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1/28 Resistência dos Materiais 2003/2004 Curso de Gestão e Engenharia Industrial 10ª Aula e 11ª Aula Duração - 2 Horas Data - 3 de Novembro de 2003 Sumário: Conceito de viga. Vigas Isostáticas. Equações de Equilíbrio de Forças e Momentos. Reacções de Apoio. Esforços Transversos e Momentos Flectores. Esforço Axial. Diagramas de Esforços. Objectivos da Aula: Rever a forma de Cálculo de Reacções de Apoio em Vigas Isostáticas e Aprender a traçar os Diagramas de Esforços Transversos e Momentos Flectores. Resumo do Conteúdo da Aula 1- Introdução Uma peça linear pode estar sujeita a forças laterais, esforços transversos e momentos flectores como se representa na figura 10.1, podendo ser considerada plana ou tridimensional conforme o tipo de solicitação a que está sujeita. No caso das acções estarem contidas num plano, o chamado plano de solicitação que também contém o eixo da peça linear, a viga é dita viga plana, é sobre este tipo de vigas que se vai fazer incidir a maior parte do estudo sobre peças lineares. O tipo de ligações ao exterior usualmente consideradas estão também representadas. As peças lineares consideradas são do tipo viga plana isostática, isto é, são vigas cujo eixo está contido no plano de solicitação e para as quais as equações da Estática são suficientes para efeitos de cálculo das reacções de apoio. Os tipos de apoios considerados são: o encastramento, que impede todos os movimentos de rotação e translação, o apoio duplo que impede dois movimentos de translação e o apoio simples que impede um movimento de translação. No caso das vigas planas, no encastramento desenvolvem-se três reacções, duas forças e um momento, no apoio duplo desenvolvem-se duas reacções que são duas forças e no apoio simples desenvolve-se uma reacção que é uma força. Nas secções de corte consideradas em B nas vigas da figura 10.1, estão representados os esforços que se desenvolvem e que são esforços transversos, T e momentos Flectores, M, estes esforços surgem em consequência da necessidade de cada um dos sólidos elementares em que a viga foi decomposta estarem em equilíbrio. Os diagramas de corpo livre para as duas vigas planas consideradas estão representados na figura 10.2.

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Resistência dos Materiais 2003/2004 Curso de Gestão e Engenharia Industrial

10ª Aula e 11ª Aula Duração - 2 Horas Data - 3 de Novembro de 2003 Sumário: Conceito de viga. Vigas Isostáticas. Equações de Equilíbrio de Forças e Momentos. Reacções de Apoio. Esforços Transversos e Momentos Flectores. Esforço Axial. Diagramas de Esforços. Objectivos da Aula: Rever a forma de Cálculo de Reacções de Apoio em Vigas Isostáticas e Aprender a traçar os Diagramas de Esforços Transversos e Momentos Flectores. Resumo do Conteúdo da Aula 1- Introdução

Uma peça linear pode estar sujeita a forças laterais, esforços transversos e momentos flectores como se representa na figura 10.1, podendo ser considerada plana ou tridimensional conforme o tipo de solicitação a que está sujeita. No caso das acções estarem contidas num plano, o chamado plano de solicitação que também contém o eixo da peça linear, a viga é dita viga plana, é sobre este tipo de vigas que se vai fazer incidir a maior parte do estudo sobre peças lineares. O tipo de ligações ao exterior usualmente consideradas estão também representadas. As peças lineares consideradas são do tipo viga plana isostática, isto é, são vigas cujo eixo está contido no plano de solicitação e para as quais as equações da Estática são suficientes para efeitos de cálculo das reacções de apoio. Os tipos de apoios considerados são: o encastramento, que impede todos os movimentos de rotação e translação, o apoio duplo que impede dois movimentos de translação e o apoio simples que impede um movimento de translação. No caso das vigas planas, no encastramento desenvolvem-se três reacções, duas forças e um momento, no apoio duplo desenvolvem-se duas reacções que são duas forças e no apoio simples desenvolve-se uma reacção que é uma força. Nas secções de corte consideradas em B nas vigas da figura 10.1, estão representados os esforços que se desenvolvem e que são esforços transversos, T e momentos Flectores, M, estes esforços surgem em consequência da necessidade de cada um dos sólidos elementares em que a viga foi decomposta estarem em equilíbrio. Os diagramas de corpo livre para as duas vigas planas consideradas estão representados na figura 10.2.

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Apoio Duplo

AB

MT

TM

B

P

C

L

Encastramento

x

A xP

B C

P

T

M

AB

BM

TC

L

A

x

BP

C x

Apoio Simples

Figura 10.1: Esforços Transversos e Momentos Flectores

θ

θ

θ

Apoio DuploEncastramento Apoio Simples

θoscPθsenP

θsenP/2 θsenP/2θoscP

θsenPL

Figura 10.2: Diagramas de Corpo Livre

Neste capítulo pretende-se proceder ao cálculo das reacções nos apoios de vigas planas sujeitas a acções externas e ao cálculo dos esforços transversos e momentos flectores nas várias secções das vigas.

Os tipos de acções mais frequentes, a que uma viga pode estar sujeita, são as acções ditas concentradas e as acções ditas distribuídas. A carga concentrada numa viga é considerada aplicada num ponto para efeitos de cálculo e as cargas distribuídas estão distribuídas numa parcela da viga. Para efeitos de cálculo, as acções, desde que possível, são reduzidas a cargas distribuídas por unidade de comprimento e a cargas concentradas.

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2. Esforços Internos e Externos

As cargas exteriores e as reacções de apoio constituem o conjunto dos esforços externos na viga, as forças directamente aplicadas são em geral conhecidas e as reacções de apoio necessitam em geral de ser calculadas. Os esforços internos são os esforços que se desenvolvem numa secção da viga e são obtidos considerando um corte na viga passando na referida secção e impondo o equilíbrio estático de cada uma das partes em que a viga ficou dividida.

Para efeitos de cálculo das Reacções de apoio em vigas planas isostáticas é suficiente considerar as equações de equilíbrio de forças e momentos, conhecidas da Estática. Considere-se uma viga isostática plana, por exemplo uma das vigas representadas na figura 10.3. As equações de equilíbrio de forças a considerar são duas, a equação de equilíbrio de forças segundo x e a equação de equilíbrio de forças segundo y

0F

0Fy

x=∑

=∑

10.1 O eixo dos xx é considerado coincidente com o eixo da viga, o eixo dos yy é

considerado perpendicular ao eixo dos xx e contido no plano de solicitação e o eixo dos zz é normal ao plano Oxy.

Além das duas equações de equilíbrio de forças já referidas é necessário considerar a equação de equilíbrio de momentos segundo z num ponto

0M z =∑ 10.2

x

y

P

p(x) y p(x)

x

P

p(x)P P p(x) P

y

x x

y

Figura 10.3: Vigas Isostáticas Planas

O número de equações necessárias para efeitos de cálculo das reacções são três, eventualmente duas no caso de não existirem forças axiais. As equações de equilíbrio estático a considerar para efeitos de cálculo dos esforços internos são as equações de equilíbrio de momentos e forças, referidas no cálculo das reacções, no caso da viga estar sujeita a forças no plano de solicitação.

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A fim de exemplificar o cálculo de reacções e esforços internos, vão considerar-se alguns casos simples 2.1.Vigas Encastradas

Considerem-se as vigas encastradas representadas na figura 10.4 e calculem-se as reacções de apoio. No caso das vigas da figura não existem esforços axiais e é necessário considerar apenas duas equações de equilíbrio, uma equação de equilíbrio de forças segundo y e uma equação de equilíbrio de momentos segundo z. As duas reacções existentes são uma reacção R y e um momento M, como se representa na figura.

x

y

P

y

xA B

BAM M

Ry Ry

PLMM

PRF

z

yy

=⇒=∑

=⇒=∑

0

0

L L

/2LpMM

pLRF2

z

yy

=⇒=∑

=⇒=∑

0

0

p(x)=p

Figura 10.4: Reacções de Apoio em Vigas Encastradas

No caso de se tratarem de outras solicitações, as equações de equilíbrio a considerar ainda seriam as mesmas, mas as forças intervenientes seriam distintas. Exemplo 10.1 Considere a viga encastrada representada na figura 10.5 e determine a) As reacções de Apoio. b)Os Esforços Transversos e os Momemtos Flectores nas Secções B-B eC-C. Resolução a) Cálculo das Reacções de Apoio

m.kN480480820M0M

kN1002080R0F

Az

Ay

=×+×=⇒=∑

=+=⇒=∑

m.kN480M;kN100R AA ==

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10kN/m

20kN

8m

2.0m3.0m

A

B

B

C

C

20kN

20kN

M A

M A

M B

M B

M C

M C

TBT B

TC

TC

R A

R A

Figura 10.5: Viga Encastrada

b)Cálculo dos Esforças Transversos em B-B e C-C O esforço T B é igual à resultante das forças à direita da Secção B-B, ou seja

kNT B 7051020 =×+= O esforço T C é igual à resultante das forças à direita da Secção C-C, ou seja

kNT C 4021020 =×+= Cálculo dos Momentos flectores em B-B e C-C O momento M B é igual ao momento em B-B das forças à direita da Secção B-B, ou seja

m.kN2255.2510520M B =××+×= O momento M C é igual ao momento em C-C das forças à direita da Secção B-B, ou seja

C 20 2 10 2 1 60kN.mM = × + × × = 2.2.Vigas Simplesmente Apoiadas Considerem-se as vigas simplesmente apoiadas representadas na figura 10.6 e calculem-se as reacções de apoio. No caso das vigas da figura não existem esforços axiais e é necessário considerar apenas duas equações de equilíbrio, uma equação de equilíbrio de forças segundo y e uma equação de equilíbrio de momentos segundo z. As reacções são uma reacção R y em A e uma reacção R y em C, como se representa na figura.

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y

x

y

x

P

A B C

p(x)=p

L/2 L/2 LR A R C R A R C

P/2RP/2;R

PL/2LR0M

PRR0F

CA

Cz

CAy

===⇒=∑

=+⇒=∑

pL/2RpL/2;R

/2LpLR0M

pLRR0F

CA

2Cz

CAy

===⇒=∑

=+⇒=∑

CA

Figura 2.6: Reacções em Vigas Simplesmente Apoiadas

O cálculo das reacções de apoio é em geral necessário para efeitos de cálculo dos Esforços Transversos e Momentos Flectores. Exemplo 10.2 Considere a viga simplesmente apoiada representada na figura 10.7 e determine a) As Reacções de Apoio. b) Os Esforços Transversos e os Momemtos Flectores nas Secções B-B eC-C. Resolução Equações de equilíbrio de forças e momentos

m.kN5.4725.3305.3715R70M

kN13530715RR0F

Dz

DAy

=×+××=×⇒=∑

=+×=+⇒=∑

Resolvendo o sistema de equações obtido, obtém-se:

5.67R;5.67R DA ==

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30kN

2.0m

B

15kN/mB

2.0m

C

C

3.5m 3.5m

A D

R A

R A

R D

R DM B

M BT B

30kN

15kN/m

15kN/m

15kN/m30kN

15kN/mM C

M C

TB

TC

T C

Figura2.7: Viga simplesmente Apoiada

b) Cálculo dos Esforças Transversos em B-B e C-C O esforço T B é igual à resultante das forças à esquerda da Secção B-B, ou seja

kN5.372155.67T B =×−= O esforço T C é igual à resultante das forças à esquerda da Secção C-C, ou seja

kN5.37515305.67T C −=×−−= Cálculo dos Momentos flectores em B-B e C-C O momento M B é igual ao momento em B-B das forças à esquerda da Secção B-B, ou seja

m.kN105121525.67M B =××−×= O momento M C é igual ao momento em C-C das forças à direita da Secção B-B, ou seja

m.kN1055.1305.251555.67M C =×−××−×= 2.3.Vigas Simplesmente Apoiadas com tramo em consola

Considerem-se as vigas simplesmente apoiadas com tramo em consola representadas na figura 10.8 e calculem-se as reacções de apoio. No caso das vigas da figura não existem esforços axiais e é necessário considerar apenas duas equações de equilíbrio, uma equação de equilíbrio de forças segundo y e uma equação de equilíbrio de momentos segundo z. As reacções são uma reacção R y em A e uma reacção R y em C, como se representa na figura.

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y p(x)=p

x

y

xA

R A R A

AB

P

C

L/3

C

R CL/3 L/3

P/2RP/2;R

PL/3L/32R0M

PRR0F

CA

Cz

CAy

===⇒=∑

=+⇒=∑

R C

2L/3 L/3

3pL/4RpL/3;R/18L5p/18L4p

L/32R0M

pLRR0F

CA

22Cz

CAy

==+=

=⇒=∑

=+⇒=∑

Figura 10.8: Vigas Simplesmente Apoiadas com tramo em Consola Exemplo 10.3 Considere a viga simplesmente apoiada com tramo em consola representada na figura 10.9 e determine a) As Reacções de Apoio. b) Os Esforços Transversos e os Momentos Flectores nas Secções B-B e C-C. Resolução a) Cálculo das Reações de Apoio Equações de equilíbrio de forças e momentos

m.kN3655.62525.25.420R5.40M

kN115255.420RR0F

Dz

DAy

=×+××=×⇒=∑

=+×=+⇒=∑

Resolvendo o sistema de equações obtido, obtém-se:

kN)1(1.81R;kN)8(8.33R DA == b) Cálculo dos Esforças Transversos em B-B e C-C O esforço T B é igual à resultante das forças à esquerda da Secção B-B, ou seja

kN)8(8.13220)8(88.33T B −=×−= O esforço T C é igual à resultante das forças à direita da Secção C-C, ou seja

kN25T C =

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2.0m

B

BA

C

CRA

R A

MB

M B

TB

TB

1.0m1.0m

R DD

TC

MC

T CMC

R D

20kN/m25kN

2.5m

20kN/m

20kN/m

20kN/m

25kN

25kN

Figura2.9: Viga simplesmente Apoiada com tramo em consola

Cálculo dos Momentos flectores em B-B e C-C O momento M B é igual ao momento em B-B das forças à esquerda da Secção B-B, ou seja

m.kN)7(7.2712202)8(8.33M B =××−×= O momento M C é igual ao momento em C-C das forças à direita da Secção B-B, ou seja

m.kN25125M C =×= 3. Diagramas de Esforços

O diagrama de esforços transversos é um gráfico que mostra o valor do esforço transverso em função da distância x ao longo do eixo da viga e o diagrama de momentos flectores é um gráfico que mostra o valor do momento flector em função da distância x ao longo do eixo da viga. Para traçar os diagramas de esforços (entendidos como esforço transverso e momento flector) é necessário considerar um corte na viga a uma distância x da origem e determinar os valores dos esforços transversos e momentos flectores em função de x e desenhar o gráfico das funções obtidas. Para ilustrar o processo, considerem-se os exemplos seguintes. No traçado dos diagramas de esforços transversos e momentos flectores usa-se a convenção de sinais representada na figura10.10.

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Esforços Transversos Positivos

+

Esforços Transversos Negativos

-

+

Momentos Flectores Positivos

Momentos Flectores Negativos

Figura 10.10: Convenção de Sinais

Exemplo 10.4 Considere a viga encastrada representada na figura 10.11 e desenhe os diagramas de esforços transversos e momentos flectores.

P

L

x

A B C CB

BA

R A

M A

PTB

T B

M B

M B

PT B =

PxM B =

Figura 10.11: Viga Encastrada- Carga Pontual

Resolução: Em geral, é necessário calcular as reacções de apoio, no caso da viga encastrada pode evitar-se o cálculo das reacções de apoio considerando a origem do sistema de eixos na extremidade livre da viga como se representa na figura 10.11. O esforço transverso numa secção a uma distância x da extremidade livre são como se representa na figura T=P e M=Px.

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O traçado dos diagramas é facilmente feito tendo em conta que T é constante e igual a P e M é linear sendo a recta de inclinação P, como se representa na figura 10.12.

P

L

x

A B C

R A

M A PT =

PxM =

y

+

-

P

PL

Figura 10.12: Viga Encastrada sujeita a uma Carga Pontual

Exemplo 10.5 Considere a viga simplesmente apoiada sujeita a uma carga pontual, representada na figura 10.13 e desenhe os diagramas de esforços transversos e momentos flectores.

P

a b

L

R A R C

B C

Pa/LRPb/L;R cA ==

xR A

R Ax

T

M

M

T

P

0<x<a

a<x<L

A

y

x

Figura 10.13: Viga Simplesmente Apoiada sujeita a uma Carga Pontual Resolução: Determinação das Reacções de Apoio

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L/PaR;L/PbRou

PaLR0M

PRR0F

CA

Cz

CAy

==

=⇒=∑

=+⇒=∑

Para efeitos de cálculo dos esforços transversos e momentos flectores a viga tem de ser dividida em duas partes, uma entre A e B, 0<x<a e outra entre B e C, a<x<L, como se representa na referida figura. Os esforços transversos são:

RT A= =Pb/L para 0<x<a

L/PaRRPT BA ==−= para a<x<L sendo este esforço, de acordo com a convenção de sinais, negativo. Os momentos flectores são:

L/PbxxRM A == para 0<x<a )ax(PL/Pbx)ax(PxRM A −−=−−= para a<x<L

De acordo com a convenção de sinais, estes momentos flectores, são positivos. Os diagramas de esforços estão representados na figura 10.14.

P

a b

L

A B C

y

x

+

-

Esforços Transversos

Momentos Flectores

+

y

y

x

x

R A R C

Pa/LRPb/L;R cA ==

Pb/LR A =

Pa/LR C =

Pab/L

Figura 10.14: Diagramas de Esforços- Viga Simplesmente Apoiada-Carga Pontual

Exemplo 10.6 Considere a viga encastrada sujeita a uma carga uniformemente distribuida, representada na figura 10.15 e desenhe os diagramas de esforços transversos e momentos flectores.

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L

x

BM B

M BB CA

p(x)=p

AT B

B

TB

C

/2xPM 2B =

pxT B =R A

M A

M AR A

Figura 10.15: Viga Encastrada Sujeita a uma Carga Uniformemente Distribuída

Resolução: Cálculo das Reacções de Apoio

2/LpM0M

pLR0F2

Az

Ay

=⇒=∑

=⇒=∑

O esforço transverso numa secção a uma distância x da extremidade livre da viga é: T=px O momento flector numa secção a uma distância x da extremidade livre da viga é:

2/xpM 2= Os diagramas de esforços estão representados na figura 10.16.

L

x

A B C

R A

M A

p(x)=p

pxT =

x

+

/2xPM 2=

x

-

pL

pLR A =

/2LpM 2A =

/2Lp 2

Figura 10.16: Diagramas de Esforços - Viga Encastrada - Carga Uniformemente

Distribuída

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Exemplo 10.7 Considere a viga simplesmente apoiada, sujeita a uma carga uniformemente distribuída, representada na figura 10.17 e desenhe os diagramas de esforços transversos e momentos flectores.

A C

x

y

x

B

x

L

R A R C

PL/2RPL/2;R cA ==

R A

/2xppLx/2M 2B −=

M B

M B

TB

T B

p(x)=pp(x)=p

p(x)=p

pxpL/2T B −=

Figura 10.17: Viga Simplesmente Apoiada Sujeita a uma Carga uniformemente

Distribuída Resolução: Cálculo das Reacções de Apoio

2/LpLR0M

pLRR0F2

Cz

CAy

=×⇒=∑

=+⇒=∑

ou seja: 2/pLRR CA ==

O esforço transverso, numa secção a uma distância x da extremidade A da viga, é igual à diferença entre a reacção RA e a resultante da carga distribuída ao longo de um comprimento x:

pxpLT −= 2/ O momento flector, numa secção a uma distância x da extremidade A da viga, é igual ao momento resultante da reacção de apoio RA menos o momento da resultante da carga distribuída ao longo de um comprimento x, ou seja:

2/xp2/pLxM 2−= Os diagramas de esforços estão representados na figura 10.18.

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2/pLRR CA ==

L

A

x

B

y

C x

Momentos Flectores pL/2

pL/2

Esforços Transversos

/8Lp 2

px2/pL)x(T −=

2/xp2/pLX)x(M 2−=

Figura 10.18:Diagramas de Esforços- Viga Simplesmente Apoiada - Carga

Uniformemente Distribuída

Exemplo 10. 8 Considere a viga encastrada sujeita a uma carga linearmente distribuída, representada na figura 2.19 e desenhe os diagramas de esforços transversos e momentos flectores.

y

x

x

p(x)=px/L

A B C

p(x)=px/L

pL/2R A =

/6LpM 2A −=

R A R AM A

M A M BTB

T BM B

/2LxpT 2B =

/6LxpM 3B −=

Figura 10.19: Viga Encastrada sujeita a uma carga linearmente distribuída

Resolução: Cálculo das Reacções de Apoio

6/LpM0M

2/pLR0F2

Az

Ay

−=⇒=∑

=⇒=∑

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A uma distância x da extremidade livre a intensidade da carga p(x) é p(x)=px/L, como se representa na figura 10.19. O esforço transverso, numa secção a uma distância x da extremidade livre da viga, é igual à resultante da carga triangular de altura x e base px/L, ou seja:

( ) LxpxLpxT 2/2// 2−=×−= O momento flector, numa secção a uma distância x da extremidade livre da viga, é igual ao momento resultante da carga triangular de altura x e base px/L:

3M (px / L) (x / 2) x / 3 p / 6Lx= − × × = − Os diagramas de esforços estão representados na figura 10.20.

y

x

x

p(x)=px/L

A B C

Esforços Transversos

pL/2

R AM A

pL/2R A =

/6LpM 2A −=

/2LxpT(x) 2=

Momentos Flectores

-/6Lxp)x(M 3−=

/6Lp 2

Figura 10.20: Viga Encastrada sujeita a uma Carga Linearmente Distribuída

Exemplo 10. 9 Considere a viga simplesmente apoiada sujeita a uma carga linearmente distribuída, representada na figura 10.21 e desenhe os diagramas de esforços transversos e momentos flectores.

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y

x

p(x)=px/L

A B C

R A

p(x)=px/L

R A

2pL/6px-/2Lxp 2BT +=

2pLx/6/2xp-/6Lxp 23BM +=

R C

R C

x

pL/6R C=

pL/2R A =

L

M B

M B

T B

T B

Figura 10.21: Viga Simplesmente Apoiada Sujeita a um Carregamento Linearmente Distribuído

Resolução: Cálculo das Reacções de Apoio

6/0

2/02LpLR

pLRR

Cy

CAy

MF

=⇒=

=+⇒=

∑∑

ou seja: 6/;6/2 pLRpLR CA ==

O esforço transverso, numa secção a uma distância x da extremidade A da viga, é calculado determinando a diferença entre a reacção de apoio e a resultante da carga distribuida na área trapezoidal de comprimento x, tendo em conta que a carga distribuída é –px/L+p, ou seja:

6/22/2

)/()( 2 pLpxLxpxpLpxpRxT A +−=×

+−+−=

O momento flector, numa secção a uma distância x da extremidade A da viga, é obtido por adição do momento resultante da reacção RA com o momento resultante da carga trapezoidal de comprimento x:

( )

6/22/6/)(

)/(32/2

2)/()(

23 pLxxpLxpxM

ppLpxppLpxxxxpLpxpxRxM A

+−=

++−++−×

−××+−+

−×=

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18/28

Os diagramas de esforços estão representados na figura 10.22.

y

x

p(x)=px/L

A B C

RA RC

x

L

+

-

Esforços Transversos

Momentos Flectores

+

2pL/6 pL/6

2pL/6px-/2LxpT(x) 2 +=2pLx/6/2xp-/6LxpM(x) 23 +=

Figura 10.22: Diagramas de Esforços- Viga Simplesmente Apoiada Sujeita a Carga

Linearmente Distribuida 4. Equações de Equilíbrio

Considere-se uma viga rectilínea sob a acção de forças e momentos exteriores, como se representa na figura 10.23, um elemento da viga de dimensão dx, a uma distância x da origem do sistema de eixos deve estar em equilíbrio sob a acção de forças exteriores e de esforços internos, momentos e esforços transversos.

x dx M+dMMT

pdx

MT

M+dM

T+dT

T+dT

dx

y

x

p(x)

Figura 10.23: Esforços Transversos e Momentos Flectores num Elemento de

Dimensão Infinitesimal

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19/28

As cargas exteriores aplicadas no elemento de dimensão dx, têm uma resultante igual a pdx, os esforços de corte ou transversos resultantes nas secções de corte são, T e T+dT, como se representa na figura 10.23. A equação de equilíbrio de forças segundo o eixo dos yy é:

0)( =+−+ pdxTdTT Simplificando obtém-se:

pdxdT

−=

10.3 A equação de equilíbrio de momentos no elemento de dimensão dx é:

0)()()( 21 =+++−+ dxpdxMdMMdxdTT

Desprezando os infinitésimos de ordem superior à primeira obtém-se:

0=− dMTdx ou no limite

Tdx

dM=

10.4 que representa a equação de equilíbrio de momentos no elemento de dimensão dx. Substituindo a equação 10.4 na equação 10.3, obtém-se:

pxdMd −=

2

2

10.5 Observando a equação 10.4 e 10.5, conclui-se que o máximo do momento flector M ocorre para valores nulos do esforço transverso T, as equações 10.3, 10.4 e 10.5 resultam só da consideração do equilíbrio estático e são portanto independentes do material da viga. A equação 10.3, pode ser integrada entre duas secções, uma a uma distância x1 e outra a uma distância x2 da origem, obtendo-se:

∫∫ −==

=

x

x

xx

xx

pdxdT2

1

2

1

Designando por T1 o esforço transverso a uma distância x1 e por T 2 o esforço transverso a uma distância x2 da origem, a equação anterior toma a forma:

∫−=x

xpdxTT

2

1

12

2.6

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20/28

A equação 10.4, pode ser integrada entre duas secções, uma a uma distância x1 e outra a uma distância x2 da origem, obtendo-se:

∫∫ ==

=

x

x

xx

xx

TdxdM2

1

2

1

Designando por M 1 o esforço transverso a uma distância x1 e por M 2 o esforço transverso a uma distância x2 da origem, a equação anterior toma a forma

∫+=x

xTdxMM

2

1

12

10.7 O valor de T(x) pode ser obtido considerando a equação 10.6 e considerando xx =2 , ou seja:

∫−=x

xpdxTxT

1

1)(

10.8 Substituindo este valor na equação 10.7 obtém-se:

dxx

x

x

xpdxxxTMxM ∫ ∫

−−+=1 1

)()( 111

10.9 As equações 10.8 e 10.9 podem ser utilizadas para calcular as expressões dos esforços transversos e momentos flectores a uma distância x de um ponto de referência x1 . Estas equações podem ser utilizadas para efeitos de traçado dos diagramas de esforços em alternativa ao processo utilizado no parágrafo anterior. 5. Diagramas de Esforços utilizando as Equações de Equilíbrio

Os exemplos anteriormente considerados podem ser refeitos fazendo uso das equações de equilíbrio estático e da convenção de sinais anteriormente apresentada, estes exemplos podem ser bastante elucidativos quanto à utilização das referidas equações quer no que respeita à obtenção dos diagramas quer no que respeita à interpretação dos mesmos. Alguns dos referidos exemplos serão repetidos considerando agora as equações de Equilíbrio Estático.

Exemplo 10.10 Considere a viga simplesmente apoiada representada na figura 10.24 e fazendo uso das equações de equilíbrio estático, determine: a) Os diagramas de Esforços b) O momento máximo e o ponto em que ocorre.

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21/28

Resolução a) O cálculo das reacções de apoio é o primeiro passo, e este cálculo como foi indicado anteriormente conduz às reacções seguintes:

LPaRLPbR CA /;/ == A viga tem de ser dividida em dois tramas, o tramo 1 que corresponde a 0<x<a e o tramo 2 que corresponde a a<x<L, no ponto em que está aplicada a carga pontual existe uma discontinuidade no esforço transverso. A carga p(x) nos dois tramos é p(x)=0. Para 0<x<a o esforço transverso é:

)0()()0()(0

TdxxpTxTx

=−= ∫

ou seja tendo em conta que T(0)= RA e que p(x)=0,o esforço transverso T(x) é:

LPbRxT A /)( ==

P

a b

L

dx

xy

dx

P

)2/( xxM ∆− )2/( xxM ∆+

)2/( xxT ∆−

)2/( xxT ∆+

Esforços Transversos

+LPb /

Momentos Flectores

+

0/ =dxdTsalto para T=P

0)(/ =−= xpdxdT

LPbTdxdM // ==

LPbxM /= LxLPaM /)( −=

LPaTdxdM // −==

T

Pa/L

Mx

x

∫+

−=+=

=⇒<<

×+===⇒<<

x

adxxTaMxMaTxT

xpLxaxR AMxMTxT

xpax

)()()();()(

0)()0()();0()(

0)(0

LPaRLPbR BA /;/ ==

Figura 10.24: Viga Simplesmente apoiada Sujeita a uma Carga Pontual Para 0<x<a o momento flector é tal que.

0/)(/ >=== LPbRxTdxdM A ou seja é rectilíneo uma vez que a inclinação é constante e crescente até x=a, uma vez que a inclinação é positiva, ou seja integrando a equação anterior

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22/28

LPbxxRdxxTMxMx

A /)()0()(0

==+= ∫

uma vez que M(0)=0, M(x) representa a área do diagrama de esforços Transversos entre 0 e x. No ponto x=a existe uma discontinuidade de esforços transversos e considerando o equilíbrio de forças no elemento de dimensão dx representado na figura conclui-se que é:

PxaTxaT −∆

−=∆

+ )2

()2

( ou LPaPaTaT /)()( −=−= −+

Considerando o equilíbrio de momentos no referido elemento conclui-se que:

)()( aMaM −+ =

ou seja existe continuidade de momento para x=a, embora exista uma mudança de inclinação como resulta do facto de o esforço transverso à direita e à esquerda ter valores distintos, sendo um valor positivo e outro negativo. Para a<x<L o esforço transverso é:

)()()()(0

aTdxxpaTxTx

++ =−= ∫ =-Pa/L

O momento flector para a<x<L é tal que:

0/)(/ <−=−== LPaRxTdxdM B

ou seja é rectilíneo tendo em conta que a inclinação é constante e decrescente ente x=a e x=L, atendendo que a inclinação é negativa, integrando a equação anterior obtém-se.

LxLPadxRaRdxxTaMxMx

aB

x

aA /)()()()( −=−=+= ∫∫+

Os diagramas resultantes estão representados na figura 10.24. b) O momento máximo ocorre no ponto a que corresponde um esforço transverso nulo, neste caso o referido ponto corresponde a x=a. O momento correspondente é: M=Pab/L. Exemplo 10.11 Considere a viga simplesmente apoiada representada na figura 10.25 e fazendo uso das equações de equilíbrio estático, determine: a)Os diagramas de Esforços b)O momento máximo e o ponto em que ocorre.

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23/28

Resolução a)O cálculo das reacções de apoio é o primeiro passo, este cálculo, como foi indicado

anteriormente, conduz às reacções seguintes:

2/;2/ pLRpLR CA == Neste caso não há necessidade de dividir a viga em troços tendo em conta que a carga é uniformemente distribuída em todo o tramo, não havendo lugar a discontinuidades de carregamento ou ligação ao exterior. A carga p(x) é p(x)=p e consequentemente é:

pxTdxxpTxTx

−=−= ∫ )0()()0()(0

Tendo em conta que T(0) é igual à reacção no apoio A, a expressão de T(x) toma a forma:

pxpLpxRpxTxT A −=−=−= 2/)0()(

L

xy

∫−=

−==

xdxxTMxM

pxTxTpxp

0)()0()(

)0()()(

2/;2/ pLRpLR BA ==

Esforços Transversos

+

Momentos Flectores

+M

x

x

T2/pL

2/pL

pdxdT −=/

0/ >dxdM 0/ <dxdM

0/ =dxdM

8/2Lp

Figura 10.25: Viga Simplesmente Apoiada Sujeita a uma Carga Uniformemente

Distribuída

O momento flector é obtido por integração da equação dM/dx=T(x), ou seja:

2/2/)()0()( 2

0xppLxdxxTMxM

x

−=−= ∫

b) O momento flector máximo ocorre quando for T(x)=0, ou seja para x=T(0)/p. Tendo em conta que T(0) é igual à reacção em A e que tem o valor de pL/2, a distância x a

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24/28

que ocorre o momento máximo é x=L/2. O momento máximo é:

8/)2/( 2LpLM = Exemplo 10.12 Considere a viga simplesmente apoiada representada na figura 10.26 e determine: a) As Reacções de Apoio b) b)Os diagramas de Esforços c) c)Os valores máximos dos Esforços e sua localização Resolução:

a)Fazendo uso das equações de equilíbrio estático obtém-se:

6.0m 4.0m

6kN/m

A B

kNRkNR CA 8.10;2.25 ==

Esforços Transversos

Reacções de Apoio

T6/ −=dxdT

25.2

10.8

+

0/ =dxdT2.256)( +−= xxT

8.10)( −=xT

Momentos Flectores

+

x

x

M 0/ =dxdMxxMxM 2.253)0()( 2 +−=

1088.10)( −−= xxM

Cx

y

Figura10.26: Viga Simplesmente Apoiada parcialmente carregada com Carga

Uniformemente Distribuída

336100

360

×=⇒=

=+⇒=

∑∑

RM

kNRRF

Cz

CAy

ou seja: kNRekNR CA 8.102.25 ==

b) Para 0<x<6 a equação de equilíbrio de forças é:

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25/28

6−=dxdT donde se conclui que 2.2566)0()( +−=−= xxTxT

A equação de equilíbrio de momentos para 0<x<6 é:

2.256)( +−== xxTdx

dM

donde se conclui que xxxxMxM 2.2532.253)0()( 22 +−=+−= Para 6<x<10 a equação de equilíbrio de forças é:

0=dxdT donde se conclui que ∫ −=+=

x

dxxpTxT6

8.10)()6()(

A equação de equilíbrio de momentos para 6<x<10 é:

8.10)( −== xTdx

dM

donde se conclui que

xxdxxTMxMx

8.100.10868.108.102.45)()6()(6

−=×+−=+= ∫

Os diagramas que resultam das expressões acabadas de obter estão representados na figura 10.26. c) O valor máximo do momento ocorre para T(x)=0 o que corresponde a ser no

intervalo 0<x<6 e ao valor 02.256)( =+−= xxT , donde se conclui que x=4.2m. Para este valor de x, o momento é:

mkNM .92.522.42.252.43)2.4( 2 =×+×−= Exemplo 10.13 Considere a viga simplesmente apoiada representada na figura 10.27 e determine: a) As Reacções de Apoio b) Os diagramas de Esforços c) Os valores máximos dos Esforços e sua localização.

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26/28

Figura 10.27: Viga Simplesmente Apoiada com Tramo em Consola Resolução: a)Fazendo uso das equações de equilíbrio estático obtém-se:

As reacções de apoio são em consequência das equações anteriores kNRkNR CA 5010 ==

b)No troço 0<x<4 a equação de equilíbrio de forças é

10−=dxdT que conduz a ∫ −=−=

x

xdxTxT0

101010)0()(

No troço 0<x<4 a equação de equilíbrio de momentos é

)(xTdx

dM= que conduz a ∫ −=−+=

x

xxdxxMxM0

2510)1010()0()(

No troço 4<x<6 a equação de equilíbrio de forças é

0=dxdT que implica que seja: ∫ =+−=+=−=

x

kNTdxTxT4

205030)4(0)4()(

tendo em conta que no ponto B existe uma discontinuidade do esforço transverso sendo o esforço transverso À direita de B igual a –30kN e à esquerda de B igual a 20kN, como resulta da existência de uma reacção concentrada em B. No troço 4<x<6 a equação de equilíbrio de momentos é:

)(xTdx

dM= que

implica que seja:

4.0m

A

10kN/m

2.0m

Esforços Transversos

B C

20kN

-

+

RA RC

kNRkNR CA 50;10 ==

Momentos Flectores

xxT 1010)( −=T

M

x x

xxxM 2510)( −=

xxM 2040)( −=

20)( =xT

x

2008012024020640

600

=+=×+×=×⇒=

=+⇒=

∑∑

RM

RRF

CA

CAy

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27/28

xxdxMxMx

20120420204020)4()(4

+−=×−+−=+= ∫

Os diagramas resultantes das equações obtidas estão representados na figura 10.27. 6. Problemas Propostos para Resolução na Aula 1. Obtenha os diagramas de esforços, N, T e M, para as vigas simplesmente apoiadas representadas nas figuras 10.28 a) …f)

Figura 10.28: Vigas Simplesmente Apoiadas

2. Obtenha os diagramas de esforços, N, T e M, para as vigas simplesmente apoiadas com tramos em consola representadas nas figuras 10.29 a) …f)

xy

xy

xy

x y

x

y

x

y

L=1m

M=1500N.m

P=3000N M=1500Nm

0.5 m 0.25m

1000N/m

0.5m 0.5m

a)

b)

c)

2000N/m

0.5m 0.5m

3m 2m

2 kN/m 4kN/m d)

e)

0.25m 0.5m 0.25m

3kN/m 3kN/m

f)

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28/28

Figura 10.29: Vigas com tramos em Conso

3. Obtenha os diagramas de esforços, N, T e M, para as vigas encastradas representadas nas figuras 10.30 a) e b)

7- Leituras a Efectuar nas Horas de Estudo - V. Dias da Silva, Mecânica e Resistência dos Materiais, Ediliber Editora, 1995. - Carlos Moura Branco, Mecânica dos Materiais, Teoria e Aplicação, McGraw-Hill, 1989. - J. F. Silva Gomes, Apontamentos de Mecânica dos Sólidos, Editorial de Engenharia.

xy 1000N/m

xy

0.25 m 0.25m

x y

0.5m

xy

L=1m

P=2kN M=3kNm

x

y

x

y

a) b)

4.5kN/m

2kNm

0.5m 0.5m

2kNm 5kN/m

0.25m 0.25m 0.5m 5kN

x

y

x

y

M=1500N.m

0.25m

0.5m 0.5m

a)

b)

c)

2000N/m

0.5m

3m 2m

2 kN/m 4kN/m d)

e) 3kN/m 3kN/m

f)

0.25m 0.5m0.25m