curso de pÓs-graduaÇÃo lato...

27
1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI APOSTILA ERGONOMIA DO TRABALHO ESPÍRITO SANTO

Upload: dinhnguyet

Post on 12-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

1

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI

APOSTILA

ERGONOMIA DO TRABALHO

ESPÍRITO SANTO

Page 2: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

2

ERGONOMIA – A FERRAMENTA INDISPENSÁVEL!

A ERGONOMIA

Etimologia

ERG..................................... (do grego érgon): trabalho, parte material.

NOMO................................ (do grego nomós); lei, regra, norma, que regula.

LOGO................................. (do grego log): conhecimento, estudo, ciência.

METRO.............................. (do grego métron): que mede, o ato de medir;

metro – a escala métrica – tem origem latina.

........................................................................................................................................

...........

Ergologia:........................... Parte da etnologia que se ocupa da cultura, no seu

aspecto

material; ciência do trabalho.

Ergoterapia......................... Cura pelo trabalho; terapia ocupacional.

Ergofobia............................ Aversão ao trabalho; horror ao trabalho.

Ergometria.......................... A medição do esforço físico.

Ergométrico........................ Que mede o esforço físico (ex.: a bicicleta

ergométrica).

Ergonomia......................... Tratado do trabalho; aplicação do trabalho (ao homem).

Conjunto de estudos relacionados com a organização do trabalho.

Trabalhar............................ (do Latim tripaliare) Castigar, martirizar com tripálio,

exercer

uma atividade; ocupar-se em algum mister.

Trabalho............................. Aplicação de faculdades e esforços humanos para

alcançar

um determinado fim; qualquer obra realizada.

Page 3: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

3

A VOCAÇÃO DO SER HUMANO É A DE SERVIR

ERGONOMIA É A APLICAÇÃO DO TRABALHO AO HOMEM

Cada pessoa tem vários dons ou aptidões, e com eles exerce a sua atividade

laborativa. Ninguém tem “vocação” para médico, engenheiro, eletricista ou vendedor.

E é com o uso efetivo dos seus dons que o homem exercita a sua única

vocação; para isso, ele precisa de conforto e segurança. E esse é o propósito da

Ergonomia.

Conceito

Nesta segunda fase da prevenção de acidentes e doenças ocupacionais –

adaptação do trabalho ao homem – temos os seguintes procedimentos:

T H

1- adaptação dos fatores ambientais ao trabalhador.

2- adaptação dos fatores operacionais ao trabalhador.

3- o uso de rodízios.

4- o ajuste dos EPIs ao trabalhador.

5- EPCs: algumas vezes se constituem em medidas ergonômicas.

6- A programação adequada de trabalho ao homem.

7- Disposição adequada dos elementos no ambiente de trabalho.

Page 4: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

4

Exemplos:

A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de

ajustar os elementos do trabalho (carro, no caso) a ele.

B- O uso dos EPIs: cada epi deve ser ajustado ao trabalhador, para que ele

possa trabalhar com segurança e conforto.

C- O ledor de consumo de água: a comodidade na leitura, a prancheta para

escrever, o instrumento “telescópico” para a leitura, etc.

D- O trabalho do telefonista: ajuste do nível de som, em função da sua

eventual limitação auditiva.

E- O trabalho do empacotador: o ajuste da altura da mesa.

F- Os colegas deverão citar mais exemplos de “aplicação dos princípios

da ergonomia”.

O OBJETO DA ERGONOMIA

O objeto da Ergonomia é o homem; ele é o “centro “das atenções. O

trabalhador precisa de todos os benefícios e facilidades para exercer a sua função

de produzir.

É oportuno lembrar que a Ergonomia não se preocupa com a ociosidade

(“erg” significa trabalho). Portanto, o conforto, a segurança e o bem-estar não são

um “fim”, mas um “meio”: um meio oferecido para que o trabalhador produza com

boa qualidade.

A Ergonomia deve constituir-se na principal ferramenta para o “controle de

qualidade”.

É inimaginável um “controle de qualidade” sem a preocupação inicial com a

segurança, o conforto e o bem-estar...de quem produz.

Entendemos que, quando um bem é produzido com acidentes e doenças

ocupacionais, a boa qualidade está comprometida.

Page 5: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

5

“A BOA QUALIDADE DO PRODUTO É APENAS O RESULTADO DA BOA

QUALIDADE DA PRODUÇÃO; E SEGURANÇA É UM DOS ELEMENTOS DA

PRODUÇÃO”

O AMBIENTE DE TRABALHO:

Os ambientes de trabalho, quanto aos riscos oferecidos, se distribuem em 4

classes:

a- AMBIENTE PRATICAMENTE SEM RISCO

É um ambiente onde o número de riscos é relativamente pequeno e,

sendo aparentemente de “pequeno grau”, tornam-se quase imperceptíveis.

Entretanto, não podemos negligenciar o fato, pois, qualquer risco, por

menor que seja, deve ser tratado como “potencialmente grave”.

Exs.: sala de aula (poeira de giz, ácaros, desconforto, monotonia,

iluminamento, etc.);

Sala do chefe (poeiras, iluminamento, monotonia, posição de trabalho,

etc.); outros ambientes.

b- AMBIENTE COM CONDIÇÕES PERIGOSAS

É um ambiente onde os acidentes e doenças podem ocorrer em situações

de gravidade, inclusive com risco de morte. Na maioria, é vetado o

trabalho de menores de idade e, em alguns casos, é permitido desde que

eles estejam devidamente protegidos.

Exs.: trabalho dentro do bosque (queda de galhos, ataque de animais,

etc);

trabalho em plataformas, desnível acima de 2,0m (queda de

nível, pânico, etc.);

Page 6: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

6

motorista de caminhão (tensão, acidentes de trânsito,

monotonia, etc.).

outros similares.

c- AMBIENTE COM RISCO DE INSALUBRIDADE

Apesar de essencialmente técnica esta classificação, ela assume um

caráter legal, com a preocupação da compensação pecuniária, com o

pagamento do adicional salarial.

Exs.: trabalho com agroquímicos (intoxicações, calor ou frio excessivo,

etc.);

ambiente muito ruidoso (insalubridade em grau médio);

trabalho com solda elétrica (câncer de pele, cegueira, etc.);

outras situações, igualmente insalubres.

d- AMBIENTE COM RISCO DE PERICULOSIDADE

São situações onde o risco é elevado e, em ocorrendo o acidente, quase

sempre resulta em morte do trabalhador.

Exs.: trabalho com explosivos sólidos;

ambiente contendo líquidos que geram gases explosivos;

GLP;

eletricidade, etc.

O trabalho com R-X é, tecnicamente, caracterizado como insalubre; mas,

legalmente é considerado como “periculoso”.

Para qualquer ambiente de trabalho, e para qualquer atividade que vá

exercer, o homem tem que ser “adaptado”, isto é, o trabalhador tem que: receber

treinamento, alimentar-se adequadamente, usar epi em função do risco existente,

ser motivado, e outros procedimentos de “ajuste do homem ao trabalho”.

Page 7: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

7

A prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, nesta fase de “adaptação

do homem ao trabalho”, é realizada com os seguintes procedimentos:

H T

a- PRÉ-CONTRATAÇÃO: b- PÓS-CONTRATAÇÃO:

alimentação alimentação

escolaridade escolaridade

exames médicos exames médicos

vacinação vacinação

qualificação qualificação

recrutamento treinamento

seleção motivação ao trabalho

etc. reciclagem

rodízio

salário

epi, etc.

Mas, a adaptação do homem ao trabalho não é suficiente para prevenir

acidentes e doenças ocupacionais. ANTES de iniciada a atividade laboral, temos

que ”adaptar o trabalho ao homem”. É a segunda fase da prevenção de acidentes e

doenças.

OS SUBSÍDIOS À ERGONOMIA

Page 8: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

8

Alguns dos recursos e conhecimentos humanos de que se vale a ergonomia

para adequar as condições de trabalho ao homem, afim de que ele possa exercer a

sua atividade dignamente:

E Statística

Ant R Opometria

Fisiolo G ia Humana

Anat O mia Humana

Ciê N cias Biológicas

Psic O logia

M edicina Industrial

Fís I ca

Economi A , e outros

Exemplos:

1- Para a empresa formar, economicamente, o seu estoque de foices, no trabalho

rural, é necessário saber, primeiramente, qual a população de trabalhadores com

habilidade “de esquerda” e “de direita”; depois, a periodicidade com que a

ferramenta se desgasta.

2- Também, a antropometria, a estatística e a economia se aplicam para a formação

do estoque de calçados de segurança, conceito estendido a todo e qualquer

equipamento ou ferramenta.

Por que, primeiramente, o conhecimento da população e, depois, o do

consumo? Desta forma, temos condições de avaliar a periodicidade com quê

determinado bem é consumido: há certa relação entre a quantidade de

consumidores numa classe (por exemplo, os que calçam sapato no 38) e o consumo

deste equipamento. Entretanto, convém estar atentos para alguns fatores que

contribuem para maior ou menor desgaste do bem:

- nível de treinamento;

- condições ambientais de trabalho;

- qualidade da matéria prima usada na fabricação do

equipamento;

- acabamento dado ao equipamento;

Page 9: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

9

- uso indevido e/ou incorreto do equipamento;

- outros.

OS OBJETIVOS DA ERGONOMIA

Podemos distribuir os objetivos em duas classes:

1- Objetivos (interesses) imediatos:

a) propiciar conforto, segurança e bem-estar;

b) reduzir a fadiga do trabalhador;

c) prevenir acidentes e doenças ocupacionais;

2- Objetivos (interesses) mediatos:

a) reduzir o absentismo;

b) aumentar a eficiência do trabalho;

c) minimizar os custos de produção;

d) aumentar a produção;

e) aumentar a produtividade;

f) melhorar a qualidade de produção (controle de qualidade);

g) ensejar maiores lucros à empresa;

h) ainda que não se constitua em um objetivo, a aplicação do trabalho

(ao homem) resulta em ampliação do mundo de trabalho ao chamado

“deficiente”, ou “portador de necessidades especiais”.

O RECONHECIMENTO E A AVALIAÇÃO

DOS AGENTES ERGONÔMICOS

Page 10: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

10

Agentes ergonômicos são todos os elementos envolvidos na execução do

trabalho, estudados nesta 2a fase de prevenção de acidentes e de doenças

ocupacionais:

- condições do posto de trabalho

- lay-out

i) ruídos

j) temperaturas

k) vibração mecânica

l) posição de trabalho

m) ritmo de trabalho

n) empatia

o) tempo de execução de um serviço

p) jornada de trabalho, etc.

Quando há a inadequação, o desajuste ou a impropriedade destes agentes,

eles irão gerar condições inseguras de natureza ergonômica, as quais causarão

acidentes e doenças ocupacionais.

Assim como ocorre na primeira fase – adaptação do homem ao trabalho –

também na segunda fase, que é a domínio da ERGONOMIA, há escala de

procedimentos para a prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais:

A- O RECONHECIMENTO DOS AGENTES ERGONÔMICOS

Procedimento que consiste em identificar todos os agentes ambientais e/ou

operacionais que possam interferir no desempenho, na saúde e na integridade física

do trabalhador.

A interferência de ordem psíquica não é objeto de preocupação da

Ergonomia; mas, por exemplos, o tamanho do pincel de um pintor, a cadeira usada

por um digitador, ou a posição de trabalho do professor, a temperatura ambiente em

que o artista trabalha, sim.

Page 11: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

11

Esse reconhecimento pode ser efetivado empírica ou objetivamente (com o uso

de equipamentos ou instrumentos de medição).

B- A AVALIAÇÃO

Consiste em identificar a intensidade com que esses elementos ambientais e/ou

operacionais ocorrem, relacionando-os com o limite de tolerância do trabalhador a

eles.

Para os riscos de insalubridade, o limite de tolerância é verificado em função,

basicamente, de dois fatores:

1- aspectos quantitativo e qualitativo da medição;

2- tempo de exposição ao (s) agente (s).

Para os riscos de periculosidade, o limite de tolerância é verificado em função,

basicamente, de dois fatores:

1- aspectos quantitativo e qualitativo da medição;

2- distância à fonte geradora.

C- O CONTROLE

Após o reconhecimento e a respectiva avaliação, estando caracterizado o risco,

ele deverá ser controlado.

Entretanto, pela multiplicidade dos agentes, torna-se difícil a avaliação

quantitativa; destarte, e para facilitar a avaliação e o necessário controle, os agentes

– chamados de “fatores ergonômicos” - são distribuídos em três classes:

1- Fatores Individuais:

tipo físico

Page 12: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

12

inteligência

capacidade de concentração

idade

sexo

habilidades, etc.

2- Fatores Ambientais:

temperatura

ruído

umidade

lay-out

topografia, etc.

3- Fatores Operacionais:

posição de trabalho

ritmo de trabalho

turno de trabalho

velocidade da máquina

atos repetitivos, etc.

Os fatores individuais e os ambientais são reconhecidos e avaliados antes da

execução do trabalho. Os operacionais só podem ser reconhecidos e avaliados

após e/ou durante a execução do trabalho; eles surgem com a atividade laborativa.

Modernamente, uma das principais doenças manifestadas pela inadaptação,

principalmente dos fatores operacionais, é conhecida pela sigla DORT,

equivocadamente chamada LER.

Distúrbios Músculo-ligamentares Relativos ao Trabalho (DMRT) ou Doenças

Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) são lesões musculares e/ou

tendões e/ou fáscias e/ou nervos nos membros superiores, ocasionadas pela

utilização biomecanicamente incorreta deles, que resultam em dor, fadiga, queda de

Page 13: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

13

performance no trabalho, incapacidade temporária e, conforme o caso, podem

evoluir para uma síndrome dolorosa crônica.

Manifestam-se, normalmente, entre 7 e 24 meses de trabalho (na função).

A faixa etária mais comum é a de 20 a 29 anos, por uma questão lógica do

elevado número de pessoas dessa faixa, no mundo de trabalho e, também, pelo

tempo da manifestação (7 a 24 meses).

No exame admissional, se detectado o distúrbio, negar a vaga.

Alguns fatores contributivos: vibração, frio, as mulheres são mais

predispostas, postura estática do corpo durante o trabalho, tensão no trabalho,

desprazer, traumatismos anteriores, atividades anteriores, perfil psicológico

(segundo Dr. Losovey).

Como fatores biomecânicos, podemos citar: força excessiva com os membros

superiores, postura incorreta (braços elevados, braços estendidos, compressão de

estruturas nervosas), outros.

A programação adequada de trabalho ao homem é o ponto de partida para a

prevenção de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais, e para o

atingimento dos objetivos imediatos que são o conforto, a segurança e o bem-

estar do trabalhador.

QUANDO SURGIU A ERGONOMIA

A ergonomia surgiu junto com o homem primitivo. Com a necessidade de se

proteger e sobreviver, o homem primitivo, sem querer começou aplicar os princípios

de ergonomia, ao fazer seus utensílios de barro para tirar água de cacimbas e

cozinhar alimentos.

ERGO = trabalho

Page 14: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

14

NOMOS = regras

Estudo entre o Homem e o seu trabalho, equipamento e meio ambiente.

A ERGONOMIA ESTUDA A SITUAÇÃO DE TRABALHO:

Atividade

Ambiente (iluminação, ruído e calor)

Posto de trabalho

Dimensões, formas e concepção e etc...

Busca dar o máximo de conforto, segurança, eficiência e melhoria das

condições de trabalho existentes.

ONDE PODEMOS APLICAR UM ESTUDO

ERGONÔMICO

No lar

No transporte

No lazer

Na escola

Principalmente, no trabalho

Ergonomia

Menos

esforço

físico e

mental

Page 15: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

15

TIPOS DE ERGONOMIA

De correção.

Atua de maneira restrita modificando os elementos parciais do posto de

trabalho, como:

Dimensões

Iluminação

Ruído

Temperatura, etc...

Tem eficácia limitada.

De concepção.

Ao contrário, interfere amplamente no projeto do posto de trabalho, do

instrumento e máquina do sistema de produção, organização do trabalho e formação

de pessoal.

Boa postura

Uso adequado de equipamento

Implantação

De conscientização:

Capacitação das Pessoas.

Page 16: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

16

DESLOCAR, LEVANTAR E TRANSPORTAR

CARGAS MANUAIS

FORMA, PESO E VOLUME DAS CARGAS MANUAIS, DETERMINAM CUIDADOS

DIFERENCIADOS

DEFINIÇÃO

Deslocar, levantar e transportar cargas define-se como sendo os movimentos

e esforços desprendidos por uma ou mais pessoas, objetivando movimentar cargas

dos mais diversos tipos, formas ou tamanhos, pelo processo manual.

Page 17: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

17

OBJETIVO

Informar procedimentos básicos a serem seguidos quando no deslocamento,

levantamento e transporte de cargas manuais, objetivando evitar acidentes e

consequentes lesões.

LEGISLAÇÃO

•Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho

•NR-09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

•NR-11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.

•NR-17 - Ergonomia

1

2

3

Page 18: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

18

CAPACIDADE INDIVIDUAL DE CARGA

RISCOS CONTEMPLADOS

•Esforço físico intenso;

•Levantamento e Transporte de peso;

•Postura Inadequada;

•Ritmos excessivos;

•Trabalhos em turnos e noturnos;

•Monotonia;

•Repetitividade;

•Jornada de Trabalho prolongada, etc.

ANATOMIA HUMANA

- CABEÇA

- TRONCO

MEMBROS

FAIXA ETÁRIA HOMEM MULHER

Menores de 16 anos PROIBIDO PROIBIDO

16 a 18 anos 16 kg 8 kg

Acima de 18 anos 40 kg 20 kg

Page 19: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

19

COLUNA VERTEBRAL

A única estrutura óssea do tronco

PROCEDIMENTOS BÁSICOS QUANDO LEVANTAR CAIXAS:

Centralizar a carga...

Usar o esforço das

pernas deixando-as

com abertura

adequada...

Centralizar a carga...

Estender os

braços... Mantê-la próxima ao corpo.

1 3

2 4

Page 20: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

20

PROCEDIMENTOS BÁSICOS QUANDO LEVANTAR SACOS:

LESÕES

•Cortes/ Perfurações;

•Dores lombares (lombalgias);

•Entorse;

•Distensões musculares;

•Hérnias, ETC.

Exemplos:

Manter a

cabeça e costas em

linha reta;

Segurar

o saco

com a

palma

da

mão;

Levantar com

esforço das pernas,

deixando-as com

abertura adequada;

Apoiar o saco

sobre o ombro,

e;

3

1

2

4

Segurar com

firmeza e

iniciar o

transporte

com as costas

reta.

INCAPACIDADE •Parcial

•Total

•Temporária

•Permanente

•Morte

Page 21: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

21

TRABALHO EM PÉ

A posição em pé é recomendada para os casos em que há frequentes

deslocamentos do local de trabalho ou quando há necessidade de aplicar grandes

forças.

Não se recomenda passar o dia todo na posição em pé, pois isso provoca

fadiga nas costas e pernas.

Um estresse adicional pode aparecer quando a cabeça e o tronco ficam

inclinados, provocando dores no pescoço e nas costas. Além disso, trabalhar com os

braços para cima, sem apoio, provoca dores nos ombros.

As tarefas que exigem longo tempo na posição de pé, devem ser intercaladas

com tarefas que possam ser realizadas na posição sentada ou andando.

Deve-se permitir que os trabalhadores possam sentar durante as pausas

naturais do trabalho. É o caso, por exemplo, de operadores de máquinas e

vendedores em lojas. Também se podem projetar postos de trabalho que permitam

alternar a postura sentada com a em pé.

Page 22: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

22

A ALTURA DA SUPERFÍCIE DE

TRABALHO EM PÉ DEPENDE DA TAREFA

A altura da superfície para trabalho em pé depende, como no caso do

trabalho sentado, do tipo de tarefa, das dimensões corporais e da preferência

individual.

A altura da bancada deve ser ajustável. Quando a mesma bancada é usada

por várias pessoas, sua altura deve ser regulável.

Para acomodar as diferenças individuais, a faixa de ajustes deve ser de pelo

menos 25 cm. Isso acontece também quando a mesma pessoa deve trabalhar com

peças de diferentes alturas.

Nesse caso, a faixa de ajustes depende da diferença de altura das peças a

serem manuseadas. Os usuários devem ser instruídos sobre a melhor altura da

bancada para cada pessoa, a fim de prevenir a fadiga.

O uso de plataformas não é recomendado para trabalhadores em pé.

Elas exigem um espaço adicional, são difíceis de limpar e incômodas para

transportar. Além disso, as pessoas costumam tropeçar nelas.

RESERVAR ESPAÇO SUFICIENTE

PARA PERNAS E PÉS

Page 23: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

23

Um espaço suficiente deve ser mantido livre sob a bancada ou máquina, para

acomodaras pernas e pés. Isso permite que a pessoa se aproxime do trabalho, sem

necessidade de curvar o tronco.

O espaço livre deve permitir também mudanças frequentes de postura,

movimentando as pernas e os pés.

Evitar alcance excessivo

Os alcances com os braços, para frente e para os lados, devem ser limitados

para evitar a inclinação ou rotação do corpo. Para isso, as ferramentas, peças e

controles de uso mais frequente devem situar-se em frente e perto do corpo.

Para leituras e outras tarefas que exigem um acompanhamento visual

contínuo, a superfície deve ser inclinada, sempre que possível, de forma

semelhante ao caso do trabalho sentado.

Mudança de postura

Descrevemos a seguir alguns meios para aliviar os problemas causados por

posturas prolongadas, incluindo maneiras de variar as tarefas e atividades,

construção de postos de trabalho que permitam alternar a postura sentada e em pé,

Page 24: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

24

o uso da cadeira Balans e o uso de um selim para apoiar as nádegas na postura em

pé.

O projeto e a organização do trabalho devem preocupar-se em introduzir

variações nas tarefas e atividades, de modo a eliminar as posturas prolongadas.

Se uma tarefa deve ter longa duração, o posto de trabalho pode ser projetado

para que as atividades possam ser exercidas tanto na posição sentada como em pé.

Para isso, a superfície de trabalho é dimensionada para o trabalho em pé.

Em seguida, providencia-se uma cadeira alta, que permita realizar o trabalho

sentado. Nesta postura, deve haver um apoio para os pés e um espaço para

acomodar as pernas, abaixo da superfície de trabalho.

Uso da cadeira Balans de vez em quando

A cadeira Balans tem assento inclinado para frente em aproximadamente 20

graus. Essa inclinação força postura vertical do dorso.

Para que o corpo não deslize para frente, há um apoio na altura dos joelhos.

Essa cadeira não pode ser usada por longos períodos, devido à pressão nos

joelhos, falta de movimento das pernas e ausência do encosto. Como a cadeira não

tem rodinhas e o assento não pode girar, ela só pode ser utilizada para tarefas que

se encontram à frente do corpo.

Page 25: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

25

Em todos os casos, pode-se usar essa cadeira, por curtos períodos, em

substituição à cadeira convencional, apenas com o objetivo de alternar a postura de

vez em quando. Ela não deve ser usada por longos períodos ou de forma contínua.

Uso do selim para apoiar o corpo na posição em pé

Pode-se usar um tipo de selim com tripé para apoiar as nádegas na posição

em pé. Esse selim consiste de um pequeno assento com altura regulável entre 65 a

85 cm e é inclinado para frente em 15 a 30 graus. Ele possibilita uma postura semi-

apoiada, servindo para aliviar a tensão nas pernas.

Esse selim não pode ser usado por longos períodos e só é prático no caso de

trabalhos em pé, sem necessidade de grandes forças ou movimentos extensos. O

piso onde se apoia deve ter atrito suficiente para evitar que o mesmo deslize.

Page 26: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

26

POSTURAS DAS MÃOS E BRAÇOS

O trabalho por longos períodos, usando as mãos e os braços em posturas

inadequadas, pode produzir dores nos punhos, cotovelos e ombros.

Quando o punho fica muito tempo inclinado, pode haver inflamação dos

nervos, resultando em dores e sensações de formigamento nos dedos.

Dores no pescoço e nos ombros podem ocorrer quando se trabalha muito

tempo com os braços levantados, sem apoio. Esses problemas ocorrem

principalmente com o uso de ferramentas manuais.

As dores se agravam quando há aplicação de forças ou se realizam

movimentos repetitivos com as mãos. Pode-se conseguir posturas melhores com o

posicionamento correto para a altura das mãos e uso de ferramentas apropriadas.

Existem muitos modelos de ferramentas. Deve ser selecionado o modelo que

melhor se adapte à tarefa e à postura, de modo que as articulações possam ser

mantidas na posição neutra.

Page 27: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUadmin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico33956.pdf · A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de ajustar

27

BIBLIOGRAFIA

Livros

Curso de Ergonomia Aplicada – Teoria e Prática – Kamilla F. O. Sartori

Ergonomia: fundamentos da prática ergonômica – Rodrigo Pires do Rio e

Licinia Pires

Ergonomia Aplicada ao Trabalho em 18 lições – Hudson de Araujo Couto

Ergonomia Prática – Jan Dul e Bernard Weerdmeester

Manual de Ergonomia no escritório – Qualitymark Editora Ltda.

Manual de Ergonomia em Casa - Qualitymark Editora Ltda.

Atualidades em Ergonomia Logística, Movimentação de Materiais, Engenharia

Industrial, Escritório – Antonio Francisco Abrantes – IMAM

Sites

www.posturar.com.br

www.abergo.org.br

www.cipanet.com.br

www.higieneocupacional.com.br

www.saudeetrabalho.com.br

www.mte.gov.br/