/prendas/Geografia.pdf

    O relevo rio-grandense diversificado, assim como a vegetao. Os trs tipos de relevo tpicos da regio so os seguintes:

    - Pampas localizados nas proximidades das fronteiras do estado com o Uruguai e com a Argentina, ao sul e oeste, os pampas tem como principal caracterstica, a vegetao rasteira formada por gramneas, com alguns arbustos e rvores (de pequeno porte). Esse tipo de vegetao tem boa resistncia a escassez de chuvas. Seu relevo levemente ondulado, sendo suas altitudes sempre inferiores a 500 metros.

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    - Planalto Serrano - ocupando mais da metade do estado, o planalto serrano est localizado na regio nordeste do estado. O ponto mais alto do Rio Grande do Sul, o Pico do Monte Negro, tem 1410 metros de altitude. A vegetao varia entre campos limpos e vegetao de Araucrias. Prximo divisa com Santa Catarina, encontra-se o desfiladeiro do Itaimbezinho, com uma extenso de 5,8 km, altura mxima de 700 metros e largura de, no mximo, 2 km.

    - Regio Lagunar localizada na costa do estado, a principal caracterstica desse relevo so as lagunas (lagos de gua salgada) encontradas em grande quantidade. As maiores lagunas so: Lagoa dos Patos (uma das maiores do mundo), Lagoa Mirim e Lagoa da Mangueira. A paisagem conta ainda com dunas e praias.

    O clima predominante no Rio Grande do Sul sub-tropical. Na regio dos Pampas a temperatura mdia inferior a 18 C, sendo que as chuvas so bem escassas. No Planalto Serrano as chuvas so distribudas com regularidade e abundncia. A mdia de temperatura no Planalto Serrano inferior a 20 C. Ocasionalmente neva a nordeste do estado, em regies com altitude superior a 900 metros. Na regio Lagunar, as chuvas so escassas.

    O principal rio que banha o estado o rio Uruguai, que assim como os demais rios do estado, faz parte da bacia do Prata. Outros rios importantes so o rio Guaba, Taquari, Pelotas, Iju, entre outros.

    Parte IV: Questes 1) Em relao Histria do Rio Grande do Sul, assinale a alternativa correta. (BM-RS 2009) a) No sculo XVIII, esse Estado foi alvo de disputas entre lusitanos e espanhis. b) No sculo XVI, esse Estado foi alvo de disputas entre portugueses e espanhis. c) No sculo XVIII, esse Estado foi alvo de disputas entre portugueses e holandeses. d) No sculo XVIII, esse Estado foi alvo de disputas entre franceses e espanhis. e) No sculo XV, esse Estado foi alvo de disputas entre portugueses e espanhis. Resposta Correta: A. Durante o sculo XV (1401) o Brasil ainda no era oficialmente descoberto por Portugal. Durante o sculo XVI (1501) no havia dvida sobre as possesses espanholas do territrio gacho, pois este se encontrava a oeste da linha imaginria do Tratado de Tordesilhas. Os franceses no tiveram nenhuma disputa com os espanhis pela posse do Rio Grande do Sul, pois eram naes aliadas durante a dominao napolenica. Os holandeses disputaram a regio nordeste do Brasil com os portugueses, pois seu interesse era a explorao do beneficiamento do acar e os canaviais aucareiros se localizavam em regies tropicais. 2) Em relao economia do Rio Grande do sul, assinale a alternativa correta. (BM-RS 2009) a) baseada apenas na produo de gros e de seus derivados industriais. b) baseada especificamente na produo de carne e de seus derivados industriais. c) baseado na agropecuria e em indstrias em reas como couro, calados, mas tambm metalrgica e qumica. d) baseada na agropecuria e em indstrias em reas como couro e calados apenas. e) baseada na agropecuria e no h indstrias. Resposta Correta: C. Todas as alternativas apresentam certos elementos conhecidos da economia gacha, mas somente a letra C engloba todos os elementos presentes nas demais alternativas. Vale lembrar que, em questes relativas economia, as palavras que limitam o conhecimento, como apenas, no h, e especificamente, geralmente indicam uma alternativa incorreta. Vivemos em um tempo de diversificao econmica e num estado colonizado por diferentes etnias. 3) Em relao cultura do Rio Grande do Sul, assinale a alternativa correta. As origens de seu povo (BM-RS 2009) a) so basicamente indgena, espanhola, alem e italiana. b) so basicamente russa, espanhola, alem e sua, entre outras. c) so basicamente portuguesa, espanhola, russa e alem. d) so basicamente portuguesa, indgena, alem e italiana, entre outras. e) so basicamente portuguesa, espanhola, paulista e paranaense.

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    Resposta Correta: D. Os portugueses foram os primeiros europeus a colonizarem o estado, ento habitado por indgenas. Mais tarde foram introduzidos colonos alemes, italianos, polacos, judeus, entre outros. Cuidado com a opo espanhola e sua. Os espanhis, notadamente os argentinos e uruguaios, tiveram presena na capital, na regio de Soledade e regio da fronteira, mas raramente so identificados como uma presena marcante na formao do estado. comum que estas etnias se confundam com portugueses ou indgenas. Os suos foram mais empregados como soldados no Rio de Janeiro, onde se miscigenaram com as mulheres locais, portanto no compuseram a etnia gacha. 4) Assinale a alternativa INCORRETA. O Rio Grande do Sul (BM-RS 2009) a) apresenta o maior PIB do sul do Brasil. b) encontra-se, atualmente, entre os 5 maiores PIBs brasileiros. c) encontra-se, atualmente, entre os 6 estados mais populosos do Brasil. d) encontra-se, atualmente, entre os 10 melhores estados em ndices de Desenvolvimento Humano (IDH) do pas. e) encontra-se, atualmente, entre os 2 maiores PIBs brasileiros. Resposta Correta: E. O Rio Grande do Sul apresenta o quarto maior PIB do pas, informao esta suficiente para a escolha da alternativa correta E. Logo, por deduo, elimina-se a alternativa B, pois se encontra dentro dos maiores 5 produtos internos brutos do pas. Devemos ter em mente que a questo procura a resposta incorreta. Tambm possui o maior PIB da Regio Sul e elevado ndice de IDH (o melhor do pas), o que elimina as alternativas A e D. O estado o 5 mais populoso do Brasil, o que o coloca entre os primeiros 6, eliminando a letra C. 5) Assinale a alternativa correta. (BM-RS 2009) a) O Rio Grande do Sul um Estado com muita expresso no pas. J tivemos gachos na presidncia da Repblica de tal importncia que chega-se a organizar a Histria da Repblica por conta de um nome natural deste Estado. b) O Rio Grande do Sul um Estado com muita expresso no pas. No entanto, nunca houve um gacho ocupando a presidncia da Repblica. Embora a prpria Histria da Repblica seja marcada por nomes intimamente ligados a este Estado. c) O Rio Grande do Sul um Estado com pouca expresso no pas. Embora alguns gachos tenham chegado chefia do Estado, nenhum deles teve proeminncia. d) O Rio Grande do Sul um Estado com muita expresso no pas. O Estado destaca-se principalmente pelo carisma de seus lderes em todos os tempos do Brasil, desde o Imprio at a Repblica todos os lderes gachos, em nvel nacional, estiveram sempre ligados democracia civil. e) O Rio Grande do Sul um Estado com muita expresso no pas. O Estado destaca-se especialmente por ser agrrio e esportivo. Os ndices de populao rural do Estado so os maiores do pas e no h iniciativas de desenvolvimento tecnolgico. Resposta Correta: A. A alternativa A poderia gerar desconfiana se no fosse bem interpretada. O nome de Getlio Vargas constantemente usado para designar o perodo em que esteve no poder, como Era Vargas. A alternativa E facilmente se acusa incorreta, por apresentar as expresses no h iniciativas de desenvolvimento tecnolgico e ser agrrio e esportivo. A alternativa D afirma que o estado possua prestgio poltico durante a fase Imperial do Brasil, o que no correto. As alternativas C e B eliminam-se por conter informao paradoxal. 6) Desde 1987, quando oficialmente foi realizado o primeiro Acampamento Farroupilha no Parque da Harmonia em Porto Alegre, os participantes revivem as tradies gachas para com