curso de graduaÇÃo bacharelado em arquitetura...
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CURSO DE GRADUAÇÃO BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
LARISSA SIMÕES JORGE
ANTEPROJETO PARA A ASSOCIAÇÃO DE ANIMAIS ABANDONADOS –
AANIMAA – EM SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA / RJ
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
2017
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LARISSA SIMÕES JORGE
ANTEPROJETO PARA A ASSOCIAÇÃO DE ANIMAIS ABANDONADOS –
AANIMAA – EM SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA / RJ
Trabalho Final de Graduação apresentado ao
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Fluminense de Campos, como
requisito parcial para conclusão do Curso de
Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo.
Orientadora: Profª. Dra. Aline Couto da Costa
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
2017
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AGRADECIMENTOS
Deus. Início, princípio e fim. Agradeço primeiramente a Ele, por toda força e amparo
em todo tempo. Devo agradecimentos também aos meus irmãos em Cristo, que me apoiaram
em oração e incentivaram desde o início de minha vida pessoal.
Tenho imensa gratidão à minha família – pai, mãe e irmão - pelo apoio direto, desde
viagens urgentes até palavras de ternura e momentos de paciência. Agradeço também a todos
meus familiares por todo carinho, atenção e cuidado.
Reconheço toda a ajuda gratuita que me deram Ledilson, Diana, tia Márcia e Anna
Lettycia, com noites viradas, café, boas imagens e afeto.
Devo agradecimentos a todos os profissionais que me trouxeram até o presente
momento, desde o ensino fundamental até o ensino superior.
Reservo lembranças de cada um dos meus mestres e amigos de escola, principalmente
do Colégio Estadual Almirante Barão de Teffé. Pessoas que, com certeza, fazem parte de
minhas conquistas.
Devo agradecer também aos colegas do Instituto Federal Fluminense por todos os
momentos e saberes compartilhados. Espero vê-los como bons profissionais daqui para frente
e que possamos compartilhar novamente.
Sem dúvidas sou grata a todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo,
tanto aos que dão aula quanto aos que dão a vida. Espero ser como vocês no futuro. Não posso
deixar de agradecer aos críticos que me ajudaram a crescer.
Agradeço especialmente à minha orientadora Aline Couto por tudo e principalmente
pela paciência e pela amizade. Com certeza é um exemplo que me inspirou a prosseguir.
Preciso ser grata também aos meus amigos de 4 patas pela companhia.
Sou imensamente grata a todos os profissionais da Prefeitura Municipal de Santo
Antônio de Pádua, do Canil Municipal de Santo Antônio de Pádua, do INEA, da Zoomed, da
Secretaria de Obras, dentre outras instituições paduanas.
Agradeço a todos que me quiseram bem e peço perdão por qualquer falta de tempo e
reconhecimento. Obrigada a todos que contribuíram para que eu chegasse até aqui. Estão
guardados em meu coração.
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Pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e
edificador é Deus. (Hebreus 11:10)
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DEDICATÓRIA
Este trabalho final de graduação é dedicado primeiramente a Deus,
que me deu a oportunidade da graduação e me manteve; à minha
família - em especial à minha mãe - e amigos, tão importantes no meu
crescimento; aos grupos de auxílio aos animais e a todos os animais
desamparados, mas não esquecidos.
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RESUMO
A proposta para esta monografia aflorou no momento em que percebeu-se o elevado número
de animais abandonados e em sofrimento, sendo isto observado através de redes sociais e
experiência própria. Além disso, através de pesquisas percebeu-se que a cidade de Santo
Antônio de Pádua necessita de um espaço adequado para abrigar animais sem dono e, por isso,
propõe-se aqui uma solução arquitetônica.
Para execução desta proposta foi realizada pesquisa bibliográfica e entrevista para
conhecimento sobre abandono animal, maus tratos e castração; pesquisa documental sobre
especificações técnicas, leis e normas pertinentes; análise de referenciais projetuais; aplicação
de questionário online com intuito de levantar dados e saber as intenções da população em
relação à AAnimAA; visita e levantamentos fotográfico e topográfico do terreno selecionado e
de seu entorno; além disso, desenvolvimento projetual com estudo de conceito, partido,
programa, além das demais soluções projetuais.
Para o projeto buscou-se primeiramente boa localização e elementos eficientes que convidem a
sociedade a utilizar o espaço, sendo este elemento a cor. Levou-se em conta também economia,
pelo simples fato de ser saudável a utilização de recursos naturais e porque propõe-se um espaço
público, onde os recursos financeiros precisam ser bem aplicados.
Trata-se de uma ideia simples, porém eficaz, que valoriza a cidade e oferece uma arquitetura
que atenda uma necessidade real.
Palavras-chave: Abandono Animal; Castração; Solário; Projeto Arquitetônico; Santo Antônio
de Pádua
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ABSTRACT
The proposal for this monograph emerged at a time when the high number of abandoned and
suffering animals was noticed, being observed through social networks and own experience. In
addition, through research it was noticed that the city of Santo Antônio de Pádua needs an
adequate space to house animals without owner and, therefore, an architectural solution is
proposed here.
To carry out this proposal, a bibliographical research and interview for knowledge on animal
abandonment, mistreatment and castration were carried out; documentary research on technical
specifications, relevant laws and standards; analysis of design references; application of online
questionnaire in order to collect data and know the intentions of the population about
AAnimAA; visits and photographic and topographical surveys of the selected terrain and its
surroundings; in addition, project development with study of architectural concept, architectural
part, program, in addition to other design solutions.
For the project, we first sought good location and efficient elements that invite society to use
space, this element being the color. The economy has also been taken into account, for the
simple fact that the use of natural resources is healthy, and because a public space is proposed,
where financial resources must be well applied.
It is a simple, but effective idea, that values the city and offers an architecture that meets a real
need.
Keywords: Animal Abandonment; Castration; Solarium; Architectural project; Santo Antônio
de Pádua.
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- Canil Municipal de Santo Antônio de Pádua..........................................................16
FIGURA 2- Baia com solário no Zoológico Municipal de Volta Redonda................................26
FIGURA 3- Corte esquemático de um canil com solário...........................................................26
FIGURA 4 - Planta Baixa e Setorização do The Animal Foundation Dog Adoption Park.........28
FIGURA 5 - Planta Baixa dos Bangalôs do The Animal Foundation Dog Adoption Park….....29
FIGURA 6 - Perspectiva do Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center...................31
FIGURA 7 - Bloco B - suítes do hotel canino do Clube do Carinho ..........................................32
FIGURA 8 - Bloco B e área externa do Clube do Carinho .........................................................32
FIGURA 9 - Piscina do Clube do Carinho ................................................................................33
FIGURA 10- Piso drenante fabricado em concreto poroso........................................................34
FIGURA 11- Sistema de captação de água de chuva .................................................................35
FIGURA 12- Sistema de captação e distribuição de água de chuva...........................................35
FIGURA 13 - Simplon_A e seu destaque na paisagem urbana..................................................36
FIGURA 14 - Localização do terreno selecionado....................................................................42
FIGURA 15 - Distância entre terreno selecionada e centro da cidade.......................................43
FIGURA 16 - Elevação do terreno (em azul) e vegetação existentes (em verde)....................44
FIGURA 17 - Estudo de insolação e ventilação de terreno selecionado....................................45
FIGURA 18 - Estudo do entorno do terreno selecionado..........................................................46
FIGURA 19 - Vistas do terreno selecionado.............................................................................46
FIGURA 20 - Fragmento do Mapa 3, de Macrozoneamento. Em destaque, o terreno...............47
FIGURA 21 - Setorização e Fluxograma..................................................................................50
FIGURA 22 - Implantação AAnimAA e AAnimAApet...........................................................51
FIGURA 23 - Volumetria Blocos Administração + Saúde........................................................52
FIGURA 24 - Volumetria Blocos de Controle e Operações.....................................................53
FIGURA 25 - Volumetria Bloco AAnimAApet........................................................................53
FIGURA 26 - Volumetria Bloco de Canis................................................................................54
FIGURA 27 - Volumetria Bloco de Gatis e transição entre blocos, coberta por polipropileno.....54
FIGURA 28 - Planta baixa Bloco Administrativo + Saúde .......................................................56
FIGURA 29 - Planta baixa Bloco de Controle e Operações......................................................58
FIGURA 30 - Planta baixa Bloco Gatis ....................................................................................60
FIGURA 31 - Corte Gatis e demonstração das “Camas de gato”.............................................61
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FIGURA 32 - Planta baixa Bloco Canis individuais de adoção ..............................................63
FIGURA 33 - Planta baixa Bloco Canis coletivos...................................................................64
FIGURA 34 - Planta baixa Bloco AAnimAApet.....................................................................66
FIGURA 35 - Corte AAnimAApet..........................................................................................67
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LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - Procriação de um casal de cães em 10 anos.........................................................22
GRÁFICO 2 - Você tem ou já teve algum animal de estimação (cachorro ou gato)?.................37
GRÁFICO 3 - Se sim, ao adquirir você pensou que o animal vive em média 10 anos e que criá-
lo traz gastos, necessidade de atenção e cuidados veterinários?.................................................37
GRÁFICO 4 - Você escolhe o animal por raça ou afetividade?.................................................38
GRÁFICO 5 - Quando você pensa em adquirir um animal de estimação, qual opção é mais
atrativa? ....................................................................................................................................38
GRÁFICO 6 - Você já foi a algum abrigo de animais? .............................................................38
GRÁFICO 7 - Você sabe da existência do canil público de Pádua e do estado em que se
encontra?...................................................................................................................................39
GRÁFICO 8 - Você gostaria que fosse construído um canil municipal com condições
adequadas?................................................................................................................................39
GRÁFICO 9 - Você acredita e entende que a castração é a melhor alternativa a fim de diminuir
o número de animais abandonados?...........................................................................................40
GRÁFICO 10 - Se em nossa cidade houvesse campanhas de castração gratuitas, você castraria
seu animal? ...............................................................................................................................40
GRÁFICO 11 - Onde fica seu pet quando você viaja? ..............................................................40
GRÁFICO 12 - Se em nossa cidade estivesse disponível serviço de hotelaria não gratuito para
animais, você utilizaria?............................................................................................................41
GRÁFICO 13 - Se em nossa cidade estivesse disponível um parque para animais, onde estes
pudessem correr e brincar sem coleiras, você levaria seu pet neste local?..................................41
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Porque os animais são abandonados em abrigos? (Valores dados em
porcentagem).............................................................................................................................21
TABELA 2 - Comprimento do solário de acordo com o porte do cão........................................25
TABELA 3 - Programa de necessidades do projeto AAnimAA.................................................48
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LISTA DE SIGLAS
AAnimAA - Associação de Animais Abandonados
AAR - Amigos dos Animais de Rua
APAE - Associação de Pais e Mestres
CCZ - Centro de Controle de Zoonoses
CVSA - Centro de Vigilância em Saúde Ambiental
EUA - Estados Unidos da América
FUNASA - Fundação Nacional de Saúde
HSMO - Humane Society of Missouri
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MDRS - Macrozona de Desenvolvimento Rural Sustentável
MPa - Mega Pascal
ONG - Organização Não Governamental
S.D. - Sem data
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................9 e 10
LISTA DE GRÁFICOS ..........................................................................................................11
LISTA DE TABELAS.............................................................................................................12
LISTA DE SIGLAS.................................................................................................................13
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................16
1 ABANDONO ANIMAL, MAUS TRATOS E CASTRAÇÃO...........................................19
2 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PARA DIMENSÕES E AMBIENTES......................25
3 REFERENCIAIS PROJETUAIS........................................................................................27
3.1 Funcionais........................................................................................................................27
3.2 Tipológico.........................................................................................................................31
3.3 Tecnológicos.....................................................................................................................33
3.4 Plástico-formal.................................................................................................................36
4 PESQUISA DE CAMPO......................................................................................................37
5 TERRENO............................................................................................................................42
5.1 Localização e acessos......................................................................................................42
5.2 Aspectos físicos................................................................................................................44
5.3 Análise do entorno..........................................................................................................45
5.4 Aspectos Legais...............................................................................................................47
6 O PROJETO ARQUITETÔNICO......................................................................................48
6.1 Conceito e Partido Arquitetônico..................................................................................48
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6.2 Programa de necessidades, setorização e fluxograma..................................................48
6.3 Implantação e volumetria...............................................................................................51
6.4 Bloco Administrativo + Saúde........................................................................................55
6.5 Bloco de Controle + Operações......................................................................................57
6.6 Gatis..................................................................................................................................59
6.7 Canis................................................................................................................................62
6.8 AAnimAApet...................................................................................................................65
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................68
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................69
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INTRODUÇÃO
Assim Deus criou os grandes animais aquáticos e os demais seres vivos que
povoam as águas, de acordo com as suas espécies; e todas as aves, de acordo
com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom.
(BÍBLIA ONLINE – NVI; Gênesis 1:21).
A importância dos animais é histórica e inquestionável perante a Bíblia Sagrada, posto
que, se assim não fosse, não teriam sido criados. Isto pode ser observado na citação
mencionada.1
Entretanto, muitas pessoas não pensam dessa forma e costumam maltratar ou abandonar
os animais. Em algumas cidades, essa situação é tão recorrente e problemática que se torna
necessário a promoção de espaços destinados ao abrigo e tratamento desses seres vivos.
A cidade de Santo Antônio de Pádua, no estado do Rio de Janeiro, é uma das que investiu
na construção de um espaço destinado a cães, isto é, um canil municipal. Entretanto, alguns
habitantes desconhecem a existência do canil da cidade. Em primeiro lugar, porque ele está
cercado com tapumes para que os animais não fujam (retirando a visão de quem o enxerga pela
estrada) e, em segundo, por ser um espaço adaptado e pequeno, como observa-se na Figura 1.
Figura 1- Canil Municipal de Santo Antônio de Pádua
Fonte: Acervo próprio, 2017
1 A Bíblia Sagrada neste trabalho não é utilizada como base científica, mas não questiona-se também sua
importância religiosa.
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No entanto, apesar de existir um canil, alguns cães e gatos ainda circulam pelas ruas
livres, feridos, doentes e famintos, evidenciando a falta de uma política pública voltada à
questão.
Alguns desses animais são cuidados por moradores interessados e pelos que formam os
grupos “Animais de Pádua” e o “Amigos dos Animais de Rua – AAR”, que, por sua vez, se
organizam através de redes sociais. Esses moradores acolhem os animais em casa e/ou arcam
com o valor gasto com veterinários. O cuidado acontece sem nenhum apoio da Prefeitura
Municipal, mesmo que também seja de sua responsabilidade, questões ambientais e de saúde
pública.
Nesse contexto, surge a proposta de se criar, em Santo Antônio de Pádua, a Associação
de Animais Abandonados – AAnimAA - que vai acolher, tratar e reintegrar animais
abandonados, acidentados ou que sofreram maus tratos. Depois de receberem tratamento, os
animais estarão aptos à adoção responsável, em eventos da cidade ou a qualquer momento, no
próprio centro de acolhimento.
Diante do exposto, o objetivo principal deste trabalho final de graduação é elaborar e
apresentar um anteprojeto arquitetônico de um centro de acolhimento e tratamento destinado a
cães e gatos. Trata-se de uma estrutura com diversos equipamentos, dentre eles: canil e gatil,
setor de saúde animal, setor administrativo, pet hotel e pet shop (AAnimAApet). O projeto
propõe uma parceria, onde parte dos lucros gerados na parte privada atende a parte pública.
O espaço também poderá ser utilizado pelos alunos do curso de veterinária da Faculdade
Redentor de Itaperuna – cidade vizinha, distante em média 70 km - para fins de aprendizado e
estágio. A Associação de Pais e Mestres (APAE) também poderá usar o espaço para fins
educativos.
Os objetivos específicos são: compreender a questão do abandono e maus tratos contra
animais e abordar a castração como forma de reduzir o número de animais em sofrimento;
buscar legislação pertinente a fim de obter conhecimento sobre especificações técnicas; estudar
projetos e tomá-los como referência; analisar o perfil dos cidadãos paduanos2 e sua opinião
sobre o tema; selecionar uma área para o projeto e elaborar seu diagnóstico; projetar, utilizando
todos os conhecimentos adquiridos.
A metodologia a ser utilizada no presente trabalho contempla: pesquisa bibliográfica e
entrevista para conhecimento sobre abandono animal, maus tratos e castração; pesquisa
documental sobre especificações técnicas, leis e normas pertinentes; análise de referenciais
2 Cidadão oriundo da cidade de Santo Antônio de Pádua, cidade interiorana do estado do Rio de Janeiro, limítrofe
à cidade mineira de Pirapetinga.
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projetuais; aplicação de questionário online com intuito de levantar dados e saber as intenções
da população em relação à AAnimAA; visita e levantamentos fotográfico e topográfico do
terreno selecionado e de seu entorno; desenvolvimento projetual com estudo de conceito,
partido, programa, além das demais soluções projetuais.
Acredita-se que o projeto contribua para a questão relacionada ao tratamento do animal,
assim como para a sociedade, por tratar de um assunto de grande interesse e por atender a uma
necessidade real da cidade, que não possui uma arquitetura plenamente adequada com a
finalidade proposta no presente trabalho.
O trabalho é organizado da seguinte forma: o primeiro capítulo trata das causas do
abandono animal e maus tratos, demonstra-o em números, mostra penas de lei a quem o pratica,
dá as possíveis soluções para tal problema, além disso, explicita a castração como uma das
medidas necessárias para diminuir os problemas envolvendo animais. O segundo capítulo
aborda as especificações técnicas necessárias para o projeto de abrigo animal, como programa,
dimensões, terreno, entre outros. A terceira parte apresenta os precedentes funcional, plástico,
tipológico e tecnológico, que compõem um portfólio, a ser utilizado como referência para a
ação projetual. O quarto capítulo mostra os aspectos sociais e culturais ligados ao projeto,
observados nas respostas da sociedade ao questionário on line feito pela autora, com intuito de
levantar dados e saber as intenções da população em relação à AAnimAA. O quinto capítulo
trata dos condicionantes projetuais em relação ao terreno e o sexto, expõe o projeto, seu
conceito, partido, programa, setorização, fluxograma e demais soluções arquitetônicas.
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1 ABANDONO ANIMAL, MAUS TRATOS E CASTRAÇÃO
Teto de sol ou de lua, comida de quem lhe der, cama pelo chão da rua aos pés
de um poste qualquer. Feito de gato e sapato, vida sem dono de cão, voz que
não pode falar, de fato, mas uiva cada vez mais por compaixão. (SÁ e REIS,
2011).
Quando se trata de questões ambientais, pode-se utilizar como instrumento de análise,
a lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Quando animais são encontrados presos ilegalmente,
esta lei expressa no artigo 25, §1° que “os animais serão prioritariamente libertados em seu
habitat ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a
jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a
responsabilidade de técnicos habilitados”.
Ainda no artigo 25, §2°, a lei enuncia que até que os animais sejam entregues às
instituições mencionadas no §1o deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam
mantidos em condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-
estar físico.
Já o artigo 32 da mesma lei demonstra que as penas para quem praticar ato de abuso,
maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou
exóticos consistem em detenção, de três meses a um ano, e multa.
Além dessa lei, há 77 anos, o presidente Getúlio Vargas criou o decreto de lei n° 2.848,
de 7 de setembro de 1940, que cita como dano a introdução ou abandono de animais em
propriedade alheia, e demonstra no artigo 164 que introduzir ou deixar animais em propriedade
alheia, sem consentimento de quem é de direito, desde que o fato resulte prejuízo, terá como
pena detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
Nota-se então que os animais têm seu bem-estar e direitos garantidos por lei e que é
crime maltratá-los, abandoná-los ou mantê-los em condições inadequadas.
Seja nos grandes centros urbanos, seja nas pequenas cidades, cães e gatos andam livres
pelas ruas e encontram-se em situação precária. É o que se constata pela citação a seguir:
A Organização Mundial da Saúde estima que só no Brasil existem 10 milhões
de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco
habitantes há um cachorro, destes, 10% estão abandonados. No interior, em
20
cidades menores, a situação não é muito diferente. Em muitos casos o número
chega a 1/4 da população humana (REDAÇÃO Grupo Bandeirantes, 2013).
Na cidade de Santo Antônio de Pádua, onde a população é de 41.246 pessoas (IBGE,
2016), isto seria cerca de 10.312, um número bastante grande.
Basta andar um pouco pela cidade para comprovar esta estimativa. Observam-se
animais soltos, que em alguns momentos correm atrás de transeuntes, buscam abrigo em
qualquer local coberto e que se alimentam do que as pessoas lhes dão. No Hospital Helio
Montezano, localizado à Avenida João Jasbick, número 520, no bairro Cehab, muitos cachorros
estão presentes pois, uma colaboradora do hospital os alimenta e quando tem oportunidade, os
leva ao veterinário para serem castrados. Nas redes sociais, todos os dias surgem casos de
animais mutilados, cadelas prenhes mortas ainda com filhotes, filhotes abandonados em
cachoeira distante da cidade, entre outras situações. Shultz (2009, apud OLIVEIRA, 2016)
discorre sobre algumas razões para o abandono dos animais por seus donos:
Estima-se que, de 10 animais abandonados, 8 já tiveram um lar. Cães e gatos
são os animais que mais preenchem as necessidadeS físicas e emocionais dos
seres humanos e vêm gradativamente encontrando seu lugar dentro dos
núcleos familiares. Os pets costumam encher a casa de alegrias, encantam-nos
com suas travessuras, são fofos, lindos, pequeninos e gostosos de apertar.
Porém dão trabalho, gastos e alguns incômodos as vezes. Exigem tempo
disponível, rações de boa qualidade, fazem xixi pela casa toda, precisam ser
educados, adestrados, levados para passear e necessitam acompanhamento
veterinário periódico. Muitas vezes crescem mais do que o previsto ou seu
temperamento não é exatamente o esperado. Por estes motivos, muitos cães e
gatos, mesmos fofinhos e travessos, acabam abandonados por seus guardiões,
que não tem a mínima estrutura física ou psicológica para mantê-los. Isto
acaba trazendo (e agravando) um dos maiores problemas que vivenciamos em
relação a animais de estimação atualmente: o abandono e os maus tratos.
Os “animais racionais” precisam ter competência suficiente para cuidar dos menos
capazes. Apesar da estreita relação que têm com os animais - relação essa até emocional, os
seres humanos são inconstantes. Deve-se fazer um mínimo de pesquisa para conhecimento da
raça de seu animal, suas necessidades e seu comportamento, para que se esteja preparado para
conviver e cuidar de seus animais adequadamente e de modo responsável.
21
Além do abandono por seus donos, há outros motivos para se ter tantos animais nas ruas.
Alguns animais fogem e não sabem voltar para seus lares. Outros são roubados. Os motivos
para o abandono são variados. “Em pesquisa realizada nos EUA em 12 abrigos, envolvendo
1.984 cães e 1.286 gatos, procurou-se investigar quais eram os motivos dados pelas pessoas que
abandonaram seus bichos. As somas passam de 100% porque um dono pode ter alegado mais
de um motivo para abandonar seu animal” (SCIENCE, S. D apud BONALUME NETO, 2007,
apud OLIVEIRA, 2016), como se vê na Tabela 1.
Tabela 1 - Porque os animais são abandonados em abrigos? (Valores dados em porcentagem)
CÃES GATOS
1° 18,5 - Suja a casa 37,7 - Suja a casa
2° 12,6 - Destrutivo fora de casa 12,6 - Destrutivo fora de casa
3° 12,1 - Agressivo com pessoas 11,4 - Destrutivo fora de casa
4° 11,6 - Fujão 10,9 - Agressivo com pessoas
5° 11,4 - Ativo demais 8,0 - Não se adapta com outros pets
6° 10,9 - Requer muita atenção 8,0 - Morde
7° 10,7 - Late ou uiva muito 6,9 - Requer muita atenção
8° 9,7 - Morde 6,9 - Não amistoso
9° 9,7 - Destrutivo dentro de casa 4,6 - Eutanásia por motivos de comportamento
10° 9,0 - Desobediente 4,6 - Ativo demais Fonte: Revista veterinária “Journal of Applied Animal Welfare Science”, apud OLIVEIRA, 2016 (Adaptado
pela autora)
Outra situação que agrava o abandono é a compra de animais por impulso, em feiras ou
pet shops, onde nos apresentam como se fossem belos produtos. Segundo a veterinária Silvia
Schultz (2009, apud OLIVEIRA, 2016), um animal de estimação como estes pode viver cerca
de 15 anos e, durante este tempo, é preciso ter paciência para adestrá-los e ensiná-los. Além
disso, a educação ambiental deve ser reforçada nas escolas e em casa, onde se formam
indivíduos conscientes. Em cidades onde se tem a presença do Centro de Controle de Zoonoses
(CCZ), os animais são recolhidos, levados ao espaço do CCZ, onde são tratados e alimentados,
porém, se não forem adotados, sofrem eutanásia.
Em entrevista ao veterinário Fernando DeCnop Padilha Filho, da clínica veterinária
Zoomed de Pádua, este afirma que o maior motivo para que haja um grande número de animais
abandonados pelas ruas é a reprodução demasiada (PADILHA FILHO, 2017). A veterinária
22
Beatriz Cesarini também concorda que há uma reprodução desmedida entre os animais -
conforme citação abaixo - confirmada pela Gráfico 1:
A população de cães e gatos cresce cada vez mais rapidamente, porque esses
animais têm alto índice de reprodução. O problema é que muitos desses
bichinhos não possuem lares ou as famílias que cuidam do progenitor, não
conseguem amparar a nova ninhada. Assim, muitos filhotes acabam
abandonados pelas ruas.
Cada cria que nasce pode gerar 15 cães ou 45 gatos. Assim, em seis anos uma
cadela e seus descendentes conseguem produzir aproximadamente 64 mil
filhotes. No décimo ano de uma geração de um casal de cachorros são gerados
cerca de 80 milhões de animais. No caso de gatas, consequentemente, esse
número é ainda maior (CESARINI, 2016, apud OLIVEIRA, 2016).
Gráfico 1 - Procriação de um casal de cães em 10 anos
Fonte: American Humane Association, S.D. apud OLIVEIRA, 2016
Algumas pessoas vêem a castração como algo ruim, visto que tira a possibilidade de
reprodução, parece mutilação e engorda o animal. Porém o veterinário Fernando DeCnop
Padilha Filho (2017) estimula que para animais domésticos poderia ser permitido ter até duas
crias e então o bicho deveria ser castrado obrigatoriamente, sendo todo o processo de
responsabilidade do dono. Isto evitaria também o sacrifício do animal, que acontece quando os
donos não têm condições de cuidar da ninhada, além de controlar a reprodução desgovernada.
Animais que fogem, por exemplo, devem ser impedidos de sair por onde costumam e também
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mantidos com uma coleira de identificação que tenha o seu nome e o número de telefone de seu
dono.
Para a veterinária Beatriz Cesarini (2016, apud OLIVEIRA, 2016), além de diminuir o
número de animais abandonados, a castração tem outros benefícios: diminui drasticamente o
risco de doenças nas vias uterinas; do câncer de mama, útero, próstata e testículos; elimina a
gravidez psicológica, comum em algumas fêmeas; ameniza o risco das fugas e brigas, que
podem acarretar em acidentes graves e até fatais; dentre outros.
Padilha Filho (2017) defende a castração municipal obrigatória para animais domésticos
– custeada pelo próprio dono – e também para animais de rua, onde a Prefeitura poderia dispor
de transporte e pessoal que busque os animais e os levem até o local de castração, ou que sejam
castrados em veículo específico – um tipo de castração ambulante, assim como acontece nas
campanhas de doação de sangue. Para ser mais específico, o veterinário mostrou que cada
animal castrado gasta em torno de 100 reais com anestesia e fio de sutura, um custo módico, se
comparado ao custo de manter a vida do animal em abrigo.
Schultz (2009, apud OLIVEIRA, 2016) diz que nas cidades deveriam haver políticas
governamentais, públicas e privadas que vissem a castração como medida efetiva para o
controle populacional de cães e gatos. Em São Paulo, por exemplo, já acontecem mutirões de
castração voluntária, partindo de veterinários em parceria com a prefeitura e com Organizações
Não Governamentais (ONGs). Além disso, a comercialização de animais por parte de canis e
gatis só pode ser realizada sendo estes animais esterilizados, conforme lei n° 14.483, art. 18:
“Os canis e gatis estabelecidos no município de São Paulo somente podem comercializar,
permutar ou doar animais microchipados3 e esterilizados”.
Na cidade de Vitória, o CCZ foi extinto juntamente com a eutanásia, que foi considerada
ineficiente. Surgiu então o Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA), com um modelo
de atuação que se baseia em programas educacionais que incentivem a guarda responsável,
associados ao controle reprodutivo dos animais por meio de procedimentos cirúrgicos de
esterilização.
Em busca de resolução da problemática envolvendo animais deve-se conscientizar a
população acerca da guarda responsável de animais domésticos, realizar campanhas de
3 Trata-se de um neologismo; neste caso, significa que os animais tiveram aplicado de forma subcutânea, um
transponder (nome tecnicamente correto do microchip), para fins de identificação eletrônica. Para cães e gatos, o
transponder é colocado na região entre as escápulas (nuca). A prática de “microchipagem” é comum em outros
países. No Brasil algumas cidades – como São Paulo por exemplo - já adotaram o procedimento.
24
castração em massa a baixo custo - estimulando a adesão da população e mostrando os efeitos
benéficos deste procedimento - e estimular a adoção através de campanhas de doação. Para isto,
um espaço adequado vai garantir animais saudáveis e prontos para receberem um lar. Ainda
conforme a veterinária Silvia Schultz (2009, apud OLIVEIRA, 2016), estas medidas trariam
resultados a curto, médio e longo prazo, com diminuição visível do número de animais em
sofrimento.
25
2 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PARA DIMENSÕES E AMBIENTES
A legislação pertinente é a mesma utilizada para Centros de Zoonoses: “Diretrizes para
projetos físicos de unidades de controle de zoonoses e fatores biológicos de risco”, idealizada
pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), em Brasília (OLIVEIRA, 2016). Esta é aplicada
a canis municipais.
Na cidade de Santo Antônio de Pádua, onde a população é de 41.246 pessoas (IBGE,
2016), seria necessário construir - mais que um canil municipal - um Centro de Controle de
Zoonoses e fatores biológicos de risco - tipo 4 (CCZ4), indicado pela FUNASA para populações
de 15.000 a 50.000 habitantes. Este desenvolve atividades de controle de populações animais,
entomologia4 e controle de vetores5. Além disso, é referência para municípios de menor porte.
O etólogo6 e cinófilo7 Bruno Tausz lembra a importância do sol para a saúde do animal
e assepsia do ambiente. O sol tem um poder fantástico de eliminar eventuais bactérias das fezes,
além de favorecer a osteogênese (ossificação) pela indução à produção, pelo organismo, das
vitaminas A+D3 (TAUSZ, 2017, apud OLIVEIRA, 2016). Para isso, poderão ser construídos
solários à frente de cada canil, mantendo a mesma largura deste e com dimensões de
comprimento expressas na Tabela 2:
Tabela 2 - Comprimento do solário de acordo com o porte do cão
PORTE COMPRIMENTO (m)
Pequeno 2
Médio 3
Grande 6 Fonte: TAUSZ, 2017, apud OLIVEIRA, 2016 (Adaptado pela autora)
O solário é um espaço comumente encontrado em zoológicos. A Figura 2 mostra uma
das baias do Zoológico Municipal de Volta Redonda, sendo utilizada por um macaco-aranha.
Ao fundo está o abrigo coberto e em primeiro plano o solário.
4 Ramo da zoologia que estuda os insetos; insectologia, insetologia. 5 Em Saúde Pública engloba uma série de metodologias para limitar ou eliminar insetos ou outros artrópodes que
transmitem patógenos causadores de doenças. 6 Em zoologia, a Etologia (do grego: ethos, "hábito" ou "costumeiro" -logia, "estudo") é a disciplina que estuda o
comportamento animal. 7 Do grego kýon (cão) + phílos (amigo). Amigo dos cães.
26
Figura 2 - Baia com solário no Zoológico Municipal de Volta Redonda
Fonte: Arquivo pessoal, 2016
A Figura 3 apresenta um corte esquemático de um canil com a área de solário.
Figura 3 - Corte esquemático de um canil com solário.
Fonte: TAUSZ, 2017, apud OLIVEIRA, 2016 (Adaptado pela autora)
Para a instalação e criação dos canis e gatis são recomendadas algumas diretrizes, como:
prever boa ventilação e iluminação natural, levando em conta o odor e a umidade do local;
prever canaletas com grelhas para escoamento das sobras de ração e dos dejetos; considerar
caimento no piso, em direção às grelhas para se obter escoamento eficiente. (OLIVEIRA, 2016,
apud BRASIL, 2003).
27
3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Neste capítulo, são apresentados os referenciais projetuais funcional – cujas funções
existentes serão utilizadas como referência, assim como setorização e fluxos; tipológico – cuja
distribuição do prédio no lote é referência; plástico – cuja volumetria e estética exterior ou
interior serão usados como referência; e tecnológico, cujo material, sistema e/ou tecnologia
serão utilizados como referência. Esses formam o portfólio que auxilia na concepção
arquitetônica deste projeto.
3.1 Funcionais
Precedente 1
Obra: The Animal Foundation Dog Adoption Park.
Local: Las Vegas, Nevada, EUA.
Autor do Projeto: Tate Snyder Kimsey Architects.
Ano: 2005.
The Animal Foundation Dog Adoption Park é uma instituição exemplar, primeiramente
por ser uma fundação sem fins lucrativos e por utilizar a natureza da melhor maneira possível,
servindo-se da arquitetura sustentável. Ela se destina a acolher animais e dispô-los para adoção.
Impulsionada por uma necessidade de expandir suas operações, a Animal Foundation ampliou
seus serviços com a criação de um espaço projetado especialmente destinado à adoção de cães,
como uma espécie de parque de adoções. O projeto conta com 22 “bangalôs caninos”, onde
cada um possui 12 canis. (OLIVEIRA, 2016). Foi escolhido como precedente funcional por
possuir características de setorização, de fluxos e de funcionamento semelhantes às desejadas
para a concepção do projeto AAnimAA, conforme mostram as Figuras 4 e 5.
Na Figura 4, é possível ver a setorização do parque de adoção em bangalôs ventilados
por pelo menos três faces. Não é um grande prédio imposto ao terreno, buscando aproveitar ao
máximo sua área, mas sim, pequenos prédios que permitem circular por pelo menos três de seus
lados.
28
Figura 4 - Planta Baixa e Setorização do The Animal Foundation Dog Adoption Park
Fonte: The American, 2017, apud OLIVEIRA, 2016
A Figura 5 é um detalhe em zoom dos bangalôs, onde é possível observar, em planta
baixa, os fluxos dos canis. Neste fluxo, um visitante tem acesso aos animais apenas pela área
de visualização, já que a parte descoberta e exterior do canil fica dentro de prédio. Enquanto
um colaborador tem acesso também a áreas restritas ao serviço e convivência dos animais. Caso
um visitante ou possível adotante queira ter um contato mais direto com os animais, o
colaborador pode permitir o acesso pelo espaço de serviço ou diretamente pelas portas laterais
ao exterior do canil. Além disso, é possível observar que é importante a existência da área
externa para os animais, já que estes precisam tomar banho de sol.
29
Figura 5 - Planta Baixa dos Bangalôs do The Animal Foundation Dog Adoption Park
Fonte: The American, 2017, apud OLIVEIRA, 2016 (Adaptado pela autora)
Na AAnimAA, pretende-se fazer algo semelhante; porém, mais simples. O solário ficará
na parte externa do prédio e servirá também como área de visualização. A parte interna do
prédio terá acesso restrito ao serviço, será liberado para visitantes com o consentimento de um
colaborador e terá cobertura em formato de lanternim.
Neste projeto assim como na AAnimAA, procura-se diminuir o impacto ambiental. O
The Animal Foundation Dog Adoption Park restaurou a maior parte da ecologia local. As
árvores utilizadas no paisagismo são nativas, acostumadas à localidade e portanto, não
consomem muita água. A cobertura de solo permeável foi usada em boa parte do terreno e todo
o escoamento do local e do telhado é filtrado e direcionado ao sistema de tratamento “máquina
viva”.
Este sistema fica próximos aos bangalôs. Ele recicla e fornece água para usos não
duráveis. Os drenos do canil e os trilhos de efluentes retornam ao sistema de recuperação, que
pode recuperar até 22.000 galões de água por dia. Cada edifício de canil é servido por quatro
bebedouros de mangueira e seis não duráveis. Desta maneira, água potável é servida aos animais
para consumo e água não potável é utilizada para lavagem do canil. Diminuir o gasto com
sistema hidrossanitário é essencial para uma obra pública.
30
Precedente 02
Obra: Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center.
Local: Maryland Heights, Missouri, EUA.
Autor do Projeto: Kuhlmann Design Group, Inc.
Ano: Em execução.
Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center é o mais próximo do que se
pretende chegar com o projeto AAnimAA. É a extensão de um projeto já existente chamado
Humane Society of Missouri - HSMO. O HSMO têm estado na vanguarda do bem-estar animal
desde a sua fundação em 1870, quando foi instalado o terceiro centro de cuidados de animais
nos Estados Unidos: Westport Area Center. Este tornou-se obsoleto por ter um acesso difícil.
Apesar dos esforços ao longo dos anos para atender às crescentes necessidades dos adotantes,
clientes, veterinários, colaboradores e comunidade, as limitações de uma instalação projetada
para abrigar muito menos animais - uma propriedade sem espaço para se expandir e um local
de baixa visibilidade - levou à decisão de encontrar um local mais acessível.
Surge então o Best Buddy Adoption e Veterinary Medical Center. Esta instituição é uma
das mais antigas, maiores e mais respeitadas organizações de bem-estar animal nos Estados
Unidos, classificando-se entre as cinco primeiras no país. Mais de 85.000 animais e dezenas de
milhares de pessoas se beneficiam dos programas e serviços que salva vidas e enriquecem a
vida do HSMO. O objetivo é expandir a capacidade do HSMO de fornecer chances aos milhares
de animais abusados e abandonados de St. Louis para que eles possam viver suas vidas nas
casas amorosas que merecem (OLIVEIRA, 2016).
O Best Buddy Pet Center foi também escolhido como precedente funcional por
possuir um programa bastante semelhante ao buscado para a AAnimAA. No programa do Best
Buddy estão inclusos: espaço para adoção de animais; um hospital veterinário; loja de artigos
animais; centro de treinamento animal; auditório; escritórios corporativos e um parque animal.
Acomoda aproximadamente 450 animais. Uma perspectiva está demonstrada na Figura 6.
31
Figura 6 - Perspectiva do Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center
Fonte: Humane Society of Missouri Best Buddy Pet Center, 2017, apud OLIVEIRA, 2016
3.2 Tipológico
Precedente 1
Obra: Clube do Carinho, hotel e spa para pets.
Local: Florianópolis, SC.
Autor do Projeto: desconhecido.
Ano: desconhecido (em funcionamento).
O Clube do Carinho é um Hotel & Spa para cães localizado em Florianópolis, Santa
Catarina. A qualidade da estrutura, o cuidado personalizado, a programação recreativa, o
carinho e a atenção oferecidos aos hóspedes tornam o Clube do Carinho singular. Foi escolhido
como precedente tipológico pela implantação no lote (em blocos, assim como a implantação
proposta pela FUNASA). Além disso, oferece serviços semelhantes aos pretendidos pelo
projeto AAnimAA como: hotelaria (Figura 7), serviços de spa, terapias e educação canina.
32
Figura 7 - Bloco B - suítes do hotel canino do Clube do Carinho
Fonte: Clube do carinho, 2017
O Clube é disposto em blocos e também possui área externa para recreação e piscina
(Figuras 8 e 9). O hotel pet é de suma importância para o projeto AAnimAA, pois trata-se de
uma das opções lucrativas do espaço.
Figura 8 - Bloco B e área externa do Clube do Carinho
Fonte: Clube do carinho, 2017
33
Figura 9 – Piscina do Clube do Carinho
Fonte: Clube do carinho, 2017
3.3 Tecnológicos
Precedente 1
Material: Piso drenante.
Há uma certa preocupação da autora com relação às intervenções causadas pelas
construções, pois estas impermeabilizam o solo, que deveria estar livre. Para ambientes abertos
isso não precisa ser problema, com os atuais pisos drenantes (Figura 10), que além de
permitirem o escoamento de águas pluviais para o solo, evitam inundações e áreas alagadas,
auxiliando na segurança e na limpeza do ambiente.
Este tipo de piso é ideal para aproveitamento em ciclovias, pátios, pistas de atletismo,
praças e calçadas. O piso é fabricado em concreto poroso e possui índice de refletância8 solar
maior que 29, proporção ideal para diminuir os efeitos das chamadas ilhas de calor, comuns em
espaços urbanos. A resistência total é de, no mínimo, 20 MPa. O coeficiente de permeabilidade
do piso drenante é maior ou igual a 4821 mm/h, ou seja, garante máximo desempenho mesmo
8 Refletância é a capacidade que um corpo possui de refletir a luz solar que inside sobre ele; a luz solar não
refletida é convertida em calor.
34
em épocas de fortes e constantes chuvas. Ao mesmo tempo, sua permeabilidade é de 100% do
índice pluviométrico (CASA&COSTRUÇÃO, 2017).
Pelos benefícios trazidos, o piso drenante será utilizado na parte paisagística e em toda
circulação da AAnimAA, a fim de não prejudicar o solo.
Figura 10 - Piso drenante fabricado em concreto poroso
Fonte: C&C Casa e Construção, 2017
Precedente 2
Sistema: Captação de águas pluviais por calhas simples
A água é um recurso natural de extrema importância para sobrevivência e merece ser
preservada e utilizada da melhor maneira possível. Para tal, um processo inteligente é aproveitar
águas pluviais, por exemplo, e a arquitetura pode auxiliar nisso. No projeto da AAnimAA, o
aproveitamento de água da chuva acontecerá com um sistema simples, que consiste na captação,
filtragem, armazenamento e distribuição da água que cai na cobertura. A captação desta água é
realizada por meio de calhas e dutos, que levam o líquido para um filtro, onde matérias sólidas
são retiradas. A água é direcionada para uma cisterna e, em seguida, é ativada uma bomba que
joga o líquido captado para as caixas distribuidoras, como mostram as Figuras 11 e 12.
Pode-se citar ainda que a utilização consciente da água da chuva ganha destaque quando
se fala em redução de custo e viver de maneira sustentável. A tecnologia pode gerar uma
economia de mais de 50% no consumo de água. (FARIA, 2015).
35
Figura 11 - Sistema de captação de água de chuva
Fonte: FARIA, 2015, apud LIMA, 2015
Figura 12- Sistema de captação e distribuição de água de chuva
Fonte: FARIA, 2015, apud LIMA, 2015
36
3.4 Plástico-formal
Precedente 1
Obra: Simplon_A.
Local: Budapeste, Hungria.
Autor do Projeto: T2.a Architects.
Ano: 2008.
Há também a preocupação com a aparência da AAnimAA, já que busca-se que ele
apareça, que seja visto pelos habitantes da cidade de Santo Antônio de Pádua, que não passe
despercebido. Para isso, será seguido como referência plástico-formal o Simplon_A, um prédio
de uso misto, que utiliza vidros coloridos na fachada. A arquitetura é simples, acontece em
blocos coloridos como peças de lego, e rapidamente se tornou um pedaço novo colorido da
paisagem urbana de Budapeste (Figura 13). As cores sóbrias e frias dos materiais usados na
AAnimAA - como cerâmica e piso cimentado queimado - serão quebradas pelas cores
brilhantes dos vidros coloridos. Além disso, cada cor pode representar um setor.
A arquitetura da AAnimAA será de partido modernista – neste caso, em blocos brancos
– por ser este de execução simples e de baixo custo. As cores então são de extrema importância
para dar vida ao local, fixando o olhar do transeunte para o prédio.
Figura 13 - Simplon_A e seu destaque na paisagem urbana
Fonte: Archdaily, 2012
37
4 PESQUISA DE CAMPO
O questionário on line esteve disponível no período de 18 de maio à 2 de junho de 2017,
para um universo de 127 pessoas de todas as idades, paduanos na maioria. Foi elaborado com
finalidade de levantar dados sobre a relação destas com a cidade - tal como seu conhecimento
sobre o canil paduano e sobre abrigos - sobre a relação das pessoas com os animais, sua opinião
sobre adoção, castração, rotinas, serviços que utilizariam no canil, entre outras questões.
Os Gráficos 2, 3, 4 e 5 demonstram a relação humano/animal. O Gráfico 2 ratifica que
85% das pessoas possuem animais de estimação (cães, gatos ou ambos simultaneamente). O
Gráfico 3 certifica que as pessoas têm consciência dos gastos e necessidades dos animais, e que
estão dispostas a assumir as responsabilidades. O Gráfico 4 atesta que há realmente intenções
emocionais dos humanos para com os animais, independente da raça. O Gráfico 5 confirma que
a adoção é a maneira predileta de se “adquirir” um animal.
Gráfico 2 – Você tem ou já teve algum animal de estimação (cachorro ou gato)?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Gráfico 3 – Se sim, ao adquirir você pensou que o animal vive em média 10 anos e que criá-lo traz gastos,
necessidade de atenção e cuidados veterinários?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
38
Gráfico 4 – Você escolhe o animal por raça ou afetividade?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Gráfico 5 – Quando você pensa em adquirir um animal de estimação, qual opção é mais atrativa?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Os Gráficos 6, 7 e 8 tratam das intenções e interesses dos moradores em relação ao canil
e ao assunto tratado neste trabalho. O Gráfico 6 determina que grande parte das pessoas nunca
foi a um abrigo para animais de rua; o Gráfico 7 constata que metade das pessoas desconhece
a existência do canil paduano e o Gráfico 8 expressa que a sociedade paduana considera
conveniente a construção um canil municipal com condições adequadas.
Gráfico 6 – Você já foi a algum abrigo de animais?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
39
Gráfico 7 – Você sabe da existência do canil público de Pádua e do estado em que se encontra?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Gráfico 8 – Você gostaria que fosse construído um canil municipal com condições adequadas?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Ainda no Gráfico 8, foi questionado o “porquê” da resposta, fosse ela positiva ou
negativa. A resposta que mais chamou a atenção da autora demonstra mais uma vez a questão
da afeição entre humano e animal: “Porque a vida animal é importante e esses animais são como
nossas famílias muitas das vezes”.
Os Gráficos 9, 10, 11, 12 e 13 conduzem à opinião dos participantes do questionário
sobre castração, sobre sua rotina com animais e sobre a utilização do canil. Os Gráficos 9 e 10
atestam que muitas pessoas entendem a castração como melhor forma de controlar o número
de animais abandonados e que castrariam sim seus animais gratuitamente.
40
Gráfico 9 – Você acredita e entende que a castração é a melhor alternativa a fim de diminuir o número de
animais abandonados?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Gráfico 10 – Se em nossa cidade houvesse campanhas de castração gratuitas, você castraria seu animal?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Os Gráficos 11, 12 e 13 evidenciam que as pessoas utilizariam sim os serviços
oferecidos pelo canil, fossem eles gratuitos ou não.
Gráfico 11 – Onde fica seu pet quando você viaja?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
41
Gráfico 12 – Se em nossa cidade estivesse disponível serviço de hotelaria não gratuito para animais, você
utilizaria?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Gráfico 13 – Se em nossa cidade estivesse disponível um parque para animais, onde estes pudessem correr
e brincar sem coleiras, você levaria seu pet neste local?
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
O questionário comprova então que a AAnimAA é uma necessidade real da cidade, que
a adoção é bem-vinda independente de raça, que os paduanos apoiam a construção de um canil
com condições adequadas e que os serviços serão utilizados (obviamente, se oferecidos com
qualidade) e o que se busca com este Trabalho Final de Graduação é oferecer o espaço adequado
pra que tudo isso aconteça.
42
5 TERRENO
Dos condicionantes projetuais, a principal vertente observada para selecionar a área para
implantação deste projeto foi a localização. Além disso, outros aspectos foram avaliados, como
acessos, topografia, insolação, ventilação, vegetação, entorno, vias existentes e paisagem.
5.1 Localização e acessos
A área (Figura 14) localiza-se na Rodovia Lucio Meira (RJ 186 ou BR 393), no
município de Santo Antônio de Pádua, no estado do Rio de Janeiro, e possui 7.984,09m². Esta
rodovia é bastante utilizada, pois é um dos acessos para a cidade e saída para a Região Serrana
e para o estado de Minas Gerais.
Figura 14 - Localização do terreno selecionado
Fonte: GOOGLE MAPS, 2017 (Adaptado pela autora)
43
O acesso é fácil e se dá pela Rodovia Lúcio Meira, podendo acontecer também por vias
alternativas. O terreno dista do centro da cidade 8 minutos de carro (Figura 15) e tem boa
visibilidade para os transeuntes, o que é de extrema importância para este projeto.
Figura 15 – Distância entre terreno selecionada e centro da cidade
Fonte: GOOGLE MAPS, 2017 (Adaptado pela autora)
A localização e as dimensões do terreno atendem alguns quesitos da FUNASA: está
distante de mananciais e áreas com risco de inundação; tem área suficiente para garantir o
acesso e manobra de caminhão de médio porte; é de fácil acesso à comunidade para a qual a
instituição prestará seus serviços, possuindo vias públicas em condições permanentes de uso;
está distante de áreas densamente povoadas, de forma a evitar incômodos à vizinhança e está
distante de fontes de poluição sonora.
44
5.2 Aspectos físicos
O terreno é plano em sua maioria, com elevação frontal de cerca de 4 metros de altura.
A vegetação local é em maioria rasteira, com grama e arbustos baixos, além de algumas árvores
de pequeno e médio porte, havendo ainda vegetação de médio porte posteriormente ao terreno.
Estes aspectos foram determinantes para a implantação do projeto, já que buscou-se utilizar
apenas a parte plana do local e não devastar e vegetação posterior. Isso pode ser observado na
Figura 16.
Figura 16 – Elevação do terreno (em azul) e vegetação existentes (em verde)
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
A Figura 17 representa um estudo simples de insolação e ventilação, condições que
também influenciam na construção do canil.
45
Figura 17 – Estudo de insolação e ventilação de terreno selecionado
Fonte: GOOGLE MAPS, 2017 (Adaptado pela autora)
Legenda:
Caminho do sol nascente ao poente Vento Nordeste predominante
5.3 Análise do entorno
A Figura 18 representa o terreno e seu entorno imediato. O terreno é inutilizado
atualmente. Localiza-se numa Macrozona de Desenvolvimento Rural Sustentável (MDRS)
pouco ocupada, com raras residências e comércios próximos. A paisagem ao redor do terreno é
em maioria natural - com elevações e árvores – podendo-se avistar ainda algumas construções.
A Figura 19 mostra as vistas observadas à partir do terreno.
46
Figura 18 – Estudo do entorno do terreno selecionado
Fonte: GOOGLE MAPS, 2017 (Adaptado pela autora)
Legenda:
Vista 1 Vista 2 Vista 3 Vista 4
Figura 19 – Vistas do terreno selecionado
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
1
2
1 2 3 4
3 2
2
4
2
47
5.4 Aspectos Legais
A legislação pertinente é o Plano Diretor de Santo Antônio de Pádua - Lei nº 3.147, de
09 de agosto de 2007 - que define que o terreno escolhido insere-se numa Macrozona de
Desenvolvimento Rural Sustentável (MDRS), como observado na Figura 20. Esta Macrozona
compreende as parcelas do território com potencial para o desenvolvimento de atividades
agropecuárias. Uma das diretrizes específicas - expressa no artigo 45 - é promover o turismo
rural e ecológico integrado à proteção do patrimônio natural e cultural. Neste sentido, o projeto
da AAnimAA propõe a construção de um parque para animais, não sendo este detalhado no
projeto.
Figura 20 – Fragmento do Mapa 3, de Macrozoneamento. Em destaque, o terreno.
Fonte: Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Pádua, 2017 (Adaptado pela autora)
48
6 O PROJETO ARQUITETÔNICO
6.1 Conceito e Partido Arquitetônico
O conceito do projeto parte do arco-íris, cujas cores são atrativas e, segundo a crença
popular, tem em seu fim preciosidades (neste caso, animais prontos a dar e receber amor e
carinho). O canil atual fica distante dos olhos do povo. Por esse motivo, atratividade é
exatamente o que se busca para o projeto da AAnimAA e, independente do terreno, as cores
instigarão a visão de quem passar pelo canil.
Busca-se um projeto possível, de fácil execução, onde se possa utilizar mão-de-obra e
material local, valorizando os recursos da região. Desta forma, o partido deste projeto é
modernista, que através de linhas retas e poucos ornamentos, propõe racionalidade,
funcionalidade e simplicidade.
6.2 Programa de necessidades, setorização e fluxograma
O programa básico é dado pela FUNASA - neste caso, utilizam-se requisitos para CCZ4
- e propõe-se ambientes adicionais. A Tabela 3 contém todo o programa de necessidades e o
dimensionamento dos ambientes que compõem o projeto (observar cores semelhantes às
utilizada na pintura de cada bloco do projeto). A AAnimAA tem capacidade para um total de
516 animais, dentre 300 cães e 216 gatos.
Tabela 3 - Programa de necessidades do projeto AAnimAA
AMBIENTE QUANT.
ÁREA
(m²)
TOTAL
(m²)
Recepção 1 19,37 19,37
Set
or
Adm
inis
trat
ivo
Secretaria 1 11,97 11,97
Diretoria 1 11,75 11,75
Sala para 4 técnicos 1 10,02 10,02
Sala para Operadores de campo 1 10,02 10,02
Almoxarifado 1 6,30 6,30
Lavabo colaboradores (mas. e fem. PNE) - 5,38 5,38
Lavabo público (masc. e fem. PNE) - 9 9
Copa 1 8,79 8,79
49
Área de serviço + DML 1 2,40 2,40
Casa de máquinas 1 7,45 7,45
Lixo (comum e hospitalar) - 5,98 5,98 S
etor
de
saúde
e
Lab. Entomologia com Insetário 1 13,08 13,08
Vacinação 1 13,12 13,12
Eutanásia e Necrópsia 1 17,50 17,50
Banheiro colaboradores (fem. e masc.
PNE) - 12,38 12,38
Cozinha animal 1 7 7
Centro cirúrgico 1 17,20 17,20
Quarentena 1 10,50 10,50
Maternidade 1 10,50 10,50
Triagem 1 10.15 10.15
Banho e tosa 1 10,15 10,15
Can
is
Canil coletivo - módulo com capacidade
p/ 20 fêmeas 6 15,08 90,48
Canil coletivo - módulo com capacidade
p/ 20 machos 6 15,08 90,48
Solários canis coletivos 12 14,57 174,84
Canis individuais para adoção - módulo
com capacidade p/ 6 animais 4 16 64
Canis individuais para observação -
módulo com capacidade p/ 6 animais 6 16 96
Gat
is
Gatil coletivo - módulo com capacidade
para 18 gaiolas - fêmeas 4 9 36
Gatil coletivo - módulo com capacidade
para 18 gaiolas - machos 4 9 36
Gatil de observação - módulo com
capacidade para 18 gaiolas 2 9 18
Gatil de adoção - módulo com
capacidade para 18 gaiolas 2 9 18
Contr
ole
anim
al e
Oper
ação
de
Cam
po
Depósito de ração 1 8,03 8,03
Depósito de equipamentos 1 6,10 6,10
Área de serviço + DML 1 4 4
Vestiários masculinos, femininos e PNE - 20.42 20.42
Depósito de larvicidas 1 11,42 11,42
Depósito de adulticidas 1 9,44 9,44
Depósito de raticidas 1 9,44 9,44
Depósito de máquinas e equipamentos 1 3,61 3,61
Descarte comum e hospitalar - lixo - 11,86 11,86
Preparo e limpeza de equipamentos 1 11,89 11,89
50
Área de serviço e DML 1 3,61 3,61
AA
nim
AA
pet
- P
et s
hop
e P
et h
ote
l Recepção 1 21,75 21,75
Salão de produtos + Café 1 33,17 33,17
Banho e tosa 1 16,66 16,66
Lavabo público (masc., fem. e PNE) - 7,22 7,22
Sala de cuidados 1 12 12
Salão com quartos individuais para 10
animais (com 8 solários) 1 58,44 58,44
Cozinha animal 1 5,37 5,37
Casa de máquinas 1 3,69 3,69
Copa 1 10,57 10.57
Área de serviço + DML 1 3,54 3,54
Banheiro colaboradores (mas. e fem.
PNE) - 8,56 8,56
Administração 1 9 9
Lixo (comum e hospitalar) - 3,50 3,50
Piscina 1 36,27 36,27
Apoio
logís
tico
Estacionamento AAnimAApet 1 434,97 434,97
Guarita AAnimAApet 1 3,62 3,62
Rampa e pátio de lavagem e descontam. 1 96,88 96,88
Depósito 1 4 4
Estacionamento AAnimAA 1 913,04 913,04
Guarita AAnimAA 1 3,62 3,62
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
A setorização e os fluxos (Figura 21) foram elaborados conforme cores da Tabela 3, e
estas mesmas cores são utilizadas na volumetria dos blocos.
Figura 21 – Setorização e Fluxograma.
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
SAÚDE+ ADMINISTRAÇÃO
GATIS
CONTROLE E OPERAÇÕES
CANIS
AANIMAAPET APOIO
APOIO
51
O terreno é amplo e aberto e os acessos são livres, mas é necessário pensar nas atividades
desenvolvidas no local, tanto por visitantes quanto por colaboradores. O setor administrativo,
por exemplo, recebe os visitantes e leva-os para qualquer setor de interesse; o setor de saúde
será utilizado tanto pela parte interna da AAnimAA quanto pelos visitantes externos, quando
necessário; o setor de controle animal e operações de campo serve de apoio aos canis e gatis e
têm acesso permitido somente aos colaboradores. Quem chega de carro ao local precisará passar
pelo apoio logístico (guarita e estacionamento), tanto para a AAnimAA quanto para a
AAnimAApet. Quem chega à pé ao complexo tem acesso pela mesma rampa central acessível.
Desta forma, os usuários fazem o menor percurso possível e a implantação é racional.
6.3 Implantação e volumetria
A implantação ocorre de forma que os blocos se protejam do sol poente (Figura 22). Os
blocos de acesso rápido estão à frente (Administrativo + Saúde na cor vermelha e Controle +
Operações em azul). Além desses, o bloco AAnimAApet, comercial, também faz parte da
fachada. Os gatis e canis, em amarelo e laranja, respectivamente, encontram-se resguardados
na parte posterior do terreno, sendo seu acesso dado por permissão dos colaboradores. As cores
da Implantação são também utilizadas na pintura de cada bloco do projeto.
Figura 22 – Implantação AAnimAA e AAnimAApet
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
52
A volumetria é de blocos simples, com jardim interno, que permite ventilação em maior
número de faces, como acontece no bloco vermelho (Administração e Saúde). No bloco verde
(AAnimAApet) o jardim interno também acontece, porém, coberto por polipropileno cristal,
que permite ventilação e passagem de raios solares. Esta cobertura se faz necessária por conta
da piscina que será utilizada pelos animais hospedados no hotel.
Nos blocos laranja e amarelo (canil e gatil, respectivamente), a circulação interna
também recebe cobertura de polipropileno, sendo os corredores claros e ventilados.
As Figuras 23, 24 e 25 demonstram os volumes dos blocos frontais.
Figura 23 – Volumetria Blocos Administração + Saúde
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
53
Figura 24 – Volumetria Blocos de Controle e Operações
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Figura 25 – Volumetria Bloco AAnimAApet
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
A Figura 26 demonstra o bloco de Canis e a Figura 27 exibe o bloco de Gatis e uma
demonstração da cobertura de polipropileno, que acontece na transição entre blocos.
54
Figura 26 – Volumetria Bloco de Canis
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Figura 27 – Volumetria Bloco de Gatis e transição entre blocos, coberta por polipropileno
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
55
6.4 Bloco Administrativo + Saúde
É o bloco principal, que dá acesso à todos os outros espaços do complexo (Figura 28).
Por este bloco passam animais trazidos pela população e pela viatura da AAnimAA. O
usuário entra pela recepção e, recebendo permissão, pode levar seu animal até a sala de
vacinação, ou até a sala de triagem ou ainda ir até as salas administrativas. Animais trazidos
pela viatura entram pela porta lateral esquerda e passam necessariamente pela triagem e pela
vacinação, recebendo os devidos cuidados antes de serem abrigados.
A parte posterior deste bloco é destinada à saúde dos animais internos e também
externos – podendo estes permanecer por pouco tempo. Seu acesso é feito pela porta lateral
esquerda e pela porta posterior, vindo dos canis e gatis e acessando a circulação interna,
utilizada apenas por colaboradores autorizados.
A cozinha animal fica disponível para preparo de alimentos específicos, para animais
doentes, por exemplo. Os colaboradores têm a seu dispor uma copa e banheiros completos, para
higienização e descontaminação. O pátio interno permite ventilação em todos os ambientes do
bloco e contato dos usuários com a natureza, além de uma circulação interna ampla e agradável.
A fachada é composta por esquadrias de vidro, em sua maioria, aproveitando a iluminação
natural e revelando a “transparência” do serviço público prestado na AAnimAA.
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Figura 28 – Planta baixa Bloco Administrativo + Saúde
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Ace
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s:
Cola
bora
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tes
57
6.5 Bloco de Controle + Operações
Este espaço destina-se a apoiar os colaboradores além dos canis e gatis (Figura 29).
Neste bloco estão presentes depósitos de materiais de serviço e suprimentos (como venenos,
ração, material de limpeza, ferramentas, entre outros) e por isso encontra-se em comunicação
com canis, gatis e com entrada e estacionamento do complexo, mantendo uma boa logística.
Apenas os colaboradores têm acesso a este local. Ao chegar e antes de iniciar o trabalho,
o colaborador passa pelos vestiários, se veste apropriadamente, prepara ferramentas e
suprimentos e, depois disso, inicia suas atividades.
Não se faz necessária a presença de pátio interno em sua construção, posto que é um
bloco pequeno, como poucos ambientes.
58
Figura 29 – Planta baixa Bloco de Controle e Operações
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Ace
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Cola
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59
6.6 Gatis
Destinam-se a abrigar gatos por longo tempo. Disposto em módulos coletivos -
compartilhados igualmente entre os animais - e módulos com gaiolas individuais (Figura 30).
Os gatis são divididos por sexo. Cada módulo conta com prateleiras para descanso dos
gatos sociáveis (Figura 31) ou gaiolas para gatos ainda em conhecimento. As prateleiras
remetem à antiga brincadeira “Cama de gato”. Os gatis de observação atendem animais doentes,
em quarenta ou prenhes. Já os gatis de adoção são dedicados aos animais prontos para serem
adotados.
A vedação frontal é feita de grade resistente (neste caso, perfis de alumínio anodizado)
para melhor visualização, assepsia e ventilação. A circulação interna é coberta por polipropileno
em lanternim e possui árvores, o que aproxima os animais da natureza e torna o ambiente de
trabalho mais “leve” e fresco, tirando o aspecto de “grande corredor”. Todo o entorno dos gatis
é coberto para conforto dos visitantes e colaboradores.
60
Figura 30 – Planta baixa Bloco Gatis
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
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Cola
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Vis
itan
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61
Figura 31 – Corte Gatis e demonstração das “Camas de gato”
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
62
6.7 Canis
Destinam-se a abrigar cães por longo tempo, individualmente (Figura 32) ou
coletivamente (Figura 33). Os canis em geral necessitam de inclinação de 2% no piso além de
grelhas para escoamento de dejetos, comedouros e bebedouros. Possuem portas de giro que
abrem para fora, entre a circulação interna e canis e porta de correr na comunicação entre canis.
A vedação frontal é feita de grade resistente (neste caso, perfis de alumínio anodizado) para
melhor visualização, assepsia e ventilação.
Cada módulo possui um solário que permite aos animais tomar banho de sol e serem
observados pelos visitantes. A circulação interna é coberta por polipropileno em lanternim e
possui árvores, o que aproxima os animais da natureza e torna o ambiente de trabalho mais
“leve” e fresco, tirando o aspecto de “grande corredor”. Todo o entorno dos canis é coberto para
conforto dos visitantes e colaboradores.
Os canis individuais seguem o mesmo modelo de circulação dos canis coletivos, porém,
cada módulo possui baias individuais com mureta de 1,20m de altura e ventilação com peitoril
de 1,50m. O acesso à circulação interna depende de permissão do colaborador. Canis
individuais de adoção e observação seguem o mesmo modelo.
63
Figura 32 – Planta baixa Bloco Canis individuais de adoção
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Acessos: Colaboradores
64
Figura 33 – Planta baixa Bloco Canis coletivos
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
Acessos: Colaboradores
Visitantes
65
6.8 AAnimAApet
É o bloco comercial do complexo e tem extrema importância neste trabalho, pela sua
proposta. O terreno para sua construção seria doado pela prefeitura e em contrapartida, uma
fração de seus lucros seria repassada como doação à parte pública: a AAnimAA. Desta maneira,
quem consome produtos ou utiliza os serviços da AAnimAApet, apoia também os animais
abrigados nos canis e gatis públicos. Sua planta pode ser observada na Figura 34.
Neste bloco o usuário acessa a recepção, que se integra ao salão de produtos, ao “café”
e à sala de banho e tosa. Todos estes ambientes possuem fachada composta por esquadrias de
vidro, aproveitando a iluminação natural e convidando visitantes a utilizarem os produtos e
serviços disponíveis. O cliente ainda pode ir até o banheiro e a administração. Os animais
passam pela sala de cuidados antes de serem hospedados, observando se possuem alguma
enfermidade ou ferida. A cozinha animal fica disponível para preparo de alimentos específicos,
para animais doentes, por exemplo. Os colaboradores têm a seu dispor uma copa e banheiros
completos, para higienização e descontaminação. Possui 10 baias individuais - sendo 8 com
solário - disponíveis para hospedagem. O pátio interno gramado e a piscina permitem aos
hóspedes, momentos de lazer e sociabilização, até mesmo em dias de chuva, devido à cobertura
de polipropileno (vide Figura 35).
66
Figura 34 – Planta baixa Bloco AAnimAApet
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
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Figura 35 – Corte AAnimAApet
Fonte: Arquivo pessoal, 2017
68
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho propôs um anteprojeto para um complexo que serve como abrigo
para animais, mas também, foi uma oportunidade de obter e expor todo o conhecimento
adquirido na graduação até o momento. O tema surge quando a autora “coloca-se” no lugar dos
animais abandonados, não apenas vendo-os como problema de saúde pública ou vista
desagradável, mas sim, pensando em seu sofrimento e na dor que sentem.
Afinal, animais e humanos são semelhantes em alguns aspectos, como diz o livro de
Eclesiastes na Bíblia Sagrada:
O destino do homem é o mesmo do animal; o mesmo destino os aguarda.
Assim como morre um, também morre o outro. Todos têm o mesmo fôlego de
vida; o homem não tem vantagem alguma sobre o animal. Nada faz sentido!
Todos vão para o mesmo lugar; vieram todos do pó, e ao pó todos retornarão.
Quem pode dizer se o fôlego do homem sobe às alturas e se o fôlego do animal
desce para a terra? (BÍBLIA ONLINE – NVI; Eclesiastes 3:19-21).
A justificativa deste projeto é a necessidade real de sua execução, pela proporção da
cidade e pelo trabalho já realizado pelos grupos de ajuda da cidade de Santo Antônio de Pádua.
É um projeto possível, de bom custo-benefício e cujo impacto é positivo - já que a cidade
oferece infra-estrutura e recebe organização. Todo conteúdo, pesquisa, bibliografia e
referências utilizadas foram de extrema importância.
Uma parte significativa e estimulante da proposta foi o apoio recebido da população nas
respostas ao questionário. A opinião desta foi de extrema importância na escolha e permanência
do tema, posto que buscou-se um projeto realista e participativo.
Assim, ao final do presente trabalho, percebe-se que os objetivos propostos foram
alcançados e que o feedback recebido foi positivo. Reunindo todas as informações adquiridas,
o projeto AAnimAA obteve sucesso na sua conclusão.
“Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho, é um
presente de Deus”. (BÍBLIA ONLINE – NVI; Eclesiastes 3:13).
69
REFERÊNCIAS
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controle de zoonoses e fatores biológicos de risco. Portaria nº 52, Brasília, Funasa, de 27 de
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CASA&CONSTRUÇÃO. Piso Drenante Oterprem 20x20x06 Natural. Loja virtual.
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