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CRU ZA DAS

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  • Cruzadas

  • B

  • CRUZADAS

    direcção artística EwAn DowniE

    texto original EwAn DowniE CAtARinA LACERDA JAimE mEARS PEDRo FAbião RoDRigo mALvAR RoSáRio CoStA

    estreia aBsolUta

    assistência de

    direcção

    Ana madureira

    direcção

    musical e apoio

    dramatúrgico

    Anna

    Porubcansky

    objectos

    cénicos

    Ana guedes

    desenho de luz

    José nuno

    Lima

    figurinos

    Susana

    guiomar

    realização e

    fotografia

    Pedro Filipe

    marques

    interpretação

    Catarina

    Lacerda,

    Jaime mears,

    Pedro Fabião,

    Rodrigo

    malvar,

    Rosário Costa

    produção

    executiva

    Sílvia Carvalho

    apoio à

    produção

    executiva

    inês gregório

    co ‑produção

    teatro do Frio,

    guimarães

    2012 – Capital

    Europeia da

    Cultura,

    tnSJ

    apoios

    Fábrica da Rua

    da Alegria,

    ESmAE

    qua‑sáb 21:30

    dom 16:00

    dur. aprox. 50'

    m/12 anos

    Teatro Carlos alberto

    4–13 Nov 2011

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    Os primeiros cruzados acreditavam que tinham uma missão sagrada a cumprir e que a sua peregrinação armada os redimiria de todos os seus pecados. Contudo, quando chegaram a Jerusalém – o mais sagrado de todos os lugares sagrados –, chacinaram a população nas ruas, saquearam a cidade e cumpriram os seus votos visitando o Santo Sepulcro encharcados de sangue humano.

    Assim que começamos a ler a história dos cruzados, somos assaltados por uma série de questões fascinantes – o que levava esses homens a atravessar o mundo conhecido em direcção ao desconhecido? Como era a vida deles? Qual a relação entre o sagrado e a violência, inscrita na ideia da Guerra Santa? Porque será que a demanda do sagrado traz tantas vezes ao de cima as piores qualidades dos seres humanos?

    Estas interrogações sobre a natureza histórica das Cruzadas conduziramnos a questões sobre nós próprios, sobre as nossas vidas e o nosso tempo. O que é sagrado para nós? Onde ficam, hoje, os lugares sagrados? Haverá alguma coisa nas nossas vidas que nos exija a coragem de mergulhar verdadeiramente no desconhecido e de arriscar tudo por um ideal? De que modo somos violentos? Como nos auto convencemos de que a violência é justificável?

    Através do prisma do passado podemos examinar o presente e lançar luz sobre alguns dos aspectos mais sombrios e sublimes da experiência humana.

    Cruzadas constrói se sobre forças antagónicas, explorando a harmonia e a dissonância, a união e a separação, a luz e as trevas, a fé e a violência, a ternura humana e a guerra santa.

    Explorámos estes temas em conjunto, entretecendo materiais de diversas fontes com as nossas experiências pessoais. Seguimos o nosso próprio processo colectivo, procurando aquilo que se desenvolve no espaço entre nós. Neste sentido, a criação de Cruzadas espelhou a viagem dos primeiros cruzados. É uma viagem rumo ao desconhecido.

    notA Do EnCEnADoR

    ewan downie

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    A música tem constituído uma importante componente do processo de construção de Cruzadas. As canções não só contribuem para a criação de uma performance ricamente multifacetada,

    como também reforçam – quando entretecidas com a acção, o texto, os gestos e o movimento da peça no seu conjunto – a visceralidade da experiência teatral, tanto para os actores como para o público.

    Para os actores, o canto proporciona uma poderosa oportunidade de encontro e interacção, de desenvolvimento de uma sensibilidade mútua e de criação de um todo coeso e uno. A voz está ligada ao corpo e à respiração; o corpo e a respiração estão ligados à terra. Todos nós somos condicionados pelos ritmos, as pulsações e as vibrações do mundo. O bater do coração, o palpitar

    UmA notA SobRE A mÚSiCA

    anna porubcansky

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    do sangue nas veias, o influxo e refluxo da respiração, o estalar das articulações quando nos movemos – eis os sons primordiais da vida. Somos seres musicais, plenos de reverberação e som. O canto tem raízes profundas no nosso corpo e põe nos em contacto não apenas connosco próprios, mas também com os outros.

    Em Cruzadas, a música funciona também como uma via de acesso ao mundo dos cruzados. As canções reflectem uma profunda necessidade de redenção. Baseada em lamentações, cânticos religiosos e canções medievais da França, da Córsega, do Burundi

    e da Argélia, bem como na tradição da Harpa Sagrada do sul dos Estados Unidos, a música funde se com a acção dramática. Representa a luminosidade e a escuridão da viagem pessoal dos actores. Harmonias angélicas redundam em dissonância agoirenta e desesperançada. As notas musicais permanecem inalteradas, mas o mundo sob a música está em mutação. Nós cremos, louvamos, veneramos. Mas em que circunstâncias seríamos levados a questionar a nossa fé? E até onde estaríamos dispostos a ir?

    O mundo das Cruzadas não é apenas histórico. É hoje. É agora.

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    Cruzadas sugere uma estrutura hipernarrativa que cruza espaço e tempo através de territórios psicológicos habitados por luz e escuridão, e parece situar nos num limbo entre a ascensão e a queda de uma existência transversalmente humana.

    A desmaterialização tornou se um exercício necessário para ceder espaço a toda a polissemia pretendida no projecto, onde a dicotomia entre a luz e a escuridão se assume como um elemento de força plástica e constrói no espaço tudo aquilo que não é premente traduzir em matéria concreta.

    Plasticamente, o recurso ao enxerto, a acção de implantar num qualquer

    corpo ou objecto um qualquer pedaço de realidade exterior a si mesmo, parece construir uma visão da distopia. Transfiguram se ramos mortos em visões de árvores que não são árvores, mas matéria de construção de todos os imaginários que se lhes permite imputar através da acção dos corpos em cena, do som, da luz e da sombra.

    A procura da formalização plástica deste projecto integrou um processo criativo em permanente mutação, onde os elementos teriam de ser permeáveis a todas as metamorfoses construídas em palco. Existem estruturas que podem ser caixas, caixas que podem ser bancos, árvores que podem ter rodas, ramos que podem ser espadas.

    A estratégia adoptada na construção dos objectos cénicos resulta de um processo criativo de carácter colaborativo, e desenvolve se no sentido da incorporação de pedaços de realidade exteriores a si mesmos. Assim, o todo aparentemente outro torna se o mesmo.

    o EnXERto

    ana guedes

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    ana Guedes artista plástica. sonha a cores e tem alucinações auditivas. cria objectos. desenha mosquitos. toca pianos de brincar, é sério.

    ana Madureira Podia ter ido trabalhar para as nações Unidas numa ong na nigéria, mas escolheu ficar a desenhar e a cantar canções de amor.

    anna Porubcansky cantora, compositora e investigadora com vasta experiência em trabalho de voz em coral e ensemble. trabalhou com gardzienice, roy Hart theatre e song of the goat theatre. interessa ‑se especialmente por etnomusicologia.

    Catarina Lacerda actriz, criadora, trabalhadora independentemente, pão para toda a obra. gosta do que faz. desconta para a segurança social. sonhos e pedras. tem 30 anos.

    Jaime Mears É australiana. a única coisa que sabe fazer é teatro, portanto, o mais provável é continuar a fazê ‑lo para o resto da vida. se tiver sorte.

    José Nuno Lima tirou a carta de motociclos 50cc na divisão de trânsito da câmara Municipal de oliveira de azeméis. após três anos atribulados entre Famel e casal Boss, consegue a carta de condução. Hoje conduz uma Kangoo.

  • Pedro Fabião É um passarinho que se perdeu a caminho de Marrocos, no outono. anda à procura de algo muito preciso que desconhece e faz disso profissão.

    Pedro Filipe Marques natural do Porto. está sempre a fazer filmes. na cabeça, no teatro e no cinema.

    rodrigo Malvar criador, intérprete e respigador. Paga as contas e não deixa nada no banco. aka sousasoundsistema por intuição. É palhaço e presidente pelo ridículo.

    rosário Costa começou por se encantar a perseguir borboletas. Hoje faz teatro e mantém ‑se na rota, com alguns desvios, que as contas são para pagar e a curiosidade só mata gatos.

    sílvia Carvalho trabalhadora/estudante/estagiária com sete vidas entrelaçadas, das representações têxteis à produção teatral, espreitando pela educação social. É produtora do teatro do Frio e gosta disso.

    susana Guiomar “dá um pezinho em qualquer bailarico.” de designer a art director, a criadora, a figurinista… gostava mesmo de não ter que emigrar.

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    actor, encenador e dramaturgo escocês. nos últimos seis anos, trabalhou como actor com a multipremiada teatr Pieśń Kozła (song of the goat theatre), companhia experimental polaca. a sua peça mais recente, Hidden Birds, ganhou os prémios do Júri e do Público no festival les eurotopiques em tourcoing, França. nascido em glasgow, estudou interpretação na gaiety school of acting de dublin (1999 ‑2001), improvisação com o prestigiado professor Keith Johnstone, e teatro não ‑Ficcional no dartmouth college, eUa. trabalhou extensivamente em teatro, colaborando com muitas companhias no reino Unido e na irlanda. É professor de improvisação, teatro Físico e devised theatre, no reino Unido e por esse mundo fora.

    o teatro do Frio – Pesquisa teatral do norte, crl (tdFrio), é um colectivo de criação e pesquisa teatral oficialmente constituído em 2005. Privilegia a criação de espectáculos teatrais através de processos de pesquisa e devising, daí resultando uma produção de textos originais em que a palavra surge como inevitabilidade dramatúrgica em estrita relação com o corpo e a acção. Privilegia igualmente o cruzamento entre criadores e práticas de diferentes naturezas artísticas, buscando uma maior pluralidade do discurso e acção artísticos.ao longo de seis anos de existência, o tdFrio concebeu e produziu 15 criações, em cooperação com diferentes parceiros e em formatos de apresentação distintos. estas criações mantêm ‑se disponíveis para programação, privilegiando a itinerância como lógica crucial na estratégia de desenvolvimento da companhia – tanto no sentido de ir ao encontro de diferentes públicos, partilhando com eles as suas criações, como de consolidação de parcerias e viabilização financeira dos projectos.em 2011, surge a vontade e possibilidade de convidar para a direcção de um projecto um criador externo ao tdFrio: o actor, encenador e dramaturgo escocês ewan downie. Faz ‑se Cruzadas.2012 é um ano de ideias e incertezas. Quatro solos em potência, reposições em iminência, falta o que está por vir.

    Criações anteriores: S.Ó.S. (2010); Utópolis (2010); Ópera dos 5 Euros (2010); Retalhos a Retalho (2009); Retalhos (2009); 5 Solos Portáteis (2008); Diz Que Diz (2006); e A Minha Rua Também Corre (2004).O Teatro do Frio: catarina lacerda, José eduardo silva, rodrigo Malvar, rosário costa, sílvia carvalho e susana guiomar.

    EWaN dOWNIE TEaTrO dO FrIO

  • FICHa TÉCNICa TNsJ

    coordenação de produção

    Maria João Teixeira

    assistência de produção

    Eunice Basto

    direcção de palco (adjunto)

    Emanuel Pina

    direcção de cena

    Cátia Esteves

    maquinaria de cena

    antónio Quaresma

    Carlos Barbosa

    Joel santos

    luz

    Filipe Pinheiro

    abílio Vinhas

    antónio Pedra

    José rodrigues

    Nuno Gonçalves

    som

    antónio Bica

    João Oliveira

    electricistas de cena

    Júlio Cunha

    Paulo rodrigues

    aPOIOs

    aPOIOs À dIVuLGaÇÃO

    aGradECIMENTOs

    Polícia de segurança Pública

    Mr. Piano – Pianos rui Macedo

    aPOIOs TEaTrO dO FrIO

    aGradECIMENTOs TEaTrO dO FrIO

    claire Binyon, alan richardson

    e al seed, creative scotland,

    samuel guimarães, José eduardo

    silva, nuno M cardoso, Marcos

    Barbosa, Margarida Wellenkamp,

    Helena leite, Família leite e lugar

    de Matos, d. rosa e sr. Manuel,

    Vasco carneiro, susana abreu,

    luísa couto e cajó, né e eduardo

    Falcão, Paulina almeida e avó

    elvira, sr. gonçalves, sr. Vieira,

    alda neves, Pedro e isaque, sílvia

    Magalhães, Manuel de Magalhães sa,

    Moritex lda., Visual light, equipas

    a oficina e ccVF, caaa e todos

    os participantes do workshop

    the ensemble sense

    Projecto financiado pela secretaria

    de estado da cultura/direcção‑

    ‑geral das artes

    Teatro do Frio

    rua do Bairro Japonês, 6 ‑a

    arcozelo

    4410 ‑450 Vila nova de gaia

    t 93 161 72 93

    [email protected]

    [email protected]

    www.teatrodofrio.com

    Teatro Nacional são João

    Praça da Batalha

    4000 ‑102 Porto

    t 22 340 19 00

    Teatro Carlos alberto

    rua das oliveiras, 43

    4050 ‑449 Porto

    t 22 340 19 00

    Mosteiro de são Bento da Vitória

    rua de são Bento da Vitória

    4050 ‑543 Porto

    t 22 340 19 00

    www.tnsj.pt

    [email protected]

    EdIÇÃO

    departamento de Edições

    do TNsJ

    coordenação

    João Luís Pereira

    traduções

    rui Pires Cabral

    capa e modelo gráfico

    Joana Monteiro

    paginação

    João Guedes

    fotografia

    ana Guedes

    Pedro Filipe Marques

    impressão

    Multitema – soluções

    de Impressão, sa

    não é permitido filmar, gravar ou fotografar

    durante o espectáculo. o uso de telemóveis ou

    relógios com sinal sonoro é incómodo, tanto para

    os intérpretes como para os espectadores.