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CULTURA É O QUÊ? DICIONÁRIO

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CULTURA É O QUÊ?

DICIONÁRIO

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Todos os direitos reservados ao autor.

Publicado por Editora Perse.

Rua Turiassu nº 390 – Conjunto 86cep 05005-000 – Perdizes – SP

Website: www.perse.com.brE-mail: [email protected]

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SILVIO R. S. PORTUGAL

CULTURA É O QUÊ?

DICIONÁRIOTERMOS E EXPRESSÕES TÉCNICAS DO CAMPO DA ARTE,

PRODUÇÃO E GESTÃO DA CULTURA

O maior, mais completo, atualizado e prático compêndiode cultura publicado no país

2015

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Copyright-© 2015 by Silvio Roberto Silva Portugal

Título Original em Português: Cultura é o Quê? DICIONÁRIO - Termos e Expressões Técnicas do Campo da Arte, Produção eGestão da Cultura

Fotografia: Armando T. NetoDesenho e Arte Final: Hélcio RogérioCapa: Studius Artes GráficasPesquisa: Silvio R. S. Portugal / Marcos FrancoRevisão: Izis Negreiros / Patrícia BenitezApresentação: Silvio R.S. PortugalPrefácio: Ana Luiza Howard de CastilhoDiagramação / Editoração: Studius Artes GráficasAssistência: Solange Portugal / Valdeck A. de JesusImpressão: Editora Perse

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Portugal, Silvio Roberto SilvaP886c Cultura é o quê? dicionário de termos e expressões técnicas do campo da arte, produção e

gestão da cultura / Silvio Roberto Silva Portugal. - Feira de Santana - Bahia, 2015.488 p.

ISBN 978-85-8196-13-8

I. Cultura. 2. Arte. 3. Produção. 4. Gestão. 5. Leis e Decretos. 6. Editais e Leis de Incentivo. 7. Elaboraçãode Projetos. 8. Relações Institucionais. I. Título.

Ficha Catalográfica elaborada pela bibliotecária Graça Maria D. Simões, Biblioteca Julieta Carteado da UniversidadeEstadual de Feira de Santana (UEFS), Bahia.

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO

Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meioseletrônicos ougravações, assim como traduzida, sem a permissão, por escrito, do autor.

Os infratores serão punidos pela Lei nº 9.610/98

É permitido transcrever textos isolados, desde que cite o autor.

Silvio Roberto Silva PortugalE-mail: [email protected]

[email protected]

Fones: (75) 8157-6738 / 9194-2046Feira de Santana – Bahia - Brasil

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“CULTURA É O CONJUNTO DE VALORES, HÁBITOS, INFLUÊNCIAS SO-CIAIS E COSTUMES REUNIDOS AO LONGO DO TEMPO, DE UM PRO-CESSO HISTÓRICO DE UMA SOCIEDADE. CULTURA É TUDO O QUE

COM O PASSAR DO TEMPO SE INCORPORA À VIDA DOS INDIVÍDUOS,IMPREGNANDO O SEU COTIDIANO”. GILBERTO FREIRE

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ÍNDICE

PREÂMBULO ....................................................................................................................08

APRESENTAÇÃO................................................................................................................11

PREFÁCIO ........................................................................................................................14

O QUE É CULTURA? ........................................................................................................16

NATUREZA E CULTURA ....................................................................................................18

CIVILIZAÇÃO E CULTURA ..................................................................................................20

CONCEITOS DE CULTURA ................................................................................................23

SENTIDOS DA CULTURA ....................................................................................................26

CULTURA CONCEITOS CONFLITANTES ..............................................................................28

CULTURA, BREVE CONTEXTO............................................................................................31

CULTURA, BUSCA DA DEFINIÇÃO ......................................................................................33

TUDO É CULTURA ENTÃO? ..............................................................................................36

CULTURA NA ATUALIDADE ................................................................................................38

GESTÃO PARTICIPATIVA DE CULTURA..................................................................................42

RESPOSTAS DE QUEM FAZ CULTURA ..................................................................................47

MARCOS REGULATÓRIO DA CULTURA PARA O MUNDO ......................................................51

CONSTRUÇÃO DE PATRIMÔNIO CULTURAL..........................................................................54

ECONOMIA DA CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA................................................................57

CULTURA E TRANVERSALIDADE ........................................................................................59

CULTURA ENTÃO É ISSO? ................................................................................................61

TRIDIMENSIONALIDADE DA CULTURA E 4ª DIMENSÃO? ........................................................63

FINANCIAMENTO DA CULTURA NO BRASIL ........................................................................68

SOBRE O MINISTÉRIO DA CULTURA (MINC) ......................................................................72

Ação ........................................................................................................................75

Backstage ..............................................................................................................108

Cadastramento no SALICWeb................................................................................117

Dadaísmo ..............................................................................................................204

ECAD - Escritório Central de Arrecadação de Direito Autoral ..............................231

Fábula ..................................................................................................................255

Gastronomia ..........................................................................................................270

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Habilitação do Projeto Cultural ............................................................................278

Ícone ......................................................................................................................287

Jovem ....................................................................................................................308

Kafkiano ................................................................................................................309

Laboratório ou Oficina ..........................................................................................311

Mainstream............................................................................................................328

Narrativa Transmídia ............................................................................................352

Objetivos do Marketing Cultural ..........................................................................355

Padrões Culturais ..................................................................................................364

Qualificação ..........................................................................................................421

Recolhimentos........................................................................................................424

Sabença ..................................................................................................................434

TAC – Termo de Acordo e Compromisso ..............................................................459

UNCTAD ..............................................................................................................472

Vale-Cultura ..........................................................................................................475

Web Designer ........................................................................................................479

Xântico ..................................................................................................................480

Yahoo ....................................................................................................................481

Zabumba ..............................................................................................................482

REFERÊNCIAS ..............................................................................................................484

“... DEFINE-SE A CAUSA DA DEMOCRATIZAÇÃO CULTURAL COMO

SENDO A AMPLIAÇÃO DAS POSSIBILIDADES E DO ACESSO DA POPULA-ÇÃO A EXPERIÊNCIAS CULTURAIS E ARTÍSTICAS”.

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PREÂMBULO

As práticas e ações culturais vêm passando por um processo de reorganização e ins-titucionalização, tendo como princípio orientador o entendimento de cultura mediada peloMinistério da Cultura (MinC), secretarias, fundações, autarquias, representações e/ou outrosórgãos vinculados às instituições culturais brasileiras, estaduais e municipais. O cenário na-cional começa a vislumbrar uma possibilidade de transformação a partir de uma nova visãode política de cultura implementada principalmente pelo governo federal a partir da décadade 2000, com uma total reformulação de estruturas e concepções; desde a compreensão dotermo ‘cultura’, e a forma elitizada como ele era entendido até então, até a maneira de criar,produzir, fazer, refazer e fruir as práticas equivocadas de ação cultural até então executadas- até pela própria complexidade do campo e de pessoal qualificado para executá-las - umdos requisitos básicos para a funcionalidade e a correta aplicabilidade de políticas públicasde cultura consoantes com o nosso tempo é sem dúvida alguma a força da institucionaliza-ção, da organização e do planejamento de longo prazo e sustentabilidade destas ações.

Assim, só com a formação qualificada dos protagonistas da cultura: agentes, ges-tores, artistas, produtores e demais indivíduos preocupados e engajados, que as mudançasnecessárias podem acontecer. Não se faz mudanças sem pessoal especializado sem agentesculturais comprometidos com as transformações. Por isso é condição ‘sine qua non’ a con-tinuidade das Conferências de Cultura, e a complementação do Plano Nacional e do Sis-tema Nacional de Cultura, que são marcos regulatórios icônicos do processo não apenasde mudanças, mas de transformações profundas que a sociedade exige. A mudança iniciou,mas, têm que continuar com a garantia de instrumentos de uma democracia participativa,com suas, plenárias, encontros, conferências, planos e sistemas estaduais e municipais e ou-tras formas de ingerências na tomada de decisões e controle social sobre as ações de políticade cultura nacional, num diálogo permanente de aperfeiçoamento das ações e da habilitaçãocontinuada até a completa consolidação do ‘Sistema Nacional de Cultura’, Sistema de In-formações e Indicadores Culturais (SNIIC), peças fundamentais neste jogo de xadrez parao completo alcance de políticas de Estado de longo prazo.

Neste escopo e perspectiva é direito e dever de todos buscar formas de ampliaçãopara qualificação, requalificação e aperfeiçoamento no campo da cultura – demandas estasrecorrentes em todos os encontros realizados no Brasil – assim, atendendo o desejo legítimodas populações é necessário à ampliação desta institucionalidade que exige uma maior emelhor organização e estratégias de longo prazo do campo da cultura, para seus artistas,produtores, agentes e gestores e para o povo em geral que precisa de recursos e estruturanecessários para expressar as suas manifestações simbólicas, tangíveis e intangíveis, comum mínimo de dignidade e respeito além do reconhecimento da riqueza e da importânciada garantia da expressão e de fomento a essa rica diversidade cultural chamada Brasil.

Complementando com os ‘marcos regulatórios’ que dão início e sentido às práticasculturais verdadeiramente compartilhadas e voltadas aos interesses e a diversidade culturaldos povos. Neste sentido este dicionário de cultura compilou, pesquisou, aprofundou, agre-gou e atualizou o conhecimento da área, que se encontrava defasado e de certa forma ob-soleto e carente de uma fonte bibliográfica abrangente, prática, objetiva e coesa num só

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volume de um compêndio que atenda as necessidades do setor e norteiem as ações e práticasdos produtores e demais agentes da cultura, apresentando um cardápio variado, sequenciale cronológico de concepções, conceitos e contextos atualizados. A intenção é internalizar einteragir com as terminologias e expressões técnicas utilizadas na arte, na produção e nagestão da cultura exercitada na segunda década do século XXI, estar conectado com estasmudanças, com o claro objetivo de fornecer um material técnico-didático coerente com acontemporaneidade que possa colaborar com os instrumentos de mudanças necessários queo campo da cultura exige e necessita ofertando um aparato balizador e completamente afi-nado com este momento de transformações socioculturais profundas.

Na fala de Juca Ferreira, enquanto ministro de Estado da Cultura na primeira vez[...]. “Não basta termos a riqueza cultural que nos caracteriza. Mesmo que fantástica, elasozinha não qualificará automaticamente o crescimento. Não há como: se o processo deconstituição da cultura é histórico e social, o de qualificação do crescimento pela cultura énitidamente político. Ele exige institucionalização, exige, portanto, políticas culturais am-plas. Já temos políticas culturais. Elas nortearam esta gestão. Falta agora o segundo passo:consolidar estas políticas, que são específicas, num todo mutuamente referenciado. Umtodo coerente na orquestração das partes; um todo capaz de realizar essas políticas comopolíticas de Estado, como direito de todos os brasileiros. É quando se sentirá que se ultra-passou, portanto, o estágio fragmentário de políticas específicas e de políticas do governoX ou do governo Y. Chegou a hora de avançar em direção a este todo. Neste contexto, oPlano Nacional de Cultura e o Sistema Nacional de Cultura (SNC) cumprem um papelagregador, a função de enfeixadores das políticas culturais, cruciais para sua eficácia. Estacaracterística desses dois instrumentos possibilita a articulação virtuosa entre os três entespúblicos: o federal, o estadual e o municipal. A construção da ponte entre os entes não é,entretanto, centrada em si mesma: pelo contrário, ela só se realiza ao expandir-se em direçãoa seu fim último, que é o desenvolvimento social. Ou seja, sua articulação com a sociedadee suas estruturas”.

A implementação do Sistema Nacional de Cultura caminhará lado a lado com ado Plano Nacional de Cultura (PNC). Trata-se de dois grandes pactos no território nacional– o primeiro, com foco nas responsabilidades dos diferentes atores e nas condições paraque cooperem, e o outro, em torno dos conceitos e prioridades que nortearão tal soma deesforços, com resultados a serem acompanhados pelo Sistema Nacional de Informações eIndicadores Culturais. Sistema e Plano se inserem na construção de um ‘marco legal’ paraa área da cultura, que fortalecerá a capacidade do Estado de realizar ações que valorizemnossa diversidade, garantam o direito de todos os brasileiros à cultura e concretizem o po-tencial desse setor para o nosso país.

Com este inédito Dicionário de Termos e Expressões Técnicas do Campo da Arte,Produção e Gestão da Cultura, atualizado e sintonizado com o atual momento de transiçãoe transformação que se encontra as políticas públicas e a produção cultural brasileira, torna-se uma ferramenta facilitadora na compreensão do processo como um todo (contexto econjuntura), com o objetivo de guiar, orientar e indicar as ações e atividades culturais maispertinentes, tornando-a mais simples e familiarizando-a com a elaboração de projetos comescopo consistentes e sustentáveis, direcionados à democratização do acesso aos bens e ser-viços culturais oferecidos; para que os produtores e demais protagonistas da cultura possam

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intervir com ações qualificadas nas comunidades, com a possibilidade de fazer a diferença.Neste sentido este Dicionário foi idealizado para se tornar uma referência na aplicaçãoprática dos conceitos expostos.

“A MORADA DO HUMANO É O EXTRAORDINÁRIO. A ARTE É UMA

DAS PONTES QUE POSSIBILITAM O SER HUMANO VIVER A UTOPIA, ADIMENSÃO DO SONHO”. HERÁCLITO DE ÉFESO

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APRESENTAÇÃO

O Dicionário de Termos e Expressões Técnicas do Campo da Arte, Produção e Ges-tão da Cultura é um trabalho de estudo, compilação, pesquisa e reflexão aprofundado sobrepalavras, terminologias e expressões específicas de usos e significados da ação cultural dequalquer origem, percurso e finalidade. Foi idealizado no intuito de facilitar o entendimentotécnico/teórico, dirimir dúvidas e nortear as práticas na elaboração e avaliação de produtos,serviços, atividades, demandas, ações, linguagens e manifestação da cultura, em suas di-mensões: simbólica, econômica, cidadã e territorial. Destarte, tendo como escopo primor-dial disponibilizar um serviço útil, classificado e especializado para orientar os maisvariados protagonistas e atores dos diversos campos, áreas, segmentos e contextos sociais,das artes e da cena contemporânea da cultura nacional: os artistas, produtores, agentes egestores culturais, empreendedores criativos, dirigentes do terceiro setor, funcionários pú-blicos e privados, organizações empresariais e entidades de classe, para contribuir no exer-cício de atuar objetivamente nos setores da economia criativa da cultura - em cada setorhá uma rede produtiva que envolve: pesquisa, criação, produção, distribuição, difusão econsumo, de forma a ampliar também o entendimento fazendo a cultura acontecer de umaforma mais objetiva, eficiente e com uma maior inserção proativa.

Criado para informar e contribuir principalmente para a elaboração de projetos egestão de ações e intervenções que possam ampliar as oportunidades de práticas culturaispara a população de forma mais eficiente, pretendendo assim, auxiliar executores e reali-zadores. O conteúdo aborda tanto questões técnicas, teóricas e conceituais como práticas,com o objetivo de guiar, orientar e fomentar a elaboração de projetos consistentes, susten-táveis e inclusivos direcionados à democratização do acesso aos bens e serviços culturaisoferecidos pelo Estado à sociedade em geral. Mas, não basta a institucionalização e a de-mocratização do acesso é preciso novas formas de ver, organizar e coordenar a produçãocultural; temos que buscar sempre alternativas que facilitem o trânsito do artista e o pro-dutor no sentido de executar projetos de todas as áreas da produção humana (material eimaterial), a participação da sociedade nas discussões sobre políticas públicas é muito im-portante, mas está faltando agilidade e complementação em ações práticas que redundemem recursos públicos cada vez mais direcionados e comprometidos às demandas da socie-dade cultural, dentro de um caráter operante em espaço geográfico delimitado pelas neces-sidades mais prementes. A cultura não é simples e deve ser assistida de forma abrangentee localizada em função de construção de valores, costumes, compartilhados, cosmovisões,crenças, simbologias e formas de vida que se fazem comuns, em dado espaço, para suagente. A cultura é o que une um determinado grupo social e os mantêm coesos.

Reconhecendo que cultura é um termo amplo e dilatado, e buscando alinhar o seusignificado às necessidades de inscrever um projeto em busca de recursos do Programa Na-cional de Apoio à Cultura – PRONAC, do Ministério da Cultura (MinC), e Leis Estaduaisde Incentivo – renúncia fiscal e fundo de Cultura - e Editais Públicos de cunho municipal,estadual e federal afinados com as políticas públicas de cultura vigente no país; neste sentidoeste livro foi criado para atender as demandas do setor, por meio da difusão de conteúdos,práticas e abordagens adequadas que ofereçam base para a elaboração de projetos culturais

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que atendam estas exigências, com a consistência necessária, buscando o conceito flexívelde cultura: patrimonial, artística, histórica, popular, tradicional, erudita, sem se esquecer desuas expressões dinâmicas contemporâneas, dentro de um cunho mais social e antropológico,compreendido desta forma como um conjunto sistemático de valores, crenças, tradições, há-bitos, comportamentos e normas que conferem identidade, evocam a memória e a valoriza-ção da diversidade de uma sociedade específica. Objetivando trazer benefícios não só parao proponente e o grupo de execução da proposta do projeto, mas principalmente para o es-tímulo à fruição de conceitos, conteúdos e informações; gerando conhecimento e criação decapital simbólico, ajudando na produção de trabalho artístico/cultural ocupação e renda;propiciando o desenvolvimento das comunidades impactadas com a ação cultural executada,resultados práticos e funcionais, com produtos finais concretos e mensuráveis.

Pretendemos com um dicionário desta amplitude a colaborar com os atores e pro-fissionais da área, a lidar e utilizar as expressões adequadas, seja na no período de elabo-ração da proposta cultural, como no preenchimento e na formatação de formulários deeditais públicos, programas de leis de incentivo, na produção e na gestão de projetos cul-turais. Enfim, todos que participam direto ou indiretamente dos elos da rede produtiva efruitiva da economia criativa, no aprendizado e no entendimento dos termos técnicos con-cernentes à atividade específica do fazer cultural. O dicionário visa fomentar ações compro-metidas com a ampliação do acesso da população às produções artísticas, qualificando osprojetos e a ação cultural em qualquer momento de sua execução, com potencial de trans-formação social. Nele você encontrará - entre outras - informações sobre a legislação nacionale internacional pertinentes à ‘Agenda 21 da Cultura’ e a Convenção Sobre a Proteção e Pro-moção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO (leitura obrigatória para quemlida com cultura), a editais públicos, às leis de incentivo fiscal e fundo de cultura municipal,estadual e nacional; complementando com esclarecimentos valiosos sobre a elaboração deplanos de cultura decenais para as cidades; Plano Nacional de Cultura (PNC) e Sistema Na-cional de Cultura (SNC), aprovados e sancionados pela Presidência da República.

Este trabalho de apoio às atividades práticas, ações, à elaboração de projetos dedemocratização cultural tem o objetivo de auxiliar indivíduos, grupos e instituições inte-ressadas em executar ações culturais práticas, eficientes e coerentes, mas, também dar umasustentação basilar no auxílio da construção de políticas públicas no caminho da imple-mentação e da consolidação dos sistemas municipal, estadual e nacional de cultura. A ideiaé permitir que cada vez mais pessoas possam ser inseridas neste processo se tornando pro-ponentes e parceiros em ações, projetos e programas que contribuam para reverter os bai-xos índices de práticas culturais entre a população brasileira. Além de apresentar conceitosrelacionados a formas de integração aos três entes da federação: município, estado e go-verno federal. Assim, este livro foi pensado para ser um material de consulta permanente,uma referência nas ações e atividades de políticas culturais independentemente da área quese aborde: artes visuais, cinema, vídeo, literatura, música, teatro, dança, cultura popular,circo, patrimônio cultural ou do segmento específico trabalhado – elaboração, produção,execução, exibição, circulação fruição, formação, pesquisa, preservação, difusão, etc.

Este compêndio de ‘Termos e Expressões Técnicas da Arte, Produção e Gestão daCultura’, não tem a pretensão de esgotar a abordagem dos assuntos aqui tratados - até porque não poderia - de forma que sempre que necessário o leitor deve procurar mais infor-

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mações e aprofundamento através de pesquisa, estudo e atualização sobre o tema específicodo seu trabalho, até atingir o grau de maturidade que lhe interessa e o satisfaça. ComoCanclini em alguns de seus verbetes não teve a intenção de cristalizar definições ou elegerrespostas definitivas que configurem um campo semântico consensual - ao contrário - re-conhece que um dos poucos consensos que existem hoje nos estudos sobre a cultura é jus-tamente a falta de consenso, eu não o contrariaria é claro. Esperamos que as próximaspáginas auxiliem proponentes na proposição de projetos para artistas, produtores, gestores,agentes, ONGs, órgãos da administração indireta e empreendedores culturais criativos arealizá-los com sucesso. Boa sorte a todos!

SILVIO R. S. PORTUGAL

“SEM A CULTURA, E A LIBERDADE RELATIVA QUE ELA PRESSUPÕE, ASOCIEDADE, POR MAIS PERFEITA QUE SEJA, NÃO PASSA DE UMA SELVA.É POR ISSO QUE TODA A CRIAÇÃO AUTÊNTICA É UM DOM PARA O FU-

TURO.” ALBERT CAMUS

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PREFÁCIO

Prefaciar uma obra que objetiva esclarecer os diversos aspectos relacionados aotermo ‘cultura’ é uma tarefa de grande responsabilidade, principalmente quando nos remeteà nossa própria história como aquela que ocorre enquanto eu ainda era aluna de graduaçãode arquitetura e urbanismo e o professor Décio Pignatari1 propôs um seminário cujo temacentral era a busca por uma síntese da cultura nacional. Após muito pesquisar, questionar,debater e chorar, concluí pela não existência de uma definição que a sintetize, mas de muitassínteses que poderiam ser construídas com base no tema.

Certa vez eu li que o conceito de cultura é fugidio e refratário à fixação de fórmulasrígidas. Isto é o que Silvio Portugal demonstra logo nas primeiras páginas do seu livro. Aespeculação do termo cultura é o fio condutor pelo qual o autor procura esclarecer o queestá contido quando aplicado em trabalhos acadêmicos ou mesmo nas atividades profis-sionais. O campo deste conhecimento é tão vasto que a persistente trajetória de pesquisado autor culmina com a organização deste dicionário.

Silvio Portugal é um artista visual, especialista e militante nos setores que envolvema cultura no estado da Bahia e no âmbito nacional. Ele transmite seu entusiasmo à medidaque convoca o leitor a refletir, sob os diversos prismas que compõem o conhecimento dis-ponível sobre o tema.

O dicionário foi idealizado para se tornar uma referência na aplicação prática dosconceitos expostos. Menos sobre acertos ou possíveis equívocos que possam ter ocorridopor ocasião da aplicação dos conceitos de cultura no Brasil, mas, mais no que concernesua abrangência conceitual e de suas múltiplas interpretações, considerando que são con-sequentes do momento histórico nacional e suas peculiares características.

Na primeira parte, o autor faz uma reflexão sobre os conceitos e tentativas de clas-sificação da cultura. Para isso, recorre aos exemplos de conhecimento público, ou de sua prá-tica profissional. Também se preocupa com as formas de aplicação da cultura no Brasilquando discorre sobre os órgãos competentes e às legislações existentes, tudo isso recheadopor referências bibliográficas que guardam indicações importantes para pesquisas acadêmicasmais aprofundadas. Isto amplia os objetivos que poderiam ter permanecido no árduo esforçodo compilamento e organização das informações de cada verbete, sendo este o empreendi-mento principal. O dicionário, em português, de termos e expressões técnicas é compostopelo vocabulário fundamental para auxiliar nas produções e na gestão da cultura no Brasil.

ANA LUISA HOWARD DE CASTILHO

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1 http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/biografias/decio_pignatari

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Ana Luiza Howard é Arquiteta e urbanista, mestre em Estruturas Ambientais Ur-banas (Desenho Urbano) e Doutora em Planejamento Urbano e Regional pela FAU-USP.No início dos anos de 1990, atuou na vila de Paranapiacaba junto à Secretaria de Habitaçãoda Prefeitura Municipal de Santo André. Durante a mesma década, foi consultora para oPlano de Desenvolvimento Sustentável para a Vila de Paranapiacaba e responsável pelapesquisa e estruturação dos subsídios para o plano de regularização fundiária, bem comopela indicação, ao World Monuments Fund, da vila de Paranapiacaba como um dos ‘CemMonumentos Ameaçados do Mundo’. Nos anos 2000 atuou na definição da Zona Especialde Interesse do Patrimônio/Paranapiacaba e como consultora da MRS-Logística para asquestões da preservação do Pátio Ferroviário da Vila. É co-organizadora e coautora dolivro ‘Intervenções em centros urbanos objetivos, estratégias e resultados’ e é autora do ca-pítulo ‘Turismo em Paranapiacaba: revitalizando a economia e reabilitando a Vila’ do livro‘Gestão ambiental e sustentabilidade no turismo’. Produtora executiva e coordenadora depesquisa do documentário: ‘Porto de Santos: navegando pela história’ e coautora do livro‘Porto de Santos e a história do Brasil’. Coordenou a pesquisa histórica para o arrolamentoda obra de Oscar Niemeyer, para o IPHAN. É autora do livro ‘Itatinga- a hidrelétrica e seulegado’. Está habilitada a fornecer Pareceres Técnicos para o Ministério da Cultura. Cura-dora e coordenadora da exposição ‘A joia do Itatinga, a força do Porto de Santos’. Autorado capítulo ‘Intervenções sem planos e planos sem intervenções’ do livro ‘Intervenções em

Centros Históricos: Brasil e Itália e discussão’.http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708396H2

“UMA COLCHA DE “FUXICO” ILUSTRA BEM O QUE PENSO SOBRE

CULTURA: A UNIÃO DE DIVERSOS ASPECTOS, A PRINCÍPIO DISTINTOS

ENTRE SI, CONSTITUINTES DA ALMA DE UM POVO, OU DE UM GRUPO,QUE SERVEM COMO UM REFORÇO À AFIRMAÇÃO DE SUA IDENTI-

DADE” (2647825 06/01/2008).

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