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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI
APOSTILA
ERGONOMIA DO TRABALHO
ESPÍRITO SANTO
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ERGONOMIA – A FERRAMENTA INDISPENSÁVEL!
A ERGONOMIA
Etimologia
ERG..................................... (do grego érgon): trabalho, parte material.
NOMO................................ (do grego nomós); lei, regra, norma, que regula.
LOGO................................. (do grego log): conhecimento, estudo, ciência.
METRO.............................. (do grego métron): que mede, o ato de medir;
metro – a escala métrica – tem origem latina.
........................................................................................................................................
...........
Ergologia:........................... Parte da etnologia que se ocupa da cultura, no seu
aspecto
material; ciência do trabalho.
Ergoterapia......................... Cura pelo trabalho; terapia ocupacional.
Ergofobia............................ Aversão ao trabalho; horror ao trabalho.
Ergometria.......................... A medição do esforço físico.
Ergométrico........................ Que mede o esforço físico (ex.: a bicicleta
ergométrica).
Ergonomia......................... Tratado do trabalho; aplicação do trabalho (ao homem).
Conjunto de estudos relacionados com a organização do trabalho.
Trabalhar............................ (do Latim tripaliare) Castigar, martirizar com tripálio,
exercer
uma atividade; ocupar-se em algum mister.
Trabalho............................. Aplicação de faculdades e esforços humanos para
alcançar
um determinado fim; qualquer obra realizada.
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A VOCAÇÃO DO SER HUMANO É A DE SERVIR
ERGONOMIA É A APLICAÇÃO DO TRABALHO AO HOMEM
Cada pessoa tem vários dons ou aptidões, e com eles exerce a sua atividade
laborativa. Ninguém tem “vocação” para médico, engenheiro, eletricista ou vendedor.
E é com o uso efetivo dos seus dons que o homem exercita a sua única
vocação; para isso, ele precisa de conforto e segurança. E esse é o propósito da
Ergonomia.
Conceito
Nesta segunda fase da prevenção de acidentes e doenças ocupacionais –
adaptação do trabalho ao homem – temos os seguintes procedimentos:
T H
1- adaptação dos fatores ambientais ao trabalhador.
2- adaptação dos fatores operacionais ao trabalhador.
3- o uso de rodízios.
4- o ajuste dos EPIs ao trabalhador.
5- EPCs: algumas vezes se constituem em medidas ergonômicas.
6- A programação adequada de trabalho ao homem.
7- Disposição adequada dos elementos no ambiente de trabalho.
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Exemplos:
A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade de
ajustar os elementos do trabalho (carro, no caso) a ele.
B- O uso dos EPIs: cada epi deve ser ajustado ao trabalhador, para que ele
possa trabalhar com segurança e conforto.
C- O ledor de consumo de água: a comodidade na leitura, a prancheta para
escrever, o instrumento “telescópico” para a leitura, etc.
D- O trabalho do telefonista: ajuste do nível de som, em função da sua
eventual limitação auditiva.
E- O trabalho do empacotador: o ajuste da altura da mesa.
F- Os colegas deverão citar mais exemplos de “aplicação dos princípios
da ergonomia”.
O OBJETO DA ERGONOMIA
O objeto da Ergonomia é o homem; ele é o “centro “das atenções. O
trabalhador precisa de todos os benefícios e facilidades para exercer a sua função
de produzir.
É oportuno lembrar que a Ergonomia não se preocupa com a ociosidade
(“erg” significa trabalho). Portanto, o conforto, a segurança e o bem-estar não são
um “fim”, mas um “meio”: um meio oferecido para que o trabalhador produza com
boa qualidade.
A Ergonomia deve constituir-se na principal ferramenta para o “controle de
qualidade”.
É inimaginável um “controle de qualidade” sem a preocupação inicial com a
segurança, o conforto e o bem-estar...de quem produz.
Entendemos que, quando um bem é produzido com acidentes e doenças
ocupacionais, a boa qualidade está comprometida.
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“A BOA QUALIDADE DO PRODUTO É APENAS O RESULTADO DA BOA
QUALIDADE DA PRODUÇÃO; E SEGURANÇA É UM DOS ELEMENTOS DA
PRODUÇÃO”
O AMBIENTE DE TRABALHO:
Os ambientes de trabalho, quanto aos riscos oferecidos, se distribuem em 4
classes:
a- AMBIENTE PRATICAMENTE SEM RISCO
É um ambiente onde o número de riscos é relativamente pequeno e,
sendo aparentemente de “pequeno grau”, tornam-se quase imperceptíveis.
Entretanto, não podemos negligenciar o fato, pois, qualquer risco, por
menor que seja, deve ser tratado como “potencialmente grave”.
Exs.: sala de aula (poeira de giz, ácaros, desconforto, monotonia,
iluminamento, etc.);
Sala do chefe (poeiras, iluminamento, monotonia, posição de trabalho,
etc.); outros ambientes.
b- AMBIENTE COM CONDIÇÕES PERIGOSAS
É um ambiente onde os acidentes e doenças podem ocorrer em situações
de gravidade, inclusive com risco de morte. Na maioria, é vetado o
trabalho de menores de idade e, em alguns casos, é permitido desde que
eles estejam devidamente protegidos.
Exs.: trabalho dentro do bosque (queda de galhos, ataque de animais,
etc);
trabalho em plataformas, desnível acima de 2,0m (queda de
nível, pânico, etc.);
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motorista de caminhão (tensão, acidentes de trânsito,
monotonia, etc.).
outros similares.
c- AMBIENTE COM RISCO DE INSALUBRIDADE
Apesar de essencialmente técnica esta classificação, ela assume um
caráter legal, com a preocupação da compensação pecuniária, com o
pagamento do adicional salarial.
Exs.: trabalho com agroquímicos (intoxicações, calor ou frio excessivo,
etc.);
ambiente muito ruidoso (insalubridade em grau médio);
trabalho com solda elétrica (câncer de pele, cegueira, etc.);
outras situações, igualmente insalubres.
d- AMBIENTE COM RISCO DE PERICULOSIDADE
São situações onde o risco é elevado e, em ocorrendo o acidente, quase
sempre resulta em morte do trabalhador.
Exs.: trabalho com explosivos sólidos;
ambiente contendo líquidos que geram gases explosivos;
GLP;
eletricidade, etc.
O trabalho com R-X é, tecnicamente, caracterizado como insalubre; mas,
legalmente é considerado como “periculoso”.
Para qualquer ambiente de trabalho, e para qualquer atividade que vá
exercer, o homem tem que ser “adaptado”, isto é, o trabalhador tem que: receber
treinamento, alimentar-se adequadamente, usar epi em função do risco existente,
ser motivado, e outros procedimentos de “ajuste do homem ao trabalho”.
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A prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, nesta fase de “adaptação
do homem ao trabalho”, é realizada com os seguintes procedimentos:
H T
a- PRÉ-CONTRATAÇÃO: b- PÓS-CONTRATAÇÃO:
alimentação alimentação
escolaridade escolaridade
exames médicos exames médicos
vacinação vacinação
qualificação qualificação
recrutamento treinamento
seleção motivação ao trabalho
etc. reciclagem
rodízio
salário
epi, etc.
Mas, a adaptação do homem ao trabalho não é suficiente para prevenir
acidentes e doenças ocupacionais. ANTES de iniciada a atividade laboral, temos
que ”adaptar o trabalho ao homem”. É a segunda fase da prevenção de acidentes e
doenças.
OS SUBSÍDIOS À ERGONOMIA
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Alguns dos recursos e conhecimentos humanos de que se vale a ergonomia
para adequar as condições de trabalho ao homem, afim de que ele possa exercer a
sua atividade dignamente:
E Statística
Ant R Opometria
Fisiolo G ia Humana
Anat O mia Humana
Ciê N cias Biológicas
Psic O logia
M edicina Industrial
Fís I ca
Economi A , e outros
Exemplos:
1- Para a empresa formar, economicamente, o seu estoque de foices, no trabalho
rural, é necessário saber, primeiramente, qual a população de trabalhadores com
habilidade “de esquerda” e “de direita”; depois, a periodicidade com que a
ferramenta se desgasta.
2- Também, a antropometria, a estatística e a economia se aplicam para a formação
do estoque de calçados de segurança, conceito estendido a todo e qualquer
equipamento ou ferramenta.
Por que, primeiramente, o conhecimento da população e, depois, o do
consumo? Desta forma, temos condições de avaliar a periodicidade com quê
determinado bem é consumido: há certa relação entre a quantidade de
consumidores numa classe (por exemplo, os que calçam sapato no 38) e o consumo
deste equipamento. Entretanto, convém estar atentos para alguns fatores que
contribuem para maior ou menor desgaste do bem:
- nível de treinamento;
- condições ambientais de trabalho;
- qualidade da matéria prima usada na fabricação do
equipamento;
- acabamento dado ao equipamento;
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- uso indevido e/ou incorreto do equipamento;
- outros.
OS OBJETIVOS DA ERGONOMIA
Podemos distribuir os objetivos em duas classes:
1- Objetivos (interesses) imediatos:
a) propiciar conforto, segurança e bem-estar;
b) reduzir a fadiga do trabalhador;
c) prevenir acidentes e doenças ocupacionais;
2- Objetivos (interesses) mediatos:
a) reduzir o absentismo;
b) aumentar a eficiência do trabalho;
c) minimizar os custos de produção;
d) aumentar a produção;
e) aumentar a produtividade;
f) melhorar a qualidade de produção (controle de qualidade);
g) ensejar maiores lucros à empresa;
h) ainda que não se constitua em um objetivo, a aplicação do trabalho
(ao homem) resulta em ampliação do mundo de trabalho ao chamado
“deficiente”, ou “portador de necessidades especiais”.
O RECONHECIMENTO E A AVALIAÇÃO
DOS AGENTES ERGONÔMICOS
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Agentes ergonômicos são todos os elementos envolvidos na execução do
trabalho, estudados nesta 2a fase de prevenção de acidentes e de doenças
ocupacionais:
- condições do posto de trabalho
- lay-out
i) ruídos
j) temperaturas
k) vibração mecânica
l) posição de trabalho
m) ritmo de trabalho
n) empatia
o) tempo de execução de um serviço
p) jornada de trabalho, etc.
Quando há a inadequação, o desajuste ou a impropriedade destes agentes,
eles irão gerar condições inseguras de natureza ergonômica, as quais causarão
acidentes e doenças ocupacionais.
Assim como ocorre na primeira fase – adaptação do homem ao trabalho –
também na segunda fase, que é a domínio da ERGONOMIA, há escala de
procedimentos para a prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais:
A- O RECONHECIMENTO DOS AGENTES ERGONÔMICOS
Procedimento que consiste em identificar todos os agentes ambientais e/ou
operacionais que possam interferir no desempenho, na saúde e na integridade física
do trabalhador.
A interferência de ordem psíquica não é objeto de preocupação da
Ergonomia; mas, por exemplos, o tamanho do pincel de um pintor, a cadeira usada
por um digitador, ou a posição de trabalho do professor, a temperatura ambiente em
que o artista trabalha, sim.
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Esse reconhecimento pode ser efetivado empírica ou objetivamente (com o uso
de equipamentos ou instrumentos de medição).
B- A AVALIAÇÃO
Consiste em identificar a intensidade com que esses elementos ambientais e/ou
operacionais ocorrem, relacionando-os com o limite de tolerância do trabalhador a
eles.
Para os riscos de insalubridade, o limite de tolerância é verificado em função,
basicamente, de dois fatores:
1- aspectos quantitativo e qualitativo da medição;
2- tempo de exposição ao (s) agente (s).
Para os riscos de periculosidade, o limite de tolerância é verificado em função,
basicamente, de dois fatores:
1- aspectos quantitativo e qualitativo da medição;
2- distância à fonte geradora.
C- O CONTROLE
Após o reconhecimento e a respectiva avaliação, estando caracterizado o risco,
ele deverá ser controlado.
Entretanto, pela multiplicidade dos agentes, torna-se difícil a avaliação
quantitativa; destarte, e para facilitar a avaliação e o necessário controle, os agentes
– chamados de “fatores ergonômicos” - são distribuídos em três classes:
1- Fatores Individuais:
tipo físico
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inteligência
capacidade de concentração
idade
sexo
habilidades, etc.
2- Fatores Ambientais:
temperatura
ruído
umidade
lay-out
topografia, etc.
3- Fatores Operacionais:
posição de trabalho
ritmo de trabalho
turno de trabalho
velocidade da máquina
atos repetitivos, etc.
Os fatores individuais e os ambientais são reconhecidos e avaliados antes da
execução do trabalho. Os operacionais só podem ser reconhecidos e avaliados
após e/ou durante a execução do trabalho; eles surgem com a atividade laborativa.
Modernamente, uma das principais doenças manifestadas pela inadaptação,
principalmente dos fatores operacionais, é conhecida pela sigla DORT,
equivocadamente chamada LER.
Distúrbios Músculo-ligamentares Relativos ao Trabalho (DMRT) ou Doenças
Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) são lesões musculares e/ou
tendões e/ou fáscias e/ou nervos nos membros superiores, ocasionadas pela
utilização biomecanicamente incorreta deles, que resultam em dor, fadiga, queda de
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performance no trabalho, incapacidade temporária e, conforme o caso, podem
evoluir para uma síndrome dolorosa crônica.
Manifestam-se, normalmente, entre 7 e 24 meses de trabalho (na função).
A faixa etária mais comum é a de 20 a 29 anos, por uma questão lógica do
elevado número de pessoas dessa faixa, no mundo de trabalho e, também, pelo
tempo da manifestação (7 a 24 meses).
No exame admissional, se detectado o distúrbio, negar a vaga.
Alguns fatores contributivos: vibração, frio, as mulheres são mais
predispostas, postura estática do corpo durante o trabalho, tensão no trabalho,
desprazer, traumatismos anteriores, atividades anteriores, perfil psicológico
(segundo Dr. Losovey).
Como fatores biomecânicos, podemos citar: força excessiva com os membros
superiores, postura incorreta (braços elevados, braços estendidos, compressão de
estruturas nervosas), outros.
A programação adequada de trabalho ao homem é o ponto de partida para a
prevenção de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais, e para o
atingimento dos objetivos imediatos que são o conforto, a segurança e o bem-
estar do trabalhador.
QUANDO SURGIU A ERGONOMIA
A ergonomia surgiu junto com o homem primitivo. Com a necessidade de se
proteger e sobreviver, o homem primitivo, sem querer começou aplicar os princípios
de ergonomia, ao fazer seus utensílios de barro para tirar água de cacimbas e
cozinhar alimentos.
ERGO = trabalho
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NOMOS = regras
Estudo entre o Homem e o seu trabalho, equipamento e meio ambiente.
A ERGONOMIA ESTUDA A SITUAÇÃO DE TRABALHO:
Atividade
Ambiente (iluminação, ruído e calor)
Posto de trabalho
Dimensões, formas e concepção e etc...
Busca dar o máximo de conforto, segurança, eficiência e melhoria das
condições de trabalho existentes.
ONDE PODEMOS APLICAR UM ESTUDO
ERGONÔMICO
No lar
No transporte
No lazer
Na escola
Principalmente, no trabalho
Ergonomia
Menos
esforço
físico e
mental
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TIPOS DE ERGONOMIA
De correção.
Atua de maneira restrita modificando os elementos parciais do posto de
trabalho, como:
Dimensões
Iluminação
Ruído
Temperatura, etc...
Tem eficácia limitada.
De concepção.
Ao contrário, interfere amplamente no projeto do posto de trabalho, do
instrumento e máquina do sistema de produção, organização do trabalho e formação
de pessoal.
Boa postura
Uso adequado de equipamento
Implantação
De conscientização:
Capacitação das Pessoas.
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DESLOCAR, LEVANTAR E TRANSPORTAR
CARGAS MANUAIS
FORMA, PESO E VOLUME DAS CARGAS MANUAIS, DETERMINAM CUIDADOS
DIFERENCIADOS
DEFINIÇÃO
Deslocar, levantar e transportar cargas define-se como sendo os movimentos
e esforços desprendidos por uma ou mais pessoas, objetivando movimentar cargas
dos mais diversos tipos, formas ou tamanhos, pelo processo manual.
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OBJETIVO
Informar procedimentos básicos a serem seguidos quando no deslocamento,
levantamento e transporte de cargas manuais, objetivando evitar acidentes e
consequentes lesões.
LEGISLAÇÃO
•Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho
•NR-09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
•NR-11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.
•NR-17 - Ergonomia
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CAPACIDADE INDIVIDUAL DE CARGA
RISCOS CONTEMPLADOS
•Esforço físico intenso;
•Levantamento e Transporte de peso;
•Postura Inadequada;
•Ritmos excessivos;
•Trabalhos em turnos e noturnos;
•Monotonia;
•Repetitividade;
•Jornada de Trabalho prolongada, etc.
ANATOMIA HUMANA
- CABEÇA
- TRONCO
MEMBROS
FAIXA ETÁRIA HOMEM MULHER
Menores de 16 anos PROIBIDO PROIBIDO
16 a 18 anos 16 kg 8 kg
Acima de 18 anos 40 kg 20 kg
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COLUNA VERTEBRAL
A única estrutura óssea do tronco
PROCEDIMENTOS BÁSICOS QUANDO LEVANTAR CAIXAS:
Centralizar a carga...
Usar o esforço das
pernas deixando-as
com abertura
adequada...
Centralizar a carga...
Estender os
braços... Mantê-la próxima ao corpo.
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PROCEDIMENTOS BÁSICOS QUANDO LEVANTAR SACOS:
LESÕES
•Cortes/ Perfurações;
•Dores lombares (lombalgias);
•Entorse;
•Distensões musculares;
•Hérnias, ETC.
Exemplos:
Manter a
cabeça e costas em
linha reta;
Segurar
o saco
com a
palma
da
mão;
Levantar com
esforço das pernas,
deixando-as com
abertura adequada;
Apoiar o saco
sobre o ombro,
e;
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1
2
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Segurar com
firmeza e
iniciar o
transporte
com as costas
reta.
INCAPACIDADE •Parcial
•Total
•Temporária
•Permanente
•Morte
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TRABALHO EM PÉ
A posição em pé é recomendada para os casos em que há frequentes
deslocamentos do local de trabalho ou quando há necessidade de aplicar grandes
forças.
Não se recomenda passar o dia todo na posição em pé, pois isso provoca
fadiga nas costas e pernas.
Um estresse adicional pode aparecer quando a cabeça e o tronco ficam
inclinados, provocando dores no pescoço e nas costas. Além disso, trabalhar com os
braços para cima, sem apoio, provoca dores nos ombros.
As tarefas que exigem longo tempo na posição de pé, devem ser intercaladas
com tarefas que possam ser realizadas na posição sentada ou andando.
Deve-se permitir que os trabalhadores possam sentar durante as pausas
naturais do trabalho. É o caso, por exemplo, de operadores de máquinas e
vendedores em lojas. Também se podem projetar postos de trabalho que permitam
alternar a postura sentada com a em pé.
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A ALTURA DA SUPERFÍCIE DE
TRABALHO EM PÉ DEPENDE DA TAREFA
A altura da superfície para trabalho em pé depende, como no caso do
trabalho sentado, do tipo de tarefa, das dimensões corporais e da preferência
individual.
A altura da bancada deve ser ajustável. Quando a mesma bancada é usada
por várias pessoas, sua altura deve ser regulável.
Para acomodar as diferenças individuais, a faixa de ajustes deve ser de pelo
menos 25 cm. Isso acontece também quando a mesma pessoa deve trabalhar com
peças de diferentes alturas.
Nesse caso, a faixa de ajustes depende da diferença de altura das peças a
serem manuseadas. Os usuários devem ser instruídos sobre a melhor altura da
bancada para cada pessoa, a fim de prevenir a fadiga.
O uso de plataformas não é recomendado para trabalhadores em pé.
Elas exigem um espaço adicional, são difíceis de limpar e incômodas para
transportar. Além disso, as pessoas costumam tropeçar nelas.
RESERVAR ESPAÇO SUFICIENTE
PARA PERNAS E PÉS
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Um espaço suficiente deve ser mantido livre sob a bancada ou máquina, para
acomodaras pernas e pés. Isso permite que a pessoa se aproxime do trabalho, sem
necessidade de curvar o tronco.
O espaço livre deve permitir também mudanças frequentes de postura,
movimentando as pernas e os pés.
Evitar alcance excessivo
Os alcances com os braços, para frente e para os lados, devem ser limitados
para evitar a inclinação ou rotação do corpo. Para isso, as ferramentas, peças e
controles de uso mais frequente devem situar-se em frente e perto do corpo.
Para leituras e outras tarefas que exigem um acompanhamento visual
contínuo, a superfície deve ser inclinada, sempre que possível, de forma
semelhante ao caso do trabalho sentado.
Mudança de postura
Descrevemos a seguir alguns meios para aliviar os problemas causados por
posturas prolongadas, incluindo maneiras de variar as tarefas e atividades,
construção de postos de trabalho que permitam alternar a postura sentada e em pé,
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o uso da cadeira Balans e o uso de um selim para apoiar as nádegas na postura em
pé.
O projeto e a organização do trabalho devem preocupar-se em introduzir
variações nas tarefas e atividades, de modo a eliminar as posturas prolongadas.
Se uma tarefa deve ter longa duração, o posto de trabalho pode ser projetado
para que as atividades possam ser exercidas tanto na posição sentada como em pé.
Para isso, a superfície de trabalho é dimensionada para o trabalho em pé.
Em seguida, providencia-se uma cadeira alta, que permita realizar o trabalho
sentado. Nesta postura, deve haver um apoio para os pés e um espaço para
acomodar as pernas, abaixo da superfície de trabalho.
Uso da cadeira Balans de vez em quando
A cadeira Balans tem assento inclinado para frente em aproximadamente 20
graus. Essa inclinação força postura vertical do dorso.
Para que o corpo não deslize para frente, há um apoio na altura dos joelhos.
Essa cadeira não pode ser usada por longos períodos, devido à pressão nos
joelhos, falta de movimento das pernas e ausência do encosto. Como a cadeira não
tem rodinhas e o assento não pode girar, ela só pode ser utilizada para tarefas que
se encontram à frente do corpo.
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Em todos os casos, pode-se usar essa cadeira, por curtos períodos, em
substituição à cadeira convencional, apenas com o objetivo de alternar a postura de
vez em quando. Ela não deve ser usada por longos períodos ou de forma contínua.
Uso do selim para apoiar o corpo na posição em pé
Pode-se usar um tipo de selim com tripé para apoiar as nádegas na posição
em pé. Esse selim consiste de um pequeno assento com altura regulável entre 65 a
85 cm e é inclinado para frente em 15 a 30 graus. Ele possibilita uma postura semi-
apoiada, servindo para aliviar a tensão nas pernas.
Esse selim não pode ser usado por longos períodos e só é prático no caso de
trabalhos em pé, sem necessidade de grandes forças ou movimentos extensos. O
piso onde se apoia deve ter atrito suficiente para evitar que o mesmo deslize.
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POSTURAS DAS MÃOS E BRAÇOS
O trabalho por longos períodos, usando as mãos e os braços em posturas
inadequadas, pode produzir dores nos punhos, cotovelos e ombros.
Quando o punho fica muito tempo inclinado, pode haver inflamação dos
nervos, resultando em dores e sensações de formigamento nos dedos.
Dores no pescoço e nos ombros podem ocorrer quando se trabalha muito
tempo com os braços levantados, sem apoio. Esses problemas ocorrem
principalmente com o uso de ferramentas manuais.
As dores se agravam quando há aplicação de forças ou se realizam
movimentos repetitivos com as mãos. Pode-se conseguir posturas melhores com o
posicionamento correto para a altura das mãos e uso de ferramentas apropriadas.
Existem muitos modelos de ferramentas. Deve ser selecionado o modelo que
melhor se adapte à tarefa e à postura, de modo que as articulações possam ser
mantidas na posição neutra.
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BIBLIOGRAFIA
Livros
Curso de Ergonomia Aplicada – Teoria e Prática – Kamilla F. O. Sartori
Ergonomia: fundamentos da prática ergonômica – Rodrigo Pires do Rio e
Licinia Pires
Ergonomia Aplicada ao Trabalho em 18 lições – Hudson de Araujo Couto
Ergonomia Prática – Jan Dul e Bernard Weerdmeester
Manual de Ergonomia no escritório – Qualitymark Editora Ltda.
Manual de Ergonomia em Casa - Qualitymark Editora Ltda.
Atualidades em Ergonomia Logística, Movimentação de Materiais, Engenharia
Industrial, Escritório – Antonio Francisco Abrantes – IMAM
Sites
www.posturar.com.br
www.abergo.org.br
www.cipanet.com.br
www.higieneocupacional.com.br
www.saudeetrabalho.com.br
www.mte.gov.br/