cristianismo primitivo - raul branco

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    http://www.levir.com.br/podertransformador.php

    O PODER TRANSFORMADORDO CRISTIANISMO PRIMITIVO

    Raul Branco

    DEDICATRIA

    Convite para um dilo!o "Padre Marcelo Barro#$

    % & INTROD'()O

    * & SIMP+ICIDADE E DIVERSIDADE NO CRISTIANISMO PRIMITIVOCon#tantino e a diver#idade de doutrinaA di##emina,-o da Boa Nova

    . & OS ENSINAMENTOS DO CRISTIANISMO PRIMITIVO

    / & PRIMEIRA ETAPA0 A VIDA 1TICAE#ta2elecendo a 3unda,-oA lei0 !arantia da 4u#ti,a divina e da per3ei,-o do 5omemA re!ra de ouro

    6 & SE7'NDA ETAPA0 A VIDA ESPIRIT'A+Con5ecerei# a verdade e a verdade vo# li2ertarCri#to em n8#De#pertar Cri#to em n8# ou crer em Cri#to9A 2u#ca da verdade

    : & OS INSTR'MENTOS E;TERIORES

    E#tudo do camin5o e#piritual e da vida do# m

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    = & OS INSTR'MENTOS INTERIORESA puri3ica,-oO amorContempla,-o ou ora,-o do #il>ncio

    ? & O CRISTIANISMO PRIMITIVO E O M'NDO MODERNO

    O PODER TRANSFORMADORDO CRISTIANISMO PRIMITIVO

    http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=78http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=79http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=78http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=79
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    Raul Branco

    Dedico esta obra a Edlson de Almeida Pedrosa, amigo e companheiro

    incansvel em minha jornada de escritor e bscador da vida espirital. Edlson

    ! conhecido em se amplo crclo de relacionamentos por se total

    desprendimento, generosidade, integridade, dedica"#o ao dever e $ mais alta

    !tica, constante bom%hmor, transpar&ncia e sinceridade. 'empre disposto a

    ajdar a todos (e solicitam sa coopera"#o, procra reali)ar toda tarefa, seja

    ela modesta o importante, de forma meticlosa, como se fosse ma obra de

    arte a ser e*posta para a posteridade. Edlson ! m estdioso dedicado da vida

    espirital, tendo escrito vrios artigos e trad)ido obras importantes da tradi"#o

    crist#. +s momentos de convvio com Edlson s#o para mim ocasi#o de alegria,

    refrig!rio e total sintonia. ico feli) por esta oportnidade de prestar ma

    homenagem, ainda (e singela, a esse amigo e*cepcional (e tanto

    enri(ece minha vida.

    Convite para um dilogo

    Marcelo Barros[1]

    Todo livro um dilogo entre quem escreve e quem l. Este , especialmente, umexerccio espiritual de dilogo porque, nele, o autor dialoga com o cristianismo primitivo,fala aos cristos de o!e e, ao mesmo tempo, reinterpreta essas tradi"#es a partir de umasensi$ilidade espiritual mais ampla, independentemente de pertencer ou no a qualquerreligio instituda.

    Prefaciar um livro referend-lo e aceitar ser para o autor como um paraninfo que o introduz emum novo crculo de relaes !stritamente falando" o professor #aul Branco n$o precisaria disso %um intelectual e pesquisador muito con&ecido em todo o Brasil 'rande conferencista" ( tra)al&ou na

    *+, e teve o encaro de representar a *+, e o overno )rasileiro em diversas confer.nciasinternacionais /ua forma$o em !conomia serve de esteio prtico para sua )usca interior maisprofunda" o que faz dele" &o(e" um dos e0poentes da /ociedade eos2fica no Brasil 3li" cada semana"ele coordena um rupo de estudos so)re o 4ristianismo Primitivo !studou a fundo os fen5menos do!soterismo e tem como enfoque das suas pesquisas as reliies comparadas 3lm disso" autorconsarado 6ivros anteriores seus" como 7*s !nsinamentos de 8esus e a radi$o !sotrica 4rist$79!ditora Pensamento" 1:::; e 7Pistis /op&ia *s Mistrios de 8esus7 9Bertrand Brasil" 1::

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    falar em &cristianismos primitivos& no plural. Essa diversidade em nada impediu que semantivesse uma unidade fundamental. Cipriano de Cartago, pastor no sculo (((, di*ia- &unidade a$ole as separa"#es, mas respeita as diferen"as e com elas se enriquece&.

    % professor aul discorre $em so$re essas veredas e, depois, como algum que,afetuosamente, nos toma pela mo, nos condu* aos &ensinamentos do cristianismoprimitivo&, centrando a aten"o especial na proposta espiritual do Cristo aos seusdiscpulos.

    /uem est a$ituado a ler os estudos so$re as primeiras gera"#es crists, oriundos demeios ligados 0 Teologia da 1i$erta"o acar este livro por demais diferente e mesmodivergente das interpreta"#es de especialistas que fi*eram p2s3doutorado na matria aquino 4rasil, como Eduardo 5oornaert, em estudos como & +em2ria do 6ovo Cristo&, &%+ovimento de )esus& e &Cristos da Terceira 7era"o&, mesmo se em alguns princpios econclus#es coincidem, como a crtica ao cristianismo imperial nascido a partir dainfluncia do imperador Constantino no sculo (8.

    poca compreendida neste livro como sendo &cristianismo primitivo& estende3se pelos

    primeiros sculos, sem atender tanto a diferen"as que existiram de uma gera"o a outra.6ara o o$!etivo desse estudo, isso no tem import9ncia. qui o ponto de partidametodol2gico no o de um estudo estritamente ist2rico. 6or isso, a a$ordagem muda enos condu* a conclus#es diferentes. Tais resultados no se contradi*em, mas secompletam. :os ;ltimos que nem sempre o)esus ist2rico?. aul se de$ru"a so$re os textos a partir de seu conecimento doscrculos esotricos. ) vrios autores cristos e no cristos escreveram so$re adimenso mstica e mesmo esotrica presentes em alguns grupos e textos do cristianismo

    primitivo e como isso foi posteriormente esquecido ou mesmo censurado. gora, nestaspginas do aul, este veio espiritual novamente valori*ado e vem enriquecer nossaforma de a$ordar os textos antigos.

    6ara mim, que tra$alo no dilogo entre as diferentes tradi"#es espirituais e desenvolvouma Teologia do 6luralismo cultural e religioso, alguns trecos deste livro me recordam ateologia de aimundo 6ani@@ar. 6or exemplo, a insistncia em su$linar o &Cristointerior&, &Cristo em n2s& como essa presen"a divina que vai muito alm da tradi"ocrist e se encontra em qualquer outro camino espiritual. 'esculpem3me de citar um deseus textos- &%s cristos tm ra*o de falar do Cristo e no somente de 'eus, porque'eus no se feca em si mesmo e so$re ele mesmo. 8olta3se para a umanidade e para o

    mundo com os quais quer entrar em comuno. A isso que significa o termo &Cristo&.Cristo a$solutamente ;nico e universal &sm$olo vivo para a totalidade da realidade,umana, divina, c2smica. Est no centro de tudo o que existe. A o ponto de cristali*a"o,de crescimento e reunio de 'eus, da umanidade e de todo o cosmos em seu con!unto. Aa a"o ist2rica da divina 6rovidncia que inspira a umanidade por diferentes caminos econdu* a vida umana 0 sua plenitude&. % mesmo Cristo que tomou forma e corpo em)esus de :a*ar pBde tomar corpo so$ outros nomes ainda- ama, risna, 6urusa,Tatagata, etc. )esus tem lugar em uma srie de incorpora"#es do mesmo Cristo. &)esus o Cristo, mas o Cristo no somente )esus&[>].

    o ler &% poder transformador do Cristianismo 6rimitivo&, voc vai compreender aindamelor essa verdade. /uem sa$oreia estas pginas, mais do que nunca concordar- da fe do sagrado, ningum pode ser mais do que amante que se p#e a servi"o. 'o que divino, no ttulo de propriedade. D2 acesso gratuito para toda $usca que engravida ocora"o.

    http://www.teosofia.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn2http://www.teosofia.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn2
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    %s cristos mais a$ituados 0 &reta interpreta"o da doutrina& estranaro, uma ve*ou outra, algumas intui"#es e no concordaro com certas conclus#es. co isso positivoe fecundo. Tome como um exerccio espiritual escutar uma interpreta"o diferente da suaf. 6ara mim, foi muito enriquecedor, conecer essa a$ordagem da mina tradi"o poralgum que, de certa forma, a estuda &de fora& ou, ao menos, no a partir da (gre!a.

    Este novo livro do aul um presente de amor para voc que o l e para todo mundoque $usca a 6a* atravs do dilogo e da supera"o das intransigncias, discrimina"#es e

    fundamentalismos. Espero que, ao terminar de sa$ore3lo, voc possa confirmar o que, emFGF, o monge $eneditino Tomas +erton disse na conferncia inter3religiosa entremonges cristos e $udistas em Calcut- &% nvel mais profundo da comunica"o no acomunica"o, mas a comuno. Ela sem palavras. Ela est alm das palavras, alm dosdiscursos, alm dos conceitos. :este grupo, no estamos desco$rindo uma unidade nova.'esco$rimos uma unidade antiga. /ueridos irmos e irms, n2s ! somos Hm. +asimaginamos no ser. % que temos de reencontrar nossa unidade original. penas, temosde ser o que ! somos&[?].

    1 @+#*A,C*

    8esus foi um dos maiores revolucionrios de todos os tempos /ua a$o insidiosa" porm" n$oestava voltada para a luta de classes ampouco dedicou suas enerias para promover a e0puls$o dosopressores estraneiros do povo (udeu" como os zelotes" seita (udaica que lutou contra as forasromanas" e que foi aniquilada no massacre de Massada no ano

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    4om o passar do tempo" o afastamento do o)(etivo primordial da relii$o" que sempre ae0peri.ncia divina interior" era uma insatisfa$o da alma que sentida pelo &omem e0terior dediferentes formas ,m estudioso suere= 73 crise atual das @re(as e reliies &ist2ricas reside naaus.ncia sofrida de uma e0peri.ncia profunda de Aeus7[G] * &omem passa ent$o a procurare0plicaes e solues para essa insatisfa$o interior Duando isso ocorre" a &ierarquia reliiosa" emtodos os tempos e tradies" temerosa que essa insatisfa$o possa levar a um afastamento de seusmem)ros" passa a prear uma o)edi.ncia mais estrita Es suas doutrinas e prticas" acirrando osentimento de aliena$o daqueles em quem o c&amado interior se faz sentir

    !sse processo era visvel no mundo (udaico no tempo de 8esus * entendimento literal ematerialista das escrituras (udaicas" no conte0to da opress$o imposta sucessivamente pelos imprioscaldeu" persa" reo e romano" fazia com que os (udeus ansiassem cada vez mais pela vinda do Messiasanunciado pelos profetas" para esta)elecer o 7#eino7 em que eles" como o povo eleito de Aeus"overnariam so)re todos os povos da erra Para que a 7promessa da aliana7 fosse cumprida o maisrpido possvel" procuravam o)edecer riorosamente os mandamentos da 6ei Mosaica" o sinal da 7aliana7 Por isso" a caracterstica fundamental do (udeu tradicional era ser o)ediente E 76ei7

    8esus em suas preaes falava por meio de par)olas so)re o #eino de Aeus" atraindo com isso o

    interesse de seus compatriotas +o entanto" seu comportamento n$o ortodo0o com rela$o a certospreceitos da 6ei Mosaica" em especial aos relacionados com os rituais de pureza" de o)servHncia dos)ado e da comensalidade" provocava a perple0idade do povo e a &ostilidade dos saduceus9sacerdotes do templo; e fariseus 9escri)as;" os uardies da 6ei 3 maioria do povo &e)reu pautavasua conduta pela o)servHncia reliiosa na lin&a ra)nica de /&ammai" estritamente rida e lealistaPara eles" a .nfase da prtica reliiosa era o formalismo e0terno 8esus" porm" seuia a lin&a daescola ra)nica de Iillel" de cun&o mstico" que enfatizava a atitude interior de entrea a Aeus e deamor ao pr20imo Para 8esus" a lei era um instrumento ou camin&o revelado a Moiss para facilitar oretorno do &omem ao seio divino 3 lei n$o era uma finalidade em si mesma" mas um mtodo paratornar as pessoas verdadeiramente livres" e n$o para as aprisionar

    @nterpelado pelos fariseus so)re a n$o o)servHncia estrita do s)ado por seus discpulos" 8esusrespondeu= ?O sbado foi feito para o homem, e no o homem para o sbado? 9Mc >=>

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    reliiosos relatam uma crescente insatisfa$o no seio de muitos sementos da famlia crist$7 3lunso)servadores suerem que a &ist2ria se repete +a verdade" isso ( era con&ecido dos s)ios antios"estando reistrado na B)lia= 7O que foi ser, o que se fe&, se tornar a fa&er: nada h de no'o debai(odo )ol* $esmo que algum afirmasse de algo: ?Olha, isto no'o*?, eis que j sucedeu em outros temposmuito antes de n%s7 9!c 1=:; Para alumas pessoas" e0istem certos paralelos entre a ortodo0ia (udaicano tempo de 8esus e a ortodo0ia crist$ atual" como a o)servHncia do sabathpelos (udeus" com seus&olocaustos e cerim5nias no templo ou nas sinaoas" e a participa$o na missa dominical" com seusacrifcio eucarstico" ou em outros servios reliiosos dos crist$os modernosL o estrito paamento dodzimo so)re toda a produ$o o)tida pelos (udeus e o paamento do dzimo efetuado pelos crist$osso)re salrios e outras rendas" principalmente entre os evanlicosL a o)edi.ncia E 6ei Mosaica e acrena nas doutrinas e domas da @re(a

    /er que a apatia e descontentamento interior sentidos por tantos crist$os n$o uma indica$o deque n2s tam)m nos afastamos dos verdadeiros ensinamentos divinos em nossa pr2pria relii$o" comoos (udeus fizeram no tempo de 8esus7 Por que ocorreu esse radual afastamento dos ensinamentosoriinais do Mestre7 /eria possvel" em nossos dias" um retorno aos virtuosos costumes do perodoureo da tradi$o crist$" os primeiros tr.s sculos de nossa era" quando a maior parte dos crist$osvivia de acordo com os ensinamentos de 8esus com tal determina$o e f que n$o &avia &esita$o

    mesmo diante do martrio e com isso rande nmero de seus seuidores alcanava a e0peri.ncia deAeus" o anseio de todas as almas em todos os tempos7

    !ssas questes ser$o e0aminadas detal&adamente ao lono deste tra)al&o Podemos adiantaraora que o cerne da quest$o deve-se ao fato de a vida do crist$o moderno em eral" e do cat2lico emparticular" n$o estar realmente pautada naquilo que 8esus preou /e o)servarmos a vida do cat2licotpico" seremos forados a concluir que ela se resume na participa$o nominal na missa dominical enas festas e romarias de santos padroeiros Mesmo entre os que participam da missa ou do servioreliioso de sua ire(a" encontramos randes nmeros daqueles que est$o de corpo presente" mas coma mente e o cora$o distantes 3 missa ou servio reliioso uma o)ria$o a ser cumprida e n$o umaprtica que deleita seus coraes e eleva suas almas

    3lm disso" a maior parte dos cat2licos tem um con&ecimento e0tremamente precrio dasescrituras saradas" em contraste com seus irm$os evanlicos 4onseqNentemente" esses fieis n$oest$o cientes da riqueza espiritual que nos foi leada pelo divino Mestre e reistrada na B)lia *sevanlicos" por sua vez" enfrentam a limita$o auto-imposta de aceitar uma interpreta$o literal dasescrituras" sa)idamente rediidas com o uso intenso de par)olas e aleorias

    !sse parece ser" portanto" o Hmao do pro)lema da cristandade atual= a aliena$o da relii$o navida diria dos fiis !ssa aliena$o advm de um considervel rau de inorHncia dos ensinamentosque nos foram leados por 8esus e sua relevHncia para nossa vida nos dias de &o(e *ra" quem n$ocon&ece os ensinamentos do Mestre" n$o os pode praticar +esse ponto o crist$o moderno diferente

    de seus irm$os dos primeiros tempos *s seuidores de 8esus" mesmo antes dos evanel&os can5nicosterem sido escritos" ouviam com aten$o o que os preadores itinerantes ensinavam e uardavam emsua mente e seu cora$o as palavras de sa)edoria" sentindo-se compelidos a coloc-las em prtica 3sfamlias" os amios e os vizin&os de cada cidade ou luare(o conversavam so)re a Boa +ova com maisentusiasmo de que &o(e se fala de fute)ol" novela ou poltica 3s palavras do Mestre" como foramtransmitidas por seus discpulos" eram consideradas um tesouro a ser )em uardado no cora$o

    3s ire(as crist$s est$o conscientes de que e0iste uma insatisfa$o latente" quando n$o ativa evocifera" no seio de seus fiis e crentes 3pesar das tentativas de modifica$o de seus rituais" dos temasde suas preaes" do esta)elecimento de maior contato com os paroquianos e dos movimentos deevaneliza$o" ainda assim permanece a insatisfa$o interior Muitos lderes cat2licos e protestantesest$o procurando encontrar formas de amenizar os pro)lemas detectados no seio de suasconreaes" sem" contudo" atacar o cerne da quest$o espiritual 3luns c&eam a propor o)(etivossociais para atender a esse anseio da alma /uriram movimentos" como a teoloia da li)erta$o" apastoral da criana" o movimento dos sem-terra e outros que identificaram claras in(ustias sociais em

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    nossa sociedade" que certamente merecem a aten$o dos verdadeiros crist$os Muita eneria foidirecionada para superar essas in(ustias *s resultados nem sempre atenderam inteiramente aosanseios de seus idealizadores e muito menos Es necessidades daqueles que at &o(e sofrem e precisamde a(uda 3inda que aluns avanos ten&am sido feitos na rea social pelas ire(as cat2licas eprotestantes" ao que tudo indica" os anseios da alma n$o parecem ter sido atendidos

    3luns o)servadores dizem que a solu$o simples= )astaria vivermos de acordo com oensinamento central de 8esus" reiterado ao lono de suas preaes" ou se(a= amai+'os uns aos outros+o entanto" se isso fosse t$o simples assim" esse anseio ( teria sido atendido & muitos sculos *pro)lema que a pessoa comum encontra dificuldade para ser verdadeiramente amorosa com aquelesfora de seu crculo ntimo +ossas tend.ncias materialistas" acirradas pelos valores de nossa sociedadecompetitiva e consumista" fazem com que o &omem e a mul&er comum vivam de forma autocentrada"quando muito aceitando os valores relacionados com o que c&amamos de vida civilizada e educadaMas" os valores da civiliza$o e da educa$o modernas" nada mais s$o do que vernizes que tendem a seromper sempre que nossos interesses est$o em (oo 3 realidade de nossa vida que aimos comolo)os ferozes e eostas" vestidos com peles de ovel&a da moralidade do convvio social

    odos esses fatos conspiram para que e0ista &o(e na cristandade uma insatisfa$o crescente que

    muitos fiis e crentes sinceros n$o conseuem definir com facilidade /entem que falta alo em suasvidas espirituais al anstia reflete a aus.ncia daquela paz interior que caracteriza a vida dosmsticos e mesmo de todo aquele que est realmente ena(ado na )usca espiritual % como se suasalmas estivessem querendo dizer aluma coisa que o &omem e0terno n$o conseue captar comclareza /eria possvel que essas almas" sintonizadas com o mundo espiritual" estivessem com saudadeda simplicidade e pureza da mensaem oriinal do /alvador7

    * resate dos ensinamentos essenciais de 8esus tam)m tem uma importHncia fundamental para amocidade e os (ovens adultos alienados e desliados da relii$o nos dias de &o(e !m nosso mundomoderno" com seu ritmo frentico" podemos constatar que as pessoas passam por mais e0peri.ncias doque seria possvel em cinco ou dez vidas & dois mil anos atrs Portanto" a )usca desenfreada do

    prazer e das sensaes" que caracteriza nossa sociedade consumista" se por um lado leva E aliena$o eE decad.ncia" por outro" faz com que muitos alcancem mais rapidamente seu nvel de satura$o com avida mundana e passem a )uscar a transcend.ncia de outras formas" especialmente na vida espiritual3 maior parte dessas pessoas" especialmente quando viveram num am)iente crist$o tradicional")uscam saciar seus anseios interiores em outras tradies" mormente as orientais" por descon&eceremas prticas espirituais da tradi$o crist$ !ssas pessoas seriam das mais )eneficiadas pelosensinamentos espirituais do cristianismo primitivo" porque ( est$o em )usca da e0peri.ncia de Aeus

    en&o perce)ido que 8esus" em sua presci.ncia e sa)edoria" ( &avia previsto nosso anseio poresses ensinamentos transformadores essenciais Por isso" decidi sistematizar o meu entendimento doque o Mestre ( &avia ensinado" mas que parece n$o ter sido devidamente perce)ido ou enfatizado"

    para orientar nossa prtica de vida !stou convicto de que os ensinamentos e as prticas que ser$oapresentados aqui atendem ao anseio de nossas almas de retornarmos E ess.ncia da mensaem de8esus" para que assim possamos viver vidas mais plenas" realizadas e felizes" pautadas pela verdade epelo amor ao pr20imo" e atender aos nossos mais elevados anelos espirituais de e0peri.ncia de Aeus *primeiro nvel de prtica est voltado para a fundamenta$o de nossa vida neste mundo" servindo"ademais" como elemento de transi$o para o ensinamento fundamental de 8esus" o amor a todos osseres * seundo nvel procura atender o anseio mais profundo daqueles que aspiramverdadeiramente seuir o Mestre para assim alcanar a e0peri.ncia de Aeus

    +o entanto" o poder transformador desses ensinamentos essenciais" como na verdade" de todos osensinamentos de 8esus" depender sempre de nossa resposta a eles 3s diferentes possi)ilidades deresposta foram e0emplificadas pelo /alvador em sua par)ola do semeador 9Mt 1?=F-:;" que sai parasemear Parte das sementes cai E )eira do camin&o e comida pelos pssaros" outra parte cai emluares pedreosos onde por falta de terra n$o conseue se enraizar e morre" outra cai entre osespin&os sendo a)afada ao crescer e" finalmente" outra cai em terra )oa" produzindo fruto *s quatro

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    luares referem-se a quatro fases sucessivas da evolu$o &umana 3 7semente7 representa a verdadeeterna e0pressa pelos ensinamentos do Mestre 3 )eira do camin&o" a vida do &omem comumdesatento e incapaz de apreciar a sa)edoria * terreno pedreoso com pouca terra representa asitua$o de muitas pessoas que se entusiasmam com idias novas mas que" por falta de profundidadede carter" n$o s$o capazes de dei0ar essas idias seuirem seu curso natural para transformar suasvidas *s espin&os constituem as distraes e sedues do mundo material que a)afam a tenraplantin&a da vida espiritual 3 terra )oa representa a mente e o cora$o do &omem maduro queperce)e a verdade e passa a air de acordo com seus ditames

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    preo udo comeou com a e0i.ncia do @mperador de por um fim E diversidade de doutrinasencontradas no seio da famlia crist$ naquela poca

    4onstantino e a diversidade de doutrinas

    4onstantino veio a con&ecer o cristianismo por intermdio de sua m$e" Ielena" uma devota crist$* imperador" um astuto poltico" constatou que o cristianismo &avia se espal&ado por quase todos osrecantos do @mprio Perce)eu" ademais" que a nova relii$o tin&a vrias caractersticas que poderiamfacilitar a consolida$o do domnio de #oma" cada vez mais enfraquecido por peri2dicas re)eliesreionais e pelas temidas invases dos )r)aros 3dotou ent$o o cristianismo como uma das reliiesoficiais do @mprio #omano Mas surpreendeu-se ao verificar que no mundo crist$o &avia umarande disparidade de movimentos" crenas e rupos" aluns dos quais em franca )elierHncia com osoutros 4oncluiu ent$o" que" para servir aos seus prop2sitos polticos" o cristianismo teria que passarpor uma uniformiza$o de crenas Aesde o ano ?1>" quando o)teve uma impressionante vit2riamilitar em #oma" so)re seu rival do ocidente" Ma0entius" passou a favorecer a relii$o crist$ e apromover sua unifica$o com uma surpreendente paci.ncia Oinalmente" com a eclos$o da

    controvrsia" 3le0andre versus 3rius" c&eou a conclus$o que a uniformiza$o de crenas dentro docristianismo teria que ser promovida de forma mais viorosa

    4omo o Papa naquela poca n$o tin&a poder para unificar as diferentes crenas reionais e" emparticular" para por fim ao principal pomo de disc2rdia" a diver.ncia de opinies quanto E naturezade 8esus" o @mperador convocou um 4onclio" con&ecido como 4onclio de +icia" tendo presididoparte das reunies 4onstantino" n$o era te2loo e nem mesmo crist$o" mas sim um polticoe0tremamente &)il e perspicaz para perce)er o que iria atender a seus interesses polticos Menos de? )ispos compareceram ao conclio" de um coleiado de cerca de : * Papa e a maior parte dos)ispos ocidentais" )oicotaram o encontro /o) press$o de 4onstantino" os )ispos presentes" c&earamfinalmente a um acordo so)re as doutrinas que deveriam ser aceitas por todos crist$os" sendo a maior

    parte delas incorporadas no 4redo de +icia 4omo &avia muitas correntes doutrinrias e interessesna @re(a daquela poca" o acordo o)tido entre os )ispos lem)ra os acordos polticos atuais Muitasconcesses foram feitas e )enesses prometidas" &avendo at o recurso e0tremo da destitui$o de aluns)ispos de seus caros" no caso de um rupo que n$o cedeu Es presses e sedues do @mperador

    3 doutrina oficial foi ent$o imposta" a ferro e foo" a todos os rupos crist$os 3luns resistiraminicialmente Mas" com o poder temporal da @re(a de #oma so)re assuntos reliiosos arantido pelastropas do @mperador" as dissenses foram sendo vencidas e os novos domas aceitos 3 partir deent$o" a virtude fundamental do crist$o passou a ser sua aceita$o do 4redo oficial da @re(a"transformado em doma" E semel&ana da tradicional o)edi.ncia E lei por parte dos (udeus 3viv.ncia dos ensinamentos do Mestre foi releada a seundo plano" e muitos desses ensinamentos

    foram sendo esquecidos com o passar dos sculos

    3 diversidade de doutrinas no seio da cristandade no incio do sculo @Q era refle0o da formacomo o movimento crist$o se e0pandiu ap2s a morte do Mestre udo indica que ap2s o retorno de8esus dos mortos" a Boa +ova espal&ou-se como foo em capim seco por todo o oriente mdio" porquase toda a !uropa at a 'r$ Bretan&a" no ocidente" e na dire$o do oriente c&eando at mesmo ERndia Oora da Palestina" comunidades foram esta)elecidas na /ria" MesopotHmia" 4&ipre" ao lonoda Ssia Menor onde &o(e a urquia" na 'rcia" em #oma" sul da @tlia" 3le0andria e 3lto !ito" na@lria e Aalmcia 9atualmente /rvia;" 'lia" !span&a" 3leman&a" unsia" 3lria" Marrocos e 6)ia3s converses eram espontHneas e o entusiasmo era a principal caracterstica do seuidor de 8esusPodemos inferir que os discpulos do Mestre espal&avam a Boa +ova com a marca da simplicidadeque caracterizou a vida do manso e compassivo nazareno !m luar de doutrinas e domas quepoucos realmente entendiam" os ensinamentos eram simples e pautados pelo e0emplo

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    * sentimento apocalptico eneralizado entre as primeiras comunidades crist$s" de que o fim dostempos estava pr20imo" era o principal incentivo de suas atividades missionrias 3 Boa +ova tin&aque ser levada aos pa$os o mais rapidamente possvel" antes que fosse tarde demais * cristianismoera considerado como uma relii$o de reden$o !sse movimento o)teve especial alento com ae0puls$o dos &elenistas da Palestina 7*s (udeus crist$os foram e0pulsos da Palestina durante aPrimeira 'uerra 8udaica 9JJ-= 1-1J; +o entanto" um fato con&ecido dos &istoriadores que o#ei Ierodes morreu no ano F a4" portanto" quatro anos antes da data de nascimento eralmenteatri)uda a 8esus * Papa" recon&ecendo essa e outras incoer.ncias &ist2ricas relacionadas com a vidade 8esus" vem estimulando os &istoriadores a desco)rir as verdadeiras datas de nascimento e morte do/alvador 3pesar de n$o termos ainda nen&um resultado incontestvel dessas pesquisas" as suestes

    variam de que 8esus teria nascido cerca de sete anos antes de nossa era" refer.ncia preferida poraluns estudiosos liados ao Qaticano" e at mesmo que ele teria nascido 1G anos antes da datatradicional"[K]sendo con&ecido como 8es&ua )en Perac&ia

    4aso se(a comprovada uma data mais distante para o nascimento do Mestre" isso resolveria oconstranedor questionamento de que n$o e0iste nen&uma comprova$o &ist2rica de que 8esusrealmente ten&a e0istido *s &istoriadores s$o muito enfticos a esse respeito" pelo fato de que tanto o/indrio (udaico quanto o overno romano na Palestina realizavam censos populacionais peri2dicospara determinar com precis$o a popula$o masculina do territ2rio" pois era so)re os &omens de maisde quatorze anos que incidia o imposto que era recol&ido com m$o de ferro pelo !stado *ra" alunsdesses reistros das tr.s dcadas em que eralmente se considera que 8esus teria vivido ainda est$o

    disponveis" e nen&um deles possui qualquer indica$o da e0ist.ncia 8esus e de seus familiaresDualquer que possa ter sido o ano em que 8esus realmente nasceu" provvel que sua morte ten&aocorrido )em antes do ano ? de nossa era ,ma indica$o disso o fato de que" por volta da dcadade F" ( &avia rande nmero de comunidades de seuidores de 8esus espal&adas pelo oriente mdio"norte da Sfrica" Ssia Menor e por quase toda a !uropa e at na Rndia 4omo os meios de transporte ecomunica$o eram muito rudimentares naquela poca" essa e0tensa propaa$o do cristianismo deveter demandado muito mais tempo para ocorrer

    3 data da prepara$o dos evanel&os em sua vers$o final deve ter ocorrido provavelmentetam)m mais tarde do que normalmente aceita pela @re(a 9

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    3inda que n$o e0istam documentos daquela poca comprovando quando os evanel&os foramrealmente preparados" e0iste" no entanto a prova contrria" representada pelo 7que no se faloudeles7 /inifica dizer que" se os evanel&os atuais estivessem disponveis e fossem aceitos como osmais fidedinos" seria de esperar-se que os a)undantes documentos escritos pelos padres da @re(adurante o final do sculo @ e a primeira metade do sculo @@ tivessem feito refer.ncias a eles e" mel&orainda" citassem a vida e o ministrio de 8esus a partir desses documentos can5nicos

    !sse raciocnio levou vrios &istoriadores ))licos a vascul&ar as o)ras dos mais con&ecidosescritores daquele perodo e o resultado foi neativo 3ssim" que" nas o)ras con&ecidas dos maisaut.nticos escritores eclesisticos" como 4lemente de #oma" Barna)s" Iermas" Policarpo e os )ispos@ncio e Papias" n$o feita nen&uma refer.ncia direta aos quatro evanel&os Mas" talvez a provamais contundente ven&a de uma das mais reverenciadas personalidades da @re(a" 8ustino" o mrtir!le foi um escritor prolfico" tendo vivido de 11 at 1JG" quando sofreu o martrio /uas o)ras forame0aminadas por conceituados eruditos ))licos 94assel" Teeler" isc&endorf;" e nelas foramidentificadas ?1F citaes do 3ntio estamento" das quais 1: anos !sse fato de suma importHncia paraentendermos a raz$o da considervel disparidade de doutrinas dentro da famlia crist$ no sculo @Q"que levou 4onstantino a air de forma t$o radical" com a institui$o forada de um con(unto dedoutrinas que viesse a unificar a crena da nova relii$o oficial do @mprio

    3 dissemina$o da Boa +ova

    3p2s a ressurrei$o de 8esus e sua apari$o Es mul&eres e aos discpulos" o Mestre passou alumtempo preparando-os para a miss$o que viriam a cumprir 3inda que a tradi$o insista em afirmarque 8esus tin&a somente doze discpulos" a verdade que esse nmero era )em maior" provavelmentemais de setenta 96c 1=1; 3o trmino de sua miss$o terrena" 8esus instou seus discpulos a levaremaos povos de outras naes os con&ecimentos da Boa +ova" e a ensin-los a o)servar tudo o que&aviam aprendido com ele 9Mt >K=1:->; *s discpulos" ent$o" fortalecidos pelo retorno de 8esus dosmortos e devidamente preparados para sua miss$o" partiram para e0ecut-la !les tornaram-sepreadores itinerantes do evanel&o passando pelas cidades da Palestina e" aluns deles" por alumascidades em pases vizin&os !m @srael o seu tra)al&o foi facilitado pelas preaes anteriores dopr2prio Mestre" que em vrios luares tin&a dei0ado ncleos de simpatizantes

    +os primeiros anos a e0pans$o do cristianismo deveu-se ao entusiasmo e carisma dos ap2stolos ediscpulos Mas" com a reestrutura$o social que se o)servava nessas primeiras comunidades" seu

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    e0emplo tornou-se contaioso 3 e0pans$o do cristianismo n$o era tanto a e0pans$o da @re(a" comoum resultado da miss$o evanelizadora que passou a ser feita em todos os nveis sociais" por todos osconvertidos" que na maioria das vezes convenciam tanto pelo e0emplo como pela palavra 3scomunidades locais eram e0emplos de sociedades caridosas= 7*s mem)ros vulnerveis da sociedade"tais como vivas" 2rf$os" )e).s indese(veis e escravos vel&os podiam estar certos que seriamsustentados se pertencessem E ire(a7[:]

    /euindo a orienta$o e e0emplo de 8esus" os ap2stolos escol&eram por sua vez aluns discpulos epassaram a prepar-los" para arantir a continuidade do tra)al&o quando tivessem partido" poismuitos ( eram idosos[1]/endo discpulos fiis" seuiram a diretriz do Mestre" de ensinar de formadireta os mistrios do #eino aos seus discpulos" e de divular a Boa +ova ao povo em par)olas" ouse(a" de forma ale2rica 3 continua$o da prtica do ensinamento ao p)lico por meio de aleorias"especialmente par)olas" foi um dos principais fatores responsveis pelas diferenas de doutrinasencontradas mais tarde +o !vanel&o de Marcos dito que 8esus= 7nuncia'a+lhes a Pala'ra pormeio de muitas parbolas como essas, conforme podiam entender- e nada lhes fala'a a no ser em

    parbolas. seus discpulos, porm, e(plica'a tudo em particular7 9Mc F=??-?F;

    /a)emos pelos relatos dos evanel&os que a capacidade de compreens$o dos discpulos era

    )astante diversificada 4omo em todos os rupos de seres &umanos" aluns se mostraram capazes deaprender os mistrios da alma mais rapidamente e" portanto" estavam mel&or preparados para omaistrio do que os outros 3t mesmo a capacidade de lem)rana dos ensinamentos do Mestre deveter variado sinificativamente" em que pese a prover)ial mem2ria das pessoas que vivem uma vidamais simples" por n$o serem su)metidas" como nos dias de &o(e" ao )om)ardeio dirio de informaesde toda natureza" a maior parte das quais de pouca utilidade Podemos supor" ademais" que nem todosos discpulos estiveram presentes a todas as preaes e ensinamentos de 8esus Portanto" cada umdeve ter dado maior ou menor .nfase a certos ensinamentos e relatado os fatos &ist2ricos com seupr2prio colorido !ssa tam)m a e0plica$o para as diferenas marcantes encontradas nos quatroevanel&os can5nicos" como por e0emplo a enealoia de 8esus apresentada em Mateus e 6ucas 4omo tempo" e na aus.ncia de te0tos uniformes para orientar a prea$o dos discpulos e" mais tarde" dos

    discpulos deles" certas nuances de doutrina e .nfase na vida espiritual comearam a aparecer 4om opassar dos anos e das dcadas de transmiss$o oral dos ensinamentos" essas diferenas foram setornando mais marcantes" erando em aluns casos interpretaes e doutrinas diverentes entre osdiferentes rupos de seuidores de 8esus

    *s discpulos provavelmente devem ter esta)elecido certa sistemtica de apresenta$o de suaspreaes que viria a influenciar o ministrio de seus discpulos e das eraes posteriores deseuidores Parte dos ensinamentos p)licos era voltada para a quest$o tica" outra parte para aorienta$o da vida espiritual propriamente dita" ou se(a" como viver para alcanar o #eino dos 4us emais outra parte relacionada com a vida de 4risto e seu sinificado para a &umanidade I evid.nciastam)m de que os discpulos e seus seuidores cele)ravam" como parte do ministrio" certos rituais

    sacramentais" com .nfase na eucaristia em mem2ria do /alvador 4omo relata uma das maioresautoridades ))licas da atualidade= 73s refeies comunitrias que 8esus cele)rou com seusseuidores durante seu perodo de vida eram reularmente cele)radas como refeies escatol2icas dacomunidade !ssa refei$o" que era o)viamente uma refei$o reular completa" tornou-se assim um)anquete messiHnico" de forma anloa Es refeies dos ess.nios7[11]

    Aentre os quatro sementos do ministrio dos discpulos de 8esus 9tica" espiritualidade" vida de8esus e rituais;" a @re(a preferiu mais tarde dar .nfase aos dois ltimos 3 vida de 4risto" com suasimplicaes doutrinrias" serviu de )ase para o 4redo de +icia" que foi transformado em doma 3refei$o sacramental" mais tarde" foi modificada e estilizada" servindo de )ase para o principal ritualda @re(a" a /anta Missa" culminando na !ucaristia % claro que essa decis$o teve raves refle0os naforma$o da moralidade e na vida espiritual de rande parte da cristandade

    % importante frisar que os ap2stolos" seuindo o e0emplo do Mestre" dedicavam )oa parte de seutempo E inicia$o de seus discpulos nos Mistrios de Aeus 8esus indica que aos discpulos foi dado

    http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn9http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn10http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn11http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn9http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn10http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn11
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    con&ecer os 7Mistrios do #eino7 9Mt 1?=11L Mc F=11 e 6c K=1;" e Paulo afirma que 7/ realmente desabedoria que falamos entre os perfeitos, sabedoria que no deste mundo nem dos prncipes destemundo, 'otados 0 destrui#o. 1nsinamos a sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que Deus, antes dossculos, de antemo destinou para a nossa gl%ria? 91 4o >=J-

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    dominante se tornou aliada do @mperador 4onstantino" os rupos dissidentes" principalmente osn2sticos" foram declarados &erees e" a partir de ent$o" passaram a ser perseuidos

    3 tradi$o oral que orientava os primeiros preadores veio mais tarde a ser complementada porvrias o)ras atri)udas a aluns discpulos de 8esus ou de discpulos da seunda ou terceira era$oAentre elas poderamos mencionar= o !vanel&o de om 9considerado atualmente pela maioria dosestudiosos ))licos como t$o fidedino quanto os quatro evanel&os can5nicos;" [1?]os 3tos de om"o !vanel&o de Oelipe" Mem2rias dos 3p2stolos" o !vanel&o dos Ie)reus" o !vanel&o dos !pcios"o !vanel&o de +icodemos" o !vanel&o de Maria" 3tos de 8o$o" o !vanel&o do Pseudo-Matias emuitos outros 4onvm lem)rar que a @re(a aceita que os atuais evanel&os can5nicos foram escritoscom )ase em outros te0tos e0istentes apesar desses te0tos n$o terem sido identificados Oala-se de umpossvel te0to referido como D[1F]9inicial da 3uelle" Oonte em alem$o;" que teria sido a fonte daslogia" ou palavras do /en&or" usadas para a ela)ora$o dos evanel&os seundo Mateus e 6ucas" quen$o se encontram em Marcos +a ela)ora$o do !vanel&o de 8o$o teria sido utilizada uma fonte de 7sinais"7 os milares narrados na vida de 4risto

    3s controvrsias dos primeiros sculos foram em parte sanadas pela centraliza$o do poder na@re(a #omana 3luns rupos permaneceram arredios" e novas controvrsias suriram internamente

    no seio da @re(a" demandando confa)ulaes e decises em 4onclios numa tentativa de manter aunidade da doutrina oficial 3pesar do constante esforo para manter a unidade de crena"dissid.ncias continuaram a aparecer ao lono dos sculos" sendo eralmente de)eladas pela foraAentre esses movimentos" os mais importantes que ameaaram arran&ar a supremacia papal foram omovimento dos ctaros no sul da Orana" reprimido )rutalmente no sculo V@@@" )em como a violentacis$o com a @re(a *rtodo0a oriental e" mais tarde" a #eforma Protestante no sculo VQ@ 3pesardesses movimentos" em que pese o rande nmero de mortos envolvidos" poucas mudanas deimportHncia foram efetuadas na doutrina e na prtica da @re(a" mesmo as reformadas" desde4onstantino 4omo as e0pectativas reliiosas e espirituais dos povos s$o afetadas pelos cam)iantesvalores culturais de cada poca" n$o surpreendente que depois de tantos sculos e0ista &o(e umanseio t$o claro por mudana no seio da cristandade

    I. %D E:D(:+E:T%D '% C(DT(:(D+% 6(+(T(8%

    4omo as ire(as enfatizam mais a crena na pessoa e nos atri)utos de 8esus" em detrimento damensaem que ele nos leou" uma recorda$o dos ensinamentos divinamente inspirados do Mestre"que revolucionaram a vida de um nmero incontvel de pessoas" desde aquela poca at os dias de&o(e" sempre estimulante e necessria Aeve ficar claro" porm" que o o)(etivo deste tra)al&o n$o a

    apresenta$o sistemtica de todos os ensinamentos transmitidos aos primeiros crist$os * escopo" )emmais modesto" identificar a ess.ncia dos ensinamentos que permitiram naquela poca" e permitir$onos dias de &o(e" uma modifica$o radical na vida de seus seuidores 3t porque" ca)e lem)rar" osensinamentos internos s2 eram passados aos discpulos mais preparados e continuam sendoreservados !sses ensinamentos" como revelavam seredos so)re as leis ocultas da natureza" queproporcionam poder Equeles que deles dispem" sempre foram mantidos so) e0trema reserva para aprote$o do discpulo e daqueles que interaem com ele

    8esus demonstrou e transmitiu aos seus discpulos diversos poderes" sendo o mais proeminente ode cura * procedimento para o desenvolvimento desses poderes provavelmente estava associado aosrituais e sacramentos secretos que 8esus ministrava aos discpulos 4omo eles eram secretos" muitopouco mencionado na B)lia a seu respeito +o entanto" no !vanel&o de Oelipe feita a refer.nciade que= 7O )enhor fe& tudo num mistrio, um batismo, uma crisma, uma eucaristia, uma reden#o euma c4mara nupcial.7[1G]Pode parecer estran&o que o mais elevado 7mistrio7 se(a referido poraluns estudiosos como o da 7cHmara nupcial7 Porm" a e0peri.ncia dos msticos mais avanados"

    http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn13http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn13http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn14http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn15http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn13http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn14http://www.levir.com.br/raul2.php?msg=80#_ftn15
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    como por e0emplo" eresa de Svila e 8an van #uWs)roecU"[1J]descreve a ltima etapa da via msticacomo sendo equivalente a um casamento da alma com o 7Bem 3mado7

    Oelizmente" parte desses ensinamentos reservados ainda est E nossa disposi$o nos dias de &o(e %possvel ao crist$o moderno o)ter parte desses ensinamentos" que antes eram e0clusivamentereservados aos discpulos" com as c&aves interpretativas adequadas" como as que ser$o apresentadasno decorrer desta o)ra

    *s rituais e sacramentos secretos de 8esus visavam" por outro lado" proporcionar uma prepara$oacelerada de seus discpulos para a plena realiza$o do ministrio apost2lico *ra" se na vida materialquanto maior a velocidade de um veculo maior o risco de acidentes" por analoia" o mesmo deveocorrer com a acelera$o da velocidade de imers$o na vida espiritual Aa o cuidado e0tremado naescol&a dos discpulos e a constante aten$o do Mestre na prepara$o deles" que s2 foi ultimada ap2sseu 7retorno dos mortos7 3fortunadamente" da mesma forma como e0istem vrios camin&os levandoao topo da montan&a" & vrias sendas para a e0pans$o de consci.ncia que levam ao #eino *sensinamentos do cristianismo oriinal" direcionados como eram para a vida mstica" oferecem umaalternativa para a e0peri.ncia de Aeus e o acesso ao #eino sem os riscos inerentes ao camin&oacelerado interno

    * ministrio de 8esus" como entendido por seus discpulos diretos e por eles preado Es primeirascomunidades" visava a promo$o de uma mudana de atitude no ser &umano" redirecionando suavida !ra c&eado o momento do povo de @srael cam)iar da mera o)edi.ncia E 6ei Mosaica para umaatitude de maior responsa)ilidade frente E vida que caracteriza o &omem e a mul&er em suamaturidade 3 miss$o de 8esus visava despertar o povo da letaria espiritual dissimulada peloformalismo dos rituais nas sinaoas e no emplo e da estrita o)edi.ncia E 6ei

    Qia de rera" a criana e o (ovem est$o inteiramente voltados para o ozo da vida e oaproveitamento de todas as oportunidades para seu deleite" entretenimento e prazer /ua nicaresponsa)ilidade" na prtica" restrine-se E o)edi.ncia aos reulamentos impostos pela famlia e" mais

    tarde" pela escola e a sociedade Ae forma semel&ante" o povo (udeu era condicionado a crer desde ainfHncia que sua principal responsa)ilidade reliiosa era a o)edi.ncia aos J1? preceitos da 6ei +$otin&a sido preparado para pensar por conta pr2pria e" com isso" n$o era capaz de perce)er asinmeras ocasies em que a o)edi.ncia cea aos preceitos reliiosos conflitava com o cultivo do amorao pr20imo caracterizado pelo cuidado compassivo aos necessitados e sofredores" como e0emplificadona par)ola do )om samaritano 96c 1=?-?

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    Portanto" 8esus e seu pai terreno s$o apresentados como modelos de construtores a serem seuidospelos &omens % interessante notar que Paulo" o principal ap2stolo itinerante do /en&or" apresentado como fa)ricante de tendas" tam)m um construtor

    4omo em todas as lies ))licas" o ideal de construtor deve ser entendido como ale2rico *&omem c&amado a construir seu microcosmo )em como a participar na constru$o do mundomaior" o macrocosmo /endo o &omem o pr2prio microcosmo" ele deve passar a construir sua vidatanto em seus aspectos internos como e0ternos 4omo todo processo de constru$o comea do maissutil" da idia ou plano" ou se(a" do interior" o &omem deve promover sua transforma$o interior paraque ela se reflita tam)m no e0terior Mas a recproca tam)m verdadeira oda mudana em nossanatureza e0terior" em seus &)itos e virtudes" ser refletida em nosso interior Portanto" o &omemdeve assumir a responsa)ilidade pela constru$o de sua vida" aperfeioando tanto seu e0terior quantoseu interior Mas" como o ser &umano uma totalidade" ele deve promover tam)m a intera$o desuas naturezas interior e e0terior

    * construtor responsvel e e0periente cuidadoso na escol&a dos materiais usados em sua o)ra!sses materiais no &omem s$o suas aes" palavras e pensamentos" que devem ser conscientementeescol&idos e n$o apresentar nen&uma mcula" pois nen&uma impureza deve ser incorporada ao

    aca)amento de sua o)ra" desfiurando-a ,ma constru$o deve atender aos requisitos defuncionalidade e esttica e estar em &armonia com o meio am)iente 4ada um de n2s deve identificara fun$o que dar para sua o)ra" ou se(a" a sua vida /ua casa" isto " a natureza e0terior do &omemcomo apresentada fiurativamente na B)lia" deve ser )ela n$o s2 aos ol&os mas principalmente aocora$o * padr$o de )eleza a ser seuido o das caractersticas permanentes interiores e n$o daspassaeiras e0ternas" ou se(a" as virtudes que eno)recem o &omem !ssa constru$o tam)m deveestar inserida &armonicamente no am)iente em que o &omem vive

    3 necessidade de &armonia com o meio am)iente remete-nos ao seundo aspecto da constru$opela qual o &omem maduro deve se responsa)ilizar 4omo todo &omem um mem)ro da randefamlia &umana" sendo mais uma e0press$o do Aivino ,m" na medida em que vai se tornando mais

    apto na constru$o de seu microcosmo" passa a entender que ele n$o est sozin&o no mundo e quetodos seus irm$os est$o" como ele" interaindo de forma interdependente Duanto mais a constru$ode um microcosmo se &armoniza com o am)iente em que vive" mais fcil torna-se para seus vizin&ospromoverem suas construes individuais e se &armonizarem com os outros Duando o tra)al&o nomicrocosmo estiver terminado" ou se(a" quando o &omem alcanar a perfei$o" definida por Paulocomo 7a estatura da plenitude de 2risto?" sua responsa)ilidade ser inteiramente voltada para aconstru$o do mundo maior" do macrocosmo" como verificamos no ministrio de 8esus e" em menorrau" no tra)al&o apost2lico de seus discpulos

    Porm" a participa$o do &omem na constru$o do mundo maior n$o comea somente quando elealcana a perfei$o Duando isso ocorre o &omem passa a dedicar-se inteiramente ao tra)al&o e0terno

    de coopera$o na mel&oria das condies de vida e0terna e interna de seus semel&antes +o entanto")em antes disso" a partir do momento em que manifesta seu dese(o de seuir o Mestre e tornar-se umtra)al&ador na seara do /en&or" ele deve dividir seu tempo e sua aten$o entre a constru$o de seumicrocosmo e sua coopera$o no tra)al&o maior * primeiro passo nessa coopera$o com o tra)al&omaior considerar todas as tarefas de sua vida como contri)uies para a &armonia e o )em estar deseus irm$os !ssa atitude especialmente importante no tra)al&o profissional udo o que fizermosdeve ser )em feito e realizado com amor" como se nosso c&efe ou cliente fosse o 4risto" o que a purarealidade" apesar de n$o nos darmos conta disso

    ,ma parte importante de nosso proresso na senda espiritual depende de nosso comprometimentoverdadeiro com o )em estar espiritual da &umanidade * proresso ser mais rpido na medida emque nosso cora$o demonstrar uma determina$o crescente para a(udar a &umanidade" secando suaslrimas" promovendo a sade do corpo e da alma de nossos irm$os e" so)retudo" procurandodiminuir a inorHncia" que a causa raiz por trs de todos pecados que causam o sofrimento &umano* tra)al&o de salva$o" porm" deve seuir o modelo esta)elecido pelo Mestre= ensinar as leis e

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    processos relacionados E vida espiritual com nossas palavras e principalmente com nosso e0emplo e"n$o menos importante" respeitar o livre ar)trio das pessoas com muito amor e compreens$o para omomento de vida de cada um

    Aiferentemente dos pro(etos de constru$o no mundo material" que c&eam ao seu trmino" aconstru$o da vida do &omem dinHmica e nunca termina * &omem e o universo evoluem sempre+$o & limite para o crescimento espiritual 3s idias muitas vezes apresentadas de que no cu o&omem passar a eternidade contemplando a Aeus passivamente" ao som da msica anlica" umadistor$o da verdade X medida que o &omem proride na escala evolutiva" ele ser sempre c&amadoa cooperar em tarefas cada vez mais amplas e comple0as" se(a neste mundo se(a em outros planos danatureza

    Qemos" portanto" que a ess.ncia do ministrio de 8esus era nos despertar para a responsa)ilidadeda constru$o de nossa vida e ensinar-nos como fazer isso 3 forma como 8esus ministrava suas lies"com par)olas que e0iiam o ena(amento mental de seus ouvintes para entend.-las" era uma formade promover essa mudana de atitude * ensinamento divino n$o era t$o detal&ado e e0plcito" comoseria apropriado a uma &umanidade infantil que s2 precisava aprender a o)edecer" mas era simindicativo" suestivo" para que o &omem aprendesse a pensar por conta pr2pria * esperado para o

    (udeu antio era que fosse o)ediente E 6ei Mas" o seuidor de 8esus" aora responsvel por sua vida"deve tornar-se um 7)uscador da verdade7

    odo ministrio do Mestre visava" portanto" promover a nossa autotransforma$o !ssa palavra realmente apropriada" pois n$o se trata somente de transforma$o" mas de mudarmos a n2s mesmosAai a importHncia da responsa)ilidade para com nossa pr2pria vida /omente assim poderemosdei0ar para trs o vel&o &omem e promover o nascimento do &omem novo" para quem est$o a)ertasas portas do #eino dos 4us

    Para aluns crist$os que con&ecem )em a B)lia" pode parecer estran&a essa refer.ncia Eautotransforma$o como essencial para a salva$o 3 raz$o disso foi um infeliz lapso na tradu$o de

    uma das passaens lapidares do evanel&o 8o$o" o )atista" o precursor do 4risto" apresentadoapreoando= ?rrependei+'os, porque o 7eino dos 2us est pr%(imo? 9Mt ?=>; Porm" no oriinalreo do evanel&o" a palavra traduzida como 7arrependei-vos7 9 ; sinifica" na verdade" 7mudem a vossa mente7" 7renovem o vosso contedo mental7 ou" simplesmente" 7transformem o vossointerior7 3 mente de todo aquele que aspira entrar no #eino dos 4us deve ser retirada das coisasdeste mundo e voltada para a )usca da realidade interior 3ssim" o #eino dos 4us estar cada vezmais pr20imo E medida que nos transformarmos interiormente" mudando o foco de nossa aten$o doe0terior para o interior

    4uriosamente" essa passaem 9Mt ?=>; na vers$o aramaica 9aramaico era a lnua em que 8esuspreava; da B)lia" plena de sinificados e conotaes que nos remetem tam)m ao ensinamento detransforma$o e n$o de arrependimento /ua tradu$o apresentada como= ?8oltem* 7etornem 0unio com a 9nidade, como o mar fluindo de 'olta 0 costa com a mar. 'iso que capacita, o ?1u

    Posso? do cosmo, o reinado de tudo que 'ibra, o reino dos cus chega neste momento* 1le se acerca,tocando+nos, arrebatando+nos, pu(ando+nos de 'olta para o ritmo de 'ibra#o com o 9m.?;

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    * contraste entre os enfoques de arrependimento de nossos pecados" por um lado" e de mudanainterior para construir nossas vidas" por outro" est presente nas duas randes correntes teol2icas docristianismo" que poderamos c&amar de 7tradi$o da queda e reden$o7 e 7tradi$o centrada nacria$o7 @nfelizmente" para a vida espiritual do crist$o" a primeira corrente vem dominando aforma$o eclesistica de cat2licos e protestantes ao lono dos sculos !la remonta principalmente a3ostin&o 9?FG-F? d4;" tendo como rande e influente e0poente &omas E Tempis 91?K-1F d4;

    * foco da aten$o da tradi$o da 7queda e reden$o7 o pecado e a neatividade" com .nfase nopecado oriinal /eu ponto alto a morte de 8esus na cruz /ua espiritualidade )aseada namortifica$o do corpo" no controle das pai0es e no arrependimento Para ela a vida eterna vemdepois da morte Prea a o)edi.ncia e o sentimento de culpa Para essa escola a &umanidade pecadora * esforo dos fiis deve ser a constru$o da @re(a" pois o #eino apresentado como

    e0presso pela @re(a8 para a tradi$o 7centrada na cria$o"7 tudo comea com Dabhar9&e); a eneria criativa de

    Aeus" eralmente traduzida como a Palavra" o Qer)o /ua .nfase a ).n$o oriinal /eu ponto alto a ressurrei$o de 8esus /ua espiritualidade )aseada na disciplina para o renascimento outransforma$o interior" que ocorre no .0tase" na pai0$o da )em-aventurana Prea a criatividade e oaradecimento pela vida e a raa Para ela a &umanidade divina" ainda que capaz de escol&aspecaminosas e mesmo dia)2licas * esforo dos fiis deve ser a constru$o do #eino" sendo eleequivalente E cria$o" ao cosmo[1K]

    4omo os seres &umanos est$o em diferentes estios do camin&o espiritual e" devido a seus

    temperamentos diferentes" s$o mais facilmente tocados por determinados enfoques" verificamos que oMestre repetia seuidamente o mesmo ensinamento so) Hnulos diferentes 3 pedaoia divina visavafacilitar o aprendizado dos fil&os de Aeus" levando em conta suas inmeras limitaes" repetindo amesma li$o de formas diferentes" at que ela fosse aprendida * processo de renova$o" ourenascimento interior" que ocorre com todo aquele que )usca tril&ar o camin&o espiritual" permite e"na verdade" asseura que" uma vez iniciado o processo de autotransforma$o" o devoto passar aincorporar em suas prticas e0atamente aquilo que ele mais necessita para dar o pr20imo passo

    Por isso estamos confiantes que os ensinamentos essenciais que ser$o apresentados ao lono destetra)al&o podem atender aos anseios da alma de todo aquele que )usca o #eino * Aivino pedaoonos leou aluns instrumentos que permitem interar" de forma natural" a ess.ncia de seus

    ensinamentos transformadores em nossa vida !sses instrumentos podem ser arupados em doisnveis= 91; o fundamento de uma vida tica" para os que anseiam mel&orar sua qualidade de vida" paraassim promover a paz interior e a &armonia no Hm)ito familiar e social" e 9>; a ess.ncia da vidaespiritual" para os que sentem o c&amado interno para entrar pela porta estreita e seuir o camin&oapertado que leva ao #eino" ou se(a" E e0peri.ncia de Aeus 4om esses instrumentos podemosrestaurar a paz e o contentamento na nossa vida diria e atender os anseios de nossas almas deacelerar nossa viaem de retorno E 4asa Paterna" como fil&os pr2dios que somos

    J. 6(+E( ET6- 8(' AT(C

    !sta)elecendo a funda$o

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    3 tica eralmente confundida com a moral" e por )oas razes" pois at mesmo os especialistasde filosofia moral n$o est$o inteiramente de acordo so)re a reparti$o do sentido entre os dois termos=moral e tica[1:]3 maior parte dos fil2sofos" porm" suere que tica" do reo ethos" a moradasocial do &omem" a estrutura de seu comportamento social construda ao lono do tempo %tico tudoo que a(uda a tornar mais &armonioso o am)iente &umano em suas dimenses material" psicol2ica eespiritual Moral" do latim mores" e0pressa as tradies e costumes de um povo" com seu sistema devalores 4ada cultura tem seu c2dio moral 3 moral deve a(ustar-se" com o passar do tempo" Esmudanas de valor da sociedade" para renovar-se em sintonia com a mais alta tica

    3 constru$o da tica superior deve comear necessariamente por sua funda$o Para ser s2lida" afunda$o deve estar so)re a roc&a" sempre que possvel +um sentido fiurativo" a roc&a s2lida queconstitui a )ase dos ensinamentos do Mestre deve" necessariamente" representar alum fundamento"aluma lei )sica e imutvel que tudo overna no mundo e cu(a fun$o se(a promover o retorno E&armonia da vida no mundo Dual seria esse fundamento de seu ministrio7 Podemos identificaraluma lei ou princpio &armonizador que est por trs de todos os fen5menos fsicos" qumicos")iol2icos" psicol2icos e espirituais7

    /e procurarmos atentamente na B)lia e em outros te0tos inspirados da tradi$o crist$" vamos

    verificar que essa lei que est por trs de todos os fen5menos no mundo a lei de causa e efeito +ooriente ela c&amada de lei do carma" e ocupa um luar central em todos os ensinamentos espirituais3 lei da causa$o universal" como tam)m c&amada" conseqN.ncia natural da unidade de tudo oque e0iste no mundo" pois" se tudo vem de Aeus e tem um papel no Plano Aivino" tudo deve estarintimamente liado e inter-relacionado Para entendermos a unidade da vida" podemos considerar aerra como um iantesco oranismo vivo do qual somos clulas" inorantes de nossa unidade einterdepend.ncia como as clulas do corpo &umano Mas a inorHncia da interdepend.ncia celularn$o isenta cada unidade da responsa)ilidade pelo cumprimento de seus deveres no con(unto dooranismo 3s fal&as de uma unidade s$o sentidas pelo oranismo como um todo e"conseqNentemente" afetam na mesma medida a clula que iniciou o movimento pertur)ador

    !m todos os planos e todas as reas de nosso mundo" os efeitos seuem suas causas e" no devidotempo" retornam E sua fonte *s cientistas identificaram essa lei que ree a natureza fsica" enunciadapela primeira vez em 1JK>" pelo fsico @saac +eYton" sendo con&ecida como a terceira lei de +eYton= 73 toda a$o corresponde uma rea$o iual em sentido contrrio7 Por essa raz$o" a natureza naerra" os planetas e as estrelas s$o tam)m reidos pela ine0orvel lei da causa$o universal Qistoso) outro Hnulo" a lei de causa e efeito o inter-relacionamento de tudo o que e0iste no mundo !sseinter-relacionamento sempre e0istiu" n$o tendo comeo nem fim

    3 lei de causa e efeito particularmente importante na vida do &omem udo est reido por ela/e comermos em demasia 9a causa;" sentiremos dor de )arria ou enordaremos 9o efeito; /episarmos num caco de vidro andando descalos iremos cortar o p e sentir dor Mas as relaes de

    causa e efeito n$o se limitam aos aspectos fsicos de nossa vida *s aspectos morais e psicol2icos denossa intera$o com o mundo tam)m s$o reidos pela lei de retri)ui$o universal *s mandamentosde todas as reliies" instando o &omem a n$o fazer o mal a seus semel&antes" s$o e0presses naturaisda 7lei7 3 lei de retri)ui$o far com que a conseqN.ncia do mal que causamos aos outros se(ae0perimentada por n2s" mais cedo ou mais tarde * mesmo ocorre com o )em que fazemos= fazer o)em aos outros semearmos felicidade para n2s +esse sentido" a lei de retri)ui$o universal poderiaser considerada" de forma simplificada" como um )oomeran c2smico= tudo retorna ao seu ponto deoriem" com a mesma natureza e intensidade

    *)viamente" 8esus deu uma posi$o de destaque para a opera$o da lei de causa e efeito em seuministrio" como se comprova em diversas passaens dos evanel&os ,ma dessas passaensrelacionada E lei da causa$o universal" muitas vezes entendida como se referindo E lei mosaica= 7

    Porque em 'erdade 'os digo que, at que passem o cu e a terra, no ser omitido nem um s% i, uma s%'rgula da lei, sem que tudo seja reali&ado7 9Mt G=1K; 4omo a lei mosaica" alm da revela$o dos dezmandamentos rece)idos de 8eov no Monte /inai" &avia incorporado um rande nmero de preceitos

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    tradicionais do povo (udeu" 8esus n$o iria afirmar que essas leis dos &omens" mutveis como s$o"(amais seriam alteradas ou omitidas" at que se passem o cu e a terra +o entanto" a lei de causa eefeito" sendo uma lei c2smica que ree toda manifesta$o" eterna e imutvel udo ser realizado" ouse(a" todos efeitos ser$o e0perimentados por seu causador * fato de a lei mosaica incorporar vrioscostumes (udaicos que n$o foram prescritos por 8eov tornado e0plcito nos evanel&os" como pore0emplo= ?)abeis muito bem despre&ar o mandamento de Deus para obser'ar a 'ossa tradi#o?9Mc

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    para vencer as provaes sempre ser$o atendidos" o que )em diferente da e0pectativa de muitos fiisde que Aeus ven&a a alterar nossas contas pendentes com a (ustia universal

    * ser &umano foi colocado por Aeus na escola da vida provido de discernimento e de livre-ar)triopara efetuar seu aprendizado" como indicado por Paulo= 7Discerni tudo e ficai com o que bom7 91 sG=>1; Para isso ele deve assumir a responsa)ilidade por seus atos 4onseqNentemente deve estarpreparado para col&er a conseqN.ncia de suas aes /omente quando o &omem torna-se inteiramenteconsciente da responsa)ilidade ltima por sua vida que passa a viiar suas aes" palavras epensamentos Duando isso ocorre" ele passa a construir sua vida de forma responsvel e intelienteL apartir de ent$o estar fazendo rpido proresso rumo ao #eino dos 4us

    lei: garantia da justi#a di'ina e da perfei#o do homem

    lguns dos ouvintes de )esus devem ter ponderado, como muitos cristos nos dias deo!e, que a !usti"a divina no era certa, ou que pelo menos era demasiada lenta, para que)esus dissesse- &E Deus no faria justia a seus eleitos que clamam a ele dia e noite,

    mesmo que os faa esperar? Digo-vos que lhes far justia muito em breve& >1c K-L3K?.inda que a !usti"a divina possa tardar no conceito temporal dos omens, que gostariamde ver uma retri$ui"o quase que instant9nea, ela cegar impreterivelmente. % efeito deveseguir a causa, assim como o dia segue a noite, porque a lei transcende o tempo e oespa"o. !usti"a sempre ser feita no seu devido tempo. parentemente, no entanto,alguns omens desonestos, corruptos e cruis parecem escapar da !usti"a dos omens eda de 'eus durante toda a vida. inda que isso possa realmente ocorrer em alguns casos,um outro fato assegura que, no seu devido tempo, a !usti"a ser feita. Esse fato areencarna"o, uma realidade conecida e aceita pela maior parte dos povos antigos,inclusive pelos !udeus.

    'entre as diferentes seitas !udaicas, somente os saduceus no acreditavam nareencarna"o. %s fariseus, essnios e ca$alistas aceitavam a reencarna"o, geralmentereferida como ressurrei"o. 'e acordo com o istoriador !udeu Mlvio )osefo >IL3NI d.C.?,em sua o$ra 5ist2ria dos 5e$reus, os fariseus tinam uma cren"a um tanto curiosa, pois,para eles as almas imortais eram !ulgadas ap2s a morte do corpo fsico, sendorecompensadas ou castigadas segundo foram em sua vida terrena. Degundo eles, as almasdos mpios eram retidas prisioneiras nesse outro mundo, enquanto as almas dos !ustosvoltavam 0 terra para progredir rumo 0 perfei"o.

    % termo $$lico usado para referir3se 0 reencarna"o &ressurrei"o&. 6ara os !udeus, apalavra ressurrei"o pode ser entendida como ressurgir, regressar ou levantar3se do lugar

    onde se estava deitado, retornar ao ponto de partida. :a Deptuaginta >ntigo Testamentotradu*ido para o grego? e no :ovo Testamento, o termo grego usado palingenesia>palisOde novoP gnesisO nascimento?. %s cristos ortodoxos que acreditam na &ressurrei"o dacarne& deveriam ponderar como sua cren"a se conforma com o ensinamento de 6aulo deque ?a carne e o sangue no podem herdar o eino de Deus, nem a corrupo herdar aincorruptibilidade?> Co =-=N?, ensinamento tam$m registrado por )oo- ?! Esp"rito #que vivifica, a carne para nada serve?>)o G-GI?.

    * ser &umano n$o seu corpo fsico !sse corpo apenas sua roupaem de carne" o instrumentode e0perimenta$o no mundo fsico usado pelo verdadeiro &omem" a alma !ssa roupaem fsica usada pela alma at que ven&a a ser descartada" como faz o &omem com suas roupas estraadas ouvel&as e sem utilidade * &omem" E semel&ana das plantas sazonais" nasce" cresce e" ao fim daesta$o" morre" para renascer no ciclo seuinte da semente que dei0ou para trs !sse o sentido docarma" a vida continua e nada (amais perdido na vida do ser &umano % por isso que Paulo dizia= ?

    5o desanimemos na prtica do bem, pois, se no desfalecermos, a seu tempo, colheremos7 9'l J=:; 3

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    lei n$o tem nen&uma limita$o temporal /e as circunstHncias da vida n$o permitirem que ven&amosa col&er os frutos de nossas )oas aes ou paar o preo de nossos erros na atual encarna$o" todasessas aes" positivas e neativas" permanecer$o reistradas no arquivo divino indelvel" para seremrelem)radas e recompensadas na ocasi$o propcia" ainda que isso possa demandar vriasencarnaes" ou aluns mil&ares de anos

    !ssas verdades ( eram con&ecidas pelos antios (udeus * salmista contrasta a imuta)ilidade do/en&or com a constante mudana dos &omens= ?1les perecem, mas tu permaneces, eles todos ficam

    gastos como roupas, tu os mudars como 'este, eles ficaro mudados, mas tu e(istes, e teus anos jamaisfindaro*?9/l 1>=>K; *s corpos fsicos dos &omens s$o apresentados nessa passaem" como natradi$o oriental" como vestimentas do esprito que &a)ita no &omem" que de tempos em tempos s$otrocadas 3 reencarna$o representa a peri2dica mudana e0terior" ap2s a passaem do &omem pelo

    Aeol9oBadesdos &e)reus;" com a morte do corpo fsico

    reencarna"o um elemento imprescindvel no 6lano 'ivino. :osso ideal ;ltimo deperfei"o registrado pelo pr2prio +estre na famosa in!un"o- ?Deveis ser perfeitos como ovosso $ai celeste # perfeito?>+t =-JK?, s2 poder ser alcan"ado se tivermos um n;meroconsidervel de oportunidades para cursar a escola da vida, ! que o currculo para

    gradua"o na perfei"o extenso e, com freqQncia, temos que repetir a mesma matriavrias ve*es at aprender aquela virtude com maestria. % eterno processo evolutivo,governado pelas leis dos ciclos e de causa e efeito, far com que toda alma retorne 0escola da vida, por muitas e muitas ve*es, para continuar seu progresso, retomando a vidado ponto em que avia alcan"ado anteriormente, tanto no que se refere a donsdesenvolvidos como a fraque*as e vcios. A nesse sentido que o omem o criador de seupr2prio microcosmo, criando as condi"#es que ter que enfrentar no futuro por meio desuas a"#es, palavras e pensamentos no presente.

    concep"o teol2gica de que 'eus nos d situa"#es inteiramente diferentes na vida, eque mesmo assim todos devem o$ter o mesmo resultado, ou se!a, a perfei"o numa ;nica

    vida, um atentado 0 inteligncia e ao $om3senso. 6rocuremos imaginar 'eus criandotodo o Hniverso, levando para isso mais de do*e $il#es de anos, promovendo umcomplexo processo evolutivo em nossa Terra, envolvendo peri2dicos movimentostectBnicos, dramticas transforma"#es geol2gicas e progressivas transforma"#es da florae da fauna por mais de quatro $il#es de anos, para que tivssemos agora condi"#esexcepcionais para a vida umana. 'epois de construir la$oriosamente esse imensocenrio c2smico, esse 'eus s$io, implementando Deu 6lano grandioso e complexo cominfinita pacincia, esta$elece para o omem, a o$ra prima de toda a cria"o, a meta dealcan"ar a perfei"o. (maginemos agora, que depois de todo esse imenso e lento tra$alo,por ra*#es que escapam ao nosso entendimento, 'eus de repente se tornasse impacientee exigisse que seus filos alcan"assem a perfei"o numa ;nica vida, apesar de todas as

    diferen"as de oportunidades que seriam dadas a eles. 6oderamos conce$er agora que'eus, movido pela divina compaixo, ! que 'eus amor incondicional, condenasse todosseus filos amados que falassem nessa dificlima misso a sofrer tormentos excruciantese inconce$veis num inferno eterno& Esse 'eus s2 pode ser conce$ido por mentalidadesdesinformadas ou at mesmo doentias, que vice!am em indivduos alienados dosverdadeiros ensinamentos do +estre de amor.

    s diferentes encarna"#es nada mais so do que a opera"o da lei dos ciclos, ditada pelanecessidade da lei de causa e efeito, para que todos os efeitos se!am experimentados porseu causador original. De no ouvesse reencarna"o no seria possvel a opera"o da!usti"a divina assegurando que a retri$ui"o ocorra sempre na mesma intensidade enature*a da causa original. lguns te2logos alegam que a !usti"a divina ser reali*adadepois desta vida, no cu ou no inferno. +as, como criaram um cu e um inferno eternos,criaram tam$m uma eterna in!usti"a teol2gica >no divina?, pois nem a intensidade nem anature*a original sero respeitadas nesse cu ou inferno. %ra, se o inferno eterno, um

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    erro que tivesse resultado num sofrimento de dura"o limitada para nosso pr2ximo, seriacastigado com um sofrimento eterno, o que seria uma intensidade infinitamente maior doque o efeito causado, o que iria contra a !usti"a divina. lm disso, a nature*a do prmioou do castigo no seria respeitada, pois esses seriam concedidos num &lugar& diferentedas condi"#es terrenas. %s !udeus ! sa$iam que o castigo no inferno no era eterno,como indicado na passagem- ?! %enhor # compai&o e piedade, lento para a c'lera echeio de amor( ele no vai disputar perpetuamente e seu rancor no dura para sempre?>D1 NI-K3F?. palavra &disputar& seria mais apropriadamente tradu*ida como &repreender&, e &rancor& como &ira&. ira e a repreenso do Denor referem3se 0 opera"oda lei do carma por meio da reencarna"o.

    * carma e a reencarna$o s$o componentes intimamente liados da lei dos ciclos" pela qual orande Plano Aivino seue seu curso em nosso planeta /e a nica (ustia e0istente fosse a dos &omens"o mundo seria um caos insuportvel" reido pela lei da selva que prioriza sempre o mais forte Mas a

    (ustia divina opera por meio da lei de causa e efeito" sem nen&um limite temporal em virtude dasreencarnaes peri2dicas das almas ao lono dos mil.nios" at que" ap2s incontveis eras" o PlanoAivino se(a consumado na &armonia e perfei$o do #eino de Aeus na erra" com toda a &umanidadefazendo parte da rande 4omun&$o dos /antos

    ,m nmero crescente de pessoas vem passando por e0peri.ncias que confirmam" ao menos paraelas" terem vivido outras vidas no passado !m aluns casos essas e0peri.ncias ocorrem naturalmente"como resultado de uma mem2ria su)liminar que permite" eralmente a crianas e (ovens quereencarnaram poucos anos depois de sua morte" recordarem-se com rande detal&e de sua vidaanterior Mas a maior fonte de informa$o tem sido o)tida em estados alterados de consci.ncia emque s$o feitas reresses a vidas passadas 3luns mdicos e sensitivos desenvolveram tcnicas quepermitem essas reresses com resultados terap.uticos surpreendentes" pois identificam a raz$o decertos desvios comportamentais possi)ilitando sua cura[>]

    Aentre os estudiosos da tcnica de terapia de vidas passadas destaca-se o Ar @an /tevenson" professor

    de p2s-radua$o em psiquiatria na ,niversidade de Qirnia" que constatou mais de oitocentos casosde evid.ncia reencarnacionista *utro eminente estudioso o Ar Brian eiss" diretor de psiquiatriado Mount /inai Medical 4enter de Miami 3pesar de seu ceticismo inicial" o Ar eiss verificou quepacientes induzidos a viaens astrais 9fora do corpo; relatavam situaes contrrias Es suas crenasreliiosas +o caso desses pesquisadores" as concluses so)re a realidade da reencarna$o foi umcorolrio da prtica de reress$o utilizada como instrumento terap.utico" eralmente so) &ipnose"para tratamento e cura de diversas patoloias e pro)lemas de ordem fsica" emocional oucomportamental que resistiram a outras terapias convencionais

    +as, se a reencarna"o uma realidade, duas perguntas precisam ser respondidas- >?existe alguma men"o dela na 4$lia& e >

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    +o seu sentido ale2rico" porm" os que odeiam a 8eov s$o aqueles que n$o cumprem seusmandamentos 3lm disso" 8eov representa a opera$o impessoal da lei de causa e efeito 3 puni$oou recompensa concedida 9sim)olicamente at a quarta ou a milsima era$o; refere-se realmente Esreencarnaes daquela alma" at que a (ustia divina ten&a sido alcanada" pois para o carma n$o &limita$o temporal 3 refer.ncia ))lica ao castio dos fil&os do pecador tem uma raz$o esotricapara isso 4omo cada &omem o criador de sua pr2pria vida" por meio da lei de causa e efeito" suafutura encarna$o pode apropriadamente ser conce)ida como sendo seu 7fil&o7 3 vida continuasempre\ 3s tend.ncias o)servadas em cada pessoa s$o e0presses das tend.ncias adquiridas em vidaspassadas udo tem sua oriem no tempo e no espao

    Temos no ntigo Testamento, no 1ivro da Da$edoria de Dalomo, uma das passagensmais claras e explcitas so$re a realidade da reencarna"o como era entendida e aceitapelos !udeus- ?Eu era um jovem de boas qualidades, coubera-me, por sorte, uma boaalma( ou antes, sendo bom, entrara num corpo sem mancha?>D$ K3F3

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    da antiguidade, mostrando que a cren"a na reencarna"o era comum naquele tempo e que)esus era tido como um grande mestre mas no como um ser divino. Tam$m no existenenuma indica"o de que )esus teria condenado ou procurado corrigir a opinio daspessoas, deixando entender que ele poderia ser a reencarna"o de um dos profetas. Comoinstrutor da verdade, se a reencarna"o fosse uma doutrina falsa, )esus certamente teriaaproveitado a oportunidade para corrigir esse erro.

    8rias outras passagens indicam a aceita"o da reencarna"o >1c -I3LP +t L-F3IP )oI-3=P +c K-+t o senor daist2ria?, ainda que apresentada como uma entidade pessoal, na verdade representa aopera"o das leis universais impessoais que regem a manifesta"o de nosso mundo.6ortanto, &o senor& est sendo perfeitamente !usto ao entregar a cada um dos trsservos quantias diferentes- cinco, dois e um talento, ?a cada um de acordo com a suacapacidade?Em cada encarna"o, cada ser umano rece$e sua $agagem crmicaestritamente de acordo com sua capacidade, ou se!a, de acordo com os mritosacumulados em vidas anteriores. De o processo evolutivo no funcionasse dessa forma,fica difcil explicar como surgem os gnios da umanidade >das artes, da matemtica, dascincias etc.?, que desde crian"a demonstram talentos excepcionais, que no podem serexplicados meramente em fun"o do am$iente em que vivem. Esses dons extraordinrios

    das crian"as3prodgio s2 podem ser explicados pela reencarna"o, pois, em cada vida, oser umano continua seu processo evolutivo do ponto em que avia cegado em suaencarna"o anterior. 6or exemplo, +o*art compBs aos = anos uma sinfonia e aos , duas2perasP 4eetoven era um m;sico de talento aos N anosP 6aganini, o maior violinista queexistiu, deu, aos F anos, um notvel concerto em 7novaP 1i*st, deu aos F anos seuprimeiro concerto e aos J compBs uma 2peraP +icelangelo, aos K anos conecia todosos segredos da arteP Silliam Didis, aos < anos lia e escrevia, aos J falava J lnguas, aos Nresolvia os mais complexos pro$lemas de geometria, fa*endo uma conferncia notvelso$re a /uarta 'imenso.

    +as, como )esus ! tina alertado em outra ocasio, ?5quele a quem muito se deu, muitoser pedido, e a quem muito se houver confiado, mais ser reclamado?>1c

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    pr2xima encarna"o, os dons e qualidades desenvolvidos at ento, $em como maioresoportunidades, para que possam continuar a atuar na seara do Denor comresponsa$ilidades cada ve* maiores. % carma , portanto, o sustentculo do processoevolutivo.

    Mas" se a reencarna$o mencionada na B)lia" por que a @re(a n$o aceita essa verdaderecon&ecida por todas as outras randes tradies espirituais7 3 resposta a esse enima requer umaincurs$o nos meandros da poltica teol2ica da @re(a durante os primeiros sculos da &ist2ria docristianismo

    6aradoxalmente, a condena"o da doutrina da reencarna"o pela (gre!a ocorreu de formacircunstancial e indireta. Ela foi conseqQncia de uma solu"o poltica desastrada para acontrovrsia que perdurou por vrios sculos devido ao esta$elecimento da doutrina dadivindade de )esus. defini"o da nature*a divina de Cristo, apesar de esta$elecida noConclio de :icia >I

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    do (mperador )ustiniano, so$ protesto do 6apa 8irglio, e volte a aceitar essa lei universalensinada por )esus, que to importante para o nosso entendimento da !usti"a divina.

    regra de ouro

    3inda que o devoto possa estar convencido de que a lei de causa e efeito de fundamentalimportHncia para plasmar sua vida futura" da mesma forma como o presente a conseqN.ncia de seusatos" palavras e pensamentos no passado" nem sempre fica claro como esse con&ecimento pode serusado de forma prtica para orientar sua vida atual * Aivino pedaoo" sa)endo das dificuldadesusuais da mente &umana em traduzir con&ecimento eral em a$o prtica" leou-nos uma normainfalvel para orientar nosso comportamento dirio !la con&ecida na tradi$o crist$ como 7a rerade ouro7

    !ntre os maravil&osos ensinamentos do Mestre apresentados no /erm$o da Montan&a" encontra-se o fundamento da tica superior" o padr$o que deve orientar a vida de todo aquele que dese(amel&orar sua vida e ser feliz !ssa rera" ainda que aparentemente simples" resume a ess.ncia de tudo

    aquilo que o &omem deve fazer para" no seu devido tempo" tornar-se um verdadeiro discpulo= ?udoaquilo, portanto, que quereis que os homens 'os fa#am, fa&ei+o '%s a eles, pois esta a Fei e os Profetas?9Mt ; emos aqui a refer.ncia E 6ei" a nossa con&ecida lei da retri)ui$o" que serviu defundamento para os ensinamentos dos Profetas +o 3ntio estamento" essa rera foi formulada emsua forma neativa= ?5o fa#as a ningum o que no queres que te fa#am? 9) F=1G; 3 normaproposta pelo profeta o)ias reflete o rau evolutivo do povo (udeu naquela poca 3 .nfase doensinamento divino focava-se em n$o praticar o mal Mas" ainda que essa norma se(a necessria paraa vida do &omem em sociedade" para a vida espiritual n$o suficiente simplesmente n$o fazer o mal* discpulo do /en&or tem que aprender a fazer o )em !sses dois estios tam)m foramidentificados em outras tradiesL por e0emplo" o /en&or Buda ao ser solicitado a resumir seusensinamentos" disse= 74essai de fazer o mal" aprendei a fazer o )em7 Qemos" portanto" que o enfoque

    proposto por 8esus representa um considervel avano na formula$o da tica superior dentro datradi$o (udaica

    3 orienta$o para fazermos aos outros o que queremos que os outros nos faam" estfundamentada na lei de causa e efeito" pois nossas aes para com as pessoas que nos cercamresultar$o" no seu devido tempo" em aes semel&antes direcionadas a n2s 8esus formula essa rerade ouro de forma eminentemente prtica /a)endo que as pessoas" tanto no tempo em que ele preoucomo nos dias de &o(e" est$o essencialmente voltadas para o cuidado de si mesmas" ele esta)elece que opadr$o do nosso comportamento para com os outros deve ser e0atamente aquele que ostaramos derece)er dos outros * nosso eosmo " nesse caso" usado como um instrumento para nos tornaraltrusta

    !m vez de meramente nos instar a evitar as neatividades" o Mestre nos direciona sutilmente parao desenvolvimento das virtudes" pois essas s$o antdotos naturais contra os vcios e as fraquezasPortanto" se quisermos que os outros se(am &onestos em seus ne2cios conosco" devemos ser &onestoscom elesL se quisermos que os outros se(am sinceros conosco" devemos ser verdadeiros com elesL sequisermos que se(am pacientes e compreensivos conosco" devemos ser pacientes e compreensivos comelesL se quisermos que se(am )ondosos e amveis conosco" devemos ser )ondosos e amveis com elesemos a a f2rmula simples e prtica que alme(vamos para uiar nossa vida diria

    Mesmo nas situaes mais delicadas de nossa vida" teremos sempre orienta$o confivel aoseuirmos a rera de ouro alvez" um )om e0emplo se(a o das situaes em que (ulamos ter sofridouma in(ustia 3lum fez ou falou alo que nos parece ofensivo * que ostaramos que os outrosfizessem conosco se a situa$o fosse invertida7 Muitas vezes estamos irritados ou desatentos e n$otemos realmente o prop2sito de maoar os outros Por que n$o mostrarmos a compreens$o e paci.nciaque ostaramos de rece)er dos outros quando estamos tensos e irritados7

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    6em)remo-nos" tam)m" de que n$o s2 as aes dos outros podem nos causar sofrimento" masque" muitas vezes" sofremos pela ina$o de nosso pr20imo 3 falta de aten$o que os outros podemmostrar para com nossos momentos difceis na vida" o desprezo quando a a(uda necessria" adesconsidera$o para com nosso sofrimento ou necessidade 2)via" todas essas omisses tam)m s$oresolvidas pela rera de ouro 8esus nos alertou de forma enftica para o pecado da omiss$o quandodisse= 7i de '%s, escribas e fariseus, hip%critas, que pagais o d&imo da hortel, do endro e do cominho,mas omitis as coisas mais importantes da lei: a justi#a, a miseric%rdia e a fidelidade7 9Mt >?=>?; +$o)asta nos preocuparmos com os pequenos detal&es prescritos para a nossa vida diria" devemos estaratentos Es coisas mais importantes que se esperam de um verdadeiro crist$o= a (ustia 9at nospensamentos;" a compai0$o e a responsa)ilidade para com nossos deveres e compromissos

    +ossa viilHncia deve ir alm dos atos e palavras" para incluir tam)m nossos pensamentos 4omoostaramos que os outros pensassem a nosso respeito= reforando as neatividades ou fraquezas quepor ventura possamos ter e assumindo que temos motivaes ou interesses escusos7 3 mente do&omem a maior f)rica de intrias que e0iste no mundo 3inda que possa parecer que nossospensamentos est$o restritos ao Hm)ito de nossa ca)ea e n$o atinem as pessoas" isso um erro *spensamentos" como tudo o que ocorre e e0iste no mundo" s$o vi)raes que se espal&am pelo meioam)iente mental" afetando" ainda que de forma sutil" as pessoas a quem se referem 3lm disso" o

    pensamento a etapa de esta$o de uma futura palavra ou a$o Por essa raz$o 8esus nos ensinouque= 7 boca fala daquilo que o cora#o est cheio7 9Mt 1>=?F; Por todas essas razes" tam)mdevemos pensar a respeito dos outros como ostaramos que pensassem a nosso respeito

    Porm" um ensinamento s2 afeta nossa vida quando colocado em prtica 8esus foi muitoenftico so)re esse ponto ao dizer= ?odo aquele que ou'e essas minhas pala'ras e as pe em prticaser comparado a um homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha. 2aiu a chu'a, 'ieram asen(urradas, sopraram os 'entos e deram contra aquela casa, mas ela no caiu, porque esta'a alicer#adana rocha. Por outro lado, todo aquele que ou'e essas minhas pala'ras, mas no as pratica, sercomparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia. 2aiu a chu'a, 'ieram asen(urradas, sopraram os 'entos e deram contra aquela casa, e ela caiu. 1 foi grande sua runa*? 9Mt

    F->

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    que se(a uma coletHnea de ensinamentos" em linuaem mais direta" dados aos discpulos quandoestavam num estado elevado de consci.ncia 9na montan&a;" e que foram transmitidos ao lono doministrio de 8esus" tendo sido" contudo" reunidos em um s2 luar por Mateus anto assim que nosoutros evanel&os eles n$o est$o reunidos num s2 luar nem s$o apresentados em sua totalidade3quele que for capaz de entender todas as implicaes desses ensinamentos e pratic-los ( terasseurado a sua condi$o de discpulo do Mestre

    3 prtica da rera de ouro mudar radicalmente nossa atitude frente E vida Passaremos a sermais responsveis em nossos relacionamentos e" com isso" criaremos um am)iente mais &arm5nico aonosso redor Mas esse con&ecimento transformador n$o deveria ser restrito Equeles que )uscam asverdades um tanto esquecidas de nossa tradi$o crist$ Aado seu potencial para promover a paz e a&armonia social" deveria ser includo" (untamente com o meio am)iente" no currculo de nossasescolas 3ssim como a dissemina$o das noes )sicas de &iiene aos diferentes sementos dapopula$o diminuiu consideravelmente a incid.ncia de doenas infecto contaiosas na sociedademoderna" a dissemina$o do con&ecimento da lei de causa e efeito e de sua implementa$o prtica pormeio da rera de ouro como parte do currculo escolar em todos os nveis" muito contri)uiria para acria$o de um am)iente social mais (usto e &arm5nico

    Porm" n$o )asta estarmos conscientes da lei divina e decidirmos que nossa vida passar a serorientada por ela /a)emos que os &)itos adquiridos tornam-se uma seunda natureza e s$o difceisde mudar +a prtica" tudo parece conspirar para que retornemos E vel&a atitude eosta dedesconsiderar o interesse dos outros Para arantirmos o sucesso da mudana do &omem vel&o no&omem novo de que fala Paulo" teremos que montar uma estratia como fazem os administradoresprofissionais

    ,ma vez tomada a decis$o so)re o o)(etivo a ser alcanado e so)re o mtodo a ser empreadopara a sua realiza$o" torna-se necessrio esta)elecer um sistema de monitoramento do proressodirio do empreendimento !sse sistema de monitoramento de nossa vida pode ser efetuado por meioda revis$o diria" tam)m c&amada de 7e0ame de consci.ncia7 na tradi$o crist$ Para isso devemos

    dedicar uns G a 1 minutos" de prefer.ncia no final do dia" para efetuarmos uma revis$o o)(etiva denosso comportamento para com os outros" verificando em que ocasies nossas aes" palavras epensamentos foram uiados pela rera de ouro e as outras ocasies em que os vel&os &)itos levarama mel&or Podemos estar certos de que" por alum tempo" ainda estaremos so) a influ.ncia de nossaatitude de miopia eosta anterior Mas" se detectarmos os tipos de situaes em que isso acontece")em como a motiva$o que nos leva a air assim" aos poucos iremos eliminando cada uma dassituaes em que tendemos a dei0ar que nosso lado som)ra leve a mel&or Mas isso s2 poder ser feitose o processo de monitoramento da revis$o diria tornar-se uma rotina

    =. DE7H:' ET6- 8(' ED6((TH1

    3 decis$o de proredirmos do o)(etivo mais limitado de vivermos uma vida tica para o o)(etivomais am)icioso de seuirmos a vida espiritual vir naturalmente quando estivermos maduros" ou se(a"quando estivermos convencidos que a vida material n$o atende nossas aspiraes por uma vida maisplena e feliz e" portanto" nossa alma ansiar pela Presena de Aeus Porm" mesmo quando esse anseiocomear a ser sentido" a tend.ncia para a inrcia" que ree rande parte de nossa vida material" farcom que encaremos nossos sentimentos de alma como uma espcie de son&o a ser lem)rado comcarin&o" mas permanecendo simplesmente como um son&o !ssa uma rea$o instintiva dapersonalidade" a e0press$o de nossa natureza inferior" procurando se proteer contra toda e qualquermudana que possa afetar seu controle so)re a vida do indivduo" sempre que ele comea a transferirsua aten$o da vida material para a espiritual /omente as almas determinadas" amorosas eresponsveis encontrar$o fora e motiva$o para empreender a rdua (ornada da autotransforma$oque as levar$o ao #eino" no seu devido tempo

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    ,ma das primeiras indicaes de que o devoto est pronto para entrar na senda espiritual suadisposi$o de dei0ar para trs seus apeos Es coisas do mundo +ossa tend.ncia para acumular possese desfrut-las ter que ser revertidaL deveremos )uscar a simplicidade e estar atentos para a(udarnosso pr20imo 8o$o da 4ruz descreve a natureza do camin&o espiritual e a disposi$o daquele que)usca tril&-lo= 7* camin&o que leva ao cume do monte da