a matemÁtica no ensino da fÍsica - perse.com.br · se considerar que a mais antiga forma de ... o...
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DEDICATÓRIA
Dedico os estudos realizados para escrever
este livro aos meus alunos, que são a razão da minha
profissão.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e em
seguida àquele professor que me ensinou a ser um
aluno autodidata.
Agradeço também às pessoas que, durante o
tempo de elaboração desse trabalho de Pós-
Graduação inspiraram-me e apoiaram-me, bem
como souberam compreender o tempo que lhes
suprimi para que eu pudesse escrever essa
monografia.
Enfim, agradeço a todos aqueles que de uma
forma ou de outra colaboraram para que o meu
trabalho se tornasse possível.
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RESUMO
O presente trabalho começa através de um resgate
histórico da Matemática, evidenciando sua evolução
sofrida ao longo dos tempos para atender as necessidades
cotidianas, bem como apresenta a Matemática como uma
ferramenta para entender as outras Ciências. O tema
norteou os estudos para que a monografia pudesse ser
escrita de modo que abrangesse o seguinte aspecto: A
Importância da Matemática no ensino e estudo da Física
para os alunos da primeira série do Ensino Médio. A
partir da pesquisa bibliográfica acerca do assunto buscou-
se alcançar os seguintes objetivos: validar a importância
da Matemática para o ensino da Física através de
exemplos de sua aplicação, de modo que seja percebida a
necessidade de um conhecimento básico de Matemática
para o estudo da Física; apontar, através do resultado da
aplicação de um questionário, os problemas matemáticos
que dificultam o ensino-aprendizado da Física, pois a
falta de conhecimento matemático por parte do aluno
torna a Física uma disciplina mais difícil de ser
compreendida; e apresentar os reflexos da importância da
Matemática, através de alguns “erros” cometidos pelos
alunos, no ensino e no estudo da Física, pois esses
equívocos matemáticos dificultam a resolução de
problemas de Física. Para finalizar, foram transcritos três
depoimentos de professores de Física que comentam
sobre os problemas enfrentados no ensino da Física e a
relação entre a Física e a Matemática, bem como as
mudanças de comportamentos dos alunos e algumas
sugestões.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................. 7
AS DIVERSAS APLICAÇÕES DA
MATEMÁTICA NO ENSINO DA FÍSICA .............. 23
OS REFLEXOS DA MATEMÁTICA NO
ENSINO E NO ESTUDO DA FÍSICA ................... 51
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................... 84
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO .................. 87
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INTRODUÇÃO
A ideia de que o homem é um ser
intelectualmente evolutivo é irrefutável. Porém, por
mais avançada que seja uma geração, seja em termos
científico ou empírico, teve de partir de ideias
simples ou da necessidade de resolver um problema
prático do cotidiano.
Se por um lado com a Matemática não foi
diferente, por outro, fica um tanto difícil de imaginar
quando e onde realmente as primeiras tentativas de
seu uso ocorreram.
Segundo Howard Eves, ao retroceder-se no
tempo, nota-se evidências do uso da Matemática nas
deduções geométricas de tales de Mileto, por volta
do ano 600 a.C. Na obtenção de fórmulas de
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mensuração feitas pelas civilizações pré-helênicas da
Mesopotâmia e do Egito, entre outras. Porém, pode-
se considerar que a mais antiga forma de
Matemática, foram os primeiros esforços que o
homem primitivo realizou na tentativa de
sistematizar os conceitos de grandeza, forma e
número. O que possibilitou o surgimento do
processo de contar. Nessa necessidade, não foi muito
difícil para o homem primitivo reconhecer
quantidades maiores e menores, o que deu origem à
ideia de mais e menos em certa quantidade de
objetos.
Junto com a evolução intelectual do homem,
veio a redução dos grupos nômades e a criação das
comunidades, o que permitiu, além da caça e coleta
de frutos, a domesticação de animais. A necessidade
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de controlar o rebanho se tornou evidente e como
uma correspondência verbal entre as quantidades
ainda não havia sido definida, houve a necessidade
de fazer uma correspondência material entre as
quantidades, como diz Howard Eves:
Para a contagem de carneiros, por
exemplo, podia-se dobrar um dedo
para cada animal. Podia-se também
contar fazendo-se ranhuras no barro
ou numa pedra, produzindo-se
entalhes num pedaço de madeira ou
fazendo-se nós numa corda. Então,
talvez mais tarde, desenvolveu-se um
arranjo de sons vocais para registrar
verbalmente o número de objetos de
um grupo pequeno. E mais tarde
ainda, com o aprimoramento da
escrita, foram surgindo arranjos de
símbolos para representar esses
números. (Eves, Howard, Introdução
à História da Matemática, 2004, p.
26).
Durante muito tempo acreditou-se que
existiam tribos que não sabiam contar para além de
dois, uma vez que só tinham nomes para os números
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um, dois e muitos. Como as quantidades foram
aumentando, tornou-se incômodo a correspondência
material entre elas através de riscos, nós ou montes
de pedrinhas. Então, tornou-se necessário a
sistematização do processo. Para tanto, os números
foram dispostos em grupos básicos convenientes. E
o homem logo percebeu que a quantidade de dedos
em suas mãos era o dispositivo mais conveniente de
correspondência. Surge então, a base decimal, que
agrupa as quantidades de 10 em 10, é como diz
Carvalho, p. 35, “A ideia básica está na utilização de
agrupamentos por dezenas... foram mesmo os dez
dedos que impuseram ao homem a ideia de grupos
por feixes de dez”. Mas, somente em 1489 surge o
emprego regular do sinal de mais para indicar a
junção das quantidades.
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A partir daí, num processo lento, mas ao
mesmo tempo contínuo e gratificante, a Matemática
vai se desenvolvendo e se tornando uma ferramenta
significativa no processo de entendimento dos
fenômenos naturais e dá-se início a uma verdadeira
matematização do mundo.
Se por um lado é pretensão dizer que a
Matemática está em tudo, por outro, é alienante não
perceber as relações matemáticas na natureza, pois
como já dizia Pitágoras, “Tudo é número”, ou como
dizia René Descartes, “A Matemática é o alfabeto
com que Deus escreveu o Universo”. Diante disso,
poder-se-ia aqui elencar inúmeros exemplos de
relações matemáticas na natureza, mas isso foge um
pouco do objetivo desse trabalho.
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Que a Matemática foi inventada ou
descoberta pelo homem, isso não é de se duvidar.
Por isso, o que hoje se ensina nas escolas não é um
conjunto de teorias prontas e acabadas que apareceu
num passe de mágica. É sim uma evolução de
estudos e descobertas particulares de gerações,
resultado de necessidades práticas, que vieram se
desenvolvendo e se modificando desde a
Antiguidade, passando por várias transformações no
Renascimento, na Revolução Industrial e na
Revolução Científica.
Nenhuma manifestação religiosa, crença,
costume, arte ou língua se universalizou tanto
quanto a Matemática, que tem como exigência um
pensamento lógico e racional.
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A Matemática é um fenômeno
histórico e sua manifestação se liga à
cultura particular a que pertence, o que
lhe condiciona a forma com que se
apresentam as normas. É um processo
lento e contínuo, cada cultura tem a
sua, que surge da necessidade de
resolver problemas do dia-a-dia.
(Lintz, Rubens G., História da
Matemática, 1999, p. 572).
O problema é que o estudo da Matemática,
na maioria dos casos, se resume em fazer cálculos
aparentemente sem sentido. São listas e listas de
exercícios, conteúdos praticamente isolados e sem
nenhum valor social. O mais fascinante na
Matemática é a possibilidade que ela apresenta de
relacionar os conteúdos entre si e resolver problemas
práticos do dia-a-dia.
Segundo os Parâmetros Curriculares
Nacionais, p. 255 a 258, o poder de contextualização
e transdisciplinaridade da Matemática é muito
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grande. O ensino isolado das funções, por exemplo,
anula todo e qualquer caráter contextualizador que
esse conteúdo carrega. Uma parte importante da
Trigonometria se apropria de funções em seu estudo
dos gráficos. As Progressões Aritméticas e
Geométricas, nada mais são do que um tipo
particular de função. Na Geometria Analítica, em
seu estudo sobre as retas e curvas, tem-se a maior
evidência da aplicação das funções.
Outrossim, o conceito de função pode
transcender ao conteúdo curricular e estar presente
na leitura e interpretação de gráficos de um jornal,
que pode estar representando o aumento ou a
redução dos preços de uma mercadoria. Pode estar
relacionando a quantidade de votos de um grupo de