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Curso: CULTURA DE ORQUÍDEAS INSTRUTOR: SÉRGIO CARVALHO DE MAGALHÃES EMBU DAS ARTES

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Curso:CULTURA DE ORQUÍDEAS

INSTRUTOR: SÉRGIO CARVALHO DE MAGALHÃES

EMBU DAS ARTES

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Magalhães

SUMÁRIO

3 - Lenda da Orquídea

4 - Introdução

5 - Histórico

6 - Distribuição Mundial das Espécies

7 - Nomenclatura

8 - A Fisiologia das Orquídeas

9 - Classificação das Orquídeas

10 - Crescimento Monopodial

11 - Crescimento Simpodial

12 - Ambiente de Cultivo das Orquídeas

13 - Cultivo das Orquídeas

14 - Multiplicação das Orquídeas

15 - Como Plantar uma Orquídea

16 - O Plantio Passo a Passo

17 - Tratos Culturais

18 - Tratamento Fitossanitário

19 - Os Agrotóxicos ou Defensivos

20 - Algumas Pragas Importantes

21 - Algumas Doenças Importantes

23 - Operacionalização do Orquidário

24 - Comercialização

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O NASCIMENTO DA PRIMEIRA ORQUÍDEA

Como não podia deixar de existir, a orquídea também tem sua lenda de origem,

tendo como palco uma princesa na dinastia chinesa.

Uma jovem chamada Hoan-Lan, que vivia na cidade de Anam, apesar de bela erasádica no amor, divertia-se muito fazendo sofrer os seus apaixonados, deixando-oscaírem em desgraça com seu descaso.

Entre muitos, foi assim que aconteceu com exímio artesão joalheiro, Kien-Fu,que lhe oferecera as mais belas jóias, atirou-se ao Rio Vermelho; Nguyen-Ba, umpintor que retratou sua amada com cores até então desconhecidas, embrenhou-se edesapareceu nas selvas; Cung-le endoideceu após presentear a jovem princesa comrara jóia, a mais maravilhosa das pulseiras, pois Hoan-Lan ignorava o amor detodos os que a pretendiam.

A princesa divertia-se com a desgraça das muitas paixões, maldosa,propositadamente não correspondia...

Eis que um dia, Hoan-Lan apaixonou-se perdidamente pelo jovem Mun-Cay,belo, altivo, forte e esbelto, mas não teve sua paixão correspondida...chegava-lhe ocastigo.

Procurando Mun-Cay, ouviu todo tipo de desprezo: “Não me interessas rapariga,és como todas as outras, tu mísera Hoan-Lan, com toda tua vaidade, não serves nempara atar as sandálias de minha amada”.

Perdidamente apaixonada e inconformada, Hoan-Lan, recorreu aos Deuses, emvão, pois lhe fora negada qualquer ajuda.

Em sua desesperada busca por ajuda, na saída do templo de um dos Deuses,encontrou-se com uma bruxa, com a qual fez um pacto, já que Mun-Cay não seriaseu, que não fosse mais de ninguém...a bruxa transformou-o numa árvore de ébano.

Ainda inconformada com a paixão não correspondida, Hoan-Lan, ficou junto àárvore, e suas súplicas desesperadas acabaram sendo ouvidas pelos Deuses do Amor,da Paixão e da Compaixão, que resolveram transforma-la em uma flor, para vivereternamente presa a árvore na qual seu amado fora transformado.

A túnica rósea que a princesa vestia foi empalidecendo-se e tornando-se de umadelicada, e jamais vista, cor lilás, muito suave e sublime; seus olhos e sua carnetornaram-se de uma cor nácar incomparável, sua cútis exalou um perfume doce,suave, nunca sentido, e seus braços envolveram a árvore num profundo, delicado eeterno abraço.

Assim nasceu a primeira orquídea!

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1. INTRODUÇÃO

Devido ao constante desejo do homem de aproximar-se da natureza, asorquídeas fazem-se presentes cada vez mais no seu dia a dia, em vasos, compondoarranjos, no jardim, ou sobrepondo-se às árvores ou pedras, quer na decoração deambientes ou na forma de flores de corte, quer como presente fino ou na composiçãode coleções, quer na satisfação íntima de cada um como hobby ou mesmo naoportunidade comercial, quer como fator educativo ou de lazer e ocupaçãoterapêutica.

Apesar de rústicas e de cultivo fácil, sua cultura requer conhecimentosespecíficos e técnicas apropriadas, o que torna a atividade de dominância exclusivadaqueles que conhecem as suas particularidades.

O presente curso, visa suprir a lacuna de conhecimentos e técnicas existentes,iniciando profissionalmente aqueles que vêem na cultura da orquídea umaoportunidade econômica, visto que, o segmento comercial da floricultura, das plantasornamentais e da jardinagem movimentam valores vultuosos e significativos, oupela simples satisfação pessoal.

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2. HISTÓRICO

O cultivo e a admiração por orquídeas não são recentes, data de remotaantiguidade, existindo manuscritos de mais de 3.000 anos com referência às espécies.

No ano 570 a.C., o sábio e filósofo chinês Confúcio descreve a beleza dasorquídeas e exalta seus perfumes como sendo próprio para reis.

Tal peculiaridade fez com que esta planta sobrepusesse-se às demais, passandoa ser considerada uma planta dos reis e imperadores, existindo em todos ostemplos, palácios e residências imperiais da época.

Tem-se pois que as orquídeas são originárias do extremo oriente, sendo quea primeira descrição botânica foi dada pelo ministro chinês Kihan, revelando asespécies Cymbidium ensifolium e o Dendrobium moniliforme.

Na Grécia antiga as orquídeas foram tidas como fonte de recursos medicinais,inclusive para preparações afrodisíacas, havendo também registros do controle deum surto de cólera com infusões de orquídeas.

Teófraso, discípulo de Aristóteles, também falou das orquídeas em seustrabalhos, sendo ele que batizou o gênero Orchis, que em grego significa “testículos”,dado a semelhança dos pseudobulbos daquelas plantas com a genitália masculina.

Na era moderna, foi a partir do século XVIII que as orquídeas passaram a tera atenção dos estudiosos e cultivadores, catalogando-se, progressivamente, mais de50.000 espécies dispersas pelo mundo, 20 mil encontradas diretamente na naturezae outras 30 mil criadas em laboratório.

No Brasil tem-se que a orquideocultura iniciou-se na década dos anos 40com a vinda dos primeiros imigrantes japoneses e alemães.

Atualmente as orquídeas são cultivadas em todos os estados brasileiros, comdestaque para os produtores de origem da descendência nipo-germânica radicadosprincipalmente em Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

As orquídeas são presentes em todos os continentes, destacando-se noContinente Americano, e no Brasil, entre outros, os seguintes gêneros: Cattleya,

Laelia, Sophroniti, Oncidium, Miltônia, Brassavola, Epidendrum, Catasetum eMasdevalia.

Originárias do Brasil, que pode ser considerado o “país das orquídeas”, existemaproximadamente 3.500 espécies catalogadas, destacando-se as Cattleya sp e Laelia

sp, podendo chegar a mais com novas descobertas, principalmente na regiãoamazônica.

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DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL E RELATIVA DAS ESPÉCIES DE ORQUÍDEAS

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3. NOMENCLATURA DAS ORQUÍDEAS

O mundo das orquídeas exige estudo e dedicação, sendo preciso conhecer asregras de nomenclatura e as definições que identificam espécies, híbridos, clones(ou meristemas) e híbridos naturais.

Os nomes são dados em latim ou grego clássicos, línguas mortas, para quesejam os mesmos no mundo inteiro e nenhuma língua prevaleça sobre a outra. Assim,costumam oferecer algumas dificuldades na escrita e na pronúncia.

- O conjunto de vogais ae lê-se e. Ex.: Laelia (Lélia). Exceção: Aerides

(Aérides)- O conjunto de vogais oe também tem som de e. Ex.: Coelogyne (Celogine).- Ph tem som de F. Ex.: Phalaenopsis (Falenopsis).- X tem som de KS. Ex.: Xanthina (Ksantina).- CH tem som de K. Ex.: Chiloschista (kiloskista), Pulchelum (pulkelum),

Chondrorhyncha (Kondrorrinka), Chocoensis (Kocoensis), Ornithorhynchum

(Ornitorrincum).- TI seguido de vogal soa como CI, exceto quando precedido de S, T ou X.

Ex.: Constantia (Constancia), Neofinetia (Neofinecia), Bletia (Blecia), masComparettia (Comparetia), Pabstia (Pabstia).

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4. A FISIOLOGIA DAS ORQUÍDEAS

Como todas as plantas superiores, completas e verdes, as orquídeas realizamo processo fotossintético, não sendo e não devendo por tanto ser tidas ou confundidascom plantas parasitas, porque realmente não são.

As orquídeas são classificadas como sendo plantas CAM, ou seja deMetabolismo do Ácido das Crassuláceas (veja anexo), termo é baseado no fato deque muitas plantas suculentas armazenam quantidades de ácido, especialmentemalato em suas folhas ou partes aéreas. As plantas CAM são capazes de fixar CO²durante o escuro usando parte da via C4 (enzima Fosfoenolpiruvato carboxilase ouPEP carboxilase). (Mohr & Schopfer, 1995). As plantas que habitam ambientesáridos e quentes tem um sistema de fixação de COª especializado, diferenciando-sedas demais plantas, por manter um balanço de carbono nos tecidos, ao mesmo tempoque desenvolvem um eficiente mecanismo de economia de água.

Tais espécies são geralmente suculentas como as orquídeas, tendo as folhasgrossas e sempre túrgidas (dilatados, inchados).

Existem vários outros grupos de plantas que exibem um comportamentosemelhante, caracterizado por uma produção cíclica diária de ácidos orgânicos,plantas CAM, a exemplo dos cactos, das bromélias e das orquídeas, entre outras.São consideradas pelos botânicos, como as plantas mais evoluídas, visto acaracterística de sobrevivência em condições severas de clima, como estiagemprolongada.

Sendo assim, conclui-se que as orquídeas necessitam de regas dosadas, aocontrário do que se imagina e se pratica, pois tem toda a capacidade de manterem-se túrgidas, “cheias d’água”, mesmo em condições desfavoráveis.

Desenvolvem-se muito bem a meia luz (usar sombrite de 50%, salvo algumasexceções), a uma temperatura ideal média de 25º C, requerem uma umidade relativado ar superior a 70%, por serem em sua maioria plantas tropicais, sendo típicas delocalidades com regime pluviométrico elevado.

Na prática do cultivo de orquídeas, esses índices devem ser reproduzidos,ressaltando-se ainda que irrigações semanais são suficientes, mais com vistas aosubstrato para não deixa-lo ressecar, comprometendo a planta.

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5. CLASSIFICAÇÃO DAS ORQUÍDEAS

As orquídeas podem ser classificadas botanicamente, quanto a forma de crescimento e

quanto ao hábito vegetativo:

- BOTANICAMENTE elas estão classificadas em 1.330 gêneros que agrupam

aproximadamente 30.000 espécies catalogadas, sendo que as orquídeas representam

em torno de 10% de todas as espécies vegetais existentes, pois considerando-se os

híbridos elas totalizam mais de 100.000 plantas, devendo-se ressaltar que elas não

são parasitas.

- Na FORMA DE CRESCIMENTO as orquídeas são classificadas como sendo

monopodiais ou simpodiais, ou seja:

MONOPODIAIS – são aquelas que tem crescimento apical ilimitado, contínuo,

desenvolvendo sempre novas gemas no ápice do broto do ano anterior, crescendo

segundo um eixo vertical numa única direção ascendente. (Figura 1)

SIMPODIAIS – são aquelas que tem crescimento apical limitado, descontínuo,

desenvolvendo sempre novas gemas na base dos rizomas, crescendo horizontalmente

de forma contínua e exigindo divisão periódica. (Figura 2)

- No HÁBITO VEGETATIVO as orquídeas podem ser epífitas, terrestres, rupículas

e saprófitas, destacando-se que elas não são parasitas.

EPÍFITAS são as plantas que se desenvolvem sobre qualquer tipo de vegetal,

no caso das orquídeas frequentemente sobre uma árvores, (não são parasitas, pois

sintetizam o próprio alimento).

TERRESTRES são orquídeas que se desenvolvem sobre o solo de onde retiram

os nutrientes necessários, suas raízes são “carnosas”.

RUPÍCULAS são as plantas que se desenvolvem sobre as pedras ou rochas, são

resistentes a insolação e a falta d’água, resistindo a longo período sem chuva.

SAPRÓFITAS são as plantas que retiram os nutrientes dos restos de outros

vegetais em decomposição. São mais raras, pouquíssimas, que vivem no sub bosque a

exemplo do gênero Rhizantella com a espécie Rhizantelli garneri

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CRESCIMENTO

MONOPODIAL

Crescimento apical ilimitado, contínuo,

desenvolvendo sempre novas gemas no ápice do broto

do ano anterior, crescendo segundo um eixo vertical numa

única direção ascendente.

Flores

Broto Novo

Folha Terminal

Folha

Raízes Aéreas

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CRESCIMENTO

SIMPODIALSão aquelas que tem crescimento apical limitado,

descontínuo, desenvolvendo sempre novas gemas na base

dos rizomas, crescendo horizontalmente de forma contínua

e exigindo divisão periódica.

Folha

Broto Floral

Espátula

Pseudobulbo

Bráctea

Meristema(Gema de Crescimento)

Rizoma

Raízes

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6. AMBIENTE DE CULTIVO

O ambiente ideal para o cultivo de orquídeas deve contemplar suas exigências, ou seja, oferecer aplanta todas às condições de “conforto”, que são: índice de luz, de temperatura e de umidadeideais.

Sem dúvida, tais condições são racionalmente conseguidas num ambiente de sombra dadopor um ripado, que é na opinião de muitos especialistas, o ideal principalmente a nível domésticoe para o orquidiocultor iniciante, ou ainda sob a copa de uma árvore frondosa.

O ripado deve oferecer todas as condições ideais de desenvolvimento da planta, abrigá-lados ventos, principalmente ventos frios, devendo guardar em sua construção toda uma orientaçãonorte e sul, procurando-se contemplar sempre a face norte.

A construção de um ripado é relativamente fácil: o pé direito deve guardar a altura de 2,40m,as ripas devem ser dispostas no sentido norte-sul, podem ser ripas de madeira ou bambu, comintervalos simétricos de 3cm, devendo as laterais serem igualmente fechadas, principalmente avoltada para o sul ou de incidência de ventos frios e constantes. O piso deve ter condições quepermita um equilíbrio interno de temperatura e umidade ideais, o que se consegue com cascalho,britas ou tijolos adequadamente colocados. A disposição interna das prateleiras ripadas de aporte dosvasos deve se iniciar a partir de 80cm do solo, devendo ser racionalmente construídas para facilitaros trabalhos culturais.

Existem ripados muito bem construídos, inclusive com efeito ornamental, devendo-se, noentanto, atentar para a racionalidade de sua construção.

Em se tratando de áreas maiores e para produção comercial, o uso de estufas é o maisrecomendado, pois nele é onde conseguimos o melhor controle das condições ideais dedesenvolvimento da orquídea.

A experiência mostra que é interessante a idéia de se ter um espelho d’água internamente aoripado ou estufa, que manterá uma evaporação constante, elevando a umidade relativa do ambiente.para a racionalidade de sua construção.

CONSTRUÇÃO DO RIPADO

• Deve ser simples e funcional

• Observar orientação norte e sul das ripas

• As laterais deverão ser fechadas

conforme necessidade

ORIENTAÇÃO DO RIPADO

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7. CULTIVO

Durante muito tempo foi empregado o xaxim, tronco da samambaia-açu (Dickisonisellowiana), encontrada na Mata Atlântica, em área de preservação permanente. -“O xaxim encontra-se em extinção, visto que seu crescimento é de apenas 1 a 2 cmpor ano, sendo que uma samambaia-açu demora cerca de 50 anos para estar emponto de uso, e sua extração foi feita de forma desordenada, sem compensação epor esses motivos seu corte foi proibido. Sua utilização tornou-se ilegal, gerandomultas altas, e podendo até levar à detenção por ser um crime ambiental, uma vezque não se conhece qualquer proposta de manejo sustentável para tal espécie.”

Hoje, as orquídeas são cultivadas em vasos de barro, de polietileno (plástico), defibras de coco (coxim) ou ainda em contentores especiais de madeira ou cerâmicos.(É falsa a idéia de que os vasos fibrosos são os melhores...).

Duas condições muito importantesdevem ser satisfeitas, permitir a aeração dasraízes da planta e dar plenas condições de franca drenagem do excesso de água.

Os vasos de polietileno sobrepõem-se aos demais pela economia, visto seu custoe durabilidade, podendo ser utilizados sem restrições. Vale informar que com exceçãoaos vasos fibrosos, todos podem ser reaproveitados, desde que devidamentedesinfetados.

O substrato ideal deve permitir o livre desenvolvimento das raízes e oferecer àplanta as condições ideais de umidade, aproximando-se ao máximo das condiçõesnaturais de desenvolvimento.

Atualmente a fibra de coco processada vem sendo utilizada satisfatoriamente,além de outras propostas de material vegetal que guarde características próprias àcultura da orquídea, constituindo-se basicamente de cascas ou troncos de árvorestrituradas, além de propostas para o uso regrado do musgo sfagno.

Vale ressaltar que a orquídea exige um substrato de fixação, sobre o qual ela iráse desenvolver, sem qualquer outro envolvimento, elaborando seu próprio alimento.

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8. MULTIPLICAÇÃO DAS ORQUÍDEAS

Como as plantas em geral, as orquídeas podem ser multiplicadas sexualmente eassexualmente.

A MULTIPLICAÇÃO SEXUADA é feita através d na forma de uma cápsulaassementes, obitidas do fruto desenvolvido após a ocorrência da polinização efecundação.

Os grãos de pólem existentes nos estames da flor são transferidos aos estigmas,respectivamente estruturas masculina e feminina, ocorrendo então a polinizaçãopsrs depois se dar a fecundação do óvulo, para a formação do fruto.

O fruto, formado na forma de uma cápsula, contém em seu interior um númerosignificativo de sementes, de 300.000 a 500.000 sementes.

As sementes coletadas são postas em germinação, em meio a solução nutritiva(tecnicamente em laboratório).

As sementes germinadas e desenvolvidas formam plântulas que são transferidaspara um vaso coletivo e depois para vasos maiores até completar todo odesenvolvimento e florir, o que requer um período médio de desenvolvimento de 7anos.

Há vantagens e desvantagens na multiplicação sexuada...A MULTIPLICAÇÃO ASSEXUADA é feita através de partes da planta obtidas

pela divisão das mesmas.Uma planta adulta, que já desenvolveu e floriu, vai acumulando bulbos que

permitem sua divisão, sendo importante observar que a planta deverá possuir pelomenos 6 bulbos, para obtenção de duas plantas com 3 bulbos para garantir a próximaflorada.

As plantas obtidas dessa maneira são cópias ou clones da planta mãe, portando amesma carga genética e as mesmas características.

Os orquidiocultores empregam mais o método da multiplicação assexuada, poissua grande vantagem é o pequeno período para a floração.

Ambos os processos requerem conhecimento e técnica, sendo que a multiplicaçãoassexuada é a mais simples para o iniciante.

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9. COMO PLANTAR UMA ORQUÍDEA

O plantio de uma muda de orquídea, ou seja, sua reprodução assexuada ouvegetativa, ou ainda, a reforma de um vaso da planta requer algumas providênciaspreliminares de ordem técnica.

Primeiramente, vale lembrar que a “nova muda” precisa portar 3 bulbos, dandopreferência a mudas com brotos.

A “nova muda” deve ser preparada para o plantio, devendo fazer-lhe a “higiene”,eliminando-se eventuais tecidos mortos da planta (pele ou casquinhas), além docorte ou poda das raízes.

Para tal é muito importante que a tesoura esteja esterelizada pela ação do fogo,eliminando-se assim possíveis focos de contaminações.

Além da retirada dos tecidos mortos, feita com as mãos, para evitar o alojamentode possíveis pragas, a muda deve ser lavada, raízes e folhas, ficando assim a planta“nova” para o plantio. DICA: antes do manuseio molhe as raízes, pois as mesmas

ficaram mais maleáveis, evitando que se quebrem as que se deseja conservar.

O vaso, se de cerâmica, deverá também ser previamente preparado no que serefere a umidade, havendo necessidade de imergí-loem água por algumas horas.

O vaso deverá ser preenchido de 1/3 de seu volume por cacos cerâmicos, oupedras, para constituir um sistema de dreno, sendo mais recomendado cacos detelha, pedra de brita e argila expandida, que deverão ser cobertos por uma camadado substrato em uso, após a muda será colocada e “calçada” com volumecomplementar do substrato para dar-lhe a sustentação necessária.

A posição da muda no vaso deve ser tal que lhe permita o crescimento, ousequência de brotação para frente, devendo esta ficar deslocada para uma das bordasdo vaso e tendo sua frente espaço livre.

Finalmente, havendo necessidade, deve-se fazer o tutoramento da planta pelaintrodução de uma pequena haste de apoio no vaso. Vale alertar que se a planta nãose sentir segura, ela ficará criando raízes para se firmar, para só depois poder florir.

Depois de devidamente plantada, seu vaso deverá ser cuidadosamente irrigado ecolocado a luminosidade de 50% (padrão).

Sequencialmente deverão ser cumpridas as manutenções previstas.

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9.a. O PLANTIO PASSO A PASSO

PASSO 1 - A planta deve ter pelo menos 6 bulbos para retirada da muda;

PASSO 2 - Corte a muda pelo rizoma, deixando ao menos 3 bulbos;

PASSO 3 - Elimine as raízes mortas;

PASSO 4 - Remova as bainhas e espatas secas;

PASSO 5 - Limpe as folhas da planta com uma esva de dentes macia;

PASSO 6 - Lave sob água corrente as raízes;

PASSO 7 - Escolha o vaso adequado com furos para drenagem;

PASSO 8 - Certifique-se do tamanho ideal do vaso;

PASSO 9 - Lavar bem o vaso e hidratá-lo se necessário;

PASSO 10 - Encher 1/3 do vaso com caco de cerãmica para facilitar a drenagem;

PASSO 11 - Colocar cerca de 2 cm do substrato adequado no vaso;

PASSO 12 - Fixar a muda;

PASSO 13 - Completar o vaso com substrato, amarrio e tutor;

PASSO 14 - Colocar a plaqueta de identificação da muda.

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10. TRATOS CULTURAIS

Como todas as plantas, as orquídeas necessitam de atenção e do cumprimento dealguns tratos culturais, sempre procurando assegurar à planta todas as condições de“conforto”.

Neste sentido primordialmente é necessário que se observe a satisfação dasexigências de clima, luminosidade dosada e condições satisfatórias de umidade, dosubstrato e do próprio ar.

As condições de luminosidade devem ter sido satisfatoriamente adequadas, quandoda construção física do orquidário, devendo-se nesta oportunidade se observar hánecessidade de proteger a planta de eventuais incidências de ventos.

Quanto a umidade, o ideal é que lhe seja dada condição de 70% de umidade,devendo-se observar as regas necessárias e, se preciso, a vaporização do ambiente.

As irrigações das orquídeas devem ser voltadas para o substrato até que se completesua capacidade de retenção de água, ou seja, regue o substrato até que a água escorrapela drenagem do fundo do vaso.

As orquídeas gostam de água, de umidade, mas devidamente dosada, nãosuportando condições de encharcamento, o que lhes é francamente prejudicial, poiscompromete a aeração e a respiração das raízes.

Resumidamente, deve-se irrigar a orquídea sempre que se constatar que o substratoencontra-se seco, para isso introduza o dedo indicador no mesmo para sentir se esteainda encontra-se úmido, caso não, é hora de irrigá-la novamente.

A nutrição adequada da orquídea não deve deixar de ser observada, recomendamosaplicação quinzenal (em substituição a irrigação) de adubo de manutenção NPK20-20-20 diluível em água e pulverizado nas folhas, bulbos e raízes, na proporçãoindicada pelo fabricante.

As orquídeas podem ser atacadas por pragas e doenças, valendo muito aobservação diária das plantas no orquidário, para correção de eventuais distúrbiossintomáticos.

Constituem-se pragas das orquídeas notadamente os tripses, os besouros, ospulgões e as conchonilhas, entre outras.

São doenças das orquídeas a antracnose, a murcha de fusarium, o mofo cinzentoe a podridão do bulbo.

Para combate às pragas serão empregados os inseticidas devidamenterecomendados (páginas 19 e 20), e para as doenças os fungicidas específicos (páginas19, 21 e 22), sendo a aplicação de calda bordaleza uma constante.

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11. TRATAMENTO FITOSSANITÁRIO

Por tratamento fitossanitário entende-se todos os procedimentos voltados amanutenção da saúde e do vigor da planta, destacadamente pelo controle das pragase doenças.

Há que se fazer algumas considerações preliminares, pois se o objetivo final émanter a saúde da planta, tem-se que pensar também na saúde do operador, uma vezque serão manipulados produtos químicos (agrotóxicos), o que requer, além doconhecimento necessário, a própria proteção pessoal.

Destaque-se inicialmente que se deve trabalhar com o conceito da qualidadetotal, “erro zero”, para o que vale todo o profissionalismo, não se admitindo, porexemplo, qualquer tipo de acidente de trabalho, pessoal ou mesmo relativo ao meio.

Tem que se pensar na própria saúde e na conservação integral do meio ambiente,pois ambos se completam mutuamente, e ainda que as flores, as orquídeas, os jardinsdevem compor e integrar um ambiente equilibrado e saudável.

Quando necessário torna-se obrigatório o uso do EPI (Equipamento de ProteçãoIndividual) completo, constando de macacão, botas, luvas, boné tipo árabe, óculos,filtro respirador e viseira, sendo que na “jardinagem” torna-se indispensável o usode luvas, boné, óculos ou viseira e respirador, uma vez manipulados produtosquímicos, fungicidas, inseticidas, formicidas ou agrotóxicos.

As aplicações desses produtos devem ser feitas sempre a favor do vento e nashoras mais frescas do dia, ou mesmo a noite.

Deve ser proibida a presença de crianças e animais domésticos nas áreas detrabalho.

As sobras de produtos devem ser corretamente descartadas ou guardadas.Em se tratando de embalagens vazias, quando for o caso, deve ser procedida a

tríplice lavagem, para levá-las as unidades de recebimento; jamais descartarembalagens vazias de agrotóxicos no meio ambiente, é lei, sendo obrigação seucumprimento.

Os agrotóxicos, ou defensivos agrícolas são classificados conforme a suatoxicologia em: extremamente tóxico - tarja vermelha; altamente tóxico - tarjaamarela; mediamente tóxico - tarja azul; e, pouco tóxico - tarja verde.

Ressalte-se que todos os defensivos são tóxicos, requerendo cuidados, e suaeficiência dependerá do conhecimento para empregá-los corretamente, na hora certa,na dosagem adequada, de forma correta e para a praga ou doença específica.

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12. OS AGROTÓXICOS OU DEFENSIVOS

Os inseticidas são agrupados conforme o princípio ativo em:• Organofosforados - Folidol, Tamaron, Ethion, Astro e outros;• Piretróides - Decis, Turbo, Danimem, Sumidam e outros;• Carbamatos - Mesurol, Lannate, Temik, Furadan e outros;• Fisiológicos - Galaxy, Certeiro, Alsystin e outros;• Dipel, Xantere e outrosConforme a forma de atuação, os inseticidas podem ser de contato ou sistêmicos.Os de contato agem diretamente sobre a praga, os sistêmicos são absorvidos e

penetram na planta passando a circular com a seiva, tendo ainda alguns a ação deprofundidade, atravessando os tecidos folhares para atingir também a face da folhaoposta a aplicação.

Inseticidas de contato: Decis, Folidol, Sevin, Mesurol e outros.Inseticidas sistêmicos: Temik, Confidor, Calypso, Provado, Orto Hamidop,

Dimetoato e outros.Há ainda os acaracidas que são agrotóxicos próprios para combater ácaros,

podendo ser de ação de contato ou sistêmico.• Contato - Caligur, Tedion, Danimem e outros.• Sistêmico - Vetimec, Abamectim, Temik e outros.Os fungicidas combatem as doenças, que são em sua grande maioria causadas

por fungos que estão presentes no ambiente, e se manisfestam em condiçõesfavoráveis, decorrendo daí as formas de controles preventiva ou curativa.

Fungicidas de contato: Dithane, Antracol, Rovral, Cúpricos e outros.Fungicidas sistêmicos: Folicur, Alliet, Derosal, Cercobin, Sumilex e outros.A Calda Bordaleza é um fungicida cúprico de contato, de uso generalizado,

devendo ser empregada preventivamente no controle de doenças, ou ainda paraconter a evolução das mesmas, não oferecendo maiores riscos nem ao aplicadornem ao meio ambiente.

Consiste na mistura neutralizada de sulfato de cobre e cal em meio d’água, naproporção de 1 Kg de sulfato de cobre para 1 Kg de cal virgem em 100 litros d’água,ou 10 g de sulfato de cobre para 10 g de cal virgem para cada litro da solução.

Os bactericidas combatem as doenças causadas por bacterias, agem por contato,e os mais utilizados são: Agrimicina, Mycoshield, Kasumin, Oxicloreto de Cobre eoutros.

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13. ALGUMAS PRAGAS IMPORTANTES(pulverização preventiva a cada 20 dias)

Pulgão- suga a seiva das plantas prejudicando todo o seu desenvolvimento eliberam substâncias açucaradas que atraem as formigas. Controla-se com Folidol,Decis, Ethion, Calipso, Provado Confidor ou outros, nas respectivas dosagensrecomendadas. Extrato de Neem (orgânico).

Cachonilha- “parasita” a planta, forma colônia, sugando-lhe a seiva podendolevá-la à morte. Controla-se com Ethion mais o espalhante óleo vegetal. Chá deFumo de Corda (orgânico).

Tripes - pica a folha, suga a seiva da planta e transmite viroses. Controla-secom pulverizações de Confidor, Provado, Decis, Mesurol e outros, nas respectivasdosagens recomendadas. Folha de primavera batida (orgânico).

Percevejo - ataca a folha da planta, as flores e os frutos, sugando a seiva. Aflorada é prejudicada pelo ataque das “ninfas” (percevejos jovens) ao botão floral.Controla-se com Decis, Floridol, Malathion e outros nas respectivas dosagensrecomendadas. Extrato de Neem (orgânico).

Mosca Branca - suga a seiva da folha e transmite viroses. O controle é difícildevendo-se pulverizar Folidol, Confidor, Provado ou outros, nas respectivas dosagensrecomendadas. Extrato de Neem (orgânico).

Cigarrinha - raspa o limbo folhar prejudicando o desenvolvimento da planta.Controla-se com pulverações de Folidol, Confidor, Provado ou outros, nasrespectivas dosagens recomendadas. Extrato de Neem (orgânico).

Besouros - atacam as brotações, os botões ou as flores, furando- as em sua basee prejudicando-lhes o desenvolvimento. Controla-se com pulverizações de Decis,Folidol, Confidor nas respectivas dosagens recomendas. Extrato de Neem(orgânico).

Vespinhas - corroem o interior dos rebentos ou bulbos. Controla-se com Folidol,Decis, Malathion e outros, nas respectivas dosagens recomendadas e com espalhante.Extrato de Neem (orgânico).

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14. ALGUMAS DOENÇAS IMPORTANTES

Antracnose - causada pelo fungo Colletotrium spp, causa grandes manchas negrasnas folhas, com aspecto deprimido (fundas), cobertas de anéis concêntricos.Controla-se com Dithane, Antracol, Cercobin, Alliete, Curzate, Calda Bordalezaou outros fungicidas cúpricos, nas respectivas dosagens recomendadas. Tricordemil(orgânico).

Podridão Negra - causada pelo fungo Phitophithora sp e Pythium sp presentesno substrato e que atacam primeiro as raízes e depois o pseudo bulbo, as folhasdestacam-se do pseudo bulbo e caem. Controla-se com a prevenção de Prevecur eDeresol, sobre o substrato ou outros, nas dosagens recomendadas. Canela em pó(orgânico).

Murcha ou podridão de raiz - doença muito parecida com a podridão negra, écausada pelo fungo Fusarium oxistporium, presente no substrato, ataca a raiz, ocolo da planta e evolui para cima do pseudobulbo. As folhas ficam flácidas, murchase destacam-se do pseudobulbo. Controla-se com aplicações de Previcur e Derosalou outros, nas respectivas dosagens recomendadas. Canela em pó (orgânico).

Ferrugem - doença causada pelos fungos Puccinia sp e Hemileia Oncidi

ocorrendo, principalmente, nas orquídeas do gênero Oncidium e Miltônia. Incidemsobre a folha formando pústulas amareladas que ficam recobertas por um pó cor deferrugem. Controla-se com aplicações de Thiovit, Rovral, Dithane ou outros, nasdosagens recomendadas. Tricordemil (orgânico).

Murcha de esclerócio ou podridão da base - ocorre principalmente nasorquídeas dos gêneros Laelias e Cattleyas, sendo causa pelo fungo Sclerotium rolfisii,

que se instala no substrato ocasionando a formação de um “algodão” branco sobrea parte basal da planta, progredindo para o pseudobulbo e folhas. Controla-se coma redução da umidade e aplicação de Rovral, Sialex ou Sumilex, nas dosagensrecomendadas.Tricordemil (orgânico).

Mancha bacteriana ou mancha aquosa - trata-se de uma bacteriose causadapela bactéria Pseudomonas sp, formando manchas aquosas e escuras nas folhasmais velhas da planta. Controla-se com medidas culturais, e aplicação debactericidas.

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Podridão mole - é causada pela bactéria Erwinia sp, que incide sobre as raízese pseudobulbos, causando uma podridão mole de odor desagradável e característico.Controla-se por medidas culturais, redução da umidade e aplicação de agrimicidaa 250g/100 lt d’água

Viroses - A bibliografia relata que tem-se observado, secundariamente, algumasviroses nas orquídeas, caracterizando-se pela formação de clorose e marchetamentoou mosaico típico. Controla-se pelo isolamento da planta doente das demias ecombate aos insetos vatores.

Observação:A título de conhecimento e ilustração foram apresentadas as principais pragas e

doenças das orquídeas, cujos controles requerem conhecimento e donínio efetivos.Vale lembrar que conceito de “conforto” da planta é importante, entendendo-se

assim a observação de um conjunto fatores próprios ao desenvolviemnto sabio damesma, contemplando-se a luz, calor a umidade e o substrato como tais, e todoseles perfeitamente adequados, o que por si irá conferir uma resistência natural a ela.

Ocontrole das doenças das orquídeas é feito principalemnte através de medidaspreventivas, como a umltiplicação de plantas sadias, a assepsia da palnta e doambiente, a esterização das ferramentas de trabalho e substrato, e com práticasculturais adequadas, como umidade controlada e adubação aqulíbrada.

Toda pulverização com defensivos preventivas ou curativas, devem ser feitascom conhecimento e critério exigidos.

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15. OPERACIONALIZAÇÃO DO ORQUIDÁRIO

O orquidário não deixa de ser também uma área de trabalho, precisa ter umaorganização imposta pelo orquidiocultor ou orquidófilo, no sentido da disposiçãoracional das plantas e na contemplação adequada da área de trabalho, para facilidadedas operações necessárias.

É preciso uma bancada de trabalho, adequadamente localizada, para a composiçãodos vasos.

Ferramentas, acessórios e insumos devem ser guardados em espaços próprios epróximos.

A disponibilidade de água ou a instalação de um sistema racional de irrigação,torna-se fundamental, internamente ao orquidário pode-se ter um espelho d’águaou mesmo um depósito para a manutenção adequada da umidade relativa do ar.

A instalação de um termômeto e de um higrômetro, de fáceis leituras, permitirãoo acompanhamento das condições de clima.

Regras e hábitos adequados ao trabalho devem ser impostos, como vestimentas ehigiene, inclusive para salvaguardar a própria saúde, o orquidário deve ser organizadoe limpo, “uma vitrine natural”, com respeito às plantas.

As plantas necessitam da respectiva identificação, com nomes populares ecientíficos, além de breve histórico, como por exemplo data e procedência ou outrasparticularidades de interesse. É muito importante que todas as plantas sejamdevidamente nominadas.

A ordenação ou distribuição dos vasos deve ser feita observando-se a família daplanta e seu estágio de desenvolvimento; plantas floridas devem ter espaço especiale reservado.

O orquidário deve dispor de uma área exclusiva para plantas em estado derecuperação, devendo também mostrar-se devidamente organizado.

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16. COMERCIALIZAÇÃO

A nível de Brasil as oportunidades comerciais redobram-se, visto que só namodernidade é que o mercado expande-se, com o aumento do poder aquisitivo eeducação do povo, apontando para o início da popularização da flor, o que reforçatodo um potencial existente, dada a franca oportunidade de comércio.

Inúmeras exposições acontecem ano a ano, além da presença constante deorquidófilos em feiras agropecuárias, notoriamente aquelas voltadas para o segmentodas flores e plantas ornamentais.

Não bastasse a beleza das orquídeas, existe ainda a oportunidade de se apresentarum vaso devidamente trabalhado, inclusive com agregação de valor, realçando aindamais a planta.

Tal prática requer conhecimento da arte de composição de arranjos florais, aregra geral, é que a orquídea e que deve ser realçada, e que jamais qualquer itemagregado ao vaso venha concorrer com a beleza da flor.

Em arranjos florais tal discrepância é difícil de acontecer, pois trabalha-seexclusivamente com materiais da natureza, perfeitamente harmônicos, simplesmentecombinando flores e folhagens, havendo plena liberdade na arte de composiçaõ;cuidado especial deve-se ter quando do uso de recursos artificiais, como o empregode caxepôs, cristais, adornos, papéis, fitas e outros.

A agregação de valor no acabamento do vasos de orquídea deve ser discreto,com papel próprio, em tonalidade adequada à aquela da flor, simplesmenteenvolvendo o mesmo para prendê-lo com elástico comum, sobrepondo fita e laçoadequados. Para tanto, é necessário o senso econômico, para não se agregar despesa.

O invólucro de papel deve inclusive oferecer proteção ao vaso e à flor, jamaisconcorrendo com esta.

É importante ressaltar que qualquer manipulação deve ser feita com todo cuidado,atentando-se para a perfeita conservação da planta e da flor, principalmente quantoao tutoramento da haste floral, quando necessário.

O ambiente de trabalho deve ser próprio, limpo e organizado, com bancadaadequada à finalidade, tudo favorecendo o desenvolvimento do trabalho e aconservação da planta; com esses cuidados, consegue-se um aumento significativode “tempo de prateleira” do vaso.

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Tratando-se de produção significativa, para venda de atacado ou revenda, aexpedição de vasos para o comércio tem sido facilitada por bandejas e caixas própriasde acondicionamento.

O pequeno orquidiocultor tem encontrado sucesso comercial em pontos de vendaestratégicos, como feiras, floriculturas, conveniências e outros, sendo ainda vantajosaa instalação de uma “vitrine” no orquidário próprio.

Destaque-se a importância da identificação correta das plantas colocadas à venda.Como atividade comercial os custos são importantes de serem apurados, custos

fixos e variáveis, para fixação do custo final de produção do vaso de orquídea, parase sobrepor ou se conhecer a margem real de lucro.

O comércio de orquídeas tem acompanhamento dos orgãos fiscalizadorescompetentes.

LEMBRE-SE

Recuse o xaxim, está proibido, o mesmo encontra-se em extinção;Procure sempre comprar plantas identificadas;

As orquídeas não são parasitas;As orquídeas necessitam de atenção e do cumprimento de alguns tratos culturais,

sempre procurando assegurar à planta todas as condições de “conforto”;Esterelize sempre as ferramentas a serem utilizadas;

Anote a data que sua orquídea floriu, se ela não repetir existe algum problema.

Bom Cultivo